Diário do Comércio - junho 2006

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Ano 81 - Nº 22.139

São Paulo, quinta-feira 1 de junho de 2006

Edição concluída às 23h30

w w w. d co

Lula com Quércia. Sai acordo?

Belém, uma beleza à porta da Amazônia

PT quer coalizão com PMDB. Quércia está pensando. Pág. 5

Viagem começa pelos aromas e sabores do Ver-o-Peso (foto). Boa Viagem

Maurício de Paiva

O povo falou.


R$ 0,60

e rc i o. co m . b r

Jornal do empreendedor

Economia em véspera de eleição: PIB cresce 1,4%

Copom corta 0,50. Mas juro continua campeão.

Em relação ao 1° trimestre de 2005, aumento foi de 3,4%. Eco/4

Taxa agora é de 10,5% ao ano. A maior do mundo. Eco/6

Agora, é a lei.

HOJE Nublado Máxima 23º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 12º C.

Ao receber as 35 caixas com 1,560 milhão de assinaturas pedindo transparência tributária, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) prometeu uma "tramitação rapidíssima". O presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, um dos carregadores das assinaturas (foto), falou em nome de mais de 400 entidades: "Aqui está o desejo da sociedade". Economia/1 e 10

DC

Sergio Amaral/Pixel

Subindo a rampa: no centro da fo estão Guilh Afif Doming (ACSP), Pau Pereira da S (Força Sind e Sérgio Lop Sobrinho (Associação Comercial d Marília)

www.finanfactor.com Pabx (11)

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


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2 -.TURISMO

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Fotos: Jaime Bórquez

Puerto Natales convida à Patagônia o ano todo A pequena e pacata cidade chilena caiu nas graças do mundo e transforma-se no coração do turismo patagônico no país, oferecendo passeios para todos os gostos. E mais: visitantes descobrem maravilhas em todas as estações Por Jaime Bórquez

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uem algum dia já visitou o Parque Nacional Torres del Paine poderá trazer à mente vagas imagens desta cidadezinha chilena. Recordará, talvez, que parou num posto de gasolina, reabasteceu e continuou viagem rumo à reserva. Ou, quem sabe, conseguirá lembrar que aproveitou a parada e tomou um chá no fim de tarde, após quase três horas de estrada, vindo da cidade mais austral do Chile, Punta Arenas. Aí morrem as imagens de Puerto Natales. Pois aquela cidadezinha hoje é centro do turismo patagônico. E nem todo mundo que a visita está só a caminho do mais belo e conhecido parque nacional chileno, longe disso. O entorno de Natales, como agora a chamam os íntimos, oferece muito mais destinos que as Torres del Paine. Há cruzeiros até os gelos, cavalgadas pelos pampas, visita às fazendas de ovelhas, caminhadas, observação da natureza, pesca esportiva, escalada em gelo, enfim, um leque de alternativas turísticas para todas as idades, bolsos, gostos e sensibilidades. Inclusive acaba de ser aberto lá o primeiro hotel cinco-estrelas da cidade. E, muito importante: os visitantes começam a descobrir que a Patagônia chilena é interessante em todas as estações. Cada uma tem sua graça. No verão, o sol reina: nasce às 4h30 da manhã e se põe perto da meia noite. No outono, os carvalhos oferecem uma paisagem avermelhada inesquecível. No inverno, some aquele

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa

Puerto Natales (no topo) e seu entorno abrem um leque de programas. Um deles, a trilha que contorna o Canal Señoret, onde se podem observar os elegantes cisnes de pescoço preto (foto à dir). Trekking famoso na região é o circuito ao redor das Torres del Paine, no parque nacional (à esq.)

vento inclemente que, às vezes, atrapalha a caminhada e o sol fica preguiçoso, clima especial para quem está em lua-demel. E na primavera, como em todo o planeta, a vida brota por todo lado, fauna e flora se energizam. A Patagônia chilena é para o ano inteiro. Portanto, prepare suas malas e escolha os passeios. Caminhando contra o vento – As caminhadas são programas corriqueiros na Patagônia. Há para todos os gostos e fôlegos. Subir o morro Dorotea a pé, por exemplo, não é nada do outro mundo e é considerado um trekking de esforço leve. Entre 9h da manhã e 13h dá e sobra tempo para esste exercício, com aquela visão dos pampas absolutamente fascinante. Outra caminhada que não exige esforço demais é a excursão entre Puerto Prat e a Estância Consuelo, lugares que ficam só a meia hora a pé do centro de Puerto Natales. A trilha contorna o Canal Seño-

ret e pelo caminho, entre mata baixa e extensos gramados naturais, podem-se observar quero-queros, gansos selvagens, os elegantes cisnes de pescoço preto (ave-símbolo da região) e as belas e encorpadas bandurrias, o ibis patagônico. Em quatro horas e a passo tranqüilo, se faz o percurso completo ida-e-volta. Mas se desejar mais adrena-

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo Ilustração Jair Soares

lina, a dica é a Trilha dos Alacalufes, assim batizada em nome dos nativos que moravam nesta região, também conhecidos como kaweskar, exímios navegantes. Requer dois ou três dias e esquema de camping. A excursão se inicia no cais de pescadores de Puerto Natales, de onde uma embarcação cruza o canal deixando o grupo na Península Antonio Va-

ras, num território praticamente desabitado. Dali percorrem-se mais de 40 quilômetros do mítico Caminho Austral até a Bahia Talcahuano. Pelo caminho, bosques de “lengas” (o carvalho patagônico), o perfumado cipreste das guaitecas, árvore sagrada dos nativos, e uma fauna abundante em leões-marinhos e patos silvestres. Há paisagens ina-

creditáveis, como o Canal Worsley, a Ilha Ballesteros, a Cordilheira Riesco, o estreito fiorde Rossi e o mágico Lago dos Acantilados. Depois de cruzar a Cordilheira Sarmiento, se chega ao ponto alto da viagem: o Canal de las Montañas e suas diferentes geleiras. Outras caminhadas muito interessantes são pela Serra Baguales ou até o cemitério aonikenk, nome original dos nativos da Patagônia. Mas o trekking considerado "número um" da região é o circuito ao redor das Torres del Paine. Passar por esta experiência requer um bom preparo físico e um planejamento responsável. São sete dias a pé, pernoitando nos refúgios franciscanos que a Corporação Florestal do Chile dispõe ao longo de todo percurso. A caminhada, pode-se dizer, é a versão chilena do Caminho de Santiago de Compostela (mas muito mais difícil) e sua fama extrapolou, há muito tempo, as fronteiras chilenas.

Viagem até as geleiras

Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

r à Patagônia e não ver geleiras é como ir à Disney e não ver o Mickey. Há pelo menos uma dezena delas ao redor de Puerto Natales. Algumas estão na orla de fiordes (a palavra deriva do norueguês fjord, que significa canal fechado produzido por degelo), como Pio XI, maior do cone sul, ou Amalia, assim como há outras em franco

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retrocesso que ficam penduradas nas íngremes montanhas de rocha. Há passeios a bordo de modernos catamarãs para observar estas maravilhas da natureza bem de pertinho. A viagem mais comum é ao Parque Nacional Balmaceda, onde se visita a lagoa e geleira Serrano. Em menos de três horas de navegação se chega ao pequeno cais do parque e,

depois de uma caminhada de uma hora, aos pés da geleira imponente. Na lagoa flutuam icebergs. Quem quiser mais emoção, pode andar de caiaque ou em zodiac a motor entre os gelos, contratando os serviços oferecidos no local. E àqueles que quiserem uma “superdose” de geleiras, o passeio até o Canal de las Montañas é imperdível. Lá pode-se tocar na geleira Bernal

e gastar a memória de sua câmera para imortalizar as geleiras Alsina, Zamudio e Paredes, que parecem fugir montanha acima. Tudo isso com direito a um bom uísque com gelo milenar, é claro. Se achar que a adrenalina ainda é pouca, vale a caminhada no gelo entre as fendas da geleira Grey, dentro do Parque Nacional Torres del Paine. (J.B.)


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quinta-feira, 11 de maio de 2006

TURISMO - 3

Conheça a vida de peão no Chile

Fotos: Jaime Bórquez

Andar a cavalo, tomar chimarrão e provar churrasco de cordeiro são programas imperdíveis na região patagônica

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iajar a Puerto Natales é respirar a cultura patagônica. Assim que se põe o pé na região dá vontade de andar a cavalo pelos pampas, tomar chimarrão e, claro, comer um churrasco de cordeiro no mais puro estilo patagão. Uma boa cavalgada é subir até o topo do morro Dorotea, guarda-costas geográfico de Puerto Natales. O passeio é suave, sem encostas íngremes nem trajetos perigosos, com várias paradas que permitem admirar a paisagem. A inexistência de poluição atmosférica permite ver os extensos pampas, inclusive muito além da fronteira com a Argentina. Para almas citadinas, sair em cavalgada com os “baqueanos”, os gaúchos destas terras, é uma experiência que enriquece mente e alma. Aprendemos sobre laços, estribeiras e, ainda, como se serve um bom “mate”, o chimarrão chileno. Ao chegar ao alto do morro Dorotea, a impressionante paisagem é a recompensa. Da borda da falésia quase vertical, Puerto Natales estará a seus pés, assim como o Canal Seño-

ret, o Golfo Almirante Montt e vários lagos ao longe. De lá também há a perfeita visão da mítica Cordilheira Paine. Se não fosse pelo cordeiro na brasa e o vinho tinto à espera lá embaixo, a vontade de regressar seria infinitamente menor. As cavalgadas podem durar de meio dia até uma semana, se hospedando em estâncias, ou fazendas, ao longo do percurso. F az e nd a s – Os “estancieros”, ou fazendeiros, da região têm pouco a pouco percebido que o turismo rural é um bom negócio. Ariscos às influências forasteiras, hoje começam a abrir as portas de suas casas para turistas. Nelas, segundo a estação do ano em que as visitemos, pode-se ver a tosa (entre outubro e dezembro), a “señalada” (janeiro e fevereiro, quando se marcam as ovelhas com uma senha) e o quase interminável banho “desparasitário”. Imagine quanto leva para banhar 10 mil ovelhas, de uma em uma. Nestas visitas também se tem a oportunidade de ver a destreza dos cachorros de ar-

Cavalgar com os “baqueanos” (acima), os gaúchos destas terras, é inesquecível. Nas fazendas é possível marcar o passeio a cavalo, ver a tosa (acima, à esq.), entre outubro e dezembro, e provar o tradicional cordeiro na brasa

reio. Com assobios, o amo consegue que eles procurem, arreiem, detenham e guardem um bando de ovelhas. Em todas as estâncias se oferecem passeios a cavalo e, obviamente, o tradicional churrasquinho de cordeiro. Ali aprende-se como se faz o bom churrasco gaúcho: ascender o fogo cedo, com lenha de carvalho, escolher um animal que tenha menos de 16 quilos, salgar e botar no ferro, com a cabeça pa-

ra baixo. Cravar o ferro no chão, esperar boas brasas e botar o bicho a mais de meio metro do fogo. Alternar frente e costas, devagarinho no fogo, com muita paciência. Alguns experts recomendam ter sempre à mão uma chaleira com água quente, para dar umas duchas no cordeiro para que a gordura escorra. Depois de tudo isso, é esquecer do regime. Afinal, este pecadinho da gula será cometido, com sorte, uma vez ao ano. (J.B.)

Surge um novo cinco-estrelas na paisagem

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amoso no destino, o hotel Explora Patagônia, que fica dentro do Parque Nacional Torres del Paine, acaba de ganhar um rival à sua altura: o cinco-estrelas Remota Patagônia. Obra do arquiteto chileno Germán del Sol, justamente responsável pela arquitetura e filosofia dos hotéis Explora do Atacama e da Patagônia, o Remota é um galpão de fazenda patagônica estilizado, com linhas arrojadas, construído em concreto, vidro e madeira nobre da região (carvalho), ardósia no chão. Seus elementos interiores são simples, quase minimalistas. Mesas de linhas retas, lustres de vime, papel e arame. E as acomodações são uniformes, não há suítes, por exemplo. São todas standard, embora de um luxo sóbrio. A proposta do hotel é que o

Projeto de Germán del Sol – que assinou os hotéis Explora –, o Remota é um moderno galpão de fazenda

visitante chegue à confortável e grande casa para viver a Patagônia em toda a sua grandiosidade. Respire o perfume de carvalho nos quartos, de cipreste nos banheiros e admire de suas enormes janelas a deslumbrante paisagem do Canal Señoret e das montanhas ao redor. Não há televisão “para que ninguém grude na telinha e deixe de sair para viver dias

de lazer na Patagônia”, diz o próprio Germán del Sol. Com capacidade para 140 hóspedes, o Remota oferece sauna finlandesa, jacuzzis ao ar livre, piscina climatizada e fechada com gigantescos painéis de vidro, sala de massagens e um alto e amplo salão para o relax total, onde no lugar dos sofás há tatames gigantes. E não há divisões interio-

res, todos os ambientes estão comunicados, sejam as três salas, o bar, o refeitório ou a sala de leitura, do primeiro andar. Além de mostrar a Patagônia ao hóspede pelas janelas, o Remota oferece um menu de passeios. De uma caminhada por Puerto Natales até a subida à base das míticas Torres del Paine, tudo com guias de primeira, é claro. (J.B.)

RAIO X COMO CHEGAR A partir de São Paulo, pela Lan Chile (tel. 11/2121-9000, site www.lan.com), voa-se para Punta Arenas com conexão em Santiago. Ida-e-volta, o bilhete custa US$ 746 – preço válido até 16/6. De lá, tomase um carro até Puerto Natales (duas horas e meia). Os hotéis oferecem o traslado. ONDE DORMIR Remota Patagônia: Rota 9 Norte, tels. (5661) 41-4040 e (562) 387 1200, site www.remota.cl. Programas a partir de três noites por US$ 790 por pessoa, com passeios e refeições. No Brasil, a Expedition (tel. 11/3253-2128, www.expedition.cl) e a Interpoint: (tel. 1 1 / 3 0 8 7 - 9 4 0 0 , w w w. i n t e rpoint.com.br) têm pacotes. Explora Patagônia: Parque Nacional Torres del Paine. Reservas

Paraguai

Chile

Uruguai

Argentina

pelo tel. (562) 206-6060. Quatro noites a partir de US$ 1.560 por pessoa, com traslados, pensão completa e passeios. Costausralis: Rua Pedro Montt 262, (5661) 41-2000, www.hotelesaustralis.cl. Opção mais econômica, pioneiro na região. Diárias para casal a partir de US$ 207. ONDE COMER Angelic a’s: Eberhard 532, tel. (5661) 41-0365. El Asador Patagônico: Ar turo Prat 158, tel. (5661) 41-3553 La Mesita Grande: Arturo Prat esquina com Eberhard. El Living: Arturo Prat 156, tel.. (5661) 41-1140. AONDE IR Cavalgada ao monte Dorotea: reservas pelo tel. (56) 952-2659 Cavalgada de dez dias: tel. (56)

903-8048, www.estanciatravel.com. Trilha dos Alacalufes: reser vas pelo tel. (56) 9480-6366, site www.graciaresdelapatagonia.cl. Navegação às geleiras: Serrano e Balmaceda, Canal de las Montañas, tel. (5661) 41-2409, site www.skorpios.cl. Escalada em gelo e caiaques: Big Foot Patagonia, tel. (5661) 413247, site www.bigfootpatagonia.com. Estâncias: Rosario, tel. (5661) 411273; Perales, tel. (5661) 41-1978; El Palenque, tel. (5661) 41-3074; e Tres Pasos, e-mail reservas@trespasos.cl. FAÇA AS MALAS Moeda: peso chileno (US$ 1 equivale a 512 pesos chilenos). Fuso: uma hora a menos em relação à Brasília.

Passeando pela cidade

A

cidadezinha de Puerto Natales parece pequena, mas engana-se quem pensa que não há nada para visitar. Comece pelo Museu Histórico Municipal, que nos surpreende ao mostrar que já nos idos de 1900 este “fim de mundo” tinha telefone. Na parte dedicada às etn i a s r e g i onais, percebemos o entorno duro e indomável no qual viviam, com temperaturas beirando o zero grau. A ativ i d a d e e c onômica de Puerto Natales foi efervescente e trouxe luxos a seus habitantes. Restaurante Como exemplo disso, estão expostos belíssimos El Living, faqueiros de prata, máquinas fotográficas e louça vegetariano; fina usados pelas abastadas famílias locais. e Museu Outro lugar a ser visitado é o Museu Puerto BoPuerto ries, uma antiga fábrica construída pela Sociedad Bories, Explotadora de Tierra del Fuego, a maior do Chile, antiga para o abate e refrigeração de carne de ovelha e lã fábrica para que se exportava a Europa. o abate e Bom apetite – Mas os passeios dão fome, certo? refrigeração Natales tem suas gracinhas gastronômicas. Uma dede carne de las é o Angelica’s, com certeza o melhor restaurante ovelha e lã da cidade, pertencente a uma família. O cordeiro com ervas finas e o fetuccini com frutos do mar são pedidas perfeitas. As boas pizzas estão no La Mesita Grande que, como diz o nome, tem uma extensa mesa comum a todos seus freqüentadores. Se a essa altura você ainda não tiver provado o cordeiro magalhânico não se desespere. Vá à noite ao Asador Patagônico e mate a vontade. E para quem não come carne, o bar-restaurante El Living é vegetariano. De um casal de jovens ingleses, é como um living de casa, onde se pode sentar no sofá e beber um bom vinho ou cerveja local (muito boa, chama-se Austral). Antes de sair da cidade, tente sorte no Casino Municipal. Quem sabe o dinheiro gasto nesta viagem volta aos seus bolsos. A esperança é a ultima que morre... Curiosamente, aliás, Puerto Natales fica no fiorde Última Esperança. (J.B.)


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4 -.TURISMO

quinta-feira, 11 de maio de 2006 Emerson de Souza/SP Turis

SÃO PAULO

Cultura agita a capital S

hows musicais, concertos, exibições de filmes ao ar livre, dança, bailes, artes cênicas, visuais e circenses, discotecagem com DJs. As mais variadas manifestações culturais vão agitar São Paulo a partir das 18h do dia 20 até às 18h do dia 21 de maio. É a segunda edição da chamada Virada Cultural, evento que pretende revelar a vocação cultural dos mais diferentes espaços urbanos para toda a população. “Cultura para todos em todos os lugares e com várias linguagens artísticas”, defende Carlos Augusto Calil, secretário municipal de Cultura. João Bosco e a Banda Mantiqueira abrem a Virada Cultural com um show às 18h do dia 20 no Boulevard São João. Entre as 14h e 17h de domingo, o projeto Samba de São Paulo levará ao mesmo palco grandes nomes da música popular brasileira, como Jair Rodrigues, Ná Ozzeti, Paulo Vanzolini e Maria Alcina. Nesta segunda edição, durante a noite de sábado e a madrugada de domingo, a festa ficará concentrada no Centro. Os espetáculos e intervenções ficarão espalhados por calçadões, praças e largos. Entre o Vale do Anhangabaú e a Praça da Sé, funcionará um boulevard. A disposição das atrações será contínua, o que permitirá ao público, com curtas caminhadas, ter acesso a diferentes manifestações. Vários palcos funcionarão com atividades de artes plásticas, música e literatura especialmente programadas pela Secretaria Municipal de Cultura. Durante o dia de domingo, as atividades estarão pulveri-

Anote as datas. Nos próximos dias 20 e 21, São Paulo será sede da segunda edição da chamada Virada Cultural, uma extensa programação feita de shows, exposições, concertos, apresentações circenses e muito mais

Espetáculos ficarão espalhados por calçadões, praças e largos. Concerto de encerramento ocorrerá no Museu do Ipiranga

Wanderlei Celestino/SP Turis

do, o Sesc-São Paulo e a SP Turismo. Os principais apoiadores da iniciativa são CET, SPTrans, Metrô, Guarda Civil Municipal e Polícia Militar, além das subprefeituras. Nesta segunda edição do evento, a SPTuris será responsável pela infra-estrutura do evento: 33 ambulâncias, 3 postos médi-

zadas por toda a cidade, em parques e bairros onde haverá exibições de chorinho, jazz, teatro infantil e danças folclóricas. A programação noturna dos bairros prevê sessões de cinema em casas de cultura, cinemas e tendas especialmente montadas para as exibições. Os 21 CEUs terão apresenta-

ções de circo pela manhã e à tarde. Além do espetáculo de encerramento, com a Orquestra Sinfônica Municipal regida pelo maestro José Maria Florêncio, o Museu do Ipiranga receberá na madrugada grupos de dança como Balé da Cidade, Qasar e Stagium. Museus e outros espaços da Secre-

taria Estadual de Cultura (como a Casa das Rosas, na Avenida Paulista), além das unidades do Sesc, também terão programação especial durante a Virada. A Virada Cultural é realizada pela Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com a Secretaria de Cultura do Esta-

cos, 80 brigadistas de incêndio, 15 palcos, 2.660 refeições/camarim; 7.560 lanches, 230 carregadores, 24 geradores, 200 cabines sanitárias e 800 seguranças privados. A Secretaria da Cultura preparou um site com a programação completa do evento, os locais que aderiram ao evento e os apoiadores públicos e privados. Além disso, na semana do evento, boletins de notícias estarão no ar dando todas as novidades da Virada. O endereço do site é o www.viradacultural.com.br. Percebendo o potencial turístico que um evento como a Virada Cultural possui, os hotéis de São Paulo estão preparando pacotes especiais para receber o visitante que quer participar da festa e reforçar o caráter múltiplo e acolhedor da cidade. Os hotéis que vão participar do evento estarão listados no site www.viradacultural.com.br.

SERVIÇO Mais informações sobre este e outros programas em São Paulo pelo site www.spturis.com.

Otávio Magalhães/AE

João Bosco (foto) e a Banda Mantiqueira abrem a Virada Cultural com um show às 18h do dia 20 no Boulevard São João

VEM AÍ O 2º SALÃO DO TURISMO Aberto ao público, o evento, marcado para junho em São Paulo, apresentará 541 roteiros turísticos no Brasil. E trará novidades

N

a última quinta-feira o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, falou das novidades para a segunda edição do Salão do Turismo, que terá lugar no Expo Center Norte, entre os dias 2 e 6 de junho. A primeira delas é o lançamento do Vai Brasil, um programa envolvendo mais de 25 entidades – entre companhias aéreas, hotéis, locadoras de veículos e operadoras -, que irá oferecer roteiros de viagens a preços mais camaradas. “O objetivo é promover o turismo interno e garantir a ocupação em aviões e hotéis durante a baixa temporada e assim aumentar a oferta de empregos diretos e indiretos no setor”, afirmou o ministro. As reservas poderão ser feitas o ano inteiro pela internet no site www.vaibrasil.com.br a partir do dia 2/6 e a comercialização começará a ser feita a partir do dia 12/6. “O Vai Brasil irá garantir preços 30% mais baratos que a média de preços da baixa temporada. E como a

baixa já possui um preço 30% menor que na alta, estamos falando em uma redução de, no mínimo, 50% no valor dos roteiros nacionais”, afirmou José Zuquim, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa). Pacotes à venda no local – A outra boa-nova, que foi criada levando em consideração as sugestões dos visitantes do ano passado, é a criação do Balcão de Comercialização dentro do Salão do Turismo. Quem comprar por lá deverá se dar bem, pois os organizadores garantem preços mais atraentes do que os encontrados no mercado (em média 20% mais baratos) para os roteiros apresentados durante a feira. “Queremos fazer o Salão do Turismo para os consumidores. O evento será novamente em São Paulo, pois é aqui que fica o maior mercado emissor de turista do País. Entre os maiores viajantes em território nacional estão, em

primeiro lugar, os paulistanos e, em segundo, os paulistas”, explicou Mares Guia. Números – A expectativa para a próxima edição do Salão do Turismo é registrar um crescimento de 20% no número de roteiros apresentados e consolidar pelo menos três destinos em cada uma das 27 Unidades da Federação. Serão apresentados 541 roteiros turísticos (87 deles com qualificação internacional), que envolvem 117 regiões e 474 municípios turísticos. Além da feira e do balcão de comercialização de roteiros, haverá palestras e mesas redondas, rodadas de negócios e a Vitrine Brasil – uma mostra de artesanato, culinária e manifestações folclóricas das diferentes regiões do País. Com as novas atrações e numa área maior que a de 2004, o Salão do Turismo espera atrair mais de 100 mil visitantes. A entrada custará R$ 10. Informações pelo site www.turismo.gov.br. Lygia Rebello

Divulgação/Panrotas

Abgev celebra o sucesso

A

idéia de fundar uma associação para o segmento de turismo corporativo surgiu numa conversa entre amigos que trabalham com administração de viagens e de eventos de grandes empresas. Eles eram vítimas da falta de uma entidade que pudesse defender o interesse de gestores corporativos, então, decidiram criá-la. Como era grande a vontade de tornar o desejo real e de levar a sério o comprometimento, a idéia saiu muito rápido do papel. E está dando certo, pois nesses três anos a entidade cresceu 57,4%. “Não viemos tumultuar o mercado”, diz a vice-presidente, Patrícia Thomas. A Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (Abgev), a única no Brasil e na América Latina, acaba de completar três anos de trabalho e a merecida comemoração ocorreu no dia 9 de maio, com uma festa para os fundadores e seus associados. O plano era fortalecer e desenvolver o setor de viagens corporativas junto com o mercado. Para isso, realizar congressos, fóruns, debates, cursos, palestras e reuniões. E tudo é muito bem organizado e dividido por quatro comitês: de Aviação, de Cartões de Crédito, de Eventos e de Executivos -- criado para abrir a possibilidade de troca de experiências nos diferentes ramos de atividade e atender às expectativas e buscar soluções para as respectivas necessidades. Cada um com suas definições e obrigações. PROGRESSO Nestes três anos, a Abgev conseguiu triplicar o número de associados e conseguiu a proeza de fazer parte do grupo Paragon Partnership, um grupo mundial de Associações de Viagens de Negócios, liderado pela National Business Travel Association (NBTA), “que é a nossa grande mãe”, diz a presidente da Abegev, Viviânne Martins. Além da NBTA, a associação faz parte das 11 entidades que, juntas, geram um budget de cerca de US$ 150 bilhões. O melhor é que os fundadores estão orgulhosos e realizados por terem conseguido cumprir as metas de 2005. E na lista das principais realizações constam a primeira reunião entre comitês, a parceria com a Academia de Viagens Corporativas, que realizou 20 cursos, a presença na 37ª NBTA, em San Diego, na Califórnia; a Abgev Cultural, o novo portal e - finalmente - as novas instalações. Tudo o que estava programado, segundo os fundadores, para o ano de 2005. “Vimos que tudo o que foi traçado, foi realizado”, disse Viviânne. A associação começou com 104 empresas e hoje tem 288 associados. Entre eles, como se sabe, agências de viagens, hotéis, GDSs, locadoras de automóveis e travel managers, entre outros. METAS E o grupo segue seu curso em direção às metas estabelecidas para 2006. O plano é participar do 2° Encontro de

Viviânne Martins e Patrícia Thomas, da Abgev Comitês e da 38ª Convenção NBTA, que será realizada em Chicago, participar do Encontro Latino-Americano de Viagens Corporativas e Tecnologia (em fevereiro), dos trabalhos em conjunto com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB, que fizeram em março), aumentar o quadro de funcionários (abril), divulgar a marca com anúncios em revistas especializadas, lançar uma cartilha e o Abgev Saúde, além de manter os cursos que fazem com a fiel parceira com a Academia de Viagens Corporativas. A meta é ministrar 30 cursos neste ano. Trabalhar com pesquisa de mercado para consolidar os dados do mercado corporativo também faz parte dos planos. É a forma que encontraram para ter mais informações que não sejam apenas por amostragem. E para isso, estão começando a trabalhar com um professor da Universidade de São Paulo (USP), mas é um trabalho a longo prazo. O atual conselho será mantido por cinco anos, tempo escolhido para firmar e realizar os objetivos. Quem fundou quer deixar um legado. E para 2008, quando muda a diretoria, querem uma conscientização de que esse mercado tem de ser mais profissional. “Se tivermos números para mostrar a importância desse mercado, chegaremos perto do nosso objetivo”, diz Viviânne. PROFISSIONALIZAÇÃO A Abgev promove cursos em parceria com a Academia de Viagens Corporativas, e isso tem dado bons resultados para uma entidade que quer profissionalizar o setor, que cada vez cresce mais. “Tem muita gente que não sabe qual é o papel de um gestor”, lamenta Viviânne. Mas o importante é que há muitas pessoas interessadas. ORGULHO E para uma entidade que começou com oito pessoas, sem uma sede oficial, apenas com a vontade e o apoio das empresas que acreditaram na iniciativa, o que mais o deixaram felizes foi o fato de conseguirem, depois de três anos de trabalho, montar uma estrutura com direito a secretária e assistente, para “desafogar” o dedicado diretorexecutivo, Alberto Martins, que poderá se dedicar aos trabalhos mais específicos. Que mantenham o ritmo e a seriedade e sigam em frente! Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


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Planalto Câmara Eleições Senado

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de junho de 2006

OPOSIÇÃO QUER QUE GOVERNO SE POSICIONE EM CINCO DIAS

PSDB-PFL: LULA GASTA COM PUBLICIDADE. PT: ALCKMIN INVESTIU POUCO. Matuiti Mayezo/Folha Imagem/28/11/2005

J.F.Diório/AE/23/09/2004

O objetivo do pedido feito pelo PSDB e PFL ao TSE é verificar se o governo gastou mais neste ano, que é eleitoral, com publicidade institucional.

Eymar Mascaro

Jarbas atucanou

O

Jereissati: para oposição é notório que a União intensificou suas campanhas.

Deputado Ênio Tatto: faltou competência à gestão tucana em São Paulo.

OS PARTIDOS NA GUERRA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

dos, a legislação impõe à esfera administrativa envolvida nas eleições a obrigação de estabelecer limites objetivos de gastos com propaganda institucional, não podendo exceder o valor que foi gasto no ano imediatamente anterior ou quanto se gastou na média dos três últimos anos. Após a reunião com o presidente do TSE, Jereissati disse que os partidos estão preocupados com o conjunto das propagandas veiculadas pelo governo. Ele citou como exemplos os comerciais da Petrobras, da Eletrobrás, do Fome Zero do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal (CEF). "Juntando isso aí temos o maior volume de publicidade já feito pelo governo federal e que em determinados momentos supera a 50% todos os comerciais

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nquanto PSDB e PFL entregavam para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revele em cinco dias quanto gastou com publicidade institucional neste ano e nos anos anteriores de seu governo, o PT em São Paulo divulgava uma avaliação crítica do governo Geraldo Alckmin, apontando as diferentes áreas em que a administração do exgovernador promoveu uma redução das metas de investimentos. O levantamento petista inclui também algumas metas que deixaram de ser cumpridas durante o último mandato do pré-candidato tucano. O objetivo do pedido feito pelos presidentes do PSDB, Tasso Jereissati, e do PFL, Jorge Bornhausen, ao presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, é verificar se o governo gastou mais neste ano, que é eleitoral. Público – Segundo os partidos da oposição, esses valores são públicos. "A informação quanto aos limites de gastos em publicidade institucional assim como o valor que já se gastou em cada órgão é pública e deve ser revelada não só para deixar transparente a atuação estatal como para viabilizar a fiscalização dos legitimados a reclamar o cumprimento da Lei das Eleições", sustentam os partidos.

PSDB e PFL afirmam que é fato notório que a União, as empresas públicas e diversas sociedades de economia mista da administração indireta têm intensificado suas campanhas de publicidade em todos os veículos de comunicação social. A oposição observa que o pedido de informações não é inédito na Justiça Eleitoral. Segundo eles, em 1998 o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro atendeu a uma solicitação semelhante e deter-

DEPUTADO É AMEAÇADO DE MORTE DENTRO DA CÂMARA

O episódio, segundo Fontes, revela que naquela Casa "uma facção criminosa paulista está infiltrada". Embora não tenha idéia de quem poderia ser o autor, o deputado João Fontes disse que na terça-feira recebeu uma documentação incriminando outros parlamentares supostamente envolvidos na Operação Sanguessuga. "Achei muita coincidência", afirmou o parlamentar. Os documentos envolvem os deputados Cleonâncio Fonseca (PP-SE) e Heleno Silva (PL-SE) "mas não estou acusando-os de nada", disse Fontes. (AE)

O deputado federal João Fontes (PDT-SE) foi ameaçado de morte, por meio de um telefonema anônimo, dado de dentro da própria Câmara Federal, em Brasília. Um homem ligou para o gabinete do parlamentar e disse textualmente à funcionária Graciela Todde, 41 anos: "O seu deputado já era. Ele fala demais". O número registrado é da garagem coberta, no anexo IV.

Juntando isso aí temos o maior volume de publicidade já feito pelo governo federal. Tasso Jereissati (PSDB) minou ao então governo e ao PSDB que informassem a média de gastos com publicidade em 1995, 1996 e 1997. O PSDB e o PFL querem que Lula informe quais foram os gastos de publicidade nos anos de 2003, 2004 e 2005 e quanto foi consumido neste ano. De acordo com os parti-

Que choque de gestão você tem se, com todo esse aparato, há em todos os programas uma ineficácia? Enio Tatto (PT-SP) feitos pela indústria e comércio privado", avaliou. Em São Paulo – O documento apresentado pela bancada do PT na Assembléia Legislativa paulista questiona o discurso de gestão que tem marcado a précampanha de Alckmin. As conclusões foram baseadas na comparação entre o Plano Plurianual do governo paulista para o período de 2004 a 2007, e o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias referente a esse mesmo intervalo de tempo.

PT , PSB E PCdoB ADIAM A REDAÇÃO DA CARTA AO POVO BRASILEIRO Os presidentes do PT, PSB e PC do B adiaram o encontro que teriam ontem para começar a redigir a nova Carta ao Povo Brasileiro. O documento apontará os compromissos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para um eventual segundo mandato. Na ocasião também será discutida a aliança dos três partidos em torno da candidatura Lula. O deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) contou que a

CÂMARA APROVA MP DO SALÁRIO MÍNIMO EM VOTAÇÃO SIMBÓLICA O plenário da Câmara aprovou ontem, em votação simbólica, a Medida Provisória que reajusta o salário mínimo de R$ 300 para R$ 350, com efeitos a partir de 1º de abril deste ano. O plenário ainda deve decidir

Para a área de segurança pública, por exemplo, o estudo mostra uma redução das metas em diversos segmentos, na comparação entre o PPA e a LDO. Na área de obras e instalações de unidades na Polícia Técnico-Científica, por exemplo, a variação negativa foi de 68,99%, com a previsão inicial no PPA de construir 158 novas unidades, um número que foi reduzido na LDO para 49. Outro destaque na segurança ficou por conta da ampliação do sistema prisional, que tinha previsão de criar mais de 106 mil vagas, valor que caiu 48,26%, para pouco mais de 55 mil vagas. As áreas de educação e saúde também foram avaliadas. Fragilidade – Segundo o líder do PT na Assembléia Legislativa, deputado estadual Enio Tatto, o levantamento sugere uma fragilidade do discurso de Geraldo Alckmin de promover um choque de gestão na administração federal caso venha a ser eleito no próximo pleito. "Que choque de gestão você tem se, com todo esse aparato, há em todos os programas uma ineficácia daquilo que, entre aspas, o governador falou que planejou para o Estado de São Paulo?", disse o petista, acrescentando que com um orçamento como o de São Paulo, seria fácil governar com competência. Questionado sobre se a iniciativa de divulgar o estudo não pode ser vista como eleitoreira, Tatto afirmou que essa avaliação tem sido realizada a cada ano pela bancada petista, e não apenas em anos eleitorais. O PSDB reagiu às críticas feitas pela bancada petista, dizendo que o governo Lula é bom só na propaganda oficial e não nas realizações. "Quem tem um governo de ficção é o presidente Lula" reagiu o deputado tucano Edson Aparecido, líder do governo na Casa. (AE)

conversa foi adiada justamente porque o PSB ainda está fechando os dados para apresentar hoje ao presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). O secretário-geral do PSB, deputado Renato Casagrande (ES), acrescentou que também houve problemas de agenda. "Temos que fazer um bom inventário. São muitos os problemas nos Estados", afirmou Albuquerque. Ele cita sete Estados em que o PSB ainda espera o apoio do PT para a coligação nacional. São eles: Pernambuco, Amapá, Goiás, Maranhão, Alagoas, Minas Gerais e São Paulo. (Agências)

se aprova, em votação nominal, a emenda do deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), que pede o valor de R$ 375 para o salário mínimo. A votação nominal dessa emenda faz parte do acordo entre os líderes que permitiu a votação da MP ontem. Estão a favor da emenda os partidos PSDB, PFL, PDT, PV e PSOL. São contra a emenda os seguintes partidos PMDB, o PT, o PP, o PL, o PSB e o PCdoB.

PMDB de Pernambuco decidiu anunciar apoio à candidatura presidencial de Geraldo Alckmin, trazendo a tiracolo o ex- governador Jarbas Vasconcelos, com larga margem de aprovação no Estado. O diretório estadual divulgou nota explicando a decisão de apoiar o candidato tucano. Portanto, começou o racha no PMDB, porque outros diretórios estaduais vão se decidir pelo apoio ao tucano e a Lula. O PMDB não terá candidato próprio a presidente. A ala governista do partido venceu a batalha contra os oposicionistas, que ainda sonham com a candidatura própria, depois de transferir a convenção da legenda para 29 de junho, um dia antes de encerrado o prazo para a realização das convenções. Agora, PT e PSDB lutam para ter o apoio do partido, por exemplo, em São Paulo. Orestes Quércia e Michel Temer estão na mira.

IMPORTÂNCIA É importante para Geraldo Alckmin receber o apoio de um diretório como o de Pernambuco. O candidato tucano precisa reagir no Nordeste, região em que Lula leva ampla vantagem nas pesquisas. Alckmin confia na transferência de votos de Jarbas Vasconcelos no Estado.

SERTÃO Apesar de nascer para a política em São Paulo, Lula é pernambucano. Sua liderança no interior do Estado é revelada nas pesquisas. Além de contar com o coordenador de sua campanha, senador Sérgio Guerra, que também é de Pernambuco, Alckmin vai somar votos peemedebistas na região.

CONCENTRAÇÃO Embora esteja desenvolvendo sua campanha no Nordeste, Alckmin resolveu se concentrar também no Sul e Sudeste do país. Nessas duas regiões Alckmin está bem situado nos levantamentos e seu medo é que Lula avance no eleitorado que ainda está em dúvida em quem votar.

SUDESTE A ordem no tucanato é não deixar Lula crescer em São Paulo e Minas, 2 redutos em que os candidatos do PSDB a governador estão liderando as pesquisas com folga. Em São Paulo, com José Serra; e, em Minas, com Aécio Neves.

Lula tem vencido as eleições no Estado. Mas, Alckmin acha que pode ser ajudado por Anthony Garotinho (PMDB). Só que uma pesquisa feita pelo Instituto GPP revelou que Lula herdaria a maior fatia de votos do ex-governador.

CHAPA Está em curso um movimento para fazer de José Alencar o vice de Lula pela segunda vez, mas com a condição de que o empresário mineiro se filie ao PMDB em 2007. Atualmente, Alencar está filiado ao minúsculo PRB. Seria a forma do PT atrair o apoio de uma ala do PMDB.

O CASO CIRO Outro nome forte apontado para a vice de Lula é o de Ciro Gomes. O exministro seria indicado pelo PSB, partido que vai se coligar com o PT. Lula gosta da forma agressiva de Ciro fazer política. Ciro ficaria encarregado de bater duro nos adversários, sobretudo em Alckmin.

DESEMPENHO Mas, existe uma movimentação no PSB para transformar Ciro Gomes em candidato a deputado federal. Além de ajudar o partido a eleger uma bancada mais numerosa para a Câmara dos Deputados, Ciro seria fator determinante para auxiliar o PSB a romper a cláusula de barreira, para o partido não perder o registro no TSE.

ACORDO

FENÔMENO Apesar do governador Aécio Neves ter mais de 70% de índice de intenção de voto como candidato à reeleição, Alckmin está perdendo a eleição para Lula em Minas. O petista está repetindo o mesmo comportamento de 2002, quando derrotou José Serra no Estado embora o vitorioso para o governo do Estado fosse Aécio Neves.

MAR DE VOTOS Alckmin desconfia que Lula pode crescer em São Paulo em função da campanha de Aloizio Mercadante a governador. Hoje, Alckmin está na frente de Lula entre eleitores paulistas. O Estado de São Paulo tem um colégio aproximado de 25 milhões de eleitores.

IMBRÓGLIO O Rio é um fator de preocupação do tucano.

Está praticamente decidido que o PPS vai fechar com Geraldo Alckmin, já no 1º turno. É provável que o deputado Roberto Freire anuncie o apoio ao candidato tucano na reunião de hoje da cúpula do PPS. O PPS deve indicar representantes no Conselho Político que vai comandar a campanha de Alckmin.

CANDIDATURAS O Psol e o PDT vão consolidar em convenção os lançamentos de seus candidatos ao Palácio do Planalto. São eles Heloísa Helena pelo Psol e Cristovam Buarque pelo PDT. As duas candidaturas são do agrado de Alckmin, porque devem ajudar a levar a decisão da eleição para o 2º turno.

SEPARADOS Embora os dois partidos marchem juntos nas eleições majoritárias de governador e presidente, o PSDB está rejeitando a idéia de se coligar também com o PFL nas eleições proporcionais (deputado estadual e federal), em São Paulo. Os tucanos acham que podem perder algumas cadeiras na duas casas legislativas.


quinta-feira, 1 de junho de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ROMERO JUCÁ (PMDB) ASSUME CARGO DE LÍDER NO SENADO

Também gostaria de ter um vice do PMDB. A possibilidade de aliança no Estado depende de um projeto nacional. Senador Aloisio Mercadante

LULA E MERCADANTE OFERECEM AO PMDB VAGAS DE VICE NAS CHAPAS PARA A PRESIDÊNCIA E O GOVERNO DE SP Adriano Machado/AE

PT CONVIDA. QUÉRCIA DIZ QUE VAI PENSAR.

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a coligação de partidos pretendida para as próximas eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu ontem ao PMDB a vaga para disputar a vice-presidência na chapa petista. O convite foi feito ao presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia, com quem Lula se encontrou no Palácio do Planalto. Da reunião participaram também o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloisio Mercadante, e o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. "O presidente colocou para mim a intenção de fazer uma aliança com o PMDB, tendo o vice-presidente do partido ainda no primeiro turno", disse Quércia após a reunião. Quando o peemedebista deixou o Planalto, assessores do presidente não escondiam um clima de comemoração. "O que aconteceu hoje aqui foi muito importante para a sucessão", resumiu um assessor direto de

Lula. "Podemos ter grandes mudanças." Ao assumir a conversa com Quércia e colocar-se no centro das negociações, Lula deixou claro que o acordo com o PMDB não é uma idéia qualquer, mas é sua estratégia para conquistar a reeleição. Apoio – O apoio do PMDB é disputado tanto pelo PT quanto pelo PSDB, uma vez que a legenda têm presença em todo o País, além de deter a maioria de parlamentares tanto na Câmara quanto no Senado. No início deste mês, Tarso fez o mesmo convite ao presidente nacional da legenda, deputado Michel Temer (SP), durante encontro na Câmara dos Deputados. O problema é que o PMDB se mostra bem menos empolgado com o convite. Lula ouviu do peemedebista que as possíveis alianças do partido vão depender de uma definição da legenda sobre o lançamento de candidatura própria, possibilidade que vem sendo alvo de atritos na legenda. Quércia é da ala que

Aloisio Mercadante, Orestes Quércia e presidente Lula, em reunião para discutir possível coalizão.

defende a candidatura própria para a presidência. O senador Pedro Simon (RS) pleiteia representar o partido na eleição, tendo como vice o ex-governador do Rio Antho-

considerando que a vaga para disputa ao Senado foi assegurada ao senador Eduardo Suplicy (PT) e que a de vice-governador na chapa petista não interessa ao partido.

Temos de levar em conta, à medida que ele (Lula) oferece a vice-presidência, que é um candidato em condições de ganhar a eleição. Evidentemente, que há interesse político do PMDB em avaliar essa questão com muita simpatia. Orestes Quércia, presidente do PMDB paulista ny Garotinho, que já tentou ele próprio emplacar seu nome para para presidente. Oferta – Em São Paulo, Quércia explicou que, sem a união nacional, o PT não tem nada a oferecer ao PMDB no Estado,

Segundo o peemedebista, no plano do PMDB está, em primeiro lugar, o lançamento de candidato ao governo do Estado. Em segundo, uma aliança com o pré-candidato do PSDB, José Serra. Neste caso, o partido

disputaria uma vaga na chapa ao Senado. Em último lugar, está a aliança com o PT estadual. Avaliação – Quércia saiu com o compromisso de levar as propostas para serem discutidas no partido. "Temos de levar em conta (a proposta), à medida que ele oferece a vice-presidência, que é um candidato em condições de ganhar a eleição. Evidentemente, que há interesse político do PMDB em avaliar essa questão com muita simpatia", disse. Segundo Mercadante, seu desejo também é fazer uma aliança no governo paulista. "Também gostaria de ter um vice do PMDB. A possibilidade de aliança no Estado depende de um projeto nacional."

Questionado se Lula tratou da possibilidade de o PMDB encampar o nome do atual vice, José Alencar, para a vice na chapa de Lula, Mercadante disse que não se tratou de nomes na reunião. Ele ressaltou, porém, que o PT abrirá mão, em São Paulo, do nome de Eduardo Suplicy para a candidatura ao Senado favor de um nome do PMDB. "Não patrocinaremos mudanças. O candidato do PT é o Suplicy", disse. Coalização – A coalizão PTPMDB facilitaria as negociações políticas num eventual segundo mandato de Lula, principalmente no Congresso, onde o governo enfrentou dificuldades para aprovar projetos de seu interesse. "A participação do PMDB (neste mandato) foi importante mas não foi partidária, coesa, voluntária", queixou-se Mercadante. E os agrados ao PMDB já começaram. O governo confirmou o nome do senador Romero Jucá (PMDB-RR) no cargo de líder no Senado, no lugar de Mercadante. A bancada do PT mostrou ciúmes, mas Lula não se importou. Depois de assumir a liderança, Jucá disse que o PMDB não deve ter candidato próprio à presidência nem participar formalmente de uma coalizão para poder ter mais liberdade nas alianças estaduais. Segundo ele, a candidatura do senador Pedro Simon (RS) não vai prosperar. " A posição do PMDB é não ter candidatura própria para não ter amarras. A liberdade do PMDB nos estados é mais interessante." (Agências)


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Tr i b u t o s Finanças Empreendedores Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Por trabalhar no início da informática, sentia na pele o despreparo dos programadores. Luiz Carlos Campos, sócio da S.O.S Computadores

RETORNO DO INVESTIMENTO LEVA 18 MESES

DO OBSOLETO À MODERNA INFORMÁTICA Um ex-funcionário de uma fabricante de máquinas de escrever montou escola de computação e viu seu negócio se expandir por todo País. Atualmente, a S.O.S Computadores tem 125 unidades.

I

LETREIRO

Q

uando um dos sócios de Luiz Carlos Campos sugeriu o nome S.O.S Computadores, a reação foi de riso. "Todos acharam graça, mas memorizaram com rapidez", lembra. "Além disso, o mercado estava realmente na U.T.I., pois não havia muitos profissionais de informática especializados." Agora, o nome deve mudar para S.O.S Educação Profissional. (AND)

A

SEGREDO máxima "devagar se vai ao longe" resume bem a trajetória firme da S.O.S Computadores. "Isso não significa que o empreendedor não deva arriscar. Apenas que ele precisa saber o momento certo de agir", aconselha Luiz Carlos Campos, sócio da empresa. Além disso, dedicação e investimento tecnológico são imprescindíveis. (AND)

nício dos anos 80. A máquina de datilografar começava a se tornar obsoleta frente aos computadores que entravam no mercado. Programas como Basic 1, 2, 3 e DOS, com direito a tela de "fósforo verde", invadiam as empresas. Atento a essa mudança, o então gerente de marketing da Prológica, Luiz Carlos Izzo de Arruda Campos, que já tinha no currículo 20 anos de Olivetti, aproveitou sua experiência na área de máquinas de datilografia para fundar em sociedade a primeira escola de informática de São Paulo: a S.O.S. Computadores. "Por trabalhar no início da informática, sentia na pele o despreparo dos programadores", lembra Campos. O que ele não sabia é que, 23 anos depois, seu simples empreendimento se tornaria um império de 125 unidades em 17 estados brasileiros. Éramos cinco A sociedade começou com quatro especialistas em software e um da área de marketing. "Com tantos sócios, dividimos as tarefas. Três cuidavam do treinamento, um do desenvolvimento e outro das vendas", explica. O sucesso veio aos poucos. "Lento, mas com passos firmes, consciente", ressalta Campos. Apesar da cautela, as dificuldades de retorno de ca-

Luludi/Ag. Luz

pital no começo da empresa fizeram seus sócios ficarem pelo caminho. Quase simultaneamente, o empresário Palmiro Ramos Filippini Júnior, que já tinha assumido uma franquia da escola, propôs uma sociedade. "Fizemos a divisão: 50% para cada um", diz Campos. Com a entrada do novo sócio, a empresa passou por mudanças organizacionais. Uma das principais foi a inserção de políticas de apoio aos franqueados. Explica-se: "Antigamente, ao vender uma franquia, conhecíamos o ponto da escola e nunca mais voltávamos para ver o desenvolvimento do trabalho. Agora, supervisionamos todas as unidades", conta Campos. Apenas em Fortaleza (CE), existem cinco franquias da S.O.S Computadores. "Contratamos um gerente regional em Recife que supervisiona todo o Norte e Nordeste, e garante a qualidade do ensino e não apenas a comercialização dos cursos", diz o empresário. Essa, aliás, é uma das maiores preocupações dos proprietários. "Há muita gente por aí que vende o curso e depois se esquece do aluno. Investimos no pós-venda tanto quanto no treinamento dos professores e na qualidade e na boa apresentação dos materiais didáticos", diz Campos. Concorrência "Todo crediário que tira dinheiro do nosso aluno é um concorrente", analisa o proprietário. Diretamente, no entanto, há quatro empresas concorrentes. "Esse é um mercado bastante complicado. A rentabilidade

EMPREENDEDORES Campos em uma das salas de ensino: há escolas que ainda trabalham com mais de um aluno por micro

das empresas caiu muito, mas continua valendo a pena." O faturamento do ano passado comprova: R$ 83 milhões, com projeção de aumento de 12% para 2006. "Há 15 anos, o retorno do investimento vinha no máximo em quatro meses. Agora, ocorre por volta de 18 meses. O cenário mudou muito em função da facilidade de se comprar e ter computadores nos lares", afirma o empreendedor. Tempos outros, é verdade. "Para se ter idéia, no início colocávamos PCs usados para os alunos porque era impraticável adquirir equipamentos novos para dar aulas. Atualmente, o custo das máquinas baixou tanto que nem dá para cogitar uma situação dessas",

acrescenta o empresário. Da mesma forma que não dá para imaginar mais de um aluno por micro. "O pior é que ainda existe quem exponha o aluno a essa triste condição", lamenta Campos. Para manter sua credibilidade no mercado, a S.O.S Computadores traça minuciosas estatísticas. "Assim descobri-

mos que a maior parte dos alunos nos procura por indicação de ex-alunos", comemora o empresário. É o marketing viral, conhecido popularmente como "boca-a-boca", cumprindo o seu papel. Isso explica, certamente, os planos da empresa de abrir mais 30 unidades até o final deste ano. Ana Laura Diniz

PEDRA

O

maior desafio da S.O.S é manter a coesão e o espírito de equipe em todas as unidades. "Diariamente, aparecem obstáculos, e precisamos vencê-los. Afinal, se uma unidade não desenvolve bem o trabalho, o

abalo será sentido pelo resto da cadeia", diz Luiz Campos, sócio da rede de escolas. Por isso, a empresa investe forte na área de relacionamento e age como os três mosqueteiros: "Um por todos e todos por um". (AND)


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quinta-feira, 1 de junho de 2006

1 Mais lances do movimento De Olho no Imposto na página 10.

José Paulo Lacerda

Partindo de São Paulo, o caminhão com as 35 caixas contendo 1,564 milhão de assinaturas do movimento De Olho no Imposto estaciona próximo ao Congresso Nacional, em Brasília

ABAIXO-ASSINADO PELA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA JÁ ESTÁ NO SENADO. AGORA SÓ FALTA VIRAR LEI.

DE OLHO NO CONGRESSO R

Afif e representantes de entidades que apoiaram a campanha sobem a rampa do Congresso Carlos Humberto/Ag. Pixel

Uma carreata marca a entrega das assinaturas

Élvio Aliprandi e outros empresários embarcam em SP

Faixas pela transparência tributária tomam ruas de Brasília

F

ogos, carreata com mais de 300 veículos, cerca de 400 representantes de entidades de empresários e trabalhadores tomaram ontem as ruas de Brasília com as faixas do De Olho no Imposto. Boa parte deles chegou da capital e de várias cidades do interior de São Paulo, no vôo especial 9150, da TAM, para se juntar a outros participantes vindos dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. A Associação Comercial do Distrito Federal garantiu a carreata e os carros de som. Já na chegada ao aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, o comandante Meirelles desfraldou uma bandeira do De Olho no Imposto pela sua janela. Mais que isso, tanto ele como a aeromoça repetiram slogans do movimento dese-

jando "sucesso na empreitada aqui em Brasília". A fala foi aplaudida pelos passageiros, a maioria líderes que acompanharam o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, na subida da rampa do Congresso Nacional com as 35 caixas contendo as 1,564 milhão de assinaturas da campanha. O presidente da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB), Alencar Burti, e o ex-presidente da ACSP Élvio Aliprandi disseram que o projeto terá uma enorme importância para o processo de aprimoramento da cidadania no País. "A Associação Comercial mostrou que está buscando, de forma responsável, o bem da coletividade", afirmou Burti. O presidente do Sescon, Antônio Maran-

gon, acrescentou que "aqui em Brasília será a apoteose do De Olho no Imposto, restando agora aos políticos cumprirem seu papel de votar". Os vice-prefeitos de Mogi das Cruzes e Campinas, Marco Aurélio Bertaiolli e Guilherme Campos, respectivamente, observaram que a entrega das assinaturas ocorreu no momento exato. "O Congresso está disposto a ouvir a sociedade", enfatizou Bertaiolli. O presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS), Luigi Nese, acredita que a necessidade dos políticos de se aproximarem da sociedade "vai acelerar a votação no Congresso". Os vicepresidentes da ACSP Walmir Madázio e Roberto Mateus Ordine acreditam na aprovação da proposta antes do final deste ano legislativo. (SLR)

e p re s e n t a n t e s d e mais de 400 entidades de empresários e trabalhadores subiram a rampa do Congresso Nacional ontem, levando 1,564 milhão de assinaturas colhidas pelo movimento De Olho no Imposto. O material foi entregue ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), que prometeu dar "tramitação rapidíssima" ao projeto popular para regulamentar o artigo 5º do parágrafo 150 da Constituição Federal, que pede transparência tributária no Brasil. Calheiros recebeu as 35 caixas contendo as assinaturas diretamente das mãos do presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, no Salão Negro do Congresso. Ele deixou claro que o projeto deve ser apresentado pelo Senado, onde a pauta está menos obstruída, e já conta com a simpatia dos líderes de bancada, "por ser uma importante ação pedagógica de cidadania para o País". O presidente do Senado garantiu que o ano eleitoral não vai atrapalhar o andamento do projeto, que deverá se juntar a outros semelhantes já existentes, como o do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). "Por ser um projeto importante para todo cidadão poder exigir clareza no uso dos recursos do Estado, não pode ser partidarizado", enfatizou. "Ao contrário, todos queremos saber como é usado nosso dinheiro", resu-

miu Renan Calheiros. Recepção – Quando as caixas com as assinaturas chegaram ao Congresso, uma comissão de peso aguardava o presidente da ACSP e representantes de entidades como o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon), Associação Médica Brasileira (AMB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Força Sindical. Os senadores Jorge Bornhausen, presidente nacional do PFL, Agripino Maia (líder do PFL) e os deputados federais Rodrigo Maia (líder do PFL na Câmara) e Alberto Fraga (PFL), entre outros, saudaram Afif. Jorge Bornhausen adiantou que o PFL está integralmente solidário "à sociedade brasileira, que quer a transparência nos impostos". "Esperamos que o governo dê prioridade ao pensamento de menos impostos e mais empregos", completou. "Vocês estão fazendo história hoje (ontem)" , disse Agripino Maia. Segundo o líder do PFL no Senado, o projeto de transparência tributária "é de conscientização nacional, pela sua capacidade de aumentar a vigilância da população sobre o uso do dinheiro arrecadado com os impostos". No embalo dos apoios, o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna, foi direto ao assunto: "Contem com o apoio das bancadas do nosso partido na Câmara e no Senado, pois esse é um projeto que interessa a to-

do cidadão brasileiro". Para Suassuna, a transparência tributária é o único caminho para acabar com o "sócio oculto", que "pega o dinheiro que quer e só dá o que ele quer". União – Guilherme Afif enfatizou que o movimento que resultou em 1,564 milhão de assinaturas foi fruto de uma mobilização de centenas de entidades, que reúnem empreendedores de todos os setores, profissionais liberais e trabalhadores. "Nos unimos para derrubar a MP 232 (que aumentava impostos para o setor de serviços), para dizer um basta a nessa história de passar todas as contas para a sociedade pagar", disse Afif para os líderes do Congresso Nacional. O presidente da ACSP lembrou que o De Olho no Imposto expressa um desejo da sociedade. "Por isso estamos aqui, para que esta Casa, que representa a sociedade, vá ao encontro de suas reais aspirações", afirmou. Para ele, neste momento o Senado é o caminho que pode "apressar" a tramitação desse projeto, "que tem um forte caráter cívico e educativo". O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, destacou o esforço dos sindicatos de trabalhadores na coleta de assinaturas e o 1º de maio deste ano, todo dedicado ao De Olho no Imposto. "Não podemos deixar que se faça uma reforma tributária de cabeça para baixo", concluiu. Sergio Leopoldo Rodrigues


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de junho de 2006

TURISMO - 3

Arquivo/Agência O Globo

Cartão-postal de Belém, o maior mercado ao ar livre da América Latina está em atividade desde o século 17

Robson Fernandjes/AE

Mercado Ver-o-Peso exibe as cores e sabores do Pará Fotos: Maurício de Paiva

T

ão característicos de Belém quanto a chuva de todos os dias é o Mercado Ver-o-Peso. O maior mercado ao ar livre da América Latina, em atividade desde o início do século 17, começa suas atividades já de madrugada, com a chegada dos barcos que vêm carregados de mercadorias. Quando fundado, era uma espécie de posto de controle de mercadorias que os portugueses batizaram de "haver o peso" e servia para conferir o peso de produtos como o açúcar, considerado moeda corrente em tempos coloniais. Mais tarde foi erguido o mercado de peixe, construído na Europa, em módulos de ferro que vieram de navio e montados na beira do Rio Guajará. A seu lado, o mercado de carne, também em ferro, e a feira propriamente dita. Cestos, frutas, especiarias: um lugar onde, mais do que comprar, se vê a cara da cultura popular de Belém. Tudo se espalha pelas 2 mil barraquinhas, onde também são encontradas as famosas garrafadas, que as "curandeiras" paraenses preparam com todo tipo de ervas, para todo o tipo de infortúnio. Nos vidrinhos de conteúdo colorido, os rótulos exibem os nomes esclarecedores: "Só Deus pode comigo", "Abre caminho para a felicidade", "Verdadeiro banho para olho grande", "Faz querer quem não me quer", "Hei de vencer"... Impotência sexual, frigidez, falta de marido, falência, proteção

Cenas do desembarque de mercadorias: barcos chegam de madrugada. Peixes, cestos, frutas... Mais do que comprar, o turista tem a chance de ver a cara da cultura popular. São 2 mil barracas

contra mal olhado, além de doenças das mais variadas fazem parte dos benefícios prometidos. E os banhos de cheiro, preparados com plantas aromáticas tão tradicionais no Pará. Iguarias – Mas, talvez, o produto mais celebrado do mercado e do Estado seja o açaí. Antes que amanheça os barcos já estão descarregando os pa-

neiros – cestos de fibra lotados com a frutinha escura, que vai tingindo as mãos dos trabalhadores com sua cor arroxeada. Vindo de vilarejos às vezes distantes, o açaí é corretamente divulgado como "Açaí do Pará". Não é para menos, o Estado é responsável por mais de 90 % do total vendido no Brasil. Rico em vitaminas, minerais

e fibra, o açaí ganha cada vez mais espaço em lanchonetes pelo resto do País. Mas, se em São Paulo e no Rio ele chega congelado e é servido com granola e xarope de guaraná, alimento de jovens que querem energia, lá ele pode fazer parte de qualquer refeição à mesa. Batido na hora, o açaí pode vir acompanhado de peixe, carne ou camarão, como se fosse o feijão do mineiro. Ou na versão mais simples, apenas açúcar. O que nunca pode faltar para acompanhá-lo é a farinha, de preferência de tapioca. Mas que se registre: para o paraense que se preze, ele é um prato indispensável e, para os paladares mais finos, uma verdadeira iguaria. Aliás, iguaria é termo que se aplica muito bem com relação ao Ver-o-Peso (tamanha sua multiplicidade, características de quem está às portas da Amazônia) e à culinária paraense, rica em sabores exóticos, inspirados na tradição indígena bem casada com hábitos portugueses. Um dos pratos mais falados é o tacacá. Espécie de caldo, é preparado com goma de mandioca, camarões secos e jambu. E é esta folhinha ardida, que provoca dormência nos lábios, que tanto diferencia o sabor do tacacá. Não falta no pato no tucupi, outro prato famoso. Já a maniçoba é à base de folhas de mandioca brava, cozidas por uma semana para tirar o veneno, acrescida de partes do porco, como a feijoada. (M.C.)

RAIO X COMO CHEGAR As empresas aéreas G ol ( te ls. 11/2125-3200 e 0300/7892121, www.voegol.com.br), TAM (tel. 11/4002-5700, www.tam.com.br) e Va r i g ( t e l . 1 1 / 4 0 0 3 - 7 0 0 0 , www.varig.com.br) têm vôos diários para Belém partindo de São Paulo. Ida-e-volta a partir de R$ 797 (Gol), R$ 798 (TAM) e R$ 1.440 ( Varig). ONDE DORMIR Hotel Hilton de Belém: Av. Presidente Vargas, 882. Reservas pelo tel. (91) 4006-7000. Único cinco-estrelas da cidade, está localizado na frente da Praça da República, onde fica o Teatro da Paz. Diárias para casal, com café da manhã, a partir de R$ 285. Hotel Beira Rio: Av. Bernardo Sayão, 4.804. Reservas pelo tel. (91) 4008-9000. Como diz o nome, sua principal atração é a bela vista para o rio. Boa dica para quem quer conforto, mas não exige muita sofisticação nem quer pagar muito. Diária para casal, com café da manhã, a partir de R$ 89.

ONDE COMER Estação das Docas: Boulevard Castilho França, s/nº. Além das atrações culturais, funciona como pólo gastronômico, com diversos restaurantes e choperias, como a Amazon Beer, que leva a fama de servir o melhor chope da cidade. Boa opção para quem quer experimentar a cozinha regional ou apenas tomar um aperitivo de frente para o rio. Lá em Casa: Av. Gov. José Malcher, 247, tel. (91) 3242-4222 (há também uma filial na Estação das Docas, com bufê no almoço). O chef Paulo Martins é famoso por incentivar o uso de produtos tradicionais do Norte na alta gastronomia. Em seu restaurante, que existe há mais de 30 anos, pratos da culinária regional com qualidade internacional.

C a r va l h o ' s : Tr a v e s s a d o Cruzeiro, 364, Icoaraci, tel. (91) 32270065. Ser ve peixes, crustáceos e paella. Cairu: Travessa Catorze de Março, 1.570, Nazaré. Indispensável uma visita a esta sorveteria, que serve sabores exclusivos, como sorvete de pavê de cupuaçu e de açaí com tapioca. Além da matriz, existem vários quiosques pela cidade. PACOTES Quem leva: a B eeline (tel. 11/ 3171-1544, www.beeline.com.br), a Fre eway ( tel . 1 1/ 5 0 88 - 0 99 9 , www.freeway.tur.br), e a C VC (www.cvc.com.br). ONDE COMPRAR É difícil ir a Belém e voltar sem um souvenir. Objetos de cesta-

ria, cuias e artesanato indígena são boas opções. Bons preços no Mercado Ver-o Peso e nas lojinhas que se espalham pela Avenida Presidente Vargas. Mas o melhor, sem dúvida, é trazer cerâmica. Para encontrá-las, vale uma visita ao distrito de Icoaraci, onde estão as principais oficinas da cidade, como a do Mestre Cardoso e de Anísio Teixeira. FAÇA AS MALAS Clima: faz calor e chove durante todo o ano, sem grandes alterações de temperatura. Mas, entre junho e dezembro, as pancadas de chuva são mais freqüentes. Quando ir: a alta temporada ocorre entre dezembro e fevereiro e em julho. Em outubro a cidade também fica bastante concorrida por conta da festa religiosa do Círio de Nazaré. Na internet: veja o site oficial da Secretaria de Turismo, www.paratur.gov.br. Outras informações turísticas na Coordenadoria Municipal de Turismo, tel. (91) 242-0900.

Pelos arredores da cidade

E

já que você foi até Belém, pode aproveitar para visitar também os arredores. E o melhor, sem dúvida, é fazer isso de barco. Assim, além do próprio lugar, aproveita-se para ver de perto uma das coisas mais típicas do Estado: a imponência dos rios amazônicos e a lida do paraense com este ecossistema. Antes de embarcar, compre uma rede para se deitar durante o trajeto e curtir calmamente a beleza da paisagem. E se você tiver sorte, poderá avistar um cardume de botos. Um dos lugares mais indicados para uma viagem deste tipo é partir rumo à famosa Ilha de Marajó. Com cinco horas de viagem, se chega ao Porto de Camará e de lá se segue para Joanes, Salvaterra, ou Cachoeira do Arari (onde fica o Museu do Marajó, imperdível para quem quer conhecer um pouco mais da cerâmica arqueológica do povo marajoara. No maior arquipélago fluvio-marítimo do planeta, com 50 mil quilômetros quadrados, não faltam opções para quem gosta de ecoturismo, com passeios por belas praias, caminhadas e visitas a igarapés . Mas talvez o mais interessante seja se hospedar num hotel-fazenda e acompanhar o dia-a-dia numa propriedade tradicional e participar de atividades como a tocagem e a ordenha de búfalos, afinal, é em Marajó que está o maior rebanho bufalino do País: algo em torno de 600 mil animais. Apesar do tamanho e da força inegável, trata-se de um animal dócil e não há turista que resista à idéia de levar de recordação uma foto montado em um deles. Próximas à capital também estão algumas praias bastante visitadas pelos próprios moradores de Belém, como Mosqueiro, Outeiro e Cotijuba. São passeios para se fazer num único dia ou estender por mais tempo. (M.C.)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

ATAS

quinta-feira, 1 de junho de 2006

COMUNICADOS OFFICE COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA-ME, inscrita no CNPJ nº 04.194.704/0001-01 e Inscrição Estadual nº 206.178.355.112, declara que foram extraviados os talões de Notas Fiscais Modelo 01 de número 051 a 250. (1, 2 e 5/06/2006) TELECOM NET S/A LOGÍSTICA DIGITAL, estabelecida à Praça Alpha Centauro, 54, Conj. 03 - Ed Center - Centro Com. Apoio II - Santana de Parnaíba - SP, inscrita no CNPJ sob n º 03.282.579/000110 e no Estado sob nº 623.082.471.110, comunica o extravio das N.Fiscais mod.1 nºs 2661, 2700, 2728, as N.Fiscais mod. 1 nºs 3184, 3186, 3187, 3188, 3189, foram extraviadas somente as 4ªs vias. 30, 31/05 e 01/06

CONVOCAÇÕES

EDITAIS Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo - CODASP CNPJ 61.585.220/0001-19 Pregão (Presencial) Nº 019/2006 Contratação empr. p/ forn. (p/h) máqs. e equips. terrapl. - P. Prudente. Sessão 14.6.06 às 9h., Rodovia Raposo Tavares, Km 564 - P. Prudente. Edital: www.codasp.sp.gov.br. Informações tel. 5077-6586 - Sr. Mário. José Bernardo Ortiz - Presidente.

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 014/2006- FAMESP PROCESSO Nº 438/2006 - FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 01 de junho de 2006 até o dia 14 de junho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680– ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/ pregao.htm, o Edital de Pregão Presencial Nº 014/2006-FAMESP, Processo Nº 438/2006 FAMESP, que tem como objetivo a Aquisição de Centrífuga de Mesa não Refrigerada com Timer e Tacômetro Digitais, Motor de Indução, Velocidade Programável de no mínimo 1200 até 3400 RPM Etc... Conforme Especificações Contidas no Anexo II do Edital. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 19 de junho de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supracitado. Botucatu, 01 de junho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP.

CONVOCAÇÃO Cooperativa Habitacional Nacional - Coop

Edital de Convocação de Assembléia Geral O Diretor Presidente da Cooperativa Habitacional Nacional - Coop, no uso de suas atribuições que lhe confere o artigo 35 inciso I, e em conformidade, com o capítulo quarto do artigo 7º, normas e critérios A e B do estatuto, convoca seus cooperados em dia com suas contribuições estatutárias para uma Assembléia Geral, a realizarse no dia 11/06/2006 (domingo) na Rua Sapetuba s/n esquina com Av. Paris - Balneário Jequitibá - Itanhaém - SP, em primeira convocação, com a presença de 2/3 (dois terços) dos sócios no mínimo, em segunda convocação com metade mais um dos sócios, e em terceira convocação com 10 (dez) sócios no mínimo. § 1 - Será excluído da contagem do quórum estipulado, os componentes da diretoria e os membros do conselho Fiscal. § 2 - Será observado o intervalo de 1 hora entre a realização por uma e outra convocação. Para tratar da seguinte ordem do dia. 1 - cronograma da 5ª lista de antecipação; 2 - Sorteio de unidades habitacionais. Itanhaém - São Paulo. Diretor-Presidente. Narcizo dos Santos Miranda.

EXTRAVIO QUIKSILVER IND. E COM. DE ART. ESP. LTDA - CNPJ.: 07.230.513/0001-38 Rua Solon, 909/969 - CEP.: 01127-010 - Bom Retiro - São Paulo/SP EXTRAVIO DE NFS COMUNICA EXTRAVIO das seguintes NF’s Mod. 1 nºs: 23983; 27524; 27987; 28162; 28670; 28671; 28672; 28673; 28674; 28675; 28676; 28677; 28678; 28679; 28680; 28681; 28682; 28683; 28684; 28685; 28686; 28687; 28688; 28689; 28700; 28701; 28702; 28703; 28704; 28705; 28706; 28707; 28708; 28709; 28710; 28711; 28724; 28725; 28726; 28727; 28728; 28729; 28730; 28731; 28732; 28733; 28734; 28735; 28754; 28755; 28756; 28757; 28758; 28759; 28760; 28761; 28762; 28763; 28764; 28765; 28766; 28767; 28768; 28769; 28770; 28771; 28777; 28778; 28779; 28780; 28781; 28782; 28783; 28784; 28785; 28787; 28788; 28809; 28810; 28811; 28812; 28813; 28814; 28815; 28816; 28817; 28818; 28819; 28820; 28821; 28822; 28823; 28824; 28825; 28826; 28827; 28828; 28829; 28830; 28831; 28832; 28833; 28835; 28837; 28838; 28842; 28843; 28844; 28845; 28846; 28847; 28848; 28849; 28850; 28851; 28852; 28853; 28854; 28861; 28862; 28863; 28864; 28865; 28874; 28875; 28876; 28877; 28878; 28879; 28880; 28881; 28882; 28883; 28884; 28888; 28889; 28890; 28891; 28892; 28893; 28894; 28895; 28954; 31792 todas devidamente preenchidas.

EDITAL GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº30/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2147/5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE MANJAR DE COCO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 23 de junho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº31/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 1806/5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE CREME SABOR DOCE DE LEITE COM FLOCOS DE FRUTA. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 23 de junho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº32/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2151/5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE CREME DE FRUTAS. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 27 de junho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº33/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2144/5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE SOPA CREME DE LEGUMES COM MACARRÃO E FRANGO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 27 de junho de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

Armco do Brasil S.A. CNPJ/MF 71.586.952/0001-87 - NIRE: 35.300.136.764 Atas Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária (Lei 6.404 de 15.12.1976, Art. 131,Parágrafo Único) I - Data, Hora e Local: 26/04/06, às 15h00min, na sede social da empresa em São Paulo- SP. II - Presenças: Totalidade dos acionistas, de votos, se maior “quorum” não for exigido pela Lei ou pelo Estatuto. Parágrafo único: As matérias atinentes à realização das Assembléias (1) Axxus Participações Ltda., pessoa jurídica de direito privado, com sede à Rua Zacarias Alves de Melo, n. 180 - Vila Prudente, São Geral Ordinária e Extraordinária serão pautadas pelos artigos 132 e ss. da seção II, capítulo XI da pela Lei 6404/1976, ou legislação Paulo/SP, CEP: 03153.110, regularmente inscrita no CNPJ/MF n. 05.446.450/0001-26 e registrada perante JUCESP sob o NIRE n. específica e superveniente. Capítulo IV - Administração: Artigo 14º: A companhia será administrada por um Conselho de Administração, 35.217.887.715, neste ato representada pelo Sr. Gilberto Fedi, administrador brasileiro, casado, engenheiro, domiciliado na cidade de São também denominado Conselho Diretivo, pela Presidência e por uma Diretoria. Do Conselho Diretivo: Artigo 15º: O Conselho Diretivo Paulo, estado de São Paulo, na Rua Zacarias Alves de Melo, n. 180, Vila Prudente, portador da cédula de identidade RG n. 4.819.630-SSP/ será composto de no mínimo 03 membros, pessoas naturais, acionistas da sociedade, residentes no país, eleitos em Assembléia Geral, SP e inscrito no CPF/MF sob n. 948.326.848-68 e pelo Sr. Levon Kessadjikian, administrador, brasileiro, casado, engenheiro, domiciliado com mandato de até 03 anos, facultada a sua reeleição. Parágrafo primeiro: A ata da Assembléia Geral que eleger seus membros, deverá na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Rua Zacarias Alves de Melo, n. 180, Vila Prudente, portador da cédula de identidade RG conter a qualificação de cada um dos eleitos, prazo de gestão e observar o devido arquivamento perante a Junta Comercial. Parágrafo n. 3.860.414-SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob n. 538.157.348-00, (2) Aeté Participações S.A., pessoa jurídica regularmente inscrita sob segundo: Os conselheiros serão investidos em seus cargos, mediante assinatura de termo de posse no livro de atas do Conselho de CNPJ/MF n. 06.990.982/0001-92, com sede na Avenida Doutor Francisco Mesquita, n. 1575 – sala 02, registro na JUCESP - NIRE n. Administração, no prazo máximo de 30 dias a contar de sua nomeação. Artigo 16o: O Conselho Diretivo, reunir-se-á, no mínimo a cada 35.300.316.002, neste ato representada por seus administradores, Sr. Levon Kessadjikian, brasileiro, casado, engenheiro, domiciliado na 04 meses ou sempre que os interesses sociais o exigirem, por convocação de qualquer Conselheiro; Parágrafo único: A cada reunião cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Rua Zacarias Alves de Melo, n. 180, Vila Prudente, portador da cédula de identidade RG do Conselho Diretivo será eleito o Presidente, designando-se Secretário para redação de ata e suas deliberações. Artigo 17º: O Conselho n. 3.860.414-SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob n. 538.157.348-00 e Sr. Roberto Gallo, brasileiro, casado, engenheiro, domiciliado na Diretivo para, validamente, deliberar sobre qualquer assunto, deverá reunir pelo menos 2/3 de seus membros, presentes ou representados. cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Rua Zacarias Alves de Melo, n. 180, Vila Prudente, portador da Cédula de Identidade RG Parágrafo primeiro: As reuniões do Conselho serão dirigidas pelo seu Presidente eleito em cada ocasião, entre seus pares, e suas n. 3.945.809-SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob n. 029.219.528-15, verificadas as suas assinaturas no livro de presença, também presentes deliberações serão tomadas por maioria de votos. Parágrafo segundo: Das deliberações do Conselho lavrar-se-á ata em livro próprio os diretores da Armco do Brasil S.A., para prestar eventuais esclarecimentos. III - Composição da Mesa: (1) Axxus Participações S.A., e assinada por todos os membros presentes. Parágrafo terceiro: Qualquer membro do Conselho Diretivo poderá fazer-se representar na pessoa dos Sr. Gilberto Fedi e Sr. Levon Kessadjikian, (2) Aeté Participações S.A., na pessoa dos Sr. Levon Kessadjikian e Sr. Roberto nas reuniões, por qualquer outro membro, mediante indicação feita por carta, telegrama ou tele fax. Parágrafo quarto: Havendo empate Gallo, (3) Diretoria da Armco do Brasil S.A., na figura do diretor presidente, Sr. Paulo Villares Musetti; diretor de finanças e administração, na votação, o Presidente, além do seu voto como membro do Conselho terá o voto de desempate. Artigo 18º: Compete ao Conselho Sr. Narciso Fabri; diretor de operações, Sr. João Bosco Benassi Martinelli; sendo eleito para presidência da assembléia, Sr. Levon Diretivo: 1. Fixar a orientação geral dos negócios da companhia; 2. Eleger e destituir o Presidente e os Diretores da companhia e fixarKessadjikian e por este escolhido para secretariá-lo, Sr. Roberto Gallo. IV - Publicações: (1) O relatório da administração e as lhes as atribuições, observado o que a respeito dispuser o estatuto; 3. Fiscalizar a gestão dos Diretores, examinar, a qualquer tempo, os demonstrações financeiras relativas ao exercício 2005 foram publicadas no Diário Oficial do Estado de São Paulo - Seção Empresarial livros e papéis da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos; 4. de 12/04/06, págs. 09 e 10 e no jornal “O Estado de São Paulo”, edição de 12/04/06, páginas B7 e B8. (2) Os demais avisos aos acionistas, Convocar a assembléia geral quando julgar conveniente, ou nos casos previstos no art. 132; da Lei 6404/76. 5. Manifestar-se sobre o requeridos pelo artigo 133 da Lei n. 6404/1976, consideram-se satisfeitos tendo por base o dispositivo contido no mesmo diploma legal, relatório da administração; 6. Manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto o exigir; 7. Deliberar, quando autorizado parágrafo 4o. do artigo citado. V - Ordem do Dia: (1) Assembléia Geral Ordinária: a) Aprovar o relatório da administração e demonstrações pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de subscrição; 8. Autorizar, observada as normas estritas do estatuto, a alienação financeiras, relativas ao exercício encerrado em 31 de dezembro de 2005; b) Fixar a remuneração global da presidência e diretoria para de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de companhias coligadas, controladas o exercício de 2006; c) Ratificar a discrepância verificada entre o montante da remuneração estabelecida e a efetivamente paga para o ou de terceiros; 9.Escolher e destituir os auditores independentes, se houver; 10. Aprovar a política de desenvolvimento industrial, exercício findo; d) Destinar os lucros do exercício, capitalizar lucros acumulados e distribuir dividendos. (2) Assembléia Geral comercial, financeira e de pessoal, e independentemente de autorização prévia de Assembléia Geral: a) aprovar planos de expansão e Extraordinária: a) Aprovar estudos de viabilidade e medidas futuras objetivando extinção da filial Armco - Centro de Serviços; b) diversificação das atividades social, b) aprovar o orçamento anual, c) aprovar as demonstrações financeiras anuais, semestrais ou Autorizar, desde que cumprido o item “a” em questão, participação na constituição de uma nova companhia, coligada a qual adotará como trimestrais, preparados pelo Presidente, podendo para tal finalidade, solicitar quaisquer informações relativas a tais documentos, 11. denominação social “Armco Centro de Serviços Ltda.”; c) Autorizar a diretoria da sociedade a efetivar o processo de tomada de decisão, Aprovar a aquisição, alienação, licenciamento de marcas e patentes ou processos industriais, Parágrafo Único: Serão arquivadas no assim como, estar à frente de todas as providências para efetivar a participação no capital social da nova empresa, encerramento da filial registro do comércio e publicadas as atas das Reuniões do Conselho Diretivo que contiverem deliberação destinada a produzir efeitos acima mencionada, observadas as rotinas praxe nas esferas legal e administrativa; d) Aumentar o capital social; e) Consolidar o estatuto perante terceiros. Da Diretoria: Artigo 19º: A Diretoria será composta por, no mínimo 02 ou no máximo 05 Diretores, sendo um social. VI - Deliberações Tomadas: (1) Assembléia Geral Ordinária: Os acionistas ora representados, por unanimidade e sem quaisquer Presidente e os demais Diretores com designação especificada em reunião do Conselho Diretivo, acionistas ou não, residentes no país, restrições deliberam: (a) Aprovar o relatório da administração e as demonstrações financeiras, relativas ao exercício encerrado em 31/ eleitos pelo próprio Conselho, cujo prazo de gestão não será superior a 03 anos, sendo facultada a sua reeleição. Artigo 20º: No caso 12/0505; (b) Fixar a remuneração global da presidência e diretoria para o exercício de 2006 em R$ 2.000.000,00; (c) Ratificar a discrepância de vacância ou impedimento de algum cargo da Diretoria, o substituto será eleito pelo Conselho Diretivo, atendidos os requisitos do artigo verificada entre o montante da remuneração estabelecida e a efetivamente paga para o exercício findo; (d) Do total de lucros acumulados 19º supra. Artigo 21º: A representação da Sociedade, em Juízo ou fora dele, ativa ou passivamente, perante terceiros, repartições públicas de R$ 18.752.061,18, os acionistas decidem alocar R$ 11.023.558,63 para aumento de capital social e destinar o valor R$ 7.728.502,55, ou autoridades federais, estaduais ou municipais, bem como autarquias, sociedades de economias mistas e entidades paraestatais referente a dividendos pagos ou propostos em 2005. Neste momento suspendem-se os trabalhos da Assembléia Geral Ordinária e os compete à Diretoria, através do Presidente conjuntamente com um Diretor ou a quaisquer 02 Diretores conjuntamente. Parágrafo único: membros presentes passam a tratar da ordem do dia prevista para: (2) Assembléia Geral Extraordinária: Retomados os trabalhos para Nos limites de suas atribuições e poderes, é facultado aos Diretores constituir mandatários da companhia, devendo ser especificados no a presente AGE, os acionistas assentaram por unanimidade e sem quaisquer restrições: (a) Aprovar estudos de viabilidade econômica instrumento os atos e operações que poderão praticar e a duração do mandato, que no caso de mandato judicial, poderá ser de prazo e caso se confirme interesse, dimensionar as medidas futuras para a extinção da filial Armco do Brasil S.A - Divisão Centro de Serviços, indeterminado. Artigo 22º: A qualquer Diretor, juntamente com o Presidente constituído em conformidade com o presente Estatuto, CNPJMF sob o n. 71.586.952/0003-49, inscrição estadual n. 111.239.915.116, sito na Avenida Francisco Mesquita, n. 1621, CEP: 03153.002, compete: 1. Assinar todos os atos que acarretem responsabilidade para a companhia ou exonerem a responsabilidade de terceiros; 2. Dar bairro de Vila Prudente, São Paulo/SP, por assim entender que esta opção esgotou seus objetivos primordiais. A presente operação será cauções, avais e fianças em operações de interesse da sociedade, bem como em favor de empresas onde esta detenha a maioria do efetuada com base nas disposições da Lei 6.404/76 e dispositivos da Lei n. 10.406 de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil); (b) Os acionistas, capital; 3. Assinar contratos em geral, inclusive empréstimos e termos de responsabilidade; 4. Abrir e encerrar e movimentar contas unanimemente, conforme lhe faculta o artigo 18, item 6, do Estatuto Social vigente, caso se ratifique o previsto na alínea “a” acima, bancárias; 5. Emitir, assinar e endossar duplicatas e letras de câmbio; 6. Assinar contratos de compra e venda de câmbio, exclusivamente autorizam a participação na constituição da empresa coligada Armco Centro de Serviços Ltda., a ser sediada na Avenida Francisco para transferência ou crédito em conta bancária da sociedade; 7. Figurar como depositário fiel em penhoras de natureza judicial; 8. Aprovar Mesquita, n.1621, CEP: 03153.002, bairro de Vila Prudente, São Paulo/SP, com natureza jurídica de sociedade limitada, com destinação a abertura ou fechamento de filiais, agências, escritórios ou representações em qualquer parte do território nacional ou do exterior; 9. de R$ 4.500,00, para integralizar parte do capital social dividido em 4.500 (quatro mil e quinhentos) quotas sociais; (c) Autorizar a Diretoria Aprovar a concessão, pela companhia de garantias, avais, em favor de companhias coligadas, controladas ou de terceiros; Artigo 23º: da Sociedade a praticar os atos concernentes a concluir os estudos e viabilização da extinção da filial e participação em nova sociedade; Os Diretores serão investidos nos seus cargos mediante assinatura do termo de posse no livro de Atas da Diretoria, no prazo de 30 dias (d) Aumentam o capital social em R$ 11.023.558,63, passando de R$ 61.681.441,37 para R$ 72.705.000,00, mantido o número de 3.127.665 seguintes à nomeação; Artigo 24º: A Diretoria reunir-se-á sempre que necessário, mas pelo menos uma vez por mês, sendo presididas ações ordinárias nominativas sem valor nominal, alterando assim o “caput” da cláusula quinta (5a.) do Estatuto Social infra; (e) Reformulam pelo Diretor que for escolhido na ocasião. Artigo 25º: A aprovação de matérias ocorrerá por maioria simples, desde que cumpridas as e consolidam o estatuto social da sociedade, para refletir as deliberações anteriores, o qual passa a vigorar com a seguinte redação abaixo: determinações desse Estatuto. Artigo 26º: Das deliberações da Diretoria, lavrar-se-á ata no livro próprio e nos atos que envolvam Estatuto Social Consolidado: Capítulo I - Denominação, Sede, Objeto, Duração: Artigo 1º: A sociedade tem a denominação de terceiros, ocorrerá o arquivamento na Junta Comercial. Artigo 27º: O ato que caracterizar o desvio de poder implicará em destituição Armco do Brasil S/A, e se rege pelo presente Estatuto Social pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. Artigo 2º: A sociedade do cargo, por decisão do Conselho Diretivo, alcançando a rescisão do liame contratual e reparação dos eventuais prejuízos, perdas e tem sede e foro na Av. Dr. Francisco Mesquita, 1.575, Vila Prudente, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, podendo abrir, manter danos. Artigo 28º: A remuneração do Presidente, dos Diretores e do Conselho Diretivo será fixada pela Assembléia Geral, em montante e encerrar filiais, escritórios, agências ou representações em qualquer outra localidade do país ou do exterior, mediante resolução do global, e será composta de honorários e de uma participação anualmente deliberada pelos acionistas em Assembléia Geral calculada Conselho de Administração, também denominado Conselho Diretivo. Artigo 3º: Os objetivos da sociedade são: a) A laminação de aços sobre o lucro apurado. Parágrafo único: Compete ao Conselho Diretivo, a maneira de distribuir aos membros da administração o planos a frio, tratamento térmico e de superfície com ou sem revestimento de metais não ferrosos, bem como operações correlatas e de referido montante global. Da Presidência: Artigo 29º: O Presidente será eleito pelo Conselho Diretivo, podendo ser acionista ou não, cujo prestação de serviços, por conta própria ou como comissária, consignatária ou representante de empresas nacionais ou estrangeiras. b) prazo de gestão não será superior a 03 anos, sendo facultada a sua reeleição sucessiva. Artigo 30º: Compete ao Presidente: 1. Indicar A prática de quaisquer outras atividades industriais correlatas; c) O comércio interno e internacional de produtos primários, os Diretores e submeter à aprovação do Conselho Diretivo da companhia e fixar-lhes as atribuições, observado o que a respeito dispuser semimanufaturados, manufaturados, de terceiros ou sob encomenda, mediante compra e venda, exportação, importação e intermediação o estatuto; 2. Fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis da companhia, solicitar informações sobre de negócios; d) A participação no capital de outra sociedade ou em empreendimentos de qualquer natureza. Artigo 4º: A sociedade terá contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos; 3. Manifestar-se sobre as contas da diretoria; 4. Manifestar-se prazo de duração por prazo indeterminado. Capítulo II - Capital Social - Ações - Direito de Preferência: Artigo 5º: O capital social previamente sobre atos ou contratos, salvo quando o Estatuto não dispuser de maneira distinta; 5. Elaborar a política de desenvolvimento é de R$ 72.705.000,00 (setenta e dois milhões, setecentos e cinco mil reais), representado por 3.127.665 (três milhões cento e vinte industrial, comercial, financeira e de pessoal, e remeter para autorização prévia do Conselho Diretivo: a) elaborar planos de expansão, e sete mil seiscentos e sessenta e cinco) ações ordinárias nominativas sem valor nominal. Parágrafo primeiro: As ações ordinárias orçamento e diversificação das atividades social; b) elaborar o orçamento anual; c) elaborar as demonstrações financeiras anuais, possuem assegurado o direito de voto nas Assembléias Gerais, atribuindo-se a cada uma um voto nas deliberações. Parágrafo segundo: semestrais ou trimestrais, preparados pelos Diretores, podendo para tal finalidade, solicitar dos Diretores quaisquer informações relativas Terá garantido direito de conversibilidade das ações em ações preferenciais sem direito de voto, na forma do artigo 16 da Lei 6404/76, a tais documentos, 6. Dirigir e orientar as atividades da Diretoria de acordo com os planos previamente aprovados pelo Conselho Diretivo; parágrafo único, desde que asseguradas as seguintes vantagens: a) Prioridade no recebimento de um dividendo mínimo e cumulativo de 7. Aprovar a prática de atos gratuitos em benefício da comunidade de que participe a companhia; Artigo 31º: O Presidente deverá prestar 8% sobre o valor do capital social, e b) Prioridade no recebimento do capital em caso de liquidação da sociedade; Artigo 6º: As ações contas ao Conselho Diretivo a qualquer tempo, conforme convocação. Artigo 32º: O Presidente será investido no seu cargo mediante serão indivisíveis perante a sociedade e serão representadas por cautelas ou títulos múltiplos, assinados por 02 acionistas, ou por um assinatura do termo de posse no livro de Atas da Diretoria, no prazo de 30 dias seguintes à nomeação. Artigo 33º: O ato que caracterizar administrador e um procurador expressamente autorizado para este fim. Artigo 7º: Nos aumentos de capital será respeitado o direito o desvio de poder implicará em destituição do cargo, por decisão do Conselho Diretivo, alcançando a rescisão do liame contratual e proporcional de preferência dos acionistas à sua subscrição, no prazo legal, salvo renúncia expressa da parte. Havendo sobra, os demais reparação dos eventuais prejuízos, perdas e danos. Capítulo V - Conselho Fiscal: Artigo 34º: A Sociedade terá um Conselho Fiscal acionistas terão preferência para a sua subscrição nas respectivas proporções salvo renúncia expressa. Parágrafo primeiro: Os aumentos de 3 membros efetivos e iguais número de suplentes, com as atribuições previstas em lei. Parágrafo primeiro: O Conselho Fiscal de capital da sociedade deverão ser efetuados de acordo com cronograma de investimentos elaborado pelos acionistas e aprovado em somente funcionará nos exercícios sociais em que os acionistas, observadas as prescrições legais, solicitem sua instalação. Parágrafo Assembléia Geral. Parágrafo segundo: Nos aumentos de capital com emissão de novas ações deliberada pela Assembléia Geral, o segundo: A Assembléia Geral perante a qual foi solicitada a instalação do Conselho Fiscal deverá eleger seus componentes e fixar sua preço de subscrição de novas ações deverá ser fixado com base no valor do patrimônio líquido da Sociedade, conforme o balanço apurado remuneração. Artigo 35º: Os membros do Conselho Fiscal serão substituídos, nos seus impedimentos ou faltas, ou no caso de vaga no e auditado no final do exercício que anteceder o exercício em que o aumento de capital é proposto. Parágrafo terceiro: Nos aumentos respectivo cargo, pelo suplente na ordem decrescente de idade. Parágrafo único: O mandato do membro do Conselho Fiscal terminará de capital será respeitado o direito proporcional de preferência dos acionistas à sua subscrição, no prazo legal, salvo renúncia expressa na assembléia geral ordinária que se seguir à sua instalação. Capítulo VI - Exercício Social o - Lucros - Dividendos: Artigo 36º: O da parte. Artigo 8º: Caso algum acionista pretenda, a qualquer título, dispor de suas ações ou de parte delas sob qualquer forma, inclusive exercício social coincidirá com o ano civil e encerrar-se-á em 31 de dezembro de cada ano, data em que será levantado o balanço geral por venda, cessão, conferência ao capital, instituição de fideicomisso, transferência ou qualquer outra forma de alienação, os acionistas e demonstrativo dos resultados do exercício, observadas as disposições legais vigentes. Artigo 37º: Após as deduções legais e participações remanescentes terão direito à preferência na sua aquisição, na proporção do número de ações que possuírem na ocasião. Os direitos previstas em lei, a Assembléia Geral decidirá sobre a distribuição dos lucros. Dos lucros líquidos serão destinadas quotas para constituição daqueles que não desejarem adquirir as ações a que têm direitos serão distribuídos sobre os acionistas remanescentes, interessados em da reserva legal e a importância para a formação de reserva de contingência. O saldo que resultar poderá ser partilhado, no todo ou em adquiri-las, respeitando a proporcionalidade das participações. Parágrafo primeiro: O exercício do direito de preferência regulado no parte, como dividendo, aos acionistas ou ser transferido para o exercício seguinte tudo em conformidade com o que decidir a Assembléia caput deste artigo deverá ser exercido da seguinte forma: a) O acionista que desejar vender, ceder, transferir ou de qualquer forma dispor Geral pelos votos favoráveis de acionistas representando a maioria do capital com direito a voto. Fica estipulado um dividendo mínimo de parte ou o da totalidade de suas ações (o “Ofertante”) e/ou receber uma proposta de terceiros, deverá, obrigatoriamente, observar o obrigatório de 25% sobre o lucro líquido da companhia em cada exercício social. A Assembléia Geral, por outro lado, mediante o exercício do direito de preferência ao oferecer, primeiro, as ações que desejar vender (doravante denominadas “Ações”) aos demais consentimento de todos os acionistas presentes, poderá decidir pela distribuição de um dividendo inferior a 25% ou mesmo retenção de Acionistas, mediante notificação por escrito, observadas as suas respectivas proporções no total das ações do capital social (excluídas todo o lucro. Parágrafo Primeiro: O Conselho Diretivo poderá determinar o levantamento de balanços semestrais, ou a qualquer tempo, as Ações do acionista que deseja dispor), especificando, se for o caso, o nome do proponente, o prazo, as condições de pagamento, a para efeito de apuração de lucros, eventual distribuição de dividendos ou constituição de reservas na forma da lei, cabendo aos acionistas quantidade de Ações ofertadas, bem como todos os demais elementos necessários para a apreciação da oferta. b) O acionista que receber determinar a destinação dos resultados. Parágrafo Segundo: Por deliberação do Conselho Diretivo, a companhia poderá pagar ou a oferta (o “Ofertado”) terá 20 dias, contados da data do recebimento da mesma, para manifestar por escrito, se deseja ou não, adquirir creditar aos seus acionistas, de forma individualizada, juros a título remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do as Ações ofertadas nos termos do item (a) anterior; c) Se a resposta for positiva, Ofertante e Ofertado deverão concluir o negócio no prazo patrimônio líquido e limitados à variação, “pro rata” dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP ou de outra que venha a substituí-la, de 20 dias; d) Caso os Ofertados respondam negativamente ou deixem de responder no prazo determinado no item (b) acima, o Ofertante observadas as disposições legais. Parágrafo Terceiro: A critério do Conselho Diretivo, os juros, de que trata o parágrafo segundo, poderão que manifestou interesse em vender, ceder ou transferir as Ações estará livre para ofertá-las, por preço e condições idênticas àquelas ser pagos mensalmente, bimestralmente, trimestralmente, semestralmente ou anualmente, com base nos lucros existentes apurados em oferecidas às Partes, a terceiros estranhos à sociedade. e) A transferência das Ações deverá ser concluída no prazo máximo de 30 dias, balanço a ser levantado para essa finalidade na ocasião. Capítulo VII - Liquidação e Disposições Gerais: Artigo 38º: A Sociedade se contados a partir do término do prazo estipulado no item (b) acima. f) Cumpridos os termos previstos na alínea “e” acima, não será dissolverá e entrará em liquidação nos casos previstos em lei ou e virtude de decisão dos acionistas em Assembléia Geral, especialmente permitido aos acionistas remanescentes vetar a adesão do adquirente. g) Após o prazo de 30 dias referido neste item (e), se não concluída convocada para tal fim, e respeitando o “quorum” estabelecido no Artigo 13º acima. Parágrafo único: Compete à Assembléia Geral a transferência das Ações ofertadas, o acionista proponente, se ainda desejar dispor das Ações ofertadas, deverá renovar o procedimento estabelecer a forma de liquidação, bem como eleger o liquidante, fixando-lhe a remuneração. Artigo 39º: Os casos omissos neste estabelecido neste artigo. Parágrafo segundo: O direito de preferência para aquisição de ações, conforme descrito neste artigo, será Estatuto serão decididos pelas disposições legais aplicáveis e deliberações da Assembléia Geral. Nada mais havendo a tratar, Sr. mencionado no certificado de ações. Capítulo III - Assembléia Geral: Artigo 9º: A Assembléia Geral reunir-se-á, ordinariamente, nos Presidente encerrou os trabalhos da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária, para lavrar-se a presente ata que, a seguir, após lida 04 primeiros meses após o encerramento do exercício social para os propósitos do artigo 132 da Lei 6404/76, e extraordinariamente, e aprovada na forma sumária, foi assinada por todos os presentes: a: a) Levon Kessadjikian - Presidente do Conselho; b) Sr.Roberto Gallo sempre que os interesses da sociedade o exigirem, mediante convocação do Conselho Diretivo. Parágrafo único: A Assembléia Geral - Conselho; c) Sr. Gilberto Fedi - Conselho; d) Sr. Paulo Villares Musetti - Presidente; e) Sr. Narciso Fabri - Diretor de Finanças e será dirigida por um membro do Conselho Diretivo, eleito pelos acionistas presentes no início da realização de cada Assembléia, o qual Administração e f) Sr. João Bosco Benassi Martinelli - Diretor de Operações. Esta ata confere com a original lavrada em livro próprio. designará um secretário para auxiliá-lo nos trabalhos. Artigo 10º: Nas Assembléias Gerais, os procuradores dos acionistas deverão ser São Paulo, 26 de abril de 2006. Levon Kessadjikian - Presidente, Roberto Gallo - Secretário. Acionistas: Aeté Participações S.A. p.p. Levon acionistas, administradores da sociedade ou advogados, e deverão ser constituídos há pelo menos 1 ano. Artigo 11º: Os acionistas Kessadjikian, Aeté Participações S.A. p.p. Roberto Gallo, Axxus Participações Ltda. p.p. Gilberto Fedi, Axxus Participações Ltda. p.p. representados por procuradores deverão apresentar os respectivos instrumentos revestidos de todas as formalidades legais, podendo a Levon Kessadjikian. Diretoria: Paulo Villares Musetti - Presidente - Armco do Brasil S.A., Narciso Fabri - Diretor de Finanças e Administração administração e os acionistas verificar a autenticidade das procurações outorgadas. Artigo 12º: Será sempre lavrada ata da assembléia e João Bosco Benassi Martinelli - Diretor de Operações. Eduardo Lins - Advogado - OAB/SP n. 122.319. Secretaria da Justiça e Defesa geral realizada, a qual deverá ser arquivada na Junta Comercial. Artigo 13º: As decisões da Assembléia Geral serão tomadas por maioria da Cidadania - JUCESP - certifico o registro sob o n° 147.001/06-7 em 30/05/06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 31 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: Star BKS Ltda. Requerida: Informitel Informática Ltda. - ME - Avenida Fagundes Filho, 252 - conjunto 58 - 2ª Vara de Falências Requerente: Ana Paula de Ribamar Gonzales - Requerido: Thosc Merchandising e Representações Ltda. Avenida Moema, 538 - 2ª Vara de Falências Requerente: Provector Factoring FM Ltda. - Requerida: Nova Jerusalém Comércio de Materiais Elétricos Ltda. Rua Nova Jerusalém, 1.088 - 1ª Vara de Falências Requerente: Fernandez e Fernandez Aparas de Papel Ltda. - Requerida: Papermix Indústria e Comércio Ltda. - Rua D.Pedro Henrique de Orleans e Bragança, 364/376 - 1ª Vara de Falências Requerente: MJG Comércio de Bebidas e Alimentos Ltda. Requerido: Baleares Comércio de Alimentos Ltda. - Rua Lourenço Marques, 10 - 1ª Vara de Falências RECUPERAÇÃO JUDICIAL Requerente: RGT Eletrônica Ltda. - Requerida: RGT Eletrônica Ltda. Rua Ferreira de Oliveira, 150 - 2ª Vara de Falências Requerente: A.G.R. Indústria e Comércio de Sistema Eletrônicos Ltda. - Requerida: A.G.R. Indústria e Comércio de Sistema Eletrônicos Ltda. - Rua Pedro Vaz de Campos, 24 - 2ª Vara de Falências

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Cidades MATARAZZO PREGA

7 A abertura dos calçadões é positiva para o comércio e para as atividades culturais. Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras

Luludi/Luz - 22/6/2005

FIM DOS CALÇADÕES O secretário das Subprefeituras e subprefeito da Sé já determinou a pintura de duas faixas laterais na rua 15 de Novembro, no Centro, liberando a via ao tráfego. Além dos calçadões, Andrea Matarazzo pretende fiscalizar empresas de outdoors e estacionamentos. Milton Mansilha/Luz

Davi Franzon

O

s calçadões do Centro de São Paulo estão com seus dias contados. Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras e subprefeito da Sé, anunciou ontem que ruas como a 15 de Novembro, 24 de Maio, no Centro, e todas as demais vias fechadas à circulação de automóveis serão abertas ao tráfego. No caso da 15 de Novembro, por exemplo, o secretário já determinou a pintura de duas faixas laterais na via – de modo a criar uma espécie de calçada – para permitir o acesso de veículos o mais rápido possível. A decisão foi revelada ontem, durante encontro do secretário com integrantes da Comissão de Política Urbana da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na sede da entidade. Segundo Matarazzo, a abertura dos calçadões só é criticada por quem não freqüenta a região central de São Paulo. Comerciantes e munícipes que trabalham ou transitam todos os dias por essas ruas são favoráveis à abertura. "Os do contra são palpiteiros e não conhecem o funcionamento da região. A abertura é positiva pa-

Alex Ribeiro/DC - 22/09/2005

O secretário Andrea Matarazzo disse ontem, na ACSP, que apenas quem não conhece o Centro fica a favor dos calçadões. Na foto ao alto, a rua 15 de Novembro, que será aberta ao tráfego nos próximos dias. Os outdoors irregulares terão fiscalização intensificada.

ra o comércio e para as atividades culturais realizadas no Centro", afirmou. Segundo Matarazzo, a abertura dos calçadões terá papel decisivo no combate ao comércio ambulante ilegal que prolifera nas ruas da cidade, espe-

cialmente nas áreas de calçadões. Com a passagem dos automóveis, os camelôs não teriam mais onde montar as suas barracas. Além disso, a abertura dos calçadões, explicou o secretário, faz parte do projeto de re-

Rubens Cardia/Folha Imagem

FISCAIS NA CRACOLÂNDIA – A Subprefeitura da Sé realizou ontem, na região da Cracolândia, na Luz, a sexta operação Nova Luz, para fiscalizar bares e restaurantes. Foram lacradas uma padaria e uma lanchonete que não tinham licença para funcionamento ou estavam com documentação irregular. Na foto, fiscal da subprefeitura da Sé confere documentos e lacra o bar da rua dos Gusmões, nº 87.

vitalização da região central, ao lado de outras medidas já em curso, tais como a recuperação das praças da Sé e da República. Matarazzo disse que, no caso da Sé, o rebaixamento dos canteiros permitirá um retorno ao modelo original da praça, abrindo espaços para a circulação de pedestres e ampliando a segurança, já que a visibilidade no interior da praça será bem maior. Outdoors – Além da abertura dos calçadões e da recuperação das praças, Andrea Matarazzo mostrou-se pronto para enfrentar as empresas de outdoors, estacionamentos e estabelecimentos comerciais que não estejam cumprindo as leis municipais. "O abandono da administração anterior resultou nesse descaso. Cada um faz o que bem entende. Ninguém fiscalizava", disse. No caso dos outdoors, o secretário afirmou que 90% das empresas do setor atuam de maneira irregular. Segundo Matarazzo, elas utilizam artifícios tais como alvarás para obras para colocar as propagandas em terrenos. "Conseguimos autorização para entrar na área particular e retirar a propaganda sem autorização do proprietário. Antes você recebia a autorização de retirada, mas era impedido pelo dono do terreno de agir. Ele ganhava com o aluguel, não que-

ria a saída da publicidade". A fiscalização também será mais agressiva com os estacionamentos do Centro. A secretaria das Subprefeituras acredita que mais de 90% deles sejam clandestinos. Seu fechamento, contudo, torna-se praticamente impossível devido a brechas na lei. O dono do estabelecimento é notificado pelo fiscal e paga a multa. Recebe uma segunda multa, depois a terceira. Nesse momento, ele é avisado que seu estabelecimento será fechado. Mas, utilizando uma brecha nas regras de abertura de empresas, ele cria uma nova razão social, o que lhe permite permanecer no local. Para Matarazzo, a abertura de garagens subterrâneas acabará com esses estacionamen-

tos. "Duas estão em planejamento. Uma na região da estação Julio Prestes e outra no largo do Paissandu", informou. Hotéis e restaurantes também estão na mira da Prefeitura. Matarazzo informou que o Hotel Unique, na avenida Brigadeiro Luiz Antonio, já foi notificado sobre sua situação irregular. O empreendimento tem autorização para ser somente um flat, não um hotel, afirmou o secretário. Outra notificação foi enviada aos sócios do Iguatemi Plaza, no Jardim Paulistano, local que abriga o restaurante Leopoldo. O projeto ultrapassou a área de construção permitida pelo zoneamento da região. A regularização exigirá a demolição de três andares do empreendimento.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 1 de junho de 2006

FERIADO Fotos: Divulgação

No Canto da Floresta Othon Resort (à esq.), em Amparo, o pacote sai por R$ 2.120. Em Ubatuba, o Itamambuca Eco Resort (à dir.) aposta no clima zen para o feriado

Para descansar em São Paulo Para aproveitar o Corpus Christi, o último feriado prolongado do semestre, o 'DC Boa Viagem' garimpou 20 opções de hotéis e pousadas dentro do Estado – todas próximas da capital para ninguém ter a desculpa de não viajar. Do litoral à montanha, do sossego à badalação, para casais e para a família inteira, veja as sugestões a seguir Hotel Alpino São Roque: a apenas 58 km de São Paulo, o hotel fica inserido numa área de 100 mil m² , com um bosque de pinheiros e infra-estrutura para toda a família. O pacote de quatro diárias para o Corpus Christi custa a partir de R$ 1.680 por casal, com pensão completa e festa junina. Cortesia para crianças de até quatro anos no mesmo quarto dos pais. Tel. (11) 4784-8411, site www.hotelalpino.com.br. Pousada Barra do Bié: localizada na charmosa Cunha, no Vale do Paraíba, a 250 km da capital, a pousada é uma ótima pedida para os apaixonados. Na cidade, durante o feriado acontece a tradicional Procissão dos Tapetes Coloridos e até 31 de julho a hospedaria ainda promove o II Festival do Pinhão. O pacote de cinco dias custa a partir de R$ 1.056 por casal, com café da manhã incluído. Tel. (12) 3111-1477, site w w w. p o u s a d a b a r r a d obie.com.br. Barra do Piuva Porto Hotel: com pacotes de quatro diárias variando a partir de R$ 1.280 por casal, com café da manhã, o hotel fica na charmosa Ilhabela, em São Sebastião, e

tes de dança. O pacote de três noites por casal custa a partir de R$ 1.770, com pensão completa e bebidas sem álcool. Cortesia para duas crianças até 12 anos no mesmo apartamento dos pais. Tel. 0800/7018181, site www.bourbon.com.br. Canto da Floresta Othon Resort: localizado em Amparo, o charmoso resort esotérico tem pacote de quatro noites a partir de R$ 2.120 por casal, com pensão completa. Te l s . ( 1 1 ) 2 1 7 3 - 5 0 0 1 o u 0800/7250505, site www.othon.com.br. Hotel Casablanca: em Águas de Lindóia, o hotel apostou nas atividades de relax para toda a família, com duas opções: de 15 a 18/6 (a partir de R$ 700 por quarto duplo e pensão completa) ou de

hotel tem pacotes de quatro diárias a partir de R$ 2.530 por casal, com café da manhã. Tel. (12) 3663-7472 www.pousadacheverny.com.br. Eco Resort Avaré: os dois hotéis pertencentes ao complexo, Península e Ibiquá, prometem noites sertanejas e festa juninas, além de atividades ecológicas, como plantio de mudas de plantas nativas da região. Para o feriado, o pacote custa por casal a partir de R$ 1.280, com pensão completa. Tels. (14) 3733-2999 ou 37117 7 7 7 , s i t e s w w w . i b iqua.com.br, www.hpeninsula.com.br ou www.ecoresortavare.com.br. Hotel Estância Barra Bonita: para o feriado o hotel em Barra Bonita, no interior de São Paulo, promete uma grande

O Refúgio Vale dos Veados (ao lado) é opção para os casais. No Beach Hotel (ao lado, abaixo), em Juqueí, o pacote sai a R$ 1.950

(12) 3834-3000, site www.itamambuca.com.br. Maresias Beach Hotel: com pacotes para casal a partir de R$ 930, com café da manhã, o hotel, situado na badalada Praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, fica à beira-mar. Tem ainda serviço de praia, quadra de tênis, campo de futebol society e playground. Tel. (12) 3891-7500, site www.maresiashotel.com.br. Refúgio Ecológico Vale Dos Veados: situado no Parque Nacional da Serra da Bocaina, a pequena hospedaria possui apenas oito acomodações em estilo rústico de fazenda e um restaurante com comida caseira. Para o feriado, o pacote de quatro diárias custa a partir de R$ 1.188 por casal, com pensão completa e direito a sauna a lenha e passeio a cavalo. Tel. (12) 3117-1192, site www.hoteisbocaina.com.br Salvetti Hotel: localizado

Sant'Anna Othon Resort: o elegante spa, localizado em Amparo, interior de São Paulo, oferece pacote de quatro diárias a partir de R$ 2.520 por casal, com pensão completa incluída. Tels. (11) 2173-5001 ou 0800/7250505, site www.othon.com.br. Spa Sorocaba: com pacotes de quatro dias a partir de R$ 1.480 por pessoa em quarto duplo, incluindo acomodação, alimentação, consulta médica, atividades físicas monitoradas e atividades recreativas. Como cortesia, o spa oferece sessões

de profilaxia e escalda-pés. Te l s . ( 1 5 ) 2 1 0 2 - 6 7 0 0 o u 0800/7018878, site www.spasorocaba.com.br. The Royal Palm Plaza: churrasco e a presença do exjogador Careca para comentar os melhores lances da seleção brasileira durante o jogo do domingo dia 18 são as duas surpresas do elegante resort para o feriado. Localizado em Campinas, tem pacotes de no mínimo quatro diárias a partir de R$ 2.660 por casal, com pensão completa. Tels. (19) 37388002 ou 0800/129085, site www.theroyal.com.br. Villa dei Colori: em meio a uma área de mata preservada, em Araraquara, aposta num feriado anti-estresse com atividades como shiatsu, meditação, ioga, caminhas, ofurô e oficinas de pão, artesanato e ikebana. O pacote de 14 a 18/6 custa a partir de R$ 670 por casal, com pensão completa. Tel. (16) 3324-1833, site www.villadeicolori.com.br.

Redes de hotéis no Rio estão de olho no Pan 2007

D Localizado em Boracéia, o Salvetti Hotel (fotos ao lado) oferece quatro diárias a partir de R$ 785 por casal, com café e serviço de praia

possui piscina, sauna e minifitness entre as comodidades de sua infra-estrutura. Tel. (12) 3894-9415, site www.barradopiuva.com.br.

14 a 18/6 (a partir de R$ 760, nas mesmas condições). Tels. (19) 3824-1671 ou 0800/162002, site www.hotelcasablanca.com.br.

Beach Hotel: de frente para a charmosa Praia de Juqueí, no litoral norte do Estado, o hotel – que tem serviço de praia completo – oferece pacotes a partir de R$ 1.950 por casal, com café da manhã incluído. Para as famílias existe a opção de acomodações para quatro pessoas a partir de R$ 2.925, também com café incluído. Tel. (12) 3891-1500, site www.beachhotel.com.br.

Casa Grande Hotel: essa é a opção para aqueles que procuram o agito do Guarujá e o conforto de um cinco-estrelas à beira-mar. A apenas 70 km da capital, na Praia da Enseada, o hotel oferecerá durante o feriado um festival gastronômico e festejos juninos. O pacote de quatro diárias, com café da manhã e jantar incluídos, custa a partir de R$ 2.004 por casal. Crianças até 12 anos no mesmo quarto dos pais não pagam. Te l s . ( 1 3 ) 3 3 8 9 - 4 0 0 0 o u 0800/116562, site www.casagrandehotel.com.br.

Bourbon Atibaia Resort & Convention: essa dica é para quem quer passar a folga bem pertinho de São Paulo, mas com toda infra-estrutura de um resort completo. Para o feriado, o hotel preparou uma semana especial para os aman-

em Boracéia, a primeira praia de São Sebastião, o hotel aposta em um feriado em meio às belezas da Mata Atlântica – com direito a caminhadas e visita a aldeias de índios guaranis. A 141 km de São Paulo, com 90 apartamentos, oferece pacote de quatro diárias para casal a partir de R$ 785, com café da manhã. Tel. (12) 38676 3 1 7 , s i t e w w w. s a l v e t t ipraiahotel.com.br.

Pousada Cheverny: localizada em Capivari, em Campos do Jordão – o badalado point de inverno dos paulistas –, o

festa junina além de piscinas aquecidas e outras atividades na programação. O pacote de 14 a 18/6 por casal sai a partir de R$ 2.480 com pensão completa. Tels. 0800/702400 ou (14) 3604-1400, site www.barrabonita.com.br. Hotel Fonte Colina Verde: com 155 apartamentos, o hotel em São Pedro, a 180 km de São Paulo, tem pacotes a partir de R$ 1.250 por casal com pensão completa (três diárias) ou R$ 1.650, quatro diárias. Com grande área verde e próximo do centro da cidade do Circuito das Águas, oferece programação com atividades da vida no campo, como ordenha de vacas e cavalgada, além de um completo parque aquático. Tel. 0800/131009, site www.hotelcolinaverde.com.br. Itamambuca Eco Resort: os que optarem por este hotel em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, irão receber uma massagem expressa no quarto além de um passeio de caiaque por meia hora. O lugar ainda oferece atividades zen e em meio à Mata Atlântica. Quatro dias saem a partir de R$ 838 por casal com café da manhã incluído. Cortesia para crianças com até 12 anos no mesmo quarto dos pais. Tel.

iversos hotéis fluminenses estão investindo na renovação de seus produtos. Até 2007, empreendimentos tradicionais estarão modernizados e, segundo a ABIH-RJ, a cidade vai ganhar 8.476 novos leitos já de olho nos Jogos Pan-Americanos. O Pan 2007 e a demanda de visitantes que chegarão ao Rio de Janeiro para acompanhar o evento – a Riotur calcula que os jogos atraiam cerca de 800 mil visitantes – é um dos principais motivos de investimentos na melhoria da infraestrutura e de seus serviços nos hotéis. Segundo a Riotur, há 12 hotéis em construção na cidade e na Barra da Tijuca, onde será realizada a maioria dos jogos. OTHON A Rede Othon está iniciando a reforma de seus hotéis na cidade. O investimento de R$ 18 milhões será dividido entre três dos hotéis: o Olinda Othon, o Leme Othon e o Rio Othon Palace, segundo a diretora de Marketing da rede, Letícia Bezerra de Mello. Em junho começam as obras de 100 apartamentos do Rio Othon Palace, carro-chefe do grupo, em Copacabana, e no ano que vem serão outros 100. Também será reativado o Master Floor, com apartamentos diferenciados para o mercado corporativo. Até março do ano que vem o Leme Othon terá reformado 192 apartamentos e, depois, será a vez do lobby e do restaurante do hotel. Já no Olinda Othon terminou a obra de 40 apartamentos e até o fim do ano deve ter finalizado as reformas de outros 60 apartamentos. A idéia para este empreendimento é criar um produto diferenciado no mercado mantendo a ambientação européia, mas modernizando a infra-estrutura e serviços. LUXOR A rede Luxor busca a complementação das obras de ampliação do hotel Luxor Regente, em Copacabana, além da modernização que permitirá o aprimoramento dos serviços prestados já para a época do Pan-Americano. Com 12 andares e 221 apartamentos, o hotel ganhará mais 120 apartamentos até o início de 2007, um investimento de R$ 12 milhões. Nas áreas da piscina, eventos, recepção, restaurante e corredor, os hotéis já contam com a tecnologia da internet sem fio e banda larga. SOFITEL O hotel Sofitel é outro exemplo de empreendimento que investe visando aos Jogos Pan-Americanos. Em maio o hotel iniciou a reforma de metade do prédio, incluindo os quartos e corredores e o restaurante Le Pré Catalan, que ganhará um ar mais contemporâneo. A intenção é alinhar o padrão do empreendimento aos moldes dos mais novos hotéis Sofitel do grupo Accor. A reforma será finalizada em setembro. Durante o período o hotel contará com apenas 165 quartos para comercializar. E durante a baixa estação será iniciada a segunda fase das reformas na outra metade do hotel. A reforma custará R$ 32,5 milhões e já estará pronta para a época do Pan.

CAESAR IPANEMA Outro que está se modernizando é o Caesar Park Rio, em Ipanema. Entre as principais mudanças estão as renovações de infra-estrutura interna do hotel e a reformulação dos 222 apartamentos e banheiros, incluindo mobiliários, lobby, fitness center, business center e a criação do Lounge Vip com serviços diferenciados como, café da manhã privê, acesso à internet grátis, wireless, DVD e atendimento personalizado. Outros projetos estão em andamento no Caesar Park. Todo o hotel está equipado com internet wireless e, em breve também será criado o Kids Club e realizadas reformas nos salões de eventos. WINDSOR O foco dos investimentos da Rede Windsor é o mercado corporativo e no ano que vem será inaugurado o três-estrelas Astúrias Windsor Hotel, no Centro. No fim de 2007 também será inaugurando o Hotel Serrador, no edifício onde nos anos 60 funcionou o hotel com mesmo nome e que rivalizava com o Copacabana Palace. Além disso, a rede vai investir na ampliação do Flórida Hotel, no Flamengo, que ganhará um prédio anexo de dez andares e com 90 apartamentos. As obras já começaram e deverão ser finalizadas até o fim de 2007. Os investimentos? Esses não foram divulgados... PREÇOS Quanto à questão da rede hoteleira instalada para a época dos Jogos Pan-Americanos de 2007, o vice-prefeito da cidade, Otávio Leite, informou que estão sendo tomadas providências para atrair novos empreendimentos para a cidade. "Estamos oferecendo incentivos fiscais para isso. Já está em vigor uma lei que permite uma redução do IPTU na ordem de 40 % inclusive para os novos hotéis, por exemplo", afirma. A hotelaria carioca deverá trabalhar com uma tabela única de tarifas no período dos jogos, segundo informou Otávio Leite. Essa foi uma das sugestões "costuradas" entre a prefeitura do Rio de Janeiro, os hoteleiros, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Ministério do Turismo. O objetivo da ação é evitar que se repita o que ocorreu nas Olimpíadas de Atenas, onde a hotelaria praticou preços bastante altos e movimentou além do que previu. "Essa iniciativa visa a estimular, inclusive, que os próprios brasileiros prestigiem o evento", afirmou Leite. A tabela seria feita em euros e dólares norte-americanos e convertida para uma média em real, de acordo com cada categoria hoteleira. Também estão sendo estudadas outras formas alternativas de hospedagem, como cama e café e até em navios transatlânticos. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


quinta-feira, 1 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

3 A Receita Federal destruiu ontem, em Mauá, mais de 1,1 mil toneladas de mercadorias ilegais, a maior apreensão na história do País.

PREFEITURA E RECEITA CONTRA SONEGAÇÃO

PARCERIA ENTRE RECEITA E SECRETARIA MUNICIPAL DEVE AUMENTAR A ARRECADAÇÃO EM R$ 80 MILHÕES

CONVÊNIO FECHA CERCO A SONEGADOR Newton Santos/Hype

O O secretário de Finanças, Mauro Ricardo da Costa (à frente), e Jorge Rachid, da Receita assinam convênio

PETROBRAS Estatal assume a operação da Shell no Uruguai e a distribuidora de gás de Montevidéu.

PRORROGADA LIMINAR DA VARIG

A

quis ser identificada. O novo prazo levou em conta o leilão da empresa, previsto para segunda-feira, e que poderá solucionar a crise financeira da Varig, A TÉ LOGO

saldando as dívidas com as empresas de leasing. Até o momento, apenas a OceanAir inscreveu-se para acessar os dados da Varig, pagando R$ 60 mil. (Reuters)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Morales reafirma que fará a "Revolução Agrária"

L

Brasil deve ter novo recorde em cana-de-açúcar

L

Justiça de Nova York decidiu conceder mais tempo para a Varig e prorrogou para 13 de junho a vigência da liminar que evita arresto dos aviões da companhia, que venceria ontem. "A liminar foi prorrogada", disse uma fonte da empresa que não

Ó RBITA

IMÓVEIS Contratos de financiamento terão reajuste de 5,88% em junho, segundo Abecip.

Faturamento do varejo cresce 6,3% em abril

cerco aos sonegadores e fraudadores se fecha cada vez mais. Um convênio entre as secretarias da Receita Federal e Municipal de Finanças de São Paulo, que possibilitará a ambas o acesso online às bases de dados econômico-fiscais, foi assinado ontem pelos secretários da Receita, Jorge Rachid, e de Finanças, Mauro Ricardo da Costa. Esse é o primeiro convênio do gênero. Há mais 200 entre todos os estados e alguns municípios, mas que abrangem apenas o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e o Cadastro de Pessoa Física (CPF). Segundo Rachid, o objetivo é aumentar a arrecadação tributária sem aumentar alíquotas nem criar tributos. "Em um momento em que a sociedade cobra o governo em relação à carga tributária, temos que buscar o equilíbrio fiscal", afirmou. O convênio entre os dois fiscos permitirá a troca de informações e ações conjuntas

de fiscalização e cobrança de tributos. O fisco municipal vai ter acesso, por exemplo, aos dados contidos na Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias (Dimob), da Receita. E o órgão federal poderá acessar infor-

Em um momento em que a sociedade cobra o governo em relação à carga tributária, temos que buscar o equilíbrio fiscal Jorge Rachid mações do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), sob responsabilidade da Prefeitura. "Vamos identificar com mais precisão o contribuinte que não cumpre suas obrigações tributárias", disse Rachid.

Se o fisco federal autuar uma empresa com sede na capital, as informações vão para a secretaria municipal e vice-versa. "Não daremos trégua aos fraudadores e sonegadores", afirmou o secretário da Receita. Já Mauro Costa afirmou que a parceria faz parte do trabalho da Prefeitura, que desde o início da gestão do ex-prefeito José Serra tenta ajustar as finanças municipais. Assim como ocorre no governo federal, a administração paulistana adotou a estratégia de ampliar a base de contribuintes sem aumentar as alíquotas nem criar impostos e taxas. Segundo Costa, dez projetos de lei para aperfeiçoar a legislação tributária foram enviados à Câmara de Vereadores e aprovados. Neste mês, serão enviados outros para o Legislativo. Um deles para permitir que o contribuinte participante do Refis municipal ingresse no Programa de Parcelamento de Impostos (PPI). Adriana David

Projeto começa na próxima semana

O

projeto-piloto da nota fiscal eletrônica (NF-e) na cidade de São Paulo terá início na próxima segunda-feira. A data foi anunciada ontem pelo secretário Municipal de Finanças de São Paulo, Mauro Ricardo da Costa. O documento eletrônico vai substituir o de papel emitido pelos prestadores de

serviço para o recolhimento do Imposto sobre Serviços (ISS). Com maior controle sobre o ISS, a estimativa é de que o município aumente em R$ 80 milhões a arrecadação anual. Crédito – A prefeitura pretende estimular a emissão eletrônica, concedendo um crédito, dependendo do valor do ISS a ser pago. Esse crédito po-

derá ser usado para abater, em até 50%, o valor do Imposto sobre Propriedade Territorial e Urbana (IPTU) no próximo ano de imóvel próprio ou de terceiros. Já as pessoas físicas poderão obter um crédito de até 30% do ISS recolhido dos serviços tomados. No caso das pessoas jurídicas, esse crédito será de 10%. (AD)


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Compor tamento Ambiente Saúde Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de junho de 2006

FUMANTES ESTÃO MAIS CONCENTRADOS NO SUL E SUDESTE

Em1989, 32% da população brasileira era de fumantes. Em 2003, o número caiu para 19%.

CIGARRO MATA 10 MIL TODOS OS DIAS Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o tabagismo é a principal causa de mortes que podem ser evitadas. Ontem, no Dia Mundial sem Tabaco, o Ministério da Saúde informou que quem consome de 4 a 10 cigarros por dia tem seis vezes mais chances de contrair câncer do que um não-fumante.

O

ntem, 191 países comemoraram, nadas mais variadas maneiras, o Dia Mundial sem Tabaco. A Organização Mundial da Saúde (OMS), que instituiu este ano o tema Tabaco, mortífero em todas as suas formas e disfarces, divulgou que o tabagismo é a principal causa de mortes que podem ser evitadas no mundo, fazendo 10 mil vítimas todos os dias. Um dos disfarces usados pela indústria, segundo o Ministério da Saúde, é o uso da denominação "light", que nada muda na composição do cigarro. Ela foi usada quando houve uma queda no número de fumantes, que se afastaram do vício em função de pesquisas que confirmavam que o fumo causa câncer, doenças cardíacas e enfisema. Os cigarros light têm apenas os poros do filtro mais fechados, fazendo com que a fumaça chegue em menor quantidade ao organismo. "O tabaco é nocivo em qualquer produto. Os cigarros light ou que apresentam menos substâncias químicas também causam danos à saúde", disse Tânia Cavalcante, chefe da Divisão de Controle de Tabagismo do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Um fumante moderado, afirmou, que consome de 4 a 10 cigarros diários, corre um risco seis vezes maior de contrair câncer do que um não-fumante. No Brasil, houve redução de fumantes nos últimos anos. Em 1989, 32% da população era fumante. Em 2003, 19%. Apesar de as pessoas não consideraram o cachimbo, charuto, narguilé e rapé tão nocivos quanto o cigarro, já que não são tragados, o Ministério da Saúde adverte que eles também fazem mal à saúde. Números – Uma pesquisa realizada pelo Inca aponta que das oito cidades com maior número de fumantes, sete estão nas regiões sul e sudes-

te. Foram entrevistadas 2.393 pessoas, de mais de 15 anos, em 1.070 residências. A pesquisa foi feita em 15 capitais e no Distrito Federal, entre 2002 e 2003. Dos entrevistados, 23,4% eram fumantes so sexo masculino e 20,0% do sexo feminino. A maior incidência do uso regular de cigarros foi encontrada em Porto Alegre (25,2%) e a menor em Aracaju (12,9%). Segundo a pesquisa, as cidades menos populosas e menos industrializadas tiveram menores índices de uso. Em todas as cidades, os homens são os maiores fumantes. Enquanto nas regiões sul e sudeste o percentual de homens foi, em média, 30% maior do que o de mulheres fumantes, nas regiões norte e nordeste, variou de 50% a 100%. Profissionais da área de saúde do País passaram o dia ontem a serviço de ações contra o tabagism o , c o m orientação a pacientes d e h o s p itais e distrib uição de folhet o s . ( A g ê ncias)

REPRESSÃO NA CORÉIA DO NORTE Estudantes norte-coreanos terão de parar de fumar se quiserem completar os estudos Lula Marques/Folha Imagem

E

ntrar em uma universidade na Coréia do Norte vai exigir um requisito a mais dos estudantes: parar de fumar. Durante anos, o país (de regime comunista), organiza campanhas antitabaco. O ditador Kim Jong Il afirma que o fumante é um dos "três maiores tolos do século 21", ao lado dos que não conhecem nada de música ou de computadores. As ações repressivas do governo contra o cigarro agora estão se espalhando para o mundo acadêmico, de acordo com um relatório oficial do país divulgado ontem. A Coréia "está realizando energicamente atividades antitabaco, incluindo medidas para tirar dos fumantes seus direitos de ir à universidade", disse a Agência de Notícias Central da Coréia do Norte, a KCNA . O atual índice de fumantes no país caiu 15% desde 2000, e o governo procura agora provocar uma queda de 30% até 2010. O país criou uma lei de controle do cigarro, impondo uma base legal para campanhas an-

Em Brasília, representantes de entidades antitabagistas fazem manifestação no Dia Mundial sem Tabaco

titabagismo. No entanto, nenhum detalhe adicional da lei foi divulgado ontem pelas agências internacionais. De qualquer forma, apesar da falta de informações por parte do governo comunista, especialistas na Coréia do Sul estimaram ontem que mais de

40% dos 22 milhões de habitantes da Coréia do Norte fumem regularmente, comparados com cerca de 33% no sul. E s f or ç o s – Ontem, no Dia Mundial Sem Tabaco, a Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu aos governos que ampliem esforços para contro-

lar não só o cigarro, mas também o consumo de produtos de tabaco, cujos efeitos nocivos são menos conhecidos entre a população. Em Brasília, antitabagistas fantasiados realizaram uma manifestação em frente ao Congresso Nacional. (Agências)


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quinta-feira, 1 de junho de 2006

Indicadores Econômicos

9

0,32

31/5/2006

por cento foi o fechamento do Ibovespa – principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo – no pregão de ontem.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 29/05/2006 29/05/2006 29/05/2006 29/05/2006 29/05/2006

P.L. do Fundo 5.276.791,00 1.272.719,04 5.571.410,63 2.533.440,85 983.512,74

Valor da Cota Subordinada 1.083,761674 1.023,184894 1.067,185400 1.031,737957 999,370225

% rent.-mês 3,1588 1,8548 3,1218 1,7470 2,9459

% ano 10,9308 2,3185 6,7185 3,1738 -0,0630

Valor da Cota Sênior 0 1.036,768242 1.045,173907 0 0

% rent. - mês 1,1734 1,2785 -

% ano 3,6768 4,5174 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

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quinta-feira, 1 de junho de 2006

GOVERNO E INDÚSTRIA COMEMORAM EXPANSÃO DO PIB

0,5

por cento foi a queda do setor agropecuário no PIB trimestral sobre igual período de 2005.

CONSUMO INTERNO E INDÚSTRIA PUXARAM A EXPANSÃO, QUE CHEGOU A 3,4% SOBRE IGUAL PERÍODO DE 2005

PIB CRESCE 1,4% NO TRIMESTRE Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

A

economia brasileira acelerou no primeiro trimestre de 2006, puxada pela indústria e pela demanda interna, com forte desempenho dos investimentos e continuidade do crescimento do consumo das famílias. O Produto Interno Bruto (PIB), a soma de toda a riqueza do País, cresceu 1,4% de janeiro a março, na comparação com o trimestre anterior, livre de influências sazonais, segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa de crescimento da série, neste tipo de comparação, desde o terceiro trimestre de 2004. Na comparação entre o resultado do primeiro trimestre deste ano e o de 2005, o crescimento do PIB foi de 3,4%. A taxa acumulada de expansão em quatro trimestres até março ficou em 2,4%. Os destaques foram, segundo a gerente de Contas Trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, os investimentos, que cresceram 3,7%, na comparação com o trimestre anterior, e 9%, ante o mesmo trimestre do ano passado; e a indústria, que cresceu 1,1% e 5%, respectivamente. O resultado positivo dependeu do desempenho do mercado interno, já que, pela primeira vez desde o quarto trimestre de 2003, o setor externo deu contribuição negativa para o PIB. No primeiro trimestre de 2006, na comparação com mesmo período de 2005, as importações cresceram 15,9%, e as exportações, 9,3%. Segundo Receba, tanto a

queda na taxa de juros quanto o câmbio influenciaram os resultados do primeiro trimestre. O juro menor incentiva o investimento e o consumo, enquanto o real valorizado possibilita o aumento das importações, inclusive de máquinas e equipamentos para investimento. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, as importações de bens e serviços cresceram 11,6%. Indústria – Rebeca observou que a construção civil, que

5

por cento foi o crescimento da indústria no primeiro trimestre em relação a igual período de 2006, o que puxou a expansão do PIB pesa tanto na indústria quanto no investimento, cresceu 7% em relação ao primeiro trimestre de 2005, influenciada pelo crescimento do crédito direcionado ao setor de habitação (17,2%), pela queda na taxa de juros e pelas obras de infra-estrutura que, normalmente, aumentam em ano de eleição. Pelo décimo trimestre consecutivo, o consumo das famílias, responsável por 55% do PIB, registrou crescimento. A expansão foi de 0,5%, quando

comparado ao último trimestre de 2005, e de 4%, sobre o mesmo trimestre de 2005. Setores – Segundo o IBGE, o crescimento de 5% na indústria foi o principal responsável pela alta de 3,4% no PIB na comparação com o mesmo período do ano passado. As atividades que mais contribuíram para a expansão da indústria foram mineração (12,6%) e construção civil (7%). Já o setor de serviços teve aumento de 2,8%. Os destaques foram o comércio atacadista e varejista (4,8%) e transportes (3,6%). Dos três setores que entram no cálculo, o agropecuário foi o único que contribuiu negativamente, com queda de 0,5%. (leia reportagem ao lado). Tributos – Os impostos sobre produtos cresceram mais do que o valor adicionado pelos setores de indústria, agropecuária e serviços. No primeiro trimestre deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, os impostos sobre sobre produtos aumentaram 5,7%, enquanto o valor adicionado foi de 3,2%, resultado das variações de 5% da indústria, 2,8% dos serviços e da queda de 0,5% da agropecuária. Projeções – A expansão de 1,4% no primeiro trimestre equivale a uma taxa anualizada de 5,7%, embora o IBGE tenha objeções técnicas a esse tipo de procedimento. De qualquer forma, para os economistas, o resultado ratifica as projeções iniciais das empresas de consultoria de que a economia deverá crescer neste ano entre 3,3% e 3,8%. (AE)

ATA Diavarum Participações Ltda. - CNPJ/MF nº 62.568.043/0001-25 - NIRE nº 35.218.669.932 Extrato do Instrumento Particular de Deliberação dos Sócios-Quotistas, Décima Primeira Alteração e Consolidação do Contrato Social Pelo presente instrumento particular, as partes: Sérgio Simões Ometto, brasileiro, RG reunião dos Sócios-Quotistas é soberana em suas decisões e às suas resoluções, validamente 9.436.514-SSP/SP e CPF/MF 043.330.158-98, residente na Suíça; e Marcos Ometto tomadas, ficam submetidos todos os Sócios-Quotistas, presentes ou não às reuniões. § Gonçalves, brasileiro, RG 5.620.047-X-SSP/SP e CPF/MF 015.926.408-18, residente em SP/SP, Segundo: Dependem da deliberação dos Sócios-Quotistas, além de outras matérias únicos Sócios-Quotistas da Diavarum Participações Ltda., registrada na JUCESP sob o designadas em lei ou no Contrato Social, as seguintes matérias: (a) a aprovação anual das NIRE nº 35.218.669.932, por unanimidade, Resolvem: 1)Aprovar integralmente o Protocolo contas da administração; (b) a designação, a destituição e a remuneração dos e Justificação para Cisão Parcial da sociedade com Versão da Parcela Cindida administradores; (c) a alteração do Contrato Social; (d) a incorporação, a fusão e a dissolução Para a Sociedade em Constituição Diavarum Administração de Bens Ltda., firmado da Sociedade, ou a cessação do estado de liquidação; (e) a nomeação e destituição dos em 24.02.2006, com a correspondente cisão parcial da Sociedade e a versão de parte de seu liquidantes e o julgamento das suas contas; e (f) o pedido de recuperação judicial ou a acervo patrimonial líquido, de titularidade do Sócio-Quotista majoritário, Sr. Sérgio Simões propositura de plano de recuperação extrajudicial. § Terceiro: Anualmente, nos quatro Ometto, para integralização da parcela majoritária do capital social inicial. 1.1) Aprovar o meses seguintes ao término do exercício social, os Sócios-Quotistas devem se reunir para Instrumento Particular de Constituição, cujo capital social inicial é de R$ 3.300.001,00, deliberar sobre as contas dos administradores e sobre as demonstrações financeiras do dividido em 3.300.001 quotas com valor nominal de R$ 1,00 cada, sendo que: (i) 3.300.000 exercício anterior. § Quarto: Até 30 dias antes da data marcada para a deliberação quotas, no valor nominal de R$ 1,00 cada, subscritas pelo Sócio-Quotista Sr. Sérgio Simões mencionada no item anterior, os documentos ali descritos devem ser postos, por escrito e Ometto, com integralização mediante a conferência do acervo patrimonial cindido da com a prova do respectivo recebimento, à disposição dos Sócios-Quotistas que não exerçam Sociedade; e (ii) 01 quota, no valor nominal de R$ 1,00, é subscrita pelo Sócio-Quotista a administração. Instalada a reunião, proceder-se-á à leitura desses documentos que serão Marcos Ometto Gonçalves, com integralização em moeda corrente nacional; 2) Aprovar submetidos pelo presidente à discussão e votação, nesta não podendo tomar parte os integralmente o Laudo de Avaliação, elaborado por Markar Contabilidade e Auditoria membros da administração. § Quinto: Nenhum Sócio-Quotista na condição de mandatário Ltda., com sede em SP/SP, CNPJ 58.100.231/0001-57 e CRC nº 2SP014536/O-3, da parcela pode votar matéria que lhe diga respeito diretamente. § Sexto: As formalidades de cindida do acervo patrimonial da Sociedade, relativa aos bens e direitos vertidos para convocação das reuniões dos Sócios-Quotistas previstas no § 3º do art. 1.152 da Lei nº integralização da parcela do capital social inicial da DAL subscrita pelo Sócio-Quotista Sr. 10.406, de 10.01.2002, serão dispensadas quando todos os Sócios-Quotistas comparecerem Sérgio Simões Ometto, com base em balanço específico levantado no dia 31.01.2006; 3) ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia. § Sétimo: As reduzir o capital social no valor de R$ 3.300.000,00, com o conseqüente cancelamento de reuniões de Sócios-Quotistas tornam-se dispensáveis quando todos eles decidirem, por escrito, 3.300.000 quotas, no valor nominal de R$ 1,00 cada, detidas pelo Sr. Sérgio Simões Ometto, sobre as matérias que sejam seu objeto. § Oitavo: As reuniões de Sócios-Quotistas se passando de R$ 16.708.407,00, para R$ 13.408.407,00, dividido em 13.408.407 quotas, no instalam com a presença, em primeira convocação, de titulares de no mínimo de 3/4 do valor nominal de R$ 1,00 cada. 3.1) alteração da Cláusula Quinta do Contrato Social; 4) capital social e, em segunda convocação, com qualquer número. § Nono: Os Sócios-Quotistas alteração da denominação social para “Diavarum Investimentos Financeiros Ltda.”, podem ser representados nas reuniões por qualquer outro Sócio-Quotista ou por advogado, com alteração da Cláusula Primeira do Contrato Social; 5) alteração do objeto social, dando mediante outorga de mandato com especificação dos atos autorizados, devendo o nova redação a Cláusula Terceira do Contrato Social; 6) Alterar a Cláusula Sexta do Contrato instrumento ser levado à registro juntamente com a respectiva ata. § Décimo: Dos trabalhos Social; 7) Alterar os parágrafos Segundo e Décimo Primeiro da Cláusula Nona do Contrato e das deliberações nas reuniões de Sócios-Quotistas será lavrada, no livro de atas de reuniões Social; 8) Conferir ao Administrador da Sociedade os poderes para a realização de todos e de Sócios-Quotistas, ata assinada pelos Sócios-Quotistas participantes da reunião, quantos quaisquer atos necessários à efetivação da operação de cisão parcial ora aprovada, por mais bastem à validade das deliberações, mas sem prejuízo dos que queiram assiná-la. Cópia da que sejam; 9) Consolidar o Contrato Social, o qual passará a vigorar com a seguinte redação: ata autenticada pelos administradores será apresentada ao Registro Público de Empresas “Contrato Social - Cláusula Primeira: Denominação: A Diavarum Investimentos Mercantis, nos 20 dias subseqüentes à reunião, para arquivamento e averbação. Ao SócioFinanceiros Ltda. é uma sociedade limitada, regida pelo presente Contrato Social e pelas Quotista que a solicitar, será entregue cópia autenticada da ata. § Décimo Primeiro: As disposições da Lei nº 10.406, de 10.01.2002, a ela aplicáveis e, na ocorrência de questões que deliberações dos Sócios-Quotistas serão tomadas da seguinte forma: (a) nos casos de não possam ser solucionadas pelo Contrato ou pela mencionada lei civil, será regida, supletiva alteração do Contrato Social e de incorporação, fusão e dissolução da Sociedade ou de e exclusivamente, pela Lei nº 6.404/76, e alterações posteriores. Cláusula Segunda: Sede: cessação do estado de liquidação, pelos votos correspondentes, no mínimo, a 3/4 do capital A sociedade tem sede e foro na Cidade de São Paulo/SP, na R. Joaquim Floriano, 72, 19º and., social; (b) no caso de designação de administradores não sócios nomeados em ato separado, sala 02, conjs. 191/192, Jd. Paulista, CEP 04534-000, e por decisão de seu Diretor, na forma da pelos votos correspondentes à totalidade dos Sócios-Quotistas enquanto o capital não estiver Cláusula Sexta, poderá abrir ou encerrar estabelecimentos, escritórios, agências, filiais e integralizado e de 2/3, no mínimo, após a integralização; (c) nos casos de designação em sucursais em qualquer localidade do país ou do exterior. Cláusula Terceira: Objeto Social: ato separado de Sócios-Quotistas como administradores, sua destituição, o modo de sua A sociedade tem por objetivo social: i) o emprego de recursos próprios na realização de remuneração e de pedido de recuperação judicial ou propositura de plano de recuperação investimentos e aplicações financeiras; ii) a administração de bens e direitos próprios; e iii) a extrajudicial, pelos votos correspondentes a mais da metade do capital social; e (d) nos participação em outras sociedades nacionais ou estrangeiras, como sócia ou acionista. casos de aprovação das contas da administração e nomeação e destituição dos liquidantes Cláusula Quarta: Duração: O prazo de duração da Sociedade é indeterminado. Cláusula e julgamento das suas contas, pelos votos da maioria dos presentes à reunião. § Décimo Quinta: Capital Social: O capital social da Sociedade, totalmente subscrito, é de Segundo: Havendo alteração do Contrato Social, exclusivamente no que se refere a direitos R$ 13.408.407,00, dividido em 13.408.407 quotas com valor nominal de R$ 1,00 cada, assim de Sócios-Quotistas e objeto social, fusão da Sociedade, incorporação de outra, ou dela por distribuídas entre os Sócios-Quotistas: Sócios-Quotistas - Número de Quotas - Valor outra, terá o Sócio-Quotista que dissentir, o direito de retirar-se da Sociedade, nos 30 dias em Reais - Percentual de Participação; Sérgio Simões Ometto - 13.408.406 - subseqüentes à reunião, observado o disposto na Cláusula Décima Terceira. § Décimo 13.408.406,00 - 99,99%; Marcos Ometto Gonçalves - 1 - 1,00 - 0,01%; TOTAL - Terceiro: As deliberações infringentes ao Contrato ou à lei tornam ilimitada a 13.408.407 - 13.408.407,00 - 100,00%. § Primeiro: De acordo com o Art. 1.052 da Lei nº responsabilidade dos que expressamente as aprovaram. Cláusula Décima: Exercício 10.406, de 10.01.2002, a responsabilidade de cada Sócio-Quotista é restrita ao valor das suas Social: O exercício social terá início em 01 de janeiro e terminará em 31 de dezembro, data quotas, mas todos os Sócios-Quotistas respondem solidariamente pela integralização do capital a partir da qual deverão ser levantados as demonstrações e levantamentos exigidos por lei, social. § Segundo: As quotas são indivisíveis em relação à Sociedade, conferindo, cada uma, que serão julgados através de deliberação dos Sócios-Quotistas no primeiro quadrimestre o direito a um voto nas deliberações dos Sócios-Quotistas, independentemente do seu valor seguinte ao término do exercício social nos termos dispostos na Cláusula Nona. § Único: A nominal. § Terceiro: O capital social poderá ser aumentado através de deliberação dos aprovação, sem reserva, das demonstrações financeiras, salvo erro, dolo ou simulação, Sócios-Quotistas representando 75% do capital, com a correspondente alteração do Contrato exonera de responsabilidade os administradores. O direito de anular esta aprovação se Social, desde que as quotas estejam totalmente integralizadas. § Quarto: Os Sócios-Quotistas extingue em 02 anos. Cláusula Décima Primeira: Lucros: Os lucros líquidos anualmente terão preferência para participar do aumento do capital social, na proporção das quotas por obtidos serão distribuídos conforme a decisão do Sócio-Quotista majoritário. Poderão ser eles detidas, até 30 dias após a deliberação. Cláusula Sexta: Administração: A levantados, a qualquer tempo, balanços intermediários, e os lucros então apurados terão o administração, orientação e direção dos negócios sociais serão exercidas pelo Sócio-Quotista destino que lhes for dado pelo Sócio-Quotista majoritário. Será ainda facultada a criação Marcos Ometto Gonçalves, brasileiro, casado, engenheiro, RG n° 5.620.047-X – SSP/SP, de fundos de reservas e provisões. § Primeiro: Os lucros poderão ser distribuídos aos CPF/MF nº 015.926.408-18, residente em SP/SP, na R. Joaquim Floriano, 72, 19º and., Jd. Sócios-Quotistas desproporcionalmente à participação de cada um destes no capital social, Paulista, CEP 04534-000, a quem, na qualidade de Diretor, podendo fazer uso da firma mediante decisão do Sócio-Quotista majoritário. § Segundo: Os Sócios-Quotistas serão isoladamente, caberá a prática de todos os atos necessários ou convenientes para referida obrigados à reposição dos lucros e das quantias retiradas a qualquer título, quando tais administração, orientação e direção da Sociedade, para tanto dispondo ele, dentre outros lucros ou quantias se distribuírem com prejuízo do capital social. Cláusula Décima poderes, dos indicados para: (a) a representação da Sociedade em Juízo ou fora dele, ativa ou Segunda: Dissolução e Liquidação: A Sociedade poderá ser dissolvida e liquidada a passivamente, e perante terceiros em geral, inclusive perante quaisquer repartições e qualquer tempo, mediante resolução da maioria do capital votante ou nos termos da lei. autoridades da administração pública direta e indireta, seja federal, estadual ou municipal, Em qualquer caso, será liquidante o Sócio-Quotista que for escolhido na ocasião. Os haveres bem como autarquias,empresas públicas, sociedades de economia mista,entidades paraestatais da Sociedade serão empregados na liquidação das obrigações e o remanescente, se houver, e outros, com poderes para receber citações e notificações; (b) a administração, orientação e rateado entre os Sócios-Quotistas, proporcionalmente à sua participação. Cláusula Décima direção dos negócios sociais em geral, incluindo os atos relacionados à gestão econômico- Terceira: Impedimento, Retirada, Exclusão ou Falecimento de Sócio-Quotista: financeira e patrimonial da Sociedade, excetuados os atos pertinentes expressamente previstos A retirada, exclusão ou falência de qualquer dos Sócios-Quotistas não dissolverá a Sociedade, no Contrato Social; (c) a abertura, movimentação e encerramento de contas bancárias; (d) a que prosseguirá com as remanescentes, a menos que estes, de comum acordo, resolvam assinatura de quaisquer documentos que confiram direitos ou imponham obrigações para a liquidá-la. Os haveres do Sócio-Quotista retirante, excluído ou falido serão calculados com Sociedade, tais como, mas não exclusivamente, cheques, duplicatas, contratos de empréstimos base no valor patrimonial de suas quotas, apurado em balanço patrimonial especialmente e outros instrumentos de dívidas, letras de câmbio, ordens de pagamento, de venda e aquisição levantado para esse fim, nos 30 dias seguintes ao evento, e lhe serão pagos, ou a seus de mercadorias e serviços, escrituras e atos públicos afins, recibos ou documentos similares de sucessores, em 6 prestações mensais e sucessivas, atualizadas em conformidade com o quitação; (e) a compra, venda, troca, oneração e alienação por qualquer forma, de bens índice oficial indicativo da inflação que estiver em vigor. § Primeiro: Os Sócios-Quotistas, móveis ou imóveis da Sociedade; e (f) a outorga de procuração em nome da Sociedade as titulares de mais da metade do capital social, entendendo que um ou mais Sócios-Quotistas quais, além de mencionarem expressamente a extensão dos poderes conferidos e a finalidade estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, da outorga, deverão, com exceção daquelas para fins judiciais, conter um período de validade poderão excluí-lo(s), por justa causa, da Sociedade, mediante alteração do Contrato Social. limitado. § Único: Pelo exercício dos encargos de gestão, o Sócio-Quotista Marcos Ometto A exclusão do(s) Sócio(s)-Quotista(s) será determinada em reunião especialmente convocada Gonçalves fará jus a um pró-labore mensal, a ser fixado, observado o limite autorizado pela para esse fim, no prazo de 08 dias, prazo este suficiente para dar ciência ao(s) Sócio(s)legislação em vigor, por deliberação de Sócios-Quotistas que representem, pelo menos, 75% Quotista(s) sujeito(s) à exclusão, permitindo o seu comparecimento e o exercício do direito do capital social da Sociedade, o qual será pago à conta das despesas administrativas. Cláusula de defesa. § Segundo: No caso de falecimento ou impedimento definitivo de um dos Sétima: Atos Vedados: São expressamente vedados, sendo nulos e inoperantes com relação Sócios-Quotistas, os negócios sociais não sofrerão solução de continuidade, podendo os à Sociedade, os atos de qualquer dos Sócios-Quotistas, Diretores, procuradores ou funcionários herdeiros legais do Sócio-Quotista falecido ou impedido passar a integrar a Sociedade na que a envolverem em obrigações relativas a negócios ou operações estranhos aos seus objetivos condição de herdeiros ou representantes. Em não havendo interesse no ingresso para a sociais, tais como fianças, avais, endossos ou quaisquer outras garantias em favor de terceiros. Sociedade, os haveres do Sócio-Quotista falecido ou impedido definitivamente, serão apurados Cláusula Oitava: Cessão ou Transferência de Quotas: Nenhum dos Sócios-Quotistas e pagos em consonância com o disposto no caput da presente Cláusula. § Terceiro: A retirada, poderá alienar, ceder, onerar ou transferir qualquer de suas quotas aos demais Sócios-Quotistas exclusão, falecimento ou impedimento definitivo de Sócio-Quotista não o exime, nem aos ou a terceiros, sem o prévio consentimento, por escrito, dos outros Sócios-Quotistas, que terão seus sucessores, da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até 02 anos depois absoluta preferência na aquisição de quotas, sob as mesmas condições e preço, em consonância de averbado o correspondente instrumento social. Enquanto não requerida a averbação e com o procedimento descrito nos parágrafos seguintes. § Primeiro: Se algum Sócio-Quotista pelo prazo máximo de até 02 anos, a retirada, exclusão, falecimento ou impedimento definitivo pretender alienar, ceder, onerar ou transferir, mesmo em dação de pagamento, suas quotas, de Sócio-Quotista também não o exime, nem aos seus sucessores, da responsabilidade pelas deverá dar ciência de tal fato aos demais Sócios-Quotistas, comunicando estes para que, no obrigações posteriores a estes eventos. Cláusula Décima Quarta: Foro: Qualquer questão prazo de 30 dias, os mesmos possam exercer seu direito de preferência, nos moldes prescritos oriunda da interpretação ou execução deste contrato ou qualquer outra discussão que surja no caput da presente Cláusula. § Segundo: Em caso de um dos Sócios-Quotistas não exercer entre os Sócios-Quotistas, deverá ser decidida no foro da Comarca de São Paulo, o qual deverá seu direito de preferência, total ou parcialmente, no prazo estipulado de 30 dias, referido ter preferência sobre qualquer outro, por mais privilegiado que possa ser. Cláusula Décima direito é automaticamente transferido aos demais Sócios-Quotistas, observando-se um novo Quinta: Acordos de Sócios-Quotistas: A Sociedade deverá obediência aos termos e prazo de 15 dias para exercício do direito transferido. § Terceiro: O Sócio-Quotista cedente condições previstos em eventuais acordos de Sócios-Quotistas que venham a ser arquivados responde solidariamente com o cessionário, perante a Sociedade e terceiros, pelas obrigações em sua sede. Cláusula Décima Sexta: Declaração de Desimpedimento: Os Sóciosque tinha como Sócio-Quotista até a data da cessão, durante o prazo de 02 anos, contados da Quotistas, dentre eles o Diretor Marcos Ometto Gonçalves, declaram, a bem da verdade e data da averbação da alteração do Contrato Social respectiva. Cláusula Nona: Deliberações sob as penas da lei, que não estão incursos em nenhum dos crimes previstos na legislação que Sociais: As deliberações dos Sócios-Quotistas serão tomadas em reunião ou através de os impeçam de exercerem as atividades mercantis.” Nada mais, assinam o presente instrumento. resolução por escrito, conforme o disposto nos parágrafos desta Cláusula. § Primeiro: A São Paulo, 01.03.2006. Sérgio Simões Ometto, Marcos Ometto Gonçalves.

Pela primeira vez, desde o quarto trimestre de 2003, o setor externo deu contribuição negativa para o PIB

Apenas agropecuária encolhe

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os três setores que entram no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), agropecuária, indústria e serviços, o agropecuário foi o único que contribuiu negativamente para a formação da taxa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expansão de 1,4% do PIB no primeiro trimestre foi influenciada pela queda de 0,5% na atividade ante os três primeiros meses do ano passado.

Já em relação ao último trimestre de 2005, o setor mostra uma tendência de recuperação. De acordo com os técnicos do IBGE, a retração é explicada pelo declínio de alguns produtos na safra de 2006, como apontou o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA-IBGE) de abril. Como exemplo, eles citaram o cultivo do algodão, que teve perda de 22,4% da produção, seguido pelo de arroz, com queda de 15,8%; e o de amen-

doim, com retração de 10,5%. Além da febre aftosa, que afetou a criação dos bovinos na pecuária, onde ainda não houve recuperação. "A agropecuária, há algum tempo, vinha como o grande destaque de crescimento do PIB. Mas desde o ano passado isso não ocorre, já que o setor teve alguns problemas que prejudicaram o desempenho", analisou a gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, Rebecca Palis. (Agências)

Indústria comemora resultado

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Confederação Nacional da Indústria (CNI) comemorou o crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB). "São dados auspiciosos, porque, em termos anualizados, o crescimento do trimestre resulta em quase 6% no ano, mas confio que o País cresça 4% em 2006", disse, por meio de nota à imprensa, o presidente da entidade, Armando Monteiro Neto. Em São Paulo, os empresários também comemoraram o resultado mas, menos otimistas, consideraram não haver elementos suficientes para projetar crescimento de 4%. O presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Cláudio Vaz, manteve a projeção de que o PIB crescerá entre 3% e 3,5%. "Temos observado que este segundo trimestre não está espetacular, salvo o setor sucroalcooleiro", para depois ponde-

rar que "o que vai definir o PIB será o terceiro trimestre". O diretor do Departamento de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, também não se animou com a projeção de crescimento de 4%. "Para a economia chegar aos 4%, a indústria tem de crescer pelo menos 6%", afirmou. Em comunicado, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) afirmou que, apesar do número positivo, não há sinais de que a indústria esteja mantendo o mesmo desempenho neste segundo trimestre. Para o Iedi, a manutenção da política de redução de juros continua a ser fundamental para que a trajetória de expansão do PIB se sustente ao longo do ano. Outros emergentes – Apesar da expectativa mais otimista do que os demais, o presidente da CNI ressalvou o fato

de que o País ainda cresce em ritmo mais fraco que outros países emergentes. Segundo Monteiro Neto, a elevada carga tributária e o aumento nos gastos públicos, entre outros problemas estruturais, "são dois obstáculos que impedem o País de liberar essa imensa energia que tem para crescer". Para a Associação Brasileira da Indústria de Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), os juros ainda altos e a inconsistência dos marcos regulatórios são as principais distorções que impedem uma expansão maior do PIB. O setor, segundo a Abdib, precisa de US$ 26,8 bilhões de investimentos ao ano para dar competitividade à economia. "No entanto, nossos números indicam que aplicamos, entre recursos públicos e privados, pouco mais da metade disso", disse Ralph Lima Terra, o vicepresidente da entidade. (AE)

Governo otimista com PIB do ano

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva com e m o ro u o n t e m o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano. "O resultado do PIB neste primeiro trimestre de 2006 é uma excelente notícia. O produto aumentou de forma generalizada. E o que é mais importante, subiu a importação de máquinas e equipamentos. Isso indica que os empresários estão apostando no crescimento sustentável", afirmou Lula, por meio da Secretaria de Imprensa. Para o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, o resultado do PIB do primeiro trimestre mostra que a meta de

4,5% já está garantida para o ano. "Não é impossível nós crescermos um pouco mais do que isso. O País estava desesperado para crescer", disse. O ministro destacou que "as medidas tomadas pelo atual governo nestes três anos reverteram uma situação de estagnação e de endividamento público crônico". Para ele, "é isso que dá força para os agentes econômicos se apresentarem, investirem e o País se desenvolver". Na opinião de Genro, as medidas consolidaram a estabilidade macroeconômica. Nova visão – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também comemorou o resultado, e avaliou que os juros altos

não estão impedindo a expansão da economia. Antigo crítico da política de juros praticada pelo Banco Central (BC), Mantega disse, agora, que o crescimento está se dando de forma equilibrada e com novos investimentos. "Os juros nesse patamar não estão impedindo o crescimento. Então, não vão dizer que a política econômica impede o crescimento da economia. Acabamos de ver o resultado do PIB que, anualizado, está em 6%", afirmou o ministro. Mantega manteve a previsão de expansão de 4,5% do PIB em 2006 e classificou como "ótimo" o desempenho da economia no trimestre. (Agências)

Expansão menor na América Latina

A

América Latina e o Caribe terão um ano de forte crescimento econômico em 2006, impulsionado por maior gasto público, principalmente no Brasil e no México, mas a tendência deve ser mais moderada em 2007 e 2008, apontou um novo estudo do Banco Mundial. A desaceleração nos

próximos anos se daria por uma tendência mundial de alta de taxas de juros, o que levará ao corte dos fluxos de capital destinados à região, indicou o estudo. "Esperamos que o crescimento seja mais forte neste ano, com avanço que é reflexo de políticas monetárias mais frouxas no México e Brasil", disse ontem

Andrew Burns, economista sênior e um dos autores do estudo "Perspectivas para a Economia Mundial". "O declínio futuro de fluxos de capital devido à alta de juros não é uma preocupação, pois vários países da América Latina fizeram seu trabalho e estão hoje mais preparados para enfrentar essa situação", completou. (Reuters)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

quinta-feira, 1 de junho de 2006

RESENHA

NACIONAL

VOLATILIDADE VEIO PARA FICAR

AFP

A

grandes distorções nos preços de seus ativos, promovendo rupturas. Ao se integrarem no mercado globalizado, foram obrigados a ajustar seus fundamentos macroeconômicos. Segundo, nesta última onda de crescimento, puxado principalmente pela economia americana, os maiores beneficiados foram os países emergentes, que abriram suas economias e promoveram uma melhora substancial dos seus fundamentos econômicos. A melhora substancial da conta de transações correntes fez com que estes países se tornassem provedores de poupança, financiando as nações ricas. Neste contexto, aproveitando o bom momento internacional,

A valorização do dólar é um movimento de ajuste e não de ruptura conseqüentemente, um receio de que a necessidade de ajuste ainda prolongado do aperto monetário possa resultar em importante desaceleração da economia mundial. Diante deste cenário, observamos um movimento de ajuste dos preços, principalmente nos mercados emergentes. Vale notar que estamos analisando este movimento nos preços como ajuste - especialmente considerando o acúmulo de lucros, tanto em renda fixa como em variável - e não ruptura. Ao contrário das múltiplas e graves crises nos mercados emergentes na segunda metade dos anos 90, tudo indica que os mercados mais globalizados tendem a funcionar como um ponderador de volatilidades e rupturas. Devemos isto a dois principais fatores. Primeiro, as economias fechadas e com câmbio fixo acumulavam e represavam

reduziram de forma importante seus passivos externos. No campo inflacionário, no caso brasileiro, o nível médio de inflação caiu cerca de 50% em relação à segunda metade da década de noventa. Estes e outros argumentos de melhora podem ser observados na trajetória do risco soberano, através do EMBI. Concluindo, tudo indica que vamos passar a viver em um ambiente de alguma volatilidade, com a trajetória de ajustes para uma economia mundial crescendo menos, principalmente em 2007. Nesta linha, estamos observando um movimento de ajustes de preços, tendo em vista o ambiente de liquidez mais restrita e crescimento mundial mais moderado. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE NATHAN BLANCHE NO BOLETIM TENDÊNCIAS WWW.TENDENCIAS.COM.BR

F im da vida fácil nos mercados emergentes

JOÃO DE SCANTIMBURGO

O PODEROSO Céllus

volatilidade veio para ficar? A resposta é sim, mas ela será bem mais moderada do que a observada em períodos anteriores, caracterizados por significativos ajustes de preços em economias emergentes. Temos convivido com uma trajetória contínua de crescimento mundial nos últimos três anos e com baixa volatilidade durante todo este período. Vida fácil para os agentes financeiros, principalmente nos países emergentes. Desde meados deste mês, entretanto, temos acompanhado um aumento importante da volatilidade, cujo gatilho tem sido uma maior preocupação com a inflação e evolução dos juros, especialmente nos EUA - e,

O socialismo dos ricos OLAVO DE CARVALHO

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oda discussão ou escolha política funda-se em valores, critérios e esquemas de pensamento previamente disseminados na cultura circundante. A política eleitoral é como um barco que tem de se orientar pelas ondas marítimas em torno: com jeito, pode atravessá-las para chegar aonde quer, mas não pode afetá-las ou mudá-las no mais mínimo que seja. Tem de contar com elas como um dado da realidade. A cultura é o mar onde navega ou se perde, bóia ou naugrafa o barco da política partidária. A ação cultural é enormemente mais complexa, abrangente e de longo prazo que a ação política. Esta pode acompanhá-la com vantagem ou desvantagem, mas não pode alterar o seu curso, que a predetermina e limita seu horizonte de possibilidades. Toda a estratégia da "revolução cultural" gramsciana baseia-se nesses princípios óbvios e irrefutáveis. Na verdade, antes de Gramsci o próprio Stalin já os havia percebido e posto em prática. Esses princípios se impregnaram tão profundamente na estrutura do movimento esquerdista e na psique de cada militante, que se tornaram reflexos condicionados. Isso dá ao conjunto da estratégia esquerdista uma rapidez de ação alucinante, uma eficácia monstruosa, à qual seus adversários, pelo menos no Brasil, não têm a opor senão táticas eleitorais avulsas e de improviso, isto é, tentativas ridiculamente impotentes de fazer com que o barco mude a maré. A ação cultural organizada do movimento esquerdista começou nos anos 20 (v. Frederick C. Barghoorn, The Soviet Cultural Offensive, Princeton University Press, 1960). Malgrado a imensa variedade dos acréscimos e modificações que veio sofrendo desde então, ela não perdeu nada da sua unidade, abrangência e senso de direção. Mas seria tolice imaginar que essa ofensiva partiu apenas do bloco soviético, com ou sem a colaboração chinesa. Tão decisiva quanto a ação cultural do comunismo explícito foi a do establishment "progressista" euro-americano, inspirado nas idéias do socialismo fabiano e entrincheirado nas grandes fundações bilionárias que há quase um século usam as armas do capitalismo para fomentar, por meios pacíficos e anestésicos, a hegemonia esquerdista, o controle estatal da economia, a destruição da cultura ocidental e tudo o mais que os comunistas buscam alcançar por outras vias. As investigações da Comissão Reece do Congresso americano na década de 50, os estudos

CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

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crença popular de que os capitalistas jamais poderiam colaborar seriamente com o comunismo é uma lenda diversionista difundida pelos próprios círculos monopolistas. Na verdade, eles têm absoluta segurança de poder fomentar o comunismo ilimitadamente, nada tendo a perder e tudo a ganhar com isso. Não precisam sequer tentar controlá-lo diretamente, porque ele vai por sua própria dinâmica interna na direção dos interesses deles. A cada dia fica mais nítido que o filósofo Oswald Spengler acertou na mosca ao escrever: "Não há movimento comunista que não opere no interesse do dinheiro, na direção indicada pelo dinheiro e pelo prazo permitido pelo dinheiro." Cercadas pela ofensiva soviético-chinesa, de um lado, de outro pelas fundações bilionárias que dominam as universidades, a mídia e as instituições culturais e têm o grosso da intelectualidade, as sociedades ocidentais foram caindo, uma a uma, sob o fascínio de crenças, símbolos e estilos de pensar e dizer que as arrastam na direção do socialismo meia-bomba, o socialismo dos ricos, que é o único economicamente possível e para cuja instauração os movimentos comunistas não são senão instrumentos parciais e provisórios. Num próximo artigo explicarei as fontes de resistência que têm operado contra a ascensão aparentemente irresistível da ditadura socialista global.

A s sociedades ocidentais foram arrastadas para o socialismo meia-bomba

O primeiro milhão de Lulla

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924

meticulosos do economista Anthony Sutton sobre a ajuda americana ao regime soviético, a decifração dos Códigos Venona e, mais recentemente, a abertura temporária dos arquivos do Partido Comunista da URSS, mostraram, acima de qualquer possibilidade de dúvida razoável, que entre o comunismo soviético-chinês e a elite "progressista" bilionária do Ocidente há algo mais que uma convergência fortuita de interesses: há uma unidade estratégica profunda, sistemática, abrangente. Na verdade, a direção do processo está menos nas mãos das organizações comunistas que nas dos bilionários fabianos. Uma das premissas que orientam essa elite na sua parceria de muitas décadas com o comunismo é que, a total abolição da propriedade privada dos meios de produção sendo tecnicamente impossível, todo esforço bem sucedido de socialização da economia resulta sempre num produto híbrido, a divisão do poder entre o Estado gigante e os monopólios privados.

ARTHUR CHAGAS DINIZ

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ue não se apressem os mais afoitos. O primeiro milhão de Lulla se refere ao número de sem-terra acampados. O desempenho do governo no período outubro 2002/maio 2006 quadruplicou o número de barracos de lona próximos ou dentro de fazendas coladas a importantes estradas federais e estaduais. Em uma era em que a produtividade agrícola tem crescido assombrosamente em função do uso intensivo de tecnologia, o número de pretensos exploradores de agricultura familiar seria absolutamente surpreendente se visto pela lógica econômica. Ocorre que o projeto não é este. O MST estimula e cria pretensos agricultores que, em grande maioria, não servem a não ser para agitar e servir como ameaça a agricultores e ao País como um todo. O MST tem, hoje, condições de parar o País, simplesmente ocupando as estradas vizi-

nhas. A lógica é, aqui, impecável. Para assentar, efetivamente, uma família, são necessários, pelo menos, R$ 20 mil incluídos casa, energia elétrica, ferramentas e sementes, além do financiamento da família assentada pelo menos durante um ano, período entre o plantio e a colheita.

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que se tem visto nos assentamentos já oficializados é o permanente subsídio, parte repassado oficiosamente ao MST (o velho Caixa-2 do PT), ou a venda das terras dos assentados a outros (que não constam do Programa de Reforma Agrária). O PT de Lulla criou um exército cuja periculosidade não pode nem deve ser subestimada. Um dia, não remoto, eles se constituirão nas FARCs do Brasil. ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

O PT criou um exército cuja periculosidade não pode ser subestimada

DÓLAR ive uma conhecida que alimentava sua poupança para os dias difíceis ou finais comprando dólares. Quando conversávamos, vez ou outra, eu lhe perguntava como se arranjava com a compra de dólares e ela me afirmava que tinha um fornecedor seguro, que lhe vendia quantias variáveis, embora não grandes. É essa a mais convincente testemunha que tenho sobre a fortaleza chamada dólar. Temos agora as variações da moeda, exigindo a entrada do Banco Central no mercado para manter a cotação do dólar. É um recurso com os quais os agentes econômicos e financeiros atuam para manter a valorização das moedas nacionais. Não é preciso fazer uma longa dissertação com dados e estatísticas, ou eruditamente redigida, sobre a resistência do dólar, sobretudo depois da Grande Depressão e no dever das economias

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No mundo contemporâneo é preciso ter em vista sempre a política econômica americana nacionais que não se libertaram desse valor monetário, que parecia abalado pelo euro, moeda da União Européia. Os EUA são uma nação que ilustra a tese da estabilidade política, rompida, apenas, na Guerra da Independência contra a Inglaterra e da Secessão contra os confederados, quando se impôs o heroísmo de Abraham Lincoln. videntemente, minha conhecida tem experiência empírica do governo de sua poupança, mas com sua prática compôs a sua doutrina, que se situa na moeda americana para garantir uma poupança, ainda que modesta em relação a muitas outras. Não é preciso, portanto, ser dogmático ou extensivo na exposição da política econômica baseada na moeda verde para se ter a certeza de que no mundo contemporâneo é preciso ter em vista sempre a política econômica americana. Não sou adorador do dólar, mas com serenidade sou de opinião que a resistência dessa moeda de singular vitalidade está longe de esmorecer como moeda forte do mundo contemporâneo.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


quinta-feira, 1 de junho de 2006

Compor tamento Ambiente Polícia Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

SECRETÁRIO DEFENDE ISOLAMENTO DE LÍDERES DO PCC

Antônio Ferreira Pinto, de 62 anos, assumiu ontem a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo. Tido como intransigente com a corrupção, o secretário disse que vai retirar os 28 televisores que entraram na Penitenciária de Avaré. Divulgação

procurador de Justiça Antônio Ferreira Pinto, de 62 anos, assumiu ontem a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo, ocupada interinamente pelo ex-coordenador de unidades prisionais do Vale do Paraíba, Luiz Carlos Catirse, que ficou 5 dias no cargo e passa a assessorar o novo secretário. Na cerimônia de posse, Ferreira elogiou o secretário de Segurança Pública, Saulo Abreu, e disse que pretende iniciar um trabalho com o Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e a Polícia Civil para isolar os líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC). "Apoio o modo como o dr. Saulo age. Ele vem conduzindo (a secretaria) com muita coragem, dedicação, enfrentando uma crise sem precedentes na história de São Paulo. Ele combateu as causas que eram totalmente fora do controle dele. Agiu com estoicismo, empolgação e defendeu os interesses maiores de São Paulo." Como o secretário de Segurança, o novo titular dos presí-

dios faz oposição ao procurador-geral, Rodrigo Pinho, o que levou promotores da situação a insinuarem o dedo de Saulo na escolha do secretário. O governador Cláudio Lembo (PFL) disse, porém, que a decisão foi pessoal. "Para escolher, eu fui procurar antigos secretários do sistema penitenciário. É muito difícil alguém aceitar a secretaria durante sete meses. Dr. Ferreira, que foi secretário do ex-governador Mário Covas, aceitou esse desafio." Tido como intransigente com a corrupção, Ferreira trabalhou na pasta em dois governos. Foi

secretário adjunto em 1993, no governo de Luiz Antônio Fleury Filho, ano em que a secretaria foi criada. E ficou no posto durante o governo Covas. Televisores – Apesar de evitar detalhes sobre os planos para combater o PCC, Ferreira fez questão de mostrar que encara o assunto com urgência. Sobre os 28 televisores que entraram na Penitenciária de Avaré, cuja origem ainda é investigada na delegacia da cidade e que supostamente foram mandados pelo PCC, Ferreira disse que os aparelhos serão retirados do sistema. (AE)

MARCOLA VAI DEPOR NO DIA 8. MAS SEM SAIR DA PRISÃO.

JULGAMENTO DE SUZANE SERÁ TRANSMITIDO PELA TELEVISÃO

IML ANALISA OSSADA QUE PODE SER DE JORNALISTA

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epois de muita polêmica, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas marcou para dia 8 de junho, na penitenciária de Presidente Bernardes, no interior, o depoimento de Marcos Camacho, o Marcola, chefe de facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Em reunião ontem prevaleceram os argumentos contrários à decisão de ouvir o preso no Fórum de Barra Funda. A transferência do preso de Presidente Bernardes, a 605 quilômetros de São Paulo, exigiria uma mobilização policial grande e causaria transtornos no próprio fórum, deixando insegura a população da capital paulista que ainda se recupera do pânico provocado pela onda de violência promovida pelo PCC no início de maio. Na avaliação da maioria da CPI, é mais seguro e prudente que o depoimento seja realizado na prisão, mas os deputados Arnaldo Faria de Sá (PTBSP) e Luiz Couto (PT-PB) protestaram por julgar mais apropriado que Marcola falasse na própria Câmara. (AE)

O governador Claudio Lembo e o secretário Antônio Ferreira Pinto

julgamento de Suzane von Richthofen, que participou do assassinato dos pais em 2002, e dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos, marcado para segunda-feira no 1º Tribunal do Júri, será o primeiro do Brasil exibido ao vivo pela televisão. Decidido a dar ao julgamento o acesso que a população cobrava, o juiz do caso, Alberto Anderson Filho, autorizou que os meios de comunicação façam a captação de áudio e vídeo no plenário e transmitam o material em tempo real. Cravinhos – Suzane, beneficiada por habeas-corpus que a tirou da penitenciária de Rio Claro, está em prisão domiciliar na casa do advogado Denivaldo Barni. Os Cravinhos não foram bem-sucedidos na tentativa de obter prisão domiciliar. O Superior Tribunal de Justiça entendeu que o pedido deveria ser analisado em separado e não como extensão do habeas-corpus de Suzane, conforme encaminhado pela defesa dos irmãos. Assim, eles permanecerão presos até que haja nova apreciação do caso, mas o prazo legal para isso ocorrer acaba depois do julgamento.(AE)

s exames nos fragmentos de um fêmur podem revelar se a ossada encontrada terça-feira, em um matagal em Capão Redondo, na zona sul, é do jornalista Ivandel Godinho Júnior, de 56 anos. Ele está desaparecido desde 22 de outubro de 2003, quando foi seqüestrado na avenida Faria Lima, zona oeste. Os ossos foram encaminhados ontem ao Instituto Médico Legal (IML) Central. O diretor da unidade, Hideaki Kawata, disse que a ossada pode ser de mais de uma vítima. "Vamos limpar, tabular e montar o corpo para saber se os ossos são de mais de um indivíduo", disse. Como o crânio não foi encontrado, não dá para fazer o exame de arcada dentária. O diretor do IML explicou, no entanto, que pelos fragmentos do fêmur é possível saber se a ossada é de Ivandel. "O exame irá revelar a altura da vítima. Mas o resultado deverá sair, no mínimo, em 30 dias", afirmou. Policiais chegaram à ossada com a indicação de Miguel José dos Santos Júnior, o Juninho, preso sábado e acusado de ser o mentor do seqüestro. (AE)

Os 28 televisores de procedência incerta que entraram na Penitenciária de Avaré serão retirados.

A MAIS ALTA

BEBÊ

antena da Rede Globo instalada no prédio da TV Gazeta, no número 900 da avenida Paulista, perdeu este mês o posto de ponto mais alto da região. O novo recorde é também de uma antena, também da Rede Globo. Inicialmente responsável pelas transmissões do canal 19 da TVA, a nova torre fica no número 680 da alameda Santos, nos Jardins, e tem nada menos que 185 metros de altura – são 115 metros de estrutura metálica e antena, em cima de um prédio

ma mulher de classe média-alta de São Paulo foi presa ontem, numa penitenciária de Curitiba, no Paraná, quando negociava a compra da filha recém-nascida de dois detentos. O irmão e o taxista que a acompanhavam também foram presos. Ela confessou o crime e disse que não pode ter filhos. A mulher soube por uma amiga que o pai da criança iria colocá-la para adoção, já que ele e a mãe estão presos. O bebê nasceu em 25 de abril e vive na penitenciária com a mãe.

Procurador de Justiça A é o novo titular da SAP

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U Ó RBITA comercial de 70 metros, construído especialmente para abrigar a torre. O topo da antena está a 1.053 metros do nível do mar, faltando pouco para bater outro gigante conhecido no horizonte da capital. O ponto mais alto da cidade, o Pico do Jaraguá, na zona norte de São Paulo, fica a 1.135 metros. (AE)


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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de junho de 2006

É preciso remover o governo mais corrupto, incapaz e retrógrado da nossa história republicana. Jorge Bornhausen

PSDB PARTE PARA NEGOCIAÇÕES COM O PPS

PARTIDOS FORMALIZAM CHAPA ALCKMIN-JOSÉ JORGE EM MEIO A DUROS ATAQUES AO GOVERNO E A LULA Sérgio Amaral/Ag Pixel

PSDB E PFL: UMA ALIANÇA PELA 'GRANDE VIRADA'.

Alckmin, Bornhausen, Jereissati, Afif Domingos e ACM no ato político: unindo forças para vencer o governo 'corrupto e incompetente de Lula'.

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om problemas regionais e divergências entre membros das cúpulas dos dois partidos, PSDB e PFL formalizaram ontem a chapa Geraldo Alckmin-José Jorge à Presidência da República. A aliança nacional foi selada com duros ataques aos "quatro anos perdidos" do governo "corrupto e incompetente" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e em meio a apelos de ética no poder e união de forças para dar a "grande virada". No ato político, o PFL apresentou a Alckmin uma agenda

de prioridades de governo de interesse do partido. Compõem a lista 12 pontos que vão das reformas econômicas a mudanças na política externa. "Nós estamos aqui discutindo a virada histórica de um país que perdeu seu rumo, seu momento, e que está perdendo sua própria identidade... Não queremos Chávez, Morales, 'Fidéis', não queremos esses carismáticos que estão aí", afirmou o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). "O País está cansado de pessoas que se omitem, que mentem, que são cara-de-pau, que

têm a desfaçatez de fazer coisas e dizer que não fazem e se escondem atrás de fatos que não existem. Enfim, fazem com que tudo no País seja falso", afirmou o senador. Críticas – Ao abrir o ato político, o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse que é preciso "remover o governo mais corrupto, incapaz e retrógrado da nossa história republicana". Contra o que chamaram de "maior equívoco" da história republicana, a eleição de Lula, os tucanos e pefelistas entoaram frases de efeito para se re-

ferir ao "governo triste do PT", como descreveu Alckmin. Palavras como honra, moral, ética, decência, verdade e honestidade foram largamente repetidas nos discursos. "Não haverá governos para companheiros, não haverá 12 ministérios para os derrotados (nas eleições), não haverá governo da turminha", prometeu o ex-governador, que continuou o ataque: "As Parcerias Público-Privadas não saíram do papel. Aliás, a única coisa que saiu do papel foi o valerioduto", afirmou Alckmin, arrancando aplausos da

platéia que lotou a sala da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em que se realizou a solenidade. "Demos marcha a ré", afirmou Alckmin, acrescentando que, se Lula for reeleito, a situação poderá piorar. "Os próximos quatro anos poderão ser muito piores." Ele elogiou a escolha de José Jorge para a vice-presidência e prometeu que, se eleito, não fará a "farra fiscal" que estaria acontecendo no atual governo, no período préeleitoral. "Não é só mudar de nome, de Luiz para Geraldo ou para José", disse. "Precisamos é de trab a l h o . Te re m o s u m mutirão cívico de ponta a ponta para recuperar os valores e os princípios". Problemas regionais - Apesar dos diversos apelos à união dos dois partidos em torno da candidatura Alckmin, a aliança nacional ainda esbarra em problemas regionais que comprometem o clima da campanha. As duas legendas não se entendem em pelo menos sete Estados. Na maioria deles, são adversários eleitorais inconciliáveis. As lideranças pefelistas compareceram em peso à cerimônia, com exceção do prefeito do Rio, César Maia, atualmente em pé de guerra com Tasso Jereissati. A cúpula tucana, porém, estava desfalcada. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o ex-prefeito de São Paulo e candidato ao governo do Estado, José Serra, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não foram à festa de Alckmin.

Paulo Pampolim/Hype

O bate-boca entre o senador Antonio Carlos Magalhães (PFLBA) e o governador de São Paulo Claudio Lembo (PFL-SP) continua a todo o vapor. Da tribuna do senado, o político baiano disparou: "Essa figura está atrapalhando a vida pública de São Paulo. Desastres ocorridos naquela grande cidade foram fruto da incompetência de quem governa o Estado. Governa sem votos. E quando se governa sem votos

Em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto, Alckmin tenta conquistar votos sob avaliações pessimistas, feitas em caráter reservado por seus próprios colegas de legenda, de que sua campanha "não decola". O tucano deve inaugurar seu comitê eleitoral no próximo dia 12, em Brasília, após a convenção do partido marcada para o dia anterior. O partido quer montar uma megaestrutura eleitoral para reunir, em um só espaço, as atividades de campanha, até agora muito dispersas e sem um comando central. Mais aliados – Oficializada a aliança com o PFL, a meta do PSDB agora é ampliar a coligação e nela incluir o PPS do deputado e também précandidato a presidente Roberto Freire (PE). Segundo um importante dirigente nacional do PSDB, a conversa está bastante adiantada, e o acordo poderá ser fechado até o final da próxima semana. A ofensiva para incluir o PPS na coligação não significa que o PSDB tenha abandonado a idéia de atrair o PMDB. Ao contrário, o pré-candidato tucano insistiu ontem que tem o maior interesse em ampliar a aliança com a participação do PMDB, mas que é preciso aguardar a definição sobre a candidatura própria do partido. Se o PMDB tiver candidato, será um homem de bem que eu respeito muito, o senador Pedro Simon (RS)", disse o tucano. "Se não tiver, nós vamos querer, sim, ter o maior número de lideranças do PMDB em torno de um projeto para o Brasil", completou. (Agências)

José Cruz/ABr

não se tem responsabilidade". O governador não deixou o insulto por menos. "ACM é fruto direto do pecado original, aquele pecado que marca o ser humano e o torna degredado. Ele é o próprio pecado", disse. ACM refutou. "Nunca fui empregado de banqueiro, como meu acusador. Aliás o banqueiro é decente, o empregado é que não é", disse referindo-se à carreira de Lembo como funcionário do Banco Itaú.

ACM 'NUNCA FUI

EMPREGADO DE BANQUEIRO' LEMBO 'ELE É FRUTO DIRETO DO PECADO ORIGINAL'

É PRECISO SER PARANÓICO DIANTE DE PESQUISAS, DIZ SERRA.

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p r é - c a n d i d a t o d o para acompanhar Alckmin, PSDB a governador junto com o governador mineido Estado de São Pau- ro Aécio Neves, a outros Estalo, José Serra, disse ontem, em dos. "Estou pronto para isso", Jaú, que em campanha política afirmou. "Não acho necessá"é preciso ser paranóico" em rio, mas se for o caso estou absolutamente disrelação a pesquisas ponível." eleitorais - hoje am- Newton F./AE- 14/03/06 Na chegada a plamente favoráJaú, Serra visitou o veis ao seu nome. mercado munici"Não se pode ser pal, onde comeu muito equilibrado, pastel de palmito. acreditando que Passeou pelas ruas vai dar tudo certo e centrais, comeu que as coisas estão uma banana numa resolvidas. Temos banca de merceaque agitar", disse o Serra : não ria, recebeu cumtucano, falando a se pode ser primentos de popolíticos da região muito equilibrado. pulares e deu autóe empresários. grafos. Serra disse que a No trajeto de 500 metros pecampanha estadual terá de ser feita de mãos dadas com a las ruas, recebeu apenas uma campanha do pré-candidato à cobrança. "Não gostei de o sePresidência da República, Ge- nhor ter fechado a sede da raldo Alckmin. "O Alckmin Mancha (Mancha Verde, torcinão precisa nem vir para o in- da organizada do Palmeiras) terior paulista. Ele tem de ir quando prefeito", falou um aos lugares onde é menos co- palmeirense. "Foi a Justiça. Foi nhecido. Aqui a gente faz. Não a Justiça", respondeu Serra. Empresários– Antes de fasó eu, mas todos nós." O pré-candidato tucano fa- lar a empresários, Serra declalou, ainda, que está preparado rou em entrevista que é preci-

so combater a política "antidesenvolvimentista" do governo federal. "Eles (os petistas) têm uma política que não favorece o nosso desenvolvimento e o emprego, essa sim a variável social número um do nosso País", afirmou. Serra voltou a criticar a forma de o PT fazer campanha. "Não acho que o Lula está disparado à frente. Maio foi um mês em que, além da propaganda natural que Lula tem como presidente, teve a propaganda institucional, paga com dinheiro do governo, além da propaganda do PT. Agora a situação vai ser outra e com o horário eleitoral a gente vai poder levar a nossa mensagem a toda a população." O tucano disse que terá como principal prioridade a educação e quer introduzir no Estado o que fez na Prefeitura de São Paulo, colocando dois professores na sala de aula na primeira série do ensino fundamental. Falou também que vai ampliar as escolas em tempo integral e fortalecer o ensino técnico. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Política

3 Queria ter uma carta na manga contra Arcanjo. Ouvia quando os bacanas (Palocci, Dirceu , Okamoto) iam à casa dele, entrava na sala para servir bebidas e petiscos. Zildete Reis, cozinheira

COZINHEIRA DENUNCIA VÍNCULO DE PETISTAS COM CRIMINOSO. INQUÉRITO DO MENSALÃO FICA RESTRITO. Lula Marques/Folha Imagem

ELLEN GRACIE DEFENDE FORO PRIVILEGIADO PARA AUTORIDADES

JANENE SERÁ JULGADO PELO CONSELHO DE ÉTICA À REVELIA

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Conselho de Ética da Câmara decidiu julgar à revelia o deputado José Janene (PP-PR). Em nova manobra para atrasar seu julgamento, Janene se negou ontem, mais uma vez, a depor no processo que pede a cassação de seu mandato. Para dar segurança ao deputado, que sofre de uma grave doença no coração, três médicos da Câmara foram destacados para acompanhar o depoimento, mas assim mesmo Janene não quis falar, alegando não estar bem. Como o deputado vem adiando seu depoimento desde o ano passado, o conselho reagiu marcando para a próxima terça-feira a votação do pedido de cassação, que deverá se consumar mesmo que Janene não seja ouvido. A irritação dos conselheiros com o comportamento de Janene ficou evidente. O deputado Nelson Trad (PMDB-MS) mostrou cópia de reportagem que reproduziu fotos em que Janene aparece bem disposto durante um churrasco no Paraná. "Exijo seriedade e respeito com este conselho", afirmou Trad. "Dias atrás, esse cardiopata apareceu nos jornais em um piquenique ou sei lá o quê, mostrando a brincadeira que vem fazendo há nove meses." Copa– O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP) disse ter sido procurado por interlocutores de Janene que tentaram convencê-lo a marcar outra data para o depoimento. "Eles queriam adiar o depoimento de Janene para 13 de junho, o dia da estréia do Brasil na Copa", disse Izar, rejeitando a sugestão. Janene passou por uma avaliação médica na Câmara. O deputado queria que os médicos e o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), se responsabilizassem caso seu quadro de saúde piorasse durante o depoimento. "Não temos condições de assumir a responsabilidade de que nada iria acontecer com ele", disse o diretor do Departamento Médico da Câmara, Luiz Henrique Hargreaves. "Não houve proibição para que ele fosse depor." Um dos advogados de Janene, Marcelo Leal de Lima Oliveira, enviou ofício ao conselho seis minutos antes do início do depoimento informando que o deputado não iria depor, "diante da ausência de garantia quanto aos riscos envolvidos em caso de seu comparecimento". José Janene é acusado de ter recebido R$ 4,1 milhões do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do mensalão. (AE)

presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie Northfleet, e seu vice, Gilmar Mendes, defenderam ontem no Congresso Nacional o foro privilegiado para as autoridades, mesmo depois que o exercício da função tenha acabado. Hoje, os processos contra os deputados cassados no caso do mensalão, por exemplo, saem do STF e vão para a Justiça comum. Por meio do foro privilegiado, integrantes dos três Poderes têm o direito de ser investigados e julgados criminalmente perante tribunais, enquanto que os cidadãos comuns têm de se submeter à Justiça de 1ª. Instância. No caso do presidente da República, de parlamentares e ministros de Estado, o foro é o STF. Ellen Gracie e Gilmar Mendes foram ouvidos por deputados na Comissão Especial da Reforma do Judiciário na Câmara, que entre outros assuntos, analisa uma proposta de emenda constitucional para estender o foro a ex-autoridades quando o ato contestado tenha sido praticado na época em que a pessoa exercia o cargo. Entre os demais pontos destacados pela ministra está o que dá autonomia para as defensorias públicas. Para ela, essa é uma forma de fortalecimento dos órgãos. "Estamos de acordo. Entendemos que o acesso pleno à Justiça só se dá quando temos defensorias públicas instaladas nos estados", disse Ellen. Impunidade– Advogado-geral da União no governo Fernando Henrique Cardoso, Gilmar Mendes observou que atualmente, se um ministro atropela uma pessoa, é julgado por esse ato, que não tem nada a ver com o cargo, no STF. Mas quando ele deixa o posto perde o direito de ser julgado perante o Supremo por atos que praticou como ministro. Mendes discorda da interpretação de que o foro privilegiado leva à impunidade. O ministro contou que no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul foi criada uma câmara especializada em julgar crimes de prefeitos. Segundo ele, o órgão funciona muito bem, de forma rápida e há vários casos de condenação. Gilmar também criticou o uso político das ações de improbidade contra autoridades que, apesar de poderem provocar a perda dos direitos políticos e o afastamento do cargo, são analisadas pela Justiça de 1ª. Instância. (Agências)

PROCURADOR PEDE INQUÉRITO CONTRA 15 PARLAMENTARES

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procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que instaure 15 inquéritos para investigar parlamentares suspeitos de envolvimento na compra e licitação fraudulenta de ambulâncias com recursos da União. A fraude foi identificada na chamada Operação Sanguessuga da Polícia Federal. O procurador não revelou os nomes, sob o argumento de que os inquéritos estão sob segredo de Justiça. Ontem, oito pessoas presas por envolvimento no caso foram transferidas à noite de Brasília para Cuiabá (MT). Entre eles estavam os ex-deputados Ronivon Santiago e Carlos Rodrigues, além de assessores parlamentares e empresários ligados à Planam, empresa que centralizaria o esquema de compra fraudulenta de ambulâncias. Onze pessoas continuam foragidas. (AE)

O

A cozinheira Zildete Leite dos Reis ao lado do presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB) durante o depoimento - bomba.

DEPOIS DO CASEIRO, A COZINHEIRA CONTA TUDO.

E

m depoimento tratado com cautela pelos senadores da CPI dos Bingos, a cozinheira Zildete Leite dos Reis acusou ontem, sem apresentar provas, ex-integrantes do governo de participarem de festas e encontros na casa de João Arcanjo Ribeiro, o Comendador Arcanjo, acusado de chefiar o crime organizado no Mato Grosso. A cozinheira afirma ter trabalhado na casa de Arcanjo. Ela contou que petistas chegaram lá em jatinhos particulares

e que deixaram o local com malas de dinheiro. E afirmou que presenciou visitas do presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, e dos ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci a Arcanjo. Segundo ela, Arcanjo chamava Palocci de "irmão". Confusão– O depoimento teve contradições. Zildete disse que o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, suspeito de participação no assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel, também freqüentava a casa de Arcanjo

e teria pedido a recomendação de um pistoleiro para executar o assassinato. "Ele (Sombra) queria um pistoleiro de outro estado. Por isso, foi atrás de Arcanjo", disse a cozinheira aos senadores da CPI. Ela, porém, não reconheceu Sombra em uma foto apresentada pelo relator da comissão, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN). Zildete explicou que o empresário usava "cavanhaque" na época das supostas visitas. Os governistas logo reagiram e tentaram desqualificar o depoimento de Zildete. "A que ponto chegamos, usar esta senhora para isso!", protestou o senador petista Tião Viana (AC). "Assim, a oposição não vai chegar ao Poder nunca", completou o protesto. Para o líder da minoria no Senado, Álvaro Dias (PSDBPR), a acusação "é grave". "Não tenho motivo para não acreditar nesta senhora, nem razão para não permitir que os acusados se defendam", disse ele. Reconhecimento– Álvaro Dias apresentará à CPI requerimento para acareação da cozinheira com Dirceu, Palocci e Okamoto. Ela reconheceu os três em fotos mostradas du-

rante a audiência na CPI. Sobre Okamoto, Zildete disse que se lembrava "muito bem" porque ele era "comunicativo e gentil com a gente". No entender do senador, há justificativa para o fato de a cozinheira não ter reconhecido Sombra. "Isso contrasta com o que ele apresentava na época. Ela, inclusive, citou a barba que ele usou. Não há nenhuma dúvida de que ela o reconhece", disse. Vingança pessoal– A cozinheira informou que era empregada de um bufê e contratada por Arcanjo sempre que havia festas e recepções. Ela teria se aproximado de Arcanjo porque "queria vingança" pelo assassinato do irmão, Acácio Marques dos Reis. Segundo Zildete, Arcanjo mandou matar Acácio, em 1994, quando descobriu que o empregado roubava bois da sua fazenda. "Queria ter uma carta na manga contra Arcanjo. Quando os bacanas iam à casa dele, eu entrava na sala para servir bebidas, petiscos e ouvia", disse. O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Moraes (PFL-PB), disse que Zildete terá proteção da CPI e depois da Polícia Federal. (Agências)

UMA BOA NOTÍCIA PARA PALOCCI Roberto Stuckert Filho/Ag. O Globo - 26/01/06

m novo parecer técnico atribui à Prefeitura de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, falhas e riscos no edital e no contrato de limpeza urbana da cidade. Também conclui que não houve prejuízo financeiro na execução do contrato e ainda isenta as empresas contratadas dessas possíveis irregularidades. O documento, elaborado pelo engenheiro Lívio Amato, a pedido da empresa Leão Leão, foi anexado ao inquérito na Delegacia Seccional do município. O parecer contrariaria o do delegado Benedito Antônio Valencise, que preside o inquérito. Ele sustenta que o contrato de limpeza urbana teria sido superfaturado em cerca de R$ 30,7 milhões durante os quatro anos em que os petistas Antônio Palocci e seu sucessor, Gilberto Mag-

U

gioni, foram prefeitos de Ribeirão, entre 2001 e 2004. O dinheiro, segundo o delegado, era usado para pagar propina ao PT e a políticos do partido. Amato avaliou um período de seis anos do contrato entre novembro de 1999 e novembro de 2005, período que inclui um ano da administração do ex-prefeito tucano Luiz Roberto Jábali. O engenheiro aponta que os preços propostos pela empresa durante a concorrência (R$ 31.442.080) "são evidentemente baixos e representam uma redução média de 52,46% em relação ao orçamento oficial (que é de R$ 66.136.000)". O parecer aponta, no entanto, que o Grupo Leão Leão foi favorecido indiretamente pelo fato de o contrato ser reajustado pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM).

Relatório isenta Leão Leão de irregularidades na gestão do ex-ministro Palocci

O parecer relata ainda que houve sensível modificação na quantidade de serviços realmente executados no contrato em relação à prevista na planilha do edital, principalmente no serviço de varrição de ruas. A limpeza das vias públicas com calçadas representou 60,13% de todo o serviço realizado, para um

previsto de 15,97% no edital. O engenheiro conclui que a diferença entre o previsto e o executado "é relativamente comum nas licitações públicas, gerando grande risco de graves inconvenientes na fase executiva, o que não ocorreu no presente caso". O ponto final da análise foi a inclusão da limpeza do Bosque Fábio Barreto. Durante o inquérito, o delegado Valencise e o Ministério Público relataram uma varrição dez vezes superior à possível no local. Amato aponta que a inclusão do local no contrato, apesar de legal, "foi realizada de forma equivocada pela prefeitura, face à grande variedade de áreas com as mais distintas características". E conclui: "A prefeitura foi beneficiada, porque em qualquer outro critério os valores atingidos seriam maiores que os adotados". (AE)

STF RESTRINGE ACESSO AO INQUÉRITO DO MENSALÃO plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reformou nesta tarde uma decisão do ministro Joaquim Barbosa que permitia ao público em geral consultar o inquérito que apura o mensalão pela internet. De manhã, por ordem de Barbosa, o STF havia colocado à disposição em sua página (www.stf.gov.br) o acesso amplo

O

ao inquérito. Ou seja, quem estava na rede naquele momento pôde consultar em www.stf.gov.br/hotsites/inquérito os autos de uma das principais investigações em andamento no País. No entanto, minutos depois, as informações saíram do ar. Por volta das 14h30, os ministros do STF se reuniram em sessão plenária e resolveram que somente

os denunciados e seus advogados terão acesso ao inquérito. Para tanto, eles receberão uma senha. Só não terão acesso a documentos sigilosos que são protegidos pelos sigilos bancário, fiscal e telefônico. Para ter acesso, os cidadãos em geral e a imprensa terão de cumprir um procedimento burocrático, por meio da remessa de pedidos formais ao Supremo, nos

quais deverão indicar os motivos pelos quais querem consultar os autos. Esses pedidos serão analisados por Joaquim Barbosa, que poderá aceitá-los ou rejeitá-los. O STF tomou a decisão por entender que abrir na internet o inquérito do mensalão seria fazer uma distinção, já que outras investigações em tramitação no tribunal estão disponíveis somente em papel. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECONOMIA/LEGAIS - 5


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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Meta de assinaturas superada: 1,564 milhão de cidadãos querem transparência tributária.

DE OLHO NO IMPOSTO MOBILIZA SOCIEDADE

A HISTÓRIA DE UMA LUTA Masao Goto Filho/DC (29/12/2005)

Patrícia Cruz/LUZ (17/01/2006)

O presidente da ACSP, Afif Domingos, lança oficialmente a campanha em São Paulo Milton Mansilha/LUZ (17/02/2006)

Luciano Coca/Chromafotos (16/02/2006)

Acima, o Feirão do Imposto, que revela o peso dos tributos nas mercadorias e serviços. Ao lado, o lançamento da campanha em Guarulhos, uma das cidades visitadas pela caravana tributária. Uma chuva de balões marca o lançamento do movimento no Pátio do Colégio Marcos Fernandes/LUZ (07/03/3006)

Patrícia Cruz/LUZ (17/02/2006)

Paulo Pampolin/Hype (28/04/2006)

Um site foi desenvolvido especialmente para o De Olho no Imposto em busca de assinaturas. Em fevereiro, mais de 2 mil pessoas haviam feito a adesão pela internet, como Arlete Sanz Martins (acima). Empresários lotam o clube Esperia, em São Paulo, durante a primeira etapa do movimento

Manoel da Costa Sobrinho é o dono da milionésima assinatura

Paulo Pampolin/Hype (01/05/2006)

José Paulo Lacerda

O cantor Xororó na festa da Força Sindical, no dia 1º de Maio, cujo tema foi o De Olho no Imposto

O presidente do Senado, Renan Calheiros, segura a camisa do De Olho do Imposto ontem no Congresso


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Da atriz norte-americana Elizabeth Taylor, negando rumores de que estaria com o mal de Alzheimer, no programa de TV Larry King.

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

JUNHO

Rose M. Prouser/Reuters

Existe um público aí fora que gosta de escândalos, gosta de sujeira. Se quiserem ouvir que estou morta, sinto muito, pessoal, mas não estou. E não pretendo morrer tão cedo.

quinta-feira, 1 de junho de 2006

1 80 anos do nascimento da atriz norte-americana Marilyn Monroe (1926-1962)

G UERRA C A R T A Z

A mentira dos marines

CONCERTO

E M

EUA confirmam que soldados massacraram civis no Iraque no ano passado

A

Sinfonia Nº 8, do compositor austríaco Anton Bruckner (foto). Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Sala São Paulo. Praça da Luz, s/nº. Telefone: 3337-5414. Às 21h. R$ 25 a R$ 79.

notícia de que 24 civis da cidade iraquiana de Haditha teriam sido atacados gratuitamente por marines norte-americanos, em novembro passado, divulgada ontem pelo The New York Times abalou o governo George W. Bush. A confirmação veio de um oficial das Forças Armadas dos EUA, após três semanas de investigações oficiais que confirmaram que as vítimas morreram baleadas. A descoberta contradiz a versão dos mari-

nes, que disseram ter sido vítimas de um atentado a bomba. O presidente Bush disse ter ficado "perturbado" ao tomar conhecimento de denúncias e alegou que "se houve algum tipo de violação das leis, os culpados serão punidos". Os assassinatos em Haditha, um bastião insurgente, ocorreram depois de um atentado a bomba contra um comboio militar em 19 de novembro que matou um marine. Moradores disseram que, então, os marines invadiram casas próximas

e mataram a tiros integrantes de duas famílias, incluindo uma menina de três anos. Com a confirmação dos assassinatos injustificados, o episódio pode se tornar o caso mais grave de conduta imprópria de soldados americanos nos três anos de guerra no Iraque. Até agora, o episódio mais conhecido era o abuso de prisioneiros em Abu Ghraib. O caso veio à tona em 2004 e foi considerado pelo presidente Bush como o pior erro que os EUA cometeram no Iraque.

M EDICINA

Pílula de dormir acorda comatosos Três acidentes semelhantes resultaram numa das descobertas mais bizarras da medicina. Médicos britânicos e sul-africanos relataram às revistas Nature e NewScientist três casos de pacientes em semi-coma que acordaram após serem medicados, com pílulas para dormir. O efeito foi descoberto por acaso, quando um dos pacientes em estado vegetativo mas com movimentos involuntários incessantes recebeu uma pílula para acalmar seu estado. Ele acordou 15 minutos depois. www.newscientist.com/ar ticle/ dn9215-sleeping-pill-may-rouse-

R ECORDE

Eternos namorados brigam todo dia Ao comemorar, nesta semana, 78º aniversário de casamento, os britânicos aposentados Frank e Anita Milford revelaram que o segredo de uma união duradoura "é ter uma pequena discussão diária". Frank, 98, e Anita, 97, casaram-se em 1928. O casal se conheceu em um baile em 1926 e desde então são inseparáveis, conquistando este ano o título de casal britânico com mais tempo de casados. Os Milfords bateram o recorde de tempo de casados, superando Harold e Lucy Allgood, que em janeiro deste ano comemoraram 77 anos de casamento. O recorde histórico é de Percy e Florence Arrowsmith, do condado de Hertford, que ficaram casados por 80 anos, até

Copa

que Percy morreu em 2005. "Temos muitas chances de quebrar o recorde histórico. Atualmente os casamentos não duram muito tempo. Muitas pessoas se casam pensando que, se a união não funciona, desfaz-se e pronto. Mas nós não entendemos esse pensamento", explicou Frank Mildford. Sua esposa disse que o principal para uma união duradoura "é dar e receber muita alegria, rir muito". O casal tem dois filhos, cinco netos e sete bisnetos. Elaine Clarke, 54, enfermeira que cuida do casal, declarou: "Quando Anita ficou doente recentemente e passou 10 dias na cama, ele não a abandonou nem por um momento. Continuam muito apaixonados."

Depois de alguns episódios de conflito com o colega Edmílson, o atacante Adriano fez questão de ressaltar que está tudo em paz entre ambos. "A gente se dá bem e ninguém está aqui para machucar o outro", disse.

coma-patients.html

B RAZIL COM Z

Cerveja sem consumidores

Flavio Florido/Folha Imagem

A revista Canadian Business divulgou ontem em seu website que, apesar de as importações de cerveja brasileira realizadas pela Molson Coors Brewing Co. para o país não terem encontrado consumidores, outra empresa decidiu investir nesse produto. Outra companhia canadense, a Labatt Breweries of Canada está importando cervejas da Brahma, "a sexta cerveja que mais vende no mundo". A Molson importa a Bavaria. E UA AFP

C IÊNCIA Paulo Whitaker/Reuters

AFP

Paulo Whitaker/Reuters

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Retorno à pré-história Cientistas israelenses anunciaram ontem ter descoberto um ecossistema préhistórico de cinco milhões de anos. A descoberta aconteceu em uma gruta perto da cidade de Ramle, no centro de Israel, durante perfurações de rocha em uma pedreira. Os cientistas foram chamados e logo acharam oito espécies, até então desconhecidas pela ciência, de crustáceos e invertebrados semelhantes a escorpiões. A gruta foi completamente isolada do mundo, inclusive da

água e de nutrientes infiltrandose por fissuras acima. Os cientistas que descobriram a caverna acreditam que ela se manteve intacta por milhões de anos. Todas as espécies examinadas não tinham olhos, o que significa que elas perderam a visão devido à evolução. Amostras dos animais descobertos na gruta foram enviadas para análises de DNA que descobriram que eles eram únicos. A caverna foi fechada para que os cientistas conduzam pesquisas mais detalhadas.

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Liga e desliga sem complicação

Dados setoriais do setor agrícola

em interesse em desvendar o mistério do sorriso da Monalisa, especialistas em acústica do Japão investigaram as medidas do rosto e das mãos da modelo de Leonardo da Vinci, estimaram sua altura (1,68 metro) e reconstruíram um molde de seu crânio. Com todas essas informações, eles criaram uma voz semelhante à da pessoa em questão. Eles têm como aval da qualidade do resultado o fato de já terem usado o mesmo método para recriar vozes de várias pessoas famosas e

S

A TÉ LOGO

terem chegado a resultados semelhantes ao som original. O gráfico da voz de uma pessoa, conhecido como "impressão vocal", é único e os especialistas acreditam que a fidelidade do som da voz de Monalisa que recriaram tem uma fidelidade de 90%. "Eu sou a Monalisa. Minha verdadeira identidade está envolta em mistério", diz a voz que sai da reprodução do quadro de Da Vinci no site criado para divulgar a voz da enigmática modelo. http://promotion.msn.co.jp/ davinci/voice.htm

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L ITERATURA

Paul Auster leva Prêmio Astúrias O escritor norte-americano Paul Auster foi escolhido ontem em Oviedo, na Espanha, para receber o Prêmio Príncipe de Astúrias de Letras. A escolha se deu "pela renovação literária que o autor empreendeu ao unir o melhor das tradições norte-americana e européia" e pelo modo como "inova o relato cinematográfico e incorpora na literatura algumas de suas características", disse a nota da instituição. Auster, aos 59 anos, é o quarto autor de língua inglesa a receber o prêmio. Antes dele, vieram Doris Lessing, Arthur Miller e Susan Sontag - a vencedora do ano passado foi a brasileira Nélida Piñon. L OTERIAS Concurso 624 da LOTOMANIA

Até o fechamento desta edição, a Caixa Econômica Federal não havia divulgado o resultado do sorteio da Lotomania. Confira os números sorteados no site: www.caixa.gov.br

Tropa norte-americana atira contra carro e mata duas mulheres, uma grávida, no Iraque Governo Bush se declara disposto a negociar questão nuclear com o Irã diretamente

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www.sindag.com.br

A voz de Monalisa

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lexononoffbyninatolstrup.html

A designer Nina Tolstrup criou esse interessante despertador digital para a Lexon francesa. Basta mudar de posição para acionar ou interromper o alarme. US$ 36,50 no site.

T ECNOLOGIA

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www.greenergrassdesign.com/

Informações atualizadas sobre o combate aos agrotóxicos ilegais no País e dados relevantes sobre o mercado nacional de defensivos agrícolas são alguns dos itens do site do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), cuja nova versão, reformulada, entra no ar hoje. Alguns serviços do site são exclusivos para os associados da instituição, que completa agora 65 anos. Órgão ligado à Fiesp, o Sindag foi criado para representar a indústria de defensivos agrícolas junto a órgãos públicos.

DRAMA – Depois da lavada da seleção contra o Lucerna, o treino de ontem em Weggis foi leve. O goleiro Dida tirou alguns minutos para brincar com a bola. A má notícia da seleção foi a substituição do volante Edmílson, vítima de uma lesão no joelho direito, por Mineiro. Na coletiva de ontem, Edmílson chorou ao anunciar seu afastamento da seleção. Solidário, Mineiro comentou que não esperava a convocação. A Fifa promete aprovar a troca imediatamente.

Homem mascarado recebe US$ 500 mil de recompensa por ter dado informações para a identificação de Ahmed Islam Santos, acusado de envolvimento em atentado a bomba nas Filipinas em 2004.

Em tensão com os EUA, Hugo Chávez gasta US$ 2,5 bilhões para modernizar Exército

Concurso 768 da MEGA-SENA 04

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Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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BANCOS SÃO CONTRA TETO DE CONSIGNADO

9,19

é a alta acumulada pelo índice Bovespa, principal indicador do mercado de ações brasileiro, neste ano.

CONFIRMANDO EXPECTATIVA, COMITÊ CORTOU SELIC PARA 15,25% AO ANO, PATAMAR DE MARÇO DE 2001

COPOM REDUZ JURO EM 0,5 PONTO

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Comitê de Política Monetária do Banc o C e n t r a l ( C opom) fez ontem exatamente o que os analistas do mercado financeiro esperavam: cortou a taxa básica da economia brasileira (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 15,25% ao ano. Essa foi a oitava queda consecutiva dos juros. A magnitude da redução, porém, diminuiu, já que nas últimas três reuniões o Copom determinou cortes de 0,75 ponto. A Selic agora está no patamar de março de 2001. Em termos reais (descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses), continua o maior juro do mundo, em 10,5% ao ano, segundo a consultoria GRC Visão. "Dando prosseguimento ao processo de flexibilização da política monetária, iniciado na reunião de setembro de 2005, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 15,25% ao ano, sem viés, e acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até a sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária", relatou um breve comunicado divulgado depois do fim do encontro. A nova taxa vale até 19 de julho, quando termina a próxima reunião do comitê. "A decisão ficou absolutamente em linha com o previsto. Qualquer queda abaixo de 0,5 ponto poderia gerar volatilidade e incerteza", avaliou o economista-chefe do Brades-

co, Octavio de Barros. Embora as expectativas de inflação indiquem cumprimento da meta do ano, havia o temor no mercado de que a recente turbulência — provocada pela preocupação com a alta de juros nos Estados Unidos — influenciasse o Copom a ponto de determinar uma queda da Selic menor que a esperada. Repercussão — O corte de 0,5 ponto era o mínimo aceitável por alas menos conservadoras do governo. Segundo fontes em Brasília, o clima poderia azedar entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central caso a redução ficasse em 0,25 ponto, ou se não houvesse corte. Mais uma vez, a decisão do Copom desagradou o setor produtivo. Nota divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) afirma que o Banco Central "reafirmou sua disposição de evitar, a qualquer custo, o 'risco' do crescimento" brasileiro. O texto continua, ressaltando que "a Fiesp é contrária à lógica ilógica dos juros altos". Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lembrou que os juros reais ainda estão acima de 10% ao ano e disse que esse nível "só seria justificável diante de ameaças à ordem econômica ou à solvência do País, o que não é o caso". Segundo a entidade, o BC "aparentemente foi influenciado pelas oscilações na economia mundial e desconsiderou as condições internas da economia brasileira". (Agências)

Taxa do consignado para aposentado é limitada a 2,9% Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) fixou ontem em 2,9% ao mês o limite máximo para a taxa de juros que poderá ser cobrada pelos bancos no empréstimo com desconto em folha para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A proposta do governo, apresentada pelo ministro da Previdência Social, Nelson Machado, foi aprovada pela maioria dos membros do CNPS. A exceção foi o representante da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Jorge Higashino, que votou contra. O teto de 2,9%, segundo o ministro, valerá para os novos empréstimos. Ele entrará em vigor assim que o INSS publicar a instrução normativa no Diário Oficial, o que deve ocorrer ainda nesta semana. Prazo – O ministro explicou que a nova taxa foi fixada por dois meses. Nesse prazo, o CNPS se comprometeu a analisar o comportamento do mercado, até para ter certeza de que o teto não inviabilizará os empréstimos. "Também temos a preocupação de evitar que ocorra escassez de crédito", disse Machado, referindo-se ao argumento usado pelos representantes dos bancos para votar contra o limite para a taxa. O ministro disse que a resolução do Conselho e a instrução normativa do INSS vão deixar claro que a taxa de 2,9% vale até que haja nova manifestação do CNPS. Se, em dois meses, o Conselho, ao avaliar o comportamento do mercado, considerar que está tudo dentro da normalidade, não precisará baixar nova resolução. Machado disse que o governo quer forçar a redução da taxa de juros. O limite de 2,9% é inferior à média cobrada pelos 42 bancos conveniados com o INSS, que é de 3,14% ao mês. Os representantes dos bancos disseram que a tendência é o sistema passar a trabalhar com os juros máximos permitidos pelo governo. Segundo a Febraban, a troca de empréstimos antigos por novos, com juros mais baixos, pode in viabilizar as operações nos bancos de menor porte. (AE)

O

Ouro lidera aplicações em maio. Bolsa cai 9,5% e fica na lanterna. ranking dos investimentos passou por uma surpreendente reviravolta em maio. O dólar comercial acumulou valorização de 11,31% e ocupou o segundo lugar entre as aplicações mais rentáveis, atrás apenas do ouro, que ficou em primeiro, com alta de 12,73%. O desempenho do dólar foi inferior apenas ao de setembro de 2002, quando a tensão préeleitoral impulsionou uma valorização de 24,92% da moeda americana. Os únicos ativos a amargar resultado negativo no mês terminado ontem foram as ações: o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), ocupou a última posição, com queda de 9,5% no período.

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Turbulência — A sustentação do ouro e do dólar na ponta e o mergulho da bolsa refletem a turbulência que varreu os mercados por causa do temor de alta da inflação nos Estados Unidos. A expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) puxe o juro de curto prazo além do nível de 5% ao ano, na reunião do próximo dia 28, aumentou a aversão dos investidores ao risco de países emergentes. Esse sentimento se traduziu na saída de investidores estrangeiros dos mercados de todos os países considerados emergentes, incluído o Brasil, e atingiu tanto títulos de renda fixa como ações. Em maio, até o dia 26, a Bovespa teve saldo negativo de capital estrangeiro de R$ 1,741 bilhão, que reduziu o volume acumulado no ano para apenas R$ 1,484 bilhão. Levantamento feito pela consultoria Economática mostra que a desvalorização de 9,5% no mês passado foi o pior desempenho da Bovespa em meses de maio desde 1999, quando houve a liberação do

câmbio, e a quarta pior, também em maio, desde a criação do Ibovespa, em 1968. A forte baixa encolheu a valorização no ano para apenas 9,19%. O capital externo que saiu do mercado de ações foi uma das principais fontes de pressão sobre o dólar. A esses investidores que, para deixar o País, trocaram reais por dólares, se somaram os que liquidaram posições em Notas do Tesouro Nacional da série B (NTN-B), títulos de longo prazo indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A arrancada de 11,31% em maio praticamente neutralizou as perdas acumuladas pelo dólar no ano, agora residual — de apenas 0,09%. A expectativa de analistas financeiros é de que o clima de estresse nos mercados de todo o mundo seja mantido até a próxima reunião do Fed. Até lá os investidores tendem a reagir, positiva ou negativamente, a indicadores econômicos nos Estados Unidos que influenciem a decisão de política monetária do banco central. (AE)

Odair José promove o Credicard Citi Paulo Pampolin/Hype

ada de atores globais nem modelos. A primeira campanha publicitária da Credicard Citi, nova empresa de cartões de crédito do Citibank, criada a partir da divisão da marca entre o banco americano e o Itaú, trará como garoto-propaganda da marca Odair José, cantor e compositor que fez sucesso nos anos 1970 com canções populares e melodias simples. Sua primeira aparição não será em um filme, mas em uma pequena peça (um teaser) que servirá para despertar a curiosidade do espectador para os filmes seguintes. Nela, o cantor, sozinho no palco, sentado em um banco e com seu violão em punho, cantará o refrão de uma de suas mais conhecidas músicas: "Eu vou tirar você desse lugar, eu vou levar você pra ficar comigo". O refrão de Odair José é um convite ao consumidor para participar da promoção Você sob nova direção , lançada junto com a campanha sob o título Credicard Citi ajuda você a mudar de vida e que distribuirá R$ 3 milhões entre os usuários dos

N

Odair José fez sucesso nos anos 70

cartões Citibank, em três sorteios no valor de R$ 1 milhão cada um. A idéia do sorteio é ajudar três brasileiros a abrir seu próprio negócio, se tornar empreendedor, segundo o diretor-executivo de Marketing da Credicard Citi, Marcos Almeida. "Queremos mostrar ao consumidor que materializamos o sonho dele." Ideal — Com um investimento de R$ 35 milhões, a campanha leva a assinatura da W/Brasil, agência do publicitário Washington Olivetto. "A

campanha é dirigida aos que sonham em mudar de vida", disse o publicitário, para quem a imagem de Odair José, que tem 57 anos de idade e 36 de carreira, cai feito uma luva. A exemplo da proposta contida nos filmes publicitários que serão exibidos, também Odair José tem uma história de batalhador que conseguiu dar a volta por cima. "Assim como o futebol, a música popular faz parte da cultura brasileira", disse Olivetto. O primeiro filme estréia no dia 4 de junho. Com a campanha, a Credicard Citi dá o pontapé inicial na meta de duplicar sua base de cartões, hoje de 4,4 milhões de clientes, até 2010. O prêmio em dinheiro, um dos maiores oferecidos por instituições financeiras para seus clientes de cartões de crédito, dá uma idéia da disposição da empresa de ganhar espaço no concorrido mercado brasileiro de cartões, no qual ocupa a terceira posição entre os emissores privados, com 10% do faturamento do segmento no País. Roseli Lopes


DEU

A publicitária carioca Marise Araújo descreve no blog Blue Bus o clima de Brasil-sil que tomou conta das ruas do Rio nestes tempos de pré-Copa. Mais que as cenas boladas para as campanhas que ocuparam tevê, outdoors, jornais, revistas e internet, o que se vê nas ruas, nas roupas, nos carros, nos detalhes, é o melhor anúncio do Brasil 2006. Acompanhe o "roteiro" de Marise ao lado. E imagine: no final entra música, um sambinha e o letreiro: Brasil dos pés à cabeça.

WWW.BLUEBUS.COM.BR

DOISPONTOS -11 11

O melhor comercial da Copa está nas ruas

NO

BLOG

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 1 de junho de 2006

o produto, vamos dizer assim, sabe quem são? Nós, brasileiros de todos os cantos, que se preparam para viver como ninguém estes dias tão especiais, neste imenso gramado verde e amarelo. Neste ano, quis o destino que eu esteja por aqui observando e me dando o direito de adivinhar o que vai na mente e no coração desses milhares de torcedores. Todo publicitário tem um quê de psicólogo, sociólogo e palpitólogo. Eu não poderia fugir à regra. Ultimamente, tenho andado por aí como aqueles observadores de

E

pássaros que vivem de binóculo na mão, vendo os meus vizinhos e os habitantes do meu bairro e adjacências. Cena 1, bebê deitado no carrinho, de uniforme

da Seleção, ladeado por suas duas torcedoras, a mãe e a avó, com camisetas iguais estampadas com a nossa bandeira. Corta. Cena 2, senhor sai de uma petshop apressado

trazendo o seu cão amarrado numa coleira verde e amarela. Corta. Cena 3, jovens penduram fitas de plástico verde e amarela na rua.

Outro grupo pinta uma enorme bandeira com spray no tapume de um edifício em construção. Corta. Cena 4, senhora elegantíssima

tira da bolsa a carteira verde e amarela para pagar o café. Corta. Cena 5, feira tradicional de domingo, nas barracas encontra-se de tudo. Aqui e ali, um toque fashion verde

e amarelo. Brincos, carteiras, bolsas e bolsinhas. Uma menina desfila tal qual uma deusa com as já famosas sandálias com as bandeirinhas.

Corta. Entra música, um sambinha, e letreiro: Brasil dos pés à cabeça. Como neste comercial, de quatro em quatro anos os temas e os lugares comuns se repetem. E este ano não o iria fugir à regra. Mas tenho notado que alguma coisa além do maravilhoso time do Parreira está fazendo com que todos se sintam e se vistam de brasileiros. Não sei o que é. A minha alma verde e amarela me diz que é um negócio chamado autoestima, talvez. Orgulho, pode ser. Esperança, quem sabe.

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Na escola do crime

A PERIGO ncontra-se em discussão na Comissão Mista de Orçamento do Congresso a Lei de Diretrizes Orçamentárias para o próximo ano. A LDO é o instrumento legal que determina como o Orçamento deve ser composto. Seria então o momento de tentar introduzir na LDO alguns dispositivos derivados do aprendizado derivado dos escândalos que têm marcado a vida brasileira. Por exemplo, apesar de o Orçamento ser aprovado pelo Legislativo, o

E

Um modo de eliminar totalmente certa corrupção: proibir o Executivo de contingenciar o orçamento

unciona assim: se você votar comigo em tal e tal assunto, libero o dinheiro da sua emenda tal. Tal procedimento, que se repete sem tirar nem pôr nos estados e nos municípios, implica um evidente desvirtuamento das relações entre Executivo e Legislativo, transforma em ficção todo o processo de elaboração do Orçamento e é indutor de corrupção. Não só a corrupção política representada pela troca de votos pelo descontigenciamento de emendas parlamentares, mas roubalheira lascada, conforme se viu no recente escândalo da Máfia das Ambulâncias. O deputado Fulano se acerta com o prefeito Sicrano e com a empresa Beltrana para receber uma graninha caso “libere” uma emenda (não raro, redigida pela empresa Beltrana).

F

Robson Fernandjes/AE

V

ORÇAMENTO

Executivo não é obrigado a cumpri-lo. Cerca de R$ 30 bilhões referentes a investimentos federais são materializados ou não de acordo com a vontade do governante. Nesse bolo entram as emendas introduzidas pelos parlamentares, seja individualmente, seja coletivamente, por bancadas estaduais. Como não é obrigado a cumprir o Orçamento aprovado, o que faz o governo? Usa o poder de liberar, ou descontingenciar, itens orçamentários para achacar parlamentares.

O País ensina como prosperar na criminalidade

olto a essa seção por profunda irritação G O crime não é com nossas ditas autoridades. O deputa- uma questão de do Delfim Neto, em conversas, sempre educação, pois não diz: "O lago Paranoá deve produzir algum gás se educa para o desconhecido que abobalha os ocupantes de crime, tampouco Brasília...". Creio que ele tem absoluta razão. O se deixa de educar. sujeito quando vai para o governo passa sofrer de alguma disfunção cognitiva, onde a solução de um problema é sempre jogá-lo no colo de ou- G Num país onde é trem. Assim, o nosso presidente boquirroto cul- tão difícil pou a falta de investimentos em educação, dos prosperar com anos 80 até agora, para justificar a existência do honestidade, e PCC. Ou seja, ele jogou o problema no colo dos tão fácil e cômodo outros e se eximiu da solução. Muito interessan- prosperar na te! Ora, pobre não é sinônimo de criminoso, se criminalidade em assim fosse não dava para sair na rua no Brasil, todos os níveis muito menos doutor é sinônimo de bom moço, e matizes, pois se assim fosse não teríamos tantos ilustres a relação customembros do governo e do parlamento a delinbenefício qüir. Afinal não sei se educação é condição sine é mais favorável qua non para evitar a delinqüência, o Sr. Delúbio ao crime. é professor, imaginem seus ensinamentos? O crime não é uma questão de educação, pois não se educa para o crime, tampouco se deixa de educar. No máximo, o crime é uma questão de formação, coisa bem diferente - pessoalmente, creio que o correto é justamente o inverso: a escola dá formação, a educação é dada em casa. Pode ser uma questão de falta de oportunidade para uma vida decente ou de excesso oportunidade para uma vida delituosa. Mas é, sem dúvida, Mande seu comentário uma relação custo-benefício, e num país onde é para doispontos@ tão difícil prosperar com honestidade e tão fácil e dcomercio.com.br

CLÁUDIO WEBER ABRAMO

cômodo prosperar na criminalidade em todos os níveis e matizes, a relação custo-benefício é mais favorável ao crime. Não se vai dizer também que os membros do PCC, do CV e do MST não têm educação ou formação; alguns de seus membros são doutores e nem por isso menos criminosos. Não fosse a falta de educação, não só nos anos 80 mas desde o Descobrimento, por certo o nosso presidente jamais teria sido eleito. Ao menos por isso ele tem muito a agradecer a seus antecessores. Assim, pelo visto, nada será feito, pois a solução do problema foi jogada para trinta anos trás, e como não dá para voltar o relógio, fica tudo como d`antes. Essa dissonância cognitiva que acomete os governantes faz com que os problemas nunca sejam encarados de frente, se busque sempre jogar a batata quente no colo de alguém, a não ser quando podem sobrar algunas recursos nãocontabilizados para partidos e candidatos. Mas sempre buscar culpados ocultos ou distantes para os fatos que requerem solução imediata. O sujeito faz campanha apontando todas a falhas e defeitos dos outros e quando chega lá faz igual ou pior, querendo eximir-se das culpas por tudo aquilo que já sabia e prometeu resolver. Isso sim é falta de educação! Não adiantam diagnósticos se não se sabe curar o mal que deve ser enfrentado e solucionado já. Se assim não for, de que adianta o Estado? MARCO AURELIO SPROVIERI É PRESIDENTE DO SINCOELETRICO MSPROVIERI@SINCOELETRICO.COM.BR

Sai a campo e obtém a liberação. O Ministério correspondente transfere o dinheiro à prefeitura. A empresa Beltrana abocanha o contrato – superdimensionado, às vezes em mais de 100%. Do excedente sobre o preço que seria normal sai a propinagem ao prefeito, ao deputado e aos demais integrantes da quadrilha. Nesses esquemas de crime organizado é evidente – ou deveria ser – que caberia ao Ministério responsável uma parcela considerável de responsabilidade por não vigiar adequadamente a forma como o recurso repassado é empregado no município. á um modo de eliminar totalmente esse mecanismo de corrupção. Trata-se de proibir o Executivo de contingenciar o Orçamento, ou ao menos de limitar drasticamente essa faculdade a alguns poucos itens definidos pelo Parlamento. Sendo obrigado a cumprir o que está definido no Orçamento, o Executivo não poderá negociar coisa nenhuma, o deputado não precisará vender seu voto e a motivação para o pagamento da propina deixa de existir. É claro que isso não impediria que o deputado vendesse a empresas as emendas que propusesse, o que acontece de montão. É aqui que entra a responsabilidade do Executivo. Em vez de dizer, como o ministro da Saúde a propósito do esquema das ambulâncias, que seu Ministério não fiscaliza adequadamente a aplicação do dinheiro nos municípios porque isso “burocratrizaria o processo” (disso isso com todas as letras em entrevista à Folha de S. Paulo em 10 de maio), o Executivo precisaria assumir plenamente a sua responsabilidade e cuidar melhor do dinheiro que administra. Para isso não são necessárias novas leis. Basta aplicar os regulamentos existentes e deixar de fingir ignorância sobre algo que até as árvores na estrada conhecem de trás para a frente.

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ssim, de um lado, é importante que se faça pressão sobre a Comissão Mista de Orçamento para que imponha a obrigatoriedade do cumprimento do Orçamento e, depois, que o Congresso derrube o inevitável veto presidencial. Segundo, que se cobre dos responsáveis primeiros pelas aplicações governamentais, que são os Executivos e ninguém mais, que cumpram com suas obrigações e deixem de conversinha fiada.

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CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


quinta-feira, 1 de junho de 2006

Tr i b u t o s Nacional Finanças Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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399

RISCO BRASILEIRO CAIU PARA 268 PONTOS

bilhões de dólares foi o total envolvido no leilão de swaps cambiais feito ontem pelo Banco Central.

ATA DO FED NÃO ANIMA INVESTIDORES. BOVESPA SUBIU 0,32% E DÓLAR COMERCIAL TEVE ALTA DE 0,48%.

BOLSA SOBE, MAS NÃO RECUPERA PERDAS Jason Reed/Reuters – 15/2/06

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Clube de Paris: Brasil e China como credores são novo desafio

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Para analista, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke (foto), devia ser mais conciso.

Ata do Fed gera dúvidas ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), divulgada ontem, lançou mais dúvidas sobre o futuro da política monetária dos Estados Unidos. No encontro do último dia 10, os diretores do Fed decidiram elevar o juro básico do país em 0,25 ponto percentual, para 5% ao ano, a maior taxa desde 2001. Mas, de acordo com o documento, eles chegaram a cogitar a possibilidade de um aumento de 0,5 ponto na taxa por causa dos riscos da pressão inflacionária. Na interpretação de analistas de mercado, o presidente do Fed, Ben Bernanke, e seus colegas deixaram a porta aberta para futuras elevações "por

A

causa do risco de a perspectiva para a inflação piorar", de acordo com o texto da ata. O atual ciclo de aperto monetário começou em junho de 2004 e, até agora, o juro básico americano subiu 16 vezes, sempre em 0,25 ponto percentual. Dólar fraco — Segundo o documento, "vários fatores estavam aumentando o risco inflacionário", incluindo a alta dos preços da energia e de algumas commodities e o enfraquecimento do dólar — com a moeda mais fraca, as importações aumentam, e o produtor americano encontra espaço para elevar seus preços no mercado doméstico. No fim de abril, o preço do litro da gasolina em algumas regiões dos Estados Unidos atingiu o equi-

valente a R$ 1,85, algo chocante para os americanos. A ata assinalou que "as pressões inflacionárias pareceram, de alguma forma, maiores do que o Federal Reserve antecipara ao coletar informações para a reunião anterior". Embora admitindo alguns riscos de declínio para a atividade econômica, os diretores do Fed disseram no documento que o mais provável é que a economia vai moderar gradualmente sua expansão nos próximos trimestres, o que ajudaria a conter a pressão inflacionária no período. Em seguida, eles manifestaram sua incerteza a respeito de quanto será preciso ampliar o atual aperto monetário, se é que isso será necessário. (AE)

postura de maior transparência, que destoa do estilo conciso de seu antecessor, Alan Greenspan. Em outra conjuntura, afirmou Voss, a sinceridade de Bernanke seria bem-vinda. "Mas essa postura não cabe em um período de ajuste como o atual, em que o Fed trabalha com dados conflitantes para encontrar a chamada taxa neutra", avaliou, referindo-se ao nível de juros que propicia o maior crescimento possível sem pressão sobre a inflação. "Bernanke deveria omitir um pouco as dúvidas que tem." Intervenção — O Banco Central (BC) vendeu ontem 8 mil contratos de swap cambial, a oferta máxima que se propunha a negociar, equivalentes a US$ 399 milhões. A operação, reativada na quarta-feira depois de dois anos de jejum, tem o intuito de oferecer proteção ao mercado e, assim, evitar uma alta maior da moeda. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, fechou o pregão de ontem em alta de 0,32%, a 36.530 pontos. O índice subiu, mas nem de longe compensou o tombo de 4,54% da véspera. O volume financeiro somou R$ 3,23 bilhões. Na Bolsa de Valores de Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,67% e o Nasdaq teve alta de 0,65%. (DC/Agências)

Taxas futuras recuam na BM&F s projeções de juros negociadas na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) fecharam com tendência de baixa ontem. Os investidores receberam

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bem o crescimento da economia brasileira no primeiro trimestre de acordo com as estimativas e não se surpreenderam com a ata da última reunião do Federal

Reserve (Fed, o banco central americano). O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) junho de 2006 — que venceu ontem, caiu de 15,7% para 15,69% ao ano. (Reuters)

Factoring

DC

crescente importância de Brasil e China como credores de países emergentes apresenta um novo desafio ao Clube de Paris, que completa 50 anos, afirmou ontem Xavier Musca, presidente do grupo de nações credoras. Musca, que também é diretor do Tesouro da França, renovou as preocupações com o endividamento de alguns países mais pobres, ao mesmo tempo em que as nações ricas têm cancelado suas dívidas externas. "A questão dos novos financiadores está se tornando hoje uma das mais importantes e para a qual não existe solução nessa etapa. É preciso, porém, avançar nesse tema", declarou. "Como primeiro passo, gostaríamos de melhorar o diálogo, para explicar que não se deve aproveitar de países com os quais a comunidade internacional tem importantes acordos." Ele indicou, entretanto, que os países em desenvolvimento que se beneficiam desse tipo de cancelamento de dívidas também deveriam atuar de forma responsável. "É uma questão de diálogo com os países envolvidos – os financiadores assim como os endividados. Não se pode ir à comunidade internacional chorando um dia e dizendo que tem dívida grande e esse passivo é insustentável, ao mesmo tempo em que faz a mesma combinação com outros países credores." Musca afirmou que o Brasil e a China tiveram respostas levemente diferentes para o pedido do Clube de Paris. "Temos um diálogo longo e constante com o Brasil, que demonstra querer seguir as regras de responsabilidade vigentes na comunidade internacional. Há vontade de estar perto do Clube de Paris", disse. "Para a China, a situação é um pouco diferente", informou Musca, sem dar exemplos específicos sobre os empréstimos chineses. O gigante asiático se transformou em um emprestador cada vez mais importante para os países africanos, à medida que busca estreitar as relações com os principais produtores de matéria-primas de que precisa para crescer. (Reuters)

esperada divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) renovou ontem o temor dos investidores de novas rodadas de elevação dos juros no país, embora o documento tenha registrado indefinição do banco quanto à necessidade de mais aperto monetário (leia mais sobre a ata em reportagem nesta página). Com isso, os mercados financeiros terminaram os pregões sem conseguir recuperar as perdas recentes. No Brasil, dólar e bolsa de valores subiram, enquanto a taxa de risco recuou no fim da tarde. A moeda americana encerrou os negócios com valorização de 0,48%, cotada a R$ 2,323 na ponta de venda, elevando a 11,25% o ganho acumulado em maio. O dólar não subia tanto em apenas um mês desde setembro de 2002, no auge do temor dos investidores de que o petista Lula fosse eleito presidente do Brasil. Na sessão de ontem, o dólar inverteu a tendência de queda que apresentava desde a abertura depois da divulgação da ata. O economista-chefe da corretora Liqüidez, Marcelo Voss, disse que o presidente do Fed, Ben Bernanke, escolheu o momento errado para adotar uma

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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BELEM

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Fotos: Maurício de Paiva

TURISMO - 1

20 OPÇÕES PARA O CORPUS CHRISTI Aproveite o último feriado prolongado do semestre para conhecer pousadas e hotéis no Estado de São Paulo. Pág. 4

Porta da Amazônia

E sta é uma viagem movida a cultura, história e natureza marcantes. Na capital do Pará – o Estado mais desenvolvido da Região Norte –, descubra preciosas construções dos séculos 18 e 19, aromas e sabores para lá de exóticos, cerâmica préhistórica, rios imponentes e exuberâncias da Floresta Amazônica. Págs. 2 e 3

Quando foi fundada, no início do século 17, a casa do Ver-O-Peso (acima) servia para verificar o peso de produtos. Hoje, o mercado vende desde iguarias como o açaí – que vem de barco (abaixo) dos vilarejos próximos – até cerâmica e os frascos que as curandeiras preparam com todo tipo de ervas (fotos ao lado). Na Estação das Docas, outro ponto turístico, há bares e restaurantes (no pé, à esq.)

Jorge William/Agência O Globo

Jorge William/Agência O Globo

Jorge William/Agência O Globo

O Teatro da Paz


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Arquivo/Agência O Globo

Às margens do Rio Guajará, a Estação das Docas é programa imperdível e prova da renovação de Belém. O antigo armazém para o comércio fluvial virou importante centro cultural

Belém, deliciosa descoberta no Norte Capital do Pará, a cidade passou por um processo de revitalização turística que garante passeios de qualidade a seus visitantes, seja à Estação das Docas, ao Teatro da Paz, à Basílica de Nazaré ou ao novo parque Mangal das Garças Por Mônica Trindade Canejo

Q

uando se fala em Belém do Pará, as pessoas perguntam se é verdade que lá, todas as tardes, cai chuva. Sim, é verdade. Mas também é verdade que Belém é uma cidade repleta de atrações culturais e históricas que agradam aos mais diversos tipos de visitantes. Não por acaso, conhecida como porta da Amazônia, Belém é capital do Estado mais desenvolvido de todo o Norte e foi palco das mais importantes passagens históricas que marcaram região, desde que foi fundada em 1616, quando portugueses tiveram a intenção de proteger a foz do Rio Amazonas. E pode-se ir ainda mais longe no tempo e falar da pré-história, afinal, é no Pará que se encontram um dos mais significativos focos de estudo da arqueologia nacional, com descobertas como a cerâmica de culturas como a marajoara, tapajônica e santarém. Nos últimos anos, Belém vem passando por um processo de revitalização turística. Locais que há pouco tempo estavam fora de uso se tornaram pontos culturais indispensáveis para quem visita a cidade. Caso da Estação das Docas. Localizada às margens do Rio Guajará, a antiga estação de armazenagem para o comércio fluvial hoje se transformou num agitado espaço de cultura e lazer. São restaurantes, bares, teatro, cinema, apresentações musicais e exposições artísticas. Agito – Tanto de dia como à noite, a Estação das Docas é referência em programação cultural, boa para quem quer ver as novidades como para quem só quer tomar uma cervejinha numa mesa de bar, com música ao vivo e a brisa que sopra do rio. Também na chamada Feliz Lusitânia se pode ver como a cidade está se voltando para o turismo. A área é um conjunto de construções históricas que

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa

Fotos: Maurício de Paiva

A tradição da maior procissão do País, o Círio de Nazaré; e a imponência do Teatro da Paz, construído no auge da extração da borracha

foram integradas para se tornar um único ponto de atração. Lá estão o Forte do Castelo (que abriga um bem-cuidado museu de arqueologia e história), a Casa das Onze Janelas, com exposição de arte moderna e contemporânea, e a Igreja de Santo Alexandre, erguida no século 18 e restaurada para se tornar o Museu de Arte Sacra. Outra parada indispensável é o complexo São José Liberto. A construção de 1749 era inicialmente um convento franciscano. Depois foi transformado em depósito de pólvora, quartel, olaria, hospital e presídio, que esteve em atividade até o ano 2000. Hoje, abriga o Museu de Gemas, a Oficina de Jóias e a Casa do Artesão.

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Céllus Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

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História – Outro ponto de parada imperdível é o imponente Teatro da Paz. Construído durante o auge da borracha, no século 19, foi o primeiro teatro de ópera da Região Norte e recebeu uma completa restauração em 2001. A própria praça onde fica o teatro já merece uma visita. Monumentos, fontes e jardins também lembram a riqueza deste período histórico. E, aos domingos, uma grande feira de artesanato atrai tanto turistas como os próprios moradores da cidade. Além das barracas com artesanato, outras trazem um pouco da culinária paraense, com pratos como tacacá, pato no

Basílica de Nazaré, principal ponto da procissão que ocorre todos os anos no mês de outubro e atrai cerca de 2 milhões de fiéis

tucupi e doces de cupuaçu. Religião – Ainda dentro do contexto histórico, vale conhecer a Basílica de Nazaré. Construída entre 1909 e 1960, a Basílica é o ponto mais importante da maior procissão do País, o Círio de Nazaré, que ocorre na segunda semana de outubro e reúne 2 milhões de devotos. Em seu lugar, antes havia uma capela, homenagem ao encontro da imagem da santa. A tradição oral conta que ela foi encontrada por um pescador chamado Plácido, nas margens de um igarapé, por volta de 1700. Nos primórdios da procissão, a imagem era levada por um carro-de-boi. Até o dia em que o carro atolou e para livrála do atoleiro foi preciso usar uma corda, puxada por muitos homens. E os fiéis gostaram tanto da idéia que o tal carrode-boi foi aposentado e, em seu lugar, a corda virou símbolo da procissão. São 400 metros de corda que os devotos se esforçam para tocar todos os anos, à espera de serem agraciados pelo gesto. Natureza – Mas se você está mais interessado na floresta amazônica, vale uma visita ao Mangal das Garças. Um dos mais novos pontos turísticos, neste parque no centro da cidade estão alguns dos mais belos representantes da flora e da fauna amazônicas. Ao todo, contabilizam-se 300 árvores nativas, como maçaranduba e mogno, 3 mil borboletas e viveiros com 400 espécies de aves. No mesmo espírito ecológico é o Jardim Botânico do Emilio Goeldi, inaugurado em 1866 e até hoje referência no estudo dos recursos naturais da Amazônia.

A verdadeira cultura marajoara

Cerâmica de Deo de Almeida (acima), que faz peças parecidas às marajoaras exibidas no Museu do Forte do Presépio

or toda a parte em Belém se vêem placas, camisetas e cartazes com referências aos desenhos marajoaras. São padrões fáceis de reconhecer e que as pessoas já se habituaram a encarar como uma marca registrada do Estado. Mas poucos realmente conhecem a arte marajoara. Herança de um povo que habitou a Ilha de Marajó entre os anos de 400 e 1350 d.C. e extinta antes da chegada dos colonizadores, a arte marajoara intriga os cientistas por sua complexidade e harmonia. São urnas funerárias, pratos, vasos e estatuetas decoradas com traços tão característicos que os arqueólogos comparam a uma forma de escrita. Sinal de que se tratava de uma população bastante desenvolvida culturalmente, talvez tanto quanto os incas. Acervo – Em museus do mundo todo, a cerâmica marajoara é considerada uma das mais bonitas já feitas. Infelizmente, no Brasil existem poucos lugares onde se pode ver de perto um bom acervo. A não ser que você esteja em Belém: a cidade é o melhor lugar para quem quer conhecer a autêntica arte marajoara e aprender mais sobre esta que, provavelmente, foi a mais importante das culturas pré-históricas brasileiras. Um bom lugar para ver de

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perto peças marajoaras é o Museu do Forte do Presépio. Apesar de não ser muito grande, ele conta com um acervo que inclui peças de outras culturas primitivas e do período de colonização, além de informações sobre a história do Estado. Outra coleção aberta à visitação é o do São José Liberto. Artesãos – Vale a pena ainda conhecer os artesãos que fazem réplicas da cerâmica arqueológica. Em várias lojas há peças que se dizem marajoaras, mas que são meras imitações, mas alguns ceramistas se especializaram em estudar a história deste povo e reproduzir com minúcias os detalhes das peças originais. Um deles é Mestre Cardoso, que aos 76 anos fala de modo apaixonado sobre a cultura. Em sua oficina, no distrito de Icoaraci, ainda trabalham a esposa e os filhos. Deo Almeida, que representou o Pará no ano do Brasil na França, é outro artesão que gosta de ser preciso quando se trata de reproduzir. Já participou de cursos com pesquisadores e até de escavações em sítios arqueológicos. Sob encomenda, Deo executa copias inclusive de outras cerâmicas pré-históricas, como a tapajós, que costuma ter curiosos apliques zoomorfos, e a santarém, com delicadas estatuetas. (M.C.)


Jornal do empreendedor

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

R$ 0,60 São Paulo, sexta-feira a domingo, 2 a 4 de junho de 2006 Ano 81 - Nº 22.140 Edição concluída às 23h45

SCPC: crédito de 50 anos O que seria do crédito sem um Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC)? Valeria a ilustração antiga que decorava as lojas: "Eu vendi fiado", e a figura do comerciante falido, e "eu vendi à vista", um comerciante com o cofre cheio de dinheiro. Vender a crédito, com informação segura sobre o consumidor, expandiu o mercado. O livro (ao lado) "Uma

História de Crédito", que marca os 50 anos do SCPC, está sendo lançado hoje num encontro que une o então gerente da Casas Minerva, Vicente Botacini (foto), que propôs a centralização do cadastro de clientes, e os parceiros que acessam 1,5 milhão de vezes por dia o gigante banco de dados nacional. Especial SCPC em duas parcelas, Eco/1 e 3

Mães e frio elevam consultas ao SCPC Hoje, o SCPC também é um termômetro do mercado: as consultas em maio cresceram 6,6%, com o Dia das Mães e o frio. O Usecheque revelou aumento de 9,2% nas compras à vista. Eco/1 Bruno Miranda/Folha Imagem

Diretor da Daslu preso por importação ilegal Antonio Carlos Piva de Albuquerque, irmão da dona da butique mais luxuosa de São Paulo, é preso pela segunda vez, acusado de sonegação. Página 6

Ibope: Lula venceria Alckmin no 1° turno

Candidatos partem para o bate-boca

No cenário sem o candidato do PMDB, presidente tem 48%, ex-governador de SP, 18%

Lula diz que adversários não sabem perder. Alckmin acusa Lula de "cinismo".

Páginas 4 e 5

HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 12º C.

INFÂNCIAS EXEMPLARES Contar para crianças e adultos a infância de pessoas que, adultas, se tornaram famosas. A idéia está se multiplicando em livrinhos encantadores, de diversos autores, ilustrados com belas aquarelas. É a coleção Crianças Famosas, que retrata a infância de celebridades brasileiras, entre

elas, Jorge Amado (acima), Cecília Meireles e Santos Dumont. Não faltam os gênios Beethoven, Da Vinci e Bach. Leia também: Cacá Rosset (ao lado) volta ao palco em clima de vaudeville. Mais: curta as seções: Gastronomia, Happy Hour, Roda do Vinho e Adega. DCultura


sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3, e 4 de junho de 2006

Compor tamento Ambiente Polícia Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PARA JUIZ, PCC TEM PISTOLEIROS NO PARAGUAI

7 O PCC é um dos grupos terroristas mais fortes da América do Sul. Odilon de Oliveira, juiz federal do Mato Grosso do Sul

Vidal Cavalcanti/AE

POLÍCIA NÃO CRÊ EM LIGAÇÃO DE PERUANA COM AS FARC "Gringa", presa após participação na morte de bombeiro durante os atentados do Primeiro Comando da Capital (PCC) entre 12 e 20 de maio, ainda não teve comprovada sua ligação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Mesmo assim, juiz federal de Mato Grosso do Sul alerta para uma possível conexão PCC-Farc no Paraguai. Ivan Ventura

A

prisão da peruana Juliana Custódio, de 23 anos, conhecida como "Gringa" e acusada de ser co-autora da morte do bombeiro João Alberto da Costa, de 40 anos, levantou uma questão polêmica. Juliana ganhou certa notoriedade ao alegar à Polícia que é simpatizante das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo). Com o " G r i n g a " t e m e s t re i t a ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e se se confirmar seu vínculo com os narco-terroristas colombianos, então a tese de uma conexão PCCFarc será bastante factível. Mas a polícia de São Paulo ainda desconfia da alegação de Juliana, justamente por ela ter mentido em pelo menos outros dois depoimentos: primeiro disse que era estudante de agronomia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e, depois, que seria apenas uma estudante de direito. Em um depoimento mais recente, ela disse que era jornalista, formada no Peru, e até apresentou uma carteira de jornalista do país de origem. A veracidade de sua profissão e de seus documentos será agora investigada pelos policiais. Delação – A prisão de Juliana aconteceu depois da delação de um suposto membro do PCC. O delegado José Roberto de Arruda, do Departamento de Investigação sobre o Crime Organizado (Deic), prendeu Gringa há 11 dias, com base no depoimento de Eduardo Aparecido Vasconcelos, de 27 anos, o Mascote, que seria um dos líderes do PCC na região central da cidade. Mascote foi localizado em uma casa na zona norte e revelou a participação da peruana no assassinato do bombeiro, ocorrido durante os ataques que aconteceram em São Paulo entre os dias 12 e 20 de maio. Mascote contou ainda aos policiais do Deic onde ficava o esconderijo de Juliana: na cidade de Piracicaba, a pouco mais de 160 km da capital. Na cidade do interior, os policiais encontraram a peruana na pensão da mãe, no centro da cidade. Gringa pretendia fugir do País (provavelmente para o

Peru) e já estava com as malas prontas. Não havia armas ou drogas com a peruana ou na pensão de sua mãe. Colaboração – De qualquer forma, o juiz federal do Mato Grosso do Sul Odilon de Oliveira comentou recentemente que haveria indícios de cooperação entre o PCC e as Farc. Ele acredita que essa cooperação se dê, sim, mas no Paraguai, onde integrantes do PCC estariam agindo com mais freqüência. "A região de fronteira, principalmente do lado paraguaio, está infestada de ‘soldados’ do PCC, muitos deles desempenhando papel de pistoleiros", comentou o juiz em entrevista ao site do Tribunal Federal do Mato Grosso do Sul. Alguns jornais do Paraguai, como o ABC Color (de maior circulação), denunciam a presença de integrantes do PCC Leonardo Soares/Parceiro/Agência O Globo

Juliana mentiu várias vezes

no país, normalmente envolvidos com pistolagem (pessoas contratadas para matar em troca de uma compensação financeira) e com o tráfico de drogas. Numa das notícias, o jornal destacou a prisão de Nilton César Antunes Veron, encontrado na cidade de Pedro Juan Caballero (próximo da divisa do Paraguai com o Mato Grosso do Sul) com 102 quilos de cocaína, em janeiro de 2005. Atualmente preso em Assunção, ele é um dos líderes do PCC na fronteira entre os dois países. Cesinha, como é conhecido, seria, além de traficante de alto escalão, controlador de um exército de pistoleiros do PCC em ação na fronteira. Ele já havia sido preso em outubro de 2002 no Paraguai e deportado para o Brasil. No entanto, conseguiu fugir da cadeia e acabou se refugiando novamente naquele país. Um dos indícios dessa ligação PCC-Farc seria um vídeo,

Ó RBITA

DEPOIMENTO a próxima semana, deputados da CPI do Tráfico de Armas viajarão para São Paulo onde ouvirão, no dia 8, o depoimento do preso Marcos Camacho, o Marcola, chefe da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), na penitenciária de Presidente Bernardes. Em Brasília, a CPI ouvirá também o exsecretário de Administração Penitenciária de São Paulo

N

Nagashi Furukawa, em data a ser definida. Os deputados querem explicações do exsecretário sobre supostas negociações entre o governo paulista com o PCC. As negociações teriam sido feitas para pôr fim à onda de ataques e rebeliões que começou em 12 de maio, atingiram 74 unidades prisionais e deixaram mais de uma centena de mortos em São Paulo. (AE)

que está nas mãos do juiz federal, com imagens de treinamento de seqüestros no interior do território paraguaio, dado por guerrilheiros das Farc a paraguaios e brasileiros. No site do Tribunal Federal, Odilon de Oliveira alega que desse treinamento resultou o seqüestro de Cecília Cubas, em 2004, filha do ex-presidente Cubas. Ela acabou assassinada no cativeiro no final daquele mesmo ano. Outro caso citado pelo juiz é o assassinato do policial Alberico Moreira Cavalcanti, em agosto de 2005. A morte tem indícios de ter sido determinada pelo PCC. Além desse, inúmeros outros assassinatos praticados principalmente em território paraguaio podem ser atribuídos ao PCC e cometidos por encomenda de grandes traficantes de droga. Terrorista – Para o juiz federal já se pode afirmar com certeza que o PCC é um dos grupos terroristas mais fortes da América do Sul. Oliveira citou alguns dos principais grupos na ativa que estão agindo no continente: seriam dois no Peru (Sendero Luminoso e Tupac Amaru), três na Colômbia (Farc, Exército de Libertação Nacional e Autodefesas Unidas da Colômbia) e dois do Chile (Frente Patriótica Manoel Rodriguez e Movimento Izquierdista Revolucionário, o MIR). Aliás, integrantes do MIR e das Forças Populares de Libertação de El Salvador ficaram conhecidos pelo seqüestro de Abílio Diniz em setembro de 1989, no Brasil. Os integrantes do bando foram presos e o empresário, libertado. Mesmo sem confirmação da ligação de "Gringa" com as Farc (algo que será investigado por agentes do Deic), Juliana continuará detida pela morte do bombeiro e por suspeita de envolvimento no tráfico de drogas, principalmente na região de Piracicaba. A peruana está no 89º Distrito Policial (Portal do Morumbi), delegacia onde ficam os chamados presos em trânsito. Juliana aguarda transferência para o cadeião feminino do Butantã. Antes, ainda deverá ir à Polícia Federal, que investiga sua condição no Brasil. A PF também quer saber se "Gringa" possui passagens ou pendências judiciais em outros países.

Juliana, a "Gringa", disse que era das Farc ao ser presa. Policiais não acreditam na versão da peruana.


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4 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006

Fotos: Divulgação

Ninhos de Santorini José Guilherme Ferreira

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O salão e a escada do La Taverna (esq.), os pratos do cardápio e os especiais para o Dia dos Namorados preparados na cozinha do chef Alain Polleto: taça de três melões, camarões grandes em roba, costela de cordeiro em crosta de ervas, lula grelhada, lombo de filhote em crosta de castanha do Pará e frutas com mousse de coco

GASTRONOMIA

UM JANTAR INESQUECÍVEL

s uvas de Santorini nascem em ninhos. É que, para protegê-las do vento forte, agricultores trançam os galhos de suas parreiras rente ao chão. Esses vinhedos inusitados, em árido solo vulcânico, se espalham por algumas das vilas dessa ilha grega, a última das Cíclades em direção a Creta. A colheita é feita a partir de 15 de agosto, após a festa da Assunção da Virgem Maria. Até lá, os resistentes santorinenses tratam é de caiar suas casas, pequenos hotéis, lojas, tavernas e suas milhares de capelas. O cenário de casario branco, quase despencando dos penhascos castigados por históricas erupções, está então garantido por mais um verão. Há poucos anos, Santorini era também terra de pequenos tomates, matéria-prima de cobiçados extratos. Hoje a uva Asyrtiko toma conta de vários platôs, entre pistaches, favas e figos. Na colheita, as uvas são

http://oinos.com http://boutari.com.gr

Romantismo e boa mesa, com luz de velas e um menu especial no La Taverna Lúcia Helena de Camargo

U

ma placa discreta indica a entrada do La Taverna, a um lance de escada abaixo do nível do chão, na rua Barão de Capanema. Mas ao contrário das tavernas dos filmes, com balcões sujos e bêbados ruidosos, nesta a primeira visão, ao descer os degraus, são belas fotos emolduradas de Audrey Hepburn, Cary Grant e Humphrey Bogart. No salão, velas iluminam comensais à mesa, cuja maioria é de casais. A luz indireta ajuda a iluminar o ambiente. Afinal, é preciso enxergar a comida servida, a cor do vinho. Para o Dia dos Namorados, que este ano cai em uma pouco charmosa segunda-feira, há um cardápio especial criado pelo chef Alain Polleto, que sugere dois coquetéis para começar a noite: o Tropical Grog (chá preto, rum, cointreau, suco de laranja, canela e cravo) e o Chocolate Mint (vodka, creme de cacau e creme de menta). Com sobrenome do pai italiano e o sotaque da mãe francesa, ele comanda a cozinha de inspiração mediterrânea de onde sairão, como entrada na data comemorativa, o escalope de foie gras sautée (fígado de ganso salteado) com compota

de figos (R$ 48) e o espetinho de cama- rofa de amêndoas e raspas de limão (R$ rões grelhados ao azeite de páprica es- 12) e o Carpaccio de manga com açapanhola com confit de gengibre e ca- frão (R$ 12). Se a opção for pelo menu rambola (R$ 48). Não inclusa no menu completo – que inclui um coquetel, endos namorados, mas imperdível, é a trada, prato principal e sobremesa – a porção de meia dúzia de escargots de conta sai por R$ 195 por casal. As bebidas não estão incluídas, mas Bourgogne (R$ 28). Na seqüência, para o prato principal, a vista para a enoteca envidraçada, ao o chef programou caçarola de cordeiro lado do salão, estimula a curiosidade. com curry à indiana e arroz com frutas E o sommelier Fábio Luis da Silva não secas (R$ 44), confit de pato com mos- deixa por menos. Além de oferecer o tarda di cremona vinho que melhor harmoniza e purê de mandiocom os pratos, quinha com aleataca com argucrim e papoula mentos infalíveis (R$ 44) e lombo de filhote em crosta os não adeptos. “Até Jesus Cristo de castanha do Pará, molho cutomava vinho: é uma bebida divipuaçu, purê de batata no azeite na!”, diz. E explica sem pestanejar extra virgem e açafrão (R$ 40). origem e forma de cultivo de Duas sobremesas com frutas qualquer dos 600 rótulos de vinhos são sugeridas paitalianos, francera finalizar o janses, californiatar romântico: pênos, australianos, ras ao vinho tinto, cardamomo, fa- Filhote de Haddock com lentilhas argentinos, chi-

lenos, espumantes e champanhes armazenados na casa. Também um dos proprietários, o chef Polleto não descuida da produção do Paola di Verona, rotisseria que existe há 25 anos e além de vender na sede própria, no andar térreo do mesmo endereço do restaurante, envia para empórios e supermercados nada menos do que mil toneladas mensais de massas e molhos. Graduado pela escola de hotelaria de ThononLes-Bains, em 1996, lançou o livro "La Cuisson sous Vide", sobre a técnica de cozimento a vácuo em larga escala, aperfeiçoada por ele. Depois de viajar o mundo, acabou sócio de Jacques Benchetrit e Oswaldo Rocha Ferreira nesse espaço gastronômico em São Paulo, que inclui ainda no mezanino o café-bar Pátio Verona. Ele comanda uma equipe de 50 cozinheiros, mas confessa ter especial carinho pelo La Taverna, onde pode criar. E, claro, servir jantares inesquecíveis. La Taverna - Rua Barão de Capanema, 468, subsolo, Jardim Paulista, tel: (11) 3067–4454.

HAPPY HOUR Fotos: Paulo Pampolin/Hype

O bar: na happy hour, música ao vivo; depois das 22h30, shows

P

Fachada do Café São Paulo Concerto: no centro, ponto de referência

CAFÉ COM CHARME

equeno bistrô envidraçado, ambiente intimista, balcão de madeira machetada, estilo francês anos de 1930. Como encontrados em Saint Germain des Prés e Montmartre. Em Buenos Aires – uma cidade que mantém características européias – também não é difícil encontrar um lugar desses; mas é raridade em Sampa, a única capital do mundo em que o m² do Centro boêmio mais sofisticado é desvalorizado em relação à periferia. Os portenhos orgulham-se do centro de sua bela cidade, e o mesmo há de acontecer em breve por aqui. Não faltam empresários empenhados nisso. "O centro é um ponto de referência, de auto-estima dos paulistanos; mas se o pai diz para o filho que é um lugar perigoso, ele o evita", pondera Cairê Aoas, proprietário do Café São Paulo Concerto. A família Aoas é uma das entusiastas da revitalização: "O dinheiro investido na reforma do bar

Armando Serra Negra daria para montar uma casa igual na Vila Madalena". Igual, em termos financeiros talvez. Mas nunca como o charme do estabelecimento: o fino boteco encontra-se na bifurcação de duas ruas, algo impossível em bairros quadriculados como os periféricos. Loteados com a única visão de auferir maior custo/benefício construtivo, distanciam-se do ideal arquitetônico antigo, antroposofia agregada para servir ao bem estar. Nos anos de 1990, Alberto, pai de Cairê, montou o lugar para ser uma espécie de Franz Café. No dia da inauguração, chamou um quarteto de jazz para animar a festa, fato determinante para o rumo que a casa tomou. "O pessoal vinha e perguntava pela música ao vivo; surgiu o point". Um belo dia, porém, "um ‘sinhozinho’ entrou e perguntou para meu pai se ele conhecia o Bar Brahma (Diário do Comércio de 17 de fevereiro)". Na época, o tradicional bar – em franca decadência – havia até mu-

dado de nome para Bar Kaiser, incorporando uma nova bandeira. O velhinho se indignava ainda mais porque o imóvel – cantado por Caetano Veloso – haveria de abandonar a proposta inicial, tornando-se templo da Igreja Universal (mesma sorte não teve o Cineclube Vitrine, na Rua Augusta, que cerrou as portas antes de ontem)... Álvaro comprou a idéia. Arrumou dois sócios, entusiastas como ele, e ofereceu ao dono do imóvel 50% da proposta bíblica. Low profile, a família Salomoni, do Grupo Savoy – grande proprietária de imóveis no centro e de vários shoppings centers no interior do estado – abraçou a causa. Até cedendo algum tempo de carência no aluguel! Fez bem; o novo resplendor do Brahma começa a atiçar a imaginação do público. Para a alegria dos notívagos está lá firme e forte, com shows de primeira linha – Ângela Maria, Cauby Peixoto, Jamelão... – a preços acessíveis.

Na happy hour, o Café São Paulo Concerto oferece música ao vivo; depois das 22h30 – quartas, quintas e sextas – há shows acústicos para valer. Embora pequeno, as pessoas sempre acham um lugarzinho para dançar. O jazzista Bocato (nota 10!) aparece de vez em quando – é só checar. Sólidos: picanha na pedra (R$ 27,90), porções de lula crocante (R$ 17,50), bolinho de arroz (R$ 12,60). Líquidos: chope (R$3,30), caipirinha (R$ 7,30), capiroska (R$ 10,20). Gasosos: Monte Cristo n° 5 (R$ 37), Romeu y Julieta Regalia (R$ 24), La Flor de Cano (R$ 14). E como filho de peixe peixinho é, á frente do lugar está Cairê, garantindo um atendimento de primeira, jovens descolados, estudantes de gravatinha borboleta, comme il faut! Café São Paulo Concerto Largo de Santa Cecília, 52, Santa Cecília, região central, tel: (11) 3337-3766.

transportadas até as vinícolas em cestos pendurados no lombo de preguiçosas mulas (as mesmas que transportam turistas do porto à capital, Thira). O resultado são vinhos brancos secos e refrescantes. A uva Asyrtiko garante a acidez do vinho Santorini, mesmo depois de enfrentar sol abrasador. Já os doces (Vin Santo) são produzidos agregando a variedade Aedani. O branco da tradicional vinícola Boutari é indicado para acompanhar peixes. Dica do restaurante 1800, instalado na mansão de um antigo capitão de navio da vila de Oia. Outro branco estrelado é o da Santo Wines. No rótulo, aves da Idade do Bronze, iguais às do afresco de Akrotiri, sítio minóico preservado em Santorini graças às lavas do seu vulcão.

Aprendizado sensorial Divulgação

O olfato eo paladar: leitura fácil

Sérgio de Paula Santos

O

homem toma conhecimento do mundo exterior, do ambiente que o rodeia, pelos órgãos dos sentidos, pela visão e pela audição, principalmente. O olfato e o paladar, que tiveram importante função na evolução da espécie, na ontogênese, na alimentação e na prevenção de intoxicação, perderam sua importância no homem moderno. Vários animais, silvestres e domésticos, guardaram essas funções, gustativas e o olfativas, que lhes dão condições de reconhecimento de substâncias aparentemente inofensivas, mas nocivas e tóxicas, se ingeridas. Atualmente, o olfato e o paladar são conseqüentemente funções secundárias, os primos pobres dos sentidos, pela falta de uso, pela necessidade menor e pela falta de adestramento. Ensina-se a criança a ler e a escrever, pela visão e pela audição, bem como o reconhecimento dos objetos que a cercam com auxílio do tato, mas não se a ensina a reconhecer sabores e odoroes. Corrigimos o defeitos visuais e auditivos de crianças e de adultos, ignorando ou mesmo desconhecendo suas deficiências olfativas e gustativas. O uso de óculos data do século 13, as próteses acústicas (aparelhos auditivos) do 19 e os implantes cocleares, para a surdez total, da segunda metade do século passado. Os progressos científicos relativos à olfação e à gustação, os denominados "nariz biônico" e "língua biônica", são bem recentes. Baseados na nanotecnologia, identificam odores e sabores não perceptíveis aos nossos sentidos, são equipamentos complexos e custosos, de uso industrial, não adaptáveis ao uso individual ou pedagógico. Concluindo, em nossa sociedade não existe aprendizado sensorial gustativo ou olfativo. Como que para suprir essa deficiência, vem de aparecer, inicialmente na França e agora entre nós, uma coleção de livros infantis, dedicada a esclarecer aos pequenos leitores, suas relações com os fenômenos naturais do meio ambiente, incluindo-se aí as funções sensoriais. É a Associação francesa Petits Débrovillards, da qual consultamos o livrinho O Olfato e o Paladar, com 83 páginas, de leitura fácil e agradável, bem ilustrado, como convém ao público infantil. A Associação Petits Débrovillards foi fundada na França em 1901, estando hoje presente em 13 países, participando de atividades ligadas à educação e cultura, de maneira lúdica, despertando na criança o interesse e a curiosidade em entender e participar dos fenômenos naturais que

ocorrem ao seu redor. Assim, valendo-se essencialmente do método experimental e lúdico, a criança cheira e procura identificar, de olhos vendados, várias substâncias e alimentos – cebola, alho, pó-de-café, chocolates, pão fresco etc, em circunstâncias diversas, variando-se por exemplo a temperatura. Em todas as circunstâncias explica-se ao pequeno experimentador o porquê de suas sensações sensoriais, gustativas e o olfativas, e as aplicações práticas dos conhecimentos adquiridos. Verifica-se por exemplo que em algumas circunstâncias, os odores se alteram – quando estamos resfriados, ou quando os alimentos são congelados. O mesmo se aplica ao paladar, com o reconhecimento às cegas, de substâncias doces, amargas, salgadas ou ácidas. Verifica-se por exemplo que, em se colocando uma pedra de gelo na língua, anestia-se, pelo frio, a sensação gustativa. Enfim, é um aprendizado sensorial lúdico, mas organizado e dirigido, além de corretamente explicado e esclarecido à criança, ao nível de s e u e n t e n d imento. Um pequeno apanhado histórico encerra o livreto, como a invenção dos processos de congelam e n t o, o s o utros processos de conservação dos alimentos, o que são aditivos, estabilizantes, emulsificantes. Possivelmente essas crianças poderão vir a ser os futuros gourmets ou os profissionais do ramo de restauranteria, de enologia, de perfumaria, que poderão comentar suas experiências olfativas e gustativas com conhecimento de causa. Atualmente, o que mais se tem lido e ouvido sobre os alimentos e sobre as bebidas são referências a "abobrinhas"... Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003. O Olfato e o Paladar Experimentos Fáceis e Divertidos - 83 páginas, Edição SM, Rua Gomes de Carvalho, 1511, Vila Olímpia, tel.: (11) 3847-8920. Preço: R$ 25.


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sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3, e 4 de junho de 2006

Cidades ACUSADO DE SONEGAÇÃO, O empresário tentou comprometer o andamento do processo, obstruindo a ação da Justiça. Matheus Magnani, procurador

Leonardo Rodrigues/Hype

DIRETOR DA DASLU É PRESO O irmão de Eliana Tranchesi, dona da butique mais luxuosa de São Paulo, foi preso ontem, em sua casa, no Morumbi, pela segunda vez. Antonio Carlos Piva de Albuquerque é diretor financeiro da loja e foi para a prisão a pelo mesma acusação de 2005: importação ilegal. A sonegação de IPI seria de, no mínimo, R$ 330 mil. Tom Dib/Futura Press

Beto Barata/AE - 18/07/2005

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Cópia pirata do filme O Código Da Vinci, em banca de camelô

CAMELÔS QUEBRAM O CÓDIGO DA VINCI Paula Cunha

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om a mesma velocidade de um email, os blockbusters recémlançados nos cinemas brasileiros, como "O Código Da Vinci" e "X-Men – O Confronto Final", já podem ser encontrados com facilidade e a preços ínfimos nas bancas de camelôs no Centro da capital paulista. Com ofertas ilegais e a preços devastadores – duas cópias por R$ 5 e quatro por R$ 10 – fica fácil compreender porque muitos consumidores estão deixando de ir ao cinema e de freqüentar as locadoras que oferecem a locação de cópias legalizadas. Atualmente, uma entrada (inteira) no shopping Metrô Tatuapé, na zona leste da capital paulista, custa R$ 11 nos fins de semana. Em cinemas localizados em bairros nobres os preços sobem para R$ 16. É o caso de salas como as da Reserva Cultural, na avenida Paulista. Os preços baixos são conseqüência dos métodos heterodoxos utilizados pelos camelôs para obter as cópias dos filmes. Eles entram nas salas de cinema e simplesmente filmam as imagens diretamente da tela. A qualidade final do produto é, no mínimo duvidosa.

Ontem, na região da rua 15 de novembro, Centro da cidade, os vendedores ambulantes garantiam a "qualidade do produto" pirata, "idêntica à da cópia original". E mais: afirmavam que a procura desses filmes tem sido grande nos últimos dias. Poucos se constrangeram com a presença da reportagem. Um dos camelôs chegou a afirmar que se os interessados procurassem em outras bancas das ruas próximas encontrariam o produto sempre os mesmos preços. Estrutura – De acordo com a Organização NãoGovernamental Viva o Centro, esses vendedores ilegais contam com uma estrutura organizada para efetuar suas vendas abertamente, sem medo da fiscalização. Com auxiliares que se comunicam por rádio, eles conseguem até encontrar em outras barracas o que as pessoas procuram – e até garantem a troca de "produtos defeituosos". As ações de fiscalização da Prefeitura têm sido infrutíferas, já que esse esquema de comunicação frustra a apreensão da mercadoria e a autuação dos camelôs. Ainda segundo a ONG, as enormes quantidades de CDs e DVDs oferecidas à luz do dia indicam que a produção ilegal já alcançou escala industrial.

ntonio Carlos Piva de Albuquerque, diretor financeiro da butique Daslu e irmão de Eliana Tranchesi, dona da loja, foi preso pela Polícia Federal (PF) ontem. A prisão se deu a pedido do Ministério Público Federal (MPF) por reincidência na fraude de importações e tentativa de obstrução do andamento do processo na Justiça. Ele é acusado de importar ilegalmente para o estabelecimento, infração pela qual já havia sido preso no ano passado. Por volta das 11h30, Piva foi para o Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos, na Grande São Paulo. No mesmo local está preso, desde segunda-feira, Edemar Cid Ferreira, ex-controlador do Banco Santos. Assim como ocorre com Cid Ferreira, Piva ficará em regime de observação nos primeiros dez dias, passando ao contato com os outros presos após esse período. Até o início da noite de ontem, a Daslu não havia se pronunciado sobre o assunto. Argumentos – No pedido de prisão, os procuradores da República Matheus Baraldi Magnani e Jefferson Aparecido Dias justificam a medida com três argumentos, entre eles a de que o MPF conseguira provas de que a Daslu continua realizando importações fraudulentas, como as descobertas em 2005. Numa delas, em Santa Catarina, a butique tentava sonegar pelo menos R$ 330 mil em Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), por meio de uma empresa de fachada, segundo as acusações. A carga foi confiscada. Piva foi preso em sua casa, na região do Morumbi, por volta das 9h30, e levado inicialmente para a Superintendência da PF em São Paulo, na Lapa. De acordo com o procurador Magnani, foi decretada apenas a prisão de Piva de Albuquerque porque, desde o início das investigações, inclusive em juízo, "ele confirmou ser o responsável pelo recrutamento das empresas fraudadoras". Magnani disse que o pedido da prisão preventiva pode ser estendido a Eliana Tranchesi e aos importadores, se houver essa necessidade . Segundo o procurador Magnani, a Daslu "insistiu em praticar operações fraudulentas,

Piva, que foi preso ontem

Diretor da Daslu é levado pela Polícia de sua casa, no Morumbi Marcos Porto/Diário Catarinense/AE

Carga apreendida em Santa Catarina pertenceria à loja paulistana Ernesto Rodrigues/AE - 13/07/2005

Eliana Tranchesi teve o seu passaporte retido pela Justiça

"pois tentou sonegar mais de R$ 300 mil em bolsas de luxo, das marcas Chanel e Gucci, em Santa Catarina, em dezembro". A importação foi feita pela Columbia Trading. De acordo com o procurador, o empresário tentou "comprometer o andamento útil do processo", obstruindo a ação da Justiça. Conforme explicação de Magnani, Piva não comparece às audiências e faz consecutivas trocas de advogado. O diretor financeiro estaria evitando receber as intimações do juiz. Ele estaria "se ocultando", disse o promotor.

Negativa – A Columbia Trading, por meio de sua assessoria de imprensa, negou que a companhia seja sócia da Daslu. Segundo ela, a Columbia é uma importadora que está há mais de 60 anos no mercado e a Daslu é apenas mais de um de seus clientes. Para a assessoria, "não é crime a empresa vender ou deixar de vender produtos importados seja para a Daslu ou para qualquer outro estabelecimento". Há 15 dias, a Daslu voltou a ser alvo de novas acusações de sonegação de impostos. A Justiça Federal de Itajaí, em Santa

Catarina, mandou apreender no porto e leiloar uma carga avaliada em cerca de R$ 1,7 milhão, importada exatamente pela Columbia Trading, supostamente a pedido da Daslu. A empresa não teria informado à Receita Federal que a encomenda seria da butique, o que teria provocado o não pagamento do IPI . A Columbia Trading está discutindo a questão na Justiça. A assessoria acredita que o fato de algumas embalagens estarem com um selo da Daslu podem ter provocado a desconfiança de que a importação era destinada à butique. Passaportes – A juíza Maria Isabel do Prado, da 2ª Vara Federal de Guarulhos, determinou a retenção dos passaportes de Eliana Tranchesi e de Piva de Albuquerque, a pedido do MPF. "O livre trânsito dos proprietários, que teriam contato direto com os fornecedores nos países de origem das mercadorias, poderia facilitar a negociação", disse Magnani. Eliana, o irmão Piva de Albuquerque e outros seis acusados responsáveis por importadoras foram denunciados pelo MPF em 8 de dezembro pelo subfaturamento de produtos importados que eram vendidos na loja, com o objetivo de pagar menos impostos. Eliana e Piva de Albuquerque sofrem três acusações por descaminho (produto lícito que é transportado de forma irregular) consumado, três por descaminho tentado (quando o crime não é consumado), nove de falsidade ideológica (devido aos documentos da Daslu em nome de importadoras) e uma por formação de quadrilha. As penas mínimas somam 21 anos. Aos importadores foram imputados crimes de acordo com a participação de cada um, segundo as investigações realizadas pela Receita Federal junto com a PF. As penas vão de 2 a 14 anos. (Agências)


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Fotos: Arquivo DC

CONCERTO

Orquestra européia toca no Ibirapuera. O Municipal prestigia compositores modernos. E a Osesp ousa com Bruckner.

Obras de Verdi e Puccini no Ibirapuera

GRÁTIS NO PARQUE

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m dos espetáculos mais esperados do ano é uma promoção do Mozarteum, com a presença fulgurante de uma orquestra européia famosa, que foge dos holofotes pops. É a Filarmônica de Câmara de Friburgo, que agendou dois concertos para a Sala São Paulo, nos dias 5 (segunda) e 6 (terça). Antes, o conjunto alemão se apresenta de graça no Ibirapuera. Por si só, essa entidade emblemática da melhor música camerística praticada na Europa já é um espetáculo

Plácido Domingo: Chénier em 1981, antológico

ÓPERA

AMOR E GUERRA

imperdível. Acresce que, tanto no parque quanto na Sala São Paulo, a ela se unirão dois coros: o Giuseppe Verdi, também de Friburgo, e do Barroco da Bahia. Quem conduz a performance é o maestro Andréas Winnen, entusiasta das versões instrumentais com características de época. No repertório gratuito, trechos de óperas: Tosca, de Puccini; Guilherme Tell, de Rossini, e La Traviata, de Verdi. Nos dis 5 e 6, a peça programada é o Requiem, de Verdi (1813-1901). Essa obra,

grandiosa, para muitos uma das mais arrebatadoras da escritura musical. Foi concebida para sala de concerto, a partir de versos da Missa de Réquiem para solistas, coro e orquestra. O confronto central, no Dia do Juízo Final, entre os vingadores angélicos e os penitentes em prece fervorosa, é tão dramático quanto qualquer uma de suas cenas operísticas. Parque do Ibirapuera. Telefone.: (11) 5908-4299. Domingo, dia 4, às 17h. Ingresso e estacionamento grátis.

MATINÊ ERUDITA

Andrea Chénier, no palco do Municipal

Flô Menezes e seu poema eletroacústico Pan

A Umberto Giordano

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ma das encenações mais espetaculares da ópera Andrea Chénier, do italiano Umberto Giordano (1867-1948) é de 1981, com o tenor espanhol Plácido Domingo no papel título. Chénier é um poeta visionário e intrépido, que se rebela contra os nobres e desperta o amor da condessa de Madeleine de Coigny (nesta versão, interpretada pela soprano Gabriela Benavková). Quem a dirigiu foi o maestro Nello Santi, tenaz realizador do teatro lírico. Ele conduz a Orquestra e o Coro da Ópera Estadual de Viena com veemência e grande habilidade. Até porque a história de Andrea Chénier , em quatro atos, com libreto de Luigi Illica, é um tremendo embroglio que envolve a luta de camponeses e aristocratas, durante a Revolução Francesa. Editada em DVD, com som excelente e imagem idem, pela DG, a Chénier de Nello Santi é

U

m sósia do jogador Ronaldinho Gaúcho promete ser a grande atração da edição deste fim de semana do projeto Jogando no Quintal, um misto de show, circo e teatro que a cada mês conquista mais público na cidade. Promovido Divulgação

Orquestra Sinfônica Municipal resgatou, com a nova administração de Jamil Maluf, uma das tradições mais caras da mais tradicional instituição erudita da cidade: os espetáculos a preços populares, nas manhãs de domingo. No dia 28 de maio, com um concerto dedicado ao checo Bredrich Smetana (apresentação da obra Minha Vida, Ma Vlast),

Em DVD: fidelidade

parâmetro antológico, referência obrigatória para os que gostam de ópera. Agora, o Teatro Municipal traz a saga de Giordano ao Brasil, prometendo reviver o espírito com que o maestro Nello Santi concebeu a Chénier. Nas récitas brasileiras, estão o tenor búlgaro Kaludi Kaludovi e a soprano americana Maria Russa. Há um vilão, sim, que no DVD é o barítono Hans Helm e, no Municipal, Lício Bruno. Quem dirige a apresentação paulistana é o maestro Jamil Maluf, com a Orquestra Experimental de Repertório e o Coral Lírico, corpo estável do teatro. Andrea Chénier Teatro Municipal de São Paulo. Praça Ramos de Azevedo, s/nº. Telefone: (11) 3222-8698. Sábado (3), 20h30. Novas apresentações agendadas para os dias 5, 7, 9 e 11. Ingressos: R$ 20 a R$ 40.

movimentou o teatro, com um público animado e jovem. Neste domingo (4), a proposta é sair do repertório do Romantismo, e experimentar trabalhos de compositores contemporâneos, que se inspiram na música inquieta de Debussy e Eric Satie; nos italianos Luigi Nono e Berio; no francês Pierre Boulez e em alguns brasileiros nacionalistas, entre eles,

Camargo Guarnieri. Para o concerto desta semana, o repertório escolhido apresenta obras do alemão Karlheins Stochausen (Fünt Sternzeichen); o poema eletroacústico Pan, do brasileiro Flô Menezes, e Zero Points, do húngaro Peter Eötvös. Teatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo, s/nº. Telefone: (11) 3222-8698. 11h. Ingressos: R$ 10 a R$ 15.

INÉDITO DA OESP

A

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) programou para esta semana um programa "difícil". A Sinfonia Nº 8 do austríaco Anton Bruckner (1824-1896), na foto. A obra de Bruckner é colorida, grandiosa, solene e fervorosa. Ele foi um católico convicto, que dedicou toda a vida à fé. A música que compôs reflete esse espírito. Criou um Te Deum expressivo e fez música sacra como poucos de seu tempo. Por ser um camponês modesto e iletrado, todo sua energia se concentrava na música. Por isso foi

Lício Bruno, o barítono vilão: no Teatro Municipal

criticado, e muito, por colegas do grande e sofisticado mundo cultural austríaco, a capital Viena. Entre os que não o perdoavam está Brahms, que

Anton Bruckner: obra grandiosa

considerava as sinfonias de Bruckner "imensas serpentes". Sim, as sinfonias menos longas de Bruckner têm cerca de uma hora. A 8ª, 76 minutos. Nesta sexta (2) e no sábado (3), será regida por Roman Brigli-Sacher, maestro que já dirigiu a Osesp em outras temporadas. Referência: toda a obra de Bruckner, sob a batuta do grande maestro alemão Günter Wand. Está muito bem documentada em DVD. Concerto na Sala São Paulo: Praça da Luz, s/nº. Telefone: (11) 3337-5414. Sexta (2), às 21h. Sábado (3), às 16h30. Ingressos: R$ 25 a R$ 79.

TEATRO

CORRENDO ATRÁS DO IMPROVISO por palhaços-atletas, o Jogando no Quintal é uma espécie de gincana na qual a participação da platéia é fundamental para o sucesso do evento. As partidas do Jogando são compostas por seis palhaços divididos em dois times, um juiz e uma banda de

quatro músicos que executam a partitura ao vivo. Em vez de bola, eles correm atrás do improviso. Com o auxílio do público, é escolhido um tema sobre o qual os dois times devem improvisar. A platéia costuma reagir com o mesmo entu-

siasmo dedicado a uma decisão entre Corinthians e Palmeiras. A partir do tema proposto, as duas equipes de palhaços devem criar, em cima da hora, cenas e esquetes que podem ser verbais ou apenas de humor físico. O projeto Jogando no Quintal foi criado há

três anos por César Gouvêa e Marcio Ballas, interessados em explorar as possibilidades de união entre o circo e as atividades de improviso. (SR) Jogando no Quintal, nesta sexta, dia 2, e amanhã, sábado

(3), às 21h, e domingo (4) às 19h no Estádio da Pompéia, Avenida Nicolas Bôer, 120. Ingressos a R$ 20. Mapa de acesso ao local pode ser visto no site www.jogandonoquintal.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006

TE AT R O

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

Christiane Tricerri e Cacá Rosset em cena: comédia ligeira de encontros, desencontros e excesso de humor físico escrita por Georges Feydeau

Rosset: "Todos estão ali em busca de sexo"

O CRAQUE VOLTA AO PALCO Com o Teatro do Ornitorrinco, Cacá Rosset estréia hoje no Tuca a comédia de vaudeville O Marido Vai à Caça Sérgio Roveri

D

epois de passar os últimos cinco anos como convidado freqüente dos programas de mesa-redonda sobre futebol, nos quais costuma demonstrar mais seu talento histriônico do que seus parcos dotes de especialista, o ator Cacá Rosset está de volta àquele nicho infinitamente menor que os gramados, mas onde ele, ao longo de duas décadas, provou ser craque: o palco. De posse do leme da sua renomada companhia, o Teatro do Ornitorrinco, Rosset estréia hoje o espetáculo O Marido Vai à Caça, comédia ligeira de encontros, desencontros e excesso de humor físico escrita pelo francês Georges Fey-

deau, um mestre do vaudeville. Na montagem, emoldurada por dois portentosos cenários movidos por engrenagens à vista da platéia, Rosset vive o nobre Chandel, que certo dia comunica à mulher Leontina (Christiane Tricerri) de que irá caçar em companhia do amigo Cassagne (Octávio Martins, do elenco fixo da Terça Insana), quando na verdade seus planos incluem somente uma visita a uma garçonnière. O plano de Chandel vem abaixo porque Cassagne, desavisado, aparece para visitá-lo justamente no dia da caçada. Ao descobrir que havia sido enganada, Leontina decide ceder aos galanteios de um velho admirador e concorda em acompanhá-

lo até sua garçonnière – a mesma onde se encontra o marido Chandel. "Feydeau consegue criar uma engenharia dramatúrgica tão precisa que todos os personagens são colocados na mesma garçonnière sem que a maioria deles se encontre", diz Rosset. "O mais impressionante é que todos estão ali em busca de sexo e a noite termina sem que ninguém tenha ficado com ninguém". O Marido Vai à Caça não tem o humor politizado que reforçou o lastro do Ornitorrinco em espetáculos como Ubu e Teledeum e muito menos um personagem inclinado a escapar dos palcos para ganhar a cena política nacional, a exemplo do Pai Ubu, que sor-

Talvez as pessoas esperassem que, após cinco anos longe dos palcos, eu retornasse com um espetáculo mais engajado. Cacá Rosset

rateiramente surgia em sessões do Congresso Nacional ou em manifestações públicas. "Esta é uma página virada na minha carreira", diz Rosset. "Talvez as pessoas esperassem que, após cinco anos longe dos palcos, eu retornasse com um espetáculo mais engajado, quando estou voltando com uma grande comédia. Mas O Marido Vai à Caça não está totalmente apartado da realidade brasileira: os personagens abusam do direito de mentir e há situações em que se vêem obrigados a esconder objetos na cueca. Ora, estamos falando do Brasil também". Rosset, que assentou sua carreira sobre obras de Shakespeare e Molière, principalmente, nunca havia pres-

tado muita atenção em Georges Feydeau, o mago do vaudeville que imortalizou peças como Com a Pulga Atrás da Orelha e A Sogra de Luis 14. "Até que, durante uma viagem a Paris, comprei suas obras completas e pude ver a genialidade deste dramaturgo", diz o ator, que responde também por uma nova tradução do texto e direção do espetáculo. O Marido Vai à Caça, estréia nesta sexta, dia 2, no Tuca, Rua Monte Alegre, 1024, tel.: (11) 3188-8455. Sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos de R$ 30 a R$ 40.

CAIO F., EM FRAGMENTOS Pequenas epifanias: risos e lágrimas

Peça é formada por um amontoado de cenas curtíssimas, algumas com 30 segundos “O espetáculo investiga, de alguma forma, como a produção do Caio Fernando Abreu ressoa hoje para o público jovem”, diz Medeiros. “A peça se construiu a partir das provocações as quais o elenco foi submetido durante os ensaios. Trabalhamos muito em cima de inúmeras fontes. Nossos ensaios geraram 40 horas de material gravado. Minha grande dificuldade foi filtrar o que iria à cena no meio desta quantidade fenomenal de possibilidades”. Durante a encenação, o público será convidado, em alguns momentos, a acompanhar o trajeto dos atores – tudo para reforçar a idéia de que está se trafegando à noite por uma estrada. “Por isso as cenas tão curtas. É como se cada espectador estivesse dentro de um automóvel e visse, de passagem, a vida correndo lá fora”. No meio de tanta fragmentação, existe apenas um personagem fixo, um andarilho interpretado pelo ator Alex Gruli, espécie de guia turístico a conduzir o público pelo universo de Abreu. (SR)

Um fã da verdade Rita Alves

A

bril de 1986 e dezembro de 1995. As crônicas desse período, de autoria de Caio Fernando

Fotos: Reprodução

O

espaço cenográfico do mezanino do Centro Cultural Fiesp, na Avenida Paulista, representa um espinho na mão de qualquer encenador. Este salsichão de 45 metros de comprimento por 5,5 metros de largura, sem separação entre palco e platéia, jamais favoreceu as montagens convencionais no estilo de palco italiano. O diretor Francisco Medeiros, no entanto, soube tirar proveito deste obstáculo ao transformar o corredor em um misto de estrada e ferrovia sobre a qual nove jovens atores transitam com o espetáculo B, Encontros com Caio Fernando de Abreu, que se presta a recuperar trechos da obra do escritor gaúcho no décimo aniversário de sua morte. Escrito por meio de um processo colaborativo que contou com a participação do elenco, do diretor e da dramaturga Lucienne Guedes, B (uma referência aos filmes B e à produção cultural pop que Abreu dizia apreciar) é um amontoado de cenas curtíssimas, algumas na casa dos 30 segundos, que pretendem formar um painel extremamente fragmentado da obra do escritor. Há trechos de cartas enviadas por Caio a seus amigos, excertos de seus romances e crônicas, versos de canções e até um recado deixado em uma secretária eletrônica.

B, Encontros com Caio Fernando Abreu, Mezanino do Centro Cultural Fiesp, Avenida Paulista, 1313, tel.: (11) 31467405. Quinta a sábado às 20h30 e domingo às 19h30. Grátis.

Confissões, ousadia e best-sellers

E

m setembro de 1994, Caio Fernando Abreu surpreendeu seus milhares de leitores ao revelar, em sua coluna semanal publicada no jornal O Estado de S. Paulo, que era portador do vírus HIV. Tal revelação foi mais um capítulo contundente na vida deste escritor nascido em 1948 na cidade gaúcha de Santiago, e que produziu uma literatura de cunho confessional – corajosa e ousada na medida certa para angariar, de um lado, a admiração incondicional dos leitores, e o crédito do mercado editorial do outro – o livro Morangos Mofados, por exemplo, lançado pela coleção Cantadas Literárias da Editora Brasiliense, foi um dos mais vendidos da década de 80. Caio Fernando Abreu começou a trabalhar como jornalista em 1967, depois de abandonar a faculdade de Letras em Porto Alegre. Passou pelas redações das revistas Veja e Manchete e pelos jornais Zero Hora, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. Chegou a ganhar por duas vezes o Prêmio Jabuti, a maior honraria da literatura nacional. Primeiro, com o livro Triângulo das Águas, de 1983, e depois, com Os Dragões Não Conhecem o Paraíso, de 1988. Entre as obras mais famosas deste escritor, reconhecido hoje como uma das vozes mais originais da moderna literatura brasileira, destacam-se ainda a novela infanto-juvenil As Frangas, o romance Onde Andará Dulce Veiga, Ovelhas Negras e O Ovo Apunhalado, estes dois últimos de contos. Para o teatro escreveu A Maldição do Vale Negro, remontada ano passado em São Paulo, O Homem e a Mancha e Zona Contaminada. O escritor morreu, em decorrência da aids, no dia 25 de fevereiro de 1996, no Hospital Menino Deus, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. (SR)

Caio Fernando Abreu: duas vezes vencedor do prêmio Jabuti

Abreu, publicadas no jornal O Estado de S. Paulo, estão reunidas no livro Pequenas epifanias (192 páginas, Editora Sulinas, R$ 25) editado em 1996. São nelas que, segundo declaração do autor, estão "manifestações de um cotidiano áspero que vêm modificar uma realidade maior". Em memória de Lilian, escrita em 1986, Caio revela sua admiração pela atriz Lilian Lemmertz e sua tristeza com a morte da amiga. A dor encontra espaço em outros textos de Caio. A cidade de São Paulo, Frida Kahlo, política, livros, esperança e amor também são alguns dos temas. O livro traz ainda a crônica Última carta para além dos muros, na qual o autor diz que gosta sempre do mistério, mas gosta mais da verdade. E, em seguida, conta da descoberta de sua doença, a aids.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO O estímulo à leitura é uma coisa estranha, não deveria ter que haver outro estímulo além da necessidade de um instrumento que permita conhecer. As coisas vão mal quando é preciso estimular. Ninguém precisa de estímulos para se entusiasmar com o futebol. Do escritor português José Saramago, Prêmio Nobel da Literatura, questionou a utilidade de o Estado estimular a leitura.

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006

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JUNHO Recolhimento de contribuições previdenciárias (INSS)

C IÊNCIA R ELIGIÃO

O livro mais antigo da Europa Uma coleção de retalhos chamuscados mantida num museu grego é tudo o que resta do que, segundo arqueólogos, seria o livro mais antigo da Europa - e que pode guardar a chave para a compreensão das primeiras crenças monoteístas. Mais de quarenta anos após a descoberta do papiro Derveni, num túmulo de 2.400 anos, pesquisadores anunciam que estão perto de desvendar um novo texto revelado por meio de análises digitais de alta tecnologia - dos fragmentos, queimados na pira funerária de seu dono. Amplos segmentos do livro do século 4 a.C.

- um tratado filosófico sobre religião - foram lidos anos atrás, mas nunca publicados. Agora, o arqueólogo Polyxeni Veleni acredita que as mesmas técnicas digitais usadas para decifrar o Evangelho de Judas poderão expandir e clarificar o texto. "Creio que de 10% a 20% de texto novo será acrescido, o que poderá ter importância crucial", disse Veleni, diretor do Museu Arqueológico Tessalônico, onde o manuscrito é guardado. O papiro foi encontrado, queimado, em 1962 e data de 340 a.C.. "Trata-se do Amis antigo livro ainda em existência na tradição ocidental", disse Veleni.

Humanos, mas nem tanto Homem é, na verdade, uma "mistura" de humano e bactéria, diz pesquisa

G

eneticistas disseram na quinta-feira, depois de examinar o DNA de centenas de bactérias que habitam o organismo do homem, que talvez não sejamos totalmente humanos. As bactérias são tão importantes para funções como digestão e sistema imunológico que talvez possamos ser considerados organismos realmente simbióticos - ou seja, que têm uma relação de dependência mútua com outra

espécie -, segundo artigo publicado na edição de hoje da revista Science. "Somos de certa forma como um amálgama, uma mistura de bactérias e células humanas. Algumas estimativas dizem que 90% das células no nosso corpo na verdade são bactérias", disse Steven Gill, cientista da Universidade de Nova York. "Somos totalmente dependentes desta população microbiana para o nosso bem-estar. Uma mudança dentro desta popula-

ção freqüentemente levam à ausência ou presença de micróbios benéficos e pode desencadear efeitos no metabolismo e até doenças". Os cientistas seqüenciaram o DNA das bactérias do intestino humano e o compararam com o genoma humano. Conclusão: apenas algo entre 1% e 5% do material não era bacteriano. O próximo estudo, segundo Gill, vai se debruçar sobre as bactérias da boca, onde há pelo menos 800 espécies.

I NTERNET

Novos rivais: Yahoo! e YouTube O Yahoo! estreou serviço para divulgação de vídeos na internet similar ao popular YouTube, um dos serviços que mais cresce na internet. Assim como o YouTube, o Yahoo! Video permite que usuários coloquem na internet qualquer vídeo próprio. A vantagem é poder classificar o material produzido em categorias. Os vídeos mais acessados receberão estrelas e ganharão pontos para integrar o ranking de vídeos mais populares.

B IODIVERSIDADE

http://video.yahoo.com

David Hancocki/AFP

L

Um dos 8 mil coalas da Austrália, em seu cativeiro no zoológico de Sydney. Ontem a Fundação Coala divulgou um estudo sobre o futuro dessa espécie. O marsupial poderá ser extinto nos próximos 15 anos segundo as informações desse estudo. Só no ano passado, 2 mil coalas morreram atacados por cães ou atropelados no país.

Copa Eduardo Nicolau/AE

Em entrevista ao jornal The Times, Pelé disse que a seleção de 1970 era melhor do que a de Parreira. Irritado, o técnico comentou ontem: "Fico feliz que o Pelé consiga fazer essas comparações, que tenha essa capacidade, porque eu não tenho".

A revista semanal britânica The Economist publicou ontem uma reportagem sobre o dilema da Amazônia: crescimento econômico ou preservação ambiental? A revista detalha uma iniciativa de forte impacto ambiental. Cerca de R$ 20 bilhões serão investidos numa hidrelétrica no rio Madeira, a terceira maior do País, e está sendo construída pela Odebrecht. A hidrelétrica promete ajudar a amenizar o problema de energia do País, mas a que custo? Os críticos comentam que a área alagada vai prejudicar parte significativa da floresta que é o habitat de 800 espécies de pássaros e 750 de peixes. Além disso, 2.800 pessoas serão diretamente afetadas e outras 850 podem ter suas casas alagadas.

Segundo lugar para os Beatles

E M

Definitely Maybe, Oasis Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band, The Beatles G Revolver, The Beatles G OK Computer, Radiohead G Morning Glory, Oasis G Nevermind, Nirvana G The Stone Roses, The Stone Roses G Dark Side of the Moon, Pink Floyd G The Queen Is Dead, The Smiths G The Bends, Radiohead G G

Christian Charisius/Reuters

H ISTÓRIA

Relatos de Colombo

C A R T A Z

L

CARYBÉ

FLAGRAS – Suíças lêem o tablóide suíço Blick, que flagrou 7 jogadores brasileiros numa boate em Lucerna. Ronaldo assumiu o papel de DJ. G Ronaldinho Gaúcho, que não participou da noitada, treinou normalmente ontem em Weggis. G No Museu de Etnologia de Hamburgo, o assunto também é Copa: uma exposição mostra a mais antiga bola de futebol conhecida.

C OLEÇÕES

A escrita da História Telas de Carybé (na foto, O Ovo da Ema), de 1976. Museu Afro Brasil. Pavilhão Manuel da Nóbrega - Parque do Ibirapuera, portão 10. Telefone: 5579-0593. Das 10h às 18h. Grátis.

Skate motorizado

Para futuros candidatos

O Wheelman é um skate com pneus de borracha e motor, que pode chegar a 25 km/h. O motor é controlado por uma bola que você segura na mão -- quanto mais você apertar, mais rápido o Wheelman roda. Custa US$ 1.500 no site.

O site Política para Políticos foi criado principalmente para quem pensa em seguir uma carreira pública, mas também pode servir ao cidadão que quer entender um pouco melhor sobre essa "profissão". Qual a lógica e quais os conhecimentos envolvidos nessa atividade profissional? Detalhes sobre como avaliar uma campanha política, artigos, banco de leis, a legislação que regula a atividade e muitas outras informações estão disponíveis no site. Um dos pontos altos é a análise diária do noticiário político.

www.wheelman.com.au

I

http://thenonist.com/index.php/ thenonist/permalink/in_search_of_pens/

A TÉ LOGO

Acima, à esquerda, caneta da Nasa. À direita, exemplar exclusivo de Thomas Jefferson

Arqueólogos israelenses da Universidade de Bar-Ilán, em Tel-Aviv, descobriram evidências de que as figueiras são as árvores há mais tempo cultivadas pelo homem. Há pelo menos 11.400 anos elas são plantadas no Oriente Médio. Isso faz do figo a primeira fruta domesticada, ou seja, cultivada e colhida em uma plantação doméstica. A descoberta foi feita a partir de restos de um figo fossilizado encontrados em Gilgal, aldeia abandonada há mais de 11 mil anos, no vale do rio Jordão. A descoberta data o uso dos figos em mil anos antes das primeiras provas de outras colheitas domesticadas, como o trigo, a cevada e legumes cultivados no Oriente Médio.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L OTERIAS

Países concordam em oferecer benefícios ao Irã, se país abandonar programa nuclear Crise no Timor Leste só terminará com renúncia de primeiro-ministro, diz líder rebelde

L

www.politicaparapoliticos.com.br

Figo, alimento milenar

L

F AVORITOS

n Search of Pens. Este é o título de site dedicado exclusivamente a um dos objetos mais banais - e que despertam mais desejo - entre escritores, líderes religiosos, ex-presidentes e até designers da Nasa. A caneta que, como conta o site, só no fim do século 19 chegaram à sua forma perfeita: a caneta, capaz de escrever e carregar em seu corpo a tinta utilizada para marcar o papel.

Uma cópia da mesma época de uma carta, escrita por Cristóvão Colombo enquanto retornava da América, está à venda em Londres, por U$ 900 mil. O documento, de oito páginas, chama-se Epistola Christofori Colum, ou A Carta de Colombo. É uma tradução para o latim da carta que o explorador escreveu para o rei da Espanha, em sua volta. Por ordem do papa Alexandre VI, a tradução foi impressa em Roma, em 29 de abril de 1493, seis semanas após Colombo chega à Espanha. A RQUEOLOGIA

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G @DGET DU JOUR

B RAZIL COM Z

Crescimento ou preservação?

Antonio Scorza/AFP

M ÚSICA

Em uma votação sobre o melhor álbum de todos os tempos realizada entre fãs britânicos de rock, os históricos Beatles perderam o primeiro lugar para a banda contemporânea Oasis. Ainda assim, a banda de John, Paul, Ringo e George conseguiu emplacar três álbuns numa lista de 100 melhores da história, elaborada pelo British Hit Singles & Albums e pelo site NME.com. Os dez mais votados foram:

http://wwwyoutube.com

Professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp devem entrar em greve no dia 8

Concurso 1608 da QUINA 13

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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006

DOISPONTOS -99

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

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A reação do Ocidente quando os eleitores árabes dão a vitória aos partidos islâmicos continua ambígua: apóia a democracia em princípio, mas se recusa a entender os resultados. "Essa reação é escandalosa e contraproducente", analisa o pensador liberal francês Guy Sorman, depois da entrevista que fez em Jidá com Ekmeleddin Ihsanoglu, secretário-geral da OCI, a ONU islâmica. Seria mais conveniente aceitar a vitória do Hamas na Palestina (à direita) em vez cortar-lhe os alimentos e provocar seu retorno ao terrorismo. O que fazer com o Islã político? Recusar-lhe o poder reforça suas posições radicais. Ceder o poder é uma aposta arriscada. O exercício do poder não tornaria a política do Islã mais razoável?

NEIL FERREIRA NUNCA ANTES

GUY SORMAN

ISLA

"Nunca antes neçe país" corremos tanto risco de que "tudo iço que está aí" dure mais quatro anos

Poder aos inimigos da liberdade?

ada vez que os Árabes votam livremente, atribuem a maioria dos seus votos aos partidos islâmicos: naTurquia, na Palestina, no Marrocos, na Arábia Saudita, no Egito e recentemente, com a FIS-Frente Islâmica de Salvação, na Argélia. Ekmeleddin Ihsanoglu, secretário-geral da OCI-Organização da Conferência Islâmica, me diz encarar estes resultados como "legítimos e previsíveis". A OCI é uma espécie de ONU muçulmana, cuja sede fica na Arábia Saudita, em Jidá, e Ihsanoglu é o Kofi Annan do mundo muçulmano. A OCI não funciona melhor que a ONU, tantos são os interesses divergentes dos países muçulmanos, mas, como a ONU, é uma boa caixa de ressonância a ser ouvida. Todos os regimes muçulmanos têm sofrido conjuntamente a pressão do Islã político. "Como os nossos povos sofrem, em variados graus, a tirania, a corrupção e o malogro do desenvolvimento, os partidos islâmicos parecem a via salvação", explica-se o secretário-geral. Deveríamos nos preocupar? Ihsanoglu, que é turco, aplaude principalmente o sucesso do governo democrata muçulmano no seu próprio país, já que, há quatro anos, sua vitória eleitoral assustou tanto o mundo ocidental quanto os turcos laicos. Segundo ele: foi absurdo e criminoso por parte do exército argelino, apoiado pela França, proibir em 1992 o acesso ao poder da FIS: o resultado foi uma guerra civil e cem mil mortes, "erradicados" pelo exército. Agora, conviria aceitar a vitória do Hamas na Palestina, em vez cortar-lhe os alimentos e devolvê-lo à violência. Ihsanoglu considera que o exercício do poder sempre torna os islâmicos mais razoáveis. A atitude ambígua do Ocidente seria escandalosa e contraproducente: apóia-se a democracia em princípio, mas recusa-se os seus resultados. Velho debate que retorna da era fascista: é necessário atribuir a liberdade aos inimigos da liberdade? Temos o direito, como certos comentaristas europeus fazem crer, em falar defascismo islâmico-?

s movimentos islâmicos são, na realidade, muito diferentes: alguns são pios, outros visam a caridade, outros são políticos e às vezes são violentos e revolucionários. As fronteiras entre estas atitudes são instáveis e porosas, evoluindo em função das circunstâncias locais. O que diz Abdelaziz GR Khassem? Pensador islâmico da Arábia Saudita, Khassem passou quatro anos na prisão por de ter proposto a adoção de uma Constituição; liberado e se tornou advogado e prossegue o seu combate civil. Esta Constituição, de acordo com ele, instauraria o Estado de Direito e limitaria a arbitrariedade da monarquia, assim como do clero ligado a ela. A constituição seria islâmica? Sim, mas seria igualmente liberal, porque Khassem encontrou

O

Andrew Parsons/AFP

C

G Os árabes

sofrem a tirania, a corrupção e o malogro do desenvolvimento. Os partidos islâmicos parecem a via de salvação. G Mas estão no

Corão os fundamentos da liberdade e da democracia parlamentar

ia 31 foi o dia de pagar o Lulla da Çilva e eu paguei mais uma vez com a sensação de que estava jogando meu suado dinheirinho no saco sem fundo das ambições reeleitorais de um "governo" que se revelou o mais corrupto da nossa história recente. Foi o quinto mês do ano que trabalhei para sustentar essa mixórdia e quem sabe agora, nos próximos sete meses, eu posso trabalhar para minha família e para pagar o que esse "governo" não me

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Eliana Aponte/Reuters

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NEÇE PAÍS

no Corão, onde se encontram muitas coisas, os fundamentos legais da liberdade individual e a da democracia parlamentar! Neste processo, os líderes árabes encontram-se paradoxalmente do mesmo lado que os ocidentais: o que fazer do Islã político? Recusar-lhe o poder o faz amais forte para a opinião pública. Ceder-lhe o poder é uma aposta arriscada. presidente argelino Bouteflika escolheu um primeiro-ministro próximo ao islamismo. Mas é necessário encarar que o povo prefere sempre um islamita verdadeiro, em vez de sua caricatura. É improvável que este novo governo argelino, como a maior parte dos governos despóticos do mundo árabe, elimine as raízes islâmicas, evocadas por Ihsanoglu, de corrupção, de arbítrio, de iniquidade e de pobreza. Então, é necessário fazer confiar em Khassem e ouvir Ihsanoglu?

O

JIDÁ, 25 DE MAIO DE 2005

proporciona como é devido, como, por exemplo, segurança pública, educação decente, plano de saúde, aposentadoria com dignidade. Reconheço que fiz meus pagamentos sob as fanfarras que comemoravam o fantástico crescimento de 1,4% do PIB no trimestre, o que nos deu uma vitória espetacular sobre o PIB do Brasil mesmo, que foi de 0,8% no trimestre anterior, e o do Haiti, que de tanto perder virou nosso freguês. O fato de o crescimento da Argentina ser bem maior do que o nosso é mero detalhe, que não entrou nos festejos do Guido Mantega. "Nunca antes neçe país" tivemos um crescimento tão pífio, o menor da América do Sul, não ganhamos nem do Paraguai, o segundo menor da América; só ganhamos do Haiti, o menor de todos os países emergentes e metade da média mundial. "Nunca antes neçe país" os bancos lucraram tanto, 44,12 bilhões em três anos de Lulla da Çilva com a maior taxa de juro real do planeta, contra 35,9 bilhões em oito anos de FHC, com a dívida interna superando o valor de 1 trilhão de reais. Aliás, alguém aí sabe do que se trata quando se fala em 1 trilhão de qualquer coisa?

"Nunca antes neçe país" a carga tributária que me esmaga subiu tanto, 3% do PIB, sufocando empresas, empresários e trabalhadores, que se lascam para sustentar a explosão dos gastos públicos, as despesas com o Palácio do Planalto e com os cartões de crédito corporativo da nomenclatura governista, que dobraram em três anos. "Nunca antes neçe país" a taxa de câmbio esteve tão fora de sintonia com a nossa realidade econômica, gerando insegurança, desassossego e prejuízos para a agro-indústria, fato que o ministro da Agricultura, uma das raras cabeças pensantes do "governo", não se cansa de apontar. "Nunca antes neçe país" os investimentos em infra-estrutura foram tão ridículos; um exemplo é o investimento em estradas que chegou perto do zero, obrigando o "governo" a inventar a Operação Tapa Buraco, que gerou o maior programa de contratação de empresas sem licitação desde Collor. E o tão comemorado lucro das estatais foi quase completamente desviado dos investimentos na produção para o financiamento do superávit primário, cantado em prosa e verso. "Nunca antes neçe país" se gastou tanto dinheiro em propaganda oficial, um biliardário mensalão da mídia, que procura hipnotizar o eleitor com suas histórias da carochinha. "Nunca antes neçe país" foi feito um negócio tão burro como a quitação antecipada da dívida com o FMI, quando "eçe país" trocou um empréstimo em dólares, pagando 6% a 7% ao ano, por outros em reais supervalorizados, pagando 18% ao ano. m compensação, meu suado dinheirinho vai ajudar a pagar a Bolsa-Esmola, que está comprando uns 24 milhões de votos para reeleição de Lulla da Çilva, que não quero ver reeleito mas sou obrigado a ajudar a pagar a sua campanha. Essa Bolsa-Esmola, um mensalinho que o "governo" dá aos mais pobres, é uma forma segura de mantê-los na pobreza: no nordeste é 54% maior do que o investimento público, que gera empregos e é emprego que tira as pessoas da pobreza. "Nunca antes neçe país" corremos tanto risco de que "tudo iço que está aí" dure mais quatro anos.

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NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006

LAZER - 1

LEITURA

Duas grandes coleções trazem mestres do mundo da arte

CRIANÇAS FAMOSAS Renato Pompeu Ilustrações: Ângelo Bonito

Rita Alves

A

idéia é um precioso ovo de Colombo: contar para crianças e adultos a infância de pessoas que, adultas, se tornaram famosas. Surgida internacionalmente, no Brasil foi adotada pela Callis Editora, e os textos, de diferentes autores, quando nacionais sempre com belas ilustrações (coloridas aquarelas) de Ângelo Bonito, nos remetem a um mundo de magia e encantamento, que só podem entusiasmar as crianças a procurarem imitar essas grandes vidas. Assim é que a infância de Santos Dumont é relatada por Nereide Schilaro Santa Rosa, que conta como o pequeno Alberto nasceu em 1873, no sítio de seu pai, que era engenheiro ferroviário, em Cabangu, Minas. Depois o pai se tornou fazendeiro de café em São Paulo. O menino passou a brincar nas máquinas que transportavam madeira na fazenda e, aos sete anos, conseguiu autorização do pai para guiar um locomóvel, uma espécie de máquina a vapor sobre rodas. No setor de beneficiamento de café, Alberto passou a se interessar pelo funcionamento das máquinas que limpavam, abriam e secavam os grãos de café, para depois peneirar, descascar e separar por tamanho. Ele sempre queria ver por dentro como as máquinas funcionavam. E logo começou a ajudar a consertar os equipamentos, embora fosse apenas uma criança. Descobriu antes de qualquer mecânico, que as peneiras funcionariam melhor se, ao invés de fazerem movimento de vaivém, girassem como hélices. A hélice nunca mais saiu de sua cabeça, até desenvolver o avião décadas depois. Um único probleminha nesse belíssimo livro: não cita o chuveiro elétrico quando, ao final, lista os inventos de Santos Dumont. Já o Aleijadinho é tema de Carla Caruso. Mulato, em Vila Rica, a grande cidade do ouro em Minas no século 18 – hoje Ouro Preto –, o menino Antônio, filho de um arquiteto português (que também era dono de uma loja de marcenaria), acompanhava o pai na construção de igrejas e outras edificações. E prestava atenção especialmente nos artesães que esculpiam anjos nos altares. Aos 13 anos, em 1751, Antônio desenhou a grafite o seu primeiro projeto, um chafariz. Mas a autora não fica apenas no despertar da vocação do futuro grande escultor – narra como era colorida a sua infância, em meio a festividades religiosas cheias de flores, em igrejas com estátuas de anjos gordinhos com grandes bochechas. Um livro que é um feitiço. A escritora Edinha Diniz conta a infância de Cartola, o grande compositor carioca, fundador da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. O nome de Cartola era Angenor e em menino gostava de jogar botão, mas principalmente das folias de Reis, em que no Dia de Reis (6 de janeiro) os participantes desfilavam e dançavam fantasiados – e as irmãs de Angenor bordavam e costuravam fantasias de reis. A folia de Reis era aberta por um estandarte e pelos três Reis Magos, e atrás vinham os músicos com seus violões, cavaquinhos, pandeiros, flauta, pistão, clarineta, mais um coral de pastorinhas. Mas, religião à parte, Angenor gostava mais de sair no Carnaval fantasiado de diabinho, na Ala de Satanás do rancho Arrepiados. Seu avô lhe contou que ajudara a criar os ranchos de Carnaval a partir das folias de Reis, sem saber que o neto ajudaria a criar as escolas de samba a partir dos ranchos. Uma linda história, cheia de cores e sons. De novo Carla Caruso conta a infância da poeta Cecília Meireles, esta nascida em 1901 no Rio, onde morava numa chácara com a avó, crescendo ao som dos pregões dos vendedores ambulantes e ouvindo a empregada cantarolar canções folclóricas. A infância da menina Cecília foi cheia de ritmos e rimas que depois inspirariam suas poesias. Os passeios rumo à cidade, em meio a belas paisagens e árvores floridas, também ajudariam a formar a sensibilidade da futura poeta. Apenas um pequeno senão: a autora, possivelmente usando a imaginação e não alguma documentação, nos descreve Cecília viajando em bondes a burro, quando os bondes elétricos no Rio surgiram em 1892, nove anos antes de a poeta nascer. Outros livros da coleção narram as

GRANDES MESTRES

Fotos: Reprodução

Santos Dumont: aos 7 anos, teve autorização para guiar um locomóvel, uma espécie de máquina a vapor

infâncias de Anita Malfatti, Bach, Beethoven, Brahms, Carlos Gomes, Castro Alves, Chiquinha Gonzaga, Chopin, Haydn, Jorge Amado, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Monteiro Lobato, Mozart, Picasso, Portinari, Schubert, Schumann, Tchaikovsky, TouloueLautrec, Villa-Lobos e Volpi. Maravilhas garantidas para crianças, mães e pais – biografias escritas em estilo de canções de ninar.

Marc Chagall: pinturas misturam sonhos, fantasia e folclore

O

s novos títulos da Coleção Grandes Mestres (48 páginas e R$ 23,90 cada), da Editora Ática, são dedicados aos jovens e trazem mais três importantes nomes. O primeiro deles é Marc Chagall (1887-1985), um dos artistas mais populares do século 20. Nasceu em Vitebsk, cidade que na época pertencia à Rússia e hoje faz parte de Belarus. Suas obras lembram sonhos e apresentam uma mistura de fantasia, folclore e memória. Em seu livro, a autora Jude Welton mostra como Chagall retratava em seus quadros o desejo de voar. Pessoas flutuando com a leveza e a naturalidade de um pássaro, planando sobre as cidades, são presenças constantes em suas obras. O segundo lançamento traz também Jude Welton como autora do livro que conta a história da vida e obra do francês Henri Matisse (1869-1954). O artista tinha a cor como sua grande aliada. Foi através de suas experiências com as cores que o mestre conseguiu oferecer aos olhos do mundo muito mais possibilidades de representação da realidade do que os sentidos pudessem ser capazes de descobrir. "Quando comecei a pintar, me senti transportado para uma espécie de paraíso", disse Matisse que ficou famoso por suas pinturas, esculturas, gravuras, desenhos e ilustrações de livros e pela criação de figurinos e cenários. Alberto Giacometti (1901-1966) é o terceiro lançamento, escrito por Jackie Gaff. O suíço de obras originais, inovadoras e marcantes é conhecido por suas estátuas altas e estreitas, criadas no fim dos anos de 1940. Entre seus admiradores estão o filósofo Jean-Paul Sartre e o escritor Jean Genet. Dedicando-se à pintura e à escultura com paixão, transitou pelo Cubismo e pelo Surrealismo. No começo de 1961, o velho amigo Samuel Beckett, pediu-lhe que desenhasse o cenário para uma nova montagem de sua peça Esperando Godot. O resultado foi a escultura de uma árvore fina que enfatiza o vazio do palco. Todos os títulos da coleção trazem reproduções de obras em página inteira. Para facilitar a leitura dos jovens, os livros apresentam um panorama detalhado da vida e obra de cada artista. Uma linha do tempo descreve os marcos mais importantes da trajetória de cada um, desde a infância, passando pelos primeiros passos na carreira, as aspirações e o envolvimento em movimentos artísticos. A influência dos artistas no Brasil é apresentada em um capítulo especial.

Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor de Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance internético O Poder Virtual (www.carosamigos.com.br). Cecília Meireles (acima) e Aleijadinho: pai era construtor de igrejas

Ilustração: Susan Hellard

Alberto Giacometti: suíço conhecido por suas estátuas altas e estreitas, criadas no fim dos anos de 1940

Para ler e se divertir Cada livro da coleção Crianças Famosas sai por R$ 16. Santos Dumont, um dos biografados, também é tema de uma exposição no Museu da Casa Brasileira. Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705, Pinheiros, tel. (11) 3032-3727. R$ 4.

Obra do francês Henri Matisse (abaixo): a cor como grande aliada O pequeno Michelangelo, segundo filho da família Buonarroti: biografado por Tony Hart e Susan Hellard


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006

DVD

TELEVISÃO

RETRATO FIEL DE ARY Bons Tempos leva magnitude de Ary Barroso ao palco

Os 80 anos de Marilyn e a Paixão pelo futebol

Aquiles Rique Reis

Histórias do Futebol

O

SHOW

NOTÁVEL CARMEN Três cantoras e um tributo no palco

O

s célebres balangandãs e penduricalhos de Carmem Miranda estarão de volta ao palco do Teatro Sérgio Cardoso neste fim de semana. É o espetáculo Pequenas Notáveis - Tributo a Carmem Miranda que reúne as cantoras Célia, Lucinha Lins e Virgínia Rosa em uma homenagem à portuguesa de alma carioca. Carmem Miranda é relembrada não só no repertório do espetáculo e no gestual das três intérpretes, mas também nos adereços e figurinos criados por

Cláudio Tovar. Tique Taque do Meu Coração, O Que é Que a Baiana Tem, Tabuleiro da Baiana e Tico Tico no Fubá serão algumas das músicas que serão recriadas por Célia, Lucinha Lins e Virgínia Rosa. O trio de amigas já se apresentou junto em diversos shows e agora compartilha o sonho de realizar este tributo a Carmem Miranda. Teatro Sérgio Cardoso. Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista. Tel.: (11) 3288-0136. Nesta sexta (2) e sábado (3), às 21h e domingo (4), às 19h. Ingressos: R$ 20 e 10.

E MAIS

Cazuza por Ney

Ney Matogrosso é um dos cantores que homenageiam Cazuza dentro do projeto Obra Viva. No Teatro do Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93, tel.: (11) 3871-7700. Sexta (2) e sábado (3), 21h; domingo (4), 18h. R$ 25.

Jazz de primeira

Traditional Jazz Band. Auditório da Livraria Cultura, Shopping Villa Lobos, tel.: 3024-3599. Sexta (2), 20h. Ingresso: um quilo de alimento. Museu da Casa Brasileira, tel.: 30323727. Domingo (4), 11h. R$ 10.

grupo Bons Tempos tem 20 anos de carreira. Com formação tradicional, seus cinco integrantes tocam e cantam samba em Campinas, interior de São Paulo. Chiquinho toca pandeiro e outros instrumentos de percussão; os outros quatro cantam e tocam: Alfeu vai de cavaco; Elder vai de timba; Newton no violão de 7 cordas e Caco toca percussão. Instrumentistas, os quatro são vocalistas de primeira. Há que se destacar a belíssima voz de Caco, o principal solista do Bons Tempos. Sua voz aconchegante, que soa sem parecer que há esforço, revela um cantor de ótimos recursos. Suas divisões rítmicas dão o balanço certo ao jeitão novo de cantar, lembrando grandes intérpretes do passado. Mas o principal é que o grupo comprova que pode haver (e há) vida musical fora do eixo São Paulo-Rio de Janeiro. Como o Bons Tempos, dezenas de outros grupos vocais se esmeram em levar sua arte às platéias de inúmeras cidades brasileiras; mas talvez nenhum com sua disposição de correr atrás de momentos oportunos para mostrar seus projetos. Satisfeitos com a realização de um primeiro trabalho, em que se valeram de recursos teatrais para melhor avivar as músicas que interpretavam, resolveram buscar a genialidade de Ary Barroso para montar um novo show. Para tanto, convenceram o jornalista, pesquisador e biógrafo Sérgio Cabral – que escrevia justamente a biografia de Ary – a escrever o texto e junto com eles fazer o roteiro para o espetáculo que sonhavam montar. Alguns bons tempos depois, não à toa, perceberam que no ano da comemoração do centenário de nascimento de Ary Barroso festejavase também a festa pelo cinqüentenário da Petrobras. Foram à luta, conseguiram da estatal o patrocínio para o trabalho que já tinham e montaram Ary, um brasileiro, do qual Sergio Cabral também participa contando casos sobre Ary. Os meninos de Campinas ganharam o Brasil. Primeiro gravaram o CD. Depois veio a excursão, em que realizaram mais de 50 shows, assistidos por mais de 18 mil pessoas. Suas vozes e seus instrumentos levaram a brasilidade de Ary Barroso a lugares que jamais suspeitaram chegar com seu talento. Agora, passados alguns anos, eis que o Bons Tempos chega às lojas com o DVD de mesmo título do CD, em que a magnitude de Ary é levada ao palco pelo grupo de forma profissional, cheia de muito bom humor e brejeirice. O repertório escolhido é exemplar. Grandes sucessos de Ary Barroso, como Aquarela do Brasil, Morena Boca de Ouro e Pra Machucar Meu Coração; o Hino do Flamengo (felizmente, Ary

Moska no shopping

não está aqui para ver o que a cartolagem fez com o "mais querido"); a vinheta do programa da Rádio Nacional e as pouco conhecidas Como ‘vaes’ você? e Paulistinha Querida. Pérolas! Graças à direção musical do baixista Ricardo Matsuda – são de responsabilidade dele e de Paulo Pugliese a maioria dos arranjos instrumentais –, ao naipe de sopros (Goio Lima, saxes e flauta; Lucimar Perez, trombone; Rubinho Antunes, trompete e flugel), e mais ao piano e ao acordeão de Guilherme Ribeiro e à bateria de Pepa D’Elia, as músicas de

Bons Tempos. Magro, do MPB4, escreveu um para Rio de Janeiro, que abre o show. Os belos arranjos de Matsuda e D’Elia para Terra Seca e de Tiago Costa para Folha Morta mostram ainda mais as quatro vozes afinadas e emocionadas. Ao final do espetáculo (que no DVD vê-se em tons sépia, repetindo a tonalidade que predominou no início), Ary Barroso "desce" à cena e "passeia" pelo palco, vai à platéia e, com um olhar perdido de intensa satisfação, demonstra que tudo ali o comoveu; que tudo o que ali foi cantado e tocado era mesmo dele: de um Ary tão grandioso quanto Barroso. A majestade de Ary Barroso – mineiro de Ubá, compositor, pianista, radialista, político (foi vereador pela UDN, no Rio de Janeiro, em 1947) – pode ser medida pelo êxtase que desperta em seus pares. De Tom Jobim a João Gilberto, de Jamelão a Ângela Maria (segundo Ary, uma das quatro maiores cantoras brasileiras), passando por Elizeth Cardoso (gravou Ary Amoroso, em 1989), Gal Costa (gravou Aquarela do Brasil, em 1980) e Rosa Passos & Lula Queiroga (Letra & Música – Ary Barroso, gravado em 2004), que dedicaram álbuns

B

Ary Barroso soam vestidas de musicalidade genialmente verde e amarela. Os arranjos vocais são de uma eficácia extraordinária. Quase sempre marcadas por solos de Caco, as vocalizações abrem cortinas sonoras dignas do grande grupo vocal que é o

exclusivos à música do compositor, todos, unanimemente, sempre apontaram Ary como um dos maiores nomes da música brasileira. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, editora A Girafa.

MEMÓRIA

E

DA VINCI, 7113

ntre as melhores antologias sobre a obra de Ary Barroso (foto) consta um excepcional songbook, em 3 volumes, produzido pela EMI, com a participação de célebres compositores/intérpretes. São 46 faixas, que cobrem as várias fases de produção de Ary. No primeiro CD, por exemplo, Tom Jobim canta Na Batucada da Vida; Caetano Veloso, Camisa Amarela; Elza Soares, É Luxo Só e Aquarela Carioca.

No segundo volume, Tim Maia interpreta Aquarela Brasileira; Edu Lobo e Tom Jobim fazem parceria, para cantar com muito balanço o clássico Pra Machucar Meu Coração; Leny Andrade, suingando, canta Morena Boca de Ouro. No terceiro volume, Caymmi homenageia o amigo Ary, cantando Tu; Chico Buarque, Faceira; Luiz Melodia (voz) e Wagner Tiso (piano), Folha Morta. São CDs ainda disponíveis nas lojas.

O Código: votos e bilheteria

E

m uma enquete promovida pelo site do Diário do Comércio (www.dcomercio.com.br), de 19 a 30 de maio, 7113 internautas opinaram sobre o polêmico filme O Código Da Vinci, em cartaz nos cinemas da cidade. Em resposta à pergunta "O que você achou da versão filmada de O Código Da Vinci?", 18,69% disseram ter achado boa. A votação ficou empatada em 15,89% entre aqueles que consideraram a adaptação do livro do americano Dan Brown regular ou ruim. E 49,53% dos votantes ainda não tinham visto o

filme. Até ontem, quinta dia 1º, o longa-metragem havia arrecadado a soma de US$ 468 milhões nas bilheterias do mundo todo, sendo US$ 150 milhões apenas dentro dos Estados Unidos. O suspense protagonizado por Tom Hanks e Audrey Tautou desponta como a produção com chances de bater os recordes de arrecadação de todos os tempos, hoje pertencente a Titanic (1997, direção de James Cameron), blockbuster com Leonardo de Caprio e Kate Winslet que amealhou um total de US$ 1,8 bilhão.

CURSO

Bossa Nova em módulos

N

a próxima terça, dia 6, começa o módulo do curso de História da Canção Brasileira dedicado à Bossa Nova, na Casa das Rosas - Espaço de Literatura e Poesia Haroldo de Campos.

hegamos ao mês de junho, mas só agora a TV Cultura começa a estrear a sua nova programação. Além de ampliar o jornalismo, uma das novidades que vão esquentar a grade da emissora é a série de documentários, nacionais e internacionais (quase todos produções da BBC de Londres), que serão exibidos às quartas, das 21h às 22h. Nesta primeira semana, já que estamos em tempos de Copa do Mundo, o programa exibirá na quarta (7) a série Histórias do Futebol, no qual o telespectador vai conhecer como é feito o trabalho dos veículos de comunicação na cobertura do futebol, e vai se surpreender (ou não) com a força da mídia, que mudou completamente a vida de alguns atletas no mundo todo. O segundo programa é A Paixão Mundial, que vai ao ar no dia 14. No foco do programa estará a história da FIFA e especialmente do brasileiro João Havelange, que por vários anos comandou a entidade máxima do esporte. Além de Havelange, são retratados outros personagens poderosos que estiveram por trás da difusão do futebol pelo mundo.

Nacionais na Globo

Um songbook precioso

O Projeto Grandes Encontros traz nesse domingo (4) o cantor Moska. O público pode beneficiar uma instituição doando alimentos não perecíveis. Shopping Anália Franco, Praça de Eventos, tel.: (11) 6643-4360. Domingo (4), 12h30. Grátis.

C

Ministrado por André Domingues, terá três aulas convencionais, com uma delas apenas sobre Tom Jobim. Maria Alvim e Rick Udler fazem o show de encerramento, às 20h do dia 27. Casa das Rosas

fica na Avenida Paulista, n° 37. O curso vai até dia 30, sempre às terças, às 18h. As inscrições custam R$ 10. Mais informações podem ser obtidas no local ou pelo telefone (11) 3285-6986.

oas produções da nova safra do cinema nacional compõe o cardápio do tradicional Festival Nacional de Filmes que a Globo exibe religiosamente todos os anos, que vão ao ar às quartas-feiras, logo após a novela Belíssima. Entre as atrações, Deus é Brasileiro, com AntonioFagundes e Wagner Moura, Dom, que tem como protagonistas Maria Fernanda Cândido e Marcos Palmeira, O Xangô de Baker Street, baseado na romance homônimo de Jô Soares, e O Homem que Copiava, engraçadíssima história estrelada por Lázaro Ramos. Para começar a jornada, neste quarta vai ao ar Casseta & Planeta – A Taça do Mundo é Nossa, filme obviamente estrelado pelos integrantes do humorístico global. Nele é contada a história de três amigos que se conhecem no dia da final da Copa do Mundo de 1970 e se envolvem em uma confusão numa churrascaria, no que acabam sendo acusados de terrorismo. Perseguidos, eles fundam o temido e obscuro Partido Anarco Nacionalista Anti-carnívoro Carlos, o Panac, e tramam uma ação que mobilizará o país: roubar a taça do Tri, recém-conquistada no México pela seleção canarinho. O festival, que começa nesta quarta, vai ao ar até o dia 5 de julho.

Duas vezes Marilyn

N

ão dá nem para imaginar como ela estaria, mas a loira mais sensual e quente do cinema americano – ela mesma, Marilyn Monroe – faria neste mês de junho 80 anos, se viva estivesse. Para festejar a data, nada como ver ou rever alguns clássicos estrelados por Marilyn ao longo de sua curta existência. Nos dois filmes programados pelo Telecine Classic, ambos rodados em 1953, Marilyn está sempre correndo atrás de marido rico. O primeiro que vai ao ar na quinta (8), às 20h, é Os homens preferem as loiras (Gentlemen prefer blondes) no qual Marilyn atua ao lado da morenaça Jane Russell. Ambas interpretam duas cantoras de bar em um transatlântico que está a caminho de Paris, e na viagem aproveitam para procurar um marido rico. Na seqüência, às 22h, em Como agarrar um milionário (How to marry a millionaire), ela, Lauren Bacall e Betty Grable interpretam três modelos americanas que, além de dividirem o mesmo apartamento, dividem o mesmo plano: conquistar de vez um milionário. (Regina Ricca)


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sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006 Califórnia Filmes/Divulgação

LAZER - 3

Reprodução

OUTRAS ESTRÉIAS

Aliens e bruxarias Europa Filmes/Divulgação

Timothy Treadwell: 13 verões estudando ursos pardos, apelidados de "horríveis ursos da morte"

CINEMA

PEGAM, MATAM E COMEM Ecologista dedica a vida aos ursos e acaba morto por eles Geraldo Mayrink

A

mãe-natureza, tão bondosa e maltratada na sua paisagem incomparável, é o pano de fundo de O Homem Urso, um filme que traz várias surpresas. Nem todas são boas e em vários momentos deverá irritar os ecologistas, embora seu infeliz personagem, também ecologista e pesquisador de ursos pardos, seja a favor de todos eles e do que acreditava ser o bem para o mundo. Conta a história verídica de um destes mártires capazes de perder a vida na defesa do verde, da água pura, das tartarugas, macacos, leões dourados e demais bichos ameaçados de extinção. Para militantes in natura, pode ser uma espécie de renascimento. Timothy Treadwell, por exemplo, louro e bonito, não fazia nada de especial e até que chegou ao Alasca, onde durante 13 verões seguidos dedicou-se a estudar e proteger ursos pardos, que vivem em florestas e regiões árticas e tem garras do tamanho de um dedo humano. Como toda fauna, estão ameaçados, no caso deles por desmatamentos, abertura de estradas e exploração mineral. Reagem ameaçando e destroçando. Treadwell sabia onde estava se metendo, pois esses animais, chamados de "ursus actus horribilis, ou "horrível urso da morte", não vieram ao mundo para brincadeira: como o carcará brasileiro, pegam, matam e comem. Ainda assim, Treadwell os amava e acreditava ser um deles, um homem-urso. Sua vida, e a da acompanhante Annie, terminou em desgraça e tragédia em 2003,

quando um irmão peludo os devorou, deixando como lembrança de sua passagem pelo mundo um relógio atado a um pulso decepado. Os restos deles estavam dentro da barriga do horrível urso da morte. Travo de loucura - O testemunho do martírio de Treadwell só chegou às telas porque ele gravou em vídeo cerca de cem horas de seus encontros com o mundo lindo e selvagem. Na sua própria voz, emerge o amor pela fauna e muito mais, e é este muito mais que poderá desgostar os militantes da natureza. Ela não é isto que se vê: é muito mais e pior. A relação entre arrebóis e bichinhos graciosos traz às vezes um travo de loucura. Na visão do diretor Werner Herzog, remete a cruzados naturalistas como os poetas Henry David Thoreau e Walt Withman ou ao pintor Paul Gaugin no século 19, sonhadores de belezas na relva verde e ilhas tropicais, e cujos herdeiros são tantas ongs ambientais e atlânticas, inclusive no Brasil. O alemão Herzog foi quem pegou os vídeos de Treadwell e lhes deu a ordem que quis, trabalhando inclusive como entrevistador do piloto que achou os corpos, amigos, pais, ex-namorada e ecologistas ligados a seu personagem. O diretor não é exatamente um documentarista, como pode dar a entender aqui, mas alguém dotado de talento e idéias. Aos 63 anos, fez parte do trio sagrado do cinema alemão contemporâneo – com Wim Wenders e Reiner Fassbinder – e em 52 filmes colheu imagens em inúmeros países, da

Austrália ao Sudão, no Peru e no Brasil. Tem filmes consagrados como Também os Anões Começam Pequenos, Aguirre – A Cólera de Deuses, Nosferatu – o Vampiro e Fitzcarraldo. Para O Enigma de Kausper Hauser, pensou num título tirado de Macunaíma: "Cada um por si e Deus contra todos". De certa forma, é o que acontece nas entrelinhas de O Homem Urso. Herzog faz de Treadwell um personagem que luta por si e contra quem todos estão, pois há quem diga em cena que ele mereceu o destino que teve. "Já vi em estúdio atores que pensam ser os tipos que interpretam, numa espécie de loucura", diz. Pode ter sido o caso de Treadwell. Sem dúvida era um homem muito bom, que em criança brincava com um ursinho de pelúcia, segundo conta o pai, e que não sabia do destino que o esperava. Tentou ser ator de cinema (perdeu um teste para Nicholas Cage) e tomou drogas, antes de partir para o Alasca, num programa pago pelo governo. Lá sentiu-se tão em casa que tomou posse do lugar, gravando a si mesmo insultando e dirigindo palavrões aos "malditos humanos" que o perseguiam e jurando que "triunfaria". O último de seus vídeos pode ter registrado a imagem do bicho que o assassinou. Suas cinzas foram espalhadas nos campos gelados por uma amiga que o adorava. O Homem Urso (Grizzly Man, 100 minutos, Estados Unidos, 2005). Direção, roteiro e narração de Werner Herzog.

Mais Filmes/Divulgação

Duque, diretor de Araguaya A Conspiração do Silêncio, que entrou em cartaz na cidade na última sexta

Araguaya, filme de abraço

CASANOVA

DVD

A volta do sedutor de Veneza

S

e Casanova existiu ou não, é questão menor. Mais interessante é cultuar sua memória, buscar vestígios na História e trazer ao presente as qualidades que o tornaram conhecido como o maior sedutor de todos os tempos. Filmes, peças e livros celebram a vida desse cavalheiro que teria vivido na Itália no século 18 e levado ao delírio centenas de mulheres. Em formato DVD, acaba de chegar às lojas e locadoras do Brasil mais uma produção intitulada Casanova, que nem entrou em cartaz nos cinemas nacionais. Com Heath Ledger (um dos caubóis gays de O Segredo de Brokeback Mountain) no papel principal, esta comédia de época foca a veneziana Francesca Bruni (Sienna Miller), mulher que desafia a academia – freqüentada apenas por homens – e acaba sobressaindo-se aos olhos do famoso galanteador, graças ao argumento que não chega a ser original: o amante profissional acaba se interessando justamente pela mulher que parece imune aos seus encantos. Embora incorpore um feminismo incomum para a época, Casanova tem ritmo, ótimos figurinos e diálogos. "O que o senhor busca em tantas conquistas?", pergunta uma das quase seduzidas. "Apenas um momento que dure para sempre", diz Gioacomo Casanova, derretendo as resistências da moça. Sem ser particularmente bonito, o ator tem presença de cena suficiente para convencer. Dirigido por Lasse Hallström (Regras da Vida) traz no elenco Jeremy Irons (debaixo de uma engraçadíssima peruca ruiva), Sienna Miller, Oliver Platt e Lena Olin, como a mãe da mocinha. Casanova, o filme, é despretensioso e talvez por isso seja tão bom de ver. É apenas uma história algo romântica, com começo, meio e fim. Aliás, melhor do que muitos longa-metragens que entraram nas salas de cinema nos últimos tempos. Com estréia nos Estados Unidos em dezembro de 2005, o filme rendeu apenas US$ 36,7 milhões de bilheteria no mundo todo - bem pouco para os padrões de Hollywood. E isso parece ter definido a estratégia da distribuidora brasileira Buena Vista de lançá-lo apenas em DVD. Lamentável, já que somente as belíssimas seqüências da Piazza San Marco, os canais, gôndolas e ruelas de Veneza já valeriam ser vistas em tela grande. Lúcia Helena de Camargo

Evaldo Mocarzel

U

m filme de abraço. A definição é do jornalista e cineasta Ronaldo Duque, diretor do longa Araguaya - A Conspiração do Silêncio, sobre a Guerrilha do Araguaia, episódio até hoje obscuro da História recente do Brasil. "Eu quis contar uma história de amor ao Brasil", diz Ronaldo Duque. "Quis contar uma história de garra, de juventude, de uma juventude que sabia o que estava fazendo. Nasceu com um ideal e morreu com um ideal. Eles morreram com o que eles acreditavam. Eu quis mostrar essa amizade, essa camaradagem. Araguaya - A Conspiração do Silêncio é um filme de abraço." "Não havia logística para filmar na região do Araguaia, pois não havia mais floresta, tudo pasto", conta. O diretor recebeu apoio em Belém e acabou filmando em Marituba, no mesmo lugar onde Hector Babenco rodou Brincando nos Campos do Senhor. A cerca de 80 quilômetros de Belém, numa região de mata nativa, foi construída uma cidade cenográfica que englobava 80 casas, igreja, centro paroquial, quitanda, etc. A estrada que dá acesso à região

afundou por causa das chuvas e foi então montada uma operação fluvial para transportar todo o material e equipamentos. Ronaldo Duque trabalhou com um peruano, que tem uma enorme balsa, o mesmo que havia ajudado o cineasta alemão Werner Herzog nas filmagens de Fitzcarraldo. Foram ao todo 12 semanas de filmagem. A principal locação foi Caianos, onde foi montado o campo de prisioneiros. "O Zezinho do Araguaia, ex-guerrilheiro, visitou as locações e ficou impressionado com o trabalho de reconstituição", lembra o diretor. "Nós realmente tínhamos muita informação. Não cabia num documentário. Araguaya - A

Araguaya - A Conspiração do Silêncio não é um filme rançoso, revanchista. Ronaldo Duque

Conspiração do Silêncio não é um filme rançoso, revanchista. É um filme sobre uma juventude idealista que achava que naquele momento a única solução era partir para uma revolução prolongada no campo", diz. Araguaya - A Conspiração do Silêncio é narrado sob a ótica de um padre francês dominicano que vem para o Brasil e vai morar na região do Araguaia antes de 1964, com o objetivo de trabalhar com camponeses. "O padre se vê no meio daquela confusão. É um olhar de fora. Um olhar de fé. É o olhar do padre que conduz a história", explica. Ronaldo Duque garante que fez o filme para as novas gerações. "Não fiz para mim, nem para as pessoas que como eu têm mais de 40 anos. As novas gerações precisam conhecer esse capítulo da História do Brasil. A idade média dos guerrilheiros era 24 anos. O caminho da luta armada estava muito difícil. Uma brutalidade imensa. Livros recentes também estão resgatando tudo o que aconteceu. Não fiz o filme como jornalista, nem como historiador. Sou apaixonado por essa história, que foi contada de uma forma humanista."

Buena Vista/Divulgação

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Bibi Blocksberg, a bruxinha em sua vassoura; Anna Faris em Todo Mundo em Pânico e os meninos de Buenos Aires 100 km

odo Mundo em Pânico 4 (Scar y Movie 4, Estados Unidos, 2006, 83 minutos). Alienígenas invadem a Terra e Cindy Campell (Anna Faris), que trabalha como repórter, é a escalada para cobrir o fato. Brenda (Regina Hall), sua amiga interesseira e ninfomaníaca, e Tom Ryan (Craig Bierko), um homem totalmente avoado, são os escolhidos para ajudar a repórter. O legendário diretor de comédias David Zucker (Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu!, e Por Favor Matem Minha Mulher) satiriza nesse quarto episódio filmes como A Guerra dos Mundos, O Grito, A Vila, Jogos Mortais 1 e 2, e Menina de Ouro. Leslie Nielsen, Bill Pullman e Charlie Shenn fazem pequenas aparições no trailer.

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Divulgação

uenos Aires 100 km (Buenos Aires 100 km, Argentina, 2004, 93 minutos). Cinco amigos na faixa dos 13 anos, moradores de um tranqüilo povoado a 100 quilômetros de Buenos Aires, compartilham suas experiências na escadaria de um salão de beleza feminino. Além das conversas, o grupo também participa de bailinhos, partidas de futebol e corridas de carrinho de rolemã. O líder da turma é Esteban (Ignacio Pérez Roca), adolescente que gosta de literatura, mas cursa desenho técnico a mando dos pais. No elenco estão Emiliano Fernándes, Alan Ardel, Hernán Wainstein e Juan Pablo Bazzini. O drama que trata sobre o rito de passagem da adolescência para a vida adulta é dirigido por Pablo José Meza.

ibi - A Bruxinha (Bibi Blocksberg I, Alemanha, 2002, 104 minutos). Uma pequena bruxaria de Bibi Blocksberg (Sidonie von Krosigk) provoca uma tempestade e salva duas crianças de morrerem queimadas. O fato enche de orgulho a mãe Barbara (Katja Riemann), enquanto o pai, Bernhard (Ulrich Noethen), dá pouca importância às escapadas sobrenaturais da filha. Da bruxa-mor Walpurgia (Monika Bleibtreu), Bibi recebe a notícia de que como reconhecimento ganhará, a "bola de cristal" que fará dela uma verdadeira bruxa. O próximo passo de Bibi é tomar cuidado com Rabia (Corinna Harfouch), uma bruxinha malvada e invejosa. Dirigido por Hermine Huntgeburth.


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Congresso Planalto Eleições CPI

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AUMENTA VANTAGEM DE LULA CONTRA ALCKMIN

Queremos o PMDB com Lula, com ou sem coligação. Tarso Genro

APESAR DE NÃO TER NENHUMA COLIGAÇÃO FECHADA (COM PMDB, PSB OU PCdoB), LULA SE DIZ SATISFEITO. Dida Sampaio/AE

Givaldo Barbosa/Agência O Globo

Em Manaus, presidente atacou Alckmin, elogiou a economia e se esquivou ao ter de falar sobre reunião com Quércia.

Os presidentes do PSB, Eduardo Campos, do PCdoB, Renato Rabelo, e do PT, Ricardo Berzoni: negociações.

PT BUSCA APOIO PARA SEU CANDIDATO

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m dia depois de negociar com o presidente do PMDB de São Paulo, Orestes Quércia, uma aliança para as eleições de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que ficou satisfeito com a conversa mas foi reticente e manteve o suspense ao comentar se teria oferecido a vice-presidência da chapa ao partido. "Não entramos em detalhes, porque isso não é acordo entre trabalhador e empregador. Você não pode dizer o que quer, a toda hora, porque cada vez que você abrir a boca aquilo passa a ser o patamar", afirmou Lula. "É preciso ter cuidado para saber o momento de dizer o tamanho do acordo." O chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Tarso Genro, porém, foi mais direto e voltou a afirmar, em palestra para empresários em São Paulo, que o PT pretende caminhar junto com o PMDB nas eleições. "Queremos o PMDB com Lula, com ou sem coligação", disse. Genro acrescentou que, se o partido se coligar com o PT, terá o direito de indicar o candidato a vice-presidente na chapa. Em Manaus, Lula evitou comentar sobre o destino do atual vice, José Alencar, ressaltando apenas que ele está em todas as suas discussões políticas. A uma pergunta se haveria condições de Alencar ser aceito pelo PMDB para vice num segundo mandato, Lula preferiu fazer elogios. "O Zé Alencar é um companheiro da mais alta qualidade. Ele é um companheiro que cabe em qualquer lugar desde o meu coração até a vice, até qualquer outro cargo." Decisão – Sem fazer referências aos ataques a Quércia no passado, Lula se limitou a dizer que conhece o peemedebista desde 1974. "Acredito que estamos chegando a um momento de decisão. Tenho conversado com os senadores Renan Calheiros e José Sarney, e Quércia faz parte de uma corrente do PMDB que significa São Paulo", disse. "Temos de saber o que cada partido político quer." Lula destacou que também trabalha com a possibilidade de uma aliança informal com o PMDB. "Aprendemos que política é mais dinâmica do que qualquer outra coisa. Aquilo que é impossível hoje se torna realidade amanhã." O presidente disse, porém, que no encontro com Quércia ressaltou que o PT trabalha "fortemente" com a idéia de aliança formal com o partido. "Se vai ser possível não sei, porque têm problemas nos Estados. Só não podemos permitir que o interesse regional atrapalhe o projeto nacional." Economia – Ainda em Manaus, o presidente voltou a ressaltar a boa situação da economia brasileira e rebateu as críticas feitas pela oposição de

que o governo está gastando em excesso para garantir a reeleição, o que comprometeria as finanças públicas. Ele voltou a lembrar que o governo está gastando mais neste começo de ano, porque a partir do dia 30 de junho ficará impedido pela Lei Eleitoral de fazer convênios com prefeituras e Estados. "Fizemos a opção de gastar mais fortemente no começo do ano para garantir nossos compromissos no segundo semestre. Isso é normal e sempre aconteceu."

Se vai ser possível (ter uma aliança formal com o PMDB) não sei. Só não podemos permitir que o interesse regional atrapalhe o projeto nacional. Presidente Lula

Sobre as alianças, Tarso acrescentou que, o PMDB tem uma vocação importante para o futuro do País, ao ter que decidir entre compor um governo com Alckmin ou Lula. E reconheceu que o PMDB enfrenta dificuldades dentro da legenda para integrar a chapa petista em razão da verticalização. Mas disse que o PT continuará a trabalhar para

ter o apoio dos peemedebistas. Outras alianças – Enquanto o PMDB não decide, os petistas continuam correndo atrás de seus aliados tradicionais, o PSB e o PCdoB, que tentam resolver seus problemas regionais antes de formalizar a coligação da reeleição. Ontem, os presidentes do PT, Ricardo Berzoini (SP), do PSB, Eduardo Campos (PE), e do PCdoB, Renato Rabelo, tiveram mais uma rodada de conversas sem muitos avanços nas negociações. Mesmo sem a formalização do apoio, os três partidos já trabalham na elaboração de um documento que serviria como base para o programa de governo de Lula nos próximos quatro anos. Evitando entrar em detalhes polêmicos, o discurso dos três presidentes é idêntico: o governo Lula criou condições para um desenvolvimento econômico do Brasil mais arrojado nos próximos quatro anos. "Não falamos em mudança radical. Não vamos colocar no documento nenhuma proposta eleitoreira. Pelo contrário, adotaremos uma postura madura", disse Campos. Berzoini afirmou que as conversas com os aliados estão sendo feitas, mas que nenhuma atitude de força será adotada. "Num país com 27 estados, temos que reconhecer que os quadros estaduais são importantes. Não existe posição de força de cima para baixo", garantiu. Nos bastidores, os aliados do PSB e PCdoB dizem que o PT não pensa como o presidente Lula, que defende a união dos partidos em torno das candidaturas mais fortes em cada estado. Mesmo com chances reduzidas, os candidatos do PT insistem em concorrer. (Agências)

empresários ter determinada EMPRESÁRIOS cultura política e visão ideológica". "Faz parte do contenVOTAM EM cioso democrático", comenALCKMIN, MAS tou. Apesar disso, não deixou cutucar os empresários. APOSTAM EM LULA. de "Se você vai a uma reunião de Enquete realizada ontem com cerca de 350 empresários ligados ao Grupo de Líderes Empresariais (Lide) indicou que 93% pretendem votar no pré-candidato do PSDB a presidente da República, Geraldo Alckmin, e apenas 5% no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entretanto, para 51% desses empresários, o presidente Lula deverá ser reeleito em outubro, contra 47% que apostam na vitória de Alckmin. É a primeira vez que essa percepção aparece em uma pesquisa. A enquete foi realizada durante almoço com o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro. Ao comentar o resultado, o ministro disse que é natural "um fórum de

empresários, 90% dizem que votam em Alckmin. Mas, se fizer uma enquete com os trabalhadores que estão servindo naquele ambiente, 90% dizem que votam em Lula. Faz parte da democracia." O ministro disse que nunca viu no Brasil uma base empresarial satisfeita com o governo. A afirmação foi um desabafo sutil à maneira como os empresários presentes ao almoço o inquiriram, com questões como ética, mensalão, fragilidade das instituições governamentais e até a expulsão de sua filha, deputada Luciana Genro (RS), do PT, (atualmente no PSol). "Não foi hostil, mas apenas uma visão diversificada da política", concluiu Genro. (AE)

O PRESIDENTE VENCE LOGO NO 1º TURNO, REVELA O IBOPE. A quatro meses das eleições, segundo pesquisa Ibope feita para a TV Globo e divulgada ontem no Jornal Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 48% das intenções de voto contra 18% do précandidato tucano Geraldo Alckmin – no cenário com o candidato do PMDB, Pedro Simon, e 48% a 19%, sem ele. Nos dois casos sugeridos, Lula seria reeleito no 1º turno. Na semana passada, pesquisas do Datafolha e do Instituto Sensus também apontaram a vitória de Lula no 1º turno. O placar no Datafolha foi de 45% para Lula e 22% para Alckmin. No Sensus, o presidente vence Alckmin por 42,7% a 20,3% (sem candidato do PMDB). Candidatos– Atrás de Lula, com 48%, aparecem pela ordem na pesquisa divulgada ontem Geraldo Alckmin com 19%, Heloísa Helena (PSol) com 6%, Enéas (Prona), 2%, Cristovam Buarque (PDT ), com 1%, e José Maria Eymael (PSDC), com 1%. No cenário em que o PMDB lança o senador gaúcho Pedro Simon candidato a presidente, Lula também fica com 48% dos votos. A seguir, aparecem Alckmin com 18%, Heloísa Helena com 5%, Enéas e Simon com 2% cada. Neste cenário, o Ibope incluiu o nome de Roberto Freire (PDT), que ficou com 1% e já desistiu. Cristovam Buarque e José Maria Ey-

mael tiveram menos de 1% . Brancos e nulos perfazem 13% do eleitorado. Este é o primeiro levantamento do Ibope sem Anthony Garotinho ou Germano Rigotto como candidatos do PMDB. Na penúltima pesquisa do instituto, que foi realizada nos dias 3 e 4 de março e tinha Garotinho como candidato, Lula aparecia com 43%, Alckmin com 19% e o ex-governador fluminense com 14%. A pesquisa Ibope/TV Globo foi realizada entre o último domingo e a última quarta-feira (de 27 a 30 de maio) e registrada no Tribunal Superior Eleitoral (protocolo nº 7728/2006). Foram entrevistados 2.002 eleitores em 143 municípios do Brasil. Na simulação de 2º turno – o que matematicamente não ocorreria – o presidente mais uma vez venceria Alckmin por 53% a 31%. Embora tecnicamente as duas pesquisas não sejam comparáveis – a atual tem Pedro Simon como candidato do PMDB, enquanto a anterior tinha outros nomes –, na

rodada CNI/Ibope de março Lula batia Alckmin num hipotético 2º turno por uma diferença de 49% a 31%. Nessa pesquisa Ibope de março, Lula vencia Alckmin (que ainda estava no governo de São Paulo) por 43% a 19%, na lista com Anthony Garotinho, e por 46% a 22%, na lista com o governador Germano Rigotto, pelo PMDB. Ainda valendo a ressalva de que as comparações entre as duas pesquisas não têm precisão técnica, tudo parece indicar uma relativa estabilidade nos números de Lula e Alckmin, com ligeira tendência de alta para Lula. (Agências)


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1 Saiba mais sobre a história dos 50 anos do SCPC na página 3.

EM MAIO, CONSULTAS AO SCPC CRESCERAM 6,6% E AO USECHEQUE, 9,2% EM RELAÇÃO AO MESMO MÊS DE 2005

MÃES E FRIO AQUECEM AS VENDAS Fotos: Milton Mansilha/LUZ

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clima frio de maio fez o consumidor ir às compras em peso para se preparar para o inverno, como mostram os números divulgados ontem pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Pelo levantamento, o varejo sentiu no mês passado movimento 8% superior ao de maio de 2005, a melhor evolução desde o início do ano. O resultado médio reflete as consultas ao Usecheque, que mede as vendas à vista e, portant o , d e m e n o r v a l o r, q u e cresceram 9,2%, enquanto as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), termômetro das vendas a prazo, subiram 6,6%. Nas ruas, lojistas que trabalham com malhas e vestuário em geral festejaram o aquecimento nos negócios causado pelo clima. É o caso de Marrer Abdel, proprietário da revenda de malhas Ascona, no bairro do Brás. Ele comemorou um volume de vendas superior a 50% sobre maio de 2005. "No ano passado, o inverno chegou tarde. Este ano, juntou o frio com o Dia das Mães, e a opção de presente acabou sendo vestuário. Agora, estamos oferecendo parcelamentos maiores para tentar manter as vendas para o Dia dos Namorados", explicou Abdel. Na Woodlouse, loja de moda masculina, também no Brás, o crescimento real foi de 14% em volume de vendas no mesmo

período de comparação. Entre os produtos que mais saíram em maio, Carlos Aziz, proprietário da loja, citou os blazers de veludo e de lã. "Nossa coleção de inverno já estava nas vitrines no início de abril por causa do frio", disse Aziz. Muito além do frio – Além do clima, outros fatores foram apresentados pelo economista da ACSP, Emílio Alfieri, para explicar o bom desempenho das vendas no mês de maio. Ele citou o reflexo do aumento do salário mínimo, que saltou de R$ 300 para R$ 350, e ainda a a p ro x i m a ç ã o d a C o p a d o Mundo, que tem estimulado o consumo de eletroeletrônicos, especialmente televisores. Esses fatores, somados ao Dia das Mães, acarretaram expansão de 16,1% nas consultas ao SCPC sobre abril deste ano, e de 16,6% no Usecheque na mesma comparação. Em relação ao acumulado do ano, as transações no varejo mantêm a média semelhante à registrada entre janeiro e maio de 2005: alta de 5,1%. No ano passado, a expansão foi de 5,3% sobre igual período de 2004. Inadimplência – O levantamento da ACSP também mostrou que o endividamento do consumidor continua em nível que merece atenção. Em relação a abril, os registros de maus pagadores cresceram 2,7% e os cancelados, 2,4%. No acumulado do ano, a inadimplência é 6,7% maior que a registrada no ano anterior. Renato Carbonari Ibelli

Loja Ascona: crescimento de 50% nas vendas sobre maio de 2005

Woodlouse, loja de moda masculina, também no Brás, registrou uma expansão de 14% em volume de vendas no mês passado

LIVRO CONTA OS 50 ANOS DO SCPC RELEMBRAR, OU CONHECER LOJAS QUE FORAM ÍCONES DO VAREJO BRASILEIRO SÃO OBJETIVOS DO LIVRO, QUE SERÁ LANÇADO HOJE Arquivo SCPC

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ssim como o bonde, o empório, a caderneta de compras, a caixa registradora, o alfaiate, a sapataria, o nome sujo e limpo na praça, o trio calça, paletó e colete, também lojas como Mappin, Clipper, Garbo, Mesbla, Ducal, Cássio Muniz, Pirani, Isnard, Sloper, Sensação e Sears Roebuck ainda fazem parte da memória de muitos consumidores brasileiros. Mas outros, sobretudo aqueles mais jovens, não sabem que essas lojas contam a história social, política e econômica do País. Agora surge uma oportunidade especial para quem deseja colocar em dia – ou até mesmo recordar – seu conhecimento dessa íntima relação entre o desenvolvimento do comércio e as grandes mudanças que marcaram o século XX a partir de um de seus marcos mais singulares: a criação, há meio século, do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Com o lançamento do livro "50 Anos de SCPC: Uma História de Crédito", que ocorre hoje, no Grand Hyatt São Paulo Hotel, a partir das 12h30, com a presença do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fica mais fácil visualizar, a partir de um texto c l a ro e m a rc a d o p o r b o n s exemplos e referências históricas, como o crédito foi o motor de arranque da industrialização e responsável por enormes mudanças nos hábitos e costumes dos consumidores. O livro mostra a evolução do processo de aprimoramento na concessão de crédito, que ocorreu com maior intensidade a partir dos anos 1950. De lá para cá, com o advento da informática, os avanços ocorreram em saltos e, hoje, a ACSP processa mais de 1,5 milhão de

informações ao dia. Sem esquecer que o SCPC faz parte da Rede Nacional de Informações Comerciais (Renic), formada por 27 entidades de proteção ao crédito em todo o Brasil, e que detém 150 milhões de informações comerciais. Retrospectiva – O livro revela, entre dados e fatos, que o Serviço Central de Proteção ao Crédito surgiu da necessidade prática dos lojistas de um instrumento ágil e confiável para ampliar a oferta de crédito reduzindo o risco de inadimplência. As origens do sistema estão na praça do porto, onde antigos comerciantes trocavam informações sobre quem poderia ter crédito, ou não. Daí a expressão "nome sujo na praça". Na prática, o SCPC já surgiu independente, sem a participação do governo, reflexo da afirmação do setor privado na economia. E teve como marco inicial uma carta enviada, em abril de 1955, pelo comerciante Vicente Botacini, então gerente das Casas Minerva, à Associação Comercial de São Paulo sugerindo a criação de um serviço de proteção, de defesa do crédito (veja matéria na página 3). Segundo Guilherme Afif Domingos, presidente licenciado da ACSP, nesses 50 anos de história, o SCPC acompanhou e antecipou as necessidades de seus clientes, apresentando novos produtos e se atualizando em termos tecnológicos. "De forma que transferiu para seus clientes e consumidores os ganhos obtidos com essa evolução", disse. Para Alencar Burti, presidente em exercício da Associação, o SCPC é o exemplo maior de um projeto que deu certo. "E que deu grande impulso ao setor privado", resumiu. O diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, Marcel Solimeo, também acredita que o SCPC teve

Manchete do Diário do Comércio sobre lançamento do serviço SCPC

um papel fundamental para a expansão do crédito ao consumidor nos últimos 50 anos. Ele diz, ainda, que foi também um importante instrumento para o desenvolvimento da indústria de bens de consumo duráveis, setor que precisava de escala de produção para se instalar e desenvolver no País. "Temos uma boa parcela da população de baixa renda que não teria acesso aos bens de maior valor sem o crediário", explicou o diretor do Instituto. Mas, segundo Solimeo, mais

ainda pode ser feito. Ele diz que é importante que haja uma regulamentação para a implantação do Cadastro Positivo, um instrumento que ajudaria a baratear as operações e ampliar a concessão de crédito aos consumidores. João Carlos Maradei, secretário-geral e chefe de gabinete da ACSP, diz que acredita na aprovação do projeto de lei de criação do Cadastro Positivo, em tramitação no Congresso Nacional. "Ele representa um importante passo para o futu-

Reprodução

Capa do livro "50 Anos de SCPC: Uma História de Crédito", que será lançado hoje, em São Paulo, com a presença do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles

ro do crédito no Brasil." Maradei lembrou que o Cadastro Positivo se enquadra na história de formação do SCPC, que nasceu da ação isolada de vários estabelecimentos comerciais que buscavam uma forma mais racional, menos onerosa e mais segura para suas transações a prazo. Competitividade – O superintendente-geral da associação, Márcio Aranha, afirmou: "Sou testemunha de que houve um desenvolvimento fantástico tanto na forma de tratar nossos dados, como na velocidade da transmissão das informações". Sem esquecer, acrescentou, que a ACSP tem investido muito na evolução tecnológica para assegurar a confiabilidade do sistema aos associados e antecipar suas necessidades. Segundo Aranha, o grande número de comerciantes que utilizam o serviço em várias cidades assegurou um preço competitivo para cada informação prestada pela entidade. Apesar de seus 50 anos, o SCPC está cada vez mais jovem, garante Nelson Castilho, superintendente de Tecnologia da Informação e Processos. "Realmente, a entidade hoje é um jovem na tenra idade, que possui o que há de mais moderno no mundo em termos de tecnologia", disse. E concluiu: "Por isso, estamos preparados para mais 50 anos". Até porque a forte parceria estabelecida com associados e clientes durante todos esses anos vai continuar, explica o superintendente de Marketing e Serviços, Roberto Haidar. "Para que eles façam cada vez mais e melhores negócios", salientou. Haidar acredita que a parceria tende a se estreitar ainda mais no futuro: "Ela vai se fortalecer e se renovar, com a incorporação de novas tecnologias e serviços, sem nunca perder o SCPC de vista", afir-

mou o superintendente. Consumidor – Para Roseli Garcia, gerente da Unidade de Negócios Pessoa Física da ACSP, uma das principais características do SCPC, e de outros serviços da ACSP, é que eles foram sempre formatados segundo o desejo dos associados: pequeno, médio e grande varejo. "Nossos serviços são desenvolvidos a partir de solicitação das empresas associadas que participam dos estudos de viabilidade, da sua formatação ou aprimoramento." Roseli conta que a eficiência desses produtos ajudou a incluir os cidadãos de baixa renda em um mercado de consumo a que dificilmente teriam acesso no passado. Lembrou que uma simples consulta ao SCPC permite, em poucos segundos, saber o comportamento do comprador em relação ao credito. "O 'não consta' é uma informação positiva para quase 90% dos casos, que deixam as lojas com o bem desejado nas mãos", salientou. Roseli disse que o SCPC evoluiu e buscou sempre agilizar suas respostas para proteger empresas e cidadãos de fraudes. "Hoje, basta apresentar o RG e o CPF ao lojista para o sistema informar se o cidadão está apto para fazer sua compra a prazo", disse Roseli. Por isso, concluiu, o SCPC é um "importante propulsor da economia brasileira", garantiu. Em outras palavras, essa eficiência representa uma experiência acumulada de 50 anos. "Todos nossos serviços estão integrados nessa evolução que se transforma em qualidade para nosso associado", explicou Jaison Vieira, gerente da Unidade de Negócios Pessoa Jurídica da ACSP. "Claro que isso dá um diferencial em relação a quem está começando no mesmo setor", resumiu. Sergio Leopoldo Rodrigues


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2 -.ECONOMIA/LEGAIS

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ATAS

COMUNICADO OFFICE COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA-ME, inscrita no CNPJ nº 04.194.704/0001-01 e Inscrição Estadual nº 206.178.355.112, declara que foram extraviados os talões de Notas Fiscais Modelo 01 de número 051 a 250. (1, 2 e 5/06/2006)

CONVOCAÇÕES EDITAL Fundação Hélio Augusto de Souza - FUNDHAS JULGAMENTO DE PROPOSTAS TP 2/271/2006 – Objeto: Contratação de seguro de vida em grupo para as crianças, adolescentes e funcionários da FUNDHAS. A Comissão Permanente de Licitações informa que foram julgadas as propostas pelo critério de menor preço global, com base na somatória de todos os grupos, sendo classificadas: em 1° lugar, Metropolitan Life Seguros e Previdência Privada S/A, em 2° lugar, Itaú Seguros S/A, em 3° lugar, HSBC Seguros (Brasil) S/A, em 4° lugar, Royal & Sunalliance Seguros (Brasil) S/A, em 5° lugar, Nobre Seguradora do Brasil S/A e em 6° lugar, Mongeral S/A Seguros e Previdência. Prazo recursal: 5 dias úteis. São José dos Campos, 30 de maio de 2006. Hiromiti Yoshioka – Presidente

CONVOCAÇÃO

BALANÇOS VISTAZUL S.A. EMPREENDIMENTOS RURAIS CNPJ (MF) 61.605.663/0001-24 RELATÓRIO DA DIRETORIA Senhores Acionistas: Apresentamos as Demonstrações Financeiras do exercício social encerrado em 31 de Dezembro de 2005. A Diretoria. BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 ( R$ MIL ) PASSIVO 2005 2004 ATIVO 2005 2004 CIRCULANTE 16 24 CIRCULANTE 1.525 1.420 Disponibilidades 23 14 Contas Correntes Diversas 16 24 Imóveis a Comercializar 1.482 1.396 PATRIMONIO LIQUIDO 1.510 1.397 Outros Créditos 20 10 Capital Social 1.822 1.678 PERMANENTE 1 1 Lucros(Prejuízos) Acumulados (312) (281) Imobilizado 1 1 TOTAL DO ATIVO 1.526 1.421 TOTAL DO PASSIVO 1.526 1.421 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LIQUIDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2004 Capital Reservas Reservas de Prejuízos Discriminação Social Capital Lucros Acumulados Total Saldo em 31 de dezembro de 2003 1.678 – – (244) 1.434 Resultado do Exercicio – – – (37) (37) Saldo em 31 de dezembro de 2004 1.678 – – (281) 1.397 Resultado do Exercicio – – – (31) (31) Aumento Capital Social 144 – – – 144 Saldo em 31 de dezembro de 2005 1.822 – – (312) 1.510 FAUSTO PENNA MOREIRA - Presidente MICHELE LEBANI - Diretor

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DESPESAS 2005 Administrativas Gerais (30) Tributarias (1) PREJUÍZO OPERACIONAL (31) PREJUIZO DO EXERCÍCIO (31) PREJUÍZO POR AÇÃO (0,11)

2.004 (37) – (37) (37) (0,13)

ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS A) ORIGENS DE RECURSOS: 2005 Resultado do Exercicio (31) Aumento Capital Social em Dinheiro 144 TOTAL DAS ORIGENS 113

2004 (37) – (37)

CAPITAL CIRCULANTE LIQUIDO

113

(37)

B) MODIFICAÇÕES POSIÇÃO FINANCEIRA Circulante 2005 2004 Variação Ativo Circulante 1.525 1.420 105 Passivo Circulante (16) (24) 8 Capital Circulante Liquido 1.509 1.396 113 ANTONIO ROBERTO LEITE - Contador - CRC 1SP - 117.817/O-6

SATTIN S/A ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES

EXTRAVIO QUIKSILVER IND. E COM. DE ART. ESP. LTDA - CNPJ.: 07.230.513/0001-38 Rua Solon, 909/969 - CEP.: 01127-010 - Bom Retiro - São Paulo/SP EXTRAVIO DE NFS COMUNICA EXTRAVIO das seguintes NF’s Mod. 1 nºs: 23983; 27524; 27987; 28162; 28670; 28671; 28672; 28673; 28674; 28675; 28676; 28677; 28678; 28679; 28680; 28681; 28682; 28683; 28684; 28685; 28686; 28687; 28688; 28689; 28700; 28701; 28702; 28703; 28704; 28705; 28706; 28707; 28708; 28709; 28710; 28711; 28724; 28725; 28726; 28727; 28728; 28729; 28730; 28731; 28732; 28733; 28734; 28735; 28754; 28755; 28756; 28757; 28758; 28759; 28760; 28761; 28762; 28763; 28764; 28765; 28766; 28767; 28768; 28769; 28770; 28771; 28777; 28778; 28779; 28780; 28781; 28782; 28783; 28784; 28785; 28787; 28788; 28809; 28810; 28811; 28812; 28813; 28814; 28815; 28816; 28817; 28818; 28819; 28820; 28821; 28822; 28823; 28824; 28825; 28826; 28827; 28828; 28829; 28830; 28831; 28832; 28833; 28835; 28837; 28838; 28842; 28843; 28844; 28845; 28846; 28847; 28848; 28849; 28850; 28851; 28852; 28853; 28854; 28861; 28862; 28863; 28864; 28865; 28874; 28875; 28876; 28877; 28878; 28879; 28880; 28881; 28882; 28883; 28884; 28888; 28889; 28890; 28891; 28892; 28893; 28894; 28895; 28954; 31792 todas devidamente preenchidas.

COMUNICADO DRYWASH INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA torna público que recebeu da CETESB a renovação da licença de operação Nº 29002132 para a atividade de fabricação de produtos para limpeza e conservação de veículos, sita à Avenida das Cerejeiras, 232 - subloja - Vila Maria - SP.

CONVOCAÇÃO AESP

ASSOCIAÇÃO DAS EMISSORAS DE RÁDIO E TELEVISÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA Ficam os associados da AESP - Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo, convocados para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, às 10:00 horas no dia 20 de junho de 2006, em primeira convocação, ou uma hora após em segunda convocação nos termos dos artigos 13 e 15 do Estatuto Social, na sede da AESP, rua dos Pinheiros, 498, 9º andar, conj. 92 em São Paulo – SP, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: (i) Provocar instauração de Inquérito Civil Público nos termos do artigo 8º da Lei nº 7347/85, tendo como investigados ANATEL- Agência Nacional de Telecomunicações, na pessoa de seu Presidente do Conselho Diretor; (ii) Os Srs. Associados que não puderem comparecer poderão outorgar instrumento de mandato específico a terceiros para representá-los no ato da respectiva AGE. São Paulo, 01 de junho de 2006. Edilberto de Paula Ribeiro - Presidente.

CNPJ n° 62.378.187/0001-19 RELATÓRIO DA DIRETORIA Senhores Acionistas: Em cumprimento às disposições legais e estatutárias, submetemos à apreciação de V.Sas., as Demonstrações Contábeis dos exercícios encerrados em 31 de dezembro de 2005 e 2004. SP, 02/06/2006. Demonstração do Resultado Balanço Patrimonial Em Milhares de Reais Para os Exercícios Findos em 31 de Dezembro ATIVO 2005 2004 PASSIVO 2005 2004 Em Milhares de Reais Circulante 4.281 682 Circulante 505 1.775 2005 2004 Empréstimos e Financiamentos 2.590 Disponível 125 29 Receita de Aluguéis 2.490 2.156 Fornecedores 78 96 Aplicações Financeiras 103 60 (230) (191) Contas a Receber 258 228 Salários e Encargos 25 26 Impostos sobre Receitas 2.260 1.965 Impostos a Recuperar 1 1.419 Obrigações Tributárias 31 21 Lucro Bruto Despesas Administrativas (2.765) (3.107) Outros Créditos 18 39 Adiantamento de Dividendos 1.354 322 Resultado Financeiro Líquido 77 97 Arrendamento a Pagar 203 217 Realizável a Longo Prazo 6.797 5.873 Outras Receitas (Desp.) Operacionais 102 57 Exigível a Longo Prazo 6.694 10.846 Créditos com Pessoas Ligadas 2.523 1.576 Resultado Equivalência Patrimonial 1.063 (5.793) Empréstimos e Financiamentos 2.781 Títulos a Receber 584 611 Lucro Operacional 737 (6.781) Créditos de Pessoas Ligadas 6.433 6.115 Créditos Fiscais 3.178 3.178 Resultado Não Operacional (1.427) (247) Outros Créditos 512 508 Títulos a Pagar Acionistas 1.671 Lucro Antes dos Impostos (690) (7.028) Imposto de Renda Diferido 18 Permanente 85.502 86.681 Provisão I. Renda e Contr. Social (6) Outras Contas 261 261 Investimentos 79.779 80.747 Imposto de Renda Diferido 18 194 Patrimonio Líquido 81.829 82.801 Empresas Ligadas 76.499 77.472 Prejuízo Líquido Exercício (672) (6.840) Capital Social 56.929 56.929 Reavaliação de Controlada 3.284 3.284 Reserva de Capital 1.442 1.442 Outros Investimentos (4) (9) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos Reserva de Reavaliação de Controlada 3.284 3.284 Imobilizado 5.723 5.934 Para os Exercícios Findos em 31 de Dezembro Reserva de Lucros 1.524 1.049 Terrenos 2.677 2.677 Em Milhares de Reais Lucros Acumulados 18.650 20.097 Edifícios e Construções 5.782 5.787 I Origens dos Recursos 2005 2004 Veículos,Móveis e Utensílios e Instalações 753 746 • Das Operações (-) Depreciações Acumuladas (3.489) (3.276) Prejuízo Líquido do Exercício (672) (6.840) TOTAL DO ATIVO 92.804 94.329 TOTAL DO PASSIVO 92.804 94.329 Itens que não afetam o Capital Circulante Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido para os Exercícios Findos em 31 de Dezembro • Depreciações e Amortizações 222 232 Capital Reservas Res. Reaval. Reservas Lucros (Prejuízos) Total • Var. Monet.e Cambiais Longo Prazo Líquidas (149) (92) Em Milhares de Reais Social de Capital de Controlada de Lucros Acumulados Patrimônio Líquido • Equivalência Patrimonial (1.063) 5.793 Saldos em 31 de dezembro de 2003 56.929 1.442 3.284 1.524 26.462 89.641 • Baixa de Ativo Permanente 11 1.138 • Prejuízo Líquido do Exercício (6.840) (6.840) • Baixa de Títulos a Receber 20 • Reversão de Reserva de Lucros (475) 475 • Aumento/Redução de Créd.Fiscais e I.R. Diferido (18) (194) Saldos em 31 de dezembro de 2004 56.929 1.442 3.284 1.049 20.097 82.801 (1.649) 37 • Prejuízo Líquido do Exercício (672) (672) • Transferência para Reserva de Lucros 475 (475) • De Acionistas/Terceiros • Dividendos Pagos (300) (300) Dividendos Recebidos 2.037 167 Saldos em 31 de dezembro de 2005 56.929 1.442 3.284 1.524 18.650 81.829 Total das Origens 388 204 Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras em 31 de Dezembro de 2005 II Aplicações de Recursos 1 - Contexto Operacional: A Sattin S. A. Administração e Participações Imobilizado - registrado ao custo de aquisição corrigido monetariamente 300 tem por objeto a administração de bens imóveis, bem como a aplicação até 31/12/95, deduzido da depreciação acumulada, calculadas pelo método Dividendos Pagos 1 4.356 linear, com base na vida útil estimada dos bens. i) Empréstimos e Adições em Investimento de capitais próprios na agricultura, pecuária, propaganda e serviços. Adições no Imobilizado 26 1.096 2 - Apresentação das Demonstrações Contábeis: a) As demonstrações Financiamentos - valor a pagar para a controlada Intrainvest S/A em 30/ 945 (4.110) contábeis foram elaboradas com base nas práticas contábeis emanadas 08/2006 com taxa libor mais spread de 2,5%. j) Outras Contas - refere-se Aumento/Redução Realizável a Longo Prazo 3.985 (1.300) da legislação societária brasileira. b) Aplicações Financeiras - aplicação ao investimento original de sócio em uma Sociedade em Conta de Redução/Aumento do Exigível Longo Prazo Total das Aplicações 5.257 42 em renda fixa, demonstrada pelo custo de aquisição acrescida de juros. c) Participação (SCP), sendo que no ano foram disbribuídos lucros no valor Créditos Pessoas Ligadas - referem-se a contratos de mútuos de conta de R$ 300.078,00. III- Variação no Capital Circulante (4.869) 162 corrente e de prazo determinado. d) Títulos a Receber compõem-se de 3 - Investimentos em Sociedades Controladas (Em Milhares de Reais) • No fim do Exercício (3.776) 1.093 Partic.Sattin (%) Sd 31/12/05 Res. Eq. Patr. valores a receber de venda de imóveis. e) Créditos Fiscais - saldo formado Empresas • No início do Exercício 1.093 931 94,49 64.450 (3.060) pela aplicação das alíquotas de imposto de renda e contribuição social Agrotin Agrop. Partic. Ltda. Diretoria 57,77 5.575 (672) sobre os saldos de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da contribuição Helicidade Heliporto Ltda. 50.00 4.922 3.851 Silvana Tinelli - Diretora Presidente social. f) Outros Créditos - Depósito judicial de ações cíveis e tributárias. SNBB/Novagência Ltda. Fábio Tinelli - Diretor Superintendente 4.836 944 g) Investimentos - as participações em sociedades controladas são Outras Participações 79.783 (1.063) Reinaldo da Costa - Diretor avaliadas pelo método de equivalência patrimonial. Os demais Total investimentos, formado basicamente por deságios, são apresentados ao O saldo do investimento no Helicidade está acrescido da reavaliação Moacir Cavarezi Castellano - Diretor custo de aquisição acrescidos da correção monetária até 31/12/95. h) efetuada em seu imóvel. Valdir Ferreira Barbalho - CRC 1SP170.053/O-6

SATTIN


sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DAS PESQUISAS MANUAIS ÀS CONSULTAS ONLINE

Divulgação SCPC

3 Atualmente, existem mais de 1,4 mil serviços de consulta ao crédito no Brasil e América Latina.

Claudio Wakahara

integrantes do primeiro Conselho do SCPC, formado em 1955, logo após a criação do o Conselho do SCPC continua com representantes do comércio, mas é PASSADO Os PRESENTE ...Hoje, serviço centralizado de consulta ao crédito, eram lojistas ou representantes do varejo... coordenado pela equipe executiva da Associação Comercial de São Paulo (acima). Marcos Peron/Virtual Photo

SCPC surgiu com lojista que queria vender a prazo

Vicente Botacini, antigo gerente da Casas Minerva, conta como surgiu o SCPC: de um serviço com informações de pagamentos

Reprodução

S

ão Paulo, 1955. Dezoito grandes lojas da capital paulista trocavam constantemente cartinhas entre elas. Nas correspondências, nomes de pessoas que deixavam de pagar suas compras pelo sistema de crédito. A crescente inadimplência e a falta de informação a respeito de quem estava comprando se tornavam, cada vez mais, as principais preocupações dos lojistas. A troca de cartas, entretanto, não estava dando certo. Não raro, quando uma informação chegava em uma loja, o cliente já havia quitado a dívida e isso acabava em grande confusão, impedindo uma compra em outra loja. Em meio às muitas idéias e discussões sobre como resolver a questão, o gerente da Casas Minerva Roupas Ltda., Vicente Botacini, hoje com 79 anos, remeteu, no dia 12 de abril daquele ano, para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), uma carta em que solicitava uma reunião. O encontro deveria servir para a criação de um serviço que centralizasse as informações sobre os clientes das várias lojas. Proposta que deu início à implantação do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). A resposta sobre as providências que começariam a ser tomadas com a criação do serviço chegou ao gerente no dia 5 de maio, também em uma carta, assinada pelo segundo secretário da ACSP, Olympio Rolim Loureiro. Na correspondência, ele informava que estava providenciando a reunião entre as principais lojas que trabalhavam com crediário. Enquanto esperava a resposta da Associação, a empresa onde Botacini era gerente associou-se ao ProCred Bureau, então um serviço recéminaugurado, que tinha as mesmas funções do que seria o

Carta da Casas Minerva à ACSP Reprodução

Proposta da ACSP para o SCPC

SCPC. "Como a Associação Comercial estava demorando em decidir a implantação do serviço, filiei-me a eles, mas ao ProCred faltava a confiança de um órgão de respeito, de um sindicato ou da Associação Comercial, e por isso não foi para a frente", contou. Modernização – Implantado, o SCPC mudou a vida dos comerciantes que vendiam fiado ou com caderneta. Até então, todos tinham dificuldade em receber, pois o cliente pagava quando queria, já que não tinha prazo fixado no contrato verbal de compra e venda. Com o serviço, popularizou-se o carnê e o dia certo para o pagamento das prestações. "Melhorou para o comerciante e para os fornecedores,

que passaram a ter mais confiança, já que os comerciantes também passaram a pagar mais pontualmente pelos produtos que encomendavam. Ordenou e criou confiança nas relações de compra e venda. Com o SCPC, a indústria e o comércio se expandiram em São Paulo", afirmou Botacini. Retrospectiva – A primeira reunião para a formação do SCPC ocorreu em 14 de julho de 1955. Assumiu a primeira presidência Emílio Lang Júnior, que comandou a ACSP entre 1959 e 1961. Naquele encontro, compareceram 150 comerciantes e gerentes de lojas. "Começou a funcionar de maneira bastante simples. As empresas que se coligaram mandavam para a Associação Comercial a relação dos negativos, os maus pagadores", observou o ex-gerente, hoje aposentado e morando em Campinas, interior de São Paulo. O número inicial de participantes, no entanto, foi considerado pequeno. "Determinamos então que as empresas associadas não poderiam dar informações para quem não era participante do serviço. Ou seja, uma loja não-associada não poderia mais obter informações de empresas associadas. Isso fez com que o negócio triplicasse", relembrou Botacini. Depois, contou, foi se modernizando, a ponto de cada empresa receber um telefone direto, daqueles de manivela. Até então, a loja tinha que enviar um funcionário para a Associação com uma ficha para saber se o cliente era ou não devedor na praça. "De lá para cá, o serviço só foi se modernizando", relatou o ex-gerente da Casas Minerva, que deixou o SCPC de Campinas em 1967. Hoje, são aproximadamente 1,4 mil serviços espalhados pelo Brasil e América Latina. Mário Tonocchi

Rapidez na hora de dar crédito

C

om 33 anos de trabalho no varejo, 21 deles na Lojas Cem, Valdemir Colleone acredita que o SCPC é o mais importante instrumento para ajudar o varejo a decidir na hora de conceder crédito. "É a sempre boa e velha informação do nada consta", diz. O superintendente geral da empresa lembra os tempos em que isso era feito manualmente, por telefone ou fichinhas. A Lojas Cem, inaugurada em 1954, é testemunha da evolução

da informação de crédito no Brasil. "Primeiro as informações eram buscadas informalmente entre as próprias concorrentes", recorda. Mas adianta que isso seria impossível hoje, pois "informação agora é uma arma estratégica para os negócios". Para Colleone, o SCPC surgiu como uma resposta da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) a uma necessidade que foi se impondo pelo mercado. Quando a Lojas Cem abriu sua segunda loja, 20 anos depois (hoje são 154 ao todo), o serviço

já funcionava, mas ainda era rudimentar. "O varejista preenchia a papeleta com os dados do consumidor, levava para a ACSP e ia buscar a informação no final da tarde", lembra. Atualmente, comemora Colleone, a informatização faz essa resposta chegar em tempo real, tornando o varejo altamente dependente desse sistema, impossível de ser feito à moda antiga. "Essa informação virou também um produto que tem seu valor de mercado", afirma. (SLR)

Arquivo SCPC

Reprodução

Acima: fichas com informações sobre pagamentos de clientes. Ao lado: anúncio da loja Exposição sobre vantagens de comprar a prazo Divulgação SCPC

Funcionários recebiam solicitação por telefone, e depois consultavam fichas de maus pagadores


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006

RESENHA

NACIONAL

AUTOPSICOGRAFIA

L

Não há safadeza maior do que declarar permanentemente o seu amor pela vida, pela pátria e pelo semelhante. definitivo; para outros, um impostor. Mas bandas londrinas das quais ouviremos falar uma única vez já vêm à luz “definitivas”. O meu bom mundo é dos homens que nascem não definitivos, mas póstumos - a sacada é de Nietzsche. O que quero dizer com isso? Sou irresistivelmente atraído, na literatura — a única das artes que, de fato, me interessa — pela reinvenção do passado, pela profecia às avessas, que refaz o percurso daqui até as origens. Tenho verdadeiro horror de utopistas. Eles seriam expulsos da minha República sob a mesma acusação que Platão fazia aos poetas. Não há um só regime totalitário que não tenha sido instituído sob a égide de uma história do futuro, de uma profecia. Balzac, evidentemente, retratou um mundo em decomposição com maestria, embora fosse um pouco frívolo. Stendhal, em

T

O Vermelho e o Negro, atinge altura raramente equiparada quando evidencia a incomunicabilidade de dois mundos: o de Julien Sorel e aquele que o destrói - ou que consolida a sua diluição. Flaubert, impecável, desmonta idealismos em penca (incluindo o ideal da melancolia decorosa) em Madame Bovary. A atração de Swann por Odette, uma vagabundazinha bem posta, ou as fuçadas de Sr. de Charlus nos catres imundos, levando chicotadas das classes inferiores, em Proust... Tudo isso é um retrato de autores que não tinham utopias a oferecer. Felizmente! E, claro, Musil (ora, ora...), em O Homem Sem Qualidades, não permite nem mesmo que esse mundo em desalinho se converta num norte a ser seguido ou numa metafísica. ejam só. Esse é realmente o mundo que me interessa, não essa triste vulgaridade de Lulas, PTs, “sol da liberdade em raios frígidos”, oposições brochas e assemelhados. De certo modo, explico certas convicções políticas expondo algumas preferências literárias. Não há utopia, política ou artística, em que eu não perceba um núcleo de vigarice, de canalhice vertida em promessas, de amanhãs que cantam para pegar trouxa. É um tipo de crítica, seja a política, seja a literária, pouco aceita nos nossos meios intelectuais. São bem poucas as pessoas que alcançam uma verdade para mim inquestionável: não há zelo maior com o mundo - o que inclui o Brasil do que detestá-lo. Não há safadeza maior do que declarar permanentemente o seu amor pela vida, pela pátria e pelo semelhante. O homem que verdadeiramente ama precisa aprender a odiar algumas coisas incondicionalmente.

V

TRECHOS DO COMENTÁRIO DE REINALDO DE AZEVEDO NO SITE DA REVISTA PRIMEIRA LEITURA WWW.PRIMEIRALEITURA.COM.BR

enho verdadeiro horror de utopistas

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

JOÃO DE SCANTIMBURGO

FUTEBOL E INDISCIPLINA Céllus

ê-se mal por aí, aqui e alhures. Acho impressionante que a literatura, mormente a poesia, seja entendida, mesmo por especialistas, como expressão da vida do autor ou como depositária de algumas verdades eternas sobre o homem, a vida, a felicidade, Deus, o mundo. Pretende-se até que ela sirva de norte moral ou ético. O que nos diz de definitivo um quadro, uma música ou um filme? Nada! Aliás, o adjetivo “definitivo” é interessante. Os cadernos de cultura dos jornais, especialmente os críticos de rock ou de música pop, costumam decretar “novidades definitivas”, o que é, obviamente, uma contradição em termos. Para alguns, Wagner foi um gênio

República Bolivariana do Brasil PAULO SAAB

H

ugo Chávez, presidente da Venezuela (República Bolivariana da Venezuela, seja lá o que isso queira dizer), está pagando o transporte e a conta médica, e provavelmente a hospedagem também, de cerca de 100 pernambucanos que foram a Caracas operar os olhos (catarata). A notícia não cumpre a regra mínima do jornalismo, de responder no lead (primeiro parágrafo da notícia) às clássicas perguntas do como e por que. Não é necessário. Não existe explicação lógica para os atos do atrevido governante vizinho. Sabe-se, todavia, que em decorrência de sua forma peculiar de governar ditatorialmente como se fosse democrático, criou-se naquele país uma linha divisória entre os "chavistas" e os seus contrários. A camada da população para a qual o populismo governista do "bolivariano" é dirigido é aquela que se perpetuará na pobreza, mas como recebe do governante o suficiente para viver, em termos de subsistência, defende-o indo às ruas se necessário, como já aconteceu em solo venezuelano. Limitasse-se Chávez a promover seu "fidelismo" de segunda nos limites do território de seu país e estaria tudo bem, a não ser, claro, para a própria Venezuela. Aos brasileiros aflige, entretanto, a assimilação pelo fraco governo brasileiro de Lula dos métodos e exemplos do semi-caudilho da Comunidade Andina (à qual ele renegou). Em nosso país, o governo federal do PT, sob a batuta desafinada de Lula, tem adotado a política de aumentar o fosso das divisões de classe, cor, e even-

tualmente trabalhistas, existentes no País. Em vez de trabalhar pela igualdade, de investir em mecanismos capazes de dar a todos a oportunidade e capacidade de crescer e melhorar de vida, o governo Lula no discurso estimula a luta de classes e na prática investe na manutenção dos pobres na eterna pobreza, distribuindo bolsas e auxílios que dependem dele, Lula, no governo, para essa camada da população ter o mínimo que comer. Pelo menos o governo age para que esses mesmos pobres pensem assim. Sem Lula, eles vão perder o que hoje recebem sem nenhuma contrapartida de esforço de melhora.

A

República Federativa do Brasil, ainda tutelada pelo Estado na forma quase original, como concebida por Dom João VI em 1808, poderá muito em breve ser chamada de República Bolivariana do Brasil (seja lá o que isso queira dizer). Uma coisa parece ser entendível nesse processo fomentado por Chávez: prepara-se uma acentuada divisão entre os brasileiros, de modo que haja um exército de pobres dispostos a votar em Lula (e, se preciso, ir às ruas para defendê-lo) por causa da dependência que ele próprio está criando das esmolas oficiais (dinheiro de todos os brasileiros produtivos). O discurso e a ação do bolivariano Lula, em vez de unir os brasileiros pela busca da igualdade, acentua o fosso da luta de classes e atrasa o Brasil em mais cem anos na busca por seu desenvolvimento econômico, político e social.

N esse processo fomentado por Chávez, prepara-se a divisão dos brasileiros

Arbitragem, justiça mais efetiva MARCOS JULIO OLIVÉ MALHADAS JUNIOR

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m vias de completar dez anos, a Lei 9.307, publicada em 24 de setembro de 1996 (conhecida por muitos como Lei Marco Maciel), dá a oportunidade de esclarecer o leitor sobre os benefícios que a arbitragem vem trazendo ao País em matéria de solução de conflitos. Não se discute que a melhor forma de solução dos conflitos seria aquela na qual os próprios litigantes, mediante ajustes e concessões recíprocas, chegassem a um consenso satisfatório a ambos. Todavia, como nem sempre isso é possível, necessária se faz a atuação de um "terceiro", chamado pela partes para solucionar seus conflitos e diferenças. Tornou-se necessária a solução de conflitos por outros meios, que não excluíssem a jurisdição do Estado, mas que funcionassem como alternativa, sobretudo para aqueles litígios envolvendo direitos sobre os quais as pessoas tenham a livre disposição. A arbitragem não é um instituto recente. A história registra a utilização da arbitragem antes mesmo da jurisdição estatal. Para nós, a arbitragem também não é uma novidade, pois ela vem sendo regulamentada no Brasil desde após a colonização portuguesa. Todavia, a chamada Lei Marco Maciel veio com o intuito de implementar o uso nacional da arbitragem, definindo-a como um dos mais eficazes "métodos alternativos de resolução de conflitos" (onde se incluem, ainda, a mediação, a negociação e a conciliação). Para tanto, a Lei 9307 trouxe inúmeras inovações, eliminando obstáculos até então existentes. A arbitragem, salvo casos excepcionalíssimos, não é imposta às partes, tendo em vista que somente poderá ocorrer quando existir "cláusula compromissória" ou o "compromisso arbitral" firmado pelos interessados. E, aos que participam de uma demanda de arbitra-

gem, é assegurado o direito de ampla defesa, inclusive com a participação ativa e salutar de seus defensores, os advogados. Aliás, a arbitragem vem se destacando como um grande e fértil campo de trabalho ao advogado, que, com a celeridade, objetividade e efetividade do processo arbitral, obtém resposta aos reclamos de seus clientes de uma forma mais ágil e satisfatória (o mesmo ocorrendo, obviamente, com a remuneração decorrente de seu trabalho na demanda). Quanto ao árbitro (ou árbitros), escolhido livremente pelos litigantes, o que o credencia a atuar como "julgador" da causa é a confiança que inspira às partes, baseada na especialidade que detém sobre determinada matéria e sua idoneidade (consolidadas ao longo de sua vida profissional e pessoal). E uma vez instalado o "tribunal arbitral", composto de dois ou mais árbitros com total imparcialidade, indicados livremente pelos próprios litigantes, nada mais natural que se aceite e se cumpra a sua decisão.

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m resumo, podemos destacar que dentre as principais vantagens da arbitragem estão a especialidade (as partes indicam os árbitros que irão atuar na causa), o sigilo (a arbitragem é processada em segredo, sem publicidade), a rapidez (em questões mais simples, a solução pode ser dada em aproximadamente 90 dias), a efetividade (por lei, a sentença arbitral tem efeito de coisa julgada e contra ela não cabe qualquer recurso), além de ser processada num ambiente menos formal e mais flexível, sem o rigor dos processos judiciais. MARCOS JULIO OLIVÉ MALHADAS JUNIOR É COORDENADOR DO DEPARTAMENTO DE ARBITRAGEM DA

ARBITAC – CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO PARANÁ

A Lei Marco Maciel implementou o uso nacional da arbitragem

ão é de hoje que na fase preparatória da Copa do Mundo os treinos das equipes brasileiras registram atos de indisciplina, não raro lamentáveis, que quase comprometem a posição do Brasil como líder nas apostas do grande certame esportivo. Salvou-se dessa anomalia, se bem me lembro, a Copa de 58, para a qual a direção da CBF teve a feliz idéia de delegar ao saudoso futebolista Paulo Machado de Carvalho a responsabilidade de manter a disciplina da equipe. Para quem não o conheceu, Paulo Machado de Carvalho sabia impor disciplina como um avô amável, de quem se podia discordar mas não desobedecer. Era ele ameno no trato e firme nas observações e críticas, mas sempre usando a mansidão de atitudes e de palavras para não ferir suscetibilidades, que poderiam comprometer o conjunto.

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A CBF deveria procurar um sucedâneo do "Marechal da Vitória". Não é missão para Parreira e outros. oi por essa boa ação que lhe foi atribuído o título bombástico de "Marechal da Vitória". Infelizmente, Paulo Machado de Carvalho não pertence mais ao mundo dos vivos. Ele não era o único a saber impor disciplina, mas direi que era um dos poucos que tinham essa autoridade não-ostensiva, mas evidente na sua maneira de falar para manter em ordem as equipes brasileiras convocadas para a Copa do Mundo. A CBF deveria procurar um sucedâneo do "Marechal". Embora seja difícil encontrá-lo, não é impossível. Essa não é uma missão para técnicos como Parreira e outros, mas para chefes de verdade, líderes incontestes, avô que não se desobedece. Não é procurar muito, mas é procurar o essencial, num momento como esse, em que a disciplina é essencial para o bom desempenho das equipes no preparo e, depois, no campo, em jogo decisivo. O Brasil é um dos países mais bem cotados do mundo. É justo que volte para o Brasil a equipe ganhadora, e esperamos que seja a brasileira – com a Copa do Hexa. Combatamos, pois, a indisciplina.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Tr i b u t o s Finanças Nacional Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3, e 4 de junho de 2006

SALDO COMERCIAL DE MAIO É DE US$ 3 BILHÕES

A venda de produtos de cama, mesa e banho é afetada diretamente pela queda do dólar ante o real.

DÓLAR DESFAVORÁVEL ÀS EXPORTAÇÕES E A ACELERAÇÃO DA ECONOMIA REDUZIRAM O DESEMPENHO

SUPERÁVIT DA BALANÇA CAI 12,13%

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queda do dólar em relação ao real ao longo do ano e a aceleração da economia brasileira intensificaram o aumento das importações e já começaram, em maio, a afetar o desempenho da balança comercial, interrompendo a seqüência de recordes sucessivos. O superávit comercial caiu no mês passado 12,13% na comparação com o mesmo período de 2005, fechando em US$ 3,028 bilhões. Os números do comércio exterior ainda são muito favoráveis, mas maio foi o segundo mês consecutivo em que o saldo ficou menor do que no mesmo mês do ano anterior. A queda do superávit já tinha sido observada em abril. E, pela primeira vez desde 2001, também o saldo acumulado – de US$ 15,46 bilhões até maio – ficou abaixo do verificado no mesmo período do ano anterior (US$ 15,62 bilhões). O superávit acumulado em 12 meses, que chegou à marca recorde de US$ 45,79 bilhões em março, também entrou em trajetória decrescente caindo para US$ 45,01 bilhões em abril e para US$ 44,57 bilhões agora

Divulgação

em maio. "Começamos a perceber um efeito muito claro da taxa de câmbio e do nível de atividade, que fizeram com que as importações retomassem um ritmo muito forte", avaliou o economista Sérgio Vale, da MB Associados. Segundo ele, esse movimento pode ser verificado principalmente no aumento das importações de bens de consumo, matérias-primas e insumos usados pela indústria nacional. "Enquanto a classe alta tem aproveitado a queda do dólar para comprar produtos importados, como automóveis e eletroeletrônicos, a classe mais baixa consome vestuário, calçados e quinquilharias vindas do exterior", afirmou. Por outro lado, disse Vale, as exportações estão perdendo fôlego. Segundo José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), todos os sete principais produtos da pauta de manufaturados – automóveis, autopeças, motores, celulares, caminhões, aviões, laminados – tiveram redução na média diária exportada. "Fora os laminados, que tiveram queda de preço, todos

os produtos recuaram por causa de perda de competitividade", disse Castro. Importações – De acordo com os números divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, as importações nos primeiros cinco meses do ano chegaram a US$ 27,85 bilhões, com alta de 22,1% em relação ao período janeiromaio de 2005. No mesmo período, as exportações bateram em US$ 49,46 bilhões, um crescimento bem menor, de 13,8%. As importações de automóveis cresceram 95,2% de janeiro a maio. As importações de todo o grupo de bens de consumo aumentaram 36,8% no ano. As compras de equipamentos para novos investimentos tiveram alta de 26,6% nos cinco primeiros meses de 2006. Para o secretário de Comércio Exterior do Ministério, Armando Meziat, não há razão para se preocupar com o crescimento das importações, que é positivo para a economia. "Já é esperado que o saldo de 2006 seja menor do que o de 2005." No ano passado, a balança teve superávit de US$ 44,8 bilhões. Neste ano, a previsão é de um saldo de US$ 40 bilhões. (AE)

Aumenta a importação de insumos

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crescente o número de grandes empresas que vêm substituindo a compra de produtos nacionais por insumos e matérias-primas estrangeiros para reduzir os custos de produção. No ano passado, essa opção foi utilizada por 71% das grandes companhias (foram 69%, em 2004), e esse quadro tende a se acentuar em 2006, de acordo com a Sondagem Especial divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o estudo, 28% das companhias que já se valem de bens importados informaram que pretendem aumentar essas compras neste ano. Dos 26 segmentos consultados, 16 seguirão essa orientação. De acordo com a pesquisa, essa tendência é uma conseqüência do processo de valorização do real em relação ao dólar, desde o início de 2003, que

desencadeou a "transformação da estrutura de comércio exterior da indústria brasileira", ao afetar os preços relativos. "O crescimento das importações continua mais ligado à atividade econômica, mas a valorização do real apresenta-se cada vez mais como um fator de estímulo", afirma o texto da sondagem da CNI. A pesquisa foi realizada entre os dias 28 de março e 19 de abril deste ano e envolveu consultas a 1.264 pequenas e médias empresas e a 2.315 indústrias de grande porte. Intensidade – Entre pequenas e médias empresas, o movimento é menos intenso. Segundo o trabalho, 33% das companhias desse grupo indicaram que vão importar mais em 2005, parcela praticamente igual à de 2004 (34%). Ainda de acordo com a CNI, o câmbio começa a afetar tam-

bém as exportações, apesar do recorde batido em 2005, quando elas cresceram 22,6% em relação ao ano anterior, atingindo os US$ 118,3 bilhões. O trabalho afirma que as indústrias contribuíram menos para as exportações brasileiras em 2005 e que esse quadro vai se agravar nos próximos seis meses, sobretudo no caso de companhias de pequeno e de médio portes. A maioria das grandes empresas prevê que suas vendas ao exterior vão se manter estáveis. Mas as pequenas e médias estimam queda nos embarques. A sondagem detectou que as indústrias vendem para o mercado externo para manter a clientela conquistada nos últimos anos. A segunda motivação é o mercado interno, ainda contraído, e a terceira, a abertura de novas oportunidades em outros mercados. (AE)

Texfair reúne, em Blumenau, uma série de empresas com os mesmos problemas

Setor têxtil expõe suas dificuldades

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uem assiste aos disputados desfiles de moda na sétima ediç ã o d a Te x f a i r , evento do setor têxtil que é realizado em Blumenau, Santa Catarina, nem imagina as dificuldades dos fabricantes para conquistar o mercado brasileiro e internacional. Os principais entraves hoje são a concorrência com os produtos chineses, o câmbio que dificulta as exportações, e a falta de apoio do governo federal. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, vários representantes do setor vão fazer parte de um conselho interministerial que terá o objetivo de encontrar soluções para esses problemas. "Teremos uma reunião em São Paulo amanhã (hoje) com o ministro do Planejamento, Guido Mantega. Com a boa vontade do governo, poderemos melhorar os números do setor têxtil", disse Kunh. O diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, detalhou algumas questões que poderão ser discutidas com o ministro: "Precisamos avançar nos acordos bilaterais e voltar a crescer nas

exportações, mesmo com o dólar desfavorável. Queremos negociar de igual para igual. Além disso, queremos expor as questões que envolvem a carga tributária, que pesa muito para o empresário." Uma sugestão, segundo o diretor da Abit, seria a dedução de parte dos encargos trabalhista, para aliviar o segmento têxtil. Pimentel afirma, ainda, que se nada for feito, a situação ficará cada vez mais difícil e o desemprego tende a aumentar. "Atualmente, o setor têxtil emprega 1,65 milhão de pessoas no País. Em até quatro anos, 250 mil vagas poderão desaparecer, se nada for feito", afirmou. Segundo dados da Abit, as exportações brasileiras de produtos têxteis já caíram 10% neste ano. "O câmbio não é flutuante, é afundante", disse. Queda nas vendas – A fabricante de itens de cama, mesa e banho Teka é um exemplo do que o setor enfrenta. A empresa está completando 80 anos de existência neste ano e contabiliza uma queda nas exportações. "Em 2005, as vendas externas eram responsáveis por 40% do faturamento. Neste ano, o índice caiu para 30%. Não há como competir com outros países. Desde o ano pas-

sado, houve uma desvalorização de 20% no dólar (em relação ao real). Não podemos repassar a perda para os países com os quais negociamos, que têm inflação de 2% ao ano", explicou o diretor de exportações da Teka, Almir Bieging. Para ele, a única saída da empresa é concentrar-se no mercado interno. "Porém, nossa produção não será totalmente absorvida aqui no Brasil. Nós teremos que diminuir a produção e, talvez, demitir pessoas." Bieging afirmou que a Teka não deverá registrar aumento nas vendas neste ano em relação ao ano passado. "Se o câmbio fosse melhor, nossos resultados poderiam crescer." Prioridade – Outra fabricante de itens de cama, mesa e banho que passou a dar prioridade ao mercado interno é a Altenburg. O diretor de market i n g d a e m p re s a , Q u i l i a n Miguel Rausch, afirmou que, apesar das dificuldades, quer manter as exportações. A companhia, porém, já aumentou 10% os preços para o mercado externo. "Nós trabalhamos com resultados. Precisamos equilibrar os preços. Estamos investindo em pesquisa para atender nosso consumidor nacional", afirmou o diretor. Neide Martingo, de Blumenau

Produção paulista ainda patina Desfiles mostram a tendência do verão

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Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista retrocedeu 4,8% em abril ante março, sem considerar o ajuste sazonal. O dado foi divulgado ontem pela Federação e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp) e indica ainda que, em relação a abril do ano passado, houve uma expansão de 4,8%. Considerando o ajuste de tempo, as entidades identificaram uma amortização da queda do INA em abril ante março, posicionando-se em -1,4%. No total da indústria paulista, sem ajuste sazonal, as horas pagas em abril tiveram oscilação de 0,4% sobre março. Na mesma comparação, as horas

trabalhadas na produção caíram 3%; as horas médias trabalhadas recuaram 4,9%. Pagamentos – Já o total dos salários nominais no setor cresceu 2,8% na comparação com março; o total de salários reais subiu também 2,8%; o salário real médio aumentou 0,8%. Em contrapartida, o total de vendas nominais caiu 10,4%; e as vendas reais cederam 10,3% sobre março. A i n d a d e a c o rd o c o m o Ciesp e a Fiesp, o nível de utilização da capacidade instalada no conjunto da indústria ficou em 79,8% em abril, um índice estável em relação ao mesmo mês de 2005, quando a utilização estava em 79,7%. Porém, inferior ao constatado

em março deste ano, quando o nível estava em 81,8%. Já em relação ao mês de abril de 2005 todas as variações da indústria foram positivas: alta de 5,5%, no total de horas pagas; 5,3%, nas horas trabalhadas na produção; 1,2%, nas horas médias trabalhadas; 17,3%, no total de salários nominais; 14,4%, no total de salários reais; 9,9%, no salário real médio; 13,8%, no total de vendas nominais; e 16,2%, no total de vendas reais. O deflator utilizado para as vendas reais foi o Índice de Preços ao Atacado (IPA) e, para os salários, foi o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe). (AE)

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principal desfile da Texfair, evento do setor têxtil que termina hoje em Blumenau, Santa Catarina, mostrou a moda que se usa nas ruas, exibida por artistas e modelos, como Marcelo Antony, Murilo Rosa, Sérgio Marone, Mariana Weickert, Isabela Fiorentino, além das crianças Pedro Malta e Marina Ruy Barbosa. A Círculo, fabricante de linhas, inovou ao trazer para a passarela uma modelo de blazer, blusa e shortinho – impossível não dar destaque às peças feitas com os produtos da empresa. Os vestidos de tricô e linha – materiais muitas vezes misturados – chamaram a atenção. A Brandili não ino-

vou, mas acertou criando peças para crianças que não querem parecer adultas: vestidinhos cor-de-rosa para as meninas e bermudas e camisetas de algodão para os meninos. Os modelos que desfilaram os lançamentos da Teka se vestiram de verde e amarelo, com muitos babados. As bermudas dos rapazes eram de tecido de toalha. Foi a grife que mais brincou com o "conceitual", tão comum nos desfiles de moda. A Dudalina fez peças bem despojadas. As camisas ficam por fora da calça, com listras. A Karsten misturou toalhas de banho com colares de pérola. A Marisol trouxe peças para quem está pronto para ir a um luau – shortinho

para ela, bermudão para ele, ambos com imensos colares de madeira no pescoço. Já a Hering escolheu um estilo propositalmente desarrumado. As moças apareceram com saias amplas e jaquetas curtas. As calças para a primavera-verão apareceram amplas e com muitos bolsos. As flores tomaram conta da coleção da Dohler. Até as bolsas masculinas ganharam o colorido da natureza. Os vestidos, tão usados na última estação, continuam em alta, um pouco mais curtos (é só passar a tesoura no comprimento) e com faixas na cintura. As saídas de banho foram exibidas em piquet com touca de tricô ou babadinhos de seda. (NM)

Divulgação

Feira de alimentos deve gerar R$ 4,4 bilhões

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en ov a d a , a F i s pa l Tecnologia – evento que reúne a cadeia de alimentos e bebidas – começa no próximo dia 6, no Anhembi, com expectativa de gerar R$ 4,4 bilhões em negócios, tanto no mercado interno como no externo nos próximos quatro meses.

Entre as razões para essa expectativa (cerca de 10% superior ao ano passado) estão as mudanças na feira, como a redistribuição dos estandes por setor e mais enfoque nos negócios. "As feiras precisam ser mais inteligentes", disse Ricardo Santos Netto, fundador da Fispal e presi-

dente do Instituto Mercadológico das Américas (IMA). O IMA foi criado há alguns meses por Santos Netto para incrementar o setor e em especial as exportações de produtos industrializados. Segundo o executivo, é um absurdo o fato de o Brasil ainda priorizar a venda de commodities. O executivo acredita que, além da falta de parques industriais em pontos estratégicos, outro problema do empresário brasileiro é ser

Fispal: cerca de 60 mil pessoas

preguiçoso. "Ele não foi preparado para exportar, mas para ser comprado", disse Santos Netto. Para ele, as empresas que querem competir precisam criar produtos inteligentes de acordo com três características: conveniência, bem-estar e sabor. Palestras – Durante o evento, os 60 mil visitantes poderão participar da Conferênc i a I n t e r n a c i o n a l F u t ure&Food, na qual serão ministradas 41 palestras

nacionais e internacionais sobre tendências, inovações, legislação, embalagem e financiamentos. Para participar, os profissionais devem se inscrever pelo endereço eletrônico http://futurefood.fispal.com. SERVIÇO – Fispal Tecnologia 2006. Pavilhão do Anhembi - Av. Olavo Fontoura, 1209 - São Paulo Data: 6 a 9 de junho Horário: 11h às 20h Adriana David


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sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3, e 4 de junho de 2006

Cidades CALÇADAS SEM BURACOS. E VIVAS. O conceito surgiu da pergunta sobre o que fazer para melhorar a qualidade de vida Benedito Abbud, arquiteto paisagista

Conceito de arquiteto, em exposição em frente ao Jóquei Clube, traz elementos ecológicos, árvores frutíferas e equipamentos de ginástica para as calçadas Luludi/Luz

Rejane Tamoto

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Pontos de ônibus com mapas e um pouco da história da cidade (foto maior), telefones públicos com totens que abrigam obras de arte (direita) e tubulações para os serviços das concessionárias (esquerda), evitando o quebra-quebra das calçadas. Essas são idéias que mudariam completamente as calçadas da capital. Para melhor.

de encontro a um objetivo da Prefeitura é a criação de alternativas à poluição visual. As sugestões de mobiliário urbano propõem que, no lugar de publicidade, pontos de ônibus, por exemplo, tenham mapas que orientem as pessoas sobre as ruas que existem nos arredores. "Além de facilitar o percurso, queremos inserir a história do bairro no mapa", explicou. Cultura - No lugar de publicidade, o arquiteto sugere a instalação de painéis de obras de arte. A calçada exposta na Casa Cor tem telefones públicos que funcionam como bases para as

Milton Mansilha/Luz

crescimento de empreendimentos imobiliários e os muros cada vez mais altos dos imóveis tornaram as calçadas e ruas verdadeiras ‘terras de ninguém’ ou ‘zonas mortas’. Segundo o arquiteto paisagista Benedito Abbud, além de danificadas, as calçadas se transformaram em espaços hostis e inseguros para a circulação e o uso da população. Sob essa ótica, o arquiteto paisagista desenvolveu o conceito calçada viva, que está na mostra de decoração Casa Cor até 9 de julho, em frente ao Jóquei Clube. A calçada viva projetada por Abbud reúne materiais ecológicos, planejamento árboreo, mobiliários como equipamentos de ginástica e mapas da região, acessibilidade e tubulações para infra-estrutura. O conceito é composto por sete pilares: ecologia, verde, saúde, mobília, inteligência, acessibilidade e cultura. "O conceito surgiu da pergunta sobre o que fazer para melhorar a qualidade de vida e revitalizar regiões inteiras". A cidade tem hoje, segundo Abbud, 1,6 milhões de m² de calçadas, o que equivale a 22 parques do Ibirapuera. "As calçadas têm tamanhos variados. Recomendo 2,5 metros como largura mínima ideal para agregar os elementos do conceito", afirmou. O projeto calçada viva tem o apoio institucional das secretarias municipais de Coordenação das Subprefeituras e da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (Seped) e do Departamento de Parques e Áreas Verdes (Depave). "Essas unidades consideraram a proposta viável", disse o arquiteto, sem revelar os custos do projeto em exposição, que tem área de 650 m2. Verde - Segundo Abbud, uma das funções da calçada viva é equilibrar o clima árido da cidade. No projeto, ele defende que haja um planejamento de arborização de espécies adequadas para as calçadas e, com isso, a criação de tetos verdes. "Esse plano poderia ser feito pela Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (Abap) e órgãos institucionais. A arborização melhora a temperatura, a umidade e a poluição do ar". Nesse plano, devem ser incluídas árvores de frutas pequenas, como pitangas e jabuticabeiras que, na visão do arquiteto, trariam os pássaros de volta. Para os muros altos de residências e empresas, Abbud recomenda a plantação de cercas vivas, evitando a pichação e melhorando o ambiente. Ecologia - Ecologicamente correto, o conceito do arquiteto propõe também a utilização de um piso especial feito de concreto e fibra de coco, para drenar a água da chuva e alimentar o lençol freático. "Nesse caso, a água infiltra no solo e hidrata as plantas do entorno. A proposta é praticamente o inverso do que acontece hoje: as calçadas impermeáveis direcionam a água para as bocas de lobo que, esgotadas, provocam enchentes". Um exemplo de como funciona a tecnologia está na calçada da Casa Cor, onde chafarizes mostram o efeito ‘peneira’ do material drenante. Outro piso proposto por Abbud é o bloco intertravado, cuja composição é feita de concreto misturado com pneus inutilizados e triturados. O piso está no contexto de outra proposta da calçada viva: a de ser saudável. Saúde - Segundo o arquiteto paisagista, uma das maneiras de evitar com que ‘outros’ (em alusão à semana de violência desencadeada pelo PCC) se ocupem do espaço público é torná-lo convidativo à prática de esportes . A idéia é que as pessoas usem a calçada para se exercitar, correr e alongar. Para isso, ele inseriu aparelhos de ginástica e alongamento. Com o piso especial, o impacto dos exercícios é reduzido. Acesso - O projeto da calçada viva também contempla pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção, como idosos e gestantes. A calçada atende às normas técnicas de acessibilidade e possui piso tátil de alerta, direcional e rampas. "Isso é importante principalmente em orelhões, onde pessoas com deficiência visual se acidentam", disse. Mobília - Outra proposta da calçada que vai

obras dos artistas Claudio Tozzi e Takashi Fukushima. A proposta é inserir totens que informem a localização de equipamentos culturais. "A Secretaria de Cultura selecionaria 10 calçadas para expor reproduções de obras de arte, como em um museu". Inteligência - Para que o trabalho descrito não corra riscos, Abbud apresenta uma solução para o quebra-quebra que as concessionárias fazem nas calçadas. "Seriam colocados tubos, conduítes e caixas de inspeção. Isso não é grande tecnologia. É inteligência".

DESABAMENTO Parte da laje da Hospedaria dos Imigrantes, prédio histórico de Santos em ruínas, desabou ontem por volta das 12h. Um homem identificado apenas como Índio morreu. Um morador de rua feriu-se.

DESMANCHE

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HOMENAGEM – O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos (foto), foi homenageado na noite de quarta-feira pelo Rotary Club com a medalha Lauro Ribas Braga. Ela é concedida a personalidades que tenham prestado relevantes serviços à comunidade.

oliciais e agentes do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) estouraram um grande desmanche de carros, na manhã de ontem, na avenida Rio das Pedras, na zona leste. No esquema da quadrilha, havia salas e túnel com compartimento secreto para esconder as peças. (AE)

Ó RBITA

MENINGITE A Secretaria Municipal da Saúde de Monte Alto (SP) confirmou a morte de uma menina de dois anos por meningite meningocócica, há um mês. Exames laboratoriais confirmaram a doença como causa da morte.

RIO QUER POSTAIS SEM APELAÇÕES

G

ráficas, bancas de jornais, lojas e quiosques que exibirem ou venderem cartões-postais com fotos de mulheres em trajes sumários, que não mantenham relação ou não estejam inseridas na imagem original de pontos turísticos do Rio, poderão

ser multados em 500 Ufirs (R$ 532,05), ou o dobro em caso de reincidência. O projeto de lei aprovado pela Assembléia Estadual do Rio de Janeiro alterou a lei 4.642/2005, que já proibia o comércio e a exposição dos cartões, mas não previa punições para os infratores. (AE)

RESTRIÇÕES À TV

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desembargador Caio Eduardo Canguçu de Almeida, vice-presidente do TJ-SP, proibiu a TV de exibir na íntegra o julgamento de Suzane von Richthofen, na segunda-feira. Só poderão ser exibidas imagens da escolha do júri e da leitura da sentença. (Agências)


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sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006

Política

3 Serra não cumpriu com a palavra e a promessa de campanha e ainda deixou um sucessor que jamais seria eleito prefeito de São Paulo. Aloizio Mercadante

FHC DIZ QUE PAÍS ESTÁ NO LIMITE DA INDIFERENÇA E INDIGNAÇÃO. EX-COMUNISTA ABDICA EM FAVOR DE PSDB-PFL.

FREIRE RETIRA CANDIDATURA. DEVE APOIAR PSDB E PFL. O deputado Roberto Freire (PPS-PE) anunciou ontem que retirou sua pré-candidatura à Presidência da República. O partido deverá definir o apoio ao candidato do PSDB, Geraldo Alckmin – em coligação com o PFL– mas ainda discute se essa aliança será formal ou informal. Cabe agora à convenção do PPS, marcada para 16 de junho, decidir se o partido aceitará aliar-se ao PSDB. Ontem a Executiva do PPS explicou em nota à imprensa que decidiu retirar a pré-candidatura presidencial de Freire em face do cenário criado pela regra da verticalização. Quando lançou sua pré-candidatura, Freire dizia que o PPS defenderia uma alternativa ao neoliberalismo. Hoje, Freire diz que a situação é outra. Alckmin estaria aberto ao debate e a contribuições. O apoio do PPS seria conseqüência de indícios de mudanças em relação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "Não podemos omitir que Lula deu continuidade ao governo do PSDB, mas Alckmin aponta para uma política econômica diferente", afirma. (Agências)

JANENE VAI AO STF E É REJEITADO POR UNANIMIDADE Fracassou a tentativa do deputado José Janene (PP-PR) para suspender o processo por quebra de decoro parlamentar que tramita contra ele no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, por unanimidade, uma ação proposta por Janene com o objetivo de paralisar a ação, que pode levar à nulidade do mandato por suposto envolvimento com o 'mensalão'. A defesa fez uma sustentação oral no plenário do Supremo na qual afirmou que Janene está com "cardiopatia séria". Segundo a defesa, por causa da dificuldade de saúde, o deputado do PP do Paraná fica ofegante ao subir degraus e perde o fôlego ao falar uma frase mais longa. (AE)

CÂMARA PREPARA CALENDÁRIO PRÉ-COPA A Câmara dos Deputados terá sessões pela manhã, tarde e noite das próximas terça e quartafeira e pela manhã da quinta que vem, num esforço concentrado para tentar limpar a pauta trancada por quatro medidas provisórias e dois projetos de lei do governo em regime de urgência. O ritmo intensivo, marcado pelo presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), faz parte de um calendário especial para ajustar os jogos da Copa do Mundo e o período de convenções partidárias nos Estados aos trabalhos do plenário. Na semana seguinte à próxima, a quantidade de sessões será menor: estão marcadas para terça e quarta, só pela manhã. Os horário permitirão que os deputados assistam ao jogo do Brasil na terça, dia 13, mas os impede de retornar aos Estados, por causa da sessão da manhã do dia seguinte. O presidente da Câmara anunciou o novo calendário durante sessão no plenário. Há pressão para não haver votação nas duas últimas semanas de junho e, assim, os deputados poderem ficar nos Estados se dedicando às convenções. Aldo, no entanto, resiste à sugestão, apresentada por deputados da base governista. (AE)

Clayton de Souza/AE

'A SOCIEDADE PRECISA DE CHOQUE MORAL'

Fernando Henrique Cardoso durante palestra promovida pela Faculdade de Medicina da USP

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ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, em São Paulo, que o Brasil não terá um salvador, qualquer que seja o presidente eleito nas eleições de outubro. Ao mencionar a corrupção no Congresso com o escândalo do mensalão, Fernando Henrique defendeu um "choque moral" na sociedade para que o País seja reconstruído. "A sociedade está precisando de um choque moral. Não gosto de dizer isso, parece um tanto udenista, mas precisa." "A complacência e a indulgência chegaram a tal ponto que estamos no limite entre a indiferença e a indignação", afirmou. "Mas está vencendo a indiferença. E tem de vencer a

indignação para reconstruir o País", afirmou, durante palestra promovida pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. "Não é só 'fulano vai salvar'; não vai salvar. Tem de mudar muita coisa nas estruturas", insistiu. "Qualquer que seja o presidente eleito, sem indignação não vai ter força para mudar." Voz da experiência– Usando como exemplo a experiência que teve como presidente da República ao longo de oito anos, Fernando Henrique observou: "A sociedade tem de estar com ele (presidente). Eu sei muito bem. Mudei uma porção de coisa e depois não consegui mais. Quando a sociedade se vira contra você,

por 'n' razões, mesmo que você esteja certo, não muda." Durante toda a palestra, cujo tema foi "O Brasil de Hoje e de Amanhã", Fernando Henrique poupou críticas a Lula e ao governo do PT, chegando até a defendê-lo, quando o assunto foram as altas taxas de juros praticadas no País. Chávez– Ao longo de 1h30, em que falou sobre os desafios e avanços brasileiros, apenas fez reparos à atitude do presidente Lula em relação à crise Brasil-Bolívia. O tucano defendeu uma atitude "mais afirmativa" do governo. "A negociação, com o Chávez (Hugo Chávez, presidente da Venezuela) no meio, não tem nada a ver. É uma tonalidade que não é aceitável", disse o ex-presidente.

Fernando Henrique também ressaltou que Lula deveria ter se valido da proximidade com o presidente da Bolívia, Evo Morales. "O presidente Lula apoiou o Morales (nas eleições) abertamente. Deveria ter dito: 'Companheiro Morales, cuide-se. Vai devagar que o mundo não é assim'", comentou, arrancando risos da platéia, formada por cerca de 600 pessoas. Campanha – Ao final do evento, em rápida entrevista coletiva, o ex-presidente falou que, apesar do tom ameno e de poucas críticas a Lula, estará engajado na campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) ao Planalto. "Certamente vou me engajar, mas aqui (a universidade) não se deve confundir análise objetiva e crítica com crítica a um governo." Em seguida, disse que não participou na quarta-feira, em Brasília, da formalização da aliança PSDB-PFL porque "não sabia do evento". E completou: "Mas estou apoiando profundamente. Estarei onde necessário. Sou um ex-presidente da República, não um militante do dia-a-dia. Temos de conciliar as funções." Ao comentar o baixo desempenho de Alckmin em relação a Lula nas recentes pesquisas eleitorais, Fernando Henrique recorreu às eleições passadas para afirmar que é possível o PSDB voltar ao Planalto. "Estou habituado a ter diferenças pessoais com o presidente Lula muito grandes. Ele sempre esteve muito à minha frente. E eu sempre ganhei no final", afirmou. (AE)

Alan Marques/Folha Imagem

CPI DOS SANGUESSUGAS Os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ), Maria José Maninha (P-Sol-DF) e Raul Jungmann (PPS-PE), juntamente com a senadora Heloísa Helena (P-SOL-AL), protocolaram ontem na Mesa do Senado novo pedido de instalação de uma CPI para apurar o envolvimento de parlamentares com a compra superfaturada de ambulâncias e fraude com verbas da Saúde, descoberto pela Operação Sanguessuga da Polícia Federal. O requerimento foi assinado por 230 deputados e 30 senadores. O primeiro pedido de abertura de CPI fora negado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele alegou uma falha regimental porque no ofício estava escrito "Lista de apoiamento", quando o correto seria "Lista de signatários". A atitude revoltou Gabeira que qualificou Renan de "chefe da facção do PMDB envolvida com os sanguessugas". Para a abertura de uma CPI mista (Câmara e Senado) são necessárias as assinaturas de 27 senadores e 171 deputados.

NO ENVELOPE, UMA GRANDE SURPRESA. Gabinetes de sete deputados receberam ontem pelo Correio envelopes contendo fezes. Além disso, chegaram para outros dois parlamentares envelopes que traziam gaze misturada a um material amarelo e malcheiroso – que foi recolhido para análise do Departamento de Polícia Legislativa. Os envelopes, que não continham nenhum bilhete, foram encaminhados aos deputados João Alfredo (PSOL-CE),

Gilmar Machado (PT-MG), José Mentor (PT-SP), Durval Orlato (PT-SP), Irineu Colombo (PT-PR), Iara Bernardi (PTSP), João Fontes (PDT-SE), José Janene (PP-PR) e Vadão Gomes (PP-SP). A assessoria da Câmara informou que esse tipo de correspondência não é excepcional. Já houve caso de envio de fezes e quase que semanalmente há envelope contendo pó branco enviado a algum gabinete. (AE)

MERCADANTE: SERRA NÃO ESTÁ PREPARADO.

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candidato do PT ao Governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, retomou os ataques ao PSDB e disse que o governo tucano foi o culpado pela criação e fortalecimento do crime organizado no Estado. "Essa política equivocada e prolongada criou o crime organizado no Estado de São Paulo", acusou Mercadante em entrevista coletiva em Bauru, onde faz campanha. Mercadante centralizou os ataques na política de segurança tanto do Governo do Estado como Federal. Questionado sobre a falta de repasses de verbas para segurança pública do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para São Paulo, Mercadante lembrou que o Governo Federal está construindo novos presídios e acusou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de omisso. "O governo do PSDB foi de omissão completa.

Em oito anos, ele não criou uma única vaga no sistema penitenciário. Mas o grande problema da segurança pública está em São Paulo". Mercadante também criticou seu concorrente direto, o ex-prefeito de São Paulo José Serra, candidato a governador. "O Serra não está preparado para governar e não está motivado para isso. Aliás, o maior adversário de Serra é o Geraldo Alckmin (candidato a presidente pelo PSDB). O Serra não cumpriu sua palavra com São Paulo e só pensa em ser presidente", afirmou Mercadante, que após visitar Bauru, fez campanha em Marília. Ainda sobre Serra, o petista declarou que o ex-prefeito não conhece a realidade do Estado e não está preparado para governar caso seja eleito. "Li no jornal que o Serra elogiou o interior e disse que a capital tem muitos problemas", afirmou. "Isso

Agliberto Lima/AE/11-01-2006

Petista ataca a gestão tucana em SP

mostra que faz muito tempo que ele não anda pelo interior e desconhece os problemas daqui. E, se a capital tem problemas, como ele diz, por que então não ficou na Prefeitura para resolver os problemas e, ao invés disso, renunciou depois de prometer à população e registrar em cartório que não deixaria a Prefeitura?", atacou.

"Serra não cumpriu com a palavra e a promessa de campanha e ainda deixou um sucessor que jamais seria eleito prefeito de São Paulo e que 65% da população sequer sabe o nome" disse, referindo-se ao vice de Serra, Gilberto Kassab (PL). Mercadante disse ainda não admitir que o Estado de São Paulo tenha crescido abaixo da média nos últimos anos. "No governo do PSDB, São Paulo cresceu 18%, enquanto os outros Estados cresceram 67%. São Paulo tem de voltar a liderar o desenvolvimento deste País", afirmou. Para isso, segundo o petista, será necessário introduzir um projeto de desenvolvimento por meio de conselhos, câmaras e agências de desenvolvimento regionais, que vão articular os investimentos no Estado. Segundo ele, as 18 agências existentes não estão funcionando como deveriam. (Agências)

TCU APROVA CONTAS DE LULA, MAS COM RESSALVAS. O presidente do Tribunal de Contas da União, Valmir Campelo, leu o relatório em que recomenda a aprovação, com ressalvas, das contas do governo federal em 2005. No relatório, o ministro do TCU cobra do governo ações mais eficazes no combate à corrupção e à violência. Na área de segurança, segundo o relatório, os dispêndios federais foram de apenas 0,27% do total das despesas da União "menos ainda que os 0,30% em 2004". Outro ponto citado é de que a União "deixou de cumprir R$ 34,4 milhões no programa de erradicação do analfabetismo e no ensino fundamental". Obscuridades– O texto revela ainda que "o governo tem sérias dificuldades para executar seus programas" e critica a falta de transparência, além de "inconsistências e obscuridades" nos demonstrativos contábeis da União. O relator cobra do governo federal na prestação de contas de 2500 convênios que se encerraram em dezembro de 2004 e até hoje não tiveram a contabilidade enviada ao TCU. "São 60% do total de convênios sem prestação de contas", disse Campelo. O parecer do relator ainda será votado pelos ministros do TCU. (AE)

VICE DE AÉCIO DEVE SER DEFINIDO ATÉ O FIM DO MÊS O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), précandidato à reeleição, disse ontem que somente no fim do mês anunciará o nome do candidato a vice-governador na chapa à reeleição. O amplo favoritismo de Aécio para mais um mandato à frente do Palácio da Liberdade e as pretensões eleitorais dele em 2010 tornaram extremamente cobiçada a vaga de candidato a vice-governador na chapa. Como no plano federal a aliança é com o PFL, em Minas um dos mais cotados é o presidente do partido no Estado, Eliseu Resende. A hipótese de um nome técnico, no entanto, não é descartada. O vice-governador Clésio Andrade (PL) ainda trabalha para repetir a dobradinha. A candidatura à reeleição do governador de Minas Gerais será homologada no dia 11, em Belo Horizo n te. O p ra zo f i n a l p a ra a definição é dia 30. "Na política, eu digo sempre que nós devemos saber usar o tempo adequadamente", observou Aécio. (AE)


sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006

Empresas Imóveis Tr i b u t o s Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Japan Bank Internacional Cooperation deve financiar a produção de etanol e biodiesel no País.

SETOR FERROVIÁRIO QUER INVESTIMENTO ESTATAL

JUSTIÇA ACEITA PEDIDO DA ACSP PARA QUE ASSOCIADOS NÃO SEJAM PREJUDICADOS COM GREVE DA RECEITA

LIMINAR LIBERA PRODUTO NOS PORTOS Evandro Monteiro/Digna Imagem – 23/06/04

Lalo de Almeida/Folha Imagem – 23/6/04

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Transporte por trens cresce 6%

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alanço apresentado ontem pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) mostrou crescimento de 6% na matriz ferroviária entre os anos de 1997 e 2005 — no ano passado, 26% da produção brasileira foi transportada por trilhos. O Brasil, porém, ainda está longe de países como Estados Unidos e Rússia, onde o transporte de carga por trens chega a 40% do total. O p re s i d e n t e d a A N T F, Mauro Dias, informou que o investimento das sete concessionárias que a entidade representa somou R$ 9,5 bilhões nos últimos dez anos. Já a União colocou apenas R$ 500 milhões no setor. As empresas têm concessão de 30 anos, com previsão de pagamento à União de R$ 350 milhões ao ano. De acordo com o balanço, cresceu 62% a conta de Tonelagem por Quilômetro (TKU), como um dos resultados dos investimentos das concessionárias. "Esse indicador tem expansão superior à do Produto Interno Bruto brasileiro." Para este ano, as concessionárias anunciaram investimentos de R$ 2,5 bilhões. A

meta é elevar entre 9% e 11% o volume transportado em 2006, representando cerca de 435,7 milhões de toneladas úteis e cerca de 245 bilhões de TKUs. Impostos — O levantamento também informou o montante repassado ao governo federal nos últimos dez anos. Pelas contas da ANTF, a União já arrecadou, com taxas e impostos, cerca de R$ 5,6 bilhões no setor ferroviário, sendo R$ 466 milhões somente pela Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide). O sistema tributário brasileiro é, na visão do presidente da ANTF, um fator de inibição de investimentos no setor. Para ele, a falta de uma alíquota única de Imposto sobre Serviços (ISS) e de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) leva o empresariado a rever investimentos. Além desses dois tributos, o empresariado critica a retomada da cobrança do Imposto de Importação (II), já que o setor havia recebido isenção total durante os últimos três anos. "Pagávamos 4% de II, conseguimos a isenção, mas agora a alíquota voltou a 2%. Importamos produtos que não existem

DEFLAÇÃO Queda de preços de alimentos levou IPC-S a ter deflação de 0,19% no período até 31/05.

Ó RBITA

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O

s ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovaram ontem, por unanimidade, o envio de um projeto ao Congresso propondo aumento de 5% nos próprios salários. Com a iniciativa, os 11 ministros do STF e os 27 ministros aposentados e pensionistas passarão a receber R$ 25.725 por mês a partir de 1º de janeiro de 2007. O efeito em cascata nos demais escalões do Judiciário e do

URUCU

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gás que será produzido em Urucu não tornará o País auto-suficiente em gás liquefeito de petróleo (GLP) e não influenciará para aplacar a crise BrasilBolívia. Toda a produção, de 5,5 milhões de metros cúbicos por dia, será para o mercado amazonense, afirmou a Petrobras. (AE) A TÉ LOGO

Davi Franzon

VOLTA REDONDA Prefeitura da cidade fluminense diz que CSN tem dívida de R$ 22 milhões de IPTU.

SALÁRIOS MAIORES NO STF

PETRÓLEO EM EURO ministro do Petróleo da Venezuela, Rafael Ramírez, afirmou que o governo de seu país apóia a idéia de vender petróleo em euro, ao invés de manter o dólar como referencial. A proposta foi elaborada pelo Irã, que promoveu reunião ontem em Caracas. "O Irã teve essa iniciativa que apoiamos. Eles vão começar a fazer transações de petróleo em euro", declarou Ramirez. (AE)

em escala na indústria nacional, como o aço para trilhos." Em relação ao ICMS e ao ISS, a crítica é ao pagamento de alíquotas diferentes durante o percurso do trem. No caso do ISS, a concessionária pode pagar de 5% a 18%, dependendo de sua origem e de seu destino. Já o ICMS, pago nos terminais de carga, fica entre 10% e 25%. A ANTF também reclama do repasse dos recursos da Cide para o setor ferroviário. As empresas afirmam garantir grande parte do montante arrecado com a contribuição, mas dizem não receber quase nada de volta como investimento do próprio setor. Como base para a defesa das empresas, Dias destacou que as concessionárias geraram aproximadamente 14 mil empregos diretos nos últimos dez anos. O executivo afirmou que existe um ponto-chave na atual gestão ferroviária brasileira. "Ou o governo federal passa a investir em infra-estrutura ou o empresariado pisa no freio", disse, citando como fatores essenciais a execução de obras e uma definição sobre possível não renovação dos contratos.

Ministério Público custará pelo menos R$ 132 milhões anuais aos cofres federais. Ao todo, mais de 5 mil magistrados e 1,5 mil procuradores federais serão beneficiados pela decisão do Supremo. O salário inicial de um juiz ou procurador, por exemplo, passará de R$ 19.955 para R$ 20.953. Os magistrados têm direito a receber 16 salários por ano, enquanto a maioria dos trabalhadores recebe 13. (AE)

PREÇO DO GÁS SOBE 11,34%

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preço do gás natural boliviano exportado para Brasil vai ter um reajuste de 11,34% em julho. O valor será elevado de US$ 3,53, cobrado hoje, para US$ 3,93 por milhão de BTU (unidade que mede o potencial calorífico do insumo). Desde setembro de 2005,

quando a Petrobras abandonou a política de segurar reajustes internos recebidos na importação do gás natural boliviano, os aumentos já somam 26,78%. O reajuste, entretanto, ainda não está relacionado à negociação entre a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e a Petrobras. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Futuramente consumidor pagará menos pela conta de energia

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Teto de juros para desconto em folha de aposentados já está em vigor

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Governo prepara Banco do Brasil para venda de 7,5% das ações

Orcesi: gargalo nos portos

enfrentar a falta de matériasprimas ou produtos, paralisando os negócios. A retenção de mercadorias ou o atraso no desembaraço aduaneiro provocam o aumento de custos nas operações de importação e exportação. "Acabamos pagando valores que não seriam necessários, como tarifas no porto por reescalonamento de navios e taxas portuárias de estadia", disse Roberto Ticoulat, da empresa de importação e exportação Três Marias, e membro da Comissão de Comércio Exterior da ACSP. Para o superintendente jurí-

dico da ACSP, Carlos Celso Orcesi da Costa, não restam dúvidas de que a economia brasileira pára no gargalo dos portos. "É fundamental superarmos este funil localizado no sistema portuário. Daí a importância da liminar neste momento, que é uma vitória que se estende a todos os associados. E representa também a correspondência da prestação de serviços da ACSP", afirmou Orcesi. De acordo com o advogado, as entidades aguardam decisão de um segundo mandado de segurança coletivo envolvendo a greve dos servidores do Ministério da Agricultura, que vem prejudicando o setor agrícola. Procedimentos – Para se favorecer da liminar concedida e viabilizar o desembaraço aduaneiro, basta que o associado da Facesp e ACSP comprove a condição de estar vinculado a qualquer das duas entidades e apresente cópia da decisão à superintendência da Receita Federal. A advogada Ana Flávia Oliveira, do instituto jurídico da ACSP, está à disposição para auxiliar os associados e possui a cópia da decisão. Fernando Vieira

Justiça: arma contra as greves

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Judiciário tem sido no momento a principal arma de defesa do setor empresarial para enfrentar a combinação das greves de servidores que ocorrem no País, como as da Receita Federal, do Ministério da Agricultura e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Ambev, por exemplo, teve negada, em primeira instância, uma liminar em man-

dado de segurança para a liberação de barris de chope e de lúpulo, que estavam retidos no porto de Itajaí, em Santa Catarina. Recorreu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região e conseguiu reverter a decisão. O desembargador Luiz Carlos de Castro Lugon, no entanto, não estendeu a medida a todas as mercadorias importadas pela Ambev. Produtos médicos – Outra

beneficiada pela Justiça foi a Associação Brasileira dos Importadores de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abimed) que conseguiu, na segunda-feira passada, uma liminar que libera produtos retidos no aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo. A decisão atende a 105 empresas filiadas à entidade. (FV)

Demissão em massa

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a corrida para obter reajuste salarial antes do encerramento do prazo legal, que é 30 de junho, os procuradores da Fazenda Nacional inovaram. Um total de 106 ocupantes de postos de chefia em todo o País entregou seus cargos. "É um

ato extremo, que nunca houve", disse o presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional, João Carlos Souto. Tudo indica que a pressão deu algum resultado. O Palácio do Planalto indicou ontem que poderá atender em parte às

reivindicações da categoria. Outros servidores, que não foram beneficiados pela Medida Provisória (MP) 295, que concedeu reajuste a 160 mil funcionários públicos federais, promoveram uma manifestação ontem em frente ao Palácio do Planalto. (AE)

Factoring

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Segundo a entidade que representa as concessionárias, 26% de toda a produção brasileira é transportada por trens

Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) conseguiram uma liminar que garante a manutenção dos serviços de fiscalização das importações e exportações de mercadorias, que estão paralisados ou deficitários por causa da greve dos servidores da Receita Federal. A decisão beneficia todos os associados das entidades que buscam a liberação de mercadorias retidas nos portos. Na decisão, o juiz federal Wilson Zauhy Filho reconheceu a relevância do pedido, justificando que os associados não podem ter suas atividades prejudicadas pela greve. Depois de um mês de paralisação, que atinge diretamente o setor de desembaraço aduaneiro, o segmento de eletrônicos estima prejuízos da ordem de R$ 700 milhões. A situação é grave especialmente para as indústrias e empresas que operam com estoques mínimos, segundo o gerente do departamento de comércio exterior da ACSP, Sidnei Docal. Nesse caso, os empresários passam a

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


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Planalto Câmara Eleições Senado

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006

Sou um candidato abusado e com fama de vencedor. Disputei oito eleições, perdi só uma, e agora vou ganhar a nona. Geraldo Alckmin

PRÉ-CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA TROCAM FARPAS

O PT E O PSDB JÁ ESTÃO NO ATAQUE. E A CAMPANHA NEM COMEÇOU.

LULA: 'O QUE EU PEÇO AOS MEUS ADVERSÁRIOS É QUE APRENDAM A PERDER, APRENDAM A SER DERROTADOS'

ALCKMIN: 'O PRESIDENTE PASSOU DA OMISSÃO PARA

O CINISMO. E CINISMO É MAIS IMPERDOÁVEL DO QUE OMISSÃO.'

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bate-boca entre os pré-candidatos à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esquentou ontem depois que Lula desafiou a oposição a mostrar em seus programas na TV cenas das sessões das CPIs que investigaram denúncias de irregularidades relacionadas a seu governo. O pré-candidato tucano reagiu afirmando que "o presidente passou da omissão para o cinismo". "Primeiro ele dizia que de nada sabia, agora fala que corrupção não tem problema", afirmou Alckmin a jornalistas ao deixar a sede da Executiva do PSDB em Brasília. "Agora, é cinismo mesmo que é mais imperdoável do que omissão." Em viagem oficial a Manaus, Lula desafiou ontem seus adversários a enfrentá-lo com denúncias na campanha pela televisão. "Quero que eles coloquem CPI na televisão todo dia, toda hora. Que coloquem as torturas que fizeram com muita gente lá. Quero que o povo veja. Está chegando o momento de fazer uma aferição no que aconteceu no Brasil. Não tem problema. Pode colocar", disse Lula. Lula disse ainda que tem ações de governo para mostrar e que vai comparar seus quatro anos de mandato com os oito do PSDB do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Na hora em que eu decidir ser candidato, vamos colocar o que fizemos e vamos comparar com eles. Vamos medir e deixar o povo livremente julgar. Do outro lado, eles botam o que eles quiserem, porque quem não tem argumento xinga." Sem resposta - Ao ser perguntado sobre as acusações de A l c k m i n n o p ro g r a m a d o PSDB há poucos dias, Lula disse que não iria responder, mas

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os que cobram um melhor desempenho da candidatura nas pesquisas eleitorais, o pré-candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) disse ontem, em Brasília, que é preciso esperar "o momento certo da campanha". Segundo Alckmin, nas viagens que tem feito como précandidato a todas as regiões do País, percebe "uma indignação real, ainda silenciosa, que vai despertar com o que chamou de ira santa". Essa "indignação popular com os escândalos morais e a falta de ética do governo Lula vai transformar-se num trabalho voluntário gigantesco a favor da alternativa que nós representamos", afirmou. Ele disse ainda acreditar que "esse será o fator surpresa, o diferencial da campanha". Alckmin apontou duas outras condições para que a candidatura cresça: "o acesso ao rádio e à TV, que hoje não tenho, e que virá no horário eleitoral, para que possamos nos comunicar diretamente com o eleitor; e a infantaria de campanha. "A nossa chapa terá os maiores e os me-

Milton Mansilha/Luz

foi irônico: "Até nem fica elegante ele (Alckmin) ser grosseiro. Ele não tem jeito para ser grosseiro, não combina com ele. Agora, se as pessoas quiserem ser grosseiras, que sejam. Não vou responder, nem durante a campanha. E mandou um recado para o adversário, afirmando que não tem tempo para ficar batendo boca. "Tem gente que aparece na TV toda hora para xingar, para falar coisas negativas. Eu quero dizer a essas pessoas que quem governa esse país com seriedade não bate boca com adversário. Ao invés disso, sai para trabalhar". Lula disse que "palavrório" só é bonito quando surge como força de expressão apenas. "Mas não quando ele surge como única alternativa dos adversários, que não têm como competir em realizações e passam a competir com baixarias", salientou. "Esse jogo eu não faço, pois vim de muito longe e sei o sacrifício que foi chegar até aqui." Sem comentários Pouco antes de embarcar para São Paulo, Alckmin voltou a disparar críticas contra Lula, classificando as declarações do presidente em Manaus de "uma bravata". "Isso mostra que eles (o governo) não aprenderam com a crise. Adotam uma postura de cinismo em relação à gravidade desses fatos", disse Alckmin. O ex-governador recusouse a comentar as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que havia reagido antes aos ataques de Alckmin de que o governo promove "uma grande farra cambial e fiscal" com objetivos "meramente eleitoreiros". "Eu vou responder para o presidente Lula", disse Alckmin. Durante encontro com diretores de sucursais de jornais em Brasília, realizado pela manhã na residência do candidato a vice-presidência na chapa PSDB-PFL, o sena-

Alckmin: "Primeiro, ele dizia que nada sabia, agora corrupção não tem problema".

dor José Jorge (PFL-PE), Alckmin já havia criticado Lula, chamando-o de "abusado" e já atacado a administração federal pela oriebntação dada à política cambial e fiscal, segundo informações da assessoria de imprensa do PSDB. Na conversa, o candidato alertou ainda para o risco de uma reviravolta no cenário externo que poderia surpreender o Brasil que, no seu entender, não estaria preparado para enfrentar turbulências. "Quando o atual cenário externo (considerado) benigno mudar, e os sinais de que isso pode acontecer estão aí, o Brasil vai ter mais problemas do que os outros países." Jeito irresponsável - Para Alckmin, Lula adotou uma política econômica de juros altos para valorizar o real, agindo de modo "irresponsável". "Com isso, perdemos a oportunida-

de de lançarmos o país num verdadeiro ciclo sustentado de desenvolvimento", afirmou o pré-candidato tucano. À noite, Lula voltou a provocar seus adversários, dizendo que eles precisam "aprender a perder". "Perdi três eleições até chegar à Presidência da República. Não reclamei do resultado em nenhuma delas porque fazia parte do jogo democrático", disse Lula, em Manaus, onde assinou convênios de 47 milhões de reais para transferência de moradores de palafitas insalubres. "O que eu peço aos meus adversários é que sejam tão democratas quanto eu: aprendam a perder, aprendam a ser derrotados", acrescentou, numa frase bem-humorada, o presidente, que estava acompanhado do governador Eduardo Braga (PMDB), seu aliado. Entre outros políticos. (Agências)

do as pesquisas da semana passada. A certeza de Alckmin de que a corr i d a p r e s idencial terá dois turnos "vem de um cálculo matemático simples". O pré-candidato do PSDB afirmou acreditar, por exemplo, que a pré-candidata a presidente Heloísa Helena (PSOL) crescerá, eleitoralmente, e receberá uma votação "de dois dígitos, acima de 10%". Alckmin estimou que candidatos como o senador Cristovam Buarque (PDT) e de partidos menos expressivos, como o deputado Enéas Carneiro (Prona), e o presidente nacional do PSDC, José Maria Eymael, conquistarão outros "6% a 7% de votos, talvez mais". A ele e ao pré-candidato a vice-presidente na chapa do PSDB, José Jorge (PFL), caberá, por fim, "a tarefa de tomar do

Lula os votos para depois derrotá-lo no segundo turno". Alckmin acrescentou um comentário bem-humorado: "Eu tenho os instrumentos para crescer muito, dou trabalho, sou um candidato abusado e com fama de vencedor. Disputei oito eleições, perdi só uma, e agora vou ganhar a nona." Quadro real – Em conversa com jornalistas Alckmin e José Jorge, voltaram a falar sobre as pesquisas e afirmaram que trabalham com uma análise realista do atual cenário eleitoral. "A partir de agosto, o eleitorado vai, como sempre, se dividir entre nós e eles", disse Jorge. Alckmin concluiu dizendo não ter dúvida de que a eleição será decidida em dois turnos. "Lula e o PT calçaram salto alto e não percebem que só têm 42% de apoio nas pesquisas e uma rejeição de 35%". O candidato destinado a vencer uma eleição no primeiro turno, explicou Alckmin, tem que ter "o prestígio de 58% de apoio de um José Serra, em São Paulo, ou do governador Aécio Neves, em Minas Gerais, que tem 72% nas pesquisas". (Agências)

ALCKMIN SENTE A FORMAÇÃO DE UMA IRA SANTA lhores palanques regionais, e este é um fator decisivo numa eleição casada, em que, além do presidente, o eleitor elege o deputado estadual, o federal, o senador e o governador." Surpresa – O tucano confessou que, quando renunciou ao governo de São Paulo, esperava cair do índice de 20%, que então tinha nas pesquisas, "para uns 14%". Segundo Alckmin, esse era um cenário realista para quem, de repente, sai da cena em que era protagonista para uma situação em que a lei o proíbe até mesmo de dizer que é candidato. "Fiquei surpreso, pois já tenho 22%", disse, comentan-

Eymar Mascaro

O vice ideal

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escolha de seu candidato a vice é o problema mais imediato que Lula enfrenta. No momento, ele tem três opções: ter um vice do PMDB (solução que mais agrada ao PT), ter como companheiro de chapa Ciro Gomes (PSB) ou repetir a dose com José Alencar (PRB). No encontro com Orestes Quércia, Lula apenas repetiu o convite anterior feito ao PMDB. Se dependesse da vontade do presidente, seu vice seria o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim. Mas, o PMDB está dividido. Uma parcela prefere apoiar Alckmin, caso do diretório estadual de Pernambuco, e outra ala luta pela neutralidade nas eleições. Setores do PT reagem à Ciro Gomes, por entender que o ex-ministro, como vice, se tornaria um forte candidato a presidente em 2010. Ciro é um presidenciável em potencial em qualquer época, admitem os petistas.

RACHA

INTROMISSÃO

O PMDB está rachado. É mais fácil o partido fazer alianças diferentes nos estados do que fechar um acordo com Lula ou com Alckmin. Ambos os partidos, PT e PSDB, contudo, continuam correndo atrás do apoio peemedebista, que dispõe de boa estrutura nos estados.

O PT começou a agir para evitar que o candidato a governador no Rio pelo PMDB, Sérgio Cabral (favorito nas pesquisas), acabe por apoiar Alckmin. A desconfiança tem lógica, porque Cabral é aliado de Anthony Garotinho, que já deu mostras de que pode apoiar o candidato tucano.

TV

GASTOS

Além de contar com a estrutura ideal nos estados, o PMDB dispõe de invejável tempo de campanha gratuita na televisão. Por isso, virou alvo dos dois partidos. Além de Nelson Jobim, o PT sugeriu outros nomes ao PMDB para a vice de Lula, como os de Itamar Franco e de Michel Temer.

PFL e PSDB insistem em saber o volume de gastos publicitários de Lula em 2006. Os dois partidos querem conhecer os números para apurar se houve aumento de verbas por ser um ano eleitoral. PFL e PSDB já acionaram a justiça eleitoral.

ACERTO

Os presidentes do PFL e PSDB, Jorge Bornhausen e Tasso Jereissati querem impedir que as principais estatais, como Banco do Brasil, Petrobras e Caixa Econômica Federal aumentem as verbas publicitárias até as eleições. Os dois dirigentes reclamaram diretamente com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio de Mello.

No momento em que o PT reafirma o convite, o PMDB de Pernambuco saiu da toca e decidiu apoiar Geraldo Alckmin. O ex-governador peemedebista Jarbas Vasconcelos nunca escondeu sua preferência pela candidatura Alckmin. Jarbas sempre foi um neo-tucano enrustido, cutucam os petistas.

PROMESSA Teria sido sugerido ao PMDB uma manobra envolvendo José Alencar. Lula teria Alencar como vice pela segunda vez, mas o empresário mineiro deixaria o PRB em 2007 e ingressaria no PMDB. Tudo indica que o PRB desaparecerá depois das eleições porque não conseguirá 5% dos votos nos estados para cumprir a cláusula de barreira.

NEUTRALIDADE Além dos grupos que querem apoiar Lula e Alckmin, o PMDB convive com outra ala: a que prega a neutralidade. Entende esse grupo que o partido deve ter a liberdade de estabelecer coligações com diferentes partidos nos estados. Vê-se que o PMDB está dividido em três grupos atuantes.

RESISTÊNCIA A pré-candidatura de Pedro Simon ajuda a embaralhar as cartas eleitorais no PMDB. Simon mantém sua candidatura mesmo sabendo que difìcilmente o partido realizará sua convenção. Os governistas conseguiram transferir a convenção de 11 para 29 de junho.

RECURSO Pedro Simon foi à justiça reivindicando a manutenção da data de 11 de junho para a realização da convenção. Mas, na reunião da Comissão Executiva, os governistas transferiram a data. Detalhe: o prazo para que os partidos realizem suas convenções vai de 10 a 30 de junho.

CITAÇÕES

PARTICIPAÇÃO Está de pé o convite que o PSDB fez para que Orestes Quércia seja o candidato ao Senado com o apoio de tucanos, pefelistas e peemedebistas. Assim, o PMDB não lançaria candidato a governador, facilitando a campanha de José Serra, que tem chance segundo as pesquisas - de se eleger ainda no 1º turno.

COBRANÇA O PT confirma que vai explorar na campanha de Aloizio Mercadante o que chama de fraqueza da política de segurança do Governo estadual. O PT colocará na alça de mira os recentes ataques do PCC, além de acusar Serra de ter se ausentado de São Paulo no auge da crise.

DIFERENÇA José Serra dá continuidade à sua campanha em junho com o mesmo favoritismo registrado nas pesquisas em maio. Se a eleição fosse hoje, Serra se elegeria no 1º turno com mais de 50% dos votos. Mesmo com tal favoritismo, o tucano combate o clima do "já ganhou" que domina o PSDB.


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Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3, e 4 de junho de 2006

Temos uma certa solidez, não tanta quanto precisamos. Mas contamos com reservas. Luiz Inácio Lula da Silva

GOVERNO QUER MANTER META DE SUPERÁVIT

PAULO BERNARDO DEFENDE MANUTENÇÃO DA COBRANÇA DEPOIS DE 2008, QUANDO DEVERIA ACABAR

MINISTRO QUER CPMF PERMANENTE José Cordeiro/AE

O

ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, defendeu ontem a transformação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) em contribuição permanente a partir de 2008, quando está prevista a sua extinção. O fim da transitoriedade da CPMF atenderia ao objetivo do governo de manter seu nível de receitas e, ao mesmo tempo, continuar com um instrumento de fiscalização da movimentação financeira dos contribuintes. A proposta, porém, deveria ser acompanhada da explicitação de que, "ao longo de 8 a 10 anos", segundo o ministro, a alíquota (hoje de 0,38%) seria reduzida gradativamente, até que a CPMF se transformasse em apenas um instrumento de controle fiscal. Bernardo disse que também o mecanismo de Desvinculação de Receitas da União (DRU) deveria se tornar permanente. A DRU permite ao governo utilizar livremente 20% das receitas orçamentárias. A desvinculação, além de garantir liberdade na destinação dessa parcela de recursos, assegura o cumprimento da meta de superávit primário, a economia que o governo faz para pagar os juros da dívida. "Nas condições atuais, o governo não pode abrir mão desses mecanismos", afirmou Bernardo, após o encerramento do evento Destaques Empresas 2005, da Agência Estado. Reformas — A proposta de tornar permanentes a CPMF e a DRU não será encaminhada

neste ano, por causa das eleições. Na avaliação do ministro, o tema, necessariamente, estará incluído na agenda de reformas no início do próximo governo. O fundamental, segundo ele, é dar continuidade à agenda legislativa — inclusive rediscutir as reformas tributária e da Previdência Social – porque, no último ano, o debate das reformas ficou paralisado pela crise política. Crescimento de 4% — Para o ministro, a agenda é necessária para o País vencer o desafio de crescer na casa dos 4% por 10 anos. Ele defendeu a manutenção de meta de superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos para reduzir a dívida pública em relação ao tamanho da economia. "Isso permitirá redução dos juros, o que garante a liberação de recursos para novos investimentos." Bernardo elogiou a atuação do Banco Central (BC), que, na última quarta-feira, reduziu a taxa básica para 15,25%. "O Banco Central tem de ser parabenizado", disse. "Em pouco tempo, teremos a menor taxa de juros desde 1975." Ele destacou, ainda, que neste ano o Brasil deve ter combinação rara de crescimento econômico superior à inflação. "Essa situação mostra que o BC conduziu com maestria a política monetária", afirmou, ao se referir ao crescimento da economia de 1,4% no primeiro trimestre deste ano em relação aos últimos três meses de 2005. No fim deste ano, a economia terá crescido, na avaliação de Bernardo, até 4,5%. (AE)

Visões do movimento

O O ministro Paulo Bernardo propõe a redução gradativa da CPMF

Economia caminha bem, diz Lula

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a comemorar ontem o crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nos três primeiros meses deste ano na comparação com o trimestre anterior. Em entrevista em um hotel da capital amazonense, Lula voltou a avaliar como positivo o desempenho da economia brasileira diante dos abalos do mercado externo nas últimas semanas. "O Brasil está numa fase boa, consolidando a economia", disse. "Temos uma certa solidez, não tanta quanto precisamos. Mas contamos com reservas e o PIB, o emprego e o salário estão crescendo", completou. Durante a entrevista, o presidente cobrou dos partidos políticos compromisso com a

retomada do crescimento, sem dar detalhes. "O que precisamos no Brasil é mostrar ao mundo que nós somos sérios e temos objetivos estratégicos para o País", afirmou Lula. "Eu faço a minha parte, espero que cada partido faça a sua parte, e que a gente possa se apresentar ao mundo com essa solidez na economia." Reclamações – O presidente da República se queixou das críticas que vem recebendo dos adversários envolvendo as suas visitas aos canteiros de obras pelo País. Sem mencionar a crise recente com a vizinha Bolívia, que nacionalizou as reservas de petróleo e gás e ameaça expropriar investimentos da Petrobras, Lula ressaltou a importância de projetos como o gasoduto ManausCoari, que vai abastecer terme-

létricas e postos de combustíveis no Amazonas. "Esse gasoduto era prometido há mais de 20 anos pelos governos", disse. "As pessoas não fazem essas obras porque são longe do eixo Rio-São Paulo, não são fáceis", afirmou o presidente. Ações governamentais – Lula também defendeu ações do governo federal em áreas menos desenvolvidas do País, como a região amazônica e o semi-árido nordestino. Ele ressaltou o preço elevado de empreendimentos como o gasoduto do Amazonas. As obras, segundo o presidente, ficam mais caras por causa das exigências ambientais. "Queremos que o Brasil seja mais equânime", disse. "Essas obras são caras? São. Mas precisamos desses investimentos profundos", concluiu. (AE)

ministro Paulo Bernardo, do Planej amento, comentou ontem o movimento De Olho no Imposto. "Existe aí uma iniciativa muito boa, esse movimento De Olho no Imposto... é uma coisa bem-intencionada, mas que pode acabar atrapalhando o comerciante, porque vai exigir dele uma nota fiscal do tamanho de um bonde, vai aumentar o custo", disse. Depois, cometeu um ato falho: "É preciso aumentar os impostos" (risos e comentários na platéia), "desculpe, diminuir os impostos". Para Guilherme Afif Domingos, presidente-licenciado da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), principal líder do De Olho no Imposto, o ministro deve estar malinformado. "Essa proposta (de colocar o total de tributos pagos no pé da nota fiscal) foi elaborada depois de ouvidos diversos setores", disse. Para Afif, "deve ser falta de informação do ministro afirmar que esse projeto representará custos ou mais burocracia para os comerciantes". Sergio Leopoldo Rodrigues

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 1 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: Athenabanco Fomento Mercantil Ltda. - Requerida: Green Jeans Indústria e Comércio de Confecções Ltda. Rua Maria Joaquina, 239 - 2ª

Vara de Falências Requerente: Athenabanco Fomento Mercantil Ltda. - Requerida: U Nara Confecções Ltda. EPP - Rua Miller, 635 - 1ª Vara

de Falências Requerente: Prodesmaq Indústria Gráfica Ltda. - Requer ido: Etiquetab Comércio e Representações Ltda. - ME - Rua

Sheeldon, 94 - 1ª Vara de Falências Requerente: Pires do Rio - CITEP Com. e Indústria de Ferro e Aço Ltda. - Requerida: Cimplac In-

BALANÇO

dústria e Comércio Ltda. - Rua Santa Donata, 379 - 2ª Vara de Falências Requerente: Pires do Rio - CITEP Com. e Indústria de Ferro e Aço

Ltda. - Requerido: Agro Oeste Paulista Comércio Importação e Exportação Ltda. - Rua Benedito Campos de Moraes, 248 - 2ª Vara de Falências

TOMADA DE PREÇOS PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO/SP

BI COMPANHIA SECURITIZADORA DE CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS

CNPJ Nº 07.112.325/0001-05 Relatório da Administração - Exercício de 2005 Senhores cotistas, A administração da BI Cia. Securitizadora de Créditos de 20 de novembro de 1997, ou do diploma que vier a substituí-la, alterá-la Imobiliários tem a satisfação de submeter à apreciação de V.Sas. o Relatório ou complementá-la. Desempenho Econômico-Financeiro - Em junho do da Administração, Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Contábeis corrente ano a Cia. Estruturou a sua primeira operação no segmento, com a da Companhia relativas ao exercício encerrado em 31 de dezembro de 2005. emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários lastreados em contratos Desempenho Operacional - A empresa, constituída em outubro/2004, teve de locação dos espaços do Shopping Metrô Santa Cruz. O capital social seu estatuto social alterado passando a ser sociedade anônima de capital permanece inalterado em R$100.000,00. Relacionamento com os Auditores aberto sob a denominação de BI CIA. SECURITIZADORA DE CRÉDITOS Independentes - Os auditores externos da Cia. Tecnoaud Auditores IMOBILIÁRIOS, com o propósito de operar nos segmentos de (i) securitização Independentes SS, não prestaram durante o exercício de 2005, outros serviços de créditos imobiliários oriundos ou relacionados a quaisquer modalidades que não os relacionados com auditoria das demonstrações financeiras. A imobiliárias, tais como contratos de aluguéis e parcelas de contrato de compra política da Companhia na contratação de serviços junto aos auditores e venda; (ii) emissão e colocação, no mercado financeiro, de Certificados de independentes assegura que não haja conflito de interesses, perda de Recebíveis Imobiliários – CRIs, debêntures ou quaisquer outros títulos de independência ou objetividade. Agradecimentos - A administração registra crédito ou valores mobiliários lastreados em créditos imobiliários; e (iii) os seus agradecimentos aos acionistas e colaboradores, pelo valioso e realização de negócios e prestação de serviços relacionados à securitização imprescindível apoio. de créditos imobiliários em questão, observados os termos da Lei nº 9.514, A Administração Balanço Patrimonial levantado em 31 de dezembro de 2005 Em R$ Ativo Em R$ Passivo 918.926,63 Circulante 1.034.526,25 Circulante Obrigações Tributárias a pagar ............................. 256.758,13 Caixa ................................................................... 57.346,39 Imp.Contr.s/lucros ................................................. 60.763,45 Bancos c/Movimento ........................................... 502,93 Títulos a Pagar ...................................................... 601.405,05 Aplicações Financeiras ....................................... 194.748,34 Património Liquido ............................................. 115.599,62 Adiantamento a Dirigentes ................................. 780.000,00 Capital Social ........................................................ 100.000,00 Impostos a Recuperar ......................................... 1.928,59 Lucros Acumulados .............................................. 15.599,62 Total do Ativo .................................................... 1.034.526,25 Total do Passivo .................................................. 1.034.526,25 Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras encerradas em 31 de dezembro de 2005 (Em Reais) 1. Contexto Operacional: A empresa foi constituída em 01 de outubro de um voto. A declaração de voto poderá ser dada por procurador nomeado 2004 sob a forma de sociedade limitada , com prazo indeterminado de pelo sócio, por carta, fax-simile, telex ou qualquer outro meio escrito. Os duração, e tem como objetivo a participação em outras empresas, inclusive sócios decidiram transformar a empresa em sociedade anônima, sob a em instituições financeiras, como quotista ou acionista. A sociedade poderá denominação de B.I Companhia Securitizadora de Créditos Imobiliário, a qualquer tempo, abrir ou fechar filial ou outra dependência, mediante e alteração do objeto social: Aquisição e securitização de créditos imobiliários alteração contratual assinado por todos os sócios. 2. Da Administração e oriundos ou relacionados a quaisquer modalidades imobiliárias, tais como Proibição dos Sócios: A administração da sociedade será exercida por prazo aluguéis e parcelas de contrato de compra e venda de imóveis; emissão e indeterminado pelos sócios acionistas Reinaldo Zakalski da Silva e Gustavo colocação, no mercado financeiro, de Certificados de Recebíveis Imobiliários Coutinho Leite Flavio já devidamente qualificados, com os poderes e – Cris, debêntures ou quaisquer outro títulos de crédito ou valores mobiliários atribuições necessários de, isolada ou em conjunto, gerenciar a Sociedade e lastreados em créditos imobiliários. 4. Prestação de Outros Serviços e representa-la perante terceiros, em juízo ou fora dele e perante qualquer Política de Independência do Auditor: A política adotada atende aos autoridade pública e órgãos governamentais federais, estaduais ou municipais; princípios que preservam a independência do auditor, de acordo com os os poderes normais de gerência. 3. Das Decisões dos Acionistas: As critérios internacionalmente aceitos, os quais sejam, o auditor não deve auditar deliberações dos acionistas serão adotadas pela votação favorável dos o seu próprio trabalho, nem exercer funções gerenciais no seu cliente ou mesmos representando a maioria do capital social, cabendo a cada quota promover os interesses deste. Parecer dos Auditores evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis Aos Senhores Acionistas e Administrador da B.I. COMPANHIA divulgadas, e; (c) a avaliação das práticas e estimativas contábeis mais SECURITIZADORA DE CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS. 1.Examinamos o representativas adotadas pela Administração da empresa, bem como da Balanço Patrimonial, a Demonstrações de Resultados do Exercício, as apresentação das Demonstrações Contábeis tomadas em conjunto. 3. Em Mutações do Patrimônio Líquido e a Demonstração das Origens e Aplicações nossa opinião, as Demonstrações Financeiras e Contábeis referidas no de Recursos da B.I. COMPANHIA SECURITIZADORA DE CRÉDITOS primeiro parágrafo, representam adequadamente em todos os aspectos IMOBILIÁRIOS, levantados em 31 de Dezembro de 2005, elaborados sob a relevantes, a posição Financeira e Patrimonial da B.I. COMPANHIA responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de SECURITIZADORA DE CRÉDITOS IMOBILIÁRIOS, o resultado de suas expressar uma opinião sobre essas Demonstrações Financeiras e Contábeis. Operações, as Mutações de seu Patrimônio Líquido e as Origens e Aplicações 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de Auditoria de seus Recursos referentes ao exercício findo naquela data, de acordo com e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a as práticas contábeis adotadas no Brasil. São Paulo, 23 de maio de 2006. relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de TECNOAUD AUDITORES INDEPENDENTES S/S® - CRC 2SP016646/O-4 controles internos da empresa; (b) a constatação, com base em testes, das José Ribamar Tavares da Silva - CRC 1SP 127013/O-4

TOMADA DE PREÇOS

Demonstração do Resultado de janeiro a dezembro de 2005 Em R$ Venda de Serviços ............................................... 1.808.170,00 Receita Bruta de Vendas ..................................... 1.808.170,00 (-) Deduções de Vendas ...................................... 254.669,75 Receita Liquida .................................................... 1.553.500,25 Lucro Bruto ......................................................... 1.553.500,25 (-) Despesas Operacionais .................................. 1.391.113,23 (+)Receitas Financeiras ....................................... 15.149,37 (+)Outras Receitas Operacionais ........................ 18.826,68 Resultado Operacional do Período .................. 196.363,07 Resultado liq.do Período antes da CSL/IRPJ .. 196.363,07 (-) Provisão p/Contribuição Social ....................... 17.672,68 Resultado liq.do Período antes doIRPJ ........... 178.690,39 (-) Provisão p/IRPJ ............................................... 43.090,77 Resultado Liquido do Período .......................... 135.599,62 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados 31/12/2005-Em R$ Lucros Acumulados em 31/12/2004 .................... Lucro Liquido em 31/12/2005 .............................. 135.599,62 Distribuição de Lucros ......................................... (120.000,00) Lucros Acumulados em 31/12/2005 ................. 15.599,62 Demonstrativo das Origens e Aplicações de Recursos Em R$ ORIGENS DOS RECURSOS 31/12/2004 31/12/2005 Das Operaçõs Próprias Lucro Liq.do Exercício ......................................... - 135.599,62 Dos Sócios ou Acionistas Aumento de Capital ............................................. 100.000,00 Total das Origens ............................................... 100.000,00 135.599,62 APLICAÇÕES DOS RECURSOS Aumento do Ativo Permanente Aumento no Diferido ............................................ 1.815,33 Remuneração ao Capital dos socios/acionistas Lucros ou dividendos distribuídos ........................ - 120.000,00 Total das Aplicações ......................................... 1.815,33 120.000,00 Aumento ou Diminuição do CCL ...................... 98.184,67 17.414,95 Demonstração do Capital Circulante Liquido CCL em 31/12/2005 (At.circulante-Pas.circulante) .............. CCL em 31/12/2004 (At.circulante-Pas.circulante) .............. Aumento ou Diminuição do CCL ......................................

TOMADA DE PREÇOS nº 13/2006 PRORROGAÇÃO De conformidade com solicitação da Secretaria Municipal da Saúde, faço público, para conhecimento dos interessados, que fica prorrogada, na Prefeitura deste Município, a Tomada de Preços nº 13/2006, para a Execução de Exames Laboratoriais, por empreitada por preço global, pelo tipo de menor preço, regida pela Lei Federal nº 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no item 5 do Edital, ficando inalterados os demais itens não constantes deste edital de prorrogação. Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Departamento de Protocolo, sito à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade, até às 11:00 horas, do dia 21 de junho de 2006. O início da abertura dos envelopes será às 14:00 horas, do dia 21 de junho de 2006, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade. Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital de prorrogação, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, em jornal de grande circulação no Estado e no Município de São Pedro e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 01 de junho de 2006. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal.

ATA

115.599,62 98.184,67 17.414,95

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - Em R$ Histórico Cap. Subscrito Lucro Acum. Total Saldos em 31/12/2004 .. 100.000,00 100.000,00 Lucro Liq.do exercicio .... 135.599,62 135.599,62 Dividendos pagos .......... (120.000,00) (120.000,00) Saldos em 31/12/2005 .. 100.000,00 15.599,62 115.599,62 A DIRETORIA Contador : Antonio Carlos Tamoto - TC-CRC-1SP 137023/O-4

ATA

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO/SP

TOMADA DE PREÇOS nº 19/2006 De conformidade com solicitação da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana, Rural e Obras Públicas, faço público, para conhecimento dos interessados, que acha-se aberta, na Prefeitura deste Município e Particulares, a Tomada de Preços nº 19/2006, para a Execução de Obras e Serviços visando a construção de centro esportivo, por empreitada por preço global, pelo tipo de menor preço, regida pela Lei Federal nº 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no item 5 do Edital. Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Departamento de Protocolo, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade, até às 11:00 horas, do dia 23 de junho de 2006. O início da abertura dos envelopes será às 14:00 horas, do dia 23 de junho de 2006, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade. Para participar da presente licitação as empresas interessadas deverão efetuar garantia prévia de R$ 2.000,00 (dois mil reais), correspondente a 1% do valor estimado da licitação, em uma das modalidades previstas no “caput” e parágrafo 1º do artigo 56, da Lei Federal nº 8.666/93, até a data limite para entrega dos envelopes e efetuar, obrigatoriamente, a Visita Técnica, a ser realizada no dia 21 de junho de 2006, às 8:00 horas, devendo para isso agendar antecipadamente, junto ao Departamento de Compras, sita à Rua Valentim Amaral, 748 - Paço Municipal de São Pedro, sua intenção através de pedido formal, em papel timbrado, qualificando a pessoa autorizada a realizá-la, (RG, cargo). A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada no Departamento de Compras, sita à Rua Valentim Amaral nº 748, Centro Cívico desta cidade, a qual será fornecida das 09:00 às 15:00 horas, mediante a apresentação da Guia de Recolhimento, no valor de R$ 50,00 (cinqüenta reais), até o último dia anterior à Visita Técnica. Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, em jornal de grande circulação no Estado e no Município de São Pedro e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 01 de junho de 2006. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006

Indicadores Econômicos

7

10,78

por cento foi o crescimento do número de cheques sem fundo registrados pelo Banco Central em maio, na comparação com o mesmo período de 2005.

1/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 30/05/2006 30/05/2006 30/05/2006 30/05/2006 30/05/2006

P.L. do Fundo 5.285.298,49 1.273.892,12 5.585.828,16 2.535.366,10 1.008.902,51

Valor da Cota Subordinada 1.085,508965 1.024,310752 1.070,131942 1.032,522011 999,766279

% rent.-mês 3,3251 1,9669 3,4065 1,8244 2,9867

% ano 11,1096 2,4311 7,0132 3,2522 -0,0234

Valor da Cota Sênior 0 1.037,371874 1.045,836633 0 0

% rent. - mês 1,2323 1,3428 -

% ano 3,7372 4,5837 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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Empresas Tr i b u t o s Imóveis Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 2, 3 e 4 de junho de 2006

MÃO-DE-OBRA PRESSIONA CUSTO DA CONSTRUÇÃO

Varal individual, um dos modelos disponíveis no mercado, facilita o trabalho na lavanderia.

MEDIDORES DE ÁGUA SEPARADOS REDUZEM CONSUMO Especialistas calculam que, quando cada um paga seu consumo, conta cai até 30% Leonardo Rodrigues/Hype

C

ada vez mais construtoras, síndicos e condôminos paulistanos pensam na instalação de medidores individuais de consumo de água como forma de excluir esse gasto da cota condominial e, assim, tentar reduzir os gastos. Cálculos de especialistas mostram que, fora do rateio, a conta de água pode cair até 30%, com cada unidade pagando apenas por seu próprio consumo. "Não é justo que uma pessoa que more sozinha pague a mesma conta de água de uma família com cinco pessoas. E é isso o que acontece nos condomínios em que a despesa é rateada", diz o síndico Alexandre de Castro César, de um condomínio na zona oeste. Segundo as administradoras, a conta de água é a segunda maior despesa, perdendo só para a folha de pagamento. O edifício de César, que tem 58 unidades de quatro dormitórios, hoje tem medidores separados. "Antes, a despesa com a água representava um quarto do valor do condomínio", afirma. "Quando perceberam isso, os moradores se uniram para diminuir esse percentual." O processo de instalação dos aparelhos durou três meses e custou R$ 1 mil para cada condômino. "A conta individualizada estimulou o uso racional e a diminuição do desperdício, o que resultou em conta menor", avalia o síndico, que destaca ainda outra vantagem do medidor individual de água: a possibilidade de detecção de vazamentos nos casos em que o consumo aumenta muito sem explicação.

Aparelho mede consumo Fotos: Newton Santos/Hype

Hidrômetro da CAS Tecnologia

Novidade — A instalação do hidrômetro, o medidor individual, é novidade em apartamentos. O sistema geralmente funciona por telemetria, o que permite que os condôminos acompanhem seu consumo por meio da administradora, até pela internet. "O ideal é que o consumo em um prédio residencial não ultrapasse 180 litros por pessoa por dia. Mas infelizmente esses números estão distantes da realidade", diz Marco Aurélio Teixeira, gerente de Marketing da CAS Tecnologia, empresa que trabalha com o sistema. Existe um projeto de lei municipal, à espera da sanção do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que determina a obri-

gatoriedade de instalação, nos edifícios novos, dos submedidores individuais. O custo da instalação dos hidrômetros e o sistema de medição ficariam por conta do condomínio. "Há três ou quatro anos as construtoras da cidade já projetam edifícios com os equipamentos ou, pelo menos, deixam o encanamento semipronto", afirma o engenheiro civil da Via Empreendimentos Alex Gonçalves. Ele trabalha no projeto de ampliação do condomínio Millennium, no bairro de Pirituba, onde a maioria dos 762 apartamentos tem medidores individuais. "Nas unidades que ainda não têm o aparelho, mas uma estrutura preparada para a medição, o proprietário gastaria R$ 110", estima Gonçalves. Um investimento que, segundo os especialistas, retornaria ao bolso do condômino em poucos meses. Antigos — Até os prédios mais antigos podem aproveitar a tecnologia, embora o custo seja mais alto. "Nas construções mais antigas, a instalação de um sistema de medição separada exige mudanças na estrutura hidráulica. Como a situação de cada prédio é diferente, é difícil estimar um orçamento a distância", explica, acrescentando que um engenheiro deve estudar a construção e desenvolver o projeto mais adequado. "É um engenheiro quem deve avaliar as condições do prédio." De acordo com Gonçalves, a situação é mais complicada nos casos em que o prédio tem várias colunas com os canos de distribuição de água. Sonaira San Pedro

Caixa promove feirão em Santos

D

e hoje até domingo, a Caixa Econômica Federal promove, em Santos, o 2° Feirão da Casa Própria. Serão ofertados 15 mil imóveis com os mais variados preços e estilos, localizados em toda a Baixada Santista. Quem se interessar pelas ofertas pode conhecer

todas as linhas de crédito da instituição: uma equipe de funcionários simulará os cálculos do empréstimo. É possível fechar negócio no evento, pois estarão presentes construtoras, imobiliárias e técnicos da Caixa responsáveis por liberar os financiamentos.

A expectativa é de que o Feirão receba 30 mil visitantes e que 3 mil negócios sejam concretizados, em um valor total de R$ 150 milhões. O evento será realizado no Mendes Convention Center, que fica na Avenida Francisco Glicério, 200, em Santos, das 15h às 23h. (DC)

Custo da construção sobe 2,77%

O

Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil paulista registrou elevação de 2,77% em maio na comparação com o mês de abril, de acordo com dados divulgados ontem pelo

Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). O CUB reflete a variação dos custos do setor (incluindo os gastos com material de construção e o valor da mão-de-

obra) e é utilizado como referência nos reajustes dos contratos da construção civil. Em maio, os custos das construtoras com mão-de-obra registraram aumento 4,74%, resultante do acordo trabalhista da categoria no município de São Paulo. Os preços dos materiais de construção subiram, em média, 0,36%. Com esse resultado, o CUB acumulado no ano ficou em 3,13% e a variação do indicador em 12 meses, em 3,75% no período encerrado em maio. No mês passado, o CUB padrão da construção civil era de R$ 955,57 por metro quadrado. Dos 70 insumos da construção cujos preços são pesquisados mensalmente pelo SindusCon-SP, 32 apresentaram em maio variação superior à do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), que foi de 0,38% no mês passado. Entre os produtos que mais subiram estão a caixa de passagem com tampa PVC (9,71%), tubo de ferro fundido (7,03 %), placa de gesso para forro (5,53%) e cimento CPE-32 (5,06%). (AE)

Marco Aurélio Teixeira, da CAS Tecnologia: consumo residencial ideal por dia é de 180 litros por pessoa. Paulo Pampolin/Digna Imagem-14/10/03

Leonardo Rodrigues/Hype

À esq. um dos prédios do condomínio Millennium. O engenheiro Gonçalves (acima) mostra medição de consumo.

Varais para todos os gostos

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casa, no bairro do Ibirapuera, era recémconstruída. Na área de serviço da pediatra Rosinei Garcia, um varal improvisado tinha cerca de cinco quilos de roupas. Uma tempestade "fora de hora" fez toda armação ir abaixo. Moral da história: o varal é sempre esquecido numa obra, mas é uma dos primeiros itens a ser lembrados quando a casa passa a abrigar pessoas. Depois do imprevisto, Rosinei comprou um varal individual, daqueles que descem haste por haste, e não teve mais problemas nesse departamento. Segundo o diretor de negócios da W.W. SóVarais, Williams Sérgio Duarte, Rosinei representa aproximadamente 40% da população que, sem perceber, movimenta um mercado que cresce continuamente a cada ano. "Oferecemos ao consumidor cerca de 40 modelos de varais", diz Duarte. Produzidos em alumínio, os mais procurados e com preços mais acessíveis são os tradicionais, com manivela. "Caso a mão escape, nesse sistema há travamento automático impedindo que o consumidor seja atingido pelo equipamento", explica Duarte. Isso fez com que aquele varal que tem apenas cordas nas quatro pontas seja menos requisitado. Por outro lado, o modelo individual é o campeão de vendas da SóVarais. Produzido em alumínio polido, a distância entre as varetas é de 7 centímetros. Seu manuseio é muito fácil e o produto quase não exige manutenção, pois como o cliente levanta uma vareta por vez, não força seu mecanismo. "Ele é muito recomendado para pessoas idosas ou que não

podem ou não gostam de fazer esforço físico", diz Duarte. Pequenos — Ideal para pequenos ambientes, o varal de teto W age como dois em um. São 12 varetas, ou seja, quase o dobro de hastes do tradicional (que tem seis varetas). Mas elas cabem no mesmo lugar, pois o tamanho é igual. "A diferença se dá na distância das varetas. No modelo em W, a distância é de 6 centímetros e no tradicional, de 8 centímetros." Fabricado em alumínio polido, esse varal tem roldanas auto-deslizantes e cordas de polipropileno de alta resistência. A estrutura permite levantar e abaixar o varal com mais faciMilton Mansilha/LUZ

Tipo de varal de parede

lidade, pois ele fica mais leve. Há quase cinco anos no mercado, de acordo com Duarte, a empresa é a única a receber o Prêmio Top of Quality em 2003 e em 2004 como destaque na indústria e comércio, com reconhecimento internacional. "O respeito ao consumidor faz com que a empresa invista incessantemente na tecnologia e na qualidade dos nossos produtos", diz o diretor. Com uma carteira de 10 mil clientes fiéis aos seus produtos, a SóVarais, oferece três meses de garantia em todas as mercadorias com que trabalha, além de instalação gratuita e atendimento de pós-venda por tempo indeterminado para avaliação e manutenção dos

varais. "Esses são alguns aspectos que nos diferenciam da concorrência", diz Duarte. Com negociações em andamento para começar a exportar varais até meados deste ano para países como Bolívia e Chile, 99% das vendas são feitas p e l a i n t e r n e t ( w w w. s o v arais.com.br). "Na verdade, esse endereço virtual é nosso verdadeiro show room." Modernidade — Atento ao público moderno cada vez mais adepto dos sistemas de automação, a maior novidade nesse setor é o varal eletrônico. Segundo a gerente da Estação dos Varais, Tatiana Souza Reis, apesar de o preço ser até sete vezes maior que o tradicional (o valor é a partir de R$ 720), o produto oferece múltiplas vantagens, como a escolha por um modelo com controle remoto ou com um painel fixado na parede. "Diferente dos outros varais, que suportam até seis quilos de roupas, o eletrônico tem capacidade para 14 quilos", informa. Além disso, seu consumo de energia é de 60 watts e utiliza motor Bosch. Com cerca de 20 modelos de varais à venda em sua loja no bairro da Vila Mariana, em São Paulo, há também os mais inusitados, como o giratório que, aberto, parece um guardachuva e, fechado, se torna apenas uma haste; e tantos outros modelos para serem usados no chão das residências. Além disso, há uma variedade de varais auxiliares, que visam otimizar ainda mais o espaço das lavanderias. "O que o cliente precisar em termos de varais, aqui ele vai achar. Há produtos para todos os gostos e bolsos", finaliza Tatiana. Ana Laura Diniz

Varal eletrônico, comercializado pela Estação dos Varais, é acionado por controle remoto. Tecnologia desse tipo, porém, não acabou com os tradicionais.


Pablo de Sousa

Nº 123 São Paulo, 5 de junho de 2006

DCARR

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Há uma série de lançamentos para quem quer personalizar o carro. De DVDs a rodas, são muitas as novidades que estão surgindo no mercado. Veja outros itens nas páginas 8, 9 e 10.

ESPECIAL

TUNING AGITA MERCADO DE ACESSÓRIOS


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006

COMBINANDO PAIXÃO COM SEGURANÇA m época de Copa do Mundo, nada melhor do que se falar em paixão. No chamado País do Futebol, os bancos fecham no horário dos jogos, o comércio pára. Ninguém, nem mesmo aquele que não dá bola para o esporte no dia-a-dia, quer saber de compromisso na hora em que a nossa Seleção entra em campo. É a paixão justificando uma mudança na rotina de um país. E também é a paixão que faz muito brasileiro desembolsar mais dinheiro com acessório do que gasta na compra do próprio carro. O crescimento do tuning, tema desta nossa edição especial, é uma prova do quanto o brasileiro é apaixonado por automóvel. São R$ 3,5 bilhões a serem movimentados no Brasil este ano por conta da venda de acessórios, que vão desde um simples tapete de borracha até um caríssimo sistema de vídeo e som. Desde o início desta década o segmento vem registrando crescimento anual de 15% e há consenso no setor automotivo que o tuning vai continuar em expansão no País. As próprias montadoras se renderam a essa tendência e, hoje, faturam cada vez mais com a venda de acessórios.

Lançam não apenas kits para personalização dos seus produtos, como também séries especiais que trazem uma grande variedade de itens que tornam o automóvel totalmente diferente da sua versão original. O brasileiro adora ter um carro com sua "cara" e muitas vezes não poupa esforços e nem verba para conseguir isso. Não é incomum encontrar uma pessoa que gasta praticamente o mesmo valor do carro na compra e instalação dos equipamentos de som. Mas tem algo que o tuneiro jamais deve perder de vista. É a questão da segurança. As modificações são bem-vindas desde que não se altere a "estrutura" do veículo. Há muitos recursos que podem tornar o carro "exclusivo" sem comprometer o seu desempenho. É importante levar em conta a garantia de fábrica, que pode ser perdida em função das modificações realizadas, e também a questão da revenda. Dificilmente o consumidor recupera integralmente tudo que gastou em tunagem na hora de passar o carro para a frente.

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122

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ÍNDICE O MUNDO DO TUNING - 3 O mercado de acessórios deve faturar R$ 3,5 bilhões este ano.

NOVIDADES - 8, 9 e 10 Veja os principais lançamentos para o segmento de tuning.

MERCADO - 12 Setor automotivo registra recorde de vendas em maio.

IMPORTADO - 13 O Accord é o carro importado mais vendido no Brasil.

CURIOSIDADE - 14 e 15 Os carros tunados do filme Velozes e Furiosos III - Desafio em Tóquio.

AGENDA 6 de junho

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulga os números do setor relativos ao acumulado dos primeiros cinco meses do ano.

7 de junho

A AEA promove o Jantar do Meio Ambiente, no Espaço Rosa Rosarum, na rua Francisco Leitão, 416 (SP). O evento comemora os 20 anos do Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos).

Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Alzira Rodrigues

Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

segunda-feira, 5 de junho de 2006

LENTE DE

AUMENTO LULA ESTÁ REELEITO?

Impedir uma vitória de Lula no primeiro turno é a única estratégia para Alckmin

Esta estabilidade das intenções de voto é indício seguro de que Lula será reeleito? Só peru morre de véspera, reza o ditado popular. Assim, como não se pode negar o favoritismo de Lula, é precipitado considerá-lo imbatível. Pode-se interpretar o quadro delineado pelas pesquisas de outra forma, como retrato de uma disputa que tem apenas um candidato fazendo campanha. A esperteza de negar a intenção de concorrer à reeleição deixa o presidente Lula livre para participar de inaugurações e eventos Brasil afora, patrocinados com dinheiro público, aumentando a visibilidade que seu cargo já confere. Uma avaliação isenta do potencial da candidatura Alckmin só será possível após sua exposição no rádio e televisão, durante um bom período de tempo.

S

região e desses apenas 11% afirmam estar beminformados a seu respeito. Por certo, o tamanho e a capilaridade da máquina partidária do PFL nordestino ajudarão Alckmin a reduzir a distância. Basta avançar 10 pontos percentuais sobre Lula no Nordeste para assegurar-se de quase três pontos a mais dos votos em todo o País (27% do eleitorado está no Nordeste) e para reduzir em 6 pontos percentuais a distância que o separa de Lula, no primeiro turno. Impedir uma vitória de Lula no primeiro turno é a única estratégia de que dispõe Alckmin. Se, até o final de julho, o quadro atual se mantiver inalterado, Lula estará, efetivamente, a um passo da reeleição.

Céllus

S

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Isso ocorrerá nesse mês, quando o PSDB e o PFL terão 92 minutos de propaganda partidária gratuita (65 minutos para os tucanos e 32 para os pefelistas), divididos em blocos nacionais, regionais e inserções. Alckmin não ocupará toda a programação, até porque não pode aparecer no horário do PFL, mas dela se beneficiará, pois o partido aliado pretende centrar fogo no governo Lula e no PT e louvar o candidato da oposição. O desconhecimento de Alckmin pelos eleitores torna difícil a avaliação de suas chances eleitorais. O Nordeste é o calcanhar de Aquiles de Alckmin. Somente 59% o conhecem na

O dilema do bombeiro ROBERTO FENDT

N Luludi/Ag. Luz

eria sandice negar o favoritismo do presidente Lula, confirmado pela última rodada de pesquisas. Desde abril, Lula subiu um pouco e Alckmin caiu um pouco, oscilações que ficaram dentro da margem de erro. Mas, em conjunto, elas acentuaram a vantagem de Lula. Se o primeiro turno fosse hoje, ele teria quase 10 pontos a mais do que a soma das intenções de voto de todos os outros candidatos, no cenário em que o PMDB não apresenta candidato à Presidência da República, que, hoje, é o mais provável. No segundo turno, a diferença entre Lula e Alckmin subiu de 13 para 17 pontos (Sensus) ou de 15 para 17 (Datafolha).

em bem baixou a poeira para permitir a discussão das mudanças no câmbio, e o Banco Central voltou a intervir no mercado vendendo dólares através de operações de swap cambial. Um desavisado poderia concluir que estamos diante de um caso grave de ciclotimia: justamente quando havia nos convencido de que precisávamos sair da armadilha da valorização do real, o BC intervém para impedir essa mesma desvalorização. No entanto, aparências à parte, o BC agiu certo. Talvez a metáfora dos bombeiros seja a mais apropriada para entendermos porque isso é verdade. Na época dos governos militares havia uma distinção entre ministros “gastadores” e ministros “controladores”. Os primeiros tratavam de gastar, os segundos de, na medida do possível, impedir a gastança. Hoje, a situação é diferente. O presidente é o gastador-mor. Prometeu dobrar o salário mínimo até o final do mandato e mandou às favas as contas da Previdência. Quer os votos dos funcionários públicos e acena com um novo plano de cargos e salários (mais altos, evidentemente) no último semestre gastador do governo. Quer gastar mais com programas sociais, mas não reduz na mesma proporção das demais despesas. Para fazer frente a essa situação e evitar o total descontrole, aplica com mais rigor os instrumentos que recebeu do governo anterior – que curiosamente chama de “herança maldita”, mas que aperfeiçoou durante o seu próprio mandato. Esses instrumentos dividem a tarefa em duas partes. Ao Ministério da Fazenda, primeiro bombeiro, cabe unicamente reduzir ao mínimo possível o déficit nominal. Para isso, o seu único instrumento é a arrecadação tributária. A cada novo tributo criado, se tem duas sensações: primeiro, que a sociedade não suportará mais; segundo, que será possível eliminar o déficit nominal. Doce ilusão! Quanto mais a Fazenda arrecada, mais a Presidência gasta, numa empreitada fadada desde o início ao insucesso. Ao Banco Central, segundo bombeiro, cabe somente controlar a inflação. Seu único instru-

A reforma que divide e enfraquece

em desafiante até julho, Lula estará reeleito

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

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m meio a tudo isso, cabe a pergunta: se o único objetivo do Banco Central é controlar a inflação, porque interferiu no câmbio, ofertando dólares ao mercado? Todo banqueiro central (competente) sabe que não pode controlar simultaneamente a inflação e o câmbio. Ou controla um, ou controla o outro. Se o BC der mostras de que pretende controlar os dois estará criando o paraíso para os especuladores. Como esses sabem que a disponibilidade do BC de ofertar dólares ao mercado é finita, é ganho certo juntar todo mundo e operar contra o BC. Mais cedo ou mais tarde, o Banco Central, exausto, joga a toalha. Portanto, as recentes intervenções do BC para frear a alta do câmbio não podem ter por objetivo afetar o seu valor de equilíbrio, mas tão somente reduzir a volatilidade da taxa cambial. A pergunta evidente que se impõe é: por que o BC deve se preocupar com a volatilidade do câmbio? Se não se preocupa com a volatilidade dos preços das ações ou das hortaliças, talvez fosse melhor, em nome da transparência e da eficácia, avisar que tão somente está aparando a volatilidade e que o câmbio continua flutuante.

O u o BC controla a inflação, ou controla o câmbio. Senão, jogará a toalha

TRECHOS DO ARTIGO DE OPINIÃO DA MCM CONSULTORES WWW.MCM-MCM.COM.BR

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

mento é a taxa de juros. Quando as pressões inflacionárias começam a voltar, o BC aumenta os juros. Depois, lentamente, vai baixando, torcendo para que não haja marolas vindas de fora. Quanto mais o crescimento dos gastos excede o crescimento da arrecadação tributária, maior a taxa de juros necessária para manter a inflação sob controle. Como a inflação é sempre um fenômeno monetário, na raiz do problema está o excesso de gastos financiado com a emissão de dívida pública. Quando os economistas (competentes) se queixam dos juros, na verdade estão se queixando do descontrole dos gastos. Portanto, estamos diante do caso de um incendiário, o Executivo, e de dois bombeiros (a Fazenda e o BC). Até agora, o incêndio está ganhando. Talvez ganhe ainda mais, já que o incendiário está em fim de festa, preparando a festa seguinte.

LOURENÇO PRADO

A

reforma sindical do governo Lula, consubstanciada na PEC 369, desrespeita as decisões dos Fóruns Estaduais do Trabalho realizados em 2003/4, que por maioria superior a 90% rejeitaram a pluralidade sindical e a extinção da contribuição financeira obrigatória. Mas, assim mesmo o atual governo, obstinada e autoritariamente, quer alterar a redação do artigo 8° da Constituição, implodindo-o para extingüir a unicidade sindical, a contribuição financeira e os sindicatos por categorias econômica e profissional, com o conseqüente enfraquecimento da representação dos trabalhadores. No entanto, graças à sabedoria e lucidez de deputados federais esta infeliz PEC 369 continua paralisada na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania. O governo deveria, num gesto de grandeza retirar a PEC para rediscussão com o movimento sindical e a sociedade como um todo. Mas, pelo contrário, está ativíssimo na Comissão do Trabalho da Câmara, ao se esforçar pela aprovação do Substitutivo Zimmermann aos Projetos de Lei 1528, 4554 e outros onze, onde o relator adotou ponto de vista que divide e enfraquece o movimento sindical e a luta da classe trabalhadora, objetivando a retirada de direitos dos trabalhadores através de uma reforma trabalhista. Para resolver a questão, de forma justa e objetiva, foram designados relatores os deputados

Marcelo Barbieri (PMDB-SP) e Tarcisio Zimmermann (PT-RS), os quais apresentarão parecer conjunto e consensual, que se espera seja equilibrado. Porém, o movimento sindical tem o dever de continuar atento.

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ovamente se engana quem imagina que o governo bateu em retirada. Não. Continua ativo, agora com a mão grande do Ministério do Trabalho, o qual, num ato criminoso e impatriótico, rasgou a Constituição, especialmente o seu artigo 8°, inciso lI, que veda a criação de mais de uma organização sindical, concedendo o registro sindical a uma entidade paralela, ilegal e inconstitucional denominada Contraf - Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro, ignorando os sólidos, pertinentes e tempestivos argumentos lançados pela Contec -Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito. O Ministério do Trabalho do governo Lula, num ato de desespero, preferiu ficar ao lado dos conceitos e concepções equivocadas da CUT e introduzir na estrutura sindical vigente uma entidade paralela. Mas, ainda temos tribunais independentes, autônomos, que aplicam a lei de forma justa e adequada. E, é para a Justiça que iremos de novo. LOURENÇO PRADO É PRESIDENTE DA CONTEC LOURENCOPRADO@CONTEC.ORG.BR

A reforma trabalhista do governo Lula quer implodir a unicidade sindical

CAMPANHA PRESIDENCIAL disparo para a corrida presidencial já foi dado e está repercutindo em todas as regiões, pois os candidatos já lançados estão em trabalho, como convém a quem se lança em campanha desse vulto, cada qual certo que irá ganhar. Mas, a esse respeito, ou muito me engane ou o candidato Luiz Inácio Lula da Silva tem mais probalidade de se reeleger do que seus concorrentes. Releva notar a seu respeito que a legislação lhe é favorável e dessa característica sabe o candidato muito bem se aproveitar. É imenso o poder de um chefe de Estado em campanha, com o direito de explorar sua posição de presidente contra adversários que estão, a rigor, na planície.

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A campanha do presidente em exercício também corre risco. Para observadores bem capacitados sua vitória não é segura. egundo me disse o ex-secretário da Educação, Gabriel Chalita, o candidato Geraldo Alckmin vai fazer uma campanha acirrada quando tiver acesso aos meios de comunicação, que impressionará o eleitorado do Brasil profundo. É uma opinião valiosa, de quem está ao lado de um candidato com probabilidade de se eleger por ter feito um bom governo no Estado de São Paulo. Mas o candidato Luiz Inácio Lula da Silva se apóia em vários fatores a partir de sua posição de candidato no exercício da Presidência, dos quais o financeiro vai com vantagem à frente. Todas as eleições – é bom que se acentue – encerram possibilidade de surpresas. Dizia Jânio Quadros, mestre em eleições, que só se sabe do resultado de uma eleição quando o juiz aprova a ata da apuração, levanta-se da mesa e com voz enérgica proclama os eleitos. E dizia o famoso político paulista: "Só então o resultado é conhecido". Isto quer dizer que a campanha do presidente em exercício também corre risco, não estando segura para os observadores bem capacitados a sua vitória. Com isto encerro esta observação preliminar da campanha em curso e das táticas postas em evidência e já assumidas para a conquista ou para a reconquista do Poder.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006

DCARRO

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O MUNDO DO TUNING Pablo de Sousa

FATURAMENTO ANUAL É DE R$ 3,5 BILHÕES Mercado de acessórios vem crescendo a uma taxa de 15% ao ano ALZIRA RODRIGUES

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ara atender um público que não pára de crescer, cada vez mais empresas estão se envolvendo com o tuning. Fabricantes de som, acessórios e de peças em geral vêm intensificando seus lançamentos para dar mais opção aos brasileiros que gostam de personalizar seus veículos. As próprias montadoras estão investindo cada vez mais em kits para que o cliente possa deixar seu carro "diferente" e, mais recentemente, a mania De modificações na estética do carro à colocação de motores superpotentes em veículos antigos, vale um pouco de tudo no mundo do tuning. Só não se pode esquecer da segurança.

do tuning chegou ao segmento de motos (veja detalhes na página 16). O DCarro preparou esta edição para mostrar tudo que há de novo no mercado de acessórios automotivos, que fatura uma cifra anual próxima a R$ 3,5 bilhões e vem crescendo a uma taxa de 15% ao ano. Eventos dirigidos - Só no mês passado houve dois grandes eventos em São Paulo dirigidos ao público tuneiro: o AutoSports Motor Show, que aconteceu entre os dias 9 e 13 no Pavilhão de Exposições do

O Salão de Tuning contou com 125 expositores, entre os quais a Goodyear, que mostrou um carro da Nascar, pertencente à equipe DM Racing

Anhembi, e o II Salão de Tuning, na Bienal do Ibirapuera, que reuniu, entre os dias 17 e 21, mais de 48 mil visitantes. Apesar de estar apenas em sua segunda edição, o Salão de Tuning já é considerado o maior do gênero na América Latina. Organizado por Emerson Fittipaldi e pela Megacycle, o evento deste ano teve uma expansão de 25% no número de expositores em relação ao de 2005. Foram 125 empresas participantes, contra 100 na primeira mostra. Segundo os organizadores, é uma demonstração clara do interesse crescente que o segmento vem despertando no Brasil. Além da General Motors e Ford, duas das maiores montadoras do País, também estiveram presentes fornecedores de peças e acessórios, lojistas e prestadores de serviço. Foram mos-

tradas novidades em motor e performance, áudio e vídeo, instrumentos, pinturas especiais e iluminação, entre outros itens. Sem contar uma série de carros tunados por montadoras e fornecedores da área, preparados especialmente para serem apresentados no salão e darem uma idéia ao público do que é possível fazer nessa área. Uma empresa que marcou presença no evento foi a Goodyear, que mostrou um carro da Nascar - a Stock Car americana. O veículo pertence à equipe DM Racing, que pretende trazer a categoria de carro de turismo multimarca para o Brasil. De acordo com os organizadores do Salão de Tuning, o crescimento dessa atividade pode ser verificado não só pelo interesse crescente que vem despertando nas montadoras, mas principalmente pelo aumento expressivo do número de oficinas especializadas na transformação de veículos, para adequá-los ao gosto e perfil de seus proprietários.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 5 de junho de 2006

Contrariando boatos, eleições peruanas transcorreram ontem sem registros de incidentes graves.

Internacional

EX-PRESIDENTE DO PERU VOLTARIA AO CARGO COM POUCO MAIS DE 50% DOS VOTOS NO SEGUNDO TURNO

PROJEÇÃO INDICA VITÓRIA DE GARCÍA

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rojeção baseada na contagem de 86% das atas de votação realizada pelo instituto Apoyo indicava, no início da noite de ontem, provável vitória do candidato do Partido Aprista Peruano, Alan García, no segundo turno da eleição presidencial no Peru. Segundo a sondagem, García teve 52,9% dos votos, enquanto o candidato nacionalista Ollanta Humala, da coalizão União pelo Peru, ficou com 47,1%. O resultado é parecido com a pesquisa de boca-de-urna do instituto, que deu 52,8% para García e 47,2% para Humala. Outra pesquisa, da Universidade Tecnológica do Peru, apontava para uma diferença ainda maior: 55% para Garcia e 45% para Humala. Caso a apuração oficial confirme os números, García retornará à presidência de um país que deixou em situação caótica durante seu primeiro mandato, entre 1985 e 1990, e imporá uma das mais duras derrotas ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, que interferiu diretamente na eleição peruana ao apoiar Humala e entrar num tiroteio verbal com o candidato aprista. Humala foi o mais votado no primeiro turno da eleição, em 9 de abril, com 30,6% dos votos. García chegou ao segundo turno depois de superar a terceira colocada na primeira votação, a conservadora Lourdes Flores, por apenas 0,5 ponto percentual. Após uma campanha

Daniel Silva/Reuters

marcada por acusações e insultos, o nacionalista não conseguiu se livrar da suspeita de ser um instrumento da pretensão política de Chávez de ampliar sua influência na região. Votação tranqüila — Apesar da série de boatos segundo os quais a eleição seria marcada por atos violentos, a votação transcorreu sem nenhum incidente grave. Na única ocorrência mais tensa, a polícia teve de intervir para separar

Vamos escolher se adotamos nosso próprio modelo de desenvolvimento ou se nos submetemos à influência de outro país. Alan García

grupos de militantes apristas e nacionalistas que ameaçavam entrar em confronto. Humala foi o primeiro dos dois candidatos a votar. A porta-voz da campanha do nacionalista Cynthya Montes havia distribuído no sábado uma nota informando que Humala participaria de um café da manhã com seus principais seguidores e a imprensa às 9 horas e votaria na Universidade Ricardo Palma, em Lima, ao meio-dia. Mas a nota se revelou um instrumento para driblar os jornalistas, aparente-

mente para evitar a confusão que marcou a votação de Humala no primeiro turno — quando uma multidão de partidários da candidata conservadora Lourdes Flores passou a hostilizar o nacionalista e um reforço policial teve de ser chamado para retirá-lo do local. García também convidou a imprensa para assistir ao café da manhã com sua família na sede do Partido Aprista, em San Isidro, distrito de classe média alta de Lima. Bem-humorado, o candidato reconheceu que a cena familiar montada para o evento eleitoral não se repete no cotidiano, por causa dos compromissos. "Nunca tomamos café juntos." Nas respostas às perguntas dos jornalistas, voltou a destacar que a eleição definiria a escolha do modelo de país para os próximos cinco anos. "Vamos escolher se adotamos, de forma soberana, nosso próprio modelo de desenvolvimento ou se nos submeteremos à influência de outro país, enriquecido pelo preço do petróleo", afirmou, em mais um ataque a Chávez. García também assumiu o papel de candidato "menos pior", que o beneficia. A série de restrições que a Justiça eleitoral impõe aos partidos, que são proibidos de promover concentrações de seguidores, difundir palavras de ordem, usar camisetas com mensagens e distribuir propaganda dos candidatos, contribuiu para varrer do país o clima de eleição. (AE)

Eleição de Alan García (foto) significaria perda para Hugo Chávez, que apoiou Humala

IRÃ AMEAÇA FLUXO DE PETRÓLEO

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líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, advertiu ontem os Estados Unidos de que, se tomarem uma atitude errada em relação ao Irã, o fluxo do petróleo pela região do Golfo Pérsico poderá ser "seriamente prejudicado". Ele se referia aos transporte pelo estratégico Estreito de Ormuz, que fica entre o Irã e os Emirados Árabes Unidos. Por ali passam petroleiros vindos da Arábia Saudita, dos Emirados, Kuwait, Iraque e Catar. Os EUA acusam o Irã de ter um plano secreto para fabricar armas atômicas, por isso exigem que o país interrompa seu programa de enriquecimento de urânio. A secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, deu pouca importância à ameaça do aiatolá. "Acredito que cerca de 80% do orçamento do Irã vêm da renda do petróleo. Então, seria um problema muito sério para o Irã se o fluxo de petróleo fosse afetado." A ameaça de Khamenei, porém, surpreendeu os analistas políticos porque até então as autoridade iranianas vinham indicando que não usariam o petróleo como arma de pressão. O país é o quarto maior exportador do produto. "Os EUA deveriam saber que o menor comportamento errado de sua parte poria em risco a segurança da energia na região", advertiu Khamenei, durante um discurso para marcar o 17º aniversário da morte do aiatolá Khomeini, líder da Revolução Islâmica de 1979. Khamenei não fez referências ao acordo firmado na última quinta-feira, em Viena, pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Rússia, China, EUA, França e Grã-Bretanha), mais a Alemanha, que prevê a

Luludi/LUZ – 16/6/04

Raheb Homavandi/Reuters

oferta de um pacote de benefícios ao Irã para que desista de enriquecer urânio. As seis potências não divulgaram publicamente as propostas, mas diplomatas indicaram que o plano inclui a oferta de um reator nuclear, de cooperação tecnológica e de garantias de que o Irã não será atacado. (AE)

Pablo Cuarterolo/AFP Photo – 1/3/05

Ó RBITA

ISRAEL Lavagna: recuperação econômica.

Presidente Kirchner sugere reeleição

Oposição argentina quer Lavagna contra Kirchner

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íderes de vários setores da oposição estão lançando o ex-Ministro da Economia Roberto Lavagna como o candidato para enfrentar o presidente Néstor Kirchner nas eleições presidenciais do ano que vem. O ex-ministro, considerado o responsável pela recuperação econômica da Argentina, ainda não se pronunciou sobre sua própria candidatura No entanto, só o fato de que seu nome esteja sendo intensamente especulado já causou fortes reações por parte do governo, preocupado com uma eventual candidatura de Lavagna, homem de boa imagem entre o eleitorado. Kirchner já começou a disparar contra seu ex-subordinado, e sugeriu, pela primeira vez de forma indireta, que po-

de ser candidato à reeleição. "No ano que vem, nosso candidato será um pingüim ou uma pingüim", disse Kirchner, em referência a seu próprio apelido, "O pingüim". O presidente deixou margem a dúvidas pois, ao falar em "uma pingüim", pode ter insinuado que sua esposa, a senadora Cristina Fernández de Kirchner, poderia ser a candidata. A candidatura de Lavagna foi proposta pelo ex-presidente Raúl Alfonsín (1983-89), líder da União Cívica Radical (UCR). Nas fileiras desse partido, em declínio desde a queda do ex-presidente Fernando de la Rúa (1999-2001), a figura do ex-ministro cria esperanças de que a UCR possa voltar ao pod e r. P e r o n i s t a s t a m b é m apóiam Lavagna. (AE)

primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, anunciou ontem que se encontrará com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, para reiniciar negociações sobre o plano de paz. Olmert disse que sua prioridade é retomar as negociações, mas não informou a data do encontro com o palestino. (AE)

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Andrew Winning/Reuters

CHÁVEZ presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou ontem medidas para combater o que classificou de "a ditadura cultural de Hollywood". De acordo com ele, o cinema americano destrói a cultura e a moral venezuelanas. (AE)

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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006

OUTRAS "TRIBOS" Pablo de Sousa

MUITO ALÉM DA PERSONALIZAÇÃO Várias tribos "motorizadas" se misturam nos encontros de tuneiros. Mas os amantes do "som automotivo" deixam claro que são amigos inseparáveis. ANDERSON CAVALCANTE

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"mundo" tuning não se resume ao movimento de personalização automotiva. O segmento tem demonstrado, nos últimos anos, ser um elemento de socialização entre seus aficionados e, também, com outras "tribos motorizadas". Raros são os eventos que reúnem tuneiros onde não se encontre amantes das competições de arrancada, co-

lecionadores de carros antigos e instaladores e competidores de "som automotivo". Se o tuning gosta de motores "ferozes" é claro que não podem faltar, em seus eventos, carros de arrancada que, além de pinturas diferenciadas, sofrem mudanças na motorização para alcançar até 363 km/h em 5s9. Outro exemplo é o encontro semanal (terças-feiras) que acontece no Sambódromo do Anhembi, em que a galera tuning divide a passarela com colecionadores de antigos, respeitando não só os carros do evento paralelo, mas também, impondo limites na altura do som de seus veículos.

Nos eventos tuning há espaço para gostos "antigos" e "modernos"

O "melhor amigo" - É inegável a proximidade e o respeito existente entre os apaixonados por carros, mas a relação entre tuneiros e apreciadores de som automotivo vai um pouco além. "Sem o som automotivo o tuning existiria, mas não seria a mesma coisa. Sem ele os carros tunados não chamariam tanta atenção. Comercialmente também é bom, já que as empresas criam produtos focando os dois públicos", explica Rafhael Tebaldi, que começou a "mexer" com som automotivo aos 10 anos de idade (hoje, tem 23)

Hots, Arrancada e Antigos: companheiros da galera tuning em vários eventos


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de junho de 2006

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Política

Que o Ministério Público levante a participação efetiva do presidente da República. Roberto Busato, presidente da OAB

ORDEM QUER O APROFUNDAMENTO DAS INVESTIGAÇÕES DO ENVOLVIMENTO DO PRESIDENTE NO MENSALÃO

OAB: NOTÍCIA-CRIME CONTRA LULA

Paulo Liebert/AE

Ivan Cruz/Folha Imagem

O presidente Lula voltou para Brasília depois de passar o domingo em São Bernardo do Campo

O pré-candidato Alckmin vestido com roupa de vaqueiro e montado a cavalo no sábado, em Petrolina.

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NA BAHIA, ALCKMIN ATACA ADVERSÁRIO E É BARRADO EM FORRÓ O

presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, encaminhará ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, hoje, notícia-crime em que pede o aprofundamento das investigações do envolvimento do presidente Lula no esquema do mensalão. A decisão foi tomada pela entidade no dia 8 de maio, mesmo dia em que o pedido de impeachment elaborado pelo conselheiro federal Sérgio Ferraz foi rejeitado pela entidade. Os demais conselheiros da Ordem entenderam que existem “elementos indicativos” do envolvimento do presidente no escândalo do mensalão e, embora tenham recusado a proposta de impedimento, avaliaram que o relatório de Ferraz fornece elementos sobre a possível participação do petista no escândalo. Entre os que se pronunciaram contra o pedido de impeachment, a avaliação é que não há um clamor na sociedade pelo afastamento do presidente Lula, tampouco clima político. Caberá ao procurador-geral decidir se aceita ou não o pedido da OAB e abrir uma denúncia contra o presidente.

"Achamos que a investigação deve ser aprofundada porque há sinais de fumaça; e onde há fumaça pode haver fogo", disse Busato em entrevista. Ele voltou a criticar o que chamou de omissão do presidente Lula diante dos escândalos do mensalão. Segundo Roberto Busato, o documento a ser encaminhado ao procurador-geral, além de fazer uma advertência ao chefe do Ministério Público Federal, vai estabelecer di-

Achamos que a investigação deve ser aprofundada porque há sinais de fumaça; e onde há fumaça pode haver fogo Roberto Busato, presidente da OAB

versos itens nos quais, em tese, poderiam ter havido infringência a disposições legais e penais por parte do presidente da República. Busato não especificou esse itens, que serão divulgados somente junto com o documento. Busato atacou também os

freqüentes elogios públicos presidenciais a ministros exonerados por envolvimento em denúncias e que estão representados entre os 40 acusados pelo procurador-geral da República ao Supremo Tribunal Federal. Impeachment – Busato afirmou que a qualquer momento, desde que surja um fato novo, a entidade poderá voltar a considerar a hipótese de entrar com pedido de impeachment. “Se houver realmente uma situação absolutamente incontornável. Que o Ministério Público, por exemplo, levante a participação efetiva do presidente e da República”, afirmou. Busato se referia às denúncias feitas pelo ex-secretário geral do PT, Sílvio Pereira. Ele disse que os recursos que foram “injetados” no PT têm origem em um pool de empresas, empenhadas em ganhar contratos com o governo e interessadas em garantir o destino de emendas de parlamentares. O empresário mineiro Marcos Valério, segundo as informações de Pereira, serviria como um dos emissários da arrecadação ilegal junto a empresas de variados setores. O plano de Valério ainda incluía a arrecadação de algo em torno de R$ 1 bilhão. (Agências)

PROGRAMA SOCIAL RENDE VOTO

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empre se desconfiou que havia uma relação direta entre os programas sociais do governo federal e as intenções de voto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Agora é possível discutir o assunto a partir de dados concretos. Depois de ouvir mil eleitores em 70 cidades brasileiras, cruzando opiniões políticas e benefícios recebidos, o Instituto Ipsos Public Affairs informa que 56% dos cidadãos que avaliam o governo federal como "ótimo" ou "bom" são aqueles que já receberam benefícios do programa Bolsa Família ou conhecem alguém que o fez. A pesquisa apurou um retrato coerente: os benefícios sociais são mais difundidos nas regiões do país onde o presidente Lula também é mais popular. E o governo federal tem mais apoio junto às faixas de renda que mais recebem benefícios. Tradicional reduto das intenções de voto de Lula, o Nordeste recebe 52% dos benefícios sociais, embora seja local de residência de pouco mais de 20% da população do País. A região Norte, recebe 8% dos benefícios sociais, embora tenha 6% da população. Quando perguntou aos eleitores desses lugares se ele ou "alguém da família" recebeu benefícios sociais ou se conhecia "alguém que já foi beneficiado além da própria família", o Ipsos recebeu respostas massacrantes. Descobriu que 38% dos entre-

Lula quer se reeleger com apoio das populações carentes de municípios muito pobres. Rodrigo Maia, líder do PFL na Câmara

vistados do Nordeste e 37% no Norte receberam benefícios sociais dentro da família. Esses porcentuais chegam a 75% no Nordeste e 60% no Norte quando a pergunta é ampliada para "alguém conhecido fora da família". No País, nada menos que 48% conhecem alguém beneficiado pelo programa. Renda – O Ipsos tabulou as perguntas considerando a faixa de renda do entrevistado. Entre aqueles que têm renda familiar de até R$ 300 por mês, 34% são beneficiados pelo Bolsa Família e 20% pelo Vale Gás. Ao ampliar a pergunta para "conhece alguém", as respostas positivas para o Bolsa Família passaram de 60%. Entre eleitores que definem o governo como "ótimo" ou "bom", 56% dizem conhecer alguém beneficiado pelo Bolsa Família e 37%, pelo Vale Gás. A maioria dos especialistas acha errado imaginar que os benefícios distribuídos pelo governo possam se transfor-

mar automaticamente em votos. Para Clifford Young, diretor do Ipsos e responsável pela análise da pesquisa, os dados levantados "não permitem falar numa relação de causa e efeito". Mas mostram uma situação mais complexa: "Você não sabe quem vem primeiro, o ovo ou a galinha." Para o pesquisador, o levantamento mostra que as pessoas próximas dos programas sociais têm uma visão mais favorável do governo Lula – mas há nuances. Ouvidos pela reportagem, eleitores beneficiados costumam dizer que são capazes de separar o governo que lhes dá o benefício daquele político a quem darão seu voto em 1º de outubro. "Isso é o típico voto da máquina do governo, comum em todas as administrações", diz o deputado Rodrigo Maia, líder do PFL na Câmara. "Lula quer se reeleger com apoio das populações carentes de municípios muito pobres. Esse povo desassistido sempre espera ajuda do governo." Estrategistas da campanha de 2006 estão convencidos de que a visão positiva da população diante dos benefícios se explica por uma conjuntura em que os alimentos caíram de preço, o índice de empregos com carteira assinada melhorou e a economia apresenta índices de crescimento modestos, mas superiores aos anos finais de FHC. (AE)

pré-candidato a presidência da Republica Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não respeita a lei e vai usar todas as armas possíveis para tentar a reeleição. "Ele já voou 74 mil quilômetros de Airbus com Boeing atrás e dois helicópteros Puma fazendo campanha", disse, achando que junto com a "farra publicitária" que estaria sendo feita pelo Planalto, Lula estaria rompendo o critério jurídico chamado "razoabilidade". Alckmin está em Guanambi, sudoeste da Bahia, em campanha política. Numa resposta aos últimos ataques petistas dirigidos aos tucanos, Alckmin disse ao desembarcar na cidade que "não tem medo de cara feia" e apesar de não "baixar o nível" da campanha pretende continuar reagindo, principalmente contra os discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não sou grosseiro, mas não vou perder a capacidade de me indignar: não é possível você ver tanta coisa errada e achar tudo certo; aí o povo vai descrer da democracia", disse. Curiosamente, Alckmin usou um discurso petista nos velhos tempos de oposição para comparar sua campanha com a de Lula, aproveitandose de uma declaração do deputado ACM Neto (PFL-BA) segundo a qual o governo federal vem armado até os dentes para a eleição. Alckmin fez os ataques mais contundentes à administração petista na Câmara Municipal da cidade para uma platéia de 500 políticos da região entre deputados, prefeitos e vereadores. Entre outras coisas, acusou Lula de desempregar a população de um modo geral, empobrecer o povo e esmagar a classe média. Para o tucano, Lula não governa para o Brasil, mas sim para um partido político. Disse que a administração federal é extremamente centralizadora, não distribui recursos suficientes a estados e municípios e é responsável pela crise na agropecuária. "Vejo com tristeza a situação da agropecuária que atravessa a pior crise dos últimos 40 anos e o governo não toma nenhuma atitude", declarou. Ele afirmou que a fórmula para resolver os problemas do setor é um conjunto de medidas para baixar os juros, desvalorizar o real frente ao dólar e realizar obras

de infra-estrutura para melhorar a logística de transporte das safras. Extremamente simpático na sua passagem por Guanambi, Alckmin não perdeu o sorriso nem durante o empurra-empurra do desembarque no minúsculo aeroporto da cidade ou quando chegou na Câmara Municipal. Acenou para as pessoas quando circulou de carro pela cidade, atendendo a todos as pessoas que queriam tirar uma foto ao lado dele. D if i cu l da d es – Apesar da festa, a visita de Alckmin a Guanambi exibiu as dificuldades que o PFL e o PSDB têm na Bahia para repetir a aliança acertada nacionalmente. O presidente do PSDB-BA Jutahy Júnior não apareceu ale-

Ele [Lula] já voou 74 mil quilômetros de Airbus com Boeing atrás e dois helicópteros Puma fazendo campanha. Geraldo Alckmin

gando compromissos em outros locais. O deputado João Almeida (PSDB-BA) que apóia a aliança dos tucanos baianos com os pefelistas foi muito festejado. A escolha de Guanambi para a visita demonstrou também claramente a reprovação do tucanato nacional a Jutahy: o prefeito do município, o ex-governador Nilo Coelho (sem partido) foi expulso do PSDB por apoiar o governador Paulo Souto. Coelho é um prato indigesto que o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) vai ter que engolir em nome da unidade da campanha presidencial. Não foi sem razão que ACM também não compareceu a Guanambi ontem. Ele foi um inimigo figadal de Coelho, chegando a levar esse briga a atos que se transformaram em folclore na política baiana. Quando assumiu seu terceiro governo no Estado em 1990, sucedendo Coelho, ACM fez de tudo para colocar o inimigo na cadeia. Ao vasculhar as contas de Coelho, descobriu que ele pagou as despesas de reveillon de 1990/91 de 14 amigos e parentes no Hotel Transamérica

de Comandatuba com dinheiro público, custeado uma estadia em spa paulista para outro grupo, além de outras supostas irregularidades. Moveu cinco ações no Supremo Tribunal Federal contra Coelho, mas não conseguiu colocá-lo na cadeia. ACM chegou a prometer que soltaria todos os "ladrões de galinha" da Bahia caso encerrasse o governo sem ver o desafeto atrás das grades. Como não conseguiu, no dia 31 de março de 1994, Magalhães ordenou a soltura de 154 "ladrões de galinha" das delegacias baianas. Nilo Coelho disse ter superado as brigas com ACM, mas não se relaciona com ele. "Tenho um bom entendimento com o governador Paulo Souto e o apoio, o senador Antonio Carlos no máximo cumprimento civilizadamente", explicou. Coelho convidou 150 prefeitos da região sudoeste baiana para receberem Alckmin e espera que ele seja bem votado na região com sua liderança. A principal reivindicação dos políticos locais ao tucano foi a revitalização da lavoura de algodão da região, que na década de 1970 respondia por 18% da produção nacional. Alckmin almoçou na casa de Coelho e à tarde visitou uma exposição agrícola que está sendo realizada na cidade. Depois de centenas de novos apertos de mão e abraços, pegou o avião e retornou a São Paulo no fim da tarde. Forró – Na madrugada de ontem, durante a visita à festa que marca a abertura dos festejos de São João no município de Petrolina, no sertão pernambucano, Alckmin passou pou uma autêntica "saia justa" de presidenciável. Sem a identificação necessária para o ingresso a uma área vip (uma marca luminosa carimbada na pele) e não sendo reconhecido pelos seguranças, Alckmin foi obrigado a aguardar, por cerca de cinco minutos, do lado de fora do cordão de isolamento, tempo suficiente para que seu anfitrião, o ex-prefeito Guilherme Coelho, acionasse a coordenação do evento, garantindo a liberação da entrada do tucano. Bem humorado, o pré-candidato minimizou o episódio e esquivou-se de comentários. "Que festa bonita", respondeu ele, dissimulando, ao ser indagado sobre o assunto. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO Como único jogo do mundo disputado em todos os países, independentemente da raça e da religião, o futebol é um dos poucos fenômenos que é tão único no mundo como as Nações Unidas. Do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, dizendo sentir inveja, do impacto do futebol na comunidade internacional, em artigo que escreveu para o jornal alemão Bild am Sonntag.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

JUNHO

2 -.LOGO

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Recolhimento de ICMS, IRRF e IPI Dia da Ecologia Dia Mundial do Meio Ambiente

M EIO AMBIENTE I NTERNET

Desertos ameaçados

Rede de dependência Um estudo realizado na Universidade La Salle, nos EUA, mostrou que o excesso de tempo conectado à web já está afetando uso da internet já está afetando a saúde dos internautas. Segundo a pesquisa, entre 5% e 10% dos usuários - ou seja, cerca de 50 milhões de internautas - já apresentam sintomas da "dependência da web" que tem reflexos, principalmente, nas relações sociais dessas pessoas. Segundo a pesquisa, a dependência é experimentada

diferentemente por homens e mulheres. Homens estão mais interessados na busca de informações, em jogos e em cibersexo enquanto as mulheres usam a rede em busca de amizade, romance ou como mecanismo de desabafo. Os indivíduos afetados também demonstram incapacidade de controlar o uso e podem apresentar fatores como depressão, alcoolismo ou transtorno obsessivo-compulsivo. www.blackwell-synergy.com/loi/ppc

P RÉ-HISTÓRIA DRAC Poitou-Charentes/Jean Airvaux/Reuters

Relatório da ONU revela impacto do aquecimento global nos solos desérticos

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m relatório que será divulgado hoje, por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta: o equilíbrio dos ecossistemas dos desertos que cobrem cerca de um terço da superfície do planeta, ou mais exatamente 33,7 milhões de quilômetros quadrados - está ameaçado pelo aquecimento global. Suas paisagens únicas, suas culturas, flora e fauna podem desaparecer. Apesar do senso comum criar uma imagem de que os desertos são terras áridas e sem vida, o estudo alerta para o dinamismo econômico, biológico e cultural dessas áreas. "Os desertos possuem um verdadeiro potencial econômico e os meios de subsistência, dentro da idéia de que o meio ambiente não é um luxo,

mas um elemento importante para lutar contra a pobreza e atingir os objetivos de desenvolvimento fixados pela comunidade internacional", explicou o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Shafqat Kakakhel. Atualmente, cerca de 500 milhões de pessoas dependem dos solos desérticos para sua subsistência. Os maiores riscos são - além das mudanças climáticas -, a exploração desenfreada de lençóis freáticos, a salinização e o desaparecimento da fauna. A temperatura das regiões desérticas aumentou entre 0,5 e 2 graus Celsius entre 1976 e 2000, muito mais que a alta de 0,45° registrada em média no restante do planeta. As temperaturas nos desertos poderão aumentar de 5 a 7 graus até 2071-2100.

As conseqüências se interligam de forma trágica: a escassez de água deve se agravar com a seca dos rios, métodos pouco eficazes de irrigação e o crescimento demográfico. Esse quadro já representaria uma ameaça à fauna e à flora, que ainda sofrem com a exploração turística e a caça e podem desaparecer. Mas o panorama não é necessariamente trágico. Se iniciativas forem estimuladas agora, para preservar os desertos, essas áreas podem se tornar centrais elétricas não poluentes do século XXI, utilizando recursos do sol e do vento. O deserto do Saara poderia captar energia solar suficiente para abastecer de eletricidade do mundo inteiro. Animais e plantas selvagens constituiriam novas fontes para a pesquisa farmacêutica, produtos industriais e agricultura

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Silhueta de uma mão direita, de 27 mil anos, revelada com um uso de pigmentos na gruta de Vilhonneur, na França. A marca da mão, que aparece ao lado de pinturas, é provavelmente de um Neanderthal.

E SPAÇO

Imagens na cápsula do tempo

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pelo website da sociedade. As imagens serão guardadas em dois DVDs, um na sede da Planetary Society e outro, com a equipe responsável pela New Horizons, e reveladas com a chegada das primeiras imagens de Plutão feitas pela sonda. As imagens devem ser de autoria do responsável pela inscrição, e ter como tema algo que o autor acredita que será mudado de preferência para melhor - até 2015. Cada imagem deverá ser acompanhada de uma legenda em inglês.

Barrado no Paquistão O Paquistão proibiu a exibição do filme O Código Da Vinci, atendendo a pedidos tanto da minoria cristã quanto da maioria muçulmana do país. O filme, uma adaptação do best-seller homônimo de Dan Brown, mostra um plano do Vaticano para encobrir um suposto casamento de Jesus com Maria Madalena e o nascimento da filha do casal. Tanto a exibição do filme quanto a posse de fitas de vídeo ou DVDs da obra são proibidas e as cópias piratas serão confiscadas pelas autoridades, disse Jalil Abbas, secretário do Ministério da Cultura. "O filme é um sacrilégio para todas as religiões, é por isso que fizemos isso", disse Abbas. B RAZIL COM Z

Sem esquadrões da morte

Yasser Al-Zayyat/AFP

A sonda New Horizons, lançada rumo a Plutão em janeiro de 2006, deverá chegar ao nono planeta do Sistema Solar em julho de 2015. As primeiras imagens de Plutão feitas pela nave, portanto, só serão vistas pelos habitantes da Terra do futuro - dentro de nove anos. A espera poderia ser frustrante, mas uma organização internacional de promoção da exploração do espaço, a Planetary Society, resolveu tirar proveito da espera e lançou o concurso de fotografias: A Cápsula do Tempo Digital New Horizons. Pessoas de todo o mundo podem enviar fotos para a cápsula

C INEMA

ESTRÉIA - No Kuwait, eleitoras cobrem suas faces com os folhetos da campanha da candidata a uma vaga no parlamento, Aisha al-Rushaid. As eleições gerais acontecem em 29 de junho e serão as primeiras em que as mulheres poderão votar e se candidatar.

O diário francês L´Express publicou ontem uma reportagem sobre o problema da violência em São Paulo. O jornal ouviu o governador Cláudio Lembro, que reconheceu "o uso excessivo da força" pela polícia paulista no mês passado, mas negou a existência de "esquadrões da morte". A opinião não é a mesma das associações ligadas à defesa dos direitos humanos, diz a publicação francesa, que apontariam 30 das mortes ocorridas na semana entre 12 e 19 de maio como resultado da ação desses esquadrões, para vingar mortes de policiais. O texto encerra o debate de forma assustadora: São Paulo não está livre de outras ações violentas, nem do PCC nem da polícia. C HINA Ted Aljibe/AFP

www.planetar y.org/explore/ topics/time_capsule/rules.html

O Elixir do Amor, de Gaetano Donizetti (foto). Solistas acompanhados por pequeno conjunto instrumental. Templo Luz do Oriente. Rua Itapicuru, 851. Telefone: 3675-6947. Às 20h30. Grátis.

Marte, o planeta da ação res para os gregos. Marte para os romanos. O deus da guerra era filho de Zeus e Hera – que, segundo Homero, o detestavam – era sanguinário e cruel, no campo de batalha – os campos de Marte. Entretanto, esteve sempre rodeado pelos companheiros, a quem inspirava confiança. Entre eles, sua irmã Éris, a deusa da discórdia, Combate, sua filha, e Deimos e Fobo, deuses do terror e do medo, que se tornaram as duas luas do "planeta vermelho". Mas os romanos, talvez por sua índole guerreira, adoravam-no. Aparecia sempre magnífico em sua armadura brilhante, temível e invencível. A tradição permanece: na Roma antiga o Campo de Marte era um altar em sua homenagem, mencionado nas leis de Numa Pompílio, o segundo rei, depois de Rômulo; na época da República lá era o local para exercícios militares, ginástica e corridas de biga.

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Hospedagem em todo o País

O design do abridor de latas OneTouch lembra um mouse, e facilita muito a vida na cozinha. Basta encaixar o abridor na lata e apertar o botão. Ele roda sozinho até abrir a lata completamente. Ainda sem preço definido.

Um catálogo virtual completo e gratuito com mais de 15 mil opções de hotéis em todo o território nacional. Este é o serviço do site Catálogo de Hotéis, que funciona como um serviço de busca. Para se hospedar em qualquer cidade, basta selecionar nos campos específicos o estado e a cidade de destino e aguardar as respostas. Proprietários de hotéis e pousadas também podem cadastrar seus estabelecimentos no site. Os dados serão conferidos antes de efetivado o cadastro.

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A TÉ LOGO

Armando Serra Negra

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Dados oficiais apontam que Judiciário criou 9,5 mil cargos de confiança em três anos Explosão acidental de granada na favela Cidade de Deus, no Rio, mata duas pessoas

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Abrindo latas com um toque

Último dos planetas telúricos, situa-se a 75 milhões de quilômetros, entre a Terra e o cinturão de asteróides. O dia marciano é de 24h37m23s, levando 686,9 dias para para completar sua órbita ao redor do sol. No verão a temperatura é amena, 20 °C, mas no inverno chega a -140 °C. Foi o planeta mais estudado na antiguidade, possibilitando a Johannes Keppler (15711630) – através das observa-

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F AVORITOS

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G @DGET DU JOUR

Arte: O. Sequetin

ções de Tycho Brahe (15461601) – descobrir as leis que regem os movimentos planetários. Os primeiros observadores modernos, contudo, interpretaram a morfologia superficial de Marte de forma ilusória, contribuindo para dar ao planeta uma aura enigmática. As explorações espaciais rumo ao planeta vermelho começaram em 1960, atingindo o ápice em dezembro de 1996, com o lançamento da nave Mars Pathfinder. Partindo do Cabo Canaveral, após sete meses de viagem, em 4 de julho de 1997, ela depositava em solo marciano o robô Soujourner (ou Microrover) – um veículo de 16 kg, seis rodas, movido a energia solar – que enviou imagens de seu passeio, um mês depois. Aspectos astrológicos: regente do signo de Áries é associado às palavras ação, trabalho, esforço, empreendimento.

Atentado com carro-bomba visando governador deixa 4 civis mortos no Afeganistão

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C A R T A Z

POCKET OPERA

A STRONOMIA E M

Dezenas de milhares de pessoas participaram ontem de uma vigília em Hong Kong para lembrar os centenas, talvez milhares, de estudantes mortos há 17 anos na praça da Paz Celestial, em Pequim, vítimas da repressão do governo comunista chinês.

A LIMENTAÇÃO

EUA na guerra contra a obesidade As porções de comida que mal cabem no prato - e as quentinhas para levar para casa - poderão virar coisa do passado para os norteamericanos. O governo dos EUA quer que restaurantes e lanchonetes reduzam as porções dos pratos. Com o hambúrguer, as fritas e a pizza sendo as três principais opções do americano que vai comer fora, a idéia é oferecer a cerca de 30% da população, menos comida. A meta é reduzir o consumo médio diário da população em cerca de 300 calorias, e atingir o mesmo nível de consumo dos anos 90.


São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006 OUTRAS "TRIBOS" Pablo de Sousa

Áudio e vídeo passam a fazer parte do conjunto visual do veículo

para ajudar um tio "viciado" no assunto. Após fazer cursos com Marcio Grahl (profissional conceituado neste mercado), Rafhael praticou com o tio e com amigos que competiam no circuito paulista de Som Automotivo. "Observo, converso e leio muito, para aprimorar conhecimentos e técnicas. Além disso, hoje há o Orkut para troca de informações: temos a comunidade Som Automotivo São Paulo com cerca de 9.500 pessoas". Os campeonatos de som automotivo são divididos em três modalidades: SQ (Sound Quality ou Qualidade de Som), Trio Elétrico e SPL (Sound Pressure Level ou Campeonato de Pressão Sonora). A Qualidade de Som é julgada em etapas, que geralmente são: qualidade de áudio, separação de freqüências, palco, imagem estereofônica, ausência de ruídos, curva de freqüências, instalação, ergonomia, criatividade, atenção aos detalhes e nível de pressão sonora, tendo como vencedor o melhor conjunto. As provas de Trio Elétrico verificam a potência de som "para fora" do veículo. Sua pontuação é proporcional ao nível de decibéis alcançados. Já a SPL mede a pressão sonora, causada pelos subwoofers, do sistema "para dentro" do veículo. Sua pontuação também é proporcional ao nível de decibéis alcançados. Os recordistas de SPL alcançam facilmente a faixa de 174 decibéis, enquanto no Trio Elétrico são atingidos 160 db. Como comparação, vale lembrar que um avião decolando emite, em média, 130 db!

DCARRO

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Réplicas, antigos e motos

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talentoso piloto paranaense Tarso Marques apresentou no II Salão de Tuning um Thunderbird 58 conversível, com motor V8, preparado e customizado pela TMC (Tarso Marques in Concept). Devido ao seu visual invocado, no último dia do evento ele foi escolhido como o segundo melhor do Salão em uma avaliação de jornalistas especializados, ficando atrás apenas do Corsa Super Sport preparado pela Chevrolet para o evento. O piloto expôs também um Bel Air 59, um Ford 31 Rat Rod e uma HarleyDavidson Concept 1 HD. Entre outros modelos da mostra, um

Ford Mercury 1951, um Camaro V8 e a réplica do clássico Ford 1937 Woodie.

Fãs da velocidade

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Equipamentos preparados alcançam 174 decibéis, nível extremamente prejudicial ao ouvido humano

ara quem imagina que tunar um carro é apenas fazer pinturas diferenciadas e encher o carro de luzes e acessórios é bom saber que o gosto desta galera vai muito mais longe e a velocidade também está no sangue desta moçada. Prova disso são os carros de competições de arrancada. Sempre presentes nos eventos de tuning, estas máquinas, como o modelo dragster da foto, são capazes de atingir 363,77 km/h. Pilotado por Alejandro Sanches, o Dragster Top Fuel de 2.800 cavalos é o recordista brasileiro de Arrancada da Flash Power e

esteve exposto no estande da Pro-1 Serious Performance.


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Planalto Câmara Senado Eleições

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de junho de 2006

É certo que havia esquemas de desvio nas prefeituras e que havia caixa 2. Garibaldi Alves

GOVERNO E OPOSIÇÃO EM NOVO DUELO NA CPI

RELATOR DA CPI DOS BINGOS DEVE PEDIR INDICIAMENTO DE EX-MINISTRO

PALOCCI NA MIRA Arquivo DC

G

overno e oposição preparam-se para um duro confronto na quarta-feira, com a apresentação do relatório final da CPI dos Bingos. Embora não falem abertamente na hipótese, os governistas avaliam a possibilidade de fazer um documento paralelo, se perceberem que não têm votos suficientes para derrubar a conclusão do relator, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN). Por outro lado, a oposição responde com a ameaça de não levar o relatório a votação e prorrogar os trabalhos. Há dois pontos inegociáveis que deverão emperrar qualquer tentativa de acordo: o relatório pedirá o indiciamento de pessoas próximas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto, e o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e dirá que teve motivação política o assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel, petista morto em janeiro de 2002. "Vamos buscar um caminho até o último momento, mas

acho que teremos que ir para votação e vencerá quem tiver mais voto. Está tudo muito radicalizado", disse ontem o relator, enquanto folheava as 909 páginas do relatório elaborado pela equipe técnica. Candidato ao governo do Rio Grande do Norte, Garibaldi tem pressa em encerrar os trabalhos. Se vingar a CPI for prorrogada, ele será substituído. O relatório apontará esquemas de desvio de dinheiro de empresas prestadoras de serviço para as prefeituras de Ribeirão Preto e de Santo André, montados para abastecer o caixa 2 do PT. "É certo que havia esquemas de desvio nas prefeitura e que havia caixa 2. Minha dúvida é sobre as conexões entre os esquemas", disse Garibaldi. O relator calcula que serão pedidos indiciamentos de 65 pessoas, contando as 34 que já foram indiciadas no relatório preliminar, votado em janeiro. O relator diz que ainda não tem elementos suficientes para recomendar o indiciamento do exministro José Dirceu e do chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho.

Acho que teremos que ir a votação e vencerá quem tiver mais voto. Senador Garibaldi Alves

CONSELHO VOTA O ÚLTIMO PROCESSO. CONTRA JANENE José Cruz/ABr

Arquivo DC

Diolinda: MST não consultado sobre candidatura

DO MST À CÂMARA Deputado recorreu ao STF para suspender processo; não conseguiu

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militante do Movimento dos Sem-Terra (MST) Diolinda Alves de Souza, de 36 anos, mulher do líder José Rainha Júnior, 45, será candidata à deputada estadual pelo PT de São Paulo. O número de registro da candidatura será sorteado hoje no Sindicato dos Bancários, em São Paulo. O lançamento oficial da candidatura deve ocorrer no próximo dia 10, quando o PT apresentará a lista de candidatos ao Legislativo. Diolinda não consultou a direção

estadual do MST antes de assumir a candidatura. O dirigente Clédson Mendes, da direção nacional, disse desconhecer o fato. Diolinda tem o apoio do marido e disse que sua campanha será baseada na militância de sem-terra no Pontal do Paranapanema. "Vou continuar fazendo o que sempre fiz. Toda minha militância foi para conseguir a terra para os acampados, combatendo o latifúndio, e para melhorar as condições dos assentados". (AE)

E

stá marcada para amanhã a leitura, discussão e votação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados do relatório sobre o processo contra o deputado José Janene (PP-PR). O parlamentar tentou suspender a tramitação do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), sem sucesso. De acordo com o Supremo, os advogados de Janene afirmavam que o deputado havia se licenciado para tratamento de saúde e que a manutenção do processo importaria em cerceamento de defesa porque a pre-

sença de seu advogado não supriria a ausência pessoal. A liminar foi indeferida pelo relator, ministro Gilmar Mendes. Na semana passada, Janene faltou à audiência no Conselho de Ética, onde deveria apresentar defesa. O deputado está afastado por licença médica desde setembro. Janene é acusado de ser um dos beneficiários do suposto mensalão. Ele é o último dos parlamentares envolvidos nas denúncias do "mensalão" a responder a processo no Conselho de Ética. (ABr).

FUTEBOL E MPs NA AGENDA DA CÂMARA Câmara vai realizar, nesta semana, sete sessões deliberativas do Plenário com a intenção de liberar a pauta, ainda trancada ainda por quatro medidas provisórias (288/06, 289/06, 290/06 e 291/06) e dois projetos de lei com urgência constitucional. O presidente Aldo Rebelo quer acelerar as votações para compatibilizar a agenda da Casa com o calendário das convenções partidárias e a Copa do Mundo de Futebol. Amanhã, às 9 horas, acontece a primeira sessão de votações. Para o mesmo dia, às 14 horas, está marcada a sessão ordinária e, depois dela, uma outra sessão, desta vez extraordinária. Na quarta-feira, outras três sessões estão previstas e, na quintafeira, os deputados têm votações em Plenário apenas pela manhã (9 horas). Salário mínimo A primeira medida provisória a ser analisada é a 288/06, que aumenta o salário mínimo de R$ 300 para R$ 350 e cujo texto principal foi aprovado na quarta-feira passada. Faltam ser examinados destaques para votação em separado (conhecidos como DVS) não incluídos no acordo entre as lideranças parti-

A

dárias, o que viabilizou a discussão e votação da matéria. Em razão do acordo, os parlamentares votaram nominalmente os DVS dos partidos de oposição que pediam um valor de R$ 375. O destaque foi rejeitado por 177 votos a 164, prevalecendo o reajuste de 16,66%, originalmente na MP. Segundo estimativas do governo, com o mínimo de R$ 350 o impacto orçamentário-financeiro para 2006 nas despesas líquidas da Previdência e Assistência Social é de R$ 7,8 bilhões. A esse valor, soma-se a quantia de R$ 1,5 bilhão de despesas com seguro-desemprego e abono salarial, totalizando R$ 9,3 bilhões. Crédito a ministérios - As MPs 289/06 e 290/06 também trancam a pauta e concedem créditos extraordinários a diversos ministérios. Ao editá-las, o Poder Executivo justificou a decisão com base no atraso da votação do projeto de lei orçamentária de 2006 no Congresso Nacional, o que ocorreu somente no dia 18 de abril. A MP 289/06 concede crédito extraordinário de R$ 738 milhões aos ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome para a execu-

ção de ações relacionadas à aquisição de produtos da agricultura familiar e à distribuição de alimentos. Já a 290/06 abre crédito extraordinário de R$ 1,77 bilhão para diversos ministérios. A maior parcela, de R$ 690,7 milhões, cabe ao Ministério da Defesa; R$ 230,9 milhões destinam-se ao Ministério dos Transportes e o Ministério da Ciência e Tecnologia contará com R$ 116,3 milhões. Outros ministérios que receberam recursos foram os da Fazenda (R$ 15,8 milhões); da Justiça (R$ 13,9 milhões); e do Trabalho e Emprego (R$ 200 milhões). Mais dinheiro - O reajuste dos benefícios acima de um salário mínimo mantidos pela Previdência Social é o tema da MP 291/06, que concede aumento de 5% a partir de 1º de abril de 2006. O aumento vale também para todos os valores expressos em reais na legislação previdenciária. A proposta estabelece ainda outros 11 percentuais de reajuste aplicáveis aos benefícios concedidos depois de 1º de maio de 2005. Como na concessão desses benefícios já foi considerada a inflação anterior à data de sua concessão, o reajuste é menor quanto mais a

data de concessão for próxima de abril de 2006. Os candidatos - Os partidos políticos vão escolher seus candidatos a presidente, governador, senador e deputados federais a partir do próximo sábado, dia 10, quando começam as convenções, que devem ser realizadas até o dia 30. Depois de um fim-de-semana em São Paulo, onde participou de vários eventos desde sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a Brasília e tem o dia inteiro para cumprir uma pauta apertada. Receberá, depois de reuniões e despacho interno, político mexicano Cuauhtemoc Cárdenas; o ministro Hélio Costa, das Comunicações; o governador de Alagoas, Luiz Abílio; o político português Mário Soares e, finalmente, o vice-presidente José Alencar. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) visitou a Bahia e Pernambuco no fim-desemana e já tem em sua agenda o compromisso de percorrer 80 municípios nordestinos de grande densidade eleitoral nos próximos dias, porque o comando de sua campanha considera fundamental a conquista dos eleitores dessas localidades . (Agências)

Eymar Mascaro

Nova adesão

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epois de Jarbas Vasconcelos (PE) chega a vez de outro ex-governador do PMDB aderir à campanha de Geraldo Alckmin: é Anthony Garotinho (RJ). Ele, no entanto, vai esperar pela decisão do partido para fazer o anúncio no momento oportuno, em respeito ao senador Pedro Simon (RS). Garotinho quer ser um dos pilotos da campanha de Alckmin no Rio, mas, uma pesquisa feita pelo Instituto GPP constatou que uma boa parcela de votos dele migraria para Lula. Garotinho acha que pode ajudar a reverter um quadro que é favorável ao petista no Estado. A decisão do PMDB está na dependência da Justiça, porque a cúpula do partido transferiu de 11 para 29 de junho a data da convenção. Garotinho será leal a Simon até o fim, mas prevendo que o PMDB não terá candidato, faz planos para apoiar Alckmin.

SACO DE GATOS

SURPRESA

A cada lance que surge fica evidenciado que o PMDB está rachado e que difìcilmente o partido marchará unido para um dos candidatos. Uma ala do partido fica com Alckmin e outra vai com Lula. O partido fará coligações diferentes nos estados.

Os tucanos estão analisando com cuidado a recente pesquisa Ibope/Rede Globo para ver se conseguem apurar os motivos que levaram Lula a ampliar a vantagem sobre Alckmin. E já admitem que podem ter que corrigir os rumos no modo de fazer oposição.

IMPORTÂNCIA É fundamental para Alckmin receber o apoio de Garotinho, porque Lula tem vencido as últimas eleições no Rio. O Estado do Rio tem quase 11 milhões de eleitores. É, portanto, um reduto eleitoral representativo. Alckmin está conseguindo unir no Estado os desafetos César Maia e Anthony Garotinho.

CRESCIMENTO Apesar do resultado do Ibope (Lula com 48% e Alckmin com 18%) até petistas acreditam no crescimento de Alckmin. A estimativa de Ciro Gomes (PSB), por exemplo, é que o candidato tucano alcance um índice de 30% de intenção de voto antes de começar a campanha na TV.

INSISTÊNCIA

NEGATIVA

O PMDB continua sendo o alvo principal do PT e PSDB. Indiferente ao apoio de Jarbas Vasconcelos e Anthony Garotinho a Alckmin, Lula ainda sonha em atrair o PMDB no 1º turno. Prevalece, portanto, o convite de Lula para que o PMDB indique o vice na sua chapa.

José Alencar nega que tivesse se comprometido a deixar o PRB para se filiar ao PMDB na hipótese de vir a ser novamente o vice na chapa de Lula. Alencar diz que embora seja nanico, o PRB é um partido que tem dignidade.

AGITADO Quem anda inquieto é o ex-ministro do STF, Nelson Jobim, que é o principal nome sondado pelo PT para ser o vice de Lula. No encontro com Orestes Quércia o presidente evitou citar nomes. Além de Jobim, outros nomes são citados por petistas e peemedebistas, como os de Itamar Franco e Michel Temer.

TAREFA Alckmin garante que vai continuar trabalhando para que o PSDB e o PFL se coliguem com o PMDB. O candidato tucano lembra que os dirigentes dos três partidos continuam conversando. Alckmin procurou desconsiderar o encontro de Lula com Quércia.

LEMBRANÇA José de Alencar é apontado como provável vice de Lula. Além de Minas ser um importante núcleo eleitoral, Alencar é um empresário de sucesso. O PT está de olho na massa de votos em Minas, estado que é governado por um tucano, Aécio Neves, que tem mais 70% de índice de aprovação.

AFIF O empresário Guilherme Afif Domingos licenciou-se da presidência da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para ser candidato a um cargo majoritário pelo PFL. A legislação eleitoral não o obriga a se descompatibilizar da atividade, mas Afif o fez por uma questão de ética. Alencar Burti, o presidente em exercício da ACSP, é também um líder empresarial.

BARREIRA

REELEIÇÃO O candidato tucano ainda não está totalmente convencido de que o fim da reeleição represente uma boa coisa. Alckmin prefere dizer que o assunto é de exclusividade do Congresso. Em tempo: o fim da reeleição interessa, entre tucanos, a José Serra e a Aécio Neves, cotados como prováveis presidenciáveis em 2010.

Cresce no PSB o movimento que tenta convencer Ciro Gomes a não ser candidato a vice na chapa do PT. Trata-se de um grupo de socialistas que defende a candidatura de Ciro a deputado federal, para ajudar o partido a eleger uma bancada mais numerosa e cumprir a cláusula de barreira.

FUROU Roberto Freire e Carlos Lupi chegaram à conclusão que PPS e PDT não devem se coligar nas eleições presidenciais. O PPS pode fechar o acordo para apoiar Alckmin e o PDT se prepara para lançar o senador Cristovam Buarque (DF) a presidente.


PAUTA Mensalinho: os programas que vão eleger Lula

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Excelente o editorial de Paulo Saab na edição de hoje (02/06) do DC, sobre a República Bolivariana do Brasil. O que estamos assistindo, perplexos e impotentes, é a mais cínica e declarada compra de votos da história do País. Após o mensalão, que comprava votos dos representantes do povo no Congresso, Lula agora compra votos dos pobres, com os pseudoprogramas sociais, que por sua natureza correm o risco de reduzir o número de pobres, sim, mas de também aumentar o número de mendigos tornados dependentes pela esmola do mensalinho... Ele está comprando a alma dessas pessoas que, por ignorância, diga-se, muito conveniente a ele, não querem saber das complicadas questões éticas. Dessa forma, não se deve estranhar o resultado das pesquisas de voto.

DOISPONTOS -11 11

ANTONIO DELFIM NETTO

EXPECTATIVA DE EXPECTATIVAS

GILBERTO DIB

dureza ter que reconhecer isso, mas o Banco Central do Brasil e o Conselho de Política Monetária tornaram-se servos do setor financeiro. Usam a autonomia que lhes foi concedida para submeter o setor produtivo aos interesses do "mercado" financeiro, ignorando os prejuízos crescentes impostos aos exportadores brasileiros e a agonia dos produtores rurais.

É

DIB@DIB.COM.BR

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

inconcebível aceitar este tipo de explicação. O Banco Central está realizando a sua política forjando uma expectativa da expectativa da inflação. Isso é construído pela consulta que faz a meia dúzia de "gênios" no setor financeiro, que a devolvem como sendo a "expectativa majoritária do mercado". No início da semana passada já se sabia que na reunião do Copom o corte seria de 0.50% porque este era o pensamento "majoritário" do mercado, em lugar dos 0.75% como teria sido perfeitamente possível. Ao cortar meio por cento no intervalo ampliado de 45 dias, ele está reduzindo a taxa de juros mais lentamente ainda do que no sistema anterior.

É

Ricardo Stuckert/PR

EM

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de junho de 2006

BC agiria corretamente se restringisse o seu "métier" a mover a taxa de juros para conter a inflação quando houvesse uma expectativa real de elevação dos preços e não como acontece agora, em que a situação é de estabilidade e – se existe

O

Leonardo Rodrigues/Hype

Fábio Motta/AE

BC é um servo do mercado

governo reage pouco a essa situação, parece não perceber que a autoridade monetária está recriando aquelas condições que levaram à destruição do setor exportador, ao desastre da agricultura e ao endividamento do período 1994/98. Mais desagradável é ver os argumentos que o Banco Central reúne para justificar essa postura submissa diante do setor financeiro, primeiro convencendo o governo que não poderia baixar os juros como deveria porque havia muitas dúvidas sobre se a situação fiscal estava ou não sob controle. Recentemente, preparando o terreno para a reunião do Copom, estimulou a expectativa de uma queda de apenas 0.50% na taxa Selic sob pretexto que as exportações já vão mesmo cair e então não havia porque baixar mais os juros...

O

De olho no Código sintomático que, no Brasil, a legislação reguladora de impostos seja focada quase sempre no tributo ou na Fazenda pública. Isso é fruto da superimportância que se dá ao Estado, como entidade paternal e provedora e, por isso mesmo, dotada de poderes exacerbados. De fato, como esperar que o cumprimento espontâneo das obrigações, que deve ser o grande objetivo de qualquer lei tributária e da administração de tributos, seja realmente alcançado, se temos um sistema que, em vez de aproximar Fisco e contribuinte, consagra a figura do leão tributário, arbitrário e ameaçador, arrogante e prepotente, que intimida o contribuinte ao invés de convidálo ao cumprimento de seu dever de cidadão? No entanto, há uma clara e contemporânea tendência mundial de consolidação de uma perspectiva mais racional e moderna sobre o papel do Estado, que aqui não é defendida com o sentido de menosprezá-lo ou minimizar sua importância, mas de encará-lo como uma entidade que deve retribuições à sociedade civil, prestando-lhe serviços de excelência, pelos tributos que dela extrai para o seu financiamento.

G A lei tributária,

m dos expoentes dessa nova visão é o projeto do Código de Defesa do Contribuinte, proposto pelo senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), que tem por objetivo tornar aplicáveis algumas proteções que a Constituição brasileira oferece, ao cidadão, contra arbitrariedades e excessos que contra ele possam ser cometidos. Como tudo o que é avançado, para uma sociedade cujas instituições, de um modo geral, ainda necessitam ser aprimoradas, o projeto do Código se tornou, à época em que foi proposto, vítima de um movimento de resistência liderado por setores que não se deram ao trabalho de procurar entendê-lo. Hoje, uma vez diminuída a temperatura do debate, deve-se, serenamente, voltar-se a discuti-lo, encarando-o como todas as proposições legislativas o devem ser, sob a égide da técnica jurídica, e se estancando as sangrias setoriais, dados os benefícios que trará a toda a sociedade, uma vez debatido com responsabilidade e compostura.

tributária mais equilibrada aumentaria o universo de contribuintes.

É

U

em vez de aproximar Fisco e contribuinte, consagra a figura do leão tributário, arbitrário e ameaçador, que intimida o contribuinte. G O Código de

Defesa do Contribuinte tem por objetivo aplicar as proteções que a lei oferece ao cidadão contra arbitrariedades e excessos G Uma relação

sse talvez seja o primeiro passo para que se possa realizar uma grande transformação no Brasil – uma revolução copernicana, para que o cidadão-contribuinte, o pagador de impostos, esteja no centro do sistema tributário. Este, por sua vez, deve ser o suporte de um Estado não perdulário, que busque os meios mais justos e menos onerosos para o financiamento de suas funções essenciais – as quais devem ser conservadas, em última análise, para o bem da sociedade, ou reestruturadas, se desse objetivo estiverem se afastando. O estabelecimento de uma relação tributária mais equilibrada – pelo próprio fato de se fundar em noções de transparência, consciência cívica e cooperação – proporcionará a ampliação do universo de contribuintes. Isso contribuirá para a diluição do esforço de financiamento do Estado, o que irá amenizar o ônus incidente sobre aqueles que optaram pelo caminho legítimo da formalidade. A aproximação entre Estado e cidadão, através do diálogo democrático que tenha por substrato o respeito mútuo, acompanhada, previsivelmente, pelo decréscimo dos custos tributários, será fator de grande atratividade para aqueles que, por diversos motivos, afastaram seus negócios do alcance da lei e do Direito, gerando assim um ciclo positivo de inserção econômica e social.

E

Código do Contribuinte, com as alterações que hoje se propõem em busca do equilíbrio, será muito bem-vindo como medida que, sobretudo, irá contribuir para o convívio pacífico e harmonioso entre fisco e contribuinte, consagrando um relacionamento que respeite o Estado de Direito, a Constituição brasileira e o regime democrático.

dispensável comentar o efeito disso sobre a demanda e o emprego, vítimas da maldição da taxa de câmbio produzida pela viciada arbitragem de juros patrocinada pelo Banco Central.

É

DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR

O

LEANDRO TRIPODI E ROBERTO CARLOS DOS SANTOS, TÉCNICOS DA RECEITA FEDERAL Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

alguma perspectiva – é na direção contrária! Basta observar o que se passa no setor produtivo: 1. Na agricultura, parece que não existe chão para a queda dos preços; 2. Na indústria, setores dinâmicos, como o automobilístico, reduzem projeções de exportação; calçadistas e têxteis, também de forte vocação exportadora, estão perdendo mercados e fechando instalações.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006

ACESSÓRIOS

PARA TODOS OS GOSTOS Montadoras aproveitam a onda do tuning para ampliar linha de itens exclusivos para seus produtos ALZIRA RODRIGUES

D

e olho num mercado que tem se mostrado cada vez mais promissor, as montadoras têm procurado abocanhar uma fatia cada vez maior do mercado de acessórios, que até meados da década passada estava basicamente nas mãos dos independentes. A maioria das marcas tem ampliado a linha de itens de personalização e investido em kits que garantem um aspecto diferenciado para alguns dos seus produtos. A General Motors foi uma das primeiras a apostar no segmento. Em 1995 passou a oferecer na rede acessórios de fornecedores da marca para a linha S-10. Em 2000, quando lançou o Celta, reforçou sua política nesta área, lançando itens de fábrica para que o cliente pudesse "sofisticar" o veículo. Deu mais um passo este ano ao lançar o Celta Geração II com características Divulgação

Pablo de Sousa

criadas exclusivamente para receber acessórios, como por exemplo faróis de milha. “Estamos muito atentos à evolução deste segmento do mercado, que tem um potencial fantástico de crescimento e representa um faturamento global em torno de R$ 3,5 bilhões/ano”, informa Luiz Carlos Lacreta, diretor-geral de Pós-Vendas da General Motors do Brasil. Atualmente, de cada veículo zero-quilômetro vendido no País, a montadora registra uma venda de R$ 676 em acessórios. Segurança - O gerente de Marketing da Acessórios da General Motors, Cláudio D'Agostini Nascimento, informa que só os produtos Chevrolet vão movimentar este ano R$ 940 milhões em acessórios. "Desse total, R$ 210 milhões são itens nossos, originais e/ou genuínos da GM. Enquanto o mercado como um todo cresce 15% ao ano, nós estamos registrando aumento de 48% em 2006 na comparação com 2005", diz D'Agostini. A oferta de itens originais da marca é bastante extensa, variando de um simples tapete de borracha até um sofisticadíssimo DVD. Sem contar acessórios simples, porém de grande utilidade, como é o caso do porta-terno. O Fusion, novo sedã de luxo da Ford importado do México, teve a suspensão rebaixada e ganhou aerofólio traseiro e rodas e pneus aro 19"

Corsa tunado pela Dimension Customs: carro oficial do II Salão de Tuning

Nesse contexto de personalização interna e externa dos veículos, D'Agostini destaca a importância de se preservar a segurança nos processos de personalização. "Nós decidimos entrar neste mercado justamente para que os clientes da marca pudessem colocar acessórios sem perder a garantia. É uma questão de qualidade e, principalmente, de segurança", explica o gerente da General Motors. Transformação - O carro oficial do 2º Salão de Tuning, realizado na Bienal do Ibirapuera em maio, foi um Chevrolet Corsa tunado pela Dimension Customs e que será utilizado pela produção da série "Rides", do Discovery Channel. O modelo, originalmente um sedã com motor 1.8 litro, foi transformado em um conversível e conta com detalhes como 14 telas de vídeo.


segunda-feira, 5 de junho de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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A DISPUTA NA REGIÃO MAIS POBRE DO PAÍS

Nós (PSDB) não temos medo do Bolsa Família do PT. É um programa de ação paternalista associada o quanto possível à imagem do Lula. José Anibal, coordenador da campanha de Alckmin

BOLSA FAMÍLIA É HOJE O PRINCIPAL ENTRAVE DO PSDB PARA MINAR A POPULARIDADE DE LULA NO NORDESTE Milton Mansilha/LUZ

COMO O PSDB PREPARA A DERROTA DE LULA A Por Sergio Kapustan

quatro meses da eleição, os tucanos não definiram a estratégia para alavancar a candidatura de Geraldo Alckmin e disputar o segundo turno contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Até o momento, o ex-governador dedicou-se mais a pacificar a aliança com o PFL do que fazer corpo-a-corpo. Alckmin precisa, por exemplo, somar pontos no eleitorado de baixa renda, onde Lula está disparado na frente, principalmente no Nordeste. Segundo pesquisa Datafolha divulgada no final de maio, Lula tem o dobro da intenção de votos de Alckmin na faixa de até dois salários mínimos. O petista se beneficia principal-

Com três filhos em idade escolar, sem marido e emprego fixo, Maria Cristina de Souza, 31 anos, que mora na favela Jardim Flor da Montanha, em Guarulhos, cidade governada pelo petista Elói Pietá, teme perder o Bolsa Família se o presidente Lula não for reeleito. Maria Cristina recebe R$ 50 mensais. Ela foi cadastrada pela prefeitura (as prefeituras são responsáveis pelo cadastramento das famílias). "É pouco mas ajuda. Se o Lula perder como a gente fica?", diz ela ao lado da filha Evelin, que faltou à escola porque está com um ferimento nos lábios provocado por uma lagartixa. Maria Cristina queixa-se que as condições da favela são muito ruins. O acesso à moradia é por vielas estreitas e íngremes. Uma delas teve o cano de água estourado, o que dificulta ainda mais o deslocamento das pessoas. Ninguém reclama. Há problemas bem maiores. Uma das vielas tem o nome de Paschoal Thomeu, deputado pelo PTB e exprefeito de Guarulhos.

no governo Lula?", indaga um dos assessores de Alckmin ao tentar minimizar o tema. Pulo do gato – Para o filósofo Denis Rosenfield, não se pode menosprezar a força do programa de Lula. Ao tomar como base a meta do governo de beneficiar 11 milhões de famílias , ele diz que Lula tem um potencial de 33 milhões de votos. A sua base de cálculo é de que cada casa beneficiada tenha três eleitores. "É um ponto de partida eleitoral suficientemente consistente", completa. No entendimento do filósofo, para superar a dificuldade, Alckmin precisará se mostrar como um candidato que modernizará o Brasil e não apenas ajudar as pessoas pobres. "É preciso mostrar que só a ajuda financeira não resolve. É preci-

so dar o pulo do gato. O que é o pulo do gato? Crescimento econômico com geração de emprego". Rosenfield acrescenta que o PFL terá papel importante na apresentação das propostas às camadas mais carentes, especialmente no Nordeste, onde Lula é hoje imbatível. Ele afirma que centenas de prefeituras estão nas mão de pefelistas, principalmente na Bahia do senador Antônio Carlos Magalhães. "Depois de o PFL se acertar internamente, ele terá um papel fundamental na articulação da campanha de Alckmin no Nordeste". Defesa – Os deputados federais Vicente Paulo da Silva (PT), o Vicentinho, e Luiz Carlos da Silva (PT), o Professor Luizinho, negam o caráter paternalista do programa. De acordo com Luizinho, junto com o Bolsa Família, o governo aumentou o salário mínimo na gestão Lula em 45,8% (passando de R$ 240 para R$ 350), reduziu os impostos federais de produtos da cesta básica e aumentou o número de vagas no ensino superior. Luizinho sustenta que o Bolsa Família precisa ser analisado dentro desse contexto. "O governo criou uma rede de proteção social e, ao mesmo tempo, busca, ao contrário do que o PSDB fala, propiciar às pessoas o acesso à educação e ao mercado de trabalho". Vicentinho reforça que Lula está apenas cumprindo um compromisso de campanha: "O Bolsa Família é um assistencialismo necessário. Você precisar ter sensibilidade. A questão da fome é urgente."

Doente, Cristiane não está podendo trabalhar de faxineira porque está se recuperando de uma cirurgia. E o pior: ela estava cadastrada no Bolsa Família e no Renda Cidadã - programa do governo de São Paulo que dá auxílio (R$ 60 mensais) a famílias carentes , mas foi desligada por irregularidades no cadastro.

Cilane, a irmã, conta que para aumentar a renda da família usa parte do Bolsa Família para comprar bijuterias e roupas para revender. Ela vende as mercadorias no próprio bairro aos finais de semana . "É o jeito para sustentar as duas famílias até que a gente consiga ir até a prefeitura para resolver o problema dela (da irmã Cristiane) ". TV– Quando o assunto é eleição, as três afirmam que não acompanham a política. O rádio fica ligado o dia todo para se ouvir música. A televisão é para assistir novelas e programas populares, como Raul Gil e Ratinho. Elas gostam do presidente por ser uma pessoa simples como elas. Chefe da casa, Cilane diz que o sonho da família é ver os filhos na escola e as mulheres trabalhando com carteira assinada. "Isso dá uma segurança pra gente. Espero que o Lula lute para conseguir isso pra gente".

José Anibal diz que não há pressa em buscar votos na periferia. O foco agora é a campanha no rádio e na televisão. Fabio Motta/AE

Vicentinho diz que o Bolsa Família é um assistencialismo necessário, uma vez que a fome é urgente.

adversário, principalmente na periferia. "Nós (PSDB) não temos medo do Bolsa Família do PT. Está claro que é um programa de ação paternalista associada o quanto possível à imagem do Lula", defende. Pessoas próximas a Alckmin acrescentam que o PSDB já passou pela experiência do Bolsa Família na eleição de 2004 sem dificuldades. Na ocasião, o Bolsa Família e o Renda Mínima (programa idealizado pelo senador petista Eduardo Suplicy de ajuda financeira a famílias carentes) foi uma das bandeiras da campanha de Marta Suplicy (PT) à Prefeitura de São Paulo, entretanto, o eleitorado paulistano elegeu o tucano José Serra. "Quem garante que o tema da eleição não seja a corrupção

Fotos: Andrea Felizolla/LUZ

BENEFICIADOS PELO BOLSA FAMÍLIA TEMEM FIM DO PROGRAMA

mente de programas sociais, como o Bolsa Família, programa assistencialista considerado o carro-chefe da campanha à reeleição por atingir nove milhões de famílias no País. A meta de Lula é atingir 11 milhões até o final do ano. Para se ter uma idéia da importância do programa, pessoas que recebem o benefício (que varia de R$ 15 a R$ 95 mensais) temem perdê-lo se Lula não vencer a eleição (leia mais abaixo). Para evitar especulações, os aliados de Alckmin já anteciparam ao público que vão manter o programa. Mas a estratégia de contraponto à política social de Lula e o programa de governo serão tratados após a convenção que vai oficializar as candidaturas

de Alckmin e do vice José Jorge (PFL), no dia 11, em Belo Horizonte (MG). Um dos coordenadores da campanha, o vereador José Anibal (PSDB-SP) diz que não há pressa de buscar o voto na periferia. A prioridade agora é mostrar quem é o candidato nos estados – PSDB e PFL vão divulgar em cadeia gratuita no rádio e na televisão mensagens do tucano – e consolidar palanques regionais. O PSDB estima que Alckmin terá que assegurar alianças fortes em todas as regiões do País. Campanha de rua só em julho e depois da Copa do Mundo. José Anibal antecipa que o Bolsa Família será um dos temas da campanha. O parlamentar diz que a idéia é desmistificar, denunciando irregularidades e mostrando o jeito tucano de fazer ação social. Os eleitores serão informados que o Bolsa Família é uma reunião de programas criados na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, como Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e Auxílio Gás. Ele recorda que o governo tucano vinculava os benefícios a ações de combate à evasão escolar e ao trabalho infantil, o que não acontece hoje porque a prioridade é associar o Bolsa Família à imagem do presidente, diz. Promoção pessoal– O parlamentar afirma que o cunho populista e assistencialista do programa serão banidos na gestão Alckmin. "Vamos mostrar que as políticas sociais do PSDB são ações de governo e não de promoção pessoal". Ele garante não temer a exploração política do

A distribuição dos casebres lembra – guardada as devidas proporções – Canudos, arraial erguido pelo beato Antônio Conselheiro no sertão da Bahia, cuja destruição, em 1897, foi narrada no livro Os Sertões, de Euclides da Cunha. Sem planos– O casebre onde vive Maria Cristina – uma sala com duas camas, banheiro e cozinha – é uma herança dos pais. Ela pretende reformar a casa assim que conseguir um emprego fixo. A dona-de-casa não tem planos para deixar a favela e não quer se separar de uma irmã. "Gosto daqui, mas a gente precisa melhorar de vida. O Lula está querendo fazer isso pela gente. Acho que ele merece o meu voto", diz.

Outra donade-casa, Cilane Alves Pereira, 29 anos, mãe de três filhos, viúva, que mora no bairro Cabuçu, também na periferia de Guarulhos, declara o voto no petista porque q u e r c o n t inuar recebendo o auxílio e quer melhorar de vida. "É o jeito de garantir a comida deles porque o em-

À esquerda, Maria Cristina e Evelin. À direita, Cristiane e filhos. Acima, Cilane com suas duas meninas.

prego tá difícil", diz. A família de Cilane é natural da Bahia. Ela trabalha de faxineira diarista e recebe R$ 80 do Bolsa Família. O dinheiro é dividido com a mãe, Cidália, 50 anos, e a irmã Cristiane, 25 anos. As irmãs e a mãe dividem dois barracos com quar to, sala, cozinha e banheiro.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de junho de 2006

O torcedor tem direito de reclamar. Nosso futebol está muito ruim.” Marcelinho Carioca

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Esporte

Quando se vê um monte de policial em cima de alguém, ou é ladrão ou fez alguma coisa." Souza, sobre a proteção policial ao árbitro de Juventude 1 x 1 São Paulo

Neco Varella/AE

almanaque

NA LINHA DE FRENTE

Celso Unzelte

OS DIAS EM QUE A BOLA PAROU Arquivo Celso Unzelte

Não é de hoje que alguns campeonatos têm que ser interrompidos para recomeçar depois da Copa do Mundo, como vai acontecer neste ano com o Brasileiro e a Libertadores. O caso mais sintomático talvez seja o do Torneio Rio-São Paulo de 1966, título que teve de ser dividido entre Botafogo, Corinthians, Santos e Vasco por falta de datas para o desempate. Acima, dois daqueles quatro campeões se enfrentam no Maracanã, no jogo de 29 de março daquele ano. O Botafogo de Gérson empatou com o Santos em 1 a 1.

AS PARALISAÇÕES NO BRASILEIRO Já o Campeonato Brasileiro havia sido interrompido por causa da Copa do Mundo apenas uma vez até hoje. Aconteceu em 1974, quando teve a última rodada da Fase de Classificação disputada em 13 de junho, dia da abertura da Copa e da estréia do Brasil (0 a 0 com a Iugoslávia). A primeira rodada da fase semifinal daquele Brasileiro, que reuniu 24 times, só aconteceu em 2 de julho, véspera da derrota do Brasil para a Holanda por 2 a 0, pelas semifinais. Na Copa, o Brasil foi terceiro. No Brasileiro, o Vasco foi campeão.

Apesar do empate com o Juventude (1 a 1) e de perder a chance de liderar sozinho, São Paulo entra na fase de recesso para a Copa do Mundo a apenas um ponto de distância da dupla Cruzeiro e Internacional

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stá certo que o melhor resultado para o São Paulo, ontem, em Caxias do Sul, seria mesmo a vitória. Afinal, com ela a equipe entraria no recesso para a Copa do Mundo como líder isolada do Campeonato Brasileiro, com 22 pontos. Mas mesmo o empate por 1 a 1 com o Juventude pode ser considerado um bom resultado. Ainda mais quando se pensa que, graças a ele, o Tricolor conseguiu se manter na linha de frente, a apenas um ponto da dupla Cruzeiro e Inter. Outro motivo para o torcedor se sentir satisfeito são as circunstâncias em que esse re-

sultado foi conseguido. O São Paulo terminou a partida com dois jogadores expulsos, ambos zagueiros — André Dias, aos 22 minutos, e Fabão, aos 32. Teve um pênalti marcado contra si aos 9 minutos, quando a bola tocou na mão de André Dias, mas o auxiliar, acertadamente, avisou ao árbitro que o toque foi fora da área. Assim, o juiz acabou voltando atrás, assinalando apenas a falta fora da área. Além disso, o Tricolor saiu perdendo com um gol de Éder Cecon aos 38 minutos do segundo tempo. E mesmo assim conseguiu empatar, graças a um pênalti cobrado por Júnior, a dois minutos do final.

“Infelizmente, acontece muito esse tipo de problema. Eles procuram compensar sempre que erram e o jogo fica feio”, disse depois do jogo o zagueiro Lugano. Ele se referia à arbitragem de Lourival Dias Lima Filho, que conseguiu desagradar aos dois lados. “No gol do Juventude, houve falta grossa no Bosco. Eu também não sei se o pênalti para nós foi mesmo”, admitiu o zagueiro Lugano. Segundo o ala Souza, desde o início da partida os jogadores perceberam a insegurança da arbitragem. “Quando ele deu uma falta que não foi, todo mundo foi para cima dele, que

aceitou. Olha a torcida, aí você vê como a arbitragem foi ruim." O técnico Muricy Ramalho também não economizou críticas ao árbitro: “Ele aceitou a pressão. Tinha que apitar o que viu. No gol do Juventude, o Bosco foi agredido. Eu estou julgando o trabalho dele, não a pessoa. Nós temos que fazer um protesto pela sua atuação”. Segundo Muricy, a justificativa do empate está exclusivamente na arbitragem. “Nas circunstâncias, com dois jogadores a menos, esse ponto foi ótimo, e temos que lembrar que há cinco jogos não perdemos”, declarou.

O técnico, no entanto, fez questão de mostrar que a perda da possibilidade de liderar o Brasileiro não preocupa. “Mas temos que estar ligados em tudo, para evitar problemas como os de hoje”, declarou, ainda se referindo ao árbitro. O técnico ainda explicou sua opção por Leandro para substituir a Mineiro, e não Ramalho, como se projetava: “Não se trata de simplesmente colocar um jogador no lugar de outro. Quando vi que o Juventude ir jogar com dois volantes e um meia, não havia por que eu fazer o mesmo. Assim, deixei apenas um jogador para marcar o Marcel”.

Rubens Chiri/AE

RECORDE PERTENCE À LIBERTADORES Nenhuma outra competição parou tantas vezes por causa do Mundial quanto a Libertadores. Em 1974, ela foi interrompida entre o fim da primeira fase (em maio) e o início da segunda (em setembro). Em 1982 e 1986, os jogos dos grupos de argentinos e brasileiros começaram depois da Copa. Em 1990, a competição parou entre maio (fim da primeira fase) e agosto (início da segunda). Em 1994, de abril a julho. De 1998 para cá, parou entre as quartas-definal ( junho) e os jogos de ida das semifinais (começo de julho). “Estou triste. Não é porque fui tetracampeão mundial que deixo de me importar com essa derrota." (Zinho, do Palmeiras, após ter conquistado a Copa do Mundo pelo Brasil, no dia 17 de julho de 1994, e perdido o jogo de volta das oitavas-de-final da Libertadores para o São Paulo, por 2 a 1, uma semana depois.) Com o resultado de ontem, o histórico de jogos entre Corinthians e Flamengo pelo Brasileiro fica empatado: são 15 vitórias de cada um e 12 empates. O Flamengo marcou 69 gols contra 53. No geral, o mesmo equilíbrio: em 106 jogos, 42 vitórias de cada e 22 empates, 174 gols rubro-negros e 169 gols corintianos.

Bobeada em casa

P

ara um time que busca os primeiros lugares, como o Santos, um empate como o de ontem — 0 a 0 com o Botafogo, ameaçado pelo rebaixamento, em plena Vila Belmiro — pode ser fatal. Vanderlei Luxemburgo e seus comandados sabem muito bem disso, e talvez seja justamente por esse motivo que o ambiente nos vestiários após a partida não era de festa. “Eu acho que o resultado é ruim. Empatar em casa não é bom. Nós fomos melhores no segundo tempo, mas faltou o gol”, dizia, por exemplo, o zagueiro Ronaldo Guiaro, lembrando que o resultado quebrou a seqüência de aproveitamento de 100% dos jogos disputados em casa neste Brasileiro que o Santos detinha até ali. “Tivemos umas duas ou três oportunidades mas não conseguimos concluir em gol”, concordava o zagueiro Luiz Alberto. Escalado com três volantes, o Botafogo não dava espaços para Rodrigo Tabata e Kléber. Diante deste quadro, Luxemburgo resolveu mexer. Aos 21 minutos ele colocou o meia André no lugar do zagueiro Ávalos. A mudança melhorou o time da Vila, que equilibrou a partida. Com mais um meia para marcar, o meio-campo botafoguense passou a dar mais espaços a Tabata. No segundo tempo, o jogo melhorou para o Santos, que passou a criar as maiores chances. Mas o gol não veio e o Santos

perdeu seus primeiros pontos jogando dentro de casa. O técnico Vanderlei Luxemburgo também lamentava as muitas chances perdidas: “O Santos criou boas oportunidades de fazer o gol e não fez. Em um jogo assim, um lance é fundamental, uma jogada pode fazer a diferença”. Além disso, Luxemburgo, uma vez mais, criticou a arbitragem. “Vou conversar com o Édson, ele tem que melhorar a arbitragem. Um campeonato importante como o Brasileirão não pode ser decidido por erros dos árbitros”, disse o técnico santista, referindo-se ao presidente da Comissão Nacional de Árbitros, Édson Rezende. O lance que gerou mais reclamação por parte dos santistas foi um impedimento marcado em um lançamento recebido por Magnum. Luxemburgo afirmou que lances como esse fazem a diferença, e marcações incorretas têm prejudicado seu time. “A avaliação em relação à colocação do Santos na tabela é boa, mas poderia ser melhor se não tivéssemos sido prejudicados na partida contra o Flamengo, depois contra o Grêmio”, disse. No entanto, para o lateral Denis, a arbitragem de ontem não prejudicou o Santos: “Se o juiz errou, errou para os dois lados. Não vou ficar criticando. Acho que faltou competência da nossa equipe para marcar o gol contra o Botafogo”.

Ricardo Nogueira/AE

Há exatos 68 anos, no dia 5 de junho de 1938, o Brasil estreava na Copa do Mundo disputada na França, vencendo a Polônia por 6 a 5, pelas oitavas-de-final. Aquele foi o primeiro jogo de futebol transmitido pelo rádio para o país, na voz do locutor Gagliano Neto. Naquela partida, o atacante Leônidas da Silva marcou quatro dos seis gols brasileiros. Um deles foi com o pé descalço, pois sua chuteira havia estourado e estava sendo consertada fora do campo. O árbitro sueco Eckling não percebeu e validou o lance, que, de acordo com as regras, deveria ter sido anulado.

Empate com o Botafogo foi primeiro jogo do Santos sem vitória na Vila neste Brasileiro

Derrota para o Flamengo por 2 a 0 foi a quarta seguida, sem marcar nenhum gol

Cada vez mais para baixo

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á são 360 minutos sem marcar gols, desde a heróica virada de 4 a 2 em cima do Vasco, em São Januário. De lá para cá, o Corinthians só perdeu: 1 a 0 para o Inter, 2 a 0 para o Santos, 1 a 0 para o Goiás e, ontem, 2 a 0 para o Flamengo. À exceção do clássico perdido na Vila Belmiro, todas as demais partidas foram disputadas em casa. O time não conseguiu somar nem um mísero pontinho e, agora, amarga a antepenúltima colocação, mergulhado na zona de rebaixamento. Ontem, a defesa voltou a falhar e o ataque, uma vez mais, foi inoperante. Chutou duas bolas na trave, teve outra em que o zagueiro Juan salvou depois que o goleiro Diego foi driblado nada mais. “Quando a fase não está boa, a bola não entra", explicaria depois o lateral Rubens Júnior, autor de um dos chutes que acertaram as traves rubro-negras (o outro foi de Nilmar). Na etapa final, os jogadores do Corinthians mal tiveram tempo de colocar em prática os pedidos do técnico Geninho, que no intervalo disse que o time estava “errando demais”. Logo no primeiro minuto, o uruguaio Peralta aproveitou cruzamento de Obina e marcou o primeiro. Aos 13, após Marcelo Mattos rebater mal, Obina dominou e chutou de fora da área: 2 a 0. Marcelinho Carioca, que ainda não sabe o que é vencer desde sua volta ao

Corinthians, entrou no lugar do volante Xavier, mas o máximo que conseguiu foi cobrar uma falta com efeito que Diego espalmou com tranqüilidade. Depois do jogo, Kia Joorabchian, presidente da MSI, garantiu a permanência do treinador. “O Geninho está garantido. Ele tem dois anos de contrato e não tem problema nenhum”, disse. O dirigente já identificou o problema do time. “Montar um time sem seis ou oito jogadores que resolvem é muito difícil. O técnico deve ser cobrado quando tem o elenco nas mãos, mas qualquer time do mundo teria problemas com todos esses desfalques”, explica Kia. Os desfalques citados por ele são Ricardinho, Mascherano e Tevez, que estão na Copa do Mundo; Carlos Alberto e Gustavo Nery, que se recuperam de contusão. Geninho acha precipitado falar em listas de dispensas. “A paralisação vai ajudar muito para a tensão diminuir e, então, todos os jogadores vão poder refletir sobre o que estão fazendo em campo”, diz. Para Geninho, o Corinthians será um dos clubes mais beneficiados com a paralisação. “Será ótimo. Não esperava encontrar tantas dificuldades e vamos poder recuperar a parte física, técnica e dar um padrão de jogo para a equipe." Os corintianos terão 10 dias de descanso antes de começar a intertemporada. Serão 15 dias de treinos em Águas de Lindóia e 10 em Atibaia.


São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006

DCARRO

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ACESSÓRIOS

Luiz Carlos Lacreta, diretor-geral de Pós-Vendas da General Motors do Brasil

Pablo de Sousa

Fotos: Divulgação

A série "Rides", uma das mais bem-sucedidas de tuning, contará com oito episódios gravados na América Latina, sendo três brasileiros e os demais provenientes do México e da Argentina, que irão ao ar até o final do ano. A GM também apresentou na exposição da Bienal do Ibirapuera o Chevrolet Vectra Steel, que conta com pintura exclusiva e detalhes em aço escovado. Criado pela Batistinha Garage, o modelo tem portas totalmente lisas, sem maçanetas - a abertura se dá exclusivamente através de controle remoto. Outra atração da marca Chevrolet foi o Corvette Z06, com motor V8 e 505 cv de potência. Superesportivo - Além de versões especiais do Fusion, Fiesta Sedã, EcoSport e Ranger, a Ford aproveitou o Salão de Tuning para mostrar um Mustang GTR, uma réplica da única versão que existe nos Estados Unidos. Esse veículo pertence a um empresário brasileiro e é montado a partir de um Mustang GT, com motor original de 4.6 L com 300 cv. O GTR tunado recebeu ainda um turbo convencional com compressor acionado mecanicamente e um intercooler resfriado a ar aumentando a potência para 500 cavalos. A Ford oferece uma série de acessórios para que os consumidores possam personalizar seus veículos na rede de concessionárias da marca. Para o Fusion, sedã de luxo que está chegando ao mercado neste início de mês, foram desenvolvidos dois itens especiais para reforçar seu estilo: faróis tipo Xenon e ponteiras cromadas de escapamento. O Fusion exposto no Salão de Tuning teve a suspensão rebaixada e ganhou aerofólio traseiro e pneus aro 19". O curioso, no tuning, é que abrange um público bem diferenciado. A princípio, imagina-se que os jovens são os mais aficionados por personalização. Mas o engenheiro de Desenvolvimento de Acessórios da Ford, João Finochi Neto, garante: "Essa moda de tunar carros e utilizar acessórios originais para personalizar veículos estende-se a todas as faixas etárias".

Na linha de acessórios originais Chevrolet tem desde portaterno (acima) até geladeira para o banco traseiro

Pablo de Sousa

Acima, uma réplica do Mustang GTR. Ao lado, o Corvette Z06, com motor V8 de 505 cavalos de potência.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

segunda-feira, 5 de junho de 2006

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

Por trás da subversão João Wainer/Folha Imagem/20/08/2003

o começo de 2001, o Council on Foreign Relations (CFR), bilionário think tank de onde já emergiram tantos presidentes e secretários de Estado que há quem o considere uma espécie de metagoverno dos EUA, criou uma "força-tarefa", transbordante de PhDs, presidida pelo historiador Kenneth Maxwell e encarregada de sugerir modificações na política de Washington para com o Brasil. A primeira lista de sábios conselhos, publicada logo em 12 de fevereiro, enfatizava "a urgência de trabalhar com o Brasil no combate à praga das drogas e à sua influência corruptora sobre os governos". COMBATE APOLÍTICO - Naquele momento, destruídos os antigos cartéis, emergiam como dominadoras do mercado de drogas na América Latina as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, deliberadamente poupadas pelo Plano Colômbia do governo Clinton sob o pretexto de que o combate ao narcotráfico deveria ser apolítico. As Farc, uma organização comunista, haviam entrado no mercado das drogas para financiar suas operações terroristas e a tomada do poder. Desde 1990 faziam parte do Foro de São Paulo, onde articulavam suas ações com a estratégia geral da esquerda latino-americana, garantindo apoios políticos que a tornavam virtualmente imunes a perseguições em vários países onde operavam. BEIRA-MAR - No Brasil, por exemplo, a despeito das centenas de toneladas de cocaína que por meio do seu sócio Fernandinho Beira-Mar elas despejavam anualmente no mercado, e apesar dos tiros que de vez em quando trocavam com o Exército na floresta amazônica, as Farc eram bem tratadas: seus líderes circulavam livremente pelas ruas sob a proteção das autoridades federais e eram recebidos como hóspedes oficiais pelo governo petista do Estado do Rio Grande. Nunca, portanto, as relações entre narcotráfico e política tinham sido mais íntimas. Arriscavam tornar-se ainda mais intensas porque Luís Inácio Lula da Silva, fundador do Foro e portanto orquestrador maior da estratégia comum entre partidos legais de esquerda e organizações criminosas, parecia destinado a ser o próximo presidente do Brasil. A integração crescente de narcotráfico e política tornava portanto urgente combater "a praga das drogas e sua influência sobre os governos". E a única maneira de fazer isso era, evidentemente, desmantelar o Foro de São Paulo. Vista nessa perspectiva, a sugestão da "força-tarefa" parecia mesmo oportuna. Mas só a interpreta assim quem não entende as sutilezas do metagoverno. O sentido literal da frase expressava, de fato, o oposto simétrico do que o CFR pretendia. ENTIDADE SEMI-SECRETA - Desde logo, o Foro de São Paulo, para continuar se imiscuindo impunemente na política interna de várias nações latino-americanas, necessitava manter sua condição de entidade discreta ou semi-secreta, e o próprio chefe da força-tarefa o ajudava nisso. Em artigo publicado na New York Review of Books – e, é claro, reproduzido na Folha –, Maxwell declarava que o Foro simplesmente não existia, porque "nem os mais bem informados especialistas com quem conversei no Brasil jamais ouviram falar dele". Para um historiador profissional, confiar-se à opinião de terceiros em vez de averiguar as fontes primárias, então fartamente disponíveis no próprio site do Foro, era uma escandalosa prova de inépcia. Na época, o sr. Maxwell pertencia (pertence ainda) ao círculo de iluminados que costumava (costuma ainda) ser ouvido com o máximo respeito pela mídia brasileira, especialmente pela Folha de S. Paulo. Isso parecia dar uma prova incontestável de que ele era de fato um jumento, tendo agido de maneira tão extravagante em pura obediência à sua natureza animal. Mas agora noto que isso não explicava tudo. Logo depois, outro intelectual de grande reputação nos círculos asininos, Luiz Felipe de Alencastro, professor de História do Brasil na Sorbonne e

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colunista da Veja, brilhava num debate do CFR emprestando à tese da inexistência do Foro de São Paulo o aval da sua formidável autoridade e ainda acrescentava ter sido eu o criador da lendária organização... Dar sumiço na coordenação continental do movimento comunista latino-americano parecia ter-se tornado um hábito consagrado no CFR. BOLSA DE NY - Isso poderia ser apenas um inocente acúmulo de erros de interpretação se a entidade não tivesse cultivado simultaneamente um outro hábito: o das boas relações com as Farc. Em 1999, o presidente da Bolsa de Valores de Nova York, Richard Grasso, membro do CFR, fez uma visita de cortesia ao comandante das Farc, Raul Reyes, e saiu dali festejando a comunidade de interesses entre a quadrilha colombiana e a elite financeira "progressista" dos EUA. Logo em seguida, outros dois membros do CFR, James Kimsey, presidente emérito da America Online, e Joseph Robert, chefe do conglomerado imobiliário J. E. Robert, tinham um animado encontro com o próprio fundador das Farc, o velho Manuel Marulanda, e em seguida iam ao presidente colombiano Pastrana

As Farc, uma organização comunista, haviam entrado no mercado das drogas para financiar suas operações terroristas e a tomada do poder

O famigerado Plano Colômbia de Clinton tinha por principal resultado eliminar os concorrentes e entregar às Farc o quase monopólio do mercado de drogas na América Latina

LaRouche (acima) e o pastor Pat Robertson: conspiração

para tentar convencê-lo, com sucesso, a ficar de bem com a narcoguerrilha. FORO DE SÃO PAULO - A divisão de trabalho era nítida: os potentados do CFR negociavam com a principal força de sustentação militar e financeira do Foro de São Paulo, enquanto seus office-boys intelectuais cuidavam de despistar a operação proclamando que o Foro nem sequer existia. O CFR alardeava a intenção de eliminar a influência do narcotráfico nos governos ao mesmo tempo que contribuía ativamente para que essa influência se tornasse mais vasta e fecunda do que nunca. Ao CFR pertencia também o presi-

dente Clinton, cujo famigerado Plano Colômbia tinha tido por principal resultado eliminar os concorrentes e entregar às Farc o quase monopólio do mercado de drogas na América Latina. Em 2002, a política latinoamericana dos grão-senhores globalistas sofria um upgrade: ao esforço de embelezar as Farc somava-se agora o empenho de fazer do presidente do Foro de São Paulo o presidente do Brasil. Poucos dias antes da eleição de 2002, a embaixadora americana Donna Hrinak, que não sei se pertence pessoalmente ao CFR mas está entre os fundadores de uma entidade estreitamente associada a ele, o Diálogo Interamericano, fazia propaganda descarada do candidato petista, proclamando-o "uma encarnação do sonho americano". Embora fosse uma interferência ilegal e indecente de autoridade estrangeira numa eleição nacional – só não causando escândalo porque até a prepotência imperialista se torna amável quando trabalha para o lado politicamente correto –, e embora a fórmula verbal escolhida para realizá-la fosse uma absurdidade sem par (pois não consta que muitos americanos tivessem como suprema ambição parar de trabalhar aos 24 anos para fazer carreira num partido comunista), a expressão fez tanto sucesso que, logo em seguida, foi repetida ipsis litteris, sem citação de fonte, num artigo da New York Review of Books que celebrava entusiasticamente a vitória de Lula. Adivinhem quem assinava o artigo? O indefectível Kenneth Maxwell. ESQUERDISMO - Diante desses fatos, alguém ainda hesitará em perceber que as ligações entre o esquerdismo pó-de-arroz do CFR e o esquerdismo sangue-e-fezes dos Marulandas e Reyes são mais íntimas do que caberia na imagem estereotipada de uma hostilidade essencial e irredutível entre capitalistas reacionários e comunistas revolucionários? O sentido dos acontecimentos é transparente demais, mas o cérebro das nossas elites ainda é capaz de projetar sobre eles a sua própria obscuridade para esquivar-se de tirar as conclusões que eles impõem. TEORIA DA CONSPIRAÇÃO - É claro que não endosso a idéia de que o CFR, como instituição, seja uma central conspiratória pró-comunista. Muitos de seus membros são patriotas americanos que jamais endossariam conscientemente uma política prejudicial ao seu país. Mas não dá para esconder que, ali dentro, um grupo de bilionários reformadores do mundo, incalculavelmente poderosos, tem induzido a entidade a influenciar o governo de Washington, quase sempre com sucesso, no sentido mais esquerdista e anti-americano que se pode imaginar. Nos EUA isso é um fato de conhecimento geral. Ninguém o coloca em dúvida. Só o que se discute é a "teoria da conspiração" usada para explicá-lo. Essa teoria tem entre seus defensores alguns intelectuais de primeira ordem como Carroll Quigley, professor de História em Harvard e mentor de Bill Clinton, ou o economista Anthony Sutton, autor do clássico Western Technology and Soviet Economic Development (4 vols.). Contribui ainda mais para a credibilidade da tese o fato de que o primeiro é um adepto entusiasta e o segundo um crítico devastador da elite globalista. E o que a torna ainda mais atraente é o fato de que o CFR, reconhecendo a sua existência ao ponto de lhe oferecer um desmentido explícito no seu site oficial, se esquive de debater com esses dois pesos-pesados e com dezenas de outros estudiosos sérios que escreveram a respeito, e prefira em vez disso ostentar uma vitória fácil e postiça num confronto com as versões popularescas e caricaturais da tese conspirativa, inventadas por tipos como Lyndon LaRouche e o pastor Pat Robertson. Este é um bom sujeito que jamais mentiria de caso pensado, mas é um boquirroto, campeão continental de gafes eclesiásticas. Discutir com ele é a coisa mais fácil, porque ele sempre vai acabar dizendo alguma inconveniência e pondo sua opinião a perder, mesmo quando está com a razão. LaRouche, que chegou a ser pré-candi-

Raul Reyes, em posto avançado na selva colombiana: visita de ilustres norte-americanos

dato presidencial pelo Partido Democrata, é ele próprio um conspirador que só enxerga as conspirações dos outros pelo prisma deformante dos seus objetivos e interesses próprios. Tomar esses dois como porta-vozes representativos das acusações de conspiração contra o CFR é o mesmo que derrubar o dr. Emir Sader e sair cantando vitória sobre Karl Marx. Que o CFR use desse expediente esquivo para se safar das denúncias é um sério indício de que elas têm pelo menos algum fundo de verdade. LAROUCHE - Para vocês avaliarem o quanto a nossa elite econômica, política e militar está alienada e por fora do mundo, basta notar que sua principal fonte de informação sobre o CFR, o Diálogo Interamericano e outros organismos globalistas tem sido justamente o sr. Lyndon LaRouche, cuja Executive Intelligence Review é lida pelos luminares da Escola Superior de Guerra como se fosse o exemplar mais puro de inside information (ele está tão bem informado que chegou a me classificar – logo a mim, porca miséria – como apóstolo do globalismo, pelo fato de eu escrever então num jornal chamado O Globo). As outras fontes conhecidas no país são todas de esquerda, e o que elas têm em comum com o boletim do sr. LaRouche é que distorcem monstruosamente os fatos ao apresentar os círculos globalistas como representantes do bom e velho "imperialismo americano" em luta desigual contra as soberanias nacionais dos países pobrezinhos. Não sei se rio ou se choro ao ver quantos brasileiros, que de esquerdistas não têm nada, levam essa versão a sério e baseiam nela suas análises estratégicas e propostas de governo. É ridículo e trágico ao mesmo tempo. Com tantas fontes primárias e diagnósticos de alto nível à disposição, por que comer lixo e arrotar o cardápio do Tour d’Argent? Do lamaçal cultural subdesenvolvido só brotam flores de ignorância e autoengano. O site www.vermelho.org, por exemplo, apresenta o Diálogo Interamericano como repleto de "personalidades da direita mais conservado-

ra", e estas como "representantes do Establishment americano". Nos EUA, até crianças de escola sabem que Establishment quer dizer "esquerda chique", que não há nem pode haver ali dentro "personalidades da direita mais conservadora", e que, se alguma soberania nacional é posta em risco pelo Establishment, é a dos EUA em primeiríssimo lugar. A longa e feroz polêmica movida pelos conservadores e nacionalistas contra o CFR, o Diálogo Interamericano e os círculos globalistas em geral é completamente desconhecida pelos tagarelas da ESG e pelo "bando de generais" que acredita nas fontes esquerdistas e no sr. LaRouche. Nessa multidão de caipiras crédulos há inúmeros patriotas sinceros. Mas a destruição de um país começa quando seus patriotas se idiotizam, deixando aos traidores, conspiradores e revolucionários o monopólio da esperteza. A história da manipulação dos patriotas brasileiros por espertalhões de esquerda é em si mesma uma tragicomédia. Desde há décadas, a liderança esquerdista vem submetendo essa gente a um tratamento pavloviano, na base de um-choque-umqueijo, que se demonstrou eficaz ao ponto de muitos oficiais de alta patente, ideologicamente anticomunistas, acharem hoje que é uma lindeza sumamente honrosa transformar os nossos soldados em cavouqueiros e tratoristas a serviço do MST. Como é que se leva um cérebro humano a mergulhar nesse abismo de estupidez? É simples: basta criar uma equipe selecionada entre esquerdistas bem falantes e dividi-la em duas alas, encarregadas de tarefas opostas -uma infiltrada na mídia, incumbida de espalhar mentiras escabrosas, fomentando o ódio anti-militar; outra, bem colocada nos próprios círculos militares e na ESG, encarregada de afagar o ego das Forças Armadas e induzi-las à conciliação e à colaboração com a estratégia comunista continental por força do seu próprio patriotismo, facilmente convertido em anti-americanismo por meio de um fluxo habilmente planejado de informações falsas (entre as quais, é claro,

as fornecidas pelo sr. LaRouche). Na primeira equipe, destacam-se Caco Barcelos, Cecília Coimbra e Luiz Eduardo Greenhalgh. Na segunda, Márcio Moreira Alves, Mário Augusto Jacobskind e Cesar Benjamin. A duplicidade de tratamento deixa a vítima desnorteada e acaba por subjugá-la. Entre tapas e beijos, boa parte da nossa oficialidade se deixou facilmente cair no engodo, mostrando ter mesmo QI de ratinho de laboratório. A recente palestra do comandante do Exército em Porto Alegre mostra até que ponto uma instituição caluniada, marginalizada e espezinhada sente alívio e reconforto ante a oferta humilhante de um lugarzinho no banquete de seus tradicionais detratores. Ardis semelhantes foram aplicados entre empresários e políticos, com igual eficácia. É por isso que se tornou tão difícil explicar aos brasileiros aquilo que, entre os conservadores americanos, até os mais lerdos de inteligência como Pat Robertson entendem perfeitamente bem: que a elite globalista é o inimigo número um da soberania nacional americana e, por tabela, mas somente por tabela, de todas as demais soberanias. P. S. – Um amigo envia-me o seguinte lembrete: "No dia 30 passado a polícia de São Paulo prendeu a peruana Juliana Custódio, envolvida na morte de um bombeiro durante aqueles dias. A TV Bandeirantes deu destaque para o caso. A Globo deu uma nota e esqueceu o assunto. Acontece que ontem um juiz entrevistado pela Band disse o seguinte: em dez anos estará formada no Brasil a maior rede terrorista jamais vista nas Américas. Eu, particularmente, acho que a ‘Coisa’ estará formada antes mas ela é inevitável. A peruana é apontada como elo de ligação entre as FARC e o PCC." Enquanto isso, o sr. Lula continua atribuindo a onda de violência em São Paulo à (aliás inexistente) falta de vagas para as crianças nas escolas. É um cínico e um cara-de-pau como jamais se viu.


segunda-feira, 5 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

1 Leão abocanha 37,4% do preço final de uma bandeira do Brasil. As vendas da Copa estão nas pág. 2 e 3.

GOVERNO TORCE CONTRA O CONTRIBUINTE QUANDO LEVA 47,69 % DO PREÇO DE UMA BOLA DE FUTEBOL

UMA GOLEADA DE TRIBUTOS NA COPA

A alegria do torcedor dura pouco quando descobre o peso dos impostos nos produtos até na hora de vibrar com o futebol da única seleção pentacampeã do mundo.


DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006

São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006

LANÇAMENTOS

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Carro-show da Mangels Divisão Rodas que participou, em São Paulo, na Bienal do Ibirapuera, do II Salão de Tuning

DCARRO

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O monitor OHM-153 possui 15,3 polegadas e possibilita dividir o monitor em duas áreas diferentes

Antena Maxi Vitra Tuning da Olimpus com apenas 25 cm e ótima recepção de AM e FM Divulgação

NOVIDADES E "MAIS" NOVIDADES DO TUNING A grande quantidade de novos produtos voltados para o segmento tuning deixa claro que o movimento ainda tem muito fôlego e deixou de ser considerado um modismo passageiro ANDERSON CAVALCANTE

O

s lançamentos no segmento tuning aparecem a todo momento e em todos os lugares. Para entender esta febre no mercado de personalização automotiva basta pegar a quantidade de modelos de carros nacionais e importados, multiplicar pelo número de peças que compõe cada veículo e "tentar", então, imaginar a imensa possibilidade de versões, cores e diversidades tecnológicas que cada um destes itens pode oferecer. Já que chegar a este resultado é algo improvável, não esquente a cabeça e veja alguns

produtos que acabaram de "sair do forno" diretamente para as mesas, ou melhor, para os carros da galera tuneira! Rodas - A Mangels mostra porque está entre as mais procuradas pelo público interessado no mercado de personalização e comprova o rejuvenescimento do seu consumidor. Exportadora há mais de 25 anos, a empresa quer ampliar sua participação no segmento. "Nossas rodas são bastante conhecidas pelos profissionais e aficionados por tuning, por seu design e sua qualidade. No Sema Show, em Las Vegas, recebemos

em nosso estande visitantes da Europa, da América Latina e dos EUA. Representantes de todos os continentes puderam conhecer e apreciar nossos produtos. Agora chegou a vez do Brasil", explica Sidney Martinho, gerente de Aftermarket da Mangels Divisão Rodas. A Driver é a primeira roda Mangels para carros de passeio em aro 19", voltada em especial para o público do tuning. Disponível em 4 ou 5 furos é oferecida também em aro 17". No mesmo modelo, há ainda uma versão exclusiva para deixar as picapes com aspecto mais esportivo, com aro 20". Os acabamentos podem ser Dark Gloss, Cromada, Dark Gloss com Lip Diamantado e Preta com Lip Diamantado. Outra opção, a roda Nitrus, além da possibilidade de 4 ou 5 furos, ainda pode ser encontrada na versão multifuros. Os aros podem ser vistos nas versões 15" a 18" e os acabamentos em Dark Gloss, Cromada ou Prata. Devido ao sistema de 4 ou 5 furos e, também, ao multifuros, a roda Elite atende aos mais diversos tipos de veículos e está disponível nos aros 14", 15" e 17". Os acabamentos são os mesmos da Nitrus. Pneus - A Goodyear está apresentando a nova tecnologia dos pneus Run On Flat, que podem rodar com pressão baixa, ou mesmo sem ar, até 80 quilômetros de distância, numa velocidade abaixo de 80 km/h. Esses pneus possuem um reforço na área do costado que evita que se dobrem em torno da área do talão, próximo à flange da roda, ou na

Pneu de perfil baixo, o Continental SSR deve ser adquirido em conjunto com o sistema de monitoramento de pressão

Roda Driver da Mangels para carros de passeio em aros 17" e 19". Disponível em 4 ou 5 furos e própria para o público tuning.

área do costado, internamente, quando estiverem com baixa pressão de ar ou totalmente sem ar. Os principais benefícios da Tecnologia Run On Flat são a segurança, pois o condutor pode manter o controle do veículo mesmo depois do pneu vazio e tem a conveniência de escolher quando e onde efetuar o reparo, já que esse sistema dispensa o uso do pneu sobressalente. Esse tipo de pneu só pode ser instalado em veículos que possuem sistema de monitoramento de pressão. Os condutores precisam ser avisados da redução da capacidade de dirigibilidade nas curvas e da necessidade de redução da velocidade para os parâmetros permitidos, por intermédio do sistema de monitoramento de pressão (TPMS Tyre Pressure Monitoring System). A mesma tecnologia foi apresentada recentemente pela Continental Pneus no modelo Continental SSR (Self-Supporting Run-flat Tyre ou Pneu Run-flat Auto-Sustentável), voltado para carros esportivos com pneus de perfil baixo. O sistema de monitoramento de pressão da Continental tem preço sugerido de venda ao consumidor de R$ 1.700. O custo do pneu varia de acordo com a medida escolhida. Para a medida 205/55/R16, por exemplo, o valor proposto é de R$ 850. Outro produto da Continental voltado para o segmento é o pneu Barum, modelo Bravuris, que se adequa à proposta do tuning por suas diferenciadas características de design e de alta performance, nas seguintes medidas: 195/50R15, 205/40ZR17, 205/55R16, 225/45ZR17, 225/40R18, 215/45R17 e 215/40ZR16. O Bravuris tem preço sugerido a partir de R$ 110, cada. Som e vídeo - A fabricante de equipamentos multimídia, Clarion, começa a comercializar o maior monitor de teto do País, o OHM-153. O aparelho possui 15,3 polegadas e traz ainda um recurso presente em televisores de ponta: a tecnologia PIP. Com ela, é possível dividir o monitor em duas áreas diferentes. De um lado, pode-se assistir a filmes, e do outro, jogar videogames. Mesmo dividindo a tela, cada área de visualização tem tamanho equivalente a outros monitores

Sapatilhas para competição da marca Shutt

convencionais à venda no mercado. O monitor OHM-153 traz ainda duas entradas de áudio e vídeo, uma saída de vídeo, conector externo (para videogames ou câmeras digitais, por exemplo) e controle remoto. Ele funciona em conjunto com DVD Player de painel ou disqueteira VCZ 625 capaz de armazenar e reproduzir DVDs e CDs MP3. A Stetsom Eletrônica lança quatro novos modelos de amplificadores: o CL 500 Hi-end, que é um dos seus aparelhos top de linha, o Vulcan 2K6D, um dos módulos mais potentes do mercado (fornece até 6.000 WRMS) e que faz a chamada "ponte" entre amplificadores (bridge), o modelo TH 2030, um amplificador para uso com o iPod, da Apple, e o ST 180, que conecta o CD Player comum e o MP3. A Olimpus lançou uma antena interna especialmente desenvolvida para os apreciadores do tuning. É a Maxi Vitra Tuning, desenvolvida com alta tecnologia para conseguir melhor recepção de AM/FM, embora tenha apenas 25 cm de comprimento. Possui, também, um exclusivo circuito eletrônico que amplifica as ondas de rádio de tal forma que "limpa" todo o ruído que poderia ser absorvido com o som. O resultado, de acordo com Ricardo Salama, gerente de Marketing da Olimpus, é uma transmissão perfeita, com aproveitamento máximo na recepção dos sinais de AM/FM. Além disso, como os terminais da Olimpus são niquelados, o encaixe na base da antena fica perfeito. O design transparente deixa visíveis


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J

Passe Livre Camp. Brasileiro Palmeiras Série B

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Vamos treinar muito para melhorar depois dessa parada.” Sérgio, do Palmeiras

EQUIPE PERDE O 6º JOGO E É PENÚLTIMA

PIOR, SÓ O SANTA paSse livre

á está virando rotina. Ontem, na Arena da Baixada, em Curitiba, o Palmeiras até que lutou, mas acabou perdendo mais uma. Dessa vez, para o Atlético-PR, por 2 a 0. O resultado não só segurou a equipe na zona de rebaixamento como a mantém em penúltimo lugar, à frente apenas do Santa Cruz. Sem Edmundo, afastado pelo técnico Tite por indisciplina durante a semana, não havia nem a chance de uma jogada individual inspirada. O primeiro gol do Atlético-PR surgiu de uma falta erroneamente marcada aos 44 minutos do primeiro tempo. A cobrança de Fabrício, pelo lado direito, resultou em um lançamento para a área. A bola bateu na perna de Danilo, espirrou, atingiu o queixo de Alan Bahia, bateu na trave e entrou no gol de Sérgio. O Atlético ampliou sua vantagem no segundo tempo, aos 31 minutos. Ferreira lançou Evandro da direita para a esquerda. O jogador chutou a gol para a defesa de Sérgio, que não conseguiu evitar o rebote, bem aproveitado pelo próprio Evandro. Após o final da partida, os jogadores do Palmeiras foram unânimes em afirmar que o grupo vai tentar aperfeiçoar os fundamentos e também trabalhar o aspecto mental para recomeçar a competição mais fortalecidos, após a Copa do Mundo. “Vamos trabalhar os aspectos físicos, emocionais e

Fotos Orlando Kissner

Roberto Benevides

Tempo de espera Palmeiras do técnico Tite perde mais uma (2 a 0 para o Atlético-PR, em Curitiba) e continua em 19º lugar, à frente apenas da equipe pernambucana

táticos, pois quando tu equilibras essa situação, os resultados são melhores”, prometia o técnico Tite. Apesar da derrota, ele elogiou o comportamento do time: “Talvez no produto final a equipe tenha sentido um pouco, mas o desempenho no geral foi importante”. Segundo o técnico do Palmeiras, muitos jovens entraram em campo e enfrentaram o A t l é t i c o d e f re n t e . C o m o exemplo, ele citou o meia William, de 18 anos. Outro elogiado foi o goleiro Marcos, que estava no banco de reservas mas fez questão de participar do jogo. “O Marcos é a história, a camisa e a cara do Palmeiras, e transmite isso para os mais jovens. Alguns deles entraram em campo e fizeram o possível, isso mostra uma luz no fim do túnel.” Reinaldo, volante da equipe paulista, elogiou a dis-

posição de todos, mas lamentou as oportunidades que foram perdidas: “Ninguém está ali para errar, mas o Cléber (goleiro do Atlético) teve mérito em pegar duas bolas que eram fundamentais. Vamos aproveitar esses dias de folga para treinar e sair dessa situação.” Alex Afonso é outro que está disposto a trocar a folga pelo

treinamento. Segundo ele, é preciso que todos se concentrem e tirem o Palmeiras dessa situação: “Infelizmente, não conseguimos o gol, criamos mas não marcamos. Eles criaram menos e marcaram os gols necessários”. Para o lateral Amaral, o momento é de reflexão: “Precisamos ver o que nós queremos para nossas vidas”.

Cruzeiro e Inter na frente

C

om 21 pontos ganhos em dez jogos, a dupla Cruzeiro e Internacional terminou a fase de jogos pré-Copa do Mundo na ponta do Campeonato Brasileiro. Mas a vantagem pelos critérios de desempate é do Cruzeiro, que tem o mesmo número de vitórias dos gaúchos (6) porém saldo de gols superior (12 sontra 5). Ambos os times entraram em campo no sábado, jogaram fora de casa e ganharam. No Estádio Castelão, no Ceará, o Cruzeiro fez 2 a 0 no Fortaleza, resultado determinante para que o adversário, há sete rodadas sem conhecer uma vitória, passasse a figurar na zona de rebaixamento. Thiago Heleno, aos 13, e Gil, aos 36 minutos, marcaram os gols da vitória cruzeirense, ambos no primeiro tempo. No Maracanã, o Internacional, que tinha 18 pontos, enfrentou o Fluminense, com 19. E levou a melhor em um jogochave para suas pretensões. O primeiro gol do Inter foi marcado logo aos 27 segundos de jogo. Romeu perdeu a bola para Fernandão, que passou a Rafael Sóbis. Ele bateu cruzado e Iarley aparececeu para fazer 1 a 0. O empate do Fluminense veio aos 24 minutos: o lateral Jean entrou na área pela esquerda, bateu forte, a bola desviou na zaga e enganou o goleiro Clemer. No segundo tempo, logo aos 2 minutos, Jorge Wagner cobrou uma falta da direita, a bola desviou em Radamés e entrou: Inter 2 a 1. O novo empate tricolor aconteceu já aos 35 minutos. Tuta dominou a bola de costas diante de Bolívar e girou o corpo para marcar. No entanto, quando faltavam apenas dois minutos para o final da partida, o Inter chegou à vitória. Perdigão lançou Iarley, que dominou a bola e tocou por cima do goleiro Fernando Henrique. A próxima rodada do Campeonato Brasileiro só será disputada em 12 de julho, três dias após o término da Copa do Mundo, na Alemanha.

P

ensavam os corintianos, quando o Campeonato Brasileiro começou, como seria bom este intervalo até o fim da Copa do Mundo para descansar seus jogadores e azeitar o time que tem a incumbência de defender as faixas de campeão e, portanto, conquistar o bi. Serão duros, porém, os dias corintianos até que retornem ao Parque São Jorge o brasileiro Ricardinho e os argentinos Mascherano e Tevez, todos eles ocupados apenas com a Copa do Mundo enquanto o Corinthians se desmilingüe por aqui. Um dos principais, talvez o principal favorito ao título brasileiro de 2006, o Corinthians fecha a décima rodada entre os quatro times que estariam rebaixados para a Segundona - Fortaleza, Palmeiras e Santa Cruz lhe fazem companhia. Mais do que fizeram no ano passado do que pelo que não estão conseguindo fazer nesta temporada, os jogadores do Corinthians ganharam férias em seguida à derrota de ontem para o Flamengo por 2 a 0 e voltam ao trabalho daqui a dez dias. Vão ter, então, de trabalhar duro. O técnico Geninho, que estreou com uma vitória por 4 a 2 sobre o Vasco em São Januário e perdeu as quatro partidas seguintes, só pensa na volta ao trabalho: "Teremos tempo para treinar sem aquela cobrança depois de cada jogo, o que deve ajudar a recuperar a autoconfiança do grupo", sonha. É claro que Geninho e demais técnicos tirarão proveito desta paralisação no Campeonato Brasileiro e, finalmente, poderão compensar o tempo que não tiveram na pré-temporada para preparar minimamente suas equipes. Os problemas do Corinthians, no entanto, não se limitam à escassez de tempo para treinar. Desde que Ricardinho, Tevez e Mascherano viajaram, o Corinthians só venceu o Vasco, o que não chega a ser um feito na atualidade, e foi derrotado nos outros quatro jogos. Sem o trio, perdeu também Carlos Alberto, posto a nocaute numa balada carioca, e ainda não conseguiu fazer Gustavo Nery voltar a jogar futebol. Mais do que preparar melhor os que ficaram, Geninho vai mesmo é torcer pela volta dos que foram para a Alemanha.

EM BRANCO

O PIOR POSSÍVEL

Marcelinho Carioca ainda não sabe o que é vencer um jogo desde que voltou a vestir a camisa do Corinthians. Perdeu em casa para o Internacional por 1 a 0, para o Goiás também por 1 a 0 e para o Flamengo, ontem, por 2 a 0. Fora, perdeu para o Santos por 2 a 0.

Ruim com Edmundo, o Palmeiras é pior ainda sem ele. A sorte da torcida palmeirense é que existe o Santa Cruz.

DESCANSO

E AÍ?

Muricy Ramalho festeja a pausa no Campeonato Brasileiro: "Vai ser bom porque poderemos recuperar os jogadores que mais atuaram e estão precisando de descanso." Bem que o técnico queria ter garantido a liderança em Caxias do Sul, mas o 1 a 1 com o Juventude deixa o São Paulo a um ponto de Cruzeiro e Inter, que dividem a liderança, cada um com 21 pontos.

Destaque da Seleção nos treinos de preparação para a Copa, Kaká voltou a brilhar nos 4 a 0 de ontem sobre a Nova Zelândia. O que passará pela cabeça daqueles torcedores são-paulinos que tanto o vaiaram nos últimos tempos em que ele vestiu a camisa tricolor?

DESGOSTO Vanderlei Luxemburgo não gostou nada do 0 a 0 com o Botafogo que deixou o Santos a três pontos da liderança. Ele contava com a vitória em casa.

CIRANDA Marcio Bittencourt foi demitido pelo Fortaleza após a derrota em casa para o Cruzeiro por 2 a 0.

MERCOSUL Uma curiosa pesquisa feita pela Hattrick - uma das mais freqüentadas comunidades on line de futebol em todo o mundo - com mais de 200 mil internautas revela: 52% dos argentinos não querem que o Brasil ganhe a Copa do Mundo. Parece muito? Pois 70% dos brasileiros torcem contra a Argentina.

*Com Agência Estado e Reuters

SÉRIE B

Mais perto da Terceirona Djalma Vassão/AE

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ais uma derrota, a sexta em dez jogos, empurrou a Portuguesa para o último lugar da Série B, posição que deixa a equipe cada vez mais ameaçada pelo rebaixamento para a Série C, a terceira divisão brasileira (neste ano, caem quatro equipes). Mesmo jogando em casa, no Canindé, na sexta-feira, a Lusa acabou derrotada pelo Guarani por 1 a 0, gol de Éder. No meio da semana, a Portuguesa já havia sido goleada pelo Paysandu, também jogando em casa, por 6 a 2. Já o Guarani, na rodada anterior, havia empatado em casa com o AtléticoMG: 0 a 0. Com os outros resultados dessas duas rodadas, as últi-

9ª rodada Sport 1 x 1 Marília Vila Nova 2 x 1 Paulista CRB 1 x 2 Náutico Coritiba 1 x 1 Ceará Guarani 0 x 0 Atlético-MG Remo 2 x 2 Brasiliense Avaí 1 x 0 Santo André Portuguesa 2 x 6 Paysandu Gama 1 x 0 Ituano São Raimundo 1 x 1 América-RN

Derrota em casa para o Guarani, por 1 a 0, deixa a Lusa em último

mas antes da paralisação por causa da Copa do Mundo, a Série B passou a ter um novo líder: o Avaí. Na terça-feira, a equipe catarinense derrotou o Santo André (1 a 0) e na sexta

repetiu o resultado contra o Remo. O Sport, que era líder, empatou com o Marília (1 a 1) e perdeu para o CBR (2 a 1), ambos os jogos em casa, e agora caiu para o segundo lugar.

10ª rodada Portuguesa 0 x 1 Guarani Avaí 1 x 0 Remo Sport 1 x 2 CRB Paulista 1 x 0 Náutico Santo André 2 x 1 Ituano Paysandu 3 x 1 Gama Brasiliense 1 x 0 Atlético-MG São Raimundo 1 x 1 Vila Nova Marília 1 x 0 Coritiba América-RN 0 x 0 Ceará

Classificação

P

V

S

1 Avaí

19

5

6

8

2 Sport

18

5

3

13

3 Náutico

17

5

2

17

4 Paysandu

15

5

1

18

5 Coritiba

15

4

8

15

6 Marília

15

3

2

11

7 Brasiliense

14

4

7

21

8 Ituano

14

4

-1

14

9 Gama

14

4

-2

10

10 Atlético-MG

14

3

7

15

11 Guarani

14

3

1

13 16

GP

12 CRB

13

4

-5

13 Paulista

13

3

0

10

14 Santo André

12

3

-1

10

15 Ceará*

12

2

-1

9

16 América-RN

11

3

-2

11

17 Vila Nova

11

3

-3

12

18 São Raimundo

11

2

-4

9

19 Remo

9

2

-6

10

20 Portuguesa

8

2

-7

9

*Recuperou 6 pontos que havia perdido no STJD.


2

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Apesar dos poucos negócios com a Copa, Abrigraf espera crescimento entre 10% e 11% neste ano.

COPA DO MUNDO NÃO AJUDA GRÁFICAS

SETOR REGISTROU PREJUÍZOS NOS PRIMEIROS MESES DO ANO. AGORA, ESPERA REVERTÊ-LOS COM AS ELEIÇÕES

GRÁFICAS NÃO DECOLAM COM COPA

S

inal amarelo no setor gráfico. Pequenos e médios proprietários de gráficas estão em alerta porque a Copa do Mundo não promoveu o acréscimo de trabalhos que esperavam. "A economia está parada. Se alguém se deu bem, foram as grandes, e poucas, que dominam o mercado", diz Mauro Giovanni Ruffinelli, dono da Gráfica Remo, em Pirituba. A esperança agora está nas eleições. "De alguma forma, milagrosamente, o mercado cria fôlego nessa hora", afirma. Para Ruffinelli, as constantes ligações de papeleiros à sua gráfica sinalizam a dificuldade do setor. "É o termômetro. Apenas na última semana, cinco fornecedores telefonaram. Em bons tempos, nós é que corremos atrás deles", conta. Essa também é a constatação de Andrea Rezende, proprietária da Allsigns, empresa de comunicação visual com dois processos de produção: a impres-

Newton Santos/Hype

são digital e o recorte em vinil. Há dez anos no mercado, Andrea conta que, historicamente, os dois primeiros meses do ano são sempre fracos, por isso guarda uma reserva para "sobreviver" nesse período. "Os meses de março e abril foram tão trágicos a ponto de eu não absorver o prejuízo e precisar fazer um empréstimo", diz Andrea. De trabalhos que envolvessem a Copa do Mundo, apenas dois. "Em maio, os negócios melhoraram por causa de outros projetos institucionais da clientela. Agora, estaca zero de novo, pois não tenho vendas antecipadas. A torcida por dias melhores existe, mas a luta será no dia-a-dia", afirma Andrea, que tem, no mínimo, nomes robustos em sua carteira de clientes: McDonald's, IBM, Yázigi, British Airways, Hugo Boss, Novartis, Bosch, Lojas Riachuelo, entre outros. Antítese – Já a expectativa da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) ca-

Marcelo Soares/Hype

Andrea, da Allsigns: empréstimo para cobrir rombo

minha em movimento contrário. Prevê crescimento nominal no faturamento entre 10% e 11% sobre o ano passado. Em 2005, o segmento teve aumento real de 3,3% em relação a 2004, somando R$ 17,01 bilhões. "Esperamos que as eleições, unidas à Copa, representem cerca de US$ 380 mi-

Mauro, da Gráfica Remo: só as grandes lucraram

lhões de acréscimo no faturamento do setor, contribuindo com cerca de 5% do total da expansão prevista para 2006", diz Mário César de Camargo, presidente da Abigraf. Cara ou coroa – A Bherg Soluções Gráfica, no Brooklin, prevê aumento ainda maior em seu faturamento: cerca de

20% até o fim do ano. "Quem tinha algum projeto para desenvolver para a Copa, já fez. Agora, é concentrar esforços para saber o que fazer daqui pra frente", diz Ocivan Pereira de Araújo, sócio da empresa. Apesar do otimismo, Araújo não nega a queda nos negócios. "Em volume, perdemos

cerca de 30% em relação à última edição da Copa, em 2002. No entanto, há um aumento razoável na demanda de orçamentos. Como as eleições estão por vir, as coisas devem melhorar", opina Araújo. Normas – Nesta eleição, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vetou a distribuição de brindes, além de proibir showmícios e propaganda em outdoors e ônibus. "A validação dessa minirreforma eleitoral já para este ano pegou o mercado de calças curtas. Resta produzir santinhos, impressos e cartazes, ainda assim, desde que fixados em propriedade privada. Em suma, a medida refletirá em prejuízo de cerca de 60% nos meus negócios. Estou danado de verde e amarelo", brinca Marco Gonçalves dos Santos, dono da gráfica Copy Stoller, na Vila Maria, especializada em estampas e impressões de bonés, brindes e camisetas. Ana Laura Diniz

COMUNICADOS

OFFICE COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA-ME, inscrita no CNPJ nº 04.194.704/0001-01 e Inscrição Estadual nº 206.178.355.112, declara que foram extraviados os talões de Notas Fiscais Modelo 01 de número 051 a 250. (1, 2 e 5/06/2006)

COMPANHIA NITRO QUÍMICA BRASILEIRA torna público que recebeu da CETESB a Licença Prévia Nº. 30001456 e requereu a Licença de Instalação para a fabricação de Produtos Químicos e Orgânicos em seu endereço na Av. Doutor José Artur Nova, nº. 951 - São Miguel Paulista - SP/SP.

CONVOCAÇÕES

CONDOMÍNIO EDIFÍCIO SANTA FILIPPA

CNPJ 59.953.554/0001-56 EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLÉIAS GERAIS ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA. Conforme instruções recebidas do Síndico Dr. Kenzi Tagomori e obedecendo disposto da cláusula décima segunda da Convenção do Condomínio Edifício Santa Filippa, sito à Av. Paulista nº 688, em face da não realização das assembléias designadas para o dia 15 de maio p.p., pela ocorrência de força maior, fica V.Sª. convocada para as Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária a serem realizadas no dia 05 de junho de 2006, às 17hs em 1ª convocação e às 18hs em 2ª e última convocação, na Av. Paulista nº 688, 7º andar, afim de ser apreciada a seguinte ordem do dia: 1) - Prestação de contas da Administradora relativas ao ano de 2005. - 2) - Previsão Orçamentária. - 3) Ratificação da aprovação das contas relativas à reforma das fachadas do edifício.- 4) - Colocação de películas de controle solar (insulfilm) nos vidros.- 5) - Assuntos de interesse geral do Condomínio. (29/05/06 e 05/06/06)

AVISOS DE LICITAÇÕES Prefeitura Municipal de Guaratinguetá Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 048/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de medicamentos. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras Caixa, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 14/06/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 13:00 horas do dia 20/06/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 10:00 horas às 11:00 horas do dia 21/06/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras Caixa, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.

Prefeitura Municipal de Guaratinguetá Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 047/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de materiais elétricos. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras Caixa, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 13/06/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 09:00 horas do dia 19/06/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 13:00 horas às 14:30 horas do dia 19/06/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras Caixa, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.

Associação Brasileira das Empresas de Áudio e Vídeo - Abeav

CNPJ - 03.935.994/0001-26 ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA Ficam os senhores associados da Associação Brasileira das Empresas de Áudio e Vídeo - Abeav, convocados a reunirem-se em Assembléia Geral Extraordinária a realizar-se na Av. Nove de Julho, 5.755, bairro Jd. Europa na cidade de São Paulo, no dia 30 de junho de 2006, às 11:00 horas com quorum mínimo de 40% (quarenta por cento) dos associados. Não havendo tal quorum, far-se-á nova chamada após 30 minutos. Findo o prazo, a Assembléia realizar-se-á com qualquer número de presentes para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: 1 - Alteração de Endereço; Nº de membros votantes: 9. São Paulo, 05 de junho de 2006. Henrique da Cunha Mello Neto - Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Áudio e Vídeo - Abeav.

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PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº34/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2145/ 5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE CREME DE LEITE CONDENSADO COM LIMÃO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 28 de junho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº35/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2150/ 5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE ARROZ COM FRANGO, HORTALIÇAS E MILHO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 28 de junho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº36/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2148/ 5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE SOPA TIPO CANJA. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 03 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº37/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2149/ 5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE RISOTO DE FRANGO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 03 de julho de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR


segunda-feira, 5 de junho de 2006

Tênis Maratona de SP Basquete Automobilismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 As coisas não aconteceram como eu queria." Amelie Mauresmo, número 1 do ranking mundial

WINNER/LIMEIRA É CAMPEÃO DA NOSSA LIGA

Philippe Wojazer/Reuters

O DUELO ESTÁ PRÓXIMO R Regis Duvignau/Reuters

Sharapova perde e chora

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aria Sharapova não resistiu ao melhor jogo de outra russa, Dinara Safina, e foi eliminada nas oitavas-de-final de Roland Garros, com a derrota por 2 a 1 ( 7/5, 2/6 e 7/5). Ela vencia por 5 a 1 no terceiro set, mas simplesmente parou e permitiu a reação da rival. "É difícil acreditar que tinha tamanha vantagem e deixei escapar a vitória", disse a russa, que chorou após a partida, e jogou o segundo Grand Slam do ano longe de sua melhor forma - ela acabou de se recuperar de uma lesão no tornozelo e não jogou nenhum torneio no saibro antes de chegar a Paris. Quem também decepcionou foi a número 1 do mundo, Amelie Mauresmo, derrotada em três sets pela checa Nicole Vaidisova (6/7 (5), 6/1 e 6/2). Última francesa a cair, ela pode perder o topo do ranking para a belga Justine Henin-Hardenne, que eliminou a russa Anastasia Myskina, campeã de 2004, por 2 a 0 (6/1 e 6/4).

oger Federer enfim teve enfim um dia tranqüilo na luta por seu primeiro título de Roland Garros. Contra o checo Tomas Berdych, o suíço praticamente passeou em quadra e venceu em três sets, com parciais de 6/3, 6/2 e 6/4, e se classificou para as quartas-definal, onde enfrentará o croata Mario Ancic, que precisou de cinco sets para eliminar o espanhol Tommy Robredo (6/4, 4/6, 2/6, 6/4 e 7/5). Hoje, quem entra em quadra é o outro protagonista do torneio, Rafael Nadal, a grande fera do saibro, dono do recorde de 56 vitórias seguidas na terra batida e algoz de Federer nos Masters Series de Montecarlo e Roma. Ele enfrenta o australiano Lleyton Hewitt, para quem perdeu os três jogos que disputou. "Eu perdôo, mas não esqueço", ameaçou Nadal. Mas não foi moleza para o

Benoit Tessier/Reuters

Federer já está nas quartas em Ronald Garros; Nadal joga hoje pelas oitavas. O mundo espera pela decisão

espanhol chegar a esse jogo. No sábado, dia em que completava 20 anos, precisou de quase cinco horas para superar o francês Paul-Henri Mathieu por 3 a 1 (5/7, 6/4, 6/4 e 6/4). Campeão do ano passado, depois de superar Federer nas semifinais, Nadal admitiu que demorou para entrar 100% na partida diante de um tenista que contava com o apoio da torcida. "Desperdiçar oportunidades e cometer erros logo no primeiro set, não é nada bom para a confiança." Entre os obstáculos, Nadal teve de superar até os efeitos de uma banana que comeu no intervalo sem mastigar direito. Assustado, precisou parar o jogo para beber água. Depois do jogo, quando teve uma festa de aniversário com direito a bola e velinhas, riu da curiosa situação. "Não poderia perder o jogo por causa de um pedaço de banana na garganta", disse.

Festa queniana em São Paulo Fotos: Tiago Queiroz/AE

IRL: Meira é 2º em Watkins Glen ítor Meira chegou em segundo na etapa de Watkins Glen da IRL, ontem, em Nova York. O vencedor foi Scott Dixon, que está a 12 pontos do brasileiro Helio Castroneves, que largou na pole mas teve muitos problemas durante a prova e ficou em sétimo.Felipe Giaffone, que largou em último, terminou em quinto, e Tony Kannan foi o 11º.

CLASSIFICAÇÃO: 1. Castroneves (BRA), 182; 2. Dixon (NZL), 170; 3. Hornish Jr. (EUA), 162; 4. Wheldon (ING), 157; 5. Kanaan (BRA), 138; 6. Meira (BRA), 124; 7. Matsuura (JAP), 107; 8. Patrick (EUA), 107; 9. Herta (EUA), 106; 10. Franchitti (ESC), 105; 11. Sharp (EUA), 104; 12. Giaffone (BRA) 103; 13. Andretti (EUA), 102; 14. Rice (EUA), 95; 15. Scheckter (AFS), 87; 16. Cheever Jr. (EUA), 69; 17. Lazier (EUA), 66; 18. Carpenter (EUA), 65; 20. Cheeson (EUA), 54.

Brasileiros vão mal na ChampCar

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s brasileiros não foram bem no GP de Milwalkee, quarta etapa da temporada e a única em pista oval. Bruno Junqueira abandonou por causa de um acidente, enquanto Cristiano da Matta não completou por causa de problemas mecânicos. O vencedor foi Sebastien Bourdais, companheiro de Junqueira, que venceu todas as provas do ano e lidera com folga a luta pelo tri.

CLASSIFICAÇÃO: 1. Bourdais (FRA), 136; 2. Wilson (ING), 105; 3. Dominguez (MEX), 76; 4. Ranger (CAN), 75; 5. Allmendinger (EUA), 69; 6. Philippe. (FRA), 61; 7. Tagliani (CAN), 60; 8. Tracy (CAN), 59; 9. Da Matta (BRA), 55; 10. Power (AUS) 50; 11. Legge (ING), 49; 12. Servia (ESP), 48; 13. Heylen (BEL), 40; 14. Clarke (ING), 39; 15. Zwolsman (HOL), 37; 16. Junqueira (BRA), 35; 17. Pastorelli (HOL), 21; 18. Pizzonia (BRA), 11; 19. Vasser (EUA), 7.

Rotich Salomon e Margaret Karie superaram os brasileiros e venceram a Maratona de São Paulo; entre os homens, mais dois quenianos ficaram entre os cinco primeiros colocados

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s quenianos dominaram a 12ª edição da Maratona Internacional de São Paulo, disputada ontem. Rotich Salomon venceu os 42,195 km da prova no bom tempo de 2h15min15 (o segundo melhor em 12 edições), em dobradinha com o compatriota Charles Korir (2h17min22). Elson Alves foi o melhor brasileiro, em terceiro (2h18min28). Entre as mulhe-

res, a única queniana, Margaret Karie, ganhou a prova em 2h39min24, reeditando a vitória de 2004 e formando o pódio com duas brasileiras de mesmo nome: Marizete de Paula Rezende (2h41min28) foi segunda e Marizete Moreira dos Santos (2h42min50), a terceira. "O percurso era muito duro, com muita subida e curvas. No fim foi o pior", disse Rotich, que ainda foi ajudado pelo cli-

ma ameno da manhã paulistana. Ele admitiu que não esperava vencer a prova, embora tenha dividido com Korir a liderança desde o km 19. Rotch não conhecia o Brasil e precisou da ajuda de outro queniano, Benjamim Kiptarus, o quinto colocado (2h20min06), para citar o nome de Ronaldinho como o brasileiro da seleção de futebol mais conhecido.

Elson Alex Gracioli, de 31 anos, gaúcho de Santa Maria, encostou no pelotão líder no km 30, apesar das cãibras que sentia. "Gostaria muito de ter vencido, mas fiquei muito feliz por estar no pódio na terceira maratona que corro", disse Élson, que é treinado por Ricardo D’Angelo, mesmo técnico do medalhista olímpico Vanderlei Cordeiro de Lima. Disse que tentará fazer uma marato-

na bem rápida, no exterior, no segundo semestre, para buscar uma vaga nos Jogos PanAmericanos do Rio, em 2007. Margaret Karie, de 26 anos, 1, 55 m e 47 quilos, orientada pelo técnico brasileiro Moacir Marconi, correu junto com as Marizetes no início, e obteve a liderança no km 30. "Ela ficou atrás, descansou e foi buscar a prova, confiante na reserva que tinha", explicou o técnico.

Divulgação/FIVB

Em casa, Rossi volta a vencer

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alentino Rossi venceu ontem o GP da Itália de MotoGP e está agora em quinto na temporada, com 65 pontos, 34 a menos que os líderes Loris Capirossi, segundo colocado na prova, e Nicky Hayden, terceiro. Para delírio da torcida, Rossi abandonou a moto após a vitória e posou com fãs que carregavam o número 46 - que ele usa em homenagem a seu pai, que corria com motos com essa numeração. CLASSIFICAÇÃO: 1. Capirossi (ITA) e Hayden (EUA), 99; 3. Melandri (ITA), 89; 4. Pedrosa (ESP), 86; 5. Rossi (ITA) e Stoner (AUS), 65; 7. Elias (ESP), 53; 8. Edwards (EUA), 49; 9. Gibernau (ESP), 44; 10. Tamada (JAP), 40; 11. Nakano (JAP), 37; 12. Roberts (EUA) 28.

Max Rossi/Reuters

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Ricardo e Emanuel venceram ontem a etapa de Zagreb, na Croácia

Na Itália, piloto obteve sua segunda vitória na temporada da MotoGP

O primeiro título do ano

Basquete já tem um dos campeões B

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oi definido ontem um dos campeões nacionais de basquete masculino: o Winner/Limeira bateu ontem o Uniara/Araraquara por 95 a 83 e conquistou a Nossa Liga, torneio paralelo criado por Oscar Schmidt , com equipes que discordam da CBB. A decisão foi em Torres (RS). Hoje, Santos e Unimep iniciam em Piracicaba a decisão do torneio

feminino da Nossa Liga. O Nacional masculino "oficial" está paralisado por uma liminar do Universo/BRB, que quer uma vaga na final, cuja disputa já começou - na primeira partida, o COC/Ribeirão bateu o Franca por 63 a 61. NBA - Não será desta vez que o Brasil terá um campeão da liga norte-americana de basquete. O Phoenix Suns, de

Leandrinho, perdeu no sábado a sexta partida para o Dallas Mavericks, por 102 a 93. O time texano fechou a final da Conferência Oeste em 4 a 2 e decide a NBA com o Miami Heat, liderado por Shaquille O'Neal, que bateu o Detroit Pistons por 4 a 2 na final do Leste. As duas equipes, que chegam à final pela primeira vez, iniciam a disputa na quinta-feira.

icampeões do Circuito Mundial de vôlei de praia, Ricardo e Emanuel conquistaram ontem a primeira medalha de ouro na temporada 2006, na etapa de Zagreb, a segunda do ano - na primeira, em Xangai, haviam ficado com o quarto lugar. Na final, bateram os norteamericanos Rogers e Dalhausser por 2 a 0 (21/14 e 21/17), e assumiram a liderança do Circuito, com 1.020 pontos, 180 a mais que Márcio e Fábio Luiz,

que haviam vencido a primeira etapa e ficaram em nono desta vez. No feminino, Juliana e Larissa, atuais campeãs, ficaram com a medalha de bronze na terceira etapa, em Atenas, com a vitória sobre as norte-americanas Youngs e Wachoulder por 2 a 0 (21/16 e 26/24). O ouro ficou com as norte-americanas Walsh e May, que bateram as chinesas Ji e Wang - que haviam eliminados as brasileiras - por 2 a 0 (21/14 e 21/14).


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 5 de junho de 2006

Copa

Foi uma boa partida, de grande nível físico." Guus Hiddink, técnico da Austrália, sobre o violento amistoso com a Holanda

Antonio Scorza/AFP

Jonne Roriz/AE

Alaor Filho/AE

Carlos Alberto Parreira, recebido com flores e festa na Alemanha, aproveitou a fase de treinamento na Suíça, sempre diante de uma torcida muito animada, para os primeiros retoques na Seleção que estréia na Copa do Mundo, dia 13, contra a Croácia, com a esperança de que Kaká continue brilhando

NO CAMPO DE BATALHA Jonne Roriz/AE

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m Königstein, normalmente é difícil encontrar muita gente fora de casa a partir das 20 horas. Mas neste domingo, mesmo depois da meia-noite, as ruas estavam lotadas. Afinal, essa pequena cidade alemã, que tem cerca de 18 mil habitantes e fica a 20 quilômetros de Frankfurt, recebeu a Seleção Brasileira. A delegação entrou em Königstein, no ônibus oficial da Copa, por volta da meia-noite. Pouco antes, tinha desembarcado no aeroporto de Frankfurt, onde foi recebida com flores pelas autoridades da Fifa e do Comitê Organizador do Mundial. Antes de desembarcar na Alemanha, o Brasil fez seu último amistoso neste domingo mesmo, goleando a Nova Zelândia por 4 a 0, em Genebra. Depois de um primeiro tempo morno, em que Ronaldo fez 1 a 0, o Brasil forçou o ritmo no segundo e chegou à goleada. Robinho substituiu Ronaldo, que sofreu muito com bolhas nos pés provocadas por uma chuteira nova, e deu mais movimentação ao time. Adriano, Kaká e Juninho Pernambucano marcaram os outros gols. Na metade do segundo tempo, Parreira mandou a campo meio time reserva. Com reservas ou titulares, Kaká foi sempre o destaque. Já em Königstein, o ônibus da Seleção seguiu direto para o Hotel Kempinski, onde a delegação ficará concentrada até o dia 16 - depois disso, parte para o Castelo Lerbach, na região de Colônia. Na rua do hotel, os moradores pintaram no chão os nomes dos 23 jogadores -

Ronaldinho Gaúcho em vermelho, os outros em amarelo. Até a Miss Königstein, com coroa e tudo, apareceu na festa. Na entrada do hotel, iluminado com luzes verdes e amarelas, os funcionários esperaram, perfilados, a Seleção. Quando o ônibus chegou, começaram a cantar em bem ensaiado português: "Ah, eu tô maluco." Os jogadores buscaram rapidamente o sossego do hotel. Hoje, terão o dia de folga e voltarão à noite para a conceentração. Os treinos em Königstein começam amanhã de manhã exatamente uma semana antes da estréia na Copa do Mundo.

BRASIL 4 Dida; Cafu (Cicinho), Lúcio, Juan e Roberto Carlos (Gilberto); Émerson (Gilberto Silva), Zé Roberto (Juninho Pernambucano), Kaká e Ronaldinho Gaúcho (Ricardinho); Adriano e Ronaldo (Robinho). Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Celso Júnior/AE

Marcelo Régua/AE

Roberto Carlos, Robinho e Cicinho na chegada à Alemanha: logo após a vitória por 4 a 0 sobre a Nova Zelândia, a seleção saiu da Suíça e se instalou em Königstein, cidade perto de Frankfurt que será sede da última etapa de preparação. O capitão Cafu se instalou rapidamente no hotel, que será exclusivo dos jogadores

Jonne Roriz/AE

Denis Balibouse/Reuters

NOVA ZELÂNDIA 0 Moss; Hickey, Hay (Bunce, depois De Gregorio), Old e Bouckenoghe; Vicelich, Christie (Brown), Bertos e Mulligan (Smith); Coveny (Brockie) e Killen. Técnico: Ricki Herbert. Local: Estádio de Genebra, em Genebra (SUI). Árbitro: Jerome Laperriere (SUI) Gols: Ronaldo, aos 42 do 1º tempo; Adriano, aos 5, Kaká, aos 40, e Juninho Pernambucano, aos 47 do 2º tempo.

Ronaldo: depois de abrir a goleada, sofre com bolhas nos pés que o tiraram do jogo e o fizeram desembarcar na Alemanha com a meia fora do tênis

Os rivais também entram em campo John MacDougall

David Gray/Reuters

Toshifumi Kitamura

DERROTA – A Croácia, que enfrenta o Brasil na estréia, dia 13, em

EMPATE – A Austrália, segunda adversária do Brasil, no dia 18, em Dortmund, ficou no 1 a 1 com a Holanda, em Roterdã, num jogo duro e violento. O time teve até um jogador expulso, Wilkshire. A equipe encerra a preparação quarta, em Ulm, contra o Liechtenstein.

VITÓRIA – Sem os atacantes titulares, Takahara e Yanagisawa, o Japão, que pega o Brasil no dia 22, em Munique, venceu Malta por 1 a 0, com gol do reserva Tamada (20). O técnico Zico aproveitou para fazer experiências, mas não gostou da atuação da equipe.

Berlim, perdeu por 1 a 0 para a Polônia, e ainda teve de lidar com uma infecção estomacal que atingiu seis jogadores. A equipe faz seu último amistoso quarta-feira, em Genebra, contra a Espanha.


segunda-feira, 5 de junho de 2006

Finanças Nacional Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

LOJAS LOTADAS NO FINAL DE SEMANA

3 Mundial de futebol tem o poder de estimular vendas de produtos de quase todos os setores do varejo

FINAL DE SEMANA FOI DE MOVIMENTO INTENSO NAS RUAS DE COMÉRCIO POPULAR E NOS SHOPPINGS

TORCIDA DE NAMORADOS INVADE LOJAS

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ifícil dizer se foi a Copa do Mundo ou o Dia dos Namorados o motivo do paulistano comparecer em peso aos principais centros comerciais de São Paulo no último final de semana. O mais acertado talvez seja que a "culpa" recaiu sobre os dois, afinal, na criatividade dos lojistas, Copa e Namorados se fundiram, lotando as vitrines de corações em verde e amarelo, bichos de pelúcia uniformizados como a seleção e vestuário com detalhes da bandeira nacional. Se daqui para frente o romantismo e a paixão pelo futebol continuarem ditando ritmo nas ruas, quem vai comemorar também são os comerciantes que, na previsão do economista Emílio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), poderão experimentar crescimento de 10% nas vendas neste Dia dos Namorados sobre igual data do ano passado. No último sábado, a já normalmente abarrotada Rua 25 de Março foi tomada por uma multidão ainda maior que a habitual. O empurra-empurra passou para as lojas, que nem se tivessem o dobro de caixas impediriam que filas de clientes se formassem. Na Armarinhos Fernando, o sub-gerente Alessandro Oliveira estimava, por volta das 14h, já terem passado 3 mil pessoas pelos caixas. Junto de cartões e bichos de pelúcia, cornetas e buzinas para comemorar os gols da seleção eram os itens que mais saíam. Em meio à confusão da rua, o casal de técnicos em radiologia Adriano e Elaine Martins buscava um lugar para comprar presentes para um para o outro. Ele procurava por uma bolsa para ela que, por sua vez, queria surpreender o marido e não revelou o presente. Crescimento – Segundo a secretária-geral da União dos

Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), Cláudia Urias, nas últimas semanas houve aumento de 10% nas vendas, impulsionado pelo futebol e pelo amor. "Aqui há inúmeras alternativas para quem quer comprar roupas e acessórios para a Copa", disse. Já Solange Miranda, dona da loja de perfumes Graluf´s, do Shopping Porto Geral, na região da 25 de Março, acredita que poderá ter crescimento de até 30% nas vendas até o Dia dos Namorados. "Muita gente de outros estados vem se abastecer de produtos ligados à Copa e acaba comprando para os

namorados. Tanto no atacado como no varejo, as vendas estão melhores este ano", revelou. Shoppings – Os shoppings também têm lotado. Nos corredores do Interlagos, a estimativa é de que tenham passado 220 mil pessoas entre sábado e domingo. Em fins de semana normais, o local recebe público 10% menor. Mas um ingrediente extra, além da Copa e Namorados, tem aquecido as vendas, segundo Mônica Raquel Mune, gerente da loja de moda jovem Handbook do Interlagos, que espera crescer 5% nas vendas. "O frio tem colaborado com quem trabalha com vestuário. Nossas jaquetas estão saindo mais que qualquer outro produto", disse. O mesmo é sentido por Vera Lúcia Daniel Dominguez, dona da loja de moda feminina Vera Daniel, no Central Plaza Shopping. "Se o frio permane-

cer como no Dia das Mães, arrisco dizer que as vendas vão aumentar 10%", revelou. Esta, segundo o economista Alfieri, será a característica dos presentes deste Dia dos Namorados. Para ele, embora a venda de televisores tenha aumentado consideravelmente por conta da Copa do Mundo, os presentes de menor valor são as vedetes do momento. "Além das flores, que sempre têm uma boa saída, roupas e calçados, perfumaria e cosméticos, bijuterias e jóias, livros, CDs e DVDs, e alguns eletroportáteis, como secadores de cabelo, por exemplo, estarão na mira dos consumidores e terão maior demanda", avaliou. Olhadinha – Mas como a lógica do amor nem sempre leva em conta os cálculos dos economistas, nas ruas e corredores de shoppings, os casais diziam que o preço é o que menos importa na hora de presentear. "O preço é o de menos. É aquela olhadinha de canto de olho para a vitrine que entrega o que o outro quer ganhar", contou Vanessa Lima, acompanhada no Interlagos pelo namorado, Fernando Teixeira. Quando o olhar de "compra pra mim" não resolve, o jeito é apelar para a experiência. "Já sei mais ou menos o gosto dela. Sei que, se der uma bolsa ou uma bota, vou agradar", disse Maurício Ricardo de Nóbrega, que andava no Interlagos junto da namorada, Janaina Oliveira. Expectativa – Para Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), a coincidência das datas promete um crescimento de 5% nas vendas do varejo de shopping em geral, em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa é de que os corredores dos estabelecimentos registrem um fluxo de público em média 8% maior que o de 2005. Renato Carbonari Ibelli e Maristela Orlowski

Os namorados Fernando e Vanessa se beijam no Shopping Interlagos: preço é o que menos conta na hora de agradar a pessoa amada

ATENÇÃO DISPUTADA

O

s shoppings centers estão fazendo de tudo para chamar a atenção dos consumidores apaixonados e já deram início à corrida por promoções e campanhas mais atrativas. Análila Franco e Morumbi, por exemplo, exaltam o romantismo através da exposição Desejo, do fotógrafo Roberto Donaire. Os dois complexos também preparam uma promoção especial: a cada R$ 150 em compras, os clientes ganham uma luminária de vela decorada com imagens da exposição. A campanha traz o slogan "Quem tem namorado, acende para o casal. Quem não tem, acende para Santo Antônio". Já o Shopping ABC trabalha com o tema "Acerte

o Coração do seu Amor" e, em parceria com a loja Tani Jewels, presenteará dez pessoas com vales-jóia no valor de R$ 1 mil cada. Os investimentos, segundo a gerente de Marketing do estabelecimento, Elizabete Henriques, foram de R$ 400 mil. "Nossa expectativa é de um incremento de vendas de 15% e um aumento de público de 17%, em relação ao mesmo período do ano anterior", informa. Já o Central Plaza Shopping entrou no clima da Copa do Mundo. Adotando o tema "Paixão e Emoção", oferece relógios personalizados com motivos de futebol aos clientes que apresentarem cupons e notas fiscais no valor de R$ 100 em compras efetuadas nas lojas do

shopping, acrescidos de R$ 10. De acordo com o superintendente do local, João Carlos Alves Feitosa, o fluxo de público deve aumentar 5% neste ano, e as vendas devem ser 7% maiores que em 2005. No Frei Caneca, o Dia dos Namorados chega no mesmo clima, com a promoção "Venha torcer pelo seu amor". A cada R$ 50 em compras, mais R$ 3, os consumidores cadastrados ganham uma camiseta com a estampa da bandeira do Brasil estilizada. A expectativa é de um crescimento de cerca de 15 % em relação a 2005. O Shopping Interlagos também oferece um presente sugestivo: um par de bandanas com o desenho da bandeira nacional. (MO)

Fotos: Andrea Felizolla/LUZ

Produtos com temas alusivos à Copa foram os mais procurados nas últimas semanas no comércio de SP

TVs vendem além do previsto Marcos Fernandes/LUZ

No Wal-Mart, alta de 100% em plasma e LCD

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abricantes e revendores de TVs estão rindo à toa. Tudo bem que em ano de Copa do Mundo a telinha vira a rainha do lar, o mais querido dos eletrodomésticos. Mesmo assim o sucesso nas vendas surpreendeu a todos. Nem os ainda caros televisores de plasma e LCD (cristal líquido) têm parado nas lojas. Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), esses aparelhos registraram um forte crescimento este ano. No primeiro trimestre, foram vendidas cerca de 60 mil unidades, mais que o total de 2005. Diante desse desempenho, a instituição reviu a previsão para 2006. Agora, espera-se que entre 185 mil e 230 mil aparelhos sejam comercializados, ante uma estimativa inicial de 80 mil unidades. E a expectativa que era para 2008, de um mercado de 400 mil aparelhos de plasma e LCD, foi antecipada para o próximo ano. Esses televisores começaram a ser vendidos no País em 2002, ano em que foram comercializados 2,1 mil aparelhos. Segundo Paulo Saab, presidente da Eletros, o maior volume de vendas tem ampliado os ganhos de escala dos fabricantes e permitido reduções de preço, e estas, por sua vez, têm estimulado as vendas. Otimismo – A CCE da Amazônia, por exemplo, está otimista com a demanda por causa da

Copa. Para Bruno Di Credico, gerente industrial da empresa, a venda de televisores em geral deve crescer de 1,5 milhão em 2005 para 2,2 ou 2,3 milhões em 2006. E a elevação média de receita que deve variar entre R$ 600 e R$ 700 milhões, de acordo com Marcílio Reis Junqueira, um dos diretores da fabricante. O comércio também comemora o crescimento. Nas lojas da rede Extra (do Grupo Pão de Açúcar), a venda da seção de áudio e vídeo (TVs e DVDs) teve alta de 84% em maio em relação ao mesmo mês do ano passado, seguindo a tendência já verificada no primeiro trimestre do ano. Segundo a direção da empresa, a Copa altera a rotina e provoca uma inversão no calendário de vendas dos eletrônicos. O setor, que tradicionalmente vê o faturamento deslanchar no final do ano (Natal), cresce mais no primeiro semestre. A venda de TVs e DVDs no Extra e Extra Eletro deve atingir elevação de 55% neste semestre, sobre o ano anterior. A rede ampliou suas expectativas no período, que antes eram de alta de 25%, em razão das vendas de áudio e vídeo de março e abril, que cresceram 60%. Plasma –Em aparelhos de plasma, a alta é quase nove vezes maior, considerando que a procura era incipiente no ano passado. Nos itens mais populares, observa-se uma migração de equipamentos menores para os de melhor resolução. É o caso, por exemplo, das TVs de 14" e 21", que começam a ser substituídas pelas de 29" tela plana, cuja venda subiu 70% no primeiro trimestre. No Wal-Mart, a expectativa é que as vendas de TVs sejam 30% superiores a 2005. Com os aparelhos de plasma e LCD, a previsão é de aumento de 100% nas vendas. Além das condições de financiamento oferecidas pela rede, a elevação se deve também ao fato de que as telas LCD agora estão disponíveis em tamanhos menores – 20'' e 26'', o que faz com que o preço caia e o produto fique mais acessível. Kety Shapazian


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006

LANÇAMENTOS Divulgação

todos os componentes de última geração e sempre que o motorista liga o rádio, um led azul acendese automaticamente no centro da antena. A Blaupunkt tem como novidades dois novos amplificadores de alta potência. O GTA 475 e GTA 275 contam com filtros Lowpass e Highpass 50 250 Hz (12dB/Oitava). O GTA 275, com uma ou duas saídas, oferece potência máxima de 2 x 160 ou 1 x 425 watts e em RMS 2 x 75 watts ou 1 x 210 watts, tem preço sugerido de R$ 399. Já o GTA 475, com 2, 3 e 4 saídas, possui potência máxima de 2 x 425 watts ou 4 x 160 watts e em RMS 2 x 210 watts ou 4 x 75 watts e chega ao mercado com preço de R$ 599.

Pedaleiras da linha Racing com textura antiderrapante

Volante RS da Shutt, com preço sugerido de R$ 390

Manopla Racing da Shutt tem preço na faixa de R$ 100

Outros acessórios - A fabricante de acessórios automotivos Shutt está comercializando uma série de produtos com design voltado para competições, o que acaba chamando atenção da galera tuneira. A apresentação da linha Racing começou em março com o lançamento das sapatilhas. Nas cores azul, prata, preto e vermelho, em numeração que vai de 37 a 44 e ao preço sugerido de R$ 290. Posteriormente vieram as luvas de competição da Shutt, que podem ser encontradas nas cores preto, vermelho, azul e amarelo, nos tamanhos 8 a 12. São feitas em couro Nonato, camurça e náilon. "Em princípio, as luvas serão direcionadas aos pilotos de kart, categoria que não exige homologação da CBA ou da FIA ao produto. Mas, tão logo tenhamos a certificação das duas entidades de esporte a motor, também direcionaremos esforços em todas as demais categorias do automobilismo nacional e internacional", afirma Lívio Matsuda,

Alta potência: GTA 475 da Blaupunkt

diretor de Marketing da Shutt. As luvas chegam ao mercado brasileiro ao preço sugerido de R$ 217. Na terceira fase de lançamentos de produtos da linha Racing, em maio, a Shutt lançou a manopla e as pedaleiras dessa coleção. Produzida em alumínio, a manopla Racing chega ao mercado ao preço sugerido de R$ 100. Também com design de competição, as pedaleiras da linha Racing possuem 70% de sua área coberta por textura antiderrapante e custam R$ 130, também podendo acompanhar o descanso de pé, por mais R$ 82. O último lançamento da Shutt é o volante RS, revestido em camurça com 345 mm de diâmetro. A linha Racing, da Shutt, também possui produtos de butique como camisa com manga curta, camisa com manga comprida e jaqueta, nas cores predominantemente preta e vermelha, com detalhes brancos. Sobre a parte dos ombros, o estilista introduziu outro detalhe em PVC, preto e macio, onde está impresso o logo da linha Racing. Os preços sugeridos das camisas – de manga curta ou longa são de R$ 205, e da jaqueta Racing de R$ 475. Previna-se - Voltado para veículos e focando o mercado de tuning justamente por não se enquadrar na categoria de carros coberta pelas apólices de seguro, o Controlcell 4000 é um sistema de rastreamento via satélite com abrangência nacional e tecnologia GPS que a Controlsat apresentou no Salão de Tuning. O produto, além da cobertura nacional, possibilita que o próprio usuário acompanhe o posicionamento do seu veículo 24 horas por dia via internet, podendo também bloqueá-lo, se necessário.


São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006

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CAMINHÕES Divulgação

IVECO AMPLIA A LINHA STRALIS Já estão à venda na rede de concessionárias da marca quatro novas versões da família de caminhões extrapesados

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Iveco está colocando no mercado este mês quatro novas versões de caminhões extrapesados da família Stralis. Equipados com os motores Cursor 13, reconhecidos pela alta performance aliada ao baixo consumo, os veículos agora são oferecidos nas versões 6x2 com 380 e 420 cavalos de potência, 6x4 com 420 cv e 4x2 com 420 cv. Marcelo Bracco, diretor comercial da Iveco para a América do Sul e Central, diz que esses lançamentos visam incrementar ainda mais a participação da montadora no mercado latino-americano. As novas versões 6x2 de 380 e 420 cv HD570S38T e HD570S42T - têm terceiro eixo original de fábrica e são ideais para composições do tipo bi-trem com PBTC (Peso Bruto Total Combinado) de até 57 toneladas. É um segmento em ascensão, estimulado pela demanda dos setores químico, petroquímico, siderúrgico, alimentício e agroindustrial. Já a versão D740S42TZ 6x4, de 420 cv, é destinada à aplicação em composições do tipo rodotrem, com PBTC de 74 to-

neladas, assim como bi-trem com PBTC de 57 toneladas e semi-reboques de três eixos convencionais. O modelo pode ser utilizado com vantagens competitivas para o transporte de cargas em geral e também para os setores siderúrgico, químico, petroquímico, agrícola, alimentício, agroindustrial e de cargas especiais, entre outros. Por fim, tem a versão 4x2 HD450S42T, com 420 cv e capacidade máxima de tração de 60 toneladas, com cabine leito de teto alto e distância entreeixos de 3.500 mm, o que possibilita tracionar semi-reboques com 15,37 m para 30 pallets, sem ultrapassar o limite máximo de comprimento total permitido pela legislação brasileira (18,15 m). Produção local - A família Stralis está sendo integralmente produzida na fábrica de Sete Lagoas, com cabines provenientes da unidade Argentina e chassi fornecido pelo mercado interno. Os motores Iveco Cursor 13, de 12.880 cm3 de cilindrada total, são fabricados no Brasil desde novembro do ano passado. Por conta disso ,

COPA DO MUNDO

Desconto de 10% para cada gol da seleção brasileira

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DPaschoal decidiu aproveitar a Copa do Mundo como tema principal do seu aniversário de 57 anos e preparou promoções especiais para o mês de junho. Numa ação inédita, vai dar 10% de desconto nos serviços da rede para cada gol que o Brasil fizer na competição. Caso a seleção ganhe uma partida por 7 x 0, por exemplo, os clientes receberão 70% de abatimento. A promoção acontece sempre no dia seguinte ao jogo. Em outra ação promocional, o cliente que adquirir dois pneus Goodyear e pagar o valor simbólico de R$ 1, será presenteado com uma troca de óleo gratuita. Caso o cliente compre quatro pneus e pague o acréscimo de R$ 1, ganhará troca de óleo durante o período de um ano. “Criamos diferentes promoções para atender melhor os diversos perfis do

nosso público. Não há nada melhor do que comemorar nosso aniversário e a Copa do Mundo cativando nosso relacionamento com os clientes”, afirma Fábio Basso, gerente de Marketing da DPaschoal. As promoções são válidas para os veículos de passeio. Para o público infantil, a empresa preparou uma surpresa especial: distribuirá um livro educativo sobre futebol e uma tabela personalizada com todos os jogos da Copa. O kit foi preparado em parceria com a Fundação Educar DPaschoal (www.educar.com) e pode ser retirado gratuitamente em qualquer loja da rede até o final de junho. A DPaschoal atua no ramo de pneus desde 1949, quando foi fundada em Campinas. Hoje são mais de 200 lojas próprias com 15 Truck Centers e 10 Oficinas de Recapagem, além de uma rede de 200 credenciados Top Service.

o índice de nacionalização da família Stralis é de 75%, o que assegura o seu financiamento através do Finame. Interior - A Iveco informa que as soluções tecnológicas e de design aplicadas à cabina do Stralis foram idealizadas para oferecer uma condução segura, confortável e que garanta melhor produtividade. O design externo assegura menor resistência aerodinâmica, propician-

As novas versões do extrapesado Stralis, que têm motor Cursor 13, estão sendo produzidas em Sete Lagoas

do melhor rendimento com menor consumo de combustível. A cabina possui suspensão pneumática em quatro pontos com dois bolsões de ar na frente e dois atrás, amortecedores e barra estabilizadora transversal.


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Tr i b u t o s Nacional Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de junho de 2006

BOURBON POMPÉIA SERÁ INAUGURADO EM 2007

Livro tem o apoio da Casas Bahia, Carrefour, Credicard, Losango Financeira e Riachuelo.

HENRIQUE MEIRELLES DEFENDE AMPLIAÇÃO DE MECANISMOS QUE DÊEM SEGURANÇA A CREDORES

MAIS GARANTIAS PARA O CRÉDITO

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rédito consignado, cadastro positivo e alienação fiduciária são apenas alguns exemplos citados pelo presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, para melhorar o sistema de garantias para quem concede empréstimos no mercado. Para Meirelles, a exemplo do que já ocorre em países como os Estados Unidos, as garantias se tornam necessárias ao crescimento sustentado do crédito no Brasil, uma vez que os juros cobrados nas operações podem cair na proporção direta do aumento da certeza de que o credor receberá o dinheiro. Para ilustrar aquilo que chamou de "melhora de garantias", Henrique Meirelles, que falou sobre a importância do crédito ao consumidor durante o lançamento do livro "50 Anos de SCPC: Uma História de Crédito", promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na sexta-feira, lembrou do crédito consignado – aquele em que as prestações são debitadas, automaticamente, da folha de pagamento do tomador do empréstimo. E que, por isso mesmo, traz embutido um risco significativamente menor quando comparado aos empréstimos tradicionais. "A grande vantagem do consignado é que ele não é bom apenas para quem dá o crédito. O consumidor paga juros menores", disse o presidente do BC. Meirelles enfatizou que a ampliação de mecanismos de

Marcos Fernandes/LUZ

Afif Domingos (a dir.) mostra o livro ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles

segurança aos credores, como o existente no consignado, é necessária não apenas para baixar os juros pagos efetivamente pelo consumidor. Ela é imprescindível para que o volume de recursos voltados ao financiamento do consumo aumente e a relação do crédito liberado, comparado ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que estava em 31,6%, em março último, cresça. Distante – C o nf ro n ta d a com o mercado internacional, disse o presidente do BC, "essa relação, aqui, ainda é muito pequena. No Chile, por exemplo, o crédito representa mais de 60% do PIB local". Para ele, se o baixo volume no Brasil é

ruim por um lado, por outro é positivo: "Mostra que temos um espaço grande para expandir o crédito, uma vez que há uma relação direta entre o crescimento do crédito e o aumento do consumo", afirmou. Meirelles evitou falar dos cortes na taxa básica de juros, a Selic. Na última quarta-feira, a redução de 0,5 ponto na taxa pelo Comitê de Política Econômica (Copom) desagradou ao mercado, que esperava mais ousadia. Quanto às perspectivas de os juros baixarem em uma velocidade maior, o presidente do BC apenas mandou um recado já velho conhecido de todos: "Aguardem a ata". Roseli Lopes

Afif entrega livro sobre os 50 anos do SCPC a Vicente Botacini

Cadastro positivo parado s fichas do crediário, consultadas manualmente, representam o passado da informação de crédito, que impulsionou a indústria de bens de consumo no Brasil. "O futuro está no cadastro positivo, cujo projeto feito para beneficiar o consumidor está parado, sendo modificado e mutilado no Congresso", alertou o presidente-licenciado da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos. Afif propôs um pacto de todos os setores interessados em reduzir os juros para o consumidor final para apressar a votação do projeto original. "A sociedade quer pagar menos juros e a informação é o melhor caminho para isso", disse Afif na última sexta feira, durante o lançamento do livro comemorativo aos 50 anos do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), da ACSP. Segundo Afif, o consumidor tem o direito de abrir seu cadastro de bom pagador para poder negociar taxas menores e diferenciadas. "Por enquanto, ele pensa apenas se o tamanho da prestação cabe no seu bolso", explicou. Ele alertou que, uma vez aprovada, a legislação do cadastro positivo seria capaz até de dobrar a oferta de crédito no País, em um curto espaço de tempo. Segurança – A criação do SCPC, pela Associação Comercial, há 50 anos, criou as

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condições para incluir no consumo as classes de renda média mais baixas do País, enfatizou Alencar Burti, presidente da Confederação Brasileira das Associações Comerciais do Brasil (CACB) e presidente em exercício da ACSP, durante o evento, que contou com a presença do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. "Quanto mais seguMarcos Fernandes/LUZ

Lisboa marcou presença no evento

rança houver na informação, mais barata e maior será a oferta de crédito", salientou. Burti e Afif Domingos homenagearam o ex-secretário de Política Econômica Marcos Lisboa, "um importante aliado" na formulação do projeto do cadastro positivo, ouvindo todas as entidades de crédito. Contudo, lamentou Afif, com a saída do secretário do governo, a

prioridade em torno do tema esfriou. "Daí a necessidade desta ação conjunta para forçar a votação a andar de novo", reafirmou. Também foram homenageados Vicente Botacini, gerente das Casas Minerva, considerado um dos pais do SCPC, e Henrique Meirelles. O diretor executivo do Banco Itaú S.A., Alexandre de Barros, disse que a "informação positiva vai ser fundamental para aumentar a oferta de crédito com um custo mais baixo". Ademir Cossiello, diretor-executivo do Bradesco, elogiou o trabalho da ACSP para aprimorar e dar confiabilidade à informação de crédito. Participaram do evento Erico Abreu, presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi); Frederico Lundgreen, presidente das Casas Pernambucanas; Newton Rocha, vice-presidente do Grupo Riachuelo; George Crosby, vice-presidente-senior do HSBC Private Bank Investiment; Stephane Kaloudoff e Celso Amâncio, diretores do Carrefour. Os ex-presidentes da ACSP, Élvio Aliprandi, Lincoln da Cunha Pereira e Romeu Trussardi também acompanharam o lançamento do livro "50 Anos de SCPC: Uma História de Crédito", feito com apoio da Casas Bahia, Carrefour, Credicard, Losango Financeira e Casas Riachuelo. Sergio Leopoldo Rodrigues

Grupo Zaffari investe em SP Divulgação

e olho na renda e no alto consumo dos paulistanos, o Grupo Zaffari, original do Rio Grande do Sul, está colocando os dois pés em São Paulo. A rede, detentora do hipermercado Zaffari, que ocupa o quatro lugar no ranking nacional de supermercados, comprou o antigo Shopping Matarazzo, na zona oeste da cidade. O Bourbon Shopping Pompéia em São Paulo será a primeira operação da marca fora do Rio Grande do Sul. A expectativa é de que o empreendimento seja inaugurado no segundo semestre de 2007. O hipermercado Zaffari será uma das lojas–âncora do shopping (serão sete ao todo). O projeto arquitetônico, de estilo contemporâneo, apresenta 175 mil m² de área construída e terá tecnologia de prédios inteligentes. Os consumidores terão à disposição mais de 200 lojas, além da praça de alimentação e estacionamento coberto com 3 mil vagas. As áreas de lazer e cultural são a novidade. O teatro poderá receber 1,5 mil pessoas – será

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Bourbon Pompéia, primeira operação do grupo gaúcho em São Paulo

o maior em shoppings no País. As dez salas de cinema do Bourbon Shopping Pompéia terão a marca Arteplex, com salas em formato stadium e som digital. Haverá também uma sala de cinema Imax para filmes em terceira dimensão, a primeira do Brasil, com tela gigante e sistema de som soundround digital de seis canais. Rede – O Grupo Zaffari atua no varejo há 71 anos e está entre os dez maiores do varejo no País, faturou R$ 1,42 bilhão no ano passado, possui mais de 8 mil funcionários e 27 hiper e

supermercados. A rede tem ainda quatro shoppings da divisão Bourbon, todos no Rio Grande do Sul. Com a unidade paulista, o total de lojas vai aumentar de 700 para 900. Para o pesquisador do Instituto Provar, da Universidade de São Paulo, Nuno Dias Fouto, existe espaço para o grupo no mercado paulista. "Mas a marca tem que chegar disposta a conquistar uma fatia do mercado, mantê-la e ampliá-la. Para isso serão necessários investimentos e conhecimento", diz. Neide Martingo


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006

MERCADO/AUTOINFORME

VENDAS BATEM RECORDE EM MAIO Foram comercializados 155.804 carros e comerciais leves, o maior volume desde dezembro de 2005

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mês de maio totalizou 155.804 carros e comerciais leves comercializados internamente, o que representou um crescimento de 25% sobre o resultado de abril e um desempenho recorde no ano. No acumulado dos primeiros cinco meses, as vendas do setor automobilístico somam 676.646 unidades, 10,4% acima do registrado no mesmo período do ano passado. O grande crescimento no mês deve-se ao maior número de dias úteis (maio teve 22 e abril apenas 18). Mas, mesmo considerando a média diária, as vendas cresceram no mês (+ 2,3%). Em maio foram vendidos 7.082 unidades/dia, ante 6.926 em abril. O número de vendas diárias também é recorde em 2006.

Primeiro lugar - A Fiat continua na liderança e já tomou boa vantagem sobre o segundo colocado. Em maio a montadora italiana vendeu 38.464 carros e comerciais leves, ficando com participação de 24,7%. A General Motors teve ótimo desempenho e ficou em segundo, com 37.127, o equivalente a 22,6% do mercado. A Volkswagen perdeu terreno e posicionouse em terceiro, com 32.217 unidades e 20,7% do bolo. Em quarto, a Ford, com

um total de 17.087 unidades (11%). Graças às vendas do novo Civic (veja matéria na página 13), a Honda conseguiu a quinta posição no ranking de maio. A montadora de origem japonesa somou 7.157 unidades e fechou o mês com 4,6% de participação, superando a rival Toyota, que vendeu 5.809 unidades e ficou com 3,7% do mercado global. A Peugeot está em sétimo, com 5.157 veículos (3,3%) e a Renault em oitavo, com 4.387 unidades. Nas vendas acumuladas de janeiro a maio, a Fiat avança e melhora a vantagem sobre a segunda colocada, a Volkswagen. Neste caso, a General Motors ocupa o terceiro lugar. Entre as novas montadoras a Honda tem a quinta posição não apenas em maio como também no total vendido nos primeiros cinco meses do ano. Por modelo - O Honda Civic foi o grande destaque do ranking de vendas por modelo em maio. Somou 3.959 unidades e entrou na lista dos "dez mais" procurados no mercado brasileiro, ocupando a nona colocação e deixando seus concorrentes diretos, o Toyota Corolla e o Chevrolet Vectra pra trás, com vendas de, respectivamente, 2.584 e 2.566 unidades.


segunda-feira, 5 de junho de 2006

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CONFIRMADO REAJUSTE NO GÁS BOLIVIANO

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milhões de pessoas usam os serviços de vale refeição ou alimentação em todo o Brasil

Pablo de Sousa/LUZ - 19/10/2005

VEÍCULOS Concessionárias venderam 155,4 mil unidades em maio, alta de 24,9% sobre abril.

Ó RBITA

COMÉRCIO Brasil e EUA terão sistema de consultas informais para facilitar o comércio bilateral.

Moacyr Lopes Jr/Folha Imagem - 25/04/2006

VARIG: LEILÃO TRAZ DÚVIDAS

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leilão da Varig, que definirá o destino da companhia aérea, ainda está cercado de dúvidas. Se tudo correr como programado, ele acontecerá nesta quintafeira, quando potenciais investidores deverão fazer suas ofertas para compra da empresa. O leilão, porém, foi marcado inicialmente para 9 de julho, depois antecipado para 5 de junho e, agora, adiado para esta quinta-feira, dia 8. O adiamento deu um alívio para a empresa, pois potenciais investidores ameaçavam não comparecer por falta de tempo para prepararem suas propostas. Os investidores também estão preocupados com a

Vales de papel estão com os dias contados. Cartões são mais seguros e práticos para usuários e empresas.

falta de informações disponíveis, inclusive sobre quais são os ativos à venda. A principal queixa diz respeito à falta de garantias de que não haverá sucessão de dívidas trabalhistas e fiscais, como prevê a nova Lei de Recuperação de Empresas. Outra incerteza é quanto à transferência dos direitos de vôos e horários

Tecnologia avança no mercado de vales

para a nova empresa. Como costuma acontecer na Varig, às vésperas de uma grande decisão surgem inúmeros interessados, mas poucos comprovam a origem dos recursos. Desta vez, surgiram diversos fundos estrangeiros, cujos nomes não foram revelados. Já TAM e Gol não devem entrar no leilão. (AE)

ICMS PRORROGADO PARA EMPRESAS DA FISPAL

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s empresários do setor de alimentos e bebidas terão 30 dias a mais para recolher o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) decorrente de negócios realizados na Fispal Tecnologia 2006. O evento acontecerá no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo entre os dias 6 e 9 de junho. O benefício fiscal foi formalizado por meio do

Decreto nº 50.850. De acordo com os organizadores do evento, a medida incentivará a realização de negócios, aumentando o faturamento das empresas expositoras. Segundo a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz), a decisão de estender o prazo para recolhimento do ICMS não representará renúncia de receita, conforme estabelece a Lei de Responsabilidade

Fiscal. Isso porque o imposto não será dispensado ou reduzido, mas efetivamente recolhido no mês subseqüente ao fixado pelas normas comuns da legislação em vigor. No mês passado, o mesmo benefício já havia sido concedido aos expositores da Apas 2006, 22º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados. (Agências)

Agliberto Lima/AE - 17/05/2006

NAMORADOS

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Fundação ProconSP encontrou irregularidades em 113 de 392 lojas de shoppings e de centros comerciais na capital paulista pesquisados entre os dias 22 e 30 de maio. A operação Dia dos Namorados teve o objetivo de coibir ações irregulares e desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor. Entre as irregularidades mais comuns estiveram falta de informações sobre preços (como a exibição dos valores nas vitrines), a não aceitação de cheques de contas recentes e a exigência do cartão do banco e de um valor mínimo para pagamentos em cheques. As lojas responderão a um processo administrativo e poderão ser multadas. Segundo o Procon-SP, o shopping Anália Franco foi o campeão em irregularidades. (AE)

BOLÍVIA AUMENTA PREÇO DO GÁS

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preço do gás natural vendido pela Bolívia para o Brasil terá um reajuste de 11,34% a partir de julho. O aumento, que ocorre trimestralmente, está previsto no contrato firmado no início do fornecimento do produto. O novo valor, de US$ 3,93 por milhão de BTUs (unidade térmica britânica),

vai vigorar em julho, agosto e setembro. Segundo fontes do governo brasileiro, o reajuste é automático. Enquanto isso, a Petrobras e a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), presidida por Jorge Alvarado (foto), ainda negociam a adequação da estatal brasileira às novas regras do país. (AE)

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segmento de cartões refeição e alimentação não pára de crescer e se prepara para concluir a migração do papel para o cartão. Estimativas do setor indicam que 6,5 milhões de pessoas usam o serviço em todo o Brasil. E 45% dos usuários estão em São Paulo. Ticket, Vale, Sodexho Pass e Visa Vale dominam o mercado na região Sudeste do País. Outras empresas do ramo, como a Banquet (que atua na região Sul) e a Nutricash (no Nordeste), mostram números expressivos. De acordo com o presidente da Associação das Empresas de Alimentação, Refeição e Convênio para o Trabalhador (Assert) – que congrega as empresas do setor –, Artur Renato Brito de Almeida, apenas 30% dos usuários ainda têm vales de papel. "Até o segundo semeste de 2007, o serviço estará completamente informatizado. Todas as empresas do setor utilizarão os cartões, que têm se mostrado mais ágeis e seguros. O papel é economicamente inviável porque encarece os custos. Além disso, facilita as falsificações", afirma. Benefícios – Não são só os trabalhadores que ganham com o serviço de vale alimentação e refeição. "O serviço é uma forma de conquistar e reter talentos", diz Almeida, que exemplifica. "Ao buscar no mercado um empregado qualificado, a empresa que trabalha com este tipo de benefício tem argumentos para conquistar o melhor profissional." As empresas do setor trabalham com cartão refeição e alimentação. O diretor de produtos da Ticket, André Teixeira, avisa que a empresa já terminou o processo de migração do papel para o cartão no que se

UE APROVA FUSÃO DE MITTAL E ARCELOR

A TÉ LOGO

Arcelor. A comissão, porém, exigiu que a Mittal se desfaça de alguns ativos na Europa. A empresa admitiu vender fábricas na Alemanha, na Itália e na Polônia. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Mercosul é bisteca e a Venezuela, molho, diz Garcia

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CMN deve fixar em 4,5% a meta de inflação de 2007

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BNDES prepara "selo de governança"

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 2 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Reqte: Fácil - Serviços Comerciais Ltda. - Reqdo: JSG Comércio de Borrachas e Auto Peças Ltda. - Av. José Maria Fernandes, 820 -1ª Vara de Falências Reqte: Uniserv União de Serviços Ltda. - Reqdo: VPC Vânia Polímeros e Compostos Ltda. - Av. Guarapiranga, 291 - 1ª Vara de Falências RECUPERAÇÃO JUDICIAL Reqte: Fine Papers Ltda. - Reqdo: Fine Papers Ltda. - Rua Dona Ana Nery, 793 - 2ª Vara de Falências

Factoring

DC

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Comissão Européia aprovou na última sexta-feira a oferta da Mittal Steel Co., maior siderúrgica do mundo, para adquirir a concorrente

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

refere aos vales alimentação. "Nosso serviço de alimentação é 100% com o cartão. Isso dá ao cliente a possibilidade de fazer compras em supermercados, açougues e em outros tipos de estabelecimentos comerciais com o próprio cartão, no sistema online", informa. Teixeira diz, porém, que não há pressa para que a migração do papel para o cartão seja concluída no serviço de vale refeição. "Trata-se de um processo normal, que será feito sem pressão", afirma. Investimento – Para desenvolver e implementar o sistema Smart VR, o Grupo VR investiu R$ 60 milhões nos últimos cinco anos. Trata-se de um serviço de cartões chip, desenvolvido pela Smart.Net, empresa da Holding Szajman. O Mini Smart é um equipamento do tamanho de uma calculadora, que dispensa linha telefônica para o seu funcionamento. A transação é feita diretamente do chip do cartão do usuário para o do estabelecimento comercial, também localizado no

Mini Smart. Esse procedimento contribui para evitar o desvirtuamento do benefício. "Desde o final do ano passado, o Grupo VR não utiliza mais papel. A transição foi concluída. São 2,2 milhões de cartões no mercado. Cerca de 50% VR, com chip, que são usados na hora do almoço, com valores baixos, e 50% de cartões alimentação, no sistema online", diz o diretor do Grupo VR, Carlos Cesar Coutinho. Entrave – O tamanho desse mercado, porém, poderia ser bem maior se o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), do Ministério do Trabalho, atingisse as micros e pequenas empresas. A Lei 6.321, de 14 de abril de 1976, que instituiu o PAT, prioriza os trabalhadores de baixa renda (que recebem até cinco salários mínimos). Mas as empresas menores não oferecem o benefício porque não podem abater do Imposto de Renda o gasto com vales para seus funcionários, já que pagam uma alíquota única. Wladimir Miranda


São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006

D C A R R O 13

MERCADO/PREÇO

HONDA CIVIC TEM ÁGIO DE ATÉ R$ 5 MIL Como tem gente na fila para comprar o sedã, as concessionárias cobram além do valor da tabela

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Divulgação

uem quiser comprar um Civic vai ter de fazer uma reserva e entrar na fila de espera, além de pagar por ele um preço bem maior do que o oficial. O carro nem bem chegou ao mercado e já está esgotado na maioria das concessionárias Honda. Em geral, a partir do momento da compra, o cliente precisa aguardar entre 30 e 60 dias para receber o produto. Segundo os revendedores, já existiam reservas do sedã pelo menos dois meses antes do seu lançamento oficial. É uma prática recorrente no mercado aumentar consideravelmente o preço de venda quando o produto está em falta no estoque – é o chamado ágio. Na maioria das concessionárias, a versão básica LXS, Em alguns modelos, a espera pelo sedã da Honda chega a dois meses com câmbio mecânico e sem banco de couro, está sendo vendida por de mais de dois meses. próximo ano. cerca de R$ 62 mil, enquanto o preço de A intenção da empresa é aumentar a Segundo vendedores do mercado patabela da montadora é de R$ 59,6 mil. ralelo, as concessionárias estão se apro- produção do Civic para poder atender a veitando da situação e escondendo o demanda crescente pelo modelo no merSó para julho - Na loja Daitan Ibi- carro para vendê-lo a pronta entrega por cado brasileiro e, com isso, tentar tirar a rapuera, em São Paulo, o carro sai por R$ um valor ainda mais alto. liderança do segmento das mãos da 61,6 mil, com fila de espera de 20 dias. Na O médico Wilton Constâncio tentou General Motors, com o Vectra. HPoint, na Vila Olímpia, também na comprar o sedã em várias lojas e só o Marco Aurélio Zanni, capital paulista, o preço é o mesmo, mas encontrou por R$ 95 mil. "E me disseram da Agência AutoInforme em algumas cores, como a cinza, o sedã só que, se eu não quisesse pagar, um monte de tem previsão de chegada para julho. Na gente queria. Nunca fui tão desrespeitado concessionária Hayasa, no Rio de Janeiro, em uma revenda como fui na Honda." o valor é um pouco mais alto: R$ 62,6 mil. E a demora é de duas semanas. Posição da empresa - Segundo diJá na versão top de linha, a automática rigentes da montadora, a situação vai EXS, a situação é ainda pior. Como a permanecer assim durante todo este procura por ela é maior, seu preço está, ano. Isso porque a Honda tem caem média, R$ 5 mil acima do valor pacidade limitada a 23 mil unidades do oficial. Na rede de lojas SP Japan, o carro Civic até o fim de 2006. sai por R$ 82 mil. O valor sugerido pela A fábrica da montadora em Sumaré, no montadora é de R$ 77,9 mil. No Grupo interior de São Paulo, está em fase de Caiuás, em Sorocaba, o sedã custa R$ expansão e, pelo projeto original, a obra será 82,9 mil. Em ambos os casos, a espera é concluída somente no segundo trimestre do

Accord: o mais importado

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Accord é de longe o carro importado mais vendido no Brasil. De janeiro a abril foram comercializadas 1.025 unidades do sedã da Honda, um volume que representa 10,3% de participação no segmento. A versão que chega ao Brasil é produzida no México. O segundo do ranking é o Bora, que também vem daquele país. A Volkswagen vendeu 900 unidades de seu sedã, respondendo por 9,1% do total de importados. Segue a lista o utilitário esportivo Pajero da Mitsubishi, que vem do Japão e teve 567 unidades vendidas no primeiro quadrimestre do ano. Com esse desempenho, conseguiu participação de 5,7%. O quarto lugar é uma surpresa. Trata-se do PT Cruiser da norte-americana Chrysler, carro que tem o visual dos anos 1940 mas com tecnologia do século 21. Foram comercializadas 417 unidades do modelo no acumulado dos primeiros quatro meses do ano, 4,2% do total de importados absorvidos pelo mercado brasileiro. Além do Honda Accord, do Bora e do PT Cruiser, também vêm do México o Sentra, Dodge Ram, Ford Fusion e New Beetle.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MÉDIAS EMPRESAS FATURAM ATÉ R$ 200 MI

por cento foi quanto cresceu o volume de crédito no País em abril, segundo o BC.

Patrícia Cruz/LUZ – 7/12/05

MÉDIA EMPRESA NA MIRA DOS GRANDES BANCOS Compra do BankBoston pelo Itaú acirra disputa pelas empresas de médio porte

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recente aquisição do BankBoston no Brasil pelo Itaú já provocou uma nova onda de especulações sobre outras instituições financeiras que poderiam ser colocadas à venda. É que, com a compra do BankBoston, o Itaú ganhou terreno em uma das áreas de maior disputa entre os grandes bancos de varejo do País, o de middle market, voltado, como o próprio nome já diz, para o atendimento especial a empresas de médio porte. "Se o Bradesco se sentir ameaçado pelo avanço do Itaú nesse segmento, é possível que assistamos a mais uma rodada de compras", afirma o consultor do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad), especializado em análises do mercado financeiro, Alberto Borges Matias. Quando o assunto é middle m ar k e t, a aquisição do BankBoston não podia ter vindo em hora melhor para o Itaú. O banco americano terminou o ano passado com cerca de 1,6 mil empresas de tamanho médio, que têm faturamento anual entre R$ 30 milhões e R$ 200 milhões, como clientes, para as quais emprestou R$ 1,51 bilhão. A expansão do volume de operações de crédito chegou a 54% em relação a 2004. Fora a força que tem no segmento de middle market, o BankBoston no Brasil ainda tem 22 mil empresas no segmento de Boston Business (com faturamento anual abaixo de R$ 30 milhões) e 1,7 mil

no Corporate & Investment Banking (faturamento superior a R$ 200 milhões por ano). "Apesar de nenhum dos dois (Bradesco e Itaú) divulgar ao certo sua posição nesse mercado, imaginamos que os números sejam bem parecidos. Por isso, a compra do BankBoston deve dar ao Itaú uma certa vantagem", diz Matias. Citibank — No topo da lista de instituições que poderiam interessar ao Bradesco, conforme o consultor, está o Citibank.

Os grandes bancos devem investir em segmentos com forte potencial de crescimento, caso do middle market. Rodrigo Indiani, da Austin Rating Assim como o BankBoston, o banco é referência no atendimento aos clientes de maior renda e empresas de médio porte. Só mais recentemente, há cerca de cinco anos, o banco decidiu estender os negócios ao público de baixa renda, com a abertura da rede de financeiras de rua, a Citifinancial. Além disso, o Citibank é um dos últimos bancos estrangeiros com atuação no chamado varejo bancário brasileiro que não se associou ou comprou um outro grande grupo finan-

ceiro, como fizeram os concorrentes HSBC, ABN Amro e Santander. "Não precisaria ser necessariamente uma venda, mas, quem sabe, um acordo operacional entre os dois bancos", observa Matias. O consultor Rodrigo Indiani, da Austin Rating, também acredita que o caminho natural, tanto para o Bradesco quanto para o Itaú ganharem escala nessa área, passa por aquisições. "Até porque esses bancos já investiram pesado no ano passado em parcerias e compra de instituições que atuavam com crédito direto ao consumidor. Agora que essa área está mais sólida, eles devem partir para o incremento de outros segmentos com forte potencial de crescimento, como é o caso do middle market." Indiani, no entanto, descarta a venda do Citibank. "Ele (o Citibank) tem demonstrado que não tem interesse em abandonar as operações no Brasil, ao contrário do BankBoston. Aliás, investiu nos últimos anos em áreas em que antes não atuava, como o mercado de baixa renda", argumenta. Estrutura — Para Matias, esse movimento para a criação de estruturas de melhor atendimento a empresas de médio porte é mais do que justificável. Isso porque toda vez em que há recuperação econômica ela aparece primeiro no crescimento de crédito para pessoas físicas (como ocorreu logo após o Plano Real e também no ano passado), para depois chegar às pessoas jurídicas.

Matias, do Inepad, aposta em nova rodada de aquisições de bancos pelas maiores instituições do País

Os números anunciados nos balanços de Bradesco e Itaú no primeiro trimestre deste ano confirmam a teoria do consultor. Desde o ano passado, os dois bancos registram forte crescimento na carteira de crédito para pessoas físicas, que chega a ter uma expansão até duas vezes maior do que a registrada em outras, como a de grandes companhias. No Bradesco, o segmento de pessoa física apresentou cres-

igual período do ano anterior, atingindo R$ 72,046 bilhões, com destaque para o segmento de pessoas físicas, cuja evolução atingiu 48,4%. "A partir deste ano, podemos começar a verificar uma mudança nesses números dos bancos, com uma tendência à estabilidade maior para pessoas físicas e uma recuperação no segmento de crédito empresarial", avalia Matias. Adriana Gavaça

Juros para pessoa física no nível mais baixo desde 1994

U

ma boa notícia para os c o n s u m i d o re s : e m abril, a taxa média de juros dos empréstimos bancários para pessoas físicas recuou ao nível mais baixo desde julho de 1994. "A taxa de 57,8% ao ano é a menor da nossa série histórica", disse na última sexta-feira o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Altamir Lopes. Dados preliminares mostram que a trajetória de queda dos juros pode ter continuado em maio. "Nos primeiros sete dias úteis do mês

ATAS

passado, a taxa caiu mais 1,8 7,4%). No caso do financiamento de veículos, a taxa caiu ponto percentual." A redução, para o chefe do de 34,4% para 34,1% ao ano. "Com o aumento das vendas Depec, foi acentuada em função de dois fatores conjuntu- do comércio, era de se esperar rais. "Tivemos a entrada dos um crescimento normal da empréstimos de adiantamen- inadimplência", disse o chefe to da restituição do Imposto do Depec. Ele lembrou que, no de Renda da pessoa física e primeiro trimestre do ano, as uma queda mais forte dos ju- vendas tiveram um incremenros nas operações com des- to de aproximadamente 5%. conto em folha", explicou LoNo final do ano passado, o pes, referindo-se ao crédito índice de atraso nas operações consignado. O custo das ope- com bens duráveis estava em rações de antecipação da resti- 6,7%. Com taxas mais em contuição tende a ser menor por- ta, o volume total de empréstique o risco de calote é muito mos bancários cresceu 1,9% e chegou aos reduzido. Ed Ferreira/AE –24/3/04 R $ 6 3 7 , 8 b iA t a x a c olhões no final brada no conde abril. O vasignado caiu lor, de acordo 2,7 pontos entre março e com o chefe do Depec, abril, atingindo 34,3% ao corre sponde a 32,1% do ano — menor nível desde o P ro d u t o I nterno Bruto início da série do BC, em ja(PIB). "Ainda temos no Braneiro de 2004. sil uma baixa O saldo das relação entre operações empréstimos com desconto bancários e em folha cresPIB", comenceu de R$ 36,4 tou Lopes. b i l h õ e s e m Lopes: queda também em maio Na avaliamarço para R$ 37,2 bilhões em abril. ção dele, ainda há espaço para Bens duráveis — A má notí- a expansão do crédito. No pecia de abril ficou com a eleva- ríodo de 12 meses até abril, o ção dos juros dos empréstimos crescimento acumulado das bancários concedidos para a operações estava em 20,3%. O compra de bens duráveis, ex- aumento tem sido puxado pecetuando-se automóveis. Nes- los empréstimos sem direciosas operações, a taxa aumen- namento obrigatório, que tou 2,5 pontos percentuais, sal- apresentaram, no mesmo petando dos 56,9% ao ano, em ríodo de 12 meses, um aumenmarço, para 59,4% ao ano, em to de 24,5%. Em abril, o total de abril. A alta é explicada pelo recursos que os bancos podem crescimento do nível de atraso aplicar livremente chegou a no pagamento desses tipos de R$ 385,4 bilhões, alta de 2,3% empréstimos (de 7,3% para em relação a março. (AE)

Base monetária cresce 0,5%

EXTRAVIO QUIKSILVER IND. E COM. DE ART. ESP. LTDA - CNPJ.: 07.230.513/0001-38 Rua Solon, 909/969 - CEP.: 01127-010 - Bom Retiro - São Paulo/SP EXTRAVIO DE NFS COMUNICA EXTRAVIO das seguintes NF’s Mod. 1 nºs: 23983; 27524; 27987; 28162; 28670; 28671; 28672; 28673; 28674; 28675; 28676; 28677; 28678; 28679; 28680; 28681; 28682; 28683; 28684; 28685; 28686; 28687; 28688; 28689; 28700; 28701; 28702; 28703; 28704; 28705; 28706; 28707; 28708; 28709; 28710; 28711; 28724; 28725; 28726; 28727; 28728; 28729; 28730; 28731; 28732; 28733; 28734; 28735; 28754; 28755; 28756; 28757; 28758; 28759; 28760; 28761; 28762; 28763; 28764; 28765; 28766; 28767; 28768; 28769; 28770; 28771; 28777; 28778; 28779; 28780; 28781; 28782; 28783; 28784; 28785; 28787; 28788; 28809; 28810; 28811; 28812; 28813; 28814; 28815; 28816; 28817; 28818; 28819; 28820; 28821; 28822; 28823; 28824; 28825; 28826; 28827; 28828; 28829; 28830; 28831; 28832; 28833; 28835; 28837; 28838; 28842; 28843; 28844; 28845; 28846; 28847; 28848; 28849; 28850; 28851; 28852; 28853; 28854; 28861; 28862; 28863; 28864; 28865; 28874; 28875; 28876; 28877; 28878; 28879; 28880; 28881; 28882; 28883; 28884; 28888; 28889; 28890; 28891; 28892; 28893; 28894; 28895; 28954; 31792 todas devidamente preenchidas.

Quer falar com 26.000

cimento de 50,6% no primeiro trimestre deste ano, para um total de R$ 35,7 bilhões. Em seguida, em termos de crescimento, ficou o segmento de pequenas e médias empresas, que teve aumento de 22,9% no volume de empréstimos no período, saltando de R$ 19,05 bilhões para R$ 23,41 bilhões. No Itaú não foi diferente. A carteira de crédito, incluindo avais e fianças, registrou crescimento de 26,4% em relação a

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empresários de uma só vez?

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A

base monetária (papel moeda emitido mais reservas bancárias) teve expansão de 0,5% na média em abril, de acordo o Departamento Econômico do Banco Central (BC). Com a expansão, o estoque da base monetária, pelo conceito de média, aumentou de R$ 90,484 bilhões em março para R$ 90,926 bilhões em abril. O valor, apesar do aumento, ainda está dentro da faixa de variação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o segundo tri-

mestre do ano, entre R$ 76,7 bilhões e R$ 103,7 bilhões. No acumulado em 12 meses até abril, a base monetária apresenta expansão de 13% na média. Pelo conceito de ponta (comparação entre finais de períodos), a base teve expansão de 0,2% em abril. Com isso, o saldo, pelo conceito de ponta, aumentou dos R$ 88,735 bilhões de março para R$ 88,913 bilhões em abril. No acumulado de 12 meses até abril, a base, no conceito de ponta, apresenta expansão de 14,3%. (AE)


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006

CINEMA Divulgação

FURIOSOS, AGORA EM TÓQUIO Terceiro filme da série chega às "telonas" norte-americanas na próxima semana. No Brasil, estréia no dia 11 de agosto. ANDERSON CAVALCANTE

filme que fez a cabeça e os carros de milhões de pessoas pelo mundo e teve sua continuação com o Mais Velozes e Mais Furiosos ganhou uma nova história. Com o nome de Fast and the Furious III: Tokio Drift, o filme foi batizado por aqui como Velozes e Furiosos III: Desafio em Toquio. Mas não se engane achando que vai ser tudo igual aos dois primeiros episódios. Aliás, parecido só o nome e os milhões gastos na produção. No resto, novos atores, novo enredo e um estilo totalmente diferente de carros e de dirigir. As "máquinas" utilizadas neste filme usam pouquíssimos adesivos, cores mais discretas e nenhum neon externo. Além disso, empregam basicamente a tração traseira, própria para o "Drift" que, segundo especialistas, é a "arte de derrapar com estilo e perfeição". Com a adoção deste tipo de pilotagem como tema, quem esperava ver modelos como Mitsubishi Eclipse e Honda Civic preferidos entre os tuneiros - terá uma grande surpresa com as estrelas do filme: um Chevrolet Monte Carlo, um Mustang 1967 com motor Nissan Skyline Turbo,

O

Garotas e carros sensacionais esquentam o clima no terceiro episódio da trilogia Velozes e Furiosos. O enredo do último filme se desenrola nas ruas do subúrbio de Tóquio, no Japão.

um Mazda RX-7 1994, um Mitsubishi Evolution VIII com a tração dianteira desligada, para melhorar a performance no Drift, e alguns Nissans 350Z. A trama começa com o garoto solitário Sean Bolwell de 17 anos, estrelado pelo ator Lucas Black, que muda para o Japão

para fugir da polícia após, logicamente, ter alguns problemas com corridas ilegais nas ruas. Na terra do sol nascente é que começam as emoções, quando o personagem se envolve com o mundo dos rachas, drifts, belas carangas e com a máfia japonesa (Yakuza). Segundo o diretor do filme, Justin Lin, em entrevista para um site americano, o Desafio em Tóquio é um "western pósmoderno", uma nova história totalmente incrível. "Rodamos coisas que nunca vi em filmes e não queria a aparência de computação gráfica ou vídeogame". O filme distribuído e produzido pela Universal Pictures tem no elenco Lucas Black, Bow Wow, Brian Tee, Nikki Griffin, Nathalie Kelley, Sung Kang e Jason J. Tobin. A direção é de Justin Lin e o filme estréia dia 16 de junho nos Estados Uni-


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Indicadores Econômicos

7

2,27

reais foi a cotação do dólar comercial na última sexta-feira. A moeda norte-americana sofreu valorização de 1,07%.

2/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 30/05/2006 30/05/2006 30/05/2006 30/05/2006 30/05/2006

P.L. do Fundo 5.285.298,49 1.273.892,12 5.585.828,16 2.535.366,10 1.008.902,51

Valor da Cota Subordinada 1.085,508965 1.024,310752 1.070,131942 1.032,522011 999,766279

% rent.-mês 3,3251 1,9669 3,4065 1,8244 2,9867

% ano 11,1096 2,4311 7,0132 3,2522 -0,0234

Valor da Cota Sênior 0 1.037,371874 1.045,836633 0 0

% rent. - mês 1,2323 1,3428 -

% ano 3,7372 4,5837 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006 CINEMA

dos. No Brasil, a previsão de saciar a vontade dos tuneiros é em 11 de agosto.

Só ele viu - Para morrer de inveja! O jornalista Josias Silveira foi escolhido para representar a única revista brasileira a ser convidada para ir a Hollywood e assistir às filmagens de "Tokio Drift". Ele viajou para Los Angeles, na California, e lá pôde acompanhar as filmagens das cenas feitas nos Estados Unidos, além de ver os cenários, conversar com atores e atrizes e, principalmente, conhecer de perto as carangas super preparadas e usadas aqui na parte ocidental do filme. Josias conta que no centro do bairro de Hollywood estava o estúdio onde foi gravado o filme e ainda se encontravam carros, placas, letreiros e a decoração lembrando as ruas de Tóquio. "Parece que o Japão se mudou para lá". O jornalista teve ainda a oportunidade de conhecer de perto o Mazda RX-7, com volante do lado direito e placas japonesas, usado pelo personagem principal, além de, um dos destaques do filme: o Mitsubishi Evolution VIII, intitulado Evil R, que teve

Muita expectativa

Divulgação

E

Mitsubishi Evolution VIII, um dos destaques do novo filme

Rachas e Drift são os pontos fortes

D C A R R O 15

nquanto o filme não chega por aqui, os "burburinhos" já começam a rolar em todos os cantos. No site de relacionamento, Orkut, há uma comunidade com o nome "Velozes e Furiosos - Tokio Drift" com mais de 2.500 membros. Já na comunidade "Velozes e Furiosos 3", que ultrapassou o número de 3.700 integrantes, há discussões sobre Drift e expectativas dos componentes sobre o filme. Em um dos tópicos abertos na página há, inclusive, um membro indicando um exclusivo download do "DVD completo com ótima qualidade". No mesmo tópico a galera tratou de "escurraçar" o integrante, pois descobriram que o link não oferecia nenhum filme e apenas era acesso para vírus. No encontro de

tuneiros que ocorre todas as terças-feiras, no Anhembi, o filme é assunto freqüente entre a galera das "máquinas ferozes". Para Catia Tappi, a trilogia é responsável pelo desenvolvimento que o tuning teve, aqui no Brasil, nos últimos anos. "Eles mudaram a forma de toda uma geração pensar, de agir, de se vestir e, também, de se relacionar com o seu carro, que deixou de ser uma simples ferramenta de transporte". Catia não se contém ao falar sobre sua expectativa com o novo episódio. "Mesmo sabendo que se baseia no Drift, um estilo pouco difundido no Brasil, o que se espera é que o filme seja tão bom quanto os dois primeiros. É impossível imaginar o fim da trilogia sem uma ótima história e carros sensacionais".

Pablo de Sousa

o desempenho do motor 2.0 16V turbo ampliado de 280 para 400 cv de potência. Para encerrar, Josias garante que as atrizes vão chamar tanta atenção quanto os carrões. "São um capítulo à parte. Aliás, as garotas vão de uma linda modelo, que faz o gênero calendário japonês, até as mais belas ocidentais".

No asfalto ou na terra, Drift é a arte das derrapagens com estilo e per feição

Catia Tappi em seu Corsa tunado à espera do novo filme


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Nacional Finanças Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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BRASILEIROS DESCOBREM O LÍBANO

milhões de dólares foi o total das exportações brasileiras para o Líbano no ano passado.

Fotos: Divulgação SP Chamber of Commerce

N gócios

&

oportunidades

Grupo de compras e licitação da ONU se reúne no Brasil Estande da brasileira Politron na feira Internacional da Mecânica em Beirute

Maria de Oliveira: familiaridade ajuda a fechar negócios

Newton Santos/Hype

Empresários brasileiros e libaneses discutem opções de negócios

Farid Murad, diretor da CCBL: Brasil é visto como grande parceiro

O

Ministério das Relações Exteriores, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), receberá, de 5 a 9 de junho, em Belo Horizonte, a 31ª Reunião do Grupo de Trabalho de Licitação InterAgência das Nações Unidas O evento reunirá, pela primeira vez em um país da América do Sul, os chefes de Licitação e Compras das Agências do Sistema das Nações Unidas. Trata-se do mais antigo grupo de trabalho do Sistema da ONU e reúne, anualmente, os chefes dos setores de compras e licitações das agências especializadas. Formado por 44 entidades especializadas, o Sistema realizou, no ano passado,

compras de produtos e contratos de serviços no valor total de US$ 8 bilhões. Os participantes discutem temas relacionados à harmonização de regras e normas dos processos licitatórios daquelas entidades. Dos cinco dias de trabalho, três serão destinados a deliberações internas do grupo de trabalho, e dois dias para encontros entre os representantes das agências com empresários brasileiros, cujos cadastros tiverem sido previamente registrados. Programa – Na terça-feira será realizado o seminário "Como Fazer Negócios com as Nações Unidas". A quartafeira está reservada para as reuniões, a partir das 9h.

Melhoria dos portos em destaque

MISSÃO BRASILEIRA A FAZ NEGÓCIOS NO LÍBANO

O

mercado consumid o r á r a b e , c o mposto por 300 milhões de pessoas, vem atraindo as atenções dos negociantes internacionais, inclusive, brasileiros. A potencialidade de exploração dessa vitrine de negócios fez a São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e a Câmara de Comércio Brasil–Líbano (CCBL) levarem um grupo de empresários brasileiros ao Líbano, considerado a porta de entrada para os países que desejam disputar o mercado da região do Oriente Médio. A missão, comandada por Guilherme Mattar, coordenador do Departamento de Inteligência da São Paulo Chamber, foi a Beirute, capital libanesa, no dia 20 de maio. Parte dos empresários retornou no dia 28, mas alguns continuaram sua visita a outros mercados do Oriente Médio. Um dos objetivos era intensificar o processo de integração comercial entre os dois países, que vem se firmando a cada ano. Basta lembrar que as exportações brasileiras para lá, no ano passado, chegaram a US$ 124 milhões. Já no sentido contrário, a importação brasi-

leira do Líbano resumiu-se a modestos US$ 5,5 milhões. "A comunidade libanesa no Brasil é composta por cerca de 9 milhões de pessoas. Ou seja, é maior do que a existente no próprio Líbano, que possui 4 milhões de habitantes. Por esse motivo, o Brasil é visto como um grande parceiro", disse Farid Murad, diretor da CCBL. História – Com o término do seu conflito interno, que durou 15 anos, e a recuperação da estabilidade política, o Líbano também se tornou atrativo na atividade financeira. "Além de oferecer nossos produtos e serviços ao Oriente Médio, vamos intensificar nossas ações para atrair os investimentos árabes para o Brasil. Hoje, a maioria dos países da região deixa seus petrodólares no Líbano. O Brasil também tem um sistema financeiro seguro e forte e, portanto, potencial para fazer isso", afirmou Murad. Missão – A maioria dos empresários brasileiros que parti-

cipou da missão foi para conhecer o mercado libanês e fazer contatos para futuros negócios. Como é o caso de Maria de Oliveira, diretora da Politron Indústria Nacional de Máquinas e Componentes Eletrônicos. Ela disse que sua ida ao Líbano foi extremamente interessante para conhecer a potencialidade comercial do país que, na sua opinião, "está em franco desenvolvimento e tem muitos nichos p a r a s e i nvestir". A empresária fabrica máquinas de alta freqüência para solda e laminados de PVC que podem ser utilizadas tanto na produção e embalagem de produtos como brindes e calçados quanto na área hospitalar e náutica. "A familiaridade entre os dois países nos propicia mais tranqüilidade para fechar negócios no Líbano. Andando pelas ruas de Beirute deu para perceber o quanto somos queridos por lá. Não eram poucas as bandeiras brasileiras espalhadas pela cidade para torcer

pela nossa seleção na Copa do Mundo", afirmou Maria. A mesma impressão teve a empresária Sylvia Nassalah, que foi ao país apresentar seus produtos. Designer de jóias, couro e porcelanas para mesas, Sylvia acredita que sua viagem vai gerar grandes negócios em breve. "Os artigos que estão disponíveis no mercado interno do Líbano ou são de altíssimo luxo ou de qualidade ruim. Não existem produtos de qualidade que são comercializados por preços acessíveis à classe média", observou. Negócio feito – O único que saiu do Oriente Médio com um contrato assinado foi o empresário Ivan Pereira, que viajou ao Líbano como representante comercial da Braztex Importação, Exportação e Logística de Cargas e da EIM Comercial. Pereira conseguiu firmar a representação exclusiva no Brasil de um equipamento que transforma a umidade do ar em água potável pura. "Se utilizado por uma indústria, o equipamento pode produzir até 10 mil litros de água potável por dia. Já no ambiente doméstico dá para garantir a produção de até 40 litros de água por dia", acrescentou. Márcia Rodrigues

Polônia quer parceria em construção

Commerce e o Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), ambos órgãos da ACSP. O encontro tem também o patrocínio da Santos Brasil e Libra Terminais. O seminário, que terá início às 9h, será na Rua Boa Vista, 51 - 11º andar. Mais informações e inscrições na SP Chamber of Commerce, pelo telefone (11) 3244-3500 ou pelo correio eletrônico: tneuma@acsp.com.br.

Máquinas para pneus à venda

E

mpresa portuguesa localizada na cidade do Porto, fabricante desde 1936 de pneus e câmaras-de-ar para bicicletas e ciclomotores, está colocando à venda a sua maquinaria, com capacidade de produzir de 500 mil a 1 milhão de pneus por ano. O motivo é o encerramento das atividades, por problemas de custos.

Eventualmente, a empresa poderá fornecer apoio de know-how ao comprador e futuramente importar cerca de 300 mil pneus por ano com marca própria. Dados da empresa de Portugal: Ciclex Soc. de Rep. Ltda., contato: Fred Neves, e-mail: ciclex@ciclex.eu, fax (351) 225105538.

Ribeirão Preto recebe evento

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epresentantes de traders e comerciais exportadoras terão uma nova oportunidade de encontrar indústrias que pretendem oferecer seus produtos a outros países nesta terça-feira, dia 6, na cidade de Ribeirão Preto, interior do Estado. Será o evento "Exportar para Crescer - Novos Caminhos para o Mercado Externo", que integra o Projeto Exporta, São Paulo. Organizado pela Associação Comercial e Industrial de

Ribeirão Preto (ACIRP), o encontro terá, além de palestras sobre a inserção das empresas no comércio internacional, um espaço para reuniões entre as indústrias da região (convidadas a levar amostras e catálogos de seus produtos) e comerciais exportadoras. O evento será na sede da ACIRP, à Rua Visconde de Inhaúma, 489, Centro de Ribeirão Preto, a partir das 9h. Os encontros de negócios começam às 14h30.

PAÍSES QUE DESEJAM EXPORTAR PARA O BRASIL

Newton Santos/Hype

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São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), recebeu um grupo de empresários da Polônia interessado em fechar negócios com empresas brasileiras que atuam no setor da construção civil. Durante a rodada de negócios, que ocorreu na última quinta-feira, uma série de informações sobre produtos e serviços do segmento nos dois países foi trocada entre os participantes. Desse primeiro contato, várias propostas devem seguir, a partir desta semana, por e-mail, para empresários dos dois países. A idéia de reunir um único setor para as negociações partiu do conselheiro-chefe do Departamento Econômico e Comercial da Embaixada da Polônia, Piotr Maj. "Se concentrarmos as negociações entre os dois países por segmentos, fa-

Associação Comercial de São Paulo (ACSP) será sede, nesta quinta-feira, de um seminário sobre a racionalização do acesso ao Porto de Santos como condição para a melhoria das operações portuárias e logísticas, permitindo ganhos de competitividade e eficiência aos usuários. O evento é promovido em conjunto pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), a São Paulo Chamber of

Empresários brasileiros e poloneses se reuniram na sede da ACSP

cilitaremos os contatos comerciais das empresas e firmaremos bons acordos", explicou. Para o cônsul-geral da Polônia em São Paulo, Marek Krynski, a vinda de missões de empresários poloneses para o Brasil deve se tornar cada vez mais freqüente. "Nos últimos anos, temos percebido uma cooperação acelerada entre os dois países. E o momento atual

é mais do que oportuno para intensificar nosso relacionamento com a América Latina, justamente por causa do ingresso da Polônia na União Européia", disse o cônsul-geral. Mão dupla – Hanna Zlanowska, diretora da Câmara de Comércio e Indústria de Lodz, cidade polonesa da maioria dos empresários que participou da missão, acredita

que os dois mercados têm muito a oferecer um ao outro. "Depois de sermos a capital têxtil da Polônia por vários anos, resolvemos investir para intensificar nossa representatividade também na produção de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e na área de construção civil. Segmentos que poderão ser impulsionados com acordos que devemos firmar com o Brasil", ressaltou. Relação comercial – Atualmente, mais de 250 produtos são comercializados entre os dois países. A exportação brasileira para a Polônia concentra-se na venda de aviões, minério de ferro, café, lâminas de barbear e produtos para a construção civil, entre outros. Já o Brasil importa do mercado polonês sulfato de amônio, trilhos de aço e motores e equipamentos em geral para o setor automotivo. (MR)

ISRAEL 103 - Botões de pânico para telefones comuns 104 - Fitas adesivas para embalagens de bebidas, alimentos e produtos de higiene 105 - Peças de vidros exclusivas, tais como cubas de pias de banheiros pintadas à mão PAQUISTÃO

106 - Algodão cru, fios de algodão e desperdícios de algodão, estopa 107 - Instrumentos cirúrgicos, odontológicos, veterinários, tesouras, instrumentos para manicure e pedicure ARMÊNIA 108 - Derivados de óleo cru (petróleo)

PAÍSES QUE DESEJAM IMPORTAR DO BRASIL PAQUISTÃO 109 - Açúcar TOGO 110 - Confecções, camisetas, lingerie, calças masculinas, roupas de cama, cobertores, toalhas, calçados esportivos, cintos, laptops, discos-rígidos para

computadores, memória RAM, comida enlatada e carne congelada HONG KONG 111 - Carne suína TAILÂNDIA 112 - Açúcares e produtos de confeitaria (capítulo 17)

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 2006

MOTOS Pablo de Sousa

UMA HARLEY COM A SUA CARA Empresa paranaense se especializou em customização de modelos Harley-Davidson e hoje faz motos personalizadas para todo o País ANDERSON CAVALCANTE

S

e você é uma das milhares de pessoas apaixonadas por motos, "fissurada" pela marca Harley-Davidson e, para completar, se "amarra" em veículos personalizados, chegou a hora de juntar todos estes sonhos e se presentear com uma moto totalmente exclusiva. Uma empresa localizada em Curitiba, a Cabeça de Ferro, apresentou no último Salão de Tuning alguns de seus trabalhos de personalização em modelos HarleyDavidson e foi uma das grandes sensações do evento. Para o criador das "obras de arte", Ricardo Machado Capistrano, o mercado paralelo americano e o europeu de acessórios para Harleys - "que não têm

nada de parecidos com o nosso" - é tão vasto, que ultrapassou qualquer limite. "Hoje eles oferecem, com muita tecnologia, todos os componentes necessários para a montagem completa de uma motocicleta e permite ao customizador desenvolver projetos cada vez mais ousados e com as características que ele imaginar", explica Ricardo. Como elas nascem - Segundo o "artista", na maioria das vezes o cliente quer modificar sua moto ou encomendar uma, mas não tem a idéia exata do que quer fazer e nem de como começar. "Quando a pessoa nos procura, primeiro apresentamos os estilos e os tipos de peças e acessórios que podem ser uti-

Exclusividade passa pela mecânica, rodas, luzes, acessórios e pintura

lizados para introduzir o cliente nas possibilidades de personalização. Após esta pesquisa, procuramos chegar o mais próximo do desejo deste futuro proprietário e aí é que fazemos o desenho do projeto". Mas mesmo na cabeça de Ricardo estes projetos e possibilidades não nasceram de um dia para o outro. "Mexer com a Harley, para mim, foi um hobby que começou já na infância. Creio que não me adaptaria e não me sentiria à vontade mexendo em outras marcas". Ricardo explica que, além da especialização, todo o seu ferramental é voltado para a marca. "Sem contar que ela tem uma estrutura própria para ser personalizada" completa. Preços - A personalização de uma Harley na empresa Cabeça de Ferro custa aproximadamente R$ 15 mil, dependendo, é claro, das necessidades e desejo do proprietário. Já uma moto feita totalmente por encomenda tem o preço bem acima. "Não é a mão-de-obra que faz variar tanto o valor de uma moto produzida aqui ou a personalização de algum modelo. O custo de importação das peças é que contribui para o preço subir". Mas, levando-se em conta que você pode pagar desde R$ 30 mil até R$ 125 mil

Motos expostas no II Salão de Tuning

em uma Harley original, a diferença para uma moto exclusiva, com equipamentos próprios para a marca, até que não sai tão caro. "O valor médio das motos completamente produzidas pela Cabeça de Ferro fica entre R$ 100 mil e R$ 130 mil", conta Ricardo.

Projetos podem ser criados ou simplesmente modificados. Alcançando, de uma forma ou de outra, a exclusividade desejada.


Ano 81 - Nº 22.141

São Paulo, segunda-feira 5 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h35

Mais garantias ao crédito Economia/4

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Dominic Favre/Reuters

l o o o G

S O T S O DE IMP

MasaoGoto Filho/DC

O Leão entra em campo. Mascote da Copa e algoz no Brasil: são dele 37,40% da bandeira nacional. Da camiseta dos torcedores, abocanha 35,33%. E da bola? Quase a metade, 47,69%, lhe pertence. Ainda assim somos um país de chuteiras, torcendo com apitos (35,68%), diante da televisão (38,34%), e entre dois leões. Economia/1 Daniel Augusto Jt./Parceiro/Agência O Globo

Pablo de Sousa

FIM DO TREINO. COMEÇA A COPA Kaká (foto) comemora o dele na goleada contra a Nova Zelândia. A Seleção joga para valer dia 13, diante da Croácia. Mas as emoções da Copa já começam nesta sexta. DC Esporte Flamengo vence e mantém os corintianos na zona de rebaixamento.

Corinthians ladeira abaixo

Andrea Felizolla/LUZ

ESTRÉIA: HOJE É DIA DE DCARRO

ESPECIAL: TUNING HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 24º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 24º C. Mínima 14º C.

Artilheiros do comércio: Copa, frio e namorados O trio se uniu para alegria dos comerciantes: veja acima a rua 25 de Março no fim de semana. Economia/3

O DCarro estaciona agora às segundas-feiras no DC. Hoje, na estréia, ele está carregado de novidades do tuning: de rodas e pneus, ao som (foto acima), DVDs e inúmeros acessórios. São 16 páginas de lançamentos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Cidades

98% DOS CAMELÔS LEGAIS DO CENTRO ESTÃO IRREGULARES

7 Como o Poder Público pode emitir centenas de autorizações em descompasso com a lei? Marco Antonio Ramos de Almeida, da Viva o Centro

Apesar de possuírem autorização municipal para trabalhar, a imensa maioria dos camelôs legalizados não respeita as disposições da legislação municipal sobre áreas tombadas e distância mínima entre as barracas.

Fotos de Milton Mansilha/Luz

Fernando Vieira

U

m estudo realizado pela Associação Viva o Centro, entidade não-governamental, revela que 98% dos vendedores ambulantes que possuem o Termo de Permissão de Uso (TPU) da Prefeitura, nos distritos da Sé e da República, no Centro, estão em situação irregular. O trabalho da ONG relaciona as autorizações municipais concedidas aos ambulantes com algumas proibições da Lei 11.039/91 e do Decreto 42.600/02, que regulamentam o comércio ambulante na cidade de São Paulo. O trabalho levou em conta apenas o critério de distância mínima exigido das barracas ou bolsões de ambulantes em relação a 1) prédios tombados pelo patrimônio histórico, 2) telefones públicos e faixas de pedestres, 3) agências bancárias e 4) distância mínima de 15 metros entre equipamentos permitidos (barracas). Outras restrições impostas pelas regulamentações municipais (entre elas a que estabelece que nas ruas de pedestres, os chamados calçadões, só poderão ser instaladas 20 barracas) não foram utilizadas na avaliação. Identificação – A coordenadoria técnica da Associação Viva o Centro, responsável pelo desenvolvimento do estudo, começou o trabalho com a identificação dos pontos ocupados pelos ambulantes com TPUs nas ruas, avenidas e praças, em um mapa dos distritos da Sé e da República (base Gegran/Emplasa). Na mesma planta, sobrepôs os monumentos e bens tombados ou protegidos pelo patrimônio histórico, conforme listagem do Conpresp-DPH, publicada pelo Diário Oficial do Município. Em seguida, identificaram a localização de agências bancárias, faixas para a travessia de pedestres e orelhões. O resultado foi alarmante. No total, 964 TPUs foram emitidos pela Subprefeitura da Sé durante o recadastramento do comércio ambulante realizado no início da administração José Serra, em 2005. Desse número, 769 estão concentrados nos distritos da Sé e República, sendo que 752 em desacordo com as proibições da legislação. E, portanto, apenas 17 permissionários encontram-se em situação regular. Os 195 TPUs restantes, distribuídos nos demais bairros do Centro, não foram objeto da análise da Associação Viva o Centro.. A ONG constatou que a situação irregular da imensa maioria dos ambulantes com TPUs ocorreu no exato momento em que foram concedidas as autorizações municipais, já expedidas em desacordo com das limitações legais. "Como o Poder Público pode emitir centenas de autorizações em descompasso com a lei? Essa é a pergunta que nos fazemos. Era de se supor que a Prefeitura tivesse ao menos feito esse cotejamento", critica o superintendente-geral da Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida. "Diante do grande número de edifícios e bens tombados no Centro, é praticamente impossível que se encontre um local adequado para a concessão da autorização para a instalação das barracas, com o necessário respeito à legislação". Irregularidades – Basta um breve passeio pelas ruas e calçadões do Centro para que essa situação se torne nítida. É comum a existência de barracas instaladas em frente a agências bancárias e/ou muito próximas de telefones públicos, por exemplo. No entorno do Teatro Municipal as barracas proliferam. Na rua 25 de Março, dificilmente chega a cinco metros a distância entre as bancas. Entre os casos mais emblemáticos pode-se mencionar o da ladeira General Carneiro, que liga o Pátio do Colégio ao parque Dom Pedro II, onde existem centenas de camelôs dos quais apenas 70 autorizados. Por se encontrar a menos de 20 metros do Pátio do Colégio e da

Colina Histórica, local onde a cidade nasceu, a ladeira figura entre as áreas proibidas às barracas de camelôs – legais ou ilegais. A partir do estudo, foi elaborado um relatório contendo 96 páginas, 31 listagens e 40 mapas, intitulado "Análise da Relação de Permissionários para o Comércio Ambulante na Área dos Distritos Sé e República frente a vedações estabelecidas pela Lei 11.039/91 e Decreto 42.600/02". O documento foi encaminhado à secretaria de Subprefeituras e à Subprefeitura da Sé, com a sugestão de cancelamento dos 752 TPUs que desrespeitam as regulamentações. Segundo Ramos de Almeida, cabe à Prefeitura o dever de criar uma estrutura alternativa para esses permissionários irregulares, à semelhança dos popcentros, mas nos moldes públicos dos mercados municipais. Isso porque, segundo Almeida, é responsabilidade do Poder Público assumir o ônus de ter concedido os TPUs sem o cuidado de observar as restrições da legislação. "Nossa indicação é por uma área fechada. Não há como mantê-los em praças ou ruas. Acreditamos que Wagner Martins/AE uma atitude deveria ser tomada imediatamente", disse Ramos de Almeida. A Prefeitura, no entanto, ainda não se manifestou oficialmente a respeito do documento encaminhado pela Viva o Centro. Procurada pela reportagem do Diário do Comércio, a Subprefeitura da Sé, informou que a prioridade é a retirada dos cerca de três mil ambulantes ilegais, ou seja, que não possuem TPU, das ruas do Centro. Só Publicação por ordem judicial no processo depois irá proceder a análise 000.05.760.203-4 do Juizado Especial Cível Central da regularização daqueles quem têm o TPU.

Pela legislação municipal, não poderia haver barracas de ambulantes na ladeira General Carneiro (no alto, à esq.). Segundo Marco Antonio Ramos de Almeida, da Viva o Centro (no alto, à dir.), a lei impede a instalação de barracas junto a prédios tombados, como o do Teatro Municipal (as duas fotos à esq.) e ao lado de telefones públicos (foto acima).


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Ambiente Compor tamento Polícia Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 5 de junho de 2006

SUZANE QUER FALAR DURANTE O JULGAMENTO

Suzane e os irmãos Cravinhos respondem por duplo homicídio triplamente qualificado e por fraude processual.

COMEÇA HOJE JULGAMENTO DE SUZANE A jovem e os irmãos Daniel e Christian Cravinhos vão a júri no Fórum da Barra Funda. Os três são réus confessos no assassinato do casal von Richthofen, em 2002.

À

s 13h de hoje, no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste da cidade, começa o julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos. A previsão é de que as atividades do primeiro dia se estendam até perto das 21h. Não se sabe ainda quantos dias deve durar o julgamento, um dos mais aguardados do País. No fim da tarde de sexta-feira, o desembargador Damião Cogan, da 5ª Câmara Criminal

Paulo Pinto/AE/10/04/2006

do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), permitiu a presença dos 30 jornalistas no júri, mas vetou a gravação de imagens e som durante o julgamento. A decisão de Cogan é mais rigorosa que a do vicepresidente do TJ-SP, Caio Eduardo Canguçu de Almeida, que havia restringido a captação de imagens e som ao início e ao fim do júri. Manutenção – Ainda na sexta-feira, em Brasília, o ministro Nilson Naves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu

não julgar um agravo de instrumento impetrado pela defesa de Suzane, para que o júri fosse adiado. Como não existem mais pedidos nesse sentido a tempo de serem julgados, o júri foi mantido. Liberdade – Suzane está em prisão domiciliar desde 29 de maio. Ela já foi presa e libertada duas vezes. A estudante está hospedada na casa do advogado Demival Barni, seu tutor, no Morumbi. Segundo um dos advogados de defesa, Mauro Nassif, Suza-

ne manifestou a intenção de falar no Tribunal. "Ontem (sábado), quando as pessoas passavam e gritavam 'assassina', ela disse que queria que eles soubessem da história dela." O muro do prédio onde Suzane está foi pichado duas vezes com insultos. As manifestações contra a garota também foram motivo para os advogados pedirem que o julgamento fosse transferido para outra cidade. A decisão, porém, tem que sair até o meio-dia de hoje, antes do início do julgamento. A defesa está preocupada, ainda, com a falta de uma das testemunhas arroladas. Segundo a estratégia da defesa, Suzane deve responder a todas as perguntas do juiz, da defesa e dos jurados, mas ela vai se calar durante o interrogatório da promotoria. Os irmãos Cravinhos aguardam o julgamento presos em São Paulo. Eles foram transferidos, semana passada, da penitenciária de Itirapina, no interior, para o Centro de Detenção Provisória (CDP) Pinheiros 1, na zona oeste, onde estão em celas comuns. O presídio tem 520 vagas, mas, no momento, abriga 850 detentos que aguardam julgamento. Eles receberam ontem a visita dos pais. Os advogados dos irmãos Christian e Daniel requereram, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o mesmo benefício de prisão domiciliar concedido a Suzane Richthofen, mas tiveram o pedido negado. O crime – Suzane von Richthofen e os irmãos Cravinhos são réus confessos do assassinato dos pais da jovem, Manfred e Marísia von Richthofen, em outubro de 2002, e respondem por duplo homicídio triplamente qualificado (meio cruel, motivo torpe e impossibilidade de defesa) e por fraude processual, pela intenção de simular latrocínio ao revirar a biblioteca da casa. Os três planejaram o crime e os rapazes mataram o casal com golpes de madeira. (Agências)

Agliberto Lima/AE/08/11/2002

Suzane von Richthofen (na foto do alto) aguarda o julgamento em prisão domiciliar. Ela está hospedada no apartamento de seu tutor, no Morumbi. Os irmãos Cravinhos (acima) estão no CDP Pinheiros 1, na zona oeste da capital. O julgamento, um dos mais esperados do País, está previsto para começar às 13h de hoje. Ainda não se sabe quantos dias deve durar.

Associação Comercial de São Paulo Distrital Butantã Rua Alvarenga, 415 – CEP 05509-070 Fone/fax: 3032-6101 José Sérgio Pereira Toledo Cruz Diretor Superintendente

Distrital Jabaquara Av. Santa Catarina, 641 – CEP 04635-001 Fone: 5031-9835 – Fax: 5031-3613 Fernando Calderon Alemany Diretor Superintendente

Distrital Penha Av. Gabriela Mistral, 199 – CEP 03701-010 Fone: 6641-3681 – Fax: 6641-4111 Marco Antonio Jorge Diretor Superintendente

Distrital Santana Rua Jovita, 309 – CEP 02036-001 Fone: 6973-3708 – Fax: 6979-4504 João de Favari Diretor Superintendente

Distrital Sudeste Rua Afonso Celso, 76 – CEP 04119-000 Fone/fax: 5572-0280 Giacinto Cosimo Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Centro Rua Galvão Bueno, 83 – CEP 01506-000 Fone/fax: 3207-9366 - Fone: 3208-5753 Marcelo Flora Stockler Diretor Superintendente

Distrital Lapa Rua Martim Tenório, 76/1º andar CEP 05074-060 – Fone: 3837-0544 – Fax: 3873-0174 Douglas Formaglio Diretor Superintendente

Distrital Pinheiros Rua Simão Álvares, 517 – CEP 05417-030 Fone: 3031-1890 – Fax: 3032-9572 Ricardo Aparecido Granja dos Santos Diretor Superintendente

Distrital Santo Amaro Av. Mário Lopes Leão, 406 – CEP 04754-010 Fone/fax: 5521-6700 Aloysio Luz Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Tatuapé Praça Silvio Romero, 29 – CEP 03303-000 Fone/Fax: 6941-6397/6192-2979/6942-8997 Antonio Sampaio Teixeira Diretor Superintendente interino

Distrital Ipiranga Rua Benjamin Jafet, 95 – CEP 04203-040 Fone: 6163-3746 – Fax: 274-4625 Antonio Jorge Manssur Diretor Superintendente

Distrital Mooca Rua Madre de Deus, 222 – CEP 03119-000 Fone/fax: 6694-2730 Antonio Viotto Netto Diretor Superintendente

Distrital Pirituba Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 3.678 CEP 05145-200 – Fone/fax: 3831-8454 José Roberto Maio Pompeu Diretor Superintendente

Distrital São Miguel Av. Marechal Tito, 1042 – CEP 08010-090 CEP 08010-080 – Fone: 6297-0063 – Fax: 6297-6795 José Parziale Rodrigues Diretor Superintendente

Distrital Vila Maria Rua do Imperador, 1.660 – CEP 02074-002 Fone: 6954-6303 – Fax: 6955-7646 José Correia Diretor Superintendente


Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Santo Amaro - A distrital

realiza reunião do setor de beleza do Projeto Empreender, coordenada por Maria Cristina Imbimbo. Às 10h. I Cívica – Reunião da Comissão Cívica e Cultural da ACSP, coordenada pelo vicepresidente Francisco Giannoccaro. Às 15h, rua Boa Vista, 51/11º, Tadashi Sakurai. I Santo Amaro - A distrital realiza reunião do setor de pet shops do Projeto Empreender, coordenada por Maria Cristina Imbimbo Gonçalves. Às 20h.

Amanhã I Exportar – Os vice-

presidentes da ACSP e coordenadores da São Paulo Chamber of Commerce, Alfredo Cotait Neto e Luiz Roberto Gonçalves, estarão na abertura do seminário Exportar para crescer - Novos caminhos para o mercado externo promovido pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) . Às 8h30, rua Visconde de Inhaúma, 489, Ribeirão Preto. I Tatuapé - A distrital promove Café com Negócios. Às 8h30, avenida Mateo Bei, 2618. I Vila Maria - A distrital promove Café com Negócios . Às 8h30, rua do Imperador, 1660. Confirmar presença no 6954-6303/6967-5686 e 69557646 para a confecção do crachá de identificação. I Pinheiros - A distrital, com apoio do JT, lança o livro São Paulo Pergunta e expõe pinturas do escritor e artista Cláudio Moschela. Às 19h. I Jabaquara - A distrital realiza a palestra Fundamentos econômicos e políticos da liberdade, coordenada pelo articulista do Diário do Comércio José Nivaldo Gomes Cordeiro. Às 19h30.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

TAIPAS FAZ ANOS E PEDE MELHORIAS

A

Distrital Pirituba da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) participou das comemorações do 107º aniversário de Parada de Taipas, na zona oeste. Uma sessão solene promovida pela pela Câmara Municipal aconteceu na sede da Sociedade Amigos da Parada de Taipas. De acordo com o superintendente da Distrital Pirituba da ACSP, José Roberto Maio Pompeu, Taipas, com cerca de 200 mil habitantes, atravessa uma fase de transformação e desenvolvimento. "Há um ano foi inaugurada a primeira agência bancária do bairro, que já beneficia milhares de pessoas. O Rodoanel deixou o bairro mais acessível e as distâncias diminuíram", disse. Mas Pompeu afirmou que muito ainda precisa ser feito pela região, sempre carente de investimentos por parte do poder público. Para o vereador Claudinho, autor do pedido da sessão solene, Taipas é um bairro com características de pobreza e

Ao comemorar 107 anos, o bairro da zona oeste ganha sessão solene. Parada de Taipas é uma área carente e espera a atenção do poder público.

saldo da sessão solene foi extremamente positivo. É uma forma de resgatar a cidadania da comunidade". Im po sto s - Pompeu aproveitou a ocasião para destacar a importância da vitoriosa campanha De Olho no Imposto. "A campanha representa um marco de cidadania e de luta pelo progresso do Brasil. Nossa região contribuiu com aproximadamente 30 mil assinaturas, com certeza um número significativo", concluiu. André Alves Parada de Taipas: bairro carente. Abaixo, a sessão solene.

que sofre com a falta de serviços básicos. "O Rodoanel e a agência do Bradesco foram obras significativas para a comunidade. Mas um dos grandes empreendimentos que a população espera é a construção do viaduto do Jaraguá, que

deve começar já no mês de outubro", afirmou. O vereador também destacou a participação da Distrital Pirituba em projetos que ajudam no desenvolvimento da região, por meio das reuniões mensais e de outras ações. "O

Comemoração cívica na Lapa

Fotos: Divulgação

Dia da Juventude Constitucionalista foi comemorado em 25 de maio, na praça John Lennon, na Lapa, em cerimônia Cívica Consagrada à Juventude Constitucionalista. Na ocasião foram inauguradas as novas instalações da Biblioteca e do Museu Maria Soldado, promovida pela Associação Cívica Sociedade Veteranos de 32 – MMDC – núcleo Lapa e pelo Comando de Policiamento Metropolitano OesteCPA/M-5 O diretor do Colégio Santo Ivo e idealizador do núcleo MMDC da Lapa, José Carlos de Barros Lima, relembrou os ideais dos jovens constitucionalistas Mário Martins de Almeida, Euclydes Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio Américo de

O

SANTO AMARO – A Distrital Santo Amaro realizou o 13º Café com Negócios, coordenado pelo superintendente, Aloysio Luz Cataldo, que fez uma explanação sobre o trabalho da Associação Comercial de São Paulo. Cataldo enfatizou a necessidade de os empreendedores divulgarem suas empresas, ampliando seus negócios na região. Além da presença de mais de 60 empreendedores, o evento contou também com a gerente da Unidade Novos Associados da Associação Comercial, Marina Bavaresco. O evento teve a participação do Subprefeito de Parelheiros, Walter Tesch, que falou sobre a necessidade de proteção dos mananciais, destacando o centenário da represa de Guarapiranga, que é comemorado neste ano.

Troca de bandeira no Ipiranga Cerimônia da troca da Bandeira Nacional aconteceu no Parque da Independência, no Ipiranga

Distrital São Miguel realizou, em maio, o V Café com Negócios. O evento, que aconteceu na Esc o l a Té c n i c a E s t a d u a l d e Guaianases, foi coordenado pelo superintendente da distrital, José Parziale Rodrigues, e teve a participação de diretores da distrital, empresários, representantes de entidades e autoridades da região. Estiveram presentes João Jorge da Costa, subprefeito de Guaianases; Estevam Galvão de Oliveira, ex-subprefeito de Guaianases; Nairton de Castro, supervisor da Subprefeitura de Guaianases; Celso Arruda, coordenador de plane-

A

Distrital Ipiranga e o Movimento Cívico em Defesa do Monumento e Parque da Independência realizaram, no dia 20, a terceira troca da bandeira do ano, no Parque da Independência. A solenidade cívica teve o patrocínio do Banco Itaú (agência Alto do Ipiranga) e a participação das Forças Armadas e da Polícia Militar, além da apresentação da banda do corpo musical da PM. A próxima tro-

A

DESCARTÁVEIS ENTREGA GRÁTIS OU RETIRE C/10% DESC. Toalha papel p/mão creme c/1000 .......4,10 Toalha papel p/mão branca c/1000 ......6,10 Papel Higiênico Fiore Branco c/64 .....17,60 Papel Higiênico Rolão Bco 08x300 ....18,70 Sabonete Líquido Perolado 5 lts ..........7,90 Água Sanitária Cx.06x02 litros .............9,80 Desinfetante Eucalipto 5 lts ..................3,90 Desinf. Lavanda/Floral 06x2 lts ..........12,80 Multiuso Tot Cx.12x500 mls................23,90 Vassoura de Nylon ...............................3,90 Rodo Duplo borracha 40 cms...............3,80 Saco Lixo 20 lts. Preto c/100................9,70 Saco Lixo 40 lts. Preto c/100..............13,90 Saco Lixo 60 lts. Preto c/100..............20,90 Saco Lixo 100 lts. Fino Preto c/100....20,90 Sacola Plást. Branca recicl. c/5 kg .....29,90 Saco Alvejado p/ limpeza c/10 un. .....18,60 Flanela p/limpeza 30x50 c/12.............12,50 Copo Plást. p/Café 50 mls. C/5000 ....36,80 Copo Plást. Chopp 300 mls. 2000......52,70 Mexedor Plástico p/ café c/1000 ..........7,90 Sachet de Adoçante c/1000 ...............22,80 Sachet de Açúcar c/1000 ...................21,80

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Dia da Juventude Constitucionalista foi lembrado na praça John Lennon

Camargo Andrade, assassinados durante o conflito na Sé, exigindo uma Constituição para o Brasil. Destacou que, desde 2000, a Sociedade Veteranos de 32 cultiva os ideais que motivaram o Movimento Constitucionalista. O superintendente da Distrital Lapa, Douglas Formaglio, foi condecorado com medalha e diploma do MMDC.

Ele representou o então presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. Para Formaglio, além de resgatar o civismo e o patriotismo, o momento foi oportuno devido às ações do 4º setor. "Não podemos permitir que a democracia e nem ameaçada por ações de criminosos, vamos defender nossos ideais como em 32", disse.

São Miguel une café e negócios

DC

reunião do núcleo setorial de RH do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanches. Às 9h. I Centro - A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 18h. I Santo Amaro - A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h. I Lapa - A distrital realiza reunião plenária com a palestra Tudo o que você precisa saber sobre marcas e patentes - Conflito entre Razão Social e Marca Registrada. Às 19h30. I Vila Maria - A distrital promove reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h30, rua do Imperador, 1660. Confirmar presença no 69546303/6967-5686 e 6955-7646 para a confecção do crachá de identificação.

Um dos grandes empreendimentos que a população espera é o viaduto do Jaraguá. Claudinho, vereador

BAIRRO TEM CERCA DE 200 MIL HABITANTES

Quarta I Lapa - A distrital realiza

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Divulgação

GIr

Compor tamento Transpor te Distritais Saúde

Oslaim Brito/AE - 11/2001

segunda-feira, 5 de junho de 2006

3277-7600

ca será no início de setembro, junto com as comemorações pelo aniversário do Ipiranga. Participaram da cerimônia Antonio Jorge Manssur, superintendente da Distrital Ipiranga; Plinio Xavier de Mendonça Jr., subprefeito do Ipiranga; Guilherme Teodoro Mendes, presidente do Movimento Cívico; Márcia Polo, assistente de gerência do Itaú; e Cássio Loschiavo, subprefeito do Jabaquara.

jamento da S u b p re f e i t ura de Guaianases; Darildes Maria de Menezes, diretora do Hospital Ge- Encontro da distrital foi realizado em escola técnica ral de Guaianases; Antonio Carlos Cala- Civil da Subprefeitura de São brez, diretor da Faculdade Miguel; José Gilson S. MonteiGuaianás; Djalma Luiz Cân- ro, chefe de gabinete da Subdido, diretor da Escola Técni- prefeitura de Cidade Tiradenca Estadual de Guaianases; tes; Júlio de Campos, secretáJoão Alberto Fiorini Filho, di- rio do Fórum para Desenvolretor da Faculdade APE; Ric- vimento da Zona Leste; Jorge ciotti Cundari Filho, supervi- Luiz Prendes, do Jornal Aqui sor da coordenação de Educa- tem Guaianases; e Silvia Herção de Guaianases; Evandro culano Ferreira, do Jornal Reis, coordenador da Defesa do Município.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 6 de junho de 2006

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assistir aos jogos da seleção na primeira fase da Copa do Mundo no cinema do Palácio da Alvorada.

DEPOIS DAS BOLHAS, RONALDO RECUPERA O HUMOR AO LADO DA NAMORADA RAICA

SELEÇÃO EM DIA DE FUGA

A

s bolhas nos pés acabaram domingo. Pessoas ligadas ao jogador revelaram que o atacante ficou transtornado por ter saído do amistoso contra a Nova Zelândia e interrompido a boa seqüência de trabalho físico. Viajou com a delegação de Genebra para Frankfurt de cara fechada sem muito papo, lamentando o problema causado pela chuteira. Após a decepção, viveu um dia alegre nesta segunda-feira e recuperou o humor. Aproveitou a folga e passou o dia com a namorada, Raica Oliveira. Foram as últimas horas ao lado da modelo antes da estréia na Copa do Mundo, dia 13, contra a Croácia, em Berlim. Raica e Ronaldo haviam programado o encontro há alguns dias. E reservaram uma suíte de um luxuoso hotel em Frankfurt, cidade situada a cerca de 15 minutos da concentração da seleção, em Königstein. Almoçaram e jantaram juntos e curtiram até os últimos minutos. Carlos Alberto Parreira havia liberado o elenco até as 22h30. O jogador chegou ao hotel da delegação em cima da hora.

Os dois passaram o dia ao lado de Robinho e a namorada, Vivian, que pegou um avião no Brasil para rever o atacante. Vivian, companheira do ex-santista desde a adolescência, deverá seguir hoje para Madrid, onde o jogador mora atualmente. Ronaldo e Robinho não foram os únicos a aproveitar o dia de folga da seleção brasileira. A maioria dos jogadores utilizou a segunda-feira para matar a saudade da família, depois de duas semanas de trabalho intenso. Lúcio e Zé Roberto, por exemplo, reuniram os familiares num hotel próximo a Königstein. Brincaram com os filhos, jogaram videogame, bateram papo. Só não tiveram muito sossego. Não deram sorte na escolha do lugar. O estabelecimento é o mesmo em que muitos jornalistas brasileiros estão hospedados. Os demais trataram de se esconder, procurando descanso. Isso frustrou um pouco os torcedores que esperavam um contato com os ídolos, mas não abalou a festa na pequena cidade de Königstein, orgulhosa por ser a sede do Brasil na Copa do Mundo. (AE)

Michael Dalder/Reuters

Albari Rosa/Gazeta do Povo/AE

Luke MacGregor/Reuters

A seleção de juízes da Copa do Mundo posa para fotos (acima). Ronaldo e Raica (ao lado) aproveitam o dia ao lado de Robinho e a namorada, Vivian, que pegou um avião no Brasil para rever o atacante.

Ernesto Rodrigues/AE

O zagueiro Lúcio (acima) come morangos com o filho em uma plantação próxima a Frankfurt. O capitão David Beckham desembarca em Baden-Baden acenando a bandeira da Inglaterra.


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Finanças Empresas Agronegócio Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de junho de 2006

PRODUTOR APOSTA EM COLHEITA MENOR QUE EM 2005

Conab reduz, mais uma vez, previsão para safra 2005/06

18,1

por cento é a redução da área plantada com trigo na safra 2006/07 em relação ao ano passado.

Evelson de Freitas/AE

A produção, no entanto, deverá ser 5,6% superior à da colheita passada

O

clima adverso e problemas fitossanitários, como infestação de fungos, provocaram uma queda de 0,7% na estimativa da safra 2005/06. A produção foi reestimada ontem, pela sétima vez, para 120,3 milhões de toneladas de grãos, uma nova redução em relação à estimativa de maio, quando a previsão era de 121,1 milhões de toneladas. A desaceleração da estimativa, no entanto, ainda não comprometeu o nível de produção sobre a safra de 2004/05, quando foram colhidos 113,9 milhões de toneladas. Os dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a próxima colheita ainda é 5,6% superior à passada, resultado atribuído aos ganhos de produtividade do setor. Na realidade, a produção passada deveria ter sido muito maior que os 113,9 milhões de toneladas e atingido cerca de 132 milhões de toneladas A quebra ocorreu devido a problemas climáticos. Só no Rio Grande do Sul, a produção de soja caiu 80% no ano passado. Pacote agrícola – O presidente da Conab, Jacinto Ferreira, disse, ao divulgar a nova estimativa, que a decisão do governo de renegociar as dívidas dos agricultores e

120

milhões de toneladas de grãos deverão ser colhidos na safra 2005/2006, segundo a Conab.

destinar maior volume de recursos ao setor reverteu a tendência de deterioração das estimativas para o plantio da safra 2006/07. "Estão sendo criadas condições para que o ano que vem não seja tão ruim", comentou. Com exceção do trigo, que teve seu plantio iniciado no mês de abril, a próxima safra começa a ser plantada em meados de setembro. A iniciativa privada estava estimando, antes do pacote agrícola, que haveria uma redução de até 30% na área plantada com grãos. O presidente da Conab, porém, acredita que o pior já passou e que as medidas do governo "deram uma mexida" no mercado e provocaram uma reação de alta nos preços. O resultado foi um novo estímulo ao

plantio, disse ele. Área plantada – No entanto, o primeiro número para a próxima safra divulgado ontem pelo governo não foi muito animador. A área plantada com trigo na safra 2006/07 terá uma queda de 18,1%, de 2,36 milhões para 1,93 milhão de hectares. Para fazer o levantamento, 87 técnicos da Conab saíram a campo entre os dias 22 e 26 de maio. Eles constataram que os baixos preços no mercado e a descapitalização do produtor motivaram a redução na área plantada com trigo. A produção do cereal deve somar 4,203 milhões de toneladas na safra 2006/07, contra 4,873 milhões de toneladas no período anterior, uma queda de 13,7%. Mesmo com a redução, o presidente da Conab descartou a possibilidade de desabastecimento. A demanda interna por trigo foi estimada pela Conab em 10,4 milhões de toneladas. "As importações vão aumentar, mas é pouca coisa", disse Ferreira. Ele lembrou ainda que o governo tem estoques de passagem, com produto que poderá ser oferecido aos moinhos quando houver necessidade. No final da safra 2005/06, o estoque somava 351,6 mil toneladas, mas o volume deve cair para 186,5 mil toneladas em 2006/07. (AE)

Pacote agrícola pode incentivar produtores a destinarem mais recursos para o plantio Epitácio Pessoa/AE

Agricultor pulveriza área de soja que sofreu com problemas climáticos no ano passado Jonas Oliveira/Folha Imagem

Produtores contradizem governo

E

mbora o anúncio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ainda seja de aumento na colheita de grãos na safra 2005/2006 em relação à passada, alguns duvidam de que isto vá realmente ocorrer. "A produção não chegará a 120 milhões de toneladas. O governo está forçando a barra para não dizer que a agricultura está em crise", arriscou o presidente da Comissão de Soja, Cereais, Fibras e Oleaginosas, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Macel Feliz Caixeta. Para ele, os R$ 60 bilhões repassados pelo governo para o setor são insuficientes. Apenas o custo da próxima safra demanda R$ 40 bilhões. "R$ 60 bilhões não é nada", afirmou . Segundo ele, a tendência é de que a produção seja inferior em 2007, caso as reivindicações do segmento não sejam atendidas pelo governo. Os produtores querem a prorrogação das dívidas por 20 anos e com juros mais baixos que os de mercado, seguro agrícola, reajuste dos preços na produção e ajustes na questão cambial. Nesta semana produtores e governo reúnem-se para tentar chegar a um

consenso. "O governo precisa entender que estamos concorrendo com países onde a produção é subsidiada." Desânimo – O secretário executivo da Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja), Luis Neri Ribas, também está desanimado com a situação agrícola do País. Para ele, o cresci-

O governo precisa entender que estamos concorrendo com países onde a produção é subsidiada Macel Feliz Caixeta mento da produção não é suficiente para aumentar a renda do produtor, que está sem crédito, sem garantias e tem que demitir trabalhadores. Segundo Ribas, os sojicultores, assim como os produtores de outras culturas, precisam que o governo defina uma política agrícola. "O custo de plantio por hectare tem sido

muito alto e está difícil sobreviver." Há 23 anos trabalhando com soja, Ribas afirma que é a primeira vez que ele se depara com uma situação tão ruim. Segundo ele, a queda da área plantada de soja de 4,7% ocorreu pela falta de renda, más condições climáticas e doenças, como a ferrugem asiática de soja no Mato Grosso. O gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra, também não ficou satisfeito com os números da Conab. "O nosso potencial é de produzir 130 milhões de toneladas, mas esse número não é alcançado devido às adversidades", criticou. Segundo Turra, como o produtor não tem renda para aplicar em tecnologia, a produtividade é reduzida. A área plantada também é menor. No Paraná, por exemplo, a área de trigo teve 250 mil hectares a menos que na safra anterior, quando foi cultivado 1,276 milhão de hectares. Turra também acredita que a produção deva ser menor que a prevista pela Conab. Adriana David

Furlan: País vencerá guerra de tarifas

O

ministro do Desenv o l v i m e n t o , I ndústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse ontem que é inexorável a liderança brasileira no comércio mundial de produtos agrícolas e também a redução de barreiras nesse setor. "Cedo ou tarde o Brasil vai vencer a guerra em agricultura, com ou sem a OMC (Organização Mundial do Comércio)", disse, em palestra na Conferência Internacional das Câmaras Americanas. Segundo Furlan, a média de tarifas de importação no Brasil

está pouco acima de 10%. A maior tarifa aplicada é de 35%. Em alguns outros países essa tarifa chega a 300%. O ministro afirmou que atualmente há uma discussão no mundo sobre se os acordos bilaterais facilitam ou dificultam as negociações comerciais multilaterais. "Eu acredito que o comércio bilateral levará a acordos multilaterais mais amplos." Após a palestra, Furlan disse que o governo pensa em criar um mecanismo para diminuir a volatilidade no câmbio. "Estamos pensando, sim, em uma maneira de ter uma taxa de

câmbio flutuante, mas que ofereça menores riscos àqueles que estão no mercado", afirmou, sem dar mais detalhes. Ele também antecipou qual a agenda dos encontros que terá hoje com o secretário de Comércio dos EUA, Carlos Gutierrez. Segundo ele, o principal tema das conversas será a facilitação de negócios entre os governos brasileiro e norteamericano. Serão criados quatro grupos de estudos. Um deles com a participação do Inmetro. "O objetivo é eliminar barreiras técnicas e barreiras ligadas a patentes." (AG)

Produtores paralisaram a BR-116 e provocaram congestionamento de três quilômetros na via

Protesto de suinocultores no sul

S

uinocultores da região metropolitana de Curitiba e de nove municípios do sul do Paraná realizaram protesto ontem pela manhã, pedindo mais atenção do governo federal para o setor. Em Curitiba, foi fechada por uma hora a BR-116, no cruzamento com o Contorno Sul. Formouse uma fila com cerca de três quilômetros. Os manifestantes distribuíram centenas de sanduíches de carne de porco. Em União da Vitória, no sul, o protesto foi na BR-153, no entroncamento com a BR-476. Segundo um dos coordenadores do movimento, Luís Bisewski, em outubro o quilo de

porco para o produtor estava, em média, em R$ 2,20. Agora, baixou para R$ 1,25, enquanto o custo de produção está em R$ 1,75. "São R$ 0,50 de prejuízo em cada quilo produzido", lamentou. Para ele, o problema central foi a febre aftosa detectada pelo Ministério da Agricultura no estado, que levou à suspensão de exportações. Com mais oferta interna, o preço caiu. De acordo com Bisewski, os cerca de 8 mil suinocultores do Estado tiveram prejuízo de R$ 1 bilhão. Coordenador do movimento em União da Vitória, Olinto Butewicz, disse que os produtores vêm sofrendo

mais porque não têm as mesmas oportunidades de financiamento que são dadas às indústrias de suínos. Segundo ele, o preço reduzido para o produtor não é repassado nos mesmos níveis para o consumidor. "Tem gente ganhando muito dinheiro", disse. Os suinocultores pedem, entre outras coisas, que o governo tenha um programa específico de apoio ao setor, que proporcione sobretudo mais crédito, prorrogação das dívidas e apoio à industrialização nos municípios. "São necessárias medidas que não exijam do produtor que se desfaça de seu plantel", pediu Bisewski. (AE)

Citricultores rompem com indústria P rodutores ligados à Associação Brasileira dos Citricultores (Associtrus) decidiram abandonar as negociações com as indústrias de suco sobre um preço mínimo dos contratos de entrega de laranja. A decisão radical contra a indústria foi tomada na sexta-feira, dia 2. O impasse ocorre porque

as indústrias não aceitaram reajustar o preço da caixa em R$ 3. Elas ofereceram de US$ 0,40 a US$ 0,60, o que não foi aceito pelos citricultores. Os reajustes estavam sendo discutidos como uma forma de a indústria repassar parte dos ganhos obtidos com os furacões nos EUA e a quebra de safra americana.

Os produtores dizem que o custo de produção da caixa de laranja é de R$ 15, mas ela é vendida a R$ 8. Por conta do impasse, a Associtrus ameaça entrar com medidas judiciais de cartel contra a indústria. Antes do impasse havia uma disposição de produtores e indústria de entrar em acordo. (AE)


O mundo entra na rede Veja no caderno de Informática

Ilustração Céllus

Ano 81 - Nº 22.142

São Paulo, terça-feira 6 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h40

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Alexandre Brum/AE

AUTO-SUFICIÊNCIA

Ficamos na mão

Mãos sujas de petróleo (fotos), Lula anunciou entusiasmado que o Brasil acabava de se tornar auto-suficiente na produção de petróleo. Era 30 de abril, e o presidente, em rede nacional, ainda diria: "Estamos livres tanto de crises de abastecimento como de oscilações agudas no preço..." Com a auto-suficiência deveria cair a cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Público (Cide), um dos tributos que faz com que a gasolina custe o dobro do que custa. Veja a conta que circula na net (e em Economia/5):

A 200 litros de gasolina/mês

Ricardo Stuckert/PR

O dono do carro gasta R$ 494,00 O dono do posto ganha R$ 50,00 O dono do caminhão ganha R$ 4,00 A Petrobras ganha R$ 16,00 E o governo embolsa R$ 216,00

IMPOSTÔMETRO EM R$ 350 BILHÕES A cobrança de impostos é veloz, como registra o painel eletrônico instalado no prédio da Associação Comercial de São Paulo. No mesmo dia em que o Impostômetro bateu nos R$ 350 bi, o governo de SP anuncia arrecadação de R$ 3,75 bi em maio, um crescimento real (descontada a inflação) de 13% em relação a maio de 2005 e 7% no valor acumulado dos últimos 12 meses. Eco/5 Apu Gomes/Folha Imagem

Queixa-crime contra Lula. Faltou timing. O procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza recebeu ontem pedido do presidente nacional da OAB, Roberto Busato, para que o presidente Lula seja investigado no caso do Mensalão. Políticos lamentam a falta de timing da oposição, que poderia ter insistido com impeachment, em agosto do ano passado. Para o senador ACM, entretanto, ainda há tempo. Página. 3

PMDB não quer fechar com PT, para não perder Estados HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 13º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 23º C. Mínima 13º C.

Desordem no Tribunal! E júri de Suzane é adiado. Advogados dos irmãos Cravinhos faltam à sessão. Os da ré (foto) abandonam Fórum. Pág.8

DC

Lula queria um peemedebista na sua chapa à reeleição. Mas partido aposta nas chances de 15 candidatos a governador. Página 4.

www.finanfactor.com Pabx (11)

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


terça-feira, 6 de junho de 2006

Transpor tes Saúde Administração Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 Na quadra de futebol society, torneios entre motoboys e funcionários de empresas do Centro.

A CADA VITÓRIA DA SELEÇÃO, UM SHOW MUSICAL

COPA: POLÊMICA NO ANHANGABAÚ Projeto da festa no Vale será revisto, já que mais de 20 árvores teriam de ser remanejadas de modo a não prejudicar a visibilidade dos telões Rogério Cissimiro/Folha Imagem

Rejane Tamoto

D

e p o i s d a Vi r a d a Cultural, mais um evento pretende trazer multidões ao Centro de São Paulo. O Torcida Brasil no vale do Anhangabaú quer atrair ao local cerca de 80 mil pessoas/dia durante este mês, nos jogos do Brasil na Copa do Mundo. Para isso, o Anhangabaú se tornará um pólo de entretenimento, cultura e esportes. O evento, organizado pela Playcorp e patrocinado por Brahma e Semp Toshiba, exibirá os jogos em um painel eletrônico e, após cada vitória, um espetáculo de música brasileira. No local também haverá um espaço para exposições sobre futebol e torneios em uma quadra de futebol society instalada no vale no mês passado. O objetivo é que a região central ocupe o posto que já foi da avenida Paulista: o de reunir a população da cidade para comemorações de grande porte e – em especial – as pessoas que trabalham no Centro. O evento tem o apoio da Subprefeitura da Sé, Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação e da São Paulo Turismo (SPTuris). Polêmica - A comemoração no Anhangabaú já provoca polêmica antes mesmo de sair do papel. Na última sexta-feira, 23 árvores quase foram arrancadas da região pela organização do evento. O pretexto para a retirada de 13 palmeiras, um araribá, dois ipês-roxos, quatro goiabeiras e três jabuticabeiras é que as espécies atrapalhariam a visão de um telão que transmitirá os jogos da Copa do Mundo. Os transplantes de árvores haviam sido autorizados pela Prefeitura na quinta-feira, no Diário Oficial do Município. No final da tarde de sexta, a Prefeitura suspendeu o procedimento, sob a alegação de que a Playcorp iniciou o trabalho antes de assinar o termo de compensação ambiental. Ontem, a assessoria de imprensa da Playcorp informou que, diante dessa questão, o projeto está sendo reformulado para que não seja necessário retirar as árvores. O Subprefeito da Sé e Secretário da Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, foi procurado pela reportagem do DC e não se pronunciou sobre o assunto até o fe-

chamento dessa edição. Segurança - Para manter a segurança na região será montada uma equipe com 300 homens da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana, além de 150 seguranças particulares. A equipe terá o apoio da Força Tática e da Rocam. Além disso, um sistema de câmeras de controle remoto, com alcance de um quilômetro, será instalado em pontos estratégicos do vale do Anhangabaú e será responsável pelo monitoramento do público durante o evento. Outra medida de segurança será o gradeamento da área, que receberá mais de dois quilômetros de estruturas metálicas. A PM também montará um esquema de revista com o objetivo de evitar que pessoas entrem no local com objetos cortantes, garrafas e fogos. A Guarda Civil Metropolitana será a responsável por fiscalizar e impedir a instalação de vendedores ambulantes na região do evento. Comemorações - Para cada vitória da Seleção, a organização do evento planeja um espetáculo musical. As apresentações ocorrerão meia hora após o fim de cada jogo, em um palco de 300 metros quadrados e terão 90 minutos de duração. Para as partidas dos dias 13, 18 e 22 estão programados shows da banda Inimigos da HP, Cidade Negra e Zeca Pagodinho, um em cada dia, respectivamente. Além de música haverá também exposições de fotos e vídeos das copas de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002 em um espaço de 200 metros quadrados. A mostra ficará em um museu do futebol que será aberto ao público das 10 às 18 horas e fechará durante a transmissão dos jogos e os shows musicais. Outra maneira de comemorar o futebol será praticando-o. Desde o início de maio, uma quadra de futebol society foi instalada no vale do Anhangabaú, com o apoio da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação e patrocínio do Guaraná Antarctica. Estão previstos campeonatos entre motoboys, empresas sediadas no Centro, uma copa feminina, campanha de incentivo ao esporte para crianças de rua e de clínicas de futebol ministradas pelo corpo da Secretaria e atletas da Cooperesportes.

Jogos mudarão o trânsito e o atendimento nos bancos

N

a próxima terça-feira e no dia 22 (uma quinta-feira), quando a seleção brasileira enfrentar, respectivamente, Croácia e Japão na Copa do Mundo, o pico dos congestionamentos deverá ocorrer entre 14h e 16h. Segundo o engenheiro Eduardo Macabelli, superintendente de Operação da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), de 15% a 20% das pessoas que têm carro, mas usam transpor-

te coletivo para ir trabalhar, deverão tirar seus veículos da garagem para voltar mais rápido para casa. "Serão de 150 mil a 200 mil carros a mais circulando pelas ruas", estimou. Nos dias dos jogos, as agências bancárias vão funcionar em horários especiais. Foi reduzido o funcionamento mínimo obrigatório dos bancos de 5 para 4 horas. Além disso, dispensado o atendimento ininterrupto entre 12h e 15h. (AE)

Wagner Martins/AE

Publicação por ordem judicial no processo 000.05.760.203-4 do Juizado Especial Cível Central

Preservadas: algumas das árvores que teriam de ser removidas do vale do Anhangabaú, durante os festejos da Copa do Mundo

BALANÇO LUCIANO WERTHEIM S/A EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS CNPJ (M.F.): 46.514.527/0001-35 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO Senhores Acionistas: em obediência às determinações legais e estatutárias, submetemos à apreciação de V.Sas., as demonstrações contábeis relativas aos exercícios encerrados em 31 de dezembro de 2005 e 31 de dezembro de 2004. Colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos que forem julgados necessários. A Diretoria Demonstrações do Resultado para os exercícios BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2004 (EM REAIS) findos em 31 de dezembro de 2005 e 2004 (Em Reais) ATIVO 2005 2004 PASSIVO 2005 2004 Circulante: Circulante: 2005 2004 Disponibilidades e aplicações financeiras 7.825.572 3.006.626 Financiamentos - SFH 3.311.495 90.084 Receita da venda de imóveis 14.341.596 37.396.218 Promitentes compradores de imóveis 10.150.293 10.956.232 Fornecedores e contas a pagar 247.293 219.668 (-) Impostos incidentes sobre vendas (551.929) (2.554.037) Imóveis destinados à venda 26.796.511 23.794.570 Obrigações tributárias e trabalhistas 2.412.311 4.458.796 (-) Custo dos imóveis vendidos (8.374.798) (20.081.689) Credores por imóveis compromissados 2.281.126 4.071.846 (=) Resultado da venda de imóveis Créditos diversos 561.582 621.154 5.414.869 14.760.492 Juros sobre o capital próprio 1.797.398 1.012.215 (+/-) Despesas e receitas operacionais: Impostos a recuperar 1.169.076 588.491 9.852.609 46.503.034 38.967.073 10.049.623 Despesas administrativas (1.828.843) (1.870.825) Realizável a longo prazo: Exigível a longo prazo: Despesas comerciais (1.734.026) (2.107.597) Promitentes compradores de imóveis 11.759.910 18.306.425 Financiamentos - SFH 3.511.050 4.193.702 Despesas tributárias (257.564) (114.009) Obrigações tributárias 1.425.414 3.063.209 Depósitos compulsórios 23.064 23.064 Despesas financeiras (1.004.437) (1.164.327) 4.936.464 11.782.974 18.329.489 7.256.911 Receitas financeiras 1.903.296 1.689.299 Permanente: Patrimônio líquido: Outras receitas e despesas 1.969.954 108.060 Investimentos 15.873 15.873 Capital social 37.600.000 27.600.000 (951.620) (3.459.399) Reserva de lucros 6.650.867 13.482.946 Imobilizado líquido 933.984 878.897 44.250.867 41.082.946 Diferido líquido 1.089 1.134 (=) Resultado antes das provisões tributárias 4.463.249 11.301.093 950.946 895.904 Imposto de renda e contribuição Total do passivo 59.236.954 58.192.466 Total do ativo 59.236.954 58.192.466 social - corrente (882.835) (3.291.391) As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis Imposto de renda e contribuição social - reversão 2.624.662 – Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido para os exercícios findos em 31/12/2005 e 2004 (Em Reais) (=) Lucro líquido do exercício 6.205.076 8.009.702 Reserva de lucros Lucros Capital social Reserva legal Retenção de lucros acumulados Total As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis Saldos em 31 de dezembro de 2003 23.000.000 547.358 4.169.023 — 27.716.381 Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos para os Aumento de capital 4.600.000 (500.000) (4.100.000) — — exercícios findos em 31 de dezembro de 2005 e 2004 (Em Reais) Ajustes de exercícios anteriores — — — 5.856.863 5.856.863 2005 2004 Lucro líquido do exercício — — — 8.009.702 8.009.702 Distribuição de dividendos - juros sobre o capital próprio — — — (500.000) (500.000) Origens de recursos Das operações Constituição da reserva legal — 400.485 — (400.485) — Lucro líquido do exercício 6.205.076 8.009.702 Reserva de retenção de lucros — — 12.966.080 (12.966.080) — Saldos em 31 de dezembro de 2004 27.600.000 447.843 13.035.103 — 41.082.946 Itens que não afetam o capital circulante líquido Aumento de Capital 10.000.000 — (10.000.00) — — Diminuição do resultado de obras a realizar – (7.337.003) Lucro líquido do exercício — — — 6.205.076 6.205.076 Ajustes de exercícios anteriores – 5.856.863 Distribuição de dividendos - juros sobre o capital próprio — — — (3.037.155) (3.037.155) Depreciação e amortização 7.207 8.581 Constituição da reserva legal — 310.254 — (310.254) — Recursos originados das operações 6.212.283 6.538.143 Reserva de retenção de lucros — — 2.857.667 (2.857.667) — De terceiros Saldos em 31 de dezembro de 2005 37.600.000 758.-097 5.892.770 — 44.250.867 Diminuição do passivo exigível a longo prazo As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis obrigações tributárias – 2.885.479 Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis para os exercícios findos em 31/12/2005 e 2004 Diminuição do ativo realizável a longo prazo 1. Contexto operacional: A Luciano Wertheim S/A Empreendimentos bimento bruto efetivo proporcionado por vendas de imóveis da empresa promitentes 6.546.515 – Imobiliários foi fundada em 1950 e tem por objetivo a incorporação e em2005 foi de R$ 22.752.705. 2.4. Provisão para devedores duvidosos 6.546.515 2.885.479 comercialização de empreendimentos imobiliários próprios. Principais prá- - Registra os créditos com promitentes compradores de imóveis conside12.758.798 9.423.622 ticas e apresentação das demonstrações contábeis - As demonstra- rados incobráveis, sendo constituída em valor suficiente para cobrir estas Total das origens ções contábeis foram elaboradas em conformidade com as práticas perdas. 2.5. Imóveis destinados à venda - Registram os valores aplica- Aplicações de recursos contábeis adotadas no Brasil, sendo as seguintes principais: 2.1. Apura- dos na aquisição de terrenos, disponíveis para futura incorporação, sen- Adições do ativo permanente 62.249 68.000 ção do resultado de incorporação e venda de imóveis. Nas vendas do registrados pelo custo de aquisição. Também são compostos por imó- Aumento do ativo realizável a longo de unidades concluídas, o resultado é apropriado no momento em que a veis em fase de construção, sendo registrados os custos de obra corresprazo - promitentes – 12.088.567 venda é efetivada, independentemente do prazo de recebimento do valor pondentes destes imóveis até a data do balanço e o terreno equivalente à Diminuição do passivo exigível a contratual. Nas vendas de unidades não concluídas, o resultado é apro- construção. 2.6. Imobilizado - É registrado pelo custo de aquisição. As longo prazo financiamentos 682.652 140.098 priado de acordo com os procedimentos e normas estabelecidas pela depreciações são calculadas pelo método linear a taxas que levam em Resolução CFC nº 963, do Conselho Federal de Contabilidade, sendo consideração a vida útil econômica dos bens. 2.7. Financiamentos - Os Diminuição do passivo exigível a longo prazo - juros sobre o capital próprio – 552.615 apropriada somente a parcela correspondente à receita apurada com base recursos do Sistema Financeiro Habitacional foram obtidos para a aplicano método do percentual de conclusão da obra e reconhecido como con- ção no custo de obra das unidades em construção, denominadas no ativo Distribuição de dividendos - juros tas a receber das unidades vendidas e ainda não concluídas. Conseqüen- circulante por imóveis destinados à venda. Estão atualizados pelas variasobre o capital próprio 3.037.155 500.000 temente, não estão sendo reconhecidos no balanço o valor total das pres- ções monetárias e pelos juros incorridos até a data do balanço. 2.8. Féri- Diminuição do passivo exigível a tações a receber, nem os custos orçados a incorrer das unidades as - As férias vencidas, as proporcionais e os seus respectivos encargos longo prazo - obrigações tributárias 1.637.795 — comercializadas. 2.2. Disponibilidades e aplicações financeiras - incorridos até a data do balanço, foram apropriadas considerando-se o Total das aplicações 5.419.851 13.349.280 Registradas ao custo, acrescidas dos rendimentos auferidos até a data período aquisitivo individual dos funcionários. 2.9. Credores por imóveis 7.338.947 (3.925.658) do balanço. 2.3. Promitentes compradores de imóveis - Representa- compromissados - Representado pelas obrigações decorrentes da aqui- Variação do capital circulante líquido dos pelo saldo a receber de clientes relativos à venda de unidades imobiliárias, atualizados pelos índices contratuais, e dos juros devidos. O rece3. Imóveis destinados à venda Terrenos R. Michigan R. Indiana R. Bernarda Luiz Imóveis em construção Terraços das Perdizes Terraços do Arizona Villagio Arandu Terraços dos Manacás

sição de terrenos, acrescidos das atualizações monetárias incorridas até a data do balanço.

Totais 6 1 1

Unidades Em estoque 2005 6 1 1

Em estoque 2004 6 1 –

R$

36 21 72 46

– – 21 40

1 5 69 43

Total 4. Imobilizado

2005 6.058.432 2.237.969 615.181 8.911.582

2004 5.786.493 2.616.138 – 8.402.631

– – 9.087.242 8.797.687 17.884.929 26.796.511

362.847 1.958.006 7.296.563 5.774.523 15.391.939 23.794.570

R$ 2005 2004 % Taxa de Custo Depreciação Descrição depreciação Corrigido acumulada Líquido Líquido Terrenos 21.703 21.703 21.703 Imóveis 4 474.082 (56.898) 417.184 421.919 Máquinas e equipamentos 10 38.324 (38.324) – – Móveis e utensílios 10 93.976 (93.976) – – Veículos 20 637.793 (147.024) 490.769 429.770 Equipamentos de computação 20 56.367 (56.367) – 1.177 Direito ao uso de linha telefônica 4.328 4.328 4.328 Total 1.326.573 (392.589) 933.984 878.897 5. Financiamentos - Os financiamentos SFH referem-se às liberações para projetos imobiliários garantidos pelos imóveis construídos, sendo atualizados pelas taxas de juros contratuais, que variam entre 9 e 15% ao ano, observando-se o regime de competência. Os financiamentos sem destinação específica estão igualmente atualizados de acordo com as taxas de juros contratuais: R$ Instituição financeira Obra 2005 2004 Banco Sudameris S/A Villagio Arandu 3.272.196 212.102 Banco Safra - Luxembourg S/A 3.550.349 4.071.684 Total Geral 6.822.545 4.283.786 Parcela de curto prazo 3.311.495 90.084 Parcela de longo prazo 3.511.050 4.193.702 6. Imposto de renda, contribuição social sobre o lucro, PIS e COFINS 6.3. Mudança de regime tributário - A Sociedade, a partir de 2006, op- 6.1. Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro. Contri- tou em mudar o regime de tributação do imposto de renda e da contribuibuição social sobre o lucro - Constituída com base na Lei nº 7.689/88 e ção social de Lucro Real para Lucro Presumido. Com isso foi registrada alterações posteriores, sendo calculada com base no resultado contábil, reversão parcial dos tributos e contribuições federais, contabilizada no o qual foi ajustado pelos itens previstos na legislação vigente. O valor resultado do exercício, conforme relacionamos a seguir: encontra-se apresentado com destaque no resultado do exercício. Provi- Descrição R$ são para imposto de renda - Constituída observando-se a legislação Efeitos do PIS/COFINS - outras receitas operacionais 1.796.086 vigente, consubstanciada no Decreto nº 3.000/99 - RIR/99, sendo calcu- Efeitos do IRPJ e da CSLL - reversão da mudança de lada com base no resultado contábil após a despesa de contribuição soci- regime tributário 2.624.662 al, o qual foi ajustado pelos itens previstos na legislação vigente. O valor 7. Programa de Recuperação Fiscal (REFIS) - A empresa possuía em encontra-se apresentado com destaque no resultado do exercício. 6.2. 31 de dezembro de 2004, o valor de R$ 264.575 relativos a débitos tribuProvisões fiscais diferidas - O imposto de renda, a contribuição social, tários parcelados no programa de recuperação fiscal (REFIS), o que o PIS e a COFINS diferidos incidentes sobre a diferença entre a receita correspondia a 06 parcelas em aberto. Estas parcelas foram liquidadas tributada pelo regime de caixa e o valor registrado pelo regime de compe- no transcorrer do exercício de 2005 implicando na quitação do referido tência foram calculados de acordo com os critérios previstos na legisla- parcelamento. 8. Resultados a apropriar - Com referência às unidades ção vigente, podendo ser assim demonstrados: vendidas e não concluídas de empreendimentos em construção, os valoDescrição 2005 2004 res que não estão refletidos nas demonstrações contábeis são os deImposto de renda 904.360 2.572.603 monstrados a seguir: Contribuição social 404.446 1.543.562 2005 2004 PIS 141.416 500.817 Prestações a receber 6.848.077 5.238.370 COFINS 657.306 2.307.067 Custos orçados 1.868.128 2.887.108 Total 2.108.528 6.924.049 9. Patrimônio líquido - 9.1. Capital social - O capital social em 31/12/ Parcela curto prazo 683.115 3.860.840 05 é de R$ 37.600.000, (R$ 27.600.000 em 2004), totalmente Parcela longo prazo 1.425.414 3.063.209 integralizado, sendo que o capital subscrito e integralizado é composLUCIANO WERTHEIM Diretor-Presidente

ROSA REIBSCHEID WERTHEIM Diretora Vice-Presidente

RICARDO WERTHEIM Diretor

DIRETORIA ELY FLÁVIO WERTHEIM Diretor

Demonstração da Variação do Capital Circulante Líquido 2005 2004 Ativo circulante No final do exercício 46.503.034 38.967.073 No início do exercício 38.967.073 41.583.638 Variação 7.535.961 (2.616.565) Passivo circulante No final do exercício 10.049.623 9.852.609 No início do exercício 9.852.609 8.543.516 Variação 197.014 1.309.093 Variação do capital circulante líquido 7.338.947 (3.925.658) As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis to de 37.600.000 ações (27.600.000 ações em 2004) ordinárias no valor de R$ 1,00 cada. 9.2. Juros sobre capital próprio - A Sociedade procedeu à contabilização dos juros sobre o capital próprio em 2005, no montante de R$ 3.037.155 (R$ 500.000, em 2004), que foi calculado de acordo com a legislação tributária vigente, tomando-se como base os saldos e as movimentações à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para o período de janeiro a dezembro do respectivo exercício. Os juros sobre o capital próprio, registrados nos livros comerciais como despesas financeiras para fins da legislação fiscal, para efeito de publicação, foram registrados diretamente no patrimônio líquido. Está assegurado aos acionistas, o direito de dividendo anual mínimo obrigatório de 25% do lucro do exercício ajustado de acordo com a legislação societária, salvo se a Assembléia Geral deliberar pela distribuição de dividendo inferior ao obrigatório ou à retenção de todo o lucro (artigo 202, parágrafo 3º da Lei nº 6.404/76). O saldo restante terá o destino que a diretoria indicar, desde que aprovado em Assembléia Geral e observadas as disposições legais. Parecer dos Auditores Independentes Aos acionistas da Luciano Wertheim S/A Empreendimentos Imobiliários: 1. Examinamos os balanços patrimoniais da Luciano Wertheim S/A Empreendimentos Imobiliários, levantados em 31 de dezembro de 2005 e 2004, as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas brasileiras de auditoria e compreenderam: o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da entidade; a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e a avaliação das práticas e estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da entidade, assim como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 3. Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Luciano Wertheim S/ A Empreendimentos Imobiliários, em 31 de dezembro de 2005 e 2004, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. São Paulo, 17 de março de 2006. Auditores Independentes - Sociedades Simples CRC 2 SP 018.196/O-8 Lourinaldo da Silva Mestre Contador CRC 1 SP 126.047/O-8 OSVALDO WERTHEIM Diretor

CARLOS JACKSON S. VIEIRA 1SP CRC-TC 130.010/O-4


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Administração Urbanismo Polícia Ciência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de junho de 2006

SUZANE PERMANECERÁ EM PRISÃO DOMICILIAR

O que aconteceu hoje no 1º Tribunal do Júri foi uma homenagem ao deboche. Roberto Tardelli, promotor

Wilton Junior/AE

MANOBRAS ADIAM JÚRI DE SUZANE E DOS CRAVINHOS Os advogados dos irmãos Cravinhos não apareceram. Os de Suzane Richthofen abandonaram o tribunal após discussão com o juiz sobre uma testemunha que não compareceu. Estava adiado o julgamento dos assassinos de Marísia e Manfred von Richthofen. Um novo júri está marcado para 17 de julho, com ou sem os advogados. Márcio Fernandes/AE

M Mais de 300 pessoas acompanharam o enterro de Nettinho, no Rio

GUITARRISTA É SEPULTADO NO RIO

O

corpo do guitarrista da banda Detonautas Roque Clube, Rodrigo Netto, de 29 anos, que foi assassinado domingo à noite, no Rio, durante uma tentativa de assalto, foi enterrado por volta das 16h de ontem no cemitério São João Batista. Nettinho, como era conhecido, foi velado na capela do cemitério. Mais de 300 pessoas estiveram presentes ao enterro. O músico tocava numa das bandas de pop rock em ascensão no País, que mal havia acabado de lançar seu terceiro trabalho. O vocalista da grupo, Tico, segurando uma bandeira do Brasil, fez um discurso inflamado e contundente logo após o enterro do amigo. "Isso aqui representa mais um cidadão brasileiro que vai embora por conta da violência, por causa desses políticos que roubam no Congresso Nacional. Mas a culpa é nossa também, que votamos neles. A culpa é da apatia de todos nós", afirmou Tico. Aplaudido por centenas de pessoas, o músico terminou seu discurso falando sobre o amor: "O Netto, mais que ninguém, pregava o amor. nde está o amor?", disse. Em um texto, postado no site da banda, o vocalista afirma: "O Rio de Janeiro levou o nosso irmão". Tico garante que a agenda de shows do grupo não será cancelada. "Até porque a música é a única maneira de

mantê-lo vivo entre nós", narra a mensagem. Assassinato – No momento do assalto, Nettinho estava acompanhado de seu irmão, Rafael Netto, e de sua avó Eliana de Andrade da Silva Netto, em um Astra, que foi interceptado por outro carro com quatro criminosos. O músico tentou fugir e os assaltantes alvejaram o carro. O guitarrista morreu após ser atingido na axila esquerda por uma bala que atravessou seu peito. Rafael Netto, irmão do músico, foi atingido no ombro, mas não corre risco de morte. A avó não foi ferida. Uma mulher de 55 anos identificada como Geralda Marli Vieira, que estava em um ponto de ônibus, também foi atingida pelos bandidos. Um dos bandidos suspeitos do assassinato, identificado como Ratinho, morreu ontem durante troca de tiros com a polícia. Outro suspeito, Thiago da Costa Garcia, foi baleado e está no hospital. Os bandidos saíram da Mangueira, às 6h de ontem, num Audi preto, que havia sido roubado após o ataque a Nettinho. Logo depois eles roubaram uma Pajero, houve perseguição e troca de tiros. O grupo havia retornado de uma apresentação em Brasília para cerca de 15 mil pessoas, no Festival Porão do Rock. O g r u p o s e a p re s e n t a r i a n o Re[corte] Cultural da TVE Brasil de hoje a quarta. (Agências)

anobras de advogados, com direito a abandono do plenário do 1º Tribunal do Júri, provocaram confusão ontem no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, e adiaram para 17 de julho o julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Christian Cravinhos. Os três são acusados do assassinato dos pais dela, Manfred e Marísia, em 31 de outubro de 2002. Alegando cerceamento do direito de defesa, os advogados dos Cravinhos, Geraldo e Gislaine Jabur, nem compareceram ao fórum. Os de Suzane, comandados por Mauro Otávio Nacif, deixaram o plenário depois que o juiz Alberto Anderson Filho negou um pedido de adiamento do júri, apresentado com o argumento de que uma testemunha de defesa importante está no exterior. Com o adiamento, Suzane continua em prisão domiciliar. "A situação dela é a mais cômoda possível", disse o promotor Roberto Tardelli. "O que aconteceu hoje no 1º Tribunal do Júri foi uma homenagem ao deboche. Foi uma homenagem a tudo aquilo de vulgaridade e de inspiração rasteira que a gente pode imaginar", disse. "Se não for recolhida a um presídio, é melhor que seja posta em liberdade, porque o tempo que passar em casa será abatido da pena", afirmou o promotor Nadir de Campos. Exterior – Os advogados da jovem discutiram, por quase duas horas, a necessidade do depoimento de Cláudia Sorge, amiga de Marísia. Desde maio, já constava do processo que ela não poderia ir ao júri, marcado em fevereiro, porque estaria em viagem ao exterior. A defesa quis convencer o juiz de que Cláudia era imprescindível. Nacif, porém, se contradisse. Afirmou que, se o júri fosse remarcado para hoje ele substituiria o testemunho pelo de outra pessoa. O juiz quis saber como Cláudia era imprescindível se hoje poderia haver substituição. Nacif tentou contornar a situação, mas Anderson negou o pedido. A discussão terminou com os quatro advogados de Suzane retirando-se do plenário.

Suzane no 1º Tribunal do Júri: o tempo todo calada e de cabeça baixa Caio Guatelli/Folha Imagem

Promotor Roberto Tardelli: indignado com o adiamento do julgamento

Suzane ficou "contentíssima" e Nacif "orgulhoso", segundo ele mesmo, por causa do adiamento. Conhecido no meio jurídico como Príncipe das Nulidades, Nacif afirmou não saber que Cláudia não viria. A informação está no processo. "Entrei no caso agora". O advogado disse que não é verdade que usa seus conhecimentos para impedir a realização de julgamentos. "Nunca houve intenção de

realizar esse julgamento", disse Anderson, no plenário. "E, se não fosse por essa, seriam por outras 20, 50, 100 razões." Os Jabur disseram que não conseguiram falar com os clientes na Penitenciária de Itirapina para prepará-los para o julgamento. Christian lembrou o fato ao juiz. "Por isso, os senhores vieram antes, na quinta-feira", disse Anderson. Os irmãos estavam no Centro de Detenção Provisória de Pi-

nheiros. "Os advogados foram avisados e não apareceram. Foi oferecido levar os réus ao fórum, mas os Jabur recusaram", disse o juiz. Plenário – Suzane e os Cravinhos entraram no plenário às 13h55. Ela não olhou para Daniel, seu ex-namorado. Os três ficaram sentados do lado direito do juiz, de frente para o público. Os Cravinhos estavam algemados e com roupa de presos (moletom branco, calça amarela e chinelo de dedo). Às 14h15, eles saíram. Suzane, sem algemas, usava blusa bege, jeans claros e bota de camurça caramelo. Estava mais magra do que na entrevista dada à TV Globo, e com o cabelo penteado para trás. Ficou de cabeça baixa e falou apenas uma vez. "Não vi mandato do senhor no processo", disse o juiz a Nacif – isso significa que ele não estava oficialmente constituído. "Suzane, levante-se e diga quem são seus advogados", ordenou Nacif. "Denivaldo Barni Júnior, Mário Sérgio de Oliveira, Eleonora Rangel Nacif e Mauro Otávio Nacif", respondeu. A sessão acabou às 16h20. Suzane seguiu para o escritório dos advogados, no Paraíso, zona sul. A pedido da defesa, o juiz a autorizou a permanecer em prisão domiciliar num endereço desse bairro – até ontem ela ficava na casa de seu protetor, Denivaldo Barni, na Vila Sônia, zona sul. A pedido de Tardelli, o juiz fará um comunicado à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que apure eventual falta dos advogados. Anderson designou um defensor público para ficar de reserva no júri de julho, caso os advogados de Suzane não apareçam. Para o professor de direito penal Paulo José da Costa, a falta de uma testemunha da defesa, já ouvida no processo, não é motivo para adiar o júri. "O depoimento no plenário pode ser suprimido." Advogados usam artifícios no júri por outras razões. Como ganhar tempo para que o réu seja solto, por exemplo, graças a habeascorpus, já pleiteado pelos Cravinhos. No caso de Suzane a vantagem é evidente, porque o tempo da prisão domiciliar será abatido da pena. (AE)


terça-feira, 6 de junho de 2006

Compor tamento Ambiente Administração Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

9 Se uma placa de rua cair, não há como repor Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras

ANTIGA EMPRESA FAZIA O SERVIÇO HÁ 27 ANOS

CIDADE NÃO TEM M SERVIÇO DE PLACAS

MARCOLA

O contrato com a empresa que instalava e fazia a manutenção das placas de identificação das ruas da cidade expirou. Agora, a Prefeitura se apressa para realizar uma licitação (marcada para o mês que vem) e contratar outra empresa. Pelos novos termos, as placas sofrerão alterações. Clóvis Ferreira/Digna Imagem - 03/09/04

Davi Franzon

A

Prefeitura corre contra o tempo para fechar uma licitação para o serviço de manutenção, troca e instalação das placas onde ficam os nomes de ruas, praças e avenidas. Hoje, a capital não possui nenhum contrato para a prestação deste serviço, nem mesmo um de emergência. O próprio secretário municipal das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, admitiu que não há nenhuma empresa responsável pelo serviço, já que o contrato com a Plamark terminou em outubro de 2005 e não houve renovação. "Se uma placa de rua cair, não há como repor. O contrato foi encerrado e uma concorrência pública não ocorreu ao mesmo tempo", disse. A secretaria agora se apressa para fechar um edital de concorrência até o final de julho. Ao que parece, a licitação será por pregão presencial – modalidade que agiliza a escolha da empresa vencedora e, segundo especialistas, ajuda no combate às fraudes. Quanto à Plamark, que foi responsável pelos serviços por 27 anos, a alegação é que não houve acordo para renovação do contrato. A última renovação aconteceu na gestão Marta Suplicy. Briga – Informações extraoficiais que vieram da secretaria apontam para uma "briga" entre a Prefeitura e a empresa. Por estar na área há quase três décadas, a Plamark alegava ser a única com capacidade de realizar o serviço na capital, o que a deixava numa situação de controle nas negociações. Segundo a fonte, a Prefeitura não aceitou as exigências da empresa, levando a um rompimento do contrato e a sua reti-

GIr

Agendas da Associação e das distritais

Quinta I Pirituba - A distrital

promove, em parceria com a CEF/agência da avenida dos Remédios, 844, o Café com Negócios . Às 8h30. I Santos – O conselheiro da ACSP José Cândido Senna coordena o seminário O Porto de Santos e seus Acessos. Às 8h30, rua Boa Vista, 51/11º a. I Chamber – O vice-

Placas serão substituídas, continuarão azuis, mas terão faixa colorida

rada imediata da lista de prestadores de serviço da cidade. Agora, a Secretaria das Subprefeituras tem de correr para colocar uma nova empresa prestando o serviço. Teto – Com a nova licitação, a Prefeitura pretende estipular um teto de R$ 200 mil mensais para os serviços de manutenção e instalação de novas placas nas vias da capital. Pelo edital, a empresa contratada terá de modificar o atual modelo visual das placas. O vencedor terá de colocar em ação o modelo desenvolvi-

do pela Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), que prevê a divisão das placas por cores, conforme a região . Também será exigido um revestimento que permita a visualização de uma distância maior. As principais avenidas terão o nome em letra maiúscula. O azul deve ser mantido, mas acompanhado de faixa colorida. São Paulo possui cerca de 36 mil postes, o que representa um total de 72 mil placas. Outras 100 mil identificações estão em outros pontos, como casas e edifícios.

presidente da ACSP e coordenador da São Paulo Chamber of Commerce, Luiz Roberto Gonçalves, coordena reunião do Conselho de Relações Internacionais da São Paulo Chamber. Às 10h, rua Boa Vista, 51/11º a., sl. Abílio Borin. I Lapa - A distrital realiza reunião do setor de escolas infantis do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanches. Às 18h. I Penha - A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h30. I Butantã - A distrital tem palestra do presidente da AES

Eletropaulo, Ernani Bernini, e entrega do troféu Figura Símbolo do Butantã-2005 a Otávio Azevedo Mercadante. Às 19h30. I Santana - A distrital promove a palestra A ACSPDistrital Santana mostra o caminho para conseguir crédito, coordenada por Sandra Verônica Prochnow. Às 19h45.

Sexta I Jabaquara - A distrital realiza

reunião com a palestra Pé diabético, do projeto viva a vida com diabetes. Às 8h30. I Centro - A distrital realiza reunião do Movimento Degrau. Às 9h30.

esmo deputados que integram a CPI do Tráfico de Armas acreditam que deve ser modesto o resultado do depoimento do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Camacho, o Marcola, marcado para quinta-feira na penitenciária de Presidente Bernardes, no interior. SP. Diante da expectativa de que o criminoso não vai colaborar, os parlamentares estudam uma forma de obter ao menos alguma informação relevante. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) espera

Ó RBITA que o depoimento ajude a esclarecer a origem das armas da facção, de acordo com o livro apreendido pela polícia e considerado o registro da contabilidade do PCC. O deputado Neucimar Fraga (PL-ES) acha que Marcola será muito cuidadoso, mas poderá dar alguma informação que aponte cúmplices do PCC no poder público. "Não tenho dúvida de que policiais civis,

militares e pessoas da administração penitenciária agem em conluio com a facção", disse Fraga. Advogados – Sérgio Weslei da Cunha e Maria Cristina de Souza Rachado, advogados que defendem integrantes PCC, estão proibidos de deixar o Brasil e terão de entregar seus passaportes à Justiça em 24 horas. A determinação é do juiz José Airton de Aguiar Portela, da 12ª Vara Federal de Brasília. Na mesma decisão, tomada ontem, porém, o magistrado decidiu rejeitar o pedido feito pela CPI do Tráfico de Armas para que eles tivessem a prisão preventiva decretada. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Lançamento Convergência Varejo Hi-Tech Fotografia

terça-feira, 6 de junho de 2006

INICIATIVA VISA UNIFICAR EMARANHADO TECNOLÓGICO

Outra tendência adotada pelas C-Stores nos EUA são os sistemas biométricos de pagamento

Fotos: Divulgação

Lojas de conveniência se adaptam ao século 21

As C-Stores (abaixo) se modernizam; a bomba de gasolina (abaixo, à esq.) exibe anúncios e emite cupons de desconto; o caixa (à esq.) tem várias opções de serviço eletrônico e o cliente ainda pode lavar o seu carro com máquina totalmente automática (mais à esq.)

Feira do setor, realizada em março, em Nashville, nos Estados Unidos, mostrou uma variedade de sistemas e tecnologias para esses estabelecimentos comerciais e apontou que a tendência é a integração de toda a parafernália tecnológica que equipa esses comércios Por Sergio Kulpas ara o consumidor, uma loja de conveniência é uma solução prática: um lugar onde é possível abastecer o carro, comprar um pacote de biscoitos, um bilhete de loteria, ou calibrar os pneus. O conceito, inventado nos EUA, já é tão enraizado em nossa cultura popular como é nos Estados Unidos. Agora, as chamadas "C-Stores" estão passando por uma revolução tecnológica, incorporando uma grande variedade de sistemas e processos, para melhor atender seus consumidores e, lógico, aumentar seu faturamento. O evento de lojas de conveniência NACStech, realizado em março em Nashville, apresentou uma grande variedade de sistemas e tecnologias para as C-Stores, desde bombas de gasolina automáticas que aceitam cartões de débito e crédito até sistemas de encomendas automático nas lanchonetes.

A novidade este ano no evento é que muitos dos expositores exibiam o logotipo da PCATS, sigla em inglês da Aliança de Padrões Tecnológicos para Postos de Combustíveis, um projeto criado pela associação americana de lojas de conveniência em 2003. A iniciativa visa unificar o emaranhado tecnológico que a loja de conveniência moderna se transformou. São dezenas de sistemas proprietários, de tecnologias e protocolos que não conversam entre si. O resultado dessa confusão é que, em vez de economizar tempo e recursos, a tecnologia acaba atrasando as operações da loja. E este não é o único problema. Uma loja cheia de tecnologias proprietárias que não conversam entre si representa um alto custo em termos de integração e manutenção, gerando perda de rendimentos.

John Hervey, diretor executivo da PCATS, disse que a aliança está propondo um protocolo aberto, o Open Site Architecture, com uma série de regras para integrar todas as máquinas dentro de uma loja de conveniência. Hervey disse que o protocolo já está 75% concluído, e deve ser finalizado ainda este ano. Quando isso ocorrer, os donos de C-Stores nos EUA poderão procurar o selo da PCATS quando forem comprar componentes eletrônicos, sabendo que qualquer desses aparelhos se integrará ao restante das máquinas da loja. Segundo o diretor, o padrão beneficiará lojistas e fabricantes de equipamentos, que competirão para oferecer soluções que funcionem melhor ou que custem menos na mesma plataforma. Além disso, é normal que os donos de lojas de conveniência pre-

Syntax lança central doméstica de entretenimento Ligado à televisão, o Chimera Media Center permite ver fotos, jogar games, ouvir rádio, navegar na internet e assistir e gravar os programas de tevê Por Carlos Ossamu Divulgação

m janeiro deste ano, durante a Consumer Electronics Show (CES 2006), a Intel lançou oficialmente a plataforma Viiv (pronuncia-se "vaiv"), dando o pontapé inicial para uma nova geração de equipamentos, que se transformará em uma central de lazer digital doméstica. Aqui no Brasil, uma das primeiras a mostrar a novidade é a Syntax Computadores (www.syntax.com.br), que acaba de lançar o Syntax Chimera Media Center, que reúne recursos de tevê, rádio, filmes, músicas, fotos, games, VoIP e tudo mais que a internet oferecer. O produto chega ao consumidor final com preço de R$ 4 mil. O equipamento parece um aparelho de DVD na cor prata, com controle remoto e um teclado sem fio, combinando com outros eletroeletrônicos. Trata-se de um poderoso computador com chip Intel de dois núcleos (dual core), que pode ser conectado à tevê, de preferência LCD ou plasma, com entrada para antena, cabo ou satélite. Traz rádio FM, saída de áudio souround 7.1 (7 caixas satélites e 1 subwoofer, ideal para home theater) gravador de CD/DVD e HD de até 500 GB. É compatível com cartões de memórias usados em câmeras digitais e possui portas USB para conexão com periféricos e pen drives. Com todos esses recursos, as possibilidades são enormes: o usuário pode organizar e ouvir músicas de forma fácil, ao mesmo tempo em que exibe uma apresentação de fotos. Além disso, permite baixar, experimentar e até comprar games, assistir um show enquanto conversa via MSN ou VoIP com o Skype; gravar filmes ou programas e montar uma videoteca (pode ser os jogos da Copa do Mundo, que serão transmitidos em alta definição pela tevê paga); usar o equipamento como um computador tradicional, navegar na internet, enviar e receber e-mail etc. A proposta do Chimera Media Center, se-

O Chimera conta com chip Intel de dois núcleos, com entrada para antena, cabo ou até mesmo satélite

firam um determinado fabricante para bombas de combustível selfservice e outro para caixas eletrônicos ou máquinas de loteria. Hervey observa que hoje uma máquina de loteria tem uma conexão telefônica, o caixa automático tem outra, a bomba de combustível também tem uma. Se um padrão unificado for instalado, todas essas comunicações eletrônicas podem ser compartilhadas, reduzindo sensivelmente os custos. O padrão de arquitetura aberta do PCATS vai além das máquinas. Até mesmo o aviso de preços pode ser integrado ao sistema. Qualquer mudança ou promoção no preço dos combustíveis pode ser atualizada digitalmente, direto do computador do escritório. Outra tendência cada vez mais adotada pelas C-Stores nos Estados Unidos são os sistemas biométricos

de pagamento, onde leitura de digitais estão substituindo cartões e cheques. Os sistemas de leitura biométrica agora começam a ser aceitos também em máquinas de café, salgadinhos ou sanduíches. Durante o evento NACStech, várias empresas atraíram a atenção dos lojistas com seus equipamentos. Entre os destaques, os sistemas biométricos da Pay by Touch, a solução de pedido de refeições da Xpedient, o quiosque de lavagem automática de carros da Gilbarco, e as novas bombas de gasolina com telas interativas da Dresser Wayne. A VeriFone demonstrou o Food Service Kiosk, que debita refeições diretamente no cartão. A Radiant Systems apresentou linha completa de produtos que vão do caixa de POS até terminais automáticos de venda e sinalização digital. sergiokulpas@gmail.com

Educação e troca Segundo pesquisa da de e-mails Intel, o principal propósito adquirir um PC ou motivam compra para notebook é o uso pessoal de computador Por Arthur Rosa

gundo Cláudio Dias, diretor-comercial da Syntax, é oferecer ao usuário exigente todos os recursos de mídia digital, com alta capacidade de armazenamento e de realizar várias tarefas ao mesmo tempo. "O usuário de tecnologia sempre sonhou em reunir todo seu conteúdo digital em um único equipamento de alto desempenho. Com este produto estamos posicionando a Syntax no pioneirismo tecnológico do País", afirma. Mais ofertas – A Syntax contou com o apoio da Intel e da Microsoft no desenvolvimento do Chimera. Outros fabricantes também estão criando produtos similares. No mês passado, a Semp Toshiba anunciou o desenvolvimento de um equipamento de codinome Spectra, que será lançado em breve, talvez este mês ainda. O aparelho vinha com processador Pentium D 930, chipset Intel 945, 1 GB de memória DDR2, disco rígido de 500 GB, gravador de DVD, controle remoto, teclado sem fio e suporte para recepção de tevê, rádio FM e Wi-Fi. Ao mesmo tempo, a Globo.com e a Intel firmaram recentemente uma parceria para criar um laboratório de desenvolvimento de conteúdo para a plataforma Viiv, com base no Globo Media Center – serviço do portal que permite o acesso a programas e novelas da Rede Globo e conteúdos multimídia.

s pais compram, mas são os filhos os verdadeiros usuários dos computadores. Estudo encomendado pela Intel à Ipsos Opinion mostra que pesquisa escolar e lição de casa são as principais razões para se ter um PC ou notebook em casa. O levantamento, realizado anualmente pela multinacional para medir hábitos de consumo de tecnologia do brasileiro, ouviu quatro mil consumidores das classes A, B e C de 22 cidades. De acordo com a pesquisa, divulgada em evento realizado entre 23 e 25 de maio, em Muro Alto (PE), o principal propósito para se ter um computador em casa é o uso pessoal, como troca de emails, mas 35% dos consumidores afirmaram que também podem usá-lo para negócios. Garantia e serviços são os itens que influenciam na decisão de compra das classes A e B. Já preço ganha relevância na classe C. "O computador é visto como um equipamento para melhorar a vida da família, em especial do filho", diz o diretor de Marketing da multinacional, Elber Mazaro. De olho na classe C, a Intel está investindo no projeto de um PC de baixo custo. O equipamento foi lançado recentemente no México –por meio de um programa de inclusão digital chamado "Descubra el PC"– e deve desembarcar no Brasil antes do final do ano. Com todas as funcionalidades de um PC normal, a máquina está sendo vendida no mercado mexicano por cerca de US$ 400 –valor 20% inferior ao praticado pela concorrência. Paralelamente, a Intel está desenvolvendo ainda um outro projeto de inclusão digital. No início do próximo ano, a fabricante deve apresentar o Classmate PC, um notebook popular voltado setor de educação, que deve concorrer com o equipamento de US$ 100 idealizado pelo professor Nicholas Ne- Divulgação/Intel groponte, diretor do MediaLab do Massachusetts Institute of Technology (MIT). O laptop, com tela de sete polegadas e bateria com quatro horas de duração, será destinado ao ensino fundamental e terá funções que permitem ao professor interagir com seus alunos. A máquina possui ainda um moderno sistema de segurança: longe da sala de aula, por um determinado período, ela é desabilitada, restringindo a mobilidade, principal razão para quem sonha com um notebook.

O Classmate PC é o notebook popular que está sendo desenvolvido pela Intel e que deve concorrer com o laptop de US$ 100 do MIT


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 6 de junho de 2006

Cidades

Na semana passada, encontramos um tucano passeando pelo parque. Heloísa Arrobas Martins, gerente cultural da FMLOA

OLHA O PASSARINHO Especialistas passaram meses observando as aves que vivem na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, na zona sul. O resultado pode ser visto no Guia das Aves, que vai apontar os locais, dentro da fundação, onde os visitantes poderão localizar mais de 50 espécies de pássaros. Foto de Edson Endrigo

Fotos de Milton Mansilha/Luz

Vanessa Rosal

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or entre paus-brasil e jacarandás, os raios de sol projetam sombras no chão coberto de folhas e umedecido pelo orvalho da madrugada. Imponente até então, o silêncio é quebrado pelo cantar dos pássaros que colorem o céu cinzento de São Paulo. Eles vivem na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano (FMLOA), no Morumbi, zona sul, e passaram a ser motivo de estudo para um grupo de ornitólogos. O cenário da fundação retrata um contraste: ar puro, tranqüilidade e verde em plena metrópole barulhenta e poluída. A maior cidade brasileira e do hemisfério sul ainda guarda notáveis riquezas naturais, como o parque, projetado na década de 50 pelo engenheiro Oscar Americano e sua esposa, Maria Luisa. A grande variedade de pássaros que habita o local chamou a atenção de um grupo de ornitólogos. Eles observaram 51 espécies diferentes de aves entre 2005 e início de 2006. A partir da pesquisa, criaram uma importante publicação: o Guia das Aves. A obra revela, em sua maioria, espécies comuns e fáceis de serem identificadas. Logo na entrada da trilha da fundação, é possível ouvir o canto do sabiá e do bem-te-vi. No meio da caminhada é interessante perceber três diferentes tipos de pica-pau. "O mais engraçadinho parece com o personagem do desenho animado, tem a cabeça vermelha. O importante é observar a diversidade de formas e de cores", disse a gerente cultural da FMLOA, Heloísa Arrobas Martins. Próximo à casa, o visitante pode encontrar uma pequena espécie de gavião, raramente observada em áreas verdes urbanizadas. Segundo Heloísa, "as espécies escolhem um lugar e dificilmente voam para muito longe." Por isso, no guia, há um mapa indicando onde as aves podem ser encontradas. Quando o casal Americano decidiu aproveitar a chácara, no então distante bairro do Morumbi, para construir a residência da família, tomou todos os cuidados na escolha das equipes de trabalho para fazer do lugar o paraíso que é hoje. O casal viveu no local por 20 anos, ao lado dos filhos e dos pássaros, que foram se multiplicando e hoje se espalham pelos 75 mil m² de área verde. A fundação foi instituída em 1974, dois anos após a morte de Maria Luisa, mas o patrimônio está à disposição da comunidade desde a década de 80. Novidade – Periquitos e papagaios também ajudam a alegrar o ambiente. O destaque fica por conta de um pássaro que só pode ser observado na fundação: a curica, uma espécie que se confunde com o papagaio verdadeiro. O pássaro não é considerado um bom imitador, embora seja capturado por traficantes de animais. Heloísa explicou que a única curica da cidade está acasalada com um papagaio. "Ainda não houve registro de reprodução. Mas estamos de olho", disse. Embora o guia apresente dezenas de espécies, ele não está completo. "Isso levaria muitos anos", informou ela. "Na semana passada, encontramos um tucano 'passeando' pelo parque. Ele não está na publicação, mas já faz parte do nosso ambiente". Além do Guia, Até o próximo dia 11, curiosos e interessados em desvendar as inúmeras espécies de aves da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano podem apreciar uma exposição com 20 imagens do fotógrafo Edson Endrigo. Além disso, um diorama (espécie de computador) mostra a imagem e os sons emitidos pelas aves. "As crianças adoram. É só encostar o dedo na tela, e pronto", disse Heloísa. Outras espécies - A partir da observação com binóculos, por meio dos sons e de coletas, o Departamento de Parques e Áreas Verdes (Depave), órgão da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, junto com o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), o Instituto Butan-

Pica-pau e bem-te-vi (as duas primeiras fotos da seqüência acima) são apenas algumas das aves que podem ser vistas no parque. Colméias (acima) também podem ser observadas. Os ornitólogos observaram 51 espécies diferentes de pássaros. Com o Guia em mãos, o visitante também poderá localizar e identificar as aves.

ESPAÇO DE ARTES, NATUREZA E CULTURA

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Um exposição de fotos traz todo o colorido das aves que vivem na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano

lém de abrigar inúmeras espécies de pássaros, a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano mantém um acervo permanente na residência onde o casal viveu por 20 anos. Natureza, cultura e arte se misturam em um só ambiente. A gerente cultural da fundação, Heloísa Arrobas Martins, disse que a casa precisou ser adaptada para receber o público. "A família reformou ambientes e os banheiros foram extintos. O único local que permanece igual é a biblioteca, um lugar que Oscar Americano adorava", afirmou. Parque e casa são projetos representativos do movimento modernista. A coleção de arte e objetos históricos em exposição foi iniciada com peças da família Americano, tendo sido gradualmente ampliada. Hoje, o acervo preserva e retrata grande parte da História do Brasil, com três núcleos principais: Brasil Colônia, formado por pinturas do século XVII; Brasil Império, com retratos a óleo e objetos da época imperial brasileira – adquiridos em leilões na Europa pelos filhos de Maria Luisa e Oscar Americano –; e Mestres do Século XX, formado por obras de artistas como Portinari e Di Cavalcanti. Na visita é possível observar o mobiliário da família, o quarto do casal e as salas de visitas e de jantar. Uma das grandes atrações é o espelho d'água, instalado atrás da sala de visitas. "Ele foi reformado e está exatamente do jeitinho que era antes", disse Heloísa. (VR)

O casal viveu no local por 20 anos, ao lado dos pássaros que hoje se espalham pelos 75 mil m² de verde

tã, o Centro de Controle de Zoonoses e o Instituto Adolfo Lutz, identificou 433 espécies de animais que vivem em São Paulo. O número foi consolidado por um inventário feito ao longo de 12 anos em 48 parques e áreas verdes da capital. A pesquisa mostra que o município possui 25 espécies ameaçadas de extinção, como a araponga, a onça-parda e o jacaré-de-papo-amarelo.

A secretaria preparou uma semana de atividades especiais para destacar o dia do meio ambiente, comemorado ontem. No sábado, grupos observaram aves pela cidade. No Ibirapuera, por exemplo, vivem 120 diferentes espécies de pássaros, detectados ao longo de 10 anos. Já o Sesc Interlagos, uma de cerca de 500 mil metros quadrados, tem perto de 94 espécies de aves.

SERVIÇO Fundação Maria Luisa e Oscar Americano – Avenida Morumbi, 4.077. Telefone 3742-0077. Ingresso: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (estudantes e pessoas com mais de 60 anos)

Associação Comercial de São Paulo Distrital Butantã Rua Alvarenga, 415 – CEP 05509-070 Fone/fax: 3032-6101 José Sérgio Pereira Toledo Cruz Diretor Superintendente

Distrital Jabaquara Av. Santa Catarina, 641 – CEP 04635-001 Fone: 5031-9835 – Fax: 5031-3613 Fernando Calderon Alemany Diretor Superintendente

Distrital Penha Av. Gabriela Mistral, 199 – CEP 03701-010 Fone: 6641-3681 – Fax: 6641-4111 Marco Antonio Jorge Diretor Superintendente

Distrital Santana Rua Jovita, 309 – CEP 02036-001 Fone: 6973-3708 – Fax: 6979-4504 João de Favari Diretor Superintendente

Distrital Sudeste Rua Afonso Celso, 76 – CEP 04119-000 Fone/fax: 5572-0280 Giacinto Cosimo Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Centro Rua Galvão Bueno, 83 – CEP 01506-000 Fone/fax: 3207-9366 - Fone: 3208-5753 Marcelo Flora Stockler Diretor Superintendente

Distrital Lapa Rua Martim Tenório, 76/1º andar CEP 05074-060 – Fone: 3837-0544 – Fax: 3873-0174 Douglas Formaglio Diretor Superintendente

Distrital Pinheiros Rua Simão Álvares, 517 – CEP 05417-030 Fone: 3031-1890 – Fax: 3032-9572 Ricardo Aparecido Granja dos Santos Diretor Superintendente

Distrital Santo Amaro Av. Mário Lopes Leão, 406 – CEP 04754-010 Fone/fax: 5521-6700 Aloysio Luz Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Tatuapé Praça Silvio Romero, 29 – CEP 03303-000 Fone/Fax: 6941-6397/6192-2979/6942-8997 Antonio Sampaio Teixeira Diretor Superintendente interino

Distrital Ipiranga Rua Benjamin Jafet, 95 – CEP 04203-040 Fone: 6163-3746 – Fax: 274-4625 Antonio Jorge Manssur Diretor Superintendente

Distrital Mooca Rua Madre de Deus, 222 – CEP 03119-000 Fone/fax: 6694-2730 Antonio Viotto Netto Diretor Superintendente

Distrital Pirituba Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 3.678 CEP 05145-200 – Fone/fax: 3831-8454 José Roberto Maio Pompeu Diretor Superintendente

Distrital São Miguel Av. Marechal Tito, 1042 – CEP 08010-090 CEP 08010-080 – Fone: 6297-0063 – Fax: 6297-6795 José Parziale Rodrigues Diretor Superintendente

Distrital Vila Maria Rua do Imperador, 1.660 – CEP 02074-002 Fone: 6954-6303 – Fax: 6955-7646 José Correia Diretor Superintendente


terça-feira, 6 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 7


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Juan Barreto/AFP

Do subsecretário de Estado dos EUA, Robert Zoellick, a representantes dos 34 países que participaram ontem da 36ª assembléia geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

JUNHO

Os flautistas do populismo [Hugo Chávez e Evo Morales] só vão levar as pessoas para trás, enquanto a globalização e o resto do mundo olham para frente.

terça-feira, 6 de junho de 2006

6 45 anos da morte do psicanalista suíço Carl Gustav Jung (1875-1961)

M ISTICISMO E M

C A R T A Z

RECITAL

A cada século, a data 6/6/06 se repete e, com ela, a questão. O mundo vai acabar?

H

Alaíde Costa (foto) é convidada de Johnny Alf, em recital no Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112. Telefone: 3113-3651/3652. Às 13h e 19h30. R$ 2.

C HINA

Segredos das muralhas Um tabuleiro de xadrez de 700 anos, gravado em uma pedra, foi encontrado em um trecho da Muralha da China. Segundo arqueólogos, o tabuleiro foi usado por vigias da muralha, provavelmente durante a dinastia Song (960 a 1279), e foi talhado junto a uma das torres de vigilância do monumento, com mais de 6.000 km de comprimento. No mesmo local há outro tabuleiro de um popular jogo da época, chamado "o tigre come a ovelha". As gravuras foram encontradas no

Apocalipse. Now?

nordeste da China, no extremo oriental da muralha, perto do litoral do Mar de Bohai. Embora a existência destes tabuleiros de xadrez não seja citada em nenhum documento histórico, os pesquisadores consideram que estes jogos eram muito usados pelos soldados da Muralha, durante séculos, para suportar as longas horas de vigilância. A Grande Muralha foi construída há mais de 2.000 anos para tentar frear as invasões de povos nômades do norte da Ásia.

oje é 6 de junho de 2006 e há quem chame a data de 6/6/6. Simples curiosidade numérica ou há uma conexão curiosamente diabólica entre elementos da teologia e da matemática no sexto dia, do sexto mês, do sexto ano de cada século. O 6/6/06 gera inquietação, esperança e até graça, diz o reverendo Félix Just, professor de teologia da Universidade de São Francisco. Just é um sacerdote jesuíta que ensina teorias do Apocalipse e matemática e criou um portal na internet chamado "666, os números da besta", no qual combina história, teologia, cálculos e 66 tópicos sobre a data. Os interessados podem, inclusive, apostar se o Apocalipse realmente ocorrerá hoje. Uma casa de apostas determinou que há excelentes possibilidades de que o mundo sobreviva a esta

data e resolveu pagar 100.000 por 1 a quem apostar o contrário. Resta saber como receber o prêmio se o mundo acabar. A convicção de que o mundo sobreviverá ao 6/6/06 tem sustentação teológica. Tudo começou com a Revelação 13:18 da Bíblia, que estabelece o número "seiscentos e sessenta e seis" como o número da "besta". Segundo algumas teorias apocalípticas, a besta é o Anticristo. Muitos eruditos, Just entre eles, acreditam que a besta é uma referência codificada, usando letras do hebreu em lugar de números, do imperador romano Nero. Em alguns manuscritos aparece o número 616 no lugar de 666. Just disse que o Livro das Revelações não anuncia o fim do mundo mas faz uma alusão à "batalha cósmica entre o bem e o mal". Outros teólogos do Apocalipse, no entanto, dizem que se avizinha o fim do mundo, embora

não necessariamente hoje. O reverendo Tim LaHaye, autor de vários livros apocalípticos, afirmou que o que preocupa não é do dia 6 de junho, mas indícios o Anticristo 666 está se aproximando. "Acho que as pessoas não entendem que 666 não é um bom momento". Segundo ele, aproxima-se um "período de atribulações" que precede a chegada do Anticristo e de um movimento para a criação de um mundo com um só governo, um só sistema econômico e apenas uma religião. Para Just, a cultura e a teologia do Apocalipse "são particularmente atrativas para pessoas que se sentem vulneráveis". Por medo ou superstição, muita gente quer distância do 666. Ronald Reagan e sua mulher, por exemplo, trocaram o número de sua casa na Califórnia para a qual se mudaram depois de deixar a Casa Branca em 1989: era 666 St. Cloud Road e ficou 668.

Ahmad Masood/Reuters

A USTRÁLIA

O 'espanta baderneiros' dispersar grupos ruidosos. "Música cafona é uma das formas de fazer com que eles deixem a área, porque não a suportam", explicou um funcionário da prefeitura ao jornal Daily Telegraph. Além de Manilow, Bing Crosby também integrará o exército anti-baderneiros. A experiência vai durar seis meses e começa em julho.

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A prefeitura de Sydney, na Austrália, decidiu usar música para combater o comportamento anti-social dos jovens da cidade. A luta terá, no pelotão de frente, o cantor Barry Manilow (foto). Suas músicas - em especial os estrondosos sucessos Mandy, Could It Be Magic e Copacabana - serão tocadas em alto-falantes de um carro para

engis Khan, mais conhecido por ter dominado grande parte da Ásia, Europa e Oriente Médio para criar um dos maiores impérios do mundo, também é considerado o fundador da globalização. A informação foi divulgada ontem pela imprensa estatal chinesa. "Pensamos na globalização como a venda de CocaCola em Calcutá ou da Starbucks em Xangai", afirmou o jornal chinês com versão em inglês China Daily. "Mas os pesquisadores alegam que o processo começou há 800 anos, no tempo em que Gengis Khan estava construindo seu império". Gengis Khan fundou o "maior império em terras contíguas da história", estimulando a interação comercial e cultural de uma maneira comparável ao conceito atual de globalização, disse o jornal. O diário citou especialistas que par-

G L

F AVORITOS

Kit de ferramentas Drogas: informação em forma de garrafa contra a dependência Uma solução original para transportar o kit de reparo da bike: a embalagem imita a garrafa de água que se encaixa no aro. Custa US$ 20 na Lilian Vernon. www.lillianvernon.com/catalog/ product_display.jsp?searchParam= LV&pdId=7691&addOn=685&sid=eas

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www.antidrogas.com.br

B RAZIL COM Z

Remédio para a memória A agência de notícias especializada Science Presse divulgou ontem um estudo da pesquisadora brasileira da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Maria Rosana Ramirez sobre as propriedades da planta centáurea-azul, também conhecida como escovinha. A planta, pouco conhecida no Brasil, ajudaria a fortalecer a memória "curta", aquela que utilizamos para lembrar números de telefone, nomes de pessoas, ou seja, informações que se guardam por curtos períodos. A concentração elevada de um tipo de flavonóide que ajuda a combater tumores e melhora a visão estaria associada, também, a essa propriedade da escovinha.

ticiparam de um simpósio no domingo, em comemoração ao 800º aniversário da fundação do Império Mongol (1206–1368), o maior império da história mundial. O jornal não menciona a fama mundial de conquistador desumano e sangrento de Gengis Khan. Apesar dessa fama, ele é reverenciado na Mongólia como herói. "Intercâmbios econômicos e culturais tornaram-se possíveis a uma extensão máxima, e civilizações previamente isoladas se conectaram", disse Hao Shiyuan,

da Academia de Ciências Sociais da China, segundo a publicação. "Isso é o que caracteriza a globalização: encolhimento de espaço, encolhimento de tempo e desaparecimento de fronteiras". Um acadêmico mongol disse que Gengis Khan, que fez da Mongólia o centro de seu império, promoveu a g l o b a l i z a ç ã o " c o m o n enhum líder antes dele". Mais de 50 especialistas e pesquisadores de China, Mongólia, Rússia, Japão e Estados Unidos participaram do simpósio. (Reuters)

Violência doméstica Num reconhecimento do impacto da presença de imigrantes brasileiros em Boston e da necessidade de proteger as mulheres contra abusos, o jornal norteamericanoBoston Globe publicou ontem em seu site tradução em português de artigo sobre violência doméstica. O motivo foi o assassinato, há duas semanas, de Carla Souza e seu filho, Caíque, de 11 anos, pelo segundo marido dela, Jeremias Bins. O crime fez aumentar o número de ligações de brasileiras a programas de rádio em português em Boston. Veio à tona um problema oculto em parte pelo medo das vítimas, a maioria ilegalmente nos EUA, de serem presas e deportadas. www.boston.com/news/local/ massachusetts/ar ticles/ 2006/06/04/por tugese_translation

L OTERIAS Concurso 141 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

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Uma infinidade de informações sobre as conseqüências do uso das mais diversas drogas, o que causa a dependência, tratamentos de recuperação, a ação do narcotráfico, dicas de livros, as mais recentes notícias sobre o assunto, perguntas mais freqüentes e a legislação que regula o envolvimento com drogas. Estes são alguns itens que compõem o conteúdo do site Antidrogas. O site é independente e procura reunir informações que possam ajudar dependentes e seus familiares.

Afirmando que queria testar Deus, um homem ucraniano entrou na área dos leões do zoológico de Kiev - e foi morto pelos animais. Segundo a polícia, o ucraniano de 45 anos usou cordas para descer na noite de domingo até o cercado onde se encontravam quatro leões. O porta-voz policial Volodymyr Polishchuk disse que o homem, que não foi identificado, agiu com agressividade diante dos leões, e um deles o agarrou pela garganta. O homem morreu no local. Testemunhas relataram que ele acreditava que Deus não permitiria que os leões o atacassem.

DIFÍCIL CAMINHO - Afegãos arrastam um burro nos arredores pobres de Kabul. O ministro britânico Hilary Benn afirma que os US$ 50 milhões da ajuda financeira oferecida ao país foram diretamente utilizados em educação, saúde e reconstrução. Para o presidente Hamid Karzai, a situação de pobreza faz sua popularidade desabar.

O pai da globalização

Jon Lomberg /Reuters

G @DGET DU JOUR

Deus colocado à prova

E CONOMIA

E SPAÇO

Cientistas anunciaram ontem a descoberta de 'planemos', corpos celestes muito leves para serem planetas mas que formam ao seu redor mini-sistemas planetários com poeira cósmica e gases. Na imagem, a reconstituição de um planemo feita por um artista.

U CRÂNIA

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Matemático criador da internet quer ampliar 'serviço' para comunicação interplanetária Angelina Jolie e Brad Pitt venderão primeiras fotos de bebê e doarão o dinheiro à caridade Mundo precisará criar 430 milhões de empregos nos próximos dez anos, prevê OIT

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Pobreza Interna Bruta ecebi (de remetente cujo endereço eletrônico é emquestao@secom. planalto.gov.br) e li no noticiário Em Questão, editado pela Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República (edição nº 441 de 2.6.2006), matéria sob o título País apresenta maior crescimento desde 2004. Ou seja, trata-se da notícia de que o PIB brasileiro teria crescido 1,4%. Ali informa-se, ainda, que PIB representa "a soma de todas as riquezas do País" e que o crescimento é devido ao "aquecimento do mercado interno"! Uma leitura apressada induziria a aterradora conclusão de que este país estaria se consumindo num incêndio, ou que o incêndio pátrio estaria se expandindo. Na verdade, não será isso que vem ocorrendo?! Com mais calma,

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porém, entende-se e percebe-se que o noticiário exibe mais uma verdadeiramente fantasiosa visão da governabilidade vigente. É, como é o usual de sempre, a apresentação de uma nova falácia. O que vale aquela informação se, na verdade, a realidade dos cidadãos é uma mesmice? Não muda, nada muda nem melhora. Tudo são dificuldades e mais dificuldades para viver e, sobretudo, sobreviver, visto que tanto a riqueza individual como a familiar não cresce. Ou usando a expressão politicamente correta, a riqueza não se desenvolve. E sem este desenvolvimento, a verdade é que os cidadãos ficam cada vez mais dependentes das ações sociais governamentais (de todos os três níveis de governo, ressalte-se), dependentes da distribuição da bolsafamília, da bolsaescola, do vale-

alimentação, do valetransporte, do segurodesemprego e outras benesses sociais. Lembremos ainda, que políticos e executivos integrantes do Legislativo e do Executivo também são beneficiários de ações sociais denominadas auxílio, como é o caso do auxílio-moradia, do auxílio-paletó e de outras benesses como gasolina grátis para os carros oficiais à sua disposição, telefonia grátis, xerox grátis e, até, dinheiro vivo como é o caso das verbas de representação. Será que a geração de mais de 50 anos de idade terá a oportunidade de, um dia, ver noticiado que o números de beneficiários do bolsafamília diminuiu? Se o número aumenta, isso significa que grassa o desemprego e a miséria no país. E, ao revés, se diminui, se esse número diminui, se diminui a quantidade de pessoas

Alex Almeida/Folha Imagem

Crescimento? Desenvolvimento? PIB recorde? Na verdade, a realidade do cidadão não muda, nem melhora.

e famílias que necessitam da bolsafamília, isto significa que há mais emprego (há, pelo menos, para quase todos) e que o empregado ganha mais que o suficiente para viver e, enfim, sobreviver com um pouco de sossego existencial. Nestas condições é que, então, pode-se cogitar de riqueza. Não da riqueza em seu sentido de acúmulo de dinheiro, mas da riqueza que a prosperidade do país e, corolariamente, a tranquilidade social podem proporcionar. Apologizar o crescimento do PIB é, na verdade, iludir os cidadãos transformando-os, quando entusiasmados com as observações decorrentes, em meros inocentes úteis para a divulgação de uma falácia e demonstrar carência de bom senso.

PAULO SAAB ATRASO ELEITORAL Brasil está ainda muito atrasado em termos de adequação da legislação eleitoral ao momento de institucionalização democrática. É verdade que há riscos para essa consolidação institucional na medida em que os poderes da República têm funcionado de maneira desatenta e desobediente aos ditames da própria sociedade brasileira. Os poderes Executivo,

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Quem não estiver gostando da campanha de Lula, que reclame ao MP

PEDRO VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

Voto inútil PORQUE O VOTO NULO AJUDA A QUEM NÃO PRECISA ão carece dispor de pesquisas de opinião para medir o grau de insatisfação social com a classe política. Aliás, nem é preciso sair de casa, encostar a barriga no balcão da padaria e apurar os ouvidos para constatar o óbvio. Basta ter informação, sensibilidade e um pouco de memória. O que se lê, ouve, vê e intui é de lascar – de arrebentar nervos de aço. É natural que, em momentos como este, de profunda falta de sintonia entre representantes e representados, surjam propostas e iniciativas as mais disparatadas. Afinal, cidadãos sentem necessidade de externar sua ojeriza a tudo o que lêem, ouvem, vêem e intuem. Se assim não fosse, seria estranho. O problema é que, também neste caso, a emenda costuma ser pior que o soneto. A emoção é péssima conselheira. Há quem defenda a tese esdrúxula de que não se deve votar em nenhum candidato que seja parlamentar. Essas pessoas partem do princípio simplista de que todos são irmãos siameses na arte nada nobre de promover lambanças. Tal postura facilita a vida de quem nunca teve, não tem e jamais terá quaisquer escrúpulos de se valer de todos os meios para se manter no cargo que ocupa. Em nome de seus negócios nada republicanos. Nos últimos 16 anos, a taxa de renovação no Congresso tem sido elevadíssima. Em 1990, ultrapassou a barreira dos 60%. Em 2002, ficou acima de 40%. Nem por isso a qualidade do parlamento tem melhorado. Ao contrário. Como se vê, não basta renovar por renovar. O problema não está na quantidade, mas na qualidade. E desta responsabilidade o eleitor não tem como fugir. Outra idéia que vem ganhando musculatura nas camadas médias da sociedade é a do voto nulo. Ele teria duplo objetivo: (1) evidenciar o profundo descontentamento da sociedade com seus representantes políticos, além de (2) forçar a realização de um novo pleito, cuja serventia não consigo vislumbrar. Até porque, no caso específico das eleições majoritárias, está é uma hipótese inexistente. A lei é clara. É eleito e empossado o candidato que obteve a maioria absoluta dos votos – independentemente da quantidade de votos nulos e brancos.

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Legislativo e Judiciário não têm dado propriamente exemplos de comportamento e resultados que seriam os normais de se esperar numa democracia. Ao contrário, divorciados do bem do País em benefício de casuísmos partidários, individuais ou corporativos, colocam em risco a estabilidade a médio prazo por não conseguirem olhar além dos respectivos e respeitosos umbigos. Temas importantes como a reforma política, onde se adote a fidelidade partidária, o voto distrital, o voto não-obrigatório, são constantemente prometidos pelos políticos e governantes, mas adiados na mesma intensidade das promessas. Por mim, ainda acrescentaria a cassação sumária do mandato de parlamentar que troque de partido e sua proibição de se candidatar na eleição seguinte. O voto é do eleitor e não do eleito. m meio a uma legislação que propositadamente favorece interesses nebulosos em detrimento dos eleitores, descobre-se também que não há mecanismo à disposição do cidadão que deseje questionar o comportamento de autoridades ou acionar os meios legais para impedir abusos.

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G Em momentos como este, de profunda falta de sintonia, surgem propostas e iniciativas as mais disparatadas. G Há quem defenda a tese de que não se deve votar em nenhum candidato que seja parlamentar. Mas a emenda costuma ser pior que o soneto.

Band News FM promoveu uma mesa-redonda sobre o momento político onde, além de jornalistas e especialistas em pesquisas eleitorais, compareceu o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Marco Aurélio Melo, que deu uma aula sobre a legislação eleitoral brasileira e a intenção da Corte que preside em "tornar as eleições as mais igualitárias possíveis para todos os candidatos". Sobre mecanismos que um cidadão comum possa ter, caso não concorde, por exemplo, com a campanha eleitoral em que se encontra envolvido até pescoço o presidente da República, usando do aparato público e todos os recursos possíveis do erário para permanecer no cargo, o ministro jogou um balde de água fria. Não existe. Sugeriu que o cidadão que se sinta aviltado que procure o Ministério Público para fazer sua queixa. Ricardo Stuckert/PR

terça-feira, 6 de junho de 2006

ara que haja uma nova eleição para os cargos proporcionais, é preciso que os quocientes eleitoral e partidário não sejam atingidos. O primeiro é resultado da divisão entre os votos válidos (dados aos candidatos ou às legendas) e o número de cadeiras em disputa. O outro define a quantidade de vagas a que cada partido terá direito. É para lá de improvável que se chegue a este dia, sem que muito antes não tenha eclodido uma guerra civil... Em síntese: mais que uma inutilidade prática, o voto nulo prima pela falta de lógica, porque facilita a vida justamente daqueles que pretendia punir.

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MILTON FLÁVIO (PSDB) É EX-VICE-LÍDER DO GOVERNO NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA EPMILTONFLAVIO@YAHOO.COM.BR

m minha opinião, o poder público brasileiro está em estado falimentar. Não na arrecadação dos trilionários recursos da sociedade que o sustenta, mas na incapacidade de trabalhar para os brasileiros em vez de trabalhar para os grupos de poder. A eterna crise brasileira, já escrevi sobre isso, é de Estado. O Estado brasileiro, que abrange o poder público, ainda está nos tempos da carruagem, mesmo que informatizado. A prática política de hoje, as chamadas "bolsas" (escolar, alimentar, qualquer que seja) que o governo concede aos habitantes pobres, é a compra do voto de cabresto dos coronéis, hoje travestidos de políticos modernos. A legislação aplaude sob o rótulo cínico de "política social de governo". Como quem faz as leis são os políticos e governantes, é difícil imaginar que algo vá mudar se não houver uma ampla educação da sobre o processo político.

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aso o eleitor, o cidadão, não torne a sua escolha eleitoral num ato efetivo de exercício da cidadania, de forma consciente, convicta, plena e participativa (em cobranças posteriores), o atraso persistirá, mesmo com urnas eletrônicas, e tudo seguirá como d´antes no quartel do Abrantes.

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PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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Convergência Varejo Hi-tech Fotografia Te c n o l o g i a

SiN Episodes transforma você em um atirador

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de junho de 2006

O FACE-PRIORITY AF ESCOLHE OS PONTOS DE FOCALIZAÇÃO

O game é apresentado em episódios; o jogador tem que enfrentar uma cientista muito ambiciosa que deseja recriar toda a humanidade Por Fábio Pelegrini

s games de tiro em primeira pessoa normalmente levam o jogador a uma busca alucinada para salvar o mundo ou um personagem em perigo. Isso quer dizer que, no mínimo, você deve conseguir realizar alguns objetivos e cumprir determinadas missões para finalizar o jogo. Claro que se o mal ressurgir e tentar dominar o planeta novamente, uma expansão para o título deve aparecer –o que é muito comum. Entre enxurradas de lançamentos realizados todos os anos, um título muito bom desse gênero ficou para atrás. Em 1998, um mês antes do lançamento oficial do mais esperado e famoso jogo da categoria, o Half-Life, a Valve trouxe para o mercado brasileiro o game SiN, o original da série. Essa talvez tenha sido uma das mais frustrantes tentativas de emplacar um bom game próximo de um grande lançamento, pois poucos quiseram conhecer essa obra com toda movimentação feita em torno do Half-Life. Depois de oito anos, a Valve inova ao lançar o SiN Episodes, dividindo o novo game em episódios, sendo o Emergence o primeiro de nove previstos. Desta forma, o jogador tem a liberdade de comprar o tanto de jogos que quiser, com cada episódio oferecendo

Fotos: Divulgação

SiN Episodes 1: Emergence Distribuição: Electronic Arts Telefone: (11) 5506-0232 Configurações mínimas do sistema: Processador Pentium III de 1.2 GHz ou Athlon de 1.2 GHz, Windows, 98, ME, 2000 ou XP, 256 de memória RAM, 3.5 G B de espaço não comprimido no disco rígido, leitor de DVD-ROM com 8x de velocidade, placa de vídeo AGP/PCI e placa de som 16 bit, ambas compatíveis com DirectX 9 Faixa etária: 18 anos Idioma: software em inglês, manual em português Preço sugerido: R$ 49,90

aproximadamente seis horas de muita ação. SiN Episodes apresenta novas armas, personagens e ambientes além de opções de interatividade, pagando tributo aos seus predecessores. Ambientes reais – O mundo que o jogador conhecerá parece estar vivo. A Freeport City, uma cidade futurística que mescla Nova York, São FranA cidade cisco e Tokyo, explora uma imensidão de ambienonde se tes reais, desde as partes obscuras da cidade até os passa a ação glamurosos arranha-céus da alta elite. A cada paschama-se so, o jogador descobre uma trama complexa com Free Port e é personagens fortes, que agem principalmente por uma mistura motivações e emoções. futurista de O título expande o papel do Coronel John R. Blade, Nova York, um herói veterano que comanda o HardCorps, uma São Francisco força de ataque de elite, e que possui um histórico de e Tokyo conflitos com a SinTEK, um império multibilionário comandado por Elexis Sinclaire, uma bela, brilhante e impiedosa cientista, que deseja recriar a humanida-

A tecnologia já está sendo aplicada em outros equipamentos como a Cyber Shot DSC-N1

de de acordo com sua própria visão distorcida. Junto com Blade em sua missão estão JC, um hacker da HardCorps com um segredo a preservar, e Jéssica Cannon uma audaciosa novata que consegue entrar em qualquer complexo de alta segurança. A idéia aqui é que a cada episódio o jogador aprimore suas habilidades. Abrindo seu caminho através de ambientes interativos criados com uma versão aprimorada do motor gráfico Source, da Valve. Essa interação é percebida desde o começo, com personagens que reagem ao que você está olhando ou fazendo no ambiente. Velocidade alterada – Outra novidade fica por conta da opção "Give Assistance": um sistema que permite alterar o tempo de resposta de auxílio do PC, ou seja, determina a qual velocidade o computador lhe ajudará nas horas de combates difíceis. Um sistema de estatísticas também lhe permite comparar suas habilidades com a de seus amigos. O poder bélico de SiN Episodes: Emergence não é dos melhores. O fato é que o jogador contará apenas com três armas: uma pistola, um rifle de assalto e uma escopeta. Tudo bem que os efeitos compensarão: é possível mirar e atirar em partes específicas de veículos para literalmente explodir os carros em pedaços. O sistema de danos também premia a boa mira, de acordo com o local que você acerta o seu inimigo. Falando em inimigos, o jogador deve enfrentar difíceis adversários, como os soldados com jetpacks e mutantes que evoluem enquanto você os enfrenta. As batalhas ficam ainda mais duras quando seus oponentes o atacam em grupo: eles se adaptam às suas ações, dando cobertura uns aos outros e ajudando companheiros que caíram a ficar de pé novamente. O gamer sofrerá pressão a todo o momento. Outra proposta interessante são os combates em veículos, que utilizam um sistema de posicionamento flexível. Sendo assim, o sistema permite que o jogador se movimente no interior do transporte com grande liberdade, permitindo, inclusive, escolher a posição ideal para atacar e também para se defender dos inimigos. A qualidade gráfica não decepciona. São belos cenários e um grande número de detalhes. Além disso, para rodar o game não é necessário ter uma máquina de última geração, nem uma placa de vídeo incrível –o jogo não exige tanto assim do micro. Como se tratam de episódios, o preço também será reduzido. Custará a metade do valor que normalmente é cobrado por games do gênero: R$ 49,90. Para aqueles que já conhecem o jogo será uma nova experiência, com a qualidade conhecida. Para os iniciantes, uma aventura de primeira, garantindo diversão por horas. Basta apenas avaliar bem suas escolhas, pois elas influenciarão o desenrolar dos episódios seguintes de maneiras imprevisíveis. Ao chegar à conclusão do jogo, um pequeno filme será exibido com cenas da próxima aventura. Se prepare! A experiência não acabou.

Fotos: Ana Maria Guariglia

Digitais da Nikon: próprias para retratos A tecnologia especial, Face-Priority AF, conta com um mecanismo especial que busca pontos de foco do rosto ao fotografá-lo e favorece suas características Por Ana Maria Guariglia

Nos testes, as características de cada peça de porcelana foram realçadas pelos recursos que evitaram a reflexão

Nikon está lançando a linha de digitais para este ano, tendo como um dos carros-chefes a série S da Coolpix, S5 e S6. Testamos a S5 (R$ 2.600) que não tem o mecanismo Wi-Fi (lê-se uaifai) da S6 (R$ 2.800), que dispensa fios para transferir imagens para o computador e para a impressora. Ambas possuem praticamente as mesmas características, como a capacidade de resolução de 6 Megapixels e zoom óptico de três vezes. A Nikon expandiu sua tecnologia e criou para essas câmeras o sistema FacePriority AF especial para retratos, que busca pontos de foco do rosto ao fotografá-lo. O retrato é uma das artes mais delicadas da fotografia, sobretudo quando se usa o flash embutido que é uma fonte de luz direcional forte e, na maioria das vezes, não favorece o retratado. Para conhecer o funcionamento dessa novidade, fizemos uma experiência, substituindo os rostos por pratos e xícaras de porcelana, objetos raros que estavam em exposição para leilão. Deu certo! Usamos tripé para manter a câmera fixa e o flash embutido, além dos recursos do foto macro para registrar objetos pequenos a partir de 4 cm, e o Face Priority AF. A porcelana é um material reflexivo, no entanto, com os recursos e os ângulos escolhidos para as fotos, o flash não causou luminosidade excessiva nos desenhos e pinturas, e as imagens ficaram nítidas. O Face-Priority AF seleciona automaticamente os pontos de focalização em que a luz vai incidir, produzindo imagens bem iluminadas, mas não chapeadas e sem vida. Observamos que a medição se ajusta às diferentes

densidades da superfície, originando cores e tons mais naturais. O teste mostrou que o Face-Priority AF se caracteriza por dar forma à feição ou aspecto do modelo e enfatizar sua textura, lances que são essenciais para bons retratos. As digitais também incorporam a função DLighting: é um conjunto de elementos eletrônicos que elimina a falta de iluminação ou a excessiva luz de fundo das imagens, adicionando as devidas compensações para que as fotos fiquem límpidas e com as cores originais. Integram também a tecnologia Pictmotion que permite selecionar imagens já prontas com fundo sonoro, escolhido entre cinco músicas pré-gravadas no CPU da máquina. Com o software PictureProject System Requirements, você pode gravar trilhas sonoras de sua preferência. Essa tecnologia já está sendo aplicada em outros equipamentos, como a Cyber Shot DSC-N1, da Sony. A S5 possui 16 modos de cena automáticos (a S6, 17 modos): panorama assistido para montagem posterior, paisagens noturnas, fogos de artifícios, pôr-do-sol, entre outros. É possível gravar videoclipes de 30 ou 15 quadros por segundo e tirar cerca de 16 fotos contínuas a dois quadros por segundo. Utiliza a bateria Li-ion EN-EL8, que se recarrega ao ser colocada em um craddle (berço), que vem com a câmera. A unidade recarregada pode fazer mais de 210 registros, como informa o manual de instruções. A S5 e a S6 pesam 135 g sem bateria, têm monitor de cristal líquido de 2,5 e de 3 pol respectivamente, e possuem memória interna de 21 MB, usando o cartão de memória SD (SecureDigital Card) opcional. Para saber mais: www.ttanaka.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de junho de 2006

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Informática Copa do Mundo cria a maior rede de comunicação do planeta

Fotos: Divulgação

No alto, ilustração da "rede" que cobre os estádios e foto do centro do comando de TI em Frankfurt; acima, site da Avaya com informações sobre a Copa

O Mundial da Fifa será o evento da mobilidade, pois estará não só nas TVs e rádios, mas também na internet e nos celulares

ão vai ter como escapar. Quem vive neste planeta e não gosta de futebol, precisa se mudar para Marte. Para os brasileiros, então, o massacre de informações sobre o maior evento esportivo do mundo é ainda maior porque o país é o franco favorito neste Mundial que começa na sexta-feira na Alemanha. Será a Copa do Mundo mais globalizada de todos os tempos, com cerca de 3 milhões de ingressos vendidos (oficialmente já esgotados em fevereiro) e uma audiência mundial em torno de 3,5 bilhões de pessoas de 210 países, que assistirão a Copa não só pela TV, ao vivo, mas também seus lances importantes e notícias pela internet, em sites, podcasts, blogs, em celulares, smartphones e PDAs. É a Copa da mobilidade e em tempo real para os quatro cantos do mundo. A tecnologia é a grande aliada do Mundial, como sempre ocorre em eventos desse porte. Neste ano, além de empresas como a Philips, T-Systems, Yahoo! e Toshiba (e outras que entram como patrocinadoras), a grande aliada da Fifa para fazer funcionar essa rede gigantesca de comunicação é a Avaya, líder em serviços de comunicação corporativa. Na Copa de 2002, a Avaya já tinha sido a responsável pela estrutura de redes convergentes, assim como na Copa Mundial feminina (nos Estados Unidos), de 2003, e na Copa das Confederações. "Portanto, experiência é o que não nos falta", diz o diretor de Marketing da Avaya, Marco Barcellos. Neste ano, a empresa estará, mais uma vez, à frente dessa rede de comunicação da Fifa para os 12 estádios, centenas de hotéis, sistema de segurança, conectando jogadores, cidades-sede, 15 mil jornalistas com suas redações, enfim toda a infra-estrutura relacionada à voz e dados para o Mundial. A Avaya calcula que estará gerenciando 15 terabytes (milhões de megabytes) de tráfego de voz e dados, o que equivale a enviar o conteúdo de mais de 100 milhões de livros pela internet. "Durante 30 dias a Fifa terá a maior rede de comunicação do planeta", destaca Barcellos. Só para se ter uma idéia do que isso significa, a maior biblioteca do mundo, a do Pentágono, dispõe de 9 terabytes. "Sem essa rede, as funções críticas como gerenciamento logístico para as 32 equipes, estatísticas de jogos, credenciamento de imprensa e convidados, atualizações para o website da Fifa (http:// fifaworldcup.avaya.com/pt), para as redes de TV e as informações oficiais para a mídia e para os 30 mil voluntários não seriam possíveis", diz. E como tudo é superlativo nesta Copa, calculase que haverá 45 mil dispositivos conectados nessa rede gigante, ou seja, laptops, celulares, desktops, PDAs, telefones IPs dos centros de mídia etc. A segurança dos dados estará garantida pelas redes VPNs (Virtual Private Networks), já que durante o período do Mundial, essa será a rede mais crítica do mundo e não pode haver falhas. A estrutura de comunicação convergente está hospedada nos Laboratórios da Avaya, em Frankfurt, onde foi testada, ao longo do ano, sua configuração, confiabilidade e segurança, além das simulações feitas nos estádios. Barcellos lembra que neste ano, apesar de a tecnologia ter evoluído em relação à Copa de 2002, "ficou mais fácil gerenciar a logística de comunicação, porque estaremos num só país. No último Mundial havia dois países, duas redes diferentes e culturas diferentes, além do fuso horário". Outra grande vantagem para quem estará na Alemanha cobrindo o evento ou apenas passeando, é que haverá uma rede wireless para conectar seus aparelhos (celulares, notebooks, PDAs) nos estádios, nos hotéis, nos centros de mídia, cafés, restaurantes, pois o país vira um gigante hot spot por 30 dias. Isso vai agilizar a transmissão das informações para os jornais, sites, blogs, podcasts etc. e o acesso à internet. Os investimentos no Mundial não são revelados pela Avaya, mas Barcellos informa que desde 2002, em eventos esportivos dos quais participou como fornecedor da infra-estrutura de comunicações, já investiu cerca de US$ 100 milhões. Os ingressos dos torcedores têm a tecnologia RFID (identificação por radiofreqüência), cujos leitores instalados nos portões e dentro dos estádios vão permitir o acesso mais rápido. "Queremos que em 10 minutos o torcedor entre no estádio." Preocupada em garantir o máximo de segurança no país alemão, a Fifa chegou a exagerar na hora de solicitar informações pessoais dos torcedores para personalizar os ingressos. Dados como nome, endereço, data de nascimento, nacionalidade, ID do país de origem, passaporte e cartões de banco estão contidos no ingresso. Se alguém desistir de ir ao jogo, a transferência do tíquete só poderá ser feita pelo site da Fifa. Leia mais na página 3

Por Barbara Oliveira

Sem essa rede, as funções críticas (do Mundial) não seriam possíveis Marco Barcellos, Avaya


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Lançamentos Te c n o l o g i a Te l e f o n i a Convergência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

JÁ EXISTEM 53 OPERADORAS DE TELEFONIA VOIP NO BRASIL

População de baixa renda "ganha" celular GSM IP e telefone de longa distância A operadora VoIP, que se auto-define como "a menor do mercado", anuncia um novo serviço que promete popularizar a telefonia IP e agitar a concorrência

terça-feira, 6 de junho de 2006

Sabemos que o Voice Mobile vai incomodar a concorrência, como as grandes operadoras Sergio Ribeiro

Fotos: Divulgação

Sergio Ribeiro; abaixo, aparelho USB e celular GSM

Voice Global, que assume com orgulho o título de a menor operadora VoIP do mercado, entre as 53 já existentes no país, anuncia nesta terça-feira um novo serviço que deve entrar em operação em cerca de 40 dias e promete agitar o mercado de telefonia. Trata-se do Voice Mobile, o primeiro celular GSM, Wi-Fi e VoIP. Através de uma parceria com a Ynoma, distribuidora no Brasil dos produtos da norte-americana UTStarcom, fabricante do aparelho GF-200 que suportará o serviço, a Voice Global quer fortalecer a sua linha de produtos e serviços baseados em Voz sobre Protocolo de Internet, dentro da tendência das tecnologias convergentes. A empresa quer o posto de primeira operadora preocupada com a popularização da telefonia IP. "Sabemos que o Voice Mobile vai incomodar a concorrência, como as grandes operadoras, mas este é um processo inevitável", afirma Sergio Ribeiro, presidente da Voice Global. "Ao contrário das soluções tradicionais de celular Wi-Fi ou celulares-palmtops, o GF200 possui conectividade GSM e Wi-Fi, simultaneamente, ganhando em redução de custo, simplicidade de operação e tamanho compacto", explica o executivo.

Segundo Sergio Ribeiro, a rede da Voice Global foi preparada e concebida para integrar o GF-200, o celular GSM Wi-Fi. "Ganham os usuários, que passam a ter disponível no celular a telefonia IP", diz Ribeiro. Como funciona – Com este aparelho, o usuário poderá fazer e receber ligações através do chip GSM de qualquer operadora celular tradicional e, além disso, quando estiver dentro de uma rede Wi-Fi, poderá fazer ligações locais, DDD e DDI, através da Voice Global, por um custo muito inferior aos cobrados pelas operadoras tradicionais, explica Marcelo Rodrigues, diretor da Ynoma. De fácil uso, segundo o distribuidor, o GF-200 é um equipamento que detecta automaticamente se a rede sem fio está disponível ou não, permitindo ao usuário, de maneira automática, fazer as chamadas pela opções de menor custo, via link dedicado. De acordo com Claudio Carvalho, diretor comercial da Voice Global, além do aparelho da UTStarcom fornecido pela Ynoma a operadora está negociando a produção do celular VoIP com outros quatro fabricantes, sendo um deles nacional. Os aparelhos serão testados em julho, quando um lote será distribuído a autoridades e convidados VIP durante o Festival de Inverno de Campos do Jordão. O público em geral terá de aguardar algumas semanas para ter acesso ao serviço, que só começa a ser comercializado depois que a Anatel aprovar a licença e o código de operadora. O serviço, inicialmente limitado a 32 áreas em São Paulo, deverá ser expandido para 27 capitais brasileiras, através de acordos operacionais. Para todos – Nascida em novembro de 2005, através da união da experiência de cinco engenheiros em telecomunicações, a Voice Global tem como objetivo popularizar rapidamente a telefonia IP, segundo seu presidente Sérgio Ribeiro. A empresa instalou na cidade de São Paulo uma rede de fibra óptica que abran-

ge 400 edifícios, onde a telefonia IP pode ser adotada aproveitando até 100% do legado de telefonia fixa já existente. A capacidade de banda larga (internet) para essa rede será provida pela Intelig 23, que investiu US$ 2 bilhões na sua estrutura de backbones. "Reduzir custos de ligações locais, DDD e DDI por intermédio da internet, toda empresa de VoIP promete. Mas dar rápido retorno financeiro aos usuários, poucas conseguem. É justamente neste quesito que iremos fazer a diferença", afirma. Com e sem internet – Dentre os produtos oferecidos pela operadora está o VoicePhone, modelo semelhante a um telefone convencional, mas que dispensa o uso da internet para realizar chamadas de longa distância. O VoicePhone foi 100% desenvolvido no laboratório da Voice Global e custará R$ 60 para o consumidor final. Ele será destinado, segundo o diretor comercial Claudio Carvalho, às classes sociais "D" e "E" e começa ser comercializado na primeira quinzena de junho. Outro produto é o FITphone, softphone desenvolvido pela FITec Inovações Tecnológicas e que passa a ser distribuído pela Voice Global. A Voice Global vai oferecer ao usuário um número de telefone fixo e outro móvel, sendo a primeira operadora a disponibilizar este tipo de serviço. "O espaço neste mercado é hoje majoritariamente ocupado pelo Skype. Mas o nosso usuário poderá receber chamadas de telefones fixos e celulares com tarifa local para quem os origina. Melhor ainda para quem recebe a chamada , pois mesmo estando em outro Estado ou no exterior, não pagará nada pela ligação", explica Ribeiro. Um clique e dois reais – "C om apenas um clique, e com a facilidade do uso de telefones USB, o usuário poderá captar uma linha local ou receber chamadas de cidades diferentes sem custos de longa distância nacional ou internacional, de FITphone para FITphone", diz o presidente da Voice Global, que busca transferir a tecnologia para uma das operadoras de celulares interessadas. Ele acredita não haver conflito regulatório, já que a Anatel considera a VoIP uma tecnologia e não um serviço próprio de telecomunicações. A Voice Global informa ainda que o usuário deste softphone poderá realizar recargas a partir de R$ 2 em locais de fácil acesso, como Correios, casas lotéricas e drogarias, dentre outras opções. Este valor corresponde a aproximadamente dez minutos de ligações DDD e o processo de recarga se igualará aos dos celulares pré-pagos, facilitando a sua utilização e disseminação. Rachel Melamet Mais informações: www.voiceglobal.com.br

que muitos clientes, mesmo estando em casa, preferem falar do celular por causa da disponibilidade da agenda no aparelho. Por isso, ela está lançando um telefone para telefonia fixa As operadoras conjugam promoções mas com funções de celular. Fabricado pela Interlbrás/Sagem, com aparelhos mais flexíveis visando o modelo D85c traz um visor colorido, identificador de chamaà convergência de dados e voz das, viva-voz, alarme, registro de 20 chamadas originadas e de s operadoras de telefo- gião Sul, Centro-Oeste e Distri- 20 recebidas e até mesmo um nia fixa e móvel se mo- to Federal está oferecendo o leitor de SIM Card (chip do cevimentam para lançar plano Escritórios Móvel com lular) e transmissão de dados planos promocionais e convergência de serviços e por infravermelho, para a transequipamentos que permitam mobilidade, pois incluem ferência de 200 nomes e números da agenda mais versatilidade aos escritó- transmissão de do celular para o rios e empresas visando à con- v o z e d a d o s e Fotos: Divulgação aparelho. O prevergência da comunicação de ainda aparelhos ço é de R$ 399, e, ( sm a rt ph o ne s dados com voz. nesta fase de A TIM anunciou um kit pro- da Nokia modelançamento, a mocional para pequenas e mé- los 6670, 6681 e operadora ofedias empresas com o smart- 9500) ou placas rece cinco minuphone Palm Treo 650, três celu- de GPRS, Edge tos gratuitos por lares Motorola V172 (ou simi- ou Wi-Fi para mês (por um lar), mais 400 minutos de notebooks, em ano) nas ligachamadas locais mensais para comodato. ções interurbaSegundo a gequalquer número e um adicionas, e três meses nal de 10 MB por mês para o trá- rente de Servide franquia para fego de dados. Por esse plano ç o s e O f e r t a s o plano de 150 –válido só para o mercado cor- C o r p o r a t i v a s pulsos mensais porativo– o cliente vai pagar R$ da BrT, Zilma O fixo da Intelbrás/BrT nas ligações lo114,95 mensais, mas atenção, Gonçalves, os esse valor é por aparelho, ou se- pacotes incorporam transmis- cais de fixo para fixo. Barbara Oliveira ja, se forem adquiridos os três são de dados de 1 GB mais uma Informações na TIM pelo celulares e mais o Palm Treo, ele franquia mensal de 100 minutos de conversação, por R$ sobe para R$ 459,80/mês. telefone 0800 7410041. Na A Brasil Telecom tem duas 193,42 (varia de região para reBrasil Telecom, 0800 5450014 novidades para o mercado cor- gião, por causa do ICMS). (falar com o consultor da A Brasil Telecom detectou porativo. A operadora da reempresa)

Clientes corporativos ganham planos promocionais na telefonia fixa e móvel

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terça-feira, 6 de junho de 2006

Lançamento Te l e f o n i a Te c n o l o g i a Convergência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PARCERIA GARANTE IMAGEM EM ALTA DEFINIÇÃO NO BRASIL

Os estádios das 12 cidades-sedes estarão interligados por uma rede de fibra óptica

Os jogos serão transmitidos em alta definição para todo o mundo Pelos celulares também será possível acompanhar o Mundial, com transmissão simultânea na Alemanha por TV móvel, e trechos de jogos por streaming no Brasil sta será a primeira Copa do Mundo em que as transmissões dos jogos serão feitas por sinais digitais e em alta definição (HDTV), e pelo menos nos países onde essa tecnologia já está disponível (parte da Europa, da Ásia e dos EUA) os torcedores terão o que há de melhor em definição de imagens nas suas telas planas wide screens, como visualizar os detalhes da bola e até dos pedacinhos de grama voando quando o chute é forte. Para garantir o envio de sinal de TV de alta definição, os estádios das 12 cidades-sedes estarão interligados por uma rede de fibra óptica que transmitirá dados em velocidades de até 480 gigabits por segundo e sinais de satélite. Cada partida terá 20 câmeras de alta definição para captar as imagens. Mas a grande massa dos brasileiros que só dispõe de TV aberta (e que verá os jogos pela Globo) não poderá usufruir ainda nem da qualidade da imagem digital e muito menos da HDTV. O primeiro passo para isso acontecer no país, deve vir com o anúncio do presidente Lula, nesta sexta-feira, dia 9, sobre o padrão escolhido para a tevê digital, o japonês ISDB-T. Mas os assinantes da TVA terão uma amostra das imagens em alta definição (HDTV) dos jogos da Copa, a partir de uma parceria com o canal Bandsports e a Gradiente. Clientes da TVA Digital, em São Paulo, se

quiserem (e puderem) poderão assistir à Copa em imagens de alta resolução, desde que comprem televisores de plasma de 42" e HDTV, da Gradiente, dotados de um decodificador. Essas imagens ganham definição entre 780 e 1.080 linhas. Para efeito de comparação, uma tevê analógica traz 400 linhas, enquanto que um aparelho digital (sem alta definição) oferece 480 linhas (as mesmas do DVD). O áudio em Dolby digital (5.1) e formato widescreen são outras vantagem dos sinais que TVA/ Bandsports vão entregar. "A Copa do Mundo será a primeira experiência em HDTV da TVA Digital e gradualmente ampliaremos o conteúdo transmitido no novo formato", diz a diretora superintendente da TVA, Leila Loria. O pacote para tanta tecnologia custa R$ 9.999, dá direito além do aparelho de tevê com o decoder, à instalação da TVA e seis meses de conteúdo em HD. O decoder não precisará ser trocado quando o padrão japonês for adotado. No celular – Embora com restrições, já que a Fifa limitou as transmissões ao vivo dos jogos, será possível dar uma olhadinha na Copa pelos celulares ou smartphones compatíveis para sinais de TV ou imagens em streaming e multimídia. Na Europa, a T-Mobile transmitirá trechos de 20 jogos em streaming a seus assinantes de 3G e HSDPA (High Speed Downlink Packet Acess) –ou mesmo de rede Edge. Mas a

Divulgação

operadora alemã Mobiles Fernsehen Deutschland (MFD) promete transmitir alguns jogos ao vivo pelos celulares. No Brasil, todas as operadoras de telefonia móvel trarão algum conteúdo. A Vivo, patrocinadora oficial da CBF, terá conteúdos exclusivos, bastidores, treinos e informações sobre a Seleção, graças também a um acordo com o portal Terra (que tem os direitos de transmissão de imagens do Mundial para a internet no Brasil). Até 20 minutos depois das jogadas, os assinantes Vivo conferem os lances, pênaltis, gols etc. O resumo dos jogos e principais lances serão acessados até duas horas depois. Os vídeos duram de 20 segundos a 4 minutos e podem ser acessados por download ou streaming. Via SMS, na forma de textos, os clientes recebem boletins. Outros conteúdos da Seleção serão recebidos pelo Vivo Wap. O preço é R$ 0,04 por Kbps (pós pago) e R$ 0,05 (pré pago). As demais operadoras não têm os direitos para transmitirem imagens dos jogos por isso recorrem ao noticiário, tabelas, promoções e joguinhos. A Claro fez acordo com a Editora Abril para dar uma cobertura informativa através do canal Notícias da Copa, e pelo site Wap, no portal Claro Idéias, o torcedor dá uma olhada no andamento de cada jogo. Além de promoções para quem está em roaming internacional, na Alemanha, ao custo de R$ 0,99 o minuto nas chamadas para o Brasil, a TIM também permite aos assinantes informações do Mundial pelo site Wap. A Brasil Telecom traz promoções para seus clientes com quiz, joguinhos, bolão da Copa, vários prêmios e acesso ao plantão de notícias. A Oi terá alertas em SMS a cada gol do Brasil, além de downloads de imagens, ringtones etc.

Telões na Alemanha e em São Paulo sortudo torcedor que vai assistir aos jogos ao vivo ainda terá o privilégio de acompanhar os detalhes dos lances através dos telões de alta definição colocados pela Philips em lados opostos do campo. A empresa ainda equipou as cabines dos jornalistas com TVs planas e DVDs. Mas quem fica em São Paulo e puder ir ao Jóquei Clube nos dias de jogos do Brasil, poderá vê-los pelo telão de 120 m2, de alta definição, montado pela Philips no espaço Vila da Copa, com capacidade para abrigar 5 mil pessoas. Segundo a empresa, uma das patrocinadoras oficiais do Mundial, este é o maior telão construído na América Latina. Ele utiliza a tecnologia de LEDs (diodos emissores de luz), semicondutores que emitem luz quando conectados a um circuito de energia programável, garantindo uma pureza de cores, mais uniformidade no brilho e pixels maiores com varredura dupla. Os ingressos para o jogo no telão e para os shows musicais que serão apresentados no espaço custam entre R$ 60 e R$ 80 (inteiras) e podem ser adquiridos nas lojas Fnac e Chilli Beans, ou no www.ingressorapido.com.br. Na Alemanha, a Toshiba, outro patrocinador, além de fornecer 2 mil notebooks para o comitê organizador do evento, vai instalar telas gigantes de 60 m2 fora dos estádios. (BO) Divulgação

Vila da Copa Philips, montada no Jóquei Clube de São Paulo, para até 5 mil pessoas

Mais informações: http://fifaworldcup.avaya.com/pt http://www.toshiba.co.jp/soccer/2006 http://fifaworldcup.yahoo.com/06/en/index.html Telefone para compra de ingressos da Philips em São Paulo: (11) 2163-2000 www.philips.com.br/viladacopa

Barbara Oliveira

Portais se preparam para a maior cobertura do Mundial

A partir do alto, portal da Fifa em várias línguas, inclusive português, site especial do Terra e blog do Ronaldinho Gaúcho no site do MSN

Links para entrar na Copa: http://fifaworldcup.yahoo.com/06/pt/index.html http://globoesporte.globo.com http://esportes.terra.com/futebol/copa2006 http://copa.br.msn.com/ http://esporte.uol.com.br/copa/ www.ultimosegundo.com.br/copa2006 http://br.esportes.yahoo.com/copa2006/ http://www.estadao.com.br/esportes/copa2006/

Para milhões de pessoas, será mesmo a internet (como já foi em 2002) o principal canal de informações sobre o Mundial da Fifa. E os brasileiros não podem se queixar, pois terão uma cobertura completa pela web. Além do website da Fifa, o mais globalizado e em vários idiomas, inclusive o português, os destaques são para o portal Terra e Globo.com que prometem "a maior cobertura da internet brasileira". O Terra terá 54 profissionais dedicados ao assunto, 1 mil páginas de informações, 2 mil fotos da história das Copas, guias das 12 sedes dos jogos, além dos compactos de 4 minutos dos melhores momentos dos 64 jogos. O portal também terá um jornal multimídia no TV Terra, com o dia-a-dia e a preparação da Seleção e bastidores da competição. Ao final de cada partida, o programa Copa

2006 TV reunirá comentaristas nos estúdios do portal, na Alemanha e em São Paulo. Mesmo quem não é assinante do Terra terá acesso ao noticiário e aos vídeos. O portal Globo.com tem como principal atração a transmissão dos jogos em tempo real pelo seu hotsite, vantagem para os assinantes do serviço. Os não assinantes poderão ver o jogo inteiro, mas sob demanda (depois de ele ser realizado), além de compactos de 2 a 20 minutos de cada partida. Tudo com direito à narração, esta sim ao vivo. Um dos serviços mais interessantes para quem é fã de futebol e quer acompanhar um pouco da intimidade de seus ídolos é o do MSN. O conteúdo informativo é fornecido por uma equipe de revista especializada, mas o grande diferencial do portal são os blogs escritos por craques. Entre eles, Ronaldinho Gaúcho, o italiano Gianluigi

Buffon (da Juventus), o atacante inglês Michael Owen, o francês Claude Makélélé. Os craques também prometem vídeos dos bastidores para exibir aos internautas do MSN. Os simpáticos emoticons usados no MSN Messenger também ganharam cara de Copa com roupas de várias seleções e, é claro, da brasileira. É só baixar e adicionar nas caixas de diálogos. No website especial do IG, além de acompanhar cada lance dos 64 jogos, os internautas terão informações, dicas de games, espaço para comentários de torcedores, fotos, vídeos, podcasts e textos. Um blogrepórter deve fazer entrevistas com jogadores, técnicos e comentaristas, via chat. O UOL promete narrar os jogos ao vivo e exibir trechos das partidas ao final de cada uma, além de ter um programa online com jornalistas especializados e conteúdo da Bandsports. Os vídeos dos noticiários são só para assinantes do portal. O Estadão também terá diários online de jornalistas enviados a Alemanha. O Yahoo! é o responsável pelo conteúdo oficial em sites da Fifa e de seus patrocinadores. Também só vai liberar imagens dos jogos após a sua realização. (BO)


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Te l e f o n i a Software Convergência Varejo Hi-tech

A complicação ainda é grande Ainda falta muito para que a popularização da internet possa ser implantada e considerada um veículo de massa Por Guido Orlando Júnior ualquer atividade humana está ligada à informação. Toda criança aprende a distinguir o que é quente ou frio, ameaçador ou amigável e assim por diante, para que possa viver longe do perigo e de maneira confortável. A informação é um dos principais mecanismos de sobrevivência que o ser humano dispõe para que possa realizar conquistas e viver melhor, seja na infância, na adolescência ou na idade adulta. Com a informação correta é possível ganhar uma guerra, evitar enchentes, prever um período de estiagem prolongado ou até mesmo ganhar muito dinheiro. Se tempo é dinheiro, a informação é a união de ambos. Ela é capaz de gerar muito dinheiro no espaço de tempo apropriado para que isso ocorra. Informação certa, na hora certa e no lugar certo. Este tripé, se bem gerenciado, é a chave para o sucesso empresarial e pessoal. Mudanças de conceitos e contato com novas realidades e culturas farão com que a humanidade mude definitivamente seu modo de agir e pensar nas próximas décadas. Não se pode dizer que a tecnologia está massificada, senão vejamos: do ponto de vista das comunicações, sejam televisivas, radiofônicas ou impressa, atingiu-se já um estágio de obtenção de conhecimento. Esse tipo de informação é passivo. O ouvinte ou leitor não tem o menor

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Novidades exibidas na PMAI, a partir do alto: Picture Kiosk G4, da Kodak; Flex Stations, da Mitsubishi e a Finepix V10, da Fujifilm

O ideal é que o indivíduo vá buscar pela informação que necessita, filtrando todo o resto que não deseja

O COMPUTADOR ESTÁ LONGE DE SER CLASSIFICADO COMO POPULAR

controle sobre o que chega até ele. As informações vão chegando e são absorvidas, descartando-se o que não interessa. O ideal é que o indivíduo vá buscar pela informação que necessita, filtrando todo o resto que não deseja. Nesse aspecto, a internet é o passo inicial rumo à Era da Informação. Além de possuir uma interface gráfica comum a todos, a internet propicia ainda que se tenha uma caixa postal para o envio e recebimento de mensagens. Internet popular – Apesar de seu estrondoso sucesso, ela ainda não pode ser considerada popular, pois seu meio de divulgação esbarra em tecnologias ainda em crescimento, ou seja, os meios de transmissão e os computadores. Estes últimos ainda são relativamente difíceis de serem operados pelos usuá-

nó para a explosão da Era da Informação. A combinação de máquinas e sistemas operacionais simples farão com que eles se tornem cada vez mais populares e dessa forma invadam os lares e empresas. O rádio, a TV e o telefone o são justamente porque a operação dessas tecnologias por qualquer pessoa é simples e prestam serviços importantes, não sendo necessário mais do que um toque em um botão para que funcionem. As operações complicadas ficam por conta das emissoras de TV e rádio, que têm que manter infra-estrutura de alta tecnologia para que o usuário possa ser atendido no que procura, ou seja, entretenimento e informação. Da mesma forma, o telefone é bastante popular e sua operação também é simples. Mais uma vez a complicação fica longe do usuário e

JAIR SOARES

rios comuns. Enquanto eles não forem simples, não serão populares. E o que se entende por popular? Os computadores ainda estão longe de serem classificados como tal. Enquanto nos lares americanos, europeus e japoneses a TV e o telefone estão presentes à taxa de 97% e 94%, respectivamente, os micros mal chegaram à metade disso. Não se pode falar em era da informação até que os computadores estejam presentes em pelo menos 80% deles, isso sem mencionar os chamados países do Terceiro Mundo. As principais barreiras para a popularização do computador são o preço e sua complexidade de operação. O preço não é um obstáculo tão grande assim. Apesar dos grandes avanços recentes dos sistemas operacionais, é na complexidade de operação que reside o grande

Indústria fotográfica mostra suas novas armas em feira e congresso em SP Fotos: Divulgação

terça-feira, 6 de junho de 2006

feira e congresso PMAI (Photo Marketing Association International) do Brasil aconteceu em São Paulo na semana passada, com a participação das principais empresas de fotografia do país. Entre as palestras e apresentação de produtos, houve alguns lançamentos, como a digital Finepix V10, da Fujifilm. A atração é o monitor de 3 polegadas, que toma praticamente todo espaço da câmera, e o usuário pode conferir com mais facilidade a nitidez da imagem. Outro recurso é a possibilidade de fazer duas fotos, uma com flash e outra sem, depois o fotógrafo escolhe a melhor (www.fujifilm.com.br). Já a marca japonesa Olympus compareceu com a digital Stylus 720. Possui menos de 2 cm de espessura e capacidade de resolução de 7,1 MP. Pode ser usada como câmera submarina (www.wisephoto.com.br). Na área de impressão, a Mitsubishi mostrou a pequena Flex Station. Basta encostar o dedo na tela, seguir os passos, e os registros saem prontos. Para os lojistas, é uma sopa no mel: a Flex imprime 900 fotos por hora de 10 cm x 15 cm até 20 cm x 30 cm. A empresa japonesa garante que o sistema consome dez vezes menos energia que os mini laboratórios. Seus módulos conectam-se entre si via Wi-Fi, terminando a confusão de fios e cabos na loja (www.agrphoto.com.br). Sem mostrar a próxima câmera da geração EasyShare, a Kodak demonstrou o Picture Kiosk G4, que imprime fotos 10 cm x 15 cm em 8 segundos. Faz recortes e enquadramentos, cria molduras e converte fotos em cores para preto-e-branco (www.kodak.com.br). No 11º Congresso, empresas e varejistas deixaram patente que o mercado fotográfico mudou muito com o verdadeiro "Tsunami" que a tecnologia digital causou. A partir dessa turbulência, todos estão reunindo forças para visualizar o varejo especializado do futuro que deve começar agora. Os palestrantes também analisaram a internet como disponibilidade dos recursos da informática. Segundo eles, esses recursos devem ser mais fáceis e mais acessíveis para ficar ao alcance dos consumidores. Ana Maria Guariglia

concentrada nas operadoras. A internet, de todos os meios de comunicação existentes, tende a ser o mais atraente e também o de infra-estrutura mais complicada. Isso porque ela é o meio que utiliza todos os demais de uma só vez, tornando-se multimídia. Ela engloba dados, som, imagem e vídeo, fazendo com que a tecnologia aplicada na infra-estrutura de cada meio seja agrupada de maneira ordenada para que tudo chegue ao micro do usuário. Hoje já é possível sintonizar na internet uma estação de rádio de qualquer cidade ou país distante em tempo real, sem grande esforço. Também é possível assistir programas de TV via web ou conversar como se fosse ao telefone com uma pessoa em qualquer parte do mundo, em muitos casos com imagem, pa-

gando apenas uma ligação local, isso se o usuário não possuir banda larga. Largura de banda – Ela é a capacidade que um meio físico de transmissão tem em entregar ao destino pacotes de informações, sejam eles dados, voz, imagem ou vídeo. Quanto maior a largura de banda, maiores são os pacotes entregues e, por conseqüência, maiores as quantidades de informação, no menor espaço de tempo possível. Isso ainda esbarra no preço das conexões desse tipo e faz com que um número pequeno, porém crescente de consumidores residenciais e pequenas empresas seja atendido. Mas a tendência é que os preços baixem, fazendo com que um número cada vez maior de consumidores adotem essas tecnologias como meio de transmissão de dados em redes privadas ou públicas (incluindo-se aí a internet). O s d e s e n v o l v e d o re s d e software, por sua vez, criam sistemas cada vez melhores para compressão de pacotes de informação, numa tentativa de fazê-los fluir pela rede de maneira mais rápida e segura. Os protocolos, responsáveis pela interligação lógica entre os computadores e, em um ambiente mais amplo, entre redes de diferentes arquiteturas, são desenvolvidos tendo sempre essas preocupações como prioridades. O VoIP é um exemplo disso, mas ainda é muito restrito e não pode ser considerado popular. Já os fabricantes de hardware desenvolvem equipamentos capazes de gerenciar tanto a conexão, o transporte e a distribuição ordenada dos pacotes de informação. São eles os responsáveis (juntamente com o software) pela distribuição das informações que chegam ou vão para um destino, entre os vários usuários de uma rede. Servidores de acesso remoto, multiplexadores, repetidores, roteadores, switches e outros componentes fazem com que seja possível a interligação de diferentes redes, remotas ou locais, além da criação de VPNs em grandes corporações. Nos últimos anos os avanços foram grandes, sem dúvida, mas ainda falta muito para que a inclusão digital seja efetivada.

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YOU TUBE 1 O site, criado em janeiro de 2005, recebeu 43% de todas as visitas feitas a sites de vídeo, na semana passada.

YOU TUBE 2 Os vídeos são listados por categorias e palavras-chave facilitando o trabalho de busca.

Ó RBITA

A ROBÔ GRÁVIDA nome é Noelle. Tecnicamente foi batizada de "Simulador Interativo Computadorizado de Nascimento e Neonatal". Trata-se de uma robô grávida que está sendo usada em escolas de medicina e hospitais da rede Kaiser dos EUA como cobaia para o treinamento de médicos e enfermeiras em partos normais e cesarianas. Noelle pode ser programada para sofrer dilatação. Ela pode levar horas ou poucos minutos para dar à luz. O bebê é uma boneca que pode mudar de

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cor –de um rosado saudável ao azul da falta de oxigênio– e emite sinais vitais quando ligado a monitores. Tanto Noelle quanto a boneca têm pulso, urinam e respiram. Os modelos produzidos pela Gaumard Scientific variam

do básico, que custa US$ 3,2 mil, até a computadorizada, US$ 20 mil. João Magalhães Site relacionado: www. gaumard.com/customer/ product.php?productid=16352&cat =0&page=

CAPITÃO COPYRIGHT um avião, um OVNI, uma estrela cadente? Não, quem está voando agora pelos céus da web é o Capitão Copyright. O ícone foi a fórmula encontrada pela "Canada's Access Copyright Agency" para introduzir o respeito aos direitos autorais nas escolas canadenses. A idéia é boa, mas o super-herói da agência canadense é bem parecido, em pose e gestos, com o Superhomem, que, por sinal, é marca registrada da DC Comics, dona também do Batman e da Mulher Maravilha. Não é um bom exemplo. (JM)

É É O AMOR! ente fissurada em tecnologia é sempre dona de idéias inusitadas. Como James Stood, que declarou seu amor a uma jovem de nome Uschi Lang e pediu-a em casamento exibindo cartazes em frente à webcam que mostra a nova loja da Apple na 5ª Avenida em Nova York. Não satisfeito, Stood colocou um vídeo no site YouTube mostrando todos os passos de sua paixonite.

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Site relacionado: http://www.youtube.com

Sites relacionados: http:// www.captaincopyright.ca/ e http://www.dccomics.com/

PAI DA INTERNET NO BRASIL incent Cerf, vicepresidente do Google e executivo-chefe da Internet Corporation for Assigned Names and Numbers, conhecido como "Pai da Internet", estará na Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, em São Paulo, nesta quinta-feira, dia 8 de junho. (JM)

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terça-feira, 6 de junho de 2006

Lançamento Convergência Software Varejo Hi-tech

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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O PERSONAL CLOSET COMBINA AS PEÇAS DO GUARDA-ROUPAS

Com alguns cliques, o personal closet "veste" você

No projeto de Pompéia Mesquita foi usado um monitor LCD e um mini mouse instalados numa parede, mas pode ser adaptado para funcionar em telas touch screen embutidas

Fotos: Divulgação

A idéia da decoradora Pompéia Mesquita virou realidade graças à empresa de desenvolvimento tecnológico Estúdio Experimental, que criou um sistema de combinação de peças de roupas, acessórios e calçados para que os usuários não percam tempo na hora de se vestir para qualquer ocasião Por Rachel Melamet erá que a gravata que você escolheu combina com a camisa? E os sapatos, estão de acordo com o terno? E será que você tem um cinto no mesmo tom para completar? Não lembra que roupa usou no último fim de semana? Corre o risco de repetir o look e parecer que só tem uma única calça esporte? Antes de estressar com tantas decisões importantes para tomar logo cedo e sair pedindo socorro para sua mulher, saiba que a tecnologia já chegou ao guarda-roupa para livrar os homens desse drama da vida moderna e da perda de tempo fuçando gavetas e cabides, tentando combinações até achar a certa. Com o Personal Closet, todas as roupas, acessórios e calçados que

uma pessoa possui ficam catalogados no computador, ordenados por uma série de características que vão da cor e modelo ao estilo e estação do ano, passando pela data em que foram usadas pela última vez. A idéia foi da decoradora Pompéia Mesquita, que se inspirou na ferramenta usada pela personagem de Alicia Silverstone no filme "As Patricinhas de Beverly Hills", em que ela tinha as centenas de peças de seu guarda-roupa catalogadas no PC e combinadas entre si através de um programa "inteligente". "Uma loucura" – Ao criar seu ambiente para a 11ª Campinas Decór 2006, Pompéia lembrou de um projeto que chamou sua atenção na edição de 2005 –uma adega digital, que organizava as garrafas por rótulo, tipo, safra e data de compra. Decidiu então procurar os autores do programa e assim chegou ao Estú-

dio Experimental, do especialista em projetos multimídia Otávio de Menezes Gurian. "Eu me baseei em minha própria experiência", conta Pompéia. "Atualmente, as mulheres têm uma rotina estressante, trabalham fora, têm horários rígidos, mas nem por isso deixam a vaidade de lado. O sonho de escolher a roupa certa apertando apenas um botão virou realidade. O projeto que prioriza a versatilidade e a fácil circulação dentro do closet, aliado ao software, ajuda na hora de montar um visual adequado com maior rapidez e perfeição. E nenhuma peça fica esquecida dentro do guarda-roupa." Num primeiro momento, Gurian e seus desenvolvedores acharam a proposta "uma loucura", mas aceitaram o desafio. E deu certo. O que era para ser uma experiência já está gerando negócios, tanto de em-

O sonho de escolher a roupa certa apertando apenas um botão virou realidade Pompéia Mesquita

presas querendo representar o produto como de consumidores. Como funciona – Após consulta ao estilista Ronaldo Ésper, a equipe do Estúdio Experimental desenvolveu o Personal Closet dividindo o conteúdo de um guarda-roupa pessoal em masculino e feminino –o programa pode ser usado simultaneamente por dois usuários. Depois de fotografadas, as peças são catalogadas nas categorias roupas, acessórios (cintos, gravatas, bonés etc.) e calçados, pelo nome da peça, marca ou fabricante, o que seja mais fácil para o usuário lembrar. Depois entram as definições de tamanho, cor, estilo –social, casual, esporte e festa– e as estações do ano. Peças neutras podem ir em mais de uma categoria, o mesmo ocorrendo com os "combinadores universais" –as cores branco, preto e cinza. Depois, basta escolher a ocasião (casual, por exemplo), a estação e a cor básica que se deseja usar; clicar em "combinar" e, no caso de um look masculino, quatro janelas se abrem, com opções de camisa, cin-

to, calça e sapato. A barra de rolagem em cada janela mostra as opções e mais os combinadores universais. Uma vez escolhida a combinação, é só pegar as peças e vestir. O visual fica registrado com dia e hora em que foi usado. Assistência e treinamento – O pacote completo Personal Closet inclui o software, instalação e treinamento dos usuários. O Estúdio Experimental tira as fotos das peças e cataloga. No treinamento, o cliente aprende a fazer e catalogar as imagens sozinho e vai inserindo novas peças. Como o software foi criado para ajudar na organização doméstica, é simples de operar. Sistema Personal Closet Preço: R$ 900 a R$ 1.200 (pacote completo) Onde encontrar: Estúdio Experimental Internet e Multimídia www.estudioexperimental.com.br Projetos: Pompéia Mesquita, Marchand D'art, tels. (19) 3254 4488 e 3254 0561


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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tipos de papéis atrelados ao dólar e ao euro farão parte da megaoperação de recompra do Tesouro

MAIS UMA VEZ, PIORA DO CENÁRIO EXTERNO ATINGIU EM CHEIO MERCADO BRASILEIRO DE AÇÕES.

BOVESPA FECHA COM BAIXA DE 3,17% Eric Thayer/Reuters

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Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em forte queda ontem, influenciada negativamente pelas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, a respeito da inflação no país (leia mais em reportagem nesta página). Os investidores viram na fala de Bernanke sinais que reforçam a expectativa de elevação dos juros americanos neste mês – o grande temor do mercado. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, encerrou o pregão com desvalorização de 3,17%, em 36.739 pontos. O volume financeiro, entretanto, foi baixo: R$ 1,5 bilhão, inferior à média diária do ano, de R$ 2,5 bilhões. A Bovespa acompanhou de perto o mau desempenho das bolsas americanas. No fechamento de ontem, o índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York caiu 1,77%, enquanto o Nasdaq recuou 2,24%. A má influência de Nova York ajudou a ofuscar a notícia de recompra de até US$ 4 bilhões de títulos da dívida externa anunciada ontem pelo Tesouro Nacional, operação que ajuda a diminuir a vulnerabilidade externa do País. Dos 56 papéis que fazem parte do Ibovespa, somente três subiram ontem. Entre as quedas mais acentuadas fica-

ram TIM Participações ON (-7,6%) e Telemar PN (-6,9%). Além de acompanhar o cenário externo, os investidores do mercado de ações aguardam a divulgação, na próxima quinta-feira, da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No documento, devem estar detalhadas as justificativas dos diretores do Banco Central (BC) para a redução de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros da economia, a Selic.

O importante é que a economia brasileira hoje já tem condições de enfrentar mudanças de humor no mercado internacional. Henrique Meirelles, presidente do BC Meirelles — O presidente do BC, Henrique Meirelles, defendeu ontem que o fortalecimento dos fundamentos econômicos impede que uma gripe nos mercados internacionais se transforme em uma pneumonia no Brasil. "O importante é que o Brasil hoje já tem condições de enfrentar mudanças de humor no mercado internacional", disse.

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Para Meirelles, a economia brasileira cresce de forma "sustentada, sustentável e em bases sólidas". Afirmou, também, que a taxa de juros real vem caindo há dez anos. "Estamos nessa direção." Emergentes — E n qu a nt o analistas internacionais nos Estados Unidos e na Europa afirmam que têm uma visão construtiva dos mercados emergentes, eles alertam que o pior período pode ainda não ter chegado ao fim. Ocorrências globais explicam grande parte das vendas generalizadas registradas nos mercados emergentes recentemente. Contudo, fatores pontuais vieram à tona, podendo ainda afetar o processo de correção iniciado em maio. O movimento em diversos mercados de moedas dos países emergentes foi acompanhada por uma correção correspondente nos mercados acionários dessas regiões, o que, de acordo com os analistas, não é muito comum. Avaliando alocações em fundos de ações para emergentes, geralmente os fundos reduzem exposições diante do enfraquecimento das moedas, o que de fato sugere que o enfraquecimento no mercado de câmbio na região pode não ter acabado, ponderou Guido Barthels, chefe de pesquisa para dívida do Dresdner Kleinwort Wasserstein. (AE)

DOLAR Moeda destoa e cai para R$ 2,251

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dólar comercial caiu mais de 1% ontem, refletindo o ingresso de recursos no fim da sessão e o otimismo dos investidores com a notícia da recompra de títulos externos pelo Tesouro Nacional (leia mais sobre a operação em reportagem nesta página). A moeda americana perdeu 1,44% do valor no fechamento, cotada a R$ 2,251 para venda. De acordo com operadores, um forte movimento de venda de dólares por exportadores no fim da sessão determinou a desvalorização da moeda. Essas vendas superaram a influência da piora do cenário externo, que determinou a queda da bolsa de valores. Comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, alertando para o repique do núcleo dos indica-

dores de inflação, aumentaram apostas de uma elevação no juro do país neste mês. Com isso, as principais bolsas de valores dos Estados Unidos caíram. Mas o mercado de câmbio brasileiro operou mais de acordo com o fluxo e a boa aceitação da notícia de recompra de títulos pelo Tesouro. "De qualquer forma, a expectativa é de que, se o cenário externo continuar ruim, o fluxo positivo de recursos que impede a alta do dólar diminua. O clima ainda está ruim", comentou o gerente de câmbio de um banco nacional. O analista de mercado da corretora Socopa, Paulo Fujisaki, afirmou que a atuação de exportadores no fim do dia ajudou a derrubar o dólar, especialmente porque o volume na sessão foi inexpressivo. Quando o giro de negócios é

baixo no mercado cambial, pequenas operações de compra ou venda já são capazes de influenciar as cotações. A diretora de Câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, destacou que a recompra de títulos externos pelo governo é favorável para o País e pode reforçar o ingresso de recursos. "Com a operação, o investidor passa a ter menos títulos brasileiros para comprar no mercado internacional. Assim, se quiser aplicar em ativos brasileiros, terá que internalizar recursos. E isso eleva o fluxo no câmbio", explicou. O anúncio da operação de recompra dos papéis pelo Tesouro Nacional também contribuiu para a queda do risco brasileiro. No fim da tarde de ontem, a taxa de risco do Brasil caía 13 pontos, para 261 pontos-base. (Reuters)

BB prepara nova oferta de ações

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pequeno ou grande investidor interessado em adquirir ações do Banco do Brasil (BB), na oferta pública que está sendo feita pela instituição, já pode se preparar. A partir da próxima segunda-feira e até o dia 23 de junho, pessoas físicas e jurídicas não financeiras poderão fazer reserva da compra pretendida nas agências do próprio BB ou em qualquer corretora de valores do mercado. Para grandes investidores, o período de reserva começou ontem. A diferença é que a reserva para esses investidores institucionais e estrangeiros deve ser feita junto aos bancos coordenadores do processo, o BB Investimento e o Pactual.

Segundo o aviso ao mercado publicado ontem pelo BB, serão ofertadas 45 milhões de ações, o equivalente a 5,5% do capital do banco. O próprio BB está colocando à venda ações que tinha em tesouraria, correspondentes a 1,5% do seu capital. Os demais 4% são de propriedade da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do banco, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A parcela do Tesouro Nacional, de 2%, ficou fora dessa oferta porque o governo não conseguiu organizar a venda a tempo. Caso a oferta seja exitosa, o que só será conhecido no dia 26, o percentual de ações do BB em negociação no mercado vai su-

bir dos atuais 6,9% para 12,5%. Com isso, o banco dará mais um passo para se enquadrar nas regras do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que exige grau mínimo de abertura de 25%. Divisão – De acordo com o aviso, 20% da oferta está reservada ao varejo, que são os pequenos investidores pessoas físicas e jurídicas não financeiras. Para participar da oferta, eles têm de estar dispostos a gastar, no mínimo, R$ 1 mil e, no máximo, R$ 300 mil. Não será permitido o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Metade dessa oferta é destinada preferencialmente a funcionários e clientes do banco. (AE)

Índices da Bolsa de Valores de Nova York caíram por causa de declarações de presidente do Federal Reserve Fábio Rossi/Agência O Globo

Meirelles: "Fundamentos da economia brasileira impedem que uma gripe se transforme em pneumonia"

Tesouro recompra até US$ 4 bi em títulos

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proveitando o momento de queda generalizada dos preços dos ativos no mercado internacional, o governo anunciou ontem que recomprará, numa única operação, até US$ 4 bilhões de papéis da dívida externa com vencimento entre 2007 e 2030. O anúncio da megaoperação foi bem recebido pelos analistas do mercado. A operação, iniciada ontem, será concluída na quinta-feira. Ao todo, 20 tipos de títulos atrelados ao dólar e ao euro foram incluídos na lista dos papéis que podem ser adquiridos pelo Tesouro Nacional. O quantidade desses papéis soma hoje no mercado cerca de US$ 23 bilhões, mas nem todo esse estoque será adquirido. Como os preços dos papéis no mercado estão baixos — por conta da volatilidade provocada pelas incertezas com os juros dos Estados Unidos — o governo deve recomprar os títulos por valor atrativo.

Programa — A operação de recompra, coordenada pelos bancos Credit Suisse e Morgan Stanley, amplia o programa iniciado pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central (BC) em janeiro deste ano. O governo vem recomprando papéis de curto prazo (com vencimento até 2010) e já concluiu a recompra dos chamados bradies, títulos atrelados à reestruturação da dívida após a moratória da década de 1980. Na operação anunciada ontem, o governo ampliou a gama de papéis que poderão ser adquiridos (incluindo vencimentos de 2011 a 2030). Além disso, a recompra será feita por meio de leilão. No programa original, que será mantido até o final do ano, o BC adquire os papéis no mercado secundário em operações diferentes. Objetivos — Segundo fontes, a operação desta semana tem dois grandes objetivos. No grupo de papéis com prazo de vencimento mais curto, a in-

tenção é reduzir ainda mais a vulnerabilidade externa do País, com a diminuição da necessidade de financiamento externo do governo, ou seja, os dólares que o governo tem de obter para pagar os papéis que vencem nos próximos anos. Essa redução melhora a percepção de risco dos investidores em relação à economia brasileira e abre espaço para o País receber o tão esperado "grau de investimento", concedido pelas agências internacionais de classificação de risco — uma espécie de selo de qualidade para orientar os investidores e que permite receber volumosos recursos dos fundos de pensão americanos. Com a inclusão dos papéis de prazo mais longo na lista, o governo quer diminuir as distorções hoje existentes nos juros desses títulos. As distorções ocorrem porque os papéis estão valorizados e são atualmente negociados muito acima do seu valor de face. (AE)

Chance maior de alta de juro nos EUA

O

s juros futuros de curto prazo dos Estados Unidos caíram ontem depois de comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central do país), Ben Bernanke, sobre a economia, que alimentaram a desconfiança de que as taxas continuarão em alta. De

acordo com o indicador de juros futuros, a chance de o Fed elevar a taxa este mês é de 64%, contra percentual de 48% na sexta-feira. Bernanke disse que a economia dos Estados Unidos está começando a transitar para um ritmo mais lento de crescimento, mas que o Fed precisa ser

vigilante para garantir que a inflação continue sob controle. Ele demonstrou preocupação com a alta dos núcleos dos índices de preços, dizendo terem atingido níveis que, "se mantidos", ficariam no topo da variação que considera condizente com a estabilidade. (Reuters)


2

Nacional Agronegócio Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

A

40,6

DÉFICIT EM MAIO FOI DE R$ 1,5 BILHÃO

Bolsa: recorde de estrangeiros turbulência do mercado financeiro mundial nas últimas semanas fez com que investidores estrangeiros

terça-feira, 6 de junho de 2006

tirassem R$ 1,5 bilhão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em maio e atingissem a maior participação já registrada pela bolsa paulista.

No mês passado, os estrangeiros representaram 40,66% dos negócios na Bovespa, contra 35,58% em abril. Em seguida, vieram investidores institucionais (25,54%) e pessoas físicas (23,14%). É importante lembrar, no entanto, que em maio houve a liquidação do Brazil Fund, gerido pelo Deutsche, de R$ 1 bilhão, o que contribuiu para elevar a participação dos estrangeiros. "Maio foi um mês atípico", comentou Álvaro Bandeira,

diretor da Ágora Senior CTVM, a maior corretora da Bovespa. "O volume de saída de recursos de estrangeiros é natural em um clima de estresse. Afinal, eles vinham investindo pesadamente no mercado acionário brasileiro", complementou Bandeira. O saldo de aplicações externas na bolsa paulista no mês passado chegou a ser positivo em mais de R$ 1 bilhão nos primeiros 10 dias, somando cerca de 4,2 bilhões no ano — apro-

ximadamente 70% do superávit de 2005. A turbulência no mercado, porém, inverteu a situação e o mês encerrou com saída de recursos externos. Com a queda de 9,5% do Ibovespa (o principal indicador da bolsa), o valor de mercado das empresas listadas caiu de R$ 1,37 trilhão no mês de abril para R$ 1,3 trilhão em maio. Reavaliação — A partir da segunda semana de maio, os investidores internacionais passaram a reavaliar suas car-

por cento foi quanto atingiu a participação dos investidores estrangeiros na Bovespa em maio.

teiras por causa do temor de novas elevações das taxas de juros nos Estados Unidos — preocupação reforçada pelos alertas do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a respeito do avanço da inflação no país. Juros mais elevados nos EUA atraem os investidores, reduzindo o que os economistas conhecem como liquidez global. E, nesses casos, os mais prejudicados são os países emergentes, como o Brasil. (DC/Reuters)

ATAS Casa de Saúde Santa Rita S/A

Construtora Centenário S.A. Empreendimentos e Participações CNPJ nº 43.382.027/0001-07 – NIRE 35.300.113.594 Extrato da Ata de Reunião do Conselho de Administração Data, Hora e Local: 27/04/06, às 14:00 horas, na Rua Maria Paula, 36 – 4º andar cj. A. Composição da Mesa: Presidência – Sr. Domingos Malzoni, Secretário – Sr. Marco Antonio Malzoni. Deliberações: Por unanimidade dos conselheiros presentes foi escolhido para a Presidência do Conselho de Administração o Sr. Domingos Malzoni. Por unanimidade, foram reeleitos membros da Diretoria, para o mandato com duração até a primeira reunião do Conselho de Administração após a Assembléia Geral Ordinária a realizar-se em 2008, Sr. Marco Antonio Malzoni, brasileiro, divorciado, administrador de empresas, RG. nº 4.113.865 SSP/SP e CPF/MF nº 006.325.185-21 e Sr. Luiz Carlos Magalhães, brasileiro, casado, administrador de empresas, RG. nº 3.273.884 SSP/SP e CPF/MF nº 061.384.708-34, ambos domiciliados em São Paulo – SP, para ocuparem o cargo de Diretores, sem designação específica. São Paulo, 27 de abril de 2006. Domingos Malzoni – Presidente, Marco Antonio Malzoni e Selma Regina Garcia – Conselheiros. A presente é cópia fiel da Ata original lavrada em livro próprio. a) Marco Antonio Malzoni – Secretário. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 136.930/06-2 em 24/05/06. a) Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.

Construtora Centenário S.A. Empreendimentos e Participações CNPJ/MF nº 43.382.027/0001-07 – NIRE 35.300.113.594 Extrato da Ata da Assembléia Geral Ordinária Data, Hora e Local: 27/04/06, às 12:00 horas, na Rua Maria Paula, 36 – 4º andar cj. A. Mesa: Presidência – Domingos Malzoni, Secretário – Marco Antonio Malzoni. Edital de Convocação: Publicado nas edições de 19, 20, e 21/04/06 do “DOE-SP” e 19, 20 e 24/04/06, do “Diário do Comércio”. Deliberações: Foram aprovadas por unanimidade de votos, as contas dos administradores consubstanciadas no Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras relativas ao exercício findo em 31/12/2005, colocados à disposição dos acionistas através de anúncios publicados nos dias 22, 23 e 24/03/06 no “DOE-SP” e no “Diário do Comércio” e publicados na íntegra em 20/04/06 no “DOESP” e no “Diário do Comércio”. Foram reeleitos, por unanimidade de votos, Sr. Domingos Malzoni, brasileiro, separado judicialmente, engenheiro, RG. nº 1.636.397 SSP/SP e CPF/MF nº 003.552.67853, Sr. Marco Antonio Malzoni, brasileiro, divorciado, administrador de empresas, RG. nº 4.113.865 SSP/SP e CPF/MF nº 006.352.158-21 e Sra. Selma Regina Garcia, brasileira, divorciada, advogada, OAB nº 116.761–SP e CPF/MF nº 070.805.788-84, todos domiciliados em São Paulo-SP, para ocuparem os cargos de membros do Conselho de Administração, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária a realizar-se em 2008. São Paulo, 27/04/2006. Domingos Malzoni – Presidente. Marco Antonio Malzoni – Secretário. Acionistas: p/ Redoma – Administração de Negócios e de Imóveis Ltda. - Domingos Malzoni e Renato Aufiero Malzoni, Domingos Malzoni, Marco Antonio Malzoni e Renato Aufiero Malzoni. A presente é cópia fiel da Ata original lavrada em livro próprio. a) Marco Antonio Malzoni – Secretário. Junta Comercial do Estado de São Paulo – Certifico o registro sob o nº 136.929/06-0 em 24/05/06. a) Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.

CONVOCAÇÕES Edital de Convocação para Assembléia Geral Extraordinária - Sincaesp Convocamos nos termos do art. 13º e art. 17º do estatuto vigente, os associados do Sincaesp – Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de SP, CNPJ – 62.707.278/0001-50, para deliberação sobre: Aprovação de contraproposta referente a reivindicações oferecidas pelo Sindbast – Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de SP, em caráter excepcional e urgente, a se realizar em sua sede, à Av. Dr. Gastão Vidigal, 1946, Pav. AMG – CEAGESP, V. Leopoldina – São Paulo-SP, no próximo dia 12/06/ 2006, em primeira instalação às 15:00 horas, com maioria absoluta dos associados e a segunda às 16:00 horas para associados presentes. São Paulo, 05 de junho de 2006. José Robson Coringa Bezerra - Diretor Presidente.

EDITAL

BALANÇO Centro Comunitário N. Senhora de Nazaré CNPJ 47.100.177/0001-23 BALANÇO PATRIMONIAL Ativo Circulante Disponível Disponibilidades Imediatas Caixa Bancos c/Saldo Médio Bco. Banespa S/A Bco. Bradesco S/A Bco. Itaú S/A c/c 16606-6 Realizável a Curto Prazo Devedores Diversos Adiantamento a Fornecedores Depósito Aluguel Conta Corrente Devedores Adiantamento Funcionários Ativo Permanente Imobilizações Técnicas Imobilizações Diversas Obras em Andamento Imobilizações Comerciais Edifícios Veículos Móveis e Utensílios Máquinas de Escritório Máquinas e Equipamentos Computadores e Periféricos (-) Depreciação Acumulada Veículos Móveis e Utensílios Máquinas de Escritório Máquinas e Equipamentos Computadores e Periféricos Total do Ativo

Passivo 93.489,19 Passivo Circulante 262.019,90 4.710,98 Val. a Pagar a Curto Prazo 262.019,90 838,80 Financiamento Capital de Giro 17.961,48 838,80 Bco. Itaú S/A 17.961,48 3.872,18 26,17 Impostos a Pagar 521,00 3.846,00 Imp. Renda Ret. Terceiros 18,00 0,01 Imp. Renda Ret. Empregados 503,00 88.778,21 Contrib. Sociais a Recolher 221.642,16 88.778,21 INSS a Recolher 214.858,83 51.322,05 FGTS a Recolher 6.106,13 500,00 19.426,46 PIS a Recolher 524,74 17.529,70 INSS Retido Terceiros 152,46 336.078,87 Outras Obrigações a Pagar 21.895,26 336.078,87 Contas a Pagar 17.170,50 290.755,55 Contr. Confed./Sindical a Pagar 1.832,63 290.755,55 59.318,53 Pensão Alimentícia 356,00 0,11 Rescisão a Pagar 2.536,13 25.200,00 Passivo Exigível L. Prazo 100.739,07 26.541,39 Val. a Pagar a Longo Prazo 100.739,07 800,00 Parcelamentos 100.739,07 4.435,04 INSS 100.739,07 2.341,99 (13.995,21) Passivo não Exigível 66.809,09 (840,00) Patrimônio Social 66.809,09 (8.089,12) Superávit 66.809,09 (606,97) Superávit Acumulado 439.972,98 (3.728,38) Déficit a Amortizar (373.163,89) (730,74) Total do Passivo 429.568,06 429.568,06 Demonstração do Resultado do Exercício Receita Bruta Operacional Gás 7.678,49 Receitas de Doações 168.059,05 (-) Total Custos dos Serviços 186.673,42 Convênios Municipais 1.058.966,40 Despesas Cunho Assistencial Programa PNAC 23.698,00 Ordenados e Salários 601.445,37 Total das Receitas Convênios 1.250.723,45 Férias 64.509,27 Custos Gerais Aluguel 13.200,00 Ordenados e Salários 28.548,37 Contrib. Instit. Previdência 167.231,94 PIS s/Folha 269,45 PIS s/Folha 6.078,21 Férias 1.415,46 Vale Transporte 15.832,79 Serviços Contábeis 10.400,00 FGTS 54.773,96 Aluguéis 3.609,15 Merendas 72.345,88 Contrib. Instit. Previdência 7.181,69 Despesas Médicas 5.799,83 Contribuição Sindical 168,32 Material Pedagógico 3.139,04 Despesas de Viagens 450,00 (-) Total Despesas Cunho Assistencial 1.004.356,29 Mats. Exp. Escritório 464,48 (=) Déficit Corrente 59.693,74 Correios e Telégrafos 36,00 Despesas Financeiras Telefônicas 12.792,57 Juros Passivos 5.822,90 Conservação e Limpeza 1.082,18 Despesas Bancárias 1.699,31 Gastos c/Veículos 10.369,19 Multas s/Impostos 1.153,13 Água e Luz 36.310,73 CPMF 84,25 Anúncios e Publicações 924,80 Multas s/Contribuições 3.656,58 Brindes 603,71 (-) Total Despesas Financeiras 12.416,17 13º Salário 1.220,00 Despesas Tributárias Serviços de Terceiros 15,00 Impostos e Taxas Municipais 6.363,45 Informática 756,22 (-) Total Despesas Tributárias 6.363,45 Depreciações 3.298,61 Receitas Financeiras Vestimentas de Segurança 48,00 Receitas Aplic. Financeiras 1.513,72 Copa Lanches e Refeições 1.825,46 Total das Receitas Financeiras 1.513,72 FGTS 3.081,57 Receitas Diversas Vale Transporte 547,22 Receitas de Doações 97.478,88 Seguros 1.546,04 Rifas e Bingos 33.925,19 FGTS Quitação 41.054,85 Doações em Dinheiro-PF 2.130,89 Material de Consumo 249,85 Doações em Dinheiro-PJ 520,00 Cursos e Aperfeiçoamentos 4.338,20 Diversas 9.683,94 Assistência Médica 1.656,55 Total das Receitas Diversas 143.738,90 Móveis e Utensílios 870,58 (=) Resultado Corrente 186.166,74 Xerox 3.771,86 186.166,74 (=) Superávit Corrente Medicamentos 88,02 Mutações do Patrimônio São Paulo, 31 de dezembro de 2005. Patrimônio Social 2004 2005 Saldo Anterior (-) R$ 34.828,89 (-) R$ 119.357,65 Pe. James Francis Murray - Presidente Acréscimo/ José Antônio de Oliveira - 1º Tesoureiro Decréscimo (-) R$84.528,76 R$ 186.166,74 Total (-) R$ 119.357,65 R$ 66.809,09 Maria Elisabete Joaquim - Contadora - CRC 114.250/SP

CONVOCAÇÃO

AVISO AOS ACIONISTAS

CNPJ nº 60.882.289/0001-41 – NIRE: 35300059361 Ata da Assembléia Geral Ordinária realizada em 26 de abril de 2006 Local, Data e Hora: Sede social, 26/04/06, 15 h. Publicações Legais: a) Aviso aos Acionistas foi devidamente publicado, nos termos do art. 133 da Lei 6.404/76 no Diário Oficial do Estado de São Paulo em suas respectivas publicações dos dias 17, 18 e 21/3/2006 e no Diário do Comércio em suas respectivas edições dos dias 17,20 e 21/3/2006; b) Relatório da Administração, Balanço Patrimonial e demais demonstrativos financeiros relativos ao exercício social findo em 31/12/2005 foram devidamente publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo e Diário do Comércio, em suas respectivas edições de 19/4/2006; c) Edital de Convocação foi devidamente publicado no Diário Oficial do Estado e no Diário do Comércio em suas respectivas edições de 12, 13 e 14/4/2006 e 12,13 e 17/4/2006. Quorum de Instalação: acionistas com direito a voto representando 71,30% do capital social, conforme se comprova pelas assinaturas apostas no final desta ata e na lista de Presença que compõe os documentos oficiais desta Assembléia. Presente ainda o Sr. Massao Hashimoto, contador – CRC- 81.013 SP. Mesa: Presidente: Dr. Carlos Eduardo Lichtenberger; Secretário: Dr. Ricardo Carvalhaes Machado. Ordem do Dia: 1. Exame, discussão e aprovação do Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras, referentes ao exercício social findo em 31/12/2005; 2. Destinação do resultado do exercício; 3. Eleição dos membros da Diretoria e fixação das respectivas remunerações; 4. Outros assuntos de interesse social. Sumário dos Fatos Ocorridos Transcrição das Deliberações Tomadas: 1. Os Srs. acionistas dispensaram a leitura dos documentos legais relativos a presente Assembléia, a saber: Ordem do Dia, Relatório da Administração, Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras; 2. Após a discussão das matérias constantes da Ordem do Dia, foram tomadas as seguintes deliberações: a) Aprovação integral do Relatório da Administração, Balanço Patrimonial, Demonstrações do Resultado do Exercício, dos Lucros ou Prejuízos Acumulados e das Origens e Aplicações de Recursos e Notas Explicativas, relativos ao exercício findo em 31/12/2005, com a abstenção dos administradores legalmente impedidos, ratificando-se integralmente os atos praticados pelos administradores; b) Aprovação da destinação do resultado do exercício, no importe de R$ 7.589.932,65 ( sete milhões, quinhentos e oitenta e nove mil, novecentos e trinta e dois reais e sessenta e cinco centavos), da seguinte forma: R$ 379.496,63 (trezentos e setenta e nove mil, quatrocentos e noventa e seis reais e sessenta e três centavos) para a conta de Fundo de Reserva Legal (5%); R$ 758.993,27 ( setecentos e cinqüenta e oito mil, novecentos e noventa e três reais e vinte e sete centavos) para a conta de Reserva para Contingências (10%); R$ 910.791,92 ( novecentos e dez mil, setecentos e noventa e hum reais e noventa e dois centavos) para pagamento da distribuição de dividendos obrigatórios (12%); e R$ 5.540.650,83 (cinco milhões, quinhentos e quarenta mil, seiscentos e cinqüenta reais e oitenta e três centavos) para conta de lucros acumulados. c) Eleição dos seguintes membros da Diretoria estatutária conforme art. 10 do Estatuto Social em vigor para o cumprimento de mandato relativo ao biênio 2006/2008, observado o disposto no art. 150 § 4º da Lei 6404/76: Diretor Presidente Carlos Eduardo Lichtenberger, brasileiro, médico, casado, RG nº 5.210.365-SSP/SP e CPF/MF nº 010.864.538-08, Diretor Financeiro Ricardo Carvalhaes Machado, brasileiro, médico, casado, RG nº 37.890.589-2 SSP/SP e CPF/MF nº 568.754.957-91, Diretor Administrativo Operacional, Carlos Lascala, brasileiro, médico, casado, RG nº 1.405.472-3-SSP/SP e CPF/MF nº 001.760.608-04, Diretor Rafael Augusto Bellini, brasileiro, médico, casado, RG nº 1.668.409-SSP/SP e CPF/MF nº 008.766.078-49, Diretor Dr.Sergio Stanicia ,brasileiro, médico, casado, RG 4.238.191-SSP/SP e CPF/MF nº 014.308.878-50, Diretor Dr. Raimundo Rebuglio, brasileiro, casado, médico, RG nº 4.303.760-SSP/SP e CPF/MF nº 748.154.238-49; Diretor Dr. Pedro Abib Jr., brasileiro, médico, casado, RG 6.470.509-SSP/SP, e CPF/MF nº 890.095.768-68. Todos os diretores ora eleitos são residentes e domiciliados nesta Capital. Os diretores ora reeleitos declaram não estar incursos em nenhum dos crimes que os impeçam de serem investidos em seus respectivos cargos. Os administradores declararam, ainda, sob as penas da lei, que não estão impedidos de exercerem a administração da sociedade, por lei especial, ou em virtude de condenação criminal, ou por se encontrarem sob os efeitos dela, ou pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, fé pública, ou a propriedade (art. 1.011 § 1º do Código Civil). d) Fixação da remuneração da Diretoria para o exercício de 2006, a saber: 107 salários mínimos para o Diretor Presidente; 98 salários mínimos para o Diretor Financeiro; 49 salários mínimos para o Diretor Administrativo Operacional; 38 salários mínimos para os demais Diretores não nominados, respectivamente, já incluídos os valores relativos aos benefícios e verbas de representação dos administradores, nos termos do disposto na redação atual do art. 152 da Lei 6404/76, com as modificações introduzidas pela Lei nº 9457/97. Quorum de Deliberação: Todas as deliberações foram tomadas por unanimidade dos acionistas presentes. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso. A seguir, como ninguém mais se manifestou, o Sr. Presidente declarou suspensos os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura da presente ata, nos termos do art. 130, inciso 1º da Lei 6404/76 que lida e achada conforme, foi assinada pelos presentes. São Paulo, 26/04/2006. (aa.) Presidente: Dr. Carlos Eduardo Lichtenberger. Secretário: Dr. Ricardo Carvalhaes Machado. Acionistas: Monimed Equipamentos Ltda (por seu Diretor Presidente Dr.Luis Veras Lobo e Manoel Luiz Moreira de Sousa), Luis Veras Lobo, Carlos Eduardo Lichtenberger, Manoel Luiz Moreira de Sousa, Pedro Abib Junior, Raimundo Rebuglio, Ricardo Carvalhaes Machado. A presente é cópia fiel da original. (aa.) Ricardo Carvalhaes Machado: Secretário. JUCESP – Certifico o registro sob nº 134.781/06-5 em 22/5/06. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.

COMUNICADOS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/0874/06/02 - EE João Tuschi – Av. Virgílio Tuschi, 200 - Cohab - Igaraçu do TietêSP – 270 - 88,98 - R$ 74.674,00 – R$ 7.467,00 – 09:30 – 26/06/2006. 05/1256/06/02 - EE Dr Meira Junior – Rua Julio de Mesquita, 282 - Vila Virgínia - Ribeirão Preto/SP – 210 - 24,78 - R$ 42.562,00 – R$ 4.256,00 – 10:30 – 26/06/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 07/06/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 23/06/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares e Restauro de prédio escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/0757/06/02 - EE Barnabé – Praça Correa de Mello, s/nº - Centro - Santos/SP – 300 - R$ 114.109,00 – R$ 11.410,00 – 09:30 – 27/06/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 07/06/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 23/06/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio Escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1219/06/02 - EE Profª Alzira Martins Lichti – Rua Torquato Dias, 566 - Morro Nova Cintra - Santos/SP – 180 - R$ 26.557,00 – R$ 2.655,00 – 10:30 – 27/06/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 07/06/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 23/06/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

EDITAL GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº38/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2785/5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE LEITE COM FRUTAS E AVEIA. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 04 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº39/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2784/5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE LEITE COM MORANGO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 05 de julho de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br . INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR


terça-feira, 6 de junho de 2006

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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TRABALHADORES ESTUDAM PROTESTO CONJUNTO

O ministro Gilberto Gil defende o adiamento da decisão sobre o padrão de TV digital para o ano que vem.

João Wainer/Folha Imagem - 18/04/2006

COMPRADOR LEVA VARIG SEM DÍVIDA TRABALHISTA Juiz do Rio de Janeiro alega que adotou a medida para tornar o leilão da companhia, programado para quinta-feira, mais atraente. Mas sindicato dos aeroviários quer saber quem vai pagar os 12 meses de salários atrasados

Leilão da Varig será realizado nesta quinta-feira, e quem levar a empresa se livra da dívida trabalhista

GÁS DE COZINHA Consumo de GLP aumentou 15% em maio e provocou alta de 8% no preço do gás de cozinha.

Ó RBITA

SANTANDER

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grupo Santander finalizou ontem o acordo anunciado em outubro de 2005 para comprar 19,8% das ações do Sovereign Bancorp, após cumprir todas as exigências dos órgãos americanos. Segundo o acordo, além de comprar parte da carteira do banco por US$ 464 milhões, o Santander fez um aporte de capital. No total, o investimento somou US$ 2,395 bilhões. (AE)

PARAGUAI

O

Fundo Monetário Internacional (FMI) emprestará US$ 97 milhões para o Paraguai, por 27 meses. O acordo visa reduzir a vulnerabilidade do país e "lançar a base" para o crescimento econômico. (AE) A TÉ LOGO

ÁLCOOL Preços do produto caíram 2,94% nos postos do País entre 28 de maio e 3 de junho, mostra ANP.

SUPERÁVIT MENOR EM 2007

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mercado financeiro reduziu a projeção para 2007 do superávit na conta corrente do balanço de pagamentos. De acordo com a pesquisa Focus, do Banco Central (BC), a expectativa é de que no ano que vem o superávit em conta corrente seja de US$ 4,02 bilhões. Na semana anterior, a estimativa era de US$ 4,5 bilhões. Para o resultado de 2006, a projeção se manteve

inalterada em US$ 9 bilhões. Na balança comercial, a estimativa é de que haja superávit de US$ 40 bilhões neste ano, ante US$ 40,5 bilhões na semana anterior. A projeção para a taxa de câmbio indica o dólar médio de R$ 2,19 no ano, ante R$ 2,17 na pesquisa anterior. A estimativa do mercado para inflação passou de 4,32% para 4,31% em 2006. Para 2007, ficou estável em 4,5%. (AE)

DESEQUILÍBRIO ECONÔMICO

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Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou ontem que iniciará consultas com EUA, países europeus, China, Japão e Arábia Saudita sobre formas para resolver os desequilíbrios macroeconômicos globais.

O movimento é parte do papel do FMI como árbitro global de câmbio, em meio às crescentes demonstrações de desequilíbrios, evidenciadas pelas autoridades do grupo dos sete países mais ricos do mundo. (Reuters)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Itália inicia maior ação legal do país para investigar colapso da Parmalat

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Citroën vai lançar novos modelos de carros no Brasil a partir de 2007

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Índices de reajustes já perdem para a lei da oferta e demanda

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407

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juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara E m p re s a r i a l d o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e responsável pela recuperação judicial da Varig, publicou ontem decisão na qual o comprador da empresa não herdará dívidas trabalhistas, estimadas em R$ 200 milhões. O despacho de Ayoub pode ser contestado. Essa era uma das principais dúvidas de potenciais investidores, que na semana passada mostravam desânimo em participar do leilão judicial da Varig, adiado de ontem para a próxima quinta-feira. "Se isso acontecesse (sucessão de dívida trabalhista), acarretaria uma desvalorização dos ativos postos à alienação, criando um quadro desfavorável à aquisição por parte de investidores", afirmou Ayoub, por meio de comunicado. No dia 15 de maio, o juiz já havia publicado outra decisão, que também pode ser contestada, livrando o comprador da Varig das dívidas fiscais, de R$ 3,2 bilhões, segundo o balanço da companhia de 2005. As duas ameaças, de sucessão de dívidas fiscais e trabalhistas, estavam afastando po-

tenciais investidores do leilão da companhia aérea. Apesar das duas decisões de Ayoub, há quem ainda enxergue instabilidade jurídica no tema, que pode voltar a ameaçar a reestruturação da companhia. Segundo o juiz, a decisão beneficia os credores da Varig e vale tanto para o período de recuperação judicial quanto para uma eventual falência da companhia. "O juízo não tem outra posição senão aquela já adotada no sentido de não reconhecer a possibilidade de haver sucessão. Entenda-se, inclusive, que a eliminação da sucessão é a mais ampla possível", afirmou Ayoub. Trabalhadores – Enquanto isso, a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, informou que pedirá hoje uma audiência com Ayoub para saber quem é que pagará a dívida. "Não queremos atrapalhar o processo, mas quem é que vai pagar os trabalhadores? O plano foi aprovado e tem de ser cumprido", disse Selma, lembrando que os empregados da companhia têm de receber o que a Varig lhes deve em 12 meses. O reestruturador da Varig, Marcelo Gomes, foi procurado

para esclarecer quem pagaria o passivo dos funcionários, mas não se pronunciou até o fechamento desta edição. Pelo plano de venda da companhia, a idéia é usar o dinheiro arrecadado no leilão para amortizar dívidas. O grupo Amadeus, que controla o sistema de reservas de passagens aéreas de mesmo nome, é o sexto interessado em participar do leilão. Na sextafeira passada, a empresa acessou os dados financeiros (data room) da Varig, que permanecerá disponível a interessados até amanhã, véspera do leilão da companhia, desde que paguem R$ 60 mil pelo acesso. A TAM, a Gol, a OceanAir, a TAP e o escritório de advocacia Ulhôa Canto também acessaram o data room da Varig. Segundo fontes, o Ulhôa Canto representaria o fundo de investimentos canadense Brookfield, que controla o brasileiro Banco Brascan. A instituição foi contratada pela Varig para administrar um fundo (FIP Controle) que vai abrigar os 87% de ações da atual acionista majoritária da companhia, a Fundação Ruben Berta, que já foi afastada do controle político e administrativo da Varig pela Justiça do Rio. (AE)

Trabalhadores da GM protestam

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rabalhadores da General Motors pretendem realizar manifestações em frente às revendas da marca contra 760 demissões na fábrica de São José dos Campos (SP). Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Luiz Carlos Prates, os protestos devem começar na próxima semana em várias partes do País. Ele disse que convidará traba-

lhadores da Volkswagen para seguirem a estratégia. A Volks tem plano de demitir 5,7 mil funcionários até 2008, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Na GM, os cortes devem ocorrer até o final de julho. Ontem, terminou o prazo para as adesões ao programa de demissão voluntária (PDV) aberto pela empresa. Está prevista para

hoje uma reunião com dirigentes da montadora. Já a Volks quer antecipar encontro com sindicalistas do ABC, Taubaté e São José dos Pinhais (PR) para discutir o plano de reestruturação que prevê, ainda, redução de 25% no custo da folha salarial. Os sindicalistas querem uma reunião no dia 14 e adiantaram que não aceitarão as demissões. (AE)


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Empresas Finanças Nacional Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de junho de 2006

O crédito consignado tem espaço para crescer entre trabalhadores privados. Adriano Pitoli, economista

CRESCE PARTICIPAÇÃO DAS FERROVIAS

Fotos: Newton Santos/Hype

FIPE APURA A MAIOR DEFLAÇÃO EM SEIS ANOS Queda em maio foi de 0,22%. Em 12 meses, índice é o mais baixo desde 1999.

A

deflação na cidade de São Paulo em maio, de 0,22%, não só ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas do mercado financeiro, que variavam de -0,20% a -0,08%, como também se apresenta como a maior queda para um mês fechado desde fevereiro de 2000. À época, a inflação medida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na cidade de São Paulo fechou negativa em 0,23%. O IPC acumula uma alta de 1,97% em 12 meses até maio. Esta é a menor taxa nesta base de comparação desde julho de 1999, quando registrou uma elevação de 1,36%. Como ocorreu na terceira quadrissemana do mês, a taxa negativa de reajustes dos preços e serviços ao consumidor paulistano em maio surpreendeu novamente pela intensidade de baixa e levou o mercado, e até mesmo o coordenador da Fipe, Paulo Picchetti, a revisarem suas previsões de positivas para negativas. Picchetti, ao ver a queda de 0,05% do IPC na penúltima quadrissemana do mês passado, revisou de 0,10% a sua projeção para -0,10%. A surpresa, na ocasião, veio do grupo Alimentação, que acelerou o ritmo de queda de 0,11% na quadrissemana anterior para uma variação negativa de 0,35%. Paulo Picchetti salientou que, na ponta do consumidor, o grupo Alimentação passou de uma queda de 1,8% para 2%

no fechamento do mês. Os produtos ao natural foram os que tiveram a maior baixa no período (5,43%), seguida pela queda de 0,74% dos preços dos produtos industrializados no final do mês passado. De acordo com ele, a retração na ponta ao consumidor na última semana de maio foi de 1,10%. "Tanto as carnes bovinas quanto as suínas estão em queda, e o frango avançou na última semana de maio metade do que subiu na semana an-

O primeiro semestre de 2006 deve ser o melhor em muito tempo, inclusive revisamos nossa projeção para o IPC deste ano, de 4,5% para 4%. Paulo Picchetti, Fipe terior", comparou Picchetti. As carnes bovinas passaram, no mesmo período, de uma alta de 2,5% para um recuo de 1,1%. No acumulado de 2006 até maio, as carnes bovinas ainda mostram uma queda de preço de 8,9%. No grupo Transportes, o álcool foi o item que mais beneficiou o IPC de maio, com uma retração de 17,55%, contribuindo com -0,11% no índice. "Todos os anos, no final de maio, vemos o término do im-

pacto de alta dos remédios. Daí para a frente, seus preços começam a cair", comparou o coordenador do índice. Em maio, os medicamentos mostraram uma alta de apenas 0,42% em relação ao mês anterior. Projeções – Picchetti prevê um quadro de estabilidade para a inflação em junho. Seu ponto de partida é que o índice encerre o mês com variação próxima a 0%. Ele explicou que não há expectativa de reajuste de nenhum preço administrado no mês e que a única alta prevista é do item viagem, com a proximidade das férias escolares de inverno. De janeiro a maio de 2006, o IPC acumula uma alta de 0,46%. "Vamos esperar por junho, mas o primeiro semestre de 2006 deve ser o melhor em muito tempo", opinou Picchetti, que revisou sua projeção para o IPC deste ano, de 4,5% para 4%. O comportamento do dólar será decisivo, já que a maior parte dos produtos com deflação no IPC pertence ao grupo Alimentação ou são artigos eletroeletrônicos, itens fortemente influenciados pela moeda americana. "Se subir, mesmo que não seja em grande escala, o reflexo será grande sobre esses conjuntos de preços", analisou. Picchetti disse que mesmo que sua projeção de 4% para 2006 não seja reduzida, esta será uma variação "muito boa", mostrando uma inflação baixa e inferior ao centro da meta perseguido pelo Banco Central, de 4,5%. (AE)

O melhor mês de abril na década

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emprego industrial cresceu 1% em abril, pelo terceiro mês consecutivo, em comparação a março, índice que representa o maior crescimento para esse mês na década. Os números são da pesquisa mensal Indicadores Industriais divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O a u m e n t o d o e m p re g o acompanha o da atividade industrial mas, de acordo com o economista da Unidade de Política Econômica da CNI, Paulo Mol, surpreendeu a rapidez com que se refletiu na contratação. Segundo ele, costuma ocorrer uma defasagem entre a expansão da atividade industrial e a geração de postos de trabalho. "Primeiro o empresário aumenta o número de horas trabalhadas, depois vem a contratação", disse.

Segundo Mol, o desempenho positivo da produção industrial e das contratações reflete o otimismo com o crescimento econômico no ano. "Existe um movimento de contratação e os empresários só o fazem se acreditam que a economia vá crescer", afirmou. O número de horas trabalhadas na produção industrial cresceu 0,69% no mesmo período e aponta tendência de expansão em 2006. Além disso, há sinais de que os estoques se reduziram entre o fim de 2005 e o primeiro trimestre de 2006, o que abre espaço para a continuidade do avanço. O período também foi marcado pelo recuo de 1,35% nas vendas da indústria de transformação, aquelas que agregam valor às matérias-primas. Apesar da queda, a expectativa é de alta, conforme Mol.

"Existe um processo lento e gradual de aumento das vendas. Essa queda não pode ser colocada como uma tendência", comentou. Dados da pesquisa da CNI mostram que nos quatro primeiros meses de 2006 as vendas reais expandiram-se 2,34% comparativamente à média dos últimos quatro meses de 2005. Segundo Paulo Mol, um dos fatores que podem explicar a retração em abril, único índice que caiu em relação a março, é que foi um mês atípico, com apenas 18 dias úteis, graças aos feriados e fins de semana. "Outro motivo é a taxa de câmbio. O real muito valorizado faz com que aquela parcela do faturamento obtida em dólar, quando transformada em real, também jogue o faturamento para baixo", acrescentou o economista da CNI. (ABr)

Seminário Proconsumo aponta tendências e perspectivas do comércio e as distorções do consumo no Brasil

Baixa renda ganha poder de compra

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evantamento da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP) mostra mudança positiva no poder de compra do consumidor de baixa renda entre os anos de 1996 e 2003. Os resultados foram obtidos tendo como parâmetro o consumo de bens semi-duráveis, como calçados, e dados relativos à renda da população divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No levantamento, a baixa renda é definida como os 10% da população que possui a menor renda familiar. Por exemplo, os dados mostram que, no período analisado, o consumo de calçados cresceu 343,9% entre os que têm renda mensal de até dois salários mínimos. Por sua vez, o comprometimento da renda dessa camada social com a compra do item caiu de 1,2% para 1,18%. Entre os consumidores que ganham mais de 30 mínimos, a compra de calçados cresceu 131,7% no período. Na média do País, esse consumo aumentou 125,7%. O exemplo foi dado ontem por Fábio Pina, economista da Fecomercio-SP, durante o segundo seminário Proconsumo, que teve como foco o planejamento estratégico para as empresas. Segundo Pina, a capacidade de consumo dos que ganham menos aumentou em proporção aos que têm ganhos superiores. "O aumento de

Fábio Pina: mudança no consumo

consumo de calçados mostrou uma mudança do perfil de compra da baixa renda. Antes, o consumo dessa classe concentrava-se em produtos básicos, como alimentos. Agora, no médio e longo prazos podemos esperar demanda maior por produtos mais sofisticados", explicou Pina. Expectativa – Em 2006, o crescimento previsto para o comércio é de 5% em relação a 2005, segundo Adriano Pitoli, economista da Tendências Consultoria. Para ele, o viés de crescimento deve continuar em 2007. Ele lista entre os fatores que têm influenciado a melhora do poder de compra da população itens como renda média crescendo acima do Produto Interno Bruto (PIB) per capita desde o ano de 2003 e tendência de queda da Selic (taxa básica de juros). "O crédito consignado foi muito usado por aposentados, mas tem espaço para crescer entre trabalhadores privados. Existem ainda as crescentes associações entre redes de varejo e bancos e o aumento dos fi-

nanciamentos imobiliários", afirmou Adriano Pitoli. Ele lembrou que o aumento do salário mínimo para R$ 350 beneficiou diretamente a população de baixa renda. Segundo o economista, estudo feito por sua consultoria mostra que ao menos no Nordeste e Norte, o novo mínimo elevou o poder de compra da população respectivamente em 2% e 1%. Desigualdade – Mesmo que tenha ocorrido ganho no poder de compra dos 10% mais pobres, a desigualdade ainda assusta, como mostra cruzamento de dados do Proconsumo, software de gerenciamento empresarial que usa dados de 2005 do IBGE. Pelo programa, observa-se que o total gasto mensalmente com aluguéis no Estado de São Paulo (aproximadamente R$ 3 bilhões) é equivalente ao total das despesas mensais de todas as famílias da região Norte do País. Também se observa que as famílias da cidade de São Paulo com renda mensal superior a 30 salários mínimos gastam, mensalmente, em festas e cerimônias, uma quantia semelhante ao consumo de arroz, feijão e demais cereais de outros 12 estados brasileiros separadamente (Roraima, Amapá, Acre, Rondônia, Sergipe, Tocantins, Amazonas, Alagoas, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo), além do Distrito Federal. Renato Carbonari Ibelli

Ferrovias: até 30% das cargas

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epois que forem concluídas obras como as das ferrovias NorteSul e Transnordestina, a malha ferroviária brasileira poderá ter capacidade para transportar até 30% das cargas que circulam pelo País. A previsão foi feita ontem pelo diretor-geral da Agência Nacional de Trans-

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 5 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: Petrosul Distribuidora Transportadora e Com. de Combustíveis Ltda. - Requerido: Auto Posto Casa Verde Ltda. - Av. Casa Verde, 2305 - 01ª Vara de Falências Requerente: Adão Veríssimo de Souza - Requerido: FBS Revestimento S/C Ltda. - Av. Maestro Villa-Lobos, 750 02ª Vara de Falências

portes Terrestres (ANTT), José Alexandre Resende. Ele e o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Oliveira Passos, fizeram um balanço do desempenho das ferrovias no País desde o início das privatizações do setor, em 1996. Apesar de reconhecer que a malha ferroviária brasileira ainda é "insuficiente" e que tem "dimensão incompatível com o tamanho da economia do País", o ministro disse que o setor vem apresentando um crescimento significativo. De acordo com o balanço divulgado ontem, em 1995 (antes das privatizações), os trens tinham participação entre 16%

e 17% no transporte de cargas do País. Em 2002, esse índice já chegava a 23% e, no ano passado, alcançou 25%. Mas as rodovias continuam sendo o principal meio de escoamento. Inauguração — "Queremos dar uma dimensão extraordinária ao transporte ferroviário para que a gente possa fazer o Nordeste se transformar em uma região altamente produtiva e com desenvolvimento", afirmou ontem o presidente Lula, no seu programa de rádio "Café com o presidente". Ele participa hoje da cerimônia de início das obras da Transnordestina em Missão Velha, no Ceará. (Agências)

Regras para mineração

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governo pretende encaminhar ao Congresso projeto de lei para regulamentar a mineração em terras indígenas. O diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Miguel Nery, disse que o governo já concluiu a

minuta de um anteprojeto, mas que a proposta será levada ao Legislativo depois que for discutida com associações e cooperativas que representam as comunidades indígenas. A proposta deve ser enviada ao Congresso Nacional ainda neste ano. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

terça-feira, 6 de junho de 2006

RESENHA

INTERNACIONAL ABRAÇANDO OS LÍDERES IRAQUIANOS BATALHA PELA ALMA DA AMÉRICA LATINA

O melhor é ir embora e desejar boa sorte ao governo iraquiano A confusão quanto ao papel dos Estados Unidos é inevitável se as principais figuras do governo abraçam com tanta força o seu protegido, um abraço que se tem manifestado de diversas maneiras nos últimos três anos. A proximidade mais atrapalha que ajuda, por quatro razões. Primeiro, a idéia de que os Estados Unidos estão no comando amplia as chances de os inimigos do regime atraírem mais adeptos para a insurgência. Segundo, os muçulmanos sentem aversão profunda à interferência de nãomuçulmanos em questões de soberania. Um líder muçulmano visto como um agente das potências ocidentais passará décadas no esforço inútil de afastar a nuvem da ilegitimidade.

para fracassar ou vencer na arena historicamente violenta e impiedosa da política iraquiana, descrita certa vez por Elie Kedourie, ele mesmo natural do Iraque, como uma longa crônica “de carnificina, traição e rapinagem”. Se o governo se sair bem, ganhará com o fato de o ter conseguido sozinho, sem a proteção das forças aliadas. Se ele falhar, os próprios iraquianos — como emancipados políticos, e não como tutelados da coalizão — devem decidir o futuro de seu país, com as forças estrangeiras limitadas ao papel de assegurar que os erros não sejam catastróficos. TRECHOS DO ARTIGO DE DANIEL PIPES NO NEW YORK SUN. TAMBÉM DISPONÍVEL NO SITE MIDIASEMMASCARA.COM.BR

O s EUA abraçam com muita força o Iraque

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

edição de 26 de maio da influente revista inglesa The Economist trouxe como manchete A batalha pela alma da América Latina. Foi o que eu procurei identificar em meu livro O Destino da América Latina: a personalidade do continente, da herança lusitana e da espanhola. O problema da América Latina está condicionado a várias proposições, à herança religiosa, em que duas confissões se enfrentam, a reformada nos EUA - com abrangente influência no continente e a católica, com duas vertentes, a portuguesa, menos abrangente, e a espanhola. Todo o continente, com exceção do Brasil, ficou na área espanhola e só recentemente a meu ver desfez-se do espírito da Reconquista e aceitou as mudanças que penetraram em todo o continente.

A

Qual oposição? BENEDICTO FERRI DE BARROS David Furst/AFP

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Terceiro, essas efusões de amizade obscurecem o fato de que Bagdá por várias vezes tomou medidas importantes em completo desacordo com a administração Bush. Quarto, Washington colocase em posição de ter que se responsabilizar pelas conseqüências dos erros iraquianos. Como disse um líder sunita em fevereiro de 2004, “agora os Estados Unidos são os donos do país. Eles são os responsáveis”. Em vez de cercar de mimos a liderança iraquiana, seria melhor política dotá-la de recursos limitados, oferecer-lhe uma presença militar benigna e desejar-lhe boa sorte à distância. O governo ficaria por sua própria conta e risco

Céllus

s sinais vindos de Bagdá em 26 de abril, quando dois dos principais membros do governo americano se encontraram com o recémnomeado primeiro-ministro do Iraque, Nuri Kamal alMaliki, parecem-me contraproducentes. Nas palavras do New York Times, o pretenso objetivo da visita era “restabelecer a confiança popular no governo do Iraque e conter a infiltração de milícias radicais nas forças de segurança”. Mas a presença americana serviu mesmo para promover a imagem de al-Maliki. O encontro todo me lembrou uma grande empresa que enviasse gerentes para inspecionarem uma filial com problemas.

E

m nenhum outro setor a ignorância e a burrice podem causar mais estragos a um povo do que na política. Nisto só são superadas pela safadeza, gêmea xifópaga da mentira deslavada, que alcança níveis de pornografia. Da minha experiência, em nenhum outro período a política brasileira se mostrou mais infestada por esses fatores. Nos melhores comentadores econômicos da atualidade é quase consenso que os resultados da gestão (ou indigestão?) do governo (ou desgoverno Lula?) representam um grande progresso econômico, a despeito de suas decepcionantes taxas de desenvolvimento e da posição que o Brasil ocupa no ranking mundial entre os países emergentes. Lembram-se da taxa de 2,3% do ano passado, em que só batemos o Haiti? Atualmente, entre 17 países "emergentes" o Brasil é um dos poucos que ainda não alcançou o chamado "nível de investimento", ao lado Peru, da Romênia, do Panamá e da Bulgária. Não obstante, parece ser um consenso entre esses comentaristas que vamos muito bem em matéria de contenção da inflação, de que a queda dos juros é uma realidade promissora, de que o endividamento público está sob controle, que o emprego cresce, que a balança comercial tende a repetir seus êxitos e que a taxa de desenvolvimento deve crescer. Talvez seja esta, de fato, a melhor realidade econômica de tempos recentes para o mundo, mas uma das piores para o País quando nos comparamos ao resto do mundo e a desempenhos passados de nosso desenvolvimento. Mas

a oposição (qual oposição?) faz coro com o triunfalismo lula-petista. Segundo esse diagnóstico, parece que, como dizia o doutor Pangloss no Candido de Voltaire, vivemos no melhor dos mundos possíveis. Mas, nesse caso, por que se opor a Lula? Não é esse, contudo, o único exemplo da incompetência e burrice objetivas da oposição. A mídia em geral não ignora o poder que a simples repetição exerce sobre a formação da opinião pública. Entretanto, em nenhuma época anterior nenhum presidente teve mais manchetes e ocupou mais espaço em jornais supostos oposicionistas do que Lula, como se o histrionismo e a ignorância declarada fossem a matéria mais relevante para a divulgação jornalística. (Como alega Lula, ele nunca sabe de nada do que se passa à sua volta, senão que o mundo inexistia antes dele aparecer.) Com o que os basbaques da oposição parecem inteiramente de acordo.

N

o episódio do PCC, quando por pouco escapamos de uma intervenção branca no governo de São Paulo pretendida pelo ministro da Justiça, foi a posição de Lula que apoiou a oposição do nosso governador e a oposição que o largou sozinho ou se opôs a ele. Nesse andar, se Lula vier a se reeleger, apesar de ainda não ser candidato (durma-se com mais essa chanchada), mais do que ao PT, Lula virá a ser o candidato eleito pela oposição, como já foi na primeira vez – substituindo Maquiavel por Macunaíma na história mundial da política.

P arece que vivemos no melhor dos mundos possíveis. Por que se opor a Lula?

Caixa 2 ainda sem solução MARCOS CINTRA

O

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resolveu que grande parte da Lei 11300, aprovada em maio deste ano para regular as campanhas políticas, valerá já para as eleições de 2006. Foi uma surpresa, uma vez que mudanças nas regras só poderiam ser aplicadas após um ano a partir da vigência da lei. Tal decisão se justifica em função da desmoralização que o órgão sofreu com a crise deflagrada quando a realidade da política praticada no País veio à tona com a descoberta do Caixa 2. O TSE foi exposto ao ridículo quando toda a sociedade passou a conhecer o ambiente hipócrita que domina as campanhas políticas e a rotina dos partidos. Dinheiro público é desviado para abastecer uma estrutura operada através de Caixa 2 e, por isso, não pode aparecer nas contas oficiais apresentadas à Justiça Eleitoral. Quando se viu fortemente acuado, o TSE tentou dar alguma satisfação dizendo que passaria a fiscalizar candidatos, comitês eleitorais, doadores e fornecedores de campanhas políticas, de forma a dificultar a prática de Caixa 2. A intenção seria fazer, já nas eleições de 2006, o cruzamento das doações e das despesas declaradas dos candidatos com as declarações de renda dos doadores e fornecedores. A solução apresentada surpreendeu pela ingenuidade. Não se combate o crime do Caixa 2 aumentando a burocracia. Novos relatórios, mais freqüentes e mais detalhados, exigidos dos políticos e de seus financiadores, serão mais uma mera maquiagem em uma estrutura frágil e mentirosa. A proposta burocrática do TSE não evoluiu e a saída foi a adoção das determinações da Lei 11300 já para as eleições deste ano. De um modo geral, a

chamada minireforma proíbe eventos com artistas, distribuição de brindes, propaganda em outdoors e doações em dinheiro. Exige, ainda, que o candidato divulgue pela internet as doações recebidas e prevê a perda de mandato e cassação de político que praticar Caixa 2. As medidas avançam em alguns pontos ao reduzir os custos de campanha e a vantagem dos candidatos com mais dinheiro, mas não torna o processo livre de Caixa 2. Exigir que o candidato divulgue relatórios pela internet não significa que as informações serão verdadeiras. A questão não é expor para o público o que os políticos declaram, mas se o que eles relatam condiz com a realidade.

A

alternativa para acabar com o Caixa 2 se resume a exigir dos candidatos a abertura de uma conta bancária conjunta, onde os titulares seriam o candidato e o próprio TSE. Pagamentos de campanha só poderiam ser feitos mediante movimentação desta conta-única. Com isso, qualquer movimentação financeira poderia ser acompanhada pelo órgão eleitoral a qualquer momento. Todo pagamento a fornecedor ou prestador de serviço nas campanhas eleitorais será acompanhado de uma "filipeta" comprovando o recebimento dos recursos via conta-única. Sem ela, qualquer gasto implica na cassação da candidatura. Infelizmente, apenas com as medidas divulgadas pelo TSE o maldito Caixa 2 ainda continuará a ser praticado em 2006. MARCOS CINTRA É VICE-PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

N ão se combate o Caixa 2 aumentando a burocracia. Ele não vai acabar.

Só recentemente a América Latina desfez-se do espírito da Reconquista e aceitou as mudanças á disse, em artigo e no próprio livro, que a influência americana assentou principalmente no exemplo do presidencialismo. Foi o sistema que abalou a formação das nações continentais, com exceção em parte do Brasil Imperial, mas também ele sujeito ao governo presidencial. É difícil ver para o continente latinoamericano uma solução política, social e mesmo econômica à partir do atual estágio histórico. É por esse motivo que as reformas não se fazem no continente. Houve nações que já fizeram reformas mas voltaram atrás, como que considerando o regime presidencial pleno e preferível a qualquer outro. A questão é estudar com afinco e extensão. Esse é outro grande problema, pois porquanto não me parece que o tema América Latina, como estudado por vários autores, entre eles eu e no recente número da revista inglesa, com excelente informação sobre a realidade continental, ainda que desagrade estudiosos latino-americanos. Com isso, no momento, encerramos a questão.

J

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


terça-feira, 6 de junho de 2006

Empresas Finanças Tr i b u t o s Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

DO PREÇO DO LITRO DA GASOLINA, 51% SÃO IMPOSTOS

95

milhões de reais foi quanto o IPVA rendeu aos cofres do Estado de São Paulo no mês de maio.

E-MAIL QUE CIRCULA PELA INTERNET REVELA O PESO DOS TRIBUTOS NA GASOLINA

SEM TRIBUTOS, LITRO DA GASOLINA CUSTA METADE Governo estadual M 1,07 arrecada R$ 3,75 bilhões em maio ais da metade do preço da gasolina na bomba vai p a r a o s c o f re s públicos sob a forma de impostos. A carga tributária de 51% incidente no valor final faz o custo do produto saltar de aproximadamente R$ 1,04 – que é o valor de saída da refinaria – para R$ 2,44, preço médio pago pelo consumidor. Desse total, cerca de R$ 1,07 corresponde às contribuições de Intervenção no Domínio Público (Cide), dos programas de Integração Social (PIS) e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que são cobradas pelo governo federal, e o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é um tributo estadual. Segundo o diretor-técnico da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Aldo Guarda, em países vizinhos, como a Argentina, esse valor final cai para R$ 1,30. "É comum nos estados brasileiros que fazem fronteira com a Argentina os moradores atravessarem só para

O

Estado de São Paulo arrecadou em maio o montante de R$ 3,75 bilhões. Deflacionado pelo Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI), esse valor representa um crescimento real de 13% em relação a maio do ano passado e de 7% no acumulado dos últimos 12 meses. O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) rendeu aos cofres estaduais, no período, R$ 3,38 bilhões em arrecadação, o que representa um crescimento real de 11,2% na comparação com o mesmo mês de 2005 e uma expansão de 5,9% no acumulado dos últimos 12 meses. Em nota técnica, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) explica que esta elevação ocorreu pela variação do IGP-DI de 0,61% nos últimos cinco meses e pela deflação do índice em 0,14% no período de 12 meses. Já na comparação com abril, a arrecadação do ICMS apresentou crescimento de 1,3%. De acordo com a nota técnica, esse incremento pode ser creditado a vários fatores: ao crescimento da receita no setor varejista em decorrência da Páscoa; ao maior número de dias úteis em maio; e ao aumento da receita com as operações de importação no estado. Os recolhimentos vinculados às importações representaram 18% da arrecadação total do ICMS em maio. Em relação ao mês anterior, essa receita registrou crescimento real de

23,4% mas, no acumulado dos últimos 12 meses, a variação ficou negativa em 6,4%. De acordo com a Sefaz, grande parte dessa queda se deve à valorização do real em 11,8% no período. Ainda segundo a Sefaz, a receita do ICMS continua a dar sinais de recuperação no segmento de bens de consumo. Setores – Até o mês de abril, destaca-se o crescimento acumulado do quadrimestre dos seguintes setores: alimentício (39,3%), móveis (40,7%), bebidas (30,3%), produtos têxteis (17,3%), lojas de departamento ( 1 0 , 4 % ) e s u p e r m e rc a d o s

cargo no próximo dia 21. Lúcia foi nomeada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ocupará a vaga deixada pelo ex-presidente

Factoring

DC

Supremo Tribunal Federal (STF) informou ontem que a nova ministra, Cármen Lúcia Antunes Rocha, tomará posse do

abastecer o veículo com gasolina. É um absurdo não poder contar com preços mais acessíveis em seu próprio País", lamenta o diretor. Na Argentina, incide apenas o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) sobre o preço da gasolina. Internet – A indignação dos contribuintes brasileiros com a alta incidência tributária fez circular pela internet um email, de autoria desconhecida, que descreve claramente o quanto se paga de impostos sobre a gasolina no Brasil e o quanto vai para os cofres públicos. O e-mail explica quanto é agregado no valor do combustível em cada passo da ca-

Márcia Rodrigues

Petróleo: País produz o que consome A (10,2%). No acumulado dos últimos 12 meses, o setor comercial registrou um crescimento de 12,5%, ao contrário do segmento industrial, que apresentou uma queda de 0,5%. Já o setor de preços administrados (combustíveis, energia e serviços de comunicação) apresentou uma elevação de 6,6%. A arrecadação do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) atingiu R$ 95 milhões, um crescimento de 22,5% em relação ao mesmo mês de 2005 e de 17,1% no acumulado dos últimos 12 meses. Laura Ignacio

Mais uma mulher no STF O

reais cobrados pelo litro da gasolina na bomba correspondem à Cide, PIS, Cofins e ICMS

deia produtiva. O texto, validado pela Fecombustível, que concordou com toda a informação veiculada, inclui, além dos impostos, custo com frete que, no caso de São Paulo, é de R$ 0,03 por litro. Segundo a entidade, em média, o lucro de um posto de gasolina é de R$ 0,25 por litro vendido. Para o tributarista Jorge Zaninetti, do escritório Tozzini, Freire, Teixeira e Silva Advogados, a alíquota de 25% de ICMS cobrada pelo governo paulista sobre a gasolina é abusiva e deveria ser revista. "Essa alíquota é normalmente fixada para itens supérfluos, como cosméticos, veículos e motos com alta cilindrada, armas, munição, entre outros, o que não é o caso da gasolina", disse o tributarista. Outra crítica de Zaninetti vai para a Cide. "Se o País já atingiu auto-suficiência na produção de petróleo, sua cobrança sobre o combustível não se justifica mais. Afinal, ela foi criada para fomentar o desenvolvimento de pesquisas para a criação de fontes renováveis de produção de combustíveis", concluiu.

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

do STF, ministro Nelson Jobim, que se aposentou no mês de março. É a segunda mulher a ocupar uma cadeira no Supremo. (AE)

auto-suficiência na produção de petróleo foi anunciada com entusiasmo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cadeia de rádio e televisão no dia 30 de abril. Em seu pronunciamento em rede nacional, Lula disse

que essa conquista significa uma vitória histórica principalmente para o trabalhador brasileiro. Lula também lembrou que a auto-suficiência trará benefícios para todos. "A partir de agora, estamos livres tanto de crises de

abastecimento como de oscilações agudas no preço do produto", informou o presidente. Com a novidade, o Brasil entrou para a lista dos seletos 10% no mundo autosuficientes na produção de petróleo. (Agências)

Andrea Felizolla/Luz

MAIS R$ 350 BILHÕES PARA O LEAO O Impostômetro atingiu ontem pela manhã a marca de R$ 350 bilhões. O painel está instalado na fachada da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e monitora em tempo real a arrecadação de tributos da União, estados e municípios.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de junho de 2006

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Política

Não queremos a volta dos que criminalizaram os movimentos sociais, como o governo passado fazia. João Felício, presidente da CUT

ENTIDADE ENVIA NOTÍCIA-CRIME À PROCURADORIA- GERAL. OPOSIÇÃO APÓIA AÇÃO E FALA EM IMPEACHMENT.

OAB PEDE INVESTIGAÇÃO CONTRA LULA Sérgio Lima/Folha Imagem

Antônio Cruz/ABr

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ACM: ação da OAB pode ser o primeiro passo para o impeachment de Lula.

Lula: discurso sobre desenvolvimento sustentável no Dia do Meio Ambiente.

PRESIDENTE PROMETE UM FERROANEL PARA SÃO PAULO

D

e olho no eleitorado paulista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem no seu programa semanal de rádio, o "Café com Presidente", que o governo está pensando em resolver definitivamente a questão do Ferroanel em São

Paulo. Com isso, voltou a cutucar os tucanos e comprou briga com a dupla José Serra e Geraldo Alckmin. Quando era governador, Alckmin tentou colocar o Ferroanel de pé, mas não conseguiu. A construção da ferrovia é promessa de Serra, em campanha pelo governo paulista.

"Queremos que os trens que venham da região central do Brasil com cargas não ocupem os trilhos dos trens que transportam passageiros, para que a gente possa fazer esse contorno e chegar ao Porto de Santos e, ao mesmo tempo, chegar ao Porto de Sepetiba sem atrapalhar os trens de passageiros", disse Lula no pro programa, que foi ocupado, por inteiro, pelo tema da revitalização das ferrovias. Inauguração – Lula destacou que em outubro vai inaugurar 150 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul. "Vamos fazer uma subconcessão para a iniciativa privada, fazer o trecho de Araguaína a Palmas, sendo mais 350 quilômetros. Um investimento que vai facilitar enormemente o transporte de carga da região Centro-Oeste do Brasil". O presidente disse ainda que irá hoje à Missão Velha, no Ceará, dar início às obras da Transnordestina. Segundo ele, a rodovia terá 646 quilômetros de ferrovias novas e outros 1.150 quilômetros serão recuperados. "É uma obra que vai custar R$ 4,5 bilhões. Num futuro muito próximo, nós vamos interligar Paraíba, Rio Grande do Norte e a Bahia porque nós queremos dar uma dimensão extraordinária ao transporte ferroviário para que a gente possa fazer o Nordeste se transformar em uma região altamente produtiva e altamente desenvolvida."

Meio Ambiente – Em solenidade no Palácio do Planalto pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, Lula anunciou, pela terceira, o plano de desenvolvimento sustentável da área cortada pela Rodovia BR-163, no Pará. "Na campanha de 1989, fui a Santarém (PA), quando os companheiros de fé queriam que eu assumisse o compromisso de construir a rodovia (BR163)", lembrou. "Sei que outros foram, (prometeram), mas não fizeram a rodovia. Eu não prometi porque era contar uma mentira. Depois de tantos anos, estamos aqui falando da BR-163." E completou: "Nossa futura geração será eternamente agradecida pelo exemplo que nós vamos dar ao mundo, de como é possível sermos brasileiros e não sermos predadores." Elite – Pouco antes, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, elogiou a "elite", muitas vezes criticada pelo próprio presidente Lula. "A desgraça de um país não é sua elite, é não tê-la", disse Marina. "Vamos organizar um jantar para dizer que os empresários também agem estrategicamente e são a elite pensante deste País." A ministra negou que a solenidade fazia parte do esforço de Lula de se reeleger. "Quando assumi, o presidente pediu que pensasse nas próximas gerações e não nas próximas eleições." (Agências)

PALMAS PARA AS IDÉIAS DE SERRA candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, José Serra, foi ovacionado, ontem, em Campinas, por uma platéia de cerca de 700 empresários e políticos ao apresentar suas propostas para o fortalecimento da economia. Em discurso, na abertura do evento, o presidente licenciado da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, defendeu o candidato tucano. "Você pode contar com meu apoio pessoal", afirmou. De acordo com Serra, são

Marcos Peron/Virtual Photo

O

Guilherme Afif Domingos e José Serra em encontro de políticos e empresários, em Campinas.

quatro os problemas enfrentados pela produção atualmente: as elevadas taxas de juros, o câmbio desfavorável, a carga tributária "sufocante" e a falta de investimentos do atual governo federal na in-

fra-estrutura, o que compromete o crescimento. O candidato prometeu incentivar o setor produtivo como meio de gerar empregos e desenvolvimento. Também defendeu investimentos em

segurança, saúde e educação. E garantiu que vai analisar as propostas de redução das alíquotas do ICMS. Apoio - Para Guilherme Afif Domingos o candidato tucano apresenta um projeto racional. "Hoje acho que há uma espécie de saturamento do discurso emocional. As pessoas estão procurando a razão e nesse ponto ele é bastante pé no chão, não promete o que não pode e coloca com muita racionalidade as propostas e as ações e, o mais importante, convocando a sociedade para participar desse novo conceito", afirmou. Mário Tonocchi

presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Antônio Busato, encaminhou ontem ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, uma notíciacrime pedindo que sejam aprofundadas as investigações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar da iniciativa da OAB, a expectativa é que Souza não tome nenhuma medida contra Lula. Recentemente, o procurador afirmou que não encontrou nada contra o presidente nas apurações que fez do esquema do mensalão. Para o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), a notícia-crime apresentada pela OAB pode ser o ponto de partida para a proposta de impeachment de Lula. O senador defendeu a realização de um encontro da cúpula dos partidos de oposição com o candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, para discutir os trâmites da abertura de um eventual processo de impeachment. "Perdemos a oportunidade de fazer o impeachment em agosto do ano passado. Mas não quer dizer que perdemos a oportunidade de pôr bons advogados nessa história agora", afirmou o senador na tribuna do Senado. Estratégia – A menos de quatro meses das eleições presidenciais, a abertura de um processo de impeachment do presidente dificilmente será levada à frente. Os partidos de oposição tentam montar uma estratégia antecipada para uma eventual vitória de Lula à reeleição. Caso isso ocorra, a oposição quer deixar desde já preparada a proposta de afastamento do presidente. No pedido entregue na Procuradoria, Busato cita três motivos para que o procurador tome providências: as ligações entre a Telemar e a empresa Gamecorp, de Fábio Luiz da Silva, um dos filhos de Lula; o decreto presidencial que facultou ao Banco BMG atuar no crédito a funcionários federais sem que a instituição integre a rede de pagamentos do sistema previdenciário; a omissão do presidente Lula nos episódios do esquema do mensalão. De acordo com o documento assinado pelo presidente da OAB, houve "um affaire Gamecorp/Telemar". "A Gamecorp, comandada por Fábio Luiz da Silva, filho do presidente da República, associouse com a Telemar, em operação milionária, sequer comunicada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM)", observou. Omissão – Busato disse que ocorreu uma "indesculpável e inexplicável omissão (no mínimo) do presidente da República, nos episódios do 'mensa-

lão' e das compras de votos, na formação de 'caixa 2' para o financiamento das campanhas eleitorais do Partido dos Trab a l h a d o r e s e n a p r e v e nção/fiscalização/repressão a atos de improbidade administrativa cometidos pelos mais chegados auxiliares do chefe do Executivo". Segundo ele, o "nada sei" dito por Lula foi a maneira que ele achou para se proteger. "Mas ele tendo se protegido dessa forma deixou a população brasileira muito insatisfeita com relação ao entendimento exato sobre o que o presidente da República sabia e o que não sabia, se ele foi alvo de traição por seus amigos diletos ou se estava consciente do que estava acontecendo." No ofício, o presidente da OAB disse ainda que a entidade analisou em maio e rejeitou uma proposta de impeachment de Lula. Na mesma sessão, a OAB aprovou o encaminhamento da notícia-crime à Procuradoria. Segundo Busato uma das principais peças levadas em conta na ocasião foi a denúncia formulada recentemente no STF por Souza contra 40 pessoas suspeitas de envolvimento com o mensalão, dentre as quais o deputado federal cassado José Dirceu. Oposição – A oposição pediu uma investigação criteriosa e considerou grave o envolvimento do presidente Lula nos episódios relacionados pela OAB. "A notíciacrime é muito mais grave que o pedido de impeachment. E cabe ao procurador-geral, que já incriminou 40, investigar o envolvimento do presidente Lula. Neste momento o que queremos é ganhar do Lula nas urnas, na eleição, mas é muito grave todo o envolvimento do presidente nos episódios que deflagraram a crise", disse o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Junior (BA). No Palácio do Planalto, a ordem foi de minimizar a iniciativa da OAB. A avaliação no núcleo do governo é que foi uma ação política da entidade. "O fato mais importante é que a OAB rejeitou a proposta de impeachment contra Lula com base nesses mesmos fatos da notícia-crime. Portanto, não produz nenhum efeito. O que me parece estranho é encaminhar algo que já tinha perdido força dentro da própria OAB. Esse é um gesto de caráter político", atacou o vice-líder do governo e presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF). Busato rebateu as críticas. "Tudo o que a gente faz no campo público tem um significado político. Mas não queremos, de forma alguma, que a Ordem seja acusada de ser palanque eleitoral para a oposição ou para o governo federal." (Agências)

ALENCAR SERÁ O VICE? TSE PROÍBE FOLHETO

CUT APÓIA REELEIÇÃO QUÉRCIA CONTRA VEJA

O vice-presidente da República, José Alencar, voltou a negar que esteja na disputa para nova dobradinha na chapa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas próximas eleições. Ele ressaltou, porém, que está "às ordens" do presidente. Alencar classificou como hipóteses notícias sobre a ida dele para o PMDB e uma nova composição de chapa com Lula. A uma pergunta sobre a possível filiação ao PMDB, depois das eleições, Alencar disse ter "maior apreço" pelo partido, mas que é integrante do PRB. "Independentemente de ser candidato, se o presidente precisar de mim estarei às ordens dele", afirmou. "Ele (Lula) é uma boa causa", acrescentou Alencar, depois da solenidade em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto ao lado de Lula. Interlocutores próximos do presidente Lula, porém, insistem em afirmar que uma nova composição com seu vice é muito "natural".

Maior central sindical do País, a CUT vai formaO ex-governador Orestes Quércia disse que vai lizar apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio processar a revista Veja por calúnia e difamação, aleLula da Silva durante o 9º Congresso Nacional, gando que reportagem da revista deste final de seque começou ontem em São Paulo e segue até mana o ofendeu. Quércia publica em alguns jornais sexta-feira. "Não queremos a volta dos que crimi- na edição de amanhã um informe publicitário se denalizaram os movimentos sociais, como o gover- fendendo. "A revista Veja, da Editora Abril, deu mais no passado fazia", afirmou o presidente da cen- um exemplo de mau jornalismo... Para me atacar e tral sindical, João Felício, sem citar nominalmen- ludibriar seus leitores, Veja usou a velha técnica de te o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geral- misturar verdade e mentira para tentar dar verossido Alckmin, nem o ex-presidente Fernando milhança à sua falácia e fantasia...", diz o informe. Henrique Cardoso. CONVOCAÇÃO Segundo Felício, "a maioria esmagadora" dos sindicatos filiados Richard Saigh Indústria e Comércio S/A à CUT considera que "Lula é a meCNPJ nº 61.206.397/0001-67 – NIRE nº 35.300.042.174 lhor opção" entre os candidatos Convocação - Assembléia Geral Ordinária/Extraordinária convocados os senhores acionistas da Richard Saigh Indústria e Comércio S.A. a se reunirem em Assembléia Geral colocados. "Se a gente quer que o São Ordinária e Extraordinária a realizar-se no dia 11/7/2006, às 11 horas, na sede social, à Rua Heloisa Pamplona, 842, São Caetano do Sul - SP, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Relatório da diretoria, exame, discussão e votação País continue avançando, a me- das demonstrações financeiras referentes aos exercícios sociais findos em 31/12/2004 e 31/12/2005, publicados no Diário lhor opção é o Lula", disse. Apesar Oficial do Estado e Diário do Comércio em 6/5/2005 e em 26/4/2006, respectivamente; b) Destinação dos resultados; c) Alteração do Quadro Societário; d) Reforma do estatuto social; e) Eleição da Diretoria; f) Outros assuntos. Acham-se à do apoio à reeleição, a entidade disposição dos senhores acionistas na sede social, os documentos a que se refere o art. 133 da Lei de Sociedades Anônimas. São Caetano do Sul, 1/6/2006. Edgard Nassif Saigh e Raul Raphael Saigh: Diretores-Gerentes (6, 7, 8/06/2006) rejeitou o rótulo de governista.

O ministro Marcelo Ribeiro, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), concedeu ontem liminar proibindo a distribuição de folhetos com a tabela dos jogos da Copa do Mundo e a inscrição "Copa 2006 - Lula é show de bola". Ribeiro tomou a decisão a pedido do PSDB. "Conquanto a autoria da tabela não esteja, neste momento processual, seguramente esclarecida, é fato que a propaganda beneficia o pré-candidato à Presidência da República pelo partido representado", afirmou o ministro em sua decisão. Além da proibição de distribuir os exemplares, o PSDB queria que o TSE determinasse a apreensão dos folhetos ainda não entregues. No entanto, Ribeiro rejeitou o pedido alegando que "o partido representante não aponta onde estariam sendo fabricadas e/ou estocadas as tabelas em questão". Segundo o ministro, o folheto constitui propaganda eleitoral antecipada. A campanha só é permitida a partir de 6 de julho. O pagamento ou não de multa pelo PT deverá ser decidido pelo plenário do TSE.


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Empresas Nacional Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de junho de 2006

EUA E BRASIL DISCUTEM COMÉRCIO E CONCORRÊNCIA

Países como o Brasil e o México concorrem mais com a China do que com os Estados Unidos. Carlos Gutierrez, secretário de Comércio dos EUA

NA PRIMEIRA SEMANA DE JUNHO, BRASIL EXPORTOU US$ 1,108 BILHÕES E COMPROU US$ 587 MILHÕES

DOIS DIAS E SUPERÁVIT DE US$ 521 MI

A

s exportações brasileiras somaram US$ 1,108 bilhão nos dois primeiros dias úteis de junho, e as importações chegaram a US$ 587 milhões, o que gerou um superávit de US$ 521 milhões neste início de junho. Com isso, o saldo acumulado em 105 dias úteis do ano passou para US$ 15,985 bilhões, segundo informou ontem a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em igual período do ano passado, essa cifra alcançava US$ 16,289 bilhões, ou seja, US$ 304 milhões a mais. Embora não sejam significativos em termos de definição de tendência para o mês, os números da primeira semana de junho foram divulgados conforme a praxe da Secex de expor semanalmente os resultados da balança comercial. Os dados dos dois dias úteis mostraram a aceleração das exportações em detrimento das importações, que pouco se expandiram. Mas nada indica que esse comportamento, oposto ao dos últimos meses, venha a se confirmar nos números finais do mês. A média diária das exportações chegou a US$ 554 milhões, valor 19,4% maior que a média de junho do ano passado. Já as importações, cuja média diária ficou em US$ 293,5 milhões, tiveram desempenho praticamente estável em relação ao de junho de 2005, crescendo apenas 4,6%.

Marcos D´Paula/AE

Destaques – Nas exportações, houve aumento nas três categorias de produtos: semimanufaturas, com expansão de 27,8%, principalmente zinco em bruto, couros e peles e celulose; manufaturas, com alta de 22%, especialmente em chassis com motor, polímeros e plásticos; e básicos, que tiveram crescimento de 10,8%, com destaque pra milho em grão, minérios de ferro e fumo em folhas. Relativamente ao mês anterior, houve crescimento de 18,6% nas exportações, também motivado pelo aumento nas três categorias de produtos: semimanufaturados (45,6%), básicos (16,4%) e manufaturados (14,8%). Já do lado das importações, embora a média da primeira semana tenha ficado 4,6% acima da média de igual mês do ano passado, elas foram 10,9% inferiores a maio deste ano. No primeiro caso, houve aumento de gastos com produtos siderúrgicos (157%), farmacêuticos (51,6%) e equipamentos elétricos e eletrônicos (33,5%). Comparando-se com o mês anterior deste ano, a queda foi motivada por combustíveis e lubrificantes (-77%), instrumentos de ótica e precisão médica (-19,2%). No semestre, até a primeira semana de junho, o crescimento das importações (20,6%) continua maior que o das exportações (12,4%). Já a corrente de comércio é de US$ 85,163 b i l h õ e s , re s u l t a d o 1 5 , 6 % maior que no mesmo período do ano passado. (Agências)

Mais um pacote para exportação

O Furlan: incentivos para quem usa materiais produzidos no Brasil

Secretário de Comércio dos EUA fala em parceria

O

secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutierrez, disse ontem, na "Conferência Internacional das Câmaras Americanas", no Rio de Janeiro, que brasileiros e americanos precisam aprofundar a parceria para enfrentar a concorrência com os asiáticos. "Na verdade, países como o Brasil e o México concorrem mais com a China do que com os Estados Unidos. Precisamos ser parceiros, porque mais e mais vamos competir com outras partes do mundo." Ele destacou benefícios que os países que fizeram acordos de livre-comércio com os EUA,

tiveram, como o México, integrante do Nafta, que cresceu 50% entre 1993 e 1995. Mas lembrou que o comércio do Brasil com os EUA ainda é baixo. Em termos per capita é de US$ 212, contra US$ 217 da Argentina e US$ 327 da Colômbia. Enquanto Gutierrez destacou a importância de se combater a pirataria, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, ressaltou que é preciso avançar na liberalização do comércio agrícola. "Estudo do Banco Mundial mostrou que a abertura comercial aumentaria o comércio global em US$ 300 bilhões, e 60% disso viriam da área agrícola." (AG)

governo federal deverá anunciar nas próximas duas semanas uma série de medidas com o objetivo de manter o estímulo à exportação brasileira. A informação é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, que participou ontem da abertura de um seminário sobre mercado de capitais na cidade de São Paulo. Segundo ele, o Ministério da Fazenda e o Banco Central estão analisando algumas medidas que podem revigorar a estabilização do real, "sem que haja essas oscilações turbulentas dos últimos dias". O ministro informou que isso será feito por meio do incentivo a empresas de setores que estão exportando com dificuldade, principalmente os que são intensivos de mão-de-obra e materiais produzidos no Brasil. De acordo com o ministro, a atual situação de endividamento das empresas brasileiras é diferente de 2002 e 2003: naquela ocasião, as empresas enfrentaram problemas com a oscilação do câmbio porque tinham dívidas no exterior. "Neste momento a questão é

da rentabilidade das exportações e não de endividamento externo", afirmou Furlan. Aval – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, confirmou a existência de uma série de estudos, além de um projeto de lei apresentado ao Congresso Nacional, para tornar mais moderna a legislação cambial brasileira. Entre esses estudos, ele citou medidas para reduzir a volatilidade do câmbio e até para atender algumas demandas dos empresários, entre os quais, investidores americanos. Mercado – Meirelles lembrou que o câmbio reage às forças de mercado. "À medida que crescem as exportações, cresce o saldo comercial, aumenta o ingresso de divisas no Brasil, e isso tem efeito no câmbio, além da melhora do risco-País versus a evolução dos riscos no mercado internacional", esclareceu. O importante, segundo ele, é que "estamos com um regime de câmbio flutuante, trabalhando para modernizar a legislação, de maneira que possa refletir os fundamentos, corrigir os desequilíbrios e permitir que o Brasil cresça de forma sustentada". (Agências)


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Planalto Câmara Eleições Senado

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de junho de 2006

Candidatura própria é assunto morto no partido. Deputado Geddel Vieira Lima (PMDB)

PP E PMDB UNIDOS NO RIO PARA DISPUTAR O SENADO

PMDB DESCARTA ALIANÇA COM PT, MAS GARANTE APOIO EM ESTADOS.

PMDB FAZ NOVA PROPOSTA A LULA

A

cúpula governista do PMDB descartou a parceria oficial do partido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida sucessória. Em meio à ofensiva para ter um peemedebista como vice, na chapa da reeleição, Lula convidou os dirigentes da ala governista para um jantar ontem à noite. Antes de se dirigir à Granja do Torto, no entanto, o líder no Senado, Ney Suassuna (PB), antecipou a decisão do grupo. O partido não se coligará formalmente com o PT nestas eleições, para liberar as alianças em torno de seus 15 candidatos a governador com boas chances de vitória. "O presidente Lula sonha todos os dias com um vice que se chama Nelson Jobim (ex-deputado e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal), mas nem um vice

divino serviria para nós", resumiu Suassuna, ao adiantar que a cúpula governista apresentaria uma contra-oferta à proposta de aliança formal com o PT: a criação de um movimento pró-Lula dentro do PMDB, que poderá reunir diretórios de até 19 Estados. "Na hipótese mais pessimista, Lula terá o apoio do partido em no mínimo 16 Estados", avaliou o líder. Convidados – A lista de convidados para o jantar no Torto, encabeçada pelo presidente do S e n a d o , R e n a n C a l h e i ro s (PMDB-AL) e pelo senador José Sarney (PMDB-AP), incluiu também o líder do partido na Câmara, Wilson Santiago (PB) e os deputados Jader Barbalho (PA) e Eunício Oliveira (CE). Nos Estados desses cardeais do partido, o apoio ao projeto da reeleição já é dado como certo. Os Estados que

Carlos Moraes/ O Dia/AE

mais resistem a qualquer tipo de parceria com o PT são o Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Pernambuco, onde petistas e peemedebistas vivem às turras. Mas também há fortes resistências no Rio Grande do Norte, Acre, Santa Catarina, Sergipe e Mato Grosso do Sul. Negociações – Como também há problemas com o PT em Estados onde o diretório peemedebista já apóia a reeleição, Suassuna afirmou que seu grupo aproveitaria o jantar para pôr as dificuldades na pauta de negociações. A idéia era cobrar a reciprocidade dos petistas nos Estados em que o PMDB é o franco favorito na briga pelo governo local. É o caso da Paraíba, onde o PT praticamente inexiste, mas decidiu lançar a candidatura de José Neto contra o senador José Maranhão (PMDB), que já enfrenta uma dura batalha para vencer o governador Cássio Cunha Lima (PSDB), no projeto da reeleição. A aposta geral ontem era de que a convenção extraordinária do PMDB, convocada para o próximo dia 11 por diretórios de nove Estados também entraria na conversa dos governistas com o presidente. A convocação, publicada no Diário Oficial da União de ontem, foi fruto de mais uma ofensiva do grupo do ex-governador An-

thony Garotinho, para tentar manter de pé a candidatura própria do PMDB ao Planalto. Segundo os governistas, porém, só a executiva nacional do partido tem o poder de convocar a convenção ordinária que dará a palavra final sobre a candidatura própria. E na executiva, diz Suassuna, os governistas, somados aos independentes e ao grupo que prefere uma aliança com Alckmin, têm maioria folgada de 11 votos a quatro. Candidatura – "Candidatura própria é assunto morto no partido e essa convenção extraordinária não passa de manobra diversionista de quem não tem o que fazer", diz o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), certo de que esta convenção não será realizada, até porque não teria valor jurídico para decidir sobre candidaturas. Na verdade, a iniciativa de Garotinho acabou atropelando uma articulação dos próprios governistas com setores que defendem a candidatura própria, para matar de vez o assunto. A idéia era antecipar a convenção em um grande acordo para descartar a tese do candidato do PMDB ao Planalto, dando uma saída honrosa para o senador Pedro Simon (PMDB-RS) desistir da disputa e assumir sua candidatura ao Senado. (Agências)

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem

Eymar Mascaro

Vai fundo

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eraldo Alckmin endureceu de vez o discurso contra Lula, a ponto de chamar o presidente de "cara-de-pau" na entrevista que concedeu à Veja. O candidato tucano decidiu não deixar sem resposta nenhuma crítica do petista como aconteceu na semana que passou. Pelo tom dos discursos dos dois candidatos, nota-se que a campanha vai pegar fogo depois que os partidos realizarem suas convenções, até 30 de junho. De forma imprudente, Lula criticou a atuação dos governos tucanos de FHC e de Alckmin na área da educação. Mas, dias antes, o Tribunal de Contas da União havia dado um puxão de orelha em Lula pela não aplicação das verbas previstas no setor educacional. O pito foi dado pelos ministros que julgaram as contas do governo federal. No final, as contas foram aprovadas, mas os ministros fizeram 30 ressalvas.

SALTO ALTO

DISPUTA

Os tucanos acham que Lula está se sentindo vitorioso e, por isso, está desafiando o PSDB a exibir na televisão cenas de depoimentos de petistas nas CPIs dos Correios e dos Bingos, em que se viram envolvidos no escândalo do mensalão e das propinas.

O PT, contudo, não está sozinho na briga pelo apoio do PMDB. Também o PSDB corteja os peemedebistas: querem o apoio de Alckmin. Tudo indica que o PMDB continuará rachado, uma parcela apoiando Lula e outra estando ao lado de Alckmin.

NO AR

Lula pode ser punido (com multa) pela Justiça eleitoral por ter usado o Palácio do Planalto para tratar de campanha eleitoral com Orestes Quércia. A legislação proíbe que logradouros públicos sejam utilizados para fins eleitorais.

O PSDB aceitou o conselho de Lula e diz que vai exibir na tevê petistas como Delúbio Soares, Sílvio Pereira e José Genoino depondo nas CPIs. Os tucanos vão explorar o fato de os petistas terem sido indiciados por envolvimento com o mensalão. O mensalão completa hoje um ano.

PUNIÇÃO

DECISÃO A Comissão Executiva do PSB deve se reunir amanhã para decidir se faz coligação com o PT. O partido precisa aparar algumas arestas nos Estados, como em São Paulo, porque os socialistas querem apoiar a candidatura de José Serra (PSDB) a governador.

CAI POR TERRA FICA FORA

Cesar Maia diz que não dividirá palanque com Alckmin e Garotinho.

Deputada Denise Frossard (PPS-RJ), pré-candidata ao governo do Rio.

MAIA ATACA GAROTINHO

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prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), resolveu se antecipar a uma possível e já ensaiada aproximação de seu r i v a l A n t h o n y G a ro t i n h o (PMDB) com o pré-candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo ele, o tucano perderá votos se aceitar o apoio do ex-governador do Rio. Para Maia, Alckmin cometerá um erro ao deixar-se acompanhar por Garotinho, desgastado por suspeitas sobre a origem do financiamento de sua pré-campanha presidencial e pela greve de fome. O prefeito do Rio disse que a decisão cabe a Alckmin, mas que não o abandonará, caso ele aceite o apoio de Garotinho. Ainda assim, foi irônico ao deixar claro que não dividirá o palanque do tucano com seu maior adversário. "Se ele (Ga-

rotinho ao lado de Alckmin) estiver na cidade do Rio de Janeiro, eu estarei em Itaperuna (RJ) ou então em Buenos Aires. Isso para que todas as pessoas tenham a absoluta certeza de que entre nós só existe uma coisa: uma visão completamente diferente de tudo", disse. Maia classificou como descalabro a gestão da governadora Rosinha Matheus, esposa de Garotinho. Sobre o futuro político do casal, novamente, ironizou: "Eles são bons radialistas. Acredito que vão voltar para aquilo que fazem bem, que é falar no rádio." Denise Frossard– Sem o apoio do PSDB fluminense, Maia apresentou ontem, após um café da manhã no Palácio da Cidade, a deputada Denise Frossard (PPS-RJ) como a précandidata ao governo do Rio. Apesar de o PFL ser um aliado

de primeira hora dos tucanos, o prefeito disse que não recorrerá à Direção Nacional do PSDB para convencer o deputado Eduardo Paes a abrir mão da candidatura e aderir ao que chama de frente anti-Garotinho. Denise, que integra a Executiva do PPS, disse que votou pela aliança nacional com o PSDB, mas deixará para a legenda a cobrança da reciprocidade no Rio. Críticas ao PSDB – Maia criticou os tucanos, ao afirmar que as divergências que teve com a condução da pré-candidatura Alckmin não se repetirão na campanha da deputada do PPS do Rio. No entanto, mostrou-se satisfeito com a criação de um conselho político para a campanha a presidente. "Quando não tem uma referência, cada um diz o que quiser." Denise e o prefeito disseram que as portas da candidatura estadual continuam abertas para o PSDB, mas ressaltaram que os nomes da chapa não serão modificados. Eles afirmaram que o nome dela foi escolhido entre os partidos por ser o que tem melhor desempenho nas pesquisas. O ex-secretário da prefeitura Eider Dantas (PFL) será o candidato a vicegovernador. Outro ex-secretário municipal, Alfredo Sirkis (PV), será o candidato a senador. O PDT também participou das negociações, mas preferiu lançar candidato próprio.

Gafe – Sob o olhar do prefeito e dos deputados Rodrigo Maia (PFL-RJ) e Fernando Gabeira (PV-RJ), Denise e os colegas de chapa disseram que terão como principal bandeira a segurança pública. Ela surpreendeu ao dizer que não faria campanha em favelas por causa da criminalidade. "O Estado não me dá essa segurança. É por isso que sou candidata", afirmou. Depois, corrigiu-se. "Eu nunca limitei o meu espaço. Ando em qualquer lugar do Rio, mas, como todo mundo, com sobressalto", afirmou. PMDB fluminense– Denise elegeu o pré-candidato a governador Sérgio Cabral (PMDB), apoiado pelo casal Garotinho, como o principal adversário, mas também avaliou, negativamente, o précandidato Marcelo Crivella (PRB). Ontem o PMDB do Rio também apresentou a chapa estadual. Cabral terá como vice o ex-prefeito de Piraí (RJ) Luiz Fernando de Souza, mais conhecido como "Pezão", um dos principais auxiliares de Garotinho. O PMDB terá o apoio do PP e vai aderir à candidatura do deputado Francisco Dorneles (PP-RJ) a senador. Com a escolha de Dornelles, os nomes de Jorge Picciani, presidente da Assembléia Legislativa do Rio, e de Luiz Paulo Conde, vice-governador, que postulavam a indicação do partido, foram descartados. (Agências)

Michel Temer volta à evidência ao afirmar que difìcilmente o PMDB terá candidato próprio à presidência. A afirmação ganha importância porque Temer é presidente do PMDB e tem participado de encontros com os outros membros da cúpula do partido.

Além de discutir se faz coligação com o PT, a cúpula do PSB vai decidir se indica o vice na chapa de Lula. Parece que o exministro Ciro Gomes vai aceitar o conselho para ser candidato a deputado federal, para ajudar o partido a vencer a cláusula de barreira. O vice do PSB, se sair, pode ser o deputado Eduardo Campos (PE).

IMPORTÂNCIA

CANDIDATURA

A declaração de Michel Temer agradou o presidente Lula, porque as pesquisas indicam que se o PMDB não lançar candidato a eleição pode ser decidida ainda no 1º turno. Calcula-se que o candidato peemedebista poderia alcançar até 15% dos votos, levando a decisão para o 2º turno.

Surge um movimento de prefeitos do PDT contrário ao lançamento da candidatura presidencial do senador Cristovam Buarque (DF). Os prefeitos querem que o partido fique sem candidato para se coligar livremente nos Estados. A cúpula, no entanto, é contra o movimento dos prefeitos.

ENCONTRO

JUNTOS

Depois de se encontrar com Orestes Quércia, Lula decidiu sustentar um fuçafuça com Michel Temer. O presidente deve reiterar o convite para que o PMDB indique o vice na sua chapa, como, por exemplo, Nelson Jobim (ex-STF). Detalhe: o PMDB só pode tomar uma decisão se realizar sua convenção.

Geraldo Alckmin e José Serra começam hoje a fazer juntos campanha pelo interior do Estado. Alckmin quer aproveitar o favoritismo de Serra para o governo paulista para recuperar pontos que perdeu para Lula nas últimas pesquisas em São Paulo. Alckmin e Serra viajam para Catanduva.

DÚVIDA

CARONA

A convenção do PMDB estava prevista para 11 de junho, mas os governistas conseguiram transferir a data para o dia 29. O objetivo é fazer com que o partido não realize a convenção e fique sem lançar candidato próprio. Os governistas acham que podem colaborar com o PT se o PMDB não tiver candidato.

Alckmin pegou uma carona no Bolsa-Família, ao garantir, em visita ao Nordeste, que este programa social é uma criação de Fernando Henrique e do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Em tempo: os programas sociais do governo tem garantido a Lula a liderança nas pesquisas.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 6 de junho de 2006

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dólares foi a alta no preço dos contratos de barril de petróleo na Bolsa de Nova York ontem. A commodity fechou a US$ 72,60.

5/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 31/05/2006 31/05/2006 31/05/2006 31/05/2006 31/05/2006

P.L. do Fundo 5.292.347,98 1.270.383,74 5.537.735,18 2.524.143,18 1.006.109,20

Valor da Cota Subordinada 1.086,956809 1.025,215230 1.069,707774 1.033,279956 1.001,611487

% rent.-mês 3,4629 2,0569 3,3655 1,8991 3,1768

% ano 11,2578 2,5215 6,9708 3,3280 0,1611

Valor da Cota Sênior 0 1.037,976237 1.046,500189 0 0

% rent. - mês 1,2912 1,4071 -

% ano 3,7976 4,6500 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


terça-feira, 6 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Congresso Planalto CPI Câmara

5 Algumas concessões o relator da CPI dos Bingos (Garibaldi Alves) terá que fazer. Senador Álvaro Dias (PSDB-PR)

REGULAMENTAÇÃO DO JOGO FICA FORA

CPI DOS BINGOS ENCERRA HOJE SEUS TRABALHOS. OPOSIÇÃO CEDE, PARA APROVAR O RELATÓRIO.

O FIM DA CPI DO FIM DO MUNDO José Cruz/ABr

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CPI dos Bingos – conhecida também como a CPI do Fim do Mundo, por investigar diversos assuntos em detrimento das casa de jogo – encerra hoje os trabalhos, com o depoimento do ex-segurança Joacir das Neves sobre o suposto envolvimento de integrantes do governo no assassinato do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel. Como guarda-costas do então chefe do crime organizado do Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro, o "Comendador", Neves disse ter acompanhado "personalidades" do PT acertando o "sumiço" de Daniel com o patrão porque este não concordava em desviar dinheiro do caixa dois do partido para atender interesses particulares. Ou, como especificou, Daniel não concordava em "fazer um caixa dois do caixa dois". A apresentação do relatório final da CPI dos Bingos será feita amanhã. Ontem a oposição reduziu o tom dos ataques e já admitia fazer concessões para conseguir aprovar o documento. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) reconheceu que pode concordar em retirar do relatório alguns pedidos de indiciamento não aceitos pelo governo. "Algumas concessões o relator ( Garibaldi Alves) terá que fazer", admitiu. A mudança de postura aconteceu porque o governo conseguiu reverter o jogo e tem hoje maioria na CPI dos Bingos. Para evitar que a comissão termine sem relatório, parte do PSDB já aceita, por exemplo, retirar da lista de pedidos de indiciamento o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, e o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil). Os dois são citados nas investigações sobre a morte de Celso Daniel. Os irmãos do prefeito, Bruno e João Francisco Daniel, dizem que, dias depois do crime, Carvalho confessou a eles a existência de um esquema de desvio de dinheiro da prefeitura para o PT. Os recursos chegariam a Dirceu. Os dois negam. A proposta do governo é a de que o caso seja citado no relatório, mas não haja pedidos de indiciamento. A divergência não resolvida até agora é o tratamento que será dado ao presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, que diz ter pago dívidas de

CONSELHO VOTA HOJE CASSAÇÃO DE JANENE

Relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN)

Lula com o PT . A oposição acredita que o dinheiro veio de caixa dois. " O Okamotto a gente não abre mão", disse o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN). "Essa CPI sempre teve o objetivo de derrubar o presidente Lula", lembrou a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti. Regulamentação dos bingos – O relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), desistiu de apresentar, no relatório final, uma proposta de regulamentação das casas de bingos. Alves disse que foi "aconselhado" a não tratar do assunto com detalhes. Muitos integrantes da CPI são contra a regulamentação do jogo. Ele desistiu também de propor a realização de um referendo sobre a legalização dos bingos. Integrante da comissão, o senador Romeu Tuma (PFL-SP), é contra qualquer referência à regulamentação. "É como a CPI do Narcotráfico propor a legalização das drogas. A CPI foi criada para investigar os crimes relacionados ao jogo", afirmou. Na semana passada, o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), recebeu um abaixo-assinado com mais de 500 mil assinaturas pedindo a regulamentação. A julgar pelo envolvimento de aliados do Executivo em várias denúncias, o relatório está ameaçado. A CPI dos Bingos iniciou as atividades em julho. Desde então, foi boicotada por bancos, operadoras de telefonia (que não forneceram informações) e até por liminares do Supremo Tribunal Federal (STF). (Agências)

O Conselho de Ética da Câmara julga hoje o processo de cassação do deputado José Janene (PP-PR), acusado de ter sido um dos beneficiários do esquema do mensalão. A previsão é de que o parecer do relator, Jairo Carneiro (PFL-BA), a favor da cassação, seja aprovado com ampla maioria pelo colegiado. O presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), já convocou uma reunião para a próxima sextafeira, caso algum deputado peça o prazo regimental de duas sessões e atrase a votação do parecer. O Conselho vai julgar o processo de Janene, o último dos parlamentares acusados de envolvimento no mensalão, um ano depois de o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), ter denunciado o esquema. Durante esses doze meses, apenas três deputados foram cassados: José Dirceu (PT-SP), Pedro Corrêa (PP-PE) e o próprio Jefferson. Onze foram absolvidos pelo plenário da Casa. Janene é acusado de ter recebido R$ 4,1 milhões das contas de Marcos Valério. Desde o ano passado, Janene alega problemas de saúde para não depor e tenta por meio de recursos regimentais e judiciais suspender seu processo na Câmara.

OS PLANOS DE PALOCCI O ex-ministro Antonio Palocci prepara sua volta à cena política. Pretende disputar uma vaga na Câmara dos Deputados e, para isso, conta com a ajuda dos antigos aliados de Ribeirão Preto (SP), onde foi prefeito. "O PT vai se empenhar para limpar o nome dele. Ele será eleito", aposta o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). Em prévia realizada pelo PT local para indicar candidatos a deputado, Palocci foi escolhido por 316 dos 529 votantes. Em vez de economia e política, gripe aviária foi o tema das duas primeiras entrevistas depois que deixou o Ministério da Fazenda, em 27 de março.

VEREADOR PEDE SANGUESSUGA: BAFÔMETRO ANTES SEM ENTRAVES DE SESSÕES PARA UMA CPMI. Sugestão do vereador Adriano de Santana Feitoza (PFL) virou alvo de piada entre os cerca de 20 mil habitantes do município de Canindé do São Francisco, a 189 quilômetros de Aracaju (SE). O vereador deu entrada numa indicação solicitando que a Câmara Municipal adquirisse um bafômetro, para para usá-lo antes de cada sessão que ocorre nas terças e quintas-feiras à noite. O pedido foi motivado por causa de um problema pessoal dele com os colegas Anselmo Resende (PP) e Marcondes José Apolônio Marinho (PSDC) – que supostamente teriam participado de algumas sessões da Câmara sob forte efeito do álcool. Adriano Feitoza não quis comentar o caso.

O vice-líder do PPS na Câmara, deputado Raul Jungmann (PE), disse que agora não há nenhum entrave regimental para a criação da CPMI destinada a investigar a possível participação de deputados e senadores na compra superfaturada de ambulâncias por meio de emendas ao Orçamento. A prática foi descoberta na Operação Sanguessuga, deflagrada pela Polícia Federal. Segundo Jungmann, o presidente do Congresso tem até a quinta-feira para instalar a CPMI. Caso contrário, os partidos ingressarão com o pedido no Supremo Tribunal federal. "Se até quinta-feira não acontecer a leitura da CPI, o mandado de segurança será inevitável", disse.


quarta-feira, 7 de junho de 2006

Estilo Nacional Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

NA COPA, FUNCIONÁRIOS DEVEM COMPENSAR HORAS

Luludi/LUZ - 26/05/2006

Segmento de cama, mesa e banho deverá ter queda nas vendas nos dias dos jogos da seleção brasileira

BOVESPA Bolsa vai exportar para África do Sul programa de financiamento de projetos sociais.

Ó RBITA

IBM NA ÍNDIA Gigante americana de informática pretende investir US$ 6 bilhões no país até 2008.

Milton Mansilha/LUZ (08/09/2005)

A CAMINHO DO CLUBE DE PARIS

O

ENERGIA

O

governo fixou em R$ 125 por megawatt/hora (MWh) o preço de referência da energia elétrica no leilão que será realizado no dia 29 para as usinas hidrelétricas. Para as usinas térmicas, o preço ficou em R$ 140 por MWh. Os preços estão 7,8% acima dos R$ 116 por megawatt/hora no leilão de dezembro para as hidrelétricas. A EPE é a estatal responsável.(AE)

recentemente quitou antecipadamente uma dívida de US$ 3 bilhões que tinha com o Clube de Paris. No mês passado, o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Luiz Pereira da

Silva, teve na capital francesa discussões com representantes do grupo. Criado em 1956, o clube tem o objetivo de negociar pagamentos de dívidas de países que enfrentam dificuldades financeiras. (AE)

JUIZ DO CASO VARIG DIZ TER MILHAS

O

juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig, revelou ontem que possui 130 mil milhas da empresa aérea. Ayoub disse que não trocou ainda as milhas por confiar que a empresa vai se recuperar. Com essas milhas, Ayoub poderia comprar uma passagem para a Europa e uma para os Estados Unidos. Ou ainda duas para

os Estados Unidos mais uma para um país da América Latina. Apesar de as milhas darem direito a um prêmio em passagem, quem tem milha não é credor da Varig no sentido estrito do termo. Leilão – A estatal portuguesa de aviação TAP não participará do leilão da Varig, informou fonte que acompanha as negociações, acrescentando que a empresa achou o preço alto. (AE)

Newton Santos/Hype

PEZINHO

A

Intercientífica, empresa brasileira que disputa o mercado mundial do "teste do pezinho", espera comercializar neste ano 1, 5 milhão de exames neonatais que detectam vários tipos de doença. É a única empresa brasileira que disputa o mercado com as multinacionais Perkin Elmer e Bio-Rad. (AE)

PETRÓLEO

A

produção de petróleo nos Estados Unidos, em declínio nas últimas duas décadas, deve crescer nos próximos dois anos com a nova produção na bacia do Golfo do México, anunciou ontem a Administração de Informação de Energia. A produção deve subir de 157 mil barris por dia para quase 5,3 milhões. (AE) A TÉ LOGO

Em maio, foram vendidas no mercado interno 121,5 mil motocicletas, 22,5% mais que em abril.

COPA: BAR LUCRA, VAREJO NEM TANTO.

E

ministro da Fazenda, Guido Mantega (foto), deve discutir hoje, durante reunião na embaixada brasileira na capital francesa, as relações do Brasil com o Clube de Paris. Segundo assessores do ministro, o encontro terá o objetivo de "coletar informações" sobre o grupo informal de 19 países credores. Uma eventual adesão do Brasil ao Clube de Paris tem sido cogitada nas últimas semanas, embora assessores de Mantega garantam que não existe decisão sobre o tema. O governo brasileiro

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NOVO PORTAL DE INVESTIMENTOS

H

oje entra no ar o portal Apregoa.com, que reúne ferramentas de operação no mercado de capitais para clientes da corretora Cruzeiro do Sul. Os clientes poderão operar em tempo real na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Os serviços terão

mensalidades entre R$ 17,50 e R$ 300, e podem diminuir conforme a movimentação financeira que o aplicador tiver durante o mês, diz Flávio Rietmann (foto). Os depósitos mínimos iniciais são de R$ 3 mil. Quem não é cliente da corretora também pode se cadastrar no site para receber informações gerais do mercado. (SSP)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Grandes empresas estão livres do seguro apagão

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Brasil está pronto para produzir vacina contra a gripe aviária

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Padrão europeu defende anúncio da TV digital em 2007

m época de Copa do Mundo, o varejo talvez seja o setor que mais sente os efeitos da paixão dos brasileiros pelo futebol. No período que antecede os jogos há incremento na venda de eletroeletrônicos, especialmente de televisores. Mas, com o fechamento dos estabelecimentos no horário dos jogos da seleção brasileira, é esperada uma retração nas vendas do comércio em geral. Por esses motivos, Marco Antônio Galindo, diretor de Relações Institucionais do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (SindilojasSP), acredita que o impacto dos jogos no faturamento de junho não será tão expressivo. Na pior das hipóteses, diz ele, a queda será de 5% em relação a junho do ano passado. Mas ele salienta que essa é uma previsão difícil de mensurar. "Ao mesmo tempo em que haverá queda em setores como cama, mesa e banho ou confecções em geral, lojas que trabalham com materiais esportivos, eletroeletrônicos e decoração vão vender mais em junho", diz. Ta n t o é a s s i m q u e , n o primeiro trimestre, a venda de TV em plasma e LCD (cristal líquido) totalizou 60 mil aparelhos, mais que o total vendido em todo o ano passado, segundo a Associação Na-

cional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos. Funcionamento – Qu anto ao horário de funcionamento das lojas durante os jogos da seleção brasileira, o SindilojasSP informa que ficará a critério dos lojistas a dispensa – o que deverá ser a prática da totalidade do pequeno varejo – ou não dos funcionários (veja reportagem abaixo). Isso se o ponto comercial não for um bar ou restaurante. Este segmento não terá folga durante as partidas, pelo contrário. O Sindicato do Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP) projeta crescimento médio de 20% no movimento quando o Brasil estiver em campo. "Regiões que concentram escritórios empresariais, como Moema, Itaim Bibi e Avenida Paulista, vão sentir mais esse crescimento. Afinal, mesmo que as empresas liberem os funcionários, muitos preferem assistir aos jogos com os amigos. Haverá ainda quem não consiga chegar em casa a tempo", diz Joaquim Saraiva de Almeida, presidente da Abrasel. Para atender a demanda extra, Almeida explica que os estabelecimentos vão instalar telões e televisores de plasma. Essa também é a estratégia dos shoppings, mas para segurar os clientes. O Internacional Shopping de Guarulhos vai

instalar dois aparelhos de tevê de plasma com 42 polegadas e um telão na praça de alimentação. O Center Norte também terá televisores de plasma. Entre os setores que já decidiram adotar horários especiais estão os bancos (veja serviço). As indústrias, com algumas exceções – como as petroquímicas que não podem parar – dispensarão os funcionários ou interromperão a produção durante os jogos, segundo informa o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Para Carlos Cavalcante, economista-chefe da entidade, não haverá impacto da Copa na produção industrial de junho. "Ao contrário do comércio, a indústria tem como reorganizar a produção para atender as encomendas." Renato Carbonari Ibelli

SERVIÇO

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) estabeleceu horários especiais de funcionamento para as agências nos dias de jogos do Brasil, que serão realizados às 12 horas ou às 16 horas. Quando o jogo for às 12 horas, os bancos vão abrir das 8h30 às 11h30 na primeira etapa. A segunda etapa começa às 14h30 e termina às 16 horas nas capitais e regiões metropolitanas, e às 15h30 no interior. Quando o jogo for às 16 horas, as agências atenderão das 9h30 até as 14h30 em todas as cidades.

Bom senso na negociação s e m p re s a s n ã o s ã o obrigadas a dispensar seus funcionários para assistir aos jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo. Nesse caso, o que deve prevalecer é o bom senso, para que seja feito um acordo de compensação de horas ou dispensa amigável do funcionário. Segundo a consultora Mitico Koga, da Tupi Consultoria, a exemplo do que ocorre no Carnaval, esse tipo de negociação é muito tranqüila. Mas, se a empresa disser que o funcionário deve trabalhar e ainda assim ele faltar ou sair mais cedo para assistir aos jogos, "corre o risco até de ser dispensado por justa causa". Porém, ressaltou Mitico, cabe ao juiz decidir se a ação caracteriza falta grave a ponto de merecer demissão justificada, o que, na sua opinião, é pouco provável. Além do dia – A consultora disse que no primeiro jogo da seleção, que será realizado no dia 13 de junho, o empregado

A

que faltar por conta própria perderá, além do dia que não trabalhou, outros dois de descanso por conta do feriado de Corpus Christi, no dia 15. "Normalmente, quando um funcionário falta, ele não recebe a remuneração referente àquele dia e ao domingo da mesma semana. No caso específico do dia 13, ele também perderia o direito da remuneração do feriado", disse Mitico. De acordo com a consultora, a maioria das empresas que optaram pela compensação de horas certamente já celebraram acordos no início do ano. "É comum elas programarem um calendário com a compensação das horas referentes aos feriados do ano todo. Até porque esses acordos exigem acompanhamento do sindicato da categoria e a homologação do delegado regional do Trabalho." O advogado Antonio Zeenni, do escritório Olimpio de Azevedo Advogados, concordou com a opinião de Mitico e

acrescentou que dificilmente uma empresa não permitirá que os funcionários assistam aos jogos. Citou como exemplo o fato de aqueles que não podem dispensar instalarem televisores para que todos acompanhem os jogos. "Sempre há acordo entre as partes. Tanto que não há jurisprudência nesse sentido porque normalmente as empresas se sensibilizam com a data e não querem prejudicar o funcionário", afirmou Zeenni. Márcia Rodrigues


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Cidades EMPRESÁRIO QUER UMA

quarta-feira, 7 de junho de 2006

Estimamos um potencial de crescimento de 70% no faturamento das lojas. Pitágoras Ruiz Pereira Filho, empresário

OSCAR FREIRE NO CENTRO Idéia é trazer sofisticação para um pequeno beco que fica bem no meio da ladeira Porto Geral, na região central da cidade. A rua está abandonada e tem a sua entrada fechada por barracas de camelôs e, muitas vezes, sequer é vista por quem passa. Primeiro esboço, que deve ficar pronto em 30 dias, prevê mudança visual nas fachadas, calçadas e postes. Andrea Felizolla/Luz

Fernando Vieira

T

ransformar um beco em bulevar. Esse é o desafio que o comerciante Pitágoras Ruiz Pereira Filho, de 31 anos, se impôs. É dele uma proposta de revitalização que pretende trazer o conceito da rua Oscar Freire, nos Jardins, com lojas e público sofisticados, para a rua Varnhagem, uma pequena travessa sem saída, localizada no meio da ladeira Porto Geral, na região da rua 25 de Março, no Centro. Aparentemente esquecida na área onde se localiza o mais tradicional centro de compras a céu aberto da cidade, a rua Varnhagem, já há alguns anos, perdeu o charme para os comerciantes. Com seu único acesso tomado por camelôs ilegais, que se aglomeram na esquina, a rua foi literalmente fechada pela informalidade, pelas bancas e cavaletes que disputam o espaço em centímetros. Circular pela travessa chega a ser uma missão impossível. A situação é ainda mais complicada para quem observa a ruela de dentro de um carro. É preciso conhecê-la muito bem para não perder sua entrada, invariavelmente bloqueada por camelôs, e seguir direto rumo à rua 25 de Março. Afinal, onde está a rua? A descoberta ocorre apenas nos poucos momentos de desbloqueio, geralmente quando um veículo pede

Pereira Filho (acima) pretende mudar a cara da rua Varnhagem (esq.) que fica praticamente escondida pelos camelôs e suas barracas. Quando chega a GCM, os ambulantes usam o local para escapar da fiscalização.

passagem para poder acessar os estacionamentos que ali funcionam ou quando a Guarda Civil Metropolitana (GCM), acompanhada dos agentes fiscais da Prefeitura, realizam blitze no local. Neste último caso, o correcorre é geral e movimenta a rua. Em poucos segundos, ela se transforma em esconderijo para quem foge do rapa. A ação da fiscalização espanta os camelôs e compromete a jogatina que corre solta no fim da travessa. Ela é promovida por um pequeno grupo de pessoas que atuam sem qualquer repressão policial. Por fim, imaginar que exista uma atividade comercial legalizada por trás

Wagner Martins/AE

Publicação por ordem judicial no processo 000.05.760.203-4 do Juizado Especial Cível Central

da barreira de camelôs parece muito pouco provável. Mas ele existe. E, a duras penas, resiste. Inspiração – Diante desse cenário crítico, Pitágoras Ruiz Pereira Filho, proprietário de quatro estabelecimentos comerciais na região e diretor da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), buscou inspiração para liderar um projeto de revitalização da Varnhagem. Ele propõe uma mudança radical no perfil da rua sem saída, utilizada como depósito de lixo pelos ambulantes e também por alguns lojistas da ladeira Porto Geral. "Vi um problema com várias vertentes, que estraga o comércio local. Em vez de jogar a toalha, quero provar que temos a oportunidade de resolvê-lo", disse Pereira Filho. E a idéia já começa a ganhar contornos mais definidos. Um projeto específico está sendo desenvolvido pelo arquiteto e urbanista José Luiz Rogé Ferreira Grieco. A entrega dos primeiros croquis está prevista para os próximos 30 dias. Segundo Pereira Filho, que patrocina o projeto, as linhas básicas estarão pautadas pela recuperação das fachadas dos imóveis, dos postes de iluminação e das calçadas, com a melhoria do aspecto visual da rua. Cada comerciante deverá arcar com

os custos da revitalização. Além disso, as lojas da travessa vão assumir uma nova posição no mercado, com perfil sofisticado, ambientes climatizados e atendimento personalizado. "Estimamos um potencial de crescimento de 70% no faturamento das lojas", disse Pereira Filho. O projeto também vai contemplar a ladeira Porto Geral. Embora ainda não tenha sido firmado um acordo com a Prefeitura, a proposta já foi comunicada à Subprefeitura

da Sé. "Queremos apoio da administração, especialmente em relação à segurança. Solicitamos um posto da PM ou da GCM na esquina da rua," disse Pereira Filho. A proposta tem o apoio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "O projeto representa não apenas o aprimoramento do ponto de vista da beleza urbana, mas também o estímulo da atividade econômica do Centro", disse Marcelo Flora Stockler, superintendente da Distrital Centro da ACSP.

"Vi um problema de várias vertentes que estraga o comércio local. Em vez de jogar a toalha, quero provar que temos a chance de resolvê-lo", Pitágoras Pereira Filho, empresário criador do projeto


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.OPINIÃO

quarta-feira, 7 de junho de 2006

RESENHA

NACIONAL

VÍTIMAS VOLUNTÁRIAS

N

A Rubem Berta, controladora da Varig, não soube, não pôde, ou não quis adaptar a empresa aos novos tempos. empresas e autarquias (BR Distribuidora e Infraero, entre as maiores), a administração da Varig esperava um "encontro de contas". Mas qualquer pessoa minimamente informada sabe que o Brasil se tornou um "Estado cangancheiro": o pior dos mundos é litigar contra a União, mesmo coberto de razões. E não há razão para nenhum tratamento diferenciado a favor da companhia aérea, por melhores que sejam as lembranças que o seu passado evoque.

JOÃO DE SCANTIMBURGO

As benesses trabalhistas obtidas ao longo de décadas por seus funcionários também comprometem agora o futuro dos empregos. Como não é possível que os empregados legal e voluntariamente aceitem uma redução de salários (como recentemente fizeram os pilotos da empresa americana Delta), esse problema não tem como ser solucionado. A Fundação Rubem Berta, controladora da Varig e, por sua vez, controlada por seus próprios funcionários, não soube, não pôde, ou não quis adaptar a empresa aos novos tempos. Nem nunca se ouviu nenhuma campanha dos empregados pela revisão das "conquistas" trabalhistas. Nem contra os abusos cometidos pela Justiça do Trabalho a favor dos reclamantes e que agora assustam eventuais investidores. As únicas coisas que pertencem à Varig são o elevado custo de seu pessoal; uma força de trabalho que dificilmente se adaptará a uma nova conjuntura; um obsoleto sistema de informática; dívidas trabalhistas e tributárias; e uma imagem comprometida por uma gestão, no mínimo, incompetente, indelevelmente associada ao corporativismo. Este é o negócio que está sendo levado a um leilão que, se bem sucedido, não garantirá longa sobrevida a uma "nova" Varig. O veneno que hoje mata a Varig foi por ela mesma gerado.

POPULISMO NO PERU

Condenação seletiva MARCEL SOLIMEO

A

pós o vergonhoso acontecimento da invasão da Câmara dos Deputados ontem por um grupo de auto-denominados "sem-terra", pertencentes ao MLST, que culminou, inclusive, com graves ferimentos em um dos funcionários, o Palácio do Planalto divulgou nota em que a Presidência da República manifesta "sua solidariedade e apoio ao Congresso Nacional, diante da invasão de suas dependências, em um grave ato de vandalismo cometido contra o parlamento", considerando que isso "fere os princípios da democracia e deve ser tratado com rigor da lei". Não me recordo de ter visto qualquer condenação do Planalto quando da invasão e destruição das mudas da fazenda da Aracruz no Rio Grande do Sul, ou de qualquer outro ato de agressão que os ditos " movimentos sociais " têm diariamente praticado, e, muito menos, a posição " enérgica " da Presidência em defender "o rigor da lei" para os invasores do Congresso. Naquela oportunidade, apenas o ministro da Justiça soltou uma nota pífia em que manifestava sua "preocupação com os acontecimentos", mas não adotou qualquer medida para punir os responsáveis, ou para evitar a repetição de atos dessa natureza, porque o governo não desejava "criminalizar os movimentos sociais". A dúvida sobre essa nota de repúdio é se ela

TRECHOS DO EDITORIAL DE CÂNDIDO PRUNES NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

expressa uma posição sincera por parte de um governo que sempre apoiou e incentivou os atos de violência desses movimentos, com o presidente da República recebendo-os no Palácio do Planalto, defendendo-os e, inclusive, colocando o boné de um desses grupos, para demonstrar sua completa identificação com os mesmos e, conseqüentemente, com seus atos ilegais. Uma explicação possível para o repúdio presidencial à invasão do Congresso é a de que esse ato foi praticado pelo MLST, e não do MST, com quem o governo e o PT parecem ter maior identificação.

D

e qualquer forma, a posição presidencial com relação aos atos violentos e ilegais desses grupos organizados, que apenas subsistem porque contam com recursos governamentais, tem sido a de que atacar a propriedade privada não é crime e não merece o rigor da lei. No momento em que ocorreu a invasão do Congresso, diversas fazendas estavam invadidas e isso não mereceu nenhuma condenação. Se, até hoje, não ocorreu a invasão do Palácio do Planalto por parte dos "sem-terra" é porque eles sempre encontraram as portas abertas por parte de um governo que tem sido, por omissão, cúmplice da violência e do desrespeito à lei e à ordem.

O s sem-terra não invadem o Planalto porque as portas já estão abertas

Palavras, palavras palavras...

Neco Varella/AE

B

enesses trabalhistas comprometeram o futuro

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

sse Alan García, que ganhou a eleição presidencial no Peru, não é para nós, estreante, mas um antigo corredor de eleições. Foi no primeiro cargo peruano que ele cavalgou o cavalo bravo da inflação. Alan García é um rebento do aprismo de Haya de la Torre, com grande prestígio há uns 50 anos, quando fundou exatamente o partido Apra, que lhe deu o renome de grande homem público e de bom fazedor de eleições. Alan García não deixou bom nome na primeira presidência. Seu fator desfavorável foi a inflação e o populismo desregrado, muito próximo do agitpropsoviético, que o comprometeu nas correntes partidárias adversas do comunismo e redundou em perda de serenidade para o jovem Alan. Não creio que o presidente já eleito venha a mudar de ideologia, mas ao contrário, manter-se-á, ao que tudo indica, no

E

Céllus

a medida em que a novela da Varig parece chegar a seus capítulos finais, torna-se evidente que os maiores prejudicados pela insolvência da empresa são os próprios empregados. Mas eles são vítimas voluntárias. Por ação ou omissão. Muitos até conscientemente sabiam que a Varig rumava para o desastre, mas acreditavam que o governo, em determinado momento, iria salvar a empresa. A ação judicial da Varig contra a União devido aos malfadados planos econômicos da década de 80 foi sempre encarada como a tábua de salvação. Como o maior credor da companhia é o governo federal ou suas

ARNALDO MADEIRA

N

ão há chefes de Executivo e parlamentares que não façam a apologia da ética, da gestão eficiente dos recursos públicos e do planejamento. Quem acompanha o noticiário, há muito, já se deu conta de que entre o discurso e a prática a distância é abissal. Infelizmente. Para garantir transparência, agilidade e eficiência à administração pública, além de ofertar aos cidadãos serviços de qualidade, não basta, como alardeiam alguns, a tal da vontade política. É preciso competência para desenvolver projetos relevantes e investir, maciçamente, em tecnologia da informação. Sem o quê, não se consegue muita coisa. É sabido que prioridade sem orçamento é conversa que não prospera. São palavras... Nos últimos anos, por meio da Secretaria da Casa Civil e de suas empresas operacionais – Imprensa Oficial, Companhia de Processamento de Dados e Fundação do Desenvolvimento Administrativo –, o governo do Estado de São Paulo adotou uma série de procedimentos da mais alta relevância. Eles contribuíram para ampliar a capacidade de investimento público, dar transparência aos negócios governamentais e melhorar a qualidade dos serviços sob a responsabilidade do Estado. Graças às compras eletrônicas e aos pregões presenciais, o governo paulista já conseguiu economizar mais de R$ 3,6 bilhões – um montante equivalente ao que está sendo aplicado na ampliação da malha metroviária. Por meio do

programa Agenda 21, é possível ao governo acompanhar a execução física e financeira dos projetos prioritários, verificar se o cronograma estabelecido está sendo cumprido e fazer, enfim, os ajustes necessários. Acrescente-se o fato de que, nos últimos três e meio, o governo do Estado tem investido de forma significativa na capacitação e treinamento dos servidores públicos, em especial dos que atendem diretamente à população nos hospitais, delegacias e escolas. Mais de 65 mil funcionários – de diversas áreas – já passaram por cursos de capacitação e de requalificação profissional.

O

Poupatempo é outra iniciativa de sucesso. Pesquisa do Ibope, realizada em dezembro do ano passado, revela que ele tem a aprovação de 99% dos usuários. Até o final deste ano, a previsão é que, entre fixas e móveis, estejam disponíveis à população 23 unidades. Hoje, por exemplo, qualquer pessoa, cuja cédula de identidade tenha sido emitida pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), pode obter atestado de antecedente criminal via internet (www.portaldocidadao.com.br). Antes, o cidadão tinha que ir a uma delegacia ou a uma unidade do Poupatempo fazer a solicitação e retornar dois dias depois para pegar o documento. ARNALDO MADEIRA (PSDB-SP) É DEPUTADO FEDERAL E EX-SECRETÁRIO DA CASA CIVIL DE SÃO PAULO DEP.ARNALDOMADEIRA@CAMARA.GOV.BR

P rioridade sem orçamento é conversa que não prospera. São palavras...

O populismo não leva a nada e o Peru precisa se desenvolver. É seu desenvolvimento que se impõe como prioridade. velho e gorado esquerdismo faisandé. Alan García vai se considerar, provavelmente, homem providencial, num Peru que se arrasta em crises políticas desde a derrota de Mário Vargas Llosa e a vitória de Alberto Fujimori, o desaparecidoreaparecido. ão direi que o eleitorado peruano tenha acertado ou errado. Não quero fazer julgamento de valor, pois de Alan García só sei o que tem sido publicado na imprensa internacional, e isso mesmo com certa discrição. O Peru é uma grande nação da velha panóplia espanhola, cuja herança se encontra nas obras de arte, nas pinturas, nas esculturas e nas cidades históricas, que fazem o encanto turístico do Peru. Mas não é só isso o que conta na vizinha nação; é o seu desenvolvimento que se impõe como prioridade para o futuro governo, como se impôs, sem resultado, para governos anteriores. O populismo não leva a nada e o Peru precisa se desenvolver. É o que eu tenho a dizer dessa eleição, sem muita esperança, em seu resultado futuro.

N

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Estilo Finanças Empresas Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 7 de junho de 2006

KODAK INICIA PRODUÇÃO DE MÁQUINAS DIGITAIS NO BRASIL

PARFUMS

Perfumes de luxo agora cabem no bolso, graças às vendas parceladas.

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

BY

CASAS BAHIA Luxo em parcelas

E

nquanto muitos setores da economia sofrem prejuízos ou trabalham na linha da estagnação, o segmento de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos alavanca as vendas e cresce no mercado nacional. Nos últimos cinco anos, houve um aumento médio deflacionado de 10,7%, tendo passado de um faturamento líquido de R$ 7,5 bilhões em 2000 para R$ 15,4 bilhões em 2005. "O setor cresce num ritmo confortável", diz João Carlos Basílio da Silva, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). De acordo com dados da Abihpec, o faturamento do setor apenas no ano passado foi de US$ 13,8 bilhões, projetando o Brasil da sexta para a quarta posição no ranking mundial, deixando mercados tradicionais como Alemanha e Inglaterra para trás. "Tivemos

uma alta de 34,2%, contra um aumento de 8,2% do mercado mundial", comemora Silva. A expectativa é de que, com um incremento anual superior a 20%, o País chegue à terceira posição no máximo em 2008. "A redução da carga tributária e o esforço contínuo da indústria em lançar produtos e fazer Newton Santos/Hype

Nova Água de Colônia da Yakult

parcerias e reestruturações são os principais motivos que aquecem o setor", diz Silva. A multinacional Avon é o melhor exemplo, já que sua reestruturação é global e se estenderá ao longo dos próximos anos. "Nossa meta é incentivar o crescimento e fortalecer o desempenho como um todo", diz Andrea Jung, a presidente mundial da empresa. Entre as principais mudanças, a Avon aposta numa melhoria da eficiência organizacional, que aproximará os executivos sêniores dos consumidores. "Tomamos medidas extremamente agressivas para lidar com os problemas que enfrentamos no ano passado (a empresa teve queda de 37% no lucro do quarto trimestre de 2005). Nosso modelo de negócios é sólido e as ações existem para trazê-lo à trajetória de crescimento sustentável, tanto em termos de receita como em lucro por ação", diz Andrea.

Consumidores colocaram o Brasil em quarto lugar no ranking mundial de cosméticos e perfumes de marca.

No total, a Avon investirá de US$ 300 milhões a US$ 500 milhões nos próximos anos. As áreas de publicidade, inteligência de mercado, pesquisas e desenvolvimento de produtos receberão as maiores fatias de recursos. Parcerias – Como parte da reestruturação, grandes redes varejistas também apostam no segmento. A Casas Bahia, por exemplo, se uniu à empresária Cristiana Arcangeli para vender perfumes importados em 32 lojas, no eixo Rio de JaneiroSão Paulo. "Decolamos o projeto-piloto. Tendo retorno positivo, a meta é expandir para outras lojas", diz Samuel Klein, proprietário da empresa. "Outros produtos de valor agregado devem entrar nesse mix. A unidade da Praça Ramos, por exemplo, tem uma ótica e em até 90 dias receberá uma joalheria", complementa o diretor executivo, Michael Klein. Para Cristiana, mais que qualquer negócio, a iniciativa promove a democratização do luxo. "Quem vai dizer se quer ou não comprar é o consumidor. Quem nunca sonhou em ter um perfume de qualidade? O glamour de ser chique não tem classe social", afirma. O projeto abrange a venda de 95 marcas renomadas, como Azzarro, Jeniffer Lopez, Gabriela Sabatini, Ferrari, Nina Ricci, Salvador Dali, Quartz, Benneton e Paris Hilton. As compras podem ser

Paris da marca Yves Saint Laurent

pagas à vista, no cheque ou parceladas em até 12 vezes sem juros no cartão de crédito ou no carnê em até 12 vezes, com juros que variam de 3,9% a 5,9%, dependendo do plano escolhido. Outra que também investe nos perfumes importados é a rede de drogarias Onofre, na Megastore da Rua Oscar Freire, nos Jardins. A empresa incluiu, em seu rol de 300 itens, os franceses Yves Saint Laurent e Boucheron. "Daqui a dois meses, as unidades da Avenida Paulista e Alameda dos Nhambiquaras (Moema) também terão os produtos", diz Ana Cristina Chaves, gerente de marketing da rede, cuja expectativa é aumentar em

20% as vendas de perfumaria importada até o fim do ano. Do grupo Yves Saint Laurent, a Onofre oferece clássicos como Cinema, Paris e Rive Gauche, além das linhas Van Cleef e Oscar de la Renta. Já os admiradores de Boucheron podem encontrar fragrâncias como Jaipur, Initial e Boucheron Femm e . M a rc a s c o m o K e n z o , Cartier, Bvlgari, Dior, Calvin Klein, Dolce&Gabbana, Givenchy, Ralph Lauren, Hermes e Giorgio Armani já estão à venda. Na Onofre, compras acima de R$ 90 podem ser feitas em três vezes sem juros. Fôlego – O cenário é tão positivo que até a Yakult Cosmetics, conhecida por sua forte operação na área de alimentos, ressuscitou a divisão de cosméticos. "Havia um trabalho voltado para as classes D e E. Agora ampliamos o leque e firmamos uma parceria com o shopping Morumbi para divulgar os produtos", diz o gerente comercial da marca, Luiz Alexandre Moraes. O "carro-chefe" é a linha de hidratação Corpus. "Também lançaremos uma linha de tratamento facial e profissional em janeiro de 2007, dentro do conceito oriental de prevenção", diz Moraes, que não revela o faturamento da divisão. "Mas posso garantir: nossa meta é duplicar o faturamento da empresa até o início do próximo ano", finaliza o gerente. Ana Laura Diniz

A briga pelo mercado do Viagra

A

multinacional Pfizer ganhou a batalha contra seus concorrentes chineses que vendiam remédios similares – e mais baratos – do que os comprimidos de Viagra, usados para disfunção erétil. Um tribunal de Pequim rejeitou a decisão de 2004 do Comitê de Patentes da China que permitia a venda das "cópias" do Viagra pelos produtores do país. A decisão protegerá as patentes da Pfizer em um mercado a cada dia mais disputado em todo o mundo. O surgimento de medicamentos para o problema, há cerca de dez anos, revelou a existência de um enorme nicho de mercado. Só no Brasil, o segundo país com mais casos da doença, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, há 20 milhões de pacientes. E, atualmente, cinco laboratórios disputam esse segmento — Pfizer (Viagra), Bayer (Levitra), Eli

Lilly (Cialis), Medley (Vivanza) e Abott (Uprima). Mas, por ser o pioneiro, o Viagra é o mais conhecido e se tornou sinônimo de tratamento para impotência sexual no mundo todo. Usos – Recomenda-se tomar Viagra 30 minutos antes do ato sexual, mas estudos demonstraram que mais de um terço dos homens tiveram relações sexuais após 14 minutos da ingestão do comprimido. A ação dura cerca de seis horas, e o produto é eliminado do corpo em um dia. Já o concorrente Cialis aponta como vantagens o início da ação em 30 minutos e o efeito durar até 36 horas. O custo de cada pílula poder variar entre R$ 20 e R$ 25. O Levitra promete efeito de 10 a 25 minutos e pode ser ingerido junto com qualquer alimento e bebida alcoólica. Cada comprimido sai por R$ 20. Em outubro do ano passado, a Medley, conhecida pelos ge-

néricos, anunciou sua entrada no mercado de disfunção erétil. O princípio ativo escolhido, com aprovação da Anvisa, foi o da Bayer (Vardenafila). Segundo a empresa, a escolha foi por causa das vantagens apresentadas pelo produto. Nacional – Mas os brasileiros preparam o ataque verde e amarelo às multinacionais do setor. Desenvolvida em Itapira, no interior de São Paulo, pelo laboratório Cristália, a pílula nacional batizada de Helleva encontra-se na fase final de testes clínicos e já tem patente registrada. A promessa é a de que o medicamento tenha "o desempenho de um Viagra melhorado, com ação mais rápida e duração uma vez e meia maior que a do concorrente azul", promete o médico Ogaria de Castro Pacheco, presidente do conselho administrativo do Cristália. Patrícia TTeixeira/Agências

Kodak fará máquinas digitais no Brasil A subsidiária brasileira da Kodak tornou-se o segundo pólo de montagem de câmeras digitais do grupo no mundo, ao lado da China. Terá início neste mês a produção de máquinas fotográficas com resolução de cinco megapixels em Manaus. "Finalmente a gente conseguiu quebrar um paradigma", afirmou o

diretor-geral da Divisão de Fotografia da Kodak brasileira, Fernando Bautista, ao anunciar ontem o início dessa operação na Zona Franca. O primeiro modelo digital a ser montado no Brasil é a câmera EasyShare C360, com cinco megapixels, zoom óptico de três vezes e memória interna de 32 MB.

A produção do modelo C360 permitirá redução de quase 31% no preço sugerido da câmera, de R$ 1.299 para R$ 899 reais. Por conta disso, todo o portfólio de produtos de fotografia digital da Kodak está tendo seus preços reposicionados para baixo. A fotografia convencional ainda tem 70% do mercado.


quarta-feira, 7 de junho de 2006

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Produção em maio alcançou 245.179 veículos, crescimento de 20,1% sobre abril.

INDÚSTRIA: ESTABILIDADE NO MÊS E EXPANSÃO NO ANO

PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO DO SETOR AUTOMOBILÍSTICO EM MAIO SUPERAM RESULTADO ANTERIOR. DE NOVO.

VEÍCULOS BATEM NOVOS RECORDES A 4,6

Patrícia Cruz/LUZ - 15/02/2006

Vendas internas tiveram o segundo melhor desempenho do setor, só perdendo para maio de 1997

Produção industrial fica estável

A

produção industrial brasileira ficou estável em abril na comparação com o mês anterior. Em relação a abril do ano passado, houve queda de 1,9%, após seis meses de crescimento. Com o resultado de abril, o setor acumula expansão de 2,9% nos primeiros quatro meses do ano, se comparado ao mesmo período de 2005, interrompendo uma trajetória de desaceleração que começou no terceiro quadrimestre de 2004. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda de abril, contudo, foi considerada pontual pela gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, Isabela Nunes, já que abril deste ano teve menos dias úteis em relação ao mesmo mês do ano passado, com a atividade espremida entre dois feriados prolongados consecutivos, o da Semana Santa e o de Tiradentes. Pelos cálculos de Isabela, um tratamento estatístico ajustando os dias úteis de abril de 2006 com abril de 2005 leva-

ria a um resultado diferente na produção, com expansão de 2,5%. "Além disso, houve uma base de comparação forte. Em abril de 2005, a indústria estava crescendo e as exportações estavam subindo muito", disse, classificando o saldo

2,9

por cento é o crescimento acumulado de janeiro a abril na produção industrial brasileira sobre igual período do ano passado atual como "fora do padrão". O indicador de tendência de desempenho, a média móvel trimestral, também permaneceu estável, com ligeira variação positiva frente a março (0,2%). Essa taxa é a média dos últimos três meses, feita men-

salmente, e dá uma noção mais eficaz sobre o comportamento da atividade industrial. Câmbio – "O real valorizado está afetando tremendamente a produção brasileira, em especial setores como calçados, tecidos, brinquedos e autopeças. Por essa razão, a indústria está patinando", afirmou Newton Mello, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Segundo ele, no primeiro quadrimestre do ano, a produção de máquinas teve queda de 1,5% no faturamento em relação a igual período do ano passado. E o consumo de máquinas (excetuando-se as exportações e somando-se as importações) cresceu só 1%. Segundo os dados do IBGE, as importações de bens de capital, de janeiro a abril, subiram 29,4% ante igual período no ano passado, acima da média da indústria geral no mesmo período (24,6%). Para Isabela, a importação pode ser encarada de forma positiva, pois reflete o interesse dos empresários em investir na produção. (AE)

Para Iedi, expansão é quase nada

O

Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) considerou "força de expressão" dizer que a produção industrial cresceu 2,9% no primeiro quadrimestre, ante o mesmo período do ano passado, conforme números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados ontem. "Esse resultado foi concentrado em pouquíssimos segmentos", dizem, em comunicado, os economistas do instituto. A justificativa para essa afirmação é a de que, dos 27 setores analisados pelo instituto, apenas cinco foram responsáveis por 86% do crescimento da indústria geral: máquinas para

escritório e equipamentos de informática; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações; indústria extrativa; e refino de petróleo e álcool. De acordo com o Iedi, os números da produção mostram que, na margem, a

EDITAL

indústria brasileira praticamente não saiu do lugar em 2006, mantendo – "na verdade declinando um pouco" – a produção com relação ao final de 2005. Outro quadro indicado pelos números do IBGE mostra que são poucos os segmentos que conservam um desempenho que poderia ser chamado de "satisfatório". O Iedi defende que, para assegurar um melhor desempenho médio no restante do ano, mais próximo das perspectivas de crescimento de 5% para a indústria, será necessário ampliar os segmentos dinâmicos. Em outras palavras, o Iedi quer juros mais baixos e câmbio mais favorável às exportações. (AE)

indústria automobilística brasileira bateu novo recorde mensal de produção e exportação. Foram fabricados 245.179 veículos em maio, com crescimento de 20,1% em relação ao mês anterior. As exportações totalizaram US$ 1,058 bilhão, valor 16,7% superior a abril. Os resultados também são recordes no acumulado dos primeiros cinco meses do ano, com produção de 1.080.595 veículos e vendas externas de US$ 4,6 bilhões, o que representou acréscimo de, respectivamente, 6,1% e 8,6% em relação ao mesmo período de 2005. As vendas internas atingiram 164.132 unidades em maio, 25,1% a mais do que em abril. É o segundo melhor desempenho do setor no mercado doméstico, só perdendo para maio de 1997 (175 mil). De janeiro a maio foram licenciados 712,8 mil veículos, acréscimo de 9,4% sobre os 651,6 mil vendidos nos primeiros cinco meses do ano passado. O bom desempenho doméstico foi atribuído às promoções do varejo e também à demanda

bilhões de dólares foi o total de vendas externas no acumulado de janeiro a maio, acréscimo de 8,6% em relação a igual período de 2005

reprimida dos últimos anos. Com relação às vendas externas, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb, disse que o setor está exportando produtos de maior valor agregado, o que tem contribuído para uma receita maior. "O câmbio continua desfavorável e a tendência é o índice de crescimento do acumulado do ano entrar em curva descendente", comentou o executivo. Contra a expansão de 8,4% registrada até agora, a expectativa da Anfavea é de que, em

2006, haja aumento de 2,7%, com as vendas externas chegando a US$ 11,5 bilhões, contra US$ 11,2 bilhões em 2005. A produção deve crescer 4,5%, chegando a 2,64 milhões de veículos. A expectativa quanto às vendas internas é de aumento de 7,1% (1,83 milhão). Importados – Já a venda de importados está crescendo acima da média do mercado. Em maio, foram comercializados 10,9 mil carros importados, 37% a mais do que em abril. No acumulado do ano são 38,5 mil, alta de 24,1% em relação a 2005. A participação dos importados, que era de 5,2% no início do ano, já está em 6,6%. Esse aumento se deve, principalmente, ao acordo firmado com o México, que tem ampliado a participação de carros produzidos naquele país no mercado brasileiro. Os carros flex-fuel (álcool/gasolina) mantêm comportamento estável, com 76,3% das vendas globais de maio. No segmento de automóveis e comerciais leves, a Fiat liderou as vendas no mês, com um total de 38,4 mil unidades. Alzira Rodrigues

Bruno Domingos/Reuters

Brasil e EUA rumo à troca de informações

O

ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutierrez, assinaram ontem carta de intenção para constituição do Mecanismo de Consultas Informais entre os dois países. Furlan informou que o mecanismo terá com quatro grupos de trabalho, que vão abordar os seguintes temas: cooperação entre o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e o National Institute of Standards and Technology (Nist, órgão de padronização dos Estados Unidos); facilitação de negócios; promoção de exportações e investimentos e cooperação entre o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e o United States Patent and Tradmark Office (órgão dos EUA de marcas e patentes). Os grupos, que se reuniram pela primeira vez ontem, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), voltam a se encontrar em setembro, nos Estados Unidos. Segundo Gutierrez, no próximo encontro serão apresentadas "metas agressivas", após um prazo de 60 dias para elaborá-las, tendo em vista o comércio bilateral. A Área de Livre Comércio das Américas (Alca) não foi discutida. Gutierrez ressaltou, porém, que o continente "pode e deve competir com qualquer região do mundo". (ABr)

Furlan e Gutierrez: continente pode competir com qualquer região

CONVOCAÇÃO

AUTORIZAÇÃO DE CONTRATAÇÃO DIRETA

Factoring

POR DISPENSA DE LICITAÇÃO E RATIFICAÇÃO Processo de compra n° 1243/06. Contratante: Fundação Hélio Augusto de Souza – FUNDHAS. Objeto: Aquisição de brinquedos. Contratadas e valores: Novus Brinquedos Ltda. R$ 364,38. Centro Atacadista de Armarinhos Barão Ltda. R$ 1.672,23. Toys BR Brinquedos Ltda. R$ 1.758,20. CDBU Distribuidora de Brinquedos e Utilidades Ltda. R$ 2.621,05. Fundamento legal: Dispensa de licitação, art. 24, V, Lei 8.666/93 e alterações. Informações: Rua Santarém, 560 – Parque Industrial – São José dos Campos – SP, de 2ª a 6ª feira, das 8 às 11h30 e das 13h30 às 16h30. São José dos Campos, 5 de junho de 2006. Hiromiti Yoshioka – Presidente

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O que é Factoring?

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 6 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: EBEL Empresa Brasileira de Esquadrias Ltda. - Requerido: H.O Construtora Ltda. - Rua Cotoxó, 303 – conj. 15 02ª Vara de Falências Requerente: Urbanizadora Engenharia Ltda. Requerido: Construtora Triunfo S.A. - Rua

Olimpíadas, 205 – 14º andar - 02ª Vara de Falências Requerente: Belarte Distribuidora de Produtos de Beleza Ltda. - Requerido: Distribuidora Classe A Ltda. - Rua Ferreira de Oliveira, 42 - 01ª Vara de Falências

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 7 de junho de 2006

A capoeira contribui para aumentar o equilíbrio, melhora a coordenação motora, a auto-estima... Edna Garcez, da AACD

Rede Social São Paulo se organiza para crescer Paulo Pampolin / Digna Imagem - 5.set.2005

A

o completar três anos, a Rede Social São Paulo quer continuar crescendo e deseja conhecer todos os seus parceiros com o objetivo de expandir ainda mais suas ações de diagnóstico e capacitação dos responsáveis pelo Sistema de Garantias dos Direitos da Criança e do Adolescente no Estado de São Paulo e pela implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Para discutir este projeto, será realizado hoje um encontro na Sala São Paulo. A Rede Social, que atua juntamente com o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca), foi criada para capacitar agentes que atuem em rede dentro do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente nos municípios do estado e nos bairros da capital paulista. Ela é uma parceria firmada entre governo, empresários e organizações não governamentais que pretendem apoiar políticas sociais. Para este ano, ela pretende capacitar de 150 a 200 líderes responsáveis por este sistema. Para o secretário de Assistência Social do Estado de São Paulo, Rogério Amato, a iniciativa é importante para ressaltar que "não há governo ruim para povo organizado". Segundo ele, o evento reforça o objetivo da Rede Social de organizar o primeiro, o segundo e o terceiro setores em cada bairro e em cada município. De acordo com Amato, a escolha do método de atuação e de avaliação elaborado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) é positiva e contribui para que todos os que atuam na rede se entendam e trabalhem como um sistema e evitem que órgãos oficiais e organizações não governamentais atuem separadamente, muitas vezes realizando simultaneamente tarefas semelhantes. Assim, há a garantia de que sejam bem empregados os

O evento reforça o objetivo da Rede Social de organizar o primeiro, o segundo e o terceiro setores em cada bairro e em cada município Rogério Amato R$ 530 mil investidos pela Rede Social em 2005 e os R$ 3 milhões destinados para a expansão do programa sejam encaminhados para os maiores municípios, onde se concentram 93% da população do Estado de São Paulo. Para este ano, a Rede Social espera que a expansão atinja 231 municípios. Destes, dez serão escolhidos como cidadespólo que receberão representantes de outras cidades, quatro pólos na região metropolitana e 16 pólos na capital, que reunirão duas subprefeituras cada um. Atualmente, o Condeca e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) são os responsáveis pelo repasse e administração dos recursos do Fundo Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente. O presidente licenciado da ACSP, Guilherme Afif Domingos, e entidades como o Instituto Faça Parte, Confederação Israelita de São Paulo e Unicef, entre outras, participarão do encontro. Paula Cunha

Ó RBITA

Onda cidadã no Itaú Cultural ifundir ainda mais informações sobre rádios comunitárias que atuam em todo o país. Este é o objetivo do evento batizado Onda Cidadã, promovido pelo Itaú Cultural em São Paulo. A partir de hoje, e até o dia 1º de julho, representantes deste setor trocarão experiências sobre como concebem estes programas e os levam ao ar. Além de programas de rádio, que serão transmitidos de um estúdio na sede do espaço, serão debatidas as linguagens utilizadas em outras mídias, como jornais, revistas, cinema, TV, CDs e DVDs, sem esquecer dos websites e dos blogs. Outro recurso

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Fotos: Newton Santos / Hype

utilizado será a instalação de uma minirredação, na qual serão realizadas entrevistas. Seminário – Será realizado, também, um seminário para avaliar a atuação da chamada comunicação alternativa. Fatores como sua função educacional e os métodos de gestão destes projetos também serão discutidos. Ele será organizado em duas fases: a primeira, com debates, e a segunda, apresentação de trabalhos. O Encontro de Rádios Cidadãs está marcado para os dias 16 e 17 de junho. Nele, haverá debates sobre a produção de programas. (PC) Os interessados em participar podem acessar o site www.itaucultural.com.br.

Nathália Lopes, 12 anos, joga capoeira com um colega do grupo da AACD em apresentação em São Paulo

Capoeira: luta pela inclusão "Esporte" foi adaptado e traz muitos benefícios para um grupo de pacientes da AACD

A

capoeira é combate, esporte, jogo, dança ou um diálogo de corpos, como bem definiu um de seus mestres? Para um grupo de crianças, adolescentes e mães da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) que a pratica, é tudo isso mas, sobretudo, representa uma luta diária pela inclusão social. E também uma terapia para o corpo e mente. "A capoeira me faz muito bem, me ajuda a controlar a timidez. É também uma porta para eu me integrar na sociedade", diz a estudante Nathália Lopes, de 12 anos, portadora de uma má-formação congênita –não tem as pernas e o braço direito– e dona de um cativante par de olhos verdes. Ela faz parte da "roda" de capoeiristas da instituição e, apesar de sua limitação física, ginga e samba como ninguém. Com Nathália, jogam mais 30 pacientes da AACD, com idades entre 7 e 28 anos, incluindo usuários de cadeiras de roda. Todos são portadores de deficiência física ou mental, ou as duas juntas. Eles já se apresentaram em feiras e congressos, já pisaram nos palcos do Tuca e do Credicard Hall e participaram de programas na TV como o Mais Você, da Ana Maria Braga. Sempre arrancam aplausos da platéia. Benefícios – Introduzida na instituição em 2000 como uma terapia alternativa, a capoeira tem proporcionado resultados animadores aos pacientes, segundo a responsável pelo setor de reabilitação desportiva da AACD, Edna Garcez. Foi dela a idéia de in-

serir esse "esporte" como uma terapia lúdica, depois dos bons resultados obtidos com a natação, o carro-chefe da instituição para reabilitar deficientes. "A capoeira contribui para aumentar o equilíbrio, melhora a coordenação motora, a auto-estima e influencia positivamente na sociabilização." Formada em educação física, Edna lida com deficientes há 26 anos. Ela lembra que foi preciso vencer várias barreiras até a comprovação dos benefícios da nova terapia. O primeiro desafio foi convencer a diretoria e os médicos, e depois provar que esse "esporte" podia melhorar o equilíbrio dos pacientes –efeito colateral positivo notado um ou dois meses depois de iniciados os treinos. Outro desafio foi convencer as mães dos jovens a participarem da "brincadeira". É isso mesmo, em 2002, as mães entraram na roda e hoje jogam com os seus filhos. Essa aproximação e entrosamento, na opinião de Edna, têm contribuído, entre outras coisas, para que o deficiente seja visto de uma outra maneira até dentro da própria casa. "Nesse ponto, a capoeira é um facilitador da inclusão familiar." Família – As mães, orgulhosas, comemoram os benefícios para o corpo e a mente das crianças. "Minha filha caia muito e hoje tem mais equilíbrio. Além disso, é uma alegria para ela a minha participação e a da irmã", diz a dona de casa Sônia Maria Lima Rocha que, todas as quintas-feiras, religiosamente, sai às 15 horas, de ônibus, do Jardim Macedônia, na periferia de São Paulo, para chegar aos ensaios do grupo,

Cadeirante também tem vez nessa roda de capoeira

Edna Garcez e parte dos 30 pacientes que participam do grupo

às 17 horas, na AACD. Sônia é mãe de Bianca, de 15 anos, que tem paralisia cerebral. Na roda, Bianca ora joga com a mãe, ora com a irmã Jenifer, de 9 anos, que não é deficiente, mas faz parte do grupo. Geralda Silva Souza é mãe de Kaio Cesar, 16 anos, portador de paralisia cerebral e participante desde a formação do grupo. "Hoje ele consegue se equilibrar melhor e erguer os braços, coisas que não fazia antes", diz Geralda, que mora em Guarulhos e leva três horas para chegar ao treino.

Supervisão – Desde a sua formação, o grupo vem sendo treinado, sob supervisão médica, pelo professor de capoeira, Alex Souza Santos, voluntário da AACD. "A capoeira é uma luta marcial brasileira que foi adaptada ao grupo, mas sem perder os seus fundamentos", explica. Tanto é assim que os participantes voltam no tempo ao estudar a história da capoeira no Brasil. "É também uma forma de resgatar a nossa herança cultural", resume Edna. Sílvia Pimentel


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Empresas Estilo Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 7 de junho de 2006

BIRD APROVA AVANÇOS DA ECONOMIA BRASILEIRA

0,25

ponto percentual é a expectativa para a alta do juro básico na Europa.

NOVAMENTE TEMOR DE ELEVAÇÃO DE JUROS NOS EUA IMPEDIU RECUPERAÇÃO DO MERCADO. DÓLAR SUBIU.

CENÁRIO EXTERNO AINDA AFETA BOLSA

O

mercado financeiro brasileiro teve ontem mais um dia de nervosismo. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,5%, aos 36.558 pontos. O dólar subiu 0,31%, a R$ 2,258, e o risco-país fechou estável, em 261 pontos-base, depois de avançar perto de 3% ao longo do dia. No exterior, as bolsas européias e asiáticas encerraram os pregões em queda e, em Nova York, os principais índices se desvalorizaram — o Dow Jones caiu 0,42% e o Nasdaq perdeu 0,32% no dia. Novamente os mercados refletiram o desconforto com um cenário econômico incerto. O principal temor é de que os juros nos Estados Unidos aumentem mais do que o esperado e, com isso, diminuam a liquidez internacional por atrair recursos para os ativos americanos. De 10 de maio passado (quando começou a turbulência) até ontem, o dólar subiu

Jameson Wu/Reuters

9,61% e o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, desvalorizou 12,9%. "Não houve alteração na situação macroeconômica que justificasse variações tão expressivas nos ativos brasileiros", disse o economista Alex Agostini, da Austin Rating. Indicadores — Depois que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) condicionou os próximos movimentos de sua política monetária à evolução dos indicadores econômicos, cada dado é acompanhado com ansiedade e tem efeitos imediatos no mercado. Isso também tem ocorrido com os discursos do presidente do Fed, Ben Bernanke, e de outros diretores do banco. Se anteontem Bernanke causou sobressaltos ao declarar-se preocupado com as pressões inflacionárias, dois outros diretores deram ontem suas contribuições. Primeiro, foi o diretor do Fed de Saint Louis, William Poole, que, em entrevista ao

Wall Street Journal, disse que o desaquecimento da economia pode não ser suficiente para reduzir a inflação. Em seguida, a diretora Susan Bies reiterou que o banco central americano ainda não sabe quando interromperá o aperto monetário, iniciado em meados de 2004. "O mercado se prende a algumas palavras, mas não há nada de novo. É natural que o presidente do Fed fale sobre as ameaças inflacionárias. É seu papel como administrador da política monetária americana", afirmou Agostini. Na avaliação do economista, a volatilidade deve continuar até agosto, quando o Fed realizará o encontro em que poderá elevar a taxa básica de juros para 5,5% ao ano, patamar considerado um teto psicológico pelo mercado. A maior parte dos investidores já aposta que, na próxima reunião, marcada para 29 de junho, o Fed fará um aumento de 0,25 ponto percentual. (AG)

Projeções fecham em alta na BM&F

S

ob influência negativa do cenário externo, a maior parte das projeções de juros encerrou a sessão de ontem na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) em alta. Os temores de juros maiores nos Estados Unidos voltaram a rondar o mercado brasileiro depois das declarações de segunda-feira do presidente do Federal Reserve (Fed, o

banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke. Ontem, outras autoridades do Fed falaram sobre política monetária. A diretora Susan Bies indicou que não é possível dizer quando terá fim o ciclo de elevação de taxas de juros. Na BM&F, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) de janeiro de 2008 — o mais negociado — subiu de 15,72% para

15,80% ao ano. O DI de janeiro de 2007 passou de 15,04% para 15,06%. O DI de julho de 2006 avançou de 15,17% para 15,19%. Na contramão do mercado, o DI de outubro de 2006 teve variação negativa, de 15,06% para 15,05% anuais. O Tesouro Nacional faz nesta quarta-feira um único leilão: recompra do mercado até 1,5 milhão de LTNs. (Reuters)

Operador em bolsa de Taiwan: preocupação mundial com a trajetória dos juros nos Estados Unidos ainda influencia negócios.

Fed tem dúvidas sobre taxa de equilíbrio

O

Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) não sabe o nível exato de juros necessário para equilibrar os altos índices de inflação com as expectativas de desaceleração do crescimento, afirmou ontem a diretora do Fed Susan Bies. "Estamos em um período de transição e isso significa que não sabemos exatamente aonde vamos parar", disse Bies, em encontro com banqueiros. "Parte do desafio é o fato de a política monetária trabalhar com atraso", afirmou, referin-

do-se ao tempo necessário para que as elevações de juros influenciem a economia. "Por outro lado, apesar desse atraso dar chance à desaceleração da economia, vemos que o núcleo da inflação está no topo de uma variação de 2%, o que pessoalmente me deixa muito desconfortável", observou. Com uma série ininterrupta de elevações de 0,25 ponto percentual, iniciada em junho de 2004, a taxa americana saltou de 1% ao ano para 5% anuais. A próxima reunião do comitê de mercado aberto do Fed, em

que será discutida a trajetória dos juros, está marcada para os próximos dias 28 e 29. Já para o presidente do Fed de Kansas City, Thomas Hoenig, a política monetária está perto da neutralidade e o crescimento econômico deve desacelerar ao longo de 2006, conforme forem sentidos os efeitos dos juros mais altos. "Devemos ver moderação da demanda neste ano porque, em parte, a política monetária, que foi expansionista no ano passado, voltou para uma faixa mais neutra." (Reuters)

FMI: juro não deve subir muito na UE

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Fundo Monetário Internacional (FMI) disse ontem que o Banco Central Europeu (BCE), que se reúne amanhã, não deve ser muito agressivo ao elevar a taxa básica de juros. Em sua revisão anual sobre a economia da zona do euro, o Fundo disse esperar que a inflação na região fique acima da meta de 2% até o fim de 2007. Mas, com a probabilidade pequena de que o crescimento econômico se acelere, a inflação deverá cair para abaixo da meta em 2008, o que

acabaria com a necessidade de apertos monetários fortes. A expectativa do mercado é de que o BCE eleve sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual amanhã, para 2,75%. Para o FMI, talvez não haja espaço para novos apertos monetários depois disso. "As condições para um aperto contínuo, e, portanto, mais substancial, parecem não existir." O FMI também disse esperar que o PIB da zona do euro cresça 2% em 2006. Um dos motivos para que não exista um

crescimento mais expressivo é a valorização do euro frente ao dólar. A fraca expansão da produtividade e uma queda na população da região a partir de 2010 também comprometeriam o avanço da economia. O FMI observou ainda que, antes de elevar as taxas de juros ainda mais, o BCE deveria esperar pelo aumento dos empregos ou por efeitos secundários da inflação, como alta nos salários induzida pelo petróleo e pelo reajuste de preços em outros setores. (Agências)

Demora ameaça MP de estrangeiros

A

demora do Congresso em concluir a aprovação da Medida Provisória 281, que eliminou a cobrança do Imposto de Renda (IR) para as aplicações em títulos públicos feitas por estrangeiros, está preocupando investidores e o governo. Se não for aprovada até o fim da próxima semana, a MP perde a validade. Se isso ocorrer, o problema será saber como ficam os investidores externos que já compraram cerca de R$ 6,8 bilhões em títulos do Tesouro Nacional, desde janeiro, quando a medida foi editada. Na pauta — A MP já foi aprovada pela Câmara e está na fila de votações do Senado. Ela foi incluída ontem como primeiro item da pauta do plenário do Senado, mas não chegou a ser

votada por divergências políticas entre governo e oposição. De acordo com o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), a oposição está obstruindo a votação porque o governo não tem cumprido os compromissos assumidos com os partidos oposicionistas. Além disso, os tumultos na Câmara dos Deputados, invadida por manifestantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), tiraram o foco dos senadores e dificultaram negociar um acordo. Todo o esforço é para votar a MP nesta semana, pois a próxima terá baixo quórum, devido ao feriado de Corpus Christi na quinta-feira e do início dos jogos do Brasil na Copa do Mundo. Apreensão — O ex-secretário-adjunto do Tesouro Nacio-

nal José Antonio Gragnani tem observado a apreensão dos investidores com a falta de aprovação da MP. "Está chegando a hora. O sinal amarelo de alerta acendeu. Essa é uma preocupação que eu vejo aqui, fora do País ", disse Gragnani, que está nos Estados Unidos, onde estuda no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Um dos responsáveis pela edição da MP, Gragnani afirmou que a aprovação da isenção é crucial para a manutenção dos atuais níveis de taxa dos papéis do Tesouro. "Essa é uma medida fundamental para baixar o custo da dívida." Apesar das dificuldades, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse que tem "expectativas muito positivas". (AE)

Bird libera empréstimos para o Brasil

O

Banco Mundial (Bird) aprovou ontem empréstimos no total de US$ 1,14 bilhão para o Brasil. Os recursos atenderão dois programas do governo federal: apoio às reformas microeconômicas e recuperação de rodovias. Um terceiro financiamento, concedido ao governo do Ceará, combaterá a pobreza naquele estado. A diretoria do organismo

multilateral, reunida em Washington, também aprovou ontem um relatório sobre os avanços na economia brasileira no período de 2004 a 2005. Nele, avalia que algumas áreas, como investimentos em infra-estrutura e qualidade do gasto público, precisam de reforço. O empréstimo de maior valor foi concedido ao Ministério da Fazenda:

US$ 601,5 milhões. Ele tem como objetivo apoiar reformas como a aprovação da Lei de Falências e o início da reforma do Judiciário. "São projetos que criam condições de crescimento no longo prazo", disse o economista-sênior do Bird Paulo Corrêa, gerente do programa. Os recursos são mais baratos do que os vindos das captações no mercado financeiro. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Luis Gene/AFP

Do atual presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo, Franz Beckenbauer.

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JUNHO

Ronaldinho é o melhor jogador do mundo, mas na Copa sempre há surpresas. Se a Alemanha for bem e conseguir bons resultados, quem sabe uma estrela alemã vai emergir.

quarta-feira, 7 de junho de 2006

7 Recolhimento de FGTS Nascimento do pintor francês Paul Gauguin (1848-1903), ao lado, em auto-retrato de 1893

G LOBALIZAÇÃO C HINA

191 milhões de nômades

Reuters

Relatório mostra por que imigração se tornou um problema na Europa e EUA

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A China implodiu ontem a barragem temporária usada durante a construção da Usina das Três Gargantas e liberou o rio Amarelo para fluir pelo maior projeto hidrelétrico do mundo, com capacidade para gerar mais de 22 milhões de kilowatts a partir de 2008.

G ENÉTICA

DNA de empreendedor Jornais ingleses anunciaram ontem uma pesquisa realizada no St. Thomas Hospital, em Londres, que prova que o espírito empreendedor estaria relacionado a uma predisposição genética. Metade da propensão que uma pessoa tem de ser empresária seria determinada pelo DNA, segundo o estudo. Para os pesquisadores, um conjunto de características determinadas geneticamente - como sociabilidade, extroversão, autonomia e autonomia - são

indispensáveis ao empreendedor. O estudo diz ainda que o nível de educação absorvido pelas pessoas está ligado a determinações genéticas. A pesquisa foi realizada com 609 pares de gêmeos idênticos e 657 pares de gêmeos fraternos do mesmo sexo. Comparando a diferença da incidência de empresários entre os pares de gêmeos idênticos e fraternos, os cientistas definiram a importância da genética e dos fatores externos na formação de um empreendedor.

erca de 191 milhões de pessoas vivem fora do país em que nasceram, e a imigração tornou-se uma importante característica da vida mundial, disse o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em relatório publicado ontem. Embora a maioria das pessoas imigre para países ricos, 75 milhões se deslocaram entre países em desenvolvimento, segundo o estudo. Annan diz que o relatório é "um mapa preliminar para esta nova era de mobilidade". Ele propõe um fórum permanente na ONU para ajudar os governos

a buscar uma abordagem integrada para a imigração e o desenvolvimento nos níveis nacional e internacional. Os números explicam por que países como França, EUA e Inglaterra começam a se preocupar em adotar medidas para conter a entrada de imigrantes. O problema não seria a imigração, mas o volume de imigrantes. Por isso, o relatório reconhece o direito de os governos decidirem quem pode ou não entrar em seu território, mas os incentiva a se unir para gerar melhorias econômicas e sociais em ambas as pontas da cadeia imigratória.

Copa

Segundo a ONU, a imigração tem saldo positivo para o país que envia e para o que recebe. Os imigrantes ocupam empregos menos desejáveis nos seus novos países, onde estimulam a demanda e a competitividade. Além disso, fortalecem os sistemas de previdência de países onde a população nativa envelhece rapidamente. Já os países pobres se beneficiam com o dinheiro enviado por seus imigrantes: US$ 232 bilhões em 2005. Quase metade dos imigrantes são mulheres, mas nos países desenvolvidos elas superam os homens, diz o relatório. (Reuters)

O Mundial no site do DC Entre 29/05 e 6/06 o Diário do Comércio obteve 5915 respostas a sua enquete:

Ivo Gonzalez/AOG

M ARKETING

Vaticano vê 'eclipse de Deus' O Vaticano criticou ontem duramente os contraceptivos, o aborto, os casamentos homossexuais e os bebês de proveta. Segundo as autoridades eclesiásticas, as leis que garantem a casais homossexuais os mesmos direitos do casamento tradicional são inspiradas por uma espécie de "eclipse de Deus", que teria provocado a crise atual, "que inspira leis contrárias à família tradicional". B RAZIL COM Z

Na torcida canarinho Um lituano que trabalha numa lavadora de carros em Blackburn, Inglaterra, foi pego ao roubar uma camisa da seleção brasileira de futebol na loja JJB. Andrius Bartkeviltos teria de trabalhar por três dias para pagar a camisa. O fato foi divulgado ontem pela imprensa inglesa com destaque: ele recebe £20 por dia, para aluguel de £35 por semana, ajuda mãe e irmãos com o que sobra e não tem dinheiro para luxos. Mas por que roubar uma camisa da seleção brasileira e não inglesa? I NTERNET

Seleção de Pelés invade Berlim

Google na Justiça por livros digitais

metrô no local em que passava o O rosto de Edson Arantes do Nascimento é a segunda imagem muro de Berlim, no coração da mais reconhecida do mundo. Pelé cidade. Com patrocínio do Kai Pfaffenbach/Reuters próprio Pelé, que só perde para a pretende divulgar sua imagem da garrafa de marca, a PeléStation Coca-Cola quando são realizadas exibe imagens de torcida e cria a pesquisas sobre o assunto. Por isso, o sensação de estar em um campo de futebol astro ganhou destaque especial na real. Para mostrar as peripécias de Pelé em Copa da Alemanha, a campo, foi criado um exposição jogo em que 11 Pelés jogam PeléStation, que será aberta hoje na numa área de os 3,5 mil metros contra 11 Pelés. Tudo isso com imagens reais. (Pelé chegou a quadrados da U3 Station na jogar duas vezes no gol.) Potsdamer Platz, estação de

Jonne Roriz/AE

Celso Junior/AE

O site traz também uma área especial sobre o Mundial da Alemanha, em parceria com a Agência France Presse, com notícias em tempo real, galerias de fotos e tabelas atualizadas, perfis dos jogadores e a coluna de Roberto Benevides.

O grupo editorial francês La Martinière apresentou ontem uma denúncia de "cópia" e "ataque ao direito de propriedade intelectual" contra o Google, que pretende digitalizar milhões de livros e colocá-los na rede. A denúncia se dirige ao serviço "Google Book Search", em que devem ser colocados 15 milhões de obras de bibliotecas dos EUA e da universidade britânica de Oxford, sem pagamento de direitos autorais.

www.dcomercio.com.br/ especiais/copa2006/

C A R T A Z

M ÚSICA Gene Blevis/Arquivo/Reuters

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ADONIRAN

E M

R ELIGIÃO

Museu da Imagem e do Som cria espaço permanente para Adoniran Barbosa (191082), o mais famoso nome do samba paulista. Fotos, arquivos sonoros e visuais, objetos pessoais, brinquedos fabricados por ele. Av. Europa, 158. Tel.: 3062-9197. 12h às 20h. Grátis.

Concursos para cargos públicos

Uma invenção feita sob medida para os pequenos apartamentos de hoje: uma móvel que tem todos os elementos de uma cozinha, e que roda 180 graus. De um lado prateleiras e armários, de outro uma minigeladeira, fogão e lava-louça. Preço sob consulta. www.compact-concepts.com/

O site do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe) é a principal porta de entrada para quem tem interesse em prestar concursos para cargos públicos no governo federal e em alguns governos estaduais. O site reúne editais, informações sobre locais de provas, resultados de testes e convocações e separa as informações entre os concursos com inscrições abertas ou já em andamento. Além disso, permite a realização de várias inscrições online diretamente.

englisch/index.html

www.cespe.unb.br

O clone humano esquisadores ligados à Universidade Harv a rd i n f o r m a m t e r dado início a esforços para criar células-tronco a partir da clonagem de embriões humanos, entrando na corrida já disputada por um pequeno número de cientistas que se dedica a essa pesquisa. O trabalho no Children´s Hospital Boston, principal hospital universitário para o ensino de pediatria da Faculdade de Medicina de Harvard, tem por objetivo criar células-tronco para tratar doenças do sangue, como anemia falciforme e leucemia. O médico George Daley, especialista em problemas do sangue, supervisiona o

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trabalho. Daley declarou ter começado os experimentos, mas recusou-se a descrever os resultados até o momento. Dois outros pesquisadores, Douglas Melton e Kevin Eggan receberam aprovação para iniciar um trabalho semelhante, informa Harvard. Melton planeja focar a diabetes, e Eggan, trabalhar com condições degenerativas do sistema nervoso. Células-tronco podem dar origem a células mais especializadas, que por sua vez podem ser úteis em transplantes. Por meio da clonagem de embriões, cientistas esperam produzir material transplantável geneticamente programado para pacientes específicos, evitando o risco de rejeição.

A Universidade da Califórnia, em Los Angeles, também pesquisa a clonagem de embriões humanos, algo que algumas pessoas consideram eticamente condenável. O cientista sul-coreano Hwang Woo-suk causou sensação em fevereiro de 2004, ao anunciar ter clonado um embrião humano e resgatado células dele. Hwang voltou às manchetes em 2005, ao anunciar ter criado 11 linhagens de células-tronco embrionárias, geneticamente compatíveis com humanos. Mas, em dezembro de 2005 e janeiro de 2006, essas alegações desmoronaram quando ficou provado que os anúncio de Hwang haviam sido fraudulentos.

Morre Preston, o 'quinto' Beatle Billy Preston, cantor de R&B que cantou e tocou piano com os Beatles (em Let it Be e Abbey Road) e os Rolling Stones (em Exile on Main Street, Goats Head Soup, It’s Only Rock’n’roll, Sticky Fingers e Black & Blue), morreu ontem em uma clínica de Scottsdale, Arizona, nos Estados Unidos. Ele faria 60 anos em setembro e estava em coma desde novembro. O cantor sofria de hipertensão. Preston foi o único artista a ter crédito no single Get Back, dos Beatles, o que deu a ele o apelido de "quinto Beatle". L OTERIAS Concurso 1610 da QUINA 18

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Concurso 459 da DUPLA SENA

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Violência sectária causou mais de 6 mil mortes de janeiro a maio de 2006 em Bagdá Mais de 2 mil manifestantes exigem renúncia de premiê do Timor Leste, Mari Alkatiri

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Mini-cozinha circular

C IÊNCIA

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F AVORITOS

ontem, na Arena Zagallo, no arredores de Frankfurt. G O atacante Ronaldo sofreu para colocar as chuteiras mas, mesmo com dores por causa das bolhas no calcanhar esquerdo, entrou em campo e fez até gol. Depois, optou pelos chinelos. G Ansioso pela proximidade dos jogos, o técnico Carlos Alberto Parreira já está dormindo e comendo menos.

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G @DGET DU JOUR

VALE TUDO – Crianças mataram até aula para assistir ao treino da seleção brasileira,

EUA sabiam de paradeiro do nazista Adolf Eichmann antes de sua prisão e nada fizeram

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PINGAFOGO

O antiamericanismo é orquestrado pelos marxistas?

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 7 de junho de 2006

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Com relação ao sr.Arthur Chagas Diniz e seu artigo no Diário do Comércio, tempos atrás: não posso dizer que já não tinha lido algo tão, digamos, prosaico, pra não dizer estúpido, na ode ao american way of a life, inscrita nas preciosas palavras do sr. Arthur Chagas Diniz, intitulado presidente do Instituto Liberal. Não sou marxista nem qualquer outro tipo de ista que se possa ser. Isto, porém, não quer dizer que eu seja idiota o suficiente para, como ele e o Sr. "Iluminado Zubiriano" Olavo de Carvalho, ver na crise de confiança mundial aos ianques um manifesto marxista-comunistastalinista-leninista, etc...Se, como ele próprio diz, o antiamericanismo campeia pelo mundo, o mesmo é tão somente fruto da própria política

DOISPONTOS -99

externa desastrada, inconsequente e criminosa deles próprios. Confundir economia liberal com a geopolítica petroleira americana é pura burrice e canalhice, ou simplesmente ventriloquismo desvairado. Dirija este seu insititutinho cheirando bacon frito com ovos, sr. Arthur (com "th"). Ministre seus discursos liberais aos seus afetos, para incutir neles sua visão de um mundo maravilhoso, reflexo da sua perplexidade diante dos que não concordam com crimes, assassinatos e invasões de países por parte dos seus professores, os ianques. Minhas cordiais saudações, ROGÉRIO RIVA RAYMUNDO. INDAIATUBA, SP

A

ROBERTO FENDT DOENTE

IMAGINÁRIO

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G Convivemos com

as desigualdades, toleramos falcatruas na política,aceitamos privilégios. É justamente esse modo de ser, baseado na arte de improvisar, que nos faz espertos e criativos ao encontrar pequenos espaços em direção ao gol. G Por que ele é o rei?

Sérgio Moraes/Reuters

A principal razão é a de que o futebol é talvez o único esporte em que o fraco consegue vencer o forte, o torto driblar o reto, o pobre vencer o rico.

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ister Bernanke é um economista brilhante. Mister Bernanke é também presidente do Federal Reserve System, o banco central dos EUA. Mister Bernanke tumultuou novamente o mercado na semana passada, mostrando uma curiosa perplexidade com os rumos da economia americana. Admite que há pressões inflacionárias latentes, decorrentes dos aumentos de preços do petróleo e da maioria das matérias-primas. Admite também que a economia

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As intervenções de Bernanke podem estar criando mais volatilidade. É melhor se prevenir. Larry Downing/Reuters

americana pode ter entrado num período de desaceleração de seu crescimento. Uma parte da explicação do porquê dessa desaceleração pode estar no persistente aumento da Selic norteamericana. Muitos estão ficando saudosos do maestro Alan Greenspan, o antecessor de Bernanke. A quase ninguém ocorre que Greenspan, além de seus grandes méritos, também pegou carona em um período de excepcional sorte. Mas no mundo racionalista de hoje não há espaço para sorte, apenas para resultados.

O rei-futebol D

omeça o mais impor tante espetáculo da Terra: a Copa do Mundo de Futebol. Na França, o torneio de 1998 atraiu audiência de 37 bilhões de pessoas; no Japão-Coréia mais de 50 bilhões, bem mais do que as Olimpíadas. Por que ele é o rei? A principal razão é a de que o futebol é talvez o único esporte em que o fraco consegue vencer o forte, o torto driblar o reto, o pobre vencer o rico. Romário cabecear diante do zagueirão holandês, Garrincha de pernas tortas driblar sempre para a direita, o matemático Pelé antever o espaço a ocupar depois do próximo drible, Maradona iludir com sua ‘mano de Dios’ e no mesmo jogo marcar talvez o mais belo gol de todas as Copas, vingando as Malvinas em 1986. Eis aí: no futebol são 22 iguais, não há porta-aviões invencíveis e Exocets teleguiados lutando contra generais bêbados e soldados indispostos a morrer. No vôlei ou no basquete, não há equipe de baixinhos que, por milagre num dia especial, consiga surpreender um time de grandalhões; um sertanejo cearense jamais superará um búlgaro no levantamento de peso, e não há trei-

C

namento que supere o biotipo de Groz o Albatroz ou de Ian Thorpe Torpedo na natação. O gênio do futebol, quando aparece, revela talento inato que nada tem a ver com biótipos ideais. A elegância de Bob Moore, Beckenbauer e Figueiroa era inata. O que explica porque os EUA, com seu poder econômico, não consigam vencer neste esporte, e então prefiram jogar seu "pé-bola" com as mãos. Depois de vários choques dos cavaleiros medievais em armaduras, no jogo truncado e repetido, de repente há uma luz de arte no passe do ‘quarterback’! Mas ainda assim o passe com o pé é mais complexo do que com a mão; que o diga Gerson na Copa de 1970. O futebol proíbe a mão, porque com ela tudo ficaria mais fácil. Dá-se então que o caráter dos povos se expressa no futebol. Como explicar, por exemplo, a confiança inglesa que, até 1953 contra a Hungria, não havia perdido em seu próprio solo, assim como, desde Guilherme da Normandia em 1050, jamais foi invadida. O pequeno Uruguai, espremido entre grandes vizinhos, faz emergir sua raça; os times asiáticos come-

çando a formar grandes equipes baseadas na coesão; os times africanos hábeis no ataque mas com falta de confiança na defesa; a Argentina dos rápidos passes e a Itália das grandes defesas; a disciplina quase militar da Alemanha, e assim por diante. E o que dizer do Brasil, sem dúvida a maior potência mundial? Amálgama de raças, é de nossa natureza o "jeitinho". Convivemos com as desigualdades, toleramos falcatruas na política, aceitamos privilégios. Não endossamos a radical segregação racial, mas em compensação convivemos com a discriminação disfarçada. Não batemos de frente. Basta pensar nas filas; não há instrumento mais democrático. Pois bem, aqui no Brasil há sempre alguém disposto a furá-la e, mais grave, alguém lá na frente disposto a tolerar a invasão. É justamente esse modo de ser, baseado na arte de improvisar, que nos faz espertos e criativos ao encontrar pequenos espaços em direção ao gol. Aliás nem importa o porque; antes sim a estatística de vencer a mais difícil competição humana. Será que celebramos o suficiente sobre serm o s o s v e rd a d e i ro s c a m-

peões do mundo? Imaginem a empáfia se os EUA, a Itália, a França ou Inglaterra fossem pentacampeões! Quantos novos arcos do triunfo não teriam construído?

utebol é o panis et circenses romano atualizado. Arte, mas também guerra e competição. Comparável à luz elétrica de Edison ou ao vapor de Fulton, essa brilhante invenção não foi criada em função das necessidades da guerra, como a maioria das invenções, mas ao serviço da paz. Temem a presença do presidente do Irã; ao contrário, deveriam estimular que viesse presenciar o espetáculo da paz, sem bombas atômicas ou armaduras, 22 talentos lutando dentro das regras. A pátria, como dizia Nelson Rodrigues, deve calçar novamente as chuteiras. Oxalá novamente o mundo se ajoelhe diante do Brasil e reverencie o único país a conquistar tantas vezes o maior evento da civilização. Temos que vencer; a nós como povo não interessa o segundo lugar.

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CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA SUPERINTENDENTE JURÍDICO DA ACSP E PROFESSOR DA FGV

experiência histórica com bancos centrais, ao contrário do que se supõe, não permite concluir de maneira inequívoca que seu desempenho tenha sempre sido bem sucedido. É claro que há acertos, mas os desacertos são em geral ignorados. Dois exemplos são eloqüentes. Milton Friedman e Anna Schwartz mostraram em sua monumental obra, História Monetária dos Estados Unidos, que uma recessão cíclica, iniciada em 1929, somente se tornou a Grande Depressão porque o Fed aprofundou a recessão ao reduzir a liquidez à medida que caía a atividade econômica. Se o Fed estivesse seguindo uma regra fixa, como, por exemplo, aumentar a quantidade de dinheiro por um dado percentual anual, a recessão provavelmente teria se esgotado. O Fed teria transformado um ciclo normal da atividade econômica na pior depressão documentada da História.

a constatação de que não existe inflação sem um persistente crescimento da quantidade de dinheiro em circulação, o imaginário da maioria concluiu que os bancos centrais acertam sempre. Imagina-se que a história passou inequívoco atestado de sucesso à gerência dos mercados financeiro e monetário pelos bancos centrais. Bancos centrais existem desde o século 17. O primeiro deles foi criado em 1664, na Suécia. Logo depois veio o Banco da Inglaterra, tido e havido pela maioria como a primeira instituição a desempenhar as funções de banco central. O mais poderoso deles, o Federal Reserve System, dos EUA, foi criado depois de uma corrida bancária, em 1913. O BC brasileiro data de 1965.

Outro exemplo vem da Inglaterra e da Escócia. No século 19 o número de falências bancárias foi maior na Inglaterra (supervisionada pelo seu banco central) que na Escócia. O BC inglês teria criado o que os economistas chamam de moral hazard – um aumento no risco decorrente de uma instituição (o banco central) assumir as conseqüências de comportamentos temerários dos bancos. Os banqueiros escoceses não tinham a quem recorrer e eram mais conservadores e cautelosos na concessão de empréstimos. Os banqueiros ingleses não tinham o incentivo à prudência ditado pelo risco da falência. Tomaram mais riscos que os escoceses, certos de que seriam assistidos pelo Banco da Inglaterra se os empréstimos não fossem pagos. Antecipando o nosso Proer, o número de falências bancárias inglês em muito superou as falências bancárias escocesas. s intervenções do Fed no mercado podem nesse momento estar criando mais volatilidade que as reduzindo. Por isso, melhor faríamos se tomássemos medidas concretas de ajuste interno. Exatamente o contrário do que estamos fazendo.

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ROBERTO FENDT É ECONOMISTA FENDT@TERRA.COM.BR

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 7 de junho de 2006

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Política

Quem está na Presidência tem que engolir sapo, rã, cururu, calango, o que tiver que engolir, mas não pode perder as estribeiras. Presidente Lula

PESQUISA IBOPE REVELA: PRESIDENTE TERIA 40% DOS VOTOS. SERRA MANTÉM VITÓRIA EM 1º TURNO.

ALCKMIN VÊ EQUILÍBRIO EM RESULTADO

NO CEARÁ, PRESIDENTE FAZ FESTA.

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pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, minimizou o resultado da pesquisa Ibope que mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recuperou votos entre os eleitores paulistas. Segundo Alckmin, as pesquisas mostram um quadro de equilíbrio num cenário em que só o presidente Lula faz campanha durante 24 horas. "Pesquisa é estatística, não se discute. Mostram um quadro de equilíbrio diante de uma exposição máxima do presidente. O candidato Lula só faz campanha, está 24 horas por dia em exposição, mas não me assusta. Hoje existe um monólogo. Quando a campanha começar, teremos um debate", disse Alckmin. O tucano disse ver certa fragilidade na situação de Lula porque sua popularidade está assentada justamente nos eleitores que têm menos informação, que não sabem que existe outro candidato. (AOG)

REUNIÃO DEFINIRÁ ACORDOS

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltará a reunir-se hoje à noite com a cúpula governista do PMDB para tratar das eleições gerais de outubro. Exatas 48 horas depois de o partido recusar o posto de candidato a vice-presidente na chapa da reeleição, Lula decidiu marcar uma nova conversa com os governistas, desta vez, com a participação da cúpula do PT. A idéia é prosseguir as negociações para compor os dois partidos nos Estados, com o objetivo claro de ampliar e fortalecer os palanques locais de Lula Brasil afora. "Não quero baixar o nível da campanha (presidencial) de jeito nenhum, mas essa gente provoca demais", disse Lula aos peemedebistas na noite de segunda-feira, referindo-se aos adversários do PSDB e PFL. Segundo relato de um dos participantes do encontro, ao longo das duas horas e 30 minutos de conversa no Palácio do Planalto, o presidente queixou-se várias vezes da "oposição raivosa" contra ele. Ele confessou que apesar da disposição de manter uma campanha em alto nível, "às vezes, a provocação é tão grande que dá vontade de reagir". Participaram do encontro no Planalto o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador José Sarney (AP), o deputado Jader Barbalho (PA) e os líderes do partido nas duas Casas senador Ney Suassuna (PB) e deputado Wilson Santiago (PB). Boa parte da conversa foi consumida com explicações oficiais sobre a impossibilidade de uma coligação formal com o PT. A prioridade do partido é a eleição de pelo menos 15 governadores, além de assegurar a maior bancada na Câmara e no Senado. Apesar da recusa da aliança, os peemedebistas deixaram claro que Lula terá o apoio do PMDB na grande maioria dos Estados. Em contrapartida, pediram ao presidente que ajude nos acertos estaduais. "Achamos que em 21 Estados o PMDB pode compor com Lula", avaliou Jader Barbalho, otimista em relação a ofensiva presidencial. (AE)

LULA REVERTE DESVANTAGEM EM SÃO PAULO Por Sergio Kapustan

em se preocupar com a notícia - crime da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pedindo ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seja investigado no processo do mensalão, o que chamou de futrica política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou ontem na terra de Padre Cícero de uma grande festa política para anunciar que as obras da Ferrovia Transnordestina serão iniciadas novamente. Lula bateu por cerca de meia hora nos adversários, dizendo que eles não gostam de vê-lo cuidando dos pobres. No final, mostrou que não está nem aí para as tentativas de investigálo, nem com as críticas de omissão. Disse que tem de engolir sapos e que conta até 10 antes de perder as estribeiras. "Quando a gente atinge 60 anos de idade, a gente não tem o direito de ficar nervoso. Quem está na Presidência tem que engolir sapo, rã, cururu, calango, o que tiver que engolir, mas não pode perder as estribeiras. Eu, de vez em quando, sou atacado, eu conto até 10 e fico me perguntando: por que estão me atacando? Então, eu fico sempre contando, aí eu conto até 10 outra vez. O Ciro Gomes, que é o mais nervoso, vive pedindo calma para mim. Eu estou calmo, estou tranqüilo, sei das nossas responsabilidades, sei o que temos que fazer neste País, sei o que significa a transformação que está acontecendo no Brasil", disse. Na festa comandada pelo ex-ministro Ciro Gomes, principal cabo eleitoral da candidatura do irmão Cid Gomes ao governo do Ceará, Lula dividiu sem constrangimentos o mesmo palanque com José Nobre Guimarães, irmão do expresidente do PT José Genoino que teve um assessor preso com dólares na cueca. Na companhia de Lula, Guimarães era um dos mais animados. Acenando sempre para o povo e mostrando intimidade com as autoridades, ele se postou logo atrás de Ciro. A poucos metros do governador tucano Lúcio Alcântara, que amargou vaias do início ao fim da solenidade, o tom dos ataques foi dado por Ciro: "A Transnordestina jamais aconteceria com o modelo ideológico que dominou o Brasil nos últimos oito anos". (AE)

eviravolta em São Paulo: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu uma vantagem de dois pontos - 40% contra 38% - sobre Geraldo Alckmin (PSDB), justamente no maior reduto eleitoral do tucano. A revelação é da pesquisa Ibope de intenção de voto à presidência da República divulgada ontem. O resultado, apertado, a rigor mostra um empate técnico (a margem de erro é de três pontos percentuais). Na eventualidade de um segundo turno, o empate se repete, com uma diferença: o tucano tem 46% das intenções de voto contra 43% do petista. Mas, no geral, o cenário para Alckmin é preocupante. Segundo o gerente de opinião do Ibope, Maurício Tadeu Garcia, um levantamento divulgado em maio já mostrava uma tendência de queda na candidatura tucana. Naquela pesquisa, Alckmin caiu 9 pontos percentuais em relação à pesquisa de abril, quando o tucano registrou 46% das intenções, contra 28% apresentados por Lula. Em maio, Lula subiu para 33% e agora tem

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40%, contra 38% do tucano. A intenção de voto para os demais candidatos manteve-se inalterada, assim como dos votos brancos, nulos e os que estão indecisos. Perguntado se a onda de violência que atingiu São Paulo, em maio, teria prejudicado Alckmin, Garcia respondeu que era difícil fazer a comprovação. Para ele, de qualquer modo houve uma considerável migração do eleitorado tucano para o petista. Uma das explicações seria a exposição do presidente na mídia. Lula tem percorrido o país desde o início do ano fazendo inaugurações. "Ele sempre está na mídia e isso é muito favorável. No atual cenário, o que nós vemos é uma tendência de queda de Alckmin e uma subida de Lula". Os tucanos acusam o presidente de fazer campanha irregular, mas isso não tem interferido nas pesquisas. ParaGarcia, como a campanha ainda não começou, há tempo para o tucano tentar recuperar os votos que tinha no Estado. Um dos pontos que ajudam o tucano é sua baixa rejeição: 17%, contra 30% de Lula.

ADIADA A CASSAÇÃO DE JANENE

GREVE DE FOME SANGUESSUGA: PT PEDE CPI JUCA CHAVES DE GAROTINHO INVESTIGAÇÃO DO PATROCÍNIO QUER IRONIA CUSTOU CARO ATÉ O FIM. DO CARNAVAL NO SENADO

I O Conselho de Ética da Câma-

I A greve de fome do ex-governador Anthony Garotinho vai custar ao PMDB R$ 238 mil, valor da multa estabelecida pelo condomínio do Edifício Piauí, no centro do Rio. No oitavo andar do prédio funciona o diretório regional do partido, onde o peemedebista, alegando perseguição política, permaneceu por dez dias, em jejum, atraindo, diariamente, centenas de correligionários. Proprietários e inquilinos afirmam que o protesto, encerrado dia 11 de maio, causou tumultos e prejuízos, entre eles, um incêndio na casa da máquinas, provocado pela sobrecarga nos elevadores. "Ficamos impedidos de trabalhar durante dez dias", justificou Osmar Prisco, do conselho consultivo do edifício. "O prédio sofreu duas invasões, tivemos fogo na casa de máquinas por causa da movimentação dos elevadores e suportamos muito barulho. Decidimos, então, multar o partido", alinhavou.

ra adiou de hoje para a próxima terça-feira a votação do relatório que pede a cassação do mandato do deputado José Janene (PPPR), por envolvimento no esquema do mensalão. O adiamento se deu por causa de um pedido de vista apresentado pelo deputado Ildeu Araújo (PP-ES). O relator da matéria, Jairo Carneiro (PFL-BA), recomendou a cassação de Janene pelo recebimento de 4,1 milhões do esquema de caixa dois montado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, que beneficiou o PT e partidos da base de apoio ao governo. Janene reconhece apenas o recebimento de R$ 700 mil, que diz ter utilizado para pagar o advogado do partido, Paulo Goyaz. Para o relator, no entanto, ele cometeu os crimes de recebimento de vantagem indevida, ocultação de natureza de recursos e associação a pessoas para cometer crime.

Corrupção -– Além da disputa presidencial, o levantamento apontou a opinião dos entrevistados sobre os escândalos do governo Lula, com números surpreendentes. Segundo a pesquisa, 66% dos entrevistados respondeu que o presidente tinha conhecimento dos casos de corrupção denunciados em seu governo (Lula diz que nada sabia), 23% responderam que não tinham conhecimento e 11% não opinaram. Sobre as denúncias, 39% responderam que eram totalmente verdadeiras, 31% consideram que são verdadeiras só em parte - 13% afirmaram que eram falsas em parte , 7% totalmente falsas e 10% não opinaram. "Os resultados mostram que o presidente se descolou dos escândalos", avalia o gerente do Ibope. Pesquisa – A pesquisa Ibope foi contratada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp) e pela Federação das Empresas de Transporte do estado de São Paulo (Fetcesp). A enquete foi realizada entre os dias 2 e 4 de junho. Foram entrevistados

I O vice-presidente do Supre-

mo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, atendeu o pedido do procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza e abriu 15 inquéritos para apurar as suspeitas de envolvimento de congressistas com o caso da criação de emendas no orçamento para a venda superfaturada de ambulâncias. Os inquéritos serão remetidos à Polícia Federal e todos os parlamentares suspeitos terão que depor. O conteúdo do inquérito será mantido em sigilo. Ontem, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) admitiu que poderá instalar uma CPI para investigar o caso, se essa for a decisão dos líderes. "Mandei conferir as assinaturas do requerimento (de instalação da comissão) e vou reunir os líderes partidários. Se eles entenderem que é o caso de investigar, vamos instalar a comissão", afirmou Renan, que espera uma definição para esta semana.

1.204 eleitores paulistas, em 62 municípios. A pesquisa foi registrada sob protocolo 725034/2006 no TRE. Governo do Estado – Em relação ao Palácio dos Bandeirantes, a pesquisa é muito favorável ao PSDB. Segundo o levantamento do Ibope, o candidato José Serra venceria a eleição em todos os cenários previstos. Quando a disputa é contra o senador do PT Aloizio Mercadante e o ex-governador Orestes Quércia, Serra tem 8% das intenções de voto, contra 14% e 10%, respectivamente. Sem Quércia, Serra tem 49% contra 17% do petista. Para Garcia, Serra tem tudo para vencer a eleição. Além da liderança com folga, Serra é quem apresenta o menor índice de rejeição - 18%, contra 31% de Quércia e 24% de Mercadante. Senado – Para o Senado Federal, Eduardo Suplicy (PT) lidera a pesquisa com ampla margem em todos os cenários. Suplicy tem 45% das intenções de voto. O segundo colocado é Orestes Quércia, (que ainda não definiu seu futuro político), com 21%.

I A bancada do PT protocolou na Câmara Municipal de São Paulo o pedido de instalação de uma CPI para apurar denúncias de irregularidades no patrocínio do Carnaval deste ano, supostamente pago pela Nossa Caixa, de forma a dar publicidade a Geraldo Alckmin e José Serra. Os gastos, segundo noticiou o jornal Folha de S.Paulo na ocasião, teriam chegado a R$ 1,5 milhão um valor maior do que o desembolsado pelo banco para divulgar os seus resultados (R$ 1,2 milhão) em campanha publicitária. A escola Leandro de Itaquera desfilou com bonecos representando Alckmin e Serra.

I Mais um nome entra na disputadíssima vaga para o Senado, pela Bahia: o do compositor e humorista Juca Chaves. Ele decidiu entrar na briga pelo nanico Partido Social Democrata Cristão (PSDC). Bem ao seu estilo, Juca justificou sua decisão pelo fato de a política brasileira ter virado "uma grande piada". A homologação de sua candidatura deve ocorrer esta semana. Ele deve integrar a chapa do candidato ao governo Rogério Da Luz, que apresenta-se de costas nos programas políticos vestindo um paletó preto com mil lâmpadas e usa o bordão “vamos dar as costas aos políticos”.

CONVOCAÇÃO Richard Saigh Indústria e Comércio S/A CNPJ nº 61.206.397/0001-67 – NIRE nº 35.300.042.174 Convocação - Assembléia Geral Ordinária/Extraordinária São convocados os senhores acionistas da Richard Saigh Indústria e Comércio S.A. a se reunirem em Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária a realizar-se no dia 11/7/2006, às 11 horas, na sede social, à Rua Heloisa Pamplona, 842, São Caetano do Sul - SP, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Relatório da diretoria, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras referentes aos exercícios sociais findos em 31/12/2004 e 31/12/2005, publicados no Diário Oficial do Estado e Diário do Comércio em 6/5/2005 e em 26/4/2006, respectivamente; b) Destinação dos resultados; c) Alteração do Quadro Societário; d) Reforma do estatuto social; e) Eleição da Diretoria; f) Outros assuntos. Acham-se à disposição dos senhores acionistas na sede social, os documentos a que se refere o art. 133 da Lei de Sociedades Anônimas. São Caetano do Sul, 1/6/2006. Edgard Nassif Saigh e Raul Raphael Saigh: Diretores-Gerentes (6, 7, 8/06/2006)


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Planalto Eleições Brasília Senado

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 7 de junho de 2006

O CONGRESSO FOI SITIADO. COM PEDRAS E PEDAÇOS DE PAU.

INVASÃO DA CÂMARA POR 490 INTEGRANTES DO MLST DEIXA 26 FERIDOS

Eymar Mascaro

Gustavo Bezerra/Ag. Câmara

Dois pais

A

lém de se sujeitar a comer churrasquinho e buchada de bode, porque está com fome de voto, Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu creditar ao expresidente Fernando Henrique Cardoso a criação do Bolsa-Família, o programa social que tem garantido a Lula a liderança nas pesquisas. Alckmin lembra que o Bolsa-Família foi criado quando FHC resolveu aperfeiçoar uma lei do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) de combate à pobreza. Quando FHC deixou o cargo, cerca de quatro milhões de famílias recebiam uma ajuda do Governo Federal. Hoje, são mais de nove milhões de famílias atendidas pelo Bolsa-Família, o que significa mais de 30 milhões de beneficiados pelo programa. Como o Bolsa-Família tem sido o carro-chefe da campanha de Lula, o candidato tucano vai insistir na tese de que o pai do plano é o PSDB e não o PT.

Bruno Maranhão, antes de ser preso: "Não me arrependo do que fiz porque não somos vândalos". Ele é membro do MLST e da Executiva do PT.

CONGRESSO VIVE DUAS HORAS DE VANDALISMO E CONFUSÃO ob o comando de um dirigente petista, cerca de 490 militantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), uma dissidência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), transformaram ontem o Congresso numa praça de guerra, um episódio inédito na história da instituição. Depois de invadir à força um prédio anexo da Câmara, eles passaram a destruir tudo à volta e a agredir seguranças, deixando pelo menos 26 feridos. Foram quase duas horas de terror, durante as quais o Congresso ficou sitiado, os servidores ficaram acuados e os parlamentares se viram confinados no plenário e nos gabinetes. O vandalismo começou às 14h50. Com pedras, barras de ferro, pedaços de pau e até uma enxada, os sem-terra quebraram uma porta de vidro e invadiram o chamado anexo 2, um dos acessos laterais à Câmara. Em pouco mais de uma hora, quebraram outras portas, computadores, vasos de plantas, arrancaram luminárias, perfuraram tetos de gesso e tomaram o Salão Verde, em frente ao plenário. No caminho, viraram um carro que seria sorteado na festa junina dos servidores. O grupo queria a aprovação no Congresso de uma lei que permite a desapropriação de terras onde há trabalho escravo, entre outras sete reivindicações, como a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce. Pelo menos 24 seguranças saíram feridos do confronto. Em menor número, eles foram alvo de pedradas, pauladas e socos. O Coordenador de Logística do Departamento de Polícia (Depol) da Câmara, Normando Fernandes, foi internado na Unidade de Tera-

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A agressão ao Congresso Nacional fere os princípios da democracia e deve ser tratada com o rigor da lei. Nota da Presidência da República

pia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, depois de ter sido atingido por uma pedra. Outro agente de segurança quebrou a perna ao ser jogado de uma altura de cerca de três metros, próximo a uma escada rolante. De acordo com informações da Secretaria de Comunicação da Câmara, dos 26 feridos atendidos pelo serviço médico, apenas dois eram manifestantes e os demais seguranças. "Não me arrependo do que fiz porque não somos vândalos", disse Bruno Maranhão, um dos líderes do movimento e dirigente do PT, antes de ser detido. O

do a entrada de manifestantes do Judiciário e da área da saúde. Ele afirmou ter tentado marcar um encontro com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), mas teria sido informado de que a agenda do presidente da Câmara só permitia a reunião na próxima semana. "Não podíamos esperar mais 24 horas", explicou. "Tentei explicar que não sabia a origem do tumulto. A nossa intenção sempre foi a de fazer uma manifestação pacífica. Tanto, que saímos do Congresso", disse. No momento em que a Câmara foi invadida, Aldo não estava na casa. Assim que che-

Sérgio Lima/Folha Imagem

Quebraram computadores, portas, vasos, arrancaram luminárias...

grupo é o mesmo que invadiu o prédio do Ministério da Fazenda em abril do ano passado. Segundo Maranhão, esta foi a primeira tentativa de aproximação com o Poder Legislativo. "Até agora, tínhamos negociado só com o Executivo. O governo Lula é um governo civilizado. No ano passado, houve negociação e saímos pacificamente do Ministério da Fazenda." O dirigente do MLST negou que a ação dos sem-terra tenha sido deliberada. Alegou que os seguranças estavam impedin-

gou, teve um diálogo ríspido com Maranhão. Avisou que mandaria prendê-lo e não aceitou qualquer negociação com os manifestantes. "Eu te conheço há 30 anos. Mas não aceito esse tipo de atitude. Você está autuado. Não recebo essa pauta de vocês. Não converso com pessoas invadindo o Congresso." Aldo, então, determinou que a polícia legislativa prendesse todos os manifestantes. "Os responsáveis serão autuados pela delegacia da Câmara dos Deputados", disse. "Ne-

nhum movimento tem direito de depredar patrimônio que é do povo, por isso, vou sempre agir com autoridade nesses casos", afirmou Aldo, que não quis receber o líder do movimento em seu gabinete. O primeiro secretário da Câmara, Inocêncio Oliveira (PLCE), cogitou pedir reforço ao Exército para controlar o quebra-quebra, mas achou melhor deixar a ação para os seguranças da Casa. Apesar da confusão, a sessão não foi interrompida. Após a invasão, os manifestantes deixaram o prédio e se reuniram no gramado central do Congresso, onde, depois de quase duas horas de negociação, militantes petistas, do PSol, do PSTU e integrantes do MLST renderam-se. Às 18h11, o diretor da Coordenação de Polícia Judiciária, Alber de Paula, deu a ordem de prisão em flagrante para cerca de 490 manifestantes. Encurralados, os baderneiros passaram por revista e foram conduzidos em seis ônibus para o Ginásio Nílson Nélson, onde permaneceram sob custódia da Polícia Militar do Distrito Federal para serem identificados e interrogados. Os que estiveram à frente dos atos poderão ser processados por tentativa de homicídio, danos ao patrimônio público e formação de quadrilha e serão encaminhados para a Papuda, o maior presídio de Brasília. Em nota, a Presidência da República condenou os incidentes, afirmando que "a agressão ao Congresso Nacional fere os princípios da democracia e deve ser tratada com o rigor da lei". O Planalto manifestou ainda solidariedade e apoio ao Congresso "diante da invasão de suas dependências em grave ato de vandalismo cometido contra o Parlamento." (Agências)

MISÉRIA

RENÚNCIA

O Bolsa-Família socorre as pessoas que ganham menos de um salário mínimo (R$ 350), isto é, pessoas que vivem à beira da miséria. O plano do governo do PT é ampliar seus benefícios e atender a cerca de 40 milhões de pessoas até o dia das eleições.

Depois da desistência do deputado Roberto Freire de disputar a presidência pelo PPS, chega a vez do PDT decidir se lança ou não a candidatura do senador Cristovam Buarque (DF). Os prefeitos do partido iniciam um movimento para que o PDT não tenha candidato.

ÍNDICE

ENSAIO

Não se sabe, exatamente, quantos são os eleitores que recebem o Bolsa-Família, mas o programa tem sido uma alavanca na campanha do PT. É por isso que Alckmin resolveu reivindicar para o seu partido a sua idealização.

Orestes Quércia volta a ensaiar sua eventual candidatura ao governo de São Paulo pelo PMDB. A decisão agrada ao PT. Com a candidatura peemedebista, a eleição pode ser decidida apenas no 2º turno. Quércia acha, no entanto, que quem vai para o 2º turno é ele e não Aloizio Mercadante (PT).

DECISÃO Pode sair hoje, na reunião da Comissão Executiva, a decisão do PSB sobre a proposta do partido se coligar com o PT. O partido está indeciso devido à existência de arestas nos estados. Antes de qualquer decisão, a cúpula quer ouvir as lideranças estaduais do partido.

EXEMPLO

SENADO

Um dos principais problemas do PSB está restrito a São Paulo. O diretório estadual quer apoiar a candidatura de José Serra a governador, como já comentou o prefeito de São Bernardo, William Dib. Mas, não pode tomar a decisão se por acaso o partido se coligar com o PT no plano federal.

A disputa pelo Senado poderá ter um concorrente da Câmara Municipal de São Paulo. Depois de Paulo Frange (PTB), que desistiu da disputa, o nome da vez é o do vereador Antonio Goulart (PMDB). Segundo o próprio vereador, ficou praticamente acertada a candidatura dele para o Senado e a de Quércia para o governo do estado.

A VICE Além do problema da coligação com o PT, a cúpula do PSB ainda tem de decidir se indica o vice de Lula, que pode ser o deputado Eduardo Campos (PE). O exministro Ciro Gomes está decidido a disputar a eleição de deputado federal para ajudar o partido a superar a cláusula de barreira.

ENCONTRO O presidente Lula voltou a conversar com os governistas do PMDB. O candidato petista insiste em ter um vice peemedebista, mas o partido só pode decidir se aceita ou não o convite na convenção que está marcada para o dia 29. Os governistas, no entanto, já disseram a Lula que o PMDB não vai indicar o vice na sua chapa.

TURNO ÚNICO O PMDB continua rachado. Uma parcela do partido (18 diretórios estaduais) estaria com Lula, mas outra fatia fecha com Alckmin. Por isso, o partido não deve indicar o vice do PT. Isso pode provocar que a eleição seja decidida no 1º turno.

CONFIANÇA Goulart acredita que poderá vencer Eduardo Suplicy (PT) na disputa. "Fui o vereador mais votado de São Paulo e posso vencer o candidato petista nas eleições. Vamos ao debate", afirma. O seu suplente deverá ser Wagner Rossi. Mesmo com a indicação, a candidatura ao Senado do vereador ainda não é oficial.

BIS Marta Suplicy quer aproveitar seu engajamento na campanha de Aloizio Mercadante para viabilizar sua candidatura à Prefeitura de São Paulo em 2008. A exprefeita ficaria encarregada de fazer a campanha de Mercadante na capital.

DUELO É provável que Marta Suplicy, se vier a ser candidata, dispute a eleição de prefeito em 2008 contra Gilberto Kassab (PFL), que pode ser candidato à reeleição. Kassab dispõe de tempo suficiente para cristalizar uma nova candidatura.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 7 de junho de 2006

7

-0,50

por cento foi a queda do Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, no pregão de ontem.

6/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 01/06/2006 01/06/2006 01/06/2006 01/06/2006 01/06/2006

P.L. do Fundo 5.298.782,90 1.275.890,67 5.617.288,56 2.526.476,82 1.008.013,82

Valor da Cota Subordinada 1.088,278430 1.026,138187 1.065,345704 1.034,235251 1.003,507602

% rent.-mês 0,1216 0,0900 -0,4078 0,0925 0,1893

% ano 11,3931 2,6138 6,5346 3,4235 0,3508

Valor da Cota Sênior 0 1.038,583307 1.047,166900 0 0

% rent. - mês 0,0585 0,0637 -

% ano 3,8583 4,7167 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


quarta-feira, 7 de junho de 2006

Eleições Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PARTIDOS DE OPOSIÇÃO VÃO USAR EPISÓDIO NA CAMPANHA CONTRA LULA

É natural que o cidadão faça um link com o PT e com o presidente Lula quando souber que a invasão foi comandada por uma pessoa do Diretório Nacional do PT. Rodrigo Maia

OPOSIÇÃO USA O FATO DE O LÍDER DO MLST SER DO PT PARA INSINUAR QUE PARTIDO INCENTIVOU ATAQUE José Varella/CB/Agência O Globo

Dida Sampaio/AE/17-11-2005

Gustavo Mirando/Agência O Globo

Adriano Machado/AE

Tumulto: manifestantes invadiram o prédio, tombaram um carro, destruíram esculturas e máquinas. Depois foram detidos para identificação e interrogação no Ginásio Nílson Nélson. O mesmo grupo foi recebido por Lula no ano passado.

OPOSIÇÃO LIGA PT AO ATAQUE DOS SEM-TERRA rimeiro veio o medo, seguido pela indignação. Depois vieram as insinuações e o tradicional bate-boca entre governistas e oposição. Foi assim o comportamento dos parlamentares sobre a invasão do prédio da Câmara e os atos de vandalismo e destruição praticados por integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST). O tom unânime foi de repúdio à ação do grupo. Mas a concordância entre as forças parou por aí e ficou claro que o ano eleitoral permeou toda a discussão. Aproveitando o fato de que um dos líderes do MLST, Bruno Maranhão, é também membro da Executiva Nacional do PT, a oposição tentou colar no PT e no governo a imagem de co-responsável pelos atos de vandalismo do grupo, enquanto os membros da base do governo trabalharam para tentar desvincular o partido e o governo da invasão. E os partidos de oposição já admitem usar o episódio na campanha eleitoral contra a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo sem ter ainda uma estratégia para tratar do assunto, a oposição reconhece que o fato de Maranhão ter ligação com o PT é um dado muito forte para ser desprezado numa eleição nacional. "É natural que o cidadão faça um link com o PT e com o presidente Lula quando souber que a invasão do Congresso foi comandada por uma pessoa do Diretório Nacional do PT. É mais uma imagem muito

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forte entre tantas que envolveram pessoas do partido do presidente nos últimos tempos", avaliou o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ). Informalmente, parlamentares do PSDB acham que o impacto da baderna no Congresso poderá causar prejuízos eleitorais à campanha de Lula, justamente no momento em que ele tem uma confortável vantagem sobre o pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB) nas pesquisas de intenção de voto. Conotação política – O senador Leonel Pavan (PSDB-SC) foi um dos primeiros a levantar a hipótese da invasão ter conotação política e a sugerir que o próprio PT pode ter orientado o ato. "Luiz Inácio Lula da Silva costumava dizer, durante a campanha que o elegeu presidente, que se chegasse ao poder não haveria mais invasões de terras, violência no campo ou greves, já que os participantes dos movimentos sociais seriam seus filhos e com eles Lula saberia tratar. Presidente Lula, aí estão seus filhos quebrando vidraças e invadindo o Congresso", afirmou Pavan. Outro que defendeu a possibilidade da invasão do Congresso ter motivação política foi Cristovam Buarque (PDT-DF). Mas um dos pronunciamentos mais fortes foi do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Para ACM, a manifestação marca o início da campanha pela reeleição de Lula que, para ele, teria "participação direta" no episódio, na medida em que

"incentiva os anarquistas". ele atacou também os presidentes da Câmara e do Senado, Aldo Rebelo e Renan Calheiros, pelo que considerou reação tímida e chamou o presidente da Câmara de "covarde". Renan falou logo após ACM e foi duro na crítica ao MLST, afirmando que a ação não ficará impune. "Não se trata de um movimento sem terra, mas, sim, de um movimento sem lei, contra a democracia. Eles têm de pagar pelo que fizeram", afirmou. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, afirmou que o MLST Niels Andreas/AE

Mas ele deveria ter se dirigido ao Palácio do Planalto para promover seu quebra-quebra e não à Câmara dos Deputados." Defesa – Em 9 de julho de 2004 e também no dia 17 de novembro de 2005, Maranhão e outros líderes do MLST chegaram a ser recebidos pelo presidente Lula em audiência no Palácio do Planalto. Mas ontem, as principais lideranças do PT reagiram à ação dos sem-terra e aos ataques da oposição. A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores divulgou nota em que expressa repúdio às mani-

José Paulo Lacerda/AE

Wilson Dias/ABr/01/2006

ACM e Virgílio: ataques ao PT. Chinaglia fala em expulsão de Maranhão.

é "tão movimento social quanto o PCC do seu Marcola". Enfatizando a participação de Maranhão, ele pediu a punição do manifestante. "Não dá para tratar essa ação como uma travessura do seu Maranhão, mas sim como um gesto de bandido, que afrontou o Palácio do Congresso Nacional", afirmou. Virgílio pediu a convocação dos líderes dos partidos nas duas Casas do Congresso para uma avaliação do ato de vandalismo. "O líder Bruno Maranhão é uma pessoa ligada ao governo.

festações violentas ocorridas na Câmara dos Deputados. O líder do partido na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS) também afirmou em nota que a bancada do PT "condena com veemência os atos de vandalismo que se verificaram nas dependências da Câmara". O líder do governo na Casa, deputado Arlindo Chinaglia (PTSP) pediu que a abertura de um processo de expulsão de Bruno Maranhão na comissão de ética do partido. "Qualquer integrante do PT que tenha participado

dessa agressão ao Congresso Nacional, tem que ser julgado pela Comissão de Ética do PT." O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (PTSP), também falou na expulsão de Maranhão. "Tão logo tenha condições, porque parece que ele ainda está preso, vou ouví-lo pessoalmente sobre o quebraquebra. E também quero ouvir o pessoal da segurança da Câmara. Se ele incitou os sem-terra aos atos de vandalismo, ele pode ir para a comissão de ética e responder pelo que fez. Ele pode até ser expulso do PT. Não quero excluir nenhuma possibilidade, mas antes disso temos que ouvílo, até para que ele tenha direito de defesa", afirmou. Vínculo – Berzoini disse esperar que a oposição não use o episódio para prejudicar o PT no período eleitoral. "É legítimo aos partidos de oposição usarem essa situação, mas o PT não se vincula a nenhum tipo de violência política. O PT defende a democracia através da disputa de idéias e não do uso da violência para obter qualquer tipo de resultado. A população brasileira já identificou no partido essa

postura de compromisso com a democracia e repudio à violência, principalmente quando essa violência acontece no Congresso Nacional, aberto ao diálogo. A sociedade precisa separar as pessoas das instituições". No Senado, Flávio Arns (PTPR), que considerou "um absurdo" alguns parlamentares terem cogitado a hipótese do PT estar ligado à ação do MLST. "Repudio, como membro do Par tido dos Trabalhadores, qualquer insinuação de que esses atos de vandalismo possam ter sido incentivados pelo Executivo Federal ou pelo PT". Arns opinou que a proximidade das eleições motivou senadores a sugerirem a participação do PT e do governo no episódio. Na mesma linha, o senador Sibá Machado (PT-AC) disse que a partidarização da invasão do Salão Verde da Câmara mais prejudica do que ajuda a compreender o problema dos sem-terra. Ele sugeriu que as paixões políticas sejam deixadas de lado, já que todos os pronunciamentos feitos pelos senadores foram no sentido de repudiar os atos de vandalismos. (Agências)


8

Tr i b u t o s Empresas Estilo Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

RARIDADE FAZ OBJETOS FICAREM CARÍSSIMOS

Fotos: Newton Santos/Hype

Cartão do filme Don Juan (1995)

P

aixão é o termo que melhor define a vontade de colecionar objetos. O que pode ser algo descartável ganha um apreço especial na mão de colecionadores. E, de uma forma geral, esses apaixonados dificilmente ficam satisfeitos com seus acervos e por isso buscam incessantemente novidades dentro e fora do País. Para colecionar algo, não basta o gosto e a vontade de possuir objetos. Quem coleciona sabe que precisa também de certa dose de persistência e bons amigos, para trocar coisas repetidas. Henrique Silveira, 22 anos, por exemplo, além de técnico hidráulico, é telecartofilista desde os 11 anos, ou seja, coleciona cartões telefônicos que substituíram as fichas metálicas de telefones públicos a partir dos anos 90, e troca os objetos com outros aficionados de diversas partes do planeta. O primeiro contato com um cartão telefônico ocorreu em 1995, quando comprou um da série "Capitais Brasileiras" com uma foto da cidade de Manaus (AM). "Eu gostei da foto impressa, fiz as ligações e depois mostrei para minha tia, que sugeriu que fizesse uma coleção", conta. Para incentivar o sobrinho, a tia doou mais cartões e daí para a frente a novidade virou paixão. Atualmente, Silveira possui 10 mil cartões com os mais

quarta-feira, 7 de junho de 2006

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Cartão telefônico com pássaro brasileiro foi um dos primeiros lançamentos do País, em 1994.

PAIXAO DE COLECIONAR A busca pelo objeto de desejo

De carrinhos a cartões, os aficionados fazem de tudo ampliar suas coleções variados temas e confeccionados em várias partes do mundo, como Europa, EUA e Japão, e faz parte do Clube dos Telecartofilistas de São Paulo. Ele exibe com orgulho o primeiro modelo de cartão telefônico produzido no Brasil que ganhou do pai. "Não tenho certeza, mas acredito que foi fabricado em 1994", explica. O cartão traz a imagem de uma espécie brasileira de pássaro e, segundo Silveira, é avaliado entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, dependendo do estado do cartão. Reconhecimento Com o intuito de provar que a paixão foi reconhecida pelas operadoras, ele mostra um cartão que divulga o 1º Encontro Nacional de Colecionadores de Cartões Telefônicos do Brasil, entre 15 e 17 de novembro de 1996, em Brasília (DF). Aqueles que utilizam cartões apenas para chamadas

telefônicas e depois jogam no lixo, não imaginam o que pode significar uma série limitada. Um exemplo é a que homenageia Ayrton Senna, vendida entre 98 e 99. "Ainda hoje, é uma série almejada por muitos colecionadores, principalmente da Europa, porque reúne a raridade e o carisma do piloto", diz o telecartofilista. Uma das coisas mais interessantes no mundo dos colecionadores é o respeito pelos acordos informais do grupo. Silveira conta, por exemplo, que faz contato com colecionadores da Europa e envia pelo correio 10 cartões de operadoras brasileiras e sempre os amigos distantes retornam com a mesma quantidade de cartões, produzidos em diversos países. Broches e pins No mundo das coleções, qualquer objeto pode fazer a alegria de um aficionado.

Osmar Freitas é um colecionador de bottons, broches e pins. Em uma viagem a Bonito (MT), em 1997, ele gostou de três de broches que traziam uma arara, um mico-leão dourado e uma bandeira nacional. Não hesitou e comprou os três. Essa ocasião marcou o início de uma coleção que atualmente contempla 500 exemplares entre pins e bottons de várias partes do mundo. Os fatos históricos sempre estão presentes nas coleções. "O avô de um amigo meu defendeu o Brasil durante a 2ª Guerra Mundial e me deu um botton da Força Expedicionária Brasileira que ele usou na época", conta Freitas. Entre seus bottons, há um pouco de tudo: música, marcas de automóveis, cervejas, lojas de fast food, desenhos animados, bandeiras, monumentos históricos, broches das copas do mundo, entre outros. Freitas trabalha numa montadora de automóveis e isso também lhe propicia a oportunidade de conhecer muitos países e comprar novos pins e bottons para completar sua coleção. Ele conta que, na Europa, há muitos brechós que vendem broches usados. "A cultura de fazer bottons comemorativos é comum na Europa e nos Estados Unidos", explica. Um dos broches com melhor acabamento, segundo Freitas, é o vendido pela Hard Rock Café, lanchonete conhecida mundialmente. Os bottons também variam de preço quando o assunto é raridade: um broche do serviço secreto nazista (SS) chega a custar entre US$ 90 e US$ 110 nos EUA. Na Alemanha, alguns modelos dos órgãos comandados por Adolf Hitler são vendidos a 60 euros. Carrinhos para adultos Outra coleção tradicional e que continua a fazer sucesso é a de miniaturas de automóveis. Para começar a colecionar esse tipo de objeto não é preciso muito dinheiro. Por R$ 5 é possível comprar modelos com escala de 1:32. De acordo com o subgerente da loja Brinquedos Laura do Shopping Center Norte, João Teixeira, as miniaturas podem servir como presentes e ao mesmo tempo atender aos colecionadores das pequenas máquinas. Ele declara que metade dos compradores dessas miniaturas é formada por adultos e a outra parte por crianças a partir de 5 anos. "Os carrinhos possuem bom acabamento e uma variedade de 1,5 mil modelos, fato que atrai os colecionadores", afirma.

Silveira tem mais de 10 mil cartões telefônicos de vários países

Raridade: cartão lançado pelo Sistema Telebrás, em 1994

Cartão japonês em alto relevo, com leitor óptico Leonardo Rodrigues/Hype

Exemplar suíço, de 1993

Broches e pins de todos os tipos

Leonardo Rodrigues/Hype

SERVIÇO Broches, pins e bottons – Feira pública no vão livre do MASP, aos domingos, Avenida Paulista, 1578. Miniaturas de automóveis – Brinquedos Laura, do Shopping Center Norte – (11) 6222-2412. Cartões telefônicos – Associação dos Telecartofilistas de São Paulo – (11) 9385-6531. Sérgio Ruiz

Freitas espalha sua coleção de pins por todas as roupas e objetos


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 7 de junho de 2006

1 Até 2010, a arrecadação de tributos deve representar 40% do PIB. Eduardo Carlos Ricardo, Patri Relações Governamentais

COPA DO MUNDO E ELEIÇÕES DEVEM IMPEDIR APROVAÇÃO DA SEGUNDA FASE DA REFORMA TRIBUTÁRIA

REFORMA DO ICMS PARADA NO CONGRESSO Newton Santos/Hype

C

om a Copa do Mundo, recesso legislativo e eleições, a reforma tributária – e conseqüentemente o fim da guerra fiscal entre os estados – dificilmente será concluída ainda neste ano. Essa é a opinião de advogados tributaristas que participaram, ontem, do Fórum de Debates Tributários, organizado pelo escritório Albino Advogados Associados. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n° 285, que tramita no Congresso desde 2004, está parada no plenário da Câmara, assim como vários projetos para simplificar o sistema tributário brasileiro. De acordo com Eduardo Carlos Ricardo, um dos diretores da Patri Relações Governamentais & Políticas Públicas, que participou dos debates, existem hoje 421 normas sobre impostos em tramitação no Congresso, sendo 234 projetos de lei. "O problema é que o contexto atual é de aumento da arrecadação. Até 2010, ela deve representar 40% do Produto Interno Bruto (PIB)", previu. ICMS – Considerada a segunda etapa e a mais importante da reforma tributária, a PEC que tramita na Câmara dos Deputados determina que a alíquota nacional do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deve ser de, no mínimo, 7% e no máximo 25%. Hoje, cada estado possui legislação específica sobre o imposto e existem mais de 40 alíquotas diferentes. Para o ex-secretário da Fazenda no Estado de São Paulo Clóvis Panzarini, o estabelecimento dessas alíquotas, na proposta, não vai acabar com a guerra fiscal. "O fim do combustível da guerra fiscal seria a a tributação no estado de destino das mercadorias, ao invés do estado de origem, como acontece atualmente", disse.

Incentivos – Panzarini lembrou que há empresas automobilísticas que chegaram a transferir a unidade fabril de um estado para outro por causa da guerra do ICMS. "O problema é que os estados que concedem incentivos, negam o aproveitamento de crédito do imposto quando a mercadoria vem de outro estado", disse o tributarista Alcides Jorge Costa, professor titular da Universidade de São Paulo (USP). A proposta prevê que os incentivos fiscais concedidos pelos estados serão válidos por cinco ou 11 anos a contar da promulgação da reforma. Para Sérgio Gambini, gerente de administração de tributos da Danone, com as atuais 27 legislações diferentes nos estados, as empresas têm dificuldade para administrar todos os tributos. "Daí a importância da reforma", disse. Gambini afirmou também que, às vezes, as companhias incorporam um benefício fiscal, mas depois a legislação muda. "Isso faz com que as empresas tenham que mudar sua logística, gerando custos", explicou. "Se não for possível mudar a logística da empresa, a solução é discutir o aproveitamento de créditos na Justiça. Mas é bom fazer uma provisão, caso a decisão seja negativa", esclareceu o advogado. De acordo com o gerente da Danone, essa insegurança jurídica acaba afastando investidores estrangeiros. "É muito difícil explicar a um investidor de outro país tantas alterações nas leis", disse. Segundo levantamento do Albino Advogados Associados, existem hoje em pauta no Supremo Tribunal Federal (STF) 30 Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adin), envolvendo 14 estados, que discutem a validade de incentivos concedidos. Laura Ignacio

IR: Fisco libera amanhã consulta ao 1º lote

A

Receita Federal vai liberar amanhã a consulta ao primeiro lote de restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2006. No total, o Fisco vai liberar R$ 1,29 bilhão para 1,22 milhão de contribuintes. Do volume de restituições liberadas neste primeiro lote, 913 mil serão para contribuintes com mais de 60 anos, em cumprimento ao Estatuto do Idoso. A consulta ao primeiro lote de devolução do IR pode ser feita pela página da Receita na internet (www.rec eita. gov. br) ou pelo Receitafone 0300-780300, a partir das 8 horas. Segundo a Receita Federal, foram liberadas 13.596.098 declarações, das quais

10.058.913 para contribuintes que tiveram saldo zero de imposto. Outras 2.314.951 de pessoas terão imposto a pagar. Nesse caso, o valor será de R$ 3,68 bilhões. Saque – A restituição estará disponível para saque no dia 16 e virá corrigida em 2,28%, referente à taxa Selic de maio e 1% de junho. O contribuinte que não informou a conta corrente para receber a devolução do IR deve se dirigir a uma agência do Banco do Brasil ou ligar para 4004-0001 nas capitais ou 0800-729-0001 nas demais localidades, e pedir a transferência do dinheiro para qualquer banco em que seja correntista. O dinheiro ficará no banco pelo prazo de um ano. (AE)

Auditores de braços cruzados

O

s auditores fiscais do Porto de Santos, em São Paulo, decidiram ontem fazer uma paralisação de 48 horas a partir de hoje, em adesão às reivindicações do sindicato nacional da categoria (Unafisco). No aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), os servidores vão cruzar os braços por 72 horas. Estão em greve desde dia 2 de maio, por tempo indeterminado, fiscais de nove portos e quatro aeroportos com grande movimentação de mercadorias para o exterior. Na última segunda-feira, o presidente do Unafisco, Carlos André Nogueira, disse

que, com a paralisação desses dois novos setores, o comércio exterior ficará ainda mais prejudicado. "Porque são pontos com movimento de carga muito grande", afirmou. Em maio, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações foram inferiores aos US$ 11 bilhões estimados pelo governo para o período. O Ministério do Planejamento estuda o aumento salarial da categoria, mas ainda não há uma solução para a principal reivindicação, que é o cumprimento da tabela que consta do plano de carreira. (ABr)

Eduardo Ricardo: 421 normas sobre impostos paradas no Congresso

Panzarini: proposta não ataca o problema da guerra fiscal

Milton Mansilha/LUZ

Uso da nota fiscal eletrônica foi detalhada ontem em evento na Prefeitura de São Paulo

Kassab: gestão tributária ganha eficiência

Setor de serviços estréia nota eletrônica partir de hoje, os prestadores de serviços instalados no município de São Paulo poderão emitir a nota fiscal eletrônica em substituição ao documento em papel. De 1º de agosto a 30 de novembro, os contribuintes que faturaram acima de R$ 240 mil em 2005 deverão, obrigatoriamente, se cadastrar no site da Prefeitura de São Paulo (www.prefeitura.sp.gov.br) para emitir a nota, sob risco de pagarem multa de R$ 750,00. A Prefeitura de São Paulo elaborou um cronograma para o início da emissão da nota eletrônica, de acordo com a atividade, previsto na Porta-

A

ria SF nº 72, de 6 de junho de 2006, disponível no site do Diário do Comércio (www.dcomercio.com.br). Segundo o secretário municipal de Finanças, Mauro Ricardo Costa, o documento eletrônico vai reduzir a carga tributária e simplificar o cumprimento das obrigações acessórias pelos prestadores. Isso porque o tomador será estimulado a pedir a nota fiscal para conseguir desconto no pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Por outro lado, a Prefeitura de São Paulo vai se beneficiar com o aumento da arrecadação tributária, resultado da diminuição da sonegação.

Pelas novas regras, as pessoas físicas que pedirem nota fiscal poderão obter créditos de até 30% do valor do Imposto sobre Serviços (ISS) recolhido. Se o tomador for uma pessoa jurídica, o crédito será de 10%. Para usufruir do benefício, durante o mês de novembro o tomador deverá informar à Prefeitura o número do imóvel que vai receber o crédito. O ISS rende, por ano, aos cofres da Prefeitura R$ 3,6 bilhões. "Se todos pedirem as notas, teremos um aumento de R$ 10 bilhões", estimou Costa. Com a concessão de créditos de ISS, o fisco municipal deverá perder R$ 1,35 bilhão, que corresponde a 50% da receita do IPTU.

Durante o lançamento da nota eletrônica, ontem, o presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, disse que "este é o primeiro programa de milhagem tributária", pois entende que traz benefício ao contribuinte. Afif aprovou também o fato de o controle ser feito pela internet, sem que o empresário tenha de comprar equipamentos. "É uma mostra da reversão da tendência de burocratização", disse. Para o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a nota fiscal eletrônica é uma ferramenta importante para a eficiente gestão tributária. Adriana David

Incentivo às empresas de tecnologia Marcos Peron/Virtual Photo

prefeitura de Campinas vai encaminhar à Câmara Municipal um projeto de lei que concede incentivos fiscais para empresas que trabalham com alta tecnologia. Desde janeiro deste ano, está em vigor uma norma que dá incentivos nos impostos para qualquer empresa que se instalar ou ampliar as atividades no município. A proposta, agora, é beneficiar quem se instalar e quem já está na cidade, independente de ampliação da produção. Devem usufruir das vantagens as firmas de prestação de serviço em biotecnologia, pesquisa, desenvolvimento, eletrônica, telecomunicações e áreas afins. De acordo com a auditora fiscal e assessora de finanças da Prefeitura de Campinas, Kátia de Lara Fernandes, o projeto prevê descontos de até 50% no valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), redução de 5% para 2% na alíquota do Imposto sobre Serviços (ISS) e de 50% na base

A

João Meidanis: mais guerra fiscal

de cálculo do Imposto sobre Transmissão de Bens Inter-Vivos (ITBI). "Para conseguir os incentivos fiscais, as empresas obedecerão a uma pontuação que levará em conta características como a formação de pessoal, se possui financiamento de órgãos de fomento, registros de patente e direito autoral", explicou Kátia. As maiores pontuações serão dadas às empresas com 40% de seu quadro geral de só-

cios e empregados com graduação em institutos de ensino superior e pelo menos 12% com pós-graduação. Depois de aprovada a nova legislação, o diretor de planejamento do Techno Park Campinas, um condomínio empresarial da cidade, José Guazzelli, acredita que pelo menos 400 empresas serão beneficiadas imediatamente. Todas são de base tecnológica já instaladas na cidade. O diretor participou das negociações com o poder público para estabelecer os incentivos e a pontuação. Os pedidos entregues para a Prefeitura serão analisados pela Comissão de Análise dos Incentivos Fiscais, formada por técnicos da Secretaria de Finanças. Também está prevista a criação do Comitê Assessor de Desenvolvimento das Empresas de Tecnologia de Campinas (Cadetec), que será formado por representes das empresas e das entidades de ciência e tecnologia do município. Para o pesquisador Franz Salces Ruiz, dono da Green

Technologies, empresa estruturada pela Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (Incamp), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mais do que incentivos fiscais da administração municipal, as empresas de base tecnológica necessitam de uma "pós-incubação". "O que precisamos é de uma ajuda para melhorar nossa infra-estrutura, como tínhamos na incubação, para aplicarmos melhor nossas inovações", disse. A Green Technologies pesquisa e produz alimentos semiprontos. Já o pesquisador e proprietário da Scylla Bioinformática, empresa de produção de softwares para biotecnologia, João Meidanis, vê com bons olhos o projeto, mas alerta para a possibilidade de os incentivos reativarem a guerra fiscal entre os municípios. "A guerra fiscal é prejudicial para todos. É preciso equilíbrio na concessão dos incentivos", afirmou. Mário Tonocchi


Estréia hoje a nota fiscal eletrônica Ano 81 - Nº 22.143

São Paulo, quarta-feira 7 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

É como "programa de milhagem tributária", diz Afif Domingos. Eco/1

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

SELVAGERIA!

Sem-terra e sem-lei quebram e ferem 26 na Câmara

Arrombaram portas, viraram um carro, destruíram terminais de computadores e a própria democracia, na Câmara. Eram 400 do Movimento de Libertação dos SemTerra, comandados por um dirigente do PT, e armados de paus, pedras e até do busto de Mario Covas, tirado de seu pedestal. Oposição culpou Lula. Todos os militantes foram presos. Págs. 4, 5 e 10. Foto ao lado, Sérgio Lima/Folha Imagem; abaixo e à direita, Ailton de Freitas/Ag. O Globo.

O líder da baderna, o secretário nacional de Movimentos Populares e membro da Executiva Nacional do PT, Bruno Maranhão, foi preso e teve que ser carregado (abaixo). "Não somos vândalos", ele explicou. O MLST queria protestar contra a lentidão da reforma agrária, "pacificamente" .

Albari Rosa/Gazeta do Povo/AOG

Site da Copa entra em campo

Lula empata com Alckmin em SP

Parceria DC/France Presse traz notícias em tempo real, galerias de fotos e tabelas atualizadas. Em Logo

Na mesma pesquisa, ex-prefeito dispara: 48% contra 14% de Mercadante.

ELEIÇÕES 40% para o presidente e 38% para ex-governador, mostra pesquisa do Ibope

Serra vence no 1º turno PT vai de novo ao PMDB Mesmo depois de o PMDB recusar posto de vice para a Presidência. Política, pág. 3

www.dcomercio.com.br/especiais/copa2006/

HOJE

Rede Social mais forte. Pela criança.

Sol com pancadas de chuva Máxima 25º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 13º C.

3º Setor, pág. 10 Ronaldo volta a treinar na Alemanha: bolhas já estão sarando.


quarta-feira, 7 de junho de 2006

Urbanismo Ciência Polícia Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 Ela pode ter imaturidade emocional, mas não imaturidade cognitiva. Antônio de Pádua Serafim, psiquiatra

ADVOGADO DIZ QUE SUZANE SERIA INIMPUTÁVEL

SUZANE: HABEAS ALEGA INSANIDADE MENTAL

Ó RBITA Filipe Araújo/AE

Advogado que não representa a jovem entrou com habeas corpus no TJ pedindo a suspensão do processo. Para ele, Suzane Richthofen sofre de oligofrenia, um tipo de retardamento mental. O presidente nacional da OAB criticou a atuação dos advogados de Suzane e dos Cravinhos. Clayton de Souza/AE

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Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo recebeu ontem um pedido de habeascorpus em favor de Suzane von Richthofen, pedindo a paralisação do processo em que ela é acusada de ter participado do assassinato de seus pais, alegando que a jovem tem oligofrenia, um tipo de deficiência no desenvolvimento mental. No pedido, o advogado Pedro José Sperandio Cano Galhardo requer que Suzane seja considerada inimputável. Ele não conhece a ré e nem seus advogados. A petição será encaminhada para a apreciação do desembargador José Damião Cogan, que irá julgá-la. Oligofrenia – A oligofrenia é um sinônimo para deficiência ou retardo mental, que é caracterizado por um funcionamento intelectual significativamente inferior à média, acompanhado de limitações em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais/interpessoais,

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uso de recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança. O oligofrênico é facilmente sugestionável. É capaz de fazer uma série de coisas por influência dos outros e não seria responsável por seus atos", explicou o psicólogo Antônio de Pádua Serafim, coordenador do Núcleo de Psiquiatria e Psicologia Forense do Hospital

das Clínicas de São Paulo. Para ele, porém, esse não parece ser o caso de Suzane von Richthofen. "Olhando o caso a distância, parece-me que isso não se aplica a ela. Uma pessoa que estudou Direito, que tem todo um histórico acadêmico, não pode ter retardo mental. Ela pode ter imaturidade emocional, mas não imaturidade cognitiva", disse. Adiamento – Suzane seria

julgada segunda-feira, junto com os irmãos Christian e Daniel Cravinhos, pelo assassinato de seus pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em outubro de 2002. Os três confessaram o crime. O júri, que aconteceria no Fórum Criminal da Barra Funda, foi adiado para 17 de julho. O julgamento dos Cravinhos foi adiado primeiro, pois os advogados dos réus, Geraldo e Gislaine Jabur, não se apresentaram, alegando não terem tido tempo de preparar a defesa. O julgamento de Suzane foi suspenso por volta das 16h20, após uma discussão entre seus advogados e o juiz Alberto Anderson Filho. Os defensores pediam adiamento pois pois consideraram imprescindível a presença de uma testemunha de defesa que não compareceu. Após a negativa do juiz, os advogados da jovem se retiraram. Após o adiamento do júri, o Ministério Público entrou com pedido de suspensão do direito de Suzane de permanecer em prisão domiciliar, mas o juiz negou. Desde 29 de maio, a jovem estava na casa de seu tutor e advogado, Denivaldo Barni. Desde segunda-feira, no entanto, ela está em um prédio comercial na Vila Mariana. Os irmãos Cravinhos, que estavam em Itirapina, permanecerão em alguma unidade carcerária da capital. OAB critica – O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, criticou ontem o comportamento dos colegas que atuam na defesa de Suzane e dos irmãos Cravinhos. Busato disse que, se atuasse no caso, teria avisado antecipadamente que não apareceria no júri. "Num julgamento desses, que estava sendo aguardado com tanta ansiedade pela população e amplamente divulgado, acredito que o advogado deveria ter avisado antecipadamente de que não iria aparecer", comentou. Os advogados dos Cravinhos, Geraldo e Gislaine Jabur, disseram que protocolaram petição no dia 1º informando ao juiz que não iriam ao julgamento porque não conseguiram falar com seus clientes na Penitenciária de Itirapina, onde estavam presos. O presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, disse que a conduta dos advogados não foi ilegal, mas que juízo ético sobre o fato só pode ser feito pelo Tribunal de Ética e Disciplina da instituição, caso receba alguma representação com pedido de apuração. (AE)

ATRITO NA ASSEMBLÉIA presença do secretário estadual de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, tumultuou a Assembléia Legislativa ontem. Ele teve um atrito com os deputados integrantes da Comissão de Segurança Pública. Abreu Filho foi convocado para prestar esclarecimentos sobre a diminuição dos recursos destinados à segurança das escolas e sobre as medidas adotadas para punir os responsáveis pelos atentados contra bases policiais. Questionado sobre sua resistência a depor na

A

Assembléia, Saulo foi impedido de falar pelo presidente da sessão, o deputado Vanderlei Siraque (PT), que estava sentado ao seu lado e tomou o microfone (foto). Saulo se levantou então e deu uma volta sobre si mesmo com as mãos na altura da cabeça, em resposta aos ataques. Siraque chegou a dizer que acionaria a PM, "que é do Estado e não do senhor", e Saulo ofereceu-lhe em resposta um copo de água. A sessão foi interrompida por alguns minutos, sendo retomada com o secretário sentado longe do petista. (AE)

ATAQUES DEIXAM 400 MORTOS Conselho Regional de Medicina (CRM) entregará um novo relatório ao Ministério Público, na próxima sextafeira, sobre as mortes que aconteceram em maio, durante a semana dos ataques organizados e colocados em prática pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Nas 23 unidades do Instituto Médico Legal de São Paulo visitadas, o número de mortos por arma de fogo chegou a 400 entre os dias 12 e 20 de maio, quando ocorreram os atentados.

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MARCOLA eputados da Comissão Parlamentar de Inquérito do Tráfico de Armas ouvirão o traficante Marcos Willians Camacho, o Marcola, amanhã, no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. Marcola é o líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável pela morte de 47 policiais entre os dias 13 e 20 de maio. Os deputados querem detalhes do vazamento de informações sigilosas dadas à CPI pelo delegado Godofredo Bittencourt, do Deic. Um CD com o depoimento de Bittencourt foi comprado por dois advogados do criminoso e a ele enviado. (Agências)

D

Até o momento, o número de mortos oficiais era de 132, mas registrava somente os casos da Grande São Paulo. Segundo informações do presidente do CRM, Desiré Carlos Callegari, o número de mortos por armas de fogo costuma ser 4,55% do total recebido pelos IML. Na semana dos ataques, no entanto, o percentual chegou a 71,88% no dia 13 de maio, justamente o segundo dia dos atentados, e a 64,71% no dia 15. Um perito da Unicamp já foi convidado para analisar os laudos. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

quarta-feira, 7 de junho de 2006

ATAS

EDITAIS

NOSSA CAIXA S.A. - ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO CNPJ: 05.105.802/0001-80 ATA DA REUNIÃO, EXTRAORDINÁRIA, DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO REALIZADA EM 27 DE ABRIL DE 2006. Aos 27 (vinte e sete) dias do mês de abril de dois mil e seis, às 14h00, na sede da NOSSA CAIXA S.A. - ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO, na Rua Quinze de Novembro, 111, 11º andar nesta Capital, reuniu-se, extraordinariamente, o Conselho de Administração da Empresa sob a Presidência do Conselheiro Paulo Roberto Penachio, e com a presença dos Conselheiros Jorge Luiz Avila da Silva e Rubens Sardenberg, bem como do Senhor José Wellington Gomes Nicolau - Chefe de Gabinete do Banco Nossa Caixa S.A./Secretário. Abertos os trabalhos, o Presidente do Conselho informou que o mandato da atual Diretoria da Empresa, se expira nesta data (1ª Reunião do Conselho de Administração após a Assembléia Geral Ordinária de 2006), sendo necessária a eleição dos Membros da Diretoria, para cumprimento de um novo mandato de 02 (dois) anos, nos termos do Estatuto Social. Nesta ocasião, foi dado conhecimento do Parecer CODEC nº 050/2006 (Processo S.F. nº 12091-179166/2006), que à vista da competente autorização governamental, nos termos do Ofício CE nº 200/06, da Casa Civil, indica os senhores: Diretor Presidente: JORGE LUIZ AVILA DA SILVA, brasileiro, casado, engenheiro com pósgraduação em administração pública, portador da Cédula de Identidade RG nº 2.659.125 - IFP-RJ e do CPF-MF nº 264.122.257-49, residente e domiciliado em São Paulo - SP e Diretor: DANIEL RODRIGUES ALVES, brasileiro, casado, advogado, portador da Cédula de Identidade RG nº 315.759 - SSP-DF e do CPF-MF nº 010.980.801-06, residente e domiciliado em São Paulo - SP. Isto posto, colocada a matéria em discussão deliberaram os Conselheiros pela eleição dos indicados para o mandato de 02 (dois) anos (Até a 1ª Reunião do Conselho de Administração, após a Assembléia Geral Ordinária de 2008). Esclareceu o Presidente do Conselho que os Diretores eleitos cumprirão mandato nos termos do Estatuto Social da Empresa e as investiduras nos cargos deverão obedecer os requisitos, impedimentos e procedimentos previstos na Lei das Sociedades Anônimas e demais disposições normativas, inclusive no que se refere à entrega da declaração de bens. Para a remuneração da Diretoria, deverão ser observadas as orientações do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado - CODEC bem como o Parecer CODEC nº 150/2005, de 14 de dezembro de 2005, que revisou os honorários da Diretoria. Destacou, também, que os Diretores farão jus à gratificação anual, na forma prevista no artigo 4º, da Deliberação CODEC nº 1/91. Ressaltou que nos casos em que ocorrer acumulação de funções o Diretor perceberá apenas uma remuneração. Isto posto, a Diretoria da NOSSA CAIXA S.A. - ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO, ficará assim constituída: Diretor Presidente: Jorge Luiz Avila da Silva e Diretor: Daniel Rodrigues Alves. Nada mais havendo a tratar, declarou o Presidente do Conselho encerrada a reunião, do que Eu, (a) José Wellington Gomes Nicolau - Secretário, lavrei a presente ata que, depois de lida e achada conforme, segue assinada pelos Senhores Conselheiros de Administração. São Paulo, 27 de abril de 2006. (a.a) PAULO ROBERTO PENACHIO - Presidente; JORGE LUIZ AVILA DA SILVA - Conselheiro; RUBENS SARDENBERG - Conselheiro. (Cópia fiel do que se contém no Livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração da Nossa Caixa S.A. - Administradora de Cartões de Crédito). Registrada na JUCESP sob nº 147.461/06-6, em 31.05.2006. JOSÉ WELLINGTON GOMES NICOLAU - Secretário

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PREGÃO Nº 019/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 130/2006-FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇO 012/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 07 de junho de 2006 a 05 de julho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadualBauru, o Edital de Pregão Presencial Pregão nº 019/2006-FAMESP/HEB - Processo nº 130/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a Aquisição de Kits Introdutor valvulado percutâneo, Fios Guia de vários tipos, Catéter Diagnóstico, etc., para o Hospital Estadual Bauru, conforme especificações constantes do anexo II. O prazo para entrega das Amostras será até o dia 23 de junho de 2006, a fase de análise das amostras será do dia 24 de junho de 2006 até o dia 03 de julho de 2006. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 06 de julho de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 07 de junho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP.

CONVOCAÇÕES

Fundação Hélio Augusto de Souza - FUNDHAS HOMOLOGAÇÃO Pregão Presencial n° 7/301/2006 – Objeto: Aquisição de papel sulfite tamanho A4 – ofício – entrega parcelada. O Presidente da FUNDHAS homologa o presente processo licitatório pela importância total de R$ 25.350,00 à empresa Officenet Comércio de Materiais de Escritório Ltda. São José dos Campos, 31 de maio de 2006. AUTORIZAÇÃO DE CONTRATAÇÃO DIRETA POR INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO E RATIFICAÇÃO Processo de compra n° 463/06. Contratante: Fundação Hélio Augusto de Souza – FUNDHAS. Contratada: Empresa de Ônibus São Bento Ltda. Valor: R$ 7.885,00. Objeto: Aquisição de 4.000 Vales-Transportes Urbanos e 300 Passes Escolares de SJCampos. Vigência do contrato: 30 dias. Fundamento legal: Inexigibilidade de Licitação conforme Artigo 25, caput, da Lei Federal 8.666/93 e alterações. Informações: Rua Santarém, 560 – Parque Industrial – São José dos Campos – SP, Setor Compras/Licitações, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 16h30, de 2ª a 6ª feira. Processo de compra n° 505/06. Contratante: Fundação Hélio Augusto de Souza – FUNDHAS. Contratada: Empresa de Ônibus São Bento Ltda. Valor: R$ 1.181,80. Objeto: Aquisição de 622 Vales-Transportes Urbanos de SJCampos. Vigência do contrato: 30 dias. Fundamento legal: Inexigibilidade de Licitação conforme Artigo 25, caput, da Lei Federal 8.666/93 e alterações. Informações: Rua Santarém, 560 – Parque Industrial – São José dos Campos – SP, Setor Compras/Licitações, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 16h30, de 2ª a 6ª feira.

COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA DE SÃO PAULO - CODASP

CNPJ nº 61.585.220/0001-19 Extrato da Ata da 159ª sessão de Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária 1. Data, Hora, Local: 26.4.06, 15 h, Av. Miguel Estéfano, 3900, SP - Capital. 2. Publicações: Aviso a que se refere o art.133 da Lei 6.404/76: dias 22, 24 e 25.3.06 no “Diário Oficial do Estado” e 22, 23 e 24.3.06 no “Diário do Comércio”, Balanço Patrimonial e demais demonstrações contábeis: 18.4.06, mesmos jornais; Edital de Convocação: Diário Oficial do Estado, 12, 13 e 14.4.06 e Diário do Comércio, 12, 13 e 17.4.06. 3. Quorum: legal de acionistas, representando 16.639.334.752.780 ações, das 16.639.341.719.956 ações que compõem o capital social, sendo eles a Fazenda do Estado de São Paulo, acionista majoritária, representada pelo Dr. José Roberto de Moraes, Procurador do Estado; a Rede Ferroviária Federal S.A. - RFFSA (sucessora da Fepasa -Ferrovia Paulista S.A.), representada pelo Dr. Ayrton Franco Santiago; os Drs. José Bernardo Ortiz, Luiz Orlando de Barros Segala, José Levi Pereira Montebelo e Sra. Neusa Conceição Bongiovanni, acionistas e também integrantes do Conselho de Administração da Empresa, o primeiro como Presidente e os demais como membros. 4. Mesa: Presidente: Dr. José Bernardo Ortiz, Presidente do Conselho de Administração e Diretor Presidente da Sociedade; Secretário: Jayme Menino dos Santos. 5. Presenças: Dra. Heloisa Regina Alves Moraes, membro do Conselho Fiscal; Dr. José Aparecido Maion, CRC1SP117.681/O-3, representando a Maion & Oliveira, Auditores Independentes (Lei 6.404/76, artigos 134 § 1º e 164). 6. Início dos Trabalhos: a) leitura pelo Secretário da Mesa, do Edital de Convocação, do ofício Codasp/PRE nº 022 de 23.3.2006 dirigido ao Presidente do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado - Codec submetendo a convocação das presentes Assembléias à apreciação daquele Colegiado, dos Pareceres do Conselho Fiscal e do Conselho de Administração da Empresa emitidos em suas reuniões de 16.3.2006. b) leitura pelo Procurador representante da acionista Fazenda do Estado de S. Paulo, Dr. José Roberto de Moraes, do parecer nº 058/2006, de 25 do corrente, do Codec, encaminhado à Codasp pelo Ofício Codec nº 105/ 2006, de 25.4.2006 (Processo S. F. nº 12091-186830/2006). 7. Ordem do Dia: Assembléia Geral Ordinária: a) Exame, discussão e votação do Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Contábeis referentes ao exercício encerrado em 31.12.2005; b) Eleição de membros do Conselho de Administração e fixação dos respectivos honorários; c) Eleição dos membros do Conselho Fiscal e fixação dos respectivos honorários. Assembléia Geral Extraordinária: a) Ratificação da nova remuneração da Diretoria; b) Outros assuntos de interesse da Sociedade. 8. Deliberações aprovadas por unanimidade, pelos acionistas presentes: Na Assembléia Geral Ordinária: Item “a”: o Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Contábeis referentes ao exercício encerrado em 31.12.2005, de acordo com o Parecer Codec nº 058/2006, e considerando os pareceres favoráveis do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, bem como o parecer da Maion & Oliveira, Auditores Independentes. Item “b”: de acordo com o Parecer Codec nº 058/2006, e considerando a indicação para a recondução... de ordem do Sr. Governador do Estado, conforme constantes do expediente do Sr. Secretário- Chefe da Casa Civil dirigido ao Sr. Presidente do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado - Codec (CE/Ofício 229/06 CC, de hoje) ... foram reeleitos os membros do Conselho de Administração da Companhia, Drs. José Bernardo Ortiz, Luiz Orlando de Barros Segala, Neusa Conceição Bongiovanni e José Levi Pereira Montebelo para novo período de mandato, com vigência até a Assembléia Geral Ordinária que deliberar sobre as demonstrações financeiras do exercício social de 2008, devendo para tanto ser observado tudo quanto exposto e determinado a respeito no supracitado Parecer Codec nº 058/2006. Pelo Presidente da Mesa foi declarado que: 1) o Conselho de Administração ficou assim constituído: José Bernardo Ortiz, brasileiro, casado, engenheiro civil, RG 1.219.260/IFP-RJ. CPF/MF 027.034.758-53, residente e domiciliado na Av. Carlos Pedroso da Silveira nº 2.824 - Bonfim, Taubaté - SP; Luiz Orlando de Barros Segala, brasileiro, casado, advogado, RG 2.416.205-X, CPF/MF 097.516.298-53, residente e domiciliado na Av. Açocê nº 530, ap. 91, Moema, São Paulo - SP; Neusa Conceição Bongiovanni, brasileira, divorciada, economista, RG 4.449.497/SSP-SP, CPF/MF 046.338.308-72, residente e domiciliada na Rua Napoleão de Barros nº 1.075 - ap. 74, Vila Clementino, São Paulo - SP; e José Levi Pereira Montebelo, brasileiro, casado, engenheiro agrônomo, RG 4.832.221/SSP-SP, CPF/MF 723.026.07872, residente na Rua São Cristóvão nº 876, Avaré - SP; 2) os Conselheiros eleitos cumprirão mandatos coincidentes com os demais Conselheiros; 3) o mandato expirará na Assembléia Geral Ordinária que deliberar sobre as demonstrações financeiras do exercício social de 2008; 4) a investidura nos cargos deverá obedecer aos requisitos, impedimentos e procedimentos previstos na Lei das Sociedades Anônimas e demais disposições normativas, inclusive no que se refere à entrega da declaração de bens; 5) a remuneração mensal de cada membro do Conselho de Administração será fixada no valor correspondente a 0,2 (dois décimos) dos honorários mensais do Diretor Presidente com a obrigatoriedade de se realizar pelo menos uma reunião por mês, conforme previsto no Estatuto Social; 6) os Conselheiros farão jus, ainda, à gratificação anual, na forma prevista no artigo 4º da mesma Deliberação Codec nº 1/ 91; 7) o Conselheiro de Administração que faltar a duas reuniões consecutivas ficará privado do recibimento dos honorários relativos ao mês em que for constatado o mencionado acúmulo de faltas; 8) ficam ratificados os atos praticados pelo Conselho de Administração entre 27.03.2006 e esta data. Os Srs. Conselheiros ora eleitos, presentes às Assembléias na qualidade de acionistas, declararam não estar incursos em nenhum dos crimes que vedem a exporação de atividade empresarial, nos moldes do art. 1.011, § 1º do Código Civil. Item “c” de acordo com o Parecer Codec nº 058/2006, foram indicados para compor o Conselho Fiscal: Energita Alves Moreira e seu respectivo suplente José Antônio Xavier; Heloisa Regina Alves Moraes e seu respectivo suplente José Luiz Lima; e Mitiko Ohara Tanabe e sua respectiva suplente Silvia Maria de Lisboa, para a investidura no cargo de Conselheiro Fiscal deverão ser obedecidos os requisitos, impedimentos e procedimentos previstos na Lei das Sociedades Anônimas e demais disposições normativas, inclusive no que se refere à entrega da declaração de bens; no tocante aos mandatos, os Conselheiros Fiscais eleitos exercerão as funções até a próxima Assembléia Geral Ordinária, percebendo a remuneração mensal de 0,1 (um décimo) dos honorários mensais do Diretor Presidente, por comparecimento a cada reunião, limitada a uma sessão remunerada por mês; na impossibilidade de comparecimento do membro efetivo, deverá ser convocado o respectivo suplente para participar das reuniões; os Conselheiros fiscais também farão jus à gratificação anual, na forma prevista no artigo 4º, da Deliberação Codec nº 1/91. O Conselho Fiscal da Codasp ficou assim constituído: Membros Efetivos: Energita Alves Moreira, brasileira, casada, pedagoga,RG 12.654.573/ SSP-SP, CPF/MF 088.171.068-79, residente na Rua Márcio Mazzei nº 300 - ap. 73, São Paulo - SP; Heloisa Regina Alves Moraes, brasileira, casada, administradora de empresas, RG 9.172.103/SSPSP, CPF/MF 030.753.498-79, residente na Rua Sargento Siqueira nº 93 - Parque Vitória, São Paulo - SP; e Mitiko Ohara Tanabe, brasileira, casada, economista, RG 2.965.848-2/SSP-SP, CPF/MF 021.277.33800, residente na Rua Eduardo da Silva Magalhães nº 731 - Parque Continental, São Paulo - SP; e respectivos Membros Suplentes: José Antonio Xavier, brasileiro, casado, economista, RG 8.503.413/ SSP-SP, CPF/MF 036.215.928-90, residente na Rua Edgard de Souza nº 102, Vila Aricanduva, São Paulo -SP; José Luiz Lima, brasileiro, casado, jornalista, RG 5.599.459-3/SSP/SP, CPF/MF: 475.803.05887, residente na Rua Coriolano nº 595, Vila Romana, São Paulo - SP; e Silvia Maria de Lisboa, brasileira, separada, arquiteta/urbanista, RG 22.288.616-X/SSP-SP, CPF/MF 085.549.288-06, residente na Rua Dr. Diogo de Faria nº 70, casa 4 - Vila Clementino, São Paulo - SP. Na Assembléia Geral Extraordinária: Item “a”: de acordo com o Parecer Codec nº 058/2006, foi ratificada a nova remuneração da Diretoria, no valor mensal individual de R$ 11.900,00 (onze mil e novecentos reais), com vigência a partir do mês de competência janeiro de 2006, observados os demais termos e condições explicitados no parecer Codec nº 150/2005, de 14/12/2005 e do Ofício Circular Codec nº 212/2005 de 20/12/2005 que o capeou, acrescentando-se que, além disso, os Diretores farão jus à gratificação anual prevista no artigo 4º da Deliberação Codec nº 01/91; para a remuneração da Diretoria deverão ser observadas as orientações do Codec, especialmente os artigos 2ª a 6ª da Deliberação Codec nº 01/91; e nos casos em que ocorrer acumulação de funções na Diretoria, o Diretor perceberá apenas uma remuneração. Item “b” - Outros assuntos de interesse da Sociedade. O Sr. Procurador Representante da acionista Fazenda do Estado, Dr. José Roberto de Moraes, em consonância com o determinado no Parecer Codec nº 058/2006, lembrou que neste item não deveriam ser deliberadas outras matérias de ordem econômico-financeira, e reiterou aos administradores da empresa a necessidade da observância da legislação em vigor. Foi deliberado deixar consignado em ata que na discussão e votação sobre cada um dos itens da pauta, deixaram de votar os legalmente impedidos. Assinaturas: a) José Bernardo Ortiz, Presidente da Mesa, Jayme Menino dos Santos, Secretário da Mesa. Acionistas: Drs. José Roberto de Moraes p/Fazenda do Estado de São Paulo, Ayrton Franco Santiago p/RFFSA - Rede Ferroviária Federal S.A. (sucessora da Fepasa - Ferrovia Paulista S.A.), José Bernardo Ortiz, Luiz Orlando de Barros Segala, Neusa Conceição Bongiovanni, José Levi Pereira Montebelo. Certifico que a presente é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio. a) Jayme Menino dos Santos Assessoria Jurídica - Advogado - OAB/ SP 68765. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 145.448-06-0, em 29.05.06. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

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São José dos Campos, 5 de junho de 2006. Hiromiti Yoshioka – Presidente

ATAS BICICLETAS CALOI S.A. - CNPJ (MF) nº 56.994.924/0001-05 - NIRE n º 35 3 0004949 7 - Companhia Aberta Ata da Assembléia Geral Ordinária realizada em 18 de maio de 2006. Aos 18 (dezoito) dias do mês de maio de 2006, às 9:00 horas, na sede social da Bicicletas Caloi S.A., na Av. Guido Caloi nº 1331, nesta Capital do Estado de São Paulo, reuniram-se os acionistas em Assembléia Geral Ordinária, representando mais de 2/3 (dois terços) das ações ordinárias escriturais com direito a voto, para deliberarem e votarem a matéria objeto da ordem do dia mencionada a seguir, estando ainda presentes o Sr. Luíz Gonsaga Pereira Martins, representante dos auditores independentes Rodyo´s Auditores Independentes S/S. Após a verificação do quorum, conforme as assinaturas apostas no Livro de Presença de Acionistas, na forma estatutária e legal, assumiu a presidência dos trabalhos e da Mesa o Sr. José Vicente Messiano, representante legal, de Bac Cinco Empreendimentos e Participações Ltda. e Gible Empreendimentos e Participações Ltda., comprovado conforme mandato que ficam arquivados na companhia, que convidou a mim, Jacinto Gonçalves, para secretário. Declarada instalada a Assembléia Geral Ordinária, na forma da legislação em vigor, determinou o Sr. Presidente fossem lidos os seguintes termos dos Editais de Convocação e Reconvocações: - publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo nos dias 19, 20, 21, 25, 26, 29 de abril de 2006 e 03 e 04 de maio de 2006 e no DCI - Diário Comércio & Indústria, nos dias 19, 20, 21 a 24, 25, 26, 29 de abril de 2006, 02 03 e 04 de maio de 2006 :“BICICLETAS CALOI S.A. Companhia Aberta - CNPJ (MF) nº 56.994.924/0001-05 - NIRC 35 3 0004949 7 - ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA EDITAL DE CONVOCAÇÃO/RECONVOCAÇÃO/2º RECONVOCAÇÃO. Ficam os Srs. acionistas convocados a comparecer a Assembléia Geral Ordinária, a serem realizada no dia 18 de maio de 2006, às 9:00 horas, na sede social, na Av. Guido Caloi nº 1.331, bairro do Socorro, nesta Capital de São Paulo, para as necessárias deliberações a respeito da seguinte Ordem do Dia: Assembléia Geral Ordinária - 1) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar o Relatório da Administração, do Balanço Patrimonial e das Demonstrações Financeiras, relativos ao exercício findo em 31.12.2005; 2) Outros assuntos do interesse social São Paulo, 13, 21 e 28 de abril de 2006. Jacinto Gonçalves - Conselheiro”. Dando início à apreciação do item 1) Ordem do dia da Assembléia Geral Ordinária, informou o Presidente da Mesa que o Relatório da Administração, o Balanço Patrimonial e as respectivas Demonstrações Financeiras e Notas Explicativas, bem como o Parecer dos Auditores Independentes, todos referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005, haviam sido publicados nos jornais Diário Oficial do Estado de São Paulo no dia 29.04.2005 e no DCI Diário Comércio & Indústria nos dias 29 de abril a 02 de maio de 2006, sendo que os papéis e documentos a eles relativos permaneceram à disposição dos Srs. Acionistas na sede social da empresa, conforme avisos publicados nos jornais Diário Oficial do Estado de São Paulo nos dias 30.03.2006, 31.03.2006 e 01.04.2006 e DCI - Diário Comércio & Indústria, nos dias 30.03.2006, 31.03.2006 e 01, 02 e 03.04.2006, estando cópia desses documentos sobre a mesa, à disposição dos interessados. Esclareceu o Presidente da Mesa que as contas da Diretoria Executiva já haviam sido aprovadas pelo Conselho de Administração da sociedade, com base no parecer dos Auditores Independentes. Após a discussão e votação da matéria, verificou-se que foram aprovadas as contas da administração referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005, abstendo-se de votar os administradores, lembrando Sr. Presidente da Mesa que não seriam distribuídos dividendos e nem juros ao capital próprio aos acionistas por ter acusado o balanço geral da Companhia prejuízo no exercício encerrado em 31.12.2005. A seguir, passando à letra “2” da Ordem do Dia, o Sr. Presidente avisou os acionistas que, conforme disposto no parágrafo 3º, artigo 289 da Lei 6.404/76, a companhia passará a se utilizar do Jornal Diário do Comércio de São Paulo, para as publicações legais, e, em seguida franqueou o Sr. Presidente da Mesa a palavra a quem dela quisesse fazer uso sobre assuntos de interesse social. Como ninguém se manifestou, foi declarada esgotada a Ordem do Dia da Assembléia Geral Ordinária . São Paulo, 18 de maio de 2006. José Vicente Messiano - Presidente da Mesa; Jacinto Gonçalves - Secretário da Mesa. A presente é cópia fiel do original. São Paulo, 18 de maio de 2006. p/p José Vicente Messiano - Presidente da Mesa. Jacinto Gonçalves Secretário. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 137.353/06-6 em 25.06.2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária-Geral.

BALANÇO SIFRA S/A CNPJ n° 04.455.612/0001-20 RELATÓRIO DA DIRETORIA Em cumprimento às disposições legais e estatutárias, submetemos à apreciação de V.Sas. as Demonstrações Contábeis dos exercícios encerrados em 31 de dezembro de 2005 e 2004. A Diretoria Ativo Circulante Disponibilidades Aplicação financeira Contas a receber de clientes Impostos a compensar Permanente Investimentos Imobilizado

Balanços Patrimoniais em 31 de Dezembro (Em milhares de reais) 2005 2004 Passivo Circulante 3.649 2.666 Empréstimos e financiamentos 609 593 Contas a pagar 60.878 45.373 Obrigações tributárias 109 103 Dividendos a pagar 65.245 48.735 Exigível à Longo Prazo 4.849 1.776 Contas a pagar 690 344 Empréstimos dos controladores 5.539 2.120 Patrimônio Líquido Capital social Reserva de ágio na emissão de ações Ações em tesouraria Reserva legal Lucros acumulados

Total do Ativo

70.784

50.855

Total do Passivo

2005

2004

34.537 325 740 295 35.897

23.296 552 171 295 24.314

16 15.092 15.108

22 15.678 15.700

10.991 2.114 (542) 406 6.810 19.779

7.842 1.944 (876) 165 1.766 10.841

70.784

50.855

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (Em milhares de reais) Capital Reserva de ágio Ações em Reserva de Reserva Lucros social na emissão de ações tesouraria aumento de capital legal acumulados Total Saldos em 31 de dezembro de 2003 5.267 2.100 (153) 327 41 346 7.928 Integralizações de capital 2.575 561 (327) 2.809 Compra de ações (723) (723) Dividendos creditados (717) (717) Lucro líquido do exercício 2.478 2.478 Juros sobre capital próprio (934) (934) Constituição de reserva legal 124 (124) Saldos em 31 de dezembro de 2004 7.842 1.944 (876) 165 1.766 10.841 Ajuste de exercícios anteriores 444 444 Integralizações de capital 3.149 1.038 4.187 Venda de ações 334 334 Dividendos creditados (868) (868) Lucro líquido do exercício 6.115 6.115 Juros sobre capital próprio (1.274) (1.274) Constituição de reserva legal 241 (241) Saldos em 31 de dezembro de 2005 10.991 2.114 (542) 406 6.810 19.779 Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis dos Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2005 e de 2004 1. Contexto Operacional e Principais Práticas Contábeis: • A dos Controladores: Referem-se a empréstimos em dólares norteempresa tem como atividade o desenvolvimento de negócios de fomento americanos, registrados no Banco Central, com juros de 5 a 8% ao ano e mercantil; • As demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com vencimento de um a dois anos, podendo ser renovados. 3. Capital Social: as práticas contábeis previstas na legislação societária e fiscal; • O O capital social em 31 de dezembro de 2005 é de R$15.000.000 e é resultado é apurado pelo regime de competência e os ativos circulantes representado por 6.000.000 de ações ordinárias nominativas subscritas, são demonstrados aos seus valores prováveis de realização. Os passivos sem valor nominal, e 9.000.000 de ações preferenciais nominativas de circulantes e a longo prazo são demonstrados por valores conhecidos ou classe A. As ações ordinárias dão direito a dividendo de 1% sobre o lucro calculáveis; • O imobilizado é demonstrado ao custo de aquisição deduzido líquido do exercício após a constituição da reserva legal, na forma da lei. da depreciação acumulada. A vida útil é de 5 a 10 anos. 2. Empréstimos A administração deixou de provisionar este dividendo, ad referendum da Luis Geraldo Schonenberg - Diretor

Lucia M Zingg - Diretora

Demonstração do Resultado dos Exercícios Findos em 31 de Dezembro (Em milhares de reais) Receitas Operacionais 2005 Receitas de operação de factoring 19.141 Deduções e impostos incidentes (2.394) Receitas Operacionais Líquidas 16.747 Receitas (Despesas) Operacionais Despesas gerais e administrativas (7.671) Despesas tributárias (711) Despesas financeiras líquidas (4.843) Outras receitas 2.529 (10.696) Lucro Operacional 6.051 Imposto de renda e contribuição social (1.210) Reversão dos juros sobre capital próprio 1.274 Lucro Líquido do Exercício 6.115

2004 13.238 (1.443) 11.795 (6.019) (1.050) (2.727) 310 (9.486) 2.309 (765) 934 2.478

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos dos Exercícios Findos em 31 de Dezembro (Em milhares de reais) Origens 2005 2004 Das operações Lucro líquido do exercício 6.115 2.478 Itens que não representam var. do capital circulante: . Resultado da equivalência patrimonial (2.423) . Amortização de ágio em investimento 89 . Depreciações 104 51 . Reversão do juros sobre capital próprio (1.274) (934) . Juros e var. cambial s/emprésts. dos controladores (586) (703) Lucro ajustado 2.025 892 Dos acionistas Integralizações de capital com ágio 4.187 2.809 Venda de ações em tesouraria 334 4.521 2.809 Total das Origens 6.546 3.701 Aplicações Imobilizado 450 225 Investimentos 295 520 Contas a pagar 6 (21) Recompra de ações 723 Dividendos creditados 868 717 Total das Aplicações 1.619 2.164 Aumento do Capital Circulante 4.927 1.537 Demonstração da Variação do Capital Circulante Líquido Ativo circulante: No fim do exercício 65.245 48.735 No início do exercício 48.735 30.761 Aumento no ativo circulante 16.510 17.974 Passivo circulante: No fim do exercício 35.897 24.314 No início do exercício 24.314 7.877 Aumento do passivo circulante 11.583 16.437 Aumento do Capital Circulante 4.927 1.537

Assembléia Geral Ordinária que deliberará sobre o assunto. As ações preferenciais de classe A dão direito a dividendo de 1,5% ao mês com base no seu valor nominal integralizado, devidos a cada trimestre civil. Elaine Cristine Perosi - Contadora - CRC/SP n° 1SP 173.816/O-0 - CPF/MF n° 033.887.668-51


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quinta-feira, 8 de junho de 2006

Há pouco tempo prometi a camisa a ele [Lula], a primeira (do jogo contra a Croácia) já é dele. Roberto Carlos

O QUADRADO ENGRENA Albari Rosa/Gazeta do Povo/Futura Press

Corinthians. "Que tal?" perguntou o rapaz a Ronaldo. "De onde vocês vieram?" quis saber o Fenômeno. "Argentina", "Argentina", gritou o repórter. Ronaldo, em seguida, bateu a mão no peito por três vezes e disse: "Hermanos!" Os três argentinos pularam de felicidade. Depois de três dias pelejando, conseguiram uma declaração de Ronaldo. Papo com Lula - A seleção brasileira participará hoje de videoconferência com Lula. O presidente, de Brasília, conversará com o técnico Carlos Alberto Parreira, o coordenador Mário Jorge Lobo Zagallo e com o lateral-direito Cafu, capitão da equipe. Lula convocou a reunião para desejar boa sorte ao time de Parreira. Os atletas e a comissão técnica garantem que o papo será ameno e não acreditam que a conversa tenha fins políticos por parte do presidente. A maioria lembra que o petista sempre foi apaixonado por futebol e usou exemplos do esporte em inúmeros discursos. Lula é fanático corintiano e sempre acompanhou a equipe. "A conversa é bem-vinda, todos sabem a importância do futebol para o País", comentou Ronaldinho Gaúcho. Roberto Carlos contou que vai guardar a camisa do primeiro jogo da seleção na Copa para dar ao presidente. "Há pouco tempo prometi a camisa a ele, a primeira (do jogo contra a Croácia, no dia 13, em Berlim) já é dele." (AE) John MacDougall/AFP

Em primeiro plano, Kaká e Mineiro disputam bola durante treino de ontem de manhã: tempo de meditação

Ivo Gonzalez/ Agência O Globo

Alexandra Winker/Reuters

PELÉ STATION – Exposição organizada pela Fifa no metrô de Berlim mostra quadros inspirados na carreira do jogador. De amanhã até 9 de Julho, a estação Potsdamer Platz vai se chamar Estação Pelé.

DOIS PESOS - Os dois Ronaldos conversam durante sessão de alongamento em Köningstein. Mas só o Gaúcho treinou forte. Vanderlei Almeida/AFP

O

canhão do tanque gol cada. Kaká precisou de está bem calibrado. quatro chutes para marcar. RoA d r i a n o s o l t o u naldinho Gaúcho, em sete fisuas costumeiras nalizações, só cravou um. Debombas no treinamento de on- pois o treinador trouxe Cicitem à tarde, em Königstein, e nho, Gilberto, Juninho Perfechou o exercício com o me- nambucano e Ricardinho para lhor aproveitamento do qua- ensaio das mesmas jogadas. Foi um treino de mentalizadrado mágico. Carlos Alberto Parreira ficou entusiasmado ção da mecânica da saída de com o desempenho do atacan- bola até o ataque, sempre aprote e do quadrado em si. "Está veitando as jogadas de velociengrenando", foi uma de suas dade pelas laterais. Tudo denobservações. Para acionar a tro do script de Parreira: "A hoengrenagem, o treinador fixou ra é de mentalização e de lapioito jogadores titulares em po- dação do que já foi feito", disse sições estratégicas. o treinador, fiel ao seu estilo de Emerson recebia a bo- Fernando Maia/ Agência O Globo la, passava para Zé Roberto que servia Kaká. O meia lançava Cafu que cruzava para Adriano ou Ronaldo concluírem ao gol. Quando a jogada era do lado esquerdo, Zé Roberto acionava Ronaldinho Gaúcho, que servia Roberto Carlos para os cruzamentos Este é o estádio aos atacantes. Bier Berg, onde a seleção Neste toque final do exercítreina hoje cio, Adriano se deu bem O atacante fez 13 finalizações. E marcou sete gols, aproveita- repetir sempre os mesmos mento de 54%. "Isso Adriano, exercícios para enfiar na cabeperfeito", incentivou Parreira ça dos jogadores. durante a sessão de armação Pegadinha argentina - Ao de ataque que acabava em final do treinamento, alguns Adriano, Ronaldo, Kaká e Ro- jogadores deixaram rápido o naldinho Gaúcho. campo sem passar pelos alonRonaldo também não de- gamentos. Ronaldo foi um decepcionou, apesar de treinar les. Quando subiu as escadas com menos intensidade. Em 12 que dá acesso ao pátio, onde chutes a gol, marcou cinco, um estava o ônibus da Seleção, foi aproveitamento de 42%. Kaká abordado por uma equipe de e Ronaldinho Gaúcho, mais ar- tevê da Argentina. O "repórticuladores do que finalizado- ter" exibiu uma foto da banda res no treino, marcaram só um de Carlitos Tevez, jogador do

CAFU, 36 – Energia nos treinos e

O OUTRO FENÔMENO – A grife alemã de lingeries Triumph aproveita

discrição nas comemorações do aniversário, sem ovos ou farinha.

Copa para mostrar a sua nova coleção, em Munique. Na passarela, golaço de Raica de Oliveira, namorada do atacante Ronaldo.


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quinta-feira, 8 de junho de 2006

1 Ministério Público não poderá questionar a taxa de juros fixada pelo Banco Central. Eros Grau, ministro do STF

DEPOIS DE QUATRO ANOS, STF DECIDE QUE BANCOS DEVEM OBEDECER O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

REGRAS DO CDC VALEM PARA BANCOS

O

Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem, por 9 votos a 2, que o Código de Defesa do Consumidor é aplicável nas relações dos bancos com seus clientes. "É uma vitória do consumidor", comemorou o presidente do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon), Roberto Pfeiffer. A partir de agora, os clientes de bancos poderão recorrer aos Procons contra uma série de iniciativas dos bancos como, por exemplo, oferta de empréstimos, de cartão de crédito e até mesmo casos de cobrança de taxa de juros considerada abusiva. A taxa abusiva, na opinião do jurista Ives Gandra Martins, será caracterizada quando os juros de uma operação de crédito forem maiores que a média de mercado. "Com a decisão do STF, ficou claro que a limitação de 12% de juros ao ano não existe", disse o jurista. A limitação chegou a constar de algumas decisões judiciais tomadas no Rio Grande do Sul a partir de 2001 com base no Código de Defesa de Consumidor e artigo 192 da Constituição Federal, que trata da estrutura e do funcionamento do sistema financeiro. Juros – O parágrafo terceiro da Constituição estipula que a taxa de juros definida pelo Banco Central (BC) não poderia ser superior a 12% ao ano. "O próprio Supremo já decidiu que a aplicação deste dispositivo constitucional dependia de regulamentação", lembrou o presidente do Brasilcon. Após esta decisão final do STF sobre o patamar dos juros, o Congresso Nacional aprovou a emenda de número 40 revogando o tabelamento dos juros em maio de 2003. "Foi a partir daí que os juízes começaram a se valer do Código de Defesa

do Consumidor para limitar a taxa de juros", disse Pfeiffer. Banco Central – O ministro do STF, Eros Grau, ratificou este tipo de interpretação ao afirmar que a decisão de ontem deixou claro que a atribuição pela fixação da taxa básica de juros da economia é do BC. "Não haverá mais possibilidade de um procurador do Ministério Público questionar a taxa de juros fixada pela instituição", disse o ministro. Para ele, o consumidor poderá usar o Código de Defesa do Consumidor ou qualquer outro instrumento jurídico para se proteger contra a cobrança de taxa de juros fora dos padrões de mercado. O presidente do Brasilcon destacou que os clientes de bancos também poderão usar o Código de Defesa do Consumidor contra a cobrança indevida de tarifas e a falta de transparência nas informações. "Muitas vezes o cliente não é suficientemente bem informado sobre as conseqüências de deixar de pagar um empréstimo", explicou. Ação antiga – O julgamento do STF sobre a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor foi iniciado em abril de 2002 a partir da apresentação de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) da Confederação Nacional do Sistema Financeiro. O relator do processo, ministro Carlos Velloso, e o ex-presidente do STF, ministro Nelson Jobim, foram os únicos a se manifestarem parcialmente favoráveis ao questionamento feito pela Confederação contra o uso do Código de Defesa do Consumidor. Os demais integrantes do STF seguiram o voto do ministro aposentado Néri da Silveira em favor da aplicação da legislação nas relações entre clientes e bancos. (AE)

Sai reajuste de aposentado

O

governo sofreu ontem uma derrota na Câmara, que aprovou uma emenda à Medida Provisória que reajustou o salário mínimo, estendendo aos aposentados o reajuste para R$ 350. O placar registrou 274 votos a favor da emenda, de autoria do deputado Ivan Ranzolin (PFL-SC), 5 votos contra, 15 abstenções e 73 declarações de obstrução. Os partidos da base aliada tentaram obstruir a votação. Desde quinta-feira passada, o governo vinha tentando evitar a votação nominal da matéria porque, como se trata de um as-

sunto que atinge grande número de eleitores, o voto contra poderia ter impacto político para o respectivo parlamentar. Os governistas tentaram argumentar que a atual política de reajuste dos benefícios previdenciários procura aumentar os pagamentos para os que ganham menos. De acordo com o deputado Tarcísio Zimmermann (PT-RS), o impacto do reajuste nos cofres da Previdência pode quebrar o sistema público de aposentadoria. "Não restará outra alternativa que o veto", afirmou o parlamentar. (AE)

Adriano Machado/AE

Evandro Monteiro/Digna Imagem

Ellen Gracie, presidente do STF: voto a favor do CDC

Clientes de bancos poderão recorrer aos Procons contra uma série de medidas

Marcos Fernandes/LUZ

Nota fiscal eletrônica da Prefeitura foi lançada oficialmente na última terça-feira

Nota eletrônica, ainda desconhecida suários do estacionamento SAO Parking, do Aeroporto de Congonhas, pouco sabiam sobre a Nota Fiscal Eletrônica (NFE) da Prefeitura de São Paulo, que entrou em vigor ontem para oito prestadores de serviços na capital, mas aprovaram a idéia da Prefeitura. Com a emissão da NFE será possível ao tomador do serviço utilizar parte do Imposto sobre Serviços (ISS) recolhido para abater até 50% do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). "Espero que reduza a carga tributária", disse o vendedor Renato Dias. "Gostaria que esta iniciativa fosse tomada por todos os municípios do País", afirmou o taxista Antônio Carlos

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Na Bahia, ICMS é pago com cartão

O

s contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da Bahia poderão pagar o tributo com cartão de débito nos postos fiscais interestaduais. Por enquanto, essa modalidade de pagamento é aceita na barreira fiscal do Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, mas até o fim do ano será estendida aos 18 maiores postos fiscais do Estado. "Como o serviço pode ser utilizado 24 horas, mesmo que a mercadoria chegue numa madrugada de domingo, será liberada rapidamente", explicou o diretor de arrecadação da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SefazBA), Moysés Andrade. O sistema foi implantado na Bahia há 15 dias e, de acordo com ele, sem problemas. IPVA – Na próxima sema-

na, o cartão de débito será aceito no posto fiscal de Vitória da Conquista, onde chegam a maioria das mercadorias do Sul e Sudeste. Até o final do ano, será possível, também, pagar o Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) e os Serviços de Atendimento ao Consumidor (SAC) – espécie de Poupatempo – como taxa para retirada de segunda via de RG. Outra vantagem é que os contribuintes poderão usar qualquer cartão com a bandeira Visa para efetuar o pagamento do ICMS. A Visanet, empresa que ganhou a licitação junto ao governo baiano, atende a mais de 20 bancos. Custo – Para atender a Sefaz-BA, a Visanet alterou seu sistema de cartões. Ela cobra R$ 0,80 por operação com o cartão para o pagamento de impostos. "Nos

Dias: esperança de pagar menos impostos

bancos, a operação custa entre R$ 1 e R$ 1,20", disse Andrade, ao informar que existem 15 estados interessados no projeto. Entre eles, o Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo. "São Paulo não está na lista por ser um Estado majoritariamente exportador", explicou. Segundo o assessor da presidência do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), José Constantino de Bastos Júnior, o uso do cartão de débito coincide com o objetivo da Nota Fiscal Eletrônica (NFE) estadual, que é facilitar o desembaraço dos produtos nas fronteiras interestaduais. "O projeto da NFE promete a redução do tempo de parada dos caminhões nas fronteiras", lembrou. Laura Ignacio

Santos: informação incompleta

Cecchi, que não vai poder usufruir das vantagens por morar em São Bernardo do Campo. O executivo Francisco dos Santos estranhou o fato de o estacionamento pedir o seu CPF. "Questionei o pedido e me disseram que a nota não era eletrônica. Não entendi", disse.

Como o executivo informou o número do CPF e não o CNPJ da companhia onde trabalha, ele será o beneficiado com o abatimento no IPTU. Outro que não foi bem informado pelo atendente do estacionamento foi Ademar Magrini, de Mairiporã. "Ela (atendente) disse que era uma promoção da Prefeitura para pagar menos IPTU", informou. Lotes – A contadora Mônica A r ru d a P e re i r a , d o H o t e l Crowne Plaza, outra empresa que desde o início do ano participa do projeto da Secretaria Municipal de Finanças, explica que as notas eletrônicas poderão ser emitidas de duas formas: online (na presença do cliente) ou por lote (posterior-

mente no decorrer ou fim do expediente). Em ambos os casos, os dados serão lançados no programa da nota fiscal disponível no site da Prefeitura (www.prefeitura.sp.gov.br). Por enquanto, a nota fiscal eletrônica será emitida por lotes por alguns prestadores de serviços, como hotéis e estacionamentos, locais onde há intenso movimento de clientes. O SAO Parking de Congonhas emite cerca de 4 mil notas por dia. Os clientes vão receber as notas em papel e também poderão imprimi-las diretamente do site da prefeitura. Se o CNPJ ou CPF não forem informados, a nota será gerada, mas o tomador não poderá ter o crédito. Adriana David


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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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0,38

IGP-DI TEM MAIOR ALTA DESDE JANEIRO

IGP-DI sobe em maio Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de maio subiu 0,38%, a maior taxa registrada desde janeiro deste ano, quando a alta foi de 0,72%, segundo a divulgação da Fun-

quinta-feira, 8 de junho de 2006

dação Getúlio Vargas (FGV). No ano, o IGP-DI acumula alta de 0,61% até maio, mas registra deflação de 0,14% nos últimos 12 meses. A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI. O Ín-

dice de Preços do Atacado Disponibilidade Interna (IPADI), que representa 60% do total do IGP-DI, teve alta de 0,46% ante deflação de 0,15% em abril. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor Disponibilidade Interna (IPCDI), que tem participação de 30% no IGP-DI, apresentou queda de 0,19% ante aumento de 0,34% em abril. Já o Índice Nacional do Custo da Construção - Disponibilidade Interna (INCC-DI), que representa 10% do IGP-DI, subiu 1,32% ante alta de 0,36% em abril. Na opinião do coordenador

de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, as acelerações de preços em metais, commodities e combustíveis no atacado, além da alta mais intensa nos preços da construção civil, pressionaram o IGPDI no mês passado. Combustíveis – O economista informou ainda que a alta no IGP-DI foi influenciada pelo fim da deflação nos preços dos combustíveis e lubrificantes no atacado (de -0,52% para 0,35%). A alta na cotação do petróleo no mercado internacional elevou os preços dos combustíveis e lubrificantes.

Segundo Quadros, o comportamento de preços de dois produtos no atacado têm estreita ligação com a cotação do barril de petróleo no exterior. Quadros observou que a influência foi tão forte que conteve o impacto benéfico do comportamento dos preços do álcool etílico hidratado, que caíram (de 1,95% para -8,06%) no mesmo período. Influenciado pelo álcool, o preço da gasolina também caiu (de 0,81% para -0,32%). A gasolina tem 20% de álcool em sua formação. De acordo com o economista André Braz, também da FGV, a

por cento foi a inflação registrada pelo IGP-DI em maio.

influência benéfica dos preços de álcool e gasolina no atacado se fez sentir no varejo. De abril para maio, houve quedas nos preços de álcool combustível (de 0,11% para -12 97%) e gasolina (de 0,42% para -0,66%). Previsão –Quadros disse que "é possível que o IGP-DI acelere em junho (ante maio)", mas que essa aceleração "não é inevitável". Ele explica que há pressões de altas já previstas, como a atual movimentação de aceleração do INCC-DI, que ainda vai captar parte do aumento no preço de mão-deobra em São Paulo. (AE)

ATAS

COMUNICADOS

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio Escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1275/06/02 - EE Prof. Carlos Alberto de Oliveira – Rua Dr. Luiz Pizza, 220 - Centro - Assis/SP – 90 - R$ 18.535,00 – R$ 1.853,00 – 10:00 – 27/06/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 09/06/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 26/06/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

DECLARAÇÃO À PRAÇA

CONVOCAÇÕES

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 7 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Reqte: Banco Sofisa S/A - Reqdo: Cobra Tecnologia S/A - Av. Paulista, 460 – 9º Andar - 02ª V. Falências Reqte: Águia Fer Ind. e Com. de Prods Siderúrgicos Ltda. - Reqdo: Euro Ferramentas Ltda. - Rua Jorge de Barros, 116 - 02ª V. Falências Reqte: Surf Center Ind. e Com. de Confecção Ltda. - Reqdo: Sanglay Comércio de Confecções Ltda. - Rua Barão de Itapetininga, 162 - 02ª V. Falências Reqte: MTM Factoring Fomento Mercan-

til Ltda. - Reqdo: Têxtil Sessak Ltda. - Rua Cachoeira, 1275 - 01ª V. Falências Reqte: Monumento Tecnologia de Ativos e Fomento Mercantil Ltda. - Reqdo: Pilar Materiais Pro Segurança Ltda EPP Rua Aricaria, 15 - 02ª V. Falências Reqte: Replas Comércio de Termoplásticos Ltda. - Reqdo: Starplay Distr. Ind. e Com. de Brinquedos - R. Cembira, 1481 – Complemento A - 01ª V. Falências

EDITAL PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMPRAS ABERTURA DE LICITAÇÃO MODALIDADE: TOMADA DE PREÇOS Nº 009/2006. Objeto: Aquisição de bolas, redes, raquete, colete e outros destinados às atividades desenvolvidas pelo programa de iniciação esportiva da sec.mun.de esportes e lazer. Limite para entrega dos envelopes 23/ 06/2006 às 16:00h e abertura dia 26/06/2006 às 10:00h. MODALIDADE: TOMADA DE PREÇOS Nº 10/2006. Objeto: Empreitada de mão-de-obra com fornecimento de materiais para execução de serviços de pavimentação, guias e sarjetas na avenida que dá acesso às instalações da unidade do SEST/SENAT de SJR Preto/SP, localizada à avenida Antônio Marques dos Santos. Limite para entrega dos envelopes 23/06/2006 às 16:00h e abertura dia 26/06/2006 às 08:30h.


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quinta-feira, 8 de junho de 2006

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Política

Quem praticou vandalismo pagará pelo vandalismo e quem praticou a democracia será beneficiado pela democracia que estamos construindo. Presidente Lula

FITA APREENDIDA COM UM SEM-TERRA REVELA QUE MLST SE REUNIU PARA PLANEJAR A INVASÃO

MESMO ARREPENDIDO, LÍDER DO MLST É AFASTADO DO PT. líder do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), Bruno Maranhão, foi afastado da Secretaria Nacional de Movimentos Populares da Executiva Nacional do PT. A decisão foi tomada ontem pela própria Executiva em conjunto com representantes da chapa Esperança Militante, que disputou o Processo de Eleições Diretas (PED) e indicou Maranhão para o cargo. Ele será ouvido pela Comissão de Ética do PT e, segundo o presidente nacional do partido, Ricardo Berzoini, o assunto será levado ao Diretório Nacional para que a legenda decida se ele deve ser expulso. A tendência, porém, é que seja expulso em prazo recorde. "Tomamos essa decisão pela potencial lesão à imagem do PT e para deixar claro à sociedade a nossa postura em relação a esses atos de vandalismo", afirmou Berzoini. "Bruno Maranhão terá espaço para a defesa, tão logo esteja em liberdade, mas a gravidade dos fatos aponta para conseqüências duras." Explicações – Antes do anúncio da decisão do PT, Maranhão dissera que pretendia se explicar ao partido e que não pretendia deixar o PT. Disse ainda que estava arrependido, embora negue que tenha participado do quebra-quebra. "A palavra arrependimento é possível de ser admitida no limite porque, quando se planeja uma manifestação e termina em quebraquebra, só se pode lamentar. O planejamento foi para uma ação pacífica", disse. Ele usou as expressões "boiada louca" e "holligans" para explicar o vandalismo promovido pelos sem-terra. Afirmou ainda que entende a condenação quase unânime da sociedade, mas pediu que não haja condenação prévia. Na prática, porém, a expulsão de Maranhão é quase consenso. A próxima reunião do diretório nacional está marcada para o dia 23, véspera da convenção do partido que homologará a candidatura de Lula à reeleição. Em tese, a Comissão de Ética petista pode apresentar nessa reunião a proposta de desligamento de Maranhão, mas é pouco provável, pois o dirigente, que está preso, ainda tem de ser ouvido pelo PT. "Depois da convenção, começa a campanha e não vamos carregar esse problema", disse o secretário de Organização do PT, Romênio Pereira. Carreira – Maranhão, 66 anos, é de uma família de usineiros, rica e tradicional de Palmares, zona canavieira de Pernambuco. É engenheiro, mas nunca exerceu a profissão. Na universidade, foi para o movimento estudantil. Passou pelo clandestino PCB e pelo Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Ajudou a fundar o PT, que presidiu em Pernambuco nos anos 80. Nas urnas, não teve sucesso: foi candidato a senador e a prefeito do Recife, em 1985. Em 1997, Maranhão criou o MLST conhecido em Pernambuco pelo bloqueio de estradas e invasão de prédios públicos. Maranhão vive bem distante dos problemas dos integrantes do movimento, num prédio em um bairro nobre do Recife, onde há apenas um apartamento, de 250 m², por andar. Maranhão esteve à frente da invasão ao Ministério da Fazenda, no ano passado. Em 2002, ele disse ser favorável à autodefesa armada das lideranças de organizações de esquerda. Ele já foi recebido duas vezes pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva: em 2004 e 2005. (Agências)

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Reprodução/TV Câmara

DANOS MATERIAIS JÁ PASSAM DOS R$ 100 MIL

ENSAIO PARA O ATAQUE À CÂMARA

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Imagem do filme que mostra manifestantes do MLST reunidos para acertar detalhes do protesto, pelo menos 15 dias antes da depredação no Congresso.

ma fita de vídeo apreendida com um integrante do Movimento de Lib e r t a ç ã o d o s S e m - Te r r a (MLST) revela que a invasão e o quebra-quebra realizados na terça-feira à Câmara dos Deputados, que deixou 35 feridos e cerca de 530 presos, foi cuidadosamente planejada e premeditada com pelo menos 15 dias de antecedência. As imagens sugerem táticas de guerrilha. A gravação, apreendida pela Polícia Militar do Distrito Federal e encaminhada ao Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Casa, traz cenas de duas reuniões feitas na segunda-feira, com cerca de 60 pessoas, promovidas pelos sem-terra na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Agricultura (Contag) em Brasília, nas quais a invasão foi acertada. A fita estava com um cinegrafista que acompanhava o tumulto, detido porque não fazia parte dos quadros da Câmara nem de nenhuma rede de televisão. Nas imagens, os líderes do movimento referem-se ao Salão Verde da Câmara como "salão de baile" e à invasão como "festa". "Vocês são pessoas escolhidas a dedo nos estados e terão papel fundamental na empreitada", diz um dos coordenadores no vídeo. Orientações – O material, com cerca de 1h20 de duração, registra ainda Antônio José Arruti Baqueiro, um dos líderes do MLST, dando orientações sobre como proceder na invasão ao

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Congresso Nacional. "Vamos dizer para o Brasil que tipo de reforma agrária queremos. Vamos dizer o que essa corja do PFL e do PSDB está fazendo nesse Congresso, quando deixou de votar o Orçamento da União achando que estava prejudicando o Lula. E o Lula continua aí tranqüilo, com 63%. Parece cavalo de 7 de setembro: vai cagando e andando e os outros olhando", diz Arruti. Em nenhum momento da gravação, os militantes se mostram preocupados com retaliações ou prisão. Pelo contrário: chegam a dizer que, uma vez dentro da Câmara, só sairão "quando e como quiserem". Bruno Maranhão, líder do movimento, não aparece na fita, que será usada como prova contra os manifestantes. Segundo as investigações do Depol, um rastreamento feito sobre os registros de acesso ao prédio demonstram que desde a última segunda-feira inte-

grantes do MLST estiveram na Câmara , em pequenos grupos, para fazer o reconhecimento do local. Nessas oportunidades, eles teriam filmado e fotografado o posicionamento dos seguranças. Pelo sistema interno, Arruti compareceu 11 vezes nas dependências do prédio entre 24 de maio e 5 de junho. Senha – Na terça-feira, conforme a Câmara, integrantes do MLST se infiltraram no prédio para facilitar a entrada dos demais. Eles acertaram até mesmo uma senha para iniciar a invasão. O sinal foi uma briga entre duas mulheres simulada em frente à entrada utilizada pelo grupo para acessar o prédio. De acordo com informações dos policiais, após a prisão, os sem-terra comentavam dentro do ônibus que os levava para o Ginásio Nilson Nelson que haviam recebido a promessa de que não seriam presos. "Mas cadê o cara que daria proteção a nós? Esse cara não vai ter mil vo-

Givaldo Barbosa/Agência O Globo

Alguns sem-terra sendo retirados do ginásio e levados para o presídio

tos", teria dito um sem-terra. Durante a tarde, a Secretaria de Segurança do DF deu início à transferências dos 579 semterra que participaram do episódio para o presídio da Papuda. Os 537 adultos presos após a depredação foram autuados por dano ao patrimônio público, formação de quadrilha e corrupção de menores . Maranhão e outros dois líderes do movimento – David Pereira da Silva e Arildo Joel da Silva – também responderão pelo crime de tentativa de homicídio. Os três foram responsabilizados por agressões a integrantes da Polícia Legislativa. Arildo é acusado de ter atingido com uma pedra a cabeça do coordenador de Logística do Departamento de Polícia Legislativa da Câmara, Normando Fernandes, que deve sair da UTI amanhã. Quase metade do grupo era composto de mulheres, além de 42 menores de idade. Depoimentos – Os participantes do quebra-quebra negaram em seus depoimentos que tenham participado de uma ação planejada. Até mesmo Franciele Denísia Assêncio, que foi filmada quebrando equipamentos, negou ter participado de qualquer depredação. Para a polícia, a maioria era "massa de manobra" dos líderes do MLST. "Muitos disseram que viajaram para conhecer Brasília e ver o presidente. Quando chegaram aqui, foram informados do que ia acontecer", contou o tenente coronel Edson Barbosa Silva, do Batalhão de Operações Especiais. (Agências)

LULA SE DIZ TRAÍDO E PEDE PUNIÇÃO Roosewelt Pinheiro/ABr

om um olho no desgaste político provocado pela participação do dirigente petista Bruno Maranhão no quebra-quebra na Câmara, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou ontem o vandalismo praticado pelos integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST). Auxiliares do presidente sugeriram que ele convocasse uma cadeia nacional de rádio e televisão para falar sobre o assunto, mas depois optou por falar numa cerimônia no Palácio do Planalto. Está descartada agora um pronunciamento oficial, porque isso iria aumentar o episódio. O amigo e dirigente petista acabou com o sossego do presidente, que contava comuma tranqülidade de 30 dias, durante a Copa do Mundo, para se manter como favorito na disputa presidencial. Nas várias conversas mantidas ontem no gabinete presidencial, Lula e seus auxiliares referiam-se a Maranhão como louco, imbecil e irresponsável. Mas na única referência pública sobre ele, quando abordado por jornalistas, Lula respondeu: "Deixem isso para o PT resolver, gente!".

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Presidente indignado: 'O que vimos foi uma cena de vandalismo. As pessoas perderam o limite de responsabilidade no trato da coisa pública'.

Ontem, Lula considerava-se traído pelo líder do MLST, e chegou a dizer que Maranhão fez o jogo da oposição. Na reunião com líderes da base aliada, o presidente desabafou: "Como pode um cara com mais de 60 anos não compreender as conseqüências de seus atos. Foi uma selvageria o que ele fez. O PT não pode deixar isso passar em branco. " O presidente aproveitou cerimônia sobre o projeto de lei audiovisual para dizer que os sem-terra pagarão pelo que fizeram. "O que vimos não foi um movimento de democracia, mas uma cena de vandalismo. As pessoas perderam o limite de responsabilidade no trato da coisa pública, os limites impostos pela de-

mocracia", disse, sob aplausos. Lula disse que vai continuar recebendo dirigentes de todos os movimentos sociais no Palácio do Planalto, argumentando que foi para isso que foi eleito. "Quem praticou vandalismo pagará pelo vandalismo e quem praticou democracia será beneficiado pela democracia que estamos construindo." Ataques – O pré-candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, condenou a invasão e procurou desvincular o episódio de movimentos sociais, afirmando que "isso foi um movimento instrumentalizado politicamente pelo PT". Alckmin sustentou que deve ser investigado se no

s danos materiais provocados pela inv a s ã o d o M o v imento para Libertação dos Sem-Terra (MLST) já somam mais de R$ 100 mil. Em uma primeira estimativa divulgada ontem, a Diretoria-Geral da Câmara apontou que o prejuízo causado pela depredação chega a R$ 102,6 mil. Esse montante inclui o prejuízo da Associação dos Servidores da Câmara dos Deputados (Ascade), que teve um veículo de R$ 20 mil destruído. Não estão contabilizadas, entretanto, as despesas que a Casa terá com mão-de-obra para recompor o patrimônio danificado. Os manifestantes destruíram quatro terminais de autoatendimento, cujo custo unitário é de R$ 15 mil, e três microcomputadores, cada um avaliado em R$ 2,8 mil. Foram quebradas ainda portas de vidro blindex, que custaram R$ 4,2 mil no total. Também foram inutilizadas duas câmeras filmadoras de R$ 350 e um monitor de vídeo, de R$ 700. O ataque danificou objetos de uma exposição do Núcleo de Gestão Ambiental da Câmara (EcoCâmara), com prejuízos avaliados em R$ 6 mil. Ainda houve danos a um busto do exgovernador de São Paulo Mário Covas (R$ 1,5 mil); a painéis de madeira (R$ 900); ao forro de gesso do teto do edifício (R$ 150), e em ferragens (R$ 50). A diretoria da Câmara deverá cobrar indenização de cada um dos envolvidos. Isto porque o MLST não está constituído como uma organização registrada em cartório. "A cobrança será feita individualmente a cada um deles", disse uma auxiliar do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). (Agências)

MLST há uso de dinheiro público. O tucano voltou a responsabilizar Lula por ocorrências dessa natureza, afirmando que o governo federal tem assumido uma posição dúbia em relação a esses movimentos. "O líder da invasão é do PT e não tem nada de movimento social", disse Alckmin. O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, também culpou o PT e o governo e pediu investigação para apurar uma suposta ligação do PT de São Paulo com o PCC. "Essa invasão é uma conseqüência da política do governo federal, do PT. Em São Paulo os próprios petistas estão envolvidos com o PCC na área de transportes, de maneira que esses acontecimentos não constituem nenhuma surpresa para mim." (Agências)

PARA IMPRENSA ESTRANGEIRA, EPISÓDIO PREJUDICA LULA. s órgãos de imprensa internacionais trataram o tumulto de terçafeira como uma ação de vandalismo e ressaltaram que o incidente pode causar dificuldades para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A imagem dele sairia abalada do evento porque o líder do MLST, acusado de ter comandado a invasão, Bruno Maranhão, é membro da Executiva Nacional do PT. Além disso, a BBC diz que as ações agressivas dos sem-terra acontecem porque, de acordo com o MST, Lula falhou na política da reforma agrária. O jornal El País, da Espanha, além de lembrar da ligação de Lula com o MST, disse que o atentado foi um crime contra a democracia e destacou o repúdio que as autoridades brasileiras expressaram contra a ação. O jornal espanhol lembrou que nunca o Congresso havia sofrido uma agressão semelhante. Os jornais El Mercúrio (Chile), La Nación, da Argentina, e El Comercio, do Peru, destacaram a questão da reforma agrária no Brasil e como foi tratada nos últimos anos, associando Lula ao MST. (AE)

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CONVOCAÇÃO Richard Saigh Indústria e Comércio S/A CNPJ nº 61.206.397/0001-67 – NIRE nº 35.300.042.174 Convocação - Assembléia Geral Ordinária/Extraordinária São convocados os senhores acionistas da Richard Saigh Indústria e Comércio S.A. a se reunirem em Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária a realizar-se no dia 11/7/2006, às 11 horas, na sede social, à Rua Heloisa Pamplona, 842, São Caetano do Sul - SP, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Relatório da diretoria, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras referentes aos exercícios sociais findos em 31/12/2004 e 31/12/2005, publicados no Diário Oficial do Estado e Diário do Comércio em 6/5/2005 e em 26/4/2006, respectivamente; b) Destinação dos resultados; c) Alteração do Quadro Societário; d) Reforma do estatuto social; e) Eleição da Diretoria; f) Outros assuntos. Acham-se à disposição dos senhores acionistas na sede social, os documentos a que se refere o art. 133 da Lei de Sociedades Anônimas. São Caetano do Sul, 1/6/2006. Edgard Nassif Saigh e Raul Raphael Saigh: Diretores-Gerentes (6, 7, 8/06/2006)


CUSTO DE VIDA O Índice do Custo de Vida (ICV) do Dieese fechou maio com queda de 0,37%.

Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Ó RBITA

DÍVIDA PÚBLICA Reajustes do salário mínimo elevaram a dívida pública em R$ 250 bilhões desde1994.

FALÊNCIAS

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s registros de falências requeridas caíram 63,6% nos primeiros cinco meses deste ano em relação ao mesmo período de 2005, de acordo com levantamento do Serasa. As falências decretadas diminuíram 35,6%. Em relação às concordatas deferidas, houve baixa de 66,7%. Os pedidos de recuperação judicial somaram 98 registros. (AE)

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A TÉ LOGO

DANIELLA CICARELLI – A apresentadora da MTV aparece nua em outdoors do Rio e de São Paulo em campanha misteriosa. Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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1,3 mil pessoas devem participar hoje de leilão da Varig

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Conta de telefone poderá não ter reajuste neste ano

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BNDES deverá anunciar plano para reduzir custos com logística

O governo brasileiro deve selar dia 29 deste mês a escolha pelo padrão japonês de TV digital.

PIB DEVE TER ALTA DE 3,8% EM 2006, SEGUNDO IPEA Instituto estima crescimento de 20,5% na taxa de investimento este ano

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SAFRA estimativa para a safra agrícola 2006 foi revisada para baixo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo projeção divulgada ontem, a colheita deverá somar 119,7 milhões de toneladas, volume 1,7% inferior ao estimado em abril. A safra em curso, no entanto, deve ser 6,3% superior à colhida no ano passado. (AE)

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O ANO PODERÁ SER BOM PARA INVESTIMENTOS

Jairo Goldflus/W-Brazil

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano de 3,4% para 3,8%. A nova estimativa é maior do que a projeção média do mercado (3,6%). Para o instituto, contudo, dificilmente o PIB crescerá acima de 4%, como chegaram a prever integrantes do governo. O instituto também estima uma taxa de investimento de 20,5% do PIB para 2006 e de 21,2% em 2007 - seriam dois recordes sucessivos desde 1996. "Os dados prenunciam um ano bom para o investimento", disse o coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural (GAC) do Ipea, Fábio Giambiagi. Com o forte resultado no primeiro trimestre, quando o investimento cresceu 9%, a projeção para o ano foi ampliada de 5,8% para 7,8%. Os motivos para o avanço do investimento são a "superação do trauma da crise política", dinamismo na construção civil, gastos no ano eleitoral e a redução dos juros. Pela segunda vez seguida desde dezembro, a previsão de inflação foi revisada para bai-

xo. A estimativa para o IPCA em 2006 recuou de 4,8% (em dezembro) para 4,5% (março) e, agora, 4 4%. A inflação baixa permite novos cortes na Selic, que deverá chegar a 14,2%, na média do último trimestre. "Caminhamos para os menores juros nominais desde o Real", disse. Para o dólar, a pro-

Caminhamos para os menores juros nominais desde o Plano Real. O desafio é fazer a economia crescer acima dos 5% anuais. Fábio Giambiagi jeção é de taxa de R$ 2,30 no último trimestre. Já o saldo comercial esperado é de US$ 40,4 bilhões (a estimativa anterior era de US$ 41,8 bilhões). Mesmo turbulências externas não preocupam como antes porque o País está menos vulnerável, na visão do Ipea. "A economia está em recuperação desde 2003. O principal de-

safio não é evitar grandes crises e sim como fazer uma economia com limitação de crescimento de 3,5% a 4% ter condições de avançar em torno de 5%", explicou. Disse que crescer "acima de 4% este ano parece difícil", sem citar as projeções do governo. Ao longo do ano, o Ipea prevê suave desaceleração no crescimento trimestral. Depois de avançar 1,4% no primeiro trimestre sobre o anterior (com ajuste sazonal), os crescimentos nos trimestres seguintes, na mesma base de comparação, seriam de 1,2%, 1,1% e 0,9%. Para o ano que vem, o Ipea projeta crescimento do PIB em 3,8% de novo. Para crescer mais, seriam necessárias, segundo o Ipea, novas reformas estruturais, adoção de "medidas consistentes" de política fiscal pelo novo governo e "saber até que ponto o problema energético é um problema". Nesse sentido, a questão não seria tanto alcançar uma meta de superávit fiscal primário num nível de 5% do PIB, como chegou a ser defendido pelo Ipea no ano passado, mas "muito mais a qualidade do ajuste fiscal", com menos gastos correntes. (AE)


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Tr i b u t o s Nacional Finanças Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 8 de junho de 2006

TURBULÊNCIA ENCOLHE GANHO DA BOLSA NO ANO

Apenas a seriedade vai permitir que o dólar encontre o seu equilíbrio. Luiz Inácio Lula da Silva

PARA O SECRETÁRIO DO TESOURO, FALTA DE CONSENSO SOBRE JUROS AMERICANOS IMPEDE RECUPERAÇÃO

KAWALL: DÚVIDAS MANTÊM NERVOSISMO Givaldo Barbosa/Agência O Globo – 24/5/06

Paulo Pampolin/Digna Imagem – 21/2/05

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secretário de Te- reunião do Fed no final deste souro Nacional, mês sobre a qual não há um claC a r l o s K a w a l l , ro consenso no mercado", cia f i r m o u o n t e m tou. "Os indicadores da semana que as dúvidas em relação ao que vem vão ajudar na formafuturo da economia americana ção das expectativas", disse o devem continuar a perturbar secretário, em depoimento na os mercados financeiros en- Comissão de Finanças da Câquanto os investidores não for- mara dos Deputados. marem um consenso sobre os Apesar de esperar a contipróximos movimentos do Fe- nuidade das incertezas no deral Reserve (Fed, o banco mercado financeiro, Kawall central dos Estados Unidos) avaliou que um cenário de inem relação à taxa de juros. flação fora de controle ou de De acordo com ele, a atual estagflação é pouco provável. turbulência do mercado não se "De todas as conversas que acentuou "meramente" por tenho tido com economistas conta do discurso do presiden- aqui e também no exterior, não te do Fed, Ben identifico base Bernanke, na úlpara um cenário tima segundade inflação fora feira, quando o de controle, americano mosmuito menos de trou preocupa- O Banco Central que há risco de ç ã o c o m o a u- continua com um estagflação na mento da inflaeconomia ameprocesso de redução ção no país. r i c a n a e m u nNa avaliação nos juros básicos e as dial", afirmou. do secretário do expectativas Para ele, a voTesouro brasilei- inflacionárias não latilidade dos ro, também têm foram afetadas. mercados está influenciado o mais associada Carlos Kawall "aos próximos h u m o r d o s i nvestidores indimovimentos do cadores econômicos como a Fed, que não eram antecipados menor criação de empregos dois meses atrás". nos Estados Unidos, segundo Kawall também destacou relatório divulgado na sexta- que, do ponto de vista do Brafeira da última semana. Essa sil, tem ficado claro que os funnotícia, disse Kawall, causou damentos da economia estão "inquietação adicional com re- sólidos e que o País tem condilação a um cenário de baixo ções de enfrentar essas turbucrescimento, mas mesmo as- lências sem colocar em risco a sim com alguma pressão infla- estabilidade conquistada. cionária, ou seja, estagflação "A prova disso é que o Ban(combinação de crescimento co Central continua com um baixo com inflação em alta)". processo de redução nos juros Rumo — Para ele, os temores básicos e as expectativas inflavão persistir enquanto o con- cionárias não foram afetadas", junto de indicadores econômi- disse, lembrando que o Brasil cos não mostrar com clareza o tem se diferenciado de outros rumo da economia norte-ame- países emergentes, como a ricana. "Acho que esse tipo de Turquia, na reação à crise. "Esdúvida vai continuar. Temos, sa situação mostra a imporna próxima semana, indicado- tância de ter sido prudente res de vendas no varejo e de in- durante o período de tranqüiflação nos Estados Unidos e lidade", afirmou Kawall. (AE)

Mercados têm novo dia de volatilidade

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s mercados financeiros domésticos devem prestar muita atenção hoje à ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Mas a apreensão maior ontem ficou por conta da votação da MP 281, que isenta de imposto o investimento estrangeiro em títulos públicos (leia mais sobre a votação em reportagem na página 5). A aprovação da medida ocorreu depois do fechamento. O cenário externo, no entanto, continuou determinando a formação de preços. A elevação dos juros na Turquia derrubou o risco dos países emergentes e ajudou o dólar a cair no Brasil. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), influenciada pelo mau desempenho das bolsas americanas, amargou perda superior a 3%. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, acentuou queda perto do final do pregão e encerrou a quarta-feira com baixa de 3,5%, que o fazem retroceder a níveis do início deste ano. O indicador fechou em 35.264 pontos — menor patamar desde o dia 10 de janeiro. O ganho do índice no ano, que já chegou a superar 25%, encolheu para 5,4%. O cenário externo ruim foi o responsável pela terceira queda consecutiva da Bovespa, com o mercado intensificando as apostas na alta dos juros americanos no fim deste mês. Além disso, em Nova York, pouco antes do término da sessão, o índice Dow Jones caiu 0,65% e perdeu um suporte im-

portante, de 11 mil pontos, influenciando negativamente o mercado nacional. Para alguns analistas, o fechamento de ontem indicou que a tendência do curto prazo na bolsa continua de desvalorização. "Segundo a análise gráfica, o Ibovespa deve abrir em baixa nesta quinta-feira", disse o diretor da Global Fin a n c i a l A d v i s o r, M i g u e l Daoud. O diretor da corretora Planner, Luiz Antônio Vaz das Neves, concorda que a tendência por enquanto é de baixa. Dólar — A quarta-feira foi de sobe-e-desce no mercado de câmbio brasileiro e, no fim do dia, a calmaria prevaleceu. A moeda americana teve queda de 0,75%, para cotação de R$ 2,241 na ponta de venda. Segundo analistas, a única tendência clara para o câmbio é a volatilidade. Enquanto fatores internos, como fluxo positivo, favorecem a valorização do real, as incertezas com o rumo do juro nos Estados Unidos impulsionam o dólar, já que os investidores evitam ativos de mais arriscados, como os de países emergentes. "O mercado está realmente muito volátil", comentou o gerente de câmbio do banco Schahin, Daniel Szikszay. Na sessão de ontem, o dólar oscilou entre queda de 0,97% e alta de 0,71%. "Acredito que o fluxo financeiro positivo esteja ajudando a moeda a cair", acrescentou. De acordo com o Banco Central (BC), o fluxo cambial positivo somou US$ 7,504 bilhões em maio. (Agências)

Falcão: reforço na distribuição

Hartford quer ganhar espaço em previdência

A Fluxo cambial positivo

Para secretário, Brasil foi prudente durante o período de tranqüilidade nos mercados financeiros mundiais

pesar da instabilidade do mercado financeiro, o saldo líquido de ingresso de divisas no País no mês passado chegou a US$ 7,504 bilhões, informou ontem o Banco Central (BC). O fluxo de dólares foi sustentado pelo surpreendente desempenho das operações de câmbio ligadas à exportação — elas responderam por entrada de US$ 14,08 bilhões, o maior valor da série histórica do BC, iniciada em 1982. O bom momento das exportações veio acompanhado por uma estabilização das saídas de recursos provocadas pela realização das importações.

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O valor remetido ao exterior por conta dessas operações estacionou em US$ 6,75 bilhões, número quase idêntico aos US$ 6,792 bilhões de abril. A estabilidade das remessas pode ter sido sustentada pela atividade econômica, que tende a exigir uma maior compra de produtos intermediários usados pela indústria no exterior. No balanço final, o resultado líquido do fluxo do comércio exterior ficou positivo em US$ 7,33 bilhões, outro valor recorde da série histórica. No azul — A outra boa notícia é que o saldo das remessas e dos ingressos de recursos externos oriundos de operações

financeiras voltou a ficar no azul durante o mês passado. Depois de amargar o resultado negativo de US$ 2,715 bilhões em abril, o fluxo dessas operações ficou positivo em US$ 174 milhões. Para isso, ajudaram as operações de compra por estrangeiros de ações de empresas brasileiras lançadas na bolsa, os investimentos em títulos públicos federais de longo prazo e a renovação de empréstimos externos feitos por setores da economia nacional. O forte fluxo de capitais externos abriu espaço para o BC aumentar o volume de compras de dólares no mercado durante o mês passado. (AE)

Brasil menos vulnerável Wilson Magao/AE - 27/04/2006

ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o resultado positivo das contas externas dá ao Brasil uma situação muito mais confortável que a da Turquia para enfrentar o movimento de aversão ao risco que toma conta dos investidores estrangeiros. Segundo ele, a turbulência externa causada pelo temor de escalada dos juros nos Estados Unidos será passageira e não causará uma crise financeira internacional. Ao avaliar a decisão do Banco Central da Turquia de elevar os juros, Mantega disse que houve uma "revoada" dos investidores expostos a países emergentes diante da perspectiva de alta de juros nos EUA. "Os países que sofreram impacto maior são os que têm déficits em transações correntes, que precisam de capital externo para fechar as suas contas. É justamente o caso da Turquia, por isso ela padece mais." Mantega ressaltou que o Brasil está em uma situação mais confortável. "O País está com sobra de capital externo, gerando divisas que não são nascidas de capital especulativo, mas do faturamento do comércio exterior", disse. O ministro também acredita

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Mantega: Brasil mais confortável

que o ciclo de queda dos juros no Brasil não deverá ser afetado pela volatilidade dos mercados externos. "Se você me perguntar se vai haver alguma mudança na política de juros por causa disso, eu vou te dizer: só se isso afetar a inflação no Brasil. Se não afetar, não tem razão para alterar a política monetária, de interromper a queda dos juros por causa disso." Reforço – Também ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a opinião do ministro Mantega, dizendo que as reservas internacionais brasileiras estão no maior nível da história e tendem a crescer. Ele disse que existem apenas quatro países com volumes de re-

servas internacionais superiores aos do Brasil. "E vamos fazer mais, à medida que forem crescendo as nossas exportações", disse, durante um seminário sobre transporte ferroviário. Até a última terça-feira, as reservas internacionais do Brasil estavam em US$ 63,5 bilhões, de acordo com o Banco Central. Lula previu que uma combinação da redução das taxas de juros, "que já está ocorrendo", com o aumento das importações, resultará em uma tendência de valorização do dólar frente ao real. "Apenas a seriedade vai permitir que o dólar encontre seu equilíbrio, não há mágica", afirmou o presidente, observando, em tom de brincadeira, que seu gabinete parece uma "sacristia", com diferentes queixas sobre as cotações da moeda norte-americana. Só agora – Lula disse, ainda, que nunca na história do País, a economia teve condições tão favoráveis para garantir a estabilidade. O presidente destacou também como fatos positivos a melhora da imagem do Brasil no exterior, o estreitamento das relações comerciais com países da América do Sul e o pagamento dos empréstimos ao Fundo Monetário Internacional. (Agências)

Para analistas, real mantém alta

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olatilidade no curto prazo, mas perspectiva de recuperação gradual no médio prazo. Essa continua sendo a aposta majoritária entre os analistas de bancos estrangeiros para o comportamento do real. Eles observam que os fundamentos em torno da moeda brasileira sinalizam que ela deverá recuperar pelo menos parte do espaço perdido nas últimas semanas.

Mas para que isso ocorra de forma mais sustentada, o atual grau de nervosismo nos mercados com os juros nos Estados Unidos terá que ser reduzido. O banco HSBC mantém sua previsão para o final deste ano, de R$ 2,15 por dólar. "A direção do mercado continua sendo ditada pelo comportamento das bolsas de valores mundiais", disse o estrategista do banco Clyde Wardle.

Ele observou ao longo do último mês que a correlação direta entre o índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, e o real foi de 0,87, bem acima do 0,68 registrado ao longo dos últimos 12 meses." A analista Flávia Cattan-Naslausky, do Royal Bank of Scotland, observou que, na última terça-feira, o real demonstrou mais resistência, a exemplo do mercado acionário brasileiro. (AE)

Hartford, uma das maiores empresas de investimentos e seguros dos Estados Unidos, aposta no mercado brasileiro para expandir seus negócios. Presente no País desde 1991, sendo os últimos dez anos com a Icatu Hartford Seguros, joint venture criada pela união com a Icatu Seguros, o grupo americano mira o setor de previdência complementar privada — cujo crescimento, no primeiro trimestre, foi de 24,44% sobre igual período de 2005, segundo a Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp). Com esse segmento, a empresa quer duplicar, nos próximos cinco anos, seu lucro líquido (de R$ 48,5 milhões em 2005). "Nosso interesse maior é pelo segmento de aposentadorias complementares, no qual somos líderes nos Estados Unidos. E o Brasil é, hoje, um mercado importante para crescermos", disse o presidente da Hartford Life, Tom Marra. Legislação — Apesar de o Brasil ainda ter participação pequena no resultado do grupo Hartford (menos de 1%), a nova legislação fiscal da previdência complementar foi o principal motivo que atraiu o grupo, segundo Marra. Ele se refere às mudanças na regulamentação promovidas em 2005 pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Para cumprir a meta, a Icatu Hartford Seguros deve ampliar o foco em um segmento ainda pouco explorado: o de planos corporativos. Embora o brasileiro ainda não tenha incorporado com força os planos de previdência complementares em sua lista de prioridades, o chairman da área internacional da Hartford Life, Gregory Boyko, disse que isso é uma questão de tempo. Para o executivo, as vendas tendem a aumentar à medida que a base da pirâmide em que estão os brasileiros com mais idade for aumentando. Outra frente em que a empresa reforçará sua atuação são os canais de distribuição. "Hoje, a maneira de distribuir os produtos financeiros passa por uma revolução. Vamos reforçar a parceria com o varejo neste ano, com mais cinco a dez novos parceiros", afirmou o presidente da Icatu Hartford Seguros, Marcos Falcão. Os produtos da empresa são hoje vendidos em bancos, por meio de cartões de crédito e redes de lojas como Renner, C&A ou na financeira Cetelem. A Icatu Hartford Seguros apresentou, em 2005, faturamento de R$ 1,158 bilhão, 8,6% acima do verificado no ano anterior. Seu resultado financeiro ficou em R$ 107,8 milhões, 11,6% maior do que o registrado em 2004. As reservas da empresa somaram R$ 2,634 bilhões no ano passado. Roseli Lopes


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Planalto Eleições Brasília Senado

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 8 de junho de 2006

TSE EMBARALHA AS CARTAS DO JOGO POLÍTICO

Com a decisão do TSE, Roseana Sarney perde o apoio do PMDB, sigla do pai, o senador José Sarney (AP), e também a aliança com o irmão, deputado Sarney Filho (PV-MA)

DECISÃO SOBRE AS COLIGAÇÕES INTERROMPE AJUSTES PARA ALIANÇAS E MUDA TODO O QUADRO ELEITORAL

AS ELEIÇÕES DO JEITO QUE O TSE QUER Elza Fiuza/ABr

Ao decidir que o partido que não tiver candidato a presidente só poderá se associar, nos Estados e municípios, com outro nessas mesmas condições, o TSE complica o jogo das articulações. A rigor, embola tudo. Agora, partidos que já alinhavavam coligações sem considerar esse impedimento vão ter que refazer suas estratégias para minimizar os efeitos da mudança. Alguns, como o PMDB, já estudam novamente a possibilidade de lançar candidato próprio, para não perder espaço político no novo jogo.

Os partidos não podem se coligar de maneira diversa. Não, porque aí esvazia totalmente a verticalização. Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Marco Aurélio Mello

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Mauro Vieira/Zero Hora

PARTIDOS DISCUTEM O QUE FAZER, AGORA.

om a decisão do TSE de obrigar os partidos aliados na disputa presidencial a manter as alianças nos Estados, os planos de dois peemedebistas históricos mudam. São eles: o governador gaúcho Germano Rigotto e o ex-governador pernambucano Jarbas Vasconcelos. Rigotto, que ainda não anunciou sua candidatura à reeleição, afirmou ontem que a verticalização deveria ser discutida junto com a reforma política – que está no Congresso há vários anos. "Seria a melhor solução", defendeu. Ele discutia nos bastidores uma aliança contra o PT junto com o PSDB, PDT e PFL. Na outra extremidade do País, Jarbas Vasconcelos vai rever a estratégia de campanha em Pernambuco. Segundo pesquisas, o ex-governador tem 60% das intenções de voto para senador, o que o tor-

C

na um candidato imbatível. De quebra, ele puxa votos para o candidato a governador Mendonça Filho (PFL) e o vice Evandro Avelar (PSDB) e o candidato a presidente dos tucanos, Geraldo Alckmin, já oficializado, antecipando-se à decisão do partido. Segundo Jarbas Vasconcelos, sem a formalização de uma aliança oficial, a solução é fazer "campanha informal" (não-oficial) para eleger os aliados. Já o PMDB da Paraíba, identificado com o PT, está aguardando os desdobramentos da decisão do TSE. O senador Ney Suassuna lidera uma aliança contra o governador Cássio Cunha Lima (PSDB). Em São Paulo, assediados pelo PT e o PSDB, o ex-governador Orestes Quércia e o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, evitam tomar qualquer decisão precipitada. Em Minas, o tucano Aécio Neves tra-

Apesar do dia conturbado, uma pomba pousa na cabeça de Rigotto.

balha para obter o apoio do expresidente Itamar Franco, que decidiu não se lançar candidato a presidente, mas a ala do exgovernador Newton Cardoso defende um acordo como PT. O prazo para formar as alianças é 30 junho. Os Sarney em crise – A confusão política ainda está sendo mensurada pelas legendas, mas já provocou grandes estragos e situações inusitadas. No Maranhão, a campanha da pré-candidata ao governo Roseana Sarney (PFL) tem baixas familiares. Roseana perde o apoio do PMDB, sigla do pai dela, o senador José Sarney (AP), uma vez que as duas agremiações não estão alinhadas no plano nacional. Perde também a aliança com o irmão, deputado Sarney Filho (PVMA). Os apoios ainda poderão ser dados de maneira informal, mas sem direito a usar o tempo de rádio e televisão, e sem participação nas chapas proporcionais. Em Pernambuco, o PMDB do pré-candidato a senador Jarbas Vasconcelos não poderá

mais se coligar com PFL e PSDB em torno do governador Mendonça Filho (PFL), que foi vice-governador dele. Isso só poderia acontecer se o partido se aliasse, nacionalmente, com as duas legendas. Do lado da oposição, também há conflito. PT e PSB, que podem se coligar nacionalmente, tem candidatos distintos e competitivos no Estado: o presidente nacional do PSB, deputado Eduardo Campos, e o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT). Se o acordo nacional sair entre as siglas, uma delas terá que abdicar da candidatura. No Rio Grande do Norte, o senador Garibaldi Alves (PMDB) perde de uma só vez o apoio dos dois principais aliados na corrida pelo governo. PFL e PSDB tinham aceito apoiar o nome dele e agora terão de reavaliar o cenário local. No Rio, a aliança costurada pelo prefeito Cesar Maia (PFL) ficou inviável, o que compromete a candidatura da deputada Denise Frossard (PPS) (L ei a mais na página 6). Sergio Kapustan/Agências

ais do que pode se coligar com quem ele consagrar a quiser, mas não pode se verticalização coligar com partido coligado nas coligações para a eleição presidencial", partidárias da próxima sentenciou. eleição, a decisão do Não houve tempo para Tribunal Superior Eleitoral buscar abrigo. Colhidos sem (TSE) de vetar arranjos livres aviso, os partidos passaram, entre partidos nos Estados a partir daí, a navegar entre produziu um gigantesco o desconhecimento quase maremoto que varreu as absoluto sobre as novas praias de praticamente diretrizes impostas pela todas as legendas. Perdidos, verticalização e a os líderes de partidos perplexidade diante de uma passaram o dia, ontem, decisão considerada tão buscando explicações mais explosiva quanto claras sobre como devem intempestiva. conduzir suas articulações O problema é que na daqui para a frente. E, eleição de 2002, quando a sobretudo, como minimizar regra da verticalização já os efeitos dessa decisão, vigorava, os partidos que não tendo em vista as alianças tinham candidato a que já vinham costurando presidente puderam se juntar há tempos. livremente nos Estados. O Os sinais do tsunami raciocínio, implícito, era mais surgiram por conta de uma ou menos o seguinte: eu não mera consulta feita pelo PL entro na disputa pelo Palácio sobre as regras do Planalto, que passarão a mas em reger as contrapartida coligações em adquiro o outubro. O direito de me partido queria associar saber o regionalmente A verticalização seguinte: com quem bem levará à morte dos "Considerandoquiser. partidos, dificultando se que um Como agora as coligações determinado o TSE faz multipartidárias. partido A prevalecer a coligue-se com De uma medida idéia de que o partido B em cautelar, proposta isso não pode, plano pelo PSL o vagalhão nacional, bateu forte em pergunta-se: quase todas as num cenário agremiações estadual, levando-se em justamente no momento em conta que o partido A tenha que elas se atiram com candidato próprio ao maior vigor na briga pelas governo do Estado e o alianças mais convenientes partido B não possui nos territórios políticos que candidato próprio nesse aspiram conquistar. Numa Estado, poderá o partido B reação instantânea, ontem celebrar coligações com mesmo o TSE recebeu duas partido C, que não compôs novas consultas a respeito a coligação de nível das regras da verticalização. nacional, nem se coligou O PSDB e o PFL pediram com qualquer outro partido mais esclarecimentos sobre na esfera nacional?". o que poderão ou não fazer. O relator da matéria, O Partido Social Liberal ministro César Asfor Rocha, (PSL), preocupado com o entendeu que sim e externou seu próprio futuro de sua resposta. Estava sozinho, partido pequeno, propôs porém, em sua interpretação. inclusive uma Medida Formando a densa massa Cautelar pedindo o fim líquida em que a decisão se dessa medida eleitoral, transformaria a seguir, os argumentando que a demais seis ministros se verticalização levará "à manifestaram na direção morte dos partidos, contrária, com um rotundo dificultando as coligações não. "O que se observa é o multipartidárias". acasalamento", procurou Os estragos foram grandes, explicar o presidente da alertam, e não serão Corte, ministro Marco contabilizados tão cedo. Pelo Aurélio Mello. "Ele (o partido) menos, não até que o golpe vai se coligar com quem se seja assimilado e as coligou lá em cima? De uma mudanças compreendidas forma diversa? Não, porque coletivamente. Ou, então, aí esvazia totalmente a contestadas, porque deixam verticalização. Ele não se sem efeito coligações já coligou lá em cima, mas não acertadas em vários Estados, pode se coligar com quem já como mostra a matéria ao está coligado lá em cima. Ele lado. (Agências).

Em caráter excepcional, a coluna de Eymar Mascaro, que ocupa diariamente este espaço, não é publicada hoje, mas retorna amanhã.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

Fotos: Carla Aranha

quinta-feira, 8 de junho de 2006

A alma suíça está em Lucerna Cartão-postal do país – com os Alpes nevados e o Lago dos Quatro Cantões a seus pés –, a cidade do cantão alemão preserva valores tipicamente suíços, como a pontualidade. Distante meia hora de barco localiza-se o vilarejo de Weggis, onde treinou a seleção brasileira Por Carla Aranha

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ode perguntar a qualquer suíço qual cidade mais tem a ver com a alma da nação. A resposta será uma só: Lucerna. "Foi lá que o país foi criado, no século 13, e até hoje é o local em que as pessoas mais preservam valores tipicamente suíços, como a pontualidade e a precisão", conta o executivo suíço Thomas Betterman, morador de Zurique, voltando para casa depois de uma temporada de negócios no Brasil. No coração da Suíça, bem no centro dos 26 cantões (ou subregiões) que formam a Confederação Helvética, nome oficial do país, Lucerna – no cantão alemão – também corresponde à imagem de cartãopostal que se tem dessa parte da Europa, com os Alpes cobertos de neve e, a seus pés, a imensidão verde do Lago dos Quatro Cantões, de 113 quilômetros quadrados. Desde o fim de maio, essa paisagem se tornou bastante familiar aos brasileiros, transmitida todos os dias pela tevê durante os treinos da seleção em Weggis, vilarejo a apenas meia hora de barco de Lucerna. Situado à beira do lago, com uma população de 3.500 habitantes, é um dos lugares

preferidos dos suíços para relaxar e curtir uma temporada de descanso em meio à natureza. Caminhadas pela montanha e passeios pelo lago são um grande programa, assim como visitas a Lucerna. Ruas centenárias – Repleta de fontes e ruas centenárias fechadas para o trânsito, Lucerna soube preservar o seu passado histórico como nenhiuma outra cidade. Estão intactas, até hoje, as pontes medievais de madeira sobre o Rio Reuss, com painéis do século 16 e 17, e casas com pinturas nas fachadas retratando cenas do cotidiano ou religiosas. Outro grande orgulho de Lucerna é a igreja Jesuitenkirche, a primeira construção em estilo barroco da Suíça, erguida pelos jesuítas no século 17. Situada às margens do cristalino Reuss, que corta a cidade, possui ricos altares e afrescos de artistas do cantão italiano da Suíça, como Giovanni Antonio Torricelli, que eram os grandes mestres da época. No centro histórico – Do outro lado do rio, no centro histórico medieval, também não falta o que fazer. Essa é, inclusive, a parte mais charmosa de Lucerna, com fontes, praças e prédios antigos com interes-

santes pinturas na fachada – um deles ostenta uma imagem da Santa Ceia – que dão um colorido todo especial ao local. Um bom programa também é visitar o Museu Picasso, que expõe uma coleção permanente de desenhos, esculturas, cerâmicas e telas do artista, como os quadros "Mulher com Chapéu" e "Nu ao Espelho". Lucerna é também é excelente para compras – e, mais uma vez, a grande dica é concentrar-se no centro histórico, para garimpar desde lojas de grandes redes européias, como a H&M, até butiques sofisticadas, de talentosos estilistas nacionais. Por lá você encontrará não só roupas, mas também os famosos relógios suíços, por todos os preços e modelos, até sapatos, bolsas e os souvenirs típicos que ninguém deixa de trazer para casa. Entre um passeio e outro, nada melhor do que aproveitar algum dos numerosos cafés da cidade. "Faça como os suíços e veja a vida passar em algum café ao ar livre, tomando um chocolate quente ou um suco de maçã frisante", sugere o executivo Thomas. Com certeza, é uma experiência que fica para sempre na memória.

Um delicioso passeio pelo lago (abaixo) leva a Weggis; entre os destaques em Lucerna (acima), a igreja barroca (à dir.)

Zurique: onde tudo acontece e em Lucerna as pessoas nem querem ouvir falar em qualquer tipo de mudança e junto com a população de outras cidades do país fazem valer sua opinião – os suíços, só para lembrar, preferiram não entrar para a União Européia e não adotar o euro –, em Zurique (distante uma hora de trem), a capital financeira do país, a história é outra. Cheia de imigrantes de diversos países, inclusive europeus que se mudam em busca de bons salários e qualidade de vida, a cidade, com 350 mil habitantes, é a mais populosa e animada do território suíço. É também a mais moderna, com bares descolados que fecham só de madrugada e alguns dos mais criativos jovens designers da Europa. Lá foi criado o primeiro restaurante de comida vegetariana do Velho Continente, o Tibits, e é de lá também que saem algumas das mais estilosas criações de moda européias, como a marca de bolsas Freitag, com modelos em vinil vendidos a partir de US$ 200, em média. Grande parte do agito da metrópole pode ser sentido na Bahnofstrasse, principal artéria de

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No centro histórico de Lucerna há prédios antigos com pinturas nas fachadas, como o que mostra a Santa Ceia

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Jair Soares e Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

Zurique. Edifícios arrojados, sedes de bancos, lojas modernas, outras tradicionais e palácios do século 19 se misturam na avenida, formando um painel único. Caminhar pela Bahnofstrasse oferece ainda outra vantagem. É possível chegar a algumas das maiores atrações da cidade, como a Catedral e o Zurich-See, o lago da cidade. A primeira, também conhecida como Grossmünster, é uma das mais importantes obras góticas da Europa. Edificada entre 1120 e 1230, impressiona pelos vitrais colocados ali no século passado, assinados por Augusto Giacometti, e as pilastras com decoração em alto-relevo da época medieval. Para se conhecer o Lago de Zurique, localizado no meio da cidade, o ideal é um passeio de barco – geralmente, com duração de 50 minutos. A bordo da embarcação, coberta, se tem uma visão em 360 graus de todo o centro de Zurique e, com sorte, é possível enxergar o alto da montanha Uetliberg, com seus quase mil metros de altitude. (C.A.) Tibits, o primeiro restaurante vegetariano da Europa (à esq.) – uma das maravilhas da cidade


quinta-feira, 8 de junho de 2006

Tr i b u t o s Nacional Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Novo cartão de crédito da Caixa Econômica Federal facilita a compra de materiais de construção.

BRADESCO QUER CRESCER NO NORDESTE

SINAIS DE ALTA DE JUROS NOS ESTADOS UNIDOS DEIXAM MERCADO NERVOSO, MAS SEM HISTERIA, DIZ ITAÚ

INVESTIDORES EM ESTADO DE ALERTA Divulgação/Caixa Econômica Federal

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s recentes sinais de u m p o s s í v e l a umento da taxa de juros norte-americana deixaram o investidor em estado de alerta em relação aos rumos da economia mundial no segundo semestre de 2006. Mas isso não significa, pelo menos por enquanto, uma saída maciça de aplicadores da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) rumo aos títulos de renda fixa, considerados mais seguros nos períodos de maior nervosismo nos mercados. A avaliação é do responsável pela área de Renda Variável e de Fundos de Derivativos do Itaú, Walter Mendes. Segundo ele, o tombo de 9,5% da Bovespa em maio foi fruto de um ajuste nos preços dos ativos das principais economias mundiais, inclusive da norte-americana. Para Mendes, a alta de 0,25 ponto percentual da taxa de juros dos EUA em maio – para 5% ao ano – foi a base para o ajuste, o que já havia ocorrido em 2004.

Essa alta mudou a expectativa dos analistas em relação ao Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, para o ano: a estimativa saiu de 46 mil pontos para 42 mil pontos. Mesmo assim, um avanço em relação aos atuais 35 mil pontos. "O investidor, em momentos de volatilidade como o atual, adota postura mais conservadora. Mas não significa que retire todos os seus recursos do mercado", explicou Mendes. De acordo com ele, o cenário atual no Brasil é de crescimento, com juros em queda e recuperação da renda. "Essa situação inibe qualquer tipo de histeria entre os investidores e reforça o otimismo para o longo prazo no mercado de ações." Mendes indicou como opção os fundos long-short. Segundo ele, o mercado de fundos oferece essa opção pagando, na maioria das vezes, valores acima do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), cuja taxa anual está próxima a 16%. Davi Franzon

Greenspan alerta sobre petróleo

O

s Estados Unidos estão conseguindo, até agora, evitar danos da disparada do preço do petróleo, disse o expresidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Alan Greenspan. Mas ressaltou:

"Dados recentes mostram que finalmente podemos estar sofrendo algum impacto." Greenspan, que fundou uma empresa de consultoria e escreve suas memórias, não acredita que vá haver um alívio na pressão sobre os preços. (AE)

Aprovada a isenção de estrangeiros Novo cartão de crédito da Caixa Econômica Federal permite o parcelamento em até 24 vezes com juro

Caixa e Tigre lançam cartão

A

Caixa Econômica Federal, a fabricante de tubos e conexões Tigre e a bandeira Visa colocam no mercado a partir de julho um cartão de crédito que permite o parcelamento de compras de materiais de construção em até 24 vezes. O novo cartão estará disponível para pessoas físicas e pequenas e médias empresas, até mesmo revendedores de itens para construção. De acordo com o vice-presidente da Caixa, Fábio Lenza, o parcelamento em 24 vezes terá juros de 2,9% ao mês. "Mas, se as compras forem divididas em até três parcelas, não há cobrança de juros", informou. A Caixa vai oferecer o cartão para empresas que tenham faturamento anual de, no máxi-

mo, R$ 7 milhões. Os comerciantes podem solicitar o cartão nos revendedores da marca Tigre e os consumidores, em lojas de material de construção cadastradas pelo banco. Bradesco — O GBarbosa, quinto maior grupo de supermercados do Brasil, e o Bradesco, maior banco privado do País, firmaram uma parceria para gestão do cartão de crédito private label Credi-Hiper. O anúncio foi feito ontem, na sede da Associação Sergipana de Supermercados (Ases), em Aracaju. Os valores da transação não foram revelados. O contrato entre o GBarbosa e o Bradesco terá vigência de 10 anos. "Vamos operar em conjunto o cartão, dividindo os lucros e os riscos", disse o

presidente da rede de supermercados, Gerard Scheij. "Caberá ao Bradesco cuidar dos cartões, pois nossa especialidade são as vendas", disse o presidente do GBarbosa. O diretor-executivo do Bradesco, Paulo Isola, disse que a instituição tem 16,6 milhões de clientes, sendo 3,4 milhões na região Nordeste. "Pretendemos continuar expandindo nossos negócios na região, onde já temos uma rede de cerca de 500 agências, o que nos coloca com uma participação de 19% do sistema financeiro", afirmou. Essa é a segunda parceria firmada, neste ano, para gestão de private label no Nordeste pelo banco. A primeira foi com as Lojas Esplanada/Otochi. (DC/AE)

O

Senado Federal aprovou ontem a Medida Provisória 281, que isentou do pagamento do Imposto de Renda as aplicações de investidores estrangeiros em títulos públicos. O mercado financeiro estava apreensivo com a possibilidade de a MP não ser votada e perder a validade após o dia 14, o que poderia provocar, especialmente no momento atual de turbulência no mercado financeiro internacional, uma saída abrupta dos cerca de US$ 6,8 bilhões que entraram no País desde o início do ano motivados pelo benefício fiscal. Diante disso, a oposição, que estava inviabilizando a votação, fez acordo para votar o texto. A Medida Provisória 281 foi aprovada com 41 votos a favor e apenas 15 contrários, em um dos raros momentos de convergência entre oposição e situação no Senado. "A não aprovação (da MP) causaria prejuízos ao Brasil, pois transmitiria imagem de insegurança jurídica", afirmou o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM). (AE)


quinta-feira, 8 de junho de 2006

Congresso Planalto TSE CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 A verticalização em si é uma regra ruim, mas o PMDB já estava convivendo com ela. Eunício Oliveira (PMDB-PE)

PMDB AVALIA EVENTUAIS PREJUÍZOS

DECISÃO DO TSE SOBRE VERTICALIZAÇÃO RENOVA AS ESPERANÇAS DE PEDRO SIMON, QUÉRCIA E TEMER.

PMDB JÁ PENSA EM CANDIDATURA PRÓPRIA

O

presidente nacional do PMDB, Michel Temer, admitiu que a nova orientação do TSE –que impede partidos fora da campanha presidencial de se aliar nos Estados com siglas que apóiem os candidatos – pode mudar a política de alianças do partido, considerado o maior prejudicado pela decisão. Em entrevista à rádio CBN ele afirmou que é possível, até mesmo, que o PMDB venha a lançar candidato próprio a presidente da República. "É possível que mude o quadro. Aqueles que não queriam a candidatura própria, não queriam para fazer as alianças como bem entendessem nos estados. Agora, se estão proibidos, é claro que perde relevância ter ou não ter candidato à Presidência da República. Já achava que não era mais possível. Mas de ontem à noite pra cá, comecei a perceber uma movimentação no sentido de que é melhor ter candidato" , afirmou Temer. A decisão deve ser tomada em reunião da Executiva Nacional do partido, marcada para esta quarta-feira. "Vamos verificar que caminho vamos dar ao PMDB nacional", explicou Temer. O presidente do PMDB disse também que é possível que haja um retrocesso na política de alianças.

Ailton de Freitas/Ag. Globo

"Vamos ver qual é a reação dos Estados. Eles que vão se manifestar. Tenho a impressão de que a decisão do TSE vai modificar toda a equação do jogo. Alguns Estados trabalharam para não ter candidato tendo em vista as alianças que estavam sendo feitas. Se elas estão impedidas, talvez o lançamento à presidência da República possa até ajudar o candidato a governador". Contrariados – Temer admite que a mudança pode contrariar diretórios do partido. "Em Goiás e na Paraíba, são alianças que o PT tem com nossos candidatos ao governo do Estado. Já em Pernambuco, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Norte, o PSDB e o PFL estão aliados ao nossos candidatos". Diante do quadro adverso com o qual terá de lidar daqui para a frente, reservadamente alguns deputados do partido cogitaram até mesmo a hipótese de o partido voltar atrás em sua decisão de recusar a indicação de um nome como candidato a vice na chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A recusa ocorreu na noite de segunda-feira, durante um jantar com o presidente, tendo como justificativa justamente a não formalização de uma aliança com, o PT, para que os candidatos pudessem se coligar nos Estados.

Reunião de diversos parlamentares do PMDB, ontem, em Brasília, para discutir o futuro do partido nas eleições deste ano.

Vamos ver qual é a reação dos Estados. Eles que vão se manifestar. Tenho a impressão de que a decisão do TSE vai modificar toda a equação do jogo. Michel Temer, presidente do PMDB

Divergência– Já o deputado e ex-ministro Eunício Oliveira (PMDB-PE) discorda da análise de que seu partido seja o mais prejudicado pela decisão. Segundo ele, o PMDB já vinha convivendo com a verticalização e não haverá mudança significativa com a decisão do TSE. Eunício criticou a verticalização, afirmando que ela tenta criar os partidos nacionais, quando no Brasil eles são formados nos Estados. Na opinião dele, um dos efeitos imediatos da decisão de ontem do TSE é acabar com a prática do palanque duplo, em que um político apóia o

presidente Lula, por exemplo, mas sobe no palanque de um tucano nos Estados. "A verticalização em si é uma regra ruim, mas o PMDB já estava convivendo com ela. Ela cria o desejo de partido nacional quando na prática os partidos são regionais, mas essa é a lei e vamos cumpri-la. O TSE não fez nada mais do que pôr em prática a verticalização. A lei diz que os casados têm de se manter casados e não podem trair e que solteiros podem coligar com solteiros. Os partidos vão começar a pensar nas alianças nacionais", comentou. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 8 de junho de 2006

TURISMO - 3

Charme no cantão francês

Divulgação

O trio Lausanne, Montreux e Nyon marca o ponto alto da viagem por essa parte da Suíça, que inclui boas surpresas como o Museu Olímpico, relíquias do Império Romano, castelos, festivais de jazz e a famosa clínica de estética La Prairie Carla Aranha

Carla Aranha

Divulgação

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Em Montreux, o medieval Castelo de Chillon (foto maior) e a clínica La Prairie (acima) são imperdíveis. Na pequena Nyon (no alto), ruínas romanas se destacam na paisagem. Lausanne, por sua vez, gaba-se por ser a Sede do Comitê Olímpico, com direito a um museu sobre a história dos jogos

RAIO X COMO CHEGAR As empresas aéreas Sw i s s ( te l 0800-707-4750, www.swiss. com) e Varig (tel. 11/4003-7000, www.varig.com.br ) têm vôos diários para a Suíça partindo de São Paulo. Ida-e-volta SP-Zurique a partir de US$ 1.380 (Swiss) e US$ 1.494 (Varig). ONDE DORMIR Hotel de la Paix: Ave. BenjaminConstant, 5, Lausanne. Reservas p e l o s i t e w w w . h o t e l d e l apaix.net, ou pelo tel. (4121) 3107171. O hotel fica num prédio histórico, com vista para o Lago de Genebra, e no centro sofisticado de compras em Lausanne. Diárias para casal, com café da manhã, a partir de US$ 260. Hotel Interlaken: Höheweg, 74. Reservas pelo site www.interlakenhotel.ch ou pelo tel. (4133) 826-6868. No centro de Interlaken e a poucos metros da estação de trem, oferece um ótimo café da manhã com iogurtes variados, frutas e pães feitos no próprio hotel. Diárias para casal a partir de US$ 125 com café da manhã. Hotel Herstenstein: Her tensteinst r a s s e, 1 5 6 , We g g i s . R eservas pelo site www.hotelher tenstein.ch ou pelo tel. (4141) 390-1444. A meia hora de barco de Lucerna, é o local ideal para quem pretende descansar. Em meio à natureza, tem vista para o Lago dos Quatro Cantões. A piscina semi-olímpica é outro grande atrativo. Diárias para casal, com café da manhã, a partir de US$ 90. Hotel Glockenhof: Sihlstrasse, 31, Zurique. Reservas pelo site www.glockenhof.ch ou pelo tel. (4144) 225-9191. Hotel butique moderninho em Zurique, a poucos metros da maior avenida da cidade. Diárias para casal, com café, a partir de US$ 350. ONDE COMER Tibits: Banhhopfplatz, 10, Zurique. Ponto de encontro de jovens em Zurique, serve pratos vegetarianos como o macarrão ao molho de curry e pastéis de pimenta malagueta. Os sucos, como o de maçã e clorofila, são outro destaque. Bistrô Louis: Place de L'Europe, 9, Lausanne. Reúne a nata da juventude de Lausanne, com mui-

ta gente bonita circulando por seus vários ambientes. O tartare de atum e salmão ao creme de cenoura é famoso. Brasserie Le Leman: Rue de Rive, 28, Nyon. Com mesas ao ar livre e uma bela vista para o Lago de Genebra, serve um típico peixe da região, o perche, ao molho de limão. Wirtshaus Taube: Burgerstrasse, 3, Lucerna. Um dos mais tradicionais endereços do Lucerna, serve comida típica da região central do país, como sopa de aspargos e almôndegas de carne de porco envoltas em toucinho servidas com purê de batata. E tem vista para o rio.

o cantão francês da Suíça, onde ficam as cidades de Lausanne, Montreux e Nyon, entre outras, a vida flui feliz por vinhedos, castelos e festivais de música. Cada local tem o seu estilo próprio, e, como ficam vizinhos, é fácil conhecê-los em alguns dias. Sede do Comitê Olímpico Internacional, Lausanne é uma pequena cidade de 120 mil habitantes que abriga hotéis sofisticados e elegantes bairros à beira do Lago de Genebra, como Ouchy, onde os moradores locais vão passear aos domingos. Ouchy guarda também uma grande atração, o Museu Olímpico, com diversas ânforas gregas mostrando os primórdios dos jogos e diversas coleções de troféus e outros objetos que marcaram a história das Olimpíadas. Lausanne também é rica em arte. A Catedral Notre-Dame, no centro, é considerada uma

Divulgação

obra-prima em arquitetura gótica na Suíça. Erguida no século 13, revela colunas internas altíssimas, e vitrais que surpreendem pela sofisticada composição de cores. História – Essa parte do país, próxima à fronteira com a França, conquista também por sua história. Nyon, a 15 minutos de trem de Lausanne, encanta por seu passado romano. Fundada no ano 45 a.C pelo imperador Júlio César, a cidade ainda preserva restos de colunas, cerâmicas e máscaras romanas – grande parte dessas relíquias podem ser vistas no Museu Romano, no centro. Ao lado dele, uma estátua de Júlio César domina a paisagem. Outro tesouro de Nyon é seu castelo, que depois de seis anos fechado para restauração acaba de ser reaberto. Construído no século 12, pertenceu a importante família Savóia e possui uma fascinante coleção de porcelanas antigas.

Jazz – A 40 minutos dali, Montreux é outra dessa parte do país que tem charme de sobra. Ela é famosa pelo festival de jazz que celebra todos os anos, no mês de julho, com músicos do mundo todo – inclusive brasileiros como Gilberto Gil e Egberto Gismonti – e também pela espetacular paisagem. Debruçada sobre o Lago de Genebra, com parques e jardins que se cobrem de flores na primavera, Montreux sempre foi um dos destinos de férias preferidos da realeza européia. A imperadora Sissi, da Áustria, por exemplo, hospedava-se sempre no Grand-Hotel, até hoje um dos mais elegantes da Suíça, e gostava observar o lago a partir das janelas do Castelo de Chillon. O castelo, que fica sobre o lago, foi construído na Idade Média e está totalmente preservado. Foram conservados até alguns dos móveis usados séculos atrás, como camas, ca-

Nas alturas, em Interlaken Carla Aranha

PACOTES Quem leva: a Designer Tours (tel.11/2181-2900, www.designertours.com.br), a Agax tur (tel.11/3067-0900, www.agaxt u r. c o m . b r ) , e a F l o t ( t e l . 1 1 / 4 5 0 4 - 4 5 0 0 , www.flot.com.br). ONDE COMPRAR Em Zurique, n a B a h n o fstrasse, a rua de compras mais famosa de toda a Suíça, há lojas de grifes i n t e r n a c i onais, grandes magazines populares e estilistas locais. Em Lucerna, outra boa cidade para ver vitrine, o centro histórico, com ruas só para pedestres, reúne desde lojas populares, mas com artigos de qualidade, até grandes marcas de jóias e relógios. FAÇA AS MALAS Clima: na primavera, entre abril e junho, o tempo pode ser instável, com alguns dias de sol e outros nublados, mas é quando os campos ficam cheios de flores. No verão, as temperaturas chegam a 25ºC e ocorrem os festivais de música. O inverno é bom para quem gosta de neve, e, no outono, pode chover bastante. Quando ir: no final da primavera, quando os dias se firmam, ou no verão, época de pouca chuva. Só deixe para ir no inverno e no outono se você gosta muito de frio. Na internet: veja o site oficial do Escritório de Turismo da Suíça, www.MySwitzerland.com, com informações detalhadas e dicas sobre o país. No Brasil, o consulado da Suíça atende pelo tel. (11) 3372-8200.

A forma mais charmosa de chegar à cidade é com o trem panorâmico Golden Pass, que parte de Montreux. São três horas de viagem

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deiras e mesas, que hoje ajudam a recompor o antigo cotidiano dos nobres europeus. Montreux, no entanto, não vive só de história. A cidade, de apenas 21 mil habitantes, é muito conhecida também pelos tratamentos de beleza que proporciona, na sofisticada Clínica La Prairie (www.laprairie.ch). Fundada nos anos 30, ela costuma receber estrelas como o jogador Maradona e pessoas do jet set internacional que fazem questão de se manter no anonimato. Com apenas 59 quartos que são atendidos por um batalhão de 200 funcionários, ela oferece desde programas de revitalização da pele até cirurgias plásticas – muitas vezes contando com a consultoria do brasileiro Ivo Pitanguy. As janelas abrem para o lago, e, bem ao clima francês, o café da manhã pode ser servido na varanda, com pães caseiros e queijos da região. (C.A.)

abe aquelas típicas paisagens alpinas, com lindos campos cobertos de flores e montanhas altíssimas com neve eterna? Elas estão ao seu alcance na parte alemã da Suíça, principalmente em Interlaken, cidade a mais de 1.500 metros de altitude aos pés das montanhas Jungfrau (4.158 metros). Lá, os Alpes Suíços contrastam com verdes campos mais embaixo. Cachoeiras que caem a mais de mil metros e vilarejos com simpáticas casinhas de madeira conferem o toque final à paisagem. Bondinhos levam os visitantes bem perto das montanhas mais altas, com algumas paradas. Na última estação, a Schilthorn Piz Gloria, um restaurante giratório

oferece uma visão espetacular dos Alpes – e, o que é melhor, em um ambiente aquecido onde se serve chocolate quente. A maneira mais charmosa de se chegar até Interlaken é com o trem panorâmico Golden Pass, que parte de Montreux. É uma viagem de pouco mais de três horas, em que se sucedem vales, rios e campos floridos. Todo envidraçado nas laterais, o trem permite que se desfrute totalmente da paisagem. O percurso, feito com outros meios de transporte no passado, é um clássico na Europa desde o século 19, quando as montanhas de Interlaken foram descobertas para o turismo. Desde então, gente do mundo todo procura Interlaken para se surpreender com a vista de "filme de Hollywood". (C.A.)


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Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 8 de junho de 2006

LOJISTAS DISCUTEM VAREJO INTERNACIONAL

A China planejou seu longo prazo e por isso as coisas aconteceram. Ozíres Silva, ex-ministro

PARA AFIF DOMINGOS, PAÍS PRECISA PLANEJAR SEU FUTURO AGORA, OU SERÁ SEMPRE O PAÍS DO FUTURO

SÓ REFORMAS FARÃO PAÍS CRESCER Andrea Felizola/LUZ

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Brasil só vai se desenvolver econômica e socialmente se planejar agora seu futuro de longo prazo; se assumir um compromisso com regras que promovam o empreendedorismo; se reduzir a burocracia e se fizer as reformas política e da Previdência, para assegurar um Estado mais barato, capaz de investir o que arrecada para melhorar sua infra-estrutura, sobretudo, no ensino. Para que isso ocorra, a sociedade precisa se mobilizar e exigir mudanças, sob o risco de ver o tempo passar e o Brasil continuar sendo sempre o País do futuro. "O desafio é mobilizar todas as entidades para tentar imprimir novos rumos para o País", disse Guilherme Afif Domingos, presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), durante palestra no 6º Congresso Internacional de Varejo, promovido pela Associação Brasileira de Lojis-

tas de Shopping (Alshop). Até porque, argumentou Afif, as condições favoráveis no cenário internacional não vão durar para sempre. Portanto, acrescentou, mudar significa entender que são os empreendedores que promovem o desenvolvimento e não o Estado. "Este apenas pode criar condições para a expansão dos investimentos privados que geram empregos e renda." Afif acredita que está na hora de combater a causa dos juros altos e da carga tributária elevada. "Esse ajuste só virá com o corte de despesa no gasto público", enfatizou. Isso quer dizer, acrescentou, que uma agenda de modernização, com visão globalizante, passa também pela revisão do pacto federativo, para redefinir o papel da União, estados e municípios. Desbloqueio – Ozires Silva, ex-presidente da Embraer, Petrobras e ex-ministro de InfraEstrutura, concordou com a avaliação de Afif. O governo,

segundo Silva, precisa "desbloquear" a economia reduzindo a burocracia, simplificando impostos e a legislação que dificulta o desenvolvimento das empresas. "A China planejou seu longo prazo e por isso as coisas aconteceram", disse. Para o ex-ministro, esse planejamento poderá fazer a diferença para a mudança de patamar no desenvolvimento econômico e humano. Caso contrário, o País poderá continuar se "africanizando" – fenômeno de empobrecimento que vem ocorrendo na América Latina, ao contrário da Ásia, conforme estudo do Banco Mundial. O presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, Emerson Kapaz, acredita que essa mudança só virá com ação conjunta da sociedade pela retomada dos valores éticos. Para ele, a sociedade precisa resgatar valores éticos e morais, "sem o que não chegaremos a lugar algum". Sergio Leopoldo Rodrigues

Abril fraco para a pequena empresa O faturamento real das micros e pequenas empresas (MPEs) paulistas diminuiu em abril, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP). No período, a receita das MPEs atingiu R$ 18,3 bilhões, uma diminuição de R$ 1,7 bilhão

(queda de 8,5%) ante o faturamento de abril de 2005 e uma redução de R$ 934 milhões (menos 4,8%) sobre março de 2006. Segundo o Sebrae-SP, o resultado "ruim" foi motivado pelo "fator calendário", pois abril de 2006 teve apenas 18 dias

úteis, contra 20 dias em 2005. Apesar da queda no faturamento, as MPEs tiveram aumento nos gastos com salários de 7,1%, na comparação com abril de 2005. Em relação a março de 2006, também houve crescimento, porém menos expressivo, de 2,9%. (AE)

Afif, Kapaz e Nabil Sahyon, presidente da Alshop (a partir da esquerda): sociedade deve exigir mudanças

Prêmio para as melhores franquias

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Yázigi Internexus e o Empório Chiappetta f o r a m , re s p e c t i v amente, os ganhadores dos prêmios Melhor Franquia do Brasil 2006 e Melhor Rede Emergente, concedidos pela revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, na noite de terça-feira, em São Paulo. Outras 11 franquias foram premiadas em suas categorias. O setor de franquias faturou R$ 35 bilhões em 2005, 15% acima de 2004. Não por outro motivo, o Brasil é o terceiro país em número de franquias no mundo. Guilherme Afif Domingos, presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), entregou o prêmio para a rede Mc Donald´s, vencedora da categoria alimentação. Ele disse que, no mundo globalizado e competitivo, "a excelência e a ética podem fazer a diferença para o sucesso de um negócio". Afif enfatizou que o prêmio para as melhores franquias, já em sua terceira edição, é um estímulo para o esforço do empreendedor "ainda pouco reconhecido no Brasil". Para Afif, ainda não ficou claro que não é o voluntarismo

do Estado que vai gerar os empregos de que o Brasil precisa. "Porque o grande gerador de emprego e distribuidor de renda é o empreendedor que corre risco", afirmou Afif. Pioneirismo – O presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Artur Grynbaum, enfatizou a fala de Afif lembrando que o setor, que reúne atualmente quase mil franquias, com 60 mil postos de atendimento, é responsável pela geração de quase 600 mil empregos diretos e representa cerca de 2% do Pro-

duto Interno Bruto (PIB) brasileiro. "É um setor pioneiro, que tem ajudado no crescimento econômico do País", disse. Juan Ocerin, diretor-geral da Editora Globo, acrescentou que "as franquias são hoje um pólo dos mais dinâmicos da economia nacional". E a revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, segundo Ocerin, continuará investindo para o desenvolvimento do setor. O próximo passo será o lançamento de mais um produto: a publicação bimestral da revista "Seja Seu Patrão". (SLR)

Newton Santos/Hype

Nino Ritondi, do Mc Donald´s: melhor franquia em alimentação

Zara: sucesso no mundo e no Brasil

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os 6,7 bilhões de euros que o Grupo Inditex faturou em 2005, a Zara, uma de suas marcas, respondeu por 4,4 bilhões. É um sucesso que se renova desde 1975. Hoje, por meio de 875 lojas. O curioso é que a empresa não investe em publicidade para divulgar suas coleções. O segredo do sucesso é abastecer cada um dos pontos de venda com novidades duas vezes por semana, nos 64 países onde a marca está presente. "Nosso investimento em divulgação é zero, mas, na hora em que se dá ao cliente o que ele quer e se cria uma atmosfera de novidade chegando na loja, ele volta", justificou Pedro Janot, presidente da Zara Brasil. A trajetória de sucesso do Grupo Inditex, que tem na Zara sua principal marca, foi tema da exposição feita ontem pelo executivo durante o 6º Congresso Internacional de Varejo, realizado pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), no ITM Expo. O Grupo Inditex atua no mundo da moda com marcas como Bershka, Massino Dutti, Pull and Bear, Stradivarius, Kiddy´s Class, Oysho e, desde 2003, também com a Zara Home, de artigos para o lar. "São cadeias independentes, que brigam entre si pelo mercado", disse Janot. Juntas, elas somam perto de 2,7 mil pontos de venda espalhados pelo mundo. Segundo Janot, o grupo do-

brou de tamanho nos últimos cinco anos e deverá repetir a performance nos próximos cinco. O pano de fundo do sucesso, disse o executivo, foi fazer a loja se tornar o lugar onde, efetivamente, tudo acontece. "O cliente é o coração do negócio. Mas isso não pode ser só uma frase de efeito." O executivo disse que no Inditex não existe nível hierárquico e que todos estão voltados para a loja. É essa convergência, com uma forte comunicação junto à matriz, que permite aos gerentes pedir e receber, duas vezes por semana, as novidades já esperadas pela clientela. O sucesso da logística, com produção e distribuição operando "just in time" inclui, ainda, estabelecer parcerias. O grupo produz mais de 60% das coleções que vende e também se abastece por intermédio de terceiros em 50 paí-

ses, incluindo o Brasil, onde a empresa mantém um armazém para atender países como Argentina, Chile, o próprio Brasil e Uruguai. Verde e amarelo – A Zara é a única das bandeiras do Inditex presente no Brasil. Até o final deste ano deverão ser 18 pontos de venda. Para Janot, há potencial para se chegar a 40. Como ocorreu em outros mercados, também aqui a Zara chegou como marca de abertura para os outros negócios. Janot acredita que a tendência, "pelo rumo macroeconômico", é que as outras bandeiras também cheguem ao País. "Só não posso dizer quando." Fátima Lourenço

SERVIÇO 6º Congresso Internacional de Varejo, de 7 a 10 de junho, no ITM Expo.

Divulgação Grupo Inditex

Confecção da grife espanhola Zara sendo preparada para exportação


Ano 81 - Nº 22.144

São Paulo, quinta-feira 8 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Bancos condenados ao CDC

Edição concluída às 23h55

Economia/1

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Steve Kropp/Corbis

Escalada mais vertical

para as

eleições O cenário político está totalmente mudado com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de radicalizar a verticalização. A escalada ao poder amparada em coligações partidárias tem agora pela frente um paredão liso dividindo os partidos em dois: com ou sem-presidente. Os sem-presidente não podem mais se aliar aos com-presidente nos estados. A reviravolta desabrigou todos os partidos. Reina o caos. E o TSE já foi bombardeado por várias consultas. Lula pode ganhar o PMDB; enquanto Alckmin pode perder o PFL. Veja os cenários, depois que o TSE verticalizou. Páginas 4 e 5

SELVAGERIA PLANEJADA

Fotos: Lula Marques/Folha Imagem

Fita de vídeo apreendida com integrante do Movimento de Libertação dos Sem-Terra mostra que invasão à Câmara foi ensaiada em detalhes. Política 3 Carla Aranha

Antonio Scorza/AFP

Alexandra Winkler/Reuters

Nélio Rodrigues/1º Plano

Um passeio por duas Suíças

Web namoro, lucro certo

Conheça o país dividido entre tradição alemã e charme francês, como o de Lausanne (foto). Boa Viagem

Site une Adriane e Santiago (foto). Na Europa, fatura é de 232 milhões de euros em 2005. Eco/ 7 e 8

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 12º C.

DC

HOJE Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 15º C.

Parreira diz Raica, outro que é hora da fenômeno na lapidação passarela Seleção mais entrosada, em dia de festa dos 36 anos do capitão Cafu. Página 12

Namorada do fenômeno Ronaldo faz gol de grife e encanta os alemães. Em Munique. Página 12

www.finanfactor.com Pabx (11)

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 8 de junho de 2006

LAZER

A COPA É DOS VIAJANTES Estar em um estádio alemão pode não fazer falta durante a Copa do Mundo. Brasil afora, haverá divertidas opções para ver e entrar no clima dos jogos de futebol do Mundial. Hotéis, restaurantes e bares estão preparando shows, gincanas e promoções para atrair os torcedores que ficarão no País este mês. No Rio de Janeiro, por exemplo, um restaurante oferecerá pizzas com sabores inspirados na culinária dos adversários do Brasil na primeira fase. No Nordeste, resorts estão criando competições e descontos para os hóspedes. E em São Paulo, a Philips montou uma mega estrutura no Jockey Club e garante que a festa promovida durante o campeonato será o maior evento fora da Alemanha. Veja abaixo algumas opções criativas e escolha o seu lugar na torcida Fotos: Divulgação

Um mega evento na cidade Um telão de 120 m² está sendo montado no Jockey Club de São Paulo, onde os torcedores poderão ver os jogos em um espaço de 6.200 m². Tudo bastante grandioso. Tanto que os organizadores apostam que se trata do maior evento da Copa fora da Alemanha. Para garantir a animação do público, mesmo com o Brasil ganhando ou não, diversos outros espaços estão sendo criados e haverá também shows de DJs e bandas, como Kid Abelha e Barão Vermelho. Informações pelo tel. (11) 2163-2000, www. philips.com.br/viladacopa.

Ao lado de um Almanaque craque da das Copas seleção para ler no vôo Quem estiver hospedado no hotel The Royal Palm Plaza, em Campinas, durante o dia 18 de junho poderá comentar o jogo entre Brasil e Austrália com um ex-jogador da seleção verde-amarela. Estará lá participando de um churrasco o centroavante conhecido como Careca, que participou da Copa de 1986 e jogou em times como o Guarani, São Paulo e Napoli. Informações pelos tels. (19) 3738-8002 ou 0800/12908, site www.theroyal.com.br.

No clima do futebol, a TAM vai presentear todos os passageiros dos vôos domésticos com o "Almanaque TAM das Copas do Mundo" – com a história dos Mundiais desde sua primeira edição, em 1930, e as tabelas dos jogos deste ano. São 100 mil exemplares que serão distribuídos até o dia 30 deste mês. Os encostos de cabeça das poltronas também serão personalizados com motivos da Copa. Site www.tam.com.br.

Adversários no papo Croácia, Austrália e Japão serão devorados pelos brasileiros durante a Copa. Pelo menos será assim com certeza entre os cariocas e os que visitarem o Rio de Janeiro durante o campeonato. E a degustação será em forma de pizza. É que a Eccellenza Pizzaria, na Cidade Maravilhosa, está lançando este mês pizzas com sabores baseados na culinária dos países adversários do Brasil na primeira etapa do Mundial. Informações pelo tel. (21) 2535-0591.

Aposta na diversão Um bolão de apostas deverá animar o pessoal que estiver no Beach Park, em Fortaleza, durante a Copa. Os hóspedes do resort também poderão participar de jogos, gincanas, oficinas em que serão confeccionadas bandeiras e peça teatral, cujo tema será futebol. Informações pelo tel. (85) 4012-3000, site www.beachpark.com.br.

Já o Hotel Sonesta São Paulo Ibirapuera escalou o Ronaldo Fenômeno para recepcionar seus clientes. Durante o período da Copa, todos os funcionários estarão caracterizados do craque do Real Madrid. Informações pelo tel. (11) 2164-6000, site www.sonesta.com/saopaulo/

Torcendo pelo ataque Para os hóspedes do Barra do Piuva Porto Hotel, em Ilhabela, não basta o Brasil vencer os jogos da Copa do Mundo. A seleção tem de ganhar de goleada. Isto porque cada gol do Brasil vale 5% de desconto sobre o valor da diária dos hóspedes e serão comemorados com taças de prosecco. Informações pelo tel. (12) 3894-9415, site www.barradopiuva.com.br.

Conexão BahiaAlemanha O resort Breezes Costa do Sauípe, na Bahia, montou uma tenda onde os hóspedes poderão acompanhar a Copa de um telão de 200 polegadas, assistir a shows ao vivo e participar de uma série de atividades. A programação especial inclui concurso de narrador esportivo, festas e bufês temáticos. Ao chegarem, os visitantes serão convidados a depositarem em uma urna um papel com o nome do país que deve ganhar o mundial. Depois da final, o primeiro sorteado que acertar o palpite será premiado com sete diárias de hospedagem com direito a acompanhante. Informações pelo tel. 0800/7043210, site www.superclubs.com.br.

Bolas de chocolate a bordo Quatro a três Quem fechar um pacote com três noites durante o período da Copa no Txai Resort ganha a quarta noite grátis. Esta foi a maneira de o resort localizado na praia de Itacarezinho, na Bahia, atrair hóspedes torcedores que poderão também assistir aos jogos com rodadas de caipirinhas e petiscos. Informações pelo tel. (73) 2101-5000, site www.txai.com.br.

Chocolate e futebol é a combinação que a Lufthansa achou mais apropriada para distrair os que embarcarem nos vôos da companhia durante a Copa do Mundo. No período, os passageiros vão ganhar bombons em forma de bola de futebol, tabletes de chocolate da Copa, bombons do maior evento do futebol com estampa de gol e barras de chocolate holográficas. Além disso, serão distribuídas 2,7 milhões de alfinetes futebolísticos. Site www.lufthansa.com.br.

Se a empresa não vai até a Copa... O InterContinental São Paulo preparou um pacote para as empresas que querem reunir seus funcionários para assistir aos jogos da Copa. Há duas opções. A primeira é leva-los para ver as partidas no hotel, onde será montada uma sala com telão, decoração especial e haverá drinques inspirados nos países participantes do Mundial. A outra é a de criar um ambiente especial dentro da própria empresa, também com decoração temática, telões, além de apitos, bandeirinhas e balões verdes e amarelos. Informações pelo tel. (11) 3179-2600.

A seleção de recepcionistas Aparentemente, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Adriano e Robinho serão anfitriões do Aguativa Golf Resort durante a Copa do Mundo. Isso porque os hóspedes que chegarem ao resort do Paraná serão recepcionados pela Seleção Canarinho "Cover". Para os horários de jogos, foi montado um telão no restaurante panorâmico, onde haverá chope à vontade. Informações e reservas pelo tel. (43) 3520-7000, site www.aguativa.com.br.

Com nova administração, o WTC Hotel promete surpresas Divulgação/Panrotas

Sua mala nas mãos do Ronaldinho

O complexo WTC ganhou um grande espaço para eventos e um hotel renovado

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á mudanças na hotelaria da região da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na zona sul de São Paulo, importante pólo empresarial da cidade. Saiu a rede espanhola Sol Meliá do então Gran Meliá WTC São Paulo, que gerenciava há quase 11 anos o empreendimento, e "nasceu" o independente WTC Hotel. Não foi apenas uma troca de nome. Muitas mudanças estão a caminho sob a batuta do novo gerente-geral Manuel Hierro, e do presidente do WTC São Paulo, Gilberto Bomeny. "Ainda que a conjuntura tenha mudado, pretendemos voltar a ser o que éramos há uma década", afirmou Bomeny, recordando o pioneirismo na hotelaria que o empreendimento marcou quando inaugurado em 1995. Nesse sentido, a unidade já põe em prática alguns projetos que estão dentro de um investimento de R$ 50 milhões. O complexo, que reúne o hotel, o shopping D&D e a torre de escritórios WTC São Paulo, ganha neste mês um novo e grande espaço para os mais variados eventos. É o WTC Golden Room, que poderá receber, por exemplo, um jantar para até 3 mil pessoas. Na área comercial e de marketing, a nova postura do WTC Hotel será "de forma intensa", enfatiza o gerente-geral. "Vamos fazer apresentações em algumas cidades, estaremos com estande próprio nas feiras Lacime, Abav e

Gramado e em outras em estandes cooperados. Já nomeamos alguns representantes em diversas cidades e firmamos parcerias comerciais com outros hotéis independentes nacionais do mesmo nível", enumera. Compromisso – No exterior, o hotel firmou acordos comerciais com cinco unidades da chiquérrima rede Kempinski – todas situadas na Alemanha. "Eles vão indicar o WTC Hotel para seus clientes que viajarão a São Paulo e viceversa", explica Bomeny. Na área operacional Hierro tem como meta transformar o empreendimento no "hotel onde tudo acontece em São Paulo". "Nosso compromisso é com a sobriedade, a qualidade, o atendimento personalizado e ágil e o alto padrão nos serviços e na infra-estrutura", descreve o gerente-geral. "Por exemplo, o nosso hóspede pode jantar em um dos 20 restaurantes do D&D e a conta vai estar na fatura do hotel." Na área de RH, que recebe elogios dele, grande parte dos antigos colaboradores da Sol Meliá foi absorvida pela nova administração. "O pessoal está feliz com os novos desafios e vamos continuar investindo em treinamentos", finaliza. WTC Hotel, site www.wtchotel.com.br. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 No Brasil, sites de relacionamento na internet reúnem público na faixa etária entre 36 e 45 anos.

BRITÂNICOS DEVEM INVESTIR 63 MILHÕES DE EUROS

Marcelo Côrrea/1000 Palavras

Namoro pela web dá lucro para sites de relacionamento Só na Europa, sites deverão faturar 232 milhões de euros neste ano dendo das ferramentas oferecidas. A diferença é que, ao pagar, o internauta tem mais segurança nos dados apresentados, além de oferecer foto para saber quem está do outro lado da tela. Segundo o psicólogo Mauro Godoy, o único desafio é saber se a pessoa está falando a verdade ou não. "Lembre-se que esse também é o risco que se corre quando está num bar, danceteria, no shopping ou num show." Seleção – Godoy acompanha essa tendência, já estudou o segmento e conta que os sites de relacionamentos nos EUA são mais comuns, não sofrem preconceitos. "Por causa das leis rígidas de assédio, eles conhecem uma pessoa pela internet, se comunicam antes, pesquisam o perfil, cultura e comportamento para depois partir para o encontro pessoal." Dessa forma, o indivíduo passa a ser mais seletivo e sai somente com quem interessa. Se houver mágoas ou desentendimentos, não precisa seguir adiante nem ter sofrimentos amorosos pela separação, pois basta desligar o micro. O psicólogo chama a atenção para as expectativas criadas: "Quando você não conhece uma pessoa, cria um modelo do jeito que gostaria que fosse. Por causa da projeção, pode haver decepção. Procure não criar personagens e deixar as

coisas ocorrerem sem esperar nada da outra pessoa". Opções – Ao digitar "sites de relacionamentos" no Google, o internauta encontra uma lista extensa de opções. O importante é checar quais sites são idôneos para colocar seus dados pessoais. A Agência de Namoro (www.agenciadenamoro. co m) nasceu há quase dez anos de um modelo de agência de casamento da Rússia. A webdesigner e idealizadora do projeto, Silvia Moreira, conta que a empresa tem hoje cerca de 5 mil clientes entre brasileiros e estrangeiros. São geralmente pessoas de 36 a 45 anos da classe A e B, solteiros ou divorciados. Além dos namoros bemsucedidos, Silvia tem o conhecimento de 12 casamentos concretizados: "Nem todos os clientes nos enviam relatos sobre namoros e casamentos após a exclusão do perfil da agência." O Xavecando (www.x av encando.com.br), há três anos online, nasceu com a proposta de oferecer mais um meio de relacionamento amoroso para a população virtual. Com sede em Santa Catarina, o site dispõe de aproximadamente 1 milhão de perfis – 60% homens e 40% mulheres. Segundo o di-

A webdesigner Silvia Moreira, da Agência de Namoro, conta que a empresa tem 5 mil clientes.

retor do site, José Alberto, 50% estão na região Sudeste, 25% região Sul e 25% nas demais regiões. Para garantir a segurança dos internautas, Alberto conta que não deixa publicar email pessoal, endereço, telefone ou nome completo no perfil: "Isso para que os inscritos não corram o risco de ter suas vidas e intimidade vasculhadas e informações utilizadas por bandido, como tem ocorrido no Orkut. Temos inclusive funcionários responsáveis por controlar os conteúdos das frases de apresentação para que tais dados não sejam publicados. Informações mais íntimas devem ser dadas apenas depois de alguns contatos feitos por meio do site". A Agência Golden Years

(www.goldenyears.com.br), com 11 anos de experiência, trabalha de uma forma mais personalizada com os cadastros dos clientes. Funciona da seguinte maneira: o cliente acessa, faz o cadastro e o site entra em contato para confirmar os dados, pretensão e acertar pagamento da taxa anual de R$ 800. O cruzamento dos perfis é feito um por um, analisando caso a caso. Com esse método, a diretora do Golden Years, Marlene Heuser, já concretizou mais de 700 uniões. Para quem busca amores estrangeiros, a oportunidade pode estar no Brazil Flirt (www.brazil-flirt.com) e Sonho de Brasil (w w w.s o n h o - d e- b r asil.com). Patrícia TTeixeira

Factoring

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oucas pessoas acreditam no amor à primeira vista e, na era tecnológica, é mais comum falar de "paixão à primeira teclada". Os primeiros amores virtuais surgiram há dez anos, quando a internet começou a se difundir pela população. A curiosidade pela comunicação global levou milhares de pessoas a ficar em frente ao micro conversando via mensageiros. O ICQ foi um dos mais famosos. Outras formas de comunicação online também chegaram para aproximar casais, como as salas de bate-papo, MSN, Orkut, blogs e sites de relacionamento. Não se sabe ao certo quantas pessoas se relacionam pela internet, mas grandes investimentos são voltados para esse segmento. De acordo com uma pesquisa recente da Júpiter Research, as páginas da internet que fazem negócio juntando casais de internautas solitários deverão faturar 232 milhões de euros neste ano na Europa, o que ultrapassa 43% o valor registrado em 2005, de 160,4 milhões de euros. Os britânicos são os que mais apostam no setor e devem investir perto de 63 milhões de euros em 2006. Quando se trata de sites de relacionamentos, há opções gratuitas e versões pagas, de onde vem o faturamento do setor. No Brasil, os valores variam de R$ 9,90 a R$ 60, depen-

O que é Factoring?

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quinta-feira, 8 de junho de 2006

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Cidades GAMBIARRAS DA CET AGRIDEM CET já informou que as instalações aéreas eram provisórias, mas nenhuma medida foi tomada para eliminar os fios pendurados.

A PAISAGEM DO CENTRO

Ó RBITA Rubens Cavallari/Folha Imagem

Pendurado no topo de cabines e semáforos, um sistema aéreo de cabos elétricos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) contribui para aumentar a poluição visual na área central da cidade. Para o superintendente-geral da Associação Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida, trata-se de “gambiarra". Pedido de providência foi encaminhado terçafeira pela ONG não apenas à CET, mas à Secretaria de Transportes e ao prefeito Gilberto Kassab. Fotos de Milton Mansilha/Luz

Fernando Vieira

GCM PÁRA 24 HORAS s guardas-civis metropolitanos entraram ontem, às 15h, em estado de greve. Hoje eles realizam uma paralisação de advertência de 24 horas. O sindicato da categoria promoveu uma manifestação (foto) em frente à Câmara, na região central. Entre outras questões, os guardas-civis reivindicam a saída do coronel Alberto Silveira, que coordena a GCM. O pedido deve-se a uma entrevista dada por ele, na sexta-feira, para uma rádio de São Paulo, dizendo que a GCM não tem poder polícia e não tem competência para zelar pela população. Eles querem melhorias das condições de trabalho e mudanças em projeto do prefeito Gilberto Kassab que determina as atribuições da corporação. (Agências)

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RICHTHOFEN desembargador José Damião Pinheiro Machado Cogan, da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou ontem o pedido de suspensão do processo em que Suzane von Richthofen é acusada de ter participado da morte dos pais. O pedido foi movido pelo advogado Pedro José Sperandio Cano Galhardo, que nem conhece Suzane. Ele alegava que a jovem é inimputável, ou seja, que ela não poderia ser responsabilizada pelos crimes que cometeu porque sofre de um tipo de deficiência mental, a oligofrenia. Suzane volta a júri em 17 de julho e ontem foi determinado que não haverá novo sorteio para quem quer assistir o julgamento. Por isso, quem foi ao tribunal dia 5, deverá manter sua senha para voltar no dia 17. (Agências)

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PIMENTA NEVES s desembargadores da 10ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo negaram ontem o pedido de prisão apresentado pelo Ministério Público contra o jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, condenado em maio a 19 anos, dois meses e 12 dias de prisão em regime fechado pela morte da ex-namorada – a também jornalista Sandra Gomide –, mas obteve o direito de recorrer em liberdade. No dia 11 de maio, a promotoria entrou com dois mandados de segurança pedindo a prisão do jornalista. Os pedidos foram movidos pelo promotor Carlos Sérgio Rodrigues Horta Filho e pelo assistente de acusação, Sergei Cobra Arbex. (Agências)

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a contramão das iniciativas de revitalização do Centro, cujo mote é a boa qualidade da paisagem urbana, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) engrossa os casos de poluição visual. Pendurado no topo de suas cabines e semáforos, estende-se um sistema aéreo de fios, responsável pela alimentação dos equipamentos. Para o superintendente-geral da Associação Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida, trata-se de "gambiarras que agridem a paisagem do Centro", onde, ao contrário do que ocorre em outros bairros da capital, as fiações elétrica, telefônica e de fibras óticas já são subterrâneas. "Os cabos expostos são resultado da busca pelo mais fácil no momento da instalação. E provocam uma poluição visual dupla, porque, além dos fios, são colocados há postes em excesso", critica. Um mapeamento realizado pela entidade indica os pontos onde as gambiarras se concentram. Um dos principais é o cruzamento da rua Boa Vista com São Bento, onde a fiação, muito baixa, corre o risco de ser arrancada por algum veículo maior, por exemplo um caminhão dos bombeiros. Na esquina da rua Líbero Badaró com a avenida São João, junto ao acesso ao vale do Anhangabaú, um emaranhado de fios. No local contam-se pelo menos 12 postes, entre suportes para cabos, sinalização de trânsito, iluminação, lixeiras e outros sem qualquer serventia. "Quem chega vai colocando seus equipamentos da forma que deseja", disse Ramos de Almeida. Em resposta a uma reclamação enviada pela Viva o Centro, a CET informou que as instalações aéreas eram provisórias. No entanto, nenhuma medida foi tomada no sentido de eliminar os fios pendurados. Exemplo disso é que as obras de recapeamento nas ruas Boa Vista e Líbero Badaró foram concluídas recentemente sem que uma estrutura de dutos subterrâneos fosse preparada para abrigar a fiação. Portanto, caso venha agora a promover o enterramento, será necessário abrir um buraco no asfalto novo. A eliminação dos cabos expostos não se restringe ao Centro. Trata-se de uma tendência expressa nos projetos de revitalização voltados para toda a cidade. Corresponde à parte mais cara desse tipo de obra. De acordo com dados da Secretaria de Serviços, apenas 15% da fiação elétrica da capital é subterrânea, incluindo a região central. Um relatório completo, com o mapeamento das gambiarras, foi encaminhado na última terça-feira pela Associação Viva o Centro à Subprefeitura da Sé e à CET, com cópia para a Secretaria de Transportes e para o prefeito Gilberto Kassab. Nele, um pedido de providências. A reportagem do Diário do Comércio procurou ontem a CET, mas sua assessoria de imprensa não retornou o contato até o fechamento desta edição.

Problema de fiação exposta se repete na Boa Vista

Fiação em cabine da CET no vale do Anhangabaú

Em frente à Prefeitura, fios em semáforos

Cabos expostos são resultado da busca pelo mais fácil. Marco Antonio Ramos de Almeida, da Associação Viva o Centro

Cabos da CET aumentam a poluição visual no Centro


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Ambiente Compor tamento Saúde Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

EM 2004, FORAM 17 MIL CONSULTAS E 4.880 CIRURGIAS

NA USP, BICHOS TÊM TRATAMENTO DE GENTE GRANDE

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Atendemos pacientes de municípios vizinhos e de outros estados. Vera Fortunato Wirthl, diretora-técnica do Hovet

Eletrocardiogramas, ecocardiogramas, sinusite, tumores e hérnias de disco. Exames e doenças tão comuns aos seres humanos são diagnosticadas e tratadas diariamente no Hospital Veterinário da USP. Pelas mãos de especialistas passam cães, gatos, papagaios, carneiros e uma dezena de outros bichos trazidos por seus preocupados donos. Por dia são mais de 100 atendimentos.

Fotos: Patrícia Cruz/Luz

Kelly Ferreira

D

inka, uma boxer de 7 anos, faz eletrocardiograma antes de uma cirurgia oftalmológica. O pastor alemão Max, de 10 anos, passa por um ecocardiograma para saber o que está acontecendo com o seu coração. O carneiro da raça White Dorper está internado, tratando sua sinusite. Já Linda, um papagaio-fêmea de 20 anos, espera atendimento médico por causa de um tumor. Estes são alguns dos casos que passam diariamente pelo atendimento de médicos-veterinários especialistas do Hospital Veterinário (Hovet) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da cidade. Por dia, são cerca de 100 atendimentos. Em 2004, foram quase 17 mil consultas, 4.880 cirurgias e mais de 60 mil exames. Até o primeiro semestre deste ano, já foram realizados 22 mil exames, 2.600 cirurgias e 8.900 novas consultas. Carminda Pádua Camargo, proprietária de Dundun, um basset dachshund de 7 anos, também se sente sócia do Hovet. Portador de uma hérnia de disco, Dundun começa a ter dificuldades para andar. O problema foi descoberto em novembro e desde então Carminda visita quase todas as semanas o hospital. "O atendimento é excelente. Ele já fez transfusão de sangue e de plaquetas e teve indicação para iniciar acupuntura. Estou animada com os resultados", disse. A procura pelos serviços do hospital, que inclui exames clínicos, ultra-som, ecocardiograma, eletrocardiograma, raio X e cirurgia é muito grande e não está limitado apenas à comunidade dos bairros próximos à USP. Diariamente, moradores da capital, interior e até de outros estados trazem seus animais de estimação ao Hovet. "Freqüentemente, atendemos pacientes (animais) de municípios vizinhos e de outros estados, como Minas Gerais e Paraná", disse a médica veterinária e diretora-técnica do Hovet, Vera Fortunato Wirthl. Estela Faltus, moradora de um sítio em Nazaré Paulista (SP), há 25 anos traz seus animais para serem tratados no Hovet. "Sempre tive muitos animais e todos, quando estavam com algum problema, foram tratados aqui. Já sou velha conhecida dos médicos", disse. O hospital conta com o apoio de 20 veterinários, além de professores, alunos e médicos-veterinários residentes. No Hovet também há profissionais especializados em ginecologia e obstetrícia, clínica de aves, eqüinos, bovinos e de pequenos ruminantes, e inseminação artificial. De acordo com Vera, 80% dos casos atendidos são de cães e gatos. "Já tivemos situações inusitadas, como um urso, um chimpanzé e uma jaguatirica do Parque Zoológico e uma cobra do Instituto Butantan. Claro que não atendemos esses animais, mas, na época, auxiliamos os veterinários daquelas instituições na execução de alguns exames", disse. Aves – A dinâmica no atendimento diário na clínica de pequenos animais é parecida com a de aves. Por dia, de acordo com a médica-veterinária responsável pelo setor, Marta Brito Guimarães, são atendidos 12 animais, de beija-flor a avestruz. Os casos são diversos, desde simples problemas intestinais a obstruções por conta de

O pastor alemão Max, de 10 anos, faz ecocardiograma acompanhado de seu dono, Renato (de vermelho)

Veterinária Marta examina arara da espécie militar

COMO SER ATENDIDO I Ao chegar, retire uma senha amarela em ca-

Cabritos também recebem atendimento no Hovet

Veterinários analisam radiografias de animais

Maria e seu poodle Bob, que quebrou a perna

O vira-latas Saddam espera para ser atendido

objetos engolidos. "É comum aves, principalmente filhotes de papagaios, engolirem os tubos de borracha por onde recebem alimentação. Nesse caso, é preciso fazer uma endoscopia para retirar o objeto", disse a médica-veterinária Silvana Maria Unreeh, do serviço de Diagnóstico por Imagem. Internações – Por enquanto, somente animais de grande porte, como vacas, bois, cavalos,

ovelhas e cabritos podem permanecer internados durante o tratamento. É o caso de uma ovelha da raça White Dorper, que foi tratada de sinusite. Segundo Vera Fortunato, o sonho de estender por 24 horas o atendimento de pequenos animais não está descartado. Ao chegar ao Hovet, os animais de pequeno porte passam por uma triagem para detecção de seu problema. Em casos de emergência, o atendimento é ime-

sos de cirurgia e oftalmologia ou azul, em caso de clínica médica, dermatologia, cardiologia e obstetrícia; I Depois de passar pela triagem, o proprietário do animal deve pagar a taxa de consulta, no valor de R$ 25. Taxas de exames laboratoriais, radiográficos e eletrocardiográficos, cirurgia, medicamentos e anestésicos utilizados são cobradas separadamente; I O agendamento da consulta poderá ser feito para o mesmo dia ou não. Tudo vai depender da gravidade do caso e do número de atendimentos marcados; I Após ser atendido, o animal receberá uma carteirinha e terá um prontuário; I Atendimentos: pronto atendimento médico, clínica médica, cirurgia, oftalmologia, obstetrícia, cardiologia, laboratório clínico, diagnóstico por imagem e dermatologia; I Casos não atendidos no Hovet: bicheiras, bernes e bichos-de-pé; tártaro, fratura e fístula dentária; tumores de mama; verminose, cinomose, traqueobronquite (tosse); acompanhamento de gestação (pré-natal); vacinação; exames complementares solicitados por clínicos autônomos e atendimento de animais silvestres (exceto casos obstétricos) e de laboratório. (KF)

diato. Já os casos de rotina precisam ser agendados. Assim que passa pela consulta, o animal recebe uma carteirinha e um prontuário no qual são anotados os procedimentos e retornos. A triagem é feita diariamente, de segunda a sexta, das 8h às 14h. O tempo de internação varia de acordo com a doença diagnosticada. Nesse período, o animal recebe alimentação balanceada, fornecida pelo hospital.


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Tr i b u t o s Finanças Empresas Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Para quem está só, sites e agências de relacionamento podem ser opção para encontros

CANDIDATOS QUEREM FUGIR DE AVENTURAS

Nélio Rodrigues/1º Plano

Agências matrimoniais: amor e negócios Candidatos investem em relacionamentos e fazem a festa das empresas do setor

P

Denise Adams/AFG

essoas que ao altar. Graças a uma b u s c a m equipe de 13 psicóloagências gos, a diretora da emm a t r i m opresa, Ioná Schechter, niais querem confiaconta que o processo bilidade, são bem-sufica mais personalizacedidas e não estão do até chegar à pessoa dispostas a aventuque mais se identifica ras. Assim, essas emcom a outra: "O psicópresas representam a logo ajuda a controlar forma mais segura de os sentimentos e anarrumar um parceiro siedade diante um recom os mesmos objelacionamento". Com 2 tivos. Com o acompamil cadastrados e 15 nhamento profissionovas visitas feitas por nal, não há mentiras, dia, Ioná conta que nem curtidores de 70% se dão bem no priuma única noite. meiro ano e 30% perSegundo a psicólomanecem juntos no sega da Abba Matrimôgundo. nios, Daisy Maria Segurança - A difeFrança Baganha, pesrença entre outras emsoas que a procuram presas do gênero é buscam confiabilidaque não se pode ver as de. Geralmente, safotos dos cadastrabem o que querem, dos. Difícil, mas a teotêm nível superior, É preciso controlar a ansiedade, diz a psicóloga Ioná ria de Ioná é que "você ocupam altos cargos e n ã o d e v e p ro c u r a r não estão dispostas a aventu- para uma agência. Em dois uma pessoa bonita e sim de ras. "Na noite, como você não meses, conheceu o atual mari- bom caráter". Outro grande sabe quem é quem, as pessoas do. "Nos falamos por 15 dias e, destaque da Lunch for Two é têm receio de se envolver." após nos conhecermos pes- que a agência investiga a idoPor questão de segurança, soalmente, demoramos mais neidade do cadastrado, se há Daisy garante que 90% dos ho- de um mês para nos beijar. passagem pela polícia, Serasa mens e 50 % das mulheres ca- Queríamos ter certeza de tudo. ou cartório: "Temos de garandastrados saem com um rela- Em seis meses, eu já estava ca- tir o mínimo de segurança de cionamento. Funciona da se- sada." Passados quatro anos quem nos contrata." guinte maneira: a pessoa passa juntos, eles têm dois filhos. Ela A agência Table for Six tem a por uma entrevista e o cadastro aconselha: não se pode ter proposta de oferecer novas é feito com o acompanhamen- pressa e a seleção, junto com a opções de amizades. Pagando to da própria psicóloga, pois "o intuição, é importante para en- uma anuidade, os sócios parque o indivíduo descreve pode contrar a pessoa certa. ticipam de jantares ou shows não corresponder totalmente à A dentista Priscila Muniz, 46 em companhia de similares. A realidade". Depois, Daisy cru- anos, também buscou ajuda da gerente da empresa, Adriana za os dados dos entrevistados Abba Matrimônios para en- Lopes Taromaru, une grupos e seleciona os mais parecidos. contrar um casamento. Divor- de dez pessoas, geralmente A pessoa coloca em ordem de ciada, ela procurava uma pes- cinco de cada sexo. "Em gruquem mais gostou e o preten- soa que gostasse de fazer as pos menores, todos consedente também fica sabendo mesmas coisas: "Ele também é guem conversar. Com várias que foi escolhido. De comum divorciado e estava disposto a pessoas, não há o costumeiro acordo, os primeiros contatos ser feliz". Depois de um ano constrangimento de estar casão por telefone e depois pes- juntos, devem casar-se em, pe- ra-a-caracom alguém que não soalmente. se conhece." Em cinco anos de lo menos, dois meses. Sem pressa - Aos 28 anos, A agência Lunch for Two existência, o Table for Six já cansada das investidas, Júlia trabalha de maneira um pouco conduziu quatro casais ao alMoreira queria encontrar um diferente: organiza almoços mejado matrimônio. Patrícia TTeixeira namorado e casar, partiu então com os interessados em subir

Anna Carolina Negri/AFG

As pessoas buscam confiabilidade e sabem bem o que querem, diz a psicóloga Daisy Baganha.

Adriane e Santiago: a internet trouxe o namorado da Nova Zelândia para o encontro de amor no Brasil Anna Carolina Negri/AFG

Felipe e Mariana: reencontraram-se após 10 anos, graças à rede mundial de computadores, a internet

Quando o amor virtual vira real

A

lgumas amizades começaram assim, despretensiosas, simples curiosidade num bate-papo eletrônico, e terminaram em casamento. Agora está fácil encontrar amigos de infância ou aquelas paixões secretas. Nesses dez anos de internet, os frutos dos relacionamentos online já podem ser contabilizados. Surgiram namoros, noivados e até casamentos com direito a filhos. Para uns, o meio eletrônico é mentiroso; para outros, foi a maneira de encontrar a felicidade. A catarinense Dayane Bechkauser, 24 anos, casou-se há quase três anos com Maicon, que conheceu pelo batepapo do ICQ. Interessado em conversar com alguém, ele digitou o nome Day no campo de busca e veio o dela, que também morava em Joinville. Como ambos tinham namorados, restringiram-se ao bate-papo. Quando marcaram o primeiro encontro, eles só tinham a certeza de que queriam estar juntos: "Terminamos nossos relacionamentos, ficamos noivos em dois meses e em um ano estávamos casados. Até hoje trocamos mensagens carinhosas pelo Orkut ou MSN ". Interessada em arrumar um namorado, Adriane Karez se

inscreveu na Agência de Namoro (www.ag enciadenamoro .c o m . br ). Seu perfil cruzou com o destino de um neozelandês. Os primeiros contatos ocorreram pelo site, depois vieram os e-mails: "Os dias e meses que se seguiram revelaram muitas afinidades e, após a troca de fotos, ele sugeriu que nos falássemos ao telefone. Após várias ligações, ele revelou que viria ao Brasil para me conhecer. Ficou cinco meses e voltou para anunciar o casamento à família. Já temos um filho, que nasceu em abril". O analista de sistemas Marcelo Kotaki e Luciana de Souza Ramos casaram-se em novembro último, depois de namorarem por cinco anos. O relacionamento também se deve ao mensageiro ICQ. Ele lembra que fez busca por moça de 20 a 30 anos e a encontrou. "Estava querendo conversar e não acreditava nos namoros pela internet. Depois de sermos amigos confidentes e de nos falarmos diariamente, marcamos um encontro. Apaixoneime logo." Kotaki conta que o namoro deu certo porque, quando a encontrou, já conhecia seus objetivos e seus pensamentos. "Também tínhamos um pacto de nunca mentir um ao outro. Dessa forma chegamos ao altar", afirma. Encontro por acaso O arquiteto Felipe Nascimento conhece sua namorada Mari desde criança, já que o pai é primo da mãe. As famílias perderam contato por quase dez anos e há menos de um a reencontrou pelo Orkut. "Fiquei surpreso quando vi como ela tinha ficado linda. Na mesma hora enviei uma cantada e ela me respondeu positiva-

mente. Ficamos seis meses no relacionamento virtual." Segundo ele, as comunidades são essenciais para saber o que a pessoa pensa. Mari está em "Adoro receber flores" e "Quero um amor para a vida toda", o que mostra que é romântica e pretende um relacionamento sério. Ela também gostou da comunidade de que Nascimento participa: "Mulher não se pega, se conquista" e "Não traio". "A internet funciona muito bem como um meio para se chegar até pessoas com interesses comuns", diz ele. A web também favoreceu a catarinense Sandra Grigó Burigo, que já conhecia os irmãos de Renato, agora morando nos EUA. Apesar de serem da mesma cidade e de algumas coincidências, ele a encontrou no fotoblog em que ela escrevia sobre o seu dia-a-dia. Como ele a achou interessante, deixou um recado. O namoro virtual rolou por cinco meses até ele vir para passear no Brasil. Mesmo com a distância, o namoro segue e haverá casamento, em breve. "Estamos em países diferentes, mas a internet permite que ele esteja mais presente", assegura Sandra. Poema na rede A rede inspirou o jornalista Luis Nassif que, na estréia de seu blog, publicou a poesia Pelas Salas do UOL: "A cada noite, depois do batente, encontrávamo-nos no ICQ para balanço e aprimoramento da estratégia traçada. A cada manhã, antes da labuta, encontrávamo-nos de novo. Na hora do almoço, mais uma vez. E aproveitávamos os intervalos da grande armação para confidências e revelações discretas". (PTT)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Indicadores Econômicos

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15,19

por cento ao ano são os juros dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) de julho deste ano na BM&F.

7/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 02/06/2006 02/06/2006 02/06/2006 02/06/2006 02/06/2006

P.L. do Fundo 5.303.728,72 1.272.408,40 5.697.376,53 2.528.788,58 1.034.464,82

Valor da Cota Subordinada 1.089,294216 1.027,087013 1.067,369047 1.035,181590 1.004,952115

% rent.-mês 0,2150 0,1826 -0,2186 0,1840 0,3335

% ano 11,4971 2,7087 6,7369 3,5182 0,4952

Valor da Cota Sênior 0 1.039,172614 1.047,814108 0 0

% rent. - mês 0,1153 0,1256 -

% ano 3,9173 4,7814 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


quinta-feira, 8 de junho de 2006

Compor tamento Ambiente Polícia Administração

DIÁRIO DO COMÉRCIO

UMA ADVOGADA FEZ 106 VISITAS A DETENTOS DO PCC

9 Será criada uma comissão para sugerir à CPI medidas de controle do crime organizado.

PCC: ADVOGADOS SERÃO INVESTIGADOS Em São Paulo, a Ordem dos Advogados do Brasil já tem em mãos uma lista com o nome de 33 advogados suspeitos de ligação com a facção criminosa

O

advogados da lista devem ser os que visitaram clientes em P r e s i d e n t e Ve n c e s l a u 2 . "Quando isso acontece, os parentes ficam aflitos e pedem que o advogado vá à penitenciária. Eu fui e o que vi é que eles estão a pão e água." José Cláudio Bravos, presidente da subseção da OAB de Marília, negou ligação com o PCC. "Tenho 30 anos como advogado, sou professor universitário e nunca recebi um centavo do crime organizado. Estou sendo acusado porque atuo na defesa do direito dos presos." Lindemberg Pessoa de Assis disse que a lista é "um absurdo". "Sou um advogado independente, tenho um escritório humilde em Osasco e defendo os presos quando sou contratado por suas famílias." Lindemberg acredita que os advogados viraram o bode expiatório do momento. Marisa Pires negou ligação com o crime organizado. "Só atendo a clientes constituídos. Mas um advogado não sai perguntando para o cliente se ele faz parte de uma organização criminosa. Só falo com eles o necessário". Marcos Antônio Arantes Paiva classificou a lista como "loucura". Ele é membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB e diz que defende a legalidade no cumprimento das penas. "Às vezes, sofremos retaliação." Para Iracema Vasciaveo, a lista é "ridícula". Ela foi visitar o líder do PCC em Bernardes. "Já falei que não sou advogada do Marcola. Estive lá porque recebi ligações de parentes que diziam que eles eram espancados". Gustavo Rodrigues Piveta se disse surpreso: "Não é porque a gente atende interesses de quem quer liberdade, que a gente comungue dos mesmos ideais." (AE)

Jorge Santos/Oeste Notícias/AE

presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, pediu à seccional paulista da entidade que apure suspeitas de ligação de 33 advogados com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Uma lista com os nomes dos profissionais foi entregue a Busato pelo deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), da CPI do Tráfico de Armas. Também foi enviada à OAB a relação das visitas feitas por esses advogados a detentos da facção. Segundo a OAB, uma única advogada fez 106 visitas a detentos do PCC. Em 22 de fevereiro, por exemplo, ela visitou seis presos. O deputado contou que há casos em que o advogado visita o preso sem ser formalmente seu defensor. Busato determinou a criação de uma comissão para sugerir à CPI medidas para controlar o crime organizado. Já indiciada pela suspeita de formação de quadrilha por ligações com o PCC, a advogada Adriana Telini Pedro, de Franca, no interior, também é investigada por associação para o tráfico. O segundo inquérito foi aberto após escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, em 2005, indicarem que Adriana tentou ajudar Andreza, filha do detento José Aparecido de Lima, a achar uma porção de maconha após o pai ser detido. No outro caso, foi flagrada passando informações a um detento para assaltar dois de seus clientes. Reação – A lista provocou forte reação de advogados. "Para nós, criminalistas, suspeito é muito próximo de autor", disse Crizoldo Onório Avelino. Segundo ele, advogado não é padre para ouvir confissão de preso. Ele acha que os

MARCOLA DEPÕE – Integrantes da CPI do Tráfico de Armas estarão em São Paulo hoje para ouvir o depoimento de Marcos Camacho, o Marcola, líder do PCC, facção que atua nos presídios do estado. O depoimento será realizado no presídio de Presidente Bernardes, no interior, onde ele está detido.


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Congresso Planalto Eleições CPI

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quinta-feira, 8 de junho de 2006

COSTURAS POLÍTICAS VOLTAM À ESTACA ZERO

Do jeito que foi exposta (a regra), o PFL está obrigado a ser parceiro apenas do PSDB. É uma prisão que não temos direto de impor (aos integrantes do partido). José Agripino Maia, líder do PFL no Senado (RN)

A ALIANÇA FORMAL ENTRE TUCANOS E PEFELISTAS AGORA SE SENTE AMEAÇADA PELAS NOVAS REGRAS. Celso Junior/AE - 14/04/04

Antonio Cruz/ABr

Fernando Gabeira (PV-RJ): decisão criou insegurança.

Rodrigo Maia (PFL-RJ): aconteceu terremoto eleitoral.

PARA PSDB E PFL É UM SINAL DE PERIGO

A

decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a verticalização pegou os tucanos de surpresa. Diante da ameaça de rompimento da aliança com o PFL, o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, reconheceu que a regra gera muitas dúvidas, mas disse que não coloca em risco a coligação com os pefelistas. "Não ameaça (a aliança)", disse Alckmin . "Vai ter muito estresse nos próximos dias, porque ninguém sabe como vai ficar", complementou. Alckmin disse que a regra demandará um esforço ainda maior para resolver as questões estaduais, mas ele prefere aguardar a publicação do acórdão para analisar "até que ponto existem restrições". O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), por sua vez, demonstrou que o discurso tucano ainda não está bem afinado. "A depender da extensão da medida, isso pode dificultar uma aliança formal com o PFL", reconheceu, logo depois de sair de uma reunião com Alckmin, em Brasília. No PFL, não há contradição na avaliação sobre as conse-

quências da medida. O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN) disse que a resolução jogou uma pressão "inédita" sobre a coligação PFL/PSDB. "A manutenção da chapa vai depender de uma série de coisas. Da interpretação real da decisão, que vamos saber logo mais, e também da postura do PSDB em relação às dificuldades em cada Estado", disse, lembrando que, até agora, as coligações estaduais só estão equacionadas em quatro Estados. "Do jeito que está fica muito difícil", afirmou. Agripino contou que "a inquietação da bancada (do PFL) é monumental" e, neste momento, todos estão "preocupados em salvar seu mandato". "Do jeito que foi exposta (a regra), o PFL está obrigado a ser parceiro apenas do PSDB. É uma prisão que não temos direto de impor (aos integrantes do partido)", concluiu. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), prometeu apresentar pedido de reconsideração da medida após a publicação da decisão do TSE, mas já reconhece dificuldades nas alianças. "Atra-

palha os planos de todos os partidos", afirmou. O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), foi mais enfático ao definir o impacto da mudança. "Aconteceu um terremoto eleitoral e temos de avaliar todos os cenários", definiu Maia. Segundo o senador Demóstenes Torres (PFL-GO), que se encontrou com Tasso Jereissati e Geraldo Alckmin no fim da tarde de ontem, assessores pefelistas pressionam para que, em reação à interpretação do TSE sobre a Lei Eleitoral, a agremiação não concretize a aliança com o PSDB em âmbito nacional. Torres disse ainda que Jorge Bornhausen trabalha para preservar a coalizão com os tucanos e conversa com setores pefelistas contrários. A convenção nacional do partido PFL, prevista para o dia 14, pode ser adiada. Outra alternativa seria a de manterse a data da convenção, mas delegando-se poderes à executiva nacional para continuar as negociações até que as regras eleitorais sejam completamente definidas pela Justiça. (TN/Agências)

INSEGURANÇA POLÍTICA NO RIO deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) acha que a decisão traz prejuízos a algumas candidaturas. "A decisão do TSE criou uma insegurança grande entre os políticos porque toda a preparação da aliança estava baseada na campanha de 2002. Eram possíveis acordos estaduais, mas a decisão muda as regras do jogo e foram implodidas candidaturas, como a de Denise Frossard no Rio, que só se manterá se o PFL sair da candidatura Alckmin", disse. Na opinião de Gabeira, o maior atingido pela decisão é o PMDB, que fez toda sua estratégia com base nas eleições regionais. "Sempre é necessário manter a segurança jurídica. Uma decisão como essa tem

O

para a política o mesmo impacto de se mudarem as regras da economia. Ela é problemática", disse Gabeira. Rio – A decisão embaralhou especialmente as cartas no Rio de Janeiro, um dos Estados em que as alianças estavam mais adiantadas e as negociações praticamente encerradas. No dia 31 de maio, o PFL retirou a candidatura de Eider Dantas ao governo do estado e anunciou apoio ao PPS de Denise Frossard, com a presença do PV na chapa. Cinco dias depois, o PMDB decidiu fechar a coligação de Sérgio Cabral ao governo, com o apoio do PP de Francisco Dornelles, que concorrerá ao Senado. Como o PPS e o PP não têm candidatos à Presidência, em

tese, não podem mais se coligar com o PFL — que indicou o candidato à vice-Presidência na chapa de Alckmin (PSDB) — ou com o PMDB, que ainda não decidiu se lança ou não candidato próprio ao Palácio do Planalto. O pré-candidato ao governo do Rio pelo PT, Vladimir Palmeira, já tinha declarado que aceitaria dividir o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o concorrente Marcelo Crivella, senador do PRB. Mas pelas novas regras, se o vice-presidente, José Alencar, do partido de Crivella, repetir a dobradinha com Lula este ano, ou o PT e o PRB se aliam em uma candidatura única ou um dos dois tem que retirar seu nome da disputa. (Agências)


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Finanças Empresas Empreendedores Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 8 de junho de 2006

O maior diferencial da rede Gordão é o tamanho dos lanches, bem maiores que os tradicionais.

O FATURAMENTO DE UMA UNIDADE É DE R$ 70 MIL

Marcos Peron/Virtual Photo

Rede do interior enfrenta os grandes do fast food Rede de lanchonetes investe em sanduíches grandes e faz sucesso no interior de São Paulo. Já são 18 unidades do Gordão Lanches, que pretende continuar sua expansão para cidades em um raio de 500 quilômetros da capital. O público freqüentador é de jovens que esquecem o regime e se deliciam com os lanches.

H LETREIRO

P

ara que a primeira unidade do Gordão Lanches desse certo, o fundador, José Armando Raffi, apostou no trabalho de atração do novo público da madrugada que freqüentava as festas de Campinas, no interior de São Paulo. Eram jovens famintos, que tinham dançado a noite inteira. A casa de lanches ofereceu uma novidade e um diferencial que até hoje mantém a marca: lanches grandes para os padrões brasileiros. O logotipo da lanchonete surgiu naturalmente, da imagem de um grande sanduíche sendo devorado. (MT)

SEGREDO

O

segredo do sucesso do Gordão Lanches tem que ser remetido para o começo do negócio e a persistência do fundador, o empresário José Armando Raffi. Ele teve que esperar que os jovens de Campinas, no interior do estado, se acostumassem a utilizar outros serviços na madrugada, além das danceterias que estavam sendo fundadas na cidade. Conquistados os jovens, hoje, famílias já se acostumaram a parar e comer sanduíches na madrugada. (MT)

á 25 anos, quando a vida noturna de Campinas, no interior de São Paulo, abria as portas para os jovens nas badaladas discotecas, o empresário José Armando Raffi inaug u ro u u m a n o v a tendência na cidade: o funcionamento de uma lanchonete durante toda a noite e madrugada. Abriu a casa com um diferencial pelo tamanho maior dos lanches, batizando-a de Gordão Lanches. Foi o começo do que hoje é uma rede de franquias com 26 unidades, entre elas quatro próprias, faturando em média R$ 70 mil por mês, em 18 cidades do interior do Estado de São Paulo. O autor da proeza ainda controla duas lojas em Campinas. Os negócios da rede, entretanto, são tocados hoje entre Raffi e dois sócios que detêm a maior participação, segundo o administrador do sistema de franquia Carlos Alberto Bosco. "O crescimento foi natural, com muito trabalho e transparência no relacionamento entre a rede e os franqueados", disse o administrador, que tem como meta para os próximos anos levar a marca para todos os estados brasileiros. Segundo Bosco, no entanto, o plano imediato é crescer em um raio de 500 quilômetros da capital, com ênfase na Grande São Paulo, litoral paulista pelo eixo Peruíbe-Ubatuba, além das regiões de Campinas, Ribeirão Preto, Bauru, Araraquara e Sorocaba. "Temos que crescer de acordo com nosso tamanho e com nossa capacidade de atendimento aos franqueados", disse. Para chegar ao objetivo, a rede aposta na receptividade de novos franqueados. Uma loja requer investimentos entre R$ 100 mil e R$ 350 mil, para o faturamento de R$ 70 mil mensais, o que garante um pró-labore de aproximadamente R$ 10 mil a partir do segundo ou terceiro ano da implantação. A franquia, de acordo com Bosco, ainda oferece treinamentos, apoio na escolha do ponto, apoio jurídico na assinatura de contratos, sistemas de gerenciamento e orientação na compra dos insumos. Briga de gigantes No mercado nacional, a Gordão Lanches quer brigar com franquias do mesmo setor, como McDonald´s, Bob´s e

Giraffa´s. Para isso, com consultoria da Vecchia&Ancona, está melhorando a informatização de todas as lojas e quer aprimorar a comunicação com os clientes e o atendimento dos funcionários. Como na idéia original, de 1981, a rede Gordão Lanches ainda é voltada para o público jovem com idades entre 16 e 40 anos. A empresa mantém o que considera o diferencial das outras marcas do setor: lanches grandes, sabor caseiro e "ambiente de paquera" em todas as unidades. A preocupação do público com a saúde e o peso, em alta, atualmente, entretanto, não deve mudar o comportamento da franquia em relação ao tamanho do sanduíche. Porém a empresa resolveu observar a nova campanha da rede de lanchonetes norte-americana Buguer King, para sentir os anseios do público. A rede dos EUA tem um slogan que diz "Nossos lanches engordam". "Vamos aguardar o resultado da campanha do Burguer King para orientar nossos próximos passos", disse Bosco. De qualquer forma, recentemente a rede passou a oferecer pratos e um cardápio com lanches lights e vegetarianos, todos com a anotação da quantidade de calorias, e que já chegam a ocupar 20% do total do menu. Prêmios No mês passado, a rede Gordão Lanches recebeu o prêmio "Empreendedores do Novo Brasil", oferecido pela parceria entre o Instituto Empreender Endeavor Brasil e a revista Você S/A. A premiação, de acordo com o gerente de busca e seleção de empreendedores do Instituto Endeavor, Marcus Andrade, tenta identificar empresários líderes de negócios na economia brasileira. A lanchonete de Campinas concorreu com outras 120 de diversos setores. A avaliação leva em conta a excelência do negócio e o espírito empreendedor do executivo que comanda o empreendimento. São analisados itens como a apresentação do negócio, relevância, visão, comprometimento e potencial de crescimento. No ano passado, a rede de Campinas recebeu o prêmio de melhor franquia de alimentação da GV Consult e revista Pequenas Empresas Grandes Negócios (PEGN). Mário Tonocchi

EMPREENDEDORES Bosco: muito trabalho e transparência no atendimento a franqueados

Várias unidades da Gordão podem ser encontradas no interior do Estado de São Paulo

Jovens de 18 a 40 anos são o público-alvo

Investimento na franquia pode chegar a R$ 350 mil

PEDRA CABECEIRA

A

A

ética nos negócios tornou-se uma preocupação das grandes corporações. Executivos se vêem diante de disputas internas e externas e têm seu caráter e poder de competitividade postos à prova diariamente. Para discutir a questão, Roberto C. Solomon escreveu "Ética e Excelência" (Editora Civilização Brasileira, 406 Rede pretende investir no aprimoramento dos funcionários

páginas, ao preço sugerido de R$ 49,90). O autor utiliza décadas de experiência em consultoria para discutir a complexidade moral à qual os executivos são submetidos. Sem ensinar o "certo e errado", Solomon questiona metáforas usadas nos negócios, como guerra e jogo, e sugere cooperação nas equipes. Fernanda Pressinott

o

Qualidades morais postas à prova

Divulgaçã

maior dificuldade do Gordão Lanches, logo na implantação da primeira unidade, em 1981, foi justamente o que deveria ser o diferencial: o atendimento na madrugada. Há 25 anos, o morador de Campinas só saía de casa depois das 22 horas para emergências. Não havia atrações à noite. A primeira idéia, então, foi se aproximar dos jovens que se divertiam nas poucas discotecas da época. Por isso mesmo a primeira unidade foi aberta próxima de duas grandes casas de dança da cidade. (MT)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que fará 60 anos no dia 6 de julho, afirmando que seu envelhecimento não é provocado pelos contratempos da vida de presidente.

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

JUNHO

Kevin Lamarque/Reuters

Vocês acham que tenho os cabelos brancos por causa da presidência? Que nada, estou assim por culpa de duas filhas adolescentes.

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Recolhimento de ICMS, IRRF e IPI Dia Mundial dos Oceanos

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D IREITOS HUMANOS S OCIEDADE

Craque em levantamento de copo Um estudo realizado na Universidade de Sussex, na Inglaterra, mostra que beber cerveja pode ser um meio de compensar a incapacidade de se destacar no futebol ou em outro esporte de contato. A cerveja ajudaria os homens a se sentirem tão "durões" quanto seus pares que se destacam em campo. Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores entrevistaram 31 homens com idades entre 18 e 21 anos, de várias classes sociais e etnias. Eles concluíram que o

"código de masculinidade" inclui usar um comportamento tipicamente masculino para compensar a ausência de outro. O estudo observou "como o homem ativamente constrói uma identidade masculina por meio de comportamentos saudáveis ou não saudáveis". A pesquisa descobriu ainda que os homens usam o bom desempenho em uma área como justificativa para não se envolver em outra. Assim, um bom esportista resistiria à pressão dos amigos para beber "até cair".

E SPANHA Cesar Rangel/AFP

L

Fachada da inacabada Catedral da Sagrada Família, localizada em Barcelona. A igreja, projetada pelo arquiteto catalão Antonio Gaudi, estará pronta para serviços religiosos no início de 2008, anunciou ontem o Comitê de Construção.

Crimes secretos da CIA Relatório acusa 14 países de ajudar EUA a violarem direitos de suspeitos

A

s conclusões do relatório do Conselho da Europa sobre os vôos secretos da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) para transporte de suspeitos de terrorismo foram rejeitadas pela grande maioria dos 14 países apontados como cúmplices da operação ilegal, iniciada depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Os suspeitos, seqüestrados por agentes da CIA ou entregues a eles, procediam, na maior parte, do Afeganistão, Paquistão e Iraque. Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Polônia, Romênia, Grã-Bretanha, República da Irlanda, República Checa, Grécia, Turquia, Suécia, Macedônia e Bósnia teriam cedido seus territórios para escalas ou apoio lo-

gístico a aviões fretados pela CIA para o transporte de suspeitos de envolvimento com o terror a terceiros países que não primariam pelo respeito aos direitos humanos. Ali, seriam submetidos a interrogatórios intensivos mediante tortura. O documento foi apresentado ontem pelo senador suíço Dick Marty, que presidiu a comissão especial do Conselho da Europa (organismo para os direitos humanos) incumbida de investigar as denúncias publicadas pela primeira vez em novembro de 2005 por jornais. Marty iniciou as investigações em dezembro e, em sete meses, ele e sua equipe traçaram um complicadíssimo quebracabeças que mostra operações ilegais com aparente cumplicidade de governos europeus. Há claros indícios de que

tanto a Polônia quanto a Romênia abrigaram ou ainda abrigam em seus territórios prisões secretas administradas pelos EUA. Evidências também apontam para o envio de detidos a países como Egito, Jordânia, Argélia e Marrocos para serem torturados. Espanha, Turquia, Alemanha e Chipre forneceram apoio logístico (reabastecimento) aos aviões da CIA. Aeroportos da Grã-Bretanha, Portugal, República da Irlanda e Grécia foram usados para escalas. Itália, Suécia, Macedônia e Bósnia permitiram que agentes da CIA capturassem suspeitos. As conclusões da comissão presidida pelo senador suíço foram rechaçadas categoricamente por Polônia, Romênia, Grã-Bretanha, Portugal e Espanha, entre outros. (AE)

Denis Sinyakov/AFP

P ALEONTOLOGIA

Europassauro, o dinossauro anão tal dinossauro sofria de nanismo insular, a tendência das grandes espécies de encolherem com o tempo, quando se encontram em uma ilha. Isso aconteceria porque, num ambiente com recursos limitados, ter o corpo menor se torna uma vantagem, e assim, as populações cativas encolhem através de longos períodos de tempo. O dinossauro anão, apelidado de Europasaurus holgeri, viveu há 154 milhões de anos, no que é agora o norte da Alemanha. Naquele tempo, a região era coberta por mares e a criatura evidentemente viveu em uma ilha.

GRITO DE LIBERDADE - Manifestantes usam fitas simulando mordaças durante protesto contra o controle estatal dos meios de comunicação nos arredores do Kremlin, em Moscou. Há seis anos, a mídia russa tem sido marcada por um clima de auto-censura.

C A R T A Z

Retrato de artista

MÚSICA

Reproduções/Arnold Newman

G @DGET DU JOUR

Arnold Newman, 60 anos dedicados às imagens em P&B

Max de Castro (foto) mostra as músicas do seu CD Balanço das Horas. Choperia do Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93. Telefone: 3871-7700. 21h. R$ 15.

fotógrafo americano Arnold Newman, um dos pioneiros do estilo de realizar retratos de personalidades em seus principais ambientes, morreu na terça-feira, aos 88 anos, em Nova York. Em mais de 60 anos de carreira, Newman fotografou centenas de famosas personalidades do século 20, como artistas, políticos, escritores, empresários, cientistas. Entre seus célebres trabalhos, fotos de Marylin Monroe (alto), Truman Capote (ao lado) e Woody Allen (abaixo).

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F AVORITOS

Luz colorida indica OAB-SP com site temperatura da água mais interativo

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Grupos Hamas e Fatah chegam a acordo para aliviar tensão em territórios palestinos Senado norte-americano rechaça projeto de lei que previa proibição de casamento gay

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www.oabsp.org.br

B RAZIL COM Z

Estresse contra a saúde dental Um estudo realizado na Unicamp foi destaque ontem da agência de notícias Reuters. Os pesquisadores brasileiros analisaram as histórias de mulheres que se dedicam a cuidar de pacientes com doenças mentais ou que sofrem desse tipo de mal. E concluíram que em geral os "cuidadores" esquecem de cuidar da própria saúde. Como conseqüência, a saúde de seus dentes é prejudicada, enquanto a das pessoas que recebem cuidados é de muito melhor qualidade.

O escritor americano Dan Brown foi acusado novamente de plágio em O Código da Vinci, dessa vez pelo americano Lewis Perdue, um autor que o acusa de ter copiado idéias de seu romance Daughter of God, baseada na suposta existência de um messias de sexo feminino, cuja existência o Vaticano pretende ocultar. Brown foi acusado de plágio em várias ocasiões. A última delas foi resolvida em abril passado, quando um tribunal londrino decidiu que ele não havia plagiado os autores de O Sangue de Cristo e o Santo Graal. P OLÍTICA

Livingstone sob processo O prefeito de Londres, Ken Livingstone, que no último dia 17 de maio, durante a visita do presidente venezuelano Hugo Chávez ao Reino Unido, acusou o diretor da Pro Venezuela Organization (Proveo) e editor do site vcrisis.com de apoiar "o terrorismo contra a democracia venezuelana" está sendo alvo de um processo de difamação. Boyd, que é venezuelano e vive em Londres, é um dos opositores do governo de Hugo Chávez e esteve em meados de maio no Brasil como conferencista do Seminário sobre Democracia Liberal, realizado em São Paulo pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Atlas Foundation. L OTERIAS

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www.equasystem.com

A OAB-SP inaugura hoje seu novo site, mais interativo e reformulado, que passa a ser um portal para vários serviços ligados ao direito. Agora, a página terá 34 seções, mantendo todos os serviços anteriores, como Leitura Eletrônica de Intimações On-Line, dados sobre o Exame de Ordem, clipping, Jornal do Advogado, boletim informativo, tabela de honorários e vários outros serviços, além de acesso a informações das atividades de todas as subcomissões da entidade.

L

O sistema Light Delight da Equa Systems aumenta a segurança na hora de encher a banheira. As cores indicam a temperatura: vermelho para água quente, violeta para morna e azul para fria. Preço sob consulta.

Um robô capaz de detectar agentes químicos ou biológicos, substâncias explosivas e movimentos suspeitos em um raio de 30 metros será testado na segurança do estádio olímpico de Berlim durante a Copa do Mundo. "Ofro" analisará permanentemente o ar e a radiação do estádio, segundo a empresa fabricante Robowatch Technologies. Além do estádio, outros pontos serão monitorados por "Ofros" camuflados.

Dan Brown: tudo de novo

F OTOGRAFIA E M

Robô-vigilante na Copa

L ITERATURA

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Cientistas alemães anunciaram ontem a descoberta de uma espécie de dinossauro que evoluiu para um anão, terminando com cerca de um terço do tamanho de seus parentes mais próximos. Os fósseis pertenciam a um herbívoro quadrúpede que media cerca de seis metros, do focinho à ponta da cauda, e pesava cerca de uma tonelada. Mas comparado ao seu primo evolucionário mais próximo, o Camarassauro, uma fera muito conhecida que media cerca de 18 metros, esse bicho era nanico. Os pesquisadores acreditam que o

S EGURANÇA

Premiê iraquiano determina libertação de cerca de 600 dos 28.700 sunitas detidos no país

Por problemas técnicos no site, até o fechamento desta edição, a Caixa Econômica Federal não havia divulgado os resultados dos sorteios do concurso 626 da Lotomania e 770 da Mega-Sena. Confira os números sorteados no site: www.caixa.gov.br


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

quinta-feira, 8 de junho de 2006

RESENHA

NACIONAL ENSAIO GERAL DO SEGUNDO MANDATO

U

JOÃO DE SCANTIMBURGO

o Apedeuta precisando, vejam só!, se esforçar para se mostrar um homem de confiança. É de se supor como será depois se for reeleito, com um Congresso mais fragmentado do que é hoje — ainda que com menos partidos — e tendo, à matroca, de fazer ainda mais concessões do que já faz a tudo quanto é lobby, seja da direita cartorial, seja da esquerda doidivanas, eventualmente homicida. Há muitas formas de exercer a ditadura. No momento, a mais influente delas, em curso em vários países da América Latina, consiste em fazê-lo respeitando certas formalidades das instituições, mas buscando desvirtuá-las por dentro,

REVOLUÇÃO EM MARCHA Céllus

m governo determina a qualidade dos seus radicais ao escolher os seus moderados. Explico-me: os moderados, do ponto de vista lulo-petista, são as "Madres Teresas"do MST, o movimento liderado por João Pedro Stédile, que nem existência legal tem. Os radicais passam a ser, então, os democratas do MLST, chefiados, não por acaso, por um sujeito que pertence à direção nacional do PT: Bruno Maranhão, um jovem radical de 66 anos... O partido, como sempre, está doido para jogar a culpa nas costas de alguém. Desta vez, da extrema esquerda. Tenta dizer que ele, de fato, é ligado ao pessoal do PSOL. Mentira! Maranhão integra

Saindo pela esquerda OLAVO DE CARVALHO

A Dida Sampáio/AE

O velho aliado comandou o ensaio da revolução lulista

o comando da campanha para a reeleição de Lula. Já dormiu na Granja do Torto, sob o mesmo teto do primeiro casal. É, pois, um homem da turma de Lula. O relevante nessa história toda é que este senhor é o símbolo do compromisso de seu partido com a democracia representativa e com as instituições. Não é de hoje que promove arruaças e ações violentas. Comandou, por exemplo, a ocupação do Ministério da Fazenda ainda sob a gestão Palocci. Compõe a direção da legenda. É um velho conhecido de Lula. A sua pantomima de agora é um ensaio geral da revolução lulista que vem por aí. O Apedeuta só precisa de um segundo mandato. Os “movimentos sociais” que o PT coordena estão neste ponto da batalha mesmo com

alterando a sua natureza. O exemplo mais retumbante é Chávez, o coronel golpista, seguido de perto por Evo Morales, o índio de araque. Lula, falso operáro, é um pouco mais sutil. Seus homens, como a gente vê, são capazes de operar de forma eficaz em três frentes: nos mercados, adoçando a boca dos novos-ricos que estão dando uma banana para a democracia; nos ditos movimentos populares, que formam tropas de assalto e estão dando uma banana para a democracia, e no Estado paralelo, aquele dos 40 quadrilheiros citados pelo procurador-geral da República, que estão dando uma banana para a democracia.

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

contra a vontade da maioria da população e praticamente a totalidade do eleitorado conservador. O acordo parece tanto mais repugnante porque a proposta de anistia veio justamente de dois inimigos tradicionais do presidente, um democrata, Ted Kennedy, o outro republicano, John McCain. Depois de uma política de gastos públicos megalômanos que foi uma inversão exata de suas promessas de campanha, a aproximação com Kennedy e McCain parece, aos eleitores de Bush, uma traição intolerável. Se, às vésperas da votação do projeto de anistia, o presidente tenta aplacar a multidão conservadora com a oferta de uma emenda constitucional proibindo os casamentos gays, a multidão não vai se deixar comprar por esse agradinho de improviso: vai aplaudir a proibição e continuar malhando Bush. Os políticos republicanos, que dominam o Senado e a Câmara, sabem que o presidente está vendendo suas cadeiras para a oposição e muitos deles já decidiram que gostam mais de seus postos do que dele. Mas o presidente em pessoa parece ainda não ter entendido que um parlamento com maioria democrata significará quase que inevitavelmente o seu processo de impeachment.

N

ão é a primeira vez que um presidente americano eleito com plataforma conservadora decepciona seus eleitores e joga sua carreira pela janela em troca de uns sorrisos hipócritas dos adversários. Richard Nixon entrou na presidência pela direita e saiu pela esquerda. O atual presidente parece inspirado nesse fantasma ilustre. O problema dos republicanos agora é: salvar George W. Bush dele próprio ou salvar-se entregando George W. Bush aos leões.

N ovamente um presidente americano conservador decepciona os eleitores

Um tiro pela culatra

TRECHOS DO COMENTÁRIO DE REINALDO AZEVEDO NO SITE DA REVISTA PRIMEIRA LEITURA WWW.PRIMEIRALEITURA.COM.BR

O PT está doido para jogar a culpa em alguém

Auditado pela

descoberta de um depósito de cabeças cortadas, no Iraque, foi noticiada com relativa discrição pela mídia chique de Nova York e Washington e não provocou nenhuma reação indignada de Hillary Clinton, Ted Kennedy, John Kerry, John Murtha e outros autores de protestos apopléticos contra as "violências" cometidas pelos americanos em Abu-Ghraib. Com toda a evidência, a moral politicamente correta considera mais humano cortar uma cabeça do que vestir-lhe uma calcinha. A apropriação do discurso moralizante pelos adeptos de ideologias amorais e genocidas só poderia levar mesmo à deformação caricatural do próprio sentido da moralidade, culminando na completa inversão dos critérios de julgamento. Para os que, no meio da confusão psicótica, ainda se conservam capazes de apreender as coisas como são, a nova revelação da crueldade dos terroristas iraquianos leva a duas conclusões incontornáveis: (1) ou o governo constitucional do Iraque, com a ajuda americana, prossegue a luta até a destruição total do inimigo, ou será preciso entregar o país a uma gangue de assassinos de mentalidade incalculavelmente monstruosa; (2) se George W. Bush cometeu erros, invadir o Iraque não foi um deles. Na verdade, a queda de popularidade do presidente não se deve a nada que possa ter desagradado a elite esquerdista. Deve-se justamente ao fato de que esse mandatário, tão firme e decidido nas ações que empreende no Oriente Médio, é tímido e acomodatício ante as exigências da oposição interna, não hesitando em sacrificar o futuro do seu partido no altar de concessões vexatórias. A mais escandalosa dessas concessões é decerto, o projeto de anistia para doze milhões de imigrantes ilegais,

MARCO AURÉLIO BERTAIOLLI

E

sse tem sido um assunto muito polêmico. Oferecido no ano passado como a grande salvação da Pátria, os aposentados acabaram comprometendo ainda mais a parca renda em empréstimos que são descontados diretamente na folha de pagamento. Agora, o governo quer "um teto" e a redução das taxas de juros cobrados. A discussão está sendo articulada pelos ministros da Previdência Social, Nelson Machado, do Trabalho, Luiz Marinho e da Fazenda, Guido Mantega. Segundo dados do Ministério do Trabalho, o volume do crédito consignado a aposentados e pensionistas subiu de R$ 1,4 bilhão em outubro de 2004 para R$ 13,7 bilhões em 2006. Somente em abril passado, foram "emprestados" cerca de R$ 470 milhões. Na época do lançamento, o governo fez uma ampla campanha afirmando que estava ampliando a linha de crédito e o poder de compra do aposentado, mas o que se vê hoje é muita gente endividada, comprometendo ainda mais o pouco salário que ganha. O tiro saiu pela culatra e quem saiu ferido, neste caso, foram, mais uma vez, os aposentados. Iludidos pela massiva campanha de marketing dos bancos na televisão, muitos acabaram caindo naquilo que podemos chamar de "conto do vigário". Tanto é verdade que a situação está complicada que o governo, agora, através do Conselho da Previdência Social, estipulou que esses empréstimos terão juros máximo de 2,9% ao mês,

dependendo do período máximo contratado. Mas, independente de leis e campanhas, o que temos de avaliar com profundidade é o agravamento da dificuldade financeira dos aposentados. Se, depois de anos de trabalho, lhes fosse garantida uma condição de dignidade, a situação, com certeza, seria absolutamente diferente. Todos, trabalhadores ou aposentados, deveriam ter um salário justo, que lhes concedesse um mínimo necessário para sobrevivência, acesso à educação, à moradia, ao lazer, à saúde. Enfim, aos itens básicos que qualquer ser humano têm direito nesta vida, desde as crianças até a terceira idade.

L

iberar crédito, através de empréstimos, é o mesmo que assinar embaixo da baixa remuneração. A mesma comparação pode ser utilizada para as famílias de baixa renda. O que precisamos é oferecer a elas renda, emprego, salário e não ficar tampando o sol com a peneira através de programas de subsistências de cestas básicas, leite, vale-gás e tantos outros, que na verdade não resolvem o problema destas famílias. O País tem de dar aos aposentados, trabalhadores na ativa ou não, condições de existência por meio próprio. Afinal, ao invés de dar o peixe, ensinar a pescar, como diz o ditado, é muito mais justo. MARCO AURÉLIO BERTAIOLLI É VICE-PREFEITO DE MOGI DAS CRUZES E VICE-PRESIDENTE DA FACESP

O s aposentados que tomaram empréstimo consignado sairam feridos

a madrugada de 14 de julho de 1789, o Duque de La RochefoucaultLiancourt entrou nos aposentos reais, acordou o rei e o informou do movimento sedicioso contra a Bastilha. Perguntou-lhe o rei: "É uma revolta?" Respondeu o duque: "Não, Sire, é uma revolução". Era a deflagração da Revolução Francesa, que iria mudar a trajetória do mundo. Não darei aos militantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) uma extensão da Revolução Francesa, mas direi que a desordem que assistimos na terça-feira é tipicamente uma transformação revolucionária da revolta dos chamados impropriamente de "sem-terra". O que se assinala, no entanto, é que a violência selvagem que comandou a ação vinha sendo preparada por uma liderança de responsabilidade e obediência, que não se manifestou durante os atos de depredação.

N

Não é fácil uma reforma agrária, ao contrário, é muito difícil e implica em várias medidas concorrentes. preciso que a trasladação de revolta para revolução se faça sem atropelo, sem ferimentos e, mesmo, sem mortes, e que os "sem-terra" sejam assentados, como querem, para que sintam nos próprios interesses a imensa distância entre o desejo de reforma agrária e a realidade agrícola do País, numa fase de expansão do agrobusiness, com a presença do Brasil entre as grandes nações exportadoras do mundo. Sabemos que as reformas agrárias, entre elas a do México, não têm dado certo, ficando longe do imaginado e do idealizado. Seja isto ou o que desejam os assentados, é preciso levar a cabo, afim de que todos tenham presente a realidade do que é uma reforma agrária, o assentamento e a produtividade, que devem recorrer de ato oficial. Em síntese, não é fácil uma reforma agrária, ao contrário, é muito difícil e implica em várias medidas concorrentes. Resumindo, essa revolução em marcha deve ser pacífica e remuneradora do que esperam os interessados.

É

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 8 de junho de 2006

DOISPONTOS -11 11

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Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Reforma agrária? Justiça social? O que o MLST foi defender no Congresso?

CLÁUDIO WEBER ABRAMO

PRA FRENTE, BRASIL! oucas coisas são mais deletérias para a saúde mental do que a observação continuada da cena nacional. Os efeitos variam de pessoa a pessoa, podendo-se distinguir entre dois grupos. O primeiro é o daqueles cuja psique deforma-se ao ponto de chegarem à conclusão de que o melhor é aderir. O sujeito começa com esperanças na vida, procura praticar seu ofício com seriedade, fica indignado com os malfeitos que testemunha

Lula Marques/Folha Imagem

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A invasão País assistiu anteontem a mais uma invasão dos "camponeses". Desta feita não a propriedades produtivas ou a instalações de desenvolvimento agrário, mas à "Casa do Povo" como descreve Maranhão, o líder do MLST – Movimento de Libertação dos Sem Terras. Aliás, a invasão "pacífica", saiu de seu "controle", segundo suas palavras, quando se afastou para tirar uma cópia xerox de um documento... Após o quebra-quebra e após assistirmos ao vivo e a cores a baderna, o presidente da Câmara, companheiro Aldo Rebelo informou que a Polícia Legislativa havia dado, sob sua recomendação, ordem de prisão coletiva a todos os baderneiros. Negociadamente, pois nas palavras do companheiro ela está instruída para primeiro negociar e depois agir. Em ônibus fornecidos pelo Poder Público, foram conduzidos a um ginásio para lavratura dos autos de prisão em flagrante delito. Alguém se lembra de tê-los visto algemados? Será que não há mais algemas disponíveis em Brasília? Ou algemas são apenas para empresários, socialites, políticos de destaque na mídia, pobres advogados do crime organizado, juízes e outros mais midiáticos? Há flagrantemente duas medidas neste país. Para os "nossos" a compreensão, para os "inimigos" a lei, já disse alguém prestigioso de nossa política pretérita. Apenas 11, pasmem, 11 elementos foram conduzidos à delegacia de polícia. Dos mais de 490 envolvidos havia menores, bêbados, maiores e simplesmente baderneiros. Até agora, nada de algemas! Notas de repúdio patéticas e bravatas de indignação vêm de todos os lados. Apurações serão levadas a efeito pelas autoridades constituídas como manda o Estado de Direito. Você já ouviu estas palavras "mágicas" anteriormente? Acreditou nelas? Estou apostando que verão a Copa em casa... Parece que os "camponeses" conseguiram a promessa de serem novamente recebidos em palácio por Sua Excelência o Senhor Presidente da República e seus ministros da Fazenda e da Reforma Agrária, aliás, como é de praxe nesta "nossa" República Bolivariana do Brasil. Enquanto isso, as pesquisas de opinião indicam que este modelo "social" de democracia popular é o preferido da população. Haja Bolsa-Família, Bolsa-isso e aquilo para sustentar esta farsa! Mas não se preocupem, a Copa começa sexta-feira e na semana que vêm, nem se fala mais nisso. Será que na Papuda haverá telão para todos?

Democracia popular é isso aí! Sem algemas.

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G O MLST conta

com a omissão criminosa das mais altas autoridades da República. A inversão de valores é gritante. G A República

Lulista já fez suas escolhas. E a defesa do Estado de Direito, infelizmente, não está entre elas. G Há duas

medidas neste país. Para os "nossos" a compreensão, para os "inimigos" a lei, já disse alguém prestigioso de nossa política pretérita. G A Copa começa

sexta-feira e na semana que vem nem se fala mais nisso. Será que na Papuda haverá telão para todos?

WALTER TADEU DE LIMA, SANTO ANDRÉ,SP

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MILTON FLÁVIO, EX-VICE-LÍDER DO GOVERNO NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA EPMILTONFLAVIO@YAHOO.COM.BR

VICTORIO MARIANO MARCONDES FERRAZ SÃO PAULO, SP

Lamentável sob todos os aspectos a invasão do Congresso pelo MLST. Quem sabe isso sirva para abrir bem os olhos das pessoas que têm a intenção de reeleger o governo do PT. A invasão poderia ter sido na casa delas. Se liga Brasil!

ovimentos ditos populares, mas sem qualquer existência legal, resolvem invadir as terras alheias em nome de uma suposta reforma agrária, de uma pretensa justiça social. Para tanto, contam com a omissão criminosa das mais altas autoridades da República – a começar pelo presidente e seu ministro da Justiça, cuja tarefa precípua parece ser a de defender, à custa do Erário, o seu chefe e os amigos de seu chefe. A inversão de valores é gritante. Você acha tudo normal, sem sabor. Afinal, você não tem propriedade agrícola, nem bois ou vacas. Você é urbano, metropolitano, cidadão do mundo. Você pensa e age de acordo com os preceitos da cartilha que guia os politicamente corretos. No fundo, você deve achar uma injustiça que alguns tenham tantas terras e outros tantos nada tenham. Coitados. Só querem uma enxada, um punhado de milho e um terreninho para garantir o sustento e – quem sabe? – semear um futuro qualquer. É claro que você não fica nem um pouco abalado com a invasão de prédios públicos. E o ministro da Fazenda não é o responsável – direto ou indireto – pela alta taxa de juros, pelo baixo crescimento econômico, pelo desemprego galopante, pelos salários aviltantes, pela miséria em que vivem tantos milhões de brasileiros? Pau nele! Não tenho dúvida de que, a esta altura, você deve estar achando o máximo a invasão da Câmara dos Deputados pelos ditos sem-terra. Queriam o quê, afinal? Ali, só dá ladrão, gente safada, da pior espécie. Deviam ter quebrado tudo e mais um pouco. Deviam ter enforcado parlamentares, estuprado assessoras, linchado funcionários ociosos. Até que enfim, a justiça! Pelas próprias mãos. O problema é que, amanhã ou depois, quando invadirem sua casa, ameaçarem seus filhos, saquearem sua geladeira e despensa, de nada adiantará você reclamar aos comandantes-emchefe da República Lulista. Há muito eles já terão feito suas escolhas. E a defesa do Estado de Direito, infelizmente, não estará entre elas. Como naquele velho poema.

Justiça pelas próprias mãos. É legal?

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Não me arrependo do que fiz porque não somos vândalos. A declaração do líder da invasão muito nos tranqüiliza, pois eles tentaram entrar no plenário do Congresso, casa onde: quem pegou o dinheiro ilegal é inocente, o que recebeu a propina das ambulâncias é inocente, os beneficiários do mensalão são inocentes e os que desviaram verbas são inocentes. Conclusão: eles falam a mesma língua. ICARO DE MORAES Está tudo em casa. ICARODEMORAES@HOTMAIL.COM

ão sei quais são as proporções desses dois grupos. Gostaria de pensar que o segundo grupo, o das pessoas que não se rendem ao maucaratismo, é mais numeroso. Contudo, em dias de pessimismo, como hoje, de algum modo acho que tal apreciação carece de plausibilidade. Assim, é impossível abrir um jornal ou assistir a um telenoticiário sem ser assaltado por uma quantidade irrazoável de mentiras, manifestações de cinismo, empulhações políticas e comerciais e proposições perfeitamente absurdas apresentadas com a cara mais lavada do mundo. Ladrões, proxenetas, empregadores de trabalho escravo, traficantes de armas e de drogas, bingueiros, agenciadores de menores, tarados, operadores de esquemas religiosos de estelionato coletivo, pagadores e tomadores de propinas, oligarcas caquéticos e conservados em abundantes quantidades de dinheiro secularmente subtraído ao povo sucedem-se no vídeo, todos entoando loas ao "interesse público", ao "bem comum", ao "progresso da nação", aos "princípios civilizatórios". Isso faz mal à cabeça. O legado que a presente geração de políticos e de empresários está deixando é um milharal de cabeças distorcidas, seja para um lado, seja para o outro. Como a picaretagem desabrida não apenas passa em branco como é recompensada, o próprio senso de comunidade vai se deteriorando. Predadores e presas, todos se transformam em ilhas de auto-interesse.

O vale-tudo só pode levar à desagregação. Há um muro à frente, e aceleramos em direção a ele. à sua volta. Mas como, ao agir assim, é sistematicamente prejudicado pelos colegas, pelos superiores e subordinados, um belo dia descobre-se ferrando a reputação de um colega que disputa o mesmo cargo. Vai subindo na vida, e das mesquinharias de escritório evolui para os conluios de máfias profissionais. Gradua-se, enfim, em alguma cadeira de diretor. A essa altura, considera natural operar laranjas, distribuir malas de dinheiro a deputados, manipular balanços, subornar fiscais de renda. A segunda categoria é a dos que têm o ser esmagado pelo meio. Não obstante os estímulos do meio, resistem. Alguns, porque são excepcionalmente competentes ou aplicados, conseguem levar a vida decentemente mesmo sob condições agravantes. Outros vão sendo derrotados na vida. Não são aparelhados para enfrentar os picaretas que pululam em todos os ambientes. São preteridos, garfados, enganados, demitidos, ridicularizados. Fracassados, joõesninguém, zeros à esquerda, contam as derrotas da vida como contam os dias.

futuro que se desenha para o Brasil já moldado por essa geração é fétido. É claro que, para quem enxerga a vida a partir de uma perspectiva de "sucesso" e prosperidade, aquilo que a outros parece lastimável parecerá espetacular. Mas para a saúde de uma comunidade, o vale-tudo só pode levar à desagregação. O pior de tudo é que não parece haver alternativa viável. Votar em alguém? Mas em quem, precisamente? Aderir a uma ONG de bons bofes (mas, cuidado)? Consultar um numerológico? Ou, melhor ainda, abrir um consultório de numerologia? Há um muro à frente, e aceleramos em direção a ele. Pra frente, Brasil!

O

CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 8 de junho de 2006

TURISMO - 1

O MUNDIAL PARA OS QUE FICAM NO BRASIL Confira o que hotéis, companhias aéreas e restaurantes prepararam para que turistas-torcedores entrem no clima da Copa. Pág. 4

DUAS EM UMA Divulgação

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SUICA

Ilustração Abê

É possível fazer duas viagens em uma neste pequeno país, vizinho da Alemanha, que abrigou a seleção brasileira para os treinos pré-Copa do Mundo. Primeiro, desembarque no cantão alemão, nas tradicionais Lucerna e Interlaken e na efervescente Zurique. Depois, no cantão francês, em cidades como Montreux e Lausanne, repletas de charme, com castelos e festivais de música. Pág. 2 e 3 Divulgação

Fotos: Carla Aranha

Vielas em Lausanne (acima) conduzem à imponente Catedral Notre-Dame (à dir.), obra-prima da arquitetura gótica. Próximas da cidade, Nyon (abaixo) encanta com seus cafés e Montreux (abaixo, à esq.) exibe o belo Castelo de Chillon. De lá, um trem panorâmico (à esq.) leva até Interlaken, já no lado alemão. No mesmo cantão, a pequena Weggis (abaixo, à dir.) ganhou destaque internacional nas últimas semanas por ter hospedado a seleção


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6 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 9,10 e 11 de junho de 2006

CINEMA Romances tresloucados. De amor só se morre na tela... E mais: uma estréia muito esperada. Arquivo DC

Jules e Jim: Jeanne Moreau e seus dois amores, Oskar Werner e Henri Serre (esq.)

VERTIGENS E TERNURAS Do poeta Truffaut aos vampiros Geraldo Mayrink

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amor é lindo, como se sabe, mas vamos com calma. Os namorados que se roçam no dia dedicado a eles, cheios de amor para dar, talvez nem percam seu tempo indo ao cinema. Se fossem, como seus pais e avós foram, veriam coisas de arrepiar, no mal sentido, sem nada de enlaçamentos cheios de calor humano. O cinema tem sido também uma droga pesada para amantes e namorados, cheio de romances tresloucados, avassaladores, obsessivos, capazes de provocar perdas e danos, tudo resumido no título de um filme dos anos sessenta, aliás muito ruim: Paixões Desenfreadas. Há muitíssimos outros, alguns com nomes ameaçadores, chamados Amor de Per versão, Apaixonados Impetuosos, Amor sem Barreiras, O Amor é Tudo, Bastam Dois para Amar, B eija-me, Idiota, O Beijo da Serpente, O Beijo da Mulher Aranha, Instinto Selvagem, Beijos Roubados, Marvada Carne, Corpos Ardentes, Love Story, Ero s, Amor, Estranho Amor, Amor, Sublime Amor (isto no Brasil, pois no original se chama West Side Story) , uma comédia didática brasileira, Como Fazer um Filme de Amor, de José Roberto Torero, e por aí afora, numa lista quase sem fim. Um cineasta apaixonado e inspirado, François Truffaut, de O Homem que Amava as Mulheres, entre várias celebrações a Cupido, chegou até a declarar o seguinte:

“Me dêem um livro de receitas de cozinha e eu o transformarei numa história de amor”. Truffaut (1932 – 1984) foi um dos mais perigosos enamorados do cinema, pois sempre envolvia seus filmes em grande laços de ternura, encobrindo as vertigens que mostrava. Além disso, a palavra “amor” que batiza tantos filmes não quer dizer muita coisa. No caso de Truffaut, chama-se simplesmente Jules e Jim (1961, aqui espantosamente chamado Uma Mulher para Dois) um dos filmes mais bonitos mas também mais desvairados sobre uma relação a três (ela Jeanne Moreau, e os dois Henri Serre e Oskar Werner), na qual dois dos três amantes são levados à morte e o sobrevivente comenta na última cena, ressaltando que o mundo não permitiria que aquilo acabasse bem: “Ela queria que suas cinzas fossem jogadas ao vento, mas isto é proibido”. Pode alguém morrer de amor? O diretor Jacques Demy (1931-1990), no seu ultra-romântico musical Os Guarda-Chuvas do Amor (1964), diz que não. A apaixonada e desorientada Catherine Deneuve ouve o conselho cantado por sua mãe, com música pungente de Michel Legrand: “De amor só se morre no cinema”. E assim tem sido nas telas. Levas e mais levas de amantes fora de si vem se esbofeteando, insultando com palavras de fel e arrancando os cabelos, isto quando não cortam os pulsos ou tomam veneno. Um dos massacres

verbais mais notáveis foi travado por Elizabeth Taylor e Richard Burton (marido e mulher fora da tela) em Quem tem Medo de Virginia Woolf? (1966), à altura das palavras de Rita Hayworth para Glenn Ford, quando lhe sussurra quase tocando os lábios dele com o seus: “Eu te odeio tanto que vou morrer disto”. A mais conhecida e filmada história de amor, a de Romeu e Julieta, termina em envenenamento (ou a tiros, na variação feita em West Side Story). Nem mesmo a singeleza do título Love Story, um estouro de bilheteria nos anos setenta, dá garantia de segurança, pois a heroína vai se aniquilando até morrer de câncer. Em Bonnie & Clyde – Uma Rajada de Balas (1967), a beleza do casal Warren Beatty-Faye Dunaway só lhes rende, além do dinheiro de seus assaltos, um fuzilamento com uma coreografia que lembra mais um balé fúnebre. O amor de Marlon Brando pela mulher morta em O Último Tango em Paris (1972) proporciona ao ator uma das maiores cenas de choro do cinema, feita diante da amante, Maria Schneider, que em seguida unta um dedo com manteiga e o sodomiza. Um espanto. As palavras “fúnebre” e “mulher morta”, escritas acima, são parte de um dos terrenos mais sombrios nestas crônicas de amor louco que o cinema vem contando ao longo dos tempos (e basta trocar “mulher” por “homem” para se deparar com a obra-prima Hiroshima meu Amor, no qual ela vai para

a cama com o amante japonês pensando que é o amante alemão morto na guerra que se reencarnou). Os vampiros, sabidamente muito amorosos além de sanguinários, fizeram dos pálidos pescoços de um bando de virgens o campo de batalha onde cravam as marcas de seus dentes, levando-as ao êxtase e à morte. O mais trágico personagem de Alfred Hitchcock, o policial Scottie (James Stewart) de Um Corpo que Cai(1958), vê a morte de sua amada (Kim Novak) e, sem saber que ela está viva, reencontra-a e se apaixona de novo, “ressuscitando-a “ ao fazer com que se vista como a outra e pouco se importando com o fato dela estar no além. As biografias de apaixonadas loucas e loucos de verdade, como Camille Claudel, empalidecem diante de certas obras de ficção cinematográfica. Entre estas, para lembrar que o amor não é só o reino das trevas, vai para o trono a paixão-relâmpago entre William Holden e Kim Novak em Pic-Nic (Férias de Amor, 1956), depois que ela dança para ele estalando os dedos, deixa na cidadezinha corações destroçados e foge atrás do seu homem e da felicidade. Mas felicidade total, com cem por cento de garantia, só foi mesmo vivida por Gene Kelly e Debbie Reynolds em Cantando na Chuva (1952) – com toda justiça considerado o filme mais feliz da história do cinema. Uma jóia para amante algum botar defeito ou perder a cabeça cego de paixão.

Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, com Liz Taylor e Richard Burton: incendiários

Buscando respostas no deserto Lúcia Helena de Camargo Imagem Filmes

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Hayek e Farrell: luta pela integração à sociedade americana

aseado no aclamado livro de John Fante, Pergunte ao Pó, filme que estréia nesta sexta, dia 9, nos cinemas brasileiros, aproveita o título e atmosfera noir do romance italiano. Mas tropeça na escolha do irlandês Colin Farrell para incorporar o atormentado Arturo Bandini. Aquele que deveria ser um aspirante a escritor com mais incertezas do que inspiração, nas telas acaba sendo um rapaz raivoso, algo egocêntrico, e sobretudo pouco expressivo, vivendo numa quente e empoeirada Los Angeles durante os anos de 1930, na época mais dura da Depressão Americana. Enquanto tenta convencer a todos – inclusive a si próprio – sobre o grande talento que está por desabrochar nele, o jovem dedilha sua máquina de

escrever no barato quarto de hotel que mal consegue pagar, e tem idéias pífias para histórias que não avançam até a segunda página. Alimentandose mal e fumando sem parar, o mundo de Bandini começa a mudar quando conhece a garçonete mexicana Camilla Lopez (Salma Hayek). Ambos têm ascendência estrangeira e querem integrar-se, fazer parte da sociedade americana de Whites e Browns. Ela procura um marido branco e protestante que lhe mude o sobrenome. O moço odeia que ela declare assim sua intenções. Mas, claro, apaixona-se por ela. E a detesta ainda mais por isso, acabando por expressar o que sente pelo avesso: sendo cruel. Não se espere muito mais, porém. Hayek, oito anos atrás convidada para

interpretar Camilla, recusou, alegando que não queria ficar estereotipada por papéis mexicanos. Agora, aceitou. Mas talvez já seja muito pouco mexicana para a personagem. Se a densidade de Farrell deixa a desejar, mas engrena quando incorpora sentimentos mais fortes, a atriz não parece acompanhar o ritmo. Donald Sutherland aparece como Hellfrick, vizinho de quarto de Bandini, a quem empresta trocados para co m p ra r u m t ra g o. E a at r i z d a Broadway Indina Menzel brilha como a estranhíssima Vera Rifkin, mulher que pode buscar aventura ou só um afeto para lembrar o resto da vida. A direção e o roteiro são assinados por Robert Towne, que desde a década de 1970 tenta filmar a história de Fante. O interesse surgiu quando co-

nheceu o autor durante o lançamento do longa-metragem Ch i n a tow n (1974), pelo qual ganhou o Oscar de roteiro. E até Tom Cruise entrou na empreitada, como um dos produtores. Mas se há algo no tom realmente certo é a trilha sonora composta por Ramin Djawadi e pelo brasileiro Heitor Pereira. Os violões graves transportam o expectador diretamente para o deserto seco, cheio de poeira, onde os homens insistem em buscar as respostas. Pergunte ao Pó (Ask the Dust, 117 minutos, Estados Unidos, 2006). Direção e roteiro de Robert Towne. Com Colin Farrell, Salma Hayek, Idina Menzel, Donald Sutherland, Tamara Craig Thomas, Eileen Atkins, Dion Basco, Charlie Hunnam, Justin Kirk, William Mapother. Imagem Filmes.


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sexta-feira, sábado e domingo, 9,10 e 11 de junho de 2006

LAZER - 5

TÊTE-À-TÊTE

LEITURA Comoventes, impossíveis, tresloucados, romances célebres, morte em nome do amor

Arquivo DC

Reprodução

Nas letras, os amores loucos Renato Pompeu Grã-Bretanha, onde ela deve casar com um rei. Mas, no navio, os dois tomam uma poção de amor e se apaixonam. Após muitas peripécias, os dois ficam juntos, mas Tristão acaba assassinado por homens do rei e Isolda morre de tristeza enlaçada ao corpo do amado. Os tristes fins de mulheres adúlteras envolvidas em paixões avassaladoras, que acabam mortas por suicídio ou doença emocional, são narrados em grandes romances do século 19 como Madame Bovary, do francês Gustave Flaubert; Anna Karenina, do russo Lev Tolstoi, e O Primo Basílio, do português Eça de Queirós. Outro autor português, Camilo Castelo Branco, também do século 19, se inspirou na peça Romeu e Julieta, do dramaturgo inglês Shakespeare, para escrever seu romance Amor de Perdição. Na cidade de Viseu, os jovens Simão e Teresa se apaixonam, mas as duas famílias são contra o casamento e a de Teresa quer que ela se case com o nobre Baltasar. Como Teresa recusa se casar com Baltasar, acaba confinada num convento. Para tentar libertar Teresa, com a ajuda de uma amiga, Mariana - a qual está apaixonada por Simão , este mata Baltasar. Condenado à prisão, Simão vê sua pena comutada para o degredo nas Índias. Teresa se suicida ao saber que o amado vai partir; Simão se joga no mar, se afogando, ao saber que Teresa morreu, e Mariana se joga no mar em seguida à morte do amado, de modo que nesse romance são quatro as mortes por excesso de amor. Na literatura brasileira, o mais importante romance nacional do século 20, Grande Sertão: Veredas, do mineiro Guimarães Rosa, publicado há 50 anos, narra o amor impossível entre os jagunços Riobaldo e Diadorim, impossível para o apaixonado Riobaldo porque ele não aceita o homossexualismo, e também porque Diadorim se mostra arredio. No final surpreendente, se descobre que o amor impossível era afinal possível, mas nessa altura um dos dois já está morto. Quem quiser saber os segredos terá de ler o livro. Estes foram alguns exemplos de amores trágicos, mas eles são mais freqüentes em livros menos importantes – e menos comoventes – do que os aqui citados.

Biografia mostra como Sartre e Beauvoir ousaram desafiar os valores de uma época

Simone de Beauvoir: apaixonada, viveu um amor muito especial, com um pacto de compromisso

mor e liberdade. Os ideais que inspiraram o romance e o compromisso para a vida toda dos intelectuais franceses Jean-Paul Sartre (1905-1980) e Simone de Beauvoir (1908-1986) não poderiam ser mais românticos. Ainda que, provavelmente, eles não gostassem de ouvir isso. Mas, se amor pleno e liberdade absoluta são duas grandes utopias, o projeto do casal de unir esses dois ideais numa relação afetiva foi mais do que uma ousadia, foi um desafio a todos os valores de uma época. Sartre e Beauvoir venceram o desafio, como mostra a biografia Tête-à-Tête (Hazel Rowley, Objetiva, R$54,90). O livro é o primeiro relato detalhado da história de amor mais

comentada – e mal-falada – da Europa no século 20. Para escrevêlo, a biógrafa mergulhou na correspondência do casal, nos diários, ensaios e romances que ambos escreveram e em cada carta, cada entrelinha, descobriu que Sartre e Simone eram apenas mais um casal apaixonado. Do início do romance à morte de Sartre, eles nunca deixaram de se amar. E viveram um amor muito especial, com um pacto de compromisso – ainda que sem o casamento formal –, uma dedicação completa de um ao outro, momentos de ciúme, paixão, desinteresse, tédio, dependência, conflito, paz. Mas a Europa do entre guerras não estava preparada para enxergar isso. Essa sociedade em

Tête-à-Tête Hazel Rowley Editora Objetiva 464 páginas R$ 54,90

Amantes da sabedoria J

Hannah Arendt: seu amor por Heidegger durou até a morte

Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor de Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance internético O Poder Virtual (www.carosamigos.com.br).

ean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir são apenas um dos casais – certamente o mais conhecido – que a filosofia ocidental uniu. O amor pelo conhecimento que arrebata a racionalidade dos filósofos freqüentemente atingiu corações sob a forma de afinidade de pensamento. Paixões que não terminaram no altar, mas que revolucionaram costumes, chocaram a moral e enriqueceram o pensamento de suas épocas. Aberlardo e Heloísa são um exemplo de história de amor apimentada pelo debate intelectual na Idade Média. Na França do século 18, Voltaire e sua companheira, Madame du Châtelet, dedicavam-se à ciência e ao pensamento iluminista. No século 19, a história romântica – sem final feliz – que marcou os meios intelectuais da Europa foi a paixão do filósofo alemão Friedrich Nietzsche pela pensadora russa Lou Andreas-Salomé. Contemporâneo à história de Sar-

tre e Beauvoir foi o romance entre o alemão Martin Heidegger – uma das inspirações da filosofia existencialista – e a judia alemã Hannah Arendt. Mesmo que, durante a Segunda Guerra Mundial, ambos tenham rompido emocional e intelectualmente – ele, aproximando-se do nazismo e ela combatendo-o –, o amor entre eles permaneceu até a morte. (HRC)

Sartre: um desafiador dos demônios internos e da condenação da sociedade Divulgação

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PAGU Lotte: alvo da paixão do jovem Werther no romance As Tristezas do Jovem Werther, do escritor alemão Goethe

Heci Regina Candiani

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Reprodução

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a alta literatura, as histórias de amores trágicos são menos freqüentes do que no teatro, no cinema e nas telenovelas, mas os exemplos são clássicos inesquecíveis. O caso mais famoso talvez seja o do romance As Tristezas do Jovem Werther, escrito pelo alemão Goethe, no começo do século 19, o mais importante autor de seu idioma. O jovem Werther se apaixona pela bela Lotte, e chega ao cúmulo de felicidade quando dança com a moça na mansão da família dela. Ela está noiva de outro, mas não desencoraja a corte de Werther, que imagina assim que está conquistando Lotte. Mas, um dia, ele recebe uma carta em que é comunicado o casamento dela com o outro – e a vida perde o sentido para Werther. Este fica prostrado em profunda melancolia, e acaba se suicidando. O romance provocou uma onda de suicídios entre seus jovens leitores por toda a Europa – e data daí a preocupação que a mídia tem até hoje, e continuará tendo, com a divulgação de suicídios, pois se sabe que essa divulgação pode fazer agravar as tendências destrutivas das pessoas depressivas já predispostas ao suicídio. Outro romance clássico sobre amores loucos trata de uma paixão correspondida, mas igualmente trágica. Trata-se de O Morro dos Ventos Uivantes (1847), da escritora inglesa Emily Brontë. Um proprietário de terras no interior da Inglaterra traz da cidade, para ser seu empregado, um menino órfão, Heathcliff, que é criado junto com a filha do proprietário, Catherine. Na medida em que crescem, os dois se apaixonam um pelo outro, mas o pai da moça impõe que ela se case com um jovem de seu nível social e Heathcliff abandona a propriedade e vai para a cidade. Anos depois, Heathcliff volta à propriedade como um rico empresário bem-sucedido, e Catherine, cuja família está empobrecida, adoece de paixão que não pode consumar, pois está presa pelo casamento. Ela morre e Heathcliff se reúne misteriosamente à alma da moça no alto do morro em que costumavam se encontrar na infância e na adolescência. Um romance também célebre, Tristão e Isolda (foto), teve várias versões por escrito desde seu surgimento no século 12, na França, até sua transformação em ópera pelo compositor alemão Wagner no século 19 e em filmes no século 20. O jovem cavaleiro Tristão é encarregado de conduzir a jovem dama Isolda da Bretanha, na França, para a

O Existencialismo é um Romantismo

que Simone era uma das raras mulheres a conquistar um emprego como professora de filosofia, em que as mulheres não podiam entrar em um café e em que o casamento era um imperativo, Sartre e Beauvoir chocaram a todos. Para amenizar o choque, dizia-se que eles viviam o que se convencionou chamar de "uma relação aberta", uma espécie de eufemismo para o que a sociedade européia enxergava como pura promiscuidade. Estavam juntos, mas nunca se casaram – embora tenham chegado muito próximos de se casarem com outras pessoas. Declaravam-se apaixonados até a morte, mas tiveram vários amantes, alguns deles em comum. Isso significa que pelo menos um deles – até onde a biografia consegue chegar, apenas Simone – se envolveu em casos homossexuais. Como se nada disso fosse o bastante, eles foram além e fizeram questão de nunca esconder do mundo nenhum desses fatos. Mas reduzir o amor de Sartre e Beauvoir a uma "relação aberta" e a um exibicionismo inconseqüente é um erro comum. Como mostra Hazel Rowley, eles viviam uma união rara que superava o amor e resvalava para a construção de um pensamento filosófico consistente e desafiador: o existencialismo. Queriam mostrar para o mundo que a liberdade é, sim, o valor principal da existência e que a partir dela, homens e mulheres constroem suas histórias, como indivíduos, como casais, como seres políticos. Cada um de nós é resultado das próprias escolhas - e sempre escolhemos em situação de liberdade, se estivermos comprometidos com ela. Da mesma forma que sempre seremos responsáveis por nossas escolhas, como mostra Sartre em seus escritos filosóficos, entre eles O Existencialismo é um Humanismo (1946). Talvez, mais do que a história de amor do casal, tenha sido essa completa aceitação da liberdade que tenha chocado à Europa. Em cada uma de suas escolhas, Sartre e Beauvoir foram completamente livres - ainda que isso significasse enfrentar todos os demônios internos e a condenação da sociedade. Amar - e amar livremente - foi apenas mais uma dessas escolhas.

Pagu, uma das figuras mais polêmicas do Modernismo brasileiro, é homenageada no Sesc Santana com filmes, oficinas, debates e exposição

atrícia Redher Galvão, que ficou conhecida simplesmente como Pagu, celebraria seu 96º aniversário no próximo dia 14, se estivesse viva. Para comemorar, o Sesc Santana reúne entre 14 de junho e 16 de julho o evento Pagu, Vida e Paixão. A exposição homônima com desenhos, textos e fotografias tirados de cadernos e croquis da artista é um dos destaques da programação. Há também a mesa redonda Vozes de Pagu que terá a participação de Geraldo Galvão Ferraz e Rudá Kocubej de Andrade, filhos da artista. Quem gosta de filmes, poderá assistir a dois documentários que serão exibidos em película e gratuitamente: Eh, Pagu, Eh! e Pagu,

Pagu, em família, celebraria seu 96º aniversário se estivesse viva

Livre na Imaginação, no Espaço e no Tempo. Três oficinas também fazem parte da programação. Em uma delas (Escrevendo Pagu), o filho da homenageada e organizador do livro Safra Macabra (escrito por Pagu, sob o pseudônimo de King Shelter) fala sobre estrutura textual, prosa criativa

e criação literária com base nas características encontradas na obra de Pagú. A programação completa pode ser acessada pelo site do Sesc no endereço www.sescsp.org.br. O Sesc Santana fica na Avenida Luiz Dumont Vilares, 579, Santana. Telefone: (11) 6971-8700. (RA)


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sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de junho de 2006

A vocação de busca por justiça social da Rede teve origem no Degrau Alencar Burti

Rede Social: três anos de união de forças

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Meta agora é formar mais de 150 líderes por cidade do Estado de São Paulo para atuar na observância do Estatuto da Criança e do Adolescente Rede Social São Paulo comemora três anos da união firmada entre o poder público, entidades da sociedade civil e empresas para garantir os direitos de crianças e adolescentes. A festa reuniu representantes de todos os setores comprometidos com a rede, quarta-feira à noite, na Sala São Paulo, na capital paulista, tendo como ponto alto a apresentação dos músicos da Orquestra Jovem Tom Jobim. A Rede Social São Paulo tem promovido acordos entre seus três principais protagonistas para formar agentes capacitados para cumprir o Estatuto da Criança e do Adolescente no Estado de São Paulo. A meta é capacitar mais de 150 líderes por cidade. "Hoje os três setores estão reunidos, participam de ações conjuntas, e isso é ummarco que precisa ser comemorado", diz o secretário de Assistência Social do Estado de São Paulo, Rogério Amato. A confraternização na Sala São Paulo dispensou os discursos oficiais para reforçar o seu apartidarismo - estratégia usada pelos gestores da Rede desde a sua criação. Antes da apresentação da orquestra, durante coquetel, representantes de ONGs e empresários que atuam no Terceiro Setor trocaram experiências e relataram avanços em suas áreas de atuação com o uso do método de trabalho da Rede Social. Com a Hoje os três Sala São Pausetores lo lotada, diestão rigentes de reunidos e entidades que atuam isso é um para a inclumarco que são social de precisa ser crianças e comemorado adolescentes Rogério expressaram Amato seu entusiasmo. João Batista da Silva, representante da ONG Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, do bairro do Ipiranga, na capital paulista, disse que o evento foi muito importante para reaf i r m a r o c o m p ro m i s s o d e quem luta pelas crianças. Origens – O presidente em exercício da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, relembrou que a vocação de busca por justiça social da Rede teve origem no Movimento Degrau, de jovens aprendizes, implantado na ACSP por Rogério Amato, durante a sua gestão. "Estou orgulhoso porque este evento é a afirmação de que o sistema deu certo e trabalha pelo equilíbrio e pela justiça social". Mobilização fundamental – Para o presidente do conselho gestor da Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais (Avape), Marcos Antonio Gonçalves, o evento comemorativo é importante porque a "sociedade brasileira está descobrindo, a partir de São Paulo, o poder da mobilização. A alternativa para combater o caos é a mobilização e a organização em rede. Ela consegue mais capilaridade porque envolve o poder público e outros setores da sociedade. Ela contribui, também, para profissionalizar o terceiro setor". Segundo o Secretário Especial de participação e Parceria (SEEP) do Município de São Paulo, José Polici Neto, a união da iniciativa privada, órgãos oficiais e do terceiro setor em torno de um mesmo ideal, ou seja, o de consagrar a Rede So-

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

O visual da Sala São Paulo contribuiu para o clima de integração durante a apresentação da Orquestra Jovem Tom Jobim

Jovens músicos e Roberto Sion apresentam clássicos da MPB

É isso que o Brasil precisa para se unir Cláudio Lembo

A Prefeitura estará junto à Rede Social com suas secretarias Gilberto Kassab

tro teve um caráter de enfatizar que o agente de transformação da sociedade está em cada cidadão e que a base para se alcançar este objetivo é proteger e estimular crianças e adolescentes. No lugar dos discursos, histórias exemplares de vários problemas sociais ligados às crianças. Estas foram contadas e representadas pelos atores Nicette Bruno e Paulo Goulart na apresentação do encontropara uma platéia lotada e atenta. Por meio de um texto como jogral, o casal homenageou todos os agentes que atuam em defesa das crianças e dos adolescentes. Segundo Paulo Goulart, "vale lembrar: cada adulto hoje na platéia, que se tornou uma liderança, seja em que área for, em algum momento, teve apoio de um adulto que lhe deu a primeira chance. Que confiou e incentivou as crianças e os jovens que fomos um dia". Paula Cunha

O secretário Rogério Amato: integração concretizada

O evento reúne forças vivas da sociedade e potencializa soluções Luís Flávio Borges D'Urso

A Rede Social é o resultado do empenho do secretário Rogério Amato José Polici Neto

Orquestra Jovem Tom Jobim

Afif e Burti: com Degrau, ACSP é precursora da Rede Social

cial é resultado do empenho do secretário Rogério Amato. Já para Luís Flávio Borges D'Urso, presidente da OAB São Paulo, o evento reúne as forças vivas da sociedade e potencializa soluções. Após a apresentação da Orquestra Jovem Tom Jobim, o presidente licenciado da ACSP, Guilherme Afif Domingos, lembrou que a falta de perspectiva dos adolescentes é a causa da violência. "Por isso, é de fundamental importância o fato de se unir a sociedade em torno da criança e do adolescente. A política para eles tem que ser feita

no município com o apoio do Estado e da comunidade. Assim, mesmo com poucos recursos, pode-se fazer muito". O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o governador do Estado, Cláudio Lembo, também enfatizaram a necessidade de engajamento no projeto e reiteraram seu apoio. Kassab disse que a Prefeitura "estará junto à Rede Social com suas secretarias" e Lembo reaf i r m o u a u rg ê n c i a d e s t a s ações. "É isso que o Brasil precisa para se unir", concluiu. História contada – Além de uma confraternização, o encon-

Que com a Rede Social as crianças consigam se desenvolver e evoluir Sonia Regina dos Santos

Confraternização: ONGs, governo e sociedade civil


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Indicadores Econômicos

8/6/2006

COMÉRCIO

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4,23

por cento é o acumulado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos últimos 12 meses.


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Tr i b u t o s Nacional Ímóveis Finanças

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A CEF LEILOOU MAIS DE 10 MIL IMÓVEIS EM 2005

Aceita a oferta, o comprador tem que dar um cheque de sinal, como parte do valor do imóvel.

Fotos: Newton Santos/Hype

DOU-LHE UMA... DOU-LHE DUAS... DOU-LHE TRÊS...

VENDIDO! Leilão de imóveis faz sucesso no País e novas empresas entram no mercado

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omprar ou não comprar, eis a questão. Em um trocadilho com a famosa frase de Shakespeare, em Hamlet, o analista de negócios Venâncio Cardoso resume a concentração exigida em um leilão imobiliário. "As vendas nessa modalidade são irrevogáveis. Depois de batido o martelo, não há como cancelar o negócio. Por isso é preciso unir agilidade a bom senso para o barato não sair caro", diz o analista, que sofreu por 2,5 anos para ver seu primeiro imóvel, adquirido em um leilão, ser desocupado. Essa, aliás, é uma das armadilhas que podem estar escondidas nos leilões de imóveis. "Mas o negócio pode realmente valer a pena", afirma Cardoso. Vale tanto a pena que cada vez mais construtoras e bancos desovam imóveis por esse sistema. Amanhã, é a vez da Lopes. No total, a empresa oferece 100 unidades imobiliárias, que juntas somam R$ 16 milhões. Segundo Ricardo Teixeira, diretor da Lopes, nenhuma das unidades oferecidas no sábado tem histórico de problemas legais. O agente financeiro é o Unibanco, que cuida da análise de documentos associados a esses imóveis. Formas de pagamento – Nos leilões é praxe o comprador dar 50% do valor na entrada. Segundo Teixeira, as taxas de juros para o leilão da Lopes são fixadas a partir de 8% ao ano e corrigidas pelo índice da caderneta de Poupança: 6,14% ao ano mais a taxa de referência TR. Quem pagar à vista tem desconto de 5%. "Esse é um mercado em ascensão", diz Renato Ventura, superintendente do Unibanco. Os leilões têm dado tão certo que, de acordo com o executivo, o Unibanco deverá promover, em parceria com a Lopes, ao menos uma edição por semestre. "Nosso maior diferencial é que as condições de negociação têm análise de crédito restritiva (consulta apenas ao Serasa e ao Serviço Central de

Imóveis de todos os tamanhos

Proteção ao Crédito – SCPC)." A comprovação de renda só é exigida de quem opta pelo pagamento em até 60 meses. "Com o prazo reduzido, praticamente não corremos risco, já que o vendedor do imóvel tem a obrigação de bancar 10% do valor do financiamento. Em caso extremo de inadimplência, o imóvel volta para o banco e é repassado em outra oportunidade", explica Ventura. Outra forma de pagamento é a tradicional, em até 180 me-

Muitos realizam o sonho da casa própria dessa maneira. Negociamos desde imóveis em periferias até mansões suntuosas. Fernando Brandão ses. Nesse caso, no entanto, o comprador tem de cumprir todos os trâmites de um financiamento imobiliário convencional e sua burocracia. Em um leilão, compradores e vendedores se reúnem para concretizar, em um ato público e rápido, seus negócios. Como em qualquer outro tipo de leilão, os imóveis são submetidos a um preço inicial e sujeitos à melhor oferta. "Assim comprei três imóveis", diz Cardoso. Todos quitados pela Caixa Econômica Federal (CEF).

Os bens a serem vendidos recebem uma numeração e são chamados de lotes, oferecidos seqüencialmente durante o leilão. Os interessados presentes dão lances até o valor que desejam. Quem fizer a maior oferta, leva. "Uma vez arrematado, o vencedor assina o comprovante de compra e entrega um cheque nominal ao leiloeiro", diz Teixeira. "Geralmente, um sinal do imóvel e a comissão do leiloeiro, que corresponde a 5% do valor do bem", acrescenta o diretor da Lopes. Concorrência – Há muito tempo atuando nesse segmento, a CEF e o Bradesco promovem uma série de leilões de imóveis no decorrer de cada ano. Para se ter idéia da atratividade do negócio, a CEF lucrou no ano passado R$ 277 milhões referentes a 10.378 imóveis leiloados em todo o País. A meta para este ano é chegar a R$ 290 milhões. Já o Bradesco, lucrou R$ 225 milhões ao vender 620 imóveis na mesma modalidade. "Vamos permanecer nesse patamar", diz o diretor desse departamento na instituição, Ricardo Dias. O Unibanco evitou dar números, mas confirma que os leilões têm se mostrado um negócio rentável. Para Fernando Brandão, gerente de padrões e planejamento da área de alienação de imóveis da CEF, mais que uma oportunidade de negócio, os leilões de imóveis são oportunidades para a vida. "Muitos realizam o sonho da casa própria dessa maneira. Negociamos desde imóveis em periferias até mansões suntuosas. Há produtos para todos os bolsos", finaliza o executivo. A idéia do analista Venâncio Cardoso, por exemplo, é adquirir mais cinco imóveis até o final de 2010. "Até a próxima Copa do Mundo, meu futuro está garantido. Não dá para pensar em viver apenas de aposentadoria", diz ele, que também aplica dinheiro em previdência privada, fundo de investimento conservador e ações. Ana Laura Diniz

Cuidados na hora da disputa

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mbora a compra por leilão seja considerada positiva, tendo em vista que o consumidor pode adquirir imóveis com preços até 50% inferiores aos de mercado, é necessário atenção. "É de suma importância conferir se a unidade desejada está ocupada ou se trata-se de uma venda extrajudicial. No último caso, a dor de cabeça e o prejuízo são certos", alerta o advogado Ademar Koga, exconselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e especialista em Direito Imobiliário. De acordo com a Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), grande parte dos mutuários que têm seus imóveis leiloados por inadimplência tem solicitado revisão contratual do saldo devedor e conseguido

provar a cobrança de juros indevidos pelos bancos, o que garante o direito de moradia. "Muitas vezes, ao realizar leilões extrajudiciais, o banco somente transfere o problema aos futuros compradores, que assumem a responsabilidade de retirar o morador do imóvel. É uma disputa que leva anos", acrescenta Koga. Segundo Fábio Filho, diretor da Itaplan Imóveis, um dos aspectos mais importantes é avaliar antecipadamente os imóveis e manter a calma. "Só entre em um leilão quando souber o que pretende comprar e até quanto quer investir. Anote exatamente o número do lote de seu interesse para não se embaraçar no fervor da disputa. Na emoção, muitos acabam levando algo que não queriam", aconselha. (ALD) No alto, edifício a ser leiloado pela Lopes. Acima, o advogado Koga.


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Cidades XEQUE-MATE NA POLUIÇÃO VISUAL O objetivo da proposta, segundo Gilberto Kassab, é permitir apenas os anúncios indicativos.

Projeto de lei elaborado pelo Executivo municipal, denominado Cidade Limpa, pretende acabar com quase toda a publicidade nas ruas da Capital. A medida mal foi encaminhada à Câmara Municipal de São Paulo e já provoca discussões. O prefeito Gilberto Kassab pediu o apoio dos vereadores e disse que o objetivo principal da proposta é erradicar a poluição visual na cidade. Representantes do setor de propaganda acreditam que, se aprovada, a lei provocará o fechamento de empresas de publicidade e demissões em massa. Ivan Ventura

Fotos: Marcos Fernandes/Luz

Andrea Felizolla/Luz

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prefeito Gilberto Kassab decretou ontem tolerância zero com a poluição visual na cidade. Ele encaminhou à Câmara Municipal o projeto de lei Cidade Limpa, uma proposta que proíbe quase toda a publicidade veiculada por placas e outdoors no município. Somente serão permitidos os chamados anúncios indicativos, ou seja, os que contêm apenas o nome e a logomarca da empresa. É o início de uma grande polêmica que envolve comerciantes, empresas de publicidade e a Prefeitura. O projeto passará por duas votações, audiências públicas para, finalmente, seguir para sanção de Kassab. De maneira geral, de acordo com a proposta, não serão permitidos anúncios publicitários nos imóveis da cidade de São Paulo (sejam eles públicos, privados, edificados ou não). Se aprovada, a nova lei proibirá a instalação de outdoors, backlights e frontlights (outdoors iluminados), os totens, os bonecos infláveis (muito comuns em postos de gasolina) ou qualquer outro tipo de dispositivo que contenha mensagem publicitária. O PL cita ainda a publicidade nas fachadas dos Mônica Zarattini/AE prédios ou nas e m p e n a s c egas (uma das faces de um edifício, geralmente sem janelas). Veículos (inclusive ô n i b u s e t áxis), motocicletas, bicicletas, trailers e carretas tamb é m n ã o p oderão carregar mensagens Eu sei que o projeto é publicitárias. radical, mas emblemático. O objetivo É polêmico, mas necessário da proposta, segundo o para a cidade. Dirijo-me à Kassab, é perbancada do PT e peço que mitir apenas aprove o projeto pelo os anúncios interesse da cidade. indicativos Gilberto Kassab, prefeito ( q u e v i s a m identificar, no próprio local, os estabelecimentos ou profissionais que dele fazem uso). Na prática, serão as placas deverão exibir apenas o nome e logomarca da empresa – e não poderão exceder área de 4 m² por imóvel. Além disso, a altura da placa não poderá ultrapassar 5 metros, contados a partir do chão do estabelecimento. Todos os pedidos de colocação de publicidade continuarão sendo encaminhados à Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) da Prefeitura, que os analisará para expedir o Cadastro de Anúncios (Cadan). Exceções – O projeto de lei, no entanto, abre exceções para tipos específicos de anúncios indicativos, possibilitando a instalação de duas ou mais placas no mesmo local. É o caso dos totens ou estruturas tubulares, sendo que o conjunto (estrutura e anúncio) não poderá ultrapassar os mesmos 4 m², não exceder os 5 metros de altura e só será permitido dentro do terreno do estabelecimento. Estão incluídos nas exceções os imóveis maiores de 5 mil m², que poderão ter um anúncio indicativo e ainda uma placa que oriente sobre o acesso ao estacionamento do local, como os shopping centers e hotéis). Ficam fora das restrições os chamados anúncios especiais, que deverão obedecer a determinações específicas de órgãos competentes. São as placas com finalidades cultural, educativa e eleitoral. Já os anúncios imobiliários (as placas de aluga-se ou vende-se), pela proposta, não deverão ultrapassar 1 m² de área, por imóvel. Elas deverão ficar dentro do terreno. Por fim, ficam livres de proibição as pinturas das fachadas dos estabelecimento e os dizeres que foram cunhados ou gravados nas paredes, faixas ou cartazes de eventos culturais (desde que não ultrapassem 10% da área total da fachada), placas ou mensagens, ou placas dos governos estadual, municipal ou federal (mesmo que apareça o nome de uma empresa privada), além de adesivos com bandeiras de cartões de crédito ou débito (sem ultrapassar 0,30 m²) e indicações de empresas de segurança (sem exceder 0,30 m²). Pelo projeto de lei, ficam permitidos os nomes ou logomarcas de hotéis, mesmo que estejam ao longo da lateral ou na fachada do estabelecimento. Em caso de dúvida, o proprietário do hotel deverá solicitar uma análise prévia à CPPU. A diretora do órgão, Regina Monteiro, explicou o motivo de excluir os nomes dos hotéis na nova lei: "Tudo é uma questão de referência na cidade. E os hotéis são umas das primeiras referências para quem visita o município".

Andrea Felizolla/Luz

A placa do hotel é regular. O outdoor, não.

ECONOMISTA ALERTA PARA RADICALISMOS Davi Franzon

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Exemplos de outdoors e propagandas de estabelecimentos comerciais tecnicamente irregulares, de acordo com as normas enviadas ontem pelo prefeito Gilberto Kassab à apreciação da Câmara Municipal de São Paulo. Os vários casos de irregularidades (segundo o projeto de lei apresentado pelo Executivo) espalham-se pelas ruas do Centro, como a São Bento e Heitor Penteado, e pela avenida Paulista. A Prefeitura quer tolerância zero com a poluição visual.

Radical - O prefeito Gilberto Kassab reconheceu que o projeto de lei do Executivo é radical e disse que São Paulo deve seguir os exemplos de Chicago (EUA) e Barcelona (Espanha), cidades que praticamente extinguiram a publicidade nas ruas. "Eu sei que o projeto é radical, mas é emblemático. É polêmico, mas necessário para a cidade". Em defesa do projeto, o prefeito chegou até a pedir a colaboração de vereadores petistas (que fazem oposição ao governo) pela aprovação. "Dirijo-me à bancada do PT e, principalmente, ao líder, o vereador Arselino Tatto. Peço que aprovem o projeto pelo interesse da cidade. A situação da poluição visual é caótica e precisa ser resolvida com rapidez". Para os vereadores petistas, o momento é de analisar a proposta minuciosamente para só depois concluir se é necessário um substitutivo ou a obstrução da proposta. Quanto à fiscalização, o prefeito admitiu que terá problemas, mas disse que conta com a ajuda da população. "Com a aprovação da proibição, esperamos contar com a fiscalização de mais de 11 milhões de pessoas. Elas ajudarão a Prefeitura a combater a propaganda irregular".

No fim do encontro na Câmara, o prefeito dirigiu-se aos comerciantes que usam a publicidade em seus estabelecimentos e às empresas ligadas ao setor. "Não se trata de uma afronta a nenhum setor. Espero a compreensão de todos, pois a medida tem como objetivo o fim da poluição visual". Para o vereador Roberto Trípoli, a medida é como um sonho que está prestes a ser realizado. "É o sonho de mudar o conceito de publicidade em São Paulo", disse. Fim – Representantes do setor publicitário, no entanto, acreditam que a medida poderá provocar a extinção de uma categoria profissional, com demissões em massa no setor. "É um projeto totalmente absurdo. Hoje o setor tem 5 mil empregos diretos e 15 mil indiretos. Com esse projeto, se aprovado, empresas de publicidade fecharão suas portas", disse o diretor da Central de Outdoor Seccional São Paulo, órgão que representa as maiores empresas do segmento. Na segunda-feira, seus diretores deverão se reunir em assembléia para discutir o que fazer. Dois projetos considerados compensatórios e mecanismos de pressão sobre o Executivo e Legislativo serão discutidos no encontro.

economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), disse ontem que é preciso tomar cuidado com radicalismos quando o assunto é um projeto que proíbe a propaganda em outdoors e mídias eletrônicas na cidade. Solimeo crê que o melhor, no momento, é esperar a avaliação do projeto pela Câmara e estudar as possíveis alterações a serem apresentadas pelos parlamentares. O economista afirmou que faltou debater o assunto com a população antes da apresentação do projeto, o que poderia ter facilitado a elaboração de uma nova lei. "Agora, a discussão será na Câmara. Temos de aguardar o que será proposto após o debate no Legislativo", disse. Solimeo não acredita que uma proibição completa da publicidade traga resultados positivos. Confia, entretanto, num consenso entre o Poder Público e as empresas do setor. "Já existe uma lei para o tema, mas ela não é cumprida. Uma lei mais restritiva pode ter o mesmo efeito, caso não ocorra uma fiscalização eficiente". Segundo o economista, o texto de autoria do Executivo municipal pode servir como um alerta da Prefeitura para que se discuta a poluição visual. O radicalismo do projeto, na avaliação de Solimeo, é uma forma de chocar os empresários do setor e os vereadores, buscando uma solução intermediária. "Não se pode deixar de lado o número de empregos e os investimentos desse setor em São Paulo. A ACSP colaborará para uma solução favorável para os dois lados", disse. Antes mesmo da apresentação do texto à Câmara, o secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, já mandava um recado para o setor de propaganda, principalmente ao de outdoors. Ele disse que 95% do setor age de maneira irregular, já que as propagandas são colocadas sem nenhuma consulta ao município ou preocupação com a poluição visual. Matarazzo defendeu uma ação enérgica contra as empresas e uma fiscalização pesada em prédios e residências que permitem o uso de suas áreas livres para a instalação de outdoors e painéis eletrônicos.


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Urbanismo Compor tamento Polícia Administração

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PRESO FALOU SOBRE TRÁFICO DE ARMAS

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Respondeu às perguntas do jeito dele, mas dá para perceber que é um preso acima da média. Moroni Torgan, deputado

MARCOLA: LÍDER DO PCC NEGA TER ORDENADO ATAQUES

Ó RBITA

CELULARES

Em Presidente Bernardes, preso deu "depoimento proveitoso", afirmam deputados da CPI do Tráfico de Armas

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s operadoras de telefonia religaram ontem as antenas de celulares próximas dos presídios em seis cidades do Estado, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Desde o dia 19 de maio, os sinais de celulares estavam bloqueados nos municípios de Avaré, Presidente Wenceslau, Iaras, Araraquara, São Vicente e Franco da Rocha. A medida havia sido determinada pela Justiça para impedir a comunicação dos detentos. O restabelecimento, segundo a Anatel, foi determinado, terça-feira, pelo juiz de direito corregedor do Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária (Dipo) do Estado, Alex Tadeu Monteiro Zilenovski. As empresas informaram que 300 mil pessoas teriam problemas para fazer ou receber ligações. Mas esse número pode chegar a 400 mil com o desligamento em outros Estados.

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Paulo Liebert/AE

preso Marcos Willians Herbas Camanho, o Marcola, de 36 anos, confirmou ontem a integrantes da CPI do Tráfico de Armas sua condição de líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). Negou, porém, que tenha ordenado a onda de ataques às forças de segurança de São Paulo, entre os dias 12 e 20 de maio. Não confirmou ter havido acordo para o fim dos atentados e rebeliões nos presídios. Os deputados interrogaram o detento durante cinco horas no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, a 605 quilômetros de São Paulo. Marcola respondeu a todas as perguntas, dando inclusive dados "interessantes" sobre o tráfico internacional de armas, disse o relator da comissão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS). "Foi um depoimento proveitoso", esquivou-se o parlamentar, alegando que não poderia dar detalhes por se tratar de um depoimento reservado. O número 1 da facção criminosa chegou à sala de videoconferência do presídio, no prédio da administração, às 13h47. O recinto, pequeno e estreito, recebeu mesas e cadeiras para o interrogatório. Marcola ficou sentado à frente dos oito deputados. Vestia as tradicionais calças caqui (o uniforme antigo foi liberado pela Secretaria da Administração Penitenciária pouco antes do início dos ataques), camiseta branca e tênis prateado. Foi a primeira vez que Marcola deixou a ala de isolamento do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde está preso desde a transferência que teria desencadeado a série de ataques, dia 12 de maio. Durante todo o depoimento, Marcola permaneceu algemado e escoltado por dois agentes de segurança penitenciária. Estava com a barba feita e aparentava tranqüilidade. Quando notou a presença de fotógrafos e cinegrafistas, o líder da facção criminosa baixou a cabeça e, em determinado momento, escondeu o rosto com as mãos. O presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), disse que Marcola respondeu a todas as perguntas "do jeito dele, mas que corroboraram as suspeitas da comissão". "Dá para

SEQÜESTRO Algemado, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, deu depoimento ontem aos deputados da CPI

perceber que é um preso acima da média", comentou. O relatório final da CPI do Tráfico de Armas será entregue no próximo dia 3 e entra em votação dois dias depois. Segurança – Os deputados chegaram ao aeroporto de Presidente Prudente em um turbo hélice Learjet do governo estadual com atraso de cerca de duas horas, causado pelo nevoeiro no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Escoltados por viaturas das polícias Militar Rodoviária e Federal, os integrantes da CPI seguiram em comboio até o presídio. O governo mobilizou 110 agentes e policiais e 23 viaturas para dar suporte à operação. O aparato foi justificado pelo fato de dois deputados terem sido ameaçados de morte por supostos integrantes da facção. Laudos – O perito Ricardo Molina recebe hoje cópias dos laudos das mortes relacionadas aos atentados do PCC, entre 12 e 20 de maio, em São

Paulo. Ele vai verificar se houve abuso nos procedimentos da polícia durante o conflito. Molina contou ter sido chamado pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo para prestar consultoria técnica a uma comissão independente que acompanha as investigações sobre o caso, formada por várias entidades e pelo Ministério Público. Molina não soube informar se receberá também os laudos referentes aos policiais assassinados nos ataques. O perito disse que o primeiro passo será uma triagem nos laudos, para separar os que têm relação direta com os atentados do PCC. "Falam em 130, 400, 519 laudos. Alguns deles poderão ser descartados e vamos analisar apenas o que interessa", afirmou. Depois, pretende cruzar as informações dos laudos com depoimentos de testemunhas. O objetivo é descobrir se há indícios de irregularidades, como execução. (AE)

Para polícia, traficantes atiraram na escola m cenário de guerra. Assim o delegado Eduardo Freitas definiu o que foi encontrado ontem por peritos que vistoriaram a Escola Municipal Henrique Fóreis, na zona norte do Rio. Na manhã de quarta-feira, 17 alunos da escola, localizada num dos acessos ao Morro da Fazendinha, no Complexo do Alemão, foram feridos por balas perdidas num tiroteio entre traficantes e policiais militares. Segundo o delegado responsável pela investigação, os disparos foram feitos por traficantes. "Os peritos verificaram que os tiros vieram de cima. De onde os policiais es-

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Domingos Peixoto/Agência O Globo

tavam, não poderiam ter feito os disparos que atingiram a escola", disse o delegado. Seis crianças permanecem internadas em observação, com fraturas provocadas pelas balas perdidas. Nenhuma em estado grave. Por decisão da diretora Dinalva Gurgel Moreira, ontem a escola não funcionou. A pedido da perícia, nada foi retirado das salas, que permaneciam com marcas de balas de calibre pesado por todos os lados e manchas de sangue pelo chão. Nas mesas, cadernos, mochilas e agasalhos deixados para trás no momento do tiroteio. Projéteis destruíram murais e móveis. (AE)

Buraco de bala sobre carteira escolar, no Rio: 17 crianças feridas em tiroteio

ois detentos da Penitenciária de Pirajuí, que tinham indulto para visitar as famílias no Dia das Mães e não retornaram, foram presos pela polícia durante tentativa de seqüestro de um adolescente de 14 anos, filho de um advogado da cidadezinha de Ribeirão do Sul, a 410 quilômetros da capital paulista. O menor foi rendido num assalto quando chegava em casa, na noite de terça-feira. Ele seria levado a Jundiaí, onde os bandidos pretendiam montar o cativeiro. Mas não houve tempo porque o bando capotou o carro quando tentava fugir do bloqueio montado por policiais de São Paulo e do Paraná, nas rodovias da região de Ourinhos. A polícia prendeu três bandidos e libertou o menor, que não sofreu ferimentos. Foram presos Claudionizio Rodrigues, 36 anos, e Osvaldo Messias de Souza Filho, 32 anos, foragidos de Pirajuí, além de José Francisco da Silva, 43 anos, que havia acabado de cumprir pena em Iaras. (AE)

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SUZANE uzane von Richthofen, que participou do assassinato de seus pais, Marísia e Manfred, em outubro de 2002, ficou vigiada ontem por dois seguranças particulares no novo endereço onde cumpre prisão domiciliar. Ela está hospedada em um apartamento na rua Rocha Pombo, na Liberdade, que pertence a uma amiga de Denivaldo Barni, seu tutor e advogado. Suzane estava no escritório de Barni, na Vila Mariana, de onde saiu escoltada por policiais do DHPP. Os moradores do prédio da Liberdade estranharam a presença de homens vestidos de preto. Um deles ficou na guarita que normalmente é ocupada pelo porteiro do edifício. O outro permaneceu o tempo todo na porta do apartamento. Suzane seria julgada na segunda-feira, junto com os irmãos Daniel e Christian Cravinhos, mas o júri foi adiado após manobras realizadas pelos advogados. Um novo julgamento foi marcado para o dia 17 de julho. (Agências)

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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RESENHA

NACIONAL

AQUI, LÁ, EM QUALQUER LUGAR

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JOÃO DE SCANTIMBURGO

autoridades constituídas tem o melhor exemplo na invasão da fazenda que então pertencia ao presidente Fernando Henrique Cardoso. A invasão do Congresso Nacional por uma das facções do movimento de sem-terra não deveria causar nenhum espanto, mesmo diante da destruição havida. Um ou outro deputado poderia ter feito um discurso morno, registrando o fato. Os jornais deveriam ter dado a notícia em canto de página. Afinal, milhares de brasileiros já foram vítimas dos sem-terra sem que as autoridades tomassem providências enérgicas – ao contrário, elas sempre acobertaram-nos. Os dramas das vítimas nunca foram sequer registrados,

O GRANDE Céllus

um país onde impere o Estado de Direito, tanto a propriedade pública quanto a particular não podem ser violadas. No Brasil, a Constituição, o Código Civil e o Penal (ainda) colocam-nas a salvo. A ninguém é concedido o direito de invadir qualquer propriedade e muito menos de causar-lhe danos. Cabe primordialmente ao poder público assegurar a tranqüilidade dos cidadãos quanto a seus bens, mas estes também têm o direito de se defender. A questão da propriedade no Brasil, do ponto de vista legal, é tão simples quanto isto. Ocorre que no Brasil, há muitos anos, milhares de propriedades, públicas e privadas, vêm sendo

Governantes covardes PAULO SAAB

A

Ailton de Freitas/Ag. O Globo

MLST, no Congresso como em qualquer lugar

sistematicamente invadidas por elementos que se declaram como pertencentes a “movimentos de semterra”. Eles ocupam fazendas, abatem cabeças de gado, destroem plantações, derrubam cercas, inutilizam máquinas e implementos agrícolas, incendeiam casas, invadem repartições públicas, mantêm pessoas em cárcere privado, aniquilam laboratórios, cortam árvores e até ferem ou matam suas vítimas. E simplesmente nada lhes acontece. Rarissimamente são expulsos pela polícia; em geral, se retiram quando querem, depois de “negociações”. Ninguém é preso ou processado, por maiores que sejam os danos ocasionados. Ou melhor, temse notícia de que uma vítima processou o Estado de São Paulo por escandalosa omissão no cumprimento de uma ordem de reintegração. A covardia das

tanto em plenário, quanto nos meios de comunicação. Por fim, os quinhentos criminosos que invadiram o Congresso podem ficar tranqüilos. Nada lhes sucederá. Se um inquérito policial para apurar um delito cometido por um único criminoso leva anos para ser concluído, é fácil calcular quanto tempo tardará um caso com centenas de indiciados. O líder da invasão, Sr. Bruno Maranhão, poderá solicitar a indicação de um bom advogado para o Ministro da Justiça, enquanto este não puder retornar às lides forenses e se encarregar pessoalmente da sua defesa. O Congresso Nacional é um lugar como outro qualquer aos olhos dos sem-terra. E eles estão cobertos de razão. TRECHOS DO EDITORIAL DE CÂNDIDO PRUNES NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

M ilhares já foram vítimas dos sem-terra

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

comoção causada pela ação criminosa, absurdamente irracional e intolerante de um grupelho autodenominado Movimento de Libertação dos Sem Terra (seja lá o que isso queira dizer) reflete o grau de indignação que os brasileiros ainda são capazes de demonstrar. É verdade que as reações têm graus diferentes. A absolvição, por exemplo, por parte dos deputados federais, de colegas comprovadamente envolvidos em corrupção e falta de decoro parlamentar, apesar de ser também uma agressão criminosa à sociedade, não mereceu o mesmo grau de indignação. Nada justifica a estúpida ação dos estúpidos membros do tal "movimento". Um erro não justifica o outro. Talvez, todavia, explique, o porquê de alguns profetas da irracionalidade se sentirem motivados a agir sem limites e totalmente em desacordo com normas de civilidade e mesmo legais. O erro que não justifica ações animalescas de gente tosca, como ocorreu na Câmara Federal, é dos governantes covardes que têm ocupado o poder no Brasil nas últimas décadas. Com medo de parecerem autoritários, não utilizam os (parcos) recursos da lei que garantem o direito da maioria civilizada diante dos abusos dos trogloditas. A leniência do poder público, na contraface da autoridade exagerada dos governos militares, passando de Sarney a Collor, de Itamar a Fernando Henrique, como corolário no estimulador de

infrações, companheiro Lula, é marca registrada da covardia de ação legal em favor de um populismo barato que tem custado caro ao Brasil que comunga o lema de Ordem e Progresso. Se os presidentes anteriores foram covardes por não coibirem as ações criminosas por medo de serem acusados de anti-sociais, o presidente petista Lula exagerou ao fazer afagos nos criminosos de movimentos políticos acobertados por falsas causas sociais. A Câmara dos Deputados, ofendida, vilipendiada, justamente indignada, deveria olhar um pouco mais também para o próprio umbigo e ver o quanto há de covardia na sua falta de ação contra colegas infratores e de estimulador na ação criminosa pela suposição de impunidade. Governantes e políticos corruptos não-punidos dão a deixa para as mentes pequenas que se julgam superiores ao primado da Lei.

L

avou a alma de muita gente ver aquela horda de manipulados infelizes e ignorantes, e seus "líderes" criminosos, serem encaminhados à prisão em Brasília. Como lavaria a alma do País se junto deles estivem na fila governantes e políticos que atacam diariamente o patrimônio público, não jogando pedras ou destruindo vidros ou terminais, mas dilapidando de forma ofensiva os recursos públicos em proveito pessoal. A covardia prevalece no Brasil da impunidade.

O Lula exagerou nos afagos aos movimentos de falsas causas sociais

Fusão dos Fiscos ELIAS FARAH

O

PLC 20-2006 (PL 6.272-2005 do Executivo) dispõe sobre a Administração Tributária Federal. Cria a Receita Federal do Brasil. Objetiva à fusão das Secretarias da Receita Previdenciária e da Receita Federal. À Secretaria da Receita Federal se somará a atribuição de arrecadar, fiscalizar, administrar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais. O débito original e seus acréscimos legais, além de outras multas previstas em lei, relativas às contribuições sociais, constituirão dívida ativa da União. A orientação legal projetada recebe a aprovação de uma parte de tributaristas, que admitem que a centralização da arrecadação simplificaria a administração tributária, padronizaria o processo fiscalizatório, com possível economia e segurança no controle da despesa operacional e administrativa. Tributaristas e juristas, de outra parte, incluindo a Ordem dos Advogados do Brasil, na voz do seu Conselho Federal, admite que o novo sistema agravará os efeitos da DRU (Desvinculação das Receitas da União). O desvio da arrecadação previdenciária poderá pôr em risco a segurança dos segurados do INSS. A proposta visa a alterar a estrutura da Administração Tributária e vai atentar contra a autonomia constitucional do INSS, afetando-lhe a ordem administrativa e financeira. Ele possui uma gestão quadripartite formada de trabalhadores. empregadores, aposentados e governo. A fusão implicará a transferência da cobrança das contribuições previdenciária para a Procuradoria Geral da Fazenda e a incorporação do patrimônio imobiliário ao da União. A partir do somatório dos recursos do trabalhador com o superávit primário da União, eles poderiam ser deslocados para finalidades não-previdenciárias. Sabe-se que o País está afogado numa formidável dívida externa e interna. A fusão é acusada de configurar uma política populista e anti-democrática A Previdência não é patrimônio da União e sim dos trabalhadores. O Seminário Internacional de Administração Tributária e Previdência Soc ia l (março em São Paulo) manifestou séria preocupação pelo assunto e reclamou um novo modelo de administração tributária para o País. Deu-se destaque à definição da justa distribui-

ção e utilização dos recursos e à reordenação lógica da arrecadação, para sanar o desequilíbrio de cobrar mais de quem ganha menos. Isto é, o pesado tributo indireto embutido nos preços dos produtos, sem chance de escapatória. Um justificado temor envolve a fusão, que direcionará os recursos para um caixa-comum, com possível utilização no pagamento da fantástica dívida do governo. Repetir-se-ia o mesmo destino transviado do CPMF no financiamento da saúde, do FGTS no financiamento, pelo BNH, da habitação popular, da taxa de educação contra o analfabetismo, do IPVA para a infra-estrutura do transporte. Os antecedentes denunciam que as contribuições previdenciárias poderão vir a ter deles o mesmo destino. O déficit previdenciário, nunca demonstrado com transparência, é acusado de falacioso, e ser o resultado de um gerenciamento político sem técnica administrativa.

C

om a fusão, o Estado passará a administrar recursos não-fiscais, e estes se transmudariam em impostos. Os aportes das contribuições vão perder, então, o seu destino específico. Os recursos dos trabalhadores poderão vir a ser utilizados para financiar o Estado, em prejuízo do trabalhador. O valor da aposentadoria persistiria na manutenção da atual e injusta linha de pobreza. A voracidade pantagruélica do Estado nas manobras arrecadatórias não o torna confiável. Gerido por tecnocratas, ele padece, em regra, de uma visão míope do social. A Previdência é o mais importante instrumento da justiça social ou de distribuição de rendas. Cerca de 25 milhões dependem dela para sobreviver. Muitos pregam que a administração da Previdência deve ser autônoma, descentralizada, democrática, quadripartite, porque milhões de idosos, doentes, inválidos, dependem da sua regularidade e segurança. Até onde é seguro a capitalização dos recursos nos “Fundos de Pensão”, à moda americana? O sistema previdenciário atual, sem fusão, porém bem administrado, parece ser o que mais convém à sociedade e melhor garante o futuro do instituto. ELIAS FARAH, DO CONSELHO DIRETOR DO CESA.

O sistema previdenciário atual, sem fusão, é o que mais convém

ESPETÁCULO stamos no vestibular do grande espetáculo. A bola vai correr, movimentada pelas pernas milionárias e pelos atores dos jogos, conhecidos mundialmente como jogadores de grande nome para o show de exibição das jogadas, que ficarão na memória de todos os apaixonados pelo esporte futebolístico. Para se fazer idéia do que é uma Copa do Mundo, tomem-se alguns dados: todos os veículos de comunicação, como tevês, rádios, jornais e revistas, mantêm pessoal em alto número nos estádios das pugnas. São bilhões de dólares que vão rolar junto com a bola, milhões de telespectadores que estarão colados aos seus receptores para acompanhar os lances de todos os jogos, cada grupo torcendo para suas cores nacionais. É possível um espetáculo dessa grandeza, dessa eminência, dessa extensão, desta mobilização de pessoal e de recursos como nunca se viu antes, graças aos meios de comunicação.

E

Estamos nas vésperas do grande espetáculo. Preparemo-nos para gozá-lo e torçamos para a vitória do Brasil. s Copas do Mundo têm sido atraentes, de maneira avassaladora e em tal extensão que já se propõe nos gabinetes da FIFA e dos clubes europeus e em geral a realização da Copa a cada dois anos, no lugar de quatro, que é a medida olímpica. Os brasileiros querem o triunfo completo, o Hexa, que o consagraria como a maior nação futebolística do mundo, que já deu tantos valores, tantos astros, inclusive um campeão mundial – Pelé para a alegria de todos os seus conterrâneos. Está provado que o futebol é popular, provado mais ainda pelos contratos milionários, firmados com clubes e jogadores dos quais são expoentes. Enfim, estamos nas vésperas do grande espetáculo. Preparemonos para gozá-lo e torçamos para a vitória do Brasil.

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Do presidente de Cuba Fidel Castro, segundo jornais de ontem.

Logo Logo

JUNHO

Cuba é o país mais seguro do mundo e nossos combatentes do Ministério do Interior podem se considerar os mais sãos e honrados (...) O capitalismo não resolverá jamais o problema da ordem pública porque o sistema sempre se transforma em uma dificuldade maior.

sexta-feira, sábado e domingo, 9,10 e 11 de junho de 2006

www.dcomercio.com.br/logo/

9 Estréia do Pato Donald em The Wise Little Hen (1934)

T URISMO C A R T A Z

Paraíso não é mais aqui

PESSOA

E M

Brasil deixa de ser o segundo destino preferido dos viajantes

O

Lonely Planet, um dos principais guias de turismo da Europa descobriu que a imagem que o Brasil projeta no exterior já deixou de atrair os turistas estrangeiros. O País saiu da lista dos dez destinos que os turistas estrangeiros mais gostariam de visitar na sua próxima viagem na enquete feita este ano pelo guia. A queda em relação à pesquisa do ano passado foi feia: o Brasil caiu do segundo destino desejado pelos turistas para o 14º. Enquanto isso, países como

O Marinheiro. Um dos poucos textos de teatro de Fernando Pessoa (foto). Montagem do grupo Cia. 7Cênico. Casa das Rosas. Av. Paulista, 37. Telefone: 3285-6986. 21h. Grátis.

Austrália e Estados Unidos galgaram posições no ranking e estão em primeiro e segundo lugar na preferência dos turistas. Mas esses dados não significam que o Brasil está pior, apenas que tem investido em imagens muito batidas para divulgar seus atrativos lá fora. Na opinião de especialistas, o Brasil deveria investir menos na divulgação do carnaval e mais na propaganda de destinos de ecoturismo, por exemplo. A queda também não pode ser atribuída às notícias recentes de violência em São Paulo.

Isso porque a enquete, respondida por 33 mil pessoas, ficou no site do Lonely Planet entre março e maio deste ano e apenas uma pequena parcela dos votantes teria opinado depois da divulgação das notícias. Participaram da pesquisa internautas de mais de 170 países e ele escolheram como os dez 'próximos destinos' que gostariam de conhecer, na ordem de preferência, Austrália, Estados Unidos, Nova Zelândia, Itália, Tailândia, Grã-Bretanha, Índia, Espanha, Canadá e França. www.lonelyplanet.com

M EIO AMBIENTE

O vidente do Mundial Um papagaio de origem brasileira se tornou a atração principal do zoológico de Hannover. Lorenzo dá palpites sobre os jogos da Copa do Mundo. O papagaio dispõe de um estrado de madeira com três orifícios - um para cada time e o do meio para os empates - e pega as bolas para os palpites com seu bico. Em seu primeiro palpite, ele previu uma vitória da Alemanha sobre a Costa Rica, hoje, em Munique. Para o jogo entre Polônia e Equador, Lorenzo apostou nos poloneses. A partir de hoje, ele deverá adivinhar os resultados dos outros 62 jogos da Copa. B RAZIL COM Z

Berço do kung-fu ameaçado A região montanhosa da província de Henan, na China, onde nasceu a arte marcial do kung-fu, está se deteriorando rapidamente por causa da frenética atividade de mais de 20 pedreiras, informou ontem a agência de notícias chinesa Xinhua. Segundo a lenda, o kung-fu foi inventado pelo monge indiano Bodhidharma. No ano de 527, ele fundou o Templo Shaolin, berço da arte marcial, nas montanhas Songshan. O local é considerado pela Unesco um Parque Geológico Mundial. No entanto, o título será uma ironia se não for controlada a exploração das montanhas e a

A LEMANHA

Copa

destruição das florestas. Nas montanhas Songshan ficam também uma das escolas mais importantes da antiga China, o Templo Zhongyue, construído na Dinastia Qin (221-207 a.C.), e o Templo Yongtai, o mais antigo templo real de mulheres budistas. Ontem, Zhou Kunshu, membro da Academia Chinesa de Ciências, lançou um apelo ao governo chinês para que sejam adotadas medidas que considerem as montanhas Songshan não apenas uma atração natural, mas o centro do budismo chinês e da cultura do kung-fu, além do berço da tradição chinesa.

Diversidade energética O site francês especializado Enerzine fez ontem uma retrospectiva sobre a história recente do Brasil em relação às fontes de energia. Segundo o site, o bom desempenho do Brasil se deve menos ao fato de ter se tornado auto-suficiente em petróleo do que à sua aposta em fontes alternativas de energia, como a produção de etanol e de biodiesel. Diversificar, diz o site, é a principal força do Brasil, que agora pretende também investir em energia nuclear com a construção de uma terceira usina. "A França está pronta a ajudar o País nesse domínio", garante o site.

Sebastião Moreira/AE

H ISTÓRIA

O último refúgio de Hitler

A USTRÁLIA

Arnd Wiegmann/Reuters

À procura da ovelha mais feia L

SANTOS CRAQUES – Pintura no teto da estação de trem de Colônia, na Alemanha, retrata os mais talentosos jogadores de futebol da Copa, entre eles Kaká, Zidane, Riquelme e Beckham.

G UERRA DOS SEXOS

F AVORITOS

Mata-mosquito eletrônico

Não abra mão de seus direitos

O "Mosquito Mega-Catch" usa uma essência que imita o odor da respiração humana, que atrai os mosquitos. Dentro do aparelho, uma lâmpada ultravioleta atordoa os insetos, que caem em um coletor com um líquido e morrem. Custa US$ 200 na Hammacher Schlemmer. www.hammacher.com/publish/

Um site com as principais ferramentas necessárias para encaminhar ou resolver seus problemas de cidadão ou consumidor: esta é a proposta do Defenda-se. O site funciona quase como um portal de acesso a informações sobre aposentadoria, direitos humanos, consumo, impostos, serviços públicos, trabalho, leis, segurança, saúde... É fácil de navegar, interativo e traz um serviço bastante prático que fornece modelos de cartas, petições, procurações e autorizações.

72022.asp?promo=homepage

www.defenda-se.inf.br

pesquisador norteamericano Larry Cahill realizou uma extensa análise dos trabalhos científicos publicados na última década sobre os cérebros de homens e mulheres e concluiu: as diferenças são muito grandes, mas isso não significa que um tipo de cérebro seja "melhor" que outro. Ao contrário: entre os trabalhos revisados por Cahill, há alguns que mostram que atividade cerebral diferente, em homens e mulheres, pode levar a comportamentos idênticos. Conclusão? Em alguns casos, a atividade cerebral diferente nos sexos pode existir exatamente para compensar outras diferenças fisiológicas, levando a performances semelhantes. Em artigo publicado na edição de junho da revista britânica Nature Reviews Neuroscience, Cahill enumera alguns "equívocos comuns" quando o assunto

O

são as diferenças entre o cérebro do homem e da mulher. O primeiro: a idéia de que essas diferenças seriam pequenas e pouco importantes. Dois: as diferenças que aparecem nas estatísticas seriam fruto de uma distorção provocada por alguns casos extremados presentes na amostra. Três: diferenças dentro de um mesmo sexo seriam maiores que entre os sexos. Quatro: as diferenças seriam todas explicáveis por diferenças de nível hormonal. O artigo de Cahill não nega que os hormônios provoquem algumas diferenças de comportamento, mas lembra que têm também um papel no desenvolvimento do cérebro, podendo levar a diferenças mais duradouras na própria estrutura do órgão. Entre as diferenças já detectadas entre homens e mulheres, ele menciona o córtex pré-frontal (CPF).

Essa área do cérebro que, acredita-se, está envolvida na tomada de decisões, seria afetada de modo diferente dependendo do sexo dos pacientes. Lesões no lado direito do CPF atrapalham a capacidade de tomada de decisões em homens; no lado esquerdo, em mulheres. Outro exemplo: sintomas de depressão aumentam o risco do Mal de Alzheimer em homens, mas não em mulheres. Cahill especula que a fonte das diferenças na função cerebral de homens e mulheres seja fruto do processo de seleção sexual, citado por Charles Darwin como um "parceiro" da seleção natural no processo de evolução das espécies. Sob a pressão da seleção sexual, machos c o m p e t e m e n t re s i p e l a atenção fêmeas, e as fêmeas competem para atrair os melhores machos. (AE)

T ECNOLOGIA

Mais popular do que cerveja Uma pesquisa realizada pelo site Student Monitor com 1,2 mil estudantes revelou que 73% deles disseram que um iPod é um dos elementos mais 'in', ou seja, mais descolados ou populares para os universitários. O tocador de música digital, claro, foi comparado a itens como mensagens de texto, festas em bares e baixar músicas da internet. Em segundo lugar na ordem de prioridade está o ato de beber cerveja e freqüentar o site de relacionamentos Facebook, com 71% das respostas. Desde que a pesquisa foi feita pela primeira vez, só em 1997 a cerveja não ocupou o primeiro lugar. Naquele ano, perdeu para a internet. www.studentmonitor.com

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L OTERIAS

Suíça localiza célula terrorista que planejava derrubar avião israelense com um foguete Eli Wiesel, Prêmio Nobel da Paz, defende ação militar contra possível ação nuclear do Irã

L

G @DGET DU JOUR

Nem melhor nem pior

L

que foi guarda-costas de Hitler durante a guerra, comentou: "Durante os últimos 12 dias da guerra, fiquei aqui embaixo todo o tempo com Hitler e os outros guarda-costas", relatou Misch, hoje com 88 anos, apontando para o local onde Hitler se matou em 30 de abril de 1945, quando as tropas soviéticas se aproximavam. "A história pode ser boa ou ruim, mas mesmo que seja sobre um demônio, as pessoas têm de ser informadas". Autoridades de Berlim têm evitado apontar oficialmente a exata localização do bunker por temer que ativistas da extrema-direita o transformem em local de peregrinação.

L

A localização do bunker secreto de onde Adolf Hitler assistiu seu Terceiro Reich desintegrar nos últimos meses da Segunda Guerra Mundial foi oficialmente determinada ontem por um grupo de historiadores tentando desmistificar um dos locais com a maior carga histórica da capital alemã. Escondido sob um playground de um conjunto de prédios residenciais, a localização do bunker do "führer" era desconhecida até que a Associação do Subterrâneo de Berlim a revelou num painel com mapas, fotos históricas e cronologia tanto em alemão quanto em inglês (foto). O ex-sargento da SS Rochus Misch,

Pesquisadores australianos lançaram uma busca pela ovelha mais feia do país - não importa o quão enrugada, careca ou apenas engraçada ela parecer. "Quando algo dá muito errado com os genes, é o mais poderoso indicador sobre onde procurar para identificar os genes que podem paradoxalmente - fazer as coisas darem muito certo", disse Paul Hynd, um pesquisador da Universidade de Adelaide, que lançou o estudo. Convencidos de que a ovelha mais feia dará uma lã de melhor qualidade, os cientistas querem usar o estudo para lançar um produto capaz de competir com as fibras sintéticas.

Tremor de terra de 2 graus na escala Richter assusta moradores de Oiapoque, no Amapá

Concurso 1611 da QUINA 04

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Finanças Nacional Empresas Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ESPECIAL

BARES E RESTAURANTES EM CLIMA DE NAMORO

Autores do beijo mais envolvente serão premiados na Boogie.

Rogério Albuquerque/AFG

Bar e restaurante especializado na culinária indiana, na Rua Augusta, aposta em pratos afrodisíacos.

Numerosos bares e restaurantes da cidade preparam um clima perfeito para os solteiros no Dia dos Namorados. São noites com torpedos, correio elegante, kit paquera. No bar Goro, por exemplo, que fica em Pinheiros, os interessados em encontrar a cara-metade receberão fitas verdes e vermelhas para sinalizar a disponibilidade. No Puri Bar e Restaurante, o destaque são os pratos afrodisíacos.

´ ULTIMA CHANCE Cupido à solta nos bares

A

cidade de São Paulo estará preparada a partir de sábado para ajudar os solteiros que desejam encontrar o par ideal. Bares e danceterias farão programações para o cupido trabalhar livremente. Haverá até ajuda da energia do deus indiano Ganesh. É o que promete o Puri Bar e Restaurante, especializado na cozinha indiana, na Rua Augusta, 2052. Segundo o gerente, Roberto Loureiro, haverá a Noite da Champagne e o cliente pode ter a chance de convidar uma paquera para tomar uma taça da bebida em meio a árvores e o clima aconchegante do local.

Ao som do DJ Bispo, os clientes curtirão um som eletrônico, mesclado com rock dos anos 50. No cardápio, poderão escolher pratos afrodisíacos, como o Samossa (pastéis indianos com recheio de ricota, cenoura e especiarias) e o Aloopatra (enroladinho de batata, gengibre e especiarias). Entre as bebidas, o destaque é o Lassi de limão e rosas (mistura de iogurte, limão e cominho), que também pode ser servido com vodka. O Bar Goro (Rua dos Pinheiros, 877) distribuirá fitas verdes e vermelhas para sinalizar a disponibilidade das pessoas presentes no bar. Haverá também o eficiente e divertido cor-

reio elegante. Se o cliente não achar um parceiro, pelo menos se divertirá o suficiente para não lembrar do solteirismo. Entre as promoções estão desconto de 50% na batida sensação (chocolate com morango), e, para quem encontrar a carametade, de 30% no consumo na casa em algum outro dia. Para quem prefere um público mais moderninho, com direito a "patricinhas" e "mauricinhos", a dica é o No Da Mata Café (Rua da Mata, 70). No sábado, a casa receberá a banda Viva Noite. Para completar, o Dj Wall comanda as pickups. Véspera – O Kabong (Rua Professor Atílio Inocente, 101)

decidiu fazer a festa Sou Solteiro, Sim!, no dia 11 de junho. A casa dará na entrada uma espécie de "kit da paquera", com um drink Kabong Frozen (nos sabores de limão, morango, framboesa e maracujá) acompanhado de um cartão ao estilo torpedo. Basta escolher o alvo e enviar. O Dj Paulinho rola pop rock e abre especialmente sua pickup para atender pedidos de músicas. Mas a canção terá que ser enviada com dedicatória para alguém especial. Já o Marcenaria resolveu fazer no domingo uma brincadeira diferente com casais famosos, como o Mickey e a Minnie. O cliente terá de pro-

curar seu par e dar uma chance ao destino. É uma caçada arriscada, mas ao mesmo tempo pode ser de sorte se estiver na mão do destino. A festa começa a partir das 21 horas. Na segunda-feira – O restaurante Rôti Restaurante (Rua Lisboa, 191) vai promover a Noite do Solteiro no dia 12. Além do buffet com pratos afrodisíacos (preparados pelo chef João Vergueiro Leme), o estabelecimento ainda terá serviço de correio amoroso. Um casal estará encarregado de fazer a entrega das mensag e n s ro m â n t i c a s e n t re o s clientes. O buffet custa R$ 49 por pessoas, com água e pro-

secco Salton inclusos. O Ébano (Avenida Hélio Pellegrino, 531) também terá a noite da paquera. Comandada pela atriz e modelo Mariana Kupfer no projeto Glam Nite DJ Party, a moçada também terá à disposição o serviço de entrega de correios elegantes. A noite começará no bar Ébano e continuará na boate SubÉbano, quando a pista será aberta para acolher os pares formados no início da noite. Famosa por atrair um público a partir dos 30 anos, a Boogie (Rua Alvorada, 515) vai realizar pelo quarto ano consecutivo a festa 70 Comigo para juntar corações! O divertido é que uma fotógrafa ficará de plantão para flagrar a união de novos casais. Os mais ousados podem posar para a câmera para um super beijo apaixonado. Os autores dos cinco melhores e mais envolventes beijos da noite ganharão prêmios. Comemorações como essas deixarão o Dia dos Namorados mais envolvente e divertido para os solteiros da cidade. Patrícia TTeixeira

Marcos Fernandes/LUZ

AMOR À MODA

ANTIGA

De mãos dadas há 40 anos

E

les têm um costume que perdura até hoje: dormir de mãos dadas. Mesmo depois de 40 anos de relacionamento – três de namoro e 37 de casamento – o casal de professores Jurema Polido do Nascimento, de 62 anos, e José Roberto do Nascimento, de 60 anos, ainda gosta de manter um clima de namoro. "Quando meu marido vê que vai sair mais cedo do trabalho, me liga convidando para ir até a cafeteria. Daí nos encontramos, eu tomo um café, ele uma cerveja, e batemos um papo", conta Jurema, avó de duas meninas, Luiza, de 6 anos, e Kim, de 11 anos. "Também gostamos bastante de caminhar no Museu do Ipiranga e freqüentamos muito o clube atlético do bairro", detalha. Colégio cupido – A profissão em comum uniu o casal. Roberto era secretário do colégio no qual Jurema começou a lecionar. Num determinado dia, a jovem de 22 anos entrou no colégio, levou um tropeço e feriu o joelho. Não deu outra. "Lá estava o Roberto, muito solícito, loiro, olhos verdes, bonitão e malandro. Daí, tudo co-

meçou. Ele viu o joelho e se apaixonou", recorda Jurema em meio a muitos risos. A professora de Português confessa que já foi muito ciumenta e desconfiada. "Apesar de ainda ter um pouco de ciúme e amá-lo demais, não sou possessiva e não o prendo. Hoje, tenho um amor mais maduro e compreensivo. Antes, estourava por qualquer coisa", afirma. Viagem em família – Jurema também revela que, apesar de terem algumas opiniões divergentes, há muito respeito entre os dois. "Um dia desses, queria assistir ao filme O Código Da Vinci. Como o Roberto não gosta de cinema, fui sozinha. Quando ele quer ficar até mais tarde conversando com os amigos, basta apenas me avisar." Embora tenham liberdade para saírem sozinhos de vez em quando, existe uma coisa que eles sempre fazem juntos: viajar. Todos os anos, nas férias de julho, principalmente, o casal planeja uma viagem para o Sul do Brasil. "Antigamente, íamos somente nós dois. Há seis anos, mais ou menos, fazemos a via-

gem com toda a família – a filha e as netas. Como elas já estão mais crescidinhas, esperam o ano todo pela viagem", conta Jurema. Desta vez, a família programou um passeio para Lages, em Santa Catarina, passando por Gramado, no Rio Grande do Sul. Mimos – Para sair da rotina e fazer um agrado, Jurema vez ou outra compra um presentinho para o marido. E não foge à regra de presentear também no Dia dos Namorados. "Ainda não comprei o presente dele, mas já sei o que vou dar", afirma. Roberto não é muito ligado em datas, mas costuma presentear Jurema. "Dias atrás ele apareceu com um aquecedor. Acho que ele me ouviu reclamando um, foi na loja e comprou para mim", conta. Viver uma vida a dois por tanto tempo não é fácil. As novas responsabilidades, os problemas que vão surgindo, a rotina, qualquer coisa fora dos eixos pode servir de estopim para desentendimentos e brigas. E, em muitos casos, até em separações. Talvez por isso, muitos casais não conseguem passar dos primeiros anos de casamento.

O casal Jurema e José Roberto: clima de namoro que não acaba depois de 40 anos dividindo a mesma cama. Abaixo, com a filha e netas.

Receita – Para superar os períodos difíceis e dar continuidade ao relacionamento, Jurema acredita que é preciso ter muito amor, compreensão, carinho e dedicação. "É preciso amar realmente, mas anular o companheiro. Temos uma vida entre brigas e amores, mas chegamos aos 40 anos de relacionamento e ainda espero viver mais tempo ao lado dele", diz.

Para Elídia Simionato Gabriel, de 72 anos, não adianta viver aos trancos e barrancos. Casada há praticamente 53 anos – que se completam no próximo dia 13, dia de Santo Antônio – com o ex-jogador de futebol do Clube Atlético Ipiranga e do São Paulo Futebol Clube, Olímpio Gabriel, conhecido como Bibe, de 80 anos, Elídia acredita que, para seguir em frente no casamento, é

necessário ter muito diálogo e cabeça no lugar. "Não dá para levar tudo a ferro e fogo. É preciso se adaptar um ao outro e ter muita paciência", afirma. Segundo ela, depois de tantos anos, o sentimento muda. "Aquela paixão juvenil desenfreada passa a ser um amor familiar e com mais respeito. Me considero muito feliz", conclui. Maristela Orlowski


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Política

Os partidos, sem prestar atenção ao que votaram, adotaram outro procedimento em 2002 e criou-se essa enorme confusão. José Álvaro Moisés, professor da USP

Eymar Mascaro

MINISTROS VOLTAM ATRÁS E RECOMPÕEM REGRAS DA ÚLTIMA ELEIÇÃO

O jogo do PMDB

TSE: SAI RADICALIZAÇÃO, VOLTA FLEXIBILIZAÇÃO.

M

ichel Temer admite que com qualquer interpretação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sobre o sentido da verticalização nas coligações, seu partido, o PMDB volta a pensar no lançamento de candidato próprio à presidência, jogando por terra a gestão dos governistas que querem atirar o partido no colo de Lula. A candidatura própria do PMDB não interessa ao PT, sejam quais forem as regras eleitorais. Apesar do otimismo de Temer, os petistas continuam alimentando a esperança de se coligar com o PMDB. Entendem os técnicos em pesquisas que se o partido não lançar candidato, a eleição presidencial pode ser decidida no 1º turno porque o candidato peemedebista obteria no mínimo 15% dos votos. O PMDB tinha convenção marcada para domingo, mas por decisão dos governistas a data foi transferida para o dia 29.

DÚVIDA A manifestação inicial do TSE tinha provocado um rebuliço nos partidos. Há quem, no PFL, fale até no rompimento da coligação com o PSDB. Era o grupo que desejava ver o PFL unido ao PMDB nos Estados. A confusão gerada pelas manifestações do TSE provocou fortes protestos contra o ministro Marco Aurélio Mello.

função, Bruno deve ser expulso do PT .

PREJUDICADO As cenas de selvageria no Congresso podem custar caro a Lula. O prejuízo eleitoral pode ser constatado nas próximas pesquisas, porque a maioria dos eleitores sabe que os sem-terra se originaram do PT. O MST nasceu no PT.

BALANÇO

RESPOSTA

O presidente do PFL, Jorge Bornhausen reuniu a cúpula para fazer um balanço sobre os palanques nos Estados. A disposição no PFL é a de manter a coligação com o PSDB a qualquer custo, pois o partido indicou o vice na chapa de Alckmin, que é o senador José Jorge (PE).

O PT, no entanto, quer pagar com a mesma moeda, exibindo na televisão imagens das arruaças praticadas em São Paulo pelo PCC. O PT vai denunciar o que chama de fraqueza da política de segurança implementada no Estado pelos governos do PSDB, de Montoro a Alckmin, passando por Mário Covas.

CONSULTA Para o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, o ministro Marco Aurélio Mello tinha zerado o jogo das alianças. Tasso, contudo, prefere esperar pela resposta de novas consultas feitas ao TSE para reiniciar o processo das coligações.

VAI CRESCER Indiferente à confusão nos partidos, a senadora Heloísa Helena continua confiante no crescimento de sua candidatura pelo PSol. O cálculo feito no partido é que Heloísa alcance até 15% dos votos.

PREFEITOS Prefeitos do PDT paralisaram o movimento que defendia o não lançamento da candidatura presidencial do senador Cristovam Buarque. Por enquanto, vence no PDT a tese do presidente do partido, Carlos Lupi, de ter candidato ao Planalto.

INVASÃO As cenas do vandalismo no Congresso promovidas pelo MLST podem ser exibidas em futuros programas de televisão de partidos de oposição, como PFL e PSDB. Como pano de fundo, pefelistas e tucanos vão responsabilizar o presidente Lula pela "falta de pulso" do governo no combate aos movimentos sociais violentos.

BONÉ É provável ainda que PSDB e PFL exibam na tevê, além das cenas chocantes, o presidente Lula com o boné do MST na cabeça. O boné foi usado quando o presidente recebeu líderes do movimento no Palácio do Planalto. As principais críticas ao governo continuarão a ser feitas pelo candidato tucano, Geraldo Alckmin, que associa a manifestação violenta a Lula.

PUNIÇÃO Assim que começou a ser responsabilizado pela falta de ação, o governo do PT passou a defender uma punição pesada ao líder do MLST, Bruno Maranhão, que é membro da Executiva do partido. Além de ter sido afastado de sua

Sergio Lima/Folha Imagem

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olta tudo ao que era antes: por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recuou em sua decisão da última terça-feira sobre a verticalização das alianças partidárias e restabeleceu a validade das normas que vigoraram nas eleições de 2002. A decisão significa que os partidos que não lançarem candidato à Presidência terão, sim, liberdade para fazer qualquer aliança nos Estados. Na prática, esses partidos poderão fazer alianças locais independentemente da coligação federal. Reviram seus votos o próprio presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, e os ministros Carlos Ayres Brito e Antônio César Peluso. Marco Aurélio disse que decidiu rever seu voto após consultar notas taquigráficas da sessão em que o Supremo Tribunal Federal decidiu sobre a verticalização. "Não posso substituir o próprio Congresso Nacional", ponderou. "Não posso me insurgir obstaculizando a oportunidade de os partidos se coligarem". Já o ministro Antônio César Peluso, ao anunciar a mudança no seu voto, disse: "O que me incomoda é o fato de a força normativa, a norma de terça-feira implicar fator de insegurança." De sua parte, o ministro Carlos Ayres Britto explicou que reconsiderava a sua decisão anterior com ressalva quanto à sua validade. "É preciso saber com antecedência as regras do jogo". Revi são – Esse foi, justamente, um dos argumentos usados pela maioria dos partidos considerados prejudicados pela decisão de terça-

Não posso substituir o próprio Congresso Nacional. Não posso me insurgir obstaculizando a oportunidade de os partidos se coligarem Marco Aurélio Mello, Presidente do TSE

feira. Em ritmo acelerado, eles vinham, há meses, articulando suas coligações nos Estados e municípios entendendo que permaneciam em vigor as mesmas diretrizes que pautaram a eleição passada, ou seja, sem restrições para quaisquer associações. O problema surgiu em decorrência de uma consulta feita pelo PL ao TSE sobre a liberdade de coligações, seguindose a regra anterior. Na qualida-

de de relator da matéria, o ministro César Asfor Rocha manifestou-se positivamente, mas não foi seguido por nenhum dos seus colegas em sua interpretação. Os demais seis ministros do TSE concluíram, na terça-feira, que a permissão esvaziaria de maneira global a verticalização, e decidiram-se pela radicalização do assunto, como forma de discipliná-lo com maior rigor. Desorientados, os líderes

reuniram-se às pressas para avaliar as perdas que teriam com a mudança e, sobretudo, para definir o que fariam daí por diante, já que algumas associações alinhavadas já estavam na fase de costura (veja reportagem abaixo). O prejuízo - A intempestividade da decisão, reclamaram, abriu de imediato dois problemas de difícil enfrentamento. Primeiro, rever os acordos já acertados, conformando-se, se fosse o caso, com as impossibilidades e os estragos irreparáveis em suas aspirações por maior espaço e poder no novo cenário político estipulado pelo TSE. A decisão, argumentaram, traria maiores prejuízos para este ou aquele partido, em benefício de outros. O PFL, por exemplo, decidiu na reunião da Executiva entrar com duas medidas no Judiciário: um pedido de reconsideração no Tribunal Superior Eleitoral da resolução de anteontem. E, em caso de recusa, impetrar no Supremo Tribunal Federal um recurso de inconstitucionalidade. Advogados especialistas em legislação eleitoral também discutiram o tema.O jurista paulista Alberto Rollo reagiu logo. "Não se pode mexer em situações eleitorais na antevéspera do início das convenções", protestou. Para José Alvaro Moisés, professor de Ciência Política da USP, o TSE apenas cumpria a lei e os responsáveis seriam os próprios partidos políticos, que votaram a lei no Congresso, em 1997. "Os partidos, sem prestar atenção ao que votaram, adotaram outro procedimento em 2002 e criou-se essa enorme confusão". (AE)

Clayton de Souza/AE

Atualmente, a senadora alagoana oscila nas pesquisas com índice de 6% a 8% das intenções de votos.

MERCADANTE O PT calcula que será beneficiado com a eventual candidatura de Orestes Quércia (PMDB) ao governo de São Paulo. Para os petistas, a entrada de Quércia na sucessão estadual pode ajudar a levar a eleição a ser decidida somente no 2º turno, beneficiando Aloizio Mercadante.

QUÉRCIA Mas, Orestes Quércia pensa exatamente o contrário. Para o exgovernador, Mercadante pode ficar chupando o dedo porque o petista, no seu entender, não vai passar do 1º turno. Quércia acha que vai disputar o 2º turno com José Serra.

COMO ESTÁ No momento, Serra lidera com folga todas as pesquisas. O último Ibope, divulgado há cinco dias, aponta que o tucano pode se eleger governador no 1º turno. Serra tem 48% de intenção de voto contra 14% de Mercadante e 10% de Quércia.

PARTIDOS PRESSIONAM E VENCEM A JUSTIÇA

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irigentes partidários passaram o dia de ontem na expectativa de o TSE voltar atrás na decisão de obrigar os partidos aliados na disputa presidencial a manter as alianças nos Estados. A decisão paralisou as articulações em todo o País. Cada partido foi obrigado a redesenhar o seu mapa eleitoral. Houve pressão para o Tribunal rever a decisão, o que acabou acontecendo. A justificativa era a de que a decisão foi tomada às vésperas das convenções que vão oficializar as alianças (o prazo inicia amanhã e vai até o dia 30). Outra queixa: em 2002, quando a regra da verticalização entrou em vigor, os partidos que não tinham candidato à presidência puderam se juntar livremente nos Estados. Choradeira– PMDB, PSDB e PFL foram os que mais reclamaram. Para alguns dirigentes, as mudanças deveriam caminhar junto com a reforma política. Os peemedebistas e pefelistas já tinham acertado alianças em 12 Estados. No Maranhão, por exemplo, a pré-candidata ao governo Roseana Sarney (PFL) perderia o apoio do PMDB de seu pai e do PV, do irmão Sarney Filho. Em Pernambuco, a aliança PFL-PSDB-PMDB, costurada pelo ex-governador e pré-candidato ao Senado, Jarbas Vasconcelos, tinha acabado e ago-

ra ressuscitou. Revoltado com a decisão inicial, o ex-governador admitiu lançar candidatura avulsa e fazer campanha branca para os aliados e o tucano Geraldo Alckmin. Jarbas apóia a candidatura de Mendonça Filho ao governo do Estado contra o ex-ministro da Saúde Humberto Costa e oficializou o apoio a Alckmin. Outra situação complicada era a do Rio Grande do Norte. O senador Garibaldi Alves (PMDB) quase viu escapar o apoio do PSDB e PFL à sua candidatura ao governo estadual. Em outros Estados, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, o quadro de alianças já estava complicado antes da decisão do TSE. Em São Paulo, o tucano José Serra e o petista Aloizio Mercadante, candidatos ao Palácio dos Bandeirantes, querem o apoio do PMDB de Orestes Quércia e Michel Temer. Os dois ofereceram a vaga de vicegovernador e senador. Com a nova decisão do TSE, essas conversas com o PMDB devem ser retomadas. Esperança– Em Minas Gerais, o governador tucano Aécio Neves quase viu implodir a negociação de uma aliança com o ex-presidente Itamar Franco (PMDB), que se lançaria ao Senado. A ala do ex-governador Newton Cardoso defende uma aliança com o PT.

Aloizio Mercadante (PT) faz caminhada em Heliópolis

No Rio de Janeiro, o PFL havia retirado a candidatura de Eider Dantas para apoiar a candidatura da deputada Denise Frossard (PPS) ao governo do Estado. Agora a deputada deve enfrentar Sérgio Cabral (PMDB) com o apoio do PP. O Rio Grande do Sul é outro Estado em que o quebra-cabeça político estava e está complicado. O governador Germano Rigotto (PMDB) deve ser candidato à reeleição e trabalha para ter o amplo apoio do PTB, PSDB, PFL e PP. O objetivo é derrotar o ex-ministro petista Olívio Dutra.

A regra da verticalização atrapalhou também os peemedebistas que estavam em negociação com o PT em outros Estados. É o caso da Bahia e Paraíba. Na Bahia, o deputado Geddel Lima (PMDB) costurava uma aliança em torno da candidatura do ex-ministro Jaques Wagner (PT) ao governo do Estado contra o PSDB e PFL de Antônio Carlos Magalhães. No caso da Paraíba, o senador Ney Suassuna (PMDB), aliado de Lula, comandava uma aliança contra o governador Cássio Cunha Lima (PSDB). Sergio Kapustan


OPINIÃO

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DOISPONTOS -77

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Na semana de aniversário do escândalo do mensalão Lula diz que as sessões de depoimentos na CPI dos Correios, por onde desfilou a corrupção em forma de exercício do poder, foram sessões de tortura. Antes dizia que se investigassem os fatos, agora desafia que se mostrem as cenas da CPI como exemplo Miguel Reale de tortura, repetindo a velha tática de desqualificar o que foi ali revelado e tentando empulhar a investigação Júnior do Ministério Público. "Só um conivente e beneficiário do sujo sistema implantado poderia agora, montado nas pesquisas de opinião, querer enganar a Nação, ao travestir os réus em vítimas de tortura, com a ousadia própria dos impunes", escreve no artigo abaixo o advogado Miguel Reale Jr., professor da Faculdade de Direito da USP e ex-ministro da Justiça. "Esquece-se o presidente que a impunidade será possivelmente breve."

ESCÁRNIO

eixou vinte e cinco feridos, um deles em estado grave e, justiça seja feita, quase seiscentos presos, após muita hesitação do Príncipe das Alagoas, também conhecido como Boneco de Olinda, Aldo Rebelo (PC do B/SP), presidente da Câmara. Recebeu o repúdio quase unânime, com as exceções de praxe: uma nota pífia da Presidência da República, apoio indisfarçável de deputados do PSOL e discurso de solidariedade do obscuro senador Sibá Machado (PT/AC), suplente da mais obscura ainda ministra Marina Silva. E uma longa e escorregadia entrevista de dom Tomás Balduíno, que aqui e ali não conseguia evitar frases de apoio à ação. O MLST é uma dissidência do Movimento dos Sem Terra (MST) e suas diferenças parecem mais diferenças entre os egos e os personalismos dos seus dirigentes. Na ação e no discurso são igualmente violentos e

NEIL FERREIRA OPERAÇÃO CAVALO DOIDO OU CAVALO BURRO ? avalo Doido é uma expressão que vem do fundo das prisões e descreve uma ação que parece desorganizada mas foi cuidadosamente planejada. Um grupo de presos vai para o pátio como o estouro de uma boiada quebrando tudo e em todas as direções, criando um tumulto que geralmente culmina

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Bruno Maranhão soltou as bestas

Celso Júnior/AE

m assomo de arrogância, o presidente Lula, G Vale-se o falando aos moradores de palafitas em Ma- presidente da naus, pediu aos seus adversários que artimanha de aprendam a perder, a ser derrotados. Pediu, tam- vitimizar os bém, para aprenderem que a sabedoria do ser hu- companheiros, mano não está na quantidade de anos na escola, corruptores e mas “na capacidade do sentimento, de sua conscorruptos, seus ciência e de seu coração”. Pediu mais: “Quero que ministros próximos coloquem CPI na televisão todo dia, que coloquem as torturas que eles fizeram com muita gen- e altos dirigentes do seu partido, te lá. Quero que o povo veja”. O presidente conseguiu, contrariamente ao que fizeram da que diz, não traduzir o sentimento que perpassa democracia a arte pela maioria dos brasileiros, induzido em erro, de governar por como está, pela vantagem na intenção de votos re- meio da corrupção velada pelos institutos de pesquisa. Há uma in- do Congresso. dignação em estado de repouso diante da deslavada corrupção de seu governo, que pode aflorar G A irresponsável a qualquer instante. dança das palavras Lula, como Collor, desafiou o senso de hones- presidenciais foi tidade do povo, dos humildes aos ricos, e pisomais aviltante que teou sobre o que nos resta de sentimento de diga dança lúgubre da nidade, ferido pela lamentável prática do mensalão, que comprometeu por inteiro o jogo de- deputada Ângela m o c r á t i c o . C o m a r r o g â n c i a p r ó p r i a d a Guadagnin: atingiu segurança filha da certeza da impunidade, o pre- a inteligência e a sidente desafiou: “Coloquem CPI na televisão hombridade dos todo dia, que coloquem as torturas que eles fize- brasileiros. ram com muita gente lá”. Os seus íntimos companheiros de governo, G Há uma uma vez apontados por ele como traidores, mas indignação em elogiados ao saírem dos cargos mais elevados da estado de República, e depois réus em ações criminais, ago- repouso diante ra se transmudam em vítimas de “tortura”. da deslavada Pela CPI dos Correios desfilaram os fatos mais corrupção do chocantes de uma corrupção que se transformou governo que em forma do exercício do poder, visando a perpetuá-lo pela via da compra de consciências. A pode aflorar farsa presidencial foi contínua: ora afirmou que a qualquer pretendia que se investigassem os fatos, ora, instante. com liberação de verbas para emendas parlamentares, buscou diretamente retirar assinaturas de deputados para impedir a continuidade da CPI dos Correios. Desafia agora a que se mostrem as cenas da CPI, na repetida tática da desqualificação de todas as circunstâncias desabonadoras, tentando empulhar as pessoas ao transformar uma investigação séria, base da denúncia do Ministério Público, em prática de tortura. Vale-se o presiMande seu comentário para doispontos@ dente da artimanha de vitimizar os companheidcomercio.com.br ros, corruptores e corruptos, seus ministros pró-

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ximos e altos dirigentes do seu partido, que fizeram da democracia a arte de governar por meio da corrupção do Congresso. Só um conivente e beneficiário do sujo sistema implantado poderia agora, montado nas pesquisas de opinião, querer enganar a Nação, ao travestir os réus em vítimas de “tortura”, com a ousadia própria dos impunes. squece-se o presidente que a impunidade será possivelmente breve. A população pode ser recordada, por exemplo, do testemunho da secretária Sommaglio, que indicou ter havido inexplicáveis saques de valores elevados de agências do Banco Rural, transportados em carro forte para suítes de hotéis em Brasília, onde eram distribuídos para parlamentares ou seus assessores. Deve a população ser lembrada das revelações feitas na CPI acerca dos saques em agência de um banco em Shopping de Brasília, freqüentada por assessores parlamentares às vésperas de votações de interesse do governo no Congresso. Cumpre recordar que a CPI mostrou ter Marcos Valério acompanhado diretores do BMG, dias depois de empréstimo fictício feito pelo Banco ao PT, em reunião com então chefe do gabinete civil, José Dirceu, tendo o BMG se tornado o agente financeiro do crédito consignado aos aposentados. Os dezessete milhões de aposentados receberam carta pessoal do presidente Lula sugerindo que se servissem desse crédito consignado, apenas operado pelo BMG. Deve-se rememorar a quebra do sigilo do caseiro Francenildo, a mando do poderoso ministro da Fazenda, acobertada por outros membros do governo, ocupando o ministro durante esses dias, no palácio do Planalto, a sala vizinha à do presidente da Nação. Cumpre trazer à tona a cena dos governistas, inclusive o presidente, que para a imprensa apenas sorriam e diziam “esperem”, logo após as revelações do caseiro, certos de que uma “novidade” comprometeria a grave acusação de Francenildo. Essas lembranças mostram que a impunidade, existente na Câmara ao absolver os deputados mensaleiros, pode, ao final, não ser festejada como foi no discurso de Manaus. A irresponsável dança das palavras presidenciais foi mais aviltante que a dança lúgubre da deputada Ângela Guadagnin: atingiu a inteligência e a hombridade dos brasileiros.

E

Gustavo Bezerra/Ag. Câmara

Lula desafia a honestidade numa fuga ou numa rebelião. "Cavalo Doido" foi uma expressão repetida no vídeo de treinamento que preparou a invasão e quebra-quebra do Congresso feita pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), liderada por Bruno Maranhão, alto dirigente da executiva do PT e importante quadro que atua na preparação do plano de reeleição de Lulla da Çilva. Bruno Maranhão pode ser um líder dos semterra, mas é um com-teto da mais alta elite, dono de um apartamento de luxo de 240 metros quadrados de área útil, parente de uma família de usineiros e não há família de usineiros que não deva milhões de dólares ao governo, seja ela a família Vilella, do PSDB, ou a de João Hermann, da base aliada do Lulla da Çilva. Bruno Maranhão já dormiu várias vezes na Granja do Torto, como convidado da família Lulla da Çilva e foi fotografado em amistoso colóquio com o advogado criminalista Thomaz Bastos, talvez já combinando a estratégia da sua defesa. O vídeo de treinamento estava em poder de invasores presos. A ação destruiu paredes de vidro, computadores, caixas eletrônicos e outros equipamentos da Câmara Federal, bens públicos e portanto de propriedade do conjunto da sociedade.

virulentos. Maranhão, do MLST, prefere invadir prédios públicos como o Ministério da Fazenda e agora o Congresso. Stédile e Rainha, do MST, preferem invadir propriedades privadas e destruir centros de pesquisas. Ambos os movimentos recebem cestas básicas e verbas federais vivendo como funcionários públicos, afirmam apoiar a reeleição de Lulla da Çilva, que em momentos de pura marqueteragem usa bonés de ambas as grifes. om os escândalos do mensalão completando um ano sem envergonhar ninguém do petismo e Lulla da Çilva repetindo sempre que num çabia di nada, subindo nas pesquisas e com a reeleição comprada e paga com o bolsa-esmola, o salário mínimo e o prometido aumento do funcionalismo federal, elle precisa desse Cavalo Doido tanto quanto precisa de uma perna quebrada. Por isso acho que o cavalo é mais burro do que doido. No dia 6/6/06, Bruno Maranhão não soltou a Besta, o Demônio, no Congresso. Soltou as bestas. Bestas quadradas, burras e inocentes úteis, que ele soube muito bem juntar, seduzir, enganar, cevar, treinar, transportar, até mesmo embriagar e cavalgar. De burro e inocente, ele não tem nada.

C

NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

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O Brasil é o favorito, mas a Alemanha tem boas chances de derrotá-lo.” Franz Beckenbauer

Valery Hache/AFP

VAI COMEÇAR A FESTA

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erá, antes de tudo, um prato cheio para quem gosta de futebol. De hoje, quando Alemanha e Costa Rica entram em campo às 13 horas abrindo a 18ª Copa do Mundo, até o dia 27 de junho, quando terminam as oitavas-de-final, haverá bola rolando todos os dias, em pelo menos dois jogos a cada 24 horas. Depois, a maratona é retomada nos dias 30 de junho e primeiro de julho (quartas-definal), 4 e 5 (semifinais) e 8 e 9 de julho (finais). E mesmo quem normalmente não se interessa pelo esporte mais popular do planeta dificilmente conseguirá escapar do clima dessa Copa, na qual o Brasil entra como franco favorito entre os 32 participantes dos cinco continentes. Preocupada com a segurança, a Fifa desta vez optou por evitar uma festa de abertura muito longa, antes do jogo entre Alemanha e Costa Rica. Um dos pontos altos será o desfile de 158 ex-jogadores (55 deles brasileiros) que conquistaram títulos nos 17 Mundiais anteriores. A participação dos craques do passado ocorrerá nos momentos finais da festa, programada para começar às 11h23 (de Brasília) e que terá 32 minutos de duração - ontem pela manhã foi realizado um ensaio e os organizadores acreditam que o tempo não irá estourar. A parte inicial terá música, dança e apresentação de manifestações artísticas características da Bavária, região onde está Munique, sede do jogo de abertura. A organização da Copa optou por evitar discursos de políticos. Apenas o presidente alemão, Horst Koehler, deverá falar, dando as boas-vindas do país à Copa, logo depois de a

Thomas Bohlen/Reuters

primeira-ministra Angela Merkel declarar oficialmente aberto o Mundial. Músicas de vários estilos poderão ser ouvidas, mulheres “voadoras” poderão ser vistas. O cantor e compositor alemão Herbert Gronemeyer cantará o hino da Copa, Celebrate the Day, em inglês e alemão, acompanhado de duas cantoras africanas, Amadou e Mariam, nascidas no Mali. Pelé e a modelo alemã Claudia Schiffer apresentarão o troféu Copa do Mundo aos presentes à Allianz Arena. O medo, desta vez, não é só da ação dos hooligans. A ameaça de atentados terroristas durante a Copa do Mundo também preocupa os alemães. Por isso, foi montado um forte esquema de segurança. Ele envolve policiais uniformizados, à paisana, segurança particular e até soldados alemães (7 mil). Durante o Mundial, estarão presentes 250 mil policiais, além de 320 representantes de grupos de elites de 13 países europeus. Até a Otan entrou no jogo, colocando à disposição 24 aviões de reconhecimento para proteger os estádios e vigiar o espaço aéreo alemão. Especialistas em armas químicas, biológicas e até atômica estão de prontidão. A bola começa a rolar com Alemanha x Costa Rica, mas também amanhã, às 16 horas de Brasília, acontece o outro jogo do Grupo A, entre Polônia e Equador. No sábado, acontecem três jogos: Inglaterra x Paraguai e Trinidad e Tobago x Suécia, pelo Grupo B, e Argentina x Costa do Marfim, pelo C. No domingo, Sérvia e Montenegro x Holanda completam a primeira rodada do Grupo C, enquanto México x Irã e Angola x Portugal enfrentam-se pelo Grupo D.

Thomas Bohlen/Reuters

Alemanha abre a Copa sem sua maior estrela

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Oliver Lang/AFP

Peter Andrews/Reuters

Nesta sexta-feira, em Munique, às 13 horas (horário de Brasília), sem Ballack, a Alemanha de Jürgen Klinsmann e a Costa Rica de Alexandre Guimarães fazem o primeiro dos 64 jogos da Copa do Mundo de 2006. Às 16 horas, enfrentam-se a Polônia de Krzynowek e o Equador de Delgado. Antes do jogo de abertura, Pelé e Claudia Schiffer apresentarão a taça.

Albert Gea/Reuters

expressão do rosto de Jürgen Klinsmann antecipou a péssima notícia revelada na entrevista coletiva, ontem de manhã, em Berlim: Michael Ballack, o maior astro da equipe, lesionado, não poderá jogar contra a Costa Rica, na abertura da Copa, em Munique - às 13 horas, no horário brasileiro. Maior astro e capitão da equipe, o meia alemão não tem prazo para voltar a campo. Klinsmann espera escalá-lo contra a Polônia, dia 14, mas não quer apressar sua volta: "É melhor a gente preservá-lo agora para poder contar com o jogador nas partidas decisivas", justificou o treinador, que considera o jogo de hoje o mais importante da primeira fase. Abatido, Klinsmann torce: "Temos Tim Burowski e Sebastian Kehl como opções e qualquer um que entrar terá qualidade para ajudar o time a vencer na estréia." Na concentração da Costa Rica, confiante, o técnico Alexandre Guimarães não deu importância à ausência de Ballack: "Nós nos preparamos para enfrentar um time forte, com ou sem ele." A Costa Rica, porém, também tem problemas. O goleiro Porras, o zagueiro Martínez e o volante Solís estão machucados. O segundo jogo da Copa, às 16 horas do Brasil, será Polônia x Equador, em Gelsenkirc h e n . A P o l ô n i a d e K r z ynowek e o Equador de Agustín Delgado alimentam a mesma esperança: classificar-se para as oitavas-de-final na segunda vaga do Grupo A.


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Se eu e o Murtosa fizermos uma dupla vamos fazer melhor." Felipão, criticando os erros dos atacantes no treino de Portugal

Vanderlei Almeida/AFP

Na contagem regressiva para a estréia na Copa do Mundo, terça-feira, contra a Croácia, o técnico Carlos Alberto Parreira diz que todos na Seleção Brasileira — inclusive ele — estão “doidos para começar a competição”. Ronaldo foi poupado dos treinos de ontem por causa de uma febre, mas Parreira, para evitar especulações, garante que ele só não joga “se houver algum contratempo”.

DURO É ESPERAR F

altando quatro dias para a estréia do Brasil na Copa do Mundo, o técnico Carlos Alberto Parreira mostra que a espera, a essa altura, é o que mais angustia, tanto a ele quanto aos jogadores. “Está na hora de voltarmos a competir. Não jogamos uma partida oficial há oito meses (diante da Venezuela, pelas Eliminatórias Sul-Americanas) e todos estão doidos, inclusive o treinador, para começar a competição”, comentou ontem o. “Não estou preocupado com uma apresentação de gala na estréia, o importante é começarmos com vitória. Não sou contra isso (o espetáculo), mas vamos deixar claro que não deixaremos a equipe sentindo algum tipo de arrependimento. Temos que sair de cabeça erguida e fazer o que pretendemos”, completou. Parreira também acredita que Ronaldinho Gaúcho não sentirá a pressão de ser o astro do Mundial: “Ele está acostumado com a pressão. Quem joga no Barcelona e já passou por diversas partidas importantes como ele está preparado. O Ronaldinho está com uma situação mental e psicológica muito boa e sabe que será visado ao receber uma forte marcação". Ainda segundo Parreira, a derrota da seleção croata no

Eduardo Nicolau/AE

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Roberto Benevides

Eles e nós

É

hoje que a Alemanha, sem Ballack, começa a sofrer. Não que a Costa Rica do brasileiro Alexandre Guimarães possa meter medo na equipe de Jürgen Klinsmann, mas a tradição de freqüentes empates na abertura da Copa reforça a preocupação dos alemães com sua seleção. É verdade que, depois de falar muitas vezes mal de seu antigo pupilo e do time que ele montou para esta Copa, o kaiser Franz Beckenbauer assumiu ontem sua porção de torcedor e disse que espera ver a Alemanha na final, provavelmente contra o Brasil, e não mais descrê na vitória. Parceiro de Klinsmann e do técnico Beckenbauer na conquista da Copa de 90, Lothar Matthäus discorda radicalmente: "Certamente a Alemanha não é uma das favoritas.” E, em entrevista ao site da Fifa, tripudia na justificativa: “Miroslav Klose é um ótimo artilheiro, mas não chega aos pés de Shevchenko ou Henry. Não preciso dizer nada sobre a defesa. Provavelmente, há 25 times com uma zaga melhor.” É nesse clima que a Alemanha estréia, bem diferente da badalação em torno do Brasil e seu quadrado mágico que maravilha Beckenbauer, Matthäus e vasta companhia pelo mundo da bola afora. Klinsmann enfrenta, lá, uma fúria crítica semelhante àquela que perseguia Carlos Alberto Parreira por aqui na campanha do tetra. Parreira, ao contrário, vive a tranqüilidade que era reservada aos antigos treinadores alemães. Talvez aí esteja o perigo. Sempre animicamente fortes, os alemães podem dar a volta por cima e fazer uma grande Copa. Desacostumado à tranqüilidade, o Brasil corre o risco de tropeçar em tanto favoritismo. Que Ronaldinho & Cia. nos protejam.

A COPA DE FIORI

A VOZ DE GHIGGIA

Morreu Fiori Gigliotti, inesquecível voz brasileira nas Copas desde 1962: "Foi o Mundial do Garrincha. Fiz jogos com a Elza Soares na cabine" - recordou ele, há poucos meses, a Marco Justo Losso, da Agência Estado.

Do uruguaio Alcides Edgardo Ghiggia, hoje com 79 anos, ao desembarcar em Berlim: “Esta Copa será muito difícil, e creio que a Alemanha deve ser a favorita porque está jogando em casa e isso faz uma enorme diferença.”

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv Fernando Cesarotti

SOBRAM OPÇÕES NA TELINHA

Entre os laterais Cafu e Roberto Carlos, Parreira comanda um dos treinos de ontem, ansioso pela estréia

amistoso com a Espanha (2 a 1), na quarta-feira, não pode ser usada como parâmetro. “Não vamos avaliar um adversário com cinco dias para começar a competição. Eles atuaram descaracterizados no segundo tempo depois que o treinador (Zlatko Kranjcar) fez diversas alterações. O que tinha que ser estudado já foi feito.” Ontem, o público alemão teve a única oportunidade de ver

a Seleção Brasileira treinar antes da estréia. Às 16 horas (de Brasília), os jogadores e a comissão técnica participaram de uma videoconferência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que o presidente chegou a perguntar a Parreira se Ronaldo estava “gordo”. O técnico respondeu que o jogador “mudou o biótipo, não é mais aquele garotinho de 94, está muito forte”.

Ronaldo, com febre, foi poupado dos treinos de ontem. Mas Parreira garante: “Ele só fica fora do jogo se houver algum contratempo ou por recomendação médica”. Hoje a Seleção volta a treinar em dois períodos em Königstein. No sábado e no domingo, permanece na cidade e treina apenas à tarde. Na segunda, faz um treino de reconhecimento no Estádio Olímpico de Berlim.

O que vai ser da Argentina? Daniel Garcia/AFP

Issouf Sanogo/AFP

Juan Román Riquelme e Didier Drogba: duelo de arrepiar no sábado

nir o time, e pode até cortar os volantes Senjder e Cocu, contundidos. Na Sérvia, o técnico Ilija Petkovic perdeu uma opção: seu filho Dusan, zagueiro, não suportou as críticas da imprensa do país, que acusou o pai de nepotismo, e nem viajou para a Alemanha. Menos mal que o atacante Kezman se recuperou de lesão e deve jogar. No sábado, começa o Gru-

EM VANTAGEM

VALE A PENA

O Sportv apresentará duas novidades em relação aos rivais: o canal-mosaico, que transmitirá jogos com várias câmeras e estatítiscas, modelo que já é utilizado no Campeonato Brasileiro; e a transmissão por um terceiro canal, com tela em formato widescreen e som digital, padrões que só devem chegar ao país na próxima década, quando a discutida TV digital entrar em vigor.

Dentro da maçaroca de informações, são boas alternativas o "Loucos por Copa", domingo, às 22h, na ESPN Brasil; o Sportv News, todo fim de noite, produzido quase integralmente na Alemanha; e, para quem gosta de humor, o "Na Geral na Copa", às 23h, na BandSports.

CAPITAL HUMANO Além da tecnologia, o canal fechado da Globo investiu pesado em pessoal. São dezenas de repórteres, narradores e comentaristas que estão na Alemanha e seguem de perto o dia-a-dia do Brasil e das principais seleções. Nesse ponto, porém, ESPN Brasil e BandSports equilibram o jogo. Aí, vale o gosto de quem assiste e pode escolher seus favoritos.

O MAIS QUERIDO Quem não tem TV a cabo tem de ir de Globo e Galvão Bueno. Todos adoram falar mal dele, mas a verdade é que, embora às vezes exagere na patriotada, é o melhor locutor do País.

Sem direitos de transmissão, as outras TVs abertas apelam para as tradicionais mesas-redondas.

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cia no futebol europeu, ao contrário: os 23 jogadores atuam no Velho Continente, com destaque para o outro atacante, Aruna Dindané, autor de sete gols nas Eliminatórias. O outro jogo do chamado "grupo da morte" será no domingo, entre Holanda e Sérvia e Montenegro. O técnico dos holandeses, Marco van Basten, tem várias dúvidas para defi-

po B, com o jogo entre Inglaterra e Paraguai, às 10h. Os ingleses jogam empolgados pela recuperação de Wayne Rooney, que se curou de uma fratura no pé - embora o jogador só tenha condições de atuar nas fases de mata-mata. O Paraguai cortou o atacante Cardoso, contundido, e aposta em Roque Santa Cruz. O outro jogo do grupo teráSuécia e Trinidad e Tobago, estreante que só não quer ser a pior das 32 seleções. Domingo é a vez de começar o Grupo D, com México e I rã . Os mexicanos jogam de luto pela morte do pai do goleiro Sánchez, que viajou de volta para o país para o velório e não sabe se volta a tempo. Para o jogo entre Portugal e Angola, o problema de Luiz Felipe Scolari pode ser o Deco, que deixou o treino com dores após levar uma pancada. Apesar da pouca tradição do rival, Felipão acha que o jogo pode ser difícil, por causa do histórico de guerras coloniais entre os dois países.

Acompanhar a Copa do Mundo da Alemanha pela TV será mais democrático do que há quatro anos - pelo menos para aqueles que têm dinheiro no bolso para assinar a TV a cabo. Ao contrário de 2002, quando a única alternativa à Globo era o Sportv, nada mais do que uma versão extra da própria Globo, desta vez as outras emissoras fechadas também estão na luta pela audiência, e quem ganha com isso, claro, é o telespectador.

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rgentina e Costa do Marfim fazem amanhã, às 16h (de Brasília), na abertura do Grupo C, um dos jogos mais esperados da primeira fase da Copa do Mundo. São duas incógnitas em campo: enquanto a Argentina tenta apagar o papelão da Copa de 2002, a Costa do Marfim, vice-campeã africana e considerada a grande força do continente neste Mundial, tenta corresponder às expectativas. Na Argentina, o técnico José Pekerman deixou de lado duas peças do possível "quarteto", Messi e Tevez. Ele deve lançar o time mais fechado no meio de campo, com Riquelme como único armador, e Saviola e Crespo no ataque. Na defesa, a principal dúvida é Heinze, que ainda não está 100% fisicamente, depois de ficar sete meses afastado por causa de uma cirurgia no joelho. A aposta principal da Costa do Marfim é o artilheiro Didier Drogba, astro do Chelsea, mas ele não é o único com experiên-

paSse livre

A Band terá todo dia o "Apito Final", à 0h15. Na Record, o destaque é o "Debate Bola", às 12h15.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de junho de 2006

Internacional

Sabemos que vão continuar matando, sabemos que existem muitos, muitos obstáculos para superar. Tony Blair

Ahmad Al-Rubaye/AFP

Morre Zarqawi, o número 2 da Al Qaeda

O "príncipe" da organização no Iraque, segundo Osama Bin Laden, morreu num bombardeio norteamericano. Mas a ausência do líder, famoso por seu carisma e crueldade, longe de levar a paz ao país pode desencadear uma guerra civil.

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m caça norte-americano matou Abu Musab al-Zarqawi, o líder da Al Qaeda no Iraque responsável por assassinatos, atentados a bomba e decapitações, e o presidente George W. Bush disse ontem que as forças norte-americanas haviam "feito justiça". Em um dos acontecimentos mais significativos ocorridos no Iraque desde a captura do ex-ditador Saddam Hussein, em 2003, o jordaniano Zarqawi foi morto em uma operação que envolveu soldados norteamericanos e iraquianos. A notícia foi divulgada pelo premiê do Iraque, Nuri al-Maliki, em entrevista coletiva transmitida pela TV e concedida ao lado do principal comandante das forças norte-americanas no Iraque, general George Casey. O anúncio foi aplaudido pelos jornalistas iraquian o s . " To d a v e z q u e u m Zarqawi surgir, vamos matálo", disse Maliki. "Vamos continuar enfrentando todos os que seguirem o caminho dele. Trata-se de uma guerra aberta entre nós", completou. O grupo da Al Qaeda no Iraque confirmou a morte do líder e prometeu continuar com as ações violentas no país. O líder era o símbolo da insurgência islâmica radical contra a ocupação norte-americana. Bush disse que a morte de Zarqawi, que estava com a cabeça a prêmio por US$ 25 milhões, é um "grave golpe para a Al Qaeda", uma vitória na guerra ao terrorismo e uma oportunidade para o novo governo do Iraque realizar mudanças. Guerra civil – Os seguidores de Zarqawi, reforçando temores de que o país caminha para uma guerra civil, ainda continuam uma ameaça para o governo iraquiano, disseram autoridades norte-americanas. A Al Qaeda no Iraque prometeu continuar a luta. "Vamos dizer a nosso príncipe, o xeique bin Laden: seus soldados da Al Qaeda no Iraque continuarão no mesmo caminho traçado pelo senhor para al-Zarqawi", afirmou o grupo em um comunicado divulgado pela Internet.

I m pa c t o – O embaixador dos EUA no Iraque, Zalmay Khalilzad, afirmou que a morte de Zarqawi, a quem chamou de "o padrinho dos assassinatos sectários no Iraque", significava um grande sucesso. Mas ele observou que esse acontecimento não colocaria fim à onda de violência no país. Duas bombas foram detonadas em Bagdá ontem, matando 15 pessoas e deixando outras 36 feridas. Os mais recentes ataques servem de indício sobre a continuidade da violência no país. O anúncio sobre a morte de Zarqawi teve um impacto sobre os preços do petróleo. O preço do barril do combustível no mercado futuro caiu mais de US$ 1, para US$ 69,82. Zarqawi mobilizou um número aparentemente interminável de militantes de vários países árabes dispostos a se matar em missões suicidas realizadas no Iraque. Em abril Zarqawi apareceu, pela primeira vez, em uma gravação de vídeo sem usar máscara. Nas imagens, ele se reunia com seguidores, disparava uma metralhadora no deserto e condenava o processo político no Iraque. C o nt i n u id a d e – Líderes mundiais e especialistas em "terrorismo" qualificaram a morte de Zarqawi como um duro golpe contra a rede Al-Qaeda, mas alertaram que a estrutura da organização permitirá que seus sucessores continuem com sua violenta campanha no país. Apesar de diversos assessores de Zarqawi continuarem à solta, especialistas em "terrorismo" como Michael Clarke, professor de estudos em defesa no King´s College, de Londres, opinaram que a perda da visão estratégica de Zarqawi tornaria sua morte mais significativa do que de Bin Laden. Segundo Clarke, Bin Laden não cuidaria da parte estratégica. "Já Zarqawi é um estrategista de campo. Ele lidera no front, tanto em bravura quanto de crueldade", especulou. Outros especialistas disseram ter certeza de que os rebeldes iraquianos, especialmente os sunitas liderados por Zarqawi, já esperavam por esse dia.

Kevin Lamarque/Reuters

É uma vitória na guerra global contra o terrorismo, e é uma oportunidade para o novo governo iraquiano virar a página desta luta. George W. Bush

General norte-americano William Caldwell exibe à imprensa iraquiana a fotografia do cadáver de Zarqawi, de barba e com os olhos fechados

800 ATENTADOS E 40 MIL SOLDADOS MORTOS Arquivo DC

bu Musab alZarqawi assumiu com a Al-Qaeda a autoria de mais de 800 atentados contra patrulhas militares das forças multinacionais, além de vários "ataques com cargas explosivas e armas". Principais ataques atribuídos aos grupo de al-Zarqawi no Iraque: Agosto de 2003: atentado contra a sede da ONU em Bagdá; 22 mortos. Junho de 2004: decapitação do refém sul-coreano Kim Sun Il e de dois caminhoneiros búlgaros além de ataques em Mossul, Ramadi, Faluja e Baquba, com pelo menos 70 mortos. Agosto de 2004: o refém turco Murat Yuce é assassinado. As imagens são divulgadas na internet, assim como as da execução do refém americano Benjamin Ford. Outubro de 2004: massacre de 49 guardas nacionais e de um tríplice atentado em Bagdá (17 mortos). Fevereiro de 2005: carrobomba em Hilla; 106 mortos.

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Atentado contra a sede da ONU em agosto de 2003: 22 mortos, entre eles um diplomata brasileiro

Março de 2005: assassinato do general Ghazi Mohammed Jafayi, do Ministério do Interior iraquiano. Maio de 2005: atentado contra Wael al-Rubei, assessor do primeiro-ministro do Iraque para a segurança nacional, em Bagdá. Maio de 2005: dois atenta-

'Rezamos para que surjam mil Zarqawis'

dos suicidas com 27 mortos e 118 feridos, a maioria policiais, em Hilla. Setembro de 2005: atentado suicida com 108 mortos em um bairro xiita de Bagdá. Novembro de 2005: o grupo assume pela primeira vez a autoria de um atentado suicida fora do Iraque, com 60

mortos, contra três hotéis de Amã, capital da Jordânia. O grupo também reivindica a autoria do atentado com 35 mortos em um restaurante do centro de Bagdá. 5 de janeiro de 2006: atentado com 50 mortos na cidade santa xiita de Karbala, ao sul de Bagdá.

Vieira de Mello foi uma das vítimas Arquivo DC

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a soturna cidade jordaniana onde Abu Musab al-Zarqawi cresceu, parentes dele, ainda chocados, disseram ver na morte do líder da Al Qaeda no Iraque uma perda para o Islã. Muitos parentes afirmaram rezar para que surjam mil "Zarqawis". "Essa é uma tragédia. Nós estamos todos tristes aqui", disse o tio de Zarqawi, Yazm Khalayleh, 64. Os parentes e vizinhos falaram em Zarqawi como sendo um herói do Islã e disseram esperar que a morte dele não signifique o final da insurgência no território iraquiano. "Se D e u s q u i s e r, h a v e r á m i l Zarqawis para enfrentar os norte-americanos", disse outro parente dele, Ahmed Khalayleh. Nascido como Ahmed Fadhil Al Khalayleh, no seio de uma importante família da maior tribo da Jordânia, Zarqawi cresceu nas ruas empoeiradas de Zarqa, uma cidade industrial que convive com altas taxas de desemprego e uma forte presença da militância islâmica.

Mantido preso pelas autoridades jordanianas durante vários anos, na década de 90, Zarqawi acabou indo enfrentar as forças norte-americanas no território iraquiano, onde Osama bin Laden o nomeou o "príncipe" da Al Qaeda no Iraque. Parentes reuniram-se na casa de três andares onde Zarqawi nasceu, em frente a um cemitério onde costumava passar o tempo ao lado de amigos quando era jovem. "Se isso for verdade, então ele é um mártir do Islã. Essa é uma grande perda para o Islã", afirmou Saleh Al Hami, cunhado de Zarqawi. "Se Deus quiser, ele irá para os céus." Alguns disseram que Zarqawi, preste a completar 40 anos, matou muçulmanos no Iraque em vez de enfrentar as forças norte-americanas que ocupam o país vizinho. "Fico feliz com o fato de ele ter sido morto porque ele costumava matar tanto os muçulmanos quanto os não-muçulmanos. Para ele, não havia diferença", afirmou Sameh Dawood, um morador de Zarqa. (Reuters)

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e todos os atentados planejados por Abu Musab al-Zarqawi, um dos primeiros foi o que teve como alvo a antiga sede provisória da Organização das Nações Unidas (ONU) em Bagdá. O atentado ocorreu em agosto de 2003, quando a explosão de um caminhão-bomba tirou a vida de 22 pessoas, entre elas a do brasileiro Sérgio Vieira de Mello, então enviado especial do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a Bagdá. No momento do atentado, Vieira de Mello ficou preso entre os destroços de seu escritório. Logo depois da explosão, o diplomata brasileiro pediu ajuda a autoridades locais e assessores, por meio de seu telefone celular, de acordo com relatos de correspondentes franceses em Bagdá. Funcionário da ONU desde 1969, Mello tinha a reputação de ser um hábil negociador em situações difíceis. Desde julho de 2002 no cargo de alto-comissário, ele vinha adotando uma postura de menor confrontação com os governos.

Brasileiro foi alvo de Zarqawi

Antes de assumir o AltoComissariado de Direitos Humanos da ONU, Mello comandou o governo interino de Timor Leste, em 1999, durante o processo de independência da ex-colônia portuguesa. Ele já havia sido representante da ONU em Kosovo, dirigiu o programa de retirada de minas terrestres no Camboja e foi consultor político das tropas de paz no Líbano. Nascido no Rio de Janeiro, em 1948, Vieira de Mello, era casado com uma francesa e deixa dois filhos.


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Congresso Planalto Invasão CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de junho de 2006

DOS 582, APENAS 41 MILITANTES DEVEM PERMANECER PRESOS

Nós assumimos que fizemos a manifestação, houve enfrentamentos, mas não fomos lá para destruir o Congresso. Jutaí Moraes, líder do MLST

AGENDA DE LÍDER DO MLST REVELA OS GASTOS DOS SEM-TERRA PARA PROMOVER A INVASÃO NO CONGRESSO

MLST GASTOU R$ 83 MIL PARA A 'FESTA'

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Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária (Anara), fundada e comandada por líderes do MLST, é financiada com dinheiro público e recebeu, de 1999 a 2006, R$ 5,7 milhões, dos quais R$ 5,6 milhões só do governo do PT, para assistência a assentamentos dentro do programa de reforma agrária. A informação está no site Contas Abertas, especializado em acompanhar a execução do Orçamento. Um dos militantes do MLST, Idevanir da Silva, representante do Assentamento Paulo Faria, do município de Prata (MG), disse ontem que "os recursos não chegam aos assentamentos" e que o dinheiro "deve ter ficado no meio do caminho." Mas, na sede da Anara, em Brasília, a funcionária Elizabeth da Silva Ribeiro confirmou que a associação recebe recursos públicos: "Obviamente que todo movimento social tem que ter ajuda do governo. Receber nós também recebemos, só não sei quanto", disse ela. Segundo o "Contas Abertas", os dirigentes do MLST Bruno Maranhão e Edmilson

Milton Mansilha/LUZ/31-03-2006

O vandalismo tem sido uma marca de muitos do PT. Provavelmente o presidente já foi visitar o Bruno (Maranhão) na Papuda. Se não foi, telefonou. Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA)

Bruno Maranhão, líder do movimento, se disse injustiçado com prisão em depoimento à Polícia Federal

STÉDILE: INVASÃO 'EQUIVOCADA'.

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coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, considerou ontem, em Cascavel, no Paraná, "equivocada" a manifestação do Movimento de Libertação dos SemTerra (MLST), que acabou em quebra-quebra nas dependências da Câmara dos Deputados no início da semana. "O protesto foi equivocado porque nossos inimigos são o latifúndio, os bancos e as empresas transnacionais. Os deputados e a Câmara devem ser os nossos aliados", disse Stédile, durante a 5ª Jornada de Agroecologia, em Cascavel (PR). "Respeito a atitude de nossos companheiros, mas acho que esse ato foi feito no local errado." Stédile acredita que os atos foram provocados por oportunistas. "Acredito que exageraram, mas pode ter sido um gesto de pessoas infiltradas no movimento, interessadas apenas em criar tumulto e desviar o foco da discussão da reforma agrária", disse. Ele lembrou que o MST já foi vitima dessas "pessoas infiltradas" na Marcha de Brasilia ocorrida há dois anos, quando se descobriu que havia policiais infiltrados para espalhar "a baderna entre os integrantes do movimento". Apoio – Para Stédile, no entanto, os atos de vandalismo na Câmara não devem mudar o posicionamento do governo em relação à reforma agrária. "A reforma agrária está parada, mas mesmo assim o governo Lula vai continuar tendo nosso apoio. Consideramos a

Wilson Dias/ABr

Os episódios lamentáveis, como os que vimos na Câmara dos Deputados ocorreram pela impunidade, frouxidão, falta de autoridade do governo Lula. Geraldo Alckmin (PSDB)

Para líder do MST, companheiros erraram o local para o protesto.

sua candidatura à presidência como a mais viável para promover as reformas que o movimento social reivindica." O coordenador do MST, no entanto, acha que Lula precisa mudar sua política para ser reeleito. Ele voltou a criticar o ritmo de criação de assentamentos no país. "Se ele quiser ser reeleito, terá que mudar sua forma de governar. Nós vota-

mos nele porque falava em independência de transnacionais e capitalismo, mas ainda não vimos isso ocorrer ainda." Em 2002, o MST apoiou publicamente a eleição de Lula. O monopólio das multinacionais de sementes foi o alvo de suas críticas e defendeu um novo modelo agrícola ao país, visando a valorização da agricultura familiar. (Agências)

OS JOVENS QUE ENTRARAM NA LUTA ELES SÃO ADOLESCENTES COMO QUALQUER UM. MAS O DISCURSO É OUTRO.

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a aparência, o grupo é heterogêneo: meninos exibindo piercings e correntes de metal, meninas com cabelos descoloridos e outros com o boné do movimento e pés descalços. Mas é pela atitude dos 29 jovens, com idade entre 12 e 17 anos, que logo se percebe o que eles têm em comum. Entre uma e outra frase, é possível ouvir expressões pouco comuns entre adolescentes, como "amigos da luta", "trabalho de base", até "verbas para fomento" e "Pronaf" (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Todos são filhos, irmãos ou sobrinhos de integrantes do MLST presos após participarem da invasão e depredação da Câmara. Psicólogos do abrigo para menores, onde ficaram instalados, relatam que os jovens, ape-

sar das dificuldades, mostraram capacidade de organização. Poucas horas depois de chegarem ao centro de reabilitação, elegeram dois líderes, para reivindicar pelo grupo - um cobertor, por exemplo. Entre os escolhidos para a liderança, W., de 15 anos, defendeu os outros: "Ninguém aqui, pelo que eu saiba, jogou pedra ou participou do conflito. Quando chegamos, a bagunça já estava formada". A menor - "Fui bem recebida. Mas queria logo sair daqui, ver minha mãe", afirmou a menina de 12 anos, a mais jovem do grupo. Nascida em Itapiranga (GO), ela chegou a Brasília com os pais na segunda-feira, a bordo de um ônibus com vários sem-terra. "Meus pais disseram que vinham para uma reunião. Trouxeram-me para eu conhecer Brasília",

contou. "Foi pena porque vi tudo quebrado." Estudante da 7.ª série, ela era uma das mais caladas do grupo. "Mas uma coisa digo: se me convidarem novamente, não venho", disse. O menino L.S. , de 15 anos, também jura que nunca mais participará de uma manifestação como essa. "Fiquei arrependido." O menor, que cursa a 6.ª série, classifica a vinda como um ato de retribuição e gratidão aos sem- terra. "Disseram prá gente que aqui em Brasília ia ter uma reunião para facilitar as coisas dos amigos de luta", conta. W.N, de 16 anos, passado o medo, sente um pouco de vergonha. "Fico preocupado. Acho que agora vai ficar a idéia de que sem-terra só faz baixaria. E não é assim". Pelo que ele conta, a vinda estava programada há quatro meses. (AE)

Com dinheiro público, Lula cala a boca de pseudo-lideranças que se apropriaram do MST. Como libera verbas, tem sido poupado, embora tenha gerado a falsa expectativa de metas inatingíveis na reforma agrária. Senador Álvaro Dias (PSDB-PR)

Luludi/LUZ/06-04-2005

ANARA RECEBEU R$ 5,7 MILHÕES DA UNIÃO

de Oliveira Lima, ambos presos sob acusação de envolvimento no planejamento e execução da invasão na Câmara, assinaram como responsáveis de três dos quatro convênios feitos entre o governo e a Anara. O site informa que, dos R$ 5,7 milhões, a maior parte – R$ 4,2 milhões – foi repassada à associação pelo Incra, a partir de 2005. Assentamentos – Segundo os dados existentes no Sistema Integrado de Administração Financeira, os recursos serviriam para a reestruturação do assentamento Paulo Faria. Parte do dinheiro, segundo o Contas Abertas, foi liberado para a associação um mês depois de visita de Maranhão ao Palácio do Planalto para reivindicar a punição dos assassinos de um líder rural. O site informa ainda que os repasses federais mais recentes para a Anara foi feitos em fevereiro, no total de R$ 1 milhão O Contas Abertas divulgou também a informação de que, em agosto de 2004, a Anara recebeu mais R$ 1,1 milhão do Incra, para a "reestruturação produtiva, social e cultural de assentamentos", em benefício de 6.234 famílias. Esse repasse foi feito cerca de um mês depois de uma visita de 14 líderes do MLST, entre eles Bruno Maranhão, ao presidente Lula no Palácio do Planalto. (AE)

Geraldo Magela/Agência Senado

Roosewelt Pinheiro/Ag. Senado

duas páginas da agenda são listadas tarefas a serem cumpridas pela tal Raquel, que seria a secretária de Maranhão. Prisão – O Ministério Público Federal pediu ontem o relaxamento da prisão de 541 sem-terra detidos no Complexo Penitenciário da Papuda. No mesmo despacho, o procurador da República José Robalinho Cavalcanti pede a manutenção da prisão de 41 líderes e militantes comuns, entre eles Maranhão, que teriam comprovadamente participado da arruaça na Câmara. A Polícia Federal , que assumiu as investigações, começou ontem a interrogar o grupo dos 41 . Até o início da noite, pelo menos 14 haviam sido ouvidos. Os outros deveriam ser ouvidos durante a madrugada. Na saída de seu depoimento, Maranhão se disse injustiçado e reclamou do fato de ter passado a noite em uma solitária no complexo penitenciário da Papuda. "Tem 13 companheiros em solitárias e essa prisão é ilegal." OS 41 serão qualificados em seis tipos de crime: corrupção de menor, danos ao meio ambiente e ao patrimônio cultural, danos ao patrimônio da União, formação de quadrilha e lesão corporal simples e grave, e podem ser condenados a até 20 anos de prisão. Coletiva – O MLST assumiu a responsabilidade política pela invasão da Câmara, mas afirmou que os integrantes presos pelas agressões e danos ao patrimônio público deverão responder pessoalmente pelos supostos crimes. A afirmação foi feita a jornalistas por um dos líderes do movimento, Jutaí Moraes, que responde pelo setor de informações do grupo. Ele reconheceu que as lideranças perderam o controle da ação, mas negou premeditação da invasão. "Íamos fazer manifestação política no Congresso porque pessoas comuns não conseguem entrar no Congresso. Nós assumimos que fizemos a manifestação, houve enfrentamentos, mas não fomos lá para destruir o Congresso", disse. A expectativa era de que os 541 presos fossem soltos ainda ontem. (Agências)

É bom mostrar (que foi um dirigente do PT) para que o eleitor faça uma reflexão e vote contra atitudes como essa. Governador Cláudio Lembo (PFL) Antônio Cruz/ABr/06-2005

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Lula Marques/Folha Imagem

Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) teria gasto R$ 82.790 mil na organização da invasão e depredação da Câmara, ocorrida na terça-feira. A informação consta em uma agenda apreendida por policiais em poder de Bruno Maranhão, um dos principais líderes do movimento. Em dez páginas da agenda, há uma contabilidade detalhada de despesas e, entre outras anotações, uma referência ao PT. Em uma anotação que teria sido feita por Maranhão, o dirigente do MLST orienta uma mulher, identificada apenas por Raquel, para "fechar os números do PT para comigo e orçamento de passagens". Na quarta-feira, uma fita de vídeo também apreendida entre os manifestantes revelou imagens dos sem-terra reunidos para combinar detalhes da invasão, que, na fita, eles chamam de "festa". O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse que o partido não faz doações para movimentos sociais e que o MLST não pediu dinheiro para a manifestação em Brasília. A assessoria da legenda informou ainda que a administração do PT está verificando se houve pagamento de passagens para Maranhão, que foi afastado na quarta-feira do partido. Caravanas – Segundo a contabilidade anotada na agenda, os cerca R$ 83 mil seriam gastos com as caravanas de sem-terra que vieram de vários estados e com alimentação, água, hospedagem e aluguel de carro. Em outra anotação, intitulada de "gastos extra 2", são especificadas as despesas de R$ 680 para ônibus, em São Paulo; R$ 400 com faixas e R$ 3,2 mil para deslocamento em Minas Gerais. Além de São Paulo e Minas, os estados do Paraná, Goiás, Maranhão, Tocantins, Bahia, Rio Grande do Norte e Alagoas são listados na agenda em uma página na qual está registrada a data de 04/06/06. Nesta mesma página, há também o número de celular de nove dirigentes do MLST e um valor "total R$ 71.050". Em outras

Os que promoveram a invasão têm que ser punidos exemplarmente. Senador Ney Suassuna (PMDB-PB)


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Nacional Imóveis Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de junho de 2006

CRESCEM OPERAÇÕES EM INTERNET BANKING

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ponto percentual é a aposta de alguns economistas para a queda do juro em julho

DIRETORES DO BANCO CENTRAL AFIRMARAM QUE TURBULÊNCIA TEM CARÁTER TRANSITÓRIO

CENÁRIO EXTERNO PREOCUPA COPOM Keith Bedford/Reuters

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nome do jogo agora é mercado externo. É essa a variável que definirá os rumos da política de juros conduzida pelo Banco Central (BC) daqui para a frente, segundo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem. Os diretores do BC entendem que, apesar de o aumento da volatilidade dos mercados financeiros internacionais poder ter "caráter transitório", é necessário "manter-se especialmente vigilante" com a elevação dos níveis de incerteza em relação à inflação futura. O documento enfatiza que, se os riscos em relação ao comportamento da inflação se exacerbarem, o Copom estará pronto para agir. Ou seja, as taxas de juros podem ter menor ritmo de queda ou mesmo se manter no patamar atual, na melhor das hipóteses. A ata divulgada ontem é bem semelhante à anterior, inclusive ao fazer a mesma referência ao termo "parcimônia". "O Copom entende que a preservação das importantes conquistas obtidas no combate à inflação e na manutenção do crescimento econômico, com geração de emprego e aumento da renda real, requer que a flexibilização adicional da po-

lítica monetária seja conduzida com parcimônia", afirmou o comitê no documento, mas ressaltou, no entanto, "os sólidos fundamentos da economia brasileira" atualmente. Envelhecido — "Tudo vai depender do comportamento dos mercados internacionais", disse o economista-chefe da Corretora Concórdia, Elson Teles, após ler o documento e concordar que a variável que está determinando o cenário é a volatilidade externa, motivada pelo temor na intensidade do ajuste da economia norte-americana. Mais pessimista, Alexandre Póvoa, diretor do Banco Modal, considerou o trecho do documento "envelhecido" ao considerar a crise externa transitória. "Creio que essa avaliação valia para a decisão tomada na semana passada de reduzir os juros em 0,50 ponto percentual", afirmou. Para ele, a decisão dos bancos centrais de vários países emergentes (Coréia do Sul, Índia, África do Sul e Turquia) de elevar as taxas de juros deixou claro que o atual quadro de incerteza deixou de ser transitório e passou a ter um caráter mais permanente no mundo. "Se a reunião do Copom fosse hoje (ontem), não teríamos espaço para novas reduções de juros", afirmou Póvoa.

Ele admite, no entanto, que é difícil fazer uma previsão do que acontecerá nos dias 18 e 19 de julho, quando o Copom voltará a se reunir. "Até lá, muita coisa pode acontecer", disse, referindo-se à decisão do Banco Central dos Estados Unidos (Fed) sobre os juros básicos do país, já no próximo dia 29 de junho. "Teremos um quadro mais consolidado para a avaliação do cenário externo na próxima reunião do Copom", comentou o economista Sergio Vale, da MB Associados. O economista também salientou que o crescimento da atividade econômica ocorre dentro do melhor cenário esperado pelo BC. "Vimos que o principal fator para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre foi o aumento dos investimentos", disse. A dúvida fica com o comportamento futuro do preço da gasolina. Outra fonte de incerteza apontada pelo Copom é o impacto do novo salário mínimo e da alta dos gastos públicos sobre a demanda, que podem provocar uma nova pressão sobre os preços. Mesmo assim, o economista da MB Associados avaliou que o comitê ainda terá espaço para reduzir os juros em mais 0,50 ponto na próxima reunião. (AE)

Tom do documento surpreende

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tom da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), apesar de cauteloso, foi mais brando do que esperavam os analistas em Wall Street, centro financeiro de Nova York. Dessa forma, a maior parte das instituições financeiras mantém a projeção de que o comitê manterá o ritmo de baixa adotado no último encontro, de corte de 0,5 ponto percentual no próximo mês. A principal "surpresa" citada pelos economistas é a ava-

liação excessivamente amena que o Banco Central (BC) fez sobre o cenário internacional. Para os economistas de instituições baseadas nos Estados Unidos, só depois do encontro de julho é que o Copom deverá reduzir ainda mais a intensidade de flexibilização da política monetária, em direção a cortes de 0,25 ponto. "A ata do encontro de maio reforça nossa visão de que o Copom vai cortar o juro em 0,5 ponto, 0,25 em agosto e, então, parar até depois das eleições",

avalia o estrategista do Lehman Brothers, John Welch. "A ata de maio referiu-se à atual turbulência do mercado, mas observou que não afetou ainda os fundamentos", disse. Para o estrategista macro do Barclays Capital, Michel Hood, a ata veio um pouco mais branda do que era esperado. O analista projeta que a taxa básica estará em 14% no final do ano. Os especialistas, também no Brasil, esperavam sinais mais claros de preocupação com a volatilidade. (AE)

Mantega no G-8: contra a miséria

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, depois de desembarcar no início da tarde de ontem em São Petersburgo, na Rússia, concentrou-se nos preparativos de sua participação na reunião de ministros das Finanças do G-8, que começará hoje. No discurso que fará no sábado durante a reunião, Mantega enfatizará a necessidade de a comunidade internacional intensificar a adoção de mecanismos de financiamento alternativos para combater a miséria no mundo, que é uma das principais bandeiras externas do governo brasileiro. Em seus contatos com os demais ministros, o impasse nas negociações da rodada multilateral da Organização Mun-

dial do Comércio (OMC) também será discutido. A expectativa do governo brasileiro é que o tema seja um dos pontos principais do encontro de cúpula do G-8, que será realizado em meados do próximo mês, também em São Petersburgo, e que terá a participação do presidente Lula. Na manhã de hoje, Mantega se reúne com o ministro das Finanças da Rússia. À tarde, terá encontro com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Snow. O ministro brasileiro também se reunirá com seus colegas da Índia e da China, outros países emergentes que também participam como convidados pelo G-8. Agenda — A agenda oficial da reunião é ambiciosa, in-

cluindo temas como a busca do equilíbrio entre energia e desenvolvimento e a necessidade de uma melhor governança financeira mundial, que abrange o debate sobre um novo papel para o Fundo Monetário Internacional (FMI). O objetivo é preparar o terreno para um saldo positivo no encontro de cúpula do G-8. Embora relevantes, essas discussões devem ser ofuscadas por um assunto considerado ainda mais urgente: as crescentes incertezas em torno das perspectivas das economias norte-americana e global, que vêm causando nas últimas semanas forte volatilidade nos mercados, ricos ou emergentes. Petróleo e China também devem ser discutidos. (AE)

Depósitos nos bancos crescem 19%

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úmeros da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgados ontem no Congresso Internacional de Automação Bancária (Ciab), mostram que o volume de depósitos de clientes subiu 19%, para R$ 1,066 trilhão, entre 2004 e 2005. O número de contas correntes, no entanto, evoluiu apenas 5%. Segundo os dados da Febraban, o volume de recursos foi expressivo, quando comparado com a inflação do período, e mostrou maior vigor nas aplicações. Os fundos de investimento receberam R$ 559,3 bilhões (alta de 18%), enquanto os depósitos à vista aumenta-

ram 12%, para R$ 85,4 bilhões. O ingresso de recursos na caderneta de poupança subiu 6%, para R$ 169,3 bilhões. Já os depósitos a prazo tiveram o melhor desempenho e passaram de R$ 118,1 bilhões em 2004 para R$ 252,4 bilhões no ano passado, o que representa um avanço de 34%. Internet — Chama atenção no balanço o número de clientes que passaram a utilizar os serviços bancários por meio da internet. Em 2004, eram 18,1 milhões, quantidade que saltou para 26,3 milhões em 2005 (alta de 45%). As transações de pessoas físicas por meio da internet subiram 55%, para 3,16

bilhões em 2005, enquanto as movimentações feitas por empresas na rede cresceram 44%, totalizando 2,68 bilhões. Em 2005, quatro bancos nacionais fecharam as portas, enquanto um banco estrangeiro iniciou as operações no País. De acordo com os números da federação, o setor tem 161 estabelecimentos, dos quais 84 têm capital local (com ou sem participação estrangeira) e 63 são controlados por estrangeiros. Os bancos públicos, por sua vez, totalizam 14. O número agências no País ficou praticamente estável no ano passado, chegando a 17,5 mil (alta de 1,5%). (AE)

Bolsa de Nova York teve discreta recuperação no fim dos negócios e contribuiu para a alta da Bovespa

Em mais um dia de vaivém, Bovespa sobe

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epois de operar em baixa desde a abertura do pregão de ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) se recuperou no fim da tarde e fechou em alta de 0,49%, com Ibovespa (principal índice do mercado acionário) aos 35.438 pontos. Mais cedo, chegou a cair 2,56%, para o menor patamar desde 3 de janeiro passado (34.360 pontos). O dólar comercial subiu 1,38% e terminou a quinta-feira vendido a R$ 2,272. No fim da tarde, o risco-Brasil aumentava 1,52%, para 266 pontos-base. A Bovespa conseguiu se reerguer no fim do pregão, mas isso não significa que os investidores tenham deixado de lado os temores de novas altas de juros nos Estados Unidos — preocupação que ontem mais uma vez derrubou os mercados mundiais. Na Europa, as principais bolsas fecharam com perdas superiores a 2%, com destaque para Frankfurt (-2,90%), Londres (-2,51%) e Paris (-2,91%). Investidores reagiram ao aumento da taxa básica de juros da zona do euro, para 2,75% ao ano. A Índia surpreendeu o mercado e elevou a taxa de juro antes da reunião agendada. Também houve aumentos de juros na Turquia e na Coréia do Sul. Segundo analistas, a alta da Bovespa foi determinada pela virada das bolsas dos Estados Unidos, que chegaram a cair mais de 1% nas primeiras horas

de negócios e terminaram o dia em alta, e pela queda exagerada de algumas ações, cujos preços se tornaram atraentes em uma perspectiva de curto prazo. Dois exemplos foram as ações preferenciais da Petrobras e da Telemar, que chegaram a cair para menos de R$ 39 e R$ 29, respectivamente, e depois se recuperaram. "Começaram a entrar no mercado os caçadores de oferta", comen-

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milhões de dólares era o volume de negócios no mercado de câmbio no fim da tarde de ontem, giro inferior à média de US$ 1,5 bilhão. tou o operador Tommy Taterka, da corretora Concórdia. De uma queda de 1,51% no meio do dia, o índice Dow Jones fechou estável, com ligeira alta de 0,07%. A Nasdaq, que chegou a cair 2,35%, terminou com queda de 0,3%. Câmbio — Segundo o gerente de Câmbio da corretora Novação, José Roberto Carreira, o volume de negócios tem sido pequeno nos últimos dias: ontem, pouco antes das 16h30,

o giro estava em US$ 780 milhões, bem abaixo da faixa média para o horário, entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,5 bilhão. O profissional destacou que o dólar também se fortaleceu em relação a outras moedas estrangeiras, como o euro. Desde o último dia 10 de maio, quando o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) elevou os juros para 5% ao ano sem descartar novas altas, os mercados vivem um período de turbulência. A apreensão foi reforçada ontem com declarações do diretor do conselho do Fed, Donald Kohn, nomeado para a vice-presidência da instituição e passou por uma sabatina no Comitê Bancário do Senado. Ele disse que a alta de preços nos EUA levantou uma "bandeira de alerta" sobre a inflação, exigindo atenção do Fed. Hoje, o presidente do banco, Ben Bernanke, fará apresentação no Massachussets Institute of Technology, evento cercado de expectativas. Na manhã de ontem, o Banco Central (BC) divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em que os diretores da instituição mostram preocupação com a instabilidade externa (leia reportagem nesta página). Para a economista-chefe do BES Investimento, Sandra Utsumi, o documento reforçou a perspectiva de moderação da trajetória de queda da taxa básica brasileira. (AG)

Bolsa: capital externo domina IPOs

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ocumento preparado pela Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet) mostra que o número de empresas que abriram capital na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) aumentou consideravelmente desde 2004. O valor financeiro dessas transações também foi crescente. Em pouco mais de dois anos, os lançamentos de ações (Initial Public Offerings, os IPOs) somaram R$ 17,9 bilhões. Os investidores estrangeiros adquiriram, em média, 54,4% das ações oferecidas em IPOs em 2004. Esse percentual chegou a 75,4% nos quatro primeiros meses deste ano. Segundo os economistas da Sobeet, "há fortes incenti-

vos para os investidores estrangeiros manterem seu interesse nas empresas brasileiras que chegam à Bovespa". Em média, os papéis envolvidos nessas ofertas primárias de ações se valorizaram desde o seu lançamento até 1º de junho, a uma taxa equivalente de 95% ao ano, contra uma variação de 17,18% ao ano da taxa de juros CDI e de 24,6% do Ibovespa, principal índice do mercado acionário. Destaques — Para calcular a valorização média das ações, a Sobeet ponderou a taxa de variação de cada papel pelo volume financeiro dos IPOs. Das 29 empresas que abriram seu capital, 10 apresentaram queda no preço das ações. Os papéis da Grendene (setor de calçados) e da Renar Maçãs (setor de alimenta-

ção) foram os que mais caíram desde a estréia na bolsa. Entre os destaques positivos, as ações da empresa Cosan (setor de açúcar e álcool) apresentaram a maior valorização, de 190% desde a sua estréia na Bovespa — o equivalente a uma taxa de 610% ao ano. Outras empresas, como Lojas Renner (setor varejista), Localiza (locação de veículos), TAM (aviação), Cyrela (imobiliário) e Brasil Agro (agropecuária), apresentaram valorização expressiva do lançamento até maio. Em termos setoriais, diz o estudo da Sobeet, as ações que mais se valorizaram são de empresas que negociam bens de consumo — resultado muito influenciado pelo desempenho de papéis como Cosan e Brasil Agro. (AE)


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Senado Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PARLAMENTARES VOTAM RELATÓRIO DA CPI NO DIA 20

A CPI dos Bingos tem que seguir aquilo que determinou a sua criação. Magno Malta, senador (PL-ES)

RELATÓRIO FINAL DA CPI DOS BINGOS DESAGRADA TANTO O GOVERNO QUANTO A OPOSIÇÃO

O ÚLTIMO EMBATE DA CPI DO CONFRONTO Beto Barata/AE - 21/06/06

Ailton de Freitas/Ag. O Globo

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Senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), relator da CPI dos Bingos, poupa o presidente Lula, mas complica o PT.

PAUTA TRANCADA POR MPs

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m três dias de esforço concentrado, a Câmara dos Deputados encerrou os trabalhos sem limpar a pauta do plenário trancada por medidas provisórias (MPs). Das quatro que

obstruíam a pauta na segunda-feira, os deputados ainda não concluíram a votação da última, a que concedeu o reajuste de 5% aos aposentados. A oposição conseguiu aumentar esse índice para 16,6%, igual ao que foi incluído na MP que reajustou o salário mínimo, o que significou uma derrota para o governo. Ontem os deputados votaram a MP, aprovada na

quarta-feira pelo Senado, que trata da carreira de servidores públicos. Agora a medida que trata de refinanciamento do saldo devedor das operações de crédito rural (MP 285) passou a trancar a pauta. A próxima sessão de votação será na próxima terça-feira de manhã, dia da estréia da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo. (AE)

Emmanuel Pinheiro/EM/ Ag.O Globo

Ó RBITA

I O ex-presidente e ex-gover-

nador Itamar Franco, do PMDB, defendeu ontem a candidatura do governador mineiro, o tucano Aécio Neves, à Presidência da República em 2010 (ver foto ao lado). "Lutamos para que vossa excelência assumisse agora a frente dos destinos do País, mas quis vossa excelência esperar mais. Independente do partido, não podemos esperar mais que 2010", disse Itamar, em discurso na solenidade de inauguração da Usina de Irapé, no Vale do Jequitinhonha, norte de Minas. Aécio evitou comentar a hipótese, mas enfatizou que está engajado em uma proposta de reconquista de maior espaço para Minas no cenário político nacional. I A Justiça decretou o blo-

queio de valores depositados em contas e aplicações financeiras do PT e de seu ex-tesoureiro Delúbio Soares, no montante de R$ 3,37 milhões - valor atualizado até agosto de 2005 e devido pelo partido ao Banco BMG, de quem tomou empréstimo que não pagou, de R$ 2,4 milhões. Até ontem, segundo planilha do Banco Central, haviam sido rastreados e indisponibilizados R$ 158.423,54. Des-

se total, a maior parte foi encontrada em duas contas de Delúbio - R$ 85.697,24 em uma agência do Banco do Brasil, mais R$ 36.829,13 no Itaú. Do PT foram confiscados R$ 25.617,51 de nove contas. I A E xe c u t i va N a c i o n a l d o

PMDB dissolveu na quarta-feira o Diretório Regional do partido no Distrito Federal. De seus 16 integrantes, 15 votaram a favor da medida, enquanto o deputado federal Tadeu Filippelli, em tese o maior beneficiado por ela, abstevese. A dissolução foi pedida por três deputados distritais do PMDB, que, de acordo com relatos da imprensa de Brasília, acusavam o Diretório Regional de estar apoiando a pré-candidatura de José Roberto Arruda, do PFL, ao governo do DF.

Filippelli, que é o presidente da legenda no DF, deseja se candidatar ao governo. Cria do exgovernador Joaquim Roriz, foi designado como chefe da comissão provisória que controlará o PMDB do DF nos próximos 90 dias - o que inclui a campanha eleitoral. O quadro sucessório no DF está confuso porque há uma divisão nas bases de Roriz. I José Serra, candidato do PSDB a governador de São Paulo, encontra-se hoje com o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, para acertar uma aliança na disputa pelo governo do Estado. O PPS diz que as regras da verticalização não impedem uma aliança, seja ela formal ou informal, na disputa pelo governo paulista. O encontro acontecerá em um hotel da cidade.

relatório final da CPI dos Bingos apresentando ontem pelo senador Garibaldi Alves Filho (PMDBRN) propôs o indiciamento de 79 pessoas, dentre elas, o exministro da Fazenda Antonio Palocci e o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, amigo do presidente da República. "É um relatório no qual o senador Garibaldi apresenta as convicções que criou ao longo da apuração, sem julgamentos políticos", afirmou o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB). Insatisfeitos com as conclusões do relator, oposição e governistas pediram vistas coletivas para terem tempo de apresentar votos em separado. Com isso, a votação pelo plenário do relatório final da CPI dos Bingos ficou marcada para o próximo dia 20 em função dos jogos do Brasil na Copa da Alemanha e do feriado de Corpus Christi, no dia 15. Abrangência– No texto com 1,4 mil páginas, Garibaldi relata episódios investigados pela CPI que vão desde a atuação de casas de bingos no Brasil, passando pelo assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel até denúncias de supostas doações vindas de Cuba para o PT em 2002. A variedade de assuntos rendeu à comissão o apelido de "CPI do Fim do Mundo". O senador Magno Malta (PL-ES), responsável pela criação da CPI com o intuito de investigar os bingos – bem antes da crise do mensalão – quer que sejam excluídos do relatório final quaisquer temas que não estejam diretamente relacionado à atuação das casas de bingos em território brasileiro. "A CPI tem que seguir aquilo que determinou a sua criação", disse Malta, que teve que recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para emplacar a comissão. Juntamente com o senador Tião Viana (PT-AC), Malta defende que todos os demais assuntos apurados pela CPI sejam remetidos ao Ministério Público Federal, a quem cabe

Antonio Palocci Célio Messias/AE - 19/08/05

Rogério Buratti

aprofundar as investigações. O líder da minoria no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), prometeu sugerir que sejam incluídos na lista de pessoas responsabilizadas o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o chefe do gabinete pessoal de Lula, Gilberto Carvalho, que foram citados por testemunhas durante a investigação. "São pessoas sobre as quais existem testemunhos e indícios de envolvimento nos fatos apurados", disse. Garibaldi não incluiu esses nomes alegando "falta de provas" para sugerir os indiciamentos. Lula – Sobre Lula, o relatório faz referências a citações de seu nome em três diferentes episódios. Um se refere a denúncias levadas pelo ex-petista Paulo de Tarso Venceslau, que acusou o PT de receber contribuições financeiras de donos de casas de bingos de São Paulo. O segundo refere-se ao depoimento do consultor Rogério Buratti, que disse ter informações de que o PT teria recebido doação de R$ 1 milhão, também de bingos.

O último, de acordo com o senador, é referente às afirmações do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, que disse à comissão ter quitado dívidas de campanha Lula com o PT. Okamotto teve seu indiciamento sugerido por lavagem de dinheiro e crime contra a ordem tributária. O ex-ministro Antonio Palocci teve seu indiciamento pedido por formação de quadrilha, falsidade ideológica, peculato, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa. Celso Daniel – O parecer do relator demonstra convicção de que o assassinato do prefeito de Santo André "decorreu de ligações com o esquema de arrecadação de propinas de empresas prestadoras de serviços públicos para abastecimento do caixa 2 do PT". Segundo o relatório, lido ontem no Senado, esse esquema tinha inicialmente a anuência de Celso Daniel, que depois teria tentado se opor por causa da criação de um "caixa 3", que desviava o dinheiro originado da propina. O relatório da CPI diz que "ficou sobejamente demonstrado o voraz esquema de corrupção que funcionava junto à Prefeitura de Santo André". O documento aponta também a preocupação de servidores da Prefeitura de Santo André e de integrantes do PT (com uma citação específica ao deputado Luiz Eduardo Greenhalgh) de impedir que as investigações sobre o assassinato atingissem o partido. José Dirceu livre– Nesse capítulo do relatório, Garibaldi Alves relata o depoimento que envolve o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho. O texto faz referências a depoimentos segundo os quais Carvalho transportava dinheiro do esquema de Santo André para a sede do PT, entregando os recursos ao então presidente do partido, José Dirceu. O relator, no entanto, não pediu o indiciamento de Dirceu e Carvalho, alegando que não tinha provas suficientes. (Agências)


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ESPECIAL Vendas podem crescer entre 4% e 5%. Cenário macroeconômico é mais positivo do que em 2005.

COMÉRCIO APOSTA NOS CASAIS APAIXONADOS E GANHA FÔLEGO EXTRA COM A COPA DO MUNDO

DIA DOS NAMORADOS VERDE-AMARELO Andrea Felizolla/LUZ

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A s s o c i a ç ã o C o- de, Abram Szajman. "O fato de m e r c i a l d e S ã o o primeiro jogo da seleção braP a u l o ( A C S P ) sileira acontecer no dia seguinaposta em um Dia te ao dos Namorados acaba dos Namorados com vendas por desviar a atenção." entre 4% e 5% superiores ao Pr om oç õe s – A Fecomerque a data registrou em 2005. cio-SP destacou também que Segundo Marcel Solimeo, di- a descrença dos lojistas se veretor do Instituto Gastão Vidi- rificou também na baixa adegal, da ACSP, o crescimento se- são à realização de promorá sustentado por um cenário ções ou ações publicitárias. macroeconômico mais favorá- Em 2006, apenas 26% dos envel do que o do ano passado. trevistados resolveram usar Nesse contexto, juros mais bai- tanto a primeira quanto a sexos, somados a recuperação de gunda estratégia para elevar renda do trabalhador, que nas as vendas durante a data. classes mais baixas ganhou fôOutro termômetro que relego extra com o aumento do trata um cenário pouco animasalário mínimo, irão elevar as dor do comércio em relação ao vendas. "É preciso lembrar Dia dos Namorados está nos ainda que a Copa do Mundo estoques. A maioria dos entrevai refletir positivamente no vistados (42%) manteve o mesvalor do tíquete médio do mo nível de 2005, enquanto mês de junho. Mesmo que 19% diminuíram os estoques e televisores não entrem como 38% aumentaram. opção de presente para o naEm relação às modalidades morado, serão vendidos nessa de pagamento, o parcelamenépoca", diz Solimeo. to no cartão de crédito deve Para o diretor da ACSP, o prevalecer, com 57%; seguido efeito Copa, entretanto, não pelo pagamento à vista (chetrará somente conseqüências que, dinheiro ou cartão de dépositivas, isso porque durante bito), com 27%; e pelo cheque os jogos do Brasil as vendas pa- pré-datado, com 12%. ram e o comércio fecha. Junho Presentes – Em uma pesquiainda sentirá o imsa com 800 consupacto do feriado midores da região prolongado de metropolitana, a Corpus Christi. entidade constaDesân imo – O A Copa do Mundo tou que os homens e m p r e s a r i a d o , vai refletir pretendem prepor sua vez, vê sentear mais que positivamente no com cautela a vonas mulheres. Setade do consumi- valor do tíquete gundo o levantador de comprar. médio do mês de mento, 50% deles Estudo divulgado junho em razão da pretendem comontem pela Fede- alta de vendas de prar algo para sua ração do Comérparceira. No caso televisores. cio do Estado de das mulheres, o Marcelo Solimeo percentual é de São Paulo (Fecomercio-SP) apon40%. De modo geta que o setor está pessimista ral, só 45% dos entrevistados com as vendas para os Dias dos têm intenção de ir às compras. Namorados. Segundo a pesDe acordo com a Fecomerquisa, realizada com 210 em- cio-SP, o fato de 69% das mupresários do comércio da capi- lheres preferirem comprar tal paulista entre os dias 5 e 6 de uma camiseta oficial da selejunho, a expectativa é de que o ção brasileira a levar o compafaturamento desse segmento nheiro para jantar comprova seja 4% inferior ao verificado que a Copa do Mundo da Aleno mesmo período de 2005. manha, que começa hoje, já De acordo com a entidade, é ofusca a data. Entre os homens, importante ponderar alguns esse índice ficou em 61%. O vafatores como o de, tradicional- lor médio do presente será de mente, o maior movimento R$ 54. Segundo análise da enocorrer no período mais próxi- tidade, o medo da inadimplênmo ao da comemoração da da- cia prevalece entre os consuta. Além disso, o elevado grau midores: 54% se mostram disde endividamento da popula- postos a gastar menos ou a ção, que, segundo dados da Fe- mesma quantia em relação ao comercio-SP, atingiu 60% em Dia das Mães deste ano. Só maio, também pressiona de 31% estão propensos a desemmodo negativo o desempenho bolsar uma quantia maior. do comércio. Em relação aos itens que Conforme análise da entida- prometem ser os mais procude, esses números mostram rados saem na frente os tradique o forte apelo comercial da cionais: 34% dos entrevistados data mostra-se "insuficiente" pretendem comprar peças de para aquecer a disposição de vestuário; 11%, perfumes e presentear. "Isso revela que o cosméticos; e 8%, calçados e endividamento e a inadim- bolsas. Flores, com 4% das inplência continuam preocu- tenções, e bombons, com 1%, pantes, o que represa as ven- devem fugir à regra. das e, conseqüentemente, iniCerca de 31% dos consumibe a expansão do faturamento dores preferem ganhar peças do varejo ao longo do ano", ob- de vestuário; 12%, perfumes e servou, em comunicado à im- cosméticos; e 10%, calçados. Renato Carbonari Ibelli/AE prensa, o presidente da entida-

Cresce o uso de cartões

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Credicard Itaú mantém a projeção de crescimento de 25% para o faturamento do mercado brasileiro de cartões de crédito em 2006. Para a empresa, o volume de transações deve alcançar quase R$ 160 bilhões, contra R$ 127,6 bilhões no ano passado. Considerando as estimativas para junho, o faturamento acumulado em seis meses é de R$ 72,6 bilhões, com expansão de 25,7% em relação ao mesmo período de 2005. O mercado registrou 824 milhões de transações com cartão no País, com tíquete médio de R$ 88. O número de cartões em circulação é de 72,2 milhões.

Segundo o diretor-executivo comercial da Credicard Itaú, Fernando Chacon, a indústria deve fechar o ano com 77 milhões de cartões de crédito produzidos, o que significa expansão de 15,4% em relação à base do final de 2005. No início de maio, a Credicard Itaú revisou para cima as estimativas sobre o mercado brasileiro de cartões, tendo em vista o comportamento nos primeiros meses do ano. A estimativa do fim de 2005 apontava avanço de 22% para o faturamento em 2006. No ano passado, o faturamento do mercado avançou 27% em relação a 2004. (AE)

Pesquisa da Fecomercio aponta que os itens de vestuário estão entre os preferidos dos consumidores, seguidos de perfumes, calçados e bolsas Fotos: Denise Adams/AFG

Vendas da Flores e Cia já começaram pela internet

Arranjos custam a partir de R$ 10

Arranjos combinados com outros presentes são os mais procurados

As rosas são as preferidas do público masculino para presentear

As vermelhas simbolizam paixão

Paixão, flores e lucros P Marcelo MIn/AFG

resentear a namorada com flores é uma ação comum no Dia dos Namorados e significa a expectativa de mais vendas e faturamento para os floricultores da cidade. De acordo com dados da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), 800 toneladas de flores são comercializadas por semana e a estimativa é aumentar o volume de vendas em cerca de 5%. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), uma das formas dos floricultores aumentarem as vendas nesse período é orientar os clientes sobre os significados das espécies. As rosas vermelhas, por exemplo, significam amor e paixão e são as mais procuradas pelos apaixonados; a rosa amarela representa felicidade e amizade; a no tom cor-de-rosa, amizade e carinho; a rosa branca, pureza e paz; a laranja, fascínio e encanto; e a rosa champagne, admiração. Para presentear moças jovens, o mais indicado são as rosas brancas, as amarelas ou cor-de-rosa. As rosas vermelhas são ideais para demonstrar paixão. Quanto ao signifi-

Marcelo Min/AFG

Arranjo da Varanda Flores

Formatos garantem romantismo

cado das flores: acácia amarela, amor secreto; acácia branca ou rosada, constância e elegância; amor perfeito, meditação, recordações e reflexão; cravo amarelo , desdém; cravo branco, amor ardente, ingenuidade e talento; cravo rosado, preferência; cravo vermelho, amor vivo; crisântemo amarelo, amor frágil; crisântemo branco, verdade; crisântemo vermelho, "eu amo"; girassol, dignidade, glória e paixão; hortência, frieza e indiferença; lírio, casamento, doçura e pureza. Já as margaridas signicam inocência e virgindade e

as orquídeas, beleza, luxúria, perfeição e pureza espiritual. Segundo Caroline Pontes Santos, que está há 14 anos na Varanda Flores (www.varandaflores.com.br), os homens, que respondem por 70% do movimento, são mais conservadores, não querem errar e preferem as rosas vermelhas. "As mulheres são mais ousadas e buscam significado. Caiu de moda a idéia de que homens devem ganhar cravos." Mix variado – Quando o homem entra na loja, Caroline questiona o quanto quer gastar. O tíquete médio é de R$ 30,

mas ela garante que a partir de R$ 10 é possível fazer um arranjo. Namorados de longa data combinam flores com outros presentes. Por isso, as floriculturas ampliaram o mix de produtos e oferecem arranjos com ursinhos de pelúcia, lingeries, chocolates ou vinhos. Ven d as – Caroline espera que o volume de vendas aumente até 50%, pois muitos casais devem começar a comemorar a data no domingo. A proprietária da loja Flores e Cia (www.florecia.com.br), Patrícia Ferreira, há 15 anos no ramo, diz que as encomendas começaram há 20 dias em sua loja virtual. "Os homens são mais acomodados e, pela vantagem de não sair de casa, compram flores pela internet." Como a loja está em Moema, a entrega no bairro não é cobrada. Para outras regiões, a taxa varia entre R$ 5 e R$ 25. As floriculturas de grande porte entregam em todo o Brasil e algumas até para endereços no exterior. Dentre as indicações estão a Giuliana Flores (www.giulianaflores.com.br), a N e t F l o r e s ( w w w . n e t f l ore s . c o m . b r ) e Flores Online (www.floresonline.com.br). Patrícia TTeixeira


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Compor tamento Administração Tr â n s i t o Ambiente

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BASCULANTE ESTAVA COM A CAÇAMBA LEVANTADA

Um guindaste ainda atingiu um relógio digital, no canteiro central, que despencou sobre um táxi.

Mario Angelo/Fotoreporter/AE

Vivi Zanatta/AE

Guindaste trabalha na remoção da passarela da pista sentido bairro-Centro (à esquerda). A estrutura foi encaixada novamente na base e liberada nove horas após ter sido derrubada. Acima, funcionários da CET retiram relógio digital da pista. Ele foi derrubado e caiu sobre um táxi.

NA DUTRA, QUEDA PASSARELA CAI E FECHA MATOU SETE EM 1997 AVENIDA POR NOVE HORAS A Caminhão basculante derruba passarela em frente ao aeroporto de Congonhas e gera caos na zona sul

E

ram 3h de ontem q u a n d o u m c a m inhão basculante atingiu a passarela da avenida Washington Luiz, bem em frente ao aeroporto de Congonhas, derrubando-a. Resultado: a pista sentido bairro-Centro da avenida, uma das principais ligações entre o Centro e a zona sul da cidade, ficou interditada por nove horas, sendo liberada às 12h10. O congestionamento ultrapassou os quatro quilômetros e a manhã foi de caos no trânsito na região do Aeroporto de Congonhas. Muita gente perdeu a hora do embarque. A Prefeitura irá pedir indenização na Justiça. Como se não bastasse a queda da passarela, um dos guindastes usados para removê-la provocou um novo acidente. Ele atingiu um relógio digital, no canteiro central, que despencou e caiu em cima de um táxi. Não houve feridos. A situação se

complicou ainda mais porque o a segunda vez que a passarela aeroporto ficou fechado por foi danificada por um camimeia hora, por causa da neblina, nhão. Em 2000, os danos foram causados por um veículo que das 7h50 às 8h20. Localizada em frente ao ae- trafegava com excesso de alturoporto de Congonhas, a es- ra. À época, os trabalhos de retrutura é tombada pelo Conde- cuperação levaram aproximadamente 20 dias, de phaat (Conselho de Hélvio Romero/AE Defesa do Patrimôacordo com a Prefeitura. A passarela nio Histórico, Artístico, Arqueológiem frente ao aeroporto foi projetada co e Turístico do Estado de São Paulo). pelo arquiteto João Batista Vilanova Durante o período de interdição, Artigas, considerado um dos mais imuma faixa reversíportantes do movel foi montada na Paulo Rogério da pista sentido bairro dernismo brasileiSilva, motorista ro. Ela foi construída avenida. Um desvio também foi da em 1974. Em 2005, a Prefeitura, a Inimplantado com passagem por dentro do aeroporto, se- fraero (Empresa Brasileira de gundo informações da Com- Infra-Estrutura Aeroportuápanhia de Engenharia de Trá- ria) e a Associação dos Amigos fego (CET). O pouco movi- da Passarela do Aeroporto de mento de carros e de pedestres Congonhas chegaram a assina hora do acidente evitou nar um protocolo de intenções para a reforma da estrutura, consequências piores. Segundo acidente – Esta foi mas as obras são saíram do pa-

pel até hoje. Entrou areia – O acidente aconteceu pouco depois de o motorista do caminhão, Paulo Rogério da Silva, deixar a carga de areia também na zona sul. Ele não teria percebido que trafegava com a caçamba levantada e passou sob a passarela, causando o acidente. Com o auxílio de dois guindastes, a estrutura foi novamente encaixada nos pilares de sustentação. Antes da liberação da avenida Washington Luís, técnicos vistoriaram a passarela e não concluíram que não oferecia riscos à população, segundo a CET. De acordo com Marcelo Rozenberg, diretor do Sindicato Nacional da Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), é perfeitamente possível que a passarela não tenha sofrido danos, apesar da queda. A Prefeitura informou que vai ingressar com duas ações na Justiça contra os responsáveis pelo caminhão. Será pedida indenização de caráter patrimonial, de caráter moral e pelos custos das obras de recuperação. (Agências)

cidentes como o de ontem costumam acontecer com freqüência em São Paulo. A falta de fiscalização ou a imprudência de motoristas costumam fazer com que caminhões entalem ou até derrubem pontes e passarelas. Esses acidentes, além de causarem prejuízos materiais por danificarem as estruturas, complicam o já caótico trânsito da cidade. E podem deixar vítimas. Em 7 de junho de 1997, um acidente semelhante ocorreu no km 213 da via Dutra. Um caminhão basculante que trafegava com a caçamba levantada no sentido São Paulo-Rio de Janeiro, nas proximidade de Guarulhos, derrubou uma passarela e provocou a interdição da pista por oito horas. Sete pesoas morreram e outras 20 ficaram feridas. Entre as vítimas, dois pedestres que caminhavam sobre a passarela no momento do acidente. Outras cinco pessoas morreram após um engavetamento que envolveu quatro veículos, justamente por causa do desabamento da estrutura. No primeiro acidente com a passarela do Aeroporto de Congonhas, em agosto de

2000, o motorista de uma transportadora mineira tentou passar pela passarela de 4,5 metros com uma carreta de 4,84 metros. Em vez de seguir pela avenida Washington Luiz,, a carreta deveria ter ido pela avenida Vereador José Diniz. Na época, o gerente da transportadora, João Cavalheiro, afirmou que a culpa pelo acidente foi da empresa de escolta paulistana contratada pela transportadora. Veículos com cargas pesadas devem circular por São Paulo com um batedor, funcionário que orienta o caminhoneiro a respeito do caminho mais adequado a seguir. Cavalheiro garantiu que o batedor que dirigia à frente da carreta se atrapalhou e errou o caminho. Marginais – Nas pontes das marginais do Tietê e do Pinheiros, os riscos de acidentes são constantes devido à presença de muitas pontes ao longo das vias. Muitos caminhões e carretas circulam diariamente com excesso de altura ou cargas que ultrapassam o limite. Muitas vezes, acidentes são causados por uma diferença de cinco a dez centímetros em relação à altura do concreto das pontes. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 9,10 e 11 de junho de 2006

LAZER - 1

1.Em um conflituoso país africano, eles são de etnias rivais. Mas permanecem unidos em uma única causa. 2. Um seringueiro. Uma mulher de passado misterioso. Romance. 3. Ele ou ela? Essa banda é bem diferente. 4. Brasil, Moscou, Getúlio. E uma paixão que encontra muitas barreiras. 5. Grande musical dos anos de 1940. A atriz principal fugiu durante as filmagens, para se casar.

6. Trapaceiro casa com a filha do juiz... Problemas à vista. 7. Uma picante investigação em São Francisco. Cena marcante. 8. Sexo, dinheiro. História conduzida por um neurótico profissional. 9. Na selva, o mocinho é perseguido por um contrabandista de marfim. 10. Megaprodução. Megabilheteria. Megatragédia.

11.Vencedor de oito prêmios Oscar. Montgomery Clift e Frank Sinatra no elenco. 12. Beijos e tiros. Na vida real, casamento entre os dois atores mais badalados do momento em Hollywood. 13. O evento do cinema falado abala Hollywood. Alegria na calçada molhada pela chuva. (LHC)

RE GU L AME NTO

Acerte os filmes e ganhe uma noite romântica, com jantar e hospedagem P

ara começar a curtir o Dia dos Namorados, entre no jogo do beijo. O desafio é acertar os títulos dos filmes e nomes dos atores de cada um dos 13 beijos do quebracabeças acima. Vence quem primeiro desvendar todas as questões ou aquele que, até o término do concurso, enviar mais respostas certas. Para participar, mande um email com as respostas, informando seu nome completo, RG e telefone, para promo-

cao@dcomercio.com.br. Serão válidos emails recebidos até terça, dia 13. O prêmio para o 1º lugar é um jantar para casal no restaurante Tramonto e uma noite no Mercure Grand Hotel Ibirapuera, com direito a bombons, drinque de boas-vindas e café da manhã no quarto. Os classificados do 2º ao 10º lugares ganham DVDs. Veja o regulamento completo no site www.dcomercio.com.br/concurso/beijo/.


Prêmio para 13 beijos Quem beija quem? Na 1ª página do DCultura, você é convidado a identificar 13 cenas de clássicos do cinema. O vencedor do desafio terá direito a jantar e hospedagem num hotel chique de SP. Leia ainda: o amor nas artes, na literatura, nas telas. E boa Roda do Vinho ! Ano 81 - Nº 22.145

São Paulo, sexta-feira a domingo, 9 a 11 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h55

Comércio entre duas paixões: Copa e namoro ACSP aposta em vendas até 5% superiores às de 2005. Eco/1, 5, 6 e 7

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Joerg Koch/AFP

NO PLANETA COPA O time alemão ao pousar em Munique

Vanderlei Almeida/AFP

Alemanha em campo, Brasil não vê a hora. Depois que as realezas Cláudia Schiffer e Pelé apresentarem a taça em disputa no Mundial da Alemanha, a partir das 13h, em Munique, o time da casa entra em campo, sem Ballack, contra a Costa Rica. Será o primeiro dos 64 jogos desta Copa. O Brasil (foto) só estréia na terça, contra a Croácia. O técnico Carlos Alberto Parreira diz que o time inteiro está "doido" para que a competição comece. Uma febre tirou Ronaldo dos treinos de ontem, mas Parreira afirma que ele só não joga "se os médicos não deixarem". Em Copa/Especial Andre Dusek/AE

CPI dos Bingos quer indiciar Palocci

Marcola diz que PCC não é autor de ataques

Relatório final pede também indiciamento de Okamotto e mais 77. Proposta descontenta governo e oposição. Pág. 5

Ouvido por integrantes da CPI do Tráfico de Armas, negou também acordo entre PCC e o Governo de SP. Cidade/2

HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 11º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 11º C.

Karim Sahib/AFP

N A D A DE

V O PRÍNCIPE DO E TERROR R MORREU T O príncipe da Al Qaeda, Abu Musab alI Zarqawi (foto), morreu bombardeio aéreo CALIZAÇÃO RADICAL num dos EUA. Agora Iraque Mello, presidente do TSE, volta atrás. Página 3

espera vingança. Pág. 8


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

sexta-feira, sábado e domingo, 9, 10 e 11 de junho de 2006

ATAS ROGALE MULTI MARCAS COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA

C.N.P.J.: 07.048.132/0001-32 - N.I.R.E.: 35.219.444.616 ATA DE REUNIÃO DE SÓCIOS Data/Hora e Local - Aos 21/03/06, às 10 hs, na sede da sociedade, na R. Vieira de Morais, 1304, Campo Belo, SP/SP - CEP 04617-004; Presença – Sócios representando a totalidade do capital social; Composição da Mesa – Alexandre Hoff Cabral, presidente e Rogerio Cabral Moreira, secretário; Publicações – anúncio de convocação dispensado pelo comparecimento de todos os sócios; Ordem do Dia – saída de sócio e redução do capital social; Deliberações – após a exposição dos argumentos da sócia Flexner Com. Serv.e Participações Ltda, representada por sua sócia Thaise Hoff Cabral, que se retira da sociedade, ficou decidida a diminuição do capital social em R$ 120.000,00, retirados em moeda corrente do país, postos em discussão e votação, foram aprovados sem reservas e restrições; Encerramento e Aprovação da Ata. Terminados os trabalhos, inexistindo qualquer outra manifestação, lavrou-se a presente ata que, lida, foi aprovada e assinada por todos os sócios.aa) Alexandre Hoff Cabral, presidente. aa) Rogerio Cabral Moreira, secretário. aa) Thaise Hoff Cabral - Flexner Comércio Serviços e Participações Ltda.

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COMUNICADO Companhia Nitro Química Brasileira torna público que recebeu da CETESB a Licença de Instalação Nº 30003655 e requereu a Licença de Operação para a fabricação de Produtos Químicos e Orgânicos em seu endereço na Av. Doutor José Artur Nova, nº 951 - São Miguel Paulista - SP/SP.

FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1255/06/02 - EE Prof. Itael de Mattos - Rua Oito, 764 - Centro - Santa Fé do Sul/SP – Adequação: 90 / Reforma de Pequeno Porte: 180 - R$ 32.704,00 – R$ 3.270,00 – 09:30 – 29/06/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 12/06/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 28/06/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

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FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 017/2006- FAMESP PROCESSO Nº 553/2006 - FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 09 de junho de 2006 até o dia 27 de junho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/pregao.htm, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 017/2006-FAMESP, PROCESSO Nº 553/2006 - FAMESP, que tem como objetivo a AQUISIÇÃO DE MATERIAIS PARA LABORATÓRIO: PONTEIRA COM FILTRO PARA SISTEMA AUTOMATIZADO MARCA EPPENDORF, MODELO EPTIPS MOTION FILTER PCR CLEAN, COM CAPACIDADE DE 150 I E COM CAPACIDADE DE 401000 I, EMBALAGEM COM 15 RACKS DE 96 UNIDADES, PARA A DIVISÃO HEMOCENTRO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU, CONFORME ESPECIFICAÇÕES CONTIDAS NO ANEXO II DO EDITAL. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 28 de junho de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supracitado. Botucatu, 09 de junho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP

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FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS PREGÃO Nº 016/2006- FAMESP PROCESSO Nº 505/2006 - FAMESP REGISTRO DE PREÇOS nº 008/2006-FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 09 de Junho de 2006 até o dia 22 de Junho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital das Clínicas, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 016/2006- FAMESP, PROCESSO Nº 505/2006 - FAMESP, REGISTRO DE PREÇOS Nº 008/2006-FAMESP, que tem como objetivo a Aquisição de Lente intraocular dobrável acrílica hidrofóbica; Lente intraocular rígida, em polimetilmetacrilato, pelo menor preço por ítem, em conformidade com o disposto no Anexo II. Deverão ser apresentadas amostras no dia da abertura do Pregão. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 23 de Junho de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supra citado. Botucatu, 08 de Junho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente FAMESP.

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FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi ajuizado no dia 8 de junho de 2006, na Comarca da Capital, o seguinte pedido de falência: Requerente: Antonio Carlos Pela - Requerida: LPE Laminação de Perfis Especiais Ltda. - Rua Monsenhor Meireles Nº 566 - 02ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 9,10 e 11 de junho de 2006

TEATRO E ... três novas peças em cartaz, mito da MPB em CD, TV entra em campo Divulgação

Divulgação

MADE IN BAHIA, VIXE!

A

o lado do axé, do acarajé e das fitinhas de Nosso Senhor do Bonfim, o grupo teatral Companhia Baiana de Patifaria é uma espécie de embaixador da produção cultural made in Bahia. A trupe se tornou conhecida em São Paulo, em meados dos anos 90, com o fenomenal sucesso do besteirol A Bofetada, que abriu as portas para seus espetáculos seguintes, Os Cafajestes eOficina Condensada. Os baianos estão agora novamente fazendo check-in na cidade, com outra promessa de sucesso na manga – Vixe Maria! Deus e o Diabo na Bahia!, comédia musical inspirada no

Flávia Pinheiro, Janaína Ávila e Ester Lopez: na Casa das Rosas

DE PESSOA Sérgio Roveri chegada da manhã. Suas conversas giram sobre o passado de cada uma delas, e o anseio pela chegada da manhã é explicado pelo fato de que todas acreditam que estão vivendo dentro de um sonho – o dia chegará com a promessa de liberdade. “É uma grande metáfora sobre a passagem do tempo, de um tempo que está terminando”, diz Assis, que dirige este texto pela segunda vez. “Beckett também deixou isso muito claro em Esperando Godot, mas acredito que em Fernando Pessoa a rigidez e a angústia são ainda maiores”. Esta montagem de Assis preserva o texto de Fernando Pessoa na íntegra, sem concessões ou adaptações. “Admito que é um espetáculo para quem já tenha os ouvidos acostumados à poética, para um público habituado ao teatro. Estou voltado para a reflexão e não para o entretenimento”, diz o diretor. As três atrizes que integram o elenco de O Marinheiro (Éster Lopez, Flávia Pinheiro e Janaína Ávila) são egressas do curso de formação de jovens atores que Wolney de Assis mantém ao lado da mulher, a atriz Berta Zemel.

Regina Ricca

A bola começa a rolar...

P

or conta da Copa do Mundo, as emissoras abertas e fechadas não estão fazendo grandes investimentos na programação. Portanto, não espere muito da TV nesses dias em que o foco será apenas um: futebol. E a bola, como todo mundo sabe, começa a rolar no gramado alemão a partir de hoje, sexta (9) às 13h, quando a seleção da Alemanha enfrenta o time da Costa Rica na abertura do campeonato mundial. A Globo, que investiu milhões de dólares na cobertura do evento e está presente com uma equipe de mais de 180 profissionais, vai monopolizar as transmissões. Além de exibir imagens captadas pelas 25 câmeras da produtora oficial da Copa do Mundo, a emissora conta com outras nove câmeras exclusivas nos jogos da Seleção Brasileira – o que propiciará ao torcedor brasileiro ver detalhes e imagens diferentes das que são exibidas no resto do mundo. A emissora terá duas câmeras exclusivas no gramado, duas no estúdio de narradores/comentaristas no estádio, duas no estúdio de entrevistas, uma na zona mista, uma para a entrevista rápida no campo e uma que mostra a movimentação da torcida antes dos jogos.

O Marinheiro, estréia hoje, sexta (9) na Casa das Rosas, Avenida Paulista, 37, tel.: (11) 3285-6986. Sexta e sábado às 21h, domingo às 19h. Grátis.

N

esse ‘mar’ de programas futebolísticos que invadem a grade de programação das TVs, é difícil ‘pescar’ alguns que se diferenciem. Mas aposte em um, que estréia no dominGuida Vianna: sozinha no réveillon, em história de Beauvoir

go, às 23h, na ESPN Brasil: o Loucos por Copa, que terá apresentação de João Carlos Albuquerque e Celso Unzelte. O cartunista Ziraldo é o convidado especial do primeiro programa e vai falar sobre a cobertura que fez durante a Copa de 1950 e sobre as memórias que guarda desse mundial. No quadro Colecionador, Luis Fernando Secco, um colecionador de Copas, relembra os 13 mundiais a que compareceu – de 1950, no Brasil, a 1998, na França, e as curiosidades de cada competição. E na Alemanha, o jornalista Marcelo Duarte visita a Legolândia, onde existem réplicas dos estádios-sede dos jogos da Copa.

Marcelo Duarte, no Loucos por Copa: domingo, às 23h, na ESPN Brasil

Mostra de cinema

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uem quiser dar uma trégua no futebol, a pedida é conferir outra estréia interessante, desta vez na TV Cultura. Às 23h de sábado (10), o crítico de cinema Leon Cakoff, organizador da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, estréia o Mostra Internacional de Cinema na Cultura, programa que vai mostrar um panorama do melhor cinema de novos realizadores que se faz mundo afora. A sessão de estréia apresentará a produção italiana Pão e Tulipas, sucesso internacional dirigido por Silvio Soldini. Mas entre os títulos programados para serem exibidos estão outras atrações premiadas em festivais, como Código Desconhecido, do austríaco Michael Haneke, Depois da Vida, do japonês Hirokazu Kore-Eda, Vou Para Casa, do mestre português Manoel de Oliveira, A Professora de Piano, de Michael Ha-

neke, premiado no Festival de Cannes; Moloch, de Alexander Sokurov, vencedor de melhor roteiro no Festival de Cannes; e O Círculo, de Jafar Panahi, vencedor do prêmio Leão de Ouro no Festival de Veneza. Pão e Tulipas, o filme de abertura, narra a história da dona de casa Rosalba que parte com a família numa excursão de ônibus pela Itália. Mas, numa parada na beira da estrada, é esquecida pelo marido e pelos filhos. Em vez de chorar o abandono, Rosalba decide realizar o sonho de conhecer Veneza e aprender a tocar acordeão.

Blunt abre o coração

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o meio de toda essa farra futebolística, ainda teremos na segunda, dia 12, o Dia dos Namorados. Motivo para o canal Multishow pôr no

ar, às 23h15, a Revista Bastidores Especial com o cantor James Blunt, autor do hit do momento, a canção You’re Beautiful. Ex-integrante do exército inglês, Blunt será entrevistado por Fábio Júdice, que voou até Boston, nos EUA, para fazer uma exclusiva com o astro. Imagens do cantor na época em que fazia parte do exército inglês, durante a missão de Kosovo, cenas de bastidores do clipe High, e do show que ele fez em Boston recheiam a atração. Detalhe: Blunt contou que compôs You´re Beautiful depois de ver uma ex-namorada acompanhada de um novo namorado numa estação de metrô inglesa. “Não nos falamos, mas cruzamos olhares. E vivemos uma eternidade naquele segundo, em silêncio. Mas senti que mil palavras foram ditas”, contou a Judice na entrevista. Mais romântico impossível.

CD

DA DESILUDIDA

Brasilidade feita de música Aquiles Rique Reis

que Simone de Beauvoir descreve a vida de Murielle, sem pontos, vírgulas ou piedade”. A atriz confessa que ficou apreensiva diante da possibilidade de adaptar para o teatro um texto da escritora francesa. “Ela sempre foi mais conhecida como a grande ensaísta que se casou com Sartre do que como uma autora de ficção”, diz a atriz. “Quando eu comentava com alguém que estava trabalhando em um texto de Simone de Beauvoir, costumava ouvir: ah, aquela chata. Mas de chato, ao menos neste caso, não existe nada: ela lida com muita precisão sobre uma dor contemporânea que não é apenas das mulheres, mas de todos nós”. Esta dor, ao menos no caso da personagem Murielle, tem um alvo definido: todos, amigos e familiares, a culpam pelo suicídio da filha. Após a tragédia, ela ainda perde a guarda do filho mais jovem. Dito assim, a personagem parece soar digna de piedade. Mas Beauvoir evitou qualquer resquício de comiseração: Murielle é uma mulher autoritária e manipuladora, incapaz de ver bomsenso na opinião alheia. (SR)

Q

ue não me faltem palavras. Que elas não me abandonem agora que aqui me sento para escrever. Que elas aflorem abundantes e cheias de significados. Que expressem o que sinto e o que penso. Que venham elas, as palavras, libertar ainda mais lágrimas emocionadas. Que venham, mas que não turvem a razão que as fez entornar, peço. João Bosco nasceu para falar da brasilidade feita música. E o faz como o mestre que aponta caminhos sem pretender ser seguido. Apenas faz. Apenas c o m-

Reprodução

A Mulher Desiludida, estréia amanhã no Auditório do Sesc Pinheiros, Rua Paes Leme, 195, tel.: (11) 3095-9400. Sexta às 20h e sábado às 19h. Ingressos a R$ 10.

Vixe Maria! Deus e o Diabo na Bahia!, estréia hoje no Fecomércio, Rua Doutor Plínio Barreto, 285, tel.: (11) 31884141. Sexta e sábado às 21h30 e domingo às 19h. Ingressos de R$ 40 a R$ 50.

Foco na Copa. Mas nem tudo é futebol

Loucos por Copa

E

Deus, incitado por Naja, a noiva do diabo, bebe até cair, deixando Salvador desguarnecida para o avanço do demo. No final, este mesmo Deus chegará à conclusão de que, sem uma mãozinha do capeta, o carnaval baiano não seria assim tão engraçado, picante e concorrido. (SR)

TELEVISÃO

Divulgação

m 1967, às vésperas de completar 60 anos, a escritora francesa Simone de Beauvoir, ensaísta e intelectual de raro calibre, publicou o que seria, para muitos críticos, seu mais consistente trabalho no terreno da ficção – um conjunto de três novelas batizado de A Mulher Desiludida, no qual a escritora se debruçava, aparentemente mais com o coração do que com sua aguçada razão feminista, sobre a vida de três mulheres em momentos muito especiais de sua vida. A primeira história trazia uma intelectual de esquerda batendo às portas da aposentadoria e, a terceira, uma mulher discutindo com o marido as bases da separação do casal. Mas o que fisgou de imediato a atenção da atriz carioca Guida Vianna foi a segunda história, a de Murielle, 46 anos, que passa sozinha a noite do réveillon enquanto a família festeja no andar de cima. Com a ajuda do diretor Gilberto Gawronski, a atriz carregou esta mulher para o palco no espetáculo A Mulher Desiludida, que estréia amanhã, sábado, dia 10, no auditório do Sesc Pinheiros. “Das três novelas do livro, esta era a que estava mais pronta para o teatro”, diz a atriz, que apresenta, ao longo de uma hora e dez, o texto praticamente na íntegra. “Cortamos apenas as repetições, mas nada que comprometa o jorro emocional com

que os atores baianos fizeram foi dar uma consultoria imobiliária ao capeta, indicando-lhe o local mais apropriado para seu futuro templo: a cidade de Salvador, às vésperas do carnaval. Para narrar este embate entre deus e o diabo na terra do sol e da folia, a companhia fundiu várias linguagens: Vixe Maria! traz elementos da literatura de cordel, das chanchadas e do humor estapafúrdio e trash que fez a fama do grupo. A montagem faz referência ainda a algumas manifestações populares de Salvador, como a festa de Iemanjá. Os mais puristas não precisam se assustar com as cenas em que

Divulgação

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ator e diretor Wolney de Assis acredita que O Marinheiro, peça escrita em 1913 por Fernando Pessoa, tenha representado – ainda que com reconhecimento mais que tardio – um divisor de águas nas artes cênicas de Portugal. “Das três peças escritas por Pessoa, creio que esta, com sua estética muito particular, tenha inaugurado a modernidade no teatro de língua portuguesa”, diz Assis. “Há estudiosos que já apontam similaridades entre a temática teatral de Fernando Pessoa e a de Samuel Beckett, que veio depois”. O público terá a chance de julgar, a partir de hoje, se o que existe é uma liberdade teórica na opinião de Wolney de Assis ou se o teatro do maior poeta português foi mesmo uma manifestação de vanguarda: O Marinheiro entra em cartaz na Casa das Rosas para uma temporada de três meses – o primeiro deles, até o dia nove de julho, com entrada gratuita. A montagem serve para celebrar os 70 anos da morte de Pessoa. O Marinheiro se passa no interior de um quarto de um castelo antigo, em um tempo que o próprio poeta optou por manter indefinido. Três jovens (donzelas, nas palavras do autor) velam o corpo de uma outra jovem, enquanto esperam pela

conto A Igreja do Diabo, de Machado de Assis. Como no caso dos trabalhos anteriores, a direção é de Fernando Guerreiro. No original de Machado de Assis, certo dia o diabo, "com os olhos acesos de ódio e ásperos de vingança", encarou o todo-poderoso e revelou seus planos: "Vou edificar uma hospedaria barata; em duas palavras, vou fundar uma igreja. Estou cansado da minha desorganização, do meu reinado casual e adventício. É tempo de obter a vitória final e completa. E então vim dizer-vos isto, com lealdade, para que me não acuseis de dissimulação..." O

põe. Apenas toca. Apenas canta. Apenas isso e muito mais. Música catártica. Som purificador em meio a balbúrdia. Imprecisões que a alma oferece em purgação aos males do dia-a-dia. Música feita de marafo derramado nas encruzas de cada destino surgido à frente. Sons de guizos rasgados com giletes banhadas pelo sangue jorrado em rituais cercados pelos sete lados das liras mais delirantes. João fará 60 anos em julho. Tem 35 anos de carreira, uma obra consistente, reveladora, plural. Consignada em picardias, elaborada em harmonias enriquecidas pela ousadia, nascida de parcerias consagradoras: João é Abel Silva; mas é também Paulo Emílio, Wally Salomão, Antônio Cícero e Capinan. João é seu filho Francisco Bosco. Mas, acima de tudo, João é Aldir Blanc. Toda essa gente está no primeiro DVD gravado por João Bosco, Obrigado, Gente! (Universal); desse povo são as músicas reunidas num roteiro muito bem construído por pai e filho, João e Francisco. João é acima de tudo um músico João Bosco: som purificador em meio a balbúrdia

que canta. Ou seria um cantor que compõe? Ou seria um violonista que canta? Bosco é o maior três em um da música brasileira. Quando a voz vira instrumento, ele é violonista. Quando o violão se transforma em apoio harmônico às melodias, é um cantor. Quando a melodia se presta à poesia, João Bosco é compositor. Quando a música desperta, ela é João. Por isso, quando ela adormece, o faz ao lado dele, sonhando com ele, com seu dedilhar das cordas e seu jeitão onomatopaico de vocalizar sons tão intrigantes quanto estimulantes. A música ama João Bosco, reverente ao carinho que dele recebe. Poucos tratam a música popular brasileira com a mesma deferência que João. Para gravar Obrigado, Gente!, João Bosco reuniu no palco do Auditório Ibirapuera, em São Paulo, nos dias 15 e 16 de fevereiro deste ano, treze amigos. Treze caras que como ele se dispõem a viver para a música. Nos saxes e flauta, Marcelo Martins! No trompete, Jessé Sadoc! No trombone, Aldivas Ayres (soam como uma orquestra)! Na percussão, Marçalzinho (competência)! No baixo, Ney Conceição (suíngue)! Na bateria, Kiko Freitas (soberbas suas vassourinhas no samba)! Nos violões, nas guitarras e nos arranjos para metais, Nelson Farias (gigante)! No violão, na música Saída de Emergência, Guinga (gênio)! No violão de 7 cordas, na mú-

sica Benzetacil, Yamandú Costa ("animalesco")! No bandolim, em Linha de Passe, Hamilton de Holanda (irresistível)! E, cantando Corsário Negro, Djavan (contido, emocionante)! Ninguém merece não ver e ouvir Obrigado, Gente!. João Bosco tem ao violão um balanço insuperável. Sua voz é peculiar, os falsetes reforçam a teatralidade de cada verso. As divisões rítmicas das melodias inspiradas colocam o cantor João em plano destacado na atualidade. Os andamentos acelerados, contados principalmente para os sambas, como que a mostrar que parecido ninguém fará, demonstram a pujança interpretativa dos músicos, João à frente. O belíssimo projeto de luz criado por Marcelo Linhares (suas contraluzes são mágicas; os tons, de uma delicadeza ímpar) parece estimular Marcelo Santiago, diretor do DVD, a usar closes prolongados de João. Coisa de cinema bem-feito. No show, a cada cena a emoção se acentua. A cada nota o coração se aperta. A cada instante a respiração se agita, o olhar se aguça, a alma busca refúgio em meio às notas musicais que soam pelos dedos de cada um dos músicos que ajudam as canções de João Bosco a iluminar a vida de quem as ouve. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, editora A Girafa.


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Empresas Finanças Nacional Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 O álcool poderá substituir 10% da gasolina usada no mundo, segundo o Worldwatch Institute.

JUROS: APLICAÇÃO DO CDC GERA DÚVIDAS

QUEDA DE 11,06% NO PREÇO DO ÁLCOOL GARANTIU RECUO DO IPCA NO MÊS DE MAIO

INFLAÇÃO DENTRO DA META DO BC INFLAÇÃO O IPC-S caiu 0,18% na primeira semana de junho, ante -0,19% na semana anterior.

DECISÃO DO STF

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ancos e órgãos de defesa do consumidor não sabem exatamente que atividades do sistema financeiro podem ser enquadradas pelo Código de Defesa do Consumidor para preservar direitos de quem se sinta lesado. Esta é a principal dúvida sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). (AE)

LARANJA

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alta no preço internacional do suco de laranja, superior a 100% nos últimos 12 meses, está causando a redução do consumo da bebida no País. (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

BIODIESEL Misturado ao diesel na proporção de 2%, produto entra no mercado na próxima semana.

CONSUMIDOR APROVA INOVAÇÕES

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olho em fatias, temperos nutritivos, alimentos terapêuticos e produtos em embalagens retrô são algumas inovações já aprovadas pelos consumidores e que poderão ser aproveitadas pela indústria alimentícia. Essas idéias fazem parte da pesquisa Grandes Tendências da Indústria de Alimentos, apresentada ontem na Fispal Tecnologia, pela empresa Ipsos. Baseada em padrões comportamentais do consumidor, como redefinição de papéis sociais com a entrada da mulher no mercado de trabalho, revolução tecnológica, bem-estar e crescente acesso

a informações, a Ipsos apresentou a um grupo de brasileiros com mais de seis anos 40 propostas de novos produtos. Eles as avaliaram e, do total, 22 inovações foram apontadas como geradoras de novos negócios. Segundo o coordenador da Ipsos, Rodrigo Toni, algumas das idéias, como alimentos cosméticos e temperos nutritivos, foram aceitas pelos entrevistados. "Mas o conceito precisa ser bem trabalhado para conscientizar o consumidor de seus benefícios", disse, ao lembrar que o leite em embalagem "longa vida" também enfrentou resistência no início. Adriana David

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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O rendimento médio do brasileiro caiu 0,63% ao ano de 1995 a 2004

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Secretário dos EUA diz que Brasil deve ter papel de liderança em Doha

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Argentina realizará emissão de US$ 200 milhões para o governo venezuelano

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queda de 11,06% no preço do álcool garantiu um novo recuo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio e colocou a inflação oficial dentro do centro da meta estabelecida pelo governo, o que não ocorria desde 2000. A taxa apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mês foi de 0,10%, ante 0,21% em abril. Em 12 meses, a inflação acumulou alta de 4,23%, abaixo da meta central definida pelo Banco Central para 2006. Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, avalia que a tendência é de que ao longo do ano o IPCA prossiga na convergência para taxas menores em 12 meses. Concorda com ela a analista Marcela Prada, da Tendências Consultoria, que prevê uma inflação de 4,3% em 2006. Para Marcela, a variação dentro da meta vai permitir a continuidade da redução da taxa básica de juros, a Selic. De acordo com a economista, o câmbio favorável e as variações reduzidas de preços em itens administrados serão os principais fatores responsáveis pelo sucesso do controle da inflação neste ano. De janeiro a maio, a variação acumulada é de 1,75%. Se as previsões de cumprimento da meta central de inflação forem confirmadas, será a segunda vez que isso ocorre no País desde 2000.

A inflação acumulada em 12 meses não ficava abaixo da meta central desde novembro de 2000. Desde o início do sistema de metas, houve três anos em que a meta foi cumprida dentro do intervalo estipulado (1999, 2000 e 2001) e três anos em que houve descumprimento (2001, 2002 e 2003). Nos anos em que foi cumprida a meta, somente em 2000 o resultado do IPCA (5,97%) ficou dentro da meta central, enquanto em 1999 (IPCA de 8,94%) e 2004 (7,6%) o cumprimento ocorreu dentro do limite superior da banda estipulada (de dois pontos percentuais em 1999 e de 2,5 pontos em 2004). Controle – Em maio, além do álcool, vários itens impor-

tantes na despesa das famílias contribuíram para conter a inflação no mês, como medicamentos (1,41% em maio, ante 2,03% em abril), vestuário (0,90% em maio, ante 1,18% em abril), energia elétrica (0,24%, ante 1,23%) e condomínio (0,74% ante 1,25%). Os alimentos, por outro lado, reduziram o ritmo de queda com variação de -0,03% em maio, ante -0,27% em abril, especialmente por causa da reação no preço do frango (8,42% em maio, ante -5,93% em abril), resultado de um ajuste dos produtores à queda da demanda pelo produto. Apesar do aumento, o frango ainda acumula, por causa da gripe aviária, queda de preços de 18,40% no ano. (AE)


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VISUAIS Telas e esculturas retratam loucuras de amor. DVDs trazem as histórias dos mestres e musas

Imagens: Arquivo DC

Maja Desnuda, de Goya: quadro encomendado pelo ministro Manuel Godoy desafiou a Inquisição

ARTE APAIXONADA Mulheres ditam fases de Picasso Rita Alves

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quantidade de artistas que imortalizaram o amor por meio da arte não é pequena. Muitos usaram as telas para transportar suas loucuras de amor. A mexicana Frida Kahlo (1907-1954) está entre eles. Além de sua condição física, sua filosofia de vida e seu modo de ver o mundo, a relação com o marido, também artista, Diego Rivera (1886-1957) era tema de seus quadros. Com ele, amor e decepção foram suas principais matériasprimas. Em 1937, Frida exprimiu a angústia que sofreu durante o romance do marido com a sua irmã Cristina. O amor obsessivo de Frida pelo pintor é indicado em outro trabalho de 1943, no qual o retrato de Rivera aparece na testa dela, mostrando que ele está constantemente em seus pensamentos. O próprio Rivera também foi inspirado pelo amor na criação de suas obras, antes mesmo de conhecer Frida Kahlo. Muitas das mulheres que passaram por sua vida acabaram sendo transportadas para a sua arte. A pintora russa Angelina Beloff e Guadalupe Marin (uma de suas esposas) estão entre as modelos retratadas. Outro artista que imortalizou as mulheres com sua arte é Francisco Goya (1746-1828). Ele pintou a famosa Maja Desnuda em uma época em que os nus eram proibidos pela Igreja e confiscados pela Inquisição. O quadro ganhou vida entre 1797 e 1800, encomendado pelo ministro espanhol Manuel Godoy, um homem poderoso que se atreveu a contrariar diretamente as disposições do Santo Ofício. Goya não procurava qualquer camuflagem mitológica para a sua polêmica e ousada obra. No quadro, o corpo da mulher está virado para o espectador. Com as mãos cruzadas atrás da cabeça, ela se expõe à vontade, aos olhos do criador. Pablo Picasso (1881-1973) também é outro célebre artista que fez do amor a paixão de sua obra. Marie Thérèse, uma de suas mulheres, traduz a devoção de Picasso pelo amor no estado mais puro, em Interior com Meninas Desenhando, pintura de 1935. A reprodução, que integra outra mulher de cócoras no plano de fundo, apresenta a execução do

rosto típica de Picasso nessa época. O curador, ensaísta e crítico de arte Olívio Tavares, responsável pela organização da mostra Volpi: a Música da Cor, em cartaz no MAM, destaca a importância de não confundir obra de arte e expressão de sentimento e cita Picasso. "Um estudo sério poderá demonstrar que as mudanças de estilo de Picasso correspondem as suas trocas de mulheres. Conscientemente ou não, ele procura adaptar a sua linguagem a algo mais compreensível para o gosto da namorada. Ou então, reflete a natureza mais conflituosa ou menos conflituosa da ligação". Já próximo da marcante Guernica, Picasso pintou o Retrato de Dora Maar, fotógrafa iugoslava que, nos anos de guerra, foi companheira constante do artista. A reprodução simultânea de perfil e de frente adquire na quietude descontraída do rosto um equilíbrio clássico. Entre os escultores, Auguste Rodin (1840-1917) merece destaque. Foi aos 17 anos que o amor entre a escultura e o artista ganhou vida. E é por meio dessa união que muitos outros amores ganharam forma. Uma delas é a obra intitulada Sou Bela, uma representação do amor louco, composta a partir de duas outras estátuas. Na famosa Porta do Inferno também há outra representação do amor louco, dessa vez simbolizada por Paolo e Francesca, dois amantes que estão enlaçados para toda a eternidade. No ano de 1886, os comoventes traços de sua aluna e amante Camille Claudel constituíram uma fonte de inspiração para Rodin esculpir O Pensamento. Mas foi com a famosa obra O Beijo que o escultor do erotismo criou o símbolo da arte erótica. Outros símbolos e representações do amor foram criados por artistas do mundo todo. Henrique de ToulouseLautrec (1864-1901), Jackson Pollock (1912-1956), Johannes Vermeer (1632-1675), Paul Gauguin (18481903) e Vincent van Gogh (18531890) também estão entre eles. No Brasil, o paulista Cláudio Tozzi é outro que foi inspirado pelo amor, e criou a obra Mulher Comendo Maçã Depois do Amor. Para ele, há sempre uma relação entre o afetivo e a arte, mesmo que isso aconteça de forma velada.

ToulouseLautrec: representação gráfica do amor, em cores fortes (esq.) e O Beijo, de Rodin

DVDs

Histórias de arte e amores, para ver em casa

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Recordação ou O Coração, de Frida Kahlo: sofrimento na tela

Dora que chora D

Femme em pleurs, de Picasso: a tristeza de Dora Maar

ora Maar, a última mulher e talvez maior musa inspiradora do espanhol Pablo Picasso, ganhou uma homenagem recente no Museu Picasso de Paris. A mostra Picasso Dora Maar 1935-1945 ficou em cartaz de 15 de fevereiro a 22 de maio com pinturas, gravuras, desenhos, esculturas feitas pelo catalão e fotos de Man Ray e da própria Dora, fotógrafa profissional. O criador do cubismo conheceu-a em 1935, quando foram apresentados pelo poeta Paul Éluard. Picasso viveu quase 92 anos. Nasceu em Málaga, em 1881, e morreu em 1973, na França. Ela, cujo nome de nascimento era Henriette Markovich, nasceu em 1907 e viveu duas décadas mais que o marido, até julho de 1997. Picasso retratou Dora Maar na

praia, séria, nua, em figuras cubistas e sobretudo chorando. Muitas são as femmes em pleurs (mulheres em lágrimas) na obra do catalão. Todas elas, declarou o autor certa vez, são a sua musa, dona de uma tristeza intrínseca que o atraía profundamente. Algumas das obras dessa mostra já foram exibidas no Brasil, na grande exposição de 1999 que ficou em cartaz no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Masp, na capital paulista. Instalado em um hotel do século 16, o museu parisense guarda em seu acervo 203 pinturas, 191 esculturas, 85 cerâmicas e mais de três mil desenhos, gravuras e manuscritos de Picasso, além de trabalhos de outros artistas, como Cézanne e Matisse. (LHC)

s Amores de Picasso (Surviving Picasso, Estados Unidos, 1996, 125 minutos). No auge da carreira, o pintor Pablo Picasso, interpretado por Anthony Hopkins, convida uma jovem para morar com ele. Do convite, nasce um relacionamento que duraria 10 anos. Dirigido por James Ivory. Pollock (Pollock, Estados Unidos, 2000, 117 minutos). Ed Harris dirige e protagoniza a cinebiografia do polêmico artista plástico Jackson Pollock, que teve seu auge e sua decadência nas décadas de 1940 e 1950. Val Kilmer, Marcia Gay Harden e Amy Madigan estão no elenco do drama. Frida (Frida, Estados Unidos, 2002, 123 minutos). O filme, vencedor de 2 Orcars, é dirigido por Julie Taymor e traz Salma Hayek no papel de Frida Kahlo, pintora que revolucionou a arte mexicana. O casamento com Diego Rivera e o caso com Leon Trosky são retratados no longa-metragem. Goya (Goya en Burdeos, Espanha, 1999, 102 minutos). Com direção e roteiro de Carlos Saura (Tango), o drama conta um pouco da vida do pintor es-

panhol Francisco José de Goya y Lucientes. O enfoque principal é o período em que o pintor viveu exilado em Burdeos, no fim da vida. Moulin Rouge, amor em Vermelho (Moulin Rouge, Estados Unidos, 126 minutos). O jovem Christian (Ewan McGregor) chega a Paris e, graças a ajuda de Toulouse-Latrec (John Leguizamo), conhece e se apaixona por Satine (Nicole Kidman), estrela da boate Moulin Rouge. Dirigido por Baz Luhrmann. A Mente Selvagem (Gauguin The Savage, Estados Unidos, 1980, 125 minutos). Dirigido por Fielder Cook, o longa-metragem mostra a trajetória do pintor Paul Gauguin, que deixa a cidade em busca das cores e luzes do distante Tahiti. No elenco David Carradine, Lynn Redgrave, Dame Flora Robson Moça com Brinco de Pérola (Girl with a Pearl Earring, Inglaterra, 2003, 95 minutos). No século 17, Griet (Scarlett Johansson) vive uma camponesa holandesa que devido a dificuldades financeiras é obrigada a trabalhar na casa do renomado pintor Johannes Vermeer (Colin Firth). Dirigido por Peter Webber.


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Venda de produtos marca-própria da WalMart cresce 25% ao ano. Cláudio Iriê, diretor da divisão

SÓ FUNCIONÁRIOS QUEREM A VARIG

OFERTA PELA COMPANHIA FOI DE US$ 448 MILHÕES, POUCO MAIS DA METADE DO VALOR MÍNIMO EXIGIDO

VARIG RECEBE SÓ UMA PROPOSTA Marcos Fernandes/LUZ

Caio Leal/AFP

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NV Participações, que representa os Trabalhadores do G r u p o d a Va r i g (TGV), foi a única interessada em apresentar proposta no leilão de ontem pela Varig Operacional, unidade que agrega as rotas internacionais e domésticas da mais tradicional companhia aérea do País. Não houve proposta pela Varig Regional. A oferta do TGV foi de US$ 449 milhões, 48% abaixo do preço mínimo de US$ 860 milhões estabelecido pelo juiz Luiz Roberto Ayoub. Ele é encarregado pelo processo de recuperação judicial da mais tradicional companhia aérea, que corre na 8ª Vara Empresarial, do Rio de Janeiro. Ele tem 24 horas para analisar a oferta. A proposta do grupo equivale a R$ 1 bilhão, sendo que desse total, R$ 220 milhões referem-se a créditos trabalhistas, R$ 500 milhões, a debêntures e R$ 285 milhões, a pagamento em dinheiro. O TGV é uma agremiação de cinco associações de funcionários da companhia aérea, entre comissários, pilotos e mecânicos. A NV Participações é uma empresa formada pelas associações para dar vida ao plano de recuperação proposto pelos trabalhadores da Varig, que consiste em transformar créditos trabalhistas em ações para que os funcionários pudessem participar da gestão da empresa. A Varig tem atualmente cerca de 9 mil funcionários. O leilão, que ocorreu no hangar da Varig no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, teve início com atraso de mais de uma hora devido às condi-

ções climáticas que levaram ao fechamento do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, dificultando a ponte-aérea e, portanto, a chegada dos interessados. Na manhã de ontem, pouco antes do início do leilão, cinco grupos chegaram a se cadastrar para fazer ofertas pela Varig, segundo uma fonte próxima ao processo. Além da NV Participações, as companhias aéreas TAM, Gol e Ocean Air, e o grupo Céu Azul, formado pelo escritório de advocacia Ulhoa Canto, que representa o fundo Brookfields, também mostraram interesse. Não houve, no entanto, propostas seguindo o preço mínimo estabelecido pela Justiça, que era de US$ 860 milhões pela Varig Operacional e US$ 700 milhões pela Varig Regional. Após os primeiros minutos sem manifestações dos potenciais compradores, o leiloeiro Acir Joaquim da Costa abriu uma segunda etapa para que os interessados fizessem ofertas abaixo dos valores mínimos. Frustração – Foi frustrada a expectativa do presidente da companhia, Roberto Bottini, e do diretor da consultoria Alvarez e Marsal, Marcelo Gomes, de que haveria mais interessados na empresa. A consultoria fez o plano de recuperação da companhia aérea. Gomes comentou que o parecer da Procuradoria da Fazenda Nacional, de quarta-feira, determinando que o comprador não herdará as dívidas, dava segurança ao investidor. Bottini havia dito que "nas últimas horas conseguimos tirar vários empecilhos que atrapalhavam". (Reuters)

Marca própria na mira do Wal-Mart

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proveitando a euforia que tomou conta do País e de consumidores, o Wal-Mart entrou no clima e oferece todos os produtos de que o torcedor "precisa" em dias de jogos da seleção brasileira. A rede vende de salgadinhos a refrigerantes de marca própria, atualmente com mais de 11 mil itens. E esse número cresce vertiginosamente. No ano passado, foram mais de 300 lançamentos, número que espera ser repetido em 2006. O Wal-Mart não divulga quanto investe nesse segmento, mas, segundo o diretor da divisão Cláudio Iriê, o faturamento de vendas desses produtos cresce 25% ao ano. Diferentemente de outras lojas de varejo em que a marca própria leva o mesmo nome da empresa – como no Pão de Açúcar e Carrefour, no Wal-Mart os pro-

dutos da rede têm nomes diferentes. Sasson (bijouterias e vestuário para adultos), Equate (higiene pessoal) e Great Value, essa, presente no mundo inteiro, são algumas das 30 marcas próprias do Wal-Mart. Segundo o diretor, o WalMart não investe em propaganda ou nos pontos-de-venda. "A gente usa todo esse investimento na redução do preço." As marcas próprias da rede têm preços até 30% abaixo daquele praticado pelos líderes de mercado. Participação – No Brasil, a participação da marca própria no varejo ainda engatinha se comparada com o varejo norte-americano. Aqui, fica entre 5,5% e 6%. Nos Estados Unidos, a participação é de 25%. Lá, por exemplo, a líder do setor de pet food é uma marca do Wal-Mart, a Olrow. Kety Shapazian

Szprinc: serviço para pequenas

No hangar da Varig, no Aeroporto Santos Dumont, no Rio, antigo funcionário agita bandeira brasileira Luiz Prado/LUZ

Newton Santos/Hype - 24/04/2006

Novo serviço da ACSP tem mais parceiros riado em novembro do ano passado, o ACSPEmpresas já tem 23 parceiros. A meta é atingir 50 empresas até dezembro de 2006. O projeto coloca à disposição de empresários de pequeno e médio portes serviços e produtos da Associação Comercial de São Paulo, que antes só podiam ser utilizados por grandes conglomerados. "Estamos ainda no início. Vamos trabalhar mais para oferecer mais benefícios para os nossos associados. Em breve iniciaremos uma ampla campanha publicitária para que o projeto ACSP-Empresas seja mais conhecido", afirmou Nuham Szprinc, consultor da Unidade de Novos Negócios da ACSP, durante reunião em que representantes das empresas-parceiras falaram dos resultados atingidos. Empresas como a Medial Saúde, Odontropev, Tam Viagens, Superférias, Texto (Positivo), Smart Benefícios, Grupo VR, Senarc, Systemcred, Financeiro 24 horas e a Adecco aderiram ao projeto desde o início. Depois, vieram outros grupos como o Citibank, Master, Unik. Gimba.com, E-Xyon, Corel, Epa Technology, Xtoner, IBM, ADV Telecom, Microsen Informática, www.receitafacil.com.br e Dkal. A CBA e a Dix Amico estão em negociação para aderir. "Com o plano de mídia que vamos colocar em ação ainda no primeiro semestre, temos certeza de que conquistaremos muito mais parceiros", disse Szprinc. "O mais importante deste projeto é o trabalho institucional. A Associação Comercial ajuda a fortalecer o nome de nossa empresa. E o acesso à base de dados da entidade também é de muita valia", disse Elando Jaques Alves, gerente comercial da Microzen. Antonia Itri, gerente comercial da receitafacil.com.br também mostra confiança no projeto. "Nosso trabalho atinge o País inteiro. O nosso cliente pode acompanhar o processo de cobranças por intermédio da internet. Para isto, o suporte do ACSP-Empresas é fundamental", afirmou a gerente. Edward Karic, diretor de novos negócios da Gimba Suprimentos para Escritórios e Informática Ltda, engrossa a fila dos satisfeitos. "Estamos felizes com os resultados alcançados. O ACSP-Empresas nos permite dar descontos pela internet, o que colabora e muito para o aumento das vendas." Paulo Ricardo Cardoso, diretor da Dix Amico, disse que o foco serão os pequenos e médios empresários. "Não importa o tamanho da empresa. Ela pode ter até três pessoas que mesmo assim vamos atendêla. Nossa meta é atingir 3 mil empresas por mês", afirmou.

C Integrantes do Comus discutiram caminhos para o Porto de Santos

Burti: discussões importantes

Usuários querem mais competitividade em Santos epudiar greve de servidores, reduzir custos, implementar micro-projetos de melhoramento na infra-estrutura, aumentar o entrosamento entre as diferentes esferas de governo (União, Estado e Município), melhorar a articulação entre transporte rodoviário e ferroviário, incentivar a rastreabilidade nos transportes, promover a dragagem do leito do porto e investimentos em logística são os instrumentos para dar maior competitividade ao Porto de Santos, o maior da América Latina. Esses são pontos de consenso entre as várias autoridades e s e t o re s q u e a t u a m j u n t o s atualmente no Porto de Santos, relatou ontem José Cândido Senna, coordenador do Comitê dos Usuários de Portos e

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Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), ao término do seminário "O Porto de Santos e seus Acessos – Perspectivas de Ganhos de Produtividade 20062008", promovido pela São Paulo Chamber of Commerce da ACSP e Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). Esses pontos deverão ser apresentados como sugestão a todos os interessados em melhorar a eficiência do porto e, como conseqüência, reduzir custos para operadores e usuários, explicou Senna. Segundo Paulino Moreira da Silva Vicente, superintendente da Cia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), os financiamentos públicos e, sobretudo, os investimentos pri-

vados das empresas do setor estão servindo de alavanca para a modernização do porto. Ferrovias – Walter Luiz de Souza, diretor comercial da MRS Logística (empresa ferroviária sob concessão), disse que os investimentos no setor têm sido grandes nos últimos cinco anos, mas ainda são insuficientes para recompor as ferrovias "de um abandono criminoso dos últimos 40 anos". Esses investimentos, disse José Luiz da Silva, gerente de Operações da Portofer, reduzirão gargalos que limitam a performance do setor. Para Marcelino Rafart de Seras, presidente da Primav Ecorodovias, os novos projetos que estão sendo aprovados "vão dar mais rapidez e segurança ao modal rodoviário" e ajudar na integração com o ferroviário. (SLR)

Porto seco no Guarujá município de Guarujá abriga o que pode ser a garantia de alívio logístico para o sobrecarregado Porto de Santos. Beirando a Rodovia Piaçagüera, uma área de 4 milhões de metros quadrados, dimensão 20 vezes maior que a área ocupada atualmente pelo porto no Guarujá, é pretendida pela prefeitura daquele município para abrigar um gigantesco porto seco. A proposta foi apresentada ontem, durante reunião do Comitê dos Usuários de Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), cuja abertura foi feita

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pelo presidente-interino da entidade, Alencar Burti, que destacou a importância de se discutir mudanças no porto. A idéia ganha força com a tramitação no Congresso do Projeto de Lei 6.370/05, que prevê mudanças no modelo de concessão das áreas destinadas aos portos secos. Por ele, não haveria mais as licitações que hoje são necessárias para permitir a exploração de armazéns nessas áreas. Segundo o gerente de Projetos Estratégicos da Secretaria de Planejamento do Guarujá, Mauro Scazufca, muitas empresas já mostraram interesse em explorar a área que margeia a Piaçagüera. "Além da

importância para a movimentação do porto, o uso dessa área seria a emancipação de Guarujá." Mas o projeto não tem prazo nem orçamento. Potencial – Guarujá hoje é responsável por cerca de 30% da movimentação do Porto de Santos. Em 2005, das 70 milhões de toneladas movimentadas pelo porto, 46 milhões de toneladas foram pela margem direita (Santos e Cubatão) e cerca de 24 milhões de toneladas pela esquerda (Guarujá). A participação da cidade deverá aumentar com a conclusão do Terminal de Grãos do Guarujá (TGG), que ocupará uma área de quase 500 mil m². Renato Carbonari Ibelli

A voz do jovem empreendedor VI Congresso Internacional do Varejo serviu de palco, ontem, para o lançamento do Conselho dos Jovens Empresários de Varejo, entidade de defesa dos interesses do setor e aberta à participação de pessoas com

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idade entre 16 e 40 anos. "Nossa missão é reunir jovens empresários que queiram ingressar no varejo. Queremos oferecer cursos que ajudem na capacitação", disse Camila Karrer, diretora Comercial da Associação Brasileira de Lojistas de

Shopping (Alshop). "Esses jovens buscam ocupar seu espaço de forma profissional. A formação desse conselho contribui para inovar alguns métodos ultrapassados ainda praticados pelo setor", disse Nabil Sahyoun, presidente da Alshop. (FL)

Wladimir Miranda


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Fotos: Milton Mansilha/LUZ

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ara um Dia dos Namorados em grande estilo, o lugar é o Tramonto do Mercure Grand Hotel São Paulo Ibirapuera. A noite começa com o jantar romântico que sai da cozinha do chef Mariano Oliveira, ao som instrumental que começa no happy hour e avança pelo jantar. O menu traz, entre as sugestões de entrada, o delicioso camarão no cobertor de presunto parma servido com salada de manga e ragu de framboesas. Para o prato principal, a escolha fica entre o filé do peixe dos "Santos", servido no ninho de mandioquinha ao mousseline de moranga com ostras, e a codorna assada sobre confit de banana da terra ao aroma de cardamone, com mini risotos ao coulis de pimenta, curry e chocolate. Para sobremesa, a sugestão é o potpourri de doces tentações, que consiste em brownie de chocolate com nozes, pão de mel, morangos no chocolate amargo e pérolas de papaya ao licor de cassis. Depois, chega o café com praliné de chocolate. O serviço impecável pode tornar-se, para alguns, ainda mais personalizado. O chef Santos elege clientes para fazer uma surpresa: leva à mesa os doces com o nome do cliente gravado em chocolate no prato. E ainda registra a cara estupefata do presenteado em uma câmera polaroid, entregando a imagem de presente ao fotografado. O menu dos namorados se mantém na casa do dia 11 ao 17. Mas não acaba aqui a sugestão. No pacote oferecido pelo hotel para a comemoração dos namorados, entra uma diária de um quarto com decoração e enxoval especiais para a data, além de mimos, como corações d e c h o co l a te e u m e s p u m a n te Mumm para o casal que quiser continuar a noite ali mesmo. Com direito ao café da manhã servido no quarto no dia seguinte, o pacote de Dia dos Namorados do Mercure Grand Hotel São Paulo Ibirapuera sai por R$ 470 para o casal. Uma mordomia adicional é a possibilidade do early checkin (entrada a partir das 10h) e do late check-out (até às 18h). Se preferir dispensar o jantar, os namorados pagam R$ 220 pela noite no hotel. E quem quer fazer uma extravagância romântica e oferecer à cara-metade uma noite para ficar na história, pode ainda reservar a luxuo-

Camurças australianas José Guilherme Ferreira

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Som instrumental começa no happy hour e avança pelo jantar, fazendo fundo musical ao romance Heudes Régis/Divulgação

ADEGA

O chef Mariano Oliveira

Prato de sobremesa personalizado e o filé de peixe: sabor e capricho

NÉCTAR ALEMÃO Sérgio de Paula Santos

GASTRONOMIA

Romantismo à mesa Lúcia Helena de Camargo sa suíte, que tem vista para o parque do Ibirapuera, incluindo na fórmula o jantar romântico no quarto, com serviço exclusivo de Maître D´etage,

além de uma caixa de bombons praliné, champanhe Moë Chandon, vinho e café da manhã servido na suíte. O preço é de R$ 1.680 para o casal.

Mercure Grand Hotel São Paulo Ibirapuera - Rua Joinville, 515, Ibirapuera, tel.: (11) 5088-4000.

Público do Barão: executivos e médicos na happy hour, estudantes na noite. Na madrugada, pessoal dos teatros e GLS

O homem que se vende sempre recebe mais do que vale Barão de Itararé

HAPPY HOUR

Máximas e mínimas que relaxam

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temperatura e pressão para "reter na plenitude" aromas e sabores durante a vinificação. Inovaram com a colheita noturna e métodos de irrigação. Nos anos 80, seus Chardonnay abriram as portas globais. Hoje os frutados varietais, especialmente o Shiraz, estão em mais de cem países. A Austrália está na lista dos quatro maiores exportadores de vinho. Vende também os "flying winemakers", enólogos da alta tecnologia que andam pelo mundo receitando processos de vinificação.

http://www.winepros.com.au/pdf/mouthfeel.pdf?ref=mfpdf http://www.awri.com.au http://www.winearomawheel.com/

O quarto do Mercure Grand Hotel: bombons e café da manhã na cama

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

ablo Neruda, 1945: "Al Baron de Itararé, un grande entre los grandes, com respecto le saluda de pie el poeta de los Andes, Neruda". Alguns jornalistas se encontram, resolvem montar boteco, encontram pequeno porão abandonado no Bixiga, esquina com Rua Itararé. Algo que para os donos às vezes é uma árdua tarefa, para eles a própria toponímia sugere a oportunidade de homenagear nesse bar um dos maiores mitos de seu bacharelado: o Barão de Itararé. Porém, a alteração preposicional deliberada nesta denominação leva alguns clientes incautos a considerar que o eminente personagem prestou-se apenas como temática em louvor do próprio estabelecimento, numa flagrante inversão de valores; que pena! E esse não é o único enigma lingüístico a envolver o badalado e recém inaugurado bar Barão da Itararé (sic)... Em 1925, o gaúcho Apparício Torelli (1895-1971) estreou no carioca O Globo, de Irineu Marinho. Logo depois, morrendo o editor, Mário Rodrigues (pai de Nelson), chama-o para o jornal A Manhã. Imbuído de visão empresarial – e porque "um bom jornalista é um sujeito que esvazia totalmente a cabeça para o dono do jornal encher a barriga" – lançou seu próprio tablóide A Manhã. O País se deliciava com o genial talento humorístico de um crítico mordaz à ditadura Vargas. "O homem que se vende sempre recebe mais do que vale". O caminho do sucesso fran-

asceu há alguns anos na Austrália um vocabulário específico para retratar as sensações provocadas pelo vinho tinto ao passear pela boca – um guia para viagens ao universo das texturas. Richard Gawel, diretor do Roseworthy Wine Tasting Programs, é um dos criadores da "Mouth-feel Wheel", tabela que organiza os termos que descrevem a adstringência da bebida. Gawel não nega a inspiração no modelo de Ann Noble, da Universidade da California (Davis), autora do best-seller Roda dos Aromas. Degustadores profissionais, alguns do Australian Wine Research Institute, provaram uma série de vinhos tintos e suas impressões foram então tabuladas. O vinho, ao pincelar a língua, pode sugerir contato com camurça, cetim, veludo, barro... Ou irritá-la como uma ferroada, entorpecê-la com sua secura. A Roda de Gawel fala em vinho cremoso, duro, untuoso, viscoso, resinoso... Vitivinicultores australianos investem pesado em pesquisa. Há 50 anos, foram pioneiros ao controlar

Armando Serra Negra queou-lhe o pedágio para muitos pernoites nos porões da repressão. No mais longo – todo o ano de 1936 – teve o prazer de dividir a cela com Graciliano Ramos, Nise da Silveira, Hermes Lima. Seqüestrado e espancado por oficiais da Marinha (nunca identificados), ao voltar à redação pregou na porta sua expressão mais famosa, a tabuleta que o homenageia até hoje: "Entre Sem Bater". É a inscrição que indica o banheiro masculino; no feminino, outra tirada: "Tudo é relativo: o tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está". Máximas e mínimas do barão também estão num dos quatro pilares de sustentação do casarão, e na contra-capa do cardápio – solteiro de camarão (R$ 7), polenta

frita e acepipes (R$ 14,90), caldinho de mocotó (R$ 6,60). Apelo retrô, as belas e intrigantes janelas de serralheria, design exclusivo, acentuam o ambiente frio, quase polar. Demais pilares e paredes brancas, semi-nuas – apenas uma reprodução bem humorada do ex-libris de Itararé – mesas de tampo de pedra, chão ladrilhado, contrapõem-se a uma fileira de bancos de lanchonete americana anos 40, espelhos multiplicando o salão. No lugar dos aquecedores – que seriam muito bem vindos nessas gélidas noites – dois ventiladores de teto de última geração observam ameaçadoramente, pás em riste. O único calor que há por ali – além do serviço amigável, extremamente atencioso e gentil – é a presença de um balcão de

Logotipo do bar, que homenageia o famoso frasista, e a fachada

madeira compensada, palco para o simpático barman exercitar suas receitas: Cuba Libre (R$ 8,90), Dry Martini (R$ 9,90), Bombeirinho (R$ 4,90). E também às sextas-feiras, quando o lugar ferve eclético, mixando diversas tribos: "No final do expediente aparecem executivos e médicos da região, substituídos pelos estudantes; pelo meio da noite baixa o pessoal dos teatros e o público GLS, na madruga, o happy hour das garotas da Augusta, às três da manhã", lista Marco Antônio Araújo, um dos proprietários. Apontando para uma frase de sentido moral, que hoje adquire um aspecto profético – "Se quiseres conhecer o Inácio, coloque-o num palácio" – com ironia, oferece uma porção de lulas à provençal (28,50). Outra atração é uma carta de 36 cachaças: Do Barão, a mais cara (R$ 28), Muzambinho, preço médio (R$ 20), Tia Joaquina, a mais baratinha (R$ 4,20). Contudo, outras duas figuram distintas no cardápio, misteriosamente especificadas como "aguardentes de cana": Ypioca (R$ 4,90) e Velho Barreiro (R$ 3,50). Não são cachaças? Pingas? Caninhas? Talvez o Araújo pague um chope garotinho (R$ 2,20) para quem decifrar mais esse enigma... Brrr! Barão da Itararé - Rua Peixoto Gomide, 155, Cerqueira César, tel: (11) 3237-2047. Máximas e Mínimas do Barão de Itararé. Editora Record, Rio de Janeiro, 1985.

H

á quase 2000 anos, os romanos levaram as videiras de sua terra para a Germânia. Já mais tarde, na Idade Média, os mosteiros assumiram o cultivo introduzindo novos métodos, a base para o desenvolvimento qualitativo dos vinhos alemães. Em 1803, quando Napoleão conquistou a margem esquerda do Reno, os vinhedos pertencentes à Igreja foram privatizados. Os novos proprietários se concentraram na produção de vinho de qualidade. A Alemanha sedia a Copa do Mundo de futebol e também produz vinhos de qualidade. Aqui, algumas características sobre suas regiões vinícolas. Rheinhessen - A região é cercada pelo rio Nahe e as curvas do Reno, entre Bingen, Alzey, Worms e Mainz. É a maior região de viticultura da Alemanha. Palatinado (Pfaz) - Um quarto da produção total alemã é cultivada aqui. Baden - As Riesling de categoria, levemente florais, os suculentos MüllerThurgau (Rivaner) e os encorpados Spätnurgunder-Weissherbst também são especialidades de Baden. Mosel-Saar-Ruwer - Os vinhos dos rios Mosela, Saar e Rywer se destacam por sua inigualável raça e elegância. São aromáticos, leves, de sabor natural, cor clara e de acidez frutada. Württemberg - A maioria dos vinhos tintos alemães vem de Württenberg. O tinto claro Trollinger e o intenso Lemberger, bem como o aveludado Portugieser, o encorpado Spätburgunder e o Schwarzriesling. Franc ôni a - Aschaffenburg e Schwwinfurt oferece diversas áreas de cultivo, cada qual produzindo vinho com suas próprias características, contado, uma coisa eles têm em comum: O inigualável caráter do vinho da Francônia. Ele é expressivo, terroso e encorpado, e normalmente seco. Na he - Dali saem as expressivas Müller-Thurgau (Rivaner) e as Silvaner

plenas e suaves, assim como as Grauburgunder de bouquet delicado. Scheurebe, Kerner e Bacchus também são cultivadas na região. Rheingau - Nobres, elegantes, com aroma e perfume de acidez extremamente frutada e de paladar expressivo. Mittelrhein - Os vinhos devem as suas características primeiramente ao solo de xisto. Como há pouca produção, os vinhos são consumidos na própria região, sendo difícil encontrar por exemplo um Spärburgunder do Siebengebirge, ali nomeado "Drachenblut" (sangue de dragão). Ahr - Nas suas encostas, em solos de xistos vulcânicos, crescem principalmente uvas tintas, que dão origem a tintos frutados com charme e de muita classe - Spätburgunder aveludados até nervosos, assim como leves e agradáveis Portugieser. Hessische Bergstrasse - A Riesling é a mais importante variedade de uva, seguida pela Müller-Thurgau (Rivaner), ou uma delicada Ruländer. Saale-Unstrut - Cultivam-se principalmente a Müller-Thurgau (Rivaner) e a Burgunder branca. Destacam-se as Gutedel leves, e as encorpadas Rulânder (Grauburgunder) e Traminer. Sachsen - As uvas crescem em solos relativamente pobres em cálcio, e têm uma característica comum: vinhos plenos, secos e de inigualável acidez frutada. Após a reunificação do país acrescentaram-se mais duas regiões: SaaleUnstrut e Sachsen (Saxonia), todos bem pouco exportados. Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.

Reprodução


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ESPECIAL A cidade oferece opções para todos os tipos de bolso, de flores a passeios de helicóptero

ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS FATURAM ALTO

Fotos: Denise Adams/AFG

Sinônimo de romantismo, morangos e chocolates variados também marcam presença e garantem bons negócios a seus produtores e comerciantes. Ao lado, a suíte Diplomata do Hotel Crowne Plaza São Paulo

De olho no bolso dos apaixonados, hotéis da cidade prepararam pacotes especiais para o Dia dos Namorados. Um deles oferece vista noturna aérea. Os mais românticos podem contratar um violinista ou até os tarimbados Trovadores Urbanos para momentos de arte e romance.

UMA NOITE INESQUECÍVEL NEGÓCIOS AQUECIDOS PELA PAIXÃO Renato Stockler/AFG

Cardápios especiais e elaborados

Trebbiano Restaurante, hospedagem na suíte executiva e um passeio aéreo pela noite de São Paulo. O casal é levado ao Campo de Marte e volta de helicóptero. Na suíte, ainda tem direito a morangos glaceados de chocolate, meia garrafa de Chandon e café da manhã. Se preferir somente o jantar e a hospedagem, o custo vai para R$ 660 em suíte luxo. O jantar e o passeio de helicóptero saem pela bagatela de R$ 1,4 mil. O psicólogo Luiz Carlos Silva presenteou sua mulher com um passeio desses e confessa que o resultado deixou o casal mais unido e apaixonado. Silva confessa que tem medo de altura, mas como sabia que seria inesquecível para ela, venceu o medo e sobrevoou São Paulo por 22 minutos. O desembarque foi em um hotel para jantar e passar a noite. " O presente se torna barato diante do momento mágico que ganhamos", assegura Silva. Mas quem fatura mesmo, e não revela quanto, são os hotéis. Música para apaixonados O violinista Gilberto Correia (w w w. v i o l in o . c o m. b r ), que é músico aposentado pela Orquestra Sinfônica da USP, acostumou-se a ser contratado para participar de serenatas ou jantares românticos. Ele lembra que um marido o chamou para tocar sob a janela da esposa na manhã do Dia dos Namorados. "Entrei no jardim, acordei-a com as cantigas e depois fui embora sem dizer

nada. Também já entrei num restaurante para tocar na mesa de um casal. São momentos emocionantes para o músico também." Tudo é combinado antes e o valor depende do evento, mas a partir de R$ 250 é possível fazer uma surpresa com o violinista: "É uma forma de acender o amor à moda antiga", garante o músico. O grupo Trovadores Urban o s ( w w w. t ro v a d o re s u r b anos.com.br) ficou famoso por alegrar casais apaixonados. Quatro músicos, seresteiros desde a infância, iniciaram as apresentações dos Trovadores Urbanos. Maída, Juca, Eduardo e Valéria faziam serenatas no interior de São Paulo. Oficializaram o trabalho na capital em 1990, e a primeira serenata paulistana foi feita no Dia dos Namorados. Eles se profissionalizaram e têm condições

O violinista Gilberto Correa já fez serenatas inusitadas e fatura bem com a data. Ao lado, o champanhe, a bebida emblemática dos enamorados, faz a felicidade dos produtores.

de atender à demanda em toda a cidade. No repertório, músicas como ‘Eu não existo sem você’ e ‘Eu sei que vou te Amar’ (ambas de Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e ‘Minha

Namorada’, de Carlos Lyra e Vinicius. Há também serenatas em inglês, espanhol e italiano. O custo inicial é de R$ 148, de acordo com o tempo. Patrícia TTeixeira

Factoring

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o Dia dos Namorados, todos os apaixonados querem uma noite romântica. Por isso, os diversos estabelecimentos da cidade já estão aceitando reservas. E é bom garantir sua vaga, pois a procura tende a ser alta. Para quem busca uma noite diferente das convencionais, o Hotel Crowne Plaza promete que o clima de romance tomará conta de seu restaurante Zafferano. Um jantar à luz de velas, com cardápio especialmente preparado para a data, custará R$ 69 por pessoa. Para quem quiser passar a noite foi criado um pacote: por R$ 380 é possível hospedar-se no apartamento Crowne Plaza Club, com decoração especial, champanhe, morangos com chocolate, além de jantar. O Hotel Ca'd'Oro promete trazer o romantismo de Veneza a São Paulo. Para o casal que quer comemorar a data sem se preocupar com o relógio, foi criado o programa "long stay" (estadias mais longas), em suítes moduláveis de até 200m² com toda a infra-estrutura. Por R$ 430, o casal leva a diária, jantar, brunch e o late checkout. No cardápio especial há as opções de Salada Caesar, Antepasto Ca'd'Oro ou Coquilles de Bacalhau. Como prato principal, Trilogia Bergamasca (raviolli, agnolotti e casoncelli), Linguado a la Fiorentina ou Pernil de Cordeiro a Lombarda com Risotto a Parmegiana. Amor nos ares - Nos Jardins, para o L’Hotel, tudo vale para agradar ao casal: rosas, declarações de amor, jantar romântico, presentes dos mais inusitados e até passeio de helicóptero. Para quem estiver disposto a investir R$ 2,1 mil por uma noite inesquecível, os namorados têm direito a um jantar no

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


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ESPECIAL Preços especiais e taças de espumantes são alguns dos atrativos para os casais.

LOTAÇÃO DOS RESTAURANTES: 70% DA CAPACIDADE

Master Sushi Yassu, do restaurante Sushi Yassu, que fica no bairro da Liberdade, na capital paulista. Especial para os namorados.

Em segundas-feiras normais, os restaurantes da capital costumam fechar as portas em razão do fraco movimento de clientes. Mas a comemoração do Dia dos Namorados anima os donos dos estabelecimentos e chefs, que criaram cardápios especiais para a data. Divulgação

Lúcia Helena de Camargo

Promoções e mimos para os apaixonados

D

ia dos Namorados em uma segunda-feira pode não ser ideal para casais celebrarem a data com tempo e tranqüilidade, mas os donos de restaurantes estão comemorando porque terão clientes no dia em que o movimento geralmente é o mais baixo da semana. "A ocupação na

Doce mar

segunda fica em torno de 40% da média dos outros dias", calcula o presidente da regional paulista da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SP), Joaquim Saraiva de Almeida. Em razão da baixa freqüência, muitas casas preferem fechar as portas, aproveitando para conceder folga aos funcionários. Neste dia 12, no entanto, a maioria dos

restaurantes vai abrir excepcionalmente, oferecendo cardápios especiais, além de promoções e mimos. "A data é boa para os estabelecimentos, principalmente, na hora do jantar, e esperamos preencher pelo menos 70% da capacidade", diz Almeida. Ele diz que a meta de chegar a 100% é irreal, por uma dificuldade técnica: as mesas,

geralmente com quatro lugares cada, são ocupadas por apenas duas pessoas. "Ao contrário do Dia das Mães, no qual famílias inteiras fazem a refeição juntas, este é um dia de casais." E para agradar aos namorados, sugerimos aqui algumas escolhas, para paladares de gostos variados e valores para todos os tipos de bolsos.

Heudes Régis/Divulgação

Tango e bife

N

o Terra & Mar, o chef Marcelo Laskani vai preparar duas opções de entrada: quarteto de casquinha ou porção de bolinho de camarão com catupiry. Como prato principal, filé de namorado com sautê de cogumelos selvagens com pupunha, ao molho de laranja; ou costeletas de cordeiro em crosta de pistache e risoto de alcachofra. E para a sobremesa, chamada de amor doce amor, prato com quatro tipos de doces (minicreme brulê, brownie com calda de chocolate, minitiramissu e ópera café). As mesas vão ter luz de velas e uma rosa, haverá MPB (romântica, em tom suave) ao vivo. E cada casal ganha duas taças de Prosecco. Tudo por R$ 70 por casal. Terra & Mar – Av. Eng. Luiz Gomes Cardim Sangirardi, 388, Aclimação, tel.: (11) 5571-1010.

O

s fanáticos por carne encontram no Pobre Juan, casa de parrilla argentina localizada no Itaim Bibi, o menu fechado (R$ 65 por pessoa) que inclui a mini Caesar salad; salmão acompanhado de risoto de funghi ou o Ojo de bife acompanhado de risoto de palmito pupunha. No final do jantar, a sugestão é deliciar-se com a panqueca de doce de leite. Ao entrar na casa, os casais serão recepcionados com uma taça do espumante Chandon. Pobre Juan – Rua Comendador Miguel Calfat, 525, Itaim Bibi, tel.: (11) 3845-4965.

Mil e uma noites

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Compadre sem traíra

A

sugestão de O Compadre é jantar à luz de velas e de lamparina, com música ao vivo, foto do casal tirada em trajes campesinos, buffet tradicional (feijão tropeiro, tutu, pernil assado, carne-seca na moranga, churrasco, mandioca frita, bolinho de bacalhau, entre outras coisas), acrescido de moqueca de namorado, doce espera marido, opções leves como creme de palmito e de aspargo e trutas ao molho de alcaparra. "Preparamos várias delícias. A única que não entra no Dia dos Namorados é a traíra", brinca o chef Marcius Temperani. Os casais também recebem dose de licor ou de batida de amendoim logo à entrada do restaurante. O preço para casal é de R$ 84. O Compadre – Av. Otto Baumgart, 500, loja 201, Shopping Lar Center, tels: (11) 6222-3131 e 6222-3132.

No Terra & Mar, filé de namorado com cogumelos e molho de laranja

Massa sabor coração

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oão Lellis lança o raviolone dell' amore em homenagem ao Dia dos Namorados, nos dois endereços da Trattoria Lellis. Recheado com espinafre, ricota, nozes e cogumelos, com molho de creme de leite, molho ao sugo, queijo e requeijão gratinado, o prato sai por R$ 45, para duas pessoas. Durante o jantar do dia 12, os casais vão receber de presente duas taças de Prosecco Salton, além de uma rosa. E músicos cantarão de mesa em mesa, atendendo aos pedidos, com um repertório de músicas românticas italianas, brasileiras e espanholas.

Trattoria Lellis – Rua Bela Cintra, 1849, Jardins, tels: (11) 30642727 e 3062-7699, e Rua Peixoto Gomide, 1635, Jardins, tel. (11) 3083-3588.

Namoro na Liberdade

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restaurante Sushi Yass u L i b e rd a d e , q u e abrirá excepcionalmente para o jantar do dia 12, traz cardápio fixo a R$ 85 por casal que inclui, de entrada, Skin Maki, um enrolado de pele de salmão grelhado ao molho agridoce; como prato quente, Shabu Shabu – espécie de foundue japonês a base de carnes e legumes, acompanhado de dois tipos de molhos, li-

Na Trattoria Lellis, o raviolone dell'amore de ricota, nozes e cogumelos

mão e gergelim ou combinado especial com sushi e sashimi. E de sobremesa, o imbatível petit gateau. Cada pessoa recebe, como cortesia, uma dose ou uma caipirinha de saquê. Sushi Yassu – Rua Tomás Gonzaga, 98, Liberdade, tel.: (11) 3209-6622.

O Mediterrâneo é aqui

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Artemis, restaurante com apelo da cozinha mediterrânea, sugere o menu que inclui salada verde como entrada e quatro opções de pratos principais: ravióli de mussarela de búfalo e tomate seco com molho de tomate italiano fresco, azeitonas

pretas e manjericão (R$ 34,70); medalhão de filé mignon com g n o c c h i d e e s p i n a f re ( R $ 39,50); namorado ao molho de abacaxi com nozes, maçã, champignon e batatas (R$ 42,90); e ainda a opção com camarões graúdos, risoto de alcachofra e funghi secchi (R$ 54,40). De sobremesa, que já está inclusa no preço do cardápio especial para o Dia dos Namorados, a escolha fica entre creme de limão siciliano ou bolinho quente de chocolate com sorvete de iogurte com amora. Para brindar a data, o restaurante oferece ainda, de cortesia, duas taças de espumante demi-sec para os casais. Artemis – Av. Ministro Gabriel de Rezende Passos, 377, Moema, tel.: (11) 5055-7882.

o Arábia, os casais serão presenteados com uma taça do vinho sul-africano Versus Rose. Para harmonizar com este vinho jovem e frutado, o restaurante sugere o Casal, uma combinação de dois grelhados: Kafta no espeto e Michui de filet (R$ 38,90), ou de frango (R$ 32,20). Para acompanhar, a pedida é a Batata à Moda Libanesa (R$ 10,80). Pode-se ainda optar pelas sugestões do dia, como o Chich Barak (R$ 31,40), pequenos capeletes recheados com carne e salsinha, cozidos na coalhada e o Quibe Labanie (R$ 28,90), pequenos quibes cozidos na coalhada. E o chef patissier Sammih Abou Ali sugere como sobremesa o Knefe (R$ 8,30), doce de macarrãozinho, recheado com nata e pistache, Ataife de Nozes ou Nata (R$ 7,70), espécie de crepe recheado com nozes ou nata, Malabie (R$ 10,40), creme com almíscar e água de flor de laranjeira, coberto com damasco e doce de figo seco com sorvete de nata (R$ 16,40). Restaurante Arábia– Rua Haddock Lobo, 1397, Jardins, tel.: (11) 3061-2203. .


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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14,75

por cento é a taxa de Certificação de Depósito Bancário (CDB) para 31 dias, de acordo com a Enfoque Sistemas.

9/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 06/06/2006 02/06/2006 02/06/2006 06/06/2006 06/06/2006

P.L. do Fundo 5.438.958,67 1.272.408,40 5.697.376,53 2.537.755,45 1.038.332,56

Valor da Cota Subordinada 1.090,368358 1.027,087013 1.067,369047 1.038,852256 1.008,709511

% rent.-mês 0,3139 0,1826 -0,2186 0,5393 0,7087

% ano 11,6070 2,7087 6,7369 3,8852 0,8710

Valor da Cota Sênior 0 1.039,172614 1.047,814108 0 0

% rent. - mês 0,1153 0,1256 -

% ano 3,9173 4,7814 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

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COMÉRCIO


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Real forte e importação de produtos chineses atrapalham o setor têxtil Fabricantes pedem mudanças na política cambial e queda dos juros para incentivar venda externa

O

dólar desvalorizado frente ao real tem sido a pedra no sapato da maioria dos exportadores brasileiros. Some-se a isso a importação de produtos chineses e se tem o cenário desanimador enfrentado atualmente pelo setor têxtil nacional. "A valorização do real em relação ao dólar e a concorrência desequilibrada imposta pelos produtos da China estão dificultando os negócios do setor", disse o diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel. Para confirmar, ele usa dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que demonstraram que a produção do setor de vestuário caiu 6% de janeiro a abril deste ano em relação ao mesmo período do ano passado por conta da queda do valor do dólar que, para Pimentel, deveria estar entre R$ 2,60 e R$ 2,70. A exemplo de outros setores que sofrem com o patamar atual da moeda norte-americana, ele culpa a política econômica do governo pelas perdas. "O governo precisa rever a taxa de juros, promover a desoneração da cadeia produtiva, gerar créditos a partir dos encargos pagos pelo setor e atuar para vigiar os portos para evitar o contrabando", citou.

Fabricantes de produtos de cama, mesa e banho participaram da Texfair, feira têxtil de Blumenau.

CAI A EXPORTAÇÃO DE EMPRESAS DO SETOR TÊXTIL

Fotos: Divulgação Textfair

Fernando Pimentel, da Abit: concorrência desequilibrada com a China

O presidente em exercício do Sindivest/Sindiroupas (entidade do setor de vestuário e confecção), Stefanos Anastassiadis, reforçou a opinião do

executivo da Abit. "O governo é responsável pela eliminação de entraves do setor, como os custos na indústria. Além de nossa capacidade de produção

não aumentar, poderemos perder o que conseguimos ao longo de 65 anos de trabalho se não houver mudanças." Dois lados – Mas existem dois lados na questão do câmbio. De um, o dólar desvalorizado atrapalha a exportação, pois os produtos da indústria de transformação, como vestuário e calçados, perdem a competitividade. De outro, essa situação ajuda na importação da matéria-prima necessária para alguns segmentos, principalmente o sintético. Os números da entidade revelam que o total de exportações de confecções caiu 14,3% no primeiro quadrimestre deste ano em relação aos quatro primeiros meses de 2005. Já as importações cresceram 44,8%. Por esse motivo, o superávit da balança comercial do setor teve queda no período: de US$ 156 milhões para US$ 31 milhões. "O Brasil está vendendo matéria-prima e comprando produto acabado no exterior, quando nosso objetivo é exatamente o contrário", analisou Anastassiadis. Mas a oscilação da moeda norte-americana também traz incerteza. "Os empresários trabalham com horizonte de pelo menos seis meses à frente. Por isso não podem reajustar preços. É a credibilidade conquistada que está em jogo", disse. Neide Martingo

Texfair: 200 expositores e muitos compradores internos

N gócios

&

oportunidades

Feira Internacional de Arequipa em agosto

A

XIII Feira Internacional de Arequipa, no Peru, que será realizada entre os dias 10 e 20 de agosto, será palco da I Feira Binacional Peru-Brasil, que vai de 16 a 18 de agosto. A Feira de Arequipa é o evento mais importante do sul do Peru por facilitar contatos de negócios da Macro Região Sul, formada pelos departamentos de Apurimac, Arequipa, Ayacucho, Cuzco, Huancavelica, Ica, Madre de Dios, Moquegua, Puno e Tacna, que correspondem a 33% da área do Peru, com 6,2 milhões de habitantes. Trata-se de uma região com potencial turístico e cultural, destacando-se Arequipa, centro mundial da produção de fibra de alpaca e que tem indústria diversificada, com foco em mineração e agronegócios. A região fica a 1,02 mil quilômetros da capital peruana, e é reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade.

O local da Feira é o Cerro Juli, que oferece moderna infraestrutura, centro de negócios, anfiteatro com capacidade para 30 mil pessoas e todas as facilidades necessárias para abrigar os expositores. A Câmara de Comércio e Industria de Arequipa e a Ferias y Exposiciones del Peru, organizadores do evento, informam que, no ano passado, cerca de 180 mil pessoas visitaram a feira, que gerou negócios da ordem de US$ 20 milhões. Os principais setores expositores foram agroindústria, alimentos, informática, decoração e iluminação, utensílios domésticos, beleza, moda, joalheria, recreação, material didático, serviços, indústria de veículos, máquinas, artesanato, materiais de construção, mineração, pesca e, ainda, serviços e projetos de investimento. Informações detalhadas podem ser obtidas pela internet: www.fexpe.com.

O

ultrapassou 500% e as vendas atingiram o volume de US$ 230 milhões, enquanto o número de empregados dobrou. Como resultado do crescimento dinâmico das exportações, os estaleiros começam a investir na produção de iates maiores, servindo de melhor exemplo o modelo Delphia 44, produzido pela Delphia Yachts, que estreou em 2004 nas exposições em Düsseldorf e Gênova. Em março passado realizou-se em Varsóvia a Feira de Esportes Aquáticos e Recreação Vento e Água 2006, que reuniu 240 expositores de vários países, dentre eles: Croácia, Egito, Grécia, Lituânia, Alemanha, Eslovênia, Suécia, Estados Unidos, Hungria, Grã-Bretanha e Itália. Informações sobre esta feira encontram-se na internet: www.wiatriwoda.pl.

Que venha o mercado interno Iates poloneses ganham o mundo s fabricantes de cama, mesa, banho e vestuário estão divididos. De um lado os que exportam e, de outro, os que priorizam o mercado interno. Em comum, a preocupação com venda e produção, já que todos foram afetados pelo vaivém da economia brasileira. No início de junho, cerca de 200 deles se encontraram para discutir o assunto na Texfair, feira do setor têxtil em Blumenau, Santa Catarina. As companhias que destinam parte produção às vendas externas tiveram de promover mudanças para reduzir as perdas provocadas pela valorização do real em relação à moeda norte-americana. A Cativa, marca catarinense há 17 anos no mercado, procura agora agregar valor ao produto para ganhar os consumidores brasileiros. Do total da produção, 40% se destinavam ao mercado externo em 2002. Atualmente, o índice caiu para 6%. Para reduzir os custos, a Cativa resolveu produzir na China. "Apenas 5% dos nossos produtos não são malharia. São exatamente esses, basicamente bermudas, que estão sendo feitos na China. Os custos caíram pela metade", disse o presidente da empresa, Gilmar Rogério Sprung. "No Brasil, os empresários enfrentam os altos custos para captação de dinheiro e os impostos. Na China, até os salários dos funcionários são mais baixos." Ele explicou que a tendência da empresa não é estender a internacionalização da produção. "Temos um custo fixo instalado, não podemos diminuir a produção nacional. Eu me preocupo com o mercado de trabalho brasileiro. A oferta de emprego não pode diminuir",

s iates fabricados em estaleiros poloneses são líderes de venda nos mercados espanhol, alemão, francês e britânico. Eles se caracterizam pela alta qualidade de laminados e cuidadoso acabamento interior. A qualidade é decorrente do modo tradicional, leia-se trabalho manual, como são fabricados vários elementos que compõem o iate. De acordo com o Instituto Central de Estatística Polonês, no final de 2004 existiam 845 empresas registradas nesse segmento, atuando na fabricação e manutenção sendo responsável por milhares de empregos. Os cinco maiores estaleiros poloneses de iates, Balt Yacht, Delphia Yachts, Galeon, Ostroda Yachts e Slepsk, exportam 100% de sua produção. Nos últimos cinco anos, o crescimento da produção de iates

Fotos: divulgação Texfair

O

Buettner, fabricante de itens de cama, mesa e banho, exportava 50% da produção. Este ano, só 30%

PAÍSES QUE DESEJAM EXPORTAR PARA O BRASIL

De carona na Copa, Buettner explora o verde-amarelo

afirmou Sprung. No mercado interno, a marca prioriza o pequeno varejo, não tão assediado pelos grandes fabricantes. "Os magazines não estão no nosso nicho de atuação." Mais câmbio – Outra empresa que está sentindo os efeitos do câmbio é a Buettner, fabricante de produtos de cama, mesa e banho, fundada há mais de 100 anos. A companhia demitiu 15% dos funcionários, mesmo índice da redução da produção em maio. As exportações representavam 50% do faturamento em 2004 e em 2005. Neste ano, caíram para 30%. "Nós não cance-

Cores vivas e o nome Guga, para atrair consumidores

lamos contratos porque não queremos perder mercado lá fora. Mas estamos renegociando os preços com os compradores estrangeiros. Mesmo assim, teríamos que reajustar os valores em 30%, o que seria inaceitável para nossos clientes", disse o gerente de vendas do mercado nacional da marca, Sérgio Lombardi. Ele explicou que o índice negociado com alguns estrangeiros foi de 15%. "Não queremos perder nossa parceria internacional. Temos clientes que compram da empresa há 20 anos. São nossos parceiros, mas também amigos."

Nicho – A Toalhas São Carlos, empresa do interior de São Paulo que participa da Texfair desde a primeira edição do evento, tem mais de 1 mil pontos-de-venda na Europa. Segundo o gerente de Marketing e Vendas da empresa, Francisco Wanderley, o aumento para os clientes estrangeiros já foi repassado. "É uma via de mão dupla. Nós precisamos dos mercados externos e eles necessitam de nossos produtos, muito bem aceitos pelos consumidores. Os compradores internacionais têm catálogos que não podem ser mudados do dia para a noite." (NM)

ÍNDIA 113 - Livros educativos CHINA 114 - Tubos plásticos para encanamentos em PPR, PVC e PE e componentes em bronze POLÔNIA 115 - Aparelhos de ultrassom fixos e móveis para clínicas e hospitais PAQUISTÃO 116 - Instrumentos para manicure e pedicure; instrumentos odontológicos e cirúrgicos; tesouras (de todos os

tipos); cutelaria e facas, acessórios e uniformes para salão ISRAEL 117 - Ferramentas cortantes e diamantadas 118 - Transmissores, receptores, antenas, simuladores de comunicação, radares, etc. 119 - Cartão de memória multimídia para exibições de pontos turísticos, museus, parques e feiras, como se fosse um guia turístico audiovisual em diversas línguas

PAÍSES QUE DESEJAM IMPORTAR DO BRASIL PERU 120 - Plásticos - capitulo 39 NCM TAILÂNDIA 121 - Café em grãos (não descafeinado)

122 - Extintores 123 - Óxidos e hidróxidos de ferro TAIWAN 124 - Soja, mesmo triturada

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


Nº 124

COMO ENFRENTAR O FRIO

DCARR

PÁGINAS 6 E 7

São Paulo, 12 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

MOTOS

Pablo de Sousa

Audi apresenta A3 alemão que vai substituir modelo produzido no Brasil. As vendas do importado só começam em agosto. Página 5.

Pablo de Sousa

Encontro no Anhembi reúne limusines de todos os tipos. Tem desde Fusca adaptado (foto) até Cadillac presidencial. Na página 12.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

segunda-feira, 12 de junho de 2006

LENTE DE

AUMENTO

A INFLAÇÃO AMERICANA

N

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Há muito se sabe que política monetária afeta atividade e preços com defasagem. Esta é exatamente a razão pela qual o aperto monetário recente ainda não surtiu o almejado efeito. É preciso esperar para que os resultados apareçam. Eventual decisão no sentido de continuar provocando elevação de juro, para conter o ritmo de crescimento da inflação, poderia significar verdadeiro overshooting, ou seja, poderia levar a taxa de Fed funds para patamar bem acima do necessário, provocando-se, assim, acentuada desaceleração da atividade econômica, talvez mesmo uma recessão. Em síntese, nosso cenário

O PROBLEMA VARIG

Sem cão e sem luz ROBERTO FENDT

Kazuhiro Nogi/AFP

S

A cirurgia do Fed na economia norte-americana deve durar mais três meses

elevar o nível da taxa de juro até o ponto de provocar estragos importantes nos mercados financeiros. Na realidade, a nosso ver, parece possível elevação adicional de 25 pontos, mas improvável que se chegue a 5,5% ao ano de taxa de Fed funds nos próximos meses. Sem dúvida, a afirmação acima não significa negar a existência do problema inflacionário de curto prazo nos Estados Unidos. De qualquer modo, é possível ter confiança de que o futuro será menos sombrio do que aparenta no momento. Muitos imaginam, por exemplo, que o Fed precisará produzir aumentos adicionais da taxa de juro, até a inflação de curto prazo ceder. Mas isto não é verdade.

acerca do comportamento do juro americano é favorável. Ajuste adicional, de 25 pontos, não pode ser descartado. Note-se que, pelas razões aqui expostas, a hipótese de manutenção do juro em 5,0% tem probabilidade maior que a de duas elevações consecutivas, de 25 pontos cada uma. Na medida em que tal cenário se confirme, os mercados financeiros dos países emergentes, em geral, e do Brasil, em particular, voltarão a apresentar menor grau de volatilidade. Lamentavelmente, porém, não será possível chegar a tal ponto em menos de dois ou três meses. TRECHOS DO ARTIGO DE OPINIÃO DA MCM CONSULTORES WWW. MCM - MCM .COM.BR

A taxa de juros nos EUA não pode subir muito

ó se surpreendeu quem quis. A invasão e o quebra-quebra no Congresso Nacional por um bando de arruaceiros comandados por um dirigente do PT são uma "crônica de uma morte anunciada". E cabe como uma luva no imortal poema do russo Maiakovski, que sempre vale a pena lembrar: Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer mais nada. Contam-se aos milhares as invasões a propriedades privadas e a prédios públicos. Delas participam o MLST, o MST, a Via Campesina e uma infinidade de outras quadrilhas auto-intituladas "movimentos sociais". Não sei se pisam sempre nas flores, mas todos sabem que destruíram 50 mil mudas de árvores nativas e um milhão de mudas de eucaliptos que estavam no laboratório do horto florestal da Aracruz no Rio Grande do Sul. Essas invasões não são movimentos espontâneos. A violência não decorre de ato fortuito, imprevisto. As ações são sempre meticulosamente planejadas e a violência é parte da ação. Foi assim em Brasília e em Porto Alegre, para ficarmos apenas em duas das milhares de invasões que essas organizações criminosas promoveram. A Polícia Federal encontrou em poder dos baderneiros de Brasília uma fita mostrando a preparação da invasão ao Congresso Nacional. O mesmo ocorreu na invasão da Aracruz, no Rio Grande. Em sua denúncia, o Ministério Público gaúcho mostrou – com as atas de reunião e com outros documentos apreendidos em Passo Fundo – que a invasão havia sido planejada com 90 dias de antecedência. Equivocam-se os que pensam que as invasões e a violência têm sua origem no descumprimento das metas de assentamento contidas no orçamento da União. Há quem imagine que a "natural" reação do MSLT tenha sido motivada pelo

contingenciamento dos recursos destinados às desapropriações. E há quem sugira que em lugar do Congresso, o destino dos invasores deveria ter sido o Palácio do Planalto, já que o presidente é o responsável pelo contingenciamento. Enganam-se ambos. Um dos principais motivos das invasões do MST e seus congêneres é prosaicamente imobiliário. Segundo levantamento do engenheiro agrônomo Francisco Graziano, 40% dos lotes destinados à reforma agrária foram ilegalmente vendidos pelos beneficiários. No assentamento Nova Pontal, no Pontal do Paranapanema, de 122 lotes pelo menos 20 foram vendidos, com preços variando entre 30 e 50 mil reais. O presidente não pode ser responsabilizado por limitar essa atividade imobiliária dos "movimentos sociais" ligados à questão fundiária. Afinal, é ele que distribui o suado dinheiro do contribuinte para sustentar uma atividade em tudo similar à receptação e revenda, pelo assentado, de mercadoria roubada (de seus legítimos proprietários, os donos originais das terras). E também não pode ser responsabilizado por não fazer valer a lei que proíbe, por dois anos, a avaliação para efeito de reforma agrária, de terras invadidas.

N

ós podemos continuar ignorando tudo isso. Podemos fazer coro com a indignação justificada de todos os que se manifestaram contra a invasão do Congresso Nacional, de propriedade pública. Podemos continuar em silêncio enquanto milhares de propriedades privadas no campo são invadidas. Podemos ignorar que as flores foram pisoteadas, as mudas destruídas, o cachorro morto. Para os urbanos, é como se o MST e similares estivessem invadindo propriedades em Marte. Apenas pergunto: e quando milhares de propriedades privadas urbanas forem invadidas, com o beneplácito do poder público, os que justificam as invasões no campo continuarão calados? E quando quiserem falar, o que poderão dizer?

E quando milhares de propriedades privadas urbanas forem invadidas?

Um mundo mais perigoso

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

omo conhecimento pelo noticiário que os funcionários da Varig se reuniram para tentar levantar uma quantia que oferecerão aos credores da Varig para tentar salvá-la. É tocante essa solidariedade dos empregados para com a empresa com a qual trabalham, mas quer me parecer que o passivo da empresa é de várias vezes esses milhões de reais. A Varig foi uma das mais distinguidas companhias aéreas do mundo e não perdeu essa configuração. Voei muito por ela, eu e Anne Teresa, sempre com muita satisfação pela jovialidade de seu pessoal, pela regularidade dos vôos e pelo serviço de bordo. Não deixava nada a desejar a outras empresas badaladas do mundo. Mas vieram os problemas, os déficit se acumularam, o preço do petróleo enlouqueceu por conta de seus detentores e a Varig entrou na cor sinistra – o vermelho, os problemas se acumularam, criando o grande problema Varig.

T Céllus

o início do atual ciclo de turbulência, ainda era possível encontrar diversas explicações para a mudança de humor nos mercados internacionais. Com o passar do tempo, porém, formou-se certo consenso em torno da grande fonte geradora de angústia: o medo de que o Fed cometa algum exagero na condução da política monetária, elevando, excessivamente, a taxa básica de juro, em resposta a uma inflação de curto prazo acima do desejado pela autoridade monetária. É fácil concordar com este diagnóstico sobre a origem da volatilidade, mas é difícil aceitar a visão (comum, nos dias de hoje) de que Bernanke será forçado a

MÁRIO AMATO

E

m um número crescente de nações industrializadas e emergentes o deslocamento tecnológico e o desemprego estão levando a um dramático aumento de criminalidade e de violência aleatória, dando um claro presságio dos tempos de instabilidade que estão por vir. Em 1994, estudos já demonstravam uma correlação inquietante entre o aumento do desemprego e o de crimes violentos. No estudo de Merva e Fowles os pesquisadores descobriram que nos Estados Unidos um aumento de 1% no desemprego resulta em um aumento de 6,7% em homicídios, aumento de 3,4% em crimes violentos e aumento de 2,4 em crimes contra a propriedade. Nas 30 principais áreas metropolitanas abrangidas em seu estudo os economistas da Universidade de Utah estimavam que en-

tre meados de 1900 e meados de 1992 teria aumentado de 5,5% para 7,5% o desemprego, resultando no acréscimo de 1.459 homicídios, 62.607 crimes violentos (incluindo arrombamentos, assaltos e assassinatos), e 223.500 crimes contra a propriedade (incluindo roubo, furto e roubo de veículos motorizados) e aumento de 2,21% em roubos de veículos.

A

o final de 1992, mais 833.593 americanos estavam encarcerados em prisões estaduais e federais, um aumento de 59.460 sobre o ano anterior, isto em um país altamente civilizado, com espírito idealista e de grandes empresários no mundo dos negócios. MÁRIO AMATO, EX-PRESIDENTE DA FIESP, É PRESIDENTE DO GRUPO AMATO

D eslocamento tecnológico e desemprego aumentam a criminalidade

Espero que haja uma salvação para a Varig, antes que ela também tenha de desaparecer. aqui de meu ponto de observação desejo muito que a Varig se salve, mas a minha esperança é tênue. Lembro que grandes empresas desapareceram, uma delas a Panam, de quem conheci o jovialíssimo presidente, Juan Trippe, a quem fui apresentado numa tarde de maio dos anos 50 em Nova York pelo saudoso Padre Sabóia. Com a morte deste gigante espanófono, a Pan Am entrou em decadência e acabou desaparecendo. Outra de que me lembro foi a Braniff. Na Europa várias empresas também desapareceram, inclusive empresas de propriedade de governo. Não quero para a Varig este fim, pelo contrário, quero que continue, mas o seu problema está se tornando cada mais complexo e mais difícil de ter solução compatível com a opinião geral sobre a empresa, sobre o seu pessoal e sobre os bons anos que ela dedicou aos passageiros de linhas aéreas. Espero que haja uma salvação para a Varig antes que ela também tenha de desaparecer, o que seria desabonador para os seus amigos e seus admiradores.

D

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


2

DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

A IMPORTÂNCIA DOS ENSAIOS

ÍNDICE PRODUTO/TESTE - 4 O Cherokee Sport é a melhor opção off-road desta linha da Jeep.

MOTOS - 6 e 7 Como evitar problemas de saúde com a chegada do frio.

MERCADO - 9 Frota brasileira cresce e reduz relação carro/habitante.

NOVO PÍCASSO - 11 Veja como vai ficar a minivan européia em sua primeira reestilização.

LUXO - 12 Encontro de limusines mostra o que há de novo no segmento.

AGENDA 26 de junho

A Anfavea realiza jantar de comemoração dos 50 anos da indústria automobilística brasileira. O evento será às 19h30, no Clube Monte Líbano, em SãoPaulo.

13 de julho

Acontece no Centro de Convenções Milenium, em São Paulo, das 12h às 19h, o seminário "Matriz Energética x Custos e Benefícios dos Usuários", promovido pela AEA.

Para projetar um veículo totalmente seguro e capaz de oferecer bom desempenho, todo o processo de produção do motor é fundamental. Além da tecnologia e da qualidade dos materiais utilizados, as fases de desenvolvimento exigem ferramentas adequadas e rigorosos testes. Para que estes gerem resultados satisfatórios e garantidos, são necessários ensaios de laboratórios que sigam procedimentos normatizados. Tendo normas técnicas como base é possível comparar os resultados apresentados pelos diferentes estabelecimentos responsáveis pelo acompanhamento do produto. No Brasil, a indústria de motores intensificou a preocupação com a qualidade dos testes principalmente no início dos anos 90. A AEA atua junto ao Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) na proposição de normas que visam ao aprimoramento dos ensaios. O objetivo é que os laboratórios nacionais se aproximem dos patamares mundiais e o País consiga maior reconhecimento

internacional neste setor. Equipamentos como sensores e softwares, métodos apropriados e pessoas capacitadas são essenciais para a realização de ensaios confiáveis. Quando estes resultados são garantidos, é possível reduzir o custo final do projeto e evitar a tomada de decisões incorretas com relação às diversas áreas que envolvem o produto. “A confiabilidade nos resultados destes testes é uma preocupação não só das montadoras, mas também dos fornecedores. O ensaio é uma ferramenta que auxilia na capacitação dos laboratórios pois, se for realizado sempre dentro do mesmo padrão, garante a qualidade dos motores e os torna mais confiáveis”, ressalta José Roberto Campos, coordenador da Comissão Técnica de Acreditação de Laboratórios de Motores da AEA. A entidade realiza em setembro, em São Paulo, Simea 2006 (XIV Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva), evento que terá como tema principal o desenvolvimento criativo da moderna tecnologia automotiva.

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122

Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

AEA - (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva)

Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de junho de 2006

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Política

Geraldo (Alckmin) não será frouxo, trabalhará. Não fará propaganda o dia inteiro. Fernando Henrique Cardoso

NOS DISCURSOS, LULA FOI CHAMADO DE 'FANFARRÃO' E ACUSADO DE DAR AO PAÍS UM CRESCIMENTO MEDÍOCRE.

Márcio Fernandes/AE

Lideranças do PSDB comemoram aprovação de Alckmin como presidenciável

CONFIRMAÇÃO DE ALCKMIN MARCADA POR ATAQUES AO PT

A

o oficializar ontem a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência pelo PSDB, dirigentes tucanos adiantaram o tom que permeará a campanha eleitoral daqui em diante: artilharia contra o PT, críticas à condução do governo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, principalmente, tentativa de colar a imagem do presidente aos escândalos de corrupção que assolaram o país no último ano. Alckmin até sugeriu que Lula é o chefe da quadrilha denunciada pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. Segundo a assessoria de imprensa do partido, a aprovação de Alckmin para a presidência e a aliança com o PFL foram aprovadas por unanimidade pelos delegados do partido, assim como a reeleição de Aécio Neves ao governo mineiro. Além do do senador José Jorge (PFL-PE), vice de Alckmin, quase nenhuma outra liderança pefelista participou da grande festa do PSDB em Belo Horizonte, que custou cerca de R$ 1 milhão. As ausências reflete as divergências que persistem entre tucanos e pefelistas nos estados, uma tarefa que Alckmin terá que enfrentar nos próximos dias. Coube ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso o ataque mais duro a Lula, a quem chamou de "fanfarrão". Ele de-

Márcio Fernandes/AE

O presidente recebeu um País modernizado, pronto para crescer. Mas errou muito. O Brasil perdeu. Geraldo Alckmin fendeu a candidatura de Alckmin. "Geraldo (Alckmin) não será frouxo, trabalhará. Não fará propaganda o dia inteiro." Para o ex-presidente, Lula passou a ser simplesmente "fanfarrão,

porque fala, fala e não diz nada que toque realmente a verdade". Ele disse acreditar "em virada" nas pesquisas. Unidade – FHC abriu o discurso concordando com Lila Covas, viúva de Mário Covas que defendeu a unidade dos tucanos em torno da candidatura de Alckmin. "Estou com a Lila, nós estamos de mãos dadas, mas nossas mãos são limpas. Em 75 anos de vida poucas coisas me emocionaram tanto como passar a faixa presidencial a um líder sindical. Mas também jamais tive uma desilusão maior com um presidente. Lula sujou as mãos." Modelos – Antes dele, o précandidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra, fez um discurso rápido e morno. Ele destacou que os tucanos encontram em Minas e nas figuras de FHC e Covas importantes inspirações para um bom governo. Serra disse ainda que o Brasil vive uma situação muito difícil. "Em relação à economia, está se hipotecando o futuro. O futuro é vítima de um efeito de irrespon-

sabilidade. E, na área social, estamos vivendo um período no qual conta muito mais o marketing, muito mais a propaganda do que a substância", criticou. Para Aécio Neves, a vitória de Alckmin é imperativa para o Brasil. "É um imperativo do povo colocar o Brasil novamente no rumo do crescimento, da decência e da ética. E é o nome de Alckmin e do senador José Jorge (PFL-PE) que apontam para o caminho do desenvolvimento." Os organizadores do evento disseram que 12 mil pessoas participaram da convenção, mas quando Alckmin fez seu longo discurso de 55 minutos, mais da metade do centro de convenções estava vazio. Já confirmado candidato do PSDB ao Planalto, Alckmin foi o último de oito que discursaram na convenção tucana. Candidato – Ele fez um resumo do que será o seu programa de governo, fez promessas – como a de enviar ao Congresso já na primeira semana de governo um projeto de reforma tributária – e intensificou a retórica com duras críticas a Lula. "O atual presidente recebeu um País modernizado, pronto para crescer. Teve o mundo em grande expansão econômica. Mas errou muito. O Brasil perdeu", disse, completando: "Além do crescimento medíocre, o Governo Lula não fez nada, absolutamente nada, para que as condições de crescimento no futuro sejam melhores." O presidenciável também falou da corrupção do governo petista: "Mensalão, corrupção nas estatais, dólar na cueca, dólar em caixa de bebida, malas de dinheiro, propinas, compra de deputados, sanguessugas do dinheiro público. O aparelho de estado tomado de assalto por quem devia geri-lo, especialmente por um partido político que deixou o Brasil vermelho de vergonha. Que tempos são es-

CANDIDATO PROMETE REFORMA TRIBUTÁRIA

O

candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, disse ontem na convenção nacional do partido que cortará impostos e modernizará o governo federal para acelerar o crescimento econômico, se vencer as eleições de outubro. "Minha promessa é enviar ao Congresso, na primeira semana de governo, projeto de reforma tributária que simplifique o modelo, estimule novos investimentos e busque eficiência." Alckmin, que é apoiado por muitos líderes empresariais por seu estilo administrativo, anunciou propostas enfocando o crescimento econômico e melhoria da eficiência do setor público. Ele criticou duramente o presidente Lula por falhar em aproveitar condições econômicas internacionais favoráveis. "Desastre é um adjetivo leve para caracterizar a política externa do governo Lula."

Investimentos – O tucano prometeu ainda melhorar as condições de negócios e atrair os investimentos em infraestrutura com legislação mais clara, menos burocracia e menores taxas de juros. "Hoje o Brasil é escravo do governo, que gasta muito e mal", disse. Como exemplo de seu corte nos gastos, prometeu cortar todos os 12 ministérios criados por Lula em sua administração. Ele disse que reduzir impostos e burocracia deve estimular a iniciativa empresarial. Apesar de sua plataforma liberal, Alckmin disse à Reuters, antes da convenção, que não vai relançar a privatização de setores como o dos Correios, que alguns economistas previam. "Nós vamos encorajar mais participação do setor privado na economia, mas nós não planejamos privatizar." Católico devoto, ele também disse que não iria cancelar o programa social BolsaFamília, uma das bandeiras de Lula. (Reuters)

ses, em que um procurador-geral da República denuncia uma quadrilha de 40 criminosos e no meio da lista estão ministros, auxiliares do presidente, amigos do presidente? Que tempos são esses em que a cada vez que ouvem uma notícia sobre a quadrilha dos 40, os brasileiros pensam automaticamente, em silêncio: e o chefe? Onde está o chefe, o líder dos 40 ladrões?" O PT e o governo reagiram às

críticas dos tucanos. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP) partiu para o contra-ataque. "O que esses ataques mostram é que eles estão desesperados. O País está crescendo, o Estado foi reestruturado e eles perderam o discurso. A inveja mata." (Agências)

Paulo Pampolin/Hype

PFL INDICA AFIF PARA CARGO MAJORITÁRIO

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gora é para valer. O PFL formalizou sua coligação com o PSDB tanto para a disputa ao governo estadual e como para a presidencial, numa concorrida convenção realizada na Assembléia Legislativa de São Paulo, durante o sábado, que indicou o pefelista Guilherme Afif Domingos, para um cargo majoritário na chapa que tem o candidato tucano José Serra, ao governo de São Paulo. Os convencionais do PFL preferem ver Afif no posto de vice-governador ao lado de Serra, mas a vaga de senador ainda não está descartada. Tudo vai depender das negociações que o PSDB vem mantendo com o PMDB. O próprio Afif adiantou que o fundamental neste momento é formar uma base eleitoral consistente. "O importante é termos

uma chapa forte para compor o time", afirmou. Além dos caciques do PFL nacional, como seu presidente, o senador Jorge Bornhausen (SC), o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, o prefeito da capital, Gilberto Kassab, muitos prefeitos e vices do interior paulista, o PSDB fez questão de marcar presença no evento, enviando suas principais figuras: Geraldo Alckmin, pré- candidato à presidência (que terá o pefelista José Jorge como vice) e o ex-prefeito José Serra, que disputará o governo paulista. Compromisso – Alckmin enfatizou que essa aliança reflete um compromisso em torno de propostas de gestão. Mas aproveitou a presença dos convencionais pefelistas para dizer que o "País andou para trás" em termos éticos durante

Afif Domingos, Lembo, Serra, Kassab e Alckmin, durante convenção estadual do PFL, em São Paulo.

o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o governador Lembo, Serra e Afif Domingos são homens com capacidade administrativa e representam uma opção pela restauração da ética na política paulista e nacional. Serra fez coro com os líderes pefelistas, sobre a importância da união entre PSDB e PFL como força de oposição ao gover-

no Lula. "Nossa dobrada que vai reabrir as portas da esperança no País", disse. Ele elogiou as figuras de Lembo e Kassab e, junto com Alckmin atacou, a gestão Lula tanto na economia como na área social. Guinada – O senador Jorge Borhausen assegurou que as chapas formadas para a disputa nacional e estadual em São Paulo apontam para uma gui-

nada na defesa do espírito republicano na política, esquecido na atual gestão do PT. O discurso foi reforçado pelo presidente da Assembléia Legislativa paulista, Rodrigo Garcia (PFL), e pelos vice-prefeitos pefelistas de Campinas e Mogi das Cruzes, respectivamente, Guilherme Campos e Marco Aurélio Bertaiolli. (SLR com Agencias)

Veja íntegra do discurso de Alckmin na convenção do PSDB no www.dcomercio.com.br/politica/


São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

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São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

DCARRO

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MERCADO/AUTOINFORME

O BRASIL, CADA VEZ MAIS MOTORIZADO Frota brasileira cresce 15,6% em cinco anos e chega a 23,3 milhões de veículos. A relação do número de habitantes por carro caiu de 10,4 para 7,9 nos últimos 12 anos.

A

frota brasileira de veículos vem crescendo nos últimos anos em proporções maiores do que o aumento da população. O resultado é que a relação veículo/habitante vem diminuindo paulatinamente ao longo dos últimos 12 anos. Em 1994 havia no Brasil apenas um carro para cada 10,4 habitantes. Hoje, a relação já é de 7,9. Apesar dos números positivos, a quantidade de carro por habitantes no Brasil ainda é muito pequena se comparada à de países desenvolvidos. Os Estados Unidos têm o maior número de carros em relação à sua população: 1,3 por habitante. Em seguida vêm a Itália (1,5) e a Austrália (1,6). Japão, Canadá, Espanha e Ale-

manha têm 1,7 automóvel por habitante. Mesmo alguns países latino-americanos têm proporcionalmente mais carros que o Brasil. Na Argentina e no México, por exemplo, são 5,5 carros por habitante. Frota total - A frota brasileira cresceu 3,5% no ano passado em relação ao anterior. Em cinco anos, o aumento foi de 15,6% (em 2000, havia 20,1 milhões de veículos). Segundo o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes Automotivos), circulam no País 23,3 milhões de automóveis, comerciais leves e pesados, ônibus etc. Desse total, 2,1 milhões são unidades importadas.

A contagem da frota começou a ser feita pelo Sindipeças há 20 anos para que os fabricantes e fornecedores de peças para o mercado de reposição tivessem dados precisos dos veículos existentes em nossas ruas e estradas. O levantamento, que baseia-se na venda ao mercado interno desde 1957, considera um índice médio de mortalidade de 1,5% ao ano: 1% por perda total em acidentes e 0,5% por roubo sem recuperação. Condições inadequadas - Um dos problemas da frota brasileira é a má conservação de grande parte dos veículos em circulação. É uma questão preocupante, pois além de colocar em risco a segurança

no trânsito, também afeta o meio ambiente, contribuindo para a emissão de gases nocivos à saúde. Entidades do setor vêm defendendo há anos a implementação do programa de Renovação da Frota Nacional e Reciclagem de Veículos. Entre as idéias já debatidas, uma das principais é a de conceder incentivo para que os proprietários de veículos com mais de dez anos de uso o trocassem por um mais novo. Além disso, tem também um debate antigo no setor sobre a vistoria obrigatória na hora do licenciamento. O objetivo seria exatamente o de se evitar que veículos mal conservados continuassem em circulação no País.


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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de junho de 2006

LULA TENTA DRIBLAR EXPOSIÇÃO DA OPOSIÇÃO NA MÍDIA

PETISTA ACUSA SERRA DE USAR DE NOVO CANDIDATURA COMO TRAMPOLIM

MERCADANTE DIZ QUE PSDB SE ESGOTOU EM SÃO PAULO

Mercadante, Eduardo Suplicy e Marta na convenção do PT, no sábado.

Temas como segurança pública, José Serra e os escândalos envolvendo o Partido dos Trabalhadores (PT) foram os destaques da primeira entrevista concedida ontem pelo senador Aloizio Mercadante à imprensa após a definição de seu nome para a disputa do governo do Estado de São Paulo, no sábado. O candidato já inicia a campanha comprometendo-se a extinguir a Febem e a reduzir a maioridade penal para 16 anos. Mercadante disse acreditar na maturidade do eleitorado de São Paulo, que, segundo ele, irá enxergar o esgotamento da gestão PSDB na administração do Estado. "São 12 anos em que vimos muitos indicadores piorarem. A indústria paulista cresce menos do que a de outros Estados, apesar de São

Paulo contar com a maior infraestrutura do País. Também vemos ao avanço do crime organizado, a insatisfação dos membros da polícia militar e a piora da educação", afirmou. Ataques – Pa rticula rmente, o candidato petista fez ataques constantes ao ex-prefeito José Serra (PSDB), seu oponente na disputa pelo governo paulista. Segundo ele, o tucano fará a mesma coisa que fez na prefeitura, ou seja, usará o cargo como trampolim para a presidência. "Serra se comprometeu a não deixar a Prefeitura de São Paulo para disputar outro cargo. Ele não cumpre a palavra nem seus compromissos, o que diz não pode ser levado a sério. Se for eleito, vai usar o governo do Estado com a perspectiva de tornar-se presidente. Acho que o eleitorado de São Paulo é maduro o suficiente para entender

que não é a melhor opção." Mercadante, que passou incólume pelas denúncias no governo Lula, disse não sentir constrangimento em ter acusados de envolvimento no esquema do mensalão em sua chapa. Segundo ele, a população terá o direito de julgar, nas urnas, se a biografia dos protagonistas do escândalo é mais importante que seus erros. "O eleitorado vai ver o que eles fizeram na luta democrática e comparar com os erros cometidos. As pessoas vão julgar. Cada um vai decidir na hora do voto se eles devem ou não continuar na vida pública. Em termos de coligações para a sua candidatura, o petista disse que está praticamente fechada a aliança com o PCdoB e que bancada do PL deverá apoiar o partido em São Paulo. "A escolha do vice será construída junto com os partidos aliados." (Agências)

MENSALEIROS DO PT SERÃO CANDIDATOS

José Mentor, Professor Luizinho, João Paulo Cunha e Ângela Guadagnin foram homologadas sábado pelo diretório do PT em São Paulo. Só Palocci ainda não confirmou. Ele alega motivos pessoais mas, segundo estimativas, não tem grande chance de se eleger. "Se ele desistir, a gente não registra a candidatura", disse o presidente do PT-SP, Paulo Frateschi. Paulo Rocha– que renunciou antes da cassação–, Josias Gomes e João Magno, que sacaram das contas de Marcos Valério, serão candi-

datos no Pará, na Bahia e em Minas. " Devemos fazer uma campanha de solidariedade para recuperar estes quadros. O Palocci significa tudo para nós. O governo deve muito a ele", disse o secretário adjunto de Comunicação, Francisco Campos. Ângela Guadagnin, que ganhou as manchetes ao comemorar a absolvição de João Magno na Câmara, espera capitalizar eleitoralmente o episódio. " Aquele episódio acabou levando meu nome para outras regiões do estado." (AG)

odos os deputados que sacaram dinheiro do mensalão e outros envolvidos em escândalos, como José Genoino e Antonio Palocci, serão candidatos. O exministro da Casa Civil José Dirceu, único petista cassado, não é candidato, mas participará da campanha. As candidaturas de José Genoino, Antonio Palocci,

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LULA AGENDA CHEIA DE VIAGENS E INAUGURAÇÕES

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ara reagir à superexposição da oposição na tevê e no rádio com seus programas partidários e ainda escapar das restrições da legislação eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva montou uma estratégia de guerra e transformou junho no mês das cerimônias e viagens pelo País. A corrida de Lula contra o tempo tem dois motivos: um deles é que a legislação eleitoral proíbe que candidatos, mesmo à reeleição, participem de inaugurações a partir de julho; o outro é que Lula precisa se manter na mídia para enfrentar os ataques dos adversários, já que PSDB, PFL e PPS, juntos, totalizarão 89 minutos de programa partidário. Até o fim do mês, Lula passará sete dias viajando por oito Estados. "Temos que intensificar a agenda, em especial porque depois de 1º de julho não se pode fazer nada. Além disso, há uma ofensiva (da oposição) na tevê que temos que contrabalançar", afirmou o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). (AG)

COPA ESVAZIA BRASÍLIA

Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)

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ORDEM DO DIA I

Eymar Mascaro

Serra mais forte

Paulo Bravos/Diário de S.Paulo/ Agência O Globo

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Se for eleito, Serra vai usar o governo do Estado com a perspectiva de tornar-se presidente. Aloizio Mercadante

Exame e votação da ata da reunião anterior (29/05/2006)

II Análise da conjuntura política, pelo cientista político Amaury de Souza III Outros assuntos

Dia: 19 de junho de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51 - 9º andar

Com a estréia do Brasil na Copa do Mundo e o feriado de Corpus Christi, a próxima semana terá pouco espaço para a política no cenário nacional. Os eventos principais: TERÇA-FEIRA I O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. I A Câmara realiza plenária pela manhã, mas os parlamentares foram liberados à tarde para assistir ao jogo do Brasil. I Lula deve ver a partida de estréia da seleção no Palácio da Alvorada. I Alckmin e o pré-candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra, marcaram para assistir à estréia brasileira com duplas sertanejas em uma churrascaria de Chitãozinho e Xororó. I Entre segunda e terça, o candidato tucano inaugura seu comitê eleitoral em Brasília. QUARTA-FEIRA I Lula viaja para o Rio, onde participa do lançamento da pedra fundamental do Complexo Energético do Rio de Janeiro (Comperj) e da cerimônia de diplomação dos adultos do Mova Brasil, no Aeroclube de Nova Iguaçu. I Câmara tenta realizar sessões deliberativas de manhã e à tarde, encerrando os trabalhos da semana devido ao feriado de Corpus Christi no dia seguinte.

uilherme Afif Domingos foi lançado em convenção do PFL candidato a um cargo majoritário em coligação com a chapa de José Serra (PSDB), que concorre ao governo de São Paulo. A presença de Afif fortalece a já robustecida chapa de Serra. Afif é um líder empresarial que presidiu por duas vezes a Associação Comercial (atualmente licenciado do cargo) e se notabilizou por ser um dos condutores de uma bem-sucedida campanha de combate à carga tributária que o governo joga sobre o contribuinte. José Serra, cabeça de chapa, continua liderando com folga as pesquisas de intenção de voto e se a eleição fosse hoje o tucano se elegeria ainda no 1º turno. Serra tem cerca de 50% dos votos, que representam mais que o dobro do índice do 2º colocado nas pesquisas, o candidato do PT, Aloizio Mercadante. Apesar de sua liderança, Serra continua fazendo campanha com a mesma seriedade. Com a participação de Afif, a chapa PSDB-PFL fica mais forte. Os dois partidos, somados, vão dispor de um excelente tempo de campanha na televisão, de quase 19 minutos/dia.

COMANDANTE Por motivos éticos, Afif Domingos se licenciou da presidência da Associação Comercial no fim do mês, pois já era cogitado para compor a chapa de Serra. A ACSP está sendo presidida por outro líder empresarial, Alencar Burti.

TEMOR Um fato vem incomodando o PT e o governo: é a informação de que as oposições, como PFL e PSDB, vão usar as imagens do vandalismo na Câmara em futuros programas de tevê. O PT tem a certeza de que a oposição vai tentar estabelecer uma associação do movimento terrorista com o presidente Lula.

acha que o movimento dos sem-terra precisa ter o Congreso como aliado e não tornar os parlamentares inimigos da organização.

DÚVIDA O PMDB continua convivendo com a incerteza de ter ou não candidato a presidente. Apesar da confusão gerada com as regras eleitorais no TSE, a ala governista ainda luta para levar o partido a apoiar Lula.

AJUDA

JUNTOS

Se por qualquer motivo o PMDB não puder indicar o vice na chapa de Lula, o que é mais provável, o PT vai lutar para que o partido não lance candidato. O PT acredita que a eleição pode ser decidida no 1º turno, caso o PMDB não tenha candidato.

PFL e PSDB possuem fotos de Lula e Bruno Maranhão (que liderou a invasão) juntos, inclusive no Palácio do Planalto. São imagens que também irão ao ar na tevê, da mesma forma que será exibido o presidente com o boné do MST na cabeça.

Geraldo Alckmin, porém, continua garantindo que empatará com Lula nas pesquisas antes de começar a campanha na TV. O candidato tucano não tem dúvida de que a eleição irá

CRESCIMENTO

PREJUÍZO Geraldo Alckmin, por exemplo, saiu chamuscado com os ataques do PCC em São Paulo, como registraram as últimas pesquisas. O mesmo prejuízo deve atingir Lula, porque o eleitor vai associar o governo do PT às cenas da invasão da Câmara.

DANOS Pode atingir a soma de R$ 150 mil o prejuízo da Câmara com a invasão e o quebra-quebra patrocinados pelo MLST. A diretoria da Casa vai pedir na justiça o ressarcimento dos prejuízos. Em tempo: o MLST é uma organização que tem recebido subsídios do governo para assentamento de sem-terra.

PROVA A Câmara deve juntar ao processo em que pede o ressarcimento dos prejuízos a fita gravada que serve como prova de que a invasão foi premeditada pelos líderes do movimento. A fita foi gravada pelo cinegrafista Maurício Verrone, que corre o risco de ser processado.

INVESTIGAÇÃO Deve durar até 40 dias o processo de investigação que a Comissão de Ética do PT promove contra Bruno Maranhão. Mas, os petistas querem apressar a decisão para livrar Lula do desgaste e insistem na tese de expulsão do líder do MLST do PT.

CRÍTICA Os líderes do MLST não tem o apoio nem mesmo do MST: João Pedro Stédile, por exemplo, não quer que sua organização seja confundida com a similar que prega a violência nas invasões. Ele

para o 2º turno. Alckmin garante também que no 2º turno vence Lula.

PSOL Os tucanos estão convencidos de que Heloísa Helena vai garimpar votos em redutos petistas. Isto é, a senadora alagoana vai tirar votos de Lula e vai ajudar a aumentar a chance da eleição ser definida apenas no 2º turno. Heloísa acha que chega a 15% dos votos. Atualmente ela tem entre 6% e 8% de índice de intenção de voto nas pesquisas.

CUSTO O presidente Lula está preocupado porque deve ser obrigado a vetar o projeto de aumento de 16% a todos os aposentados do INSS, já aprovado na Câmara. O governo alega que não tem dinheiro para cobrir o rombo na Previdência. O projeto abrange a mais de 10 milhões de aposentados e o rombo pode chegar a R$ 16 bilhões.

ANDAMENTO Pelo levantamento dos aliados, o projeto pode ser aprovado também no Senado, para depois ser encaminhado para sanção do presidente. A saída para o governo seria o Senado rejeitar a matéria, mas a oposição se articulou e diz ter o número de votos suficiente para a aprovação do projeto.


segunda-feira, 12 de junho de 2006

Congresso Planalto Par tidos CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Eu não tenho dúvida de que haverá um novo arranjo de forças. Rubens Figueiredo, cientista político.

O FUTURO DO PPS, PP E DE PARTE DO PMDB.

O CAMINHO ESTÁ ABERTO PARA UMA REFORMA PARTIDÁRIA, SAÍDA PARA VALORIZAR A ATIVIDADE POLÍTICA. Roosewelt Pinheiro/ABr

Mariana Guerra/JC Imagem

Ricardo Lui/Pool7

Sergio Kapustan

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Germano Rigotto, governador gaúcho.

Jarbas Vasconcelos, ex-governador pernambucano.

Professor Gaudêncio Torquato

UM NOVO PARTIDO PARA SALVAR A POLÍTICA Dida Sampaio/AE4

Deputado Roberto Freire, o ex-comunista é um dos políticos mais experientes do Congresso Nacional.

Até 2002, o PT representava a reserva moral do País. Nós estamos vendo que era, na verdade, a reserva da imoralidade". Roberto Freire

A possibilidade de o PMDB ser o fiel da balança no Congresso deve atrair muito gente. Mas é possível que deputados do PDT e PSB migrem para esse novo partido. Guadêncio Torquato

DESCARTÁVEIS ENTREGA GRÁTIS OU RETIRE C/10% DESC. DC

epois de o TSE voltar atrás na decisão obrigar os partidos a manter nos Estados a aliança para a disputa presidencial, o desafio das legendas agora é não sumir do mapa político em 2007. Segundo a Lei dos Partidos, de 1995, só terá direito a funcionamento parlamentar a legenda que, na eleição para a Câmara dos Deputados, obter o apoio de no mínimo 5% dos votos válidos no País, e 2% dos votos válidos em nove Estados. Quem não atingir os percentual perderá também as verbas do Fundo Partidário e o direito à propaganda gratuita no rádio e televisão, praticamente desaparecendo do cenário. Essas normas - cláusula de barreira - valem para a eleição de outubro. Garantia - Especialistas afirmam que dos atuais 29 partidos, apenas quatro têm vida garantida: PT, PSDB, PFL e PMDB. Os demais estão com a corda no pescoço. Eles buscam alternativas para sobreviver e ter papel importante na articulação política em 2007. Em tempos de Copa do Mundo, o jornalista e professor Gaudêncio Torquato utiliza-se do futebol para explicar o quadro partidário frente à cláusula de barreira. "Nós temos quatro partidos na primeira divisão - PT, PSDB, PFL e PMDB , seis na segunda divisão - PTB, PP, PL, PSB, PPS e PDT querendo subir- e dois na zona de rebaixamento - Psol e PC do B". No PPS, sucessor do antigo PCB (Partido Comunista Brasileiro), o presidente nacional, deputado Roberto Freire, fechou um acordo para apoiar o tucano José Serra ao governo de São Paulo e está na aliança liderada pelo ex-governardor Jarbas Vasconcelos (PMDB) em Pernambuco. Um dos políticos mais experientes do Congresso Nacional, Freire aposta que o partido será bem votado nas urnas, entretanto, sustenta que é preciso reorganizar os partidos de forma geral. Freire diz que o País necessita de uma força de centro-esquerda. Posição idêntica à do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, que, descontente com os rumos do PMDB nacional, defendeu a formação de um novo partido. A legenda reuniria os descontentes do PMDB, como Jarbas Vasconcelos, Pedro Simon (senador gaúcho) e Luiz Henrique (governador licenciado de Santa Catarina), e políticos do PPS e PP. Para Rigotto, a divisão interna no PMDB precisar ter um fim. "É uma vergonha o que está acontecendo no PMDB, com essa meia dúzia (governistas) que tomou conta do partido e só se preocupa com os interesses pessoais". Jarbas inclui na pauta de discussão do novo partido a reforma política. "O novo partido seria a consequência da reforma política", defendeu. Freire quer acelerar as nego-

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O novo partido seria a consequência da reforma política Jarbas Vasconcelos

É uma vergonha o que acontece no PMDB. Meia dúzia tomou conta do partido. Germano Rigotto

ciações. "É certo que haverá uma reformulação partidária porque o atual quadro partidário, iniciado em 1985, com o fim da ditadura, se esgotou. De lá para cá, todos os partidos estiveram no poder de alguma forma (elegendo governantes ou fazendo alianças), culminando com o PT, que foi um desastre", sustenta o ex-comunista. Para ele, como o projeto político petista desmoronou, seria importante reunir uma nova força para ter influência no Congresso. O dirigente acrescenta que está tratando do assunto em visitas aos Estados. "O caminho está aberto para isso. O partido teve essa noção lá atrás quando o mudou o nome (de PCB para PPS). Até 2002, o PT representava a reserva moral do País. Nós estamos vendo que era, na verdade, a reserva da imoralidade". De acordo com Freire, o ponto de partida da nova força pode ser a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à presidência contra Lula (PT). Segundo o dirigente, lideranças de diferentes siglas estão aderindo a Alckmin - ele e Jarbas Vasconcelos já anunciaram o apoio ao tucano. Essas lidereanças, no seu entendimento, vão permanecer juntas seja qual for o resultado da eleição. "O Brasil vive uma profunda crise política: o mensalão e agora a CPI dos Sanguessugas, escândalos que desmoralizam a atividade política. Nós não podemos discutir o futuro político do País com os partidos do mensalão ou com o PT". Pragmatismo - Gaudêncio Torquato diz que há espaço para uma nova força política, mas faz ressalvas. De acordo com o especialista, políticos eleitos por partidos que não atingirem a cláusula de barreira devem migrar para as grandes legendas, especialmente para o PMDB que deve eleger grandes bancadas na Câmara e Senado. "Os deputados são pragmáticos. A possibilidade de o PMDB ser o fiel da balança no Congresso, ocupando ministérios no próximo governo, por exemplo, deve atrair muito gente. Mas é possível que deputados do PDT e PSB migrem para esse novo partido". O cientista político Rubens Figueiredo, do Centro de Pesquisa, Análise e Comunicação (Cepac), afirma que seria importante romper a polarização entre PT (governo) e PSDB-PFL (oposição).A chamada terceira via seria hoje o PMDB, mas a ala governista impede o lançamento de uma candidatura a presidente para se contrapor aos dois blocos. "Há espaço para romper essa polarização, mas é preciso esperar a eleição. Eu não tenho dúvida de que haverá um novo arranjo de forças".


Carga de impostos no celular chega a 30,38% Brasil é o terceiro País no ranking tributário da telefonia móvel Economia/5 Ano 81 - Nº 22.146

São Paulo, segunda-feira 12 de junho de 2006

Jornal do empreendedor

R$ 0,60

Consumidor mais confiante

Edição concluída às 23h20

Eco /1

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

DIA DOS NAMORADOS: COMÉRCIO COMEMORA LOTAÇÃO MÁXIMA. ECONOMIA/1

Alckmin fala como candidato: "Farei a reforma tributária"

Brasil em Berlim, pronto pra briga

Em convenção do PSDB que o oficializou, ontem, como candidato à Presidência (na foto, de mãos dadas com Serra, sob o olhar de Aécio), Alckmin endureceu com o governo, prometeu guerra à carga tributária e anunciou: "Vamos atrair milhões de empreendedores". No sábado, PT e PFL fizeram suas convenções estaduais. Págs. 3 e 4

Seleção treinou ontem jogadas de bola parada em Königstein. Mas já está em Berlim, onde joga amanhã contra a Croácia.

Objetivo, o técnico de Portugal vence na tática e com garra. "Agora faltam seis."

Ronaldo durante treino em Königstein: Parreira elogiou bom posicionamento do jogador em campo

Kevork Djansezian

Pablo de Sousa

Brasileiro fez o gol que fechou a vitória do México contra Irã.

Marcelo Sayão/EFE/AE

É gol !!! De Zinha.

Márcio Fernandes/AE

Felipão vence Angola

Zinha mudou o jogo: entrou no 2º tempo, deu o passe para o desempate e fez o gol final dos 3 a 1 no Irã.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 22º C. Mínima 11º C.

Conheça os acessórios para proteger os motociclistas no inverno, da roupa ao capacete especial (foto).

Tolerância zero contra outdoors Projeto é do prefeito Gilberto Kassab. Mas comércio quer debate amplo antes de sua tramitação na Câmara. Cidade 1/2

Andrea Felizolla/LUZ

HOJE Nublado Máxima 20º C. Mínima 12º C.

Na moto, sem frio


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de junho de 2006

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Cidades

É necessário reduzir a propaganda para possibilitar a contemplação da arquitetura. José Eduardo Tibiriçá, arquiteto

Milton Mansilha/Luz

COMÉRCIO QUER DEBATE AMPLO SOBRE OUTDOORS Arquiteto e comerciantes discutem o projeto que propõe o fim da poluição visual na cidade. O resultado foi unânime: é preciso discutir. Ivan Ventura

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comércio reagiu cio é um dos poucos locais que, com cautela ao po- se a lei estivesse em vigor, estalêmico projeto de ria totalmente adequado à prolei (PL) do prefeito posta do prefeito Kassab. Gilberto Kassab, que praticaJustamente por ser um comente proíbe publicidade na mércio sem publicidade na facidade. Nas palavras do pre- chada, o público desavisado feito é a tolerância zero contra a dificilmente encontraria o lopoluição visual nas ruas da ca- cal. Mas, apesar de parecer espital. Para debater o assunto, a condido, o movimento de reportagem do Diário do Co- clientes é intenso. "A melhor mércio colocou frente a frente propaganda quem faz é o coduas categorias afetadas pela merciante. Ela vai desde o bom proposta, mas com interesses tratamento ao cliente até o prodiferentes: co- Fotos: Andrea Felizolla/Luz duto que ele com e rc i a n t e s e mercializa. um arquiteto. Mas, às vezes, S u r p re e n d e ntemos de recortemente, os rer alguma prodois lados mospaganda. Tratraram sintonia ta-se de um inem relação a aldicativo ao guns pontos do consumidor de projeto de lei. que ali existe A proposta, um comércio", denominada disse o proprieCidade Limpa, tário do ponto , foi protocolada R e i n a l d o L oquinta-feira na pes, de 57 Câmara Munianos. cipal. Pelos Papo – O deseus termos, to- ATENDIMENTO - Reinaldo, dono bate começou da e qualquer de lanchonete no largo do Café: tímido, mas rap u b l i c i d a d e "A melhor propaganda quem pidamente se nas ruas seria faz é o comerciante" transformou extinta. Só seria num papo inpermitido o chamado anúncio formal, com direito a risadas e indicativo, ou seja, placas com cumprimentos. Mas cada um o nome e a logomarca da em- defendendo sua convicção. presa. Porém, as indicações Primeiramente, Lopes comennão deverão exceder 4 m² nem tou que a publicidade é imporultrapassar 5 metros de altura. tante para o desenvolvimento Publicidade em casas, prédios, do comércio. Tibiriçá questiopontos comerciais, bancas de nou o excesso de placas publijornal, ônibus, táxis, bicicletas citárias nas ruas da cidade. Fie motocicletas são alguns nalmente, chegaram a um conexemplos de propaganda irre- senso: a publicidade deve exisgular. Tudo, claro, se o projeto tir, mas sem excessos. "Acho for aprovado pelos vereadores que apenas um toldo bastaria. do município. Outras tipos de propaganda Pontos – A convite do DC, o eu considero uma invasão de arquiteto, vice-presidente da privacidade", afirmou Lopes. Associação Brasileira dos Es- Com um aperto de mão, os critórios de Arquitetura (As- dois se despediram. Mas antes bea), José Eduardo Tibiriçá, ca- desejaram boa sorte em relaminhou pelas ruas do Centro ção ao futuro da publicidade da cidade com o objetivo de co- na cidade de São Paulo. "A nomentar a proposta radical va lei deve igualar a oportuniapresentada pelo prefeito. dade para todos, apenas isso", "Atualmente, temos uma le- afirmou o arquiteto Tibiriçá. gislação muito permissiva – Esse objetivo, concordaram, só que abre diversas exceções será alcançado mediante um quanto à publicidade na cida- amplo debate. de – que não resolverá o proNão muito longe do pequeblema da poluição visual. O or- no comércio de Lopes, na rua denamento é necessário para Doutor Miguel Couto, um ouhumanizar a cidade, possibili- tro comerciante disposto a detando a contemplação da ar- bater o assunto. Fernando Carquitetura", disse. valho Ribeiro, de 44 anos, souSegundo o arquiteto, o pre- be da proposta do prefeito Gilfeito tomou uma decisão cora- berto Kassab por meio dos josa contra o que Tibiriçá clas- jornais e da televisão. E antes sificou de "gritaria publicitá- mesmo de ser perguntado soria". "Isso é uma invasão de pri- bre o tema, disparou: "Sou fav a c i d a d e a o s o l h o s , u m a vorável, principalmente porespécie de visualização com- que acabará com a poluição vipulsória. Não somos obriga- sual. Eu, por exemplo, só tenho dos a ver toda essa publicidade um toldo e não preciso de ouespalhada de forma desen- tra publicidade", afirmou . freada pelas ruas da capital". Os envolvidos no pequeno Durante a caminhada, a re- debate até sugeriram uma esportagem pediu que Tibiriçá pécie de substitutivo ao projedefendesse o seu ponto de vis- to, permitindo a publicidade ta com comerciantes do Cen- na cidade, mas padronizando tro. De imediato, ele teve a se- seu tamanho. A fiscalização guinte idéia: "Vamos conver- seria feita pelos comerciantes, sar com o dono de uma lancho- que vigiariam o vizinho, denete que é especializada em nunciando-o quando houvescachorro-quente há 60 anos". se excessos no tamanho. Localizado no largo do Café, Na página seguinte, mais reações no Centro, o pequeno comérao projeto Cidade Limpa

AVENIDAS - O projeto de lei denominado Cidade Limpa foi protocolado na última quinta-feira pelo prefeito Gilberto Kassab, na Câmara Municipal. Pela proposta, toda e qualquer publicidade nas ruas e avenidas (acima, esquina da Brigadeiro Luís Antônio com Paulista) seria extinta. Só seriam permitidos anúncios indicativos, ou seja, placas contendo nome e logomarca da empresa. O objetivo é erradicar a poluição visual. Milton Mansilha/Luz

BRECHAS - Atualmente, a legislação apresenta várias brechas e cada um acaba fazendo o que quer. Pelo projeto, se aprovado, as placas não deverão exceder 4 m² nem ultrapassar 5 metros de altura. Segundo a Prefeitura, a população poderá ajudar na fiscalização.

EXAGEROS - Poluição visual exagerada, como na rua São Bento (acima) deixa a cidade mais feia e pode ser considerada uma "invasão de privacidade". O projeto do prefeito Gilberto Kassab acaba com a propaganda nas ruas e avenidas e impõe limites rígidos para as que tiverem autorização de permanecer.

TOLDO - A Merenda, na rua Doutor Miguel Couto: apenas um toldo garante a publicidade para a casa. O dono, Fernando Carvalho Ribeiro, é favorável à medida proposta pelo prefeito.


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Polícia Compor tamento Urbanismo Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de junho de 2006

Empresas que trabalham no setor encaminharam a proposta para análise de seus advogados.

COMEMORAÇÃO DE UNS, CRÍTICAS DE OUTROS

REAÇÕES VÃO DO APOIO À INDIGNAÇÃO Empresas de mídia externa já recorrem a seus departamentos jurídicos. Associação de arquitetos aplaude. Na ACSP, economista defende debate amplo. Andrea Felizolla/Luz

Milton Mansilha/Luz

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a sexta-feira, um dia depois do anúncio do polêmico projeto de lei que praticamente proíbe a publicidade na cidade, representantes dos setores atingidos pela proposta manifestaramse sobre o assunto. Alguns comemoraram e outros criticaram duramente a idéia. A Central de Outdoor, por exemplo, que representa 1.200 empresas no Brasil, disse "estar perplexa com a decisão do prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, de proibir toda e qualquer publicidade de mídia exterior na capital". A entidade disse que sua equipe jurídica está avaliando a constitucionalidade do projeto e, se aprovado pelo Legislativo municipal, tomará as medidas judiciais cabíveis". A entidade revelou ainda que, desde janeiro deste ano, foi estabelecido um acordo entre a Prefeitura e as entidades que representam o setor de mídia exterior no sentido de retirar as peças que não se enquadravam na legislação em vigor. "Esse acordo foi cumprido com sucesso. Com o intuito de dar continuidade ao processo, as empresas do segmento tentaram renovar o acordo, porém não obtiveram resposta do Poder Público municipal". Segundo a Central de Outdoor, os profissionais do setor estão interessados na despoluição visual e cobrou uma fiscalização mais eficiente. O presidente do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior (Sepex), Júlio Albieri, disse que a entidade vai se manifestar hoje sobre o assunto. "Analisamos a proposta e a encaminhamos ao nosso departamento jurídico. Só depois de uma análise mais minuciosa é que vamos nos manifestar sobre o assunto. A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura comemorou: "É o resgate do amor pela cidade, do fim da poluição visual", disse seu vicepresidente, José Eduardo Tibiriçá. O economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), defendeu um amplo debate sobre a proposta do Executivo. Disse que a discussão deveria ter sido promovida antes do envio do projeto à Câmara e que, agora, aguarda o debate parlamentar. (IV)

Paulo Pampolin/Hype - 29/08/2003

OPINIÕES - O arquiteto José Eduardo Tibiriçá (acima), vicepresidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura comemora: "É o resgate do amor pela cidade, do fim da poluição visual". O economista Marcel Solimeo (à direita) defende o amplo debate da proposta do Executivo na Câmara Municipal.

RADICAL - Pelos termos do projeto de lei enviado pelo Executivo municipal à apreciação da Câmara, a imensa maioria da mídia externa existente hoje em São Paulo estaria irregular. Os painéis luminosos na avenida Paulista não seriam exceção. Empresas já questionam proposta.


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

JEEP Divulgação

O MAIS INDICADO PARA O OFF-ROAD Dentro da linha Cherokee, o modelo Sport é a melhor opção para quem gosta de entrar na lama ANTONIO FRAGA

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uando foi lançado em 2002, o Jeep Cherokee Sport chegou com uma aparência mais moderna que o seu antecessor, mas também com um jeito mais frágil. Mas é só no aspecto. De toda a família Cherokee, o Sport é o mais indicado para ser utilizado em trechos off-road. Não que os outros não aguentem, muito pelo contrário, mas os ângulos de "ataque" e de "saída" de obstáculos são melhores. O Jeep Cherokee Sport - que custa R$ 115 mil no mercado brasileiro- revela um exterior renovado e um novo acabamento interior, assumindo um estilo mais exclusivo. No modelo 2006 houve pequenas alterações em relação ao apresentado há três anos. A nova grade dianteira na cor da carroceria inclui novos faróis de neblina, que assim como os piscas estão mais altos e, por isso, mais protegidos de impactos no fora de estrada. Em relação ao seu antecessor, perdeu em imponência, mas ganhou em beleza e status. O pára-choque dianteiro envolve a parte inferior da grade com uma aparência tubular dupla, que confere maior robustez ao produto.

Na mesma cor da carroceria, a grade dianteira tem novos faróis de neblina

poderia inclinar menos nas curvas. Interior sem luxo, mas com o necessário

Acabamento - O interior não é tão luxuoso como os demais da família Cherokee e sequer dispõe de acabamento em couro. Mas tem o necessário. Os botões dos vidros elétricos foram reposicionados e estão com o acesso mais fácil. O painel de instrumentos tem grafismo bonito, funcional e boa visualização tanto de dia quanto de noite, graças ao fundo cinza e os números em branco. Os bancos são confortáveis e seguram bem o corpo do motorista e do passageiro dianteiro. Mas é barulhento ao rodar, principalmente em pisos irregulares. O banco traseiro até acomoda três pessoas, mas o ideal são duas. As pernas ficam com boa posição, o que não cansa em viagens mais longas. Para melhorar o conforto,

Motorização - O Jeep Cherokee Sport é equipado com motor V6 de 3.7 litros a gasolina, de 211 cavalos de potência a 5.200 rpm, que gera 305 Nm de torque a 4000 rpm. A velocidade máxima limitada do modelo é de 180 km/h, acelerando de 0 a 100 km/h em 12,1 segundos. O câmbio automático eletrônico de quatro velocidades e caixa de transferência temporária Command-Trac tem bom escalonamento e não dá trancos nas trocas de marchas. Garantia de qualidade 4x4 - A lendária marca Jeep sempre foi reconhecida pela robustez e durabilidade dos seus produtos. Todos os modelos com tração nas quatro rodas usarão a insígnia Jeep Trail Rated. Ela mostra que o veículo foi projetado para enfrentar as mais diversas condições fora de estrada, identificadas por cinco categorias de desempenho: tração, altura do chão, manobrabilidade, articulação e rodagem sobre água. A classificação Jeep Trail Rated é uma metodologia líder na indústria automobilística mundial, determinada pelo CenA linha 2006 tem estilo mais moderno. A versão Sport custa R$ 115 mil.

tro de Testes Automotivos de Nevada (NATC) e a Engenharia da Jeep, para medir consistentemente a utilização offroad de todos os modelos atuais da marca e também os que estão em desenvolvimento. Através de uma combinação de testes controlados e de campo, bem como em ambientes simulados por computador, proporciona uma medição exata do desempenho dos veículos Jeep. Vendas - A marca Jeep pertence ao Grupo DaimlerChrysler, que no Brasil também comercializa modelos importados da Chrysler e da Dodge. Segundo a empresa, todas as suas marcas estão com vendas crescentes no País. A linha Cherokee, por exemplo, totalizou 144 unidades comercializadas no primeiro quadrimestre do ano, enquanto os modelos Grand Cherokee atingiram, no mesmo período, 163. Dentro do Grupo Daimler Chrysler, o carro que mais vem tendo sucesso é o Chrysler PT Cruiser, que desde fevereiro está vindo do México e custa, internamente, R$ 75 mil. Nos primeiros quatro meses, atingiu 417 unidades emplacadas no mercado brasileiro.


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IMPORTADO

AVANT-PREMIÈRE DO A3 ALEMÃO Divulgação

Audi mostra o carro que vai substituir o modelo que deixa de ser produzido no Brasil em dezembro. As vendas começam em agosto.

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Audi A3 Sportback, modelo alemão que será lançado oficialmente em agosto e vai substituir o A3 nacional, foi apresentado em São Paulo neste último fim de semana no evento "Auditorium", realizado na Sociedade Hípica Paulista. Os preços do importado devem variar entre R$ 110 mil a R$ 150 mil. A Audi aproveitou a avant-première do novo A3 para mostrar o modelo Q7, que também será vendido no Brasil a partir do segundo semestre. Seu preço ainda não está definido, mas a princípio deverá ficar na faixa de R$ 360 mil a R$ 400 mil. A empresa confirma para dezembro o fim da produção do A3 nacional, que é feito no Paraná em fábrica conjunta com a Volkswagen e até o final do ano continuará sendo comercializado normalmente. "Com a chegada do carro alemão temos tudo para nos mantermos na liderança do segmento Premium", avalia o presidente da Audi Brasil Distribuidora de Veículos, Daniel Buteler. Transmissão sequencial - O novo A3 que pode ser visto nas 28 revendas Audi espalhadas pelo Brasil - será importado nas versões 1.6 e 2.0 TFSI (Turbo) de 200 hp, com transmissão mecânica de seis velocidades ou com a nova e sofisticada

O A3 importado da Alemanha tem dimensões maiores do que o carro produzido no Brasil

transmissão sequencial S tronic, desenvolvida nas pistas de corridas com o Audi R8, que venceu cinco vezes a tradicional prova de longa duração 24 Horas de Le Mans. Com trocas de marchas no volante e na própria alavanca de transmissão, o S tronic tem dupla embreagem com comando eletrohidráulico e proporciona mudanças de marcha excepcionalmente rápidas. O hatchback alemão de cinco portas é maior que a versão brasileira: tem 134 mm

O modelo terá duas opções de câmbio. Uma delas é a nova transmissão sequencial S tronic

a mais no comprimento total, 65 mm na distância entreeixos e 30 mm na largura. A capacidade do porta-malas passou de 350 para 370 litros. Visto de frente, o modelo é idêntico aos "irmãos" maiores A4, A6 e A8, graças ao novo design "singleframe", com a grade do radiador e os faróis alongados.O A3 Sportback mantém os recursos técnicos de segurança do A3 brasileiro, com programa de estabilidade (ESP), air bags frontais e laterais, faróis de xenônio, entre outros equipamentos.

Seminovos - Além de investir no lançamento de novos modelos zero-quilômetro, a Audi também está intensificando as suas ações no segmento de veículos usados. A empresa está aperfeiçoando o seu programa Audi Qualified, que garante um selo de qualidade para os seminovos vendidos pelas concessionárias da marca. Firmou parceria com a empresa Aon Warranty Services e ampliou a garantia dos produtos, cobrindo até as peças cujo desgaste é provocado pelo mau estado das pistas.

A Audi também vai trazer para o Brasil, a partir do segundo semestre, o modelo Q7.


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Capacete e jaqueta da loja Toleman, usados por motociclistas.

São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

EVITE PROBLEMAS. PROTEJA-SE.

DCARRO

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Muitos motoboys circulam pelas ruas de São Paulo sem vestimenta adequada para se proteger do frio ou mesmo de acidentes. A calça jeans, por exemplo, não garante proteção numa queda.

Com a chegada do frio, é fundamental que o motociclista se vista adequadamente para garantir sua saúde Fotos: Luiz Prado

CHICOLELIS

A

os poucos o frio está chegando. Em algumas madrugadas a temperatura já beira os 10° na capital, surpreendendo aqueles que varam a noite paulistana. Surpresa maior para motociclistas ou motoqueiros que, saindo de casa durante o dia, debaixo do sol, não têm o cuidado de usar trajes apropriados para enfrentar a virada do tempo depois da balada ou de um interminável dia de trabalho. O frio pode ser um forte inimigo dos desprevenidos, causando problemas respiratórios e, especialmente, irritação das mucosas. Se a pessoa não estiver adequadamente vestida, o organismo acaba concentrando suas forças na defesa das partes periféricas do corpo, para protegê-lo da baixa temperatura, o que reduz a resistência física e a imunidade. "Em razão disso - diz o médico Álvaro José Federighi, clínico-geral, geriatra e motociclista - é preciso ter muito cuidado para não se expor ao frio, especialmente nesta época do ano, quando ocorre o fenômeno da inversão térmica. Olhos, nariz e garganta sofrem processo de ressecamento, o que pode causar sérios problemas de saúde". O médico motociclista admite que podem ocorrer contraturas musculares no caso de o motociclista não estar devidamente agasalhado, mas afirma não ter conhecimento de acidentes causados pelo frio. Segundo ele, o que mais preocupa neste período é a poluição, que pode prejudicar a saúde principalmente dos motociclistas desprevenidos. Dois mundos - A proteção do motociclista ou do motoqueiro, o famoso motoboy que toma conta das ruas e avenidas da cidade durante o dia, envolve dois opostos. Enquanto o primeiro é capaz de pagar até R$ 1.300 por um simples par de luvas importado, o outro gasta apenas pouco mais de um terço desse valor durante o ano inteiro - em torno de R$ 500 para comprar todo o seu traje de proteção (capacete, blusão de nylon e capa de chuva) e, ainda, fazer a manutenção da sua máquina. Os chamados motociclistas, usuários de grandes motos, importadas em sua maioria e destinadas prioritariamente para viagens, investem entre R$ 2.400 e R$ 9.500 na compra de capacetes, blusões, calças e botas para estarem protegidos em seus passeios. Tudo em material de primeira,

Para quem não pode gastar muito, o importante é pesquisar. Algumas lojas têm produtos mais acessíveis para motoboys.

cobre um segundo para ser usado no inverno e que pode ser removido no verão. O terceiro tecido é impermeável para proteger da chuva e o quarto, antitranspirante. Mas não acabou, ainda tem protetor para a coluna, para ombros e cotovelos. Nas calças, protetores para os joelhos.

Também na Toleman é possível encontrar luvas Spidi, bota Alpinestar e casaco com até quatro camadas

antiabrasivos, impermeáveis e capazes de evitar o frio. Enquanto isso, os motoboys gastam R$ 169 na compra de uma jaqueta em tecido de nylon de páraquedas, luva de couro e uma capa de chuva. A calça, em geral, é jeans mesmo, que nada protege, nem do frio, nem nas quedas. Mas é o que eles têm. Uma calça de cotura, material fartamente usado pelos motociclistas, capaz de proteger as pernas de "raladas" nas quedas e que custa cerca de R$ 1 mil, está fora de cogitação. O capacete? Bem, este, em geral, é comprado no mercado paralelo, recauchutado, apesar de não ser um bom negócio para a saúde do seu usuário. Proteção total - Voltando ao outro lado, nos deparamos com equipamentos de segurança que parecem não ter limites. A jaqueta do motociclista tem quatro tecidos. O primeiro é um externo, que

Pablo de Sousa

MOTOS

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Para estar devidamente vestido para enfrentar o frio e garantir sua segurança, o motociclista não gasta menos de R$ 2,4 mil. Na foto, roupas e acessórios da loja X-Brazil, no Shopping General, centro de SP.

Bota West Coast, da loja Sampa, mais utilizada por motoboys. O ideal, até por questão de segurança, é utilizar um sapato apropriado e não tênis.

Preparo - Responsável pelo Centro Educacional de Trânsito da Honda, marca que detém mais de 80% do mercado nacional de motos, Wilson Yassuda recomenda que, além da proteção necessária para estes dias de frio, os motociclistas devem também estar prontos para enfrentar o trânsito e atender às exigências de reflexos rápidos das máquinas de duas rodas. Ele diz que um alongamento é sempre necessário ao se iniciar uma jornada de moto, seja viajando ou mesmo trabalhando no dia-a-dia dos centros urbanos. "Isto é importante - diz Yassuda - porque a moto exige muito reflexo, ao contrário de dirigir um carro, onde sentamos e não precisamos mexer o corpo para fazer curvas, por exemplo". O gerente da Honda lembra que é preciso muito cuidado ao se vestir para andar de motocicleta e diz que ninguém deveria abrir mão de bota, calças resistentes (não jeans), blusa de lã, jaqueta impermeável e capacete integral, que cubra toda a cabeça. Ele lembra que os motoboys, sem condições para comprar uma roupa adequada para frio, acabam usando a capa de chuva para esta finalidade. "Como é uma peça de nylon, que não transpira, a capa de chuva é problema porque, se entrar um pouco de vento, o motoboy passa frio e, quando ele pára, está todo suado".

Item obrigatório, tem capacete para todos os gostos e bolsos. O que não pode é sair sem.


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São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

MERCADO/AUTOINFORME

VENDA DE MOTOS CRESCE 24,5% O desempenho do mercado interno tem sido o responsável pela produção crescente do setor, que totaliza, neste ano, 594,4 mil unidades

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s resultados positivos de produção e vendas de motos no mercado interno foram mantidos em maio. De acordo com números da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), foram produzidas 139,66 mil motocicletas no mês passado, um volume 24,8% maior que o registrado em abril (111,8 mil). No acumulado de janeiro a maio deste ano também houve crescimento. A indústria já registra 594,4 mil motocicletas fabricadas no período, número 19,9% superior ao do mesmo período do ano passado, de 495,36 mil unidades. “Estamos obtendo aumento consecutivo, mês a mês, das vendas para o mercado interno”, destaca Paulo Shuiti Takeuchi, presidente da Abraciclo, a entidade que representa o setor de duas rodas. "A produção segue comportamento semelhante e a indústria manteve mais uma vez o ritmo forte de crescimento". Na comparação de maio com o mesmo mês de 2005, o volume produzido expandiu-se em 29,3%.

Mercado interno - As vendas internas totalizaram, de janeiro a maio, 524.944 motocicletas, um aumento de 24,5% em

relação às 421.569 unidades comercializadas no mesmo período de 2005. No mês passado, foram vendidas 121.542 motos, volume 22,5% maior do que o registrado em abril. Se comparadas ao mesmo mês do ano passado, o incremento foi de 27,9%. Exportações - O setor também teve desempenho positivo em exportações no comparativo de maio com abril, mas registra números negativos no acumulado deste ano. As exportações atingiram 1.464 motos no mês passado, o que representou crescimento de 18% sobre o anterior (9.717 unidades). Mas no comparativo de maio deste ano com o mesmo período de 2005, quando foram exportadas 12.793 motos, houve queda de 10,4%. No balanço do acumulado dos cinco primeiros meses de 2006 com relação ao mesmo período do ano passado, verifica-se que o volume de vendas externas caiu 4,18%. Neste ano, de janeiro a maio, as exportações totalizaram 68.918 motocicletas, contra 71.925 unidades durante idêntico período em 2005. De acordo com as perspectivas da Abraciclo, as exportações sofrerão queda de 6% ao longo deste ano.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de junho de 2006

1 Bijuterias e artigos esportivos vão vender mais, já que exploram as cores verde e amarelo. Nabil Sahyoun, presidente da Alshop

LOTAÇÃO MÁXIMA PELO AMOR

Paulo Pampolin/Hype

Consumidor mais confiante em maio

Shoppings e lojas de rua ficaram cheios no final de semana que antecede o Dia dos Namorados. Decoração e produtos de Copa do Mundo ajudam a incentivar as vendas.

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Índice Nacional de Confiança do Consumidor (INCC), encomendado a Ipsos pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), subiu 3 pontos percentuais de abril para maio, passando de 121 para 124 pontos. A melhora, de acordo com o economista da ACSP, Marcel Domingos Solimeo, reflete essencialmente a recuperação econômica. "Não é que tenha sido nada de excepcional, mas a melhora vem ocorrendo há alguns meses", afirmou. De acordo com ele, a inflação sob controle e a queda do preço dos alimentos representam aumento da renda real. "Além disso, houve elevação do salário mínimo, que tem peso muito grande em algumas regiões", salientou. O índice vem acompanhando também o comportamento do emprego no País, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme a taxa de desemprego aumenta, o INCC recua e vice-versa. O crédito foi citado também por Solimeo como uma questão importante para a formação da confiança do

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a i s u m a v e z o para sua namorada bem rápiamor é motivo do. No grande pacote que carp a r a l o t a r o s regava pelos corredores do shoppings cen- Leste Aricanduva, havia um ters e o comércio de rua em São coração de pelúcia e um conPaulo. Depois de comprovar o junto de corrente e um par de carinho pelas mães em maio, brincos. "Gastei R$ 90 e paguei os apaixonados têm que de- à vista. Minha namorada Talita monstrar o sentimento em for- merece". Aliás, se pudesse, Cama de presentes, desta vez, pa- parroz investiria mais: "Quera seus parceiros. E, este ano, os ria comprar uma jóia." lojistas contam com um difeO casal Juliane Vaudin e rencial para ajudá-los nas ven- Márcio Amauri resolveu pasdas, a Copa do Mundo. sear e comprar presentes junNo Shopping Leste Arican- tos no sábado. Ele queria uma duva, não era possível nem ca- blusa; ela, uma bota. O casal minhar direito no final de se- pretendia gastar R$ 400, mas mana. E, no sábado à noite, a si- ainda não havia comprado natuação era pior – filas nos cai- da quando conversou com a xas e dificuldade para escolher reportagem do Diário do Coos produtos. A m ér c io . "Vamos Anjos Calçados, p a r c e l a r, f i c a por exemplo, remais fácil", afirgistrou um aumou Juliane. mento de 30% no Hoje será a úlA Copa do Mundo movimento em tima comemorac o m p a r a ç ã o está ajudando a ção como namocom o sábado an- chamar a atenção dos rados de Fernanterior. O tíquete consumidores, com a da Tofanelo e Anmédio do dia foi decoração colorida e d ré A i re s , q u e de R$ 200. "No irão casar no mês caixas de presentes mês, as vendas que vem – ambos podem aumen- em verde e amarelo. passaram o sábatar até 10%", disFelippe Naufel do escolhendo se o gerente Raum sapato para fael Zirounian. ela usar no casaAs três lojas da Tent Beach, mento, no próximo dia 8. "O especializada em moda jovem, Dia dos Namorados é uma também no Aricanduva, espe- oportunidade de demonstrar ravam vender 50% mais neste o sentimento", revelou Aires, Dia dos Namorados do que em que comprou bombons e ga2005. "Tivemos que aumentar nhou uma camisa. "Sempre o quadro de vendedores de 20 trocamos presentes", disse ele. para 30 para atender a todos", Expectativa –Mas, indeexplicou o supervisor das lo- pendentemente da movimenjas, Eduardo Tadeu Correa. tação no sábado, o comércio se Alguns lojistas, no entanto, mostrava otimista durante a não estavam tão animados semana com as vendas deste com o movimento. O proprie- Dia dos Namorados. O presitário do quiosque Romântica dente da Associação dos LoFlores, Jorge Yamamoto, espe- jistas do Brás (Alobrás), Shilorava apenas recuperar as ven- mo Shoel, disse esperar que, das do Dia das Mães, que após ser contabilizado, o fatucaíram 6% em relação ao ano ramento cresça 10% em relapassado. "O dia que promete ção a 2005. Segundo ele, o b o a s v e n d a s p a r a m i m mundial de futebol inspira a é a segunda-feira (hoje). Inves- compra dos apaixonados. "As ti e preciso faturar." blusas com as cores do Brasil Românticos – O tecnólogo são as preferidas dos consumecânico Flávio Caparroz, midores", disse Shoel. que foi sábado à tarde para o No Bom Retiro, a expectatishopping, escolheu o presente va era de que o faturamento

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Decoração chama a atenção dos consumidores que buscam presentes para os namorados

pontos foi o valor do Índice Nacional de Confiança do Consumidor (INCC) de maio, divulgado pela Associação Comercial

Freqüência de público foi intensa no fim de semana

aumentasse até 12%. "Acreditamos que o tíquete médio seja superior a R$ 50", afirmou a executiva da Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro (CDL), Kelly Cristina Lopes. Já o diretor da Associação de Lojistas da Rua João Cachoeira, Felippe Naufel, apostava em uma alta de até 8% no faturamento em relação ao Dia dos Namorados de 2005. "A Copa

Fernanda e André: troca de presentes no shopping

do Mundo está ajudando a chamar a atenção dos consumidores, com a decoração colorida e caixas de presentes em verde e amarelo", afirmou. No sábado, o movimento na João Cachoeira foi 50% superior ao sábado anterior. Os lojistas de shoppings, porém, eram mais comedidos nos cálculos. "No atual cenário, com renda comprometida e

endividamento, qualquer crescimento nas vendas é importante", analisou Nabil Sahyoun, presidente da entidade que representa os empresários de shoppings. Para ele, a Copa pode ser utilizada como chamariz. "Os vendedores de bijuterias e artigos esportivos vão vender mais, já que exploram as cores verde e amarelo." Neide Martingo

INTERNET Clima de Copa

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a era dos relacionamentos e flertes à distância, o comércio eletrônico é uma boa alternativa para comprar o presente do amado. Nas lojas virtuais, o clima de Copa do Mundo também está em alta para o Dia dos Namorados e a previsão é de que a camiseta oficial da seleção brasileira seja um dos presentes mais comprado. No ano passado, segundo o E-bit, empresa de pesquisa na web, os destaques no ranking dos produtos mais vendidos foram CDs e DVDs, seguidos por livros e eletrônicos. A preferência por esses produtos deve se repetir, mas em menor escala, segundo a previsão do

diretor de marketing do Submarino, André Shinohara. Para ele, DVD players, palmtops, notebooks, games, roupas, edredons e produtos para cuidados pessoais serão os mais procurados para presentear o namorado. Para atrair as vendas, o Submarino criou um concurso cultural para esse período que dará cestas recheadas de produtos para os casais. O Shoptime oferece como diferencial o parcelamento de compras em até 12 vezes sem juros. A Americanas.com lançou um hotsite diferente para a data e está oferecendo parcelamento e frete grátis para algumas regiões. Patrícia TTeixeira

No alto, o florista Yamamoto, que espera uma segunda-feira de boas vendas. Acima, o apaixonado Fábio carrega os presentes que comprou para namorada no sábado.

consumidor. "A aquisição de crédito é muito influenciada pelo estado de espírito do consumidor. Quem tem medo de ficar desempregado, evita se endividar", comentou. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o INCC apresentou melhora ainda maior, já que havia ficado em 116 pontos há pouco mais de um ano. A série história da pesquisa ACSP/Ipsos tem início em abril de 2005. No pior momento do índice desde então (agosto de 2005), somava 111 pontos. "Ao compararmos a pontual atual com a de agosto, verificase uma melhora de 12%", calculou o economista. De acordo com ele, na ocasião, a crise política estava tensa e comentava-se a respeito de um possível impeachment do presidente Lula. Os subíndices mostraram comportamentos diferentes de abril para maio, de acordo com a região. No Nordeste, a elevação também foi de 3 pontos, passando de 116 para 119 pontos. No Sudeste, a alta foi mais significativa, com o índice passando de 123 para 130 pontos. Já as regiões Sul e Norte e Centro-Oeste apresentaram queda, influenciadas por questões regionais: problemas agrícolas no Centro-Oeste e desemprego no setor calçadista do Sul. A queda da confiança de abril para maio nas regiões Norte e Centro-Oeste foi de 9 pontos (de 136 para 127). No Sul, passou de 110 para 108 pontos. Na comparação com o pior momento do índice geral (agosto de 2005), houve melhora em todas as regiões, com exceção do Sul. Para o levantamento, foram feitas mil pesquisas em 70 cidades de nove regiões metropolitanas. (AE)


segunda-feira, 12 de junho de 2006

Compor tamento Urbanismo Distritais Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Com a festa, estamos restaurando um costume que havia sido interrompido Marco Antonio Jorge, superintendente da Distrital Penha

FESTA DO ROSÁRIO VAI ATÉ O FIM DO MÊS

COM FESTA, PENHA TENTA RECUPERAR TRADIÇÃO E FOLCLORE

Marcelo Soares/Hype

Um dos principais objetivos da Festa do Rosário, realizada em frente à igreja de mesmo nome erguida há 200 anos, é resgatar a vocação religiosa do bairro

O

bairro da Penha, na zona leste da cidade, realiza até o fim do mês a tradicional Festa do Rosário. Com apoio da Distrital Penha da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), entre outras entidades representativas da região, o evento tem a previsão de receber nesta quinta edição aproximadamente mil visitantes. Um dos principais objetivos da festa é resgatar a vocação religiosa que, por décadas, fez a fama do bairro, estimulando o turismo religioso por meio de atividades culturais.

A igreja de Nossa Senhora do Rosário, no centro do bairro, foi construída há aproximadamente 200 anos. Foi erguida pelas mãos de comunidades de escravos. Uma das bandeiras levantadas durante a construção, à época, era a de estimular a libertação escravagista. Com o progressivo abandono da igreja e das tradições, a Penha deixou de realizar a festa de Nossa Senhora do Rosário há 20 anos. A pequena igreja também sentiu os efeitos do abandono. Há cerca de 30 anos podia ser visitada pelo público e tinha,

Discussões do Plano Diretor continuam

P

ara dar prosseguimento às discussões sobre a revisão do Plano Diretor e a necessidade de conseguir a aprovação e inclusão das reivindicações apresentadas pela Penha, como a reurbanização e as modificações nas vias de acesso, a Distrital Penha e o Fórum Urbanístico da Penha realizaram mais uma reunião. No encontro, ficou acertada uma reunião com a presença do secretário de Planejamento, que deverá acontecer em

22 de julho. Estiveram presentes Marco Antonio Jorge, superintendente da Distrital Penha; Manuel Antonio Fernandes Gonçalves, 1º vicesuperintendente; Miguel Rubio, 1º secretário; Ramiro Andrade Tiago, conselheiro; Ivan Lorena Vitale, conselheiro nato e membro do Fórum Urbanístico; Miriam Athie, vereadora; e Paulo Aguiar, diretor da Revista CityPenha e membro ativo do Fórum de Jovens Empreendedores da ACSP Distrital Penha.

inclusive, uma sala de milagres muito procurada para o pagamento de promessas. Hoje está fechada e rodeada de moradores de rua. Os comerciantes da Penha lutam pela recuperação da igreja e pela revitalização do seu entorno. Costume – "Com a festa, estamos restaurando um costume que havia sido interrompido. É muito importante manter o folclore local e mostrar a participação do trabalho dos afro-descendentes no bairro", disse Marco Antonio Jorge, superintendente da Distrital Penha da ACSP. Desde que a festa foi retomada, a participação da comunidade cresce a cada ano. Para esta edição, a expectativa dos organizadores é de um crescimento de 20% no número de visitantes em relação ao ano anterior. "O evento consegue trazer para o bairro irmandades afro-descendentes de várias regiões de São Paulo. Para a população é uma ótima oportunidade de entrar em contato com essas manifestações culturais, como as congadas, palestras, missas e encontros com grupos afros", explicou José Morelli, psicólogo e organizador do evento. Planos – Os próximos projetos da distrital para o bairro envolvem a realização de uma outra festa, a do Folclore, em agosto. Nesse evento esperase a participação de 14 lojas maçônicas. A comunidade pretende também realizar a Festa de Nossa Senhora da Pe-

Moradores puderam apreciar música de qualidade na igreja do Rosário Arquivo/DC

Café para realizar bons negócios no Centro

P Marco Antonio, superintendente Arquivo/DC

ara ampliar e desenvolver os negócios da região, a Distrital Centro realizou o seu 12º Café com Negócios, que teve a participação de mais de 100 pessoas. As empresas SystemCred RecebaFácil.com.br, Digistar - Soluções em convergência de voz e dados, Centro de Educação Infantil da Liberdade e Assessoria Brasileira de Empresas (ABE) fizeram a apresentação dos seus produtos e serviços. Divulgação

José Morelli, organizador

nha. "O apoio da Distrital Penha da ACSP está sendo de fundamental importância. Além da parceria na realização de eventos, por meio de patrocínio e ações publicitárias, as reuniões que promove são imprescindíveis para o crescimento e desenvolvimento do bairro", concluiu Morelli.

Mais de 100 pessoas compareceram ao evento na distrital

André Alves

Divulgação

Divulgação

Revitalização é debatida em Santo Amaro

D POSSE DE CONSELHEIROS – A Distrital Santana da ACSP deu posse a três novos conselheiros: os empresários Antonio Carlos Stefano, Nelson Ballarin e Paulo Roberto Rossi. A cerimônia aconteceu durante o Happy Hour Negócios que, normalmente, reúne as principais lideranças e empreendedores da zona norte.

A Gerente da Unidade de Novos Associados da ACSP, Marina Bavaresco, falou sobre os produtos e serviços oferecidos pela entidade. O encontro teve a participação do diretor primeiro vice-superintendente da distrital, José Alarico Rebouças. Em maio, a distrital já havia realizado um café da manhã em homenagem ao Dia das Mães. O evento foi realizado em parceria com o Rotary Club São Paulo - Liberdade.

Aloysio Cataldo (esquerda) participou do debate sobre o bairro

urante reunião realizada na Distrital Santo Amaro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no fim do mês de maio, foi feita a apresentação do projeto de revitalização do bairro. As explicações foram dadas pelo engenheiro Luis Carlos Cunha, da Pecplan. Muitas entidades representativas da região compareceram. Na ocasião, foi também homologada a posse do diretor conselheiro Álvaro Stefani, empresário do ramo

gráfico. A reunião foi coordenada pelo superintendente da distrital, Aloysio Luz Cataldo. Imposto – A distrital participou ativamente da campanha De Olho no Imposto. Teve participação especial na campanha o diretor conselheiro nato e diretor pleno da Sede Central, Teruo Yatabe, que conseguiu 3.730 assinaturas. Também mostrou empenho na campanha Paulo Roberto Victorio, da Matriz Comércio de Papéis Ltda.


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

MEMÓRIA Divulgação

O museu tem duas rotas que terminam na curva “Flechas de Prata – Corridas e Recordes”, onde estão expostas as lendárias Mercedes

OS 120 ANOS DO AUTOMÓVEL

A marca foi pioneira na produção de automóveis. O modelo ao lado é uma das raridades em exposição no seu novo museu.

A Mercedes-Benz acaba de inaugurar um novo museu em Stuttgart, Alemanha. São 160 veículos em 16.500 m² distribuídos em nove andares. om 160 veículos, entre os quais uma série de raridades, o novo Museu Mercedes-Benz, em Stuttgart, na Alemanha, abriu suas portas ao público no mês passado. Erguida em pouco mais de dois anos, a construção possui um design arrojado, com 16.500 m² distribuídos em nove andares. O museu é o único no mundo que apresenta 120 anos da história da indústria automotiva, que começou justamente com a Mercedes-Benz. Além dos veículos, há outros 1.500 produtos expostos no novo espaço da marca alemã, que apresenta não só o passado mas também oferece um olhar revelador sobre o que ainda deve acontecer no setor automotivo. Segundo a montadora, a dualidade pas-

C

sado e futuro também está presente na arquitetura, que foi criada no “UN studio” dos famosos arquitetos alemães Ben van Berkel e Caroline Bos. O interior do prédio foi modelado com a estrutura da espiral do DNA, que carrega os genes humanos, para ilustrar a filosofia original da marca: a invenção contínua de coisas completamente novas para manter a mobilidade, desde a invenção do automóvel até a visão, orientada para o futuro, sobre a dirigibilidade livre de acidentes. Duas rotas - Para mostrar a história do automóvel, um elevador leva os visitantes até o andar mais alto do prédio, de onde saem duas rotas em espiral, metaforicamente representando a genética da marca. Pela primeira rota, há sete “Salas

Lendárias” que contam a história da empresa em ordem cronológica. A segunda agrupa veículos em cinco “Salas de Coleção” que apresentam o variado portifólio da Mercedes-Benz através do tempo. Uma novidade é que o museu também documenta os mais de 100 anos de história de veículos comerciais da empresa, incluindo caminhões e ônibus. Os visitantes podem trocar de rota a qualquer momento. Ambas terminam na curva “Flechas de Prata – Corridas e Recordes”, onde estão expostas as lendárias Mercedes. Nesta área, também são exibidos trechos de filmes de corridas históricas. Pertences de famosos pilotos de corrida, dois simuladores e um workshop de corrida oferecem aos visitantes uma oportunidade de entrarem no fascinante mundo das competições. A exposição “A Fascinação da Tecnologia” oferece a oportunidade de uma olhada no dia-a-dia de trabalho dos engenheiros e proporciona uma espiada no futuro do automóvel. As “Salas de Coleção” mostram a variedade de veículos Mercedes-Benz de acordo com tópicos. Tem ainda a “Galeria de Ajudantes”, com produtos de combate a incêndio e serviços de emergência até veículos VIPs. Finalmente, o visitante

Final do século 18

Ônibus da marca em destaque

pode ver também a “Galeria de Heróis”, com um número incontável de veículos altamente eficientes que continuam a realizar suas atividades pelo mundo, como o Unimog, por exemplo.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de junho de 2006

GELADEIRA COM TV CUSTA R$ 20 MIL

Consumidor de alta renda gosta de ficar à vontade nas lojas para conhecer os produtos.

Fotos: Andrea Felizolla/LUZ

É UM LUXO SÓ! Cozinha de alta tecnologia para públicos exigentes Consumidores de alta renda são a aposta da LG, Bosch e Brastemp

G

eladeira com televisor acoplado na porta? R$ 13 mil. Coifa programada para se autoligar e definir a intensidade ideal de sucção? R$ 9 mil. Geladeira com puxador cravejado de cristais Swarovski? R$ 29.990. Expostos em pontos selecionados do varejo, esses são exemplos do luxo que ambienta algumas cozinhas brasileiras e que, amparado pelo câmbio favorável às importações, não pára de oferecer novidades. É um mercado para poucos, fomentado por marcas como Bosch, LG e Brastemp. Todas, cheias de novidades. Na Bosch, a geladeira com TV integrada à porta é um delas. Para a empresa, o top do luxo representa de 3% a 5% das unidades de linha branca vendidas. Com o câmbio favorável, os produtos do gênero até conseguem ser competitivos, segundo o gerente de marketing da empresa, Antonio Madaleno. E, independentemente do dólar, essas vendas contribuem para posicionar a marca no mercado, na opinião dele. "Hoje as pessoas se preocupam mais com a casa, em ter um espaço mais gostoso. Quem compra esse tipo de produto, com atributos sofisticados, quer uma cozinha diferenciada." A geladeira com TV na porta, a Bosch Image, dá bem o tom do que isso significa. Com

acabamento em inox, ela é dotada de proteção contra bactérias e traz o freezer na parte de baixo, por conta do seu uso menos intenso no dia-a-dia. O refrigerador propriamente dito, na parte superior, foi desenhado para contemplar a altura das mulheres. "E a própria televisão (uma tela de cristal líquido de 15 polegadas) pode ser puxada da porta e ajustada à direita e à esquerda, em giro de até 35 graus", descreve Madaleno. Mercado crescente – O crescimento rápido do mercado de luxo tem sido uma "surpresa interessante", comenta o diretor comercial da LG Eletronics, Ivo Lutfi. A marca iniciou suas atividades no Brasil em 2001, com a linha branca – condicionadores de ar. Os objetos de desejo dos amantes da cozinha de luxo começaram a chegar em agosto de 2005. Os produtos são importados porque não há escala que justifique a produção local. E também "para mostrar o quão tecnológicos são os produtos da LG no mundo". O refrigerador com 4,4 mil pedras de cristal Swarovski – um modelo em três portas, com freezer na parte inferior – tem muito essa função de posicionar a LG como uma marca Premium. É uma venda sob encomenda, um "produto-conceito". No Brasil, até agora, foi vendido só um exemplar. Outros produtos da linha

EDITAL

branca da LG, no entanto, já apresentam melhor desempenho. Há refrigeradores side by side, com e sem TV acoplada, com preços beirando os R$ 20 mil, além de modelos com três portas. A versão mais econômica está na faixa dos R$ 7 mil. Ao longo de 2005, a empresa vendeu 500 peças desses produtos. Nos primeiros três meses deste ano, já foram mil. Estima-se que no ano passado as marcas que atuam no segmento de alto luxo venderam, juntas, entre 8 mil e 10 mil refrigeradores side by side. Para 2006, espera-se que esse número chegue a 20 mil peças. Consumidor – Os consumidores desse tipo de eletrodomésticos são exigentes. Um pouco como o engenheiro Marco Antonio Cordeiro, que, recentemente, aproveitou uma folga na agenda de trabalho para pesquisar, no Shopping Villa Lobos, as alternativas de microondas. Cordeiro está envolvido na tarefa de montar sua nova casa. Na busca pelo microondas, a loja escolhida foi a Fast Shop, onde ele já adquiriu geladeira, fogão, lava-louça e máquina de lavar roupas. A Fast Shop é uma rede reconhecida pela sofisticação dos produtos que comercializa. Para Cordeiro, que não se considera uma pessoa sofisticada, a loja tem opções que podem ir ao encontro da sua demanda

Marco Antonio Cordeiro comprou um microondas por R$ 3.199

Consumidor de luxo procura linhas arrojadas e alta tecnologia

por design e robustez – atributos também levados em conta para a compra dos outros eletrodomésticos. Na loja, entre os produtos expostos, o que mais o atraiu combinava a função de microondas com a de forno elétrico. Nesse caso, quatro vezes mais rápido que o produto convencional, segundo o vendedor. É o Solardom, da LG. A versão em titânio custa R$ 3.199 e, até agora, foi a peça que mais se aproximou do estilo da cozinha que Cordeiro montou. Consumidores como ele gostam de receber amigos e vê-

COMUNICADOS

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

REABERTURA DE PRAZO PREGÃO PRESENCIAL Nº 038/2006 Objeto: Aquisição de equipamentos de informática para todas as secretarias municipais, subprefeituras e outros.Considerando que na publicação do dia 27 e 28 de maio de 2006 de reabertura de prazo, não ficou registrada a data de processamento do pregão, visando a ampla competição, em obediência ao prazo mínimo legal, fica designada a seguinte data para a reabertura do certame, para ocorrer no dia 27 de junho de 2006 às 08:30 horas, mantidas as demais condições, inclusive a observação de que a sessão, caso se prolongue para horário superior ao expediente da prefeitura, será suspensa e retomada no dia seguinte às 08:30 horas. Eliane B. Abreu de Souza - Pregoeira.

AVISOS DE LICITAÇÕES PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP

Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Presencial nº 013/06 Objeto: Aquisição de material esportivo. Edital disponível no site: www.guaratingueta.sp.gov.br. Local sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75, Centro-Guaratinguetá. Data da sessão: 28.06.06, às 09:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 5,00. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP

Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 049/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de tubos de concreto. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de Compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 22/06/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 10:00 horas do dia 27/06/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 11:00 horas às 12:00 horas do dia 27/06/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.

DECLARAÇÃO À PRAÇA

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 9 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência: Requerente: WW Sports Importadora, Exportadora e Comercial Ltda. - Requerido: Richelieu Rodrigues Durais - ME - Av. Cursino, 15 – loja 09 - 02ª Vara de Falências Requerente: SP Comércio de Carnes Ltda. - Requerido: E. A. Ribeiro Açougue - ME - Rua Adão Manoel da Silva, 25 - 02ª Vara de Falências Requerente: Lanifício Brooklin Ltda. - Requerido: Raone Comércio de Teci-

dos e Confecções Ltda. - Rua Almirante Barroso, 714 - 02ª Vara de Falências Requerente: Villares Metais S.A. - Requerido: Palpin Comércio e Serviços Ltda. – ME - Rua Padre Feliciano Domingues, 177 - 01ª Vara de Falências Requerente: Villares Metais S.A. - Requerido: J&J Fasteners Comercial Imp. e Exportação Ltda. - Rua África do Sul, 324 - 02ª Vara de Falências

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ASSISTÊNCIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL Comunicado nº 07/SMADS/GAB/06, de 20 de fevereiro de 2006 A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, SMADS, comunica seu interesse em receber doação dos bens móveis e de consumo abaixo relacionados, para utilização específica na implantação de novos serviços de assistência social na cidade. Nos termos previstos no § 2º do artigo 1º do Decreto nº 40.384, de 03 de abril de 2001, os doadores poderão propor, às suas expensas, a inserção de seu nome nos objetos doados. As doações, após aprovação e aceitação da SMADS, serão formalizadas com observância do modelo de Termo de Doação previsto na Portaria SF 73/97 e os bens móveis, nos termos da lei, serão devidamente incorporados aos bens patrimoniais da PMSP. As pessoas físicas e jurídicas que pretenderem realizar a doação dos bens abaixo relacionados poderão apresentar sua proposta por escrito à Supervisão Geral de Administração da SMADS, situada na Rua Líbero Badaró, 569 - Centro. Para obter informações ligar para 3291-9711 ou 3291-9710 e/ou fax 3291-9707. Relação dos bens móveis e de consumo de interesse da SMADS para receber em doação. Material Quantidade Andadores 20 Aparelhos de DVD 03 Aparelho de Fax 03 Aparelho de Som Micro-System 03 Aparelho Telefônico 03 Aquecedor de Ar 07 Armário de aço de 02 portas com Dobradiças 03 Arquivo de Aço com 04 Gavetas 06 Armário de Cozinha (Kit) 06 Banheira para Bebê 20 Batedeira Semi-Industrial 04 Bebedouro Elétrico 03 Beliche de Aço Tubular Adulto 24 Berços 25 Botijão de Gás de 13 Kgs 06 Cadeira Anatômica Empilhável Adulto 80 Cadeira Anatômica Empilhável Criança 50 Cadeirão de Bebê 20 Cadeira de Escritório Giratória sem apóia-Braços 06 Cama Infantil 20 Câmera Digital 03 Chiqueiro (Quadrado) 15 Circulador de ar 45 cm 12 Chuveiro Elétrico de Plástico 12 Colchões Adulto 50 Colchões para Berço 31 Colchões para Cama Infantil 20 Colchonetes 30 Coletora de lixo de 100L de Plástico 12 Computador 06 Cortador de Carne Semi-Industrial 04 Espelhos 12 Extrator de Frutas Semi-Industrial 04 Estante de Madeira para Sala de Estar 03 Esterilizador de Mamadeiras 06 Ferro para Passar Roupas - A Vapor 06 Fogão Semi-Industrial 4 queimadores 03 Forno Microondas - 30 l 03 Freezer 03 Geladeira Doméstica 06 Guarda-Roupa de Madeira de 02 portas com Cabideiros, Gavetas e Prateleiras 36 Impressora 06 Inalador/Vaporizador 06 Jogos de Sofá de 02 e 03 Lugares 06 Lavadora de Roupas Doméstica 06 Liquidificador Semi-Industrial 4L 04 Mesa para Refeitório Adulto 18 Mesa para Refeitório Criança 10 Mesas de Escrit. com Estrut. de Ferro e Tampo de Madeira com duas gavetas 06 Moedor de Carne Semi-Industrial 04 Panela de Pressão 06 Prateleiras de Aço 30 Secadora de Roupas (A Gás) 06 Táboa para passar roupas 06 Televisor 29” Marca Panasonic 03

em na cozinha uma parte importante da casa. São pessoas que gostam de cozinhar, apreciam a boa mesa, um bom vinho e têm por hábito viajar. Para eles, é preciso oferecer um atendimento personalizado, deixá-los à vontade na loja e conhecer profundamente o produto – para supri-los com as informações, quando elas forem solicitadas. Luxo acessível – "O mercado classe AAA, no Brasil, é muito interessante, avançado em design e tecnologicamente. É um mercado top, concentrado basicamente em São Paulo",

ATAS

analisa o gerente-geral de marketing da Brastemp, Jerome Cadier. Mas é um mercado pequeno. O que Cadier mais vê crescendo, no entanto – "e que eu ouso chamar de luxo" – é algo um pouco mais acessível. Foi para ocupar esse espaço que a Brastemp lançou a linha sexto sentido, com produtos na faixa de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Exceto pela coifa, de R$ 9,9 mil, por conta da tecnologia muito sofisticada que a move. O equipamento fica no modo de espera e se auto-liga, quando necessário, definindo a intensidade ideal de sucção. Esse "sexto sentido" ampara toda a linha desses produtos. Cadier explica que os produtos, como ocorre na linha de alto luxo, também foram concebidos para clientes que gostam de receber amigos, de cozinhar. É um público que cada vez mais integra os espaços da sala ao da cozinha, aprecia equipamentos em inox e valoriza o design. A linha sexto sentido é consumida por uma classe média alta e também por uma parte da classe B. Ten dê nc ia s – Modernidades, como a geladeira que se integra com um televisor, repetem uma tendência que já avançou bastante na chamada linha marrom. A televisão com internet é um exemplo dessa interação. "Não temos clientes de linha branca, mas sei que existe uma grande convergência acontecendo", comenta o gerente de comercialização do Genius Instituto de Tecnologia, Fábio Marraccini. A empresa é especializada em pesquisa e desenvolvimento de inovações tecnológicas. Na linha branca, ele analisa que a demanda por produtos top em tecnologia tende a crescer, mas que o formato dessa interação ainda não está definido. Por enquanto, ainda é um consumo restrito aos consumidores de alto poder aquisitivo. Marraccini lembra que a interligação dos equipamentos exige que o manuseio dessas novas tecnologias seja mais " intuitivo e amigável", ou seja, fácil de usar e acessível a todos os públicos. Fátima Lourenço


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO Não tenho ciúme, mas fico de olho nele! Quero deixá-lo concentrado, quero gols e que Ronaldo seja o artilheiro do Brasil.

segunda-feira, 12 de junho de 2006

Logo Logo

Raica Oliveira, namorada de Ronaldo, atacante da Seleção, em entrevista ao Fantástico

JUNHO

www.dcomercio.com.br/logo/

12 Recolhimento de ICMS, ISS e IRPJ Dia dos Namorados

P RÊMIO M EIO AMBIENTE

Toneladas de gases a menos Um mecanismo da Organização das Nações Unidas (ONU) para incentivar o uso de fontes de energia renováveis em países pobres deve ajudar a reduzir a emissão de gases que causam o efeito estufa em mais de um bilhão de toneladas até 2012. O mecanismo faz parte do Protocolo de Kyoto e inclui mais de 800 projetos, como os de usinas de força que usam bagaço da cana no Brasil. Segundo o secretariado, mais de 200 projetos de energia limpa foram criados a partir do programa, conhecido como Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM). Pelo CDM, os países ricos podem

investir em fontes de energia renováveis em países em desenvolvimento - tais como usinas hidroelétricas na Guatemala ou em projetos de absorção de metano na China - e depois usar esses créditos para as emissões domésticas de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono (derivado da queima de carvão e gasolina, por exemplo). As emissões anuais de gases do efeito estufa decorrentes de atividades humanas principalmente da queima de combustíveis fósseis - superam 25 bilhões de toneladas. Cerca de um quarto desse montante vem dos EUA.

Cinema, aspirinas e urubus Filme de Sérgio Machado está em mais de 20 mercados internacionais

O

filme Cinema, Aspirinas e Urubus já a c u m u l a 3 1 p r êmios em festivais nacionais e internacionais, após sair como o grande vencedor da segunda edição do Festival de Cinema dos Países de Língua Portuguesa, o Cineport, encerrado no sábado na cidade de Lagos, a sul de Portugal. O longa do pernambucano Marcelo Gomes recebeu cinco prêmios: roteiro (Marcelo Gomes, Paulo Caldas e Karim Aïnouz), direção de arte

(Marcos Pedroso), produtor (João Vieira), ator (João Miguel) e de melhor filme. O Brasil teve participação marcante no festival. Cidade Baixa, outro longa com boa carreira internacional, levou o prêmio de ator coadjuvante, para José Dumont. O filme de Sérgio Machado está em mais de 20 mercados internacionais, na Europa, Ásia e, nos EUA estreará em cerca de 30 cidades. Dira Paes foi premiada como atriz pela participação no longa-metragem 2 Filhos de Fran-

Copa

T ELEVISÃO

cisco, de Breno Silveira. O Brasil levou ainda os prêmios de animação em digital por Historietas Assombradas para Crianças Malcriadas, de Victor Hugo Borges, documentário em digital (Fala Mulher, Kika Nicolela e Graciela Rodriguez); documentário e produção para documentário (Isabel Martinez por Soy Cuba, o Mamute Siberiano); diretor de documentário (Miguel Faria Jr., por Vinícius); figurino (Vida de Menina) e filme infantil, com Didi, O Caçador de Tesouros. (AE)

O vice-presidente do Irã, Mohammed Aliabadi, foi ao estádio em Nuremberg acompanhar a partida da seleção de seu país.

Torsten Silz/AFP

BBB chinês espiona pandas

E M

amantes dos pandas de todo o mundo possam tirar fotos usando as câmeras da Internet, após passarem por um questionário de conhecimentos sobre pandas", disse a agência. Os pandas em habitat natural estão saindo da extinção, mas ainda há muito com que se preocupar -- em grande medida, por causa das grandes dificuldades de procriação. Apenas cerca de 1.600 pandas vivem na natureza em habitat natural. As imagens podem ser vistas também pela internet.

L

A China instalou webcams nas montanhas enevoadas da província de Sichuan para que pessoas no mundo todo possam espionar os pandas em vida natural. O Centro Wolong de Conservação e Pesquisa de Pandas Gigantes, que abriga 154 pandas selvagens e cerca de 80 pandas criados em cativeiro. A "PandaCam" irá ao ar por 4 períodos de 20 minutos por dia, dando um pouco de privacidade aos animais nos finais de semana, disse a agência de notícias Xinhua na sexta-feira. "O site abriu uma versão em inglês para que os

SOMBRERO E ÁGUA FRESCA – Torcedores mexicanos descansam do lado de fora do estádio Franken, em Nuremberg, antes da primeira partida do grupo D na Copa do Mundo da Alemanha, na qual a seleção mexicana enfrentaria o Irã. Pelo placar de 3 a 1, a partida foi vencida pelo México, que deve disputar com Portugal a classificação para a próxima fase.

DOLORES 'Cavalheiro do século 19'

MARÍA ESTHER VÁSQUEZ

B ATE-PRONTO

o próxima quarta-feira, a Argentina vive o luto de 20 anos da morte de seu escritor mais importante, Jorge Luis Borges. María Esther Vázquez, que foi sua assessora nos anos 50, quando, já cego, ele dirigiu a Biblioteca Nacional da Argentina, fala da obra e da genialidade do escritor. María Esther é autora da biografia Borges: Esplendor e Derrota e o define como "um cavalheiro do século 19".

N

Viajando tranqüilo pelo País

Para aqueles que acreditam que nada supera o vinil em qualidade auditiva, a Laser Turntable é um sonho que virou realidade. O aparelho da ELP toca discos de vinil, usando um raio laser no lugar de agulha. A máquina tem um controle remoto que permite pausar e avançar as faixas. Custa US$ 15.000 nos EUA.

Informações das estradas brasileiras, mapas e distâncias, multas, endereços eletrônicos dos Detrans em cada estado, pedágios, localização de postos das polícias rodoviárias estaduais e federal, imagens de radares e câmeras online. Estes são apenas alguns serviços do site Estradas, que traz ainda informações sobre logística, legislação, transportadoras e até hospedagem. Fácil de consultar, o site é um ótimo auxiliar em viagens, para consultar antes de sair de casa.

www.elpj.com/main.html

www.estradas.com.br

A TÉ LOGO

mensões universais. Não diria que foi apenas cosmopolita. Foi um escritor universal. Ao contrário do que ocorreu com muitos outros autores do século 20, a obra de Borges não foi levada ao cinema. Qual é o motivo? Não seria possível. Era um escritor que jogava com a linguagem escrita de tal forma que seria intransponível para a linguagem cinematográfica. Ele começou na poesia, como todos nós fazemos, e depois passou para a prosa. Foi a cegueira que o levou à poesia de novo, nas últimas décadas da

Falando em poesia, ainda hoje, duas décadas depois de sua morte, o poema Instantes, de autoria da poetisa americana Nadine Stair, no qual se faz uma longa enumeração de atitudes que tomaria diante da vida, caso pudesse viver cada dia novamente, continua sendo atribuído a Borges... Borges nunca escreveu isso. Foi piada de algum estudante. Nesse texto há palavras que jamais teria usado, como "habas" (favas), típicas de um espanhol, mas jamais de um argentino. Isso aparece, por exemplo, no verso "comeria mais sorvete e menos favas". Além do mais, é um péssimo poema. No entanto, conhecendo Borges como o conheci, imagino que ele, se soubesse da existência desse poema apócrifo, teria achado muito divertido. (AE)

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Ajuste fiscal entre 2002 e 2005 foi obtido sobre fundamentos ruins, mostra levantamento Não haverá mais repasses do governo federal ao MLST, afirma ministra Dilma Rousseff

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Pick-up toca discos de vinil com laser

O escritor Jorge Luis Borges

vida, já que era mais fácil memorizar um poema do que um conto, até que ele encontrasse alguém a quem ele pudesse ditar.

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F AVORITOS

Em Fundação Mítica de Buenos Aires, Borges diz que a cidade "é tão eterna como a água e o ar". Mas diversos contos seus situam-se fora de Buenos Aires. Ele é um bardo portenho ou o primeiro grande escritor cosmopolita argentino? Borges foi o poeta que descobriu a cidade de Buenos Aires e fala sobre ela. Usava palavras típicas dos argentinos nos poemas Os assuntos que tratava é que vão além das fronteiras, ultrapassam nacionalidades, atingem di-

Jorge Araújo/Folha Imagem

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G @DGET DU JOUR

A Orquestra Giovanile Italiana, formada por 64 jovens instrumentistas, apresenta-se em prol da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (Tucca). No programa, Serenata para um Satélite, de Bruno Maderna, Concerto em Ré Menor para Piano e Orquestra Op. 15, de Brahms, e a Sétima Sinfonia de Beethoven. O regente é Roberto Abbado e ao piano, Simone Pedroni. Teatro Cultura Artística, Sala Esther Mesquita. Rua Nestor Pestana, 196, centro, tel.: 3258-3616. Terça (13), 21h. R$ 30 a R$ 70. B RAZIL COM Z

O mestre da bossa nova O jornal britânico The Independent publicou no fim de semana um extenso artigo sobre a bossa nova brasileira, aproveitando a presença do músico brasileiro Sérgio Mendes, "o mestre da bossa nova", na Inglaterra. Mendes, que há 40 anos se apresentou no país pela primeira vez, agora lançou para o público britânico um novo CD em parceria com o grupo de hip-hop Black Eyed Peas. Aos 64 anos, o single levou Mendes às paradas de sucesso britânicas. No próximo dia 23 de julho, ele será a estrela de um concerto na casa de shows Barbican, de Londres. O jornal aproveita o sucesso de Sérgio Mendes e revisita a biografia de outros nomes da bossa nova, como Antonio Carlos Jobim, João Gilberto, Baden Powell de Aquino e Carlos Lyra.

Templo de 1.400 anos muda de lugar

C A R T A Z

Izzy Gordon (foto). Sobrinha de Dolores Duran, revive composições e interpretações da compositora (Por Causa de Você; Noite do meu Bem). Bleecker St. Rua Inácio Pereira da Rocha, 367. Telefone: 3032-3697. 23h30. R$ 15.

Giovanile toca no Cultura Artística

C HINA

www.pandaclub.net

A noite de Izzy

C ONCERTO

Aterros sanitários desativados continuam poluindo e expondo a população a riscos

Um templo da Dinastia Tang foi transferido pedra a pedra para um local um quilômetro distante do seu lugar original para permitir a construção de uma rodovia na província de Henan, no centro da China. Em cinco meses, as 3.500 toneladas de pedras do Templo de Ciyuan foram levadas de um local para outro. O templo foi construído no início da Dinastia Tang e reformado durante a Dinastia Qing (1644-1911). Os operários tiveram que carregar todas as pedras e madeiras que formam o templo, de 9 metros de altura, trabalhando em turnos em um terreno com muitas ondulações. M ÍDIA

Internet, preferida no trabalho Levantamento da Online Publishers Association (OPA) mostra que a internet já é a mídia preferida no trabalho e a segunda opção nas residências. A empresa monitorou 350 pessoas nos EUA por 13 horas seguidas e gravou todos as atividades delas a cada 15 segundos. Enquanto a internet, a única mídia listada entre as duas principais tanto no trabalho como em casa, tem alcance de 54,6%, a televisão aparece em seguida, com 21,1%. A pesquisa revelou também que apenas 8% da publicidade é realizada pela internet, mas o meio de comunicação é responsável por 20% a 25% do consumo da mídia.


São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

D C A R R O 11

REESTILIZAÇÃO Divulgação

PICASSO GANHA NOVO VISUAL NA EUROPA Além do novo design, a minivan da Citroën passará a ter duas opções de tamanho. A maior, com 4,51 metros, vai acomodar sete pessoas.

O Picasso europeu ganha nova grade e faróis mais envolventes Divulgação/Citroën

ANTÔNIO FRAGA E JOEL LEITE

avalia que para atingir o seu objetivo de continuar crescendo localmente precisa ampliar sua linha de produtos. Seu objetivo é vender 100 mil unidades/ano até 2010, quando o mercado brasileiro como um todo deverá estar absorvendo 2,1 milhões de veículos.

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epois de uma longa carreira, o Citroën Picasso prepara-se na Europa para a sua primeira reestilização. Seguindo o novo design adotado nos demais modelos da marca francesa, iniciado com o C4, o Picasso ganha na frente a abertura de refrigeração entre dois frisos metálicos, onde com muito estilo sai o logotipo da marca. Novos faróis e pára-choques completam as alterações na dianteira. Na traseira, além de novas lanternas, a tampa também recebe várias mudanças. Duas versões - Os motores do modelo reestilizado serão os mesmos já utilizados no Picasso atual, só que com ligeiras atualizações tecnológicas, que os tornam mais potentes. Além do design, a maior novidade é a possibilidade de o consumidor poder escolher duas plataformas: uma longa e outra curta. A versão longa terá 4,51 m e poderá acomodar até sete passageiros confortavelmente, graças às três fileiras de bancos. Já a curta continua com cinco lugares e 4,40 m de comprimento. Brasil - O Picasso foi o primeiro veículo produzido pela Citroën no Brasil e, ao menos por enquanto, a empresa não fala sobre a possibilidade de o modelo reestilizado vir para o País. Mas a marca francesa não esconde seus projetos de expansão local, a fim de dar continuidade ao bom desempenho que

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No Brasil, o Picasso é produzido em Porto Real (RJ). As vendas da Citroën no País estão em expansão.

vem registrando este ano. Contra uma média mensal de 2.267 unidades vendidas internamente no ano passado, registra 2.800 carros/mês em 2006. Em maio a montadora francesa bateu seu recorde histórico, com 3.485 carros comercializados. Se pegarmos o histórico da montadora, veremos que ela tem aumentado bastante sua participação no mercado desde 2000, ano em que tinha apenas 0,62% do bolo. Este número foi crescendo ao longo desta década e, no acumulado dos primeiros cinco meses deste ano, detém 1,96% do mix. Seu objetivo é chegar a 40 mil carros produzidos este ano, nível que representará a ocupação total da sua capacidade instalada no Brasil. Por conta disso, a montadora já começa a estudar a implantação do terceiro turno da fábrica da

PSA no Rio de Janeiro, em Porto Real, o que deve acontecer entre 2007 e 2008. A Citroën tem um planejamento até 2010, que envolve investimento de US$ 400 milhões, com o lançamento de um carro novo a cada ano. Os modelos não vão substituir os produzidos atualmente pela marca francesa no País. A empresa

Expansão da rede - O que justifica todo esse investimento é o fato de a Citroën ter começado a ganhar dinheiro em 2006. A principal razão de crescimento de uma empresa é sua capitalização e sua presença em todo o território nacional. Por isso, dentro do projeto de mais do que dobrar as vendas da marca até 2010, também está a expansão da rede. Em 2006, a empresa vai estar em 61 cidades, com um total de 82 concessionárias. Em 2010, serão 99 municípios, com 120 revendas. Quer dizer, vai crescer a quantidade de concessionárias, mas vai aumentar muito mais o número de cidades com representação da marca.


segunda-feira, 12 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Finanças Tr i b u t o s Empresas Nacional

ÁLCOOL A Shell começou a exportar álcool do Brasil para empresas do grupo nos EUA

PAGAMENTO DA VARIG SERÁ TODO EM DINHEIRO

Ó RBITA

TRABALHO O Brasil é exemplo de boa prática no combate ao trabalho infantil, diz OIT

Newton Santos/Hype

LIVRO PRESTIGIA EMPREENDEDORES

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A fundada a Associação Comercial e Empresarial de Osasco (ACEO). A edição, coordenada pela jornalista Mara Danusa, representa também, segundo o presidente da ACEO, Paulo Contin, uma homenagem aos 13 ex-presidentes da

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entidade. O lançamento contou com a presença do prefeito de Osasco, Emídio de Souza (PT), e uma homenagem ao tenentecoronel Jorge Luiz Pereira, comandante regional do CPA-M8, que recebeu uma réplica do Marco da Paz. Sérgio Leopoldo Rodrigues

RESERVA DE AÇÕES DO BB

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omeça hoje para os pequenos investidores o período de reserva de ações do Banco do Brasil (BB), que estão sendo colocadas à venda por meio de oferta pública. Os interessados poderão investir entre mil reais e R$ 300 mil até o próximo dia 23. Apesar da turbulência vivida pelos mercados financeiros nas últimas semanas, especialistas acreditam que é um bom negócio comprar as ações do Banco do Brasil (BB) que estão sendo

FERRO China pode tomar o lugar do Japão como determinador dos preços do minério de ferro no mercado asiático, disse ontem o diretor-executivo da área de ferrosos da Vale do Rio Doce, José Carlos Martins, em entrevista ao programa Inside Business, da TV ABC da Austrália. Segundo ele, a China ficou atrás do Japão na posição de firmar contratos neste ano porque não foi "tão rápida" e ainda não se acostumou às negociações do mercado.

MORDIDA DO LEÃO NO CONSUMO CRESCE 89% EM 10 ANOS Arquivo/DC

ORÇAMENTO governo estuda a possibilidade de estabelecer, por meio da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), metas de superávit primário compulsórias por vários anos para evitar a pressão por gastos em períodos eleitorais. A proposta foi discutida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante um encontro com ministros do G-8, grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia, no fim de semana. (AE)

Os tributos sobre o consumo representaram 20,79% do PIB em 2005

Nos primeiros quatro meses, R$ 63 bilhões arrecadados vieram do bolso do consumidor

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s empreendedores merecem ser prestigiados e reconhecidos pela sociedade. "Pois eles serão os agentes de um País mais próspero economicamente e mais justo socialmente", disse Alencar Burti, presidente-interino da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), durante lançamento do livro "Visão Empresarial da História de Osasco", na última sexta-feira. O livro mostra a relação entre o crescimento do município com seus empreendedores desde 1962, quando foi

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colocadas à venda por meio de oferta pública. Em média, os cálculos do mercado apontam para um potencial de valorização das ações entre 20% e 25% até o fim do ano. Quem optar pelo investimento, no entanto, tem de ter em mente que se trata de uma aposta de longo prazo, como normalmente acontece com as aplicações de renda variável. A venda de 5,5% do capital total do BB é uma tentativa de elevar a liquidez dos papéis no mercado. (AOG)

SAÍDA PARA A ALCA

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entrada da Venezuela no Mercosul e a falta de iniciativa brasileira para impedir a grave confrontação entre a Argentina e o Uruguai, ambos sócios do acordo regional, em torno da construção de fábricas de celulose em território uruguaio, convenceram os governos dos Estados Unidos e de outros países da região a estudar um plano alternativo de integração regional que produza alguns

dos efeitos imaginados para a congelada Área de Livre Comércio das Américas, a Alca, sem o Mercosul. Em lugar de esperar por um acordo na Rodada Doha – que será acanhado, se sair – e, então, recolocar para o Brasil e seus sócios do Cone Sul o projeto da Alca, como se pensava fazer na administração americana, discute-se agora a criação de uma associação dos acordos de comércio compatíveis existentes no hemisfério. (AE)

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Negociação entre Brasil e Bolívia não avança

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Analistas internacionais avaliam que turbulência não atinge Brasil

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Edição deste ano do Fashion Rio registra 20% mais negócios

arrecadação tributária federal sobre o consumo no primeiro quadrimestre de 2006 é a maior dos últimos dez anos. Isso faz com que o Brasil fique na contramão dos países desenvolvidos e promova concentração de renda com sua política fiscal. Essa conclusão é do Departamento de Estudos Técnicos do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Unafisco), que analisou os dados relativos aos quatro primeiros meses de cada ano no período de 1997 a 2006. A Unafisco fez seu estudo com base nos dados da Receita Federal. Segundo o levantamento, a carga tributária federal sobre o consumo, mesmo descontada a inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), cresceu 89% nos últimos dez anos. Nos primeiros quatro meses deste ano, R$ 63,1 bilhões arrecadados vieram de tributos diretos ou indiretos sobre o consumo. "O problema é que o Brasil adotou um sistema tributário que concentra a cobrança dos tributos no consumo, principalmente nas famílias de menor renda. Isso é injusto e vai na contramão do que os países desenvolvidos, sobretudo os europeus, estão fazendo. Lá existe a consciência de que a política tributária pode ter a função de distribuir renda", afirma Clair Hickmann, diretora de Estudos Técnicos da Unafisco.

Maciel: críticas ao estudo

Os números de 1996 a 2005 comprovam que aumentou a participação dos impostos sobre o consumo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Segundo a Unafisco, os tributos sobre o consumo das três esferas do governo representaram 20,79% do PIB em 2005. O percentual era de 17,24% do PIB em 1996. A conseqüência dessa estrutura tributária é sentida diretamente pelas famílias com renda de até dois salários mínimos, segundo a Unafisco. A entidade lembra que essas famílias arcam com uma carga tributária indireta de 46% da re n d a f a m i l i a r, e n q u a n t o aquelas com renda superior a 30 salários mínimos gastam 16% da renda em tributos indiretos, conforme dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE de 2002/2003.

Esse aumento de impostos começa a ser sentido pela população. Para a gerontóloga Cristina Fogaça, 50 anos, moradora da Zona Sul de São Paulo, a alta dos tributos faz com que ocorra um comprometimento cada vez maior do orçamento doméstico com o consumo. " Vemos que a inflação está sob controle, mas cada vez gastamos mais para consumir. Acredito que isso ocorre por causa do aumento dos impostos", ressalta. A Unafisco mostra ainda que a soma da carga tributária federal sobre a renda dos trabalhadores e dos consumidores equivaleu a 65% da arrecadação da Receita Federal no 1º quadrimestre deste ano. Ou seja, dos R$ 118,7 bilhões arrecadados no período, R$ 77,6 bilhões foram de impostos sobre a renda e o consumo. A Receita preferiu não comentar o assunto. No entanto, o estudo da Unafisco recebe críticas de especialistas. A primeira é que esse crescimento é natural, já que o Brasil apresentou neste ano um crescimento do PIB puxado justamente pelo consumo, que subiu 4% no 1º trimestre em relação aos últimos três meses de 2005. A outra crítica é sobre a metodologia. Para o ex-secretário da Receita Everardo Maciel, o estudo é incorreto — ao incluir tributos como PIS/Pasep e IOF como incidentes sobre o consumo — e desnecessário. (AOG) Leia mais sobre tributação no consumo na Eco/5

NV esclarece compra da Varig

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consultor econômico da entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Paulo Rabello de Castro, disse ontem que, embora a NV Participações – que representa a TGV – tenha prestado "todos os requisitos" necessários sobre a proposta de comp r a d a c o m p a n h i a a é re a , "qualquer esclarecimento solicitado pelo juiz vai ser prestado". "Se alguma coisa está obscura, vai ficar clara". Na sexta-feira, o titular da 8º Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig, convocou a NV a prestar esclarecimentos sobre a proposta. No leilão da empresa, realizado na quinta-feira, dia 8, a TGV

ofereceu R$ 1 bilhão pela companhia aérea. Segundo Castro, após o anúncio da proposta no pregão, houve uma audiência judicial na qual ele mesmo esclareceu detalhes. Ele nega que a proposta dos trabalhadores inclua apenas uma parcela em dinheiro vivo, de R$ 285 milhões. "É tudo em dinheiro vivo, à vista ou quase à vista", disse. Castro informou que a parcela inicial de R$ 225 milhões de dívidas da Varig com os empregados (créditos concursais) também é em "dinheiro vivo". De acordo com ele, o mesmo ocorre em relação aos R$ 500 milhões em debêntures. "Na realidade, a questão das moedas é algo imaterial. O lance ofertado está de acordo com o

que foi solicitado no edital". Amanhã, a NV deve efetuar o depósito de U$ 75 milhões, previsto no edital. Se o investidor necessitar de mais 30 dias, terá de depositar mais U$ 50 milhões. O valor proposto pela empresa para a aquisição da Varig será usado para a cobertura de despesas correntes, como estabelece o edital. Vô o s – N o f i n a l d e semana, uma série de vôos da Varig foram cancelados ou atrasaram. Um dos vôos foi cancelado quando o avião já estava em taxiamento na pista, se preparando para a decolagem. Segundo a Varig, o que ocorreu foi um "movimento normal da aviação, com cancelamentos e reprogramações de vôos". (Agências)


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Na boca do carrapato Mesmo lucrando bilhões, os bancos reduzem o número de funcionários e aumentam o tamanho das filas.E ainda queriam ficar fora do CDC

s jornais publicaram no início deste ano o G Os bancos lucro dos bancos em 2005. O lucro dos seis lucrarão nos três principais - Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, últimos trimestres CEF, Santander e Unibanco - somou R$ 20.519 bi- R$ 25.256 bilhões. lhões. Somando apenas Bradesco e Itaú, totalizou O que a sociedade R$ 10.764 bilhões, ou 57% daquele total. Já no priganha com isso? meiro trimestre de 2006, o lucro do Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Unibanco e Santander somou R$ Nada. 6.314 bilhões. Projetando esse valor para os três próximos trimestres, o lucro total chegará em R$ 25.256 G Estes juros são bilhões. O que a sociedade ganha com isso? Nada. imorais e ajudam O leitor poderia argumentar que eles pagam a aprofundar muito imposto. Engano, quem paga o imposto é a o gigantesco fosso sociedade. Estes lucros imorais são obtidos graças à entre ricos prática de juros extorsivos contra toda a sociedade, e pobres. desde um simples correntista assalariado à indústria, comércio, prestadores de serviços, etc. Estes ju- G Como se explica ros imorais, repito, ajudam e muito a aprofundar o a atitude e o gigantesco fosso entre os ricos e pobres desta socieempenho da dade. Por acaso distribuem renda? Não. Geram empregos ? Não. Muito pelo contrário. Na década de Febraban junto ao 70, os bancários eram aproximadamente 800 mil, STF para que o hoje não passam de 225 mil, com tendência de Código do maior redução dos postos de trabalho. As agências Consumidor não trabalham hoje com reduzido número de funcioná- fosse aplicado aos rios, gerando filas e perda de tempo dos usuários, bancos? correntistas ou não. A ganância dos banqueiros não tem limites, pois até estacionamento é cobrado do usuário/correntista. Quanta falta de ética. Aliás, nem sei se eles sabem o que é isso. Recentemente assistimos a briga do Bradesco para comprar uma operadora de cartão de crédito por 452 milhões de dólares, segundo o noticiário. Uma ninharia, diga-se de passagem, que será recuperada num passe de mágica, já que este segmento é uma verdadeira mina de ouro. A operadora cobra do comerciante 10% a título de taxa de administração, ou repasse, ou liberação, e mais de 8 a 12% do associado se este Mande seu comentário para doispontos@ cometer a sandice de pagar apenas parte da fadcomercio.com.br tura; acredite, grande parte da sociedade o faz.

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economia brasileira não está crescendo o que devia e nem o que poderia crescer se não estivesse atrelada a uma política monetária pouco inteligente. Vamos ter um PIB este ano 4% maior do que em 2004, ou talvez 4,5%, mas é um crescimento claramente insatisfatório e nos mantém em condição de inferioridade em relação aos nossos concorrentes. Os emergentes que competem conosco no comércio exterior vão chegar ao final de 2005 crescendo no mínimo 6%, a maioria mais do que 6,5%, o que significa que vamos entrar atrasados em 2007 mais uma vez ... De outro lado, não representa grande coisa o anúncio "comemorativo" da redução da taxa básica de juro para 15,25 % ao ano, "a menor desde julho de 1994". Em primeiro lugar porque não é o juro real de mercado. Este tem que ser calculado deduzindo da Selic a taxa

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Li neste jornal que o candidato José Serra "foi aclamado por platéia de 700 empresários". Na continuação, ele dava suas "diretrizes" para o desenvolvimento do País: Elevadas taxas de juros /quando ele participou do governo FHC (que praticou juros estratégicos), nunca os questionou. Câmbio desfavorável / na época (19982002) a supervalorização do real quase transformou em sucata o parque industrial nacional. Carga Tributária /era igual a de hoje em dia. Investimento em Infra-estrutura / ele se esqueceu do "Ministério do Apagão", único na história do País? O que esse senhor propõe é pura balela: ele já foi governo e nada fez!

Não é uma maravilha receber de uma única operação até 22% ao mês? Alguns bancos, talvez para aplacarem a dor de consciência (se é que eles têm), por causa da ganância pelo lucro, patrocinam eventos ditos culturais e atividades de arte, cujos custos podem ser abatidos do IR. Novamente é a sociedade quem paga. Essas atividades representam apenas uma migalha daquilo que é arrancado da sociedade, além do que atingem apenas as classes mais favorecidas. Por oportuno, menciono um fato: a Folha do dia 18/05 publicou uma reportagem sobre uma mulher que sustenta 12 pessoas com R$ 95,00 do Bolsa-Família. Que país maravilhoso é o Brasil! Onde estão os banqueiros? Onde está a elite que ganha bilhões às custas da sociedade, apenas vendendo dinheiro? Por outro lado, o governo federal usa este mesmo Sistema Financeiro para complementar seu caixa, pagando também juros imorais, privando a sociedade dos mais simples serviços a que ela tem direito, tais como educação, saúde, estradas decentes, portos modernos e segurança. Segurança, o que é isso mesmo? A sociedade vê o Sistema Financeiro como um grande carrapato grudado em suas costas, sugando seus recursos e os do Tesouro Nacional como uma sanguessuga, a lhe exaurir as últimas forças, cobrando uma "carga tributária" abusiva. No relacionamento dos bancos com a sociedade existe um lado que aplica de modo implacável a famigerada "Lei de Gerson" (que me desculpe o jogador), levando vantagem em tudo. Senão, como se explica a atitude e o empenho da Febraban junto ao STF para que o CDC-Código de Defesa do Consumidor não fosse aplicado em nosso relacionamento com os bancos? Ninguém precisa responder, todos sabemos qual é o lado mais fraco. Será que algum dia isso mudará ? Muito difícil. Pobre sociedade. Pobre Brasil. EDSON ARAUJO EDSON.ARAUJO@BES.ADV.BR

ANTONIO DELFIM NETTO

SÓ PARA NÃO CONTRARIAR... Banco Central poderia ter continuado o declínio da taxa de juros com um pouco mais de vigor, reduzindo a Selic 0.75 e não apenas 0.50, como aconteceu semana passada. Muitas pessoas estão convencidas (eu, mais que todas) que havia espaço para uma redução maior, já que não subsiste nenhuma dúvida que a expectativa é de queda da inflação.

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Cortes menores na Selic diminuem os postos de trabalho

obrigação da autoridade monetária é observar o que acontece com a inflação no Brasil. É este o indicador que ele tem que seguir e, neste momento, a expectativa é de uma taxa de inflação abaixo da meta fixada pelo governo. Mas o Banco Central inovou, desta vez escudando-se numa expectativa de expectativas, para não contrariar o que lhe parece ser a verdadeira expectativa do sistema financeiro.

A

excesso de cuidado do Conselho de Política Monetária ao realizar uma correção menor da taxa Selic por período mais longo não tem justificativa razoável. Ele simplesmente produzirá mais desestímulos à ampliação da produção e retardará a volta do equilíbrio do câmbio, resultando em novo esfriamento da atividade industrial e dos investimentos para ampliar as exportações. No curto prazo reduzirá, como conseqüência, o ritmo de contratações pelo setor privado.

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Paulo Pampolin/Hype

FOGO

DOISPONTOS -77

Evelson de Freitas/AE

PINGA-

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de junho de 2006

de inflação, que em 94 era muito maior do que os 4,5 % de hoje. Quando se diz que a taxa hoje é a menor de nossa série histórica, estamos falando apenas uma meia verdade. Ela é sim nominalmente menor mas ainda é uma taxa de juros espantosa. taxa de juro real hoje, após a última decisão do Copom, é de 11% real ao ano, o que mantém o Brasil no primeiro ou segundo lugar (a Turquia talvez tenha uma taxa ligeiramente superior) dentre os maiores juros reais do mundo. Por aí se vê que vamos continuar apanhando de nossos concorrentes, a maioria dos quais tem taxas de juros reais de 2% ou 3% anuais. A continuidade do declínio da taxa básica de juros até pode merecer alguma festa mas, como no anúncio do chope, vamos fazê-lo com moderação...

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DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR

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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

LIMUSINES

UM DESFILE DE SONHOS Encontro no Sambódromo de São Paulo reúne o que há de mais sofisticado e criativo no mundo do leva-e-traz das noivas ANDERSON CAVALCANTE

Rolls-Royce Limusine: charme e requinte para levar a noiva

Daewoo Super Salon: conforto nos casamentos de Campinas e região

Pablo de Sousa

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mês das noivas já passou, mas como sonhar é o direito mais inerente a homens e mulheres, o evento semanal AutoShow Veículos Antigos e Especiais resolveu homenagear o romantismo neste mês dos namorados e promoveu na última terça-feira um desfile de limusines. O resultado foi impressionante. Com a passarela do Sambódromo paulista repleta, ficou provado que os apaixonados por carros também deixam o coração bater por outras coisas. Sonho - Afinal, quem nunca pensou em marcar sua vida com lembranças de um belo casamento? Enquanto as mulheres desejam uma cerimônia com muito requinte, os homens imaginam suas noivas descendo felizes de um belo carro na porta da igreja e depois no local escolhido para a festa ou, diretamente, para a noite de núpcias. Estes modelos de carros que um dia já foram símbolos de poder e riqueza, hoje provocam suspiros e levam as pessoas a sonhar com momentos de puro sentimentalismo e, até, esquecer dos riscos e dificuldades de "uma vida a dois". Dinheiro - Mas em pleno mundo capitalista vivido neste século XXI, é claro que o dinheiro tem que estar representado e, aliás, muito bem representado durante um desfile de limusines. A grande quantidade de "ver-

dinhas" ficaram como que estampadas no luxo e requinte dos carrões. Um exemplo disso é a Grand Blazer Silverado, ano 98, alongada e equipada com uma TV de plasma 20", home-theather, bar, teto solar eletrônico e muito espaço para os ocupantes. Segundo o relações públicas da Black Tie Limousines, Alexandre Martins, o veículo, que mede 8,50m e tem 1,50m de altura interna, teve seu valor aumentado em aproximadamente US$ 65 mil em serviços (alongamento) e acessórios agregados. Outro exemplo da presença marcante do "dinheiro" no segmento de limusines é o valor do aluguel: também no caso da Grand Blazer, R$ 1.500 para o período de quatro horas com direito a alguns "mimos", como uma garrafa de Chandon para presentear os noivos. Criatividade - Para o senhor Uriel de Souza Honorato, o Pepy, como prefere ser chamado, "o preço do aluguel vem em segundo plano e por isso fica fácil conversar. O meu prazer é fazer as pessoas se sentirem felizes". Mas além da boa intenção, o que impressiona é a criatividade de Pepy ao transformar o Fusca 74 em uma bela e requisitada limusine. "No começo foi só por loucura e divertimento, mas acabou se tornando uma forma de trabalho e de fazer bem aos outros", explica Pepy.

A criatividade de Pepy fez o Fusca 74 tornar-se uma bela limusine em apenas seis meses de trabalho

Grand Blazer Silverado: U$ 65 mil gastos no carro, com serviços, equipamentos e acessórios

Vários modelos - Muitas outras preciosidades participaram do desfile. Entre elas, um Cadillac presidencial, ano 1954, que foi do governo de Minas Gerais e teve passageiros ilustres como os ex-presidentes Juscelino Kubistchek e Tancredo Neves quando ainda serviam aquele Estado. Mais um carro a receber personalidades foi o Landau preto, 1980, que serviu ao também ex-presidente José Sarney. Outro que chamou atenção foi o Rolls Royce Limousine, 1939, que como maior prova de sua origem inglesa ainda carrega o volante do lado direito. A empresa Tilli Limousines, com sede em Campinas, levou dois veículos ao evento: um LTD Landau branco, 1973, com TV, ar-condicionado, banco para dama de honra e frigobar com água e refrigerante e, também, um Daewoo Super Salon, 1995, com equipamento de reprodução de DVD. Broncas e Brincadeiras - Mas no mundo das limusines nem tudo é sonho! Alexandre Martins conta em tom de bronca que muitos proprietários destes veículos não gostam de participar de eventos como este para não mostrar seus segredos para a concorrência. Mas para terminar, em tom de brincadeira, ele garante que isso não o afeta muito. "O único problema deste nosso serviço é ter que levar as pessoas para a forca".


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segunda-feira, 12 de junho de 2006

Cartilhas conduzem alunos ao universo empreendedor.

JOVENS EMPREENDEDORES EM AÇÃO

NESTAS ESCOLAS OS ALUNOS TAMBÉM APRENDEM A FAZER NEGÓCIOS

Patrícia Cruz/Luz

Empreendedorismo já começa a ser conhecido e praticado por crianças e jovens

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odas as terças-feiras, Gabriel Zovaro, de 10 anos, aluno do ensino fundamental, sai das suas habituais aulas de matemática, português, inglês e história para aprender como ser um empreendedor. Junto com mais 21 colegas, ele acompanha atentamente o que a professora Josie Cristine Aranha Dártora explica sobre como abrir um negócio e não vê a hora de aplicar seus ensinamentos. A prática pode parecer simples para a maioria das pessoas – montar saquinhos de geladinhos ou potes de gelatinas para vender aos demais colegas da escola na hora do intervalo no dia seguinte – mas para os alunos é o que mais justifica o objetivo do curso. "O projeto quer nos ensinar a trabalhar e é aqui na cozinha que realmente aprendemos", diz o aluno. Gabriel faz parte do projeto "O Pequeno Empreendedor", criado pela unidade Caieiras, cidade da Grande São Paulo, da rede de colégios Objetivo. O curso dá aos alunos noções de como abrir e fechar uma empresa, como conseguir capital

inicial para investir em um novo empreendimento e como funciona o recolhimento de impostos e tributos. Ações como esta são cada vez mais freqüentes em escolas públicas e privadas do ensino médio e fundamental, que começaram a incluir em sua grade disciplinar matérias como educação financeira, fiscal e de empreendedorismo. A Junior Achievement (JA), organização norte-americana que está presente em mais de 100 países, inclusive no Brasil, vem desempenhando um papel importante na disseminação do conhecimento empreendedor. Em 22 anos de atuação, a entidade já ministrou cursos extracurriculares em mais de 5,8 mil escolas em todo o País, e vem abrindo oportunidades de integração entre o mundo empresarial e a sociedade, com um programa que une jovens – a maioria de baixa renda – e profissionais dispostos a ensinar o que sabem sobre administração. Desde que chegou ao País, a entidade vem colecionando diversos casos de sucesso. Um deles é o de Leandro

Carvalho do Nascimento, de 24 anos, que não só aumentou o faturamento da estofaria do pai como, também, ampliou a atuação da empresa que agora, além da reforma de sofás, começou a vender móveis residenciais. "Meu pai sempre teve uma visão conservadora de negócio. Com o que aprendi no curso expliquei para ele que poderíamos ter mais sucesso abrindo nosso leque de atuação e o resultado não demorou muito a aparecer", afirma ele. Hoje, quatro anos depois de sua interferência, a empresa tem uma filial, atende a todos os bairros da cidade do Rio de Janeiro e praticamente triplicou seu faturamento mensal. Mas o despertar de crianças e adolescentes para o mundo empresarial não pára por aí. Como a carga tributária está presente em nosso dia-a-dia e afeta diretamente a vida de uma empresa e os custos se refletem muito no seu fluxo de caixa, não poderiam faltar as disciplinas de educação fiscal e financeira neste novo "rol do saber". Por esse motivo, a Secretaria da Fazenda do Esta-

Leonardo Rodrigues/Hype

Acima, pequenos criam plano de negócios, no Objetivo. Ao lado, alunos observam operação da Bolsa de Mercadorias & Futuros

do de São Paulo (Sefaz-SP) criou, há cinco anos, o Programa da Educação Fiscal e Cidadania (veja matéria nesta página) para levar às escolas e universidades um pouco do mecanismo da estrutura tributária, desde a arrecadação à prestação de contas dos órgãos governamentais. Consumo responsável – Em outra iniciativa, dessa vez pri-

vada, a consultora Cássia D’Aquino, com o intuito de formar consumidores responsáveis, levou às escolas um programa para trabalhar melhor a influência do dinheiro no cotidiano de crianças e adolescentes. Pegando carona nesta nova metodologia de ensino, a escola Lourenço Castanho incluiu a disciplina de economia na grade de matérias da

2ª série do ensino médio (veja matéria nesta página). Parte do programa escolar dos alunos inclui até visita à Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). "Nosso objetivo é trazer a realidade do orçamento doméstico e dos acontecimentos econômicos do País ao dia-a-dia dos alunos", comenta o professor Osvaldo Ferreira. Márcia Rodrigues

Educar para valorizar impostos

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Programa de Educação Fiscal e Cidadania da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) ministra palestras e faz uma série de atividades com alunos do ensino fundamental, médio e, até, de universidades sobre o sistema tributário federal, estadual e municipal. Em cada exposição, os alunos apreendem sobre a importância dos impostos no orçamento do governo, como é feita a arrecadação e a distribuição da renda para todas as secretarias e órgãos do Estado para garantir o seu funcionamento, além de saber que todo mundo paga impostos, sejam diretos ou indiretos. "As pessoas pensam que por serem isentos do Imposto de Renda estão livres do pagamento de tributos, o que não é verdade. Por isso, também estamos buscando uma parceria com a Associação Comercial de São Paulo para estender a sua campanha De Olho no Imposto

Newton Santos/Hype

Senço: programa forma cidadãos

também para as escolas", diz Ivan Aurélio Ferrari de Senço, coordenador do programa. O trabalho da Sefaz inclui a distribuição de cartilhas explicativas que contam a história dos impostos e a importância de se pedir nota fiscal em todas as compras que efetuamos. Também é explicado o impacto que a compra de produtos piratas

traz à economia nacional, o que são as leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e de Responsabilidade Fiscal (LRF) e como é feito o controle dos gastos do governo. "Mais do que alunos, estamos formando cidadãos que saberão a importância que cada um tem na sociedade, seja cumprindo o seu dever de pagar impostos e pedindo nota fiscal em cada compra ou exigindo melhorias nos serviços públicos", conta Senço. A Sefaz atua de duas maneiras dentro do programa. Em uma delas, os coordenadores vão até as escolas para ministrar palestras, exposições e oficinas educativas. Com essa iniciativa, a secretaria já orientou mais de 50 mil alunos. Outro braço do programa, o "Fazenda Aberta", abre as portas da secretaria para a visitação das crianças, para que vejam como funcionam todos os seus departamentos. Desde sua criação, a Sefaz já recebeu mais de 17 mil estudantes. (MR)

Estudantes aprendem na prática

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educação financeira de uma criança começa quando ela passa a entender que é o dinheiro que possibilita adquirir produtos que ela usa no dia-a-dia. Segundo a consultora Cássia D’Aquino, são os próprios filhos que sinalizam o momento para os pais iniciarem a explicação sobre a importância do capital no seu cotidiano. "Quando o filho pede a primeira compra é sinal de que ele já tem uma noção do que é dinheiro. É nessa hora que os pais precisam sentar, explicar sua relevância e impor algumas regras para utilização", explica. Uma das dicas da consultora é mostrar as moedas e as notas sem associar o valor porque normalmente crianças com dois

anos de idade, que é o período em que elas começam a pedir que os pais comprem produtos, ainda não entendem valores. "Assim, faremos uso do sensorial da criança para que ela explore um pouco isso", diz. O professor de economia da escola Lourenço Castanho, Osvaldo Ferreira, entendeu muito bem a importância de se trabalhar com a parte sensorial de crianças e adolescentes. Por isso, incluiu na grade curricular dos alunos da segunda série do ensino médio visitas à Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e o uso de aplicação financeira virtual, para eles entenderem o funcionamento do sistema financeiro. Experiências – E foi em uma dessas visitas que Anibal Gon-

çalves, de 16 anos, compreendeu a diferença entre a BM&F e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). "É muito importante essa matéria para nos prepararmos não só para o vestibular, que também inclui temas atuais da economia nas questões, como também para nossa vida fora da escola", diz. "Adorei acompanhar o funcionamento do pregão depois que aprendi na palestra o que acontece dentro da BM&F", comenta Luciana Sonck, de 16 anos, aluna do mesmo colégio. Já o estudante João Guerra, 16 anos, diz que a visita foi muito útil para saber como ocorrem as aplicações financeiras. "Agora tenho uma visão melhor de como investir quando estiver trabalhando." (MR)


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"Podemos até jogar mal, mas temos de vencer a Croácia." Gilberto Silva

ESTÁ CHEGANDO A HORA Antonio Gaudério/Folha Imagem

Paulo Whitaker/Reuters

Frank May/EFE

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Paulo Whitaker/Reuters

Seleção Brasileira desembarcou ontem à noite em Berlim, onde fará amanhã o jogo de estréia na Copa do Mundo contra Croácia, e foi recepcionada por dezenas de torcedores antes de seguir para o Kempinski Hotel. A delegação brasileira divide o hotel com outros hóspedes, mas tem todo o segundo andar reservado. Hoje, às 11h15 (horário de Brasília), o time faz o treino de reconhecimento do gramado no Estádio Olímpico - que receberá também a decisão desta Copa do Mundo. Ainda em Königstein, o técnico Carlos Alberto Parreira, após um demorado treinamento de jogadas a partir de bolas paradas, mostrou confiança na equipe: "Estamos prontos para a estréia e não tenho dúvida de que vamos à Segunda Fase." O último ensaio do Brasil antes da estréia deixou claro o quanto ele aposta nas jogadas de bola parada. Na defesa, teme o bombardeio aéreo do inimigo. No ataque, espera tirar proveito da boa estatura de Adriano, Lúcio, Kaká, Emerson e Juan, com Ronaldo sempre à espreita de um rebote. "Tenho visto muita gente preocupada em marcar a bola, esquecendo-se de um homem livre dentro da área. Isso não pode acontecer conosco. Cada um da defesa tem de marcar um dos atacantes", obsertvou

o técnico em relação aos primeiros jogos da Copa. Em determinados momentos do treino, Parreira teve de pedir mais vigor a Ronaldinho Gaúcho nos cruzamentos na área. Situação normal de um treinamento. O técnico tem plena consciência de que Ronaldinho Gaúcho, o grande ídolo dos torcedores e até dos filhos de outros jogadores da Seleção, pode fazer a diferença na Copa. E conta com ele para um lance que considera a grande arma do Brasil: "O Ronaldo dificilmente se coloca numa posição de impedimento. Ele sempre se coloca no limite. Temos de lançar esta bola entre os zagueiros para que ele possa aparecer por trás da defesa adversária." Na entrevista coletiva, o técnico fez questão de definir o c o m p ro m i s s o d a S e l e ç ã o : “Nós temos a obrigação de fazer o melhor. Não temos a obrigação de ganhar.” O capitão Cafu e o craque Ronaldo também participaram da entrevista. Cafu se disse pronto para estrear bem depois da cirurgia a que se submeteu no começo do ano: "Os médicos do Milan até falaram que eu iria chegar na Copa em melhores condições que outros jogadores, que estariam mais cansados." Ronaldo espicaçou mais uma vez os repórteres: “Estou desejando, mais do que ninguém, que comece a Copa. Assim, vamos parar de falar besteira e vamos falar só de futebol.”

Ivo Gonzalez/Agência O Globo

Rungroj Yongrit/EFE

A Seleção Brasileira treinou demoradamente jogadas de bola parada em Königstein, onde Cafu garantiu que está pronto para a estréia e Ronaldo disse que, mais do que todos, quer que a bola comece logo a rolar para que os jornalistas voltem a conversar com ele sobre futebol - "e não sobre besteiras". Lá ou em Berlim, onde a equipe desembarcou à noite e amanhã fará a estréia contra a seleção da Croácia, os pequenos torcedores fazem permanente festa para Ronaldinho Gaúcho, que recebeu nova incubência tática de Parreira antes de passar uma boa parte da tarde brincando com o filho do zagueiro Juan.


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5 O estudo não levou em conta o Imposto de Renda e os encargos trabalhistas. Eduardo Tude, consultoria Teleco

TELEFONIA MÓVEL PAGOU R$ 11 BI EM TRIBUTOS EM 2005

PESQUISA MOSTRA QUE O BRASIL É UM DOS LÍDERES MUNDIAIS NA INCIDÊNCIA DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES

30,38% DE IMPOSTOS NO CELULAR

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telefonia móvel brasileira carrega a terceira maior carga tributária do setor no mundo, chegando a 30,38% do total das receitas das operadoras. O percentual deixa o País atrás apenas de Turquia e Uganda. Os dados fazem parte de um estudo das empresas Pyramid Research e Deloitte&Touche em 50 países emergentes, a pedido da Associação Global System for Mobile Communications (GSM). A pesquisa mostra que, anualmente, cerca de US$ 10 bilhões dos rendimentos das operadoras vão para os governos da América Latina por meio de taxas, contribuições sociais, Imposto sobre Valor Agregado (IVA), entre outros tributos. Em 16 países pesquisados, os impostos sobre telefonia móvel representam perto de 20% do custo de acesso aos serviços – os impostos por usuário variam de US$ 24 até US$ 179 anuais. Consumidor – No Brasil, em 2005, os tributos do setor geraram R$ 11 bilhões aos cofres públicos. Para fazer ligações por celular, o brasileiro paga muito mais tributos do que imagina. A lista é extensa: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) e as contribuições para o Programa de Integração Social (PIS), Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Segundo o presidente da consultoria Teleco – Informações em Telecomunicações, Eduardo Tude, se for avaliada por estado, a carga tributária é maior, pois alguns têm alíquotas mais calibradas para o ICMS. No estudo, foi considerada uma alíquota de 25%. O levantamento mostra que a maior alíquota do ICMS, de 35%, é a de Rondônia. Em seguida, aparecem Rio de Janeiro, Mato Grosso, Pará e Paraíba, com 30%. Em Goiás, o percentual é de 29%, em Pernambuco, de 28%, e de 27% em Alagoas, na Bahia, no Ceará, em Mato Grosso do Sul, no Paraná, no Rio Grande do Norte e em Sergipe. "O estudo também não considerou o Imposto de Renda (IR) e os encargos trabalhistas do setor. Ou seja, os encargos para as operadoras são ainda maiores", diz Tude. Vilão – Para a advogada Vanessa Clímaco, do escritório Olimpio de Azevedo Advogados, o ICMS é o tributo que mais onera o usuário de celular. Isso porque ele recai sobre o valor final tanto do aparelho quanto da conta. "Ele é embutido no valor total do equipamento, ou seja, junto com todos os demais impostos, e isso aumenta a carga tributária." Para Luiz Rogério Sawaya Batista, do Apocalypse, Nunes e Sawaya Advogados, quando o governo permite a cobrança de uma alíquota tão elevada de ICMS, "fecha os olhos para a questão da essencialidade", garantida pela Constituição. "A telefonia é um serviço básico e essencial. Por isso, não deveria ser tributado com alíquotas tão altas", observa.

Luciano Coca/Cromafotos

Vendas – Ainda segundo o estudo, mais 930 milhões de celulares a baixo custo poderiam ser vendidos até 2010 nos 50 países pesquisados se estivessem livres de taxas de importação e impostos. "O fim de impostos extras poderia elevar o número de usuários, em 19 países, em até 34 milhões até 2010", calcula o diretor executivo da Associação GSM da América Latina, Juan Carlos Jil. A extinção de impostos sobre a venda de celulares e serviços poderia, de imediato, aumentar a penetração do setor em até 20 pontos percentuais.

Para o tributarista Rogério Gandra Martins, do escritório Gandra Martins, a tributação brasileira imposta ao setor é incomparável com qualquer outro país, desenvolvido ou em desenvolvimento. "O Brasil é o único país que tributa a renda, o serviço, o faturamento e o lucro das operadoras, com a cobrança das contribuições sociais. Enquanto outras nações preferem reduzir a carga, reforçando apenas a cobrança do IVA, que seria o nosso ICMS, seguimos na contramão dessa tendência mundial", destaca. Márcia Rodrigues

Tude, da Teleco: se for avaliada por estado, a carga tributária é maior

Lei de Falências, ainda uma desconhecida ção judicial sem a completa documentação exigida. Hoje, a falta de documentação junto com o pedido de recuperação judicial pode levar ao indeferimento do pedido e, consequentemente, levar a empresa à falência. Segundo Lazzarini, no primeiro ano de vigência da lei, cerca de seis empresas enfrentaram esse problema e tiveram a falência decretada. Para evitar imprevistos, o juiz sugere aos empresários tentarem a recuperação antes que os problemas apareçam. "As empresas vão deixando os títulos serem protestados. Quando o credor pede a falência, o devedor procura o advogado e o resultado é um pedido de recuperação feito às pressas", explica. Desde que entrou em vigor, no dia 9 de junho de 2005, até 30 de abril deste ano, as duas varas

Newton Santos/Hype

Juiz Lazzarini: norma beneficia cerca de 12 empresas na capital

especializadas na matéria na capital receberam 1.042 pedidos de falências, 16 de autofalências, 49 de recuperação judicial. Nesse período, 165 empresas tiveram a falência decretada. Atualmente, segundo Lazzarini, entre dez e 12 empresas estão se beneficiando com o processo de recuperação judicial, como a Bombril, Parmalat, Reiplas, Varig, Vasp e Avestruz Master. Sucesso – Problemas de má

compreensão da norma à parte, na avaliação dos juízes, a nova lei vem cumprindo seu objetivo. "Ela tem apresentado problemas, mas nada que a torne um fracasso. Como toda lei, são comuns a polêmica e as várias interpretações", diz o juiz, que atualmente está cuidando do caso Parmalat. Para o juiz Boris Padron Kauffmann, um dos cinco desembargadores da Câmara Es-

pecial de Falências e Recuperações Judiciais, até junho de 2005, quando vigorava a antiga lei, a falência era um meio mais eficaz de execução de créditos para valores baixos. "Com a exigência de, no mínimo, 40 salários-mínimos para entrar com o pedido de insolvência, houve uma sensível redução da quantidade dos pedidos de recuperação", explica. Essa tendência pode ser ob-

servada no levantamento da Serasa, que mostrou uma queda de 25% no número de falências decretadas entre junho de 2005 e maio deste ano. Para o advogado Rubens Approbato Machado, a pouca procura se deve ao curto prazo, de 60 meses, que as empresas têm para quitar suas dívidas com os credores. "É insuficiente", critica. Adriana David

Factoring

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Lei de Falências (Lei nº 11.101/05) acaba de completar um ano e, segundo especialistas, ainda não foi completamente assimilada por empresários, advogados e até juízes. "Ela precisa ser melhor divulgada, pois é uma lei altamente inteligente para o desenvolvimento econômico do País. Beneficia tanto credores como devedores", diz o advogado Rubens Approbato Machado. Uma mostra do pouco conhecimento da lei é a decretação de falências provocadas por erros de advogados. Entre estas falhas, o juiz da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, Alexandre Alves Lazzarini, aponta o hábito de os advogados entregarem à Justiça o pedido de recupera-

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


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segunda-feira, 12 de junho de 2006

Se nos encontrarmos com o Brasil, acho mais difícil que aconteça agora o que aconteceu em 82.” Marcelo Lippi, técnico da Itália

PRÓXIMOS RIVAIS paSse livre Roberto Benevides

Kimimasa Mayama/Reuters

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Brasil só estréia amanhã, contra a Croácia, mas hoje já tem jogo pelo Grupo F. Austrália e Japão entram em campo às 10 da manhã desta segunda-feira (horário de Brasília), em Kaiserslautern, em partida que as duas equipes consideram decisiva para as esperanças de classificação para as oitavas-de-final. Como os dois técnicos — o holandês Guus Hiddink e o brasileiro Zico, respectivamente — consideram muito difícil vencer o Brasil, apostam todas suas fichas nesse confronto e nos jogos contra a Croácia. A Austrália chega com um desejo extra: em sua segunda participação em Copas, quer marcar o primeiro gol. Em 1974, na então Alemanha Ocidental, saiu com duas derrotas e um empate por 0 a 0. “Seria ótimo se eu marcasse, mas o mais importante é sairmos com os três pontos”, diz Viduka, o homem-gol australiano. “Se vencermos a primeira partida, basta fazer um ponto nos outros jogos”, diz o otimista volante Jason Culina. A equipe, no entanto, vem desfalcada do meia-atacante Kewell, que se recupera de uma lesão muscular e deve ficar no banco. A ausência do australiano é comemorada por Zico, o técnico do Japão: “Ele pode mudar a partida numa só jogada”. Zico também ressalta a importância de um resultado positivo, e diz que está atento à força do rival. “É um jogo de importância monumental, diante de um time experiente, com muitos jogadores altos e que atuam na Europa”, disse o treinador do time japonês, que também não terá seu lateral-direito titular, Kaji, contundido. Pela esquerda, o brasileiro Alex Santos se recuperou de uma lesão muscular e foi confirmado. A aposta japonesa em busca do gol está nos meias Nakamura e Nakata e nos atacantes Takahara e Yanagisawa. “Nós evoluímos muito", diz Zico, que tem planos de levar o Japão, no mínimo, às oitavas-de-final, repetindo a campanha de 2002.

Coitada da bola

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Bolas da vez no caminho do Brasil pelo Grupo F, Japão, do técnico Zico e do meia Nakata, e Austrália, do treinador holandês Guus Hiddink, enfrentam-se hoje, às 10 da manhã (horário de Brasília), em Kaiserslautern. Jonne Roriz/AE

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BONS GAROTOS

ETERNO GAROTO

Até agora, destacaram-se dois jovens jogadores: o alemão Philip Lahm, lateral-esquerdo, autor do primeiro gol da Copa, e o holandês Arjen Robben, atacante, que fez o gol e jogou por todo o time no 1 a 0 sobre a Sérvia.

Um repórter italiano ensaiou uma pergunta ao capitão Cafu, lembrandolhe de cara que esta deve ser sua última Copa. Do alto de seus 36 anos, com um largo sorriso, Cafu o interrompeu: - Espero que não.

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv Fernando Cesarotti

O PECADO DA FALTA DE INFORMAÇÃO

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Rivais do futuro Tony Gentile/Reuters

Petr Josek/Reuters

comentarista global Sérgio Noronha pisou feio na bola na transmissão de Trinidad e Tobago x Suécia, no sábado. Questionado pelo narrador sobre os efeitos que uma alteração traria na equipe caribenha, ele respondeu, em meio a risos: "Eu não sei, eu não conheço os jogadores de Trinidad e Tobago". É imperdoável um jornalista destacado para cobrir in loco a Copa do Mundo - o que, em geral, significa que ele faz parte da nata de sua equipe - não se informar minimamente sobre o jogo no qual vai trabalhar. Ainda mais hoje em dia, em que o site oficial da Fifa traz pilhas e pilhas de informações - isso sem falar nas dezenas de guias, de qualidade variada, que podem ser encontrados em qualquer banca. É verdade que o ideal para que o jornalista se informe visitar os treinos, participar de entrevistas coletivas - se torna impraticável diante da rotina de jogos todos os dias a que as equipes de TV são submetidas (Noronha, por exemplo, comentou jogos em Gelsenkirchen, Dortmund e Nuremberg, e aparentemente estava pessoalmente), mas não é nada que não possa ser resolvido com o auxílio da produção e um pouco de interesse.

DEU BRANCO

Divulgação

QUE GRACINHA

Itália de Totti pega Gana. Os checos, com Nedved, encaram os EUA. Nas oitavas, um deve enfrentar o Brasil

“É possível que fisicamente Gana seja superior a nós, mas a condição física não é a única qualidade que conta numa partida. Tentaremos fazer com que nossas virtudes sejam suficientes para ganharmos”, disse o técnico. Ele também decidiu escalar Zaccardo na lateral direita para dar mais segurança à defesa. Oddo, a outra opção, gosta mais de atacar. E

Nesta foi confirmado na zaga ao lado do capitão Cannavaro. Os desfalques serão o lateral direito Zambrotta e o volante Gattuso, ambos machucados. Do lado africano, o técnico sérvio Ratomir Dujkovic conta com vários jogadores que atuam na Europa, como Appiah, que trablhou com Lippi na Juventus, e Essien, que joga no milionário Chelsea.

CHATEAÇÃO No sábado, em Inglaterra x Paraguai, Galvão Bueno deu corda a seus críticos ao criticar insistentemente o juiz mexicano Marco Rodríguez por reverter laterais e anotar uma irregularidade do goleiro ou seja, porque ele estava cumprindo a regra.

No sábado, durante Inglaterra x Paraguai, o Sportv trocou a transmissão mosaico pelo chato coletivo da seleção.

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Às 16 horas, em Kaiserslautern, é a vez de a Itália enfrentar Gana. Totti foi confirmado entre os titulares pelo técnico Marcelo Lippi. “Totti está muito bem e jogará. Não sei se suportará os 90 minutos, mas jogará”, garantiu Lippi na entrevista coletiva de ontem.No meio de fevereiro, o capitão da Roma sofreu uma fratura no tornozelo esquerdo.

Mas o pior não foi a desinformação, e sim o riso solto, que deu a impressão de deboche. Algo como "Oras, e o que me interessa essa porcaria de seleção, por que eu perderia tempo com ela?" Noronha mandou muito mal cochilar durante a madrugada, como ele fez em 2002, era menos feio...

Minutos depois de ter louvadas suas 15 Copass do Mundo, Armando Nogueira não reconheceu o decano craque Mengálvio na homenagem aos campeões, durante a cerimônia de abertura.

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o Grupo E, formado por Itália, Gana, Estados Unidos e República Checa, sairá o adversário do Brasil nas oitavas-de-final, caso a Seleção se classifique. Hoje, os quatro times estarão em campo. À uma da tarde (horário de Brasília), em Gelsenkirchen, os Estados Unidos enfrentam a República Checa na condição de azarão. “Seremos modestos nas palavras, mas não em campo”, promete o técnico norteamericano, Bruce Arena. Os norte-americanos também são vistos com perigo pelos rivais da República Checa. "É uma equipe de pura velocidade, e sabemos do que são capazes”, diz o meia Tomas Rosicky, um dos mais experientes da equipe. A principal aposta é no grandalhão Jan Koller, de 2,02 metros, principalmente porque o outro atacante titular, Baros, contundiu-se e dará lugar a Sionko, que nem estava entre os 23 relacionados na primeira lista (ele substituiu o contundido Smicer). O outro astro da equipe, Nedved, joga sem estar 100% sofreu uma contusão no joelho durante os treinos da semana passada. Os norte-americanos também prometem ficar atentos a Koller. “Ele é o líder do ataque, o homem para quem vão todas as bolas altas”, afirma o volante Reyna.

eria um exagero dizer que a bola está sofrendo em campos da Alemanha, mas é inegável que merece melhor tratamento do que lhe dispensaram 16 seleções nos três primeiros dias da Copa do Mundo. Há algumas edições, talvez desde 1970, não se vê uma Copa disputada em alto nível e já deu para ver que muito dificilmente teremos o resgate do melhor futebol agora em 2006, na Alemanha. Emendar a mais nobre competição do futebol mundial na temporada européia pode ser bom negócio, mas é péssimo para a qualidade dos jogos. Os craques chegam baleados e os times mal têm tempo de se preparar. É claro que se deve dar um desconto aos times que estão estreando, mas Alemanha, Inglaterra e Argentina, campeãs de outras Copas e candidatas ao título nesta, Holanda e Portugal, mais uma vez aspirantes, mostraram muito pouco diante da magnitude do sonho que se dispõem a perseguir na Alemanha. Hoje teremos a Itália, que cultua uma certa tradição de começar sempre mal e muitas vezes encerrar bem a Copa. Como pode ser a adversária do Brasil nas oitavas-de-final, convém prestar atenção no que Totti e companhia farão contra Gana. De repente, a bola receberá, enfim, um tratamento mais carinhoso. Se não for hoje, que seja amanhã, quando finalmente o Brasil estreará nesta Copa do Mundo, para felicidade geral de Parreira e de sua gente que não suporta mais a ansiedade da espera. A bola agradecerá e tomara que não seja aos croatas.

Fizeram bem as emissoras em manter o placar no canto da tela. Ver jogo com a tela "limpa" já perdeu a graça.


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INVESTIDOR BRASILEIRO É CONSERVADOR

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por cento era, no mês de abril passado, a participação dos fundos DI no mercado nacional.

FUNDOS DE RENDA FIXA AINDA SÃO OS PREFERIDOS De acordo com dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), no último mês de abril, 40,58% dos R$ 805 bilhões do estoque da indústria nacional de fundos eram aplicações com rendimento prefixado

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renda fixa ainda continua sendo, de longe, a aplicação preferida de quem investe na indústria de fundos brasileira. Em abril passado, dos R$ 805,4 bilhões investidos, 40,58% eram aplicações de renda fixa. Logo atrás ficaram os fundos DI, também considerados conservadores por acompanharem a evolução do juro básico (Selic), com participação de 20,06%, e os mistos (que mesclam papéis de renda fixa e variável, como ações), com 18,35% do total. Os dados são de levantamento da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). "O brasileiro ainda é conservador ao extremo quando o assunto é dinheiro", afirma o economista da Associação Comercial de São Paulo Emílio Alfieri. Ele diz que esse perfil foi se formando à medida que o brasileiro precisou se acostumar a longos períodos de inflação alta, sem escapar de diversos planos econômicos. O perfil de investimento do brasileiro é semelhante, segundo o economista, ao dos

europeus e japoneses, que também são avessos ao risco – provavelmente por serem regiões devastadas por guerras. "Brasileiros, europeus e japoneses são diferentes dos americanos, muito chegados ao investimento em bolsa", diz. Mudança — O economista Mauro Halfeld concorda que o investidor brasileiro ainda prefere a renda fixa, mas diz que, aos poucos, esse perfil tende a mudar. Dados da Anbid mostram que, até dezembro de 1983, a indústria de fundos no País era formada apenas por fundos de ações. Em dezembro do ano seguinte, a renda fixa já havia roubado 47,58% dos investidores dos fundos de ações. E, em dezembro de 1985, já era preferência, detendo 53,64% dos investim e n t o s . E m d e z e m b ro d e 1992, a renda fixa respondia por 96,81%, percentual que só passou a diminuir a partir do Plano Real, em 1994. Depois de 1995, muitos investidores começaram a procurar pelos chamados fundos mistos, com ações e ativos indexados à inflação. Esse tipo

de aplicação e os fundos DI, a partir de 1998, começaram a dividir o patrimônio da indústria de fundos brasileira. Em dezembro de 2001, os mistos já respondiam por 26,64% do patrimônio da indústria e os fundos DI, por 25,41%, contra uma participação de 33,97% da renda fixa. Juros altos — "A escalada dos juros a partir de 1999 foi o que determinou a arrancada dos fundos DI. Isso também ocorreu com os de renda mista, que tinham papéis indexados à inflação. No Brasil, contrariando todas as teorias, os investimentos mais conservadores foram muito mais rentáveis do que os chamados de risco, como as aplicações em bolsa. É esse histórico que ainda impede o brasileiro de querer correr risco, pois ganhou mais nas últimas décadas sendo conservador", avalia Halfeld. No livro Investimentos: como administrar o seu dinheiro, Halfeld mostra que, de 1º de julho de 1994 a 15 de fevereiro de 2001, os fundos DI tiveram rendimento 183% acima da inflação, contra, por exemplo,

Hélvio Romero/AE – 1/4/02

ganho acima da inflação de 58% da poupança. "Só que, apesar de o juro básico ainda ser alto no Brasil, a tendência é de queda. Na outra ponta, os investimentos em ações tendem a crescer." Embora os papéis de empresas tenham se desvalorizado nas últimas semanas, Halfeld acredita que a bolsa vive hoje um de seus melhores momentos. É isso que explica, segundo ele, os crescimentos de clubes de investimentos e da participação de pessoas físicas na compra direta de ações, que era inferior a 10% há cinco anos e hoje passa de 23%. "As mudanças na indústria de fundos demoram para acontecer. Mas acredito que os fundos de ações devam atrair um maior número de participantes nos próximos anos, todos interessados em ganhar mais", diz. Até abril, os fundos de ações eram responsáveis por 7,35% do patrimônio líquido da indústria brasileira. Enquanto os fundos DI acumulam ganho médio em 12 meses de 18,55% e os de renda fixa, de 18,28%, os fundos de ações atrelados ao principal índice do mercado (o Ibovespa) têm rendimento médio no ano de 60,87%. O economista Mauro Halfeld aposta na expansão do mercado de ações

Adriana Gavaça


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 12 de junho de 2006

3 Fomos muito melhores, mas o goleiro deles fez grandes defesas." Lars Lagerback, técnico da Suécia, sobre o empate com Trinidad e Tobago

As grandes equipes venceram, mas não fortes como as pessoas estão pensando." Gamarra, zagueiro do Paraguai, sobre as vitórias de Alemanha e Inglaterra Pierre Andrieu/AFP

ELE VOLTA Alexander Hassenstein/Reuters

R No GP da Inglaterra, espanhol obteve quinta vitória na temporada

Alonso imbatível

N

ão tem para mais ninguém na Fórmula 1: Fernando Alonso venceu ontem o GP da Inglaterra de pontaa ponta, assim como havia vencido as duas provas anteriores- Espanha e Mônaco -, e abriu 23 pontos de vantagem para Michael Schumacher na luta pelo bicampeonato. A corrida podia ter sido até mais desastrosa para o alemão, que largou em terceiro e passou Kimi Raikkonen na segunda parada nos boxes. "Não teve muita animação aqui", disse Schumacher. Seu companheiro Felipe Massa, que havia largado em quarto, perdeu uma posição, para Giancarlo Fisichella também nos boxes. Rubens Barrichello chegou em déci-

mo, e Jenson Button abandonou com o motor quebrado. MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Alonso (ESP/Renault), 74; 2. M. Schumacher (ALE/Ferrari), 51; 3. Raikkonen (FIN/ McLaren), 33; 4. Fisichella (ITA/ Renault), 32; 5. Montoya (COL/ McLaren), 26; 6. Massa (BRA/Ferrari), 20; 6. Button (ING/Honda), 16; 8. Barrichello (BRA/Honda), 13; 9. Heidfeld (ALE/BMW Sauber), 10; 10. R. Schumacher (ALE/Toyota), 8; 11. Coulthard (ESC/Red Bull) e Villeneuve (CAN/BMW Sauber), 7; 13. Webber (AUS/ Williams), 6; 14. Rosberg (ALE/ Williams), 4; 15. Klien (AUT/Red Bull), 1. MUNDIAL DE CONSTRUTORES: 1. Renault, 106; 2. Ferrari, 75; 3. McLaren, 59; 4. Honda, 29; 5. BMW Sauber, 17; 6. Williams, 10; 7. Toyota e Red Bull, 8.

Deu Nadal, de novo Capucine Bailly/AFP

ecuperado de uma lesão na panturrilha, o capitão alemão, Michael Ballack, volta ao time diante da Polônia, quarta-feira, em Dortmund, às quatro da tarde (horário de Brasília). Essa foi a melhor notícia para a Alemanha desde a vitória por 4 a 2 sobre a Costa Rica, na sexta-feira passada, no jogo de abertura da Copa. A tranqüilidade, porém, talvez não volte com ele. O principal jogador do grupo, de 29 anos, não só vem fazendo repetidas críticas à seleção comandada pelo treinador Jürgen Klinsmann como não teria admitido o veto que o tirou da partida de sexta-feira. Em entrevista ontem, em Berlim, Klinsmann pôs panos quentes no caso. “Não houve mal-entendido. Ele (Ballack) queria jogar, mas os médicos afirmaram que era um risco”, explicou, revelando que, em uma conversa entre ele, seu auxiliar-técnico Joachim Löw e o jogador, ficou decidido que o capitão seria poupado até pelo menos o confronto com a Polônia. “O técnico tem direito de decidir quem joga”, disse. Um dia antes da partida inaugural, entretanto, o treinador se mostrou até mais enfático ao explicar o caso para a imprensa. Ainda havia dúvida sobre a participação ou não do jogador no dia seguinte. “Mesmo que ele seja liberado clinicamente, tenho de levar em conta que ele não treinou com o grupo e só trabalhou com bola por 30 minutos.” Terça-feira, no mesmo dia em que o meia afirmou que estava certo de poder enfrentar a Costa Rica, também deu entrevista a um jornal inglês para o qual disse que a seleção de Klinsmann era ainda inexperiente e imatura. Klinsmann, questionado sobre a declaração, desconver-

inda não foi desta vez que Roger Federer superou o estigma de "freguês" de Rafael Nada e conseguiu o sonhado título de Roland Garros. O espanhol foi mais forte e conquistou o bicampeonato em Paris, ao vencer o número 1 do mundo por 3 a 1 (1/6, 6/1, 6/4 e 7/6 (7/4)), em pouco mais de três horas de jogo. Rafael ratificou sua coroa de "rei do saibro", com a 60ª vitória consecutiva na superfície, e manteve a invencibilidade de 14 jogos em Roland Garros. "Fiz a melhor final de

minha vida, diante de um dos maiores jogadores da história", disse o campeão. "Este é um momento muito especial da minha carreira." Feminino - A coroa de Paris foi mantida também entre as mulheres: Justine HeninHardenne levou o terceiro título ao derrotar na final a russa Svetlana Kuznetsova por 2 a 0 (6/4 e 6/4). Foi o terceiro título da belga, que já havia sido campeã em 2003 e 2005. Pela primeira vez, ela fez uma campanha perfeita, sem perder nem um set sequer.

Meninas campeãs C

ampeão de tudo o que disputou no ano passado, o vôlei feminino do Brasil começou com braço direito sua campanha neste ano, cuja principal competição é o Mundial do Japão, em outubro. A equipe conquistou seu terceiro título da Montreux Volley Masters, na Suíça, ao derrotar a China por 3 a 2 (25/15, 17/25, 20/25, 25/21 e 15/12). Além da conquista em 2005, o Brasil já havia vencido o torneio em 1995, sob o nome de BCV Cup.

O técnico José Roberto Guimarães ficou satisfeito com a reação, depois da derrota parcial por 2 a 1. "Quanto mais provas difíceis tivermos, melhor. É bom para colocarmos as jogadoras à prova", lembrou o treinador. A levantadora Fofão festejou muito a conquista em sua volta ao time, depois de um ano afastada. "Nada melhor do que começar com vitória. É bom poder retornar e acrescentar alguma coisa ao grupo", afirmou.

sou: “Não li os jornais e não vejo problema algum no fato de as pessoas fazerem suas análises”. Há menos de um mês, Klinsmann também teve de passar por situação semelhante, logo depois de Ballack criticar a postura defensiva da Alemanha no empate com o Japão, em 2 a 2. “Acho ótimo que os jogadores expressem suas opiniões”, disse. “Mas nosso problema não está na defesa, e sim na ligação de trás com os atacantes”, completou. A outra partida que completa a segunda rodada do Grupo A, entre Equador e Costa Rica, acontece na quinta-feira, em Hamburgo, às 10 da manhã (horário de Brasília). O Equador, que estreou com uma boa vitória por 2 a 0 sobre a Polônia, também contará com importantes reforços. O atacante Carlos Tenorio e o zagueiro Iván Hurtado, que tiveram de ser substituídos por problemas físicos, estarão em condições de jogar.

ALEMANHA 4 Lehmann; Friedrich, Mertesacker, Metzelder e Lahn; Frings, Schweinsteiger, Schneider (Odonkor 46/2) e Borowski (Kehl 27/2); Podolski e Klose (Neuville 34/2). Técnico: Jürgen Klinsmann.

COSTA RICA 2

POLÔNIA 0 Boruc; Jop, Baszczynski, Bak e Zewlakow; Sobolewski (Jelen 22/2), Szymkowiak, Krzynowek (Kosowski 33/2) e Radomski; Zurawski (Brozek 38/2) e Smolarek. Técnico: Pawel Janas.

EQUADOR 2

Porras; Martinez (Drummond 21/2), Marin, Unama e Gonzalez; Sequeira, Sólis (Bolaños 33/2), Fonseca, Centeno e Gómez (Azofeita 46/2); Wanchope. Técnico: Alexandre Guimarães.

Mora; De la Cruz, Edwin Tenório , Hurtado (Jorge Guagua 24/2) e Reasco; Méndez, Castillo, Espinoza e Valencia; Carlos Tenório (K aviedes 20/2) e D elgado (Urrutia 38/2). Técnico: Luís Suárez.

Local: Allianz Arena, em Munique. Árbitro: Horacio Elizondo (ARG) Gols: Lahn 6/1, Wanchope 12/1, Klose 17/1, Klose 16/2, Wanchope 28/2 e Frings 43/2. Cartão amarelo: Fonseca 30/1.

Local: Aufschalke Arena, em Gelsenkirchen. Árbitro: Toru Kamikawa (JAP). Gols: Carlos Tenório 24/1 e Agustín Delgado 34/2. Cartões amarelos: Hurtado 31/1, Méndez 25/2 e Smolarek 37/1.

Ele ainda não joga

Ele bateu Federer pela quarta vez no ano e foi bi em Roland Garros

A

Principal jogador da Alemanha, Ballack está confirmado para o jogo de quarta, contra a Polônia

N

ão será ainda na quinta-feira, no próximo jogo da Inglaterra, contra Trinidad e Tobago, que os torcedores poderão ver em campo o atacante Wayne Rooney. Em fase final de recuperação de uma fratura no pé esquerdo, ele mais uma vez ficará no banco, como aconteceu no jogo de estréia, contra o Paraguai, vencido pelos ingleses por 1 a 0, mas não jogará. O técnico da Inglaterra, o sueco Sven-Göran Eriksson, deverá repetir a escalação que bateu o Paraguai com um gol contra de Gamarra, confirmado ontem pela Fifa. O Grupo de Estudo da entidade considerou a possibilidade de dar o gol para David Beckham, autor da cobrança de falta, mas, ao rever as imagens do toque de cabeça de Gamarra na bola, concluíram que o gol deveria ser considerado contra. Além da ausência de um de seus principais jogadores, o que mais angustia os ingleses nesse início de Copa é o calor. Ontem, a Federação Inglesa reclamou da Fifa sobre a limitação de água para seus jogadores durante o jogo contra o Pa-

Eddie Keogh/Reuters

INGLATERRA 1 Robinson; Neville, Ferdinand, Terry e Ashley Cole; Beckham, Lampard, Gerrard e Joe Cole (Hargreaves 38/2); Owen (Downing 11/2) e Crouch. Técnico: Sven-Goran Eriksson.

PARAGUAI 0 Villar (Bobadilla 8/1); Caniza, Cáceres, Gamarra e Toledo (Nuñez 37/2); Paredes, Riveros, Bonet (Cuevas 23/2) e Acuña; Haedo Valdez e Santa Cruz. Técnico: Aníbal Ruiz.

Contra Trinidad, na quinta, inglês Rooney continua no banco

raguai, disputado sábado, em Frankfurt, sob 29 ºC. “Nós vamos fazer um comunicado à Fifa. Os médicos chegaram a ficar preocupados”, disse

TRINIDAD E TOBAGO 0 Hislop; Gray, Avery John, Sancho e Lawrence; Birchall, Theobald (Whitley 13/2), Yorke e Edwards; Samuel (Glen 7/2) e Stern John. Técnico: Leo Beenhakker.

SUÉCIA 0 Shaaban; Alexandersson, Mellberg, Lucic e Edman; Linderoth (Kallström 33/2), Willhelmson (Jonson 33/2), Svensson (Allbäck 17/2) e Ljungberg; Ibrahimovic e Larsson. Técnico: Lars Lagerback.

Local: Waldstadion, em Frankfurt. Árbitro: Marco Rodríguez (MEX). Gol: Gamarra (contra) 3/1. Cartões amarelos: Gerrard 19/1, Valdez 22/1 e Crouch 18/2.

Local: Westfalenstadion, em Dortmund. Árbitro: Shamsul Maidin (CIN). Cartões amarelos: Yorke 29/2 e Larsson 45/2. Cartão vermelho: Avery John 1/2.

Adrian Bevington, porta-voz da Federação Inglesa. Os ingleses reclamam que houve demora na entrega das garrafinhas de água aos jogadores,

feita por voluntários da organização. O calor e a falta d’água foram usados como desculpa para a queda de rendimento no segundo tempo.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 12 de junho de 2006

Foi opção do míster. Tive chances, mas não marquei." Cristiano Ronaldo, que se irritou ao ser substituído por Felipão

Foram três pontos importantes, mas é preciso mais do que isso para conseguir a classificação." Zinha, autor do terceiro gol mexicano

OBRIGADO, BRASIL! Alexander Joe/AFP

D

ois dias antes da estréia do Brasil na Copa, dois brasileiros - um de cada extremo do País - saíram felizes de campo pelos resultados da primeira rodada do Grupo D. O gaúcho Luiz Felipe Scolari, técnico de Portugal, foi criticado pela magra vitória de 1 a 0 sobre Angola, enquanto o atacante potiguar Zinha saiu do banco e foi fundamental para levar o México à vitória sobre o Irã, por 3 a 1. Em Hannover, os mexicanos sofreram no primeiro tempo diante de um Irã bem postado na defesa e incisivo nos poucos ataques. O time abriu o placar com Pardo, mas levou o empate em seguida, gol marcado por Golmohammadi. Na etapa final, depois de um pênalti não marcado sobre o zagueiro Rafa Márquez, o brasileiro Zinha fez a diferença. Primo do meia Souza, ex-Corinthians, São Paulo e Flamengo, ele aproveitou um erro do goleiro iraniano na saída de bola e deixou Bravo na cara do gol. Logo depois fez o seu, numa cabeçada certeira - não é a especialidade para seu 1,63 m. "Até hoje, só havia feito um gol de cabeça", disse o jogador, que substituiu outro naturalizado, o argentino Guillermo Franco, e teve sua presença na seleção questionada no país, diante da preferência quase unãnime pelo veterano Blanco, ignorado pelo técnico Ricardo Lavolpe. "Eu me sinto mexicano. Faço tudo por esse

MÉXICO 3

ANGOLA0

Sanchez; Salcido, Piñeda, Rafa Marquez e Osório; Méndez, Pardo, Torrado (Pérez 1/2) e Bravo; Borgetti (Fonseca 7/2) e Franco (Zinha 1/2). Técnico: Ricardo Lavolpe.

João Ricardo; Loco, Jamba, Kali e Delgado; André, Figueiredo (Miloy 35/2), Mendonça e Mateus; Zé Kalanga (Edson 25/2) e Akwa (Mantorras 15/2). Técnico: Luís de Oliveira Gonçalves.

IRÃ 1 Mirzapour; Kaabi, Rezaei, Golmohammadi e Nosrati (Borhani 36/2); Mahdavikia, Nekounam, Karimi (Madanchi 18/2) e Teymourian; Hashemian e Ali Daei. Técnico: Branko Ivankovic.

Portugal, de Felipão e Pauleta (9), suou para bater Angola por 1 a 0, mas quebrou série de estréias ruins

país, que me acolheu. Jogo por eles até a morte, mas quando o México não joga, torço para o Brasil", já disse uma vez. Em Colônia, Felipão saiu de campo de cabeça cheia, por causa da atuação burocrática de Portugal contra a ex-colônia Angola. O jogo foi definido no início, com um gol de Pauleta aos quatro minutos - ele já havia perdido uma chance com menos de 15 segundos. O problema foi que, na segunda etapa, o técnico fez uma série de substituições defensivas, a começar pela troca do astro Cristiano Ronaldo pelo voluntarioso Costinha - o atacante do Manchester United fez caretas desde a saída de campo

até o fim da partida, no banco. Recordista de vitórias consecutivas como técnico em Copas, com oito triunfos consecutivos - o de ontem mais os sete com o Brasil, em 2002 -, ele Felipão saiu de campo também contrariado, mas relevou as críticas. "Uma vitória por mais magra e simples que seja vale três pontos. Agora só nos restam seis jogos", afirmou o treinador, que enfatizou a importãncia de um sucesso depois de dois fiascos seguidos em estréias - em 2002, Portugal levou 3 a 2 dos Estados Unidos, e na Eurocopa de 2004, caiu por 2 a 1 para a Grécia, em casa. Felipão lamentou a ausência de Deco, contundido, e lem-

brou que já havia mostrado preocupação com Angola, e citou o empate sem gols da Suécia com Trinidad e Tobago, no sábado, como exemplo do chavão "Não tem mais bobo no futebol". " A Suécia jogou 11 contra 10 e não conseguiu vencer Trinidad", disse o brasileiro. "Esperavam que fôssemos ganhar de 5 a 0?", questionou o meia Figo, capitão do time. Para o técnico de Angola, o resultado valeu como uma vitória. "Somos realistas. Vamos trabalhar para complicar a vida das grandes potências", disse Oliveira Gonçalves. Nas ruas da capital Luanda, o povo angolano fez buzinaço para comemorar a "derrota digna".

Local: Frankensatadion, em Nuremberg. Árbitro: Roberto Rosetti (ITA). Gols: Bravo 28/1, Golmohammadi 36/1, Bravo 31/2, Sinha 34/2. Cartões amarelos: Torrado 18/1, Nekounam 10/2 e Salcido 46/2.

PORTUGAL 1 Ricardo; Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente (Hugo Viana 38/2); Petit (Maniche 27/2), Tiago, Simão Sabrosa e Figo; Cristiano Ronaldo (Costinha 15/2) e Pauleta. Técnico: Luiz Felipe Scolari. Local: Estádio Müengersdorfer, em Colônia. Árbitro: Jorge Larrionda (URU). Gol: Pauleta 4/1. Cartões amarelos: Cristiano Ronaldo 26/1, Jamba 28/1, Loco 48/1, André 7/2 e Nuno Valente 34/2.

Suhaib Salem/Reuters

Zinha (7) saiu do banco para ajudar o México a bater o Irã: 3 a 1

Primeiro destaque individual Yves Herman/Reuters

Enrique Marcarian/Reuters

Abbondancieri, Ayala, Cambiasso e Burdisso puxam a fila no treino: vitória na estréia satisfez os argentinos

ARGENTINA 2 Abbondanzieri; Burdisso, Ayala, Heinze e Sorín; Mascherano, Cambiasso, Maxi Rodríguez e Riquelme (Aimar 48/2); Saviola (Lucho González 30/2) e Crespo (Rodrigo Palácio 19/2). Técnico: José Pekerman. Arjen Robben marca o gol da vitória da Holanda sobre a Sérvia e Montenegro e surge como o principal jogador da Copa até aqui

Q

uando terminou o jogo em que a Holanda derrotou Sérvia e Montenegro por 1 a 0, ontem, em Leipzig, pelo Grupo C — o chamado “Grupo da Morte”, do qual também fazem parte Argentina e Costa do Marfim —, o técnico holandês, Marco van Basten fez questão de agradecer à “sorte” por contar com um atacante como Arjen Robben: “Tivemos sorte por ele jogar para nós. O gol de Robben nos deu oportunidade de respirar, pois perdemos muitas chances”.

Robben agradeceu ao comandante pelos elogios e se disse satisfeito com sua atuação, mas acredita que pode jogar melhor num ambiente mais ameno. “Podia ter jogado melhor, especialmente no segundo tempo, quando estava muito quente. Parecia que estávamos jogando no Saara”, afirmou o autor do solitário gol da partida, que ontem despontou como o primeiro grande destaque individual da Copa. O volante Cocu enfatizou a importância de se igualar à Argentina, que no sábado derro-

tou a Costa do Marfim por 2 a 1. “Foi importante ganhar, ainda mais que a Argentina também venceu. Demos um passo importante”, disse. O gol saiu numa das poucas vezes em que a Holanda usou a velocidade: aos 17 minutos do primeiro tempo, Robben recebeu a bola no grande círculo, em condição legal, superou dois sérvios na corrida e bateu na saída do goleiro Jevric. Um dia após a estréia com vitória por 2 a 1 sobre a Costa do Marfim, a Argentina fez um treino leve, ontem, em Gelsen-

kirchen. Seus jogadores estavam animados com os três pontos conseguidos, mas sem um grande entusiasmo pelo futebol apresentado. Riquelme, apontado por Carlos Alberto Parreira como o principal jogador argentino na estréia, diz haver tirado uma lição da partida: “Ninguém ganha uma partida no Mundial apenas com o nome. É preciso trabalhar muito duro, e isso nós fizemos. Tenho certeza que representamos bem a Argentina e que podemos melhorar."

COSTA DO MARFIM 1

SÉRVIA E MONTENEGRO 0 Jevric; Duljaj, Gavrancic, Krstajic e Dragutinovic; Nadj, Nenad Djordjevic (Koroman 43/1), Predrag Djordjevic e Stankovic; Milosevic (Zigic 1/2) e Kezman (Ljuboja 22/2). Técnico: Ilija Petkovic.

HOLANDA 1

Tizié; Eboué, Meité, Kolo Touré e Boka; Yaya Touré, Kalou (Dindane 10/2), Zokora e Akalé (Baky Koné 17/2); Keita (Arouna Koné 32/2) e Drogba. Técnico: Henri Michel.

Van der Sar; Heitinga, Ooijer, Mathijsen (Boulahrouz 41/2) e Van Bronckhorst; Sneijder, Van Bommel (Landzaat 15/2) e Cocu; Van Persie, Van Nistelrooy (Kuyt 34/2) e Robben. Técnico: Marco van Basten.

Local: AOL Arena, em Hamburgo Árbitro: Frank de Bleeckere (BEL). Gols: Crespo 24/1, Saviola 38/1 e Drogba 37/2. Cartões amarelos: Saviola 41/1, Heinze 3/2, Lucho González 36/2, Eboué 18/2 e Drogba 46/2.

Local: Zentralstadion, em Leipzig. Árbitro: Markus Merk (ALE). Gol: Robben 18/1. Cartões amarelos: Stankovic 34/1, Van Bronckhorst 11/2, Koroman 19/2, Dragutinovic 36/2, Gavrancic 45/2 e Heitinga 40/2.


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segunda-feira, 12 de junho de 2006

Internacional

Foram necessários sete homens para arrastar o corpo de Zarqawi para fora dos escombros

ORGANIZAÇÃO PROMETE REALIZAR ATAQUES DE LARGA ESCALA PARA VINGAR A MORTE DE SEU LÍDER

Said Khatib/AFP Photo

Na Faixa de Gaza, palestino monta guarda ao lado de poster do líder da Al-Qaeda Abu Musab al Zarqawi

Líder da Al-Qaeda: espancado ou morto em bombardeio?

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autópsia do líder da rede terrorista Al-Qaeda no Iraque, Abu Musab al Zarqawi, morto na última quarta-feira, dia 7, depois de um ataque aéreo americano ao seu esconderijo, já foi concluída, mas o resultado ainda não foi divulgado. Há muito suspense e ansiedade em torno das causas de sua morte. Os militares norte-americanos admitiram que Zarqawi saiu vivo dos escombros da casa bombardeada e que tentou fugir da maca em que foi colocado, com ferimentos graves. Uma testemunha afirma ter visto soldados espancando Zarqawi. A questão agora é se os soldados mataram o líder da Al-Qaeda ou se ele morreu em decorrência dos ferimentos sofridos nas explosões. A principal testemunha do espancamento é o operário Ali

Abbas, que afirmou ter visto norte-americanos espancado uma pessoa ferida, com traços semelhantes a Zarqawi, até que seu nariz começasse a sangrar. O terrorista ainda estava vivo e gemendo com um ferimento na cabeça quando helicópteros americanos e Humvees chegaram ao local. Foi preciso sete homens iraquianos para arrastá-lo para fora dos escombros, minutos depois de um ataque aéreo americano contra a casa de campo onde ele estava hospedado no vilarejo de Hibhib. Eles não sabiam que o homem que estavam tentando salvar era Zarqawi. Quando arrastavam o homem ferido para fora das ruínas da casa, uma ambulância e forças iraquianas surgiu. Mal haviam terminado de colocá-lo no veículo quando sete helicópteros americanos aterrissaram pró-

ximos à casa e quatro Humvees rugiam em meio ao pó. Ainda de acordo com o texto, os americanos rasgaram o roupão da vítima porque tinham medo que ele tivesse um cinto suicida e ficaram perguntando o nome da vítima, por meio de um intérprete. Segundo a testemunha, quando o interrogatório acabou, eles levaram os iraquianos para longe da casa. Colocaram cinco detonadores e explodiram o que havia sobrado. No dia seguinte, Abbas viu na TV fotos de Zarqawi morto, e disse que tinha certeza de que era o mesmo homem. A versão do Exército americano difere da dos iraquianos em um detalhe importante: segundo um porta-voz dos EUA, os médicos do Exército tentaram salvar Zarqawi. A Al-Qaeda prometeu realizar ataques de larga escala para vingar a morte de seu líder.

Alexandra Winkler/Reuters

Protesto na Alemanha contra o Irã nuclear

A

comunidade de judeus em Nuremberg, na Alemanha, promoveu um protesto ontem contra o programa nuclear iraniano, aproveitando a presença na cidade da seleção de futebol do país asiático, que enfrentou o México, perdendo por 3 gols a 1. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse no mês passado, em visita a Indonésia, que estaria aberto a negociar uma saída pacífica para a crise nuclear com qualquer país, exceto Israel, que definiu como um "regime baseado no diabo". Ontem, o Irã divulgou que

Menino judeu alemão participa em Nuremberg do protesto contra o Irã

considera "aceitáveis" partes do pacote de incentivos oferecido pelo Ocidente em troca do abandono de seu programa nuclear, segundo um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Hamid Reza Asefi. "Nós temos que estudá-lo. Há pontos que são ambíguos e outros que nós acreditamos

que precisam ser fortalecidos." Na sexta, o presidente dos EUA, George W. Bush, disse que o Irã terá "semanas, e não meses" para decidir se aceita ou não o pacote, que contém ameaças implícitas de sanções caso o país não desista das partes do programa voltadas ao uso militar da energia nuclear.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO s dois heroizinhos da semana foram os srs. Fernando Gabeira e Antonio Carlos Magalhães – o primeiro, por ter cumprido o dever banal de ser gentil com os seguranças que, para defendê-lo, tiveram braços quebrados e cabeças rachadas na invasão da Câmara; o segundo, por ter clamado por uma intervenção necessária, tardia e mais que improvável das Forças Armadas no circo sangrento da realidade nacional. "Pobre do país que precisa de heróis", dizia Brecht. Mas Brecht era um mentiroso cínico. Todo país precisa de heróis. Tanto precisa que, quando na hora do aperto não encontra nenhum, inventa logo algum simulacro patético e se apega a ele com aquela esperança histérica que nasce do matrimônio da covardia com a estupidez. Heróis genuínos fazem-se desde dentro, na luta da alma pela verdade da existência. Antes de brilhar em ações espetaculares, têm de vencer a mentira interior e pagar, com a solidão moral extrema, o preço da sinceridade. Os que não podem fazer isso aproveitam os momentos de desespero geral para dizer umas palavinhas oportunas que os façam parecer o que não são. Os srs. Gabeira e Magalhães, como pais fundadores do próprio estado de coisas que denunciam, deveriam limpar-se do seu passado antes de apresentar-se como salvadores do presente. A Igreja, inspirada na sabedoria eterna, instituiu a confissão antes da comunhão. Os dois heróis de chanchada da Atlântida querem subir aos céus da glória nacional antes de descer aos infernos da sua miséria interior. Querem ser exaltados sem precisar humilhar-se. FIDEL CASTRO - O sr. Gabeira classifica a atual prepotência petista como uma traição aos belos ideais da aurora da sua vida. Que ideais eram esses, que segundo o seqüestrador e terrorista aposentado os anos não trazem mais? Eram os dos socialismo continental de Fidel Castro, modelados pelo regime cubano e espalhados no continente, sob a forma de bombas e assassinatos, pela Organização Latino-Americana de Solidariedade, OLAS, a primeira edição do Foro de São Paulo. Ninguém metido nisso podia dizer honestamente que lutava pela liberdade de expressão. Agora o sr. Gabeira se queixa de que o partido dominante lhe impõe decisões prontas, não o deixa votar como bem entende. Mas em Cuba, no tempo em que ele desfrutava da hospitalidade e proteção do regime castrista, alguém podia votar como bem lhe parecia? Sob esse aspecto, o PT de hoje (como aliás a Cuba de hoje) não é o avesso dos sonhos de juventude do sr. Gabeira: é a sua realização. BANDIDAGEM - Quanto à violência física, o deputado verde não há de querer nos persuadir de que os arruaceiros do MST sejam páreo para a polícia secreta cubana. Na ilha onde o sr. Gabeira encontrou abrigo contra uma ditadura que matara duas centenas de terroristas armados, outra ditadura já havia matado, até então, mais de dez mil civis desarmados, mas ele a achava linda. Não é possível que umas dúzias de policiais mortos pelo PCC sejam uma realidade demasiado chocante em comparação com o modelo que ele então cultuava. Ademais, foram os companheiros de ideal do sr. Gabeira que começaram a preparar a bandidagem vulgar, na Ilha Grande, para o upgrade ideologicamente adestrado que a transfigurou em guerrilha urbana. Ele nunca disse sequer: "Não deveríamos ter feito isso." Ao contrário, ele se orgulha dos feitos da sua geração. Como pode então sentir-se escandalizado de que, no devido tempo, eles dêem frutos? Resta ainda o aspecto da honestidade, da lisura. Fidel Castro, nos anos 70, já começara a amealhar, mediante acordos com narcotraficantes para que seus aviões atravessassem impunemente o espaço aéreo cubano, a fortuna que o colocaria na lista da Forbes entre os homens mais ricos do mundo. Se Gabeira nunca se arrependeu de ter servido ao gangster máximo da América Latina, não é verossímil que se sinta tão envergonhado de haver contribuído para a ascensão de bandidinhos chinfrins como Delúbio e Valério. Não, não há um pingo de sinceridade nas críticas do sr. Gabeira, como não há nas suas autocríticas. Há apenas o desejo de explorar a debilidade da memória popular, para espalhar a impressão de que a causa foi mais nobre que o efeito, de que os construtores da desgra-

O

segunda-feira, 12 de junho de 2006

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

A fossa de Babel José Varella/CBPress/AE/6/6/2006

Mais de 400 pessoas, integrantes do Movimento pela Libertação dos Sem-Terra promoveram invasão e quebra-quebra na Câmara Rogerio Casimiro/Filha Imagem/19/9/2005

ça presente são, na verdade, suas pobres vítimas desiludidas ou seus denunciadores heróicos. Isso não é, decerto, grande novidade. Desde a decapitação de Luís XVI o movimento revolucionário mundial vive de proxenetar seus próprios crimes e vexames, atribuindo-os às suas vítimas, a circunstâncias fortuitas ou à ação de traidores. Tantas confissões repetidas da incapacidade de governar o curso das coisas já bastam, é claro para impugnar a presunção do poder absoluto e infalível de forjar um futuro melhor. Mas o público que as ouve não parece relacionar umas com as outras: toma cada uma isoladamente, como se fosse a primeira, e investe de novo e de novo na serpente do Éden. RANCOR - Quanto ao sr. Magalhães, o sentimento que inspira sua explosão de cólera não é o zelo do patriota: é o ressentimento do bajulador rejeitado. Em 2002, acossado pela hostilidade esquerdista, esmagado sob denúncias sem fim, antevendo o fim próximo dos seus dias de glória, o senador baiano, in extremis, apostou tudo na cartada do adesismo e da lisonja. Apostou e perdeu. De nada lhe adiantou lamber as botas daqueles que ainda na véspe-

ças do Congresso. Veio logo depois das eleições, quando, frustrado seu intento de vencer por meio da adesão, o ex-governador da Bahia teve de descer do seu pedestal de árbitro supremo da política brasileira e, exatamente como eu previra num artigo publicado mais de um ano antes, recolher-se à modesta posição de líder provinciano, de onde nunca deveria ter saído. Descendentes de Macunaíma e Tartufo, Magalhães e Gabeira são o Gordo e o Magro do grande épico do anti-heroísmo nacional. Mas o que me irrita e deprime não é que tipos como esses brotem, como cogumelos, da decomposição geral. É a pressa obscena com que são aplaudidos por gente letrada, que deveria ao menos ter um pouco de memória, e se tornam modelos de conduta patriótica. Notem bem: eu disse que isso me irrita e deprime, não que me espanta. Há décadas venho observando a progressiva, firme e aparentemente irreversível descida de nível dos padrões de julgamento moral, intelectual e estético neste país, uma degradação – no sentido estrito e etimológico do termo – jamais observada em parte alguma e época nenhuma da história

Fernando Vivas/Folha Imagem/4/9/2005

ra o chamavam dos piores nomes. Desprezado e humilhado pelo objeto de suas afeições repentinas, recolheu-se a um silêncio rancoroso, preparando a vingancinha. Quatro anos atrás, a denúncia da máquina de corrupção petista já era velha de mais de uma década, o MST já incendiava fazendas, as ligações entre a elite esquerdista nacional, a espionagem cubana, os narcotraficantes das Farc e o crime organizado local já eram uma tradição consolidada, meia dúzia de testemunhas do processo Celso Daniel já tinham sido providencialmente assassinadas e o sr. Luís Inácio Lula da Silva, como oficiante-mor dos ritos macabros do Foro de São Paulo, já era o coveiro da dignidade e da soberania nacionais. Por que achar tudo isso merecedor de aplauso na ocasião, e agora subir à tribuna do Senado, com ares de escândalo no rosto, para denunciar algo que então já era sabido e mais que provado? A mudança de atitude do sr. Magalhães para com Lula não veio de repente, sob o impacto de uns socos e pontapés desferidos nos seguran-

O sentimento que inspira a explosão de cólera do sr. Magalhães não é o zelo do patriota: é o ressentimento do bajulador rejeitado. do mundo. Não faz muito tempo, um estrategista espertalhão, o sr. Herbert de Souza, foi tido como uma reedição melhorada de S. Francisco de Assis pelo mérito divino de haver conseguido transformar as instituições de caridade em instrumentos da propaganda esquerdista. Nas eleições de 2002 o jornalista Hélio Fernandes, que jamais se notabilizara pela ingenuidade crédula, escreveu, com toda a seriedade, que Lula era o salvador providencial anunciado na profecia de S. João Bosco. Falastrões bobocas como os srs. Leandro Konder, Emir Sader, Luís Eduardo Soares e Gilberto Felisberto de Vas-

concelos (Gilberto Felisberto, vê se pode!) brilhavam no céu como astros supremos da inteligência. Simples testemunhas judiciais que diziam a verdade para evitar um processo de perjúrio eram canonizadas como pináculos da honestidade. E logo em seguida um cantorzinho como qualquer outro, cuja máxima originalidade era ter posado de collant ao lado de Roberta Close e respectivo maridão no baile gay do Scala, era consagrado por um cargo ministerial como epítome da "cultura nacional" – seja isso lá o que for. Vendo tudo isso, eu não podia senão lembrar o hai-kai de Antonio Machado: "Cuán dificil es Cuando todo baja No bajar también." Pior que a degradação da realidade era a descida das próprias expectativas ideais. A medida de altitude máxima concebível pela imaginação popular ia baixando, baixando, para adaptar-se ao material disponível cada vez mais ordinário. Não que as aspirações brasileiras tivessem algum dia sido muito elevadas. Sempre estivemos, sob esse aspecto, muito abaixo da média humana – ao ponto de não conseguir conceber os heróis, santos e sábios de outras épocas e culturas senão sob o prisma redutivo e caricatural que nos era próprio. Por isso considero Desenvolvimento e Cultura. O Problema do Estetismo no Brasil, de Mário Vieira de Mello (São Paulo, Nacional, 1958), e Psicologia do Subdesenvolvimento, de José Osvaldo de Meira Penna (Apec, 1972), os estudos mais úteis que alguém já escreveu sobre a índole da cultura nacional. O primeiro discerne, nas fontes européias que mais nos influenciaram, o predomínio do prazer estético sobre a consciência moral. O segundo mostra que esse prazer nem chega a ser estético: é lúdico e erótico. O brasileiro em geral, mesmo culto, não capta as exigências específicas do domínio moral, intelectual e religioso: decide as questões mais graves do destino humano pelo mesmo critério de atração e repulsa imediatos com que julga a qualidade da pinga ou avalia o perfil dos bumbuns na praia. Daí sua tendência incoercível de tomar a simpatia pessoal, a identidade de gostos ou a adequação às preferências da moda na classe artística como sinais infalíveis de alta qualifica-

(...) o PT de hoje (como aliás a Cuba de hoje) não é o avesso dos sonhos de juventude do sr. Gabeira: é a sua realização.

Descendentes de Macunaíma e Tartufo, Magalhães e Gabeira são o Gordo e o Magro do grande épico do anti-heroísmo nacional. ção moral. O sr. Gabeira, por exemplo, sai por aí de tanguinha e diz que fuma maconha. Logo, só pode ser "bom sujeito". Magalhães cai no samba e é amigo das mães-de-santo. Por mais que seja odiado politicamente, permanece um tipo popular, íntimo de todos. Inversa e complementarmente, homens da mais elevada estatura moral, como Gustavo Corção ou o príncipe D. Bertrand, foram odiados e desprezados, menos pelo conteúdo de suas crenças políticas (as mesmas de Nélson Rodrigues, do qual todo mundo gosta) do que pela rigidez hierática do seu estilo de viver, incompatível com aquele mínimo de esculacho promíscuo que é preciso para ser admitido no panteão dos "bons sujeitos". TAÇA DA BAIXARIA - Agora imaginem o que pode acontecer a um país assim desguarnecido psicologicamente quando uma geração inteira de intelectuais ativistas, ambiciosos como a peste, decide sugar o pouquinho de valores morais ainda disseminados na sociedade como resíduos de épocas mais nobres e rebaixá-los a instrumentos de doutrinação comunista, senão a slogans de propaganda eleitoral. Aí é, como diria Raymond Abellio, "a fossa de Babel": é a competição geral pela taça da baixaria universal, cada um tentando mostrar que é mais podre, mais sórdido, mais esculhambado que o vizinho, e chamando isso de

ética, patriotismo e cultura. É assim que se explica o contraste, aqui assinalado em artigo anterior, entre o Brasil de agora e o dos anos 50. Naquela época, já era a meleca geral, mas nela algumas centenas de escritores e artistas ainda bracejavam para manter-se à tona, resguardando a dignidade da inteligência. Agora, o próprio sentido medicinal da cultura superior está perdido: os que ainda têm um pouquinho de estudo envergonham-se dele, querem ser "povão" como Lula, cortejar os afagos da massa, adaptar-se o mais rápido possível ao bunda-le-lê imperante, como o chama esse sobrevivente pré-histórico que é Bruno Tolentino. Creio que com isso respondi, meio involuntariamente, à carta gentil e perplexa que recebi de um leitor gaúcho: "Já há bastante tempo venho lendo seus artigos na imprensa e acompanhando semanalmente a exposição de suas opiniões no blog que mantém na Internet. Todos os textos de sua autoria vêm sempre acompanhados de uma advertência ou de uma previsão futura. É tudo de uma clareza impressionante, a tal ponto de parecer que você possui bola de cristal, joga tarô ou sonha feito profeta, de tanto que acerta. Mesmo um simples título, como ‘Aguardem o pior’, publicado no JB de 6 de maio deste ano, (tendo em vista esse ataque ao Congresso) revela a sua capacidade de acerto sobre os acontecimentos futuros, embasadamente lúcida e probante. Mas algo me intriga... Por que, mesmo com toda essa clareza com que você expõe os fatos políticos que irão se desenrolar, ninguém lhe dá ouvidos ou leva seus artigos em consideração? Será que no Brasil existe um ódio satânico à verdade?" AS COISAS, COMO SÃO - Se eu fosse um político de direita, ocultaria o que sei de Gabeira e Magalhães e trataria de tirar proveito tático de suas performances antipetistas. Mas não fui treinado para isso. Todo o adestramento que adquiri foi para perceber o curso dos fatos no meio da confusão e das mentiras, e expressá-lo da maneira mais clara e direta que pudesse. Nunca estudei para brilhar, para fazer carreira, mas para enxergar a realidade, talvez para superar o sentimento opressivo de ignorância e confusão que me atormentava na infância. Desde que me entendo por gente, repeti diariamente a prece de Maomé: "Senhor, mostra-me as coisas como são". E, tão logo aprendi a me expressar como escritor, me dei conta de que, se sacrificasse minha inteligência verbal a outras finalidades, dizendo o que parecia conveniente e não o que enxergava, ela acabaria se perdendo por completo e eu seria mais um cabo eleitoral, mais um sedutor barato, mais um beletrista de partido. Logo na adolescência, uma leitura que me inspirou muito foi a página em que Julián Marías, na sua adorável Introducción a la Filosofía, mostrava a conexão essencial entre os três termos básicos da filosofia grega: theoréin, ón e logos – "ver", "ser" e "linguagem". O filósofo, originariamente, não se entendia como um autor de discursos complicados, mas como alguém que tinha uma função precisa: enxergar o ser e dizer as coisas exatamente como são. Quando li essa página, disse para mim mesmo: "É isso o que eu quero ser quando crescer" – o sujeito que sabe o que está acontecendo e o explica da melhor maneira que pode. Não sei fazer outra coisa. Se minhas habilidades são menos prezadas que as dos Gabeiras, Magalhães, Sáderes e Gilbertos Felisbertos em geral, isso faz parte da própria realidade que estou tentando apreender, e não me impressiona mais do que o restante do panorama de miséria espiritual no qual o aplauso, se o recebesse, não poderia ter sobre mim senão o efeito de uma cusparada, e vice-versa. É verdade que nem todo mundo reclama do que escrevo. Há quem goste. Mas uma boa parte gosta naquela mesma clave lúdica em que o conhecimento adquirido é uma forma de diversão, sem alcance sobre a vida prática e as decisões reais. Quando dou conselhos a essa gente, quase sempre me sinto como um médico que, tendo receitado uma medicação de emergência, depois a encontra esquecida num canto da sala onde a família presta sua última homenagem ao cadáver do paciente. Não me sinto um gênio incompreendido, não tenho nem um pouco de dó de mim mesmo: tenho dó daqueles a quem estendi o socorro dos meus conhecimentos e que só os aproveitaram como deslumbre passageiro. Não entenderam que eu não queria os seus aplausos, mas a sua salvação.


2 -.ECONOMIA/LEGAIS

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de junho de 2006

ATAS

CONVOCAÇÕES

COMUNICADO

EDITAL

CONVOCAÇÃO Ficam convocados os senhores membros do Conselho Deliberativo e da Diretoria Plena, da Associação Comercial de São Paulo-ACSP, para a reunião conjunta a realizar-se no próximo dia 19 de junho de 2006 (segunda-feira), às 16h30, no 9º andar do edifício-sede da entidade, na Rua Boa Vista, 51, para cumprimento do art. 64 do Estatuto Social. Ordem do Dia I - Alienação de imóveis. II - Outros Assuntos São Paulo, 12 de junho de 2006.

Alencar Burti Presidente em exercício


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de junho de 2006

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Cidades

Damir Sagolj/Reuters

Os 55 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo também vão encurtar o horário de trabalho hoje.

O Brasil estréia hoje na Copa contra a Croácia. Veja o noticiário nas páginas 3 e 4.

O primeiro jogo do Brasil acontece hoje, às 16h. Duas horas antes os paulistanos já estarão se preparando para ver o jogo pela TV. Confiança nas chuteiras de Ronaldinho Gaúcho (acima) e de seus companheiros.

SÃO PAULO CALÇA AS CHUTEIRAS Márcio Fernandes/AE

Muda tudo na cidade hoje. O horário de pico será mais cedo, das 14h às 16h, e haverá esquema especial de trânsito e de transporte público. Bancos, estabelecimentos comerciais e de serviços e escolas fecham mais cedo. Quem não quiser (ou não conseguir) voltar para casa poderá assistir a Brasil e Croácia em um dos vários telões que serão instalados em diversos pontos da cidade. Robson Ventura/Folha Imagem

O

primeiro jogo da seleção brasileira na Copa da Alemanha, às 16h de hoje, vai alterar bastante a rotina dos paulistanos. O fim do expediente será antecipado na maioria dos estabelecimentos comerciais, de serviços, bancos e repartições públicas. Os funcionários deverão ser dispensados por volta das 14h. Com isso, esquemas especiais de trânsito e no sistema de transporte público da cidade foram preparados para atender a demanda no horário de pico, previsto para acontecer entre 14h e 16 h. O rodízio será suspenso à tarde. De acordo com decreto nº 47.265, assinado pelo prefeito Gilberto Kassab e publicado ontem no Diário Oficial do Município, o expediente nas repartições públicas municipais, subprefeituras e praças de atendimento será encerrado às 14h hoje e no dia 22 de junho, quando ocorrerá o terceiro jogo do Brasil na primeira fase da copa. Vereadores – Por conta da estréia da seleção, os 55 vereadores da Câmara Municipal também vão encurtar o horário de trabalho e liberar funcionários às 14h. Uma sessão extraordinária foi convocada, excepcionalmente, para as 10h. Não haverá sessão ordinária no período da tarde. As agências do INSS abrem às 8h e fecham às 13h. Os atendimentos que estavam agendados para o período da tarde serão transferidos para outros dias. Na área da saúde pública, os hospitais, prontossocorros, postos de assistência médica ambulatorial (Amas) e postos de atendimento funcionarão em regime de plantão. Já as unidades básicas de saúde (UBS) encerrarão o atendimento às 1 4. Escolas – Nas escolas da rede municipal de ensino e nos Ceus, o esquema das aulas nos turnos que corresponderem ao horário do jogo será estabelecido pelas respectivas coordenadorias de educação. Nas creches municipais o funcionamento será normal. Os sacolões e feiras-livres também não sofrerão alterações em seus horários. No Centro Cultural São Paulo, o centro de

Telão instalado no vale do Anhangabaú, no Centro: depois do jogo, apresentação de artistas e shows Niels Andreas/AE

Ontem, no Anhangabaú, já havia torcedor fantasiado para o jogo

Na oriental Liberdade, placas com ideogramas se misturam às bandeiras brasileiras

informações atenderá até 14h, voltando ao normal depois das 19h. As bilheterias para as salas de teatro abrirão a partir das 19h. As salas de cinema permanecerão fechadas. Todas as bibliotecas, casas de cultura e casas históricas estarão abertas até 14h. Bancos – Quem costuma ir ao banco em horário próximo ao fechamento precisa ficar atento As agências bancárias também funcionam em horário diferente do habitual, das 9h30 às 14h30, segundo informação da Febraban. Apesar de não ser uma regra, muitos estabelecimentos comerciais e supermercados devem suspender as atividades durante o jogo.

Trânsito – Para tentar fazer o trânsito fluir mais rápido pela capital para aquelas pessoas que voltam para casa mais cedo, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai aumentar em 50% o número de marronzinhos nas ruas antes do jogo do Brasil. As faixas reversíveis vão ser abertas no sentido bairro a partir das 13h. No mesmo horário, a regulagem dos semáforos da capital também será alterada para manter o sinal aberto por mais tempo nas principais avenidas e bairros da cidade, onde o tráfego costuma ser mais concentrado. A expectativa, segundo a CET, é de que 15% a mais da frota

circulante, em torno de 200 mil carros, esteja nas ruas no início da tarde. Nos principais eixos viários de áreas comerciais, especialmente nas regiões que concentram bares e similares, haverá um monitoramento especial por agentes de tráfego, com destaque para os bairros de Moema, Jardins, Vila Mariana, Pinheiros, Vila Madalena, Vila Olímpia, Santana, Tatuapé, entre outros. O objetivo é minimizar os efeitos do grande número de deslocamentos concentrados que poderão acontecer. O sistema de transporte público será otimizado depois do horário do almoço. O

metrô implantará um esquema especial de operação comercial para atender os usuários que serão dispensados mais cedo do trabalho. A estratégia operacional adotada diariamente para atender os passageiros que embarcam durante o horário de pico da tarde será antecipada. Às 14h, a frota máxima de trens estará em circulação pelas linhas do Metrô. O mesmo esquema, de aumento de ônibus nas linhas antes do início da partida, será colocado em operação pela São Paulo Transportes (SPTrans). Os técnicos vão monitorar a prestação de serviço, principalmente na área central e nos terminais urbanos, para verificar se será necessário manter o mesmo número de veículos durante e após os jogos. Telões – Mas, se tiver dificuldade no deslocamento, o paulistano ainda poderá assistir o jogo da seleção nos telões que estarão espalhados por vários pontos da capital. Em 13 terminais, a SPTrans irá exibir a partida onde normalmente são divulgadas informações institucionais. Os telões estarão instalados nos seguintes locais: A. E. Carvalho, avenida Imperador, 1.401; Capelinha, Estrada de Itapecerica, 3.222; Cidade Tiradentes, rua Sara Kubitschek, 165; Grajaú, rua

Giovanni Bononcini esquina com avenida Dona Belmira Marin; Guarapiranga, Estrada do M'Boi Mirim, 150; Jardim Ângela, Estrada do M'Boi Mirim, 4.901; João Dias, avenida João Dias, 3.589; Lapa, praça Miguel Dell'Erba, 50; Pirituba, avenida Doutor Felipe Pinel, 60; Santo Amaro, avenida Padre José Maria, 400; e Varginha, avenida Paulo Guilguer Reimberg esquina com a praça do Trabalhador. Clínicas – O Hospital das Clínicas também se preparou para os torcedores com três telões no anfiteatro, um no prédio do ambulatório e outro no centro cirúrgico. Pelo hospital estão instalados 250 televisores. Com isso, esperase que o paciente-torcedor não falte à consulta ou vá embora na hora do jogo. No Mercado Municipal, no Centro, haverá quatro telões de 200 polegadas à disposição do público. Três deles irão funcionar no mezanino e um no salão dos leilões, com 500 cadeiras para receber os torcedores. Também na região central há uma outra opção para assistir o jogo: no vale do Anhangabaú. No local, foi montado um telão de 60 metros quadrados. Ali, depois o jogo, acontece uma apresentação de artistas e shows musicais, entre eles a cantora Luciana Mello.


terça-feira, 13 de junho de 2006

Automação Convergência Lançamentos Comunicação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 A grande sacada do PC Expanion é a possibilidade de os recursos do Windows serem direcionados para terminais remotos Ricardo Santis, Trade System

O ORY PC EXPANION JÁ VENDEU 15 MIL UNIDADES

HP lança desktop 4 em 1 e notebooks com até um giga de memória RAM Fotos: Divulgação

Nova linha reúne todos os recursos de entretenimento digital em um único equipamento, para atender ao consumidor que vê no computador multimídia não apenas um instrumento de trabalho, mas uma espécie de membro da família Rachel Melamet O desktop Pavilion b1060 4 em 1: computador, TV, rádio e plataforma para games

e depender dos novos lançamentos da HP Brasil, nenhum consumidor brasileiro vai perder os melhores lances da Copa, seja na TV, no rádio, na internet ou jogando seu game favorito. O desktop Pavilion b1060, o primeiro modelo 4 em 1 da empresa, veio para rivalizar com as TVs de plasma como sonho de consumo da torcida fanática, com a diferença de que custa e metade do preço e permite ao usuário ter todos os recursos de entretenimento digital num só equipamento: computador, TV, rádio e plataforma para games. O b1060, que chegou às lojas nesta segunda por R$ 3.699, podendo ser parcelado em até 6 vezes sem juros, permite a visualização de 16 canais de TV aberta simultaneamente (picture in picture), captura, reprodução, retrocesso e avanço na imagem, além de gravação e reprodução ao mesmo tempo. O usuário também pode capturar imagens fixas de vídeo para o álbum de fotos digital e programar o equipamento dias antes para gravar um programa futuro. Com essa função, é possível

gravar programas mesmo sem estar em frente ao PC. Outro recurso é a possibilidade fazer cópias de segurança dos CDs e DVDs sem necessidade de armazenar a informação no disco rígido, pois é possível fazê-lo diretamente de uma unidade ótica para a outra. As conexões permitem fazer gravações a partir da câmera de vídeo ou VCR para criar filmes caseiros. O novo desktop da HP vem com controle remoto, sintoniza rádio FM e possui gravador de DVD com suporte para camada dupla, permitindo armazenar até 8,4 GB de informações em meios compatíveis. Para os entusiastas de jogos, a máquina possui todos os elementos para um bom desempenho, como a placa de vídeo ATI Radeon 9550 com 256 MB de memória dedicada para gráficos e games e 1 GB de memória RAM. O processador é o Intel Pentium 4 524 (3,06 GHz, 1024 KB cache L2, 533 FSB) com suporte para tecnologia HT. Notebooks – Também estão chegando ao mercado este mês mais três modelos de notebooks da linha Pavilion da HP Brasil, a dv1700. Os novos produtos,

equipados com processadores Intel Core Solo e Duo, contam com webcam e microfone integrados, tela plana widescreen BrightView, tecnologia sem fio e controle remoto. Os equipamentos buscam promover a comunicação à distância. "A linha HP Pavilion dv1700 integra grandes recursos de entretenimento e combina a experiência de um sistema de diversão familiar com as vantagens de um notebook. Estes produtos também tornam a comunicação uma experiência mais completa, com a integração de áudio e imagem num só equipamento, possibilitando maior simplicidade e comodidade", explica Valéria Molina, diretora do Grupo de Computação Pessoal para o Segmento de Consumo da HP Brasil. Os novos notebooks para o mercado doméstico possibilitam a reprodução de vídeos, visualização de imagens e comu-

nicação em tempo real e "face-aface" de qualquer lugar –todos prontos para rede sem fio. A capacidade do disco rígido varia de 60 GB a 100 GB e a memória RAM vai de 512 MB a 1 GB. Além do software HP Quick Play, que permite usar as fun-

ções multimídia rapidamente, sem carregar o sistema operacional, os equipamentos possuem duas saídas para fone de ouvido, possibilitando que até duas pessoas assistam vídeos e filmes e ouçam música sem que o som perturbe o ambiente. Os preços vão de R$ 4.999 a R$ 6.999 e têm garantia de um ano, que abrange os equipamentos que sofrerem upgrades.

Os novos notebooks pessoais vêm com webcam embutida e até um giga de memória RAM

Terminal multiusuário amplia funções de thin clients O PC Expanion é conectado a um host e pode interligar até 30 usuários na empresa, garantindo economia de energia e em equipamentos Barbara Oliveira mpresas públicas ou privadas, de pequeno e grande porte, escolas, já estão usando. Lançado há um ano, o terminal multiusuário Ory PC Expanion já vendeu 15 mil unidades (soluções de hardware e software) no país. Distribuído pela Trade System Informática, ele é uma espécie de ovo de Colombo para as empresas economizarem na instalação de máquinas em rede (PCs com sistema operacional Windows 2000 ou XP), em energia e em manutenção. "O Ory PC Expanion é uma caixinha preta acompanhada de um software e com o mesmo princípio dos terminais thin clients, mas se comporta como uma evolução deles, podendo conectar até 10 estações por PC host em rede Ethernet", explica o gerente de negócios da Trade System, Ricardo Santis. Isso porque no PC Expanion não existe processamento local, unidade de armazenamento de dados nas estações ou sistema operacional instalado nos terminais, ou seja, ele é um "ultra thin client", brinca Santis.

"Nosso equipamento utiliza os perfis do usuário administrativo do Windows para permitir outros acessos aos aplicativos para várias pessoas, já que numa empresa alguns profissionais não precisam utilizar todos os recursos do sistema, como programas gráficos, de vídeo, editor de imagens etc., embora não exista limitação para isso. Portanto, a grande sacada do PC Expanion é a possibilidade de os recursos do Windows serem direcionados para terminais remotos, sem que esse terminais sejam PCs completos." O PC Expansion, na verdade, é uma caixa pequena que pode ser colocada em cima da mesa, com entradas para monitor, mouse, teclado e para rede padrão Ethernet e saídas para áudio e fonte de alimentação e com circuitos eletrônicos que se comunicam pela rede com o host e demais estações, não existe processamento local. Acompanha um software para ser instalado apenas na máquina escolhida na

empresa (o host) –desde que seja um Pentium 4 com chip de no mínimo 2 GHz e memória RAM de 512 MB. "Tanto faz se serão duas, cinco ou dez estações, só será necessária uma única instalação de software". Depois de instalado o software, a rede conectada nos Expanions (via cabo) procura o host disponível, o usuário se conecta nela e a tela do Windows se abre no monitor. O PC Expanion

compartilha todos os recursos disponíveis. É possível interligar até 10 unidades Ory PC Expanion além do próprio PC Host, ou seja, um total de 11 pontos de trabalho por sistema. "Se o sistema operacional for um XP Server podem ser conectados até 30 usuários pendurados em cada host." Todas as pessoas conectadas navegam na internet simultaneamente e sem perda de per-

Divulga ção

O terminal multiusuário Ory PC Expanion permite acoplar até 10 estações por PC host

formance, desde que os aplicativos não exijam muita demanda de processamento ou recursos de hardware. "A maioria dos usuários vai experimentar mínima diferença na velocidade ou no desempenho da máquina, como se estivesse num PC com CPU." Economia – A economia de energia, de investimentos em hardware e em manutenção, é na opinião de Santis, um dos maiores atrativos dessa solução. Um estudo preparado pela Trade System considerou que uma compra de 10 computadores no mercado nacional (PCs completos para 10 pessoas em rede), exige investimentos de R$ 18.000. Já com a solução PC Expanion (é necessário um para cada pessoa) o investimento cai, em média, para R$ 13.500, incluindo um PC completo como host, mais 9 estações Ory Expanion, 9 monitores e 9 conjuntos de teclados e mouses. Cada PC Expanion sai por R$ 800 –o software é da empresa alemã NComputing e o hardware é coreano. "Vendemos a solução completa, em que 80% do valor é o do o software", diz Santis. Mais informações: http://www.tsinfo.com.br


terça-feira, 13 de junho de 2006

Finanças Nacional Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 A BRA terá vôos regulares para Lisboa (Portugal) e Madri (Espanha), a partir de 1º de julho.

VARIG CANCELOU 48 VOÔS NO FIM DE SEMANA

JUIZ DÁ 48 HORAS PARA TGV EXPLICAR ORIGEM DE RECURSOS PARA COMPRA DA COMPANHIA AÉREA

VARIG: FUTURO NAS MÃOS DA JUSTIÇA Tasso Marcelo/AE

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O juiz Luiz Roberto Ayoub homologou, sob condições, a proposta dos Trabalhadores do Grupo Varig

INFLAÇÃO O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe teve variação negativa de 0,38%.

Ó RBITA

CASA PRÓPRIA A Caixa Econômica Federal já liberou R$ 5,3 bilhões em crédito imobiliário em 2006.

Ed Ferreira/AE

ESCÂNDALO DOS FUNDOS DE PENSÃO

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rês ex-dirigentes do Núcleos, fundo de pensão dos funcionários das estatais nucleares, foram autuados pela Secretaria de Previdência Complementar (SPC) por irregularidades na gestão de recursos do fundo e condenados ao pagamento de multas que variam de R$ 60 mil a R$ 100 mil. A punição de Paulo Figueiredo, Gildásio Amado Filho e Abel de Almeida foi publicada em Diário Oficial no último dia 5. No ano passado, eles integraram o rol dos envolvidos no escândalo

PAPELÃO

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s vendas de papelão ondulado, material usado para embalagens e por isso considerado um dos termômetros da economia, acumulam alta de 3,3% nos primeiros cinco meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). As vendas de janeiro a maio somaram 889 mil toneladas, contra 861 mil toneladas um ano antes. (Reuters)

TRACTEBEL

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Tractebel Energia, empresa do grupo franco-belga Suez, fornecerá energia elétrica para a siderúrgica Vega do Sul, localizada em São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Segundo a empresa, esse é o segundo contrato com o grupo Arcelor no Brasil e envolve US$ 44 milhões. No início do ano, a Tractebel já havia garantido um contrato para atender a Belgo-Mineira, outra subsidiária da Arcelor. (AE) A TÉ LOGO

político que arrastou integrantes do governo, dirigentes de estatais e representantes de fundos de pensão. Figueiredo, que presidiu o Núcleos à época, é

funcionário da Eletronuclear, estatal que chegou a presidir, como indicação do P C do B. Na época do escândalo, a indicação dele e do diretor financeiro Gildásio Amado Filho para o Núcleos foi atribuída ao petista Marcelo Sereno (foto), homem de confiança do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. A atual direção do Núcleos encaminhou denúncia-crime acatada pelo Ministério Público contra os ex-diretores. A pedido do MP, a Polícia Federal instaurou inquérito, em fevereiro, para apurar "eventual prática de gestão fraudulenta de instituição financeira". (AE)

CHINA QUER USAR MAIS ETANOL

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governo da China avalia mudança na política energética para estimular o uso do etanol, a fim de reduzir sua alta poluição atmosférica. A afirmação é de Fabrizio Zichini, diretor para etanol do Noble Group, um dos principais negociadores de commodities do mundo. Em entrevista ao jornal Financial Times, ele disse que foi informado recentemente por autoridades chinesas de que o gigante asiático poderá estabelecer uma

meta para a participação do etanol na matriz energética do país até o fim do ano. A decisão, se confirmada, seria sinal importante de apoio aos investimentos na produção, importação e distribuição do biocombustível na China e teria um impacto nos preços internacionais do etanol. "O produto não só ajudará o país a aliviar a dependência de petróleo e carvão, mas também geraria renda entre os agricultores pobres, como no Brasil." (AE)

PETRÓLEO: PREÇOS ALTOS DEMAIS

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s atuais preços do petróleo estão altos demais, mas membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os Estados Unidos têm interesse em derrubá-los, disse ontem o secretário de Energia norteamericano, Sam Bodman. "Os atuais preços são o resultado de um mercado com condições muito apertadas e nós estamos encontrando muito pouca reserva excedente no mundo hoje", afirmou

Bodman, em uma entrevista conjunta com o ministro do Petróleo do Catar, Abdullah al-Attiyah. "Nós vamos fazer o melhor possível para estabilizar o mercado de petróleo", declarou o norte-americano. Ontem, o preço do petróleo em Nova York caiu mais de US$ 1, após sinais de que a primeira tempestade com nome da temporada, a Alberto, deve poupar as instalações de gás e petróleo do Golfo do México. (Reuters)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Concessionárias investem R$ 3,37 bilhões em ferrovias em dois anos

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México firmará acordo de livre comércio com o Mercosul

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Consumo de alumínio deve crescer 7,5% em 2006, segundo a Abal

Justiça do Rio adiou ontem, pela t e rc e i r a v e z e m menos de uma semana, a decisão sobre o vencedor do leilão da Varig. O juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da companhia, homologou sob condições a proposta do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), a única apresentada. O grupo não esclareceu a origem dos recursos que usará para pagar pela empresa. O juiz decidiu dar mais 48 horas para o detalhamento total da proposta e não descartou a realização de um novo leilão. Ontem, num dia agitado para os envolvidos no caso, a portuguesa TAP reapareceu no cenário, disposta a estudar novamente o investimento na companhia. Ayoub quer saber de onde virá o dinheiro oferecido pelo TGV, um grupo formado por associações de trabalhadores, sem patrimônio ou faturamento para bancar o leilão. Participou da concorrência por meio da empresa NV (sigla de Nova Varig) Participações. O juiz pede informações, principalmente, sobre os R$ 285 milhões que seriam pagos à vista e em dinheiro por meio de um investidor estrangeiro, cuja identidade é mantida em segredo. O TGV não revela o nome nem mesmo para a Justiça. Plano – Da proposta total, de R$ 1,01 bilhão, o juiz também quer esclarecimentos sobre o plano de pagar R$ 500 milhões em papéis de dívida (debêntu-

res) lastreadas na previsão de lucro da nova empresa resultante da reestruturação da Varig. "Quero que eles (TGV) me convençam dos créditos e que aquilo (debêntures) atende às necessidades da empresa", afirmou Ayoub. Durante todo o dia, o presidente da estatal portuguesa de aviação TAP, Fernando Pinto, esteve reunido com executivos da Varig. Rumores do mercado dão conta de que Pinto, ex-presidente da Varig, estaria formando um consórcio com empresas como Air Canada e o fundo de investimentos canadense Brookfield para compor uma proposta pela empresa. O plano alternativo da TAP, contam fontes, poderia ser inserido na oferta feita pelo TGV. A Justiça do Rio deixou em aberto essa possibilidade, já que o juiz Ayoub chegou a relatar ontem que qualquer nova proposta não necessariamente devia ser feita por meio de uma associação ou parceria com o TGV, mas que esse era um dos caminhos a serem seguidos. Na manhã de ontem, fontes do mercado informaram que Pinto esteve reunido com o reestruturador da Varig, Marcelo Gomes, da consultoria Alvarez & Marsal, para costurar uma proposta alternativa. O presidente da TAP confirmou que teve um encontro com Gomes, "mas para saber e entender a situação atual da Varig". O executivo não descartou que poderia reapresentar um novo plano de investimento, caso a

Justiça do Rio não homologue a oferta feita pelo TGV. A Varig negou oficialmente que Fernando Pinto esteve na sede da empresa. O coordenador do TGV, Márcio Marsillac, teve reunião na Varig e saiu do local por volta das 18 horas de ontem, mas não confirmou que esteve reunido com Pinto para uma eventual costura de um plano conjunto. O presidente da Varig, Marcelo Bottini, informou que recebeu com naturalidade a decisão de Ayoub. Sobre os problemas com o cancelamento de 48 vôos desde o fim de semana, o executivo garante que as operações continuarão normalmente até quarta-feira. "Os cancelamentos de vôos ocorridos no fim de semana deveram-se à adequação da frota à demanda e a motivos comuns na mercado de aviação, entre eles condições climáticas e manutenção de aeronaves." Corte dos EUA – A Varig pretende convencer o juiz da Corte de Falências de Nova York a manter a liminar que impede empresas de leasing de arrestar aviões da companhia sob o argumento puro e simples de que, sem aviões, ficará mais difícil pagar as dívidas. Na defesa apresentada por escrito hoje ao juiz americano Robert Drain, os advogados da Varig pedem mais um "prazo breve" para a conclusão da venda para a NV Participações, empresa de trabalhadores que venceu o leilão para compra da companhia. (AE) INFORME PUBLICITÁRIO

Investir em ações é fácil e acessível Divulgação

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Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), desde 2002 realiza um projeto de popularização do mercado de ações, o "Bovespa vai até você". O objetivo é mostrar que investir em ações é mais fácil do que a maioria das pessoas pensa, além de ser uma ótima opção de investimento. "Queremos mostrar que investir em ações é uma forma de poupança de longo prazo. Que ao adquirir ações, o investidor adquire p a r c e l a s d e u m a c o m p anhia. Ou seja, torna-se s ócio dela. E como dono, recebe uma parte dos lucros que a empresa tiver", explica Raymundo Magliano, presidente da Bovespa. Nos últimos 12 meses (encerrados em 10 de abril), o Índice Bovespa (Ibovespa), indicador do mercado de ações brasileiro, teve uma valorização de 48,6%, contra 9,7771% da poupança. Magliano explica que, ao

adquirir ações de uma empresa, o investidor fica sujeito aos riscos da companhia, pois o mercado de ações sofre os efeitos diretos dos altos e baixos da economia – não apenas a brasileira, mas mundial. "Daí tratar-se de um investimento de longo prazo, pois quanto mais tempo permanece, mais o risco é diluído." Desde que iniciou o projeto de popularização, os in-

vestidores pessoa física saltaram de 17% do total de investidores participantes da Bovespa para 25%. Mas a meta, segundo Magliano, é alcançar 35% de investidores pessoa física. Ao mesmo tempo em que quer conquistar novos investidores, a Bovespa também quer que mais companhias brasileiras abram seu capital e passem a oferecer ações e outros papéis. "Atualmente, 341 companhias estão listadas na Bolsa de Valores de São Paulo, o que é muito pouco quando comparado a outros países", diz Magliano. Ele explica que abrir capital é uma forma da empresa conseguir investimentos sem depender exclusivamente de bancos e outras instituições financeiras. "Oferecer ações ao mercado é uma maneira de as empresas captarem recursos para reinvestir na própria companhia para a expansão da mesma", afirma.

AÇÕES

ON e PN

ABERTAS

I São parcelas de empresas que os investidores negociam na Bovespa. Ao comprar ações, o investidor se torna sócio da companhia e também recebe uma parte do lucro das empresas.

I Ações ordinárias (ON): concede direito de voto nas assembléias deliberativas. Ações Preferenciais (PN): não dá direito a voto, mas tem preferência nos resultados em caso de liquidação da companhia.

I Companhias de capital aberto são aquelas registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para emitir ações que podem ser vendidas ao público e negociadas em bolsa de valores.

Raymundo Magliano

Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país


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Transpor te Compor tamento Administração Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de junho de 2006

VEREADORES NÃO GOSTARAM MUITO DA PREMIAÇÃO

O Trófeu Joinha para o pior projeto de 2005 recebeu quase 100 mil votos pela internet.

Milton Mansilha/Luz

O troféu Joinha, conferido pelo Instituto Ágora aos piores projetos

DIA DA PIZZA DÁ TROFÉU JOINHA A MYRYAM ATHIÊ Projeto da vereadora foi considerado o de menor impacto em 2005. Foram analisadas 999 propostas. Ivan Ventura

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Instituto Ágora em Defesa do Eleitor e da Democracia entregou ontem o Troféu Joinha, que premia o projeto de lei de menor impacto criado por um vereador durante o ano de 2005. Foram analisados 999 projetos e apenas 15 propostas chegaram à final. Com 29,06% dos votos (ou 28.799 votos) a

vencedora foi a vereadora Myryam Athiê (PPS), que oficializou o Dia da Pizza. A irônica premiação recebeu quase 100 mil votos (todos pelo site www.eleitor.org.br) e destacou ainda outros projetos de efetividade duvidosa, tais como o que cancela multas de candidatos por propaganda eleitoral irregular (Antonio Carlos Rodrigues, do PL), o Dia do Pico do Jaraguá (Ade-

mir da Guia, também do PL). Curiosamente, o Partido Liberal é a legenda que mais aparece na premiação, com quatro vereadores entre as 15 finalistas. Além de Ademir da Guia e Antonio Carlos Rodrigues, estão na lista Aurélio Miguel, com o Dia do São Paulo Futebol Clube, e Toninho Paiva, com a proposta que retira a necessidade do apoio da comunidade para dar nome a escolas. O parlamentar com o maior número de projetos citados no Joinha foi Átilla Russomano (PP): ele é autor do projeto que obriga mulheres a usar terninho do plenário da Câmara e cria o Dia do Imigrante Italiano. Os dois projetos de Russomano foram justamente os dois menos votados. Nenhum vereador das duas maiores bancadas na Câmara, o PT e o PSDB, foram citados no Troféu Joinha. A premiação foi alvo de crítica de vereadores desde o início da votação (no começo deste ano). Alguns dos parlamen-

tares citados reclamaram da indicação durante as sessões ordinárias no plenário da Câmara e criticaram duramente o Ágora. Os critérios para escolha dos projetos foi o principal alvo de contestação. Gilberto de Palma, diretor do Ágora, disse que na premiação a vereadora Myryam Athiê recebeu número de votos semelhante ao que obteve em sua eleição, cerca de 28 mil. A vereadora não compareceu à premiação. Disse, em nota, que não reconhece o prêmio e por isso não foi recebê-lo. Palma disse que o Ágora deverá criar o Troféu Anti-Joinha, para o melhor projeto apresentado por um vereador.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Automação Lançamentos Convergência Varejo Hi-tech

AVAYA INVESTIU US$ 100 MILHÕES COMO PATROCINADORA DA FIFA

ão gosto de utilizar chavões no texto que escrevo, mas definitivamente a Copa 2006 é um divisor de águas quando o assunto é tecnologia. Estou na Alemanha e acabo de sair de uma visita ao International Broadcast Centre, o centro de comando que irá liderar as transmissões dos jogos e reportagens para o mundo todo. Lá dentro todas as emissoras de TV, rádio, jornais, revistas, noticiários via internet e comunicações em geral operam 24 horas por dia ininterruptamente e estarão assim nos 31 dias que irá durar o mundial. Para que tudo isso funcione, existe o centro de TI da Fifa, que comanda toda infra-estrutura de redes cabeadas, redes sem fio e telefonia, toda ela baseada em IP. Ele também ocupa o mesmo centro e é de total responsabilidade da Avaya, uma empresa norte americana com poucos anos de vida, porém de linhagem nobre, já que essa expressão cai bem na Europa. Para quem não conhece, a Avaya teve origem na Lucent, que por sua vez foi criada a partir da AT&T, a gigante de telefonia americana até o final do século passado. Como em tecnologia tudo anda muito rápido, ela virou "gente grande" em um curtíssimo espaço de tempo e resolveu sair para o mercado com uma ação ousada para uma corporação com seu perfil: elaborou um planejamento de marketing em que investiu nada menos do que US$ 100 milhões em cinco anos, como patrocinadora oficial da Fifa para os mundiais de 2002, feminino em 2003, o que está em andamento e finalmente o próximo torneio feminino, mais o fornecimento de toda infra-estrutura de TI. Com isso ela pretendeu –e vem conseguindo– se firmar como referência no mer-

Tecnologia Futebol Clube Ela será responsável por lances jamais vistos em uma Copa do Mundo Guido Orlando Jr, de Munique

cado mundial quando o assunto é call center, redes de comunicações convergentes, wireless e telefonia IP. "Essa ação de marketing foi a melhor maneira que encontramos para tornar o nome conhecido mundialmente de maneira rápida, pois o futebol sem dúvida é o esporte mais popular do mundo. Além disso, teremos um caso de sucesso único para apresentar aos nossos clientes", disse a CMO –Chief Marketing Officer, ou a principal executiva de marketing– da Avaya, a francesa Jocelyne Attal. Mobilidade sem limites – Estão sob responsabilidade da empresa mais de 4500 terminais telefônicos IP, toda operação de call center da Copa, além de quase 700 pontos de acesso wireless, que devem prover conexão sem fio a todos os jornalistas que irão cobrir o campeonato em qualquer um dos 12 estádios do mundial. No jogo de abertura em Munique estava ao meu lado um jornalista de uma revista de cir-

culação nacional, que foi escrevendo a matéria em seu notebook e, ao término da partida, enviou o texto e algumas fotos para a redação em São Paulo, dali mesmo de sua cadeira numerada. Em copas anteriores ele teria que sair correndo para conseguir uma conexão e enviar a informação, ou teria que ver o jogo a partir de uma TV na sala de imprensa. Um outro jornalista me contou que tinha vindo de Frankfurt de trem e que durante toda a viagem manteve a conexão wireless de seu notebook ativa. Tinha conseguido duas coisas que jamais teria imaginado: pediu que alguém no trem tirasse sua foto com uma câmera digital e a enviou imediatamente para seu filho em São Paulo, pois ele também estava online, em casa; e, o que mais o impressionou, foi assistir o Jornal Nacional sem o menor problema, como se estivesse em casa, através do site da globo.com. Para que não haja confusão, aqui vai uma explicação: a banda larga é respon-

MSN Messenger envia torpedos

HEXA 1 O Brasil será hexacampeão mundial de futebol. A previsão é da FIFI (FIFA Intelligence).

Novo serviço é pago e vale para celulares das operadoras Vivo, TIM e Claro Carlos Ossamu Microsoft, juntamente com as operadoras Vivo, TIM e Claro, lançou semana passada o MSN Mobile Messaging, um serviço pago, que permite enviar e receber mensagens SMS, conhecidas por torpedos, do comunicador MSN Messenger para qualquer celular das três operadoras. Com isso, a empresa afirma que está ampliando as possibilidades dos seus usuários que, ao verem que o seu contato no MSN está off-line, podem enviar uma mensagem de texto para o celular. "Com o novo serviço, ampliamos as oportunidades de comunicação, tanto no uso pessoal quanto profissional, pois os nossos usuários passam a estar online em qualquer lugar", disse Osvaldo Barbosa, diretor do MSN para o Brasil e América do Sul. Segundo o executivo, trata-se da primeira iniciativa do MSN com receita compartilhada no Brasil. "Esse serviço já está disponível nos EUA e Europa há cerca de um ano. Graças ao seu sucesso, resolvemos trazê-lo também para o Brasil", comentou, acrescentando que no futuro novas funcionalidades poderão ser incorporadas, chegando inclusive a trafegar voz e imagem, como ocorre na comunicação entre usuários do messenger. Funcionamento – Para utilizar o serviço, o usuário deve ter,

terça-feira, 13 de junho de 2006

necessariamente, o MSN Messenger 7.5 instalado no micro, que é a versão que roda no Windows XP. O primeiro passo é fazer o cadastramento no serviço, onde ele será informado que se trata de um serviço pago e se concorda com as condições. Cada mensagem enviada, com no máximo 123 caracteres, custa R$ 0,31 mais impostos, valor similar ao cobrado para um SMS entre celulares. O usuário fornece o seu número de telefone e os valores são cobrados em sua fatura. Na prática, é como se ele estive enviando o torpedo de seu celular, mas usando o MSN Messenger. O próximo passo é cadastrar o nome e o número do celular dos seus contatos no comunicador, da mesma forma que ele faz normalmente para poder enviar uma mensagem a um usuário do serviço. Barbosa explica que o processo sempre se inicia do computador, nunca do celular. "O usuário envia a mensagem do PC para o celular do seu contato, que pode responder. Ainda não é possível iniciar o processo pelo celular, pois seria necessária a instalação do MSN Messenger no aparelho."

4500

sabilidade da operadora alemã Deutsche Telekom e não da Avaya, que fornece a infra-estrutura e conexões. Uma outra curiosidade que mostra muito bem a mobilidade que os jornalistas terão no mundial é a seguinte: cada um deles recebeu um ramal IP virtual com uma senha, que pode ser acessado de praticamente qualquer telefone, seja ele de um hotel ou mesmo público, e realizar ligações para qualquer lugar do mundo. A partir do momento que ele liga gratuitamente para um determinado número e digita sua senha de acesso, a Avaya assume a ligação e ela passa a ser gerenciada pelo centro montado na Alemanha, via IP. Tudo isso deverá gerar cerca de 15 terabytes de transmissão de dados ininterruptos durante o período da Copa e é considerado como o maior volume de dados já transmitido por um único evento em todos os tempos. Para se ter uma idéia do que isso representa, um terabyte (TB) corresponde a mil gigabytes (GB), que é o mesmo que mil megabytes (MB). Quanto à transmissão dos jogos para o Brasil, está a cargo da Embratel e esta é a maior operação já montada pela operadora para a transmissão de um evento internacional, segundo Lauro Maia, engenheiro de telecom e gerente de redes de transporte e acesso da empresa: "Toda operação de transmissão será feita para a Rede Globo e mais 19 emissoras de rádio, que irão cobrir todo território nacional. Toda infra-estrutura conta com redundância de conexão e a probabilidade de haver queda de sinal é mínima", diz o executivo. Maia está no comando da operação da Embratel em Munique há 40 dias e deverá permanecer por lá até 10 dias após o término da Copa.

@ Ó RBITA

gojunior@voit.com.br

HEXA 2 O sistema de inteligência artificial criado por Imran Fanaswala e Yashar Fasihnia tem 83% de acuidade.

Muro vira link rafedia. Tome bem nota deste nome porque em breve será a nova mania da era a internet. Em miúdos, Grafedia são links escritos em superfícies físicas –paredes, estruturas metálicas, calçadas, banheiros públicos, becos, vitrines e até mesmo no corpo, como tatuagens–, que conduzem a conteúdos online. Na prática funciona assim: sempre que você encontrar alguma palavra acompanhada de "@grafedia.net", envie uma mensagem de texto para

G

Divulgação

esse endereço e receba instantaneamente em seu telefone celular vídeos, cartões virtuais e músicas relativas à palavra em questão. Para saber mais

detalhes sobre o projeto, criado pelo norteamericano John Geraci , clique em http:// www.grafedia.com/ João Magalhães

Palavrões no Google Earth ddie, um agricultor de Yorkshire, Inglaterra, escreveu no meio de suas plantações as palavras "arce" (traseiro) e fuck (transa, para não dizer outra coisa mais chula) em letras tão grandes que podem ser vistas nas imagens de satélite do Google Earth. Confira. (JM)

E

Fotos: Divulgação

Jeans luminosos moda high-tech segue inovando em alta velocidade. A roupa do momento é um jeans com microtelas coloridas que exibem mensagens e logotipos luminosas a um comando do usuário. O lançamento da butique francesa Uranium Jeans é uma boa

A Telas mostram o envio de torpedos usando o MSN Messenger para usuários de celulares Vivo, TIM ou Claro

terminais telefônicos IP estão sob responsabilidade da Avaya durante a Copa

idéia para você personalizar seu visual e divulgar sua filosofia de vida. Ou para uma empresa anunciar com a certeza de que sua marca será vista por muita gente nos mais variados lugares. (JM) http://www.uraniumjeans.com/

http://maps.google.co.uk/ maps?f=q&hl=en&t=k&ll= 53.538774,-1.346804&spn =0.000875,0.002626&t=k


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Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de junho de 2006

BB OFERECE R$ 400 MILHÕES EM CRÉDITOS DE GIRO

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anos foi o tempo que os cubanos conviveram com cortes diários de energia nos domínios de Fidel Castro.

COM US$ 2,772 BILHÕES EXPORTADOS, O SALDO FOI 26,23% INFERIOR AO DA SEGUNDA SEMANA DE MAIO

BALANÇA TEM SUPERÁVIT DE US$ 790 MI Itamar Miranda/AE

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balança comercial registrou superávit de US$ 790 milhões na segunda semana de junho, resultado de exportações de US$ 2,772 bilhões e importações no valor de US$ 1,982 bilhão. O saldo foi 26,23% inferior ao da segunda semana de maio, quando atingiu US$ 1,071 bilhão. A balança comercial brasileira vem mostrando uma desaceleração no ritmo de crescimento do superávit que, no acumulado do ano, já está menor que no mesmo período do ano passado. O resultado reflete o aumento das importações, bem maior que o das exportações. O saldo comercial acumulado no mês é de US$ 1,311 bilhão. As vendas externas somam US$ 3,88 bilhões e as compras, US$ 2,569 bilhões. No ano, as exportações totalizam os US$ 53,346 bilhões e as importações, US$ 36,571 bilhões, com um saldo positivo de US$ 16,775 bilhões. No mesmo período de 2005, o superávit comercial era de US$ 17,261 bilhões. Segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a média diária das exportações no mês, de US$ 554,3 milhões, está 19,5% acima da de junho de 2005. Houve aumento das vendas nas três categorias de produtos. As negociações de semimanufaturados aumentaram 43%, principalmente as de açúcar, zinco e alumínio, todos em bruto; além de couros e peles; celulose e ferro-ligas. Os embarques de manufaturados subiram 21,1%, por conta de tubos de ferro fundido, suco de laranja, aviões e açúcar refinado. Os básicos cresceram 7,9%, puxados pelas vendas de

milho em grão; minérios de cobre e de ferro; carne bovina e fumo em folhas. Em relação ao mês anterior, a média de exportações em junho apresenta crescimento de 18,7%. A média diária das importações subiu 30,8% em relação a junho de 2005, atingindo US$ 367 milhões neste mês. Aumentaram principalmente os gastos com produtos siderúrgicos; combustíveis e lubrificantes; automóveis e partes; produtos farmacêuticos; cereais e produtos de moagem. Em relação a maio último, houve um crescimento

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por cento foi o aumento das exportações de semimanufaturados como açúcar, zinco e alumínio brutos

das importações de 11,4%. Manuf aturados – Já o segundo semestre deste ano deve marcar o início de um novo comportamento da balança comercial. Ainda não se fala em déficit, mas, de acordo com empresários e analistas de mercado, a partir da segunda metade de 2006, dois movimentos simultâneos passarão a afetar de forma negativa o comércio exterior brasileiro. O quadro desenhado é o seguinte: as exportações de manufaturados deverão desacelerar fortemente por causa, de um lado, do câmbio brasileiro

desfavorável e, de outro, da esperada queda da demanda mundial provocada pelos juros norte-americanos, em alta. Junte-se a isso, para piorar a situação, os preços das commodities agrícolas, que devem começar a recuar a partir de outubro para patamares históricos, como resultado de um aumento da oferta. No caso dos metais, a tendência para o aço também é de queda nos preços, por causa do aumento da oferta. O alumínio e o cobre também devem encerrar o ciclo de alta. A previsão é de que os reajustes do minério de ferro fiquem cada vez menores. Com a progressiva regressão dos preços, nas palavras do diretor da RC Consultores, Fábio Silveira, o Brasil precisaria de outros produtos para colocar no mercado internacional. A questão é que a balança comercial do País não poderá contar com um bom desempenho dos manufaturados. O diretor-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, diz que, em maio, começou a ficar clara a desaceleração das exportações de manufaturados. A média diária de exportações no mês passado foi de US$ 265 milhões, um valor inferior ao de abril (US$ 302 milhões) e ao de março (US$ 278 milhões). "Tudo indica que na segunda quinzena de julho o superávit comercial já começará a cair", estima. A AEB informa acreditar que as exportações não alcançarão US$ 132 bilhões neste ano e que o superávit comercial será inferior aos US$ 40 bilhões estimados. E os pedidos de manufaturados feitos no terceiro trimestre também devem diminuir. (AE)

BB oferece R$ 400 mi em créditos

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Banco do Brasil (BB) passou a oferecer ontem uma linha de crédito especial de R$ 400 milhões para as indústrias exportadoras que usam mãode-obra intensiva. Os encargos da linha FAT Giro Setorial são a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais 2,8%

ao ano com pagamento de até 24 meses, incluída a carência de até 12 meses. O primeiro setor a ser atendido é o coureirocalçadista. Segundo o diretor de Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil, José Carlos Soares, o FAT Giro Setorial foi desenvolvido para

suprir necessidades de capital de giro de ramos industriais responsáveis por milhares de empregos e que os recursos vão "contribuir para a manutenção desses postos de trabalho". A expectativa do BB é de que sejam atendidas cerca de 4 mil empresas de diversos portes. (AE)

Argentina negocia preço do gás

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epresentantes dos governos da Argentina e da Bolívia encontraram-se, ontem, em La Paz, para negociar o novo preço que os argentinos devem pagar pelo gás boliviano. O ministro do Planejamento da Argentina, Júlio De Vido, reuniu-se com autoridades e o vice-presidente Álvaro Garcia Linera, segundo o Ministério de Hidrocarbonetos da Bolívia. No mês passado, De Vido adiou a viagem a La Paz, com a paralisação nas negociações, após os argentinos terem afirmado que enviam parte de seu gás para o Chile, rival histórico dos bolivianos. Na ocasião, funcionários argentinos ofereciam US$ 5 por milhão de BTU, enquanto os

ATA

bolivianos se mostraram dispostos a cobrar US$ 5,50 por milhão BTU. A visita de De Vido é vista como um sinal de que os negociadores atingiram algum consenso. A Argentina possui contratos com o país até o final do ano para importar 7,7 milhões de metros cúbicos de gás. A Argentina atualmente paga US$ 3,40 por milhão de BTU. A Bolívia nacionalizou todos os ativos de hidrocarbonetos em 1º de maio, exigindo a discussão de novos contratos. Segundo o Ministério dos Hidrocarbonetos da Bolívia, as negociações com o Brasil serão iniciadas logo após a conclusão dos entendimentos com a vizinha Argentina. Durante todo o dia, o minis-

tro do Planejamento argentino, esteve reunido com representantes da estatal YPFB e do governo boliviano para tratar do assunto, mas nenhuma decisão foi comunicada até as 18h30, de ontem. A expectativa, porém, é de que a Argentina aceite um preço entre US$ 5 e US$ 5,50 por milhão de BTU. Segundo os próprios bolivianos, a negociação com Buenos Aires é mais fácil do que com o Brasil, pois o contrato de venda para o mercado argentino, de 7,7 milhões de metros cúbicos por dia, vence no fim do ano – os dois países teriam mesmo de sentar à mesa neste ano. Já o contrato com a Petrobras vai até 2019, mas os bolivianos querem uma revisão extraordinária. (AE)

A balança comercial brasileira vem mostrando uma desaceleração no ritmo de crescimento do superávit

Pré-candidato, Lavagna ataca o presidente Kirchner

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ex-ministro da Economia argentina Roberto Lavagna – considerado o "pai" da recuperação econômica do país – desferiu pela primeira vez críticas diretas contra o governo de seu último "chefe", o presidente Néstor Kirchner. Em declarações ao Financial Times, Lavagna afirmou que o governo argentino está dando uma "clara guinada à esquerda". Segundo ele, a administração Kirchner está colocando em perigo a capacidade da Argentina atrair investimentos diretos. O ex-ministro – que desponta como virtual candidato da oposição às eleições presidenciais do ano que vem – também disse que desde que deixou o cargo, em novembro passado, "houve mudanças que não considero que sejam boas para o país". Lavagna fez críticas contra a intervenção do Estado argentino no controle de preços e nas empresas privatizadas (algumas delas foram reestatizadas). Além disso, sustentou que a aproximação de Kirchner com o governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, está complicando o cenário externo para a Argentina. "Para o clima de negócios, (o papel de) Chávez tem certa importância. Ele quer uma economia socialista. Se ele quer fazê-lo (na Venezuela), está bem. Mas eu não gosto. E não acho que seja bom para a Argentina. Não quero que isto influa na política local." Nos últimos dias, Lavagna disparou várias vezes contra a entrada da Venezuela como

Luludi/LUZ

Lavagna: guinada à esquerda

sócio pleno do Mercosul. O exministro, que se definiu como "centro-progressista", passa a assumir cada vez mais um discurso de tom eleitoral. Mas, por enquanto, não assume oficialmente que é candidato. Uma pesquisa divulgada ontem pelo Centro de Estudos de Opinião Pública (Ceop) indica que, se as eleições fossem realizadas hoje, Kirchner conseguiria 54,5% dos votos, enquanto Lavagna somente obteria por volta de 8,5%. Os assessores de Kirchner lançam saraivadas de críticas contra o ex-ministro. O deputado Carlos Kunkel, homem de confiança do presidente no Parlamento, atacou: "O governo está solucionando problemas que Lavagna deixou em seus últimos tempos como ministro, tal como a inflação". Pa pa ri cad o – Ao longo do último mês, o ex-ministro foi intensamente paparicado por diversos setores da oposição. O ex-presidente Raúl Alfonsín, líder da União Cívica Radi-

cal (UCR), declarou abertamente que queria que Lavagna fosse seu candidato. Além de parte da UCR, o ex-ministro também tem o apoio dos homens do ex-presidente Eduardo Duhalde, que ainda controlam parte do partido Justicialista (Peronista) na província de Buenos Aires. Hilda Chiche de Duhalde, a influente ex-primeira-dama, celebrou a volta do amigo: "Com Lavagna surge uma oposição que deixa o governo nervoso", declarou Hilda. Um bloco "lavagnista" está sendo formado na Câmara de Deputados, que poderia chegar a 36 parlamentares (de um total de 257 existentes). O surgimento de Lavagna também obrigou que lideranças de outros partidos apressassem o anúncio de suas próprias candidaturas. Desta forma, Maurício Macri, presidente do Boca Juniors e filho do empresário Franco Macri, deixou claro que será candidato pela coalizão de centro-direita Proposta Republicana (PRO). A líder da centro-esquerda, Elisa Carrió, do Alternativa por uma República Igualitária (ARI) também disse que já participa da disputa pela presidência. Ministro autônomo – Lavagna era um economista de média importância no cenário político e empresarial argentino até que em março de 2002 foi chamado por Eduardo Duhalde, então presidente provisório da nação vizinha, para substituir Jorge Remes Lenicov no turbulento Ministério da Economia. (AE)

Cuba anuncia o fim dos apagões D epois de 15 anos, o governo de Cuba declarou oficialmente o fim dos apagões diários, que atrapalhavam a vida das pessoas e a economia do país desde o colapso da União Soviética.

AVISO AOS ACIONISTAS

A ministra da Indústria Básica, Yadira García, disse que o programa de US$ 1 bilhão, para ligar centenas de geradores de grande porte à rede de energia, tornou disponíveis mil megawatts adicionais.

Entre os fatores que ajudam Cuba a sair da crise estão o petróleo venezuelano, generosamente financiado pelo presidente Hugo Chávez, e empréstimos chineses de baixo custo. (Reuters)

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi ajuizado no dia 12 de junho de 2006, na Comarca da Capital, o seguinte pedido de falência: Requerente: Racional Tecnologia de Ativos e Fomento Mercantil Ltda. Requerido: Wallor Sistemas de Segurança Ltda. - Rua Groenlândia, 522 - 01ª Vara de Falências

COMUNICADO BOI -TAKÁ INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ARTEFATOS DE COURO LTDA. ME, inscrita no CNPJ sob o nº 55.652.796/0001-59, torna público que recebeu da Cetesb a Renovação de Licença de Operação nº 29002660 para a atividade de Indústria de Artefatos de Couro em Geral, localizado na Rua Frei Bartolomeu Pilar, 97 - Vila Constança - São Paulo - SP.

DECLARAÇÃO À PRAÇA


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de junho de 2006

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O povo não espera nada que não seja a vitória. Isso aumenta nossa pressão." Carlos Alberto Parreira

Vanderlei Almeida/AFP

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É HOJE! hegou a hora da verdade. No quinto dia de jogos, acaba hoje a mais longa espera para ver a Seleção Brasileira estrear numa Copa do Mundo. Espera que deixou ansiosos todo o país, os jogadores e, confessadamente, o técnico Carlos Alberto Parreira. A seleção do quarteto mágico de Ronaldo, Adriano, Ronaldinho Gaúcho e Kaká enfrenta a Croácia, às 16h (de Brasília), no Estádio Olímpico de Berlim (que daqui a 26 dias sediará a decisão do Mundial) com a missão de justificar o favoritismo, confirmar sua força e mostrar que é considerada a melhor do mundo com justiça. Um aperitivo do que ocorrerá hoje pôde ser visto ontem, durante o treino de reconhecimento do estádio, que levou centenas de jornalistas de todo o mundo. Um deles, inglês, comparou na coletiva a histeria provocada pela Seleção ao que ocorria com os Beatles. Apesar do semblante tranqüilo, o técnico Carlos Alberto Parreira sabe que o time joga pressionado pelo favoritismo exagerado, e já avisou aos atletas que não espera uma exibição de gala diante dos croatas: "O importante é vencermos." A escalação está definida e anunciada desde o dia da convocação, em 15 de maio, e já é conhecida praticamente de cabeça por todos os brasileiros: Dida; Cafu, Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Emerson, Zé Roberto, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Adriano e Ronaldo. Mas Parreira confia tanto no grupo que levou à Alemanha que disse na coletiva que os reservas, com Juninho e Robinho, estão acima de várias seleções e "no mesmo nível da Croácia".

Antonio Scorza/AFP

Uma certa agitação foi provocada ontem, com a notícia de que a Promotoria de Roma pediu a prisão do lateral Cafu por utilização de documentos falsos na obtenção de passaporte. Os brasileiros ficaram irritados e disseram se tratar de manobra para prejudicar a equipe. "Estamos aqui há quatro semanas e agora isso aparece?", disse Parreira. O capitão, porém, reafirmou sua inocência no caso - já declarada pela justiça italiana em 2003, embora o caso tenha sido reaberto no ano seguinte - e disse que só vai se preocupar com isso depois da Copa. "Agora é hora de pensar só na Croácia", garantiu. No que depender do protagonista, Ronaldinho Gaúcho, a seleção não vai decepcionar. "Eu vim ganhar a Copa", afirmou o melhor jogador do mundo (premiado nos dois últimos anos pela Fifa), que se diz mais experiente e confiante do que na campanha do penta, em 2002, e pronto para contribuir mais. "Estou preparado para toda cobrança e pressão que vou enfrentar. Sinto que estou pronto para fazer uma grande Copa", disse ontem, depois de três semanas de treinos e muita humildade. Numa conversa com Parreira, Ronaldinho ganhou do técnico mais liberdade para se movimentar em campo, como faz no Barcelona. "A conversa foi muito boa. Senti que posso jogar como eu gosto, mais à frente, pela esquerda. Fantástico, melhor não poderia ser." Parreira aposta suas fichas no astro. "O que me deixa mais tranqüilo é ver o quanto ele está sorrindo", diz. Que seja hoje, então, que milhões de brasileiros comecem a sorrir.

Damir Sagolj/Reuters

almanaque

BRASIL Celso Unzelte

Para passar a Itália

S O Brasil do capitão Cafu e do quarteto mágico de Adriano, Ronaldo, Kaká e Ronaldinho enfim entra em campo na Copa do Mundo. Às 16h (de Brasília), contra a Croácia, em Berlim, o mundo começa a ver se a Seleção vai confirmar seu favoritismo Vanderlei Almeida/AFP

e vencer seu jogo de estréia, hoje, contra a Croácia, o Brasil baterá mais um recorde histórico na Copa do Mundo: o de vitórias seguidas. Será a oitava. E de quem é, atualmente, o recorde de vitórias seguidas em Copas? Do próprio Brasil, só que acompanhado da Itália. Os dois países têm sete vitórias seguidas cada um. Os brasileiros, durante a campanha 100% de 2002, em gramados coreanos e japoneses. Os italianos, somando jogos das duas campanhas do bi mundial conquistado em 1934 e 1938. Para bater o recorde de invencibilidade (que inclui não só as vitórias, mas também os empates), o Brasil precisará chegar a 14 jogos, portanto até a final. Ou, pelo menos, disputar o terceiro lugar nos pênaltis, depois de ter perdido a vaga na decisão também nos pênaltis, já que para efeito de estatística a Fifa considera o resultado de empate do tempo normal e da prorrogação. A marca atual, de 13 jogos invictos, também é brasileira, alcançada entre as Copas de 1958 e 66.


terça-feira, 13 de junho de 2006

Automação Lançamentos Te l e f o n i a Convergência

Pesquisa revela que 40% dos pais paulistas e cariocas querem celulares para filhos de 6 a 15 anos Zé Lúcio Cardim os próximos seis meses, 40% dos pais pretendem comprar um aparelho de telefone celular para seus filhos de 6 a 15 anos. Este é um dos resultados da pesquisa produzida pela TNS Interscience Technology. O estudo, conduzido e apresentado por Renato Trindade, diretor de Planejamento para o setor de Technology da empresa, foi realizado junto a 500 pessoas residentes nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, dos sexos feminino e masculino, das classes A, B e C e idades entre 18 a 60 anos. "Ao focar nas classes A, B e C de duas das maiores cidades do Brasil, vemos pessoas

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SEGURANÇA MOTIVA COMPRA DE CELULAR PARA FILHO

de fato inseridas em universo atualizado tecnologicamente", explica Renato Trindade. "Estas pessoas estão em um mundo cujos estímulos extrapolam a mídia televisiva, passando a estar muito tempo expostas aos conteúdos da web." As razões apontadas pelos pais para a compra de celular para seus filhos remetem à segurança, controle, responsabilidade ou simplesmente melhor comunicação. 52% dos entrevistados apontaram a "facilidade para falar e/ou localizar seus filhos" como fator principal para a aquisição do aparelho, enquanto 9% responderam "facilidade para a criança pedir socorro", 4% disseram "mais segurança" (sem especificar a razão), outros 4% escolheram apenas "comunicação necessária" e 3% justificaram a decisão como "forma de controle sobre os filhos quando estão longe". Para Renato Trindade, "40% é um número extremamente grande, que mostra o apetite do mercado para este produto". Do universo pesquisado, 96%

dos entrevistados já possuem celular, e 79% têm telefone fixo em suas residências. Mas apenas 27% dos entrevistados cogitaram ficar apenas com o aparelho móvel. E 84%, caso mudassem de residência, optariam por adquirir aparelhos fixos. "Nem em situações hipotéticas as pessoas se enxergam usando apenas o telefone móvel." A confirmação da identificação dos entrevistados com o telefone fixo é ratificada quando, perguntados se um dia terão apenas celular, 63% dizem que não. Outro dado bastante imporDivulgação

Renato Trindade, da TNS Interscience

tante da pesquisa confirma a manutenção do número telefônico do celular como maior barreira para a troca de operadora: 87% do total afirmaram ser muito importante manter o mesmo número do telefone, enquanto 57% argumentaram ser a troca do número o maior obstáculo para a mudança da operadora. O empecilho é maior para os habitantes de São Paulo (49%) do que para os do Rio (43%). Ao serem questionados se pretendiam mudar de operadora, a maioria (87%) respondeu ter pouco interesse. Os jovens (de 15 a 24 anos) seriam os mais propensos a migrar (18%). A pesquisa também revelou qual é a operadora de telefonia móvel atual dos entrevistados e constatou que a maioria (46%) de São Paulo é usuário da Vivo; 29% da TIM e 26% da Claro. No Rio, a Vivo aparece na frente (39%), sucedida por TIM (29%), Claro (28%) e OI (24%). Em contrapartida, se pudesse mudar de operadora e levar seu número, a maioria (40%) dos paulistas iria para a TIM; 30% para a Vivo

40% é um número extremamente grande, que mostra o apetite do mercado para este produto Renato Trindade, TNS Interscience

e 25% para a Claro. No Rio, 35% iriam para a Vivo ou Tim; 26% para a Claro e 16% para a OI. Sobre troca de aparelho nos próximos seis meses, 63% dos entrevistados responderam não (a maioria está na faixa de 45 a 54 anos) e 37% sim. O público mais propenso a trocar (42%) é o de 15 a 24 anos e o de 25 a 34 anos. O valor médio para a substituição do aparelho é de R$ 449,62. Novos aparelhos de telefones celulares estão presentes no wishlist dos consumidores. A Motorola está de volta como objeto de desejo, com 43% de preferência. Os LG aparecem em segundo lugar com 17%, seguidos pela Samsung, com 16%. A Nokia tem 14%, à frente de Siemens, com 8%, e Sony Ericsson, com apenas 1%. "A Motorola está de volta como marca desejada pelas pessoas, em grande parte pelo seu sucesso na atratividade do V3 Razor. Enquanto LG e Samsung estão atraindo jovens para seus aparelhos, o que pode se materializar em uma ascensão destas marcas em um futuro próximo", diz Trindade.


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terça-feira, 13 de junho de 2006

Acho que o sucessor de (Abu Musab) al-Zarqawi estará na lista de pessoas as quais faremos prestar contas. George W. Bush

Internacional

Joe Raedle/Getty Images/AFP

Imagem de satélite mostra a aproximação da primeira tempestade tropical da temporada, Alberto, da região do Golfo do México.

O MEDO DA TEMPESTADE QUE VIRA FURACÃO

Meteorologistas dizem que temporada de 2006 produzirá 16 grandes tempestades

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tros por hora na direção NorteNordeste e poderia tocar o solo continental americano na noite de hoje (horário local), previram meteorologistas. De acordo com os cálculos dos especialistas, a velocidade dos ventos deverá aumentar para algo entre 90 e 105 quilômetros por hora momentos antes de tocar o solo, mas a tempestade não chegaria a transformar-se num furacão. "As coisas podem mudar, é claro. Mas no momento não acreditamos que a tempestade transforme-se em um furacão", avaliou Ron Goodman, um meteorologista do Centro Nacional de Furacões dos EUA. Passagem por Cuba - No fim de semana, a tempestade inundou a província cubana de Pinar del Rio e a capital Havana, causando enchentes em a l g u m a s ru a s . S e g u n d o a agência de notícias estatal cubana Prensa Latina, alguns prédios antigos da capital foram interditados devido às fortes chuvas. Os ventos chegaram a 85 Km/h, segundo o último informe do Instituto de Meteorologia de Cuba. As autoridades cubanas or-

denaram a retirada de 25 mil pessoas na província de Pinar del Río, devido aos riscos de inundação. O perigo era especialmente grave em áreas como Isabel Rubio, na região de Vuelta Abajo, um dos centros produtores do popular tabaco cubano. Em algumas áreas da província, a tempestade também causou problemas de abastecimento de água e cortes no suprimento de energia elétrica. Na província de Havana, os maiores danos ocorreram na madrugada de domingo. No município de Nueva Paz, a 70 quilômetros a leste da capital, oito pessoas ficaram feridas após o desabamento de moradias. Temporada de furacões Segundo os meteorologistas especialistas neste tipo de tempestade, a temporada de furacões de 2006 poderá produzir 16 grandes tempestades, seis delas com risco de formação de furacões. A temporada do ano passado foi uma das mais destrutivas dos últimos tempos. O furacão Katrina devastou os estados de Lousiana e Mississipi, deixando mais de 1.570 moradores de Louisiana motos.

Brendan McDermid/Reuters

primeira tempestade tropical a ser batizada na temporada de furacões de 2006 no Oceano Atlântico ganhou força ao avançar pelo Golfo do México nas primeiras horas de ontem. Meteorologistas alertaram que a tempestade tropical Alberto poderia atingir em breve a costa oeste do Estado da Flórida. O governador do estado, Jeb Bush, irmão do presidente George Bush, disse que determinou a retirada de pessoas de áreas ao longo da costa. "Ordens para o esvaziamento obrigatório já foram dadas", disse Bush em entrevista a repórteres na capital do Estado Tallahassee, logo pela manhã. A tempestade tropical mantinha ontem ventos de aproximadamente 80 quilômetros por hora, mas é improvável que se transforme em um furacão, avaliaram especialistas do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos. Não há informações de vítimas ou danos causados pela tempestade até o momento. Ontem pela manhã, o olho da tempestade deslocava-se a uma velocidade de 13 quilôme-

GYORGY LIGETI Morreu o compositor austríaco autor da ópera Le Grand Macabre

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presidente Néstor Kirchner assinou ontem o decreto que regulamenta a lei que implementa a reforma militar. Com a reforma, o poder civil aumentará, enquanto que a influência dos militares diminuirá drasticamente. A ministra da Defesa, Nilda Garré, defendeu a aplicação da reforma, que estabelece a Lei de Defesa Nacional, aprovada pelo

CRIME NOS EUA

O

s crimes violentos tiveram em 2005 seu maior crescimento nos EUA em 15 anos, informou ontem o FBI. Segundo a polícia federal norte-americana, quase 12.500 órgãos policiais de todo o país relataram um aumento de 2,5% nos crimes violentos em 2005. Homicídios, roubos e lesões corporais lideraram a lista. O relatório mostra que o número de assassinatos subiu 4,8%. Houve ainda um aumento de 4,5% nos casos de assalto e 1,9% nos de lesão corporal. (AP/AE)

NOVO ZARQAWI

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Al-Qaeda no Iraque nomeou ontem um sucessor para Abu Musab al-Zarqawi e disse que ele prosseguirá com a campanha de ataques lançada por seu líder, morto na quarta-feira em um ataque aéreo dos EUA. O novo líder, identificado apenas pelo nome de guerra Abu Hamza al-Muhajer em um comunicado divulgado na internet, parece ser um árabe não iraquiano como seu predecessor, que era jordaniano. O nome desconhecido e a falta de detalhes parecem refletir uma nova ênfase do grupo de manter sigilo. (AP/AE)

Parlamento em 1988, durante o governo do expresidente Raúl Alfonsín, mas que até agora não havia sido regulamentada, pois gerava significativas suscetibilidades nos quartéis. Segundo Garré, a reforma pretende "modernizar" as Forças Armadas. A Ministra destacou que a lei define "com clareza" o papel dos militares, "deixando de fora as

questões de segurança interna". Garré sustentou que a modernização das estrutura "deixa claro que as novas ameaças, como as referentes ao terrorismo ou o narcotráfico não são responsabilidade das Forças Armadas, que estão preparadas para outras fontes de conflito, que são a de ocupar-se de agressões externas das Forças Armadas de outro Estado". (AE)

FUMACÊ TERÁPICO – Mulher recebe tratamento com aplicação de noz num dos olhos e folhas acesas de ervas nos ouvidos, num hospital de Jinan, província chinesa de Shandong

FOGO EM GABINETE PALESTINO

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omens armados atearam fogo ao gabinete do primeiro-ministro e ao Parlamento palestino ontem, em meio a crescentes confrontos entre militantes dos grupos Hamas, que controla o governo, e Fatah, do presidente Mahmoud Abbas. Abbas ordenou que as forças de segurança controlem as ruas para evitar mais choques. Os dois grupos disputam o poder desde que o Hamas venceu as eleições parlamentares de março, destronando o antes hegemônico Fatah. O gabinete do primeiroministro Ismail Haniyeh

estava vazio quando foi invadido por militantes das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa. Haniyeh trabalha em Gaza e não tem acesso a Ramallah, sede do governo na Cisjordânia ocupada, devido aos entraves impostos por Israel ao seu deslocamento. Os invasores queimaram um andar do prédio e atiraram móveis pela janela. A atual tensão foi agravada por um decreto de Abbas que convocou para 26 de julho referendo sobre um manifesto de independência palestina que implicitamente reconhece a existência de Israel. (AP/AE)

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Testemunhas de defesa do ex-ditador Saddam Hussein cometeram perjúrio

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Tony Blair defende chefe da Scotland Yard, ameaçado após caso Jean Charles

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da corrida anual Bridezilla. A vencedora recebe US$ 25 mil dólares para reforçar o orçamento do casório. Dinheiro que poderá ser usado para caprichar na indumentária ou no bolo da festa.

Ó RBITA

UNIÃO EUROPÉIA Chipre cede e UE dá início ao processo de adesão da Turquia

REFORMA ARGENTINA REDUZ PODER DE MILITARES

A TÉ LOGO

TUDO PELO BUQUÊ MAIS BONITO – Futuras noivas participam na Times Square, em Nova York,

Meteorologistas do Centro Nacional de Furacões dos EUA

Reuters

AFP

Descarrilamento de trem de passageiros deixa 5 mortos e 67 feridos em Israel


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Lançamentos Convergência Varejo Hi-tech Automação

terça-feira, 13 de junho de 2006

"Interoperabilidade" transformou-se em palavra-chave no setor de automação comercial

AS LOJAS DE CONVENIÊNCIA ESTÃO SE MODERNIZANDO

Divulgação

SELFSERVICE Lojas de conveniência apostam em uso extensivo de tecnologia Sergio Kulpas omo dissemos na semana passada, a Associação Nacional de Lojas de Conveniência dos EUA realizou sua 11ª feira anual de tecnologia no final de maio, em Nashville, Tennessee. A NACStech bateu recordes de visitação, com mais de 120 empresas exibindo seus produtos, 34 delas pela primeira vez no evento. Segundo o presidente da associação, Scott Hartman, a setor de lojas de conveniência entrou em uma nova fase de contato com seus consumidores e as tendências indicam que a tecnologia é crucial para as lojas de conveniência, conhecidas nos EUA como "c-stores". Hartman, que também é CEO da empresa CHR Corp, diz que a tecnologia está revolucionando todos os aspectos das lojas de conveniência, do escritório central até as bombas de combustível. O executivo diz que a modernização tecnológica é um dos principais fatores para o crescimento das lojas, e que o ritmo dessa modernização tem sido acelerado. Concordando com as palavras de Hartman, um executivo da Microsoft declarou durante o evento que as mudanças tecnológicas estão mudando a face da indústria. Jorgen Thelin coordena a divisão de padrões de interoperabilidade de sistemas da Microsoft e disse durante a NACStech que a nova geração de arquiteturas de software vai ajudar a dinamizar e padronizar as comunicações dentro da loja e entre lojas.

Por sinal, "inte rop erab ili dade" parece ser a palavra de toque d o s e t o r : p adrões que permitem que múltiplas máquinas e equipamentos, de vários fabricantes diferentes, possam trocar dados sem conflitos. E é notável que a Microsoft, que sempre defendeu seus próprios sistemas com unhas e dentes, esteja na vanguarda desta busca por padrões comuns de comunicação eletrônica. A explicação óbvia é a possibilidade de grandes lucros com sistemas que não entrem em conflito com outras máquinas em um estabelecimento comercial. Isso dá maior liberdade para o comerciante instalar máquinas de acordo com sua necessidade, sem precisar trocar todos os equipamentos por incompatibilidade. "Tudo deve se conectar", disse Thelin. Segundo ele, a receita para a interoperabilidade requer acordos sobre formatos e dados e protocolos (para arquivos, e-mail, formulários etc.). Segundo Thelin, a interoperabilidade pode ser atingida com uma arquitetura orien-

A NACStech bateu recordes de visitação e mostrou que as lojas de conveniência estão cada vez mais conectadas e soluções, como um sistema biométrico de pagamento de contas

tada para os serviços, com o cuidado de permitir que essa arquitetura evolua junto com os serviços prestados pela loja de conveniência. A Microsoft promove um sistema de arquitetura aberta chamado SOA, que está ganhando popularidade no setor de varejo dos EUA. Outro sistema de grande aceitação pelo varejo é o XML, que Thelin descreveu como um sistema que permite a troca eficiente de informações entre vários tipos de software, segundo a Microsoft. Um outro destaque é a linguagem XBRL ("eXtensive Business Reporting Language", ou linguagem para geração de relatórios comerciais), que pode ser a próxima geração de interoperabilidade no varejo. A XBRL usa a linguagem XML para analisar dados de vá-

rias maneiras, até traduzindo línguas (de inglês para português, por exemplo). O evento NACStech promoveu uma série de workshops sobre tópicos como automação, métodos de pagamento, programas de fidelidade, otimização de preços e tecnologias de vários fabricantes. A opinião dos analistas é que o evento mostrou que o setor de lojas de conveniência dos EUA está cada vez mais focalizado no futuro. Dan Hopping, que falou sobre tendências no varejo, disse que as lojas de conveniência podem crescer mais nos próximos 5 anos do que cresceram nos últimos 25. Hopping disse que a nova geração de consumidores está acostumada com internet, blogs, iPods e aparelhos móveis. Esses consumidores têm novas exigências, e novos estilos de vida. Mas Hopping alertou aos varejistas que criar a loja do futuro não é simplesmente apoiar-se na tecnologia, mas tomar boas decisões, focalizadas no consumidor. sergiokulpas@gmail.com

Novas multifuncionais laser permitem economizar suprimentos e gerenciar usuários s números impressionam. Em 2005, nos Estados Unidos, as empresas gastaram com impressão o mesmo percentual de suas receitas que investem anualmente em Tecnologia da Informação: 3%. A média anual de gastos com impressão chega a US$ 1.500 por funcionário –uma pequena fortuna, se for levado em consideração que o mundo está em plena era digital e grande parte dos documentos agora ocupa apenas o ciberespaço. Mas então, o que os funcionários imprimem? Principalmente e-mails, num volume que pode chegar a incríveis 35% do total de impressões de uma companhia, revela Jorge Toda, diretor da Divisão Corporativa da Lexmark, que lançou na semana passada cinco novos modelos de multifuncionais laser monocromáticas –X644e, X646dte, X850e, X852e e X854e. Os cinco equipamentos apresentam um novo design da interface eTask da Lexmark, totalmente personalizável, que simplifica os complexos processos de negócios com o simples clique em um ícone. A nova interface gráfica colorida eTask é totalmente intuitiva, de modo que usuários podem facilmente executar tarefas básicas ou avançadas sem treinamento. Ela pode também ser ajustada para o melhor ângulo de visão de cada usuário. Com velocidades máximas variando de 35 a 55 páginas por minuto (ppm), as novas multifuncionais oferecem desempenho rápido e confiável ao lidar com as demandas de grandes grupos de trabalho. Todos os cinco aparelhos apresentam capacidade duplex de digitalização colorida. A digitalização colorida pode ajudar os clientes a reduzir as suas margens de erros, especialmente para documentos que podem perder o significado se as partes colori-

Lexmark lança cinco modelos monocromáticos para o mercado corporativo, que podem ser personalizados de acordo com as necessidades da empresa e que permitem controlar o uso dos recursos de impressão individualmente Fotos: Divulgação

Jorge Toda, da Lexmark, que lançou na semana passada cinco novos modelos de multifuncionais laser monocromáticas

das forem capturadas somente em preto e branco –a cópia digitalizada pode ser enviada remotamente a uma impressora colorida conectada à rede. Estes equipamentos são também os primeiros em sua classe a oferecer capacidade padrão de digitalização prévia, assim como a capacidade de digitalizar ou imprimir de um dispositivo USB de memória flash. Sem servidor – As novas máquinas possuem uma CPU e podem ter a performance aprimorada com a nova Estrutura Embutida de Soluções (LES) da Lexmark, que é uma plataforma que permite o desenvolvimento de aplicativos baseados em Java direta-

mente nos terminais da Lexmark. Em muitos casos, isso elimina a necessidade de um servidor para executar aplicativos personalizados. Clientes em grandes ambientes empresariais podem tirar proveito dessa arquitetura escalável, porque a LES da Lexmark permite que as soluções se expandam à medida que mais aparelhos sejam agregados, sem a necessidade de despesas adicionais com servidor. Alavancando a Estrutura Embutida de Soluções, as novas multifuncionais fornecem capacidades de acompanhamento de documentos que aprimoram as ofertas de Serviços Gerenciados de Impressão da Lexmark. A nova Solu-

ção de Contabilização Embutida de Documentos fornece dados abrangentes sobre uso de impressão, cópia, fax e digitalização em cada aparelho. "Se você pergunta a um CIO quantas impressoras sua empresa tem, onde estão localizadas, qual a idade de cada equipamento, qual sua situação de manutenção, quem são seus usuários e qual o gasto mensal de papel e toner de cada máquina, geralmente eles ficam paralisados, pensativos. Não sabem responder", diz Jorge Toda. É por isso, diz o executivo, que a Lexmark investe no outsorcing, a terceirização completa dos serviços de impressão das empresas. "Hoje esse serviço está ao alcance de qualquer empresa, da pequena à grande corporação. Não é mais apenas a relação 'grande número de páginas /custo mais baixo'. Contratar uma empresa que gerencie tudo isso é certeza de economia e controle do processo, sem dor de cabeça", afirma Toda. Novidades – A Lexmark X644e oferece a única interface com tela colorida sensível a toque de sua categoria. Com até 50 ppm, ela também reivindica ser a mais rápida velocidade de impressão em sua classe. Já a Lexmark X850e imprime em velocidades de até 35 ppm e lida com papel tamanho tablóide A3. É a única em sua classe a oferecer a funcionalidade de prévia de digitalização padrão. Em 3.100 folhas, a Lexmark X850e também oferece a maior capacidade padrão de entrada de papel de sua categoria. Preços – As novas impressoras multifuncionais Lexmark custam entre US$ 5.049 (a X644e) e US$ 19.999 (X854e) e já estão disponíveis através dos canais parceiros. Rachel Melamet Mais informações: www.lexmark.com


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Israel não tolerará armas nucleares nas mãos do Irã. Stephen Hird/Reuters

terça-feira, 13 de junho de 2006

www.dcomercio.com.br/logo/

Do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, ontem, sobre o programa nuclear iraniano.

JUNHO

2 -.LOGO

13 Dia de Santo Antonio

S AÚDE C IÊNCIA

Cerveja para combater o câncer O lúpulo, um ingrediente da cerveja que impede certa ação bacteriana e agrega à bebida seu característico sabor amargo, contém uma substância que pode ajudar a prevenir o câncer da próstata, segundo um estudo da Universidade do Estado de Oregon divulgado ontem. De acordo com a pesquisa, o composto xantohumol, encontrado no lúpulo, inibe uma proteína específica das células que se encontram na superfície da próstata. O câncer ocorre comumente pelo crescimento e reprodução celular desenfreados. O xantohumol pertence a um

grupo de compostos das plantas chamados flavonóides, que podem controlar o crescimento celular, segundo os pesquisadores. Mas os estudiosos ponderam que sua descoberta não significa que as pessoas devam sair bebendo cerveja como prevenção, porque o ingrediente está presente em quantidade tão pequena que seria necessário consumir 17 garrafas para se conseguir algum benefício. Já existem no mercado vários complementos alimentares que contêm lúpulo e cientistas da Alemanha criaram uma cerveja que possui 10 vezes mais xantohumol que o normal.

S ENEGAL

A chave da hipertensão Pesquisadores descobrem proteína associada à pressão alta e outras doenças

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imprensa espanhola reproduziu ontem os resultados de um estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Salamanca e do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (Csic) da Espanha. Os pesquisadores descobriram que a ausência da proteína VAV3 provoca a hipertensão. Segundo os pesquisadores, a proteína tem papel fundamental para o equilíbrio do sistema cardiovascular. Os cientistas comprovaram,

em ratos geneticamente modificados, que a supressão da VAV3, uma proteína envolvida no desenvolvimento do câncer e na regulação da mobilidade e da forma das células, produz hipertensão e danos graves ao coração, vasos sanguíneos e rins. Os cientistas comprovaram ainda que os problemas causados pela falta de VAV3 podem ser eliminados de maneira eficaz com medicamentos utilizados para o tratamento da hipertensão em humanos. Para os cientistas, a

descoberta permitirá que se estude as diferentes etapas do desenvolvimento da hipertensão o que, no futuro, facilitará o diagnóstico de pacientes e o desenvolvimento de novos medicamentos. A pesquisa foi liderada por Xosé Bustelo, cientista do Centro de Pesquisa do Câncer (surgido de uma parceria entre o Csic e a Universidade de Salamanca) e seus resultados estão publicados na edição online da Nature Medicine. www.nature.com/nm

Finbarr O´Reilly/Reuters

D ECORAÇÃO

Feng shui de bolso Para quem acredita que a posição dos móveis e objetos dentro de casa pode transformar a energia do ambiente e trazer boas vibrações e equilíbrio para o dia-a-dia, a Motorola criou e agora quer patentear o Palmtop Feng Shui. É um telefone celular com câmera que capta as cores, microfone que registra os sons e bússola que indica o norte. A partir das informações, o aparelho avalia o ambiente medindo o chi - a energia vital positivo e negativo. Ironicamente, o método tende a avaliar como negativos os sons de aparelhos celulares. B RAZIL COM Z

Febre do futebol nas cores do Brasil

Dominic Ebenbichler/Reuters

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A febre do futebol tomou conta da cidade de Calcutá, na Índia, anunciou ontem o site da BBC News, em inglês. Os jovens da cidade estão todos com as atenções voltadas para a Copa do Mundo e a seleção que mais tem torcedores na cidade, diz a reportagem, é a brasileira. As cores verde e amarelo estão em murais, camisetas, "caras pintadas" etc. Para os indianos, que têm o críquete como esporte nacional, os brasileiros são artistas e a atmosfera carnavalesca dá o tom da torcida indiana. Os jovens de Calcutá começam a perceber que, diferente do críquete, o futebol é um esporte para as massas.

Vista aérea de um campo de extração de sal no Senegal. As mulheres fazem a extração manual do sal, cavando buracos na areia, próximo à fronteira do país com a Gâmbia. O sal é vendido a US$ 2 o saco de 50 quilos.

M ÚSICA

Iggor Cavalera deixa o Sepultura

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Mas Iggor disse ontem que não pretende impedir que o Sepultura continue sem os irmãos Cavalera. "Como meu irmão saiu e eu estou saindo, fica difícil exigir isso. Acho meio egoísta. Ainda se fosse por uma briga, algo assim", afirmou. Considerado um dos melhores bateristas de rock em ação no País, Iggor chegou a ser convidado para tocar com a banda Guns N’ Roses, mas não quis. A saída do baterista do grupo volta a alimentar o sonho dos fãs de verem os irmãos Cavalera novamente juntos.

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O baterista Iggor Cavalera anunciou ontem sua saída do grupo Sepultura, após 22 anos. Iggor alegou incompatibilidade artística com os colegas - o guitarrista Andreas, o baixista Paulo e o vocalista Derrick. Iggor é o segundo Cavalera a deixar a banda, considerada a mais importante do heavy metal brasileiro e a mais famosa do rock nacional no exterior. Em 1996, seu irmão Max Cavalera também saiu da banda. Max e Iggor criaram o grupo em Belo Horizonte e são, legalmente, os donos da banda.

TORCIDA DE FÉ – Torcedores da seleção dos Estados Unidos, fantasiados de monges, seguram cartazes pedindo ingressos para a partida contra a República Tcheca diante do estádio Auf Schalke, de Gelsenkirchen. Os EUA sofreram uma goleada de 3 x 0 e os jogadores foram duramente criticados pelo técnico norte-americano Bruce Arena.

C A R T A Z Q UADRINHOS

Tintim e o Dalai Lama Reproduções

om mil raios e trovões! Tintim é o primeiro herói de histórias em quadrinhos a ser agraciado por um líder rel igioso !, exclama capitão Haddock abraçando o genial e lunático professor Girassol. Em sua visita de nove dias a Bruxelas, o Dalai Lama agraciou, no início do mês, a Fundação Hergé com o prêmio A Verdade da Luz, oferecido a pessoas e instituições que tenham contribuído significativamente para o entendimento da cultura tibetana. Hergé – pseudônimo de Georges Rémi – criou o repórter Tintim e seu inseparável cachorrinho Milu em 1929, lançando o álbum Tintim no País dos Sovietes. Trinta anos depois, em 1959, foi a vez de Tintim no Tibete, o 20° da série, no mesmo ano em que o país foi invadido pelas tropas chinesas. Dalai Lama refugiouse em Dharamshala, na Índia, ali estabelecendo seu governo no exílio. "Para muitas pessoas essa historieta representou a pri-

MÚSICA

C Bienal de Música Eletroacústica. Obras assinadas pelo grego Iannis Xenakis (foto) e pelo brasileiro Flô Menezes, entre outros compositores. Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 1141. Telefone: 5080-3147. 21h. R$ 6 e R$ 4.

Poltrona de grama para jardins

Mapas, rotas e endereços

A Terra Grass lançou essa curiosa "poltrona" para jardins. Trata-se de uma armação de papelão reforçado, que é preenchida com terra e semeada com grama. Depois de algum tempo, a estrutura fica forrada de verde bonito e ecológico. Custa 65 libras.

O site Onde Estou traz uma série de serviços de localização em todo o País. Além dos mapas de mais de 5 mil cidades brasileiras, o site tem também um sistema de busca de endereços rápido e fácil de consultar. Basta digitar o nome, mesmo que incompleto da rua, ne o sistema apresenta uma lista de opções. para quem precisa saber como chegar a um destino, o serviço de "Rotas Inteligentes" aponta o melhor caminho, seja a pé, de metrô, pelas ruas principais ou para quem quer fugir do trânsito.

www.edirector y.co.uk/presentfinder/

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www.ondeestou.com.br

Pechincha online é lei na rede A empresa de pesquisas Conifer Research LLC realizou uma pesquisa sobre comércio eletrônico e concluiu que os consumidores não param de pechinchar, pelo menos na internet. Realizado nos EUA entre dezembro de 2005 e março deste ano, a pesquisa mostra que a internet é o meio mais usado para pesquisar onde e o quê comprar. A maior parte das pessoas consulta até três fontes antes de decidir a compra, a web e o boca a boca são as fontes obrigatórias, porque são consideradas as mais confiáveis. M EDICINA

Vacina contra mal de Alzheimer Tintim no Tibete, 20º episódio da série do repórter aventureiro

meira introdução aos usos, costumes, natureza e magia do país, um conhecimento que atravessou gerações", disse Simon van Melick, da Ong Campanha Internacional para o Tibete. A Fundação Hergé foi instituída em 1986, para garantir a qualidade estética dos quadrinhos, minuciosamente detalhados segundo as paisagens e cultura dos mais variados lugares do mundo. Em 2001, quando essa aventura foi publicada na China sob o título Tintim no

Tibete Chinês, ela protestou, exigindo que o álbum fosse tirado de circulação. Já foram vendidos mais de 120 milhões deles, traduzidos para 45 línguas. Nos anos 60 foram editados no Brasil pela Flamboyant, editora comprada pela Record, que manteve os títulos nos anos 70. No final de 2005, a Cia. das Letras voltou a editá-los. Já estão nas livrarias: Charutos do Faraó, O Lótus Azul, O Ídolo Roubado e A Ilha Negra (R$ 34,50). Armando Serra Negra

Uma vacina experimental vem se mostrando promissora contra o mal de Alzheimer, reduzindo os depósitos de proteínas no cérebro que são vistos como a causa da doença. Os depósitos caíram entre 15,5% e 38,5% em ratos, e sem provocar graves efeitos colaterais, segundo trabalho publicado na edição de ontem da revista PNAS. Testes da vacina, baseada em DNA, estão em andamento em macacos, e se forem bemsucedidos, os testes em seres humanos poderão começar, talvez dentro de três anos e o tratamento poderá estar disponível em até sete anos. L OTERIAS Concurso 142 da LOTOFÁCIL

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Cientistas americanos criam submarino para investigar danos ecológicos à biodiversidade Gastos militares globais cresceram 3,4% no ano passado em relação a 2004, diz instituto Especialistas em bioengenharia criam proteína sintética de teia de aranha com sílica

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Convergência Varejo Hi-tech Fotografia Automação

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Para avaliar a câmera, foi necessário esquecer o automatismo das digitais mais modernas e voltar às décadas de 30 e 40

O DESEMPENHO DA RD-1 LEMBRA AS ANTIGAS LEICAS

Divulgação

Embarque numa viagem pelo Velho Oeste Desperados 2 - A Vingança de Cooper entra no clima de faroeste e percorre desertos, montanhas, fortes e tribos indígenas atrás dos assassinos de seu irmão Fábio Pelegrini velho estilo faroeste está de volta ao seu PC. A Atari traz para o mercado nacional de games a continuação de um clássico que vendeu mais de 60 mil cópias no país, o Desperados 2 - A Vingança de Cooper. A nova versão de Desperados traz elementos de estratégia ambientados no Velho Oeste e características similares ao game Commandos. Como o próprio título do jogo sugere, o tema principal se baseia em uma história de vingança. O irmão de Cooper é assassinado durante uma conspiração e será sua função liderar seus companheiros para encontrar o assassino. Para quem não se lembra do enredo anterior ou para quem nunca jogou Desperados, a história nos

remete a 1883, em uma área remota e deserta do Velho Oeste, na qual a ganância e a corrupção custaram a vida de muitos colonos. John Cooper é um pistoleiro habilidoso e líder de um bando de aventureiros que possuem características bem distintas. Seu talento com as armas, força e experiência em lutas, por exemplo, o fez se transformar em um ícone na região. O personagem é capaz de desferir socos certeiros nos inimigos, os colocando facilmente para dormir. Já a bela Kate tem armas mais poderosas contra os homens: suas pernas e sua sensualidade –mal sabem os marmanjos que se trata de uma assassina impiedosa, que utiliza o corpinho para distraí-los. O Doc McCoy é um dos mais eficientes integrante do bando. Seus

conhecimentos são capazes de curar os companheiros, mas seu rifle de mira telescópica acaba com os inimigos a muitos metros de distância. Suas granadas de gás do sono são excelente alternativa para atacar grupos sem alertá-los, colocando todos para dormir. Sam Williams é o melhor em explosivos. Ele domina desde dinamites até minas de nitroglicerina. Já o mexicano Pablo Sanchez é o mais forte do grupo, capaz de jogar grandes pedras sobre os inimigos ou distraí-los com tequila. Como o título anterior, os personagens são habilitados no decorrer do jogo –conforme precisamos de suas funções. A chinesa da versão anterior, Mia Yung, foi substituída pelo o último membro do bando, o índio Hawkeye. Mas para tê-lo conosco será preciso liber-

tá-lo em uma investida contra um forte. Sua principal habilidade será notada nas missões furtivas: se movimenta de forma silenciosa e precisa, além de contar com armas, como arco e flecha e o machado tomahawk. O jogo traz pequenas missões durante a busca para a solução do problema. O jogador terá de enfrentar muitos adversários em seu caminho, algumas vezes, vários ao mesmo tempo. São ambientes emocionantes com uma grande variedade de situações, como emboscada em desfiladeiros, ataque a fortalezas, escolta de vagões e muito mais. Por isso, o jogo traz dois tipos de visão 3D: a aérea altamente personalizável e a de terceira pessoa, para melhorar a precisão dos tiros e táticas de jogo. Isso quer dizer que temos a possibilidade de girar e ampliar a visão do ambiente, como é habitual nos jogos do gênero, e assumir diretamente o controle de um dos personagens. Um exemplo disso é quando precisamos proteger colonos inocentes de índios que chegam a cavalo. A visão em terceira pessoa, neste caso, será muito importante, já que eles giram em volta do grupo e temos de ser rápidos para eliminá-los. A qualidade gráfica é melhor na visão aérea. É possível relembrar

os filmes do Velho Oeste. O jogador poderá observar fortes, cidades, vilas e acampamentos indígenas. É possível notar, inclusive, que moradores passeiam e vivem na região tranqüilamente, mas se assustam quando algo errado está acontecendo. A qualidade cai um pouco quando passamos para a visão de terceira pessoa, os gráfico são pobres, com texturas muito simples. Os efeitos sonoros e as melodias colocam o jogador no clima da aventura. Os sons das vozes foram bem trabalhados, com diálogos claros e que condizem claramente com o jeito de cada personagem. As melodias são tão boas que não saem da cabeça. Contudo, dois itens faltaram para transformar o jogo em uma boa obra: seqüências animadas e modo multiplayer. A Spellbound não aproveitou a tecnologia gráfica para fazer animações entre as missões, usou apenas imagens fixas, desenhadas à mão, para ilustrar. Já a falta do modo multiplayer diminui a vida útil do jogo e não dá a alternativa de modos colaborativos. Sendo assim, Desperados 2 - A Vingança de Cooper cumpre em parte a missão de trazer a sensação de voltar às histórias de bangbang. O jogo poderia trazer mais recursos de detalhes em suas animações e outros modos de jogos, já que a versão anterior teve seu lançamento há quase cinco anos. O jogo poderia trazer mais recursos de detalhes em suas animações e outros modos de jogos

Desperados 2 - A Vingança de Cooper Distribuição: Moving Imagem e Editora Telefone: (11) 3071-1390. Requisitos mínimos do sistema: Windows 2000 ou XP, processador Pentium 4 1.9 GHz, 512 MB de memória RAM, 4 GB de espaço livre em disco rígido, leitor de DVD-ROM de 4X, placa de vídeo com 128 MB (compatível com hardware T&L) e placa de som, ambas compatíveis com DirectX 9.0c. Idioma: Software em inglês e manual em português Preço sugerido: R$ 69,90 Faixa etária: 12 anos Mais informações: www.movingeditora.com.br Fotos: Ana Maria Guariglia

Digital da Epson leva ao passado A RD-1 é a primeira câmera digital do mundo totalmente manual e com telêmetro, mas ela não vem com flash Ana Maria Guariglia

RD-1 é o mais novo modelo de câmera que está despontando no horizonte da era eletrônica. É a primeira digital no mundo totalmente manual e com telêmetro, sistema usado nas câmeras da Leica nos anos 30 e 40, e, agora, ressuscitado pela Epson e Cosina Voigtländer. O telêmetro é definido como dispositivo óptico para medir as distâncias entre a máquina e objetos e fica acoplado ao mecanismo de focalização da câmera. Ao olhar pelo visor, o fotógrafo observa duas imagens, mostrando a cena em dois pontos de vista com diferenças mínimas. Esses pontos devem se sobrepor para que a focalização seja completada, bastando girar um anel na própria objetiva. Esse dispositivo permite fotografar com os olhos abertos, como se o direito, ao olhar pelo visor, observasse uma árvore, e o esquerdo con-

Empresas sempre ligadas ao mercado óptico

Resultados surpreendentes: nos detalhes dos edifícios e na fixação e separação de tons

templasse a floresta em volta. Complicado? Se assim fosse, as Leicas não teriam feito tanto sucesso com um mecanismo interno que funciona com a ajuda de um espelho, refletindo a imagem sobre um cristal despolido no visor. A RD-1 nos remete a esse tempo devido ainda ao seu desenho lembrar as Leicas, e assume essa postura, permitindo que a digital aceite as objetivas da mesma marca. A capacidade de resolução é de 6,1 Megapixels (3.008 X 2.000 pixels) e de 4 MP (2.240 X 1.680 pixels) e usa leitor de imagens CCD. Possui uma alavanca para puxar o filme (ups!!), que serve para liberar o disparador e, se não fizer esse avanço, não dá para tirar a próxima foto. Tudo como antigamente. É claro que o foco é só manual, a velocidade também, variando entre 1 seg e 1/2 mil seg, com prioridade para abertura, de acordo com a objetiva que está sendo usada. Ela

pode ser escolhida entre as da Leica, como a Vario Elmar com zoom 80-200 mm (US$ 2.395) ou a Cosina 28-210 mm (US$ 270), usada em nossos testes. Uma belezura como essa não tem flash embutido e o monitor de cristal líquido de 2 pol e colorido mostra os ajustes e as fotos tiradas. Para armazenamento, a RD-1 usa cartão SD (SecureDigital Card) de até 2 Gigabytes. Outro recurso é a leitura de sensibilidade ISO em relação à luz até 1.600, excelente para registros em baixa luminosidade. A gravação é feita pelo sistema JPEG ou RAW. A RD-1 também traz memória buffer de 512 MB, para arquivar fotos temporárias, que são analisadas antes do clique definitivo. Para avaliar o novo modelo, foi necessário esquecer o automatismo das digitais mais modernas e voltar às décadas de 30 e 40. Enquanto apontávamos a máquina para o céu para foto-

grafar os edifícios da cidade de Santos (SP) e da avenida Paulista (SP), tivemos apenas uma leve sensação de estar com o pé no presente eletrônico. A satisfação em mexer numa câmera como essa está no gesto de ajustar passo a passo a exposição: abertura, velocidade, foco e fotometria. Usamos o tema como a melhor forma para determinar o comportamento dos recursos manuais e do telêmetro que, segundo os analistas fotográficos, apresenta elevado grau de nitidez em comparação ao sistema reflex (SLR). Por enquanto, não há notícias da venda da RD-1 no país e o preço sugerido pela Epson norte-americana é de US$ 2.999,99. Como novidade, resta saber se é mais uma perfumaria da experiência tecnológica ou uma solução para aperfeiçoar a imagem digital. Para saber mais: www.epson.com

Cosina Optical Institute nasceu no Japão, em 1959, lapidando cristais para criar objetivas e também chegou a fabricar câmeras 35 mm. Em 1982, iniciou a produção de objetivas para as indústrias fotográficas japonesas e, em 1999, ligou-se a Voigtländer, de origem austríaca, confeccionando conjunto de objetivas para Nikon, Olympus e Vivitar, entre outras marcas. Por sua vez, a Voigtländer foi fundada por Christoph Voigtländer, em 1756, em Viena, na Áustria. Foi a primeira fábrica a produzir instrumentos ópticos de precisão. Obteve tanto sucesso que, em 1823, ganhou o privilégio do governo real para confeccionar binóculos para óperas. Com o advento da fotografia, em 1840, a Voigtländer foi novamente a primeira indústria a fabricar lentes para câmeras, tendo como base as teorias do matemático Josef Petzval (18071891). Nesse mesmo ano, lançou a primeira câmera de metal, que forneceu elementos para a similar Reise Kamera (câmera para viagens), de 1900. Nos anos 30, entrou firme no mercado com a máquina Bessa de formato 6 X 9, e Vito, para filmes 35 mm. Em 1955, produziu mais de quatro milhões de objetivas, e em 1974, passou a fazer parte da empresa Rollei, conhecida pelas máquinas Rolleiflex. A Epson é da empresa japonesa Seiko Epson Corporation, iniciada em 1942. Mas a Seiko nasceu mesmo em 1881, da companhia K. Hattori que fabricava relógios. O técnico Suwa Seikosha foi o responsável pelo desenvolvimento do sensor CMOS para integrar os circuitos de relógios e dos painéis de cristal líquido. Os cronômetros do Grupo Seiko foram responsáveis pelos controles de tempo dos atletas nas Olimpíadas de Tóquio, em 1964. Suwa também concebeu a impressora EP101, sucesso de vendas em 1968. Dessa época aos dias atuais, coube a Epson fabricar e comercializar equipamentos para informática, impressoras que revolucionaram o mundo digital, com impressoras a tinta, dispositivos eletrônicos e a quartzo, e equipamentos de automação industrial, inclusive lentes corretivas para miopia, astigmatismo etc. (AMG)


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Vamos trabalhar. Temos mais duas partidas. Quem sabe...” Zico, após a derrota do Japão para a Austrália Kai Pfaffenbach/Reuters

França entra em campo para esquecer 2002

paSse livre Roberto Benevides

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França estréia na Copa hoje, enfrentando a Suíça em Stuttgart, à uma da tarde (horário de Brasília), pelo Grupo G, disposta a esquecer a desastrosa abertura da Copa de 2002. O problema é que ultimamente os suíços têm sido uma verdadeira pedra no sapato dos franceses. Nas Eliminatórias, houve empate nos dois confrontos: 0 a 0 em Saint-Denis e 1 a 1 em Berna. “Conhecemos seus pontos fortes e fracos, e eles também nos conhecem. Vai ser um jogo duro, mas vamos mostrar a verdadeira cara da Seleção Francesa”, assegurou o técnico Raymond Domenech. Ele deve mandar a campo vários jogadores que foram titulares na derrota por 1 a 0 para o Senegal, no jogo de abertura no Mundial passado — entre eles, Vieira, Thuram, Henry e Trezeguet, cuja escalação não está confirmada. Domenech ainda não sabe quem escalará ao lado de Henry no ataque. A primeira opção era Cissé, que se contundiu no amistoso final da preparação, contra a China. Trezeguet pode ser escolhido se a opção for tornar o time mais ofensivo. Ele também pode optar por Malouda, que atua mais pelo meio-decampo, e avançar Wiltord, que joga mais aberto. Ribery corre por fora na disputa por uma vaga. O astro da Suíça, o atacante Alexander Frei, que joga no Rennes, da França, acredita que sua equipe já mudou de paradigma no cenário mundial: “Não somos mais um time pequeno”. Também hoje, às 10 horas, em Frankfurt, Coréia do Sul e Togo fazem o outro jogo do Grupo G. O técnico alemão Otto Pfister decidiu ontem voltar ao comando do Togo. Ele havia abandonado a seleção na última sexta, por causa de problemas entre os jogadores e os dirigentes para acertar o valor da premiação para o Mundial.

Vencer é preciso

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cabou a brincadeira, a menos que Ronaldinho Gaúcho resolva nos brindar, durante a Copa, com as jogadas de efeito que tanto enfeitiçam as platéias como atordoam os marcadores. O importante, porém, a partir da estréia de logo mais contra a Croácia, é a vitória. Melhor dizendo: são sete vitórias, os sete degraus até o pódio que Cafu pretende escalar pela segunda vez na história das Copas. De hoje, em Berlim, até o dia 9 de julho, novamente lá, o Brasil tem de mostrar mais a força de equipe do que o brilho de seus grandes artistas. É nisso que Carlos Alberto Parreira está trabalhando desde que desembarcou na Suíça com os seus 23 escolhidos para a campanha do hexa. Não é à toa que vimos tantos treinos táticos em campos reduzidos praticamente a metade para forçar a equipe a se agrupar nas ações defensivas e se desvencilhar da marcação fechada nas manobras de ataque. Dentro do exíguo tempo de treinamento, foi feito o que era possível para dar a este agrupamento de estrelas de primeira grandeza do futebol mundial feições de uma equipe de verdade, capaz de desenvolver em campos alemães o jogo coletivo que faz os campeões. Nunca houve, em toda a história das Copas, um time tão unanimemente considerada favorita quanto esta Seleção que chama a atenção do mundo pelo talento de suas estrelas mais fulgurantes, alojadas no quadrado mágico que é a esperança e a preocupação dos torcedores. Dependerá de Kaká, Ronaldinho, Ronaldo e Adriano o padrão de jogo que o Brasil exibirá a partir de hoje. Se jogarem para o time, vai ser difícil tirar o hexa do Brasil.

Derrota de virada para a Austrália complica a vida do Japão de Miyamoto

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té os 39 minutos do segundo tempo, o Japão do técnico brasileiro Zico vencia a Austrália por 1 a 0 no jogo de ontem, em Kaiserslautern, que abriu o Grupo F, o do Brasil. Foi quando Cahill empatou, marcando o primeiro gol australiano na história das Copas. O pior, no entanto, ainda estava por vir. O próprio Cahill marcou o segundo e Alosi, já nos descontos, ampliou. "Não soubemos administrar a vantagem. A Austrália foi para o tudo ou nada, se abriu, nos deu oportunidade e nós desperdiçamos", lamentou Zico no vestiário. Até porque ele sabe que sua missão, agora, tornouse quase impossível: para garantir a classificação, terá que ganhar da Croácia e do Brasil. “Na Copa das Confederações, perdemos a primeira (2 a 1 para o México), ganhamos a segunda (1 a 0 da Grécia) e quase nos classificamos (o 2 a 2 com o Brasil eliminou a equipe)”, comparou

Zico depois do jogo, tentando injetar ânimo em sua equipe. O Japão enfrenta a Croácia no próximo domingo e joga no dia 22 com o Brasil. O goleiro Kawaguchi, que fez cinco boas defesas mas saiu mal no lance do gol de empate dos australianos, resumiu o motivo da derrota japonesa: “Perdemos a concentração”. A persistência foi a chave para a virada obtida pelos australianos. Os três gols marcados em menos de dez minutos foram um prêmio para a equipe que finalizou mais que o triplo de vezes do adversário: foram vinte chutes a gol, contra apenas seis dos japoneses. A pontaria da Austrália também foi melhor: foram 12 chutes na direção do gol, o que obrigou o goleiro Kawaguchi a trabalhar duro. Os japoneses só acertaram a meta de Schwarzer duas vezes. Na primeira delas, a bola entrou, apesar de o goleiro Schwazer reclamar de ter sofrido falta.

JAPÃO 1 Kawaguchi; Komano, Miyamoto e Tsuboy (Moniwa 11/2, depois Oguro 46/2); Nakazawa, Fukunishi, Nakata, Nakamura e Alex Santos; Takahara e Yanasigawa (Ono 34/2). Técnico: Zico.

AUSTRÁLIA 3

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Local: Estádio Fritz Walter, em Kaiserslautern Árbitro: Adbullah El Fatah Essam (EGI). Gols: Nakamura 26/1, Cahill 39/2, Cahill 44/2 e Aloisi 47/2. Cartões amarelos: Miyamoto 31/1, Grella 33/1, Takahara 40/1, Moore 13/2, Moniwa 23/2, Cahill 24/2 e Aloisi 33/2.

O melhor da Copa Keller; Mastroeni (O’Brien 1/2), Pope, Onyewu e Lewis; Reyna, Beasley, Cherundolo (Johnson 1/2) e Convey; Donovan e McBride (Wolff 32/2). Técnico: Bruce Arena.

Buffon; Zaccardo, Cannavaro, Nesta e Grosso; Perrotta, Pirlo, De Rossi e Totti (Camoranesi 11/2); Luca Toni (Del Piero 37/2) e Gilardino (Iaquinta 19/2). Técnico: Marcelo Lippi.

REPÚBLICA CHECA 3

GANA 0

Cech; Grygera, Rozehnal, Ujfalusi e Jankulovski; Galasek, Poborsky (Polak 37/2), Plasil e Rosicky (Stajner 41/2); Nedved e Koller (Lokvenc 45/1). Técnico: Karel Bruckner.

Richard Kingston; Pantsil, Kuffour, Mensah, Pappoe (Shilla 1/2); Muntari, Appiah, Essien, Eric Addo; Amoah (Pimpong 23/2) e Gyan (Tachie-Mensah 44/2). Técnico: Ratomir Djukovic. Local: Niedersachestadion, em Hannover. Árbitro: Carlos Eugênio Simon (BRA). Gols: Pirlo 40/1 e Iaquinta 38/2. Cartões amarelos: De Rossi 10/1, Muntari 41/1, Camoranesi 17/2, Gyan 20/2 e Iaquinta 43/2.

Fernando Cesarotti

MARATONA EM VERDE-AMARELO

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nfim a Seleção Brasileira vai estrear na Copa do Mundo. Um alívio para o coração do torcedor, angustiado pelo desejo de ver o "quarteto mágico" esmerilhando os adversários, e também para os olhos e ouvidos, cansados de encarar diariamente na TV os treinos de Parreira, acompanhados de comentários pouco ou nada construtivos. Para quem quiser acordar cedo e já entrar no clima, a melhor saída é o "Bom Dia Brasil", na Globo, às 7h15, com o bloco de Copa ancorado por Tadeu Schmidt. É é a fonte mais quente de informações pela manhã, principalmente em dias sem treinos matinais da Seleção. Fica melhor quando traz reportagens de Pedro Bassan, dono de um dos melhores textos do telejornalismo esportivo. Às 8h, vale ligar no Band Sports e conferir o BandNews na Copa, o primeiro programa ao vivo a entrar no ar nas emissoras fechadas. Quem não tem TVA ou Directv pode ficar na Globo, pois o Mais Você, de Ana Maria Braga, sempre abre espaço para os repórteres na Alemanha. A partir das 9h o assinante Net ou Sky já pode mudar de canal e conferir o Redação Sportv, e às 9h30 começa o "direito de escolha", com o primeiro programa ao vivo da ESPN Brasil no dia. Daí, em qualquer um dos canais, é só esquentar os motores com Coréia x Togo e França x Suíça, até a entrada do Brasil em campo.

DEPOIS DO APITO

ARTE EM CAMPO

Receita para quem estiver no clima (de preferência com uma boa vitória da Seleção): conferir a análise tática de Paulo Vinícius Coelho, no Bate Bola da ESPN Brasil, emendar às 20h no Seleção Sportv, com Maurício Noriega e convidados, e fechar o dia com o Apito Final, às 22h, na BandSports (reprise na Band à 0h15), boa lembrança dos tempos em que as mesas-redondas ainda não tinha sido tomadas pelo agressivo e sufocante merchandising.

A transmissão de França x Suíça é um aperitivo e tanto para os fãs do futebol-arte. Como Zidane pendura as chuteiras depois da Copa, é uma das últimas chances de ver o craque em campo. Depois, só em videotape.

DIN-DIN Quem se interessa pelo lado financeiro do futebol deve conferir no BandNews o Máquina na Copa, em boletins diários com o competente Erich Beting, um dos especialistas do assunto no País.

Ontem, mais uma vez, o Sportv 2 trocou a transmissão em mosaico do jogo das 10h pelo treino da Seleção.

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ITÁLIA 2

copa na tv

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ESTADOS UNIDOS 0

Local: Veltins-Arena, em Gelsenkirchen. Árbitro: Carlos Amarilla (PAR). Gols: Koller 5/1, Rosicky 36/1 e Rosicky 31/2. Cartões amarelos: Onyewu 5/1, Rozehnal 16/1, Lokvenc 14/2, Reyna 15/2, Rosicki 36/2 e Grygera 43/2.

Os contra-ataques em velocidade também têm decidido alguns jogos. É o que mais deve preocupar a Seleção, desenhada num 44-2 que facilmente se transforma em 4-2-4 e, então, escancara espaços no campo de defesa.

Schwarzer; Neill, Moore (Kennedy 16/2), Culina e Chipperfield; Emerton, Wilkshire (Aloisi 30/2), Grella, Bresciano (Cahill 8/2) e Kewell; Viduka. Técnico: Guus Hiddink.

Liderada por Rosicky e Nedved (11), a República Checa venceu os EUA por 3 a 0 e foi a mais empolgante de todas as seleções que já jogaram

grupo do Brasil." Ainda nos restam dois jogos muito difíceis. Como posso falar de futuro?", questionou, em meio a sorrisos amarelos. No outro jogo da chave, a Itália ratificou seu favoritismo e deixou do lado de fora do campo o tumulto provocado pelos escândalos que atingiram recentemente o futebol do país. O time superou a correria e violência de Gana - que fez 22 faltas, contra 8 sofridas - e mostrou sua característica objetividade para vencer por 2 a 0, gols de Pirlo e do reserva Iaquinta. O time africano ganhou elogios do técnico italiano Marcelo Lippi. "Superamos o nervosismo da estréia, diante de oponentes que se mostraram fortes", disse, com o respaldo do otimista treinador de Gana, o sérvio Radomir Dujkovi, que ainda crê na classificação. "Podemos ter um bom resultado contra a República Checa e nos classificar para as oitavas-definal", garante.

A PREOCUPAÇÃO

Um grande trunfo das equipes nesta Copa têm sido os reservas. Muitos gols têm sido marcados por jogadores que entram no segundo tempo. Boa notícia. Afinal, entre outros, o Brasil tem Juninho, Robinho e Fred no banco.

*Com Agência Estado e Reuters

Timothy A. Clary/AFP

pontada por muitos, inclusive por Carlos Alberto Parreira, como candidata a surpresa da Copa, a República Checa não decepcionou na estréia e bateu com facilidade os Estados Unidos por 3 a 0, em Gelsenkirchen, num jogo em que brilharam o meia Rosicky, autor de dois gols, e o meia Nedved, com passes açucarados e muita visão de jogo. O jogo só não foi 100% alegria para os checos porque o gigante Koller, de 2,02 m altura, autor do primeiro gol, sofreu uma contratura muscular na coxa, no primeiro tempo, e pode ficar de fora do próximo jogo, contra Gana. "É uma lesão muito séria. Vamos aguardar a avaliação técnica", advertiu o técnico Karel Bruckner, que se recusou a falar da partida diante dos africanos - "Acabamos de vencer um adversário, só vou pensar no outro amanhã (hoje)" - ou de um possível adversário na próxima fase - que sairá do

NOSSA RESERVA

O Brasil é prioridade, mas e a prometida transmissão simultânea em três canais? Pisada na bola do canal.


terça-feira, 13 de junho de 2006

Ambiente Polícia História Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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A MOOCA SERÁ HOMENAGEADA ATÉ PELA ITÁLIA

MAMMA MOOCA!

Ninguém consegue desorganizar a Mooca porque a comunidade é presente e fiscalizadora. Isidoro Del Vecchio, presidente da SAM

Aos 450 anos, a serem completados no dia 17 de agosto, um dos mais tradicionais bairros de São Paulo transborda a cidade, o estado e até o País. A Mooca, de profundas raízes italianas, vai se tornar irmã de um bairro de Turim. As comemorações prevêem missas, bailes e atividades culturais. Tão importante quanto os eventos é a melhoria da infraestrutura do bairro, com novas calçadas e ruas revitalizadas, entre elas a da Mooca.

Newton Santos/Hype

Rejane Tamoto

A

penas dois anos separam a fundação da cidade de São P a u l o d o s u r g imento do bairro da Mooca. No dia 17 de agosto, o bairro mais antigo e tradicional do município vai comemorar 450 anos com muitas festas e melhorias em sua infra-estrutura. A partir de agosto e até o final do ano, a Mooca será celebrada e homenageada não só pelos seus 63.280 habitantes, mas também por São Paulo e até pela Itália. E não é à toa. Desde que os primeiros imigrantes italianos chegaram ao bairro, no começo do século 20, eles imprimiram sua marca à Mooca, que começou a formar sua identidade peculiar, expressa nos seus costumes, na comida e até no sotaque de sua gente. Espanhóis e portugueses ajudaram a complementar o caráter cosmopolita do bairro. Existem coisas que não mudam nunca na Mooca e, entre elas, está justamente o jeito cordial de seus moradores e a paixão que guardam pelo bairro. O sentimento bairrista é fortíssimo e se expressa na quantidade e na intensidade das comemorações previstas para os 450 anos. A programação de eventos é extensa e vai explorar as principais tradições do bairro: missas, bailes, atos e desfiles cívicos, atividades culturais, torneios esportivos, micaretas, exposições, homenagens a cidadãos, concursos e festas gastronômicas. A novidade deste aniversário é que a Mooca receberá como presente um selo comemorativo dos Correios e um decreto que a tornará irmã de um bairro da cidade de Turim, na Itália. A programação de eventos, que não está consolidada, está sendo organizada pela Subprefeitura da Mooca, Distrital Mooca da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Associação dos Moradores e Amigos da Mooca (AmoaMooca), Sociedade dos Amigos da Mooca (SAM), Conseg, Rotary Mooca e Jornal da Zona Leste (Grupo Cimino). Infra-estrutura – Um dos presentes que a Mooca está recebendo é o investimento da Subprefeitura para melhorar a infra-estrutura do bairro. Segundo o subprefeito Eduardo Odloak, o principal projeto é a reforma das calçadas da Mooca. "Estamos cobrando a população para que melhore o passeio público. Refizemos a nossa calçada para dar o exemplo", disse. Ao todo, foram investidos R$ 215 mil na reconstrução de 2,3 mil metros quadrados de calçadas no entorno dos prédios da Subprefeitura, do Centro Esportivo Clube da Cidade Mooca, Unidade de Saúde, Escola Municipal Integrada, Biblioteca Alfonso Taunay, edifícios públicos que chegam a receber cinco mil pessoas por dia. As novas calçadas, feitas em piso intertravado de acabamento permeável, são antiderrapantes e com acessibilidade.

Del Vecchio, 81 anos: "Antes não havia uma data para as festas. Festejávamos quando a coisa esquentava". Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype

Além do calçamento, foram empenhados R$ 100 mil na construção de canteiros e na arborização da rua Jumana, num total de cinco mil m². "Outra melhoria no bairro é o recapeamento de ruas importantes como a Taquari, programado para os próximos 20 dias e o início do recapeamento da avenida Paes de Barros", explicou Odloak. Comércio – Para o comércio, a boa notícia é que o bairro deve receber, até o fim deste ano, a revitalização da rua da Mooca, projeto elaborado a partir de uma parceria entre a Subprefeitura da região, a ACSP e lojistas. A revitalização, segundo o diretor superintendente da Distrital ACSP Mooca, Antônio Viotto Netto, consiste na padronização e troca das calçadas e na inserção de mobiliário urbano, que tornarão a rua contínua, bonita e acessível a deficientes físicos. Para que a revitalização ocorra, 70% dos cerca de 100 lojistas que têm comércio na rua da Mooca (no trecho entre a avenida Paes de Barros e rua Borges Figueiredo) têm de aderir ao projeto. "O lojista gastará apenas R$ 80 por metro quadrado de calçada. Há um banco oferecendo linha de crédito e parcelamento para os lojistas interessados em investir no projeto de revitalização", afirmou Viotto. Com a adesão, ele estima que as obras durem cerca de 50 dias. O s u b p re f e i t o E d u a rd o Odloak lembrou que uma das ações que já iniciaram o processo de revitalização da rua da Mooca foi a retirada de ambulantes do local e ações de combate à poluição visual. "Retiramos, em um fim de semana, cerca de 200 faixas. Com o projeto de troca de calçadas, estamos estimulando o comércio a melhorar as fachadas também", contou. "Essa revitalização é necessária porque o mooquense aprecia as coisas que existem em seu bairro. Ele não quer sair da Mooca, quer consumir tudo no próprio bairro", completou Viotto, da ACSP. A comerciante da Perfumaria Sumirê, Letícia Kamachi, sabe desse comportamento dos clientes e está ansiosa pela revitalização. "Esse é um pre-

Letícia Kamachi: "Esperamos um aumento de até 11% nas vendas"

A rua da Mooca deverá ser revitalizada e se tornar mais acessível

sente que a Mooca espera há muito tempo. A calçada é responsabilidade nossa e, com a revitalização, esperamos um aumento de até 11% nas vendas", afirmou. Eventos - Os festejos de aniversário começarão com um ato cívico na avenida Paes de Barros e a colocação de flores no Obelisco do bairro, na altura da rua da Mooca. No mesmo local, haverá ainda um desfile cívico com alunos de escolas do bairro, com apoio da Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Civil Metropolitana. "Os moradores do bairro sempre foram festeiros e nossa sociedade sempre se organizou em torno do aniversário da Mooca. A diferença é que, antigamente, não havia uma data definida para as festas. Decidíamos festejar quando a coisa esquentava, quando todos se

empolgavam", contou o presidente da SAM, Isidoro Del Vecchio, de 81 anos. Como já é tradição no bairro, uma missa será celebrada na igreja Nossa Senhora do Bom Conselho, na rua da Mooca. Depois, segundo o presidente da SAM, haverá uma sessão solene com autoridades, Hino Nacional e banda do município. Será conferido título de cidadão mooquense a personalidades que ajudaram e ajudam no desenvolvimento do bairro. "Aqui, todas as entidades são atuantes. Ninguém consegue desorganizar a Mooca porque a comunidade é presente e fiscalizadora", disse Del Vecchio. Outra homenagem a cidadãos e empresários ocorrerá em um baile de gala no Clube Atlético Juventus. Na 18ª Festa Empresário do Ano, organiza-

da numa parceria da ACSP com o Jornal da Zona Leste, haverá a entrega de cerca de 25 troféus para empreendedores que se destacaram no bairro. Os festejos também se estenderão aos universitários e foliões durante a Moocareta, um carnaval fora de época que será realizado na rua dos Trilhos pela Subprefeitura. Também haverá atividades culturais na Biblioteca Alfonso de Taunay, com uma exposição de fotografias do bairro. No jardim da Subprefeitura serão expostas sete grandes esculturas de artistas plásticos da região. O diretor do Jornal da Zona Leste, do grupo Cimino, e presidente do Sindicato de Jornais e Revistas de São Paulo, Antonio Carlos Cimino, contou que está programando eventos esportivos de tênis e futebol durante as comemorações. Estão programadas atividades ecológicas, entre elas o plantio de 450 mudas de ipê (árvore símbolo de São Paulo) pela comunidade. "Estamos negociando

com a Subprefeitura a doação dessas mudas com a Secretaria do Verde", disse. A presidente da AmoaMooca, Crescenza Gianccaro, disse que a tradicional festa de San Genaro também fará parte da programação de aniversário. "Esta é a festa que recebe mais pessoas de todo o País", disse. Além disso, a associação também organiza uma exposição na Casa das Rosas, na avenida Paulista, cujo tema será a história do bairro e da Imprensa Oficial do Estado, que completa 115 anos. "A Imprensa Oficial faz parte do nosso bairro e participamos disso. Além da exposição, apresentaremos um coral tradicional da Mooca. Nos preocupamos com o patrimônio histórico e cultural do bairro, por onde passaram tantos imigrantes, e tentamos mostrar ao morador que preservar a história é importante. A história do bairro se mistura com a de São Paulo", acrescentou Crescenza. Mais sobre a Mooca na pág. 6


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Compor tamento Urbanismo História Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

MORADORES TÊM ALGO EM COMUM: O BAIRRISMO

terça-feira, 13 de junho de 2006

Quem mora na Mooca não quer sair e quem saiu quer voltar. Essa é a frase mais repetida pelos mooquenses.

Fotos: Newton Santos/Hype

BAIRRO QUER TER SUA PIZZA RECONHECIDA

O selo comemorativo dos 450 anos da Mooca foi criado por alunos do Senai. No desenho do ganhador, o bonde, o antigo Cotonifício Crespi e o progresso. A idéia principal é que o selo torne o bairro conhecido mundialmente. Em comemoração ao aniversário, algumas calçadas foram reformadas (abaixo).

Com o lançamento do concurso da melhor pizza, de um selo comemorativo e a escolha de uma localidade irmã na Itália, o bairro mais italiano da cidade quer ficar conhecido no Exterior. Por aqui, o objetivo é crescer como um dos melhores locais para se morar.

A

festa para os 450 anos da Mooca também contagiou a confeitaria, padaria e rotisseria Di Cunto, desde 1935 na rua Borges de Figueiredo. "Devemos criar um bolo, um pão ou um prato bem italiano que traduza o espírito da Mooca", disse o diretor de relações com o mercado da Di Cunto, Pedro Porta Filho. Mais do que uma estratégia comercial, a criação da comida especial é simbólica, já que a família Di Cunto está desde 1891 nesse endereço. "O negócio começou com a fabricação de panetones de fermentação natural, com uma receita milanesa. Para nós, italianos, o panetone é um doce e não um bolo que se come apenas uma vez ao ano. Acompanhamos a evolução do bairro e, mesmo morando hoje no Itaim, me sinto um mooquense", disse o diretor. Concursos - As comemorações de aniversário incluem três concursos e um deles quer tornar a pizza Mooca uma referência para a cidade e para o mundo. Trata-se da eleição da pizza sabor Mooca. O diretor do Jornal da Zona Leste, Grupo Cimino e presidente do Sindicato de Jornais e Revistas de São Paulo, Antonio Carlos Ci-

mino, disse que teve a idéia porque há 370 locais que servem pizza no bairro, entre pizzarias, padarias, lanchonetes e disk pizzas. "Na Mooca, metade dos habitantes é descendente de italianos e a outra metade é italiana mesmo", brinca. "O objetivo é levar o nome do bairro para fora. Assim como há a pizza da Calábria, a calabresa". Os outros dois concursos estão sendo organizados pela AmoaMooca. Um deles é o Declare seu amor à Mooca e o outro é Declare seu amor ao Juventus. A associação escolherá as cinco melhores frases com esses temas, a serem elaboradas por alunos da rede pública e privada. "O Juventus é a segunda equipe do coração dos mooquenses, mesmo que sejam torcedores de outros times". Mundial - As homenagens, inclusive, levarão o nome da Mooca para o mundo. Esta é a proposta do selo comemorativo que foi encaminhado aos Correios, iniciativa da Distrital Mooca da ACSP, da AmoaMooca e da Sociedade Amigos da Mooca (SAM). "O selo foi escolhido em um concurso com alunos do Senai. Isso traz a história para a juventude do bairro. O selo vencedor retrata o Cotonifício Crespi, o bonde que era puxado por bois e o

Leonardo Rodrigues/Hype

Di Cunto: desde 1935 na Mooca, confeitaria criará iguaria especial

progresso", explicou a presidente da AmoaMooca, Crescenza Gianccaro. O reconhecimento da Itália virá de um acordo que está sendo feito entre a ACSP e Antônio Carlos Cimino com o cônsul e senador brasileiro da Itália, Edoardo Pollastri. A idéia é que seja escolhido um bairro italiano para ser irmão da Mooca. "O senador vai escolher um bairro de Turim. Deverá ser feito um decreto na cidade italiana e outro em São Paulo, estabelecendo esse laço entre os italianos e seus descendentes", disse Antônio Viotto Neto, superintendente da distrital da ACSP. A Subprefeitura da Mooca está encaminhando ao governo do Estado solicitação para alterar o nome da estação de metrô Bresser para Bresser/Mooca. Tantas homenagens à Mooca são resultado de um sentimento singular dos seus moradores: o bairrismo. Quem mora na Mooca não quer sair e quem saiu quer voltar. Essa é a frase mais repetida pelos mooquenses. História – O próprio nome do bairro já aponta sua vocação: Mooca significa faz casa em tupi-guarani. Tudo começou com os jesuítas, que se mudaram para o bairro após a construção de uma ponte sobre o rio Tamanduateí. No início do século XVI, a Mooca foi tomada por chácaras e residências. Mas foi nos anos da imigração européia, de 1870 a 1890, que o bairro ganhou vida e tradição, inicialmente pelas fazendas, onde surgiram as corridas de cavalo, e depois pelas grandes indústrias. Hoje, a Mooca se tornou um bairro residencial com forte vocação para comércio e serviços. Essa é a avaliação de Antônio Viotto Netto. "A verticalização está promovendo uma transformação muito grande no comércio da região. Estão sendo erguidos cerca de 15 edifícios residenciais de médio e alto padrão. Isso porque a Mooca é um lugar bom para se morar. Há baixo índice de criminalidade e um clima de cordialidade interessante, característica mantida pelas famílias mais antigas", avaliou.

Antônio Viotto Neto, superintendente da distrital, com o selo ganhador

Segundo Viotto, o resultado teatro está ganhando mais esdesse cenário é um crescimen- paço somente agora", avaliou. Organização - Entre os moto dos setores de comércio e serviços. Ele ressalta que radores mais antigos, não há exemplos disso são a existên- somente nostalgia. Os lemas cia de três universidades e a que os acompanham são a orabertura do Shopping Capital. ganização e atuação comunitá"Esses investimentos são mui- ria. Essa parece ser uma banto importantes para a Mooca, deira que a Mooca está retojá que as grandes indústrias, mando. Segundo dados da como o Cotonifício Crespi, a Subprefeitura da Mooca, nesta Antarctica e a União foram em- gestão foram realizadas 62 bora. Os imóveis dessas indús- parcerias público-privadas com a comunidatrias não podem de. O aumento ficar parados de pessoas físiporque isso traz cas em parcerias insegurança e desse tipo é grancortiços ", desta- Na Mooca, metade de e passa de cou Viotto. dos habitantes é 200%. Para o moradescendente de U m b o m dor e presidente exemplo é a parda SAM, Isidoro italianos e a outra ceria firmada há Del Vecchio, cuja metade é italiana dois meses entre família chegou à mesmo. a Subprefeitura e Mooca em 1898, a Antonio Carlos Cimino, a moradora Olga verticalização tiempresário, diretor do Martinez, de 82 rou um pouco do Jornal da Zona Leste anos, para revitaaspecto de prolizar a praça Euvíncia que o bairro tinha. "Nosso sistema de vi- lógio Martinez, de 14.344 m², a da era de interior. O que pude maior da Mooca. Segundo a notar é que os cortiços dimi- subprefeitura, Olga foi esposa nuíram muito na região e, mes- de Eulógio, reconhecido médimo quando eles existiam, eram co do bairro, falecido há 20 muito diferentes das favelas. anos. Ao assinar o termo de coAs famílias conseguiam divi- operação, ela se comprometeu dir banheiro, morar em um a revitalizá-la e mantê-la por quarto e cozinha em perfeito 36 meses. O investimento, de cerca de entendimento", lembra. Del Vecchio teme, no entanto, que R$ 40 mil, está sendo destinado a verticalização transforme a à troca de piso, bancos, playMooca em bairro-dormitório. ground, pintura, mesa de xa"Porque os moradores passam drez e um totem com o nome a ter um relacionamento de fim da praça. As atribuições da de semana e feriados. A rela- Prefeitura foram a poda de mação que antes acontecia nas to e árvores, execução de limruas, acontece nos clubes. Não peza e retirada de entulho e a há mais campos de futebol co- colocação de um gradil. O amigo da família Martimo antigamente. Nossos cinemas desapareceram e o nosso nez, o médico do trabalho Ma-

rio Hato, de 61 anos, contou que o lugar estava muito sujo, com mato alto e entulho. Descendente de japoneses, Hato adotou a Mooca como moradia há 34 anos e, quando se casou com uma legítima cidadã mooquense italiana, se tornou um nipo-italiano. Ele tem o jeito bairrista e um sotaque na maneira de falar, que mistura a intensidade italiana com a pausa típica do japonês. Todos os dias, depois do expediente, Hato passeia com seu cachorro pela praça revitalizada e já prepara uma campanha para ajudar a mantê-la. "Agora quero que as pessoas se acostumem a colher os dejetos dos animais para manter a praça limpa. Tenho uma ligação umbilical com este bairro, não saio daqui", disse. Fala Bello! - Resgatar as histórias da mamma Mooca é um dos objetivos da AmoaMooca. A entidade busca, com o apoio da lei Rouanet, patrocinadores para viabilizar o projeto Fala Bello!, que visa resgatar a memória dos moradores e ex-moradores. A proposta é formar um banco de dados por meio de entrevistas em áudio e vídeo e, depois, montar uma exposição interativa e itinerante. "O objetivo é que o projeto esteja viabilizado até o aniversário de 451 anos, que é muito importante para a Mooca, conhecido como o bairro italiano na cidade. Os moradores têm um jeito de falar e de gesticular próprios", disse a jornalista membro da AmoaMooca e pesquisadora da Estação História, Elizabeth Florido. Segundo ela, o objetivo é montar uma exposição do projeto em locais como o Juventus, o Extra (instalado no extinto Cotonifício Crespi) e a estação República do Metrô. Com custo de R$ 800 mil, o projeto está em fase de captação de recursos. "Nosso padrinho é o grupo de samba Demônios da Garoa, que começou sua carreira musical na rua dos Trilhos. Eles abraçaram este projeto cultural pela Mooca", concluiu. Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo e-mail: falabello@uol.com.br ou nos telefones 6606-0050 (AmoaMooca), 6606-5559 e 6605-4882 (Estação História). (RT)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

terça-feira, 13 de junho de 2006

RESENHA

NACIONAL

O GOLAÇO DE RONALDO

N

Ronaldo pode ser o grande nome da Copa. Ainda que não faça mais nada, com a sua fala desta sexta restaurou a hierarquia espiritual. Tem o charme da independência. A resposta de Ronaldo a Lula é um poema de João Cabral de Melo Neto, ali, a palo seco. Nada falta e nada excede. Ao lembrar que não estava presente à teleconferência em que o Apedeuta indagou Parreira sobre o seu peso, evidencia a covardia intelectual e política do cara. A pergunta, se bem notaram, foi feita de chefe para chefe. A suposta ou real “gordura” em Ronaldo é um problema profissional e remete diretamente à sua imagem, à sua carreira, a seu desempenho. Não pode servir de trampolim político para desocupados. Ronaldo foi ainda mais preciso: informou que os jogadores foram proibidos de fazer perguntas a Lula, o que denota a covardia planejada. O presidente da República pode meter o nariz no futebol, o que não lhe cabe, mas os jogadores, brasileiros que são, não têm

JOÃO DE SCANTIMBURGO REPERCUSSÃO

o direito de indagar o presidente, o que lhes cabe. A CBF, uma corporação com sotaque fascistóide, proíbe. Ronaldo é mais corajoso do que a maioria dos oposicionistas e do que a maioria da imprensa. À diferença dos dois grupos, pode dar uma banana pra Lula, que isso lhe é irrelevante. Não precisa ter medo de chefe, de anunciante estatal ou de Daniel Dantas. Ronaldo dá alguns dribles lógicos. Numa leitura convencional, pode-se dizer que infere que nem Lula é chegado a uma cana nem ele está gordo. As duas coisas seriam falsas. Ou verdadeiras. Há certo consenso de que o jogador está um pouco acima do peso — o que, entendo, não compromete o seu futebol. Se a outra ilação dependente desta for igualmente consensual, é claro que um dos jogadores está com problema, e não é Ronaldo: uma coisa é a pátria de chuteiras estar um tanto gordota; outra, diferente, é a pátria com a faixa presidencial estar de queixo mole. Penso que Ronaldo ainda pode ser, neste 2006, mais uma vez, o grande nome da Copa. Há nele a suave obsessão das pessoas incomuns. De resto, ainda que não faça mais nada, com a sua fala desta sexta, restaurou a devida hierarquia espiritual. Se Lula não puder se calar para sempre, que ao menos feche a boca até o fim da Copa do Mundo.

DO VANDALISMO

llus

A sapolândia governamental BENEDICTO FERRI DE BARROS

O

s gregos acreditavam que a hybris (a soberba) era o único pecado capital que os deuses não toleravam no homem, por representar uma rebelião contra seu poder soberano de ditar o destino de cada mortal. Quando um homem atacado por essa desmesura do ego transcende seus limites e cai em delírio megalomaníaco, blindado em sua subjetividade egocêntrica, é verdadeiro quando afirma ignorar tudo o que se passa a sua volta. Inclusive quem são e como se comportam seus companheiros de jornada, que o utilizam como mero coringa de seus objetivos e, mesmo sendo ele titular de todas mordomias que a república proporciona a um presidente, o submetem a uma dieta de comedor de sapos. Como Lula acaba de ver o ofício presidencial. Ora, que poderia ele esperar da corte de companheiros que recrutou para formar o PT, formatados muitos deles como guerrilheiros pela ideologia do marxismo revolucionário e subversivo de Fidel Castro? A criação dos sapos, que oferecem como dieta do seu mandato. Nos dias inaugurais de seu mandato seu fac-totum maior, atacado de moléstia egocêntrica similar, já presumia para si próprio um duplo comando do governo, relegando ao messias presidencial a função de coringa do baralho político. Tanto esse condotiere como os parceiros que formavam o grupo dos capo-regime da máfia do PT se escafederam à aparição do primeiro sapo untanha que haviam criado, o mensalão. Mas os demais agrosapeiros de seu governo permaneceram em seus cargos.

TRECHOS DO COMENTÁRIO DE REINALDO AZEVEDO NO SITE DA REVISTA PRIMEIRA LEITURA WWW.PRIMEIRALEITURA.COM.BR

Com a invasão e depredação do Congresso, ninguém menos que o secretário dos Movimentos Sociais e membro da Executiva Nacional do PT agora lhe mete pela goela abaixo não mais uma rãzinha digerível, mas um sapo-boi indeglutível. A mesma figura que já invadira o palácio do governo sem que nenhuma pena lhe fosse aplicada. Surpreendido fora da sede do governo, em plena vilegiatura eleitoreira, já que diz ainda não saber se se candidatará ou não, Lula não pode, entretanto, ignorar o que é o MST, seus derivados e seus métodos. Foi ele quem disse tratarse do mais sério movimento social do País, foi ele quem visitou seus acampamentos, vestiu seus bonés e abraçou seus companheiros. Foi ele e seus ministros que engoliram, sem retribuição, a invasão e depredação de próprios do próprio governo, sem que a justiça de seus ministros os condenassem a coisa alguma. Sem que nem na primeira nem em hora alguma coibissem uma organização clandestina e ilegal de proliferar e praticar violência contra tudo e contra todos.

L

ula comenta que eles perderam o juízo – um eufemismo para designar uma loucura. Mas como revela documentação apreendida com participantes da massa-de-manobra recrutada em numerosos estados (muitos dos quais induzidos pelo engodo de irem ver Lula), muita inteligentsia foi empregada pelos meneurs do atentado para o sucesso da afronta subversiva feita ao Congresso. O resto é coaxar de saparia.

A invasão do Congresso não é uma rãzinha, mas um sapo-boi indeglutível

A previsão de um petista

R onaldo é mais corajoso do que os oposicionistas

ARTHUR CHAGAS DINIZ Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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Auditado pela

A

inda não foi e não será possível calcular os prejuízos causados ao Brasil pela última invasão que mais de 500 membros do MLST fizeram à Câmara de Deputados. Algumas inferências já podem ser conhecidas: · Apenas 42 malfeitores do grupo foram identificados como responsáveis pela invasão, destruição e agressão efetuadas. Os demais não foram fichados e, portanto, apesar da brutalidade e gravidade dos atentados (à propriedade e à vida) continuam réus primários. · O MLST informou que, caso a malta não fosse liberada, invadiriam Brasília com 2.000 militantes (arruaceiros). Em conversa recente com um aparentado filiado ao PT, quando lhe perguntei se a violência cometida não iria prejudicar a candidatura Lulla, ele me disse textualmente: "Não, a operação comandada pelo Maranhão era do conhecimento do PT e a informação que se precisava passar à sociedade era a de que "só Lula pode controlar o grupo do MLST". Sem ele, o País ficará ingovernável". E terminou: "Essa eleição está ganha. O PT está pensando na próA

inda repercute no Brasil o vandalismo praticado por membros e supostos membros do MLST-Movimento de Libertação dos Sem-Terra no Congresso Nacional, um ato de desrespeito ao Poder constituído e à representação do povo, para o qual foi instituído desde a fundação da Nação livre em 1822. Li que o presidente Lula já dotou o MLST de verbas que foram além de 5 milhões de reais. Apoiar a reforma agrária, como vem sendo praticada pelos governos da República, é plausível, mas apoiar baderneiros como os que foram fotografados e filmados no Congresso é reprovável. Sei de sobra que o presidente não apoia baderna, mas cabe a seu governo atalhar a evolução do MLST para a luta extrema, que estuaria numa revolução que a Nação não deseja. De resto, dotações de verbas para esse movimento não devem ser decididas pelo poder supremo da República, porquanto ele não tem personalidade jurídica, a qual poderia se habilitar todo candidato a verbas do Erário federal.

A

Marcelo Sayão/EFE/AE

o dia da abertura da Copa, Ronaldo Nazário, o dito Fenômeno, marca o gol mais importante do evento. Eu já o admirava antes de ele desmoralizar Lula (alguém no País precisa fazê-lo, já que a oposição não o faz). Não só por sua habilidade com a bola, mas também por seu caráter: fala pouco — o que é sempre prudente quando se é jogador de futebol, cineasta, cantor de MPB e, eventualmente, professor da USP —, tem um temperamento lhano e cordato e expressa-se com correção. Para citar Musil, exibe certa “aristocracia espiritual” e não é do tipo que se subordina a “donos de cavalos, campos e tradições”.

xima. Você vai poder ver, no elenco de deputados petistas, que todos os que vocês, equivocadamente, chamaram de mensaleiros vão ter votações espetaculares, em especial o Genoino e o João Paulo Cunha".

Q

uando insisti na tese de que a ameaça no Congresso poderia prejudicar Lulla, ele afirmou: "Não. Os eleitores têm noção precisa de que o poder de Lula, através dos movimentos sociais, que podem se armar a qualquer momento, é enorme. Já não há no Brasil, a não ser em parte da burguesia, nenhuma resistência ao projeto de Lula para o País. As Forças Armadas hoje são democráticas e boa parte do oficialato vem de famílias de menor renda, não- solidárias com a burguesia. Além do mais, o Movimento de 64 tirou dos militares a ilusão de que seriam mais sérios do que os civis no governo". Terminou, enigmaticamente, dizendo: "Vamos ter muito mais de Lula do que vocês imaginam." ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

violência do MLST prejudica a candidatura Lula? "Não, a eleição está ganha."

Apoiar a reforma agrária é plausível, mas apoiar baderneiros no Congresso é reprovável. preciso lembrar que o dinheiro público é sagrado e deve ter um destino seguro, fora de dúvida e fora de suspeita, por ser dinheiro do contribuinte, na maioria pobre, que passa por dificuldades e que é suporte do peso de chumbo da tributação brasileira. É bom lembrar que o MLST é um movimento extremista, inspirado no revolucionário Che Guevara, seu nume tutelar, a partir do qual são ministradas lições aos menos informados do movimento. Sem dúvida, o MLST precisa de verbas para continuar agindo, mas essas verbas não podem sair do Erário se não para fins construtivos, pacíficos, educacionais, da saúde, e outros que se justifiquem pelo predomínio da idéia do bem comum. Concluindo, verbas federais ou de outra procedência só podem ser destinadas quando juridicamente aprovadas pelo poder concedente.

É

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de junho de 2006

Indicadores Econômicos

7

8,15

por cento é a queda acumulada pelo Ibovespa, indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, no mês de junho.

12/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 08/06/2006 08/06/2006 08/06/2006 08/06/2006 08/06/2006

P.L. do Fundo 5.554.166,47 1.275.386,45 5.303.763,28 3.552.301,29 1.041754,80

Valor da Cota Subordinada 1.092,409804 1.029,530610 985,896989 1.043,949583 1.012,034116

% rent.-mês 0,5017 0,4209 -7,8349 1,0326 1,0406

% ano 11,8160 2,9531 -1,4103 4,3950 1,2034

Valor da Cota Sênior 0 1.041,528317 1.050,440518 0 0

% rent. - mês 0,3422 0,3765 -

% ano 4,1528 5,0441 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de junho de 2006

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Política

A manifestação do senhor Alckmin revela que ele não tem equilíbrio emocional para assumir a responsabilidade que quer assumir. Ministro Tarso Genro

PT LANÇA DIRETRIZES PARA O PROGRAMA DE REELEIÇÃO DE LULA E ESTUDA AS CANDIDATURAS NOS ESTADOS

CANDIDATURA DE LULA SAI SEMANA QUE VEM

Palácio do Planalto que lamentavelmente não foi re a g i u d e f o r m a constituída nessas investigadura aos ataques ções que foram feitas." tucanos do fim de Em discursos durante a consemana. Depois de participar venção tucana, Alckmin perda reunião de coordenação guntou: "Onde está o chefe dos com o presidente Luiz Inácio 40 ladrões?", numa referência Lula da Silva, o ministro das aos 40 acusados pelo MinistéRelações Institucionais, Tarso rio Público de participar do esGenro, propôs a investigação quema do mensalão. FHC, por das "privatizações selvagens" sua vez, disse que Lula chefia do governo do PSDB e disse um governo de mãos sujas. que o candidato Geraldo AlckAgressões – O ministro disse min não tem equilíbrio emo- que Alckmin está deixando de cional e o ex-presidente Fer- lado o temperamento "tranqüinando Henrique Cardoso des- lo" para minimizar a crise interrespeita a liturgia na na própria candidatura, que não do cargo. "A mani- José Cruz/ABr/05-2006 festação do senhor estaria conseguinA l c k m i n re v e l a do unificar o PSDB que ele não tem e o PFL. "São agresequilíbrio emociosões inaceitáveis, nal para assumir a que ofendem a res po ns ab il id ad e opinião pública e o povo brasileiros, que quer assumir. Mas isso, para nós, de uma pessoa que já exerceu a Presié perfeitamente Tarso Genro : 'as c o m p re e n s í v e l , dência da Repúbliagressões são ca e de outra que porque a candidainaceitáveis'. tura dele está nugostaria de exercer", afirmou o mima situação desesperadora. Não empolga nem nistro de Lula, que acrescentou: os próprios correligionários", "Esperamos que não vingue o disse o ministro. debate de baixo nível que só faTarso ironizou a declaração vorece quem não tem propostas de Alckmin, que propôs, na para governar o País e quem convenção do PSDB realizada tem medo de comparações, pois domingo em Belo Horizonte, desvia o foco das grandes quesuma devassa nas contas do go- tões estratégicas." A uma pergunta sobre o moverno Lula. "Confesso que nós vimos com muita satisfação es- tivo de o governo Lula não ter sa postura dele (Alckmin) em feito uma devassa nas contas relação à devassa, daí pode ser da administração anterior, que seu partido concorde que Tarso lembrou que no govers e f a ç a u m a d e v a s s a , p o r no passado os tucanos se coloexemplo, sobre as privatiza- caram contra a instalação de ções selvagens e se houve ou uma comissão parlamentar de não compra de votos para a re- inquérito para apurar as deeleição", disse. "Isso é uma mu- núncias de irregularidades dança de posição do PSDB, nas privatizações.

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Beto Barata/AE

PT: ALCKMIN NÃO TEM EQUILÍBRIO EMOCIONAL.

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PESO-PESADO – Durante o encontro com o pugilista Acelino Popó de Freitas, o presidente Lula tentou colocar o cinturão do campeão, mas desistiu. "Ôpa, não dá. Sou peso-pesado", brincou. No Congresso, o boxeador "golpeou" o governo ao declarar a admiração pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Comparações – Tarso reafirmou a decisão dos petistas em comparar os governos FHC e Lula. "Nós vamos continuar comparando, sim, o governo do presidente Lula com o governo anterior, do PSDB", afirmou. "Essa comparação, se o presidente Lula for efetivamente candidato, é que vai determinar uma posição da população." O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, e o coordenador do programa de governo petista, Marco Aurélio Garcia, também saíram em defesa de Lula e criticaram as propostas de redução de impostos, gastos públicos e ministérios divulgadas por tucanos durante a convenção do PSDB. "O país tem problemas

mais sérios para se preocupar além de reformas cosméticas", acrescentou Garcia. "A oposição precisa dar mais seriedade e consistência a suas propostas. Isso me parece um choque de gestão de apenas dez volts", ironizou Garcia, que é também assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais. "Propor corte de impostos agora é voltar à velha fórmula liberal, depois da forte elevação da carga tributária nos oito anos de governo Fernando Henrique, aumento que foi insignificante no governo Lula", disse Garcia. Para ele, "corte de custeio no Brasil, historicamente, tem significado diminuir os gasto sociais". (Agências)

O CONTRA-ATAQUE DE BRINDEIRO E AÉCIO ex-pro curador-geral da República Geraldo Brindeiro reagiu ontem com irritação às declarações do presidente do PT, Ricardo Berzoini, que voltou a chamá-lo de engavetador de processos para rebater acusações do PSDB e sustentar que o governo Lula não deixa de investigar denúncias de corrupção. Brindeiro disse que até hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deu explicações sobre as denúncias de corrupção em seu governo. Ele elogiou a denúncia apresentada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo atual procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza contra os envolvidos no esquema do mensalão, mas afirmou que, se ainda fosse o chefe do Ministério Público Federal (MPF), o presidente estaria na lista dos denunciados. "Se eu ainda fosse procurador-geral a denúncia teria 41 e não 40 denunciados, ainda mais baseado na notícia-crime da OAB ", disse Brindeiro. "Se eu fosse procurador, hoje, certamente, teria muito trabalho porque nunca se viu tanta corrupção." Indícios – O ex-procurador declarou ainda que o documento da OAB aponta indícios graves como a edição de um decreto presidencial que teria beneficiado o BMG na concessão de empréstimos consignados para aposentados. A OAB pediu ao MPF que o caso seja investigado por conta das liga-

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ções do BMG com o publicitário presidência do partido que teMarcos Valério e com o ex-mi- ve um ex-presidente (José Genistro José Dirceu. noíno) incluído na lista dos deVe nt r í l o q u o – B r i n d e i ro nunciados. E os fatos são grachamou Berzoini de "ventrílo- ves. Sem falar no presidente da quo" do presidente e cobrou de Caixa Econômica que teve que Lula esclarecimentos sobre o sair, no Waldomiro Diniz, que envolvimento de ministros de pediu propina gravada." seu governo em irregularidaMais críticas – O governades. "Quem fala é o ventríloquo dor de Minas Gerais, Aécio Nedo chefe. ves (PSDB), Patrícia Santos P o r q u e Antonio Cruz/ABr também não ele partiu para próprio o contra(Lula)? Será ataque e que não disse que o deve uma PT é um s ati s f aç ã o "partido pelo que c o n s t r a na co nte ce u gido" que em seu godurante o Aécio: 'PT é um partido verno? Que processo constrangido'. Brindeiro: o ventríloeleitoral há muita corrupção. quo pare "terá de exde falar e o verdadeiro respon- plicar como conseguiu ser tão sável fale", disse. contraditório entre seu discurNo domingo, ao rebater o dis- so e a sua ação política", afircurso do presidenciável tucano mou, completando. "Eu diria Geraldo Alckmin contra o presi- que o PT é um partido consdente Lula, Berzoini afirmou que trangido que tenta voltar a ser "por causa do presidente Lula o PT lá de trás, mas eu acho que não tem um engavetador-geral nunca mais conseguirá". da República, como Geraldo Aécio, cuja candidatura à reBrindeiro", indicado para o car- eleição foi confirmada na congo pelo então presidente Fer- venção nacional do PSDB no nando Henrique Cardoso. domingo, deu continuidade ao Briga – Brindeiro disse que tiroteio verbal entre as duas leaté agora estava calado em seu gendas. "Quando eu vejo a ficanto. Mas, como seu nome foi gura do presidente do PT, Ricarincluído no meio da briga entre do Berzoini, eu vejo um hoPT e PSDB, resolveu se pronun- mem constrangido e na verdaciar. "O que o ventríloquo fez foi de sem respostas adequadas a uma tentativa de desviar o as- dar. O PT foi extremamente sunto. Isso é irresponsável e passivo e, mais do que isso, eleitoreiro. Ele que assumiu a omisso na investigação e na

punição dos seus membros que cometeram irregularidades. O PT preferiu esconder isso. Alguns até são candidatos à reeleição", afirmou. Em relação à declaração do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que acusou o ex-presidente FHC de usar "linguagem chula" para "cortejar a extrema direita", em resposta aos ataques do tucano no domingo, Aécio disse que é importante lembrar "o que foi sempre o PT". "Se nós tivermos um pouco de memória, (é difícil) achar que o PT possa ter autoridade para cobrar nível de linguagem de quem quer que seja". (Agências)

presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disseram ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá anunciar publicamente sua candidatura à reeleição na semana que vem. "Não temos plano A ou B. Nosso plano é a reeleição do presidente Lula. Contamos com a sua candidatura", disse Berzoini. "Uma semana antes de nossa convenção, marcada para o dia 24, o presidente Lula deverá anunciar que é candidato à reeleição", informou. "Eu tenho convicção que o presidente irá apresentar o seu nome e será escolhido pelo partido", disse Tarso a jornalistas no Palácio do Planalto. Além da reeleição de Lula, o partido estuda as candidaturas aos governos estaduais. O PT deve lançar candidatos a governador em pelo menos 18 Estados (AC, AL, AP, BA, DF, MG, MS, MT, PA, PE, PI, PR, RJ, RO, RS, SC, SE e SP), segundo cálculo do coordenador nacional do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), Gleber Naime, do partido. É um número bem menor do que o de 2002, quando a legenda encabeçou a disputa em 24 unidades da Federação. Esse número poderá ser reduzido ainda mais. Para obter o apoio do PMDB, mesmo que informal, ou de outros partidos, o PT poderá ser obrigado a retirar algumas candidaturas. Coligações – Segundo Naime, o número diminuiu porque, desta vez, o PT ampliou seu leque de coligações regionais. "Nitidamente, o PT aumenta suas coligações nesta eleição. Além de obter mais apoios aos seus candidatos, também apóia mais candidatos de outros partidos." O coordenador petista afirmou em entrevista ao "site" do PT, que a maioria das coligações se dará em torno das legendas que já apóiam o governo Lula, mas que em alguns Estados, há chances de acordo também com o PDT e PPS – que fazem oposição no plano federal. É o caso de Pernambuco, onde o deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB) anunciou sua desistência em disputar o governo para apoiar o ex-ministro da Saúde, Humberto Costa (PT). Diretrizes – Ontem, o PT lançou as diretrizes do programa para um segundo mandato de Lula na sede do PT em Brasília. Entre as propostas estão a manutenção da meta de ajuste fiscal de 4,25% e o crescimento da economia de forma mais acelerada que nas duas últimas décadas e no primeiro governo do presidente.

As diretrizes ficarão abertas a sugestões dos partidos aliados e da sociedade civil e deverão transformar-se no programa do candidato Lula até a primeira quinzena de julho, quando deverão estar concluídas. Segundo consta do documento, o Brasil terá de avançar na estrutura de financiamento do investimento produtivo. Terá de avançar, também, na distribuição de renda, mas também gerar conseqüência de enriquecimento do País. Outras metas – Outras metas constantes das diretrizes são: manter a estabilidade macroeconômica com expansão do PIB; manutenção do combate à inflação; redução da vulnerabilidade externa, mantendo o crescimento do superávit comercial e das contas externas; desdolarização da divida interna; alongamento do perfil do endividamento externo; expansão das reservas; maior integração do País com a comunidade sul-americana; fortalecimento do Mercosul e reforço da política de democratização das instituições públicas de forma a garantir o controle do Estado pela sociedade. E, numa guinada à esquerda, o PT descartou a inclusão da proposta de autonomia do Banco Central no programa de governo. "Somos contrários à ind e p e n d ê n c i a f o rmal do BC. Há est r a t é g i a s institucionais próprias do BC, mas ele responde a uma política econômica macro, que é decidida pelo Legislativo e pelo Executivo", disse Berzoini, que informou ainda que a reforma política deve ser uma prioridade no relacionamento do governo com o Congresso, caso Lula seja reeleito. Educação – O PT se propõe, também, a fazer um projeto de nação que passe pela educação de qualidade, ciência e tecnologia, criação e difusão cultural. Conforme as diretrizes, no próximo mandato, Lula dará particular impulso à reforma da educação. No documento, o PT afirma ainda que é preciso avançar no aumento da criação de empregos e na distribuição de renda, na universalização do ensino e na redução da vulnerabilidade externa e se propõe a transformar o debate da reforma política num debate nacional, com a questão da fidelidade partidária e financiamento de campanha. Além de Berzoini, participaram da solenidade de lançamento das diretrizes, o chefe da assessoria especial de Lula, Marco Aurélio Garcia, e os membros da executiva nacional do partido Glauber Piva, Juarez Guimarães, Míriam Belchior e Valter Pomar. (Agências)


terça-feira, 13 de junho de 2006

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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IPI DE VÁLVULA HIDRÁULICA CAI DE 12% PARA 5%

1,5

mil é o número de funcionários que poderão ser demitidos na reestruturação da ALL.

TEXTO DA LEI GERAL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS JÁ FOI NEGOCIADO COM GOVERNO. SÓ FALTA VOTAR.

LEI GERAL: SERVIÇOS TÊM SINAL VERDE Gilberto Nascimento/Ag. Câmara

Hauly: satisfação com o resultado

também", comemorou o relator. A Receita Federal estimava que a aprovação da Lei Geral acarretaria uma renúncia fiscal de cerca de R$ 5 bilhões. Com o acordo, a previsão é de aumento deste montante, mas o Fisco não informou de quanto será esse acréscimo. De acordo com Hauly, também houve consenso em torno de outros pontos considerados polêmicos. "O limite de faturamento anual para a aplicação da menor alíquota, que é de 4%, foi estendido de R$ 60 mil para R$ 120 mil", exemplificou o deputado. Atualmente, empresas que têm filial em mais de um município não podem optar pelo Simples. "Com a aprovação da Lei Geral, a tributação simplificada poderá ser feita por essas empresas, individualmente", disse Quick. Além disso, se a empresa optante do Simples quiser encerrar suas atividades e estiver com os tributos em dia, bastará assinar um termo de baixa da

ALL inicia demissões em massa

U

m mês depois de comprar por R$ 1,405 bilhão a Ferrovia Novoeste e a Brasil Ferrovias (formada pelas Ferrovias Bandeirantes, a Ferroban, e Norte do Brasil, a Ferronorte), a América Latina Logística (ALL) iniciou a demissão em massa de 35% do quadro de 4,3 mil funcionários das duas empresas em São Paulo, no Mato Grosso e em Mato Grosso do Sul. As demissões surpreenderam os trabalhadores, que protestaram, interrompendo o

tráfego dos trens em alguns pontos da malha da ALL – houve até denúncias de sabotagem nos equipamentos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Ferrovias em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, as dispensas foram feitas sem critério, sem que os empregados fossem avisados da medida e em plena época de dissídio coletivo. A empresa informou que as demissões foram necessárias para acabar com a duplicidade de cargos. (AE)

Volkswagen quer ampliar jornada

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Volkswagen da Alemanha informou ontem que planeja elevar a carga de trabalho semanal de seus funcionários de 28,8 para 35 horas, sem aumento de salários. "Planejamos um retorno às 35 horas por semana", disse o chefe de recursos humanos da Volks, Horst Neumann, depois de conversas com a central sindical IG Metall. Segundo a montadora alemã, a quarta maior do mundo, até 20 mil empregos em suas unidades estão em risco, como

resultado dos esforços para a produtividade e a eficiência. Protesto — Tra ba l ha do re s de quatro fábricas da Volks vão às ruas hoje para protestar contra as 5,7 mil demissões que o grupo pretende realizar no Brasil. Metalúrgicos de duas unidades — São Bernardo do Campo e São José dos Pinhais (PR) — aproveitam para fazer uma reclamação extra: pela primeira vez não serão dispensados para assistir aos jogos do Brasil na Copa. (Agências)

empresa. "Hoje, o empresário precisa apresentar diversos documentos, como certidão negativa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), entre outros", lembra Quick. Limitadas – O gerente do Sebrae destacou ainda a criação da empresa individual de responsabilidade limitada para as optantes do Simples. Hoje, essas empresas têm que ter no mínimo dois sócios. "O que acontece é que muitos chamam uma segunda pessoa só para que ela empreste seu nome. Com a aprovação da Lei Geral, milhões de CNPJs serão liberados para abertura de novas firmas porque bastará um cadastro", comentou. Para o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, todas as atividades deveriam ter sinal verde para optar pelo sistema simplificado para pagamento de impostos e o único critério deveria ser o faturamento. Na ACSP, 90% das associadas são micros ou pequenas empresas. Votação – A Lei Geral está na pauta da Câmara dos Deputados. A proposta estava prevista para ser votada na última quarta-feira, mas entraram novas Medidas Provisórias na lista de prioridades. Com isso, Quick acredita que a proposta será debatida entre os próximos dias 20 e 22. "O problema é que no dia 22 terá jogo do Brasil", lembrou. O texto da Lei Geral está disponível no site (www.hauly.com.br) Laura Ignacio

Construção civil tem mais itens com IPI menor O governo publicou ontem, no Diário Oficial, um decreto ampliando os itens da construção civil que tiveram redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o decreto completa o pacote de medidas de desoner a ç ã o d a c o n s t ru ç ã o c i v i l anunciado no início do ano pelo presidente Lula. Entre os produtos incluídos na relação estão válvulas para o sistema hidráulico e argamassa não-refratária (a mais comum usada na construção civil), que tiveram o IPI reduzido de 12% para 5%. Também estão na lista portas e janelas de plástico e alumínio e conexões para tubos de plástico, que tiveram o imposto reduzido de 5% para zero. Houve, ainda, ampliação nos tipos de ladrilhos e placas incluídos na lista anterior, que tiveram diminuição de IPI de 10% para 5%. (AE)

Sescon-SP alerta para gastos na implantação da nota eletrônica

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Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP) enviou, no último dia 8, ofício ao coordenador da Administração Tributária da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), Henrique Shiguemi Nakagaki, alertando para os possíveis gastos que as empresas com receita anual de até R$ 48 milhões – que recolhem impostos pelo regime de tributação de lucro presumido – podem ter com a implantação da Nota Fiscal Eletrônica (NFE), que substituirá o documento em papel.

O Sescon pretende discutir com a Secretaria da Fazenda o uso da nova ferramenta pelas empresas de micro e pequeno portes, contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Para o coordenador do projeto da NFE em São Paulo, Newton Oller de Mello, não há razão para a preocupação. Ele explica que as pequenas empresas varejistas, mesmo as que não têm computador, vão receber o Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danf-e) e repassá-lo para o contador. Este vai conferir se o documento é válido e escritu-

rá-lo pela internet. "Para os escritórios, o serviço também vai ser facilitado. Os contadores não precisarão mais digitar as várias informações que hoje são solicitadas", diz Oller. Para as pequenas e médias empresas que forem emissoras da nota eletrônica, o Fisco paulista vai conceder um software a partir de 2007. "Elas só vão precisar adquirir o certificado digital", afirma Oller. Seis empresas estão participando do projeto da NFE, que termina no dia 31 de julho (Saiba mais sobre a NFE no caderno Informática nesta edição). Adriana David

Factoring

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ais de 20 atividades econômicas da área de serviços poderão optar pelo Simples Federal, se o Projeto da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas for aprovado no Congresso Nacional. Na última quarta-feira, representantes da Receita Federal e o relator da proposta, o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), fecharam acordo para a votação da matéria. Segundo Hauly, entre os segmentos incluídos no texto estão escritórios de contabilidade, corretoras de seguro, empresas ligadas à construção civil, produção cinematográfica e de artes cênicas, jornalismo, administração e locação de imóveis e representação comercial. Pelo acordo, esses segmentos terão uma tributação diferenciada dos demais. Além disso, segundo o gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Bruno Quick, o ingresso no sistema somente será permitido caso usem, no mínimo, 40% da receita bruta mensal com folha de pagamento, levando em conta a média dos 12 últimos meses. O objetivo é garantir a geração de empregos. De acordo com o Sebrae São Paulo, há 1,3 milhão de pequenas e microempresas formais e 2,6 milhões informais no estado. Reuniões – Depois de mais de 30 reuniões com o Executivo, Hauly concluiu que o resultado das negociações foi excelente. "Fechamos um acordo e ficamos com o possível. Me dou por satisfeito e espero que a categoria fique

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


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Empresas Tr i b u t o s Agronegócio Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de junho de 2006

BRASIL COMPRA 60% DO TRIGO QUE CONSOME

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milhões de toneladas de trigo devem ser colhidas nesta safra em todo o mundo.

ARGENTINA JÁ REDUZIU VENDAS AO BRASIL E PREÇO DE DERIVADOS DO CEREAL DEVEM AUMENTAR

Cai produção de trigo e pão pode subir Divulgação

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s projeções da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), divulgadas no relatório "Perspectivas de Alimentação" de junho, prevêem queda de 10% na produção mundial de trigo em relação ao ano passado. Em todo o mundo, a produção do cereal deve atingir 600 milhões de toneladas na próxima safra. A colheita de 2005/2006 foi de 620 milhões de toneladas e, a de 2004/2005, atingiu 628 milhões de toneladas. Com a demanda maior e menor produção, os estoques mundiais devem alcançar o menor nível dos últimos 25 anos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que os estoques mundiais de trigo serão de 128 milhões de toneladas para próxima safra. Os EUA são um dos maiores produtores do cereal no mundo e devem produzir 11% menos neste ano. Com isso, é provável que a cotação internacional do trigo suba. No mercado futuro, o valor da tonelada tem registrado alta nas últimas semanas da Bolsa de Kansas (EUA). No Brasil, os baixos preços no mercado e a descapitalização do produtor têm reduzido a área cultivada. Segundo o último levantamento de grãos divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área plantada no País diminuiu 18,1%, passando de 2,36 milhões de hectares na safra 2005/06 para 1,93 milhão de hectares em 2006/07. Segundo o analista de mercado agrícola da consultoria Safras e Mercados, Élcio Bento, as condições climáticas desfavoráveis interferem na produção. "O trigo é muito sensível. Ele é afetado em diversas etapas pelo tempo." O País é um dos grandes importadores de trigo do mundo, com a compra de 60% do que consome, principalmente da Argentina. A safra do país vizinho foi reduzida em 20% este ano, para 12,1 milhão toneladas. Nos últimos anos, a produção da Argentina registrou patamares entre 15 milhões e 20 milhões de toneladas. Limitações – No mês passado, o governo argentino anunciou medidas para limitar o embarque do cereal aos países do Mercosul com o objetivo de baratear o produto no mercado interno. Sem o trigo do vizinho, a tendência é de aumento nos preços no Brasil. A indústria nacional já anunciou rea-

justes nos preços de massas, pães e demais derivados do trigo entre 12% e 16%. No entanto, Élcio Bento acredita que isso talvez não ocorra ou que o aumento seja adotado até agosto, quando termina a entressafra. Isso porque está entrando no País farinha pronta da Argentina, o que representa uma arma contra a indústria brasileira. "Os moinhos de trigo nacionais não podem subir os preços. Vão ter de segurá-los." Segundo Bento, o Brasil ainda tem 1 milhão de toneladas de trigo para receber e há estoque do governo de 1,9 milhão de toneladas que está sendo leiloado para o mercado desde abril. Por dia, estão sendo compradas entre 100 e 150 toneladas. "Temos trigo suficiente para atender o consumo na entressafra", afirma. Importação – Porém, a expectativa da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) é de que o Brasil deverá importar mais neste ano por causa da menor produção do cereal no País: 5,1 milhões de toneladas, ante os 4,988 milhões de toneladas em 2005. Para garantir a importação de trigo de países como Estados Unidos e Canadá por um preço mais competitivo, a Abitrigo solicitou ao governo brasileiro medidas como a redução da Tarifa Comum (TEC) de 10% para zero permanentemente; a eliminação temporária do Adicional ao Frete de Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), de 25% para zero; e a instalação da Tarifa de Importação de 10,5% para farinhas e de 25,5% para as misturas vindas da Argentina. O governo ainda não deu resposta. A indústria brasileira enfrenta ainda outro problema. Com as recentes mudanças de restrição na exportação do país vizinho, o trigo está mais barato na Argentina, proporcionando aos moinhos locais a fabricação de farinha e prémistura com preços ainda mais competitivos. Segundo a Abitrigo, o fato de o preço da tonelada do trigo argentino pago pelos moinhos brasileiros ser praticamente o mesmo pago pela tonelada de farinha argentina incentiva os moinhos locais a interromperem sua produção e transformarem-se em simples importadores e distribuidores de farinha e pré-mistura. Como conseqüência, milhares de postos de trabalho poderão ser fechados, declara a entidade. Adriana David

Cargill compra a Cevasa

O

empresário Maurílio Biagi Filho confirmou ontem a conclusão da venda de 63% da destilaria Central Energética do Vale do Sapucaí (Cevasa), de propriedade dele, à multinacional Cargill. O negócio começou a ser discutido em dezembro. Com a compra da destilaria, localizada em Patrocínio Paulista, em São Paulo, a Cargill ratifica a entrada na produção de álcool no Brasil, após a fracassada tentativa de compra da Corona, em 2005, e ao menos outras duas tentativas de negócios não revelados. O capital restante da Cevasa (37%) continuará pertencente à Canagril, um pool de 17 fornecedores de cana-de-açúcar que agora será sócio da Cargill. A multinacional ainda não se manifestou sobre o assunto, mas, de acordo com o empresário, comunicaria o negócio amanhã, na sede da empresa, na capital paulista. É certo, no entanto, que,

após a aquisição, a Cargill investirá na ampliação da usina e no início da produção de açúcar. A Cevasa deve processar, em 2006 e em 2007, 1,4 milhão de toneladas de cana-de-açúcar e fabricar cerca de 140 milhões de litros de álcool. A empresa tem capacidade ainda de produzir 4 mil quilowatts/hora de energia elétrica em co-geração. "A Cevasa é a única unidade produtora na região de Ribeirão Preto que tem capacidade de triplicar sua capacidade de processamento", afirmou Biagi Filho. "Foi um negócio extremamente positivo, bom para as três partes, pois pereniza o negócio com a entrada de um capital intensivo que dará força aos produtores", disse. Para o diretor da Corretora Bioagência, Tarcilo Ricardo Rodrigues, a entrada da Cargill no mercado é emblemática. "Esse negócio é apenas o começo de quem não quer ficar só com isso", disse. (AE)

Mauro Zafalon/Folha Imagem

Colheitadeiras deverão trabalhar menos na safra deste ano no Brasil. Aspectos climáticos também devem contribuir para o mau desempenho do setor. Estoques mundiais de trigo são os menores dos últimos 25 anos.

Gene é a esperança de sojicultores Divulgação

U

m gene modificado na planta de soja, com maior tolerância à seca, é a esperança para os sojicultores reduzirem as perdas por causa das condições climáticas no Brasil. Nas três últimas safras, as perdas chegaram a US$ 4,5 bilhões, sendo que no Rio Grande do Sul, em 2003/04, o ano mais crítico dos últimos três, a seca reduziu em 70% a produção. No Paraná, as perdas foram de 22%. A região Sul do País responde por 40% da produção nacional de soja. O gene chamado Dreb foi extraído da planta Arabidopsis t ha li an a, a primeira que teve seu genoma seqüenciado e introduzido na soja. A pesquisa está sendo desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Soja em parceria com o instituto de pesquisa japonês Japan Internacional Research Cen-

Embrapa estuda o gene Dreb há mais de três anos

ter for Agricultural Sciences (Jircas) há mais de três anos. Segundo o pesquisador da Embrapa Soja e coordenador do projeto, Alexandre Nepomuceno, a empresa pretende iniciar os testes de campo com a soja Dreb a partir de novembro de 2007. O processo deve durar cerca de dois anos. Porém, para isso ocorrer é necessário que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) autorize. O pesquisador da Embrapa,

também membro da CNTBio, afirma que há diversas pesquisas aguardando autorização, algumas com mais de um ano. "As conseqüências dessas pesquisas paradas são a entrada clandestina de outras culturas, como a de algodão, e a dependência de outros países, como ocorre nas áreas de informática e na indústria farmacêutica", diz Nepomuceno. Anos de pesquisa – Pa ra chegar à patente do gene Dreb, o Jircas dedicou dez anos de

pesquisa, com investimentos de US$ 1 milhão por ano. A parceria do instituto japonês com a Embrapa é estratégica, pois o Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja e o Japão é um grande importador. Mais de 95% do que os japoneses consomem é importado, sendo 80% dos EUA. O interesse do Japão é que o Brasil mantenha-se competitivo. Segundo Nepomuceno, outros países grandes produtores de grãos, como Estados Unidos, Canadá e Argentina, estão bem mais adiantados em biotecnologia. "O Brasil é o único que não a adotou. Com ela (a biotecnologia), o País poderia triplicar a área de plantio de grãos, no cerrado, sem desmatamento", acredita. A tecnologia Dreb também está sendo usada em pesquisas com tabaco, arroz e trigo por outros grupos de estudo no País e no mundo. (AD)

Produtores vão a Brasília protestar epresentantes da cadeia produtiva do trigo vão a Brasília no próximo dia 20 contra a obrigatoriedade de adição de farinha ou fécula de mandioca à farinha de trigo. O objetivo é evitar que o relatório do deputado federal Nilson Mourão (PT-AC ) seja apresentado e aprovado em caráter terminativo na Comissão Especial da Câmara dos Deputados ainda em junho. Segundo a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Massas Alimentícias (Abima), Eliane Kay, em 2002 e, novamente

R

na semana passada, o setor apresentou um parecer do jurista Miguel Reale que comprova que o projeto de lei (PL nº 4.679/2001, do deputado Aldo Rebelo) é inconstitucional. "A intenção é que o projeto seja apreciado na Comissão de Constituição e Justiça. É absurdo o governo intervir na economia", diz Eliane. O parecer mostra também os motivos técnicos para que não haja a obrigatoriedade da farinha de mandioca na de trigo. No caso do macarrão, a mandioca interfere na performance do produto. Com o amido de

mandioca, há a diluição protéica, que deixa o macarrão grudento. A presidente da Abima teme ainda outro problema: a restrição na exportação. "As indústrias de macarrão estão desenvolvendo um projeto juntamente com a Agência de Promoção às Exportações (Apex) para vender ao mercado externo, mas a obrigatoriedade vai ser um impeditivo", diz. Outro fator desfavorável à imposição é não haver mandioca suficiente para atender a demanda. O projeto prevê a adição de 10% de fécula de mandioca à

farinha de trigo, mas, inicialmente, esse percentual seria de 2%, aumentando 2% a cada ano. "É uma prova de que o setor precisa se estruturar", disse Eliane. Atualmente, a capacidade produtiva de fécula de mandioca é de 1,4 milhão de toneladas por 87 unidades, conforme dados da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam). Com pouca mandioca, o preço do produto deve disparar e o custo para a indústria aumentar, o que pode gerar alta no preço final da mercadoria. (AD)


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Congresso Planalto Par tidos CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de junho de 2006

Vamos seguir o modelo Mário Covas. A escolha do vice é uma escolha pessoal do candidato. Mendes Thame, deputado (PSDB-SP)

PFL FICARÁ COM VAGA PARA O SENADO

TUCANOS DEVEM FORMAR A CHAPA AO GOVERNO PAULISTA SÓ COM TUCANOS

Eymar Mascaro

Alckmin avança

PSDB QUER CHAPA PURA E

O

PSDB poderá ter uma chapa puro sangue – com cabeça de chapa e vice da mesma legenda – na disputa ao governo do Estado de São Paulo. Encabeçada pelo ex-prefeito da capital José Serra, a chapa deverá contar com um vice indicado pelo próprio candidato. A vaga de vice está reservada ao PMDB, mas com a resistência dos peemedebistas – especificamente a ala ligada ao presidente estadual da sigla, Orestes Quércia, em compor aliança com os tucanos no Estado – a tendência em curso é a de que o PSDB tenha mesmo um vice caseiro.

Entre os nomes mais cotados, estão o do presidente estadual da legenda, deputado Sidney Beraldo, os deputados federais Walter Feldman e Alberto Goldman. Feldman e Goldman contam com um ponto a favor: são muito ligados a Serra. Feldman, por exemplo, coordenou sua campanha à Prefeitura de São Paulo e depois foi nomeado Secretário de Coordenação das Subprefeituras. Goldman defendeu a candidatura de Serra à presidência da República. Escolha pessoal– De acordo com o deputado federal Mendes Thame, vice-presidente do

partido, se confirmada a chapa pura, a direção tucana não vai interferir na escolha. Segundo o dirigente, a sigla vai repetir a fórmula adotada na eleição de 1994, quando o então candidato Mário Covas escolheu o seu vice , o deputado tucano federal Geraldo Alckmin. "Vamos seguir o modelo Mário Covas. A escolha do vice é uma escolha pessoal do candidato", comentou. O modelo Covas foi rompido em 2002 por Alckmin quando coligou-se com o PFL, tendo indicado o candidato a vice Cláudio Lembo. Segundo dirigentes tucanos, a chapa puro sangue tam-

bém poderá ser um fator positivo para a legenda nas eleições gerais de 2010. Esses dirigentes informam que a eventual vitória de Serra nesta eleição o credenciará para disputar a Presidência da República daqui a quatro anos. Pefelistas conformados– O PFL, tradicional aliado dos tucanos no estado de São Paulo, já foi informado dessa forte tendência e não deverá criar obstáculos para que a cabeça de chapa e o vice sejam do PSDB. Pelas negociações que estão em andamento hoje, os pefelistas devem fechar com os tucanos e ficar com a vaga ao Senado Federal.

Sergio Kapustan/Agências

Raimundo Pacco/Folha Imagem

ALCKMIN PROMETE 'INDULGÊNCIA ZERO'.

D

epois das críticas que recebeu pela atitude adotada na crise de segurança pública em São Paulo, o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, incluiu o tema como uma das prioridades de sua plataforma de governo nesta campanha. O documento com as linhas gerais do programa dos tucanos, intitulado "Caminhos para o Desenvolvimento" e lançado no domingo na convenção nacional da legenda, em Belo Horizonte, prevê: "Geraldo Alckmin vai praticar a indulgência zero, começando pelos políticos". Blá blá blá– Além da segurança pública, o esboço de programa do PSDB dedica amplo espaço aos temas econômicos, mas trata também de educação, área social, saúde e meio ambiente. Em 50 páginas, numa linha mais de propaganda eleitoral do que de execução de medidas propostas, "Caminhos para o Desenvolvimento" afirma que o Brasil "terá uma política econô-

CAMPANHA A equipe da campanha de Alckmin promoveu ontem a primeira reunião após a convenção de Belo Horizonte, para esboçar a agenda de viagens. O candidato tucano tem como meta conquistar o eleitorado indeciso, inclusive aqueles que votaram em Lula em 2002 e que agora negam seu voto ao presidente.

PREOCUPAÇÃO

Sergio Guerra, Tasso Jereissatti e Geraldo Alckmin: reunião para definir estratégias de campanha.

mica maiúscula" para o País voltar a crescer. Contudo, não faz uma análise do tripé da atual política - câmbio flutuante, metas de inflação e austeridade fiscal. O PSDB promete também "menos imposto, mais investimento" e "um novo Estado desenvolvimentista", que trarão "mais crescimento econômico com mais oportunidades". Assim, Alckmin gerenciaria o crescimento com inclusão social. Entre propostas genéricas, o candidato promete extinguir, no míni-

mo, o mesmo número de ministérios e de órgãos públicos que foram criados por Lula. Voto distrital– O PSDB vai mostrar que os programas de proteção social, como as bolsas, são criações da legenda na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na área da reforma eleitoral, o eventual governo Alckmin vai propor a adoção do voto distrital para vereador, como alternativa para melhorar o sistema representativo a partir da base e diminuir as resis-

Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)

ORDEM DO DIA I

nquanto participava da convenção do PSDB em Minas Gerais, que oficializou sua candidatura à Presidência da República, Geraldo Alckmin recebia uma boa notícia: voltou a crescer em São Paulo, segundo pesquisas (não registradas no TSE) feitas após o quebraquebra patrocinado por integrantes do MLST na Câmara dos Deputados. O crescimento de Alckmin entre eleitores paulistas tem tudo a ver com as cenas de selvageria no Congresso: o eleitor está fazendo a associação da baderna com o PT e o governo. E quem paga o mico é Lula. Levantamentos que chegam aos partidos indicam que Alckmin já estaria novamente na frente de Lula em São Paulo. A notícia é importante para o tucanato porque São Paulo centraliza 1/5 do eleitorado brasileiro. São quase 25 milhões de um total de 125 milhões de eleitores no País. O candidato que não for bem votado em São Paulo difìcilmente terá êxito nas urnas, registra a história.

Exame e votação da ata da reunião anterior (29/05/2006)

II Análise da conjuntura política, pelo cientista político Amaury de Souza III Outros assuntos

Dia: 19 de junho de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51 - 9º andar

tências dessa discussão no plano nacional. Apesar de destacar que os avanços sociais do governo Lula são herança da gestão FHC, a maior bandeira do governo petista, o programa Bolsa Família deve ser mantido caso Alckmin seja eleito. Mas com a ressalva: "Não queremos condenar as famílias eternamente à ajuda do governo: é preciso devolver a dignidade do trabalho." Ainda na área da segurança, os tucanos prometem "polícia eficiente, justiça rápida e prisões seguras". No documento, é destacado que "mais do que a severidade de pena, é a certeza da punição que pode desencorajar a prática do crime". E cita que o exemplo, bom ou mau, vem de cima, daí a promessa do candidato em "praticar a indulgência zero, começando pelos políticos." O crime organizado é ainda um dos principais focos de combate bem como o fortalecimento das polícias. "A Polícia Federal tem mostrado mais êxito contra a corrupção do que contra o tráfico de drogas e armas". "A administração federal precisa ser reestruturada para adotar mecanismos gerenciais que ao mesmo tempo valorizem cada tostão do recurso público e não travem, sob o falso pretexto de evitar desvios", diz o documento. O ajuste fiscal permitirá, de acordo com o PSDB, a redução da carga tributária do País. Choque de 10 volts– O coordenador do programa de governo do PT, Marco Aurélio Garcia, também chefe da assessoria especial do presidente Lula, disse que o prometido choque de gestão, como a redução do número de ministérios, anunciado pelo candidato tucano, não passará de "um choque de 10 volts". "O País tem problemas mais sérios. Se o candidato do PSDB acha que reduzir o número de ministérios é um choque de gestão, mostra que tem intenção de fazer apenas coisas cosméticas", criticou Marco Aurélio. Depois, atacou: "Em São Paulo, qual foi o choque de gestão de Alckmin? Na segurança pública? Veja no que deu", disse ele, numa clara referência aos ataques terroristas do PCC no mês passado. (AE)

Lula está preocupado com os efeitos do quebraquebra na Câmara. Por isso, espera que o partido puna com rapidez o líder do MLST, Bruno Maranhão, acusado de conduzir a invasão e que se encontra preso na penitenciária da Papuda, em Brasília, juntamente com outros 40 agitadores.

PUNIÇÃO Em princípio, Bruno Maranhão já foi afastado da Comissão Executiva e da condução dos movimentos sociais no PT. Mas, Maranhão responde também a um pedido de expulsão do partido que tramita no Conselho de Ética.

as regras eleitorais, o presidente do PMDB Michel Temer voltou a ficar desanimado e passou a priorizar no partido as eleições de governador, senador e deputado. Temer amanheceu convencido de que Pedro Simon desistiria de ser candidato a presidente.

FOI FUNDO Petistas continuam se declarando indignados com a forma como o presidente do PPS, deputado Roberto Freire, tratou Lula. Num encontro que sustentou com José Serra e outros tucanos, em São Paulo, Freire teria insinuado que Lula era "ladrão".

COLIGAÇÃO O PPS fechou com Alckmin para presidente e com Serra para governador. Nas eleições de 2002 o partido ficou com Lula e contra Serra. O PPS chegou a participar do governo Lula com a indicação de Ciro Gomes (hoje no PSB) para o Ministério da Integração Nacional. Depois, o partido rompeu com Lula e o governo.

CONFIANÇA Indiferente à recuperação de Alckmin nos levantamentos em São Paulo, José Sarney, um dos governistas do PMDB, está apostando que Lula ganha a eleição ainda no 1º turno. O ex-presidente faz sua projeção com base nos programas sociais do governo federal.

APOIO Juntamente com o presidente do Senado Renan Calheiros e o líder do PMDB, Ney Suassuna, Sarney tenta levar o partido em apoio ao candidato petista. Os três lutam para que o PMDB indique o vice na chapa de Lula, que seria o ex-ministro do STF, Nelson Jobim.

NÚMEROS Sarney e Renan Calheiros calculam que, no mínimo, Lula terá o apoio de 18 diretórios do PMDB nos estados, caso não consiga que o partido indique o vice na chapa petista. Mas, o PMDB está rachado porque uma fatia do partido quer apoiar Alckmin.

CANDIDATURA Perdeu toda a força entre peemedebistas de oposição a tese de lançamento de candidato próprio. Mesmo assim, existem aqueles que ainda sonham que o partido não cerre fileira ao lado do PT ou PSDB.

DESISTÊNCIA Depois do recuo dos ministros do TSE em relação

OBSTÁCULO A cláusula de barreira, que obriga os partidos a terem 5% de votos em nove estados, para continuarem com registro no TSE, está dificultando a coligação do PT com o PC do B e o PSB. Se a coligação com esses dois partidos não vingar, Lula perde alguns minutos preciosos no tempo de campanha na televisão.

COBRANÇA Adeptos de José Serra e Aécio Neves querem que Geraldo Alckmin assuma o compromisso de apoiar uma emenda constitucional que acabe com a reeleição. Isso porque, Serra e Aécio são candidatíssimos à presidência em 2010. Até agora, Alckmin está de bico fechado.

DUREZA Dos três mensaleiros que são candidatos a deputado federal pelo PT, – João Paulo Cunha, Professor Luizinho e José Mentor – a situação mais delicada é a do expresidente da Câmara. João Paulo Cunha vai ter que enfrentar o ex-prefeito de Osasco, Francisco Rossi, em sua base eleitoral. Rossi também é candidato à Câmara.


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Tr i b u t o s Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de junho de 2006

SETOR DE BANCOS PERDEU VALOR DE MERCADO

14,5

por cento ao ano é a estimativa do mercado para a taxa básica de juros no fim de 2006.

ESTUDO DO IBGE MOSTRA QUE EM 2002 E 2003 OS OBJETIVOS FORAM ALCANÇADOS DE FORMAS DIFERENTES

SUPERÁVIT COM CORTE DE DESPESAS Tânia Rego/LUZ – 3/1/06

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geração de superávits primários e nominais nos anos de 2002 e 2003 resultou de fatores diferenciados, ainda que tenha sido mantida a trajetória de dados positivos das finanças públicas. Pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, se no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso (2002) o aumento da receita garantiu o superávit, no primeiro ano do governo Lula (2003) o objetivo foi alcançado pelo corte nas despesas. A gerente de administração pública da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE,

Dione de Oliveira, explicou que em 2002, quando foi registrado um superávit primário de 2,26% do Produto Interno Bruto (PIB), houve forte aumento de receitas extraordinárias, vindas especialmente da arrecadação tributária. Como exemplo de iniciativas que geraram esses aumentos de despesas, ela citou que foram editadas várias Medidas Provisórias que permitiram parcelamento de dívidas. O superávit fiscal em 2002 foi de 3,14%. Segundo Dione, em 2003, a contenção de despesas foi o fator determinante para o superávit primário de 3,5% do PIB. "O resultado veio do corte nos investimentos", afirmou.

Recuperação — A pesquisa traz resultados das administrações públicas em 2002 e 2003 e das empresas públicas em 2003. O levantamento mostra que os governos estaduais tiveram resultados primário e fiscal positivos em 2002 e 2003, "confirmando trajetória de recuperação das contas estaduais, iniciada em 2000". No ano de 2002, os governos estaduais em seu conjunto apresentaram tanto resultados primários quanto fiscal positivos (1,03% e 0,58% em relação ao PIB, respectivamente). Em 2003, de acordo com o IBGE, os resultados estaduais primário e fiscal foram, pela ordem, de 1,25% e 0,90%. (AE)

Mercado eleva previsão para Selic

N

a semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) demonstrou maior preocupação com as turbulências no mercado internacional e seus efeitos no comportamento futuro da inflação, os analistas econômicos elevaram a projeção para a taxa de juros básica (Selic) no final deste ano. De acordo com a pesquisa Focus, divulgada ontem pelo Banco Central (BC), o mercado elevou de 14,25% para 14,5% anuais a estimativa para a Selic no fim de 2006. Hoje, o juro básico está em 15,25% ao ano. Na ata do Copom divulgada na semana passada, a diretoria do BC alertou que a volatilidade no exterior (que teve ontem mais um capítulo), embora possa ter um caráter "transitó-

rio", de fato "gerou elevação na incerteza em relação ao comportamento futuro da inflação, que poderá acabar dificultando tanto a avaliação de cenários pela autoridade monetária quanto à coordenação de expectativas dos agentes privados". O recado foi claro: a palavra-chave será cautela na redução da Selic, sobretudo porque a política monetária a partir de agora tem efeito maior sobre a inflação de 2007. IPCA — Apesar do cenário menos positivo para a queda nos juros, o mercado continua revisando para baixo suas estimativas para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência para o sistema de metas de inflação do governo. A mediana das projeções

EUA têm déficit maior

O

governo dos Estados Unidos teve déficit orçamentário total de US$ 42,83 bilhões em maio, rombo maior que o esperado, informou ontem o Departamento do Tesouro. Em maio de 2005, o déficit no orçamento foi estimado em US$ 35,42 bilhões. Economistas esperavam déficit de US$ 39 bilhões.

O saldo negativo acumulado nos primeiros oito meses do ano fiscal de 2006, iniciado em outubro, foi de US$ 226,97 bilhões, menor que o de igual período do ano fiscal de 2005, de US$ 272,34 bilhões. Em maio, os gastos subiram para a casa de US$ 235,49 bilhões em relação aos US$ 188,15 bilhões de maio de 2005. Já as receitas foram de US$ 192,66 bilhões, maiores que os US$ 152,73 bilhões em maio de 2005. As receitas para o ano fiscal até agora somam US$ 1,545 trilhão. O país registrou, ainda, um déficit fiscal de US$ 42,83 bilhões no mês passado, valor que ficou acima do saldo negativo de US$ 35,42 bilhões registrado em igual mês de 2005. Economistas americanos projetavam para maio déficit de US$ 39 bilhões. (Reuters)

passou de 4,31% para 4,22% em 2006, caindo pela segunda semana consecutiva e ficando cada vez mais abaixo da meta de 4,5%. Para 2007, a estimativa para o IPCA foi mantida em 4,5%, no centro da meta. A revisão para baixo da projeção para o IPCA de 2006 coincide com a divulgação, na semana passada, do resultado de maio. A inflação de 0,1% no último mês ficou abaixo da média das projeções e consolidou o cenário positivo. O mercado manteve a expectativa de que o dólar feche o ano em R$ 2,20, mas, pela quarta semana consecutiva, elevou a estimativa para o fechamento da moeda em junho, que passou de R$ 2,20 para R$ 2,24 na semana passada, ante a semana anterior. (AE)

Fed passa por "certa angústia"

O

Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) passa por "certa angústia" sobre a inflação e está atento à extensão do repasse dos custos de energia aos preços ao consumidor, disse ontem o presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher. "Todos estão preocupados com a possibilidade do repasse desses custos", afirmou. Comentários sobre inflação feitos por integrantes do Fed têm pesado sobre as expectativas de investidores, levando-os a acreditar em alta de juro. (Reuters)

Preocupação com a possibilidade de nova rodada de alta do juro americano prejudicou Bovespa em maio

Bovespa perdeu R$ 200 bi em valor de mercado em um mês

A

recente turbulência vivida pelo mercado financeiro por causa da possibilidade de juro maior nos Estados Unidos enxugou, em intervalo de apenas um mês, aproximadamente R$ 200 bilhões da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). De acordo com dados da consultoria Economática, de 9 de maio a 9 de junho, a Bovespa diminuiu R$ 206,7 bilhões em termos de valor de mercado. Para se ter uma idéia da cifra, a consultoria calcula que todo o setor bancário do País listado em bolsa representa cerca de R$ 260 bilhões. No período (considerando que em 9 de maio a bolsa paulista alcançou seu pico histórico, de 41.979 pontos), o Iboves-

16,45 por cento foi a queda do Índice Bovespa no período de 9 de maio a 9 de junho, de acordo com levantamento da Economática.

pa (principal indicador do mercado acionário brasileiro) recuou 16,45%, a 11ª maior queda no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a Economática.

Bancos — O levantamento da consultoria mostra ainda que o setor que mais perdeu valor no mês pesquisado foi o bancário, com R$ 47,9 bilhões a menos — praticamente o valor de mercado do Banco do Brasil. Em segundo lugar, ficou o segmento de petróleo e gás, que encolheu R$ 38,7 bilhões. A última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) ocorreu em 10 de maio, quando deixou o caminho aberto para mais altas do juro, depois de elevar pela 16ª vez a taxa básica do país, para 5% ao ano. Desde então, cresceu entre investidores globais a aversão ao risco, afetando especialmente a renda variável de mercados emergentes. (Reuters)

Investidores já podem reservar ações do Banco do Brasil

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omeçou ontem o períod o d e re s e r v a p a r a ações ordinárias (com direito a voto) do Banco do Brasil (BB) que fazem parte de uma oferta pública. O prazo termina dia 23 e o preço dos papéis será fixado no dia 26. Serão ofertadas ações pertencentes ao próprio BB, ao BNDESPar e à Previ, fundo de pensão dos funcionários do banco. Dependendo do interesse do mercado, pode haver um lote adicional. Podem participar da oferta pública de ações do BB, como compradores, pessoas físicas e clubes de investimentos, desde que façam aplicações entre R$ 1 mil e R$ 300 mil. O volume financeiro envolvido na operação só será conhecido depois da efetivação dos pedidos de reserva e do encerramento do bookbuilding (processo de formação de preços). Analistas estimam que a oferta pública movimente R$ 2,54 bilhões, com preço de R$ 53,2 para cada lote de ações. Se houver

o lote adicional, o volume pode chegar a R$ 3,4 bilhões. Para a oferta pública, o BB estabeleceu que as ações vendidas terão 100% de tag along, mecanismo que assegura aos acionistas minoritários o direito de receber o mesmo valor que os controladores receberiam em caso hipotético de venda do banco. Cautela — Analistas sugerem cautela ao investidor para a compra das ações da oferta, levando-se em conta o atual cenário para a renda variável. O analista financeiro Fábio Colombo destacou que as bolsas de valores de todo o mundo passaram por um ciclo de alta durante os últimos quatro anos. "Agora, o cenário é de ajuste, o que deve levar o investidor a agir com prudência no mercado acionário." Colombo destacou que o BB é líder de mercado e tem um patrimônio sólido. Mas alertou para um ágio nas ações da oferta, que pode ser gerado pela avaliação do papel acima do

valor patrimonial do BB. "Esse processo pode acarretar redução dos ganhos futuros no momento da venda dos papéis comprados agora", ressaltou. Colombo também disse que o investidor, "não importa o valor que tenha para aplicar no mercado de renda variável", não deve colocar todos os seus recursos em um único ativo e sim diversificar as aplicações. Ele indicou os fundos de ações que tenham taxa de administração de no máximo 2%. "O total para a renda variável, na minha avaliação, é de no máximo 20% do montante em mãos para investimentos." De acordo com a consultoria Economática, o setor de bancos foi o que mais perdeu valor de mercado durante a recente turbulência no mercado financeiro (leia mais sobre o assunto em reportagem nesta página). Por isso, segundo Colombo, os investidores devem ter muito cuidado na avaliação da oferta de papéis do BB iniciada ontem. Davi Franzon

Fitch melhora nota do Bradesco

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agência internacional de classificação de risco Fitch elevou ontem o rating individual do Bradesco. A mudança coloca o maior banco privado brasileiro no patamar de seu principal concorrente, o Itaú. A nota do Bradesco foi elevada de "C" para "B/C",

mesmo grau alcançado há pouco mais de um ano pelo Itaú. Segundo o diretor da Fitch no Brasil, Rafael Guedes, de um ano e meio para cá o Bradesco se nivelou com o concorrente em diversos aspectos, principalmente em retorno e diversificação de ativos em carteira. "Historicamente, o Itaú

tinha resultados melhores que os do Bradesco, que recentemente tem atingido o mesmo patamar de retorno do Itaú", disse o diretor da Fitch. Ele afirmou que também contribuiu para a melhora a redução da participação dos títulos públicos na composição da carteira de ativos do Bradesco. (Reuters)


terça-feira, 13 de junho de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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RENAN E SARNEY REIVINDICAM CARGOS NO GOVERNO

O que queremos no futuro é que o PMDB integre o governo. Ministro Tarso Genro

PARTIDO DESISTE DE CANDIDATURA PRÓPRIA E PARTE PARA NEGOCIAÇÕES COM O PT SOBRE ALIANÇAS ESTADUAIS Sérgio Lima/Folha Imagem

PMDB NÃO FAZ CONVENÇÃO. BOM PARA O PLANALTO.

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Executiva Nacional do PMDB decidiu ontem por 11 votos a zero, que diante da inexistência da candidatura própria a presidente da República a convenção nacional do partido, dia 22, não será realizada. O presidente nacional do partido, deputado Michel Temer, que sempre defendeu a candidatura própria, afirmou que essa questão está politicamente encerrada no partido. "A tese foi perdendo força aos poucos e hoje, infelizmente, está claro que o partido não quer candidato" disse Temer. "É claro que essa questão não está encerrada", contestou em, seguida o deputado Eduardo Cunha (RJ), partidário da candidatura presidencial do ex-governador, Anthony Garotinho. "Descumprir uma decisão judicial não é democrático", acrescentou Cunha, referindo-se à liminar que ele obteve na Justiça, na semana passada, obrigando o partido a realizar convenção nacional para tratar de candidatura própria, dia 22. Temer reconhece que há uma decisão judicial, mas adiantou que o partido vai recorrer, porque "essa decisão invade a autonomia do PMDB". Ex-candidato – Por causa da divisão interna do PMDB, o senador Pedro Simon, pré-candidato do partido, desistiu de lançar sua candidatura a presidente. Segundo Simon, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de desistir da verticalização radical "mudou o destino do PMDB" e enfraqueceu a candidatura própria. De acordo com o senador, o partido já se preparava para aprovar a candidatura própria à Presidência na reunião de hoje e agora volta ao ponto em que estava antes da decisão do TSE. Enquanto o senador Simon (PMDB-RS) falava na tribuna

do Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros, e o senador José Sarney foram ao Palácio do Planalto para comunicar ao presidente Lula a decisão do partido e iniciaram negociações para fechar alianças estaduais. Ao mesmo tempo, reivindicaram cargos no governo. A principal reivindicação é a nomeação de um novo ministro para a Saúde, já que os governistas do PMDB não reconhecem o ministro da Saúde, Agenor Álvares, como uma indicação partidária. O PMDB também quer indicar cargos de comando em agências e estatais como Anatel, Correios, Eletrobrás e Conab. Vitória - O fim da possibilidade da candidatura própria teve sabor de vitória no Palácio do Planalto. O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, prevê que em 21 estados o PMDB poderá apoiar a reeleição de Lula. Ele acha que a maior parte do partido fechará uma aliança programática com o PT. Genro admitiu com a possibilidade até de os apoiadores de Lula assinarem um acordo, com participação efetiva nas negociações da campanha e, futuramente, do governo, caso Lula seja reeleito. Seria o governo de coalizão já proposto por Lula. "Se essa decisão do PMDB for confirmada (de ter não ter candidato próprio), a existência ou não de uma coligação jurídica não impede uma coalizão de partidos para governar. Essa visão de coalizão é fundamental para o próximo período, seja quem for o presidente. Uma aliança programática será formalizada e será feita por aqueles que têm responsabilidade dentro dos partidos. O que queremos no futuro é que o PMDB integre o governo", afirmou Tarso, acrescentando que deverá haver um "documento de diretrizes" entre os partidos. (Agências)

Simon, Luiz Henrique, Temer, Braga, Barbalho e Renan, durante reunião de peemedebistas: candidatura própria perdeu força na legenda.

SANGUESSUGA: CPI TERÁ 30 DIAS. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deverá ler amanhã o requerimento de criação da CPI mista dos Sanguessugas, que irá investigar o desvio de recursos do Orçamento Geral da União para a compra fraudulenta de ambulâncias. A instalação da CPMI foi acertada entre os partidos da base governista e de oposição e, pelo acordo, irá funcionar por 30 dias, sendo prorrogável pelo mesmo período. O requerimento será lido em sessão conjunta da Câmara e do Senado. A CPMI vai investigar o esquema de compra de UTIs móveis superfaturadas, que envolve deputados, sena-

dores e assessores parlamentares e foi descoberto pela Operação Sanguessuga desencadeada pela Polícia Federal. Renan Calheiros observou que o Ministério Público e a Polícia Federal já estão investigando há cerca de dois anos as irregularidades no uso de verbas orçamentárias. O presidente do Senado defendeu, no entanto, que o Congresso não pode ficar omisso diante das denúncias e tem obrigação de também investigar o episódio. A decisão de criar a CPMI dos Sanguessugas foi tomada na semana passada em reunião entre Renan Calheiros, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo

(PC do B-SP), e os líderes partidários. Apenas o PP mostrouse contrário. O ex-líder petista deputado Pedro Henry (MT) é um dos investigados pela Polícia Federal na operação. Graças a um grupo de parlamentares de oposição, encabeçado pelos deputados Raul

Jungmann (PPS-PE) e Fernando Gabeira (PV-RJ) e pela senadora Heloisa Helena (PSol-AL), o pedido de criação da CPMI foi protocolado. Gabeira ameaçou recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), caso o pedido de criação da comissão fosse ignorado. (Agências)

SERÁ O DIA DE JANENE? O Conselho de Ética da Câmara deve aprovar hoje o pedido de cassação do deputado José Janene (PP-PR), o último dos 19 deputados que foram acusados pela CPI dos Correios de terem sido beneficiados com o esquema do mensalão. No dia 4 deste mês expirou a última licença médica de Janene, que desde outubro do ano passado não comparece a uma sessão da Câmara. Até ontem, o deputado não havia apresentado novo atestado médico, para justificar suas ausências nas sessões.

NÃO À LEGALIZAÇÃO DE BINGOS Levantamento feito pela Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública do Senado durante a CPI dos Bingos constatou uma grande resistência dos brasileiros à legalização desse tipo de jogo. Apenas 19,3% dos entrevistados se declararam a favor a legalização das casas de bingo e das máquinas caça-ní-

queis. Se o jogo fosse legalizado, apenas 15,2% disseram que freqüentariam os locais de aposta. Disseram-se indiferentes à legalização 30% dos entrevistados e 48,2% foram contra a idéia. Apesar do resultado da pesquisa, o relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), incluiu no relatório

final uma detalhada proposta de regulamentação dos bingos, a ser encaminhada à Comissão de Turismo do Senado. A pesquisa foi feita, por telefone, com 1.072 entrevistados em 111 municípios dos 27 Estados. Foram ouvidos brasileiros de 16 anos ou mais, entre os dias 16 e 25 de maio. Até na ho-

ra de responder sobre os pontos positivos do funcionamento das casas de bingo os entrevistados mostraram contrariedade. A resposta mais escolhida, por 43,1%, foi "não tem característica positiva". Por outro lado, 40% citaram a geração de empregos como positivo. (AE)

MÉXICO APÓIA BRASIL PARA ONU Ao retomar sua campanha por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil conseguiu ontem um discreto e inesperado apoio. Ferrenho opositor à ambição brasileira nos últimos anos, o México declarou-se favorável à in-

clusão do Brasil no grupo que delibera sobre as questões mais agudas da política internacional – desde que seja o escolhido pela América Latina para representar a região. "México e Brasil coincidem em quase todos os temas da reforma, exceto em uma variável:

o México defende que, no Conselho de Segurança, sejam definidas cadeiras para regiões, não a um país particularmente", declarou o ministro de Relações Exteriores mexicano, Luiz Ernesto Derbez, em visita de trabalho ao Brasil e demais países do Cone Sul.

Ao lado do chanceler brasileiro, Celso Amorim, Derbez argumentou que um representante latino-americano – em vez de uma Nação específica – teria melhores condições para enfrentar as pressões dos demais membros permanentes em votações delicadas. (AE)

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de junho de 2006

DOISPONTOS -77

E

Palpite infeliz José Cruz/Abr

o dia 6, dia do tinhoso, os brasileiros foram brindados com dois eventos patéticos: um quebra-quebra (na Câmara dos Deputados) e um bateboca (na Assembléia Legislativa de São Paulo). O terceiro demoníaco evento desse dia, como não poderia deixar de ser, aconteceu com atraso protocolar. Pretensioso e indiscreto, querendo impor a sua onissapiência, exibindo sua usual arrogância e procurando aparentar uma intimidade que não tem, o presidente da República, Luiz Inácio, indagou se o futebolista Ronaldo não estaria gordo para

N

disputar a Copa em nome do Brasil. Em sua observação, não teve a sutileza nem mesmo de valer-se de um eufemismo para suavizar essa grosseria e o fora de hora da indagação. Teve, portanto, do futebolista a resposta que merecia ouvir. Realmente, o presidente Luiz Inácio não tem a menor noção de oportunidade e conveniência. Nos tempos em que foi líder sindical e não trabalhava, deixou de aproveitar seu tempo ocioso para fazer algum cursinho de oportunidade e conveniência, bem como sobre postura e compostura perante os cidadãos cujos

Lula: uma canelada em Ronaldo.

destinos almejava dirigir. Ao que tudo indica, nem mesmo foi um aluno diligente na escola da vida, como deveria ser em razão de suas aspirações políticas. Nessas condições, se houve alguma coisa despropositada, ela foi a soberba exibição do presidente Luiz Inácio querer parecer o que não é.

E a "nota" com que sua assessoria pretendeu dar o caso por encerrado foi ainda mais infeliz. A resposta dada foi atribuir culpa ao futebolista pelo incidente, alegando que sua resposta era fruto da "tensão" do momento. Ora, se esta era a condição da situação emocional do futebolista, a

observação presidencial então foi obviamente uma despropositada, inoportuna e inadequada falta de discernimento. De fato, interpretar a fala do presidente Luiz Inácio como "ajuda" ao futebolista, isto, realmente é muito pretensioso. Se esse era o objetivo, a indagação presidencial era totalmente dispensável. Afinal, em se tratando de futebol, é visível que Ronaldo não necessita da ajuda de quem quer que seja, apenas precisa de pés sem bolhas. PEDRO LUÍS DE CAMPOS VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

ste é um sentimento que se vai generalizando no Brasil. Não parece ser novidade, porque há mais de cem anos Ruy Barbosa já citava que "de tanto ver triunfar a injustiça, prosperar a nulidade, o homem chegava a duvidar de si mesmo, a ter vergonha de ser honesto". De lá para cá parece que não mudou muito. Se mudou, foi para pior, porque "nunca antes neste país" a sem-vergonhice pública, a desmoralização das instituições e a falácia foram tão ostensivas. A ponto de um candidato ao Governo de São Paulo pelo partido que hoje assalta o poder ter dito que os envolvidos em corrupção no governo Lula e na cúpula do PT devem ser analisados pela folha corrida e não pelo pecado que possam ter cometido... O Brasil petista é assim. O sujeito nunca matou alguém na vida. Se cometer um "assassinatozinho" não precisa ser punido.

PAULO SAAB SEM

INDIGNAÇÃO? ecebi do leitor CC, da Capital, o seguinte desabafo: "O que explica a falta de indignação?". Provavelmente à ausência de alguém - de reputação ilibada - que articule e lidere. Por que não aparece esse líder? Talvez porque a maioria cometa algum tipo de ilícito. Por que? Porque, hoje, mais do que nunca, não está valendo a pena ser honesto neste país.

R

O PCC se organizou, enquanto velhas organizações se tornaram criminosas

Alex Silva/AE

O Leão bate à porta de 61 mil pequenas empresas para dar más notícias a década de 80, escutei do dono de uma rede de concessionárias que ele não pagava todos os impostos que devia, pois se o fizesse acabaria fechando as portas. E hoje? Os impostos só aumentaram de lá pra cá. Portanto, a grandessíssima maioria dos empresários se vira como pode para pagar menos imposto, sem, obviamente, ter a devida compensação em serviços públicos. Em suma, estamos em um momento onde inexistem instituições em que se possa confiar. A novidade não é o PCC se tornar uma organização, é terem todas as organizações (públicas, principalmente) se tornado criminosas, de um jeito ou de outro. Seja absolvendo mensaleiros, fazendo pouco da opinião pública, seja dando o calote no governo por falta de faturamento, seja corrompendo ativa ou passivamente. O que é a instituição do despachante? Nada mais, nada menos que alguém que recebe para fazer alguém fazer aquilo que é pago para fazer. Está claro o desperdício de dinheiro que isso representa? Mas pagamos e deixamos de reclamar da existência disso, porque tratamos de dar o troco em algum outro lugar. E assim vamos voltando ao tempo do bang-bang.

Evelson de Freitas/AE

N

Advinhe quem veio morder A

pesar de ser extremamente danosa para a G O governo tem economia, a informalidade corre solta por como única aqui. Os fatores são diversos, como a falta e exclusiva meta de oportunidade de emprego, que obriga ex-fun- engordar os cofres cionários a abrirem pequenos negócios, e estes, públicos por meio uma vez montados, passam a ser vítimas de uma da colheita de enorme burocracia e de uma carga tributária masimpostos. sacrante, que impede o seu crescimento, engessa a atividade e muitas vezes o leva a fechar as portas ou se esconder nos braços da ilegalidade. Nós, que G Sem o apoio, há tempos levantamos a bandeira do empreende- sem normas e dorismo e que defendemos um sistema tributário e procedimentos fiscal justo, somos muitas vezes surpreendidos por claros de apuração e cobrança de atitudes do governo e dos órgãos públicos. Atitudes como a da Receita Federal, que enviou impostos, as micro notificação de cobrança para 61 mil contribuintes, e pequenas acusando-os de irregularidades na Declaração de empresas são Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) forçadas a seguir referentes aos anos de 1997 e 98, demonstrando uma única via, a da que o governo tem como única e exclusiva meta ilegalidade fiscal. engordar os cofres públicos por meio da colheita de impostos, área, aliás, em que é campeão, haja vista os seus sucessivos recordes de arrecadação. G Um novo Refis Os contribuintes estão recebendo "renotifica- permitiria ao ções" de autos de infração que foram enviados em contribuinte 2001/2002, e têm até 30 dias para fecharem as suas regularizar sua contas com o órgão, em detrimento de serem ins- situação fiscal critos na dívida ativa da União. Neste caso, uma das imediatas sanções é o impedimento para obter Certidão Negativa de Débito. Interessante observar que a Receita Federal tem cinco anos para avisar aos contribuintes sobre suas irregularidades fiscais e é estranho que só agora tenha detectado o problema, transferinMande seu comentário do-o para o colo do contribuinte que, uma vez aupara doispontos@ tuado, precisará encontrar documentos de cinco dcomercio.com.br

anos atrás para se defender no processo. Outros passarão a viver um eterno pesadelo, na expectativa de que a Receita venha também bater à sua porta. As regras de autuação estão sendo descumpridas por quem as criou. O SESCON-SP, que representa cerca de 45 mil empresas de contabilidade e de assessoramento, encaminhou ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugerindo a aprovação do novo RefisPrograma de Recuperação Fiscal, que permitirá ao contribuinte regularizar sua situação fiscal, incentivando o desenvolvimento da atividade econômica, o aumento do nível de emprego e da formalidade. Nosso pleito é para que não ocorra veto ao texto aprovado pelo Congresso, que converte em lei a MP 280/2006 e que reabre o prazo do Refis, apresentando as razões de cada segmento representado. m vez de incentivar as atividades das micro e pequenas empresas, que mais empregam no Brasil, o governo insiste em massacrálas, empurrando-as para o descrédito e a informalidade, incentivando o lamentável histórico no qual 56% das micro e pequenas empresas continuarão morrendo antes de completarem cinco anos de fundação. Sem o apoio do governo, sem normas e procedimentos claros de apuração e cobrança de impostos, com tributação esmagadora, as micro e pequenas empresas são forçadas a seguir uma única via, a da ilegalidade fiscal. Será que esse é o propósito do nosso mandatário: inviabilizar os empreendimentos?

E

ANTONIO MARANGON É PRESIDENTE DO SESCON-SP

falta de indignação é outra falácia. Estamos todos indignados e por mais que haja interessados em fingir que a realidade é outra, serão desmascarados nas urnas em outubro. Silenciosamente, a população vai expurgar da vida pública a horda de "políticos" que assaltou a República. Este é o desafio da dignidade brasileira. Não reeleger tantos quantos, absolvidos ou renunciantes, queiram voltar a cargos eletivos depois de terem sido flagrados com a mão na botija, furtando o patrimônio público, de um ou outro jeito. Não é possível que a mais deslavada cara-depau que já se assenhorou do bem público em nome da moralidade, e o dilapida com uma desfaçatez de corar frade de pedra, possa ser legitimada pelo povo brasileiro. Por oportuno, recomendo a todos que ouçam o Melô da Eleição (www.lucianopires. com.br). Vamos ser dignos de nós mesmo. Agora, se os infratores, criminosos, indignos, forem reeleitos, é porque merecemos tudo isso.

A

PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 13 de junho de 2006

Informática Nota Fiscal Eletrônica pede mais segurança Novo documento fiscal eletrônico exige investimentos em estrutura de informática e segurança; gastos são compensados com a redução de custos e maior confiabilidade nos processos de relacionamento com o fisco e na cadeia de produção Vanderlei Campos om o avanço do projetopiloto da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), que a partir deste mês abrange 19 companhias no estado de São Paulo, a projeção da Receita Federal é que, até 2007, cerca de 10 mil empresas no país terão substituído os talonários em papel pelo envio de arquivos para o fisco e para o comprador da mercadoria. Além de aumentar o controle por parte das autoridades tributárias, a mudança traz expectativa de redução do custo administrativo. Segundo Ton Nogueira, diretor de indústrias e soluções da Neoris, o ciclo de emissão e gerenciamento do documento convencional, em papel, varia entre R$ 2,52 e R$ 4,92, considerando emissão, circulação e armazenamento. Na Eurofarma, uma das empresa do piloto na qual a Noeris implementou o projeto, a estimativa de retorno de investimento, na estrutura para a NF-e, não ultrapassa 6 meses. O investimento inclui não apenas os recursos para realizar a operação de Divulgação

O Net D-Fence: específico para o processo da NF-e gerencia Certificados Digitais (eCNPJ)

forma segura, como a plataforma de gerenciamento de assinaturas digitais, como também algumas melhorias no processo, possibilitadas pela mudança. "É interessante aproveitar a oportunidade para oferecer algumas opções de pesquisa para os clientes, com informações segregadas do sistema transacional", exemplifica. Assim como ocorre na transição de qualquer atividade crítica para o mundo digital, os itens relacionados à segurança da informação estão entre as prioridades. Para aproveitar essa demanda, a True Access, fornecedora de soluções de proteção, desenvolveu uma versão do Net D-Fence, específica para o processo da NF-e. O appliance (hardware e software integrados no mesmo dispositivo) executa o gerenciamento dos Certificados Digitais (eCNPJ) usados para autenticar os documentos eletrônicos. "A solução foi adotada por muitos bancos no advento do SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro), que exigia o certificado digital. Como já contavam com os recursos, muitas instituições estenderam seu uso aos Contratos de Câmbio (que envolviam muita circulação de papel, pois precisavam de assinaturas). Agora, adaptamos o equipamento para gerar o código de barras do DANFE (Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrôni-

ca, o comprovante que circula junto à mercadoria) e atender outras especificidades da NF-e", explica Carlos Magno, sócio-diretor da True Access. Segundo Magno, cada unidade do Net D-Fence é capaz de gerar até 35 notas por segundo. O custo de duas unidades fica em US$ 25 mil. "É recomendável ter dois dispositivos para se ter redundância", esclarece. Exposição fiscal – Com a NF-e, o documento é enviado ao fisco e ao comprador antes mesmo da emissão da mercadoria. "Para a Receita, a fiscalização vai ficar mais fácil. Práticas como sub-faturamento e outras fraudes ficam evidentes", observa Wilson Godoy, vice-presidente de sistemas e recursos do Grupo TOTVS. Ele acrescenta que a NF-e também generaliza um controle maior por parte das empresas envolvidas nas transações. "Entre companhias mais organizadas, já se usam avisos de embarque, que circulam eletronicamente, como forma de dar mais previsibilidade ao planejamento de produção", menciona. A partir do momento em que as informações da Nota Fiscal se tornam disponíveis praticamente em tempo real, as relações comerciais tendem a se tornar mais seguras. "Se o comprador está cotando 10 toneladas de determinado insumo, um vendedor mais afoito pode se comprometer a entregar, mesmo só tendo 6 toneladas no estoque. Quando chegam 4 toneladas a menos, o processo já foi comprometido e acaba se aceitando o que veio. Com a NF-e, a nota é vista minutos depois e dá tempo de cancelar o negócio", exemplifica Nogueira. "A mudança está inserida em uma estratégia mais ampla, para aumentar a agilidade e a transparência das informações enviadas ao fisco. A emissão do documento é um componente relativamente simples. O ponto crítico é garantir que a Nota esteja absolutamente correta, com cálculos precisos e plena conformidade à legislação", enfatiza Marco Bueno, diretor de marketing e alianças da Mastersaf, uma provedora de soluções de gestão fiscal e tributária. "O que muda realmente é a exposição fiscal que as empresas passam a sofrer com a emissão da Nota praticamente em tempo real. Hoje, se alguém emite uma nota com erro na conta ou em desacordo com a legislação, a empresa tem um prazo para corrigir e apurar o imposto correto. O tempo de apuração do imposto continua o mesmo, mas se errar na emissão da nota a informação já foi para a Receita e não há como retificar. Por isso, torna-se mais crítico ter mecanismos mais rígidos para assegurar conformidade às regras tributárias", explica. Mais informações: www.nfe.fazenda. gov br (a partir de agosto) ou http://200.198.224.29/portal

1 Para a Receita, a fiscalização vai ficar mais fácil. Práticas como sub-faturamento e outras fraudes ficam evidentes Wilson Godoy, Grupo TOTVS


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Varejo Hi-tech Te l e f o n i a Automação Convergência

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terça-feira, 13 de junho de 2006

MICROSOFT QUER AJUDAR OS BANCOS A DIFERENCIAR SUA MARCA

A tecnologia visa fazer com que o cliente se desloque menos para as agências para efetuar transações

Fotos: Divulgação

O banco do futuro chegou A Microsoft e alguns parceiros apresentam a integração de diversas tecnologias de ponta que já podem transformar a vida dos usuários Paula Cunha a última quinta-feira, a Microsoft Brasil apresentou um novo grupo de soluções integradas em um evento batizado Experience Bank. Trata-se da visão que a empresa criou para oferecer uma convivência diferenciada entre o banco, seus funcionários e clientes e, assim, maximizar ganhos e economia para todos os envolvidos. Toda a tecnologia apresentada visa fazer com que o cliente se desloque menos para as agências para efetuar transações convencionais (como movimentação de contas) e mais para ter acesso a novos negócios. Segundo os representantes da empresa, as soluções são integradas e visam criar um valor aditivo à oferta dos serviços bancários. Além disso, a meta da Microsoft é ajudar as instituições financeiras a diferenciar sua marca. Ela acredita que as agências estão em constante transformação e o autoatendimento já está se transformando em seu maior canal de operação. Baseada nesta concepção, para criar este novo modelo de negócios, a Microsoft firmou parceria com a ATTPS, Fujitsu, Getronics, InfoServer, Pandata, RSA Security, Siacorp e Symbol na elaboração de soluções específi-

O banco do futuro vai contar com sistemas de biometria para reconhecimento do cliente utilizando a palma da mão, entre outros avanços, como o uso de tokens com as informações sigilosas dos clientes

cas. Foram utilizados aplicativos de mobilidade, autenticação por biometria, RFID etc. Durante a apresentação, houve simulações de diversas operações bancárias como transferências, aplicações, depósitos e retiradas. Uma moeda fictícia, Micron, foi criada para a apresentação e, já na entrada, uma funcionária coloca os clientes em contato remoto com o gerente. Todas as soluções foram baseadas em plataforma .Net, de acordo com o diretor comercial para a indústria de serviços, Miguel Assaf. Cadastramento – Logo na entrada, o cliente é orientado a efetuar um cadastramento e é

Kodak lança câmera com duas objetivas no Brasil om logotipo novo para anunciar sua nova época digital, a Kodak voltou a celebrar "Você aperta o botão e nós fazemos o resto", a frase do fundador George Eastman (1854-1933) do início do século 20. Agora, o corpo e a alma da tecnologia se reduz igualmente a um só botão do sistema EasyShare, que faz com que as digitais se comuniquem com o computador, impressora e álbuns virtuais. O sistema completou cinco anos de existência e a Kodak comemorou a data na semana passada, lançando a digital V610, e anunciando que a C360 (R$ 899) começa a ser montada em Manaus (AM). Segundo Richard Ford, diretor de captura digital para as Américas, a empresa tem atualmente as menores câmeras do mundo. Além de a máquina ter uma série de recursos, o que chama a atenção é o software EasyShare V610 para Windows e Mac. Possui o recurso "Fotos melhores com Toque Único" (One Touch to Better Pictures). George Eastman ficaria boquiaberto ao ver a tecnologia das cores agindo para criar impressões realísticas, como pudemos constatar. A função "favoritos" permite ter sempre à mão as melhores fotos escolhidas pelo programa na câmera ou no PC. O acessório opcional Photo Frame Dock 2 possibilita a transferência das fotos com apenas um toque, podendo também

identificado através de um terminal com tecnologia RFID. Ele utiliza o sistema de biometria de leitura da palma da mão. Esta solução foi desenvolvida pela Fujitsu e adotada pelo Bradesco e está em fase de implementação. Através da reflexão de um feixe de luz infravermelha, que é emitida por um dispositivo, o padrão vascular da mão do cliente é captado e lido. O mecanismo ainda é inédito no Brasil, mas já se encontra em uso em outros países. Sua principal vantagem, segundo a Microsoft, é a sua capacidade de leitura e identificação rápida de um número expressivo de pessoas

sem ser considerado invasivo, além de eliminar o contato humano. Terminais específicos – Foram apresentados diversos terminais que concentravam grupos de serviços para agilizar o dia-a-dia do cliente. Assim, após a identificação, ele passa a interagir com um gerente virtual encarregado de fornecer as informações sobre sua conta e os possíveis investimentos e aplicações apropriados ao seu perfil. No terminal de gerenciamento de negócios, é possível abrir contas, adquirir produtos financeiros, como aplicações em seguros. O cliente recebe um Info Token, que permite autenticar com segurança todas as transações eletrônicas efetuadas. Neste terminal, elas são duplamente autenticadas porque utilizam, ao mesmo tempo, os recursos do OTPCenter, que valida todos os processos de autenticação de biometria e dos tokens e smartcards, e o InfoBank, que possibilita o acesso ao banco através de dispositivos móveis. Sem filas –O pesadelo enfrentado pelos clientes em filas intermináveis está com os dias contados com a nova tecnologia apresentada pela Microsoft. O sistema compreende a pró-atividade no atendimento aos correntistas na agência com a oferta de produtos tanto através do InfoToken quanto de outros meios de comunicação. A produtividade dos caixas é monitorada e identifica imediatamente o perfil do cliente e oferece a ele os produtos que ele deseja. Assim, se ele não deseja adquirir um tipo específico de seguro, como o de imóvel por exemplo, o sistema registra esta informação e deixa de oferecer este tipo de produto. Na retaguarda – O Finasys, concebido pela Att Informática, apresentou um sistema que se encarrega de processar tanto as operações diárias, como depósitos, retiradas, lançamentos de aplicações, quanto as atividades de apoio e também o controle do fluxo de todas estas informações para todas as partes interessadas. Para que todas estas operações sejam efetuadas simultaneamente, a Att apresentou dentro deste sistema o Boletador de Propostas de Crédito, que é utilizado via web, o Controle de Títulos de Fundos de Investimentos de Direitos Creditórios, além do gerenciador de bases históricas, entre outros.

Divulgação

reproduzir apresentações em vídeos e fotos no monitor de cristal líquido. "Qualidade de uso, compartilhamento e armazenamento de imagens sempre foram nossas maiores preocupações ao desenvolver a tecnologia digital em fotografia."

Europa estuda taxa para mensagens de texto

No alto, a V610 (R$ 2.199) tem duas objetivas, com lentes Schneider Kreuznach e zoom óptico de dez vezes, equivalente a 38-380 mm; a C360 (acima) começa a ser montada em Manaus, anunciou Richard Ford

Ana Maria Guariglia Para saber mais: www.kodak.com.br

m representante francês do Parlamento Europeu, Alain Lamassoure, sugeriu taxar as mensagens enviadas via e-mail e através da telefonia móvel e atraiu toda a ira da chamada "geração internet". A notícia foi publicada no "New York Times" na semana passada. A simples menção da idéia, por mais remota que sua adoção possa ser, foi suficiente para mobilizar intensamente toda a chamada blogosfera e os grupos lobistas da indústria. O congressista apresentou a idéia em uma reunião de um grupo que estudava meios de financiar os crescentes custos da União Européia. O site de Lamassoure foi inundado por uma imensa quantidade de mensagens indignadas. O político francês decidiu, prudentemente, recuar e se distanciar da proposta. Mesmo assim, alguns políticos e especialistas em tecnologia dizem que o debate serviria para elevar o desequilíbrio entre usuários casuais e os que não saem da rede. Os europeus ocidentais gastaram 15 bilhões de euros, cerca de US$ 19 bilhões, enviando 157 bilhões de mensagens de texto via telefone em 2005. Os números foram divulgados por Thomas Husson, um analista da Jupiter Research, com sede em Paris. A International Data Corporation estima que o número diário de emails enviados em 2006, incluindo os 40% considerados spam, excederão a marca de 60 bilhões por dia em todo o mundo. Este número é superior aos 31 bilhões registrados em 2002. Quando enviadas individualmente, as mensagens de texto na Europa têm preços que variam de 0,10 euro a 0,15 euro.

Positivo Informática atinge liderança na venda de PCs Positivo Informática atingiu a marca de um milhão de computadores fabricados no início de junho, já abocanha 11,3% do mercado brasileiro e é líder na venda de PCs, de acordo com os dados da IDC Brasil lançou no final da semana passada. A empresa comemora estes números e a liderança no mercado durante os últimos 18 meses consecutivos lançando as famílias de soluções, de acordo com as necessidades de seus consumidores e, ao mesmo tempo, oferecendo atualizações técnicas e de design. Seus representantes afirmam que esta estratégia foi fundamental para atingir estas marcas.

Entre os principais lançamentos dos últimos meses destacamse o Positivo Game PC, Positivo Fone PC, Positivo Plus e os notebooks batizados Positivo Mobile. Outra iniciativa da empresa que contribuiu para estes resultados positivos foi a decisão de vender seus equipamentos dentro do programa do governo federal batizado "Cidadão Conectado - Computador para Todos". Além disso, os incentivos do governo federal e os preços mais acessíveis tornaram uma parte da população, as famílias da classe C, um consumidor que está preferindo produtos de qualidade e com a vantagem da garantia e da assistência técnica. Elas também contribuíram para este quadro.


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1

4,3

por cento foi a queda ontem do Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista.

Andrea Felizzola/LUZ

TORCIDA DE CONSUMIDORES NA 25 DE MARÇO Um dia antes do jogo do Brasil, ontem, região da 25 de Março estava lotada de gente

À

véspera da estréia do Brasil na Copa, ontem, o consumidor desceu em peso para as ruas da região da 25 de Março à procura dos últimos itens que faltavam para começar a torcida. Camisas da seleção, bonés, perucas, chapéus curiosos, bandeiras e outros produtos, desde que fossem em tom verde e amarelo, foram os itens mais procurados. Bom para as lojas de esporte da região. O Mercadão dos Esportes, por exemplo, estima fechar o mês de junho com um volume de vendas 80% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo Marcos Ferreira de Souza, gerente da loja. Souza conta que um dos impulsos nas vendas foi dado pela maior quantidade de itens para a torcida feminina. Produtos relacionados com a Copa para este segmento, segundo o gerente, tiveram crescimento de 65% em relação a 2002, também um ano de Copa. "Os fabricantes ficaram mais atentos às mulheres, que nem sempre encontram artigos esportivos que caiam bem. Neste ano há mais opções femininas em camisas da seleção", informou Souza. E atrás dessas opções, até as 15 horas de ontem, segundo o gerente, mais de 800 pessoas já haviam passado pela sua loja. "As camisas oficiais da seleção, que saem por R$ 169, estão entre os produtos mais procurados. Nos últimos dois meses vendemos 3,5 mil

Waldir Lopes: clientes estrangeiros

delas", contabilizou o gerente. Otimismo – A julgar pelo preço das camisas do Brasil na região da 25 de Março, na faixa de R$ 150, e pela quantidade de gente que circulava pelas ruas, o consumidor parecia bem otimista. Os camelôs, que também lucram nesta época, chamavam seus clientes a toques de buzinas e cornetas. "É bom vir para a 25 porque se acha de tudo, do mais caro ao mais barato", disse o empresário Marcos Santos que, acompanhado da filha Júlia, tentava garantir uma camisa da seleção. O verde e amarelo que vestia as lojas, os camelôs e as ruas da região, segundo Waldir Lopes, gerente do Lojão dos Esportes, na Rua 25 de Março, também é o tom da moda fora do Brasil. Segundo o gerente, que há 35 anos trabalha no ramo do varejo esportivo, as cores do Bra-

sil são procuradas por donos de lojas estrangeiros que se abastecem na Rua 25 de Março. "Lojistas dos Estados Unidos, Canadá e Suécia, que são nossos clientes, estão comprando como nunca", informou Lopes. No movimento de entra e sai de sua loja, ontem, c a m i s a s d e t o rc e d o r, q u e saíam por cerca de R$ 20, eram os produtos mais vendidos. Vendas maiores – S eg ui ndo o fluxo dos compradores até outra loja de produtos esportivos da 25 de Março, a Zona Livre, a tônica era a mesma: clientes "saindo pelo ladrão". René Djekeim, o proprietário da loja, informou que, nos últimos seis dias, o volume de clientes cresceu 250%. "No sábado passado precisamos até fechar as portas para poder trabalhar", disse Djekeim. Ontem, mesmo sem precisar chegar a tanto, o movimento foi considerado três vezes maior que o de uma segunda-feira normal. Os camelôs também estão aproveitando bem o clima de Copa do Mundo. Na pressa de vender antes da estréia do Brasil no mundial, ontem, o ambulante Sidnei Costa Romão desistiu de produzir bandeiras e resolveu vender os panos com estampa da bandeira nacional em estado bruto. Cada dois metros e meio de tecido, suficientes para confecção de umas 15 bandeiras, saía por R$ 10.

Rua 25 de Março se veste de verde e amarelo para receber torcedores, que comparecem em peso

Renato Carbonari Ibelli

Copa mexe até com os mercados

M

ais uma vez o cenário externo prejudicou o desempenho das ações brasileiras. No pregão de ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou os negócios com mais uma forte queda: 4,33%, com seu principal indicador (Ibovespa) em 33.555 pontos. O movimento atingiu R$ 1,945 bilhão, abaixo do volume médio de R$ 2,3 bilhões do ano. De acordo com operadores, o fato de o mercado encerrar as operações mais cedo hoje por causa do primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo de Futebol (a bolsa paulista fecha às 15 horas) influenciou os negócios. Isso porque muitos investidores preferiram se desfazer

de ações para evitar perdas se alguma notícia ruim derrubar os mercados externos, que têm dia normal nesta terça-feira. A queda do volume refletiu também a proximidade do feriado de quinta-feira. "Praticamente não há mercado nesta semana", disse um operador. Bolsas — As quedas das bolsas americanas, afetadas por mais declarações de um dirigente do Federal Reserve (Fed, o banco central do país) a respeito de preocupação com a inflação, também empurraram a Bovespa para baixo. Na Bolsa de Valores de Nova York, o índice Dow Jones fechou em queda de 0,91% e o Nasdaq perdeu 2,05%. As baixas foram generalizadas na Europa.

Com o resultado de ontem, a Bovespa quase zerou o ganho que acumulava no ano, que no início de maio atingia 25%. Câmbio — O dólar comercial encerrou os negócios cotado a R$ 2,2870 para compra e a R$ 2,2890 para venda, com alta de 1,28%. O movimento foi impulsionado por remessas de recursos para o exterior e pelo cenário internacional desfavorável. De acordo com analistas de mercado, o volume de negócios — em torno de R$ 825 milhões — foi baixo em relação à média, e as saídas de recursos acabaram pressionando as cotações. A combinação de Copa do Mundo com o feriado também foi responsável pela diminuição do giro. (Agências)

Santos: à procura de camiseta

Cornetas e apitos, tudo para chamar a atenção do consumidor

Eletroeletrônicos crescem 7,6%

L

evantamento preliminar da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) divulgado ontem mostra que as vendas do setor cresceram à taxa média de 7,61% no primeiro trimestre, puxadas pela linha de aparelhos de imagem e som, com crescimento de 18%, e linha

branca (geladeiras, fogões, e outros), com alta de 7,84%. Os maiores índices de avanço foram dos televisores e aparelhos de DVD, com, respectivamente, 43,75% e 26,24%. Para o presidente da Eletros, Paulo Saab, "o crescimento da demanda para imagem e som é estimulado por Copa do Mundo, queda no preço dos produ-

tos, aumento da renda das classes C e D e maior oferta de crédito, além do apelo das novas tecnologias no setor". Quanto à linha branca, as vendas de refrigeradores e fogões cresceram a taxas de 12,61% e 8,49% respectivamente, enquanto freezers verticais e horizontais tiveram alta de 51,61% e 8,29%. (AE)


Ano 81 - Nº 22.147

São Paulo, terça-feira 13 de junho de 2006

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Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h30

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

ENTRAMOS EM CAMPO! A hora da verdade começa às 16 h, com o mundo de olho no Brasil. Nossa Seleção já foi até comparada aos Beatles, tão assediada pela imprensa e torcedores. Esse favoritismo pesa sobre os jogadores. Copa: Eco/1; Cidades/1; Copa/3 e 4 Vista seu computador com esta camiseta: www.dcomercio.com.br

Marcos Fernandes/LUZ

PARREIRA: "QUEREM DESESTABILIZAR O BRASIL" HOJE Parcialmente nublado Máxima 22º C. Mínima 13º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 13º C.

DC

Esta foi a reação do técnico, ao saber que a Promotoria de Roma pediu a prisão de Cafu, por uso de documentos falsos para tirar passaporte italiano. O jogador se diz inocente. Copa/3

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

Para muita gente, o 1 a 0 foi ruim, mas a gente fez o podia fazer." Cafu

Flavio Florido/Folha Imagem

Eu estou me preparando para jogar sempre, mas torço por quem joga." Robinho Vanderlei Almeida/AFP

Em seu centésimo jogo pela Seleção, o centroavante Ronaldo foi vaiado pela torcida brasileira ao ser substituído por Robinho, mas Parreira já decidiu que ele jogará contra a Austrália no domingo

VOLTA, RONALDO! P

ela primeira vez na carreira, o artilheiro da Seleção, justamente em seu 100º jogo, ouviu vaias dos torcedores brasileiros. A torcida quer que ele volte para casa ou, pelo menos, volte a jogar o futebol que lhe vale o apelido de Fenômeno. Carlos Alberto Parreira, no entanto, tem outros planos para Ronaldo, que voltará a campo, domingo, contra os australianos. Parreira teve de trabalhar dentro fora de campo no Estádio Olímpico de Berlim. Durante o jogo, aos 24 minutos do segundo tempo, substituiu o sonolento Ronaldo por Robinho. Depois, na frente dos jornalistas, jogou na defesa de seus jogadores diante das críticas à atuação medíocre contra os croatas, procurando valorizar o resultado, que considerou importantíssimo para a Seleção: "A vitória foi um resultado excepcional, mas é claro que podemos melhorar muito e vamos melhorar já contra a Austrália." Feita a promessa, sem que ninguém lhe perguntasse, fez questão de anunciar: "Ronaldo está escalado. Vai começar jogando. Precisa ganhar ritmo e começa como titular. Robinho fica no banco. Está tudo dentro do planejado." Minutos antes de Parreira entrar na sala de entrevistas, Kaká - eleito pela Fifa o craque do jogo - tinha dado uma declaração surpreendente: "Queremos que o Ronaldo se movimente mais." A resposta foi repetida para Parreira, que comentou: "Ronaldo ainda não está no melhor de sua forma. Também a Seleção não está 100%. Nem poderia. Acho que estamos 60, 70%. Ronaldo vem de uma fase de recuperação, de uma série de problemas físicos, é natural que demonstre falta de ritmo, mas continuamos confiando muito nele."

Pawel Kopczynski/Reuters

Croácia aceita derrota e enche a bola do Brasil

"C

Kaká, destaque do jogo, quer que Ronaldo se movimente mais. Niko Kovac, craque croata, saiu contundido

FRançois-XAvier Marit/AFP

Paulo Whitaker/Reuters

ontra o Brasil basta um erro para se perder o jogo, e foi isso que aconteceu, mas estou orgulhoso de meus jogadores" - disse o técnico croata Zlatko Kranjcar, na entrevista coletiva. "Perdemos, mas pelo que fizemos no segundo tempo não merecíamos este resultado. Perdemos por um grande gol de Kaká." O volante Tudor, destacado pelos observadores da Fifa como melhor jogador croata na partida, parece concordar com o treinador: "O resultado não mostra o que foi a partida e, depois desta atuação, estou muito esperançoso de nossa classificação." Jurica Vranjes, seu companheiro de meio-de-campo, fez questão de encher a bola da Seleção Brasileira: continua sendo . "Não jogamos tão mal, mas o Brasil é o melhor time do mundo e o grande favorito para ganhar a Copa do Mundo." A maior preocupação dos croatas agora é a recuperação de Nico Kovac, a grande estrela do time, que saiu de campo lesionado ainda no primeiro tempo. O técnico Zlatko Kranjcar espera que a contusão não tenha sido grave e que possa contar com o meio-campista para as outras partidas da primeira fase. "Nossos jogos mais importantes são contra Japão e Austrália, pois o Brasil é uma equipe que está em um nível distinto de todas as outras. Quero contar com todos os meus titulares para estas duas partidas", concluiu. O técnico Zlatko Kranjcar gostou da atuação de seu time e o volante Tudor já sonha com a classificação


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

RESENHA

NACIONAL

NOVO ELEITOR, NOVA CAMPANHA

Na eleição teremos uma nova realidade, cujos contornos apareceram na surpreendente derrota do desarmamento formadores de opinião durante anos. Na eleição de outubro teremos uma nova realidade cujos contornos apareceram na surpreendente derrota da campanha do desarmamento, em outubro do ano passado. De forma equivocada, acreditei que os artistas da Rede Globo e demais formadores de opinião conseguiriam convencer a população a votar “sim”. Engano. O povo votou maciçamente contra o desarmamento por desconfiar da capacidade da polícia de protegê-los. Foi o grito de independência do eleitorado inculto e pobre do país. O resultado foi surpreendente: 63,94% dos votos a favor da venda de armas e apenas 36,06% contra. Não houve um estado sequer onde a proibição de vendas de armas tenha vencido. O mesmo se passou no episódio do “mensalão”.

O butim da corriola ROBERTO FENDT

S

e eu digo que gosto mais de carne que de peixe, e se peixe e carne custam mais ou menos a mesma coisa, então eu devo comprar (e consumir) mais carne que peixe. Diga eu o que disser, minha prioridade é revelada pelos meus gastos. O resto é conversa fiada. O presidente Lula condenou a invasão da Câmara dos Deputados pelo MLST. Por coerência, deve também ter condenado a invasão, em abril do ano passado, do Ministério da Fazenda - pelos mesmos arruaceiros. O problema com o senhor presidente é que nem sempre o que ele diz, ele faz. Graças a iniciativas como as do site Contas Abertas podemos facilmente ver se à condenação verbal correspondeu a condenação financeira. Infelizmente, o que se disse não correspondeu ao que se fez. Que condenação é essa ao senhor Bruno Maranhão e seus asseclas se esse mesmo senhor até a invasão da Câmara, alto dirigente do PT - é o signatário de três de quatro convênios firmados entre o governo federal e a Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária (Anara)? Como explicar que essa entidade tenha recebido R$ 5,6 milhões de recursos do contribuinte para custear badernas? A questão, infelizmente, não se resume à Anara. O Ministério do Desenvolvimento Agrário tem destinado neste governo, como fazia no governo anterior, expressivo volume de recursos para instituições privadas sem fins lucrativos. Em 2001 e 2002, R$ 109 milhões, entre 2003 e 2005 (portanto, no atual governo), R$ 493 milhões. Até maio deste ano, o total destinado a entidades privadas já atinge R$ 55 milhões. Um salto expressivo, já que a média do governo Lula nos três primeiros anos (R$ 164 milhões) é três vezes maior que a média dos últimos dois anos do governo FHC. Lula ou FHC, por que o governo transfere tanto dinheiro para "entidades privadas sem fins lucrativos" ligadas ao desenvolvimento agrário? Acaso o verdadeiro desenvolvimento

TRECHOS DO COMENTÁRIO DE MURILLO DE ARAGÃO NO SITE DA CONSULTORIA ARKO ADVICE WWW.ARKOADVICE.COM.BR

O povo está seguindo sua própria agenda

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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Auditado pela

ENTREVISTA Jair Soares

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Lula deveria ter sua popularidade demolida por conta da perda de apoios junto aos formadores de opinião. Não aconteceu. Até agora, o povo está julgando eleitoralmente Lula pelo seu desempenho econômico e pelo aumento da renda da população mais pobre. A opinião dos esclarecidos está tendo pouco peso. De acordo com última pesquisa realizada pelo Datafolha (23 e 24 de maio), Lula tem 60% das intenções de voto na região Nordeste, 48% das intenções de voto entre os eleitores que têm apenas o ensino fundamental e 49% dos votos entre aqueles que ganham até dois salários mínimos. Já Geraldo Alckmin (PSDB), vence Lula entre os eleitores que ganham mais de 10 salários mínimos (35% a 27%) e está tecnicamente empatado junto aos eleitores que têm curso superior (30% X 32%). É uma situação eleitoral nova. Tanto para Lula, que fará a campanha sem o apoio camarada da visão torta de muitos jornalistas, quanto para Alckmin, que não consegue emplacar o discurso da ética e da moralidade. Mesmo perdendo o respaldo de muitos, indignados com os episódios do mensalão, Lula tem o apoio dos sindicatos, de segmentos expressivos do empresariado e não encontra hostilidade de setores organizados. Assim, o presidente preserva apoios importantes.

agrário não está sendo feito por empresas privadas, plantando e vendendo nos mercados interno e internacional? Por que o ministério tem tanto dinheiro que se dá ao luxo de fazer esse volume de transferências, quando tantos programas típicos de governo estão à mingua? Estamos em meados em junho. Considerando os cinco primeiros meses, seria de esperar que o governo federal tivesse gasto aproximadamente 40% (5/12) do total autorizado com os programas constantes do orçamento da União. Não foi o que ocorreu. De fato, até 7 de junho o total gasto correspondeu a pouco mais de 27% do total. Como de hábito, o governo está contingenciando as despesas e gastando somente com os programas de maior retorno eleitoral.

C

onstam do Orçamento recursos da ordem de R$ 3,2 bilhões para redução nos custos de diversos corredores de transportes. Até 7 de junho, haviam sido gastos meros seis milhões de reais - isso mesmo, 0,25% (um quarto de um por cento) do autorizado no Orçamento. Sete dos nove programas não receberam um tostão até junho. Na outra ponta estão os programas de aliados ou voltados para a reeleição. Por exemplo, o Programa 0682 - Difusão da Cultura e da Imagem do Brasil no Exterior já gastou 38% do orçado, fazendo a festa e difundindo a imagem do ministro Gilberto Gil em vários países europeus. Na área do senhor Bruno Maranhão, a reforma agrária, já foram gastos 61% dos recursos da dotação orçamentária do Programa 0139 - Gestão da Política de Desenvolvimento Agrário. Com o Programa 1264 - Relações do Brasil com Estados Estrangeiros, voltado para apoiar os senhores Chávez, Morales et caterva, os gastos já chegam a 40% do orçado. Vamos de mal a pior se o governo nos arrocha com uma das maiores cargas tributárias do mundo e distribui o butim entre a corriola.

A prioridade do governo é revelada pelos gastos. O resto é conversa fiada.

O refino também é nosso LUIZ GONZAGA BERTELLI

Eduardo Nicolau/AE

derrota da campanha do desarmamento em 2005 e a elevada popularidade de Lula revelam uma nova realidade eleitoral. Até então, as elites intermediárias exerciam grande influência sobre o eleitorado menos esclarecido. Agora, o eleitorado menos esclarecido parece se guiar por sua própria agenda, diferentemente do que ocorria até 2002. A partir do apoio de jornalistas, profissionais liberais, acadêmicos e outros estratos da classe média que o apoiavam, Lula conseguiu vencer o preconceito que os pobres tinham de um presidente sem instrução. O “produto” Lula foi diligentemente vendido para a sociedade por

P

restes a alcançar a auto-suficiência na produção do petróleo extraído da Bacia de Campos (90%), com 1,9 milhão de barris diários, a Petrobras necessita cuidar da ampliação do refino a fim de atender ao mercado interno. Ademais, a nossa principal estatal precisa reformar as suas refinarias, onde exerce o monopólio, a fim de processar o petróleo pesado que extrai das plataformas marítimas. Em princípio, o óleo pesado tem menor valor comercial do que o óleo leve. Evidentemente, quanto mais for retirado do petróleo nacional por ocasião do refino, menores serão as nossas importações dos derivados. Em decorrência, haverá reflexos positivos na nossa balança comercial e benefícios ao consumidor interno, com a possibilidade de maior estabilidade dos preços. Ademais, diante da oferta do álcool combustível (cerca de 17 bilhões de litros em 2006) e do gás natural (GNV), existe, nos dias atuais, sobra de gasolina na indústria brasileira do refino, que está sendo exportada. Em face do dinamismo do mercado, a Petrobras terá que adequar o seu refino às necessidades do consumo, que continua crescendo acima do PIB. Em decorrência, a Nação continuará importando alguns derivados e exportando outros. Isto, não mudará com a decantada auto-suficiência na produção do petróleo. Recentemente, os técnicos da Petrobras desenvolveram um novo diesel, chamado H-Bio, resultado da mistura de 10% de óleo vegetal (soja, algodão, girassol, mamona, dendê e palma) no processamento das refinarias. O resultado é a obtenção de um produto com as mesmas características do diesel, extraído do petróleo, contudo muito menos poluidor. Um barril de diesel importado custa US$ 90, enquanto o equivalente de óleo de soja, produzido entre nós, sai a US$ 73. Nos últimos leilões

organizados pelo governo a Petrobras comprou o biodiesel por R$ 1,80/litro. Existe um mercado já assegurado para o produto e, a partir de 2007, a adição do biodiesel ao diesel convencional será obrigatória. Desta forma, há terras disponíveis para ampliar significativamente as culturas energéticas, como é o caso da cana-de-açúcar e grãos. O que difere o H-Bio do biodiesel é que o primeiro decorre da mistura com o petróleo no processo de refino e o segundo é adicionado ao diesel, após passar por um processo químico. Com isso, haverá a sensível melhoria da qualidade do diesel e redução dos poluentes dos motores, alimentados com o combustível, extraído do petróleo. No que tange aos benefícios sociais, o biodiesel e o H-bio vão aumentar as oportunidades de trabalho no campo e no processamento das oleaginosas.

C

om investimentos consideráveis (US$ 8 bilhões até 2010), a Petrobras deverá, em breve, ajustar as suas refinarias para processar o petróleo pesado, retirado dos seus próprios campos marítimos. Persiste, não obstante, a excessiva tributação dos combustíveis. Hoje, quase a metade do que o consumidor final paga pelo preço da gasolina, do álcool e do diesel, significa impostos estaduais ou federais. Nos países desenvolvidos, os energéticos limpos e renováveis são isentos de tributação, o que deveria acontecer no Brasil. Igualmente, a poluição atmosférica, decorrente da queima dos combustíveis derivados do petróleo, traz danos à saúde humana e aos ecossistemas, o que poderá ser mitigado com o maior emprego do álcool e do biodiesel. LUIZ GONZAGA BERTELLI É DIRETOR DA DIVISÃO DE ENERGIA DA FIESP E PRESIDENTE-EXECUTIVO DO CIEE

Q uanto mais for retirado no refino do petróleo, menores serão as importações.

DE MINISTRO oa entrevista concedeu à Veja o ministro Marco Aurélio Mello, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele repetiu o que já disse em diversas ocasiões. Sua intenção merece aplausos, pois ele quer a purificação – a palavra é dele – dos homens públicos, o que está longe de ser entrevisto pelos leitores, pelos observadores, pelos analistas e pelos próprios políticos. Deve-se reconhecer que houve um grande progresso no cenário eleitoral brasileiro depois das eleições de 1945 até as últimas, para a Presidência da República. Mas, como reconhece o ministro, há muito o que fazer para se aprimorar satisfatoriamente a legislação e a conduta dos candidatos; sem dúvida, todos desejosos de ser eleitos. Citei há dias o saboroso conto de Machado de Assis, A Sereníssima República, a falsa república das aranhas, na qual o paciente Cônego Vargas obteve bons resultados.

B

Quem entra numa pugna eleitoral entra para ganhar, ainda que seja para fazer acordo com o diabo.

emos tido várias legislações eleitorais, o próprio ministro faz referência a impunidade que existe e que a meu ver é difícil evitar. Mas de impunidades está cheio o Congresso, como a vida pública e, enfim, como estão cheios os vários domínios da sociedade. Embora o ministro insista em fazer elogio ao combate à impunidade, não vejo, infelizmente, realidade num mundo político. Quem entra numa pugna eleitoral entra para ganhar, ainda que seja para fazer acordo com o diabo e esse comportamento não está sendo impedido pela legislação vigente. O ministro mostra o progresso havido na legislação e no TSE, mas deve-se admitir que muito há o que fazer. A entrevista é boa, é positiva, é transparente, merece louvor, mas esperamos que possa ser cumprida e que não haja impunidade para o que a lei prescreve como crime eleitoral. É o que penso das palavras do ministro Marco Aurélio Mello.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

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Política

Apesar da liderança de Lula (32% no levantamento espontâneo contra 8% do tucano) ser expressiva, a metade ainda não tem candidato. Marco Antonio Guarita, diretor da CNI

GOVERNO LULA RECUPERA O ÍNDICE DE APROVAÇÃO QUE TINHA ANTES DA CRISE DO MENSALÃO.

LULA AMPLIA VANTAGEM SOBRE ALCKMIN

S

e as eleições fossem hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, venceria no 1º turno, com 48% dos votos. O candidato Geraldo Alckmin, do PSDB, teria 19% dos votos, revela a pesquisa CNI-Ibope, divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria. Com a saída de Anthony Garotinho da disputa eleitoral, o desempenho de Lula na simulação de intenção de voto estimulada melhorou em relação às pesquisas anteriores. Em dezembro de 2005, Lula tinha 32%. Esse percentual subiu para 43% em março de 2006 e atingiu 48% em junho. Geraldo Alckmin tinha 20% das intenções de voto em dezembro, caiu para 19% em março e manteve o mesmo percentual em junho. A senadora Heloísa Helena (PSol), que tinha 7% dos votos em dezembro de 2005, caiu para 5% em março e manteve o mesmo desempenho em junho. Os votos brancos e nulos atingiriam 12% e o número de eleitores que não sabiam em quem votar ou não quiseram opinar ficou em 12%. De acordo com a pesquisa CNI-Ibope, Lula é o candidato que tem o menor índice de rejeição. Entre os entrevistados, 28% disseram que não votariam nele de jeito nenhum. A rejeição a Geraldo Alckmin é de 34% e a de Heloísa Helena chega a 36%. Além disso, 69% dos eleitores dizem que conhecem bem o presidente Lula, enquanto que 20% disseram conhecer bem o tucano. Apenas 8% afirmaram que conhecem bem Heloísa Helena. Aprovação sobe – A avaliação do governo Lula apresentou um crescimento expressivo em relação a última pesquisa divulgada em março. O go-

verno foi considerado ótimo e bom por 44% dos entrevistados, ante 38% em março. A avaliação ruim e péssimo caiu de 22% para 19%, enquanto que a avaliação regular recuou de 39% para 36%. A aprovação ao governo Lula subiu de 55% em março para 60% em junho. Antes do mensalão – O documento destaca que o índice de aprovação do governo Lula está retornando ao nível observado antes do início das denúncias sobre o mensalão, em março de 2005. Naquela época, a aprovação ao governo chegava a 58%. A desaprovação ao governo Lula caiu de 39% em março para 34% em junho. A confiança no presidente subiu de 53% em março para 56% em junho, enquanto que o percentual dos que não confiam em Lula caiu de 43% para 39% no mesmo período. Simulação – Num hipotético, 2º turno, a pesquisa mostra que Lula venceria em qualquer dos cenários montados. Se a disputa fosse entre ele Alckmin, o presidente petista venceria com 53% dos votos enquanto o tucano teria 29% dos votos. Na simulação entre Lula e o senador do PMDB, Pedro Simon, o presidente teria 60% dos votos e Simon, 15%. Num terceiro cenário, em que o 2º turno seria disputado com a senadora Heloísa Helena, Lula ficaria com 57% dos votos e a senadora com 21%. A pesquisa CNI -Ibope foi realizada com 2.002 entrevistados em 143 municípios do País , entre os dias 5 e 7 de junho, quando ainda havia a possibilidade de o senador Pedro Simon sair como candidato à Presidência pelo PMDB. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. (Agências)

POR QUE ALCKMIN NÃO EMPLACA DE VEZ NAS PESQUISAS?

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Márcio Fernandes/AE

Chitãozinho, Alckmin e Serra assistem ao jogo do Brasil com a Croácia Ricardo Stuckert/Reuters

APROVAÇÃO DO GOVERNO CRESCE EM DIVERSAS ÁREAS

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segunda rodada do ano da pesquisa CNIIbope revela que houve melhora na avaliação da atuação do governo em quase todos os itens investigados. Em relação ao combate à fome e à pobreza, aumentou o percentual dos que aprovam a política do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: de 51%, na rodada de março, para 56% neste mês. Na área de economia, o destaque é para o combate à inflação, cuja aprovação cresceu de 41% para 48%. Mesmo com uma ligeira melhora, impostos, juros, segurança pública e combate ao desemprego permanecem como as áreas de maior desaprovação do governo. Impostos e juros– Segundo o levantamento da CNI-Ibope, cresceu a aprovação à política do governo Lula na área de impostos: de 23%, em março, para 26%, mas a desaprovação permanece altíssima, 65%. Em relação à taxa de juros, subiu de 26% para 32% o percentual dos que aprovam a política de juros do governo, mas 57% dos entrevistados a desaprovam. No combate ao desemprego, o governo Lula recebeu a aprovação de 42% dos entrevistados contra 38%, da pesquisa anterior. Em relação às ações do governo na área da segurança

pública, caiu a desaprovação dos brasileiros de 63%, no levantamento de março, para 61% agora. Segurança – Por conta dos episódios recentes de violência em São Paulo, a pesquisa CNI-Ibope incluiu mais duas perguntas sobre os problemas de segurança pública. Uma delas foi sobre a avaliação da situação atual do setor. O resultado: 50% dos entrevistados disseram que nos últimos anos piorou o quadro de segurança pública no País. Para 34%, o cenário é o mesmo. Questionados sobre quem é o responsável pela segurança pública no País, 36% dos entrevistados apontam em primeiro lugar o governo federal, 20% indicam os governos estaduais e 14%, as prefeituras. Prioridades mudam – A repercussão dos ataques de uma facção criminosa em São Paulo alterou a agenda de prioridades da população para o próximo presidente. As menções sobre o combate ao crime organizado e à violência cresceram de 24%, na pesquisa anterior, para 32%. Apesar de ter caído cinco pontos, o tema principal da agenda ainda continua a ser a geração de empregos, apontada por 53% dos entrevistados, seguido por citações a investimentos em saúde e educação. (AOG)

Dona Marisa e Lula comemoram o gol do Brasil feito por Kaká

FESTA POR UM GOL Os principais candidatos ao Planalto, inclusive o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pegaram carona na estréia do Brasil na Copa do Mundo para tentar atrair a simpatia até de torcedores. Lula, que reclamou do desempenho da seleção, assistiu ao jogo no Palácio da Alvorada com Dona Marisa. Antes do jogo, ele se encontrou com o presidente do Peru, Alan Garcia, que declarou-se seguro da reeleição do petista. Em São Paulo, o candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, também aproveitou a Copa para atrair atenção. Ao lado do cantor Chitãozinho e de José Serra, pré-candidato tucano ao governo paulista, assistiu à partida numa churrascaria. Entre os presidenciáveis, até Evaristo SA/AFP

O encontro de Alan Garcia e Lula

a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) reuniu o partido para ver a seleção. O candidato do PT, senador Aloizio Mercadante, preferiu ver o jogo numa quadra na favela de Heliópolis. (AE)

pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) identificou que a maior dificuldade da candidatura do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República é o desconhecimento do nome dele pelo eleitorado. Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato à reeleição, é conhecido por quase todos os eleitores (95%) e tem mais exposição na mídia (51%), Alckmin segue em desvantagem. A sondagem, realizada entre os dias 5 e 7 de junho, mostrou que ele é conhecido por 53% dos entrevistados: 20% o conhecem bem e 33% um pouco. Outros 31% conhecem Alckmin só de ouvir falar o nome e 15% nunca ouviram falar dele. Já Lula é bem conhecido por 69% e conhecido um pouco por 26%. Só 4% disseram que o conhecem apenas de nome. Na avaliação dos coordenadores do levantamento, feito antes da invasão da Câmara dos Deputados pelo Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), o quadro eleitoral poderá ser mais equilibrado a partir do momento em que Alckmin ficar mais famoso. É essa a expectativa do candidato do PSDB e dos políticos do partido e do PFL. Eles acreditam que, quando a campanha começar, efetivamente, Alckmin tende a melhorar o desempenho nas pesquisas, pois terá mais visibilidade e condições de ampliar a divul-

gação de seu nome e propostas. Mesmo entre os eleitores que conhecem o tucano, Lula tem votos: 42% disseram votar no petista e 43% em Alckmin, 9% votam nulo ou em branco e 6% não sabem. A exemplo das sondagens anteriores de outros institutos, Lula continua com a preferência do eleitorado (48%), podendo ser eleito no 1º turno. Apesar de não ter assumido oficialmente a candidatura à reeleição, ele esteve mais presente nos meios de comunicação – exposição que gerou sucessivas ações na Justiça Eleitoral por parte de tucanos e pefelistas. Dos entrevistados, 51% disseram que Lula aparece com mais freqüência e 22% registraram que Alckmin apareceu mais. Indecisos – O diretor da CNI, Marco Antonio Guarita, destaca que quase a metade do eleitorado ainda não sabe em quem votar na pesquisa espontânea, um total de 46%. "Apesar da liderança de Lula (que obteve 32% no levantamento espontâneo, contra 8% do tucano) ser expressiva, a metade ainda não tem candidato", disse. Na avaliação dele, isso também deve contribuir para que Alckmin continue em situação desfavorável. O diretor da CNI ressaltou também que, pela primeira vez desde o escândalo do 'mensalão', a avaliação positiva do governo Lula chegou a um patamar semelhante a 2003, quando ele assumiu a Presidência, com 44%. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Congresso Planalto Eleições CPI

quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

TSE EXIGE QUE LULA PRESTE CONTAS DE PUBLICIDADE

O esvaziamento era esperado, mas não se pode dispensar senadores em função da Copa do Mundo. Senador Renan Calheiros

Dida Sampaio/AE

TSE: NOVAS DATAS PARA CANDIDATOS. Tribunal

Superior Eleitoral vota hoje o novo calendári o eleitora l

O

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) votará hoje o novo calendário eleitoral. A medida é necessária para atualizar os prazos previstos no calendário anterior e que foram modificados a partir da aprovação da Lei 11.300. Esta lei, conhecida como minirreforma eleitoral, foi sancionada em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ocorre que a nova lei trouxe algumas modificações não previstas anteriormente e agora precisa ser atualizada. Determinava, por exemplo, um prazo para os partidos definirem a localização de outdoors de campanha. Só que a nova lei proíbe completamente a utilização desse tipo de publicidade por parte de candidatos ou partidos políticos.

Atualização– Além disso, o calendário anterior dava o prazo de 1º de agosto para os candidatos que fossem radialistas abandonarem seus cargos nas emissoras de rádio. Só que com a minirreforma, a norma é em vigor é que eles devem deixar de trabalhar logo após a oficialização da candidatura nas convenções partidárias. O ministro do TSE, José Gerardo Grossi, afirmou ontem que em caso de conflito o que deve prevalecer é a nova lei. "Todos os dispositivos da lei 11.300 que foram aprovados pelo TSE passaram a valer", disse. "Se, eventualmente, a lei 11.300 tiver datas que entrem em conflito com as datas anteriores estabelecidas pelo TSE, vale a nova lei", explicou. Ontem, o ministro Carlos Ayres Britto, do TSE, determi-

nou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifeste num prazo de cinco dias úteis sobre um pedido do PSDB e do PFL para que o Executivo informe quanto gastou em publicidade institucional nos últimos três anos. Publicidade – Os partidos de oposição reclamam que nos últimos meses o governo está abusando do uso de publicidades institucionais. Querem que os dados sejam revelados para verificar se o Executivo gastou mais neste ano, que é eleitoral. No pedido, as siglas demonstram a preocupação de que o governo tenha supostamente ultrapassado o limite do uso da propaganda oficial neste ano. Coincidência ou não, chegaram nesta semana ao TSE pedidos de órgãos do governo federal para que sejam autorizadas as veiculações de publicidades institucionais da Embrapa, da Eletrosul e do Ministério da Educação. PFL– Em outra decisão divulgada ontem pelo TSE, o ministro Marcelo Ribeiro concedeu uma liminar a pedido do PT para proibir o PFL de exibir em seu site na internet uma propaganda que traz a seguinte frase: "Chega de corrupção! Em 2006, Lula não!". O ministro concluiu numa análise preliminar que trata-se de uma propaganda eleitoral antecipada e negativa. (Agências)

FABRICANTES DE BRINDES VÃO AO STF

A

ssociação Nacional das Indústrias de Bonés, Brindes e Similares (Anibb) entrou, por meio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo é que obter sentença pela inconstitucionalidade da Lei 11.300/2006, que proibiu a distribuição de brindes por candidatos e partidos políticos durante a campanha deste ano. "Se houver a reversão, vamos conseguir recuperar no máximo 70%", disse o presidente da Anibb, Valdenilson Domingos da Costa. O setor vinha se preparando desde o início do ano para um aumento que poderia chegar a 50% nas vendas, em razão do período eleitoral. Um faturamento que, em Apucarana, no norte do Paraná, conhecida como a Capital do Boné, deveria ser de R$ 15 milhões. A decisão de restringir os brindes nas campanhas eleitorais esquentou a cabeça de todos.

"Foram feitos investimentos e agora estamos ferrados, como os agricultores". Na Adin, a associação argumenta que a Constituição Federal prevê que qualquer lei alterando o processo eleitoral somente pode entrar em vigor no ano seguinte à aprovação. "Mas deram um jeitinho para validá-la porque é importante para eles (políticos)", criticou o presidente da Anibb. "Jogaram a Constituição fora." Segundo o presidente da entidade, a dificuldade imediata é para as pequenas fábricas, visto que os produtos encomendados para as campanhas políticas são mais simples. "Mas eles vão correr atrás do mercado e começa a concorrência predatória, dificultando para todos", afirmou Domingos da Costa. A previsão era de que, apenas em Apucarana, fossem fabricados 8 mil bonés a mais por mês. Sem isso, possíveis 5 mil novos postos de trabalho não foram abertos na cidade. (AE)

Eymar Mascaro

Preto no branco

O

Aldo: após trabalho, jogo em casa.

EM DIA DE JOGO, POUCAS VOTAÇÕES.

S

ob a ameaça de corte de ponto, a Câmara e o Senado reuniram quórum suficiente para realizarem sessões ontem, apesar do jogo de estréia da seleção brasileira na Copa do Mundo. Mesmo assim, a presença dos parlamentares não resultou em nenhum avanço nos trabalhos do Congresso Nacional. Por falta de acordo em relação à votação de seis medidas provisórias a pauta do Senado, com 25 itens à espera de apreciação, continua trancada. A sessão, da qual participaram 34 senadores, foi adiada para a tarde de hoje, mas a possibilidade de acerto entre as bancadas sobre a liberação das votações é mínima. A tendência é que o plenário esteja ainda mais esvaziado em função do feriado de Corpus Christi, amanhã. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), manteve a promessa feita na semana passada e reafirmou o corte de ponto dos senadores faltosos. "Isso (o corte de ponto) é automático. O esvaziamento era esperado, mas não se pode dispensar senadores em função da Copa do Mundo", disse Renan a jornalistas. Ontem, as duas medidas provisórias que trancam a pauta não foram votadas. São duas: a MP 284, que amplia a formalização do emprego doméstico no País, e a MP 286, que abre crédito extraordinário para os Ministérios da Justiça, da Previdência Social e do Esporte. O Senado tem ainda marcado para hoje a leitura de requerimento que cria a CPMI dos Sanguessugas, que vai investigar o superfaturamento, com auxílio de parlamentares, na compra de ambulâncias para municípios (leia mais na pág. 5). Câmara – Na Câmara, os deputados aprovaram em votação simbólica projeto de lei de conversão do Senado à MP 285/06. O projeto, relatado pelo deputado Eunício Oliveira (PMDBCE), estabelece condições diferenciadas para renegociação de dívidas agrícolas, prevê financiamento de safras e outros benefícios para agricultores. Também foi aprovado requerimento que prorrogou por mais 90 dias a tramitação do processo de cassação do ex-líder do PP, José Janene (PR) na Câmara (leia mais na pág. 5). Outras duas matérias que estavam previstas para apreciação dos deputados, a MP 291/06, que autoriza o reajuste de 5% nos benefícios previdenciários dos segurados que ganham mais de um salário mínimo; e a MP 202/06, que modifica dispositivos legais relacionados aos imóveis da União; deverão voltar à pauta na sessão de hoje. Sobre a presença de 275 deputados na Casa em dia de jogo do Brasil, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), evitou comemorações. "A Câmara não fez nada além de sua obrigação", disse o presidente que também na semana passada prometeu cortar o ponto dos deputados que se ausentassem em dias de jogos. (AG)

governador Aécio Neves (MG) e o ex-prefeito José Serra (SP) aplaudiram a decisão de Geraldo Alckmin de apoiar a emenda constitucional que acaba com a reeleição. Os dois são candidatíssimos às eleições presidenciais em 2010 e admitem que se a reeleição não acabar, Alckmin pode ser tentado a pleitear nova candidatura daqui a quatro anos. Aécio Neves e José Serra devem pleitear a candidatura a presidente em 2010 como governadores eleitos de Minas e São Paulo. Os dois são favoritos nas pesquisas: Aécio tem mais de 70% de aprovação popular e Serra pode se eleger ainda no 1º turno, com mais de 50% dos votos. É natural, portanto, que ambos se coloquem à disposição do PSDB para ocupar o Palácio do Planalto. Alckmin ensaiou, há meses, apoiar o fim da reeleição mas, depois, o assunto caiu no esquecimento. E ontem, negou que esteja sofrendo pressão dos colegas. A emenda constitucional que acaba com a reeleição recomeça a ser trabalhada no Congresso em 2007.

COMO VEIO

PERDA

A emenda constitucional que implantou a reeleição foi aprovada pelo Congresso Nacional em 1997 em meio a um bombardeio de denúncias de que o governo do PSDB estaria comprando votos de deputados. O principal articulador para aprovação da emenda foi o ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta.

O PT já perdeu para o PSDB o apoio do PPS. Por decisão do presidente Roberto Freire, o PPS decidiu apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin. Em tempo: em 2002, o PPS apoiou Lula e fez oposição a José Serra.

NÍVEIS A emenda constitucional que vai correr pauta a partir do ano que vem prevê também o fim da reeleição de prefeito e governador. As bancadas do PT na Câmara e no Senado estão dispostos a aprová-la. Para os parlamentares tanto faz se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganha ou perde a eleição.

COMO SERÁ Alckmin comenta que o fim da reeleição constará de um projeto de reforma política que pretende enviar ao Congresso caso seja eleito. Além disso, o candidato promete incluir no projeto a volta da fidelidade partidária para acabar com a farra da troca de partidos após as eleições.

COLIGAÇÃO A cúpula do PSB já teria comunicado a Lula que não vai se coligar com o PT para apoiar formalmente sua candidatura à reeleição. O partido admite que precisa ficar solto para composições nos Estados.

BARREIRA O PSB está preocupado em atingir o mínimo de 5% dos votos nos Estados para cumprir a exigência da cláusula de barreira e continuar com registro no TSE. Só com o registro na Justiça Eleitoral o partido pode continuar recebendo recursos do Fundo Partidário e a ter direito a tempo de campanha na TV.

OBSTÁCULO Na hipótese de recuar e voltar a querer se coligar com o PT, a cúpula do PSB terá de enfrentar alguns problemas. Em São Paulo, o PSB vai apoiar a candidatura de Serra a governador. E a deputada Luiza Erundina não aceita se recompor com o PT.

RISCO Quem também ameaça não se coligar com o PT é o PC do B, pelo mesmo motivo: a cláusula de barreira. Mas, os comunistas ainda não trataram do problema com os líderes do PT. Se esses dois partidos não se coligarem, Lula perderá alguns minutos preciosos de campanha na televisão.

O PPS chegou a participar do ministério de Lula.

AMEAÇA O senador Jefferson Peres (AM), que abriu mão de sua pré-candidatura presidencial, adverte a direção do seu partido que o PDT pode não eleger nenhum deputado federal no Amazonas, se Cristovam Buarque sair candidato ao Planalto. Jefferson advoga a tese de que o partido deve ficar livre para composições nos Estados.

CONVENÇÃO Como o partido não terá candidato a presidente, por decisão da Executiva, o PMDB não deve realizar sua convenção, no dia 29. O partido sai do processo rachado entre Lula e Alckmin. Mas, o cálculo dos governistas é o de que mais 20 diretórios estaduais venham a apoiar o petista.

TENTATIVA Mesmo com a decisão da Executiva, alguns peemedebistas ainda sonham em realizar a convenção no dia 22, respaldados por uma liminar da Justiça. O certo, no entanto, é que o partido não terá candidato e ficará livre nos Estados.

POPULISMO Os governistas do PMDB pretendem promover um ato público de apoio à reeleição de Lula. A manifestação se daria no dia 24, data da convenção do PT que oficializará a candidatura de Lula. Nessa data, os governistas revelariam os diretórios estaduais que apóiam o petista.

ASSESSORIA O jornalista Florestan Fernandes Jr. não será mais o coordenador de comunicação da campanha da candidatura de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo. Florestan foi convidado pelo candidato para conduzir a campanha na área de comunicação, mas abdicou do convite.


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0,31

por cento foi a alta do dólar comercial ontem. A moeda norte-americana fechou a R$ 2,297 para a venda.

13/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 09/06/2006 09/06/2006 09/06/2006 09/06/2006 09/06/2006

P.L. do Fundo 5.561.137,43 1.326.387,07 5.554.254,96 3.559.437,69 1.042.904,86

Valor da Cota Subordinada 1.093,780873 1.030,457039 987,788460 1.046,046827 1.013,151366

% rent.-mês 0,6278 0,5113 -7,6581 1,2356 1,1521

% ano 11,9563 3,0457 -1,2212 4,6047 1,3151

Valor da Cota Sênior 0 1.042,116953 1.051,087131 0 0

% rent. - mês 0,3989 0,4383 -

% ano 4,2117 5,1087 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

Congresso Planalto Corr upção CPI

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PF INVESTIGA CAIXA 2 NA CAMPANHA DO SENADOR AZEREDO

É claro que ficamos frustrados com as absolvições. Mas o MP lavou nossa alma quando indiciou todos os envolvidos. Deputado Ricardo Izar

CONSELHO APROVA A CASSAÇÃO DO MANDATO DO DEPUTADO JANENE. CÂMARA DEVE VOTAR CASO EM JULHO. Dida Sampaio/AE

SANGUESSUGA: DOS 48 PRESOS SÓ 21 AINDA ESTÃO DETIDOS.

PF QUER OUVIR 80 PESSOAS SOBRE 0 CAIXA 2 TUCANO

Dos 48 presos em maio na Operação Sanguessuga apenas 21 continuam detidos em Cuiabá e 10 foragidos. Por meio de liminares concedidas pela 3ª turma do Tribunal Regional Federal (TRF), da 1ª região, a maioria dos denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) vai responder ao processo em liberdade. Dos 81 acusados, o juiz da 2ª vara federal em Mato Grosso, Jefferson Schneider, acolheu denúncia contra 29. A quadrilha formada por exparlamentares, assessores, empresários e funcionários do Ministério da Saúde é acusada de vender ambulâncias superfaturadas por meio de licitações fraudadas para prefeituras de oito Estados. O rombo aos cofres públicos foi de R$ 110 milhões do Orçamento Geral da União. Os ex-deputados Ronivon Santiago (PP-AC), Carlos Rodrigues (PL-RJ), o assessor do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), Marcelo Cardoso de Carvalho, o ex-chefe de gabinete do deputado Eduardo Seabra (PTB-AP), Pedro Braga de Souza Júnior, são alguns dos acusados que vão responder ao processo em liberdade. Em nota sobre hábeas corpus obtidos por dez denunciados, a assessoria de imprensa do Tribunal Regional Federal informa que o relator, desembargador Cândido Ribeiro, acredita que "não há demonstração de que, soltos, os acusados reincidiriam no ato delituoso ou ofereceriam ameaça à ordem pública. (AE)

Com o fim das investigações sobre a fase mais complicada do inquérito do mensalão, a Polícia Federal está se preparando para intimar nos próximos dias cerca de 80 políticos, funcionários públicos e empresários acusados de envolvimento com o suposto caixa 2 da campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas Gerais em 1998. Depois de analisar o caso por três meses, o procurador-geral da República Antônio Fernando devolveu o inquérito à PF e pediu novas diligências para aprofundar as investigações. As 80 pessoas devem ser ouvidas a partir da próxima segunda-feira. A polícia suspeita que o caixa 2 foi abastecido com recursos de estatais mineiras e de empreiteiras. Documentos recolhidos pela PF no fim do ano passado indicam que a campanha de Azeredo teria movimentado cerca de R$ 100 milhões sem declarar à Justiça Eleitoral e à Receita Federal. A polícia está com um relatório de despesas assinado por Cláudio Mourão, ex-tesoureiro da campanha de Azeredo. O dossiê informa que boa parte dos recursos foi transferida para financiar campanhas de deputados e vereadores, aliados do senador tucano. Pelas informações já colhidas pela polícia, o suposto caixa 2 teve a participação também do empresário Marcos Valério, denunciado como um dos principais operadores do caixa 2 petista no inquérito do mensalão. (AG)

Os deputados Jairo Carneiro, relator do parecer, e Ricardo Izar, presidente do Conselho de Ética, na votação sobre o processo de José Janene (PP).

0 ÚLTIMO MENSALEIRO

O

Conselho de Ética da Câmara aprovou ontem, por 12 votos a favor, uma abstenção e nenhum voto contra, o parecer do relator Jairo Carneiro (PFL-BA) que recomenda a cassação do deputado José Janene (PP-PR). Com isso, ele será o último dos 19 acusados de receber dinheiro do esquema do mensalão a ir a julgamento na Câmara. Apenas três parlamentares tiveram o mandato cassado. Onze foram absolvidos e quatro renunciaram. O Plenário aprovou ontem o requerimento do Conselho que pede a prorrogação por 90 dias do prazo para a conclusão do processo contra Janene. O presidente do Conselho, Ricardo Izar

(PTB-SP) disse que o processo tista Delúbio Soares para abasdeve ser votado na Câmara na tecer partidos governistas. O deputado reconhece apeprimeira quinzena de julho. "É claro que ficamos frustra- nas o recebimento de R$ 700 mil, que diz terem dos com as absolvisido usados para ções, houve uma in- José Cruz/ABr/07-2005 pagar o advogado dignação dos membros do Conselho. do PP Paulo Goyaz, na defesa Mas o Ministério Público lavou nossa do deputado cassado Ronivon Santiaalma quando indiciou todos os envolgo (AC). Janene diz que o dinheiro não vidos", disse Izar, foi declarado à Jusdepois da sessão. tiça Eleitoral porEx-líder do PP, Jaque o PT jamais nene (foto) foi condenado por ter recebido, por apresentou documentos atesmeio de seu assessor João Clau- tando a origem dos recursos. dio Genu, R$ 4,1 milhões do "vaPara o relator, o valor recebilerioduto", esquema de caixa 2 do "não tem relevância" e não almontado pelo empresário Mar- tera a convicção da existência do cos Valério e o ex-tesoureiro pe- "valerioduto" e do mensalão.

Afastado da Câmara desde outubro graças a uma licença médica, Janene, que sofre de uma doença no coração, tentou de todas as formas evitar o andamento do processo, com o argumento de que não tinha condições de prestar depoimento. Chegou a pedir aposentadoria, que foi negada. O advogado de Janene, José Rollemberg, representou o deputado na sessão de ontem. Ele anunciou que vai recorrer contra a decisão à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, se preciso, ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Houve cerceamento de defesa." O processo foi o mais longo dos 19: foi votado quase oito meses após ter sido instalado. (Agências)


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BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. CNPJ/MF Nº 01.858.774/0001-10 - NIRE Nº 35.300.150.082 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, REALIZADA EM 5 DE JUNHO DE 2006 I. DATA, HORÁRIO E LOCAL - Dia 5 de junho de 2006, às 10:00 h., na sede social da Companhia, localizada na Cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, na Rua Amazonas, 439, 1º andar, Centro. II. PRESENÇA - Acionistas representando a totalidade do capital social, ficando dispensados, conseqüentemente, os Editais de Convocação, de acordo com o parágrafo 4° do artigo 124 da Lei 6.404/76. III. MESA DIRIGENTE - Wilson Masao Kuzuhara, Presidente; Milton Roberto Pereira, Secretário. IV. DELIBERAÇÕES - Por unanimidade, foi aprovada a emissão pública das Debêntures a seguir caracterizadas, ficando autorizados os Diretores a proceder ao respectivo registro perante a Comissão de Valores Mobiliários, bem como contratar quaisquer serviços, inclusive instituições financeiras para a colocação das debêntures, e assinar quaisquer documentos ou aditamentos, inclusive a escritura de emissão, delegando-se ao Conselho de Administração a competência para proceder a eventuais alterações e ajustes nas condições de emissão das debêntures, nos termos do artigo 59, da Lei n.º 6.404/76: - 1. - CARACTERÍSTICAS DA OFERTA - 1.1 - Colocação. As Debêntures serão objeto de distribuição pública (“Oferta”), sob o regime de garantia firme para as Debêntures da Primeira Série e para as Debêntures da Segunda Série e regime de melhores esforços para as Debêntures da Terceira Série, com intermediação de instituições financeiras integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, não existindo reservas antecipadas, lotes mínimos ou máximos, devendo a Oferta ser efetivada de acordo com o resultado do Procedimento de Bookbuilding (conforme definido abaixo). A Oferta será realizada ainda que somente sejam colocadas as Debêntures da Primeira Série e as Debêntures da Segunda Série. - 1.2 Coletas de intenções de investimento (bookbuilding). Será adotado o procedimento de bookbuilding, organizado pela instituição líder da Oferta (“Coordenador Líder”), por meio da coleta de intenções de investimento, nos termos dos parágrafos 1º e 2º do artigo 23 e do artigo 44 da Instrução CVM n.º 400/03, sem recebimento de reservas, sem lotes mínimos ou máximos, para a definição da existência das Debêntures da Primeira Série e das Debêntures da Segunda Série e, tendo sido confirmada a existência das Debêntures da Primeira Série e das Debêntures da Segunda Série, para (em conjunto, “Procedimento de Bookbuilding”): - I. - a definição da quantidade de Debêntures da Primeira Série e/ou de Debêntures da Segunda Série, observado que o somatório das Debêntures da Primeira Série e das Debêntures da Segunda Série não poderia exceder R$1.000.000.000,00 (um bilhão de reais) e nem 100.000 (cem mil) Debêntures (sem considerar as Debêntures Suplementares e as Debêntures Adicionais (conforme definidos abaixo)); e - II. - a definição da Remuneração do Primeiro Período da Primeira Série (conforme definido abaixo), e/ou a definição dos Juros Remuneratórios da Segunda Série (conforme definido abaixo). - 1.2.1 - O resultado do Procedimento de Bookbuilding será ratificado pela assembléia geral ou pelo conselho de administração da Companhia e será divulgado nos termos do parágrafo 2º do artigo 23 da Instrução CVM n.º 400/03). - 1.3 - Prazo de subscrição. Respeitadas (i) a concessão do registro da Oferta pela CVM; (ii) a publicação do anúncio de início da Oferta (“Anúncio de Início”); e (iii) a disponibilização do prospecto definitivo da Oferta (“Prospecto Definitivo”) aos investidores, as Debêntures serão subscritas, a qualquer tempo, em até 6 (seis) meses contados da data da publicação do Anúncio de Início. - 1.4 - Forma de subscrição. As Debêntures serão subscritas por meio dos procedimentos do SDT e da CETIP. - 1.5 - Forma de integralização. As Debêntures serão integralizadas à vista, no ato da subscrição (“Data de Integralização”) e em moeda corrente nacional, sendo que: - I. - as Debêntures da Primeira Série serão integralizadas pelo Valor Nominal (conforme definido abaixo), acrescido da Remuneração do Primeiro Período da Primeira Série, calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão (conforme definido abaixo) até a Data de Integralização; - II. - as Debêntures da Segunda Série serão integralizadas pelo Valor Nominal, acrescido da Remuneração da Segunda Série, calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão até a Data de Integralização; e - III. - as Debêntures da Terceira Série serão integralizadas pelo Valor Nominal, acrescido da Remuneração da Terceira Série (conforme definido abaixo), calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão até a Data de Integralização. - 1.6 - Negociação. As Debêntures serão registradas para negociação no mercado secundário por meio do SND e do BovespaFix. - 2. - CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS DEBÊNTURES - 2.1 - Número da emissão. As Debêntures representam a 1ª (primeira) emissão de debêntures da Companhia. - 2.2 - Valor total da emissão. O valor total da emissão é de até R$3.000.000.000,00 (três bilhões de reais) na Data de Emissão, sem considerar o resultado do Procedimento de Bookbuilding e o exercício das Debêntures Suplementares e das Debêntures Adicionais. - 2.3 - Quantidade. Serão emitidas até 300.000 (trezentas mil) Debêntures, sem considerar o resultado do Procedimento de Bookbuilding e o exercício das Debêntures Suplementares e das Debêntures Adicionais. - 2.3.1 - Nos termos do artigo 24 da Instrução CVM n.º 400/03, a quantidade total das Debêntures (sem considerar as Debêntures Adicionais) poderá ser acrescida de até 45.000 (quarenta e cinco mil) Debêntures suplementares (“Debêntures Suplementares”), equivalentes a até 15% (quinze por cento) das Debêntures inicialmente ofertadas (sem considerar as Debêntures Adicionais), destinadas exclusivamente a atender excesso de demanda que for constatado no decorrer da Oferta, que poderá ser exercida pelo Coordenador Líder até a data de conclusão do Procedimento de Bookbuilding. As Debêntures Suplementares poderão ser Debêntures da Primeira Série, Debêntures da Segunda Série e/ou Debêntures da Terceira Série. - 2.3.2 - Nos termos do parágrafo 2º do artigo 14 da Instrução CVM n.º 400/03, a quantidade total das Debêntures (sem considerar as Debêntures Suplementares) poderá ser acrescida de até 60.000 (sessenta mil) Debêntures adicionais (“Debêntures Adicionais”), equivalentes a até 20% (vinte por cento) das Debêntures inicialmente ofertadas (sem considerar as Debêntures Suplementares), que poderá ser exercida pela Companhia em comum acordo com o Coordenador Líder até a data de conclusão do Procedimento de Bookbuilding. As Debêntures Adicionais poderão ser Debêntures da Primeira Série, Debêntures da Segunda Série e/ou Debêntures da Terceira Série. - 2.4 - Valor nominal. As Debêntures terão valor nominal unitário de R$10.000,00 (dez mil reais) na Data de Emissão (“Valor Nominal”). - 2.5 - Séries. A emissão será realizada em até três séries, observado o item 1.2 acima, da seguinte forma: I. - a primeira série será composta por até 100.000 (cem mil) Debêntures, no valor de até R$1.000.000.000,00 (um bilhão de reais) na Data de Emissão (“Debêntures da Primeira Série”); - II. - a segunda série será composta por até 100.000 (cem mil) Debêntures, no valor de até R$1.000.000.000,00 (um bilhão de reais) na Data de Emissão (“Debêntures da Segunda Série”); e - III. - a terceira série será composta por 200.000 (duzentas mil) Debêntures, no valor de R$2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais) na Data de Emissão (“Debêntures da Terceira Série”). - 2.5.1 - A Companhia não poderá colocar (i) as Debêntures da Segunda Série antes de colocadas todas as Debêntures da Primeira Série ou cancelado o saldo não colocado; e (ii) as Debêntures da Terceira Série antes de colocadas todas as Debêntures da Segunda Série ou cancelado o saldo não colocado. - 2.5.2 - Ressalvadas as referências específicas às Debêntures da Primeira Série, às Debêntures da Segunda Série ou às Debêntures da Terceira Série, todas as referências às “Debêntures” devem ser entendidas como referências às Debêntures da Primeira Série, às Debêntures da Segunda Série e às Debêntures da Terceira Série. - 2.6 - Forma. As Debêntures serão emitidas sob a forma nominativa, escritural, sem emissão de cautelas ou certificados, sendo que, para todos os fins de direito, a titularidade das Debêntures será comprovada pelo extrato emitido pelo Banco Bradesco S.A., prestador de serviços de escrituração e de banco mandatário das Debêntures (“Instituição Depositária”, cuja definição inclui qualquer outra instituição que venha a suceder a Instituição Depositária na prestação dos serviços previstos neste item), e, adicionalmente, (i) para as Debêntures custodiadas na CETIP, será expedido por esta um relatório de posição de ativos, acompanhado de extrato em nome do debenturista, emitido pela instituição financeira responsável pela custódia destes títulos; e (ii) para as Debêntures custodiadas na CBLC, será expedido por esta relatório indicando a titularidade das Debêntures que estiverem custodiadas na CBLC. - 2.7 - Conversibilidade. As Debêntures não serão conversíveis em ações. - 2.8 - Espécie. As Debêntures serão da espécie subordinada, nos termos do artigo 58 da Lei n.º 6.404/76. - 2.8.1 - Tendo em vista que as Debêntures serão da espécie subordinada, nos termos do parágrafo 4º do artigo 60 da Lei n.º 6.404/76, os limites de emissão previstos no artigo 60 da Lei n.º 6.404/76 não se aplicam às Debêntures. - 2.9 - Data de emissão. Para todos os efeitos legais, a data de emissão das Debêntures será 20 de abril de 2006 (“Data de Emissão”). - 2.10 - Período de Capitalização. Define se “Período de Capitalização” o intervalo de tempo que se inicia na Data de Emissão, no caso do primeiro Período de Capitalização, ou na data prevista do pagamento da Remuneração (conforme definido abaixo) (ou, no caso das Debêntures da Segunda Série, na data do pagamento dos Juros Remuneratórios da Segunda Série) imediatamente anterior, no caso dos demais Períodos de Capitalização, e termina na data prevista para o pagamento da Remuneração correspondente ao período (ou, no caso das Debêntures da Segunda Série, na data do pagamento dos Juros Remuneratórios da Segunda Série correspondente ao período). Cada Período de Capitalização sucede o anterior sem solução de continuidade. O valor da Remuneração será agregado ao Valor Nominal das Debêntures para efeito de apuração do saldo devedor das Debêntures. O pagamento da Remuneração (ou, no caso das Debêntures da Segunda Série, o pagamento dos Juros Remuneratórios da Segunda Série) será exigível somente no final de cada Período de Capitalização, sem prejuízo dos demais vencimentos previstos na Escritura de Emissão. - 2.11 - Aquisição facultativa. A Companhia poderá, a qualquer tempo, adquirir Debêntures em circulação por preço não superior ao Valor Nominal, acrescido da Remuneração, calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão ou a data do último pagamento da Remuneração até a data do seu efetivo pagamento, observado o disposto no parágrafo 2º do artigo 55 da Lei n.º 6.404/76. As Debêntures adquiridas pela Companhia poderão, a critério da Companhia, ser canceladas, permanecer em tesouraria ou ser novamente colocadas no mercado. As Debêntures adquiridas pela Companhia para permanência em tesouraria nos termos deste item, se e quando recolocadas no mercado, farão jus à mesma Remuneração das demais Debêntures em circulação. - 2.12 - Encargos moratórios. Ocorrendo impontualidade no pagamento de qualquer valor devido relativamente a qualquer obrigação decorrente da Escritura de Emissão, sobre todos e quaisquer valores em atraso incidirão, independentemente de aviso, notificação ou interpelação judicial ou extrajudicial, (i) multa moratória de 2% (dois por cento); (ii) juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, calculados pro rata temporis desde a data de inadimplemento até a data do efetivo pagamento; e (iii) Remuneração, calculada pro rata temporis desde a data de inadimplemento até a data do efetivo pagamento (“Encargos Moratórios”). - 2.13 - Decadência dos direitos aos acréscimos. O não comparecimento do debenturista para receber o valor correspondente a quaisquer obrigações pecuniárias nas datas previstas na Escritura de Emissão ou em qualquer comunicação realizada ou aviso publicado nos termos da Escritura de Emissão não lhe dará o direito a qualquer acréscimo no período relativo ao atraso no recebimento, assegurados, todavia, os direitos adquiridos até a data do respectivo vencimento ou pagamento, no caso de impontualidade no pagamento. - 2.14 - Local de pagamento. Os pagamentos referentes às Debêntures e a quaisquer outros valores eventualmente devidos pela Companhia nos termos da Escritura de Emissão serão efetuados pela Companhia, por intermédio da CETIP ou da CBLC, conforme as Debêntures estejam custodiadas na CETIP ou na CBLC ou, ainda, por meio da Instituição Depositária para os debenturistas que não tiverem suas Debêntures custodiadas na CETIP ou na CBLC. - 2.14.1 - Caso qualquer debenturista tenha imunidade ou isenção tributária, deverá encaminhar à Instituição Depositária, no prazo mínimo de 10 (dez) dias úteis anteriores à data prevista para recebimento de valores relativos às Debêntures, documentação comprobatória de tal imunidade ou isenção tributária. - 2.15 - Prorrogação dos prazos. Considerar se ão prorrogados os prazos referentes ao pagamento de qualquer obrigação prevista na Escritura de Emissão até o 1º (primeiro) dia útil subseqüente, se o seu vencimento coincidir com dia em que não haja expediente comercial ou bancário na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, sem nenhum acréscimo aos valores a serem pagos, exceto pelos casos cujos pagamentos devam ser realizados pela CETIP ou pela CBLC, hipótese em que somente haverá prorrogação quando a data de pagamento coincidir com feriados bancários nacionais, sábados ou domingos, ou com feriados bancários na Cidade de São Paulo. - 2.16 - Vencimento antecipado. Observado o disposto nos itens 2.16.1, 2.16.2 e 2.16.3 abaixo, o Agente Fiduciário deverá declarar antecipadamente vencidas todas as obrigações objeto da Escritura de Emissão e exigir o imediato pagamento, pela Companhia, do Valor Nominal das Debêntures em circulação, acrescido da Remuneração, calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão ou a data do último pagamento da Remuneração, conforme o caso, até a data do efetivo pagamento (e, ainda, no caso do inciso II abaixo, dos Encargos Moratórios, de acordo com o previsto no item 2.16.2 abaixo), independentemente de aviso, interpelação ou notificação, judicial ou extrajudicial, na ocorrência de quaisquer dos seguintes eventos: - I. - (a) intervenção ou liquidação extrajudicial da Companhia; (b) pedido de autofalência apresentado pela Companhia; (c) decretação de falência da Companhia; (d) se permitido pela legislação, pedido de recuperação judicial ou de recuperação extrajudicial formulado ou iniciado pela Companhia; ou (e) dissolução, liquidação ou extinção da Companhia; sendo que, em qualquer dos casos deste inciso, o pagamento das Debêntures se subordinará ao pagamento dos demais passivos da Companhia; - II. - não pagamento, pela Companhia, do Valor Nominal, da Remuneração ou de quaisquer outros valores devidos aos debenturistas nas datas previstas na Escritura de Emissão, não sanado no prazo de 2 (dois) dias úteis, contados das suas respectivas datas de vencimento, exceto pelo disposto no item 3.6 abaixo com relação às Debêntures da Primeira Série e no item 4.5 abaixo com relação às Debêntures da Segunda Série; - III. - não cumprimento, pela Companhia, de toda e qualquer obrigação não pecuniária prevista na Escritura de Emissão, não sanada em 30 (trinta) dias, contados da data de recebimento de aviso escrito neste sentido que lhe for enviado pelo Agente Fiduciário; - IV. - vencimento antecipado de qualquer dívida da Companhia decorrente de inadimplemento contratual, cujo valor individual ou agregado seja igual ou superior a R$30.000.000,00 (trinta milhões de reais), atualizados anualmente desde a Data de Emissão pela variação do IPCA (conforme definido abaixo) (ou seu contravalor em outras moedas); - V. - protesto legítimo e reiterado de títulos contra a Companhia ou constituição em mora da Companhia por atraso no pagamento de obrigações, cujo valor individual ou agregado seja igual ou superior a R$30.000.000,00 (trinta milhões de reais), atualizados anualmente desde a Data de Emissão pela variação do IPCA (ou seu contravalor em outras moedas), exceto se, no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data do protesto ou da constituição em mora, conforme o caso, tiver sido comprovado ao Agente Fiduciário que (a) o protesto ou a constituição em mora foi efetuado por erro ou má fé de terceiro; (b) o protesto ou a constituição em mora foi cancelado; ou (c) o valor do(s) título(s) protestado(s) ou da obrigação em mora foi depositado em juízo; - VI. - transferência do controle acionário, tal como definido em lei, da Companhia para pessoas físicas ou jurídicas que não sejam suas controladoras, diretas ou indiretas, ou para pessoas jurídicas que não sejam suas controladas ou sujeitas a controle comum, diretas ou indiretas; ou - VII. - pagamento, pela Companhia, de dividendos, juros sobre capital próprio ou qualquer outra participação no lucro estatutariamente prevista, exceto pelo pagamento do dividendo mínimo obrigatório previsto no artigo 202 da Lei n.º 6404/76, caso a Companhia esteja inadimplente com relação às suas obrigações pecuniárias previstas na Escritura de Emissão. - 2.16.1 Ocorrendo quaisquer dos eventos previstos nos incisos I e II do item 2.16 acima, que deverão ser imediatamente informados pela Companhia ao Agente Fiduciário, as Debêntures tornar se ão automaticamente vencidas, independentemente de aviso ou notificação, judicial ou extrajudicial. - 2.16.2 - Ocorrendo quaisquer dos demais eventos previstos no item 2.16 acima (que não sejam aqueles previstos no item 2.16.1 acima), que deverão ser imediatamente informados pela Companhia ao Agente Fiduciário, e estando estes eventos ainda não sanados, o Agente Fiduciário deverá, inclusive para fins do disposto na Escritura de Emissão, convocar, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis contados da data em que for constatada sua ocorrência, assembléias de debenturistas, a realizarem se no prazo mínimo previsto em lei. Se, nas referidas assembléias de debenturistas, debenturistas representando, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) das Debêntures da Primeira Série em circulação, 75% (setenta e cinco por cento) das Debêntures da Segunda Série em circulação ou 75% (setenta e cinco por cento) das Debêntures da Terceira Série em circulação, conforme o caso, decidirem por não considerar o vencimento antecipado das Debêntures, o Agente Fiduciário não deverá declarar o vencimento antecipado das Debêntures da Primeira Série, das Debêntures da Segunda Série ou das Debêntures da Terceira Série, conforme o caso; caso contrário, ou em caso de não instalação, em segunda convocação, das referidas assembléias de titulares das Debêntures da Primeira Série, das Debêntures da Segunda Série ou das Debêntures da Terceira Série, conforme o caso, o Agente Fiduciário deverá declarar o vencimento antecipado das Debêntures da Primeira Série, das Debêntures da Segunda Série ou das Debêntures da Terceira Série, conforme o caso. - 2.16.3 - Na ocorrência do vencimento antecipado das Debêntures da Primeira Série, das Debêntures da Segunda Série ou das Debêntures da Terceira Série, conforme o caso, a Companhia obriga se a efetuar o pagamento do Valor Nominal das Debêntures da Primeira Série, das Debêntures da Segunda Série ou das Debêntures da Terceira Série, conforme o caso, em circulação, acrescido da Remuneração da Primeira Série, da Remuneração da Segunda Série ou da Remuneração da Terceira Série, conforme o caso (e, no caso do inciso II do item 2.16 acima, dos Encargos Moratórios, calculados a partir da data em que tais pagamentos deveriam ter sido efetuados), calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão ou a data do último pagamento da Remuneração, até a data do seu efetivo pagamento, e de quaisquer outros valores eventualmente devidos pela Companhia nos termos da Escritura de Emissão, em até 10 (dez) dias úteis contados de comunicação neste sentido, enviada pelo Agente Fiduciário à Companhia, sob pena de, em não o fazendo, ficar obrigada, ainda, ao pagamento dos Encargos Moratórios. - 2.17 - Publicidade. Exceto o Anúncio de Início, o anúncio de encerramento da Oferta (“Anúncio de Encerramento”), o aviso ao mercado a que se refere o artigo 53 da Instrução CVM n.º 400/03 e eventuais outros avisos aos investidores que sejam publicados até a data de publicação do Anúncio de Encerramento, que somente serão publicados no jornal ”Valor Econômico”, edição nacional, todos os atos e decisões relativos às Debêntures deverão ser comunicados, na forma de aviso, no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no jornal ”Diário do Comércio”, sempre imediatamente após a ciência do ato a ser divulgado, devendo os prazos para manifestação dos debenturistas, caso seja necessário, obedecer ao disposto na legislação em vigor, na Escritura de Emissão ou, na falta de disposição expressa, ser de, no mínimo, de 10 (dez) dias úteis contados da data da publicação do aviso. A Companhia poderá alterar os jornais acima por outros jornais de grande circulação, mediante comunicação por escrito ao

Agente Fiduciário e a publicação, na forma de aviso, nos jornais a serem substituídos. - 3. - CARACTERÍSTICAS DAS DEBÊNTURES DA PRIMEIRA SÉRIE - 3.1 - Quantidade. Serão emitidas até 100.000 (cem mil) Debêntures da Primeira Série. - 3.2 - Prazo e data de vencimento. Sujeito ao disposto no item 3.6 abaixo, as Debêntures da Primeira Série terão prazo de vencimento de 10 (dez) anos, contados da Data de Emissão, vencendo se, portanto, em 20 de abril de 2016 (“Data de Vencimento da Primeira Série”). - 3.3 - Períodos de vigência das características das Debêntures da Primeira Série. As características das Debêntures da Primeira Série poderão ser alteradas ao término de determinados períodos, conforme deliberado pelo conselho de administração da Companhia nos termos da Repactuação da Primeira Série (conforme definido abaixo) (“Período da Primeira Série”). Durante cada Período da Primeira Série, as características das Debêntures da Primeira Série permanecerão inalteradas. O primeiro Período da Primeira Série terá início na Data de Emissão e encerramento em 20 de abril de 2011 (“Primeiro Período da Primeira Série”). Cada Período da Primeira Série subseqüente ao Primeiro Período da Primeira Série terá início no último dia do Período da Primeira Série anterior e encerramento conforme vier a ser deliberado pelo conselho de administração da Companhia nos termos da Repactuação da Primeira Série, sendo certo que o prazo final do último Período da Primeira Série coincidirá com a Data de Vencimento da Primeira Série. - 3.4 - Pagamento do Valor Nominal. Sujeito ao disposto no item 3.6 abaixo, o Valor Nominal das Debêntures da Primeira Série será pago em 1 (uma) única parcela na Data de Vencimento da Primeira Série. - 3.5 - Remuneração. Sobre o Valor Nominal das Debêntures da Primeira Série incidirão: - I. - durante o Primeiro Período da Primeira Série, desde a Data de Emissão ou a data de vencimento do Período de Capitalização imediatamente anterior, conforme o caso, até a data de seu efetivo pagamento, juros remuneratórios correspondentes à variação acumulada das taxas médias diárias dos DI – Depósitos Interfinanceiros de um dia, “over extra grupo”, expressas na forma percentual ao ano, base 252 (duzentos e cinqüenta e dois) dias úteis, calculadas e divulgadas diariamente pela CETIP no informativo diário disponível em sua página na Internet (http://www.cetip.com.br) (“Taxa DI”), calculada de forma exponencial e cumulativa pro rata temporis por dias úteis decorridos, acrescida ou capitalizada de uma sobretaxa equivalente a um determinado percentual, base 252 (duzentos e cinqüenta e dois) dias úteis, a ser definido de acordo com o Procedimento de Bookbuilding (“Remuneração do Primeiro Período da Primeira Série”); e - II. - para o(s) Período(s) da Primeira Série subseqüente(s) ao Primeiro Período da Primeira Série, a taxa de remuneração prefixada ou pós fixada, acrescida ou não de sobretaxa, cujo período de incidência, intervalo de pagamento e respectivo(s) percentual(is) for definido pelo conselho de administração da Companhia nos termos da Repactuação da Primeira Série (“Remuneração dos Demais Períodos da Primeira Série” e, em conjunto com a Remuneração do Primeiro Período da Primeira Série, “Remuneração da Primeira Série”). - 3.5.1 - Sujeito ao disposto no item 3.6 abaixo, a Remuneração do Primeiro Período da Primeira Série será paga anualmente a partir da Data de Emissão, ocorrendo o primeiro pagamento em 20 de abril de 2007 e, o último, na data de término do Primeiro Período da Primeira Série. - 3.5.2 - A Remuneração do Primeiro Período da Primeira Série será calculada de acordo com a seguinte fórmula: - J = - VN x (FatorJuros – 1), onde: - J = - valor da Remuneração do Primeiro Período da Primeira Série devida no final de cada Período de Capitalização, calculado com 6 (seis) casas decimais, sem arredondamento; - VN = - Valor Nominal, no início de cada Período de Capitalização, calculado com 6 (seis) casas decimais, sem arredondamento; - FatorJuros = - fator de juros composto pelo parâmetro de flutuação acrescido da sobretaxa, calculado com 9 (nove) casas decimais, com arredondamento, apurado da seguinte forma: - FatorJuros = - (FatorDI x FatorSpread), onde: - FatorDI = - produtório das Taxas DI com uso do percentual aplicado, da data de início de capitalização, inclusive, até a data de cálculo exclusive, calculado com 8 (oito) casas decimais, com arredondamento, apurado da seguinte forma:

ECONOMIA/LEGAIS - 7 com os investidores cujas propostas foram vencedoras no Leilão de Repactuação da Primeira Série e que não honraram suas respectivas obrigações de pagamento para com os titulares das Debêntures da Primeira Série objeto da cessão, pelo cumprimento das obrigações de pagamento aos titulares das Debêntures da Primeira Série cedidas, inexistindo obrigação de entregar as Debêntures da Primeira Série cedidas enquanto não for realizado o referido pagamento; - (g) - sujeito ao disposto no item 3.6 acima, a Companhia obriga se a, na data de encerramento do respectivo Período da Primeira Série, adquirir ou resgatar as Debêntures da Primeira Série, pelo Valor Nominal acrescido da Remuneração da Primeira Série aplicável, calculada pro rata temporis até a data da aquisição ou resgate, dos titulares das Debêntures da Primeira Série que (i) se manifestaram pela não aceitação às características da Repactuação da Primeira Série e, portanto, não participaram do Leilão de Repactuação da Primeira Série, nos termos do item (i) da alínea (c) acima; e (ii) se manifestaram pela aceitação às características da Repactuação da Primeira Série nos termos do item (ii) da alínea (c) acima e, portanto, participaram do Leilão de Repactuação da Primeira Série mas não encontraram ofertas de compra de outros investidores no Leilão de Repactuação da Primeira Série compatíveis com suas respectivas ofertas de venda. A aquisição ou resgate não será acrescido de prêmio de qualquer natureza. No caso de aquisição, as Debêntures da Primeira Série adquiridas pela Companhia poderão, por opção da Companhia, ser mantidas em tesouraria, canceladas ou vendidas a terceiros, a qualquer tempo. As Debêntures da Primeira Série adquiridas pela Companhia para permanência em tesouraria nos termos deste item, se e quando recolocadas no mercado, farão jus à Remuneração da Primeira Série em vigor na data de recolocação no mercado; e - (h) - o conselho de administração da Companhia comunicará aos debenturistas, no prazo de até 1 (um) dia útil contado da data de término do Leilão de Repactuação da Primeira Série, a taxa da Remuneração da Primeira Série vigente para o Período da Primeira Série subseqüente. - 4. - CARACTERÍSTICAS DAS DEBÊNTURES DA SEGUNDA SÉRIE - 4.1 - Quantidade. Serão emitidas até 100.000 (cem mil) Debêntures da Segunda Série. 4.2 - Prazo e data de vencimento. Sujeito ao disposto no item 4.5 abaixo, as Debêntures da Segunda Série terão prazo de vencimento de 10 (dez) anos, contados da Data de Emissão, vencendo se, portanto, em 20 de abril de 2016 (“Data de Vencimento da Segunda Série”). - 4.3 - Pagamento do Valor Nominal. Sujeito ao disposto no item 4.5 abaixo, o Valor Nominal das Debêntures da Segunda Série será pago em 1 (uma) única parcela na Data de Vencimento da Segunda Série. - 4.4 - Remuneração. A remuneração das Debêntures da Segunda Série observará os seguintes critérios: - I. - o Valor Nominal das Debêntures da Segunda Série será atualizado pela variação acumulada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (“IPCA”), calculada por dias úteis, de forma pro rata temporis, se necessário, desde a Data de Emissão até a data do respectivo pagamento (“Atualização Monetária da Segunda Série”); e - II. - sobre o Valor Nominal das Debêntures da Segunda Série acrescido da Atualização Monetária da Segunda Série, incidirão juros remuneratórios correspondentes a um determinado percentual, base 252 (duzentos e cinqüenta e dois) dias úteis, a ser definido de acordo com o Procedimento de Bookbuilding, expresso na forma percentual ao ano, calculada de forma exponencial e cumulativa pro rata temporis por dias úteis, desde a Data de Emissão ou a data de vencimento do Período de Capitalização imediatamente anterior, conforme o caso, até a data de seu efetivo pagamento (“Juros Remuneratórios da Segunda Série” e, em conjunto com a Atualização Monetária da Segunda Série, “Remuneração da Segunda Série”). - 4.4.1 - Sujeito ao disposto no item 4.5 abaixo, (i) a Atualização Monetária da Segunda Série será paga em 1 (uma) única parcela na Data de Vencimento da Segunda Série; e (ii) os Juros Remuneratórios da Segunda Série serão pagos anualmente a partir da Data de Emissão, ocorrendo o primeiro pagamento em 20 de abril de 2007 e, o último, na Data de Vencimento da Segunda Série. - 4.4.2 - A Remuneração da Segunda Série será calculada de acordo com as seguintes fórmulas: - VNa = - VNe x C, onde: - VNa = - Valor Nominal acrescido da Atualização Monetária da Segunda Série, calculado com 6 (seis) casas decimais, sem arredondamento; - VNe = - Valor Nominal, informado com 6 (seis) casas decimais, sem arredondamento; - C = - fator acumulado das variações mensais dos índices utilizados, calculado com 8 (oito) casas decimais, sem arredondamento, apurado da seguinte forma:

onde: - nDI = - número total de Taxas DI, sendo “nDI” um número inteiro; = - Taxa DI, expressa ao dia, calculada com 8 (oito) casas decimais, com arredondamento, da seguinte forma:

onde: - k = - 1, 2, ..., n; - DIk = - Taxa DI, em percentual ao ano, base 252 (duzentos e cinqüenta e dois) dias úteis, calculada e divulgada pela CETIP, referente ao dia “k”; - dk = - número de dias úteis correspondentes ao prazo de validade da Taxa DI, sendo “dk” um número inteiro; e - p = - 100,00; - FatorSpread = - sobretaxa de juros fixos acrescida ao rendimento, calculada com 9 (nove) casas decimais, com arredondamento;

onde: - NI0 = - valor do número índice do mês anterior ao mês de início de atualização; - NI1 = - valor do número índice do mês de início de atualização; - NI2 = - valor do número-índice do mês subseqüente ao mês de início de atualização; - NIn = - valor do número-índice do mês anterior ao mês de atualização utilizado até a data de aniversário das Debêntures da Segunda Série. Após a data de aniversário, valor do número índice do mês de atualização. Considera se mês de atualização o compreendido entre duas datas de aniversário consecutivas e data de aniversário o dia da Data de Vencimento da Segunda Série; - NIn-1 = - valor do número índice do mês anterior ao mês “n”; - dup = - número de dias úteis decorridos da data base anterior, sendo esta a data de aniversário em cada mês, até a data de atualização, limitado ao número total de dias úteis de vigência do índice de preços, sendo “dup” um número inteiro; - dut = - número de dias úteis contidos entre a data base anterior e a próxima data base, sendo “dut” um número inteiro. - Caso no mês de atualização o número-índice não esteja ainda disponível, será utilizada a última variação disponível do índice de preços em questão

O IPCA deverá ser utilizado considerando idêntico número de casas decimais divulgado pelo órgão responsável por seu cálculo. - A aplicação do IPCA incidirá no menor período permitido pela legislação em vigor, sem necessidade de ajuste à Escritura de Emissão ou qualquer outra formalidade. - Os fatores resultantes da expressão onde: - spread = - sobretaxa, na forma percentual ao ano, informada com 4 (quatro) casas decimais, definida de acordo com o Procedimento de Bookbuilding; - N = - número de dias representativo da sobretaxa, de 252 (duzentos e cinqüenta e dois) dias úteis; - n = - número de dias úteis entre a data do próximo pagamento de Remuneração do Primeiro Período da Primeira Série e a data do pagamento de Remuneração do Primeiro Período da Primeira Série anterior, sendo “n” um número inteiro; - DT = - número de dias úteis entre a data de pagamento de Remuneração do Primeiro Período da Primeira Série anterior e a próxima data de pagamento de Remuneração do Primeiro Período da Primeira Série, sendo “DT” um número inteiro; - DP = - número de dias úteis entre a data de pagamento de Remuneração do Primeiro Período da Primeira Série anterior e a data atual, sendo “DP” um número inteiro. - A Taxa DI deverá ser utilizada considerando idêntico número de casas decimais divulgado pelo órgão responsável pelo seu cálculo. - O fator resultante da expressão

são considerados com 8 (oito) casas decimais, sem arredondamento. O produtório é executado a partir do fator mais recente, acrescentando se, em seguida, os mais remotos. Os resultados intermediários são calculados com 16 (dezesseis) casas decimais, sem arredondamento. - O cálculo dos Juros Remuneratórios da Segunda Série sobre o Valor Nominal das Debêntures da Segunda Série acrescido da Atualização Monetária da Segunda Série obedecerá à seguinte fórmula:

J = - {VNa x [FatorJuros – 1]}, é considerado com 16 (dezesseis) casas decimais sem arredondamento. Efetua se o produtório dos fatores diários

sendo que, a cada fator diário acumulado, trunca se o resultado com 16 (dezesseis) casas decimais, aplicandose o próximo fator diário, e assim por diante até o último considerado. - Uma vez os fatores diários estando acumulados, considera se o fator resultante Fator DI com 8 (oito) casas decimais, com arredondamento. 3.5.3 - Se, na data de vencimento de quaisquer obrigações pecuniárias decorrentes das Debêntures da Primeira Série, não houver apuração e/ou divulgação da taxa de remuneração que seja utilizada no cálculo da Remuneração da Primeira Série, será aplicada às Debêntures da Primeira Série a última taxa de remuneração divulgada oficialmente, não sendo devidas quaisquer compensações financeiras entre a Companhia e os titulares das Debêntures da Primeira Série, quando da divulgação posterior da taxa de remuneração que seria aplicável. Em caso de ausência da apuração e/ou divulgação da taxa de remuneração por mais de 10 (dez) dias consecutivos da data esperada para a sua divulgação ou, imediatamente, em caso de extinção da taxa de remuneração ou de impossibilidade de aplicação da taxa de remuneração por imposição legal ou determinação judicial, que, em qualquer dos casos, seja considerada no cálculo da Remuneração da Primeira Série, referida taxa de remuneração deverá ser substituída pelo substituto determinado legalmente para tanto. No caso de não haver substituto legal da referida taxa de remuneração, o Agente Fiduciário deverá convocar assembléia de titulares das Debêntures da Primeira Série, a ser realizada no prazo máximo de 20 (vinte) dias contados da data de término do prazo de qualquer um dos eventos previstos no início deste item, para deliberar, de comum acordo com a Companhia, o novo parâmetro de remuneração das Debêntures da Primeira Série, parâmetro este que deverá preservar o valor real e os mesmos níveis da Remuneração da Primeira Série então em vigor. Caso titulares das Debêntures da Primeira Série, reunidos em assembléia, representando, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) das Debêntures da Primeira Série em circulação, não aprovem o parâmetro proposto pela Companhia, será aplicada automaticamente no lugar da referida taxa de remuneração, a taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic. Até o momento da definição ou aplicação, conforme o caso, do novo parâmetro, será utilizada a última taxa de remuneração divulgada oficialmente, acrescida dos percentuais ou sobretaxas aplicáveis, calculada pro rata temporis desde a data do evento até a data da definição ou aplicação, conforme o caso, do novo parâmetro (observado que se, durante tal período, tenha ocorrido o vencimento de alguma obrigação pecuniária das Debêntures da Primeira Série, a data de vencimento de tal obrigação será automaticamente postergada para o 2º (segundo) dia útil contado da data da definição ou aplicação, conforme o caso, do novo parâmetro). - 3.6 - Postergação do pagamento do Valor Nominal, da Remuneração da Primeira Série, de demais encargos ou de valores de resgate ou aquisição. Nos termos da Resolução n.º 2.837, de 30 de maio de 2001, do Conselho Monetário Nacional, as obrigações pecuniárias estabelecidas na Escritura de Emissão para as Debêntures da Primeira Série, incluindo pagamento do Valor Nominal, da Remuneração da Primeira Série, de demais encargos ou de valores de resgate ou aquisição das Debêntures da Primeira Série, serão automaticamente prorrogadas se tais pagamentos implicarem em desenquadramento da Companhia e/ou do Banco Votorantim S.A. em relação aos níveis de Patrimônio Líquido Exigido e demais limites operacionais estabelecidos na regulamentação em vigor editada pelo Conselho Monetário Nacional e/ou Banco Central do Brasil, caso em que o respectivo pagamento será prorrogado até a data em que a Companhia e/ou o Banco Votorantim S.A. estejam enquadrados em relação a tais níveis. - 3.7 - Repactuação. Na data de término de cada Período da Primeira Série (sendo que a primeira ocorrência será na data de término do Primeiro Período da Primeira Série, ou seja, em 20 de abril de 2011), as características das Debêntures da Primeira Série válidas para o Período da Primeira Série subseqüente serão deliberadas pelo conselho de administração da Companhia, incluindo (“Repactuação da Primeira Série”): - I. o prazo do Período da Primeira Série subseqüente; - II. - a modalidade e o percentual da taxa da Remuneração da Primeira Série (observado o disposto no inciso II do item 3.7.1 abaixo) e, se houver, de prêmio, para o Período da Primeira Série subseqüente; - III. - a existência ou não de amortização das Debêntures da Primeira Série, durante o Período da Primeira Série subseqüente; e - IV. - a periodicidade de pagamento da Remuneração da Primeira Série, e, se houver, do prêmio e da amortização das Debêntures da Primeira Série, durante o Período da Primeira Série subseqüente. - 3.7.1 - A Repactuação da Primeira Série deverá observar um dos seguintes procedimentos, a critério da Companhia: - I. - primeiro procedimento: - (a) - até o 7º (sétimo) dia útil anterior à data de encerramento de cada Período da Primeira Série, o conselho de administração da Companhia deverá deliberar sobre as características da Repactuação da Primeira Série; - (b) - até o 6º (sexto) dia útil anterior à data de encerramento de cada Período da Primeira Série, deverão ser comunicados aos debenturistas e, em especial, aos titulares das Debêntures da Primeira Série, de acordo com os termos e condições de aviso a ser publicado nos termos do item 2.17 acima, (i) as características da Repactuação da Primeira Série deliberadas pelo conselho de administração da Companhia nos termos da alínea (a) acima; e (ii) o prazo, que não poderá ser inferior a 5 (cinco) dias úteis contados da data da publicação do aviso a que se refere este inciso e não poderá exceder a data de encerramento do respectivo Período da Primeira Série, para manifestação dos titulares das Debêntures da Primeira Série (“Aviso de Repactuação da Primeira Série”); - (c) - os titulares das Debêntures da Primeira Série deverão, no prazo fixado no Aviso de Repactuação da Primeira Série, por meio do SND ou do BovespaFix, conforme as Debêntures da Primeira Série de sua titularidade estejam custodiadas na CETIP ou na CBLC ou, ainda, por meio da Instituição Depositária para as Debêntures da Primeira Série de sua titularidade que não estejam custodiadas na CETIP ou na CBLC, manifestar que não aceitam as características da Repactuação da Primeira Série descritas no Aviso de Repactuação da Primeira Série, sendo que a falta de manifestação no prazo fixado no Aviso de Repactuação da Primeira Série ou a manifestação relativa a somente parte das Debêntures da Primeira Série de que for titular, será considerada aceitação, com relação às Debêntures da Primeira Série que não forem indicadas, às características da Repactuação da Primeira Série; e - (d) - sujeito ao disposto no item 3.6 acima, a Companhia obriga se a, na data de encerramento do respectivo Período da Primeira Série, adquirir ou resgatar as Debêntures da Primeira Série, pelo Valor Nominal acrescido da Remuneração da Primeira Série aplicável, calculada pro rata temporis até a data da aquisição ou resgate, dos titulares das Debêntures da Primeira Série que não aceitarem as características da Repactuação da Primeira Série deliberadas pelo conselho de administração da Companhia nos termos da alínea (a) acima e que se manifestaram de acordo com o disposto na alínea (c) acima. A aquisição ou resgate não será acrescido de prêmio de qualquer natureza. No caso de aquisição, as Debêntures da Primeira Série adquiridas pela Companhia poderão, por opção da Companhia, ser mantidas em tesouraria, canceladas ou vendidas a terceiros, a qualquer tempo. As Debêntures da Primeira Série adquiridas pela Companhia para permanência em tesouraria nos termos deste item, se e quando recolocadas no mercado, farão jus à Remuneração da Primeira Série em vigor na data de recolocação no mercado; e - II. segundo procedimento: - (a) - até o 7º (sétimo) dia útil anterior à data de encerramento de cada Período da Primeira Série, o conselho de administração da Companhia deverá deliberar sobre as características da Repactuação da Primeira Série, exceto pela nova taxa da Remuneração da Primeira Série, que será determinada por meio de procedimento de coleta de intenções de investimento junto ao mercado (bookbuilding), mediante leilão da Repactuação da Primeira Série (“Leilão de Repactuação da Primeira Série”), de acordo com os termos e condições que deverão constar do Edital de Repactuação da Primeira Série (conforme definido abaixo); - (b) - até o 6º (sexto) dia útil anterior à data de encerramento de cada Período da Primeira Série, deverão ser comunicados aos debenturistas e, em especial, aos titulares das Debêntures da Primeira Série (i) em forma de aviso a ser publicado nos termos do item 2.17 acima, as características da Repactuação da Primeira Série deliberadas pelo conselho de administração da Companhia e a realização do Leilão de Repactuação da Primeira Série nos termos da alínea (a) acima; e (ii) em forma de edital (“Edital de Repactuação da Primeira Série”) a forma e o prazo, que não poderá ser inferior a 5 (cinco) dias úteis contados da data da publicação do aviso a que se refere este inciso e não poderá exceder a data de encerramento do respectivo Período da Primeira Série, para os titulares das Debêntures da Primeira Série e os demais investidores apresentarem suas propostas no Leilão de Repactuação da Primeira Série; - (c) - os titulares das Debêntures da Primeira Série deverão, no prazo fixado no Edital de Repactuação da Primeira Série, por meio do SND ou do BovespaFix, conforme as Debêntures da Primeira Série de sua titularidade estejam custodiadas na CETIP ou na CBLC ou, ainda, por meio da Instituição Depositária para as Debêntures da Primeira Série de sua titularidade que não estejam custodiadas na CETIP ou na CBLC, manifestar (i) que não aceitam as características da Repactuação da Primeira Série descritas no Edital de Repactuação da Primeira Série e que, portanto, não participarão do Leilão de Repactuação da Primeira Série; ou (ii) que aceitam as características da Repactuação da Primeira Série descritas no Edital de Repactuação da Primeira Série e que, portanto, participarão do Leilão de Repactuação da Primeira Série; sendo que a falta de manifestação no prazo fixado no Edital de Repactuação da Primeira Série ou a manifestação relativa a somente parte das Debêntures da Primeira Série de que for titular, será considerada aceitação, com relação às Debêntures da Primeira Série que não forem indicadas, às características da Repactuação da Primeira Série, independentemente do resultado do Leilão de Repactuação da Primeira Série; - (d) - os investidores interessados em adquirir as Debêntures da Primeira Série com as características da Repactuação da Primeira Série descritas no Edital de Repactuação da Primeira Série deverão, na forma e prazo (prazo que deverá ser o mesmo que o concedido aos titulares das Debêntures da Primeira Série) fixados no Edital de Repactuação da Primeira Série, manifestar que aceitam as características da Repactuação da Primeira Série descritas no Edital de Repactuação da Primeira Série e que, portanto, participarão do Leilão de Repactuação da Primeira Série; - (e) - na data de encerramento do respectivo Período da Primeira Série, os titulares das Debêntures da Primeira Série participantes do Leilão de Repactuação da Primeira Série cujas propostas não foram vencedoras no Leilão de Repactuação da Primeira Série deverão ceder as Debêntures da Primeira Série de que forem titulares e que tiverem sido incluídas no Leilão de Repactuação da Primeira Série aos investidores cujas propostas foram vencedoras no Leilão de Repactuação da Primeira Série, mediante o pagamento, por estes, do Valor Nominal acrescido da Remuneração da Primeira Série, calculada pro rata temporis até a data da aquisição; - (f) - a Companhia obriga se, solidariamente

onde: - J = - valor dos Juros Remuneratórios da Segunda Série devidos no final de cada Período de Capitalização, calculado com 6 (seis) casas decimais, sem arredondamento; - VNa = - Valor Nominal acrescido da Atualização Monetária da Segunda Série, calculado com 6 (seis) casas decimais, sem arredondamento; - FatorJuros = fator de juros fixos calculado com 9 (nove) casas decimais, com arredondamento;

onde: - taxa = - taxa de juros fixa, na forma percentual ao ano, informada com 4 (quatro) casas decimais, definida no Procedimento de Bookbuilding; - N = - número de dias representativo da taxa, de 252 (duzentos e cinqüenta e dois) dias úteis; - n = - número de dias úteis entre a data de pagamento de Juros Remuneratórios da Segunda Série anterior e a data do próximo pagamento de Juros Remuneratórios da Segunda Série, sendo “n” um número inteiro; - DT = - número de dias úteis entre a data de pagamento de Juros Remuneratórios da Segunda Série anterior e a próxima a data de pagamento de Juros Remuneratórios da Segunda Série, sendo “DT” um número inteiro; - DP = - número de dias úteis entre a data de pagamento de Juros Remuneratórios da Segunda Série anterior e a data atual, sendo “DP” um número inteiro. - 4.4.3 - Se, na data de vencimento de quaisquer obrigações pecuniárias decorrentes das Debêntures da Segunda Série, não houver apuração e/ ou divulgação do IPCA, será aplicada à Remuneração da Segunda Série o número índice obtido com a utilização da última variação percentual do IPCA divulgada oficialmente, não sendo devidas quaisquer compensações financeiras entre a Companhia e os titulares das Debêntures da Segunda Série, quando da divulgação posterior do IPCA que seria aplicável. Em caso de ausência da apuração e/ou divulgação do IPCA por mais de 10 (dez) dias consecutivos da data esperada para a sua divulgação ou, imediatamente, em caso de extinção do IPCA ou de impossibilidade de aplicação do IPCA por imposição legal ou determinação judicial, o IPCA deverá ser substituído pelo substituto determinado legalmente para tanto. No caso de não haver substituto legal do IPCA, o Agente Fiduciário deverá convocar assembléia de titulares das Debêntures da Segunda Série, a ser realizada no prazo máximo de 20 (vinte) dias contados da data de término do prazo de qualquer um dos eventos previstos no início deste item, para deliberar, de comum acordo com a Companhia, o novo parâmetro de remuneração das Debêntures da Segunda Série, parâmetro este que deverá preservar o valor real e os mesmos níveis da Remuneração da Segunda Série. Caso titulares das Debêntures da Segunda Série, reunidos em assembléia, representando, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) das Debêntures da Segunda Série em circulação, não aprovem o parâmetro proposto pela Companhia, será aplicada automaticamente no lugar do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Até o momento da definição ou aplicação, conforme o caso, do novo parâmetro, será utilizado o número índice obtido com a utilização da última variação percentual do IPCA divulgada oficialmente, acrescido dos Juros Remuneratórios da Segunda Série, calculado pro rata temporis desde a data do evento até a data da definição ou aplicação, conforme o caso, do novo parâmetro (observado que se, durante tal período, tenha ocorrido o vencimento de alguma obrigação pecuniária das Debêntures da Segunda Série, a data de vencimento de tal obrigação será automaticamente postergada para o 2º (segundo) dia útil contado da data da definição ou aplicação, conforme o caso, do novo parâmetro). - 4.5 - Postergação do pagamento do Valor Nominal, da Remuneração da Segunda Série, de demais encargos ou de valores de resgate ou aquisição. Nos termos da Resolução n.º 2.837, de 30 de maio de 2001, do Conselho Monetário Nacional, as obrigações pecuniárias estabelecidas na Escritura de Emissão para as Debêntures da Segunda Série, incluindo pagamento do Valor Nominal, da Remuneração da Segunda Série, de demais encargos ou de valores de resgate ou aquisição das Debêntures da Segunda Série, serão automaticamente prorrogadas se tais pagamentos implicarem em desenquadramento da Companhia e/ou do Banco Votorantim S.A. em relação aos níveis de Patrimônio Líquido Exigido e demais limites operacionais estabelecidos na regulamentação em vigor editada pelo Conselho Monetário Nacional e/ou Banco Central do Brasil, caso em que o respectivo pagamento será prorrogado até a data em que a Companhia e/ou o Banco Votorantim S.A. estejam enquadrados em relação a tais níveis. - 5. - CARACTERÍSTICAS DAS DEBÊNTURES DA TERCEIRA SÉRIE - 5.1 - Quantidade. Serão emitidas 200.000 (duzentas mil) Debêntures da Terceira Série. - 5.2 - Prazo e data de vencimento. As Debêntures da Terceira Série terão prazo de vencimento de 20 (vinte) anos, contados da Data de Emissão, vencendo se, portanto, em 20 de abril de 2026 (“Data de Vencimento da Terceira Série” e, em conjunto com a Data de Vencimento da Primeira Série e a Data de Vencimento da Segunda Série, “Data de Vencimento”). - 5.3 - Pagamento do Valor Nominal. O Valor Nominal das Debêntures da Terceira Série será pago em 1 (uma) única parcela na Data de Vencimento da Terceira Série. - 5.4 - Remuneração. Sobre o Valor Nominal das Debêntures da Terceira Série incidirão, desde a Data de Emissão ou a data de vencimento do Período de Capitalização imediatamente anterior, conforme o caso, até a data de seu efetivo pagamento, juros remuneratórios correspondentes a 100% (cem por cento) da Taxa DI, calculada de forma exponencial e cumulativa pro rata temporis por dias úteis decorridos (“Remuneração da Terceira Série” e, em conjunto com a Remuneração da Primeira Série e a Remuneração da Segunda Série, “Remuneração”). - 5.4.1 - A Remuneração da Terceira Série será paga em 1 (uma) única parcela na Data de Vencimento da Terceira Série. - 5.4.2 - A Remuneração da Terceira Série será calculada de acordo com a seguinte fórmula: - JR = - VN x [FatorDI – 1], onde: - JR = - valor da Remuneração da Terceira Série devida nas datas dos seus respectivos vencimentos, calculado com 6 (seis) casas decimais, sem arredondamento; - VN = - Valor Nominal no início de cada Período de Capitalização, calculado com 6 (seis) casas decimais, sem arredondamento; - FatorDI = - produtório das Taxas DI com uso do percentual aplicado, da data de início de capitalização, inclusive, até a data de cálculo, exclusive, calculado com 8 (oito) casas decimais, com arredondamento, de acordo com a fórmula abaixo:

onde: - nDI = - número total de Taxas DI, sendo “nDI” um número inteiro; - TDIk = - Taxa DI expressa ao dia, calculada com 8 (oito) casas decimais com arredondamento: - , onde: - k = - 1, 2, ..., n; - DIk = Taxa DI, em percentual ao ano, base 252 (duzentos e cinqüenta e dois) dias úteis, calculada e divulgada pela CETIP, referente ao dia “k”; - dk = - número de dias úteis correspondentes ao prazo de validade da Taxa DI, sendo “dk” um número inteiro; e - S = - 100,00. - O fator resultante da expressão [1 + (TDIk x S/ 100)] é considerado com 16 (dezesseis) casas decimais, sem arredondamento. - Efetua se o produtório dos fatores diários [1 + (TDIk x S/100)], sendo que a cada fator diário acumulado, trunca se o resultado com 16 (dezesseis) casas decimais, aplicando se o próximo fator diário, e assim por diante até o último considerado. - Uma vez os fatores diários estando acumulados, considera se o fator resultante FatorDI com 8 (oito) casas decimais, com arredondamento. - A Taxa DI deverá ser utilizada considerando idêntico número de casas decimais divulgado pelo órgão responsável pelo seu cálculo. - 5.4.3 - Se, na data de vencimento de quaisquer obrigações pecuniárias decorrentes das Debêntures da Terceira Série, não houver apuração e/ou divulgação da Taxa DI, será aplicada à Remuneração da Terceira Série a última Taxa DI divulgada oficialmente, não sendo devidas quaisquer compensações financeiras entre a Companhia e os titulares das Debêntures da Terceira Série, quando da divulgação posterior da Taxa DI que seria aplicável. Em caso de ausência da apuração e/ou divulgação da Taxa DI por mais de 10 (dez) dias consecutivos da data esperada para a sua divulgação ou, imediatamente, em caso de extinção da Taxa DI ou de impossibilidade de aplicação da Taxa DI por imposição legal ou determinação judicial, a Taxa DI deverá ser substituída pelo substituto determinado legalmente para tanto. No caso de não haver substituto legal da Taxa DI, o Agente Fiduciário deverá convocar assembléia de titulares das Debêntures da Terceira Série, a ser realizada no prazo máximo de 20 (vinte) dias contados da data de término do prazo de qualquer um dos eventos previstos no início deste item, para deliberar, de comum acordo com a Companhia, o novo parâmetro de remuneração das Debêntures da Terceira Série, parâmetro este que deverá preservar o valor real e os mesmos níveis da Remuneração da Terceira Série. Caso titulares das Debêntures da Terceira Série, reunidos em assembléia, representando, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) das Debêntures da Terceira Série em circulação, não aprovem o parâmetro proposto pela Companhia, será aplicada automaticamente no lugar da Taxa DI, a taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic. Até o momento da definição ou aplicação, conforme o caso, do novo parâmetro, será utilizada a última Taxa DI divulgada oficialmente, acrescida do percentual aplicável, calculada pro rata temporis desde a data do evento até a data da definição ou aplicação, conforme o caso, do novo parâmetro (observado que se, durante tal período, tenha ocorrido o vencimento de alguma obrigação pecuniária das Debêntures da Terceira Série, a data de vencimento de tal obrigação será automaticamente postergada para o 2º (segundo) dia útil contado da data da definição ou aplicação, conforme o caso, do novo parâmetro). - V. OBSERVAÇÕES FINAIS - a) O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra não havendo, todavia, nenhuma manifestação; b) Os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata, que tendo sido lida e achada conforme, vai assinada pelo Presidente, Secretário e demais presentes. (aa) Wilson Masao Kuzuhara, Presidente; Milton Roberto Pereira, Secretário. p. Banco Votorantim S.A., Marcus Olyntho de Camargo Arruda e Wilson Masao Kuzuhara; José Ermírio de Moraes Neto; Marcus Olyntho de Camargo Arruda e Wilson Masao Kuzuhara. - A presente transcrição é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. - São Paulo, 5 de junho de 2006. - MILTON ROBERTO PEREIRA - Secretário. CERTIDÃO - Arquivada na JUCESP em 12/06/2006, sob o número 155.523/06-5. Cristiane da Silva F. Correa - Secretária geral.


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Finanças Empresas Estilo Nacional

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quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

Meninas adoram comemorar os aniversários em escolas de culinária

SÃO PAULO TEM 500 BUFÊS INFANTIS

Divulgação

Tudo é liberado na festa da Livraria Ubaldo, até mágico e teatro de fantoches, mas as comidas não podem ser gordurosas, para não mancharem os livros

DIA DE

FESTA

Na livraria, no ateliê, na cozinha

H

oje tem festa infantil no ateliê de pintura. Tem também na escola de culinária, na livraria, na academia de ginástica, no cabeleireiro, na fazendinha... Cansados das festas em bufês, pais e mães têm comemorado, ultimamente, o aniversário dos pimpolhos em lugares, digamos, mais originais. A lista de opções ainda é pequena, se comparada à quantidade de bufês infantis na cidade (cerca de 500). E a propaganda praticamente não existe, o que dificulta a escolha do local. Por exemplo, quem passa na frente da Livraria Ubaldo nem desconfia que pode fazer ali o aniversário de seu filho. O administrador de empresas José Antonio Montes começou meio por acaso a alugar o espaço da livraria para festas. "Primeiro, foi um pedido de um amigo. Depois, foi a vez de uma cliente", conta Montes, que tem pós-graduação em Literatura Infantil e nunca anunciou o serviço. Mas, por causa da propaganda boca-a-boca, hoje faz pelo menos uma festa por mês em sua livraria. "Nosso objetivo não é fazer muitos eventos, no máximo uma festa por semana." Como a livraria, especializada em literatura para crianças, tem um restaurante – o Ao Cascudo, em homenagem ao pesquisador Luís da Câmara Cascudo –, Montes garante toda a infra-estrutura para as festas. E mais: os livros ficam onde estão, nada é colocado fora do alcance das mãos. Para evitar dedos engordurados soltos pela livraria, Montes impõe algumas restrições ao cardápio da festa. Coxinha, por exemplo, não entra. Brigadeiros, no entanto, estão garantidos. Outra imposição é quanto ao horário da festa, que só pode ser realizada quando a livraria está fechada ao público: sábado, a partir das 13h, domingo o dia inteiro; ou de segunda a sexta-feira depois das 18h. E a festa tem de ser, no máximo, para 50 convidados. Por três horas, Montes cobra

Ateliê, sucesso na festa de Marianna

R$ 600. Comida e bebida são à parte, ou então os pais levam. Também é responsabilidade deles decorar o lugar. "Tem mãe que contrata contador de história, teatro de fantoches. Até roda de capoeira teve na festa de um menino de 12 anos", diz o administrador. O charme da livraria agrada aos adultos também. "Teve festa que virou a noite, com conjunto tocando ao vivo." Diversão e arte Na oficina de arte Quadrifoglio, Carolina Penna e a mãe, Ivonete, cobram por criança cerca de R$ 45, e as festas duram de três a quatro horas. A mãe escolhe o tipo de pintura de que a criançada vai ter aula, e o resultado cada um leva para casa como lembrancinha. Decoração, comida e bebida são responsabilidades da mãe. "É um tipo de festa que agrada a todos, mas as meninas são maioria. Talvez haja um pouco de preconceito dos meninos. Mas quando eles são convidados, adoram", diz Carolina. As

crianças têm que ter pelo menos cinco anos e as festas só são realizadas nos fins de semana. O horário, no entanto, é flexível, segundo Carolina. Como a Quadrifoglio está de mudança – o novo endereço é na Rua Normandia –, a capacidade vai cair para 20 crianças por festa, metade do que consegue no endereço atual. A publicitária Daniela Morelli Laurini, 39 anos, comemorou o aniversário de nove anos da filha Marianna no Quadrifoglio e diz que o resultado foi excelente. "A Marianna e as amigas dela adoraram. Sem contar que foi infinitamente mais barato que no buffet", conta Daniela, que gastou R$ 2,2 mil com a festa. "Mas nesse valor, está tudo incluído: o ônibus que levou as crianças da escola ao ateliê, o bolo, docinhos e a decoração." Para alimentar as 29 crianças e os oito adultos, Daniela contratou barraquinhas de cachorro-quente, hambúrguer e batata frita. "A festa foi uma coisa mais restrita. Apenas para as meninas da classe da Marianna." A publicitária diz que, no ano passado, a filha já não queria festa em buffet. A mãe foi, então, em busca de outras opções: escola de culinária, circo, até se decidir pelo ateliê. No Quadrifoglio, as meninas fizeram pintura em porcelana e os pratos, com o desenho da fada Sininho, foram entregues por Daniela alguns dias depois, porque tiveram de ir ao forno antes. Para as crianças não irem embo-

ra de mãos abanando, a publicitária optou por uma segunda lembrancinha – uma pipoqueira de cerâmica que as meninas pintaram com o tema Copa do Mundo. "Em termos de praticidade, o bufê ganha. Mas, por outro lado, fiz uma festa diferente, que deixou as meninas enlouquecidas ao ponto de nem quererem comer", diz. Culinária Outra opção que agrada é a festa na escola de culinária. A proprietária do Studio do Sabor, Monica Sky, conta que as mães que a procuram estão cansadas de fazer festa em bufê. "As crianças amam nossas festas. É comum escutarmos 'ai, eu também quero fazer meu aniversário aqui', das convidadas", diz a chef. Durante três horas, as crianças (acima de seis anos e até 24 convidados por festa) fazem quatro receitas, escolhidas de uma lista da escola. Brigadeiro, empadinha, pavê, bolacha e minipizza são as comidinhas mais pedidas. Tudo é feito em fornos e, além de uma professora, três ajudantes participam da 'festa-aula' no Studio. As mães esperam na recepção e só entram na hora do "Parabéns a Você". Os garotos, segundo Monica, também curtem a escola de culinária, mas só aparecem quando são convidados. "Nunca fizemos aniversário de menino", diz. As festas podem ser feitas em qualquer dia da semana. Kety Shapazian

SERVIÇO Livraria Ubaldo: 3846-5946

As crianças levam as pinturas feitas no ateliê, como lembrancinhas

Quadrifoglio: 5094-1864 Studio do Sabor: 36731973 Strepolia: 3079-5959 Outras opções para festas Bem Me Quer Sports (academia): 3044-1108 Estação Natureza (fazendinha): 5034-2728 Glitz Mania (cabeleireiro para crianças): 3024-3839

Meninas são as que mais gostam da escola de culinária

Filhote de tigre na festa pode custar R$ 5 mil aos pais

Animais selvagens invadem as festas

A

festa pode ser no bufê mais legal, na livraria mais transada, na casa mais bonita, mas se não tiver uma atração a mais... Para incrementar a comemoração e agradar (ainda mais) os filhos, os pais têm à disposição uma variedade enorme de serviços, que vão de minipadaria e oficina de jardinagem a bichos. Sim, a bicharada invadiu as festas. E quando o assunto é animal, é possível radicalizar, afirma Fábio Paschoal, proprietário da Strepolia Eventos Infantis, empresa que há 18 anos atua na área e se especializou em garantir o animal que o dono da festa desejar. "Ninguém faz festa como o brasileiro. E São Paulo é o maior mercado de festa infantil do mundo", diz Paschoal. Ele "já cansou" de levar, acredite, elefante, filhote de tigre, chimpanzé e camelo a aniversários de criança. Em um desses eventos, o de um menino de dois anos em um bufê da cidade, Paschoal levou camelo, dromedário, elefante e chimpanzé, além de 10 pessoas para cuidar da bicharada. Só com os animais, o pai gastou cerca de R$ 15 mil. "Essas grandes produções são coisa tipicamente de brasileiro", diz Paschoal, que também faz show com cachorros (R$ 350). "Mas as pessoas querem algo diferente." A Strepo-

lia já levou elefante – adulto – para festa com tema do personagem Aladim, e quatro cobras para uma festa infantil cujo tema era safári. "Antigamente, festa de criança era um pal h a ç o , b r i g a d e i ro s e u m a piscina de bolinha. Hoje, tem novidade todo ano." O filhote de tigre (com no máximo seis meses de idade) e o elefante são os animais mais caros: cerca de R$ 5 mil cada. Eles ficam entre duas e quatro horas na festa. Aventura radical Paschoal inaugura nesta semana o Xpaço, no Tatuapé. Em dois mil metros quadrados, a criançada vai poder se divertir com circuito de arvorismo, jet b oa t s (bate-bate, só que na água), full-pipe (um simulador de snow board que deixa a pessoa de ponta cabeça a seis metros de altura) e laser shot – paintball a laser, "uma coisa meio Jornada nas Estrelas". "O objetivo é fugir do bufê chato e normal. Aqui, a criança pode fazer o que quiser. Eu vivo da loucura alheia", diz. Ele conta que muito bufê infantil coloca restrição às atrações animais. "Tem espaço que é chato. Como o animal vira a atração principal da festa, o bufê fica com ciúmes." E quando o animal estressa, Paschoal consegue acalmá-lo dando comida à vontade. "Em dia de festa, ele sai da dieta mesmo", brinca. (KS)


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quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

1 A Ladeira Porto Geral, geralmente congestionada pelos consumidores, estava praticamente vazia

COPA DO MUNDO E DIA DOS NAMORADOS IMPULSIONAM AS VENDAS EM SP

Fotos: Newton Santos/Hype

Consultas ao SCPC e Usecheque superaram as expectativas dos comerciantes

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parceria entre a Copa do Mundo e o Dia dos Namorados deu certo. Foi o que revelou o resultado dos indicadores de consultas Usecheque e Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), ambos da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), nos 12 primeiros dias de junho em relação a igual período do ano passado. O avanço foi da ordem de 5,85%, confirmando as expectativas iniciais, que projetavam um aumento de 5%. Outro motivo para comemoração foi o recorde das consultas ao Usecheque – que monitora as compras à vista. Na segunda-feira, dia 12, chegaram a 98 mil, encostando na véspera do Dia das Mães, quando as consultas somaram 100 mil. "O Dia dos Namorados foi turbinado pela Copa do Mundo,

contribuindo com a venda de televisores e aparelhos de DVD", disse o economista da Associação, Emílio Alfieri. O movimento no crediário também foi forte no Dia dos Namorados, atingindo a marca de 84,8 mil consultas, contra uma média diária de 73 mil. O edição de ontem do Diário do Comércio mostrou a euforia dos consumidores que lotaram as ruas de comércio popular, como a 25 de Março. Balanço – Nos primeiros 12 dias do mês de junho, as consultas ao SCPC cresceram 3,9% e as do Usecheque tiveram um aumento de 7,8%, em relação mesmo período do ano passado. Segundo Alfieri, esse desempenho foi inferior ao resultado de maio, mas superou o crescimento dos primeiros cinco meses de 2006, cuja média foi de 3,4% nas consultas ao

SCPC e de 6,8% nas efetuadas ao sistema de cheques. Alfieri, porém, faz uma ressalva: "Esse resultado não pode ser estendido para todo o mês". O economista lembra que o comércio vai ter pela frente um feriado prolongado, o de Corpus Christi, o que acaba esvaziando a cidade e prejudicando o movimento. Além disso, durante a Copa do Mundo, nos dias úteis em que a seleção brasileira jogar, deve haver meio dia de feriado informal. Em compensação, à medida que o País for eliminando seus adversários na Copa, salienta o economista, a torcida amplia sua animação e as vendas de eletrodomésticos tendem a registrar novo momento de crescimento. Então, aos comerciantes só resta desejar uma ótima sorte à seleção.

Torcedores comemoram o único gol do Brasil contra a Croácia, no Bar Filial, na Vila Madalena.

Teresinha Matos

Fotos: Andrea Felizolla/LUZ

O placar não empolga a torcida que assistiu ao jogo no Bar Genésio, mas a casa faturou bem

Bares da cidade tiveram forte movimento no jogo ogo da seleção prestes a começar. Empresas liberam os funcionários, lojas baixam as portas, indústrias paralisam a produção. Nas ruas, a conseqüência da meia jornada de trabalho aparece na forma de correria, ônibus e metrô lotados e trânsito parado. Quem não quis perder nenhum instante da estréia do Brasil na Copa preferiu juntar os amigos para assistir ao jogo no bar mais próximo do trabalho. Bom para o setor, um dos poucos a lucrar em um dia morto para a economia. O Sindicato dos Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP) projetou crescimento de 20% no movimento enquanto o Brasil estivesse em campo. De acordo com o presidente do Abrasel, Joaquim Saraiva de Almeida, o aumento provavelmente se concentrou em regiões de São Paulo que têm muitos escritórios. Os bares de Moema, Itaim Bibi, Avenida Paulista, centro e Vila Madalena foram os que mais lucraram, observou Almeida.

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No alto, a Rua 25 de Março deserta pouco depois das 17 horas, durante o segundo tempo do jogo. O cabeleireiro Valdeilson contou que ninguém apareceu no salão. Acima, a Rua Augusta vazia.

Lojas abertas à espera de clientes ntem, o cabeleireiro Valdeilson Ferreira não fez nenhum corte. Por conta do jogo do Brasil, o movimento foi fraco onde ele trabalha. "Insistimos em deixar as portas abertas mesmo durante a partida, mas ninguém apareceu", contou, enquanto acompanhava as jogadas da seleção brasileira pela TV no salão de beleza. Com Ferreira, havia outros cinco funcionários, todos atentos à bola que rolava no gramado do Estádio Olímpico de Berlim. Na hora do jogo, as ruas de São Paulo ficaram desertas. Não havia carros ou pessoas circulando a pé. Na Rua 25 de Março as lojas permaneceram fechadas. O Mercado Municipal, no centro da cidade, permaneceu aberto apenas para transmitir a partida em um telão de 200 polegadas. O meza-

O

nino ficou lotado de torcedores e todos os boxes fecharam. Os poucos estabelecimentos que teimaram em esperar os clientes também não tiveram sucesso nas vendas. Como no salão de beleza de Ferreira, o jeito foi reunir os funcionários para assistir à estréia do Brasil na Copa. "O movimento caiu a zero, mas deixamos a loja aberta mesmo durante o jogo para ver como seria", afirmou a vendedora Alda Íris de Araújo, que trabalha em uma loja de calçados nos Jardins. Compras — Houve também quem tentasse aproveitar a hora do jogo para ir às compras, como a operadora de telemarketing Ivani Sebastiana. Ela dirigiu por cerca de meia hora na região do Pacaembu até que conseguisse encontrar uma farmácia aberta. "Como todo mundo está assistindo à Copa,

acabei ficando responsável por procurar remédios para a família", contou. "Com atendentes sobrando no balcão, o serviço aos clientes acaba sendo bem melhor", disse. Quem tentou fazer compras em algum shopping center da capital voltou para casa de sacola vazia. Os centros comerciais deixaram as portas abertas, com os cafés funcionando, mas as lojas só abriram meia hora depois de a partida terminar. "Vim para comprar um celular e aproveitar a loja mais vazia, mas nada está funcionando aqui", disse o relações públicas Augusto Correia. "Vou ter de arranjar tempo para voltar depois." Além dele, outras pessoas deixaram o shopping Pátio Higienópolis decepcionadas com o fechamento temporário das lojas. Sonaira San Pedro

Esses estabelecimentos atraíram clientes instalando telões ou televisores e já vinham fazendo reservas semanas antes de o campeonato começar, casos do Café Girondino e do Barão do Café, ambos no centro da cidade. Na Rua Fidalga, na Vila Madalena, o público, devidamente trajado de verde e amarelo e munido de cornetas e apitos, lotava os bares. Alguns tentavam encontrar, da calçada, uma fresta entre as cabeças para ver os lances da estréia do Brasil. A estimativa de Helton Altman, proprietário dos bares Filial e Genésio, vizinhos de frente na Rua Fidalga, era de que em cada uma das casas cerca de 200 pessoas assistiram à partida. O movimento normal, segundo ele, é de aproximadamente 120 pessoas por estabelecimento nos horários de pico convencionais. "Nem precisamos de propaganda. Começamos a fazer reservas só há dois dias, isso porque queríamos manter o público que habitualmente vem ao

bar. Muitos decidiram fazer dos bares a sede para assistir em grupo aos jogos do Brasil na Copa", afirmou Altman. Mas nem todos planejaram ir aos bares. Isabela Oliveira queria ver de casa, mas teve de sair da Casa Verde, onde mora, para buscar a filha Maria Eduarda às 15 horas em uma escola na Vila Madalena. "Não daria tempo de voltar. Então, liguei desesperada para minhas amigas para saber o que fazer. Resolvemos marcar em um bar próximo à escola", comentou a torcedora. De corneta em punho e um fôlego que até chegou a irritar quem tentava ver a partida, o estudante Marcel Nabero também preferiu não se arriscar no trânsito para não perder o primeiro jogo da seleção. "É mais emocionante ver futebol com os amigos. Torcer sozinho não tem graça. Como meus amigos moram ou trabalham por aqui, combinamos ver as partidas juntos no bar", disse o estudante torcedor. Renato Carbonari Ibelli

Fotos: Newton Santos/Hype

Isabela Oliveira e a pequena Maria Eduarda assistem ao jogo da Brasil

Carla e o cão Leo na torcida


Ano 81 - Nº 22.148

São Paulo, quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Alaor Filho/AE

Kaká ganhou da Fifa o prêmio de craque do jogo. E agradeceu: "Vou guardar com carinho na minha coleção de troféis (sic)"

O mágico do quadrado E A MÁGICA INESPERADA: SUMIÇO DO FENÔMENO

Fernando Maia/Agência O Globo

Suada estréia! Sob o peso de uma fantástica expectativa mundial, nossa Seleção jogou apenas o possível. Seu quadrado mágico teve um mago só, Kaká, com um golaço aos 44 minutos, e no gol, São Dida, embora o dia fosse de Santo Antônio. A mágica Valéria Gonçalvez/AE do quadrado foi fazer Ronaldo desaparecer – uma ausência ainda mais notada quando Robinho apareceu em seu lugar, aos 23 minutos do segundo tempo, atormentando os croatas. Mas Parreira já anunciou que vai retirar o Fenômeno da cartola outra vez no domingo, no jogo contra o 1º colocado da chave do Brasil, a Austrália. Veja no Caderno da Copa e Cidades/1, 3 e 4

GOL DO COMÉRCIO

NOVA GOLEADA DE LULA

Guia para driblar o Leão

Ricardo Stuckert/PR

Se as eleições fossem hoje, o presidente (na foto, com dona Marisa, torcendo para a Seleção), venceria de goleada no 1º turno, com 48%, contra 19% de Alckmin. Pesquisa CNI-Ibope, divulgada ontem, revela que o governo recuperou índice de aprovação que tinha antes do mensalão, e analisa a situação do candidato do PSDB, que ainda não decolou. Página 3

Consultas ao SCPC e ao Usecheque cresceram 5,85% nos últimos 12 dias do mês, graças à Copa e ao Dia dos Namorados. Ontem foi a vez dos bares (como o do Mercadão, foto).Eco/1

O prato principal do Leão nos últimos 12 anos foi o comércio: 16.723 multas. Veja no www.dcomercio.com.br um teste do IBPT que indica o risco de sua empresa cair nas garras da Receita. Eco/3

HOJE Tempo Máxima XXº C. Mínima XXº C.

AMANHÃ Tempo Máxima XXº C. Mínima XXº C.

Mercados voltam a tremer, à espera da inflação americana A Bovespa despencou 2,11% ontem, para 32.847 pontos, e o dólar comercial fechou em alta de 0,35%, a R$ 2,298. O recuo das commodities também pressionou o mercado, de olho hoje na divulgação da inflação americana, que pode definir os novos juros do país. Economia/ 5


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

ATAS

BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. CNPJ/MF Nº 01.858.774/0001-10 - NIRE Nº 35.300.150.082 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, REALIZADA EM 27 DE ABRIL DE 2006

TUPAN ENERGIA ELÉTRICA S.A.

CNPJ/MF nº 02.800.821/0001-38 Ata da Assembléia Geral Ordinária realizada em 28 de abril de 2006 1 - Data, Horário e Local: 28/04/2006, às 10:00 hs. (dez horas), na sede social, situada na R. Paula Souza nº 326, sala 02, bairro da Luz, em São Paulo-SP; 2 - Quorum: Estavam presentes os acionistas detentores, em conjunto, da totalidade das ações do Capital Social, conforme assinaturas no Livro de Presenças; 3 - Direção dos Trabalhos: Assumiu a Presidência dos trabalhos o Sr. José da Costa Carvalho Neto, Diretor e representante da empresa acionista Arcadis Logos Energia S.A. Para secretário foi convidado o Sr. Luiz Gotardo Furlan, Diretor e representante da empresa acionista Galf Empreendimentos Ltda.; 4 - Instalação da Assembléia - Ordem do Dia: Tendo em vista a presença dos acionistas que representavam a totalidade do Capital Social, o Sr. Presidente declarou a Assembléia regularmente instalada, independentemente das formalidades legais de convocação, de acordo com o disposto no parágrafo 4º do Art. 124 da Lei nº 6404/76. Na seqüência, o Sr. Secretário, assumindo a palavra, informou que os trabalhos da Assembléia obedeceriam à seguinte Ordem do Dia: a) Tomada de contas dos administradores, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31.12.2005; b) Destinação do lucro líquido do exercício e c) Eleição dos membros da Diretoria e fixação da verba anual de remuneração dos diretores. Prosseguindo, o Sr. Secretário destacou que os documentos referentes ao item «a» da Ordem do Dia haviam sido encaminhados a todos os acionistas com mais de trinta dias de antecedência da presente Assembléia, o que foi plenamente confirmado. Na seqüência, informou que, independentemente da remessa aos acionistas, os referidos documentos haviam sido publicados nos jornais Diário Oficial do Estado de São Paulo e Diário do Comércio, em ambos na edição de 26.04.2006. Estando presentes os acionistas que representavam a totalidade do Capital Social, foram consideradas sanadas, de acordo com o disposto no parágrafo 4º do Art. 133 da Lei nº 6404/76, a falta de publicação do aviso de que trata o Artigo 133 dessa Lei e a inobservância do prazo de 05 (cinco) dias antes da data desta Assembléia para publicação das demonstrações contábeis; 5 - Deliberações: a) Não havendo abstenção legal a ser cumprida, foram aprovadas, por unanimidade, as contas da Administração e as demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31.12.2005; b) Com relação ao item “b” da Ordem do Dia, o Sr. Presidente destacou que, estando a empresa ainda em fase pré-operacional, não havia o que se deliberar a respeito; c) Em seguida, foram realizados os trabalhos de eleição dos membros da Diretoria para um novo mandato de 01 (um) ano, até a posse dos que vierem a ser eleitos pela A.G.O. em 2007, verificando-se, como resultado, a reeleição, por unanimidade, do seguinte quadro de diretores: Diretor Presidente José da Costa Carvalho Neto, brasileiro, casado, engenheiro eletricista, RG nº M-107.027 SSP/MG, CPF/MF nº 044.602.786-34, residente e domiciliado na R. Visconde do Rio das Velhas nº 3, apto. 1401, Vila Paris, em Belo Horizonte-MG; Diretor Vice-presidente - Velci Luiz Kaefer, brasileiro, casado, empresário, RG nº 646.421 - SSP/PR, CPF/MF nº 159.096.629-53, residente e domiciliado na R. Minas Gerais nº 1825, apto. 62, em Cascavel-PR; Diretor - Mauro Mendes Ferreira, brasileiro, casado, engenheiro eletricista, RG nº 1.426.803 SSP/GO e do CIC nº 304.362.301-00, residente e domiciliado na Al. Santa Inês, Casa 1, Condomínio Vila Felice - Jardim Itália, em Cuiabá-MT, e Diretor - Pedro Antonio Coelho de Souza Furlan, brasileiro, casado, advogado, RG nº 2.101.402 SSP/PR e do CIC nº 510.727.189-87, residente e domiciliado na Av. Cirne Lima nº 550, em Toledo-PR. Tendo em vista que a empresa está, ainda, em fase pré-operacional, não foram atribuídos honorários aos administradores eleitos. Na seqüência, estando presentes na sala ao lado e convidados a adentrarem no recinto da Assembléia, os diretores, na conformidade do disposto no § 1º do Art. nº 1.011 da Lei nº 10.406/2002 (Novo Código Civil), declararam que não estavam e nunca estiveram incursos em qualquer um dos crimes previstos em lei que impeçam o exercício das atividades de administradores. Assim sendo, o Sr. Presidente solicitou dos diretores que, em seguida, firmassem o competente Termo de Posse nos respectivos cargos. Dando seqüência, o Sr. Presidente, antes de concluir os trabalhos, solicitou do plenário a inclusão no texto da presente ata, para fins de informação a terceiros, da redação vigente da disposição estatutária referente ao Capital Social, bem como do quadro demonstrativo das atuais participações acionárias. Aprovada a solicitação, foram transcritas as referidas informações, conforme segue-se: Art. 5º - O Capital Social é de R$ 18.000.000,00 (dezoito milhões de reais), dividido em 18.000.000 (dezoito milhões) de ações, todas ordinárias e do valor nominal unitário de R$ 1,00 (um real), sendo 14.688.621 (quatorze milhões, seiscentas e oitenta e oito mil e seiscentas e vinte e uma) integralizadas e o restante, 3.311.379 (três milhões, trezentas e onze mil, trezentas e setenta e nove) a integralizar, em dinheiro, até 31.12.2006. São acionistas da empresa: Arcadis Logos Energia S.A. com 31,00%, Mauro Mendes Ferreira com 24,08%, Velci Luiz Kaefer com 11,90%, Roberto Kaefer com 11,90%, Galf Empreendimentos Ltda. com 9,50%, Bimetal Indústria e Comércio de Produtos Metalúrgicos Ltda. com 9,50%, Alexandre Herculano Coelho de Souza Furlan com 1,27% e Pedro Antonio Coelho de Souza Furlan com 0,85%, perfazendo 100,00%; 6 - Encerramento, Lavratura da Ata e Assinaturas: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a Assembléia com as formalidades de praxe. São Paulo-SP, 28/04/2006. aa) José da Costa Carvalho Neto (Presidente); Luiz Gotardo Furlan (Secretário); p/ Galf Empreendimentos Ltda. - Luiz Gotardo Furlan (Diretor); p/ Arcadis Logos Energia S.A. - José da Costa Carvalho Neto e Júlio César Biezus Neves (Diretores); Mauro Mendes Ferreira; p/ Bimetal Indústria e Comércio de Produtos Metalúrgicos Ltda. - Mauro Mendes Ferreira (Diretor); Velci Luiz Kaefer; Roberto Kaefer; Alexandre Herculano Coelho de Souza Furlan e Pedro Antonio Coelho de Souza Furlan. Certifico que a presente é cópia fiel da ata lavrada no Livro de Atas de Assembléias Gerais da Tupan Energia Elétrica S. A. São Paulo-SP, 28/04/2006. aa) Luiz Gotardo Furlan - Secretário. Extrato da ata arquivada na Jucesp sob o nº 150.704/06-9, em 05.06.2006.

I. DATA, HORÁRIO E LOCAL - Dia 27 de abril de 2006, às 10h00, na sede social da Companhia, localizada na Cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, na Rua Amazonas, 439, 1º andar, Centro. II. PRESENÇA - Acionistas representando a totalidade do capital social, ficando dispensados, conseqüentemente, os Editais de Convocação, de acordo com o parágrafo 4° do artigo 124 da Lei 6.404/76. III. MESA DIRIGENTE - Wilson Masao Kuzuhara, Presidente; Milton Roberto Pereira, Secretário. IV. DELIBERAÇÕES - Por unanimidade, foram aprovadas: a) A obtenção do registro de companhia aberta da Companhia, ficando autorizados os Diretores a promover junto à Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) o respectivo registro de companhia aberta. b) A constituição do Conselho de Administração da Companhia, que será composto por 3 (três) membros, todos com mandato de 2 (dois) anos, a saber: Presidente do Conselho de Administração, JOSÉ ERMÍRIO DE MORAES NETO, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade RG n° 4.432.222 – SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob n° 817.568.288-49; Conselheiros, MARCUS OLYNTHO DE CAMARGO ARRUDA, brasileiro, casado, advogado, portador da Cédula de Identidade RG nº 3.341.630 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob nº 067.020.158-87, e WILSON MASAO KUZUHARA, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG 4.626.032 – SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob n° 662.210.308-97, todos domiciliados na Capital do Estado de São Paulo, sendo certo que os respectivos honorários foram fixados até o limite máximo permitido pela legislação do Imposto de Renda. c) a renúncia do Sr. MARCUS OLYNTHO DE CAMARGO ARRUDA, supra qualificado, ao cargo de Diretor Executivo da Companhia. d) A designação do Sr. MILTON ROBERTO PEREIRA, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG 29.081.291-4 – SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob n° 224.193.060-15, para o cargo de Diretor de Relações com Investidores e Diretor Executivo. e) Em virtude do ora deliberado foi aprovado, igualmente, reformular e consolidar o Estatuto Social, o qual passa a fazer parte integrante desta ata, na forma de Anexo I. V. OBSERVAÇÕES FINAIS - a) O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra não havendo, todavia, nenhuma manifestação; b) Os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata, que tendo sido lida e achada conforme, vai assinada pelo Presidente, Secretário e demais presentes. (aa) Wilson Masao Kuzuhara, Presidente; Milton Roberto Pereira, Secretário. p. Banco Votorantim S.A., Marcus Olyntho de Camargo Arruda e Wilson Masao Kuzuhara; José Ermírio de Moraes Neto; Marcus Olyntho de Camargo Arruda e Wilson Masao Kuzuhara. - A presente transcrição é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. - São Paulo, 27 de abril de 2006. - MILTON ROBERTO PEREIRA - Secretário. CERTIDÃO - Arquivada na JUCESP em 12/06/2006, sob o número 155.522/06-1. Cristiane da Silva F. Correa - Secretária geral. ANEXO I À ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, REALIZADA EM 27 DE ABRIL DE 2006 Estatuto Social da BV Leasing – Arrendamento Mercantil S.A. CAPÍTULO I - Da Denominação, Sede, Objeto e Prazo - Artigo 1º - A BV Leasing - Arrendamento Mercantil S.A. é uma sociedade anônima que se rege por este Estatuto e pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis (“Companhia”). - Artigo 2º - A Companhia tem sede e foro jurídico no Município de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, na Rua Amazonas, 439, 11° andar, Centro, CEP 09520-070, podendo, por deliberação da Diretoria e satisfeitos os requisitos legais e regulamentares, abrir, transferir e/ou encerrar agências ou escritórios de representações e nomear correspondentes em qualquer parte do território nacional ou no exterior. - Artigo 3º - A Companhia tem por objeto social a prática de operações de arrendamento mercantil, previstas pelas normas legais e regulamentares em vigor. - Parágrafo Único - A Companhia poderá participar de outras sociedades, como sócia ou acionista, participação essa condicionada às limitações estabelecidas pela legislação em vigor. - Artigo 4º - O prazo de duração da Companhia é indeterminado. - CAPÍTULO II - Do Capital Social e Ações - Artigo 5º - O capital subscrito e integralizado é de R$ 496.200.000,00 (quatrocentos e noventa e seis milhões e duzentos mil reais), dividido em 510.404 (quinhentas e dez mil, quatrocentas e quatro) ações ordinárias, sem valor nominal, obrigatoriamente nominativas. - Parágrafo Primeiro – As ações serão representadas por certificados, podendo a Companhia emitir certificados múltiplos de ações. - Parágrafo Segundo – Os certificados representativos de ações serão assinados, sempre, por dois diretores. - Parágrafo Terceiro - Cada ação ordinária dará direito a um voto nas deliberações das Assembléias Gerais. - CAPÍTULO III - Da Administração - Artigo 6º - A Companhia será administrada por um Conselho de Administração e por uma Diretoria. - Parágrafo Primeiro - Os membros do Conselho de Administração e da Diretoria recebem a remuneração que a Assembléia Geral fixar. - Parágrafo Segundo - É permitida a acumulação das funções de membro do Conselho de Administração e Diretor, na forma da Lei. - CAPÍTULO IV – Do Conselho de Administração - Artigo 7º - O Conselho de Administração da Companhia será composto por 03 (três) membros, acionistas, residentes no país, eleitos pela Assembléia Geral, com mandato de 02 (dois) anos, permitida a reeleição. - Parágrafo Primeiro - Dentre os eleitos, a Assembléia Geral indicará o Presidente do Conselho de Administração. - Parágrafo Segundo - Os membros do Conselho de Administração serão investidos em seus cargos mediante assinatura de termo de posse no livro de atas do Conselho, devendo permanecer no exercício de seus cargos até a posse dos eleitos para sua substituição. - Parágrafo Terceiro - Em caso de vaga ou impedimento definitivo ou temporário, será convocada, dentro de 30 (trinta) dias, uma Assembléia Geral para eleger um substituto que completará o mandato do Conselheiro substituído. - Artigo 8º - O Conselho de Administração é um órgão normativo, de deliberação colegiada, que tem a função primordial de fixar as diretrizes fundamentais da política geral da Companhia, verificar e acompanhar a sua execução, cumprindo-lhe especialmente: - a) eleger e destituir os membros da Diretoria, fixando suas atribuições; - b) fiscalizar a gestão dos Diretores; - c) convocar a Assembléia Geral quando julgar conveniente e, anualmente, a Assembléia Geral Ordinária; d) manifestar-se sobre o relatório da administração e as demonstrações financeiras a serem apresentadas à Assembléia Geral; - e) aprovar a proposta, elaborada pela Diretoria, dos dividendos a serem distribuídos aos acionistas; - f) autorizar a alienação de bens do ativo permanente, constituir ônus reais, prestar fianças, avais e outras garantias, ainda que de natureza real; - g) escolher e destituir auditores independentes. - Artigo 9º - Ordinariamente, o Conselho de Administração se reunirá trimestralmente e, extraordinariamente, sempre que necessário, conforme convocação feita por seu Presidente. - Parágra-

fo Primeiro - As datas das reuniões ordinárias serão fixadas com uma antecedência mínima de 08 (oito) dias; as das extraordinárias, com uma antecedência mínima de 03 (três) dias. - Parágrafo Segundo - As convocações para as reuniões do Conselho de Administração serão sempre feitas pelo Presidente através de carta, telegrama ou telex, com a designação da ordem do dia. - Parágrafo Terceiro É dispensada a convocação quando estiverem presentes todos os membros do Conselho de Administração. - Parágrafo Quarto - Para que o Conselho de Administração possa instalar-se é necessária a presença da maioria de seus membros. - Parágrafo Quinto - As deliberações do Conselho de Administração serão tomadas, em cada assunto, por maioria de votos de seus membros, cabendo ao seu Presidente, em caso de empate, voto adicional de qualidade. - Parágrafo Sexto - Das reuniões do Conselho de Administração serão lavradas atas em livro próprio. - Artigo 10 - Compete ao Presidente do Conselho de Administração: a) presidir suas reuniões exercendo, em caso de empate, voto adicional de qualidade; b) convocar, instalar e presidir as Assembléias Gerais dos acionistas, sendo-lhe facultado autorizar, expressamente, outros membros do Conselho a praticarem nesses atos, bem como indicará seu substituto em casos de ausência ou impedimento. - CAPÍTULO V - Da Diretoria - Artigo 11 - A sociedade será administrada por uma Diretoria composta de um mínimo de 02 (dois) e um máximo de 08 (oito) membros, sendo 02 (dois) Diretores Executivos e até 06 (seis) Diretores sem designação especial, acionistas ou não, residentes no País, eleitos pela Assembléia Geral Ordinária, para um mandato de 01 (hum) ano, admitida a reeleição. - Parágrafo Primeiro - Os Diretores serão investidos em seus cargos, independentemente de caução, mediante termo de posse lavrado e assinado no livro próprio, após seus nomes terem sido aprovados pelas autoridades competentes. - Parágrafo Segundo - O prazo de gestão estender-se-á até a investidura dos novos Diretores. - Parágrafo Terceiro – A remuneração dos Diretores será fixada pela Assembléia Geral. - Artigo 12 - Compete à Diretoria a administração e a gestão dos negócios sociais, a prática de todos os atos e a realização de todas as operações que se relacionem com os objetivos da Companhia, observado o disposto no Artigo 8°, acima. - Parágrafo Primeiro - A Diretoria se reunirá sempre que necessário, com a presença de, no mínimo, metade de seus membros empossados, sendo sempre necessária a presença de pelo menos 1 (um) dos Diretores Executivos. - Parágrafo Segundo - As deliberações da Diretoria serão tomadas por maioria de votos dos presentes. - Artigo 13 - Nos casos de impedimentos e ausências temporárias, um dos Diretores Executivos designará qualquer outro membro para exercer as funções do impedido ou ausente. - Artigo 14 - Em caso de vaga ou impedimento definitivo por qualquer motivo, a Diretoria solicitará ao Conselho de Administração a convocação de uma reunião sobre o assunto. - Artigo 15 - A Companhia poderá, nos termos da legislação vigente, coobrigar-se por aceite, aval, fiança ou qualquer outra modalidade de garantia, observado o disposto no Artigo 8°, acima. - Artigo 16 - A Companhia observará as normas aplicáveis às operações de arrendamento mercantil, especialmente as referentes à auditoria e contabilidade, que sejam determinadas pelo Banco Central do Brasil. - Parágrafo Único A Companhia contratará os serviços de auditoria externa prestados por empresas de auditoria contábil ou auditor independente, que sejam autorizados pelos órgãos competentes. - Artigo 17 - Todos os atos que impliquem assunção de responsabilidade pela Companhia, inclusive a prestação de fianças, avais ou outras garantias em favor de terceiros, serão sempre praticados: a) por dois Diretores, em conjunto; b) por um Diretor conjuntamente com um procurador; c) por dois procuradores, em conjunto, nomeados na forma do disposto no artigo 18; d) por um único procurador, em casos especiais, investido de poderes específicos para a prática do ato para o qual foi constituído. - Artigo 18 - A Companhia poderá, por dois de seus Diretores, sendo um deles, necessariamente um Diretor Executivo, nomear procuradores, fixando-lhes os poderes e o tempo de duração conferidos nos respectivos mandatos, ressalvados quanto ao prazo as procurações “Ad Judicia”. - Artigo 19 - São expressamente proibidos e serão nulos de pleno direito quaisquer atos praticados por Diretores, procuradores ou empregados da Companhia que sejam estranhos ao objeto social e aos negócios da Companhia. - CAPÍTULO VI - Do Conselho Fiscal - Artigo 20 - A Companhia terá um Conselho Fiscal, que funcionará em caráter não permanente, composto de 03 (três) membros efetivos e 03 (três) suplentes. - Parágrafo Primeiro - Os membros do Conselho Fiscal devem ser pessoas naturais residentes no País, que preencham os requisitos legais e serão eleitos pela Assembléia Geral, a qual lhes fixará a remuneração. - Parágrafo Segundo - O Conselho Fiscal será instalado em qualquer Assembléia Geral, a pedido dos acionistas, funcionando até a primeira Assembléia Geral Ordinária que se realizar após a sua eleição. - CAPÍTULO VII - Da Assembléia Geral - Artigo 21 - A Assembléia Geral instalar-se-á, ordinariamente, nos quatro meses que se seguirem ao término do exercício social e, extraordinariamente, sempre que o interesse social o exigir. - Artigo 22 - A Assembléia Geral será convocada, instalada e presidida pelo Presidente do Conselho de Administração, sendo secretariada por acionista ou não, por ele escolhido. - Parágrafo Único - Dos trabalhos e deliberações da Assembléia Geral será lavrada, em livro próprio, ata a ser assinada pelos membros da mesa e pelos acionistas presentes. - CAPÍTULO VIII - Do Exercício Social, Lucros e Distribuição - Artigo 23 - O exercício social coincidirá com o ano civil, encerrando-se em 31 de dezembro de cada ano, ocasião em que se procederá a elaboração das Demonstrações Financeiras, de acordo com os preceitos legais e regulamentares, as quais serão submetidas à aprovação da Assembléia Geral. - Parágrafo Único - A Companhia levantará balanço semestral no dia 30 de junho de cada ano. - Artigo 24 - Do lucro líquido obtido, diminuído ou acrescido dos valores previstos no artigo 202 da Lei 6.404/76, 25% (vinte e cinco por cento) serão declarados e pagos como dividendo mínimo obrigatório aos acionistas, permanecendo o saldo à disposição da Assembléia. - Parágrafo Único - O montante do lucro não destinado ao pagamento de dividendos será retido em Reserva de Expansão constituída com a finalidade de fazer frente aos investimentos para expansão dos negócios da Companhia, até o limite do capital social, observado o disposto no artigo 199 da Lei 6.404/76, vigente quando de sua destinação. - Artigo 25 - A Diretoria poderá declarar dividendos à conta de lucros apurados nos balanços semestrais e levantar balanço e distribuir dividendos em períodos menores, observadas as disposições legais, bem como declarar dividendos intermediários, à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral. - Artigo 26 - À Assembléia Geral é lícito atribuir aos Diretores da Companhia participação nos lucros apurados, desde que pago o dividendo obrigatório a que alude o artigo 25, acima. - CAPÍTULO IX - Da Dissolução e Liquidação - Artigo 27 - A Companhia será dissolvida e entrará em liquidação nos casos previstos em Lei, competindo à Assembléia Geral determinar o modo pelo qual deva ser processada, inclusive nomeando o liquidante e o Conselho Fiscal que a conduzirão durante o período de liquidação.


quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Cidades

1 Telão instalado no Vale do Anhangabaú, no Centro da Capital, reuniu cerca de 15 mil torcedores.

Fotos de Alex Ribeiro/DC

Valeu apelar para qualquer santo. No Anhangabaú tomado pela multidão, os fiéis, da religião e da bola, rezaram para os seus santos de devoção e deram um empurrão espiritual na Seleção Brasileira.

FÉ EM DEUS E GOL NELES

O paulistano armou-se ontem de sua fé mais fervorosa e foi às ruas rezar e torcer pela vitória da Seleção Brasileira em seu jogo de estréia na Copa da Alemanha, contra a Croácia. O Anhangabaú foi o ponto de encontro. O gol, único e suado gol de Kaká, saiu depois de muita oração. Nesse momento, a cidade explodiu em fogos e alegria. Mais uma vez os brasileiros que vivem em São Paulo ficaram felizes.

A

proximadamente bem que tentou encontrar os 15 mil pessoas amigos no fim da avenida estiveram ontem Paulista. "Trabalho em Santo no vale do Amaro, o trânsito estava Anhangabaú, no Centro, para horrível e atrasei", disse, às assistir ao jogo do Brasil em 16h42, ao lado de centenas de um telão montado pessoas, na calçada da especialmente para o evento. alameda Joaquim Eugênio de Munidas de fé, alegria e muita Lima, esquina com a Paulista, esperança na vitória – que se onde acompanhava o confirmou – elas assistiram primeiro tempo. nervosas ao jogo e Estava tão longe do telão explodiram em um só grito instalado no Café Creme que quando Kaká fez o único gol não conseguiu ver o primeiro da partida. gol. "Vou aproveitar o Não houve intervalo e ver registros de se chego ao bar ocorrências, onde estão segundo a meus amigos." Polícia Militar. Pouco antes Embora pareça das 16h, o Uno grande, o Mille 1993 da público pedagoga Eva registrado Alves resolveu ontem ficou encrencar na aquém das Paulista. expectativas. Máscara de A arena estrelinhas, montada no camiseta local tem amarela, deu capacidade um chute no para 80 mil pneu. "Esse lixo Torcedor atento ao jogo pessoas. só quebra. Ontem, Liguei para o vários serviços foram do mecânico que fez a revisão interrompidos mais cedo em e sabe o que ele me disse? Para todo o País. Em são Paulo, o esperar, porque eu afoguei o Metrô ficou superlotado por carro. Ele queria é ver o jogo." volta das 14h, o trânsito ficou Às 16h12, a engraxate caótico mais cedo e muita Janaína Rossetti preparava gente ficou até duas horas no os sapatos dos clientes que ponto de ônibus para tentar estavam de olho no Brasil e ver o jogo em casa. Quem não iam pegar os pares no fim do conseguiu ir embora do jogo. "Queria assistir. Mas trabalho, ou preferiu assistir o não vai dar." (Agências) jogo na rua, pôde ficar no Nas páginas 3 e 4, mais Anhangabaú ou procurar informações sobre a Copa e a outros telões instalados na cidade. No caderno Copa, tudo cidade. sobre Brasil e Croácia, os jogos de Na Paulista – O analista de ontem e os de hoje. Em Economia, marketing Marcelo Juliatto o movimento do comércio.

Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, foi levada para o Centro

Com o terço na mão e muita fé, torcedora espera pelo gol brasileiro

Valeu a pena rezar e esperar. Na hora do gol a euforia tomou conta dos que assistiam ao jogo no telão instalado no Anhangabaú.


quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

PETRÓLEO O produto encerrou em baixa ontem e o preço do barril foi cotado a US$ 68,57.

HARPIA, DA RECEITA, ENTRA EM OPERAÇÃO NO 2º SEMESTRE

Ó RBITA

MÉXICO A atividade industrial do país recuou inesperadamente 0,8% em abril.

Hélvio Romero/AE

VOLKS EM CLIMA DE DECISÃO

A

direção da Volkswagen e representantes de trabalhadores de quatro das cinco fábricas do grupo no País se reunirão hoje para discutir o plano de reestruturação do grupo, que prevê a demissão de 5.773 trabalhadores, o equivalente a 25% do quadro atual, além de corte em igual proporção nos custos com a folha de pagamento. O encontro será tenso. Ontem, a montadora informou a dispensa de 30 alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) que se

formam no fim do mês. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, é a primeira vez que isso ocorre. Ontem, a entidade distribuiu 300 mil panfletos em vários locais, como no

Metrô da Sé (foto), denunciando a empresa. Também pela primeira vez, os funcionários não foram dispensados para assistir ao primeiro jogo do Brasil na Copa. (AE)

A

disparada nos preços da construção civil (de 0,45% para 1,80%) puxou para cima a primeira prévia do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) de junho, que subiu 0,27%, ante alta de 0,21% em igual prévia em maio. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o indicador, usado para reajustar preços de aluguel e de energia, também foi pressionado pela continuidade nos aumentos dos metais no atacado. (AE)

CRESCIMENTO

O

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Embate entre Kirchner e Morales será dia 29 Queda nas exportações compromete emprego

L

advogado Arnaldo Malheiros Filho, que tem como cliente o ex-controlador do Banco Santos Edemar Cid Ferreira, disse que entrará com agravo regimental no Supremo Tribunal Federal (STF), que negou ontem pedido liminar de habeas-corpus. Edemar está na penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo. O agravo é um recurso para que seja revista a decisão do ministro relator do processo. (AE)

A TÉ LOGO

L

O

AGRAVO

JAPÃO – Operadores do mercado financeiro japonês trabalharam ontem de olho no replay do jogo da seleção japonesa contra a Austrália, que venceu por 3 a 1. O time australiano venceu o jogo de virada no final do segundo tempo da partida. O Japão, que tem como técnico Zico, enfrenta o Brasil no próximo dia 22 de junho.

L

O

s asiáticos atraem o maior investimento estrangeiro direto (IED) entre os países em desenvolvimento. Segundo pesquisa da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), citada em trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), há uma tendência à realocação de atividades corporativas de grande valor adicionado, como as de processamento, logística e de fornecimento para países em desenvolvimento. (AE)

COMÉRCIO: PRESA PREFERIDA DA RECEITA FEDERAL

O

INFLAÇÃO

INVESTIMENTOS

O Fisco não está mais no escuro. Quando instaura um procedimento fiscal é porque constatou indícios de sonegação. Gilberto Luiz do Amaral, IBPT

De 1994 a 2005, as empresas do comércio foram as mais autuadas pelo Fisco

Reuters/Yuriko Nakao

Fundo Monetário Internacional (FMI) calcula que o crescimento da economia mundial será de cerca de 5% neste ano, disse ontem a subdiretora da instituição, Anne Krueger. Assim, o Produto Interno Bruto (PIB) global se expandirá pelo quarto ano consecutivo acima de 4%. Ela alertou, porém, para a existência de uma série de fatores que "podem fazer com que os ritmos de crescimento do PIB mundial sejam inferiores ao esperado". Entre eles, as divergências nas negociações no FMI, problemas geopolíticos e os altos preços do petróleo. (AE)

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Bancos investem em fundos sociais

setor comercial foi o alvo preferido do Leão de 1994 a 2005. Nesse período, as empresas desse segmento foram as que mais receberam multas da Receita Federal, com 16.723 mil autos de infraç ã o , o q u e c o r re s p o n d e a 34,95% do total. Os dados fazem parte de um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que resolveu fazer o levantamento por conta da proximidade do funcionamento do software Harpia, no segundo semestre, que vai traçar o perfil dos contribuintes com base em suas transações. O objetivo do estudo foi identificar o grau de vulnerabilidade das empresas para cair nas garras do Leão. O economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, no entanto, ressalva que o maior número de autos vai para o comércio pelo fato de o setor ter o maior número de estabelecimentos no País. Segundo Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT, as empresas de médio e grande portes, no comércio, foram as mais autuadas. Mas a tendência deve mudar. "Como a maior parte das fiscalizações do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) ocorre no comércio, incluindo estabelecimentos

menores, a Super-Receita (união dos fiscos) vai vigiar mais de perto os pequenos comerciantes também", disse. O IBPT analisou os resultados de fiscalização dos órgãos de 1994 a 2005. Além disso, foram estudados os resultados de 4.221 fiscalizações, sendo 2.615 pela Receita Federal, de janeiro de 1999 a dezembro de 2005. Foram considerados os sistemas de cruzamento de informações

16,7 mil é o número de autos de infração que o comércio recebeu de 1994 a 2005, segundo o IBPT em vigor, como o Sistema de Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços (Sintegra) e a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). De acordo com o estudo do instituto, de 2001 a 2005, foram emitidos 47.854 autos de infração contra pessoas jurídicas. Foi apurado um total de crédito

tributário de R$ 203,82 bilhões, com média de R$ 4,25 milhões por procedimento fiscal. Alvo certo – A evolução anual dos autos de infração entre 1994 e 2005 mostra que o aprimoramento dos sistemas de fiscalização tem feito com que os órgãos acertem cada vez mais o alvo. Em 2003, quando o maior número de empresas foi autuada (17.870), a Receita arrecadou R$ 47,26 bilhões por meio dos autos de infração. Já em 2005, ano em que um número menor de empresas (9.952) foi apanhada, o Fisco recolheu R$ 45,72 bilhões, um valor aproximado do arrecadado dois anos antes. "A Receita não está mais no escuro. Quando instaura um procedimento fiscal é porque constatou indícios sérios de sonegação", afirmou Amaral. Causas – De 1999 a 2005, as três causas que mais levaram a autuações foram a omissão de receitas verificada pela movimentação bancária (36,55%), glosa de despesas e custos (27,35%) e omissão de receitas verificada pelo cruzamento de informações (22,56%). O IBPT elaborou um teste para verificar o índice de risco de fiscalização de tributos federais das empresas. O teste pode ser acessado pelo site www.dcomercio.com.br. Laura Ignacio


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Ambiente Compor tamento Segurança Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

DOZE EQUIPES DE POLICIAIS FORAM PREMIADAS

As polícias nunca falharam na missão de preservar a vida, a ordem e a lei. Cláudio Lembo, governador

ABREU FILHO FICA NO CARGO, DIZ LEMBO Governador participa da entrega do prêmio Disque-Denúncia e responde a entidades de direitos humanos que pediam a saída do secretário de Segurança Newton Santos/Hype

Sergio Leopoldo Rodrigues

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governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), garantiu que o secretário de Segurança do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, continuará no cargo. "Ele tem a minha total confiança e apoio", assegurou, respondendo a entidades de defesa dos direitos humanos que pediam seu afastamento da pasta. Lembo voltou a defender as polícias Civil e Militar. "Elas nunca falharam na missão de preservar a vida, a ordem e a lei", enfatizou. Lembo reafirmou que agiu corretamente, "e o tempo me dará razão", ao não aceitar a oferta do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de enviar reforço policial federal para São Paulo nos dias dos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). "Disse não porque sabia da capacidade da nossa polícia", afirmou, na segunda-feira à noite, na Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). O governador participou da entrega do prêmio Disque-De-

CONVOCAÇÕES

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR

EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS PREGÃO Nº 018/2006- FAMESP/HEB PROCESSO Nº 095/2006 - FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇOS Nº 011/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados até o dia 14 de junho a 28 de junho de 2006 , das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Júnior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680 - ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885 - ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital Estadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS - PREGÃO Nº 018/2006- FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 095/2006 FAMESP/HEB - REGISTRO DE PREÇOS Nº 011/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo o Fornecimento mensal por um período de 12 meses, de REAGENTES para realização de Exames de Gasometria,etc..., com concessão de uso gratuito, de um equipamento Analisador de Gases Sanguineos, para a Seção de Laboratórios de Análises Clínicas do Hospital Estadual Bauru. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 29 de junho de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 12 de junho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi. Diretor Vice Presidente - FAMESP.

núncia às 12 equipes policiais que mais se destacaram em 2005, solucionando e evitando crimes a partir de denúncias feitas pelo 181, promovido pelo Instituto São Paulo Contra a Violência. No evento, Lembo criticou "os que se empenham apenas em falar mal (da polícia) e usam politicamente" episódios como os atentados do PCC, que pararam a Capital. Apoio – O governador recebeu elogios pelas decisões referentes aos ataques. O apoio veio do prefeito Gilberto Kassab (PFL), do secretário-adjunto de Segurança, Marcelo Mar-

tins Oliveira, e de toda a cúpula das polícias. Kassab afirmou que Lembo não "titubeou um segundo em sua autoridade". E Martins foi enfático: "O apoio que o governador vem dando (às polícias) não tem precedentes na história de São Paulo". O presidente do Conselho Deliberativo do Instituto, Abram Szajman, destacou a "firmeza" de Lembo contra o PCC e o presidente executivo do instituto, Eduardo Capobianco, mostrou que a atuação das polícias, com o apoio do 181, reduziu a criminalidade no Estado desde 1997.

ATA BV LEASING – ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A.

EDITAIS

Lembo e Kassab na entrega de prêmios a policiais paulistas

CNPJ/MF nº 01.858.774/0001-10 - NIRE 35.300.150.082 ATA DE REUNIÃO DE CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO, REALIZADA EM 5 DE JUNHO DE 2006 1. DATA, HORÁRIO E LOCAL – Dia 5 de junho de 2006, às 11:00 horas, na sede social, localizada na Cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, na Rua Amazonas, 439, 1º andar, Centro. 2. PRESENÇA – Totalidade dos Conselheiros. 3. MESA DIRIGENTE – José Ermírio de Moraes Neto, Presidente; Wilson Masao Kuzuhara, Secretário. 4. DELIBERAÇÃO – Nos termos do disposto na Instrução CVM Nº 358, de 03 de janeiro de 2002, conforme alterada, foi aprovado o Regulamento da Política de Divulgação sobre Ato ou Fato Relevante, que prevê a adoção de mecanismos que assegurem controle e transparência no uso e divulgação de informações relevantes da Companhia, documento esse cuja cópia integra a presente ata para todos os fins de direito. 5. OBSERVAÇÕES FINAIS – a) O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra, não havendo, todavia, nenhuma manifestação; b) Os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata, que tendo sido lida e achada conforme, vai assinada pelos presentes. (aa) José Ermírio de Moraes Neto, Presidente; Wilson Masao Kuzuhara, Secretário; José Ermírio de Moraes Neto; Marcus Olyntho de Camargo Arruda e Wilson Masao Kuzuhara. A presente transcrição é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 5 de junho de 2006. WILSON MASAO KUZUHARA - Secretário. CERTIDÃO - Arquivada na JUCESP em 12/06/ 2006, sob o número 155.524/06-9. Cristiane da Silva F. Correa - Secretária geral. BV LEASING ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. POLÍTICA DE DIVULGAÇÃO DE ATO OU FATO RELEVANTE 1. Introdução e Objetivo - 1.1 Este manual (“Manual”) contém a política de divulgação de ato ou fato relevante de BV Leasing Arrendamento Mercantil S.A., inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob n.º 01.858.774/0001-10, com sede na Cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, na Rua Amazonas, 439, 1º andar, Centro (“Companhia”), aprovada por seus acionistas em reunião do conselho de administração realizada em 5 de junho de 2006 (“Política de Divulgação”), e tem por objetivo estabelecer as normas e procedimentos a serem observados na divulgação, pela Companhia, de atos ou fatos relevantes, bem como as exceções à imediata divulgação de informações e os procedimentos relativos à manutenção de sigilo acerca de informações relevantes não divulgadas ao mercado. - 1.2 O diretor de relações com investidores será o responsável pela execução e acompanhamento da Política de Divulgação. - 1.3 Este Manual encontra-se disponível na CVM e na sede da Companhia. - - 2. Definição de Ato ou Fato Relevante - 2.1 De acordo com o artigo 2º da Instrução CVM n.º 358, de 3 de janeiro de 2002, conforme alterada, considera se relevante qualquer decisão de acionista controlador, deliberação de assembléia geral ou dos órgãos de administração da Companhia, ou qualquer outro ato ou fato de caráter político administrativo, técnico, negocial ou econômico financeiro ocorrido ou relacionado aos seus negócios, que possa influir de modo ponderável (i) na cotação dos valores mobiliários de emissão da Companhia ou a eles referenciados; (ii) na decisão dos investidores de comprar, vender ou manter os valores mobiliários de emissão da Companhia; ou (iii) na decisão dos investidores de exercer quaisquer direitos inerentes à condição de titular de valores mobiliários emitidos pela Companhia ou a ele referenciados. - 2.2 Observada a definição acima, são exemplos de ato ou fato potencialmente relevante, nos termos do parágrafo único do artigo 2º da Instrução CVM n.º 358/02: - (i) assinatura de acordo ou contrato de transferência do controle acionário da Companhia, ainda que sob condição suspensiva ou resolutiva; - (ii) mudança no controle da Companhia, inclusive através de celebração, alteração ou rescisão de acordo de acionistas; - (iii) celebração, alteração ou rescisão de acordo de acionistas em que a Companhia seja parte ou interveniente, ou que tenha sido averbado no livro próprio da Companhia; - (iv) ingresso ou saída de sócio que mantenha, com a Companhia, contrato ou colaboração operacional, financeira, tecnológica ou administrativa; - (v) autorização para negociação dos valores mobiliários de emissão da Companhia em qualquer mercado, nacional ou estrangeiro; - (vi) decisão de promover o cancelamento de registro de companhia aberta da Companhia; - (vii) incorporação, fusão ou cisão envolvendo a Companhia ou empresas ligadas; - (viii) transformação ou dissolução da Companhia; - (ix) mudança na composição do patrimônio da Companhia; - (x) mudança de critérios contábeis; - (xi) renegociação de dívidas; (xii) aprovação de plano de outorga de opção de compra de ações; - (xiii) alteração nos direitos e vantagens dos valores mobiliários emitidos pela Companhia; - (xiv) desdobramento ou grupamento de ações ou atribuição de bonificação; - (xv) aquisição de ações da Companhia para permanência em tesouraria ou cancelamento, e alienação de ações assim adquiridas; - (xvi) lucro ou prejuízo da Companhia e a atribuição de proventos em dinheiro; - (xvii) celebração ou extinção de contrato, ou o insucesso na sua realização, quando a expectativa de concretização for de conhecimento público; (xviii) aprovação, alteração ou desistência de projeto ou atraso em sua implantação; - (xix) início, retomada ou paralisação da fabricação ou comercialização de produto ou da prestação de serviço; (xx) descoberta, mudança ou desenvolvimento de tecnologia ou de recursos da Companhia; - (xxi) modificação de projeções divulgadas pela Companhia; e - (xxii) impetração de recuperação judicial ou extrajudicial, requerimento ou confissão de falência ou propositura de ação judicial que possa vir a afetar a situação econômico financeira da Companhia. - 2.3 Em caso de dúvida, caberá ao diretor de relações com investidores decidir sobre a caracterização de determinado ato ou fato como relevante, devendo, para tal fim, consultar o conselho de administração. - 3. Deveres e Responsabilidades na Divulgação de Ato ou Fato Relevante - 3.1 Cumpre ao diretor de relações com investidores divulgar e comunicar à CVM e, se for o caso, à bolsa de valores e entidade do mercado de balcão organizado em que os valores mobiliários de emissão da Companhia sejam admitidos à negociação, qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado aos seus negócios, bem como zelar por sua ampla e imediata disseminação, simultaneamente em todos os mercados em que tais valores mobiliários sejam admitidos à negociação. - 3.1.1 Os acionistas controladores, membros da diretoria, membros do conselho de administração, membros do conselho fiscal (se estiver em funcionamento) e de quaisquer órgãos com funções técnicas ou consultivas, criados por disposição estatutária, deverão comunicar imediatamente tal ato ou fato relevante de que tenham conhecimento ao diretor de relações com investidores, que promoverá a sua divulgação. - 3.1.2 Caso as pessoas referidas no item 3.1.1 acima tenham conhecimento pessoal de ato ou fato relevante e constatem a omissão do diretor de relações com investidores no cumprimento de seu dever de comunicação e divulgação, inclusive na hipótese do segundo parágrafo do item 4.1.1 abaixo, somente se eximirão de responsabilidade caso comuniquem imediatamente o ato ou fato relevante à CVM. Para esse fim, antes da comunicação à CVM, as pessoas referidas no item 3.1.1 acima deverão se certificar junto ao diretor de relações com investidores se não houve decisão do conselho de administração da Companhia de não divulgar o ato ou fato relevante. - 3.1.3 O diretor de relações com investidores deverá divulgar simultaneamente ao mercado o ato ou fato relevante a ser veiculado por qualquer meio de comunicação, inclusive informação à imprensa, ou em reuniões de entidades de classe, investidores, analistas ou com público selecionado, no país ou no exterior. - 3.1.4 A divulgação de ato ou fato relevante deverá se dar através de publicação nos jornais de grande circulação utilizados habitualmente pela Companhia, podendo ser feita de forma resumida, desde que indique o endereço na rede mundial de computadores – Internet, onde a informação completa deverá estar disponível a todos os investidores, em teor no mínimo idêntico àquele remetido à CVM e, se for o caso, à bolsa de valores e entidade do mercado de balcão organizado em que os valores mobiliários de emissão da Companhia sejam admitidos à negociação. - 3.1.5 A divulgação do ato ou fato relevante, inclusive da informação resumida referida no item 3.1.4 acima, devem ser feitas de modo claro e preciso, em linguagem acessível ao público investidor. - 3.1.6 Compete ao diretor de relações com investidores providenciar a divulgação, correção, aditamento ou republicação sobre ato ou fato relevante, sempre que solicitado pela CVM. - 3.2 Compete ao diretor de relações com investidores prestar esclarecimentos adicionais à comunicação e à divulgação de ato ou fato relevante, sempre que solicitado pela CVM, pela bolsa de valores ou pela entidade do mercado de balcão organizado em que os valores mobiliários de emissão da Companhia sejam admitidos à negociação. - 3.2.1 Na hipótese do item 3.2 acima ou caso ocorra oscilação atípica na cotação, preço ou quantidade dos valores mobiliários de emissão da Companhia ou a eles referenciado, o diretor de relações com investidores deverá inquirir as pessoas com acesso a atos ou fatos relevantes, com o objetivo de averiguar se estas têm conhecimento de informações que devem ser divulgadas ao mercado. - 3.3 A divulgação de ato ou fato relevante deverá ocorrer, sempre que possível, antes do início ou após o encerramento dos negócios nas bolsas de valores ou entidades do mercado de balcão organizado em que os valores mobiliários de emissão da Companhia sejam admitidos à negociação. - 3.3.1 Caso os valores mobiliários de emissão da Companhia sejam admitidos à negociação simultânea em mercados de diferentes países, a divulgação do ato ou fato relevante deverá ser feita, sempre que possível, antes do início ou após o encerramento dos negócios em ambos os países, prevalecendo, no caso de incompatibilidade, o horário de funcionamento do mercado brasileiro. - 3.3.2 Caso seja

imperativo que a divulgação de ato ou fato relevante ocorra durante o horário de negociação, o diretor de relações com investidores poderá, ao comunicar o ato ou fato relevante, solicitar, sempre simultaneamente às bolsas de valores e entidades do mercado de balcão organizado, nacionais e estrangeiras, em que os valores mobiliários de emissão da Companhia sejam admitidos à negociação, a suspensão da negociação dos valores mobiliários de emissão da Companhia, ou a eles referenciados, pelo tempo necessário à adequada disseminação da informação relevante. - 3.3.3 A suspensão de negociação a que se refere o parágrafo anterior não será levada a efeito no Brasil enquanto estiver em funcionamento bolsa de valores ou entidade de mercado de balcão organizado de outro país em que os valores mobiliários de emissão da Companhia sejam admitidos à negociação, e em tal bolsa de valores ou entidade de mercado de balcão organizado os negócios com aqueles valores mobiliários não estiverem suspensos. - 4. Exceção à imediata Divulgação de Ato ou Fato Relevante - 4.1 Ressalvado o disposto no item 4.1.1 abaixo, os atos ou fatos relevantes podem, excepcionalmente, deixar de ser divulgados se os acionistas controladores ou os administradores entenderem que sua revelação porá em risco interesse legítimo da Companhia. Tal faculdade somente poderá ser exercida pela Companhia mediante deliberação do conselho de administração e sua comunicação ao diretor de relações com investidores. - 4.1.1 As pessoas mencionadas no item 4.1 acima ficam obrigadas a, diretamente ou através do diretor de relações com investidores, divulgar imediatamente o ato ou fato relevante, na hipótese da informação escapar ao controle ou se ocorrer oscilação atípica na cotação, preço ou quantidade negociada dos valores mobiliários de emissão da Companhia ou a eles referenciados. 4.2 A CVM, a pedido dos administradores, de qualquer acionista ou por iniciativa própria, poderá decidir sobre a prestação de informação que tenha deixado de ser divulgada, na forma do item 4.1 acima. - 4.2.1 O requerimento de que trata o item 4.2 acima deverá ser dirigido ao presidente da CVM em envelope lacrado, no qual deverá constar a palavra “Confidencial”. - 4.2.2 Caso a CVM decida pela divulgação do ato ou fato relevante, determinará ao interessado, ou ao diretor de relações com investidores, conforme o caso, que o comunique, imediatamente, à bolsa de valores e entidade do mercado de balcão organizado em que os valores mobiliários de emissão da Companhia sejam admitidos à negociação, e o divulgue na forma do item 3.1 acima. - 4.2.3 Na hipótese do item 4.1.1 acima, o requerimento de que trata o item 4.2 acima não eximirá os acionistas controladores e os administradores de sua responsabilidade pela divulgação do ato ou fato relevante. - 5. Dever de Guardar Sigilo - 5.1 Cumpre aos acionistas controladores, membros da diretoria, membros do conselho de administração, membros do conselho fiscal (se estiver em funcionamento) e de quaisquer órgãos com funções técnicas ou consultivas, criados por disposição estatutária, e aos empregados da Companhia, guardar sigilo das informações relativas a ato ou fato relevante às quais tenham acesso privilegiado em razão do cargo ou posição que ocupam, até sua divulgação ao mercado, bem como zelar para que subordinados e terceiros de sua confiança também o façam, respondendo solidariamente com estes na hipótese de descumprimento. - 5.2 Em caso de quaisquer contatos com terceiros, relativos a assuntos que possam ser considerados relevantes, a Companhia exigirá, dos mesmos, a assinatura de termo de confidencialidade. - 6. Vedações à Negociação - 6.1 Antes da divulgação ao mercado de ato ou fato relevante ocorrido nos negócios da Companhia, é vedada a negociação com valores mobiliários de sua emissão, ou a eles referenciados, pela própria Companhia, pelos acionistas controladores, diretos ou indiretos, membros da diretoria, membros do conselho de administração, do conselho fiscal (se estiver em funcionamento) e de quaisquer órgãos com funções técnicas ou consultivas, criados por disposição estatutária, ou por quem quer que, em virtude de seu cargo, função ou posição na Companhia, sua controladora, suas controladas ou coligadas, tenha conhecimento da informação relativa ao ato ou fato relevante. - 6.1.1 A vedação do item 6.1 acima aplica se a quem quer que tenha conhecimento de informação referente a ato ou fato relevante, sabendo que se trata de informação ainda não divulgada ao mercado, em especial àqueles que tenham relação comercial, profissional ou de confiança com a Companhia, tais como auditores independentes, analistas de valores mobiliários, consultores e instituições integrantes do sistema de distribuição, aos quais compete verificar a respeito da divulgação da informação antes de negociar com valores mobiliários de emissão da Companhia ou a eles referenciados. - 6.1.2 A vedação do item 6.1 acima se estende aos administradores que se afastem de quaisquer dos órgãos de administração da Companhia antes da divulgação pública de negócio ou fato iniciado durante seu período de gestão, e deverá perdurar pelo prazo de 6 (seis) meses após o seu afastamento. - 6.1.3 A vedação do item 6.1 acima também prevalecerá: - (i) se existir a intenção de promover incorporação, cisão total ou parcial, fusão, transformação ou reorganização societária da Companhia; e - (ii) em relação aos acionistas controladores, diretos ou indiretos, membros da diretoria e membros do conselho de administração, sempre que estiver em curso a aquisição ou a alienação de ações de emissão da Companhia pela própria Companhia, suas controladas, coligadas ou outra sociedade sob controle comum, ou se houver sido outorgada opção ou mandato para o mesmo fim. - 6.1.4 Também é vedada a negociação pelas pessoas mencionadas no item 6.1 acima no período de 15 (quinze) dias anteriores à divulgação das informações trimestrais (ITR) e anuais (DFP e IAN) da Companhia. - 6.1.5 As vedações previstas nos itens 6.1, 6.1.1, 6.1.2 e 6.1.3(i) acima deixarão de vigorar tão logo a Companhia divulgue o ato ou fato relevante ao mercado, salvo se a negociação com os valores mobiliários de emissão da Companhia puder interferir nas condições do negócio objeto do ato ou fato relevante, em prejuízo dos acionistas da Companhia ou dela própria. - 6.1.6 A vedação prevista no item 6.1 acima não se aplica à aquisição de ações que se encontrem em tesouraria, através de negociação privada, decorrente do exercício de opção de compra de acordo com plano de outorga de opção de compra de ações aprovado em assembléia geral. - 6.1.7 As vedações previstas nos itens 6.1, 6.1.1, 6.1.2 e 6.1.3 acima não se aplicam às negociações realizadas pela própria Companhia, pelos acionistas controladores, diretos ou indiretos, membros da diretoria, membros do conselho de administração, membros do conselho fiscal (se estiver em funcionamento) e de quaisquer órgãos com funções técnicas ou consultivas, criados por disposição estatutária, de acordo com política de negociação nos termos do artigo 15 da Instrução CVM n.º 358/02 que eventualmente venha a ser aprovada pela Companhia. - 6.2 Caso tenha sido celebrado qualquer acordo ou contrato visando à transferência do controle acionário da Companhia, outorgada opção ou mandato para o mesmo fim, bem como se existir a intenção de promover incorporação, cisão total ou parcial, fusão, transformação ou reorganização societária da Companhia, e enquanto a operação não for tornada pública através da publicação de fato relevante, o conselho de administração da Companhia não poderá deliberar sobre a aquisição ou a alienação de ações de própria emissão. - 7. Comunicação e Adesão à Política de Divulgação - 7.1 A Companhia deverá: - (i) comunicar formalmente os termos deste Manual aos acionistas controladores, diretos ou indiretos, membros da diretoria, membros do conselho de administração, membros do conselho fiscal (se estiver em funcionamento) e de quaisquer órgãos com funções técnicas ou consultivas, criados por disposição estatutária, ou quem quer que, em virtude de seu cargo, função ou posição na Companhia, sua controladora, controladas ou coligadas, tenha conhecimento da informação relativa ao ato ou fato relevante; e - (ii) obter das pessoas a que se refere o item (i) acima a sua respectiva adesão formal aos termos deste Manual por meio da assinatura de termo de adesão nos termos do modelo constante do Anexo a este Manual, que deverá ser arquivado na sede da Companhia enquanto a pessoa mantiver vínculo com a Companhia e por 5 (cinco) anos, no mínimo, após o seu desligamento. - 7.2 A Companhia deverá manter em sua sede, à disposição da CVM, a relação de pessoas mencionadas no item 7.1(i) acima e respectivas qualificações, indicando cargo ou função, endereço e número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica ou no Cadastro de Pessoas Físicas, atualizando a imediatamente sempre que houver modificação. BV Leasing Arrendamento Mercantil S.A. Política de Divulgação de Ato ou Fato Relevante Anexo - Modelo de Termo de Adesão à Política de Divulgação [[Nome], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], portador da carteira de identidade n.º [•], expedida por [•], inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o n.º [•], residente e domiciliado na Cidade de [•], Estado de [•], na [endereço],] - {ou} - [[Denominação Social], inscrito no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o n.º [•], com sede na Cidade de [•], Estado de [•], na [endereço], neste ato representado nos termos de seu [estatuto/contrato] social, por [Nome], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], portador da carteira de identidade n.º [•], expedida por [•], inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o n.º [•], residente e domiciliado na Cidade de [•], Estado de [•], na [endereço], e por [Nome], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], portador da carteira de identidade n.º [•], expedida por [•], inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o n.º [•], residente e domiciliado na Cidade de [•], Estado de [•], na [endereço],] - na qualidade de [função ou cargo] de BV Leasing – Arrendamento Mercantil S.A., inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob n.º 01.858.774/0001 10, com sede na Cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, na Rua Amazonas, 439, 1º andar, Centro (“Companhia”), venho, por este termo, aderir à Política de Divulgação de Ato ou Fato Relevante da Companhia, aprovada em reunião do conselho de administração da Companhia realizada em 5 de junho de 2006. - [Local e Data].


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Ambiente Urbanismo To r c i d a Compor tamento

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quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

PEQUENOS TORCEDORES DÃO EXEMPLO DE ALEGRIA

Esse sentimento de Copa do Mundo melhora o astral entre os pacientes. Waldemir Rezende, diretor executivo do Instituto Central do HC

INCOR, ONDE O CORAÇÃO É FORTE Crianças internadas no Incor esquecem a doença e vibram muito com o primeiro jogo do Brasil na Copa. Hospital das Clínicas alugou 250 televisores e instalou telões. Fotos de Milton Mansilha/Luz

Ivan Ventura

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uem acredita que hospital é local de silêncio não viu, ontem à tarde, a alegria das crianças internadas no Instituto do Coração (Incor). Elas estavam eufóricas com a estréia da Seleção Brasileira na Copa. Foi um tal de cornetada no

ouvido de enfermeiros e parentes, bandeiras e tombos hilariantes. A festa dos pequenos torcedores começou muito antes do jogo: eles pintaram o rosto e colocaram as roupas com as cores da bandeira. O adolescente Josué Hoth, 15 anos, era um exemplo dessa alegria: usando um pijama nas cores verde e amarela, ele revelou-se um

conhecedor dos grandes jogadores. "Gosto muito do Ronaldinho Gaúcho, mas admiro o alemão Michael Ballack e os ingleses David Beckham e Joe Cole". E o autor do gol, o meio-campista Kaká? "Ele também, lógico". Josué é uma das primeiras crianças no Brasil que teve um transplante de coração bem sucedido. A operação foi há 13 anos, mas há duas semanas

uma febre alta o levou ao Incor. "O sistema imunológico dele é frágil e, por isso, sempre temos de retornar", contou o irmão de Josué, Reny Antonio Hoth, 18 anos. Jogo – A conversa é interrompida com o início do jogo. Adultos e crianças atentos e torcendo. "Eu costumo chamar o Ronaldo de Ronalducho. Tem de colocar o Robinho", alfinetou, com bom-humor Gabriel Henrique Leite, de 11 anos, outro pequeno paciente. Gabriel foi submetido, pela manhã, a uma cirurgia nos vasos que irrigam o coração. À tarde, já esbanjava energia com apitaços. Em determinado momento do segundo tempo foi a vez de Taís Rangel da Silva, de 4 anos, entrar em cena. A peralta Taís pulava insistentemente no colo da mãe, Dejanir Valdice Rangel, sempre aos berros de "Brasil, Brasil". Hoje ela será submetida a um cateterismo. Fim do jogo: crianças felizes, adultos nem tanto. Josué ainda tem tempo de exibir suas habilidades na cadeira de roda que usa por precaução médico. Ele faz estrepolias e leva um tombo. Choro? Nem pensar. Josué riu da situação, recebeu uma gozação do amigo Gabriel e voltou para a cadeira. O jovem precisa guardar suas energias para domingo, quando o Brasil enfrenta a Austrália. Telões no HC - No Hospital das Clínicas (HC) o jogo foi levado a sério. Pacientes, médicos, enfermeiros e familiares se acotovelavam para não perder os principais lances da partida. Em alguns momentos do jogo, o local em nada lembrava o maior hospital de São Paulo. O diretor executivo do Instituto Central do HC, Waldemir Rezende, disse que o hospital alugou 250 televisores, todos instalados nos leitos. "É para humanizar o serviço médico. Esse sentimento de Copa do Mundo melhora o astral entre os pacientes", afirmou. O destaque foram os 4 telões distribuídos no hospital. O maior, no térreo, beneficiou a maior parte dos funcionários do HC. Os outros três (bem menores) estavam na sala de médicos e enfermeiros. Houve até revezamento: metade dos funcionários assistiu o primeiro tempo e a outra metade, o segundo.

Josué, uma das primeiras crianças do Brasil submetidas a um transplante de coração bem-sucedido, deu palpites, escolheu seus jogadores preferidos e até levou um tombo da cadeira de rodas

Taís, de 4 anos, que hoje fará um cateterismo, era só alegria durante o jogo. Ela pulava no colo da mãe, Dejanir. À esquerda, Gabriel, animado depois de cirurgia: "Eu chamo Ronaldo de Ronalducho".


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

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17 VÔOS FORAM CANCELADOS ONTEM

é o número de vôos diários realizados pela Varig

COMPANHIA AÉREA ESTENDE PRAZO PARA PAGAMENTOS DE LEASING NOS EUA E TEM NOVO INVESTIDOR

VARIG OBTÉM VITÓRIA NA JUSTIÇA DOS EUA Raimundo Pacco/Folha Imagem

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O cancelamentos de 17 vôos obrigaram passageiros a ficar esperando nos aeroportos ontem

Procon: milhas são parcelas pagas

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Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, divulgou em seu site orientações sobre como o consumidor deverá agir em relação às milhagens adquiridas da Varig. O Procon-SP afirma que os pontos acumulados em milhagens pelos passageiros das companhias aéreas são parcelas pagas, antecipadamente, da passagem recebida quando se alcança a pontuação necessária. "Não existem passagens aéreas grátis, sob entrega após o passageiro ter alcançado o

número de milhas." O ProconSP entende que "o consumidor já pagou por elas". Segundo o órgão, "a companhia aérea tem obrigação de emitir o bilhete e embarcar o passageiro que conseguiu a milhagem necessária para receber a passagem aérea. Caso o consumidor já tenha os pontos acumulados e a companhia aérea se recuse a emitir o bilhete, cabe a ele entrar com uma ação no poder judiciário, "com fundamento no artigo 247 do novo Código Civil, utilizando-se dos permissivos do artigo 84 da lei 8.078/90, o Código de Defesa do Consumidor", afirma no site o Procon-SP.

Informa também que "em casos como o da Varig, em que a empresa estiver em processo de recuperação judicial, se ocorrer sua 'quebra', o consumidor poderá habilitar seu crédito na falência. A empresa que a suceder nos contratos de vôos com os consumidores deverá assumir, também, os contratos de aquisição de pontos de milhas". Havendo declaração de falência da empresa, a Fundação Procon-SP afirma "não ter competência para defender o consumidor, tendo este que constituir advogado particular para acompanhar e pleitear um valor dentro do processo de falência". (AE)

juiz Robert Drain, da Corte de Falências de Nova York, prorrogou ontem em uma semana a vigência da liminar que protege os aviões da Varig de arresto por empresas de leasing que cobram pagamentos em atraso, informou a assessoria de imprensa da companhia aérea. O prazo foi estendido até 21 de junho, dando mais tempo à Varig para tentar obter recursos e pagar dívidas com empresas como ILFC, Boeing e General Electric, entre outras, e evitar a devolução de cerca de 30 aviões, ou metade da frota. Com a decisão do juiz Drain, a companhia aérea também não terá de devolver imediatamente os sete aviões Boeing solicitados pela fabricante de aeronaves na semana passada em decisão de outro tribunal de Nova York – cinco MD11 e dois 777, utilizados nas linhas internacionais. "Mais uma vez o juiz americano seguiu o juiz brasileiro e apoiou uma decisão tomada aqui", disse Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, contratada para ajudar na recuperação da Varig. Nova audiência – Após a decisão do juiz Robert Drain, da Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York, prorrogando a liminar que protege a Varig do arresto de aeronaves, segundo contratos e dívidas anteriores a junho de 2005, a empresa brasileira teve outra audiência apenas com os credores da International Lease Finance Corporation (ILFC). A audiência, que não durou mais de 20 minutos, tratava da dívida que a Varig tem com a ILFC, vencida ontem. O advogado da Varig em Nova York, Rick Antonoff, pediu prorrogação para o pagamento que

vencia ontem às 18 horas de Brasília, mas não teve sucesso. As dívidas da Varig com a ILFC excedem US$ 8 milhões em leasing e manutenção. Além dessa quantia, o ILFC acrescenta que a empresa aérea tem de pagar US$ 12 milhões decorrentes de reparos de turbinas. Se não pagar a dívida, a Varig será obrigada a devolver 11 aeronaves que pertencem à ILFC Justiça do Brasil – Na última segunda-feira, o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio e responsável pelo processo de recuperação

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milhões de dólares é o valor de depósito inicial exigido pelo edital de leilão da Varig aos interessados pela companhia aérea judicial da Varig, deu dois dias de prazo para que a NV Participações apresente provas de que poderá honrar a oferta de compra feita na semana passada. Um novo investidor para a Varig pode ser anunciado hoje, contam fontes do mercado. Seria um consórcio encabeçado pela empresa Syn Logística, que estaria disposto a investir US$ 400 milhões em dinheiro e à vista. O anúncio coincide com o prazo, até às 12 horas, dado pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, que pediu ao Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) maiores esclarecimentos sobre oferta de US$ 449 milhões feita

no leilão da Varig no dia 8. O TGV poderia pedir prazo igual ao concedido pela Justiça americana, que prorrogou liminar que protege a Varig contra arresto de aviões até o dia 21. A Syn Logística é presidida por José Carlos Rocha Lima, que já foi presidente da VarigLog, da Vaspex e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Lima foi citado na CPI dos Correios. Em leilão realizado na última quinta-feira, a NV Participações, que representa o TGV e investidores, fez a única proposta de compra pela Varig Operacional, que inclui rotas domésticas e internacionais, de US$ 449 milhões, ou cerca de R$ 1 bilhão. O edital do leilão exige que o comprador faça depósito inicial de US$ 75 milhões até 72 horas após a aprovação final da Justiça ao negócio, o que ainda não ocorreu. A Varig conta com esses recursos para pagar as empresas de leasing. O diretor da Alvarez & Marsal não quis comentar se o novo prazo dado pela Justiça norte-americana para manutenção dos aviões pela Varig eleva a chance de sobrevivência da empresa. O presidente da Varig, Marcelo Bottini, voltou a mostrar confiança sobre o futuro da companhia após a decisão do juiz dos Estados Unidos. "É um novo voto de confiança na viabilidade da emp re s a e a g a r a n t i a d e q u e nossas operações nacionais e internacionais não sofrerão alteração", afirmou o presidente da companhia aérea. A Varig, contudo, vem cancelando vôos diariamente. Desde sábado já foram suspensos 69 vôos, segundo a própria empresa, uma média de 17 por dia em relação aos 180 vôos diários. (Agências)

Emprego estacionado na indústria

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índice de emprego na indústria paulista registrou variação de 0,45% em maio, na comparação com abril, o que representou a abertura de 9.497 postos de trabalho no período. De acordo com dados divulgados ontem pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o resultado ficou abaixo da expressiva elevação de abril (1,48%) e também aquém do que ocorreu em maio de 2005 (0,75%). A entidade diz que ainda é cedo para fazer uma avaliação mais precisa, mas o dado do mês passado

poderia indicar uma estabilização no nível de atividade da indústria no estado, com reflexos no mercado de trabalho. O Ciesp mantém cautela em relação às perspectivas da indústria nos próximos meses, e usa como argumento o fato de o emprego continuar sendo puxado pelos setores de bens não-duráveis. Em maio, as indústrias de produtos alimentícios (incluindo a produção de açúcar) registraram aumento de 3,71% nas vagas. Sozinho, o setor tem peso de 12,67% no total de postos de trabalho industriais em todo o Estado.

Outra reclamação do Ciesp é a de que a atividade econômica estaria se mantendo à custa de medidas de política econômica de curto prazo, como aumento dos gastos públicos, reajustes do salário mínimo e dos servidores federais. "Não digo que exista um sentimento de pessimismo. Mas o horizonte de médio e longo prazos ainda é incerto porque não se percebe com clareza a sustentabilidade do processo de crescimento", afirmou o diretor do Departamento de Economia da entidade, Boris Tabacof. (AG)

OCDE está atenta ao envelhecimento

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Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) tem como estratégia para o emprego no mundo combater os obstáculos à atividade econômica e enfrentar o envelhecimento da população, segundo documento publicado ontem pela entidade. Outra prioridade é uma rápida adaptação às mudanças provocadas pela evolução tecnológica e pela globalização. A concorrência de países como China e Índia, que dispõem de mão-de-obra em massa, aparece com destaque no relatório "Perspectivas para o emprego" da OCDE. A nova edição do estudo anual apresenta um balanço da estratégia para o emprego, que foi elaborada em 1994. O contexto marca uma mudança de orientação diante dos atuais desafios da globalização econômica e do envelhecimento da população nos 30 países membros da organização.

De acordo com a OCDE, a experiência mostrou que os países que seguiram as recomendações de sua estratégia de 1994, centrada na luta contra "um desemprego elevado e persistente", tiveram melhores resultados que os outros. O clube de países desenvolvidos considera "fundamental" suprimir os impedimentos para a incorporação à vida ativa de grupos com baixa representação no mercado de trabalho, como as mulheres e os trabalhadores mais velhos. Mulheres — Para as mulheres, a entidade pede medidas favoráveis à família, como ajudas para creches e adequação dos horários de trabalho; para os trabalhadores mais velhos, a idéia é tirar dos sistemas de aposentadoria tudo que desencoraje o prolongamento da vida ativa e a saída antecipada do mercado de trabalho. A OCDE se queixa que, com muita freqüência, os países associados se limitam a flexibili-

zar as condições trabalhistas com contratos temporários, criando "um dualismo dos mercados de trabalho", desestimulando o investimento em formação e, portanto, a produtividade nas economias. Juros — A entidade lembra que uma política macroeconômica baseada na estabilidade de preços e em contas públicas saneadas permite manter baixas as taxas de juros, o que diminui as oscilações cíclicas da economia e também limita o risco de efeitos permanentes das reduções temporárias do nível do emprego. A OCDE prevê uma melhora da economia em seus países membros em 2006 e 2007, com crescimento médio de 3,1% e 2,9% respectivamente. O emprego nesses dois anos aumentará ao ritmo "modesto" atual, de 1% ao ano, em média. O desemprego vai se reduzir "pouco a pouco" e, em parte, graças a uma expansão relativamente lenta da população ativa. (AE)


quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

Compor tamento Polícia Tr â n s i t o Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ÀS 15H30 HAVIA 174 KM DE CONGESTIONAMENTO

ANTES DO JOGO, MUITA CONFUSÃO Em poucas horas, a cidade foi do quarto congestionamento do ano à lentidão zero. O Metrô reforçou suas linhas com trens extras. Luiz Prado/Luz

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s 15h30, meia hora antes de começar o jogo do Brasil contra a Croácia, São Paulo viveu o rush atípico da Copa do Mundo: 174 quilômetros de lentidão e muita confusão. Para não perder a partida, passageiros desciam dos táxis e motoristas paravam os carros a quadras de distância e iam caminhando para casa ou ao encontro de amigos. Outros buzinavam, faziam manobras arriscadas. Às 18h, quando acabou o jogo, a situação era inversa, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET): lentidão zero, num horário em que a média é de 95 quilômetros de congestionamento. A dentista Alessandra Marques parou seu carro longe da casa de uma amiga, na Vila Madalena, onde viu o jogo. Ela saiu às 15h do emprego, em Perdizes. Chegou às 16h, caminhando. "Se tivesse vindo a pé desde o trabalho teria chegado antes." Sueli Garcia, que trabalha com transporte escolar, corria para deixar as últimas crianças em casa. "Ainda faltam quatro, só depois vou assistir o jogo", dizia. Faltavam dez minutos para a partida. No largo da Batata, em Pinheiros, o autônomo Zilton Carlos facilitou a vida de muita gente que não conseguiu chegar em casa. Como ele mora em um prédio em frente ao largo, colocou sua TV na calçada. "Assim eu consigo juntar a galera", afirmou. Ônibus – O auxiliar de compras Josué Alves Paes, de 56 anos, já tinha programado seu dia. Saiu do trabalho às 14h e foi correndo para a rua 25 de Março para tomar o ônibus com destino ao Parque Santa Lúcia, na zona sul. Era o primeiro de uma fila verde e amarela de 30 pessoas. Já eram 15h45 , os rojões estavam estourando nas ruas e nada de o transporte chegar. "Trouxe meu radinho e acho que isso vai me salvar. É um absurdo, estou esperando aqui há mais de uma hora e meia", disse Paes. A fila começou a ficar maior e mais gente estava ansiosa e revoltada com a situação. O fiscal da linha, que não quis se identificar, já não sabia o que dizer aos passageiros. "A empresa mandou cancelar algumas viagens. O último ônibus saiu há uma hora", disse.

3 Exatamente às 19h, a CET registrava apenas um quilômetro de congestionamento.

Feriado e Copa deixam cidade vazia Rejane Tamoto

E

O vale do Anhangabaú foi um dos principais pontos de encontro de quem não conseguiu voltar para casa para ver o jogo J.F.Diorio/AE

Quando o ônibus do Consórcio Sete apontou na esquina, os passageiros não pensaram duas vezes. "Ele vai ter de levar a gente, não quero nem saber", disse o ajudante-geral Ronaldo Damião. No letreiro estava o destino: garagem. O motorista, que se identificou como Gilmar, logo jogou um balde de água fria nos passageiros. "Só saio daqui depois do jogo, meu expediente já acabou." Ainda bem que ele não cumpriu a palavra: mais alguns minutos e a confusão seria feia. Na garagem, os operadores da empresa afirmaram que a linha estava com problemas, pois muitos motoristas faltaram ao trabalho para assistir o jogo. No fim, Gilmar pagou pela falta dos colegas e teve de levar todo mundo para casa às 16h30, a 15 minutos do fim do primeiro tempo. De acordo com a São Paulo Transporte (SPTrans), não foi registrada falta de transporte na capital e sim um excesso de demanda. A empresa afirmou ainda que, se for comprovado que ônibus não circularam, os consórcios serão multados. Por causa do atípico horário de pico, o Metrô dobrou o número de trens das 14h às 16h. Ao todo, nesse período, circularam 103 composições. (Agências)

Pouco antes da partida, uma avenida 23 de Maio super congestionada Márcio Fernandes/AE

Durante o jogo, a mesma avenida, no mesmo trecho, estava quase vazia L.C.Leite/Folha Imagem

Para dar conta da demanda, o Metrô aumentou o número de trens

mbalados pelos jogos da Copa do Mundo e pelo feriado de Corpus Christi, mais de 1,3 milhão de paulistanos deixarão a capital a partir de hoje. Esta é a estimativa da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que vai monitorar, nos acessos às rodovias, a saída da Capital hoje à tarde e amanhã de manhã. A operação também será realizada no retorno a São Paulo no domingo à tarde e na segunda-feira de manhã. As concessionárias e a CET recomendam ao motorista que evite os horários de pico, das 12h às 24h (hoje e domingo) e das 7h às 16h de amanhã. Tanto na saída como na chegada, os motoristas também devem evitar a marginal Pinheiros, na altura da ponte Cidade Jardim, no sentido Interlagos, que permanece em obras. A concessionária Ecovias estima que até 250 mil veículos desçam à baixada santista. Amanhã, das 10h às 14h, começa a Operação Descida (7x3) e os motoristas poderão utilizar as duas pistas da via Anchieta e a pista sul da Imigrantes. Para a subida, será aberta a pista norte da Imigrantes. Pelo sistema Castello Branco/Raposo Tavares deverão passar cerca de 360 mil veículos, nos dois sentidos. A concessionária Via Oeste suspendeu as obras em execução nas rodovias e adotará a operação papa-fila, na qual equipes cobram as tarifas antes das cabines. A concessionária Nova Dutra estima que 182 mil veículos saiam da cidade pela via Dutra e pede aos motoristas que fiquem atentos com alguns trechos em obras. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a Dersa estimam tráfego de mais de 440 mil veículos para litoral ou o interior, pelas rodovias Ayrton Senna/Carvalho Pinto, Tamoios, MogiBertioga, D. Pedro I, Oswaldo Cruz, Rodovia Litorânea e Floriano Rodrigues Pinheiro. A operação "Pare e Siga" será realizada em pontos de estreitamento e onde houver obras nas rodovias. Pela rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro devem subir 50 mil veículos rumo às cidades da Serra da Mantiqueira, que esperam um milhão de turistas para a temporada de inverno, que começa hoje. No quilômetro 30 duas pistas estão interditadas para obras de recuperação e apenas duas estão abertas ao trânsito.


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8 A arte é boa porque você transfere os seus sentimentos para o desenho Alexandre Miyoshi Costa

Fotos: Paulo Pampolin / Hype

ARTE TRANSFORMA JOVENS ESTUDANTES Projeto desenvolvido em escolas públicas de São Paulo pela Apreciação, Reflexão e Produção usa a pintura para que alunos reflitam sobre o meio ambiente

I

ntroduzir a arte no dia-a- sar por arte ao desenhar roudia de crianças de escolas pas para as suas bonecas, defipúblicas e fazer com que niu a sensação de alegria ao coela se fixe nelas como meçar a pintar dentro do prouma experiência de vida e de grama da Arpa. Todo este preparação para a convivência interesse pela arte nasceu com e a cidadania. Este é o objetivo o estímulo oferecido pela mãe, do projeto composto de ofici- que a levava a exposições de nas denominado "Vivencian- pintura. Na Oca, no parque do do os códigos da linguagem Ibirapuera, por exemplo, ela das artes visuais", que é desen- viu as obras de Picasso. volvido em escolas públicas da Larissa contou que expericapital paulista. mentou "um sentimento difeO projeto foi concebido pela rente de tudo" na primeira auorganização não governa- la, na qual fez um desenho a mental paulistana Aprecia- partir da observação. Inicialção, Reflexão e Produção (Ar- mente, ela sentiu um misto de pa) e está centrado em ativida- timidez e felicidade por poder des artísticas, mais especifica- estar ali naquele momento. Fimente na pintura, que façam lha de uma enfermeira que tracom que as crianças reflitam balha no Hospital do Servidor sobre o meio ambiente. No fi- Público Municipal, Larissa se nal de maio, foi realizada a ex- orgulha ao contar que a mãe se posição "Olhares poéticos so- desdobra para levá-la às aulas bre o meio ambiente", na qual do projeto, às exposições de aras crianças e adolescentes de 9 te e ao curso de natação. "Ela a 15 anos expuseram seus tra- quer me dar tudo o que não tebalhos juntamente com artis- ve e, de tudo o que faço, o que tas consagrados como Ale- mais gosto é pintar", conclui. xandre Bernardes, André AlPrecoce – Pedro Garcia Aubuquerque, Carlo Cury, Car- gusto, de 10 anos, começou a se los Avelino, Jorge Prado, Luci interessar por desenho quanTorres, Mônica Leite, Rodrigo do tinha apenas um ano de idaNucci, Saulo Mode. Segundo ele, a ta, Rita Braga e Roprofessora da creche percebeu que se Passos. A exposição ele gostava realmente de desenhar ocorreu após várias palestras e atie o estimulou a continuar a pintar. vidades que fornec e r a m i n f o r m aPara ele, o projeto é importante porções a respeito do meio ambiente e da que "gosto da companhia dos outros natureza em geral. Em setembro, a e eles também me influenciam. Agomostra estará aberta ao público na ra tem mais gente Larissa: "A arte está Câmara Municipal para conversar em todo lugar e no mais". E acrescenta de São Paulo. mundo inteiro" Esta convivência que o convívio transformou a vida destes jo- com os artistas foi muito imvens alunos de escolas públi- portante e que já sente que está cas, que passaram a ter aulas se tornando um deles. de arte com estes e outros artisTransferência –"A arte é boa tas. Estes últimos também rela- porque você transfere os seus tam com emoção o retorno pes- sentimentos para o desenho." soal e profissional que a troca Assim, Alexandre Miyoshi de experiências tem propor- Costa, de 12 anos, define sua cionado. Atualmente, 21 crian- paixão pela pintura. Aluno do ças e adolescentes participam colégio Caetano de Campos, ele do projeto e uma escola públi- se interessou imediatamente ca já ofereceu uma sala para pelo projeto apresentado na esque a ONG coloque em prática cola. "Fiquei surpreso quando suas atividades. Ela está pro- fui selecionado e, depois, orgucurando parceiros para am- lhoso de mim mesmo." O jovem artista mostrou pliar o número de palestras e de aulas e atender mais jovens com orgulho a pintura que estava concluindo e ficou conartistas. No dia da visita da reporta- tente quando constatou que gem do Diário do Comércio aprendeu muito com as aulas e à Casa Caiada, centro de artes viu que o professor também que abriga o projeto, os pe- aprendeu com ele. quenos pintores estavam terEvolução – Quando Lucas m i n a n d o s u a s p r i m e i r a s Antonio da Silva, de dez anos, obras e preparando-se para o observa seus primeiros desemomento mágico de colocar nhos e os compara com a pinsuas assinaturas em seus qua- tura que acabou de assinar, ele dros. Todos estavam emocio- fica orgulhoso de seu progresnados: os alunos, porque a so nesta arte. Para ele, a constaconclusão da obra significou tação de que há tantos detalhes uma conquista de conheci- nas técnicas de pintura foi uma mento e sensibilidade, e os descoberta fascinante. professores, que não só viram Segundo ele, também foi imseus conhecimentos absorvi- portante a reação dos pais. dos por crianças tão interes- "Quando eles viram minhas sadas, mas também reapren- pinturas ficaram emocionaderam a ver a arte através de dos", contou. E disse que quanolhos tão jovens. do o projeto chegou à sua escoFascínio – "A arte está em la, a Maria José, ele logo quis todo lugar e no mundo intei- participar porque "sempre ro." Com esta frase, Larissa Ch- achou interessante aprender ristine Gomes de Sousa, de 11 mais coisas". anos, que começou a se interesPaula Cunha

Alguns dos jovens participantes das oficinas de arte promovidas pela ONG Arpa, que tiveram trabalhos expostos em maio, em São Paulo

A

organização não governamental Apreciação, Reflexão e Produção Artística (Arpa) foi criada com o objetivo de ensinar arte gratuitamente para crianças das escolas da rede pública de ensino e, ao mesmo tempo, estimular nelas a necessidade de preservar o meio ambiente. Seu idealizador, Carlo Cury, explica que a idéia de ensinar arte para crianças veio da constatação de que as escolas da rede oficial exploram pouco as possibilidades que estas atividades oferecem para o crescimento individual dos alunos. Ele acrescenta que sente nas crianças a necessidade de ter mais contato com manifestações artísticas porque é professor

ONG quer atender mais alunos da rede pública de ensino e sabe das deficiências curriculares que estas escolas enfrentam. "Quando conversei com os alunos, propus algumas atividades que estimulam a sua individualidade. Eles trabalham em grupos de seis, mas mesmo assim é possível orientá-los de maneira mais individualizada", diz. Carlo Curi explica que as crianças são selecionadas nas escolas, de acordo com o interesse e as suas aptidões. Outro coordenador do projeto, Cláudio Luiz Dias, acrescenta que os programas foram criados com dois

módulos de palestras: um, que ressalta a importância da preservação da água; outro, com explanações mais complexas sobre a formação da Terra e debatendo problemas ambientais atuais. Os dois artistas ressaltam que todas as atividades têm um caráter didático ligado à discussão destes temas. Eles fazem questão de explicar que não existem atividades lúdicas do tipo "desenhar por desenhar". Atualmente, 21 crianças participam do programa. Para expandi-lo, seus criadores estão buscando recursos tanto através de leis de incentivo do Ministério

da Cultura para pagar professores e também firmando parcerias com escolas públicas para implantar o projeto dentro de seu espaço físico. "Já conversamos com três escolas, uma delas ofereceu uma sala", informa Carlo Cury. A sede da entidade localiza-se no Espaço Cultural Casa Caiada, que abriga uma galeria de arte e salas para cursos de arte e palestras. No site www.casacaiada35.com.br, os interessados em patrocinar tanto os jovens estudantes de arte quanto em colaborar com material ou participar das atividades do espaço podem obter mais informações e conhecer outras atividades desenvolvidas nele. (PC)

O momento de colocar a assinatura na obra que seria exposta foi emocionante para os garotos que participam do projeto

Leilão ajuda a Ação Criança

Meninos do Quixote criam logo

b r a s d e Ta r s i l a d o Amaral, Anita Malfati, Fúlvio Pennacchi, Lucas Pennacchi, Antônio Peticov, Fang, Gustavo Rosa, Mário Gruber, Aldemir Matins, Mariangela Buono, entre outros, serão leiloadas no dia 19 de junho, às 20h, no restaurante Figueira Rubaiyat. Parte do valor arrecadado com cada obra será revertida à

m uma parceria entre a ortopédica Santa Maria e o Projeto Quixote, os meninos aprendizes da ONG foram envolvidos na criação de um logotipo em comemoração aos 20 anos da clínica. Criado há nove anos, o Quixote utiliza a arte como meio de relacionamento com jovens à margem da sociedade.

O

Fundação Ação Criança (www.acaocrianca.org.br), entidade sem fins lucrativos que há quase 10 anos trabalha no combate à desnutrição infantil. É a segunda edição do evento beneficente "Leilão de Arte em Ação pela Criança". Os interessados em participar do leilão poderão adquirir seus convites, com custo de R$ 100, pelo telefone (11) 3289-7400.

E

A ONG já conta com o apoio governamental e com a colaboração de empresas como a Petrobras, entre outras, mas busca desenvolver outras parcerias de apoio. O vencedor e o segundo colocado ganharam camisetas da Seleção Brasileira de Futebol. Já o Quixote, recebeu a doação de uma máquina fotográfica digital.


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Estilo Empresas Finanças Nacional

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ITAÚ TEM O MAIOR JURO DE CHEQUE ESPECIAL

1,82

por cento é a queda que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acumula desde o início do ano.

AINDA SOB INFLUÊNCIA DO TEMOR DE ALTA DE JURO NOS EUA, BOVESPA DESPENCOU 2,11%. DÓLAR SUBIU.

MAIS TURBULÊNCIA NOS MERCADOS Antonio Cruz/ABr

C

Juro do cheque especial sobe e taxa do crédito pessoal recua

P

esquisa divulgada ontem pela Fundação Procon-SP mostrou que as taxas médias de juros adotadas pelos bancos tiveram comportamentos distintos em junho. Segundo o levantamento, feito no último dia 2 em dez instituições financeiras, enquanto a taxa média de empréstimo pessoal caiu 0,07 ponto percentual em relação a maio, para 5,3% ao mês (85,84% ao ano), a do cheque especial subiu 0,04 ponto, para 8,24% (158,47% ao ano). O levantamento constatou que a maior taxa de empréstimo pessoal foi cobrada, como nos últimos meses, pelo banco Itaú (5,95% ao mês) e a menor foi verificada novamente na Nossa Caixa (4,25% ao mês). Em junho, um banco promoveu aumento nesse tipo de taxa e dois diminuíram. Empréstimos — Quanto aos juros do cheque especial, o Unibanco foi o único a elevar o juro, em 0,51 ponto percentual, e passou a ter o encargo mais elevado (8,9% ao mês). A Caixa Econômica apresentou a taxa mais baixa (7,2%). Nessa modalidade, três bancos decidiram reduzir os juros: o Santander alterou de 8,5% para 8,4% ao mês, o Banco do Brasil modificou de 7,9% para 7,85% ao mês e o Bradesco reduziu de 8,17% para 8,13%. Na avaliação dos técnicos da Fundação Procon-SP, a pesquisa revelou "decréscimo representativo" na taxa média do empréstimo pessoal sobre maio. Desde o início do ano, a taxa média já foi reduzida em 0,12 ponto percentual. Quanto ao cheque especial, os técnicos destacaram que o comportamento foi resultado da elevação praticada por um único banco (Unibanco) e "não reflete uma tendência". O Procon salientou que, em virtude da possibilidade de variação da taxa do empréstimo pessoal pelo prazo do contrato, foi estipulado o período de 12 meses como base. Os bancos pesquisados foram HSBC, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Itaú, Santander, Nossa Caixa, Real e Unibanco. (AE)

Meirelles disse que transmissão ao vivo da reunião do Copom, como sugere Suplicy, tem desvantagens

Meirelles explica metas Brasil tem a meta de inflação mais elevada entre os países que adotaram esse regime, disse ontem o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. Foi uma tentativa de demonstrar aos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que o Brasil não adotou objetivos exageradamente ambiciosos, ao contrário do que costumam afirmar os críticos da atuação "ortodoxa" do BC. Segundo ele, no governo Fernando Henrique Cardoso já se trabalhava com metas de 3,25%, bem mais baixas do que os atuais 4,5%. "Não procede a afirmação que essa administração fixou metas excessivamente baixas ou ambiciosas." Hoje, a meta para a inflação no Brasil é de 4,5% com margem de tolerância de 2 pontos percentuais, o que quer dizer que se admite uma inflação de 6,5%. A taxa de 6,5% é a maior entre os países que usam o sistema de metas de inflação. No final deste mês, o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai confirmar ou não a meta de inflação para 2007, fixada provisoriamente em 4,5%, e anunciar a meta para 2008. Meirelles não quis fazer comentários sobre qual deverá ser a decisão do CMN.

O

ATA

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi ajuizado no dia 13 de junho de 2006, na Comarca da Capital, o seguinte pedido de falência: Requerente: Lídia Leila da Silva - Requerido: Fiberjet Tratamentos Termo Acústico Ltda. - Rua da Contagem, 321 - 01ª Vara de Falências

Surreal — O presidente e seis dos sete diretores do BC passaram cinco horas no Senado, numa reunião classificada como "surreal" pelo senador Jefferson Peres (PDT-AM). Primeiro, porque o Brasil estrearia na Copa dali a algumas horas, e alguns senadores não escondiam a ansiedade. Segundo, porque a diretoria do BC estava no Senado por insistência do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que queria entender a linha de raciocínio dos integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela fixação das taxas de juros no País. Ele questionou, por exemplo, se o fato de a economia brasileira crescer menos do que a média mundial não estaria relacionado à política de juros altos praticada no País. Meirelles disse que a economia brasileira

crescerá 4% neste ano e só perde para a China, por exemplo, porque o país asiático está em outro estágio de desenvolvimento, semelhante ao do Brasil nos anos 1970. "Big brother" — S u pl i c y voltou a defender sua proposta de criar uma espécie de "Big Brother" financeiro e transmitir ao vivo as reuniões do Copom. "É uma idéia respeitável, mas tem suas desvantagens", comentou Meirelles. A principal seria a geração de turbulências no mercado financeiro durante as discussões. Além disso, acrescentou Meirelles, nenhum país que usa o sistema de metas de inflação faz isso. O diretor de Política Econômica do BC, Afonso Bevilaqua, lembrou que o Brasil é considerado um dos melhores em termos de transparência sobre as decisões do BC. (AE)

om duas horas a menos de negociação devido à estréia do Brasil na Copa do Mundo, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa ontem, depois que dados de inflação nos Estados Unidos elevaram as apostas de alta do juro no país no fim do mês. O recuo dos preços de commodities também pressionou o mercado brasileiro. Com a queda de 2,11% do fechamento, para 32.847 pontos, o Ibovespa (principal indicador da bolsa paulista) passou a ter perda de 1,82% no ano. Isso ocorre pouco mais de um mês depois de o indicador atingir o recorde histórico de 41.979 pontos, com alta de 25% no ano. Houve movimento de queda de ações também em outros mercados emergentes. Na Rússia, a bolsa de valores chegou a suspender o pregão depois de uma desvalorização de 8,5%. Já o indicador indiano BSE caiu 4,36% e o principal índice de Istambul, na Turquia, perdeu 5,67%. O mercado acionário chileno, por sua vez, teve o pior dia em sete anos. O principal índice de ações do país recuou 4,37%.

Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York fechou em baixa de 0,8% e o Nasdaq caiu 0,9% no fechamento. Inflação — Existe grande expectativa no mercado em relação aos dados de inflação para o consumidor americano (CPI, na sigla em inglês), que sairão hoje. Os números podem dar aos investidores uma idéia da trajetória dos juros no país. Ontem foram divulgados os dados de preços ao produtor (PPI), que reforçaram o temor de aumento da taxa pelo fato de o núcleo do índice ter subido 0,3%, acima das expectativas (0.2%). No ano, o PPI subiu 4,5% e o núcleo teve alta de 1,5% "Todo o mercado está de olho na inflação para tentar calibrar as expectativas para as próximas atitudes do banco central americano", disse o operador da corretora Finabank Ademir Carvalho. O dólar comercial encerrou em alta de 0,35%, a R$ 2,298, também influenciado pelo cenário externo ruim. O encerramento dos negócios no câmbio foi antecipado por causa da Copa do Mundo. (Agências)


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Se tivéssemos mantido o mesmo esquema do 1º tempo, ganharíamos por 2 ou 3 a 0." Roberto Carlos

DEU PARA O GASTO

Yves Herman/Reuters

Patrik Stollarz/AFP

almanaque

BRASIL Celso Unzelte

Oito vitórias seguidas

C Festa no ataque, com Kaká, e sufoco na defesa, com Lúcio afastando: de tudo o que aconteceu no jogo de ontem, o melhor foi mesmo a vitória François-Xavier Marit/AFP

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Damir Sagolj/Reuters

BRASIL 1

Dida teve que se esforçar muito durante a partida para evitar o empate croata. Ronaldo jogou mal e acabou sendo substituído por Robinho, debaixo de vaias, já na metade do segundo tempo

itória. Foi, portanto, o resultado que os brasileiros — e mesmo o resto do mundo, já conformado com um favoritismo sem precedentes nas últimas Copas do Mundo — esperavam. E por isso o país tem todo o diretio de comemorar o 1 a 0 de ontem sobre a Croácia, em Berlim, na estréia do Brasil na Copa do Mundo. A maneira como esse resultado aconteceu é que deixa o torcedor com a pulga atrás da orelha. Vencemos, é certo, com um belo gol de Kaká, chutando de fora da área no final do primeiro tempo. Mas a equipe apresentou vários problemas, que o próprio técnico Carlos Alberto Parreira não nega. O principal deles talvez seja a má forma do atacante Ronaldo,

que, ontem, deixou o gramado vaiado pelos torcedores, para dar lugar a Robinho, quando já havia sido jogada mais da metade do segundo tempo. Além disso, com Adriano (outro que não jogou bem) e Ronaldo na frente, Emerson e Zé Roberto atrás, Ronaldinho Gaúcho ficou muito isolado no meio, e não pôde repetir as atuações pelo Barcelona que o levaram à condição de maior jogador do mundo nos últimos dois anos. Mal no ataque, o Brasil teve que contar com uma grande atuação de seus defensores, notadamente do goleiro Dida e do zagueiro Lúcio, para sair de campo com a vitória. “Podemos melhorar muito, vamos melhorar já contra a Austrália”, reconheceu o técnico Carlos Alberto Parreira. Anteci-

pando-se às críticas ao atacante Ronaldo, ele aproveitou para confirmar sua escalação no próximo jogo desta primeira fase da Copa. “Ronaldo precisa ganhar ritmo, começa como titular. Robinho no banco. Está tudo dentro do planejado.” O treinador, uma vez mais, tratou de valorizar o resultado, que de fato foi importantíssimo para a Seleção Brasileira. Graças a ele, o Brasil larga com três pontos ganhos no primeiro jogo disputado, ao lado da Austrália (embora perca no saldo de gols, pois os australiano fizeram 3 a 1 nos japoneses) e na frente da própria Croácia e do Japão. “Sabíamos que seria um jogo difícil. A Croácia tem um ótimo time, com jogadores experientes”, elogiou Parreira. “E fez uma excelente fase de

preparação, jogou contra adversários fortes. Nos incomodaram muito, principalmente pelo lado direito da nossa defesa. Mas corrigimos isso trazendo o Adriano para ajudar na marcação. Aí equilibramos as coisas e vencemos”. Para o treinador, “o importante era vencer para aliviar a tensão. Subimos o primeiro dos sete degraus. Este é o nosso desafio”. Para Parreira, “a Seleção não está 100%. Nem poderia. Acho que estamos 60, 70%”. Autor do gol que valeu a vitória, Kaká deixou o campo levantando as mãos para o céu. Um gesto habitual desde os tempos de São Paulo. Abraçado pelos companheiros, ele foi escolhido o melhor do jogo, o mais festejado e o primeiro a dar entrevista, antes mesmo de

om a vitória do Brasil ontem, sobre a Croácia, caiu um recorde que já durava 68 anos: o de vitórias seguidas em jogos de Copa do Mundo. O primeiro país a estabelecê-lo foi a Itália do técnico Vittorio Pozzo, bicampeã mundial em 1934 e 1938, passando por Espanha (1 a 0), Áustria (1 a 0) e Tchecoslováquia (2 a 1), na primeira conquista, e p o r N o ru e g a ( 2 a 1 ) , França (3 a 1), Brasil (2 a 1) e Hungria (4 a 2), na segunda. Total: sete vitórias seguidas. E s s a m a rc a s ó s e r i a igualada 64 anos depois, quando o Brasil pentacampeão de Felipão ganhou todos seus sete jogos na Coréia e no Japão: 2 a 1 na Turquia, 4 a 0 na China, 5 a 2 na Costa Rica, 2 a 0 na Bélgica, 2 a 1 na Inglaterra, 1 a 0 novamente na Turquia e 2 a 0 na Alemanha. A esta série soma-se agora um oitavo jogo: o 1 a 0 de ontem.

Parreira. Suas primeiras declarações tinham tom de preocupação: “Fiz boa partida, participei das melhores jogadas, mas a gente precisa melhorar muito”. O meia, bastante conceituado na Europa, considerou a falta de movimentação dos atacantes e a lentidão para as saídas nos contra-ataques os principais problemas da equipe. O ex-são-paulino disse, também, que a defesa permitiu, em alguns momentos, que a Croácia criasse oportunidades de gol. Mas afirmou estar certo de que as coisas melhorarão a partir da segunda rodada, em que a Seleção enfrentará a Austrália, domingo, em Munique. “Foi importante a vitória, agora teremos mais tranqüilidade.”

Dida; Cafu, Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Emerson, Zé Roberto, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Adriano e Ronaldo (Robinho 24/2). Técnico: Carlos Alberto Parreira.

CROÁCIA 0 Pletikosa; Simic, Robert Kovac, Simunic e Srna; Tudor, Niko Kovac (Jerko Leko 41/1), Niko Kranjcar e Babic; Klasnic (Ivica Olic 11/2) e Prso. Técnico: Zlatko Kranjcar. Local: Estádio Olímpico de Berlim. Árbitro: José Ramírez (MEX). Gol: Kaká 44/1. Cartões amarelos: Niko Kovac 32/1, Emerson 42/1, Robert Kovac 22/2 e Tudor 45/2.


DIÁRIO DO COMÉRCIO O senhor Chávez já perdeu no Peru. Ele deve entender isso e também que o Peru não vai substituir nenhuma companhia petroleira para colocar a PDVSA [a petrolífera estatal venezuelana] em seu território, como ocorreu na Bolívia. - Do presidente eleito do Peru, Alan García, sobre o presidente da Venezuela Hugo Chávez.

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JUNHO

2 -.LOGO

14 Recolhimento de IRRF, Cofins e IPI Nascimento do revolucionário Ernesto Guevara de la Serna, o Che Guevara (1928-1967)

I RAQUE 1 I RAQUE 2

Bush na ofensiva

Al-Qaeda quer vingança O novo líder da Al-Qaeda no Iraque jurou ontem vingar a morte de Abu Musab al-Zarqawi e ameaçou lançar terríveis ataques "nos próximos dias". A declaração foi divulgada na internet. "Não sejam tomados de alegria pela morte do xeque Abu Musab (alZarqawi), que Deus abençoe sua alma, porque ele deixou para trás muitos leões", anunciou. O comunicado foi publicado um dia depois de o grupo ter anunciado que um homem com o nome de guerra Abu Hamza al-Muhajer iria suceder o militante jordaniano na liderança. Zarqawi morreu na quarta-feira passada num

bombardeio de aviões dos EUA a seu esconderijo em Baquba, ao norte de Bagdá. Muhajer prometeu continuar com a luta de seu antecessor, e garantiu que os "combatentes sagrados" no Iraque estão "mais fortes do que nunca". "Os combatentes sagrados têm feito o inimigo sentir o gosto amargo da derrota e humilhação. Com a permissão de Deus, seus filhos chegaram a um momento decisivo", continuou. "Não é segredo a ferocidade da batalha que está ocorrendo entre os soldados do bem e os soldados do mal - os cruzados, os repelentes (xiitas) e apóstatas no Iraque", disse.

I NÉDITO

L

Stefan Wermuth/Reuters

Especialista em arte observa o quadro Homem com Cachimbo (1969), do pintor espanhol Pablo Picasso, que nunca havia sido exibido publicamente. O quadro integra a exposição internacional Art 37, na Basiléia, Suíça.

Em visita-surpresa a Bagdá, presidente dos EUA diz que 'caça' a extremistas continua

O

presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, iniciou ontem uma visita-surpresa a Bagdá. Ele deveria reunir-se com o recémeleito primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, e discutir com ele os próximos passos para contornar a conturbada situação no país árabe. A visita de Bush ocorreu menos de uma semana depois da morte do extremista jordaniano Abu Musab al-Zarqawi em um bombardeio americano. Bush desembarcou em Bagdá no avião presidencial e foi levado à fortificada Zona Verde da capital iraquiana para reu-

nir-se com Maliki, que não sabia da visita e esperava conversar com o presidente americano por videoconferência. Em seu discurso, Bush disse que haverá "dias difíceis pela frente e sacrifícios para os americanos e os iraquianos". Porém, prometeu: "Nossas Forças Armadas prosseguirão na ofensiva e continuarão caçando pessoas como Zarqawi e fazendo-as prestar contas". Sobre o presidente iraquiano, Bush disse que, em sua visita, queria descobrir se ele estava "tão comprometido com um Iraque livre" como os americanos. Em seguida, disse: "E acho que sim".

Bush também afirmou que o futuro do Iraque está nas mãos do novo governo, cuja formação foi concluída na quinta-feira passada com a nomeação dos ministros do Interior, da Defesa e da Segurança Nacional. A visita de Bush ocorreu em meio a uma série de explosões provocou a morte de pelo menos 16 pessoas na cidade de Kirkuk, uma cidade rica em petróleo no norte curdo do Iraque. Em outras partes do país, episódios de violência deixaram mais 12 mortos e dezenas de pessoas feridas nesta terça-feira. A polícia local também encontrou oito corpos de vítimas de execuções recentes.

O Los Angeles Times comentou ontem que os nomes dos jogadores brasileiros - Cafu, Ronaldo, Adriano, Kaká... - são de 'enrolar a língua' de tão exóticos. O texto não fez menção sobre a Croácia e seus craques Pletikosa, Srna, Kranjcar, Babic, Klasnic e Prso. www.latimes.com Luc Gnago/Reuters

Ursos podem se tornar canibais

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ursos polares se alimentam primariamente da foca-anelada e usam o gelo do mar para se alimentar, acasalar e dar à luz. Segundo o estudo, os animais se matam para controle populacional, domínio e vantagem reprodutiva. Matar para se alimentar parece menos comum. Para os especialistas, o canibalismo é mais um comportamento que confirma a hipótese de que a diminuição do gelo polar, devido ao aquecimento global, pode levar ao desaparecimento dos ursos polares antes do final do século.

Da África para a Argentina Um grupo de cientistas descobriu na província argentina de Rio Negro restos de uma espécie de dinossauro com 20 metros de comprimento e 90 milhões de anos, que até agora se acreditava existir apenas na África, mas que também viveu na Patagônia. Os fósseis do dinossauro saurópode de pescoço longo em La Buitrera, uma área rochosa 1.300 km ao sul da capital argentina. O animal da espécie 'Cathartesaura', batizada em homenagem ao nome científico do abutre patagônico que faz ninhos na região, era um herbívoro com mandíbulas quadradas e que habitou a região durante o Cretáceo superior. B RAZIL COM Z

Trilha sonora para a seleção A agência de notícias Reuters divulgou para a imprensa inglesa, ontem, um texto sobre o mercado de "CDS de samba para os dias de jogos da Copa". Segundo a agência, "no Brasil, futebol e samba andam juntos como amor e casamento". Os CDs disponíveis no mercado brasileiro têm até Ronaldinho Gaúcho exibindo suas habilidades de cantor, mas o mais popular é o álbum Football & Samba Groove Association, segundo a Reuters, uma compilação de músicas inspiradas no futebol compostas por Jorge Ben Jor que, desde a década de 60 une as duas maiores paixões dos brasileiros.

M EIO AMBIENTE

Um estudo realizado no Alasca mostra que os ursos polares no Mar de Beaufort podem estar se voltando para o canibalismo como forma de garantir a subsistência. Com as temporadas sem gelo mais extensas - como reflexo do aquecimento global os animais não conseguem mais manter sua dieta natural. O estudo analisou três exemplos de predação entre ursos polares, entre janeiro e abril de 2004, incluindo o primeiro caso reportado da morte de uma fêmea em uma caverna, pouco tempo depois de dar à luz. Os

A RQUEOLOGIA

TELINHA – Reunidos em volta de uma pequena televisão num bar de Abidjan, togoleses reclamam do desempenho de sua seleção na Copa. A Federação de Futebol do Togo deve demitir o técnico Otto Pfister, após a derrota sofrida ontem para a Coréia do Sul por 2 a 1 em partida disputada em Frankfurt.

E GITO

C A R T A Z

CLÁSSICOS

A STRONOMIA Alisa Weilerstein (foto), no violino, e José Feghali, no piano, pela temporada Espaço BankBoston. Peças de Beethoven, Debussy e Chopin. Av. Doutor Chucri Zaidan, 246. Telefone: 3081-1911. 21h. R$ 45.

Vida no espaço

Código Da Vinci proibido

Nasa

sobrevivência da raça humana depende de sua habilidade de encontrar novos lares em qualquer lugar no universo, já que há um risco crescente de um desastre destruir a Terra, disse ontem o renomado cientista Stephen Hawking. O astrofísico britânico disse, em uma conferência em Hong Kong, que os humanos poderiam ter uma base permanente na Lua em 20 anos e uma colônia em Marte nos próximos 40. "Não encontraremos nenhum lugar tão bom quanto a Terra a não ser que viajemos para outro sistema estelar", acrescentou Hawking. Segundo ele, se os humanos puderem evitar se matar entre si mesmos nos próximos cem anos, eles deverão ter instalações espaciais que poderão continuar sem

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Um site que sabe de (quase) tudo

A Vibram desenvolveu um calçado esportivo com sola realmente anatômica, seguindo os contornos do calcanhar até os dedos do pé. Disponível em várias combinações de cores, custa US$ 70 no site.

Sabido é um site que se propõe a explicar como fazer qualquer coisa, desde vacinar as crianças até receber amigos para um jantar, cuidar da saúde, do bem-estar, do lar e dos relacionamentos, se divertir, manter suas finanças equilibradas e colocar a carreira na rota de ascensão. O site também ensina a lidar com imprevistos e como se dar bem com o computador.

www.vibramfivefingers.com

www.sabido.com.br

ou outros perigos que ainda não pensamos". O cientista de 64 anos - autor do best-seller Uma Breve História do Tempo - anda de cadeira de rodas e se comunica com a ajuda de um computador pois sofre de um distúrbio neurológico chamado esclerose lateral amiotrófica, ou ELA.

L OTERIAS Concurso 461 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio 02

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Segundo Sorteio

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo: 16

Opinião pública americana considera guerra no Iraque mais perigosa que o governo do Irã Instituto internacional diz que territórios palestinos estão à beira de uma guerra civil

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Luva esportiva para os pés

o suporte da Terra. "É importante para a raça humana se disseminar pelo espaço, pela sobrevivência das espécies", disse Stephen Hawking. " A vida na Terra está em risco crescente de ser exterminada por um desastre, como o aquecimento global, guerra nuclear, um vírus geneticamente modificado

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F AVORITOS

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G @DGET DU JOUR

Marte vem sendo explorado pelas agências espaciais, que esperam encontrar condições para a vida.

O ministro da Cultura do Egito anunciou ontem que as autoridades vão confiscar cópias do best-seller O Código Da Vinci e proibir a exibição do filme baseado no livro. "Proibimos qualquer livro que insulte qualquer religião. Vamos confiscar este livro", disse, sob aplausos, ao Parlamento egípcio. A notícia da decisão do governo provocou preocupação em outros setores. Um ativista dos direitos humanos qualificou a decisão de perigosa e disse que ela representa a continuidade das agressões à liberdade de expressão do governo egípcio.

Após suicídio de três prisioneiros, ONU pede fechamento da prisão de Guantánamo

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Concurso 1613 da QUINA 01

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

Pensamos, sim, que podemos vislumbrar a final.” Dick Advocaat, técnico da Coréia do Sul Oliver Lang/AFP

MAIS BRASIL paSse livre

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huva forte, com temperatura máxima de 20 e mínima de 10 graus. Esta é a previsão meteorológica para hoje na cidade de Dortmund, onde a Alemanha abre a segunda rodada da Copa enfrentando a Polônia às quatro da tarde (horário de Brasília). Uma péssima notícia para Ballack, que volta de contusão e deve encarar um gramado pesado. Quem perde o lugar no time para a volta do astro é Tim Borowski. Ontem, o treino de reconhecimento do campo do Westfalenstadion por parte dos alemães e poloneses aconteceu debaixo de um sol forte e 31 graus de temperatura. “Vai ser um jogo difícil para mim no aspecto emocional. Não é fácil jogar contra a Polônia”, afirmou Klose. “Não vou cantar nenhum dos dois hinos, porque me sinto em casa nos dois países”, afirmou Podolski. Ambos são atacantes da Alemanha, embora poloneses de nascimento. Na quinta-feira, às 10 horas de Brasília, o Equador, que ganhou na estréia, enfrenta a Costa Rica em Hamburgo, completando a segunda rodada do Grupo A.

A vez de Robinho

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Pawel Kopczynski/Reuters

muito difícil jogar nessa temperatura”, reclamou o técnico Oleg Blokhin. A outra partida do Grupo H, entre Tunísia e Arábia Saudita, que acontece hoje, às 13 horas

de Brasília, em Munique, terá mais um brasileiro, o técnico Marcos Paquetá, da Arábia. E poderia ter outro, se Francileudo dos Santos, machucado, não desfalcasse a Tunísia.

Sinal amarelo J

Adrian Dennis/AFP

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França de Zidane estréia sem conseguir sair do zero contra a Suíça

FRANÇA 0 Barthez; Sagnol, Gallas, Thuram e Abidal; Vieira, Makelele, Ribéry (Saha 25/2) e Zidane; Henry e Wiltord (Dhorasoo 39/2). Técnico: Raymond Domenech.

SUÍÇA 0

CORÉIA DO SUL 2 Lee Woon-jae; Kim Young-chul, Kim Jin-kyu (Ahn Jung-hwan 1/2) e Song Chong-gug; Choi Jin-cheul, Lee Ho, Lee Eul-yong (Kim Nam-il 23/2), Park Ji-sung e Lee Young-pyo; Lee Chun-soo e Cho Jae-jin (Kim Sang-sik 38/2). Técnico: Dick Advocaat.

TOGO 1

Se prestou atenção nos comentaristas da Globo, o torcedor terá notado como é difícil um técnico da Seleção agradar a todos: Casagrande pediu Robinho no lugar de Ronaldo, Falcão queria Juninho Pernambucano.

Agassa; Tchangai, Abalo, Nibombe e Assemoassa (Forson 17/2); Salifou (Aziawonou 41/2), Maman, Senaya (Assimiou Toure 10/2) e Romao; Adebayor e Kader. Técnico: Otto Pfister. Local: Waldstadion, em Frankfurt. Árbitro: Graham Poll (ING). Gols: Kader 31/1, Lee Chun-soo 9/2 e Ahn Jung-hwan 27/2. Cartões amarelos: Romao 24/1, Kim Young-chul 41/1, Lee Chun-soo 6/2 e Tchangai 47/2. Cartão vermelho: Abalo 8/2.

á são quase oito anos sem marcar um único gol em Copas do Mundo, desde que Petit decretou a vitória por 3 a 0 sobre o Brasil, na final de 1998, disputa na própria França. De lá para cá, os bleus estiveram na Copa do Mundo da Coréia e do Japão, em 2002, e de lá voltaram desclassificados ainda na primeira fase, com duas derrotas (1 a 0 para Senegal e 2 a 0 para a Dinamarca) e um empate (contra o Uruguai, por 0 a 0). Ontem, na estréia dos franceses na Copa da Alemanha diante da Suíça, pelo Grupo G, em Stuttgart, a história se re p e t i u . “ C r i a m o s v á r i a s chances, mas não finalizamos”, resumiu o técnico francês Raymond Domenech. “Fizemos uma boa partida, trabalhamos bem a bola, mas faltou fazer o gol. Não adianta jogar bem e não marcar.” Já seu colega Köbi Kuhn, técnico da Suíça, saiu de campo satisfeitíssimo com o resultado: “Nós ficamos muito felizes por ter conseguido marcar um ponto e não ter deixado Stuttgart de mãos abanando. Eles possuem grandes jogadores, e tínhamos de ter muito cuidado na defesa”. Com o empate entre franceses e suíços, o líder isolado do Grupo G passou a ser a Coréia do Sul, que também ontem estreou na Copa derrotando Togo de virada por 2 a 1, em Frankfurt. “Foi uma partida estranha, com dois tempos muito distintos”, admitiu o holandês Dick Advocaat, eécnico da Coréia. “No primeiro, a equipe estava muito ansiosa No segundo, pudemos imprimir nosso jogo.”

copa na tv Fernando Cesarotti

SOAM AS CORNETAS

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adê o quarteto mágico? Ronaldinho fez firulas demais e definitivamente não joga na Seleção como no Barcelona. Lula tinha razão: Ronaldo está gordo. Gordo, fora de forma e sem ritmo. Aliás, passou a hora de Ronaldo pendurar as chuteiras. E o Adriano só mata de canela!" Você com certeza ouviu (se é que não disse) uma dessas frases. Quando saem da boca do torcedor, tudo bem. Mas foi esse também o tom dado pelos comentaristas de todas as emissoras de TV que transmitiram o jogo, num contraste impressionante com o ufanismo que tomava conta da telinha desde as primeiras horas da manhã. Torcedor pode ser apaixonado e mudar de opinião em duas horas. Profissionais, por mais duro que seja têm a obrigação de manter a coerência.

RITMO DA COPA E a Globo resolveu ressuscitar o Olodum. Nada contra eles, mas é triste perceber que não se consegue fugir do clichê samba-batucada-futebol como se a representação artística brasileira se limitasse a isso.

tocar para os jogadores da seleção, a Globo podia ao menos usá-la como trilha sonora - melhor que a intragável "Festa", de Ivete Sangalo, usada à exaustão (e até por Felipão) em 2002. O Sportv já começou a usar a balada titânica - ontem fechou o programa pósjogo com ela.

MELHOROU

SUGESTÃO Esta coluna era mais fã dos Titãs nos tempos em que o quinteto tinha oito integrantes. Mesmo assim, já que Sergio Britto (acima) fez uma versão especial de "Epitáfio" para Parreira

Ontem tivemos Sergio Noronha em dose dupla: Coréia do Sul x Togo e Suíça x França. Não comprometeu, mas, acima de tudo, não riu. Mas que verdade seja dita: todos os comentaristas enrolaram um pouco para falar de africanos e asiáticos, com comentários do tipo "Salifou costuma sempre atuar aberto em seu clube" que não convencem nem aquela tia mais alienada em futebol.

As emissores fechadas devem reprisar Brasil x Croácia hoje, mas não anunciam horário. Vale uma zapeada.

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Local: Gottlieb-Daimler Stadion, em Stuttgart. Árbitro: Valentin Ivanov (RUS). Cartões amarelos: Magnin 42/1, Streller 45/1, Degen 11/2, Abidal 19/2, Cabanas 27/2, Zidane 27/2, Sagnol 48/2 e Frei 48/2.

DIVISÃO

Eleito o craque do jogo pela Fifa, o brasileiro Kaká tropeçou na gramática ao receber, com o sorriso simpático de sempre, o prêmio de um dos patrocinadores da Copa: "Vou guardar com carinho na minha coleção de troféis."

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Zuberbuehler; Mueller (Djourou 30/2), Senderos, Magnin e Degen; Vogel, Wicky (Margairaz 37/2), Cabanas e Barnetta; Streller (Gygax 11/2) e Frei. Técnico: Koebi Kuhn.

TROPEÇÃO

*Com Agência Estado e Reuters

Vitória na quinta já classifica a Inglaterra Inglaterra depende apenas de uma vitória no jogo de quinta-feira, contra Trinidad e Tobago, em Nuremberg, às 13 horas de Brasília, para ser a primeira equipe classificada do Grupo B. Se ganharem, os ingleses chegarão a seis pontos, marca que somente Suécia ou Paraguai poderão alcançar. Suecos e paraguaios também se enfrentam na quinta, em Berlim, às 16 horas. No jogo da Inglaterra contra Trinidad, o volante Hargreaves deve começar no banco de reservas, mas tem grandes chances de entrar na etapa final. Nascido no Canadá, filho de um inglês com uma galesa, ele é simplesmente odiado pela torcida, que o vaiou quando entrou em campo contra o Paraguai, na estréia. Ainda há dúvida sobre a possibilidade de o atacante Wayne Rooney voltar a jogar. Recuperado de uma fratura no pé direito, o jogador tem treinado bem. O técnico Sven-Göran Eriksson se diz esperançoso em usar logo o atacante.

Em sua estréia na Copa, hoje, às 10 horas de Brasília, contra a Ucrânia de Shevchenko (que pode nem jogar), a Espanha do técnico Luís Aragonés terá um brasileiro: Marcos Senna

uando é que se fez e se consagrou o tal quadrado mágico da Seleção, que ontem tanto penou diante da marcação dos croatas e acabou salvando o prestígio de seus componentes graças ao golaço de Kaká e a um primeiro tempo apenas razoável de Ronaldinho Gaúcho? Foi lá mesmo, na Alemanha, há um ano, na Copa das Confederações. E Robinho era, então, um dos quatro, jogando como parceiro do centroavante - Adriano, no caso. Os dois se completam como também se complementariam Robinho e Ronaldo. Um dá movimentação ao ataque, desloca-se pelos lados, ajuda mais o meio-de-campo. O outro trabalha mais na área, enfrenta os becões adversários, é o principal finalizador da equipe. Robinho dá ao tal quadrado mágico a mobilidade que falta na formação com dois centroavantes, principalmente se eles têm características semelhantes e disputam o mesmo espaço perto e dentro da área, como Ronaldo e Adriano. Um conceito com que Parreira sempre trabalhou é de que as duplas - na defesa, no meio-de-campo ou no ataque - devem ser complementares. Robinho parece o complemento ideal para Ronaldo ou Adriano lá na frente, mas o técnico já anunciou ontem, em Berlim, que ele voltará para o banco e Ronaldo voltará a jogar ao lado de Adriano no ataque que tentará garantir contra a Austrália, domingo, a classificação antecipada do Brasil para as oitavas-de-final. Pode ser a última oportunidade da dupla. Se a Seleção bisar o desempenho bisonho do 1 a 0 sobre a Croácia, Robinho pode ganhar uma vaga no ataque já contra o Japão.

Ernesto Rodrigues/AE

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Ballack deve voltar debaixo de muita chuva

Roberto Benevides

Pierre-Philippe Marcou/AFP

uando foi convocado para defender a Espanha na Copa do Mundo, o meiocampista brasileiro Marcos Senna, de 29 anos, que joga no Villarreal, causou certa surpresa. Agora, com a lesão de Raúl (que começa no banco), ele surpreende mais ainda, ao ganhar um espaço entre os titulares que enfrentam a Ucrânia hoje, às 10 da manhã (horário de Brasília), em Leipzig, no jogo que abre o Grupo H. “Eu estou feliz e sei que vamos fazer um grande partida”, disse o brasileiro naturalizado espanhol, pouco depois do treino de ontem, em que atuou como uma espécie de segundo volante. “Ele vai fortalecer o aspecto de marcação, e por isso vou começar com ele”, explicou o técnico Aragonés. Senna, no entanto, talvez tenha poucos minutos para mostrar serviço. Dependendo do resultado do jogo (e também de seu rendimento), ele pode ser sacado para a entrada de Raúl, que o técnico deve aproveitar no segundo tempo. “É uma boa opção e vou ver o que será feito de acordo com o andamento da partida”, desconversou o técnico. Na Ucrânia, o principal jogador poderá nem entrar em campo. Andrei Shevchenko ainda esté em fase final de recuperação de uma lesão no joelho sofrida no mês passado, e sua escalação (ou não) será anunciada somente momentos antes da partida. “Vou fazer de tudo para estar em campo”, promete o ucraniano. “Sei que a Espanha é a favorita, mas sei também que temos time para surpreendêlos.” Além da lesão de Shevchenko, o que preocupa os ucranianos é o forte calor de Leipzig. Ontem, a temperatura chegou a 30 graus. “Será

Aperitivo para o jogo da Inglaterra: o capítulo de Glória, Suor e Lágrimas" sobre a Copa de 66. Hoje, 15h, na ESPN2.


DEU

Malu Lopez é leitora do site/blog Blue Bus e está trabalhando em Nova Iorque.

DOISPONTOS -77

escravo a assassinatos e ao tráfico de drogas e de armas, as instâncias partidárias ampliam seu afastamento da sociedade e deixam de representá-la com legitimidade.

De camiseta verde e amarela em NY

NO

BLOG

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

té essa manhã tinha a sensação de que a Copa ia passar despercebida

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aqui em NY. Com exceção dos pubs e alguns restaurantes descolados em downtown, que

Péssimo lugar para entrar no clima da Copa, não é mesmo? Não , não foi bem isso que ela encontrou na Big Apple. As expressões simpáticas na rua pareciam dizer "Good luck,

WWW.BLUEBUS. COIM.BR

Divulgação

Brazil".

vão transmitir os jogos, realmente pouco se ouve falar na Copa entre os americanos. Ontem mesmo, em plena estréia dos EUA, estavam todos trabalhando normalmente, aqui na Initiative. E quando o time deles perdeu - 'oh, that's bad'. And that's all. O desinteresse dos americanos por futebol tem vários motivos, como o Claudio Zibenberg já comentou aqui no Blue Bus. Mas acho que o maior deles é que o futebol não é o esporte que

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

proporciona bolsa de estudos para as universidades americanas. O beisebol e o basquete sim. E assim, uma coisa leva a outra". Mas hoje tudo isso pouco importa. Saí pra trabalhar vestindo minha camiseta verde amarela. Contagiante! Não deu pra contar o número de sorrisos e "Good luck Brazil". Prova de que estamos na moda, é essa camiseta com o Pelé estampado que os brasileiros usam

por aqui. Depois de ser anunciada na New York Magazine, todas as unidades foram vendidas na Soccer Sport Supply, em um único dia. Eles reconhecem a nossa alegria nas ruas, estampam nas vitrines e parecem torcer mais pelo Brasil do que por eles mesmos na Copa. São inteligentes, concentram o patriotismo onde têm chances de ganhar. Pro bem ou pro mal, mas isso é outro papo...

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Juros, custos e lucros

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CLÁUDIO WEBER ABRAMO

CONVENÇÕES PRESIDIÁRIAS omo todos sabem, realizaram-se no último fim de semana convenções dos principais partidos. Sacramentou-se nessas ocasiões aquilo que já se sabia de antemão. Após um ano de crise política, originada pela evidência de operação de um esquema de roubalheira industrializada, todos os responsáveis e todos os beneficiários foram premiados com espaço em diferentes legendas partidárias. Antes que se imagine que o fenômeno se manifestou exclusivamente no Partido dos Trabalhadores e nas agremiações aliadas, é bom atentar para o fato de que PSDB e PFL incluíram alegremente em suas chapas indivíduos processados por um nutrido rol de malfeitorias.

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Os partidos não são responsáveis sobre quem se abriga na legenda. É o vale-tudo na vida partidária.

Porque a margem dos bancos é de 11%

nisso que se transformou a vida partidária brasileira. Os partidos não exercem nenhuma responsabilidade sobre quem se abriga sob suas legendas. Basicamente, vale-tudo. Não fosse a materialidade do fato, seria o caso de especular se não estaríamos a viver alguma espécie de pesadelo sócio-político, do qual despertaríamos aliviados para um mundo menos cínico. Mas não se trata de pesadelo, e sim de uma realidade que está levando o País por uma trilha cujo destino será inevitavelmente prejudicial ao interesse coletivo. Quando legendas partidárias se transformam em abrigos para que, por via da absurda imunidade, pessoas escapem de responder na Justiça a acusações criminais, não pode haver esperanças de que dali resulte algo de construtivo. Ao oferecer asilo a nutridos contingentes de tomadores de subornos e de pessoas acusadas de improbidade administrativa, além das várias dezenas que são réus em processos-crime que variam do trabalho

Hélvio Romero/AE

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lucro dos bancos é freqüentemente apon- G Sem bancos tado como excessivo no Brasil e responsá- capazes é difícil vel pelas altas taxas de juros. Em 2005, o imaginar a lucro do setor foi de R$ 17,5 bilhões, que deve ser possibilidade cotejado com mais de 100 mil pontos de atendi- de a economia mentos, 150 milhões de contas correntes e de pou- brasileira crescer pança, R$ 550 bilhões de operações de crédito, R$ de forma 1.630 bilhões de ativos e 30 bilhões de transações. sustentada. À medida que o setor aumenta suas operações é razoável que aumente o seu lucro. A receita de intermediação financeira e de ser- G À medida que viços foi de R$ 156,8 bilhões e os custos de R$ 140,3 o setor aumenta bilhões. Ou seja, para cada R$ 1,00 de receita, os suas operações bancos gastam R$ 0,89 para remunerar deposi- é razoável que tantes, saldar tributos, cobrir custos, pagar segu- aumente o seu ros e subsídios cruzados e R$ 0,11 para recompen- lucro. sar o capital investido. A margem líquida dos bancos é de 11%, está na média das margens dos G Para baixar a demais setores empresariais. taxa de juros é Atribuir ao lucro dos bancos a responsabilida- necessária uma de pelo custo dos financiamentos e serviços ban- política cários é distorcer a realidade. É atribuir aos 11% a macroeconômica responsabilidade pelos 100%. É necessária uma consistente e uma análise compreensiva de todos os componentes tributação justa de custos e formas de reduzi-los. Considerando a importância que o aumento do crédito tem, a adoção de medidas para baixar as taxas de juros é prioritária, especialmente por uma demanda de justiça social. Entretanto, sem um diagnóstico correto, não haverá uma queda expressiva. O juro de empréstimos é a soma de quatro componentes de custo: a) o custo do dinheiro - a taxa de juros da economia; b) a tributação; c) custo operacional; e d) custos adicionais; acrescido do lucro dos bancos. a) A taxa de juros de captação é parametrizada pela Selic. Está limitada pelas condições macroecoMande seu comentário nômicas – inflação, absorção de choques externos, para doispontos@ dinâmica da relação dívida/PIB, déficit fiscal etc. dcomercio.com.br

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Isso aponta para a necessidade de melhorias consistentes nos indicadores macroeconômicos para baixar o juro básico de forma segura e definitiva. b) A tributação de operações bancárias é um despautério no Brasil. Numa operação ideal de intermediação financeira de um mês, com taxa Selic zero, com uma remuneração liquida nula para o investidor, sem inadimplência e sem custos e lucro zero para o banco, o tomador de empréstimos para pagar o IOF, CPMF, PIS, Compulsórios, FGC, Cofins e IRF tem uma taxa anualizada de 29,4%. É um contra-senso! c) O terceiro componente é o custo operacional. A atividade bancária é sofisticada e exige mão de obra qualificada, segurança, tecnologia avançada, investimentos vultosos, infra-estrutura complexa e riscos - de crédito, de câmbio, de liquidez, legais e operacionais - que tem que ser segurados. Quanto maiores os custos, maior é a pressão nas taxas de emprestar. d) No Brasil, os bancos têm custos adicionais expressivos, os subsídios cruzados. São os depósitos compulsórios, os maiores do mundo correspondendo a cerca de R$ 150 bilhões e empréstimos a setores específicos a taxas abaixo das de captação. Têm o efeito de impostos camuflados e pressionam ainda mais as taxas finais de empréstimos. Para baixar a taxa de juros é necessária uma política macroeconômica consistente; uma tributação justa e eficiente, restrições operacionais que promovam a eficiência e a estabilidade bancária, a eliminação dos subsídios cruzados e manutenção da competitividade do setor bancário. Sem bancos capazes de serviços de pagamentos conveniente, de gerenciamento de risco seguro e de canalização das poupanças para investimentos produtivos é difícil imaginar a possibilidade de a economia brasileira crescer de forma sustentada. ROBERTO LUIS TROSTER É ECONOMISTA CHEFE DA FEBRABAN

sse percurso não pode levar a boa coisa. Em algum momento, essa legitimidade será contestada. O que virá depois pode ser visto em muitos países da América Central, do Caribe, da África, da América Latina, da Ásia, do Oriente Médio, em que o Estado desparece e dá lugar ao caos sócio-econômico. É para destinos como esses que a irresponsabilidade política brasileira está apontando. Uma vez que as agremiações políticas não assumem a responsabilidade de limpar seu próprio quintal, cabe ao eleitor, em nome de quem tudo isso é feito, exprimir sua contrariedade. Alguns estão convencidos de que o voto nulo é uma saída. É de fato uma saída, mas apenas se ultrapassar 50% dos sufrágios. Caso contrário, sairá pela culatra, pois deixará o campo livre para os aventureiros. Não quero com isso dizer que não se deva votar nulo, mas que tal opção deve ser baseada numa aquilatação cuidadosa de seu impacto. Poucos votos nulos nada mais representarão do que um furo na água. alternativa de um voto mais consciente parece melhor. Voto consciente nesta altura do campeonato significa – não exclusivamente, é claro – negar mandato aos mensaleiros, a seus cúmplices, inspiradores e operadores. Caso, ao contrário, o eleitor brasileiro reconduza esses indivíduos aos mandatos que a maioria preservou com a colaboração de seus pares, os quais se recusaram a cassá-los embora os indícios de culpa fossem avassaladores, então quaisquer esperanças de algum dia conseguirmos um país melhor deverão ser abandonadas. Pois não se deverá esperar nada de bom de quem agiu da forma como os mensaleiros se comportaram. O que se poderá antecipar será mais da mesma coisa, ou ainda pior, pois a impunidade estimula a escalada em direção a atos cada vez mais despudorados.

A

ão vote em mesaleiro e faça campanha contra eles. Nos estados, não vote em réu em processo criminal. E não se engane quanto às legendas em que se homiziaram, pois eles estão em todas.

N

CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira e quinta-feira, 14 e 15 de junho de 2006

É óbvio que se pode correr como um louco na direção do juiz, mas isso não seria bem visto" Schwarzer, goleiro da Austrália

Controlamos o jogo por 80 minutos e caímos. O clima no vestiário estava pesado, é lógico." Miyamoto, capitão do Japão

AUSTRÁLIA LÍDER David Gray/Reuters

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inguém da Austrália poderia esperar por esse cenário ao final da primeira rodada do Grupo F: líder, à frente do Brasil, graças ao saldo de gols obtido na espetacular virada sobre o Japão, em Kaiserslautern. Mesmo assim, o técnico Guus Hiddink não pensa em enfrentar o Brasil de igual para igual, e estuda até mesmo poupar vários titulares para o jogo de domingo, em Munique. Os alvos da preocupação de Hiddink estão divididos em dois grupos: os jogadores recém-recuperados de contusão, que ainda se recuperam fisicamente, como os meias Cahill e Kewell e o atacante Viduka, e os atletas que tomaram cartão amarelo - o mesmo Cahill, mais o atacante Aloisi, o volante Grella e o zagueiro Moore. Na Copa, dois cartões amarelos provocam suspensão automática, e Hiddink teme ficar sem a força máxima para o confronto que considera realmente decisivo: no dia 22, contra a Croácia, em Stuttgart. "Ter quatro jogadores com cartão amarelo é preocupante", admitiu o assistente de Hiddink, Graham Arnold, que avisou: a definição não sai antes de sexta-feira. E ele acredita que a idéia de Hiddink pode sair pela culatra pelo desejo dos jogadores de enfrentar o Brasil - o atacante Aloisi, por exemplo, já disse que quer vencer o jogo para calar a boca de Ronaldo - em entrevista a uma revista australiana, o brasileiro disse que Aloisi, que atua no Alaves, era o único australiano que conhecia, mas disse se tratar "do atacante do Osasuna", seu clube anterior. "Não podemos nos dar ao luxo

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Melhor time do Grupo F após a 1ª rodada, a equipe tenta evitar a empolgação, e o técnico Guus Hiddink estuda poupar alguns jogadores em má forma, como o atacante Viduka (9), e que estão pendurados, como Cahill e Aloisi (abaixo), os artilheiros contra o Japão Torsten Blackwood/AFP

de descansar. Temos é de estar mentalmente e taticamente preparados para jogar com o Brasil, pois nada temos a perder", disse. Aos poucos, porém, as esperanças aparecem no discurso do assistente. "Se conseguíssemos um bom resultado contra os brasileiros, seria ótimo." Arnold já foi indicado por Hiddink para assumir o comando da seleção depois da Copa - o holandês assumirá a seleção da Rússia, mas disse que gostaria de ver seu trabalho ter continuidade. As chances são boas, pois Hiddink já começa a ganhar no país o status que já tem na Coréia do Sul - cuja seleção levou ao quarto

lugar, há quatro anos, como coanfitriã do Mundial. Os jogadores australianos só voltam a dar duro amanhã. Fizeram apenas um treino leve ontem, e hoje terão folga para passear com as famílias. Durante a movimentação, o clima era de empolgação pela boa vitória, alvo ainda de muitos comentários. O goleiro Mark Schwarzer, por exemplo, disse que o árbitro egípcio Abd El Fatah Essam pediu desculpas após o jogo por ter validado o gol do Japão, marcado por Nakamura, num lance em que Schwarzer foi atrapalhado com falta por Takahara e Yanagisawa. "Nossos jogadores foram até ele e reclamaram, e ele me disse que lamentava, que tinha cometido um erro", disse o camisa 1. "Todos cometem erros e eu acho que foi uma grandeza da parte dele admitir e, no geral, acho que ele apitou bem'', completou. Viduka, que foi o confidente do árbitro, disse que Essam agradeceu a Deus por não ter manchado o resultado final da partida. "Ficou óbvio que ele se equivocou, mas todo mundo comete erros", disse. "No final, a justiça foi feita neste jogo", completou o técnico Guus Hiddink. Ninguém, no entanto, falou do pênalti de Cahill em Miyamoto, logo após o primeiro gol australiano. A euforia foi também a marca da imprensa do país ontem. "Foi o dia em que o futebol da Austrália desabrochou, chegou à Copa não como uma das irmãs feiosas, mas como uma deslumbrante Cinderela", exagerou o jornal Sydney Morning Herald. "A sensação é a mesma da chegada do homem à lua", escreveu o colunista Doug Conway, do Herald Sun.

Japão segura a lanterna

ico terá de ir além da parte técnica nos treinos do Japão para o jogo de domingo, em Nuremberg, contra a Croácia. Ontem, o grupo se reapresentou ainda muito desanimado pela derrota de virada para a Austrália, na estréia, antes mesmo da derrota dos croatas para o Brasil por 1 a 0 - resultado que jogou os japoneses para o último lugar do Grupo F. "É difícil explicar em palavras", disse o zagueiro Tsuneyasu Miyamoto, capitão do time, que diz não ter entendido a atuação pífia dos dez minutos finais, em que a equipe levou três gols. "Parece que perdemos a força, a adrenalina." Agora, para manter as chances de classificação para as oitavas-de-final, o Japão precisa obrigatoriamente vencer a Croácia, para jogar sua sorte com o Brasil, dia 22, em Dortmund. Nesse cenário, pode ser interessante para o Japão torcer para uma vitória da Austrália sobre o Brasil no domingo. Isso, mais um triunfo contra os croatas, deixaria brasileiros e japoneses na mesma condição do ano passado, na Copa das Confederações. As duas seleções venceram a Grécia e perderam para o México, e chegaram à última roda-

Fotos: Kimimasa Mayama/Reuters

Zico recebeu ontem a visita do presidente da Federação Japonesa, e conta com a volta do lateral-direito Kaji para reanimar o time, vencer a Croácia e continuar vivo na Copa

da empatados - o Brasil, com vantagem por causa do saldo, seguiu adiante com o 2 a 2 em Colônia - o Japão reclamou de um gol mal anulado. Mas Zico sabe que, independentemente do que ocorrer nos outros jo-

gos, o Japão precisará de um bom resultado contra o Brasil. "Uma tarefa árdua", admite. Ontem, Zico teve de prestar contas ao chefe, o presidente da Federação Japonesa de Futebol, Saburo Kawabuchi, que

foi visitar o treino e manifestar seu apoio à equipe. A principal esperança do brasileiro, no entanto, está com os médicos: é a recuperação do lateral-direito Kaji, que não atuou contra os australianos por causa de uma

contusão sofrida no amistoso com a Alemanha, depois de levar uma entrada violenta do meia Schweinsteiger. Unanimidade no Japão até a derrota, Zico passou a ser atacado pela imprensa. "A quali-

dade dos técnicos fez a diferença", escreveu o jornal popular Yomiuri Shimbun. "Podiámos beber para celebrar a vitória, mas terminamos afogando as mágoas", disse o diário esportivo Sankei Sports.


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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

A frase do senador mostra a fraqueza da chapa da oposição e um temor reverencial pela candidatura Lula. Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Câmara

TUCANOS E PEFELISTAS ATACAM LULA

Sérgio Lima/Folha Imagem

Eymar Mascaro

Meio a meio

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deputado Michel Temer contesta a informação dos governistas do PMDB, segundo a qual 80% dos diretórios estaduais apoiariam a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Para Temer, metade do partido fecha com Lula mas a outra parcela está firme com o tucano Geraldo Alckmin. Isso significa que o PMDB está rachado. O PMDB não terá candidato à Presidência da República. O partido prefere investir mais nas eleições de governador e de deputado federal e estadual. A Comissão Executiva quer que o partido eleja um bom número de governadores e numerosas bancadas na Câmara e nas assembléias legislativas. Por isso, a cúpula decidiu deixar o partido livre para formalizar diferentes coligações nos Estados. A decisão não agradou ao senador Pedro Simon, que criticou duramente a direção do partido.

ARRUDA PRECISA DE PROTEÇÃO – Durante a convenção regional do PFL em Brasília foi lançada uma chapa purosangue do partido para a disputa ao governo do Distrito Federal, encabeçada pelo deputado federal José Roberto Arruda e tendo o senador Paulo Octávio como vice. Os dois lideram a preferência do eleitorado, segundo pesquisas de opinião divulgadas recentemente. Arruda, que disputa a cadeira do ex-governador Joaquim Roriz (PMDB), quase teve um acidente durante o evento. Empolgado com a reação da platéia, tentou subir na mesa para discursar e caiu. Para alguns pefelistas pode ter sido um sinal. O PSDB, representado por Alckmin, vive o dilema de apoiar a governadora tucana Maria de Lourdes Abadia ou Arruda.

'LULA NÃO TRABALHA, SÓ VIAJA E BEBE', DIZ JOSÉ JORGE. A campanha tucana à Presidência da República subiu o tom de agressividade ontem, durante convenção do PFL, em Brasília, e atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato à reeleição. O suposto uso exagerado de bebida por Lula foi explorado, publica-

mente, pela primeira vez. Em discurso, o candidato a vicepresidente na chapa tucana, José Jorge (PFL), disse que ele bebe. O candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), aos brados, afirmou que acabará com a "roubalheira e tratará de governar", em um dos momentos mais inflamados. Os

Leonardo Lara/O Tempo/AE

dois procuraram associar Lula à falta de trabalho. "É um governo que se caracteriza pela incompetência, pela falta de trabalho. Hoje, temos um presidente (Lula) que não trabalha, só viaja e bebe muito, como dizem por aí. Para ser presidente, é preciso ser honesto, ser competente. Precisamos do governo da verdade e não da mentira", afirmou Jorge, para uma platéia estimada pela Polícia Militar em 30 mil pessoas. Temperatura alta– O tom dos aliados de Alckmin contra Lula tem subido nos últimos dias. Na semana passada, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), referiu-se ao presidente como "ladrão", em reunião fechada com a direção do partido em São Paulo. Ontem, Alckmin

Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)

ORDEM DO DIA I

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

Exame e votação da ata da reunião anterior (29/05/2006)

II Análise da conjuntura política, pelo cientista político Amaury de Souza III Palestra sobre o tema “Nota Fiscal Eletrônica”, proferida pelo Secretário Adjunto da Secretaria de Finanças do Município de São Paulo, George Hermann Rodolfo Tormin. IV Outros assuntos Dia: 19 de junho de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51 - 9º andar

CANDIDATURAS

ÍNDICE

A cúpula do PMDB calcula que o partido terá pelo menos 15 candidatos a governador. As coligações serão firmadas de acordo com o interesse partidário nos Estados. Se tivesse candidato a presidente, as coligações estaduais não poderiam contrariar a aliança estabelecida no plano federal.

Se viesse a ser candidato pelo PMDB, o senador Pedro Simon teria apenas 2% dos votos, se a eleição fosse hoje, segundo a pesquisa do Ibope feita para a Confederação Nacional da Indústria. Em tempo: as pesquisas contribuíram para desestimular a candidatura própria no PMDB.

SÃO PAULO

RETRIBUIÇÃO

O PMDB continua indeciso sobre o lançamento de candidato próprio, por exemplo, ao governo paulista, que seria Orestes Quércia. O ex-governador é cogitado também para ser candidato ao Senado com o apoio do PSDB. Quércia apoiaria José Serra e o PSDB não lançaria candidato ao Senado.

Para apoiar Geraldo Alckmin, o presidente do PPS Roberto Freire espera ter em compensação uma ajuda dos tucanos em pelo menos três estados em que o partido terá candidato a governador. Os tucanos pensam na oferta.

RECADO José Jorge, vice de Alckmin

fez uma referência a supostas irregularidades no governo Lula. "Vamos deixar de aparelhar o Estado e vamos valorizar o servidor público", disse. Aprovação– O discurso de Alckmin foi elogiado. "Ele está pegando o tom", avaliou o senador Heráclito Fortes (PFLPI) um dos coordenadores da campanha. Alckmin disse não estar preocupado com a baixa aprovação registrada pelas pesquisas eleitorais. "Estou absolutamente tranqüilo, começando com piso de 20%. A receptividade é muito boa. Naqueles que conhecem bem ou apenas conhecem eu já estou na frente. É que eu sou pouco conhecido", comentou. No Distrito Federal, os aliados pefelistas estão divididos. Além do deputado federal José Roberto Arruda (PFL), a governadora Maria de Lurdes Abadia (PSDB) quer a vaga de Joaquim Roriz. "O ideal é ter um palanque só, mas às vezes você não consegue. Você tem, no caso do Distrito Federal, mais de um candidato. Nenhum problema", disse Geraldo Alckmin. PT reage – A declaração de José Jorge provocou reações no PT. "É algo típico do PFL, um partido de pessoas arrogantes e autoritárias, que não toleram ver um trabalhador na Presidência e muito menos o apoio do povo brasileiro a esse trabalhador", disse o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). "O senador deve estar muito nervoso porque é vice numa chapa que não tem a confiança do povo brasileiro." O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PTSP), disse que a frase do senador "mostra a fraqueza da chapa da oposição" e um "temor reverencial pela candidatura Lula". "Se fosse para manter o nível de deselegância, eu poderia dizer que o senador deve ter bebido um pouco a mais para fazer essas declarações. Denota uma certa confusão mental", afirmou. ( AE)

Lula já está conformado em não ter um vice do PMDB. Os governistas, no entanto, prometeram ao presidente que a maioria dos diretórios apoiaria sua candidatura. Mesmo não tendo um vice peemedebista, Lula continua costurando acordo com os governistas José Sarney e Renan Calheiros.

COALISÃO Lula prometeu a Sarney e a Renan Calheiros que se tiver o apoio da maioria dos diretórios, o PMDB participará intensamente do seu segundo governo, em caso de reeleição. O petista quer formar com o PMDB um governo de coalizão.

NOMEAÇÃO No encontro que sustentaram com Lula no Palácio do Planalto, Sarney e Renan Calheiros teriam tratado também da nomeação de um novo ministro da Saúde. O atual ministro, José Agenor Alvarez não foi escolhido pelo partido. Foi uma indicação do ex-ministro Saraiva Felipe.

DISTANTE Está cada vez mais difícil a coligação do PSB com o PT. Os socialistas querem ter a liberdade de estabelecer coligações diferentes para vencer a cláusula de barreira, em que o partido precisa alcançar 5% dos votos nos Estados para continuar com registro no TSE e a receber recursos do Fundo Partidário.

O ARCO Por enquanto, o PT está convencido de que firmará coligações com o PC do B e PRB. O ministro Tarso Genro reconhece que a coligação com o PSB está difícil devido à cláusula de barreira.

OPÇÃO Na impossibilidade de ter um vice do PSB que seria Ciro Gomes, Lula volta a pensar em José Alencar (PRB). Seria restabelecida a dobradinha que deu a vitória ao petista em 2002. Ontem, Lula voltou a conversar com o ex-ministro Ciro Gomes, mas a resposta definitiva dos socialistas virá até o dia 21.

JUSTIÇA Ainda ontem, a cúpula do PMDB lutava para derrubar uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinando que o partido realize sua convenção no dia 22. A decisão da Executiva, no entanto, é de não realizar a convenção.

INTERESSE A liminar foi requerida à Justiça pelo deputado Eduardo Cunha (RJ), que integra o grupo no partido que apóia Anthony Garotinho. Mas, nem o ex-governador se interessa mais pela convenção. Garotinho vai trocar o PMDB pelo PSC para ser candidato a prefeito do Rio em 2008.

SENADO José Alencar é um empresário de sucesso em Minas Gerais. Se não for o candidato à Vice-Presidência na chapa de Lula (como deseja), Alencar deve disputar o Senado enfrentando o expresidente Itamar Franco (PMDB). Aos 74 anos, José Alencar pode mudar de partido outra vez, retornando ao PMDB ou ingressando no PSB.


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Eleições Planalto CPI Congresso

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 O Serra continua num estado avançado de amnésia. Aloizio Mercadante, candidato ao governo de São Paulo (PT)

BINGOS E SANGUESSUGAS AGITAM BRASÍLIA

COMISSÃO DE INQUÉRITO RECEBE DOIS VOTOS EM SEPARADO. ESQUENTA A BRIGA ENTRE SERRA E MERCADANTE.

EMPATE À VISTA NA CPI DOS BINGOS

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relator da CPI dos Bingos, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), recebeu dois votos em separado apresentados pelos senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Magno Malta (PL-ES). Quarta-feira foi o último dia para propor alterações no relatório final da CPI dos Bingos, apresentado na semana passada com o pedido de indiciamento de 79 pessoas e quatro empresas. Álvaro Dias pede que sejam incluídos na lista de indiciamentos os nomes do ex-deputado José Dirceu e do chefe-degabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho. Ambos teriam participado de uma suposta armação para desviar as investigações sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel. "Se não houver pedidos de indiciamento, será a maior pizza da história", destacou o senador. Magno Malta, por sua vez, sugere que sejam retirados do texto final todos os temas que não se relacionem com as investigações sobre casas de bingos. Dessa forma, ninguém seria indiciado pela comissão e todas as apurações feitas em quase um ano de funcionamento da CPI seriam encaminhadas ao Ministério Público.

"Nenhum bingueiro foi ouvido ou investigado, por isso não dá para indiciar ninguém", disse Malta. "Porém, vou solicitar que o Ministério Público aprofunde as investigações sobre todos os temas abordados", completou. O relatório da CPI dos Bingos foi apresentado na semana passada pelo senador Garibaldi Alves Filho. Ele propôs a legalização do funcionamento dos bingos no País e solicitou 83 pedidos de indiciamento ao Ministério Público. Entre eles, o do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. Empate – Garibaldi tende a não aceitar nenhuma das sugestões e deve colocar seu relatório em votação na próxima quarta-feira. Governistas e oposicionistas disputam voto a voto a maioria na comissão. O resultado dependeria dos votos do vice-presidente da CPI, senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), e do senador Augusto Botelho (PDTRR). Caso decidam apoiar os oposicionistas, o resultado da votação seria de sete votos contra sete. Caberia então ao presidente da comissão, Efraim Morais (PFL-PB), a árdua tarefa de desempatar. Com isso, a oposição conseguiria aprovar o texto mais duro para o governo. (Agências)

Roosewelt Pinheiro/ABr

Patrícia Cruz/LUZ - 21-01-06

Alex Silva/AE- 14/06/2006

Thiago Leon/AE

Serra, em São João da Boa Vista: nada a dizer sobre o concorrente.

Mercadante: "Vou continuar discutindo propostas para São Paulo".

MERCADANTE FALA E SERRA IGNORA

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pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, criticou o comportamento de seu principal rival na disputa, José Serra (PSDB), que se recusa a comentar qualquer declaração sua. "Ele não comenta nada sobre os problemas de São Paulo e se omite da dramática crise de segurança que passamos no último mês. Não lançou uma proposta sequer para reverter essa situação", disse o senador, depois de assistir à missa de Corpus Christi na Basílica de Aparecida, no Vale do Paraíba (SP). A procissão - Ao lado da deputada Angela Guadagnin (PT-SP) - a célebre dançarina da pizza - e do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), Mercadante participou da ce-

lebração e realizou uma "mini - procissão" ao redor do Santuário, acenando para os fiéis. O senador disse que seu adversário não demonstra motivação para disputar o governo de São Paulo como também não tinha quando concorreu à Prefeitura de São Paulo. "Vou continuar discutindo propostas e alternativas para São Paulo", disse Mercadante. Na quarta-feira , em visita a São João da Barra, Serra criticou a política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para os produtores de laranja do interior de São Paulo, dizendo que o governo federal não privilegia os agricultores locais contra a concorrência estrangeira. Ontem, Mercadante disse que seu concorrente não conhece o assunto e

não deveria dar opiniões equivocadas a respeito. Esquecido - "O Serra continua num estado avançado de amnésia. Durante oito anos do PSDB na Presidência, nós tivemos os piores momentos para os produtores de laranja, com preços internacionais muito baixos. Hoje, 80% do suco de laranja do mundo é produzido pelo Brasil e praticamente tudo é feito no Estado de São Paulo, são 320 municípios e 400 mil empregos diretos e indiretos." O senador apontou outros avanços do governo Lula na área. "Nós asseguramos a implantação da Norma 31, que regulamenta as condições de trabalho nas lavouras de laranja e garante segurança para os trabalhadores, com luvas, capacetes, óculos, condi-

ções que o governo anterior nunca patrocinou", disse. Fala Serra - O pré-candidato pelo PSDB negou-se a falar sobre seu concorrente do PT. Serra disse : "tenho mais coisa para fazer do que ficar comentando o Mercadante", respondendo, a seco, quando lhe perguntaram sobre as críticas que o petista lhe faz diariamente. Nada falou, por exemplo, sobre o seu alegado silêncio diante da crise de violência urbana gerada pelos ataques do PCC. Serra ainda minimizou a estagnação de Geraldo Alckmin, pré-candidato tucano à Presidência, nas pesquisas de intenção de voto. Para o exprefeito, Lula aumentou sua vantagem por estar mais exposto, pelo cargo, e pelo uso da máquina pública. (AE)

PARTE DO PDT NÃO QUER MAIS CRISTOVAM BUARQUE Renan Calheiros (PMDB-AL)

Senador Magno Malta (PL-ES)

OPERAÇÃO SANGUESSUGA: 36 PROCESSOS ABERTOS.

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nquanto no Congresso correm os trâmites para a abertura da CPMI das Sanguessugas, em Cuiabá (MT) a Justiça Federal já aceitou 36 das 81 denúncias contra os acusados de envolvimento no esquema de desvio de recursos orçamentários por meio da compra de ambulâncias superfaturadas. O ex-deputado Ronivon Santiago (PPAC), liberado da prisão nesta semana por força de habeas corpus, foi interrogado ontem em Cuiabá durante cerca de cinco horas. Investigação – A denúncia feita pelo Ministério Público Federal incluiu nove ex-deputados e um ex-senador, além de assessores, ex-assessores e até um suplente de deputado. Os crimes apontados são corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, crime contra a lei de licitações, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Quando o juiz aceita a denúncia (acusação formal), o acusado passa a responder a processo. O processo está com o juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara Federal.

Assessores de deputados, do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), de servidores públicos e funcionários e dirigentes da empresa Planam e da Frontal foram presos, além do ex-deputado Carlos Rodrigues (RJ). Há suspeita de envolvimento também do deputado Nilton Capixaba (RO). O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a investigação contra parlamentares. CPMI – O presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou que a CPMI das Sanguessugas será presidida por um deputado e terá como relator um senador. Os líderes têm até o dia 20 para indicar os nomes dos representantes dos respectivos partidos na comissão. A decisão de criar a CPMI, proposta pelo PPS, pelo PV e pelo PSol, foi tomada no início de junho durante reunião entre Renan Calheiros, o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo, e os líderes partidários. Apenas o PP mostrouse contrário. O ex-líder do PP, deputado Pedro Henry (MT), é um dos investigados pela Polícia Federal no caso. (Agências)

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m grupo de deputados e senadores do PDT lançou um manifesto contra a candidatura do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Os 10 deputados e 3 senadores que assinam o texto querem impedir que a legenda decida pela candidatura própria na próxima segunda-feira, quando será realizada a convenção nacional do PDT, no Rio de Janeiro. O grupo alega que, ao entrar na disputa presidencial, o partido corre o risco de não ultrapassar a cláusula de barreira. O documento que será apresentado na convenção

nacional argumenta que "a v e r t i c a l i z a ç ã o re s t r i n g e alianças e a candidatura própria determinará o isolamento do PDT tanto em nível nacional como em todos os Estados". Segundo o manifesto, isso dificultará o desempenho da legenda nas disputas majoritárias e proporcionais. O deputado Alceu Collares (PDT-RS), acusou o presidente do partido, Carlos Luppi, de levar o partido para um fracasso eleitoral. "A candidatura de Cristovam vai prejudicar o partido. Temos que ultrapassar a cláusula de barreira. Estamos alarmados com a teimosia do

Carlos Luppi com a candidatura Cristovam. Até porque essa é uma candidatura neoliberal que não difere nem de Lula e nem de Alckmin. Vai ser um discurso desanimador. Não vamos passar de 1% na cláusula de barreira. O PDT corre o risco de desaparecer. Estamos com os nossos mandatos em jogo", atacou o deputado Alceu Collares. Mesmo com a reação de um setor do partido, Cristovam reafirmou que o seu nome está à disposição do PDT. Ele reconheceu a existência de um grupo que está desconfortável com a candidatura própria, mas diz que a maioria

pensa diferente. Ele afirma que o partido terá tempo na televisão, o que ajudará a legenda a ganhar visibilidade. " Quem está contra tem a obrigação de dizer. Mas é a convenção que vai decidir". O senador argumenta que sua candidatura pode evitar a vitória do presidente Lula no 1º turno. " Se não houver 2º turno, até a democracia corre risco. Caso Lula saia consagrado das urnas, ele vai ficar acuado para governar, sem maioria no Congresso. A tentação será de governar direto com o povo, como já faz Hugo Chávez na Venezuela", pondera Cristovam. (AOG)


sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Cidades

Cachorros são treinados para atacar, defender, localizar droga, imobilizar fugitivos e salvar pessoas.

No canil da PM, cães como Diogo (acima, na foto maior) cumprem missões que vão do salvamento à perseguição de bandidos. Ao se aposentarem, podem viver com seus treinadores. O soldado Aquino ficará com Diogo.

NA PM, CÃO APRENDE A SERVIR Treinados para as mais diversas missões, como salvamentos e até perseguição de bandidos, os cachorros da Policia Militar de São Paulo têm porte de heróis Kelly Ferreira

Brenda, fêmea de rottweiller, é especializada em policiamento

A sargento Célia Costa, durante treinamento de Éden

O faro é um dos principais atributos dos cães da raça labrador

Vida de cachorro não é tão fácil quanto se pensa. Pelo menos para aqueles que, diariamente, trabalham lado a lado com a população. Eles podem ser os olhos de alguém, salvar vidas, auxiliar na prisão de bandidos ou, simplesmente, proteger pessoas. O pastor alemão Diogo é um dos bons exemplos do canil da Polícia Militar, localizado na zona norte de São Paulo. Em uma operação de busca, em 2002, ele foi o responsável pela localização de 12 crianças perdidas na Serra do Mar. Elas ficaram desaparecidas por 36 horas e Diogo as encontrou depois de oito horas incessantes de buscas. Para cumprir essa e outras missões, Diogo treina bastante. Às 7h, acorda e toma seu café da manhã (ração). Duas horas mais tarde, ele é retirado de seu box para treinar ou, então, para trabalhar. O treino dura uma hora, com exercícios que, para muitos, lembram uma brincadeira no parque. Já o trabalho, geralmente realizado nas ruas, dura, no máximo, seis horas. Quando chega do serviço, Diogo se alimenta novamente. À noite, antes de dormir, recebe a visita de um veterinário para averiguar se está tudo bem. Diogo, assim como os demais cães, trabalha de acordo com a escala do policial que o treina. Ou seja, quando o PM está de folga, o cachorro também não trabalha. Em tempo: no final deste ano, Diogo completará 8 anos de serviços prestados e poderá se aposentar. Em seu lugar assumirá Cowboy, outro pastor alemão, de apenas 11 meses. "O Cowboy já está sendo treinado. No final do ano estará pronto para o policiamento. Daqui a dois anos poderá farejar e fazer buscas. O Diogo irá para a minha casa. Aqui, geralmente, os cachorros, quando se aposentam, vão morar com seus treinadores. Eu o treino desde filhote. Existe uma sintonia grande entre nós. O Diogo já faz parte da minha vida", disse o soldado Aquino Magalhães. Atributos – O emprego de cães em missões policiais e de salvamento é comum em países como Japão e Estados Unidos. No Brasil, o cachorro é utilizados pelo Corpo de Bombeiros, pela Polícia Militar e por Organizações NãoGovernamentais (ONGs) que adestram cães para guiar deficientes físicos e visuais. A vantagem em utilizá-los missões policiais e militares é que o cachorro possui, segundo pesquisas, 30 vezes mais tecidos sensoriais olfativos do que o ser humano. É exatamente essa habilidade que lhes dá capacidade para encontrar pessoas soterradas, perdidas e até mesmo auxiliar na apreensão de drogas. A audição privilegiada dos cachorros também contribui para a execução desses trabalhos. Eles escutam sons quatro vezes mais distantes do que o ser humano, além de ouvirem ultra-sons de até 60 Khz. A rotina de Diogo é seguida por outros 97 cães do canil da Polícia Militar de São Paulo. Em um espaço com mais de 57 mil metros quadrados, cães das raças pastor alemão, labrador, rottweiller, pastor belga malinoise e doberman convivem de maneira pacífica e divertida, porém com seriedade. "Para eles, o treinamento parece diversão. Para nós, puro trabalho", disse o capitão Carlos Eduardo de Oliveira. No canil, 50% dos cães são pastores alemães, 25% rottweiller, 20% labradores e 5% dobermans e pastores belga. Este ano estão sendo trei-

Dedicação: a relação dos treinadores da Polícia Militar com os cães é estreita

Eu o treino desde filhote. Existe uma sintonia grande entre nós. O Diogo já faz parte da minha vida. Soldado Aquino Magalhães, treinador de Diogo

nados mais 14 filhotes. O treinamento é feito sempre a partir dos 6 meses de idade. Lá, tanto os machos quanto as fêmeas são treinados para atacar, defender, localizar drogas, imobilizar fugitivos, localizar pessoas, policiamento ostensivo, além revistas e patrulhamento em rebeliões em unidade prisionais, além de demonstrações educativas em escolas. É claro que eles não fazem todos esses trabalhos ao mesmo tempo. Alguns, como o labrador Éden, de 8 anos, treinado pela sargento Célia Costa, são especialistas em farejar. Já o forte da rottweiller Brenda, de 6 anos, é o policiamento. Os demais exercem as funções apropriadas para cada comportamento. "O mais legal é ver o orgulho que eles têm ao entrar numa viatura. Sempre imponentes, eles adoram a idéia de contribuir para a segurança de alguém. Além disso, a presença deles inibe as ações de bandidos e nos aproxima da população. Todo mundo pára para olhar o cachorro e até mesmo perguntar se pode passar a mão", explicou o cabo Robson Fernandes, treinador de Brenda. Na área de treinamento existe até uma pequena mata, onde os pastores alemães aprendem a resgatar vítimas desaparecidas ou perdidas. "Por meio de rastros, odores ou até mesmo uma peça de roupa já é possível para o cachorro procurar a pessoa. Ele identifica o cheiro e sai à procura da vítima. É um trabalho que nos dá muito orgulho", disse o capitão Carlos Eduardo. História – O canil da Polícia Militar de São Paulo foi criado em 15 de setembro de 1950, pelo tenente PM Djanir Caldas, com efetivo de

quatro cães da raça pastor alemão, dois oriundos da Argentina. Seis anos depois, o então governador Jânio Quadros ameaçou fechar o canil, por causa dos gastos. Em um comunicado, ele disse: "Faça os cães trabalharem ou dissolva a matilha". A história só mudou de rumo quando, no mesmo ano, um garoto foi raptado. A ajuda dos cães foi solicitada e Dick, um pastor alemão, a partir do cheiro do travesseiro, encontrou o garoto ainda com vida. O resultado foi o aumento do efetivo para 40 cães. Em 1960, chegou a ser considerado o maior canil da América do Sul. Sete anos mais tarde, o canil passou para o bairro do Barro Branco – onde está até hoje – e se tornou o maior da então Força Pública (depois Polícia Militar do Estado de São Paulo), com instalações modernas, pavilhão com capacidade para 61 cães, maternidade, galpão coberto e campo gramado para treinamento. Hoje já são 22 canis setoriais em todo o Estado. Cada batalhão adquire e treina seus animais. A central fornece apenas a técnica. "Damos cursos de adestramento para quase todos os Estados e para alguns países. O Exército e a Aeronáutica também participam dos cursos", relatou o capitão Carlos Eduardo.

Todo mundo pára para olhar o cachorro e até mesmo para perguntar se pode passar a mão. Cabo Robson Fernandes, treinador de Brenda

SERVIÇO O canil central fica na avenida Tenente Júlio Prado Neves, 1111, no Tremembé. Escolas ou pessoas interessadas em visitar o local devem ligar para 6204-4784 ou 6203-2092.


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Ambiente Urbanismo Compor tamento Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

VIAGEM COM MUITA ECONOMIA E AVENTURA

Sempre que possível, pego minha mochila e vou para algum lugar, sozinho ou acompanhado Celso Jun Tsukaseacho, mochileiro

Marcelo Min/AFG

UM DESTINO NA CABEÇA E UMA MOCHILA NAS COSTAS Mesmo com pouco dinheiro no bolso, muita gente se aventura mundo afora para conhecer novos lugares, aprender culturas diferentes e fazer amigos. Os mochileiros passam grandes apertos. Acampam, dormem em albergues e pechincham. Mas nem pensam em um programa diferente quando chegam as férias. Vanessa Rosal

Divulgação

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ochila nas cost a s , p o u c o d inheiro no bolso e muita disposição. Não é difícil encontrar pelas cidades do mundo grupos de turistas independentes, que organizam suas viagens por conta própria, visando a aventura. A regra é simples: gastar pouco e se divertir muito. A maioria desses turistas é jovem e estudante com limitações financeiras. Os mochileiros esticam de um lado, economizam do outro, passam apertos, mas viajam. E garantem que adquirem mais cultura dormindo ao relento do que hospedados em um hotel cinco estrelas. Fome e medo – Alguns chegam a passar frio, fome e medo. Tudo pelo prazer de conhecer novos lugares. "Se não fosse assim, eu não teria conhecido muitas cidades brasileiras e da América do Sul", disse o jornalista Francisco de Assis, coordenador do site do comentarista esportivo Flávio Prado. "Falta só a Amazônia, para onde irei em breve". Assis começou suas aventuras quando era estudante de jornalismo. Alguns projetos voltados para a Rádio Jovem Pan e para a agência de notícias Terceiro Tempo fizeram o jovem cometer loucuras, como quando foi à Argentina com apenas 170 dólares no bolso. O objetivo era acompanhar a final da Taça Libertadores da América, em 2003, entre Santos e Boca Juniors. "Viajei uma semana antes do jogo, quando a final ainda não estava definida, mas arrisquei. Tive sorte", lembrou Assis. Para economizar em Buenos Aires, o jornalista tomava um café reforçado ao meio-dia e evitava gastar com outras refeições. Para dormir, escolheu a pousada mais barata da cidade – US$ 5 a diária. "Passei um grande sufoco. A porta do quarto não fechava e à noite eu ouvia sons estranhos que não me deixavam dormir". No dia da grande final, o então estudante percebeu que não teria dinheiro para retornar ao Brasil. A saída foi pedir um empréstimo ao repórter Wanderley Nogueira, da Jovem Pan. "Além do empréstimo, ganhei uma tremenda bronca por viajar sem planejamento financeiro. Quando cheguei ao

Everaldo e Cláudia (acima) em trilha no Pico do Jaraguá. A esquerda, a nutricionista em foto tirada na Argentina. Milton Mansilha/Luz

O jornalista Francisco de Assis (à direita) e sua inseparável camisa da seleção argentina. Em breve ele irá à Amazônia

Brasil, de ônibus, fui reembolsado pela agência de notícias Terceiro Tempo e paguei a dívida", contou. De Buenos Aires, Assis trouxe muito aprendizado e uma camisa da seleção Argentina, da qual não desgruda. "É muito importante para mim. Me faz relembrar dos momentos que vivi na época universitária". Precoce -Não são somente os estudantes que fazem loucuras pelo mundo. Desde pequeno, Celso Jun Tsukaseacho sustenta um espírito aventureiro fora do comum. Escoteiro mirim, adquiriu o hábito de acampar e não parou mais. "Nunca tive dúvida: sempre que possível pego minha mochila e vou para algum lugar, sozinho ou acompanhado", disse. A fórmula é simples. Nos feriados, Celso procura viajar para alguma cidade próxima.

Quando está de férias vai para mais longe. "Nos feriadões, geralmente vou com a galera, dividindo os gastos". Sem gastar muito, ele já conheceu 55 cidades pelo Brasil e pelo mundo. Segundo ele, para economizar é preciso dormir em albergues e pousadas e almoçar em restaurantes onde o povo local vai. "O importante é se enturmar com os moradores e tentar pegar trens e ônibus que partem à noite. Desse jeito, economiza-se diárias". Isso quando Celso não acampa e prepara sua própria refeição. "Tem de saber se virar. Não sou chegado a luxo, hotel com banheira e nem comida de primeira". Experiente - O artista plástico Edimilson Vieira, de 46 anos, também é adepto da mochila nas costas e pé na estrada. "Gastando pouco", contou, fez viagens pelo Brasil, América

Latina e Europa. Já conheceu Argentina, Bolívia, Chile, Guiana Inglesa, Uruguai, Venezuela, Itália, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Suécia e Suíça. "Na década de 80 fui a locais próximos de onde moro, em Garanhuns, Pernambuco. Sempre dormi em camping. Percebi que podia conquistar o mundo sem me preocupar com dinheiro. Muitas vezes viajei de bicicleta", afirmou. Ele explica, no entanto, que para viajar pelo mundo é preciso mais do que vontade. Ler bastante é o primeiro passo para o mochileiro iniciante. "Também tem de estudar inglês e fazer um seguro de viagem. Se tiver um dom artístico, procure aplicar e ensinar por onde passa. Na volta, é interessante realizar palestras, fazer exposição de fotografias e escrever relatos para que outros

compartilhem da experiência", disse. Bons sites também podem ajudar os mochileiros. Os interessados podem visitar brasildemochila.com e mochileiros.com. Luluzinha - Quem pensa que só os homens enfrentam dias e noites sem conforto nas férias está enganado. As mulheres também se metem em aventuras, como a mochileira de carteirinha Vilma Caleffi. "Eu quero conhecer o mundo. E a vontade é bem maior que a falta de grana", disse. Para economizar, vale ficar em albergues, andar de ônibus, e nada de se encantar com souvenirs. "O que realmente encanta são os lugares. Eu particularmente gosto muito de conversar com moradores locais. Tirar um 'dedo de prosa' com essa gente é bom, nos enriquece culturalmente", afirmou. Quanto a ser mochileira, Vilma disse que é uma filosofia de vida. "Nós só precisamos levar o necessário na mochila, senão pesa, assim é a vida: priorizamos o essencial". Dupla - Há sete anos, o analista de sistemas Everaldo Matos Pereira e a nutricionista Cláudia Cristina Pereira subiram ao altar. Além das juras de amor, o casal começou a fazer viagens que não eram comuns na época do namoro. A primeira aventura após o casamento foi ir ao Peru. De mochilas. "Um amigo nosso sugeriu a viagem e abraçamos a idéia. De lá para cá, não paramos mais", contou Everaldo. A viagem foi inesquecível. O

casal de mochileiros conheceu Machu Pichu, um dos pontos mais conhecidos da América do Sul. "Fomos de avião só até Cuzco. Foi nossa única regalia. Depois só andamos a pé e de ônibus. Dormimos em barracas de camping e em albergues. Foi maravilhoso", disse Cláudia. Segundo eles, não há nada melhor do que albergues. "Conhecemos turistas do mundo todo e fizemos grandes amigos". Para aproveitar as férias, o casal sempre estabelece uma meta de gastos que, geralmente, não ultrapassa os U$ 15 diários para cada um, para alimentação e hospedagem. "Outra viagem muito interessante foi à Patagônia, na Argentina. Lá aprendemos a pechinchar. A palavrinha mágica em todos os lugares era 'muy caro'. E dava certo", disse Everaldo. Para viajar e se divertir não é preciso ir muito longe. Quem mora em São Paulo, por exemplo, tem ótimas opções de trilhas e acampamento. Quando o dinheiro está mais curto do que o normal, Everaldo e Cláudia costumam se aventurar em São Paulo. "Paranapiacaba e o Pico do Jaraguá são ótimas dicas para o mochileiro principiante", afirmou Cláudia. Desse jeito, com muita disposição e economia, os mochileiros abraçam o mundo, fazendo história pelas cidades. O lema é o mesmo para todos: sob os pés, as trilhas; à frente, o horizonte; acima, o céu; e atrás, a velha mochila companheira de muitas aventuras.


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1 A aprovação da proposta de Eduardo Paes é importante pois permite uma pressão na Câmara. Guilherme Afif Domingos

Sergio Amaral/Ag. Pixel

CCJ APROVA MAIS TRANSPARÊNCIA EM NOTAS FISCAIS A transparência tributária é tema de vários projetos em tramitação na Câmara e no Senado

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Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou nesta semana projeto de lei que determina a discriminação de impostos na nota fiscal. Estão anexados a ele outras nove propostas semelhantes que, junto do texto enviado pelo movimento de Olho no Imposto, ao Senado Federal, ajudarão a pressionar deputados e senadores a aprovar uma legislação prevendo a transparência tributária. O mais novo projeto de lei pedindo a discriminação dos impostos já está na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle e aguarda a designação de relator para ser analisado nas outras comissões do Senado. A elaboração do projeto de lei nº 174/06 tem como base o movimento De Olho no Imposto, encabeçado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O texto foi assinado pelo presidente da Casa, Renan Calheiros, e por 20 senadores, que apoiaram a campanha que conseguiu colher mais de 1,5 milhão de assinaturas. O PL prevê a obrigatoriedade de se divulgarem os tributos incidentes sobre produtos e serviços na nota, cupom fiscal e em local de fácil visibilidade no estabelecimento comercial. Outras propostas – Esse é o 12º projeto que trata da regu-

lamentação do parágrafo 5º do artigo 150 da Constituição Federal em tramitação no Congresso Nacional. Apenas na Câmara dos Deputados existem dez propostas nesse sentido que estão tramitando desde 1997. O PL 4.854/05, de autoria do deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), e que deverá ser analisado em conjunto com outras nove propostas sobre o mesmo assunto, foi

O próximo passo é ir para votação no plenário, mas depende de (o projeto) ser colocado na pauta. Gastão Alves de Toledo, advogado tributarista aprovado na última segundafeira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). "O próximo passo é ir para votação no plenário, mas depende de ser colocado na pauta", afirma o advogado tributarista Gastão Alves de Toledo, consultor da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Esse projeto determina que a empresa que vender produto ou prestar algum serviço deverá informar ao consumi-

dor, no cupom fiscal ou documento similar, de forma visível e destacada do preço, os impostos indiretos incidentes sobre a operação. Não deverão constar das notas fiscais o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto de Importação (II). De acordo com a proposta, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios também deverão divulgar tabela com informações sobre os percentuais de impostos de sua competência. Campanha – Já o projeto que tramita no Senado Federal, resultado da campanha De Olho no Imposto, de acordo com Toledo, além da informação de toda a carga tributária aproximada na nota ou em local visível, estabelece que a Secretaria de Defesa do Consumidor deve escolher um órgão que examine e crie critérios para a questão envolvendo a legislação tributária da União, estados, Distrito Federal e todos os municípios. "A tarefa não é fácil, mas não é impossível", diz Toledo. O presidente licenciado da ACSP, Guilherme Afif Domingos, acredita que o projeto deve seguir em breve para a Câmara dos Deputados. "A aprovação da proposta de Eduardo Paes é importante, pois permite uma pressão na congestionada Câmara Federal", afirma Afif. Adriana David

Ciesp obtém liminar contra greve

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Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) obteve uma liminar na Justiça Federal para evitar que empresas associadas tenham prejuízo com a greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que já dura mais de 40 dias. A decisão beneficia empresas que aguardam a liberação de mercadorias em portos e aeroportos. A decisão é da Juíza Federal Elizabeth Leão, da 12ª Vara Federal Cível de São Paulo, e determina que os auditores da Receita prossigam os serviços de fiscalização durante o período de greve e que, no prazo de 10 dias, promovam a libera-

ção de mercadorias das empresas associadas ao Ciesp. Para se beneficiarem da decisão, as empresas devem se dirigir aos portos e aeroportos do Estado de São Paulo com documentos que comprovem a associação ao Ciesp e uma cópia da liminar. A greve dos auditores, iniciada no dia 2 de maio, vem causando prejuízos às empresas, que encontram problemas no desembaraço aduaneiro de mercadorias destinadas a exportação e importação. De acordo com o diretor titular do Departamento Jurídico (Dejur) do Ciesp, Luis Carlos Galvão a decisão da

juíza federal Elizabeth Leão restabelece a ordem na auditoria da Receita e reduz os efeitos nocivos causados pela paralisação dos servidores. A Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também conseguiram, no início deste mês, uma liminar garantindo a manutenção dos serviços de fiscalização das importações e exportações de mercadorias. Na decisão, o juiz federal Wilson Zauhy Filho justificou que os associados não podem ter suas atividades prejudicadas pela greve. (Agências)

Paralisação causa 5 mil demissões

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ais de 5 mil trabalhadores foram demitidos de fábricas da Zona Franca de Manaus desde o início da greve da Receita Federal, em 2 de maio. O levantamento é do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas. "A expectativa é que mais mil possam ser dispensados nos próximos dias, com contratos de trabalho temporários expirando e que não devem ser renovados" afirmou o dirigente, Waldemir Santana. De acordo com a assessoria

do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), já há linhas de produção paradas em fábricas como a Philips, Thompson, Jabil e Siemens. Ainda segundo a entidade, a greve também já provocou perdas de mais de US$ 1 bilhão às empresas, estimados pelos prejuízos diários de cerca de US$ 33 milhões. O valor é projetado com base na estimativa de faturamento da indústria de Manaus para este ano. Há 20 dias, o Cieam e o governo do Amazonas enviaram

documento ao governo federal explicando os impactos negativos da paralisação para a atividade industrial e a economia do Amazonas. Ainda não há estimativas, mas de acordo com a assessoria do governo estadual, houve redução do recolhimento inicial projetado para maio do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os auditores fiscais no início de carreira recebem R$ 7,2 mil mensais. A categoria reivindica um reajuste de 37,8%. (AE)

Restituição prioriza os idosos O s contribuintes que tiveram suas restituições do Imposto de Renda de 2006, ano-base 2005, liberadas no primeiro lote podem sacar o dinheiro a partir de hoje. O primeiro lote deste ano, cuja consulta foi liberada no

último dia 8, deu prioridade aos idosos. De um total de 1.222.234 declarações com direito a receber, 913.529 são de contribuintes com mais de 60 anos. O dinheiro estará disponível para saque com correção de 2,28% (taxa Selic

Renan Calheiros (centro) recebeu camiseta da campanha De Olho no Imposto junto com 1,564 milhão de assinaturas

de maio e 1% de junho). Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte pode acessar a página da Receita na internet (www.receita.fazenda.gov.br) ou ligar para o Receitafone 0300-78-0300 – a ligação, porém, não é gratuita. ( ABr)

Varejo sofre forte queda durante jogo do Brasil na Copa Milton Mansilha/LUZ - 22/09/2005

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lém do rendimento pífio de Ronaldo, o Fenômeno, o comércio varejista de São Paulo tem muito mais o que reclamar do jogo em que o Brasil venceu a Croácia por 1 a 0, na terça-feira. Segundo levantamento feito por Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as compras no varejo tiveram uma queda brutal, durante e depois da partida na Copa do Mundo da Alemanha. A avaliação teve como parâmetro a terça-feira da semana passada, dia 6 de junho. Foi constatada a queda nas consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito – SCPC e ao Usecheque, que são dois serviços da ACSP. "Na hora do jogo foi registrada uma queda de 97% das consultas ao SCPC, em relação à terça-feira da semana passada", disse o responsável pela área econômica da Associação Comercial. Prevendo a confusão em que se transformaria o trânsito na cidade de São Paulo nas horas que antecederam o jogo – o que realmente ocorreu – os consumidores foram às compras no período da manhã. O fato é constatado no gráfico feito pelo economista. Até às 10 horas da manhã de terça-feira, já tinham sido feitas 20% do total de consultas ao SCPC, em relação ao dia 6 de junho que, no mesmo período, registrou 11,7% do total. O movimento aumentou até o meio-dia, com 52% de consultas, contra 31,7% da terça-feira anterior. Quando começou a partida, às 16 horas, houve uma forte queda que atingiu a marca dos 97%." "O fato de as pessoas terem

Solimeo afirma que durante o jogo as consultas ao SCPC caíram 97%

O fato de as pessoas terem antecipado suas compras impediu um prejuízo maior. Mas, isso não foi suficiente. Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP antecipado suas compras impediu um prejuízo maior. No entanto, isso não foi suficiente para compensar o resto do dia", lembra Marcel Solimeo. O economista salienta que o horário em que o jogo foi disputado é vital para o comércio varejista. "Esse é um horário forte. Normalmente, entre 16 e 18 horas, são registradas 18,4% das consultas ao SCPC. Na terça, o recuo foi impressionante. Apenas 0,4%", afirma ele. A queda total de consultas ao SCPC, e também ao Usecheque, na última terça-feira em relação à anterior foi de 37,3%. "Foi uma paralisação quase to-

tal do movimento", disse o superintendente da ACSP. "Muitos especialistas do comércio afirmam que a Copa do Mundo ajuda a vender. Eu discordo dessa afirmação. Entendo que o evento ajuda alguns setores, como os bares e lojas de eletroeletrônicos, telões, camisetas, bandeiras e de outros produtos diretamente ligados à competição. Outros segmentos, como provam os índices de consultas aos serviços da ACSP, sofrem muito durante o período. E o pior é que a queda do movimento no varejo influi negativamente no resultado do mês. A venda que o varejista perde num dia ele não recupera mais", lamenta o economista Marcel Solimeo. Em sua opinião, a queda não é tão significativa quando os jogos da seleção brasileira são disputados até às 13 horas. "Nesse horário, o consumidor ainda tem tempo de ir às compras sem problemas após a partida", afirma. Na próxima quinta-feira, o Brasil volta a campo às 16 horas, para enfrentar o Japão, o que pode representar mais perdas para o varejo. Wladimir Miranda


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O que eu falei é que o time como um todo precisa de maior movimentação, e não só o Ronaldo." Kaká Ernesto Rodrigues/AE

EIS A QUESTÃO C

arlos Alberto Parreira anunciou a escalação da Seleção para o jogo de domingo, contra a Austrália, logo em seguida à vitória por 1 a 0 sobre a Croácia. Tentando encerrar qualquer dúvida sobre a permanência de Ronaldo entre os titulares, confirmou que manterá o time que entrou em campo na estréia, voltando Robinho para o banco. Nem assim cessaram, de lá para cá, as especulações sobre a barração do principal artilheiro da atual Seleção. Ontem, na entrevista coletiva em Königstein, o técnico insistiu: “Está confirmado o time da estréia para enfrentar a Austrália. O que nós queremos é o Ronaldo motivado para o segundo jogo. Eu tenho de acreditar que ele vai jogar bem.” A desconfiança dos repórteres que acompanham a Seleção na Alemanha aumentou depois que o craque sentiu tontura e fortes dores de cabeça na quarta-feira e foi levado a Frankfurt para fazer uma série de exames médicos. Nada foi constatado e, depois de trabalhar com ele de manhã, o treinador informou: “Não existe problema, Ronaldo já entrou

em campo e já treinou.” Tudo o que Parreira não queria era que lhe cobrassem uma análise do desempenho de Ronaldo na estréia e do que ele espera do jogador nas próximas partidas. Mas a pergunta foi feita e Parreira teve de responder: “Eu não tenho bola de cristal e não posso saber se o Ronaldo vai render o que sabe nesta Copa. Vamos ver ao longo dos próximos jogos.” Estava claro, então, que há desconfiança, até dentro da comissão técnica, sobre as reais possibilidades de Ronaldo voltar a jogar bem na Alemanha, mas Parreira foi ainda mais claro: “Todos os jogadores têm de estar bem. Não estando, o treinador tem de tomar providências." No entanto, fez questão de mostrar respeito pelo currículo do craque que divide com Pelé a condição de maior artilheiro do Brasil na história das Copas: "Se o Ronaldo estivesse começando na Seleção, seria diferente.” Ou seja: Ronaldo é titular, vai começar jogando em Munique, mas precisa mostrar serviço se não quiser ir para o banco, pois, como também lembrou Parreira, “a Seleção Brasileira não tem jogadores Antonio Scorza/AFP

Ronaldo, que divide com Pelé a condição de maior artilheiro do Brasil em Copas do Mundo, tem a sombra de Robinho na briga para permanecer no time titular e o capitão Cafu igualará, contra a Austrália, um recorde de Dunga e Taffarel

almanaque

BRASIL Celso Unzelte

Cafu alcança Dunga e Taffarel

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ontra a Austrália, no domingo, o capitão Cafu completará seu 18º jogo de Copa do Mundo com a camisa da Seleção. Ele

se torna, assim, um dos recordistas do Brasil em todos os tempos, ao lado do goleiro Taffarel e do volante Dunga, ambos também com 18 jogos, nas Copas de 1990, 94 e 98. Cafu estreou em Copas do Mundo em 1994, nos Estados Unidos, no jogo em que o Brasil derrotou os donos da casa por 1 a 0, pelas oitavas-de-final, substituindo Zinho. Depois, entrou no lugar de Branco no jogo das quartas-de-final contra a Holanda (3 a 2) e no de Jorginho na decisão con-

tra a Itália. Na Copa da França, em 1998, Cafu atuou como titular em seis dos sete jogos (suspenso, não enfrentou a Holanda na semifinal). Na Coréia e no Japão esteve presente nos sete jogos. Na Alemanha, soma mais dois jogos, totalizando 18. Na história dos jogos com os australianos, o Brasil ganhou três em cinco confrontos. Fez 1 a 0 e 2 a 0, pelo Torneio do Bicentenário Australiano, em 1988, e 6 a 0 na final da Copa das Confederações

de 1997. Houve também um empate: 0 a 0, pela primeira fase daquela mesma Copa das Confederações. No confronto mais recente, a Austrália alcançou sua primeira (e única) vitória sobre os brasileiros. Em 9 de junho de 2001, o "Brasil B", treinado por Emerson Leão, perdeu para os australianos por 1 a 0, na disputa do terceiro lugar da Copa das Confederações, na Coréia e no Japão. Com o resultado, Leão perdeu o cargo para Luiz Felipe Scolari.

intocáveis, tem jogadores importantes.” E o técnico sublinhou: "Nosso compromisso é com a Seleção Brasileira.” Mais claro ainda, deixou escapar: “As opções já foram estudadas, mas não há razão para fazer mudanças urgentes.” Se tiver de barrar Ronaldo, a questão que se põe para Parreira é quem vai substituí-lo. Bem que os jornalistas tentaram tirar-lhe a resposta, mas ele não foi além da informação de que já tem a opção na cabeça. Robinho larga em vantagem, pois foi a escolha do técnico no segundo tempo do jogo de estréia, melhorou o desempenho da Seleção, vem treinando bem desde o começo e já provou, na Copa das Confederações, que dá ao quadrado mágico a mobilidade que lhe falta com dois centroavantes típicos, como são Ronaldo e Adriano. A dúvida será respondida a partir das 13 horas (horário de Brasília) do domingo. Dependendo do resultado de Japão x Croácia, que jogarão em Nuremberg às 10 horas (horário de Brasília), uma vitória sobre a Austrália pode valer a classificação antecipada do Brasil. A Seleção tem de vencer e Ronaldo precisa convencer.


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2 -.ECONOMIA/LEGAIS

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ATAS

COMUNICADOS

EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE - TOMADA DE PREÇOS Nº 002/2006 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 0501/2006 - Faço público de ordem do Senhor Secretário Municipal de Saúde, que se acha aberto o Edital de Tomada de Preços nº 002/2006, tendo como objeto a qualificação, seleção e contratação de Agência de Propagandas para execução de serviços publicitários. O Edital na íntegra poderá ser obtido na Secretaria Municipal de São Carlos, localizada na Rua Capitão Adão Pereira de Souza Cabral, nº 457, Centro, das 8:30 hs às 11:30 hs e das 14:00 hs às 17:00 hs, mediante pagamento de emolumentos no valor de R$ 30,00 (trinta reais). O recebimento das propostas dar-se-á até as 10:00 hs do dia 19 de julho de 2006, quando serão abertos os envelopes. Mais informações pelo telefone (16) 3362-1350.São Carlos, 12 de junho de 2006. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

RICARDO DRATCU EMBALAGENS EPP torna público que recebeu da CETESB , a Licença de Operação para Atividade, Fabricação de Artefatos de Papel, Papelão, Cartolina e Cartão para Escritório, Licença de Operação nº 31002816.

CONVOCAÇÕES

BALANÇO COREMA S/A EMPRESA DE COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO

AVISO DE LICITAÇÃO EMPRESA MUNICIPAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS - EMPRO

AVISO DE LICITAÇÃO A Empresa Municipal de Processamento de Dados – EMPRO torna pública a abertura do Pregão Presencial n° 004/2006 – Objeto: aquisição de Switch Fast Ethernet, com Porta Ótica Gigabit Ethernet, e Serviços de Instalação com Garantia, conforme as quantidades, qualidades, definições de componentes e especificações técnicas constantes neste Edital e Anexos. Abertura: 30/06/2006 às 09:30 horas , na Av. Alberto Andaló, 3030, 6° andar – São José do Rio Preto. Edital completo na sede da EMPRO ou pela Internet www.empro.com.br. São José do Rio Preto/SP, 14 de junho de 2006. Cássio Domingos Dosualdo Moreira Pregoeiro

CNPJ: 61.409.983/0001-09 RELATÓRIO DA DIRETORIA Srs. Acionistas:Em cumprimento às disposições legais e estatuárias, temos a satisfação de apresentar a V.Sas. o Balanço Patrimonial e as demais Demonstrações Financeiras referentes aos exercícios findos em 31.12.05 e 31.12.04, acompanhados das Notas Explicativas. Permanecemos à disposição de V.Sas., para maiores ou melhores esclarecimentos. Demonstração Res. Exerc. Findos em 31/12/05 e 31/12/04(Em R$ 1) Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/05 e 31/12/04 (Em R$ 1) Discriminação 2005 2004 2005 2004 Ativo 2005 2004 Passivo Receitas Operacionais 12.003.480 762.410 Circulante Circulante Deduções da Receita (1.792.498) (62.290) 176.357 1.652 Caixa e Bancos 81.545 272.234 Fornecedores Impostos Incidentes (1.792.498) (62.290) 103.045 82.457 Aplic. financ. liquidez Imediata 0 57 Impostos a Recolher Receita Operacional Líquida 10.210.982 700.120 16.825 34.979 Contas a Receber 2.625.993 406.168 Contribuições a Recolher Custo das Mercadorias Vendidas (8.038.910) (3.357) Salários a Pagar 22.012 0 Adiantamentos 242.183 41.679 Lucro Bruto 2.172.072 696.763 Outras Obrigações 157.793 5.172 Impostos a Recuperar 717.504 22.030 Receitas a Faturar Despesas/Receitas Operacionais (1.044.631) (618.143) 2.133.345 182.843 Estoque 263.526 21.607 Total do Circulante Despesas Administrativas (846.973) (589.722) 2.609.375 307.102 Total do Circulante 3.930.751 763.775 Exigível a Longo Prazo Despesas Financeiras (121.940) (5.979) Realizável a Longo Prazo Despesas Tributárias (50.159) (9.685) Rescisões a Pagar 31.547 31.547 Depósitos Judiciais e Cauções 121.088 121.088 Lucros a Pagar Despesas Patrimoniais (22.689) (14.893) 279.652 279.652 Despesas Indedutíveis (7.567) 283.324 283.324 Total do Realizável a Lgo. prazo 121.088 121.088 Adto. P/Futuro Aumento Capital Receitas Financeiras 3937 Total do Exig. a Longo Prazo 594.522 594.522 Permanente Outras Receitas Diversas 3.760 2.136 Investimentos 1.976.374 1.340.712 Patrimônio Líquido Resultado Operacional 1.127.441 78.620 2.000.000 2.000.000 Imobilizado Líquido 63.325 46.337 Capital Social Despesa/Receita Não Operacional 636.161 (167.745) Reservas de Capital 98.622 22.754 Total do Permanente 2.039.699 1.387.049 500 0 Lucros (Prej.) Acumulados (652.466) (550.134) Resultado Com Venda Imobilizado Total do Ativo 6.091.537 2.271.912 635.661 (164.025) Resultado do Exercício 1.441.484 (102.333) Resultado Equivalência Patrimonial Dem. das Mutações do Patr. Líq. em 31/12/05 e 31/12/04 (Em R$ 1) Despesas Não Operacionais 0 (3.720) Total do Patrimônio Líquido 2.887.640 1.370.288 Capital Res. Luc.(prej.) Total Total do Passivo Lucro Antes da Prov. do IRPJ/CSSL 1.763.603 (89.124) 6.091.537 2.271.912 Discriminação Social de Lucros Acum. Demonstração da Var. do Cap. Circulante Líquido Dem. Origens e Aplic. de Recursos em 31/12/05 e 31/12/04 (Em R$ 1) Saldos em 31/12/03 900.000 22.754 (550.134) 372.621 Ativo: No Início do Exercício 763.775 207.049 Origens dos Recursos 2005 2004 Aum. Cap. Soc. conf. Ata 1.100.000 0 1.100.000 No Final do Exercício 3.930.751 763.775 Resultado Líquido do Exercício 1.517.352 (102.333) Lucro Liq. do Período (102.333) (102.333) Variação do Ativo 3.166.976 556.727 Depreciações 22.689 14.893 Saldos em 31/12/04 2.000.000 22.754 (652.466) 1.370.288 Passivo: No Início do Exercício 307.102 88.229 Aumento Capital Social 0 1.100.000 Constituição Res. Legal 75.868 (75.868) 0 No Final do Exercício 2.609.375 307.102 Diminuição do Permanente 34.578 296.761 Lucro Liq. do Período 1.517.352 1.517.352 Variação do Passivo 2.302.274 218.872 Total das Origens de Recursos 1.574.618 1.309.322 Saldos em 31/12/05 2.000.000 98.622 789.018 2.887.640 Variação do Cap. Circulante Líquido 864.702 337.854 Aplicações dos Recursos em conta a vida útil e econômica dos bens. Nota 3 - Capital Social: O Notas Explicativas às Dem. Contábeis de 31/12/05 e 31/12/04 (Em R$). Aumento do Permanente 709.917 152.964 Capital Social é de R$ 2.000.000,00 representado por 166.445.117 (cento Nota 1 - Apresentação das Demonstrações Contábeis: Estão sendo apreDiminuição do Exigível a Longo Prazo 0 818.503 e sessenta e seis milhões, quatrocentos e quarenta e cinco mil, cento e sentadas em conformidade com as determinações previstas na Lei 6.404/ 709.917 971.468 dezessete) ações ordinárias nominativas sem valor nominal, totalmente Total das Aplicações de Recursos 76, reformulada pela Lei 9.457/97. Nota 2 - Principais Critérios Contábeis: Aumento do Capital Circulante Líquido 864.702 337.854 integralizado. a) Depreciação do Imobilizado é calculada pelo método linear, levando-se Ivanildo Veloso Monteiro - CPF: 008.419.838-95 - Diretor Comercial Eliandro Lopes de Sousa - CPF: 153.377.678-44 - Diretor Jurídico Lelio Ravagnani Filho - CPF 643.054.228-61 - Presidente Celia Ordacowski Contrucci - CPF: 434.301.559-91 - Diretora Adjunta Henrique Nagib de Vasconcellos Miguel Newton Rafael Del Nero Cesar Tadeu Lopes Piovezanni Contador - CRC 1SP 160.626/O-8 CPF: 025.315.508-87 - Vice Presidente Executivo Industrial CPF: 148.099.708-09 - Diretor de Parcerias e Joint Venture


sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

Tr i b u t o s Finanças Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

3,6

VOLKSWAGEN QUER VOLTAR À LUCRATIVIDADE

uncionários da fábrica da Volkswagen em Taubaté (SP) ameaçam parar por tempo indeterminado se a empresa iniciar demissões. A unidade, que fabrica os modelos Gol e Parati, tem 5 mil empregados. O protesto pode parar outras unidades. (AE)

A

O Ó RBITA que o repasse dos preços de energia para os produtos finais tem sido baixa. (AE)

BALANÇO

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COMUNICADO

Volatilidade força queda da dívida interna Governo concede mais benefícios ao setor rural Carvão contrabandeado movimenta US$ 80 mi Dívida de consumidor cai ao menor nível em 1 ano

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Banco do Japão manteve em zero sua principal taxa de juro. Essa decisão ocorre em meio às ações do banco central japonês para coordenar um aperto monetário sem prejudicar a recuperação da economia do país. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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s bolsas americanas se recuperaram ontem de uma seqüência de maus resultados, puxadas pelo discurso de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve. Ele afirmou que a alta de bens e serviços precisa ser acompanhada de perto, mas

A TÉ LOGO

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DEMISSÕES

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JURO ZERO

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INFLAÇÃO

milhões é o volume de cheques sem fundos registrado em maio, de acordo com o Serasa

CEF inicia pagamento de créditos do FGTS

CONVOCAÇÃO

COMUNICADO TERST CORRETORA DE SEGUROS LTDA estabelecida à rua Conselheiro Crispiniano, 105, 5º and. cj. 51, cep 01037-001, Centro, S. Paulo - Capital, CNPJ 53.173.688/0001-78, CCM 9.089.637-8, comunica por meio deste o extravio das notas fiscais de serviços de nºs. 001 a 250 autorização nº 284 e de nºs. 251 a 400 autorização nº 1139, sendo que as notas 001 a 361 foram preenchidas escrituradas e os impostos devidamente recolhidos. As notas de nºs. 362 a 400 não foram utilizadas. São Paulo,13 de junho de 2006. Valmir Terentin - Sócio.

EDITAIS POLICIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Centro de Suprimento e Manutenção de Material de Telecomunicações Encontra-se aberto no CENTRO DE SUPRIMENTOS E MANUTENÇÃO DE MATERIAL DE TELECOMUNICAÇÕES - CSM/MTEL, o PREGÃO PRESENCIAL Nº CSMMTEL-009/UGE.163/06, com possibilidade de Participação de Empresas Estrangeiras, do tipo Menor Preço, objetivando a aquisição, por itens, de 945 (novecentos e quarenta e cinco) transceptores VHF/FM, com modulação analógica e digital, encriptados, para emprego em redes convencionais de radiocomunicação da Polícia Militar do Estado de São Paulo, na seguinte conformidade: ITEM 01 - 500 (quinhentos) Transceptores Móveis digitais modelo II, conforme Especificação Técnica - Nº CSMMTEL - 020/30/06 e ITEM 02 - 445 (quatrocentos e quarenta e cinco) Transceptores Portáteis digitais modelo II, conforme Especificação Técnica - Nº CSMMTEL - 021/30/06. A realização da sessão será em 30/07/2006 às 10:00 horas, na sede da Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública, sita à Rua Líbero Badaró nº 39 - Centro - Capital - São Paulo, no salão nobre localizado no andar térreo. As informações estarão disponíveis no sítio http://www.e-negociospublicos.com.br.

Fundação Hélio Augusto de Souza - FUNDHAS AUTORIZAÇÃO DE CONTRATAÇÃO DIRETA POR INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO E RATIFICAÇÃO

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez? Publicidade Comercial 3244-3344 Publicidade Legal 3244-3799

Processo de compra n° 356/06. Contratante: Fundação Hélio Augusto de Souza – FUNDHAS. Contratada: Jequitibá Cultural – Patrimônio- Educação e Arte S/S Ltda. Objeto: Curso “Princípios, Fundamentos e Práticas em Arte Educação”. R$ 5.040,00. Vigência do contrato: 6 meses. Fundamento legal: Inexigibilidade de licitação, art. 25, II, combinado com o Art. 13, VI, Lei 8.666/93 e alterações. Informações: Rua Santarém, 560 – Parque Industrial – São José dos Campos – SP, de 2ª a 6ª feira, das 8 às 11h30 e das 13h30 às 16h30. São José dos Campos, 5 de junho de 2006.

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 14 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: New Progress Factoring de Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Sat Computers Com. Ltda. ME - Rua Teodoro Sampaio, 1020 – conj. 1005 - 02ª Vara de Falências Requerente: Monalisa do Brasil Com. Imp. e Exp. de Cosméticos e Perfumes Ltda. - Requerido: Trust Comunicação Marketing e Design Ltda. - Av. Iraí, 79 – 15º andar – conj. 155 - 01ª Vara de Falências Requerente: Trans-Postes Transportes Especializados Ltda. - Requerido: Frette & Cargo Intermodal Ltda. - Rua João Cachoeira, 571 – 2º and, sala 217/2 - 01ª Vara de Falências Requerente: Eurofec Sociedade de Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Sociedade Industrial de Artefatos de Borracha Soinarbo S.A. - Rua Pedro Colaço, 21 - 02ª Vara de Falências Requerente: Aços Groth Ltda. - Requerido: Belmerix Ind. e Comércio de Infra-estrutura de Comunicações Ltda. - Rua Fidêncio Ramos, 100 – 7º andar - 01ª Vara de Falências

Hiromiti Yoshioka – Presidente

ATA Armco do Brasil S.A. CNPJ/MF 71.586.952/0001-87 - NIRE: 35.300.136.764 Atas Assembléia Geral Extraordinária (Lei 6.404 de 15.12.1976, Art. 131,Parágrafo Único) I - Data, Hora e Local: 30/05/2006, às 10h00min, na sede social da empresa na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. II - Presenças: respectivos instrumentos revestidos de todas as formalidades legais, podendo a administração e os acionistas verificar a autenticidade Totalidade dos acionistas, dispensando as formalidades de convocação prévia. (1) Axxus Participações Ltda., pessoa jurídica de direito das procurações outorgadas. Artigo 14º: Será sempre lavrada ata da assembléia geral realizada, a qual deverá ser arquivada na Junta privado, com sede à Rua Zacarias Alves de Melo, n. 180 - Vila Prudente, São Paulo/SP, CEP: 03153.110, regularmente inscrita no CNPJ/ Comercial. Artigo 15º: As decisões da Assembléia Geral serão tomadas por maioria de votos, se maior “quorum” não for exigido pela MF n. 05.446.450/0001-26 e registrada perante JUCESP sob o NIRE n. 35.217.887.715, neste ato representada pelo Sr. Gilberto Fedi, Lei ou pelo Estatuto. Parágrafo único: As matérias atinentes à realização das Assembléias Geral Ordinária e Extraordinária serão administrador brasileiro, casado, engenheiro, domiciliado na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Rua Zacarias Alves de Melo, pautadas pelos artigos 132 e ss. da seção II, capítulo XI da pela Lei 6404/1976, ou legislação específica e superveniente. Capítulo IV n. 180, Vila Prudente, portador da cédula de identidade RG n. 4.819.630-SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob n. 948.326.848-68 e pelo Sr. Administração: Artigo 16º: A companhia será administrada por um CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO, também denominado CONSELHO Levon Kessadjikian, administrador, brasileiro, casado, engenheiro, domiciliado na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Rua DIRETIVO, PELA PRESIDÊNCIA e por uma DIRETORIA. Do Conselho Diretivo: Artigo 17º: O Conselho Diretivo será composto de no mínimo Zacarias Alves de Melo, n. 180, Vila Prudente, portador da cédula de identidade RG n. 3.860.414-SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob n. 03 (três) membros, pessoas naturais, acionistas da sociedade, residentes no país, eleitos em Assembléia Geral, com mandato de até 03 538.157.348-00, (2) Aeté Participações S.A., pessoa jurídica regularmente inscrita sob CNPJ/MF n. 06.990.982/0001-92, com sede na (três) anos, facultada a sua reeleição. Parágrafo primeiro: A ata da Assembléia Geral que eleger seus membros, deverá conter a Avenida Doutor Francisco Mesquita, n. 1575 - sala 02, registro na JUCESP - NIRE n. 35.300.316.002, neste ato representada por seus qualificação de cada um dos eleitos, prazo de gestão e observar o devido arquivamento perante a Junta Comercial. Parágrafo segundo: administradores, Sr. Levon Kessadjikian, brasileiro, casado, engenheiro, domiciliado na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Rua Os conselheiros serão investidos em seus cargos, mediante assinatura de termo de posse no livro de atas do Conselho de Administração, Zacarias Alves de Melo, n. 180, Vila Prudente, portador da cédula de identidade RG n. 3.860.414-SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob n. no prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar de sua nomeação. Artigo 18o: O Conselho Diretivo, reunir-se-á, no mínimo a cada 04 (quatro) 538.157.348-00 e Sr. Roberto Gallo, brasileiro, casado, engenheiro, domiciliado na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Rua meses ou sempre que os interesses sociais o exigirem, por convocação de qualquer Conselheiro; Parágrafo único: A cada reunião do Zacarias Alves de Melo, n. 180, Vila Prudente, portador da Cédula de Identidade RG n. 3.945.809-SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob n. Conselho Diretivo será eleito o Presidente, designando-se Secretário para redação de ata e suas deliberações. Artigo 19º: O Conselho 029.219.528-15, verificadas as suas assinaturas no livro de presença, também presentes os diretores da Armco do Brasil S.A., para Diretivo para, validamente, deliberar sobre qualquer assunto, deverá reunir pelo menos 2/3 (dois terços) de seus membros, presentes prestar eventuais esclarecimentos. III - Composição da Mesa: (1) Axxus Participações S.A., na pessoa dos Sr. Gilberto Fedi e Sr. Levon ou representados. Parágrafo primeiro: As reuniões do Conselho serão dirigidas pelo seu Presidente eleito em cada ocasião, entre seus Kessadjikian, (2) Aeté Participações S.A., na pessoa dos Sr. Levon Kessadjikian e Sr. Roberto Gallo, (3) Diretoria da Armco do Brasil pares, e suas deliberações serão tomadas por maioria de votos. Parágrafo segundo: Das deliberações do Conselho lavrar-se-á ata em S.A., na figura presidente, Sr. Paulo Villares Musetti; diretor de finanças e administração, Sr. Narciso Fabri; diretor de operações, Sr. João livro próprio e assinada por todos os membros presentes. Parágrafo terceiro: Qualquer membro do Conselho Diretivo poderá fazer-se Bosco Benassi Martinelli; sendo eleito para presidência da assembléia, Sr. Levon Kessadjikian e por este escolhido para secretariá-lo, representar nas reuniões, por qualquer outro membro, mediante indicação feita por carta, telegrama ou tele fax. Parágrafo quarto: Sr. Roberto Gallo. IV - Publicações: Os avisos aos acionistas, requeridos pelo artigo 124 da Lei n. 6404/1976, consideram-se satisfeitos Havendo empate na votação, o Presidente, além do seu voto como membro do Conselho terá o voto de desempate. Artigo 20º: Compete tendo por base o dispositivo contido no mesmo diploma legal, parágrafo 4o. do artigo citado, confirmada a totalidade da presença consoante ao Conselho Diretivo: 1. Fixar a orientação geral dos negócios da companhia; 2. Eleger e destituir o Presidente e os Diretores da o item II acima. V - Ordem do Dia: a) Aprovar emissão ações nominativas preferenciais; b) Aumentar o capital social da empresa com companhia e fixar-lhes as atribuições, observado o que a respeito dispuser o estatuto; 3. Fiscalizar a gestão dos Diretores, examinar, a a subscrição de novas ações; c) Consolidar o estatuto social. VI - Deliberações Tomadas: Os acionistas assentaram por unanimidade qualquer tempo, os livros e papéis da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer e sem quaisquer restrições: (a) Com fulcro no artigo 17 da Lei n. 6404/76 aprovar a emissão de 86.909 ações nominativas preferenciais, outros atos; 4. Convocar a assembléia geral quando julgar conveniente, ou nos casos previstos no art. 132; da Lei 6404/76. 5. Manifestarcom valor unitário de R$ 26,89, que totalizam o valor de R$ 2.337.020,96, sendo que as sócias Aeté Participações S.A. e a Axxus se sobre o relatório da administração; 6. Manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto o exigir; 7. Deliberar, Participações Ltda., abrem mão de seus direitos nas subscrições das ações preferenciais em favor do (i) Sr. Levon Kessadjikian, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de subscrição; 8. Autorizar, observada as normas estritas do administrador, brasileiro, casado, engenheiro, domiciliado na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Rua Zacarias Alves de Melo, estatuto, a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de companhias n. 180, Vila Prudente, portador da cédula de identidade RG n. 3.860.414-SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob n. 538.157.348-00, que neste coligadas, controladas ou de terceiros; 9. Escolher e destituir os auditores independentes, se houver; 10. Aprovar a política de desenvolvimento ato subscreve em dinheiro, 28.393 ações preferenciais no montante de R$ 763.504,32; do (ii) Sr. Gilberto Fedi, administrador brasileiro, industrial, comercial, financeira e de pessoal, e independentemente de autorização prévia de Assembléia Geral: a) aprovar planos de casado, engenheiro, domiciliado na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Rua Zacarias Alves de Melo, n. 180, Vila Prudente, expansão e diversificação das atividades social, b) aprovar o orçamento anual, c) aprovar as demonstrações financeiras anuais, semestrais portador da cédula de identidade RG n. 4.819.630-SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob n. 948.326.848-68, que neste ato subscreve em ou trimestrais, preparados pelo Presidente, podendo para tal finalidade, solicitar quaisquer informações relativas a tais documentos, 11. dinheiro, 28.393 ações preferenciais no montante de R$ 763.504,32 e do (iii) Sr. Roberto Gallo, brasileiro, casado, engenheiro, domiciliado Aprovar a aquisição, alienação, licenciamento de marcas e patentes ou processos industriais, Parágrafo Único: Serão arquivadas no na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Rua Zacarias Alves de Melo, n. 180, Vila Prudente, portador da Cédula de Identidade RG registro do comércio e publicadas as atas das Reuniões do Conselho Diretivo que contiverem deliberação destinada a produzir efeitos n. 3.945.809-SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob n. 029.219.528-15, que neste ato subscreve em moeda nacional, 30.123 ações preferenciais perante terceiros. Da Diretoria: Artigo 21º: A Diretoria será composta por, no mínimo 02 (dois) ou no máximo 05 (cinco) Diretores, no importe de R$ 810.012,32; (b) Aumentam o capital social em R$ 2.337.020,96 passando de R$ 72.705.000,00 para R$ 75.042.020,96 sendo um Presidente e os demais Diretores com designação especificada em reunião do Conselho Diretivo, acionistas ou não, residentes mantido o número de 3.127.665 ações nominativas ordinárias e a emissão de 86.909 ações nominativas preferenciais, alterando assim, no país, eleitos pelo próprio Conselho, cujo prazo de gestão não será superior a 03 (três) anos, sendo facultada a sua reeleição. Artigo a redação da cláusula 5ª. (quinta) para que passe a ser redigida na seguinte forma: O capital social é de R$75.042.020,96, representado 22º: No caso de vacância ou impedimento de algum cargo da Diretoria, o substituto será eleito pelo Conselho Diretivo, atendidos os por 3.127.665 ações ordinárias nominativas sem valor nominal e 86.909 ações nominativas preferenciais. Parágrafo único: As ações requisitos do artigo 19º supra. Artigo 23º: A representação da SOCIEDADE, em Juízo ou fora dele, ativa ou passivamente, perante terceiros, ordinárias possuem assegurado o direito de voto nas Assembléias Gerais, atribuindo-se a cada uma um voto nas deliberações. E, incluir repartições públicas ou autoridades federais, estaduais ou municipais, bem como autarquias, sociedades de economias mistas e entidades no Estatuto Social, duas novas cláusulas a seguir: Artigo 6º. As ações preferenciais não terão direito a voto e receberão dividendo paraestatais compete à Diretoria, através do Presidente conjuntamente com um Diretor ou a quaisquer 02 (dois) Diretores conjuntamente. proporcional à participação social que representam, assim como as ações ordinárias. Como compensação pela ausência do direito de Parágrafo único: Nos limites de suas atribuições e poderes, é facultado aos Diretores constituir mandatários da companhia, devendo voto, as ações preferenciais poderão receber pagamento diferenciado de Juros sobre Capital Próprio, ou seja, em proporções diferentes ser especificados no instrumento os atos e operações que poderão praticar e a duração do mandato, que no caso de mandato judicial, da participação social que representam. Parágrafo primeiro: A deliberação sobre o pagamento de Juros sobre Capital Próprio em poderá ser de prazo indeterminado. Artigo 24º: A qualquer Diretor, juntamente com o Presidente constituído em conformidade com o proporções diferentes conforme autorizado acima, deverá ser aprovada em Assembléia Geral pelos acionistas representando a maioria presente Estatuto, compete: 1. Assinar todos os atos que acarretem responsabilidade para a companhia ou exonerem a responsabilidade do capital votante. Parágrafo segundo: As ações preferenciais poderão ser alienadas a terceiros, tendo a Companhia, entretanto, direito de terceiros; 2. Dar cauções, avais e fianças em operações de interesse da sociedade, bem como em favor de empresas onde esta detenha de preferência na aquisição das mesmas em tesouraria, ficando desde já acordado que esta aquisição se dará pelo valor patrimonial das a maioria do capital; 3. Assinar contratos em geral, inclusive empréstimos e termos de responsabilidade; 4. Abrir e encerrar e movimentar ações, conforme apurado em balanço patrimonial especialmente levantado para esta finalidade. Artigo 7º. No caso de aumento do capital contas bancárias; 5. Emitir, assinar e endossar duplicatas e letras de câmbio; 6. Assinar contratos de compra e venda de câmbio, social, os acionistas terão direito de preferência para subscrever, na proporção de sua participação no capital social, todo e qualquer exclusivamente para transferência ou crédito em conta bancária da sociedade; 7. Figurar como depositário fiel em penhoras de natureza aumento de capital mediante a emissão de novas ações, independentemente da espécie e/ou classe de ações que possuir; (e) Reformulam judicial; 8. Aprovar a abertura ou fechamento de filiais, agências, escritórios ou representações em qualquer parte do território nacional e consolidam o estatuto social da sociedade, para refletir as deliberações anteriores, o qual passa a vigorar com a seguinte redação abaixo: ou do exterior; 9. Aprovar a concessão, pela companhia de garantias, avais, em favor de companhias coligadas, controladas ou de Estatuto Social Consolidado - Armco do Brasil S.A. terceiros; Artigo 25º: Os Diretores serão investidos nos seus cargos mediante assinatura do termo de posse no livro de Atas da Diretoria, Capítulo I - Denominação, Sede, Objeto, Duração: Artigo 1º: A sociedade tem a denominação de Armco do Brasil S/A, e se rege no prazo de 30 (trinta) dias seguintes à nomeação; Artigo 26º: A Diretoria reunir-se-á sempre que necessário, mas pelo menos uma vez pelo presente Estatuto Social pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. Artigo 2º: A sociedade tem sede e foro na Av. Dr. por mês, sendo presididas pelo Diretor que for escolhido na ocasião. Artigo 27º: A aprovação de matérias ocorrerá por maioria simples, Francisco Mesquita, 1.575, Vila Prudente, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, podendo abrir, manter e encerrar filiais, desde que cumpridas as determinações desse Estatuto. Artigo 28º: Das deliberações da Diretoria, lavrar-se-á ata no livro próprio e nos escritórios, agências ou representações em qualquer outra localidade do país ou do exterior, mediante resolução do Conselho de atos que envolvam terceiros, ocorrerá o arquivamento na Junta Comercial. Artigo 29º: O ato que caracterizar o desvio de poder implicará Administração, também denominado Conselho Diretivo. Artigo 3º: Os objetivos da sociedade são: a) A laminação de aços planos a frio, em destituição do cargo, por decisão do Conselho Diretivo, alcançando a rescisão do liame contratual e reparação dos eventuais prejuízos, tratamento térmico e de superfície com ou sem revestimento de metais não ferrosos, bem como operações correlatas e de prestação de perdas e danos. Artigo 30º: A remuneração do Presidente, dos Diretores e do Conselho Diretivo será fixada pela Assembléia Geral, em serviços, por conta própria ou como comissária, consignatária ou representante de empresas nacionais ou estrangeiras. b) A prática de montante global, e será composta de honorários e de uma participação anualmente deliberada pelos acionistas em Assembléia Geral quaisquer outras atividades industriais correlatas; c) O comércio interno e internacional de produtos primários, semimanufaturados, calculada sobre o lucro apurado. Parágrafo único: Compete ao Conselho Diretivo, a maneira de distribuir aos membros da administração manufaturados, de terceiros ou sob encomenda, mediante compra e venda, exportação, importação e intermediação de negócios; d) A o referido montante global. DA PRESIDÊNCIA: Artigo 31º: O Presidente será eleito pelo Conselho Diretivo, podendo ser acionista ou participação no capital de outra sociedade ou em empreendimentos de qualquer natureza. Artigo 4º: A sociedade terá prazo de duração não, cujo prazo de gestão não será superior a 03 (três) anos, sendo facultada a sua reeleição sucessiva. Artigo 32º: Compete ao por prazo indeterminado. Capítulo II - Capital Social - Ações - Direito de Preferência: Artigo 5º: O capital social é de R$ 75.042.020,96 Presidente: 1. Indicar os Diretores e submeter à aprovação do Conselho Diretivo da companhia e fixar-lhes as atribuições, observado o (setenta e cinco milhões e quarenta e dois mil e vinte reais e noventa e seis centavos), representado por 3.127.665 (três milhões e cento que a respeito dispuser o estatuto; 2. Fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis da companhia, e vinte e sete mil e seiscentos e sessenta e cinco) ações ordinárias nominativas sem valor nominal e 86.909 (oitenta e seis mil e solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos; 3. Manifestar-se sobre as contas da novecentos e nove) ações nominativas preferenciais. Parágrafo único: As ações ordinárias possuem assegurado o direito de voto nas diretoria; 4. Manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, salvo quando o Estatuto não dispuser de maneira distinta; 5. Elaborar a Assembléias Gerais, atribuindo-se a cada uma um voto nas deliberações. Artigo 6º. As ações preferenciais não terão direito a voto e política de desenvolvimento industrial, comercial, financeira e de pessoal, e remeter para autorização prévia do Conselho Diretivo: a) receberão dividendo proporcional à participação social que representam, assim como as ações ordinárias. Como compensação pela elaborar planos de expansão, orçamento e diversificação das atividades social; b) elaborar o orçamento anual; c) elaborar as demonstrações ausência do direito de voto, as ações preferenciais poderão receber pagamento diferenciado de Juros sobre Capital Próprio, ou seja, em financeiras anuais, semestrais ou trimestrais, preparados pelos Diretores, podendo para tal finalidade, solicitar dos Diretores quaisquer proporções diferentes da participação social que representam. Parágrafo primeiro: A deliberação sobre o pagamento de Juros sobre informações relativas a tais documentos, 6. Dirigir e orientar as atividades da Diretoria de acordo com os planos previamente aprovados Capital Próprio em proporções diferentes conforme autorizado acima, deverá ser aprovada em Assembléia Geral pelos acionistas pelo Conselho Diretivo; 7. Aprovar a prática de atos gratuitos em benefício da comunidade de que participe a companhia; Artigo 33º: O representando a maioria do capital votante. Parágrafo segundo: As ações preferenciais poderão ser alienadas a terceiros, tendo a Presidente deverá prestar contas ao Conselho Diretivo a qualquer tempo, conforme convocação. Artigo 34º: O Presidente será investido Companhia, entretanto, direito de preferência na aquisição das mesmas em tesouraria, ficando desde já acordado que esta aquisição se no seu cargo mediante assinatura do termo de posse no livro de Atas da Diretoria, no prazo de 30 (trinta) dias seguintes à nomeação. dará pelo valor patrimonial das ações, conforme apurado em balanço patrimonial especialmente levantado para esta finalidade. Artigo Artigo 35º: O ato que caracterizar o desvio de poder implicará em destituição do cargo, por decisão do Conselho Diretivo, alcançando 7º. No caso de aumento do capital social, os acionistas terão direito de preferência para subscrever, na proporção de sua participação no a rescisão do liame contratual e reparação dos eventuais prejuízos, perdas e danos. Capítulo V - Conselho Fiscal: Artigo 36º: A capital social, todo e qualquer aumento de capital mediante a emissão de novas ações, independentemente da espécie e/ou classe de ações Sociedade terá um Conselho Fiscal de 3 (três) membros efetivos e iguais número de suplentes, com as atribuições previstas em lei. que possuir; Artigo 8º: As ações serão indivisíveis perante a sociedade e serão representadas por cautelas ou títulos múltiplos, assinados Parágrafo primeiro: O Conselho Fiscal somente funcionará nos exercícios sociais em que os acionistas, observadas as prescrições por 02 (dois) acionistas, ou por um administrador e um procurador expressamente autorizado para este fim. Artigo 9º: Nos aumentos legais, solicitem sua instalação. Parágrafo segundo: A Assembléia Geral perante a qual foi solicitada a instalação do Conselho Fiscal de capital será respeitado o direito proporcional de preferência dos acionistas à sua subscrição, no prazo legal, salvo renúncia expressa deverá eleger seus componentes e fixar sua remuneração. Artigo 37º: Os membros do Conselho Fiscal serão substituídos, nos seus da parte. Havendo sobra, os demais acionistas terão preferência para a sua subscrição nas respectivas proporções salvo renúncia impedimentos ou faltas, ou no caso de vaga no respectivo cargo, pelo suplente na ordem decrescente de idade. Parágrafo único: O expressa. Parágrafo primeiro: Os aumentos de capital da sociedade deverão ser efetuados de acordo com cronograma de investimentos mandato do membro do Conselho Fiscal terminará na assembléia geral ordinária que se seguir à sua instalação. Capítulo VI - Exercício elaborado pelos acionistas e aprovado em Assembléia Geral. Parágrafo segundo: Nos aumentos de capital com emissão de novas Social - Lucros - Dividendos: Artigo 38º: O exercício social coincidirá com o ano civil e encerrar-se-á em 31 de dezembro de cada ações deliberada pela Assembléia Geral, o preço de subscrição de novas ações deverá ser fixado com base no valor do patrimônio ano, data em que será levantado o balanço geral e demonstrativo dos resultados do exercício, observadas as disposições legais vigentes. líquido da Sociedade, conforme o balanço apurado e auditado no final do exercício que anteceder o exercício em que o aumento de capital Artigo 39º: Após as deduções legais e participações previstas em lei, a Assembléia Geral decidirá sobre a distribuição dos lucros. Dos é proposto. Parágrafo terceiro: Nos aumentos de capital será respeitado o direito proporcional de preferência dos acionistas à sua lucros líquidos serão destinadas quotas para constituição da reserva legal e a importância para a formação de reserva de contingência. subscrição, no prazo legal, salvo renúncia expressa da parte. Artigo 10º: Caso algum acionista pretenda, a qualquer título, dispor de suas O saldo que resultar poderá ser partilhado, no todo ou em parte, como dividendo, aos acionistas ou ser transferido para o exercício seguinte ações ou de parte delas sob qualquer forma, inclusive por venda, cessão, conferência ao capital, instituição de fideicomisso, transferência tudo em conformidade com o que decidir a Assembléia Geral pelos votos favoráveis de acionistas representando a maioria do capital com ou qualquer outra forma de alienação, os acionistas remanescentes terão direito à preferência na sua aquisição, na proporção do número direito a voto. Fica estipulado um dividendo mínimo obrigatório de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o lucro líquido da companhia em de ações que possuírem na ocasião. Os direitos daqueles que não desejarem adquirir as ações a que têm direitos serão distribuídos sobre cada exercício social. A Assembléia Geral, por outro lado, mediante o consentimento de todos os acionistas presentes, poderá decidir pela os acionistas remanescentes, interessados em adquiri-las, respeitando a proporcionalidade das participações. Parágrafo primeiro: O distribuição de um dividendo inferior a 25% (vinte e cinco por cento) ou mesmo retenção de todo o lucro. Parágrafo Primeiro: O Conselho exercício do direito de preferência regulado no caput deste artigo deverá ser exercido da seguinte forma: a) O acionista que desejar vender, Diretivo poderá determinar o levantamento de balanços semestrais, ou a qualquer tempo, para efeito de apuração de lucros, eventual ceder, transferir ou de qualquer forma dispor de parte ou o da totalidade de suas ações (o “Ofertante”) e/ou receber uma proposta de distribuição de dividendos ou constituição de reservas na forma da lei, cabendo aos acionistas determinar a destinação dos resultados. terceiros, deverá, obrigatoriamente, observar o exercício do direito de preferência ao oferecer, primeiro, as ações que desejar vender Parágrafo Segundo: Por deliberação do Conselho Diretivo, a companhia poderá pagar ou creditar aos seus acionistas, de forma (doravante denominadas “Ações”) aos demais Acionistas, mediante notificação por escrito, observadas as suas respectivas proporções individualizada, juros a título remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, “pro no total das ações do capital social (excluídas as Ações do acionista que deseja dispor), especificando, se for o caso, o nome do proponente, rata” dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP ou de outra que venha a substituí-la, observadas as disposições legais. Parágrafo o prazo, as condições de pagamento, a quantidade de Ações ofertadas, bem como todos os demais elementos necessários para a Terceiro: A critério do Conselho Diretivo, os juros, de que trata o parágrafo segundo, poderão ser pagos mensalmente, bimestralmente, apreciação da oferta. b) O acionista que receber a oferta (o “Ofertado”) terá 20 (vinte) dias, contados da data do recebimento da mesma, trimestralmente, semestralmente ou anualmente, com base nos lucros existentes apurados em balanço a ser levantado para essa para manifestar por escrito, se deseja ou não, adquirir as Ações ofertadas nos termos do item (a) anterior; c) Se a resposta for positiva, finalidade na ocasião. Capítulo VII - Liquidação e Disposições Gerais: Artigo 40º: A Sociedade se dissolverá e entrará em liquidação Ofertante e Ofertado deverão concluir o negócio no prazo de 20 (vinte) dias; d) Caso os Ofertados respondam negativamente ou deixem nos casos previstos em lei ou e virtude de decisão dos acionistas em Assembléia Geral, especialmente convocada para tal fim, e de responder no prazo determinado no item (b) acima, o Ofertante que manifestou interesse em vender, ceder ou transferir as Ações estará respeitando o “quorum” estabelecido no Artigo 13º acima. Parágrafo único: Compete à Assembléia Geral estabelecer a forma de livre para ofertá-las, por preço e condições idênticas àquelas oferecidas às Partes, a terceiros estranhos à sociedade. e) A transferência liquidação, bem como eleger o liquidante, fixando-lhe a remuneração. Artigo 41º: Os casos omissos neste Estatuto serão decididos pelas das Ações deverá ser concluída no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados a partir do término do prazo estipulado no item (b) acima. disposições legais aplicáveis e deliberações da Assembléia Geral. Nada mais havendo a tratar, Sr. Presidente encerrou os trabalhos da f) Cumpridos os termos previstos na alínea “e” acima, não será permitido aos acionistas remanescentes vetar a adesão do adquirente. Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária, para lavrar-se a presente ata que, a seguir, após lida e aprovada na forma sumária, foi g) Após o prazo de 30 (trinta) dias referido neste item (e), se não concluída a transferência das Ações ofertadas, o acionista proponente, assinada por todos os presentes: a: a) Levon Kessadjikian - Presidente do Conselho; b) Sr.Roberto Gallo - Conselho; c) Sr. Gilberto Fedi se ainda desejar dispor das Ações ofertadas, deverá renovar o procedimento estabelecido neste artigo. Parágrafo segundo: O direito - Conselho; d) Sr. Paulo Villares Musetti - Presidente; e) Sr. Narciso Fabri - Diretor de Finanças e Administração e f) Sr. João Bosco de preferência para aquisição de ações, conforme descrito neste artigo, será mencionado no certificado de ações. Capítulo III - Assembléia Benassi Martinelli - Diretor de Operações. Esta ata confere com a original lavrada em livro próprio. São Paulo, 30 de maio de 2006. Levon Geral: Artigo 11º: A Assembléia Geral reunir-se-á, ordinariamente, nos 04 (quatro) primeiros meses após o encerramento do exercício Kessadjikian - Presidente, Roberto Gallo - Secretário. Acionistas: Aeté Participações S.A. representada por Levon Kessadjikian, Aeté social para os propósitos do artigo 132 da Lei 6404/76, e extraordinariamente, sempre que os interesses da sociedade o exigirem, mediante Participações S.A. representada por Roberto Gallo, Axxus Participações Ltda. representada por Gilberto Fedi, Axxus Participações Ltda. convocação do Conselho Diretivo. Parágrafo único: A Assembléia Geral será dirigida por um membro do Conselho Diretivo, eleito pelos representada por Levon Kessadjikian, Gilberto Fedi, Levon Kessadjikian, Roberto Gallo. Diretoria - Armco do Brasil S.A.: Paulo Villares acionistas presentes no início da realização de cada Assembléia, o qual designará um secretário para auxiliá-lo nos trabalhos. Artigo Musetti - Presidente - Armco do Brasil S.A., Narciso Fabri - Diretor de Finanças e Administração, João Bosco Benassi Martinelli - Diretor 12º: Nas Assembléias Gerais, os procuradores dos acionistas deverão ser acionistas, administradores da sociedade ou advogados, e de Operações. Eduardo Lins - Advogado - OAB/SP n. 122.319. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de deverão ser constituídos há pelo menos 1 (um) ano. Artigo 13º: Os acionistas representados por procuradores deverão apresentar os São Paulo - certifico o registro sob o n° 153.002/06-2 em 08/06/06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

RESENHA

NACIONAL

LEGISLAÇÃO E COOPERATIVAS

N

JOÃO DE SCANTIMBURGO

alternativa que dá trabalho a milhares de pessoas, as quais, provavelmente, não seriam contratadas. A atual legislação trabalhista implica também na criação de uma chamada “justiça do trabalho”, cujos custos, divididos pelo número de decisões tomadas, é maior do que a própria indenização que o demandante recebe. Semelhante à do período fascista de Mussolini, é uma enrijecedora do mercado de trabalho. Trabalha, enfim, contra a idéia de gerar empregos. Não faz muito tempo, o Brasil conheceu também o impacto da Lei do Inquilinato (de outubro de 1991) que pretendia proteger os pobres inquilinos da “ganância”

A ESTRELA DA QUERMESSE

Enfim, alguém acordou

Cooperativas, uma boa alternativa para criar trabalho

Eduardo Nicolau/AE

OLAVO DE CARVALHO

se individualizou. A legislação trabalhista parece retroceder no tempo. A imposição de um imposto sindical a todos os trabalhadores (sindicalizados ou não) é um ato de força que transformou o que deveria ser uma contribuição em um imposto. O projeto de lei enviado pelo governo ao Congresso que tenta inviabilizar as cooperativas é um passo atrás. Quem precisa contratar, na atual legislação trabalhista, não tem alternativa que não seja a de usar cooperativas. Cooperados podem usar o que seriam encargos trabalhistas em poupança e investir em fundos de pensão. Os que se preocuparem mais com o futuro do que com o presente pouparão mais; os outros, menos. A cooperativa é uma

dos proprietários dos imóveis. O que essa lei fez, na verdade, foi expropriar estes imóveis de seus donos. Uma saída para quem insistiu no mercado foram os flats, porque ficavam fora da legislação. Outra saída foi a proliferação de imóveis nas favelas e seu conseqüente “boom”... Cinqüenta anos atrás, investir em imóveis para aluguel era um ótimo negócio e uma solução de moradia para quem não dispunha de meios, ou estava “começando a vida”, para adquirir casa própria. É o que Donald Stewart procurou destacar no livro A lógica da vida: a velha tentativa do governo de forçar alguém trocar 10 por 9. O governo petista é um especialista no assunto. COMENTÁRIO DE ARTHUR CHAGAS DINIZ NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

P rojeto trabalha contra novas idéias de emprego

N

os anos 60, dois de meus amigos mais estudiosos, José Antônio Adura e Roberto Negrão de Lima, freqüentavam os cursos de Ciências Sociais e Filosofia na célebre escola da Rua Maria Antônia. Diziam que eu deveria fazer o mesmo, e de vez em quando me levavam até lá para eu colher umas amostras do ensino recebido. Ouvi tudo com a maior atenção e, depois de várias experiências, cheguei à conclusão de que ali só havia um professor inteligente: Oliveiros da Silva Ferreira. Logo depois do tiroteio com os alunos do Mackenzie a faculdade mudou para o Butantã e ponderei que não valia a pena atravessar a capital paulista, chacoalhando num ônibus, cheirando sovaco da população sofredora, para ouvir uma só aula interessante depois de horas e horas perdidas em injeções de babaquice marxista (e notem que eu próprio me considerava um marxista na ocasião). Fiquei em casa, mas continuei acompanhando os artigos de Oliveiros no Estadão, sempre lúcidos e valiosos. Só uma coisa atrapalhava o colunista: aquele ar de solenidade uspiana, carga pesada e inútil que ele colhera do meio social e que se impregnara na sua pessoa, como na dos demais professores da instituição, formando uma espécie de segunda natureza. Impondo entre os alunos um temor reverencial quase eclesiástico, aquele repertório típico de gestos, entonações e trejeitos verbais que assinalava um professor da USP a vários metros de distância contrastava com a índole revolucionária das crenças ali dominantes e, para o observador de fora, tinha um efeito irresistivelmente cômico. A diferença era que em Oliveiros o manto professoral era a vestimenta de um esforço intelectual genuíno, enquanto nos outros era o substitutivo perfeito da atividade cerebral.

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Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

quermesse planetária das chuteiras, das canelas milionárias, possui uma estrela incontestável - a televisão. Lembro-me de um certo dia no saguão dos Diários Associados, à rua 7 de Abril, com Assis Chateaubriand, convidados, diretores e o frade franciscano e antigo ator de cinema José Mojica, original paraninfo da inauguração da TV Tupi. Fico pensando que a televisão faz mágicas indescritíveis para evoluir e trazer sempre novidades. O grande prélio futebolístico na Alemanha deu a essa estrela a oportunidade de subir a um podium imaginário, em que ela brilha com intensa luminosidade, abarcando todos os povos na sua mensagem de união em torno de um fim e de apoio à atividades esportivas e econômicas.

A Jair Soares

a mesma ocasião em que editou as MPs que reforçam o papel institucional das centrais sindicais, o governo encaminhou ao Congresso projeto de lei regulamentando as cooperativas de trabalho. Transferir a força dos sindicatos para as centrais é anacrônico. A partir do momento em que o trabalho repetitivo das fábricas, que empregavam milhares de pessoas, com tarefas semelhantes, foi substituído pela especialização, as demandas dos profissionais é cada vez mais particularizada, perdendo sentido tratar trabalhadores diferenciadamente como um simulacro de operários de minas de carvão. O trabalho

om o tempo, notei que o aplomb uspiano, com sua abundância de ponderações fingidamente inconclusivas, seu uso abusivo de galicismos afetados e suas expressões de exagerada deferência a uma corporação de imbecis, acabou por se espalhar em todas as universidades do Brasil - talvez como efeito do sucesso simultâneo de Fernando Henrique Cardoso e do PT-, erigindo-se em estilo oficial do academismo caipira e tornandose ainda mais senhorial e atemorizante por meio da adoção geral do vocabulário desconstrucionista que oblitera nos ouvintes o último resíduo de inteligência. Qualquer que fosse o caso, em Oliveiros o estilo, definitivamente, não era o homem -- era apenas a sua redução cerimonial à estatura ambiente. Fui e continuo sendo seu leitor e admirador, num país onde as coisas a admirar, no domínio intelectual, já eram poucas e agora se aproximam velozmente da quantidade negativa. Por isso fiquei muito feliz ao notar, no Estadão do último dia 10, que ele finalmente subscreveu minha tese de que o Brasil se encontra em plena revolução comunista, em avançadíssimo estado de implementação. Fiel às hesitações corporativas de praxe, capazes de desacelerar até uma inteligência inquieta como a sua, ainda em 2001, num amável debate na Casa Paroquial da PUC de São Paulo, e depois em 2002, na inauguração do Instituto de Filosofia e Estudos In-

terdisciplinares no Rio de Janeiro, ele relutava em me dar razão, preferindo apostar na progressiva dissolução das ambições revolucionárias petistas num mundo de economia globalizada e entusiasmo geral pela democracia. Lembro-me de ter-lhe objetado, ao menos numa dessas ocasiões, que ele baseava seu diagnóstico integralmente em informações colhidas da mídia, sem o suporte das fontes primárias, sobretudo as Atas das Assembléias do Foro de São Paulo, que comprovavam a longa associação do PT com organizações de terroristas e narcotraficantes, bem como a existência de uma estratégia revolucionária comum entre essas organizações e os partidos oficiais de esquerda, que assim arrancavam sua máscara de legalismo e provavam ser tão criminosos quanto seus parceiros.

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grande mídia, ocultando persistentemente essas fontes, tornava inacessível, mesmo a cérebros privilegiados como o do meu interlocutor, a percepção do maior esquema revolucionário já posto em ação na história humana, destinado a entregar nas mãos dos comunistas um continente inteiro de uma só vez. A ocultação, por seu turno, era demasiado longa e sistemática para poder ser explicada pela mera preguiça ou incompetência, indicando antes uma cumplicidade ao menos passiva de boa parte da classe jornalística e de vários empresários de mídia na consecução do projeto comunista. Os fatos que comprovavam a minha tese eram mais que abundantes, e nada se podia alegar contra ele exceto convicções gerais baseadas no hábito e na confiança. Eu reconhecia que argumentar contra o hábito e a confiança me dava ares de maluco, mas era melhor parecer maluco do que sê-lo realmente, como acontecia com todos os que continuavam a apostar, sem conhecimento dos fatos, na honorabilidade intrínseca das forças esquerdistas em ascensão. Não sei se, nesse ínterim, Oliveiros estudou as fontes que lhe recomendei. Mas, no artigo O ensaio geral ele mostra ter compreendido que a invasão do Congresso não foi episódio isolado, mas sim etapa da consecução de um plano complexo, abrangente e bem elaborado para a conquista do poder absoluto e a instauração de uma ditadura comunista no Brasil. Uma vez que se entende isso, é impossível não perceber, retroativamente, que todas as demonstrações de lealdade democrática do PT e partidos associados foram apenas manobras diversionistas, de vez que coincidiram, no tempo, com o planejamento da investida revolucionária agora em curso.

N

ão costumo dar importância à aprovação ou desaprovação das minhas opiniões. A quantidade de aplausos ou vaias é apenas a expressão mais brega do argumentum auctoritatis, de validade cognitiva absolutamente nula. Mas a aprovação diferenciada, vinda de estudioso empenhado seriamente no conhecimento da realidade, é sempre alguma coisa. Se consegui alertar Oliveiros da Silva Ferreira, isso mostra que ainda há alguns neurônios saudáveis no debilitado cérebro nacional.

A invasão do Congresso não foi episódio isolado. É uma etapa de um plano maior.

Na era da comunicação não poderia haver nada mais belo que o Mundial divulgado pela televisão com rara eficiência evemos nos regozijar com os organizadores desta Copa pela qualificada competência com que o programa foi executado e está sendo cumprido com rara eficiência na Alemanha, toda reconstruída da sinistra catástrofe da Segunda Grande Guerra. Acentuo que, não obstante os contratos milionários dos jogadores, a Copa é um acontecimento democrático, pois abarca, nivela em suas dimensões, todos os povos, unindo-os para o entretenimento de maior carga emotiva dentre todos os demais, que deu muitos gênios do pé hábil e da inteligência pronta como o legendário Pelé. Temos assistido pela televisão nos últimos tempos a alguns dos maiores espetáculos da Terra; um deles foi o do Santo Padre João Paulo II, cujo enterro reuniu todos os chefes de Estado e de governo em torno de seu esquife, e agora esse espetáculo que a televisão estendeu para o mundo inteiro, sem exceção, inclusive para os EUA, que não têm tradição futebolística. Repito que na era da comunicação, que já tratei nesta coluna, não poderia haver nada mais belo do que o Mundial divulgado pela televisão com rara eficiência, rara técnica e raro desejo de agradar.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Nacional Tr i b u t o s Empresas Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

US$ 75 MILHÕES É O VALOR DA 1ª PARCELA DE COMPRA

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milhões de dólares é o valor da proposta feita pela NV Participações, a única do leilão da Varig

TRABALHADORES DO GRUPO VARIG NEGOCIAM COM CINCO INVESTIDORES A COMPRA DA COMPANHIA AÉREA

NOVELA DA VARIG ESTÁ PERTO DO FIM Caio Guatelli/Folha Imagem

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A Varig cancela vôos para evitar o arresto das aeronaves, segundo especialistas em aviação Divulgação

O objetivo dos lojistas é divulgar produtos e garantir a fidelidade do consumidor nas férias

s Trabalhadores do G r u p o Va r i g (TGV), que foram os únicos a formalizar proposta de compra da Varig no leilão judicial da companhia aérea realizado na semana passada, confirmou ontem que negocia com cinco potenciais investidores que poderiam garantir a origem do dinheiro prometido por eles na proposta feita durante o leilão. Um dos potenciais compradores é o ex-presidente da VarigLog, José Carlos Rocha Lima, atual presidente da Syn Logística, que afirma ter o fundo de investimentos internacional Carlyle como investidor. O fundo administra recursos da ordem de US$ 39 bilhões. Os rumores de que a venda da companhia aérea poderia ser homologada ontem foram desmentidos pela empresa por meio de nota oficial. De acordo com o documento, "a Varig tem absoluta convicção de que as negociações entre os interessados em participar do processo de reestruturação da companhia chegarão, brevemente, a um resultado positivo". Diante destes boatos, o juiz Paulo Roberto Fragoso, auxiliar da 8ª Vara Empresarial, onde atua o juiz Ayoub, informou no início da tarde de ontem que permanecem ainda dúvidas sobre a origem dos recursos que o consórcio liderado pelo TGV se comprometeu a pagar pela Varig. O diretor da consultoria Alvarez & Marsal Marcelo Gomes disse que a Nova Varig Participações e os parceiros Fondtech e Syn Logística comprometeram-se a efetuar o pa-

gamento de US$ 75 milhões como primeira parcela para a compra da Varig ainda hoje. A NV Participações venceu o leilão da Varig, com uma proposta de US$ 449 milhões. Segundo ele, o compromisso foi acertado em reunião na última quarta-feira, no Tribunal de Justiça (TJ) do Rio de Janeiro. Gomes afirmou que, confirmado o depósito da primeira parcela, a Nova Varig Participações, empresa formada pela TGV para o leilão da companhia, teria mais tempo para definir de onde viriam os recursos restantes, da proposta de US$ 449 milhões. "Eles terão 30 dias para viabilizar o pagamento total", destacou. Os vencedores do leilão ainda têm que sugerir uma alternativa aos cerca de US$ 200 milhões em debêntures não aceitos como forma de pagamento. O edital de venda da companhia não prevê o uso de debêntures e, segundo Gomes, o TGV analisa o uso de "outra moeda". Hoje, completam-se nove dias desde a realização do leilão de venda da Varig e, até agora, os vencedores não conseguiram comprovar se terão dinheiro para honrar a proposta. Na próxima quarta-feira , uma audiência na Corte de Nova York também vai exigir essa comprovação para poder prorrogar uma liminar que protege a Varig contra a perda quase imediata de, pelo menos, 25 aeronaves, o que a impossibilitaria de voar para o exterior, já que desse total, 23 são aviões de grande porte, usados em vôos internacionais. A pressão vem de arrendadoras de aviões como a ILFC,

Boeing, a Central Air e a Nissho Iwai. Segundo especialistas, o cancelamento sistemático de vôos que a Varig vem fazendo desde sábado passado é resultado, também, de uma estratégia da companhia para driblar arrestos de aviões. A assessoria do TGV informou que a tendência era a de apresentar um eventual investidor hoje. A Syn Logística, citada por Marcelo Gomes, é comandada por um ex-presidente da VarigLog (empresa de logística e transporte de carga da Varig, que foi comprada em novembro por US$ 48,2 milhões pelo fundo americano de investimentos Matlin Patterson), José Carlos Rocha Lima. O executivo também presidiu a Vaspex (empresa de cargas da Vasp) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Rocha Lima foi citado na CPI dos Correios. A Varig estaria substituindo aviões sob ameaça em solo americano por aeronaves que não correm risco de serem arrestadas nos Estados Unidos. Na semana passada, uma aeronave que estava prestes a decolar teve de retornar da cabeceira da pista porque estava sendo pedida de volta pela Boeing. A alternativa encontrada foi pagar hospedagem para os passageiros, que pegariam um outro vôo, desta vez com um avião que não corria o risco de se apreendido. C a n c el a m e n t o s de vôos – Embora a Varig não tenha divulgado boletim sobre suspensão de vôos, pelo menos 13 vôos da Varig foram cancelados nos dois principais aeroportos do Rio de Janeiro na manhã de ontem. (AE)

Shoppings sobem a serra Justiça reconhece venda da VarigLog e lucram em Campos do Jordão Divulgação

U

m negócio com data para abrir e para fechar. O temor de muitos comerciantes, que almejam o sucesso eterno do empreendimento, é sinônimo de lucro para alguns empresários. Na última quarta-feira, foram abertos dois shoppings sazonais em Campos do Jordão, no Vale do Paraíba. Para os participantes, é uma oportunidade de fortalecer a marca e de fazer negócios. O objetivo é aproveitar o clima frio e o estilo "europeu" da cidade para estimular as compras do consumidor que está passeando. O Campos do Jordão Market Plaza é realizado desde 1996. Nesta edição, 80 lojas vão disputar a atenção dos 330 mil visitantes esperados – em 2005 foram 318 mil. O investimento dos organizadores foi de R$ 2 milhões, o mesmo montante esperado em negócios – 10% a mais do que o registrado no ano passado. Aproximadamente 900 empregos diretos e indiretos serão gerados, incluindo profissionais de montagem, limpeza e seguranças. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Data-Campo, 77% dos freqüentadores do shopping são da classe A. Em 2004, o mesmo levantamento destaca que 83% das pessoas ganhavam mensalmente mais de R$ 14 mil. Eles terão à disposição desde livros e roupas até automóveis e jóias. Para o gerente operacional do Campos do Jordão Market Plaza, Luiz Padovan, o mix de produtos chama a atenção dos visitantes. "Os consumidores estarão em férias e poderão contar com as grifes de que mais gostam. Mais de um milhão de pessoas circulam pela cidade na temporada", afirma Padovan. O centro de compras

Maquete do Design Campos

ficará aberto até 31 de julho. O Design Campos é outro empreendimento que começou a funcionar nesta semana. O diferencial é que será um shopping aberto, ao ar livre. "O formato é de uma vila para passeio, com melhor visualização das lojas", diz um dos organizadores do evento, Marcos Totoli. Na terceira edição, o número de visitantes deve superar os 180 mil de 2005 e chegar a 250 mil pessoas neste ano. O faturamento também terá crescimento de 20%", diz. Efeito Copa do Mundo – A Copa do Mundo, de acordo com o organizador, atrapalhou um pouco, já que as empresas tiveram de dividir a verba publicitária para "aproveitar" o mundial. "Alguns participantes desistiram este ano, mas não foi problema. Os espaços estão todos ocupados e aproximadamente dez companhias ficaram de fora do empreendimento", comenta. O Design Campos atenderá até o dia 25 de junho nos finais de semana e feriados. De 30 de junho a 30 de julho, funcionará todos os dias. Participantes – A Antídoto Cosméticos participa do Campos do Jordão Market Plaza há dois anos. Mais do que fazer negócios, o objetivo da grife é fortalecer a marca junto ao público-alvo, das classes A e B. "Precisamos mostrar a cara", afirma o gerente de operações

da Antídoto, Marcelo Sarpe. Ele espera que as vendas neste ano sejam 30% maiores em relação às registradas em 2005. A Copa do Mundo, segundo ele, atrapalha. Mas como o empreendimento vai funcionar até o final de julho, o faturamento vai ocorrer. "Depois de 9 de julho, quando acaba o mundial de futebol, esperamos que as pessoas voltem a comprar. Estamos fazendo um grande investimento." A Nomination, grife italiana que produz e vende jóias, participa do empreendimento par a " s e r v i s t a " . " Te m o s u m quiosque no shopping. A venda não é tão importante. Queremos estar perto do público", afirma o diretor da Nomination, Adriano Bartali. "Em 2005, registramos uma queda no faturamento de 40%. Neste ano queremos recuperar nossos investimentos." Vantagens – De acordo com o coordenador do Instituto Provar, da Universidade de São Paulo, professor Eduardo Terra, participar de um empreendimento sazonal tem prós e contras. Ele analisa que os custos de operação de um shopping convencional são mais diluídos. "De cinco anos, o prazo cai para cerca de 40 dias", afirma. Além disso, segundo o professor, nem todos os visitantes terão o poder aquisitivo esperado pelos empresários. "Dados do IBGE indicam que a renda familiar da classe A e B é de R$ 5 mil." Mas há o lado positivo: "Se a demanda se desloca, o negócio tem de acompanhá-la. A formação da imagem também é importante, já que as pessoas, em férias, se deparam com a marca que estão acostumadas a usar." Neide Martingo

A

Volo do Brasil confirmou, em comunicado, que a Justiça de Brasília reconheceu, na última quarta-feira, a compra da VarigLog pela empresa. O reconhecimento foi feito pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região (Distrito Federal). Na avaliação da Volo, essa decisão é importante, visto que suspende "as exigências ilegais feitas pela Agência Nacional de Aviação Civil

(Anac ) para a transferência do controle acionário da VarigLog para a Volo do Brasil". Para a Volo, "conforme reconhecido pela Justiça, as sucessivas exigências da Anac com relação à transação de venda do controle da VarigLog para a Volo são descabidas até porque a agência desconheceu documentos apresentados, que satisfazem todas as exigências legais e regulamentares necessárias

para a aquisição do controle acionário da VarigLog", segundo o informe. A Volo informou ainda que "foram suprimidos do processo administrativo pareceres favoráveis do DAC (Departamento de Aviação Civil) e da própria Anac." Mas "a transferência do controle acionário da VarigLog para a Volo do Brasil é um dos sucessos da nova Lei de Falências e recuperação judicial de empresas." (AE)

Newton Santos/Hype

Solenidade de posse do novo presidente da Comissão Estadual de Emprego foi realizada na Facesp

Presidente do CEE toma posse R

epresentantes da prefeitura paulistana e do governo do Estado de São Paulo reuniram-se, na última quarta-feira, na sede da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) para a posse

do novo presidente da Comissão Estadual de Emprego, Tadeu Morais de Souza. Estiveram presentes o secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Walter Caveanha, o vice-presidente da Facesp,

Alfredo Cotait Neto, e o secretário municipal do Trabalho, Gilmar Viana. Uma placa de agradecimento foi entregue pelos componentes da bancada ao ex-presidente do órgão, Carmelo Zitto Neto. Vanessa Rosal


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

Indicadores Econômicos

5

2,87

reais para venda é o que vale um euro, de acordo com a cotação de ontem.

15/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 12/06/2006 12/06/2006 12/06/2006 12/06/2006 12/06/2006

P.L. do Fundo 5.560.355,22 1.377.149,21 5.578.527,33 3.563.013,81 1.044.580,65

Valor da Cota Subordinada 1.093,627025 1.029,823370 992,492354 1.047,097776 1.014,779346

% rent.-mês 0,6137 0,4495 -7,2184 1,3373 1,3147

% ano 11,9406 2,9823 -0,7508 4,7098 1,4779

Valor da Cota Sênior 0 1.042,705968 1.051,734104 0 0

% rent. - mês 0,4557 0,5001 -

% ano 4,2706 5,1734 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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Nacional Finanças Imóveis Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

FALÊNCIA DA ENCOL REDIMENSIONOU O MERCADO

Fotos: Marcos Fernandes/LUZ

CONSTRUTORAS GANHAM COM BRECHA DA ENCOL

Ao lado, o edifício Avant Place como foi deixado pela Encol. Abaixo, o condomínio concluído após a retomada das obras

Ao falir, a Encol deixou rombo de R$ 6,3 bi e 40% do mercado para outras empresas

E

m m a rç o d e 1 9 9 9 , quando a Encol, então a maior construtora do mercado imobiliário brasileiro, foi ao chão, após a decretação de sua falência, a artista plástica Ruth Carneiro entrou no que ela classifica de desespero: três anos antes, em 1996, havia comprado da construtora um apartamento ainda na planta, seu primeiro imóvel. "Fiquei completamente atônita", diz ela. "Foi uma vida inteira de sacrifício para conseguir realizar aquele sonho. Recebi a falência como um golpe de mestre", diz Ruth, que na época tinha 50 anos e levou outros dois para se recuperar do tamanho choque. O drama de Ruth e de outros 42 mil compradores lesados pela bancarrota da construtora pode estar chegando ao fim. Ao saber que alguns donos dos apartamentos vendidos pela Encol estavam se unindo para dividir os custos e retomar as obras, Ruth arregaçou as mangas: "Localizei os proprietários e acabei designada para fiscalizar a obra", conta. "Essa tem sido uma das saídas mais eficazes adotadas pelos donos desses apartamentos", diz o advogado Hamilton Quirino, especialista em Direito Imobiliário, e há quase 10 anos atuando em casos da Encol. "Já assessorei cerca de 3 mil adquirentes na regularização jurídica dos condomínios e na retomada e conclusão das obras", diz Quirino. Autor do livro "Falência do Incorporador Imobiliário - O Caso Encol", da editora Lúmen Juris, Quirino narra a trajetória da construtora desde seu início no mercado, em Goiânia, em 1961, como uma pequena fábrica de tacos, até sua falência, há sete anos. Dona de 40% do mercado brasiliense e 15% do mercado paulistano na época, a Encol pediu concordata em 1998. Mas, com a falência no ano seguinte, o rombo se alastrou para outras 10 mil famílias que já moravam em seus apartamentos, mas não tinham a escritura definitiva. "Não há nada parecido na história imobiliária brasileira como o caso da Encol e o prejuízo deixado por ela no mercado, que inclui 720 obras paradas em 66 cidades brasileiras e um rombo de R$ 6,3 bilhões. O desastre foi determinante para que o governo criasse medidas, batizadas de Pacote da C on st r uç ão , para regularizar obras e proteger consumidores", diz o advogado. O pacote inclui linhas de crédito mais acessíveis e redução da carga tributária para as construtoras. Entre as garantias para os adquirentes das unidades está o patrimônio de afetação. "Trata-se da adoção de um bem como garantia para cada empreendimento, que passa a ter a sua própria contabilidade, separada das operações da construtora, o que confere segurança aos adquirentes quanto à destinação dos recursos aplicados na obra", explica Quirino. Segundo a advogada Jaci Fernandes, também especializada na área imobiliária, a medida é relevante para evitar o que chama de "efeito pedalada". "Quando uma empresa estava em dificuldade econômica, normalmente ela desviava recursos de um novo empreendimento para um anterior e as-

A Encol abandonou 720 obras em 66 cidades. E 42 mil famílias adiaram o sonho da casa própria

sim, sucessivamente, formava um ciclo vicioso, como o caso da Construtora Encol", diz. Com a nova regra, todas as dívidas, sejam de natureza trabalhista ou tributária junto a instituições financeiras, ficam restritas ao empreendimento em construção, não tendo nenhuma relação com outros compromissos e dívidas assumidas pela empresa. "Assim, em caso de falência, os compradores poderão dar continuidade à obra, contratando outra empresa no lugar da falida, configurando o objetivo de garantir ao consumidor a entrega de imóvel comprado na planta", acrescenta Jaci. Depois de criada a medida, em 2004, a maior parte dos proprietários procura construtoras de todos os portes para assumirem obras que ajudam a recuperar, ao menos em parte, o investimento feito na compra dos apartamentos. "A medida não evitou o prejuízo de consumidores, que pagam até 25% a mais do que o valor inicial do imóvel", diz Quirino. Oportunidade – Quando o assunto é o prejuízo deixado pela Encol, há quem discorde. "Dois anos antes de sua falência, a Encol vendeu imóveis com preços tão abaixo do valor de mercado que, agora, quando os consumidores investem um pouco mais, pagam o que seria o valor real daquela época", diz Cássio Aurélio Branco Gonçalves, dono da Caenge, uma das mais respeitáveis construtoras de Brasília. "Aqueles consumidores compraram os imóveis em condições de mercado realmente excepcionais", ressalta. A Caenge já retomou e entregou cinco empreendimentos erguidos pela Encol: dois edifícios, um comercial e outro residencial, dois flats e um centro comercial. Agora, recupera uma torre comercial de 30 mil m² numa área nobre de Brasília. "Como serão necessários R$ 20 milhões para concluir a obra e os proprietários não têm esse capital, procuro investidores para dividir a empreitada", diz Gonçalves, que deverá ficar com a metade dos imóveis. "Muito já se perdeu com a obra parada. O importante agora é investir e criar formas inteligentes para contornar as situações", diz o empresário, que trabalha sob uma margem de retorno médio entre 5% e 11%, e calcula fechar o ano com um faturamento de R$ 110 milhões. Grandes construtoras como Cyrela, Gafisa e Tarjab também trabalham na retomada das obras e expandem suas receitas ao inserir tecnologia e conhecimento na gestão integral de projetos. "Entregamos seis obras, estamos construindo a sétima e, em julho, começaremos a oitava", diz Sérgio Luís Fabreti Ros, diretor comercial e de marketing da Tarjab, orgulhoso por comandar a construtora que mais finalizou obras em São Paulo. No ano passado, a empresa faturou cerca de R$ 40 milhões. Para 2006, a previsão é dobrar os ganhos, somando R$ 80 milhões. "Uma tragédia carrega consigo sempre uma oportunidade. Claro que ninguém está feliz com o drama dessas famílias, mas comemoramos a oportunidade que o mercado nos ofereceu", finaliza Ros. Ana Laura Diniz

Outro detalhe do Avant Place concluído pela Tarjab

Abandonados pela Encol, acima, os proprietários conseguiram concluir o empreendimento do edifício Villa Borghese

"Uma tragédia carrega sempre uma oportunidade", comemora Fabreti Ros, que prevê faturamento de R$ 80 milhões neste ano

Proprietários põem mãos à obra raças a financiamentos, da própria construtora ou de bancos, muitas vezes quem paga pela retomada dos imóveis são os próprios condôminos. Em outros casos, as construtoras tomam a frente da negociação. A Tarjab, por exemplo, chegou a assumir 75 de 272 apartamentos de um empreendimento. "Vendemos as unidades e revertemos o investimento em ganho. Afinal, sempre trabalhamos de forma a agregar mais valor aos imóveis, cerca de 20% em relação ao projeto original", diz Ros. Ao contrário do que se pensa, o maior desafio para os construtores não está na estru-

G

tura nem na base da obra, mas nas negociações com os clientes que, lesados no passado, sentem-se retraídos e desconfiados em relação a qualquer acordo. "São muitas mentes, perfis e comportamentos. A condição financeira de muitos mudou, nem sempre para melhor", acrescenta Ros. Essas diferenças fazem com que as negociações se arrastem por anos e abrem espaço para que as construtoras ergam empreendimentos gigantes nas crateras deixadas pela Encol. "Lidar com um cliente insatisfeito é complicado. Imagine multiplicar esse número por 42 mil. Por isso, o mais difícil nessas retomadas é a parte psi-

cológica", diz Quirino. Mas, em sua opinião, é melhor o consumidor investir em vez de ficar de mãos vazias. Quem ainda não arregaçou as mangas e não sabe por onde começar, uma alternativa é entrar em contato com a Associação Nacional dos Clientes da Encol (Ance), no endereço w w w. a n c e . o rg . b r , que presta serviço de acompanhamento de processos em todo o Brasil e desenvolve um trabalho na defesa e preservação dos interesses de adquirentes de imóveis da Encol. "É preciso cercar-se de bons profissionais que façam as partes jurídica e administrativa", diz Quirino. Depois, ressalta o advogado: o

mais importante é conhecer os demais proprietários para formar condomínios, cadastrar cada uma dessas pessoas como responsável e fazer o levantamento de custos para ver se vale o empenho. Toda obra engole muito dinheiro, por isso fluxo de caixa e controle operacional são imprescindíveis. Vale lembrar que a Encol deixou tanto prédios inacabados como imóveis no chão, sem estrutura ou base. Nesse caso, a maioria vende seus lotes para construtoras que vendem as cotas: a mudança de um final triste para um feliz. "Como nos contos de fada", diz sorrindo Ruth, já aliviada de seu drama inicial. (ALD)


Compra da Varig: falta mostrar o dinheiro Justiça diz que ainda há dúvidas sobre investidores indicados pelo consórcio liderado pelos Trabalhadores do Grupo Varig. Eco/4

MAIS PRESSÃO PELO IMPOSTO NA NOTA Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou projeto de lei que obriga a discriminação dos impostos na nota fiscal. Eco/1

Aberta a temporada dos negócios do frio Empresários sobem a serra e montam seus shoppings em Campos do Jordão. A cidade espera 250 mil visitantes neste inverno.Eco/4

AS VENDAS, NA HORA DE JOGO Gráficos mostram que movimento despencou durante partida Brasil X Croácia. Eco/1 Ano 81 - Nº 22.149

São Paulo, sexta-feira a domingo, 16 a 18 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h30

Página 8

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Vanderlei Almeida/AFP

Que venha a Austrália! O técnico Parreira já escalou o time para o jogo de domingo, em Munique. Em entrevista ontem, não aceitou provocações a respeito de mudanças. "O que nós queremos é o Ronaldo (foto) motivado. Eu tenho de acreditar que ele vai jogar bem."

Três times nas oitavas Alemanha, Equador e Inglaterra já estão garantidos para a 2ª etapa. Até agora, a surpresa da Copa são os equatorianos que venceram bem Polônia e Costa Rica. Valéria Gonçalvez/AE

A arte em campo

Acrílico de Antonio Peticov (à dir.) está entre as obras de outros 10 brasileiros na mostra Futebol e Arte, montada pela Embaixada Brasileira, em Berlim. E veja as respostas e os nomes dos dez ganhadores do concurso O Jogo do Beijo. DCultura HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 25º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 19º C. Mínima 13º C.

3 milhões marcham para Jesus Evangélicos na Paulista (foto). Igrejas cheias no Corpus Christi. Cidades/1


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

MÚSICA Estripulias de Billy, Ivan de novo, três vezes telinha. E palco. Marco Antônio Cavalcanti/Ag. O Globo

TV Boa arquitetura. E diretores exibidos Regina Ricca Fotos: Arquivo DC

Billy Blanco, um autor de profunda compreensão pela vida de sua musa inspiradora: São Paulo

DOCUMENTO

ELEGIA PAULISTANA André Domingues

O

compositor Paulo Vanzolini não vacila em afirmar que seu colega Billy Blanco, nascido em Belém do Pará, é, no fundo, paulista. E está certo. Pelo menos, se for levada em conta sua famosa obra Paulistana – Retrato de uma Cidade, que acaba de ser lançada em DVD, numa gravação com a Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, regida por Mônica Giardini, e as vozes de Pery Ribeiro, Célia, Claudya, Zé Luiz Mazziotti, Saulo Javan e, naturalmente, Billy Blanco. Nela, a elegia que faz à cidade, ao mesmo tempo crítica e terna – como costumam ser as canções sobre São Paulo nos nossos tempos –, revela um autor de profunda compreensão e simpa-

tia pela vida paulistana. Não por acaso, a obra acabou mesmo se misturando ao cotidiano de sua musa inspiradora com canções como Tema de São Paulo ("São Paulo que amanhece trabalhando...") e A manhecendo ("Vombora! Vombora! Tá na hora..."). O DVD, gravado num concerto do final de 2004, seria lançado em dezembro do ano passado (conforme noticiou o DCultura, em 18 de novembro de 2005), mas acabou atrasando. O resultado, contudo, valeu a espera. Os arranjos de Júlio César Figueiredo, sem exagerar na grandiloqüência , mantiveram-se a serviço da inteligibilidade da palavra cantada, valorizando bastante o trabalho dos intérpretes convidados. Célia, por exemplo, apa-

O DVD Paulistana – Retrato de uma Cidade está à venda nas duas unidades do Centro de Estudos Musicais Tom Jobim – Largo General Osório, 147, Luz, e Av. Padre Antonio José dos Santos, 1019, Brooklin, – ou nos concertos da Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. Os próximos serão no Memorial da América Latina, nesta sexta (16); amanhã, sábado (17) e domingo (18). O ingresso custa R$ 30.

Reprodução

ARTIGAS

D

ois marcos da arquitetura paulista – o prédio da Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo (FAU) ou o do estádio do Morumbi – saíram da prancheta de um dos mais notáveis e premiados arquitetos brasileiros, João Batista Vilanova Artigas (1915-1985), destaque da série Documentários que o Sesc TV exibe hoje, sexta (16), às 21h. A história desse arquiteto nascido no Paraná, mas considerado o definidor da escola paulista de arquitetura, vai ser relembrada no programa. História que passa por algumas de suas principais obras (700 no total), que começaram influenciadas por Warchavchik, em 1939, pelos projetos do Frank Lloyd Wright e mais tarde, por Le Corbusier, por sua convivência com os artistas populares do grupo Santa Helena (a chamada “família artística paulista”) e por seu engajamento político nos anos de chumbo do regime militar, que o levou à prisão, em 1964, e ao seu afastamento da USP, em 1969. O documentário, com 60 minutos, é uma co-produção com o Instituto Tomie Ohtake.

ANTUNES

U

m dos mais importantes criadores musicais brasileiros, Arnaldo Antunes é o convidado de estréia do programa Uma Vez, Uma Canção, mais uma estréia da TV Cultura que vai ao ar amanhã, sábado (17), às 21h. Com apresentação de Carlos Rennó, o programa pretende mostrar todos os passos da criação de uma canção – ou seja, como fatores pessoais, emocionais e afetivos, ou como os fatores técnicos (por que escolher um verso e não outro, uma melodia ascendente ou descendente) pesam no resultado final do trabalho. Arnaldo Antunes, por exemplo, vai falar sobre o processo de composição de três canções de sua autoria: O Que, um dos sucessos dos Titãs, Inclassificáveis, que marcou sua carreira solo (na qual conta ter tido influência dos poetas concretos e do cantor Chico Science), e Volte para o seu Lar, lançada por Marisa Monte.

EXIBIDOS

A

ssim como o mestre Alfred Hitchcock, o que diretores como Martin Scorsese, Bryan Singer e Quentin Tarantino têm em comum? Se você respondeu que eles adoram aparecer em frente às câmeras nas produções que dirigem, acertou. Pois é esse o mote do programa What´s On especial, que o Universal Channel exibe no domingo (18), às 20h57. Scorsese é flagrado interpretando um burguês do século 19 (o que é no mínimo curioso, já que está sempre criticando a burguesia em suas produções) em Gangues de Nova York, filme que lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Diretor. Já Bryan Singer, que dirigiu os dois primeiros longas da saga XMen e o episódio piloto da série House, mostra seu lado trekker em uma ponta em Nemesis, o 10º de uma série de dez filmes baseados na série da TV Jornada nas Estrelase aparece, como ele mesmo, no episódio Medicina Desportiva, em House. O irreverente Tarantino dá o ar da graça em Poople Fiction, um de seus sucessos, e ainda faz uma ponta em A Balada do Pistoleiro, de seu amigo e também diretor Robert Rodriguez.

Divulgação

CD

ALEGRIA DE CARIOCA

ara gravar o CD recém-lançado Acario cando (EMI), Ivan Lins reuniu alguns dos melhores poetas e letristas. A qualidade dos versos dessa gente, por si só, já seria garantia de letras e imagens admiráveis para as melodias. Paulo César Pinheiro está presente em quatro parcerias: A Gente Merece Ser Feliz; Por Sua Causa (em que se destacam as belas presenças do sax-soprano de Zé Nogueira e as cordas arranjadas pelo maestro Leandro Braga); Diana do Mar e Lua Sagrada (esta com a participação especial do Boca Livre, agora de volta à sua formação original). Aldir Blanc se juntou a Ivan em Acariocando (que tem a participação sempre brilhante de Hamilton de Holanda e seu bandolim e o destaque do repique-de-mão de Marcelinho Moreira) e Antídotos (esta também com Cláudio Lins, e que conta com o violão virtuoso de Guinga). Lenine escreveu a letra de Se Acontecer (xote cantado a duas vozes com Ivan). Nei Lopes fez a letra de Prece ao Samba, um dos dois belos sambas do CD, enriquecido pelo arranjo de cordas feito por Gilson Peranzzetta, pela boa “cozinha” e pela competência do violão de Cláudio Jorge. Abel Silva fez versos para Passarela no Are Moska escreveu os seus para Ela é a Própria Vida (Funk Catarina). Chico Buarque diz presente com Renata Maria, e Dona Ivonne Lara, com Deus é Mais (“Quem me vê pelas ruas sorrindo/ Não sabe/ Que meu mundo estava ruindo...”), música lindíssima, em que a voz da grande dama do samba pontifica

Aquiles Rique Reis apoiada nos bons sopros escritos pelo trombonista Vittor Santos. Celso Viáfora (grande letrista!), que hoje é um dos parceiros mais constantes de Ivan, fez versos para O Tempo me Guardou Você, transformada em faixa bônus. Ivan Lins é compositor de recursos musicais reconhecidos por grandes nomes da música internacional. Sua carreira no exterior tem o prestígio que poucos conseguem ter sequer parecido. Aqui, seus fãs e seus colegas de profissão sabem que Ivan é um músico capaz de transpor para o pentagrama melodias e harmonias da mais fina

qualidade, que lhe vêm pelas teclas de seu piano. Os músicos entendem ser Ivan alguém que lida com mestria com a música; alguém que, ao compor, revela-se por inteiro um grande autor de belas canções. Ele, um de nossos compositores mais apaixonados, expressa toda essa paixão através da música. E Ivan Lins nos chega agora com um trabalho no qual pretende, segundo tem declarado à mídia, resgatar a alegria de ser carioca e levantar o moral de uma das cidades mais lindas do mundo, subjugada pelo medo da violência comandada pelo narcotráfico mafioso.

Nessas entrevistas, Ivan afirma estar vivendo um momento de intensa criatividade, envolvido que está em diversos projetos. Diz que são centenas e realça aquele que mais o tem mobilizado: liderar, junto a outros poucos abnegados feito ele, um movimento político que consiga levar a música à posição importante que deveria ocupar na cultura nacional. E Ivan gravou Acariocando após estar ocupado em reuniões setoriais com músicos de todo o Brasil e ter se encontrado com parlamentares sensibilizados pela justeza da bandeira levantada, em Brasília. Um risco! Produzido por Paulinho Albuquerque (um dos produtores mais lúcidos em atividade), o álbum resvala, entretanto, em algumas outras cascas de banana que, se não comprometem o resultado final, infelizmente o situam aquém de suas possibilidades, tantas: sua voz, aquela que às vezes sai da garganta arranhada pela emoção (motivo de inúmeras críticas com as quais este comentarista absolutamente não concorda), entretanto, foi aparentemente deixada de lado e o levou a compor – e a cantar – em tons mais baixos do que normalmente faria. Só que a voz de Ivan Lins soa vibrante quando aguda, quando próxima daquilo que motiva as críticas. Mas P. C. Pinheiro deu a dica no samba que abre o CD: “Coração da gente é igual país/ Não deu certo uma mudança/ Você muda de esperança...” Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, ed. A Girafa.

Em Chalaça A Peça, histórias surgem como depoimentos dados pelos nove atores em 30 personagens

TEATRO

P

A FAU durante a construção e hoje: marco da arquitetura paulista criado por João Batista Vilanova Artigas

rece muito bem em todas as suas performances, embora lendo as letras na hora. O octogenário Billy, também, protagoniza o momento mais emocionante da gravação: Viva o Camelô,o seu único número solo.

ARES UNIVERSITÁRIOS Sérgio Roveri

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ntimidados diante da implacável ofensiva da Copa do Mundo, os produtores de teatro resolveram tirar o time de campo por estes dias. Ao contrário das semanas anteriores, em que uma média de oito espetáculos entrava em cartaz nas noites de sexta, o público tem hoje somente duas novas opções nos palcos. Coincidentemente, duas montagens saídas dos bancos universitários. A primeira é Chalaça – A Peça, a cargo da Cia. Les Commediens Tropicales, formada por ex-alunos do curso de Artes Cênicas da Unicamp, que entra em cartaz no Teatro do Sesc Santana. A outra é Desde que o Samba é Samba, em que os estudantes do terceiro ano da Escola de Arte Dramática da USP mostram, no Teatro Laboratório da ECA/USP, uma viagem pela história do samba. Chalaça – A Peça é livremente inspirada no romance O Chalaça, que rendeu ao escritor José Roberto Torero o Prêmio Jabuti, em 1995. Livremente porque, nas mãos dos ex-alunos e da cientista política Isabel Lustosa, consultora no processo de adaptação, alguns personagens que não

constavam da história original, como José Bonifácio, o jornalista Libero Badaró e o pintor francês Jean-Baptiste Debret foram incorporados à trama. No romance, Torero esmiuça a vida de um dos personagens mais enigmáticos da corte, o conselheiro de D. Pedro I, Francisco Gomes da Silva, mais conhecido como Chalaça. Figura influente dos bastidores da política brasileira na primeira metade do século 19, Chalaça é, na opinião do escritor, um personagem essencial à compreensão do Brasil de hoje – uma espécie de PC Farias do governo Collor, ou um José Dirceu do presidente Lula. A vida deste alcoviteiro-mor é narrada, no livro de Torero, na forma de diário. Na montagem teatral, as histórias surgem como depoimentos dados pelos nove atores, que interpretam mais de 30 personagens históricos – entre eles a Imperatriz Leopoldina, a Marquesa de Santos e, claro, o próprio imperador D. Pedro I. Um dos atores do espetáculo, Carlos Canhameiro, explica que o grupo resolveu recuperar tantos personagens com o propósito de desmistificar a história do Brasil no período da independência.

Embora a história também seja a matéria-prima do espetáculo Desde que o Samba é Samba, o foco aqui abandona a política para, literalmente, cair na gandaia. Em vez de imperadores e marquesas, os personagens visitados por esta peça são os compositores Vinicius de Moraes, Baden Powell e Noel Rosa, entre outros que fizeram do samba o ritmo nacional por excelência. A montagem focaliza esta vocação dos músicos populares que, com uma caixinha de fósforo nas mãos, operam o milagre de transformar em poesia e prazer a dor do brasileiro. Chalaça – A Peça, Teatro do Sesc Santana, Av. Luís Dumont Villares, 579, tel.: (11) 69718700. Sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos a R$ 10. Desde que o Samba é Samba, no Teatro Laboratório da ECA/USP, Av. Luciano Gualberto, travessa J, 215, Cidade Universitária, tel.: (11) 3091-4376. Quarta a sábado às 21h30; domingo às 20h30. Ingresso: grátis.


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LAZER - 3

VISUAIS Craques das artes plásticas são escalados para mostrar talento no campo das tintas e pincéis Fotos:Divulgação

Rita Alves

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Embaixada do Brasil na Alemanha realiza até o dia 14 de julho a exposição Os Onze – Futebol e Arte , que reúne um time de onze craques brasileiros das artes plásticas. O tema, futebol-arte, contou com uma equipe renomada e inusitada que inclui uma participação feminina na escalação: Maria Bonomi. Ela é acompanhada por Antonio Peticov, Cláudio Tozzi, Jô Soares, José Roberto Aguilar, José Zaragoza, Roberto Magalhães, Rubens Gerchman, Tomoshige Kusuno, Zélio Alves Pinto e Ivald Granato, que também é curador da mostra. O evento, promovido pelo MuBE (Museu Brasileiro da Escultura), integra o programa Copa da Cultura, de intercâmbio cultural entre Brasil e Alemanha, lançado pelo Ministério da Cultura. Na mostra, cada artista apresenta uma única obra, exibida em uma tela de aproximadamente 2 metros por 2 metros. Segundo o curador, o tamanho do quadro foi escolhido com a intenção de criar impacto e transmitir emoção. E completa: "Foi a Embaixada do Brasil na Alemanha que sugeriu a exposição. Buscamos o formato e um time de artistas que tivessem identidade com o futebol". Um lance do jogador brasileiro Bebeto serviu de inspiração para o paulista Antônio Peticov criar a tela Bicicleta. Utilizando acrílico sobre tela (1,90 x 1,90), o artista usa o relato cromático pelo de movimento para retratar o futebol, carinhosamente chamado por ele de "balé de gigantes". A intenção de Peticov foi fazer um gol cheio de cores, daqueles que deixam os torcedores boquiabertos. Outro momento de atenção, tanto da torcida quanto do time em campo, também está retratado na mostra. É o quadro Car tões, criado por Jô Soares. O artista decidiu trabalhar o instante em que o juiz interrompe a partida para lançar mão dos cartões amarelo e vermelho. Já Maria Bonomi, única mulher a integrar o time do projeto Os Onze, escolheu registrar em xilogravura o momento de maior emoção para qual-

quer torcedor: o gol. Sua criação mostra um gol espetacular que afunda a rede e dá título à obra. O craque Ronaldinho Gaúcho recebe uma homenagem do artista plástico Rubens Gerchman. Em sua obra, o carioca pintou o atleta com jeito de moleque, segurando um estilingue na mão direita e jogando com os cabelos ao vento. "É o balé do nosso futebol", diz Gerchman. Para Marilisa Rathsam, presidente do MuBE, esta é uma das mais interessantes exposições temáticas já realizadas fora do País a reunir obras criadas especificamente para um evento que tem o futebol como fonte de inspiração e referência nas artes. Quem quiser conferir a exposição no Brasil terá que esperar até o mês de outubro, quando ela será apresentada no MuBe, em São Paulo. Na Embaixada do Brasil na Alemanha, fica em cartaz até 14 de julho. Os Onze – Futebol e Arte. Embaixada Brasileira na Alemanha. Wallstrasse 57 – 10179 – Berlim – Alemanha. Telefone: (030) 72 62 81 31. email: brasil@brasemberlim.de

Outras mostras Camisas Históricas da Seleção Brasileira - 1958/2002. O dia de estréia da seleção brasileira na Copa marcou a inauguração da mostra Camisas Históricas da Seleção Brasileira - 1958/2002 no shopping Pátio Higienópolis. Doze camisas originais de jogadores que participaram do torneio ficam expostas até o dia 9 de julho. Peças de Romário (1990), Zito (1962) e Rildo (1966) estão entre as vestimentas. Shopping Pátio Higienópolis. Av. Higienópolis, 618, piso Veiga Filho, Consolação. Tel.: (11) 3823-2300. Aberta de segunda a domingo, das 10h às 22h. Grátis. Peléstation - The Legend in Action. A exibição em cartaz em Berlim, criada e desenvolvida pelo produtor Marcello Dantas, reproduz em estádio virtual a emoção de rever Pelé em ação, e traz fotos, vídeos, objetos e textos que contam a história da carreira e da vida do autor de 1281 gols, nos seus 21 anos de carreira. A exposição propõe aos visitantes uma imersão sensorial e informativa no universo do maior artilheiro de todos os tempos. Peléstation - The Legend in Action. U3 Station, Potsdamer Platz, Berlim. Até 9 de julho. Pinturas e esculturas. O esporte mais popular do Brasil ganha uma homenagem na Galeria Brasiliana. A exposição apresenta cerca de 40 pinturas e esculturas de 15 artistas populares brasileiros como Zica Bergami, Licidio Lopes, José Antonio da Silva, Paulo Carneiro, Nilson de Viçosa, Agostinho Batista de Freitas e Nilson Pimenta, entre outros. Galeria Brasiliana. Rua Artur de Azevedo, 520, Jardim América, Tel.: (11) 3086-4273. Segunda a sexta: 10h às 18h. Sábado: 10h às 17h. Até 15 de julho. Grátis. Getty Images na Copa do Mundo. A Getty Images, provedora de conteúdo visual para diversas áreas

Obra Bicicleta, de Peticov. As luvas do goleiro Marcos. E a homenagem de Gerchman a Ronaldinho Gaúcho

Cafu, de Humberto Pessoa, exposto no Shopping D

da comunicação, expõe algumas das imagens que ilustram os momentos mais memoráveis da história do futebol mundial. Um destaque da mostra é o acesso interativo ao blog do premiado fotógrafo Stuart Franklin, enviado da companhia à Alemanha para acompanhar a seleção brasileira. Fnac Pinheiros. Praça dos Omaguás, 34, Pinheiros. Tel.: (11) 4501-3000. Domingo a domingo, das 10h às 22h. Grátis. Show D Bola. Craques e técnicos que fizeram do Brasil o único pentacampeão estão reunidos em 50 caricaturas no Shopping D, na exposição Show D Bola. Peças à parte na exposição são as curiosas caricaturas Jules Rimet - Derretendo a Taça, A França Zidanou-se, Brasil x Turquia, Torcedor Fanático e duas outras focalizando Carlitos Tevez, o mais corintiano dos argentinos. Shopping D. Av. Cruzeiro do Sul, 1100. Tel. (11) 3311-9333. Segunda a sábado, das 12h às 20h. Domingos e feriados, das 12h às 20h. Grátis. Futebol Pensado. Baptistão, Carlinhos e Tony D'Agostinho são os autores das caricaturas expostas na Praça de Eventos, no Sesc Vila Mariana. Todas vêm acompanhadas de frases e reflexões de escritores como Luis Fernando Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade, Albert Camus e Nelson Rodrigues, entre outros. Sesc Vila Mariana Praça de Eventos. Rua Pelotas, 141, Vila Mariana. Tel.: (11) 5080-3000. Terça a sexta, das 9h às 21h30; sábado e domingo, das 10h às 18h30. Grátis. Até 16 de julho. A Pátria de Chuteiras. A mostra conta a memória do futebol por meio de vídeos, fotos e outras referências da História das Copas. A camisa de Jairzinho Furacão, da Copa de 1970 e a 100% Jardim Irene, usada por Cafu em 2002, são alguns exemplos dos itens expostos. A mostra também conta com um painel multimídia com fotos e imagens de gols memoráveis. Praça de Eventos do Banco Real, na Avenida Paulista, 1374. Domingo a domingo, das 10h às 21h. Grátis. Até 14 de julho.

O JOGO DO BEIJO Veja todas as respostas e os nomes dos dez ganhadores do concurso

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No alto, Gol!, de Maria Bonomi. A Dança do Futebol, de Tozzi. E a camisa usada pelo lateral esquerdo Rildo contra Portugal, na Copa de 1966. Partida marcou os brasileiros pelo adeus ao sonho do bi

Jogo do Beijo do DCultura, proposto em forma de quebra-cabeças na última sexta, dia 9, atraiu 10.567 visitantes ao site do Diário do Comércio (www.dcomercio.com.br). Encerrado à meia-noite de terça (13), o concurso revelou que entre os leitores há atentos cinéfilos. O vencedor foi Regis Pallotta Trigo, que acertou todas as questões e ganhou um jantar para duas pessoas, com cardápio a la carte, no valor de R$ 110, no restaurante Tramonto, e uma diária de fim de semana (R$ 220), no Mercure Grand Hotel Ibirapuera, com direito a bombons, duas taças de espumante de boas-vindas e café da manhã servido no quarto. O segundo lugar ficou com Tiago Martinez Giorgetto, ganhador da caixa de DVDs Marilyn Monroe - The Ultimate Collection, que contém 12 filmes da diva, entre os quais Adorável Pecadora, Os Homens preferem as Loiras e Quanto Mais Quente Melhor. Algumas questões confundiram os participantes. Grande número de concorrentes viram, no número 13, Debbie Reynolds, atriz principal no filme Cantando na Chuva, no beijo com Gene Kelly. Mas na foto mostrada, trata-se de Cyd Charisse. Também a imagem de número 8 levou muitos a acreditarem que era Keanu Reeves quem aparecia junto à loira. Porém, o casal é Jonathan Rhys- Meyers e Scarlett Johanssen, no filme Match Point - Ponto Final, de Wood Allen – na nossa dica, o neurótico profissional que dirige a trama. Veja a seguir todas as respostas, com os títulos dos filmes, nomes dos atores e personagens. E a lista com os dez vencedores.

Vencedores 1º. Régis Pallota Trigo 2º. Tiago Martinez Giorgetto 3º. Alice de Salvo Sosnowski 4º. Ricardo Moreira Antunes 5º. Cristiane Teixeira Bautista 6º. Maria Luiza Agostini Tessarine 7º. Fabiano Oliveira Rios 8º. Valéria Santos 9º. Flávio Ribeiro de Paula 10º. Maria Cecilia Lourenço

A capa do Diário do Comércio da última sexta, dia 9 de junho, com o quebracabeças do Jogo do Beijo: mais de dez mil participantes na promoção e "pegadinhas" nas questões de números 8 e 13

Respostas 1. Hotel Ruanda - Sophie Okonedo (Tatiana Rusesabagina) e Don Cheadle (Paul Rusesabagina) 2. Terra de Paixões (Red Dust) Mary Astor (Barbara "Babs" Willis) e Clark Gable (Dennis Carson) 3. Quanto Mais Quente Melhor (Some Like It Hot) - Marilyn Monroe (Sugar Kane) e Tony Curtis (Joe / Josephine) 4. Olga - Camila Morgado (Olga Benário) e Caco Ciocler (Luís Carlos Prestes) 5. Calouros na Broadway (Babes on Broadway) - Judy Garland (Penny) e Mickey Rooney (Tommy) 6. Quero-te Como És (Honky Tonk) - Lana Turner (Elizabeth Cotton) e Clark Gable (Candy Johnson) 7. Instinto Selvagem (Basic Instinct) - Sharon Stone (Catherine

Tramell) e Michael Douglas (Nick Curran) 8. Ponto Final – Match Point Scarlett Johansson (Nola Rice) e Jonathan Rhys-Meyers (Chris Wilton) 9. Tarzan e sua companheira (Tarzan and his mate) - Maureen O’Sullivan (Jane) e Johnny Weissmuller (Tarzan) 10. Titanic - Kate Winslet (Rose DeWitt Bukater) e Leonardo DiCaprio (Jack Dawson) 11. A um Passo da Eternidade (From Here to Eternity) - Deborah Kerr (Karen Holmes) e Burt Lancaster (Sargento Milton Warden) 12. Sr e Sra Smith - Angelina Jolie (Jane) e Brad Pitt (John) 13. Cantando na Chuva (Singin’ In The Rain) - Cy Charisse (dançarina) e Gene Kelly (Don Lockwood)


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GASTRONOMIA

Adegas submarinas

A alta cozinha das terras germânicas Sérgio de Paula Santos

José Guilherme Ferreira

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m pequeno robô, dotado de câmaras digitais e sonar de alta resolução, é nova arma dos arqueólogos que se lançam aos oceanos atrás de navios naufragados. O SeaBED (foto) foi desenvolvido por pesquisadores do Woods Hole Oceanographic Institution e usado para mapear um navio que afundou entre as ilhas de Quios e Oinoussia, no mar Egeu, há mais de 2.300 anos. A partir de 2005, o robô passou a fornecer para cientistas gregos e americanos o que hoje são mais de 7.500 imagens da embarcação grega, encalhada há 60 m de profundidade, onde uma exploração convencional seria impraticável. O navio de madeira carregava centenas de ânforas de vinho e de óleo de oliva, originárias de Quios e Samos. Estudos sobre essa "adega submarina", encontrada entre peixes coloridos e esponjas, ajudam a detalhar antigas rotas comerciais e nomear seus principais protagonistas. Atenas era o maior mercado para os vinhos de Quios, que alcançavam Chipre e Criméia.

As ânforas indicam que Quios continuou a comercializar seu vinho no séc. IV a.C., mesmo após a Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.) e o declínio do império ateniense. A precisão dos volumes medidos pelo robô em Quios vai contribuir para o redimensionamento histórico do comércio na região. E tem peso igual ao das importantes descobertas em La Madrague de Giens, Sul da França. Ali um navio afundou em 60 a.C. com nada menos do que 7 mil ânforas de vinho que levava de Pompéia para Marselha.

Divulgação/Chris Roman/Whoi

Leonardo Rodrigues/Hype

http://www.whoi.edu/sbl/liteSite.do?litesiteid=2740&ar ticleId=5698 www.culture.gouv.fr/culture/archeosm/archeosom/en/madra-s.htm

Tassilo Drosdek, chef do Weinstube, restaurante dentro do clube Transatlântico: cardápios especiais para os almoços durante os jogos da Copa Divulgação

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

Schlachtplatte, do Konstanz

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Alemanha tem ocupado a mídia de forma crescente, à medida que os jogos da Copa acontecem. Pode ser boa oportunidade para manter um contato mais íntimo com a cozinha e a gastronomia alemãs. De um modo geral a cozinha alemã é pouco e mal conhecida fora do país. Sua imagem é a de pratos fartos e suculentos, de aspecto rústico, à base de carne de porco, acompanhados de sauerkraut (indevidamente chamado de chucrute), batatas cozidas e purê de maçã, regados a uma dourada e espumante cerveja. Essa visão é parcial e limitada, baseada em antigas tradições culinárias apenas de algumas regiões. A cozinha atual alemã é muito mais do que isso, e nada mais falso que dissociar a deutsche küche de hoje da haute cuisine. A partir do “milagre alemão” do pós-guerra, o turismo dos alemães levou uma substancial contribuição para a gastronomia nacional. Os jovens e os empresários, que andaram por todas as partes, refinaram-se, e os Gastarbeitern (trabalhadores convidados, eufemismo com que são denominados os imigrantes turcos, latinos, eslavos, asiáticos ou africanos) acabaram por contribuir com suas culturas alimentares. Dos numerosos e modestos imbiss (pequenos locais de comida rápida) aos refinados restaurantes de cozinha indu, indonésia, chinesa, espanhola,

balcânica, grega, peruana, russa, argentina etc, e até brasileira, com feijoada, caipirinha e carne seca, pode-se encontrar no país de tudo e de qualquer parte do planeta. Com relação à cozinha alemã autóctone, pode-se considerar três regiões — norte, na qual se incluem naturalmente os peixes e os frutos do mar, central, em que predominam as carnes suínas, bovinas e ovinas, e sul, onde se destacam os embutidos. Como denominador geral, a batata, ubíqua e as verduras, indispensáveis em qualquer mesa. Lembre-se também da tradição nacional das aves — ganso, pato e frango; e da caça — cervo, javali, lebre etc; além dos laticínios, a imensa variedade de queijos e o pão, de todos os tipos e cereais, entre os melhores do mundo. Pode-se lembrar também a charcutaria, os frios – ponto alto dessa cozi-

tre ou não, podem-se fazer bolos, tortas, geléias, sucos, licores e destilados, os produtos dessa doçaria são infinitos. Com relação aos destilados, os mais afamados são os de framboesa (Himberggeist) e os de pêra (Birnengeist), especialidades também da Floresta Negra. Vinho - Com relação ao vinho alemão, pelo menos os de melhor nível, são pouco conhecidos e consumidos entre nós. Certamente será menos procurado pelo turista-do-futebol. Resta assim a cerveja, paixão nacional alemã, a terceira produtora mundial (atrás dos Estados Unidos e da China), com 82 milhões de hectolitros anuais e um consumo médio de 117 litros anuais per capita (2004), inferior apenas ao da República Checa. Nosso consumo é de 49 litros anuais per capita, contra menos de três litros de vinho. Será assim uma ótima oportunidade para o visitante brasileiro tomar

Divulgação

Strudel de morango, da Confeitaria Christina: pedido sob encomenda, mas em qualquer época

nha – inigualáveis, cozidos e defumados. Com relação ao pescado, existe uma cadeia nacional de lojas, a Nordsee (Mar do Norte), com inúmeras variedades de peixes, que os prepara na hora. São primorosamente bem apresentados, rápidos e de bom preço. Convivem ao lado dos McDonalds, que prostituem todas as cozinhas… Doces - Destaque também para a doçaria alemã, os bolos e as tortas, das quais as mais badaladas são o Apfelstrudel, de maçã (na realidade de origem austríaca), e as Käsetorte, de queijo, as Schwartzwälder Kirchtorte, a torta de cereja da Floresta Negra, o Marmorkuchen, bolo de mármore, e os Marzipans (os mais reputados são os de Bremen, no norte) e outros. Se levarmos em conta que de qualquer fruta, silves-

contato com as maravilhosas "loiras geladas" alemãs, lembrando-se que lá respeita-se a lei da pureza (Reinheitsgebot), de 1516, pela qual as cervejas só podem conter, além da água, cevada, lúpulo e a levedura, sendo a única exceção possível, o trigo em vez da cevada. O milho e o arroz de nossas cervejas (não informados pelos produtores) não são admitidos nas alemãs. Existem na Alemanha 1270 cervejarias e 5000 marcas de cervejas, metade das quais na Baviera e na Vestfália. Muitas cidades produzem um tipo próprio de cerveja, como a Kölsch de Colônia, clara e frutada, as Bock de Munique, a Berliner Weisse da capital, as Altbier, as de trigo, Weizenbier, da Francônia etc. Pode-se afirmar que a Alemanha é o paraíso da cerveja.

Em 2004 o país exportou 13,7 bilhões de litros para a União Européia, seu principal mercado, além da exportação para os países do Novo Mundo, entre os quais o nosso. Levando-se em conta que em São Paulo está a maior concentração de empresas alemãs do mundo, que a colônia germânica não é pequena e que temos vários clubes e restaurantes alemães, nosso conhecimento da gastronomia do país é relativamente pequeno. Carne de porco - Para começar, o clássico Eisbein (joelho de porco); Sauerkraut (repolho azedo) ou seu irmão Rotkohl; os frios variados (Schinkenplatee), os Rollmöpse, filés de arenque enrolados em cebola e pepino; o Grünkohl mit Pinkel de Bremen (repolho crespo com chouriço Pinkel), as variadas apresentações de carne de porco, de cordeiro, o Rheinischer Sauerbraten, com carne de vaca estufada com cebola, caldo de verduras, vinho tinto, vinagre, creme ácido, cravo, pimenta, passas de uvas. Há Apfelmus (puré de maçã) e Klöse, uma espécie de almôndega de batata, os Spätzle, uma massa típica do sul que acompanha bem pratos de carne; os presuntos defumados da Vestfalia, as variedades e tipos regionais de lingüiça, de Munique (Weisswürtz, brancas), de Frankfurt, de Nürenberg, os salames da Saxônia e de Hannover, os enchidos de fígado (Leberwurst), os de sangue (Blutwurst). Todos podem ser acompanhados por grande variedade de pães, integrais ou com sementes; o Pumpernickel de centeio e os molhos de rabanete picante. Temos o ganso assado com maçã, o Zwiebelkuchen, torta de cebola, que se acompanha com o delicioso Federwein, mosto de vinho branco. Gosto não se discute, quando muito se educa. E o paladar é cultural. Não existe, portanto, razão lógica para mantermos nosso colonialismo cultural e gastronômico no modelo francês. Afinal, cabe lembrar que chef é apenas cozinheiro e patissier, só confeiteiro… Fora do atropelo da Copa, o visitante lá poderá perceber os sabores da cozinha alemã. O futebol passa, o prazer da mesa permanece, renovando-se sempre. E para quem ficou, há a opção dos restaurantes alemães em São Paulo.

Alguns restaurantes de comida alemã em São Paulo Comemoração O Konstanz oferece, até o final da Copa, um cardápio comemorativo com os pratos típicos das cidades alemãs que receberão as seleções do mundo. Como o Schlachtplatte, tradição de Nuremberg composta pelos principais ingredientes da cozinha alemã como o joelho e a bisteca de porco, acompanhados pelas salsichas do Wurstbier e o Bluwurst, lingüiça feita com um amarrado de sangue de porco. Custa R$ 82,90, para até três pessoas. Pode-se assistir lá aos jogos, em dois telões de 128" e tomar o chope de metro. O Konstanz fica na Av. Aratãs, 713, esquina com a Alameda dos Aicás, no bairro de Moema, tel.: (11) 5543-4813.

Doces Na Confeitaria Christina, alegrias doces para quem não pode viajar até a Alemanha para torcer pelo Brasil, como o strudel de morango, feito em qualquer épocas do ano, sempre sob encomenda ou o tradicionalíssimo "apfelstrudel" – ou strudel de maçã. Como nas receitas originais austríacas e alemãs, o teor de açúcar é menor e os doces trazem geralmente menos cobertura ou cremes, que são substituídos por geléias e frutas. Amora, groselha, cereja, framboesa, maçã, damasco e ameixa, por exemplo, são encontrados na maioria das receitas. A Confeitaria Christina fica na Rua Vieira de Moraes, 837, Campo Belo, tel.: (11) 5044-5400.

Tradição O Arnold's Naschbar é lugar para comer chucrute garnie (R$ 80, para até quatro pessoas); O prato é composto por quatro tipos de salsicha, eisbein e kassler, batata e repolho. Na Rua Pereira Leite, 98, Sumarezinho, tel.: (11) 3672–5648. Salsichas Goulash com chucrute e bolinho de pão (R$ 22) pode ser a pedida no Bierquelle. Além das salsichas tipo viena e de vitela feitas na casa, servidas com salada de batata (R$ 17,50). Na Avenida Aratãs, 801, Moema, tel.: (11) 5093–4327. Festa alemã Dentro do Clube Transatlântico, no cardápio do Weinstube entram as criações do chef alemão Tassilo Drosdek, que in-

cluiu pratos diferentes para cada dia da semana, que serão servidos aos clientes que decidirem assistir ali aos jogos da Copa. Uma delas é o pato assado com spätzle (uma massa parecida com nhoque) amanteigado e repolho roxo (R$ 38,50). Nestes dias de frio, vale aproveitar também o festival de sopas. Rua José Guerra, 130 (Club Transatlântico), Chácara Santo Antônio, tel.: (11) 2133–8600. Páprica O Windhuk serve paprikaschnitzel (R$ 30), o tradicional filé suíno empanado ao molho de páprica com bolinho de batata, que também pode ser pedido nas versões de frango (R$ 30) e de filé mignon (R$ 39). Alameda dos Arapanés, 1400, Moema, tel.: (11) 5044–2040.

Público jovem na noite do bar; e o puxadinho caldeirão, que leva picanha, lingüiça, frango, pimentão, cebola e molhos

HAPPY HOUR

No Caldeirão da Copa Armando Serra Negra

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riblou o primeiro, chaleira no segundo, chapéu no terceiro, bicicleta... Não há lugar melhor para assistir aos jogos do que o Caldeirão da Villa. A começar pela hostess Mariazinha Colgnesi, mascote de 0,95 centímetros de altura, bonitinha, com suas mágicas energias voltadas unicamente à seleção canarinho; depois, a simpatia do gerente Vicente Braga, cuidando para que os 500 clientes comodamente instalados – no salão ou no mezanino – torçam à vontade, nos três telões, cinco televisores de plasma 42 polegadas, cinco outros de 20 polegadas, um nos banheiros... Para onde quer que se olhe, lá estão as imagens, estrategicamente posicionadas para que nenhuma cabeça inconveniente atrapalhe os melhores lances da partida. A casa é nova – não completou ainda um ano – e é reduto da diretoria do Bradesco (a Cidade de Deus é ali perto), que além dos happy hours, realiza algumas reuniões informais, e do pessoal da Rede Globo, também na área. De terça a domingo, curtem música ao vivo das 19h às 23h. "A partir disso, paletós e gravatas cedem lugar aos quepes e bermudões dos universitários da USP, Uniban e Unifiel, som de DJs", diz Vicente. O pessoal elegante do São Francisco Golf Clube também dá suas paradinhas, para re-

frescaram-se após os torneios com um chope Brahma (R$ 3,50), ou uma Smirnoff Ice (R$ 8); antes, devem tonificar-se com um poderoso Açaí, mel e guaraná (R$ 9,50). O Caldeirão da Villa – alegremente enfeitado para a Copa – é um grande galpão estilo country, todo vermelho por fora, varandão para 160 pessoas. Interior decorado com extremo bom gosto: na base da madeira, paredes em tons suaves laranja e vermelho, iluminação de primeira, clima aconchegante, até para namorar. Muita cerveja? Banheiros espaçosos... (Bohemia e Original 600 ml – R$ 5). Forrar o estômago: puxadinho caldeirão (picanha, lingüiça, frango, pimentão verde e vermelho, cebola, pães e molhos, R$ 27,90), iscas de peixe (R$ 16), corniccione (massa de pizza, azeite, sal, parmesão R$ 8). Beba com moderação! O ingresso para o horário da peleja é de R$ 20 – direito a três chopes – preferivelmente com reservas: "É um modo de filtramos o público e evitar a superlotação; quem vier terá lugar garantido", avisa Vicente... É gooooool de placa! Brasil!!! Caldeirão da Villa - Avenida Cândido Mota Filho, 338, Vila São Francisco, travessa da Avenida Corifeu Azevedo Marques, tel: (11) 3714-6337.


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CINEMA Drama esquisitão, filme nauseante, Banderas na dança, Garfield faminto e Astaire em DVDs. Mais Filmes/Divulgação

Fox Film/Divulgação

OUTRAS ESTRÉIAS

Eu, Você, Todos Nós: longa-metragem de estréia da diretora é tímido e recatado, mas já levou dois prêmios

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APRECIE

É SIMPLES COMO UM ENIGMA Geraldo Mayrink

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ara quem gosta de ver coisa diferente – e todo mundo gosta, ou não? – Eu, Você e Todos Nós é um prato cheio. É tão original que chega a ser esquisito, e isto sem fazer nenhuma revolução de linguagem que costuma deixar a platéia desnorteada. É tudo simples como um enigma. Ambientado num subúrbio de Los Angeles, cuida de gente comum, ou nem tanto. Trata da história de Christine (Miranda July, também roteirista e diretora), uma artista solitária que tenta de todo jeito se aproximar das pessoas, e Richard (John Hawkes), um vendedor de sapatos descasado e pai de dois filhos de sete e 14 anos. O "todos nós" do título incluem duas adolescentes loucas por sexo, uma mulher que busca relacionamentos por e-mail, uma pitada de erótica pela internet, um pouco de pornografia pintada nas paredes e um senhor cuja mulher está saltando fora do casamento. Todo mundo se entendendo e desentendendo, nesta simplicidade toda. É isso. A esquisitice talvez corra por conta

do currículo da diretora-roterista-atriz, que antes de ingressar no cinema fez carreira como artista performática, com tudo que isto implica, com trabalhos incluídos nas coleções permanentes de museus cinco estrelas como o MoMA e o Guggenheim. Desde que um urinol (o popular penico) foi alçado à categoria de obra de arte pelo francês Marcel Duchamp, no começo do século passado, tudo se tornou possível no mundo das perfomances. Richard põe fogo na própria mão, para experimentar. Depois, desenfaixa a mão e sai para passear. No trabalho, explica com grande seriedade e ênfase que "aqui não tocamos nos pés dos clientes, jamais, sob nenhum pretexto". Uma menina algo carrancuda guarda num baú as peças de seu futuro enxoval, que um dia doará à filha. Duas adolescentes taradas, que podem também ser lésbicas, submetem o rapaz de 14 anos a um teste: mandam que feche os olhos, fazem sexo oral nele e perguntam-lhe qual das duas é mais habilidosa naquilo. Quanto a Cristine, tem um serviço

de táxis para pessoas da terceira idade. E por aí vai. Na verdade, não acontece muita coisa neste mundo performático. O filme, como quase toda obra de estréia, é tímido e algo recatado, mesmo com algumas passagens mais cabeludas. Aos 32 anos, Miranda July, que sem ser bela tem um certo encanto e simpatia, também vem tentando a profissão de atriz (O Filho de Jesus). Embora, como diretora, precise arrumar assunto, parece ser uma moça de sorte. Tanto que seu primeiro filme já ganhou dois prêmios em festivais de prestígio, o Camera d’Or de Cannes do ano passado, e um especial o júri do Sundance. Talvez no futuro ela mereça mesmo. Eu, Você e Todos Nós (Me And You And Everyone We Know, 90 minutos, Estados Unidos, 2005). Direção: Miranda July. Com Ellen Geer, John Hawkes, Brad William Henke, Miranda July, Jordan Potter, Brandon Ratcliff, Jason A. Rice. Distribuição: Mais Filmes.

PlayArte/Divulgação

Pierre Dulaine (Banderas) conduz a aluna no tango: misto de Flash Dance com Ao Mestre com Carinho

DANCE

A VALSA DOS REBELDES Lúcia Helena de Camargo

F

DVD

eito por uma experimentada diretora de videoclipes, Liz Friedlander, o longa-metragem Vem Dançar estreou neste feriado de Corpus Christi nos cinemas do País, trazendo Antonio Banderas no papel de um professor de dança de salão que ensina sua arte a adolescentes pobres e hostis. Apesar do argumento manjado, roteirizado por Dianne Houston, a história foi baseada em acontecimentos reais. E de fato existiu um Pierre Dulaine que se voluntariou para trabalhar com os piores alunos do ensino médio de um colégio no centro de Nova York, onde, entre outras coisas, eram necessárias revistas na entrada para que ninguém entrasse armado. E boa par-

te da escola era fichada pela polícia. Não soa espantoso aqui, já que na periferia das grandes cidades brasileiras infelizmente não é raro encontrar adolescentes envolvidos no crime. Mas o que se quer é mostrar a generosidade e paciência do professor, que movido pelo interesse genuíno na evolução dos aprendizes, chega a algo mais. Claro que os rebeldes e nada simpáticos estudantes, a princípio rechaçam as aulas e tudo o que Dulaine tem a oferecer. E também claro que depois não apenas aceitam, como gostam. Transformam em hip hop canções de Gershwin e interpretações de Nat King Cole. E o professor acha tudo lindo. À vontade no papel, Banderas chega de terno e gravata, sem obrigação

A Dançando

nas nuvens, com Fred Astaire.

ssista a um filme com Fred Astaire (1899-1987). Qualquer um dos 40 que ele fez. Terminada a projeção, será inevitável: você será tomado por uma tremenda vontade de sair por aí, sapateando. Aquilo que Astaire faz na tela parece facílimo de ser imitado, tamanha a sua naturalidade. Tente imitá-lo. Ao primeiro passo, você perceberá que

Imovision/Divulgação

de fazer cara de latin lover ou tirar a camisa. E acaba saindo-se bem nesse filme que lembra uma mistura de Flash Dance com Ao Mestre com Carinho. Uma sensação de déjà vu ronda a tela quando o grupo envolve-se em uma competição da qual também participam dançarinos mais experimentados. Mas uma agradável sutileza mantém a dignidade na seqüência final e o expectador, livre da pieguice esperada, respira aliviado e curte a valsa. Vem Dançar (Take The Lead, 108 minutos, Estados Unidos, 2006). Direção: Liz Friedlander. Com Antonio Banderas, Rob Brown, Yaya DaCosta, Alfre Woodard , Dante Basco. Distribuição: PlayArte.

nem ensaiando a vida inteira! Pois até Astaire, o mais original, criativo e polivalente dançarino do cinema, fez 500 takes até finalizar a mais antológica de suas coreografias, de ponta cabeça, no teto de um quarto de hotel (Nupcias Reais, 1951). Ciente de que Astaire será sempre apreciado como um fenômeno capaz de multiplicar platéias, a indústria de

migo é para essas coisas (Zim and Co., França, 2005, 88 minutos). Depois de um acidente de moto, o jovem Zim (Adrien Jolivet) vai parar na delegacia. Para evitar a prisão, é obrigado pelo juiz a encontrar um outro emprego. A nova oportunidade não demora a chegar, mas requer que ele tenha um carro e carteira de motorista. Para driblar a situação, Zim conta com a ajuda de seus amigos Cheb (Mhamed Arezki), Arthur (Yannick Nasso) e Safia (Naidra Ayadi). A comédia dramática é dirigida por Pierre Jolivet.

G

arfield 2 (Garfield - A Tail of Two Kitties, Estados Unidos, 2006, 90 minutos). O gato preguiçoso e fã de lasanha volta às telas seguindo seu dono até a Inglaterra. Na terra da realeza, Garfield é confundido com um gato nobre, herdeiro de um castelo. A vida mansa que ele passa a levar é logo ameaçada pelo nefasto Lorde Dargis, que pretende transformar o castelo em um resort. Assim como no primeiro longa, Bill Murray faz a voz de Garfield. A cria de Jim Davis agora é dirigida por Tim Hill.

FUJA

É O TRASH DO TRASH UIP/Divulgação

E

ste filme, de título que anuncia logo a que veio ao mundo, Seres Rastejantes, é um dos mais nojentos desde o clássico A Mosca, uma obra-prima do cinema-vomitório dirigida em 1986 por David Cronenberg. Há quem goste deste tipo de coisas em que pústulas explodem à flor da pele, golfadas de vômito esverdeadas disparam das bocas, as vísceras saltam das barrigas para serem comidas, o sangue e o pus de feridas vivas borram as paisagens. A putrefação dos corpos, quer dizer o fim da carne, alimenta estes espetáculos macabros, sem falar dos filmes de vampiros com suas insinuações eróticas mais do que óbvias. Não há limites para o grotesco e o ridículo neste tipo de produções que andam meio fora de moda, a não ser em filmes vagabundos feitos diretamente para a televisão, mas a força

sanguinária do gênero pelo visto está longe de ter se esgotado. Quem viu e estalou os lábios de satisfação nos vários A Hora do Pesadelo e principalmente no repulsivo A Madrugada dos Mortos, que a TV vive re- Seres Rastejantes: história de amor e vísceras à mostra prisando nas madrugadas, merece se deleitar com Seres neste mundo de insensatez. Rastejantes, principalmente porque leConvém levar dois comprimidos de vam a assinatura do roterista e agora di- Engov, um para antes e outro para deretor James Gunn. Esse profissional, pois da projeção, a fim de acompanhar que confessa ter passado a infância len- o que acontece com o milionário gordo romances de Stephen King, não ducho Grant Grant (Michael Rooker), cresceu. Nem entrará para a história do sua mulher Starla (Elizabeth Banks) e cinema, mas enfim, há lugar para todos alguns infelizes agregados a eles. Trata-se, por incrível que pareça, como Tambores, em Desfile nas aventuras vampirescas, de uma de Páscoa, e história de amor, pois Grant é sincerarevólveres em mente apaixonado por sua senhora, Ciúme, Sinal de embora deseje comê-la no sentido liAmor. No detalhe, teral, arrancando-lhe as tripas. Ela acha caricatura que "o matrimônio é uma cerimônia assinada por Vick. sagrada" sem saber que o marido foi picado por alguma coisa que não é a maçã do amor, vinda dentro de um asteróide do espaço sideral sempre cheio de surpresas. Assim, brotam do peito do homem os tais seres rastejantes, que se parecem com cachos de pênis robustos que atacam o baixo ventre da mulher, sem que ela demonstre nenhum entusiasmo por tamanhas ofertas de prazer múltiplo. Aos poucos, enquanto vai se transformando num monstro gelatinoso e em carne-viva, ele libera os répteis, que passeiam pelas casas e mergulham atrevidamente em banheiras, aterrorizando moças. Em seguida se apossam de outros corpos e se comunicam entre si, ameaçando a humanidade. Mas não riam agora. Tomem antes um antiácido para chegar ao fim da história. Nesta, a raça humana se salva, garantindo novas continuações futuras, mas permanece principalmente entre as fêmeas uma forte insatisfação sexual, entre as várias insatisfações que este espetáculo nauseante desperta. (GM)

DVDs se esmera na reedição de suas fitas. Numa caixa com 5 delas, recémlançada, você revive sessõesnostalgia que nem a melhor tecnologia digital consegue reproduzir agora. Os cinco títulos: O Picolino (Top Hat), de 1935; Ritmo Louco (Swing Time), de 1936; Nas Águas da Esquadra (Follow The Fleet), de 1936; Vamos Dançar? (Shall We Dance?), de 1937; e Ciúme, Sinal de Amor (The Barkleys of Broadway), de 1949. Fino, elegante, crooner de voz pequena e afinada,

Seres Rastejantes (Slither, 95 minutos, 2006, EUA). Direção: James Gunn. Com Nathan Fillion, Elizabeth Banks, Gregg Henry. UIP.

compositor, coreógrafo, ator. Astaire é tudo isso, além de um estilista requintado. Comparado a Gene Kelly, seu rival pop (Cantando na Chuva ainda lidera o ranking dos melhores musicais de todos os tempos), Astaire vence disparado. Só ele conseguia dançar nas nuvens. (MMJ)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

BEATLES Revolver trouxe a mais fecunda fase da produção do quarteto de Liverpool

Ilustrações: Alan Aldridge/The Beatles Ilustrated Lyrics

Carlos de Oliveira com as drogas, especialmente com o LSD. Pura asneira, fruto de mentes químico-apologéticas de certos críticos abaixo da crítica e de muito deslumbrado do tipo maria-vai-com-as-outras. Seria renegar o talento dos quatro músicos ingleses. Em Revolver, os Beatles desabrocharam e conseguiram mesclar uma aparentemente melosa Here, There and Everywhere com a desconstrutivista, dadaísta até, Tomorrow Never Knows, perturbadora obra edificada por John Lennon com um único acorde de dó maior. Em Got to Get You Into My Life, a voz rascante de Paul foi buscar cumplicidade nos jazzistas britânicos, que comparaceram com três trumpetistas

One, two, three, four (tosse)... One, two... Let me tell you how it will be...

H

Taxman, de George Harrison: crítica nada amena à escorchante carga tributária imposta aos ingleses

Reprodução/Revolver

á 40 anos, no dia 5 de agosto de 1966, os acordes iniciais da antológica Ta x m a n, de George Harrison, anunciavam a mais inebriante e fecunda fase da produção artística dos Beatles, a maior banda de rock-and-roll do planeta, em todos os tempos. O lançamento do LP Revolver foi um soco no estômago da crítica acomodada, na indústria fonográfica careta e um tiro de misericórdia nas baladinhas pueris regadas a baby-baby, I love you, I wanna hold your hand e yeah, yeah, yeah. Mais do que atingir a maioridade musical, os Beatles avalizaram uma nova estética, produto do lisergismo, da redenção preconizada pela Era de Aquário, do flower-power, do experimentalismo, do ceticismo absoluto, da improvisação, do ilógico e do sonho. Nas 14 faixas de Revolver, esse mesmo sonho (fulminado quatro anos depois por John Lennon, em célebre entrevista a Jann Wenner, da Rolling Stone) estava apenas começando. Claro, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, é a obra-prima dos Beatles. Mas é bem verdade que sem Revolver o sargento Pimenta teria nascido desarmado, sem nenhum poder de fogo. Se os Beatles, eles mesmos, na sua contemporaneidade, se tornaram uma lenda viva, lendas subjacentes povoaram suas letras e, sobretudo, a imaginação de seus fãs. Milhões de fãs, devotos, histéricos, à beira do paroxismo. Taxman era uma crítica nada amena à escorchante carga tributária imposta aos ingleses pelo governo do primeiro-ministro trabalhista Harold Wilson e, depois, por Edward Heath – na época, líder dos conservadores. O tema não poderia ser mais atual. Quatro violinos, duas violas e dois violoncelos pontearam a lúgubre Eleanor Rigby– esposa de um certo Thomas Wood, que morreu em 10 de outubro de 1939, aos 44 anos, enquanto dormia. É o que diz a lápide de granito perdida entre tantas outras no Woolton Cemetery, ao sul de Liverpool. Os Beatles nunca vieram ao Brasil. Pena, mas pouco importa. O Brasil foi até eles. Ainda hoje, ouvidos musicais mais privilegiados garantem identificar algum sotaque de Bachianas Brasileiras, de Heitor Villa-Lobos, no fraseado de cordas que acompanha a desafortunada Eleanor a seu túmulo. Muito se tentou reduzir Revolver à mais explícita experiência dos Beatles

bum de vinil. De fato, Emerick subverteu todos os parâmetros da incipiente tecnologia de gravação dos anos 60 e, por isso mesmo, quase perdeu o emprego. A EMI Records, até então a gravadora dos Beatles, era uma empresa ortodoxa. Cheia de regras técnicas, não permitia a utilização de microfones junto aos instrumentos e amplificadores. Alegava que os sensíveis equipamentos seriam danificados. Inconformado com tais regras, Emerick aproximou os microfones dos amplificadores, violões, violinos, metais e, principalmente, da bateria. O resultado foi demolidor. O som dos Beatles mudou radicalmente. Para melhor. A EMI detestou e vetou a manobra. Os Beatles adoraram e desa-

Tomorrow Never Knows: perturbadora, com um único acorde

(Eddy Thorton, Ian Hamer e Les Conlon) e dois saxofonistas (Alan Branscombe e Pete Coe – ambos tenoristas), que pincelaram a faixa com o gênio negro da norte-americana Motow. Os Beatles, todos sabem, eram quatro: John, George, Paul e Ringo. Se se contar o produtor, arranjador e profeta George Martin, eram cinco. Durante as gravações de Re vol ver, que se estenderam de 6 de abril a 21 de junho de 1966, um sexto Beatle se revelou: o engenheiro de som Geoff Emerick. A ele é creditada a riqueza de timbres que emanava daquele ál-

fiaram o status quo. Numa reunião tensa com a direção da gravadora, o ultimato: "De agora em diante, esse é o nosso som. Ou será assim ou não será de jeito nenhum", disse um resoluto Paul McCartney, em nome do grupo. Como seria bem mais simples comprar microfones novos do que descobrir outra mina de ouro, a EMI cedeu. Revolver tornava-se o mais espetacular disco dos Beatles. Hoje, 40 anos depois, ele continua novo, à frente do tempo, surpreendente a cada nota, a cada verso. A um passo de se tornar eterno.

Arquivo DC

Beatles em apresentação: shows da banda de Liverpool levavam fãs, devotos e histéricos, ao delírio

O Lado D do quarteto. Em bailado

A

Quartier Latin Cia de Dança apresenta Beatles Lado D, espetáculo inspirado e embalado pelos sucessos mais marcantes do quarteto de Liverpool. O grupo fará temporada em São Paulo nos dias 23, 24 e 25, no Teatro Sérgio Cardoso. São 16 bailarinos, que dançam números concebidos pela

coreógrafa e diretora Marisa Ballarini. Em curta temporada no Teatro Sérgio Cardoso em abril, o espetáculo já foi visto por quatro mil pessoas. O Teatro Sérgio Cardoso fica na Rui Barbosa 153, Bela Vista, São Paulo, tel: (11) 3288-0136. Sexta (23) e sábado (24), às 21h; domingo (25), 19h. Ingresso: R$ 20.

Divulgação

DANÇA

Revolver: soco no estômago da crítica acomodada, na indústria fonográfica careta


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Antonio Scorza/AFP Photo

O jogador Ronaldo, durante conversa com jornalistas antes do treino da seleção brasileira ontem, em Konigstein.

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JUNHO

Ninguém merece essa pressão enorme

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

16 Bloomsday, data que comemora a odisséia de Leopold Bloom, protagonista do livro Ulisses, de James Joyce (foto).

P RÊMIO E M

C A R T A Z

Nobel da alimentação

J APÃO

Brasileiros ganham Prêmio Mundial de Alimentos por trabalho na região do Cerrado

O

Obras do pintor Rodrigo Haro, um dos fundadores do movimento surrealista na São Paulo dos anos de 1960. Múltipla Galeria de Arte. Avenida Morumbi, 7986. Telefone: 5041-0157. Entrada franca. I RAQUE

ex-ministro da Agricultura Allyson Paulinelli, o exdiretor técnico do Centro de Pesquisa do Cerrado da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Edson Lobato, compartilharão o World Food Prize (Prêmio Mundial de Alimentos) de 2006 com o americano A. Colin McClung, diretor-técnico do World Research Institute (Instituto Internacional de Pesquisas) dos Estados Unidos. O prêmio de US$ 250 mil, que será divido em três partes iguais, foi criado vinte anos atrás por Normam E. Borlaug o engenheiro florestal, biólogo e botanista americano-no-

rueguês conhecido como "o pai da revolução verde" e Nobel da Paz de 1970. O título é um dos mais conceituados na área e visa premiar contribuições variadas para obter avanços na qualidade, quantidade e disponibilidade de alimentos no mundo. Borlaug, de 92 anos, compareceu à cerimônia no Departamento de Estado na qual a subsecretário para Assuntos Econômicos e Agrícolas, Josette Sheeran Shiner, fez o anúncio. Primeiros laureados do Brasil, Paulinelli e Lobato foram representados pelo ministro conselheiro da Embaixada do Brasil em Washington, Evandro Didonet. Ambos foram re-

conhecidos pelo trabalho que desenvolveram a longo de várias décadas para "liberar o potencial agrícola do Brasil" transformando a região do cerrado, antes considerado infértil, em celeiro da produção de alimentos. Segundo Kenneth M. Quinn, presidente da Fundação Prêmio Mundial de Alimentos, o trabalho dos vencedores "ampliou a produção agrícola e ajudou a melhorar as condições econômicas e sociais no Brasil". A cerimônia de entrega do Prêmio Mundial de Alimentos será realizada no dia 19 de outubro de 2006, na cidade de Des Moines. (AE)

Sucessor de Zarqawi é identificado Os militares americanos divulgaram ontem a foto do homem que acreditam ser o novo líder da rede terrorista Al-Qaeda no Iraque, substituto de Abu Musab al-Zarqawi, morto na semana passada. Ele seria o egípcio Abu Ayyub al-Masri, que começou a se envolver com o extremismo islâmico em 1982, ligando-se à Jihad Islâmica do Egito. Na segunda-feira, a Al-Qaeda no Iraque informou num site de radicais islâmicos que o lugar de Zarqawi seria ocupado por Abu

Hamza al-Muhajir. "Nós achamos que Abu Ayyub al-Masri é provavelmente Abu Hamza alMuhajir", disse o general William Caldwell, porta-voz americano de ocupação no Iraque. Caldwell descreveu Al-Masri como um perito em explosivos, que chegou ao Iraque depois que os EUA removeram o Taleban do poder no Afeganistão, em 2001. Para Caldwell, o conhecimento que Al-Masri tem da rede terrorista ajudará a Al-Qaeda a ganhar alguma expressão.

I NFORMÁTICA

D ESIGN

Stan Honda/AFP Photo/Files

L

Beatificação em Corpus Christi Padre Eustaquio Van Lieshout (1890- 1943) foi beatificado ontem em Belo Horizonte. A notícia foi divulgada pelas publicações católicas com alguns dias de antecedência. O site católico internacional Catholic World News relembrou a história do padre. Nascido na Holanda, em 1890, padre Eustáquio veio para o Brasil - mais especificamente Minas Grais como missionário na década de 30, e morreu aqui em 1943. O milagre atribuído ao padre é uma cura milagrosa de um devoto de Belo Horizonte. A beatificação foi aprovada ainda no pontificado do papa João Paulo II.

Valery Hache/AFP Photo

T ECNOLOGIA

L

Bill Gates anunciou ontem que, em julho de 2008, deixará de participar da administração de sua empresa para se dedicar à filantropia

Disney lança Big Brother infantil

TORCIDA "MACHO MEN" – Torcedores da seleção de futebol inglesa compareceram ao estádio de Franken, em Nuremberg, ontem, vestidos como o grupo Village People, para assistir ao jogo no qual a Inglaterra venceu o time de Trinidad e Tobago por 2 a 0.

A Disney lançou nos EUA um novo serviço de telefonia celular com funcionalidades voltadas a pais que querem dar celulares aos filhos, mas com um rigoroso controle sobre o que seus rebentos estão fazendo com os aparelhos. Os novos pacotes permitem que os pais controlem com quem os filhos conversam e por quanto tempo. Também é possível estabelecer horários em que o telefone fica ativo. A empresa também tem planos de anunciar um serviço semelhante no Reino Unido, em parceria com a operadora O2, ainda neste ano.

www.mcb.sp.gov.br

C IÊNCIA

Café, antídoto para o álcool O café pode contra-atacar os efeitos tóxicos do álcool no fígado e ajudar a evitar a cirrose, dizem pesquisadores. Em um estudo com mais de 125.000 pessoas, uma xícara de café ao dia cortou o risco de cirrose alcoólica em 20%. Quatro xícaras ao dia reduzem o risco em 80%. O efeito benéfico se mostrou constante para homens e mulheres de diversos grupos étnicos. Ainda não está claro se a proteção vem da cafeína ou de algum outro ingrediente do café, diz o estudo. Os pesquisadores advertem, no entanto, de que há modos mais saudáveis de preservar o fígado. "O jeito de mão ficar doente não é tomando um monte de café, e

sim cortando o álcool", dizem os pesquisadores. Entre os participantes do estudo havia desde bebedores eventuais 12% do total, e até consumidores pesados de álcool, com 8% da população estudada. Nem todos os bebedores que abusam do álcool desenvolvem cirrose, uma cicatriz permanente do fígado que prejudica a capacidade do órgão de filtrar as toxinas do sangue. A hepatite C e outras doenças também podem provocar cirrose. O café não se mostrou eficiente contra essas causas. O estudo está publicado no periódico Archives of Internal Medicine.

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Esterilizador de água portátil

Poupe tempo pela internet

O SteriPEN é um esterilizador de água em forma de caneta. Segundo o fabricante basta imergir a ponta do esterilizador dentro do recipiente e a luz ultravioleta esteriliza a água em um minuto. Custa US$ 149 no site.

O site Poupe Tempo não tem nenhuma relação com o serviço do governo estadual Poupatempo, mas traz diversas informações úteis e várias dicas de utilidade pública. Temas como consumo, documentos, IPVA, multas de trânsito, Previdência Social, serviçso de cartório, medicamentos genéricos, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, segurança e justiça são alguns dos que integram o conteúdo do site, que traz também telefones úteis e outros serviços.

A RQUITETURA

A casa-girassol A

imagem tem se reproduzido em inúmeros sites sobre arquitetura pela rede como a concretização de um dos edifícios descritos pelo escritor Mervyn Peake em seu livro Gormenghast com um tom poético: "Mesmo que imóveis durante todo o dia, estes objetos vívidos, com suas sombras fantásticas projetadas na parede, se deslocam e prolongam, hora a hora, escoando lentamente a escuridão por suas cores originais". Mas a casa da foto é um antigo armazém para

S AÚDE

Meditação para o coração

www.archinect.com

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

A UE e os EUA voltam a pedir ao Irã que aceite incentivo e suspenda programa nuclear.

L

Adultos negros escutam melhor que brancos, revela estudo realizado nos Estados Unidos.

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www.poupetempo.com.br

casa apareceu pela primeira vez, é a imagem preferida dos internautas. A estrutura da casa é elevada e suportada por um eixo lateral que dá à estrutura um movimento de rotação.

Reprodução

http://archinte.ama-assn.org

carregamento de fertilizantes abandonado e localizado na cidade de Odessa, na Ucrânia. No site Archinect, onde a

L

www.hydro-photon.com

O Parlamento japonês aprovou ontem uma lei para enfrentar a onda de suicídios que faz do Japão o país com o maior índice deste tipo de morte no mundo. A normativa demonstra o alarme social soado no Japão pelo aumento de determinados tipos de suicídios, como os chamados "pactos de morte" pela internet, em que várias pessoas planejam uma morte conjunta. Entre outros itens, a lei promove atendimento psicológico e assistência aos sobreviventes e aos parentes de pessoas que se suicidaram. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Japão é o país com o maior número anual de suicídios, com 24,1 casos para cada 100 mil pessoas. B RAZIL COM Z

Contusões obrigam 19 seleções a alterarem lista da Copa

MCB abre inscrições para o prêmio A partir do dia 8 de julho o Museu da Casa Brasileira (MCB) começará a receber inscrições de designers de todo o País para o 20º Prêmio Design. Os participantes devem enviar uma ficha de inscrição (disponível no site do museu) juntamente com um memorial descritivo de suas obras, fotos e desenhos técnicos para o MCB, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2.705, em São Paulo.

Lei para conter onda de suicídios

Primeiros caças russos chegarão à Venezuela em 5 de julho. Anúncio preocupa Brasil.

A prática da meditação transcendental não só tranquiliza a mente, mas também acalma reações prejudiciais do organismo ao estresse que conduzem às doenças cardíacas e à diabete. Em um estudo realizado no Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, pacientes portadores de cardiopatias e cuja média de idade era 68 anos foram submetidos, por 16 semanas, a sessões de meditação transcendental, da secular tradição védica indiana. Entre os benefícios que obtiveram estão a redução da pressão sanguínea, da variabilidade do ritmo cardíaco e da sensibilidade à insulina. A meditação não reduz diretamente o estresse, mas pode modular a reação a ele, assim como exercícios físicos.


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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

DOISPONTOS -77

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Depois de ler o livro do economista Jeremy Rifkin O Fim dos Empregos (dir), o ex-presidente da Fiesp e da CNI ressalta a importância de se recuperar o significado social do trabalho e anota as principais implicações do desemprego globalizado, que "vem assumindo grandes proporções": a dificuldade de manter-se a si e a família, o enfraquecimento do mercado consumidor e as possibilidades de exploração demagógica abertas pela crise do emprego. O papel dos empreendedores sai fortalecido no cenário de soluções à vista. "Ele terá de assumir o papel de gestor social".

Mário Amato

NEIL FERREIRA PRÁ NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DA COPA inda extasiado com o gol tricolor na Alemanha, Cafu serviu Kaká, que fez aquela jóia com o pé esquerdo que não é o forte dele, imagine se fosse, parece que o máximo que consigo esquecer deçe país são estas duas linhas e meia. É que sou muito velho e lembro do dream team da Copa de 70 e de tudo que o Médici fez para embolsar o sucesso daquela seleção e eu nunca imaginei que ele seria superado em matéria de sem-vergonhice marqueteira. Foi. O Noço Guia conseguiu ser pior

EMPREGO E DIGNIDADE A H O

Fotos: Paulo Pampolin/Digna Imagem

á muito tempo venho me preocupando com o valor de um emprego digno, pelo qual o ser humano venha a revelar seu talento, sua criatividade e seu envolvimento em uma organização, conseguindo dessa forma produzir o necessário e suficiente para si próprio, colaborando com o equilíbrio da sociedade. O trabalho, desd e a s m a i s re m o t a s eras, sempre se constituiu na fonte primeira da sustentação da vida, refletindo na provisão e preservação do núcleo familiar. Sem pretender historiar a importância do trabalho na vida do ser humano desde o tempo das cavernas, quero realçar o fato de que o ser humano, nas mais diversas e adversas circunstâncias, sempre revelou sua inclinação para fazer da ocupação, através de um ofício, da sua sobrevivência. A G A dinâmica das Bíblia traz como referência no livro do Gênesis, transformações que após a expulsão de Adão e Eva do Paraíso, tecnológicas vem Deus determinou que eles teriam que ganhar o mudando a pão de cada dia com o suor de seus rostos. O tra- concepção de balho, assim, ganhou importância como meio de trabalho, a ponto vida. Sinto-me à vontade para realçar essa impor- de uma simples tância, sem que isso demonstre qualquer tipo de máquina substituir aprovação ao trabalho pelo qual haja a exploração vários empregos. do homem pelo homem. Dessa forma, no meu modo de pensar, como empresário há mais de 70 anos, quero enfatizar o que significa o trabalho G A demagogia nos dias de hoje como alavanca para edificar a aparece como fundamento dignidade humana.

dos discursos e

stamos assistindo e sentindo a velocidade da prática política, dos avanços do desenvolvimento pela mas não consegue contínua e abrangente aplicação de tecno- dar solução diante logias, que, em última análise e em relevantes do cenário de trabalhos técnicos, se preocupa e consegue o mi- crescente redução lagre de facilitar o trabalho penoso. Testemu- do emprego. nhamos, pela automatização e pela robotização, a conversão cada mais intensa das máquinas e G É obrigação de equipamentos em todos os campos da atividade todos aqueles humana, que antes eram conduzidos pelo hoque se sentem mem e agora são conduzidos por computadores. responsáveis A dinâmica dessas transformações vem mudando a concepção de trabalho de maneira a criar perante a uma série de facilidades, a ponto de uma simples sociedade máquina substituir vários empregos. Por outro repensar o que lado, começa a se perceber que o valor do traba- fazer para lho, antes fundamentado na aplicação da habi- atenuar o lidade manual, desloca-se para a qualificação da fantasma do habilidade mental e intelectual. As aplicações desemprego das mais diversas tecnologias, que estão sendo incorporadas a todos os campos do conhecimento humano, vêm sustentando um processo de desenvolvimento que chega a surpreender a mais fértil imaginação. A simplificação das atividades humanas alcança todos os setores, objetivando reduzir os esforços despendidos pelo ser humano de forma a melhorar a qualidade de vida, não tem limites e é importante exemplo que resulta, com precisão e comprovadamente, com o aumento do desemprego. Poderíamos alegar que estamos longe dos abomináveis tempos em que havia trabalho escravo, porém é incontestável que estamos vivendo os tempos do aumento do desemprego. É obrigação, de todos aqueles que se sentem responsáveis perante a sociedade, em repensar o que fazer para atenuar o fantasma do desemprego que vem assolando as sociedades em geral, e em particular aos homens, colocando-os diante da dificuldade de manter-se a si e a sua família Mande seu comentário com dignidade, gerando dessa forma um grave para doispontos@ problema nas relações capital-trabalho. dcomercio.com.br

E

d e s e m p re g o é um problema que se agrava, assumindo grandes proporções e conduzindo a uma questão crucial: quem poderá garantir que, mesmo a despeito de imensos investimentos na incorporação de tecnologias para a produção de inúmeros produtos, haverá consumidores suficientes para esse volume de produtos disponíveis? Não havendo consumidores, as vendas diminuem, gerando crises que serão de difícil administração. Mesmo que haja um esforço de inovação, adotam-se novas formas de promoção e de financiamento, para que o consumidor final possa adquirir os bens que venham a lhe trazer melhoria de vida. Em suma, o consumidor é um ser humano com emprego e renda decorrente do seu trabalho, e sem isso passa a ser um excluído da sociedade. Percebe-se, portanto, que a aceleração do desemprego possa trazer a saturação dos mercados, manifestando-se em uma crise de oferta e demanda, agravando as diferenças sociais e movimentando os sindicatos que reivindicam mais proteção ao trabalhador. Os políticos entram em cena procurando conciliar, e nem sempre através de soluções harmoniosas, mas diante do quadro dramático preferem tirar proveito próprio. Soluções como a redução da jornada de trabalho, mais férias, melhores aposentadorias, como objetivos de uma sociedade voltada ao bem-estar social, ficam a mercê da explosão demagógica e de administrações corruptas. A demagogia aparece como fundamento dos discursos e da prática política, mas não consegue divisar solução diante do cenário de crescente redução do emprego. As nações colhidas pela maré de tanto desemprego adotam práticas de retaliação contra seus parceiros comerciais, impondo regras pelas quais tentam minimizar os efeitos perversos do desemprego, seja pela prática de subsídios aos produtores, para os manterem ocupados, seja pela prática de concessão de créditos a fundo perdido, seja pela adoção do pagamento de salários indignos aos seus trabalhadores. Esse é o ambiente propício para o aparecimento de demagogos e de práticas populistas, sem perceberem que dividir a pobreza é a razão da ruptura do tecido social.

H

á, felizmente, espaço para empreendedores que possam se sensibilizar pela gravidade do quadro que se apresenta. Caberá ao empreendedor, estimulado pela preocupação em ser, mais do que ter, assumir o papel de gestor social, colaborando para fazer frente contra a corrupção, contra os crimes de toda a natureza, contra as guerras com fins políticos e econômicos e contra indesejáveis preconceitos. As perguntas que poderíamos fazer ficarão no ar. Será que não está na hora de se procurar soluções para permitir que a vida humana conquiste o direito ao bem-estar? Habitação, saúde, trabalho, lazer, amor pelo próximo, convivência pacífica, devem fazer parte do elenco da elevação da dignidade humana. Devemos nos empenhar para que nossas ações sejam dirigidas para o reconhecimento de que a vida que nos foi dada deve ser respeitada e preservada. Deve ser uma prática constante, evitando-se que haja desvio e desperdício de recursos e de intenções, formando-se um exército de pessoas que valoriza a vida humana em toda a sua integridade. Até quando... Unidos venceremos e atenuaremos; divididos pereceremos.

stão lá o mensaleirinho de vinte continhos, um troquinho, uma gorjetinha da alturinha dele, "professor" Luizinho. O metalúrgico aposentado-eembrulhado-parapresente João Paulo Cunha, que não teve pudor de pegar grana do valerioduto, cinquentinha, com a mão da mulher dele. José Genoino, o ex-guerrilheiro dos "contratos" milionários com o Banco Rural e irmão do chefe do cara dos cem mil dólares na cueca. José Mentor, que mordeu 120 mil e que teve a cara de pau de perguntar para os jornalistas "mensalão, que mensalão ?" Angela Guadalgmin, a rechonchuda dançarina do "É o Tchan" da pizza. Enfim, figuras estreladas da quadrilha mencionada pelo Procurador-Geral da República. Todos com grandes chances de serem votados e reeleitos, para o bem de todos e felicidade geral da Nação. João Paulo Cunha e o "professor" Luizinho já mostraram seus cálculos para militantes, dando suas reeleições como certas. A aposta que fazem na falta de caráter nacional é assustadora. E falta de carater nacional está aqui: u ômi sobe nas pesquisas. Sobe no último e no penúltimo Ibope, no Datafolha, no Vox Populi e no CNT/Sensus. Eu ainda vou morrer disso.

E

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

A seleção não é mais a pátria de chuteiras. A seleção é o ópio do povo. que o Médici com aquela vídeoconferência, onde os coitados dos jogadores foram obrigados a encarar aquela voz, aquele sotaque, aquela sintaxe. El Gordo, que estava com febre e não participou do vexame, devolveu as referências que o presidente Lulla da Çilva fez ao seu peso com outras sobre alegados hábitos etílicos. E apesar da lavagem cerebral que a mídia submete o País com, principalmente, a tv e o rádio fazendo o possível para que a gente não perceba nada, é impossível não ver o que não parou de acontecer neçe país nem com o começo da Copa. ara mim, não há vitória contra a Croácia, nem gol genial do Kaká, que me faça não me envergonhar do fato mais importante que nos atingiu nos últimos dias: mensaleiros e corruptos unidos jamais serão vencidos. O PT homologou Mercadante como candidato a governador, que imediatamente ameaçou "trazer o Brasil de Lula para São Paulo"; ninguém pode dizer que não fomos avisados desse risco iminente. E apresentou seus candidatos a deputados federais e estaduais. Sim, Palocchio, com oito indiciamentos na Polícia Federal, quatro por corrupção, está lá.

P

uando eu falava em casa, sem nenhum exagero e com enorme preocupação, "eu ainda vou morrer disso", meus filhos sabiam que eu estava vestido com o manto sagrado, a camisa tricolor número 2, a listrada, do tricampeão mundial interclubes, assistindo a um jogo do São Paulo ou da Seleção. Hoje não mais. Hoje, quando acho que vou morrer disso, é de Ibope, Datafolha, Vox Populi ou outras entidades de matadores de aluguel que querem que eu parta desta para a melhor ainda nessas eleições de 2006. Minha esperança é lembrar que o Jânio derrotou o FHC contra todas as pesquisas. Erundina derrotou o Maluf contra todas as pesquisas. O referendo das armas abriu com 80% para o "Sim" e o "Não" ganhou por quase 70%. Só assim consigo dormir e acordar no dia seguinte, pegar o jornal, olhar as páginas políticas e sair correndo atrás do caderno de esporte. A seleção não é mais a pátria de chuteiras. A seleção é o ópio do povo.

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NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

LAZER - 1

Fotos: Fundação José e Paulina Nemirovsky

Fachada, de Alfredo Volpi, com oito obras na coleção. José Nemirovsky não apenas comprava quadros, mas freqüentava o ateliê do artista

Figuras em Azul, de Ismael Nery: modernista da primeira fase

VIAGEM AO MODERNISMO Coleção Nemirovsky reúne obras brasileiras belas, importantes, essenciais. Em cartaz na Estação Pinacoteca Lúcia Helena de Camargo

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Estação Pinacoteca acaba de ganhar uma exposição grandiosa e muito especial, que possibilita ao visitante entender os caminhos percorridos pelo Modernismo no Brasil, vendo algumas das mais importantes obras produzidas no período. O prédio, que já foi a tenebrosa sede do Departamento de Ordem Política e Social (Deops), abriga desde o mês passado, em 700 m² de seu segundo andar, a exposição Acervo da Fundação Nemirovsky: O Olhar do Colecionador, que reúne as peças da Fundação José e Paulina Nemirovsky, o maior conjunto particular de arte moderna conhecido no País. Uma das novidades é o caráter perene da mostra, prevista para ficar instalada ali durante dois anos, com possibilidade de prorrogação. Foi firmado um regime de comodato de cinco anos entre a fundação e a Secretaria do Estado da Cultura e, se o relacionamento continuar bom, as obras terão encontrado um endereço fixo, funcionando como um acervo do museu, até hoje desprovido desse lastro. A exibição conta 121 peças, sendo 58 pinturas, 18 esculturas, 31 gravuras e desenhos e outras de técnica mista. A curadoria é da historiadora da arte Maria Alice Milliet, que como diretora técnica da Fundação José e Paulina Nemirovsky cuida com esmero das obras que lhe foram confiadas. Perfeccionista, todos os dias percorre os corredores alinhando quadros, verificando a climatização, parando em frente às obras para mais uma vez se certificar de que a luz incide da melhor maneira possível. Vez ou outra, pára para elogiar a trajetória de José Nemirovsky, que durante 30 anos amealhou os trabalhos, à custa de um olhar apurado e muita sensibilidade. “Ele soube aproveitar as oportunidades e acabou formando um conjunto excepcional”, diz. “Durante oito anos, estudou arte, educou-se e foi aprimorando a coleção.” Antes guardados na casa do casal, de construção inspirada no catalão Antônio Gaudí, 80% do acervo agora está exibido em blocos que respeitam uma certa cronologia. “Mas sem rigidez”, frisa Maria Alice. Há obras pré-modernistas e da primeira fase do movimento, dos anos de 1920 e 1930, da lavra de Emiliano Di Cavalcanti, Victor Brecheret, Ismael Nery, Vicente Rego Monteiro, Alberto Guignard, Oswaldo Goeldi, Tarsila do Amaral. Na seqüência aparecem Portinari, Pancetti, Volpi, Aldo Bonadei, Milton Dacosta e outros em evidência nas décadas de 1930 e 1940. E depois, Lygia Clark, Mira Schendel, Manabu Mabe, Tomie Ohtake, Rubens Gerchmann e Wesley Duke Lee, com trabalhos a partir de 1950. Na seção que pode ser chamada de ante-sala da exibição, está o núcleo dedicado à arte colonial, com peças da arte religiosa brasileira e

Distância (esq.), de Tarsila; Cabeça de santo-de-roça, do núcleo colonial, e o casal Paulina e José Nemirovsky: 30 anos colecionando arte brasileira

Newton Santos/Hype

latino-americana dos séculos 17 e 18. As incursões dos modernistas pelas igrejas de Minas Gerais, para coletar referências, seriam a ligação mais forte dessa parte com as demais. E como a intenção dos filhos da Semana de Arte Moderna de 1922 era misturar antigo e novo para produzir arte genuinamente brasileira, buscando inspiração também nas vanguardas européias, integram a coleção alguns estrangeiros, como Georges Braque, Fernand Léger, George Grosz. Merecem especial atenção dois belos desenhos de Pablo Picasso

(Minotauro, bebedor e mulheres, de 1933, e O pintor e seu modelo, de 1963), além de gravuras de Marc Chagall e Diego Rivera. A primeira peça comprada pelo médico ginecologista José Nemirovsky, colocada em lugar de destaque, é curiosamente fruto de um engano. Quando o colecionador encontrou o profeta esculpido em madeira pensou tratar-se de uma obra de Aleijadinho. A semelhança é inegável – a imagem possui os mesmos olhos puxados e o turbante característicos encontrados em Congonhas do Campo –, mas uma

A primeira obra, confundida com trabalho de Aleijadinho

A arte de iluminar, climatizar, garantir a segurança... Newton Santos/Hype

Temos um projeto aprovado e uma lista de obras essenciais, mas faltam os recursos. Maria Alice Milliet, curadora

M

aria Alice Milliet (na foto, ao lado de O Beijo, de Brecheret) foi curadora da primeira exposição significativa da coleção Nemirovsky, a Espelho Selvagem, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 2002. No ano seguinte coordenou a edição do livro que documenta o acervo. Em seguida, montou a mostra Mestres do Modernismo,na Estação Pinacoteca. Em 2005 editou o livro de mesmo título, ilustrado com peças da coleção, da Pinacoteca e de Palácios do Governo. Ela se diz satisfeita com o arranjo da atual exibição, mas lembra a necessidade do patrocínio para a montagem, que foi da Telefônica. “O museu nos cede o espaço, fornece iluminação, climatização e segurança”, detalha. Mas ela planeja expandir o trabalho. Uma das metas é ampliar o Centro de Referência de Arte Moderna Brasileira, que já funciona ao lado da mostra, com cerca de três mil livros, CDs e DVDs. “Temos um projeto aprovado e uma lista de obras essenciais, mas faltam os recursos”, diz. “Também queremos fazer um DVD sobre a coleção e o museu.” Para levar avante seus projetos, ela sonha com um Brasil no qual empresários bem-sucedidos e herdeiros apóiem as artes de maneira entusiasmada. Mas a realidade é que por aqui essa não é uma prática comum. Maria Alice cita até uma descoberta recente que a deixou desanimada: há brasileiros que preferem doar grandes somas ao Museu Arte Moderna de Nova York a contribuir com as instituições locais. Mas quem decidir começar agora a acabar com o esnobismo deslumbrado e investir em arte, será bem-vindo. Aos patrocinadores da almejada biblioteca está reservada a honraria do nome gravado no pórtico de entrada. Para visitar a mostra, bastam no bolso os R$ 4 do ingresso. Aos sábados, a entrada é gratuita. (LHC)

análise mais apurada revelou que a peça, feita em madeira natural da Bavária, fora esculpida por algum artista alemão, bem distante da produção do barroco mineiro. A habilidade de José Nemirovsky foi afinando-se ao longo do tempo, com visitas a galerias e crescente interesse pela arte moderna. Um dos ateliês mais freqüentados era o de Alfredo Volpi (1896-1988), nascido na Itália, mas brasileiro por opção. Não por acaso, a coleção tem oito obras do artista, número maior do que de qualquer outro. Há desde trabalhos dos tempos figurativos, como a bucólica tela Mogi das Cruzes (1935), até sua evolução para as tais pequenas bandeiras com que ficou conhecido, retratadas nas telas Bandeirinhas azuis sobre branco, de 1960, e Fachada (1970). Também muito bem representada está Tarsila do Amaral (1886-1973), com três pinturas e um desenho, todos adquiridos em meados dos anos de 1960, quando os modernistas entravam em fase de ascendente valorização. “O Dr. José chegou a comprar tela das mãos da própria Tarsila”, conta Maria Alice. Podem ser vistas Antropofagia, de 1929 – na qual a artista retoma figuras de duas pinturas suas feitas anteriormente: Abaporu (1928) e A Negra (1923) –; Distância (1928), e o grafite sobre papel Paisagem, de 1929. O quadro Carnaval em Madureira (1924) faz parte da coleção, mas não está na mostra. Na expografia (desenho da exposição) do arquiteto Pedro Mendes da Rocha, as esculturas pontuam os espaços vazados, dando ritmo ao conjunto. Merecidamente valorizadas estão O Beijo, executada por Victor Brecheret (1894-1955) na década de 1920; além de Solidão e Portaestandarte, ambas de Bruno Giorgi, que contribuiu com Oscar Niemeyer na construção da atual cara de Brasília. Para ajudar a entender a história dos mecenas, na entrada foi instalado um painel histórico, ilustrado com documentação fotográfica de época. E em uma das paredes, um quadro em movimento: a fina TV pendurada exibe o documentário de 2004, no qual Paulina Nemirovsky revela sua casa e escritório. Seja para caminhar com calma e perceber cada nuance das obras expostas ou apenas admirar aquilo que agrada aos olhos, vale a visita. Escolha seu percurso. Melhor do que tentar entender o motivo de cada pincelada é deixar a alma vagar pelas representações desses homens e mulheres que, enquanto desmontavam ou construíam conceitos, produziam arte para as futuras gerações. Estação Pinacoteca - Largo General Osório, 66, Luz, telefone: (11) 3337-0185. Aberta de terça a domingo, das 10h às 18h. Ingresso: R$ 4. Grátis aos sábados. Em cartaz até março de 2008.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

Com os atletas que eles têm, é possível jogar muito melhor." Leo Bennhakker, técnico de Trinidad e Tobago, sobre a Inglaterra

NAS OITAVAS Tobias Schwarz/Reuters

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segunda rodada da primeira fase da Copa do Mundo nem bem começou, e três das 16 vagas nas oitavasde-final já foram garantidas pelos times que ganharam seus primeiros dois jogos. No Grupo A, Alemanha e Equador classificaram-se (só falta, agora, decidir quem será o primeiro e o segundo colocados) e Polônia e Costa Rica já estão eliminados, independentemente dos resultados da última rodada. No Grupo B, a única classificada é a Inglaterra, e o eliminado, o Paraguai. Suécia e Trinidad e Tobago disputam a outra vaga. A vantagem é dos suecos, que ontem ganharam do Paraguai por 1 a 0, gol de cabeça de Ljungberg a dois minutos do final da partida. Agora, a Suécia só precisa empatar o último jogo com a Inglaterra para ficar em segundo. Se vencer, é a primeira. Entre os três já classificados, a grande surpresa da Copa até aqui é o Equador. Após vencer a Polônia por 2 a 0 na estréia, a equipe tornou-se também a primeira da América do Sul a garantir a vaga nas oitavas-definal, ao vencer a Costa Rica por 3 a 0, ontem, em Hamburgo. Na última rodada, na terçafeira, em Berlim, o Equador en-

ALEMANHA 1 Lehmann; Friedrich (Odonkor 19/2), Mertesacker, Metzelder e Lahm; Schneider, Frings, Ballack e Schweinsteiger (Borowski 32/2); Klose e Podolski (Neuville 26/2). Técnico: Jürgen Klinsmann.

POLÔNIA 0

trará em campo contra a Alemanha precisando do empate para garantir o primeiro lugar do grupo, pois tem saldo de gols superior ao dos alemães (cinco contra três). A vitória equatoriana sobre a Costa Rica também serviu para classificar matematicamente a própria Alemanha, que na quarta-feira havia derrotado a Polônia por 1 a 0. O gol da vitória alemã foi marcado por Oliver Neuville, já nos acréscimos. Pelo Grupo B, a Inglaterra sofreu, mas conseguiu passar por Trinidad e Tobago. Os gols da vitória inglesa por 2 a 0 foram marcados nos últimos minutos da partida. O primeiro pelo grandalhão Crouch, de cabeça, aproveitando centro certeiro de Backham, aos 38 minutos do segundo tempo. O segundo foi de Gerrard. A vitória deixa os ingleses classificados, com seis pontos ganhos, contra quatro da Suécia e apenas um de Trinidad e Tobago. Na última rodada, a Inglaterra enfrenta a Suécia precisando do empate para ser a primeira do grupo, resultado que também classifica os nórdicos, porém em segundo. Trinidad precisa vencer o Paraguai, torcer para a Suécia perder da Inglaterra e descontar uma diferença de três gols.

EQUADOR 3 Mora; De la Cruz, Hurtado, Espinoza (Guagua 24/2) e Reasco; Méndez, Castillo, Edwin Tenorio e Valência (Urrutia 28/2); Carlos Tenorio (Kaviedes 1/2) e Delgado. Técnico: Luis Fernando Suárez.

COSTA RICA 0

Roberto Benevides

Vitória ou show?

S

Valery Hache/AFP

O Equador de Tenório e a anfitriã Alemanha, no Grupo A, mais a Inglaterra de Crouch, no B, são as primeiras equipes já garantidas na próxima fase da Copa. Costa Rica, Polônia e Paraguai estão eliminados, enquanto Suécia e Trinidad e Tobago ainda brigam pela vaga restante do Grupo B.

INGLATERRA 2 Robinson; Carragher (Lennon 13/2), Ferdinand, Terry e Ashley Cole; Beckham, Gerrard, Lampard e Joe Cole (Downing 30/2); Owen (Rooney 13/2) e Crouch. Técnico: Sven-Göran Eriksson.

SUÉCIA 1 Isaksson; Alexandersson, Mellberg, Lucic e Edman; Linderoth, Ljungberg, Wilhelmsson (Jonson 23/2) e Kallstrom (Elmander 41/2); Ibrahimovic (Allback 1/2) e Larsson. Técnico: Lars Lagerback.

TRINIDAD E TOBAGO 0

Porras; Wallace, Umaña e Marín; Solís, Fonseca (Saborio 29/1), Sequeira, Centeno (Bernard 39/2) e González (Hernández 11/2); Gómez e Wanchope. Técnico: Alexandre Guimarães.

Hislop; Gray, Lawrence e Sancho; Edwards, Whitley, Birchall, Theobald (Wise 40/2) e Yorke; Jones (Glen 25/2) e Stern John. Técnico: Leo Beenhakker.

Bobadilla; Caniza, Cáceres, Gamarra e Núñez; Bonet (Barreto 36/2), Acuña, Riveros (Dos Santos 17/2) e Paredes; Santa Cruz (Lopes 18/2) e Valdéz. Técnico: Aníbal Ruiz.

Local: Westfalenstadion, em Dortmund. Árbitro: Luis Medina Cantalejo (ESP). Gol: Oliver Neuville 46/2. Cartões amarelos: Krzynowek 3/1, Ballack 13/2, Odonkor 23/2, Metzelder 25/2 e Boruc 44/2. Cartão vermelho: Sobolewski 30/2.

Local: Volksparkstadion, em Hamburgo. Árbitro: Coffi Codjia (BEN). Gols: Carlos Tenório 8/1, Delgado 9/2 e Kaviedes 47/2. Cartões amarelos: Marín 10/1, Solís 28/1, Castillo 44/1, De la Cruz 54/2 e Mora 15/2.

Local: Franken-Stadion, em Nuremberg. Árbitro: Toru Kamikawa (JAP). Gols: Crouch 38/2 e Gerrard 46/2. Cartões amarelos: Theobald 18/1, Whitley 19/1, Jones 46/1, Hislop 2/2, Gray 11/2 e Lampard 19/2.

Local: Estádio Olímpico, em Berlim. Árbitro: Lubos Michel (ESQ). Gol: Ljungberg 44/2. Cartões amarelos: Caniza 3/1, Linderoth 14/1, Lucic 3/2, Acuña 6/2, Núñez 9/2, Allback 15/2, Paredes 29/2 e Barreto 40/2.

A

Casillas; Sergio Ramos, Pablo, Puyol e Pernía; Xavi, Marcos Senna, Xabi Alonso (Albelda 10/2) e Luis García (Fabregas 32/2); Torres e Villa (Raúl 10/2). Técnico: Luis Aragonés

UCRÂNIA 0

TUNÍSIA 2 Boumnijel; Trabelsi, Jaidi, Haggui e Jemmali; Namouchi, Mnari, Chedli (Ghodhbane 24/2) e Bouazizi (Nafti 10/2); Jaziri e Chikhaoui (Essediri 37/2). Técnico: Roger Lemerre.

ARÁBIA SAUDITA 2 Zaid; Al-Dokhi, Tukar, Al Montashari e Sulaimani; Al-Ghamdi, Noor (Ameen 30/2), Aziz e Al-Temyat (Al-Hawsawi 22/2); Khariri e Al-Kahtani (Al-Jaber 37/2). Técnico: Marcos Paquetá.

Local: Zentralstadion, em Leipzig. Árbitro: Massimo Busacca (SUI). Gols: Xabi Alonso 13/1, Villa 17/1, Villa (pênalti) 3/2 e Torres 36/2. Cartões amarelos: Rusol 17/1 e Yezerskiy 8/2. Cartão vermelho: Vashchuk 2/2.

Local: Allianz Arena, em Munique. Árbitro: Mark Shield (AUS). Gols: Jaziri 23/1, Al-Kahtani 12/1, Al-Jaber 39/2 e Radhi Jaidi 47/2. Cartões amarelos: Haggui 35/1, Bouazizi 36/1, Chedli 20/2 e Chikhaoui 34/2.

BOLA DA VEZ

Desta vez, a primeira na história das Copas do Mundo, Rei Pelé chutou e acertou: o Equador é mesmo, pelo menos até aqui, a grande surpresa na Alemanha. Ganhou os dois jogos, não levou um gol sequer e já está nas oitavas.

Robinho adora Ronaldo, mas mal disfarça a esperança de ganhar uma vaga entre os titulares: "Se eu ficar no banco, vou torcer para que ele jogue bem. Mas, se eu tiver de entrar, vou mostrar meu futebol" - dizia ontem.

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv

Argentina muda contra a Sérvia

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ucho González, no lugar de Cambiasso, é a arma de José Pekerman para fortalecer o meio-de-campo da Argentina no jogo de hoje, às 10h, contra Sérvia e Montenegro, em Gelsenkirchen. O jogo abre a segunda rodada do Grupo C, que terá também Holanda e Costa do Marfim, às 13h, em Stuttgart. Jogos imperdíveis para quem curte um bom futebol. Além desse grupo e da chave do Brasil, haverá mais cinco jogos de hoje até domingo. Confira:

GRUPO D: México x Angola (sexta, 16, em Hannover); Portugal x Irã (sábado, 10h, em Frankfurt). GRUPO E: República Checa x Gana (sábado, 13h, em Colônia); Itália x EUA (sábado, 16h, em Kaiserslautern). GRUPO G: França x Coréia do Sul (domingo, 16h, em Leipzig).

Fernando Cesarotti

DISCO RISCADO

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uita bola vai rolar nos gramados alemães no fim de semana: de Argentina x Sérvia a França x Coréia, domingo à tarde, serão treze horas e meia de futebol (fora os descontos). Parece muito, mas é pouco diante do tempo que será utilizado para se falar de Ronaldo: do peso de Ronaldo, da forma física de Ronaldo, do mal-estar de Ronaldo. Pelo menos até domingo, às 13, quando começa Brasil x Austrália, bastará a bola parar para Ronaldo aparecer. O assunto do momento retrata um dos grandes males das mesas-redondas atuais: a falta de informações e o excesso de achismos. Com acesso cada vez mais difícil às fontes, cada vez mais blindadas por assessores, os fatos dão lugar às opiniões e o caríssimo tempo de TV é ocupado por "acho...", "parece que..." e "na minha opinião..." - haja paciência! Mais gols e lances seriam uma alternativa bem mais interessante. Afinal, é Copa do Mundo de futebol, e não de Ronaldo.

VIDEOTAPE Tanto Sportv quanto ESPN têm o hábito de reprisar nas primeiras horas da manhã as mesas-redondas das noites anteriores. Algumas exibidas ao vivo já na madrugada alemã e reprisadas novamente na madrugada brasileira - e às vezes desatualizadas

BOLA ROLANDO Já as reprises de jogos são

boas opções para quem não tem como parar para ver suas seleções favoritas. O Sportv passa um jogo por dia, às 22h - hoje, Argentina x Sérvia; amanhã, Itália x EUA: e domingo, Brasil x Austrália. Na ESPN Brasil, o VT do dia é às 23h - à exceção do domingo, quando o repeteco rola à meia-noite. A BandSports não prevê reprises na grade de programação.

A partir de 0h50, o Sportv reprisa na seqüência os jogos do dia anterior. Em alguns casos, dá para curar a insônia...

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Shovkovskyi; Yezerskiy, Rusol, Vashchuk e Nesmachniy; Gusev (Vorobey 1/2), Tymoschuk, Gusin (Shelayev 1/2) e Rotan (Rebrov 19/2); Shevchenko e Voronin. Técnico: Oleg Blokhin.

PROFECIA REAL

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Espanha foi responsável pela maior goleada da Copa até agora: aplicou um sonoro 4 a 0 na Ucrânia, com Shevchenko e tudo, em Leipzig, e se credenciou como favorita ao primeiro lugar do Grupo H - um dos possíveis adversários do Brasil nas quartasde-final, se o time de Parreira ficar em primeiro no Grupo F e passar pelas oitavas, é claro. O destaque da Espanha é a renovação: Raúl ficou no banco, e a equipe não sentiu a ausência do xodó da torcida do Real. O brasileiro Marcos Senna foi titular e teve bom desempenho no meio-de-campo. No outro jogo do grupo, Tunísia e Arábia Saudita ficaram no 2 a 2. O time do técnico Marcos Paquetá saiu perdendo, virou o jogo e levou o gol de empate nos descontos.

ESPANHA 4

erá um domingo crucial para a Seleção na Alemanha. Pelo futebol pouco convincente que vimos na estréia, ainda não dá para esperar uma grande atuação contra os australianos, mas é fundamental que o Brasil melhore muito o seu rendimento para voltar à condição de favorito absoluto desta Copa de muita disposição e pouco brilhantismo, pelo menos até agora. A magra vitória sobre a Croácia foi recebida em todo o mundo da bola com o mesmo sentimento de decepção que marcou a torcida no Brasil. Foi realmente uma atuação decepcionante, mas as reações negativas são exageradas. Têm razão os jogadores e o técnico Parreira quando insistem em que o mais importante, na estréia, era a vitória. É bom lembrar que uma Copa do Mundo é uma competição esportiva de altíssimo nível e não um festival de criação artística ou um concurso de beleza, Portanto, a vitória vale mais do que o show. O problema é que jogando a bolinha que jogou, sobretudo na primeira metade do segundo tempo contra a Croácia, nem o Brasil ganhará a Copa. Nem sempre uma única mágica - como La Gazzetta dello Sport definiu em manchete o 1 a 0 assinado por Kaká - bastará para garantir a vitória. Vamos torcer, então, para que o técnico e o time estejam certos quando prometem que o Brasil melhorará de jogo em jogo e, já contra os australianos, mostrará o futebol que não se viu contra os croatas. É fundamental vencer novamente, claro, mas também começar a jogar bola. Parreira pareceu muito consciente disso na entrevista coletiva de ontem, em Königstein, ao ao dizer que a Seleção não tem intocáveis. Ronaldo que se cuide.

PARAGUAI 0

Boruc; Bak, Baszcynski, Bosacki e Zewlakow (Dukda 37/2); Krzynowek (Lewandowski 37/2), Sobolewski, Radomski e Smolarek; Jelen (Brozek 46/2) e Zurawski. Técnico: Pawel Janas.

A Fúria mostra suas garras

paSse livre

A ESPN Brasil mudou o horário do "Loucos por Copa": a partir deste domingo, será às 23h.


sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

Transpor te Saúde Urbanismo Ciência

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ATÉ SETEMBRO, A RUA COMERCIAL DEVERÁ SER REPAGINADA

Estamos envolvidos no recapeamento da via e do pavimento. Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras

FIOS AINDA POLUEM A OSCAR FREIRE A primeira etapa de reurbanização de cinco quadras foi concluída. Agora falta aterrar a fiação, trocar as calçadas, recapear a via e instalar novo equipamento urbano. Fotos de Luludi/Luz

Rejane Tamoto

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itavo eixo comercial de luxo do mundo – que chega a receber 300 mil pessoas por mês – a rua Oscar Freire está prestes a fazer jus ao título. Nesta semana foi concluída a primeira etapa de reurbanização de cinco quadras da via (entre as ruas Padre João Manuel e Melo Alves), iniciada em outubro do ano passado. Até setembro, a rua comercial deverá ser repaginada, com a fiação e o cabeamento subterrâneos, calçadas novas com acessibilidade, paisagismo e mobiliário urbano desenhado especialmente para a rua. O projeto da nova Oscar Freire está orçado em R$ 8 milhões. A presidente da Associação dos Lojistas da Oscar Freire e diretora-geral da marca Christian Dior no Brasil, Rosângela Lyra, lembrou que dos 104 lojistas associados apenas 15 investiram R$ 15 mil cada um para que o projeto fosse elaborado, há três anos. O restante do valor é dividido entre patrocinador e Prefeitura. Segundo o secretário da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras e subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, o valor foi rateado da seguinte maneira: R$ 3,5 milhões serão custeados pela administradora de cartões de crédito American Express e R$ 4,5 milhões pela Prefeitura. "Estamos, em conjunto com as concessionárias, envolvidos no aterramento da fiação, na troca de calçadas, construção de baias e no recapeamento da via e do pavimento", afirmou Matarazzo. Publicidade - A contrapartida para a empresa patrocinadora será a inserção de publici-

dade "discreta" em todo o mobiliário urbano. "Nossos bancos e lixeiras terão um padrão diferente dos que a Prefeitura utiliza. E já foram aprovados. Isso porque a Oscar Freire é uma rua diferenciada, é a única que tem um comércio bacana na cidade e não divide espaço com mais ninguém", afirmou Rosângela. O professor de idiomas Jeff Baffica, de 41 anos, frequentador da Oscar Freire, teme a contrapartida. "É um equívoco que a Prefeitura permita que uma marca abuse do espaço público. Aposto que serão colocados logotipos a cada 50 metros, em latas de lixo e bancos. Desse jeito, o objetivo de valorizar o cidadão não será cumprido", disse. O secretário Andrea Matarazzo negou que a inserção de publicidade no mobiliário urbano da rua Oscar Freire entre em conflito com o projeto de lei contra a poluição visual, enviado à Câmara pelo prefeito Gilberto Kassab na semana passada. "Não tenho detalhes do mobiliário que será colocado. A publicidade será pequena em bancos e totens indicativos", disse o secretário. Obras - A segunda e última etapa de obras da Oscar Freire, que começa neste mês, será mais visível do que a anterior. Na primeira fase, que durou sete meses, foram abertas as câmaras que abrigarão os transformadores e construídos os sistemas condutores que interligam as câmaras. "As pessoas acharam que a obra tinha parado porque era feita à noite e silenciosamente. A logística foi da Eletropaulo, responsável por 70% da obra", disse Rosângela. Fios - Na etapa que começa agora, toda a interferência vi-

Fiação exposta contrasta com painéis publicitários na rua Oscar Freire, nos Jardins. Aterramento dos cabos deverá estar concluído em setembro.

sual que acaba com a beleza das fachadas das lojas será eliminada. Os fios e dutos das concessionárias de TV por assinatura, telefonia e energia elétrica, que ocupam os 100 postes do trecho de cerca de 500 metros a serem revitalizados, serão enterrados. "As concessionárias vão passar os cabos para a parte subterrânea, que já está preparada para recebê-los. E terão um prazo de 60 a 90 dias", disse Rosângela. Além de tornar visível as fachadas, essa etapa de obras também modificará o movimento da Oscar Freire. Para os lojistas, será a fase em que terão de adaptar as instalações

de energia elétrica aérea para subterrânea. Transtornos – Para os frequentadores, transtornos ao trafegar pela rua. "Até setembro, teremos problemas de locomoção nas calçadas e o trânsito ficará prejudicado. Mas a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) está nos apoiando", afirmou Juliano Gonçalves, gerente da Distribuição Subterrânea da AES Eletropaulo. "A idéia de retirar os fios e postes é genial porque São Paulo não tem paisagens naturais. Aqui, a beleza está na arquitetura que, sem os fios, será valorizada", disse o carioca e frequentador da rua, Jeff Baffica. Um exemplo disso, para ele, é a Galeria Melissa, que fica no número 827 da Oscar Freire. "Essa loja tem arrojo de arquitetura e uma velharia de transformador na frente, bem no meio", afirmou Jeff. Além da estética que a reforma proporcionará à Oscar Freire, Rosângela Lyra ressaltou a importância da acessibilidade nas novas calçadas feitas em pedra e concreto. Ela já está conscientizando os lojistas a adequarem os estabelecimentos com rampas de acesso. "Eles terão de modificar as entradas das lojas, porque já estamos fornecendo um serviço bom de revitalização", disse. Outro aspecto importante, segundo a presidente da associação, será o paisagismo. "Vamos manter as árvores existentes, recuperar as que estiverem comprometidas e remover as que não têm recuperação". O secretário Andrea Matarazzo afirmou que, por último, será feito o recapeamento asfáltico. "Esse projeto é importante porque a Oscar Freire é a rua mais importante da América Latina, principalmente para o turismo". Projetos - Segundo Rosângela, a revitalização vai se estender a outras ruas. "Cada esquina da Oscar Freire que tiver um estabelecimento será revitalizada de modo a cobrir a loja, abrangendo um trecho da rua transversal". O objetivo é que essas ruas também pas-

Poste, transformador e cabos poluem a entrada da Galeria Melissa

Rosângela Lyra, presidente da Associação dos Lojistas da Oscar Freire

sem pelo mesmo processo. "Começamos pela Oscar Freire, mas o próximo passo será a requalificação das ruas Haddock Lobo, Bela Cintra, Alameda Lorena, Consolação e Melo Alves", disse Rosângela. Para o superintendente da Distrital Pinheiros da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Ricardo Granja, a re-

vitalização é positiva porque estimula o consumo. " Estamos abertos a parcerias para revitalizar a Teodoro Sampaio, que também é uma importante rua comercial. Esse apoio é essencial para a execução dos projetos porque o financiamento próprio, pelos comerciantes, é pesado. Já pagamos impostos demais", completou.


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Transpor te Saúde Religião Urbanismo

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DIA SANTO MOBILIZOU MILHÕES DE FIÉIS EM TODO O PAÍS

O prefeito Gilberto Kassab não quer mais a Marcha para Jesus na avenida Paulista.

TRÊS MILHÕES NA AVENIDA PAULISTA A Marcha para Jesus, promovida pela igreja evangélica Renascer em Cristo, reuniu multidão em São Paulo. Em todo o País, católicos comemoraram o Corpus Christi.

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Marcha para Jesus, evento religiosomusical promovido pela igreja evangélica Renascer em Cristo, reuniu ontem cerca de três milhões de pessoas na avenida Paulista, segundo estimativa feita pela Polícia Militar. Essa foi a 14ª edição do encontro. Ainda ontem, o prefeito Gilberto Kassab disse que a Marcha para Jesus não será mais realizada na Paulista, em função dos transtornos que o evento provoca. No próximo ano, provavelmente, o evento acontecerá na zona norte. A marcha teve início na avenida Doutor Arnaldo, que ficou interditada das 6h30 às 10h entre a rua da Consolação e a rua Cardoso de Almeida. Até chegar ao palco montado na Paulista, o público foi animado por trios elétricos com bandas evangélicas. O evento durou até o início da noite e causou grandes problemas à circulação de veículos. Corpus Christi – O cardealarcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, celebrou ontem, na Catedral Metropolitana de São Paulo, a missa de Corpus Christi, assistida por centenas de fiéis católicos. No Rio, mais de cem mil pessoas participaram de procissão que saiu da igreja da Candelária, no centro da cidade. Esculpida no chão, em forma de desenhos com motivos sacros, a fé dos católicos tomou forma nas ruas de Caçapava, no Vale do Paraíba (SP). Sete longos quarteirões do centro da cidade foram enfeitados com 84 toneladas de areias coloridas, seguindo uma tradição de 40 anos de decorar as ruas no dia de Corpus Christi, festa católica que celebra o Corpo de Cristo transformado na Eucaristia. O trabalho foi feito a 2.400 mãos. "Foram 1.200 voluntários de paróquias e escolas que trabalharam duro desde a noi-

Valéria Gonçalvez/AE

te de quarta-feira", contou o diácono Adonis Souza, que coordena a preparação da festa. Além da areia colorida, tingida também por voluntários de cinco paróquias, foram usados tampinhas de garrafa, pó de serragem, isopor, casca de ovo e "muita criatividade e dom artístico", completou Souza. Para que tudo desse certo, o trabalho começou a ser realizado no início do ano. O percurso enfeitado de três quilômetros de extensão só foi desmanchado no final da tarde, com a passagem da procissão que reuniu dez mil fiéis. Alternando músicas e orações, os católicos saíram da igreja de Santo Antonio, passaram pela Igreja Matriz onde novamente pararam e rezaram. O cortejo terminou na Igreja de São Benedito, onde foi celebrada uma missa. Aparecida – No Santuário Nacional de Aparecida, maior centro de peregrinação do país, 15 mil pessoas assistiram à missa das 9h, celebrada por d. Raymundo Damasceno Assis, arcebispo da cidade. Outros 30 padres, entre eles monsenhor Baltasar Cardozo, da Venezuela, e monsenhor Hector Gutierrez, da Colômbia, também participaram da celebração. Entre os fiéis, os senadores petistas Aloizio Mercadante e Eduardo Suplicy e os deputados federal Ângela Guadagnin e estadual Carlinhos de Almeida, que participaram da procissão, encerrada com uma missa solene. A procissão foi realizada do lado de fora da basílica. Neste ano o tema da festa foi "Vinde e Vede. Ele está no meio de nós". Ao final do sermão, dom Raymundo disse que é da Eucaristia – hóstia que significa o Corpo e Sangue de Jesus Cristo – que os cristãos devem tirar a força e a esperança para enfrentar os problemas da vida. Até domingo, a direção do Santuário Nacional espera a presença de 150 mil romeiros. (Agências)

NO LITORAL, DIA CALMO

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Multidão calculada em três milhões de pessoas tomou ontem a avenida Paulista, durante a 14ª edição da Marcha para Jesus. Segundo o prefeito Gilberto Kassab, o evento promovido pela igreja evangélica Renascer em Cristo não mais será realizado na Paulista, em função dos transtornos causados ao trânsito. J.F.Diório/AE

O cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, celebrou ontem missa de Corpus Christi na Catedral Metropolitana, na praça da Sé. Milhares de católicos comemoraram ontem o dia santo. No Rio, procissão reuniu mais de cem mil fiéis. Tapetes de areia colorida enfeitaram cidades do interior paulista.

s turistas que optaram por passar o feriado de ontem no litoral de São Paulo não tiveram do que reclamar: o dia foi de muito sol, com temperatura máxima de 27 graus. O movimento ficou abaixo da expectativa dos comerciantes e as praias tiveram pouco movimento. Era gente caminhando, se bronzeando ou pedalando suas bicicletas. Poucos arriscaram um banho de mar, já que a água estava bastante fria. Durante todo o dia, o movimento foi normal no Sistema AnchietaImigrantes. A Ecovias, concessionária das estradas que levam à Baixada Santista, registrava às 17h de ontem a passagem de 108 mil veículos pelas cabines de pedágio. A expectativa para todo o período do feriado está entre 170 mil e 250 mil veículos, cifra que deverá ser atingida. "Se continuar o sol, o movimento irá melhorar bastante", comentou o diretor do Delphin Hotel, do Guarujá, Ricardo Roman Júnior. Seu estabelecimento estava com a metade da lotação e, para ele, essa é a procura normal desta época, em que os turistas dão preferência às estâncias. Como em Santos, o movimento nas praias estava fraco. Outro reflexo do dia tranqüilo nas praias da Baixada Santista: o 17.º Grupamento de Bombeiros não registrou afogamentos. (AE)

Milton Mansilha/Luz

Perueiro, só com atestado de antecedentes

Fogo destrói parte da Igreja Santo Antônio do Pari E Hélvio Romero/AE

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m incêndio de grandes proporções destruiu na madrugada de quarta-feira boa parte da Igreja Santo Antônio do Pari, na Praça Padre Bento, em São Paulo, horas depois de terminada a festa que homenageou Santo Antônio. O fogo destruiu parte da torre de 52 metros, da lateral do templo, imagens, velário, quadros com a Via-Sacra e cerca de dez altares. O incêndio começou às 2h e foi controlado duas horas depois pelo Corpo de Bombeiros, que enviou 14 carros ao local. As causas estão sendo investigadas. Não houve feridos. No momento do acidente, nove frades dormiam no convento da paróquia, fundada há 92 anos e considerada a maior igreja de Santo Antônio na capital paulista. Eles foram acordados pelo cheiro de fumaça. Funcionários informaram que os frades estão em estado de choque e não tinham condições de dar entrevistas. Eles acham que o incêndio foi causado por velas. Na porta da igreja, dezenas de fiéis choravam. "É como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo", lamentou a professora de catequese Ermelinda Lopez, de 74 anos. A professora soube do incêndio pela televisão, passou mal e chegou a ser levada ao pronto-socorro. "Mesmo que a gente arrume dinheiro para recomeçar, nunca vai ficar do mesmo jeito." (AE)

A torre da Igreja Santo Antônio do Pari, de 52m de altura, e boa parte da lateral do templo, foram consumidas pelas chamas na madrugada de quarta-feira. Não houve feridos, mas os danos foram extensos.

m meio ao escândalo envolvendo o ex-secretário municipal Transportes da gestão da prefeita Marta Suplicy (PT) Jilmar Tatto, acusado de ligações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que estaria infiltrada em cooperativas de perueiros, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL) decretou que, a partir de hoje, será exigido atestado de antecedentes criminais dos prestadores de serviço do sistema de transporte coletivo, de acordo com a edição de ontem do Diário Oficial do município. Com o decreto, o artigo 1º do Decreto nº 46.367, de 21 de setembro de 2005, foi alterado. Agora, o texto diz que "serão exigidos condutas e padrões de qualificação técnica e profissional, bem como atestado atualizado de antecedentes criminais, dos prestadores de serviços do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros na Cidade de São Paulo, autônomos ou cooperados, ligados a consórcios ou cooperativas, funcionários de consórcios ou de empresas, nos termos estabelecidos em ato normativo a ser expedido pela Secretaria Municipal de Transportes". Anteontem foi pedida a prisão preventiva de Tatto, pela Delegacia de Entorpecentes de Santo André. A decisão da juíza da 2ª Vara Criminal de Santo André, Aparecida Angélica Correa, sobre o pedido foi adiada para a próxima segunda-feira. (AE)

Feira Cultural, no largo do Arouche: concentração para a Parada Gay

Parada Gay pode ser suspensa no ano que vem

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Parada do Orgulho Gay, que se realiza amanhã, entre 13h e 20h, na avenida Paulista, com expectativa de reunir 2,5 milhões de pessoas, poderá não acontecer em 2007. A ameaça é do presidente da Associação do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), Nelson Matias Pereira, que se diz inconformado com a cobrança da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) por eventos em ruas ou avenidas da cidade. A medida foi aprovada no início do ano e autoriza a CET a cobrar pela utilização de seus agentes de trânsito nos mais variados tipos de eventos. Segundo Pereira, a possibilidade do cancelamento foi levantada logo depois do aviso de cobrança, pela CET, de R$ 98 mil por conta da Parada Gay deste ano. Além disso, na última quinta-feira, foram cobrados mais R$ 5 mil da associa-

ção em função da utilização dos agentes de trânsito, no evento que antecipa a Parada Gay. "Achamos absurdo esse valor, principalmente porque já pagamos diversos impostos e atraímos muitos turistas para a cidade. Mais até que a Formula 1 e Carnaval juntos", disse. Pereira ainda comentou que deverá exigir uma prestação de contas desse dinheiro à Prefeitura. "Queremos saber se o Executivo reverterá esses valores em algo de útil para o município", contou. Ontem, no Arouche, freqüentadores da Feira Cultural também se irritaram com a cobrança. A drag queen Marisol, de 62 anos, comentou que a cobrança feita pela CET é homofóbica. "Eles não cobraram nada da organização da Marcha para Jesus e nós somos obrigados a pagar. É um absurdo", afirmou. Pela legislação, eventos religiosos não pagam pelos serviços da CET. Ivan Ventura


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Política

"Em toda aliança tem que haver reciprocidade" Renato Rabelo, presidente do PC do B.

DEPOIS DE PERDER O APOIO DO PMDB, PARTIDO PODE FICAR SEM O SEU ALIADO MAIS PROVÁVEL. Marcos d'Paula /AE / 14/06

Lula: falta de consenso no Ceará, em Tocantins e em Brasília para indicações de nomes ao governo e ao Senado pode prejudicar a única coligação possível.

PC DO B AMEAÇA DEIXAR O PT SÓ ARRAIÁ NO TORTO ESTÁ GARANTIDO. COM LULA E DONA MARISA.

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hoje: no comecinho da noite o casal Lula da Silva vai abrir de novo as portas da Granja do Torto para mais uma festa junina, que já se tornou tradicional no governo petista. No convite, Lula e dona Marisa mantiveram o pedido de anos anteriores para que os convidados levem comidas caipiras, doce ou salgada. Os convidados também foram aconselhados a irem vestidos com roupas típicas, se possível. A festa está marcada para começar às 18 horas. O convite, como o do ano passado, traz uma foto colorida de Lula e dona Marisa usan-

do trajes típicos. O presidente, que estará nessa sexta-feira no Recife, voltará de Pernambuco direto para o "arraiá". Foram convidados alguns amigos, como parlamentares petistas, e ministros. Convidados garantem que a festa será mais reservada do que no ano passado. Muitos estão recusando o convite, principalmente pelo fa-

to de amanhã ser feriado. O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, por exemplo, já avisou que estará em Porto Alegre para rever a família. Dona Marisa não abriu mão de fazer a festa nem no ano passado, quando o governo e o PT viveram os momentos mais intensos e graves da crise política provocada pelo escândalo do mensalão.

Agora, Lula voltou a ter motivos para comemorar: sua liderança nas pesquisas de intenção de voto sobre a corrida presidencial e indicadores positivos da economia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou o feriado de Corpus Christi em Brasília, sem compromissos oficiais na agenda. À noite, acompanhado pot ministros, o presidente viajou para Recife, onde inaugura hoje a Central Nacional de Teleatendimento da Previdência Social. A unidade vai funcionar na Rua Marquês de Olinda, no Recife Antigo. O serviço permitirá que os segurados da Previdência do Nordeste, Norte e Centro-Oeste marquem perícia médica para concessão do auxílio-doença pelo telefone, ligando para o número 135. Os segurados de São Paulo e Rio de Janeiro continuam a agendar o serviço por meio do PrevFone (0800780191). (Agências)

FALTA DINHEIRO PARA O PARTIDO

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campanha eleitoral do PT, que segundo estimativas internas deveria arrecadar este ano R$ 13 milhões, chegará só a R$ 4,5 milhões por causa de magras contribuições. A reversão nas expectativas mostra que a onda de acusações que bateu no PT depois do escândalo do mensalão causou estragos bem maiores do que o próprio partido esperava. Ela afastou militantes e deixou evidente que o levantamento de dinheiro para a campanha já não é tão fácil assim. Mais ainda, a atual diretoria enfrenta problemas sérios para equilibrar as finanças do partido. A campanha emergencial de arrecadação que será encerrada neste mês previa chegar aos R$ 13 milhões a partir da contribuição de filiados e simpatizantes. Baterá, se tanto, nos R$ 4,5 milhões, menos de 35% do total pretendido. Em dinheiro contabilizado, registre-se. O autor - Prevenida, a nova direção petista contabiliza centavo por centavo, com o registro do nome de quem faz a contribuição. A todos é entregue um recibo. Não quer saber do dinheiro não contabilizado dos tempos do ex-tesoureiro Delúbio Soares. "No fim do

mês nós vamos fechar o balan- chamados petista histórico. O presidente do PT, Ricardo ço e suspender a campanha, porque vamos nos dedicar a Berzoini (SP), contribuiu com outra campanha, a da reeleição R$ 16 mil; o deputado Marcos do presidente Lula", disse o te- Maia (RS), com R$ 20 mil. O lísoureiro petista, Paulo Ferrei- der do governo na Câmara, ra. Ao todo, calcula-se que a dí- Arlindo Chinaglia (SP), doou vida deixada por Delúbio po- R$ 5 mil, metade da meta. O deputado Virgíde ter chega- Valter Campanato/ABr l i o G u i m ado aos R$ 100 rães (MG), milhões com que apresenos juros. Nas tou o empreCPIs, o ex-tesário Marcos s o u re i ro i nValério a Deformou que o lúbio Soares, dinheiro não pagou R$ 10 contabilizado mil. Virgílio era de R$ 55 foi suspenso milhões. do partido A c a m p apor mais de nha de arrecaum ano por dação enconter concorritrou dificuld o à p r e s idades para dência da Câdeslanchar mara contra a até entre parl a m e n t a r e s Berzoini: contribuição de R$ 16 mil. orientação da bancada. petistas. De Dos senadores, o mais geneacordo com o primeiro balanço da direção do partido, dos 93 roso foi o candidato ao governo parlamentares (81 deputados de São Paulo, Aloizio Mercae 12 senadores) do PT, somente dante, que doou R$ 8.223. Em seguida aparecem Eduardo Su38 tinham se engajado nela. A cada um foi sugerida a plicy, com R$ 4 mil; a líder do PT contribuição de R$ 10 mil. Mas no Senado, Ideli Salvatti (SC), e o deputado Adão Pretto (RS), Sibá Machado (AC), cada um por exemplo, entregou apenas com R$ 3 mil; Fátima Cleide R$ 353,04. Ele pertence à ala es- (RO), com R$ 2 mil, e Serys querda do partido e é um dos Slhessarenko (MT), com R$ 1

mil. Os outros não tinham doado nada até o primeiro balanço. Paulo Ferreira disse que aguarda a contribuição dos que nada pagaram ainda - ou uma segunda parcela dos que foram econômicos na ajuda ao partido - até o fim do mês. Para cada um dos doadores ele pretende entregar uma medalha pela contribuição. Os que derem pouco, como Adão Pretto, deverão receber uma medalha mixuruca. O prêmio- "Vamos ter todo tipo de medalha. Os que mais ajudaram vão receber a de diamante; outros, a de ouro, a de prata, a de bronze. Vai ter todo tipo", promete Ferreira. E qual será a de Adão Pretto? "Vai ser uma medalha de lata", disse, rápido, o tesoureiro. A campanha de arrecadação do PT vai ser encerrada com dois jantares, um no Rio de Janeiro, outro em São Paulo, ambos no fim do mês. No dia 24, logo depois da convenção que vai ratificar a candidatura à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, será organizado um grande forró, no Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, mesmo local da escolha dos candidatos a presidente e a vice. A mesa para seis pessoas custará R$ 300; para quatro, R$ 200 e, avulsos, sem mesa, R$ 20. (AE)

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epois de perder de vez, nesta semana, o PMDB como aliado formal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda nem confirmou o seu nome como candidato à reeleição, pode não contar também com o único partido que aparentemente se mostrava disposto a unir forças com o PT: o PC do B. Isso ainda não está certo, mas o provável aliado já deus sinais claros de que vai avaliar as vantagens dessa coligação e de que pode, sim, desistir da aliança. Nesse caso o PT ficaria sozinho na disputa, e ainda que o presidente apareça como grande favorito a vencer a eleição ainda no primeiro turno, vai ter que conquistar o cargo às custas de suas próprias forças. Ou principalmente com a força de Lula. Para o PC do B, não se trata apenas de falta de sedução por parte do partido do presidente, mas de um afastamento gerado pela distância que ele estaria mantendo há algum tempo, desprestigiando a legenda. O presidente do PC do B, Renato Rabelo, chegou a admitir ontem que apesar das diversas tentativas de uma união duradoura, o PT não teria manifestado um vivo interesse nisso, como seria de se esperar. Como exemplo, citou Ceará, Tocantins e Brasília como praças de discórdia, em que o PT recusou solemente a parceria para atender aos seus próprios

interesses e conveniências. "Em toda aliança tem que haver reciprocidade", reagiu. "Os ganhos têm que ser de parte a parte". Daí porque os filiados do PC do B teriam adiado de 14 para 29 deste mês a convenção do partido. A idéia é discutir o problema e decidir se a coligação não vai mesmo sair. Divergências – No caso do Ceará, tanto o PT quanto o PC do B reforçam a candidatura de Cid Gomes (PSB) ao governo e trabalham juntos nesse sentido, mas esbarram na indicação do senador. Enquanto o PC do B festeja o nome do deputado Inácio Arruda, o PT não arreda pé do ex-ministro das Comunicações, Eunício Oliveira (PMDB), como o seu candidato. O problema em Brasília é que o PC do B contava com o PT para apoiar a candidatura do ex-ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz, para o governo distrital, mas o pedido foi rechaçado. A escolha do PT recaiu sobre a correligionária Arlete Sampaio, que atua como deputada distrital. Várias intermediações foram feitas no sentido de reverter a situação, mas não houve acordo. E no caso de Tocantins as relações entre os dois partidos também azedaram porque o PC do B lançou o senador Leomar Quintanilha como candidato ao governo estadual, mas o PT faz mais gosto com a campanha de Marcelo Miranda (PMDB), candidato à reeleição.(Agências)


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Dalmo Curcio / Folha Imagem

Geral

Sem-terra querem resistir a despejo

Sem-terra ligados ao FAF (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar), que invadiram o prédio do Incra em Campo Grande, em dezembro passado

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elo menos a metade das 1.057 famílias de sem-terra que ocupam a Fazenda Teijin, em Nova Andradina (MS), está disposta a resistir à ordem de despejo determinada pela Justiça Federal. Elas mantêm reféns 28 funcionários do Grupo Agropecuário Teijin, proprietários do local, e deixaram sem água e alimentação dez mil bois. Também bloquearam a entrada e saída de pessoas e carros, sustentando a palavra de ordem de "aqui ninguém entra ou sai". Segundo garantiram os líderes dos invasores, até ontem, não houve notificação sobre a decisão do juiz federal de Dourados (MS), Jairo da Silva Pinto, determinando a desocupação imediata da propriedade e a reintegração de posse, desde terça-feira (13). São grupos ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem

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No que o "turismo responsável" é diferente do turismo tradicional? Cristina Poll – É uma maneira de gerir os recursos derivados do turismo por parte das organizações de base, com as quais temos uma relação por afinidade política, por afinidade em projetos de desenvolvimento, ou, no caso da Rede de Consumo Solidário, na comercialização via comércio justo. No caso do Brasil, quais são as características da viagem organizada por vocês a assentamentos dos sem-terra? O que nos move ao conhecer o MST é sua luta pela reforma agrária, tendo em considera-

ção a definição de soberania alimentar feita em 1996 pela Via Campesina, quando se definiu que cada povo devia ter o direito de organizar seu sistema produtivo agrícola, pesqueiro e de gado, segundo as necessidades de suas áreas. Partindo dessa base e da luta do MST por uma reforma agrária nesse sentido, nós, da Rede, uma organização que está em contínuo movimento de sensibilização por um consumo responsável, estamos interessados que pessoas do [Hemisfério] Norte conheçam a situação agrária do Sul, como o MST se organiza e o que está fazendo, e também de alguma maneira contribuir economicamente para a luta desse movimento. Quanto custa a viagem e quanto se destina ao MST? Ao grupo que viaja oferecemos um pouco de formação, num fim de semana, e a possibilidade de serem sócios da Rede, com tudo que isso comporta: receber informação, participar de encontros, conferências e outras atividades. Esse "pacote Rede" mais a formação para a viagem custam 140 euros. A quantia que chega ao MST, enquanto suporte político, é de 200 euros. Esses 200 euros servem para pagar os primeiros dias na chegada ao albergue e à Secretaria de Relações Internacionais do movimento em São Paulo; outra parte vai para a Escola Florestan Fernandes, que é um ponto que os viajantes querem conhecer por conta dos mecanismos pedagógicos desenvolvidos; e, por último, outra parte vai aos escritórios regionais de cada estado nos quais os viajantes chegam. O que não se faz é pagar às famílias por receber os viajantes porque, o MST prefere que se acolham as pessoas que vêm de fora de modo comunitário e compartilhado pelas diferentes pessoas do assentamento. E os outros aspectos logísticos

da viagem, como as passagens? Isto é à parte. Nós não somos uma agência de viagens. Como se organiza a chegada ao Brasil e depois a viagem aos assentamentos? Chega-se a São Paulo e ali os participantes do grupo vão aos albergues para descansar um dia. O grupo fica um fim de semana na cidade para participar de uma reunião informativa na Secretaria de Relações Internacionais do MST. Ali eles ficam sabendo como funciona o MST, o histórico, os objetivos etc. Então, se organizam grupos de no máximo cinco pessoas e são definidos os assentamentos a que irão, provavelmente em Mato Grosso do Sul e Goiás, que são os que têm mais estrutura para receber visitantes. Depois dessa reunião, há uma pequena excursão à escola Florestan Fernandes, perto de São Paulo. E depois cada grupo toma os meios de transporte pertinentes para chegar aos assentamentos. Uma vez lá, um coordenador facilita a integração às atividades e apresenta as famílias que estarão recebendo os visitantes. A partir daí, é uma experiência muito mais livre. Dependendo das motivações de cada pessoa do grupo, eles escolherão atividades que querem realizar. Obviamente existem espaços de intercâmbio de experiências. Uma das primeiras perguntas que os membros do MST fazem é "Como é que vocês vieram parar aqui?". E por que é que essas pessoas saem da Europa para conhecer um assentamento agrário no Brasil? Das pessoas que conheço e que querem ir, 90% conhecem o MST. E uns 10% querem ir para fazer outro tipo de turismo, conhecer o Brasil de um ponto de vista distinto do oferecido no circuito tradicional. Um grande percentual vem do mundo educativo. Outro

Terra (MST) e à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) que estavam acampados nas margens da BR-267 e há dois meses, apoiados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), invadiram o imóvel que possui área de 28.500 hectares. "É absurda a decisão da Justiça Federal", segundo nota divulgada pelo MST, acrescentando que existem famílias aguardando assentamento no local há mais de dez anos. O advogado da fazenda, Diamantino Silva Filho, afirma lamentar a situação dos sem-terra, ressaltando que "eles foram enganados pelo superintendente do Incra, Luiz Carlos Bonelli". "Está tecnicamente provado que o lugar não serve para assentamento de sem-terra." Ele adiantou que hoje pedirá força policial para o cumprimento do mandado judicial, e na segunda-feira

Patu Antunes /

Turista europeu paga 200 euros para "viver" o MST á três anos, uma ONG de Barcelona, na Espanha, organiza um pacote turístico, no mínimo, diferente: três semanas de visita a assentamentos dos sem-terra, em Mato Grosso do Sul e Goiás. A Rede de Consumo Solidário, que procura estimular projetos de comércio justo e colaborar para que uma rede mundial de pequenos produtores dos países pobres possam fazer chegar seus produtos aos países ricos, se embrenhou no chamado "turismo responsável". As viagens acontecem em pleno verão europeu e são organizadas por Cristina Poll, designer que decidiu montar tais "pacotes" para o Brasil, Equador e República Dominicana. O ponto em comum entre o turismo e a ONG está no campo. No caso brasileiro, a conexão foi feita com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que desperta fascínio em ativistas europeus e curiosidade nos cidadãos comuns. Seu objetivo: conhecer um Brasil muito diferente dos cartões postais de praia, sol e mulatas, mas ainda muito igual no clichê de que os brasileiros são mesmo boa gente e hospitaleiros. Leia abaixo a entrevista concedida por Cristina Poll.

sexta-feira, sábado e domingo, 16, 17 e 18 de junho de 2006

Queremos romper com imagens préestabelecidas, porque a tendência é idealizar Cristina Poll percentual, de movimentos sociais em geral. Há pessoas que já conhecem o MST por ouvir falar e que querem ver a experiência de perto. Tem um grupo grande, com pessoas de mais de 50 anos, que já viajou por muitos países. Um pouco mais jovens, na faixa dos 30 anos, são os professores. E o menor grupo é o dos jovens envolvidos em atividades de voluntariado, de cooperação internacional, de denúncia do sistema capitalista e que querem, portanto, uma viagem política. Em junho e setembro, viajam entre cinco e 10 pessoas. Em agosto, umas 15. O máximo que já enviamos ao Brasil foram 35 pessoas. Por que o projeto exclui a possibilidade de trabalhar no campo? Quando estamos falando de brigadas ou de trabalho voluntário, posso parecer radical, mas estamos falando, na verdade, de fazer turismo. Só que é um turismo camuflado, com perspectivas de "facilitação" de tempo e esforço para uma causa. É uma experiência muito pontual e anedótica. Essa experiência não se chama turismo porque "turismo" é uma palavra que dá um pouco de medo, imediatamente associada ao turismo tradicional. A partir desse momento, muitas das ações das ONGs são uma desculpa

BR Press

para gerar espaços de relacionamento. O fato de realizar um trabalho físico, como construir uma cerca, é um tipo de trabalho no qual, na realidade, nenhuma organização do Sul precisa dos trabalhadores do Norte para realizá-lo. Então, procuramos pensar uma maneira onde se possam intercambiar experiências, conhecimento, de alguma maneira criar relações para superar os preconceitos estabelecidos por um lado e pelo outro. Talvez o fato de compartilhar algumas tardes com os assentados e depois visitar umas áreas onde se plantaram legumes, leve o viajante a dar uma mão na hora de colher batatas, mas esse é um processo mais espontâneo.

O que o turista responsável faz, então, durante suas três semanas entre os sem-terra? Ele vai a reuniões do movimento, visita acampamentos, participa em alguma manifestação (caso aconteça) e colabora um pouco em atividades que tenham a ver com seu trabalho na Espanha. Por exemplo, um grupo de professores quis conhecer como se davam as aulas no assentamento, colaborar se possível em alguma troca de conhecimentos. Em coisas assim não se estabelecem regras porque é tudo espontâneo. Que mudanças a viagem provoca na imagem que essas pessoas têm do Brasil ou do MST? Muitas. Temos uma pessoa na Rede, um brasileiro, Flávio Carvalho, que foi quem estabeleceu a conexão com o MST, porque já conhecia o movimento por conta do seu envolvimento com o Fórum Social Mundial de Porto Alegre. Ele preparou o material do curso que damos antes da viagem. A primeira coisa que ele diz na formação é: "Queremos saber que imagem vocês têm do Brasil e do MST para que possamos destruí-la". Queremos romper com as imagens pré-estabelecidas, porque a tendência é idealizar. Existem muitas contradições no movimento, que está formado por indivíduos e cada um deles está moldado por uma realidade. Os motivos pelos quais eles se encontram neste momento no movimento são muito variados. Quem vai na viagem, então, tem

(19), iniciará o levantamento do valor dos prejuízos causados para ressarcimento. "Queremos receber até o último centavo do Incra." Para evitar aumento nos valores a serem ressarcidos, Diamantino disse que o grupo agropecuário pode doar os recursos necessários para a desocupação. "Caso seja necessário, a empresa fornecerá ônibus, caminhões e alimentação para a desocupação. Conforme determina a decisão judicial, cada dia de invasão equivale a multa de R$ 10 mil contra o Incra. Queremos uma desocupação pacífica." O Incra ainda pode recorrer. Rondônia – O Movimento Camponês Corumbiara (MCC) liberou, na quartafeira, a BR-364, única ligação terrestre entre Rondônia e Acre. A rodovia havia sido interditada na segunda-feira (12) por aproximadamente 300 pessoas, a 25 quilômetros de Porto Velho. (AE) de entender que há surpresas. Como quais, por exemplo? Por exemplo, no campo educativo. Em um dos assentamentos havia um convênio com a prefeitura do município para a escola. A professora vinha, então, da rede municipal, e tinha escassa motivação para fazer o que deveria fazer. Sua vocação de educadora estava longe dali. O grupo, claro, se perguntava como é que o MST, que aponta tantos avanços e saídas em metodologias pedagógicas, sustentava esse tipo de situação. É muito fácil encontrar motivos para críticas dentro do movimento. Há muitos aspectos políticos ou de politização que não são homogêneos. Turistas europeus geralmente acham o Brasil lindo, mas se incomodam com a pobreza. Isso acontece nos grupos de vocês? A reação que as pessoas têm quando voltam é de ressaltar o ânimo das pessoas de lá, da vontade de lutar, do envolvimento social e de dar importância a coisas que aqui já não têm valor. Elas sempre se perguntam como é que eles podem fazer tanto com tão pouco, de encontrar alegria onde seja. E também dizem que foram muito bem acolhidos e que os membros do assentamento se esforçavam para integrá-los. A pobreza já é algo esperado nesse tipo de viagem, já se sabe que é assim. Então, não há choque. É o mesmo com a falta de conforto –isso se trabalha na formação antes da viagem. Eles sabem, por exemplo, que talvez possam pegar infecções porque muitas vezes não há cama e têm que dormir no chão, mas se preparam de antemão. Nunca recebi como reação depois da viagem algo como "eu não esperava por isso". O que fica para as comunidades depois da experiência de receber os turistas? Acho que no campo econômico, pouco. As famílias mesmo não recebem compensação financeira, já que o MST deixa claro que o turismo responsável não é de índole econômica. Mas no campo das experiências, para as pessoas que estão no interior do Brasil, essa é uma oportunidade para conhecer as lutas daqui. Elas sempre perguntam: "e vocês, estão lutando pelo quê?", "como é feita a reforma agrária lá?" etc. Patu Antunes, BR Press, de Barcelona


São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

DCARRO

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LANÇAMENTO

Hatch: sucesso na revenda mbora seja o quinto carro mais vendido em seu segmento, no qual existem apenas seis concorrentes, o Peugeot 307 é o hatch médio menos depreciado na hora da revenda. Na época de seu lançamento, em 2004, a montadora francesa estimava vender cerca de 500 unidades por mês do 307 feito na Argentina, o que seria o dobro do modelo anterior, importado da França. Sua previsão se confirmou e até superou as expectativas. No ano passado a Peugeot vendeu uma média mensal de 654 unidades e neste ano o desempenho está ligeiramente maior, com 748 por mês. De janeiro a maio foram vendidas 2.993 unidades, mas ainda assim um volume pequeno em relação aos seus concorrentes. Quem lidera o segmento é o Astra, com 8.200 de janeiro a maio. Stilo e Golf vêm em seguida, com praticamente o mesmo volume de vendas: 3.790 e 3.780, respectivamente. O Focus vendeu 3.585 unidades no período. Atrativo é o que não falta ao 307. Além de sua baixa depreciação, é muito bem equipado. O modelo perde no primeiro ano de uso de 8,2% a 9% do valor inicial. O Astra tem depreciação maior, de 9,2% a 10,3%, porcentuais que no Golf variam de 9% a 10%, dependendo da versão. O Focus deprecia 11,8% e o Stilo, 12,5%, em média. As versões com motor 2.0 do 307 estão sendo vendidas com desconto de 6,6% a 8,8%, enquanto os modelos 1.6 são encontrados ao preço de tabela.

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Agência AutoInforme

307 sedã chega em agosto Peugeot acaba de inaugurar linha de montagem do modelo na Argentina Divulgação

Peugeot promete para o final de agosto o lançamento no Brasil do novo 307 sedã, que será fabricado no Centro de Produção da PSA PeugeotCitroën de Buenos Aires, na Argentina. Com a nova carroceria, o 307 sedã completa a oferta da marca no segmento de veículos de médio porte, que representa um terço do mercado argentino e um quarto do latino-americano. O Peugeot 307 sedã será comercializado com motor 2.0 de 143 cavalos ou 1.6 Flex. Terá à disposição a opção de câmbio manual ou automático. Segundo a montadora, o modelo chegará ao mercado brasileiro com o melhor custo-benefício do segmento, oferecendo tecnologia avançada e amplo espaço interno.

A

Vendas externas - A linha de produção do 307 sedã foi inaugurada na semana e suas vendas na Argentina começam já no próximo mês. O objetivo da marca francesa é comercializar 22 mil unidades/ano do veículo na América Latina e exportá-lo para outros países já a partir do próximo ano. Este novo investimento industrial vem confirmar a importância que a Peugeot atribui à região, considerada um dos três eixos prioritários e estratégicos de seu desenvolvimento internacional. Segundo a empresa, as perspectivas promissoras do mercado automotivo na América Latina e o bom desempenho comercial da marca na região criam um quadro propício para consolidar seus planos de expansão.

O modelo será comercializado no Brasil com motor 1.6 Flex ou 2.0 litros de 143 cavalos

Executivos da Peugeot garantem que com a chegada do 307 sedã, a empresa poderá não apenas manter e potencializar suas ambições de desenvolvimento comercial, como também dispor da mais ampla e moderna oferta de automóveis de médio porte do mercado local, graças à diversidade de suas versões: 307 hatchback 5 portas, Coupé XSI, SW e Coupé Cabriolet. A PSA Peugeot-Citroën Argentina emprega 3.900 pessoas. Graças aos volumes suplementares do Peugeot 307 sedã, sua produção atingirá 100 mil unidades este ano. São números expressivos considerando que no final de 2002 empregava 1.500 trabalhadores e produzia 17.800 veículos (leia mais sobre a Peugeot na página 12).


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

segunda-feira, 19 de junho de 2006

RESENHA

INTERNACIONAL

MÉXICO, O FIEL DA BALANÇA?

A

vitórias eleitorais. Nessa perspectiva, a responsabilidade dos mexicanos não é pequena e, por isso, os amantes da liberdade do continente olham para esse país com expectativas. Sem exagerar, pode-se dizer que com uma derrota eleitoral do candidato do PRD, o México terá a possibilidade de ocupar espaços importantes de liderança latinoamericana, na medida em que ofereça uma alternativa nitidamente diferente dos experimentos incentivados atualmente pelo neo-imperialismo chavista e pelas redes anarco-indigenistas do Fórum Social Mundial. Nessas condições, o México poderá assumir o histórico papel de fiel da balança continental. EDITORIAL DO BOLETIM DESTAQUE INTERNACIONAL – INFORMES DE CONJUNTURA, DE SAN JOSÉ, COSTA RICA E DISPONÍVEL NO SITE WWW.MIDIASEMMASCARA.COM.BR

O brador promete uma mudança milagrosa

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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Auditado pela

ROBERTO FENDT

O

crescimento das exportações brasileiras é determinado em larga medida pelos preços das principais matérias-primas no mercado internacional. Fomos extremamente beneficiados pelo aumento médio de 28% nos preços dessas commodities nos últimos 12 meses. Nesse período, os preços das commodities industriais subiram 58% e o dos metais, 74%. Na última semana os principais índices de preços das matérias-primas mostraram quedas expressivas: o indicador geral mostrou queda de 2,4% na semana; dentro do indicador geral, o índice de alimentos caiu 1,9%; o dos metais, 5,5%; o preço do ouro caiu 10%. Entre os preços de todas as commodities, o único que teve um comportamento discrepante (o preço subiu) foi o petróleo (alta de 2,7% na semana). São flutuações muito grandes para o intervalo de uma semana. Essas flutuações refletem uma história, que vale a pena descrever e ponderar. Trazem notícias boas e notícias não tão boas. Nos Estados Unidos persiste a expectativa de que o Federal Reserve continuará a elevar as taxas de juros, temendo a alta da inflação. Esse movimento, até agora solitário, está sendo agora acompanhado pelo Banco Central Europeu. Nos países emergentes, o quadro não é diferente. Na Coréia, a taxa de juros básica foi elevada para 4,25%, o seu valor mais alto em três anos; na Turquia, aparentemente uma das bolas da vez no conturbado cenário financeiro internacional, a taxa de juros foi elevada em 1,75% para conter um repique inflacionário que já acumula 9,9% entre janeiro e maio deste ano; a única notícia boa entre os emergentes - além da redução, agora a passo de cágado da nossa taxa de juros básica - é a desaceleração da inflação argentina (em maio, os preços ao consumidor subiram somente 0,5%). Curiosamente, a despeito de todos os seus esforços, o crescimento nos países asiáticos persiste firme. Na China, o principal ator da área, o

crescimento anualizado da produção industrial em abril foi de 17%! No primeiro trimestre, o crescimento do PIB chinês continua acima de 10%. A produção industrial do outro grande ator, a Índia, cresceu em março 8% (anualizada) e o PIB do primeiro trimestre, 9%. A maioria dos países do Sudeste Asiático também mostra crescimento expressivo de seus PIBs no primeiro trimestre: Cingapura, 11%; Hong Kong, 8%; Tailândia, 6%; Malásia, 5%; Coréia do Sul, 6%. Enfim, a julgar pelo crescimento dessa área do mundo, as pressões sobre os mercados de commodities devem permanecer fortes ainda no primeiro semestre deste ano.

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emos, portanto, duas pressões distintas sobre os preços das matérias-primas. De um lado a subida das taxas de juros nos países industrializados e os esforços da China por reduzir o crescimento e as importações; de outro, os países emergentes não dão sinal de que o crescimento vá amainar. De fato, o Brasil mostrou no primeiro trimestre deste ano a menor taxa de crescimento dentre 32 países emergentes - em uma conjuntura muito positiva para nossa economia. No Brasil, os gastos do governo estão se refletindo na redução do superávit primário, fiador da manutenção dos principais parâmetros da dívida pública. A continuidade do aumento das taxas de juros, de um lado, e uma possível desaceleração do crescimento mundial no segundo semestre, por outro, são ameaças à economia brasileira. O que fazer? Temos eleições este ano, o homem quer se reeleger e, como na época dos governos militares, dizem que somos uma "ilha de tranqüilidade" no mar revolto em que pode se transformar a economia internacional. Estaríamos mais tranqüilos se o presidente estivesse tomando medidas para resguardar o País se o pior vier, em lugar de ficar colhendo como seus os resultados de uma geração inteira de brasileiros.

A taxa de juros e a desaceleração do crescimento mundial nos ameaçam

A ocasião faz o ladrão GILBERTO NATALINI

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mês de maio findou com um retrato do vergonhoso descaso do Governo Federal para com a Saúde Pública. Cerca de 90 cidadãos brasileiros, que antes integravam as grandes filas de espera para cirurgias de catarata, rumaram a Caracas, sob patrocínio do governo venezuelano, para se submeterem, enfim, a procedimentos cirúrgicos. É incoerente que um país como o nosso, equipado com as mais avançadas universidades de medicina do continente, necessite receber ajuda externa como algumas nações africanas que integram o cinturão da fome. O que se vê no Brasil é uma descarada omissão estatal. Nos últimos anos, o sistema público de saúde apenas regrediu. As conquistas de anos de batalha do movimento sanistarista foram pisoteadas por práticas que contemplam apenas interesses escusos e não o pacto firmado com a sociedade. Tentando livrar-se da "herança bendita" de José Serra, nosso melhor ministro da Saúde, em fevereiro deste ano o Ministério suspendeu definitivamente os mutirões de cirurgia (retinopatia diabética, catarata, varizes e próstata). Na política anterior, os gestores estaduais e municipais faziam, em função da demanda registrada, a programação anual dos mutirões de cirurgias. O Ministério da Saúde, em função dessas programações, repassava o dinheiro aos gestores em cotas mensais. Os sistemas de auditoria checavam as informações e faziam um acompanhamento dos mutirões. Agora, tudo mudou, e para pior: as instituições de saúde precisam cadastrar os pacientes e enviar as listas às secretarias municipais de Saúde para serem submetidas a avaliação todos os meses por técnicos dos governos municipais e estaduais. Com esta medida, a burocracia reinará no acesso às cirurgias e contribuirá para o crescimento das filas de es-

GASTANÇA DEFLAGRADA eio no conceituado órgão de imprensa O Globoeditorial que se refere à Gastança deflagrada pelo governo Lula com nítido objetivo eleitoreiro. Sou de opinião acentuo, imparcial - que a esse respeito não se pode condenar ou censurar o candidato-presidente, pois em seu lugar qualquer candidato, fosse quem fosse, aproveitaria o direito que lhe concederam de disputar a reeleição conservando-se no poder, um poder que é imenso e, praticamente, incomparável pela sua força de gestão. A sua campanha, mesmo, confirma asserção típica dos regimes de clientela, como são os nossos, pela reeleição. O resultado dessa gastança está comprovada pelo Ibope, que situa o presidente Lula muito acima do candidato Alckmin. Acentuo, mais uma vez, que todo e qualquer candidato que se lança a um cargo eleitoral fará, se preciso for, acordo com o diabo para se eleger.

L

E se o pior vier?

Torsten Silz/AFP

Uma eventual vitória de López Obrador daria novo impulso às forças populistas latino-americanas O recente debate televisivo dos candidatos, o último antes das eleições, deixou clara a estratégia do candidato do PRD para conquistar votos na reta final e ganhar as próximas eleições. López Obrador tratou de se apresentar como o “candidato dos pobres”, com promessas demagógicas de uma milagrosa “mudança” na economia do país, cujos detalhes concretos não proporcionou. E concluiu com uma pouco velada ameaça de “acabar com os privilégios”, o qual deixa margem para justas apreensões, dados os antecedentes do candidato e de seu partido. Observadores da vida pública mexicana advertem que López Obrador, tentando ganhar as eleições através de uma divisão do país entre “ricos e pobres”, deixa transparecer um ranço de luta de classes que pode dar uma pista do que seria essa ambígua “mudança” prometida. Medidas

JOÃO DE SCANTIMBURGO

demagógicas poderiam não só comprometer o avanço econômico, senão levar o México a um empobrecimento geral, porque não têm sido outros os frutos dos regimes populistas latinoamericanos. Uma eventual vitória de López Obrador não seria prejudicial apenas para os mexicanos – e especialmente para aqueles aos quais ele alega defender, os mais despossuídos – mas para toda a América Latina, porque daria um novo impulso às forças populistas da região, justo no momento em que estas começam a dar sinais de desgaste, com resultados desfavoráveis no Peru e na Colômbia, depois de uma seqüência de

Jair Soares

s próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos Mexicanos, em 2 de julho, serão decisivas para os rumos não só dessa grande nação, como de toda a América Latina. Embora tenha problemas políticos, sociais e econômicos que ninguém nega, o México tem condições excepcionais para solucioná-los em um ambiente de liberdade e de autêntico respeito à propriedade privada. As últimas pesquisas eleitorais indicam um virtual empate entre Felipe Calderón Hinojosa, candidato do partido governante PAN, e seu rival populista Andrés Manuel López Obrador, candidato do PRD.

pera. A estimativa dos especialistas é que, a partir de agora, o tempo de espera por uma cirurgia contra a catarata ou a retinopatia possa chegar a um ano, aumentando o risco de cegueira. É nítido diante de nossos olhos a cegueira do governo petista frente às carências nacionais. Um exemplo clássico é a recusa a regulamentar a PEC da Saúde, que destina recursos públicos para o financiamento do SUS. Pela lei já aprovada no Congresso, os estados teriam de gastar 12% de seus orçamentos em saúde, os municípios 15% e a União um percentual variável do PIB. Assim, impediria cortes no orçamento da saúde, evitando o fechamento de hospitais e garantindo o funcionamento de programas e projetos que assistem a milhões de cidadãos.

M

esmo com boas estratégias à disposição, o governo do presidente Lula prefere trilhar os caminhos da negligência e, com isso, prover um campo fértil à corrupção. Neste contexto, um quadro vergonhoso é delineado no Brasil: de um lado pessoas morrendo sem o direito a um serviço público eficiente, de outro um governo preguiçoso e omisso, que prefere trocar seu compromisso público pelo populismo fácil da cesta básica. Nesse terreno sem dono surgiu, dentro do próprio Ministério, a quadrilha que pilhou o dinheiro público e que foi flagrada pela operação sanguessuga. Como prega a sabedoria popular, a ocasião faz o ladrão. Sob o olhar complacente da turma que dá expediente no Palácio do Planalto. O presidente Lula, mergulhado nos deslumbres do poder, não ouvia, não via. Não sabia de nada. Claro. Nós acreditamos. GILBERTO NATALINI, VEREADOR (PSDB/SP), É COORDENADOR DA CAMPANHA ALCKMIN / SERRA EM SÃO PAULO.

P reguiçoso e omisso, o governo abre espaço para a corrupção na Saúde

Qualquer candidato, fosse quem fosse, aproveitaria o direito de disputar a reeleição no poder. ma vez eleito, o candidato se arranjaria com o diabo para pagá-lo de uma vez ou em prestações, ou no balcão do SCPC. Essa é a realidade da política brasileira e a de qualquer regime similar ao nosso, pois também nas velhas democracias celebradas pelos editorialistas e pelos historiadores quem vai à eleição obedece à mesma receita. O editorial de O Globo combate a gastança eleitoral, e o faz com razão, mas não poderia ser diferente, tendo um presidente com poderes tão amplos, com o direito de disputar a reeleição e de não se desincompatibilizar em prazo definido por outros candidatos. O candidato Geraldo Alckmin deveria, acho eu, ter acusado o legislador que legislou em favor do candidato-presidente e, evidentemente, em desfavor do candidato desprovido dessa enorme força que é o exercício do poder com todas as suas realizações e facilidades. A glosa do editorial de O Globo fica por aqui e é o que basta, pois a gastança deflagrada vai continuar até o final da campanha. Não se tenha dúvida.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


segunda-feira, 19 de junho de 2006

Transpor te Saúde Distritais Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Claudio Carvalho, assistente administrativo do Degrau, apresentou histórico de atividades.

ALTERNATIVAS PARA TORNAR FÓRUM MAIS EFICIENTE

NOVO FÓRUM PARA A LAPA reocupados com a sobrecarga pela qual vem passando o Fórum da Lapa o subprefeito da Lapa, Paulo Magalhães Bressan se reuniu com o diretor superintendente da Distrital Lapa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Douglas Formaglio. Durante a reunião, eles discutiram alternativas para tornar o Fórum mais eficiente. Atualmente, a unidade chega a receber mais de seis mil processos por dia e, muitos deles se acumulam nas varas. O subprefeito da Lapa disse que tem grande interesse em encontrar um local adequado para um novo fórum. O objetivo é que o espaço possa atender a grande demanda de processos. Bressan disse que o novo fórum já foi a pauta de diversas reuniões com a presidente da OAB - 96ª subseção Lapa, Helena Maria Diniz, com a presença de representantes do Tribunal de Justiça e da Secretaria de Justiça do Estado. Durante essas reuniões, a OAB-Lapa sugeriu a transferência do Fórum para

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Divulgação

Café com negócios

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Douglas Formaglio (esq.), ao lado do subprefeito e Helena Diniz da OAB

um terreno na rua Hugo D’Antola. Bressan afirmou que atualmente a transferência para esse endereço é inviável porque o local é utilizado em diversas atividades pela subprefeitura. Bressan reafirmou que a subprefeitura continuará buscando um novo espaço para o fórum, que viabilize da melhor maneira possível as atividades do advogados e o atendimento do público. Segundo o subprefeito, uma arquiteta da Secretaria da

Justiça está avaliando áreas que estão disponíveis na região para a transferência do fórum. Um dos entraves na aquisição de um novo imóvel, de acordo com o subprefeito, é que tal decisão depende de instrumentos legais. O diretor superintendente da distrital ACSP Lapa, Douglas Formaglio, está acompanhando as discussões e apóia a reivindicação da OAB-Lapa para a mudança de endereço do Fórum da Lapa.

Distrital Pirituba, em parceria com a Caixa Econômica Federal (CEF) promoveu um Café com Negócios na agência recém-inaugurada do banco, na avenida dos Remédios. O evento, coordenado pelo superintendente da distrital José Roberto Maio Pompeu e pelo gerente-geral da agência Abelardo Bastazine Moreno, teve o objetivo de aproximar os empresários, propiciar a realização de novos negócios e troca de experiências . O gerente de mercado da CEF, Paulo Sergio da Silva Santos, falou sobre linhas de investimento e de capital de giro e antecipação de recebíveis, serviços bancários e convênios. Empresários, diretores e conselheiros da Distrital Pirituba e Marcelo Flora Stockler, superintendente da Distrital Centro, estiveram no evento.

Direito civil no Ipiranga

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Distrital Ipiranga da ACSP recebeu o desembargador Ademir de Carvalho Benedito, presidente da seção de direito privado do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, que ministrou uma palestra sobre direito civil. Ele alertou sobre a inadequação das leis aos tempos atuais, principalmente com os avanços tecnológicos.

Benedito, formado pela Faculdade de Direito da USP, ingressou na magistratura em 30 de janeiro de 1978. Em 1993, foi promovido ao cargo de Juiz do 1º Tribunal de Alçada Civil do Estado e, em 30 de dezembro de 2004, promovido a desembargador. Benedito integrou a Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional (Cejai).

Degrau: as realizações em SP

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Divulgação

m encontro na Distrital Centro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o assistente administrativo do Movimento Reunião esclareceu dúvidas sobre o projeto Degrau, Claudio Carvalho, apresentou o histórico de também respondeu as realizações do movimento dúvidas e questões técnicas em todo o Estado de São da platéia de convidados. Paulo. O encontro, coordenado Na ocasião, Carvalho por Paula Braga Viscaino, representou a gerou a troca de coordenadora do projeto experiências e de idéias Degrau, Marisa Negri, e sobre o movimento.

GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Penha - Curso de RH sobre

legislação em parceria com o Fórum de Jovens Empreendedores e facilitador do Sebrae. Às 8h30. I Facesp – Reunião dos conselhos diretor e gestor da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). Às 9h30, na rua Boa Vista, 51/9º, plenária. I Cívica – Reunião da Comissão Cívica e Cultural da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), coordenada pelo vice-presidente Francisco Giannoccaro. Às 15h, na rua Boa Vista, 51/11º, sala Tadashi Sakurai. I Plenária - Reunião plenária da ACSP com análise da conjuntura política pelo cientista político Amaury de Souza. Às 17h, na rua Boa Vista, 51/9º, plenária. I São Miguel - O núcleo setorial de salão de beleza do Projeto Empreender se reúne às 18h. A coordenação é do consultor Valdeir Gimenez. I Líbano – O vice-presidente da ACSP, Alfredo Cotait Neto, participa da entrega do prêmio Líbano Eterno e da posse da diretoria da Câmara de Comércio Líbano-Brasileira de

Minas Gerais. Às 20h30, no Imperador Recepções & Eventos, na av. do Contorno, 8.657, Belo Horizonte (MG).

Amanhã I Sudeste - A distrital, em

parceria com o núcleo do Fórum de Jovens Empreendedores e a Vilage Marcas & Patentes, promove a palestra Tudo o que você precisa saber sobre marcas e patentes , coordenada por Geisler Chbane Bosso. Às 8h30, na rua Afonso Celso, 76. Confirmar presença pelo tel.: 5572-0280 ou e-mail: dsudeste@acsp.com.br. I Penha - A distrital promove, às 8h30, curso de RH sobre legislação em parceria com o Fórum de Jovens Empreendedores e facilitador do Sebrae. I Exterior – Reunião da Comissão de Comércio Exterior da ACSP, coordenada pelo vicepresidente Renato Abucham. Às 17h, rua Boa Vista, 51/11º, salas Tadashi Sakurai 1 a 4. I Pirituba - Distrital promove, às 19h, a palestra O que enriquece e o que empobrece uma Nação, coordenada pelo jornalista João Mellão Neto. I São Miguel - Às 19h, reunião do núcleo setorial de bufês e eventos do Projeto

Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. I Penha - Às 19h30, reunião Viva a Penha, coordenada por Eugênio Cantero Sanches.

Quarta I Penha - Às 8h30, curso de RH

sobre legislação, em parceria com o Fórum de Jovens Empreendedores e facilitador do Sebrae. I Lapa - Reunião do núcleo de RH do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Júnior. Às 9h. I Uruguai – O vice-presidente da ACSP Alfredo Cotait Neto recepciona o embaixador do Brasil designado para o Uruguai, José Eduardo Martins Felicio . Às 17h30, rua Boa Vista, 51/11º, sala Tadashi Sakurai 1. I Lapa - Reunião e palestra Harmonia entre os poderes e a reforma política, coordenadas pelo vereador Ricardo Montoro. Às 19h30. I Penha - Reunião ordinária sobre a revisão do Plano Diretor Regional, com a participação da diretora de urbanismo da Secretaria do Planejamento do Município, o presidente do Fórum Urbanístico do bairro, o presidente da Associação Viva a Penha e o subprefeito da Penha. Às 19h30.


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

RARIDADES

Os mais velozes do mundo Uma seleção das máquinas que povoam o sonho dos apaixonados por automobilismo Fotos: Divulgação/Agência Sport Motor

stá certo. A velocidade é limitada em nossas estradas, mas nada como saber que ainda existem aquelas máquinas que povoam os sonhos de muitos aficionados em automobilismo. Fizemos uma seleção desses puros objetos de consumo. Ao longo da complexa e extensa história do automóvel, muitos nomes surgiram e

E

desapareceram do cenário. Alguns tornaram-se ícones de desempenho, velocidade, status e tecnologia. Aproveite... afinal, são espécimes em vias de extinção. Ninguém vai investir tão caro em veículos que somente poderão acelerar em campos de provas, por exemplo. Exceto, colecionadores.

PORSCHE CARRERA GT - Montado

PORSCHE 911 GT2

sobre estrutura em fibra de carbono, tem motor V10 colocado na posição central que debita 612 cv de potência. Lançado em 2003, pode ser visto como um anti-Ferrari, reacendendo a rivalidade entre as duas marcas que se digladiavam à exaustão nos anos 60/70, quando disputavam as vitórias em provas como as 24 Horas de Le Mans, Daytona e Sebring. Máxima? Use a imaginação. Vai se arrepiar.

Feito com base no 911 Turbo, tem uma carroceria mais leve e o motor boxer teve a sua cilindrada ampliada para 3.6 litros, o que obrigou a empresa a aumentar a sua capacidade de travagem, com a adoção de discos em cerâmica. Apresentado no Salão do Automóvel de Detroit de 2001, dois anos depois surgiu no Salão de Frankfurt oferecendo 483 cv. Anda acima dos 350 km/h.

PORSCHE 911 TURBO

PORSCHE 911 GT3

O esportivo é a síntese da engenharia de alto desenvolvimento. Esbanja excelência em cada detalhe, da potência ao conforto, com tração permanente nas quatro rodas. Com dois turbocompressores, o motor 3.6 desenvolve 420 cv a 6.000 rpm. O torque máximo de 57,1 kgfm está disponível entre 2.700 e 4.600 rpm. Tudo para ultrapassar os 300 km/h.

Incorpora a experiência acumulada em corridas pela Porsche em seus 50 anos de história. Cada comando é feito diretamente e com precisão. Sua dirigibilidade é suprema e seu nível de segurança é excepcional. Seu motor de 6 cilindros possibilita 381 cv a 7.400 rpm. Sua rotação máxima é de até 8.200 rpm. Aí já estará acima dos 320 km/h.

FERRARI F 430

FERRARI ENZO

O motor é um 4.3 litros V8 com os cilindros dispostos em 90º. A tradicional marca italiana declara potência máxima de 490 cavalos a 8.500 rpm e torque de 46,5 kgfm a 5.250 rpm. Com peso de 1.450 kg, atinge 315 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos performance favorecida pelo câmbio semi-automático de seis marchas operado por meio de borboletas instaladas atrás do volante.

Nunca um esportivo de série ofereceu tamanha tecnologia inerente aos carros de corrida. Desta forma, o sucessor da F50, que custa 645 mil euros, é uma peça rara. Aciona-se a marcha à ré com o polegar direito; a 1ª marcha com o indicador. Entre 100 e 220 km/h, levanta-se um discreto spoiler traseiro. A partir dos 300 km/h, ele some, surgindo dois flaps adicionais na frente das rodas dianteiras.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de junho de 2006

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Política

Lula tem quatro de cada cinco votos do Maranhão. Edison Lobão, senador (PFL-MA).

ALCKMIN LUTA POR MAIS CONCORRENTES. CINCO PARTIDOS DEFINEM CANDIDATURAS NESTA SEMANA.

LULA NA DEPENDÊNCIA DO PSB E PC DO B

CPI

Ricardo Stuckert/ABr

Ministério Público ainda tenta vincular assessor de Lula a Celso Daniel

CARVALHO NA MIRA

Ministério Público Es- Seu advogado, o criminalista tadual já definiu sua Luiz Fernando Pacheco, resestratégia para aper- salta que Carvalho já depôs ditar o cerco a Gilberto Carvalho, versas vezes, inclusive à CPI que ficou de fora da lista dos dos Bingos, e demonstrou que indiciados pela CPI dos Bin- as acusações contra ele "são abgos. "O relatório da comissão surdas, sem fundamento". "Ele (Carvalho) parece estar não é vinculativo", declarou o promotor de Justiça Amaro muito mais próximo de Dirceu Thomé Filho, que comanda in- na captação e receptação desvestigação sobre suposto es- ses recursos ilícitos do que da quema de corrupção no gover- quadrilha que agia em Santo no Celso Daniel (PT), prefeito André", destacou o promotor, de Santo André seqüestrado e referindo-se à organização que morto à bala em janeiro de teria assumido o controle de 2002. "Não importa se ele (Car- setores da administração Celvalho) foi indiciado ou não pela so Daniel. O grupo, formado CPI, cabe ao Ministério Públi- por empresários e políticos loco definir providências de ca- cais, responde a processos criráter civil ou criminal." minais e ações civis por improO promotor disse que não bidade na Justiça. entende o motivo de Em abril, Dirceu o assessor de Lula Antonio Cruz/ABr livrou-se, pelo meter sido citado 50 venos provisoriamenzes no relatório da te, do cerco da promotoria. Ele foi beCPI e, apesar disso, ser excluído do indineficiado por uma liminar concedida ciamento. "Não sei o porquê (da exclusão), pelo ministro Eros Grau, do Supremo mas isso não interfere na atuação do MiTribunal Federal (STF), que acolheu nistério Público, que é o destinatário reclamação do criGilberto natural do relatório minalista José Luiz Carvalho da comissão", obserde Oliveira Lima, vou Amaro Thomé. defensor do ex-cheCaixa 2 – O Ministério Públi- fe da Casa Civil. Inconformaco suspeita que Carvalho teria do com o procedimento admiagido em parceria com o ex- nistrativo criminal que o Miministro José Dirceu (Casa Ci- nistério Público instaurou, vil) na arrecadação de recursos Oliveira Lima recorreu ao STF em Santo André que teriam si- alegando que a corte máxima do usados para financiamento da Justiça já havia impedido, de campanhas eleitorais do PT. em 2002, a promotoria de inA base da investigação são os vestigar Dirceu. depoimentos de João FrancisO MP enviou ofício ao STF co e Bruno, irmãos de Celso expondo suas razões para reDaniel. Eles afirmaram ao Mi- tomar a apuração sobre Dirceu nistério Público e à CPI dos e Carvalho. Os promotores Bingos que ouviram de Carva- avaliam que o ex-ministro não lho, uma semana após a morte poderia ter apelado diretade Celso, revelações sobre o mente ao Supremo porque ao desvio de dinheiro sujo de San- perder o mandato parlamento André para o caixa 2 do PT. O tar não conta mais com o foro assessor de Lula nega tudo. privilegiado. (AE)

O

FOLGA– Em família e com TV digital de alta definição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assistiu à vitória da seleção brasileira de futebol, no Palácio da Alvorada. E ao contrário do jogo contra a Croácia, quando disse ter sentido "sofrimento e angústia", dessa vez Lula não comentou o resultado. Carol Guedes/Diário SP/O Globo

Geraldo Alckmin e sua esposa Lu assistem a vitória do Brasil sobre a Austrália em casa, no Morumbi.

'O BRASIL PAGA HOJE UM CUSTO PT', DIZ ALCKMIN. candidato do PSDB a presidente da República, Geraldo Alckmin, disse ontem, ao final do jogo do Brasil com a Austrália, em sua casa no bairro do Morumbi, em São Paulo, que não adota a teoria do caos, mas prevê que o ano que vem será pior do que este para a economia brasileira. Segundo ele, principalmente por causa da crise na agricultura e na política fiscal, que já necessitava de uma ampla reforma tributária. Alckmin descartou a possibilidade de conceder autonomia operacional ao Banco Central, caso seja eleito. Embora

O

entenda que "teoricamente a medida é acertada", disse que esta proposta não faz parte de suas prioridades : " A prioridade é o crescimento da economia", afirmou. "O Brasil paga hoje um custo PT", disse, referindo-se ao risco Brasil (que mede o grau de confiança dos investidores estrangeiros no País), que é um dos componentes para a formação da taxa de juros básico da economia. Apesar de insistir na necessidade de um crescimento mais forte da economia, o candidato do PSDB avaliou como "confortável" uma meta de inflação de 4,5% em 2007 e também em 2008.

Indagado sobre o benefício potencial da autonomia do Banco Central para a redução da taxa de juros e, conseqüentemente para o crescimento econômico, Alckmin reiterou sua opinião. "É (uma medida) mais importante para quem tem menor credibilidade. Como temos (os tucanos) histórico de credibilidade fiscal, não tem a mesma importância", disse, fazendo um contraponto com o governo Lula. Alckmin admitiu que, embora não pretenda adotar a autonomia operacional do BC, respeitará uma atuação independente da autoridade monetária. (Agências)

PFL MARANHENSE APÓIA LULA principal foco de resistência do PFL à candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência está encravado no Maranhão. Alheios à decisão da Comissão Executiva Nacional do PFL de compor a chapa do candidato do PSDB à Presidência da República, indicando o senador José Jorge (PFLPE) para vice, os pefelistas maranhenses estão fechados com a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O grupo, que terá a senadora Roseana Sarney (PFL) como candidata ao governo, está ligado a Lula desde a eleição de 2002 por influência direta do senador José Sarney (PMDB-AP), pai da pefelista, que se tornou um dos principais aliados do governo. Roseana conversou com Alckmin, mas não houve acordo.

O

Kenji Honda/AE - 19/06/04

Roseana Sarney

O coordenador da campanha do PFL no Estado, senador Edison Lobão (MA), disse que a conversa não avançou por causa do apoio do PSDB local ao candidato do PDT ao gover-

no do Maranhão, Jackson Lago. Segundo Lobão, a pesquisa Ibope feita na semana passada e não publicada, daria a Roseana 67% dos votos do eleitorado, seguida de Lago, com 12%, e de Edson Vidigal, do PSB, com 2%. Sobre Lula, o senador diz que ele tem "quatro de cada cinco votos do Maranhão". Desafeto do clã– Para a vaga do Senado, os pefelistas vão apoiar Epitácio Cafeteira (PTB), um ex-desafeto e por muito tempo tido como irreconciliável inimigo do clã Sarney. O senador João Alberto (PMDB), aliado da família, que seria o nome indicado ao Senado, ficou como vice de Roseana. Da parte do governador José Reinaldo (PSB), a situação é igualmente estranha. Lobão não se posicionou. Disse que apóia os dois adversários da candidata do PFL. (AE)

DESCARTÁVEIS ENTREGA GRÁTIS OU RETIRE C/10% DESC. DC

A

definição de candidaturas e alianças eleitorais entra na reta final com a realização das últimas convenções partidárias e com a caçada aos aliados de última hora. Cinco dos principais partidos fazem convenções esta semana: PT PFL, PSol, PDT e PPS. No PT, que oficializa no fim de semana a candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a luta é para conseguir fechar as coligações com PSB e PC do B, ameaçadas pelas queixas regionais dos dois partidos que se sentem desprestigiados pelo comando de campanha petista. Antes do encontro nacional, a coordenação nacional do PT se reúne amanhã, em Brasília, para traçar a estratégia final e não perder o apoio dos dois aliados históricos, o que reduziria o tempo de rádio e TV da campanha de Lula. A principal queixa do PC do B é pela decisão do PT em manter a candidatura de Arlete Sampaio para o governo do Distrito Federal em vez de apoiar o nome do deputado Agnelo Queirós (PC do B - DF). Já o PSB tem incompatibilidades regionais com o PT em São Paulo, Santa Catarina, Tocantins, Rondônia, Mato Grosso, Alagoas, Paraná e Amapá. Mas o comando do partido não conseguiu digerir o fato de o PT ter conservado a candidatura de Humberto Costa ao governo de Pernambuco em vez de apoiar o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Para dirigentes petistas, entretanto, não é possível haver consenso em todos os casos. "A direção nacional do PT está fazendo todo o esforço para conseguir resolver essas arestas regionais. Só acho que esse tipo de impasse, comum em O objetivo eleições, não maior é pode ser motia reeleição vo para que se do atrapalhe o presidente objetivo maior que é a reeleiLula. ção do presiRomênio dente Lula", Pereira, diz o secretásecretário rio nacional de nacional Organ izaç ão do PT do PT, Romênio Pereira. Para o dirigente petista, o partido já deu "vários sinais de boa vontade". No Ceará, abriu mão da candidatura ao governo e ao Senado, cedendo vagas para Cid Gomes, indicado pelo PSB para o governo, e para Inácio Arruda, indicado pelo PC do B ao Senado. Tucanos – Se o PT corre atrás de aliados, o PSDB trabalha para garantir o maior número de concorrentes na eleição presidencial, o que ajudaria a garantir a realização de segundo turno. Hoje ocorrem, no Rio, duas convenções importantes para o futuro de Geraldo Alckmin. Debaixo de um princípio de rebelião, o comando do PDT tenta manter a candidatura presidencial do senador Cristovam Buarque (DF). Já o PPS faz seu encontro nacional, não lançando candidato mas devendo propor apoio informal à candidatura do tucano. Na quarta-feira será a vez da convenção do PFL, que oficializará o apoio a Alckmin, mas terá de administrar a insatisfação crescente de integrantes do partido que criticam a campanha nacional e ameaçam debandar. Nesta semana também o PSol lança a candidatura de Heloísa Helena (AL). (AE)

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Senado Planalto Câmara CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Se não houver uma mobilização, essa legislatura – além de ser a mais acusada, a mais corrupta – será também a mais improdutiva. Chico Alencar (PSol-RJ)

PAUTA TRANCADA HÁ TRÊS MESES

FALTA DE ACORDO ENTRE PARTIDOS PARALISA O CONGRESSO

Eymar Mascaro

A solidão do PT

CÂMARA COMPLETA TRÊS O MESES SEM VOTAÇÕES

PT corre o risco de disputar a eleição presidencial sem coligações importantes: até o PC do B, tradicional aliado dos petistas, ameaçou rever sua posição. O medo dos chamados partidos nanicos é o fantasma da cláusula de barreira, que obriga a legenda a obter 5% dos votos nos Estados para continuar sobrevivendo com registro no TSE e com direito a receber recursos do Fundo Partidário e a participar da campanha gratuita na televisão. As coligações são fundamentais para o PT e o PSDB, que polarizam a campanha a presidente. Sem as alianças, o partido perde um precioso tempo de campanha na tevê. Além da cláusula de barreira, as cúpulas dos partidos nanicos ficaram agastadas com o PT, por entender que os petistas só pensam no interesse próprio, esquecendo-se dos partidos coligados. As próximas horas, portanto, serão decisivas para o PT no campo das coligações.

André Dusek/AE - 12/06/06

T

em sido pouco ou nada produtivo o trabalho no Congresso Nacional. A Câmara completa esta semana três meses com a pauta de votações trancada por medidas provisórias (MPs). No Senado, a situação também não é muito diferente. Os senadores tiveram ao longo de abril dois dias de pauta desobstruída, uma exceção já que por força das regras desde fevereiro o Senado vota apenas MPs. Ainda não foi levado a votação no plenário, por exemplo, o pacote com 11 projetos de combate à criminalidade aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça em 17 de maio, sob o impacto da onda de violência promovida pelo crime organizado em São Paulo. Para compensar os atrasos, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os líderes partidários mudaram as regras, há uma semana, para queimar etapas na avaliação de projetos que não precisam passar pelo plenário. Renan avalia que falta ao Planalto uma base mais sólida capaz de impor um ritmo de votações. "O governo não tem maioria no Senado", lembrou. Além disso, ele atribui a baixa presença de senadores nas últimas semanas ao fato de vários deles serem candidatos nas próximas eleições e estarem mais empenhados em suas campanhas. Estratégia – A oposição acusa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de promover o desgaste do Congresso. "O governo está trabalhando para parar o Congresso", protesta o líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA). Na prática, a paralisia do Congresso tem beneficiado o governo, aumentando cada vez mais a convicção de parlamen-

Perda Apesar do esforço do presidente do PT, Ricardo Berzoini, o partido já perdeu a coligação com o PSB. Os socialistas estão com o mesmo problema: precisam vencer a cláusula de desempenho. O partido acha que terá mais sucesso se ficar livre nos Estados para estabelecer diferentes alianças. Deputado Pauderney Avelino (PFL- AM) discursa para plenário vazio na segunda - feira passada

tares de que o Executivo não quer o Legislativo trabalhando. Além de deixar o desgaste político para os parlamentares, sem uma base parlamentar unida e atuante no plenário, Lula evita derrotas, equilibrase com a edição de medidas provisórias e administra as votações de modo a manter as pautas da Câmara e do Senado trancadas. Oposição – As últimas sessões da Câmara, no entanto, demonstram que a oposição está se saindo relativamente bem com a situação. Coube aos governistas obstruírem as votações e, quando não conseguiram, a derrota aumentou os gastos do governo. Uma emenda aprovada durante a votação da medida provisória do salário mínimo, estendendo o reajuste de 16,6% aos aposentados, deve custar aos cofres da Previdência cerca de R$ 8 bilhões. Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, os de-

putados aprovaram o projeto de carreira do Judiciário, que terá um impacto de R$ 5 bilhões nas contas do governo. Os governistas preparam um recurso para que o projeto do Judiciário vá ao plenário da Câmara, onde encontrará a pauta obstruída e ficará na gaveta junto com outras tantas propostas que esperam votação para quando as medidas provisórias permitirem. Futebol – O deputado Chico Alencar (PSol-RJ) avalia que a base do governo está acomodada nos bons índices do presidente nas pesquisas eleitorais e não se empenha em votar. "É como se a gente entrasse em campo toda semana sem a bola. A gente vai para o plenário, o painel abre para registro e a gente fica fazendo de conta que vai ter jogo, mas a produtividade é perto do zero. Não há interesse", sentencia. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), vem convocando sessões de vota-

ção, mas não tem conseguido destrancar a pauta do plenário. Sob a ameaça de corte de ponto, a Câmara e o Senado reuniram quórum suficiente para realizarem sessões na terça-feira passada, dia da estréia da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo da Alemanha. Apesar disso, a presença dos parlamentares não resultou no avanço dos trabalhos no Congresso. Por falta de acordo em relação à votação de seis medidas provisórias, a pauta do Senado, com 25 itens à espera de apreciação, continua trancada. A sessão, da qual participaram 34 senadores, foi adiada, mas a possibilidade de acerto entre as bancadas sobre a liberação das votações é mínima. "Isso (o corte de ponto) é automático. O esvaziamento era esperado, mas não se pode dispensar senadores em função da Copa do Mundo", afirma o presidente do Senado, Renan Calheiros. (Agências)

PARTIDOS NANICOS PRESSIONAM

Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)

ORDEM DO DIA I

Exame e votação da ata da reunião anterior (29/05/2006)

II Análise da conjuntura política, pelo cientista político Amaury de Souza III Palestra sobre o tema “Nota Fiscal Eletrônica”, proferida pelo Secretário Adjunto da Secretaria de Finanças do Município de São Paulo, George Hermann Rodolfo Tormin. IV Outros assuntos Dia: 19 de junho de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51 - 9º andar

D

eputados do PV, PSol e PPS querem formar um bloco para tentar acelerar o ritmo de votações na Câmara. As três bancadas não chegam a somar 40 deputados, mas prometem fazer barulho para pressionar os parlamentares a votar. O deputado Chico Alencar (PSolRJ) cobra do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB -SP), que reúna os líderes dos partidos e proponha uma pauta mínima a ser votada até o fim do ano: "Se não houver uma mobilização, essa legislatura – além de ser a mais acusada, a mais corrupta – será também a mais improdutiva." "Vamos tentar empurrar alguma coisa", resume o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). "Nosso mandato só acaba no último dia e temos de tentar fazer alguma coisa. Vamos nos reunir para dinamizar um pouco a Casa." Gabeira lembra que, se os maiores partidos de oposição (PSDB e PFL), se envolvessem no mesmo propósito, o andamento das votações seria diferente. "O governo está deixando correr e a oposição também", afirma. A primeira ação dos partidos nanicos, somando parte do PSB, foi conseguir as assinaturas necessárias para a abertura da CPMI dos Sanguessugas. A comissão vai investigar o suposto envolvimento de parlamentares no desvio de dinheiro do Orçamento da União para a compra de ambulâncias (UTIs móveis) superfaturadas. (AE)

Encontro Por enquanto, não deu em nada a reunião de Ricardo Berzoini com Ciro Gomes (PSB). O ex-ministro era cogitado para ser o vice na chapa de Lula. Ciro, no entanto, está revendo sua situação e deve ser candidato a deputado federal para ajudar o partido a eleger uma bancada numerosa pelo Ceará.

O partido precisa de liberdade para estabelecer alianças nos Estados.

Virulência A linha de críticas do programa de televisão que foi ao ar na semana passada é apenas uma amostra de como será a campanha do PFL contra Lula. O partido pegou pesado contra o presidente, levando ao ar os escândalos do mensalão e a invasão da Câmara pelo MLST.

Associação O PFL insiste em fazer uma associação de Lula com os líderes do MLST, principalmente com Bruno Maranhão, acusado de ter conduzido cerca de 500 manifestantes na invasão da Câmara. Só assim, o PFL acha que pode desconstruir a imagem de Lula.

Ibope

Recuo Quem também disse "não" ao PT foi o PDT. Seu presidente, Carlos Lupi, não arreda pé, quer ter candidato próprio a presidente, que será o senador Cristovam Buarque. Uma ala do partido, porém, é contra a candidatura própria. Por ora, o PT só tem a certeza de que fará coligação com o minúsculo PRB.

Apoio Enquanto o PT vai perdendo as coligações, o PSDB vai tentando engrossar o cordão de partidos que apóiam a candidatura de Geraldo Alckmin. Caso, por exemplo, do PPS. O presidente do partido, Roberto Freire, já acertou com os tucanos e deve se aliar ao PSDB. Em tempo: o PSDB já se coligou com o PFL.

Peemedebistas PT e PSDB não desistem e continuam correndo atrás do PMDB. Os dois partidos intensificam o assédio ao PMDB depois que os peemedebistas decidiram não lançar candidato ao Planalto. O PMDB já comunicou ao TSE que não realizará convenção porque não terá candidato.

Alianças O objetivo da cúpula do PMDB é o de se preocupar em fortalecer o partido nos Estados, elegendo um número expressivo de governadores e numerosas bancadas na Câmara e nas assembléias legislativas.

PFL e PSDB estão na mesma linha de raciocínio: querem derrubar Lula nas pesquisas denunciando corrupção no governo do PT. Pelo último Ibope feito para a CNI, o petista continua com o mesmo índice de intenção de voto (48%). Por enquanto, a invasão da Câmara ainda não atingiu o presidente.

Mesclado Além de acusar Lula de exercer um governo repleto de denúncias de corrupção, Geraldo Alckmin vai mesclar sua mensagem ao eleitor divulgando seu projeto de governo, sobretudo no campo das reformas. O tucano dará ênfase aos programas sociais, prometendo continuar, por exemplo, com o Bolsa-Família.

Estratégia O encontro marcado para esta semana, em Brasília, de dirigentes estaduais do PT tem um objetivo: traçar diretrizes da campanha de Lula. O partido está preocupado com os atritos que tem ocorrido em alguns Estados e quer aparar as arestas.

Chapa A ex-secretária de Esportes da gestão de Marta Suplicy na Prefeitura, Nádia Campeão (PC do B) , luta para ser candidata a vicegovernadora de São Paulo na chapa de Aloizio Mercadante. Mas o PT espera primeiro por uma decisão definitiva de uma resposta a um convite feito ao PMDB.

Interesse O PT quer ampliar seu tempo de campanha na televisão e, por isso, convidou o PMDB para indicar o vice de Mercadante. O PMDB, porém, está decidindo também se aceita a aliança com o PSDB, indicando Orestes Quércia para o Senado.


DIÁRIO DO COMÉRCIO É uma grande perda. Era a nossa estrela, a cara do grupo. Era naturalmente engraçado, como se fosse um Obelix que tivesse caído num caldeirão de piadas. Ele encarava um lado legal do Brasil, de honestidade e de alegria Hubert Aranha, humorista do "Casseta & Planeta", ontem, sobre a morte do Bussunda

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

JUNHO

2 -.LOGO

19 Dia do cinema brasileiro Último dia para o recolhimento da CPMF Último dia para a transmissão da GIA de apuração do ICMS

M ISTICISMO C A R T A Z

Nada na cartola para Parreira CONCERTO

Convidado especial da Fifa, Paulo Coelho não arrisca um palpite para a final da Copa

Sinfônica da USP Concerto comentado com a Orquestra Sinfônica da USP. Participação da solista Edna D' Oliveira (foto). Peças de Mozart. Anfiteatro Camargo Guarnieri – USP. Rua do Anfiteatro, 109. Cidade Universitária. 12h. Grátis. Tel.: 3091-3000.

P

aulo Coelho é mago, mas não tem a fórmula para tornar a seleção vibrante como todos esperavam na Copa. O maior fenômeno literário brasileiro das últimas décadas acha até bom o questionamento que o técnico Carlos Alberto Parreira e seus jogadores têm enfrentado na Alemanha, desde a estréia contra a Croácia. Na opinião do ficcionista, que é um dos convidados vip da Fifa, as dificuldades e as cobran-

na Sibéria, um congresso em Davos, uma noite de autógrafos em Roma, ou um encontro com fãs em Munique, vê todos os jogos que consegue. A fama de místico não é suficiente para fazer com que arrisque palpites para a final da Copa. "Ainda é cedo, muita bola vai rolar", recorda. Por via das dúvidas, está aliviado com a classificação antecipada da seleção e deve ir ao estádio de Dortmund, na quinta-feira, para assistir ao jogo com o Japão.

Bussunda foi à Alemanha acompanhar a Copa e gravar o programa "Casseta & Planeta Urgente!" com os demais colegas

M EIO AMBIENTE

Oceanos mundiais cheios de lixo O Programa Ambiental das Nações Unidas divulgou um relatório na sexta-feira fazendo um alerta sobre o impacto da poluição, pesca predatória e aquecimento global nos oceanos mundiais. Segundo o estudo, mais de 46 mil detritos de plástico flutuam a cada milha quadrada de oceano. O estudo ainda revelou que esses detritos causam a morte de 100 mil mamíferos aquáticos, 1 milhão de pássaros marinhos e inúmeros peixes. Vários problemas ecológicos envolvem o descarte do plástico nos oceanos. Além de não perecível, o material é capaz de

ças servem para 'baixar a bola' do grupo que pode sucumbir ao salto alto, se não tomar banho de realidade. "Não acho ruim que haja críticas", admitiu Coelho. "A seleção tem muita qualidade, mas passar por momentos de sufoco e deixa todos mais ligados", imagina o autor de best-sellers consumidos no mundo todo. O futebol é uma das paixões de Coelho, vascaíno ferrenho e que na juventude deu uns bicos na bola. Entre uma palestra

C INEMA

O poderoso de Hollywood Mario Anzuoni/Files/Reuters

E M

O ator americano Tom Cruise conquistou pela segunda vez o topo da lista dos 100 mais poderosos do mundo, publicada anualmente pela revista Forbes. A primeira foi em 2001. Apesar das críticas que tem recebido sobre sua ligação com a cientologia e sobre o namoro com a atriz Katie Holmes, Cruise ficou no topo da lista por causa de seus recentes sucessos de bilheteria e cachê milionário. O ator ganhou entre junho de 2005 e junho deste ano nada menos que US$ 67 milhões. www.forbes.com.

Eduardo Nicolau/AE

viajar longas distâncias. Exemplo disso foi visto na semana passada, quando embalagens vindas de diferentes partes do mundo foram achadas no arquipelágo de Saint Kilda, na Escócia, considerado Patrimônio da Humanidade e lar de inúmeras aves. De acordo com o relatório, sacos plásticos, por exemplo, são particularmente letais para tartarugas e mamíferos, que as confundem com animais que lhes servem de alimento, como lulas e águas-vivas e, por conta disso, podem morrer de asfixia ou por terem seus intestinos bloqueados.

B RAZIL COM Z

55 milhões de 'favelados' até 2020

O RIGINAL Joe Klamar/AFP Photo

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ADEUS BUSSUNDA – Apaixonado pelo Flamengo e pela seleção brasileira, o humorista Claudio Besserman Vianna, o Bussunda, foi enterrado ontem, no Rio de Janeiro, minutos após a vitória do Brasil de 2 a 0 contra a Austrália. Ele morreu na manhã de sábado, na Alemanha, de enfarte. Por causa da coincidência de horário com o jogo, apenas parentes e amigos próximos acompanharam o cortejo. Durante a partida, o humorista foi homenageado por torcedores na Alemanha, que exibiram um cartaz com os dizeres "Saudades, Bussunda".

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os centros urbanos no mundo, divulgado ontem, em Londres, diz que o número de moradores nas favelas brasileiras deve subir para 55 milhões em 2020 – o que seria equivalente a 25% da população do País, de acordo com projeções demográficas feitas pelo IBGE. Pelo levantamento, divulgado pela agência de notícias BBC, 52,3 milhões de brasileiros viviam em favelas em 2005, 28% da população local. O documento ainda diz que apesar do número alto, a taxa de crescimento das favelas no Brasil, em 0,34% ao ano, está praticamente estabilizada. www.bbc.co.uk

C ONSTITUIÇÃO

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UE adia decisão sobre a Carta

A Copa vem fazendo a cabeça dos torcedores. Durante a partida na qual o Gana venceu a República Checa por 2 a 0, uma torcedora resolveu inovar no penteado

Vancouver, melhor cidade para viver

A Copa da Alemanha começou bem em audiência, mas, segundo a imprensa internacional, os índices mundiais estão ainda 10% abaixo da audiência da Copa da França. O comparativo com o mundial de 1998 se faz em razão do paralelo entre dois países do mesmo território europeu. Já a comparação com a última Copa implicaria distorções pela diferença de fuso horário da Coréia e Japão. Mas é preciso levar em conta as transmissões das TVs pagas e as via internet e celular do mundial 2006.

Em 2005, o Economist Intelligence Unit braço de pesquisas da conceituada revista britânica The Economist, apontou Vancouver, no Canadá, como a melhor cidade para viver. A partir de hoje, essa espécie de paraíso urbano será palco de debates que pretendem melhorar a qualidade de vida nas cidades. O Centro de Convenções de Vancouver será sede, até sexta-feira, do 3.º Fórum Mundial Urbano, organizado pelo Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos.

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Canivete com MP3-player

Google lança site de Shakespeare

O que poderia ser mais útil na vida de uma pessoa do que um legítimo canivete suíço? Que tal um que, além dos vários e costumeiros acessórios, ainda tem um tocador de MP3 embutido? O SwissBit Swiss Memory tem gravador de voz, MP3-player e rádio FM. Os preços variam de US$ 213 (1 GB) a US$ 313 (2 GB). http://www.swissbit.com/

O site de busca Google lançou uma página dedicada inteiramente a William Shakespeare. O website vai permitir aos internautas consultar os textos completos das 37 peças teatrais do escritor. A página também oferece textos de especialistas e vídeos das peças de Shakespeare. Também é possível "realizar uma viagem" pelo Teatro Shakespeare Globe, de Londres, e apreciar imagens satélites, mapas e uma ferramenta que permite encontrar localizações históricas no mundo.

haupt.asp?spr=2&nv=2323

www.google.com/shakespeare

Bin Laden, o torcedor le é o homem mais procurado dos Estados Unidos e responsável pelos ataques de 11 de setembro, além de incontáveis atrocidades. Mas, atrás do assassino em massa, existe um Osama Bin Laden que também é fã de futebol. Enquanto as TVs de bares de todo o mundo estiverem sintonizadas no jogo Arábia Saudita e Ucrânia, hoje, será que Osama Bin Laden irá mostrar a cara? É possível que ele assista ao jogo escondido nas montanhas. Ou será que ele vai sair do esconderijo? A dúvida foi levantada na semana passada pela versão online da revista alemã Der Spiegel. Essa idéia pode soar ridícula, mas tem um certo fundamento, escreve o autor da reportagem na internet. De acordo com Adam Robinson, autor do livro Bin Laden: behind the mask of terrorist(algo como Bin Laden: Por trás da

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A TÉ LOGO

E DUCAÇÃO

EUA proíbe livro sobre Cuba

máscara do terrorista), o homem-bomba é louco por futebol. Quando visitou Londres, em 1994, ele teria assistido a um jogo do Arsenal, no Highbury Stadium. É possível que ele tenha ido ao estádio por pelo menos duas vezes, nos jogos contra Torino e Paris St.

Germain. Ele ainda teria comprado para seu filho Abdullah uma camiseta do time. E não termina aí: Bin Laden teria dito que sonhou que a AlQaeda estava jogando futebol contra os EUA: "quando o time entrou em campo, eles eram todos pilotos".

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Exposição contemporânea no Instituto Tomie Ohtake reúne obras de Rolla, Assef e Zerbini Casaquistão enviou ontem seu primeiro satélite, avaliado em US$ 100 milhões, ao espaço

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Audiência da Copa fica a desejar

A RÁBIA SAUDITA

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U RBANISMO

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A LEMANHA

Os governantes dos 25 países da União Européia (UE) decidiram adiar por dois anos uma decisão final sobre a Constituição Européia. Preferiram gastar a cúpula de dois dias, que terminou na sexta-feira, com debate de medidas práticas na área da economia. Rejeitada por franceses e holandeses em plebiscitos no ano passado, a Carta "nasceu morta", segundo especialistas europeus. São quase 500 páginas com diretrizes que disciplinariam a vida dos 450 milhões de habitantes da UE. Os críticos sustentam que ela dá poder demais aos órgãos executivos e legislativos da UE, em prejuízo dos governos e populações.

Loja de guitarras de São Paulo transforma sua vitrine em palco de jazz instrumental

Um livro infantil sobre Cuba deverá ser retirado das bibliotecas das escolas do condado de Miami-Dade, no estado americano da Flórida, determinou a delegacia de ensino local ontem. Por seis votos a três, os diretores da delegacia decidiram que o livro "Vamos a Cuba" e sua versão em inglês "A Visit to Cuba" são "impróprios para os jovens leitores por causa de incorreções e omissões sobre a vida no país", que só mostra crianças sorridentes. A queixa contra o livro de Alta Schreier partiu de um pai que reclamou das "ilustrações sobre a vida no regime comunista".


segunda-feira, 19 de junho de 2006

Congresso Planalto Seção Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Eu não acredito na possibilidade de uma campanha civilizada. Jefferson Péres

UM LÍDER DO PDT AVALIA A FORÇA DE LULA

O PRESIDENTE CRESCE APESAR DE TODAS AS DENÚNCIAS. O SENADOR JEFFERSON PÉRES EXPLICA ESSE SUCESSO.

TUDO A FAVOR DE LULA. ATÉ A CORRUPÇÃO.

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péssima imagem do Congresso Nacional ajuda o presidente Lula nas pesquisas. A avaliação é do senador Jefferson Péres (PDT-AM), 74 anos, um dos políticos mais conceituados em Brasília, ao comentar possibilidade do petista se reeleger no primeiro turno. A reeleição de Lula estava descartada há um ano quando explodiram as denúncias de pagamento de propina a deputados da base do presidente - o popular Mensalão. Segundo o pedetista, as classes mais pobres, beneficiadas pelos programas sociais, reergueram Lula porque acham todos os políticos iguais. "O povão que se identifica socialmente com Lula, que em parte o presidente havia perdido no início do escândalo (do Mensalão), voltou a escolhê-lo como candidato preferencial por entender que se todos são iguais, o melhor é votar porque 'ele é nosso´". A seguir os principais trecho da entrevista em que Jeferson Péres comenta o papel do PMDB na sucessão presidencial, a situação do PDT e sua proposta de um pacto nacional, conhecida como Concertación à la chilena: Diário do Comércio -Há um ano ninguém arriscava dizer que o presidente seria reeleito. Qual é a sua avaliação? Jefferson Péres - A recuperação do Lula nas pesquisas me surpreendeu. No final do ano passado, eu imaginei que ele ficaria na faixa de 30% - índice que corresponde ao seu eleitorado. Mas para a surpresa geral, ele recomeçou a trajetória de alta e está disparado na frente do segundo colocado Geraldo Alckmin (PSDB). DC - Como se explica esse crescimento? Jefferson - A penetração que ele tem nas camadas mais pobres. Elas se identificam com o presidente e estão sendo beneficiados pela manutenção e ampliação dos programas sociais, como o Bolsa Família, iniciados na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Contribui também a desmoralização da classe política em geral. Eu cito como exemplo o escândalo do Mensalão, com o envolvimento de deputados que depois foram absolvidos por seus pares. O povão que já se identifica socialmente com Lula, que em parte o presidente havia perdido no início do escândalo (do Mensalão), voltou a escolhê-lo como candidato preferencial por entender que se todos são iguais, o melhor é votar nele porque 'ele é nosso´ ". Pela lógica, Lula não deveria ter nenhum chance de se reeleger. Ele deveria aparecer lá embaixo nos levantamentos.

José Cruz/ABr-16/11/2005

DC - O PMDB sem candidato a presidente ajuda Lula? Jeffer son - Eu não creio que ajude. O PMDB é um aglomerado de partidos estaduais e consolidou isso. Ele se movimenta para alcançar a sobrevivência dos caciques regionais. O PMDB não é capaz de transferir votos para Lula porque não se empenhará na campanha presidencial. A prioridade é eleger governadores nos Estados e bancadas grandes no Senado e Câmara. É a situação mais exdrúxula que existe na política: o maior partido do País não tem a menor possibilidade de eleger o presidente da República. DC - O PMDB se apresentará como o fiel da balança no próximo no Congresso. E já se fala em cargos no governo Lula. O que o sr. acha disso? Jefferson - Eles (os pemedebistas) sempre serão governistas. O PMDB é um partido curioso por não ter doutrina e programa. Não possui líderes nacionais porque sua maioria é extremamente fisiológica. É um partido amorfo. DC - O PDT decide hoje em convenção, no Rio de Janeiro, se lança ou não candidato a presidente. Qual é a sua posição? Jefferson - Eu me apresentei como pré-candidato em outubro do ano passado quando Lula estava em queda. Três fatores contavam a meu favor: a situação de Lula, o fim da verticalização (sistema vigente desde 2002 que obriga os partidos a reproduzirem em eleições estaduais as mesmas alianças partidárias que tiveram na eleição presidencial) e a perspectiva de uma aliança com o PPS. Tudo isso foi para o espaço. O Lula voltou a subir nas pesquisas, a verticalização foi mantida e o PPS anunciou no início deste ano que não apoiaria um candidato do PDT. Desde então eu me desinteressei e deixei o senador Cristovam Buarque (DF) correr sozinho. Na minha opinião, o partido não deve ter candidato. A candidatura própria vai, sim, prejudicar muito o PDT nos Estados. DC - Há uma estimativa de que dos 29 partidos registrados no TSE, apenas cinco ou seis vão sobreviver. O presidente do PPS, Roberto Freire, defende a formação de um partido de centro-esquerda em 2007 com políticos do PDT e PSB. O que o sr. acha? Jefferson - O problema será o apoio ao governo Lula. Vou dar um exemplo: se o PC do B não atingir a cláusula de barreira, ele será absorvido pelo PT. Ele será mais um ala do PT. Já o PPS, PDT e PSB podem se fundir num partido, embora eu ache que o meu partido deva atingir a cláusula de barreira se decidir não lançar candidato a presidente.

Senador Jefferson Péres era um dos nomes do PDT para a presidência.

DC - Se o PDT decidir não lançar candidato, quem o sr. deve apoiar: Lula ou Alckmin? Jefferson - É difícil apoiar um. Não me agrada nenhum deles. Minha posição é não apoiar nenhuma candidatura no primeiro turno. Qual a razão? A mesmice não me agrada. DC - Em recente pesquisa Ibope, 66% dos entrevistados responderam que Lula tinha conhecimento dos casos de corrupção envolvendo seus aliados, mas lhe deram a vitória no primeiro turno. Como explicar esse paradoxo? Jefferson - Eu volto ao início da entrevista. Devido à desmoralização da classe política, todo mundo hoje é igual. O que Lula faz os tucanos fizeram e voltarão a fazer no governo.

Portanto, se todo são iguais ...... eles (povo) não acham que o Lula seja um pessoa íntegra, mas acham que os adversários também não são. Assim, é melhor o Lula porque é boa praça é gente nossa. DC - O sr. está prevê uma campanha muito dura, de ataques pessoais? Jefferson - Será uma campanha muito dura. Quanto mais fraco o Alckmin se sentir mais ele vai partir para o ataque (Na sexta-feira, na convenção do PFL do Distrito Federal, o candidato a vice José Jorge disse que Lula bebia muito e trabalhava pouco). Por outro lado, se o Lula começar a cair ele é que irá para a ofensiva. Eu não acredito na possibilidade de uma campanha civilizada.

A oposição precisa chegar ao coração do eleitor pobre e dizer que os programas do Lula não são novidades. Jefferson Péres

O PDT QUER REPETIR O PMDB A Lei dos Partidos, de 1995, permite a atividade parlamentar à legenda que, na eleição para a Câmara dos Deputados, obtiver no mínimo 5% dos votos válidos no País, e 2% dos votos válidos em nove Estados. O partido que não alcançar os percentuais perde também as verbas do Fundo Partidário e o direito à propaganda gratuita no rádio e televisão. A legislação determina que as alianças federais sejam respeitadas nas coligações regionais. Por isso, setores do PDT recusam a candidatura do senador Cristovam Buarque (DF) à presidência, porque prejudica a formação de alianças com diferentes partidos - seja na majoritária (governo do Estado e Senado) ou na proporcional (Câmara dos Deputados ou Assembléia Legislativa). O PDT repete a estratégia do PMDB, que decidiu não lançar candidato a presidente. Prefere eleger mais deputados e senadores para ter força no Congresso.

DC - Lula consolidou uma imagem de pai dos pobres junto às classes mais carentes. O Bolsa Família é um exemplo. O governo pretende atender 11 milhões de famílias no País até o final do ano. Como a oposição poderá desconstruir essa imagem? J ef f er so n - Se souber usar a linguagem correta para chegar ao povão. É possível mostrar que os programas sociais não iniciaram no governo Lula. Cito dois programas que foram iniciados no governo FHC: o Bolsa Família e o Luz para Todos. O Bolsa Família foi ampliado e o Luz para Todos é a continuação do programa Luz no Campo, com os mesmos resultados. A população parece esquecida disso e o Lula fica explorando isso como se fosse invenção dele. Não sei de que forma, mas a oposição precisará chegar ao coração do eleitor pobre e dizer que os programas do Lula não são novidades. A gente precisa saber também como o Alckmin se sairá nos debates. Isso é importante pois entendo que o Lula não resiste a um debate inteligente. DC - Não bastasse o Mensalão, foi instalada no Congresso a CPI das Sanguessugas. Ela vai investigar o esquema que fraudava licitações para a compra de ambulâcia superfaturadas mediante utilização indevida de emendas parlamentares ao Orçamento. Como é possível pedir o voto do eleitor nessas condições? J e f f e rs o n - Grande parte do Congresso elege-se com o voto de clientela. É o voto conquistado pelo dinheiro e pela máquina oficial. É a troca de favores. Grande parte desse eleitorado que vota no Lula, por exemplo, votará em deputados e senadores de outros partidos aos quais devem algum tipo de favor. O eleitorado não se sensibiliza com esses escândalos. Ao contrário, isso alimenta ainda mais a idéia de que deve tirar proveito das

eleições pedindo favores aos políticos. Política é isso mesmo, então vamos tirar proveito disso. DC - O sr. está pessimista em relação ao quadro político em 2007? Jefferson - Eu não estou pessimista. Acho que haverá um enxugamento partidário, o que é bom para o País. Isso vai exigir que esses partidos se encaminhem para um grande pacto de governabilidade e talvez se crie um clima para completar a reforma política com o voto distrital misto e fidelidade partidária. Eu defendo também o Parlamentarismo em 2011. DC - O sr. publicou um artigo defendendo um pacto nacional reunindo os quatro grandes partidos - PT,PMDB,PSDB e PFL -, denominado de Concertación à la chilena. Esse pacto busca defender o estado de direito e a estabilidade macroeconômica, independente de quem ganhar a eleição. Qual é a sua preocupação? Jefferson - Quem ganhar, seja Alckmin ou Lula, vai assumir o governo muito fragilizado. Se houver uma turbulência na economia mundial, eu tenho muito medo do que pode acontecer. Eu tenho medo de que o próximo presidente atravesse uma crise durante quatro anos. Que ele seja um administrador de crises devido ao acirramento da campanha. Se Alckmin se eleger, mesmo com maioria no Congresso, ele deverá ter os movimento sociais - CUT, MST e UNE - contra. Eles vão fazer do seu governo um inferno. Se Lula foi eleito, ele assumirá mais fraco. Ele terá um PT menor e desprestigiado. No primeiro mandato, o PT era um partido grande e respeitado. Agora, perderam o respeito. Se Lula não fizer o pacto, ele ficará refém dos fisiológicos do PMDB e de outros partidos. Como ele vai concluir a reforma política e a reforma tributária sem apoio no Congresso?


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de junho de 2006

DOISPONTOS -77

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Questão de honra iz o deputado Aloizio Mercadante que se sente honrado por não ter sido incluído nas denúncias dos escândalos políticos que abalaram o seu partido, o Partido dos Trabalhadores, PT. E acrescenta que aos desonrados deve ser dada uma "nova chance" (Mercadante pede 2ª chance para acusados, OESP de 12/6). Mais uma manifestação, inesperada diga-se, da ótica distorcida. Com honradez, data venia, atua o político que trabalha pelos projetos desejados pela sociedade de que faz parte e que tudo o que faça seja feito com diligente respeito pelos cidadãos. Entretanto, a afirmação do deputado Aloizio Mercadante não abona sua conduta na vida pública, nem o enaltece para disputar como candidato ao governo deste Estado.

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O que disse Aloizio Mercadante significa que reconhece que coisas espúrias efetivamente ocorreram, reconhece que os escândalos não foram meros boatos sem sentido, mas sim verdades apuradas e comprovadas, reconhece que ocorreram no seio de um partido político, o PT, do qual é membro atuante, reconhece que seus companheiros, titulares de cargos públicos, ou não, envolveram-se nos escândalos financeiros denunciados e apurados, reconhece que os escândalos abalaram o seu partido e a credibilidade nos petistas, dentre outros reconhecimentos possíveis. As ocorrências e a afirmação do deputado Aloizio Mercadante deixam mais ainda patente a veracidade da afirmação de um dos acusados, o deputado João Paulo Cunha, de que

Robson Fernandjes/AE

Mercadante: fora da lista dos companheiroscorruptos. Isto basta?

o petismo objetivava apenas tomar o poder. Tomada do poder? Para quê? A resposta aí está: para participar e compartilhar dos motivos e razões que geraram os escândalos a que se refere o candidato petista deputado Aloizio Mercadante. E os escândalos financeiros não revelam outra coisa senão que o objetivo era tomar o poder e, agora, manter-se no exercícios dos poderes públicos. Não é nada honroso

deixar de ser envolvido e citado explicitamente, ou não, nos escândalos financeiros. Pelo contrário, o candidato deveria envergonhar-se de que o nome de seu partido esteja intimamente ligado ao Caixa 2, deveria envergonhar-se de ter por companheiros de partido pessoas que não merecem a menor confiança no que diz respeito à observância da ética na vida pública, inerentes aos cargos que ocuparam ou ocupam, deveria o candidato envergonhar-se de perceber que companheiros seus foram punidos em decorrência da apuração da prática de erros que ferem profundamente a dignidade dos cidadãos brasileiros, envergonharse de ter se omitido, pois a tempo e hora deveria vir a público para denunciar os fatos e as circunstâncias que não honram a ninguém.

orolariamente, sua proposta de "nova chance" não tem o menor sentido. Quem não tem um passado escorreito, quem não tem uma biografia impoluta de respeito incondicional à dignidade do cidadão brasileiro, em especial daqueles que os elegeram (inclusive no próprio seio do partido, o PT), data venia, não mais merecem chance alguma. Quanto menos será cabível remetê-los ao ostracismo, visto que os "erros" cometidos foram confessados e são imperdoáveis. Emporcalharam a dignidade da cidadania brasileira. Honra tem aquele que se posiciona perante a vida privada e pública com uma conduta proba e virtuosa, e, não, por não constar da lista de companheiros ditos corruptos.

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PEDRO LUÍS DE CAMPOS VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

ANTONIO DELFIM NETTO

QUEM MERECE A PROSPERIDADE iante da realidade da queda dos índices da inflação interna, que recomendaria acelerar a redução da taxa básica de juros, o Banco Central foi buscar no exterior o "argumento" para sustentar seu objetivo de manter o setor financeiro como o único realmente próspero da economia brasileira. Criou-se uma situação muito interessante. O Conselho de Política Monetária — que é o órgão

D

desequilíbrio cambial produzido pela sustentação da maior taxa de juros do mundo nesses últimos anos já cobrou um preço gigantesco da agricultura brasileira e sepultou investimentos vitais que manteriam o dinamismo do setor exportador. Com muitos meses de atraso, as pessoas no governo (e fora dele) começam a enxergar o declínio das taxas de expansão do comércio exterior, o que levará tempo para reverter como aprendemos em tantas crises no passado recente.

O

A agricultura já sepultou novos investimentos

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

a ótica daqueles que não rezam pela religião do mercado, a conclusão tinha que ser diferente. Os resultados da inflação interna são tão bons que o Banco Central deveria estar aproveitando para acelerar a queda dos juros de forma a conter a supervalorização do Real e permitir que o País caminhe para uma política cambial equilibrada.

Foto de Emiliano Capozoli/LUZ, aplicada sobre cartão-postal de época retratando o antigo Pateo do Colégio

Rodrigo Cubel/AE

A mesma praça, a mesma barraca Os camelôs ocupam o centro antigo há mais de 200 anos

incrível como tanta coisa mudou tão pouco, em tanto tempo. A observação é inevitável diante de mais uma iniciativa pública louvável: a revitalização urbana do centro antigo de São Paulo. No projeto recentemente apresentado pelo competente administrador regional da Sé, dois pontos são fundamentais: o primeiro é a reforma física dos locais e jardins públicos, e o segundo é a solução do problema dos camelôs. O objetivo é tornar a região mais bonita e agradável, valorizando o seu aspecto histórico. Mas, para isso, será preciso travar também uma batalha histórica. Quem acredita que camelô é resultado da crise econômica que vivemos atualmente precisa rever seus conceitos. Talvez a onda de produtos piratas seja mesmo recente, mas os ambulantes já ocupavam as ruas do centro muito antes do desenvolvimento da pirataria tecnológica. O comércio ambulante clandestino é coisa antiga em São Paulo, e suas disputas com comerciantes regularmente estabelecidos e com o poder público são as mesmas que se tem notícia (pasmem) há mais de duzentos anos.

É

A

G O projeto de

tar organizados na sociedade, do mesmo modo, há mais de dois séculos. Mas a coincidência hisrevitalização do centro é louvável, tórica se estende um pouco mais. mas os ambulantes Acontece que a fiscalização do poder público e o correspondente combate a essa forma de comércio irregulares constituem um dos também têm a mesma raiz histórica. Aliás, é exatamente nos documentos da Câmara Municipal, proproblemas que curando coibir a ação dos ambulantes e os constannão se pode tes problemas com escravos na Rua da Boa Vista, resolver por entre outros, que se confirma historicamente a exisdecreto municipal, tência dessa prática em tão remota época. Então, secomo mostra a rá que a história nos ensina que qualquer iniciativa História. de combate aos ambulantes será ineficaz?

G Uma ação mais inteligente seria reprimir os crimes ligados ao contrabando e à pirataria, responsáveis pelo fortalecimento do mercado história nos conta de um relevante con- clandestino.

tingente, de maioria feminina, de alforriados, pobres e escravos, que lutavam por uma sobrevivência miserável e sem alternativas nas ruas do centro em fins do século XVIII e início do século XIX. Esse contingente dependia de uma economia de gêneros clandestinos de baixo valor, comercializados irregularmente. A clandestinidade era o motivo de preços tão mais baratos do que os encontrados nos estabelecimentos, já que não sofriam as elevadas taxações. Assim, como se pode notar, concorrência desleal, clandestinidade, pobreza e tributos (é claro) são elementos históricos que parecem es-

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

mais provável é que a medida que se pretende tomar agora seja igualmente ineficaz, porque segue a mesma política que tem sido tomada há séculos: procurar afastar os ambulantes dos pontos mais movimentados. Isso não basta, porque a massa é numerosa e a atividade muito lucrativa. Além de precisar do apoio prático da sociedade, e de oferecer alternativas à mão-de-obra que seria deslocada, o poder público municipal carece de uma colaboração mais inteligente e séria das autoridades superiores quanto à repressão aos crimes ligados ao contrabando e à pirataria, maiores responsáveis pelo fortalecimento desse mercado clandestino. Assim, por enquanto, o projeto de revitalização do centro é louvável e merece todo o apoio, mas fica a convicção de que os ambulantes irregulares do centro de São Paulo constituem um dos problemas que não se pode resolver efetivamente por decreto municipal, como mostra a História.

do Banco Central que se reúne à cada 45 dias para decidir sobre a taxa básica soltou esta semana a ata da última reunião mostrando que mudou o foco de suas atenções: da preocupação com os rumos da inflação interna, passou a preocupar-se com a inflação externa. omo não pode deixar de aceitar como boa a sua própria expectativa de declínio da inflação interna, o Banco Central "descobriu" que há uma expectativa muito desagradável sobre o comportamento da inflação nos Estados Unidos . Essa perspectiva lamentável "aconselha" (na visão fundamentalista do Copom) que se modere a marcha da redução dos juros no Brasil e por isso o corte de apenas 0.50% na taxa básica na reunião da semana passada.

C

e olharmos alguns meses atrás, as justificativas do Copom para resistir à queda dos juros se centravam na perspetiva de elevação da inflação interna. Podia-se discordar do nível das expectativas, mostrar a fragilidade dos "argumentos" do Copom, mas ainda assim eram questões discutíveis.

S

sta última mudança de foco para utilizar a expectativa das expectativas da inflação externa como explicação para a resistência em baixar os juros na proporção adequada, só confirma aquela conclusão inicial: para o Banco Central do Brasil, só o setor financeiro merece a prosperidade...

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DEP.DELFIMNETTO@CAMARA. GOV.BRBR

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SAULO STEFANONE ALLE, PROFESSOR UNIVERSITÁRIO E ADVOGADO SSALLE@TERRA.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de junho de 2006

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Quando vi o Robinho chutar na trave, já sabia que ela ia sobrar para o Fred. Vai dar sorte assim lá longe.” Gilberto Silva Radu Sigheti/Reuters

N

ão foi só em relação ao número de gols que o Brasil evoluiu entre a vitória da estréia por 1 a 0 sobre a Croácia, na quinta-feira passada, e os 2 a 0 diante da Austrália, ontem, em Munique. Está certo que o Brasil ainda não empolgou, e que Ronaldinho Gaúcho, por exemplo, ainda não fez as jogadas espetaculares que dele se esperam. Mas é inegável que nos três dias que separaram as duas partidas houve melhoras. Principalmente por parte de Ronaldo, que em relação à estréia parecia outro atleta. Dessa vez, se alguém decepcionou, foi Ronaldinho Gaúcho, principalmente no primeiro tempo, que terminou empatado em 0 a 0. Com essa nova vitória, a equipe garantiu antecipadamente a classificação para as oitavas-de-final da Copa do Mundo e, com isso, ganhou uma semana de tranqüilidade para fazer os necessários ajustes. Afinal, um empate diante dos japoneses, na quinta-feira, já garantirá o primeiro lugar do grupo. O triunfo em Munique tira enorme peso das costas dos jogadores e de Parreira, depois

almanaque

BRASIL Celso Unzelte

Candidatos a recordista

A

Tom Szlukovemji/Reuters

de dias turbulentos provocados pelo desempenho fraco contra a Croácia e pelos problemas envolvendo Ronaldo. Satisfeito, leve, solto e bemhumorado durante a entrevista coletiva, o treinador anunciou a possibilidade de poupar alguns atletas na próxima rodada. Aqueles que estiverem mais cansados ou pendurados com um cartão amarelo deverão dar lugar a seus reservas. Os mais cotados a sair, por esse critério, são Cafu, Emerson e Adriano. Ronaldo, não: segundo o técnico, o que ele mais precisa, a essa altura, é adquirir ritmo de jogo. Como era esperado, a Austrália marcou forte — às vezes, até, com violência. Mas logo no início do segundo tempo três dos componentes do decantado quarteto mágico resolveram dar o ar de suas graças. Ronaldinho Gaúcho tocou para Ronaldo, que se livrou dos zagueiros adversários e passou para Adriano. O atacante teve tranqüilidade para bater de pé esquerdo e fazer 1 a 0. A Austrália, então, passou a pressionar, e poderia até ter empatado o confronto. Nesses momentos mais difíceis, no entanto, Zé Roberto apareceu co-

Torsten Blackwood/AFP

lém de Cafu — que ontem chegou a 18 partidas pela Seleção em Copas do Mundo —, outros dois jogadores devem encerrar a competição ultrapassando a marca que pertencia a Taffarel e Dunga: Roberto Carlos e Ronaldo. O jogo contra a Austrália foi o 16º de Ronaldo e o 15º de Roberto Carlos pela Seleção Brasileira em Copas. Se o Brasil se classificar até a final (ou pelo menos até a decisão do terceiro lugar) e eles participarem de todas as partidas até ali, chegarão, respectivamente, a 21 e 20 jogos em Mundiais pela Seleção. Nessas mesmas condições, Cafu terminará a Copa como o recordista absoluto, com 23 jogos. Nos 18 jogos que fez até aqui em Copas do Mundo, entre 1994 e 2006, Cafu venceu 15, empatou um e perdeu dois. Marcou um único gol, nos 2 a 1 sobre a Escócia, estréia do Brasil na Copa do Mundo da França, em 1998. Contou com a colaboração do zagueiro adversário Boyd, que colocou a bola para dentro, completando involuntariamente uma jogada do brasileiro. Cafu é também o jogador que mais vezes vestiu a camisa da Seleção: 148.

BRASIL 2 Dida; Cafu, Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Emerson (Gilberto Silva 27/2), Zé Roberto, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Adriano (Fred 43/2) e Ronaldo (Robinho 27/2). Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Com um gol de Adriano, outro de Fred e Zé Roberto jogando um grande futebol, Brasil faz 2 a 0 na Austrália e ganha mais tranqüilidade para resolver seus problemas

mo um guerreiro no meiocampo. Evitou vários contraataques e acabou o domingo escolhido pela Fifa como o melhor do jogo. No final da partida, após as entradas de Robinho e Fred, o Brasil recuperou a velocidade e marcou seu segundo gol, justamente com a participação dos dois. Robinho chutou na trave e Fred não teve trabalho para fazer 2 a 0. “Essa bola eu vou guardar, dar para o meu pai, vou pedir para os jogadores assinarem. Fazer um gol em minha estréia na Copa é incrível”, comemorava Fred.

“Graças a Deus deu tudo certo, estou muito feliz pela vitória. Sou abençoado e espero trabalhar forte no dia-a-dia para ajudar a Seleção.” Para o futuro, após esta vitória, o jovem jogador — que esteve ameaçado de não ir para o Mundial — é otimista. E vê frutos positivos dos últimos treinos: “Nossa equipe está evoluindo, o que está dificultando é a qualidade dos outros times. Mas o que está ajudando é que o ataque está se movimentando mais. Agora que estamos classificados estamos com moral para o próximo jogo”.

O volante Zé Roberto foi outro jogador a afirmar que a Seleção Brasileira se portou melhor nessa partida do que na estréia contra a Croácia. “Acredito que o Brasil está num momento de crescimento. A cada partida, daqui para a frente, o rendimento vai ser melhor”, afirmou o camisa 11, que creditou o prêmio recebido como melhor em campo ao vigor físico demonstrado durante a partida: “Essa Copa exige que o jogador esteja bem fisicamente, e estou me sentido muito bem, pronto para crescer com a Seleção”.

AUSTRÁLIA 0 Schwarzer; Emerton, Neill, Moore (Aloisi 24/2) e Popovic (Bresciano 41/1); Chipperfield, Culina, Vince Grella e Cahill (Kewell 11/2); Sterjovski e Viduka. Técnico: Guus Hiddink. Local: Allianz Arena, em Munique. Árbitro: Markus Merk (ALE). Gols: Adriano 4/2 e Fred 45/2. Cartões amarelos: Emerton 13/1, Cafu 29/1, Ronaldo 31/1, Culina 39/2 e Robinho 37/2.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de junho de 2006

1 Mais sobre as festas juninas e o desempenho do comércio nesta época na página E/4.

LEÃO FAZ A FESTA NO DIA DE SÃO JOÃO O Leão está com fome de pipoca, quentão, pé-de-moleque e canjica. Os devotos de Santo Antônio, São João e São Pedro vão se assustar com o tamanho da mordida.

Foto: Masao Goto Filho/DC. Produção: Renata Artigas

Ricardo Stuckert/PR

Nem o presidente Lula e d. Marisa escapam do voraz apetite do Leão, que abocanha 35,15% do preço de um chapéu de palha e 35,87% de uma camisa xadrez. Ambos promoveram na sexta-feira uma festa junina no Arraial da Granja do Torto (foto), não muito longe da toca do Leão.

Do preço final de um copinho de quentão, 62,76% vão para o Fisco em forma de taxas, impostos e contribuições. Num par de botas, são mais 37,37% em tributos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Com os últimos resultados, seremos apontados como favoritos. Mas não nos preocupamos com isso." Mascherano

TRISTE FRANÇA paSse livre

Charles Platiau

Roberto Benevides

FRANÇA 1 Barthez; Sagnol, Thuram, Gallas e Abidal; Vieira, Makelele, Malouda (Dhorasoo 43/2) e Zidane (Trezeguet 46/2); Wiltord (Ribery 15/2) e Henry. Técnico: Raymond Domenech.

CORÉIA DO SUL 1 Woon-jae; Kim Young Chul, Dong Jin, Choi e Young Pyo; Lee Eul Yong (Seol Ki 1/2), Kim Nam, Lee Ho (Kim Sang 24/2) e Park Ji; Chun Soo (Ahn Jung 27/2) e Jae Jin.

S

em vencer um jogo em Copas do Mundo desde a vitoriosa final de 1998, quando bateram o Brasil em casa por 3 a 0, a França teve mais uma atuação ruim ontem e não passou de um empate por 1 a 1 contra a Coréia do Sul, em Leipzig. O jogo foi ruim pelo resultado, pela atuação do time, que mais uma vez mostrou falta de poder ofensivo, e pelo cartão amarelo aplicado a Zidane, que pode ter feito a última partida oficial de sua carreira. O camisa 10 já anunciou que se aposenta após a Copa do Mundo, e, como já havia levado um amarelo na estréia, contra a Suíça, está suspenso do duelo contra Togo, vital para a classificação da França para as oitavas-de-final. O time tem 2 pontos, contra 4 da líder Coréia, e precisa vencer por bom saldo de gols o confuso time de Togo, sexta-feira, em Colônia, para seguir adiante sem de-

PORTUGAL 2 Ricardo; Miguel, Fernando Meira, Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Costinha, Maniche (Petit 22/2), Figo (Simão 43/2) e Deco ( Tiago 35/2); Cristiano Ronaldo e Pauleta. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

IRÃ 0 Mirzapour; Kaabi, Golmohammadi (Bakhtiarizadeh 43/2), Rezaei e Nosrati; Mahdavikia, Nekounam, Karimi (Zandi 20/2) e Teymourian; Madanchi (Khatibi 21/2) e Hashemian. Técnico: Branko Ivankovic. Local: Waldstadion, em Frankfurt. Árbitro: Eric Poulat (FRA). Gols: Deco 18/2 e Cristiano Ronaldo (pênalti) 35/2. Cartões amarelos: Nekounam 20/1, Madanchi 32/1, Pauleta 46/1, Deco 3/2, Costinha 16/2, Kaabi 28/2 e Golmohammadi 43/2.

MÉXICO 0 Sánchez; Salcido, Rafa Márquez, Osório e Méndez; Torrado, Pardo, Zinha (Arellano 7/2) e Pineda (Morales 33/2); Franco (Fonseca 29/2) e Bravo. Técnico: Ricardo Lavolpe.

ANGOLA 0

N

ão é de hoje que seleções africanas se envolvem em confusão durante a Copa do Mundo, mas a seleção de Togo parece querer romper todos os limites. Depois de perder o técnico dias antes da estréia - e tê-lo de volta na véspera -, os jogadores entraram em greve e boicotaram a viagem de ontem até Dortmund, local do jogo de hoje contra a Suíça, às 10h. Eles deixaram o técnico Otto Pfister esperando no saguão e ameaçaram não disputar a partida enquanto

vitória de 2 a 0 sobre o Irã, sábado, deu a Portugal a classificação para a segunda fase de um Mundial pela primeira vez desde 1966 - nas outras duas participações, em 1986 e 2002, a equipe foi eliminada com derrota no último jogo da primeira fase. Mas a feito não seduz o técnico Luiz Felipe Scolari, que ontem já falava em clima de decisão:. "Agora é playoff. Quem estava mal pode fazer uma boa partida e eliminar quem estava bem". Na verdade, a equipe ainda joga contra o México, quartafeira, para decidir o primeiro lugar do Grupo D - os mexicanos disputam com Angola a segunda vaga, depois do empate sem gols de sexta-feira Angola pega o Irã e tem de vencer e torcer por Portugal. O adversário virá do Grupo C, entre Argentina e Holanda, mas Felipão diz que não está preocupado em escolher um adversário. E promete poupar alguns titulares que não estão no auge da forma física - casos de Deco, Cristiano Ronaldo e Figo. Mesmo assim, o México não terá moleza - palavra de Felipão. "Quem jogar vai buscar a vitória. Lógico!", diz.

Q

uem diria, o "Grupo da Morte" terá um confronto decisivo entre Holanda eArgentina, quarta-feira, em Frankfurt, recheado de reservas. É claro que não são quaisquer reservas: Messi e Tevez, pela Argentina, Van der Vaart pela Holanda, entre outros. Mas os técnicos José Pekerman e Marco van Basten já admitem que devem poupar jogadores penduras com um cartão amarelo, ou que não estejam 100% fisicamente. Na Argentina, o primeiro caso de aplica aos atacante Crespo e Saviola - o que deve abrir espaço para Tevez e Messi, que entraram e completaram com brilho a espetacular goleada de 6 a 0 sobre Sérvia e Montenegro. Mascherano, com dores no pé, também pode ser poupado, enquanto Lucho González só volta se a equipe chegar às quartas-de-final. A Holanda tem seis pendurados, entre eles o atacante Robben, destaque da equipe, que ganhou elogios até do astro-maior do país, Johann Cruyff. Também devem ficar de fora do jogo contra a Argentina o meia Cocu e o zagueiro Heitinga, contundidos.

A Fúria quer sua vaga

D

epois de encantar na estréia, com a goleada por 4 a 0 sobre a Ucrânia, a Espanha volta a campo hoje, às 16h, em Stuttgart, contra a Tunísia, para tentar a classificação para as oitavasde-final. O técnico Luis Aragonés manterá o time do primeiro jogo e está confiante, mas pede cuidado aos jogadores, que entenderam o recado. "Ficarei feliz com uma

vitória por 1 a 0", diz o lateral Sergio Ramos. No outro jogo da rodada, às 13h, a Ucrânia joga em Hamburgo contra a Arábia Saudita, do técnico Marcos Paquetá. Shevchenko acredita na reabilitação - "Temos que jogar como se fosse uma decisão", diz -, mas o brasileiro promete não entregar os pontos: "Vamos fazer de tudo para ganhar".

não chegassem a um acordo sobre premiações com a Federação nacional. A Fifa teve de intervir para evitar o segundo WO da história das Copas - o primeiro foi em 38, quando a Áustria, já anexada pela Alemanha, foi incluída na tabela da primeira fase, curiosamente contra a própria Suíça. Os jogadores recuaram, e treinaram ontem à noite no Westfalenstadion. O vencedor dá um grande passo na luta pela classificação para as oitavas-de-final.

ESCRITA

À MESA

Craque do jogo, segundo a avaliação da Fifa, Zé Roberto completou uma invencibilidade de 20 jogos no Allianz Arena. Antes do Brasil 2 x 0 Austrália de ontem, foram 16 vitórias e três empates pelo Bayern de Munique.

Sabe qual é o prato preferido do nosso fenômeno Ronaldo? Lasanha. Está no site dele. Se alguém quiser conferir, é só acessar o endereço www.worldofronaldo.com. Pode ser lido em inglês, português ou espanhol.

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv Fernando Cesarotti

ARGENTINA 6 Abbondanzieri; Burdisso, Ayala, Heinze e Sorín; Mascherano, Lucho González (Cambiasso 17/1), Maxi Rodríguez (Messi 30/2) e Riquelme; Saviola (Tevez 14/2) e Crespo. Técnico: José Pekerman.

SÉRVIA E MONTENEGRO 0 Jevric; Duljaj, Gavrancic, Krstajic e Dudic; Nadj (Ergic 1/2), Koroman (Ljuboja 5/2), Stankovic e Predrag Djordjevic; Milosevic (Vukic 25/2) e Kezman. Técnico: Ilija Petkovic. Local: AufSchalke Arena, em Gelsenkirchen. Árbitro: Roberto Rosetti (ITA). Gols: Maxi Rodríguez 6/1, Cambiasso 31/1, Maxi Rodríguez 41/1, Crespo 33/2, Tevez 39/2 e Messi 43/2. Cartões amarelos: Koroman 7/1, Nadj 27/1, Crespo 36/1 e Krstajic 42/1. Cartão vermelho: Kezman 20/2.

HOLANDA 2 Van der Sar; Heitinga (Bourlahrouz 1/2), Mathijsen, Ooijer e Van Bronckhorst; Cocu, Van Bommel e Sneijder (Van der Vaart 5/2); Van Persie, Van Nistelrooy (Landzaat 18/2) e Robben. Técnico: Marco Van Basten.

COSTA DO MARFIM 1 Tizie; Eboué, Kolo Touré, Meite e Boka; Zokora Yaya Touré, Romaric (Yapo Yapo 17/2) e Bakary Koné (Dindane 17/2); Arouna Koné (Akale 28/2) e Drogba. Técnico: Henri Michel. Loc al: Gottlieb-Daimler, em Stuttgart. Árbitro: Oscar Ruiz (COL). Gols: Van Persie 23/1, Van Nistelrooy 27/1 e Bakari Koné 38/1. Cartões amarelos: Zokora 25/1, Robben 34, Mathijsen 35/1, Drogba 41/1, Van Bommel 13/2, Boka 21/2 e Bouhlahrouz 49/2.

TRADUÇÃO SIMULTÂNEA? NO, THANKS

N

o fim dos jogos, a Fifa obriga os jogadores a passar pela chamada zona mista, um inevitável ponto de encontro com a imprensa. A TV aproveita para, no embalo do jogo, emendar gols e melhores momentos com as palavras dos craques - geralmente em outras línguas, é claro. Então começa o drama: o comentarista - que está no estúdio, às vezes a centenas de quilômetros de distância, tenta fazer a tradução simultânea, e cria uma salada sonora em que ninguém entende nada - e muitas vezes o "tradutor", de forma constrangedora, perde o fio da meada. Como as entrevistas são curtas, seria muito mais útil esperar o fim da entrevista para contar um breve resumo do que foi dito. A audição dos telespectadores agradece. Nicolas Asfouri/Reuters

PATRIOTADA LUSA Portugal é a nossa pátriamãe, Felipão é boa-praça, Deco é brasileiro e Figo é bonitão. Tudo isso atrai a nossa simpatia, mas não justifica a torcida escancarada dos locutores brasucas - sem exceção pela seleção portuguesa vista durante as transmissões da vitória sobre o Irã, no sábado.

"TIRA! TIRA!"

CINEMA MUDO

O recorde foi de Sílvio Luiz, no BandSports, que deixou aos poucos os entretantos de lado (sempre com seu característico bom humor) até chegar ao finalmente: bola na área portuguesa, mais de 40 do segundo tempo, 2 a 0 no placar: "Vai Miguel! Vai, Nuno Valente! Vamos tirar essa bola daí que o jogo é nosso!" Pelo menos ninguém pode acusaro veterano locutor de falsa imparcialidade...

É verdade, no entanto, que Felipão é o personagem dos sonhos de fotógrafos e cinegrafistas, com suas caretas e pulos que colaboram com a "corrente pra frente" por Portugal.

SAUDADES Chateado com o time de Parreira? Ligue hoje às 16h ou à meia-noite na ESPN 2 e curta o episódio de "Glória, Suor e Lágrimas" sobre as conquistas do Brasil.

Ao vivo é assim: na sexta, Galvão Bueno anunciou mais de uma vez Brasil x Austrália para as "três horas".

L

Técnico: Oliveira Gonçalves. Local: Niedersachenstadion, em Hannover. Árbitro: Shamsul Maidin (CIN). Cartões amarelos: Delgado 13/1, Zé Kalanga 5/2, Pineda 14/2 e João Ricardo 41/2. Cartão vermelho: André Macanga 34/2.

Mais confusão para Togo

Portugal se "Mistões" classifica, 40 vão decidir anos depois o Grupo C

A

Técnico: Dick Advocaat. Local: Zentralstadion, em Leipzig. Árbitro: Archundia Benito (MEX). Gols: Henry 9/1 e Park Ji 36/2. Cartões amarelos: Lee Ho 11/1, Dong Jin 29/1, Abidal 34/2 e Zidane 40/2.

A

Seleção melhorou, ainda que não muito, cumpriu a obrigação de vencer os australianos e já se classificou para as oitavas-de-final desta Copa em que desembarcou com panca de favorita absoluta na briga pelo hexa. Terá feito o suficiente nos 2 a 0? Os números do primeiro tempo dão uma impressão errada: 54% de posse de bola parece traduzir um claro domínio brasileiro, mas os australianos chegaram muito mais ao gol de Dida do que o Brasil ao de Schwarzer, que só pegou na bola para bater tiro de meta. Vale a insistência: Robinho ou Juninho têm de entrar neste time desde o começo, saindo um dos centroavantes, para que o time recupere minimamente a movimentação no meio-de-campo e nas jogadas de frente . É verdade que o segundo tempo, antes mesmo que Robinho mais uma vez substituísse Ronaldo, emitiu alguns sinais do que a Seleção ainda pode fazer na Copa. Logo aos 4 minutos, Ronaldinho Gaúcho lançou Ronaldo, que, já na grande área, rolou para Adriano fazer 1 a 0. Ronaldo, aliás, participou bem mais do jogo do que na estréia, mas está nitidamente fora de forma e, o que é mais surpreendente, sem o menor domínio de bola. Em apenas 20 minutos, Robinho pôs adrenalina no jogo, criou boas jogadas, tentou o gol e ainda chutou no poste direito do goleiro Schwarzer a bola que sobrou para Fred, que acabara de entrar no lugar de Adriano, decretar os 2 a 0. É um luxo tê-lo no banco de reservas, mas Parreira já deixou mais ou menos claro que para ele voltará no jogo contra o Japão. E depois?

L

João Ricardo; Locó, Jamba, Kali e Delgado; André Macanga, Zé Kalanga (Miloy 38/2), Figueiredo (Rui Marques 27/2) e Mateus (Mantorras 23/2); Mendonça e Akwá.

pender de outros resultados hoje, Togo, que perdeu da Coréia na estréia, pega a Suíça, e o empate é o resultado dos sonhos dos franceses. Em campo, a França quebrou um jejum de quatro jogos sem gols - Senegal, Uruguai e Dinamarca em 2002, mais a Suíça, na estréia - com Henry, que aos 9 minutos interceptou um chute errado de Wiltord e marcou. Incansáveis, os coreanos não se abalaram e foram para cima, estimulados pela torcida que gritava desde uma hora antes do jogo. O gol de empate saiu com Park Ji-sung, aos 36 do segundo tempo. "Pelo menos estamos vivos. Estou decepcionado, mas ainda falta uma partida", lamentou o técnico Raymond Domenech. Dick Advocaat, técnico da Coréia, alfinetou os que dizem que sua equipe só chegou ao quarto lugar em 2002 por jogar em casa. "Mostramos nossa capacidade", disparou.

Zidane, suspenso, não joga contra Togo na sexta. Se a França não se classificar, o melancólico empate por 1 a 1 contra a Coréia, ontem, em Leipzig, terá sido a despedida do craque, que se aposenta depois da Copa

Ainda falta

Minutos depois, alertado do erro, conseguiu consertar: "Para deixar bem claro, o jogo é às TREZE horas".


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de junho de 2006

N

"O Mundial começa contra a República Checa. Daqui para a frente, será matar ou morrer.” Marcelo Lippi, técnico da Itália

É bobagem discutir isso, pois o calor foi o mesmo para as duas equipes.” Nakata, meia do Japão

ABRAÇADOS Kimimasa Mayama/Reuters

ão foi o melhor resultado para nenhum dos dois lados. Depois do empate por 0 a 0 ontem, em Nuremberg, tanto a Croácia quanto o Japão ficaram em uma situação difícil no Grupo F, que já tem o Brasil classificado. Com apenas um ponto cada um, contra seis do líder Brasil e três da Austrália, segunda colocada, ambos, agora, só têm uma opção se quiserem passar para as oitavas-de-final: ganhar o último jogo. Os croatas, pelo menos, dependem apenas de suas forças, já que enfrentam os próprios australianos em Stuttgart, na quinta-feira. Se vencerem, fazem quatro pontos contra três dos adversários e garantem o segundo lugar do grupo. Já a vida dos japoneses ficou muito mais difícil. Primeiro, eles terão que derrotar o Brasil, além de torcer pela vitória da Croácia sobre a Austrália, para que todos terminem empata-

N

3

Croácia de Simunic e Japão de Alex empatam (0 a 0) e ficam mais longe que os australianos da classificação

dos em segundo lugar com três pontos e a briga vá para o saldo de gols. O problema é que o saldo japonês, até aqui, é o pior do grupo: -2, contra -1 dos croatas e 0 dos australianos. A melhor oportunidade no jogo de ontem foi da Croácia, ainda no primeiro tempo. Prso aproveitou bobeada da defesa, invadiu a área e foi derrubado por Miyamoto, que levou o cartão amarelo (está suspenso do jogo contra o Brasil). Na cobrança, o ala-direito Srna bateu o pênalti rasteiro, no canto esquerdo, mas Kawaguchi espalmou para escanteio. “É um crime jogar novamente nesse calor. O futebol virou um negócio e os jogadores é que são sacrificados”, reclamou o técnico brasileiro Zico, do Japão, logo após a partida. “Criamos as oportunidades, mas não conseguimos finalizar.” Ele afirmou que para o jogo de quinta-feira contra o Brasil, em Dortmund, mantém as esperanças de classificação.

JAPÃO 0 Kawaguchi; Kaji, Miyamoto, Nakasawa e Alex Santos; Ogasawara, Nakata, Fukunishi (Inamoto 1/2) e Nak amura; Tak ahara (Oguro 40/2) e Yanagisawa (Tamada 16/2). Técnico: Zico.

CROÁCIA 0 Pletikosa; Simic, Robert Kovac e Simunic; Srna (Bosnjak 42/2), Tudor (Olic 25/2), Niko Kovac, Kranjcar (Modric 33/2) e Babic; Klasnic e Prso. Técnico: Zlatko Kranjcar. Local:Frankenstadion, em Nuremberg. Árbitro:Frank de Bleeckere (BEL). Cartões amarelos: Miyamoto 21/1, Robert Kovac 32/1, Kawaguchi 42/1, Srna 24/2, Alex Santos 27/2.

Quarteto inimigo Tony Gentile/Reuters

Petr Josek/Reuters

brado na trave por ada definido no Grupo E, Amoah. No saldo de gols, ainda está atrás de onde sairá o adversário do Brasil da própria República Checa (tem zero connas oitavas-de-final. Isso significa que ele tra um), e é nessa condição desfavorável ainda pode ser qualquer um entre Itália, que entrará em campo República Checa, Gana quinta-feira, para enfrentar os americana e Estados Unidos. No sábado, o empanos em Nuremberg. Felizes com a vitóte por 1 a 1 entre italianos e norte-americaria, os jogadores de Gana não treinaram nos, em Kaiserslautern, manteve a Itália ontem e foram para um show de rock realina liderança do grupo, com 4 pontos. Agora, zado em Wuerzburg. Músicos ganeses subipara ficar com uma das vagas, a S qu a dr a ram ao palco para tocar uma música tradiAzzurra só precisa emcional de saudação à patar com os checos em Hamburgo, na chegada dos “Estrelas Negras”, que aproveiquinta-feira. No entanto, se quiser garantaram a ocasião para agradecer o apoio que tir o primeiro lugar (e, assim, fugir do Brasil receberam na cidade. François-Xavier Marit/AFP “Os 2 a 0 sobre os chena próxima fase), sem Petr Josek/Reuters cos, a segunda melhor depender do resultaseleção no mundo pedo do jogo entre Gana lo ranking da Fifa, coe Estados Unidos (que locou o futebol de Gaacontece no mesmo na em outro nível”, dia e horário, em Nuafirmou Kwesi Nyanremberg), a Itália terá takyi, presidente da que vencer. “Estou desapontado e bravo. Federação de Futebol do país. “Tenho conNão entramos focados nesta partida e acabafiança em que agora mais empresas vão inmos pagando por isso com o jeito nervoso vestir no futebol e, com isso, o esporte vai que atuamos e com os e r r o s q u e c o m e t ecrescer.” O técnico Ratomir Dujkovic garanmos”, reclamou o técnico Marcelo Lippi, retiu que hoje a equipe retomará os treinos ferindo-se ao empate. para enfrentar os EstaJá para os americados Unidos. Para este nos só a vitória sobre jogo, Gana não terá Gana salva. Se consedois titulares: Asaguirem quatro pontos, moah Gyan e Sulley os Estados Unidos teMuntari, suspensos. rão condições de briGyan abriu o marcagar no saldo de gols dor contra os checos, com checos ou italialogo no início do jogo, nos. O problema é que o saldo deles, atual- Entre a Itália de Totti, a República Checa de Nedved, Gana de Essien e os EUA de Donovan, o adversário brasileiro nas oitavas com pouco mais de um minuto de jogo, o mente, é o pior: -3, contra um da República Checa e Arena, logo após o empate de tida contra Gana. Acreditamos seguiu a primeira vitória afri- gol mais rápido da competidois da Itália. “Fomos melho- sábado, em que sua equipe na possibilidade de nos classi- cana nesta Copa do Mundo e ção. Razak Pimpong já entrou, res que os italianos. Fizemos atuou praticamente todo o se- ficar para as oitavas-de-final.” passou a dividir o segundo lu- nas duas partidas anteriores, um excelente primeiro tempo. gundo tempo com nove hoA sensação da segunda ro- gar do grupo, com três pontos, no lugar de Gyan, e Dujkovic Minha seleção fez um trabalho mens contra dez. “Estou con- dada foi Gana, que ao fazer 2 a ao lado dos próprios checos. tem vários substitutos para fantástico”, exaltou o treina- tente com nosso desempenho 0 na República Checa, em Co- Gana, ainda, perdeu um pê- Muntari, mas ainda não defidor norte-americano Bruce e bastante otimista para a par- lônia, também no sábado, con- nalti no segundo tempo, co- niu seu nome.

ITÁLIA 1 Buffon; Zaccardo (Del Piero 9/2), Nesta, Cannavaro e Zambrotta; Perrotta, De Rossi, Pirlo e Totti (Gattuso 35/1); Luca Toni (Iaquinta 16/2) e Gilardino. Técnico: Marcello Lippi.

ESTADOS UNIDOS 1 Keller; Cherundolo, Bocanegra, Onyewu e Pope; Mastroeni, Dempsey (Beasley 17/2), Reyna e Convey (Conrad 7/2); McBride e Donovan. Técnico: Bruce Arena. Local: Estádio Fritz Walter, em Kaiserslautern. Árbitro: Jorge Larrionda (URU). Gols: Gilardino 22/1 e Zaccardo (contra) 27/1. Cartões amarelos: Totti 5/1 e Zambrotta 25/2. Cartões vermelhos: De Rossi 28/1, Mastroeni 45/1 e Pope 2/2.

REPÚBLICA CHECA 0 Cech; Grygera, Rozehnal, Ujfalusi e Jankulovski; Poborsky (Stajner 11/2), Plasil (Sionko 23/2), Galasek (Polak 1/2), Nedved e Rosicky; Lokvenc. Técnico: Karel Bruckner.

GANA 2 K i n g s t o n ; Pa i n t s i l , S h i l l a , Mohammed e Mensah; Appiah, Essien, Muntari e Otto Addo (Boateng 1/2); Gyan (Pimpong 40/2) e Amoah (Eric Addo 35/2). Técnico: Ratomir Dujkovic. Local: Müngersdorfer Stadion, em Colônia. Árbitro: Horacio Elizondo (ARG). Gols: Gyan 2/1 e Muntari 37/2. Cartões amarelos: Otto Addo 18/1, Essien 37/1, Lokvenc 4/2, Ujfalusi 20/2, Gyan 21/2, Boateng 30/2, Muntari 39/2 e Mohammed 48/2.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 19 de junho de 2006

Eu, pelo menos, não gostaria de ficar fora do time contra o Japão." .Lúcio

Tem vezes em que não dá, mas não é por falta de empenho." Ronaldinho Gaúcho

E O QUARTETO? C

Seleção treina hoje em Colônia

A

Roberto Schmidt/AFP

Robinho substitui novamente Ronaldo, anima a Seleção e pede a Parreira a chance de enfrentar o Japão

Seleção Brasileira desembarcou ontem à noite em Colônia, após uma rápida viagem de avião desde Munique, e começa nesta segunda-feira a preparação para o jogo da quinta-feira, contra o Japão, em que lhe bastará o empate para garantir o primeiro lugar do Grupo F. O grupo foi de ônibus do aeroporto ao Castelo Lerbach, onde ficará hospedado até o jogo. O próximo local de concentração dependerá da posição do time brasileiro na classificação e, conseqüentemente, do adversário que vai enfrentar nas oitavas-definal. O time volta aos treinos às 16h45 (11h45 de Brasília), no campo do SSG90 Stadion, em Bergisch Gladbach. Todos os 23 jogadores do grupo devem participar, segundo os médicos, embora Ronaldo, Kaká e Lúcio tenham se queixado de dores provocadas por pancadas desferidas pelos australianos no jogo de ontem. Nas entrevistas que concedeu em Munique, antes do embarque, Parreira se mostrou satisfeito com o rendimento da equipe contra a Austrália e, portanto, não deve forçar os jogadores nos próximos treinamentos. Apesar dos berros que deu à beira do campo e do excesso de gestos - atitudes que contrariam seu estilo mais light -, detectou evolução na equipe garantiu que não se descabelou ao ver a dificuldade que o Brasil teve para segurar a vantagem de 1 a 0 quase até o fim, mesmo com a pressão dos australianos. Em sua opinião, o time teve paciência para fazer o resultado e o jogo foi cadenciado por causa do esquema de marcação do rival. "Os adversários atuam de forma diferente diante do Brasil", observou o técnico. "Formam linha de 10 atrás da bola, fecham espaços e isso trunca o jogo." Parreira divertiu-se ao prever o que falariam a respeito da entrada de Fred, que mal tocou na bola e fez o segundo gol. "Hoje, sou ótimo e conheço tudo de bola", brincou. E reconheceu: "Foi um lance de sorte de minha parte. Achei interessante colocar um jogador mais descansado nos últimos minutos da partida e ele acabou fazendo um gol. Fico muito feliz com isso, mas é claro que eu fui ajudado pela sorte." Depois de relembrar que tem "confiança nos 23 que estão aqui", o técnico também se disse satisfeito com o fato de Roberto Carlos e Cafu terem passado sem sobressaltos pelos primeiros jogos: "Diziam que eles estavam acabados e agora ninguém se lembra deles. Acho isso sensacional." O treinador aposta na evolução da equipe brasileira a partir das oitavas-de-final e faz questão de sublinhar o planejamento da comissão técnica: "Até agora, estou satisfeito. Não fizemos muitos amistosos porque preferimos treinar mais a equipe. Sentimos mais dificuldades contra a Croácia e já não sentimos tantos problemas na parte física contra a Austrália. Espero que, contra o Japão, a gente continue a evoluir."

Rival elogia Robinho S

e o lateral-esquerdo australiano Scott Chipperfield fosse o técnico da Seleção Brasileira, Robinho teria boas chances de virar titular. "O Brasil é mais perigoso com Robinho. Ele entrou em campo e deu mais alegria ao time. Com Ronaldo, o ataque sofre uma marcação muito dura", disse o jogador, que admitiu a situação difícil de Parreira: "Eu não queria ser o técnico do Brasil nesse momento". O técnico Guus Hiddink não quis comentar sobre os jogadores, mas deu a entender que esperava mais do adversário de ontem. "Não creio que o Brasil teve idéias claras de como dominar uma equipe que está tão abaixo na classificação", afirmou, em referência ao ranking da Fifa - o Brasil é líder, e a Austrália está na 44ª posição. Ele acha que a Seleção pode até conquistar o hexacampeonato mundial,

mas precisa se acertar. "Há várias outras boas equipes e que estão jogando melhor no momento". Hiddink lamentou as chances perdidas pelo ataque australiano no segundo tempo. "Aumentamos a pressão e tivemos boas ocasiões que infelizmente não foram aproveitadas", disse. "Talvez, se uma delas tivesse entrado, teríamos virado o jogo", completou Chipperfield. "Jogamos um bom futebol, só não demos sorte. O Brasil teve apenas três chances claras de gol e converteu duas. Nós também tivemos e não fizemos o gol", fez coro o meia Kewell. Os australianos também são unânimes ao acreditar na classificação - basta vencer a Croácia, ou empatar, desde que o Japão não vença o Brasil. "Agora queremos alcançar a fase seguinte, o que seria algo completamente inesperado", afirmou Hiddink.

Paulo Whitaker/Reuters

arlos Alberto Parreira saiu de campo ligeiramente rouco, aliviado com a classificação antecipada para as oitavas-de-final e disposto a dar descanso a alguns titulares no duelo de quinta-feira com o Japão, em Dortmund, às 16 horas (de Brasília). A folga só não vale para Ronaldo. Em sua avaliação, para que entre no ritmo dos demais titulares, o astro precisa atuar pelo menos mais 70 minutos, como nas duas primeiras rodadas. "A palavra está com os médicos. Vamos avaliar a condição do grupo e ver se é melhor preservar alguém", afirmou o técnico, ressalvando que o caso de Ronaldo é diferente: "Quando começou a treinar, fazia quase dois meses que não jogava." Depois de passar uma semana pressionado pela má atuação contra a Croácia, Ronaldo teve um desempenho melhor contra a Austrália e conseguiu, assim, se manter no time titular pelo menos para o jogo contra o Japão. Ameaçado de perder a posição para Robinho, procurou mostrar serviço nos 2 a 0 sobre os australianos: tentou correr, arriscou chutes e ainda fez a jogada e o passe para o primeiro gol do Brasil, de Adriano. Ainda assim, está longe de ser o Ronaldo que a torcida esperava. Após o jogo, comentou: "Minha atuação já foi melhor que no primeiro jogo Tive oportunidades de gol, de tabelar com companheiros e de correr. Acho que foi bom, principalmente porque a Austrália se defendia com quase todos seus jogadores. Mas o mais importante foi a vitória e a classificação para as oitavas-de-final." Ronaldo chegou a receber um cartão amarelo por ter chutado a gol depois de o juiz marcar um impedimento. Mas o atacante não quer ser poupado no próximo jogo: "Gostaria de jogar, mas é Parreira quem determina como faremos." Durante a partida, a torcida brasileira que estava no estádio o incentivou, gritando seu nome. Ronaldo poderia ter feito o primeiro gol e, em uma bola lançada, furou na cara do gol, algo improvável há poucos anos. Assim como ocorreu no primeiro jogo, o atacante foi substituído no segundo tempo por Robinho e saiu de campo sob vaias dos torcedores australianos. Ronaldo ainda levou uma pancada em sua perna durante a partida. Mas, segundo o médico da seleção, José Luiz Runco, isso não deve ser problema: "Já começamos um tratamento a base de gelo e ele deve treinar normalmente." O substituto Robinho também quer jogo. Depois de elogiar a atuação de Ronaldo nos 2 a 0, e aproveitou para pedir a Parreira um lugar na partida contra o Japão: "Se o professor quiser dar uma oportunidade para o pessoal que está no banco, a gente agradece", disse o jogador, ao comentar a sensação de tranqüilidade que a Seleção terá contra o time de Zico por já estar classificada para as oitavas-de-final. Contra os australianos, Robinho entrou em campo aos 26 minutos do segundo tempo, e participou de várias jogadas - entre elas a do segundo gol brasileiro, marcado por Fred no rebote de um chute seu que acertou a trave do goleiro Schwarzer. Robinho contou que Parreira o orientou a segurar a bola e aproveitar os espaços deixados pela Austrália na busca do empate. Depois, elogiou novamente o camisa 9: "O Ronaldo em forma é o melhor centroavante do mundo, e a gente torce para que ele possa fazer seus três golzinhos e bater esse recorde histórico", afirmou, em referência aos 12 gols que o atacante já tem em Copas do Mundo - dois a menos que o recordista, o alemão Gerd Müller. Elogios à parte, os companheiros de Real Madrid estão em competição por uma das vagas no ataque. Podem até entrar juntos contra o Japão, uma vez que Parreira se dispõe a poupar alguns titulares. Neste caso, se a Seleção deslanchar, Adriano passa a correr risco. A grande dúvida na escalação do Brasil, que o segundo jogo ainda não tirou, é a dupla de frente do quadrado mágico. Kaká e Ronaldinho Gaúcho são intocáveis, Ronaldo depende de si para continuar no time e Robinho, mais do que todos os demais reservas, está fazendo tudo para ganhar uma vaga de titular. E é indiscutível que o Brasil cresceu de produção depois que ele entrou, tanto no 1 a 0 sobre a Croácia como nos 2 a 0 sobre a Austrália. Parreira faz uma ressalva, porém: "É muito diferente começar uma partida e entrar no segundo tempo. O Robinho entrou quando a Austrália atuava com três atacantes e já não marcava com tanta força. Eu sei muito bem quando devo utilizar Ronaldo ou Robinho." É esperar para conferir.


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segunda-feira, 19 de junho de 2006

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Internacional Mujhaed Mohammed/AFP Photo

AL-QAEDA PLANEJA ATACAR METRÔ DE NY

A CARRO-BOMBA – Soldado norte-americano observa veículo usado em ataque suicida de ontem em Mosul, cidade situada no nordeste do Iraque. O ataque matou uma mulher e outras dezenove pessoas ficaram feridas. Pelo menos nove pessoas foram mortas em ataques de rebeldes no Iraque, segundo oficiais norte-americanos.

SOLDADOS SEQÜESTRADOS NO IRAQUE elo menos sete homens mascarados seqüestraram os dois soldados americanos que estão desaparecidos desde sexta-feira, depois de um ataque de insurgentes contra um posto de controle militar na cidade de Yusufiya, 20 quilômetros ao sul de Bagdá. Sábado, em um bairro xiita de Bagdá, extremistas capturaram dez empregados de uma padaria enquanto em Ramadi, a oeste da capital, forças iraquianas e americanas deslanchavam uma ampla operação para retomar plenamente

P

o controle dessa cidade. No caso dos soldados seqüestrados, a única testemunha é o fazendeiro Ahmed Khalaf Falah, que disse ter visto quando um grupo de rebeldes matou o militar que dirigia o blindado americano e fugiu levando os outros dois soldados. Tropas dos EUA apoiadas por helicópteros estão vasculhando a área, conhecida como "triângulo da morte", porque militantes ligados à rede terrorista Al-Qaeda atuam na região. Trata-se de uma região predominantemente árabe sunita, comunidade em que se

concentra a resistência às forças de ocupação estrangeiras e ao novo governo iraquiano, liderado pelos xiitas. Um morador disse que os soldados americanos estão revistando todas as casas e prometeram recompensa de US$ 100 mil por qualquer informação que leve aos reféns. Ele disse que não vai cooperar, pois está irado com os americanos. "Não farei isso nem que me paguem", afirmou, sem se identificar. Mas porta-vozes militares americanos disseram que ainda não têm uma confirmação de que os dois soldados desa-

parecidos, cuja identidade não foi revelada, tenham sido de fato seqüestrados. O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, disse não ter informações sobre a operação de busca dos soldados. "Obviamente existe um esforço vigoroso para tentar localizá-los e trazê-los de volta com segurança", declarou Snow. Em Ramadi, situada a 100 quilômetros a oeste de Bagdá, as forças iraquianas e americanas armaram novos postos de controle nos acessos para a cidade, para impedir a movimentação dos insurgentes. (AE)

A

Franco (1939-75). A abstenção na votação foi alta. Dos cerca de 5 milhões aptos a votar, quase a metade faltou. O projeto atual recebeu apoio do governo do presidente espanhol, José Luiz Rodriguez Zapatero, e do poder regional. Já o Partido Popular (PP), de direita, e o nacionalista Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) eram contrários, por razões opostas. Para os direitistas, ele é uma ameaça à unidade espanhola. O líder do PP Mariano Rajoy, disse que seu partido utilizará "todos os argumentos jurídicos" para impedir que o estatuto entre em vigor. Já os nacionalistas almejavam mais autonomia que a concedida. O catalão ganha status de língua "normal e preferencial", igualando-se ao espanhol. O projeto detalha também os símbolos de identidade nacional catalães, como hino, bandeira e festividade, além de proclamar Barcelona como capital da Catalunha. Amplia-se

também a autonomia em temas como política de imigração, justiça e segurança. Também fica garantida uma parcela maior dos investimentos para o território e mais autonomia para a Catalunha decidir como gastar seu dinheiro. A região, porém, não se iguala ao País Basco e Navarra, que possuem um modelo fiscal autônomo e entregam parte dos impostos ao governo central. Há um temor de que o projeto da Catalunha estimule outras regiões a buscarem mais status em relação ao governo central. Após o início das discussões sobre a região, Andaluzia e Galícia já apresentaram propostas. O estatuto recebeu críticas também das Forças Armadas espanholas. O general José Mena Aguado, comandante das Forças Terrestres do Exército, exortou em janeiro seus soldados a defenderem a unidade do país e considerou o projeto uma ameaça. Pelas críticas, chegou a ser preso. (AE)

rede terrorista AlQaeda planejava atacar em janeiro de 2003 o metrô de Nova York com um gás letal, mas desistiu da ação apenas 45 dias antes, segundo um livro que está para ser lançado. A revista semanal americana Time publicou ontem em sua página da internet trechos de The One Percent Doctrine (A Doutrina do Um por Cento), do jornalista vencedor do prêmio Pulitzer Ron Suskind, que dá detalhes das investigações dos serviços secretos dos EUA. Segundo apurou Suskind, foi o número 2 da AlQaeda, o egípcio Ayman alZawahiri – braço direito de Osama bin Laden –, que suspendeu a operação por motivos ainda não esclarecidos. A idéia era lançar gás cianídrico no metrô, o que poderia causar muito mais mortes do que nos atentados de 11 de setembro de 2001, nos quais morreram pelo menos 3 mil pessoas. Um informante dos serviços de inteligência americanos na Al-Qaeda disse que os terroristas iriam colocar dentro de vários vagões

pequenos artefatos contendo o gás. O livro indica que agentes dos EUA já haviam descobertos planos sobre esse tipo de ataque nos arquivos de um computador de um cidadão de Bahrein preso em 2003 na Arábia Saudita, suspeito de envolvimento com a rede terrorista. Esses artefatos significariam um grande avanço na tecnologia de armas, comenta Suskind. Por ora, nem o governo americano nem os órgãos de inteligência ou segurança dos EUA comentaram o assunto. O FBI (a polícia federal americana) se recusou a confirmar os detalhes do livro de Suskind. O porta-voz Bill Carter disse que o FBI não comentaria passagens selecionadas do livro. No entanto, Paul Browne, porta-voz do departamento de polícia de Nova York, afirmou que as autoridades estavam a par do plano de ataque. "Sabíamos do complô e adotamos as precauções apropriadas", disse. Ron Suskind também é autor do polêmico livro "O Preço da Lealdade", baseado na administração de George W. Bush. (AE)

Andrew Stuart/AFP PHOTO

Catalunha tem novo estatuto população da Catalunha aprovou ontem em referendo, por 74%, o novo estatuto da região. O documento, que já passou pelos Parlamentos catalão e espanhol, concede mais autonomia e reforça a identidade do território, ao reconhecer o sentimento de "nação" dos catalães. Antes, a Catalunha era tratada como "nacionalidade". O estatuto não reconhece diretamente a região como nação, mas cita em seu preâmbulo a posição aprovada em 2005 pelo Parlamento catalão, definindo o território dessa forma (com língua, cultura e tradições próprias). A Catalunha é uma próspera região com população de 6,9 milhões de habitantes (15,6% do total do país), localizada no nordeste da Espanha, responsável por quase um quinto do PIB nacional. O novo estatuto substitui o de 1979, durante a transição democrática espanhola após a ditadura militar de Francisco

Brandon Routh, o astro do filme Superman - O retorno, fez um discurso ontem para soldados norte-americanos da Marinha na Califórnia.

Ó RBITA

POLÊMICA Igreja Episcopal elegeu a bispa do Estado americano de Nevada Katherine Jefferts Schori como sua líder, transformando-a na primeira mulher da história a chefiar uma denominação da Comunidade Anglicana global. Trata-se de mais uma decisão controversa tomada pelos episcopais americanos, após a nomeação do primeiro bispo abertamente gay há três anos. A escolha de Schori, feita por voto secreto, deverá piorar as relações entre a igreja americana e os anglicanos em todo o mundo. (AE)

A

IRÃ governo do Irã informou ontem que uma "atmosfera positiva" pode ajudar a resolver uma disputa envolvendo o programa nuclear do país, mas não revelou quando o governo iraniano responderia a uma proposta feita por seis potências mundiais para acabar com o impasse. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, disse que qualquer acordo exigiria negociações com os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU – Estados Unidos, China, Rússia, Inglaterra, França e Alemanha. (Reuters)

O

FUTEBOL E PROTESTO – Durante manifestação em Londres, o jovem Abul Koyair usou a camiseta da seleção brasileira de futebol em homenagem a Jean Charles de Menezes. Assim como o brasileiro, o irmão de Koyair foi morto pela polícia britânica por suspeitas de envolvimento em ataques terroristas.

APOIO AOS PALESTINOS comissária de Relações Exteriores da União Européia, Benita Ferrero Waldner, disse ontem que o apoio dado pelo "quarteto" (EUA, Rússia, ONU e UE) ao mecanismo de financiamento internacional para retomar a ajuda aos palestinos é um "passo importante" para superar as dificuldades do governo do presidente Mahmud Abbas. "Os europeus estão decididos a dar a sua parte para impedir uma crise humanitária nos

A

territórios palestinos", disse a comissária. A Comissão Européia, depois da aprovação dos líderes dos 25 países da União Européia ao sistema de transparência de fundos para os palestinos, obteve ontem a aprovação dos demais componentes do quarteto. Benita Ferrero iniciará a partir hoje uma missão de dois dias pelo Oriente Médio. Sobre o plano de ajuda aos palestinos, a comissária explicou que consta quase 100 milhões de euros. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de junho de 2006

por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

MuNDOreAL

8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

Cameron/CORBIS

Dormindo profundamente

lguns leitores reclamam que descrevo o problema mas não indico solução. Sabem por que faço isso? É que as únicas soluções possíveis são tão difíceis e remotas que só de pensar nelas a visão do problema se torna ainda mais insuportável. Cada vez que volto ao assunto ecoa na minha memória o verso de Manuel Bandeira, o mais triste da literatura universal, que resume a história do Brasil nas últimas décadas: "A vida inteira que poderia ter sido e que não foi." Em 2002, numa reunião internacional (v. HYPERLINK "http://mail. dcom erc io. co m.b r/ red ir. ph p? h t t p : / / w w w. m i d i a s e m m a s c ara.com.br/artigo.php?sid=4960" \t "_blank" http://www.midiasemmascara.com.br/ar tigo.php?sid= 4960 ), os estrategistas da revolução latino-americana já haviam chegado à conclusão de que nenhuma força de direita tinha condições de erguer-se para enfrentá-los. Desde então o poder da esquerda veio crescendo formidavelmente, especialmente no Brasil, e seus eventuais adversários não fizeram senão ceder terreno, acomodar seu discurso ao do inimigo, abdicar de toda identidade ideológica e gastar energias preciosas em alianças debilitantes, em campanhas de bom(...) o verso de mocismo sem Manuel Bandeira, teor ideológico o mais triste da literatura e em esforços eleitorais perfeiuniversal, resume a tamente fúteis. história do Brasil nas É c l a ro q u e últimas décadas: 'A vida antevejo soluções. Mas tenho inteira que poderia ter a quase certeza sido e que não foi.' d e q u e n i nguém vai colocá-las em prática. Todos os que poderiam fazêSe eu estivesse no lo estão demaBrasil, morreria siado fracos, dede depressão. À masiado sonsos distância em que para poder reag i r. O i t o, d e z estou, a melancolia anos atrás andei do declínio se torna sugerindo soluquase uma ções. Falei a empresários, polítiexperiência estética. cos, religiosos, intelectuais, militares. Em geral não consegui persuadi-los nem mesmo de que havia um problema – o mesmo problema sob cujo peso agora estão gemendo. Todos, sem exceção, avaliavam a situação baseados somente no que liam na mídia, prescindindo solenemente de qualquer conhecimento das fontes diretas, da bibliografia especializada ou mesmo dos clássicos do marxismo. E julgavam com uma segurança, com uma pose! Uns confiavam nos seus galões, outros no seu saldo bancário, outros nos seus diplominhas da USP como se fossem garantias de infalibilidade, incomparavelmente superiores a décadas de estudo e montanhas de documentos. Uns diziam que eu estava açoitando cavalos mortos, outros estavam tão despreocupados que tinham tempo para criticar detalhes de estilo que os incomodavam nos meus artigos, outros, ainda, davam-me conselhos jornalísticos, recomendando-me temas mais

A

agradáveis para conquistar os coraçõezinhos das leitoras em vez de assustá-las com advertências apocalípticas. Assim o tempo passou. Acabei-me recolhendo à minha insignificância, e hoje me dedico à função que me resta: analisar o mais objetivamente possível a agonia do Brasil, para uso dos futuros historiadores. Larguei a prática da medicina de urgência para dedicar-me ao estudo das patologias terminais. É um assunto inesgotável e, para quem observa o moribundo de longe, interessantíssimo. Se eu estivesse no Brasil, morreria de depressão. À distância em que estou, a melancolia do declínio se torna quase uma experiência estética. Vou lhes dar só um exemplo de como a esquerda está adiantada na conquista de seus objetivos e a direita, ou o que resta dela, ainda nem começou a se dar conta do estado de coisas. No fim dos anos 70, o presidente Jimmy Carter, fiel às diretrizes do CFR, decretou que a melhor maneira de combater o avanço do comunismo na América Latina era apoiar a "esquerda moderada". Quem conhece a figura sabe precisamente o que ele queria dizer com isso: tratava-se de fomentar o comunismo alegando combatê-lo. Os brasileiros estão (até hoje) tão por fora do que acontece nos EUA, que a simples hipótese de um presidente americano pró-comunista ainda lhes parece absurda e fantasiosa. Falta-lhes o conhecimento de pelo menos setenta anos de história. Ainda nem se tocaram de que o braço-direito de Franklin D. Roosevelt em Yalta era um espião soviético, de que na gestão Truman o Departamento de Estado foi entregue a um advogado chiquíssimo cujo escritório representava oficialmente o governo da URSS nos EUA, de que todas as acusações de espionagem nos altos círculos lançadas pelo senador Joe McCarthy acabaram sendo confirmadas (com uma única exceção) e de que, enfim, o lugar mais seguro para os comunistas, depois da redação do New York Times, é o governo americano. É horrível conversar com pessoas que, precisamente por não saber nada, acreditam saber tudo. Principalmente quando elas têm dinheiro bastante para pagar consultores que as conservam na ilusão. Graças à ação conjugada da ignorância e dos consultores, até hoje o empresariado brasileiro acredita piamente na lenda esquerdista de que os americanos deram o golpe de 64 e não sabem que a verdade é precisamente o contrário, que o governo de Washington não ajudou em nada a criar o regime militar mas sim foi o principal responsável pela sua destruição. "Fortalecer a esquerda moderada" significava, desde logo, eliminar a direita, radical ou moderada, como alternativa válida ao esquerdismo. A morte da direita nacional foi decretada por Jimmy Carter, pelo CFR e pelas fundações Ford e Rockefeller (peço que consultem os meus artigos HYPERLINK "http://mail.dcomercio.com.br/redir.php?http://www.olavodecar valho.org/semana/060611zh.html" \t "_blank" http://www.olavodecarvalho.org/semana/060611zh.html e HYPERLINK "http://mail.dcomercio.com.br/redir.php?http://www.

o l a v o d e c a r v a l h o . o r g / s e m ana/060605dc.html" \t "_blank" h t t p : / / w w w . o l a v o d e c a r v alho.org/semana/060605dc.html para esclarecimentos de ordem teórica). O programa foi cumprido à risca, com sucesso total. Como a política de Washington para com a América Latina não mudou substancialmente desde então (exceto parcialmente e por breve tempo na gestão Reagan), e como a atuação das fundações bilionárias em prol da esquerda continental se intensificou enormemente nas últimas décadas, a direita brasileira não só perdeu qualquer apoio americano residual mas ainda nem sequer se deu conta do tamanho dos inimigos que a cercam e estrangulam hoje em dia. A esquerda encobriu tão bem essas informações elementares, essenciais para a compreensão do que se passa no Brasil, que até agora elas são radicalmente ignoradas por quem mais precisaria delas. Refirome especialmente ao empresariado. Os militares, por sua vez, não desconhecem os fatos, mas, bem trabalhados por agentes de desinformação, interpretam tudo às avessas: enxergam os Carters e os Clintons como agentes do "imperialismo americano" (e não do globalismo anti-americano) e acabam sendo levados pela tentação de se aliar à esquerda para se vingar das humilhações sofridas pelas forças armadas nas últimas décadas. Os aplausos dos homens de farda à recem-constituída "Comissão de Defesa das Forças Armadas" – mais um ardil da esquerda inventado para integrar as nossas tropas na revolução chavista – mostra que o horizonte de consciência dos nossos militares, pelo menos os de comando, é tão estreito quanto o do empresariado. Entre a esquerda e a direita, no Brasil, não há só uma monstruosa desproporção de forças: há um desnível de consciência imensurável. De um lado, informação abundante e integrada, intercâmbio constante, flexibilidade estratégica, conhecimento e domínio dos meios de ação. Do outro, fragmentos soltos mal compreendidos, amadorismo bem pago, opiniões arbitrárias e bobas voando para todo lado, desperdício das últimas energias em esperanças eleitorais insensatas e projetos "anti-corrupção" ideologicamente inócuos, facilmente absorvidos e instrumentalizados pela própria esquerda. Os esquerdistas absorveram profundamente o preceito de Sun-Tzu: conhecer o inimigo melhor do que ele conhece você. A esta altura, o general chinês, se consultado por algum direitista brasileiro interessado em "soluções", responderia: "Não converso com defuntos." Por que eu deveria ser menos realista que Sun-Tzu? A direita não está somente esmagada politicamente sob as patas da esquerda. Está dominada psicologicamente por ela, ao ponto de repelir com ojeriza a simples hipótese de fazer algo de efetivo contra a adversária. Exemplo? Façam a lista de todas as ONGs, departamentos do governo, cátedras universitárias, empresas de produções artísticas e órgãos de mídia empenhados, há trinta anos, em investigar, divulgar e ampliar até dimensões extraplanetárias os cri-

mes reais e imaginários da "direita". A quantidade de dinheiro e mão-deobra envolvida nisso é incalculável. Agora experimentem ir falar com algum empresário soi disant liberal ou conservador, e sugiram ao desgraçado fundar uma ONG, mesmo pequenininha, para informar o público sobre torturas e assassinatos de prisioneiros políticos em Cuba, sobre os feitos macabros das Farc e do MIR, sobre as conexões entre esquerdismo e narcotráfico. A resposta é infalível: ou o sujeito rotula você de extremista, de louco, de fanático, ou desconversa dizendo que não se deve tocar em assuntos indigestos, que é mais bonito circunscrever-nos a assuntos inofensivos de economia e administração. Se um dos lados tem o monopólio do direito de fazer a caveira do outro, e o outro ainda reconhece esse monopólio como legítimo e inquestionável, a briga já está decidida. A própria direita concede à esquerda o direito de matar, torturar, ludibriar, e ainda posar de detentora exclusiva das mais altas qualidades morais. Depois disso, que alternativa resta aos partidos direitistas, senão tornar-se subseções dos de esquerda? Vejam o PFL. Esse partido, que um dia chegou a ter alguma perspectiva de futuro, se autodestruiu mediante sucessivas alianças com a "esquerda moderada" tucana. Em vez de afirmar sua independência, de reforçar sua ideologia, de criar e expandir a militância, preferiu dissolver-se em troca de carguinhos que só lhe davam o poder de fazer o que o sócio mandasse. A experiência de mais de uma década não lhe ensinou nada. Continua ingerindo doses cada vez maiores do remédio suicida. Querem soluções? Elas existem, mas os homens influentes deste país, tão logo acabem de ler a lista, já vão querer atenuá-las, adaptá-las ao nível de covardia e preguiça requerido para ser direitistas "do bem" ou então diluí-las em objeções sem fim até que se transformem nos seus contrários, mui dialeticamente. Se querem saber, essas soluções são as seguintes: Aceitar a luta ideológica com

1 toda a extensão das suas con-

seqüências. Não fazer campanhas genéricas "contra a corrupção", salvando a cara do comunismo, mas mostrar que a corrupção vem diretamente da estratégia comunista continental voltada à demolição das instituições. Criar uma rede de entidades

2 para divulgar os crimes do comunismo e mostrar ao público o total comprometimento da esquerda atual com aqueles que os praticaram. A simples comparação quantitiva fará o general Pinochet parecer Madre Teresa. Criar uma rede de ONGs tipo

3 media watch para denunciar e criminalizar a desinformação esquerdista na mídia nacional, a supressão proposital de notícias, a propaganda camuflada em jornalismo. Desmantelar o monopólio

4 esquerdista do movimento

editorial, colocando à disposição do público milhares de livros anti-

comunistas e conservadores que lhe têm sido sonegados há quatro décadas. Formar uma geração de inte-

5 lectuais liberais e conservado-

res habilitados a desmascarar impiedosamente os trapaceiros e usurpadores esquerdistas que dominaram a educação superior e os órgãos de cultura em geral. Formar e adestrar militância

6 para manifestações de rua.

Durante pelo menos dez anos

7 enfatizar antes o fortalecimento interno do movimento do que a conquista de cargos eleitorais. Criar um vasto sistema de in-

8 formações sobre a estratégia continental esquerdista e suas conexões com os centros do poder globalista, de modo a esclarecer o empresariado, os intelectuais e as Forças Armadas. Essas são as soluções. Tudo o mais é desconversa. Ou os brasileiros fazem o que tem de ser feito, ou, por favor, que parem de choradeira. Que aprendam a morrer com decência. Se o Brasil cessar de existir, ninguém no mundo vai sentir falta dele. E se todos os brasileiros não inscritos no PT, no PSOL, na CUT e similares entrarem na próxima lista de falecidos do Livro Negro do Comunismo, talvez só eu mesmo ache isso um pouco ruim. Em todo caso, o fim do Brasil não vai abalar as estruturas do cosmos. Os esforços da direita nacional para a conquista da perfeita inocuidade estão perto de alcançar o sucesso definitivo. Quem em vida se esforçou para não fazer diferença, não há de fazer muita depois de morto. Se escrevo essas coisas no jornal da Associação Comercial, faço-o com dupla razão, porque vejo o esforço dessa entidade para fazer alguma coisa com bravura num país onde todo mundo está procurando um lugarzinho para se esconder em baixo da cama e até a mulher do presidente já tratou de se garantir com um passaporte italiano. Assisto aos vídeos daqueles combatentes reunidos no seminário "Liberdade, Democracia e o Império das Leis", e me pergunto: Cadê o resto do país? Cadê os donos da mídia, que lambem os sapatos dos comunistas aos quais entregaram suas redações? Cadê os banqueiros, que têm um orgasmo a cada novo aumento dos impostos e sabem que lucram com a destruição da liberdade, da segurança, das leis? Imaginam por acaso que trogloditas capazes de depredar o Congresso vão, miraculosamente, respeitar amanhã as sedes dos bancos privados? Cadê os homens da indústria, que estão de quatro, sem fôlego, e ainda insistem em bajular seus algozes? Cadê a Igreja Católica – ou a entidade que ainda leva esse nome --, autotransfigurada em órgão auxiliar do Foro de São Paulo? Cadê a tal "classe dominante", cuja única ocupação nas últimas décadas é deixar-se dominar? Cadê os militares, cujo mais alto sonho de glória parece ser a aposentadoria sob as asas do Estado previdenciário socialista? Pergunto isso ao vento, e a resposta vem em outro verso de Manuel Bandeira: "Estão todos dormindo, dormindo profundamente."


São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

D C A R R O 11

RARIDADES Fotos: Divulgação/Agência Sport Motor

LAMBORGHINI MURCIÉLAGO

LAMBORGHINI GALLARDO –

Depois do Diablo, a Lamborghini necessitava de um novo modelo que servisse para relançar a imagem de uma marca que nos anos 60 fez tremer a Ferrari com o lançamento do Miura de motor central. Surgiu o Murciélago, o primeiro a ser projetado após a Volks e a Audi terem assumido o controle da marca. O modelo tem carroceria de fibra de carbono, é equipado com motor V12 de 6.2 litros, que gera 580 cv. Acelera de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos e atinge 330 km/h.

Para uma marca que nasceu em 1963 e esteve à beira da falência no virar do século, era fundamental ter um modelo que pudesse dinamizar suas vendas para garantir volume e, principalmente, a rentabilidade da empresa. Daí surgiu o modelo Gallardo, cujo nome faz menção a um touro respeitado nas arenas desde o século 18. Este Lamborghini conta com um motor V10 de 5.0 litros e 500 cavalos. Sua velocidade máxima fica acima dos 330 km/h.

MERCEDES SLR MCLAREN Um esportivo singular, com elementos clássicos dos lendários automóveis de competição da Mercedes-Benz dos anos 50. Assim como seu lendário antecessor, de 1955, o 300 SLR, o SLR do século XXI incorpora desenvolvimentos tecnológicos que estão à frente de seu tempo. Seu motor V8, com 5.5 litros, desenvolve 626 cv e um torque máximo de 780 Nm a partir de 3250 rpm. Leva 3,8 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h e 28,8 s para chegar aos 300 km/h. A velocidade máxima é de 334 km/h.

LAMBORGHINI MURCIÉLAGO ROADSTER

BENTLEY CONTINENTAL GT

Superesportivo de dois lugares, teve o design inspirado nas barquetas que competiram nas edições da tradicional prova 24 Horas de Le Mans durante os anos 60. A mecânica do Lamborghini Murciélago Roadster é idêntica ao do modelo coupé, embora a necessidade de aumentar a rigidez estrutural tenha exigido reforços que elevaram o peso desta versão.Também anda acima dos 300 km/h, claro!

A Bentley foi comprada em 1931 pela Rolls-Royce e, em 1998, o grupo alemão Volkswagen assumiu a marca. O modelo Continental GT surgiu em 2002, fruto da imaginação do designer brasileiro Raul Pires. É um coupé 2+2, de avançada tecnologia e equipado com um supermotor biturbo, V12, de inacreditáveis 560 cavalos. Acelera de 0 a 100 km/h em apenas 4,8 segundos e atinge velocidade máxima de 318 km/h.

TVR CERBERA

ASTON MARTIN V12 VANQUISH

PAGANI ZONDA S 7.3

A TVR é uma das poucas marcas que mantêm viva a antiga tradição inglesa de investir em pequenas fábricas dedicadas à produção de automóveis desportivos em volumes extremamente reduzidos. Numa gama feita de coupés e roadsters com carrocerias em fibra e mecânicas das marcas Ford, norte-americana, ou Rover, inglesa, destaca-se o Cerbera, um coupé 2+2 equipado com motores V8 de 4.2 e 4.8 litros. Lançado em 1994, o TVR Cerbera passou a contar com a versão GT com 446 cavalos em 1996. Ultrapassa, fácil, os 300 km/h.

Fundada em 1913, a inglesa Aston Martin pertence desde 1987 à Ford Motor Company. Produz artesanalmente coupés de elevadas performances. No topo das suas ofertas, o V12 Vanquish, modelo apresentado em 2001. Construído dentro de uma arquitetura convencional, com seu motor dianteiro e tração traseira, o coupé de dois lugares, produzido por encomenda, tem prazos de entrega muito longos. Curto é o tempo para chegar aos 100 km/h: menos de 4 segundos.

Este é um modelo pouco conhecido, até mesmo entre os maníacos por automóveis. Custa meio milhão de dólares e tem motor V12 de 555 cv. É um superesportivo de dois lugares com um chassi em carbono e uma estrutura em aço na traseira. O motor de origem Mercedes-Benz é um 7.3 litros, montado em posição central. Apresentado em 1999, evoluiu até 2003, quando veio configuração definitiva. Acelera de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos e atinge 340 km/h. Impressionante para um desconhecido, não?


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

Lançamento Divulgação

Na europa, o peugeot 407 coupé Desenho da casa, o novo 407 agradou ao mercado que reagiu bem ao seu surgimento. Como com o 406.

Beleza é o que não falta ao novo 407, que já começou uma carreira de sucesso na Europa

ANTONIO FRAGA

A

Peugeot tinha várias propostas para o novo 407 Coupé, inclusive da tradicional parceira Pininfarina, responsável por grandes sucessos da marca francesa e de outros fabricantes de automóveis, mas optou pelo projeto desenvolvido no seu próprio estúdio de design. E pelo jeito, acertou. Assim como na versão 406, o Coupé é o mais bonito e harmonioso da linha. No novo Coupé, é clara a sua semelhança com o modelo anterior. O Peugeot 407 Coupé é uma obra de arte que, infelizmente, não tem data para aportar em nossas terras. Mesmo utilizando a mesma plataforma e motorizações das versões sedã e perua, o Coupé é maior no comprimento e na largura. Com isso, teve aumentado o seu espaço interno, principalmente, para os passageiros dos dois bancos traseiros, que são praticamente individuais. Todos os bancos também são mais baixos que nos demais modelos da linha. O objetivo é manter um centro de gravidade mais

Suas linhas elegantes agradam aos mais exigentes no quesito design

próximo do chão, afinal é um carro com espírito esportivo e esta solução fortalece isso. A suspensão foi recalibrada com o objetivo de o deixar mais firme, mas um sistema eletrônico monitora de maneira independente cada amortecedor, variando conforme a velocidade. Isso também pode ser feito manualmente, por intermédio de um botão no painel. Ou seja, andando devagar, ele fica mais macio; mais depressa, ele fica mais firme. Mais esportivo. Estável - Juntamente com o controle de tração e os pneus de perfil baixo "calçados" em aros de 18 polegadas, o Peugeot 407 Coupé tem uma estabilidade fantástica, muito semelhante à de carros verdadeiramente esportivos. Com relação aos demais "irmãos", o Coupé ganhou diversos reforços estruturais, que melhoram a sua construção. Além das várias opções de motores, que vão de quatro a seis cilindros, com gasolina ou diesel, outro destaque é o câmbio automático de seis marchas, com a opção manual-seqüencial. O interior mantém o mesmo design e o bom acabamento dos demais modelos da família 407: conforto aliado a material de qualidade. Air bag até para joelhos Destaque também, para a se- O interior é confortável e seguro. O motor lhe gurança passiva, que o coloca à confere performance de verdadeiro esportivo. frente de verdadeiras celebridades européias, como por exemplo Mer- Tem até um para os joelhos do motorista, cedes-Benz, BMW e Alfa Romeo. O mo- que fica alojado na parte inferior da delo conquistou cinco estrelas nos sempre coluna de direção. Na página 9, conheça o exigentes testes da EuroNcap - entidade 307 Sedã, fabricado na Argentina, que européia independente que avalia veículos chegará ao Brasil em agosto, segundo - graças principalmente aos sete air bags. promessa da Peugeot.


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Comércio Exterior Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Muitas pequenas empresas não aguentaram a oscilação do mercado e decretaram falência. Roberta Dias, diretora da Alcântara Machado

FENIT TRAZ A MODA PRIMAVERA / VERÃO

Niels Andreas/AE

CRISE REDUZ EXPOSITORES NA FENIT 2006 Sem apoio do Sebrae aos pequenos, Fenit abre com a metade dos expositores

O

inverno nem começou, mas a primavera/verão já chegou nas coleções da Feira Internacional da Indústria Têxtil (Fenit), que reúne a partir de hoje lojistas, compradores de multimarcas, lojas de departamentos e estilistas no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo. No ano passado, o evento teve a participação de 502 empresas e 750 marcas expositoras. Este ano terá praticamente a metade: 260 empresas e 400 marcas. "Em 2005, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP) subsidiou 300 expositores, fato que não se repetiu

agora. O segmento passa por sérias dificuldades e muitas pequenas empresas não aguentaram a oscilação do mercado e decretaram falência", diz Roberta Dias, diretora da Alcântara Machado, que organiza o evento. No total, foram investidos cerca de R$ 8 milhões. "Não fazemos projeção de vendas, mas esperamos que o encontro resulte em negociações que promovam uma melhoria no setor", diz Roberta. A mesma expectativa tem o Sebrae-SP, que realizará nos próximos dois dias a primeira rodada internacional e nacional de negócios. "A idéia é criar, no mínimo, 300 oportu-

nidades de negócios entre compradores e vendedores do setor têxtil", diz Maria Aparecida Lemes, analista de acesso a mercado da instituição. As reuniões duram 30 minutos, para as quais empresas nacionais do Nordeste, CentroOeste e Sudeste, além de francesas, portuguesas, espanholas, mexicanas e canadenses já estão agendadas. "São 17 no total, mas os encaixes de vendedores e compradores ocorrerão nos dias da feira", diz a analista Maria Aparecida. A empresária Mônica Alves, dona de uma confecção que leva seu nome, está ansiosa para o encontro. "Não temos grandes expectativas porque é a

Vista da Fenit 2005: a nova edição permite o intercâmbio entre empresários e aponta tendências do setor

primeira vez, e ninguém tem prática nesse tipo de negociação. Mas valerá para descobrir até que ponto nossos produtos e preços têm valia no mercado", diz Mônica, que está unida a um grupo de Santos especializado em moda praia. Há 20 anos no mercado, a empresária vende roupa de ginástica para academias gla-

BALANÇO

mourosas como Fórmula, Cia. Atlética e para o Espaço Esporte da Bayard, localizado dentro da Daslu. "Roupa artesanal, diferenciada e tecnológica, feita para não encharcar com o suor", diz a fabricante, que também exporta para países como Espanha, Portugal, França e Estados Unidos. Segundo dados da Alcânta-

ra Machado, o Brasil é o 5º maior produtor mundial de têxteis, responsável por 7,2 bilhões de peças por ano. A Fenit vai até o dia 22 de junho, das 10h às 2h. Entrada gratuita para quem tem vínculo com o setor e R$ 7,50 para os demais. Mais informações: www.fenit.com.br Ana Laura Diniz

ATAS COMPEC COMPANHIA PAULISTA DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES

THYSSEN TRADING S.A. – CNPJ nº 61.079.091/0001-97 – NIRE 35.300.037.375

CNPJ Nº 05.598.389/0001-32 Relatório da Diretoria Srs. Acionistas: Em cumprimento às disposições legais e estatutárias, apresentamos à apreciação de V.S.as. O Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, acompanhados das Demonstrações de Origens e Aplicação de Recursos e das Mutações Patrimoniais relativos aos exercícios findos em 31/12/2005 e 2004. Outrossim, permanecemos à disposição de V.Sas., para qualquer esclarecimentos que julgarem necessários. A Diretoria.

Ata da Assembléia Geral Ordinária realizada em 19 de maio de 2006 Data e Horário: 19 de maio de 2006, às 10:00 horas. Local: sede social, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Roberto Koch, nº 277, Ipiranga, CEP 04221-060. Mesa: Peter Rossbach – Presidente; Hélio Carlos de Lamare Cox - Secretário. Presença: acionistas representando a totalidade do capital social da companhia. Convocação: dispensada nos termos do § 4º do Artigo 124 da Lei nº 6.404, de 15.12.1976. Documentos da Administração: foi dispensada a publicação dos respectivos anúncios, conforme o disposto no § 4º do Artigo 133 da Lei nº 6.404, de 15.12.1976. Ordem do Dia: (i) Tomar as contas dos Administradores; (ii) Deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31.12.2005 e a distribuição dos dividendos; (iii) Ratificar a nomeação dos Administradores. Deliberações Aprovadas por Unanimidade: (i) Foram aprovados, sem quaisquer ressalvas ou restrições, as contas dos Administradores desta Companhia; (ii) Ainda, foram aprovados o Balanço Patrimonial, o Relatório da Diretoria e as demais Demonstrações Financeiras da Companhia, referentes ao exercício social encerrado em 31.12.2005, sendo que o lucro do referido exercício, no montante de R$ 8.737.056,00 (oito milhões, setecentos e trinta e sete mil e cinqüenta e seis reais) seja utilizado para a absorção dos prejuízos acumulados da Companhia cujo valor total é de R$ 3.274.001,00 (três milhões, duzentos e setenta e quatro mil e um reais). Em conseqüência da referida absorção, da realização da reserva de reavaliação, no valor total de R$ 21.695,00 (vinte e um mil, seiscentos e noventa e cinco reais), bem como da constituição da reserva legal, no valor total de R$ 436.853,00 (quatrocentos e trinta e seis mil, oitocentos e cinqüenta e três reais), os presentes acionistas deliberam ainda que o restante do lucro, no valor total de R$ 5.047.897,00 (cinco milhões, quarenta e sete mil, oitocentos e noventa e sete reais), seja destinado à conta de lucros acumulados da Companhia; (iii) Fica, finalmente, neste ato, ratificada a nomeação dos Diretores e Administradores da Companhia, cujos mandatos permanecerão válidos e em pleno vigor até a data de 31.03.2007 e 15.04.2008, respectivamente. Lavratura e Leitura da Ata: Nada mais havendo em ser tratado, oferecido a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestasse, foram encerrados os trabalhos e suspensa a reunião pelo tempo necessário à lavratura desta Ata, a qual, após ter sido reaberta a sessão foi lida, achada conforme, aprovada e por todos os presentes assinada. Local e Data: São Paulo, 19 de maio de 2006. Acionistas:ThyssenKrupp Services AG e Swiss Steel International do Brasil Indústria e Comércio de Aços Ltda. (nova denominação social da ThyssenKrupp Aços Especiais Ltda.). Mesa: Peter Rossbach – Presidente; Hélio Carlos de Lamare Cox – Secretário. A presente é cópia fiel da Ata lavrada no Livro próprio. São Paulo, 19 de maio de 2006. (ass.) Peter Rossbach – Presidente; Hélio Carlos de Lamare Cox – Secretário. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 153.871/06-4 em 09/06/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.

Balanço Patrimonial - Em Reais AT IV O 31.12.05 31.12.04 P A S S I V O 31.12.05 31.12.04 CIRCULANTE CIRCULANTE Disponibilidade 499,44 34,50 Fornecedores 174.294,05 157.912,81 Duplicatas a Receber 242.007,99 6.908,46 Salários e Ordenados a Pagar 16.634,01 3.660,00 Adiantamentos a Diversos 88.866,04 20.142,02 Obrigações Tributárias 38.940,62 38.373,12 Impostos a Recuperar 66.153,59 21.837,82 Obrigações Trabalhistas 5.959,57 1.786,46 Medições a Faturar 1.999.719,85 1.932.820,00 Provisões de Impostos 5.383,94 5.383,94 Total do Circulante 2.397.246,91 1.981.742,80 Outras Contas a Pagar 940.947,73 651.009,32 PERMANENTE Total do Circulante 1.184.159,92 858.125,65 Imobilizações 447.348,99 47.348,99 (–) Depreciações Acumuladas 223.674,60 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Investimentos 4.014.000,00 4.014.000,00 Capital Social 4.014.000,00 4.014.000,00 Imobilizado Líquido 313.144,23 402.614,078 Resultado do Exercício 1.436.761,38 1.436.761,38 Total do Permanente 4.237.674,39 4.327.144,23 Total do Patrimônio Líquido 5.450.761,38 5.450.761,38 TOTAL DO ATIVO 6.634.921,30 6.308.887,03 TOTAL DO PASSIVO 6.634.921,30 6.308.887,03 Demonstrações das Mutações do Patrimônio Liquido - Em Reais Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras - Em Reais Capital Social Lucros 1. CONTEXTO OPERACIONAL - A Compec Companhia Paulista de EngeIntegralizado Acumulados Total nharia e Construção com sede em São Paulo-SP, tem por principal obje- Histórico 4.014.000,00 1.436.761,38 5.450.761,38 to as atividades inerentes ao exercício da engenharia e construção civil. Saldo em 31/12/2004 – 67.615,46 67.615,46 2. RESUMO DAS PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS - As demonstra- Result. Líquido do Exercício Saldo em 31/12/2005 4.014.000,00 1.504.376,84 5.518.376,40 ções financeiras foram elaboradas em obediência aos preceitos da Legisem 10/03/2003, na JUCESP Protocolo 135990/03-8 e NIRE 35.300.195.051, lação Comercial: aos preceitos das Leis das Sociedades Anônimas; e aos apresentando o Balanço de Constituição por exigência dos órgãos compePrincípios de Contabilidade Geralmente Aceitos. As principais práticas na tentes para fins de cadastro. elaboração das demonstrações financeiras são as seguintes: a) Determi31.12.05 31.12.04 nação do resultado: O resultado é apurado em obediência ao regime de 4. PERMANENTE - 4.1. Investimentos 4.014.000,00 4.014.000,00 competência de exercícios; b) Ativo e Passivo Circulante: Os direitos e Participação em Empresa Controlada 4.014.000,00 4.014.000,00 as obrigações estão demonstrados pelos valores calculáveis e de realiza31.12.05 31.12.04 ção, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos e varia- 5. IMOBILIZADO Custo Depreciação Líquido Líquido ções monetárias incorridas até a data do balanço; c) Imobilizado: Os bens Descrição integrantes do imobilizado estão demonstrados ao custo de aquisição. As Máquinas 447.348,99 223.674,60 223.674,39 313.144,23 depreciações são calculadas pelo método linear, ás taxas estabelecidas na 6. CAPITAL SOCIAL - O Capital Social da empresa é de R$ 4.014.000,00 legislação. 3. OUTRAS INFORMAÇÕES - A empresa foi constituida por totalmente subscrito e integralizado por acionistas residentes no País, e Escritura de Constituição de Sociedade e Subsidiária Integral, registrada está dividido em 4.014 ações ordinárias sem valor nominal. José Francisco Ribeiro Galasso - Diretor-Presidente

Julio Cezar Salgado - Contador - CRC 1SP146005/O-5

Demonstração do Resultado do Exercício - Em Reais RESULTADO DAS OPERAÇÕES SOCIAIS: 31.12.05 31.12.04 RECEITA OPERACIONAL BRUTA 2.078.590,70 934.562,31 (–) Impostos Incidentes (19.667,03) (2.856,16) RECEITA LIQUIDA OPERACIONAL 2.058.923,67 931.707,15 (–) Custo Operacional (560.403,66) (722.439,59) LUCRO BRUTO 1.498.520,01 209.267,56 Despesas Administrativas (810.057,36) (36.353,42) Despesas Tributárias (115.216,86) (15.335,45) Depreciações (94.092,58) (89.469,84) Outras Despesas (385.182,95) (32.232,13) Operações Financeiras Líquidas (8.597,69) (13.443,64) LUCRO OPERACIONAL 85.372,57 22.433,08 RESULTADO ANTES DA CONTRIB. SOCIAL 85.372,57 22.433,08 Contribuição Social (14.392,15) (2.018,98) RESULTADO ANTES DO IMP. DE RENDA 70.980,42 20.414,10 Provisão p/ Imposto de Renda (3.364,96) (3.364,96) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO 67.615,46 17.049,17 LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO 0,0055 0,0045 Demonstração das Origens de Recursos - Em Reais ORIGENS DOS RECURSOS 31.12.05 31.12.04 Das Operações Lucro Líquido do Exercício 67.615,46 17.049,17 Depreciações 94.092,58 89.469,84 TOTAL DAS ORIGENS 161.708,04 106.519,01 VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE

161.708,04

106.519,01

Variação do Capital Circulante Líquido Ativo Circulante No Fim do Exercício (2.449.498,41) (1.981.742,80) No Início do Exercício 1.981.742,80 2.600.093,53 (467.755,61) 618.350,73 Passivo Circulante No Fim do Exercício (1.133.902,52) (858.125,65) No Início do Exercício 858.125,65 1.582.995,36 275.776,87 724.869,71 VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE 161.708,04 106.519,01

ATA CIA. ULTRAGAZ S.A.

CNPJ Nº 61.602.199/0001-12 - NIRE 35.300.030.401 Ata da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária Data, Hora e Local: 28 de abril de 2.006, às 14h, na sede social, sita na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, produzir efeitos perante terceiros. Artigo 16 - Compete ao Conselho de Administração: a) fixar a orientanº 1343 - 9º andar, na Cidade e Estado de São Paulo. Presença: Detentores de mais de 2/3 (dois terços) ção geral dos negócios da Companhia; b) eleger e destituir os Diretores da Companhia; c) fiscalizar a das ações que compõem o Capital Social, do Diretor da Companhia, o Sr. Pedro Jorge Filho, e do gestão dos Diretores, examinar a qualquer tempo os livros e papéis da Companhia; solicitar informações representante da Auditoria Independente. Publicações: Aviso aos Acionistas: Dispensado, de acordo sobre contratos celebrados ou em via de celebração e sobre quaisquer outros atos; d) convocar, por com disposto no parágrafo 5º, do artigo 133, da Lei nº 6404/76. Edital de Convocação: Publicado no qualquer de seus membros, as Assembléias Gerais; e) manifestar-se sobre o relatório da administração Diário Oficial do Estado de São Paulo nos dias 19, 20 e 21 de abril de 2006 e no jornal “Diário do e contas da Diretoria, bem como sobre a destinação de lucros e reservas; f) aprovar a participação em Comércio”, nos dias 19, 20 e 24 de abril de 2006. Documentos a que se refere o Art. 133, da Lei nº 6404/ outras sociedades; g) propor à Assembléia Geral a dissolução da Companhia, fusão, cisão ou incorpora76: referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005, foram publicados no Diário ção sob qualquer modalidade. Artigo 17 - Ao Presidente do Conselho de Administração compete: a) Oficial do Estado de São Paulo e no jornal “DCI - Comércio, Indústria e Serviços” no dia 28 de março de presidir as reuniões do Conselho de Administração; b) comunicar as datas das reuniões ordinárias e 2006. Mesa: Presidente : Pedro Jorge Filho. Secretária: Ângela Antonioli Pêgas. Ordem do Dia: De supervisionar os serviços administrativos do órgão; c) proferir, além do seu, voto de qualidade. Artigo 18 acordo com o publicado no edital. Deliberações: 1) Redigir a ata desta Assembléia em forma de sumário - Ao membro que for designado pelo Conselho compete substituir o Presidente em seus impedimentos e das deliberações, conforme dispõe o art. 130, §1º da Lei 6.404/76, bem como sua publicação, na forma ausências, ocupando, em caso de vacância, o cargo de Presidente até a eleição do novo titular. Capítulo do §3º, do mesmo artigo. 2) Aprovar, com a abstenção dos legalmente impedidos, os documentos a que II - Diretoria - Artigo 19 - A Diretoria será composta por, no mínimo 02 (dois) e no máximo 08 (oito) se refere o artigo 133, da Lei 6.404/76, com as modificações introduzidas pela Lei nº 10.303/01, perti- membros, todos residentes e domiciliados no País, podendo ser acionistas ou não, eleitos e destituíveis nentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2.005. 3) 3.1. Aprovar a destinação do Prejuízo Líquido a qualquer tempo, pelo Conselho de Administração, sendo um Diretor Superintendente e os demais sem do exercício findo, que atingiu o montante de R$ 9.898.126,61 (nove milhões, oitocentos e noventa e oito designação específica. Parágrafo Único - A investidura no cargo far-se-á mediante termo lavrado no mil, cento e vinte e seis reais e sessenta e um centavos), na forma proposta pela administração da livro de Atas de Reuniões de Diretoria. Artigo 20 - Observado o disposto nos artigos seguintes, a Diretocompanhia e consoante o expresso nas demonstrações financeiras aprovadas. 3.2. Re-ratificar a distri- ria terá as atribuições que a lei lhe outorga para realizar os objetivos sociais e assegurar o funcionamento buição de dividendos disposta em Reunião do Conselho de Administração de 12 de agosto de 2005, regular da Sociedade, ficando investida de poderes para, sempre dois Diretores em conjunto, praticar devidamente registrada na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob o nº 245.273/05-0, em sessão todos e quaisquer atos relativos aos fins sociais, inclusive os de adquiri, alienar, permutar e onerar bens de 31 de agosto de 2005, já pagos aos Acionistas no dia 22 de agosto de 2005, no montante total de R$ móveis, imóveis e direitos, subscrever ações e quotas; contrair empréstimos e fazer investimentos; dar 24.923.186,24 (vinte e quatro milhões, novecentos e vinte e três mil, cento e oitenta e seis reais e vinte e garantias reais e pessoais; emitir, aceitar, endossar e avalizar títulos de crédito; acordar, transigir e quatro centavos), proveniente da conta de Lucros Acumulados. 4) 4.1. Eleger, para membros do Conse- renunciar a direitos. Artigo 21 - Compete ao Diretor Superintendente as seguintes atribuições: a) presidir lho de Administração, as pessoas abaixo qualificadas, com mandato até a realização da Assembléia as reuniões da Diretoria; b) representar a Sociedade em Juízo, ativa ou passivamente, podendo constiGeral Ordinária de 2.007, que examinar os documentos a que se refere o art. 133, da Lei nº 6.404/76, tuir procuradores para agirem em nome da mesma, na forma prevista no artigo 24; c) supervisionar e pertinentes ao exercício social em curso: Para Presidente: Paulo Guilherme Aguiar Cunha, brasileiro, coordenar atividades e deveres dos demais Diretores; d) remeter para cada acionista ou grupo de aciocasado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 4.554.607, expedida pela SSP/SP, e inscri- nistas que possua ações ordinárias que representem pelo menos 15% (quinze por cento) do capital to no CPF/MF sob o nº 008.255.498-68; Para Conselheiros: Lucio de Castro Andrade Filho, brasileiro, votante, relatórios e demonstrações financeiras mensais; e e) gerir e administrar todos os negócios e casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 3.045.977, expedida pela SSP/SP, e inscri- atividades da Companhia, cumprir as determinações do Estatuto Social, as decisões da Assembléia to no CPF/MF sob o nº 061.094.708-72; Pedro Jorge Filho, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Geral de Acionistas, do Conselho de Administração e da Diretoria. Artigo 22 - Compete aos Diretores Cédula de Identidade RG nº 6.031.456, expedida pela SSP-SP, e inscrito no CPF/MF sob o nº 822.913.308- cooperar com o Diretor Superintendente no desempenho de suas atribuições. Para esse fim, poderão ser 53; Fábio Schvartsman, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº designados, em conjunto ou separadamente, para supervisionar atividades específicas de interesse da 4.144.579, expedida pela SSP-SP, e inscrito no CPF/MF sob o nº 940.563.318-04; e Pedro Sociedade. Artigo 23 - O Conselho de Administração poderá atribuir funções determinadas a um ou mais Wongtschowski, brasileiro, divorciado, engenheiro químico, portador da Cédula de Identidade RG nº Diretores, observadas às normas legais e estatutárias. Artigo 24 - É da competência de quaisquer dos 3.091.522, expedida pela SSP-SP, e inscrito no CPF/MF sob o nº 385.585.058-53. 4.2. Todos os Conse- membros da Diretoria, sempre agindo dois em conjunto: a) a representação da Sociedade perante terceilheiros possuem endereço profissional na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, nº 1343, na Cidade e Estado ros, ressalvado o disposto na letra “b” do Artigo 21, supra; b) a prática dos atos de administração; c) a de São Paulo. 4.3. Fixar, a título de honorários dos administradores, o valor anual de até R$ 5.500.000,00 assinatura de contratos, por instrumento público ou particular, de qualquer natureza; d) a movimentação (cinco milhões e quinhentos mil reais). 5) Consolidar o Estatuto Social, conforme texto disposto a seguir: de contas e assinatura de cheques; e) a outorga de procurações em nome da Sociedade; f) a prática de “Companhia Ultragaz S.A. - Estatuto Social - Título I - Denominação, Sede, Objeto e Duração - todos os demais atos previstos no Artigo 20 supra, inclusive a prestação de garantias reais e pessoais. Artigo 1º - A Companhia Ultragaz S.A. reger-se-á por este Estatuto e Disposições Legais que lhe forem Parágrafo Único - As procurações outorgadas pela Sociedade deverão especificar os atos e operações aplicáveis. Artigo 2º - A Sociedade tem sua sede e foro jurídico na cidade de São Paulo, Capital do que o mandatário ou mandatários poderão praticar, bem como o prazo de validade do mandato, se for o Estado de São Paulo, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, nº 1.343, podendo a Diretoria abrir ou extinguir caso. Artigo 25 - Em seus impedimentos ocasionais, o Diretor Superintendente será substituído pelo filiais em outras cidades do País. Artigo 3º - A companhia terá por objeto o comércio, inclusive o de Diretor indicado em reunião de Diretoria e, no caso de vaga, será substituído conforme determinação do importação, de qualquer gás, aparelhos transportadores, reguladores de pressão e outros quaisquer, Conselho de Administração. Parágrafo Único - Os Diretores sem designação específica se substituirão necessários ao transporte e distribuição de gases e ao seu uso, bem como a industrialização de tais entre si. Título V - Conselho Fiscal - Artigo 26 - O Conselho Fiscal será composto de 3 (três) membros aparelhos. A companhia poderá promover e facilitar a organização de outras empresas que visem as efetivos e igual número de suplentes, eleitos pela Assembléia Geral, entre acionistas ou não, podendo mesmas atividades. Artigo 4º - A companhia terá duração por prazo indeterminado. Título II - Capital e ser reeleitos. Artigo 27 - O Conselho Fiscal funcionará nos exercícios sociais em que for instalado a Ações - Artigo 5º - O Capital Social é de R$381.462.916,22 (trezentos e oitenta e um milhões, quatro- pedido de acionistas que representem, no mínimo, um décimo das ações com direito a voto ou cinco por centos e sessenta e dois mil, novecentos e dezesseis reais e vinte e dois centavos), dividido em 811.623.226 cento das ações sem direito a voto. Parágrafo Único - A eleição, o funcionamento, a remuneração, a (oitocentas e onze milhões, seiscentas e vinte e três mil, duzentas e vinte e seis) ações nominativas, do competência e os deveres e responsabilidades do Conselho Fiscal obedecerão ao disposto nos artigos valor nominal de R$0,47 (quarenta e sete centavos) cada uma, todas integralizadas, sendo 797.901.726 161 a 165 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Título VI - Exercício Social e Balanços - Artigo (setecentas e noventa e sete milhões, novecentas e uma mil, setecentas e vinte e seis) ações ordinárias 28 - O exercício social inicia-se em 1º de janeiro, encerrando-se em 31 de dezembro de cada ano. Artigo e 13.721.500 (treze milhões, setecentas e vinte e uma mil e quinhentas) ações preferenciais. Parágrafo 29 - A 31 de dezembro de cada ano serão levantados o Balanço Patrimonial e as Demonstrações FinanÚnico - Os desdobramentos e unificações de títulos múltiplos serão procedidos por solicitação do acio- ceiras. Dos lucros líquidos então apurados, serão deduzidos: a) 5% (cinco por cento) para a formação do nista, que suportará as respectivas despesas de custo. Artigo 6º - As ações preferenciais gozarão das fundo de reserva legal, até que atinja 20% (vinte por cento) do capital social; b) a parcela necessária ao seguintes vantagens: a) prioridade na distribuição de um dividendo fixo de 8% (oito por cento) ao ano pagamento do dividendo assegurado neste estatuto às ações preferenciais; c) a importância que permita sobre o seu valor nominal. Esse dividendo será acrescido de até mais 4% (quatro por cento) do valor o pagamento de um dividendo de 12% (doze por cento) ao ano sobre o seu valor nominal às ações nominal das ações preferenciais, na conformidade do que o saldo remanescente do lucro do exercício ordinárias, ou se insuficientes para tal pagamento os resultados, o maior dividendo que o lucro remanescomportar; b) prioridade no reembolso do capital no caso de liquidação da Companhia. Artigo 7º - As cente do exercício comportar; d) o saldo do lucro se houver, ficará à disposição da Assembléia Geral, que ações preferenciais não gozarão do direito a voto, salvo se não tiverem recebido dividendos durante três poderá determinar a distribuição de dividendo adicional, a constituição de reservas facultativas ou sua exercícios consecutivos. Título III - Assembléias Gerais - Artigo 8º - A Assembléia reunir-se-á, ordina- manutenção como lucros acumulados. Parágrafo 1º - O dividendo previsto nas letras “b” e “c” deste riamente, dentro dos 4 (quatro) primeiros meses após a terminação do exercício social e, extraordinaria- artigo não será inferior a 25% (vinte e cinco por cento) ao ano, calculados sobre o lucro líquido, ressalvamente, sempre que os interesses sociais exigirem a manifestação dos acionistas. Artigo 9º - Para poder das as hipóteses previstas em lei e compensados quaisquer dividendos pagos no exercício. Parágrafo 2º tomar parte nas Assembléias Gerais, os possuidores de ações ao portador deverão depositá-las com 3 - A Companhia poderá levantar além do balanço anual do final do exercício, balanços semestrais e ainda (três) dias de antecedência, na sede da Companhia, comparecendo na Assembléia com o respectivo balanços extraordinários em qualquer época, e a Diretoria poderá, com base em qualquer desses docuCertificado de Depósito. Artigo 10 - As Assembléias Gerais, tanto Ordinárias quanto Extraordinárias, mentos, após prévia concordância do Conselho de Administração e atendidas as normas desse artigo, salvo as exceções previstas em lei, instalar-se-ão em primeira convocação, com a presença de acionis- determinar a distribuição de dividendos correspondentes ao período ou propor à Assembléia a capitalizatas que representem, no mínimo, a maioria do capital social com direito a voto. Em segunda convocação, ção de lucros e reservas. Artigo 30 - Prescreverão em favor da Sociedade os dividendos não reclamados instalar-se-ão em primeira convocação com qualquer número. Artigo 11 - AAssembléia Geral será dirigida dentro do prazo de 3 (três) anos, contados da data em que tenham sido à disposição do acionista. Título por uma mesa composta de um Presidente e um Secretário, escolhidos pelos acionistas presentes. VII - Liquidação - Artigo 31 - A Companhia entrará em liquidação nos casos previstos em lei. Parágrafo Título IV - Administração - Artigo 12 - A Companhia será administrada por um Conselho de Administra- Único - A Assembléia Geral determinará o modo de liquidação e nomeará o liquidante que funcionará no ção e por uma Diretoria. Parágrafo 1º - O prazo de gestão dos administradores será de 1 (um) anos, período de liquidação.” Observações: O Presidente da Mesa informou que: (i) todas as deliberações permitida a reeleição. Parágrafo 2º - A remuneração dos administradores será fixada pela Assembléia foram aprovadas por unanimidade de votos; (ii) os membros do Conselho de Administração, ora eleitos, Geral. Capítulo I - Conselho de Administração - Artigo 13 - O Conselho de Administração será com- consultados anteriormente, declararam que não estão incursos em qualquer delito que os impeçam de posto de, no mínimo, 05 (cinco) membros e, no máximo, 07 (sete) membros, acionistas da Sociedade, exercer as atividades do cargo para o qual foram designados, que não ocupam cargos em sociedades residentes no País, eleitos pela Assembléia Geral e por ela destituíveis a qualquer tempo. Parágrafo 1º que possam ser consideradas concorrentes no mercado com a Companhia e que não têm interesse - A Assembléia Geral, por ocasião da eleição do Conselho de Administração, designará seu Presidente. conflitante com a mesma, de acordo com o art. 147 da Lei nº 6.404/76, com as modificações introduzidas Parágrafo 2º - Em caso de vaga no Conselho de Administração, competirá a Assembléia Geral, especi- pela Lei nº 10.303/01. Nada mais havendo a tratar e não tendo sido solicitado o funcionamento do almente convocada dentro de 30 (trinta) dias da vacância, eleger o titular, que deverá cumprir o restante Conselho Fiscal, foram encerrados os trabalhos e lavrada a presente Ata que, lida e aprovada, foi do mandato. Artigo 14 - O Conselho de Administração reunir-se-á ordinariamente uma vez a cada 3 assinada pelos Acionistas presentes, pelo Diretor da Companhia e pelo representante da empresa de (três) meses e extraordinariamente sempre que convocado por qualquer de seus membros. Artigo 15 - A Auditoria Independente. aa) Pela Ultragaz Participações Ltda.: Fábio Schvartzman e Roberto Kutschat reunião do Conselho de Administração instalar-se-á com a presença de, pelo menos, 03 (três) dos seus Neto - Diretores; Pedro Jorge Filho - Diretor da Companhia e Presidente da Mesa; Ângela Antonioli membros e as deliberações serão tomadas por maioria de votos, podendo o Conselheiro, temporaria- Pêgas - Secretária da Mesa; Altair Tadeu Rossato - CRC nº 1SP182515/O-5 - Auditor da Deloitte Touche mente impedido ou ausente, fazer-se representar, mediante indicação escrita, por outro Conselheiro, Tohmatsu S/C. Auditores Independentes. Declaro que a presente é cópia fiel da Ata lavrada no Livro quer para a votação, quer para complementar o “quorum” de presença estabelecido nesse artigo. Pará- próprio. Ângela Antonioli Pêgas - Secretária. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Cografo único - Das deliberações tomadas pelo Conselho de Administração, lavrar-se-á Ata em livro pró- mercial do Estado de São Paulo. Certifico o Registro sob o número 155.854/06-9 em 13.06.06. Cristiane prio, que será arquivada no registro do comércio e publicada, quando tiver deliberação destinada a da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

CONVOCAÇÕES

EDITAL


segunda-feira, 19 de junho de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 A Volkswagen alemã nega que irá cortar mais 10 mil empregos, apesar da crise da montadora.

VARIG PODERÁ TER FALÊNCIA CONTINUADA

CASO ESSA ARRECADAÇÃO FOSSE CONSIDERADA, A CARGA TRIBUTÁRIA DE 2005 SERIA ELEVADA EM 0,4% DO PIB

MULTAS RENDEM R$ 8,5 BI AO GOVERNO Amanda Loureiro/AE

O

Passageiros de vôos da Varig tiveram de ser remanejados para outras companhias aéreas

governo federal arrecadou, no ano passado, R$ 8,5 bilhões com multas e juros de impostos e de contribuições pagos com atraso, segundo o Balanço Geral da União (BGU). Esse valor corresponde ao gasto previsto neste ano com o programa Bolsa Família, que beneficiará 11 milhões de famílias de baixa renda. Apesar de elevada, a receita com multas e juros de tributos atrasados não entra na carga tributária calculada pela Secretaria da Receita Federal (SRF). Se essa arrecadação for considerada, a carga de 2005 seria elevada em 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Ou seja, passaria de uma estimativa de 37, 03% do PIB em 2005 para 37,43% do Produto Interno Bruto, um novo recorde. O cálculo da carga tributária registrada no ano passado foi feito pelo economista Amir Khair, com base na metodologia utilizada pela SRF. A arrecadação do ano passado com as diversas taxas fede-

rais, por sua vez, atingiu R$ 3,2 bilhões. Se as receitas com multas e juros e com todas as taxas federais forem consideradas, a carga tributária subiria 0,6% do PIB e passaria para 37,63% do PIB em 2005. Gastos sociais – Estudo realizado pelos economistas Mansueto Almeida, Fabio Giambiagi e Samuel Pessôa mostra que o Brasil terá de limitar o crescimento dos gastos sociais, caso pretenda reduzir o ritmo de expansão das despesas correntes do setor público. Essa análise detalhada do crescimento das despesas primárias (que excluem juros) do governo federal desde 1991 mostra que não é possível fazer um ajuste eficaz do gasto público apenas na base de maior controle das despesas ligadas ao funcionalismo e à máquina pública. Será preciso mexer nas despesas sociais. "Estamos elevando a carga tributária para financiar sucessivos aumentos do mínimo acima da inflação, e para financiar essa rede de proteção social criada no governo

FHC, e que o Lula manteve e expandiu", diz Pessôa. Segundo o trabalho, o gasto primário do governo central pulou de 14% para 23% do PIB entre 1991 e 2005. Os gastos de pessoal saíram de 3,8% do PIB em 1991 para 5% nos anos 90, e foram de 4,8% em 2005. Esse aumento de 1 ponto porcentual entre 1991 e 2005, porém, é explicado integralmente pelo crescimento da conta com inativos, que saiu de 0,9% do PIB em 1991 para o nível atual de pouco mais de 2%. As despesas com os funcionários da ativa, pelo menos até 2005, mantiveram-se estáveis em relação ao que eram 15 anos antes. A maior parte do aumento do gasto primário de nove pontos porcentuais do PIB entre 1991 e 2005 veio das transferências para Estados e municípios (1,7 ponto porcentual), benefícios do INSS (4,2 pontos porcentuais, saltando de 3,4% para 7,6% no período) e as chamadas "outras despesas de custeio e capital (OCC)", com 2% de aumento. (AE)

custo para o setor público da política de aumentos reais do salário mínimo desde o início do Plano Real foi de R$ 250 bilhões, ou 12,1% do Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 2,2 trilhões estimado para 2006. A relação entre a dívida pública e o PIB – a maior vulnerabilidade m a c ro e c o n ô m i c a d o P a í s atualmente – seria hoje de 37,9% do PIB, e não de 50%, se não houvessem sido concedidos aumentos reais ao salário mínimo desde dezembro de 1994. Isso significaria uma percepção muito menor de risco Brasil por parte dos investidores, e, em conseqüência, juros reais bem mais baixos. Esse cálculo consta de um trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e mostra como a política de aumentos reais do salário mínimo é uma das principais causas da atual fragilidade fiscal do País.

O custo fiscal dos aumentos reais do salário mínimo deriva do fato de que ele é pago a cerca de dois terços dos aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), incluindo os rurais, bem como aos participantes – idosos ou portadores de deficiência, em famílias pobres – de programas de transferência de renda, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O cálculo do Ipea referese apenas às despesas do INSS, que são o grosso do custo fiscal do salário mínimo ao longo dos últimos anos. Se fosse incluído o impacto do salário mínimo nos BPCs, aqueles números seriam mais alarmantes. Se não houvesse ocorrido nenhum aumento do salário mínimo desde dezembro de 1994, a despesa atual do INSS seria de 6,1% do PIB, e não os 7,8% estimados para 2006. O cálculo do Ipea consiste em somar ano a ano quanto foi pago a mais pelo INSS em função

dos aumentos do salário mínimo, e capitalizar esse adicional pelo seu custo financeiro até o presente, já que ele se transformou em dívida pública. Peso – Tomando-se aqueles dois componentes juntos, o custo do aumento real do salário mínimo desde o Plano Real foi de 1,5 ponto porcentual do PIB no primeiro mandato de FHC (1995-98), de 3,2 no segundo (1999-02), e de 7,4 pontos no governo Lula. Para o economista Fábio Giambiagi, do Ipea, "o ciclo de aumentos reais do salário mínimo está esgotado, no sentido de que os benefícios em termos de melhora da distribuição de renda estão se esgotando, e começa a ficar mais claro o custo fiscal dessa política". Giambiagi considera que a principal medida de reforma previdenciária é a de proibir na Constituição a possibilidade de aumentos reais das aposentadorias e pensões. (AE)

Varig: semana decisiva no Brasil e nos EUA Custo do mínimo chega a R$ 250 bi A O Justiça do Rio de Janeiro deve se pronunciar hoje sobre a proposta do TGV, único grupo a fazer oferta pela Varig no leilão da companhia aérea realizado no dia 8. A expectativa é de que o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8.ª Vara Empresarial do Rio, rejeite a oferta do TGV e opte por decretar a falência continuada da Varig. Isso porque, mesmo depois de dois pedidos de esclarecimento da Justiça, o consórcio vencedor ainda não conseguiu comprovar a origem do R$ 1,01 bilhão que tornaria viável o negócio. A dificuldade do TGV em encontrar investidores para financiar o consórcio abriu caminho para a entrada em cena da estatal portuguesa de aviação, a TAP. Desde o final da semana passada, vem sendo estudada a falência continuada da Varig em que o grupo português assumiria a gestão ope-

racional e financeira da empresa até a realização de novo leilão. A alternativa foi confirmada pelo próprio presidente da TAP, Fernando Pinto, que está no Brasil comandando as negociações. Segundo ele, além da TAP, o consórcio seria integrado também pela Air Canada e pelo banco brasileiro Brascan, controlado pelo fundo canadense Brookfield. Essa possibilidade está prevista na Lei de Recuperação Judicial e prevê que a Varig, mesmo após sua quebra, continue operando para preservar ativos e a marca. De acordo com Fernando Pinto, a TAP e a Air Canada fariam a reestruturação da malha de vôos e de frota da Varig. O banco Brascan, por sua vez, garantiria o giro do fluxo de caixa da companhia, o maior problema da empresa. A Varig precisa urgentemente de dinheiro para poder sensibilizar o juiz Robert

INFLAÇÃO O Índice de Preços ao Consumidor na 1ª semana do mês foi o mais baixo em sete anos e recuou 0,38%

IBOVESPA TEM ALTA DE 4,42%

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Bolsa de Valores de São Paulo fechou em forte alta na última sexta-feira, com o mercado se ajustando aos ganhos acentuados registrados na véspera no mercado internacional, quando a Bovespa não abriu por conta do feriado de Corpus Christi. As compras de papéis que tinham caído muito, como Usiminas e Itaú, contribuíram para a alta. Com isso, a queda na semana foi reduzida a 1,9%. O Ibovespa (principal indicador da bolsa paulista) encerrou com alta de 4,42%, a 34.398 pontos. O volume financeiro foi bom, de R$ 2,2 bilhões, levando-se em conta o feriado e a média diária anual de R$ 2,5 bilhões. (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

Drain, da Corte de Nova York. Na quarta-feira, ele decide se prorroga liminar que protege a empresa contra o arresto de pelo menos 25 aeronaves, das quais 23 voam para o exterior. Sem esse sinal positivo, ele não teria como evitar a paralisação da operação internacional da Varig quase imediatamente, já que a companhia usa 27 aviões para voar para fora do Brasil. Outro investidor que estava se aproximando do TGV era o ex-presidente da VarigLog José Carlos Rocha Lima, que preside atualmente a Syn Logística. Mas fontes do mercado relatam que ele estaria negociando diretamente com a Varig. Vôos – A Varig cancelou 20 vôos ontem. Funcionários da Infraero em Congonhas não souberam informar sobre o u t ro s c a n c e l a m e n t o s d a companhia aérea, já que os vôos não estavam mais disponíveis no sistema. (AE)

RESTITUIÇÃO A Receita Federal vai liberar dois lotes residuais do IR das declarações de 2004 e 2003.

COMÉRCIO CRESCE MAIS QUE INDÚSTRIA

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comércio cresceu num ritmo superior ao da indústria no primeiro quadrimestre deste ano. O dólar barato provocou um descolamento entre a produção industrial e as vendas no varejo. Estudo da LCA Consultores mostra o descompasso entre o desempenho da indústria e

o do comércio. Entre janeiro e abril deste ano, a produção total da indústria cresceu 2,9% na comparação com o primeiro quadrimestre de 2005, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o volume de vendas do comércio aumentou 5% e as quantidades importadas, 15,4%. (AE)

ANTARCTICA FICA SEM BUSSUNDA

A

AmBev e a agência de publicidade Almap/BBDO devem avaliar hoje os rumos da campanha "Boa", da cerveja Antarctica, que há três anos tem como protagonistas o humorista Bussunda e a atriz Juliana Paes. Capitaneada pelo publicitário Marcello Serpa,

a turma da Almap/BBDO disse estar triste demais com a perda do humorista para pensar em substituição. Tudo vai depender de Juliana Paes, que conseguiu dar identidade ao slogan "Boa". Não está descartada a possibilidade de homenagem, mas ninguém quer falar disso agora. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Kirchner transforma a Aeroportos 2000 em empresa de capital misto

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Mercado dos EUA calmo facilitará recuperação da Bovespa nesta semana

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Publicitários brasileiros levam 2,5 mil peças para concorrer em Cannes


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Comércio Exterior Tr i b u t o s Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 19 de junho de 2006

A Copa do Mundo terá um efeito adicional de 15% a 20% nas vendas.

UM VESTIDO DE CAIPIRINHA CUSTA R$ 45

Andrea Felizolla/LUZ

Festejos juninos ganham tons de verde e amarelo O colorido da chita deu lugar às cores da bandeira do Brasil na Rua 25 de Março

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este ano a festa junina ganhou ares inusitados: foi ofuscada pela Copa do Mundo. Os produtos à venda na região da Rua 25 de Março, um dos maiores centros comerciais populares do País, estão cobertos de verde e amarelo. Balões, bandeirolas, vestidos caipiras e camisas ganharam as cores oficiais do País. Na Festas e Fantasias, na Ladeira Porto Geral, o setor onde ficam os itens para festa junina está praticamente às moscas. A disputa é pelos apitos, chapéus, máscaras que deixam a torcida pela seleção mais alegre. E é lá que estão os produtos que misturam as duas festas. "A comemoração neste ano é uma só", diz o proprietário da loja, Pierre Sfaeir. Ele contabiliza uma queda de 30% nas vendas de itens para a época junina – o mesmo índice de crescimento no faturamento obtido pela procura de artigos para a comemoração dos gols do Brasil na Alemanha. Sfaeir diz que o resultado do primeiro semestre foi bom, impulsionado pela Copa. "Todas as festas ganharam animação em razão do futebol. Réveillon, Carnaval, Dia das Mães, Dia dos

Osório: bandeira substituiu a chita

Namorados." Segundo o lojista, os clientes interessados em festas juninas são os pais de crianças que vão dançar quadrilha na escola ou representantes de comunidades ou igrejas. "O item mais vendido na loja é o vestido verde e amarelo para a dança, que sai por R$ 45", afirma Sfaeir, que espera que o time do Brasil ganhe o título. "Quanto mais a equipe permanecer no campeonato, mais o comércio venderá." A professora Renata Fagundes visitou ontem a Rua 25 de Março para comprar roupas para os alunos usarem na dança de quadrilha. "Preciso de

padronização nas peças. Respeitamos a Copa do Mundo, mas não abrimos mão da festa junina", afirma Renata, que dá uma dica: "Mesmo aqui na 25 de Março é preciso pesquisar – descobri uma diferença de 50% nos preços de chapéus." Nas lojas de artigos infantis o cenário é o mesmo – quem aparece para comprar roupas para dançar quadrilha são pais e professores. Na Palhacinho Modas o vestido custa R$ 35, e o chapéu, R$ 0,90. "Mas a Copa do Mundo ajuda a estimular as vendas, que serão 20% maiores em relação ao período de 2005", diz o proprietário do negócio, Edson Gorios. A chita, tão procurada nesta época do ano, foi deixada de lado. Os consumidores trocaram a matéria-prima dos vestidos das meninas pelos tecidos cuja estampa é a bandeira do Brasil. O metro de um tecido com duas bandeiras grandes e quatro pequenas sai por R$ 4, o mesmo valor da chita. O gerente da Casa Fátima, Osório Aparecido de Andrade, afirma que está esperando o final da Copa para faturar com a comemoração junina – que neste ano foi estendida pelo mundial. Neide Martingo

Pierre Sfaeir, da Festas e Fantasias, teve alta de 30% nas vendas de artigos da Copa do Mundo

Gorios: crescimento de 20%

A prof. Renata Fagundes na loja Festas e Fantasias: é preciso pesquisar

É a vez da pipoca e da canjica Luludi/LUZ

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á cinco anos, quando montou a Cara Melada Conveniência, na região central de São Paulo, Ana Souza Leme nem imaginava que as tradições juninas influenciariam a rotina de seu negócio. O adensamento urbano e o perfil comercial da região sugerem, efetivamente, que há pouco espaço para a influência dessas tradições nas compras de uma loja de conveniência, onde, em geral, buscase suprir necessidades imediatas. Bastou, no entanto, o primeiro junho à frente do negócio para que a empresária se desse conta do engano. "As vendas dos produtos juninos crescem cerca de 70% nesta época", afirma. Ela conta que ao longo do ano vende uma caixa de pipoca para microondas (com 36 pacotinhos) por mês. Em junho, é uma caixa a cada cinco dias. É semelhante com a pipoca para estourar. "Um fardo dura de três a quatro meses. Agora, comprei três fardos e o estoque já está no final", contabilizou Ana. Para estimular o cliente, nesta época do ano ela destaca a exposição dos produtos juninos – como paçoca, pé-de-moleque, cocadinhas, canjica, doce-de-abóbora e de leite –, aproveitando material enviado por um dos seus fornecedores. "A decoração motiva as pessoas", diz Ana, beneficiada pelas festas e reuniões das empresas da região central. "Outro dia fiz uma entrega para um café da manhã com produtos juninos na BM&F" (Bolsa de Mercadorias & Futuro)", diz. Copa do Mundo – Neste ano, o consumo de alimentos típicos ganha reforço com a Copa do Mundo. Ela provocará efeito adicional nas ven-

Ana Souza Leme, da Cara Melada: alta de 70% nas vendas

das de 15% a 20%, detalha Gabriel João Cherubine, vicepresidente da Yoki Alimentos. É um crescimento sobre base já aquecida. As vendas dos produtos Yoki associados às festas juninas crescem de 300% a 400% por conta da sazonalidade de junho. Nas lojas do Grupo Pão de Açúcar, as vendas de itens como milho de pipoca (versão microondas e para estourar) também devem crescer 200% no mês de junho, por conta das festas juninas e da Copa do Mundo, diz Ronaldo Betelli, gestor de commodities da Divulgação

Gabriel Cherubini, da Yoki

empresa. Ao todo, o consumo dos produtos típicos do período deverá aumentar 30%, segundo a empresa. Na Hikari, outra fabricante com produtos de época, a pipoca é o carro-chefe do período, comenta seu diretor comercial, Luiz Kurita. Neste ano, aproveitando a sinergia com o futebol, a campanha da empresa para o período foi batizada de Copa Junina. Parcerias – A motivação do futebol também está presente na campanha da concorrência. A disputa é acirrada nesse nicho de mercado. Yoki e a Hikari oferecem decoração gratuita para o varejo. Bandeirinhas e barraquinhas fazem parte do cenário. "O período junino é o Natal da Hikari", diz Luiz Kurita. Para dar conta dessa demanda sazonal, envolvendo cerca de 4.600 pontos-de-venda, a empresa contrata funcionários temporários – para auxiliar o varejo na montagem da decoração. Tudo é montado na segunda quinzena de maio." As vendas juninas representam 30% do faturamento da Hikari, que, como a Yoki, a p ro v e i t a o p e r í o d o p a r a apresentar lançamentos. Fátima Lourenço

Já se fala até em festas julinas A

s festas juninas, na sua origem, eram festas pagãs. Eram realizadas para celebrar o período da colheita, no Verão do Hemisfério Norte, a partir de 21 de junho, em meio ao solstício de verão, com seus dias longos e noites curtas. É o contrário do que ocorre no Brasil – e em outros países abaixo da linha do Equador

–, onde esses festejos chegaram trazidos pelos portugueses, já com forte conotação religiosa, conta Luiz Marins, da Anthropos Consulting, especializada em aplicar a antropologia no cotidiano das empresas. Na opinião do consultor, as festas de junho, no Brasil, podem ser comparáveis ao Carnaval e devem ser vistas

como uma boa oportunidade de negócios. "E já se fala em festas julinas porque a concentração dos eventos é muito grande, e em junho não cabem todas as festas." Considerando que a classe média seria o cliente potencial para os produtos juninos, Marins diz que são 54,6 milhões de potenciais consumidores. ( FL)


segunda-feira, 19 de junho de 2006

Finanças Empresas Tr i b u t o s Comércio Exterior

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 O inadimplente é visto como criminoso, mas a falta de pagamento ocorre pela alta carga tributária. José Constantino Júnior, do Sescon

FILIADOS DO SECOVI ESTÃO LIVRES DO ITBI

RECUSA DO GOVERNO EM REABRIR PRAZO PARA PARCELAMENTO DE TRIBUTOS PREOCUPA EMPRESÁRIOS

REFIS: SINAL VERMELHO DECEPCIONA Marcos Fernandes/LUZ

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Seguradoras devem se adaptar às novas regras Prazo para registrar produtos na Fenaseg é de 10 dias

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mpresas seguradoras brasileiras têm exatos dez dias, a partir desta segunda-feira, para protocolar na Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados (Fenaseg) seus produtos de vida já adaptados à nova regulamentação baixada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão do Ministério da Fazenda responsável pelo controle e pela fiscalização do mercado de seguros brasileiro. Em 2005, a Susep determinou nova regulamentação para as carteiras dos seguros de vida, tanto coletivos como individuais. A principal mudança, e também a que vem gerando polêmica no mercado, é a que diz respeito à renovação das apólices dos seguros coletivos, tanto os de planos fechados (constituídos por funcionários de uma mesma empresa ou por representantes de uma associação de classe) quanto os abertos (formados por pessoas que não pertencem a uma mesma empresa ou associação de classe). Pelas novas regras, a renovação automática das apólices coletivas, que até então era feita pelas seguradoras a cada final do prazo contratual, passa, a partir de agora, a ter restrições. "A renovação automática da apólice pode ser feita apenas uma vez. Uma segunda renovação não poderá mais ser automática e só estará autorizada se tiver a concordância de, no mínimo, três quartos dos participantes do plano e desde que não gere ônus para os segurados nem perda de direitos, além de manter o mesmo prazo de vigência anterior", diz Luiz Peregrino, diretor da área de Vida da Fenaseg. Discussão – É justamente essa limitação contida na circular de número 305/05, baixada pela Susep, que abriu espaço no mercado à polêmica de prejuízo para os consumidores com planos mais antigos. Segundo Peregrino, o segurado, pelas regras antigas, contratava um seguro coletivo e, todo ano, tinha sua apólice renovada automaticamente. Muitos segurados não tinham conhecimento dessa renovação automática, uma vez que a maioria apenas recebia o boleto bancário ou tinha o valor descontado mensalmente de seu holerite, no caso de seguros contratados por empresas

para seus funcionários. "O segurado ficou com a sensação de que tinha um seguro vitalício", diz Peregrino. Alguns especialistas do mercado de seguro alegam que, agora, sob as novas regras, muitas seguradoras poderão desistir de renovar apólices cuja massa segurada for formada, em sua maioria, por pessoas com idade avançada, acima dos 55 anos, por exemplo, que representam risco maior de perdas. O ideal, na visão do mercado segurador, é que uma carteira de seguro de vida seja equilibrada entre participantes mais jovens e mais velhos. Daí a idéia de que, a partir de agora, muitas seguradoras, impedidas de renovar por mais de uma vez as apólices, partiriam para o fim dos contratos atuais para que possam fazer apólices sob novas condições, com preços mais altos. "Optar pela não-renovação da apólice ao final do contrato é um direito, previsto em lei, das seguradoras", diz o diretor da Fenaseg. E neste caso o segurado nada pode fazer a não ser procurar outro plano ou aceitar as novas condições da seguradora. Incluindo preços mais elevados. Sem resgate – Segundo Peregrino, o seguro de vida clássico, ou seja, aquele em que predomina o regime de repartição, não sendo previsto nenhum resgate em vida, ou no qual as contribuições não têm nenhum efeito cumulativo para formar uma reserva para o participante, funciona exatamente como um seguro de automóvel: ao fim do prazo de validade, em geral de 12 meses, o segurado não tem direito de reaver nenhum valor pago durante a vigência do seguro. "Se a seguradora tiver uma carteira na qual a massa de segurados está bem distribuída, ou seja, na qual a idade média dos participantes é razoável, acho que não haverá problemas. O problema está nas apólices antigas, nas quais não se conseguiu mais incluir segurados jovens", opina Peregrino. As seguradoras, entretanto, não deverão sair ilesas da nova regulamentação. Os produtos que não forem protocolados até a data prevista não poderão mais ser vendidos sob as regras antigas, adverte o diretor da Fenaseg. Roseli Lopes

concorrências públicas. Sem uma chance, acabam fechando", disse Solimeo. Em nota, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) afirma que o veto vai colocar "na marginalidade empresas que não conseguiram saldar seus débitos, além de incentivar a informalidade". Desculpas – Uma das justificativas do Executivo para o veto é a de que "agir de modo diverso do estabelecido originalmente na legislação do Refis equivale a conceder crédito a quem revela, antecipadamen-

te, condições de insolvência". "Ocorre que o Refis não concede crédito, mas uma possibilidade de pagamento dos débitos que não serão recebidos pelo governo", rebate Solimeo. Antes do veto, o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP) chegou a enviar um ofício ao presidente Lula reforçando o pedido da reabertura do Refis com base nos seguintes dados: entre 1995 e 2005, o número de inscrições na dívida ativa cresceu 1.087%. Os valores em cobran-

ça na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, nesse período, saltaram de R$ 19,7 bilhões para R$ 334,1 bilhões. "O inadimplente é visto como um criminoso, mas a falta de pagamento é grande, pela alta carga tributária", disse o assessor da presidência do Sescon-SP, José Constantino de Bastos Júnior. Nos últimos seis anos, foram abertos dois programas de refinanciamento de débitos tributários. Em 2001, ingressaram no primeiro Refis 129.166 contribuintes, dos quais 103.888 foram excluídos por falta de pagamento. Em 2003, o governo instituiu o Paes, que teve a adesão de 455.871 contribuintes e, pela primeira vez, incluiu empresas do Simples e pessoas físicas. Ainda permanecem no programa 374 mil contribuintes. Os empresários atribuem as exclusões por falta de pagamento às condições rigorosas impostas pelos programas. Adriana David

Justiça livra 40 mil de pagar novo ITBI s mais de 40 mil filiados ao Sindicato da Habitação em São Paulo (Secovi) podem pagar o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Inter-vivos (ITBI) sem o aumento da base de cálculo instituído pelo Decreto municipal nº 46.228/05. Em abril, o escritório Duarte Garcia, Caselli Guimarães e Terra Advogados obteve liminar, por mandado de segurança coletivo, em nome da entidade. A decisão é do desembargador Geraldo Xavier, da 14ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). "Deslumbra-se possibilidade de lesão grave e de difícil reparação, no tocante ao direito invocado na minuta, caso não se atribua efeito ativo ao recurso", declarou o desembargador no processo judicial. Desde a entrada em vigor do Decreto municipal n° 46.228/05, em setembro de 2005, a Secretaria de Finanças do Município de São Paulo mostra os valores venais atualizados dos imóveis pelo site www.prefeitura.sp.gov.br, mas

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não deixa claro quais os critérios nem a periodicidade desta atualização. Antes, a base de cálculo do ITBI era o valor venal do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), um montante aproximado, mas abaixo do que é cobrado pelos imóveis no mercado. Com o novo decreto, alguns valores chegaram a subir 200%. No mandado de segurança coletivo, o advogado que representou o Secovi, Roberto Junqueira de Souza Ribeiro, questionou a constitucionalidade da norma. Ele argumentou que o fato da alteração ter vindo por meio de decreto municipal ao invés de lei fere o princípio constitucional da legalidade. O advogado também argumentou que o fato de o contribuinte não saber quais critérios foram usados pela Prefeitura para chegar aos valores publicados no site fere o princípio da segurança jurídica. "O mandado de segurança coletivo é importante porque faz com que os filiados não tenham de custear ações individuais, além de ser um forte ins-

Factoring

DC

Marcel Solimeo: empresas não deixam de recolher tributos porque querem

veto do Planalto à reabertura do prazo do Refis decepcionou entidades de classe que vinham, há muito tempo, pedindo um novo programa de refinanciamento de débitos tributários. Essa possibilidade foi incluída pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) em dois artigos no texto da Medida Provisória nº 280, que reajustou em 8% a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). O governo ficou de editar uma nova MP sobre o assunto. Para o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, as empresas não ficam inadimplentes com o Fisco porque querem, mas deixam de recolher, principalmente, em decorrência da alta carga tributária, dos prazos curtos e multas pesadas. "As empresas não querem perder acesso ao crédito e a participação em

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

trumento de pressão para que a prefeitura reveja o decreto", afirmou Ribeiro. Para ser beneficiado, o filiado ao Secovi tem de comparecer à Prefeitura, informar dados do imóvel, comprovar a filiação ao sindicato e levar cópia da liminar que pode ser retirada na sede do Secovi. "Com isso, a Prefeitura fica obrigada a emitir guia para recolhimento do ITBI nos moldes da legislação anterior", disse Ribeiro. Sentenças – Os especialistas concordam que vale a pena entrar com ação contra o decreto da Prefeitura, principalmente porque já saíram as primeiras sentenças sobre o tema. Neste ano, o tributarista Fernando Lottenberg conseguiu duas sentenças contra a nova legislação do ITBI. O consultor da Caminho Legal, Alexandre Barduzzi Vieira, também já obteve uma sentença, além de quatro liminares. "Aconselhamos entrar com ação. Com estas primeiras sentenças, começamos a verificar que o Judiciário concorda com o contribuin-

te", disse Vieira. A assessoria de imprensa da Secretaria de Negócios Jurídicos do Município de São Paulo disse que vai divulgar um balanço das ações judiciais sobre o ITBI ainda nesta semana. Segundo fontes do Secovi, a Prefeitura dificilmente partirá para uma guerra judicial para derrubar a liminar favorável ao sindicato. Segundo a informação, o Secovi colaborará com a administração municipal nos futuros debates sobre a revisão do Plano Diretor Estratégico e a respeito da Lei de Zoneamento (Zeis). Um dos principais críticos da Lei de Zoneamento em vigor, o Secovi partirá para uma ação mais "branda" nas suas ações contra o atual modelo que vigora na cidade. Como a liminar é positiva a todos os filiados, os técnicos do sindicato realizarão reunião em conjunto com membros da Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla) para chegar a um consenso sobre os novos termos das Zeis. Laura Ignacio/Davi Franzon


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Empresas Comércio Exterior Finanças Tr i b u t o s

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INVISTA NA BOLSA PAGANDO MENOS IMPOSTOS

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Leonardo Rodrigues/Hype

APLICAÇÃO EM CLUBES É OPÇÃO PARA O PEQUENO INVESTIDOR Com um investimento mínimo de R$ 100, qualquer cidadão pode comprar cotas no mercado de ações. E negociar em bloco para reduzir os riscos da empreitada.

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e olho nas boas oportunidades do mercado financeiro e confiante na estabilidade da economia brasileira, o profissional de marketing Raphael Nakasima resolveu investir parte de suas economias em ações. Ou melhor, em um Clube de Investimentos. "Não entendia de mercado financeiro, mas comecei a pesquisar, consultar especialistas do setor e me senti mais seguro para fazer a aplicação. Comecei com pouco dinheiro, e fui aumentando os investimentos à medida que crescia minha confiança", conta Nakasima. O investidor sempre teve a assessoria de uma corretora de valores, à qual se afiliou. "Ter profissionais que entendam do assunto para auxiliar quem está começando é fundamental", diz. "E as corretoras dependem dos nossos ganhos para garantir seu lucro, diferentemente dos bancos, que vivem das taxas pagas pelos correntistas." A única tarifa anual cobrad a p e l a s c o r re t o r a s é , e m média, de 4% sobre os rendimentos dos clientes.

bilhões de reais foi o total de desembolsos do BNDES nos cinco primeiros meses do ano

Empréstimos do BNDES caem 10%

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Nakasima esperou ter mais confiança no mercado antes de investir mais

Milton Mansilha/LUZ

Mubarack: clubes de investimento cobram menos que bancos pelas mesmas operações no mercado

No banco, o investidor ainda paga o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o Imposto de Renda todos os meses. "Quem aplica em um desses clubes só tem o IR descontado na hora do resgate", explica o assessor de relações internacionais da Bovespa, José Roberto Mubarack. Em to-

dos os casos, a tarifa do Imposto de Renda é sempre de 15% sobre os lucros. Desde o lançamento do programa de popularização da Bovespa, em setembro de 2002, foram criados cerca de 1.200 clubes de investimentos. Quatro anos atrás, eles eram 473. "A diferença é que, em vez

de comprar papéis de uma só companhia, montamos uma carteira pulverizada de ações, com empresas de diferentes segmentos na Bolsa", explica Mubarack. "As pessoas sentem-se mais seguras por negociar em conjunto e quanto mais diversificada a aplicação, menor tende a ser o risco."

Todo clube de investimento deve ter, no mínimo, 51% de seu capital aplicado em ações. Os outros 49% podem ser investidos, por exemplo, em títulos de renda fixa. A partir de R$ 100 é possível entrar para um desses clubes. "O investidor adquire cotas, que são mantidas em depósito, em nome de seus compradores", diz o analista financeiro da corretora Socopa, Daniel Doll Lemos. E todos têm direito a novas aquisições, "mas um único investidor não pode ter mais de 40% do total delas", explica Lemos. A corretora de valores contratada é a responsável pelas informações sobre o movimento do clube, inclusive dos rendimentos. "O participante recebe um extrato que relata tudo sobre o investimento no mês", diz Lemos. E ainda pode consultar os analistas, a qualquer hora, para tirar dúvidas. "Sempre é bom lembrar que ações são investimentos de risco, ainda que moderado", diz Lemos. "No curto prazo, os altos e baixos são constantes, mas no longo prazo tem sido um bom negócio." Sonaira San Pedro

s desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) caíram 10% nos primeiros cinco meses do ano, em relação a igual período do ano passado, totalizando R$ 13,6 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões foram liberados em maio. De janeiro a maio, os desembolsos caíram principalmente na indústria (16%), que responde por quase metade das liberações da instituição, com R$ 6,3 bilhões. Caíram também na infra-estrutura (4%), cuja contemplação atingiu R$ 4,9 bilhões neste ano até maio, e na agropecuária (13%), que obteve R$ 1,5 bilhão. Só houve aumento no segmento de comércio e serviços (21%), que é o de menor participação nos recursos do banco e recebeu R$ 925 milhões. O setor industrial de material de transporte – que inclui de aviões a autopeças, passando por equipamentos ferroviários, montagem de automóveis e embarcações – recebeu sozinho R$ 2,527 bilhões de janeiro a maio, 31% a menos do que nos primeiros cinco meses de 2005. Mesmo assim, este foi o segmento da indústria brasileira que mais recebeu recursos. (AE)


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Indicadores Econômicos

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14,75

por cento é a taxa para Certificação de Depósito Bancário (CDB) para 31 dias, de acordo com a Enfoque Sistemas.

16/6/2066

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 12/06/2006 12/06/2006 12/06/2006 12/06/2006 12/06/2006

P.L. do Fundo 5.560.355,22 1.377.149,21 5.578.527,33 3.563.013,81 1.044.580,65

Valor da Cota Subordinada 1.093,627025 1.029,823370 992,492354 1.047,097776 1.014,779346

% rent.-mês 0,6137 0,4495 -7,2184 1,3373 1,3147

% ano 11,9406 2,9823 -0,7508 4,7098 1,4779

Valor da Cota Sênior 0 1.042,705968 1.051,734104 0 0

% rent. - mês 0,4557 0,5001 -

% ano 4,2706 5,1734 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

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COMÉRCIO


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Tr i b u t o s Empresas Comércio Exterior Nacional

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BEIRUTE RECEBERÁ UMA CÂMARA BRASIL-LÍBANO

Ricardo Lima/Virtual Photo

Marcos Peron/Virtual Photo

Pagani: governo ás vezes incentiva

Reisky: impactos cambiais afetaram os negócios da empresa outras vezes

bilhões de dólares é a meta do governo federal para as exportações brasileiras neste ano

Câmbio complica a vida das pequenas empresas N gócios oportunidades Produtos fabricados por Reisky são vendidos ao Irã

&

Companhias menores sofrem para exportar, mas persistência elimina barreiras. Veja alguns casos de sucesso.

P

equenas e médias empresas brasileiras que mantêm negócios com outros países podem ser consideradas mais do que casos de sucesso. São "casos de sobrevivência" e exemplos de administração e agilidade do empresário nacional, que luta, não somente contra a concorrência internacional, mas também contra as barreiras e atribulações da economia brasileira, como a alta carga tributária e o câmbio desfavorável. Os problemas, as lutas e as glórias dos empresários do País no negócio mundial foram expostos e debatidos no seminário "Promoção às Exportações e Inteligência Comercial no Atual Cenário Econômico", realizado pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em Campinas, interior paulista. Entre as palestras, três empresários apresentaram seus casos de sucesso. Energia – No ramo de cerâmica há 53 anos, a Cerâmica Santa Teresinha, de Pedreira, interior de São Paulo, trabalha exclusivamente com vendas para o exterior. Mas nem sempre foi assim. Começou fabricando bonecas de porcelana, e mudou o foco do negócio nos anos 60, quando o governo militar decidiu ampliar a base de distribuição de energia elétrica no território nacional. "Algumas empresas de Pedreira, inclusive a nossa, passaram a trabalhar então com materiais para isolamento na transmissão de energia", conta o p re s i d e n t e d a e m p re s a , Humberto Barbato. Os negócios com o Estado, entretanto, não foram muito longe. Em 1977, a Santa Terezinha voltou-se totalmente para o comércio exterior, mantendo a produção de isoladores cerâmicos para redes de alta tensão. "As estatais de energia, em determinado momento, passaram a aumentar os prazos ou mesmo a atrasar os pagamentos, pois estavam financiando o Estado. Além disso, com investimentos estagnados, os pedidos começaram a diminuir", diz o presidente. Estruturada para o mercado externo, agora a política econômica brasileira volta a influenciar a empresa de Pedreira, desta vez, com a política de câmbio desfavorável. "O câmbio foi nos tirando de alguns mercados, nos deixando em dificuldades e, evidentemente, fomos perdendo alguns clientes. Na Inglaterra perdemos espaço para os chineses e os hindus. Mas fomos buscar negócios no metrô de Londres, uma empresa exigente, para a

qual nos tornamos fornecedores exclusivos", conta Barbato Luz – O real valorizado em relação ao dólar também é o vilão para a HvM do Brasil Produtos Eletrônicos, de Jundiaí, na região de Campinas. A empresa foi criada em 1993 com o objetivo de exportar componentes de montagem de lâmpadas de neon e argon, produtos utilizados em luminosos de ponto de venda, identificação de estabelecimentos e, mais recentemente, na iluminação indireta de ambientes. Segundo o diretor-presidente da empresa, Mauritius Reisky, a HvM passou por dois impactos cambiais importantes. O primeiro ocorreu de julho de 1994 – com a implantação do Plano Real –, até janeiro de 1999. Para atravessar esse período, a empresa automatizou radicalmente as linhas de produção, substituiu fornecedores locais por fornecedores externos – passando a importar

40% da matéria-prima – e implantou normas de qualidade para redução de perdas. "De 1999 a 2003 tivemos um período relativamente tranqüilo. Mas, de novembro de 2004 a maio de 2005, veio a valorização do real (ante o dólar). Em maio de 2005, começamos a ficar inquietos. Chamamos fornecedores para renegociação de preços de insumos e matéria-prima e substituímos fornecedores da zona do euro para países que faturam a matéria-prima em dólar, além de implantar novas ferramentas de gestão", relata o diretor. Todos os ajustes tiveram conseqüências negativas e positivas, segundo Reisky. Houve aumento de produtividade de 5%, diminuição de custo da matéria-prima e aumento do número de países-alvo do negócio. Entretanto, houve corte de vagas e aumento de preço do produto e, conseqüentemente, alguns países não

divulgação

Mattar: Líbano é vitrine para o Oriente Médio

Missão ao Líbano deve render US$ 5 milhões

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grupo de empresários brasileiros que participou da missão comercial ao Líbano – de 20 a 28 de maio último –, promovida pela São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), deve fechar contratos com o país no valor estimado de US$ 5 milhões, nos próximos 12 meses. A estimativa é do coordenador do Departamento de Inteligência da São Paulo Chamber, Guilherme Mattar, que comandou a missão para o Líbano e outros países do Oriente Médio. Segundo Mattar, o processo de integração

entre os dois países deve ficar ainda mais fortalecido em setembro, quando um grupo de empresários libaneses virá ao Brasil para participar de uma nova rodada de negócios. Também será instalada, em breve, uma Câmara do Comércio Brasil-Líbano em Beirute, capital libanesa, para possibilitar o cruzamento de informações sobre demanda de mercados dos dois países. "O Líbano é um país vitrine e merece toda a atenção da classe empresarial brasileira que deseja ingressar no mercado do Oriente Médio. Por isso estamos intensificado nossas ações no país", comentou. Márcia Rodrigues

renovaram os contratos. Na disputa de vendas para garantir a sobrevivência, a empresa de Jundiaí diversificou o mercado. Concorrendo diretamente com uma grande empresa dos Estados Unidos, passou a fornecer materiais para o Irã. "Hoje, 90% dos luminosos fabricados no Irã utilizam eletrodos nossos", observa Reisky. Softwares – Apesar da política cambial, o Estado ajuda os empresários, em muitos casos, nas vendas externas. É o que está fazendo a Apex com o Consórcio Actminds – Grupo de Exportação de Software de Campinas. O consórcio é formado por 11 empresas, dez de Campinas e uma de Limeira, com capital 100% nacional para desenvolverem softwares de gestão de terceirização. De acordo com um dos membros do consórcio, Fábio Pagani, no ano passado, primeiro ano do convênio, a Apex entrou com R$ 1,5 milhão com contrapartida um por um pelas empresas. Neste ano, a agência entra com R$ 2 milhões e as empresas com dois por um. No ano que vem, último ano da intervenção estatal no negócio, o investimento da Apex será de R$ 1 milhão, enquanto os consorciados entrarão com três vezes esse valor. "É uma coisa muito interessante. O governo começa investindo baixo, atinge o pico e depois sai, enquanto as empresas continuam investindo", diz Pagani. A intenção é que o número de companhias ligadas ao projeto cresça e suas exportações cheguem a US$ 12 milhões neste ano e cerca de US$ 16 milhões em 2008. Ministro – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, participou do seminário. Segundo ele, o governo está atento à questão da taxa de câmbio, uma preocupação permanente dos empresários. "Existem vários estudos para facilitar a vida do exportador e ao mesmo tempo procurar dar mais liberdade de atuação, equilibrando um pouco mais a oferta e a demanda de câmbio que tem, no sistema atual, depreciado bastante o dólar", afirma. De acordo com o ministro, no final do primeiro semestre deste ano será realizada uma reunião para avaliar as metas das exportações. "Vamos rever ou manter a meta de exportações de US$ 132 bilhões. Até o mês de abril, o País caminhava no ritmo da meta, um pouco acima. Com as exportações de maio, nós ficamos um pouco abaixo da meta, mas ainda estamos dentro do ritmo dos US$ 132 bilhões". Mário Tonocchi

Encontro discute a greve da Receita

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oordenada pelo vicepresidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Renato Abucham, a Comissão de Comércio Exterior da entidade tem reunião programada para amanhã, às 17 horas. Na ocasião será feita uma avaliação dos efeitos para o comércio exterior brasileiro, das greves simultâneas dos funcionários da Receita Federal e do Ministério da Agricultura. É uma oportunidade para os empresários discuti-

rem a questão. Batalha – A propósito, a ACSP obteve deferimento em Mandados de Segurança, os quais permitirão às suas empresas associadas o desembaraço de mercadorias, enquanto perdurar o movimento de paralisação dos servidores públicos federais. A participação nessa reunião é franqueada aos interessados, que devem confirmar presença com Teresa, pelo telefone 3244-3500 ou e-mail: tneuma@acsp.com.br.

Têxteis se reúnem na Espanha

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Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), por meio do Texbrasil – Programa Estratégico da Cadeia Têxtil Brasileira, e com o apoio da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), organiza pela primeira vez a participação de empresas brasileiras na próxima edição da feira "Bread & Butter". O evento, que será realizado entre os dias 5 e 7 de julho, em Barcelona, na Espanha, ocupará uma área de 90 mil metros quadrados, reunindo mais de 700 empresas expositoras. Todos os anos, recebe em torno de 50 mil visitantes, principalmente atacadistas, importadores, representantes,

distribuidores e jornalistas. Os expositores pertencem aos setores de denin, fashion, surfwear, sportswear, streetwear. Também há um pavilhão destinado aos estilistas (Milk & Honey) e uma área para jovens estilistas e acessórios. Além de oferecer apoio operacional aos expositores brasileiros durante o evento, a ABIT cuida de ações promocionais, compreendendo anúncio na mídia internacional especializada e no catálogo oficial da feira, contratação de assessoria de imprensa internacional para divulgar a participação das empresas brasileiras no evento, bem como o desenvolvimento de programação visual para os estandes.

Licitação internacional na Índia

O

governo da Índia, por meio da Delhi International Airport Ltd. (Dial), comunica a abertura de licitação internacional para as obras de ampliação e modernização do Aeroporto Internacional Indira Gandhi em Nova Delhi, cujas obras deverão estar concluídas no 1º semestre de 2010. A construção desse novo terminal deverá atender a 30 milhões de passageiros por ano. A Dial abriu convite para que empresas internacionais apresentem propostas para os serviços de consultoria e gerenciamento do projeto, que compreendem o desenvolvimento do programa mestre de trabalho, o desenho do gerenciamento

(incluindo-se a interface gerencial) e o gerenciamento de construção do terminal de passageiros, trabalhos na parte aérea e terrestre, trabalhos elétricos e mecânicos, trabalhos de segurança, qualidade e meio ambiente e a coordenação de todas as atividades. São exigidas para a pré-qualificação das empresas, experiência em serviços de gerenciamento de construção e projetos de médio e grande portes, e também no setor de aviação. As propostas deverão ser entregues até o dia 23 de junho. Em São Paulo, o Consulado Geral da Índia, na Av. Paulista, 925 - 7º andar, tel. (11) 31710340 e 41, poderá fornecer outras informações.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


Ano 81 - Nº 22.150

São Paulo, segunda-feira 19 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 22h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

ARRANCAMOS! Fred (esq.) entra no final, faz o gol da vitória contra Austrália, que começa com Adriano (abaixo), e reflete a imagem de recuperação que a Seleção parece prometer. Mais feliz e solidária na troca de passes, garantida para as oitavas, traz novo ânimo e mais confiança aos torcedores.

Ronaldo se mexe. E continua titular. O controle de bola ainda está dificil para o Fenômeno. Mas Parreira gostou da sua movimentação e garante que ele começa o jogo contra o Japão. Vanderlei Almeida/AFP

Jochen Luebke/AFP

Andrea Felizolla/LUZ

ENTREVISTA

Até corrupção ajuda Lula, diz Jefferson Senador Jefferson Péres (PDT-AM): para os mais pobres, denúncias de corrupção igualam todos os políticos mas não atingem Lula, que os ajuda com a Bolsa-Família. Nesta semana, 5 partidos fazem convenções em busca de coligações. Página 5 Masao Goto Filho/DC

O consumidor na fogueira dos impostos Nhô Leão comparece com muita fome aos arraiás juninos. Devora 36,02% em impostos na inofensiva pipoca, 37,74% na paçoquinha e 37,74% no pé-demoleque. No quentão, sua sede de tributos chega a 62,76%. Os impostos são pesados também na indumentária e enfeites das quadrilhas. O chapéu de palha esconde 35,15%, a camisa xadrez, 35,87%. Nas bandeirinhas, 37,95% são para o Leão. Eco/1

Tributos atrasados rendem R$ 8,5 bi Governo arrecadou R$ 8,5 bilhões em multas e juros sobre impostos e contribuições pagas com atraso no ano passado. Se essa arrecadação fosse considerada, a carga tributária de 2005 seria elevada em 0,4% do PIB, para 37,43%. Economia/3 HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 12º C.

Esses humanos seres de quatro rodas... A Disney caprichou na animação de "Carros", protagonizado por automóveis que agem como gente, com estréia prevista para dia 30. Veja ainda os carros mais velozes do planeta.


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Cidades JOGO LEVA 15 MIL AO ANHANGABAÚ A classificação da Seleção Brasileira foi comemorada ontem à tarde com um show da banda Cidade Negra.

Em domingo tranqüilo e com a cidade praticamente vazia, torcedores fizeram a festa no Centro ao som do Cidade Negra. Na quinta-feira haverá show de Zeca Pagodinho. Fotos de Milton Mansilha/LUZ

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esmo com a vitória do Brasil no jogo contra a Austrália, na tarde de ontem, o clima na cidade foi típico de um domingo, com muita tranqüilidade. A arenaTorcida Brasil no Vale do Anhangabaú, montada no Vale do Anhangabaú pela Playcorp com o apoio da Prefeitura, recebeu cerca de 15 mil pessoas. O mesmo número compareceu à estréia do Brasil na Copa do Mundo, no dia 13, de acordo com a Polícia Militar (PM). Os torcedores assistiram a partida em um telão de 56 m² e comemoraram a classificação da seleção brasileira com o show da banda Cidade Negra. O evento não teve ocorrências policiais ou atendimentos médicos graves e nem abalou o trânsito da cidade. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não registrou lentidão, nem mesmo nos arredores do vale durante o período da manhã. O clima se repetiu nos terminais de ônibus. A São Paulo Transportes (SpTrans) montou telões em 11 terminais de ônibus da Capital, justamente para que motoristas e passageiros em geral possam assistir os jogos do Brasil na Copa do Mundo. No terminal da Lapa, na zona oeste da cidade, onde há um dos telões que transmite os jogos da Copa, não havia passageiros durante o primeiro tempo do jogo. O clima era de extrema tranquilidade: ônibus parados, motoristas e funcionários dos quiosques onde são comercializados lanches e salgados se acotovelavam para assistir a partida da Seleção. O clima era tão calmo que o primeiro ônibus só saiu depois de 10 minutos de jogo do primeiro tempo. Bem diferente do movimento nos dias úteis, quando a demanda de passageiros nesse horário é de 950 mil pessoas. O problema para quem assistiu o jogo ontem, pelo menos no terminal da Lapa, foi a qualidade da imagem no telão: a luz solar ofuscou a imagem e não se via os lances da partida. Por conta de uma ordem da SPTrans, nenhum motorista ou cobrador quis conversar com a reportagem.

Mais uma vez o Anhangabaú foi o ponto de convergência da torcida paulistana. Ontem, durante o jogo Brasil e Austrália, muitos torcedores sofreram com as dificuldades de o ataque brasileiro se entrosar. Quando saíram os gols de Adriano e de Fred, a comemoração foi intensa. Depois do jogo, um show musical conduzido pela banda Cidade Negra. Na quinta-feira, contra o Japão, show de pagode. Houve concentração também na avenida Luís Carlos Berrini. Andrea Felizolla/LUZ

Pagode - O próximo jogo da Seleção no mundial será na quinta-feira, contra o Japão. Após a partida, está programado um show com o cantor Zeca Pagodinho no Vale do Anhangabaú. O espetáculo, que ocorrerá em um palco de 300 m², faz parte projeto Torcida Brahma Olé. Nos dias de jogos do Brasil, a PM reforça o policiamento da região central e cerca de 200 mil policiais devem trabalhar. O mesmo reforço ocorre nos plantões de cinco delegacias do Centro. (Agências)

ESTRADAS TÊM TRÁFEGO INTENSO retorno do feriado prolongado de Corpus Christi provocou ontem tráfego intenso em vários trechos das principais estradas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em São Paulo, a rodovia Fernão Dias, que leva a Belo Horizonte, apresentou muita lentidão entre as cidades paulistas de Mairiporã e Atibaia. Por volta das 19h, segundo a Polícia Rodoviária Federal, além do excesso de veículos, um protesto contribuiu para aumentar a morosidade. Com o objetivo de reivindicar a construção de uma passarela, um grupo de moradores da região de Mairiporã chegou a interromper o tráfego na rodovia. O bloqueio da estrada durou cerca de 30 minutos e foi dissolvido logo após a chegada da polícia. No início da noite, apesar do movimento intenso em direção a São Paulo, o retorno do paulistano era considera-

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do normal, sem registros de congestionamentos por parte das empresas concessionárias que administram essas rodovias. De acordo com informações da Ecovias, que responde pelo sistema Anchieta-Imigrantes, dos 207 mil veículos que deixaram a capital em direção ao litoral durante o feriado, 198 mil já haviam feito o caminho inverso. Muitos paulistanos resolveram retornar à cidade antes mesmo do início do jogo entre a Seleção Brasileira e a Austrália. Minas e Rio – Segundo dados da Polícia Rodoviária, as estradas estaduais e federais que cortam Minas Gerais também apresentavam trânsito intenso no início da noite de ontem, mas sem congestionamentos. Situação semelhante era verificada nas rodovias federais do estado do Rio de Janeiro. Nas estradas estaduais, o tráfego estava tranqüilo, segundo a Polícia Rodoviária. (Agências)

HARVARD E YALE O Brasil é um mercado estratégico para universidades estrangeiras. Em breve, escritórios de Harvard e de Yale começarão a funcionar em São Paulo. Elas querem brasileiros em seus quadros.

Ó RBITA

REBELIÕES Terminou na manhã de ontem a rebelião na cadeia pública de São Carlos (SP), iniciada na tarde de sábado. Desde sexta-feira, oito unidades prisionais do Estado registraram motins.

Márcia Mendes/AE

INTERDIÇÃO

ASSALTO

partir de hoje – e por quatro dias – o túnel Jânio Quadros (que sai da avenida Juscelino Kubitschek) vai ser interditado para serviços de manutenção da iluminação. Durante esse período, os motoristas que trafegarem em direção à avenida Lineu de Paula Machado deverão seguir pela Juscelino, Nações Unidas, ponte Cidade Jardim e avenida dos Tajurás. Quem seguir em direção à avenida Engenheiro Oscar Americano deverá seguir pela Juscelino, Nações Unidas, ponte Cidade Jardim, Tajurás e avenida Professor Américo de Moura. (AE)

polícia civil de Campos do Jordão procura três homens que na madrugada de sábado assaltaram uma casa de veraneio no bairro Vila Natal. Por volta das 3h45, os assaltantes bateram à porta e renderam um dos turistas. Armados e encapuzados, eles entraram na residência, que havia sido alugada para o feriado e fizeram outros quatro reféns. A família não reagiu e os assaltantes levaram roupas, dinheiro, cartões e um dos carros. Antes de fugir, um dos assaltantes deu um tiro no publicitário Daniel Collato, atingido na mão esquerda. (AE)

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TUBARÃO MATA SURFISTA estudante Humberto Pessoa Batista, 27 anos, morreu ontem, por volta das 9h30, depois de ser atacado na coxa esquerda por um tubarão quando surfava na Praia Del Chifre, bairro do Carmo, em Olinda, Pernambuco. Segundo

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informações do Corpo de Bombeiros, ele integrava um grupo de surfistas (foto). Socorrido, não chegou vivo ao Hospital da Restauração, no Recife, porque a mordida do animal atingiu a artéria femural, causando hemorragia profusa. (AE)


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Polícia Saúde Compor tamento Ciência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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AS FÊMEAS SÃO MAIS CONCENTRADAS DO QUE OS MACHOS

Na próxima reportagem da série Vida de Cão, os cachorros que são os olhos de seus donos.

CÃO BOMBEIRO, SÓ COM MUITO FARO Especialistas em localizar pessoas soterradas, labradoras e pastoras do Corpo de Bombeiros de São Paulo dão exemplo de dedicação no cumprimento de suas missões Fotos de Newton Santos/Hype

Kelly Ferreira

passaram pelo canil da corporação. Alguns completaram Com categoria oito anos, se aposentaram e ree muita compe- ceberam um novo lar. Outros, tência, as labra- morreram. A expectativa é inidoras Dara, An- ciar o treinamento de mais ny, Samantha, quatro cães ainda este ano. Thabata, Safira e Dora colecioResgate – No mesmo ano em nam sucessos na profissão. Elas que o canil do Corpo de Bomsão bombeiras, especialistas em beiros foi criado, a labradora busca de pessoas desaparecidas Anny encontrou a primeira víem soterramentos e desaba- tima com vida na história da mentos. No canil do Corpo de corporação. Em meio aos desBombeiros elas imperam, quase troços de um desabamento de soberanas. O quase fica por con- um galpão de material de ta de Thor, um construção, na pastor belga zona leste, ela malinois, o úniencontrou uma co macho do capessoa soterranil, ainda em da. Dara tamtreinamento. bém já marcou A preferência a sua pata na por fêmeas pacalçada da fara ajudar os ma: achou, junbombeiros de tamente com São Paulo a sals u a s c o m p aSafira, com seu brinquedo var vidas não é nheiras, 12 vítià toa. De acordo com o sargen- mas com vida em um desmoto Marcelo Dias, do 1º Agrupa- ronamento de terra em São mento de Bombeiros de São Bernardo do Campo. Além Paulo, no bairro do Ipiranga, disso, a labradora ganhou o tíalém das qualidades básicas tulo de Cão Herói em um conpara o trabalho (inteligência, curso da Pedigree. agilidade, coragem, leveza, seA turma canina do Corpo de riedade, não ter medo de água Bombeiros, assim como a da e ter um bom faro), as ajudan- Polícia Militar, é treinada semtes dos bombeiros têm um quê pre que o soldado está trabaa mais: ao contrário dos ma- lhando. Com apenas um brinchos, elas não delimitam terri- quedo, conhecido como Kong, tórios nem perdem o foco do é possível aguçar o faro dos trabalho por causa do cheiro cães para a localização de pesde outro cachorro. "Elas são soas. Com olfato privilegiado, mais fáceis e dóceis para traba- o cachorro consegue detectar lhar, além de mais concentra- no solo o cheiro de uma pessoa, das", disse o bombeiro. mesmo que ela tenha passado Desde que foi criado, em pelo local há vários dias. Com 2001, 17 cães farejadores já treinamento, eles também con-

Dara, com o soldado Pereira; Safira, com o cabo Sampaio e Meg, com o sargento Dias (da esq. para a dir.): cadelas farejadoras dos bombeiros

seguem identificar odores trazidos pelo vento ou sobre a água. Até mesmo debaixo de muita terra eles conseguem encontrar o que procuram. "Teve um caso em que um advogado matou a filha e a enterrou. O cão não encontrou o corpo. Depois, descobrimos que ele havia jogado cal na vala, produto que acaba com qualquer odor", contou Dias. Uma curiosidade: todas as

pessoas têm um odor próprio por causa da descamação, das células mortas da pele, dos óleos produzidos pela pele e cabelo, da respiração e da transpiração. No caso de gêmeos, os cães conseguem identificar odores diferentes para os dois. Treino – "O treino é uma diversão para eles. Ensinamos o que os cães têm de fazer e os recompensamos por isso. Durante o treinamento, tudo o que eles fazem é avaliado: obediência, sociabilidade, agressividade e o medo", contou o cabo Sidney Sampaio, treinador de Safira. O treinamento, apesar de rigoroso, parece ser mesmo uma diversão. O bombeiro chega, tira o cachorro de seu box e começa o trabalho. Os treinos podem ser feitos na quadra, em represas, debaixo do sol forte, na chuva, no frio, durante o dia, à noite e até de madrugada. "Quando eu jogo o brinquedo para Safira, ela pega e volta na maior animação. Para ela isso é brincadeira, para nós é trabalho, e bem importante", disse Sampaio. A procura do Kong sempre é associada a odores de suor, saliva, sangue e peças de roupas. Sempre associados ao brinquedo que os cães mais gostam. "O animal escolhe sempre seu brinquedo preferido. A partir daí, usamos esse objeto para que ele identifique os odores. Uma vez feito isso, podemos até enterrar o brinquedo, que eles acham. É por isso que os cães são usados na localização de vítimas de soterramentos e desabamentos", explicou o sargento Dias. Outra curiosidade: a capacidade de um cão farejador é comparável à de 20 homens desempenhando a mesma função de busca. A vantagem do cachorro é que o trabalho é feito em bem menos tempo. Odores – A utilização dos cães vai muito além do que se previa a princípio. Desde que iniciou os trabalhos de salvamento, 21 ocorrências já foram atendidas. "O número não é tão alto, porque às vezes o chamado é longe e acaba não sendo viável deslocar os cães", explicou Dias. Em alguns meses, o treinamento será feito com alguns odores importados, entre eles o de vítima ferida, morta, afogada, com óbito de três dias e de um corpo em decomposição. O prazo para um cachorro estar apto a exercer a função de farejador dos Bombeiros é de até dois anos. A aposentadoria, assim como para os cães do canil da PM, chega aos oito anos.

A labradora Safira localiza seu Kong, brinquedo usado no treinamento

Sargento Dias e a pastora Meg

Cabo Sampaio com Safira

Dara e Safira no caminhão dos bombeiros: treinamento duro


Arte sobre fotos Abê, Fotos: Buena Vista International e Eduardo Nicolau/AE

Nº 125 São Paulo, 19 de junho de 2006

DCARR

DIÁRIO DO COMÉRCIO Divulgação

Os mais velozes do planeta: entre eles, esta Ferrari e a Maserati. Mas há Porsche, Austin Martin, Mercedes, Lanborghini, e muitos outros . Um Peugeot desenvolvido no centro de design da fábrica francesa faz sucesso na Europa. Por enquanto, só lá. Conheça-o na página 12.

SÓ EM FILME

ALEGRIA NO TRÂNSITO PÁGINAS 6 E 7


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

Por que não podemos? omo é bom acelerar fundo e sentir os mais de 200 cavalos de força do motor responderem sem falhas, e a tração, permanente nas quatro rodas, garantir curvas seguras, mesmo em velocidades muito altas. Passa-se, tranquilamente, e quase sem se perceber, dos 200 km/h. Há máquinas mais fortes e potentes, claro, como as Masseratti e as Ferraris, mas estar ao volante de uma Alfa Romeo 159, movida a benzina (gasolina), sem plomo (chumbo), nos dá uma sensação de poder quase indescritível. E a pergunta que nos vem à cabeça é: por que não temos um carro desses no Brasil? Por que nossos carros estão cada dia mais defasados em relação a europeus, americanos, japoneses e coreanos. Brevemente, com certeza, até mesmo os chineses, que "começaram" ontem, irão nos ultrapassar. E por que o brasileiro que trabalha, que paga fortunas aos cofres públicos, está longe dos tops do mundo? Por que o brasileiro, em sua maioria, é obrigado a se contentar em andar de carro velho ou no chamado popular 1.0, sem o direito de escolha de algo equiparável aos mercados internacionais, como acontecia na década de 90? Há quem responda: culpa das montadoras. Será? Difícil,

afinal, elas respondem aos seus acionistas em qualquer lugar, seja aqui, nos EUA, Europa ou Ásia. Para que pudéssemos andar de Alfa, com mais de 200 cv, teríamos que contar com governos bem intencionados. Gente que pensasse seriamente no País, sem mudanças constantes de regras, levando o povo a pagar mais impostos com péssimo retorno. Com gente séria hoje estaríamos produzindo entre 4 e 5 milhões de veículos/ano, com a indústria investindo pesado, e escolhendo nossos carros, como faz a maioria das pessoas lá fora - (como na Itália, por exemplo, onde andamos neste Alfa sensacional) -, mas onde também tem carros minúsculos, com motores menores que o nosso 1.0. Aí, em muitos casos, por opção ou pela falta de espaços em vias européias. Para quem acha uma bobagem ficar reclamando da falta de produtos atuais no Brasil, vale raciocinar que, se chegarmos a este ponto, com a permissão dos nossos políticos, teremos atingido a justiça social que todos apregoam mas que, até agora, pouco se fez por ela. Bom seria se nossos políticos fossem sérios, que nos permitissem escolha. Por falar nisso, as eleições estão chegando. Vamos escolher certo os nossos carros-chefe.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto

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ÍNDICE LUZ CONTRA A NEBLINA - 4 Cuidado, o inverno vem aí com a neblina

OS NOVOS SONS DA PRAÇA - 5 Para os fãs, grandes novidades em matéria de som pro carango

CARROS COM CORAÇÃO - 6 E 7 Novo filme dos Estúdios Disney mostra carros humanizados

UM NOVO PEUGEOT, O 307 - 9 Fabricado na Argentina, chega aqui em agosto

MAIS UM PEUGEOT, NA EUROPA - 12 Fazendo sucesso no velho mundo, o 407

AGENDA 29 de setembro

Acontece das 12h às 19h no Centro de Convenções Milenium, em São Paulo, o seminário "Logística do Transporte: Tecnologia e Tendências", uma realização da AEA.

15 e 16 de agosto

O Instituto Nacional de Eficiência Energética promove uma exposição de veículos elétricos na Escola Senai Mario Amato, em São Bernardo do Campo. Inscrições até 15 de agosto.

chicolelis

Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


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SERVIÇO Divulgação

Cuidado! a neblina vem aí O inverno chega quarta-feira e com ele a neblina

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uantas vezes muitos motoristas foram surpreendidos pela neblina que impede uma boa visibilidade para se dirigir nas estradas e também na cidade. Isto, com certeza, já aconteceu com você, especialmente se costuma trafegar pelo sistema Anchieta/Imigrantes, que liga o Planalto ao Litoral, ou pela Rodovia Castelo Branco, as que mais frequentemente apresentam este fenômeno atmosférico. Pois é, o nevoeiro que predomina durante o inverno, que começa no próximo 21, quarta-feira, exige cuidados especiais dos motoristas. A melhor maneira para enfrentar as baixas temperaturas e visibilidade comprometida, é fazer uma

revisão no sistema de iluminação dos veículos, bem como verificar o sistema de limpeza e lavagem do pára-brisas. Pesquisa feita pela Cibié, tradicional fabricante de faróis e lanternas, indica que mais de 20% dos veículos em circulação no País apresentam pelo menos uma deficiência de iluminação, comprometendo a visibilidade. E o estudo revela que este número vem crescendo, com uma quantidade cada vez maior de veículos com faróis desregulados. Um risco, principalmente nas rodovias. Sem manutenção preventiva, veículos têm fachos de luz desregulados pela trepidação, provocada pelas imperfeições do piso, e até por danos na carroceria não corrigidos. Não se pode

Luiz Carlos Muraskas/Folha Imagem

Acidentes como este, em 2002, na Castelo, tiram vidas e causam grandes prejuízos. Aqui, a cerração causou 12 mortes, 40 feridos e destruiu vários veículos.

A neblina requer cuidados especiais com as luzes do veículo

esquecer da bagagem no porta-malas, em excesso, levantando a frente do veículo de passeio e fazendo seu farol do carro iluminar o céu. Palheta do limpador - Bom também é revisar o sistema de limpeza do párabrisas. A recomendação de técnicos é que as palhetas do limpador sejam trocadas a cada 12 meses e as borrachas verificadas regularmente para detectar ressecamento, rachaduras ou folgas no sistema. Cuidado também com a ventilação interna, imprescindível para desembaçar o vidro. Auxiliares - Não confudir faróis de neblina com faróis de milha. Os primeiros, com alcance menor, ajudam a vencer os obstáculos criados pela cer-

ração. Os chamados "milha" são usados para se enxergar a distâncias maiores e se tornam seu maior inimigo em caso de neblina. E cuidado na hora da instalação. Busque sempre fazê-lo em estabelecimentos comerciais de confiança Também é preciso lembrar que, como acontece de carros, seguindo no sentido contrário, ofuscarem a sua visão, por estarem com o sistema de iluminação desregulados, este desconforto perigoso também pode estar sendo causado pelo seu carro, desregulado, ao motorista que vem de encontro a você. Cuidado também ao trocar as lâmpadas dos faróis. Nunca use potência acima da estabelecida pelo fabricante do veículo. Isto pode causar pane elétrico. Tudo ficará no escuro, na neblina.


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LANÇAMENTOS Divulgação

Novos sons. Novas imagens Clarion lança novo monitor. Panasonic quatro modelos de CD Player e a Pioneer anuncia preços de produtos recém-lançados. ANDERSON CAVALCANTE

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mercado de áudio e vídeo automotivo continua movimentado. Mensalmente são várias novidades apresentadas ao público das "quatro rodas". A linha High End 2006/2007 da Pioneer, por exemplo, foi mostrada no mês de maio, mas dois de seus produtos, o DEHP8880BT e o AVH-P5750DVD, entram no mercado só agora e a empresa finalmente divulgou seus preços sugeridos.

DEH-P8880BT da Pioneer e CQC7103L da Panasonic

O DEH-P8880BT é um CD Player com display OEL azul e frente reclinável, comando giratório, equalizador gráfico e tecnologia Bluetooth (conectividade com telefone celular e players com o mesmo sistema). O preço sugerido divulgado pela Pioneer é de R$ 1.199, para o aparelho. O AVH-P5750DVD é um equipamento 100% nacional. Com tela retrátil de 6,5" em LCD com revestimento anti-reflexo, e compatibilidade com iPod (necessita adaptador), sintonizador de TV (PAL-M) e dispositivo de segurança para que a tela instalada no painel do carro só funcione com o freio de mão puxado. O preço: R$ 4.999. Banco traseiro Uma alternativa para passageiros, mesmo com o carro em movimento, é o lançamento da Clarion. O VMA5894 é um monitor versátil para ser instalado no encosto de cabeça. O equipamento de 5,8" de matriz ativa

Monitor para encosto de cabeça, VMA5894 da Clarion: R$ 999

de alta resolução proporciona boa qualidade de imagem em qualquer ângulo de visualização e possui transmissor infravermelho de dois canais para fones de ouvido sem fio (opcional WH204H). O VMA5894 possui conector externo para vídeogame ou câmera digital e receptor de controle remoto acoplado e controle no painel frontal. O produto funciona através de um gerador de imagem (disqueteira VCZ 625 ou DVD VS 755) e tem preço sugerido de R$ 999. Novas funções - Entre as novidades da empresa o destaque fica para a conexão para iPod. Dois dos quatro modelos lançados possuem conexão especial para iPod (Made For iPod), além de recarregar a bateria do próprio iPod: CQ-C7103L e CQ-C3333L. O

cabo para conexão será vendido separadamente sem necessidade de adaptador. O CQ-C7103L possui ainda painel flipdown motorizado de três ângulos de visão com o melhor custo-benefício do mercado, e display que exibe imagens em 3DDM (Dot Matrix). Já o CQ-C3333L oferece sete opções de cores para seu display. Nos quatro modelos, a Panasonic disponibiliza o recurso Rotary commander que permite ajustes de volume, graves, agudos, balanço e fader em um único botão. O CQ-C7103L é o único que chegará às lojas apenas em julho, com o preço sugerido de R$ 729. Os outros modelos, já disponíveis no mercado, são: CQ-C3333L, com sugestão de preço de R$ 499, CQ-C1103L (R$ 299) e CQ-C1303L (R$ 379).


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NO CINEMA

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O Rei: Plymouth Superbird

Mater: um reboque

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Estes "seres humanos" com 4 rodas Com sua magia, a Disney tornou quase humano o mundo das quatro rodas, enfeitiçando adultos e crianças. E nos fazer dar boas risadas com o assunto trânsito, um tormento paulistano ANDERSON CAVALCANTE

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nquanto as estrelas tunadas do filme Velozes e Furiosos III: Desafio em Tóquio (nas telonas do Brasil em 11 de agosto) não chegam, vale a pena investir na paixão de nossos filhos, netos, sobrinhos e também nossas. Afinal, brasileiro de verdade nasce com a bola no pé e louco por uma caranga. O filme "Carros", que chega aos nossos cinemas no próximo dia 30, é protagonizado apenas por automóveis. Apesar dos motores roncarem forte nesta animação, a narrativa é baseada na vida. É, prioritariamente, uma lição aos "pimpolhos" sobre como é importante curtir a jornada, e não apenas "chegar na frente". Como combustível, muito humor e aventura para animar a turma. Enredo - Os pequenos veículos ganharam personalidade humana. Relâmpago McQueen, um carro de competição que pode se tornar o mais jovem campeão da história da "Copa Pistão", é o protagonista principal. Numa corrida, ao pegar um desvio, por engano, é levado a uma pequena cidade, às margens da lendária Rota 66 norte-americana, onde acaba entendendo valores da vida, com a ajuda do médico Doc Hudson, "interpretado" por um Hudson Hornet 1951 (dublado por Paul Newman na versão original e por Daniel Filho em português), com Mater, carroguincho bastante enferrujado e com Sally Carrera: uma "bela" Porsche 911, 2002 (dublada por Bonnie Hunt lá e por Priscila Fantin aqui), proprietária do motel Cozy Cone. Tratando de vida, o enredo não poderia deixar de lado o romance, que acontece entre o jovem "galã" e estreante carro de stock-car, Relâmpago McQueen, e a "estonteante e simpática" Sally.

Carros com personalidade - A instrução do diretor do filme, John Lasseter, foi para que o visual dos carros fosse o mais realista possível. O grande desafio para a equipe técnica foi produzir um filme em que os personagens, metálicos, fossem cheios de contornos arredondados, mostrando verdades

Sally e Relâmpago McQueen: o casal automotivo dá o toque romântico na animação da Disney Buena Vista International/Divulgação

Fillmore, uma Kombi "paz e amor"

como, por exemplo, os reflexos na lataria. Outra preocupação foi com a "fidelidade aos materiais", fazendo com que os carros não ficassem espichados nem achatados. Os animadores fizeram vários "testes de pista" para que os personagens se comportassem de modo convincente e interessante, encontrando maneiras de acrescentar flexões e movimentos que fossem compatíveis com a sua construção. E, claro, acabaram por usar os pneus como se fossem mãos para ajudá-los em seus "papéis".

Na versão brasileira, Priscila Fantin dubla a Porsche 911, Sally Carrera

destila seu próprio combustível orgânico e vive Tem até Kombi hippie - "Nós estudamos todos pregando os seus benefícios. os componentes - dos canos de descarga aos Outros exemplos de adaptação dos modelos às spoilers aerodinâmicos", conta o desenhista de características do personagem foram com o Jeep, produção de personagens Bob Pauley, que se versão militar de 1942, o Sargento, e Ramone, preocupou até em localizar amostras da pintura Impala 1959 rebaixado, dono da loja de peroriginal de vários dos carros clássicos do filme e fez sonalizações Ramon’s House of Body Art. listagens dos motores e buzinas de cada modelo Há ainda o Fiat 500, ano 1959, o Luigi, dono da diferente. "Nós passamos muito tempo em pátios loja de pneus da cidade Luigi; uma viatura policial cheios de carros". conhecida como Xerife e protagonizada Para agradar também aos aupelo Mercury 1949; o Plymouth Sutomaníacos mais experienperbird, 1970, o "Rei", tes, a equipe de produção fez uma lenda do automocom que os carros se manbilismo e, ainda, Mack, tivessem fiéis à personalium caminhão-baú Mack dade de cada personagem e de Super-Liner 1985. Os dicada carro, destacando as caretores de animação, para racterísticas mecânicas, estéticas assegurar a ligação emoRamone: um Impala, 1959 e de uso dos veículos. Por exemplo, cional com os personagens, Fillmore, o hippie local da cidade de Radiator se propuseram a saber qual a sensação de se correr Springs, é uma Kombi Volkswagen de 1960, que numa pista de corrida a 200 km/h. Além disso,

Porsches são tão bonitas que eram perfeitas antes de dar vida ao protagonista da para a personagem. A escolha de Sally história, McQueen, também estudaram Carrera como uma Porsche não foi um filmes de atletas para usar como inscaso de merchandising de produto. trumento de referência. "Usamos Sally já foi escalada para o papel como exemplos como Tiger Woods, Michael uma Porsche por ser uma máquina Jordan, Andre Agassi, e Shaquille esporte arrojada e potente, mas ao O’Neal", explica Murphy. mesmo tempo gentil, simpática e Segundo eles, o mais difícil não é com uma forma atraente". fazer um carro se contorcer ou girar. O principal desafio para os Um apaixonado - O criador e animadores sempre é fazer com diretor do filme, John Lasseter, que o público sinta o que o personagem está sentindo. "Você quer garante que sua paixão por carros começou logo cedo, quando que as pessoas captem as mesmas Mack: um caminhão Mack adorava visitar a concessionária emoções. Os espectadores devem de veículos onde seu pai era gerente do derir ou chorar, e pensar: ai, meu Deus, essa doeu!" A personalidade da Sally, a bela Porsche 911 partamento de peças e na qual acabou conesporte, é explicada diretamente pelo diretor do seguindo emprego de meio-expediente como esfilme. "É interessante como a maioria das pessoas toquista, assim que completou 16 anos, idade em pensa num Porsche como um carro potente e que é comum nos Estados Unidos o jovem masculino", explica Lasseter. "Mas as linhas das começar a trabalhar. "Eu sempre adorei carros. Numa das minhas veias, eu tenho sangue Disney, e na outra, corre óleo lubrificante. A perspectiva de combinar as duas maiores paixões da minha vida – carros e animação – era irresistível", conta Lasseter, que na vida real possui um Jaguar XK 120 1952, que considera um dos carros mais bonitos já fabricados. Mas seu carro americano favorito, confessa, talvez seja a Corvette Chevrolet 1957. Durante o verão de 2001, em férias, Lasseter embarcou junto com sua família, em um trailer, numa viagem de dois meses. "Todos achavam que a gente brigaria o tempo todo, mas aconteceu exatamente o oposto. Quando voltamos eu estava mais próximo da minha família e descobri que viajar é o mais importante na vida. Não é chegar ao destino, é prestar atenção ao aqui e agora. De repente, percebi que já sabia qual deveria ser o tema do filme". Daniel Filho substitui Paul Newman na dublagem de Doc Hudson

Direto das pistas - Além de Owen Wilson

(Relâmpago McQueen), Paul Newman (Doc Hudson) e Bonnie Hunt (Sally), os amantes da velocidade que tiverem a oportunidade de assistir a versão original serão presenteados com o elenco de dubladores que conta com alguns dos maiores ídolos do automobilismo, como os lendários pilotos Richard Petty, Mario Andretti, Dale Earnhardt, Jr., Darrell Waltrip e o alemão Michael Schumacher que faz a voz de uma Ferrari esportiva vermelha, com sotaque italiano. Já a trilha sonora é assinada pelo vencedor do Oscar®, Randy Newman, e tem a interpretação dos artistas Sheryl Crow, James Taylor, Brad Paisley, Rascal Flatts e John Mayer.

Cenas do filme: Acima, o personagem principal, Relâmpago McQueen, participando da corrida. Abaixo, um "bate-papo entre a Kombi hippie, Fillmore, e McQueen.

Por aqui - A The Walt Disney Co. Brasil escolheu a dupla Daniel Filho e Priscila Fantin para substituir os americanos Paul Newman e Bonnie Hunt na versão dublada de Carros. "É um filme para toda a família, recheado de aventura, emoção, romance. ‘Carros’ mostra que ser um vencedor não significa chegar sempre em primeiro lugar. É um filme que eu quero que os meus netos vejam’’, disse Daniel Filho, um grande fã dos desenhos Disney, tendo Zé Carioca como seu personagem favorito. Ele ainda é um admirador confesso de Paul Newman. "Minha preparação para fazer a voz de Doc Hudson foi rever alguns filmes de Paul e tentar aproximar a minha voz ao tom que ele havia dado ao personagem. Foi uma grande honra!", completou.

Red: o bombeiro


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São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

MERCADO/AUTOINFORME

Em maio, 18 novidades Entre modelos nacionais e importados, número de lançamentos no mercado interno totaliza 98 no acumulado de janeiro a maio deste ano ritmo de lançamentos da indústria automobilística continua forte, na média de uma novidade por dia útil. Algumas montadoras alteraram o catálogo de ofertas em maio e colocaram mais 18 carros no mercado brasileiro, isso contando todas as novas versões, configurações, tipos de motorização, acabamento, número de portas etc. Ao todo, no acumulado dos primeiros cinco meses do ano, já são 98 lançamentos. A maior novidade no mês passado veio da Ford, com a picape F-250 reestilizada e com nova motorização. Foram apresentadas um total de sete versões, das quais quatro com acabamento XLT, sendo duas com tração 4x2 e duas 4x4, além de outras três XL, das quais duas 4x2 e uma 4x4. Quatro desses lançamentos têm cabine simples e três vêm com cabine dupla. Além das picapes, a Ford também teve a chegada do Fusion, seu sedã de grande porte que é importado do México e está disponível, internamente, em apenas uma versão. Foram, ao todo, oito novidades da montadora de origem norte-americana. A Mercedes-Benz fez quatro lança-

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mentos. O Classe B 200, o R500, o R500 L e o ML 63 AMG. O B 200 é o que a marca chama de Sport Tourer, um carro compacto, mas com grande espaço interno. O modelo reúne as características de minivan e perua e custa no mercado brasileiro a partir de R$ 135 mil. A montadora alemã também começou a vender o Classe R, que chegou ao País em duas versões, ambas com motor 5.0 V8 e câmbio automático de sete velocidades. R500 custa R$ 380 mil e a R500 L sai por R$ 400 mil. O ML 63 AMG é o superesportivo mostrado no Salão de Frankfurt do ano passado. Tem motor 6.3 V8 e câmbio seqüencial de sete velocidades controlado no volante. Griffe - A Peugeot lançou três versões da nova linha 307, que foi reestilizada e está mais equipada, com câmbio automático e motor 2.0. Além da versão Griffe, chegaram as versões Feline com câmbio automático e manual. E a Volvo trouxe a versão com motor 2.4 do sedã S40. O P S40 2.4 passou a ser o modelo de entrada da marca sueca, com preço na faixa de R$ 129 mil.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO O próximo passo será adotar uma outra criança.

Logo Logo 20 www.dcomercio.com.br/logo/

Da atriz Angelina Jolie, na primeira entrevista concedida a um veículo da imprensa norte-americana desde o nascimento de sua filha com o ator Brad Pitt, Shiloh Nouvel, ao anunciar que o casal planeja adotar uma outra criança.

AFP

terça-feira, 20 de junho de 2006

JUNHO Recolhimento de ICMS, Simples, IPI e INSS Dia Mundial dos Refugiados

G ENÉTICA M EIO AMBIENTE

Seleção artificial

'Arca de Noé' das sementes 'Um cofre de alta segurança medindo cerca de 45m x 24m começou a ser escavado ontem numa montanha numa ilha remota acima do Círculo do Ártico numa iniciativa de mais de 100 países. O cofre conterá milhões e milhões de sementes de virtualmente todas as variedades de alimentos existentes no planeta. Trata-se de uma "cópia de segurança fundamental" na eventualidade de uma catástrofe planetária - o lugar aonde ir se a Terra for atingida por um asteróide, se houver um holocausto nuclear ou uma

guerra biológica, para que a humanidade não precise começar de zero novamente. "Teremos a base biológica de toda a agricultura, que realmente tem alguma relevância", disse Cary Fowler, secretário-executivo da Global Crop Diversity Trust (Fundo de Diversidade de Lavoura Global), a organização internacional que está coordenando a criação do cofre juntamente com o governo da Noruega. "É uma realização espetacular, e será a mais segura que os seres humanos são capazes de fazer."

R ECORDE Ali Jarekji/Reuters

Novo teste permitirá a pais selecionar embriões sem doenças congênitas

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ais com risco de transmitir doenças hereditárias para seus futuros filhos poderão, com a ajuda da ciência, selecionar embriões triados que não apresentem os genes defeituosos. A técnica, mais precisa e eficiente do que as atuais, expande o leque de mutações genéticas que podem ser detectadas antes que os embriões sejam implantados no útero. A técnica - desenvolvida no Guy's Hospital e chamada "preimplantation genetic haplotyping" (PGH) - foi desenvolvida por cientistas britânicos e apresentada ontem em

um congresso sobre fertilidade em Praga. Atualmente, cinco mulheres britânicas grávidas estão utilizando essa técnica, capaz de detectar desordens de metabolismo, como a fibrose cística e a distrofia muscular de Duchenne, duas das cerca de 4 mil defeitos genéticos que podem ser eventualmente identificados pelo teste. As cinco britânicas possuem graves desordens genéticas e optaram por esse teste experimental na esperança de dar à luz bebês saudáveis. O PGH é um teste que leva em consideração informações genéticas dos pais e dos filhos

anteriores do casal que sofre de alguma doença congênita. Com essas informações, os cientistas identificam as unidades defeituosas de DNA que podem, potencialmente, causar problemas nos bebês. A partir daí, os pesquisadores buscam marcadores que indiquem a presença de duas unidades desse tipo em um embrião, os chamados haplótipos, que indicariam os que estariam afetados pela doença. Pela técnica, o casal também pode descartar embriões femininos saudáveis, mas que pudessem transmitir o defeito genético para os netos do casal.

Suposta profecia de Nostradamus divulgada na imprensa espanhola ontem seria a previsão de que os espanhóis conquistarão o Mundial. "Quando acabar o 6º mês de 2006, o rei da Espanha atravessará os Pirineus com seu exército, tendo a Europa central como objetivo... O rei voltará triunfante, trazendo consigo o Santo Graal", diz a "profecia". Stefan Kiefer/AFP

B RAZIL COM Z

Pagode segrega mulher e amor O jornal El País, da Espanha, publicou no fim de semana uma entrevista com o músico brasileiro Tom Zé, realizada durante os intervalos de shows que ele realiza em Portugal. Tom Zé, que acaba de lançar o disco Estudando o Pagode: Segrega Mulher e Amor, uma opereta contra a segregação racial e sexual, falou ao jornal sobre arte, seu relacionamento com Gilberto Gil e Caetano Veloso e sobre o Brasil: "Sou um péssimo analista político, mas o povo e a classe média estão cada vez mais oprimidos pelos impostos e sofrendo uma grande redução do nível de vida. A Igreja continua fazendo das regiões mais pobres fábricas de desempregados, há famílias com 11 filhos e as favelas estão cheias de crianças que passam fome e necessidade. Tudo por causa da proibição da camisinha". A RTE Reuters

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Jordanianos dão os toques finais num sofá de sete metros de comprimento e dois metros de altura, construído com 70 metros de tecido para entrar para o Guiness Book como maior sofá do mundo.

B IOLOGIA

Celebridade com 126 anos

Pandas, longe da extinção

O homem mais velho de Cuba, o haitiano-cubano Benito Martínez Abogán, que viveu em três séculos diferentes, celebrou ontem 126 anos de vida, desfrutando de uma "longevidade satisfatória", segundo seus médicos. "Avião", como é conhecido, nasceu no Haiti em 19 de junho de 1880. Os médicos atribuem a longevidade de "Avião" ao fato de ter hábitos e estilo de vida adequados: viveu no campo, onde o ar é puro, comeu muita verdura, não abusou da gordura, do álcool nem do fumo.

Pesquisa divulgada na revista científica Current Biology sugere que o panda gigante não está próximo da extinção, como anunciado até então. Segundo os cientistas, as populações de pandas foram subestimadas e, atualmente, cerca de 3 mil deles estariam vivendo em seu habitat natural. Os números de pandas soltos foi estimado em cerca de mil animais anteriormente. O panda gigante há tempos é alvo dos caçadores e madeireiras e foi atingido pela falta de bambus, seu alimento, nos anos 80.

E M

Das mãos dos nazistas ao leilão

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C UBA

LEGENDÁRIOS DO BRASIL – Roberto Miranda, Jairzinho, Marco Antonio, Altair, Jair Marinho e Brito, campeões pela seleção brasileira nas Copas em 1962 e 1970, ontem, num restaurante de Munique. Eles estão na Alemanha para a Copa e para promover seu grupo musical, o Legendários do Brasil, lançado a 10 dias e dedicado ao samba e à salsa.

C A R T A Z

VISUAIS Gravuras e telas (na foto, Frida Kahlo) de Sonya Grassman. James Lisboa Escritório de Arte. Rua Artur Azevedo, 613. Telefone: 5906-1175. Das 10h às 20h. Entrada franca.

Informações ainda mais seguras

A Philips lançou um novo aparelho com um sistema de áudio que permite o arquivamento e a transmissão de centenas de músicas, em conexão sem fio, para qualquer lugar da casa. O WACS700 pode armazenar até 750 CDs e custas R$ 3.999.

A enciclopédia virtual Wikipedia, que já foi considerada tão segura quanto a Enciclopédia Britânica, apesar de poder ser editada por qualquer internauta, agora deve se tornar ainda mais segura. A fundação que administra o site anunciou que vai restringir a permissão para editar alguns verbetes polêmicos em sua base de dados para evitar o “vandalismo”. Nomes de personalidades e acontecimentos históricos que despertam a rivalidade entre povos e grupos religiosos serão alvos dessa restrição.

www.philips.com.br

http://pt.wikipedia.org

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York sobre o comércio ilícito de pequenos armamentos. A Control Arms diz que há cerca de 640 milhões de armas leves e armamentos de baixo calibre no mundo e oito milhões adicionais são produzidos a cada ano. Armas de fogo matam mais de mil pessoas diariamente, diz a Control Arms. A campanha, agora, quer que os governos criem princípios globais para regular transferências de armamentos e assegurem que as armas não acabem nas mãos de violadores dos direitos humanos. Pelo menos 30% dos entrevistados nos seis países disseram que algum dia, dentro dos últimos cinco anos, alguém de sua família ou alguém que eles conhecem foi ameaçado, ferido ou morto com uma arma de fogo. Na Índia, 3% reconheceram estar marcados pela violência

com arma de fogo. No Canadá, esse índice foi de 9%; na Grã-Bretanha, 11%. O Brasil teve o segundo resultado mais elevado, junto com a Guatemala: 51%. Na África do Sul, o índice de pessoas que sofreram violência com armas de fogo ou conhecem alguém nesta situação é de 54%. Além disso, mais de 60% dos entrevistados disseram "temer tornar-se vítima de violência armada", com o Brasil registrando o maior percentual: 94%. Em média, 62% dos entrevistados disseram que era muito fácil obter uma arma em seu país. Outros 87% consultadas querem "controles internacionais rígidos com relação aos lugares para os quais as armas poderiam ser exportadas" e 89% apóiam um controle sobre armas que entram em seu país.

L ITERATURA

Mindlin na Academia O empresário e bibliófilo José Mindlin deve ser eleito hoje para a cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que foi do escritor Josué Montello durante 52 anos. Mindlin concorre à vaga na ABL con outros quatro candidatos (Áureo de Mello, Júlio Romão, Nelson Valente e Vilma Guimarães Rosa, filha do autor de Grande Sertão: Veredas, livro que este ano completa o 50º aniversário da primeira edição. Mindlin tem 91 anos e a maior e mais rica coleção de livros do País, recentemente doada para a Universidade de São Paulo (USP). L OTERIAS Concurso 143 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

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Em qualquer lugar da casa

rês em cada dez pessoas entrevistadas em uma pesquisa feita em seis países foram vítimas de crimes com armas de fogo ou conhecem alguém que passou por esta situação nos últimos cinco anos. Segundo o estudo feito com mil pessoas no Brasil, na Grã-Bretanha, no Canadá, na Guatemala, na Índia e na África do Sul - há um grande apoio popular a restrições internacionais mais rígidas ao comércio de armas de fogo. Divulgado por um comunicado da campanha Control Arms, que reúne diversas organizações nãogovernamentais, o levantamento foi realizado pelo instituto de pesquisa Ipsos MORI em abril e maio, foi divulgado uma semana antes da abertura de uma grande conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova

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F AVORITOS

Marcas da violência

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G @DGET DU JOUR

P ESQUISA

Um retrato dourado pintado pelo austríaco Gustav Klimt que foi saqueado pelos nazistas no fim da década de 1930 foi vendido por preço recorde. O retrato de Adéle Bloch-Bauer pintado em 1907, foi comprada por um museu de Nova York em parceria com o magnata dos cosméticos Ronald Lauder. A obra foi colocada à venda por Maria Altmann, sobrinha de BlochBauer, e sua família. Altmann, atualmente com 90 anos, brigou na justiça contra o governo austríaco durante sete anos para recuperar a pintura. O valor pelo qual a obra foi leiloada não foi revelado pelos compradores mas especialistas envolvidos na avaliação da obra asseguram que o retrato foi vendido por US$ 135 milhões.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Pelo menos 47% dos palestinos votarão 'sim' em plebiscito sobre reconhecimento de Israel Gordura, colesterol alto e diabete potencializam riscos de enfartes, alertam médicos Nos EUA, especialistas dizem que gordura trans não pode ultrapassar 1% das calorias

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terça-feira, 20 de junho de 2006

Segurança Convergência Varejo Hi-tech Automação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CONTRA-TENDÊNCIAS TAMBÉM DEVEM SER OBSERVADAS PELOS COMERCIANTES

A "caça por barganhas" é uma das tendências duráveis apontadas pela especialista

Centenas de empresas especializadas em produzir brindes fazem todo o serviço –do orçamento à confecção e entrega– sem que o cliente tenha nenhum trabalho; ferramentas online permitem visualizar no computador como o produto final vai ficar Rachel Melamet opa do Mundo é a época ideal para colocar a marca da sua empresa em campo. Qualquer objeto verde-amarelo é disputado como um troféu e usado com orgulho, desde um simples chaveiro ou fitinha no pulso até brindes mais sofisticados como relógios, guarda-sóis, sacolas, passando pelos tradicionais bonés e camisetas da Seleção. Antes que você desanime só em pensar na trabalheira de percorrer as fábricas especializadas, na maratona telefônica em busca de cotações e orçamentos e nas dificuldades para visualizar o produto escolhido com a sua logomarca, olhe para o seu computador. Basta uma conexão com a internet e, com uns poucos cliques, tudo estará resolvido como num passe de mágica. É só aguardar a entrega e partir pro abraço com seus clientes e funcionários, satisfeitos com o mimo e transformados em agentes multiplicadores do seu negócio. A onda dos brindes online só faz crescer. Os sites interativos onde o cliente pode montar online a peça desejada, escolhendo cores, modelos, texto e imagem, são a coqueluche do momento. É possível criar camisetas, relógios, kits promocionais e até a nova febre das lembrancinhas –a sandália de dedo. Sandálias virtuais – A Dom Bosco, empresa especializada em convites e acessórios, com sede em Ribeirão Preto, notou o potencial de negócios via web e

resolveu investir. A empresa já oferecia as sandálias para seus clientes, mas identificou a necessidade de mostrar antecipadamente o resultado da personalização e facilitar a realização de orçamentos. O resultado foi uma página bastante interativa, produzida em Flash, que permite aos clientes montar suas sandálias com as especificações de solado, tiras, etiqueta, texto e grafismos. Escolhido o visual, basta preencher um formulário com dados pessoais ou da empresa, contato e quantidade desejada. O sistema traduz a imagem apresentada na tela nas características técnicas do orçamento Apenas 24 horas após a colocação da nova ferramenta no ar, o site da Dom Bosco recebeu mais de 40 pedidos de orçamentos de todo o Brasil. Os clientes passam horas brincando de designer e criando diferentes modelos até escolher o definitivo. "A ferramenta virtual foi pensada como uma forma mais lúdica do cliente ter contato com o produto que sonha em adquirir", diz Guilherme Calil, diretor da Dom Bosco. Doces lembranças – Fisgar o cliente pelo estômago também está na moda. Balinhas, pirulitos, biscoitos, barrinhas de cereais e docinhos de amendoim típicos das festas juninas são as vedetes no site da Donna Produtos Personalizados. A empresa paulista entrou no mercado de brindes em 2001, distribuindo lâminas refrescantes –semelhantes a pedacinhos de papel celofane que se transformam em balinhas ao contato com a saliva– importadas do Japão. Mas logo seu corpo gerencial, que tinha experiência na indústria de doces e guloseimas, percebeu o mercado potencial para brindes comestíveis e resolveu diversificar. Hoje o empreendimento é um sucesso e produz guloseimas com embalagens personalizadas para empresas de todo o país.

A Donna oferece layouts temáticos para datas comemorativas como Carnaval, Copa do Mundo, Festas Juninas, Dia das Mães, Dia dos Namorados, bastando ao cliente enviar sua logomarca para ser adicionada. Se não se interessar pelos modelos já existentes, pode enviar sua sugestão e receber um "layout virtual" via e-mail para conferir o resultado antes de efetuar o pedido. Camiseta em erro – No site da KmiseTas, também interativo, o cliente segue um passo-apasso onde escolhe modelo, tamanho, cor e estampa das camisetas promocionais, evitando as surpresas posteriores nem sempre agradáveis, como escolher uma cor de camiseta que acaba não destacando bem a logomarca, ou uma estampa grande ou pequena demais. À medida que a peça vai sendo montada, os detalhes e o preço aparecem na tela. Se o cliente autorizar que a marca KmiseTas seja impressa numa das mangas, ganha um desconto de R$ 1,50 em cada peça. Basta então indicar a quantidade desejada e o valor total da encomenda já aparece junto ao modelo. Tem de tudo – Imagine qualquer tipo de brinde –desde uma garrafinha de cachaça até uma barraca de praia, passando por jóias exclusivas, arte em cerâmica, lembranças ecologicamente corretas e até brinquedos como um quebra-cabeça personalizado com a foto do seu produto. Tudo isso e muito mais pode ser encontrado na web. Mas se você não quer perder tempo navegando, vá direto ao site Brindes.com. Lá estão listados nada menos que 800 fabricantes e revendedores de brindes. Você pode escolher digitando o tipo de brinde que deseja, e a faixa de preço. Aproveite para se cadastrar gratuitamente na página e tenha acesso ao serviço de armazenamento de cotações, que facilita o trabalho na hora de comparar orçamentos.

Fotos: Captura de telas

Crie e encomende brindes personalizados pela internet

Os sites interativos onde o cliente pode montar online a peça desejada, escolhendo cores, modelos, texto e imagem, são a coqueluche do momento ENDEREÇOS www.brindes.com www.dombosco.cc www.donna.com.br www.kmisetas.com.br www.sertha.com.br www.uaubrinquedos.com.br

Especialista analisa tendências para o varejo em 2006

arita Wesely-Clough, especialista em tendências do Hallmark Research Department, falou recentemente sobre as principais tendências do varejo em 2006. Seu foco é o setor de varejo nos EUA, mas a maioria das observações pode ser aproveitada pelo setor comercial no Brasil. Marita nota que enquanto algumas tendências se consolidam e tornam-se hábitos de longa duração, outras passam rapidamente. Como exemplo de tendências duráveis no varejo, Marita aponta a "caça por barganhas" em lojas de todas as categorias, e a crescente influência do Oriente no varejo ocidental. A especialista também nota a emergência de várias "contra-tendências", que também devem ser observadas pelos comerciantes. Uma das principais tendências observada por Marita é uma busca intensa por sig-

cionamentos. Segundo Marita, "é essencial manter uma proximidade com os consumidores para descobrir o que está influenciando os pensamentos e sentimentos que eles querem expressar". Abaixo, algumas das principais tendências e contra-tendências analisadas por Marita Wesely-Clough. Dissonância – Forças opostas e polarizadas estão em todos os lugares –na economia, nas ideologias, nos padrões morais, na religião, na política. Para a maioria das pes-

nificado, por sentidos, em uma sociedade cada vez mais rápida, tecnológica e com grande nível de estresse. A especialista da Hallmark disse que entender as pressões sobre o consumidor é o primeiro passo fundamental para criar produtos que se adequem perfeitamente às suas necessidades. O varejo de sucesso é aquele capaz de oferecer produtos que ajudem as pessoas a expressar suas emoções e fortalecer seus rela-

soas, a sensação é de que muita coisa ocorre fora do controle. Viver com essa dissonância é o preço do mundo moderno. Do mesmo modo que na música a dissonância se resolve com acordes harmônicos, o varejo deve buscar oferecer experiências que levem a uma satisfação pessoal, integração pessoal e harmonia interior. Contra-tendência: mais significado – A busca por significados ganha mais relevân-

Conclusões podem ser aproveitadas no Brasil Sergio Kulpas cia. Elementos intangíveis como objetivos, satisfação e qualidade de vida têm cada vez mais importância. Elementos acessíveis a todos (como histórias, relacionamentos, família, amizade, empatia) tornam a vida mais rica e relevante. Presente perfeito – É preciso aproveitar o momento atual. A vida de hoje é cada vez mais rápida e complexa, e isso impõe uma grande pressão sobre nossas mentes e espíritos. É preciso contrabalançar essa velocidade com a valorização do presente, desacelerar e saborear o momento, o que leva a melhores decisões de compra. O triunfo do realismo – A mídia ajudou a transformar o realismo, o "verdadeirismo" dos reality shows, em grande tendência. Não exatamente ficção, nem precisamente a verdade, esse "verdadeirismo" é apreciado pelas pessoas. Uma maneira de descrevê-lo seria dizer o que poderia ter acontecido ou o que as pessoas gostariam que acontecesse, destacando os resultados mais atraentes e desejáveis. A realidade factual, em termos comerciais, não é tão atraente quando esse tipo de realismo. O "verdadeirismo" está ganhando grande aceitação como uma maneira de descrever a realidade. Luxo 3.0 – O que constitui o "luxo" está evoluindo para um novo nível. No passado, a embalagem perfeita, o vestido de alta costura, a marca mais atual eram elementos importantes de status e atenção. Esse foi o primeiro nível do luxo. No nível seguinte, vemos a superpersonalização, itens de designer, experiências exclusivas em spas –férias exclusivas, onde cada detalhe foi pensado para o consumidor individual. A versão 3.0 do luxo será baseada em

tempo + espaço. Alguns poucos privilegiados poderão contratar outras pessoas para lidar com todos os aspectos incômodos da vida moderna e tecnológica, deixando essa elite livre para lidar com outros assuntos mais importantes. Ter tempo, ter espaço, estar seguro –esses luxos intangíveis serão uma resposta à necessidade de um oásis de calma dentro de um mundo turbulento. Déficit de atenção induzido – As distrações devem aumentar no futuro. Telefones celulares, iPods, computadores pessoais, DVDs, TVs, laptops: todos competem por uma fatia da atenção do consumidor e invadem nossas vidas. As pessoas vão sentir que a experiência da realidade ficará tão fragmentada que sua habilidade de se concentrar ficará bastante reduzida. "Multi-tarefa", que já foi chamada de grande tendência do futuro, será reconhecida como apenas mais um fator a contribuir com essa falta de concentração. Novo e excitante... Agora ! – Cada vez mais as pessoas são atraídas para o que é novo e excitante. Atingidas pela publicidade, as pessoas ficam insatisfeitas com o que já têm, com o estado atual de suas vidas, e acreditam que "algo diferente" deve ser melhor e mais satisfatório. Isso leva à uma busca pelo novo, o mais moderno, a nova marca. Não é preciso ser bom, se for novo. O Oriente encontra o Ocidente – O grande potencial do Oriente está prestes a afetar o Ocidente em larga escala. A China está ocupando o centro das atenções com seu grande potencial industrial e intelectual, e outras nações asiáticas também convergem nesta tendência. Prontos para causar grande impactos, "os dragões adormecidos" acordaram. Contra-tendência: o Ocidente encontra o Oriente – Na vanguarda comercial por muito tempo, os EUA e a Europa vão mudar de ritmo. As potências intelectuais e industriais não serão mais monopólio do Ocidente. Como resultado, o número de pessoas na classe média global vai aumentar –mesmo que a separação entre pobres e ricos no mundo se torne mais pronunciada. sergiokulpas@gmail.com


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Convergência Varejo Hi-tech Fotografia Segurança

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de junho de 2006

O problema é que quando se pensa em câmeras digitais, infelizmente não é a marca Sony que vem à cabeça. Nós vamos mudar essa posição. Yutaka Nakagawa, Sony

A MAIORIA DAS CÂMERAS DIGITAIS AGORA TRAZ ESTABILIZADOR

Jogos online: conectando milhões de pessoas e a alternativa de jogar em lan houses nem sempre é possível, os jogos online têm sido uma boa saída para quem curte disputas com outros usuários pela rede. Aliás, o número de títulos de games que reúnem no mesmo ambiente milhares de jogadores conectados pela internet, os chamados "massive multiplayer online role playing games", tem aumentado de forma significativa. Priston Tale é um exemplo de investimento bem-sucedido. Antes mesmo de ser lançado no Brasil, cerca de 200 mil brasileiros já estavam cadastrados para jogar a versão em inglês. A expectativa é maior com a versão brasileira, já que o seu criador, Kenny Zee, nascido na Coréia do Sul, veio ao Brasil especialmente para garantir o perfeito funcionamento do jogo. Priston Tale é sucesso no mundo inteiro e conta com o cadastro ativo de mais de 10 milhões de pessoas. A história do game se passa no Games que reúnem continente de Priston e o jogo oferece gráficos altamente detalhados, jogadores via internet com muita ação, efeitos visuais e sonoros estonteantes. Por ser um jogo ganham novas do tipo RPG, os jogadores podem esversões em português colher as características de seus personagens, que devem evoluir. Ele Fábio Pelegrini permite ainda uma visão 360 graus em todos os ambientes, através de câmeras independentes e flutuantes por todo o cenário, com lutas em "tempo real" e sistemas exclusivos de interatividade, que facilitam a formação de comunidades e clãs, além de possibilitar diálogos entre os participantes. A versão em português pode ser obtida no site do game: www.priston.com.br. A Level Up! (www.levelup games.com.br) não fica atrás. Reconhecida pelo sucesso do Ragnarök, que conta com uma comunidade de mais de 700 mil jogadores, a empresa trouxe para o Brasil cinco jogos online. No cardápio estão a Guild Wars, City of Heroes, City of Villains, Lineage II e o Grand Chase que pertence à Korean Online Games. O Lineage II traz um cenário montado 150 anos antes da unificação do reino de Aden, onde se desenrola o Lineage original, e é tomado por ferozes batalhas entre as cinco raças: humanos, elfos, elfos negros, anões e orcs, cada uma com suas habilidades e características únicas. City of Heroes foge do cenário medieval. Seu ambiente é a metrópole Paragon City onde heróis inspirados

Fotos: Divulgação

Jogos como GunBound, Ragnarök, Priston Tale e PangOnline atraem cada vez mais jogadores para o universo dos "massive multiplayer online role playing games"

nas histórias de quadrinhos enfrentam nas ruas, céus e esgostos, quadrilhas do crime organizado, monstros e aliens que ameaçam os cidadãos. Um dos grandes atrativos é a criação do personagem, que é quase um jogo dentro do outro, tantas são as opções à disposição. Já o City of Villains é uma seqüência de City of Heroes e utiliza a mesma ferramenta de criação para os vilões de Paragon City. Além disso, os jogadores podem montar sua própria fortaleza do crime e enfrentar os heróis da cidade em áreas PVPs (player versus player). Guild Wars é um game online com ênfase em recompensar os jogadores pelas habilidades e não o número de horas jogadas. Num mundo chamado Tyria, guildas (as corporações de ofício medievais) se formam e lutam umas contra as outras. Para os amantes de jogos de tiro em primeira pessoa (FPS) Pang Online (www.pangonline.com.br) é uma opção. As informações são trocadas diretamente entre os PCs dos jogadores (sistema P2P), agilizando a velocidade das disputas pela internet. Sucesso na Coréia do Sul, o game chega ao Brasil pelas mãos da OnGame, que também é responsável pela febre Gunbound no país. PangOnline está em português, é gratuito e diferentemente dos jogos militares de batalhas, oferece diversão sem dificuldade. Pode ser jogado por até oito jogadores simultâneos, que abrangem nove modalidades distintas, desde combates em que cada um é por si até disputas entre clãs. Com a experiência adquirida nas vitórias, é possível melhorar os atributos dos personagens, como a precisão nos disparos ou sua agilidade, por exemplo. Se o jogador quiser acelerar o processo, basta adquirir créditos através do site ou em lan houses autorizadas. A OnGame também é a responsável oficial e exclusiva do GunBound (www.gbound.com.br) no Brasil, um dos jogos de estratégia online mais populares na China, Indonésia e Tailândia. No Brasil, o ele chegou em 2004, já com versão em português e tem 1,4 milhão de jogadores cadastrados. A sua jogabilidade é muito simples e o desempenho de cada jogador depende muito mais da capacidade de bolar estratégias do que ter conhecimentos do jogo. A maioria dos games tem acesso grátis, mas para ter alguns dos recursos especiais de evolução do personagem é preciso pagar –afinal, os provedores têm de ganhar de alguma forma. Com uma boa conexão e com tantas opções de títulos a diversão é garantida, difícil mesmo vai ser sair de frente ao micro.

Fotos: Ana Maria Guariglia

A pequena C-Lux 1 teve um bom desempenho nos testes, tanto nas fotos internas do casarão quanto nos registros externos

A compacta acompanha as inovações das similares e vem equipada com uma objetiva pomposa versão das antigas câmeras 35 mm, a DC Vario-Elmarit, com zoom óptico de três vezes Ana Maria Guariglia

C-Lux 1: uma Leica que cabe no bolso da camisa C-Lux 1 é a primeira digital da nova linha compacta da Leica Câmera AG e com um preço em torno de US$ 495. Lançada no início de abril deste ano (sem previsão para chegar ao país), ela traz inovações para acompanhar as tendências das similares compactas da Olympus, Panasonic, Nikon e Samsung. Começa pelo tamanho, 5 x 10 cm para caber literalmente no bolso da camisa. A capacidade de resolução é de 6,37 Megapixels (2.816 X 2.112 pixels) e a objetiva é a pomposa versão das antigas câmeras 35 mm, a DC Vario-Elmarit, com zoom óptico de três vezes (quatro de digital), de 28-102 mm e foco automático. Não é por acaso que as objetivas da Leica se tornaram lendárias. Nessa camerazinha, ela é formada por sete elementos perfilados em quatro

grupos e com abertura de f/2.8, significando muita luminosidade e excelente acuidade. O conjunto de objetiva possui seu próprio microchip para combinar foco automático extremamente sensível. O mesmo microchip está conectado ao estabilizador de imagens OIS (Optical Image Stabilizer), que evita fotos tremidas em qualquer situação, compensando o movimento das mãos. O estabilizador é um recurso que tem aparecido na maioria das digitais. Isso acontece porque a câmera de pequeno porte tende a tremular nas mãos, causando fotos borradas. Na pequena Leica, o estabilizador funciona mesmo. A C-Lux 1 faz videoclipes com som no formato 16:9, com resolução de 840 x 480 pixels, em 4:3, 640 x 480 pixels, e ainda você pode optar por 320 x 240 pixels. Os movi-

mentos são gravados a 30 ou 10 quadros por segundos , limitados pela capacidade de memória do cartão. Acompanha a compacta o cartão SD (SecureDigital Card) de 64 Megabytes e você também poderá usar o MMC (MemoryMediaCard). Acompanham ainda uma bateria para 320 fotos, conforme diz o manual, o software Adobe Photoshop Elements 4.0 e o QuickTime Movie Player, além dos cabos necessários para as ligações com PC. Para conhecermos a Lux, fotografamos um antigo casarão no bairro da Liberdade, em São Paulo, construído pelo pensador português Antonio Olívio Rodrigues (18791943), em 1909, fundando no país o Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento. A digital foi regulada para ajustes automáticos e flash, funcionando perfeitamente bem. Pode-se ver com nitidez as fi-

guras um tanto deterioradas e que decoram a casa interna e externamente. Por fora, esse patrimônio histórico é ornado por esculturas em mármore, que representam a força de Hércules, segurando as colunas frontais. Por dentro, os ornamentos como anjos, em bronze, contornam o grande salão central bastante desgastado e um enorme lustre também em bronze, com símbolos esotéricos. Não tivemos problemas com o flash que tem bom alcance (cerca de cinco metros) e bom desempenho, iluminando as cenas dispostas no salão circundado por lâmpadas comuns. A objetiva é bastante luminosa e contribuiu para a escolha dos enquadramentos e registro das cores. Para saber mais: www.leica.com

Reflex da Sony é revelada revista eletrônica japonesa Crisscross (www.crisscross.com/ jp/news/374904) revelou os mistérios que envolvem a digital reflex da Sony, que tira fotos por meio de um conjunto de espelhos. Seu nome? Alpha DSLR A100, com 10,2 Megapixels, e CCD que, segundo a empresa, literalmente combate fotos tremidas com o patenteado sensor Super Steady Shot, conhecido nas câmeras de vídeo digital de sua fabricação. O corpo da digital custará US$ 900, com a objetiva Carl Zeiss alemã de 1870 mm, US$ 1.000, e o usuário poderá adquirir outras 20 objetivas. A maioria das marcas Konica Minolta também

poderá ser usada na nova reflex. A Sony declarou que espera abocanhar grande fatia do mercado das reflex, concorrendo com as marcas conhecidas do setor. Yutaka Nakagawa, presidente de imagem digital e áudio da fábrica japonesa, disse que atualmente esse mercado está nas mãos da Canon e Nikon, que controlam mais de 80% do total. "O problema é que quando se pensa em câmeras digitais, infelizmente não é marca Sony que vem à cabeça. Nós vamos mudar essa posição." A Matsushita Electric, fabricante das câmeras Panasonic, fez uma aliança com a Olympus no ano passado, e a Samsung Techwin, da Coréia do Sul, fez parceria

com a Pentax. Segundo Nakagawa, essas uniões de força não assustam: "Esperamos embarcar para todo o mundo mais de 500 mil digitais reflex A100, começando já a partir do próximo mês de julho". Outras características descritas consistem na bateria para 750 fotos, monitor de 2,5 polegadas, arquivos RAW e JPEG e grande visor óptico para facilitar as composições. Utiliza cartões de memória CompactFlash, Microdrive e MemoryStick. Se você estiver interessado, a Sony divulgou um endereço na internet: www.sonystyle.com/retail. (AMG)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

terça-feira, 20 de junho de 2006

RESENHA

NACIONAL

RESTA O FALSO BUSSUNDA

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Ridendo castigat mores — rindo, moralizam-se os costumes — diz o busto do Arlequim. Essa bem poderia ser a divisa de Bussunda, que se vai precocemente, como qualquer ser humano que preste, ainda que viva mais de 110 anos: ele iria fazer 44. A reportagem que assinei em companhia da jornalista Betina Bernardes, então na equipe da revista, evidenciava que o País se preparava para assistir a um dos mais vergonhosos espetáculos de adesismo do jornalismo político de que se tem notícia. Ao “jornalismo mentira” tomado como regra, opôs-se, então, o “humorismo verdade” do pessoal do Casseta & Planeta, que não perdeu nada do seu vigor, mesmo sendo uma

REFORMA TRIBUTÁRIA

O futuro Congresso Nacional

Cláudio Besserman Vianna, bom pensador que preferia ser humorista

PAULO SAAB Gianne Carvalho/Divulgação

(ou “olho”, como se diz no jargão jornalístico): “A sátira política do Casseta & Planeta une todas as classes sociais do país e faz rir menos do que certo jornalismo que se quer sério. Bussunda, o ‘Lula’ da turma, é uma das estrelas do grupo que chega no mês que vem aos cinemas com o filme A Taça do Mundo é Nossa: a ditadura e a esquerda como farsa”. Cláudio Besserman Vianna, o Bussunda, era um homem notavelmente inteligente e, vejam vocês, um bom pensador que preferia ser humorista. Sérgio Besserman Vianna, que presidiu o IBGE no governo FHC, é uma das melhores cabeças do País e não deve nada ao irmão em senso de humor. Mas sempre preferiu o rigor da política, da sociologia aplicada e da matemática.

das atrações da Globo, a emissora-líder de audiência. O pessoal não se acomodou na fama e fez o devido trabalho de desconstrução da mitologia vagabunda que fermentava em torno de Lula. O país fica mais burro. Bem pensado, por que haveria de ser o contrário? Agora só falta a longevidade premiar os canalhas e levar os homens de bem. Bussunda era o imitador do presidente. Não é exagero dizer que o verdadeiro Lula morre junto com o humorista. Restou-nos um falso Bussunda, este sem nenhuma graça. A Sérgio, meu amigo, por quem tenho um afeto fraterno, à família de Cláudio e a seus amigos do Casseta & Planeta, o meu abraço triste e comovido. COMENTÁRIO DE REINALDO AZEVEDO DISPONÍVEL NO SITE WWW.PRIMEIRALEITURA.COM.BR

O verdadeiro Lula morreu com o humorista

T

emos, os brasileiros, uma oportunidade excelente para buscarmos mudar, através do voto, o perfil do Congresso Nacional. Poder da República que representa a população e os estados federados do País, o Congresso Nacional não tem sido propriamente um exemplo de orgulho e trabalho digno para a Nação. Há entre os deputados federais e senadores, certamente, parlamentares que honram seus mandatos, mas perdemse no barulho e ousadia dos que, sentados em confortáveis cadeiras legislativas, dilapidam o patrimônio público, desonram o voto recebido e envergonham o País. Antes da escolha, as eleições de outubro próximo deverão merecer (ao menos deveriam merecer) uma reflexão como nunca antes foi exigida do eleitor brasileiro. Não falo dos cargos executivos, como presidente da República e governadores de Estado. Aqui, a cautela pelo palpável hipnotismo e ilusão que estão sendo aplicados sobre a massa é obrigatória. Falo dos cargos de deputado federal, estadual e senadores. A oportunidade de renovar é essa. É verdade que não há possibilidade de debate, discussão e mudança nos hábitos eleitorais, a ponto de dar ao eleitor melhores condições de avaliação dos que se apresentam como candidatos. Mas será uma evolução muito grande se o eleitor pensar duas vezes antes de oferecer seu voto a qualquer um. O futuro Congresso Nacional precisa ser oxigenado. Os mensaleiros, os corruptos, os despudorados fazem mal ao País hoje no exemplo

futuro. A legislação prevê uma mudança que permitirá um quadro mais enxuto de partidos políticos na vida nacional. Deverá ocorrer uma depuração na proliferação de siglas hoje existente, por força da cláusula de desempenho (ou "de barreira"), que exigirá nestas eleições uma performance de votos que muitos partidos de aluguel ou ocasião não irão obter. Deverá ocorrer um fortalecimento do PFL, PSDB, PMDB e PT, e um possível surgimento de uma outra agremiação agregando os pequenos de hoje, com os membros que não tiverem migrados para os grandes. É uma oportunidade espetacular para termos, pelo voto, partidos mais fortes, coerentes, consistentes e menos picaretagens. Ficará mais fácil para o governo federal se relacionar com o Congresso, na medida em que existirão menos partidos. Espero que seja uma oportunidade de diminuir a incestuosa relação hoje existente e não um aumento de facilidades nas "negociações".

E

stará nas mãos dos eleitores definir como será esse futuro Congresso. Não tenho esperanças maiores. Os vícios, a legislação inadequada, a falta da fidelidade partidária e do voto distrital, aliados à desinformação política do brasileiro médio, contribuem para que possam voltar à cena joões paulos, genoinos, luizinhos, waldemares, janenes e quetais. Mas é uma possibilidade em aberto. Poderia haver uma surpresa positiva, dada pelas urnas: a oxigenação dos palácios do País.

O futuro Congresso precisa ser oxigenado. A oportunidade de renovar é essa.

Deputados e menores infratores ARTHUR CHAGAS DINIZ

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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Auditado pela

andidato lançado pelo PSDB, Geraldo Alckmin assumiu um compromisso que muito nos anima, o de proceder à tomada de providências que efetuem a reforma tributária de que tanto necessita o País. Estamos fartos de saber que dificilmente se deve acreditar em promessa de candidato, pois a falta de palavra é comum nesse agitado mundo, palavroso e não raro ineficaz, e é o que há de mais falso. Mas abrimos crédito para o candidato Alckmin, que demonstrou ter palavra no governo de São Paulo. Homem modesto, comedido nas palavras e nas promessas, provou no exercício de sua administração que sabe honrar a palavra. Daí a nossa alegria, embora saibamos muito bem que a corrida presidencial é mais dura que uma prova olímpica e exige fôlego abundante até a reta final.

C Céllus

morte levou precocemente Cláudio Besserman Vianna e, com ele, foi-se o verdadeiro presidente, restando-nos, no palácio, o humorista involuntário sem nenhuma graça. Em outubro de 2003, Bussunda foi capa da revista Primeira Leitura. E nos concedeu uma entrevista exclusiva, em que falou muito sério. Era um grande sujeito e irmão de outro. Bussunda foi capa da edição nº 20 da revista apenas 10 meses do governo Lula, quando a maioria da imprensa vivia, então, em lua de mel com o governo. Era este o título da capa: “Este país é do casseta”, com o seguinte subtítulo

A

listagem de candidatos do PT mostrou, com toda a clareza, o que pensa o Partidão dos mensaleiros, cujas cassações foram propostas pelo Conselho de Ética da Câmara e que não foram punidos por seu plenário. Cai o pano. O partido que, no passado, se dizia defensor da ética, agora não só não a defende como também é, aguerridamente, contrário à punição dos antiéticos. Pode-se fazer de tudo, que não haverá punição nem na Câmara nem no Partido dos Trabalhadores. Os deputados que para serem julgados por crime comum precisam de licença da Câmara também não são puníveis por desvio de conduta. Vejo a legislação dos menores infratores com muita semelhança. Até completar 18 anos, o cidadão é considerado menor e, ao invés do processo penal e do júri popular, por mais hediondo que possa ser seu crime, tem o benefício da menoridade. Isto significa que, quando caracterizados seus crimes (de roubo e assaltos até homicídios), deverá ser recolhido a unidades especializadas para ser ressociabilizado. Não vale a pena descrever os resultados desse programa. O mínimo que se po-

de dizer é que os jovens delinqüentes têm na Febem um curso de pós-graduação no crime. A maior utilidade prática dessa "impunibilidade" tem sido a de se atribuir (com seu consentimento) crimes a menores quando é politicamente conveniente. O caso mais flagrante foi o do assassinato do prefeito Celso Daniel, assumido por um menor, hoje já em liberdade. As circunstâncias do crime não deixam dúvidas da responsabilidade política da execução do prefeito de Santo André.

E

assim continuam, deputados e menores delinqüentes, cometendo crimes que vão de falso testemunho a assassinatos. Tanto para uns quanto para outros falta responsabilidade criminal e cadeia. São inimputáveis. Um cínico poderia, com certa razão, alegar que os menores delinqüentes, se quiserem continuar no crime, terão que se abrigar em legendas. Em alguns partidos se aceita de tudo. Desde gente que recebeu R$ 20 mil – como Luizinho – até Janene, que recebeu R$ 4 milhões. ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

D eputados e menores delinqüentes escapam da cadeia. São inimputáveis.

Geraldo Alckmin assumiu um compromisso que nos anima: fazer a reforma tributária de que tanto precisamos á escrevi nesta coluna que vejo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato forte, por ter tido eleição farta e estar no cargo usando do direito de fazer propaganda com o uso do poder de governar. Mas, repito, em eleição tudo é possível, não só aqui como em todos os países democratas e regidos politicamente pelo voto, direto, secreto e universal. As pesquisas de opinião, embora falíveis, dão uma idéia do que se passa na área da corrida presidencial e é nessa que todos os brasileiros se encontram. Geraldo Alckmin vem do interior, que é a coluna de resistência da sociedade brasileira ameaçada pela decadência do modernismo, pelos vícios, destemperos, sexualidade violenta e outros males que pululam, principalmente nas novas gerações. Com o espírito do interior profundo, do qual tanto esperamos como revitalização de usos e costumes, Geraldo Alckmin dá esse exemplo. Mas a luta é dura. Ele sabe disso, como também sabe o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e vão prová-lo na áspera raia da corrida até o Planalto.

J

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de junho de 2006

DOISPONTOS -77

A

Sede de tragédia ão é de hoje que a Globo se beneficia de fatos e acontecimentos trágicos para capitalizar a atenção dos telespectadores brasileiros. O falecimento do humorista Bussunda foi, ao meu ver, um destes acontecimentos que alimentaram esta sede de sangue da Globo. Revestida da credibilidade adquirida ao longo do tempo e às custas de uma mídia financiada por governos que se aproveitavam inescrupulosamente deste meio de comunicação, em uma relação simbiótica de cumplicidade paga,

N

ela solenemente anunciou como sempre o fez, o falecimento deste humorista. Como se não bastasse os momentos de tristeza e luto vividos pela família deste rapaz, ela anunciou que durante o seu programa Fantástico iria rever momentos de alegria produzidos durante o tempo em que o mesmo e sua turma divertiram os telespectadores com suas tiradas de sarcasmo inteligente e irreverente. A falta de escrúpulos não seria tão grande se ela, a Globo, tivesse usado um tempo do

programa para simplesmente apresentar uma biografia do Bussunda e não takes e mais takes durante o Fantástico inteiro com o claro objetivo de prender o espectador ávido por conhecer mais da vida deste artista e prolongar o sofrimento de seus familiares. Como se não bastasse, e mostrando a que veio, a Globo, assinou em baixo tudo o que escrevo acima com a brevíssima reportagem sobre o GP de Motovelocidade, onde satisfez mais vez sua sede de sangue, informando tão somente o grave

Fábio Costa/Agência O Globo

A dor da família e dos amigos de Bussunda foi ampliada sem pudor

acidente ocorrido na prova sem, no entanto dar conhecimento aos telespectadores informações relevantes para o esportista que admira esta competição das 500 e 250 CCs, como classificação da prova e do campeonato, onde o brasileiro Alexandre Barros ainda compete e representa o país com denodada dedicação. Se é o horror, a tragédia e o sangue, a Globo lhe dá, telespectador. A informação, essa vem em último lugar ! ROGÉRIO RAYMUNDO, INDAIATUBA, SP RRRIVA@IG.COM.BR

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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

O rei do churro

ão me surpreenderei se, amanhã, Lula da Silva afirmar que o pastel de feira e o churro de roda nunca fizeram tanto sucesso como em seu governo. Tais feitos podem parecer menores, para quem, como ele, já prometeu mudar a geografia econômica internacional e erradicar a fome do mundo, além de pretender interferir na escolha do papa. Sua Excelência desconhece limites. Há dias, no Rio de Janeiro, durante a inauguração de uma pedra fundamental, cuja obra não tem terreno para ser construída, ele disse que a Petrobras foi "reeducada" pelo seu governo para atender aos interesses nacionais. Nada demais para quem se presta a inaugurar linha telefônica. A Lula o que de Lula é: o homem cora sempre, mas segue impávido, com suas lorotas. O jornalista Rui Nogueira, de Primeira Leitura, em artigo recente, fez uma observação pertinente: "Lula trata a ficção como fato, mas o noticiário não afronta Sua Excelência". Durante a campanha eleitoral de 2002, a propaganda petista dizia ter propostas consistentes para resolver todos os problemas do País – da educação à segurança, passando por todas as demais áreas da administração pública. No quesito "segurança", o que viu foi uma tentativa de "blindar" o presidente da República e muitos dos que lhe são próximos, com a nomeação do criminalista Márcio Thomaz Bastos para o Ministério da Justiça. O resto, como se sabe, deu em nada. Na área da saúde, como observa o ex-ministro José Serra, a norma tem sido desativar programas que foram bemsucedidos na administração passada – a começar, para ficarmos num único exemplo, pelo fim dos mutirões cirúrgicos, como os da catarata.

N

M

MILTON FLÁVIO (PSDB) Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

BENEDICTO FERRI DE BARROS O ELEFANTE E OS CEGOS lém dos anúncios, dois tipos principais de matérias compõem as páginas de um jornal: as notícias, que informam sobre o que se passa, e os comentários, que procuram interpretar seu significado para a compreensão do leitor. Nada a dizer com referência à veracidade do noticiário. Ele é fiel, mesmo quando estampa claras mentiras de declarantes. E é fiel, também, quando transmite fatos contraditórios, bons

A

A política, com toda a irracionalidade do poder, continuará a dominar o rumo e os desacertos da economia

as Lula da Silva – que considera o exercício da leitura tão chato quanto correr na esteira – se diz convencido de que nenhuma outra administração fez tanto pela educação como a sua. Balela. Por incompetência política e descrédito junto à sua base parlamentar no Congresso, o governo ainda não conseguiu aprovar o projeto que cria o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Ele precisa ser aprovado até o final deste ano, já que o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento G Lula se diz do Ensino Fundamental e de Valorização do Maconvencido de que gistério (Fundef), a quem pretende substituir, tem prazo de validade só até dezembro próximo. nenhuma outra É sabido que o Fundef, criado na gestão FHC, desadministração fez tanto pela educação. tina aos municípios, anualmente, algo em torno de R$ 6 bilhões. Uma verba da qual os prefeitos não podem abrir mão. G Durante a Tão logo assumiu, o governo Lula da Silva campanha eleitoral tratou de acabar com o Provão – um sistema de de 2002 a avaliação, por meio de notas e ranking, da quapropaganda petista lidade de ensino oferecida pelas instituições de dizia ter propostas ensino superior. Afinal, petista que se preza consistentes para abomina o mérito e faz passeata em prol de coresolver todos os tas. Só agora, no final do mandato e consciente problemas do País. de que ele não conseguirá aprovar seu projeto em 2006, tratou de enviar a um Congresso despedaçado sua proposta capenga – e corporativista – de reforma universitária. Mas, como se sabe, pastéis de feira e churros de roda nunca tiveram tanta aceitação, "neste país". G Ele desconhece limites. Não me surpreenderei se ele afirmar que o pastel de feira e o churro de roda nunca fizeram tanto sucesso como em seu governo.

profundemos um pouco mais a questão. Na teoria econômica continuamos a pensar segundo os quadros de interpretação formulados por Keynes em sua Teoria Geral do Emprego dos Juros e da Moeda (1936). De lá para cá vivemos uma realidade então inexistente, que se tornou, sobretudo pela revolução das comunicações, fator dominante na economia de todos os países, a saber, a globalização, comandada nos seus vetores fundamentais de investimento, consumo e desenvolvimento pela hegemonia americana, cuja economia deficitária nas relações mundiais e fundada num consumo sustentado por um crescente endividamento, representa, em si mesma, uma situação estrutural inviável a prazo indeterminável e uma contradição aritmética com o equilíbrio de um mercado econômico globalizado. Essa matéria de fato, já evidente no dia-a-dia da economia mundial, ainda não integrou nem o pensamento teórico nem o comportamento prático dos gerentes políticos e dos pensadores e comentaristas econômicos.

FOI VICE-LÍDER DO GOVERNO NA

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA EPMILTONFLAVIO@YAHOO.COM.BR

e ruins, pois isso é próprio da realidade terrena e humana. Não se pode dizer o mesmo dos comentários. A contradição dos comentários não resulta da natureza objetiva dos fatos, mas é subjetiva, decorre da estrutura mental dos comentaristas, tanto de suas inclinações afetivas, quanto dos seus métodos de análise e interpretação. E aqui a divergência e os erros de análise e interpretação resultam principalmente de falhas no método de refletir e concluir. As divergências e/ou erros mais gerais decorrem do enfoque assumido, quer com referência à coordenada do tempo, quer quanto à amplitude da realidade abrangida. Os fatos têm significados diversos e até divergentes e contraditórios quando contemplados à curto, médio e longo prazo. aí que o recebimento de informações e a leitura dos comentários dos órgãos de imprensa, em lugar de ampliar a compreensão, aumente a confusão mental do leitor. Isso é inevitável e natural no que corresponde à contradição objetiva dos fatos. Mas se agrava pelos erros dos métodos de enfoque, reflexão e conclusão dos comentaristas.

D

China, um dos principais figurantes da economia mundial da atualidade, continua a suprir os EUA com os superávits de suas exportações, i.é., continua a remeter bens econômicos concretos e reais, trocandoos por créditos fiduciários americanos que não passam de realidades "virtuais" insolváveis, i.é., incontáveis, quer financeira, quer economicamente – ou por outros meios igualmente inviáveis. Aprofundemos a questão. A atividade econômica não passa de uma das inumeráveis atividades exercidas pelos povos e nações. Ela própria se acha condicionada, delimitada e configurada por estruturas mais fundamentais da sociedade, como a qualidade de seu capital humano, o nível de saúde e educação de seu povo, e até por configurações e fatores que nada tendo que ver com sua economia – como suas instituições políticas e até religiosas – condicionam, entretanto, seu desempenho econômico. Isto também são obviedades factuais consensualmente reconhecidas mas não abrangidas pela reflexão e prática meramente econômicas. Enquanto assim for, e não se sabe se jamais poderá deixar de ser, a política, com toda a irracionalidade que integra a hybris (soberba) do poder, continuará a dominar o rumo e os desacertos da realidade econômica, que é o substrato da vida de todos os homens.

A

BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM. BR

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de junho de 2006

3

Política

Somos (o PTB) uma força maior do que o PFL no Estado (de SP) e queremos contribuir com a futura administração Serra. Deputado Ricardo Izar

CONFIRMAÇÃO DA CANDIDATURA DO SENADOR FOI TUMULTUADA DURANTE A CONVENÇÃO DO PARTIDO.

PDT, AOS GRITOS, INDICA CRISTOVAM. Marcos Tristão/Agência O Globo

Wilson Dias/ABr

H

O presidente do PDT, Carlos Luppi, discute com Mateus Schimiti, e depois comemora com o candidato.

Wilson Dias/ABr

Filipe Araújo/AE

PPS CONFIRMA APOIO INFORMAL A TUCANOS

O

PPS já se decidiu: não dará apoio formal ao PSDB, mas informalmente estará engajado na campanha do tucano Geraldo Alckmin à presidência. Ao final de sua convenção, ontem, o partido considerou que um apoio formal prejudicaria as candidaturas do partido nos Estados porque eles ficariam limitados nas coligações, por causa da regra da verticalização, pela qual os partidos que formarem aliança nacional ficam impedidos de se coligar com adversários desta aliança nos Estados. Sem o apoio formal, o partido, que tem sete candidatos a governos estaduais, estará livre para fechar alianças. Em nota divulgada ao término da convenção, o PPS confirma que, ainda assim, participará ativamente da campanha de Alckmin, de forma programática. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire, participará do conselho político da campanha do candidato tucano. "O casuísmo da legislação eleitoral, em especial na imposição autoritária da verticalização e da cláusula de barreira, infelizmente impede a coliga-

ção formal, mas não inibirá nossa ação política em favor da mudança de rumo do País, na perspectiva de uma sociedade de oportunidades iguais e cada vez mais democrática", diz a nota. Estratégia – Ontem, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire também defendeu o apoio ao tucano. Para ele, Alckmin precisa evidenciar mais os problemas do governo Lula. "Infelizmente, temos um governo que é uma fraude", disse o deputado, acrescentando que o governo Lula não cumpriu o que prometeu em campanha. Para Freire, o governo falhou ao aderir ao "neo-liberalismo e fazer do Brasil uma República de banqueiros". E arrematou: "Pior é que é um governo corrupto". O presidente do PPS disse ainda que a denúncia da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), que envolve integrantes do governo no escândalo do mensalão, é um fato inédito no mundo. "Será que queremos continuar com isso? No cinema, cabem Exterminador 1 e 2. Não podemos ter mensalão 2 no Brasil", disse. A convenção também formalizou a candidatura ao governo do Rio de Denise Frossard, com o vice indicado pelo PFL. O prefeito César Maia participou da convenção, realizada na Fundição Progresso, para reforçar o nome da deputada. (AE)

O presidente do PPS, Roberto Freire garante participação ativa do partido na campanha de Alckmin Marco Antônio Teixeira/Agência O Globo

ouve bate-boca, troca de acusações, ameaças de abandono do recinto, enfim, teve de tudo na convenção do PDT, realizada ontem, no Rio de Janeiro, que afinal decidiu, por 236 votos a favor, que o senador Cristovam Buarque (DF) será o candidato do partido à presidência da República na eleição de outubro. Cristovam era o único pré-candidato declarado do partido e restava apenas a homologação de seu nome. Foram registrados ainda 97 votos contra e 68 ausências. A convenção do PDT, realizada na sede do partido, mostrou uma grande divisão entre os que defendiam a candidatura de Cristovam Buarque e os representantes dos diretórios estaduais contrários à candidatura própria para a presidência, para não prejudicar alianças regionais nas candidaturas ao governo estaduais. A reunião chegou a ser interrompida depois de um bate-boca entre o presidente do diretório do Rio Grande do Sul, Mateus Schimit, contrário à candidatura própria, e o presidente nacional do partido, Carlos Luppi, que reagiu quando o gaúcho o acusou de manipular uma das votações para decidir a forma pela qual a convenção tomaria uma posição. Schimit chegou a se retirar do auditório, convocando os demais integrantes do diretório do Rio Grande do Sul a abandonar a convenção. Mas acabou sendo buscado na rua pelo presidente da Força Sindical, Paulinho. Otimismo – Já no início da tarde o senador Cristovam Buarque se dizia confiante na homologação de sua candidatura. Apesar das resistências de candidatos a governador, como Jackson Lago, do Maranhão, e Alceu Colares, do Rio de Grande do Sul, ele e seus assessores afirmavam ter esperança de que o presidente do partido, Carlos Luppi, faria prevalecer a idéia de o partido concorrer à Presidência da República em raia própria. Ontem pela manhã, o outro candidato à governador que resistia ao lançamento de uma candidatura própria do PDT, por entender que isso inviabilizaria ou atrapalharia os acordos regionais, mudou de posição. O senador Osmar Dias, do Paraná, telefonou para Cristovam declarando que o Paraná vai apoiar sua candidatura à Presidência - muito embora Dias, que enfrenta problemas de saúde, não pudesse estar presente à convenção ontem, no Rio de Janeiro. (AE)

PTB APÓIA SERRA E PLEITEIA A VAGA DE VICE pré-candidato do PSDB ao governo do Estado de São Paulo, José Serra, ganhou a adesão do PTB à sua candidatura. O apoio foi formalizado no domingo à noite, em reunião realizada na casa do ex-prefeito, num encontro que contou com lideranças tucanas e petebistas. "A aliança com o PSDB em São Paulo é o caminho natural", afirmou o deputado federal Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP), que participou da reunião. Fleury, no caso, fazia uma referência ao fato de que, no cenário nacional, a legenda já havia decidido e declarado apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua corrida pela reeleição.

O

Segundo Fleury, que também é secretário-geral do PTB nacional, a decisão de apoiar a candidatura de José Serra ao Palácio dos Bandeirantes já foi comunicada à direção nacional da legenda. "A Executiva Nacional (do PTB) não vai criar nenhum obstáculo para a formalização da aliança com o PSDB em São Paulo", reiterou o parlamentar. A ratificação deste apoio ocorrerá no próximo sábado, na convenção estadual dos petebistas. Vaga de vice – Apesar da tendência do PSDB ter uma chapa puro-sangue em São Paulo, o PTB pleiteou a vaga de vice, como contrapartida. "Colocamos os nomes dos deputados Campos Machado e Ricardo Izar para compor a

chapa de José Serra. E o Serra ficou de dar a resposta antes da nossa convenção", disse Fleury. O deputado salientou também que, mesmo que os tucanos decidam ter uma chapa pura ao governo do Estado, os petebistas estarão aliados com o PSDB neste pleito. "Em São Paulo, o PTB tem nove deputados federais, nove estaduais e 112 prefeitos", acrescentou o presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar, durante um almoço promovido pela Associação dos Dirigentes de Venda do Brasil (ADVB), no Clube Monte Líbano, quando reiterou a decisão tomada no domingo. Numa autoavaliação, Izar fez questão de declarar que o

apoio do PTB é extremamente importante no Estado de São P a u l o . " S o m o s u m a f o rç a maior do que o PFL no Estado e queremos contribuir com a futura administração Serra", afirmou o deputado, para dar uma idéia do que essa aliança significa na prática. Izar declarou também que, por não lançar candidato próprio à presidência da República, o PTB busca conseguir pelo menos 5% dos votos em nove Estados, índice mínimo exigido pela "cláusula de barreira" para um partido continuar a existir, depois da eleição deste ano. "Queremos repetir, pelo menos, a eleição de 44 parlamentares", adiantou. Apoio dividido – Além de Serra, os petebistas paulistas

também apóiam a candidatura tucana de Geraldo Alckmin para a presidência da República. "Temos liberdade total de apoio na eleição nacional e nossa avaliação é que os integrantes do partido no Norte e Nordeste encampem a reeleição do presidente Lula e os do Sul e do Sudeste ingressem na campanha de Alckmin", explicou, sem citar os correligionários do Centro-Oeste A aliança com o PTB dará a Serra cerca de três minutos diários a mais no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, o que é um tempo considerável de exposição. Além do PTB, o PSDB de São Paulo já conta com a adesão do PFL e do PPS. "Teremos um grande leque de partidos em

torno do nome do Serra", afirmou Fleury Filho. O PTB de São Paulo também foi procurado pelo PT e pelo PMDB para a formalização de uma parceria na corrida pelo governo estadual, mas decidiu, depois de detidas considerações, fechar apoio aos tucanos. Além de José Serra e Luiz Antônio Fleury Filho, participaram também do encontro na residência de José Serra, o líder do PTB na Assembléia, Campos Machado, o presidente do Conselho de Ética na Câmara dos Deputados, deputado Ricardo Izar, o presidente do PSDB de São Paulo, Sidney Beraldo e o secretário municipal da Prefeitura, Aloysio Nunes Ferreira, entre outros. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Planalto Câmara CPI Senado

terça-feira, 20 de junho de 2006

É preciso instalar essa CPI o mais urgente possível, sob pena de não vê-la funcionar. Senador José Agripino Maia

PRESIDÊNCIA DA NOVA CPI DEVE SER DE DEPUTADO PETISTA

TEXTO FINAL DA CPI DOS BINGOS CORRE O RISCO DE NÃO SER APROVADO HOJE

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governo está disposto a invalidar o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos. A primeira tentativa será feita hoje, na sessão marcada para as 11h, quando tentará derrubá-lo no voto. Se falhar e não conseguir o apoio de pelo menos oito senadores, os aliados do Planalto darão entrada a uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que as investigações extrapolaram a questão de jogos para atingir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento pede ao Ministério Público o indiciamento de 79 pessoas e 4 empresas, envolvidas em crimes de corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, extorsão, crimes contra as licitações, apropriação indébita e peculato. Estão na lista, entre outros, o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, o ex-caixa de campanha de Lula e atual presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, e o ex-segurança do prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002, Sérgio Gomes da Silva. Pede ainda a legalização do funcionamento dos bingos, apesar de frisar a estreita ligação da atividade com o crime organizado. Acusações – Palocci é acusado de prática de corrupção quando era prefeito da cidade de Ribeirão Preto (SP) e de ser um dos principais responsáveis pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, o Nildo. Já Okamoto teria pago contas pessoais do presidente Lula, no valor de R$ 29 mil. O relatório do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) também desagradou a oposição e até mesmo ao presidente da comissão, senador Efraim Morais (PFL-PB), ao excluir na última hora os nomes do chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, e o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, da lista de indiciados pela trama que levou ao assassinato de Celso Daniel. Ele alegou que não ti-

GOVERNO TENTA INVALIDAR RELATÓRIO Gervásio Baptista/ABr/02-2006

Valter Campanato/ABr/05-2006

Roosewelt Pinheiro/ABr/05-2006

Antônio Cruz/ABr/05-2006

Relator Garibaldi (no alto à esq.); presidente da CPI, Efraim Morais (no alto, à dir.); e os autores dos votos em separado Malta e Dias.

nha provas suficientes para incriminá-los, embora tenha poupado apenas os petistas entre os nomes denunciados pelos irmãos do prefeito, João

Dida Sampaio/AE/14/10/2003

Francisco e Bruno Daniel. Votos – Os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Magno Malta (PL-ES) apresentaram votos em separado para alterar o texto.

Dias excluiu o capítulo que trata de bingos e "ressuscitou" os nomes de Carvalho e Dirceu entre os que devem ser indicadas. Já Malta, insiste na tese de que o fator determinante da comissão não foi respeitado, pede a proibição das casas de bingo e limita-se a encaminhar os nomes citados no relatório ao Ministério Público e Polícia Federal e estaduais, sem frisar quem deve ou não ser penalizado. A tendência é que o governo apóie o voto em separado de Malta. Na prática, seu voto em separado vai ao encontro do mandado de segurança impetrado pelo senador Tião Viana (PT-AC) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que a CPI dos Bingos se restringisse apenas ao fato determinado, ao objetivo original de investigação. O mérito do mandado ainda não foi julgado. Rejeição – Efraim está disposto a colocar em votação o relatório final logo após a discussão do documento. Para isso, anuncia que os dois votos em separado somente serão apreciados caso o relatório de Garibaldi seja rejeitado. Ele manifestou, em entrevista, sua confiança na aprovação do relatório. E chegou inclusive a apostar que a votação será decidida pelo seu voto de desempate. " Teremos um relatório, espero que seja o do senador Garibaldi Alves. Em caso de empate, teremos o voto de minerva a favor do relator", afirmou Efraim Morais. A exemplo da votação do relatório final da CPMI dos Correios, não serão aceitos destaques nem emendas ao texto. Criada no ano passado para investigar a relação das casas de jogos com a lavagem de dinheiro e o crime organizado, a comissão atuou também em outras frentes e investigou, por exemplo, sobre o assassinato de Celso Daniel e a renovação do contrato da Caixa Econômica Federal com a Gtech. (Agências)

José Cruz/ABr/07/2005

Eymar Mascaro

Judas

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PFL não deixa por menos e quer transformar Lula em Judas em dia de malhação. O partido vai passar a campanha bombardeando o petista, sobretudo tentando fazer a associação de Lula com a quadrilha do mensalão. A ordem é tentar de tudo para derrubar o petista nas pesquisas. Até agora, as críticas do PFL não apresentaram os efeitos esperados. Há entre os oposicionistas quem se coloque contra a linha de ataques diretos a Lula, pois entende que parte do eleitorado não aceita esse tipo de campanha. O PFL, porém, não quer saber de conversa fiada e vai cumprindo a promessa de seu presidente, Jorge Bornhausen, de sangrar Lula até a morte. Apesar da pancadaria do PFL, Lula tem arrancado nas últimas pesquisas. Por enquanto, o petista tem saído ileso dos ataques pefelistas, mas os petistas não sabem até quando Lula vai suportar o bombardeio.

REPERCUSSÃO

ESTRANHO

Mas, alguns pefelistas de linha de frente, como o governador Cláudio Lembo e o líder do partido no Senado, Agripino Maia, reprovaram, por exemplo, a declaração do vice de Alckmin José Jorge, que acusou Lula de "beber muito". Esses pefelistas temem efeito contrário na campanha do tucano.

O Conselho de Campanha de Alckmin quer saber por que o exgovernador de Pernambuco Jarbas Vasconcelos (PMDB) ainda não aderiu ao candidato da coligação PSDB-PFL. Os tucanos sabem que Jarbas Vasconcelos apóia Alckmin. Por isso estranham a ausência do ex-governador nos encontros de Alckmin.

REVIDE Lula tem sido aconselhado a não responder a esse tipo de provocação no mesmo tom. Nem sempre o presidente segue o conselho, como fez ao discursar em Pernambuco, quando acusou a oposição de não ter caráter. A campanha pode estar descambando para um nível baixo.

PREOCUPAÇÃO

PARALELO Ricardo Berzoini, presidente do PT, garante que a resposta do partido aos ataques da oposição será dada estabelecendo a comparação dos governos de Lula e de FHC. Berzoini admite que o candidato tucano sai perdendo. Quem não gosta do paralelo é FHC.

DIVISÃO

Gabeira (PV) e Biscaia (PT): nomes fortes para integrar a nova comissão parlamentar.

SANGUESSUGA: NOMES PARA A CPI. ermina hoje o prazo para os partidos indicarem os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, que investigará fraudes na compra de ambulâncias com recursos de emendas de parlamentares ao Orçamento-Geral da União. Pelo acordo firmado entre oposição e base aliada, a nova CPI terá um prazo curto de funcionamento – apenas 30 dias, prorrogáveis pelo mesmo período – e deverá começar a trabalhar, provavelmente, na próxima semana. Até ontem à noite, os petistas ainda não tinham decidido quem indicar para integrar a comissão. "Em pleno processo eleitoral, não sei se essa CPI vai produzir resultados", disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), ao afirmar que a descoberta da existência de uma máfia das ambulâncias foi feita pelo go-

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verno e é investigada pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU). "Estou sofrendo pressões de parlamentares que querem ser indicados, mas ainda não há uma decisão", afirmou o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS). "É preciso instalar essa CPI o mais urgente possível, sob pena de não vê-la funcionar", observou o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN). "Só não haverá conclusão rápida caso sejam criados obstáculos aos trabalhos da CPI", argumentou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). A presidência da CPI deverá ficar com um deputado petista. Um dos cotados é o deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ). O relator da nova comissão será escolhido no maior partido do Senado. O bloco PSDB/PFL conta com 32 senadores. Sozi-

nho, o PMDB é o maior partido, com 21 senadores. Candidatos – O PFL da Câmara reivindica, no entanto, o cargo para o líder da minoria, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA). "Essa CPI vai servir para passar um atestado de veracidade às denúncias", observou Maia. Outro nome levantado pelos tucanos para ocupar a relatoria é o do senador Jefferson Perez (PDT-AM). São quatro senadores pefelistas que serão titulares da CPI: Romeu Tuma (SP), César Borges (BA), Efraim Moraes (PB) e Paulo Otávio (DF). Os tucanos indicaram três senadores titulares: Sérgio Guerra (PE), Juvêncio da Fonseca (MS) e o líder do partido, Arthur Virgílio, que quer ceder a vaga para o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). O senador Marcelo Crivella (PRBRJ), que é candidato ao gover-

no do Rio, cedeu a vaga à senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), que disputará a Presidência da República. Na semana passada, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), leu requerimento de criação da CPI. O documento conta com as assinaturas de 175 deputados e 32 senadores. Foi fechado acordo informal entre os partidos de oposição e da base aliada para reduzir o prazo de funcionamento da CPI de 180 para 30 dias, prorrogáveis pelo menos período. A nova comissão terá 34 parlamentares – 17 senadores e 17 deputados. PF – A Polícia Federal criou um grupo de quatro delegados para atuar nos 15 inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo ministro Gilmar Mendes, contra os 15 deputados envolvidos na máfia dos sanguessugas. (Agências)

ASSÉDIO Além de Jarbas Vasconcelos, Alckmin espera conquistar outros apoios no PMDB. O tucano acredita que pode ter a colaboração de metade dos diretórios estaduais peemedebistas, sabendo que a outra fatia fecha com Lula, como já admitiu a cúpula do partido.

O comando da campanha de Geraldo Alckmin decidiu dividir funções, cabendo ao PFL a tarefa de atacar o candidato petista e procurar envolver o presidente com as denúncias de corrupção no governo. A oposição acha que Lula sabia de todas as mazelas que havia no PT e no governo.

MENSAGEM Geraldo Alckmin não vai aderir ao estilo de campanha do PFL. O candidato tucano vai insistir em levar sua mensagem ao eleitor, com a promessa de implantar um programa de reformas no País e melhor atendimento nas áreas de saúde, educação, segurança e habitação.

SOCIAIS Alckmin garante nos seus contatos com os eleitores que não só manterá os programas sociais do governo do PT como pretende aperfeiçoar, por exemplo, o BolsaFamília. Alckmin sabe que são os programas sociais que sustentam Lula na liderança das pesquisas.

O PT continua preocupado com a possibilidade de ficar sem coligações. Por enquanto, apenas o PRB (partido de José Alencar) vai estabelecer aliança. Em tempo: Alencar pode ser novamente o vice na chapa de Lula ou sair candidato ao Senado por Minas.

VANTAGEM Lula está liderando, com folga, a pesquisa Sensus feita somente no Estado do Rio. O resultado deve mexer com os homens que comandam a campanha de Alckmin no Estado. E, mexer, também, com o exgovernador Anthony Garotinho, que prometeu apoiar o candidato tucano.

MINISTÉRIO O PMDB governista insiste com Lula na indicação do ex-deputado Paulo Lustosa para o Ministério da Saúde, em substituição a Agenor Alvarez. Segundo governistas como José Sarney e Renan Calheiros, o atual ministro não representa o partido. Foi indicado pelo ex-ministro Saraiva Felipe.

BARGANHA Os governistas continuam prometendo apoio de pelo menos 18 diretórios estaduais do PMDB a Lula, mas o presidente do partido, Michel Temer, considera a promessa exagerada. Para Temer, o PMDB está rachado. Metade fica com Alckmin e a outra metade com Lula.

TORCEDORES Alckmin e Lula se esmeram nas fotografias em que aparecem torcendo pelo Brasil na Copa da Alemanha. Ambos não admitem, mas a verdade é que os dois querem tirar uma casquinha se a seleção alcançar sucesso na Copa.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 20 de junho de 2006

Até onde podemos chegar? Ao título!" Alejandro Castillo, otimista volante do Equador

FÚRIA E REDENÇÃO paSse livre

Fethi Belaid/AFP

Roberto Benevides

ESPANHA 3

Em dúvida

Casillas, Sergio Ramos, Pablo, Puyol e Pernía; Xabi Alonso, Marcos Senna (Fábregas 1/2), Xavi e Luis García (Raúl 1/2); Fernando Torres e Villa (Joaquín 12/2). Técnico: Luis Aragonés.

S

e Carlos Alberto Parreira desse ouvidos aos palpites, o Brasil precisaria de uma licença especial da Fifa para escalar o time que enfrentará o Japão na quinta-feira, em Dortmund, pois há mais nomes sugeridos pelos palpiteiros para entrar em campo do que os 11 permitidos pelas regras do futebol. O caminho mais curto para o fracasso numa Copa do Mundo é a indecisão do técnico. Nisso, o Brasil tem uma experiência histórica inesquecível, que foi a Copa de 66. Aquela Seleção em que se encontram as gerações de 58/62 e de 70 começou a trabalhar com 44 convocados, desembarcou na Inglaterra com um time, mudou no segundo jogo e novamente no terceiro. Veio embora sem fazer o quarto. Parece claro, à distância, que Parreira está em dúvida sobre o Brasil que mandará a campo das oitavas-de-final em diante. A dúvida faz parte do ofício. O que o técnico não pode é se perder entre dúvidas, multiplicando-as primeiro, arrastando-as depois. Não é o caso. Parreira ainda não se convenceu de que Ronaldo voltará a jogar realmente bem e desconfia, faz tempo, de que este 44-2 tocado por dois meias ofensivos e dois atacantes pode deixar o time muito vulnerável no embate contra os adversários mais fortes. É o que deve estar matutando nestas horas seguintes aos 2 a 0 sobre a Austrália. Aqueles que estão pedindo Cicinho, Gilberto, Gilberto Silva e Fred no time perdem tempo. A dúvida, se o homem resolver mesmo jogar com um único centroavante, é a mesma de sempre: Juninho ou Robinho. Nenhuma outra.

TUNÍSIA 1 Boumnijel; Trabelsi, Jaidi, Haggui e Ayari (Yahia 12/2); Bouazizi (Ghodhbane 12/2), Chedli (Guemamdia 35/2), Nafti e Mnari; Namouchi e Jaziri. Técnico: Roger Lemerre.

Espanha de Fernando Torres vira o jogo contra a Tunísia e garante uma das vagas do Grupo H

F

oi sofrido. Mas, no final, bastaram cinco minutos para a Espanha transformar uma derrota parcial para a Tunísia, por 1 a 0, em uma empolgante virada. Nos descontos, Fernando Torres ainda teve tempo de se tornar o artilheiro da Copa. O placar de 3 a 1, em Stuttgart, classificou a "Fúria" para as oitavas-de-final e a deixou a um empate do primeiro lugar do Grupo H - pega a Arábia na sexta, em Kaiserslautern. O destaque do jogo foi o atacante Raúl, que saiu do banco, empatou a partida e marcou o gol do empate, aos 26 minutos, no rebote de um chute de Fabregas. Aos 31, em nova jogada de Fabregas, que havia substituído Marcos Senna, Torres fez o gol da virada. Nos descontos, o juiz Carlos Eugênio Simon deu pênalti de Yahia em Torres num lance pelo alto. O camisa 9 bateu e fechou o placar. "Foi mais difícil do que esperávamos", admitiu depois. No outro jogo do Grupo H, em Hamburgo, a Ucrânia de Shevchenko ressuscitou na Copa ao devolver aos árabes o

Yves Herman/Reuters

Local: Gottlieb-DaimlerStadion, em Stuttgart. Árbitro: Carlos Eugênio Simon (BRA). Gols: Mnari 8/1, Raúl 26/2, Fernando Torres 31/2 e Fernando Torres (pênalti) 46/2. Cartões amarelos: Puyol 30/1, Ayari 32/1, Trabelsi 40/1, Jaidi 25/2, Guemamdia 36/2, Jaziri 40/2, Fábregas 44/2 e Mnari 48/2.

ARÁBIA SAUDITA 0 Zaid; Dokhi (Khathran 10/2), AlMontashari, Tukar e Sulimani; Al-Ghamdi, Aziz, Khariri e Noor (Al-Jaber 32/2); Al Khatani e Ameen (Al-Hawsawi 10/2). Técnico: Marcos Paquetá.

UCRÂNIA 4 Contra os árabes, Ucrânia devolve os quatro que levou dos espanhóis

mesmo resultado de 4 a 0 sofrido diante dos espanhóis na primeira rodada. Com o resultado, os ucranianos somaram seus primeiros três pontos, zeraram o saldo de gols e partem para a última rodada dessa fase em segundo lugar no grupo, a uma vitória simples da classificação. A Arábia Saudita, do brasileiro Marcos Paquetá, é lanterna, com um ponto e saldo negativo de quatro gols. "Meus jogadores lutaram muito. Fizemos o que poderíamos ter feito", lamentou Paquetá. Sumido na primeira metade

do jogo, Shevchenko fez o terceiro gol: recebeu cruzamento da esquerda e cabeceou sem chances para Zaid - foi seu primeiro gol em Copas. "Foi como um toque da fada madrinha na Cinderela. Tudo ficou maravilhoso, com uma bela carruagem e elegantes cavalos", brincou o técnico Oleg Blokhin. Na última rodada, a Ucrânia pega a Tunísia, em Berlim, e se classifica até com um empate, desde que - pouco provável - a Arábia não goleie a Espanha por mais de quatro gols de diferença.

Shovkovsky; Nesmachny, Gusev, Sviderskiy e Rusol; Kalinichenko, Tymoschuk, Shelayev e Rebrov (Rotan 26/2); Voronin (Gusin 34) e Shevchenko (Milevskiy 41/2). Técnico: Oleg Blokhin.

Fernando Cesarotti

A SEMANA DO ZAPPING

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ecomendação para os fãs de futebol que estão em dia com a TV por assinatura: troque as pilhas de seu controle remoto. Na última rodada de cada um dos grupos, teremos quatro jogos por dia, de hoje até sexta-feira, mas em doses menores do que foi até agora: apenas dois horários de jogos. Começa às 11h, com a rodada final do Grupo A, que tem Alemanha x Equador na luta pelo primeiro lugar, ao mesmo tempo em que Costa Rica e Polônia fazem o chamado "duelo da dignidade". Mas quem quer ver esse jogo, você perguntará? Ah, o legítimo fã de futebol e de Copa do Mundo faz questão de ver o máximo possível de jogos ao vivo - mesmo que isso signifique ver tudo ao mesmo tempo. Prepare a pipoca, ponha a bebida na geladeira, porque agora a coisa vai esquentar.

Fabrice Coffrini/AFP

Com os 2 a 0 da Suíça sobre Togo, franceses entrarão em campo precisando de dois ou mais gols para se classificar

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TOGO 0 Agassa; Tchangai, Nibombe, Toure e Aghbo (Salifou 25/1); Dossevi (Senaya 24/2), Maman (Malm 42/5), Romao e Forson; Kader e Adebayor Técnico: Otto Pfister.

Se Galvão anda patinando, a "dupla de apoio" da Globo está se saindo bem durante a Copa. Cléber Machado e Luiz Roberto estão bem preparados, pronunciam corretamente os nomes estrangeiros e não gastam conhecimento de almanaque. São boas transmissões que fazem jus ao famoso "padrão Globo de qualidade".

SUÍÇA 2 Zuberbuehler; Magnin, Senderos, Mueller e Philipp Degen; Wicky, Vogel, Cabanas (Streller 32/2) e Barnetta; Frei (Lustrinelli 42/2) e Gygax (Yakin 1/2). Técnico: Koebi Kuhn. Local: Westfalenstadion, em Dortmund. Árbitro: Carlos Amarilla (PAR). Gols: Frei 16/1 e Barnetta 43/2. Cartões amarelos: Salifou 45/1, Adebayor 2/2, Romao 8/2 e Vogel 47/2.

A BATIIIIIIIIIIDA! Milton Leite, do Sportv, é um bom locutor, mas exagera na empolgação durante os lances de perigo. Pode reparar: ele narra calmamente o lance, até o drible e, na hora da finalização, solta: "Olha a battiiiiiida!" em altos brados. É engraçado, mas vale tomar cuidado com o volume da TV para manter os tímpanos em ordem...

Se você não tem TV a cabo, a Globo passa amanhã, às 10h, os compactos dos jogos desprestigiados de hoje.

L

vitória foi da Suíça: 2 a 0 sobre Togo, ontem, em Dortmund. Mas o azar foi todo da França. Com este resultado, os franceses terminaram a segunda rodada em terceiro lugar no Grupo G, com apenas dois pontos, contra quatro dos suíços (líderes por terem um gol a mais de saldo) e dos sul-coreanos. Agora, para se classificar para as oitavas-de-final sem depender do resultado do jogo entre Suíça e Coréia do Sul (no qual os suíços só precisam de um empate para ficar com uma das vagas), os franceses terão que derrotar Togo por pelo menos dois gols de diferença. O Togo, que chegou a ameaçar não entrar em campo ontem por causa da indefinição na premiação dos jogadores, é o único eliminado. No primeiro tempo, o juiz paraguaio Carlos Amarilla deixou de dar dois pênaltis de Mueller sobre o togolês Adebayor. No segundo, a Suíça ampliou a vantagem.

MANDAM BEM

Os duelos que fecham o Grupo B são dos que não se pode perder. Inglaterra e Suécia decidem o primeiro lugar, enquanto a zebra Trinidad tenta sua última chance contra o Paraguai. Mas o grande charme do jogo é a despedida de Gamarra, que fará sua última partida pela seleção "albirroja". Depois do gol contra que resultou na derrota para a Inglaterra, o clássico zagueiro certamente tentará deixar uma boa impressão.

L

enfrenta o desclassificado Paraguai precisando vencer e torcendo por uma derrota da Suécia para a Inglaterra. Além disso, para chegar às oitavas, os trinidinos precisam descontar a diferença no saldo de gols, que atualmente favorece os suecos: 1 contra -2. No Grupo A, Equador e Alemanha, já classificados, enfrentam-se às 11 horas de Brasília, em Berlim, para definir o primeiro lugar do grupo. Com saldo de gols inferior, os alemães precisam vencer. “Eles provaram que podem jogar sem estar na altitude de Quito”, avaliou o técnico alemão Klinsmann. Ele promete entrar com força máxima, sem poupar jogadores por lesões ou cartões amarelos. No treino da tarde de ontem, o volante Frings deixou o campo mancando e pode desfalcar a equipe. No mesmo horário, em Hannover, as desclassificadas Costa Rica e Polônia apenas cumprem tabela.

IMPERDÍVEIS

Lluis Gene/AFP

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erguntado sobre qual a importância do atacante Wayne Rooney para a Inglaterra, o técnico SvenGöran Eriksson não pensa duas vezes antes de responder: “Muita. Com ele, o time é totalmente diferente”. Por isso, Rooney fará nesta terçafeira, às 16 horas (de Brasília), em Dortmund, contra a Suécia, seu primeiro jogo como titular na Copa. Classificados no Grupo B, os ingleses jogam por um empate para garantir o primeiro lugar. Rooney machucou-se no dia 29 de abril e foi convocado em 8 de maio, quando ainda andava de muletas. Foram apenas 47 dias parado, recorde para uma recuperação de fratura. Ele entra no lugar de Peter Crouch, pendurado com um cartão amarelo. Outro que não começa jogando é Steven Gerrard, também pendurado. O volante Owen Hargreaves o substituirá. No mesmo horário, em Kaiserslautern, Trinidad e Tobago

O site da Fifa está recebendo uma média de 5 milhões de visitantes por dia desde que começou a Copa. Apenas na primeira semana, foram registradas 1,2 bilhão page views. Em 2002, toda a Copa rendeu 2 bilhões de page views.

copa na tv

Local: AOL Arena, em Hamburgo. Árbitro: Graham Poll (ING). Gols: Rusol 4/1, Rebrov 36/1, Shevchenko 1/2 e Kalinichenko 39/2. Cartões amarelos: Nesmachniy 22/1, Dokhi 41/1, Al-Ghamdi 12/2, Khariri 28/2, Kalinichenko 32/2 e Sviderskiy 44/2.

Pior para a França

Aos pés de Rooney

EM REDE

O jogador mais bem colocado no bolão da Copa do Mundo que anima a concentração da Seleção Brasileira na Alemanha é o zagueiro Juan, em sexto lugar. Os demais são funcionários, de diferentes graduações, da CBF.

*Com Agência Estado e Reuters

Eddie Keogh/Reuters

Inglês entra pela primeira vez como titular hoje, contra a Suécia

PALPITES

Dicas para os fortes: a ESPN 2 passa Trinidad x Paraguai ao vivo, às 16h, e reprisa os outros três jogos em seguida.


terça-feira, 20 de junho de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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LULA OFICIALIZA CANDIDATURA NO SÁBADO

Ninguém sabe como será a onda Lula desta vez. Genebaldo Correia, investigado na CPI do Orçamento em 1993.

VALE TUDO NA CORRIDA ELEITORAL. ATÉ SE ALIAR A DEPUTADOS INVESTIGADOS EM 93 POR MERCADANTE E DIRCEU.

LULA E ANÕES DO ORÇAMENTO JUNTOS Fotos: André Dusek/AE e Sergio Lima/Folha Imagem

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Acima, Lula é recebido pelo povo de Santo Amaro, na Bahia, com festa durante inauguração de uma unidade do Cefet-BA. Ao lado, o encontro com dona Canô, mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia.

CAMPANHA DE ALCKMIN SERÁ PELO 2º TURNO As pesquisas mostram, pelo menos até agora, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderá se reeleger já no 1º turno. Portanto, a estratégia do candidato tucano à presidência, Geraldo Alckmin, será lutar para ir ao 2º turno, "onde então tudo poderá acontecer", analisou ontem o cientista político Amaury de Souza, durante a reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Para viabilizar essa estraté-

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gia Alckmin espera contar com uma exposição maior na mídia. Isso poderá evitar, segundo pefelistas, que o candidato petista continue a falar como se fosse candidato único. De qualquer modo, Amaury de Souza prevê um ano de 2007 difícil para o futuro presidente, seja ele Lula ou Alckmin. "Será preciso fazer um forte ajuste do setor público, coisa que nenhum dos dois terá condições de fazer".

Até porque Amaury avista uma deterioração do quadro econômico com aumento do déficit da previdência, gastos em alta, baixo crescimento econômico e redução dos investimentos públicos em infraestrutura. Isso fará com que, mesmo que ambos tenham apoio do Congresso, obtido com uma aliança com o PMDB, dificilmente serão feitos os cortes necessários de despesas do governo federal.

Por isso mesmo Amaury de Souza prevê que, seja quem for eleito, a sociedade precisará ser mais vigilante, "mais militante". "Não confiar tanto na força das idéias, mas na mobilização daqueles que se identificam com a capacidade empreendedora do País", ressaltou. Porque, segundo ele, será nesse setor que haverá uma "caixa de ressonância para afastar as tentações assistencialistas do governo". (SLR)

'O MAIOR RISCO DA REELEIÇÃO É NOVO MENSALÃO', DIZ IZAR. maior risco de um segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria a falta de uma maioria no Parlamento que obrigasse o governo a buscar mais uma vez a cooptação de políticos de outros partidos ou, diante de um insucesso dessa estratégia, colocar em prática uma tentativa de enfraquecimento do Congresso mediante ataques de apelo popular. A opinião é do presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PTBSP), que vê na política do presidente Lula traços do populismo aplicado pelo presidente Hugo Chávez na Venezuela. "Preocupa-me se o presidente Lula tiver minoria no Congresso e tentar

jogar o povo contra o Congresso próximo ano estará mais preNacional", disse Izar, durante parado, e o povo, com o aprenalmoço realizado pela Associa- dizado da crise política, tamção dos Dirigentes de Vendas e bém estará mais preparado para acompanhar a Marketing do Brasil administração fe(ADVB) em evento Ed Ferreira/AE - 10/04/06 deral e o Congresno Clube Monte Líso. Por isso, é difícil bano, na cidade de pensar numa crise São Paulo. institucional", resSegundo o parlasalvou. mentar, o presidenIzar chegou a ser te tem característiindagado por emcas como uma "depresários se o Bramagogia" e "padrão c h a v i s t a " d e s e Ricardo Izar (PTB-SP) sil correria o risco de ingressar numa apresentar à população, ao manifestar que o rota populista a partir do próatual governo prioriza políti- ximo ano, incorrendo na mescas sociais aos mais pobres, in- ma cisão social e política deflacentivando a segregação social grada na Venezuela. Ele resno País. "Ainda acredito que o pondeu que não via esse risco Parlamento que assumirá no pois acredita que as institui-

ções do País estão mais consolidadas democraticamente do que na Venezuela. Ao estimar que a bancada formada por PT e PCdoB na Câmara cairá dos atuais cerca de 90 parlamentares para um número próximo de 50 a 60 legisladores, Izar insistiu que Lula precisará lançar mão "de um novo mensalão", ou de oferta de cargos, para fortalecer sua força, apoiando-se no PMDB, PL, PP e parte do PTB. "O clima no Congresso será pesado e vejo dificuldades para os partidos aceitarem essa proposta de coalizão. É imprevisível, mas temo o que acontecerá se a base aliada for minoria absoluta", insistiu o deputado. (Agências)

menos de uma se- onda Lula desta vez", disse Gemana do anúncio nebaldo. "Pode ser menor (que oficial da candida- em 2002), não dá para saber a tura à reeleição, o dimensão." presidente Luiz Inácio Lula da O "anão do Orçamento" teve Silva foi recebido por dona Ca- acesso à área de convidados nô, mãe dos cantores Caetano ilustres do cerimonial do PaláVeloso e Maria Bethânia, baia- cio do Planalto. Foi cumprinas, sambistas e até conheci- mentado e saudado como dos "anões do Orçamento", em "doutor" por petistas como a Santo Amaro, cidade histórica ex-prefeita de Salvador, Lídice do Recôncavo Baiano a 70 qui- da Mata. E evitou falar da artilômetros de Salvador. Ao inau- culação local do PMDB para gurar uma unidade do Centro ajudar a reeleger Lula: "Isso Federal de Educação Tecnoló- quem cuida é o Geddel". gica (Cefet), que ainda não tem Lula foi recebido na porta da mesas e cadeiras, ele falou de unidade de ensino por dona improviso por cerca de 20 mi- Claudionor, a Canô, de 98 nutos com moraanos. Virou cosd o re s , p ro m etume políticos e autoridades beitendo estudar a construção de jarem a mão deuma fábrica de la ao chegar a papel, a reforma Santo Amaro. do hospital da ciCom o presidendade e a indenite não foi difezação de trabarente. Lula fez lhadores demitiquestão de estar dos do Pólo Peao lado de dona troquímico de Canô, posando Camaçari. para fotos e fazendo caras paFaixas de boas A definição da chapa vindas a Lula fo- ocorrerá depois da ra as câmeras de ram espalhadas vídeo. "Não são convenção. Ainda não pela cidade pelo os estudantes ex-deputado fe- foi oferecida a vaga de que devem perderal Genebaldo vice a ninguém. correr o Brasil Correia, um dos Tarso Genro, em busca de esacusados pela ministro das Relações colas, mas os goC P I d o O r ç avernos que deInstitucionais mento da União, vem colocar esde 1993, de se encolas onde as riquecer ilicitamente com des- pessoas necessitam", disse. vios de verbas para emendas, e Candidato – Ontem o presipelo deputado Geddel Vieira dente determinou a auxiliares Lima (PMDB-BA), que conse- que separem sua agenda de guiu se livrar na última hora da candidato à reeleição de seus lista de pedidos de cassação do compromissos de chefe do relator Roberto Magalhães, à Executivo. O ministro das Reépoca filiado ao PFL de Per- lações Institucionais, Tarso nambuco. Magalhães pediu a Genro, explicou que Lula fará cassação de 16 deputados e um campanha nos finais de semasenador. Desses, dez parla- na e tratará da eleição fora do mentares deixaram o mandato Palácio do Planalto. Pela legis– depois da cassação ou de pe- lação eleitoral, ele ficará impedido de realizar inaugurações direm a renúncia. Anões –"Geddel e Genebal- de obras a partir de 1 de julho. do saúdam Lula", destacava Tarso informou ainda que o uma das faixas no centro urba- nome de Lula será oficializano de Santo Amaro. Presidente do no próximo sábado na condo PMDB local Genebaldo de- v e n ç ã o n a c i o n a l d o P T e monstrou ter esquecido os ata- adiantou que a definição da ques de petistas como José Dir- chapa, ou seja do vice, ocorreceu e Aloizio Mercadante, dois rá somente depois do evento. dos deputados com destacada "Ainda não foi oferecida a vaatuação na CPI do Orçamento. ga de vice a ninguém", afir"Ninguém sabe como será a mou o ministro. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 20 de junho de 2006

Geral/Internacional Epitácio Pessoa/AE

Líder do MLST e filha são mortas em acampamento Jocélia de Oliveira e a filha de cinco anos, Emanuelly, foram atingidas na cabeça. O crime aconteceu na noite de domingo e, segundo a polícia, podem ter sido motivados por uma disputa interna pela liderança do assentamento Primeiros Passos, em Cascavel, às margens da BR-369.

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Edson Masseto/Gazeta do Povo/AE

coordenadora do cabeça. A filha de Jocélia, Movimento de Emanuelly de Souza, de Libertação dos cinco anos, também foi Sem-Terra morta, com pancadas na (MLST) no Paraná, Jocélia de cabeça. O acampado Oliveira Costa, de 30 anos, Ezequias Faleiros, de 31 foi morta com anos, foi atingido quatro tiros na por um tiro na noite de domingo, perna. em seu barraco no A polícia acampamento acredita que os Primeiros Passos, crimes foram em Cascavel, a motivados por cerca de 500 uma disputa quilômetros de interna pela Jocélia morava Curitiba. Foram liderança do apenas com a filha quatro tiros, três acampamento, que nas costas e um na no acampamento fica às margens da

BR-369. Ademar Alves de Lima e Paulo Rodrigues de Lima são acusados e tiveram a prisão preventiva solicitada. Eles estão foragidos. Paulo seria coordenador de segurança do acampamento. A direção nacional do MLST repudiou a ação e abriu as portas do acampamento para que a polícia faça as investigações necessárias. De acordo com o delegado de Cascavel, Amadeu Trevisan Araújo, Paulo e Jocélia já teriam se desentendido anteriormente.

MST controla o gado da Fazenda Teijin, em Nova Andradina, desde a ocupação em 12 de junho

"O que sabemos, por enquanto, é que Paulo queria ocupar o cargo de Jocélia", disse. Segundo a Polícia apurou no acampamento, há cerca de um mês Paulo teria sofrido um atentado, com vários tiros, que não o atingiram. Surgido em meados do ano passado no Paraná, com vários outros grupos de semterra, o MLST instalou-se em dois acampamentos. O maior é o Primeiros Passos, no qual

foram entregues em maio, cestas básicas para 267 famílias. O outro, o acampamento Libertação 13 de Maio, fica em Lindoeste, distante 80 quilômetros do primeiro. Ali vivem 170 famílias. No início do mês o acampamento Libertação ficou mais conhecido, pois dele saiu um grupo para participar de manifestação em Brasília, que acabou em quebra-quebra no Congresso Nacional.

MST – Um grupo de 500 famílias ligadas ao Movimento Sem-Terra (MST) prometeu soltar no domingo, em plena rodovia BR-267, pelo menos 10 mil bois da Fazenda Teijin, situada a 54 quilômetros do centro de Nova Andradina, Mato Grosso do Sul. Eles aguardam uma decisão do governo federal sobre decisão da Justiça Federal de suspender a desapropriação da área, ocorrida em 2001.

Wathiq Khuzaie/AFP

EUA acusam três soldados por mortes de iraquianos O

Ontem, cerca de 500 prisioneiros iraquianos detidos em Abu Ghraib foram libertados como parte dos esforços de reconciliação nacional

ENFORCAMENTO PARA SADDAM AFP/Pool

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Promotoria pediu ontem, em Bagdá, a pena de morte para o presidente iraquiano deposto Saddam Hussein, ao expor seus argumentos finais durante o julgamento do ex-ditador, iniciado há oito meses. De acordo com os promotores, Saddam "não demonstrou piedade" na morte de mulheres e crianças em uma campanha de repressão contra uma comunidade árabe xiita na década de 1980. Dentro de três dias a promotoria resumirá seu caso e um painel de juízes começará então a deliberar sobre o futuro de Saddam e de mais sete réus. Entretanto, mesmo que Saddam venha a ser condenado à morte por enforcamento - pena máxima no processo -, poderia demorar meses até que a sentença seja executada. Os réus têm o direito de recorrer e é provável que Saddam seja submetido a um segundo julgamento por causa de uma campanha de repressão a curdos iraquianos que teria provocado a morte de cerca de 100.000 pessoas.

O silêncio prevaleceu nas tribunas durante a audiência de aproximadamente três horas realizada ontem, em Bagdá, durante a qual o promotor Jaafar al-Moussawi apresentou sua argumentação final sobre a suposta responsabilidade de Saddam e sete de seus assessores na morte de 148 xiitas em Dujail. Vestindo um terno negro, Saddam passou a maior parte do tempo em silêncio enquanto assistia à argumentação do promotor. Ele ocasionalmente fazia anotações. Sem piedade - "A promotoria pede a pena mais dura contra esses homens porque eles disseminaram a corrupção pela terra. Eles não demonstraram piedade nem mesmo pelos idosos, pelas mulheres e pelas crianças. Nem mesmo as árvores ficaram a salvo de sua opressão", declarou. "A lei prevê a pena de morte e é isso o que pedimos que se implemente", concluíram os acusadores. "Muito bem", murmurou Saddam Hussein em tom sarcástico. (AE/AP)

Exército dos EUA acusou criminalmente ontem três de seus soldados de envolvimento na morte de três iraquianos que estavam sob a custódia dos militares americanos em maio, afirmaram fontes do Exército. A Divisão Militar Multinacional no Iraque afirmou que três membros da 3ª Brigada de Combate da 101ª Divisão de Transporte Aéreo foram acusados pelo envolvimento na morte de três homens detidos durante uma operação próximo ao Canal de Thar Thar, ao sul da província de Salahuddin, em 9 de maio último. "Um oficial e dois soldados foram acusados de violar vários artigos do Código Uniforme da Justiça Militar, incluindo assassinato, tentativa de homicídio, conspiração, ameaça e obstrução de justiça", informou um comunicado. "No dia em que as mortes ocorreram, a unidade de comando ordenou uma investigação para determinar as circunstân-

MÍSSIL Para os EUA, teste de míssil de longo alcance pela Coréia do Norte "será uma provocação".

"Muito bem", disse Saddam ao ouvir pedido de pena de morte

BUSH GO HOME Protesto contra o presidente Bush, na quarta, em Viena, deve reunir 15 mil manifestantes.

Ó RBITA

URÂNIO

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cias que envolvem as mortes dos três presos", acrescentou a nota. Segundo o comunicado, uma investigação iniciada em 17 de maio "está em andamento". "Os soldados estão atualmente confinados aguardando uma audição para determinar se há evidencias suficientes para que o caso seja levado à corte marcial", disse a nota. Reconciliação – Ontem, as autoridades iraquianas e a Força Multinacional libertaram um novo grupo de 500 dos 2000 prisioneiros que o primeiro-ministro Nuri al Maliki decidiu soltar para favorecer uma reconciliação nacional. Estas pessoas estavam detidas em Abu Ghraib, uma prisão a oeste de Bagdá, e Ford Suse, no norte do país. O expediente destes presos foi analisado por uma comissão americano-iraquiana e não há acusações contra eles. Na quinta-feira passada, foram libertados 450 presos e, em 11 de junho, mais 230. No fim de abril, 28.700 pessoas estavam presas no Iraque.

presidente dos EUA, George W. Bush, voltou a advertir o Irã para que aceite as ofertas econômicas e tecnológicas internacionais e pare de enriquecer urânio. "Se os líderes iranianos querem paz e prosperidade e um futuro melhor para seu povo, devem aceitar nossa oferta", disse Bush.

PALESTINOS

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grande maioria dos palestinos apóia um plano que reconhece implicitamente a existência de Israel, mas uma pesquisa revela que só 47% votariam a seu favor no plebiscito convocado pelo presidente Mahmud Abbas para 26 de julho. Os que votam contra acreditam que Abbas usa o plano na sua luta de poder com o Hamas.


terça-feira, 20 de junho de 2006

Polícia Compor tamento Urbanismo Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

O RESULTADO SERÁ TRANSFORMADO EM EXPOSIÇÃO

Ó RBITA

REGISTRO SUSPENSO s advogados Maria Cristina de Souza Rachado e Weslei da Cunha tiveram seus registros na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspensos por 90 dias . A suspensão ocorreu ontem por decisão unânime de duas turmas julgadoras do Tribunal de Ética e Disciplina. Os dois advogados são acusados de terem comprado, de um ex-funcionário de uma empresa que presta serviço de sonorização à Câmara, a cópia da gravação de uma sessão

secreta da CPI do Tráfico de Armas, onde foram ouvidos o diretor do Deic, Godofredo Bittencourt Filho, e o delegado Ruy Ferraz Fontes. O vazamento da informação foi fundamental para deflagrar a onda de ataques do crime organizado em São Paulo, dois dias depois. A OAB de Brasília julgará agora o processo da compra do CD , que teria sido repassado a Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). (AE)

BOLA

SALTO

adolescente Alexandre Lima Bontz Júnior, de 13 anos, foi baleado após pular o muro de uma casa para pegar uma bola, na tarde de domingo, em Porto Alegre. Ele teve pequenas lesões nas panturrilhas. Apontado como autor dos disparos pelos vizinhos, Eronides da Cruz, teve sua casa saqueada e foi preso. O incidente aconteceu pouco depois da vitória do Brasil sobre a Austrália. Alexandre e três amigos jogavam futebol e deixaram a bola escapar para a casa do vizinho, que morava sozinho. O garoto entrou no terreno e foi atingido quando se preparava para sair. (AE)

esportista Mário Massato Hayashi Guilmo, de 23 anos, morreu domingo após saltar com um pára-quedas de uma torre de celular com 75 metros de altura, em Ribeirão do Sul, no interior. Guilmo praticava com alguns colegas o base jumping. O desafio é saltar de uma base fixa, com páraquedas comum, e abrir o equipamento em três segundos. Ele saltou de um parapeito a 70 metros de altura, mas o pára-quedas não abriu. O equipamento foi encaminhado para perícia. Guilmo havia feito o salto com sucesso há 15 dias. O corpo do jovem foi sepultado ontem. (AE)

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GREVE

REBELIÃO

s 420 líderes de rebeliões e do Primeiro Comando da Capital (PCC) detidos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau iniciaram uma greve ontem para protestar contra o esquema de vigilância durante o banho de sol. Desde 12 de maio os líderes do PCC tomam banho de sol em grupos vigiados por cerca de cem agentes de Escolta e Vigilância com armas e munições antimotins. Ontem eles se recusaram em sair das celas por estarem sendo oprimidos pela vigilância. Segundo a coordenação dos presídios, nada será alterado no esquema. (AE)

cabou ontem à tarde a rebelião na Penitenciária de Viana, no Espírito Santo, com a liberação de um agente penitenciário e de cerca de 150 parentes de presos, mantidos reféns desde sábado. Pelo menos duas pessoas foram mortas. Até a noite, a polícia não havia entrado no presídio para confirmar se houve mais uma morte, anunciada por celular por um dos amotinados. O governo não informou se atendeu às reivindicações dos presos. Também não foi detalhada a eventual participação da Força Nacional de Segurança, que está na cidade com 80 homens. (AE)

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TATTO: PRISÃO INDEFINIDA

juíza da 2ª Vara Criminal de Santo André, Aparecida Angélica Correia, não decidiu sobre o pedido de prisão preventiva de Jilmar Tatto, exsecretário dos Transportes na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy, feito pelo Departamento de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) daquela cidade. Ela encaminhou o

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inquérito para o Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), no Fórum da Barra Funda, onde será apreciado por um juiz. Tatto assinou uma autorização para que perueiros da extinta cooperativa Transmetro fossem incluídos na cooperativa Cooper Pam ambas acusadas de ligação com o PCC. (AE)

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407

Cada um vai registrar o que quiser. Não vamos dirigir o olhar. André Douek, repórter-fotográfico

CENTRO VAI POSAR PARA CEM FOTÓGRAFOS A Associação Viva o Centro realiza no próximo sábado um workshop fotográfico pelas ruas centrais da cidade. Cem inscritos poderão retratar a região e revelar sua visão particular sobre São Paulo. Divulgação/Vivian Lembo

Rejane Tamoto

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os detalhes arquitetônicos de um belo edifício construído em 1929, como o Martinelli, ou na expressão de personagens urbanos, o Centro de São Paulo é rico não só em histórias, mas também em imagens. O segredo em registrá-las é saber percebê-las. Com o objetivo de treinar essa percepção e o olhar de pessoas que gostam da arte de fotografar, a Associação Viv a o C e n t ro o rg a n i z a u m workshop fotográfico no próximo sábado, com duração de um dia, dando seqüência às comemorações de 15 anos da entidade. O programa será ministrado pelo repórter-fotográfico André Douek e pela psicóloga e fotógrafa Vivian Lembo. "O workshop é aberto e por isso não falaremos muito sobre técnica. Mostraremos 80 imagens nas quais as ruas são a matéria-prima, feitas por 10 grandes fotógrafos contemporâneos, entre eles Henri Cartier Bresson. A partir da linguagem fotográfica dessas imagens, queremos inspirar os participantes a clicar o Centro", disse Douek. O grupo, que terá no máximo 100 pessoas, deverá percorrer alguns locais do Centro antigo de São Paulo, passando pela sede da Prefeitura, Igreja de Santo Antônio, Faculdade de Direito do Largo São Francisco da Universidade de São Paulo (USP), praça do Patriarca, rua Direita, José Bonifácio, Senador Paulo Egydio e edifício Saldanha Marinho. Cada participante, munido de máquina digital ou analógica (ou mesmo com um telefone celular com câmera), deverá fazer 36 fotos durante o trajeto. "Cada um vai registrar o que quiser: arquitetura, retratos, personagens.

GIr Agendas da Associação e das distritais

Amanhã I São Miguel - A distrital

realiza reunião de móveis e colchões do Projeto Empreender , coordenada por Valdeir Gimenez. Às 20h.

Quinta I São Miguel - Reunião de

escolas particulares do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 9h. I Conjuntura - Reunião do Comitê de Avaliação da

Em preto e branco ou em cores, o workshop da Associação Viva o Centro terá tema livre: a arquitetura dos edifícios (à esq., o edifício Martinelli) ou os personagens da cidade (abaixo, moradores do Bom Retiro) Divulgação/André Douek

Não vamos dirigir o olhar. Queremos, no final, montar uma exposição", afirmou Douek. Segurança – "Em São Paulo, por questões de segurança, as pessoas ficam apreensivas em fotografar sozinhas no Centro. Mas em grupo, com mais gente por perto, é estimulante e interessante. Vale pelo passeio, para conhecer o Centro e também para comparar as próprias fotos com as dos colegas. É um exercício prazeroso", explicou Douek, que já coordenou cerca de 59 caminhadas fotográficas para o Senac, com turmas de até 90 participantes. Ele contou que nunca teve problemas durante esses passeios e considera que um grupo acaba inibindo pessoas com más intenções. SERVIÇO Workshop de fotografia Quando: 24/06 (sábado), das 9h às 18h Preço: R$ 250 (o valor inclui a revelação das fotos. Estudantes, associados e grupos têm desconto) Inscrições: até sexta-feira pelo www.vivaocentro.org.br/ workshop Local: rua Libero Badaró, 425 4º andar

Conjuntura da ACSP. Às 12h, rua Boa Vista, 51/12º andar. I Lapa - A distrital realiza reunião de escolas infantis do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 18h. I Mooca - A distrital faz reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor, com a presença do subprefeito Eduardo Odloak. Às 19h.

Sábado I Pinheiros - A distrital

promove o seminário Uma proposta estratégica no gerenciamento de conflitos. Às 8h30, rua Simão Álvares, 517. Inscrições no 0800-177770 ou no interagir-mediadores@ interagir-mediadores.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de junho de 2006

1 O governador Cláudio Lembo e o prefeito Gilberto Kassab assinaram convênio para a troca de dados.

EMPRESAS VÃO À JUSTIÇA CONTRA GREVE NOS PORTOS

Newton Santos/Hype

Juízes concedem liminares para liberar mercadorias paradas nos portos e aeroportos Divulgação

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ntidades representativas de classe estão recorrendo à Justiça para liberar mercadorias no desembaraço aduaneiro. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) conseguiram liminares contra as paralisações de agentes fiscais do Ministério da Agricultura e da Receita Federal nos portos. O problema é que as entidades não conseguem cópia das liminares para beneficiar seus associados porque os servidores da Justiça Federal também estão de braços cruzados. Segundo empresários do setor de logística, os agentes fiscais do Ministério da Agricultura têm feito paralisações intermitentes. Já os auditores da Receita Federal estão em greve desde o dia 2 de maio e os servidores da Justiça Federal, desde o dia 3 do mesmo mês. "Hoje em dia, muitas empresas não mantêm grandes estoques e trabalham num sistema just in time. Por isso, precisam das mercadorias na data prevista", disse Carlos Celso Orcesi da Costa, superintendente jurídico da ACSP. Na ação mais recente, contra os agentes fiscais do Ministério da Agricultura, a advogada Ana Flávia Cabrera Biasotti de Oliveira, da ACSP e da Facesp, argumentou que a paralisação das atividades das empresas comprometeria a economia do País e que o dire i t o d e g re v e é l i m i t a d o quanto a serviços públicos. Segundo Rita Campagnoli, proprietária da Bahl Comércio Internacional, as empresas

Cecília, da Unafisco: acordo difícil

que acondicionam seus produtos em caixas de madeira também precisam passar pela vistoria do Ministério da Agricultura. "A Bahl, por exemplo, importa produtos metal-mecânicos", disse. "Já tive carga que foi parar em Buenos Aires porque o navio não podia atracar no Brasil em decorrência da greve. Amargamos prejuízos porque, se deixamos de entregar no prazo pretendido, podemos perder clientes", explicou. O empresário Júlio T Ocsi, da Unterwegs Agenciamento e Despacho Aduaneiro, explica que a greve dos fiscais agropecuários não ocorre em todos os portos. "É uma caixa de surpresas", disse. A empresa importa produtos automotivos, do setor têxtil e medicamentos, entre outros. Receita – Na semana passada, o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) obteve liminar para liberar mercadorias paradas em portos e aeroportos por conta da

greve da Receita. A ACSP e a Facesp haviam conseguido liminar no mesmo sentido na semana anterior. Mas parece que a paralisação está longe de terminar. A greve deve ganhar, hoje, a adesão dos profissionais que trabalham no Porto de Santos (greve de 72 horas) e no Aeroporto de Guarulhos (até quinta-feira). "Na última reunião com o sindicato, há mais de 15 dias, o ministro da Fazenda disse que receberia os auditores, mas até agora isso não aconteceu", disse a presidente do Sindicato dos AuditoresFiscais da Receita Federal em São Paulo (Unafisco São Paulo), Carmen Cecilia Bressane. Para forçar um encontro, hoje, a categoria realiza ato público em frente ao ministério. Em assembléia, na última quarta-feira, os auditores fiscais-chefes filiados ao Unafisco de 46 cidades do País, inclusive de São Paulo, colocaram seus cargos à disposição. Levantamento do Unafisco São Paulo calcula que os prejuízos acumulados na área aduaneira, desde o início da greve, estão se refletindo na balança comercial brasileira. O sindicato estima que a paralisação dos auditores fiscais deste ano já representa, no total, um prejuízo de R$ 5 bilhões. Segundo o Unafisco Nacional, nos últimos quatro anos o recorde em dias parados foi registrado em 2004: 65 no total. Em 2003 foram 56 dias e em 2005, 34. "Todo ano, exatamente nessa mesma época, fica essa loucura da greve, o que é um terror porque o atendimento na Receita Federal já é lento por natureza", reclamou a dona da Bahl. Laura Ignacio

Andressa Miyzaki e Andréia de Oliveira Galvão, do colégio Joana D'Arc: destaques na divulgação da campanha

Adolescentes participam do movimento De Olho no Imposto

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ndréa e Andressa são duas adolescentes da oitava série do Colégio Joana D’Arc, no Butantã, que já conhecem muito bem o quanto os impostos encarecem os produtos consumidos no dia-a-dia. Indignadas, elas, como a maioria dos alunos da escola – que tem também uma faculdade –, se destacaram pelo empenho na busca de assinaturas para o movimento De Olho no Imposto, criado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O diretor da escola, José Carlos Pomarico, apresenta as duas alunas com orgulho. "Elas tomaram a iniciativa e acabaram sendo agentes multiplicadores", enfatizou. A professora Solange Serafina Abate, há 30 anos no Joana D’Arc, lembra que os pais dos alunos gostaram e adotaram a idéia. "Principalmente os dos mais jovens", disse. Os alunos começaram a acompanhar o De Olho no Imposto pelo Diário do Comércio, pois todas as primeiras páginas e reportagens sobre o assunto eram afixadas na escola e na faculdade como cartazes. "Sentimos que os pequenos queriam participar, e isso aca-

bou movimentando a escola e aproximando os pais da campanha", acrescentou Solange. A história de Andréa de Oliveira Galvão da Silva, 14 anos, e Andressa Miyzaki, 13 anos, começou no início deste ano, quando a Sede Distrital Butantã, da ACSP, engajou-se na busca de 26 mil assinaturas para a campanha De Olho no Imposto. Seu superintendente, José Sérgio de Toledo Cruz, contou que envolveu nesse trabalho shoppings, igrejas, escolas, faculdades e até o São Paulo F. C. "Conhecia bem o Pomarico pelas iniciativas inovadoras na área cívica", relatou. A partir daí e de um papo entre eles, e pelo fato de Pomarico ter sido superintendente da Distrital Butantã, o próprio diretor da escola apresentou a idéia em todas as salas de aula do colégio. "Que acham de participar da campanha?", perguntou. Munido de alguns dados, como o fato de a água ser taxada em 46%, abriu o debate na escola, e a maioria dos alunos aderiu à campanha. Paralelamente, Toledo Cruz e Pomarico escreveram um convite conjunto – ACSP e Colégio Joana D’Arc – explicando

os objetivos da campanha (arrecadar 1,5 milhão de assinaturas para propor um projeto de lei popular obrigando a colocar o total de impostos nas notas e cupons fiscais) e pedindo apoio e participação. "O que interessava era essa aula de cidadania em cima de uma situação real", comentou Pomarico. Assinaturas – O DC estampava diariamente o avanço da campanha. "E nós queríamos ver as assinaturas chegar em Brasília", afirma Andressa, que levou sua lista para casa e para a loja de materiais elétricos de seu avô. "Lá na loja eu mostrava a folhinha da campanha e o absurdo de impostos que pagamos até sobre os travesseiros, feitos para a gente descansar", explicou. A estudante Andréa também assistiu a campanha pela tevê e garante que encontrou uma saída para melhorar o Brasil. "A gente não precisa fazer como os Sem-Terra fizeram em Brasília (invasão do Congresso Nacional) para ter poder. A gente pode conseguir isso se juntando e mostrando que nossa voz é poderosa", disparou Andréa, para espanto do diretor do Joana D’Arc. Sergio Leopoldo Rodrigues

Nota eletrônica: "Complicômetro"

Jucesp e Prefeitura vão trocar dados

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A

s empreendedores de todos os setores da economia, representados pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), reagiram mal à implantação da Nota Fiscal Eletrônica pela Secretaria de Finanças do Município de São Paulo. A obrigatoriedade começa no dia 1º de agosto para empresas prestadoras de serviços que faturam mais de R$ 240 mil por ano. Ontem, durante reunião plenária da entidade, eles afir-

maram que a nova ferramenta vai representar um "complicômetro" a mais para as empresas. Presente, o secretário-adjunto de Finanças do Município, George Herman Rodolfo Tornin, tentou mostrar que a nota eletrônica vai reduzir a carga tributária individual, já que o Imposto sobre Serviços (ISS) vai gerar créditos que poderão ser usados no pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Mas Tornin não convenceu os empreendedores, que enxer-

gam apenas mais uma "pressão tributária" sobre as empresas. O presidente em exercício da ACSP, Alencar Burti, acredita que a iniciativa reabre o debate sobre o imposto único, como forma de justiça tributária no País. Luigi Nese, presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS), considerou a nota eletrônica "apenas mais uma maneira de arrecadar mais impostos". E o conselheiro da ACSP, consultor Antônio Carlos Pela, resumiu: "É uma medida indigesta". (SLR)

Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) e a Procuradoria Geral do Município (PGM) firmaram um convênio, na última sextafeira, para facilitar a troca de informações entre os dois órgãos e, assim, apressar a legalização de empresas. De imediato, o convênio vai permitir apenas que Prefeitura e Jucesp acessem os dados uma da outra para cruzamento de dados. Até o mês de agosto, os dados das três esfe-

ras do governo – federal, estadual e municipal – e a Jucesp estarão interligados. "Nesse primeiro momento, o objetivo é permitir que a Prefeitura saiba, de pronto, se o empresário que foi procurar o órgão municipal para pedir um alvará de funcionamento já está legalmente inscrito na Junta e pronto para começar a funcionar", disse o presidente da Jucesp, Antonio Marangon. Para o secretário municipal de Negócios Jurídicos, Luiz Antônio Marrey, o novo siste-

ma também vai inibir a atuação das empresas de fachada, justamente por causa da facilidade para fiscalizar a atuação empresarial no município. "Infelizmente é algo que ocorre na capital, e essa troca de informações vai desburocratizar e dar mais agilidade para a fiscalização", ressaltou. O convênio foi assinado no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do governador Cláudio Lembo e do prefeito Gilberto Kassab. Márcia Rodrigues


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Polícia Ambiente Administração Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de junho de 2006

Hoje São Paulo tem 480 mil pontos de iluminação espalhados por mais de 47 mil ruas.

PREFEITURA PUBLICARÁ EDITAL EM UMA SEMANA

Fotos de Luiz Prado/Luz

SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO SERÁ TERCEIRIZADO Idéia da Prefeitura paulistana é economizar dinheiro dos cofres públicos, melhorar e modernizar o serviço na cidade. As empresas interessadas, no entanto, encontrarão muitos problemas à espera de soluções. Ivan Ventura

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entro de uma semana, a Prefeitura de São Paulo deverá publicar no Diário Oficial do Município um edital de abertura de licitação às empresas interessadas em administrar o serviço de iluminação pública na cidade, serviço que hoje é de competência do poder executivo. Com a medida, a Prefeitura pretende economizar o dinheiro dos cofres públicos e, principalmente, modernizar e melhorar o atendimento. Moradores da cidade duvidam de uma melhoria significativa somente por causa da mudança, mas empresários do setor apostam que a medida poderá melhorar e modernizar a iluminação. De acordo com a Secretaria de Serviços, a empresa vencedora da licitação deverá prestar serviços de gestão integrada de manutenção dos postes, ampliação da rede, cadastro dos munícipes e gerenciamento. Além disso terá de oferecer atendimento à população em postos específicos e o serviço por telefone, que hoje acontece pelo 156, da Prefeitura. Atualmente o Departamento de Iluminação Pública (Ilume) é o responsável pelo gerenciamento do sistema, mas mudará a sua competência com a terceirização do setor, transformando-se em um órgão fiscalizador dos serviços de iluminação. O Ilume ainda sugerir melhorias na iluminação pública em parceria com a empresa vencedora. Problemas – Em se tratando da maior cidade da América do Sul, no entanto, as mudanças não devem ser simples. Os problemas da empresa responsável pelo gerenciamento da iluminação começam com os números superlativos. Hoje, São Paulo tem 480 mil pontos de iluminação espalhados em mais de 47 mil ruas, gerando um consumo médio/mensal de 50.000 mWH (megawatts/hora). Do total de redes instaladas, 85% são aéreas e o restante está nos subterrâneos. A cidade que tem consumo de energia mais aproximado ao de São Paulo é o Rio de Janeiro, com mais de 380 mil pontos – grande parte deles espalhada pelas praias da capital fluminense – distribuídos em cerca de 26 mil ruas e com um consumo médio/anual de 44 mil mWH. O custo da Prefeitura com iluminação pública também é altíssimo. No orçamento deste ano, estão previstos R$ 168,8 milhões para a área, sendo que grande parte desse montante – cerca de 120 milhões – será destinada à manutenção e à am-

Ruas e avenidas da área central (como a São João e a Ipiranga, acima e à esquerda) são relativamente bem iluminadas Na favela Lidiane (direita), na zona norte da cidade, a população reclama da iluminação pública ainda precária.

pliação da rede elétrica pública. Segundo a Secretaria de Serviços, a Prefeitura deverá diminuir esse gasto e poderá fiscalizar com rigor o serviço prestado pela empresa terceirizada. Os números dessa possível economia não serão divulgados no momento, justamente para não prejudicar o valor que será oferecido pelas empresas na licitação. O tempo de contrato também é um mistério, mas deverá constar na publicação do Diário Oficial do Município. Outra possível dificuldade da empresa vencedora é o atendimento à população por telefone, o chamado call center. No contrato, a terceirizada será obrigada a criar esse canal de comunicação com o contribuinte (provavelmente um 0800), com um atendimento médio de 40 mil ligações por mês. O detalhe é que o tempo de espera pela ligação não poderá exceder os 90 segundos. Além disso, deverão ser criados pelo menos 15 postos de atendimento em vários pontos da cidade. Concorrentes - Pelo menos quatro empresas já despontam como fortes concorrentes na licitação. São elas: Trópico, Repume, Conecta e Schreder. O diretor da Associação Brasileira da Indústria da Iluminação (Abilux), Marcos Vinicius de Souza Alvim, acredita que as empresas especializadas poderão contribuir com novas idéias para a Prefeitura e ajudar no trabalho de urbanização da cidade. "Podemos propor a troca de luminárias em São Paulo e propor a modernização da iluminação nos parques. Grande parte das luminárias são antigas", disse.

MENOS ACIDENTES aiu o número de acidentes, mortos e feridos nas rodovias federais brasileiras no feriado de Corpus Christi. De acordo com balanço divulgado ontem pela Polícia Rodoviária Federal, 65 pessoas morreram nas estradas entre a zero hora de quinta-feira e meia-noite de domingo. Uma queda de 3% em relação às 67 mortes do mesmo feriado do ano passado. Quanto aos acidentes, a queda foi de 10,25%, de 1.190 para 1.068, enquanto o número de feridos recuou 5,42%, de 831 para 786. A polícia fiscalizou 75.162 veículos e aplicou 13.949 multas. Em São Paulo foram 86 acidentes nas rodovias federais, 9,47% menos do que os 95 casos no mesmo feriado em 2005. Apesar disso, o número de mortos subiu 50%, passando de seis para nove. A quantidade de feridos no Estado aumentou 27,66%, de 47 em 2005 para 60 neste ano. (AE)

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Dívida com prestadores é de R$ 1 bilhão Davi Franzon

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A questão da criação de atendimento telefônico das reclamações também não será problema para a empresa vencedora, segundo Alvim, diretor da Tecnowatt. "O investimento no call center depende da rentabilidade do negócio. Com o dinheiro, a empresa deverá investir e ampliar o serviço telefônico à população", disse. Na contramão da euforia da empresas do setor, algumas pessoas demonstram certa desconfiança quanto à melhoria do serviço. Moradores da favela Lidiane, localizada dentro do bairro do Limão, na zona norte, desconfiam da terceirização da iluminação pública. Para o co-

CASTELO-RAPOSO Uma morte foi registrada durante o feriado de Corpus Christi no sistema Castelo Branco- Raposo Tavares, segundo balanço divulgado ontem pela ViaOeste.

merciante João Bosco Borges, de 40 anos, os problemas da mudança aparecerão quando a população começar a reclamar do serviço. "Hoje ficamos mais de 30 minutos aguardando o atendimento pelo fone. E quando, finalmente, somos atendidos não conseguimos solucionar os problemas de iluminação no bairro. Quero só ver depois...", disse o comerciante. "Outra moradora da favela Lidiane, a cabeleireira, Heloísa Gomes da Silva, de 30 anos, disse que é dever da Prefeitura prestar esse tipo de serviço. "A empresa privada pensa apenas no lucro e não deverá prestar um bom serviço", afirmou.

Ó RBITA

restadores de serviços e a Prefeitura travam uma batalha pelos pagamentos atrasados. Segundo Paulo Lofrete, presidente da Associação Brasileira de Apoio ao Setor de Serviços (Abrasse), a dívida do município com as empresas está acumulada desde setembro de 2004 e atinge R$ 1 bilhão. Para Lofrete, o atraso nos pagamentos poderá levar à suspensão dos serviços. De acordo com a Abrasse, os pagamentos, principalmente para as empresas que realizam serviços de limpeza e manutenção nos Centro Educacionais Unificados (CEUs) – uma das marcas do governo Marta Suplicy –, não são realizados desde setembro de 2004, um mês antes do início da campanha eleitoral para a Prefeitura. Após a vitória de José Serra (PSDB), um encontro entre os representantes dos prestadores de serviços e nova administração foi marcado, mas não ocorreu, já que a postura do novo prefeito era de não quitar dívidas deixadas pela gestão anterior. "O resultado dessa postura foi o fechamento de d i v e r s a s e m p re s a s q u e prestam serviço para São Paulo. Sem receber não havia como manter as portas abertas", informou o presidente da Abrasse. Mesmo com a negativa da Prefeitura, a associação continuou negociando com a Secretaria Municipal de Fi-

PRESIDENTE DUTRA Onze pessoas morreram durante o feriado prolongado na rodovia Presidente Dutra, segundo balanço divulgado ontem pela NovaDutra.

ESQUEMA ALTERNATIVO PARA O JOGO ara tentar evitar a confusão da semana passada em suas estações, o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) vão colocar a frota máxima para circular mais cedo na quintafeira, já que muita gente deverá ser liberada do trabalho para assistir ao jogo do Brasil contra o Japão, às 16 horas Nas linhas da CPTM, o horário de pico começará às 13h; no metrô, às 13h30. No primeiro jogo, dia 13 o reforço foi acionado a partir das 14h.

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A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima aumento de 15% (de 150 mil a 200 mil) na frota de veículos em circulação duas horas antes do jogo. O monitoramento do trânsito será o mesmo da semana passada, quando houve 147 quilômetros de congestionamento. A frota de ônibus será a mesma (15 mil veículos). Como na semana passada, o rodízio de veículos estará suspenso à tarde. De manhã, valerá das 7 às 10h para carros com placas de finais 7 e 8. (AE)

nanças. Em 18 de abril, disse Lofrete, um encontro foi marcado com os secretários de Assuntos Jurídicos, Luiz Antonio Marrey, e de Finanças, Mauro Ricardo. No encontro, a Prefeitura propôs pagar todas as dívidas de até R$ 100 mil e o restante em até 7 anos, mas com um deságio de até 20% a cada ano de parcelamento. "Nós teríamos que receber menos por um serviço já prestado. Isso parecia uma piada. Reduzir 20% a cada ano de pagamento, não acreditamos que fosse verdade a proposta", disse Lofrete Em uma segunda reunião, Paulo Lofrete disse que ficou claro, por parte do secretário Mauro Ricardo, que quem não aceitasse a proposta poderia recorrer à justiça e esperar até 15 anos para receber os valores devidos por meio de precatórios. "Ele assumiu que a Prefeitura declararia a moratória e nós teríamos que esperar o prazo judicial para receber. Ou era isso ou nada feito", afirmou. Lofrete garantiu que a Abrasse não aceitará a proposta e partirá para uma ação judicial contra a Prefeitura. Ele informou que uma possível paralisação teria impacto direto na prestação de serviços nos hospitais, escolas e demais órgãos da rede municipal. Procurada, a Secretaria de Finanças não deu resposta sobre o caso. O mesmo ocorreu junto à Secretaria Municipal dos Negócios Jurídicos.

CIDADANIA oente psiquiátrico sem identificação, internado em hospitais estaduais, terá documento para que possa usufruir de seus direitos de cidadão. Acordo nesse sentido foi firmado entre a Secretaria da Saúde e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo. Caberá à secretaria pesquisar e oferecer dados à OAB, que os levará às suas subseções, para análise e envio de ofício a cartórios de registro civil. Se no cartório não houver registro do paciente, será emitida certidão de nascimento tardia, com o nome escolhido pela pessoa. Depois de registrado, o paciente terá acesso, também por intermédio da OAB, a benefícios, tais como a aposentadoria pelo INSS. A expectativa da saúde é favorecer cerca de mil doentes que se encontram nessa situação no Estado. (AE)

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 20 de junho de 2006

COMUNICADOS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: Adiamento – Tomadas de Preços Comunicamos o adiamento da data de entrega dos envelopes 1 (Documentação) e 2 (Proposta Comercial) das Tomadas de Preços n.º 05/0757/06/02, 05/1275/06/02, 05/1219/06/02, 05/0874/06/02 e 05/1256/06/02, respectivamente para às 09:30; 10:00, 10:30, 14:00 e 15:00 horas do dia 29-06-2006, quando dar-se-á a abertura do envelope 1. Os invólucros contendo os Documentos de Habilitação e a Proposta Comercial deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - CEP 01121-900 - São Paulo - SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou através do site www.fde.sp.gov.br. Ficam mantidas as demais condições do aviso inicial.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio Escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/0663/06/02 - EE Perillier (Mademoiselle) – Rua Carolina Michaelis, 138 - Jardim dos Imbuias - Capela do Socorro - São Paulo/ SP – 210 - R$ 44.882,00 – R$ 4.488,00 – 16:00 – 07/07/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 21/06/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 06/07/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - TOMADA DE PREÇOS Nº 008/2006 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 7154/ 2006 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de Tomada de Preços, do tipo menor preço global, tendo como objeto a contratação de empresa especializada de engenharia para Canalização do Córrego Gregório e Obras Complementares - 2ª fase de obras contra enchentes - Trecho José Bonifácio, conforme Projeto Básico, Projeto Executivo, Memoriais descritivos e Planilha de Orçamento Básico, fornecidos CD-ROM, que fazem parte do presente edital.O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da Prefeitura Municipal de São Carlos, situada à Rua Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, fone 3307-4272, a partir do dia 20/ 06/06 até o dia 05/07/06, no horário das 09:00 às 12:00h e das14:00 às 16:00h. mediante o recolhimento da taxa de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes contendo a documentação e as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 05 de julho de 2006, quando após o recebimento iniciar-se-á sessão de abertura. São Carlos, 19 de junho de 2006. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações. FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR/HEB

EDITAL DA TOMADA DE PREÇOS Nº 001/2006- FAMESP/HEB PROCESSO Nº 145/2006 - FAMESP/HEB Acha-se aberta na Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, a Tomada de Preços nº 001/2006-FAMESP/HEB, Processo nº 145/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a Contratação de empresa para prestação de serviços de informática, abrangendo os serviços de consultoria, desenvolvimento e manutenção de sistemas, treinamento e outros serviços compatíveis com a sua finalidade, relacionados no Projeto Básico - Anexo III, para o Hospital Estadual Bauru, pelo período de 12 (doze) meses. O envelope nº 01 Documentação e envelope nº 02 - Proposta, serão recebidos até o dia 17 de julho de 2006, às 09:00 horas, quando será procedida a abertura dos referidos envelopes no dia 17 de julho de 2006, às 9:15 horas. A Pasta Técnica poderá ser retirada através do site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/ Hospital Estadual Bauru, até o dia 12 de julho de 2006. Maiores informações poderão ser fornecidas pela Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, na cidade de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680 - ramal 111 - FAX (0xx14) 3882-1885 – ramal 110, de 2ª a 6ª feira, no telefone acima, durante o expediente normal. Botucatu, 19 de junho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice-Presidente - FAMESP.

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio Escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/0673/06/02 - EE Min Laudo Ferreira de Camargo – Rua Julio de Mesquita, 757 - Pauliceia - São Bernardo do Campo/SP – 150 - R$ 24.443,00 – R$ 2.444,00 – 15:00 – 10/07/2006. 05/0674/06/02 - EE Profª Cynira Pires dos Santos – Rua Angela Thome, 134 - Rudge Ramos - São Bernardo do Campo/SP – 150 - R$ 19.715,00 – R$ 1.971,00 – 16:00 – 10/07/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 21/06/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 07/07/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/0483/06/02 - Reforma de prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador - EE Antonio Diederichsen – Rua Goiás, 610 - Campos Elíseos - Ribeirão Preto/SP – 240 - 112,13 - R$ 50.396,00 – R$ 5.039,00 – 09:30 – 07/07/2006. 05/0630/06/02 - Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador - EE Profª Regina Valarini Vieira – Rua Roberto Clark, 357 - Centro - Birigui/SP – 210 - 18,40 - R$ 30.430,00 – R$ 3.043,00 – 10:30 – 07/07/2006. 05/0631/06/02 - Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador - EE Oswaldo Cruz – Rua Cap Otávio Ramos, 593 - Centro - Cruzeiro/SP – 210 - 203,94 - R$ 31.438,00 – R$ 3.143,00 – 14:00 – 07/07/2006. 05/0662/06/02 - Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador - EE Prof. Laert Almeida São Bernardo – Rua Pero Vaz de Caminha, 30 - Jardim Saint Moritz - Taboão da Serra/SP – 240 - 123,96 - R$ 71.548,00 – R$ 7.154,00 – 15:00 – 07/07/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 21/06/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 06/07/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/0664/06/02 - EE Profª Clarice de Magalhães Castro – Av. Senador Ricardo Batista, 355 - Assunção/SP – 210 - 315,28 - R$ 56.180,00 – R$ 5.618,00 – 09:30 – 10/07/2006. 05/0665/06/02 - EE Prof. Ary de Oliveira Garcia – Rua Rio de Janeiro, 620 - Vila Nova - Cubatão/SP – 210 - 18,90 - R$ 29.528,00 – R$ 2.952,00 – 10:30 – 10/07/2006. 05/0666/06/02 - EE Alexandrina Santiago Netto – Rua Paulo Setubal, 19.345 - Trevo - Praia Grande/SP – 180 - 82,85 - R$ 49.969,00 – R$ 4.996,00 – 14:00 – 10/07/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 21/06/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 07/07/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

Fundação Hélio Augusto de Souza - FUNDHAS AUTORIZAÇÃO DE CONTRATAÇÃO DIRETA POR INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO E RATIFICAÇÃO Processo de compra n° 597/06. Contratante: Fundação Hélio Augusto de Souza – FUNDHAS. Contratada: Empresa de Ônibus São Bento Ltda. Valor: R$ 600.400,00. Objeto: Aquisição de 30.000 Vales-Transportes Urbanos e 572.000 Passes Escolares de SJCampos. Vigência do contrato: 30 dias. Fundamento legal: Inexigibilidade de Licitação conforme Artigo 25, caput, da Lei Federal 8.666/93 e alterações. Informações: Rua Santarém, 560 – Parque Industrial – São José dos Campos – SP, Setor Compras/Licitações, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 16h30, de 2ª a 6ª feira.

AVISOS DE LICITAÇÕES PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de abertura de licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 050/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de postes cônico contíniuo.Endereço Eletrônico do Pregão www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 28/06/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 09:00 horas do dia 03/07/2006. Data e Horário do Recebimneto dos Lances: das 10:00 horas às 11:00 horas do dia 03/07/2006. Disponibilização, do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores-pregão eletrônico, no item Editais. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de abertura de licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 051/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de tintas, solvente e sacos de microesfera. Endereço Eletrônico do Pregão www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 29/ 06/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 09:00 horas do dia 04/07/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 14:00 horas às 15:00 horas do dia 04/07/2006. Disponibilização, do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores-pregão eletrônico, no item Editais. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de abertura de licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 052/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de agulhas, seringas, tubos e medicamentos. Endereço Eletrônico do Pregão www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 30/ 06/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 12:00 horas do dia 05/07/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 15:00 horas às 16:00 horas do dia 05/07/2006. Disponibilização, do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores-pregão eletrônico, no item Editais.

HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO Tomada de Preços n° 2/271/2006 – Objeto: Contratação de seguro de vida em grupo

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/0711/06/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Patriarca da Independência – Rua Rui Barbosa, 55 - Vila Planalto - Vinhedo/ SP – 180 - R$ 26.625,00 – R$ 2.662,00 – 09:30 – 11/07/2006. 05/0713/06/02 - Construção de ambientes complementares em prédio escolar – EE Cap Vitorio Togni - Estrada Bairro do Jacaré, 236 - Jacaré - Cabreuva/SP – 90 - R$ 15.862,00 – R$ 1.586,00 – 10:30 – 11/07/2006. 05/0720/06/02 - Construção de ambientes complementares em prédio escolar – EE Pref. João Aprillanti - Rua Valentina de Castro, 397 - Vila Santa Terezinha - Várzea Paulista/SP – 90 - R$ 16.470,00 – R$ 1.647,00 – 14:00 – 11/07/2006. 05/0777/06/02 - Construção de ambientes complementares e Rreforma em prédio escolar – EE Prof. Pedro Torres - Rua João Miguel Rafael, s/nº - Vila Santa Terezinha - Botucatu/SP – 180 - R$ 22.715,00 – R$ 2.271,00 – 15:00 – 11/07/2006. 05/0778/06/02 - Construção de ambientes complementares em prédio escolar – EE Pref. Domingos de Souza - Rua Luiz Vaz de Camões, 190 - Jardim Santa Maria - Guarujá/SP – 90 - R$ 16.328,00 – R$ 1.632,00 – 16:00 – 11/07/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 21/06/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 10/07/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

para as crianças, adolescentes e funcionários da FUNDHAS. O Presidente da FUNDHAS resolve homologar o processo licitatório e adjudicara para a empresa Metropolitan Life Seguros e Previdência Privada S/A o objeto do Edital. Pregão Presencial n° 6/297/2006 – Objeto: Aquisição de materiais para limpeza e higiene – reposição ao estoque. O Presidente da FUNDHAS homologa o processo licitatório pela importância total de R$ 17,40 à empresa Columbia Comercial Paulista Ltda., de R$ 725,00 à King Limp Comércio de Produtos de Limpeza Ltda., de R$ 1.027,00 à Efrata Comercial Ltda., de R$ 332,04 à João Leandro Terra de Biagi – ME, de R$ 467,00 à Papelaria Iracema Taubaté Ltda. – ME e de R$ 8.068,50 à Prolim Produtos e Serviços Ltda. São José dos Campos, 14 de junho de 2006. Hiromiti Yoshioka - Presidente

CONVOCAÇÃO Nolf - Empreendimentos e Participações Ltda.- CNPJ nº 49.083.645/0001-24 - Reunião dos Sócios. Convocação - São convidados os sócios da Nolf Empreendimentos e Participações Ltda conforme disposto pelo Art. 07 do Contrato Social, a comparecerem à Reunião dos Sócios a ser realizada no dia 30 de junho de 2006, às 10h00, em primeira convocação, e às 10h30, em segunda convocação,na Av. Brig. Faria Lima, nº 1656 – 6º andar , na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, a fim de apreciarem e deliberarem sobre a aprovação do Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/2004 e 31/12/2005. São Paulo, 16 de junho de 2006. Maria Helena Ribeiro Nolf - Sócia Administradora. (20, 21, 22/06)

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/0840/06/02 - Construção de ambientes complementares e Reforma em prédio escolar - EE Profª. Miquelina Cartolano – Rua Dr. Mário Prudente de Aquino, 195 - Cruz - Lorena/SP – 90 - R$ 15.894,00 – R$ 1.589,00 – 09:30 – 12/07/2006. 05/0841/06/02 - Construção de ambientes complementares e Reforma em prédio escolar - EE Prof. Ivo Liboni – Av. José Bonifácio, 1 - Jardim Tenis Clube - Regente Feijó/SP – 90 - R$ 18.244,00 – R$ 1.824,00 – 10:30 – 12/07/2006. 05/0873/06/02 - Construção de ambientes complementares em prédio escolar - EE Abilio Raposo Ferraz Junior – Rua Pedro Villen, 5 - Vila Jardim Brasil - Itaí/SP – 90 - R$ 15.862,00 – R$ 1.586,00 – 14:00 – 12/07/2006. 05/1019/06/02 - Reforma de prédio escolar - DER - Diretoria de Ensino - Região de São Bernardo do Campo – Rua Princesa Maria da Glória, 176 - Nova Petrópolis - São Bernardo do Campo/SP – 180 - R$ 39.627,00 – R$ 3.962,00 – 15:00 – 12/07/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 21/06/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 11/07/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo


terça-feira, 20 de junho de 2006

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PROPOSTAS PARA DOHA SÓ ATÉ 30 DE JULHO

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milhões de dólares foi o superávit da balança comercial registrado na terceira semana de junho

PRESIDENTES LULA E BUSH DISCUTEM A POSSIBILIDADE DE FAZER NOVA REUNIÃO PARA RESOLVER IMPASSES

DOHA: A CAMINHO DE DECISÃO POLÍTICA Eduardo Nicolau/AE

D Entre os artigos com maiores altas nas importações estão os siderúrgicos

Superávit cresce, apesar de feriado

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balança comercial teve superávit de US$ 654 milhões na terceira semana de junho. As exportações da semana, que teve apenas quatro dias úteis, somaram US$ 1,91 bilhão, com média diária de US$ 477,5 milhões; e as importações, US$ 1,256 bilhão, com média de US$ 314 milhões por dia. O superávit acumulado no mês subiu para US$ 1,965 bilhão, resultado de exportações no valor de US$ 5,790 bilhões e importações que totalizaram US$ 3,825 bilhões. Os dados, divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mostram que a média diária das exportações, até a terceira semana deste mês, apresentou crescimen-

to de 13,5% em relação a junho de 2005, bem abaixo da alta de 23,9% das importações. Os principais produtos que tiveram alta de importação foram os siderúrgicos, automóveis e partes, cereais e produtos de moagem, equipamentos elétricos e eletrônicos, combustíveis e lubrificantes, instrumentos de ótica e precisão. No acumulado do ano, as importações continuam crescendo com mais força que as vendas externas. As compras no exterior somam US$ 37,827 bilhões, com média diária de US$ 331,8 milhões – uma alta de de 20,5% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 2006, as exportações somam US$ 55,256 bilhões, com a média diária crescendo 12,5%, chegando a

US$ 484,7 milhões. Como resultado da alta das importações, o superávit comercial neste ano continua abaixo do registrado no mesmo período de 2005. O saldo acumulado até a terceira semana do mês é de US$ 17,429 bilhões, 2,6% menor que os US$ 17,895 bilhões em 2005. De acordo com o governo, as exportações de produtos básicos neste mês estão 1,6% menores que em junho do ano passado. Houve queda nos embarques de petróleo em bruto, soja em grão, farelo de soja, carne de frango e suína. As vendas externas de semimanufaturados cresceram 41,2% em catodos de cobre, ouro em forma semimanufaturada, açúcar em bruto, celulose e alumínio bruto. (AE)

epois de sete meses de insistência, o p re s i d e n t e L u i z Inácio Lula da Silva obteve um sinal positivo de seu colega George W. Bush, dos Estados Unidos, para a realização de uma reunião de líderes mundiais para arrematar, com decisões políticas, a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), que discute liberalização comercial. Bush ressalvou que o encontro deverá ocorrer apenas se falharem os esforços agendados para o dia 29, em Genebra, quando os ministros dos países mais influentes na OMC teriam de concluir os capítulos industrial e agrícola. O sinal verde surgiu durante uma conversa de 20 minutos, por telefone, entre os dois presidentes, ontem. O telefonema de Washington obrigou o presidente Lula a cancelar seu discurso na abertura de um encontro sobre Bolsa Família, em Brasília. Mas a iniciativa tinha partido do Palácio do Planalto. Na semana passada, havia sido acertada uma conversa de Lula com Bush, que acabou adiada na última hora por causa da visita surpresa do presidente americano ao Iraque. Fontes do Palácio do Planalto informaram que, na conversa, Lula mostrou-se preocupado com os atuais impasses na OMC e cético com relação a soluções em nível ministerial. O sucesso da Rodada Doha depende de uma corrida contra o tempo. Os países envolvidos

deverão apresentar suas propostas sobre agricultura, indústria e serviços até o próximo dia 30 de julho para que o acordo final possa ser consolidado até o final deste ano. "O Brasil está pronto para dar sua contribuição se os outros parceiros fizerem o mesmo", afirmou Lula a Bush, ao indicar que a proposta de abertura do mercado industrial brasileiro poderá ser mais "ge-

O Brasil está pronto para dar sua contribuição se os outros parceiros fizerem o mesmo. Os participantes devem respeitar o princípio da proporcionalidade. Luiz Inácio Lula da Silva nerosa" se houver correspondência nas posições da Europa e dos Estados Unidos. "Os vários participantes da Rodada devem fazer sua parte e respeitar o princípio da proporcionalidade", insistiu. Seriedade – Bush, por sua vez, lembrou o presidente brasileiro de que os negociadores americanos encaram com seriedade a reunião ministerial do dia 29, em Genebra, e levarão consigo mensagens claras do interesse de

Washington em levar a Rodada Doha a bom termo. O presidente norte-americano não detalhou se será apresentado um projeto de redução dos subsídios agrícolas. O presidente Lula trabalha essa proposta desde novembro do ano passado, antes da Conferência Ministerial da OMC em Hong Kong. Bush foi um dos primeiros a ouvir os apelos de Lula. Mas, até o momento, nenhuma resposta havia saído da Casa Branca. Os primeiros-ministros da Alemanha, Angela Merkel, e da Grã-Bretanha, Tony Blair, haviam se mostrado mais afáveis. Porém, nunca bateram o martelo. Também interpelado por Lula, Jacques Chirac, presidente da França, escapou de tal compromisso. Em uma última tentativa de emplacar a idéia, Lula defendeu que a Rodada Doha seja tratada na reunião ampliada do G-8 (as economias mais ricas e Rússia), em São Petersburgo, entre 15 e 17 de julho. Pelo menos em um encontro paralelo. Essa seria a última chance de um acerto político para impulsionar a negociação antes do prazo de 30 de julho. O dilema da Rodada está no limite da proposta de cada um dos três principais atores. A União Européia resiste a apresentar uma oferta de maior abertura de seu comércio agrícola e bate nos americanos por não colocarem sobre a mesa uma nova proposta de redução dos subsídios. (AE)


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Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de junho de 2006

Volkswagen abriu ontem novo plano de demissão voluntária. Meta é cortar 5.773 postos até 2008.

VARIG FOI VENDIDA POR R$ 1,01 BILHÃO

TRABALHADORES DO GRUPO VARIG TÊM ATÉ SEXTA-FEIRA PARA DEPOSITAR PRIMEIRA PARCELA DE US$ 75 MI

JUSTIÇA APROVA A VENDA DA VARIG Tasso Marcelo/AE

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juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara E m p re s a r i a l d o Rio, homologou ontem a compra da Varig pelo consórcio dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que reúne associações de funcionários. A empresa Nova Varig (NV), criada para representar o TGV no leilão da empresa, tem até sexta-feira para depositar a primeira parcela, de U S $ 7 5 m i l h õ e s ( c e rc a d e R$ 169 milhões) e efetivar a compra. Caso contrário, será marcado novo leilão. Ainda não se sabe quem é o investidor por trás do consórcio NV, já que o TGV não tem dinheiro para fazer o negócio. O grupo ofereceu US$ 449 milhões ou R$ 1,01 bilhão pelas operações domésticas e internacionais da empresa no leilão judicial realizado em 8 de junho. O representante do TGV, Marcio Marsilac, disse que há dois investidores com o grupo, mas não revelou quem são. Segundo ele, hoje cedo o grupo se reunirá com a diretoria da Va-

rig para elaborar um plano de contingência, que consistirá na devolução de 19 das 49 aeronaves que estariam em condições de uso. Isso significa que mais vôos serão cancelados. Ayoub passou o dia de ontem reunido com representantes da consultoria Alvarez & Marsal, responsável pelo processo de reestruturação da Varig, e do TGV, que até às 19 horas de ontem ainda não havia apresentado os esclarecimentos sobre a origem do dinheiro para a compra, segundo informou o promotor do Ministério Público Estadual Gustavo Lunz que participava da reunião. À saída do tribunal, ele chegou a declarar que a decisão judicial não sairia. " Uma hora mais tarde, o juiz convocou a coletiva e anunciou que havia aprovado a compra. Más notícias – O dia de ontem foi de decisões desfavoráveis para a Varig. Em Nova York, a ILFC, uma das empresas de aluguel de aviões que faz parte do rol de credores da companhia, chegou a pedir

multa e detenção dos principais executivos da empresa, por não conseguir retomar aeronaves, apesar de decisão favorável na Corte americana. A direção da BR Distribuidora, principal fornecedora de combustível da Varig, também passou o dia avaliando a questão e decidiu suspender o abastecimento dos aviões da empresa, condicionando o retorno da entrega ao pagamento à vista (mais de US$ 2 milhões por dia). À noite, o TGV informou que a BR garante a entrega de combustível até hoje, mas o certo é que a companhia ainda tem estoque, apesar dos inúmeros vôos cancelados. Infraero – A partir de 1º de julho, a Varig poderá ser obrigada a recolher diariamente à Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) as taxas de embarque cobradas dos passageiros, sob pena de não poder mais voar. A proposta será discutida hoje pela Infraero, estatal que administra os aeroportos do País, em reunião no Ministério da Defesa. (AE)

O juiz Roberto Ayoub, da Justiça do Rio, homologou a venda da Varig na noite de ontem Divulgação

Divulgação

Lojas da Camisaria Colombo ganharão novo visual

Nelson Kheirallah: nova concepção

Piora serviço prestado pela empresa

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om o agravamento da crise financeira, os serviços da Varig despencaram em qualidade desde o início do ano até maio, segundo avaliações mensais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Segundo a Anac, a eficiência operacional da empresa no cenário nacional caiu de 82%, em janeiro, para 55%

em maio. Em abril, o índice era de 61%. A previsão é de que os dados de junho mostrem piora ainda maior, já que nas últimas semanas a Varig tem cancelado e atrasado vários vôos domésticos e internacionais. A companhia tem autorização para operar cerca de 180 vôos diários. Segundo estatísticas, no quesito regularidade

das rotas domésticas, o indicador da Varig caiu de 69% em abril para 62% em maio. Em janeiro, o índice estava em 96%. Em relação à pontualidade dos vôos domésticos permaneceu em 89% de abril para maio. Nas rotas internacionais, a eficiência caiu de 69% para 57% de abril para maio. Em janeiro era de 78%. (AE)

Colombo investe em novos negócios Divulgação

A Ó RBITA

FALECIMENTO

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CONVOCAÇÕES Will - Empreendimentos e Participações Ltda. - CNPJ nº 57.085.326/0001-86 - Reunião dos Sócios. Convocação - São convidados os sócios da Will Empreendimentos e Participações Ltda conforme disposto pelo Art. 07 do Contrato Social a comparecerem à Reunião dos Sócios a ser realizada no dia 30 de junho de 2006, às 10h00, em primeira convocação, e às 10h30, em segunda convocação, na Av. Brig. Faria Lima, nº 1656 – 6º andar, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, a fim de apreciarem e deliberarem sobre a aprovação do Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/2004 e 31/12/2005. São Paulo, 16 de junho de 2006. Maria Helena Ribeiro Nolf - Sócia Administradora. (20, 21, 22/06)

o último dia 17 faleceu Enzo Luiz Bertolini, membro nato do Conselho Consultivo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Bertolini era economista, contador, administrador e historiador e tinha predileção pela história da zona norte de São Paulo. A missa de sétimo dia será no próximo domingo, 25 de junho, às 18h30, na Igreja Nossa Senhora Salete, na Rua Dr. Zuquim, 1746. A TÉ LOGO

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Contribuição sindical é polêmica

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Fim de déficit público até 2009

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Quebra de cabo pára internet

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Vasp terá plano de recuperação

revitalização do Centro de São Paulo ganha mais um aliado no segundo semestre deste ano. A Camisaria Colombo, rede especializada em moda masculina, escolheu a região para estrear seu novo modelo de loja. Ambientada em três andares de um prédio próximo à Praça da Sé, a megastore da marca tem inauguração prevista para outubro. E está inserida em um processo agressivo de expansão e rejuvenescimento da marca, criada em 1917, quando Azir Jabur Maluf instalou-se na esquina da Rua Direita com a Líbero Badaró. Café e livraria – "É uma loja com concepção totalmente diferente das outras, dotada de um café-bar e uma livraria", conta Nelson Felipe Kheirallah, diretor-geral da Camisaria Colombo. Segundo ele, a escolha desse ponto tem a ver com uma mudança de perfil na região, que mudou de centro-financeiro para centro-jurídico. Ali, explica, está concentrada uma parcela considerável da clientela da rede, hoje formada por 73 unidades próprias, presentes na capital e interior de São Paulo, e em mais sete estados. A nova loja funcionará como um projeto piloto, com possibilidade de, futuramente, seus conceitos serem incorporados a outros pontos da rede. A megastore também contribui para ampliar o processo de rejuvenescimento da marca. As mudanças já são visíveis nas unidades da Avenida

Gomes, da Semma: expansão

Paulista e do Shopping Ibirapuera, recentemente inaugurada pela rede. O processo se traduz em lojas de visual mais limpo e moderno, em que o executivo encontrará sua roupa para trabalho e também uma moda casual, já que o mix de produtos foi ampliado para atrair novos públicos. Expansão – Além da megastore, a Camisaria Colombo abrirá pelo menos mais 20 novas unidades neste ano, de acordo com o diretor-geral da rede. É a continuidade de um processo agressivo de expansão iniciado no final de 2003, quando a empresa terceirizou a prospecção dos pontos com a Semma Desenvolvimento e Viabilização do Varejo. "Ficamos sem abrir loja por cerca de três anos, antes de iniciar esse processo de expansão", explica Kheirallah, referindo-se ao período de reorganização administrativa da empresa – então com 44 lojas.

Ao final da reorganização interna e com a decisão de abrir pelo menos 20 novas lojas por ano, a Camisaria Colombo decidiu terceirizar o trabalho de prospecção e análise de pontos. "Queríamos um parceiro com conhecimento de negociações com shopping centers", diz o executivo. Ele garante que, até agora, nenhum ponto aberto sob essa orientação opera abaixo do esperado. Oportunidade – Para a Semma Desenvolvimento e Viabilização do Varejo, responsável pela escolha e análise de viabilidade desses pontos-de-venda, a conquista da conta marcou o início de um novo braço de negócio. Há 18 anos no mercado, a Semma trabalhava basicamente com comercialização, gestão e planejamento de shopping centers. Sua nova frente de trabalho é voltada para lojistas de médio e pequeno portes, com planos de expansão em centros de compras. Não importa se o que se busca é uma loja, ou vários pontos, em qualquer parte do País. "Nosso trabalho não é só encontrar o ponto", afirma Eduardo Gomes, sócio da Semma. O estudo inclui analisar a viabilidade de expansão levando em conta o ramo de atividade, sazonalidades de vendas, custos fixos e variáveis, além de oferta e demanda, entre outros itens, com projeção para 12 anos. "O custo é sempre menor que o de um mês de locação do imóvel." Fátima Lourenço

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 19 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

SINDICATO DAS EMPRESAS DE COMPRA, VENDA, LOCAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS RESIDENCIAIS E COMERCIAIS DE SÃO PAULO – SECOVI-SP

EDITAL DE CONVOCAÇÃO - Assembléia Geral Ordinária Pelo presente edital, ficam convocados todos os associados deste Sindicato quites e em pleno gozo de seus direitos sindicais, para participarem da Assembléia Geral Ordinária, a ser realizada no dia 28/06/ 2006, às 12h00, em sua sede, na Rua Dr. Bacelar, nº 1.043, nesta capital, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: a) Leitura, discussão e votação da ata da Assembléia anterior; b) Leitura do Parecer do Conselho Fiscal sobre o balanço do exercício financeiro de 2005; c) Leitura, discussão e votação do Relatório de Atividades da Diretoria no exercício de 2005. Não havendo, na hora acima indicada, o número legal de associados deste Sindicato, para a instalação dos trabalhos em primeira convocação, a Assembléia será realizada uma hora após, no mesmo local, em segunda convocação, com qualquer número de associados presentes. São Paulo, 19/06/2006. ROMEU CHAP CHAP - Presidente - SECOVI-SP

Requerente: Eva Gomes Maia EPP - Requerida: Cazza Projetos de Móveis Ltda. - Av. Nossa Senhora do Ó, 83 - 1ª Vara de Falências Requerente: Nike do Brasil Comércio e Participação Ltda. - Requerido: Kaex Intermediação de Negócios Ltda. - Rua Nova Fátima, 57 - 02ª Vara de Falências Requerente: Vicunha Têxtil S.A. Requerido: JRS – Confecções

Ltda. - Rua Anháia, 125 - 01ª Vara de Falências Requerente: Hernandes Pereira Paulino - Requerido: Dalver Indústria e Com. de Artefatos de Metal Ltda. - Rua Júlio Vicente Ferreira, 128 - 02ª Vara de Falências Requerente: Kmack Logística, Equipamentos e Embalagens Ltda. Requerido: Xdivision a Solução em Documentos Ltda. - Rua

Miranda Ribeiro, 305 - 02ª Vara de Falências Requerente: MR Factoring Fomento Comercial Ltda. - Requerido: Comercial Almeida Hortifruti Ltda. - Av. Gastão Vidigal, 1.946 - 01ª Vara de Falências Requerente: Múltipla Fomento Mercantil Ltda. - Requerida: Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios MC Ltda. - Rua Emílio Goeldi, 201 - 01ª Vara

de Falências Requerente: Medical Tec Serviços Ltda. - Requerido: CELAC Centro de Especialidades e Laboratórios de Anal. Clínicas S/C Ltda. - Av. Miruna, 1.112 - 02ª Vara de Falências Requerente: Paludo Máquinas de Embalagens Ltda. - Requerido: Prodotti Laboratório Farmacêutico Ltda. - Av. João Dias, 1.084 - 01ª Vara de Falências


terça-feira, 20 de junho de 2006

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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TV DIGITAL PODE DEMORAR MAIS TEMPO

milhões de televisores novos são comprados, a cada ano, pelos brasileiros

NOS DIAS DE MOVIMENTO NORMAL, HOUVE ALTA NAS CONSULTAS AO SCPC E USECHEQUE

FERIADO E FUTEBOL AFETAM O VAREJO Mauricio Lima/AFP

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Crescem vendas em abril comércio varejista acelerou o ritmo de crescimento em abril, respondendo aos estímulos da Páscoa, da proximidade da Copa do Mundo de Futebol e do crédito. As vendas cresceram 1,52% em relação a março e 7,42% na comparação com abril de 2005, no melhor resultado na comparação a igual mês de ano anterior apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde março do ano passado. Os destaques de desempenho ficaram com hiper e supermercados, lojas de departamento e eletrodomésticos. Reinaldo Pereira, técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE, avalia que o comércio mostrou aceleração das vendas em abril, mas boa parte do bom desempenho pode ser atribuída à Páscoa. Para os analistas do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), que reúne as maiores redes varejistas do País, a recu-

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peração do comércio é mais que pontual. Em nota sobre a pesquisa, a avaliação é de que o resultado de abril "pode indicar que o setor está recuperando uma trajetória mais sólida de evolução no corrente ano". O IDV destaca que o crescimento acumulado das vendas do varejo no primeiro quadrimestre de 2006, de 5,64%, mostra que, caso seja mantido o atual desempenho do setor, o crescimento das vendas em 2006 deverá se situar em nível aproximado ao que se registrou no ano passado, de 5,5%. Segundo Pereira, o efeito Páscoa não é perceptível nos dados ante mês anterior – já que o ajuste sazonal elimina as influências de calendário – mas fica claro no dado comparativo a abril do ano passado. Como a Páscoa em 2006 foi em abril, Pereira atribui parte da boa performance à Semana Santa, já que os segmentos que mais puxaram as vendas no mês são os que mais se benefi-

ciam com a venda de artigos para a data. São eles hiper e supermercados; produtos alimentícios; bebidas e fumo (14,10% ante abril do ano passado) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (que inclui lojas de departamento e cresceu 19,40%). No caso da elevação nas vendas apuradas em abril ante março, Pereira disse que o resultado pode refletir impactos positivos da ocorrência da Copa do Mundo (com aumento das vendas de eletrodomésticos) e do crédito para bens não duráveis, refletindo nas vendas dos supermercados. Nessa base de comparação, as vendas de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceram 0,67% e as de móveis e eletrodomésticos aumentaram 2,3%. Este é o grupo que tem maior peso entre os pesquisados pelo IBGE, com participação de 35% na pesquisa mensal de comércio. (AE)

Gasoduto sem exclusividade e o projeto de Lei do Gás encaminhado pelo governo à Câmara dos Deputados for aprovado sem alteração, a Petrobras perderá a exclusividade sobre alguns de seus gasodutos em prazo mais curto do que se esperava. O texto diz que os gasodutos já existentes terão 10 anos de exclusividade no transporte a contar do início da operação. A perda da exclusividade ocorre quando sua capacidade não está sendo utilizada integralmente. Por esse princípio, o Gasbol, por exemplo, que traz o gás natural da Bolívia para o Brasil, deixaria de ser usado exclusivamente pela Petro-

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bras a partir de 2009, já que entrou em operação em 1998. O projeto de lei do governo federal foi defendido ontem pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, durante o 3º Congresso Gas Summit Latino Americano 2006. Polêmica — Esse é um dos pontos mais polêmicos na criação de um marco regulatório para o setor de gás natural. Atualmente, quem constrói o duto tem o direito exclusivo sobre o seu uso, mesmo que este esteja operando com ociosidade. A Petrobras quer manter essa situação por entender que o investidor deve ter condi-

ções de obter o retorno sobre o capital, caso contrário não terá estímulos para realizar novos empreendimentos no País. O setor privado quer o fim da exclusividade imediatamente, por acreditar que só dessa forma será possível acabar com o monopólio no setor e estimular a concorrência. Para Tolmasquim, o projeto do governo é o meio termo entre as duas visões. "O fim da exclusividade ajudará pequenas empresas produtoras de gás natural que, atualmente, não têm como escoar sua produção", diz. Com a lei será possível solicitar o compartilhamento de dutos ociosos. (AE)

TV e artigos esportivos aceleram, o que pode fazer junho fechar com bom saldo", diz o economista do IEGV. Apesar do impacto dos jogos e do feriado ter sido fortemente sentido, a expectativa para o mês ainda é positiva, segundo o economista, por conta do Dia dos Namorados, que teve a ajuda do aumento do salário mínimo e da

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por cento foi a queda aproximada no movimento do varejo durante os jogos da seleção brasileira em dias úteis. queda do juros quando comparado com o que estava em vigor em junho de 2005. Até dia 12 de junho, quando o Dia dos Namorados foi comemorado, o movimento no v a re j o a c u m u l a v a a l t a d e 5,85%. No dia seguinte, quando da estréia do Brasil, pesquisa feita por Marcel Solimeo, diretor do IEGV, apontava queda de 97% nas consultas ao SCPC,

entre 16 e 18 horas, enquanto jogava a seleção, na comparação com o dia 6 de junho, a terça que antecedeu a data do jogo. Mesmo com os contratempos, as negociações no comércio mantiveram-se positivas na primeira quinzena de junho quando o parâmetro é o mês de maio. Em relação à primeira quinzena do mês passado, o SCPC registrou crescimento de consultas da ordem de 3,1% e o Usecheque, de 2,3%. O dado mostra que o consumidor tem procurado itens de maior valor agregado, uma vez que o SCPC é o termômetro das vendas a prazo, enquanto o Usecheque mostra a tendência das compras à vista, que costumam ser de menor valor. Inadimplência – Junho chegou ao meio apontando queda significativa no ritmo da inadimplência. O levantamento da SCPC mostra que os registros cancelados (dívidas excluídas do cadastro) cresceu 10,1% em relação ao mesmo mês em 2005. Já os registros recebidos (dívidas incluídas no sistema de proteção ao crédito) cresceram em patamar menor, de 4%, na mesma comparação. Entretanto, Alfieri lembra que os números referentes à inadimplência coletados nos primeiros 15 dias de junho não podem ser balizadores para uma projeção de todo o mês. Renato Ibelli

TV digital pode atrasar população brasileira poderá ter de esperar ainda dois anos para comprar um televisor digital e assistir à programação pelo novo sistema, com melhor qualidade de imagem e som. Essa é a avaliação do representante no Brasil do padrão japonês de TV digital, Yasutoshi Miyoshi, que participa de discussões no Itamaraty. Divergências entre japoneses e brasileiros sobre a incorporação, pelo padrão do Japão, de inovações tecnológicas desenvolvidas no Brasil criaram impasse nas negociações. Uma delegação de 15 japoneses iniciou uma série de reuniões com representantes do governo brasileiro para elaborar um documento com os compromissos que serão assumidos pelos dois lados. Miyoshi insiste na tese de que a conclusão dos estudos de viabilidade para a incorporação de tecnologia brasileira deve levar de seis meses a um ano. As emissoras de TV e a indústria de televisores levariam outros 12 meses para instalar equipamentos e colocar as TVs digitais no mercado. O governo brasileiro, por outro lado, quer que os japoneses assumam esse compromis-

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so agora, no acordo que deverá ser assinado no dia 29 deste mês entre os dois governos. "Não abrimos mão. Só vamos assinar o que contemplar nossos interesses", disse uma fon-

te do governo que participa das negociações. O documento é importante porque servirá de base para as regras de implantação do sistema digital japonês no País. (AE)

Factoring

DC

Consumidores observam os objetos de desejo da vez: eletroeletrônicos fizeram a festa do comércio

feriado prolongado e a atenção dos brasileiros voltada unicamente para os jogos da Copa do Mundo de Futebol causaram redução média de 1,35% no movimento do varejo na primeira quinzena de junho – na comparação com igual período do ano passado –, segundo levantamento periódico feito pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Os números levantados mostram que houve redução de 3,4% nas consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que medem as vendas a prazo, e um leve aumento da ordem de 0,7% nas consultas ao Usecheque, que retratam as aquisições à vista. No entanto, chama a atenção a média diária das consultas. Ao longo do mês, o ritmo foi positivo em 4,6% no SCPC e 9,1% para o Usecheque, em comparação com junho passado, o que, para Emílio Alfieri, economista do IEGV, traz um "otimismo cauteloso" em relação à projeção para o final do mês. "O feriado tirou um dia de vendas, e isso não tem como recuperar. E ainda tivemos um jogo da seleção em dia útil, que chega a reduzir quase 40% o movimento no varejo. Por outro lado, nos dias em que não há jogo as vendas de

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de junho de 2006

4,17

PARA FMI, BRASIL ESTÁ MENOS VULNERÁVEL

por cento é a expectativa dos analistas de mercado para o IPCA de 2006, mostra o relatório Focus

DEPOIS DE BREVE TRÉGUA NA SEXTA-FEIRA, PIORA DAS BOLSAS AMERICANAS PREJUDICOU BOVESPA ONTEM

VOLATILIDADE VOLTA AOS MERCADOS Luludi/LUZ – 28/09/05

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epois de um dia positivo na última sexta-feira, a volatilidade voltou a ditar o ritmo dos mercados domésticos ontem. Eles refletiram a piora de humor em Wall Street. Em Nova York, as bolsas fecharam em baixa e os juros dos títulos do Tesouro americano subiram. As incertezas sobre a economia dos Estados Unidos continuam no centro das atenções. No Brasil, o dólar fechou em alta, e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caiu em um pregão com fraco volume de negócios, mesmo em dia de exercício de opções. Nova York voltou a falar mais alto e a Bovespa iniciou a semana em queda, depois de ter registrado valorização de mais de 4% na sexta-feira. A bolsa paulista operou em alta no período da manhã, quando também ocorreu o exercício de opções em ações de junho. À tarde, no entanto, os mercados de ações entraram em terreno negativo em Wall Street, e a Bovespa acompanhou. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, fechou em baixa de 1,46%, em 33.897 pontos. Com esse resultado, a bolsa passou a acumular baixa de 7,21% em junho e alta de 1,32% em 2006. O giro financeiro ficou em apenas R$ 2,537 bilhões, sendo que R$ 483 milhões corresponderam ao exercício de opções. Entre os papéis que fazem parte do Ibovespa, a maior alta foi Light ON (2,74%) e a baixa mais expressiva, Ipiranga Petróleo PN (-4,03%).

"Pelo menos até a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), no fim do mês, a bolsa vai continuar atrelada a Nova York", disse um operador. Segundo ele, na sexta-feira a Bovespa refletiu a melhora ocorrida na quintafeira em Wall Street, quando foi feriado nos mercados brasileiros. "Agora, a bolsa brasileira voltou ao normal." Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones da bolsa de Nova York fechou o pregão de ontem com queda de 0,66% e o Nasdaq perdeu 0,92%. Dólar — O mercado cambial reduziu posições vendidas à tarde, influenciado pela queda das bolsas. O dólar comercial devolveu a queda exibida desde a abertura, em sintonia com a virada para baixa das bolsas em Nova York no início da tarde. A moeda americana fechou na cotação máxima do dia, em alta de 0,36% a R$ 2,253. "Os investidores acreditam que a volatilidade externa vai continuar. O aumento do juro americano no fim deste mês já é dado como certo, mas ainda há alguma dúvida para agosto. Essa incerteza pode prejudicar ainda mais as bolsas", prevê um profissional do mercado de câmbio nacional. Segundo ele, o dólar no mercado brasileiro é menos afetado que a Bovespa pela volatilidade dos ativos em Nova York por causa da presença dos exportadores. Ontem o fluxo cambial foi mais fraco do que na semana passada, mas continuou positivo, impedindo alta maior do dólar. (AE)

Estrangeiros saem da bolsa

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saldo de recursos de investidores estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) entrou no negativo no acumulado de 2006, depois de alcançar superávit de cerca de R$ 4,2 bilhões no mês passado. O movimento é fruto de realocação de ativos que tinham subido muito recentemente, com o aumento da aversão ao risco no mundo por conta de perspectivas de taxa de juros maior nos Estados Unidos.

A bolsa paulista registra no ano, até 13 de junho, déficit de investimento estrangeiro de cerca de R$ 109 milhões. No mesmo período, o Ibovespa (principal indicador do mercado) recuou 1,8%. Mas, frente ao recorde histórico de 41.979 pontos registrado em 9 de maio, o índice caiu 21,7%. Em maio, a bolsa teve déficit de R$ 1,5 bilhão, mas ainda registrava superávit no ano. Neste mês, o saldo está negativo em R$ 1,8 bilhão. (Reuters)

Focus: nova queda nas previsões para a inflação.

A

s projeções do mercado financeiro para a inflação deste ano recuaram pela terceira vez consecutiva na pesquisa semanal que o Banco Central (BC) faz entre bancos e empresas de consultoria, com a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passando de 4,22% para 4,17% e ficando mais abaixo ainda da meta oficial de 4,5%. A economista Marcela Prada, da Tendências Consultoria Integrada, explicou que a queda dos prognósticos foi provocada pelo bom comportamento dos preços no curto prazo. "A inflação de junho está em um patamar inferior ao que se espera para os demais meses do ano", afirmou. Para o mercado financeiro, o IPCA deste mês deve ficar em 0,15%. "Para outros meses, as projeções estão estáveis entre 0,3% e 0,4%", comentou a economista. A inflação mais baixa deste mês de junho, de acordo com Marcela, tem como causa o bom comportamento dos preços dos combustíveis e dos alimentos. Passado este mês, a economista da Tendências acredita que as projeções de inflação para este ano deverão voltar a subir. "É possível que o

IPCA venha a ficar num patamar entre 4,3% e 4,4%", observou. Nessa hipótese, o índice fechado do ano passaria a ficar mais próximo da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano de 2006. Câmbio — O aumento das previsões de mercado para a cotação do dólar no final do ano de R$ 2,20 para R$ 2,24, conforme detectado pela pesquisa, não chegou a preocupar a economista. "Foi uma mudança muito pequena. A situação continua confortável para o cumprimento da meta", afirmou. Para ela, a expectativa para as cotações de final de ano só começará a provocar alguma preocupação quando passar da marca de R$ 2,30. O mercado ainda manteve a aposta de que o Comitê de Política Monetária (Copom) voltará a cortar os juros em 0,5 ponto percentual na reunião de julho. Com isso, a taxa Selic passaria dos atuais 15,25% para 14,75% ao ano. Depois disso, a taxa passará a cair com menor intensidade e terminará o ano em 14,5% Há duas semanas, o mercado estava mais otimista e trabalhava com a possibilidade de a Selic fechar este ano em 14,25%. (AE)

FMI elogia Brasil e prevê PIB 3,5% maior Diretoria Executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou ontem relatório em que elogia "o bom desempenho econômico do Brasil", prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 3,5% em 2006 e informa que "desbloquear o potencial de crescimento do Brasil é o desafio mais importante". O relatório foi produzido após a visita de uma equipe técnica do FMI ao Brasil, em maio, e não tem impacto direto sobre o crédito do País, pois o Brasil não tem programa de crédito com o Fundo. O documento também diz que "a posição externa do Brasil fortaleceu-se mais. Condições favoráveis nos mercados externos, incluindo uma demanda forte e preços mais altos das commodities, contribuíram para superávits comercial e em conta corrente elevados". "Ao mesmo tempo, o sentimento positivo nos mercados, a ampla liquidez mundial e as elevadas taxas domésticas de juros fizeram crescer os fluxos de capital para o País." Segundo o FMI, o Banco Central (BC) aproveitou-se dessas condições favoráveis para acumular reservas e recomprar dívida externa. O relatório diz ainda que, "a dívida pública líquida declinou de 54,5% do PIB no fim de 2004 para cerca de 51,75% do PIB em 2005, refletindo os efeitos combinados do superávit primário e da apreciação do real. Ao mesmo tempo, operações de gestão da dívida eliminaram o passivo doméstico indexado ao câmbio e quase duplicaram a maturidade de novas emissões do País". Boa notícia — O texto do documento argumenta que "os diretores-executivos consideraram bem-vindo o bom desempenho econômico do Brasil, notando a expansão econômica contínua, a convergência da inflação para as metas ofi-

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Bovespa: investidores continuam aguardando reunião do BC dos EUA

Cresce procura por consórcios de imóveis

O

s consórcios de imóveis registraram em abril um novo recorde nas vendas. A alta, de 20,73% em relação a março, foi a maior dos últimos seis meses. O segmento vendeu 19,8 mil cotas em abril, ante 16,4 mil no mês anterior, de acordo com a Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (Abac), que representa as empresas independentes — não ligadas a bancos. Entre janeiro e abril, o segmento de imóveis vendeu no mercado 62,6 mil novas cotas e, assim, emplacou uma alta de 42% sobre os negócios realizados nos primeiros quatro meses de 2005, quando o total comercializado somou 44,1 mil cotas. Também viu o número de participantes de sua carteira avançar 34,7% em apenas 30 dias — de março para abril. Na avaliação do presidente da Abac, Rodolfo Montosa, além do intenso trabalho das administradoras em apresentar aos consumidores as vantagens da compra pelo consórcio, um dos fatores que têm puxado o crescimento do sistema é a forte atuação dos bancos na venda do produto. Entre as vantagens estão a ausência de juros e a baixa taxa de administração (em média de 0,15% ao mês, segundo a Abac) Na carteira — A incorporação do consórcio ao portfólio de produtos das instituições financeiras, que avançaram sobre esse mercado há pouco mais de cinco anos, foi, na opinião de Montosa, outro fator determinante para a expansão não apenas do segmento de imóveis em particular, mas do sistema em geral. "Hoje, os bancos não só concorrem como complementam o mercado de consórcios", diz Montosa.

A Bradesco Consórcios, atual líder do mercado em imóveis, teve uma alta de pouco mais de 82% entre abril de 2005 e abril deste ano na venda de cotas. Quatro vezes mais do que a expansão verificada no segmento de veículos do banco, com 20,92%, e bem superior à venda de cotas de caminhões, tratores e implementos agrícolas, que subiu 17,65%. "Achamos que, apesar do bom resultado do banco, ainda temos muito espaço para crescer neste ano", diz o diretor-presidente da Bradesco Consórcios, Antônio Barbuto. A empresa fechou o último mês de abril com 77.096 cotas ativas. O segmento de eletroeletrônicos recuou na venda de cotas em abril, mas ainda assim foram comercializadas 20 mil unidades, o maior volume do ano, de acordo com a Abac. O de veículos automotores também teve venda mais fraca: encolheu 2,2% no período, somando 431,6 mil cotas. Roseli Lopes

CMN se reúne no próximo dia 28

A

reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) deste mês será realizada no próximo dia 28, informou ontem o Banco Central (BC). No encontro deste mês, os integrantes do CMN vão fixar a meta de inflação brasileira para o ano de 2008.

A previsão inicial era de que o encontro acontecesse no dia 22 de junho, mas a reunião foi adiada por conta da agenda de compromissos no exterior do presidente do BC, Henrique Meirelles. Ele estará fora do País entre os dias 22 e 26 de junho, segundo a assessoria do banco. (Reuters)

ciais e o considerável fortalecimento da posição externa". Eles destacaram que as vulnerabilidades diminuíram, à medida que a dívida externa foi reduzida para a taxa mais baixa em relação às exportações em mais de 25 anos, as reservas internacionais cresceram para níveis mais confortáveis, e a composição da dívida doméstica melhorou. Os diretores viram esses acontecimentos como fatores para maior estabilidade e crescimento no longo prazo. Eles também consideraram positivo o declínio do desemprego e o progresso significativo no alívio da pobreza e da desigualdade, inclusive por meio de políticas sociais ativas". O relatório do FMI também afirma que "embora as perspectivas de curto prazo sejam favoráveis, o crescimento da aversão global ao risco dos mercados emergentes destaca a importância de se manter uma política prudente". "Os diretores discutiram as questões de política associadas à forte posição externa do Brasil. Eles notaram que a valorização do real ao longo do último ano refletiu principalmente os fundamentos macroeconômicos fortes e o desempenho em conta corrente." O documento ainda diz que "desbloquear" o potencial de crescimento do Brasil é o desafio mais importante. Embora o crescimento per capita tenha se recuperado e esteja agora em bases mais sólidas, "o Brasil pode fazer muito mais". O texto diz que "notando que a disciplina fiscal sustentada deve ser a base de qualquer estratégia de crescimento, os diretores do Fundo deram boas vindas ao compromisso das autoridades do Brasil com a manutenção das metas de superávit primário estipulada na Lei de Diretrizes Orçamentárias para o período que vai até 2009". (AE)

JUROS Consumidor paga mais s taxas médias de juros cobradas dos consumidores nas operações de crédito voltaram a subir em maio. Segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) divulgada ontem, das seis linhas de crédito pesquisadas, cinco apresentaram elevação. A taxa média geral para pessoa física teve alta de 0,04 ponto percentual no mês passado, passando de 7,48% ao mês (137,65% ao ano) em abril para os 7,52% ao mês (138,71% ao ano) em maio. O maior aumento foi verificado nos juros cobrados por financeiras para concessão de empréstimo pessoal, com uma elevação de 0,87% (0,1 ponto percentual em um mês) na taxa média de juros, passando de 11,5% ao mês (269,23% ao ano) para 11,6% ao mês (273,22% ao ano). É a maior ta-

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xa desde o último mês de março, quando estava em 11,61% ao mês e 273,63% ao ano. Os juros do cheque especial tiveram recuo de 1,1% em maio, saindo de 8,16% ao mês (156,33% ao ano) em abril para 8,07% ao mês (153,78% ao ano). Trata-se da menor taxa registrada desde agosto de 2004. Empresas — Já a taxa média geral para pessoa jurídica teve uma redução de 0,02 ponto percentual em maio, ficando em 4,38% ao mês (67,27% ao ano), contra 4,40% ao mês (67,65% ao ano), em abril. A Anefac ressaltou que é importante ressaltar que em maio houve nova redução da taxa básica de juros do País (Selic), que passou de 15,75% para 15,25% ao ano. No entanto, a queda ocorreu no último dia do mês, não dando tempo para qualquer alteração das taxas ao consumidor. (AG)


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Indicadores Econômicos

7

7,21

por cento é a queda acumulada pelo Ibovespa – principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo – no acumulado de junho.

19/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 14/06/2006 14/06/2006 14/06/2006 14/06/2006 14/06/2006

P.L. do Fundo 5.571.781,02 1.379.030,84 5.699.298,02 3.576.827,25 1.047.310,87

Valor da Cota Subordinada 1.095,874285 1.031.364003 996,444912 1.051,157267 1.017,431675

% rent.-mês 0,8204 0,5998 -6,8489 1,7302 1,5795

% ano 12,1706 3,1364 -0,3555 5,1157 1,7432

Valor da Cota Sênior 0 1.043.885698 1.053.030113 0 0

% rent. - mês 0,5693 0,6240 -

% ano 4,3886 5,3030 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PULVERIZAÇÃO AFETA A SAÚDE DA POPULAÇÃO

AGROTÓXICO CAUSOU ACIDENTE EM MATO GROSSO

mil reais é o prejuízo de 14 pequenos produtores de Lucas do Rio Verde

Clayton Souza/AE

Pulverização ilegal causou prejuízos a agricultores e à saúde da população

O

segundo maior produtor de grãos do Brasil, o município de Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, foi palco, em março deste ano, de um acidente ambiental dentro de sua área urbana que serve de alerta para outros municípios e para agricultores em geral. As casas, as plantas frutíferas, ornamentais e medicinais, e as próprias pessoas ficaram expostas aos efeitos de uma pulverização ilegal de agrotóxicos. Segundo a associação de pequenos produtores, sindicatos locais e especialistas, o veneno era um herbicida dessecante para apressar a colheita da soja, cultura que dá lucros para os grandes produtores da região. Despejado irregularmente com um avião monomotor, o veneno é amplamente utilizado na cultura da soja. O produto pode causar imediatamente vômitos, diarréias, dores de cabeça e, no longo prazo, até câncer. Para checar os efeitos do uso desse agrotóxico, engenheiros agrônomos, especialistas e representantes de do setor de saúde visitaram a cidade. Estrago – O estrago atingiu dezenas de pequenas hortas

particulares, plantas frutíferas e ornamentais, o Horto de Plantas Medicinais, ligado à Fundação Padre Peter, e até pessoas, que se queixaram de diarréias, vômitos e urticária. Cerca de uma semana depois do acidente, dois especialistas chegaram ao município para avaliar o impacto do acidente ambiental: Wanderley Antonio Pignati, mestre em saúde coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e o engenheiro agrônomo James Cabral, da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase). Juntos, eles investigaram a contaminação e redigiram uma notificação, que foi encaminhada para diversos órgãos municipais, estaduais e federais de saúde e vigilância sanitária. Entre os prejudicados pela pulverização estão os pequenos produtores que vivem nas proximidades da cidade. O chacareiro Ivo Casonato, por exemplo, perdeu toda a sua produção de frutas e hortaliças. Ele disse que testemunhou o momento em que o avião fazia vôos rasantes sobre sua propriedade. "O céu esta-

va cheio de nuvens pesadas. No horizonte, podia-se ver uma imensa cortina d´água. Do outro lado do Rio Verde, a m e n o s d e 5 0 0 m e t ro s , u m avião fazia pulverização de agrotóxico sobre a lavoura de soja do vizinho", relata. Rapidez –A bióloga Lindonésia Andrade, responsável pelo Horto Medicinal, disse que o efeito de veneno foi bem rápido. No dia seguinte à pulverização (2 de março), o estrago já era visível em toda a cidade. "As folhas ficaram como um papel amassado e queimado, outras ficaram todas perfuradas e em volta dos furos logo começou a necrosar (apodrecer). No quarto dia todas as folhas entraram em necrose total e começaram a cair", lembra. Depois do acidente, foi instalado pelo Ministério Público um procedimento administrativo para apurar os fatos. A pedido da promotoria, a Delegacia de Policia Civil de Lucas do Rio Verde abriu inquérito civil e criminal. Até a publicação desta reportagem, no entanto, ainda não foram feitas as perícias para identificar as provas materiais do crime. (ABr)

Muitas lavouras em Mato Grosso utilizam técnicas modernas de irrigação. O perigo é o uso irregular de agrotóxico. Matuiti Mayezo/Folha Imagem

Especialistas querem investigação

O

s prejuízos da pulverização ilegal de agrotóxicos podem ser inúmeros, com danos materiais e à saúde da população. No caso da cidade de Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, os dois especialistas que avaliaram o impacto do acidente ambiental, o mestre em saúde coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Wanderley Antonio Pignati e o engenheiro agrônomo James Cabral, da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), constataram diversos problemas causados pelo veneno e informaram aos órgãos responsáveis pela vigilância sanitária sobre o crime. "Quando estivemos nos órgãos municipais e estaduais, expressamos nossas preocupações. Na época, tanto a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, como o Instituto de

Defesa Agropecuária do Estado do Mato Grosso (responsável pela fiscalização no estado) disseram que estão investigando para achar os culpados pelo acidente, que ocorre quase todos os anos na cidade de Lucas do Rio Verde. Mas, neste ano, os danos foram muito sentidos pela população e pelas plantas da cidade. Foi fora do normal", relataram. Providências – A notificação incluía providências para conter o avanço da intoxicação que passa pela cadeia produtiva. Entre elas, as verduras e legumes remanescentes da pulverização não deveriam ser vendidas em feiras; venenos como o Paraquat não devem ser pulverizados por avião; e uma investigação constante deve ser feita na água para avaliar uma possível contaminação. A equipe de reportagem da

Radiobrás chegou a Lucas do Rio Verde um mês após o acidente descrito pelos dois especialistas da Universidade Federal do Mato Grosso. As conseqüências ainda podiam ser vistas. As folhas novas das plantas, que nasceram nos 30 dias anteriores, não tinham furos, necroses e pedaços queimados como aquelas que foram banhadas pela nuvem de agrotóxico. Isso exclui, segundo os especialistas, a possibilidade de fungos terem atacado a vegetação. A investigação ainda não mostrou a dimensão dessa pulverização na cidade. Os técnicos, contudo, questionam os efeitos cumulativos na população. "E nas pessoas? Onde estão as folhas perfuradas pelo veneno?", comparou o doutor Wanderley Antonio Pignati em entrevista em Cuiabá, capital do Mato Grosso. (ABr)

Chacareiros perderam a produção

N

o município de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, existe um cinturão em torno da cidade ocupado por pequenos produtores de hortaliças, chamados de chacareiros. São mais de 100 produtores filiados à Associação dos Chacareiros e cerca de 40 deles estão em propriedades que circundam a cidade. Segundo o presidente da associação, Celito Trevisan, todos os membros foram convocados para registrar as perdas que tiveram em decorrência de a cidade ter sido pulverizada por uma nuvem de agrotóxicos trazida pelos ventos – a "pulverização por deriva", como eles chamam. No total, 14 pequenos produtores haviam registrado prejuízos da ordem de R$ 100 mil. Celito explica que o prejuízo e o número de atingidos certamente foi bem maior, mas "as pessoas não denunciam porque têm medo de represálias". Segundo o especialista em saúde pública, o veneno pulverizado é aplicado por aeronaves agrícolas sobre as plan-

tações de soja. O chacareiro Ivo Casonato, por exemplo, conta que nos últimos quatro anos teve prejuízos com as aplicações de agrotóxicos pelo vizinho. Segundo ele, no ano passado perdeu quase toda a produção de 45 mil pés de tomate, além de uma plantação de melancias e limoeiros que já estavam em franca produção. O agricultor, que não utiliza veneno em sua produção, chegou a processar o vizinho pelas perdas. A reportagem não conseguiu localizar o proprietário das terras para comentar o fato. Casonato afirma que ele costuma utilizar o dessecante para soja, como o que parece ter caído sobre Lucas do Rio Verde. O chacareiro explica que esse dessecante é utilizado para apressar a colheita quando o tempo está chuvoso e a soja precisa ser colhida rapidamente para o plantio da segunda lavoura do ano: o milho da safrinha, por exemplo. "O avião faz o balão aqui em cima", mostra ele, apontando para o céu e descrevendo com o dedo indicador a rota per-

corrida pela aeronave. "Ele gira em torno desse pé de jatobá e vai rasante sobre a minha lavoura – ele podia manobrar esse avião lá pelo lado de lado de lá", descreve. Sergio Miller também é chacareiro. Tem uma pequena propriedade de quatro hectares, na direção oposta à da chácara de Casonato. Ele produz principalmente verduras de folha como alface, rúcula, couve, cebolinha, além de rabanetes e outros temperos verdes. O produtor orgulha-se de não usar agrotóxicos. "As verduras e os legumes podem não ser tão bonitos, lisinhos, mas quem consome tem a certeza de que não vai fazer mal à saúde. Nem tudo que brilha é ouro", afirma o agricultor. Sergio perdeu toda sua produção de hortaliças devido ao veneno pulverizado sobre a cidade e pediu aos clientes "que tivessem paciência, que logo teria verduras de novo". Segundo ele, "toda essa produção que estava plantada, principalmente as folhas, a gente jogou fora". (ABr)

Avião pulveriza plantação de soja. Um monomotor como esse causou o estrago em Lucas do Rio Verde.

Agronegócio deve ser repensado

P

ara o engenheiro agrônomo do Fórum Matog ro s s e n s s e d e M e i o Ambiente e Desenvolvimento (Formad), James Cabral, o incidente com agrotóxicos em Lucas do Rio Verde (MT), segundo maior produtor de grãos do País, mostra que é preciso repensar o modelo do agronegócio que utiliza veneno em larga escala. Há cerca de dois meses, a cidade foi pulverizada por uma nuvem de agrotóxicos. "Esse incidente demonstra que precisamos refletir sobre esse tipo de agricultura que é feita no Brasil hoje. É necessário mudar a base tecnológica, é necessário pensar em tipos de

produção que usem tecnologias mais limpas, menos agressivas ao ambiente e conseqüentemente não façam mal à nossa saúde", diz. O engenheiro esteve na cidade sete dias após a ocorrência, a pedido do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso. Investigação – Cabral e o doutor Wanderley Antonio Pignati fotografaram as plantações e coletaram amostras das plantas atingidas, entrevistaram autoridades municipais, chacareiros e moradores e encaminharam ao Ministério Público local a denúncia para que fosse instaurado inquérito civil

SECA Trigo e milho afetados

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estiagem que já dura 75 dias reduziu em 50% a previsão de safra para o trigo e para a safrinha de milho no Estado de São Paulo. A produção de trigo, que em 2005 atingiu 2,4 milhões de sacas de 60 quilos, deve ficar em 1,3 milhão de sacas neste ano. A safrinha de milho, que rendeu 13,2 milhões de sacas em 2005, vai produzir entre 6 e 7 milhões. Os agricultores deixarão de faturar R$ 102 milhões com as culturas de inverno mais tradicionais de São Paulo. E as perdas podem ser maiores se não chover logo. Em Santa Catarina, 160 municípios estão em estado de emergência por causa da estiagem, que se repete pelo terceiro ano consecutivo, com prejuízos estimados na agricultura em aproximadamente R$ 370 milhões. (AE)

público. Eles também elaboraram a notificação encaminhada às autoridades sanitárias do estado e do governo federal. Segundo Cabral, a Secretaria de Agricultura do município sabia do problema, mas até então não tinha feito nenhuma ação junto à vigilância sanitária para identificar a origem e o tipo do produto. "O que revela um profundo descaso com a saúde da população", conclui. O engenheiro relatou que nem a prefeitura nem a Secretaria de Saúde fizeram um levantamento aprofundado sobre o caso. "A prefeitura não se preocupou com as conseqüências sobre a população", diz. (ABr)

"Cofre do juízo final"

U

m cofre de alta segurança medindo aproximadamente 45 metros por 24 metros começou a ser construído ontem em montanha de uma ilha remota acima do Círculo do Ártico, na Noruega. Os cerca de 100 países que endossaram a construção do cofre dizem que será o ambiente mais seguro de seu tipo. Dentro dele serão estocadas sementes de quase todas as variedades de alimentos existentes no planeta. O "cofre do juízo final" como alguns o estão chamando, ou a "Arca de Noé das sementes", é a cópia de segurança fundamental na eventualidade de uma catástrofe planetária. Com as sementes guardadas, eventuais sobreviventes não precisariam começar do zero novamente. "Teremos a base biológica de toda a agricultura que realmente tem alguma relevância", disse Cary Fowler, secretário-executivo da Global Crop Diversity Trust (Fundo de Diversidade de Lavoura Global), a organização internacional que está coordenando a construção do cofre com o governo da Noruega. "É uma realização espetacular", afirmou Fowler. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de junho de 2006

Informática

epois de ver tudo o que criminosos digitais podem fazer, especialistas em segurança –que têm filhos, um monte de amigos e milhares de clientes, todos com computador e conexão internet em casa ou no escritório– estão convencidos: não existe usuário protegido. Todos, sem exceção, inclusive eles mesmos, são vítimas potenciais de ataques de criminosos cibernéticos, ou cybercriminals, que se esmeram continuamente na arte de fazer pessoas acreditarem que eles não são o que são. São ladrões, são espertos. Você é a vítima, o elo fraco da cadeia do mal na internet. O que se pode fazer? Muito: principalmente, não ser ingênuo e conhecer os truques que os criminosos inventam para colher seus dados mais confidenciais como se estivessem pescando em um aquário superpopulado. Pedem para você clicar em algum link para verificar sua conta em banco? Seu cartão de crédito? Para ver a foto de uma linda mulher? Ou saber a "verdade" sobre o ataque do PCC a São Paulo? Não caia nessa. Se os ataques continuarem nesse ritmo, já no ano que vem, 2007, usuários domésticos e de pequenas e médias empresas não conseguirão mais se proteger contra pragas virtuais, segundo pesquisa da empresa de segurança londrina mi2g. As soluções de segurança que essas vítimas poderão pagar não serão suficientes para conter spams, spyware, vírus, fraudes virtuais Clique aqui e você estará a um passo das armadilhas que e controle remoto de máquinas rondam o internauta todos os dias; melhor não clicar em nada por piratas. Estarão –mas só relativamente– protegidas as Luiz Carlos de Assis grandes corporações que tiverem dinheiro para investir em soluções pesadas e personalizadas. Os prejuízos serão contados em bilhões ou trilhões de dólares. Pode parecer alarmista, mas a mi2g tem lá suas razões. Segundo a empresa de segurança, as ameaças virtuais já causaram prejuízos entre US$ 470 bilhões e US$ 578 bilhões em todo o mundo no ano passado. Foi o dobro do que se registrou em 2003. Em cada uma das 1,2 bilhão de máquinas utilizadas diariamente no planeta, diz a mi2g, as perdas médias ficam entre US$ 390 e US$ 480 por ano. Neste ano de 2006, essa quantia média pode ultrapassar o valor de um microcomputador novo. Bilhões de dólares no geral ou US$ 480 por cabeça são uma boa razão para que todos procurem entender como funcionam os vírus e ameaças virtuais. E, principalmente, como não cair em armadilhas. A educação do usuário consiste em fazê-lo entender o risco que corre e treiná-lo para estar atento. Afinal, cultura tecnológica é o mais barato –talvez o único– meio de se prevenir contra ataques. Só mesmo educando o usuário é que será possível afastar, ao menos em parte, as ameaças que rondam a internet todos os dias. Como ensina Luiz Rogério Moraes, diretor comercial da Esy World, que representa no Brasil a produtora de antivírus russa Kaspersky, há três fatores que atentam para a segurança: curiosidade, ingenuidade e, acima de tudo, falta de conhecimento.

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NÃO CAIA NESSA!

Desconfiar sempre empre que alguém clica onde não deve, a tendência é olhar a vítima como um ingênuo. Mas Marcos Prado, gerente de desenvolvimento de canais para a América Latina da WebSense, prefere olhar o problema do ponto-de-vista de seu colega Luiz Rogério Moraes: é mais falta de conhecimento. Simples falta de conhecimento. Informação, nesse caso, é quase como um treino para boxeador. Você pode ser um campeão em potencial porque tem um direto de direita potente –ou por ter muita intimidade com os computadores. Mas pode ser um grande perdedor se não tem uma boa guarda nem bons refleFotos: Divulgação xos. Ou não souber onde se escondem os perigos virtuais. Os ataques de cybercriminals são pulverizados e vêm de onde menos se espera, ensina Ricardo Bachert, CEO da Panda Brasil, empresa que fornece antivírus. Isso significa que, de repente, surge um e-mail avisando que você fez uma compra em um site e que a mercadoria está sendo enMoraes (acima), viada, bem como a fatura. Como da Esy World, e você não comprou nada, qual é a Bachert, da Panda reação mais comum? É dizer: "Vou lá avisar que não comprei nada". E não é que, bem ali no email, tem um link para você confirmar ou não a compra? Na hora em que você clica o link, adeus! Quase sem exceção, todos pedem para você clicar em algum link. Quase sem exceção, os links levam a outros sites diferentes dos indicados, de onde de fato o usuário baixa um arquivo executável e malicioso. Todos têm em comum um certo descaso com a ortografia, mas o desenho gráfico é quase impecável –imita em tudo o site e o design do original. Fique de olho também em cartões virtuais de supostos antigos namorados (as), ofertas de emprego, concursos de estatais. E há também os avisos de concessionárias de serviços dizendo que você está em débito. Mais: uma comunicação da Receita Federal para erro no preenchimento do IR, que pode sustar o pagamento da restituição. Um ataque pode vir de qualquer lugar, nunca se sabe. "Espere tudo que for inesperado", avisa Bachert, da Panda. E ele ilustra a aparente obviedade: quando a Panda Brasil precisou contratar uma auxiliar, recebeu um e-mail de resposta, com currículo, em que havia uma foto. A mensagem dizia,

candidatamente: "Se quiser ver mais fotos, clique aqui". A maioria das pessoas pelas quais passaram cópias do e-mail acabou clicando, em geral por pura curiosidade. E o resultado foi a instalação de um código malicioso, que só não progrediu porque o esquema de proteção da Panda afastou a ameaça. Nos últimos tempos, as empresas e as pessoas passaram a tomar mais cuidado com e-mails, porque é senso comum que os ataques vêm embutidos neles. Por isso mesmo, preocuparam-se em instalar antivírus e antispam, para garantir a integridade das redes. Mas e-mails não são os únicos portadores. Um dos ataques comuns nos últimos tempos é feito via mensagem instantânea MSN. Se aparece uma janela avisando que um conhecido (cadastrado) deixou uma foto para ser vista com apenas um clique, muita gente clica. Até mesmo se a procedência não parecer nem um pouco legítima. E os hackers jamais param. Segundo Marcos Prado, eles anteviram essa possibilidade –o medo da ameaça e o aparelhamento para enfrentá-la– e começaram a desenhar novos modos de ataque. Já pensou em ser hackeado em uma entrada no Orkut? Pois acontece. "Veja só", diz Marcos Prado. "Se alguém entra em um site de relacionamentos e coloca nome, endereço, nome da mulher, filhos, parentes, onde mora, número do telefone e endereço de e-mail, está entregando de mão beijada dados que permitem a qualquer pessoa deduzir a situação financeira de uma possível vítima. E avaliar um possível ataque." E embora todos achem que no Orkut, por exemplo, os dados são fechados para um grupo, é melhor acordar. Os dados são abertos, qualquer um tem acesso. Você, certamente, não tem as ferramentas necessárias para contornar os ferrolhos eletrônicos. Mas um hacker tem. Por isso, a regra de ouro da segurança virtual é desconfiar sempre, dizem todos os especialistas. Um deles, Lúcio de Almeida Costa, da produtora de antivírus Symantec, teme exatamente aquele usuário que não tem a menor malícia: recebe um e-mail, clica. Recebe uma piada e repassa. Recebe uma foto e vai lá olhar, sem saber que, em algum ponto do mundo, um phisher (um "pescador" de dados) pode recolher as informações que ele inocentemente oferece. Quase tudo na internet pode ser perigoso para a integridade de sistemas e dados. (LCA) Leia mais sobre ataques na próxima pág.

bilhões de dólares foram os prejuízos causados pelas ameaças virtuais em todo o mundo no ano passado


Ano 81 - Nº 22.151

São Paulo, terça-feira 20 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h55

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Caio GUatelli/Folha Imagem

Voando contra o tempo A empresa Nova Varig decolou ontem da Justiça, mas para se manter no ar precisará reunir US$ 75 milhões até sexta-feira. É um vôo contra o tempo, com escala no BNDES. Credores em Nova York pediram ontem a prisão de executivos da Varig. Economia/4 Newton Santos/Hype

Vendas caem 1,35%. É o futebol.

Uma escola de olho no imposto

A Copa e o feriado prolongado afetaram o varejo. O resultado é relativo à 1ª quinzena de junho, comparado ao mesmo período em 2005. Economia/5

A campanha da Associação Comercial de São Paulo pela transparência tributária virou lição no Colégio Joana D'Arc, no Butantã, em São Paulo. Os alunos (foto) acompanharam o movimento por meio das reportagens do DC, coladas no mural. O De Olho no Imposto culminou com a entrega, em Brasília, de 1,5 milhão de asssinaturas. Economia/1

Empresas na Justiça contra greve dos portos Com liminares e pressão da ACSP e Facesp, esperam liberação de mercadorias. Os danos da greve, em Economia/1 Celso Junior/AE

Armadilhas da Internet Fuja dos prejuízos seguindo a regra básica: não clique em nada que insista em seu clique. Informática Edson Massetto/Ag. O Globo

Líder do MLST morre em luta pelo poder Líder do Primeiros Passos, Jocélia (foto) foi morta, com a filha de 5 anos. Página 8

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 12º C.

Os reservas nos planos de Parreira O técnico do Brasil deu folga ontem para os titulares e só levou os 12 reservas e o goleiro Dida para o treino. "Se for melhor mexer, eu mexo", disse. Já Robinho (foto) se estusiasmou: "Sei que posso ajudar a Seleção a vencer esta Copa".

DC

HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 12º C.

www.finanfactor.com Pabx (11)

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


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Convergência Varejo Hi-tech Segurança Automação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de junho de 2006

Até as tentativas abusivas de passar e-mails em massa podem ser consideradas "legítimas" Ricardo Bachert, Panda Brasil

OS SITES DOS BANCOS SÃO OS MAIORES FOCOS DE PERIGO

Tecnologia do crime

Os usuários devem ficar constantemente atentos a possibilidades de ataques virtuais sem, no entanto, entrar em pânico, que gera o risco de perder os benefícios da internet

Fotos: Captura de telas

Tem a desfaçatez de avisar para você não fornecer dados por email –só no site do hacker

Dez conselhos dos especialistas

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Desconfie de todas as comunicações (e-mails, m e n s a g e n s i n s t a n t âneas) em princípio. Domine a curiosidade e não clique em nada: tenha especial cuidado com fotos, programas e arquivos. Visite os sites digitando o endereço no navegador e nunca a partir do e-mail.

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Não abra e-mails de pessoas estranhas: delete-os imediatamente.

Se vier um anexo no email de pessoa conhecida, telefone e confirme antes de abri-lo. Tenha sempre dois endereços: um para tratar de trabalho; outro, de preferência gratuito (que pode ser facilmente desativado e trocado) para diversão.

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Não peça para remover seu endereço de nenhuma lista: isso apenas confirma que seu e-mail é válido. Troque de senhas regularmente.

Sempre que entrar em um site sensível (banco, por exemplo), digitar de saída uma senha reconhecidamente errada. Se for aceita, é alta a probabilidade de que se trate de um site falso e de uma tentativa de phishing.

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Crie um usuário em seu computador que não seja o administrador da máquina. O administrador tem privilégios de acesso que pode abrir portas do sistema para ladrões de dados.

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Mantenha um antivírus competente e sempre atualizado, um firewall e/ou esquemas de filtragem em redes.

Esta Petrobras é falsa: a empresa grafa seu nome sem acento –indicação da falsidade

s empresas começaram a se preocupar com segurança no momento em que seus dados mais sensíveis passaram a correr o risco de parar em mãos estranhas, eventualmente de um concorrente. Hoje, médias e grandes empresas preocupam-se com a segurança, compram ferramentas elaboradas e promovem a filtragem de dados na rede. "Em certas empresas como a Petrobras, por exemplo", diz Lúcio Costa, da Symantec, "esse treinamento é doutrinário e maciço". Em empresas que habitualmente compram passagens para seus executivos, apareceu recentemente um e-mail de uma companhia aérea fazendo uma oferta irrecusável: um trecho por preço que não se podia perder. O ataque só não se consumou porque alguém notou um erro grosseiro: o cabeçalho da mensagem era de uma companhia e o corpo era de outra. Mas nem sempre os executivos estão atentos e nem sempre os criminosos são tão descuidados. Esse tipo de ameaça funciona assim mesmo. Pega as pessoas em momentos complicados (em que é preciso decidir rápido, por exemplo) e chega a usuários que desconhecem os esquemas de ataque. "O e-mail marketing é uma ferramenta importante e legítima", diz Bachert. "Até as tentativas abusivas de passar e-mails em massa podem ser consideradas 'legítimas' diante dos ataques de códigos maliciosos." Principalmente os bancos são os maiores focos de perigo. Quando você entra em um site bancário, a instituição garante que a conexão é segura. Isto é, todas as transferências de dados são feitas em ambiente encriptado. Mas e se você entrar em um site pensando –erroneamente– que ele é do seu banco? É isso que faz a técnica do phishing: captura e analisa dados, de forma auto-

matizada, muitas vezes fazendo crer que se está em um site legítimo. Pior ainda é a fase seguinte, o farming, em que o criminoso digital altera a URL e redireciona o pedido de acesso para um site que em tudo se parece com o original –mas não é. Digamos que você digita o site do seu banco (www.seubanco.com.br) e está certo de que vai permanecer à salvo, porque não clicou nenhum link, nem em email nem em outro lugar. Acontece que, com a técnica do farming, você acaba no site falso. E entrega seus dados confidenciais. Nesses sites, até a digitação indireta –por meio do mouse em um teclado na tela– pode ser "roubada" pelos criminosos: já existe um programa que "fotografa" cada clique e os envia ao hacker. Os próprios bancos já têm scripts (roteiros) de telemarketing em que aconselham os clientes a identificar casos desse tipo. Identificada uma possibilidade de ataque, as instituições financeiras em geral recomendam alterar a senha e excluir o programa suspeito. Nada de pânico, porém. Como diz Marcos Prado, da Panda, não se deve confundir cuidado e atenção com alarmismo. O pânico simplesmente pode levar os usuários a, no limite, deixar de navegar pela internet e, com isso, perder seus enormes benefícios –informação abundante, facilidade de conexão com colegas, amigos e parentes, uma rede comercial simples e prática. O negócio é continuar navegando, mas ficar atento para quaisquer possibilidades de ataques. Também na web vale a velha e sempre presente frase de Thomas Jefferson, um dos pais da pátria dos EUA: o preço da liberdade é a eterna vigilância. Ou isso ou as empresas passarão a fechar acessos para funcionários, os usuários individuais fecharão os seus para a família. E a internet pode deixar de ser um bom negócio para todos. (LCA)

Ataques de todos os lados

WebSense: um outro modo de enfrentar os vilões té três anos atrás, o WebSense era conhecido por seu software de filtragem de conteúdo. Foi daí que a empresa evoluiu para um sistema de proteção. Em contraposição ao modo reativo dos antivírus e antispams, o WebSense propõe a antecipação. Em todos os esquemas de proteção antivírus, a idéia é consertar o que foi atacado. Isto é, o programa tenta remover o código malicioso, mas a essa altura o ataque já ocorreu, diz Marcos Prado, gerente de desenvolvimento de canais para a América Latina da empresa. No máximo, um programa antivírus ajuda a evitar a entrada de ameaças conhecidas. Com o WebSense, a idéia é não deixar nada acontecer. Como funciona? Continuamente, a WebSense monitora a internet procurando sites perigosos e ataques maliciosos por qualquer meio –mensagens, sites de relacionamento etc. Quando é encontrado um perigo potencial, o alvo é classificado em uma categoria que dispara dois tipos de ações: – Se seu site é a origem da ameaça e você é cliente, o software avisa sobre o risco para a segurança, explicando os motivos e pedindo imediata solução. – Para os clientes que estão na iminência de ataque, o WebSense bloqueia o acesso e explica o motivo diretamente na tela. Assim que a ameaça é removida –o que é constatado em novos monitoramentos–, a permissão de acesso retorna. (LCA)

Certificação: segurança garantida evantamento da Federação Brasileira dos Bancos mostrou que houve um aumento nas transações bancárias via internet de 49% em 2005. Considerando somente as pessoas físicas, o aumento foi de 55%, ou seja, cerca de 3,1 bilhões de operações. Com este crescimento, surgiu a preocupação com as fraudes e transações ilícitas. Para evitar este tipo de ação, o internauta pode adquirir uma certificação digital que garante a segurança nas operações eletrônicas. Tratamento digital da informação significa imaterializar documentos. Em bom português: no passado, você assinava um papel; hoje, ele é transformado em sinais binários e pode ser recomposto milhares de quilômetros adiante –eventualmente, fraudado. Para evitar esse problema, típico da era digital, tem crescido nos últimos tempos o número de empresas certificadoras, que fornecem chaves de segurança de alta complexidade. Já se utilizam dessas chaves as instituições financeiras, os cartórios, entidades governamentais e muitas empresas. Uma das novas certificadoras é a ACSincor, autoridade certificadora do Sincor-SP, o Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo. Segundo informa o presidente do Sincor, Leôncio

de Arruda, nenhum hacker ainda conseguiu entrar no seu sistema. Na verdade, os certificados são o meio mais seguro de completar quaisquer transações. A segurança é garantida pela criptografia assimétrica, ou de "chave pública", que funciona a partir de complexos métodos matemáticos, no qual são gerados dois códigos, duas chaves diferentes. Uma delas fica em poder do dono do sistema, que terá exclusividade de uso. A outra pode ser distribuída a quem o proprietário precisa manter comunicação segura ou identificada. Pode ser utilizada para cifrar uma mensagem que só a outra chave pode decifrar e vice-versa. A partir dessa tecnologia foi desenvolvido o mecanismo da assinatura digital, que tem a função de identificar o autor do documento e garantir sua autenticidade. A assinatura é gerada pelos bits contidos no próprio documento assinado, tendo validade apenas para este. Assim, qualquer modificação nos bits originários, mesmo que a simples inclusão de uma vírgula, invalida automaticamente a assinatura. Os certificados e as assinaturas digitais garantem a um banco, por exemplo, que ele está realmente tratando com um cliente, e ao cliente que ele fez uma transação com aquele banco. (LCA)

Não importa a empresa, avisa que você tem débitos. A mensagem indica um link

O endereço clicável leva a um arquivo que pode executar código malicioso

o jargão da segurança de computadores, praticamente todos os ataques são chamados exploits. Isto é, um programa malicioso explora uma falha de segurança em um sistema. Pode servir para obter acesso indevido a dados confidenciais ou para tirar sistemas do ar. Engenharia social Utilizado em quase todo e-mail malicioso, a técnica da engenharia social consiste em convencer o destinatário a clicar em algum link por razões bem arquitetadas. Um operador de CPD pode receber um e-mail aparentemente do diretor financeiro da empresa pedindo a senha para poder trabalhar em casa no final de semana. Só na segunda-feira, o operador vai descobrir que deu a senha para um hacker. Nos últimos tempos, um dos mais convincentes era o e-mail de um "pai desesperado" que procurava o "filho perdido". No e-mail vinha um link para que o usuário visse uma foto do tal filho. Havia uma foto, sim –devidamente infectada por um vírus. Cavalo-de-tróia A idéia é a mesma relatada na Ilíada, de Homero: os gregos deram de presente um imenso cavalo de madeira a seus inimigos, os troianos. E o cavalo estava recheado de soldados que, uma vez dentro da cidadela troiana, atacaram o inimigo. Em informática, o termo cavalo-de-tróia (ou trojan horse) designa uma categoria de programas eventualmente destrutivos mascarados como programas e aplicativos úteis. Eventualmente, o programa é um spyware, um software espião que verifica o que o usuário digita ou os sites que visita. Denial of service (DoS) Negação de serviço: sobrecarga a distância de um servidor com quantidade excessiva de solicitações de serviços. Um programa do invasor instala-se na máquina hospedeira e, a partir dali, envia solicitações para um site de uma empresa ou de um banco. Como os ataques são coordenados, pode ocorrer (e geralmente ocorre) de milhões de máquinas sobrecarregarem os servidores da empresa, colocando o site fora do ar. Uma variante é o ataque distribuído de negação de serviço (Distributed Denial of Service, ou DDoS), que paralisa vários sites ao mesmo tempo. Phishing Tipo de fraude projetada para roubar identidades. Esquemas de phishing normalmente surgem por meio de spam ou janelas pop-up. O mal-intencionado envia milhões de e-mails falsos que parecem vir de sites populares ou de sites nos quais você confia –como seu banco ou empresa de cartão de crédito. Esses e-mails e os sites parecem oficiais o suficiente para convencer muitas pessoas a digitar seus nomes e senhas. Rootkits Coleção de softwares que não deixam pistas do invasor. Uma vez instalado no sistema da vítima –por meio de clique em links de e-mails–, o programa fornece portas de acesso para futuras invasões do sistema. Com esse conjunto de ferramentas virtuais, um invasor pode tomar conta da máquina da vítima.

A indicação do link leva a um site que nada tem a ver com a Gol Linhas Aéreas

Se clicar para pegar o valepresente vai mesmo pegar uma bela infecção virtual

Sniffing Programa ou dispositvo que analisa tráfego de rede. São usados, legitimamente, por gerentes de redes. Nas mãos de hackers, servem para roubar senhas e outras informações sigilosas. Spoofing Uso de uma máquina para personificar outra. Forja-se o endereço de origem de um ou mais servidores. Para realizar uma sessão bem-sucedida de spoofing, alguns crakers temporariamente "matam" ou "anestesiam" a máquina que eles estão personificando. Em geral, não funciona ao passar por um firewall (proteção de rede).


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 20 de junho de 2006

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Cidades

É uma luta conseguir patrocínio para manter o treinamento de cães-guia. Mônica Grimaldi, presidente da Associação Cão-Guia de Cego

OS OLHOS DO DONO A falta de locais de treinamento, de patrocínio e de conhecimento da população impede que, cada vez mais, deficientes visuais possam ser acompanhados por cães-guia. Apesar de existir uma lei, muita gente não gosta de ver um cachorro no metrô, na farmácia ou no shopping center. Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype

Kelly Ferreira

Um processo importante para a segurança do deficiente. Já imaginou um cão-guia correnO massagista do atrás de uma cadela na M a r c e l o D o- rua?", disse Mônica. A socialização é a primeira mingos da Silva, de 35 anos, etapa da preparação. O filhote perdeu a visão tem de conviver com pessoas, em um acidente de carro aos 21 animais (inclusive com gato) e anos. Hoje, leva uma vida nor- lugares barulhentos, situações mal. Trabalha, é pai de família, que poderá viver no dia-a-dia mas depende da bengala para com o dono. A partir do 3° mês, se locomover. Ele é um dos 150 o treino é de obediência básica mil deficientes visuais do Bra- (sentar, deitar, andar junto). sil que esperam pelo auxílio Do 7° mês em diante, o cachordos olhos de um cão-guia. ro aprende a obediência adianApesar de a lei n 11.126, regu- tada, que inclui o adestramenlamentada em 2005, dar aos to na rua, obstáculos de altura, portadores dessa deficiência o largura e travessia de sinais. direito de ir e vir com seus cães, Com um ano, tem início a cona cultura brasileira ainda deixa dução inteligente, onde o ania desejar. A advogada Thays mal aprende a desobedecer a Martinez, por exemplo, teve uma ordem dada pelo dono ao de ingressar com uma ação ju- observar o perigo. Um dos grandes problemas dicial em 2000 para ter o direito de andar de Metrô com Boris, dos treinadores Adilson e Raseu cão-guia. Este ano, o Tribu- malho, voluntários da Assonal de Justiça (TJ) de São Paulo, ciação Cão-Guia de Cego, é por unanimidade, garantiu o justamente a terceira etapa. "O animal tem de conviver não só direito à advogada. com obstácu" A s p e s- Newton Santos/Hype los, mas deve soas sabem estar apto que têm de para guiar obedecer a nas ruas de lei, mas não uma cidade. a entendem O treino tem direito. Elas de ser feito f i c a m s u rem ruas, presas, pois shoppings e ainda é noviescolas. Sedade ver um gundo eles, deficiente i nf e li z me ncom um cãote, o comporguia", disse tamento da Marcelo, ao maioria das fazer um test pessoas não drive em um ajuda. "Muishopping tos lojistas center da implicam Grande São quando enPaulo com tramos com Conan, um Marcelo com cão em lanchonete um cão em cão-guia da shopp ings, raça Collie, de um ano, ainda em treina- lojas ou farmácias. Uma vez, na porta de uma mento. Mas os problemas em ter um cão-guia não param por escola, estávamos treinando o aí. Por conta da dificuldade em Conan. Eu era o cego (com os treinar os animais no Brasil e olhos vendados) e o Adilson, o da falta de incentivo, existem condutor. Havia um carro estamenos de 30 cães-guia no País cionado entre a rua e a calçada e poucas associações, não reco- e o cachorro achou que o espan h e c i d a s , q u e re a l i z a m o ço entre o carro e o muro dava para passar. Na metade do catreinamento. "Freqüentei oito escolas de minho, sem espaço, ele decicães-guia na Escócia e na In- diu ir pela frente do carro. A glaterra. Nesses países, o bem - mulher ligou o carro, deu ré e estar de um deficiente é valori- quase atropelou eu, o Adilson zado. Aqui é uma luta conse- e o Conan. A motorista ainda guir patrocínio para manter o desceu para brigar com a gentreinamento de cães-guia, com te. Espero que nunca ninguém ração, medicamentos, médi- da família ou até mesmo ela cos veterinários etc. O custo precise da ajuda de um cão para preparar um cão é muito guia", disse Ramalho. A associação pretende conalto, cerca de R$ 12 mil. Apesar disso, já conseguimos entregar seguir uma sede para criar mais 14 animais gratuitamente a matrizes e, conseqüentemente, portadores de deficiência vi- mais cães-guias. Até o final do sual", disse a advogada Môni- ano, deverão ser preparados ca Grimaldi, presidente da As- seis animais para doação. "É importante ressaltar que, além sociação Cão-Guia de Cego. Treinamento – O processo do treinamento, fazemos a recido treinamento de um cão- clagem dos cães. Eles não poguia começa na escolha da ra- dem perder o foco de auxiliar o ça. O filhote não precisa neces- deficiente", disse Mônica. Os cães guias são usados até sariamente ser um labrador, o cão mais usado nessa funcão. os oito anos, quando já podem De acordo com pesquisas da se aposentar. Geralmente, ele Associação Cão-Guia de Ce- fica com o deficiente ou seus gos, raças Collie (a Lassie), familiares. A Savana, uma laGolden Retriever, Pastor Ale- bradora amarela, por exemmão, Pastor Branco Suíço, Bo- plo, se aposentou aos seis anos, xer, além de mestiços de Gol- depois de servir de matriz para den com Labrador (Inglaterra) muitos cães-guia. "Ela é muito e Labrador com Poodle Stan- fofa. Nunca foi cão-guia, mas é dard (Estados Unidos) podem treinada. Agora estamos procurando um lar para ela", exser excelentes condutores. Segundo Mônica, o que vale plicou Mônica. Aptidão - Nem todos os fisão as condições dos animais, como o temperamento, tama- lhotes têm dom ou aptidão panho e características adequa- ra ser cão-guia. Antes de iniciar das para a função. "É preciso ser um treinamento a habilidade saudável, meigo, líder e não ser do cachorro é analisada. "A Matímido. O sexo do animal tam- bele foi a única de uma ninhada bém não tem relevância, uma que foi aprovada", afirmou vez que, tanto a fêmea quanto o Mônica, ao lado da pastor suíça macho, têm de ser castrados. branca, de 4 meses.

Deficiente visual também com a cadela Conan

Mônica Grimaldi criou uma associação de cães-guia Newton Santos/Hype

Carolina, terapeuta ocupacional, realiza um teste com Conan em feira no Anhembi

Outra questão é que nem todas as famílias podem adotar um cão, que será guia no futuro, para socializá-lo. "Temos alguns critérios. Entre eles, o responsável adotivo do filhote guia deve ser um adulto, responsável, não ter compromissos de trabalho e estar disponível durante o dia para observar, relatar e acompanhar o cão no desenvolvimento das aulas de educação e obediência básicas. O filhote guia não é um bicho de estimação. Ele terá a missão de ajudar o deficiente visual a ser independente", disse Mônica. O incentivo ao treinamento, segundo Mônica, pode vir de criadores, com a doação de animais, do trabalho voluntário de veterinários, da doação de medicamentos, vacinas e alimentação. "A população também pode contribuir com o respeito e com a modificação da cultura para que mais cães sejam treinados e doados a quem precisa", disse Mônica. Na página 2, mais sobre cãesguia e a proposta da Prefeitura

Ramalho, de olhos vendados, faz treinamento


terça-feira, 20 de junho de 2006

Convergência Segurança Indústria Varejo Hi-tech

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CCE QUER PRODUZIR 400 MIL COMPUTADORES POR ANO

Empresa espera atingir 7% de participação no mercado de computadores até 2007

Computador: o novo produto da CCE A fabricante de TVs e aparelhos de som investe R$ 60 milhões para comercializar o produto Laura Ignacio cada quinze dias, o presidente da CCE, Isaac Sverner, visita o varejo para saber como vão as vendas dos produtos da marca. Desde fevereiro, sua missão está mais trabalhosa. A empresa investiu R$ 60 milhões para comercializar computadores. A linha INFO, para o público doméstico, já está nas prateleiras das lojas. No segundo semestre, a CCE vai lançar a linha CORP para o corporativo, com monitores de LCD e notebooks. As linhas INFO e CORP possuem diversas configurações: do modelo básico com processador Celeron D, sistema operacional Linux, 128 MB de memória, HD de 40GB e drive CD-RW, até os mais modernos Dual Core. Os computadores com licença Microsoft são vendidos com antivírus McAfee gratuito e conexão pelo proveFotos: Divulgação

CCE em Manaus: produção média de 25 mil computadores por mês

US$ 14 milhões em exportações

O programa "Computador para Todos" fixou o preço do modelo da CCE em R$ 2,5 mil

dor Terra por um ano. A linha CORP deve chegar ao mercado no final de julho. Gilberto Marangão, gerente de marketing e desenvolvimento de negócios da CCE, explicou que o CORP é o equipamento doméstico com um software que elimina custos na gestão. "Vai ser mais difícil entrar neste mercado por causa do conceito de grife que existe no segmento corporativo, mas acreditamos que o nível de rejeição estará muito abaixo do esperado porque a empresa terá um produto de qualidade com custo menor”, diz Marangão As outras alternativas de configuração da linha INFO são: Pentium 4, Windows XP, memória de 256 ou 512 MB e drive Combo com leitor de DVD. Os monitores podem ser de 15 ou

17 polegadas –os de 15 são do programa “Computador para Todos” do governo federal. Este último entrou em vigor com a publicação da MP do Bem. Assim, desde o início de junho, o varejo pode vender computadores de até R$ 2.500 com isenção de dois tributos: PIS e Cofins. O PC da CCE é vendido a partir de R$ 1,1 mil. Segundo Marangão, dos 55 mil computadores produzidos pela CCE desde fevereiro, 75% são deste programa. Os monitores de LCD –também em 14 polegadas– devem entrar no mercado em agosto. Para os notebooks a previsão é para o final de setembro ou em outubro. Varejo – Uma das estratégias da CCE para impulsionar a sua entrada no mercado de computadores é o varejo. “A empresa

trabalha, hoje, com mais de 5 mil varejistas no país o que leva a uma capilaridade nacional”, diz Marangão. Ele lembra que antes a CCE concentrava dois terços da produção nos grandes varejistas. “Felizmente, percebemos que a medida era de alto risco e que a receptividade nos mercados regionais é muito mais rápida.” 80% da produção será dirigida ao varejo e 20% ao corporativo. A entrada da CCE no ramo de computadores começou no segundo semestre de 2005. Com o investimento de R$ 60 milhões, a CCE produzirá 400 mil computadores por ano. Espera atingir 7% da participação no mercado até 2007. A meta é faturar R$ 200 milhões este ano e R$ 300 milhões no próximo com a venda de computadores.

produção da CCE é realizada nas unidades industriais da empresa que ficam na Zona Franca de Manaus, no Amazonas. Na Digibras, responsável pela fabricação final de computadores, a produção média, hoje, é de 25 mil máquinas por mês. Mas essa meta pode ser superada. Fruto do investimento de US$ 200 mil, uma nova linha de montagem de placas de circuito impresso (PCI) vai dobrar a produção da Placibras, que fabrica as placas da CCE. Na Digibras, o Diário do Comércio acompanhou a linha de produção dos computadores. Na Placibras, o gerente industrial Ilídio Costa lembrou que só 3/4 das empresas brasileiras usam a tecnologia de circuito impresso nu na fabricação de PCIs. "A CCE é uma delas." Segundo Edson Faria, engenheiro da Placibras, ela investiu US$ 9 milhões na linha de montagem de superfície com tecnologia SMD. “Com ela, os componentes ocupam menos espaço nas placas, com menos material e agregando valor." Ela usa solda e adesivo, ao invés de jumpeadora e ilhós, para fixar e conectar os componentes na placa. A meta da CCE é ampliar a fabricação própria e depender menos de importações. Marcílio R. Junqueira, diretor, diz que em 2005 ela importou US$ 50 milhões e neste ano deve importar US$ 70 milhões. A exportação também deve aumentar. A CCE vende para a Áustria e dez países da América Latina, principalmente Argentina e Venezuela. “Já estamos negociando a exportação de computadores para estes mesmos países”, adiantou Marangão. Em 2005, as exportações foram US$ 14 milhões do faturamento e neste ano podem chegar a US$ 19 milhões. (LI)


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Ambiente Transpor te Compor tamento Polícia

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terça-feira, 20 de junho de 2006

APÓS TREINAMENTO, OS CÃES SERÃO CEDIDOS SEM CUSTOS

O projeto terá início com dois labradores. Até 2008, deverão ser treinados 30 cães.

Jefferson Coppola/Folha Imagem - 17/04/2005

A advogada Thays Martinez ingressou com uma ação judicial, em 2000, para ter o direito de andar de metrô com o cão Boris. A Justiça deu parecer favorável. Desde 2005, uma lei já permite a entrada de cães-guia em todos os locais.

PREFEITURA VAI TREINAR CÃES-GUIA Um centro de treinamento deverá ser inaugurado em breve no Parque do Ibirapuera. Além de cães de raça, para deficientes visuais, vira-latas aprenderão a ajudar surdos, idosos e cadeirantes. A Prefeitura pretende divulgar, nos próximos meses, a inauguração do primeiro espaço municipal para a criação e treinamento de cães-guia, que funcionará no Parque do Ibirapuera, na zona sul, segundo a secretária Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Mara Gabrilli. "Dependemos apenas da liberação do espaço, que deve acontecer em breve ", disse a secretária. O projeto, que já está sendo moldado, prevê um espaço para a preparação de cães-guia, além locais para cursos. Será realizado também o cadastramento de famílias que tenham interesse em participar da fase de socialização do animal. Depois de treinados, os animais serão cedidos gratuitamente aos portadores de deficiência. "Os cães-guia são muito importantes para o deficiente visual. Mas é um trabalho demorado. Por isso também teremos cursos de mobilidade", disse Mara. O projeto ainda não tem custo estimado (está em fase de elaboração), mas já conta com o apoio da Nestlé como patrocinadora. De acordo com Mara, o projeto terá início com duas matrizes (labradores) e até o final da atual administração municipal, que termina em dezembro de 2008, deverá ter cerca de 30 cães treinados prontos para serem doados aos deficientes.

Vira-latas – Em uma segunda etapa do projeto, segundo Mara, os vira-latas também serão treinados. "Os de raça, como o Labrador, são ideais para os deficientes visuais. Já os vira-latas podem ser excelentes condutores e acompanhantes de portadores de surdez, idosos e cadeirantes. Iremos fazer uma parceria com o Centro de Controle de Zoonoses para conseguirmos os cães e também gatos. Pois, para ser bom um bom condutor, o animal precisa conviver pacificamente com outros bichos", disse. L ei – Um decreto regulamentando a lei federal nº 11.126, de 27 de junho de 2005, autoriza a entrada de deficientes visuais com seus cães em supermercados, lojas, shoppings, igrejas e transporte coletivo. Essas pessoas têm o direito de ir aos locais onde é servida refeição, a usar a entrada principal, elevador de serviço ou social, em qualquer prédio público ou particular. O dever do deficiente é portar a carteira de vacinação do animal e o atestado de treinamento. O cão-guia deverá ter um lenço azul no pescoço. A multa para quem impedir a entrada de um deficiente visual com cão-guia pode ser de R$ 1 mil a R$ 50 mil. Em caso de reincidência, o local pode ser fechado por até 30 dias. O usuário do cão é responsável por danos ou lesões que sejam causados pelo animal. (KF)

Milton Mansilha/Luz - 15/12/2005

Mara Gabrilli disse que espera apenas pela liberação do espaço


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Convergência Segurança Automação Varejo Hi-tech

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terça-feira, 20 de junho de 2006

Evento espera receber 16 mil visitantes na exposição e terá 20 keynote speakers internacionais

TEMA DO CIAB 2006 É "A SOCIEDADE VIRTUAL"

Assinatura digital ganha mobilidade com o celular A CertiSign lança solução de certificação móvel para clientes de bancos e cartórios Divulga ção

Barbara Oliveira omo o celular transformou-se numa extensão do corpo do homem, é natural que cada vez mais aplicativos sejam criados para eles. Agora é a vez da assinatura digital também ser embarcada no celular ou PDA, o que deve facilitar muito as transações com clientes de bancos e cartórios, pacientes de clínicas e hospitais, e em inúmeras aplicações que exijam algum tipo de assinatura do usuário, tornando a certificação digital mais popular e acessível. A Febraban (Federação Nacional dos Bancos) é a maior interessada na segurança das operações com internet banking e espera que, em futuro próximo, os certificados digitais substituam os logins e senhas do cliente. O certificado digital funciona como uma carteira de identidade com-

O SDK integra recursos da certificação digital da Certisign para smartphones, celulares e handhelds

provando a autenticidade de quem faz as transações. Durante o Ciab 2006 - Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras, que se realiza entre 21 e 23 deste mês em São Paulo, a Certisign, em parceria com a Intel, vai lançar um kit de softwares para handhelds e celulares voltado para empresas e bancos que queiram garantir mais segurança e criptografia forte aos seus clientes. Um deles é o aplicativo SDK que integra todos os recursos da certificação digital da Certisign já disponíveis em desktops e notebooks e, agora, surge nas versões Windows Pocket 2003, Windows Mobile e Java para rodar em smartphones, celulares e handhelds. "A grande vantagem desse aplicativo é a mobilidade", observa o presidente da Certisign Sérgio Kulikovsky.

Quando uma pessoa compra um certificado digital e precisa assinar algum documento –contrato de câmbio, transferência bancária, aceite de crédito, termo de adesão a um fundo de investimento– ela necessita de um computador, uma leitora e um cartão smart card que armazenam o certificado digital (alguns bancos utilizam essa solução). "Agora, com o SDK da Certisign para celulares, o usuário terá tudo dentro do aparelho móvel", diz Kulikovsky. "Ficará muito mais fácil assinar um documento, porque o telefone ou PDA terá um ícone no menu indicando a assinatura digital, e o cliente não precisará mais quebrar a cabeça com todos aqueles caminhos

que precisa percorrer para assinar o contrato." "Será uma grande aplicação em futuro próximo, pois os usuários poderão baixar o pacote contendo assinatura e autenticação para seus smartphones e esquecer do papel em muitas operações", salienta o presidente da CertiSign. Ele explica que ao realizar uma transação eletrônica no internet banking, como um contrato de câmbio ou uma transferência eletrônica de dinheiro, o cliente receberá do banco um documento (ou aviso, no caso do TED) via SMS, por WAP ou por e-mail no seu celular/ handheld. O correntista autoriza a operação e assina digitalmente usando o telefone móvel dotado do certi-

ficado digital instalado no chip do aparelho. A solução de assinatura digital será vendida às instituições bancárias (e a outras empresas interessadas, como cartórios, clínicas médicas, seguradoras etc.) que por sua vez venderão aos seus clientes. Kulikovsky não fala quais são os bancos que estão testando a aplicação, mas diz que são "vários" e nem do preço para o cliente corporativo. Mas arrisca que para o usuário final o SKD não deve custar muito mais do que R$ 100 por unidade e com a validade de um ano. A compra do celular ou smartphone é por conta do usuário, mas isso também vai depender dos planos que as empresas oferecerem para seus clientes. Outra aplicação interessante para a assinatura digital móvel será nos cartórios. "Muitos deles já estão se preparando para receber a certificação digital, e em pouco tempo poderemos registrar nossos filhos pelo celular, se o cartório tiver a tecnologia." O mesmo deve ocorrer também em clínicas para que o médico assine um prontuário eletrônico do paciente. A CertiSign é a líder no mercado brasileiro de certificação digital, com 90% dos certificados emitidos no país. Existem no Brasil hoje cerca de 500 mil certificações digitais entre físicas, jurídicas e equipamentos em uso, segundo o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), a autoridade máxima do setor e ligada à Casa Civil da Presidência da República. Mais informações: www.certisign.com.br e http://www.iti.br/

Setor financeiro busca soluções para atender melhor a "sociedade virtual" Fotos: Divulgação

Ciab 2006 vai debater uso da tecnologia para melhorar a segurança e o fluxo do atendimento bancário, tanto via web como nas agências e caixas eletrônicos, inclusive para deficientes

Novidades no Ciab 2006: identificação por biometria e celular com autenticação

omeça amanhã e vai até sexta-feira, em São Paulo, a 16ª edição do Ciab Febraban Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras, o maior evento do setor na América Latina, que em 2006 tem como tema "A Sociedade Virtual". Em torno desse tema, serão discutidas questões como valorização do capital humano; a tecnologia como instrumento de fidelização do cliente; o papel da agência do futuro; a nova geração de clientes virtuais; multiserviços nos canais de auto-atendimento; offshoring; cartão de crédito; cartão contactless; meios de pagamentos de varejo; correspondentes; certificação digital; segurança e prevenção à fraude eletrônica; mobile banking;

CRM e Business Intelligence. O evento, que será aberto pelo governador Claudio Lembo, espera receber 16 mil visitantes na exposição e terá 20 keynote speakers internacionais, cujas experiências buscarão mostrar as profundas mudanças que a tecnologia introduziu no setor financeiro. Sem papel – Entre os temas em debate que prometem visões originais na resolução de antigos problemas, como o armazenamento de documentos, está "Aplicações de TI em Seguradoras", que reunirá o presidente do grupo segurador espanhol Sanitas, John de Zuluetta, e o presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos –cuja empresa, a Indiana Seguros,

praticamente eliminou o uso do papel. Ambos vão falar sobre o atual estágio da aplicação de tecnologia na área de seguros e a multiplicação de oportunidades de negócios. Na exposição, será possível conhecer antecipadamente as novas tecnologias que os usuários do sistema bancário terão em breve à disposição, como os tokens que permitirão que os telefones celulares sejam utilizados como instrumentos de autenticação para acesso seguro a sistemas de ebanking. A novidade estará em exposição no estande da belgo-americana Vasco Data Security. Já a Fujitsu vai anunciar no Brasil a nova versão de seu dispositivo de autenticação biométrica por meio das veias da palma da mão. O novo Fujitsu

PalmSecure preserva os recursos do dispositivo original –grande precisão de autenticação, pois é um identificador biométrico interno ao corpo humano, que torna a falsificação extremamente difícil e a autenticação higiênica e não-invasiva, com maior aceitação pelo usuário– e agora oferece velocidade de autenticação muito maior, graças a um sensor com 25% do tamanho do modelo anterior e custo mais baixo. Deficientes – Pelo menos quatro dos principais fornecedores de tecnologia e automação bancária –Perto, Itautec, Vasco Data Security e NCR– aproveitarão o Ciab para apresentar novidades destinadas às pessoas com deficiência. São terminais com altura própria para atendimento de usuários de cadeiras de rodas, fones de ouvido para orientação de deficientes visuais e teclas em alto relevo. Rachel Melamet

XVI CIAB FEBRABAN 2006 Data: de 21 a 23 de junho Local: Transamérica Expo Center - Av. Dr. Mário Villas Boas Rodrigues 387 Horário: das 9h às 20h (exposição) Mais informações: http://www.ciab.org.br/


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terça-feira, 20 de junho de 2006

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Soube que o Parreira ficou chateado outro dia, com tanta gente perguntando por que eu não era escalado." Juninho Pernambucano

QUEM ME DERA... drid, mas estará no seu melhor daqui a uma semana, dez dias. Rezo a Deus para que não me encontre com ele. O Ronaldo é fantástico. Quando você precisa dele, ele define, decide. Digo isso por mim. De vez em quando, no treino da seleção brasileira, ele me irritava. Ficava parado... (dá uma bufada característica)Mas quando ia para o jogo uma chance era gol dele. Duas, um era dele. Torço por ele. Tomara que a gente não se cruze, não quero isso (risos). Essa história de dizer que ele está gordo... (outra bufada) Deixa ele numa raiva! Como seria um duelo com o Brasil na Copa? Enquanto não nos cruzarmos, sou o primeiro torcedor do Brasil. Tive com muitos dos que estão aqui na Alemanha um ambiente que nunca vou esquecer na Ásia há quatro anos. Mas se nos encontrarmos, e tomara que isso ocorra pois estaremos entre os quatro primeiros, o Brasil para mim não existirá. Não te-

rei vínculo. Sei separar o meu lado profissional. Vai ser cada um para o seu lado. E na hora do Hino? Sentirei a mesma emoção de quando ouço o Hino de Portugal. Guardei sentimentos de quando estive no Kuwait. Sei até hoje uma parte do hino. Saberei dominar este momento. Qual sua análise sobre a Copa até agora? Acho que as estrelas estão mostrando seu valor. O problema é que todo mundo espera que se faça jogadas de gênio. Tem muita marcação, muito sistema tático defensivo. Você vê alguma novidade tática? Não vejo evolução para os times marcarem mais gols. Evolução é marcação. A evolução física acaba com os espaços. Se você tiver bons marcadores, complica qualquer jogo, pois em 30 metros tem 18 jogadores. Aí entra a individualidade dos jogadores, como em 2002.

Rodolfo Buhrer/AE

Você sente o Ronaldo desmotivado? Não. Ele vem crescendo de produção. O Parreira faz bem em mantê-lo na equipe. Está se recuperando fisicamente. Passou por problemas no Real Ma-

Qual a maior dificuldade que você tem para dirigir a seleção portuguesa? Em Portugal, 51% dos jogadores são estrangeiros Meu leque de opções é pequeno em relação ao Brasil. Tenho que buscar alternativas e às vezes improvisar. Você tem saudade de trabalhar em clube? Dá saudade. Mas vou todo dia na sede da Federação Portuguesa. Agora, meu trabalho é mais burocrático. Quando chega a competição a ansiedade é grande. A seleção de Portugal me deu visibilidade, maior tempo para continuar minhas palestras e uma maior convivência com a família. Agora precisaria ter uma readaptação para voltar aos clubes. Mas um dia posso voltar. Sem problemas. Há mais de três anos fora do Brasil, como você analisa o governo Lula? Gosto da imagem do Lula, da simplicidade dele. Não tenho partido, não sou político, mas torço para dar certo. Não só o Lula, o Pedro, o Paulo, o João. Vi a Marginal Tietê sendo despoluída, fiquei feliz. Estão fazendo alguma coisa boa. Não se pode pensar em trabalhar apenas para os quatro anos do mandato, mas para os próximos 20, 30 anos.

José Manuel Ribeiro/Reuters

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uís Felipe Scolari não quer se encontrar com Ronaldo do outro lado do campo durante a Copa do Mundo. Acha que o atacante ainda vai entrar em forma e vai arrebentar nos campos da Alemanha. "Rezo a Deus para que não me encontre com ele", diz o treinador de Portugal, que não acharia nada de ruim contar com o Fenômeno vestindo a camisas de Portugal. "Ele é fantástico. Quando você precisar dele, amanhã depois de manhã, ele define, ele decide. Digo isso por mim", afirmou, referindo-se aos oito gols marcados pelo jogador do Real Madrid na conquista do Mundial da Ásia em 2002. E atesta: "Daqui a uma semana, dez dias, ele estará na sua melhor forma." Felipão, que assegurou a segunda classificação de Portugal para a fase de mata-mata, 40 anos depois da mítica geração de Eusébio, e quatro anos após a decepcionante campanha na Coréia do Sul e no Japão, também analisou taticamente as seleções da Copa, comentou um possível encontro com o Brasil - na semifinal, se ambos terminarem seus grupos em primeiro, como se espera - e falou da saudade de trabalhar em clubes.

E o mensalão? O mau político tem de ser cassado. Corta o pescoço deles! (risos) Wilson Baldini Jr./AE Vanderlei Almeida/AFP

Dia de dúvidas... C

arlos Alberto Parreira dedicou o primeiro dia de treinos em Bergisch Gladbach, cidade de 110 mil habitantes a 80 km de Dortmund, sede do jogo de quinta, contra o Japão, a maquinar suas dúvidas sobre a seleção brasileira. Ele deu folga aos titulares da linha, que passaram o dia no hotel e só fizeram musculação, em busca de recuperação física, e levou apenas os 12 reservas e o goleiro Dida que treinou saídas do gol - para o campo do SSG 90 Stadion. Foi uma chance para o técnico avaliar as opções do elenco e refletir a respeito de suas idéias para o próximo jogo da Seleção. "Vou fazer o que for melhor para a Seleção Brasileira. Se for melhor mexer, eu mexo, se for melhor manter, eu mantenho", disse o técnico, que tem ao menos um bom motivo para alte-

Celso Júnior/AE

rar o time: Cafu, Robinho, Ronaldo e Emerson têm um cartão amarelo, e se levarem outro contra o Japão, ficam suspensos das oitavas-de-final. Sem os titulares, foi a chance para os reservas falarem. Juninho, por exemplo, tentou esconder a decepção por não ter entrado ainda em campo. "Seria bom se eu tivesse oportunidade de jogar de alguma forma. Mas é o treinador quem define, é o direito dele e eu respeito", afirmou. Robinho, cuja chance de ser titular caiu pelo amarelo recebido contra a Austrália, faz coro. "Parreira sabe que pode confiar em mim quando precisar. Estou trabalhando e esperando a minha chance no time", disse o jogador, confiante e consciente de seu apelo entre a torcida. "Sei que posso ajudar a seleção a vencer esta Copa."

Fred: sorriso no rosto o dia inteiro

... e deslumbramento

F

Parreira deu folga aos titulares e pôde analisar melhor os reservas durante o treino de ontem da Seleção

red foi a atração da Seleção ontem, um dia depois de marcar o segundo gol contra a Austrália. Não foi seu primeiro gol pela Seleção - já havia feito quatro, nos amistosos contra Guatemala, Emirados Árabes (2) e Rússia -, mas o predestinado mineiro sentiu a força que tem a Copa. Teve para si todos os holofotes e repetiu o discurso dos demais reservas: "Quero jogar sempre, pois cheguei aqui para trabalhar forte. Depende do Parreira".


terça-feira, 20 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Segurança Automação Convergência Varejo Hi-tech

É possível manter os dados armazenados no disco rígido de maneira segura, mesmo que ocorra uma pane no sistema operacional. Guido Orlando Júnior

ão é raro me perguntarem qual a maneira mais econômica de preservar os dados no disco rígido, correndo o menor risco possível e hoje eu volto a esse assunto. Sem dúvida alguma é recorrer ao famoso backup, que é o sistema mais barato e seguro que existe, pois fazer essa operação hoje em dia é simples e rápido. Normalmente um micro de uso pessoal não tem um grande volume de dados, a menos que você armazene vídeos, projetos de CAD, apresentações com muitos slides e uma quantidade grande de imagens. O volume padrão de dados de um usuário comum não chega a dois megabytes, o que dá para ser tirado tranqüilamente em CDs graváveis. Se você não possui um gravador desse tipo, vale a pena adquirir um. O preço varia entre R$ 200 e R$ 300, valor infinitamente menor do que valem seus dados. Tirar cópias em disquetes tornou-se inviável por três motivos: custo, tempo e quantidade necessária, já que cada um á capaz de armazenar somente 1,44Mb de dados. Já o CD armazena 650Mb, o equivalente a mais de 450 disquetes, e não serão gastas mais do que três ou quatro mídias para tirar uma cópia completa, ao custo total de

R$ 6. O processo é bem simples e todo gravador de CD traz um programa para efetuar a operação de maneira bastante intuitiva e sem mistérios. Mas como eu sei que praticamente ninguém faz esse tipo de operação, vou dar outra sugestão que fará com que você trabalhe mais tranqüilo, sem se preocupar muito com a integridade de seus dados. Algumas ações simples podem fazer com que você os preserve, mesmo que ocorra algum tipo de pane no sistema operacional e você tenha que reinstalar o Windows. Não estou falando de backup e sim de manter seus arquivos em uma unidade separada do sistema operacional. Para que isso seja possível existem três saídas: salvar seus trabalhos em uma unidade física separada do HD que tenha o Windows instalado, colocá-los em uma unidade em um servidor de rede ou em um único disco rígido, em uma partição separada. A primeira opção pode ser viável, se

Adobe disponibiliza formato para arquivos RAW, o negativo digital

idéia de que a terceirização da área de Tecnologia da Informação traria uma redução considerável de custos levou a uma corrida frenética ao outsourcing. No entanto, saber separar o que é possível ser terceirizado, de forma que traga benefícios à organização, e o que é necessário ser feito na empresa é considerada uma tarefa importante e necessária para o bom andamento dos negócios. Durante a III Conferência Anual de Outsourcing do Gartner, realizada em São Paulo, o instituto apresentou seu novo conceito de terceirização de serviços e processos de TI, o Multisourcing. Linda Cohen, líder da prática de sourcing do Gartner, veio especialmente ao Brasil pa-

Veja algumas soluções para manter seus dados a salvo, mesmo que seu computador entre em pane

O FAMOSO BACKUP É O SISTEMA MAIS BARATO E SEGURO QUE EXISTE

Dados a salvo mesmo com pane no HD

Adobe anunciou que está disponibilizando o arquivo de formato RAW para ajudar os fotógrafos avançados e profissionais, que possuem câmeras que salvam arquivos nesse formato, conhecido como Digital Negative. Poderá ser baixado gratuitamente da internet e livre de direitos autorais (www.adobe.com/dng). Com esse formato, qualquer software poderá abrir qualquer tipo de formato RAW de qualquer modelo de câmera e fabricante, salvando em seguida num formato padronizado. Isso acaba com a atual confusão, que obriga usuários profissionais, foto jornalistas, editores a ter vários tipos de software e um fluxo de trabalho complicado para poder armazenar e até imprimir suas fotos. O arquivo RAW contém as informações originais capturadas pelo sensor antes de serem processadas pelo chip da câmera. O formato tende a se popularizar graças à promessa de grande flexibilidade e qualidade de imagem. Bryan Lam-

terça-feira, 20 de junho de 2006

kin, vice-presidente da Digital Imaging and Digital Video da Adobe, declarou que até hoje não existia um formato padrão para esses arquivos, que variam conforme os fabricantes de câmeras. Ao contrário dos arquivos JPEG e TIFF, o RAW representa a captura pura e inalterada da imagem e a garantia dos direitos autorais das imagens. Os atuais formatos RAW não são adequados para arquivamentos por ser aplicar somente a um determinado modelo de câmera, correndo-se o risco que logo esse formato possa ser abandonado pelo fabricante. O novo padrão é baseado no formato TIFF EP e repousa numa quantidade de metadata que pode ser incluída no arquivo para descrever detalhes sobre a câmera e ajustes. Também unifica formatos RAW em conflito, permitindo a preservação de uma versão da imagem original RAW e as informações contidas nela. É compatível com os produtos da Adobe.

Gartner apresenta o multisourcing ra explicar o conceito e para anunciar o lançamento do seu livro "Multisourcing - Moving Beyond Outsourcing to Achieve Growth and Agility". A autora esclareceu que o novo modelo operacional de terceirização é a soma da combinação do fornecimento disciplinado de serviços de TI e de negócios por um conjunto otimizado de provedores internos e externos. Esse conceito tem como base informações de uma pesquisa do Gartner, que aponta que 50% dos contratos de terceirização assinados nos últimos três anos não alcançarão os objetivos esperados pelos CIOs. "O provedor precisa estar

Ana Maria Guariglia

aberto ao diálogo e a revisões do contrato. É preciso que ele conheça o negócio e esteja empenhado em ajudar a empresa, entrando no seu ambiente, com a melhor tecnologia, as melhores práticas e os melhores funcionários, para transformá-lo de forma eficiente. Há processos que podem ser feitos fora da organização e outros não. Essa habilidade de fazer as coisas dentro ou fora de casa para conseguir entregar bons serviços é o Multisourcing", explica Linda. Para ela, as organizações que fizeram seus contratos visando apenas custos não conseguirão um resulto tão bom, porque o "outsourcing por si só não gera economias". (FP) Mais informações: www. gartnerpress.com/multisourcing e www.hbspress.org

bem que desnecessária, além de você necessitar ter dois HDs instalado na máquina –o que pode ser dispendioso– e de requerer uma máquina mais poderosa; a segunda é a mais segura, porém a mais cara. A terceira, mais econômica, é pegar um único disco rígido e separá-lo virtualmente, simulando duas ou mais unidades. Esse processo tem o nome de partição. Utilizando uma linguagem simples, é a maneira de transformar uma unidade física de disco em duas ou mais, totalmente independentes entre si, porém habitando o mesmo espaço. O princípio é o mesmo de um prédio comercial onde funcionam vários andares habitados por empresas independentes. Porém, imagine que em um deles funcione uma administradora que faz fluir informações e pessoas para todos os outros. Se acontecer alguma coisa com esse andar os outros serão afetados, mas não a ponto de serem interditados. Caso ela estivesse no mesmo ambiente das outras empresas e acontecesse algo com ela, todas as outras ficariam impossibilitadas de funcionar. Em um disco rígido que não é particionado e os dados são colocados junto com o sistema operacional eles correm sérios riscos de serem perdidos, caso ele sofra alguma pane. A partição de um HD resolve esse problema, pois nesse caso o sistema fica em um local totalmente independente, livre de desastres, tais como a eliminação acidental de arquivos fundamentais ao sistema, variação brusca de energia ou mesmo infecção por vírus que podem fazer o micro parar de responder. Particionar um disco rígido não é difícil e qualquer profissional do mercado é capaz de fazê-lo, porém devem ser observadas algumas regras: é possível particionar um disco já em uso, porém é necessário fazer backup dos dados antes de processar essa operação. Isso porque ela apaga todos os arquivos que estão instalados nele, de forma irrecuperável. A partição deve ser feita na instalação do Windows e é só seguir as informações da tela para processá-la. A unidade principal, ou seja, a que

WEB DOMINA 1 Pesquisa da Online Publishers Association mostra que 54,6% dos norte-americanos ficam antenados na web e 21,1% na TV.

vai conter o sistema operacional será sempre a "Unidade C:" e as demais seguirão a ordem alfabética. O tamanho de cada unidade virtual pode ser definido de acordo com a necessidade de cada usuário, mas aí vão algumas dicas básicas: 1 - O ideal é que apenas discos com mais de 20Gb sejam particionados. Isso para sobrar espaço suficiente para armazenar dados à vontade sem precisar invadir a área do sistema operacional. 2 - Caso o disco seja de 20Gb, peça para que seja particionado em dois volumes iguais de 10Gb cada. 10Gb é um tamanho muito bom para o sistema operacional e razoável para o armazenamento de dados. 3 - Se for um disco de 40Gb ou maior, reserve 15Gb para o Windows e o restante para os dados. Esses valores reservam uma larga margem de folga para o Windows e é confortável para o armazenamento de arquivos. A partir do momento em que o disco rígido estiver configurado dessa maneira, qualquer problema no sistema operacional ocorre de maneira independente de seus dados. Mesmo que a unidade "C:" tenha que ser formatada, os arquivos e trabalhos estarão preservados e não sofrerão qualquer dano. O único cuidado que deve ser tomado é quanto aos e-mails. Eles ficam armazenados na mesma unidade do sistema operacional e serão perdidos no caso de pane no sistema. Para evitar grandes estragos no correio eletrônico, habitue-se a tirar uma cópia desse arquivo semanalmente. Já falei sobre esse assunto em colunas anteriores, mas se alguém quiser saber como fazer basta enviar um e-mail que responderei informando como esse procedimento pode ser efetuado. Mas lembre-se que o particionamento do HD apenas diminui o risco de perda de dados. Caso o HD sofra alguma pane física provocada por fadiga de material ou qualquer outro motivo, tudo será perdido. Lembre-se que ele é um mecanismo que roda no mínimo a cinco mil rotações por minuto, mais de oito horas por dia, por pelo menos 20 dias por mês. São mais de 570 milhões de rotações por ano. Além desse volume todo, cabeças de leitura e gravação não param, levando e trazendo dados para a memória, assim você pode ver as informações na tela de seu computador. Como tudo que é mecânico, um dia entra em colapso. Já imaginou o desastre? gojunior@voit.com.br

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WEB DOMINA 2 Os consumidores online gastam em média no varejo 26,4 mil dólares, enquanto o grupo de TV gasta 21,5 mil dólares.

Ó RBITA

SUICIDE GIRLS hit do momento na web erótica é o Suicide Girls. Tratase de uma das comunidades online que mais crescem no mundo. Rivaliza até mesmo com o My Space, da Microsoft. Apesar do nome, nada tem a ver como o ato de se matar. O Suicide é o point online de jovens lindas e ousadas, adeptas do estilo punk, conhecidas por Missy (algo como "uma pessoa cativante, em torno da qual voam anjos e pássaros) que não têm receio algum de se mostrar nuas em vídeos que podem ser baixados para um celular. Por sinal, em apenas uma semana, foram feitos mais de 1 milhão de downloads de arquivos do

O

site. As Missy se divertem, trocando mensagens, marcando festas e até mesmo realizando concursos de beleza. Para participar, ver e

A COPA EM ASCII

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m grupo de

geeks austríacos conseguiu uma proeza incrível: transmitir os jogos da Copa em "ASCII", conjunto de códigos para o computador representar números, letras, pontuação e outros caracteres, criado em 1961 pelo norte-americano Robert W. Bemer. Para experimentar a estranha oferta siga estes passos. No Windows, vá em Iniciar/Executar, digite CMD, aperte Enter e escreva "telnet ascii-wm.net 2006" ou "telnet diego.asciiwm.net 2006". É preciso um pouco de paciência porque leva dez minutos para começar a transmissão. (JM) Site relacionado: http://ascii-wm.net/

conversar com elas é preciso fazer uma assinatura paga. Mas vale a pena. João Magalhães Site relacionado: http://suicidegirls.com/

NOTÍCIAS DE QUALIDADE Google está patenteando tecnologia que classifica notícias publicadas online não só por data ou relevância das palavras pesquisadas, mas também por sua qualidade. Segundo o site News.com, o Google sabe que uma parte do material jornalístico encontrado por seu motor de busca, a partir de termos digitados procede de fonte duvidosa. "Assim, é preciso ter um sistema que melhore a classificação dos conteúdos do gênero, com base em sua qualidade, colocando nos primeiros resultados das buscas realizadas pelos internautas aqueles que provêm de respeitáveis e tradicionais órgãos de imprensa", diz comunicado do Google. (JM)

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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de junho de 2006

Só discuto (o vice) depois que houver convenção, depois que houver definições. Luiz Inácio Lula da Silva

PSB E PC DO B DEFINEM HOJE A ALIANÇA COM O PT

ALCKMIN TERÁ MAIS TEMPO NA PROPAGANDA GRATUITA DO QUE LULA

Eymar Mascaro

Luiz Cruvinel/Ag.Câmara

Última hora

ALENCAR, O MAIS COTADO PARA VICE.

L

ula decidiu que só vai anunciar sua candidatura à reeleição no sábado, dia da convenção do PT. Até lá, o presidente pretende continuar viajando pelo Brasil e participando das inaugurações de obras. A legislação não permite ao presidente, como candidato declarado, participar de solenidades de inauguração. Na sexta-feira, por exemplo, o presidente vai visitar mais três cidades no sul do País. Até o momento, o PT não sabe quem será o vice de Lula. O petista ainda alimenta um fiozinho de esperança de que pode se aliar ao PSB e ao PC do B. Os socialistas prometeram uma resposta definitiva para hoje. O PT chegou a convidar o PSB para indicar o vice do seu candidato, que seria Ciro Gomes. Mas, o ex-ministro deve ser candidato a deputado federal para ajudar o partido a eleger uma bancada representativa pelo Ceará.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ouvir hoje um sonoro 'não' de seus aliados – o PSB e o PC do B – quanto à formação de uma aliança nacional para a conquista do segundo mandato.

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presidente nacional do PSB, deputado Eduardo Campos (PE), deverá dizer hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que seu partido não se coligará oficialmente com o PT no 1º turno da eleição. Se for mantida a tendência de não-aliança, acaba a possibilidade de o ex-ministro Ciro Gomes tornar-se o vice de Lula, posto que deverá ficar com José Alencar (PRB). Os sinais de que essa é mesmo a tendência que deve se consolidar vieram após reunião da comissão política do PT, ontem à noite, que discutiu os últimos preparativos para a convenção nacional, marcada para sábado, em Brasília. Ao sair da reunião, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse que o partido prefere que José Alencar continue como vicepresidente da República, num eventual segundo mandato do presidente Lula. "Ele já é o vice, teve papel importante neste mandato, é muito próximo do presidente e ajudou o governo no Ministério da Defesa. Está a serviço de um projeto nacional e nós achamos que seu nome é a melhor alternativa", afirmou. O presidente do PT ponderou, no entanto, que a palavra final será do próprio Lula. "A questão está aberta à discussão. A montagem de um processo de aliança é uma equação complexa", disse. Último suspiro – Hoje a direção do PT se reúne com as cúpulas do PSB e do PCdoB, numa última tentativa de resolver as pendências regionais entre eles para possibilitar uma coligação nacional. Ao que tudo indica, porém, o PSB deverá dar apenas apoio informal à candidatura de Lula, enquanto o PCdoB deverá repetir a coligação com o PT, ao lado do PRB de José Alencar. Segundo Berzoini, o PSB, que ameaça não integrar formalmente a coligação com o PT, nunca reivindicou a vice-

presidência na chapa de Lula. "Isso nunca foi colocado, mas evidentemente que o PSB tem nomes que poderiam ser candidatos a vice", observou o presidente do PT. O PSB entende que a aliança com os petistas o atrapalharia na luta para conseguir 5% do total de votos, a chamada cláusula de barreira. No PSB, o cálculo é de que Ciro Gomes terá pelo menos 350 mil votos, o que ajudaria demais a legenda a trabalhar por sua meta. Agenda– Lula ficará em Brasília o dia todo. À tarde, participará da posse da ministra Carmen Lúcia, no Supremo Tribunal Federal (STF). Há lugar na sua agenda para receber Eduardo Campos (PSB), candidato ao governo estadual de Pernambuco. Este deverá dizer que para a governabilidade de Lula, no caso de reeleição, será melhor que o PSB e outros partidos de esquerda elejam uma bancada grande. Elas dariam sustentação ao governo de Lula no Congresso. Ontem, em discurso em Araucária (PR), Lula pediu respeito por parte dos adversários e disse que só falará sobre o vice após a convenção do partido. "Só discuto depois que houver convenção, depois que houver definições", disse. Na sexta-feira, em Recife, o presidente Lula conversou com Eduardo Campos sobre a necessidade da aliança. Em Pernambuco não foi possível fechar a aliança entre PT e PSB, uma vez que o PT lançou o exministro Humberto Costa. Nas pesquisas eleitorais os dois estão atrás de Mendonça Filho, do PFL. Se o presidente Lula não conseguir fechar uma coligação do PT com o PSB e o PC doB, vai dispor de cerca de 7 minutos em cada período da propaganda eleitoral, enquanto Geraldo Alckmin (PSDBPFL) disporá de 10 minutos e 8 segundos. Os cálculos foram estimados pelo Tribunal Superior Eleitoral. (Agências)

DENÚNCIA

ARRANCADA

Lula vem sendo acusado por Geraldo Alckmin de usar dinheiro público e o avião presidencial para viajar e fazer campanha pela reeleição. O presidente nega a acusação e declara, jocosamente, que visita obras porque ainda não resolveu se será candidato.

Alckmin quer investir maciçamente na campanha nos Estados do sul do País, Rio Grande, Paraná e Santa Catarina. Admitem os tucanos que se seu candidato conseguir uma boa vantagem sobre Lula no sul pode minimizar a desvantagem que o tucano sofre no nordeste.

INAUGURAÇÕES Aldo Rebelo (PCdo B-SP) diz que aliança tem que ser boa para ambos

ALDO COBRA RECIPROCIDADE

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presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), cobrou reciprocidade do PT no apoio a alianças estaduais nas quais os candidatos de seu partido tenham viabilidade, mas deu todos os sinais de que a legenda comporá formalmente a aliança pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A maior queixa do PCdoB é em relação à candidatura ao governo do Distrito Federal do ex-ministro Agnelo Queiroz, que gostaria de ser apoiado pelo PT. O PCdoB fará convenção nacional dia 29 e até lá espera pelo apoio dos petistas. Mas o PT lançou o nome da deputada distrital Arlete Sampaio e resiste a voltar atrás. Aldo destacou a importância da reciprocidade, mas enfatizou que a tendência de seu partido é formalizar a aliança com Lula. Segundo Aldo, não se trata de forçar um partido a abrir mão de candidatura, mas de buscar a reciprocidade: " O objetivo é fazer com que o PCdoB apóie o PT na maioria dos Estados e o PT apóie o PCdoB onde houver candidatos viáveis. A aliança tem de ter como base a reciprocidade, uma coisa boa para ambos os partidos". O presidente do PT-DF, Chico Vigilante, entretanto, ironiza os pedidos de generosidade para com o PCdoB. Segundo Chico, o PT foi por demais ge-

neroso com o PCdoB ao trabalhar para eleger Aldo Rebelo presidente da Câmara e quebrar a tradição de que a maior bancada tenha a presidência da Casa. E diz que foi generoso também com o partido ao dar, em determinada época, dois ministérios (Aldo e Agnelo). Chico Vigilante afirma que a candidatura viável, em Brasília, é a da petista Arlete Sampaio. Enquanto o PCdoB não tem nenhum distrital, pondera, o PT tem seis. Arlete, diz, além de vice-governadora do DF foi eleita com 37 mil votos. "O que nós queremos é que o PCdoB compreenda o que é natural e discuta eleitoralmente. Lamento que o partido esteja constrangendo o presidente Lula. Aqui no DF a candidatura do PCdoB não amplia votos para o Lula. Fizemos tudo para viabilizar uma candidatura de esquerda, não foi possível e a candidatura de Arlete é irreversível", avisou Vigilante. Ele acrescentou: " Se Lula quisesse nos pedir isso, deveria ter feito há seis meses, um ano". O apoio formal do PCdoB à campanha do PT, além do simbolismo de ser um parceiro tradicional do PT desde a primeira eleição presidencial, daria um minuto e dez segundos à propaganda eleitoral gratuita de Lula no rádio e na TV. O PT, sozinho, teria 5m54seg e o PSB, 1m50 seg. (AOG)

Há meses que o presidente vem viajando para participar de inaugurações de obras. Essas viagens são custeadas pelo governo. Até agora, as visitas tem dado resultado prático porque o candidato petista continua liderando as pesquisas. PFL e PSDB já recorreram à Justiça Eleitoral.

CÓPIA

INFORMALIDADE

Depois que for lançado em convenção, Lula promete continuar viajando sob uma nova estratégia: não vai inaugurar obras, mas vai vistoriá-las. O petista diz que vai repetir o gesto de FHC que, em 1998, também vistoriava obras como candidato à reeleição.

Os tucanos esperavam amarrar uma coligação com o PPS e não receber apenas o apoio informal, como decidiu o partido. Acontece que a cúpula do PPS está culpando o que chama de má vontade do PSDB em alguns Estados em apoio aos candidatos do seu partido.

RECUPERAÇÃO O comando de campanha da coligação PSDB-PFL decidiu que Alckmin deve intensificar as viagens pelas regiões em que os tucanos perderam terreno para o adversário. A palavra de ordem no tucanato é derrubar o petista nas pesquisas.

EXEMPLOS

DIVISÃO

No Rio de Janeiro e Minas Gerais, Alckmin vem perdendo para Lula nas pesquisas. São dois importantes Estados da região Sudeste, onde Alckmin espera superar o adversário até o início da campanha gratuita na televisão. Mas, está difícil.

Michel Temer tem conversado com dirigentes do PMDB nos Estados. Pelos seus cálculos, o partido que preside se dividirá no apoio a Lula e Alckmin. Temer até arrisca um palpite ao comentar que a maioria dos diretórios pode fechar com o candidato tucano.

Antonio Cruz/ABr

FILHA DE JK arquiteta Maristela Kubitschek aceitou o convite dos tucanos e será a vice na chapa encabeçada pelo deputado federal Eduardo Paes para a disputa ao governo do Estado do Rio. A filha do expresidente Juscelino Kubitschek, que já criticou o presidente Lula por este ter se comparado a seu pai, foi aliada de primeira hora da candidatura Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência. Com a escolha de Maristela, os tucanos fecham as portas para a aliança da campanha majoritária no Rio. O partido não aceitou a coligação com o PPS da deputada federal Denise Frossard e com o PFL do prefeito Cesar Maia. Maia diz que o PSDB se recusou a participar dos encontros para a formação de aliança. Os tucanos fluminenses negam.

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Ó RBITA

CHAGAS

DESPEDIDA

jornalista Helena Chagas, que dirigia a sucursal do jornal O Globo em Brasília, saiu do diário. Recentemente, foi envolvida no escândalo que culminou com a demissão do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci. A jornalista o contradisse ao afirmar à Polícia Federal que foi Palocci quem a procurou para saber se o jornal estava preparando reportagem sobre possível movimentação financeira do caseiro Francenildo Costa. Helena nega que sua saída tenha a ver com o caso.

Primeira Leitura, site (www.primeiraleitura. com.br) e revista, despediu-se ontem de seus leitores. Os 2 milhões de page views por mês e as 25 mil assinaturas da revista impressa que levam o mesmo nome não foram suficientes para atrair anunciantes de peso que pudessem sustentar o jornalismo político e econômico feito por Reinaldo Azevedo, Rui Nogueira, Lucia Boldrini, Liliana Pinheiro, José Carlos Pegorin, José Alan Dias, André Soliani, e Renato Andrade.

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SUASSUNA escritor Ariano Suassuna, 79 anos, não será candidato ao Senado na chapa do PSB pernambucano. Mas garante que irá fazer campanha para o candidato ao governo estadual Eduardo Campos, presidente nacional da legenda e neto do exgovernador Miguel Arraes.

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OTIMISMO Julho é o prazo que os marqueteiros do PSDB estão estabelecendo para Alckmin encostar em Lula nas pesquisas. Os marqueteiros acham que o candidato tucano vai crescer em função dos programas do PSDB e PFL na televisão. É a mesma previsão feita por Alckmin.

MINAS

APOIO

Em Minas, onde Alckmin está sendo derrotado por Lula, o governador tucano Aécio Neves está com mais de 70% de índice de aprovação. Alckmin vai investir no Estado para desestimular o eleitor que pensa em votar em Aécio para governador e Lula para presidente.

O diretório paulista do PTB cumpre o prometido anunciando apoio à candidatura de José Serra a governador. O partido até sugeriu indicar o vice na chapa do tucano, citando, por exemplo, os nomes de Campos Machado e Ricardo Izar. Mas, no plano federal o PTB deve rachar entre Lula e Alckmin.

NO RIO

A cúpula do PMDB continua debatendo o rumo a tomar em São Paulo. O partido está decidindo se lança candidato próprio a governador (seria Orestes Quércia) ou se fecha com José Serra. Também o PT convidou o PMDB para indicar o vice de Aloizio Mercadante.

A situação, no Rio, é parecida com a de Minas. Apesar de contar no Estado com dois pontas-de-lança fazendo sua campanha (o prefeito César Maia, do PFL, e o ex-governador Anthony Garotinho, do PMDB), Alckmin também está em desvantagem nas pesquisas.

ENCONTRO


quarta-feira, 21 de junho de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PSDB NÃO DESCARTA OPÇÃO DE CHAPA PURA EM SP

É importante ter tempo maior na tevê, claro, mas o nosso diferencial será a qualidade das propostas. Geraldo Alckmin

Sebastião Nogueira / Agência O Globo

ALCKMIN VOLTA A CRITICAR 'VISTORIAS' Candidato tucano reclama que as inaugurações de obras feitas pelo presidente Lula são abusivas e deverão ser proibidas pela Justiça Eleitoral

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Alckmin, em Goiânia: "A Lei Eleitoral existe para conter abusos, e ela tem de ser cumprida a partir do próximo dia 30 de junho". Robson Fernandes / AE

QUÉRCIA NÃO CONVENCE O PSDB

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PSDB de São Paulo, sobretudo a ala ligada ao governador Mário Covas, resiste ao nome do presidente estadual do PMDB, Orestes Quércia, como candidato a vice-governador na chapa do ex-prefeito da capital paulista José Serra (PSDB). Serra e Quércia conversaram ontem, na capital, para tentar chegar a um consenso sobre a eventual aliança entre os dois partidos nas eleições estaduais. O presidente estadual do PMDB pleiteia a vaga de candidato a vice. O nome preferido nos meios tucanos, porém, é o do presidente nacional da legenda, deputado Michel Temer. Mas Quércia adiantou a correligionários que, se não for vice na chapa, prefere sair com candidatura própria. O imbróglio sobre um eventual acordo entre as duas siglas tem prazo para terminar: sexta-feira. Isso porque no sábado o PMDB realiza a convenção estadual e no domingo, é a vez dos tucanos homologarem o nome do exprefeito de São Paulo. Contatos – Além da reunião com o presidente estadual peemedebista, Serra também mantém contatos com Temer. O ex-prefeito ouviu uma resposta positiva dele. Apesar disso, Temer não pretende se indispor com Quércia e, por isso, tem preferido manter-se a uma distância segura das negociações. Para tentar aparar as arestas internas e fechar a questão, os presidentes nacional e estadual do PMDB devem se reunir antes da sexta-feira, data estabelecida pela campanha tucana para definir o vice. O PSDB paulista quer o PMDB

como aliado neste pleito por a c re d i t a r q u e u m a a m p l a aliança em torno de José Serra será capaz de elegê-lo já no 1º turno, conforme demonstram as últimas pesquisas de intenção de voto. 2º turno – Entretanto, o PT trabalha nos bastidores para que o presidente do PMDB de São Paulo lance candidatura própria e possa levar a disputa eleitoral para o 2º turno, dando chances ao candidato Aloizio Mercadante (PT). No fim da semana passada, Quércia procurou o líder do PTB na Assembléia Legislativa, Campos Machado, para lhe oferecer a vaga de vice na candidatura, mas foi informado que os petebistas formalizavam aliança com Serra. Caso os entendimentos entre PMDB e PSDB não avancem no Estado, a tendência dos tucanos é entrar na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes com chapa puro-sangue. O PFL, tradicional aliado do PSDB em São Paulo, informou que não criará obstáculos para essa solução tucana, pois deverá indicar o candidato ao Senado. Senado – O nome mais cotado para concorrer ao Senado é o do presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos. Entre os nomes cogitados para integrar a eventual chapa pura dos tucanos no Estado, estão os dos deputados Arnaldo Madeira e Alberto Goldman, o do presidente estadual da legenda, deputado estadual Sidney Beraldo, e o do ex-ministro da Educação na gestão do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, Paulo Renato de Souza. (AE)

Mercadante: indefinição de um nome por causa das coligações

MERCADANTE AINDA NEGOCIA UM VICE

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inda por conta das negociações em torno da coligação à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT mantém a vaga de vice na chapa para o governo paulista, encabeçada pelo senador Aloizio Mercadante. Certo, porém, é que não será outro petista. Hoje, três nomes estão na disputa: a exsecretária municipal de Esportes Nádia Campeão, o ex-prefeito de São Bernardo e ex-petista Gilson Menezes, ambos do PC do B, e o vereador Aurélio Miguel (PL). O vice dos sonhos dos petistas seria um peemedebista, mas Mercadante admitiu no fim de semana que esta é uma hipótese improvável. A direção do partido vai tentar novo encontro com o exgovernador Orestes Quércia, presidente do PMDB em São Paulo antes da convenção do partido, no sábado. Cientes da ofensiva do PSDB sobre Quércia, os petistas apostam que as divergências históricas do ex-

governador com os tucanos deverão impossibilitar uma aliança em torno do exprefeito José Serra. Ao PT interessa, no mínimo, a candidatura própria de Quércia ao governo, o que aumenta as chances de haver 2º turno em São Paulo. Além de PC do B e PL, Mercadante tenta atrair o PSB da ex-prefeita Luiza Erundina, mas o acordo depende da aliança nacional. Poderá caber à legenda a indicação do vice em São Paulo. Os socialistas querem lançar candidato próprio em São Paulo: Sérgio Sérvolo, exchefe de gabinete do ministro Márcio Thomaz Bastos no início do governo Lula. Tesoureiro – O PT realizou ontem a primeira reunião oficial da coordenação de Mercadante e prepara a separação entre as finanças do partido e da campanha. O modelo, defendido por Lula após a crise do mensalão, está em estudo. Por enquanto, o tesoureiro é Antônio dos Santos, secretário de Finanças da legenda. (AE)

intenção de manter "visitas de inspeção" a obras do governo federal, já manifestada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incomoda cada vez mais o PSDB, em especial o candidato do partido à presidência da República, Geraldo Alckmin. Ao desembarcar ontem, em Goiânia, cumprindo agenda de campanha, ele fez questão de deixar clara sua irritação pelas vistorias programadas para o decorrer da disputa eleitoral. Alckmin não concorda com essa estratégia, adotada antes mesmo do lançamento oficial da candidatura Lula, que pode vir a acontecer neste próximo sábado, durante convenção do PT. "Não vejo problema em um candidato ir a um canteiro de obras, o que não pode é inaugurar", queixou-se. "E, principalmente, inaugurar pedra fundamental. Ainda mais pedra fundamental de obra que nem sequer esteja licitada, obra que ainda não tem licença ambiental ou terreno liberado. Isso é que não pode", acrescentou o candidato, referindo-se às inaugurações que vem sendo cumpridas nas últimas semanas. De acordo com as informações dadas por assessores do Palácio do Planalto, contudo, as vistorias continuarão a ser feitas de segunda à sexta-feira, reservando-se os finais de semana para o atendimento de compromissos claramente eleitorais por parte do presidente. O candidato tucano não concorda com essa postura. "A Lei Eleitoral existe para conter abusos, e ela tem de ser cumprida a partir do próximo dia 30 de junho", disse, logo ao desembarcar. "Há uma série de limitações e é o Tribunal Supe-

rior Eleitoral que define o que é permitido ou não". Recém-chegado do Rio Grande do Sul, Alckmin participou ontem de dois eventos – um seminário promovido pelo Instituto Teotônio Vilela sobre educação e, em seguida, um encontro com empresários na Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg). Problemas – Apesar da grande preocupação dos seus assessores com a montagem de uma agenda que lhe permita obter o maior espaço possível na mídia, como forma de recuperar a ampla desvantagem nas pesquisas eleitorais, Alckmin não conseguiu, ainda assim, escapar de um "mico" durante os seus compromissos na capital goiana. Afinal, ele foi foi produzido pelo próprio PSDB goiano, a quem cabia organizar a agenda do candidato e desviar de problemas. Para seu desconforto e de seus acompanhantes, o candidato se viu obrigado a ficar durante quase cinco horas ouvindo seguidos discursos sobre a situação da educação no Brasil, os quais incluíam até mesmo elogios ao Prouni, programa de inclusão social do governo Lula utilizado como bandeira durante a campanha eleitoral. Quando o candidato falou, para encerrar o evento, o auditório estava esvaziado. O candidato tucano aproveitou, porém, a sua estadia, para comemorar a ampliação do tempo de exposição na tevê a partir das coligações feitas pelo partido. "É importante ter tempo maior na tevê, claro, mas o que vale mesmo, e o que será o nosso diferencial, será a qualidade das propostas", ponderou. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Finanças Empresas Estilo Nacional

quarta-feira, 21 de junho de 2006

LENÇOL COM 200 FIOS PODE CHEGAR A R$ 1,2 MIL

Toalhas de fio egípcio, um dos mais macios do mundo, fazem sucesso nas lojas de enxoval

LUXO & Cama, mesa e banho

Fotos: Paulo Pampolim/Hype

No alto, a decoradora Luita Trench. Logo abaixo, modelos de sofisticação na hora de servir as visitas. Acima, detalhes especiais para montar uma mesa de jantar.

LUXÚRIA Lençóis de 200 fios e toalhas de algodão egípcio são as novas paixões da classe média brasileira, que descobriu o requinte em artigos para o lar

T

oalha que abraça, fronha que faz cafuné, lençol que desliza pelo corpo bem de levinho. "Isso não é exatamente uma frescura, mas o tipo de conforto que não dispenso na minha intimidade", diz a decoradora Luita Trench. "É uma diferença que se sente no toque." Ela foi apresentada ao mundo dos enxovais de luxo há dois anos, por conta da profissão. E, sem medo, jogou-se com bons sonhos em meio a um conjunto de lençóis de algodão egípcio, um dos mais macios do mundo. Mimo caro, que pode custar entre R$ 500 e R$ 1,2 mil, mas que conquista cada vez mais adeptos do conforto 100%. Os consumidores mais endinheirados sempre tiveram acesso a esse tipo de requinte. A novidade é a classe média entrar com força nesse mercado. "Não é como ter um relógio de grife, que marca a hora como outro qualquer", afirma o proprietário da grife Trousseau, Romeu Trussardi Neto. "Nosso cliente não busca somente a aparência do luxo, mas o conforto." Eleger a área íntima para

adotar o requinte tem tudo a ver com a tendência de as pessoas ficarem, cada vez mais, em casa. Elas preferem reunir todo o aconchego dentro do lar para não ter de sair. "E o mercado aproveitou esse boom para crescer", diz o diretor da Zêlo, Mauro Razuk. Uma coisa foi puxando a outra. "O acesso à informação agora é muito fácil e, com isso, as pessoas ficam mais exigentes", conta. "Antigamente, dois ou três modelos de travesseiros eram suficientes para atender a clientela. Com o tempo, tivemos que criar 18 deles, como os mais sofisticados, que levam plumas de ganso", diz Razuk. Nos últimos três anos, a procura por artigos de luxo triplicou nas lojas da Zêlo. Materiais incríveis Essa sofisticação abrange padrões como algodão egípcio e tramas de centenas de fios – em geral de 200 a mil – para impedir rasgos ou a formação daquelas "bolinhas" que fazem do lençol uma lixa. "Depois dos 400 fios, o preço sobe muito, mas a qualidade nem tanto", diz Razuk. As toalhas passam por processos industriais que dobram

o potencial de absorção e a maciez. Além da linha hotel, que reúne lençóis e fronhas finos, todos brancos, a Zêlo também apostou em uma coleção de tecidos e estampas criada pelo estilista Alexandre Herchcovitch, com preços um tanto salgados se comparados a conjuntos de lençóis comuns. Ao gosto do cliente Apaixonadas por enxovais de luxo desde sempre, as sócias Raquel Magalhães e Beatriz Fairbanks resolveram abrir uma loja especializada na região dos Jardins, a Chambret. "Nos especializamos nos acabamentos impecáveis das roupas de cama e mesa", diz Raquel. É o estilo provençal, criado por artesãos franceses no século 18, que inspira as criações da loja. "Temos peças avulsas para que o cliente possa montar seu próprio conjunto", conta. Têm lençóis bordados com miçangas, coloridos e com bordados ingleses. Entre os guardanapos, há os de linho belga que chegam a custar R$ 65 cada um. "São peças especiais, mas nós ensinamos nossa cliente até a tirar o batom delas", diz Raquel. Sonaira San Pedro

Onde encontrar essas preciosidades

O

mapa da mina para você ficar em bons lençóis: AN.h – Importa modelos franceses para cama e mesa sob encomenda. R. Chabad, 109, Jardim Paulistano, tel.: (11) 3064-8122. Trousseau – Vende as principais grifes do ramo e produtos de fabricação

própria. R. Escobar Ortiz, 482, tel.: (11) 3044-3582 Bedding – Vende marcas como Buddmeyer, Karsten e Trussardi. R. Delfina, 228, tel.: (11) 3031-0417. Loeb – Importa artigos de Portugal. R. Barão de Capanema, 343, 8º andar, tel.: (11) 3891-1010. Daslu Casa – Grifes

italianas e francesas. Av. Chedid Jafet, 131, Vila Olímpia, tel.: (11) 3848-5960. Paola da Vinci – Fabricação artesanal. R. Haddock Lobo, 1700, Jardim Paulistano, tel.: (11) 3083-3863. Zêlo –R. Estados Unidos, esquina com Av. 9 de julho e nos principais shoppings. tel.: (11) 3346-8069

No alto, Raquel Magalhães, da Chambret. Logo abaixo, detalhe de guardanapo para bandeja de café. Acima, toalhas de fio egípcio.

Luita mostra um dos artigos da coleção Alexandre Herchcovitch, da Zêlo. A decoradora se apaixonou por itens de luxo para cama, mesa e banho há dois anos.


O INVERNO COMEÇOU. E ACABOU

Luiz Prado/LUZ

O inverno começou hoje às 9h26, morno, mas em muitas lojas ele já acabou, entrando em liquidação (foto). O comércio sentiu o frio durante o outono, no Dia das Mães e no Dia dos Namorados. Lojistas dizem que quem não liquidar o estoque agora, vai encalhar. Que ninguém se iluda, porém: o frio virá, no final do mês. Por enquanto, teremos (esq.) inversão térmica e tardes quentes. Cidades/1 e Eco/5 Márcio Fernandes/AE

Ano 81 - Nº 22.152

São Paulo, quarta-feira 21 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Bingo! CPI fecha a cartela com 79

Entre os 79 indiciados, estão o ex-ministro Palocci e o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. Até o petista Suplicy aprovou o relatório final, que passou por 12 a 2. Pág. 3

Paulo Liebert/AE

Fernando Maia/Agência O Globo

Parreira embaralha as cartas. Sai mágica? O técnico evitou a imprensa. No treino de ontem (foto), escondeu a escalação. Os titulares não querem folga e pedem para jogar contra o Japão. Raimundo Pacco/Folha Imagem

Tolerância zero contra placas irregulares já começou

Senhores passageiros da Varig: faltam aviões HOJE Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 15º C. Mínima 14º C.

Os aeroportos do País, como o de Cumbica (foto), viveram ontem um dia de caos com o cancelamento de 118 vôos, no momento em que a Justiça dos EUA determinava o arresto de 20 aviões pertencentes a três empresas de leasing. O presidente da Varig, Marcelo Bottini, esteve no BNDES em busca de empréstimo de US$ 150 milhões. Economia/6

Prefeito Gilberto Kassab (foto) ajudou fiscais na retirada de propaganda irregular na zona sul. Cidades 5


6

Ambiente Administração Urbanismo Compor tamento

URBANISMO Brasil quer nova política de financiamento para recuperar áreas urbanas pobres.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ÁRVORES SERÃO REMOVIDAS E REPLANTADAS

VACINAÇÃO São Paulo vai reforçar a vacinação contra a febre amarela e imunizar viajantes.

Ó RBITA

quarta-feira, 21 de junho de 2006

Carol Guedes/Parceiro/Agência O Globo

Não é apenas uma obra. Este é o marco zero da cidade e todo mundo o vê. Bruno Legramandi, engenheiro responsável

PRAÇA DA SÉ: REFORMA EM RITMO ACELERADO Obra no canteiro segue a todo vapor. Moradores de rua foram transferidos para o lado de fora dos tapumes. Fotos de Milton Mansilha/Luz

Fernando Vieira

D PROTESTO NO CENTRO

manifestação que reuniu ontem à tarde cerca de 200 servidores municipais no Centro de São Paulo (foto) bloqueou totalmente o trânsito na rua Líbero Badaró, na altura do número 425, em frente à Secretaria da Educação, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O protesto (por melhorias salariais) começou por volta das 15h. Às 17h30, a CET registrou 59 quilômetros de congestionamento em toda a cidade, índice acima da média

para o horário, que é de 41km. Os piores trechos foram a pista expressa da marginal Tietê, sentido Lapa-Penha, onde o engarrafamento era de 5,2 quilômetros, desde a Ponte do Limão até a Rua Azurita. Ainda na pista expressa da marginal do Tietê, mas no sentido contrário, a lentidão era de 3,8 quilômetros, entre as pontes Bandeiras e Limão No Corredor Norte-sul, (23 de Maio, Rubem Berta e Moreira Guimarães), sentido aeroporto, a morosidade era de 3,4 quilômetros. (AE)

HEDIONDOS

PRESÍDIO

deputado Luiz Antônio Fleury Filho apresenta hoje parecer tornando mais rígido o projeto de lei do Executivo que muda o prazo para o pedido de relaxamento de prisão no caso de condenados por crime hediondo. Encaminhado ao Congresso em março, o projeto foi uma reação à decisão do Supremo Tribunal Federal de conceder progressão de pena a condenados por crimes hediondos após o cumprimento de um sexto da pena. (AE)

íderes de rebeliões e da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), detidos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), estavam com telefones celulares, se preparavam para motins e para uma fuga por um túnel cavado numa das celas. A descoberta foi feita ontem por soldados da Polícia Militar, que fizeram uma revista de nove horas no presídio. O túnel, que ainda estava sendo cavado, tinha cerca de um metro de extensão. (AE)

ESCOLA BASE

CAMPANHA

Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a Editora Abril, que edita a revista Veja, a pagar indenização de R$ 250 mil aos ex-donos da Escola Base, Icushiro Shimada, sua mulher, Maria Aparecida Shimada e ao ex-motorista, Maurício Almeida, apontados, em reportagens, como os responsáveis por abusos sexuais contra alunos. A indenização será corrigida a partir de maio de 2003, quando foi proferida, em primeira instância, a sentença. (AE)

odificar a lei para punir as pessoas envolvidas em crimes de pedofilia. Esse é o desafio do site censura (www.censura.com.br), que faz uma campanha nacional de combate à exploração sexual de crianças e à pedofilia na internet. Anderson e Roseana Miranda, de São José dos Campos (SP), iniciaram a campanha há oito anos e agora precisam coletar assinaturas para mudar a legislação. (AE)

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epois de 21 dias do início do projeto de revitalização, o ritmo no primeiro canteiro de obras da praça da Sé está acelerado. Pelo menos quatro equipes trabalham simultaneamente em diferentes frentes espalhadas pelo mesmo local. Alguns funcionários têm as tarefas de abrir valas e demolir muretas. Outros cuidam dos preparativos para a remoção das árvores sem causar danos. Segundo o projeto, elas serão replantadas. Trata-se ainda da fase inicial das obras, tecnicamente chamada de serviços preliminares. Mas nem por isso de menor importância. Afinal, segundo o engenheiro coordenador das reformas, Bruno Legramandi, um dos desafios na execução do projeto da praça Sé é realmente executar todos os detalhes propostos. Assim, um simples encontro do recorte do piso com uma muretinha de jardim tem de ganhar cuidado de acabamento. "Praticamente tudo o que fazemos passa a ser tratado como acabamento e, por isso, tem de ser muito bem feito. Não é apenas uma obra de engenharia, aqui é o marco zero da cidade e todo mundo vê", disse Legramandi, reconhecendo a importância do lugar que passou a conhecer apenas em função do trabalho. Nascido em Pirajuí, cidade da região de Bauru, no interior do Estado, ele visitou a praça da Sé pela primeira vez quando assumiu a coordenação da obra. Lado social – E justamente por desconhecer a realidade local, o engenheiro surpreendeu-se ao encontrar um segundo importante desafio na execução dos trabalhos – desta vez não de caráter técnico, mas social. Para dar início às obras era preciso remover centenas de pessoas que usavam a praça como moradia. Diante da situação inusitada, a previsão de fechamento de toda a praça por tapumes foi alterada para o isolamento parcial. O trabalho acabou dividido em canteiros de obras. "Essa foi a saída que encontramos para minimizar o impacto junto aos moradores da Sé. É uma situação muito difícil, porque o pessoal acha que está sendo expulso de casa", disse Legramandi.

Operário abre vala na praça da Sé. Obras estão na etapa chamada tecnicamente de serviços preliminares

Depois de muita conversa, todas as pessoas que viviam onde foi instalado o primeiro canteiro de obras se mudaram para o lado de fora do tapume. Não houve nenhum problema até o momento. Mas a degradação do local foi percebida por todos os envolvidos na obra. Durante as duas primeiras semanas, era impossível trabalhar sem máscara por causa do cheiro forte de urina e de fezes, contou o encanador José Francisco da Silva. "É muito triste", resumiu Silva, enquanto cavava uma vala.

A Sé, que será revitalizada, foi parcialmente cercada por tapumes


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de junho de 2006

1 Não foi possível fechar uma proposta. O governo ouviu atentamente mas ainda não se convenceu. Arlindo Chinaglia, deputado federal

GOVERNO ESTUDA FORMATO DE NOVO PROGRAMA DE REFINANCIAMENTO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS

REFIS 3: PARCELAMENTO VIRÁ POR MP

O

dos pelo governo, o Refis 1, de 2000, e o Paes (chamado de Refis 2), em 2003. De acordo com o deputado, o veto do presidente ao Refis 3 foi um recado claro nesse sentido. Por isso, segundo ele, a opção em discussão terá de prever um prazo mais curto que o Paes, que permitiu parcelamento das dívidas em até 180 meses. "Tem que ser maior que 60 meses e menor do que 180", afirmou, referindo-se ao fato de a Receita já permitir um parcelamento regular de 60 meses para todos os contribuintes. O líder do PMDB no Senado Federal, Ney Suassuna (PB), afirmou que Mantega já admite um parcelamento em 130 meses. "Adiantou muita coisa, mas não fechamos uma proposta. Nós defendemos 140 meses para pagamento, 50% de desconto da multa e desconto de 25% nos juros cobrados. Eles (Mantega e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid) querem 130 meses e só 60 dias de abertura para o contribuinte entrar no programa", afirmou o senador. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o parcelamento valerá tanto para a pessoa física como para empresas e abrangerá dívidas junto à Receita e à Previdência Social. Os detalhes finais da MP deverão ser fechados na próxima semana, quando Mantega volta a se reunir com lideranças partidárias para discutir o tema, informou Jucá (Agências)

Valter Campanato/ABr

Valter Campanato/ABr

Ministério da Fazenda abriu ontem negociações para editar uma Medida Provisória (MP) possibilitando um novo parcelamento de tributos para os devedores da Receita Federal. Ontem, o ministro Guido Mantega reuniu-se com os líderes governistas no Congresso Nacional para tentar um acordo. Como não houve entendimento, uma nova reunião foi agendada para o início da próxima semana. O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que o objetivo é negociar uma alternativa para o chamado Refis 3 – o parcelamento de débitos aprovado pelo Congresso Nacional, mas vetado na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reabertura do prazo do Refis para que os contribuintes acertem seus débitos com a Receita Federal foi incluída, por emenda, na medida provisória que reajustou em 8% a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Acordo – "Não foi possível fechar uma proposta. O governo ouviu atentamente, mas ainda não se convenceu", disse Chinaglia, após a reunião com Mantega. O Planalto deixou claro que as regras de um novo parcelamento não devem dar aos inadimplentes tratamento mais favorável do que o obtido pelos contribuintes que honraram seus pagamentos nos dois programas anteriores lança-

Mantega conversa com líderes do governo sobre a abertura de programa para devedores se acertarem com o Fisco

CPMF

Funcionários da Receita esperavam ser recebidos pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega

Recursos para a saúde édicos, juízes, advogados, promotores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) lançaram ontem, em Porto Alegre (RS), um movimento em defesa da destinação integral da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para a saúde. O objetivo da campanha é conquistar a adesão de entidades de classe de outros estados e convencer deputados federais e senadores a modificarem a legislação atual, que prevê o repasse de 42% da arrecadação da CPMF para o Fundo Nacional de Saúde. A retomada do sistema inicial, de 1994, quando foi cobrado pela primeira vez o então Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), poderia significar um acréscimo de R$ 3,4 bilhões aos recursos encaminhados à saúde anualmente no País, informaram os organizadores

do ato público, que teve a presença de cerca de 300 pessoas no auditório da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Depois de ser um imposto provisório, com alíquota de 0,25% em 1994, a contribuição sobre a movimentação financeira voltou em 1997 e passou a ser contínua. A alíquota inicial, de 0,2%, foi aumentando até os atuais 0,38%. E a arrecadação foi dividida entre o Fundo Nacional de Saúde (0,2%), custeio da Previdência Social (0,1%) e Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza 0,08%). Com a Desvinculação das Receitas da União, parte do valor é usado para manter o superávit fiscal, o que reduz os recursos estabelecidos. Para manter o nível de receitas do governo, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, defendeu recentemente a transformação da CPMF em contribuição permanente a partir de 2008. (AE)

Alfândega da Receita Federal apreendeu ontem no Porto de Santos 330 mil óculos de sol e 140 mil para correção visual importados de forma irregular. As mercadorias estavam acondicionadas em 536 caixas e foram avaliadas em R$ 1,4 milhão. De acordo com a Receita Federal, os produtos foram recolhidos por falsa declaração de conteúdo. O importador havia informado que o contêiner continha produtos químicos e bolsas de viagem. No entanto,

quando os fiscais abriram o equipamento encontraram óculos de sol e para correção. A carga tinha sido embarcada em navio que veio da China. Na semana passada, em operação semelhante, a Polícia Federal, em parceria com a Receita, havia apreendido mercadorias e documentos em 36 lojas das Casas Pernambucanas nos estados de São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul, por suspeita de venda de produto importado de forma irregular. (Agências)

M

Auditores protestam em Brasília erca de 300 auditores fiscais da Receita Federal, que estão em greve desde o dia 2 de maio, se concentraram ontem em frente ao Ministério da Fazenda, do início da tarde até a noite. Eles esperavam ser recebidos pelo ministro Guido Mantega para discutir suas reivindicações. Até o fechamento desta edição, o governo não havia atendido o pedido dos manifestantes. A principal reivindicação dos servidores é a equiparação dos

C

ontem, mas prometeu negociar um encontro entre o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Carlos André Nogueira, com o secretário Executivo do Ministério, Bernardo Appy, o de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, ou ainda com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. Reforço – Na última segunda-feira, os grevistas ganharam o reforço dos profissionais que trabalham no Porto de

Santos, que iniciaram uma paralisação de 72 horas. Além disso, servidores do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, prometeram cruzar os braços até a próxima quinta-feira. Para o presidente do Unafisco, a paralisação pode afetar a balança comercial. Segundo Nogueira, auditores de cerca de 40 locais do Brasil entregaram seus cargos de chefia em protesto contra a postura do governo em relação às reivindicações da categoria. (Agências)

Consórcio briga na Justiça por taxa Consórcio Nacional Suzuki Motos Ltda. conseguiu suspender a liminar obtida pela Associação Nacional de Defesa da Cidadania e do Consumidor (Anadec), que limitava a taxa de administração do plano de consórcio em até 12%. "Como trata-se da primeira liminar coletiva contra o setor de consórcio sobre o assunto, ficou claro para as empresas do ramo a necessidade de uma batalha jurídica mais séria", afirmou o advogado que representou a Suzuki, Paulo de Tarso Magalhães, do escritório Ferrari, Magalhães e Ferraz Advogados. A liminar foi suspensa pelo

O Leão de olho em óculos A

seus salários com categorias que ganham mais dentro da própria Receita. Eles se queixam de que o ministro prometeu uma solução e a data marcada venceu na última segundafeira. Os grevistas conversaram com os líderes do governo na Câmara e no Senado, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Romero Jucá (PMDB-RR) respectivamente, que prometeram interceder junto ao Ministério da Fazenda para que sejam recebidos. Chinaglia chegou a sinalizar que Mantega não os receberia

desembargador Pedro Alexandrino Ablas, da 14ª Câmara de Direito Privado, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). Na ação, a Anadec havia argumentado que o Decreto n° 70.951/72 estabelece que, quando o valor do bem adquirido for inferior a 50 salários mínimos, a taxa deve ser limitada em 12% deste valor. Pelo decreto, quando o valor do bem for superior a 50 salários mínimos, a taxa deve ser de, no máximo, 10%. No recurso impetrado contra a liminar, Magalhães alegou tratar-se de uma legislação ultrapassada. "Há anos o Banco Central fiscaliza e regula esse mercado por meio de

circulares. Não há justificativa de ordem jurídica ou econômica para que esta taxa não seja fixada livremente pelo mercado", disse, ao lembrar que o site do BC (www.bcb.gov.br) publica as taxas médias de administração de todos os consórcios do País. Em maio, a Anadec havia entrado com 155 ações coletivas contra diversas empresas do setor. Segundo o advogado da entidade, Ronni Fratti, a Anadec já conseguiu outras nove liminares. "Por enquanto, a única suspensa é que envolve o Consórcio Suzuki", informou. Deste lote, cerca de 50 pedidos de liminar foram indeferidos e nas demais ações o juiz postergou a aná-

lise do processo. "A questão está longe de ser pacífica. Quando for bem debatida, ficará claro que não há sentido fixar teto para esse tipo de taxa", rebateu Magalhães. Para fortalecer sua argumentação nos tribunais, a Anadec tem usado um entendimento recente da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por maioria de votos, essa turma decidiu que a taxa de administração nos contratos de consórcio não pode ultrapassar 12% do valor do bem. A decisão foi proferida em recurso especial de um consumidor que briga com o Consórcio Nacional GM Ltda. Laura Ignacio


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de junho de 2006

Márcio Fernandes/AE

Cidades

1 É importante ressaltar que teremos frio sim, mas não um frio sem interrupção. Paulo Etchichury, meteorologista da Somar

Faixa de poluição sobre a cidade de São Paulo, ontem. Com a chegada do inverno, a inversão térmica, uma das características da estação, se acentua, dificultando a dispersão dos poluentes nos grandes centros.

INVERNO CHEGA HOJE. AINDA SEM FRIO. Fotos Andrea Fillizolla/Luz

Kelly Ferreira

O No vale do Anhangabaú, paulistanos aproveitam o sol da tarde

Apesar da proximidade do inverno, muita gente sentiu calor ontem nas ruas da cidade, preferindo carregar o agasalho na mão

O dia foi quente ontem, com temperatura máxima de 25,8 graus. Nova frente fria chega nos dias 28 e 29 deste mês.

inverno começa oficialmente hoje, às 9h26, e o primeiro dia da nova estação não será marcado por sua principal característica: o frio. Apesar disso, de acordo com o meteorologista da Climatempo, André Madeira, o inverno deste ano promete ser rigoroso, com clima seco e temperaturas um pouco acima das médias históricas para São Paulo, mas com algumas quedas acentuadas de mínimas. Segundo Madeira, as tardes do inverno deste ano terão temperaturas mais quentes, mas nas madrugadas o frio será intenso. Para o mês de julho, a média mínima prevista é de 11,7 graus e a média máxima, 21,8 graus. O meteorologista Paulo Etchichury, da Somar Meteorologia, vai um pouco além nas previsões. Segundo ele, a primeira onda de frio mais intenso deve chegar no fim deste mês, nos dias 28 e 29. A queda na temperatura será o resultado de uma massa de ar polar mais forte que as anteriores e que irá derrubar as temperaturas em todo o centro-sul do Brasil. "É importante ressaltar que teremos frio sim, mas não um frio sem interrupção", afirmou Etchichury. Sem fenômenos – Com a ausência de fenômenos como o El Niño e La Nina, que aquecem ou resfriam as águas do Pacífico equatorial, o inverno apresentará as situações normais da estação, como o nevoeiro que se forma quando o frio da madrugada condensa a alta umidade e que se mantém até as primeiras horas da manhã. Como em todo inverno, também haverá a inversão térmica em baixa altitude, já que nessa época é comum a camada de ar frio se formar numa distância de apenas 200 metros do chão, seguida por outra camada de ar quente que, como uma tampa, dificulta a dispersão dos poluentes sobre os grandes centros urbanos. Amanhã, uma nova frente fria chega ao Estado, passando pelo litoral paulista, e pode trazer chuva para a capital. A frente fria irá tentar furar o bloqueio da grande massa de ar seco que está sobre o sudeste do País, mas

só conseguirá fechar o tempo no sul do Estado. As temperaturas hoje ficam entre 12 e 26 graus na capital, 12 e 27 no litoral e 4 e 20 em Campos do Jordão. Faz 30 graus na região noroeste, com mínima de 14 graus. Na sextafeira o tempo volta a esquentar. No fim de semana, as temperaturas devem ficar entre 11 e 25 graus. Ontem, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou temperatura mínima de 12,6 e máxima de 25,2 graus, com umidade relativa do ar de 33%. Saúde – Temperaturas mais baixas, clima seco e ambientes fechados são os grandes vilões dos problemas respiratórios nessa época do ano, principalmente da asma. No Brasil, esta é a terceira causa de hospitalização pelo Sistema Único de Saúde (SUS), provocando, de acordo com estudos epidemiológicos do Datasus, 376 mil internações ao ano. Os dados colocam o País no 8º lugar do mundo em prevalência de asma. Aproximadamente 20% dos brasileiros têm ou já tiveram

alguma manifestação da doença, sendo que 25% destes têm a forma moderada ou grave, que pode levar à morte se não diagnosticada e tratada corretamente. "Em ambientes fechados, a concentração de ácaros, poeira, mofo e outras substâncias que causam alergias é maior, desencadeando crises de asma e outras alergias respiratórias", explicou o médico pneumologista Rafael Stelmach, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia. Segundo Stelmach, o ideal é prevenir as doenças que são mais freqüentes no inverno, como gripe, pneumonia, bronco-pneumonia, rinite, sinusite e asma. "É importante se agasalhar e lavar as roupas, ou colocá-las no sol antes de usar. Muitas pessoas guardam as roupas mais pesadas de um ano para outro no guarda-roupa e, quando faz um friozinho, tiram do armário e usam imediatamente. As pessoas que já sabem dos seus problemas respiratórios também podem fazer a prevenção com o uso de

medicamentos", disse. Nos hospitais das Clínicas e São Paulo, o número de crianças atendidas com problemas respiratórios aumenta em 40% nesta época do ano. Na Santa Casa de São Paulo, região central da capital paulista, o aumento nos atendimentos também já é percebido. "No inverno, os casos de viroses (gripes), resfriados, asma, bronquites, infecções respiratórias ficam mais evidentes. De fato, o número de atendimentos nos hospitais chega a ser de até 50% em comparação a outras épocas", disse o médico-chefe da pneumologia da Santa Casa, Roberto Stirbulov. Stirbulov orienta que as pessoas que sofrem de rinite e da asma devem trocar as roupas de cama toda semana, evitar cortinas de pano, carpetes, tapetes e bichos de pelúcia. A limpeza do chão deve ser feita com aspirador de pó ou pano molhado. Outra dica é manter uma bacia com água para umedecer o ambiente. Na página 5 de Economia, o inverno e o comércio


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Tr i b u t o s Finanças Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de junho de 2006

Conversamos com a Bolívia semanalmente. Jose Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras

BOLÍVIA ENFRENTA MAIS MULTINACIONAIS

DEPOIS DOS HIDROCARBONETOS, GOVERNO DO PAÍS PRETENDE ASSUMIR FERROVIAS E TELECOMUNICAÇÕES

BOLÍVIA QUER AMPLIAR NACIONALIZAÇÃO Orlando Kissner/AFP Photo

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epois de assumir os dos hidrocarbonetos que "não ativos de gás natu- acatou" a decisão do governo ral, o governo da Morales, segundo Villegas. Bolívia quer nacio- "Com exceção da Petrobras, nalizar também outros setores neste momento, a maioria das chave para o país, incluindo empresas que tinham contraferrovias, energia e telecomu- tos de risco compartilhado tem nicações, de acordo com a aceitado e acatado o conteúdo agência de notícias oficial, a do decreto", disse o ministro. ABI. O governo pretende comEm Curitiba, o presidente da prar participação de 51% em Petrobras, José Sérgio Gabrielalgumas empresas locais para li, disse ontem que as negociaassumir o controle, indicando ções com os bolivianos avanmembros do conselho e repre- çam normalmente. "Estamos sentantes, afirmou a ABI. conversando com o governo De acordo com relatos da boliviano semanalmente", disimprensa local, a medida vai se Gabrielli. Um dos temas das afetar os setores de telecomu- conversas é o reajuste do preço nicações, incluindo a Empresa do gás importado pelo Brasil. Nacional de TelecomunicacioSegundo fonte do Itamaraty, nes – controlada a pressão sobre a pela Telecom ItaPetrobras develia. A Corani r á c re s c e r n a s (controlada pela próximas semanorte-americana O governo vai pagar nas, principalD u k e E n e r g y um preço justo pela mente depois Corp.), a operaque a Bolívia asparticipação nesses dora de ferrovias sinar o novo bolivianas Andi- setores que agora acordo de venda n a ( c o n t ro l a d a voltarão ao controle do gás com os arpor um grupo de da Bolívia. gentinos, o que capital chileno) e deve ocorrer dia Carlos Villegas, ministro 29, em Buenos a Oriental (subsido Planejamento Aires. Informadiária da norteda Bolívia ções que circuamericana Genesee & Wyoming lam em La Paz Inc.) também serão atingidas. indicam que o governo argenO ministro do Planejamento tino aceitou um preço entre e Desenvolvimento, Carlos US$ 5,30 e US$ 5,50 por milhão Villegas, anunciou o plano de de BTU (unidade britânica que nacionalização, mas não di- mede poder calorífico). Hoje, vulgou prazos. "O governo vai Brasil e Argentina pagam pagar um preço justo pela par- US$ 3,40 por milhão de BTU. A ticipação nesses setores, que Argentina teria aceitado o vanão será oneroso para a Bolí- lor com a condição de contivia", assegurou o ministro. nuar a exportar para o Chile. Em maio, Morales nacionaAs negociações sobre preços lizou os ativos de petróleo e devem ganhar corpo a partir gás, dando às companhias es- do final do mês. A Yaciamentrangeiras de energia um pra- tos Petrolíferos Fiscales Bolizo de 180 dias para renegociar vianos (YPFB) afirma que o e assinar novos contratos — ce- prazo para instalar as negociadendo o controle do setor para ções será 28 de junho. A YPFB o governo boliviano. já teria enviado à Petrobras O decreto atingiu compa- uma notificação oficial sobre nhias como a brasileira Petro- sua decisão de revisar a fórmubras, os grupos britânicos BG la de fixação do preço do gás, Group e BP, a francesa Total SA hoje vinculada a uma cesta de e a norte-americana Exxon óleos combustíveis. Mobil. No momento, Brasil e A fonte do Itamaraty afirArgentina estão em negocia- mou que essa notificação forções com a Bolívia sobre o au- mal, prevista no contrato de mento nos preços do gás. fornecimento do gás (GSA Petrobras — A Petrobras foi Gas Supply Agreement), foi fia única multinacional afetada nalmente entregue no último pelo decreto de nacionalização fim de semana. (AE) FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 20 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Confecções Happy Lend Ltda. - Requerida: Confecções New Tulipa Importações e Exportações Ltda. - Rua Silva Teles, 352 - 02ª Vara de Falências Recuperação Judicial Requerente: Center Allvym Materiais de Construção Ltda. - Requerido: Center Allvym Materiais de Construção Ltda. - Av. Paraguassu Paulista, 793 - 01ª Vara de Falências

PDVSA quer "despejar" a Petrobras

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Em tom de brincadeira, Lula "ergue a taça" com o novo combustível

Lula elogia biodiesel criado pela Petrobras

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iante de uma platéia de cerca de 1,5 mil convidados da Petrobras, na refinaria Presidente Getúlio Vargas, em Araucária, região metropolitana de Curitiba, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou ontem o avanço ecológico e social que representa a utilização de biodiesel como combustível no País. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, apresentou oficialmente o H-BIO, que é uma mistura de óleo diesel com 18% de óleo vegetal (de soja ou mamona, por exemplo) e que vai servir de alternativa à importação de diesel. O novo combustível foi patenteado pela Petrobras e será produzido em escala comercial nos próximos dois anos. Por ter oleaginosas na base da produção, Lula considera o biodiesel uma "revolução". De acordo com o presidente, o novo combustível permitirá um avanço social ao priorizar a agricultura familiar. Lula garantiu, no entanto, que também os grandes produtores serão beneficiados, quando a Pe-

trobras passar a produzir o H-BIO em maior escala. "Vamos precisar de toda a soja que o Blairo (Blairo Maggi, governador do Mato Grosso) planta no Mato Grosso, mais a soja que o Requião (Roberto Requião, governador do Paraná) diz que não quer aqui, a transgênica", afirmou. Maggi e Requião estavam na solenidade promovida pela estatal. Para Lula, a nova opção de venda das oleaginosas poderá assegurar mais renda ao produtor. Caso o preço não esteja bom no mercado externo, terá a opção de vender à Petrobras. "Nos próximos dez ou 15 anos, o Brasil vai transformar-se no país mais importante em energia renovável", disse. Erguendo a taça — Ao abrir a torneira e encher um recipiente com o H-BIO, Lula repetiu o gesto de jogadores de futebol quando levantam a taça de campeão. Sobre o movimento, admitiu que foi pedido dos fotógrafos. "Eu não tinha um banquinho para gritar: Marisa, eu te amo! Só podia falar: H-BIO; graças a Deus você apareceu!" (Agências)

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petrolífera estatal venezuelana PDVSA pediu à Petrobras para retirar todo o petróleo estocado em uma instalação de armazenamento controlada pela Venezuela nas Bahamas, para liberar espaço, segundo uma fonte da empresa brasileira. A Petrobras usa o espaço de armazenagem, do terminal Borco da PDVSA nas Bahamas, para estocar petróleo próprio para exportação, como o produto pesado Marlim que a estatal brasileira vende no mercado da Costa do Golfo dos Estados Unidos. "Estamos conversando com a PDVSA a respeito da nota de término do contrato. Esperávamos que eles retomassem os tanques cedo ou tarde", afirmou a fonte da companhia, acrescentando que a Petrobras, conseqüentemente, teria que deixar as instalações. C o r re t o r a s d e f re t e t ê m acompanhado de perto a situação desde que surgiram notí-

cias de que a PDVSA tinha dado à Petrobras prazo de 60 dias para esvaziar os tanques na área de armazenamento em questão. A Petrobras ainda não adotou nenhuma medida para arrumar navios que possam transferir seus volumes de petróleo para outro local. A fonte da Petrobras disse que era pouco provável que a estatal venezuelana estivesse buscando aumentar a taxa de estocagem que a empresa brasileira pagava pelo uso dos tanques de armazenamento. Além da Petrobras, as empresas de trading Westport e Vitol usam o terminal Borco para armazenar produtos petrolíferos. Essas duas companhias, no entanto, não receberam nenhum comunicado de finalização de contrato. A PDVSA possui diversas instalações-tanque para armazenamento de petróleo em diferentes locais no Caribe, que são usadas para administrar sua logística. (Reuters)

Transpetro fecha compra de 16 navios

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Transpetro conseguiu fechar a renegociação de preços de 16 dos 26 navios petroleiros que estão sendo licitados em uma primeira fase pela estatal. O valor ficou em US$ 1,27 bilhão. O custo, no entanto, não inclui a construção de dez navios do tipo Suezmax, cujo preço ainda está sendo discutido com o consórcio Atlântico Sul (Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Akker Promar), que ficou em primeiro lugar na classificação. A estimativa inicial da Transpetro é de que o valor total da encomenda, incluindo as outras dez embarcações, seria de US$ 1,9 bilhão. Após a renegociação, o custo de construção de cinco navios Aframax será de US$ 517 milhões, ou US$ 103 milhões por embarcação. O primeiro navio custará US$ 106,81 milhões, contra US$ 132,3 milhões propostos

inicialmente pelo consórcio vencedor, o Rio Naval (MPE, Iesa e Sermetal). Conforme o estaleiro ganhar escala, o custo das embarcações cairá. O lote para a construção de quatro navios Panamax, também pelo Rio Naval, ficou em US$ 349 milhões, ou US$ 87,25 milhões por embarcação. O estaleiro Mauá-Jurong, que fará outros quatro navios, fechou o negócio por US$ 277,079 milhões, ou US$ 69,269 milhões cada. Já o lote que inclui três navios pelo estaleiro Itajaí, será de US$ 130,9 milhões, ou cerca de US$ 43,633 milhões cada. Apesar da renegociação de preços que reduziu o valor médio da encomenda de 16 navios petroleiros em US$ 247 milhões, na comparação com as ofertas feitas há alguns meses, a Transpetro ainda pagará mais caro pelos navios construídos no Brasil do que se fizesse a compra no exterior. (AG)

EDITAIS FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR / HOSPITAL ESTADUAL BAURU

EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS PREGÃO Nº 021/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 148/2006-FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇOS Nº 014/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 21 de junho de 2006 a 11 de julho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680 - ramal 111 - FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital Estadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS - PREGÃO Nº 021/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 148/2006-FAMESP/HEB - REGISTRO DE PREÇOS Nº 014/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a contratação de empresa para fornecimento continuado de Gases Medicinais não liquefeitos com concessão gratuita dos cilindros em regime de comodato, sob regime de empreitada por menor preço global por lote, para o HOSPITAL ESTADUAL BAURU, conforme especificações constantes do anexo II Projeto Básico. Será realizada visita para esclarecimentos técnicos e administrativos no dia 12 de julho de 2006, com início às 09:00 horas, no Hospital Estadual Bauru, no endereço abaixo. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 19 de julho de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 - Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 20 de junho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP.

CONVOCAÇÕES Nolf - Empreendimentos e Participações Ltda.- CNPJ nº 49.083.645/0001-24 - Reunião dos Sócios. Convocação - São convidados os sócios da Nolf Empreendimentos e Participações Ltda conforme disposto pelo Art. 07 do Contrato Social, a comparecerem à Reunião dos Sócios a ser realizada no dia 30 de junho de 2006, às 10h00, em primeira convocação, e às 10h30, em segunda convocação,na Av. Brig. Faria Lima, nº 1656 – 6º andar , na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, a fim de apreciarem e deliberarem sobre a aprovação do Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/2004 e 31/12/2005. São Paulo, 16 de junho de 2006. Maria Helena Ribeiro Nolf - Sócia Administradora. (20, 21, 22/06) Will - Empreendimentos e Participações Ltda. - CNPJ nº 57.085.326/0001-86 - Reunião dos Sócios. Convocação - São convidados os sócios da Will Empreendimentos e Participações Ltda conforme disposto pelo Art. 07 do Contrato Social a comparecerem à Reunião dos Sócios a ser realizada no dia 30 de junho de 2006, às 10h00, em primeira convocação, e às 10h30, em segunda convocação, na Av. Brig. Faria Lima, nº 1656 – 6º andar, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, a fim de apreciarem e deliberarem sobre a aprovação do Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/2004 e 31/12/2005. São Paulo, 16 de junho de 2006. Maria Helena Ribeiro Nolf - Sócia Administradora. (20, 21, 22/06)

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EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS PREGÃO Nº 022/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 149/2006-FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇOS Nº 015/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 21 de junho de 2006 a 11 de julho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680 - ramal 111 - FAX(0xx14) 3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital Estadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS - PREGÃO Nº 022/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 149/2006-FAMESP/HEB - REGISTRO DE PREÇOS Nº 015/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a contratação de empresa para prestação de serviço de fornecimento continuado de Gases Medicinais Liquefeitos, incluindo locação e manutenção de tanques de armazenamento e abastecimento, para o Hospital Estadual Bauru, sob regime de empreitada por menor preço global por lote, para o HOSPITAL ESTADUAL BAURU, conforme especificações constantes do anexo II - Projeto Básico. Será realizada visita para esclarecimentos técnicos e administrativos no dia 12 de julho de 2006, com início às 10:00 horas, no Hospital Estadual Bauru, no endereço abaixo. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 24 de julho de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 - Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 20 de junho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice-Presidente - FAMESP.


quarta-feira, 21 de junho de 2006

Empresas Estilo Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

REUNIÃO DO CMN ADIADA PARA O DIA 29

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4,5

por cento é o centro da meta de inflação para este ano. Taxa para 2008 sai no próximo dia 29.

EM AUDIÊNCIA NO CONGRESSO, PRESIDENTE DO BC TAMBÉM REBATEU CRÍTICAS DE GERALDO ALCKMIN

MEIRELLES: REAL TEM NÍVEL ACEITÁVEL Jamil Bittar/Reuters

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Segundo Meirelles, a vantagem de uma economia sólida é não ter artificialismos em seus fluxos de capital

"Brasil não está imune" Brasil não está imune às turbulências externas. A avaliação foi feita ontem pelo diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Rodrigo Azevedo, em entrevista depois de fazer uma apresentação para investidores em Nova York. Ele observou, porém, que, por ter um "regime de câmbio flutuante, o Brasil não tem que importar imediatamente a política monetária de outros países". Ele se referiu ao fato de

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que diversos BCs no mundo adotarem atualmente trajetória de aperto monetário. Segundo Azevedo, a alteração automática da política monetária é coisa do passado, da época em que o País tinha câmbio fixo. A respeito da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), remarcada para o próximo dia 29, Azevedo não quis comentar qual pode ser a decisão sobre a meta de inflação. O diretor afirmou que a tarefa do BC é a de "entregar uma inflação baixa ao País".

Dívida — Sobre a relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB), o diretor do BC afirmou que a trajetória é de queda "se for mantido o superávit primário em 4,25%". "A expectativa é de contínua redução da trajetória dívida/PIB abaixo de 50% em um horizonte de 4 a 5 anos", projetou. Na apresentação, que faz parte do evento Best Brazil nos Estados Unidos, ele destacou que o mercado de capitais nacional tem estrutura "eficiente, segura e sólida". (AE)

presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, declarou ontem que a variação da taxa de câmbio está em um "patamar absolutamente aceitável" e longe de provocar pressões inflacionárias ou crise cambial. Durante sessão conjunta de seis comissões do Congresso Nacional, Meirelles afirmou ainda que, apesar de o mercado projetar uma taxa de inflação de 4,17% neste ano, os índices de preços devem convergir para o centro da meta oficial de 4,5% estabelecida para 2006 (e também para 2007). O presidente do BC esquivou-se de comentar qual deve ser a meta para 2008, sob a alegação de que será fixada na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no próximo dia 29. "O susto dos últimos 15 dias mostrou o acerto da política econômica brasileira", observou Meirelles, ao responder à advertência do deputado Sérgio Miranda (PDT-MG) sobre a volatilidade das cotações do dólar no período. "É o contrário de uma crise cambial. Dizem que está entrando grande quantidade de dólares no País. Entretanto, a grande vantagem de uma economia sólida é não ter artificialismos em seus fluxos de capital", argumentou, refutando a possibilidade de adoção de controles de ingresso e saída de divisas e de intervenção no câmbio. Para Meirelles, o setor exportador tem condições de

competir sem se valer de "mecanismos legislativos e burocráticos". O forte ingresso de moeda estrangeira, como resultado das exportações elevadas, não pode ser classificado como indicador de vulnerabilidade, afirmou. Conforme argumentou, as medidas de controle cambial são remédios típicos de economias vulneráv e i s . Va l e n d o - s e d e u m a metáfora médica, sustentou que equivaleria à internação de um doente em uma UTI.

A questão da taxa básica de juros brasileira não demanda grandes emoções, covardia ou valentia. Henrique Meirelles, presidente do BC Indagado por parlamentares sobre o crescimento tímido da economia, em comparação com outras nações emergentes, o presidente do BC rebateu dizendo que, no Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) teve expansão média de 3,7% por ano, entre 2003 e 2006, o dobro dos três anos anteriores. Segundo Meirelles, com um crescimento de 4% em 2006, como foi previsto pelo BC, a elevação do PIB brasileiro estará muito próxima da expansão de outros emergentes, como o

México e a Coréia do Sul, e será superior à dos Estados Unidos e de países europeus. Segundo ele, a expansão tem sido mais forte na China e na Índia, de 9% e 6% ao ano, respectivamente, porque esses países ainda atravessam fase de incorporação de mão-deobra rural à atividade industrial. "Essa é uma fase que o Brasil já passou desde o início do século passado até a década de 1970", arrematou. "Emocional" — O presidente do BC qualificou de "emocional" a crítica do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, à política da instituição. Meirelles, que já foi do PSDB de Goiás, insistiu que a definição da taxa básica de juros, a Selic, responde à "missão" do BC de manter a inflação sob controle para garantir o crescimento econômico sustentável no longo prazo. "A questão da taxa de juros não demanda grandes emoções, covardia ou valentia", disse, ao ser indagado sobre as críticas de Alckmin pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Na última segunda-feira, Alckmin afirmou que não concordava com a estratégia traçada pelo "presidente do Banco Central". Em entrevista à rádio CBN, disse que essa atitude fora "covarde" e qualificou como "burrice, burrice, burrice" a opção do governo de saldar antecipadamente um compromisso menos oneroso (com o Fundo Monetário Internacional, em 2005) e elevar a dívida interna, de custo maior. (AE)


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Ambiente Compor tamento Urbanismo Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de junho de 2006

BANCOS, POSTES, RELÓGIOS E PONTOS SERÃO PADRONIZADOS

O vencedor da licitação vai instalar e manter, por 20 anos, quase 10 mil novos equipamentos.

MOBILIÁRIO URBANO: UMA CONFUSÃO Numa mesma região pode-se encontrar peças dos mais variados tipos. Prefeitura fará licitação para padronizar bancos, postes, relógios e até pontos de ônibus. Kelly Ferreira iferentes tipos de postes, lixeiras e até de abrigos de pontos de ônibus. Numa única região pode-se encontrar peças de formas e tipos variados. Não há padronização no mobiliário da cidade de São Paulo e o motivo é simples: falta legislação e fiscalização. Com isso, a cada mudança na administração municipal, a capital assume novas características. Sem contar que, muitas vezes, os mobiliários são colocados de forma irregular em lugares impróprios e acabam atrapalhando, inclusive, a circulação de pedestres. Para tentar evitar o caos no mobiliário urbano da cidade, a Prefeitura está concluindo o processo de licitação para reformulação de relógios de rua, cabines de segurança, abrigos de pontos de ônibus e quiosques de informações turísticas, entre outros itens. O edital está em fase de preparação e, segundo a Secretaria de Planejamento, deverá ser concluído até o final deste ano. A concorrência para a execução dos serviços deverá envolver grandes empresas nacionais e multinacionais do setor. O ganhador da licitação será

responsável pela instalação e manutenção de quase 10 mil novos equipamentos por um período de 20 anos. Estudo – Antes do processo de licitação, no entanto, a Empresa Municipal de Urbanismo (Emurb) irá concluir um estudo minucioso dos mobiliários urbanos existentes na cidade. A intenção, segundo Regina Monteiro, diretora da empresa, é analisar as possibilidades de a Prefeitura fazer a manutenção dos equipamentos já existentes. "A Prefeitura enviou um projeto de lei à Câmara com propostas para mantermos a cidade mais limpa. Com base nisso, queremos fazer a manutenção dos equipamentos sem ter como contrapartida a publicidade. Ou seja, usaremos a verba de publicidade já contratada paga pelos mobiliários, como nos relógios, para realizarmos a manutenção", disse. A cidade de São Paulo possui hoje cerca de 320 relógios. A Prefeitura recebe R$ 400 mensais por cada um pela exploração do espaço público com propaganda. A licitação para a compra e manutenção de outros equipamentos também deverá seguir

O novo e o antigo: postes com estilos diferentes colocados um ao lado do outro

essa linha de cidade mais limpa. "Estamos estudando como isso poderá ser feito. Se continuar a poluição visual, teremos de diminuir os mobiliários", disse.

Via b il i da d e – Na opinião do presidente da Associação Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida, antes de tudo é preciso avaliar a viabilidade dessas mudanças. Para ele, a preocupação é o gigantismo da cidade e as peculiaridades encontradas em cada região. "No Centro, por exemplo, é preciso pensar no pedestre. Os mobiliários tem de ser mais leves para não prejudicar a circulação. O resultado de tudo isso nos preocupa. Será preciso fazer várias adequações, pois existe falta de equipamento em alguns lugares e excesso em outros, como lixeiras, bancas de jornal e placas. É preciso colocá-los no lugar certo", disse. Para o superintendente da Distrital Centro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcelo Flora Stockler, essa preocupação com o mobiliário urbano faz parte da rotina da entidade há algum tempo. "Já promovemos em determinadas ruas da cidade a organização do calçamento e também de equipamentos mobiliários. Na rua Augusta, por exemplo, estamos nos movimentando e incentivando os moradores e comerciantes a melhorarem as condições da via", afirmou. Stockler aprova a idéia de padronizar os mobiliários urbanos, sem abandonar as características de cada bairro. "Será ótimo termos um trabalho sério relacionado aos mobiliários urbanos. E isso precisa ser feito rapidamente para melhorar o aspecto das ruas, principalmente daquelas que estão em processo de deteriorização", disse o superintendente da Distrital Centro. No mês de agosto, a distrital terá uma reunião com técnicos da Eletropaulo para analisar quais ruas da região central poderão ter fiação subterrânea. "A intenção é deixar as ruas mais limpas", disse Stockler. Daniel Pera/Diário de S.Paulo /Agência O Globo

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Fotos de Newton Santos/Hype

Três modelos de lixeira na mesma avenida, a Ipiranga, no Centro.

Abrigos da avenida São João (esq.) e praça Ramos (dir.), na área central

Na rua Benjamin Constant, nem cobertura no ponto de ônibus

ÔNIBUS ACESSÍVEL – Portadores de deficiência física participaram ontem de um teste com ônibus adaptado especialmente para transportar essa camada da população. A secretária Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Mara Gabrili, que é portadora de deficiência física, também participou dos testes com o novo equipamento.


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Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de junho de 2006

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BC PERDE COM VALORIZAÇÃO DO REAL

bilhões de reais foi o giro de negócios no home broker da Bovespa de janeiro a maio passados.

Wilton Júnior/AE

IGP-10 Impulsionado pela alta no preço da soja, o Índice Geral de Preços-10 de junho subiu 0,57%.

TV DIGITAL

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documento elaborado por Brasil e Japão sobre a adoção da TV digital no País deverá ter um tom diplomático, sem entrar em detalhes mais técnicos da negociação do padrão. Os termos do acordo, que será assinado no dia 29 entre os dois países, deverão ser concluídos hoje e há a expectativa de que o governo se pronuncie sobre os entendimentos. (AE)

FUNDOS

O

governo insistirá na criação de uma estrutura para regulamentar e fiscalizar os fundos de pensão. O novo secretário de Previdência Complementar (SPC), Leonardo Paixão, disse ontem, ao tomar posse do cargo, que recebeu ordem do ministro da Previdência Social, Nelson Machado, para refazer o projeto e encaminhá-lo ainda neste ano para a Casa Civil. (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

IPC-Fipe O Índice de Preços ao Consumidor recuou 0,5% na segunda prévia deste mês.

BC TEM PREJUÍZO DE R$ 17,6 BILHÕES

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Banco Central (BC) registrou um resultado negativo de R$ 17,6 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano, segundo nota técnica conjunta das consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado. O prejuízo contábil decorreu, principalmente, da valorização do real no período (de cerca de 11%), segundo análise de consultorias, feita com base

nas demonstrações financeiras do BC. As perdas derivadas da correção cambial dos ativos e passivos em moedas estrangeiras e de operações nelas referenciadas atingiram R$ 14,3 bilhões, enquanto as perdas com posições de negociações, que incluem derivativos (swap reverso), somaram R$ 4,4 bilhões. Os dados oficiais saem depois do fim do semestre. (AE)

CHILE VOLTA A COMPRAR CARNE

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ito meses depois de suspender as compras de carnes de todos os estados brasileiros por causa do registro de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná, o Chile decidiu ontem flexibilizar a medida, voltando a importar de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Os chilenos levantaram o embargo após uma minuciosa vistoria de técnicos no Brasil.

Até 2004, a carne bovina era o segundo item mais importante na pauta de exportações para o Chile. O Brasil vendeu 1,5 milhão de toneladas para o mercado chileno, contra 1,2 milhão de toneladas em 2003. Quanto aos russos, embora o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, tenha ido a Moscou tentar resolver a questão, não há nada de concreto até agora. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Case New Holland anuncia aporte de US$ 200 milhões no Brasil

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Diversos projetos buscam desenvolver computador mais barato

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Dieese põe tarifas entre as maiores fontes de lucro dos bancos

De acordo com Demian Fiocca (no centro), Funtec chega para dar propulsão à pesquisa no Brasil

BNDES lança fundo para inovação tecnológica

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criação do Fundo Tecnológico (Funtec) foi anunciada ontem pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, durante evento em comemoração aos 54 anos da instituição, no Rio de Janeiro. O fundo vai complementar a linha de prioridade à inovação e apoiará projetos nas áreas de energia renovável, proveniente da biomassa, em especial o etanol; softwares; semicondutores e soluções biotecnológicas voltadas para a resolução de problemas associados ao desenvolvimento da agropecuária brasileira; medicamentos e insumos para doenças negligenciadas e fármacos obtidos por inovações em biotecnologia avançada. Fiocca informou que o Funtec terá patrimônio inicial de

R$ 153 milhões, embora já possua uma carteira identificada de projetos de longo prazo no montante de R$ 286 milhões. A formalização das operações do fundo, acrescentou, está em processo de conclusão. Sem reembolso — Segundo o diretor de Planejamento do BNDES, Antonio Barros de Castro, os recursos da instituição para o Funtec serão não-reembolsáveis e virão dos lucros, "porque há risco e também por uma questão de isonomia – no mundo inteiro é assim, no que se refere ao desenvolvimento de novas tecnologias". Estão previstas contribuições anuais ao fundo e os beneficiários serão as instituições tecnológicas, com a participação de empresas brasileiras que tendem a assumir destaque nos âmbitos nacional e internacional. Os pedidos, conforme Fiocca, já podem ser

submetidos ao BNDES. Barros de Castro acrescentou que o principal objetivo do Funtec é "buscar soluções de grandes problemas tecnológicos para potencializar frentes estratégicas e remover entraves ao desenvolvimento econômico-social brasileiro". E que a meta é operar na faixa pré-comercial, onde já se visualizem soluções que ainda não foram transferidas para o setor empresarial. "O Funtec vai trabalhar com institutos de pesquisa, fazendo a ligação com as empresas", disse, mas destacou que os recursos não serão concedidos diretamente ao setor privado. Ele lembrou que a meta da instituição é contribuir para a criação de uma cultura de inovação no País, para que ela seja algo como uma "arma de competição" que fortaleça empresas e produtos nacionais. (AE)

Home broker bate recordes Reprodução do site

ara levar adiante seu projeto de popularização do mercado de ações, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encontrou na internet um grande aliado. O home broker, sistema de compra e venda de ações pela web, movimentou R$ 27 bilhões em negócios nos cinco primeiros meses deste ano, giro que já supera o registrado em todo o ano passado (R$ 24,5 bilhões). Por não exigir conhecimento prévio para fechar transações no mercado, o home broker facilita a entrada de pequenos investidores na bolsa. O sistema é muito parecido com os serviços de home banking oferecidos pelos bancos aos clientes, o que garante a familiaridade do investidor de pequeno porte com a negociação de ações pela internet. Para começar a aplicar, o interessado deve, primeiro, se cadastrar em uma das 52 corretoras de valores autorizadas pela Bovespa (a lista completa está no site www.bovespa.com.br). No home broker da Bovespa, o pequeno investidor tem acesso a cotações e outros números do mercado financeiro. As corretoras também elaboram para os clientes um resumo das operações, enviado no fim de cada dia de negócios na bolsa — como se fosse um extrato de banco na internet. Expansão — O sistema é visto com bons olhos pelas corretoras, pois sua implantação permitiu um aumento médio de 20% no número de novos

P

Tela de abertura do site da corretora Socopa: acesso fácil ao mercado

aplicadores de pequeno e médio portes no mercado. Uma das pioneiras no home broker, a Sociedade Corretora Paulista (Socopa), conta com cerca de 3,7 mil investidores cadastrados em seu sistema de compra e venda pela inter-

net. Segundo o diretor da corretora, Marcos Monteiro de Barros, 60% dos aplicadores são provenientes de cidades fora do eixo Rio-São Paulo. "Isso comprova a pulverização do mercado de ações." Davi Franzon


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quarta-feira, 21 de junho de 2006

LENTE DE

AUMENTO SUPERMERCADOS SUSTENTAM NÍVEL ALTO DE VENDAS Céllus

JOÃO DE SCANTIMBURGO

volume de vendas do comércio nos quatro primeiros meses do ano encontra-se em um nível 4,5% acima da média verificada em 2005, considerando a série dessazonalizada. O resultado da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) referente a abril, divulgado pelo IBGE, mostrou um ritmo forte das vendas no mês, ficando até mesmo um pouco acima do projetado. Considerando a série com ajuste sazonal, o varejo apresentou crescimento de 1,52% em relação a março,

O

A PMC de abril reforça um cenário de crescimento moderado. As vendas do comércio devem subir 5% em 2006.

COMENTÁRIO DE ADRIANO PITOLI E CAMILA SAITO NO BOLETIM TENDÊNCIAS WWW.TENDENCIAS. COM.BR

Omissão perigosa MARCEL SOLIMEO

D

epois de alguma comoção e tímidas reações à depredação do Congresso pelos militantes do MSLT, o País continuou assistindo com naturalidade às invasões de propriedades agrícolas, como se isso fosse o normal, e não uma agressão ao direito, à lei e à ordem. Na semana passada, 1057 famílias ligadas ao MST ocuparam a Fazenda Teijin, em Nova Andradina, Mato Grosso do Sul, não se limitando à invasão, como, mantendo 28 funcionários do grupo agropecuário como reféns. Não contentes, estão deixando 10 mil bois sem água e alimentação. Para completar, os invasores ameaçam resistir à ordem de despejo da Justiça Federal. O risco de que possa ocorrer um choque com conseqüências trágicas no caso da desocupação parece ser grande. A dúvida é a de saber se isso não é o que os mentores da invasão desejam. Criar mártires para sua causa. Como em muitos outros casos, esses atos de banditismo são estimulados e sustentados pelo governo, sendo que, nesse caso específico, a participação do superintendente do Incra foi determinante. A pesar da gravidade dos crimes cometidos pelo bando - invasão de propriedade, proibição de entrada e saída na fazenda, manutenção de cárcere privado, depredação de patrimônio, abate de gado e o impedimento para o que se alimente os bois confinados – não se vê manifestações das autoridades contra tamanha violência. Infelizmente, tanto a mídia quanto as entidades, com raras exceções, também não têm protestado ou dado o devido destaque ao fato. Desta vez, não houve sequer uma nota tímida da Presidência, como na invasão da Câmara, ou uma manifestação retórica do ministro da Justiça por ocasião da destruição das mudas da Aracruz Celulose, nem a indignação de deputados e senadores, que viram no episódio do MLST ameaça à democracia. Nem sequer a Sociedade Protetora dos Animais protestou conta a maldade de deixar os bois sem alimentos e sem água. Parece que invadir propriedade privada, fa-

Rome Hélvio

ALVARO TREVISIOLI

N Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

E

nquanto o governo considerar e a sociedade aceitar que grupos como o MST, a Via Campesina e o MSLT sejam tratados como " movimentos sociais " e não organizações que querem desestabilizar o sistema e implantar o "socialismo agrário" no País, e a própria imprensa não passar a denominá-los, e a seus atos, corretamente, será difícil despertar a reação e exigir que esses grupos sejam tratados não pelo que dizem ser, mas pelo que fazem. Pouca atenção tem sido dada ao que efetivamente representam esses grupos, que se valem da miséria de muitos para atingir o objetivo de poucos. A doutrinação permanente de crianças e jovens contra o regime capitalista, a propriedade privada e a própria democracia, e a mobilização de desempregados urbanos e rurais para bloquear estradas, atacar órgãos governamentais ou do Legislativo, depredar laboratórios de pesquisa, invadir propriedades e outros atos de vandalismo, que se faz com o uso de recursos públicos, podem colocar em risco o agronegócio e a economia do Brasil. O Estado de anomia se caracteriza não apenas pela violação sistemática da "lei e da ordem ", mas, sobretudo, pela ausência de punição, como ocorre no Brasil, não apenas em relação aos autodenominados "sem-terra", como, infelizmente, no tocante a muitos outros crimes.

Terceirizações e setor público

V endas cresceram 4,5% acima da média de 2005

Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80

zer refém humildes trabalhadores, depredar e saquear uma fazenda, não representa ameaça à democracia sendo, no dizer de integrantes do governo, manifestações de " movimentos sociais ", que não podem ser " criminalizados ". Lembro-me de que estando em Madri há alguns anos, creio que em 1982, quando ocorreram atentados terroristas da ETA que resultaram em mortes de pessoas inocentes, o presidente do Partido Comunista Espanhol, em pronunciamento na televisão, declarou que o problema somente poderia ser resolvido quando as coisas começassem a ser chamadas pelo seu verdadeiro nome. Assassinato, disse ele, é assassinato, e não atentado. Criminoso é criminoso, e não militante separatista.

I nvadir propriedades, fazer reféns e saquear são ameaças à democracia

ro/A E

sendo que nossa projeção era de um aumento de 0,8%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as vendas mostraram expansão de 7,42%, contra nossa estimativa de 6,5%. Apesar de o resultado de abril ter apresentado um nível um pouco superior ao que projetávamos, pode-se dizer que o dado daquele mês reforça nosso cenário de crescimento moderado para as vendas do comércio geral, sendo condizente com a nossa projeção de ampliação de 5,0% para 2006. Vale destacar o desempenho do segmento de bens nãoduráveis

(hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo), que mostrou um nível de vendas bastante expressivo, com alta de 0,67% em abril, depois de crescer 1,3% em março. Na média, o volume de vendas deste segmento nos quatro primeiros meses do ano encontra-se em um nível 4,5% acima da média verificada em 2005, considerando a série dessazonalizada. Nota-se que, somente em abril, a comercialização destes produtos aumentou 14,0% ante o mesmo mês do ano passado. Outro ramo de atividade com elevação das vendas no varejo foi o de tecidos, vestuário e calçados, com alta de 2,62% entre abril e março e de 2,63% no acumulado do ano. Coerente com o resultado da PMC, o resultado de vendas do setor supermercadista apurado pela associação do setor (Abras) também mostrou uma performance bastante significativa, com um incremento de 10,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Vale observar, contudo, que a série de vendas de bens não-duráveis mostrase bastante volátil nos últimos 24 meses, especialmente na pesquisa do IBGE.

a contramão da História. É assim que a legislação parece caminhar em nosso país, principalmente quando se trata de terceirização nos serviços públicos. Com pouca legislação sobre o assunto, a prática nunca foi efetivamente estimulada no Brasil. A idéia de misturar o público e o privado sempre causou espanto em nossa sociedade, em particular por conta dos constantes abusos ocorridos quando os dois se puseram juntos. Seguindo esse raciocínio predominante, de que, para acabar com o mal sacrifica-se o doente, estamos na iminência de ver extinta a terceirização nos serviços públicos no Brasil. Na prática, isso vai acontecer caso nosso Congresso aprove o Projeto de Lei 6.420/05, que a tornará inviável. Embora seja perceptível a vontade do autor do projeto, senador Rodolpho Tourinho, de coibir os excessos que ocorrem nos dias de hoje na contratação de empresas terceirizadas pelo serviço público, a terceirização tende a ser extinta, em vez de aprimorada, caso sua proposta seja convertida em lei. Será caminhar no sentido oposto a uma tendência mundial. Existe um consenso mundial segundo o qual a iniciativa privada é mais eficiente que a pública. Rapidez e menor custo são apenas alguns dos aspectos em que o serviço privado supera o governamental. Mas, tal superação não pode ser levada ao extremo de se pretender privatizar o Estado.

Porém, atividades acessórias como vigilância, serviços gerais e informática, entre outros, deveriam ficar com aqueles que têm qualificação específica para executá-los e, consequentemente, fazê-los com mais eficiência. No geral, é o que também fazem as empresas do setor privado, ganhando tempo para se dedicarem às suas atividades principais, em busca de melhores resultados. Governos de países mais desenvolvidos também têm optado por tal modelo, na eterna busca da diminuição do aparato estatal e de menores gastos públicos.

O

que se vê no Brasil é um movimento no sentido inverso. Assim é o projeto de lei do senador. Caso aprovado, ele obrigará o gestor público a convocar concurso público para preencher funções terceirizadas. Na prática, a tendência é vermos proliferar concursos públicos para funções nãoessenciais ao Estado, fazendo com que o seu tamanho cresça e que os custos dessa máquina continuem a ser suportados pela sociedade com impostos cada vez mais elevados. Essa mesma sociedade, já saturada de impostos e ansiosa por seguir adiante, não aceita mais retrocessos. ALVARO TREVISIOLI É SÓCIO DO TREVISIOLI ADVOGADOS ASSOCIADOS (WWW.TREVISIOLI.COM.BR)

P rojeto de lei quer acabar com a terceirização no serviço público.

A VOLTA DE DITADORES? i no noticiário estrangeiro do nosso jornal que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, informou que vai cassar as licenças de exploração televisiva se as emissoras em funcionamento continuarem a criticar o seu governo. Como se sabe, as televisões dependem de licença do governo, que pode de uma penada provocar a troca do dono ou então fazer com que dispensem comentaristas ou analistas importunos. Evidentemente, Hugo Chávez está assumindo postura de ditador no velho estilo latino-americano, que tantos males trouxe para o continente, tais os excessos praticados durante os respectivos governos. A Venezuela e a vizinha Colômbia sofreram com ditadores, como os demais países do continente, e os seus povos não sentem saudades dos dias torvos, sinistros, sufocantes, em que prevaleceu a vontade do chefe supremo, categoria da qual é exemplo vivo o presidente de Cuba, Fidel Castro.

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O poder é sedutor e pressiona para que seja absoluto em quem o exerce. Por isso, dizemos não aos ditadores! ssa decisão de Chávez vibra um golpe violento na democracia e se o presidente perseverar na sua intenção de cassar canais de televisão de seus críticos não terá ele o direito de se associar com o Brasil, Argentina e Bolívia em explorações econômicas, como a do petróleo e de seus derivados. Também não caberá na Organização dos Estados Americanos, onde há muito tempo se viam líderes arbitrários, que tantos males causaram no continente. Reconheço que o poder é sedutor e pressiona para que seja absoluto em quem o exerce nas alturas da Presidência, mas a humanidade já viveu e sofreu o bastante com governos de tiranos, sobre os quais Santo Tomás tanto advertiu a respeito do perigo que sempre representaram para as Nações. Felizmente, brasileiros ouvidos por uma empresa de pesquisas reprovaram a decisão de Chávez, o que muito nos conforta. Por isso, dizemos não aos ditadores!

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de junho de 2006

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Estou me esforçando. Acho que estou crescendo na posição que o Parreira quer para mim junto com a seleção.” Ronaldinho Gaúcho Paulo Whitaker/Reuters

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aká cansou de ouvir a imprensa falar do quadrado mágico. "A Seleção é um grupo e não podemos separar em setores", diz o camisa 8 do Brasil, o membro do quarteto ofensivo que teve as melhores atuações nos dois primeiros jogos na Copa, contra Croácia (quando fez o gol da vitória por 1 a 0) e Austrália. Ele sabe que o Brasil - na verdade o mundo todo - espera mais, muito mais, da Seleção Brasileira, e reconheceu que há muito o que crescer, mas discordou de quem acha que o ataque é uma decepção completa. "Falta fazer mais gols, mas acho que o ataque está funcionando. O segundo jogo, contra a Austrália, foi bem melhor. Sabemos que precisamos mais entrosamento para que o time chegue com uma identidade mais definida nas oitavas-de-final", disse o jogador, um dos escolhidos pela CBF para atender à imprensa ontem, logo depois do almoço, antes ainda do único treino puxado que os titulares fizeram antes do jogo contra o Japão - tiveram folga na segunda-feira, e hoje fazem um treino leve para reconhecimento do gramado do Westfalenstadion, palco do duelo de amanhã. Kaká lembrou que, quando o quadrado encantou pela primeira vez, , na Copa das Confederações de 2005, o começo também não foi promissor - houve uma derrota por 1 a 0 para o México e um suado empate com o mesmo Japão, 2 a 2. "O Brasil se classificou no sufoco e acabou campeão", disse o meia, que pediu mais objetividade à Seleção. "Pode ser que estamos chutando menos ao gol que poderíamos. Acho que podemos arriscar mais chutes. Acho que, sempre que for possível, podemos fazer uma gracinha, dar espetáculo. Mas quando não for possível, o futebol objetivo deve ser priorizado", afirmou. Ronaldinho Gaúcho também falou ontem. E escreveu, em sua coluna no diário catalão Mundo Deportivo, sobre a diferença entre o Barcelona e a Seleção Brasileira. "No clube, você trabalha todos os dias do ano com os mesmos jogadores, fazendo o mesmo papel, e na Seleção tem de se adaptar a jogadores diferentes; isso custa mais". E prosseguiu: "Temos de nos adaptar pouco a pouco, porque na seleção atuamos de forma diferente. Não só eu jogo em posição diferente, mas o Adriano, o Zé Roberto, o Emerson". Mas Kaká, que também atua na Seleção de forma diferente que em seu clube, acha que não é por aí. "O Ronaldinho está livre para fazer o que quiser, o Parreira lhe deu liberdade para jogar pelo lado esquerdo ou como achar apropria-

Flávio Florido/Folha Imagem

do. No Barcelona, o Ronaldinho tem na frente o Eto’o e o Giuly, que correm muito", diz Kaká, lembrando que o ataque da Seleção, com Ronaldo e Adriano, tem características diferentes, mais força do que velocidade. Parreira, por sua vez, não falou com a imprensa, o que serviu apenas para reforçar o mistério e as especulações - sobre a escalação do time para o jogo contra o Japão - classificado para as oitavas-de-final, o Brasil tem no mínimo de empatar com a seleção treinada por Zico para assegurar o primeiro lugar e o direito de jogar novamente em Dortmund nas oitavas-de-final. Ele deve anunciar o time hoje, e ainda pensa se dá chance a alguns reservas e poupa os jogadores que têm um cartão amarelo e correm o risco de ficar de fora das oitavas-de-final - são eles Cafu, Emerson, Ronaldo e o "12º titular", Robinho. Cafu já disse que quer jogar. Preocupado com os números, o capitão, que divide até agora com Dunga e Taffarel o recorde de jogos pelo Brasil em Copas (18 partidas), tem consciência do risco de ficar de fora de uma partida decisiva e da vontade de jogar dos reservas. "A vontade é grande, eu sei disso. Aconteceu comigo em 94, quando vivia rezando e torcendo para uma oportunidade aparecer. E apareceu", lembrou o lateral, que entrou no segundo tempo em três partidas daquele Mundial. "O importante é todo mundo estar preparado para quando o Parreira chamar. Aconteceu com Robinho, Fred, Gilberto Silva, pode acontecer com todos. E quem sabe o Parreira não me coloca só cinco minutinhos para eu bater o recorde?", disse. Quem também quer jogar é Adriano. Ele não está satisfeito com suas atuações, reconheceu as dificuldades para superar as defesas adversárias e pediu paciência. "O Ronaldo e eu podemos fazer mais, com certeza nossas atuações não estão sendo das melhores, mas já melhoramos no segundo jogo e tenho certeza de que vamos melhorar ainda mais", declarou. Ao contrário dos colegas que subiram no muro ao falar sobre o possível rival nas oitavas-definal, Adriano disse que queria enfrentar a Itália - seria uma espécie de vingança pessoal pelo mau momento vivido na Inter na última temporada. "Para mim, seria o máximo jogar contra eles, mostrar um bom futebol e fazer um gol." Para Kaká, é preciso discutir a Seleção como um todo, e não apenas os quatro atacantes. E Parreira segue em dúvida: manter os titulares ou dar espaço aos reservas contra o Japão?


quarta-feira, 21 de junho de 2006

Finanças Tr i b u t o s Nacional Estilo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Fibras naturais como as de bambu, sisal e linho são a aposta das empresas para conquistar públicos diferenciados

CRESCE VENDA DE CARROS IMPORTADOS

A ESTAÇÃO MAIS FRIA DO ANO COMEÇA HOJE, MAS EM ALGUMAS LOJAS JÁ É POSSÍVEL CONSEGUIR DESCONTOS

INVERNO JÁ CHEGA COM LIQUIDAÇÕES Fotos: Luiz Prado/LUZ

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Mesmo em lojas de shopping é possível encontrar descontos de 10% a 50% no vestuário de inverno Newton Santos/Hype

Os corredores da Fenit foram tomados por interessados nas novas tendências

Consumidora verifica as ofertas

leções passadas. Apesar de registrar um aumento nas vendas de até 50%, a gerente Luciane Ferreira Santos afirma que a liquidação é necessária. "Não teremos inverno. Quem tinha que comprar, já comprou para presentear no Dia das Mães e no dos Namorados. Este ano nem vendemos sobretudos. O jeito foi oferecer casaquinhos de veludo ou blazers", diz a gerente. Ela reclama da Copa do Mundo, analisando que o campeonato faz as pessoas economizarem. "Os consumidores preferem gastar com as comemorações. Além disso, as férias de julho estão próximas. Nem com as promoções conseguimos que as vendas alavancassem." Há grifes que se pautam pela São Paulo Fashion Week – que será realizada no mês que vem – como a Dixy Dizzy, loja localizada no bairro paulistano dos

Jardins. "Nossa liquidação outono-inverno vai começar no dia primeiro de julho e deve durar 40 dias. Queremos que em agosto a vitrine mostre peças da coleção primavera-verão, com a tendência daquele evento de moda", explica a proprietária da marca, Tatiana Ferraz. Segundo ela, as vendas das peças para o frio foram 40% maiores em relação ao outono de 2005. "As pessoas compraram mais neste ano, porque o frio finalmente apareceu." B al a nç o – Dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) confirmam os números das lojas. Segundo o economista da entidade, Emílio Alfieri, as consultas aos serviços de proteção ao crédito cresceram 9,4% em maio em relação ao mesmo mês de 2005. Na primeira quinzena de junho, ante igual período do ano passado, a alta nas compras a prazo foi de 9,1%. "Os índices são bons. As pessoas devem continuar comprando, mas com intensidade menor", analisa Alfieri. Mas para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Estado de São Paulo (Sindilojas), Ruy Nazarian, ainda são poucas as lojas que já estão oferecendo promoções de inverno. "O frio permanece. Só daqui a um mês é que o comércio começará a baixar mesmo os preços." Ele afirma que o comércio registrou aumento de 10% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. Neide Martingo

Caem vendas de veículos no varejo

Indústria têxtil investe em novos materiais para a Fenit Newton Santos/Hype

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eveza, glamour, conforto, qualidade, tecnologia e cores, muitas cores. Do algodão à viscose, passando por malhas com fibras de bambu e etiquetas que agregam valor ao produto final. São algumas tendências da coleção primavera/verão apresentadas na Feira Internacional da Indústria Têxtil (Fenit), que termina amanhã. Apesar de a mostra reunir apenas 260 expositores, 242 a menos que na edição anterior, o mercado, ao menos ali presente, está otimista e prevê crescimento mínimo de 20% para este ano. "Se depender dos contatos que realizamos na feira, o setor terá plena recuperação. O número de visitas e compradores interessados supera as expectativas", comemora Renata Viana, estilista da empresa têxtil Velonorte. Estande cheio e todas as atenções voltadas para as malhas "furadinhas" em algodão e viscose, as chamadas velomalhaslaise, viscolaise e velolaise de indifio. Esta última, uma alusão ao "índigo blue" com um algodão que imita e desbota ao longo do uso como um jeans. "A idéia é unir o traje tradicional ao conforto das malhas no calor das estações", diz a profissional de moda. A mesma proposta tem a empresa Hudtelfa que, engajada ecologicamente, investe numa produção intensa de tecidos à base de bambu e soja. "O mercado de produtos orgânicos no Brasil ainda é pequeno, mas cresce a cada dia, de acordo com o interesse do consumidor", diz Kaline Zabani, designer da empresa. Voltado mais para a produção de peças masculinas, com acabamento "amassadinho", cores vibrantes, chiques e ao mesmo tempo casuais, algu-

írculo vicioso: o frio aconteceu no outono e quem comprou roupas para se proteger na estação já o fez. Por isso, algumas lojas foram obrigadas a começar as promoções antecipadamente para não correr o risco de ficar com mercadoria encalhada em julho. Detalhe: oficialmente, o inverno começa hoje (Veja mais sobre a estação na primeira página do caderno Cidades). Mas a promoção na unidade centro da Rouparia Montag teve início já há 15 dias. Os descontos da coleção outono-inverno são de 20% para pagamento à vista e de 10% no parcelado. Para levar os demais itens, de coleções anteriores, os consumidores ganham até 50% de desconto na compra. "O movimento estava muito parado. O faturamento da loja aumentou 30%, na comparação com os 15 dias anteriores", afirma a gerente da Rouparia Montag, Sandra Lopes. "Esta é a primeira vez que antecipamos as vendas especiais de inverno. Os consumidores querem peças novas nas vitrines no mês de agosto." Na loja de roupa feminina TVZ do Shopping West Plaza, na zona oeste de São Paulo, a queima de estoque começou na segunda-feira passada. Na liquidação, todos os produtos são vendidos com 50% de desconto. No outlet da grife, no mesmo local, a redução fica entre 30% e 70% para peças de co-

Renata Viana, tecnologia nos fios

mas peças como saias também devem cobrir as pernas das mulheres. "Há poucos anos, vestir uma roupa de material orgânico era considerado um hábito restrito a consumidores ecologicamente 'corretos' ou da turma dos 'naturebas'. Hoje, como tudo o que está ligado à qualidade de vida e a hábitos mais saudáveis e naturais, essas roupas são cada vez mais procuradas", diz Kaline. Tanto o bambu como a soja protegem naturalmente contra raios ultravioleta, são antibactericidas, antialérgicos, além de possuírem a qualidade de não reter umidade, como o suor, por exemplo. Moda praia – Essa maré tecnológica é grande e chega também ao bojo, produto que virou "coqueluche" quando o assunto é sutiã. Com a função de sustentar, massagear, moldar ou dar volume aos seios, ele entra agora no segmento de moda praia. "Famoso pelo sutiã, agora usaremos o bojo na parte de cima dos biquínis, com produto diferenciado para não encharcar. Precisamos diferenciar para crescer ainda mais", diz o diretor de marketing da Conformatec,

Júnior Menezes. M a r c a s c o m o Va l i s e r e , Triumph, DeMillus e Hope ajudarão a fabricante a atingir um crescimento de até 70% neste ano, segundo Menezes. "Não podemos divulgar números passados, mas garantimos que o mercado é de ascensão constante", diz. Felicidade parecida tem Kassio Lopes, designer da Etical, especializada em produção de etiqueta. "Cada vez mais as marcas procuram itens que as diferenciem e projetem no mercado", diz Lopes. As etiquetas são planejadas para dar o acabamento e a imagem ideal de cada produto e empresa. "Além de agregar valor à mercadoria, elas geralmente são usadas tanto como logotipo quanto para customizar roupas. No mais, obedecemos ao fluxo do setor têxtil e calçadista: se eles vão bem, nós também", finaliza Lopes. Ana Laura Diniz

A

s vendas de veículos – automóveis, comerc i a i s l e v e s , c a m inhões, ônibus, motos e implementos rodoviários – no varejo caíram 2,46% nos primeiros 11 dias úteis de junho em relação a igual período de maio, segundo a Federação Nacional das Distribuidoras de Veículos Automotores (Fenabrave). Neste mês, até o dia 11, foram vendidas 133.637 unidades. Na avaliação do presidente da entidade, Sérgio Reze, em alguns segmentos a queda pode ter sido motivada pelo último feriado prolongado e pelos jogos da Copa do Mundo. Os automóveis e comerciais leves tiveram resultado positivo de 1,27% na mesma base de comparação, com a saída de 73.633 unidades em junho. Já as vendas de caminhões diminuíram 10,15%, de 3.440 unidades para 3.091. O varejo de caminhões sofreu retração de 13%, para 850 unidades negociadas no período. Importados — As vendas de carros importados das marcas filiadas à Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) aumentaram

11,72% no varejo em maio em relação ao mês anterior. De acordo com dados divulgados ontem pela entidade, foram vendidas 467 unidades em maio, contra 418 em abril. Na comparação com maio de

2005, a queda chegou a 0,84%. Na avaliação da Abeiva, porém, não há "motivos para comemoração". As marcas associadas são BMW, Ferrari, Kia Motors, Maserati, Porsche e Ssangyong. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de junho de 2006

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Política

Isso é gravíssimo. A gente sabe o que ocorre quando se juntam presos políticos a presos perigosos. Suzana de Brito Maranhão

TEXTO, QUE TEVE VOTOS A FAVOR ATÉ DE GOVERNISTAS, INDICIA 79 PESSOAS, INCLUINDO OKAMOTTO E PALOCCI.

APROVADO RELATÓRIO DA CPI DOS BINGOS Márcia Kalume/Agência Senado

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Senadores comemoram a aprovação do relatório de Garibaldi, que excluiu do documento a proposta de regulamentação dos bingos no País.

SANGUESSUGAS: CPMI COMEÇA MAL.

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líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), deve indicar hoje o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, que deve ser instalada até amanhã. Suassuna teve dois assessores presos durante a Operação Sanguessuga, da Polícia Federal (PF), investigação que deu origem à CPMI. O senador está na lista de parlamentares com supostas ligações com a organização acusada de vender ambulâncias superfaturadas. O nome de Suassuna foi citado pela ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, apontada pela polícia como uma das peças-chaves do caso da máfia dos sanguessugas. "Ney S u a s s u n a v a i i n d i c a r a lguém que pode ser bastante gentil com ele", criticou o

deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dos autores do pedido de criação da comissão. Gabeira pode integrar a comissão caso o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), consiga ceder sua vaga para o deputado do Partido Verde. Maior bancada – Suassuna usou suas prerrogativas de líder e indicou os colegas Amir Lando (RO), Valdir Raupp (RO), Wellington Salgado (MG) e Gilvan Borges (AP) para compor a CPMI em nome do PMDB. Um dos quatro deve ser escolhido relator. Como tem a maior bancada no Senado, cabe ao PMDB assumir a relatoria, cargo mais importante da comissão. Para evitar desgastes, os peemedebistas teriam acertado que o nome do relator será anunciado formalmente hoje pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), deverá indicar hoje o presidente da CPMI. Um dos nomes mais cotados é o do deputado Antônio Carlos Biscaia (RJ). Depoimento – Em Cuiabá, o Tribunal Regional Federal concedeu habeas-corpus a Maria da Penha Lino. Ela estava presa desde o dia 19 de maio, quando teve a prisão preventiva revalidada pela ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal. Maria da Penha prestou depoimento durante 12 horas na segunda-feira. A audiência começou por volta das 14h e terminou somente às 2h da madrugada de ontem. A Justiça não liberou o teor do depoimento. A advogada Sandra Cristina Alves, que defende Maria da Penha, informou que sua cliente reafirmou tudo o que havia dito em depoimento ao

INVASÃO: MAIS 73 SEM-TERRA SÃO INDICIADOS PELA PF.

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Polícia Federal (PF) indiciou ontem mais 73 militantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) pela invasão e depredação de instalações da Câmara dos Deputados no último dia 5. Eles se juntarão aos 42 líderes da invasão que estão presos no Complexo Penitenciário da Papuda há duas semanas, entre os quais, o principal coordenador do grupo, Bruno Maranhão. Os 115 manifestantes participaram de uma reunião na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), em Brasília, na véspera da ocupação da Casa, ocasião em que deliberaram pelo quebra-quebra e discutiram os detalhes da operação. A fita com a filmagem da reunião está em poder da PF para ser periciada pelo Instituto de Criminalística (IC). Entre os 73 novos indiciados pelo delegado Gustavo da Cruz Santana, consta um casal – Joaquim Ribeiro e Gladys Rossi – que não participou da depredação, mas fez todo o planejamento, até mesmo fazendo a reserva do auditório da Câmara em nome da Contag e convocando 96 mi-

Ministério Público Federal, em maio. Na época, ela disse que um terço da Câmara estava envolvido nas fraudes. O TRF mandou soltar mais dois envolvidos no caso: Suelene Bezerra e Jairo Carvalho. Ontem foi o último dia para que os partidos pudessem indicar os integrantes da nova comissão, que contará com 34 parlamentares – 17 senadores e 17 deputados. A maioria dos partidos indicou integrantes para a CPI, menos o PDT e o PCdoB no Senado e o PP e o PL, na Câmara. Um acordo firmado entre parlamentares da oposição e da base aliada estabeleceu que a nova CPMI terá duração de apenas 30 dias, prorrogáveis pelo mesmo período se necessário. A comissão pretende acelerar o processo aproveitando as investigações já realizadas pela PF e pelo Ministério Público. (Agências)

Adriano Machado/AE/06/06/2006

Sérgio Dutti/AE

tra os militantes. A PF encaminhou ontem relatório à Justiça pedindo a trans formação da prisão t em po rá ri a de 42 ativist a s e m p r eventiva para q u e c o n t in u e m d e t idos até o fim da instrução criminal. Se o Judiciário não atender Pilha de processos contra os militantes do MSLT ao pedido, os militantes selitantes dos sem-terra para o rão libertados nos próximos encontro do dia 4, em que foi três dias porque vence o prazo de prisão de temporária. decidida a invasão. A mulher do líder do MLST, Crimes – Todos os 115 indiciados responderão pelos cri- Suzana de Brito Maranhão, mes de lesões corporais contra denunciou maus tratos aos 38 feridos, dois deles em estado sem-terra. Segundo ela, eles grave e ainda afastados do tra- estão sem poder trocar de balho; dano qualificado contra o roupa e foram transferidos patrimônio público e privado; para a ala de criminosos de alformação de quadrilha, e des- ta periculosidade. "Isso é gratruição de bem tombado pelo víssimo. A gente sabe o que ocorre quando se juntam prePatrimônio Público. A polícia nega violação de di- sos políticos a presos comuns reitos humanos ou abusos con- e perigosos." (Agências)

Quebra-quebra no Congresso

O VANDALISMO QUE INDIGNOU O PAÍS INTEIRO

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o último dia 5, um grupo de 580 militantes do MLST promoveu uma das mais violentas agressões ao Congresso brasileiro. Os manifestantes invadiram e depredaram parte das instalações da Câmara e agrediram servidores, deixando um prejuízo de R$ 100 mil e 38 feridos. A polícia autuou e prendeu 537 invasores que foram levados para o Complexo Penitenciário da Papuda. A maioria foi liberada dias depois da invasão. Apenas 42 deles, que participaram mais ativamente do quebra-quebra, continuam presos.

que prometia ser de consciência, não posso suu m a d u r í s s i m a gerir o indiciamento de um hodisputa voto a voto mem que não merecia ter sua para aprovar ou re- conduta tipificada. Não estou jeitar o relatório final da CPI defendendo a inocência dele, dos Bingos transformou-se em não estou convencido, não uma goleada, com a participa- quero (o indiciamento de Gilberção de vários senadores gover- to Carvalho)", disse. nistas, inclusive o petista O início da sessão foi adiado Eduardo Suplicy (SP), que vo- duas vezes. A oposição tentatou "com ressalvas", mas foi in- va atrasar o início da votação cluído entre os 12 votos favorá- com a esperança de encontrar veis ao texto de Garibaldi Al- o senador Mozarildo Cavalves (PMDB-RN). Os dois úni- canti (PTB-RR), vice-presidencos votos contra foram dos te da CPI e convencê-lo a votar petistas Tião Viana (AC) e Ana a favor do texto original. Júlia Carepa (PA). "Se tivésseDerrota – E o comparecimenmos feito um bolão, ninguém to de Mozarildo à sessão foi a teria apostado no 12 x 2...", gota d’água para os governistas brincou Garibaldi. reconhecerem a derrota. Apesar de oposicionisCom a deci- Lindomar Cruz/ABr são, ficou manta, ele atendia tido o texto oriaos interesses ginal, que prodo governo na põe o indiciaCPI, ao se aumento de 79 sentar de vápessoas, entre rias sessões deelas o ex-micisivas. Ele renistro da Faconheceu ter zenda Antonio sofrido presPalocci e o presões de governistas e oposisidente do Se- Antonio Cruz/ABr/04-2006 brae, Paulo cionistas, mas Okamotto. optou pela Garibaldi aprovação do não aceitou as relatório. Disse pressões do ter sido coerengoverno e da te com suas oposição para convicções. alterar a relaDiante da ção dos indiderrota anunciados e reticiada, os senarou de seu re- Ex-ministro Palocci, e Okamotto, dores da base latório apenas presidente do Sebrae: acusados. aliada foram autorizados a a proposta de regulamentação dos bingos, votar como quisessem. que era questionada pelos dois STF – Tião Viana não poupou lados. Não foram incluídos no ataques ao relatório e disse que relatório os nomes do ex-mi- petistas citados por Garibaldi nistro da Casa Civil, José Dir- vão recorrer ao Supremo Tribuceu, e do chefe do gabinete pes- nal Federal (STF). "Talvez este soal do presidente da Repúbli- seja o relatório mais frágil da ca, Luiz Inácio Lula da Silva, história do Parlamento brasileiGilberto de Carvalho. ro. O relatório rasgou a ConstiPosição final – O senador tuição e o regimento interno, também recusou-se a respon- porque fugiu completamente sabilizar Lula por envolvi- ao fato determinado para a inmento nos crimes apurados – vestigação, que eram os crimes decisão que foi muito questio- ligados aos bingos." nada e criticada pela oposição. Depois da sessão, o tucano Antes da votação, Garibaldi Álvaro Dias (PR) disse ser "nafez um discurso exaltado de- tural" que a oposição explore o fendendo sua posição. "Eu não relatório na campanha presisou partidário do presidente dencial. "Há uma exploração Lula, engana-se quem pensa em relação a todas as denúncias isso. Pelo contrário, estou sen- (que envolvem o PT e o governo)." do combatido, hostilizado peO texto pede ainda o aprola base do PT no Estado (Rio fundamento das investigaGrande do Norte). Não tenho ções no caso da morte do premotivo nenhum para agradar feito de Santo André, Celso ao presidente. É um problema Daniel. (Agências)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de junho de 2006

Faço pesquisas com mais agilidade agora e conheço vários programas. O curso me ajudará a melhorar de vida Bruna de Lima

Luiz Prado / Luz

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m dos requisitos para o acesso ao mercado de trabalho hoje é o conhecimento em informática. Hoje em dia, além dos sem-terra e dos sem-teto, há os sem-computador. Por isso, empresas e organizações não governamentais investem em programas de inclusão digital. Jovens e adultos têm, assim, a oportunidade de se qualificar melhor. Um destes programas é o Intel Educar, que a empresa do ramo de chips e processadores implantou para atuar em diversas frentes. Existem ações específicas para professores das escolas da rede pública de ensino e outras para líderes de comunidades carentes e jovens de 10 a 18 anos que vivem nestas áreas. Um delas, em parceria com a Fundação Bradesco, apresenta ferramentas de informática para que as comunidades desenvolvam seus projetos para melhorar sua qualidade de vida. Batizado Intel Aprender, já capacitou mais de três mil jovens em todo o Brasil. Desde a sua implantação, em agosto passado, este projeto transforma adolescentes em multiplicadores e transmissores de informações. A Intel adotou a tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos e a Fundação Bradesco a aplica em diversas comunidades. Na cidade de Osasco, no bairro Jardim Conceição, a Associação Camila e o Centro Social da paróquia de Nossa Senhora das Graças participam do Intel Aprender. Sua coordenadora, Gilma Maria Ramos da Silva Rossafa, explica que a Associação coordena as atividades para 75 adolescentes de 12 a 18 anos. O primeiro módulo do Intel Aprender acaba de ser concluído na Associação Camila. A capacitadora Andréia Saraiva ressalta a importância do projeto pela sua iniciativa de contribuir para o desenvolvimento intelectual e profissional dos jovens da comunidade. Durante todo o programa, ela esteve em contato com jovens que nunca haviam tocado num computador e acompanhou a sua evolução. "Aprendi muito mais do que achei que poderia ensinar." Os jovens que concluíram o curso estavam entusiasmados com as novas perspectivas. Bruna de Lima, de 17 anos, que trabalha desde os 12 em uma locadora de vídeo, viu no curso a oportunidade de expandir seus horizontes. "Tinha acesso ao computador, mas não tinha internet. Com ela e com o curso, comecei a utilizar o que aprendi no trabalho. Faço pesquisas com mais agilidade agora e conheço vários programas. O curso me ajudará a melhorar de vida", explicou. Na comunidade – O ut ro s moradores do bairro estão passando por essa transformação. A Intel implantou lá o Intel Computer Clube House, espaço aberto à comunidade por dois dias da semana nos quais todos podem fazer pesquisas, acessar a internet e elaborar e enviar currículos. Nos outros dias, há as atividades para os membros do Clube, que são jovens que têm iniciação à informática e oficinas de inglês.

Carteira assinada e pós-graduação

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Andréia Saraiva é capacitadora no curso de inclusão digital da Intel no Centro Social da paróquia Nossa Senhora das Graças, em Osasco

Inclusão digital dá nova vida aos sem-computador Programas levam máquinas e professores para a periferia para qualificar jovens que nunca mexeram em computadores e garantem uma melhor qualificação profissional e uma nova perspectiva de vida Fotos: Leonardo Rodrigues / Hype

Banco leva alunos para quadro de funcionários

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projeto Inclusão Digital do Banco Mercedes-Benz está formando a sua primeira turma neste mês. A empresa pretende continuar com o programa, que tem funcionários do Banco como instrutores. O encerramento das aulas, que incluíram o treinamento em Excel, Word, PowerPoint, Windows e Internet, teve um sabor especial de vitória para dois participantes. Eles foram escolhidos para fazer parte do programa de aprendizes do Banco e, na semana passada, já estavam se familiarizando com a rotina dos departamentos aos quais serão incorporados. Para Pamela Campos Rocha, de 17 anos, o projeto foi uma oportunidade não só de aprender mais programas de informática. Os conhecimentos adquiridos no projeto de inclusão digital estão sendo transmitidos aos amigos e vizinhos. Pamela orgulha-se por estar fazendo planos para o futuro: cursar uma faculdade de turismo e estudar idiomas. O curso de inglês já está garantido pelo Banco e ela, conta, feliz, que o relacionamento com a

Herbert de Souza

família melhorou porque ela está fazendo suas escolhas. Vocação – Fagner da Costa Silva, que está cursando a oitava série do ensino fundamental, já definiu seu futuro profissional com apenas 14 anos. Ele pretende fazer um curso técnico de informática e faculdade de tecnologia. O projeto foi decisivo nessa escolha. Outra conquista do jovem obtida durante a participação no curso foi começar a vencer a timidez. Para Fagner, que ficou bastante preocupado com suas chances durante o curso e conseguiu o melhor desempenho da turma, a expectativa é de aprender bastante com os novos colegas no Banco. Estrutura – Para colocar o projeto de inclusão digital em prática, o Banco Mercedes-Benz decidiu utilizar sua própria estrutura física e de pessoal. O analista de sistemas Márcio dos Santos Pinheiro está à frente da coordenação do projeto e conta que ele foi estruturado não apenas para oferecer conhecimentos em informática, mas também apresentar a eles o mundo

Luiz Prado / Luz

Fagner da Costa Silva, Márcio dos Santos Pinheiro e Pamela Rocha

do trabalho. Os jovens escolhidos fazem parte de duas comunidades próximas à empresa, a de Peinha e de Monte Azul na capital paulista. Para participar do projeto, eles devem ter de 14 a 17 anos e bom rendimento escolar. A expectativa do Banco é continuar com o projeto de Inclusão Digital com a

parceria da Impacta Tecnologia, que se responsabilizou pelo treinamento dos instrutores. O curso teve duração de mais de 100 horas. O gerente financeiro, Herbert de Souza, diz que o programa de inclusão poderá ser utilizado, a partir desta experiência para selecionar novos aprendizes. (PC) Daniele já pensa na pós-graduação

Paula Cunha Divulgação

Reprodução

RECICLANDO

MAR AMIGO

Capodarte, marca de sapatos e acessórios, firmou parceria com a Tetra Pak e passa a usar embalagens e impressos de papel reciclado a partir de embalagens longa vida. Com a iniciativa a empresa está dando acesso ao conceito de reciclagem e de preservação do meio ambiente às clientes da marca. Comemorando 15 anos, a Capodarte foi além e contratou uma jovem estilista para ilustrar todo o material promocional, além de embalagens, sacolas e também vitrines da marca.

parceria Arcor e Projeto Tamar-Ibama está promovendo o 3º Prêmio de Educação Ambiental Amigos do Mar. O concurso de desenhos está voltado às escolas municipais, como o tema "Nossas Águas Sempre Limpas!".

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Ó RBITA

REDE EM AÇÃO

Rede Social São Paulo realiza um encontro municipal na manhã de hoje, para mobilizar a fase de expansão da rede. O evento acontece no Auditório das Faculdades Oswaldo Cruz (r. Conselheiro Brotero, 475, metrô Mal. Deodoro).

em condições de formatar um curso para muitos alunos, a Green Network, especializada em produtos de rede, foi buscar na Garagem Digital, do Meninos do Morumbi, uma forma de aliar treinamento digital a um programa de aprendiz: contratou uma jovem do projeto. A responsável pelo setor de marketing da Green, Milena Cricente, explica que ficou entusiasmada com a garra dos jovens do Meninos do Morumbi e isso a estimulou a estruturar um projeto adequado às possibilidades da empresa. "Queríamos fazer algo semelhante à Garagem Digital, mas não tínhamos estrutura. Por isso, decidimos começar com a Daniele." Na empresa, a jovem continuou a aperfeiçoar seus conhecimentos de informática e, já no cursos superior de Web Design do Senac, criou o logotipo da empresa. Agora, ela se prepara para a pósgraduação. Maturidade – A oportunidade na Garagem Digital ajudou a jovem não só a escolher sua carreira profissional como também colaborou para o seu amadurecimento pessoal. Ela conta que, já na Green, conseguiu desenvolver rapidamente projetos para a empresa em razão do conhecimento obtido no programa. No trabalho, a estudante aprendeu a importância do trabalho em equipe para desenvolver as suas habilidades. Foi no Meninos do Morumbi que Daniele começou a procurar outros cursos, o que a ajudou a adquirir conhecimentos em diversas áreas. "Tudo o que aprendi em todos os cursos, mesmo os que não são da área de informática, está sendo útil. Na Green, coloquei em prática tudo o que aprendi e continuo aprendendo." (PC)

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A estilista Fábia Bercsek empresta seu toque autoral ao mini-catálogo, sacolas, vitrines e anúncios da Capodarte

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PRÊMIO SOCIAL contece hoje a noite a homenagem às organizações vencedoras do Top Social 2006, promovido pela ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil)

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e parceiros. O evento irá homenagear a organização Amigos do Bem, a Associação Evangélica Beneficente e a Afobras (Sociedade Afrobrasileira de Desenvolvimento Sóciocultural).

Reprodução


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de junho de 2006

JUSTIÇA DOS EUA DETERMINOU O ARRESTO DE 20 AVIÕES

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vôos foram cancelados ontem. Mais da metade das 208 operações diárias da companhia.

PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA EVITAR O ARRESTO DE AERONAVES VAI DAR PRIORIDADE A ROTAS INTERNACIONAIS

VARIG TENTA SEGURAR 25 AVIÕES

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plano de contingência em elaboração pela Varig, para se prevenir de um eventual arresto de 25 aviões de sua frota, além dos 20 que ficaram paralisados ontem, vai priorizar os vôos internacionais, que são mais rentáveis para a empresa, informou ontem o coordenador da entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), líder do consórcio que arrematou a empresa em leilão no dia 8 por R$ 1 bilhão. Segundo Márcio Marsillac, a frota da Varig Operacional, objeto do leilão, será formada por 50 aeronaves. No momento, a empresa opera com 25 aviões, já que 16 estão parados para manutenção e 20 retidos no chão por decisão judicial. Entretanto, o atual presidente da Varig, Marcelo Bottini, informou na manhã de ontem que a frota da companhia é de 60 aviões "e entre 46 e 49 estariam em operação". Mais tarde, o próprio Bottini disse que 35 aviões estão no ar. Marsillac participou ontem de reunião com técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para tentar um financiamento de cerca de US$ 150 milhões para capital de giro. Ele disse que o plano de negócios apresentado ao BNDES será reformulado e reencaminhado até amanhã. De acordo com o presidente do banco de fomento, Demian Fiocca, um eventual empréstimo à Varig poderia ser conce-

Maurício Lima/AFP PHOTO

dido em poucos dias se os investidores envolvidos na compra apresentarem o plano de negócios e garantias. Segundo Márcio Marsillac, o objetivo agora é negociar com empresas de leasing a devolução de algumas aeronaves, mesmo que a decisão do juiz Robert Drain, do tribunal de Nova York que acompanha a empresa, seja favorável à companhia. "A existência da Varig depende da Corte da Nova York", disse Marsillac. De acordo como o coordenador, embora a prioridade remeta aos vôos internacionais, a companhia buscará um equilíbrio entre as operações domésticas e no exterior. Ele também destacou que os investidores que ainda não foram revelados, mas que participam do consórcio da TGV, estão em "processo de monetização dos recursos necessários" para a garantia da compra da empresa, correspondente ao depósito de US$ 75 milhões, que deve ocorrer até a próxima sexta-feira. Se os recursos não forem depositados no prazo, a Justiça anulará o leilão. Gabinete – O governo criou um gabinete de crise para acompanhar a situação da Varig. O novo órgão se reuniu ontem no Ministério da Defesa com presidentes e diretores de empresas aéreas, para saber como elas podem assumir as rotas operadas pela Varig e para evitar transtornos aos passageiros. O diretor-geral da Agência Nacional de Aviação

Civil (Anac), Milton Zuanazzi, informou que começou a ser montado no início da noite de ontem um plano para embarcar, emergencialmente, passageiros da Varig espalhados por vários países do mundo. Por uma decisão de juízes estaduais dos Estados Unidos, a companhia brasileira em crise está impedida de movimentar, nas próximas 72 horas, 20 aeronaves adquiridas por meio de leasing. Com isso, cerca de 70% dos aviões da empresa em condições de voar ficarão no solo, e a maioria dos vôos internacionais da companhia serão cancelados. A TAM e a Gol deverão fazer o transporte de parte desses passageiros. Pl ano – "Precisamos fazer um plano de emergência para atender os usuários e minimizar os problemas dessas pessoas que precisam se deslocar", afirmou Zuanazzi. Segundo o diretor, a direção da Varig comunicou ao comitê do governo, no início da noite, o impedimento de usar os aviões. A Anac, por telefone, pediu então autorização do juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pela condução do processo de recuperação judicial da companhia aérea, para elaborar um plano para atender os passageiros. Combustível – O presidente da Varig, Marcelo Bottini, fechou ontem com a BR Distribuidora acordo para fornecimento de combustível à empresa até sexta-feira. (AE)

Funcionários da Varig pintam o nariz para simbolizar palhaços e classificam a empresa como irresponsável

Vôos são cancelados no País

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s passageiros da Varig viveram ontem um dia de caos nos aeroportos com o cancelamento de mais de 118 vôos – mais da metade das 208 operações diárias da companhia. O cancelamento dos vôos foi uma conseqüência de decisões judiciais nos Estados Unidos, que determinaram o arresto de 20 aeronaves pertencentes a três empresas de leasing: ILFC, Boeing e GATX. A decisão da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, da sigla em inglês) de expulsar a Varig do acordo de compensação de bilhetes entre companhias piorou a situação dos passageiros, que tiveram dificuldade de embarcar em vôos de outras empresas. Dentre as companhias internacionais, apenas algumas daquelas que são parceiras da Varig na rede Star Alliance, como TAP e Lufthansa, estavam aceitando passageiros da Varig. Por determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as empresas brasileiras estão aceitando passageiros de vôos cancelados da Varig. No entanto, como é alta temporada e os vôos estão lotados, os passageiros estão en-

frentando grandes dificuldades para embarcar. Os cancelamentos afetaram principalmente os vôos internacionais. Não saiu nenhum avião para os Estados Unidos e América Latina. Ontem, até às 20 horas, estavam previstos apenas um vôo para Londres e outro para Frankfurt. Para acomodar parte dos passageiros do vôo de Madri, o que partiria da Alemanha faria

uma escala excepcional na capital espanhola. Infraero – O presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, avisou que a Varig tem até a próxima sexta-feira para reiniciar a transferência dos valores referentes às taxas de embarque. A partir dessa data, a cobrança será feita antecipadamente. (AE)

Infraero rejeita plano da Vasp

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Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) decidiu ontem rejeitar o plano de recuperação apresentado pela Vasp, em reunião de credores. Segundo o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, a dívida da Vasp com a empresa é hoje de R$ 960 milhões. Ele informou que a companhia propôs pagar R$ 300 milhões em 15 anos. A Infraero discordou do cálculo do valor dos ativos da Vasp. "Não aceitamos deságio. Aceitar deságio do principal, nem pensar. Inclusive, é ilegal", disse. A assembléia de credores, que começou pouco depois das

9 horas ontem, foi suspensa no fim da manhã, à espera de uma decisão do Conselho da Infraero, reunido em Brasília. Segundo o brigadeiro Pereira, a estatal poderá apenas conceder desconto sobre os juros. A assembléia foi retomada à tarde, para depois ser novamente suspensa. Segundo o interventor da Vasp, Rui Medeiros, a suspensão deveu-se a uma solicitação do Aeros, o fundo de pensão dos funcionários, que pediu um tempo para analisar as condições do plano para os créditos que tem a receber da companhia aérea, parada desde janeiro de 2005. Perícia contratada pelos interventores estima em R$ 149

milhões essa dívida, mas o Sindicato dos Aeronautas a calcula em R$ 600 milhões. Houve avanço apenas com a BR Distribuidora, outra grande credora, com R$ 400 milhões a receber. Nova assembléia foi marcada para 26 de julho. A Vasp está sob intervenção judicial desde março do ano passado. Os interventores pediram a recuperação judicial e o pedido foi aceito em outubro passado. O plano previa a separação da empresa em duas partes: uma operacional e outra para administrar os ativos e as dívidas da companhia. Em março deste ano, os credores aprovaram a injeção de recursos de R$ 6 milhões. (AE)

Procon notifica GOL e TIM A

Fundação Procon-SP notificou as empresas Gol Transportes Aéreos e Tim Celular a dar esclarecimentos sobre promoções. A fundação questiona a companhia aérea sobre a promoção "Voe Gol por R$ 25,00", para averiguar como a empresa

reserva e contabiliza os assentos ofertados, e sobre o motivo de não haver informações ao consumidor sobre roteiros ou horários para aplicação da tarifa. Já a TIM foi questionada pelo Procon se não estaria oferecendo tratamentos desiguais para usuários das

linhas pré-paga e pós-paga na promoção "500 minutos". Os usuários de celulares pré-pagos enfrentaram dificuldades para se cadastrar na promoção, enquanto os consumidores que utilizam os pós-pagos conseguiram efetuar o cadastro de imediato. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO Eu sempre fui e continuarei sendo um repórter investigativo de coração. Agora, vou procurar dedicar meu coração a esse tipo de reportagem em tempo integral. De Dan Rather, âncora do telejornal noturno CBS Evening News, ontem, ao anunciar que vai abandonar o posto em março. Rather, de 73 anos, foi o primeiro a anunciar na TV norteamericana a morte do presidente J. F. Kennedy.

quarta-feira, 21 de junho de 2006

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JUNHO

2 -.LOGO

21 Nascimento do escritor brasileiro Machado de Assis, escritor (1839-1908)

T ECNOLOGIA L ITERATURA

Na mira da lente

Mindlin, o bibliófilo imortal Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem

"Sou o mais novo e o mais velho imortal", disse o bibliófilo e empresário José Mindlin, de 91 anos, ao receber a notícia de sua eleição para a cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que havia sido do escritor Josué Montello. Mindlin foi eleito com 36 dos 37 votos válidos, um voto foi em branco. José Mindlin possui a maior coleção de livros do País e tem

Número de câmeras digitais deve chegar a 111 milhões em 18 meses

Q vários livros publicados, entre eles Destaques da Biblioteca Indisciplinada, sobre os exemplares mais curiosos de sua coleção.

A RTE François Mori/AFP

uem tem a percepção de que o mercado de câmeras digitais não pára de crescer não está enganado. O número de ofertas, modelos, resoluções e preços disponíveis são o reflexo de um momento particular deste mercado. Mas os especialistas garantem: esta competição mundial entre os fabricantes de câmeras digitais é um sinal da maturidade desse mercado específico e, em breve, haverá uma consolidação das marcas do setor. Algumas marcas hoje com seus produtos nas lojas deverão abandonar em atividade ou serão adquiridas ou incorporadas por outras mais fortes, até o final da década. A análise, que foi feita pela empresa de pesquisas IDC,

também estima que, em 18 meses, ou seja, até o início de 2008, pelo menos 111 milhões de câmeras fotográficas digitais estarão nas mãos dos consumidores do mundo todo. Com tantas câmeras nas ruas, dificilmente alguém escapará ileso de ficar na mira de uma lente. Segundo a consultoria, recentemente alguns fabricantes menores já saíram do mercado e outros devem sair do mercado no máximo até 2008. Mercados como EUA, Europa e Japão já começam a apresentar sinais de superaquecimento e, em breve, iniciarão um processo de desaceleração nas vendas e na produção. Nessas regiões, segundo a pesquisa, a competição também derrubou o preço das câmeras e a queda média foi de

21% nos custos das câmeras em 2005. Essas regiões, onde a grande maioria dos consumidores já possui uma câmera digital, o processo dos próximos anos será o de substituição de equipamentos. Com isso, os fabricantes tentarão investir em novos mercados consumidores e é aí que países como o Brasil se encaixam nessa expansão. Mas, de acordo com dados da consultoria, a América Latina não será, ainda, a região mais privilegiada pelo setor. A Ásia-Pacífico - justamente onde estão Japão e EUA - figura na pesquisa como o principal foco dos fabricantes de câmeras fotográficas digitais devem responder por 40% das vendas mundiais de câmeras em 2010.

As "Mamães Elefantes", como são conhecidas as mães dos jogadores da Costa do Marfim, pediram ontem perdão à torcida do país pela eliminação precoce do Mundial. Antes do jogo contra a Holanda, na semana passada, elas decretaram três dias de jejum e orações pela seleção marfinense, mas as preces não surtiram efeito. Toby Melville/Reuters

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O presidente da França, Jacques Chirac, fala ao lado de uma estátua gigante na inauguração do mais novo museu do país, o Museu do Quai Branly, dedicado a artes primitivas da África, Oceania, Ásia e Américas.

I NGLATERRA

A casa de Robin Wood

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sensacionalista inglês Daily Mirror. Segundo o jornal, a casa descoberta é de pedra, localizada próximo a um local onde existia um castelo do século 12. A descoberta coincide com recentes pesquisas segundo as quais o herói medieval viveu em Yorkshire, e não em Sherwood. Foi informado ainda que Little John (o João Pequeno), amigo de Robin Hood, teria nascido e vivido em Hathersage, próximo à cidade de Sheffield.

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Uma equipe de arqueólogos britânicos anunciou ter encontrado, nas proximidades de South Yorkshire, o que seriam as ruínas da casa de Robin Hood. A descoberta seria a comprovação de que o herói medieval - roubava os mercadores ricos para alimentar os pobres - não viveu em Sherwood, no norte da Inglaterra, como se supunha até então. A notícia da descoberta foi publicada no jornal

OBJETO DO DESEJO – Torcedor inglês segura uma réplica da Copa do Mundo, em uma das ruas do centro de Colônia, na Alemanha, onde Suécia e Inglaterra se enfrentaram ontem. Todos os países que têm suas bandeiras na decoração das ruas de Colônia têm na Taça o principal objeto do desejo e a motivação para a próxima fase do Mundial.

C INEMA

Dispositivo caça-piratas Cientistas dos EUA anunciaram a criação de um aparelho capaz de localizar a posição de uma câmera digital e liberar uma descarga de luz branca em cinemas. A luz inutilizaria imagens gravadas por pessoas que entram nos cinemas para gravar filmes exibidos na tela e produzir versões piratas das obras. O dispositivo, entretanto, não consegue bloquear o uso de filme convencional e ainda está em fase de aperfeiçoamento. Segundo a Associação Cinematográfica dos EUA, a pirataria de filmes na China custou à indústria cinematográfica US$ 2,7 bilhões em 2005. Os pesquisadores também devem lançar um dispositivo que bloqueia máquinas fotográficas no cinema. C IÊNCIA

No divã contra a infertilidade O estresse do dia-a-dia pode causar infertilidade. Isso, os cientistas já sabiam faz tempo. Mas uma nova pesquisa realizada na Universidade Emory, nos EUA, mostrou que em vez de recorrer a remédios caríssimos para combater o problema da infertilidade, o tratamento ideal é aquele que ataca sua causa, o estresse. Na pesquisa, os cientistas concluíram que o impacto da terapia comportamental cognitiva – que consiste em orientações sobre comportamento, nutrição, exercícios e modos de reduzir o estresse –, resolveu a infertilidade em 80% das mulheres que participaram do estudo. Nessas mulheres, a principal causa do problema a falta de ovulação atribuída ao excesso de estresse. S AÚDE

C A R T A Z

Contra colesterol e também catarata

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Cortesia paulistana capital paulista, que é também a segunda cidade mais povoada da América Latina, conquistou o quarto lugar no ranking da gentileza mundial. Segundo uma pesquisa publicada ontem pelo jornal britânico The Times e elaborada pela revista Reader´s Digest, o paulistano é considerado um dos cinco mais dos bons modos, perdendo apenas para Nova York, Zurique e Toronto, e empatada com Berlim e Zagreb. A pesquisa analisou 35 cidades do mundo seguindo três critérios: se as pessoas ajudam a recolher papéis derrubados na rua, quantas vezes um comerciante diz "obrigado",

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EUA ativam sistema de defesa antimíssil contra lançamento-teste da Coréia do Norte Revista científica 'Nature' critica alertas do sistema brasileiro de vigilância epidemiológica

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Varsóvia, Madri e Praga. Bombaim, na Índia, foi considerada a cidade mais mal-educada do mundo, com 32% dos votos, atrás de Bucareste, que apareceu como a cidade européia com os piores modos. A pesquisa destacou que as pessoas com menos de 40 anos são as mais corteses, enquanto os homens com mais de 60 parecem ser os menos cavalheiros. Katherine Walker, editora-chefe da revista Reader's Digest, declarou que para a pesquisa foram consultadas cerca de 2.000 pessoas de 35 países. Os resultados indicam que o nível mundial de cortesia é de 55%. São Paulo obteve um nível de 68%.

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O site Consumidor Brasil traz uma série de informações e notícias sobre consumo. Criado por consumidores para consumidores, o site tem o apoio de associações e da Unesco. Entre os temas abordados estão legislação, cidadania, empregados domésticos, produtos, dicas de consumo, família, erro médico, FGTS, consórcios, turismo, seguros e muito mais. O site também traz modelos de documentos, uma área de notícias e outra para quem quiser fazer denúncias.

e quantas vezes uma pessoa abre a porta para um visitante em locais públicos. Ainda que os paulistanos não percebam, parece que em todos esses itens São Paulo ainda fica bem acima da média. É a cidade mais bem colocada da América Latina. Segundo a pesquisa, São Paulo foi considerada tão gentil que "até os criminosos têm bons modos e dizem obrigado". Londres, que se destacava pela cortesia de seus habitantes, agora ficou atrás de Berlim, Madri, São Paulo, Buenos Aires e Cidade do México, entre outras. Londres e Paris caíram para a 15ª posição, com 57% dos votos. Foram superadas por cidades como Berlim,

Adultos que tomam uma popular droga contra o colesterol, as estatinas, parecem ter um risco reduzido de desenvolver o tipo mais comum de catarata, relacionado à idade, sugere uma pesquisa realizada na Universidade de Wisconsin, nos EUA. A preocupação inicial era de que remédios para o colesterol intensificassem o risco de cataratas, mas o estudo para comprovar esta hipótese, deito com 1.299 pessoas, mostrou que os usuários de estatinas tinham menor probabilidade de desenvolver cataratas em comparação com os nãousuários. Cataratas são pequenas manchas que aparecem na lente natural do olho, o cristalino, são importante causa de cegueira em todo o mundo.

A Nasa escolhe segunda mulher do mundo a comandar uma missão de ônibus espacial

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Concurso 1615 da QUINA 06

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quarta-feira, 21 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

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1,12 20/6/2006

COMÉRCIO

por cento foi a renda média dos fundos de renda fixa em maio, de acordo com a Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid).


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EM

PAUTA 1- Os deputados do mensalão vão escapar da malha fina? 2- A máquina vai tirar o emprego do homem?

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 21 de junho de 2006

Que notícia! A SRF disponibiliza em seu site os meios e caminhos para que os contribuintes verifiquem se caíram na malha fina. Que gentis! Cabe indagar: por que só os contribuintes caem na malha fina? Caem na malha fina, sobretudo, os descontados na fonte. Porém, como o Leão está encarando os que receberam o mensalão? E os que remetem dinheiro para o exterior, regular ou irregularmente? E os que têm conta bancária laranja no exterior? E os que ostentam riqueza? E os que dizem ter de trabalhar para viver mas são fotografados bebendo vinhos caríssimos e fumando charutos cubanos? E os outros? Por que só os contribuintes?

DOISPONTOS -77

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É fato: a redução de mão-de-obra, presente desde as primeiras revoluções industriais, sempre incute em discursos que a máquina substituirá o homem. Ledo engano, pois o que é preciso fazer é tornar o ser humano capaz. O Brasil precisa da capacitação do povo. Criam-se paliativos: Primeiro Emprego, Bolsa-Família, sistema de cotas para negros e índios ou alunos de escolas públicas. E com os demais da massa urbana, faz-se o quê? O Brasil precisa pensar em controle de natalidade, qualidade escolar e qualidade de vida. A irresponsabilidade levará o País cada vez mais à violência e a aprofundar os alarmantes índices de falência humana.

PEDRO VERGUEIRO

ANTONIO MARCELO OLIVEIRA

PEDROVER@MATRIX.COM.BR

MAVASETA@TERRA.COM.BR

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

lguns preços são mais importantes que outros, já que acabam afetando os preços dos demais produtos, geralmente decorrido certo lapso de tempo. Dois desses preços são particularmente importantes: o salário mínimo e a taxa de câmbio. Mudanças no salário mínimo mudam os custos de produção das empresas e acabam por afetar os preços dos produtos vendidos. Com a taxa de câmbio o efeito é ainda maior, já que ela afeta, diretamente, os custos (e os preços) dos produtos importados comprados pelos consumidores e, indiretamente, esses mesmos preços, por seus efeitos sobre as matérias primas e componentes utilizados na produção. O salário mínimo sofreu um reajuste de 16% em 1º de maio. A taxa de câmbio, desde a brutal elevação dos juros reais em 2003, tornou-se o verdadeiro "controlador" dos preços de um grande número de produtos.

A ROBERTO FENDT MENTINDO COM ESTATÍSTICAS m 1954, Darell Huffum ficou famoso ao escrever o livro Como mentir com estatísticas. É dele a tirada: – O que é a verdade? perguntou Pôncio Pilatos. – Não é a Estatística, disse uma voz na multidão. Pobre estatística. Não é dela a culpa, mas dos que a utilizam. Por exemplo, desde a divulgação do último boletim Focus, do BC, governo e jornalões apregoam que a inflação está em baixa e assim deverá ficar. De fato, se o indicador da inflação for o IPCA (Índice de Preços ao

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Os preços agrícolas vão subir em 2007. Teremos mais inflação.

Escola de craques Clayton de Souza/AE

Como fazer para que as crianças brilhem com a bola no pé e livros na mão?

Consumidor Ampliado, do IBGE), a estimativa da inflação de 2006 caiu de 4,32% há quatro semanas para 4,17% na última pesquisa. O IPCA é o índice que serve de base para a meta de inflação, estabelecida em 4,5% para este ano. problema com a inflação é que existem diversos índices para medi-la. O IPCA é um deles, mas existem outros, como o Índice Geral de Preços (IGP) e o Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM), ambos apurados pela Fundação Getúlio Vargas; e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-FIPE), apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP, para ficarmos somente com três dos mais conhecidos. Esses índices diferem principalmente pelos preços que entram na composição dos índices. O IPCA e o IPC-FIPE são índices de preços ao consumidor – isto é, medem a variação do custo de uma cesta de produtos comprados pelos consumidores. Já o IGP e o IGP-M incluem não somente preços ao consumidor, mas também os preços praticados no atacado e o custo da construção civil. Dependendo de que índice se esteja analisando, o comportamento de certos preços afeta mais ou afeta menos o valor do índice.

Pablo Valadares/AE

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presidente Lula afirmou várias vezes, nas G O Brasil tem últimas semanas, ter iniciado uma revo- cinco dos dez lução na educação do Brasil. Essa decla- maiores craques ração vem com quase quatro anos de atraso e, de futebol do pior, depois de o próprio presidente ter paralisa- mundo, do o trabalho começado no primeiro ano do seu mas nunca governo. Porque em 2003, todos os pontos o prorecebeu grama de governo da campanha de Lula foram adotados pelo Ministério da Educação, transfor- um Prêmio Nobel. mados em programas e projetos de lei, e levados à Casa Civil. Mas as reformas não chegaram, fica- G Temos craques porque todos os ram parados no núcleo do Poder. Mais grave ainda foi o fato de o MEC ter lança- meninos do Brasil do, com recursos próprios, projetos essenciais, jogam bola desde como a erradicação do analfabetismo em quatro os quatro anos. anos – que superou sua meta no primeiro ano –, a Mas escola eles certificação federal de professores municipais – não têm; livros garantindo-lhes um salário pago pela União, des- eles não têm. de que fossem aprovados por um concurso federal –, e a Escola Ideal – que iniciaria uma revolução G Um país que educacional em grupos de cidades, com a adoção desperdiça dois do horário escolar integral e a contratação de professores bem remunerados, com escolas funcio- terços dos seus nando em edifícios bonitos e bem equipados. Tu- jovens, que não terminam o Ensino do isso foi paralisado. Três anos depois, vem o Presidente falar de Médio, nunca terá educação. Mas fala de uma educação restrita às uma boa universidades e escolas técnicas, como há déca- universidade. das têm feito os governos, porque interessa à minoria privilegiada do País. Interessa ao sistema econômico a formação de técnicos, e interessam aos ricos as vagas para seus filhos nas universidades federais. E a isso ele chama de revolução. Não haverá reforma universitária completa sem uma revolução na educação básica. Um país que desperdiça dois terços dos seus jovens, que não terminam o Ensino Médio, nunca terá uma boa universidade. O Brasil tem cinco dos dez maiores craques de futebol do mundo, mas nunca recebeu um PrêMande seu comentário mio Nobel. Porque poucos adquiriram capacipara doispontos@ dcomercio.com.br dade científica para concorrer a ele. Temos tan-

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tos craques porque todos os meninos do Brasil jogam bola desde os quatro anos de idade, nos mesmos campos de pelada, com bolas similares. Mas escola eles não têm; livros eles não têm. Entram na escola aos sete anos, e saem aos nove ou dez. formação e o futuro das nossas crianças dependem da sorte: de ter uma família rica, ou de nascer em uma cidade rica, com um prefeito que invista em educação. Isso precisa mudar. Criança precisa se desenvolver, e ter a chance de vencer, graças ao mérito, ao talento e à persistência. Como os nossos ronaldinhos da vida. Mas vem o presidente comemorar como grandes feitos a criação de novas universidades; a instalação de algumas escolas técnicas; o acesso ao ProUni de 160 mil jovens estudantes, quando são três milhões os que dele necessitam; os investimentos do Fundeb, antes mesmo de sua aprovação pelo Congresso, mesmo que o projeto tenha estado nas gavetas do Planalto desde dezembro de 2003. Às vésperas da eleição, defende a educação, depois de ter passado três anos sem dar a ela a importância devida, tendo até interrompido projetos iniciados. Seu governo abandonou a educação básica porque, segundo a nossa lei, educação básica e criança são coisa de prefeito, mas educação superior é coisa de presidente.

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preciso dar um basta nisso. A educação básica tem de ser prioridade nacional, responsabilidade do governo federal. As escolas do Brasil precisam ser iguais, e garantir um futuro a todas as crianças. É possível dar chances de estudar iguais às oportunidades de jogar bola. Permitir que todas as nossas crianças brilhem, com a bola no pé e com livros na mão.

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CRISTÓVAM BUARQUE, SENADOR, É CANDIDATO À PRESIDÊNCIA PELO PDT/DF

s efeitos do salário mínimo sobre os preços se farão sentir ao longo dos próximos meses. A taxa de câmbio, ao que tudo indica, parou de cair. De fato, tudo indica que o câmbio deverá permanecer no atual patamar ou desvalorizar-se mais. É isso que mostra a mesma pesquisa Focus do BC, tão festejada pelo governo. Se assim for, a "âncora cambial" daqui para frente perderá parte de sua eficácia em segurar os preços. É precisamente isso que indicam o IGP e o IGP-M. Há quatro semanas, o mercado previa uma variação de 3,02% no IGPM em 2006; essa previsão subiu para 3,15% há uma semana e está agora em 3,28%. Se lembrarmos que a "âncora cambial" gerou uma "âncora agrícola" – os preços dos produtos agrícolas estão brutalmente deprimidos pelo efeito do câmbio – e que os preços desses produtos terão que recuperar-se em 2007, para que a oferta agrícola retorne aos níveis já atingidos, não há como deixar de concluir que teremos mais inflação em 2007. Como dizia Roberto Campos, "estatística é como biquíni, mostra tudo menos o essencial". O uso eleitoreiro das estatísticas está nos iludindo agora; a conta vem depois.

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ROBERTO FENDT É ECONOMISTA FENDT@TERRA.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 21 de junho de 2006

Queríamos ser os primeiros e conseguimos. Agora, precisamos do apoio do público para superar os rivais mais fortes.” Ballack, da Alemanha

Para repetir o espetáculo

paSse livre

Enrique Marcarian/Reuters

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técnico José Pekerman, da Argentina, promete fazer mistério sobre a escalação de seu time até poucas horas antes da partida que decidirá o primeiro lugar do Grupo C, contra a Holanda, hoje, em Frankfurt, às 16 horas (horário de Brasília). “Lamento, mas desta vez não posso falar”, respondeu aos jornalistas ontem. Ele também não confirmou se irá poupar jogadores com cartões, como Gabriel Heinze, Javier Saviola e Hernán Crespo. Pekerman, no entanto, pode mudar a dupla de ataque que deu espetáculo ao golear a Sérvia e Montenegro por 6 a 0, trocando Saviola e Crespo por Messi e Tevez. Antes de tomar qualquer decisão, no entanto, o técnico contou que quer avaliar a situação física dos jogadores que estiveram em campo desde o início dos dois primeiros jogos. Para a Argentina, um empate garantirá a primeira posição do grupo e o direito de enfrentar o segundo do Grupo D, sábado, em Leipizig. Quem for segundo pega o primeiro do Grupo D no domingo, em Nuremberg. Hoje, no mesmo horário, em Munique, as já eliminadas Sérvia e Montenegro e Costa do Marfim apenas cumprem tabela.

Felipão muda cinco Henry Romero/Reuters

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ENFIM, PODOLSKI

O

s 3 a 0 da Alemanha sobre o Equador, ontem, em Berlim, deram aos donos da casa o primeiro lugar do Grupo A (os equatorianos, apesar da derrota, ficaram em segundo). Klose, autor de dois gols, chegou à artilharia da Copa do Mundo, com quatro marcados. Mas para os alemães a vitória valeu mesmo pela redenção de Podolski. Muito criticado, o temperamental atacante finalmente desencantou. Torna-se, assim, uma preocupação a menos para a fase dos mata-matas, que para os alemães começa já no sábado, em Munique, com o jogo contra a Suécia (segunda do Grupo B) pelas oitavas-de-final. O Equador, que ficou com o segundo lugar do Grupo A, enfrenta a Inglaterra, primeira do B, domingo, em Stuttgart. Os dois jogos acontecem ao meio-dia, horário de Brasília. “É muito importante que possamos defender melhor. A seleção se sente mais segura quando não sofre gols, e só assim se pode ser campeão”, disse depois da partida o capitão do time, Ballack, demonstrando que com o ataque funcionando bem as preocupações mudam de foco. “A Alemanha

jogou bem”, reconheceu o técnico equatoriano Fernando Suárez. “Mas nós também ajudamos, todos jogaram mal. Não podemos fazer de novo nada do que fizemos hoje.”

EQUADOR 0 Mora; De la Cruz, Guaguá, Espinoza e Ambrosi; Edwin Tenorio, Mendez, Ayovi (Urrutia 23/2) e Valencia (Lara 18/2); Kaviedes e Borja (Benítez 1/2). Técnico: Luis Fernando Suárez.

ALEMANHA 3

No jogo dos eliminados, a Polônia derrotou a Costa Rica de virada por 2 a 1 e encerrou sua participação como terceira colocada do grupo. Os caribenhos ficaram com a lanterna.

COSTA RICA 1 Porras; Drummond (Wallace 25/2), Marin e Umana; Gonzalez, Solis, Centeno, Bolaños (Saboro 33/2) e Gabriel Badilla; Gómez (Hernandez 37/2) e Paulo Wanchope. Técnico: Alexandre Guimarães.

POLÔNIA 2

Lehmann; Friedrich, Huth, Mertesacker e Lahm; Frings (Borowski 21/2), Schneider (Asamoah 28/2), Schweinsteiger e Ballack; Klose (Neuville 21/2) e Podolski. Técnico: Jürgen Klinsmann.

Boruc; Baszczynski, Jacek Bak, B o s a c k i e Ze w l a k ow ; K r z ynowek, Radomski (Lewandowski 19/2), Szymkowiak e Smolarek (Rasiak 40/2); Jelen e Zurawski (Brozek 1/2). Técnico: Pawel Janas.

Local: Estádio Olímpico, em Berlim. Árbitro: Valentin Ivanov (RUS). Gols: Klose 4/1, Klose 44/1 e Podolski 12/2. Cartões amarelos:Valencia 7/2 e Borowski 30/2.

Local: Niedersachsenstadion, em Hanover. Árbitro: Shamsul Maidin (CIN). Gols: Gómez 25/1, Bosacki 33/1 e Bosacki 21/2. Cartões amarelos:Umana 17/1, Radomski 18/1, Jacek Bak 24/1, Zewlakow 29/1, Marin 47/1, Gómez 47/1, Badilla 11/2, Baszczynski 15/2, Gonzalez 31/2 e Boruc 46/2.

Melhor para Rooney Adrian Dennis/AFP

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Inglaterra empata com a Suécia de Ljungberg e escapa dos alemães

SUÉCIA 2 Isaksson, Alexandersson, Mellberg, Lucic e Edman; Linderoth (Andersson 46/2), Jonson (Wilhelmsson 9/2), Kallstrom e Ljungberg; Larsson e Allback (Elmander 30/2). Técnico: Lars Lagerback.

INGLATERRA 2

PARAGUAI 2 Bobadilla; Caniza (Paulo da Silva 44/2), Gamarra, Cáceres (Manzur 32/2) e Núñez; Barreto, Acuña, Paredes e Dos Santos; Santa Cruz e Valdez (Cuevas 21/2). Técnico: Aníbal Ruiz.

TRINIDAD E TOBAGO 0

Robinson; Carragher, Ferdinand (Campbell 11/2), Terry e Ashley Cole; Beckham, Hargreaves, Lampard e Joe Cole; Owen (Crouch 4/1) e Rooney (Gerrard 24/2). Técnico: Sven-Göran Eriksson.

Jack; Glen (Wise 41/1), Lawrence, Sancho e Avery John (Jones 31/1), Birchall, Theobald e Whitley (Latapy 22/2); Yorke e Stern John. Técnico: Leo Beenhakker.

Local: Rhein Energie Stadion, em Colônia. Árbitro: Massimo Busacca (SUI). Gols: Joe Cole 33/1, Allback 5/2, Gerrard 40/2 e Larsson 45/2. Cartões amarelos:Hargreaves 31/2, Alexandersson 38/2 e Ljungberg 42/2.

Local: Fritz Walter Stadion, em Kairserslautern. Árbitro: Roberto Rosetti (ITA). Gols: Sancho (contra) 25/1 e Cuevas 41/2. Cartões amarelos: Paredes 30/1, Sancho 45/1, Whitley 3/2 e Dos Santos 9/2.

Está na hora

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gente já sofreu, não pára de falar mal da Seleção, desconfia de que o tal quadrado não é tão mágico assim, duvida de que Ronaldo volte a ser o fenômeno que sempre foi, pede todos os dias a Parreira que mude a escalação, acredita cada vez menos no hexa, mas, no duro, no duro, agora é que a Copa vai começar. Classificar-se em seu grupo é obrigação dos grandes, como cumpriram antecipadamente Alemanha, Argentina, Brasil, Holanda e Inglaterra e ainda podem fazer, na terceira rodada, a Itália e a França. Também já estão nas oitavas o surpreendente Equador, Portugal, Espanha e Suécia. Sobram sete vagas, incluídas no rol aquelas que estão na mira de italianos e franceses. Definidos os 16 das oitavas, é que a Copa começa de verdade. E, daí em diante, será briga de gente grande, mesmo que os ingleses estejam festejando a sorte de encarar os inexperientes equatorianos. Em cada confronto, os times jogam a sobrevivência. Bobeou, morreu. E o caixão é imediatamente despachado de volta para casa. Nos jogos de ontem, a Alemanha revelou consistência de candidata ao título ao vencer o Equador, com naturalidade, por 3 a 0. A Inglaterra, ao contrário, não se mostrou tão forte no 2 a 2 com a Suécia. Hoje, veremos as armas argentinas numa guerra de verdade - contra os holandeses. E teremos uma idéia mais concreta do que ainda pode fazer Portugal até o final da Copa. O que nos interessa, porém, é o Brasil e, nesta véspera do jogo contra o Japão, a torcida espera que finalmente vejamos amanhã um futebol de quem quer ganhar a Copa.

O TIME

O DISCURSO

É bem brasileiro o time em que Ballack adoraria jogar, se pudesse juntar craques de diferentes épocas, como lhe pediu a Fifa: Kahn; Cafu, Kohler, Lúcio e Maldini; Émerson, Zé Roberto, ele e Ronaldinho; Van Basten e Pelé.

Zico tem repetido, nos últimos dias, curiosíssimo discurso: o Brasil não assusta o Japão. Será que ele está imaginando que o Japão, depois de perder para a Austrália e empatar com a Croácia, assusta o Brasil?

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv Fernando Cesarotti

TV NA WEB, GOLS PARA TODOS

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uer ver de novo aquele belíssimo gol do argentino Cambiasso contra Sérvia e Montenegro? Tentar entender a presepada de Dida contra a Austrália? Ver o belo gol de Podolski contra o Equador? Pois não é mais preciso esperar acabar a Copa e aguardar meses até aquele DVD meia-boca chegar à bancas, ou esperar os jornais da TV discutirem a última polêmica sobre Ronaldo e o quarteto mágico da Seleção. No site oficial da Copa (www.fifaworldcup.com) é possível assistir a vídeos com os melhores momentos de cada partida, apenas cerca de uma hora depois do apito final. É um compacto sucinto, com cerca de 2min30s de duração, que pode ser acessado em qualquer micro com banda larga e Windows Media Player instalado. E o melhor: de graça e sem a necessidade de cadastro. Não é à toa que a página já registrou 2 bilhões de acessos nos primeiros dez dias de Copa. Nesse ritmo, em média cada habitante do planeta terá entrada ao menos uma vez no site até o apito final de 9 de julho, em Berlim.

TRÊS CLIQUES

OUTRAS OPÇÕES

Para ver os gols, basta entrar na página da Copa, escolher o idioma, clicar em "Torneio" e depois em "Jogos e Resultados". Lá estão os jogos, é só clicar em "vídeos" e se deleitar.

O Globo.com e o Terra, que compraram os direitos de transmissão para internet, e o UOL, que recebe as imagens depois, também têm clipes das partidas, alguns até mais completos que os da Fifa. A desvantagem, nesse caso, é que os vídeos são liberados apenas para assinantes.

OS BONS TEMPOS Tem mais: na seção "Futebol clássico", você pode viajar no tempo e curtir vídeos de jogos históricos das Copas do Mundo. Para os brasileiros, é possível ir do céu (4 a 1 sobre a Itália, na final de 1970) ao inferno (2 a 3 contra a mesma Itália, em 1982), além de clipes com jogadas de feras como Cruyiff, Beckenbauer e, claro, Pelé. É viciante.

OUTRAS OPÇÕES Nos portais o assinante também pode acompanhar ao vivo os jogos - o que nem de longe é a mesma coisa do que estar na frente de um telão, mas quebra bem o galho para quem está desesperado para ver a Copa e não tem uma televisão por perto.

Para quem gosta de história, atenção: o Sportv Copa reprisa sempre, sem aviso prévio, os filmes oficiais das Copas.

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anto ingleses quanto suecos tinham motivos para comemorar o empate por 2 a 2, ontem, em Colônia. Afinal, a Inglaterra já havia entrado em campo classificada, enquanto a Suécia só ficaria de fora se perdesse e Trinidad e Tobago derrotasse o Paraguai no mesmo horário, em Kaiserslautern, descontando uma diferença de três gols no saldo (o Paraguai acabou ganhando por 2 a 0). Ao final da partida, no entanto, eram os ingleses que tinham mais motivos para estar eufóricos. Primeiro, porque pela primeira vez nesta Copa do Mundo eles puderam contar com seu craque Wayne Rooney jogando desde o início (ele acabaria substituído por Gerrard). Segundo, porque o empate bastou para a Inglaterra terminar em primeiro lugar no grupo e, assim, fugir do confronto com a Alemanha já nas oitavas-de-final. Agora, os ingleses jogam contra o Equador, no domingo, ao meio-dia (horário de Brasília), em Stuttgart. A ingrata tarefa de enfrentar os donos da casa, para quem a Inglaterra perdeu todos os matamatas disputados depois da final da Copa de 1966, sobrou para os suecos, que entram em campo sábado, ao meio-dia de Brasília, em Munique. Dois fatos históricos marcaram o jogo de ontem: Allback marcou para a Suécia o gol 2.000 da história das Copas. E com o resultado de 2 a 2 os ingleses seguem sem conseguir derrotar a Suécia há 38 anos, desde o longínquo 1968.

Roberto Benevides

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uno Valente, Costinha, Deco, Cristiano Ronaldo e Pauleta são os cinco titulares de Portugal, todos com um cartão amarelo, que Luiz Felipe Scolari vai poupar no jogo de hoje, às 11 horas (de Brasília), em Gelsenkirchen, contra o México. Os portugueses, com 6 pontos, já estão classificados. Os mexicanos precisam ao menos empatar para não depender do resultado de Angola, que enfrenta o Irã no mesmo horário em Leipzig e ainda tem chance. “Espero que os cinco que vão entrar na equipe dificultem o meu trabalho para a escolha dos onze que vão jogar nas oitavas-de-final”, brincou o técnico brasileiro. Figo, de 33 anos, inicia a partida. Paulo Ferreira, Petit, Tiago, Simão e Nuno Gomes também devem jogar. Se Portugal for o primeiro do Grupo D, joga domingo, em Nuremberg, contra o segundo do Grupo C. Se perder do México, termina em segundo e volta a jogar sábado, em Leipzig.

Atacante marca seu primeiro gol na Copa e Alemanha faz 3 a 0 no Equador. Donos da casa ficam em primeiro no Grupo A e enfrentam a Suécia nas oitavas

Se Argentina x Holanda estiver chato, pegue o controle e ponha no "jogo da honra": Costa do Marfim x Sérvia.


quarta-feira, 21 de junho de 2006

Ambiente Urbanismo Administração Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PREFEITO GILBERTO KASSAB ACOMPANHOU A REMOÇÃO

Foram retirados oito outdoors e cinco muros foram pintados com o caminhão anti-pichação.

FISCAIS RETIRAM PUBLICIDADE Mesmo antes da aprovação do projeto Cidade Limpa, a Prefeitura já começou a aplicar tolerância zero contra a propaganda irregular Fotos de Niels Andreas/AE

Ivan Ventura

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t o l e r â n c i a z e ro contra a poluição visual do prefeito Gilberto Kassab, anunciada a algumas semanas, já começou a ser aplicada. A retirada de publicidade irregular foi iniciada, mas não com base no projeto de lei (PL) Cidade Limpa, que proibirá praticamente toda a publicidade em ruas e avenidas da cidade. O PL ainda será alvo de futuras discussões na Câmara Municipal. Na manhã de ontem, fiscais da Prefeitura desencadearam uma operação para tirar propagandas não autorizadas, mas usando a lei vigente, de número 13.525. O alvo foi a avenida Giovanni Gronchi, na região do Morumbi, zona sul da capital. A operação coincidiu com a vistoria nas obras na avenida. Estiveram presentes o prefeito Kassab, o secretário de Subprefeituras, Andrea Matarazzo, o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Roberto Salvador Scaringella, além dos subprefeitos Maurício Pinterich, do Butantã, e Heitor Sertão, do Campo Limpo. De acordo com a coordenação das subprefeituras, órgão ligado a secretaria de mesmo nome, a operação contra a poluição visual restringiu-se à Giovanni Gronchi. Foram retirados oito outdoors irregulares e cinco muros foram pintados com o auxílio do caminhão anti-pichação da Prefeitura. Por conta da ilegalidade na colocação das placas e nas pichações, os responsáveis serão multados em R$ 1 mil por anúncio irregular, mais R$ 50 por m² excedido. Marca – A medida tem sido uma marca registrada da atual gestão, que começou com José Serra e continua com Kassab. Essas ações contra publicidade irregular tiveram início em fevereiro de 2005 e deverão continuar até o fim da atual gestão. No ano passado, foram retirados 228.809 peças publicitárias (entre banners, placas e faixas). Já neste ano, em pou-

Presos dois PMs suspeitos de extermínio

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Corregedoria da Polícia Militar prendeu ontem dois policiais suspeitos de formar um grupo de extermínio na zona leste de São Paulo. Outros dois eram procurados. Todos trabalham no 28º Batalhão. Em um mês, o grupo teria sido responsável pela prisão, na capital, de quatro pessoas que apareceram mortas em Ferraz de Vasconcelos, a 40 quilômetros de São Paulo. O caso mais recente aconteceu segunda-feira. Foram encontrados os corpos do mecânico Fábio Garcia, de 23 anos, e do gráfico José Luís da Costa, de 36 anos, mortos a tiros. Eles estavam na rua da Adutora, em Ferraz, na Saveiro de José Luís. Os dois era vizinhos no Parque Iguatemi e, segundo uma testemunha, foram detidos à 1h20 da segunda pelos PMs de um Corsa da 3ª Companhia do 28º Batalhão. Os corpos foram reconhecidos no Instituto Médico-Legal (IML) de Suzano pelo pai de Fábio, Anésio Cordeiro Garcia, que confirmou a denúncia contra os policiais. A corregedoria interrogou os dois PMs e vai mantê-los detidos administrativamente. (AE)

co menos de seis meses, fiscais das subprefeituras apreenderam 54.969 peças de mídia exterior. A equipe contra a poluição visual da Prefeitura, fiscais responsáveis em identificar e retirar apenas outdoors não permitidos, apreenderam 4,5 mil itens tipo de publicidade em pouco mais de 18 meses. Tolerância zero - No último dia 8, o prefeito Gilberto Kassab encaminhou um projeto de lei que promete acabar com a poluição visual na cidade de São Paulo. Chamada de tolerância zero, a proposta deverá proibir quase todo o tipo de mídia exterior nos imóveis da capital, sejam eles públicos, privados, edificados ou não. Se aprovada, a nova lei proibirá a instalação de outdoors, backlights e frontlights (outdoors iluminados), totens, bonecos infláveis (muito comuns em postos de gasolina) ou qualquer outro tipo de dispositivo que contenha mensagem publicitária. O PL cita ainda a publicidade nas fachadas dos prédios ou nas empenas cegas (uma das faces de um edifício, geralmente sem janelas). Veículos, inclusive ônibus e táxis, motocicletas, bicicletas, trailers e carretas também não poderão ter mensagens publicitárias. Permitidos – Só serão permitidos os anúncios chamados de indicativos, ou seja, aqueles que visam identificar, no próprio local, os estabelecimentos ou profissionais que dele fazem uso. Na prática, as placas deverão exibir apenas o nome e a logomarca da empresa, e não poderão exceder área de 4 m² por imóvel. Além disso, a altura da placa não poderá ultrapassar 5 metros, contados a partir do chão do estabelecimento. Todos os pedidos de colocação de publicidade continuarão sendo encaminhados à Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) da Prefeitura, que os analisará para depois providenciar a expedição do Cadastro de Anúncios (Cadan). Na Câmara Municipal, o projeto do Executico já foi protocolado, mas ainda não tramita pelas comissões parlamen-

JULGAMENTO julgamento dos assassinos dos estudantes Liana Friedenbach, de 16 anos, e Felippe Caffé, de 19, em 31 de outubro de 2003, em uma chácara em Embu-Guaçu, foi marcado para 18 de julho. Vão a júri Aguinaldo Pires, Antônio Silva e Antônio Matias de Matos. R.A.A C, o Champinha, que na época estava com 16 anos, será ouvido. Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco, já condenado, recorre da sentença. Liana e Felippe eram estudantes do Colégio São Luís, em São Paulo. (AE)

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Funcionários da Prefeitura retiraram outdoor colocado de maneira irregular na avenida Giovanni Gronchi

uzane von Richthofen e seus advogados estiveram juntos ontem para relembrar detalhes e reforçar a tese de que participou do assassinato dos pais, Manfred e Marísia, por influência da família do ex-namorado, Daniel Cravinhos. E de que o pai de Daniel, Astrogildo, não só sabia do crime como agia para incentivá-lo. "Dei o número e a senha da conta do meu pai para os Cravinhos"; "Como eu era menor de idade, o Daniel fez um RG falso para eu poder entrar em motéis. Quando soube, o pai dele elogiou"; "Astrogildo sabia que o Daniel dava maconha para mim e para meu irmão, Andreas, mas fechava os olhos"; "Astrogildo vivia se exibindo para mim. Dizia que já tinha sido rico , andava com carro com placa do Judiciário e dizia que era juiz. Fui uma idiota e acreditei"; "Hoje eu acho que não era certo eu ter uma vida de casada dentro da casa do Daniel, com 16 anos". Essas foram algumas das frases ditas ontem por Suzane, de maneira pausada, para o advogado Mauro Otávio Nacif. Reação – "Em nenhum momento, Astrogildo imaginou que os três

APREENSÃO alfândega da Receita Federal apreendeu no Porto de Santos 330 mil óculos de sol e 140 mil para correção visual. As mercadorias, que estavam acondicionadas em 536 caixas, foram avaliadas em R$ 1,4 milhão. De acordo com a Receita, os produtos foram recolhidos por falsa declaração de conteúdo. O importador havia informado que o contêiner continha produtos químicos e bolsas de viagem. No entanto, quando os fiscais abriram o equipamento encontraram os óculos. A carga veio da China. (AE)

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SUSPEITO Andrea Matarazzo, Gilberto Kassab (centro) e Roberto Scaringella vistoriaram obras em avenida da zona sul

tares responsáveis. Para isso falta apenas a leitura do projeto na sessão plenária, Depois disso, terá início a discussão – e certamente a polêmica – entre os vereadores. Sendo aprovada, a nova lei prevê a aplicação de multas de R$ 10 mil por anúncio irregular, mais R$ 1 mil por m2 excedido. Temor – Representantes do setor publicitário, no entanto, acreditam que a medida poderá provocar a extinção de uma

Suzane Richthofen vai acusar o pai dos Cravinhos

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Ó RBITA

pudessem ser responsáveis pelo crime", disse ontem o advogado da família Cravinhos, Geraldo Jabur, referindo-se a Daniel, Christian e Suzane. "Na delegacia, após o crime, ele disse que os filhos eram inocentes." O advogado disse que poderá tomar alguma providência contra Suzane pelas declarações. "Factóide" – O promotor do caso, Roberto Tardelli, refutou a acusação de Suzane e a classificou como "má-fé processual" e "factóide". "A informação não é válida porque parte dela. É uma coisa horrorosa empurrar a responsabilidade para o pai do co-réu." Para ele, o único objetivo da defesa da jovem é confundir as pessoas e os jurados. "A personagem que beijava passarinho não agradou. Agora ela mudou, partiu para o ataque." Jabur foi ontem ao Fórum Criminal da Barra Funda e conversou com o juiz responsável pelo caso, Alberto Anderson Filho. Reclamou que o direito de defesa de seus clientes continua cerceado – motivo que o fez faltar ao júri marcado para o dia 5, que foi adiado para 17 de julho. (AE)

categoria profissional, com demissões em massa no setor. "É um projeto totalmente absurdo. Hoje o setor tem 5 mil empregos diretos e 15 mil indiretos. Com a aprovação do projeto, empresas de publicidade terão de fechar suas suas portas", disse à época do anúncio o diretor da Central de Outdoor Seccional São Paulo, Luiz Roberto Valente Filho, órgão que representa as maiores empresas do segmento.

Já a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura de São Paulo (AsBEA) comemorou a criação do projeto. Para seus representantes, seria um resgate da valorização do trabalho desses profissionais. Comerciantes do Centro de São Paulo querem abrir o diálogo sobre o assunto. O objetivo é encontrar uma solução que agrade a todos os setores envolvidos na proposta do prefeito Gilberto Kassab.

polícia encontrou ontem pela manhã o corpo do vendedor autônomo Juveli Rodrigues Silva, de 35 anos, suspeito de ter matado a mulher grávida e duas filhas, no último domingo, na zona leste de São Paulo. O corpo estava em um matagal perto do viaduto de acesso da marginal do Tietê para a rodovia dos Bandeirantes. A polícia não descarta a hipótese de suicídio. Cristiane Alves de Souza, de 25 anos, e as filhas Talita, de 4, e Tamires, de 3, foram mortas com uma serra elétrica e facadas. (AE)

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quinta-feira, 22 de junho de 2006

TURISMO - 5 Fotos: Gilmar Gomes

NO SUL

Pelo Vale dos Vinhedos A região no Rio Grande do Sul abriga os principais produtores de vinho do País e convida a conhecer vinícolas, a aprender tudo sobre a produção da bebida e a brindar o inverno no melhor estilo europeu Por Patrícia Ribeiro

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ma viagem pelos cinco sentidos. Percorrer os caminhos do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, é uma verdadeira festa para olfato, paladar, visão, tato e audição. Esta região abriga os principais produtores de vinho do País, onde se pode conhecer de perto a elaboração, a produção, o engarrafamento e, é claro, experimentar vários tipos de vinho. Os apreciadores da bebida encontram aqui o lugar perfeito para se deliciar com sessões de degustação. Cada vinícola tem suas características próprias e seu charme. E todas elas contam com excelentes instalações. Não é preciso ser um profundo conhecedor para desfrutar do passeio, já que durante as visitas os enoturistas – é este o nome de quem faz este tipo de turismo – recebem orientações sobre variedades de uvas, de vinho, do plantio ao armazenamento e outras dicas preciosas. Além de aguçar olfato e paladar, a paisagem serrana coberta de plátanos, parreirais e araucárias desperta o olhar. Em qualquer estação do ano, é possível perceber a diferença nas cores, na fragrância das flores e no próprio cenário. O outono é uma época especial, quando as folhas mudam de cor, ganhando uma coloração amarela e avermelhada e, no inverno, elas começam a cair dando um aspecto europeu ao lugar. Aliás, é fácil imaginar que se está em algum cantinho da Itália, pois os imigrantes italianos e os descendentes ainda conservam os costumes e a cultura da terra natal. Bento Gonçalves é uma das principais portas de entrada do Vale dos Vinhedos. O portal da cidade, em formato de barril, já dá uma pista sobre o local. É considerada a maior produtora de uvas do Brasil e a segunda maior de vinho. O Vale dos Vinhedos abrange também os municípios de Garibaldi e Monte Belo do Sul – a primeira é conhecida pela produção de espumantes. Ao todo, 23 vinícolas espalham-se por 81 quilômetros

O cenário bucólico, permeado por imensos parreirais e casarões antigos, e a forte influência da imigração italiana na região fazem com que os visitantes se sintam em outro país

quadrados. São pequenas produções de administração familiar e a visita em cada uma delas inclui uma explicação sobre os diferentes tipos de uvas e vinhos produzidos. Tour – O visitante pode adquirir um ingresso para o Tour Vitinícola, que dá direito a conhecer os vinhedos e degustar alguns tipos de vinho. Este ingresso vale como um bônus e será reembolsado na compra de vinhos, espumantes, sucos de uva e destilados na loja das vinícolas. Alguns preços são

adegas e sofisticados restaurantes do Brasil. Com o aumento do interesse dos brasileiros pela bebida, hoje, algumas vinícolas possuem cursos de degustação, visitas aos parreirais e algumas até ensinam a fazer a própria bebida. A Miolo oferece uma aula de cinco horas na qual os participantes aprendem história do vinho, elaboração, degustação e outras dicas interessantes. E o curso termina com um almoço típico italiano regado a um bom vinho.

A Valduga, assim como a Cordelier, também promovem aulas, degustação e banquetes para os enoturistas. Atualmente, há pacotes turísticos específicos que incluem curso, degustações, hospedagem e refeições acompanhados por renomados enólogos. Gastronomia – O roteiro etílico pode deixá-lo um pouco alegrinho, por isso a sugestão é desfrutar da bebida acompanhada da saborosa e farta gastronomia local. A influência italiana predomina: massas, queijos, pães, embutidos e polentas são as opções principais.

A maioria dos restaurantes serve as refeições por sistema de rodízio, o cardápio é fixo: sopa de capeletti de entrada, salada de raddice (um tipo de almeirão) com bacon, polenta, galeto e sobremesa. Há também restaurantes que servem risotos, cremes e carnes de caça, sem esquecer das famosas churrascarias, afinal, estamos no Rio Grande do Sul. Outros passeios – Se tiver alguns dias sobrando na serra gaúcha, não deixe de fazer o passeio dos Caminhos de Pedra, que percorre casas históricas feitas de madeira e pedra

construídas pelos imigrantes italianos. Algumas delas ainda funcionam como residências, outras são pequenas indústrias onde se pode adquirir queijos, salames, produtos coloniais e artesanais. Outro programa divertido é a viagem de maria-fumaça que sai de Bento Gonçalves com destino a Carlos Barbosa. Durante o trajeto, há shows de música italiana e gaúcha, degustação de vinhos e apresentações de humor com atores vestidos de roupas típicas que fazem diversas brincadeiras e garantem a animação do público.

SERVIÇO

Além das degustações presentes em todas as visitações, as propriedades promovem cursos e banquetes

mais em conta do que aqueles encontrados no mercado e algumas variedades somente são vendidas no varejo local, portanto não saia de lá sem levar pelo menos uma garrafa, a melhor lembrança que você terá da região. Entre as vinícolas que oferecem o Tour Vitinícola estão a Casa Valduga, Cave de Pedra, Miolo, Don Laurindo, Lídio Carraro e Vallontano. Cursos – A concorrência com os vinhos importados, principalmente com os de procedência argentina e chilena, fez com que os produtores do Vale dos Vinhedos se esforçassem cada vez mais para melhorar a produção local, por isso lançaram um selo de controle que indica a procedência de seus produtos. São vinhos de boa qualidade que podem ser encontrados nas principais

Algumas vinícolas do Vale dos Vinhedos Casa Valduga: acesso pelo km 68,5 da RS 470, Linha Leopoldina, km 6, tel. (54) 2105-3122/ 3154, www.casavalduga.com.br. Conta com vinícola e outros produtos à base de uva, como espumantes, sucos, geléias, grappas, vinagres e licores. Possui também pousadas e dois restaurantes, o Osteria Persona, só para hóspedes, e o Don Luiz, além de tour de degustação. Os preços variam de R$ 5 a R$ 15, podem ser reembolsados na compra de produtos. Oferece também cursos de vinho com duração de meiodia ou o dia todo a partir de R$ 30. Os hóspedes das pousadas não pagam pelo curso.

Cave de Pedra: Linha Leopoldina, 315, tel. (54) 3459-1263, www.cavedepedra.com.br. A vinícola oferece visitação com degustação e loja. Os preços do tour de degustação variam de R$ 5 a R$ 15 e podem ser reembolsados na compra de produtos. Cordelier: RS 470, km 65,7, tel. (54) 2102-2333, www.cordelier.com.br. A vinícola oferece visitação com degustação, o restaurante Don Ziero, caves e loja. Há também curso de degustação todos os sábados a partir da 15h com duração de 2h30. Por R$ 25. É preciso fazer reserva com antecedência. Grupo mínimo de dez pessoas. Dia 10 e 24 de junho, curso especial de degustação com almoço e vinhos incluídos, certificado e CD, por R$ 85. Don Laurindo: acesso pelo km 5,5 da RS 444, Linha 8 da Graciema, tel. (54) 3459-1600, www.donlaurindo.com.br. A vinícola oferece visitação com degustação e loja. Os preços do tour de degustação variam de R$ 5 a R$ 15, podem ser reembolsados na compra de produtos. Lídio Carraro: Estrada do Vinho, RS 444, km 21, Linha 40 da Leopoldina, tel. (54) 3459-1222, www.lidiocarraro.com. A vinícola oferece visitação com degustação e loja. Os preços do tour de degusta-

ção variam de R$ 5 a R$ 15, podem ser reembolsados na compra de produtos. Programações especiais e jantares harmonizados para grupos fechados por meio de reserva antecipada. Miolo: RS-444, km 21, Linha Leopoldina, tel. (54) 2102-1500, www.miolo.com.br. Conta com cantina, centro de visitantes e o restaurante Osteria Mamma Miolo. Oferece três tipos de tour – nas caves, enológica e terroir. Os preços variam de R$ 5 a R$ 15, podem ser reembolsados na compra de produtos. Oferece também cursos de vinho com duração de cinco horas, com almoço, certificado e manual. Por R$ 95. Fazer reservas com antecedência. Vallontano: RS 444, km 16, Estrada do Vinho, tel. (54) 3459-1006/ 1097, www.vallontano.com.br. Conta com cantina, os visitantes podem conhecer as instalações e adquirir vinhos espumantes na loja. Os preços do tour de degustação variam de R$ 5 a R$ 15, podem ser reembolsados na compra de produtos. PACOTES CVC: o pacote de sete dias custa R$ 1.848 por pessoa e inclui hospedagem em quarto duplo com café da manhã no Hotel Dall'Onder, em Bento Gonçalves, passa-

gem aérea ida-e-volta, dois tours da Uva e Vinho com almoço, passeio para Canela, Gramado e Bento Gonçalves e passeio de Mariafumaça. Tel. (11) 2146-7011, www.cvc.com.br. Tam Viagens: cinco dias custam R$ 1.552 por pessoa, com hospedagem em quarto duplo com café da manhã no Hotel Dall'Onder, em Bento Gonçalves, passagem aérea ida-e-volta, passeio por Gramado e Canela, tour da Uva e Vinho com almoço e tour pelo Vale dos Vinhedos. Tel. (11) 30687939, www.tamviagens.com.br. Taks Tour: o pacote de sete dias custa R$ 1.968 (preço válido para junho, preço para julho sob consulta) por pessoa e inclui hospedagem em quarto duplo com café da manhã no Hotel Villa Michellon, em Bento Gonçalves, e Hotel Mercure, em Gramado, passagem aérea ida-e- volta, passeio Colônia de São Pedro, tour Vale dos Vinhedos, Rota dos Espumantes, passeio Uva e Vinho com almoço, tour alemão em Nova Petrópolis e tour compras em Canela e Gramad o. Te l . ( 1 1 ) 6 4 7 5 - 3 3 5 5 , www.takstour.com.br. INFORMAÇÕES TURÍSTICAS Na Internet: www.valedosvinhedos.com.br e www.serragaucha.com.


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6 -.TURISMO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

EM SÃO PAULO Fotos: Jefferson Pancieri/Divulgação/SP Turis

Todas as dicas para aquecer-se na capital Lugares para apreciar sopas, fondues e vinhos, spas, parques e opções de lazer indoor para fugir do friozinho... A cidade fervilha de atrações

Sopas 24 horas Frio pede pratos quentes e bons vinhos e a gastronomia na capital paulista não deixa a desejar. São mais de 12 mil restaurantes, boa parte deles com festivais especiais para a estação mais fria do ano. É o caso da

Longe do frio: que tal uma noite de queijos do Mercado Municipal (ao lado) acompanhados de vinhos da adega do grupo Fasano? Ou, então, levar a família ao Parque da Mônica (abaixo) e aproveitar para fazer compras no Shopping Eldorado? Aos casais, o spa aquecido do elegante hotel Grand Hyatt (no pé) oferece vários tratamentos a dois

Galeria dos Pães, nos Jardins, aberta 24 horas, que oferece um super festival de sopas com sabores exóticos todos os dias. Já no tradicional Consulado Mineiro ocorre a quarta edição do Festival de Sopas, liderado pelo chef Fernando Carneiro, na filial da Rua Cônego Eugenio Leite, em Pinheiros, próximo ao badalado bairro Vila Madalena. Fondue de ouro Outra boa dica é o restaurante All Seasons, que deu início a seu tradicional festival de fondues com diversas opções que

vão desde o tradicional de queijo suíço até o de camarões crocantes, o mais pedido. O casal que pedir duas fondues ainda leva de brinde um livro do chef Christophe Besse com três receitas. E a grande novidade deste inverno fica por conta de um simpático restaurante suíço no Morumbi, Era Uma Vez Um Chalezinho, que traz o inusitado fondue de chocolate com ouro (comestível). Vinhos e petiscos Outro programa que não pode faltar para quem está na capital é passar no Mercado MuFotos: Divulgação

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ão Paulo é um destino e tanto para quem gosta de quer aproveitar o friozinho ou o inverno para se aquecer. São muitas opções aconchegantes, do romance à farta gastronomia paulistana, e programas para quem procura lazer e cultura.

nicipal para comprar queijos, salames e petit fours, além de experimentar os deliciosos sanduíches de mortadela, carne seca e o famoso pastel de bacalhau. E como um bom jantar de inverno pede acompanhamento de bons vinhos, o grupo Fasano presenteou a cidade com uma enoteca situada na Rua Amauri, que foi fundada para oferecer vinhos importados das mais importantes vinícolas do mundo. As compras podem ser feitas na loja, pelo telefone ou pelo site. O restaurante Parrilla Argentina, localizado no bairro da Saúde, também abriga uma adega fantástica e oferece aos clientes a maior carta de vinhos chilenos e argentinos do País. Spas aquecidos Mas para quem prefere sossego, a metrópole abriga por

volta de 500 hotéis com áreas de lazer como saunas, piscinas, banheiras de hidromassagem e programações especiais para quem quer relaxar a dois num ambiente aconchegante. O clima de romance se instala no charmoso Grand Hyatt, no Brooklin, com seu spa aquecido. Já o L’Occitane, na Rua Bela Cintra, tem programas especiais para casais, como ofurôs. No Renaissance São Paulo, nos Jardins, além de tudo que tem direito, o hóspede pode aproveitar para relaxar com uma garrafa de prosecco em seu quarto. Parques indoor E se a garotada quiser brincar, tirando bom proveito das férias de julho, e a temperatura estiver baixa nos mais de 40 parques naturais da cidade, a solução pode estar em um par-

que temático ou de diversões dentro dos muitos shoppings da capital paulista. Entre eles, destaque, por exemplo, para o Parque da Xuxa, o único que leva a marca da apresentadora, no SP Market, na zona sul da cidade, o Parque da Mônica, no Shopping Eldorado, nos Jardins, e a Playland do Shopping Marketplace, no Brooklin, que tem até montanha-russa para os pequenos. Mas se o sol estiver bonito e a garotada curtir um friozinho, o Hopi Hari, parque temático com montanharussa super veloz, elevador que despenca, rafting e roda-gigante de onde se avista todo o complexo, fica a apenas 40 minutos de carro da capital. Mais informações sobre programas em São Paulo pelo SP Turis, www.spturis.com.br.

Maringá Turismo: novidades e facilidades para empresas

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Diretório Executivo de Hotéis e Destinos Brasil 2006 da Maringá Turismo, em sua 11ª edição, está caprichado. Além de ser um produto de qualidade, bem organizado e com capa dura, traz 550 hotéis em 108 cidades que cobrem o território nacional. Entre as novidades, a seção de Hotelaria ganhou novo formato com informações específicas sobre a infra-estrutura de serviços, os diferenciais e o que os hotéis oferecem para o lazer e entretenimento. Já na seção de Hotéis e Espaços para Eventos, são citadas as dimensões e estruturas dos centros e das salas de eventos dos hotéis, em ordem alfabética. Nas primeiras páginas constam pequenos resumos de informações dos produtos e serviços que a empresa oferece no Brasil e no exterior, o sistema de faturamento eletrônico, o sistema gerencial, os cartões que oferece em parceria com o Banco Bradesco e até um pouco do projeto social que participa. Descontos – Mas a parte que mais pode interessar é a que trata dos descontos negociados pela Maringá, que chegam a 75%, com direito a benefícios e vantagens para quem já tem o cartão Travel Corporate Card – Maringá Turismo. Este, aliás, é um produto exclusivo aos clientes corporativos, um cartão de fidelidade do Bradesco, com bandeira Mastercard, exclusivo para os clientes da agência. Detalhe: com isenção de taxa de anuidade. “Um presente para o cliente”, diz o diretor de Marketing, Moisés Moraes. Com o cartão, o cliente terá descontos em vários estabelecimentos como hotéis, companhias aéreas, locadoras de automóveis, upgrade variados, tarifas especiais e até pagar seus eventos. Para fazer a adesão a própria Maringá envia o formulário e se dispõe a resolver qualquer contratempo que o cliente tiver. A vantagem é que o produto pode ser uma solução segura para a empresa controlar e reduzir as despesas com viagens e verbas de funcionários e

executivos, além de aumentar o prazo de pagamento, dar limite de crédito e de saque e programar os pagamentos. A próxima novidade vai ser a criação de um travel money, cartão para viagens de incentivo e corporativas para o executivo usar no exterior. "É uma boa opção principalmente pela segurança", arremata Moraes. Mudança de endereço – A Central de Eventos, divisão de eventos da Maringá Turismo, ganhou um novo endereço. A equipe se mudou do escritório no centro da cidade, no mesmo prédio da agência, para um andar em um dos suntuosos prédios da avenida das Nações Unidas, no Brooklin, em São Paulo. Além da necessidade de ampliação, a idéia era desvincular a área de eventos da agência. Agora, eles têm mais liberdade para desenvolver os trabalhos, já que cuidam desde a tematização até o desenvolvimento de projetos especiais nos eventos. "Temos de entrar no sonho do cliente, que cada vez fica mais exigente em busca de um diferencial", conta a diretora de Eventos e Incentivos da Central de Eventos, Lilian Rosa Garcia. Eles podem desenvolver projetos cenográficos, montagens de tendas e coberturas climatizadas, mobiliário personalizado e até contratação de pessoal. Além disso, tem equipe para coordenar ações de logísticas como envio de convites, emissão de passagens aéreas, transporte, recepcionistas, negociação com fornecedores e atendimento exclusivo para convidados, entre muitas outras ações. Imagine que cuidam até da criação de brindes, material gráfico e comunicação, caso seja do interesse de quem contrata os serviços. “Tudo depende da verba e do perfil do evento”, explica Lilian. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 6764-4816 ou 6764-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


Tony Gentile/Reuters

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quinta-feira, 22 de junho de 2006

Você não pode escolher numa Copa do Mundo. Faltam três jogos para a final, e serão certamento os mais difíceis." Luiz Felipe Scolari, técnico de Portugal Ina Fassbender/Reuters

paSse livre Roberto Benevides

Será, Maradona?

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á uma máxima do futebol, cunhada há tempos por Armando Nogueira: "O jogador vê, o craque antevê." Como, em toda a história, não houve mais do que um ou dois craques mais ilustres do que ele, convém dar ouvidos a Diego Maradona, que ontem fez questão de lembrar aos compatriotas mais animadinhos: - O Brasil não pode jogar pior do que está jogando, pode apenas melhorar e aí é temível. Maradona tem razão, pelo menos em parte. Pior é impossível. Se vai melhorar é outra questão, muito difícil de responder enquanto Carlos Alberto Parreira não disser com que time vai enfrentar o Japão. E ele já disse que só anunciará a escalação do Brasil no vestiário. Parreira pode simplesmente preservar os jogadores que já receberam cartão amarelo, evitando que um segundo no jogo de hoje os tire das oitavas. Não jogariam, então, Cafu, Emerson e Robinho, pois Ronaldo, que também tem um cartão, foi antecipadamente confirmado pelo técnico. Ele pode aproveitar o jogo para testar uma nova formação tática, alterando a formação do meio-de-campo ou do ataque. Mas este é o segredo mais bem guardado da Seleção nesta Copa. Parreira não deu sequer uma dica do caminho que pode escolher para enfrentar Zico e seus samurais. Em meio a tantas dúvidas, então, o melhor é acreditar na intuição do craque Maradona e esperar que finalmente a Seleção apresente hoje, em Dortmund, uma boa parcela do futebol que tem condições de praticar. Se o Brasil melhorar bastante e tiver uma atuação convincente, será de novo um time temível, como avisa o profeta argentino.

Itália pode entrar na rota do hexa

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erá no início da tarde a definição do Grupo E, de onde sairá o adversário do Brasil nas oitavas-de-final. E existe a chance - desejada por alguns craques brasileiros - de que a Itália seja esse rival. A "Azzurra", do goleiro Buffon (acima), líder da chave, com 4 pontos, enfrenta em Hamburgo a instável República Checa, que está em segundo, com 3. Ao mesmo tempo, Estados Unidos (1 ponto) e Gana (3) enfrentam-se em Nuremberg. As quatro equipes têm chances de classificação. A Itália se garante com um empate, mas nesse caso corre o risco de perder o primeiro posto para Gana, a quem o empate, por sua vez, só serve se a Itália vencer. Em meio à polêmica que cercou a preparação, com o escândalo de manipulação de resultados que envolve alguns dos principais clubes do país, Milan e Juventus inclusive, os italianos não pensam se é bom ou ruim enfrentar o Brasil tão cedo: se contentam com a vaga, pois voltar para casa ao fim da primeira fase seria trágico. O técnico Marcello Lippi está otimista. "Vejo os jogadores muito bem, determinados. Veremos um time parecido com o da estréia em termos de intensidade e atitude", diz, em referência à vitória sobre Gana.

Com os 2 a 1 no México, a seleção de Simão Sabrosa ganha todos os jogos da primeira fase após 40 anos

100% PORTUGAL

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ndependentemente de seu futuro a partir das oitavas-de-final, a Seleção Portuguesa já fez história. Após 40 anos, classificouse em uma Copa do Mundo com 100% de aproveitamento na primeira fase. De quebra, o técnico Luiz Felipe Scolari consolidou seu recorde em Copas com a 10ª vitória seguida. Os 2 a 1 de ontem sobre o México garantiram o primeiro lugar do Grupo D e o direito de enfrentar a Holanda, segunda do Grupo C, domingo, às 16 horas (horário de Brasília), em Nuremberg. O México perdeu um pênalti com Bravo, aos 12 do segundo tempo. No outro jogo do grupo, Angola fez 1 a 0 no Irã e poderia ter ficado com a vaga, caso houvesse ampliado a diferença para três gols. No final, os iranianos empataram (1 a 1), consolidando a classificação mexicana para enfrentar a Argentina (primeira do Grupo C) no sábado, às 16 horas de Brasília, em Leipzig.

PORTUGAL 2 Ricardo; Miguel (Paulo Ferreira 16/2), Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Caneira; Maniche, Petit, Tiago e Figo (Boa Morte 35/2); Simão e Postiga (Nuno Gomes 24/2). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

MÉXICO 1 Sánchez; Osorio, Márquez, Rodríguez (Zinha 1/2) e Salcido; Méndez (Franco 35/2), Pineda (Castro 24/2), Pardo e Pérez; Bravo e Fonseca. Técnico: Ricardo Lavolpe. Local: AufSchalke Arena, em Gelsenkirchen. Árbitro: Lubos Michel (ELQ). Gols: Maniche 6/1, Simão (pênalti) 24/1 e Fonseca 29/1. Cartões amarelos: Rodríguez 22/1, Miguel 26/1, Márquez 20/2, Maniche 24/2, Boa Morte 43/2, Zinha 43/2 e Nuno Gomes 46/2. Cartão vermelho: Pérez 16/2.

IRÃ 1 Mirzapour; Kaabi (Borhani 22/2), Rezaei, Bakhtiarizadeh e Nosrati (Shojaei 13/1); Mahdavikia, Zandi, Madanchi e Teymourian; Hashemian (Khatibi 39/1) e Daei. Técnico: Branko Ivankovic.

ANGOLA 1 João Ricardo; Locó, Jamba, Kali e Delgado; Zé Kalanga, Miloy, Figueiredo (Rui Marques 28/2), Mateus (Love 23/1) e Mendonça; Akwa (Flávio 6/2). Técnico: Luis de Oliveira Gonçalves.

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Local: Zentralstadion, em Leipzig. Árbitro: Mark Sheld (AUS). Gols: Flávio 15/2 e Bakhtiarizadeh 30/2. Cartões amarelos: Loco 22/1, Madanchi 37/1, Mendonça 46/1, Teymourian 10/2, Zé Kalanga 22/2 e Zandi 46/2.

copa na tv Fernando Cesarotti

BOM DE BOLA, BOM DE FALA

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unga demorou a ser reconhecido dentro de campo. Símbolo do fiasco na campanha de 1990, ele deu a volta por cima como capitão do tetra e conseguiu trocar o estigma de "cão de guarda" pelo de bom jogador, marcador implacável mas com boa saída de bola, autor de passes preciosos e lançamentos de classe. Como comentarista recém-iniciado na profissão, Dunga se mostra uma grata surpresa nos microfones da BandSports. Enxerga bem o jogo, fala de forma sucinta e evita o bate-boca com o narrador. Hoje, no último jogo da Seleção Brasileira na primeira fase, vale a pena (quem for assinante TVA ou Directv) sintonizar no BandSports para ouvir os comentários do ex-capitão. É bem verdade que o velho "Bolacha", Luciano do Valle, já não narra como antigamente, mas é bom às vezes fugir do esquemão Globo, de Casagrande, de Falcão e das trocas de farpas entre Galvão e Arnaldo.

Em primeiro, mas sem show Jochen Lübke/AFP

D

Tevez disputa com Boulahrouz: Argentina e Holanda ficaram no 0 a 0

HOLANDA 0 Van der Sar; Jaliens, Ooijer, Boulahrouz e De Cler; Van der Vaart, Sneijder (Maduro 41/2), Cocu e Kuyt; Van Persie (Landzaat 22/2) e Van Nistelrooy (Babel 11/2). Técnico: Marco Van Basten.

ARGENTINA 0 Abbondanzieri; Burdisso (Coloccini 24/1), Ayala, Milito e Cufré; Cambiasso, Mascherano, Maxi Rodríguez, Riquelme (Aimar 35/2); Tevez e Messi (Júlio Cruz 25/2).

Barry; Eboue, Kolo Touré, Demoraud e Boka; Keita (Kalou 28/2), Yaka Touré, Akale (Bakary Kone 15/2) e Zokora; Dindane e Aroua Koné. Técnico: Henri Michel.

FORA DA MESMICE

A câmera dá um close no técnico do México, o argentino Ricardo Lavolpe, e sua bizarra gravata de bichinhos. "Que bela gravata, hein?", brinca Luiz Roberto. "Pra quem gosta...", responde rindo Casagrande, notório pela dificuldade em se enquadrar no uniforme global.

A Globonews também entrou na onda da Copa. Além dos gols em todos os jornais, o canal de notícias apresenta todas as noites, à 0h30, o "Almanaque Copa", com reportagens especiais e documentários sobre o melhor do futebol.

SÉRVIA E MONTENEGRO 2 Jevric; Dudic, Gavrancic, Dragutinovic e Krstajic (Nadj 16/1); Ergic, Duljaj, Stankovic e Predrag Djordjevic; Ilic e Zigic (Milosevic 22/2). Técnico: Ilija Petkovic. Local: Allianz Arena, em Munique. Árbitro: Marco Rodríguez (MEX). Gols: Zigic 10/1, Ilic 20/1, Dindane 37/1, Dindane 22/2, Kalou 41/2. Cartões amarelos: Keita 17/1, Keita 33/1, Dudic 35/1, Duljal 37/1, Dindane 43/1 e Gavrancic 12/2. Cartões vermelhos: Nadj 46/1 e Domoura 47/2.

ACORDA! Os primeiros despachos das agências internacionais sobre o corte de Owen saíram por volta das 8h. Não demorou nem 15 minutos e a notícia já estava nos principais portais brasileiros e no site oficial da Copa, em seis idiomas. E às 8h45, no Sportv, Alex Escobar, laptop à frente, falava sobre a ressonância magnética e o "possível corte" de Owen.

Aliás, tem tantos programas de debates no Sportv, todos com as mesmas caras, que fica difícil saber qual é qual.

L

Técnico: Jose Pekerman. Local: Waldstadion, em Frankfurt. Árbitro: Luis Medina Cantalejo (ESP). Cartões amarelos: Kuyt 28/1, Ooijer 42/1, De Cler 3/2, Cambiasso 12/2 e Mascherano 45/2.

COSTA DO MARFIM 3

INFORMALIDADE

L

técnico holandês da Seleção Australiana, Guus Hiddink, revelou ontem que está confiante na classificação de sua equipe para as oitavasde-final da Copa do Mundo, e que espera que seus jogadores tenham muita atenção na marcação, para evitar o ataque croata. Os australianos se garantem vencendo a Croácia, mas um empate só os eliminará se o Japão ganhar do Brasil por três gols de diferença. “Você deve ter controle da partida e saber a melhor hora para atacar”, diz Hiddink. “Nossa principal arma serão os contra-ataques.” Para esse tipo de jogada, ele conta com a eficiência do atacante Viduka e do meia Kewell (acima). Hiddink, que após a Copa vai assumir o comando da Rússia, avisou que a Austrália não veio disputar a competição apenas para jogar a primeira fase. “Não vamos dizer adeus contra a Croácia. Temos um sonho e vamos em busca dele.”

O técnico Lars Lagerback, da Suécia, não está tão assustado assim com o fato de enfrentar os alemães nas oitavas: - Será uma partida realmente difícil para nós, mas eles deixaram a Costa Rica marcar dois gols.

Patrik Stollrz/AFP

Austrália aposta no contra-ataque

QUE DEFESA!

Zico ligou para Parreira. - Diga, Galinho: o que você quer? - Vocês já estão classificados, podem me ajudar… - Escalo os reservas, então. - Não, Parreira. Pelo amor de Deus, deixe os titulares.

*Com Agência Estado e Reuters

David Grey/Reuters

epois da apresentação de gala contra Sérvia e Montenegro, a Argentina assegurou o primeiro lugar do Grupo C com um morno empate sem gols diante da Holanda, em Frankfurt. Já classificadas, as duas equipes não se importaram muito com a disputa pelo primeiro lugar e pareciam mais interessadas em deixar o tempo passar e cumprir a tabela. Prova disso é que vários titulares não estavam em campo. Na Argentina, José Pekerman poupou os atacantes Saviola e Crespo e o lateral-esquerdo Sorín, todos pendurados com um cartão amarelo. Marco van Basten, pela Holanda, teve idéia semelhante e tirou três zagueiros, além de deixar de fora o astro Robben, destaque nos dois primeiros jogos. Assim, o jogo teve muita disputa de bola no meio-de-campo e poucas finalizações. Tevez e Messi, lançados como titulares, tiveram alguns lampejos, mas não tiveram força para mudar o placar - ao corintiano, restou o consolo de ser premiado pela Fifa como melhor em campo. O jovem Van der Vaart, considerado a grande revelação holandesa dos últimos anos, entrou pela primeira vez na Copa e também teve atuação regular. A emoção na última rodada do "Grupo da Morte" ficou reservada ao duelo dos eliminados Sérvia e Montenegro e Costa do Marfim. Em campo, muita vontade (até demais, com uma expulsão de cada lado) e vitória de virada dos africanos, por 3 a 2.

TELEFONEMA

Os cenários também são parecidos e as reportagens exibidas, as mesmas. A ordem é espremer até o bagaço.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

RESENHA

NACIONAL

FUNDAÇÃO RUBEM BERTA, PARTE 2: JOÃO DE SCANTIMBURGO

A REVANCHE

AS CAPITAIS

A confusão dos poderes BENEDICTO FERRI DE BARROS

A

Maurício Lima/AFP

I

MUDAM

Ou seja, do ponto de vista de quem controla de fato a Varig, a situação voltou ao que era até ela entrar no processo de “recuperação”. A situação fica ainda mais escandalosa porque o esquema tem tudo para dar errado. Para cima do contribuinte, é claro. O “novo” acionista sequer se dignou a informar a identidade do investidor que estaria por trás, disposto a capitalizar o negócio (além de fornecer os recursos para pagar uma parcela do preço). O porta-voz do NV já anunciou, entretanto, que irá recorrer ao BNDES e à boa-vontade de empresas públicas, como a BR Distribuidora e a Infraero,

Céllus

magine o leitor a seguinte situação: um empresário adquire uma empresa e passa a administrá-la. Com o passar dos anos os interesses pessoais desse empresário confundem-se com os da própria empresa. Na beira da falência, com enorme dívida, a empresa recorre à recuperação judicial. Os credores nomeiam um novo administrador e uma parte viável do negócio é separada, livre das dívidas. O juiz manda que essa parcela do negócio seja leiloada. Ninguém se interessa em comprá-la e, para surpresa, o mesmo empresário, usando uma nova identidade, reaparece

A dívida pousou no colo do BNDES

para... recomprar a parte do negócio que ele mesmo arruinou. Mas pagando a compra com os créditos que a sua gestão fez “apodrecerem”. Com isso, os demais credores recebem em troca do negócio sanado... mais créditos contra o negócio arruinado... Isto é, exatamente, o que aconteceu com a Varig nas últimas semanas. Ela foi administrada durante mais de 30 anos pelos seus próprios empregados. O acionista controlador da Varig era a Fundação Rubem Berta e esta era gerida por administradores escolhidos por um colégio deliberante eleito pelos empregados da Varig. Na semana passada, a companhia foi arrematada por uma empresa chamada NV, formada por um grupo de pessoas que pertencem a um suposto TGV, ou Trabalhadores do Grupo Varig.

para que a Varig continue voando sem pagar as contas. Aumentando ainda mais o prejuízo para essas empresas que pertencem aos contribuintes. Quando a Varig ainda era uma empresa viável e havia interessados sérios em adquiri-la, a Fundação Rubem Berta sempre conseguiu impedir que a transação se consumasse. Agora, já nas malhas da Justiça, o artifício foi a criação da NV, uma verdadeira “Fundação Rubem Berta II”. O contribuinte brasileiro pode ir se preparando. Se o Judiciário não puser um paradeiro na situação, a Varig continuará aumentando a conta que todos já se fartaram de pagar. COMENTÁRIO DE CÂNDIDO PRUNES PUBLICADO NO SITE DO

INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

O prejuízo vai crescer: azar do contribuinte

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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Auditado pela

propósito da recente decisão de voltar atrás a respeito do que havia decidido com referência à questão da verticalização nas próximas eleições, o editorial "Poderes embaralhados" do Estadão de 19/6 enfoca uma das questões cruciais do mau funcionamento dos poderes do Estado brasileiro. A estranheza provocada pela decisão se justifica, posto que motivada por um equívoco alegado por seu presidente, o ministro Marco Aurélio, cuja competência e integridade constitui um baluarte de confiança cívica no mar de indecência em que do Planalto o PT inundou o País. O editorial analisa o embaralhamento que é um dos problemas capitais dos regimes republicanos presidencialistas e que tem sua origem histórica em uma célebre confusão de Montesquieu ao interpretar o regime constitucional inglês, que ao definir os poderes do seu Estado os caracterizou como independentes, complementares e harmônicos. Um erro duplo. Um erro de fato, ao ver nessa monarquia poderes separados onde eles se achavam unidos. E um erro de conceito, ao admitir que poderes independentes possam ser harmônicos – já que a supremacia é a essência mesma do poder. Essa problemática do presidencialismo republicano jamais afetou o Estado inglês; desde que a partir de 1688 o parlamentarismo se implantou e aperfeiçoou no país, posto que a chefia do governo, seu Executivo, é exercida pelo chefe do partido que conquistou maioria nas eleições legislativas. A harmonia resultou de mera de-

corrência de que as eleições fundem a chefia dos dois poderes. O poder social maior – o Judiciário – não é considerado poder integrante do Estado, mas um poder autônomo e final, fora e acima da política, dos partidos e de sua confusão e interesses particularistas. O presidencialismo brasileiro inaugurado com a República jamais conseguiu dar solução à confusão e choque entre os poderes concorrentes e conflitantes de seu Estado. Os sucessivos remendos apresentados como panacéias a esses problemas, tais como os decretos-leis, pelos quais o Executivo usurpava poderes legitimamente legislativos, vieram na atualidade a ser suplantados pelas Medidas Provisórias que, reservadas para casos de urgência relevante, acabaram se convertendo em rotina legislativa imposta pelo Executivo. (O noticiário corrente informa que há três meses elas bloqueiam a pauta de decisões do Congresso!) E a recente decisão do Judiciário eleitoral relativa à verticalização parece que envolveria esse poder não-político na confusão e conflito generalizado dos bagunçados poderes de nosso presidencialismo republicano.

A

questão é, entretanto, mais ampla e profunda do que tudo isso. Aparentemente, o Estado brasileiro ainda não conseguiu se impor como o supremo poder governamental do País, desafiado e vencido em muitos casos correntes, por entidades como o MST e o MSTL, que ele próprio defende e financia.

O Estado é desafiado por entidades que ele próprio defende e financia

Regulamento da violência ELIAS FARAH

A

Emenda Constitucional 45, de dezembro de 2004, ampliou a competência da Justiça do Trabalho. Entre as alterações introduzidas estão as ações que envolvem o exercício do direito de greve (ou lockout) e os dissídios sindicais, como a greve de servidores públicos estatutários. A partir da Emenda, revogadas as disposições em contrário, as ações de representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores passaram a ser da competência da Justiça do Trabalho. Anteriormente à Emenda as ações eram da competência da Justiça comum. Grande é o número de ações nos tribunais superiores questionando contribuições sindicais, que passam agora para a competência da Justiça do Trabalho. O direito de greve, sobretudo no caso do servidor público, deveria ser abolido da Constituição. As constituições anteriores não previram o direito de greve. É o que adotam muitos países civilizados. Os conflitos de trabalho, no setor privado e público, em que o direito esteja arranhado, só devem ser dirimidos pelo Poder Judiciário. A greve é e sempre foi uma reação inclinada à depredação, com vocação anti-social, anti-democrática, alimentadas amiúde por ingredientes nebulosos. A greve procura obter mediante a violência da inoportuna inação, um direito que o Judiciário lhe pode assegurar com legitimidade. A greve é um dos sintomas de imaturidade democrática e por isso incompatível com uma sociedade organizada. O poder constitucional do Judiciário visa a impor ou manter o respeito à lei e a dirimir conflitos de interesses. A greve não pode querer substituí-lo nesta legítima atribuição e competência. O art. 114 da Constituição, alterado pela EC 45-04, dá à Justiça do Trabalho competência para “conciliar e julgar dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta...” A OAB-SP elaborou um anteprojeto de lei, com 50 artigos, buscando à regulamentação do direito de greve. Ele segue diretrizes da vigente Lei n. 7.783-89, que dispõe sobre greve no se-

tor privado. É uma engenharia jurídica, porém, que manteve os mesmos atalhos legais para os abusos, já conhecidos, de outras greves. Como raras são as declaradas abusivas, repetir-se-ão os excessos e a impunidade, inclusive remuneradas. Prevê o anteprojeto que, frustrada a negociação, o que sempre ocorre, a greve poderá ser desencadeada. O anteprojeto é elogiável tão somente pelas inegáveis boas intenções. O mecanismo processual proposto, porém, facilitará as greves longas e danosas. A greve nos serviços públicos será sempre, por natureza, uma violência incivilizada. Tudo será ilusão fora desta visão realista. Não há como regulamentar a violência! Servidores do Ministério da Educação, no Rio de Janeiro, com a estranha solidariedade do Ministro da Cultura, estão em greve. Interpelado o ministro, sobre a sua adesão à greve, respondeu: “É o que tenho feito! ” Trata-se de posição temerária e impatriótica. Servidor público em greve equivale a uma injusta agressão ao poder que o remunera. A sociedade é prejudicada, direta e indiretamente, sendo lesada na segurança social e jurídica, a que tem inarredável direito. A greve está em direção contrária a do Poder Judiciário. Quando pleiteia reajuste salarial, ela esbarra nos obstáculos da dependência de lei específica; esta, por sua vez, depende de previsão orçamentária, e a todos vigiam as restrições da Lei de Responsabilidade Fiscal.

G

reve e serviço público estão em gritante antagonismo. Greves em serviços Judiciários, por exemplo, equivalem a um confronto com a lógica legal: paralisam os próprios órgãos a que deveriam recorrer para o restabelecimento do direito que o grevista considera violado. O direito de greve foi inserido na Constituição de 1988 como fruto de uma infeliz decisão do constituinte.Quase nenhuma das greves atingiu os seus objetivos. Por isso não é um instrumento recomendado para a defesa de direitos. ELIAS FARAH É CONSELHEIRO DO INSTITUTO DOS ADVOGADOS DE SÃO PAULO, DO CENTRO DE ESTUDOS DAS SOCIEDADES DE ADVOGADOS E DA ACSP.

A greve nos serviços públicos será sempre uma violência incivilizada

eria preciso, a meu ver, que um espírito erudito como o embaixador Meira Penna, autor de obra sobre a mudança de capitais, fizesse um estudo sobre a participação ou não da atmosfera miasmática brasiliense na intoxicação da política brasileira nestes últimos tempos. Não tenho dúvidas que no Rio de Janeiro seriam difíceis dois cancros , o de Collor e agora o do PT. O carioca reage mais às crises políticas do que o brasiliense, e no caso atual teria, provavelmente, chegado até os maiores responsáveis pelo pântano em que as nossas instituições políticas e administrativas ficaram contaminadas por impurezas de difícil solução. Um sociólogo da importância de Fernando Henrique Cardoso também poderia estudar o vínculo de Brasília com a deterioração ética da política brasileira.

S

Fernando Henrique também poderia estudar o vínculo de Brasília com a deterioração ética da política brasileira. ui à Brasília a convite do Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota para a colocação da pedra fundamental e voltei várias vezes seguidas, inclusive para a inauguração, da qual tenho a fotografia com JK no Palácio do Planalto. Foi memorável o surgimento de uma nova capital naquelas alturas planaltinas, para uma grande nação como o Brasil, pelo sonho de um presidente que prometeu o que ninguém faz: construir uma nova capital e, por sua obstinação, inaugurada em homenagem à Tiradentes, herói da liberdade. Não se deve negar que estão ocorrendo sérios problemas de convivência política, mas, sem dúvida, contrárias aos princípios democráticos, que podem nos conduzir a um impasse político, social e econômico do qual não teremos como sair, se não por um golpe de Nó Górdio. Concordo, sem dúvida, que é duro tentar envolver a majestosa capital brasileira em cogitações impuras por desatinos políticos e desenfreada corrupção, como nunca se viu em terras brasileiras. É o que penso a respeito e passo a palavra ao meu amigo Meira Penna.

F

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Política

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Agora se inaugura pedra fundamental até no final do governo. Geraldo Alckmin

INOVADORA SÓ COMO FESTA. A CONVENÇÃO REFERENDOU A ALIANÇA COM OS TUCANOS CONTRA O PT. Dida Sampaio / AE

PFL CONFIRMA: VAI COM ALCKMIN A convenção do partido apenas reiterou o que já se esperava: oficializou a coligação com o PSDB, consagrou o nome do senador José Jorge (PFL-PE) como vice e desferiu novos ataques à conduta do presidente Lula em campanha.

A

Confraternização: Alckmin e José Jorge celebram parceria nacional, que não se reproduz bem nos Estados.

MAIA: PSDB TEM ALTO E BAIXO CLERO.

I

ndignado com a falta de entrosamento entre PSDB e PFL na campanha presidencial, o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, fez ontem mais críticas à conduta política dos tucanos. Um dia depois de dizer que "os tucanos estão com salto alto" e que "os diretórios regionais tucanos têm sido os principais obstáculos para que Geraldo Alckmin garanta palanques regionais

importantes", Maia afirmou que o PSDB, na verdade, é composto por dois partidos: um formado pelos "cardeais" de expressão nacional e outro "pelo clero e baixo clero dos Estados". Tudo sem que ninguém articule esses dois lados. "O problema é que agora não dá mais para costurar esse entendimento e não sabemos o quanto isso pode custar na nossa tarefa da passar para o 2º turno", afirmou Maia. Ele poupou o candidato Geraldo Alckmin ao avaliar que "certamente as falhas não são do candidato, que é muito disciplinado politicamente para que se

atribuam erros a ele", disse. "O problema é que os líderes políticos locais não têm interlocução na coordenação nacional da campanha ", afirmou Maia, citando seu caso como exemplo. Ele disse que não tem com quem conversar na campanha. Quando quer dar alguma sugestão se vê obrigado a recorrer ao seu filho, deputado Rodrigo Maia, que lidera a bancada pefelista na Câmara. O PFL, lembrou ele, sempre elege uma bancada federal maior que a do PSDB, pois tem muito mais capilaridade. "Mas o PSDB acha que sabe tudo. E não sabe", diz o prefeito. (AE)

PSB EXIGE MAIS DO PT presidente do PSB, deputado Eduardo Campos (PE), e o vice-presidente do partido, ex-ministro Roberto Amaral, pretendem dizer hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a tendência no partido é aceitar a aliança com o PT, desde que haja algum tipo de compensação. Uma delas seria, por exemplo, a vaga de vice na chapa de Lula para o deputado Eduardo Campos. Outras compensações seriam a busca de solução para candidaturas apoiadas pelo PSB, como a de Agnelo Queiroz (PC do B), no Distrito Federal, e Leomar Quintanilha (PC do B), em Tocantins. "Temos de decidir essa questão da aliança até hoje, porque a convenção do PT é no sábado e a nossa é na quarta-feira", disse Roberto Amaral. Uma outra ala do PSB,

O

minoritária, tentava ontem convencer a cúpula a pedir prazo até quarta-feira para dar uma resposta a Lula. "Nossa prioridade é fazer uma bancada grande, para vencermos a cláusula de barreira (no mínimo 5% dos votos para o partido para que tenha direito ao programa eleitoral gratuito no rádio e na televisão e direito ao fundo partidário)", disse Roberto Amaral. Para enfrentar a força do PT, os dirigentes do PSB e do PC do B, partido que também poderá se coligar com o presidente Lula, resolveram agir juntos. Da maioria das reuniões participaram os presidentes dos dois partidos, Eduardo Campos e Renato Rabelo. Lula orientou seus ministros e a direção do PT a ter paciência com o PSB e o PC do B. Por ele, o PT espera até o fim do

mês – quando termina o prazo para as convenções partidárias – pelo apoio de socialistas e comunistas. "São nossos parceiros naturais. Queremos o apoio dos dois, mesmo que político e informal", disse o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). "O PT entende a necessidade que cada partido tem de fazer alianças diferentes nos Estados". Tempo precioso – O PT terá apenas 6 minutos à tarde e 6 à noite de programa eleitoral no rádio e na TV. Com o PC do B e o PSB, poderia chegar a 9 minutos, tempo igual ao da aliança PSDB/PFL do candidato Geraldo Alckmin. Mas o PT parece não se importar. "Se os dois partidos não vierem, ficaremos com os 6 minutos. Não é nenhuma tragédia. Já cansei de fazer campanha assim", disse Berzoini. (AE)

A ÚLTIMA TENTATIVA DE QUÉRCIA

D

esafeto histórico dos líderes do PSDB, o exgovernador Orestes Quércia (PMDB) discute hoje com o tucano José Serra o rumo de sua candidatura ao governo paulista. Cortejado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em busca de apoio do PMDB, Quércia diz que pretende ser o vice de Serra, mas admite que encontra resistência. Com a possível objeção ao seu nome, ele diz que vai se lançar candidato ao governo de São Paulo. " A bola agora está com Serra. É ele quem decide se eu serei o vice, mas acho isso difícil por causa da resistência dentro do PSDB ao meu nome. Se não for o vice, devo ser candidato a governador, e aí serei obrigado a ganhar dele (Serra)", diz Quércia, em tom irônico, embora tenha bem menos popularidade que o tucano nas pesquisas. Em maio, num cenário que incluía os nomes dos dois, Serra teria 52%, contra 9% de Quércia no Datafolha.

Diante do impasse, cresce no PSDB a chance para a formação de uma chapa puro-sangue. Entre os nomes mais cotados para ser o vice de Serra estariam os de Alberto Goldman e Arnaldo Madeira. Nos últimos dias, disse Quércia, Serra o procurou para discutir seu nome para o Senado. Ele desconversa quando indagado se haveria chances de o PMDB lançar um outro nome para compor a chapa com Serra, como o do deputado Michel Temer. " Não vamos falar em hipóteses, não é?", descartando um plano B. A três dias da convenção estadual do PSDB, Serra ainda negocia outras duas alternativas. Conversa com o PFL paulista em torno do nome do presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, como vice. Nesse caso, o PSDB repetiria em São Paulo a aliança com o candidato Geraldo Alckmin à Pre-

sidência. Caso a dobradinha PSDB-PFL azede nas próximas horas, Serra deve insistir na tese de uma chapa purosangue. (Ag. O Globo)

convenção nacional do PFL chancelou ontem a aliança com o PSDB para eleger o tucano Geraldo Alckmin à Presidência da República, numa cerimônia em nada parecida com as festas partidárias que definem candidaturas nacionais para a eleições. O nome do senador José Jorge (PFL-PE) também foi oficializado como vice na chapa. Cerca de 200 pessoas, incluindo a imprensa, ocuparam apenas uma terço do auditório do Senado. Havia efeitos especiais, papel picado luminoso em verde e amarelo jogados no ar e uma extensa lista de oradores, mas faltaram bandeiras, gritos de guerra e animação. "Faltou povo", resumiu um senador do PFL, pedindo para não ser identificado. Alckmin fez o último discurso do evento, conclamando todos a subir a rampa do Palácio do Planalto. Ele foi chamado ao palanque tendo como música de fundo a conhecida "Tema da Vitória", canção que celebrava as vitórias de Ayrton Senna na Fórmula 1. No discurso, classificou a gestão de seu adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de "mentira política" e criticou-o por usar a máquina pública para fazer campanha. "Agora se inaugura pedra fundamental até no final de governo", ironizou. Os convencionais, a maioria de Brasília, ligados ao deputado José Roberto Arruda, aplaudiam os oradores, mas só vibravam quando o nome do pefelista, candidato ao gover-

no do Distrito Federal, era mencionado. O orador que desejava animação da platéia dizia a senha "Arruda" no microfone, e ouvia um entoado grito no auditório. O deputado, que não estava na lista de discursos do cerimonial, acabou credenciando-se a falar. "Sinceramente, eu não o convidaria a ser meu companheiro de boteco. Pois o Brasil é um

Temos que mostrar o verdadeiro Lula, não o que paga publicidade para a imprensa e para a televisão, mas o Lula ladrão. Senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) grande avião e eu não gostaria de encontrar como piloto um antigo companheiro de boteco", disse ele a Alckmin, referindo-se ao suposto hábito do presidente Lula de ingerir bebida alcoólica. José Jorge, que dias atrás fez declarações polêmicas sobre o mesmo assunto, disparou novamente chamando o petista de "traidor" do Nordeste, "um

conterrâneo mal aculturado" no Sul. "Não sou desnaturado como Lula, que nem ao menos respeita sua extraordinária saga de emigrante, recheada de tragédias", afirmou José Jorge em discurso. E nd ur ec im en to – Antigo aliado de Lula, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFLBA) fez o discurso mais duro. Ele voltou a chamar o presidente de "ladrão". "Hoje o Palácio do Planalto tem que ser higienizado... Temos que mostrar o verdadeiro Lula. Não o Lula que paga publicidade para a imprensa e para televisão, mas o Lula ladrão", afirmou ACM. O senador mandou um recado aos pefelistas e tucanos em pé-de-guerra nas disputas nos Estados (situação que se verifica na Bahia, em que as duas legendas, unidas no plano nacional, têm nomes diferentes concorrendo ao governo): "Não pode haver divergências entre nossos grupos. A vitória é mais importante do que interesses pessoais e só se consegue com unidade", pregou. Até agora, PFL e PSDB só conseguiram se unir em nove Estados. No restante, desentendimentos e disputas marcam a coligação, a menos de dez dias do prazo legal para definição das coligações. O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), criticou o "choque de gestão", usado na campanha de Alckmin. "O brasileiro comum não vai entender isso. O choque de gestão chega às classes A, B, parte da C, mas não à maior parte do eleitorado", avaliou. (Reuters)


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Congresso Planalto PA R A L I S A Ç Ã O CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

GREVE DA PF PODE PARAR INVESTIGAÇÕES SOBRE CORRUPÇÃO

260 MIL SERVIDORES SERIAM BENEFICIADOS COM A NOVA MP

O que a lei proíbe é o aumento de vencimentos para o governo parecer bonzinho em ano de eleição. Ministro Gerardo Grossi

Eymar Mascaro

De olho no voto

DECISÃO DO TSE FAZ LULA G ADIAR REAJUSTE SALARIAL Oslaim Britto/Folha Imagem

CONQUISTA

CHAPA

A meta de Alckmin é encostar no presidente Lula até o início da campanha gratuita na televisão, em agosto. O tucano confia na força da mensagem transmitida ao eleitor nos programas de rádio e TV do PSDB e PFL. Alckmin acredita no seu crescimento e ao mesmo tempo na queda de Lula.

O PT quer esperar até a data de convenção do PSB para escolher o vice de Lula. Os petistas convidaram Ciro Gomes para ser o companheiro de chapa do presidente, mas o ex-ministro da Integração Nacional será candidato a deputado federal para ajudar o partido no Ceará.

CAMPANHA Aviso de paralisação em frente à sede da Polícia Federal em São Paulo. Reivindicação de aumento de salário.

PF AMEAÇA: GREVE GERAL. Decisão será tomada hoje. Categorias se dividem com proposta salarial do governo.

D

ivididas, as categorias que integram a Polícia Federal decidem hoje, em assembléia, se prolongam a greve de advertência deflagrada ontem para forçar o governo a conceder reajuste salarial de 60%, parcelado em duas vezes. Os delegados, que pela primeira vez aderiram a uma paralisação, já avisaram que voltam ao trabalho. "A paralisação era de 24 horas e uma nova greve depende de nova deliberação, precedida de discussão na categoria", explicou Sandro Torres Avelar, presidente da Associação Nacional dos Delegados da PF (ADPF). O comando das demais categorias – agentes, escrivãos e papiloscopistas –,

por sua vez, vai propor a radicalização do movimento nas assembléias. Isso significa, segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Federais, Luís Cláudio Avelar, continuar com a operação padrão nos portos, aeroportos e postos de fronteira e a interrupção de serviços, como emissão de passaportes. Operações especiais – Em plena semana nacional de combate às drogas, a grevegeral, como querem os policiais federais, significará também a paralisação das operações especiais e de combate ao narcotráfico. O dirigente previu também a interrupção de investigações sobre corrupção. Significa a paralisação dos inquéritos do mensalão, o do caixa 2 de

INDENIZAÇÃO Justiça condena Lula a pagar R$ 40 mil por danos morais causados a exprefeitos de Campinas.

O

LDO A Comissão Mista de Orçamento concluiu ontem a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Ó RBITA

SANGUESSUGAS s integrantes da CPMI dos Sanguessugas decidiram antecipar para hoje instalação da comissão, inicialmente marcada para terça-feira. Na reunião, os integrantes deverão eleger o presidente e o relator da comissão. Ela vai apurar o esquema de desvio de recursos do Orçamento para a compra fraudulenta de ambulâncias. O nome mais cotado para assumir a presidência é o do deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), mas alguns integrantes ainda pretendem lançar o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). O mais cotado para assumir a relatoria da CPI é o senador Wellington Salvado (PMDB-MG). Ontem o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) leu em plenário os nomes dos participantes da comissão.

Furnas e o do chamado valerioduto mineiro, esquema montado para financiar a campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), além do caso dos sanguessugas. A possibilidade de ampliação da greve é remota porque a contraproposta do governo dividiu as categorias. Os índices propostos vão de 5,47%, para agentes de terceira classe, a 35,34%, para delegados de classe especial. Protesto – Policiais civis e militares fizeram carreata pela Esplanada dos Ministérios com mil carros para reivindicar reajuste salarial. Eles, que também estão em greve, fizeram um buzinaço e soltaram rojões a 50 metros do gabinete do presidente Lula. (AE)

MALUF

O

Superior Tribunal de Justiça rejeitou recurso no qual o ex-prefeito Paulo Salim Maluf tentava rever a condenação que foi imposta a ele, ao município de São Paulo e à TV Globo pela contratação da emissora sem licitação para realizar a Maratona de São Paulo, em 1995. O valor, na época da sentença, superava R$ 1,2 milhão, corrigível desde a data da assinatura do contrato, em 8 de agosto daquele ano. O recurso mais recente julgado no STJ foi apresentado pela defesa de Maluf e não obteve sucesso. Com isso, continua valendo o julgamento de 2003, que confirmou a condenação do município, de Maluf e da Globo a restituir a quantia aos cofres públicos.

IDELI Luiz Prado/LUZ/11-05

A

s dúvidas geradas pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tomada na terça-feira à noite, acerca da proibição da concessão de aumentos a servidores públicos em período pré-eleitoral, fizeram o governo suspender a publicação de uma medida provisória (MP) que previa aumento salarial para 260 mil servidores de diversas categorias. Segundo o Ministério do Planejamento, a MP só será editada depois que a Advocacia Geral da União (AGU) concluir análise da decisão do tribunal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no entanto, reafirmou ontem que o governo vai continuar concedendo aumentos a algumas categorias. "Vivemos uma situação em que muitas categorias estão em época de reajuste. Acho que não houve mudanças (nas re gr as ) e vamos continuar cumprindo o ritual normal de atendimento às categorias. O Orçamento só foi aprovado em abril. Então, é esse o momento de dar reajuste", disse. "Não há razão para preocupação e nervosismo. A própria decisão dá essa garantia", acrescentou Lula. Lei – No entendimento do governo, a legislação eleitoral proíbe a concessão de reajuste geral –para todos os servidores públicos–, mas deixa espaço Não há para que os razão para governantes nervosismo. das esferas A própria federal, estadual e munidecisão cipal façam dá essa reco mposigarantia. ções salariais Presidente Lula de categorias isoladas. Se confirmada a ilegalidade, a anunciada candidatura de Lula fica sujeita a anulação. O TSE decidiu ontem que é proibido aumento salarial do funcionalismo 180 dias antes das eleições, até a posse dos eleitos. A decisão foi tomada a partir de uma consulta feita pelo deputado Átila Lins (PMDBAM). O primeiro turno da eleição é no dia 1º de outubro. Pela decisão o reajuste estaria proibido a partir de 1º de abril. Parecer – O ministro Gerardo Grossi, que foi relator da consulta por Lins, demonstrou entendimento semelhante ao do governo. Para ele, o que a legislação eleitoral proíbe é a revisão geral –para todos os servidores públicos – em valores acima da inflação. "Entendo que não serão alcançadas pela decisão as reestruturações de carreira. O que a lei proíbe é o aumento de vencimentos para o governo parecer bonzinho em ano de eleição", disse o ministro. Por sua vez, o presidente do TSE, ministro Marco Aurélio de Mello, discorda. Segundo ele, os governos estão autorizados a conceder apenas as reposições relativas à perdas dos servidores com a inflação. "Nenhuma coisa (aumento) fora dos parâmetros da lei pode ser agasalhada. Só serão permitidas reposições referentes às perdas com a inflação acumulada no ano eleitoral, para reposição do poder aquisitivo", disse a jornalistas. A MP que tramita no Ministério do Planejamento prevê reajustes para diversas categorias, como Inmetro e Polícia Federal, que ameaçam entrar em greve caso não tenha suas reivindicações atendidas. (Agências)

eraldo Alckmin espera descontar a vantagem que Lula leva sobre ele nas pesquisas no Nordeste, 2º maior colégio eleitoral do País, alcançando grande votação no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. O candidato tucano promete intensificar a campanha nos três Estados, mas sem descuidar de outras regiões. A tática de Alckmin é dividir funções: enquanto faz campanha no Sul, seu vice, José Jorge, ataca nos Estados nordestinos. O tucano espera também recuperar o terreno que o PSDB perdeu nos últimos quatro anos para o PT. Nesses redutos, FHC costumava ganhar a eleição. É natural, portanto, que Alckmin corra atrás dos votos perdidos. Alckmin está de olho também no Sudeste, como São Paulo, Rio e Minas.

I

ntegrante da tropa de choque do governo na CPMI dos Correios, a líder do bloco de apoio ao governo e do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), virou vidraça e pode ser investigada pela Corregedoria da Casa. Investigação realizada pelo Ministério Público Federal em Santa Catarina descobriu que suas contas bancárias movimentaram R$ 1,1 milhão em 2004 e 2005, período que coincide com o funcionamento do "valerioduto". Os valores são quase cinco vezes maiores do que os rendimentos anuais da senadora. Ideli disse que a movimentação bancária foi nesse valor porque fez três empréstimos para pagar dívidas pessoais e outdoors que espalhou pelo Estado. O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), garantiu que irá analisar a denúncia.

Alckmin vai usar o rádio e a televisão para divulgar seu programa de governo calcado nas promessas de efetivar reformas e melhorar o serviço de atendimento nas áreas da saúde, educação, habitação e segurança.

CRÍTICAS

RESERVA

As críticas mais pesadas contra Lula ficarão por conta do PFL. Será através do PFL que Alckmin pretende destruir a imagem do adversário, procurando associar Lula aos escândalos do mensalão e com a invasão violenta do prédio da Câmara por cerca de 500 integrantes do MLST.

Falhando a indicação de um vice do PSB (Ciro Gomes ou Eduardo Campos), o PT pode repetir a chapa de 2002, escolhendo novamente José Alencar para vice de Lula.

TEMPO DE TV Alckmin vai levar vantagem de quase seis minutos por dia de campanha na tevê sobre Lula. O petista vai perder alguns minutos preciosos com a não coligação do PT com alguns partidos nanicos, entre os quais e o mais importante, PSB.

ESPERANÇA Como a convenção do PSB está marcada apenas para o dia 28, o PT ainda alimenta um fio de esperança de que pode sonhar com o apoio formal dos socialistas. Mas, está difícil. Os socialistas acham que podem apoiar Lula mas só informalmente. Apoio informal não transfere tempo de campanha na tevê.

DOIS TURNOS Na previsão do tucanato, a eleição presidencial será decidida em dois turnos. Os tucanos desprezam a previsão de que Lula vença ainda no 1º turno. Apesar da eleição estar sendo disputada por dois dos principais candidatos, os tucanos confiam que outros cinco candidatos nanicos (Psol, PDT, PSDC, PSL e PSC) ajudem a empurrar a eleição para o 2º turno.

LIBERDADE A cúpula do PSB admite ser mais lucrativo para o partido ficar livre das amarras da coligação com o PT, para ter liberdade de se associar nos Estados com legendas diferentes. Com isso, pretende o PSB vencer a exigência da cláusula de barreira.

GOVERNABILIDADE Alckmin e Lula flertam com o PMDB, embora saibam que o partido não se coligará nem com o PSDB nem com o PT. Os dois candidatos querem o apoio de diretórios estaduais do PMDB e falam em ter a colaboração de peemedebistas no governo (leia-se cargos para o PMDB).

APENAS UM Por enquanto, o PT só acertou a coligação com o PRB, partido minúsculo criado para abrigar evangélicos. O partido espera pelo apoio informal do PTB, PL e PP. É por falta de apoio formal que o PT vai levar desvantagem no tempo de campanha no rádio e televisão.

MOVIMENTO A cúpula do PMDB está decidindo se comparece à convenção do PT no sábado, em Brasília. É provável que alguns representantes do partido prestigiem o evento petista. O PMDB está dividido entre Lula e Alckmin. O partido também não sabe se faz um movimento popular em prol da candidatura petista.

MINISTÉRIO As bancadas do PMDB na Câmara e Senado amanheceram convencidas de que era iminente a nomeação do ex-deputado Paulo Lustosa (Funasa) para o Ministério da Saúde. Os governistas do PMDB admitem que o atual ministro, Agenor Alvarez não representa o partido no ministério porque foi indicado pelo ex-ministro Saraiva Felipe.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Indicadores Econômicos

quinta-feira, 22 de junho de 2006

2,72 21/6/2006

COMÉRCIO

por cento foi a alta do Ibovespa – principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo – no pregão de ontem.


quinta-feira, 22 de junho de 2006

Congresso Planalto Brasília CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Toda vez que eu der um voto, vou pensar se a dona Joana, de Espinosa (MG), entenderá. Cármen Lúcia Antunes Rocha

UMA NOVA ALIADA DE LULA NO STF

A JURISTA MINEIRA CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA TOMOU POSSE ONTEM COMO MINISTRA DO STF

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u m a c e r i m ô n i a histórico profissional, seja coprestigiada pelo mo procuradora, seja como presidente Luiz uma brilhante professora Inácio Lula da Sil- universitária, nos dá a certeza va, pré-candidato à reeleição, e de que o seu desempenho por políticos de vários parti- nesta Corte trará o brilho indos, tomou posse ontem como vulgar da sua inteligência e ministra do Supremo Tribunal uma extraordinária capaciFederal (STF) a jurista mineira dade de trabalho", afirmou na Cármen Lúcia Antunes Rocha. solenidade a presidente do Segunda mulher a ocupar uma Supremo, ministra Ellen Gracadeira no STF, Lúcia tem forte cie Northfleet. atuação na área social. Solenidade – Participaram Nomeada por Lula para o da sessão solene os presidenSupremo Tribunal, recente- tes dos tribunais superiores; mente, ela defendeu o pro- do Senado, Renan Calheiros; grama Fome Zero e disse que da Câmara dos Deputados, as decisões judiciais têm de Aldo Rebelo; e do Conselho ser compreendiFederal da Ordas por toda a dem dos Advopopulação. "Togados do Brasil da vez que eu (OAB), Roberto B u s a t o . Ta mder um voto, vou pensar se a O seu histórico bém compareceram o minisdona Joana, de profissional nos dá Espinosa (cidade tro da Justiça, a certeza de que M á r c i o T h onatal dela, em Minas Gerais), en- o seu desempenho maz Bastos, governadores, cot e n d e r á " , a f i r- nesta Corte trará mou, na semana o brilho invulgar mo o de Minas passada. Gerais Aécio da sua inteligência Apesar de eloNeves (PSDB), e uma extraordinária giar o Fome Zepré-ca ndid ato à reeleição, e ro, Lúcia disse capacidade de que é necessário trabalho. o u t r o s p a r l aque o projeto teMinistra Ellen Gracie mentares. nha uma contiAntes de integrar o tribunuidade, com a formação dos cidadãos. A ju- nal, a jurista foi procuradora rista mineira afirmou que es- do Estado. Na gestão do exsa não é uma obrigação exclu- governador Itamar Franco siva do governo, mas de toda (PMDB), Lúcia ocupou o cara sociedade. "A fome dói, é go de procuradora-geral. uma indignidade", declarou. Lúcia, que é professora tituEm silêncio – Ontem, Lúcia lar de Direito Constitucional não deu nenhuma declara- na Pontifícia Universidade Cação. A posse foi rápida e du- tólica (PUC) de Minas, passa a rou cerca de 20 minutos. Con- ocupar a vaga deixada pelo forme manda a tradição, não ministro aposentado Nelson foram feitos discursos. "O seu Jobim. (Agências)

Dida Sampaio/AE

MAIS UMA MULHER NA ALTA CORTE DO PAÍS Piada: Lula recebe personagens da Turma da Mônica no Palácio do Planalto. Dida Sampaio/AE

LULA CONDENADO A PAGAR R$ 40 MIL Justiça condena Lula a indenizar ex-prefeitos de Campinas por danos morais

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Presidente Lula cumprimenta a nova ministra: solenidade sem discursos.

o dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a 'Turma da Mônica' no Palácio do Planalto para promover a Semana Nacional Anti-drogas, uma má notícia: o Tribunal de Justiça de São Paulo o condenou a pagar uma indenização de R$ 40 mil por danos morais causados a ex-prefeitos de Campinas. Campinas foi governada de 1993 a 1996 por José Roberto Magalhães Teixeira (PSDB), falecido em 1996. Seu vice, Edivaldo Orsi (PSDB), assumiu o cargo até o final do mandato. Já entre 1997 e 2000, Chico Amaral (PPB) assumiu a prefeitura da cidade.

Em entrevista ao Correio Popular, em janeiro de 2001, Lula teria dito que a cidade foi "assaltada pelas pessoas que a governaram desde 1993", e que "por culpa deles o município devia mais recursos do que arrecadava". Foi condenado a pagar R$ 40 mil, corrigidos desde a entrada do processo, além de juros e dos honorários advocatícios. "O valor fixado está correto e fica mantido, pois é condizente com a gravidade e repercussão do fato, assim como com a situação financeira do apelante", disse o relator do processo e desembargador Silvio Marques. (AE)


quinta-feira, 22 de junho de 2006

Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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SUPERMERCADOS VENDEM MAIS E LUCRAM MENOS

Os supermercados podem faturar até R$ 8 bilhões, em 2006, com a venda de produtos de marca própria.

EMPRESÁRIOS ALEGAM QUEDA DE 4% NO FATURAMENTO: VENDERAM MAIS PRODUTOS DE MENOR VALOR

SUPERMERCADOS SOFREM PERDAS

O

s números surpreenderam os próprios empresários. O volume de vendas subiu, mas o faturamento caiu 4% em maio deste ano, em relação ao mesmo mês de 2005. Em comparação com abril deste ano, a perda é mais acentuada: 8,51%. No acumulado de 2005, de janeiro a maio, a retração foi de 2,83%. "A Páscoa é a segunda data mais importante para o segmento. Havia uma expectativa de recuperação, mas vimos a continuidade do cenário negativo", afirma o presidente da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), João Carlos de Oliveira. Um dos principais fatores que provocaram o resultado negativo do setor, segundo ele, foi a queda nos preços dos produtos. Entre maio de 2005 e maio deste ano, os valores registrados nas etiquetas caíram 6,63%. "O que percebemos é que houve aumento de 3,05% no volume de vendas. Ou seja, as pessoas estão comprando, mas como os valores caíram, os supermercados registram perdas", explica Oliveira. "O setor convive com essa tendência há um ano e meio. O consumidor busca preços mais baixos, pois ainda está com dívidas." Oliveira criticou o aumento das tarifas públicas. Ele considera que grande parte da renda vai para o pagamento de combustíveis, conta de telefone e energia elétrica. Além disso, diz que houve

Patrícia Cruz/LUZ

cinco finais de semana em abril e quatro em maio. "Mesmo assim não esperávamos uma queda tão marcante. Isso prejudica a recuperação do acumulado do ano." Em junho, o presidente da Abras espera que o índice continue negativo, mas com tendência de alguma recuperação. O setor mantém a expectativa de crescimento do faturamento para o ano de 2006: de até 3% em relação a 2005. "No ano passado, tivemos um aumento de 0,66% em comparação a 2004, enquanto a elevação do PIB (Produto Interno Bruto) foi de aproximadamente 3%. O resultado do setor está abaixo do que poderia ser", analisa Oliveira. Ele explica que o segundo semestre deverá ser melhor. "Entre julho e setembro há chance de os números apresentarem melhora. Mas é um crescimento não sustentado." Para Oliveira, o setor já está preparado para enfrentar as perdas, já que as redes possuem lojas com bandeiras diferentes para atender a todos os variados tipos de clientes. Copa do Mundo – Os supermercadistas não esperam aumento nas vendas provocado pela participação do Brasil na Copa. Uma pesquisa realizada pela Abras mostra que 51% deles acham que o comportamento do consumidor não apresentará mudanças; 38% apostam em novidades. Mesmo assim, 77% priorizaram as compras de bebidas alcoólicas,

esperando uma procura maior do consumidor; 58% acham que haverá interesse acentuado por bebidas não alcoólicas; 70% compraram mais itens de mercearia e 62% não vão deixar faltar os confeitos, chocolates e biscoitos nas prateleiras. Marcas próprias – As grandes redes de supermercados "acordaram" para o segmento de marcas próprias. O negócio é responsável por 6% das vendas anuais, o que totaliza R$ 7 bilhões – montante que pode chegar a R$ 8 bilhões, em razão do maior interesse pelo setor. As marcas próprias representavam 4% das vendas do varejo há cinco anos. "Houve um aumento de 50% no segmento", afirma Oliveira. Segundo ele, nos Estados Unidos o índice é de 15% e na Inglaterra, 40%. "A venda dos produtos de marca própria está crescendo porque eles asseguram uma boa qualidade, associada a preços inferiores." Um levantamento realizado pela LatinPanel, encomendado pela Abras, indica que 58% dos consumidores já tinham comprado algum produto de marca própria de supermercado no mês de junho de 2005. Em março de 2006, esse índice cresceu para 63,7%. "Os clientes que preferem produtos de marcas próprias gastam 13% a mais do que aqueles que compram itens tradicionais", afirma a gerente de atendimento ao varejo da LatinPanel, Fátima Merlin. Neide Martingo

Empresários apontam queda no faturamento, IBGE indica alta. Alheios a isso, os consumidores procuram qualidade e preço

Abras contesta dados do IBGE

O

presidente da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), João Carlos de Oliveira, criticou o Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), ontem, durante coletiva de imprensa. Segundo ele, antes de divulgar um aumento de quase 6% no consumo de alimentos neste ano, o IBGE deveria consultar as lojas.

"Não sei quais os supermercados que o IBGE leva em conta para computar os dados. Os do Brasil é que não são", afirmou. Para ele, o IBGE avalia o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do setor para chegar ao resultado, o que é errado. "A pesquisa não está dentro da realidade. Fica mais simpático dizer que houve

crescimento de consumo, mas não foi o que aconteceu." Convidado a conceder entrevista ao programa Voz do Brasil, Oliveira não concordou, pois os "dados da Abras e do governo são diferentes". Procurada para repercutir o caso, a assessoria de imprensa do IBGE, no Rio de Janeiro, afirmou que não vai se pronunciar sobre as declarações de Oliveira. (NM)


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Empresas Finanças Empreendedores Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Livros didáticos da Wizard, criados com base na experiência do proprietário como professor

REDE TEM CERCA DE 500 MIL ALUNOS NO MUNDO

Mórmon cria uma das maiores redes de escolas de idiomas

Marcos Peron/Virtual Photo

Empresário usou experiência como professor para criar o método da Wizard

ncantado pela história Wizard of Oz, o Mágico de Oz, o proprietário da escola de idiomas, Carlos Wizard Martins, criou o nome. "A história mostra que, para que tudo aconteça, cada um tem de buscar no seu interior o próprio talento, desvendando o próprio potencial. O mágico justificou começar o negócio em um país em sérias dificuldades econômicas e que precisava de uma alma, de um valor", diz o empresário. (MT)

EMPREENDEDORES Wizard Martins: nome da escola incorporado em seu registro de batismo prova fé no empreendimento

gal. Também temos planos para a América do Sul, especificamente Argentina e Chile, países com potencial muito forte. Também temos uma expectativa forte em relação ao México, que pode ser uma grande porta de entrada para alguns estados dos EUA", afirma o empresário. Franquias Para chamar a atenção de novos empreendedores, a Wizard tem dois tipos de investimentos. Um é voltado para o grande empreendedor, que quer montar uma estrutura para atender mais de 2 mil alunos, com um número grande de salas de aula. Outro modelo é voltado para professo-

res, que querem montar sua própria escola. A intenção é que esses profissionais comecem de forma modesta e, com o tempo, desenvolvam suas unidades para algo maior ou que montem novas filiais, explica o empreendedor. Para chamar a atenção do mercado, dos alunos e dos possíveis franqueados, a aposta da Wizard é no marketing. A rede patrocinou em 2004 a exibição dos Jogos de Verão na Rede Globo, a turnê da banda pop Capital Inicial e o Concurso Nacional de Modelos com a top model Ana Hickmann. Neste ano, além de patrocinar a exibição dos Jogos de Verão, mantém a campanha

publicitária Alemanha 2006, com o técnico Carlos Alberto Parreira como protagonista. Novos rumos No ano passado, com inv e s t i m e n t o s d e R $ 2 0 m ilhões, a rede lançou a WizardTV, com dois canais no satélite brasileiro B1, da Embratel. A emissora oferece programação 24 horas por dia, sete dias por semana. Trata-se basicamente de um canal fechado que transmite sinal criptografado de treinamento diário para funcionários e professores, além de programas voltados para o ensino de línguas em português e inglês. Mário Tonocchi

No alto, a fachada da matriz da Wizard, em Campinas (SP). Ao lado, alunos treinando cerca de 100 frases por aula. Acima, o exemplo de um dos maiores investimentos da rede, os cartazes publicitários.

SEGREDO

O

dono está à frente de cada uma das franquias e elas são conduzidas de forma independente. Esse é o segredo de sucesso da rede Wizard, segundo seu fundador, Carlos Wizard Martins. "Sempre queremos falar com o dono. Não fosse esse sistema, jamais teríamos tantas escolas." (MT)

PEDRA

A

principal barreira do empresário Carlos Wizard Martins foi enfrentar a concorrência com grandes escolas já instaladas no País e sobreviver ao Plano Cruzado e inflação de 70% a 90% ao mês. "Começar um negócio nesse clima foi um desafio ainda maior." (MT)

CABECEIRA

Entram em campo os atletas do marketing

A

torcida vibra nos estádios, pede o gol e delira com a vitória. Por trás de tanta paixão há cifras bilionárias, aponta Futebol S/A - A Economia em Campo, de Anderson Gurgel (Editora Saraiva). Estudos da Fundação Getúlio Vargas mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) do esporte, em 2003, já atingia a casa dos US$ 34 bilhões. Somente no que envolve a cadeia produtiva do setor. E o futebol? Estima-se que, no mundo, essa cifra

chegue a US$ 260 bilhões. Gurgel mostra que só neste ano serão investidos R$ 3,5 bilhões em ações de marketing e produtos para a Copa do Mundo 2006. Dora Carvalho

ção

LETREIRO

que, segundo ele, ainda não existia no País. "As experiências que eu tive, tanto como aluno quanto como instrutor, foram as bases para eu desenvolver a metodologia de ensino da Wizard. Montei o programa depois de acompanhar muitos jovens que, em um período curto, acabavam aprendendo o idioma. Nessa época, surgiu a idéia de ensinar o inglês voltado para a conversação e para quem tem urgência no aprendizado", diz o empresário, que garante a prática de 100 frases diferentes por aula a todos os alunos. Essa velocidade, afirma, é a chave do sucesso da rede Wizard. Atualmente, a rede tem 800 franqueados, 15 mil funcionários e 500 mil alunos no Brasil, Portugal, Estados Unidos e Japão. No País, o faturamento é de R$ 600 milhões anuais. Expansão Em um futuro próximo, a rede de escolas pretende expandir a área de atuação, principalmente para médias cidades, com cerca de 50 mil habitantes, do interior do Brasil. Além disso, Wizard Martins pretende aumentar o número de unidades no exterior. "Nós já temos operações no Japão, Estados Unidos e Portu-

Divulga

E

F

undador de uma das maiores redes de franquias de escolas de idiomas no mundo, com 1,2 mil unidades, o empresário Carlos Wizard Martins literalmente incorporou o negócio para chegar ao sucesso. Dois anos depois de abrir a primeira escola de inglês Wizard, em Campinas, no interior de São Paulo, em 1987, ele incluiu a marca em seu nome de batismo, Carlos Martins. "Foi a maior prova de que eu acreditava no negócio e que iria dar certo, mesmo sem ter nenhuma evidência de sucesso, nenhuma garantia de êxito", diz. Na época, a inflação chegava a 90% ao mês, lembra. A idéia de fundar a escola surgiu quando o empresário morava nos Estados Unidos. Ao estudar ciência da computação na Universidade de Brigham Young, em Utah, Wizard Martins foi convidado para ser instrutor de português no centro de idiomas para missionários mórmons d a p ró p r i a u n i v e r s i d a d e . No centro, onde também tornou-se missionário, percebeu que poderia trazer para o Brasil o sistema de franquias para escolas de idiomas


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

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Varig cancelou, ontem, 138 vôos, complicando a vida dos passageiros.

Alexandre Brum/Ag. O Dia

TGV ADMITE NÃO TER DINHEIRO PARA COMPRAR VARIG Empresa ganha fôlego com vitória na Justiça dos EUA e proposta da VarigLog

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iante de uma platéia de cerca de 200 empregados da Varig, o coordenador dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Márcio Marsillac, admitiu ontem a possibilidade de não ter como depositar, até sexta-feira, o sinal de US$ 75 milhões para validar a oferta de US$ 449 milhões feita pela companhia aérea. Durante manifestação em frente à sede da Varig, Marsillac criticou a atuação do governo no caso e garantiu que os trabalhadores vão lutar para mantê-la. Mas o tom do TGV já mudou e ele frisou que, caso "o pior aconteça", vai apresentar a conta ao Palácio do Planalto. O presidente da Associação de Pilotos da Varig (Apvar), Rodrigo Marocco, afirmou que a demora da Justiça em homologar a proposta da Nova Varig Participações (NV), empresa criada pelo TGV para investir na Varig, afugentou investidores. A isso ele acrescentou a precariedade das condições operacionais da Varig, que tinha, na época da oferta, 46 aviões voando e agora teria só 19. Segundo ele, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também tem dificultado a obtenção de recursos. Ontem, a Varig obteve nova vitória na Corte de Falências de Nova York, num momento crucial para a empresa. O juiz Robert Drain prorrogou a liminar que protege a empresa do arresto de aeronaves cujas dívidas de leasing e manutenção são anteriores a junho de 2005. Para permitir que a TGV faça o depósito de US$ 75 milhões até sexta-feira, Drain prorrogou a liminar até 21 de julho. Caso o TGV não consiga fazer o depósito, então

uma nova audiência ocorrerá na próxima quarta-feira. VarigLog – A VarigLog, exsubsidiária de logística e transporte de cargas da Varig, que tem como acionista o fundo americano de investimentos Matlin Patterson, apresentou à 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, ontem, uma proposta de investimento de US$ 500 milhões pela operação integral da ex-controladora. A oferta só será efetivada VarigLog faz nova oferta de US$ 500 milhões Empresa tem vitória na Justiça dos Estados Unidos Procon diz que consumidor deve notificar a Anac Varig escolhe rotas mais rentáveis para operar Estrangeiras terão 75% dos vôos para a Europa.

caso o Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) não deposite o sinal de US$ 75 milhões. Enquanto isso, os passageiros podem ficar desguarnecidos. Nenhuma empresa aérea do mundo tem mais a obrigação de acomodar passageiros que tenham comprado passagens da Varig e estão sem conseguir retornar ao País ou continuar viagem aos seus destinos. A Varig está devendo à Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) desde abril e, diante disso, foi excluída do sistema de compensações de pagamentos da entidade com sede em Genebra, na Suiça. Procon – A Fundação Procon de São Paulo recomenda

aos passageiros que se sentirem prejudicados com cancelamentos e atrasos da Varig que entrem com uma ação contra a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). "O transporte aéreo é uma concessão pública e a Anac tem a responsabilidade de realocar os passageiros em vôos de outras empresas e dar toda a assistência terrestre necessária, seja diretamente, seja delegando a outros concessionários", afirmou a diretora-executiva do Procon, Marli Aparecida Sampaio. Quem se sentir prejudicado, avisa, "pode ingressar no Judiciário contra a Anac". Rotas – A Varig reestruturou sua malha priorizando rotas de maior rentabilidade. Assim, ficam temporariamente suspensos os vôos para Milão, Munique, Madri, Paris, Nova York, Miami, Los Angeles, Cidade do México, Montevidéu, Assunção e Bogotá. Estão mantidos os vôos para os seguintes destinos: Frankfurt e Londres, na Europa; Miami, na América do Norte; Buenos Aires, Lima, Santa Cruz de La Sierra, Santiago do Chile e Caracas, na América do Sul. A Anac e a Varig divulgaram os nomes das empresas e os destinos que elas vão cobrir, dentro do plano de emergência definido para transportar, até sexta-feira, os passageiros que têm bilhetes Varig. Os vôos entre o Brasil e Munique serão cobertos pela companhia alemã Lufthansa. A TAM fará os trajetos para Londres e Paris e a Alitália assumirá os vôos para Milão. As freqüências para destinos da América do Sul serão divididos entre TAM, Gol, Ocean Air e a colombiana Avianca. E os vôos para a América do Norte ficarão com a TAM e a Delta Airlines. (AE)

Acusação: o desmonte de aviões s advogados dos credores da Varig afirmaram que aviões que deixaram de voar estão sendo canibalizados. Durante a audiência na qual o juiz Robert Drain, da Corte de Falências de Nova York, prolongou a liminar que protege a Varig do arresto de aeronaves, os advogados exigiram a devolução dos aviões e mostraram fotos que exibem a retirada de peças das aeronaves que estão com a companhia. Nas quase duas horas de audiência, os advogados dos credores mostraram fotos de partes danificadas de seus aviões e disseram que, apesar das declarações da Varig de que parou de operar mais de uma dezena de aviões dos credores, a

O

aeronave da Wells Fargo continua voando. O primeiro passo do Plano de Contingência para retorno das aeronaves, disse o juiz, inclui que as aeronaves em terra tenham segurança física. A segunda etapa, completou Drain, é a preparação para o retorno dessas aeronaves. Fotografias – William Rochelle, representando a Mitsui, apresentou ao juiz fotos de partes do avião de seu cliente que foram danificadas, como um painel em que há buracos em vez de instrumentos. "Eu recomendo que a Corte ordene que nenhuma parte seja removida de qualquer aeronave que já se encontra em terra. Essas aeronaves não estão em posse dos nossos clientes. Dessa forma, recomendo

ainda que sejam colocados seguranças nos hangares para evitar que as partes sejam removidas", disse Rochelle ao juiz. Foi ele, representando a Willis Lease, que obteve na Corte da Flórida a ordem de retorno das turbinas. As reclamações de canibalização estão sendo feitas há meses ao juiz Drain pelos advogados dos credores da Varig. Eles argumentam que, mesmo com o depósito de US$ 75 milhões, seus prejuízos não serão aliviados. De fato, Drain reconheceu que os credores americanos não estarão protegidos em relação às dívidas acumuladas que a Varig tem até junho de 2005, mesmo se a empresa conseguir o pagamento de US$ 75 milhões pela TGV. (AE)

Crise preocupa torcedores ão é apenas a fraca atuação da seleção brasileira na Copa do Mundo que está tirando o sono dos torcedores que viajaram até a Alemanha para acompanhar os jogos do mundial. Para muitos que voaram de Varig até a Alemanha, a situação da companhia aérea é motivo de preocupação. "Não sei ainda como vou retornar ao Brasil", disse o paulista

N

Allan Costa, que comercializa vinhos. Segundo ele, já em sua partida do Brasil, no dia 11 de junho, não sabia se o vôo seria confirmado. Josimar Cerqueira, de São Paulo, prefere brincar com a situação da Varig. "Eu já estou sem ingresso para os jogos da Copa e agora também vou ficar sem passagem de volta ao Brasil."

Nas ruas de Dortmund, cidade onde o Brasil jogará hoje contra o Japão em sua última partida na primeira fase da Copa do Mundo, os brasileiros pediam informações aos jornalistas sobre o que estava ocorrendo com as passagens. " Só vou ter de avisar ao meu chefe que terei de ficar mais tempo na Europa", disse Roberto Leite, do Rio de Janeiro. (AE)

Caetano Barreira/Reuters

Acima, funcionários protestam no saguão do Aeroporto Santos Dumont, no Rio. Ao lado, passageiros aguardam vôo no Aeroporto Internacional de Cumbica.

Passagens devem aumentar paralisação gradual da Varig deve provocar, no curto prazo, um aumento médio nos preços das passagens aéreas domésticas, em um mercado já pressionado pela maior demanda nas férias de julho, dólar em recuperação e elevação de custos por causa do petróleo. No médio prazo, no entanto, especialistas aguardam redução de tarifas médias, motivada pela disputa acirrada de mercado entre as duas grandes competidoras, TAM e Gol. "Ambas têm planos ambiciosos. Elas estão dobrando a frota em dois anos e encomendaram um grande número de ae-

A

ronaves", informa o sócio da consultoria Bain & Company, especializada em aviação, André Castellini. Ele argumenta que, com a maior oferta de assentos, a tendência dos preços das passagens aéreas é de queda, apesar de o mercado ter apenas duas empresas. "No médio prazo, o risco maior é de predação do mercado do que de cartelização para impor preços", observa o coordenador do Núcleo de Estudos em Competição e Regulação do Transporte Aéreo (Nectar) do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Alessandro Oliveira, que faz análise semelhante à de Castellini.

Segundo Oliveira, não é o número de empresas que determina os preços no mercado de aviação, mas a oferta de assentos nos vôos. "Não vejo risco de o duopólio determinar preços", diz. Além disso, ele observa que tanto a Gol como a TAM são empresas enxutas. Castellini diz que o mercado consumidor brasileiro mostrou que é muito sensível à redução de preços. Em 2005 e neste ano, o mercado de passagens aéreas cresceu 18% ante o ano anterior. Essa elasticidade elevada de valores é outro fator que deve estimular as companhias aéreas a manter preços baixos. (AE)

Estrangeiros abocanham rotas s empresas aéreas internacionais dominarão 75% dos vôos para a Europa e 74% do movimento para os Estados Unidos a partir desta semana, com a suspensão de parte dos destinos operados pela Varig no exterior. Para

A

especialistas, a recuperação do espaço perdido pela "bandeira nacional" no transporte aéreo para os EUA e Europa poderá levar até dois anos. "Esses números significam uma decadência absoluta. Há dez anos

tínhamos uma posição pujante", comenta o especialista em aviação Paulo Roberto Bittencourt Sampaio. Na década passada, principalmente, a Varig chegou a dominar 51% do tráfego para o mercado americano. (AE)


Ano 81 - Nº 22.153

São Paulo, quinta-feira 22 de junho de 2006

Jornal do empreendedor

R$ 0,60

Edição concluída às 23h55

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Paulo Whitaker/Reuters

Suspense na Copa: Parreira esconde o jogo. O show é hoje? Quarteto mágico contra o Japão?

Obrigação de vencer assusta

Reservas querem respostas

Única certeza: Ronaldo no time

Copa/1 e Cidades/1 e 2

SUSPENSE AO QUADRADO Suspense no ar: a Varig terá US$ 75 milhões para decolar? Nova Varig pode acabar amanhã

Seis mil passageiros sem destino

Em 18 horas, 180 vôos cancelados

Estrangeiras pegam 75% das rotas

Economia/1

Daniel Pera/Agência O Globo

Uma janela para as férias

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 25º C. Mínima 13º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 12º C.

Gilmar Gomes

O inverno é convite para um retiro em pousadas de charme nas serras entre São Paulo, Minas e Rio, para os roteiros de neve do Chile e da Argentina e para o circuito do vinho no Sul do País. Boa Viagem


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Nacional Empresas Comércio Exterior Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Foram exportadas 19,2 milhões de toneladas de cadernos no primeiro quadrimestre do ano

ESCOLAR 2006 DEVE ATRAIR 60 MIL PESSOAS

Leonardo Rodrigues/Hype

VENDAS EXTERNAS DE CADERNOS CRESCEM 140% Setor conseguiu recuperar espaço no mercado norte-americano, antes dominado pela China

A

s exportações de empresas ligadas à Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) cresceram 140% nos quatro primeiros meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2005. Isso porque as empresas brasileiras recuperaram o mercado dos Estados Unidos, perdido anteriormente para a China que, agora, sofre ações antidumping promovidas pelo governo do presidente George W. Bush para bar-

ATAS

rar a entrada do produto no País. Os cadernos brasileiros são os carros-chefe das exportações do setor gráfico. Do total das vendas externas, 80% se destinam aos Estados Unidos. As empresas do setor exportaram no primeiro quadrimestre do ano 19,2 milhões de toneladas de cadernos, que geraram faturamento de US$ 23,8 milhões. Em relação ao mercado interno, onde a base de comparação não é afetada pela concorrência chinesa, segundo Mário César de

Camargo, presidente da Abigraf, as perspectivas também são positivas. A entidade espera crescer, em julho, mês chamado de minivolta às aulas, entre 5% e 6% em relação ao ano passado. "No mercado interno nossos produtos são competitivos, os chineses não interferem. Mas nos Estados Unidos eles fizeram uma verdadeira invasão. Era difícil de competir com os preços que praticavam", diz Camargo. Além dos Estados Unidos, as negociações brasileiras de cader-

nos e materiais de escritório e de uso escolar têm como principal destino a América Latina. Mas a tendência é que essas relações se ampliem, já que das 20 empresas empresas que confirmaram presença na Escolar Paperbrasil 2006, a mais importante feira do setor, 14 vêm da Ásia, principalmente da Índia e da China. Segundo Wanira Salles, gerente de negócios da Francal, a organizadora da feira, a Escolar costuma vender de dois a três meses de produção das empresas. A gerente destaca investimentos do evento que estimulam os negócios internacionais, entre eles a disponibilização para pequenas empresas de consultores de comércio exterior. "Cerca de 45% dos participantes da feira costumam usar os consultores, inclusive as estrangeiras", diz Wanira. A Escolar 2006 será realizada entre 28 e 31 de agosto no pavilhão de exposições do Anhembi, deverá ter 500 expositores e atrair cerca de 60 mil pessoas, segundo estimativas dos organizadores. Renato Carbonari Ibelli

Vendas geraram US$ 23,8 milhões

No mercado interno, setor espera crescer 5% em julho

CONVOCAÇÕES Nolf - Empreendimentos e Participações Ltda.- CNPJ nº 49.083.645/0001-24 - Reunião dos Sócios. Convocação - São convidados os sócios da Nolf Empreendimentos e Participações Ltda conforme disposto pelo Art. 07 do Contrato Social, a comparecerem à Reunião dos Sócios a ser realizada no dia 30 de junho de 2006, às 10h00, em primeira convocação, e às 10h30, em segunda convocação,na Av. Brig. Faria Lima, nº 1656 – 6º andar , na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, a fim de apreciarem e deliberarem sobre a aprovação do Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/2004 e 31/12/2005. São Paulo, 16 de junho de 2006. Maria Helena Ribeiro Nolf - Sócia Administradora. (20, 21, 22/06)

Will - Empreendimentos e Participações Ltda. - CNPJ nº 57.085.326/0001-86 - Reunião dos Sócios. Convocação - São convidados os sócios da Will Empreendimentos e Participações Ltda conforme disposto pelo Art. 07 do Contrato Social a comparecerem à Reunião dos Sócios a ser realizada no dia 30 de junho de 2006, às 10h00, em primeira convocação, e às 10h30, em segunda convocação, na Av. Brig. Faria Lima, nº 1656 – 6º andar, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, a fim de apreciarem e deliberarem sobre a aprovação do Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/2004 e 31/12/2005. São Paulo, 16 de junho de 2006. Maria Helena Ribeiro Nolf - Sócia Administradora. (20, 21, 22/06)

Sindicato das Indústrias Produtoras de Ferroligas do Estado de São Paulo Edital - Assembléia Geral - Convocação Ficam convocados os associados do Sindicato das Indústrias Produtoras de Ferroligas do Estado de São Paulo para a Assembléia Geral a realizar-se no dia 04 de agosto de 2006, no período de 9:00 às 15:00 horas na sede do Sindicato, à Rua São Bento 329 – 10º andar, no Município de São Paulo – SP para a Eleição da Diretoria, Conselho Fiscal e Delegados junto ao Conselho de Representantes da Federação das Indústrias de São Paulo, devendo o registro das chapas ser apresentado na sede do Sindicato, no período de 20(vinte) dias a contar da data de publicação deste aviso. São Paulo, 22 de junho de 2006. Eduardo Caram Patrus – Presidente

Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuários e Armarinho do Estado de São Paulo CNPJ 62.202.759/0001-04 Edital de Convocação O Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuários e Armarinho do Estado de São Paulo, convoca seus associados para a Assembléia Geral Ordinária a ser realizada no dia 29 de junho de 2006 às 15:00 horas em primeira convocação e às 17:00 horas em segunda e última convocação, com qualquer número de associados presentes, na sede social à Rua Paula Souza, 79 - 2º andar - conj. 21 - São Paulo - SP, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Leitura, discussão e votação do Balanço do Exercício de 2005, acompanhado do Parecer do Conselho Fiscal e b) Outros assuntos de interesse da categoria. São Paulo, 21 de junho de 2006. a) Mírcio da Cunha Rego Miranda - Presidente.

COMUNICADO BALANÇO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 14/0694/06/05 OBJETO: AQUISIÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRABALHO COMPLETAS E ESTABILIZADORES A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para Aquisição de 4.000 (quatro mil) Estações de Trabalho Completas e 4.000 (quatro mil) Estabilizadores, para uso administrativo nas Escolas Estaduais de Ensino. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 22/06/2006, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sextafeira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http:// www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 14:00 horas do dia 06/07/2006. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 21 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: O Chefão Auto Posto Ltda. - Requerido: Transhoping Transportes Ltda.-EPP - Rua Mário de Andrade, 16 – conj. 41 - 1ª Vara de Falências Requerente: Bi Solutions Ltda. Requerido: CPM Comunicações, Processamento e Mecanismo de Automação S.A. - Rua Jerônimo Teles Júnior, 35 - 2ª Vara de Falências

Requerente: Microser vice Tecnologia Digital da Amazônia Ltda. - Requerido: Ouver Entertainment Ltda. - Av. Doutor Cardoso de Melo, 1.457 a 1.459 - 2ª Vara de Falências Requerente: Ezdi Comércio de Derivados de Petróleo Ltda. Requerida: Serta Logística em Transportes Ltda. - Rua Amazonas da Silva, 316 - 2ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Cidades

1 Quadrado mágico? Aquilo tá mais para um triângulo e um redondo. Fábio Ogawa

Fotos de Andrea Felizolla/Luz

Fábio Ogawa e Yutaka Sano, aluno e professor: o primeiro torce para o Japão e o outro para o Brasil

JAPÃO, MEU JAPÃO BRASILEIRO Os japoneses de São Paulo adoram Zico, treinador da seleção do Japão. Na Liberdade, a maior parte da comunidade torce para o Brasil, mas não coloca fé no (quadrado mágico), definido por alguns como "um triângulo e um redondo". Eles acreditam na vitória da Seleção Brasileira, mas, para não negar as origens, esperam pelo menos um (gol) da seleção do Japão. Kety Shapazian

"O

A Liberdade está preparada para o jogo de hoje. No bairro dos japoneses, a torcida e a decoração estão mais para o lado brasileiro.

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407

Japão está vivo na Copa", diz de bate-pronto Fábio Ogawa, "mais de 30 anos", quando perguntado sobre a partida de hoje entre Brasil e Japão. A opinião desse japonês de Nobeoka, no entanto, não parece ser unanimidade. No bairro da Liberdade, reduto da colônia japonesa, o pessoal está torcendo mesmo é pelo Brasil. Ao lado de Ogawa, o professor de canto de karaokê Yutaka Sano, de 57 anos, acha que o jogo de hoje vai terminar em 1 x 0. Para o Japão? "Brasil, é lógico", responde, rindo. Ogawa, que tem aulas com Sano, assume que o coração vai ficar dividido na hora do jogo e que só o fato de o Japão estar na Copa já o deixa orgulhoso. Sano acrescenta que o brasileiro Zico, técnico da seleção japonesa, está fazendo um bom trabalho. "Só de levar o nosso país para o Mundial, nossa!", exclama. Ganhe ou perca, Zico deve ficar. "Futebol não é imediatismo", fala Sano. E será que o quarteto mágico

Alexandre Iida acredita que o Brasil vence hoje, mas que a partida não vai ser fácil

– shikaku no magic, em japonês – vai finalmente brilhar hoje? "Quadrado mágico? Aquilo tá mais para um triângulo e um redondo", alfineta Ogawa, antes de ir embora. Continua na página seguinte


quinta-feira, 22 de junho de 2006

Empresas Finanças Nacional Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ABIMAQ QUER INCENTIVAR COMÉRCIO COM CHINESES

A TAM assinou contrato com a Boeing para ter acesso a normas e a manuais de manutenção.

SEGUNDO O IBGE, ELEIÇÕES MUNICIPAIS DAQUELE ANO AJUDARAM A ESTIMULAR OS NEGÓCIOS NO SETOR

GOVERNO CONSTRUIU MAIS EM 2004 Leonardo Rodrigues/Hype – 18/1/06

CANNES O Brasil conquistou ontem mais 15 leões no Festival de Publicidade na França, nos segmentos de internet e de peças impressas.

Ó RBITA

ARGENTINA: PREÇOS PREOCUPAM

O

s empresários e analistas argentinos já começam a se preocupar com a posição do governo de manter a política de controle de preços sem adequá-los às altas dos custos por aumentos de salários e de alguns insumos. O presidente Néstor Kirchner já avisou sua ministra da Economia,

Felisa Miceli, que os acordos setoriais para manter os preços estáveis vão durar até o final do ano. Mas o temor generalizado é o de que a situação dure muito mais. "Antes das eleições de 2007 não haverá mudança na política de preços", disse o economista Javier Alvaredo, da MVA Macroeconomia. (AE)

CONSIGNADO

TV DIGITAL

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Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é contra o teto fixado pelo governo para os juros do crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS, por considerar os custos diferentes de cada banco no País. (AE) A TÉ LOGO

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prazo para que a TV digital seja implantada em todo o País deveria ser de 10 anos — período de transição durante o qual funcionarão ao mesmo tempo os sistemas digital e analógico. A proposta é das emissoras de TV. (AG)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das

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Investimento de R$ 140 milhões em biodiesel

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Prazo para comprar ações do BB termina amanhã

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Déficit na balança do setor de eletroeletrônicos

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setor público construiu mais em 2004, na comparação com 2003. De acordo com levantamento divulgado, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do valor total de construções realizadas em 2004 (R$ 94 bilhões), R$ 40,8 bilhões vieram de obras contratadas por entidades públicas. Houve um crescimento de 21,4% em relação a 2003. O chefe da coordenação da indústria do IBGE, Silvio Salles, disse acreditar que a expansão das obras contratadas pelo serviço público em 2004 pode ser explicada, em parte, pela retração que havia sido verificada no ano anterior. "A base de comparação era muito baixa. As obras realizadas pelo setor público tinham perdido espaço considerável em 2003. Esse foi o primeiro

As entidades públicas injetaram R$ 40,8 bilhões no segmento

ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e houve um aperto monetário considerável para controlar a inflação", afirmou Salles. De acordo com ele, em movimento inverso, o ano de 2004 teve eleições municipais, que contribuíram para a contratação de obras associadas princi-

palmente às prefeituras, como construção de praças, ruas e pavimentação. "O momento eleitoral sempre traz impactos positivos à economia", disse o coordenador. A pesquisa do instituto mostra que, em geral, nos contratos com os setores público e privado, as empresas de construção

conseguiram aumentar em 12,2% o valor total das obras e os serviços executados em 2004, na comparação com o exercício anterior. As obras de infra-estrutura foram as que mais contribuíram para o crescimento do setor, registrando 35,2% de participação no valor total. No ano anterior, a contribuição do grupo havia sido de 32,5%. As pequenas empresas ficaram, em 2003, com 42,6% do valor, enquanto as médias levaram 36,8% e as grandes, apenas 20,6%. No ano seguinte, as pequenas e médias perderam mercado para as grandes. A participação delas foi de 36,9% e 31,6% respectivamente. As grandes foram responsáveis por 31,5% do valor das construções, destinadas a produtos que exigem maior escala e que envolvem custos e prazos elevados, como hidrelétricas. (ABr)

Abimaq abre escritório na China Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) abriu um escritório na China, seu primeiro braço fora do País. O investimento, segundo o presidente da entidade, Newton de Mello, servirá para suprir lacunas comerciais entre os dois países nesse setor. Levantamento feito pela economista Patrícia Marrone a pedido da Abimaq mostrou que, em 2005, dos US$ 53 bi-

A

lhões que a China gastou com a importação de máquinas e equipamentos, só US$ 225 milhões entraram no Brasil. Por outro lado, apesar dos preços competitivos das máquinas produzidas na China, dos US$ 36 bilhões referentes às exportações do setor daquele país no ano passado, apenas US$ 274 milhões resultaram de negociações com o Brasil. Na perspectiva de Mello, a tendência desses números é de

queda. Mercados desenvolvidos, principalmente Itália, Alemanha, Japão, Suíça e Estados Unidos, têm aproveitado as brechas que poderiam ser ocupadas pelo Brasil. "O grande problema das exportações para a China não é o patamar da taxa de câmbio, mas a falta de informação sobre aquele mercado. Por isso, a instalação do escritório, para intermediar os negócios", disse o presidente da Abimaq.

No levantamento feito para a Abimaq foram apontados segmentos que têm melhores oportunidades de fechar negócio com a China. Equipamentos para fundição, máquinas para trabalhar couro, equipamentos de mineração e máquinas agrícolas são os produtos nacionais do setor que apresentam maior penetração naquele mercado, com balança comercial favorável. Renato Carbonari Ibelli


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Ambiente Compor tamento Jogo Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

TORCIDA PODERÁ VER O JOGO EM TELÃO, COM PIPOCA

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Futebol é uma paixão recente no Japão. Graças ao Zico. Akio Ogawa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa

CAIPIRINHA DE PINGA E DE SAQUÊ Brasileiros e japoneses assistirão juntos à partida, misturando nos enfeites as cores verde, amarela, branca e vermelha. No cardápio, pastéis ou bolinho de arroz, conforme a vontade ou nacionalidade do torcedor. Andrea Felizolla/Luz

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designer gráfico Alexandre Iida, de 30 anos, dono de um pequeno mercado de produtos alimentícios japoneses no bairro da Liberdade, como a maioria dos seus vizinhos, também acredita que vai dar Brasil hoje. E até aposta no resultado: 2 x 0. "Mas não vai ser fácil", disse. Para Iida, Ronaldo está estressado, no limite. "É muita pressão sobre ele. Imagina ter de responder a mesma pergunta não sei quantas vezes por dia? E o Lula? Precisava ter perguntado aquilo? Se queria saber se o jogador está gordo, perguntasse pessoalmente", diz, quase bravo. Dentro do restaurante Aska, na rua Galvão Bueno, a Jacinta torce para o Brasil e o marido para o Japão. Mas ela garante que não haverá briga: "Não chega a tanto". filha de japoneses Jacinta Ito, de 49 anos, nem pára para Marcio Fernandes/AE pensar antes de responder, com um baita sorriso, que vai torcer – também – para o Brasil. Como o restaurante já fecha normalmente às 14h, Jacinta conta que o pessoal vai assistir o jogo num aparelho de TV lá mesmo. "A gente vai juntar umas mesas..." Ela lamenta que o marido, que vai torcer para o Japão, não esteja lá para participar da entrevista. E na hora do jogo, não vai dar briga? "Acho que não chega a tanto", diz, rindo mais um pouco. Na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, a simpática atendente Leila Yukari Sakawa, de 30 anos, diz que são esperadas mais de 700 pessoas hoje para ver o jogo no auditório. Por R$ 5, o pessoal vai acompanhar a partida de olho numa tela de 5 m x 10 m onde será projetada a imagem. Pipoca e amendoim serão distribuídos. Leila acha que o Brasil poderia deixar o Japão ganhar para continuar na Copa, afinal, Tapetes com a Bandeira Nacional foram apreendidos em fábrica no bairro do Pari "vocês (brasileiros) já estão classificados, né?" Ela sabe que a missão não é fácil. "Para o Japão se classificar tem de ganhar do Brasil e torcer para que a Austrália perca da Croácia." Leila só esqueceu de um detalhe, o saldo de gols. O vice-presidente da Sociedade, Akio Ogawa, diz que futebol é uma paixão recente no jogo de hoje vai alterar a ro- Dias, Lapa, Pirituba e Santo Amaro. Japão. "Graças ao Zico", elogia, enquanto olha Perto de 600 linhas intermunicitina da cidade (veja quadro ao mais uma vez para o relógio. É que o sujeito que lado). A SPTrans (empresa pais que atendem os 39 municípios vai pendurar a tela está atrasado. "Ele falou que que gerência o transporte coletivo) da Região Metropolitana adiantarão estaria aqui ao meio-dia." Para torcer com estilo informou que as operadoras do sis- o horário de pico para as 13h. A Emforam feitos centenas de hachimakis estilizados, tema de transporte público munici- presa Metropolitana de Transportes nas quatro cores das duas seleções – verde, pal vão antecipar a saída de 15 mil Urbanos (EMTU) informou que amarelo, branco e vermelho. Hachimaki é aquela veículos a partir das 13h30 de hoje 100% da frota vai operar até as 16h. O faixa que o sushiman amarra na testa. por causa do jogo do Brasil. A medi- passageiro pode conferir os itineráA festa promete ser animada. Para agradar da visa atender os passageiros, que rios pelo 0800-019-0088, até 14h. gregos e troianos haverá caipirinha de saquê e Tapetes – Uma equipe do 41º DP serão dispensados mais cedo. de pinga. Os torcedores poderão escolher Os técnicos da SPTrans vão moni- (Vila Rica) apreendeu terça-feira 75 entre pastéis e guiozos de carne de porco. torar a área central e os terminais ur- tapetes que reproduziam a Bandeira Sanduíche de pernil ou oniguiris, os famosos banos para analisar se haverá neces- Brasileira. A apreensão foi feita no bolinhos de arroz. Café ou chá. sidade de manter o mesmo número Pari, região central da cidade. Para o Rindo (esse pessoal é muito simpático), de veículos nas ruas após o jogo. delegado Manoel Camassa, a reproOgawa diz que não tem jeito a não torcer para o As lojas de venda do bilhete único dução e o comércio desautorizados Brasil. "Ainda falta um pouco para a seleção do (Augusta, Palmeiras e Santo Amaro) da bandeira ferem a lei 5.700, de Japão ser um time de verdade." A produtora de e os postos de atendimento aos usuá- 1971. Segundo Camassa, o comércio eventos Maria Clara Yoshida concorda. "O rios vão encerrar o expediente às da réplica da bandeira é um "desresJapão 'tá' ruim. O primeiro jogo, nos últimos 14h. O jogo será exibido em dez dos peito com o País". Os tapetes – com oito minutos, foi um pesadelo", comenta a 23 terminais --A. E. Carvalho, Cape- 1m x 0,70m – foram encontrados em moça sobre a vitória da Austrália, de virada, em linha, Cidade Tiradentes, Grajaú, uma fábrica. Uma coreana de 41 anos cima do Japão. Mesmo assim, ela vai torcer pelo Guarapiranga, Jardim Ângela, João foi detida pelos policiais. (Agências) Japão: "É por causa do Zico". (KS)

JOGO ALTERA TRANSPORTE

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

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Ninguém quer sair e isso é óbvio. A decisão é minha." Carlos Alberto Parreira

Alaor Filho/AE

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encer o Japão é a principal obrigação da Seleção Brasileira hoje, às 16h (de Brasília), em Dortmund - mas não a única. A expectativa é pelo show, pelo futebol-arte, que credenciou o Brasil como favorito disparado ao hexa antes do início da Copa. Show que até agora não passou de breves lampejos nos jogos contra Croácia e Austrália. O empate já basta ao Brasil para garantir o primeiro lugar da chave e continuar em Dortmund nas oitavas-de-final - neste caso, na terçafeira, às 12h (de Brasília). Só uma derrota, combinada com boa vitória da Austrália sobre a Croácia, mudará essa situação. No centro das atenções está, claro, o quarteto mágico. E ontem, nas entrevistas depois do treino de reconhecimento do Westfalenstadion, palco do jogo, todos os olhares se voltaram para Ronaldinho Gaúcho, melhor jogador do mundo nos últimos dois anos e que, para os críticos, ainda não estreou de fato na Copa, embora já tenha estado em campo por 180 minutos. "Na Seleção, todos precisam aparecer e eu tenho consciência de que aqui tenho que abrir mão de algumas coisas, minha função é dar ritmo à equipe", desconversou o camisa 10, que reluta em assumir a condição de protagonista solitário e admite que não é escalado por Parreira do jeito que está acostumado a atuar - e brilhar - no Barcelona: de forma mais ofensiva, aberto pelo setor esquerdo. "Posso não jogar da forma que mais gosto, mas o importante é a equipe ganhar e eu jogar como o treinador me pede", diz, sem deixar de lado o característico sorriso. Parreira manteve o mistério e relutou em dizer se poupará algum dos titulares - por carência física ou cartões amarelos, casos de Ronaldo, Cafu e Emerson, além do "pri-

meiro-reserva", Robinho. O clima de dúvida deixou alguns atletas ansiosos - como o próprio Robinho. "Claro que não reclamo de entrar no segundo tempo, mas gostaria de começar um jogo. Estou aqui para o que der e vier", explica o atacante. "Como todo mundo, eu sempre quero jogar, mas ficar de fora pode ser previdente. O que for melhor para a Seleção está bom para mim", completa Emerson. Com tantas dúvidas, só uma certeza: Ronaldo estará em campo, do alto de seus 90,5 quilos - peso revelado ontem pelo preparador físico Moraci Sant'Anna, depois de dias de verdadeiro segredo de Estado. Diz Moraci que o atacante já emagreceu mais de 4 quilos na preparação para a Copa, desde o dia 25 de maio, na Suíça. Parreira o escalou antecipadamente, pois acha que o atacante, além de ritmo de jogo, precisa de gols para ganhar confiança. "Ronaldo está melhor e a resposta ele vai dar em campo, contra o Japão", assegura Moraci. Vale lembrar, porém, que junto com a preocupação com vencer, dar show, recuperar a forma e a confiança, há um adversário que ainda tem lá seus desejos na Copa. O técnico Zico, que deixa o cargo após o torneio, não quer se despedir com uma derrota para sua seleção de origem. E há ainda a (pequena) esperança para se classificar: vencer, e bem, e torcer por triunfo apertado da Croácia sobre a Austrália. "Enquanto tivermos esperança, vamos nos agarrar a ela", garante. O Japão, ele lembra, deu trabalho ao Brasil na última Copa das Confederações, quando empatou por 2 a 2 e teve um gol mal anulado. Zico promete um time ofensivo "A gente precisa de gols, então vamos atacar" - e tem a receita para estragar mais um espetáculo: "Não podemos dar espaço para os habilidosos jogadores do Brasil".

É HOJE?

almanaque

BRASIL Celso Unzelte

Atrás de mais um recorde

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pós superar o recorde de vitórias seguidas em Copas do Mundo no 1 a 0 contra a Croácia e chegar ao nono triunfo consecutivo nos 2 a 0 sobre a Austrália, a Seleção Brasileira pode igualar amanhã mais uma marca histórica. Se não sofrer nenhum gol, o Brasil chegará com sua meta invicta à quinta partida seguida em jogos pela principal competição do futebol mundial. O último gol que o Brasil levou em Copas foi marcado pelo inglês Michael Owen, nas quartas-de-final da Copa da Coréia e do Japão, em 2002, no jogo em que a Seleção ganhou de virada,por 2 a 1. De lá para cá, o Brasil passou sem sofrer gols por Turquia (1 a 0), Alema-

nha, na final (2 a 0), e, nessa Copa, superou Ucrânia (1 a 0) e Austrália (2 a 0). O único país até hoje que conseguiu ficar cinco jogos de Copa do Mundo sem sofrer gols foi a Itália, todos eles em 1990, ano em que jogou em casa. Na primeira fase, os italianos fizeram 1 a 0 na Áustria, 1 a 0 nos Estados Unidos e 1 a 0 na Tchecoslováquia. Nas oitavasde-final, ganharam de 2 a 0 do Uruguai. Nas quartas, derrotaram a Irlanda por 1 a 0. O goleiro italiano Walter Zenga tornou-se o recordista de invencibilidade em Copas. Só foi sofrer o primeiro (e único) gol depois de 517 minutos, no empate por 1 a 1 com a Argentina, nas semifinais. Na disputa por pênaltis, deu Argentina. Ronaldinho, Ronaldo e Kaká: contra o Japão, em Dortmund, o Brasil encara mais uma vez a missão de vencer, convencer e encantar


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 22 de junho de 2006

Sabemos das preocupações dos EUA sobre o teste de nosso míssil. Nossa posição é que devemos resolver o assunto através de conversações. Han Song-ryol, subchefe da missão da Coréia do Norte na ONU

Internacional

PRESIDENTE DOS EUA DIZ QUE OS 460 PRISIONEIROS DA BASE NAVAL TERIAM, ENFIM, JULGAMENTO ADEQUADO

BUSH JÁ FALA EM FIM DE GUANTÁNAMO

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presidente dos EUA, George W. Bush, garantiu ontem a seus aliados europeus, em Viena, que gostaria de fechar a prisão da base naval de Guantánamo, na Ilha de Cuba, e enviar os detentos a seus países de origem, mas não mencionou prazos para realizar isso. Em Guantánamo estão 460 homens acusados de envolvimento com a rede terrorista Al-Qaeda e capturados principalmente durante a guerra no Afeganistão, iniciada em 2001. A maioria dos prisioneiros é formada por sauditas, afegãos e iemenitas. Bush já havia dito semanas atrás que quer fechar essa prisão, mas sua declaração de ontem teve grande repercussão por ter ocorrido durante a cúpula EUA-União Européia e porque ele deu mais detalhes de como pretende levar isso adiante. Ao lado de Bush numa entrevista à imprensa, o chanceler da Áustria, Wolfgang Schuessel, afirmou que só haverá vitória contra o terrorismo "se nós não solaparmos nossos valores comuns de democracia, domínio da lei e direitos individuais". Wolfgang Schuessel elogiou o comunicado de Bush sobre Guantánamo e disse ter recebido dos americanos sinais claros e um compromisso de que "não haverá tortura nem posições extraordinárias ou extraterritoriais" na questão do terrorismo.

Mandel Ngan/AFP

Bush enfatizou que os presos remanescentes teriam de ser julgados nos EUA. "Eles são assassinos a sangue frio. Vão matar alguém se forem deixados na rua", disse ele. Também reafirmou que aguarda decisão da Suprema Corte sobre a legitimidade das cortes militares criadas após os atentados de 11 de Setembro para julgar suspeitos de terrorismo. Está previsto parecer judicial no fim do mês. As Forças Armadas norteamericanas suspenderam por tempo indeterminado a ação dos tribunais militares depois que três presos foram encontrados, no dia 10, enforcados em suas celas, num aparente suicídio. Essas mortes levaram ao aumento da pressão sobre os EUA de países aliados e entidades de defesa dos direitos humanos No momento, apenas 10 dos presos de Guantánamo estão sendo processados ou em julgamento. Não há acusação formal contra os outros. Protesto – Cerca de 15.000 pessoas participaram ontem na capital austríaca de uma passeata de protesto contra a presença do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, numa cúpula com líderes da União Européia. Gritando "Abaixo, abaixo os EUA" e agitando bandeiras da UE e dos EUA com tarjas pretas, os manifestantes rumaram da estação ferroviária de Westbahnhof até o antigo imperial Palácio Hofburg onde mais ce-

O presidente George W. Bush, ontem, em Viena. Apesar da boa notícia sobre Guantánamo, Bush foi alvo de protestos de mais de 15 mil pessoas

do Bush se reuniu com autoridades da UE. Quando os manifestantes se aproximavam do centro de Viena, Bush já estava a bordo de seu avião presidencial, Air Force One, a caminho da Hungria. Entre os manifestantes estavam americanos,

como Michael Platzer, do grupo Democratas no Exterior, que marcharam segurando uma faixa na qual estava escrito: "Americanos contra a Guerra de Bush". Outros manifestantes levavam cartazes com os dizeres: "Fechem Guantánamo" e "Bush Assassino"; e alguns agitavam bandeiras palestinas e do Iraque. Antes disso, pelo menos 1.200 estudantes aos gritos de "Bush Go Home!" também se manifestaram nas ruas de Viena. Bush é muito impopular na neutra Áustria, onde recente pesquisa mostrou que apenas 3 em cada 10 austríacos apóiam as políticas do presidente americano. (Agências) HIV O alerta é da OMS: muitos russos infectados com o HIV sofrem com a falta de remédios.

TRIBOS O Partido Verde europeu critica os reality shows gravados em tribos da África e Oceania

Ó RBITA Jaafar Ashtiyeh/AFP

SADDAM ex-presidente iraquiano Saddam Hussein e sete outros réus acusados de envolvimento na morte de 148 xiitas em Dujail, no Iraque, entraram em greve de fome ontem, um protesto contra o assassinato de Khamis al-Obeidi, um dos advogados dos réus. Obeidi era um dos principais advogados de Saddam. Ele foi morto a tiros depois de ser seqüestrado em sua casa em Bagdá por homens vestidos com uniformes policiais.

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CISJORDÂNIA – Jipe israelense em chamas é retirado após tiroteio das tropas com palestinos em Nablus. Um ativista palestino morreu e outros dois ficaram feridos. Nenhum israelense foi ferido.

MISSIONÁRIO

MÍSSIL

PRISÃO

eqüestradores de um missionário canadense ameaçaram matá-lo caso não seja pago um resgate de US$ 45 mil, disse ontem um colega do religioso. Ed Hughes, 62 anos, foi seqüestrado no domingo ao norte de Porto Príncipe, capital do Haiti, onde mantém um orfanato. Eles entraram na sua casa de Hughes, saquearam o local e fugiram com o religioso, que já havia sido ferido durante outro seqüestro, em 2005. A polícia haitiana e funcionários da ONU negociam a libertação de Hughes.

governo da Coréia do Norte anunciou ontem que quer negociar diretamente com os EUA seu plano aparente de testar um míssil de longa distância. Na Europa, o presidente George W. Bush disse que o país comunista ficará ainda mais isolado se seguir adiante com seu plano. A tensão aumentou depois da revelação de informações obtidas por serviços secretos segundo as quais a Coréia do Norte estaria abastecendo um míssil balístico supostamente capaz de atingir o território norte-americano.

m guarda de uma penitenciária federal americana em Tallahassee, na Flórida, abriu fogo ontem quando agentes do FBI chegaram para prender a ele e outros cinco funcionários. No tiroteio, dois policiais morreram e um ficou ferido. A Justiça determinou a prisão dos seis agentes por acusações de corrupção. Segundo o FBI, eles compravam bebidas e outros produtos e os introduziam de contrabando na ala feminina da prisão, em troca de dinheiro ou favores sexuais das detentas.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Isto é uma construção horrenda (...) como é triste ver as pessoas passando por estes buraquinhos.

Ahmad Mezhir/Reuters

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Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

Do ex-integrante do Pink Floyd, Roger Waters, idealizador do álbum 'The Wall', que pichou as palavras "derrubem o muro" na barreira construída por Israel na Cisjordânia.

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2 -.LOGO

22 19 anos da morte do ator e dançarino norte-americano Fred Astaire (1899-1987), ao lado com sua companheira das telas, Ginger Rogers

M EIO AMBIENTE A STRONOMIA

Perigo subestimado

Enigma decifrado Os buracos negros são objetos com densidade e atração gravitacional tão grandes que nem mesmo a luz consegue escapar de sua superfície. Apesar disso, são uma das maiores fontes de radiação luminosa do Universo - um paradoxo que há muito tempo desafia a compreensão dos cientistas. Mas um estudo publicado na revista Nature de hoje acrescenta uma importante peça ao quebra-cabeça. Observações feitas com o telescópio espacial Chandra

permitiram confirmar a influência de campos magnéticos como um do principais motores para produção de radiação nas bordas de buracos negros. O campo magnético, segundo os cientistas, produz ventos que sopram de dentro para fora do disco de matéria gasosa que circunda o buraco negro. É esse vento que quebra a velocidade de rotação do gás, fazendo com que a matéria caia para dentro do buraco - produzindo radiação (luz) ao longo do processo.

B OLÍVIA Aizar Raldes/AFP

Emissão de gases do efeito estufa pode ser maior do que a estimada até agora

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As conclusões dos cientistas, que ainda são objeto de debates, podem desestabilizar o incipiente sistema de comércio de carbono da União Européia, além de ter implicações no Protocolo de Kyoto. "Os trabalhos sugerem uma enorme subnotificação de emissões nacionais de metano", disse Euan Nisbet, da Universidade Royal Holloway. "A ciência top-down ainda está engatinhando. Mas o gás que ela mede está ali, não é uma estimativa". As análises top-down sugerem que a Grã-Bretanha, por exemplo, esteja notificando apenas metade de suas emissões reais de metano, e que a

m novo método de monitorar a produção de gases causadores do efeito estufa está demonstrando que muitos países podem estar subestimando drasticamente a quantidade de suas emissões, disseram ontem cientistas da Universidade Royal Holloway, de Londres. O novo sistema, denominado "top-down", ou descendente (do genérico para os detalhes), mede a quantidade real de gases como o dióxido de carbono e o metano na atmosfera. A medição mais tradicional, a "bottomup" (dos detalhes para o genérico), apenas estima a emissão.

França registre somente dois terços das suas. Por outro lado, a Irlanda e a Finlândia podem estar superestimando a quantidade de metano produzida. A subnotificação, seja por erros de cálculo ou devido à manipulação, pode ser um grande problema, por causa do valor econômico do carbono, disse Nisbet. Para ele, o mundo precisa de uma cadeia global de estações de monitoramento, semelhantes ao sistema sismológico criado nos anos 1950 para monitorar testes com bombas nucleares. Essas estações seriam capazes de medir os níveis reais dos gases na atmosfera e rastrear suas origens. (Reuters)

O estudioso israelense David Skolni disse ontem que a Argentina conquistará o Mundial, numa final contra a Alemanha, por 3 a 0. Ele reconhece no personagem bíblico Balac, rei de Moab, o meia alemão Michael Ballack. No livro de Números, Deus atrapalha os planos de Balac em benefício dos judeus. A Argentina tem treinador e jogadores judeus. Yves Herman/Reuters

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Índios da tribo dos aimaras - a mesma do presidente boliviano Evo Morales - comemoraram ontem o solstício de inverno, data sagrada para muitos povos no hemisfério sul. A chegada do inverno marca também o ano novo dos aimaras, que entraram no ano 5514.

B IOLOGIA

Escaravelhos sob ameaça

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O jornal britânico The Guardian anunciou a criação de um jornal digital - para impressão - ainda este mês. O jorna, que será chamado G24, terá uma nova edição a cada 15 minutos e oferecerá ao leitor 12 páginas de notícias em formato PDF, com conteúdo exclusivo produzido pela equipe do The Guardian. O editor Alan Rusbridger, afirmou que o novo jornal atenderá ao interesse crescente dos leitores "por conteúdo personalizado". B RAZIL COM Z

Uma outra revolução digital A revista Business Week publicou ontem em sua versão online uma reportagem sobre o Comitê pela Democracia em Tecnologia da Informação, do Brasil. Segundo a revista, o comitê "ajuda cidadãos despossuídos a usar computadores e reformularem a si mesmos e a suas comunidades". A reportagem mostra história de adolescentes envolvidos em roubo e tráfico de drogas transformaram suas vidas com cursos profissionalizantes em informática promovidos pelo comitê.

Teia de aranha de 110 milhões de anos

RITUAL DO ADEUS – Poucas horas antes da partida contra Angola, ontem, torcedores fazem gesto simbólico da ofensiva iraniana. Apesar da garra, os iranianos conseguiram apenas um empate. O placar de 1 a 1 foi a despedida da seleção do Irã do Mundial da Alemanha.

mortos e participando da polinização das flores. www.buglife.org.uk

C A R T A Z

PINACOTECA

A STROLOGIA

Suscetível caranguejo

O Que É Que a Baiana Tem. Peças de ourivessaria do Museu Carlos Costa Pinto, da Bahia (na foto, jarro de prata, século 18). Na Pinacoteca do Estado. Praça da Luz, 2. Telefone 32299844. 10h às 18h. R$ 4.

cupando o topo do céu desde ontem, a regência astrológica da constelação do Caranguejo (que vai até 21 de julho) marca no hemisfério sul o início do inverno: hoje. No hemisfério norte, portanto, hoje também é o primeiro dia do verão. A oposição das quatro estações – entre os hemisférios meridional e setentrional – estão delimitadas por quatro momentos astronômicos, decorrentes da relação do movimento de rotação da Terra (com a duração de um dia) com o de sua translação na órbita solar (com a duração de um ano). Apresentando o eixo do globo terrestre uma inclinação de 23,5°, há dois instantes no ano em que a duração do dia e da noite são iguais (equinócios outonal e primaveril), e outros dois em que os dias passam a ser mais

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Farmácia com balcão virtual

O site inglês Fire Box anuncia esta charmosa solução para transportar bebidas geladas. As "byobags" são feitas de neoprene reforçado, com alças para transporte fácil e mantêm a temperatura das bebidas por horas. A versão para uma garrafa custa 10 libras; para seis latinhas sai por 15 libras. firebox&action=product&pid=

Preços médios dos remédios nas farmácias, informações sobre medicamentos similares e genéricos; substâncias ativas das composições, lista de indústrias do setor farmacêutico. Estes são alguns dos serviços do site Consulta Remédios, que traz ainda notícias sobre o setor e uma calculadora para descobrir seu índice de massa corporal (IMC), que define se você está acima do peso. O site traz ainda uma seção de perguntas e respostas mais freqüentes quando o assunto é medicação.

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www.consultaremedios.com.br

A TÉ LOGO

Arte: O. Sequetin

longos do que as noites (solstício de verão), e as noites mais longas do que os dias (solstício de inverno). Disso decorre a alternância sazonal entre os hemisférios. A origem desse grupo estelar é remota, associada ao movimento aparente do sol durante o verão setentrional,

Armando Serra Negra

Uma prospecção paleontológica na localidade espanhola de Escucha, no centro do país, revelou a existência da teia de aranha com insetos capturados mais antiga do mundo, segundo a edição de hoje da revista científica Science. O fóssil é um fragmento de teia de aranha com insetos capturados em uma estalactite de âmbar de cerca de 110 milhões de anos e pertence à época Cretácia Inferior. Na teia de aranha, que segundo os analistas foi construída por uma espécie do grupo das Araneae, foram encontrados uma mosca, um escaravelho e uma vespa, parasita de ovos de baratas. D ESIGN

Prêmio do Museu da Casa Brasileira O Museu da Casa Brasileira (MCB) já divulgou o regulamento da 20ª edição de seu prêmio de design. As inscrições vão até 8 de agosto. As categorias de premiação são: mobiliário, utensílios, iluminação, têxteis e revestimentos, equipamentos eletrônicos, equipamentos de construção, trabalhos escritos e novas idéias/conceitos. O regulamento completo e a ficha de inscrição estão disponíveis no site do museu, que todos os anos faz uma exposição com as obras finalistas. www.mcb.sp.gov.br

L OTERIAS Concurso 630 da LOTOMANIA 04

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Madonna confirma que realizará dois shows da turnê Confessions no Brasil, em outubro Pesquisadores de três países mapeiam aves da Terra e já têm dados sobre 9.505 espécies

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Porta-bebidas de neoprene

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F AVORITOS

quando o astro, locomovendo-se mais lentamente no zênite (alongando a duração dos dias), parece estar andando de lado, como um caranguejo. Os caldeus já o conheciam; no zodíaco de Denderah os egípcios representavam-no redondo; mitologicamente, para os gregos teria sido o animal a morder o calcanhar de Hércules, seu mais famoso herói, façanha homenageada por Juno (Hera), a mulher de Júpiter (Zeus), que lhe deu um lugar no céu. O signo de Caranguejo é regido pela Lua (o melhor momento para caçá-los, porque saem de suas tocas), trazendo as seguintes características: amplitude de visão (como seus olhos), suscetibilidade, maternalismo, busca de segurança e proteção.

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G @DGET DU JOUR

www.firebox.com/index.html?dir=

Jornal impresso a cada 15 minutos

A RQUEOLOGIA

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A organização ambientalista Buglife anunciou ontem que 250 das 4 mil espécies de escaravelhos britânicos estão em extinção e não são vistas desde os anos 70. A causa do desaparecimento dos insetos, segundo a organização, são as mudanças ambientais globais. A organização, que faz campanha para proteger insetos em perigo de extinção, explicou que os escaravelhos são fundamentais para o equilíbrio ecológico, porque desempenham papel único no ecossistema do planeta enterrando corpos de animais

M ÍDIA

Droga inovadora para combater obesidade, chamada rimonabant, é aprovada na Europa

Concurso 774 da MEGA-SENA 05

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

DOISPONTOS -77

A fórmula do ganha-pão uando lutamos por causas nobres, sempre nos indagamos: quantos poderemos influenciar de forma positiva? Tendo aceitado a coordenadoria do Movimento Degrau na Distrital Centro da ACSP, deparo-me com pessoas que indagam: qual é a previsão de colocação dos jovens aprendizes neste ano? Centenas? Milhares?

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Esperamos que sim e dedicamos nossos esforços neste sentido, junto com um Conselho Diretor muito preparado e engajado. No entanto, o que mais tem surpreendido os observadores é o quanto celebramos cada aprendiz. O primeiro a quem abrimos oportunidades de uma vida digna, como participante de uma

sociedade produtiva, nos alegra extremamente. E assim acontece com cada um de seus sucessores. Sabemos do valor destes jovens, sabemos do seu potencial de realização. Considero o Movimento Degrau essencial para contribuir com o desenvolvimento de nosso país. Ele está oferecendo a nossos jovens a forma da

Marcos Fernandes/LUZ

Degrau, essencial para o desenvolvimento.

obtenção do pão. Acreditamos na criatividade, na dedicação, no amor às famílias, no entusiasmo pelos esportes, na inteligência e na fé de nossos jovens brasileiros. Portanto nosso sentimento é de que cada um deles vale a pena! E muito!!!

CLÁUDIO WEBER ABRAMO

UMA CHANCE

PAULA BRAGA VISCAINO, COORDENADORA DO MOVIMENTO

DEGRAU DA DISTRITAL CENTRO DA ACSP

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Salve, lindo pendão da desesperança

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Não vote em mensaleiro. Não vote em sanguessuga. Dê aos acusados a chance de irem à Justiça!

Aqueles que foram derrotados na luta armada pela tomada do poder empreenderam nova metodologia, desta feita empunhando bandeiras que, aparentemente justas, traziam em seu bojo toda a manipulação ideológica da esquerda. Tomaram de assalto o movimento ambiental, o indígena, o dos sem-terra... este início da Copa, vemos como nunca um tremular de bandeiras em todos os cantos e de todas as formas. Nas fachadas das residências, escritórios, nos automóveis, motos e caminhões. É, de fato, a “pátria em chuteiras”, como afirmara Nelson Rodrigues. Diante desta manifestação, notamos que o símbolo nacional evidencia algo desarmônico: a inscrição “Ordem e Progresso”. É isso que destoa em nossa bandeira. Não temos nenhuma das coisas, até porque uma não subsiste sem a outra. A ordem é condição essencial para a construção de uma sociedade, e o progresso só existe em sociedades onde há o império da ordem e como conseqüência da lei. A perfeição de Olavo de Carvalho em seus artigos no DC não pode deixar que durmamos profundamente, sem que façamos uma retrospectiva de nossa história recente. Aqueles que foram derrotados na luta armada pela tomada do poder empreenderam nova metodologia, desta feita empunhando bandeiras que, aparentemente justas, traziam em seu bojo toda a manipulação ideológica da esquerda. Assim, tomaram de assalto o movimento ambiental ou ecologista e dele fizeram sua cabeça de ponte, sempre, é claro, amparados por polpudas verbas de ONGs e fundações internacionais; afinal, proteger os bichinhos, o verde, é sempre simpático e até dá votos e dinheiro! Na mesma linha ideológica e de patrocínio foram os movimentos indígenas, dos sem-terra e outros, buscando com eles atrair os mal intencionados e cooptar a simpatia dos ingênuos, sempre buscando na falsa moral que os escudava o argumento de autoridade, para impingir a uma sociedade apática e despreparada os sofismas clássicos da esquerda. Assim se estabeleceu o fosso social e dentro da pregação ideológica e da repetição incansável dos sofismas veio o afrouxamento da lei, criando-se uma legião de “coitados” que tudo podem: índio pode invadir a Funai e dar flechada nos outros - afinal, foram usurpados pelos brancos. Os sem-qualquer-coisa podem tomar o que crêem que lhes falta, pois afinal têm direito à vida! Bandido pode assaltar à vontade, pois, afinal, a sociedade não lhes deu oportunidade! Caixa dois de campanha é válido; como os menos favorecidos farão frente ao imperialismo? E por aí afora. E, assim, todos os valores sociais foram sendo corrompidos. O recente episódio de invasão e depredação do Congresso Nacional pelo MLST, ou coisa que o valha, é no mínimo um sinal de fumaça, para não dizer que se trata de um alarme de incêndio. Não só o ato da invasão e depredação com vítimas causa estupefação, mas a pasmaceira das autoridades diante do fato. Decerto não chamaram a polícia, temendo que fosse o Congresso levado para trás das grades; afinal, não se sabe ao certo quais

lo. Como os parlamentos não costumam dar essa autorização (recusandose mesmo a condenar politicamente indivíduos apanhados pegando dinheiro na boca do caixa, como vimos no caso do mensalão), para muitos de nossos próceres a imunidade é sinônimo de impunidade. Tal sinonímia até já virou chavão, como se fosse coisa corriqueira. Patrícia Cruz/LUZ

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G “Ordem e

Progresso”. É isso que destoa em nossa bandeira. Não temos nenhuma das duas coisas.

são os bandidos mais perigosos, se os que invadiram ou se os que já ocupam o edifício há alguns anos; eram os sem-terra versus os sem-vergonha! De todo modo, os que lá estão detêm mandato popular e, portanto, estão amparados pela lei; os novos invasores agem à margem desta, sendo, portanto, transgressores em fragrante delito.

tolerância a essa marginália é inaceitável, pois, em última análise, se eles podem por G O recente que os outros não podem? Solte-se o Marepisódio de cola! Ou como dizia meu bom amigo de São João invasão e Del Rey, mestre Plínio: Ou nos locupletemos todepredação dos ou haja moralidade!! Por que os que invadiram a Aracruz Celulose não estão presos? São do Congresso pessoas perigosas, que cometem crimes com tesNacional pelo temunhas sem nenhum pudor ou escrúpulo e, MLST é, portanto, deveriam ter sua prisão preventiva, até no mínimo, porque preventiva significa para prevenir, por um sinal precaução, ou seja, é uma medida que evita mal de fumaça. maior até que o sujeito seja julgado, configurando-se sua culpa ou inocência. Ou será que por ser G A tolerância a a Aracruz uma grande empresa e simbolizar o essa marginália grande capital o crime tende a ser relativizado? é inaceitável, Da mesma forma, todos os deputados, senadores, pois, se eles e afins, envolvidos no mensalão, sanguessugas, podem, por que também deveriam preventivamente ser encarceos outros não rados, evitando tráfico de influência, ocultação de provas, etc., muito embora saibamos que a capodem? Solte-se o Marcola! deia é o melhor lugar para se comandar o crime: pelo menos restaria o exemplo. Não tenhamos dúvidas, isso tudo é fruto de G Não tenhamos uma meticulosa articulação, que visa a total desdúvidas, isso tudo truição da ordem da crença em valores e instituié fruto de uma ções e o surgimento de uma nova “ordem”. Quem meticulosa sabe de um salvador da pátria, se é que existirá páarticulação. tria a salvar. Olavo de Carvalho diz bem que o desaparecimento do Brasil não fará diferença alguma ao mundo, mas creio que certamente fará aos verdadeiramente brasileiros. Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

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MARCO AURÉLIO SPROVIERI, PRESIDENTE DO SINCOELÉTRICO E CONSELHEIRO DA ACSP

Transparência Brasil acredita que se deve dar à Justiça a chance de correr seu curso e julgar mensaleiros, sanguessugas, curupiras, bois-da-cara-preta e outros bichos do verdadeiro zoológico que povoa tantos de nossos legislativos. Quem pode propiciar essa oportunidade é o eleitor. A saber, recusando o voto a pessoas contra as quais corram, no Judiciário, ações por improbidade administrativa, contrabando, assassinato, tráfico de drogas e por aí afora. Se o eventual leitor acredita que exageramos, vai aí uma informação. Segundo levantamento realizado pelo sítio congressoemfoco.com.br, em abril do ano passado havia no Congresso Nacional nada menos de 102 pessoas, entre deputados federais e senadores, acusadas na Justiça por crimes graves. No total eram 185 processos diferentes. Se adicionarmos a isso os inidiciamentos recentes, a

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á que Congresso e partidos descumprem suas funções e agem como se acusações fossem coisa de somenos, a bola está com o eleitor. Só negando o voto a esses acusados se garantirá que eles possam vir a ser julgados. Não é isso o que sempre reclamam? Que não podem ser condenados de antemão, exigindo “justiça”? Pois nos esforcemos para garantir-lhes exatamente isso. Não vote em mensaleiro. Não vote em sanguessuga. Dê aos acusados a chance de se defenderem na Justiça e, se for o caso, limparem os seus nomes. Esse é o mote da campanha que a Transparência Brasil inaugurou esta semana. De modo assegurar que o eleitor tenha informação adequada sobre os candidatos, a campanha será acompanhada da divulgação, pela Internet, de um banco de dados com informações sobre o histórico de todos os candidatos à reeleição à Câmara dos Deputados, adicionados de exministros, ex-governadores, etc., que se candidatarem. Não será apenas uma lista. Serão incluídos desde dados a respeito de como essas pessoas gastam suas verbas de gabinete até os processos a que respondem na Justiça, seus padrões de financiamento eleitoral nas eleições de 2002 e outras informações de domínio público. Essas são informações importantes para o eleitor contrabalançar com a propaganda favorável que os candidatos veiculam a respeito de si próprios. Quanto mais se divulgarem informações objetivas a respeito dos candidatos, o que inclui necessariamente os indiciamentos criminais em que são protagonistas, mais o eleitor terá condições de identificar os malfeitores pelo que eles de fato são e, a partir disso, negar-lhes o voto.

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PARA A JUSTIÇA onforme é de domínio geral, não existe melhor guarda-chuva para criminosos de todo tipo do que um mandato parlamentar. Uma vez que o sujeito dê com os costados no Congresso Nacional, numa Assembléia Legislativa ou em qualquer das 5651 Câmaras Municipais, qualquer processo judicial em que seja réu só pode prosseguir na hipótese de a respectiva casa legislativa autorizá-

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cifra se eleva para perto de 200 parlamentares. Se a vida política brasileira se pautasse por um mínimo de princípios, os partidos se recusariam a acolher essa malta como candidatos. Mas, não. As convenções partidárias realizadas recentemente indicaram chapas que contêm todos, ou virtualmente todos, os implicados no mensalão, para ficar só nesse exemplo.

jude o eleitor a conhecer melhor os políticos que buscam reeleição à Câmara dos Deputados. Dê uma chance para a Justiça. Adote e divulgue a campanha. Não vote em mensaleiro.

A

CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

TURISMO - 1

O INVERNO CHEGOU! Lygia Rebello

Divulgação

´

FERIAS

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Gilmar Gomes

São Francisco Xavier (SP) está na lista de destinos com pousadas de charme, como a bela A Rosa e o Rei (ao lado e no pé, à esq.). Vista Linda (no alto), em Itatiaia (RJ), é procurada por casais que querem privacidade. Já no Sul do País, o roteiro é pelas 23 vinícolas do Vale dos Vinhedos (no pé, à dir.), com direito a sessões de degustação (acima). E no exterior, os esportes de inverno voltam a atrair os brasileiros aficionados para as estações de esqui chilenas e argentinas, como Portillo (abaixo, à dir.) e Las Leñas (abaixo) Divulgação

Divulgação

Lygia Rebello

A estação do frio, que começou oficialmente ontem, combina com lareira, vinho e neve. Nesta edição especial, selecionamos os melhores e mais variados programas para o viajante. Dos centros de esqui no Chile e na Argentina às pousadas de charme nas serras entre Minas, São Paulo e o Rio, um roteiro de vinho no Sul e, ainda, as dicas para aquecer-se na capital paulista. Pág. 2 a 6

Gilmar Gomes


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

NA NEVE

É tempo de migrar para os Andes Com a chegada do frio, uma multidão de brasileiros embarca rumo às estações do Chile e da Argentina, que a cada nova temporada inventam novidades para agradar os brasucas fãs dos esportes de inverno. A neve já começou a cair. Basta escolher qual destino combina mais com você e aproveitar a diversão abaixo de zero Fotos: Divulgação

A

neve já começou a cair e as estações de esqui da América d o S u l s e p re p aram, com muitas novidades, para receber os turistas – principalmente os brasileiros, que lotam as montanhas do Chile e da Argentina à procura de aventura e boa vida nas alturas. Na lista das preferidas dos brasucas estão as argentinas Las Leñas e Bariloche e as chilenas Valle Nevado, Portillo, Chillán e Pucón. A temporada de esqui, snowboard e outros esportes de neve nos Andes começou na semana passada e deve se estender até outubro. Na terra de Pablo Neruda, P o r t i l l o ( w w w. s k i p o r t i llo.com, uma semana em julho pela Snowtime custa a partir de US$ 2.482 por pessoa em quarto duplo, com aéreo) dá as boas-vindas aos visitantes com neve desde a semana passada e com um pacote de boasnovas. Mais um teleférico foi inaugurado – agora são ao todo 13 meios de elevação e 35 pistas que atraem esportistas do mundo todo –, e uma nova plataforma de suporte e serviço, que foi montada na Pista Plateau. Novos pares de esqui foram adquiridos e mais duas máquinas de fabricação de neve irão assegurar que ninguém deixe de se divertir por lá. As famosas Semanas Especiais voltaram com toda força nesta temporada com temas como vinho (de 5 a 12/8), gastronomia (de 22 a 29/7), família (de 15 a 22/7) e crianças (de 9/9 a 7/10). E para os brasileiros, a estação – que fica a cerca de 150 quilômetros da capital Santiago – fechou uma parceria com a rede de academia Companhia Athletica para levar ao topo da montanha o programa Cia Ski de condicionamento físico para esquiadores, recém-lançado no Brasil. E m Va l l e N e v a d o (www.vallenevado.com, uma semana em julho pela Ski Brasil custa a partir de US$ 1.932 por pessoa em quarto duplo, com aéreo), a estação mais próxima de Santiago, a apenas 60 km, é também a maior área esquiável do continente. Em ano de Copa, montou um telão gigante que passará ao vivo todos os jogos do campeonato. Um novo café abriu suas portas e o spa ganhou cardápio de tratamentos mais completo. Pratos brasileiros – Um pouco mais distante de Santiago, a 400 quilômetros ao sul da capital, o resort Ski Termas de Chillán (www.skichillan.cl, uma semana em julho pela Expedition custa US$ 2.547 por pessoa em quarto duplo, aéreo e duas noites em Santiago) reúne esportes de neve, boa culinária e tratamentos de um spa com águas termais. Tentando a cada ano agradar ainda mais os hermanos verde-amarelos, o destino incluiu nesta tempo-

A 54 km da cidade, em São Roque, o Ski Mountain Park é o único parque da América Latina que possui pistas de esqui artificial

Que tal esquiar em São Paulo? Descida radical nas montanhas da chilena Valle Nevado (acima), a apenas 60 quilômetros da capital Santiago. E ponto de descanso na badalada estação argentina de Las Leñas (à esq.), que inaugurou duas novas pistas de esqui

rada pratos brasileiros ao cardápio do Gran Hotel, como moqueca de peixe, e escalou uma escola de samba para animar, até o dia 5/7, as noites dos hóspedes desse cinco-estrelas (a estação tem dois hotéis, além de condomínios). Além disso, um novo meio de elevação foi inaugurado e o spa passou a oferecer outros tratamentos, como massagem tailandesa e terapia das pedras quentes, com pedras vulcânicas. Aos mais radicais, P u c ó n ( w w w. p u c o n . c o m ,

uma semana em julho pela Maktour custa a partir de US$ 1.404 por pessoa em quarto duplo, com aéreo), reserva boas doses de adrenalina para aos amantes de snowboard, com pipes (canaletas) naturais, formadas a partir da lava do imponente Vulcão Villarica, para realizar manobras. Argentina – Aos que preferirem explorar os Andes do lado argentino, Las Leñas (www.laslenas.com), próxima à capital Buenos Aires, é conhecida por sua badalação

SERVIÇO Os pacotes são normalmente de sete dias e incluem parte aérea, hospedagem (com café, meia pensão ou pensão completa), traslados e tíquetes para os meios de elevação. Informações e reservas pelas seguintes operadoras. Expedition: tel. (11) 32532128, www.expedition.cl; Interpoint: tel. (11) 3087-9400 ou 0 8 0 0 / 7 7 1 9 4 0 0 , w w w. i n t e rpoint.com.br; Maktour: tel. (11) 3 0 3 4 - 1 2 3 4 , w w w . m a ktour.com.br; NS Tour: tel. (11) 3061-2800, www.skinet.com.br;

Snowtime: tel. (11) 3088-3700, www.snowtime.com.br; Ski Brasil: tel. (11) 2196-9399, www.skibrasil.com.br; Nas c im e nto : tel. (11) 3156-9900, www.nascimento.com.br, CVC: www.cvc.com.br; M onreal: tel. (11) 3755-0500, www.snow.com.br; Fe ni x: te l. (11) 3255-4666, www.fenixtur.com.br, CI (Central de Interc â mb i o ) : tel. (11) 3677-3600, www.ci.com.br; Agax tur: te l . (11) 3067-0900, www.agaxtur.com.br.

après-ski. Favorita dos jovens, recebeu só neste primeiro fim de semana de temporada mais de 3 mil visitantes que foram conferir de perto as duas novas pistas (além das 26 já existentes, algumas ficam iluminadas duas vezes por semana à noite) e os inovadores programas de treinamento para crianças e principiantes. A estação também aposta nas expedições fora das pistas. Pensando no público desse centro de esqui, a Interpoint lançou a 10ª edição do programa "Ski Jovem", de 1º a 8/7, que mistura esporte com entretenimento e sai a partir de US$ 1.853 por pessoa em quarto duplo. E entre os dias 8 e 15/7, a mesma operadora oferece descontos de 50% nos seus fretamentos para a estação. A famosa Bariloche ( w w w. b a r i l o c h e . c o m o u www.bariloche.org) não podia ficar de fora da lista das mais procuradas pelos brasileiros, ainda mais este ano que a turma do Pânico estará por lá agitando a galera, numa parceria com a CI Central de Intercâmbio. O pacote, de 1º a 8/7, dessa agência especializada em viagens para jovens, sai a partir de US$ 1.489 por pessoa em apartamento duplo. Agora, só falta mesmo colocar o agasalho e os esquis na mala e embarcar para a neve. Lygia Rebello

parque não é novo – já tem seis anos – mas ainda há muita gente que não sabe que para esquiar não é preciso cruzar nenhuma fronteira. A apenas 54 quilômetros da cidade de São Paulo, o Ski Mountain Park é o único parque da América Latina que possui pistas de esqui artificial. Alguns poderão alegar que o passeio não vale a pena porque não é neve de verdade. Obviamente não é, mas para quem quer pelo menos ter a sensação do que é deslizar montanha abaixo a experiência é muito mais do que válida - tanto para iniciantes, como para quem não tem tempo nem dinheiro para viajar para o exterior. E isso sem falar que, como a neve é artificial, pode-se esquiar em qualquer época do ano, não só no inverno. Há duas pistas: uma para iniciantes, com 100 metros de extensão, e outra para os mais experientes, com 400 metros. E em ambas pode-se experimentar tanto o esqui como as várias modalidades de snowboard. E aos esquiadores de primeira viagem um grupo de instrutores está a postos para ajudar. E o melhor de tudo é que o parque não possui apenas a pista como atração. Os aventureiros de plantão podem se deliciar com atividades como arvorismo, passeios a cavalo, mountain bike, rapel, torre de alpinismo, tirolesa, paintball, tobogã Ski Mountain Park: Estrada da e arco-e-flecha, entre outras Serrinha s/nº, Bairro Camborá, São Roque. Tel. (11) 4712-3299, opções, além de restaurante, www.skipark.com.br. De quinlanchonete, casa de chá e uma ta a domingos e feriados, das choperia que serve chope a ze10h às 18h. Entrada R$ 10 por ro grau. Para as crianças, um veículo. Cada atividade é paga – preços variam de R$ 3 (teleféplayground completo. Ainda rico) a R$ 30 (uma hora na pista há um teleférico de 1.200 mede esqui). tros de altura que garante uma bela vista de São Roque. Inverno – A temporada de inverno no Ski Mountain Park, em São Roque, começa no dia 1º de julho com uma programação que mistura esportes radicais e de montanha a música e gastronomia. A agenda esportiva começa no sábado dia 1º, com uma etapa do Campeonato Sul-Paulista de Trekking. No dia 15 é a vez do Campeonato de Snowboard com neve artificial e, no sábado seguinte, a Etapa Paulista de Motocross. Para finalizar, no dia 26, ocorre a Copa Down Hill Cross Country. A programação musical terá nos dias 14 e 15 o festival Blues e Mountain. Já os fãs da gastronomia poderão apreciar, nos dois primeiros fins de semana do mês, o Viva Patagônia. Os restaurantes do parque oferecerão pratos com carnes de caça, como cordeiro, carneiro e javali, além de doces como alfajor e doce de leite. A trilha musical será composta por canções andinas e, como não poderia deixar de ser, o ritmo tradicional argentino, o tango. De 14 a 16/07, a estrela da culinária será a alcachofra, produto típico da região de São Roque. Depois ainda virão os fins de semana de queijos e vinhos (de 21 a 23/07) e de fondue (28 a 30/07). Os festivais gastronômicos ocorrem após as 18h até o último cliente. Os shows musicais são às 21h30. Diversão garantida o dia inteiro. (L.R. e Estela Cangerana)

O

SERVIÇO

Neve de verdade, no Sul Na região serrana de Santa Catarina, as cidades de Urubici e São Joaquim competem pelo título de cidade mais fria do ano. Urubici, a 1.820 metros de altitude, é a cidade mais fria do Estado, mas São Joaquim, a 1.360 m, recebe a maior quantidade de neve – daí a competição. Ali, o que todos querem é

que São Pedro capriche nas baixas temperaturas para que as enormes araucárias e os telhados dos chalés fiquem cobertos pela capa branca e gelada e atraiam os turistas. Quem quiser ver de perto a neve brasileira só não pode esquecer de levar agasalho forte porque ali o frio é bem real. (L.R.)

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo Ilustração Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

LEGAIS - 5

Pão de Açúcar S.A. Indústria e Comércio Controladora das Empresas do Grupo Pão de Açúcar CNPJ MF Nº 61.550.182/0001-69

GRUPO PÃO DE AÇÚCAR

RELATÓRIO DA DIRETORIA Senhores Acionistas: Submetemos à apreciação de V.Sas. as demonstrações financeiras de Pão de Açúcar S.A. Indústria e Comércio, relativas aos exercícios sociais findos em 31 de dezembro de 2005 e 2004, compreendendo o Balanço Patrimonial, as Demonstrações dos Resultados, das Mutações do Patrimônio Líquido e das Origens e Aplicações de Recursos, bem como o parecer dos auditores independentes, acompanhadas das notas explicativas. Esses e os demais documentos ficam à disposição dos senhores acionistas para qualquer esclarecimento A DIRETORIA que venha a se tornar necessário. São Paulo, 19 de junho de 2006

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM MILHARES DE REAIS BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004 ATIVO

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004

PASSIVO 2005

2004

120

134

40.967

125.267

Salários e encargos sociais

702

444

929

660

Sociedades ligadas (nota 3)

11.673

11.672

Dividendos a receber

-

34.997

Impostos a recuperar

17.717

13.491

286

326

60.019

174.875

Sociedades controladas (nota 3)

11.119

10.055

Depósitos para recursos judiciais (nota 4)

1.202

1.133

Outras contas a receber (nota 5)

32.464

9.867

44.785

21.055

46.114

996.300

Circulante

2005

2004

-

85.228

Circulante

Disponibilidades Aplicações financeiras Contas a receber

Outros créditos

Empréstimos (nota 7)

Demais contas a pagar

5.738 103.082

Provisão para contingências (nota 9)

2.494

23.648

Impostos parcelados

10.788

7.421

Demais contas a pagar

17.990

677

31.272

31.746

125.746

1.083.819

Exigível a longo prazo

Realizável a longo prazo

Permanente

6.213 18.588

Imobilizado (nota 7)

Total do ativo

8.245

7.648

54.359

1.003.948

159.163

1.199.878

Despesas (receitas) operacionais Gerais e administrativas Depreciação Financeiras líquidas

Prejuízo operacional Outras receitas não operacionais, líquidas Prejuízo líquido do exercício

Patrimônio líquido

Investimentos (nota 6)

Receita operacional Resultado da equivalência patrimonial (nota 6) Aluguéis

Capital social (nota 10) Reservas de lucros

Total do passivo

(16.443)

(18.769)

109.303

1.065.050

159.163

1.199.878

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004

Prejuízo líquido por ação

Saldos em 31 de dezembro de 2003 Retificação de capital (nota 10.a)

de

Lucros

Retenção

Ações em

Lucros

Lucro (prejuízo) líquido do exercício Resultado da equivalência patrimonial

Legal

Desapropriação

a realizar

de lucros

tesouraria

acumulados

Total

2.104.619

4.634

-

8.729

70.803

-

-

2.188.785

(1.096.237)

97.639

36.023

-

962.575

-

-

-

75.437

(4.634)

-

-

(70.803)

-

-

-

Valor residual de ativo permanente baixado

92.973 259 (19.614) 73.618

(12.098)

(412.042)

4.739

2.944

(7.359)

(409.098)

R$ (0,70)

R$ (2,36)

2005

2004

(7.359)

(409.098)

(7.887)

339.568

958.073

949.949

262

259

Juros e variações monetárias dos itens a longo prazo

(327)

(8.896)

942.762

871.782

-

-

-

(4.367)

-

-

4.367

-

-

-

-

-

(23.908)

-

-

(23.908)

Dividendos ou juros sobre o capital a receber

Resgate de ações (nota 10.b)

-

-

-

-

-

(690.729)

-

(690.729)

Redução do realizável a longo prazo Aumento do exigível a longo prazo

De terceiros

Prejuízo líquido do exercício

-

-

-

-

-

-

(409.098)

(409.098)

Retenção de lucros

-

-

-

-

(404.731)

-

404.731

-

1.083.819

97.639

36.023

4.362

533.936

(690.729)

-

1.065.050

Total dos recursos obtidos

(958.073)

(97.639)

(36.023)

-

(533.936)

690.729

-

(934.942)

Aplicações de recursos

-

-

-

(4.362)

-

-

4.363

-

Realização de reserva

38.138 261 (17.307) 21.092

Depreciação

Dividendos distribuídos

Ações em tesouraria

(339.568) 1.144 (338.424)

Das operações

Realização de reserva

Saldos em 31 de dezembro de 2004

7.886 1.108 8.994

Origens dos recursos

social

Aumento de capital

2004

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004

Reservas de lucros Capital

2005

-

34.997

17.922

43.632

14

22.143

17.936

100.772

960.698

972.554

Resgate de ações (nota 10.b)

934.941

690.729

41.354

9.928

Dividendos distribuídos

-

-

-

-

-

-

(13.447)

(13.447)

No realizável a longo prazo

Lucro líquido do exercício

-

-

-

-

-

-

(7.359)

(7.359)

Dividendos distribuídos

13.447

23.908

Retenção de lucros

-

-

-

-

(16.443)

-

16.443

-

Redução do exigível a longo prazo

1.321

81.343

Investimentos

-

127.122

Imobilizado

858

1

858

127.123

Total das aplicações

991.921

933.031

Aumento (redução) no capital circulante líquido

(31.223)

39.523

2005

2004

No ativo permanente Saldos em 31 de dezembro de 2005

125.746

-

-

-

(16.443)

-

-

109.303

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004 1.

3.

Contexto operacional

Sociedades ligadas 2005 Ativo Passivo 3.992 1.895 5.478 11.673 (246) 11.119 11.673

A Companhia tem por objeto social a participação societária em diversas empresas. Nos últimos exercícios seus negócios vêm passando por reestruturação, tendo se Fazenda da Toca Ltda. Sandi S/C Ltda. Flylight Comercial Ltda. Península Participações Rio Ural Participações S.A.

desfeito de alguns importantes investimentos em decorrência da mudança de foco, cujo processo ainda encontra-se em andamento. 2.

Principais práticas contábeis

a)

Apuração do resultado

2004 Ativo Passivo 2.415 1.895 5.745 11.672 10.055 11.672

O resultado é apurado pelo regime de competência. 4. b)

Depósitos para Recursos Depósitos em Garantia Depósitos para Garantia – FGTS Depósito Judicial – IPI

rendimentos e as variações monetárias auferidos. c)

circulante líquido Ativo circulante

Depósitos para recursos judiciais

Ativos circulante e realizável a longo prazo São demonstrados aos valores de realização, incluindo, quando aplicável, os

Demonstração do aumento (redução) do capital

Permanente

2005 142 697 44 319 1.202

2004 95 678 41 319 1.133

2005 20.245 11.373 846

2004 18.897 11.372 19.923

32.464 32.464

50.192 (40.325) 9.867

No fim do exercício

60.019

174.875

No início do exercício

174.875

128.226

(114.856)

46.649

No fim do exercício

19.449

103.082

No início do exercício

103.082

95.956

(83.633)

7.126

(31.223)

39.523

Passivo circulante

É demonstrado ao custo corrigido monetariamente até 31 de dezembro de 1995, 5.

combinado com os seguintes aspectos: i)

Acionistas Global Invest Outras contas a receber

método da equivalência patrimonial e método de custo (nota 6 b); ii)

Aumento (redução) no capital circulante líquido

Outras contas a receber

Participações nos investimentos em controladas e coligadas avaliadas pelo O imobilizado é avaliado pelo valor histórico de aquisição;

9.

A provisão para contingências é constituída para atender a prováveis perdas de processos fiscais e tributários contra os quais foram interpostos recursos. Além

iii) Depreciação de bens do imobilizado calculada pelo método linear, às taxas mencionadas na nota 7, que levam em consideração a vida útil-econômica Provisão para créditos duvidosos (nota 5.a)

dos bens. d)

a)

Passivos circulante e exigível a longo prazo São demonstrados por valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos e variações monetárias incorridos.

6.

disso, a Companhia avaliou o risco contingente que assumiu em operações de terceiros, provisionando eventuais perdas por descumprimento de contrato e que são demonstrados a seguir:

Provisão para créditos duvidosos No exercício de 2004 a Companhia avaliou o risco do não recebimento de diversas contas a receber procedendo, criando-se a competente provisão para esses créditos duvidosos. Em 2005 os riscos foram eliminados, bem como a provisão.

2005

2004

Auto de infração de imposto de renda

-

3.144

ICMS

-

8

898

778

1.511

1.511

Processos fiscais

Investimentos

Indenizações trabalhistas 2005

PIS e COFINS

2004

FGTS

Companhia

85

57

2.494

5.498

-

18.150

2.494

23.648

Brasileira de

Pão de Açúcar

Ilaban

Distribuição

S.A. DTVM

Holding

Planihold

Outros

Total

Total

944.611

6.146

41.138

3.516

889

996.300

2.193.692

-

-

-

-

-

-

127.122

A AGE de 17 de junho de 2005 decidiu reduzir o capital social da Companhia em

(958.074)

-

-

(958.074)

(949.949)

R$ 958.073, mediante o cancelamento de 79.768.942 ações, com devolução de

13.463

650

(5.082)

241

(1.386)

7.886

(339.568)

Dividendos a receber

-

-

-

-

-

-

(34.997)

No final do exercício

-

6.796

36.056

3.757

(497)

46.112

996.300

No início do exercício Adições e transferências Baixas Equivalência patrimonial

7.

Provisão para contingências

8.

Imobilizado 2005

Fiança dada a terceiros

acumulada

Líquido

Líquido

depreciação

Terrenos

5.634

-

5.634

5.634

-

Edifícios

3.004

1.439

1.565

1.683

4%

Benfeitorias

1.709

1.709

-

-

20%

Outros

1.618

572

1.046

331

11.965

3.720

8.245

7.648

ordinárias (173.542.594 em 2004) e 2.834 ações preferenciais (5.441 em 2004), todas nominativas, sem valor nominal. 11. Instrumentos financeiros

Juros e

Custo

(R$ 1.083.819 em 2004), dividido em 10.472.376 ações, sendo 10.469.542 ações

encargos anuais

2005

2004

A Companhia executa operações envolvendo instrumentos financeiros com o

Variaç. cambial +10% aa

-

85.228

objetivo de reduzir os riscos em relação a flutuações nas taxas de juros, sendo

(-) Parcela de curto prazo

-

85.228

que os instrumentos financeiros utilizados estão registrados no balanço patrimonial

Parcela de longo prazo

-

-

Taxas Empréstimo do exterior “Stanhore”

anuais de

capital aos acionistas. O capital social da Companhia passou a ser de R$ 125.746

Empréstimos

2004

Depreciação

10. Capital Social

ao seu valor de mercado. Adicionalmente, o valor contábil dos instrumentos financeiros referentes aos demais

O empréstimo tomado no exterior, na modalidade “Fixed Rate Notes”, com prazo

ativos e passivos equivale aproximadamente ao seu valor de mercado.

de vencimento previsto para pagamento do principal em 2005 e os juros com

A Companhia não mantém instrumentos financeiros não registrados contabilmente

vencimentos anuais, até abril de 2005, foi quitado no seu vencimento.

em 31 de dezembro de 2005.

DIRETORIA Valentim dos Santos Diniz Diretor-Presidente

Abilio dos Santos Diniz Diretor Vice-Presidente Executivo

João Paulo F. dos Santos Diniz Diretor Vice-Presidente

Ana Maria F. S. Diniz D’Avila Diretora Vice-Presidente

Lucília Maria Diniz Gallo Diretora

Terumi Yamamoto TC CRC 1SP077473/O-0

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES Aos Administradores e Acionistas Pão de Açúcar S.A. Indústria e Comércio 1. Examinamos o balanço patrimonial de Pão de Açúcar S.A. Indústria e Comércio em 31 de dezembro de 2005 e as correspondentes demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos do exercício findo naquela data, elaboradas sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de emitir parecer sobre essas demonstrações contábeis. 2.

Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles

internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 3.

Em nossa opinião, as demonstrações contábeis referidas no parágrafo 1 representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira de Pão de Açúcar S.A. Indústria e Comércio em 31 de dezembro de 2005, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos referentes ao exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

4.

As demonstrações contábeis referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2004 foram auditadas por nós que emitimos Parecer, datado de 2 de junho de 2005, dividindo responsabilidade com os auditores independentes da então controlada Companhia Brasileira de Distribuição, cujo investimento era avaliado pelo método da equivalência patrimonial.

São Paulo, 05 de maio de 2006.

MAGALHÃES ANDRADE S/C Auditores Independentes CRC2SP000233/O-3

GUY ALMEIDA ANDRADE Sócio Contador CRC1SP116758/O-6


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

TURISMO - 3

NA MONTANHA

O requinte de dez recantos na serra Lançado no fim de 2004, o guia “Recantos e Requintes” reúne 308 charmosas pousadas pelo Brasil. E elege especialmente para o DC Boa Viagem as “10 mais” para este inverno, entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro Por Renata Neves Fotos: Divulgação

O

que é perfeito para mim, talvez não seja para você. É nesta premissa que se baseia o guia “Recantos e Requintes”, publicação lançada no fim de 2004 que chega a sua segunda edição. O guia, que reúne 308 charmosos meios de hospedagem na praia, no campo e na serra, traz fotos, detalhes específicos e um pouco da história de cada um dos estabelecimentos para que o viajante não erre na hora de escolher um lugar perfeito – a seu modo – para descansar. ”Recantos e Requintes” ( w w w. r e c a n t o s e r e q u i ntes.com.br, à venda também nas bancas) é, segundo seu editor, Ricardo Pandolfi, um híbrido entre os guias de hospedagem comuns na Europa e os roteiros de charme. Pandolfi, que trabalhou por 12 anos no "Guia 4 Rodas", o mais popular do País, e já visitou mais de 800 cidades, conta que todos os hotéis e pousadas foram avaliados em inúmeros quesitos como serviço, conservação, equipamento, região em que está, gastronomia, preservação do meio ambiente, estrutura... Tudo para que o leitor saiba se o hotel ou pousada tem o seu perfil. "O Guia 4 Rodas tem 5 mil hotéis e de todos os tipos, não tem foto nem descrição diferenciada então fica difícil você saber se o hotel tem a sua cara. Acho que o 'Recantos e Re-

A Rosa e o Rei: batizada em nome de duas cacheiras da região, a pousada fica a 11 km do centro de São Francisco Xavier e oferece todos os ingredientes para relaxar nas férias. De tai-chi-chuan a chalés confortáveis com lareira, deque e ofurô para banhos terapêuticos. Perfeita para casais

quintes' tem mais recursos neste sentido", diz. E como em qualquer viagem a hospedagem corresponde a 50% do custo, é bom prestar atenção nos detalhes. O guia tem alguns preciosíssimos, in-

A ROSA E O REI (São Francisco Xavier, SP)

teressantes como o selo avisando que o proprietário mora no local. "Tem aquela história que faz sentido: 'o olho do dono é que engorda o gado'. Existe sim um cuidado maior, um envolvimento maior, com a ma-

nutenção, o serviço, quando o proprietário está por perto", diz Pandolfi. Outro diferencial é o selo 'Gourmet'. "A região de serra, principalmente, é muito rica em bons restaurantes. Mas fi-

FAZENDA BOA ESPERANÇA (Florestal, MG)

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rimeiro hotel de charme que surgiu na região que, aliás, está virando uma vila gastronômica. Bem cuidado pelos proprietários." Quem batizou a pousada, que fica em um vale cercado pela mata virgem, foram duas cachoeiras: a Rosa e o Rei. Localizada a 11 quilômetros do centro de São Francisco Xavier, o hotel tem como filosofia oferecer paz, tranqüilidade, harmonia e equilíbrio ao hóspede que procura relaxar. Para tanto, oferece prática diária de taichi-chuan e alimentação equilibrada, com muita fibra e pouca gordura animal. Dispõe de dez chalés - todos equipados com lareira, deque e ofurô para banhos terapêuticos. Como bem avisa em seu site, ali só o tilintar dos pássaros, a algazarra dos macacos e o som das cachoeiras irá te incomodar.

"F

ica perto de BH e é muito procurada pelos belohorizontinos nos fins de semana. O hotel conseguiu aproveitar muito bem a natureza e a sede da fazenda. A cidade tem estilo colonial, mas não como Tiradentes e Ouro Preto. É um dos primeiros hotéis classificados como de charme." A Fazenda Boa Esperança, a cerca de 60 quilômetros de Belo Horizonte, oferece aos hóspedes uma imersão na cultura mineira. Com 200 hectares, 70 deles preservados com vegetação intocada, tem apartamentos confortáveis e culinária típica em todas as refeições. Do pão de queijo, passando pelo feijão tropeiro até os doces caseiros, queijos e compotas, é impossível não se satisfazer com as delícias gastronômicas preparadas cuidadosamente pelos proprietários, que moram no local. Em estilo clássico, a fazenda preservou em sua decoração peças de antiguidade, além de seu curral, pomar e uma casa de moinho de cerca de 200 anos. Entre as atividades disponíveis estão cavalgadas, pescaria (há um lago com tilápias), passeio de charrete e carruagem. A 530 quilômetros de São Paulo e a três quilômetros do centro de Florestal. Tel. (31) 3536-2344, www.fazendaboaesperanca.com.br. Diárias para casal a partir de R$ 260 com pensão completa.

Estrada Municipal Ezequiel Alves Graciano, 10.100, Bairro Canelar, tel. (12) 3926-1318, www.arosaeorei.com.br. Diárias entre R$ 380 e R$ 410 com pensão completa.

FAZENDA INDEPENDÊNCIA (Bananal, SP)

caria repetitivo falar do restaurante de todos os estabelecimentos. Então, criamos o selo, que indica que o restaurante é também procurado por pessoas de fora, não só pelos hóspedes".

Em 2004, quando começou a ser produzido, a equipe do guia visitou mais de mil hotéis. Em 2005, além de ir novamente a todos os hotéis selecionados no ano anterior para se certificar de que a qualidade havia sido mantida, a equipe visitou outros 300 hotéis e selecionou mais 116 estabelecimentos. Muitas cidades turísticas, no entanto, como Foz do Iguaçu, ficaram de fora, pois ainda não têm o estilo de hospedagem que o guia prioriza: estabelecimentos personalizados. Mas não se preocupe, pois há no guia outros 135 locais para você conhecer. Confira a seguir as dez pousadas recomendadas por Pandolfi para os dias de friozinho nas serras.

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onheci a fazenda quando ela ainda não havia sido transformada em hotel. Ele está na Serra da Bocaina, região que foi muito rica na época do ciclo do café e que depois viu suas fazendas entrarem em decadência. E é um bom exemplo de ótima preservação histórica." Conhecer Bananal, a pouco mais de 300 quilômetros da capital, é conhecer o Brasil Império, seus casarões, sobrados e antigas fazendas. Conhecer o Hotel Fazenda Independência é vivenciar este passado. A fazenda, que foi criada em 1822 e batizada em homenagem à Proclamação da Independência, hospedou gente ilustre como o príncipe d. Pedro e teve entre seus proprietários o ex-presidente Washington Luiz. O hotel, criado para preservar este patrimônio histórico, até hoje mantém as características originais da época imperial. Seu jardim, desenhado por Burle Max, continua a impressionar, assim como suas dez espaçosas suítes que possuem móveis e decoração autênticos. Além da casa grande, ainda há três confortáveis chalés com vista para o lago. Rod. SP-64, km 329. tel. (12) 3116-1110, www.fazendaindependencia.com.br. Diárias para casal variam entre R$ 240 e R$ 300 (pensão completa).

Chalés luxo e super luxo com hidro, café da manhã colonial, piscina pré-aquecida com toboágua, jardim infantil e deck panorâmico, salão de jogos, ginástica, sauna com ducha circular, estacionamento privativo em frente ao chalé, completo spa com hidroterapia c/ vista panorâmica, ótima localização central, 200m do cartão postal da cidade.

Fone: (35) 3438-1322 Monte Verde - MG www.portaldasvideiras.com.br


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Ambiente Compor tamento Estradas Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

A tabela com os novos valores será divulgada hoje pela Agência de Transporte do Estado.

EM 66 PRAÇAS SERÁ MANTIDO O PREÇO ATUAL

TARIFA EM 13 PEDÁGIOS DE SÃO PAULO CAI NO DIA 1º

LENTIDÃO Às 18h30 de ontem a cidade tinha 103 km de tráfego. A média do horário é de 146 km.

AR MELHOR Uma frente fria no litoral melhora o ar na capital hoje. Pode até chover ao anoitecer.

Ó RBITA

A diferença no valor é pequena, de R$ 0,10 a R$ 0,20. Essa é primeira redução em sete anos no Estado.

A

partir do dia 1º, pela primeira vez em sete anos, o valor da tarifa de 13 das 79 praças de pedágio instaladas nos 3.500 quilômetros de rodovias paulistas privatizadas vai cair – a redução varia de R$ 0,10 a R$ 0, 20. Nas outras 66 será mantido o preço atual. A tabela com os novos valores será divulgada hoje pela Agência de Transporte do Estado (Artesp). Uma das maiores reduções ocorrerá no Sistema AnchietaImigrantes. Lá, a tarifa passará de R$ 14,80 para R$ 14,60. "Não é uma redução gigantesca, mas significativa", disse o diretor-geral da Artesp, Ulisses Carraro. "A queda será de R$ 0,20 porque a tarifa do sistema é a mais alta. Isso em virtude de o trecho de estrada entre as praças ser longo e o pedágio, cobrado de uma só vez para os dois sentidos", afirmou. Deflação – A queda inédita ocorreu porque o índice inflacionário usado pela Artesp para calcular o reajuste anual teve variação negativa. O acumulado do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), entre junho de 2005 a maio deste ano, foi de menos 0,33%, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Outra redução "significativa", para usar a definição de Carraro, ocorrerá na praça de Itapevi da rodovia Castelo Branco, onde o pedágio cairá de R$ 9,40 para R$ 9,20. "Na marginal pedagiada da Castelo não haverá alterações." Será mantido o desconto progressivo para o motorista que utilizar a rodovia com freqüência.

Valéria Gonçalvez/AE

LIXEIRAS

Clayton de Souza/AE - 26/12/2005

uncionários da Subprefeitura da Sé iniciaram ontem a retirada de lixeiras clandestinas ( à dir.), com propaganda irregular, instaladas na rua Augusta, na região central. A Prefeitura pretende padronizar o mobiliário da cidade, incluindo bancos, postes e lixeiras. Para tanto, já está em andamento o processo de licitação que escolherá a empresa para o serviço.

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Márcio Fernandes/AE

SUSPEITO 1 polícia prendeu Adriano Miguel da Silva, de 25 anos (à esq.), suspeito de ter assassinado o carcereiro Jorge Bastos da Costa, com 17 tiros, durante os ataques do PCC, em maio último. Ele também é apontado como um dos autores do atentado contra a estação Arthur Alvim do Metrô, na zona leste. (AE)

A No Sistema Anchieta-Imigrantes, que liga a capital ao litoral, a tarifa passará de R$ 14,80 para R$ 14,60

"A tarifa real da marginal é de R$ 6,50, mas a concessionária já reduziu para R$ 5,40 e quem passar pela estrada por 40 vezes pagará R$ 2,70", afirmou. No Sistema AnhangüeraBandeirantes, a tarifa do pedágio de Valinhos, na via Anhangüera, e o de Itupeva, na Bandeirantes, vai passar de R$ 5,10 para R$ 5,00. O diretor da Artesp disse que o pedágio das outras praças foi mantido porque, no reajuste feito em 2005, o valor havia sido arredondado para baixo. Indagado sobre se alguma das 12 concessionárias reclamou porque este ano não haverá aumento, Carraro respondeu: "Quando os reajustes eram a favor das empresas, nós bancamos. Agora as conces-

sionárias não podem chiar. Faz parte do jogo. O índice de correção consta dos contratos." Ele afirmou que se em 2007 o IGP-M continuar negativo, também não haverá aumento. Cálculo – A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) afirmou ontem que o uso do índice está previsto em contrato e a redução da tarifa será respeitada. O maior reajuste anual de tarifa registrado no Estado de São Paulo ocorreu em 2002, quando o índice chegou a 31%. Um porcentual tão alto que foi dividido em duas parcelas: 24% em julho daquele ano e o restante em janeiro de 2003. O cálculo das taxas é feito utilizando-se o conceito de tarifa quilométrica, que tem como

base um valor fixo por quilômetro, determinado pelo Estado. A variação depende da extensão percorrida, da categoria das rodovias e dos veículos. As rodovias concedidas foram classificadas em três categorias: sistema rodoviário (rodovias paralelas, ambas com pista dupla, canteiro ou barreira central); estradas de pista dupla (com canteiro central, barreira física ou visual) e de pista simples (uma faixa por sentido). "A existência de vários pedágios em uma mesma rodovia não implica aumento do valor a ser pago, mas sim no fracionamento do valor total", disse Carraro. Para a Artesp, esse fracionamento garante que o motorista pague um valor proporcional ao trecho percorrido. (AE)

Agliberto Lima/AE

SUSPEITO 2 ajudante-geral José Antônio Lisboa Azevedo, de 26 anos (à dir.), foi preso em Itaquera com uma metralhadora. Ele era foragido do Instituto Penal Agrícola de Bauru (SP). De acordo com o Departamento de Investigações Sobre Narcóticos (Denarc), Azevedo é suspeito de integrar a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e guardava drogas e armas em casa. (AE)

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

E mais pousadas...

VISTA LINDA (Itatiaia, RJ)

REFÚGIO DOS FALCÕES (Nova Friburgo, RJ)

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ica dentro de uma área de preservação, no Parque Nacional de Itatiaia. O bacana é que da estrada você não vê os hotéis e, quando está nele, não vê os outros. Você fica isolado. Bom para os dias frios." A mil metros de altitude, em meio ao Parque Nacional de Itatiaia, o hotel não poderia ter outro nome. Com seus 11 chalés, proporciona tranqüilidade e contato com a natureza. Muito procurado por casais em lua-de-mel, o hotel não tem horários determinados. O café da manhã pode ser servido a qualquer hora. Além de restaurante, bar, piscina, sauna e jacuzzi, ainda dispõe de agência de ecoturismo e oferece aos hóspedes uma programação de atividades que envolve passeios em veículos 4x4, cavalgadas e trilhas que passam por cachoeiras e rios da região.

HOTEL FAZENDA AUBERGE SUISSE (Nova Friburgo, RJ) Fotos: Divulgação

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grande diferencial do Auberge Suisse sempre foi o restaurante, muito procurado. Todo o trabalho do proprietário, suíço, é inspirado no estilo europeu de hospedagem. Equipamento de primeira, fica em um lugar bem isolado, ótimo para descansar e comer bem." Antes da beleza de seu lago e jardins, antes do conforto de seus chalés em estilo alpino e até mesmo da exuberância de sua mata, o Hotel Fazenda Auberge Suisse cativa seus hóspedes pelo estômago. Para comprovar basta ir até a horta, de temperos, verduras e legumes, cultivada pela suíça Yvonne Amann, A proprietária. Ao lado de seu marido Urs Amann, Yvonne comanda o restaurante que serve o que há de melhor na gastronomia franco-suíça. Trutas, racletes e fondues dividem espaço com a mais recente novidade, os pratos de camarão com a marca Auberge, criados pelo casal em uma fazenda no sul da Bahia.

quinta-feira, 22 de junho de 2006

s distritos de Nova Friburgo são totalmente diferentes da cidade, que é bem grande. O Refúgio dos Falcões foi feito com muita madeira e janelões para apreciar a natureza. O proprietário tem um espaço bom para os hóspedes usufruirem da área comum, com DVD, CDs..." Talvez tenham sido milhares os pedidos para que esta propriedade, até então residência particular, se transformasse em hotel. E assim foi feito. Desde 2002 o Refúgio dos Falcões, além de ter um belo cenário, oferece todos os requisitos para uma vida saudável. Tai-chi-chuan, ioga, massoterapia, reflexologia e meditação são alguns dos serviços disponíveis aos hóspedes, que lá só se alimentam de produtos orgânicos. A água que abastece a cozinha do hotel, assim como a consumida pelos visitantes, é captada diretamente das nascentes de água mineral. O cardápio do restaurante não serve carne vermelha e pode ser adaptado para hóspedes diabéticos ou em tratamento. Estrada Mury-Lumiar, km 2, tel. (22) 2542-1187, www.refugiodosfalcoes.com.br. Diárias para casal entre R$ 215 e R$ 240, com café da manhã.

VILLA VITTA HOTEL (São Pedro, SP)

Acesso para km 4,5 da Estrada para o Parque Nacional de Itatiaia. Tel. 24) 3352-1124, www.vistalindahotel.com.br. Diárias para casal com café da manhã entre R$ 190 e R$ 450.

Rua 10 de Outubro, s/nº, distrito de Amparo, tel. (22) 2541-1270, www.aubergesuisse.com.br. Diárias para casal com café da manhã de R$ 200 a R$ 330.

POUSADA MARIA MANHÃ (Passa Quatro, MG)

POUSADA URIKANA (Teresópolis, RJ)

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ica a mil metros de altitude. Os apartamentos têm jardim interno e todas aquelas comodidades lareira, cama queen size... - que em hotel de serra são super importantes. Para casal." Que estabelecimento dispõe de sala especial para fondue senão um que prima pelo romantismo? Assim é a Pousada Urikana, que fica a mil metros no meio da Serra dos Órgãos, no Rio. Situada em um terreno inclinado, com 100 mil m², a pousada tem sua sede e seus chalés construídos em platôs. Além de campo de mini-golfe de grama sintética, sala de jogos, spa, piscina e sauna, também tem trilhas bem sinalizadas para que seus hóspedes contemplem de perto o verde da Mata Atlântica. O restaurante, também aberto ao público, dispõe de adega climatizada.

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ovo e muito bonito. Região de águas, teve o apogeu na época dos cassinos e agora está retomando seu turismo. É o proprietário quem cuida dos detalhes. Lá, tudo é feito com muito capricho." Da decoração mineira ao projeto arquitetônico, tudo foi projetado por Fábio Madueno, arquiteto e proprietário da Pousada Maria Manhã. Para não agredir a natureza, Madueno optou por construir tanto a área comum do hotel como seus sete chalés com grandes troncos de eucalipto que formam interessantes desenhos geométricos. Os chalés, que acomodam até quatro pessoas, são independentes e têm cama king size, lareira e vista panorâmica do Pico da Mina. O hotel também dispõe de sauna, piscina e trilhas para passeios a cavalo (manga-larga). Os adeptos de mountain bike também podem aproveitar os cenários de um dos mais elevados picos do País. Uma boa dica é percorrer o caminho velho da Estrada Real, conhecida como a primeira rota para o transporte do ouro e dos diamantes de Minas na virada do século 17. Roteiro de primeira classe. Estrada da Selinha, 3.000, Tronqueiras. Tel. (35) 3371-3100, www.pousadamariamanha.com.br. Diárias para casal a R$ 130 com café da manhã.

Estrada Ibiporanga, 2.151, Parque Imbuí, tel. (21) 26418991., www.pousadaurikana.com.br. Diárias para casal entre R$ 270 e R$ 480, com café da manhã.

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hotel é novinho e entrou para o guia na última hora. A cidade de São Pedro era antes dominada por grandes hotéis, como o Hotel Senac, mas agora, por causa da proximidade com Brotas, começou a desenvolver estabelecimentos mais personalizados como o Villa Vitta." Não é preciso ir até a vizinha Brotas para praticar atividades off-road. Quem se hospeda no Villa Vitta Hotel, entre São Pedro e Águas de São Pedro, tem a facilidade de percorrer por ali mesmo trilhas de diferentes níveis de dificuldade. Isso porque o Villa Vitta Hotel fica em um terreno de 1,8 milhão de m² e oferece dentro de sua propriedade diversos percursos para os hóspedes mais aventureiros. Quem preferir ficar longe de lama, no entanto, pode optar por caminhadas ecológicas, passeios a cavalo ou relaxar no spa do hotel que oferece sauna, massagens relaxantes e drenagem linfática. Com arquitetura inspirada nas vilas italianas, o Vila Vitta fica no topo de uma colina e tem vista para a serra. Além da bela paisagem, também tem serviço de primeira qualidade pois grande parte de seus funcionários são formados pelo Senac de Águas de São Pedro. Rod. SP-191, km 12, tel. (19) 3481-1726, www.villavitta.com.br. Diárias para casal custam R$ 260 (junho) e R$ 400 (julho), com pensão completa. Reservas para o mínimo de duas diárias nos fins de semana.

SOLAR DOS MONTES (Santana dos Montes, MG)

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onstruída em um casarão histórico, preservou parede de pau-a-pique e suas características originais. Conseguiu inserir todo o conforto sem descaracterizar sua arquitetura. Quem se hospeda lá se sente como se estivesse em uma fazenda de 200 anos." Não se assuste ao ser informado que a Pousada Solar dos Montes está situada exatamente em frente à praça central de Santana dos Montes. A cidade de apenas 4 mil habitantes ainda preserva a tranqüilidade de outrora, assim como conserva sua Igreja Matriz de Santana, erguida em 1749, e o imponente casarão onde está o hotel. O casarão-sede tem cerca de 200 anos, é tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal, e fica em um terreno de 10 mil m². Na mesma área foram construídos dois prédios, cada um com seis amplos apartamentos com varanda e vista para a montanha ou para o bem cuidado jardim. Além do conforto de suas acomodações, tem adega bem equipada, ótimo restaurante, que mistura pratos da culinária internacional com elementos da culinária mineira, e muita história. Grande parte do acervo cultural da região está cuidadosamente guardado na biblioteca. Praça Aristídes de Araújo Teixeira, 189, Centro, tel. (31) 37261319, www.solardosmontes.com.br. Diárias para casal com pensão completa entre R$ 210 a R$ 270.


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Empresas Finanças Nacional Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 22 de junho de 2006

FORAM CRIADOS 768.343 EMPREGOS NESTE ANO

1,4

milhão de vagas com carteira assinada é a estimativa de geração de empregos para 2006.

CRISE AGRÍCOLA AFETA EMPREGO Elza Fiuza/Abr

O

mercado formal de trabalho criou 198.837 empregos em maio, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho. O número representa um crescimento de aproximadamente 0,75% em relação ao estoque de abril, mas mostra uma desaceleração em relação à geração de empregos ocorrida no mesmo período em 2005. Em maio do ano passado, foram criados 212.450 postos de trabalho no País. No acumulado do ano, já foram gerados 768.343 empregos no Brasil, contra 770.800 no mesmo período em 2005. Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a desaceleração no ritmo de geração de empregos pode ser explicada pelos problemas ocorridos na agricultura e também pela situação cambial, que tem provocado perdas aos exportadores. Mesmo assim, ele continua apostando que a geração de empregos neste ano ficará acima do resultado de 2005 (1,254 milhão) e um pouco abaixo de 2004 (1,524 milhão). "Não há motivo para desespero. Continuamos esperando que 2006 resulte na geração de cerca de 1,4 milhão de empregos", disse Marinho, lembrando que o mercado de trabalho costuma registrar bons resultados no segundo semestre do ano. O ministro também afirmou que, apesar de a economia estar crescendo – com o aquecimento do mercado interno e a redução das taxas de juros –, a geração de empregos não deve acompanhar o mesmo ritmo neste ano porque as empresas brasileiras têm registrado ganhos de produtividade. "Num processo de recuperação da economia, como houve em 2004, o crescimento é grande. Mas depois, há um ganho de produtividade. Portanto, neste ano haverá crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas não tanto da contratação de mão-deobra", disse Marinho. Apesar da crise, a agricultura foi um dos setores da economia que tiveram melhor resultado em maio. Foram criados 55.077 postos, um aumento de 4,48% sobre o estoque. Já a indústria de transformação criou 48.764 empregos, com aumento de 0,77% sobre o estoque e destaque

Apesar do aquecimento da economia, ritmo de abertura de novas vagas não emplacou e cresceu 0,74% em maio

O ministro de Trabalho, Luiz Marinho, espera que 2006 seja melhor que 2005

para produtos alimentícios, têxteis, metalúrgicos e mecânicos. A construção civil, por sua vez, gerou 16.282 empregos, maior saldo para o mês de maio. Já o setor de serviços criou 52.335 postos de trabalho, terceiro maior resultado para essa época do ano, com destaque para os ramos de alimentação; administração e venda de imóveis. Regiões – A região Centro-Oeste demitiu mais do que contratou trabalhadores no mês de maio. A saldo negativo de empregos foi 1.460 vagas. Em números, isso significa que apesar de terem sido admitidos 82.039 trabalhadores com carteira assinada, foram demitidos no mesmo período 83.499 pessoas. O número de demissões foi maior do que o de contratações nos estados do Rio Grande do Sul (-3.867 postos), Mato Grosso (-3.388) e Santa Catarina (-367 vagas). A maior geração de empregos em maio ocorreu no Sudeste, com 155.557 empregos formais. Em segundo lugar está a região Nordeste, com 28.589 postos e, em terceiro, o Sul, com 9.234 vagas. A região que gerou menos vagas no mês de maio foi a Norte, com apenas 6.917 postos. I nf r a- e st r ut u ra – O ministro do

Trabalho disse ainda que a área técnica do ministério está avaliando a possibilidade de o governo poder usar o patrimônio líquido do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que é da ordem de R$ 20 bilhões, nos projetos de infra-estrutura. Segundo o ministro, esse dinheiro não pertence aos correntistas, que são os trabalhadores, porque ele é resultado das aplicações financeiras e dos empréstimos feitos ao longo dos anos, que retornaram aos cofres do fundo. Esse valor ultrapassa a cota a que cada trabalhador tem direito no fundo e que corresponde aos depósitos feitos pelos empregadores mais a correção monetária devida. Como o País é carente em infra-estrutura, principalmente, no que diz respeito à construção e conserto da malha viária, Marinho acredita que é uma boa idéia alocar os recursos do FGTS para esse fim. O ministro não deu detalhes da proposta em estudo, mas disse que ela precisa ser submetida à aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de seguir para apreciação do Conselho Curador do FGTS. Por lei, os recursos do FGTS são aplicados em financiamento à habitação popular e saneamento básico. (Agências)

Demissão cresce, salário também s micros e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo fecharam 43 mil postos de trabalho, o que representa uma queda de 0,7% no nível de ocupação, na comparação com o mesmo mês de 2005. É a primeira vez, desde agosto de 2004, que o número de pessoas ocupadas nas MPEs cai no comparativo de 12 meses. Em relação a março, a queda foi de 0,2%, e o resultado dos primeiros quatro meses do ano é positivo, ainda que tímido: 0,4%. Esses são alguns dos dados da Pesquisa Indicadores Sebrae-SP – Rendimentos e Ocupações, realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae-SP), em parceria com a Fundação Seade. Apesar dos números negativos, a retração no nível de emprego das micros e pequenas empresas não deve ser uma tendência, segundo José Luiz Ricca, diretor-superintendente do Sebrae-SP. "Apesar do primeiro quadrimestre abaixo das expectativas, o cenário da economia é relativamente favorável, com a inflação sob controle, a expansão do crédito e as seguidas reduções dos juros", avalia. O fechamento de postos de trabalho é um reflexo do baixo faturamento das empresas no primeiro quadrimestre do ano. As MPEs paulistas tiveram, em abril, um faturamento 8,5% menor que no mesmo mês do ano passado. Apesar disso, os rendimentos dos empregados tiveram alta de 9,5% em relação a abril de 2005, já descontada a inflação. "De uma forma geral, o mercado está pagando melhor, seguindo a melhora no nível de atividade na economia, e as micros e pequenas empresas têm de seguir a tendência, até mesmo para não perder seus melhores quadros", afirma o economista do Sebrae-SP, Pedro João Gonçalves. Pessoal ocupado – Os dados dos Indicadores Sebrae-SP apontam que há cerca de 5,8 milhões de pessoas

A

trabalhando em micros e pequenas empresas no Estado de São Paulo. São 3,6 milhões de empregados diretos e 2,188 milhões de sócios-proprietários e familiares. Na comparação com abril de 2005, há 15 mil empregados a mais (alta de 0,4%) e 57 mil sócios-proprietários a menos (-2,6%) trabalhando nas MPEs. As empresas do estado têm, em média, 4,37 pessoas em seu quadro. Em abril de 2001, melhor mês da série (os dados começaram a ser aferidos pelo Sebrae-SP em 1998) eram 4,79, ou 8,7% mais. Por setores, apenas o comércio aumentou o pessoal ocupado: alta de 3%

5,8

milhões é o número de pessoas empregadas atualmente nas micros e pequenas empresas localizadas no Estado de São Paulo

no ano e de 1% em relação ao mesmo mês de 2005. Indústria e serviços tiveram, respectivamente, queda de 1,6% e 2% no quadrimestre e 0,4% e 3,4% sobre o mesmo mês do ano passado. O maior número de demissões ocorreu no setor de serviços prestados ao consumidor. Na análise por região, o Grande ABC mostrou uma alta de 8,9% no pessoal ocupado em relação a março deste ano. O resultado compensa o fraco primeiro quadrimestre, que mostrou uma queda de 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Sobre abril de 2005, o Grande ABC mostrou aumento de 1,7% no nível de emprego das MPEs. A região metropolitana de

São Paulo, o interior e a capital tiveram quedas, respectivamente, de 0,2%, 1,2% e 2,6% nos 12 meses. No quadrimestre, a região metropolitana apresentou queda acumulada: 0,2%, enquanto o município de São Paulo e o interior tiveram altas de 0,2% e 1,1%. Rendimentos – A pesquisa do Sebrae-SP também verificou os rendimentos – salários fixos, honorários, comissões, ajuda de custo, 13º e abono de férias – dos empregados diretos das MPEs paulistas. Por setores, indústria, comércio e serviços apresentaram altas de 1,4%, 11,8% e 10,1% nos últimos 12 meses. No acumulado do ano, as altas foram, respectivamente, de 1,6%, 7,3% e 5,8%, já descontada a inflação. Por regiões, os rendimentos médios de empregados de MPEs da região metropolitana de São Paulo, interior, Grande ABC e capital registraram altas de 11,6%, 8,1%, 1,3% e 12,8%, respectivamente, nos últimos 12 meses. Em valores reais, na média do quadrimestre, o rendimento médio dos empregados de MPEs no Grande ABC foi 3,5% menor que na capital (R$ 735 contra R$ 762). No interior, a diferença foi ainda maior: a média do rendimento é de R$ 605 (21% menor que na capital). Pelos dados de abril deste ano, o empregado das micros e pequenas empresas do comércio recebe 12,6% a menos que o trabalhador da indústria (R$ 643 contra R$ 736). O rendimento médio no setor de serviços (R$ 751) bateu o da indústria pela primeira vez desde outubro de 2005. Em São Paulo existe 1,3 milhão de micros e pequenas empresas formalizadas, na indústria de transformação, comércio e serviços, que empregam entre 5 e 6 milhões de pessoas. A pesquisa Indicadores Sebrae-SP avalia mensalmente o desempenho conjuntural das MPEs paulistas, entrevistando 2,7 mil empresas, que compõem uma amostra representativa desse universo . (Ag. Sebrae)

Vale faz acordo com chineses Vale do Rio Doce confirmou ontem que fechou com as siderúrgicas chinesas reajuste de 19% para o preço do minério e redução de 3% para a cotação das pelotas de alto-forno. O reajuste ficou em linha com o de outras

A

mineradoras em todo o mundo. A confirmação do reajuste pela Vale era esperada desde terça-feira, quando a australiana BHP anunciou acordo com os chineses, que relutavam em aceitar a alta de 19% no preço da commodity. (AE)


quinta-feira, 22 de junho de 2006

Tr i b u t o s Nacional Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PACOTE CAMBIAL DEVE INCLUIR LINHA DO BNDES

Recentes oscilações nos mercados financeiros já aparecem nos números do Banco Central. No mês de junho até ontem, o ingresso de investimentos estrangeiros diretos soma apenas US$ 300 milhões, o que leva a autoridade monetária a projetar volume de US$ 500 milhões para o resultado de todo o mês.

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bilhões de dólares é o que o BC espera em 2006 para os investimentos estrangeiros diretos

TURBULÊNCIA PREJUDICA AS CONTAS EXTERNAS

A

turbulência que afeta os mercados financeiros internacionais desde meados de maio já está causando danos às contas externas brasileiras. Dados divulgados pelo Banco Central (BC) mostram que neste mês, até ontem, o ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED) está fraco: somente US$ 300 milhões. Até o final do mês, de acordo com projeção do chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o total chegará a US$ 500 milhões. Apenas em maio, os IED somaram US$ 1,58 bilhão e, nos cinco primeiros meses do ano, US$ 6,32 bilhões — média mensal de US$ 1,26 bilhão. "No início de junho houve uma maior volatilidade, que se refletiu em um movimento natural de parada dos agentes econômicos. Mas já estamos registrando alguma melhora nos últimos dias. A expectativa é de que em algum momento de julho o fluxo volte ao normal", afirmou Lopes. Confiante nessa avaliação, o chefe do Depec manteve inalterada em um total de US$ 18 bilhões a projeção para os investimentos em 2006. Além do impacto no investimento produtivo que vem para o País, as incertezas externas também fizeram despencar a renovação de empréstimos no exterior que venceram em junho. A taxa de rolagem total dos financiamentos de médio e longo prazos até ontem estava em 24%, bastante inferior ao percentual acumulado de janeiro a maio deste ano, que chega a 296%. Como comparação, no mês passado esse indicador ficou em 172%. Dividendos — Outro número afetado pela turbulência externa dos mercados foi o de remessas de lucros e di-

videndos. Em junho, até ontem, essa conta registrava saídas de US$ 427 milhões. O valor está muito abaixo da média de US$ 1,44 bilhão por mês registrada até agora neste ano (um total de US$ 7,22 bilhões de janeiro a maio). Mas, nesse caso, a volatilidade atuou de outra forma, por meio da desvalorização do real, que torna menos atraentes as remessas ao exterior. Isso ocorre porque, com o real depreciado, o empresário troca os reais por menor volume de dólares na hora de enviar seus lucros para fora, ou seja,

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milhões de dólares foi o total do superávit na conta corrente do balanço de pagamentos brasileiro em maio, volume inferior ao registrado em maio do ano passado, segundo o BC a operação é menos atraente e a tendência é que seja postergada. Mesmo com o resultado fraco que se desenha em junho, o desempenho do ano levou o BC a elevar de US$ 13 bilhões para US$ 14,7 bilhões a projeção das remessas de lucros em 2006. Embora a volatilidade esteja no mercado desde maio, segundo Lopes ela não teve impacto nas remessas naquele mês. Ao contrário. No mês passado, essa conta registrou o maior volume de saídas do ano: US$ 2,003 bi-

lhões. Por isso, a conta de transa correntes do balanço de pagame brasileiro (que registra todas as op ções de comércio e serviços do B feitas com o exterior) teve saldo tivo de US$ 475 milhões no mês p do, bem abaixo das estimativa mercado e do próprio BC. Em maio de 2005, o superávi conta corrente havia sido de US milhões. "O desempenho da con transações correntes em maio fo terminado pelo maior volume d messas de lucros e dividendos p exterior. Esse movimento foi inf ciado por dois fatores princip maior lucratividade das empre real valorizado", disse Lopes, diante do desempenho bem mais das remessas em junho, projeta este mês um saldo positivo de US bilhão para a conta corrente. O resultado da conta corrente s foi ainda mais fraco no mês pas porque as despesas com juros d nuíram fortemente, totaliza US$ 162 milhões. Segundo Lopes ocorreu por causa do pagamento cipado, em abril, dos títulos bra originados da renegociação de d externa do início dos anos 1990. No acumulado do ano, a conta rente do balanço de pagamentos senta saldo positivo de US$ 2,50 lhões, contra US$ 3,973 bilhões d neiro a maio de 2005. No acumu dos 12 meses terminados em ma superávit na conta foi de US$ 12,7 lhões, o correspondente a 1,51 Produto Interno Bruto (PIB) do p do. O BC revisou para baixo a pro para o saldo de transações corre no ano, de US$ 8,5 bilhões (o eq lente a 0,94% do PIB) para US$ 8 lhões (0,89% do PIB). (AE)

Brasil já não deve ao Clube de Pari governo brasileiro terminou de pagar em maio toda a dívida com os credores externos oficiais reunidos no Clube de Paris. No total, foram desembolsados US$ 692 milhões de principal e de juros. Com a operação, a dívida externa total do Brasil caiu em maio para US$ 160,696 bilhões, valor mais baixo desde os US$ 153,1 bilhões de dezembro de 1995, segundo o Banco Central (BC). O débito do Brasil com o Clube de Paris era de aproximadamente US$ 2,5 bilhões no fim de 2005 e, pelo cronograma original, deveria ser liquidado somente em janeiro de 2007. Em janeiro passado foi paga uma parcela regular de US$ 173 milhões e, depois disso,

O

o governo federal decidiu antecipar a quitação do passivo restante. O dinheiro para a quitação não saiu das reservas internacionais brasileiras, informou o BC. "Usamos recursos adquiridos pelo Tesouro Nacional no mercado de câmbio", afirmou ontem o chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes. Em abril, a administração federal havia liquidado a parte da dívida externa com credores privados originada da renegociação feita no âmbito do Plano Brady, na década de 1990. Naquele mês, o Tesouro Nacional pagou, antecipadamente, US$ 5,85 bilhões aos credores que detinham os títulos emitidos naquela negociação da dívi-

da externa. Pelo cronograma no de vencimentos, essa parte do pa só seria encerrada em 2014. A queda do endividamento ext brasileiro abriu espaço para o BC para baixo a projeção de amortiza da dívida externa neste ano. Segu informações de Lopes, esse prog tico caiu de US$ 35,1 bilhões US$ 33,2 bilhões. Essa estimativa em conta o total da dívida externa último mês de março. De acordo com o BC, como a d do País teve uma redução de US$ bilhões entre abril e maio, a aval para as amortizações poderá fica da menor quando forem levado conta esses pagamentos. (AE)

BC estuda modernização do câmbi Givaldo Barbosa/Agência O Globo

novo diretor de Asvez mais transparente, p suntos Internaciosamos ter um mercado d nais do Banco Cene eficiente e as medida tral (BC), Paulo Vieira da Cunesta direção", afirmou nha, indicou ontem que o goO pacote de medida verno deve permitir que as área cambial também empresas quitem as dívidas incluir a criação de uma no exterior antes de trazerem do Banco Nacional de para o Brasil os dólares recesenvolvimento Econôm bidos pelas exportações. Social (BNDES) para fi Cunha, no entanto, sinaliciamento de pré-emba zou que as medidas de modas exportações. Os fi dernização do mercado de ciamentos seriam total câmbio em estudo pela adte corrigidos pela Taxa d ministração federal não deros de Longo Prazo (TJL vem acabar com a cobertura Cunha, novo diretor do BC (à esq.): aperfeiçoamento do sistema Cunha avaliou que a s cambial, que é a exigência de ção cambial no Brasil m que os valores em moeda estrangeira Recentemente, o ministro do Desen- rou "enormemente" com toda a l obtidos no exterior sejam convertidos volvimento, Indústria e Comércio Ex- lação mais adequada ao sistema d em reais quando chegam ao País. terior, Luiz Fernando Furlan, declarou xas de câmbio flutuantes. "As n "Eu diria que, em relação à cobertura que as medidas cambiais que estão em medidas estudadas em conjunto cambial, sempre há a possibilidade de estudo no governo alterariam esse o Ministério da Fazenda e o Cong se fazer uma evolução gradual. Ainda prazo para no mínimo 360 dias. A am- servirão para continuar melhor existem outros instrumentos, como a pliação do intervalo também é defen- esse sistema de câmbio", disse. questão da compensação privada de dida pela Federação das Indústrias do Um projeto de lei que reformu créditos, que são igualmente impor- Estado de São Paulo (Fiesp). da a legislação cambial, elaborad tantes", afirmou, em seu primeiro proMenos custos — Segundo o diretor la área técnica da Fiesp, está em tr nunciamento no cargo. do BC, o objetivo das medidas em es- tação no Congresso. O Executiv Embora tenha informado que o Po- tudo é reduzir o custo das transações e entanto, considera que as altera der Executivo estuda a possibilidade tornar mais ágil e eficiente o mercado, previstas na proposta são muito de permitir que os exportadores qui- de tal forma que ele seja, realmente, o plas e, por isso, quer negociar tem os débitos antes de internalizar as fator determinante para a taxa de câm- idéia intermediária. Cunha disse divisas, ele afirmou que "não há ur- bio. "O que queremos é que a taxa de pretende participar ativamente d gência no momento" para estender o câmbio seja determinada pelo merca- discussões. Segundo ele, o mercad prazo de 210 dias para que os dólares do e que sofra todos os sentimentos do câmbio deve ser adequado ao d sejam trazidos para o Brasil. mercado. Para que isso se torne cada mismo da economia. (AE)

O

Arcelor: ações voltam ao mercado s negociações com as ações da Arcelor, controladora da Arcelor Brasil, devem ser retomadas até no máximo segunda-feira, um dia depois de uma esperada decisão por parte da siderúrgica sobre as recentes

A

propostas das rivais Mittal Steel e Severstal, afirmou o órgão regulador de mercado da Espanha. Os órgãos fiscalizadores suspenderam os papéis até que a Arcelor torne públicas informações sobre os acordos. (Reuters)


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Empresas Nacional Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de junho de 2006

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SEBRAE QUER FACILITAR A VIDA DOS PEQUENOS

por cento foi ocrescimento dos usuários brasileiros de internet de banda larga no trimestre

Márcia Gouthier/Ag. Sebrae

MP das domésticas volta para a Câmara Caso seja aprovada e não receba veto de Lula, medida permitirá mais descontos

O

Senado aprovou, na quarta-feira, projeto de lei de conversão da Medida Provisória (MP) que permite o desconto no Imposto de Renda (IR) da contribuição patronal paga à Previdência Social relativa ao salário de empregados domésticos. A MP do IR dos domésticos, como ficou conhecida, foi aprovada com várias modificações. O texto original do governo restringia o benefício do desconto do IR a um empregado doméstico. O projeto de conversão estendeu o benefício – durante os três primeiros anos – a até dois empregados, sendo mantida a limitação de um salário mínimo por trabalhador. Como foi modificado no Senado, o projeto voltará para votação na Câmara. Depois de tentar reabrir o programa de recuperação fiscal Refis, que acabou vetado pelo presidente Lula, o Senado aprovou um abatimento de

10% para o pagamento antecipado das dívidas dos contribuintes que já estão inscritos nesse programa e também no Paes (parcelamento especial da Receita Federal). O benefício foi incluído no texto da Medida Provisória 284. Devido às modificações introduzidas, inclusive a que torna obrigatória a contribuição ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para as domésticas, o líder do governo no Senado Federal, senador Romero Jucá (PMDBRR), avisou que o presidente Lula deverá vetar vários artigos do projeto, caso eles sejam mantidos pela Câmara. O senador Edison Lobão (PFL-MA), relator da matéria, disse que a única modificação feita por ele no texto original permite o desconto do IR pelo empregador para até dois empregados domésticos que ganhem o salário mínimo. Gafe – A preocupação com a reabertura do Refis fez com

que o secretário-adjunto da Receita Federal, Ricardo Pinheiro, cometesse uma gafe durante a divulgação da arrecadação de maio. Ele afirmou que os parlamentares teriam incluído essa reabertura na MP 284, o que poderia estimular a sonegação no País. Ao comentar a medida, Pinheiro afirmou: "Isso é assustador. Um Refis não é problema. Dois já preocupam. Três acendem a luz vermelha. Não se pode sinalizar para o contribuinte que vale a pena não pagar imposto." A reabertura de Refis chegou a ser incluída na Medida Provisória 280, que corrigiu a tabela do Imposto de Renda em 8%, mas acabou sendo vetada pelo presidente Lula na semana passada. Desde então, o governo vem negociando com os parlamentares outra MP com regras específicas para uma nova renegociação da Receita com contribuintes inadimplentes. (Agências)

Internet ganha mais adeptos

O

número de usuários brasileiros de internet de banda larga (alta velocidade) cresceu 8% no primeiro trimestre deste ano. No final de março, havia 4,36 milhões de internautas com serviço de acesso de banda larga no País, contra 4,03 milhões em dezembro. Os dados constam da pesquisa realizada pela IDC Brasil em parceria com a Cisco Systems

do Brasil, e revelam uma desaceleração no ritmo de expansão desse tipo de acesso. No último trimestre do ano passado, 580 mil novas conexões foram contratadas, um salto de 16,8% em relação ao trimestre anterior. "Essa desaceleração reflete certa sazonalidade, sim, mas também indica que cada vez mais os mercados das classes A e B estão se saturando",

disse o presidente da Cisco no Brasil, Rafael Steinhauser. Apesar da desaceleração, o número de internautas que optam pelas vantagens do acesso de banda larga ainda cresce a taxas expressivas. Entre setembro de 2005 e março deste ano, houve um acréscimo de 905 mil novas conexões de alta velocidade no País. No ano passado, foi 1,7 milhão. (AG)

Representantes de várias entidades reuniram-se para discutir formas de simplificar a vida das empresas

Técnicos buscam alternativas para viabilizar pequena empresa

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écnicos do Sebrae, do Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC) e da Confederação Nacional dos Municípios estão buscando alternativas para simplificar e desonerar a abertura, manutenção e fechamento de empresas. O assunto, que foi tema de reunião na sede do Sebrae Nacional, em Brasília, na última quarta-feira, volta a ser discutido no dia 17 de julho. "Todos estão fazendo ações semelhantes e com o mesmo objetivo. Com debates e definições de iniciativas conjuntas evita-se duplicação de trabalho, uns podem complementar ações de outros e os resultados serão mais eficazes", explicou a consultora de Desburocratização do Sebrae, Helena Rego. Ela informou que o Sebrae Nacional tem um sistema de mapeamento das obrigações legais das em-

presas, mas desenvolvido inicialmente apenas para os estados de Pernambuco e Minas Gerais e suas respectivas capitais. A instituição trabalha para desenvolver um sistema mais ágil, prático e que seja ampliado para todo o território nacional. O DNRC também trabalha um novo portal com reforço no apoio ao registro de empresa. Segundo o coordenador de registro mercantil, Rômulo Guimarães Rocha, o trabalho está em fase de implantação e prevê, entre as facilidades, pesquisa sobre nome empresarial e elaboração de documentos necessários à abertura dos empreendimentos. Rocha também aposta no trabalho integrado "para facilitar o registro e legalização das empresas". O assessor da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), James Matos, adiantou que a instituição se encar-

regará de conscientizar as prefeituras sobre a importância de facilitar e desonerar a vida das empresas. "É um benefício não só para os empresários, mas para a municipalidade como um todo, contribuindo para a geração de emprego e renda, a formalização dos empreendimentos, aumento da arrecadação e facilitando os investimentos das prefeituras em outras áreas", resumiu. Na última reunião do grupo, realizada na quarta-feira, o gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Bruno Quick, apresentou o caso da prefeitura de Petrópolis (RJ), que venceu o Prêmio Prefeito Empreendedor 2005 por dar tratamento diferenciado às micros e pequenas empresas na área de tributos e desburocratização. No município, o alvará de funcionamento pode sair em até 24 horas. (Ag. Sebrae)

ATAS

AVISO DE LICITAÇÃO

CONVOCAÇÕES COMUNICADO Terra Preta Reformadora, Comércio de Pneus e Componentes Automotivos Ltda. torna público que recebeu da CETESB/Agência Ambiental de Guarulhos a LICENÇA DE OPERAÇÃO DEFINITIVA nº 15002257 para exercer a atividade de REFORMA PNEUMÁTICA, COMÉRCIO DE PNEUS E COMPONENTES AUTOMOTIVOS, sita à Av. Industrial, nº 100 - Terra Preta - Mairiporã/SP - CEP:07600-000

Cooper Team – Sociedade Cooperativa Multiprofissional de Prestação de Serviços Assembléia Geral Extraordinária - Edital de Convocação A Presidente da Cooper Team - Sociedade Cooperativa Multiprofissional de Prestação de Serviços, no exercício dos poderes que lhe são conferidos pelos artigos 38 e seguintes da Lei nº 5.764/ 71, CONVOCA a todos os seus associados cooperados para a Assembléia Geral Extraordinária que se realizará na Av. Brigadeiro Luis Antônio, 4899 – Jardim Paulista, na cidade de São Paulo, em 10 de julho de 2006, em primeira convocação às 15:00 horas, em Segunda convocação às 16:00 horas e, em terceira e última convocação, cuja realização depende do quorum mínimo de 10 (dez) associados, às 17:00 horas, para deliberar a seguinte ORDEM DO DIA: I – Reforma Estatutária – conforme Projeto de Reforma de Estatuto à disposição dos associados na sede da Cooperativa; II – Assistência Médica; III – Criação de novos fundos; IV – Outros assuntos de interesse geral da Sociedade Cooperativa. Ficam, ainda, os associados cooperados informados de que poderão participar da Assembléia, com voz e voto, através do sistema de áudio conferência, localizados nos seguintes endereços: Rio de Janeiro – Rua México, 119 sala 902, Centro; Salvador – Av. Antônio Carlos Magalhães, 2573, sala 303; Marília – Rua Paes Leme, 47, 4º andar, sl. 42, Alto Cafezal e Santos – Rua Carvalho de Mendonça, 230 cj. 72, Vila Mathias. São Paulo, 08 de junho de 2006. TEREZA DE JESUS GONÇALVES MACHADO - PRESIDENTE

EDITAL

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 22 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Hélio Junqueira Meirelles - Requerido: Construarc S.A. Construções - Av. Angélica, 2.510 - 3º andar - conjunto 35 - 1ª Vara de Falências Requerente: Banco Industrial do Brasil S.A. - Requerido: Moda Luz Comércio de Artefatos para Decorações

Ltda. - EPP - Rua Pirassununga, 331 - 2ª Vara de Falências Requerente: Fixopar Comércio Parafusos e Ferramentas Ltda. - Requerido: Belmerix Indústria Com. InfraEstrutura Comunicação Ltda. Rua Fidêncio Ramos, 100 - 7º andar - 1ª Vara de Falências

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sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

LAZER - 3

CINEMA Chegam às telas outro filme catástrofe e o emocionante documentário Moacir - Arte Bruta

Fotos: Warner Bros/Divulgação

Paz de espírito ou a verdade. Por Michelangelo Antonioni

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O veterano Richard Dreyfuss, no papel de um quase suicida homossexual. Durante festa de réveillon, algo "dá errado", nas palavras do navegante que vigia o oceano

Refilmagem piorada de sucesso de 1972, Poseidon é enjoado, gritado e claustrofóbico Geraldo Mayrink

O

mar, fonte da vida e de terrores, sempre recomeçado, não acaba nunca e Poseidon ( EUA, 2006, 99 minutos) está aí para mostrar que é pena que não acabe de vez, já não faz jus a tanta grandeza cósmica. Trata-se da refilmagem piorada de um sucesso de 1972, do gênero filme-catástrofe, O Destino do Poseidon, de Ronald Neame, com Gene Hackman e Carol Lynley, astros da época. Não tanto pelos seus atores atuais, nenhum dos quais é astro, quase tudo mudou, menos o ridículo, que se acentua hoje em dia com os novos recursos da técnica. O mar aqui é criado por computador e o malfadado navio que dá título ao filme, feito em miniatura que bóia num tanque, é tão superlativo que tem o equivalente a vinte andares de altura e oitocentas cabines de luxo. Para afrontá-lo, só mesmo uma super-onda de porte apocalíptico. Ela inevitalvelmente vem e o resultado é o que se pode imaginar, muito além da falta de imaginação de quem tramou este encontro fatal.

Como tudo nos oceanos remete não às ondas, mais ao iceberg assassino de Titanic, a comparação é inevitável. O enorme sucesso do filme do canadense-americano James Cameron deveu-se a um esbanjamento de dinheiro, romance e personagens de alta voltagem dramática, além de um mar tenebroso como nunca se viu. Aqui não há nada disto, nem sequer o humor-negro da piada que mostra gente em traje de gala pegando gelo do iceberg para botar nos seus drinques, sem perceber que estão afundando. E o diretor Wolfgang Petersen deveria ficar envergonhado, já que fez na Alemanha, onde nasceu há 65 anos, um filme aquático muito estimado em seus males, Das Boat – O Inferno do Mar, antes de pegar sua canoa para fazer carreira em Hollywood. Com outro motivo para vergonha, Petersen se incorporou, pela certidão de nascimento, a uma legião de notáveis teutônicos e aparentados que se assinavam Stroheim, Lang, Wilder, Lubitsch, Preminger e tantos outros, todos contribuintes da glória do cinema local. Tal-

vez não se faça alemães bons de câmera como antigamente. Basta ver o que Petersen apresenta agora, sem nenhuma surpresa na carreira de sucessos comerciais que incluem astros como Clint Eastwood (Na Linha de Fogo, 1983) ou Harrison Ford (Força Aérea Um, 1997), além do mal-afamado superespetáculo Trói a (2004). Ele fez mesmo a América e dizem que seus últimos cinco filmes faturaram 1,5 bilhão de dólares, mas nenhum deles valeu o preço dos ingressos vendidos. Poseidon é a prova de que o público, o freguês, nem sempre tem razão. O filme é enjoado, gritado e claustrofóbico, confinando seus personagens em ambientes fechados, e todos se esbaldam numa festa de réveillon até que "algo errado", nas palavras do navegante que vigia o oceano com um binóculo, acontece na forma de uma onda de trinta metros de altura. Fogo, gás e objetos que despencam provocam afogamentos e mortes. A água esguicha como que saindo de hidrantes de bombeiros, pois os computadores não dão volume hídrico ao mar que tu-

do invade. No meio de banhos e chamuscos, dois pobres personagens, Ramsey (Kurt Russsell), ex-bombeiro que ficou rico, e Dylan (Josh Lucas), jogador profissional, funcionam como super-heróis, para salvar um menino esperto, um casal de adolescentes apaixonados, mulheres sem graça que não merecem as roupas que vestem num ambiente tão chique como o do navio Poseidon e um quase suicida homossexual (condição só mencionada em breves diálogos), Richard (o veterano Richard Dreyfuss, de Tubarão e Contatos Imediatos de Terceiro Grau). Embora laços se formem entre eles, sob escombros e esmagamentos, a pobreza dramática destes personagens é tanta que quase lembra um filme também passado no fundo do mar, com Sharon Stone no seu auge, no qual ela aparece o tempo todo de escafandro, como se não tivesse mais nada para mostrar. O mar tem muito mais para dar. Este é o triste oceano, sem emoção, que o filme apresenta – pouca água para um caminhãozinho pipa desgovernado.

Sob escombros e esmagamentos, prevalece pobreza dramática de personagens.

OUTRAS ESTRÉIAS

Drama romântico na Idade Média, dois iranianos e o selvagem mundo dos negócios

ois Anjos (Two Angels/Deux Fereshté, França/Irã, 2003, 80 minutos). O drama dirigido por Mamad Haghighat, conta a história do adolescente Ali (interpretado por Siavoush Lashgari), morador de um vilarejo pobre do Irã que após ganhar uma flauta, sonha em aprender a tocar o instrumento. É nesse momento que um confronto entre Ali e seu pai, um religioso conservador, começa. O devoto pai, acreditando ter matado seu único filho, vai a uma mesquita para se confessar. O ator Mehran Rajabi interpreta o patriarca repressor e também o pastor que incentiva o protagonista. O Samurai do Entardecer (Tasogare Seibei, Japão, 2002, 129 minutos). Seibei Iguchi, interpretado pelo Hiroyuki Sanada, é um samurai a serviço do clã Unasaka na província de Shonai, nordeste do Japão. Seu grande amor de infância, Tomoe (Rie Miyazawa), termina o casamento com um samurai de inabalável reputação. Com o divórcio, Seibei entra em um confronto com Tomoe e vence com facilidade. Com isso é convocado por seus superiores para confrontar e matar um guerreiro inimigo. Dirigido por Yoji Yamada. Tristão & Isolda (Tristan & Isolde, Estados Unidos, 2006, 125 minutos). Ambientado na Inglaterra durante a Idade Média, após a queda do Império Romano, o longa-metragem dirigido por Kevin Reynolds (O Conde de Monte Cristo), conta a história de Tristão que tem os pais assassinados e é adotado por seu tio, Lorde Marke. Dado como morto, Tristão é encontrado e tratado pela bela Isolda, vivida por Sophia Myles. O casal se apaixona e, durante o romance, não revela seus nomes um para o outro. Tristão então descobre que a sua paixão é a filha de um rei, que é também seu maior inimigo. No elenco, James Franco e Rufus Sewell.

Rita Alves Europa Filmes/Divulgação

Divulgação

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Dois Anjos: música, culpa e repressão, no drama iraniano

O Samurai do Entardecer: amores de infância e confronto de samurais

Divulgação

Paris Filmes/Divulgação

The Business, uma Carreira para o Paraíso: no crime organizado

The Business, uma Carreira para o Paraíso (The Business, Inglaterra, 2005, 97 minutos). A Espanha é o destino do jovem Frankie (Danny Dyer). É lá que ele precisa entregar uma encomenda a Charlie (Tamer Hassan), um exdetento playboy que mudará sua vida para sempre. Na Espanha, Frankie passa a trabalhar para Charlie e rapidamente entra para uma gangue. A partir daí, terá que lidar com a nova fase dentro do mundo violento e fascinante do crime organizado. Nike Love é responsável pela direção e roteiro do drama. Às Cinco da Tarde (At Five in the Afternoon/Panj é Asr, Irã/França, 2003, 105 minutos). Samira Makhmalbaf é o diretor do longa-metragem que mostra a luta de uma mulher afegã na tentativa de realizar suas vontades. Nada é fácil no país que obriga mulheres a usar burca. Ela quer estudar, mesmo contra a

vontade de seu pai, e procura aproveitar as recentes mudanças político-sociais para conseguir realizar seu desejo. Mas a afegã tem planos ousados: sua ambição é tornar-se presidente do país. No Meio da Rua (Brasil, 2006, 89 minutos). O garoto Leonardo, interpretado por Guilherme Vieira, vive em uma família de classe média e está sempre acompanhado pelo motorista da família. A caminho da escola, enquanto aguarda no trânsito, faz amizade com Kiko (Cleslay Delfino), malabarista de rua. Leonardo decide presentear o novo amigo com seu game. Quem não gosta nada da história é a mãe de Leonardo, vivida por Flávia Alessandra. Quem dirige o longametragem é Antônio Carlos da Fontoura, (Gatão de Meia Idade). No elenco, Tarcísio Filho, João Antônio Jamaica e Maria Mariana Monnerat.

Moacir - Arte Bruta, documentário de Walter Carvalho: arte e beleza

Moacir - Arte Bruta (Brasil, 72 minutos). Dirigido por Walter Carvalho, co-diretor de Cazuza, o tempo não pára (2004) e Janela da Alma (2001), o documentário mostra o artista Moacir, isolado num recanto do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, desenhando incessantemente por sete dias. Suas obras, em lápis de cera, retratam universos de um mundo onírico e diabólico que ganham expressões simples. O pintor convive com problemas de esquizofrenia e foi dando forma aos seus anjos e demônios no mistério das folhas de papel branco. Familiares e vizinhos, que o conhecem desde pequeno, traçam um painel da sua vida e obra. Com belíssima direção de fotografia assinada por Lula Carvalho, filho de Walter, o longa é dedicado a Leon Hirszman, autor da trilogia Imagens do Inconsciente.

CLÁSSICO EM DVD

O MAR É MUITO MAIS

assados 30 anos de sua estréia no cinema, o filme Profissão: Repór ter, de Michelangelo Antonioni (foto), é lançado em DVD. Quando exibido em tela grande, tinha a palavra "Passageiro" adicionada ao início do atual título, para aproveitar o original Passenger. Considerada uma das obras-primas do diretor italiano, o longa traz Jack Nicholson como o jornalista de TV David Locke, que abrigado num precário hotel africano, percorre longas distâncias a pé tentando entrevistar guerrilheiros e líderes envolvidos em conflitos, busca as histórias, faz as perguntas. Anglo-americano, famoso e bem pago, sente-se, no entanto, angustiado em meio ao deserto. "Não, não temos sabonete, senhor", informa o atendente do hotel. E morre o homem de negócios do quarto ao lado. Uma possibilidade se anuncia. Eles são parecidos. Idade e tipo físico semelhantes. E o repórter vê a chance de fazer algo de concreto, em vez de apenas contar histórias. "Você lida com palavras, imagens, coisas frágeis. Eu chego com mercadorias, coisas palpáveis. Todos me entendem imediatamente", ensinara o negociante ao homem de notícias. Assim, assume a identidade do morto, passando a cumprir os compromissos anotados na agenda do estranho. Os cenários são magníficos: Argélia, Londres, Munique e Barcelona, onde Locke encontra outra viajante (Maria Schneider) algo perdida, em meio às construções ousadas de Gaudí. Consuma-se o suspense lento e cerebral. A ação anuncia-se aos poucos, sem atropelos, mas em um crescente de tensão que conduz ao desenlace pouco usual. Grande obra de Antonioni antes do acidente vascular que o deixaria quase sem movimento, Profissão: Repórter (Sony, R$ 34,90) traz uma discussão ainda pertinente: o que vale mais, paz de espírito ou a crua verdade? Em determinadas situações, podem ser valores conflitantes. (LHC)


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sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24, 25 de junho de 2006

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Ronaldo está respondendo as críticas à altura. É maravilhoso ver sua evolução." Ronaldinho Gaúcho Celso Junior/AE

Ainda acima do peso, mas bem melhor que nos jogos anteriores, Ronaldo marcou duas vezes nos 4 a 1 do Brasil sobre o Japão, e igualou o alemão Gerd Müller como maior artilheiro da história das Copas, com 14 gols

VIVA O GORDO! R

onaldo deixou o gramado do Westfalenstadion com um sorriso de orelha a orelha. Abraçado pelos colegas, seu nome gritado pela torcida brasileira, festejado pela comissão técnica. O Ronaldo que apareceu ontem em Dortmund e ajudou o Brasil a vencer o Japão por 4 a 1, de virada, com direito a um gol de cabeça, seu confesso ponto fraco, e um de pé direito, era um Ronaldo bem diferente daquele que se arrastou pelo Estádio Olímpico de Berlim na estréia contra a Croácia. Independentemente do peso que a balança estivesse marcado, carregava uma tonelada a menos sobre as costas. "A palavra-chave em minha vida sempre foi a paciência.

Procuro ter calma nos momentos difíceis e evitar a euforia nos momentos alegres", afirmou no vestiário após o jogo. Não foram somente os gols marcados que mostraram um Ronaldo diferente. Ele arriscou várias oportunidades, inclusive antes que o Japão abrisse o placar com Tamada, numa bobeada da defesa brasileira, quando o Brasil dominava a partida. Sua cabeçada, já nos descontos do primeiro tempo, garantiu um intervalo mais tranqüilo. Depois, com o jogo em 1 a 1, perdeu nova chance após linda tabela com Ronaldinho Gaúcho. O Brasil desempatou com um dos cinco reservas escalados por Parreira, após muito mistério: Juninho Pernambu-

cano, de fora da área, venceu o goleiro Kawaguchi, que vinha fazendo ótima partida. O terceiro gol foi de outro reserva, Gilberto, que recebeu passe de Ronaldinho e tocou na saída do arqueiro japonês. A vitória - a décima seguida do Brasil em Copas - já era certa quando Ronaldo tabelou com Juan e bateu forte da entrada da área, de pé direito, numa de suas jogadas características. Foi aí que o camisa 9 brasileiro escreveu mais uma vez seu nome na História: com seu 14º gol em Mundiais, igualou-se ao alemão Gerd Müller como maior artilheiro da competição em todos os tempos. Tem mais quatro jogos, se a Seleção for até a final, para se isolar. No caso dos brasileiros, já deixou

para trás Pelé, com quem dividia a marca de 12 gols. "O recorde era um dos objetivos, mas não o principal, que é o título", ressaltou o atacante. O Ronaldo de ontem era tão diferente do anterior que não se negou nem a falar sobre seu peso, questão controvertida que causou até polêmica com o presidente Lula. "Tenho total conhecimento do meu corpo e das minhas possibilidades, e cheguei à Seleção em nível bem abaixo do ideal. Sabia que teria de batalhar muito, segui a programação feita pela comissão técnica e agora me encontro bem melhor", disse o jogador, que reconheceu ainda ter muito o que melhorar. "Espero voltar a fazer gols e ajudar o Brasil a passar de fase. O time

está mostrando que tem toda condição de ser campeão." Escolhido pela Fifa como melhor jogador em campo, Ronaldo teve um estímulo a mais nas arquibancadas: o filho Ronald. "Meu filho veio ver o jogo, é o primeiro que ele vê. Quero dedicar os gols a ele", disse, sorridente. Os elogios vieram de todo o mundo: "Gordo de alegria", ironizou o argentino Olé; "Ronaldo voltou a ser Ronaldo", estampou o espanhol AS . E também do ídolo de infância Zico, a quem ajudou a dar uma triste despedida da seleção japonesa. "Ronaldo é um jogador fantástico, que faz a diferença. Se você deixá-lo em situações de gols como o meu time deixou, ele faz", atestou.

JAPÃO 1 Kawagushi; Kaji, Tsuboi, Nakazawa e Alessandro Santos; Inamoto, Nakata, Ogasawara (Koji Nakata 11/2) e Nakamura; Maki (Takahara 15/2, Oguro 21/2) e Tamada. Técnico: Zico.

BRASIL 4 Dida (Rogério Ceni 37/2); Cicinho, Lúcio, Juan e Gilberto; Gilberto Silva, Juninho Pernambucano, Kaká (Zé Roberto 26/2) e Ronaldinho Gaúcho (Ricardinho 26/1); Robinho e Ronaldo. Técnico: Carlos Alberto Parreira. Local: Westfalenstadion, em Dortmund. Árbitro: Eric Poulat (FRA). Gols: Tamada 34/1, Ronaldo 46/1, Juninho Pernambucano 8/2, Gilberto 14/2 e Ronaldo 36/2. Cartões amarelos: Kaji 40/1 e Gilberto 44/1.


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Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças

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DEMANDA EXTERNA DESALECERA, SEGUNDO FUNCEX

Baixa variação de índice de correção do setor de telefonia em maio deve impedir alta das tarifas

EMPRESÁRIOS DE VÁRIOS SETORES ALERTAM PARA AUMENTO DAS IMPORTAÇÕES E QUEDA NA PRODUÇÃO DOMÉSTICA

MAIS DINHEIRO NO MERCADO PREOCUPA IGP-M O Índice Geral de Preços do Mercado acelerou para 0,56% na segunda prévia de junho.

EMBRAER Empresa entregou ontem à americana ExpressJet a 275ª aeronave da família ERJ 145.

Ó RBITA Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem

RECORDE NO ESPÍRITO SANTO

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Petrobras informou ontem que o Espírito Santo superou pela primeira vez a marca de 100 mil barris de petróleo produzidos em um dia, tomando do Rio Grande do Norte a segunda colocação entre os maiores produtores de petróleo do País. Segundo a estatal, os campos no Estado produziram, no dia 20 de junho, 104,37 mil barris. O aumento da produção, que estava em 75 mil barris de petróleo por dia, se deu pela entrada em operação do terceiro poço produtor interligado ao navioplataforma FPSO Capixaba, no Campo de Golfinho. Dessa vazão recorde, 85% é de petróleo leve, de maior valor comercial para a Petrobras e para o País, por

QUÍMICOS

E

VOLKSWAGEN

R

epresentantes dos metalúrgicos e da direção da Volkswagen voltam a se reunir terça-feira para tentar avançar nas negociações do programa de reestruturação que prevê a demissão de até 6 mil trabalhadores do grupo, 25% do quadro atual. No primeiro encontro, realizado ontem, não houve avanço nas discussões. A Volks quer concluir a negociação até o dia 30, mas enfrenta oposição dos sindicatos, que resistem em aceitar cortes. (AE)

O

governo boliviano espera resolver seus problemas de escassez de diesel no país ao assumir a área de distribuição de combustíveis, atualmente nas mãos de sete empresas privadas. Na última quartafeira, a Petrobras confirmou que vai abandonar seus negócios no segmento, em cumprimento à nova lei dos hidrocarbonetos daquele país. A partir de 1º de julho, segundo a lei, a estatal local YPFB será a única distribuidora de A TÉ LOGO

combustíveis em território boliviano. Repetidamente, representantes do governo boliviano vêm culpando as companhias privadas de responsabilidade pela falta de diesel que aflige a Bolívia, principalmente na região de La Paz. "Eu creio que há um boicote das petroleiras neste momento de reconstrução nacional", disse ontem o vice-ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Julio Gómez Menacho, segundo a Agência Boliviana de Informações. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Copa não convence consumidor a gastar mais Comprador da CTEEP assumirá dívida da Paulipetro

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A

s renegociações de dívidas do setor agrícola consumiram R$ 22,569 bilhões do Tesouro Nacional de 1998 a 2005, o que corresponde a uma média anual de R$ 2,821 bilhões, segundo estimativa preliminar do coordenadorgeral de Planejamento Estratégico da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (AGE/Mapa), José Garcia Gasques. "É o custo das renegociações", disse. (AE)

DIESEL É NOSSO, DIZEM BOLIVIANOS

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AGRICULTURA

barris por dia) seja alcançada até o fim de 2006. Adicionalmente, com a entrada em produção da plataforma P-34, no Campo de Jubarte, no litoral sul, prevista para o segundo semestre, somada à produção terrestre e à dos campos marítimos de Cação e Peroá, o Espírito Santo atingirá o patamar de 180 mil barris por dia. (AE)

L

m maio, o Brasil exportou US$ 792 milhões em produtos químicos, 37% mais do que em abril, e as importações somaram US$ 1,3 bilhão, com elevação de 19,2%. Em volume, o País importou 1 milhão de toneladas, o que representa declínio de 20,9% na comparação com abril. As exportações totalizaram 912 mil toneladas, com crescimento de 59,4% em relação a abril. De janeiro a maio, as exportações tiveram incremento de 8,7%, em relação a igual período de 2005. Foram exportados US$ 3,2 bilhões. As importações foram superiores a US$ 6,1 bilhões, com crescimento de 6,6%. O déficit da balança comercial do setor ficou próximo a US$ 2,9 bilhões. (SLR)

seu efeito positivo na balança comercial — atualmente, a estatal importa óleo deste tipo para misturar ao pesado petróleo brasileiro em suas refinarias. A expectativa da companhia é de que outros três poços produtores sejam interligados ao FPSO Capixaba ao longo do ano, o que proporcionará que sua capacidade total (100 mil

Mistura de mandioca ao trigo não deve ser obrigatória

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ma notícia positiva: a inflação brasileira continua sob controle. Outra, negativa: o governo aumentou a emissão de reais e dos seus gastos, inflando o déficit público. A preocupação é que esse dinheiro a mais na praça não está indo todo para a produção interna de bens, comprovando que as vendas no varejo estão sendo impulsionadas com o crescimento das importações. Tudo isso ocorre num momento em que a economia mundial, sob o impacto da alta dos juros e da inflação nos Estados Unidos, dá sinais de desaceleração, segundo avaliação de economistas e líderes empresariais de vários setores, feita ontem, durante reunião de conjuntura da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). De janeiro a abril, a arrecadação federal cresceu 6,2% sobre igual período de 2005, enquanto os gastos públicos saltaram 16,4%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (veja a arrecadação de maio na pág. E/1). Já as vendas subiram 7,4% nos últimos 12 meses, findos em abril passado, período em que a produção industrial interna caiu 1,9%. "Ou seja, as importações estão substituindo a produção doméstica", disse um economista. Um representante do setor têxtil confirmou: de janeiro a maio deste ano, as exportações têxteis cresceram 3,83%, enquanto as importações aumentaram 33,29%. A principal preocupação continua sendo

com a China, que invade o Brasil com produtos baratos. Brinquedos – Um exemplo clássico é o setor de brinquedos, em que os importados já representam cerca de 60% do mercado interno. Além disso, a paralisação da cidade de São Paulo durante os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), no mês passado, e o "efeito Copa", que reduz o "impulso" dos negócios nos dias de jogos, devem manter os indica-

6,2

por cento foi o quanto cresceu a arrecadação de tributos de janeiro a abril, na comparação com o mesmo período de 2005 dores de vendas estabilizados neste primeiro semestre. De fato, os levantamentos feitos pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e pelo Usecheque, da ACSP, comprovam: durante os jogos da seleção brasileira no mundial, as consultas caíram, em média, até 37%. Contudo, embora a inadimplência tenha avançado em maio, o número de pessoas que saíram do cadastro negativo foi maior, resultando em uma inadimplên-

cia líquida (os nomes que entraram, menos os nomes que saíram do cadastro) positiva. Móveis – O varejo de móveis e colchões não sofre a ameaça dos importados, mas desde maio experimenta uma queda nas vendas. "Não há consumidor", reclamou um empresário do ramo. A expectativa é de recuperação a partir de julho. Para o setor financeiro, apesar da queda na taxa básica de juros (Selic), houve um ligeiro aumento da projeção dos juros futuros e das taxas atuais para as pessoas físicas e jurídicas. Dois fatores explicam esse fenômeno, segundo o representante dos bancos: o impacto negativo da alta dos juros nos EUA nos mercados emergentes, como o Brasil, e o receio dos tomadores em assumir novas dívidas. As micros e pequenas empresas (MPEs) continuam pressionadas pelo excesso de leis, impostos e burocracia. Mesmo assim, cresceu em 0,4% o indicador de pessoal ocupado, combinado com uma queda de 3,2% no faturamento no primeiro quadrimestre deste ano. O agronegócio, segundo um dos seus mais importantes líderes, continua com seu maior problema sem solução. "A falta de uma política agrícola séria para o País", afirmou. Para ele, as medidas adotadas pelo governo – revisão das dívidas e financiamento para as cooperativas – não resolvem o problema, apenas atenuam a atual crise no agronegócio. Sergio Leopoldo Rodrigues

Alerta de queda do ritmo da balança

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xiste uma tendência de queda no ritmo de crescimento tanto das exportações quanto das importações brasileiras, mostra a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex). A taxa de crescimento acumulada em 12 meses estava acima de 30% tanto para exportações quanto para importações em maio de 2005, mas no mês passado esse percentual caiu para 17,3% no caso das vendas ao exterior e para 17,5% no das compras de produtos estrangeiros. A Funcex também identifica, em seu boletim de comércio exterior, que

a tendência de demanda externa "é de nítida desaceleração". De acordo com o boletim, o Índice de Demanda Externa Efetiva em abril cresceu 8,7% em relação ao mesmo mês do ano passado e de 11,6% nos primeiros quatro meses de 2006 na comparação com igual período de 2005. Mas, um ano antes, a demanda externa crescia a um ritmo quase duas vezes maior, a uma taxa de 24,5%. Ganhos com vendas — A rentabilidade das exportações brasileiras aumentou 3,5%, no mês passado, de acordo com a Funcex, reduzindo a queda acumulada no mês em relação

ao mesmo período de 2005 para apenas 2% em maio. De maio de 2005 até o fim do mês passado, a cotação do dólar em relação ao real caiu 10,6% e uma cesta de 13 moedas estrangeiras importantes no comércio exterior do Brasil se desvalorizou em 10,5% frente à moeda brasileira, já considerando a inflação. Mas, no mês passado, o real é que se desvalorizou — 2,5% em relação ao dólar e 4,4% na comparação com a cesta de 13 moedas. Além disso, houve um aumento de 1,6% nos preços de exportação de produtos de abril para maio. (AE)


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Ambiente Compor tamento Polícia Urbanismo

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NOVO JULGAMENTO ESTÁ MARCADO PARA O DIA 17 DE JULHO

Advogado dos irmãos Cravinhos foi autorizado a conversar com seus clientes no Fórum da Barra Funda.

ANDREAS MANTÉM BENS DOS RICHTHOFEN Decisão da 1ª Vara da Família do Fórum de Santo Amaro mantém Andreas Richthofen como inventariante dos bens de seus pais. TJ retira fita do processo.

A

1ª Vara da Família e das Sucessões do Fórum de Santo Amaro negou pedido de Suzane von Richthofen para administrar os bens dos pais. A informação foi confirmada por Maria Aparecida Cardoso Frosini Lucas Evangelista, advogada de Andreas, irmão de Suzane. "Andreas continua como inventariante". O pedido, feito em fevereiro, foi usado como argumento pelo Ministério Público Estadual (MPE) para requerer a prisão preventiva da jovem. Ela voltou para a cadeia no início de abril. Suzane atacou o irmão na petição em que pedia para substituí-lo na posição de inventariante. Sustentou que o rapaz agia de má-fé e cuidava dos bens da família "com total descaso e desleixo", o que estava criando a dilapidação do patrimônio da família, cujo valor é estimado em R$ 2 milhões. Maria Aparecida sustenta que os bens estão sendo cuidados "com muito zelo". Prova disso, afirmou, é que a Justiça aprovou a gestão do patrimônio feita pelo tio de Suzane e Andreas, o médico Miguel Abdalla. Ele teve de prestar contas quando passou o cargo de inventariante ao sobrinho, que acabara de completar 18 anos.

Reprodução de TV

O protetor de Suzane, Denivaldo Barni, disse que não poderia comentar o assunto porque o processo tramita sob segredo de Justiça. Para o assistente de acusação, Alberto Toron, a decisão da Justiça foi acertada. "Como responsável pela morte dos pais, não se justifica que ela seja inventariante." A forma como a petição se referiu a Andreas, disse o advogado, é sinal de que Suzane é "uma menina psicopata profundamente egoísta, que quer a todo custo se apoderar dos bens dos pais". Segundo Toron, "como não pode matar o irmão, ela o ataca moralmente." Corte – Trechos da entrevista concedida por Suzane von Richthofen à Rede Globo serão retirados do processo onde ela é ré confessa no processo da morte dos seus pais, Manfred e Marísia. A decisão foi tomada pelos dos desembargadores da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo. Foi determinado que o Instituto de Criminalística (IC) apague da gravação os trechos que mostram os diálogos entre os advogados e Suzane. Na entrevista, que foi ao ar em maio no F an tá s ti co , Suzane aparece com roupas de temática infantil e pantufas, agindo timidamente e chorando. Suzane também brinca com

O advogado Denivaldo Barni dá orientações a Suzane durante gravação feita pela TV Globo

pássaros durante a entrevista. Em alguns momentos, dois dos advogados dela, Denivaldo Barni (seu tutor) e Mário Sérgio de Oliveira, aparecem orientando a cliente a chorar e a demonstrar fragilidade diante das câmeras. A defesa tentava impedir a exibição da entrevista durante o júri, sob alegação de que a gravação dos ad-

vogados orientando a ré é uma prova ilícita. Suzane é, ao lado os irmãos Daniel e Christian Cravinhos, ré confessa no processo que a acusa de ter planejado e matado os pais, em 2002. O julgamento dos três está marcado para o dia 17 de julho. O júri deveria ter ocorrido dia 5, mas foi adiado devido a manobras dos

advogados de defesa. Suzane namorava Daniel à época. Cravinhos – O juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri, autorizou o advogado Geraldo Jabur a conversar com seus clientes, Daniel e Christian, no Fórum da Barra Funda, caso ele não consiga falar com os irmãos, reservadamente, no presídio em Pinheiros.

CRIME O professor Paulo Sérgio Baisi, de 46 anos, atacou sua mãe a facadas e depois a queimou.

Segundo o juiz, é normal a ida de presos ao fórum para conversar com defensores públicos. "Quero evitar a possibilidade de eles arrumarem desculpas para não fazer o julgamento", afirmou Anderson Filho. Nesta semana, Jabur enviou à diretoria do "cadeião" de Pinheiros, na zona oeste, um pedido para conversar com seus clientes em uma sala reservada, e não no espaço destinado aos encontros de presos e advogados. No local, o parlatório, os presos ficam separados dos advogados por uma parede de vidro e conversam por interfones. Usando esse motivo como desculpa, o advogado faltou ao júri no último dia 5. Segundo Jabur, as conversas no parlatório não atendem ao direito dos advogados de manter conversas "pessoais e reservadas" com clientes. "Não dá para preparar alguém, em um caso complexo como esse, pelo interfone. Eu não falo em segredos, mas em detalhes." Há uma semana, o advogado disse ter ido até o parlatório e desistido de conversar com os irmãos "naquelas condições". Ele provavelmente voltará hoje à unidade. "Vou tentar entrar com os 12 volumes do processo para conversar com eles", disse. (Agências) PEDÁGIO Cinco estradas secundárias de São Paulo também terão redução no valor do pedágio.

Ó RBITA Renato Luiz Ferreira/AE

PRESÍDIO erá inaugurado hoje o primeiro presídio federal de segurança máxima do País, em Catanduvas, no Paraná. São 200 vagas. Para lá devem ser transferidos 150 detentos altamente perigosos. Cinquenta vagas ficarão como uma espécie de reserva técnica, para acomodar detentos retirados de algum estado com problema emergencial. Entre os inquilinos deve estar Marcos Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), que liderou a onda de rebeliões nos presídios paulistas. De São Paulo, foram selecionados 40 detentos. Os demais virão de outros estados do sudeste e do sul como Espírito Santo e Rio de Janeiro. O local será ocupado em julho. (AE)

em chuva desde o dia 24 de maio, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 5,1 milímetros de precipitação, a poeira continua encobrindo toda a Região Metropolitana de São Paulo ( foto acima). De acordo com a Companhia de

Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ontem o ar esteve inadequado na região do Parque D. Pedro, no Centro da capital paulista, e regular nas demais estações medidoras na região da Grande São Paulo. Esse mesmo ar seco desviou uma frente fria. (AE)

TIROS

TRÁFICO

326 ANOS

ma menina de três anos morreu vítima de um tiro acidental anteontem em Cunha (SP). Ela e o irmão, de 13 anos, estavam brincando na casa de um vizinho, onde havia uma espingarda calibre 28. O adolescente estava mexendo na arma quando a irmã se aproximou para olhar pelo cano da espingarda. O tiro foi disparado acidentalmente e a menina morreu na hora. O vizinho, José Orestes de Oliveira Müller, vai responder por negligência e por porte ilegal de arma. O estudante Igor da Conceição, de 9 anos, morreu da mesma maneira na terçafeira em São José do Barreiro (SP). Ele estava com um revólver de brinquedo e convidou outros colegas da mesma idade para a brincadeira. Um outro adolescente pegou um revólver calibre 38 para mostrar a Igor, quando aconteceu o disparo. (AE)

oi presa na cidade de Hortolândia, a 115 quilômetros da capital paulista, no interior do Estado, parte de uma quadrilha que trazia droga da Bolívia, refinava o entorpecente em um laboratório montado em uma chácara e distribuía o produto preparado para traficantes de cidades como Indaiatuba, Jaguariúna, Hortolândia e Campinas. Vitorina Rodrigues da Cruz, de 35 anos, conhecida como "Baixinha", era uma das cabeças pensantes do bando e já teria trazido mais de 300 quilos de cocaína da Bolívia. Além de Vitorina, foram detidos o funileiro Edson Pereira Silva, de 21 anos, e os lavradores Ademir Ferreira Rodrigues, de 24, e José Carlos Rodrigues, de 30 anos. Segundo a polícia, Vitorina viajava para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, para negociar a compra da cocaína. (AE)

brasileiro Juvenilson Dias da Silva, de 34 anos, conhecido na Espanha como o estuprador de Pozuelo (periferia de Madri), foi condenado ontem a 326 anos de cadeia por violentar e roubar 19 mulheres. A pena inclui uma indenização de 615 mil euros (cerca de R$ 1,8 milhão) para as vítimas. Juvenilson Dias da Silva confessou ao juiz que agrediu as 19 mulheres, algumas menores de idade, e tentou atacar outras três, que conseguiram escapar. O brasileiro foi definido como "extremamente cruel e violento". Juvenilson cometeu seus crimes entre 2000 e 2003, sempre da mesma maneira. Esperava as mulheres durante o dia ou ao cair da tarde na porta do metrô. Com uma faca ou punhal junto ao pescoço, forçava as vítimas a irem a algum lugar deserto e ali as violentava. Depois roubava seus pertences. (AE)

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POEIRA PURA

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de junho de 2006

Fotos: Andrea Felizolla/LUZ

Todas as artes dos Chiarlo José Guilherme Ferreira

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ichele Chiarlo e sua família de jovens enólogos abrem neste fim de semana a quarta temporada de verão em Orme su la Court, o parque artístico construído em pleno território da uva Barbera, nas colinas piemontesas de Castelnuovo Calcea, província de Asti. A idéia dos Chiarlo, reconhecidos produtores de vinhos Barbera, Barolo e Gavi, é promover o encontro da enologia e da gastronomia com a arte. Artistas montaram instalações coloridas ao longo dos vinhedos – obras inspiradas nos elementos da natureza: terra, ar, água e fogo, e erguidas com madeiras e ferros de demolição. O percurso entre os vinhedos La Court e Castello é

Show de cítara de Alberto Marcicano: ponto alto da encenação

Canecas penduradas no balcão quadrado e Guinness a R$ 10

Mesas à meia-luz: ambiente bom para romance, leitura e poemas

HAPPY HOUR

Beber em versos e sons A chama poética de James Joyce embala a noite no Finnegan’s

http://www.chiarlo.it http://www.kobrandwine.com/prodbook/mic001.html

ADEGA

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andar de cima reserva-se a outras mesinhas, quando não a espetáculos variados. O mais importante acontece uma vez por ano – no dia 16 de junho (sexta-feira passada). É o Bloomsday que festeja o livro de Joyce, Ulisses, "o romance para acabar com todos os romances", em exatas palavras. Considerado o mais intelectual e revolucionário texto moderno. "O Bloomsday é comemorado todos os anos em vários países; Haroldo de Campos (1929-2003) o instituiu há 19 anos aqui, nesse bar", comenta o editor e poeta Marcelo Táp i a s . Ao l a d o d e I va n , f i l h o d o pioneiro concretista, herdaram o empreendimento artístico-literário anual. Nele, procura-se reviver a saga de um único dia na vida do personagem Leopold Bloom (contada em paródia à Odisséia de Homero), quando, em 16 de junho de 1904, descobre que sua mulher encontrará um amante – até então insuspeito – às quatro da tarde... Narração com mais de 600 páginas (pouquíssimos parágrafos), Bloom sai pelas ruas de Du-

blin e, a cada parada, uma bem humorada metáfora homérica. "As pessoas acham que ler o livro é mais difícil do que realmente é", explica Tápias. Dado o número de pessoas aglomeradas, atentas às encenações musicais, teatrais e literárias do evento, faz crer que assim seja. Dois pontos altos da encenação são a leitura de um trecho da obra por John Milton (professor de Letras Modernas da USP), ao som da cítara inigualável de Alberto Marcicano: "Aqui, Leopold comenta como as mulheres gostam de cuidar dos maridos mortos; difíceis de arrumar, mas contentes quando vão embora", ri com sotaque britânico. O outro é quando o professor dá a deixa para Marcicano – acompanhado da banda Marcicano Sitar Experience – dedilhar velozmente as cordas de seu exótico instrumento, uma experiência e tanto... "Aprendi a tocar cítara com o próprio Ravi Shankar (também professor de George Harrison), em Londres, em 1970", conta o virtuose, túnica branca, introdutor da cítara clássica no Brasil.

Entre outras virtudes, o Finnegan’s também tem o melhor fondue de queijo: além de apenas pão mergulhado no Gruyére – que logo entope a barriga – aprimorou com imersões de pedaços de couve-flor crua, palitos de cenoura e batata frita. O degustar torna-se leve, infinitamente mais saboroso (R$ 35). Serramalte e Original (R$ 6,30, 600 ml), uísque Jameson (R$ 11). Não há motivo, portanto, de esperar até o próximo Bloomsday para ir ao pub... Além disso, para viajar nas cordas do Marcicano, a banda se apresentará segunda que vem (dia 26) a partir das 20h, na Sala Cinemateca, em memória de Gofredo da Silva Telles – filho da acadêmica Lígia Fagundes Telles. Entrada gratuita. Não perca! Finnegan’s Pub - Rua Cristiano Viana, 358, Pinheiros, tel.: (11) 3062-3232. Sala Cinemateca - Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana, tel.: (11) 5084-2177. James Joyce, Ulisses. Editora Objetiva, 2005, R$ 79,90.

Fotos: Heudes Regis/Divulgação

Arquivo DC

Armando Serra Negra

Finnegan’s é o mais antigo pub irlandês em atividade na cidade. Antes dele, o pioneiro inglês Vitória, que marcou época nos anos de 1970 (Paulinho Astronauta no piston acompanhando Baker Street, a moçada bombando na pista), seguido nos 80 pelo Queens Legs. Mas foi a receita pátria de James Joyce (18821941) que prevaleceu por aqui. Ambiente para lá de agradável, humor bric-à-brac no décor característico, copos e canecas penduradas no amplo balcão quadrado – vis-a-vis para olhares fugazes à meia-luz, nem muito clara nem muito escura (permitindo leitura e composição de poemas). Pendendo no salão uma luminária Guinness (pint, em promoção R$ 10, fora R$ 14). A mesinha redonda embaixo da escada é a mais estratégica para mirar o alvo de quem chega, apropriada para arroubos apaixonados. Escrever sempre esteve em pauta no Finnegan’s: quando abriu, em 1988, foi um dos primeiros a oferecer computadores no mezanino; hoje, o

também um passeio por um mundo de fábula. Estão lá o rei, a rainha, o menestrel, o dragão, personagens preferidos do cenógrafo genovês Emanuele Luzzati. No início da caminhada, esculturas aéreas, como móbiles gigantes, vibram e soam com o vento. A arte é rotina nas adegas, abertas para exposições e leituras de poesia, enquanto o terreiro sedia mostras de cinema. Já a torre de pedra é mirante para o show perene, o dos vinhedos. O tema da festa de 2006 é Oro, Argento e Sbronzo, que vai relacionar o mundo do vinho ao do esporte. Em 2005, a programação girou com Eros no Vinhedo. Agora, bate-papo conduzido por Alessandro Torcoli reunirá feras do esporte. O sbronzo do título soa como bronze, mas é um trocadilho bem-humorado que põe em cena o feliz embriagado.

Sabores alemães As videiras alemãs, adaptadas ao clima, todos os anos dão origem a vinhos maravilhosos Sérgio de Paula Santos

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O Brasileirinho, com carne seca e a maionese temperada. E os sócios do Big X Picanha, Rita e Zupa: cardápio no pique de Copa

GASTRONOMIA

Para degustar e torcer Lúcia Helena de Camargo

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ipoca e amendoim pod e m s e r b o n s co m p anheiros na hora de torcer pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo, para evitar roer as unhas quando o mágico quarteto perde um gol que até a avó da sogra da sua vizinha faria ou o adversário ameaça. Mas se por perto houver telas com imagens de alta definição e comida de primeira, tanto melhor. Decorada a caráter e com promoções, a lanchonete Big X Picanha é um lugar para reunir os amigos durante os jogos. Além de contar com telas de plasma de 42 polegadas, telão de 100 e algumas TVs de 29, a rede lançou dois sanduíches para a Copa. O Brasileirinho traz carne de sol acebolada, salada tipo vinagrete, queijo derretido, maio-

nese temperada e pão com gergelim (R$ 9,90) e o Alemãozinho é o hambúrguer de calabresa fresca levemente apimentada, rúcula, tomate, maionese especial, queijo mussarela e pão com gergelim (R$ 9,50). Ambos deliciosos, nos 90 minutos da partida não é difícil experimentar um de cada. E se sobrar fome, o cardápio oferece pantagruélicas porções de picanha, frango, calabresa, além de 89 combinações de pratos no almoço. O lanche-estrela que dá nome à casa, Big X Picanha, é feito com picanha nobre cortada em tiras, mussarela, vinagrete e tomate no pão com gergelim (R$ 13,50). Para os lights a sugestão é o Big X Salmão, composto de hambúrguer de salmão, queijo, tomate, alface ou rúcula, maionese

temperada e pão com gergelim, também a R$ 13,50. Para embalar a festa, chope (R$ 3), cervejas e uísque, além de enormes milk shakes. Como a partida na próxima semana será ao meio dia de terça (27), além de almoçar, o torcedor pode ainda ganhar uma camiseta da loja, um kit-torcedor ou uma camisa oficial da Seleção autografada por Cafu. Até o final da Copa, um felizardo ganha uma camisa por dia em cada casa, num total de 60 peças. A promoção é parte da campanha BigXPicanha Solidário - Alimentando um Brasil melhor, que a rede faz em parceria com a Fundação Cafu para o desenvolvimento de projetos sociais. De cada lanche vendido, R$ 1 vai para a entidade. "Qualquer lanche, não apenas o Brasileirinho e o Ale-

mãozinho", esclarece Exupério Silva Neto, conhecido como Zupa, sócio da rede e chef de cozinha. A expectativa é vender mais de 50 mil sanduíches. Quem decidir ajudar um pouco mais pode comprar produtos da Fundação Cafu, como cadernos, bolas, agendas e canetas, vendidos ali mesmo. Dez dias depois de terminada a Copa, em um coquetel para 400 convidados, Cafu vai receber, em mãos, o cheque da arrecadação e será leiloada uma camisa especial, com os autógrafos de todos os jogadores da Seleção. Big X Picanha - Av. Henrique Schaumann, 656, Pinheiros, tel.: (11) 3064-7122; e Av. Ibirapuera, 2195, Moema, tel.: (11) 5055-2121.

inda no mês da Copa do Mundo de futebol, o vinho alemão continua em pauta. Aqui algumas informações que podem ajudar a saber o processo que gera um bom vinho. O controle de qualidade oficial do vinho alemão abrange três fases: primeiro, o teste de colheita e maturação, no qual é verificado se as uvas alcançaram o seu estágio necessário e permitido de maturação, para que possam ser colhidas. A segunda fase é a análise, feita após a vinificação e engarrafamento. A análise do conteúdo é feita em um laboratório oficial, que abrange todos os dados importantes sobre o vinho como o teor alcoólico, álcool, extrato, açúcar residual, acidez. Por fim, o teste dos sentidos, no qual provadores profissionais e experientes, ou seja, "iniciados" fazem uma degustação do vinho às cegas, conforme um esquema unificado para a Alemanha, desde que o produto atenda às exigências prévias do tipo de uva, grupo qualitativo, procedência, cor e limpidez. O ano da safra - As variedades de videiras alemãs estão adaptadas ao clima, de modo que todos os anos nos oferecem vinhos maravilhosos. Contudo, mesmo assim há diferenças. Em um ano o vinho às vezes resulta em uma acidez frutada mais marcante, em outro o mosto revela uma doçura harmônica que determinará o caráter do futuro vinho. Engarrafador - Na Alemanha existem cerca de 90 mil viticultores, dos quais somente 25% vinificam e engarrafam a própria produção. O paladar - Ocasionalmente, as garrafas de vinhos secos e meio-secos levam um selo ou tira de coloração correspondente ao paladar. Em geral, a cor amarela corresponde a seco e a verde a meio-seco.

Selos de qualidade - O selo amarelo é para vinhos secos, o verde para meio secos e o vermelho serve para designar vinhos sem indicação de paladar, em geral suaves e doces. Os tipos - A legislação vinícola alemã diferencia os vinhos segundo a sua cor ou pelo tipo de produção. O vinho branco é feito de uvas brancas ou de uvas tintas vinificadas sem as cascas. O vinho tinto, de uvas tintas. O rosado, de uvas tintas que são vinificadas logo após a colheita, removendo-se precocemente as cascas. Outras variedades: Weissherbst - rosado, feito de um só tipo de uva tinta, com a condição de que tenha à designação QbA ou predicado. Rotling - uma combinação de uvas tintas e brancas ou o seu mosto, apresentando cor avermelhado-cintilante. Schiller wein - especialidade de Wüurttemberg que tem que ter a qualificação QbA ou ser um vinho com predicado. Badisch Rotgold - (tinto dourado de Baden) - especialidade de Baden, resultado da mistura dos vinhos Ruländer/Grauburgunder e Spätburgunder. Estes vinhos também necessitam ser de categoria QbA ou predicado. Perlwein - frisante, que contém gás carbônico natural ou acrescentado, ao nível dos vinhos e mesa ou de qualidade. Sekt - espumante alemão do tipo champanhe é um vinho de qualidade, obtido exclusivamente após uma segunda fermentação. Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24, 25 de junho de 2006

Todas as equipes que nos enfrentam sofreram. O Brasil também vai sofrer." Ratomir Dujkovic, técnico de Gana

Pierre-Philippe Marcou/AFP

ITÁLIA NO TOPO paSse livre Yves Herman/Reuters

I Espanha vai de reservas

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aúl (acima) será o capitão da Espanha hoje, às 11h, contra a Arábia Saudita - o que não significa que o ídolo do Real Madrid recuperou a condição de titular da seleção treinada por Luis Aragonés. Com o time já classificado e a um empate do primeiro lugar do Grupo H, a equipe terá 11 reservas, do goleiro Cañizares ao atacante Reyes. O time já pensa na França, possível adversária nas oitavas, já que é forte candidata ao segundo lugar do Grupo G. "Não esperávamos pegálos agora", admite o lateral Michel Salgado, outro "titular de hoje". "Será um adversário muito difícil, temos de enfrentar quem aparecer pela frente", conclui. No outro jogo do grupo, a Ucrânia joga por um empate contra a Tunísia, em Berlim. A equipe liderada por Shevchenko recuperou, com os 4 a 0 sobre a Arábia, a confiança perdida depois de levar a mesma goleada da Espanha. "Se jogarmos como sabemos a vitória será nossa", diz Shevchenko, estrela e capitão do time.

França ataca pela honra Pascal Pavani/AFP

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Roberto Benevides

Com um gol de Inzaghi, Itália bateu a República Checa por 2 a 0 e ficou em primeiro no Grupo E, seguida por Gana, que derrotou os EUA, 2 a 1, com um gol de pênalti de Appiah (dir.) e pega o Brasil

Alessandro Bianchi/Reuters

REPÚBLICA CHECA 0

GANA 2

Cech; Grygera, Kovac (Heinz 33/2), Ronzehnal e Jankulovski; Poborsky (Stajner 1/2), Polak, Nedved e Rosicky; Plasil e Baros (Jarolim 9/2). Técnico: Karol Bruckner.

Kingson; Pantsil, Mensah, Shilla e Mohamed; Boateng (Otto Addo 1/2), Essien, Draman (TachieMensah 35/2) e Appiah; Pimpong e Amoah (Eric Addo 14/2). Técnico: Ratomir Dujkovic.

ITÁLIA 2

ESTADOS UNIDOS 1

Buffon; Zambrotta, Nesta (Materazzi 17/1), Cannavaro e Grosso; Gattuso, Camoranesi (Barone 29/2), Perrotta e Pirlo; Totti e Gilardino (Inzaghi 15/2). Técnico: Marcello Lippi.

Keller; Cherundolo (Johnson 16/2), Onyewu, Conrad e Bocanegra e Lewis (Convey 29/2); Dempsey, Reyna (Olsen 40/1), Donovan e Beasley; McBride. Técnico: Bruce Arena.

Local: AOL Arena, em Hamburgo. Árbitro: Benito Archundia (MEX). Gols: Materazzi 26/1 e Inzaghi 41/2. Cartão amarelo: Gattuso 31/1. Cartão vermelho: Polak 47/1.

Local: Franken-Stadion, em Nuremberg. Árbitro: Markus Merk (ALE). Gols: Draman 22/1, Dempsey 43/1 e Appiah 47/1. Cartões amarelos: Essien 5/1, Lewis 7/1, Shilla 32/1, Mensah 36/2 e Appiah 46/2.

Deu Austrália A

Austrália se tornou a primeira seleção da Oceania a se classificar para as oitavas-de-final de uma Copa do Mundo, ao empatar por 2 a 2 com a Croácia, ontem, em Stuttgart. Até então, a campanha do continente se resumia às eliminações na primeira fase da própria Austrália, em 1974, e da Nova Zelândia, em 1982. Curiosamente, a equipe não jogará mais pela Oceania - jogará as próximas Eliminatórias pela Ásia. Jogando pelo empate, a Austrália teve calma para buscar o Michael Urban/AFP

resultado, depois de estar duas vezes em desvantagem - a primeira logo a dois minutos, numa falta cobrada por Srna. Moore empatou, de pênalti, mas na etapa final Nico Kovac colocou novamente os europeus na frente, graças um frango de Kalac - reserva de Dida no Milan, substituiu Schwarzer, titular nos dois primeiros jogos. O empate veio na pressão, quando a Austrália tinha cinco atacantes em campo, graças a um gol do astro Kewell, que foi premiado pela Fifa como o melhor jogador em campo.

CROÁCIA 2 Pletikosa; Tomas (Klasnic 38/2), Simic e Simunic; Srna, Tudor, Nico Kovac, Babic e Kranjcar (Jerko 20/2); Prso e Olic (Modric 29/2). Técnico: Zlatko Kranjcar.

AUSTRÁLIA 2 Kalac; Moore, Neill e Chipperfield (Kennedy 30/2); Emerton, Grella (Aloisi 18/2), Sterjoviski (Bresciano 26/2) e Culina; Cahill, Kewell e Viduka. Técnico: Guus Hiddink.

Kewell (Qes, autor do gol de empate por 2 a 2 com a Croácia, festeja vaga nas oitavas com o capitão Viduka

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esta vez, quase todo mundo gostou. Rei Pelé queria mais, viu uma certa acomodação no primeiro tempo, mas engrossou o coro de exaltação ao artilheiro dos 4 a 1: "Ainda bem que o Ronaldo - o grande Ronaldo, enfim, de volta - marcou no último minuto antes do intervalo e aí as coisas ficaram mais tranqüilas." Na verdade, o Brasil deu um baile de ponta a ponta e não fez ainda mais gols porque o goleiro Kawaguchi estava em dia de inspiração, pelo menos até papar aquele chute que Juninho Pernambucano disparou do fim do mundo e passou raspando a cabeça dele. Foi o gol da virada. Na única bola que mandaram ao gol de Dida, os japoneses tinham feito 1 a 0, levando Zico a crer que era dia de milagre. Enganou-se. Era dia de Ronaldo, que empatou, com um raríssimo gol de cabeça, e fechou os 4 a 1 com um chute de fora da área. Esta é uma aposta que Parreira parece estar ganhando: o Fenômeno desencantou. Aliás, quem deu o tom do jogo foi o técnico brasileiro aooptar por uma formação extremamente ofensiva, com Cicinho e Gilberto nas laterais e o meio-de-campo com Gilberto Silva, Juninho Pernambucano, Kaká e Ronaldinho. Na frente, finalmente, ele tirou um centroavante e colocou Robinho desde o começo. A opção ofensiva deu certo contra os japoneses, que só enganam (ou enganavam) o otimista Zico, mas é uma enorme dúvida para os jogos mais difíceis que a Seleção terá pela frente até desembarcar em Berlim, como pretende, para a final do dia 9 de julho. Será que Parreira manterá o novo esquema contra Gana? Muito dificilmente.

IMBATÍVEL

SAYONARA

Com 14 gols, de 98 até ontem, Ronaldo alcançou o alemão Gerd Müller no topo da lista de maiores goleadores das Copas e ultrapassou o francês Just Fontaine, que marcou 13 todos em 58. Isso é quase impossível de alguém bisar.

Zico anunciou depois do jogo que está de partida do Japão: "Eu fiz um acordo, há dois meses, de que o meu ciclo terminaria e a Federação Japonesa deveria procurar outro treinador para a Copa da Ásia."

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv Fernando Cesarotti

BARRIGA GLOBAL

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onaldo não vai jogar. " A notícia caiu como uma bomba no Sportv e logo foi reproduzida na Globo e na Globonews: Parreira ia poupar os pendurados Cafu, Emerson e Ronaldo e escalar Cicinho, Gilberto Silva e Robinho em seus lugares. De resto, o Brasil entraria contra o Japão com a mesma escalação dos jogos anteriores. "Se deu na Globo, deve ser verdade", pensam os editores dos portais, e logo a notícia começou a pipocar pela internet. O suficiente para que as outras emissoras de TV começassem a discutir por que Parreira teria mudado de idéia - uma vez que havia escalado Ronaldo de antemão, logo após o jogo contra a Austrália. Não se sabe quem foi a fonte da Globo, mas ela estava só parcialmente certa: Zé Roberto e Roberto Carlos também não saíram jogando, ao contrário de Ronaldo, que não só jogou como permaneceu em campo durante os 90 minutos e foi o destaque da partida, com dois gols. Uma bela barriga, que é como são chamados os erros da imprensa. No dia em que o brilho foi do craque que é questionado por estar acima do peso, a Globo deu uma bela barrigada.

SEM HUMILDADE

EU E MINHA BOCA

O problema não foi apenas errar, mas não admitir o erro. Assim que a CBF publicou a escalação em seu site, pouco mais de uma hora antes do início da partida, simplesmente o discurso mudou e começou a ser no tom "Parreira dá um voto de confiança a Ronaldo", algo como "Esqueçam o que dissemos nas últimas três horas."

República Checa x Itália, 17 minutos do primeiro tempo. O zagueiro Nesta se machuca e é substituído por Materazzi. Cléber Machado questiona a qualidade do camisa 23 da Azzurra: "Ele provoca emoções fortes na torcida". Oito minutos depois, gol da Itália: Materazzi, de cabeça. Cléber saiu pela tangente: "É, foi uma grande emoção para a torcida italiana..."

OPÇÃO DISCUTÍVEL A Espanha é a cabeça-dechave e tem jogado bem, mas o jogo bom que vale alguma coisa hoje, às 11h, é Ucrânia x Tunísia - que só vai estar disponível no Sportv 2 e na ESPN 2.

O JOGO IMPERDÍVEL Quatro partidações no fim de semana pelas oitavas. Se só tiver tempo para um, reserve a tarde de domingo para Portugal x Holanda.

A Copa pode atropelar domingo um dos eventos mais lucrativos da TV: a Fórmula 1, que tem o GP do Canadá.

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Local: Gottlieb-Daimler, em Stuttgart. Árbitro: Graham Poll (ING). Gols: Srna 2/1, Moore 38/1, Simunic 11/2 e Kewell 33/2. Cartões amarelos: Tudor 38/1 e Pletkosa 25/2. Cartões vermelhos: Simunic 40/2, Emerton 42/2 e Simic 48/2.

E daqui em diante?

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riticado pela postura defensiva nos dois primeiros jogos, o técnico da França, Raymond Domenech, enfim ouviu a voz do povo e escala a dupla Henry e Trezeguet hoje, contra o Togo, às 16h, em Colônia. Domenech cedeu por pura necessidade: a França precisa vencer por dois gols de diferença para se classificar sem depender do resultado do duelo entre Suíça e Coréia do Sul, em Hannover. Se fizerem só 1 a 0, os franceses terão de torcer para não haver empate no outro jogo. A França não terá Zidane, suspenso, e que vai se aposentar após a Copa - depende da classificação para ter uma despedida mais digna do que o empate de 1 a 1 com a Coréia, domingo. "Não esperávamos chegar a esse jogo precisando ganhar, mas teremos de enfrentar a pressão", disse o volante Vieira. Na outra partida, a Suíça joga pelo empate, que só favorece a Coréia se a França não vencer. "Se repetirmos nossas atuações, teremos chance de ganhar", garante o técnico Dick Advocaat.

tália e Gana são os classificados do Grupo E, que no fim das contas se tornou o verdadeiro "Grupo da Morte" da Copa, depois que Argentina e Holanda passaram com facilidade por Costa do Marfim e Sérvia e Montenegro no Grupo C. As duas seleções venceram seus jogos de ontem com autoridade, mas também com uma certa dose de sofrimento. A Itália venceu a República Checa por 2 a 0, com dois gols marcados por jogadores que saíram do banco de reservas: Materazzi, que entrou ainda no primeiro tempo no lugar de Nesta, contundido, e Inzaghi, num contra-ataque mortal no fim da partida. O técnico Marcelo Lippi elogiou o espírito de luta da equipe e evitou citar destaques individuais, à exceção do goleiro Buffon, que fez várias defesas importantes. "Ele foi muito bem", admitiu. Os checos lamentaram a expulsão do meia Polak, no fim do primeiro tempo, e as contusões que prejudicaram a equipe desde a fase de preparação o meia Smicer foi cortado antes da Copa, e o atacante Koller se contundiu nos 3 a 0 sobre os Estados Unidos, na estréia. No outro jogo, Gana foi superior aos Estados Unidos, precisou de um pênalti inexistente para garantir a vitória por 2 a 1. Draman abriu o placar, Dempsey empatou e o Appiah definiu o placar ao converter a penalidade - trombada do zagueiro Onyewu com o atacante Pimpong. O técnico de Gana, o sérvio Ratomir Dujkovic, disse que sabe o que fazer para vencer o Brasil: "Marcar três gols". Depois, sério, reconheceu ofavoritismo do rival, se disse orgulhoso de ter chegado a esse confronto e negou que a batalha esteja perdida de véspera. "O futebol é um esporte em que acontece o imprevisível. Times mais fracos podem bater times mais fortes", afirmou. Appiah avisou que Gana joga por toda a África, e também mostrou confiança. "Vamos enfrentar o Brasil sem medo", disse. Aos norte-americanos, restou reclamar do pênalti e lamentar mais uma má campanha em solo europeu - a seleção nunca venceu um jogo de Copa no Velho Continente. "Estávamos no grupo mais difícil e chegamos até a última partida com chances", resignou-se o técnico Bruce Arena.

A corrida começa às 14h. Inglaterra x Equador, às 12h. Se houver prorrogação, a corrida fica em segundo plano.


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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de junho de 2006

PRAZO PARA A NV PARTICIPAÇÕES VENCE HOJE

Cerca de 28 mil passageiros estão no exterior com bilhetes emitidos pela Varig.

VARIGLOG OFERECE US$ 485 MILHÕES PARA ASSUMIR A COMPANHIA E DIZ QUE JÁ TEM US$ 20 MILHÕES PARA 1ª PARCELA

VOLO REITERA OFERTA PELA VARIG Clayton de Souza/AE

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direção da VarigLog, empresa adquirida no ano passado pela Volo Brasil, informou ontem que a empresa está reiterando o interesse na aquisição da Varig com uma proposta no valor de US$ 485 milhões (US$ 85 milhões a mais em relação à proposta anterior feita pela empresa antes de se cogitar o leilão), que inclui a participação de 5% do capital por funcionários da companhia e 5% pela antiga Varig. A aprovação ainda depende da posição final da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) quanto à venda da subsidiária da Varig.

A VarigLog foi comprada por US$ 48,2 milhões pela Volo do Brasil. A negociação, no entanto, sofreu um revés do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), que vê no negócio desrespeito à legislação aeronáutica. A lei fixa em 20% o limite de participação acionária estrangeira em empresa aérea brasileira. O Matlin Patterson fez acordo com três sócios brasileiros para fazer o negócio. Mas o sindicato denuncia que foi um artifício para burlar a lei. A VarigLog quer ficar com slots , marca e bens imóveis. A empresa deve cortar cerca de 3 mil empregados.

O futuro da Varig deve ser decidido hoje, quando vence o prazo de depósito do sinal de US$ 75 milhões para validar a proposta do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) de compra da companhia por US$ 449 milhões. Caso o dinheiro não apareça até as 11 horas, a comissão de juízes responsável pela recuperação judicial da Varig vai anular o leilão realizado no dia 8. Depois disso, três alternativas são possíveis: falência definitiva, um novo leilão ou a convocação de assembléia de credores para avaliar a oferta de US$ 485 milhões apresentada pela VarigLog à Justiça na terça-feira. (AE)

Governo coloca "sucatões" da Força Aérea de prontidão

A Varig cancelou 118 vôos entre às zero hora e 13 horas de ontem, dos quais 23 para o exterior e 95 no País Elza Fiúza/Abr

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erca de 28 mil brasilei- 707 da Força Aérea Brasileira, mil passageiros com bilhetes ros estão no exterior conhecidos por sucatões, fi- da Varig no exterior, 13 mil escom passagens da Va- quem prontos para decolar pa- tão em países europeus. Esperig marcadas para voltar ao ra buscar passageiros que este- cificamente na Alemanha, onBrasil até o dia 30 de junho, in- jam em qualquer país. A or- de se realizam os jogos da Coformou o diretor-geral da dem de partida dos aviões, que pa do Mundo, são 5, 6 mil clienAgência Nacional de Aviação têm 160 lugares cada e autono- tes com bilhetes. Civil (Anac), Milton Zuanazzi. mia para atravessar o oceano, Endosso de bilhetes – Pelo Os números foram Tasso Marcelo/AE levantamento da atualizados pelos agência de aviação, 4 técnicos da agência mil pessoas estão na reguladora que esAmérica do Norte e tão tendo acesso ao outras 10,8 mil estão sistema de reservas em países da América e vendas de bilhetes do Sul. "A Varig está da companhia aérea realizando acordos bidesde terça-feira à laterais com as demais noite. Zuanazzi reempresas aéreas (esconheceu "que estão trangeiras) para que ocorrendo muitos elas endossem os bitranstornos" para lhetes. Essa é uma dívique muitos passada da empresa", disse o geiros sejam atendidiretor. dos por outras emSegundo ele, os propresas, mas ainda blemas maiores estão assim disse que tosendo enfrentados por dos estão sendo brasileiros que adquitransportados. riram passagens da "Não estou miniVa r i g n o s E s t a d o s mizando o transtor- Passageiros dizem que Varig estragou festa da Copa Unidos e não por no dos usuários, aqueles que compramas no contexto de um plano será dada pelo ministro da De- ram os bilhetes ainda no Brade emergência acho que está fesa, Waldir Pires, atendendo a sil. Ele explicou que isso se desendo um sucesso os reembar- solicitação do Ministério das ve ao fato de haver diferenças ques", afirmou Zuanazzi. So- Relações Exteriores, que está entre as legislações da aviação mente ontem, de acordo com a encarregado de avaliar onde a civil americana e brasileira. Anac, 2.963 pessoas deveriam situação é mais crítica. "Estamos, no entanto, converretornar ao País de vários loOs problemas podem se sando com o Itamaraty para cais no exterior e tiveram seus agravar se a Varig, que já sus- solucionar tudo isso a contenbilhetes da Varig endossados pendeu 70% de seus vôos in- to", garantiu Zuanazzi. Vôos extras – A TAM fez vôpor outras empresas. Segundo ternacionais até o fim desta seZuanazzi, foram registrados mana, continuar com aviões os extras para atender passaproblemas para reembarque parados na semana que vem. geiros da Varig que estavam de 60 pessoas que estavam vol- O último balanço divulgado em Belém, São Paulo (Congotando de Nova York. pela Infraero informou que 118 nhas), Curitiba e Porto Alegre. Sucatões – Diante do agra- vôos foram cancelados ontem A Gol colocou aeronaves para vamento da situação da Varig, pela companhia aérea, de zero atender alguns destinos ofereo Comando da Aeronáutica hora até as 13 horas. cidos pela Varig no mercado determinou que dois Boeings Segundo Zuanazzi, dos 28 doméstico. (Agências)

Em NY, passageiros ficam na mão

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s companhias aéreas internacionais não estão mais endossando os bilhetes da Varig e, por isso, ficou complicada a situação dos turistas brasileiros em Nova York, surpreendidos com a suspensão dos vôos para os Estados Unidos. Muitos não estão conseguindo embarcar de volta para o Brasil e a Varig não paga hotel nem despesas com comida e transporte, criando uma situação bem difícil para alguns passageiros. Na noite de segunda-feira, houve um início de tumulto, quando a United e a American Airlines recusaram-se a embarcar os passageiros da Varig. Revoltados, brasileiros pressionaram os funcionários da Varig e, por via das dúvidas, o policiamento foi reforçado em torno dos balcões de embarque. Todas as soluções foram tentadas: alguns foram colocados em vôos para Miami e, de lá, embarcaram para São Paulo. A TAM lotou o avião e a Jal, vendo na confusão uma opor-

tunidade de lucro, estava vendendo passagens para o Brasil por apenas US$ 380. O Consulado do Brasil está auxiliando os turistas sem vôo. Os diplomatas têm se revezado no aeroporto para garantir que os brasileiros sejam bem tratados. Também criaram duas linhas para atendimento dos passageiros, estão telefonando para os parentes dessas pessoas e dando notícias dos que não embarcaram, além de terem pesquisado os hotéis mais baratos da cidade. Plano – A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o setor aéreo já trabalham em um plano no caso de paralisação total das atividades da Varig. Segundo o diretor de operações de tráfego da BRA, Waldomiro Silva Junior, o plano terá três fases de implementação, com obrigações que devem ser cumpridas pelas empresas em 24 horas, 72 horas e dez dias. Não houve detalhamento, mas as empresas continuam em disputa com a Anac para conse-

guir as rotas da Varig definitivamente, sem fazer "favor", disse o diretor da BRA. Ele afirmou, ainda, que não foi discutido o valor das passagens nos trechos da Varig assumidos pelas companhias concorrentes e que a expectativa é que a tarifa fique a cargo das empresas. "Cada companhia usará sua própria política de preços", afirmou Silva Junior, depois de uma reunião do gabinete de crise criado para tratar da situação da Varig. A Anac não comenta sobre um eventual leilão de rotas e desautorizou as empresas a falarem sobre isso. "Não estamos distribuindo as rotas da Varig. Se alguma empresa estiver falando do plano de contingência está desautorizada, todos os presidentes me garantiram que não iam falar", afirmou ontem o presidente da agência, Milton Zuanazzi. TAM e Gol estão atendendo os pedidos da Anac, tentando garantir algumas rotas que hoje são da Varig. (Agências)

Diretores do Procon e da Agência Nacional de Aviação definiram ontem estratégias para informar os consumidores

Procon faz cartilha para usuários

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diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, Ricardo Morishita, reclamou ontem formalmente à diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) da atitude da Varig de continuar vendendo bilhetes aéreos para vôos que foram suspensos. Morishita classificou essa atitude de "inadmissível e ofensiva aos consumidores". O diretor-geral da Anac, Milton Zuanazzi, confirmou que a agência recebeu a denúncia e tomou a providência de notificar ontem o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Zuanazzi relatou que Ayoub determinou ao administrador judicial a imediata retirada do ar de um sistema automático de reservas da companhia, res-

ponsável por essas vendas. Segundo Morishita, a prioridade dos órgãos do sistema nacional de defesa do consumidor neste momento é reduzir transtornos aos passageiros da Varig por causa dos cancelamentos de vôos. Ele comentou que a diretora da Anac, Denise Abreu, fez uma exposição do plano emergencial que está sendo implantado desde que a Varig comunicou a suspensão de rotas para o exterior por ter que manter em terra 18 aviões por 72 horas. Os Procons estaduais têm recebido muitas dúvidas dos usuários, contou Morishita e, para melhor orientá-los, o DPDC e a Anac acertaram a elaboração de uma espécie de "cartilha" para que os Procons unifiquem as respostas. "É importante que o consumidor tenha o máximo de informações

possível sobre seus direitos", afirmou Morishita. Mil hagen s – O diretor do DPDC disse ainda que o passageiro que tem um bilhete já emitido em troca de milhas tem que ser transportado. Quanto ao destino das milhas ainda não trocadas, em caso de parada definitiva da Varig, não houve uma definição. A maior parte dos Procons estaduais defende que milhas, mesmo ainda não trocadas por passagens, são um direito e devem ser honradas. O diretor da Anac, Milton Zuanazzi, disse que ainda não falará sobre esse assunto porque faz parte do plano de contingência que só será anunciando formalmente em caso de paralisação definitiva da Varig. "Quem tem milhas deve ir à Varig e marcar seu bilhete. A Varig está viva", disse. (AE)

DESEMPREGO Taxa fica estável no País em maio

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mercado de trabalho brasileiro apresentou sinais contrários na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de maio, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto o rendimento médio real subiu para R$ 1.027,80, num avanço de 7,7%, o maior desde que a pesquisa existe (2002), a taxa de desemprego praticamente não se mexeu: passou de 10,4% da força de trabalho em abril para 10,2% em maio. Assim, a taxa se igualou à de maio de 2005, em um comportamento que não se via desde abril de 2004. O percentual vinha caindo na comparação anual desde então. "A taxa não ter começado a cair em maio frustrou as expectativas criadas pela própria

pesquisa. Esperávamos uma queda maior no desemprego", disse Cimar Azeredo, coordenador da PME, que considerou a ligeira retração como uma "estabilidade estatística". Sem qualidade – Mas, se o mercado não absorveu mais desempregados, que somaram em maio 2,2 milhões de trabalhadores, a qualidade da ocupação subiu. Segundo Azeredo, o emprego com carteira aumentou 0,4% ante abril e 3,8% ante maio de 2005. "O rendimento sobe há quatro meses na comparação com o período anterior e há 11 meses quando se olha o mesmo mês do ano anterior. E a melhora no salário veio desse emprego formal, que paga mais." Enquanto os empregados sem carteira ganham, em mé-

dia, R$ 634,40; os que têm registro recebem R$ 1.042,80. "É um efeito da composição da massa de trabalhadores. Com mais empregados com carteira, o rendimento reagiu", disse o economista Marcelo de Ávila, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A massa salarial subiu 8,3%, na maior alta desde novembro. A diferença, segundo Ávila, é que, em 2005, a massa subia pelo aumento de trabalhadores e, agora, vem da recuperação dos salários, que ainda não alcançaram o nível de julho de 2002, quando a média era de R$ 1.145,82. Já o diretor do Instituto de Economia da UFRJ, João Sabóia, cita outro motivo para os rendimentos mais altos: o aumento de 16,5% no salário-mínimo em abril. (AG)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de junho de 2006

LAZER - 5

MÚSICA Sons de uma rabeca, amor à natureza, quatro peças Reprodução

André Domingues

Reprodução

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AMBIENTE

Novo grito de socorro pelo meio ambiente

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Rita Alves

número é alarmante. Cerca de 93% da cobertura original da Mata Atlântica, presente em 17 estados brasileiros, já foi perdida. Em defesa do bioma, muitas entidades surgiram e uma delas completa 20 anos em 2006. É a Fundação Mata Atlântica, uma das maiores entidades ambientalistas do Brasil que, para comemorar, lança o livro A Mata Atlântica é aqui. E daí? História e luta da Fundação Mata Atlântica. Publicado pela Terra Virgem Editora e escrito pela jornalista Ana Augusta Rocha e pelo ambientalista Fabio Feldman, traça, cronologicamente, da década de 1950 até a atualidade, os principais problemas ambientais enfrentados pelo País, a mudança de percepção da população sobre o tema e as ações efetivas em defesa da Mata Atlântica. A obra, impressa em papel reciclado, conta como a Fundação Oikos nasceu em 1980, evoluiu e gerou, em 1986, a Fundação SOS Mata Atlântica. As ações efetivas em defesa do meio ambiente podem ser vistas por fotos e textos distribuídos na publicação. Há também imagens dos impactos da destruição, campanhas, e o perfil de pessoas que se destacaram na defesa do meio ambiente, como Paulo Nogueira Neto, que em 12 anos como secretário de Meio Ambiente do governo federal, protegeu mais de três milhões de hectares de Mata Atlântica que foram transformados em estações ecológicas.

Os autores destacam ainda fatos de grande repercussão como a morte do líder seringueiro Chico Mendes, no Acre e a realização da ECO-92, Conferência Mundial de Meio Ambiente, organizada pela ONU no Rio de Janeiro, que reuniu 180 chefes de Estado. As campanhas publicitárias protagonizadas pela entidade não ficaram de fora. Uma das mais lembradas até hoje mostra o verde da bandeira da fundação sumindo e a frase “Estão tirando o verde da nossa terra”. O livro também mostra as soluções colecionadas nos 20 anos de atividades pela conservação e proteção do bioma. Há um balanço dos projetos e programas desenvolvidos pela Fundação, assim como publicações que contribuíram para a conscientização dos brasileiros em relação ao tema. Entre eles, está o Atlas de Remanesentes Florestais, lançado em 1989, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e que, pela primeira vez, mostrou a situação real do bioma no Brasil. O livroA Mata Atlântica é aqui. E daí? é apenas mais um passo adiante da Fundação SOS Mata Atlântica na corrida contra o tempo. O novo grito de socorro, expresso por meio de um livro, representa o mais recente pacto com a sociedade e um convite para que a humanidade conviva em harmonia com o ambiente em que vive. A Mata Atlântica é aqui. E daí? História e luta da Fundação Mata Atlântica., Ana Augusta Rocha e Fabio Feldman, Terra Virgem Editora, 176 páginas, R$ 48.

braço da rabeca não tem escala, é preciso achar as notas "no dedo, mesmo", como diz Seu Luiz Paixão, 57 anos, um especialista no assunto. Ele lança Pimenta com Pitu, seu primeiro disco, neste final de semana, em São Paulo. Seu trabalho não é simples. Além de desvendar as nuances daquela afinação típica nordestina, característica do canto dos aboios e das bandas de pife, ele tem de encontrar a maneira certa de pronunciar cada nota: o ritmo, a fluência, a graça. É coisa de alquimista, não há dúvidas, mas o resultado justifica esse cuidado. Os sons misteriosos da sua rabeca repõem, de uma vez só, todo a cultura ancestral nordestina, aquele mundo afetivo de danças, milagreiros, vaqueiros e emboscadas. A despeito de todo o caráter único de sua arte, que, evidentemente o põe na categoria de um mestre, Seu Luiz é uma pessoa absolutamente simples. A descrição de sua forma de criar músicas fala por si: "Invento um pedacinho assim, tocando. Então me vem outra coisa no juízo e aí dá certo, só isso!", resume. Seu aprendizado de rabeca, começado aos 12 anos de idade, foi igualmente despretensioso. O avô, Severino Paixão, e dois tios seus eram rabequeiros conhecidos na região de Aliança, onde nasceu, na Zona da Mata pernambucana. Enfeitiçado pelo som das rabecas, pediu a um de seus tios para ensiná-lo a tocar, mas, depois de uma negativa seca, começou a pegar escondido. "Era assim: no domingo, juntava tudo lá na casa de meu avô, almoçava e depois bebia cachaça à vontade. Meu tio, Antônio, guardava os instrumentos – melê, pandeiro, triângulo e a rabeca - na camarinha. Então, enquanto eles bebiam, eu saía do meio deles, entrava lá, botava a rabeca no ouvido e começava a relar nela", relembra Seu Luiz, em tom nostálgico e brejeiro. Um dia, os tios estavam tocando rabeca e o menino Luiz interrompeu: "Tio, eu toco isso!". A resposta foi meio brava, meio gozadora: "Como é que você aprendeu? Toca aí pra eu ouvir!". E ele tocou da melhor maneira que podia. Vendo o talento e a vontade do menino, Antônio amoleceu e começou a ensinar-lhe a afinação do instrumento. "Mas o incrível é que, a tocar, eu não aprendi com ninguém me ensinando. Foi só vendo eles", ressalta Seu Luiz. Pouco mais de um ano depois, o musicalíssimo Luiz já era convidado

Seu Luiz Paixão: os sons misteriosos da sua rabeca desvendam as nuances da afinação típica nordestina. Seu trabalho traça um quadro ao mesmo tempo terno e fiel da paisagem musical que o cercou a vida toda.

para tomar parte como rabequeiro no folguedo do cavalo marinho, uma espécie de bumba-meu-boi que só é comum em Pernambuco. Surgia mais um rabequeiro famoso entre os Paixão. Anos se passaram desde os primeiros fraseados de Seu Luiz até que, nos anos 90, uma nova geração de músicos pernambucanos passou a olhar com mais atenção e carinho para as rabecas. Foi quando gente muito competente, como o também rabequeiro Siba, do conjunto Mestre Ambrósio, começou a levar a arte de Seu Luiz para além dos limites regionais, chegando até a França e os Estados Unidos. A experiência tão nova, com gravações em estúdios e audições para as platéias estrangeiras, contudo, não o intimidou. "Não fiquei muito preocupado, não tenho muito nervoso, não. Depois

que a gente se acostuma com a rabeca, é só tocar", conta Seu Luiz, com a simplicidade habitual. Tampouco o assustou a tarefa de conceber o repertório de seu primeiro disco, este Pimenta com Pitu, que será lançado nos shows de amanhã e domingo. "Pensei, ‘deixa eu fazer um forrozinho pé-de-serra’, que gosto muito, mas também botei cavalo-marinho e coco, que um menino que toca comigo faz muito coco", explica. Ficou bem interessante. Seu Luiz traça um quadro ao mesmo tempo terno e fiel da paisagem musical que o cercou a vida toda, enfatizando especialmente o cavalo marinho, do qual extraí preciosidades como Pisa Pilão. Seu fraseado exuberante, fluente e seguro – exemplar na peça Bem Temperado comanda toda a parte melódica do disco, ora solando, ora fazendo dobras com o canto. Já o tal menino do coco,

Sidrak, que, na realidade é seu parceiro de décadas no cavalo marinho, traz ótimas colaborações na percussão e nos vocais, além de assinar um outro destaques da obra, Ponta de Pedra. Seu Luiz Paixão fala do seu trabalho com muita discrição. Prefere elogiar seus parceiros, em especial Renata Rosa, excelente cantora, que é também a produtora do disco. Mas há algo fundamental no seu rápido comentário sobre a faixa Forró do Cambará: "As pessoas podem pensar que é conhecida, que já ouviram algum sanfoneiro tocando por aí, mas tem uma coisa meio diferente", afirma. Esse "meio diferente", essa inventividade que não foge à linguagem tradicional é o seu segredo. Seu Luiz consegue ser tanto um testemunho de uma tradição cada vez mais esquecida no Brasil, quanto uma prova de que os caminhos dessa tradição ainda podem ser muito explorados. Não é à toa que um bando de meninos ávidos por aprender rabeca costuma cercá-lo em suas apresentações.

História de luthier Evandro Monteiro/Digna Imagem

Saulo Dantas-Barreto

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Ritmo e graça ao vivo Pimenta com Pitu - Seu Luiz Paixão. Teatro Brincante, Rua Purpurina, 428, Vila Madalena, tel.: (11) 3816-0575. Site: www.teatrobrincante.com.br. Amanhã, sábado (24), às 21h, com participação especial de Thomas Roher; e domingo (25), às 19h. Ingressos: R$ 15.

onta o luthier Saulo DantasBarreto, sofisticadíssimo construtor de instrumentos, que a rabeca chegou ao Brasil pelas mãos dos portugueses logo nos primeiros anos da colonização. O primeiro relato de sua presença neste lado do Atlântico dataria de 1541, quando um capitão espanhol encontrou um exemplar nas mãos de indígenas – os tupinambás, por exemplo, eram apontados pelos jesuítas como grandes construtores de rabecas! De evidente origem árabe, essa parente próximo dos violinos pode ter diferentes tamanhos, formatos e afinações, sendo encontrada em praticamente todo o território brasileiro. As principais diferenças da rabeca para o violino estão na maneira de tocar, geralmente apoiando no peito, e não no ombro, e no timbre, mais rico em harmônicos e, portanto, menos asséptico do que o do violino tradicional. (AD)

Divulgação

TEATRO

Arte ou sobrevivência? Araújo em quatro ousadias no palco Sérgio Roveri

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comédia dramática Não Esqueça de Aguar as Plantas, que traz no elenco os atores Ewerton de Castro e Flávia Pucci, abre hoje, sexta, dia 23, no Centro Cultural São Paulo, uma mostra composta por quatro trabalhos do ator, diretor e dramaturgo Márcio Araújo. Dos quatro espetáculos, dois são inéditos. Além de Não Esqueça de Aguar as Plantas, escrita no final de 2002, será encenada pela primeira vez A Portas Fechadas, com estréia prevista para a próxima quintafeira. Integram a mostra, que prossegue até o final de julho, o infantil Guarda-Roupa de Histórias, em cartaz a partir de amanhã, e 3,2,1, texto que o próprio autor define como uma ousadia dramatúrgica, por combinar inovações na linguagem e na cronologia, e que sobe ao palco na terça-feira. Em Não Esqueça de Aguar as Plantas, Araújo propõe uma situação até certo ponto familiar a quem vive, ou ao menos tenta viver, de arte no Brasil: o embate diário entre o trabalho livre das imposições do mercado e a necessidade da sobrevivência. Jorge (Ewerton de Castro) é um autor decepcionado com a vida que procura algum alento em sua produção literária nada comercial. Luiza (Flávia Pucci), no pólo oposto, está cansada das

produções teatrais de segunda linha em que vem atuando e anseia por fama e dinheiro – itens que estariam mais disponíveis na televisão. Este desconforto profissional na vida de cada um começa a provocar fissuras no relacionamento do casal, juntos há dez anos. Já o musical infantil Guarda-Roupa de Histórias, que entra em cartaz amanhã à tarde, faz uma sondagem lúdica sobre os sentimentos e as lembranças das... roupas! O ‘elenco’ é composto por um vestido de primeira-comunhão esquecido num canto do armário, uma meia feminina, toda rendada, que anda arrastando asas para uma meia de jogador de futebol, alguns botões de camisa que querem conhecer a casa de seus vizinhos, além de Não Esqueça de Aguar as Plantas, com Ewerton de Castro e Flávia Pucci: desconforto profissional provocando fissuras no relacionamento

vestidos de noiva, chapéus e camisetas que escapam de um guarda-roupa para contar seus dramas pessoais. Um botão gigante, entregue nas mãos da platéia, ajuda a conduzir esta história que capricha no figurino e na manipulação de bonecos. Não Esqueça de Aguar as Plantas, estréia hoje, sexta (23). Sábados e domingos às 21h. Ingressos a R$ 12. Guarda-Roupa de Histórias, estréia amanhã, sábado (24). Sábados e domingos às 16h. Ingressos a R$ 8. Centro Cultural São Paulo, Rua Vergueiro, 1000, telefone: (11) 3277-3611.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24, 25 de junho de 2006

3 A Inglaterra tem grandes jogadores, mas estamos acostumados a enfrentar grandes seleções, como Brasil e Argentina.” Carlos Tenório, do Equador

Daqui para a frente, temos de estar 100%. Um erro pode nos tirar da competição.” Torsten Frings, da Alemanha

COMEÇA O MATA-MATA Neste fim de semana realizam-se os quatro primeiros jogos das oitavas-de-final, nos quais quem ganhar continua na Copa e quem perder volta para casa. Será assim até o final: em caso de empate no tempo normal, haverá prorrogação e, se necessário, cobranças de pênaltis DSK/AFP

DSK/AFP

Alemanha x Suécia (sábado, 12 h)

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ara o principal jogador da Alemanha, Ballack (acima, à esquerda), a Suécia será “o primeiro adversário difícil” que seu time enfrentará nesta Copa. “Sabemos que agora temos que jogar tudo e que qualquer erro pode significar a eliminação”, diz ele. “Mas isso não pode nos assustar, e sim motivar ainda mais.” A Suécia, que tem como um de seus destaques Adrian Dennis/AFP

o atacante Larsson, parece estar mais preocupado em descansar do que em treinar, tanto que o elenco teve folga ontem. “Comer, beber e dormir é mais importante. Temos que recuperar as energias, e só teremos três dias de descanso”, disse o técnico Lars Lagerback. Os jogadores viajam hoje para Munique. A partida será apitada pelo brasileiro Carlos Eugênio Simon. Jaime Razuri/AFP

Inglaterra x Equador (domingo, 12h)

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a Inglaterra de Wayne Rooney (à esquerda), todos ainda estão abalados com o corte do atacante Owen, por uma contusão que deverá afastá-lo dos gramados por cerca de cinco meses. Owen rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito no primeiro minuto da partida em que Inglaterra e Suécia empataram por 2 a 2.

O atacante afirmou ainda que pretende voltar à Alemanha, no final da Copa, para receber sua medalha de campeão mundial. Antes disso, porém, o “English Team” terá que passar pelo Equador de Agustín Delgado (à direita), em Stuttgart. O técnico Luis Fernando Suárez proimete “corrigir os erros apresentados contra a Alemanha para ter sucesso contra os ingleses”.

Omar Torres/AFP

Gabriel Bouys/AFP

Argentina x México (sábado, 16 h)

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técnico da Argentina de Riquelme (à esquerda), José Pekerman, tem uma grande preocupação para o jogo de sábado contra o México do zagueiro Rafa Márquez (à direita), em Leipizig. Já sem o volante Lucho González, contundido desde a goleada sobre Sérvia e Montenegro, ele pode perder também o zagueiro Nicolás Burdisso, que teve uma torção Henry Romero/Reuters

leve no joelho direito durante o empate contra a Holanda, na quarta-feira. Naquela partida, Fabrício Coloccini entrou no lugar de Burdisso. O médico da Argentina, Donato Villani, preferiu não dar muitas explicações sobre a lesão, mas deixou claro que é um tipo de contusão que não permite recuperação imediata: “Ele será examinado definitivamente nas próximas 24 horas”.

Daniel Garcia/AFP

Portugal x Holanda (domingo, 16 h)

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Seleção Portuguesa de Luiz Figo (à esquerda) treina hoje sob o comando do brasileiro Luiz Felipe Scolari no campo do Klosterpforte Hotel, em Marienfeld, seu local de concentração na Alemanha. “Vencemos a Holanda na semifinal da Euro, há dois anos, mas o Van Basten assumiu a equipe e fez várias mudanças que deram certo nas Eliminatórias

da Copa”, disse o técnico, procurando desvencilhar-se do peso do favoritismo. Nuno Valente, Costinha, Deco, Cristiano Ronaldo e Pauleta, poupados diante do México por causa do cartão amarelo, voltam à equipe. Na Holanda, o destaque é o atacante Robben (à direita), mas o técnico Marco van Basten disse esperar mais de Van Nistelrooy, que pode nem sair jogando.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de junho de 2006

LENTE DE AUMENTO ELEITOR ESQUECEU DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO

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Lula pode estar sendo beneficiado pelo esquecimento da população sobre os escândalos de corrupção. Melhor para Alckmin. aprovação do governo Lula, que passou de 55% em março para 60% em junho) e a do seu governo. O percentual dos que avaliam o governo como ótimo ou bom aumentou de 38% em março para 44% em junho). Por fim, a rejeição de Alckmin superou a de Lula (34% a 28%). Porém, o Ibope pediu

aos eleitores que citassem notícias sobre o governo Lula das quais ouviram falar nas últimas semanas. Nada menos que 70% dos entrevistados não lembraram de nada. Entre os 16% que se recordaram de alguma, citaram denúncias de corrupção. Em dezembro do ano passado, portanto no auge da crise, este percentual era de 40%. De certa forma, este dado pode ser considerado positivo para Alckmin. Além de outros fatores, Lula pode estar sendo beneficiado pelo esquecimento da população sobre os escândalos de corrupção que aconteceram no governo. Seria muito ruim para Alckmin se, mesmo lembrando das denúncias, Lula tivesse um alto desempenho nas pesquisas. Mesmo sabendo que sua campanha não pode ficar restrita a atacar Lula, este é um aspecto que não pode ser desconsiderado pelo PSDB, conforme defendem alguns membros do partido. O PFL foi nesta direção. Em seu programa de rádio e TV, durante 11 minutos, fez um flashback das denúncias de corrupção no governo, ligando-as ao presidente Lula. O difícil desta estratégia é estabelecer o limite da pancadaria, que pode ter o efeito contrário.

Céllus

a semana passada foi divulgada pesquisa CNI/Ibope sobre intenção de voto para presidente da República. A pesquisa foi muito melhor para Lula do que para Geraldo Alckmin (PSDB), sem dúvida alguma. Confirmando as pesquisas anteriores, Lula seria reeleito ainda no primeiro turno. Além disso, Lula aumentou a vantagem que tinha em relação a Alckmin em um eventual segundo turno. Lula teria 53% das intenções de voto e Alckmin, 29%. Em março, estes percentuais eram de 49% e 31%. Também melhoraram a avaliação pessoal do presidente (a

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Dissolvendo os EUA OLAVO DE CARVALHO

E

ntre os conservadores americanos, o escândalo do mês é o relatório do Council on Foreign Relations (CFR) que propõe – nada mais, nada menos – a abolição das fronteiras entre os EUA, o México e o Canadá. O plano seria implantado com rapidez fulminante. Por volta de 2010 a nação de Washington e Jefferson simplesmente teria deixado de existir, sendo substituída por uma "Comunidade Norte-Americana" multilíngue e sem identidade cultural. O documento é de dois anos atrás: a novidade chocante é que o presidente Bush, discretamente, assinou em 2005 um acordo com os governos dos dois países vizinhos para implementá-lo. Ninguém até agora tinha prestado atenção nisso. E ninguém poderia imaginar que o governante eleito por uma maioria de conservadores e nacionalistas tivesse se deixado envolver tão profundamente numa trama globalista anti-americana. A proposta é nitidamente inspirada na idéia do velho Morgenthau, de chegar ao governo mundial por meio de sucessivas integrações regionais (v. w w w. ol av od ec ar v al ho .o rg /s em ana/060424dc.html), e se harmoniza às mil maravilhas com a constituição simultânea de uma União das Repúblicas Socialistas Latino-Americanas, inevitavelmente mais dependente de ajuda internacional do que nenhum país capitalista jamais foi. Só mesmo nesse templos da ignorância que são a universidade brasileira, a Folha de S. Paulo e a Escola Superior de Guerra pode haver ainda quem acredite que globalismo é "imperialismo americano". O relatório pode ser lid o , n a í n t e g r a , n o s i t e w w w. c f r. o r g / publication.html?id=8102.

COMENTÁRIO DE MURILLO DE ARAGÃO NO SITE DA CONSULTORIA ARKO ADVICE WWW.ARKOADVICE.COM.BR

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rimeira Leitura fechou por falta de anunciantes, enquanto o governo alimentava com verbas oficiais uma revista de propaganda lulista. Tal é o estado de coisas na mídia nacional. Trinta anos atrás, a distinção entre o jornalismo profissional e o subjornalismo de partido era um ponto de honra para os membros da classe. Cláudio Abramo, mais comunista que Che Guevara, jamais tentou transformar a Folha de S. Paulo num órgão de propaganda esquerdista. Roberto Marinho, um dos mentores do regime de 1964, protegia os comunas do Globo, porque sabia que colocavam a ética da profissão acima do partidarismo. Hoje em dia um sujeito trabalha para o governo cubano, faz pregação comunista em panfletos eletrônicos com foice e martelo no logotipo, e não só é reconhecido como jornalista profissional mas também ganha um cargo na diretoria da ABI. Depois, chamado de "agente de influência", que é precisamente o que ele é, se finge de ofendido e processa o jornal que disse a verdade. Não sou de fazer alusões sem dar nome aos burros. Que tal "Mário Augusto Jacobskind"? (Para maiores esclarecimentos, v. www.midiasemmascara.com.br/ artigo.php?sid=4264.)

J

á tive meus arranca-rabos com Janer Cristaldo, mas subscrevo integralmente o que ele disse no seu último artigo: "Jornalista que vende sua capacitação para ideologias ou partidos não passa de um venal. Uma vez que optou pela prostituição, deveria ser sumariamente excluído, e para sempre, das redações de jornal." Na realidade do Brasil atual, excluídos são os outros. O próprio Janer, por exemplo.

R elatório propõe a abolição das fronteiras entre os EUA, o México e o Canadá

Pirataria de sementes

Está na hora de Alckmin atacar Lula

Lula Marques/Folha Imagem

IVO MARCOS CARRARO

70% dos entrevistados não lembram de nada

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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Auditado pela

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companhamos nos últimos tempos os prejuízos causados à economia brasileira por moléstias como a febre aftosa e a gripe aviária e, principalmente, os danos acarretados à imagem do País como exportador de produtos agrícolas no mercado externo. E tal problemática já afeta a agricultura de maneira devastadora, disseminada pela utilização desenfreada de sementes pirateadas. A pirataria é a "febre aftosa" da agricultura. No caso das sementes pirateadas, o que está em jogo é a estabilidade do agronegócio brasileiro. Tais sementes falsas, cultivadas sem controle, promovem a disseminação de pragas e doenças, reduzem a produtividade e a produção das lavouras, desestimulam as empresas de pesquisas que deixam de lançar novas cultivares. Além disso, destroem o mercado legal de sementes e reduzem a qualidade da matéria-prima agrícola utilizada tanto pela industria quanto destinada a exportação, afetando profundamente o agronegócio, hoje responsável por cerca de 33% do PIB nacional. A economia imediata que se espera obter com o uso de cultivares piratas não se justifica e, em pouco tempo, se traduz em prejuízos oriundos da desestabilização do desenvolvimento harmônico da atividade. Com o mercado na informalidade, as fontes de renovação e pesquisas cessam, prejudicando, no médio prazo, a força competitiva do Brasil no abastecimento interno e como exportador de produtos agrícolas. As conseqüências começam a ser sentidas nos estados onde não existe o controle da produção e o ilícito sobrepõe-se ao legal. Sofre o estado com a menor arrecadação. Sofre o agricultor com menor renda e menos estabilidade econômica. Sofre a sociedade e ganha o pirata inconseqüente. Exemplo recente foi o da soja transgênica no Rio Grande do Sul. Mais do que outros setores da economia, a agricultura depende fundamentalmente da constante aplicação de tecnologia não só para os crescimentos

em produtividade, mas principalmente para manter a competitividade frente ao constante aparecimento de novos e cada vez mais graves problemas como pragas e doenças, que reduzem as produções e cujos tratamentos elevam sobremaneira os custos de produção.

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sociedade brasileira está habituada com as atividades chamadas informais, que crescem a cada dia criando uma economia paralela que não paga impostos e sonega qualquer direito de propriedade intelectual. São CDs, brinquedos, softwares, livros, calçados e uma série grande de produtos. O Ministério da Justiça criou o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual, com o objetivo de combater a informalidade predatória. Pois bem, na agricultura este mal também se faz sentir de forma crescente e ameaça a sustentabilidade do agronegócio. A boa notícia é que está em estudo a criação dentro deste Conselho ao Grupo de Trabalho – Agronegócio, inserindo também nesta instância oficial assuntos como o desrespeito à propriedade intelectual de sementes, biotecnologia e outros produtos patenteados ou protegidos por legislação nacional, além de contrabandos também nesta área. Iniciativas têm surgido no seio das entidades representativas do agronegócio visando a certificação de origem legal de produtos e é crescente o volume de ações na Justiça reivindicando direitos de propriedade intelectual na agricultura. Para que o abastecimento de alimentos e fibras e a exportação, que gera divisas para o País, possam ser asseguradas para a sociedade, são necessárias ações fortes por parte dos poderes públicos constituídos em todas suas instâncias na direção de um combate sério e sistemático à informalidade e à ilegalidade, que cresce assustadoramente também na agricultura nacional. IVO MARCOS CARRARO É PRESIDENTE DA BRASPOV – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS OBTENTORES VEGETAIS

S ementes falsas promovem a disseminação de pragas e doenças

A NOSSA TERRA or mais que a NASA anuncie vôos pilotados para a Lua em futuro próximo, sou de opinião que devemos ter amor por nossa Terra, a única que possuímos para nela viver e cumprir o fadário da nossa peregrinação terrestre, no qual encontramos em percurso vales de lágrimas e jardim de delícias. Mas todos enfrentamos as desventuras com coragem e pedimos sempre a Deus que nos livre dos males, essa profissão exercida pelo diabo. Faço essas considerações por ter lido a reportagem de Veja advertindo-nos de que as calotas polares estão se desfazendo. É evidente que não será para os nossos dias, mas é exemplo da negligência dos poderes públicos, dos representantes com assento em câmaras e assembléias, que não defendem o patrimônio comum desta Terra, sempre dadivosa para os que nela trabalham.

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Os poderes públicos não defendem o patrimônio comum da Terra, sempre dadivosa para os que nela trabalham odas estas notícias, informações, reportagens e estudos científicos apresentam as mudanças do meio ambiente por obra do homem empreendedor ou predador, daí o gigantesco resultado do desenvolvimento, dando aos povos a visão de um Paraíso reencontrado, graças aos bens postos à disposição das sociedades humanas organizadas em Estados. Devemos ter pela Terra o amor de sempre, que os governos sempre procuraram incutir no espírito de seus filhos, pois o nosso dever é preservar a nossa Terra das hecatombes que se prevêem para ela e para os povos que nela habitam. Sei e estou farto de saber que tudo são previsões para que se vá se tomando providências, afim de se formarem forças-tarefa que prevejam cataclismas como o tsunami que abalou a Ásia ou o furacão Katrina, que arrasou Nova Orleans. Fica aqui a minha posição de editorialista, que pretende ser avisado, mas certo de que nada impedirá o ser humano de continuar destruindo o que puder para se enriquecer na Terra, onde vive há bem pouco tempo.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Cidades

Fotos de Paulo Pampolin/Hype

5 Brasileiro é muito esperto e rápido, no futebol e na vida. Kazuko Tsuchiya, torcedora japonesa

Kaori Sasaki (esquerda) levou o filho ao ginásio para ver Brasil e Japão. Kazuko Tsuchiya (acima) se emocionou e chorou. Ao ver o jogo, ela lembrou das dificuldades que enfrentou quando chegou a São Paulo, vinda de Tóquio, há três anos. Mas ao final da partida, a confraternização foi geral, com brasileiros e japoneses comemorando o resultado.

JAPÃO NA CABEÇA. BRASIL NO CORAÇÃO. A comunidade nipônica em São Paulo deu exemplo ontem. Apesar de alguns japoneses terem ficado tristes, a vitória do Brasil contagiou e foi comemorada com alegria. Rejane Tamoto

Luiz Prado/Luz

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legria, tristeza... alegria! Esses sentimentos contraditórios tomaram conta dos 600 nipo-brasileiros que lotaram o ginásio esportivo da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa Bunkyo, durante o jogo da tarde de ontem entre Brasil e Japão. As cores das duas bandeiras se misturaram, a real proposta do evento. Foram distribuídos mais de 500 hachimakis (faixas que os sushimans amarram na testa) com as cores verde, amarelo, branco e vermelho. Mas o verde-amarelo imperou e a alegria de ver o Brasil vencedor também. Um dos japoneses que contrariou a regra foi o aposentado Ideaki Goto, de 68 anos, que colocou bandeirinhas do Japão na cabeça e na camisa. "Parabéns, Brasil, quatro a um!", disse ele ao final da partida. Dez minutos antes do jogo, o aposentado tinha esperanças. "Hoje vai dar três a zero para o Japão. Depois desse jogo, volto a torcer para o Brasil". Ideaki está há 48 anos no Brasil, foi o único que levantou para acompanhar o hino japonês, mas também experimentou o sentimento dúbio de toda a platéia: de comemorar os bons lances dos dois times. Em frente ao telão de 50 m², sorrisos, palmas e – entre os mais jovens – apitos e cornetas a cada gol brasileiro ou japonês. Sem vergonha – Houve quem não tivesse vergonha de torcer para o time japonês. Kijiro Fujii, de 51 anos, membro da Sociedade Bunkyo de Mogi das Cruzes, vibrava a cada erro de Ronaldo ou Robinho, que tentaram marcar gols no início do jogo. Pulava da cadeira, gesticulava, dava socos no ar e profetizava: "Vai dar um a zero para o Japão!". No primeiro tempo, muitos adolescentes tocavam cornetas e gritavam "Nippon, Nippon". O mesmo grupo vibrou com o gol de Keiji Tamada. Nesse momento, Kijiro quis ir embora. "Por mim, o jogo acabaria agora". Na outra ponta do ginásio, uma jovem nipônica estava aos prantos por ver o Japão golear o Brasil. Quando questionada sobre o motivo de tantas lágrimas, Kazuko Tsuchiya, de 35 anos, desabafou: "Estou muito emocionada porque esse jogo é como se fosse a minha vida. Primeiro vejo o japonês, que é muito esforçado, fazer um gol. Depois vem o brasilei-

Torcedor de origem japonesa comemora gol brasileiro em festa que reuniu 60 mil no Anhangabaú

Já no sentido contrário da quilômetros. Meia hora deDo caos nas Avenida dos Bandeirantes, a pois, índice zero. Antes do início da partida, morosidade era de 7,1 quilôruas, à festa os piores pontos da cidade metros, desde o Viaduto as pistas expressa e lo- Aliomar Baleeiro até a Margino Anhangabaú eram cal da marginal Tietê, sentido nal do Pinheiros. Trânsito pe-

Em São Paulo, torcedor japonês sofreu, mas aplaudiu a vitória brasileira

ro, que é mais forte, e ganha", disse. Kazuko, professora de japonês, fez uma alusão entre o que viu no jogo com o que viveu no Brasil, quando veio de Tóquio para São Paulo, há três anos. "No Japão, para conseguir as coisas, precisa ter respeito pelas pessoas, não mentir, ser esforçado. Aqui não dá para ser certinho. Brasileiro é muito esperto e rápido, no futebol e na vida", comparou. Torcida - Mesmo com lágrimas e com gente torcendo contra, a maioria dos japoneses continuou alegre no segundo tempo, desta vez com os gols do Brasil. Segundo o organizador do evento, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa Bunkyo, Aki Ogawa, a idéia foi justamente confraternizar e reunir a comunidade para torcer. "Percebemos que não havia muitos japoneses que se juntavam e fizemos esse evento para reunilos. No fundo, todos os japoneses que estão aqui torceram pelo Brasil. E também ficariam felizes se o resultado do jogo fosse outro", disse. Essa troca entre as culturas também esteve presente na comida. No cardápio, cerveja, saquê, sanduíche de pernil, hot dog, oniguiri (bolinho de arroz com recheio de carne de porco

ou salmão), guioza de carne de porco, pastéis e batatinhas. E Aki Ogawa tem razão. A maioria do platéia que assistiu o jogo manteve o estilo oriental. Sentados e concentrados batiam palmas a cada lance (favorável ao Brasil ou não). Palavrão? De jeito nenhum. Este respeitável público não xingou nem quando o telão passou por problemas técnicos. Dois grupos se destacaram na torcida. O de Masaru Ando, um japonês de Tóquio de 46 anos, por exemplo, estava uniformizado com as duas bandeiras. O grupo batucou, tocou pandeiro e cantou o hino japonês em ritmo de samba. "O jogo é como uma luta. Aqui estamos em paz porque torcemos pelos dois", disse. Entre os preferidos estavam Kawaguchi e Kaka. E Zico, é claro! No fundo do ginásio, uma afro-brasileira sambava freneticamente ao som dos bumbos tocados por outro grupo e (pasmem!) torceu contra o Brasil. "Sou ‘japoneguinha’ e fico triste porque gostaria muito que o Japão ganhasse dessa vez", disse Naomi Hidechima. O motivo de tanta contradição é que ela é casada com um japonês e comanda um karaokê no bairro da Liberdade e, assim, participa da comunidade japonesa.

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epois de um congestionamento de 166 quilômetros a uma hora do início do jogo, São Paulo ficou com suas ruas vazias na tarde de ontem, após o início da partida. Às 17h, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou um índice de lentidão de 6

Lapa-Penha, onde o engarrafamento chegou a 12,5 quilômetros, desde a ponte Nova Fepasa até a rua Azurita. Na avenida dos Bandeirantes, sentido rodovia dos Imigrantes, o trânsito ficou carregado numa extensão de 7,1 quilômetros, desde a marginal Pinheiros até o viaduto Aliomar Baleeiro.

sado também na 23 de Maio. Festa – À tarde, uma multidão calculada em 60 mil pessoas comemorou a vitória da Seleção Brasileira no vale do Anhangabaú. Ao som de buzinas e cornetas, os torcedores entraram no clima da goleada sobre o Japão e encerraram a festa animados por um show de Zeca Pagodinho. (Agências)


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MÚSICA Coleção Um Sopro de Brasil traz livro, DVD e três CDs criados a partir de shows no Sesc Pinheiros Fotos: Reprodução

De Carrilho e outros sopros Lançamento é parte do projeto Memória Brasileira, cuja proposta é traçar perfil da música instrumental do País

H

á séculos que os homens vêm construindo pirâmides, enterrando baús, enfim, lutando para salvar aquilo que lhes é caro da miséria do tempo. Até o Brasil, dito "país sem memória", também vai, pouco a pouco, cuidando de eternizar os seus tesouros. A MPB, por exemplo, passa por uma fase de inúmeros esforços de preservação e, se ainda não ganhou nenhuma Queóps, já está encaixando suas pedrinhas. Uma delas é a sofisticada coleção Um Sopro de Brasil, que acaba de ser lançada, trazendo um livro, um DVD duplo e três CDs (só o primeiro já foi lançado, os demais virão até o final do ano que vem), criada a partir de uma série de shows realizada em novembro de 2004, no Sesc Pinheiros. Seu objetivo é tão nobre, quanto audacioso: resumir o mais importante da nossa produção para instrumentos de sopro, reunindo alguns de seus diversos timbres, agrupamentos e, naturalmente, instrumentistas mais representativos. Estão lá, por exemplo, a flauta de Altamiro Carrilho, o pife de João do Pife, a clarineta de Paulo Moura, a gaita de Maurício Einhorn, o trombone de Vittor Santos, o sax de Mané Silveira, o trompete de Joatan Nascimento e todos os sopros da excelente Banda Mantiqueira, comandada pelo clarinetista Nailor Proveta, cujo brilhantismo é uma das raras unanimidades no meio musical brasileiro. Um Sopro de Brasil traz, ainda, um vasto material explicativo. Nele constam depoimentos dos mestres Moacyr Santos,

André Domingues Severino Araújo e Raul de Barros, textos diversos sobre temas relacionados aos sopros assinados por Cláudio Leal Ferreira, Gil Jardim e Leonardo Fucks, entre outros nomes de peso, mini-biografias de artistas importantes escritas pela pesquisadora Maria Luiza Kfouri, sugestões de discos, fotos raras e ilustrações de instrumentos. "Acho o material muito completo. Toda a grandeza do sopro brasileiro está representada ali", assegura a produtora Myriam Taubkin, criadora do projeto em parceria com o músico Morris Picciotto. Um Sopro de Brasil, é, na realidade, a seqüência de uma empreitada maior, intitulada Memória Brasileira, nascida em 1987. O projeto, que teve Myriam entre seus idealizadores, foi concebido com a proposta de traçar um perfil da nossa música instrumental, dedicando, para isso, edições a pianistas (1987), violonistas (1989) e arranjadores (1992), em sua primeira fase, e a violeiros (1997), percussionistas (1999), sanfoneiros (2002) e, de novo, violonistas (2004), na segunda (liderada apenas por Myriam). É uma tarefa complicada, mas que vem sendo cumprida com competência, sobretudo pela colaboração de grandes músicos. "Eu tenho 30 anos como produtora e acho que esse tempo me dá uma bagagem para saber escolher quem convidar para um trabalho desses, mas também não dispenso uma consulta a grandes músicos, como Proveta, Siba, Mané Silveira, Teco Cardoso, Benjamin Taubkin e tantos outros", diz ela.

O trabalho em colaboração é igualmente perceptível nas performances musicais, com o privilégio a bandas e a solistas que, para executar seu repertório, também criassem os arranjos para seus grupos. Myriam justifica tal opção: "Resolvi mexer com os sopros em conjunto, menos do que com solistas, para ajudar o público a sacar os naipes, os timbres, as possibilidades...", conta. É, aliás, um conjunto, a Banda Retreta, com seu sabor de coreto interiorano, que a produtora aponta como símbolo de todo o projeto. "Esse tipo de banda foi maior espaço para o músico aprender a tocar, a ler, a entender a função de cada instrumento num grupo, além de ter sido a maior oportunidade que o público brasileiro teve de ouvir música durante a segunda metade do século 19 e todo o século 20. A maioria dos grandes instrumentistas de sopro começou em bandas assim", argumenta. Vale notar, inclusive, que o texto de Proveta publicado no livro é, justamente, uma exaltação às bandas desse estilo, em que ele mesmo se iniciou musicalmente. Um aviso: o projeto Memória Brasileira não pára nos sopros. Em 2007 deve sair um livro e um DVD sobre a edição Violeiros do Brasil, realizada em 1997, pela qual a produtora tem especial carinho. "Vou atrás de cada um daqueles músicos, ver o que eles estão fazendo em suas cidades, homenagear os que já morreram, procurar novos talentos...", comenta Myriam, sonhando alto. Sempre alto.

Apenas site vende coleção inteira

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VEJA, GRÁTIS

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Orquestra de Sopro composta por alunos do Conservatório Souza Lima de Música, fundado há 20 anos em São Paulo, apresenta concerto no dia 3 de julho, com regência do maestro Ed Fogaça. O espetáculo acontece na sede da escola, à Rua José Maria Lisboa, 745, Jardins, telefone (11) 38849149. Às 20h, com ingresso grátis. A escola concede ainda bolsas

de estudo para estudantes de música com até 30 anos de idade, nos cursos erudito e popular, para flauta transversal, saxofone e outros instrumentos, além de canto. As inscrições do primeiro semestre terminam nesta sexta (23). As provas serão no dia 7 de julho. Para o segundo semestre, as inscrições vão até 24 de novembro. Mais informações: www.souzalima.com.br.

m Sopro de Brasil já está disponível em lojas especializadas (o site oficial do projeto, www.projetomemoria brasileira.com.br, indica quais). É preciso avisar, contudo, que o CD está sendo comercializado separadamente dos kits com DVDs e livro. Apenas o site citado vende a coleção inteira, cotada a R$ 141 (mais o frete). Outro detalhe importante é que foi lançado somente o primeiro CD da série, dedicado aos solistas. Os dois outros, que terão como temas os conjuntos e os sopros de timbres incomuns virão ao longo dos próximos meses. Nestes, até Hermeto Pascoal, que esteve nos shows de 2004, mas não entrou no DVD por falta de acordo, pode aparecer com seu número de garrafas. (AD)

O trompete de Raul de Barros (no alto) e Teco Cardoso: projeto audacioso vai resumir o mais importante da produção em instrumentos de sopro, em diversos timbres, agrupamentos e instrumentistas


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Se não tivéssemos tomado o gol antes do intervalo, o segundo tempo seria diferente." Zico

Gana será difícil, mas estamos preparados para qualquer adversário daqui em diante." Cicinho

E AGORA, PARREIRA? BRASIL C

icinho, Gilberto, Gilberto Silva, Juninho Pernambucano e Robinho. Ao todo, cinco reservas tiveram oportunidade de sair jogando na goleada de ontem sobre o Japão. E todos eles a aproveitaram muito bem, o que deve criar várias dúvidas na cabeça do técnico Carlos Alberto Parreira antes de escalar o time que enfrentará Gana pelas oitavasde-final, na terça-feira. “Comecei com uma vitória de 4 a 1, com uma boa atuação e um belo gol. Fiquei feliz”, admitiu o meia Juninho Pernambucano, que entrou no lugar de Zé Roberto e fez 2 a 1 para o Brasil. “O pessoal que entrou procurou dar conta do recado e conseguiu. Seleção Brasileira é isso: a oportunidade surgiu, o cara tem que estar bem”, afirmou o lateral-esquerdo Gilberto, que também fez seu gol, o terceiro. Mais forte candidato a ocupar uma vaga no time titular, depois de mais uma bela participação, Robinho evita polêmicas: “Acho que fiz uma boa partida, o resto é com o Parreira”. Já o lateral-direito Cicinho saiu satisfeito por ter estreado em Copas: “Tentei fazer a minha parte e acho que fui bem”. Para Gilberto Silva, o importante foi fazer tudo o que o treinador pediu: “Apareceu a chance e aproveitei”. Parreira não pretende anunciar tão cedo o time que vai jogar contra Gana, deixando a possibilidade de mudanças no ar: “Uma Copa se ganha com um time, não com dois, com titulares e reservas. Tenho quase uma semana para pensar no que fazer. Nosso repertório é grande. Tenho de utilizá-lo bem”. Robinho aparece como candidato à vaga de Adriano no ataque. Nas demais posições, devem voltar Cafu e Roberto Carlos às laterais, Emerson e Zé Roberto ao meio-de-campo, todos poupados nesta quinta-feira. Parreira encheu a bola de Ronaldo, evitou comentar muito as atuações de Robinho e Juninho Pernambucano e tentou passar a idéia de que não está numa sinuca de bico: “Nada disso. Esta atuação da equipe só facilita meu trabalho. Agora tenho mais opções, mais jogadores com confiança à disposição. Estamos cheios

almanaque

Albert Gea/Reuters

de confiança para enfrentar Gana e seguir o planejamento em direção ao hexa”. Sobre o adversário, Parreira, que trabalhou no futebol africano (veja nesta página), fez questão de lembrar que está em franca evolução: “Gana está com justiça na próxima fase. Disputa sua primeira Copa e já avança. Eles são muito rápidos e habilidosos. Precisaremos ter cuidado”. Os jogadores também consideram Gana “perigosa”, e alertam para a correria que o time africano deverá promover durante a partida da próxima terça-feira. “A Copa do Mundo de verdade vai começar agora. Não podemos mais errar. Gana será um adversário muito difícil”, afirmou Juninho Pernambucano. “Gana é um time que não guarda posição. Todos marcam e todos atacam, até de forma irresponsável. Mas isso será um grande perigo para nós.” Juninho ainda pediu que o Brasil tenha “respeito” pelo adversário. Para a maioria dos jogadores brasileiros, a força física dos africanos é um dos maiores obstáculos. “O time de Gana corre muito. O Parreira vai falar melhor conosco nesta semana sobre a equipe que enfrentaremos, mas já vimos que atacam bem”, afirmou Kaká. Segundo Gilberto Silva, Gana mostrou contra os checos que pode oferecer “muito perigo” ao gol adversário. “Vamos ter de trabalhar em um ritmo muito forte durante os 90 minutos de jogo”, afirmou. Ainda sem marcar o seu gol na Copa do Mundo da Alemanha, o meia-atacante Ronaldinho Gaúcho comentou que o confronto com a Seleção de Gana será como uma primeira final para o Brasil na seqüência para conquistar o sonhado hexacampeonato mundial. “Conseguimos o nosso objetivo, que eram três vitórias nos três primeiros jogos. Foi importante, conseguimos tudo aquilo que esperávamos, é maravilhoso. Agora já vem a primeira final”, declarou o jogador do Barcelona. Ele disse que, mesmo sem marcar, ficou feliz com seu desempenho contra o Japão: “Tenho feito minha obrigação, que é participar das jogadas do ataque e armar as oportunidades para os meus companheiros”.

Celso Unzelte

O Brasil contra a África

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Seleção Brasileira principal enfrentou Gana, seu adversário nas oitavas-de-final da Copa, apenas uma vez até hoje, e em um amistoso. Goleou por 8 a 2, no jogo disputado em São José do Rio Preto (SP), em 27 de março de 1996. Zé Maria, Sávio, André Luiz, Marques (três), Rivaldo e Luizão fizeram os gols brasileiros. Yeboah e Duah descontaram para Gana. Do atual elenco brasileiro, apenas o goleiro Dida jogou aquela partida. Pelo lado de Gana, atuaram o goleiro Kingston e o zagueiro Kuffour. Houve também um confronto entre os dois países pelas Olimpíadas, nos Jogos de Atlanta, em 1996. Nas quartas-de-final, o Brasil ganhou de Gana por 4 a 2. Duodu, contra, Ronaldo (dois) e Bebeto marcaram os gols brasileiros. Akunnor e Aboagye descontaram para Gana. Depois daquela partida, o Brasil perdeu para outro africano, a Nigéria, na semifinal, por 3 a 2, com um gol de Kanu na morte súbita. Aquele time olímpico, montado para trazer a sonhada medalha de ouro (que não veio até hoje), acabou trazendo apenas o bronze, ao derrotar Portugal por 5 a 0 na disputa do terceiro lugar. Era quase a Seleção principal: tinha Dida, Aldair, Roberto Carlos, Rivaldo, Ronaldo, Bebeto... Até o técnico, Zagallo, era o mesmo. Em Copas do Mundo, Brasil e Gana jamais se enfrentaram, até porque esta é a primeira participação dos africanos. Porém o retrospecto brasileiro contra outros países africanos nas Copas é altamente positivo: quatro vitórias em quatro jogos, contra Zaire, em 1974 (3 x 0); Argélia, em 1986 (1 x 0); Camarões, em 1994 (3 x 0); e Marrocos, em 1998 (3 x 0).

Paulo Whitaker/Reuters

Contra o Japão, Parreira deu chance aos reservas, que mudaram a cara do time. Na terça, contra Gana, pelas oitavasde-final, qual Brasil entrará em campo: o que ganhou e foi criticado, contra Croácia e Austrália, ou aquele que se viu ontem?

Tudo começou em Gana O

próximo adversário do Brasil tem importância decisiva na vida do técnico da Seleção. Foi dirigindo Gana que Carlos Alberto Parreira deu o pontapé inicial em sua carreira. Com os contatos e o dinheiro que ganhou na África, investiu na profissão até chegar à Seleção Brasileira. A aventura de Parreira em Gana começou em 1967. Com 24 anos, recém-formado pela Escola Nacional de Educação Física e Desportos, tendo no currículo apenas trabalhos como treinador de juniores e preparador físico do São Cristóvão, decidiu buscar experiência internacional. Na época, o governo de Gana e o Itamaraty estabeleceram intercâmbio

para desenvolver o futebol no país africano. Parreira foi indicado pelo Itamaraty. Teria hospedagem, transporte e alimentação de graça e US$ 100 por mês. Solteiro, aceitou o desafio: "Apesar das dificuldades que pudesse ter por lá, aquela era a chance de ouro na minha carreira", relata no livro "Formando Equipes Vencedoras". Parreira chegou a Acra para ser técnico da seleção ganense que iria disputar em 1967 a Copa das Nações Africanas na condição de bicampeã. Gana tinha vencido em 1963 e 1965 e, apesar do sucesso, precisava de novos conhecimentos de estrangeiros para desenvolver seu futebol.

Para Parreira, a vida longe do seu país foi de provações. "Aprendi a ser homem. Aprendi a não ter medo da dificuldade", destaca no livro. Sob o comando do brasileiro, Gana treminou em primeiro do grupo. Na semifinal, derrotou Costa do Marfim por 4 a 3. Na final, contra o Zaire, Parreira sentiu o gosto amargo do vice: 0 a 1. Enquanto comandava a seleção, Parreira era também o técnico do time do Asante Kotoko, que levou à final da Copa dos Clubes Campeões da África para decidir o título contra o TP Englebert, do Zaire. Após dois empates, o time de Parreira não compareceu ao jogo extra, em Yaoundé (Camarões). O Eglebert foi declarado ven-

cedor. "Ninguém nos avisou desse jogo. Também me considero campeão", reivindica. Ainda em Gana, foi convidado por dirigentes alemães para um curso no Lower Saxon Football Association, de Hannover, em 1968. "Poderia ter pego os 2.500 dólares que ganhei em Gana e gastar tudo no Brasil, mas achei melhor investir na carreira", conta. E foi na Alemanha que ele reencontrou seu antigo professor, Admildo Chirol, que o convidou para a comissão técnica da Seleção Brasileira. Dois anos depois, seria tricampeão do mundo no México, como preparador físico. Não parou mais. Agora, terá pela frente a seleção de Gana - onde tudo começou.


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Política

Não temos nada concluído (com o PMDB). O que eu disser servirá como especulação. José Serra, candidato ao governo de SP

CANDIDATURA DE ORESTES QUÉRCIA AO GOVERNO DO ESTADO PODE ATRAPALHAR SERRA E AJUDAR MERCADANTE

QUÉRCIA EMBARALHA DISPUTA EM SP Paulo Pampolim /Hype - 14/02/06

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E SERRAAINDA SONHAVA COM O APOIO DO PMDB

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candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, minimizou ontem a anunciada decisão do ex-governador Orestes Quércia de também disputar as eleições de outubro. A decisão sepulta as negociações para que o PMDB apóie o candidato tucano. "É sempre bom você ter uma maioria para poder ganhar a eleição, mas uma maioria especialmente para governar São Paulo, que é um Estado muito grande, muito complexo", ponderou. "Mas isso faz parte da política, o processo eleitoral é assim. Às vezes você chama e às vezes não consegue chamar. Nós estamos nos empenhando ao máximo para que Quércia fique do nosso lado', disse, durante campanha em Ribeirão Preto. Aparentemente descrente numa candidatura própria de Quércia, Serra acrescentou que ainda não descarta uma chapa entre PSDB e PMDB. "Não concluímos entendimentos com o PMDB", ressaltou. "As alianças são importantes para ganhar a eleição, mas também para governar São Paulo. Já temos entendimentos concluídos com o PFL, com o PTB, e com o PPS. Com o PMDB não houve nenhuma conclusão. Já conversamos, mas ainda não há nada definido. Faremos novos contatos, sem dúvida". Sem levar em conta a decisão tomada pelo PMDB de entrar no páreo em raia própria, formalizada ontem, ele disse que essas negociações serão concluídas até a convenção do partido neste final de semana. "A expectativa é que até domingo possamos fechar um acordo e que seja uma bela festa. Será o ponto de partida para uma marcha que, se Deus quiser, haverá de ser vitoriosa". No entanto, apesar do otimismo, Serra não descartava ontem a possibilidade de o vice sair do ninho dos tucanos. "Não temos nada concluído. O que eu disser servirá como especulação", afirmou o tucano. (Agência O Globo)

Candidatura de Orestes Quércia ao governo paulista deve levar a disputa para o 2º turno

TEMER GARANTE: A BRIGA É 'PRA VALER'. presidente nacional do PMDB, deputad o M i c h e l Te m e r (SP), afirmou ontem, em São Paulo, que a candidatura do presidente estadual do partido, Orestes Quércia, a governador é "pra valer". "A disputa não é apenas para marcar posição", destacou, numa referência às insinuações de que a candidatura própria da legenda poderia ajudar o candidato a governador Aloizio Mercadante (PT) a chegar ao 2º turno da eleição, que tem, até o momento, a liderança absoluta do candidato José Serra (PSDB). Temer reuniu-se na manhã de ontem com Quércia e a Executiva Estadual do PMDB, que ratificou o nome do ex-governador para representar a agremiação nas eleições estaduais. A candidatura será homologada na

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convenção que os peemedebistas realizam amanhã, na capital paulista. Re pres ent açã o– Os nomes dos candidatos a vicegovernador e a senador ficarão em aberto, e serão definidos até o dia 30, prazo final estabelecido pela Lei Eleitoral. Segundo o presidente nacional do PMDB, a conversa com Quércia foi longa e tranqüila. A definição de candidatura própria para o Palácio dos Bandeirantes ocorreu, de acordo com Temer, para ajudar a elevar as bancadas federal e estadual da agremiação. "Tudo isso que estavam falando (as críticas dos tucanos a uma eventual aliança com Quércia) estava prejudicando a unidade do partido em São Paulo. Por isso, decidimos partir para a candidatura própria", afirmou.

Mercadante– O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, vibrou com a decisão do PMDB de não fechar aliança com o PSDB no Estado e de lançar a candidatura de Orestes Quércia. Além disso e da vitória da seleção brasileira de futebol sobre o Japão, Mercadante também comemorava o lançamento de candidatos pelo PV pelo PDT e pelo PP. "Essas candidaturas, inclusive a do PMDB, ajudam a viabilizar o 2º turno", disse, confiante. Na avaliação do senador, a tendência é de que Quércia desfira duros ataques a Serra, que até o momento lidera com folga as pesquisas, e se alie a ele num eventual 2º turno. "Vamos trabalhar para ter todos os partidos no mesmo palanque no 2º turno", concluiu. (Agências)

decisão tomada na pelo governo paulista estaria noite de quarta-fei- dando uma ajuda ao PT, pois ra pelo presidente seu nome poderia impedir a estadual do PMDB vitória de Serra no 1º turno e sepaulista, Orestes Quércia, de ria a oportunidade para o canlançar candidatura própria ao didato petista, senador Aloigoverno de São Paulo, poderá zio Mercadante, levar a dispuembaralhar a disputa sucessó- ta para o 2º turno. ria no Estado. Na avaliação de Ontem, Quércia negou que o especialistas, com o PMDB no lançamento de seu nome tenha páreo, o favoritismo do tucano alguma relação com a converJosé Serra – que até o momento sa que teve com Lula. "Minha lidera com folga as pesquisas candidatura não é braço de de intenção de voto – poderá ninguém, é para ganhar, é pra ser abalado e impedir que ele valer", disse Quércia, que ainrealize o desejo de vencer o da ironizou: "Da mesma mapleito já no 1º turno. neira que minha candidatura A decisão de Quércia sur- pode ajudar o PT, eles também preendeu o comando de cam- podem me ajudar". panha de Serra, que vinha Apesar de Serra ser líder absoluto nas pesquimantendo conversas com o peemedesas de intenção de bista nos últimos voto, com cerca de dias e não esperava 50% da preferência uma decisão antes do eleitorado, conde ontem. O ex-gotra cerca de 15% de vernador paulista Mercadante, havia anunciado, Quércia entra nesinclusive, um novo sa disputa com um encontro com Serpiso de cerca de ra, pois acreditava Dudu Cavalcanti/N Imagens 10%, considerado muito bom por esque poderia ser o vice na chapa do tupecialistas. Além cano. Mas na quarta disso, poderá meà noite avaliou que lhorar seu desemnão conseguiria penho, pois aprevencer a resistência senta boa perforque os tucanos têm mance no vídeo e a seu nome. deverá crescer nas O desejo de Serra pesquisas com a era ter o PMDB coentrada do horário Delfim Neto fará mo aliado nessa eleitoral gratuito, disputa, mas com programa de governo em agosto. "Eu não Michel Temer, presou bom de briga; sidente nacional da sigla e de- já fui de briga", disse. putado federal, como vice. EsCampanha– O ex-governasa opção, entretanto, esbarrou dor disse ontem que sua camno temor de Quércia de perder panha eleitoral será propositia força do partido em São Pau- va, com foco na segurança púlo. O ex-governador disse que blica, saúde e educação. Sesua decisão foi tomada por gundo ele, o deputado federal pressões do PMDB. "Não estou e ex-ministro Delfim Neto foi magoado com Serra porque escolhido como um dos cooracredito que a objeção do denadores de seu programa de PSDB não foi pessoal, mas governo. Quércia vem afirocorreu em função da sucessão mando que sua administração de 2010", destacou. no Estado foi uma das mais efiLonge do PT – Quércia disse cientes em termos de segurantambém que não estará aliado ça. E este será sem dúvida um aos petistas em São Paulo. dos principais temas, princiContudo, a decisão de lançar palmente depois dos ataques candidatura própria era justa- desencadeados pelo Primeiro mente o que o presidente Luiz Comando da Capital (PCC). Inácio Lula da Silva queria. Os Tanto PSDB quanto o PMDB dois conversaram sobre o as- realizam suas convenções essunto há algumas semanas, no taduais neste final de semana, Palácio do Planalto, e Quércia em São Paulo. A do PMDB é no confidenciou a correligioná- sábado e a do PSDB no dominrios que se entrasse na disputa go. (AE)

Valter Campanato/Abr/05-2006

PC FARIAS

POLÊMICO

AGU: REAJUSTE NÃO É ILEGAL.

ez anos depois, a morte do empresário Paulo César Farias, tesoureiro da campanha de Fernando Collor de Mello, ainda continua um mistério. Uma solução depende do ministro Félix Fischer, do STJ, a quem caberá decidir sobre o julgamento de quatro PMs de Alagoas, acusados de envolvimento direto.

esde que assumiu a presidência do TSE, Marco Aurélio Mello vem protagonizando episódios que resultam em dúvidas sobre as regras da eleição. Primeiro foi sobre a verticalização, agora é o reajuste salarial a servidores no período eleitoral. Ontem, ele reagiu à decisão do Planalto de manter os aumentos e disse que Lula pode pagar multa.

m nota, a Advocacia-Geral da União (AGU) afirma que o governo não infringiu a Lei Eleitoral ao conceder reajuste aos servidores públicos em maio. A AGU diz que, em duas consultas anteriores, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu que a lei proíbe a revisão geral dos salários, e não a reestruturação das carreiras. As dúvidas geradas pela decisão do TSE – de impor o 4 de abril como prazo-limite para aumentos ao funcionalismo – fizeram o governo suspender temporariamente a edição de cinco MPs que concluem o plano de carreira de mais de 1,3 milhão de funcionários. "Em síntese, a posição da AGU é de que a reestruturação das carreiras do serviço público não se confunde com a revisão geral anual de que trata a Lei Eleitoral", diz a nota.

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D Ó RBITA Com pouca verba, a presidenciável do PSol Heloísa Helena já avisou aos diretórios regionais que terão de conseguir passagens e a casa de um companheiro para ela dormir quando estiver em campanha.

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Imóveis Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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5,97

INVESTIDORES AGUARDAM REUNIÃO DO FED

por cento é a queda acumulada pela Bolsa de Valores de São Paulo neste mês de junho

MAU DESEMPENHO DAS BOLSAS AMERICANAS E BAIXA LIQUIDEZ AFETARAM MERCADO FINANCEIRO ONTEM

APÓS TRÉGUA, DÓLAR SOBE E BOLSA CAI

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mercado financeiro brasileiro fez ontem uma pausa na recuperação verificada ao longo desta semana por causa da piora de humor no exterior. As bolsas norte-americanas tiveram quedas expressivas, devido ao crescimento abaixo do esperado dos pedidos de auxílio-desemprego na semana nos Estados Unidos, o que sugere uma economia aquecida e risco inflacionário, realimentando preocupações com a taxa de juros do país. Diante da correção no mercado externo, o dólar interrompeu um período de cinco pregões em queda na roda de negócios da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e encerrou o dia a R$ 2,246, alta de 0,63%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o pregão em baixa de 0,67%. Os juros futuros acompanharam os demais segmentos de negócios e voltaram a subir. O dólar comercial operou em alta durante toda a sessão, que terminou mais cedo por

causa do terceiro jogo do Brasil na Copa do Mundo. O salto externo do dólar em relação ao euro e ao iene também favoreceu o rompimento da baixa do c o m e rc i a l . A v a l o r i z a ç ã o atraiu exportadores à ponta de venda do mercado, o que impediu um avanço mais expressivo da moeda americana. Como na próxima semana, na quarta e na quinta-feira, haverá reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) a cada novo sinal de risco inflacionário cresce a expectativa sobre o comunicado pós-reunião, com eventuais sinais sobre a extensão do aperto monetário no encontro seguinte, em 8 de agosto. Ações — A Bovespa, que fechou às 15 horas por causa do jogo do Brasil na Copa, operou colada em Nova York. A liquidez foi bastante reduzida e o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa paulista, oscilou durante todo o dia, sem apontar uma tendência firme. Wall Street também registrou

forte volatilidade, alternando alguns momentos de realização de lucros e outros de valorização. O índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York fechou em queda de 0,54%, em 11.019,11 pontos. O Nasdaq, por sua vez, recuou 0,85%. Depois de ter subido 2,72% no fechamento de anteontem, o Ibovespa caiu para 34.316 pontos. Com esse resultado, a bolsa passou a acumular baixa de 5,97% em junho e alta de 2,57% em 2006. O movimento financeiro ficou em apenas R$ 1,213 bilhão na sessão, giro muito inferior à média de R$ 2,5 bilhões diários do ano. O que chamou a atenção dos operadores ontem foi o desempenho das ações da Companhia Vale do Rio Doce no pregão. Depois de terem subido mais de 5% na última quartafeira, os papéis da Vale voltaram a registrar valorização na manhã de ontem. As ações reagiram ao programa de recompra de 5% dos papéis PN em circulação no mercado. (AE)

Argentina: superávit de US$ 1,2 bi

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Argentina divulgou ontem um superávit de US$ 1,2 bilhão em conta corrente no primeiro trimestre do ano, contra US$ 185 milhões em igual período no ano passado, de acordo com informações do Ministério da Economia.

O resultado positivo dessa parte das contas externas argentinas no período de janeiro a março de 2006 foi menor do que o total de US$ 1,48 bilhão divulgado no último trimestre do ano passado. A conta corrente é a medida mais ampla das transa-

ções internacionais do país. Ela é formada por comércio, serviços e os fluxos financeiros, incluindo os pagamentos de juros dos passivos externos. Analistas usam a conta para medir a dependência de capital estrangeiro de um país. (Reuters)

Stephen Jaffe/AFP Photo – 24/2/04

Tannen Maury/EFE/AE – 18/5/06

Ben Bernanke agita os mercados com declarações

Alan Greenspan já teve de rever declarações

Bernanke vence Greenspan presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, criticado por declarações que alguns investidores acharam confusas, mexeu de fato mais com os mercados do que seu antecessor, Alan Greenspan, de acordo com um estudo recente. Mas a pesquisa, de autoria do ex-diretor do Fed Laurence Meyer e do ex-economista do banco Brian Sack, da Macroeconomic Advisers, mostrou que Greenspan também provocou involuntariamente movimentos acentuados nos mercados financeiros de tempos em tempos, como um recado

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de que a comunicação do Fed sempre esteve sujeita a riscos. "Bernanke está dominando o comitê em termos de efeito de mercado. Ele respondeu por 27 pontos-básicos no movimento das taxas de rendimentos dos bônus de dois anos, mais do que Greenspan", afirma o estudo. Os movimentos no rendimento das notas do Tesouro americano de dois anos são medidos 15 minutos antes dos discursos individuais dos membros do comitê do Fed que discute os juros do país até duas horas depois. Agitação — Bernanke, que assumiu o cargo no lugar de Greenspan no último dia 1º de fevereiro, agitou os mercados

financeiros ao fazer comentários que foram interpretados como pouco agressivos, e depois aparentemente tentou corrigir essa impressão nas declarações seguintes. Por outro lado, análise do arquivo de Greenspan mostra que ele também causou significante volatilidade durante sua gestão e, nessas ocasiões, foi forçado a rever suas declarações. "O resumo é que a volatilidade induzida pelos recentes incidentes de comunicação tem precedentes. Não é preciso procurar muito longe na administração Greenspan para encontrar um episódio que ele tenha mexido com os mercados", afirmam os autores. (Reuters)


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Nacional Tr i b u t o s Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INDIANA UTILIZA ASSINATURA DIGITAL

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por cento deve ser a participação dos países emergentes na riqueza mundial em 2030

PREOCUPADA COM VULNERABILIDADE EXTERNA, ARGENTINA QUER NEGOCIAR DÍVIDA COM CLUBE DE PARIS

MÉXICO PAGA DÍVIDAS COM BIRD E BID Paulo Pampolin/Hype

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México pagará antecipadamente mais da metade de sua dívida com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com o Banco Mundial (Bird), aproveitando o alto nível de suas reservas (no nível recorde de US$ 76 bilhões), no momento em que o acirramento da disputa para a eleição presidencial começa a afetar os mercados financeiros. Já a Argentina anunciou ontem que iniciará negociação para quitar seu passivo com o Clube de Paris. O México pagará US$ 7 bilhões ao BID e ao Bird e, para financiar a operação, emitirá bônus locais de taxa flutuante, disse ontem o subsecretário da Fazenda, Alonso García Tamés. O desembolso antecipado reduzirá a dívida externa do governo para US$ 50 bilhões e diminuirá o passivo atual de US$ 13,376 bilhões com os dois organismos multilaterais. "Dessa maneira, continuamos diminuindo a vulnerabilidade das finanças públicas em um período de condições adversas nos mercados internacionais", disse Tamés. O anúncio foi bem recebido por analistas. "A operação é um reflexo do uso da disciplina fiscal e do controle de gas-

tos, apesar de ser um ano político", disse Rafael Camarena, economista do Grupo Financiero Santander Serfin. O presidente Vicente Fox disse, em mensagem à nação, que a operação, ao lado de outras em estudo, permitirá uma transição ordenada quando terminar seu mandato em de-

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bilhões de dólares é o volume total das reservas mexicanas, que serão usadas para o pagamento de dívidas do país com o Bird e o BID. zembro. As eleições no país serão realizadas em 2 de julho. A exemplo de outros ativos de emergentes, os mexicanos têm sido castigados nas últimas semanas pelas expectativas de novas rodadas de alta nos juros dos Estados Unidos, que se somam a incertezas eleitorais. O candidato de oposição, Andrés Manuel López

Obrador, lidera a metade das pesquisas por uma estreita vantagem, enquanto seu rival da situação, Felipe Calderón, está à frente na outra metade dos levantamentos. Argentina — A ministra da Economia da Argentina, Felisa Miceli, confirmou oficialmente ontem ao ministro de Economia da Espanha, Pedro Solbes, que a Argentina iniciará as negociações com o Clube de Paris dentro de 15 dias, para reestruturar a dívida de US$ 6,3 bilhões, em default desde 2002. O primeiro país com quem a Argentina negociará será com a Espanha, a quem o governo deve US$ 1 bilhão. Na primeira quinzena de julho, uma equipe de técnicos liderada pelo secretário de Finanças, Alfredo Mac Laughlin, realizará uma viagem por vários países da Europa para divulgar a oferta argentina. Além da Espanha, a equipe viajará à Alemanha e Holanda, segundo e terceiro credores. Mas não se descarta uma viagem à França, à Itália e ao Japão, posteriormente. Miceli informou a seu colega espanhol que o objetivo do governo de Néstor Kirchner é fechar a reestruturação com o Clube de Paris até o final desse ano. O país vai propor alongamento dos prazos. (Agências)

Volatilidade é "ajuste saudável"

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recente fuga de investidores dos ativos dos mercados emergentes é um ajuste saudável e normal e não marca o início de uma desaceleração econômica mundial, disse ontem o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em sua atualização sobre o mercado financeiro, o FMI afirmou que o padrão de correção não sugere uma reavaliação dos fundamentos. "A queda no apetite por risco é uma resposta típica a um aumento

na percepção de risco neste momento do ciclo global financeiro e econômico. As correções nos mercados desenvolvidos não parecem sinalizar o começo de uma queda da economia global e dos ativos de países emergentes." Preocupados com as taxas de juros crescentes no mundo todo e com a possibilidade de inflação fora de controle, os investidores abandonaram os ativos menos seguros, gerando turbulência nos mercados

financeiros globais. O FMI afirmou também que as perspectivas ainda saudáveis para o crescimento econômico no mundo sugerem que os ganhos das empresas não devem diminuir. O Fundo instou os formuladores de política monetária, tanto nos países desenvolvidos como nos emergentes, a comunicar ao mercado financeiro as avaliações sobre os riscos inflacionários de maneira mais efetiva. (Reuters)

FMI faz plano para reformas

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diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, apresentou ontem um plano de reformas para a entidade, com prioridade para um melhor monitoramento das economias nacionais, mudanças nas quotas dos países membros e uma estratégia para evitar crises em mercados emergentes. A proposta faz parte de

um redesenho do papel do Fundo, que será discutido por líderes financeiros globais durante a próxima reunião anual do órgão, em setembro, em Cingapura. Rato pediu que haja busca por consenso sobre as quotas de votação dos paísesmembros antes do encontro. A idéia é dar a países emergentes, especialmente da Ásia, mais influência sobre as decisões do Fundo.

Em abril, Rato propôs em caráter excepcional um aumento das quotas de votação de alguns países sub-representados, como China, Turquia, Coréia do Sul e México. Um segundo estágio seria alterar os chamados votos básicos dos países africanos e criar nova fórmula de cálculo para as quotas, o que poderia diminuir a influência de Europa e EUA. (Reuters)

Empresa enxergou na inovação tecnológica um investimento e não apenas mais um gasto, disse Afif

Indiana Seguros aposta em tecnologia para crescer

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Indiana Seguros S/A, seguradora que mais investe em tecnologia da informação no Brasil, foi tema de destaque entre os conferencistas que participaram ontem do XVI Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras, que termina hoje no Transamérica Expo Center, em São Paulo. A Indiana é pioneira em fazer seguros sem usar papel na operação e em emitir apólices com assinatura digital. As apólices chegam para o segurado em CD-card ou por e-mail. "Apostamos em tecnologia como estratégia, como investimento, e não como mais um custo para a empresa", afirmou ontem o diretor-presidente da Indiana Seguros, Guilherme Afif Domingos. Para alcançar o pioneirismo no mercado, o primeiro passo

foi apostar na desburocratização do seguro. Há dez anos, a seguradora investiu na implantação do sistema Windows em plataforma baixa, a grande novidade tecnológica naquele momento. "O risco era perder seis meses de trabalho ou ganhar dez anos de desenvolvimento. Mas nós ganhamos e essa foi a grande virada da companhia no mercado brasileiro", observou Afif. Imagens — Foi também nessa época que a Indiana lançou a regulação de sinistro por imagem, feita com filmadoras importadas. As imagens eram feitas na ponta e transferidas por linha discada. "Tínhamos 300 corretores e 200 profissionais na matriz na empresa", contou. "Conseguimos expandir a companhia sem precisar aumentar o quadro de funcionários." Atualmente, a seguradora tem 300 colaboradores, 4

mil pontos-de-venda e 40 profissionais na central de atendimento ao cliente. O investimento em tecnologia permite, ainda, que a Indiana Seguros mapeie os casos de sinistro de todos os clientes. Se um determinado modelo de carro é muito roubado em alguma região, a empresa consegue reajustar o preço do seguro. Isso também vale para quando não ocorrem sinistros. Todo esse processo de informatização baixa os custos do corretor em aproximadamente 30%, quantia que deve ser repassada ao cliente. "E cada vez que o segurado aciona a assistência 24 horas, a seguradora avisa o corretor por e-mail", explicou. "Assim, o corretor pode contatar o cliente o ano todo, e não somente na hora da renovação do seguro", acrescentou. Sonaira San Pedro

Bird vê emergentes com peso maior

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participação dos país e s e m e rg e n t e s n o Produto Interno Bruto (PIB) mundial deve saltar dos atuais 23% para cerca de 32% em 2030, segundo números do Banco Mundial (Bird) apresentados ontem em São Paulo pelo diretor-executivo da instituição, Otaviano Canuto. O aumento de importância das nações em desenvolvimento, no entanto, não ocorrerá de forma totalmente tranqüila, dada a sombra do déficit em conta corrente americano,

visto como o principal risco para a manutenção do crescimento econômico do mundo. De acordo com os dados do Bird, os emergentes devem crescer, em média, 4,5% ao ano até 2030, contra 2,5% do mundo desenvolvido. Só a China, que hoje participa com 4,7% do PIB global, deve passar, em 2030, a contribuir com uma fatia de 9,9%. "Em 2030, os Estados Unidos ainda serão os maiores, mas o conjunto das economias emergentes já vai tê-los ultrapassado", disse.

Segundo o economista, essa situação de reequilíbrio das forças econômicas do mundo levará a um impacto positivo sobre a redução da pobreza, com exceção de alguns países da África, e a um aumento expressivo da massa de trabalhadores assalariados do planeta. Esse cenário básico, a que c h a m o u d e " N o v a O rd e m Mundial", é passível de ajustes, talvez negativos, por conta da dificuldade de se prever como se dará o equilíbrio da economia americana. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO A parte mais educada da população habita todo dia a cidade. Senão 10 milhões de pessoas não conseguiriam todos os dias fazer o que fazem. Vêm, com dificuldade, voltam, consomem e alimentam o mercado. E dão lucro para os que desprezam a cidade. Do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, vencedor do prêmio Pritzker de Arquitetura 2006, na Folha de S. Paulo, ontem.

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JUNHO

2 -.LOGO

23 Recolhimento de IPI e IRRF Dia do Choro

M EIO AMBIENTE H ISTÓRIA

Cem mil anos de vaidade Continhas antigas, que podem representar a primeira tentativa humana de adornar o corpo, foram identificadas em locais da Argélia e Israel. As contas, feitas de conchas perfuradas, datam de 100.000 anos atrás, informam pesquisadores na edição de hoje da revista Science. O artigo mostra que seres humanos na África desenvolveram comportamentos que os pesquisadores consideram "modernos", no sentido cultural e cognitivo, há muito tempo. Promovido pelo Centro Nacional de Pesquisa Científica em Talence, na França, o estudo aponta que as suposições de que a capacidade C A R T A Z

TEATRO

E M

humana de usar símbolos só teria se desenvolvido durante a ocupação da Europa, há cerca de 40.000 anos, estava erradas. Quando a humanidade chegou à Europa, o comportamento apenas teria continuado a se desenvolver, e contas para colares passaram a ser feitas de dentes, ossos, pedra etc. A nova descoberta envolve apenas três conchas. duas de Israel, que teriam 100.000 anos, e uma da Argélia, com 90.000. Como foram achadas longe do mar, elas teriam sido transportadas deliberadamente, possivelmente para serem trabalhadas em artesanato.

Molly Sweeney – Um Rastro de Luz, de Brian Friel. Final de temporada, com Julia Lemmertz (foto). Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112. Telefone: 3113-3651. Sábado,19h. Domingo, 18h. R$ 15.

Superaquecimento global Terra atravessa o período mais quente em 400 anos

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temperatura na Terra é a mais alta dos últimos 400 anos. A Academia de Ciências dos EUA chegou a essa conclusão após ampla revisão de trabalhos científicos sobre o tema, encomendada pelo Congresso dos EUA. O relatório diz que "o calor recente não tem precedentes, pelo menos, nos últimos 400 anos, e potencialmente por vários milênios". Um comitê de importantes cientistas especializados na questão climática disse aos parlamentares americanos que a Terra está com febre, e que "atividades humanas são responsáveis por muito do

aquecimento recente". O relatório de 155 páginas afirma que as temperaturas médias da superfície do planeta, no hemisfério Norte, subiram mais de 1 grau no século 20. O relatório esclarece a polêmica de se o aquecimento global representa uma ameaça importante. No ano passado, o presidente da Comissão de Energia e Comércio da Câmara iniciara uma investigação sobre clima. O p re s i d e n t e d o s E U A , George W. Bush, insiste que o aquecimento global não é grave o bastante para exigir a implementação de novas medidas de controle da poluição que, segundo o governo, cus-

tariam milhões de empregos. Os cientistas Michael Mann, Raymond Bradley e Malcolm Hughes haviam concluído que o hemisfério Norte nunca foi tão quente em 2.000 anos. O trabalho dos três ficou conhecido como "Teoria do Taco de Hóquei", porque o gráfico resultante lembra a curva abrupta entre o cabo e a lâmina do taco. Os cientistas reconhecem uma abrupta das concentrações de gás carbônico e metano da atmosfera a partir do início do século 20, depois de uma concentração que se manteve constante por 12.000 anos. Esses são os gases causadores do efeito estufa. (AE)

No mercado financeiro de São Paulo uma bolsa de "valores" paralela, que negocia "ações" de seleções da Copa por telefone ou e-mail já conseguiu até investidores estrangeiros. A "ação" do Brasil é a mais cotada: R$ 28 para compra e R$ 31 para venda. A "realização dos lucros" será no fim da Copa.

I NTERNET

Brasil em campo: até a web pára O Brasil realmente pára durante os jogos da seleção na Copa do Mundo. E a internet ajuda a comprovar esse fato. Durante as duas primeiras disputas do time verde-amarelo, o volume de informações que trafegam pelos 75 mil sites hospedados na LocaWeb registrou uma redução de 80%. Este número contempla também o tráfego de e-mails, e a maioria destes sites tem o perfil corporativo, predominantemente de micro e pequenas empresas. No intervalo das partidas, o índice se recuperou um pouco, mas voltou a cair com o início do segundo tempo. (Rachel Melamet) B RAZIL COM Z

Jean Charles: mais uma justificativa O jornal britânico Daily Mirror publicou ontem que o equipamento de comunicação entre autoridades da Scotland Yard e os agentes que atiraram no brasileiro Jean Charles de Menezes na manhã de 22 de julho de 2005 não estava funcionando corretamente. Com esta informação, polícia britânica teria mais uma justificativa para a série de erros que levaram à morte do brasileiro. A falha na comunicação também seria a cauda da falta de uma gravação com as orientações e ordens dadas pelos superiores aos policiais que estavam nas ruas naquele dia.

Chaivat Subprasom/Reuters

Leia a programação do fim de semana no DCultura

C IÊNCIA

L

SÓ DIVERSÃO – Uma partida de estudantes contra elefantes agitou a Universidade de Phranakorn, na Tailândia, ontem. Os onze elefantes, montados por homens e com a bandeira de algum país da Copa, empataram o jogo, que durou 20 minutos, em 3 a 3. O objetivo era mostrar que futebol é diversão, não aposta. A prática, ilegal na Tailândia, já movimentou US$ 5 milhões nesta Copa.

A RTE P UBLICIDADE

Aéreas de areia

Brasil tem 21 finalistas em Cannes O 53º Festival Internacional de Publicidade de Cannes entrou ontem na reta final ao divulgar a lista de finalistas na categoria filmes, a mais disputada da publicidade mundial. O Brasil conseguiu emplacar 21 finalistas numa lista de 300, dos quais 146 dos Estados Unidos. O País é quinto em número de filmes na disputa. Em segundo lugar aparece o Reino Unido (64), seguido de França (30) e Argentina (29). Alemanha e Austrália, com 19 filmes cada, ficaram em sexto

lugar no ranking dos finalistas. No ano passado, as agências brasileiras haviam emplacado 20 filmes na lista de finalistas. Quem lidera em número de trabalhos do País que disputam os leões da categoria, o Grand Prix e a Palme D'Or é a agência de publicidade AlmapBBDO (4 filmes), seguida de Fischer América (3) e NBS (2). Com um comercial cada, ainda figuram F/Nazca, Duda Propaganda, Dez, Lowe, Giovanni FCB, Dentsu, Fallon, Carillo Pastore Euro RSCG, Age, Lew Lara, RC e Eugenio DDB.

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Reproduções do site

habilidade de um esportista, o enquadramento de um fotógrafo e a criatividade de um desenhista. Esses são os elementos que compõem as criações do artista Lenny. Primeiro, Lenny faz amplos desenhos na areia e depois, usando equipamento de kite surfing, que mistura paraquedismo e surf, os dois levantam vôo e registram os desenhos em fotos.

A

www.flickr.com/photos/ lenny_meriel/sets/139728/

A empresa A Little Lingerie Company criou esse sexy acessório para a mulher moderna: um porta-celular de veludo preto, que se prende à perna como cinta-liga. Custa US$ 18,00 no site.

Informações sobre bilhete único, frota de ônibus, itinerários e linhas, além de notícias sobre o transporte público na cidade de São Paulo podem ser encontradas no site da SPTrans. Há ainda uma relação completa dos postos de venda de créditos para o bilhete único e as regras de utilização. O site traz também estatísticas e a história do transporte público na cidade, além de informações sobre empregos na empresa e resultados de processos seletivos.

www.alittlelingeriecompany.com/ product.php?productid=16351& cat=336&page=1

Desenhos de Lenny aproveitam elementos da paisagem para compor a obra final: a fotografia

A agenda telefônica de Marilyn Monroe entre os anos de 1960 e 1962 foi vendida ontem por US$ 31 mil na casa Christie's de Nova York, durante um leilão que incluiu várias relíquias de estrelas como Clark Gable, Judy Garland, Marlene Dietrich e Andy Warhol. Mas Marilyn Monroe confirmou mais uma vez que é uma estrela de brilho mais intenso. Seus objetos tiveram os lances mais altos do dia: US$ 66 mil dólares por um vestido de festa preto usado em Os desajustados, um filme de John Huston com Clark Gable; e US$ 50.400 por um longo casaco de pele usado por ela em 1957.

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L OTERIAS

OMS nega mutação genética em H5N1, vírus da gripe aviária que contamina humanos Tratamento que usa laser para combater o tabagismo é fraude, diz organização americana

L

www.sptrans.com.br

A TÉ LOGO

Marilyn é estrela de leilão em NY

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Transporte antes de sair de casa

Mais de três milhões de crianças vieram ao mundo graças à fertilização em vitro, depois do nascimento do primeiro bebê de proveta, a britânica Louise Brown, há 28 anos. Os números foram divulgados ontem durante o congresso da Sociedade Européia de Reprodução Humana, celebrado em Praga, capital da República Tcheca. Um casal em cada seis no mundo sofre de algum problema de infertilidade. Os bebês de proveta representaram 3,9% dos nascimentos na Dinamarca, a taxa mais elevada, e de 0,1% na América Latina. C ELEBRIDADE

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Cinta-liga da mulher moderna

Três milhões de bebês de proveta

Área urbana de Manaus já foi desmatada em 22%, mostra levantamento feito pelo Sipam

Concurso 1616 da QUINA 06

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24, 25 de junho de 2006

Indicadores Econômicos

7

15,12

por cento é a taxa para Certificação de Depósitos Bancários (CDB) para 32 dias, segundo a Enfoque Sistemas.

22/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 20/06/2006 20/06/2006 19/06/2006 20/06/2006 20/06/2006

P.L. do Fundo 5.605.013,74 1.381.905,65 5.735.453,04 3.587.568,92 1.050.670,59

Valor da Cota Subordinada 1.097,491667 1.033,734973 1.003,284009 1.054,314027 1.020,695544

% rent.-mês 0,9692 0,8310 -6,2095 2,0357 1,9053

% ano 12,3362 3,3735 0,3284 5,4314 2,0696

Valor da Cota Sênior 0 1.045,656677 1.054,326922 0 0

% rent. - mês 0,7399 0,7479 -

% ano 4,5657 5,4327 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de junho de 2006

DOISPONTOS -77

pelas sombras e passaram pela porta dos fundos, José Dirceu, Gushiken, Genoino, Palocci, Okamoto, o "nosso" Delúbio e os intelectuais Luis Marinho, Silvinho Land Rover, "professor " Luizinho, professora Chauí, Marta, Mercadante, até o Mogadon foi, pediu a palavra e fez todo mundo bocejar. Thomaz Bastos já estava com os rascunhos prontos de todas as defesas que se fizessem necessárias.

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

NEIL FERREIRA

LULLA

GARANTE A as como em SAFRA DE todas as RONALDINHOS reuniões decisivas, a turma GAÚCHOS DE chegava lá e ninguém

M

2022

Extremos iguais

unca antes neçe país um governo investiu no futuro com tanta sabedoria, confiança, esperança, clarevidência e antecedência. Foi uma jogada de graça um verdadeiro gol de placa e a galera agradecida festejava. Pensada, planejada e articulada pela luz e pelo brilho da inteligência celestial do Noço Guia e do çeu conhecimento ençiclopédico do nosso futebol.

N

O candidato do PDT quer discutir na campanha problemas que nem Lula, nem Alckmin estão debatendo.

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

O Ministério dos Esportes resolveu atirar na reeleição de 2006 e acertou na Copa de 2022

eleição presidencial é o momento de pen- G O debate atual sarmos adiante, principalmente no Bra- está polarizado sil, que sempre pregou ser o país do futu- entre dois ro. Mas o que vemos, a apenas quatro meses das extremos iguais. eleições, é um debate em que o futuro parece não Mas não discutem existir, ou ser uma mera continuação do presente. Nos discursos dos dois principais candidatos, o Brasil que não há diferença nas perspectivas de futuro. Não queremos. vemos solução para os problemas fundamentais G Escolhemos do Brasil de agora – desigualdade, violência, corrupção –, nem tampouco para os de longo prazo. o presidente Na República, escolhemos o presidente justa- justamente para mente para pensar o futuro do País. É nisso que pensar o futuro do o eleitor se baseia, na hora de votar. Ele não es- País. E esse futuro colhe entre candidatos de caras diferentes; ele não tem sido vota na cara do futuro. E esse futuro não tem si- trazido para o do trazido para o debate. debate. Como estará o Brasil daqui a 20 ou 30 anos no cenário mundial, num tempo de globalização? G O desafio dos Como garantiremos oportunidades iguais a tocandidatos à dos os brasileiros? Que modelo econômico adoPresidência é taremos, capaz de assegurar sustentabilidade, respeito ao meio ambiente e proteção do nosso combinar futuro patrimônio natural para as gerações futuras? Co- com presente, mo conseguiremos oferecer emprego a todos os sonho com adultos, num tempo de crescente automação? realidade, utopia O debate atual está polarizado entre dois extre- com aritmética. mos iguais, que sugerem ajustes na taxa de juros, Devem mostrar na taxa de câmbio, nos programas assistenciais. aonde ir e como Mas não discutem o Brasil que queremos. Há ain- chegar lá. da outro grupo que tem um projeto de futuro, mas que parece desligado do presente. Como um sonho desvinculado da realidade. Infelizmente, o que vemos é um debate entre dois candidatos que aparentemente abandonaram o futuro, presos às circunstâncias. No outro extremo, temos propostas e sonhos que ignoram as dificuldades do presente. E, ainda pior, há parMande seu comentário tidos que evitarão esse debate por causa de cirpara doispontos@ cunstâncias locais e da cláusula de barreira. dcomercio.com.br

A

recisamos de muito mais. Além daqueles que cuidam somente do presente, e dos que se ocupam somente do futuro, devemos buscar os que querem construir uma ponte entre as amarras de agora e o Brasil que queremos. Precisamos de candidatos que digam “nós temos um desenho diferente para o Brasil do futuro, e esse futuro já começou”. O Brasil de hoje tem amarras, que dificultam sua caminhada. E elas não podem ser cortadas de repente. Temos de levar em conta as dificuldades nas relações internacionais, nas contas do setor público, que devem ser administradas com cuidado, na medida em que saibamos aonde queremos ir. Não podemos saltar irresponsavelmente para o futuro, nem tampouco ficar patinando no presente. O desafio dos candidatos à Presidência é combinar futuro com presente, sonho com realidade, utopia com aritmética. Devem mostrar aonde ir e como chegar lá. O debate da campanha presidencial precisa mostrar que é possível fazer uma transformação social com responsabilidade econômica; não só com assistência social, ações necessárias, mas que simplesmente perpetuam a situação atual. Mas também com programas que levem à emancipação. Que não estejam soltos no ar; mas sim vinculados à realidade e às limitações do presente. Precisamos discutir o futuro do Brasil, a defesa da sua nacionalidade, sem ignorar as dificuldades de um tempo de globalização. Precisamos de propostas viáveis de desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental; de caminhos para transformar a realidade econômica e social numa sociedade justa, soberana, sustentável e eficiente.

P

CRISTÓVAM BUARQUE, SENADOR, É CANDIDATO À

PRESIDÊNCIA PELO PDT

Enquanto o Parreira lá na Alemanha acumula as glórias de ter marcado duas goleadas, uma de um a zero contra a Croácia, gol jóia do Kaká, e outra de dois a zero na Austrália, gols do Adriano com passe do El Gordo e outro do Fred, e eu roendo as unhas de medo do Japão do Zico, aqueles duzentos caras amarelinhos correndo atrás da bola para tudo quanto é lado. Ainda é um mistério para mim porque o Japão pode jogar com mais de duzentos e a gente só com onze. Mas enquanto nós aqui sofremos com as pequenas coisas sem importância, como a Copa da Alemanha, o Noço Guia, como antes já fez, pensou lá na frente, deixando-nos a todos nós os basbaques mais uma vez embasbacados com sua capacidade de análise da situação, identificação de problemas e criação das soluções perfeitas e a baixo custo para cada caso. Noço Guia, no esforço de dar sua inestimável ajuda ao Parreira, chamou o núcleo duro para uma reunião não contabilizada em Brasília, os participantes entraram na moita, escondidos

çabia de nada, já estava tudo resolvido e o Noço Guia garantia que não tinha visto nada . Mas aconteceu e foi quase milagroso. O Movimento dos Sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul, que detém o comando do "ministério" respectivo e a "presidência" do INCRA por prestígio do cumpanhero Stédile, em conluio com o "Ministério" dos Esportes, que pertence ao PC do B, da base aliada do governo, vão fazer a mágica. Esse triângulo mágico – MST, Incra, Ministério dos Esportes – resolveu atirar na reeleição de 2006 e acertou na Copa de 2022. Vinte assentamentos do MST no Rio Grande do Sul, que não produzem nem a própria comida e vivem de mesada do governo federal, que distribui cestas básicas em troca do que mesmo? Em troca de votos para a reeleição du ômi, vão receber mais de 100 mil reais cada um para fazer... campos de futebol. Vinte campos de futebol ao custo de 2 milhões e 100 mil reais. Os assentamentos beneficiados pela decisão já publicada no Diário Oficial da União ficam nos municípios de Nova Santa Rita, Pontão, Herval do Sul, Jóia, Catuípe, Trindade do Sul, Não-me-Toque, Julio de Castilhos, Ronda Alta e Sarandi. or causa do feriado do último dia 15 nós pagamos o Lulla no dia 14, Pis e Cofins, e quem se sentiu mais uma vez escorchado pode se acalmar, estávamos pagando também esses campos de futebol, que poderão fornecer uma bela safra de ronaldinhosgauchos para a Coppa de 2022. Ou para exportação, que irá contribuir para alcançar a meta do superávit fiscal. E la nave vá...

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NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

LAZER - 1

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sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de junho de 2006

MACHADO

J

oaquim Maria Machado de Assis, jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839. Os primeiros trabalhos literários surgiram antes mesmo de completar 16 anos. Em 1874, começou a publicar, em O Globo, em folhetins, o romance A Mão e a Luva. A partir daí, sua colaboração em jornais e revistas aumentou. Entre 1883 e 1886, já depois de ter publicado sua obra-prima, Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Machado de Assis escreveu, sob pseudônimo, crônicas na Gazeta de Notícias. Falava de problemas do País, de assuntos candentes não só para sua época, como o pagamento ou não de deputados que faltam à sessão da Câmara. Faleceu em 29 de setembro de 1908, no Rio de Janeiro.

Obra de Antonio Dimas resgata contribuição efetiva de Olavo Bilac, o poeta-cidadão Renato Pompeu do Brasil (principalmente a reurbanização do Rio de Janeiro). E mais: Bilac lutou pela defesa das instituições republicanas (que julgou ameaçadas pelo movimento de Canudos, ao qual atacou sem dó nem piedade, numa época em que o próprio Euclides da Cunha ainda não reconhecera Canudos como marco da luta camponesa contra a miséria, e sim a julgava uma ação de bárbaros), e pela defesa da Pátria, como pioneiro que Bilac foi da instituição do serviço militar obrigatório, que julgava importante também para a alfabetização em massa no País. Tudo isso , e muito mais problemas do Rio e do Brasil, está refletido no jornalismo de Bilac, que teve a grande responsabilidade de substituir Machado de Assis como cronista do jornal Gazeta de Notícias. Nessas crônicas, cantou o Rio não pelas suas maravilhosas paisagens, não pela alegria de sua gente, não pelas amenidades da sua vida social (como faria o cronista João do Rio), mas pela reurbanização acelerada pela qual a cidade passou em começos do século 20, tornando-se mais limpa, mais arejada, mais higiênica, mais metropolitana, pela abertura de largas e longas avenidas. Bilac, que queria a transformação do Rio numa Paris dos trópicos (visitou a capital francesa quase uma vez por ano desde 1900 e a tinha como ideal de cidade), mal se deu conta de que, com a destruição de

centenas de cortiços para dar lugar à nova urbe, seus ocupantes estavam sendo expulsos para as primeiras favelas que surgiam no Rio e que tanto assombram a vida carioca até hoje. Bilac se formou em medicina no Rio, mas não exerceu a profissão e foi estudar direito em São Paulo, onde não completou o curso e logo voltou à então capital federal, como jornalista, funcionário público e poeta. Ajudou a dar forma a crônica como gênero literário tipicamente brasileiro. Em suma, fez muito mais na vida do que praticar a arte pela arte ou ficar atento ao som das estrelas. O esforço de Antonio Dimas, que passou

Reprodução

anos na Biblioteca Nacional do Rio pesquisando artigos de Bilac em jornais amarelados e esfarelados pelo tempo, valeu a pena para resgatar a contribuição efetiva desse poeta-cidadão, que encarnou mais as virtudes do que as limitações das elites nacionais de seu tempo.

Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor de Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance internético O Poder Virtual (www.carosamigos.com.br).

Fac-símile reproduzido de Bilac, o Jornalista

Bilac, no traço de Loredano. Reprodução extraída de um dos volumes da coleção resenhada

CRONISTAS, REPORTERES...

S

ão três volumes com o total de perto de 1.700 páginas – eis a obra de fôlego do professor Antonio Dimas, titular de letras da Universidade de São Paulo, Bilac, o Jornalista, com dois volumes (900 e 570 páginas) de crônicas jornalísticas do poeta, escritor e militante nacionalista carioca Olavo Bilac (1865-1918), e um volume de ensaios (200 páginas) do próprio Dimas, sobre o jornalista Bilac, há décadas bem menos conhecido do que o poeta, tudo editado em associação pela Edusp, Imprensa Oficial paulista e Editora Unicamp. Quem não se lembra, entre os que passaram pelo secundário, dos versos de Bilac "Ora, direis, ouvir estrelas", e "Última flor do Lácio, inculta e bela"? Todos esses hão de recordar que Bilac, predestinado pelo próprio nome, Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (um alexandrino perfeito, isto é, um verso de 12 sílabas, com as tônicas nos lugares certos), foi um poeta fanático pela forma, a arte pela arte, sem engajamentos políticos ou preocupações sociais. Afinal, ele é o principal nome do parnasianismo do País, a corrente poética do século 19 que cultivava o "tema nobre", acima das mesquinharias do cotidiano, e o verso perfeito, do ponto de vista da métrica, do ritmo, da rima e da sonoridade. Pois Dimas, formado em 1965, que se dedica a pesquisas sobre Bilac há mais de trinta anos, e que fez sua livre-docência em 2000 com essa obra sobre o poeta, nos apresenta aqui um Bilac engajado, militante. Ao contrário de sua imagem corrente de homem que vivia nas nuvens, entre estrelas sonoras e belas palavras, Bilac foi na vida prática um homem empenhado em causas concretas, como a Abolição da escravatura, os direitos autorais dos criadores, a democracia, a modernização

ALENCAR

J

osé de Alencar, (1829-1877), também traçou seu caminho pelo jornalismo. Aos 18 anos, esboça o seu primeiro romance, Os Contrabandistas. Mas só em 1854, estréia como jornalista no Correio Mercantil. O sucesso no jornal, onde trabalharam Machado de Assis e Joaquim Manuel de Macedo, é imediato e curto. Depois da proibição de um de seus artigos, começa uma nova empreitada no Diário do Rio de Jane iro , veículo que assumiu com o intuito de expressar suas idéias. É no jornal que trava sua primeira polêmica literária e política. O confronto indireto é com o imperador D. Pedro II. Idéias políticas e opiniões literárias envolveram Alencar em muitas controvérsias.

EUCLIDES

Textos do engajado jornalista continuam atuais

N

estes tempos de recesso parlamentar, talvez valha a pena lembrar que, na época de Bilac, ele começava antes, sempre à sombra de escândalos e do câmbio, como se vê na crônica de domingo, 21 de abril de 1901, há mais de 105 anos: "A política repousa, como uma parada lagoa: a última pedra do escândalo que atiraram sobre a sua face adormecida pôde apenas arrufála de leve em quase invisíveis círculos

BARRETO Críticas ao ufanismo

concêntricos que se foram logo alargando e morrendo; e outra vez uma imobilidade de morte pesou sobre ela. O câmbio sobe, o preço do café baixa, os poderosos cochilam, os descontentes murmuram, mas tudo isso não chega a ser vida: e enquanto não chegam ao Rio os deputados, para as parolagens de maio, não veremos animar-se aquela água turva e quieta. Também não vale a pena tratar das tragédias de adultério que se acumulam: sobre esse assunto (...)." Essa crônica poderia ser

A

fonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) era filho de uma escrava com um português. O escritor, mulato e, portanto, vítima do racismo em um Brasil que acaba de abolir oficialmente a escravatura, teve chance e

publicada hoje, apenas substituindose o Rio por Brasília e o café por soja e carne. As turbulências dos vizinhos sulamericanos já eram notícia a 7 de julho de 1901, como mostra a crônica de Bilac: "Ficai descansados, oh coevos! O Prata já está em paz. O estado de sítio, essa admirável panacéia que cura todas as doenças das repúblicas sul-americanas, foi propinado àquelas inquietas gentes (...). "Bom, é isso! Pois, com a nossa

velha mania de mais cuidar das coisas alheias que das próprias, se a revolução de Buenos Aires durasse alguns dias mais, chegaríamos a perder a noção da existência, ficaríamos com o corpo aqui e a alma na República Argentina. Bastou que a nossa atenção se fixasse por três dias naquelas argênteas paragens, para que a Peste Bubônica, achando as portas abertas e as almas distraídas, volvesse a encartar-se, com pés de lã, no doce ninho amável de onde a tinham expulsado as desinfecções."

Como se vê, como jornalista, e com a exceção de Oswald de Andrade, Bilac era muito mais engajado do que os modernistas, que o acusaram de ignorar a realidade brasileira. (RP)

boa instrução escolar. Sua colaboração na imprensa começou em 1902, escrevendo para os periódicos Correio da Manhã, Jornal do Comércio, Gazeta da Tarde e Correio da Noite. Em 1909, estréia como escritor, publicando o ro-

mance Recordações do Escrivão Isaías Caminha e acaba se dedicando ao jornalismo. Em 1911, escreveu Triste Fim de Policarpo Quaresma, publicado em folhetins no Jornal do Comércio. É considerado um autor pré-modernista pe-

la forma com que encarava os verdadeiros problemas do Brasil, criticando o nacionalismo ufanista surgido no final do século 19 e início do 20.

E

uclides da Cunha nasceu em 20 de janeiro de 1866, no Rio de Janeiro. Desde muito cedo levou uma vida errante e aventureira. Muitas vezes, como jornalista, outras como engenheiro militar, viajou todo o País. Em 1897, foi cobrir a Guerra de Canudos, como enviado de guerra do jornal O Estado de S. Paulo. Dessa reportagem nasceu, em 1902, o livro Os Sertões, considerado sua grande obra. Até o início da guerra, o sertão era ignorado pelas elites e a revolta só foi compreendida quando o sertão viesse à tona, em uma nova tradução feita por Euclides da Cunha. Ele foi o primeiro escritor brasileiro a diagnosticar o subdesenvolvimento do Brasil, referindo-se à existência de dois países distintos: o do litoral e o do sertão. O escritor revelou ao Brasil o que ninguém até então conhecia: que o sertão é um só, uma pátria independente. Euclides da Cunha foi morto aos 42 anos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

CD Mombojó

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de junho de 2006

Fotos: Divulgação

Montagem fotográfica: Abê

Salada

De ousadia em ousadia, gosto musical do grupo se revela em novo CD Aquiles Rique Reis

P

repare seu ouvido e se deixe levar pela música, mais uma, que vem do Recife. Está no ar o som da banda Mombojó. Os sete músicos que a formam são Felipe s. (principal vocalista e autor de quase todas as letras), Chiquinho (teclados, trompete, violão e vocal), Vicente Machado (bateria), Marcelo Machado (guitarras e vocal), Marcelo Campello (violão, trompete, cavaco e vocal), O Rafa (trombone, flauta e vocal) e Samuel (baixo). Unidos desde 2001, foi graças aos recursos conseguidos junto ao Sistema de Incentivo à Cultura da Prefeitura do Recife (PE) que puderam gravar seu primeiro disco: Nadadenovo. Saudados como a grande novidade da 10ª edição do Recife pro Rock, os meninos da Mombojó seguiram desabusados em busca de espaço na cena mais que rica pernambucana. Norteados pelo mesmo mangue em que floresceram Chico Science, Nação Zumbi e tantos mais, não beberam, entretanto, da água que abasteceu seus conterrâneos – desplugaram-se daquele som que juntou a tradição dos ritmos da música nordestina às guitarras e aos sintetizadores e buscaram inspiração em outras referências sonoras. E o fizeram sem medo de serem felizes. Deram a cara para quem quisesse amá-los. Contratados pela gravadora Trama, a Mombojó chega ao público com Homem-espuma, um CD autoral, no qual as músicas se sucedem e impregnam o ar com aquilo que tocam e cantam seus integrantes. Eles não se envergonham de pretender se valer de todo e qualquer instrumento que cada um saiba tocar, de toda e qualquer idéia que consigam pôr no papel em forma de letra de canção. E assim, de ousadia em ousadia, seus gostos musicais se revelam em cada uma das 14 faixas. Não há neles acanhamento algum em demonstrar que se sentem à vontade tanto na reavaliação da bossa nova quanto na leitura particular que fazem do rock and roll; tanto se sentem familiarizados com as harmonias do jazz como na batida cadenciada do samba. Suas instrumentações seguem as mesmas pegadas: valem-se tanto do cavaquinho, dos tambores e dos sintetizadores, quanto do trombone, do trompete e das guitarras distorcidas. Homem-espuma é uma salada mista musical! E o frescor da Mombojó está justamente nisso. A criatividade dos sete rapazes do Recife é descontrolada, musicalmente frutífera, fora de qualquer controle de qualidade pré-estabelecido. Saudavelmente desrespeitosos, eles quando compõem ou tocam não se prendem a dogmas nem regras. Arriscam e petiscam. Quem quiser que goste. Ou que não goste. Embora musicalmente dispersiva, a Mombojó desperta instigante curiosidade à primeira audição. Sua pegada instrumental é forte. Tão forte que quase sempre supera a linha melódica, criada a partir de harmonias despretensiosas. Parece claro que Felipe s., Chiquinho, Vicente Machado, Marcelo Machado, Marcelo Campello, O Rafa e Samuel satisfazem-se em ser aquilo que suas limitações impõem que sejam. Não que deixem transparecer qualquer resignação, nem que se contentem com pouco, mas soa nítida a intenção de sintetizar seu horizonte: ser uma banda que toca para ouvidos não muito exigentes. Querem improvisar um som agradável de ouvir, e assim o fazem. A concepção dos arranjos é absolutamente desprovida de imposições teóricas. Quando menos se espera, o canto é interrompido por sonoridades aparentemente sem relação musical com o que estava sendo cantado. Mudanças de climas rítmicos e sonoros se sucedem em quase todas as músicas. Intermezzos, que remetem o ouvinte aos gêneros musicais da preferência de seus sete integrantes, são freqüentes. Mistura de instrumentações pouco exploradas são utilizadas sem nenhum pudor. Isto é Mombojó! E nada mais Mombojó do que suas letras (pela despreocupação literária, digamos assim), meras coadjuvantes das linhas melódicas e rítmicas de suas canções. Música feita para distrair; feita para dançar; música ligeira como a onda que leva o surfista, como a brisa que vem do céu do Recife. Esta é a música que faz a Mombojó. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, editora A Girafa. Homemespuma: reavaliação da bossa nova e leitura particular do rock and roll

Dimas autografa sua obra sobre Bilac (esq.), cujos textos da Kosmos (dir.) inspiraram o autor

ENTREVISTA

Bilac, segundo Dimas

TV

Lúcia Helena de Camargo

Jazz e festa junina

K

que até biografias diferentes tinham, osmos, uma revista brasileira importante, mas de vida curta mas "enfrentava a imprensa como alternativa profissional e de (apenas 64 números circularam durante cinco anos, entre janeiro de expressão fora do círculo previsto da poesia da época, habituada a certos 1904 e abril de 1909), foi a base para o trabalho do professor de literatura temas, de preferência distantes da Antonio Dimas, ao escrever Bilac, o realidade nacional." Dimas diferencia assim o poeta do Jornalista. "A Kosmos era uma revista mundana, fartamente cronista: "Existe um poeta helênico, ilustrada, de Existe um poeta extraordinária atento a uma herança clássica, que, depois, qualidade gráfica", diz, helênico, atento a e lembra que a cede espaço a um uma herança cronista urbano, publicação carioca clássica, que, serviu de suporte atento à sua depois, cede espaço realidade." jornalístico para as a um cronista reformas urbanas em No momento, o autor está ocupado andamento no Rio de urbano, atento à em investigar a Janeiro da época, sua realidade. encabeçadas pelo formação literária de Gilberto Freyre, talvez também surja prefeito Pereira Passos e pelo engenheiro Paulo de Frontin. Bilac daí um perfil diferente daquele que se conhece. "Num rasgo de boa costumava assinar uma crônica na abertura, funcionando como uma vontade, poderia-se até imaginar que me ocupo de um ‘outro’ Gilberto espécie de editorial, apoiando as reformas de maneira entusiasmada. Freyre, que não o sociólogo e o antropólogo de prestígio", arrisca "Quando conheci os ‘editoriais’ disfarçados, fiz a maldita pergunta: Dimas, que em seguida ressalva: "Mas não com a pretensão explícita e ‘Será que esse poeta escreveu mais crônicas?’ E não é que tinha escrito!" programada da revelar um ‘outro’; Muita pesquisa, compilação e suor apenas – isso sim! – com a intenção deliberada de ampliar a imagem depois, surgiu a idéia de reunir a produção do Bilac cronista, que não desse notável intelectual brasileiro, chega a assumir outra ‘persona’, como muito maltratado pela universidade Fernando Pessoa e seus heterônimos, em que leciono há 37 anos."

CONCERTO

Abrindo os portões de Jerusalém Fotos: Arquivo DC

Osesp faz 1ª audição de obra emblemática de Penderecki (esq.), o oratório Os Sete Portões de Jerusalém (ao lado)

A

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) prossegue em sua maratona semanal. Reúne, neste fim de semana, o clássico Mozart, austríaco, e o contemporâneo Penderecki, polonês. No programa, Divertimento Nº 7 em Ré Maior K. 205 (Wolfgang Amadeus Mozart, 1756-1791) e uma obra grandiosa, Os Sete Portões de Jerusalém, de 1996, que o ensaísta e crítico Jorge Coli chama de gênero "inclassificável". Seria uma sinfonia para vozes? (Pede quinteto vocal solista, três coros e narrador.) Seria um oratório? Krzysztof Penderecki (1933) adiciona à massa vocal, um grande aparato orquestral (4 flautas, 3 oboés, 1 corne-inglês, 8 clarinetes, 8 fagotes, 8 trompas, 8 trombones, 2 tubas, tímpanos e uma parafernália percussiva (entre os instrumentos, pratos, sinos tubulares, caixas, gongos, vibrafone). Duração de 70 minutos. A direção é do maestro titular da Osesp, John Neschling. Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/nº. Tel.: (11) 3337-5414. Sexta (23), 21h. Sábado (24), 16h30. R$ 25 a R$ 79.

Regina Ricca

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elicado e original retrato do sertão nordestino e de sua gente, o documentário Viva São João! (2002), terceiro longa-metragem dirigido por Andrucha Waddington (Eu Tu Eles, 2000), é um programa recomendadíssimo para quem está já não aguenta mais ver só bate-bola na TV. Filmado em 19 cidades, o road-movie musical de Andrucha, que vai ao ar no domingo, dia 25, às 15h, pelo A&E, acompanha em 90 minutos a turnê do cantor e ministro da Cultura Gilberto Gil pelas festas juninas do Nordeste, onde artistas conhecidos -- como Dominguinhos, Sivuca, Alceu Valença, Elba Ramalho, Alexandre Pires e Margareth Menezes (na montagem acima) – e pessoas comuns falam sobre essa que é uma das maiores festas nacionais, celebrada com fogos de artifício, fogueira, quadrilhas e muita comida típica. Além das músicas de Gil, boa parte da trilha é composta por músicas de Luiz Gonzaga. No filme, exibido em 2002 nos cinemas, Gil é personagem e apresentador desta festiva jornada, e ataca de mestre de cerimônias para seus entrevistados. Andrucha teve a idéia de rodar Viva São João!quando viajava pelo interior do Nordeste à procura de locações para o seu segundo longa, Eu Tu Eles.

Improvisos

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ools Holland é um pianista respeitado em todo o Reino Unido, que ganhou fama como apresentador de um programa de sucesso na BBC chamado Later with Jools Holland. A façanha da atração está na fórmula encontrada por Holland: reunir feras da música num mesmo palco, como Santana, Sheryl Crow e John Cale, ou Coldplay, Jamiroquai e Magic Numbers, ou ainda Foo Fighters com Black Eyed Peas e The Arcade Fire. A novidade é que o programa agora estréia no Brasil, no canal Multishow, e vai ao ar neste domingo (25) às 22h45. Para quem adora uma boa e eclética jam session, vale conferir os melhores episódios do programa, entre os anos de 1998 e 2005, que o Multishow vai exibir. O da estréia, no domingo, reúne Paul Weller, Santana, Sigur Ros, Sheryl Crow, John Cale e Bettye Lavette. No dia 2 de julho, dividem o palco Coldplay, Jamiroquai, Magic Numbers, Antony and The Johnsons, Billy Preston e Amadou & Mariam. No dia 9, Foo Fighters, Black Eyed Peas, The Arcade Fire, Mariza e Hard Fi. No dia 16, Keane, Elton John, Interpol, Bloc Party, Old Crow Medicine Show e Ray Lamontagne. Robbie Williams, Green Day, Estelle, Elvis Costello e Nelly McKay se encontram no dia 23 de julho e Alicia Keys, Snow Patrol, Alanis Morissette, Robert Randolph & The Family Band, Rufus Wainright e Devendra Banhart no dia 30 de julho. Em agosto, no dia 6, Basement Jaxx, Norah Jones, Scissor Sisters, David Byrne e Horwad Tate & Jools promovem uma jam conjunta e no dia 13 de agosto sobem ao palco de Holland Coldplay, Foo Fighters, I Giant Leap featuring Robbie Williams & Maxi Jazz, The Datsuns, The Mahotella Queens e Baaba Maal.

ÓPERA PARA CRIANÇAS manhã, sábado, dia 24, a Sala São Paulo recebe o musical infantil Os Fantasmas da Operilda, às 11h. A produção é da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (Tucca), e a apresentação faz parte do projeto de formação de platéias infanto-juvenis O Aprendiz de Maestro. O concerto narra a história de Mademoiselle Operilda, uma feiticeira do bem que luta contra o Senhor Tempo para que a ópera não acabe. Com ajuda do maestro João Maurício Galindo, a bruxinha – interpretada pela atriz Andréa Bassitt que também escreveu e dirigiu a montagem – precisa

desvendar cinco enigmas e impedir que os fantasmas da ópera façam a música desaparecer. Os nomes das óperas incluídas na peça são respostas a perguntas como "Por que será que quem usa a tesoura deixa o doutor enlouquecido? Qual será a arma que limpa o nariz? Quem é a pessoa que trabalha sem receber? Quando é que uma boneca vira gente?". Todas de compositores como Giuseppe Verdi, Gioachino Rossini e Georges Bizet. E eles têm apenas uma hora para decifrar todos os enigmas. Com direção de produção de

Ângela Dória, o espetáculo traz os solistas Rubens Medina (tenor), Rita Marques (soprano), Sandro Bodilon (barítono) e Silvia Tessuto (contralto). A Sala São Paulo fica na praça Júlio Prestes s/n, telefone (11) 33375414. Os ingressos custam de R$ 22 a R$ 32.

Mademoiselle Operilda tem que desvendar cinco enigmas e impedir que os fantasmas da ópera façam a música desaparecer

Divulgação

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Congresso Planalto Alianças CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 23, 24 e 25 de junho de 2006

OS ÚLTIMOS ESFORÇOS ANTES DA LARGADA ELEITORAL

DOCUMENTO SUGERE UNIÃO ENTRE TRABALHADORES E EMPRESÁRIOS

Eymar Mascaro

PPS PROPÕE PACTO DOS S PRODUTORES A ALCKMIN

Sintonia nordestina: candidato tucano concorda e comemora em grupo o recebimento do documento.

LULA E RIGOTTO JÁ DISCUTEM 2º MANDATO O Antonio Cruz/ABr

governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), se reuniu ontem, no Palácio do Planalto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Sem dar detalhes, Rigotto disse que na reunião foram discutidas questões políticas relativas a um eventual segundo mandato do presidente Lula. Segundo Rigotto, Genro, com o respaldo de Lula, destacou a importância de já se começar a discutir a formação de uma base de sustentação do governo a partir de 2007, na hipótese de o presidente ser reeleito. Além de governador de um Estado importante, com numerosa base parlamentar, o interesse pelo governador também está relacionado ao fato de ele ser uma liderança significativa do PMDB, partido crucial, por ser majoritário no Congresso e para dar estabilidade política. Além de discutir o apoio ao governo, Rigotto disse que na reunião também foi tratada a definição de uma pauta em comum para um segundo mandato, envolvendo temas como reforma política e medidas estruturais necessárias para o

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Pretensão: Lula e Genro tentam cooptar Rigotto para o segundo mandato

País. O governador gaúcho disse que é fundamental que um novo governo discuta o pacto federativo, definindo melhor a atribuição dos entes federativos e a partilha de recursos. Ele colocou como um problema nesse tema, o crescente comprometimento dos Estados com o pagamento da dívida assumida pela União. Vice – O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse , ao deixar o Palácio da Alvorada, que é possível que até amanhã – quando o PT realiza sua convenção nacional para ratificar a candidatura do presidente Lula à reeleição – seja conhecido o nome do can-

Alan Marques/Folha Imagem

Senadora Ideli Salvatti cumprimenta o presidente da CPMI dos Sanguessugas e companheiro de partido, o senador petista Carlos Biscaia.

Eleito por 19 votos, Biscaia avisou que a CPMI vai dar ênfase à análise de documentos e investigações feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público e que, na primeira fase, não vai ouvir os parlamentares suspeitos de envolvimento com a máfia das ambulâncias. "Não é o momento agora de ouvir os parlamentares", afirmou Biscaia. "Sempre tive uma visão crítica de algumas comissões de inquérito, que não

OPÇÃO

CONHECIMENTO

Além de Ciro Gomes, o PT também citou o nome do deputado Eduardo Campos para ser o vice de Lula. Campos, até agora, não aceitou o convite. Setores do PSB acusam o PT de não apoiar seus candidatos nos Estados. Aliás, a mesma acusação é feita ao PT por outros partidos nanicos.

As previsões indicam que com a campanha gratuita na televisão, Alckmin vai se tornar mais conhecido do eleitor, devendo crescer nas pesquisas. É por isso que Alckmin acredita que pode encostar em Lula quando começar a campanha na tevê, em 15 de agosto.

APOIO

A preocupação do Conselho de Campanha do PSDB é de atrair o apoio de lideranças expressivas do Nordeste para Alckmin. Seria através dessas lideranças que o tucano reduziria a vantagem que o candidato do PT livra sobre Alckmin entre eleitores nordestinos.

Até prova em contrário, o PSB avisa que vai apoiar Lula informalmente. Mas, o apoio informal não transfere para o PT o tempo de campanha que o PSB terá no rádio e televisão. A vantagem do apoio informal é que Lula subirá nos palanques do PSB nos Estados.

A CHAPA O virtual vice de Lula, José Alencar, é filiado ao PRB, um minúsculo partido que foi criado pelo ex-bispo da Igreja Universal, Carlos Rodrigues, que renunciou ao mandato de deputado para não ser cassado por seu envolvimento com os escândalos do mensalão.

didato a vice-presidente. Ele disse, no entanto, que o fato de dois representantes do PSB – os ex-ministros da Integração Nacional Ciro Gomes e da Ciência e Tecnologia Eduardo Campos – terem assistido ao jogo do Brasil contra o Japão, ao lado de Lula no Alvorada, não significa que o PSB feche aliança com o PT. P S B d i z n ã o – E d u a rd o Campos informou ontem mesmo que o seu partido não está na disputa. "Não passa pelo PSB a questão da vice. Temos outros problemas, como a cláusula de barreira" afirmou. "Não podemos dividir o partido", completou. (AE)

UM PETISTA NO COMANDO DA CPMI governo deu ontem uma demonstração de força e garantiu o comando da CPMI dos Sanguessugas. Instalada para investigar, no prazo máximo de 60 dias, as denúncias de compra superfaturada de ambulâncias (UTIs móveis) para prefeituras com recursos de emendas de parlamentares ao Orçamento da União, a nova comissão parlamentar de inquérito será presidida pelo deputado petista Antonio Carlos Biscaia (RJ) e terá como relator o senador Amir Lando (PMDB-RO). Candidato ao governo de Rondônia, Lando foi presidente da CPMI do Mensalão, que terminou melancolicamente no final do ano passado sem a aprovação de relatório final e sem ouvir nenhum dos 19 parlamentares que sacaram recursos das contas do empresário Marcos Valério de Souza.

Impasse

e prevalecer a tese de um grupo no partido, Lula aproveita a convenção de amanhã do PT, em Brasília, para anunciar que seu vice será novamente José Alencar. Mas, uma outra ala de petistas quer que o anúncio não ocorra porque é preciso esperar pela convenção do PSB, no dia 28. Ainda existe uma réstia de esperança de que o PSB apóie formalmente o candidato do PT, podendo inclusive indicar o vice. O PSB já teria mandado recado ao PT que não fará coligação com nenhuma outra legenda porque necessita ficar livre nos Estados para estabelecer diferentes alianças e cumprir a cláusula de barreira. Lula gostaria de ter como vice Ciro Gomes, que sabe bater forte no adversário, mas o ex-ministro está decidido a se candidatar a deputado federal para colaborar com o partido no Ceará.

Hans von Manteuffe/Agência O Globol

Não foi apenas uma formalidade para selar, com sotaque pernambucano, o apoio já declarado do PPS à candidatura do tucano Geraldo Alckmin. Ao receber o presidenciável, ontem, no Recife, o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), entregou a ele um documento com propostas de governo que, entre os pontos da agenda reformista, propõe um "pacto dos produtores" e a retomada do debate sobre implantação do parlamentarismo no País. O "pacto dos produtores", segundo a proposta, envolve a união de interesses de empresários e trabalhadores em prol do desenvolvimento nacional. O PPS afirma ter "convicção de que o crescimento é condição necessária mas não suficiente para o desenvolvimento". "Esse se alcança com poupança interna, juros baixos, crédito e atração de capital produtivo, com inovação tecnológica. Não haverá crescimento se prevalecer a ortodoxia financeira", sustenta o PPS. Ao entregar o documento Não a Alckmin, haverá Roberto Freire crescimento fez duras críticom a cas ao PT, que na avaliação ortodoxia dele não teve financeira. nem coragem, Documento nem seriedaPPS de, para fazer a s re f o r m a s necess árias, como a da Previdência Social, a tributária e outras. Ele disse que o governo do PT se transformou "numa república de banqueiros" e criticou de maneira indireta o programa Bolsa Família, principal capital eleitoral de Lula, afirmando que "não é com programas assistencialistas que o País vai ter futuro". De acordo – Alckmin disse que apóia "em gênero, número e grau" o pacto dos produtores, como também a abertura do debate sobre o parlamentarismo, lembrando que o PSDB tem, em seu estatuto, a implantação do sistema. Depois de assistir ao jogo na casa do ex-governador pernambucano Jarbas Vasconcelos (PMDB), ele seguiria à noite para Caruaru, no agreste pernambucano, para acompanhar os festejos juninos. (AE)

Não é com programas assistencialistas que o País vai ter futuro. Roberto Freire, presidente do PPS

tinham compromisso com a investigação séria e profunda e sim com audiências infindáveis", completou o petista. Depoimentos – Ele pretende convocar para depor a ex-servidora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino, apontada como braço da quadrilha das ambulâncias no Executivo, e delegados e procuradores responsáveis pelo inquérito. A primeira reunião da nova CPMI foi marcada para a quarta-feira.

Dos 38 integrantes da comissão, pelo menos dois – os deputados Inaldo Leitão (PL-PB) e Benedito de Lira (PP-AL) – são acusados pela ex-servidora de integrar o esquema de superfaturamento. "Nunca tive e não tenho qualquer tipo de relação ou contato com os integrantes da quadrilha das ambulâncias. Sequer os conheço", afirmou, em nota, Inaldo Leitão. Outro apontado de envolvimento no esquema, o líder do PP na Câmara, deputado Mário Negromonte (BA), saiu ontem da comissão. Pelo menos, 15 deputados são suspeitos de envolvimento direto com a máfia das ambulâncias e são alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal. Em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público, ex-servidora Maria da Penha listou 81 nomes de envolvidos, entre eles de parlamentares. (AE)

MUDANÇA Fala-se, no entanto, que se vier a ser o vice de Lula e em caso de vitória do petista, José Alencar mudaria de partido. Retornaria ao PMDB ou faria a opção pelo PSB. Alencar, no entanto, nega a informação e diz que apesar de ser pequeno, o PRB é um partido que tem dignidade.

ALIANÇAS

NO SUL Confiando a campanha a lideranças regionais no Nordeste, Alckmin vai se dedicar a outras regiões, principalmente no Sul e Sudeste. O tucano quer concentrar boa parte da campanha no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina e nos Estados de São Paulo, Rio e Minas.

SONHO Enquanto cabalam voto aqui e ali, PT e PSDB não descuidam dos contatos que sustentam com o PMDB. É importante para ambos os candidatos atrair o apoio de diretórios estaduais do PMDB. Alckmin, por exemplo, espera pelo apoio dos três governadores do PMDB no Sul, Germano Rigotto (RS), Luiz Henrique (SC) e Roberto Requião (PR).

IMBRÓGLIO

POUCO TEMPO Se contar apenas com a coligação com o PRB (que não deve sobreviver à cláusula de barreira), Lula terá pouco mais de cinco minutos para fazer campanha na televisão. É um tempo curto se comparado com o de Geraldo Alckmin, que vai dispor de quase 10 minutos.

BOA NOVA A cúpula do PSDB tem recebido previsões (sobretudo de bancos) indicando que a eleição presidencial será decidida apenas no 2º turno. É a mesma previsão que faz Geraldo Alckmin. Como alguns partidos nanicos também vão lançar candidatos, difìcilmente a eleição seria resolvida no 1º turno, como prevê o PT.

A situação de Alckmin em Minas Gerais continua complicada, apesar de o governador Aécio Neves ser do PSDB e contar com mais de 70% de índice de aprovação. Lula continua na frente das pesquisas no Estado e o PMDB ainda pode apoiar o PT em Minas.

FESTA Geraldo Alckmin deve ser homenageado hoje na Festa de São João, em Caruaru, interior de Pernambuco. A novidade é que o tucano irá ao forró mais famoso no Estado acompanhado do exgovernador Jarbas Vasconcelos, do PMDB, que, enfim, vai se engajar na campanha de Alckmin.

ALÍVIO O governo ficou aliviado com a decisão do plenário da Câmara, que rejeitou a proposta da oposição de convocação para que o ministro da Justiça, Mário Thomaz Bastos, explicasse os depósitos bancários que fez no exterior.


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Tr i b u t o s Empresas Imóveis Nacional

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RECURSOS DA POUPANÇA SOMAM R$ 8,5 BILHÕES

As instituições não consideravam o financiamento como um nicho de crédito. José Viana Neto, presidente do Creci-SP

Milton Mansilha/Luz

BANCOS TRIPLICAM RECURSOS PARA A COMPRA DA CASA PRÓPRIA O volume de recursos contratado pelos agentes financeiros no mês de maio chegou a R$ 868 milhões. Somados os cinco primeiros meses deste ano, o total de contratações foi de R$ 3,26 bilhões.

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em Copa do Mundo nem eleições. Segundo o superintendente técnico da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), José Pereira Gonçalves, o interesse do brasileiro está voltado para a compra de imóveis. Para se ter idéia, o volume de operações contratadas pelos agentes que integram o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) triplicou em relação a maio do ano passado, alcançando R$ 868 milhões. Somados os cinco primeiros meses do ano, o total de contratações chegou a R$ 3,26 bilhões. "Apesar das inúmeras crises políticas, economicamente o País manteve-se estável. Tanto a queda da inflação, quanto da taxa básica de juros (Selic) aliaram-se a mudanças primordiais realizadas na legislação e nas condições de financiamento, e injetaram novo ânimo ao mercado imobiliário", diz Gonçalves. Na opinião do superintendente da Abecip, a regulamentação de leis como a do patrimônio de afetação, que possibilita a segregação de um empreendimento imobiliário das demais operações de uma incorporadora, e a substituição da hipoteca pela alienação fiduciária como garantia para a compra do imóvel, têm estimulado os bancos a colocarem

mais recursos para o crédito imobiliário. "A alienação, por exemplo, acelera a retomada de imóveis dos inadimplentes. Antes, o processo chegava a se arrastar por muitas décadas na Justiça. Além disso, cada vez mais, há medidas tributárias que oferecem o aumento da liquidez, como a redução do Imposto de Renda nas vendas de imóveis ou sua total desoneração, se o produto da venda for

Apesar das inúmeras crises políticas, economicamente o País mantém-se estável. A queda da inflação e dos juros injetaram novo ânimo no mercado José Pereira Gonçalves reaplicado integralmente na aquisição de outro imóvel. Não à toa, o mercado está animado e a expansão tem sido contínua", explica Gonçalves. Recursos – E haja ânimo. O volume de crédito com recursos da poupança em 2004 aumentou 35% na comparação com o ano anterior. No ano passado, o incremento foi de 60%, chegando a R$ 4,8 bilhões. Para 2006, a previsão é alcançar R$ 8,5 bilhões em con-

tratações de crédito imobiliário. "Felicidade tripla, uma vez que o volume de maio supera em três vezes as contratações do mesmo mês do ano passado", comemora Gonçalves. A Caixa Econômica Federal (CEF), por exemplo, anunciou que R$ 2 bilhões de recursos da poupança serão destinados à habitação. "É grande a disposição dos agentes em ampliar o volume de recursos para o mercado, mesmo em períodos de resultados negativos nas contas de poupança, que registraram evasão de R$ 7,7 bilhões nos primeiros cinco meses de 2006", diz Gonçalves. Esse interesse dos bancos em financiar casas e apartamentos é facilmente notado pelo número de unidades financiadas no último mês, que teve alta de 192% em maio de 2006, relacionado a maio de 2005. Nos primeiros cinco meses do ano, o crescimento nessa modalidade de vendas foi de 92%, comparativamente ao mesmo período de 2005. Se levado em conta o período de 12 meses, o volume de recursos alocados no mercado ultrapassou R$ 6,37 bilhões. "Podem vir eleições e, independentemente de quem ganhar, o brasileiro caminha a passos largos e marca o seu melhor gol: o de investir na casa própria ou no seu ponto comercial", finaliza Gonçalves. Ana Laura Diniz

Luludi/Luz

Gonçalves: o mercado está animado com a nova legislação e com a queda dos juros e da inflação

Ações de despejo sobem 23,05%

A

s ações de despejo por falta de pagam e n t o e p o r d enúncia vazia subiram em maio, no Fórum da Capital, respectivamente 23,05% e 50,60%. O volume de ações de despejo por falta de pagamento chegou a 2.066, contra 1.679 no mês anterior. No caso das ações de procedimento ordinário, que incluem a denúncia vazia, o volume foi de 125 registros (83 em abril).

O sonho de comprar a casa própria está cada vez mais próximo com o aumento de recursos

Cresce o uso de financiamento na aquisição de imóveis usados

O

s financiamentos bancários representaram 35% do total das vendas de imóveis usados em abril nas seis cidades mais importantes da Região Metropolitana de São Paulo – Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco. Na seqüência vem a capital, com 30%; interior, com 29,8%; e litoral, com 20%. Os dados são da pesquisa mensal feita pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP). Segundo José Augusto Viana Neto, presidente do Creci, esses índices referentes à venda de imóveis financiados vêm se mantendo estáveis nos últimos meses. "Até pouco tempo as instituições financeiras não consideravam o financiamento imobiliário como um nicho em potencial de linha de crédito. Hoje, já dá para sentir uma sensível adaptação de seus produtos aos interesses dos consumidores", diz. Para Viana Neto, essa "pequena abertura" de linhas de crédito pode resultar, em breve, na diminuição dos juros para financiamento. Outro aspecto que também está contribuindo para a utilização do financiamento é que a população começou a confiar nessa alternativa de pagamento. "Antes, além de ser difícil conseguir o crédito, o prazo para pagamento que os bancos davam era muito curto. Atualmente é possível conseguir um financiamento com parcelas fixas em até 20 anos", comenta. Mas, de acordo com o levantamento do Creci, embora o financiamento esteja começando a se disseminar, as vendas à vista continuam dominando os negócios fechados nas corretoras. No ABCD, Guarulhos e Osasco, essa modalidade de pagamento representou 57,23%. Na capital, o índice chegou a 61,22%. Na seqüên-

cia vem o interior, com 61,14% e o litoral, com 67,4%. Vendas – A pesquisa também apontou um crescimento de 0,08% na venda de imóveis usados em relação a março. O índice de vendas estadual evoluiu de 0,6701 em março para 0,6706 em abril, quando foram comercializados 1.024 imóveis em 1.527 imobiliárias de 37 cidades, incluindo a capital. Os imóveis mais vendidos em abril foram aqueles de até R$ 100 mil. Eles representaram 62,15% das vendas na cap i t a l , 6 6 , 9 4 % n o i n t e r i o r, 72,89% no ABCD, Guarulhos e Osasco, e 67,54% no litoral. Aluguel – Ao contrário das vendas, a locação de imóveis em abril recuou na comparação com março. O que é normal, na opinião de Viana Neto. "Sempre que sobe o índice de vendas de imóveis, é natural que o de locação diminua, por-

que o inquilino está comprando seu imóvel", explica. O índice de locação baixou de 2,3550 para 2,2436, uma queda de 4,73%. Foram alugados 3.426 imóveis. Na capital, a redução foi de 9,15%. No ABCD, Guarulhos e Osasco, a queda atingiu 0,36%, e o interior registrou baixa de 6,56%. Só o litoral teve comportamento diferente, com alta de 6,92% na comparação com março. Os imóveis mais alugados no período foram os de até R$ 600. Na capital, esses imóveis representaram 69,34% do total de novos contratos. Na seqüência aparece o interior, com 85,71%; litoral, com 73,96%, e o ABCD, Guarulhos e Osasco, com 89,31%. Os índices de inadimplência apurados em abril cresceram em todas as praças, com exceção da capital, segundo o Creci-SP. Márcia Rodrigues


Ano 81 - Nº 22.154

São Paulo, sexta-feira a domingo, 23 a 25 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h55

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Alaor Filho/AE

Desencantou: com 2 gols, um raríssimo, de cabeça, o Fenômeno completou 14 gols em Copas, empatando com o goleador alemão Müller.

GOLEADA DA RECEITA Timothy A. Clary/AFP

Arrecadação de R$ 28,72 bi é recorde histórico para o mês de maio. Impostômetro a caminho dos R$ 400 bi. Eco/1

HOJE Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 11º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 11º C.

Agora é mata-mata Terça-feira, meio-dia, vamos encontrar Stephen (foto) e os outros 10 de Gana. Jogo de morte, valendo a volta para casa. Caderno da Copa. E pág. 5

Quércia embaralha a eleição Candidato do PMDB pode abalar favoritismo de Serra em SP. Página 3

Quem não se lembra dos versos "Ora, direis, ouvir estrelas" e a "Última flor do Lácio, inculta e bela"? São de Olavo Bilac (à esq., no traço de Loredano), poeta obstinado pela forma, a arte pela arte, sem engajamentos políticos. Mas Bilac foi também um cronista-jornalista culto e requintado. É esta personalidade brilhante que o professor Antonio Dimas, titular de letras da USP, resgata em um estudo de fôlego: 3 volumes, 1.700 páginas. Leia ainda: Sopros do Brasil, projeto que revela a exuberância da MPB. E a estréia do filme Poseidon.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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bilhões de reais foi quanto o Leão federal abocanhou nos primeiros cinco meses deste ano

A RECEITA FEDERAL ARRECADOU, NO MÊS PASSADO, R$ 28,72 BILHÕES, UM RECORDE HISTÓRICO PARA O MÊS

UMA GOLEADA DE TRIBUTOS EM MAIO

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esmo com o corte de tributos concedido pelo governo Lula, estimado em R$ 9 bilhões para 2006, a arrecadação de impostos e contribuições federais continua crescendo e batendo recordes. A Receita Federal já arrecadou R$ 154,34 bilhões nos cinco primeiros meses do ano. Os números, divulgados ontem, mostraram um crescimento real (descontada a inflação pelo IPCA) de 2,7% em comparação com o mesmo período de 2005. Em maio, a arrecadação chegou a R$ 28,72 bilhões e bateu mais um recorde histórico para o mês, com expansão de 2,82% sobre o mesmo período de 2005. Devido a fatores sazonais, a arrecadação, no período teve uma queda de 17,94% sobre o montante de abril, mês em que tradicionalmente a receita é mais elevada. Para o secretário-adjunto da Receita, Ricardo Pinheiro, o desempenho no período, apesar da desoneração tributária, é um sinal da expansão da atividade econômica, combinada com maior controle da fiscalização. Do contrário, disse ele, a arrecadação estaria em queda por causa do corte de impostos. Pinheiro fez questão de ressaltar, no entanto, que não há folga de caixa. "O crescimento da receita não pode ser olhado com base no ano passado. Tem que ser comparado com o Orçamento da União para este ano, que foi contingenciado", afirmou. Munição – O secretário previu um crescimento real da arrecadação entre 2% e 3% em 2006. Os recordes sucessivos obtidos pela Receita têm dado munição extra aos críticos da elevada carga tributária do País. O secretário explicou que fatores sazonais levaram à queda de 17,94% das receitas sobre abril. Segundo ele, o resultado de maio é tradicionalmente negativo em decorrência do pagamento, em abril, da primeira cota ou cota única do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) e do recolhimento trimestral do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). "Na medida do possível, o contribuinte foge do parcelamento, no qual incide a correção pela Selic (taxa básica de juros)". Além disso, disse o secretário, a diferença no número de dias úteis influenciou negativamente a arrecadação dos tributos com apuração a cada 10 dias ou com fato gerador no mês anterior, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), Imposto de Operações Financeiras (IOF) e Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). As demais receitas também tiveram queda real de 64,87%, provocada por fatores sazonais. Isso porque, em abril, há o pagamento trimestral de royalties relativos à extração de petróleo, o que não ocorreu em maio. Já a expansão de 2,82% ante a maio de 2005 foi puxada pelo Imposto de Renda (IR), Imposto de Importação (II) e CSLL. Segundo Pinheiro, em maio, houve ainda uma arrecadação atípica de R$ 215 milhões da CSLL relativa a depósitos judiciais feitos por uma empresa do setor financeiro. Desde o final de 1998, esses depósitos, relativos a tributos, entram nos cofres do governo como receita. Se o governo perder a demanda judicial, tem 24 horas para devolver o dinheiro, corrigido pela taxa Selic. Por outro lado, as receitas com o IPI (exceto bebidas, ci-

R$ 400 BI Impostômetro registra mais um recorde

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arrecadação tributária brasileira vai atingir a cifra de R$ 400 bilhões na próxima terça-feira, ou seja, 25 dias mais cedo do que no ano passado. Em 2005, esse

montante foi alcançado somente no dia 22 de julho, segundo dados do Impostômetro, ferramenta eletrônica que registra, em tempo real, a arrecadação da União, estados e municípios

desde o primeiro dia de 2006. O Impostômetro está instalado na Associação Comercial de São Paulo. Os dados também podem ser conferidos no site www.impostometro.com.br.

Turquia livra investidor de imposto Receitas de estrangeiros eram tributadas em 15%

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Turquia eliminou o imposto de 15% retido na fonte sobre as receitas dos investidores estrangeiros com aplicações em instrumentos financeiros no país, de acordo com informações da agência de notícias Ihlas, que citou o ministro das Finanças do país, Kemal Unakitan, como fonte da notícia. O ministro informou que o imposto retido na fonte, para investimentos de residentes no país, em ações ou em títulos do setor privado, também será reduzido de 15% para 10%. A cobrança de 15% sobre os depósitos e as operações de recompra foi mantida. As operações de mercado, chamadas de Repurchase Agreements, ou Acordos de Recompra, prevêem a venda de um título de renda fixa com o compromisso de recompra em uma determinada data e por um determinado preço. "Nós esperamos que as novas emendas sejam aprovadas pelo Parlamento antes do recesso de verão, que começa em julho", disse Unakitan. O imposto sobre rendimentos foi instituído no início do ano, gerando críticas ácidas de analistas, já que atuaria como um obstáculo para os investimentos. A medida foi anunciada em meio a um movimento de vendas intensas de ativos turcos, em razão da redução da liqüidez global, da aceleração da inflação doméstica e de tensões políticas locais que começaram no início de maio. Durante o anúncio das medidas, o ministro da Economia, Ali Babacan, repetiu que a inflação, para este ano, deve ficar acima da meta de 5%. "Essa é uma meta e não uma previsão", ponderou ele. "Vamos continuar mantendo os esforços para atingir o resultado mais próximo dela", afirmou Babacan. (AE)

Troca de informações fiscais poderá se feita pela internet

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garros e automóveis), caíram, no período, 20,45%, principalmente por conta da redução a

zero das alíquotas incidentes sobre bens de capital e insumos para a construção civil. (AE)

partir do ano que vem, as empresas poderão cumprir com mais facilidade suas obrigações acessórias com o fisco. Hoje, em Brasília, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, vai assinar protocolos de cooperação com 19 empresas para implementar o projeto Sistema Público de Escrituração Digital. Se tudo correr bem, o sistema estará em funcionamento nessas companhias já a partir de janeiro de 2007. Com a medida, o fornecimento de informações contábeis e fiscais à Receita e às

administrações tributárias de estados e municípios, atualmente feito em papel, começará a ocorrer por documentos eletrônicos. As mensagens terão certificação digital. Dessa forma, ficarão garantidas a autoria, a integridade e a validade jurídica de todos os atos. Parceria – O projeto, que é resultado de parceria firmada no ano passado entre a Receita Federal e os fiscos estaduais e municipais, será executado, inicialmente, junto a segmentos estratégicos e grandes empresas, selecionadas pela Receita Federal e

que irão cooperar no desenvolvimento do projeto-piloto. Aos poucos, o Sistema Público de Escrituração Digital será estendido aos demais contribuintes. Segundo Jorge Rachid, essa parceria dos fiscos com as empresas é fundamental para definir meios para tornar mais ágil e eficiente o cumprimento das obrigações fiscais. "Tudo isso, somado, contribui para um novo tipo de relacionamento baseado na transparência mútua, com reflexos positivos para toda a sociedade", diz o secretário da Receita. (DC)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de junho de 2006

1 A Copa deve influir positivamente sobre o PIB, acreditam economistas

MESMO COM CRESCIMENTO, O PIB BRASILEIRO FOI O QUE TEVE O AVANÇO MAIS MODESTO ENTRE EMERGENTES

COPA E ELEIÇÕES IMPULSIONAM PIB

A

soma de todas as riquezas do País, o chamado Produto Interno Bruto (PIB), deve crescer 3,8% neste ano em relação a 2005. A estimativa é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A previsão anterior, de 3,4%, foi revista há 15 dias, após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, que somaram 1,4% de aumento sobre o trimestre anterior. Isso significa que o Brasil terá produzido cerca de R$ 2,01 trilhões em 2006. E a Copa do Mundo deve contribuir para esse crescimento. Embora a maior parte das prestadoras de serviços e o comércio parem durante os jogos, a euforia causada pela seleção brasileira faz com que se produza uma infinidade de artigos esportivos e de torcida, como bandeiras, camisetas, apitos variados e bonés. E setores teoricamente desvinculados do evento esportivo mundial, como o de eletroeletrônicos, aumentam as transações com aparelhos de áudio e vídeo. A Copa do Mundo também estimula a produção e o comércio de roupas, acessórios, lingeries, artigos de cama, mesa e banho. Tudo com muito verde e amarelo, para alegria da torcida consumidora. "Quem pensa que as horas paradas pelas empresas não são repostas está enganado. Os trabalhadores de fábricas e escritórios fazem compensação e o comércio vende mais no pré-jogo", acredita o economista-chefe da GRC Visão, Jason Vieira. Por isso, a perda do País durante os jogos é relativamente pequena, diz. Eleições – O PIB, porém, não deve crescer apenas devido à realização da Copa do Mundo. As eleições em outubro, e o aumento da renda média do trabalhador brasileiro também exercem forte pressão no resultado do indicador. "Até 30 de junho, os governos devem injetar uma grande quantia de dinheiro na economia, com o pagamento de obras em função da eleição. Depois, a legislação eleitoral proíbe o aumento de gastos", explica o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o economista Marcel Solimeo. Em função dessa freada de gastos no segundo semestre, Solimeo acredita que o crescimento do PIB não tende a passar dos 3,5% em 2006. Tapa -burac os – Boa parte desse aumento de riqueza no começo do ano, indicam economistas, já é de responsabilidade dos gastos eleitorais. "Um exemplo é a operação ta-

O governo precisa reduzir os gastos públicos, pois o povo já não suporta mais pagar imposto. Marcel Solimeo, do Instituto de Economia Gastão Vidigal pa-buracos em São Paulo, que fez o governo estadual gastar alguns milhões no recapeamento de pistas e estradas", diz o professor de macroeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Rogério Mori. Para os próximos trimestres do ano, a previsão é de crescimento de 1,2%; 1,1% e 0,9% no PIB, respectivamente. Na ocasião do anúncio da nova estimativa de PIB pelo Ipea, o presidente Lula rejeitou as críticas de que o governo vem aumentando as despesas para melhorar sua popularidade em ano de eleições. Segundo Lula, o governo aumentou as despesas no primeiro trimestre porque está impedido de gastar no resto do ano pela legislação eleitoral, mas isso não te-

Os investimentos cresceram porque houve, entre outras coisas, superação do trauma de crise política. Fábio Giambiagi, do Ipea ria relação alguma com o fato de ele ser candidato. "O aumento real do salário mínimo e do salário de muitos servidores públicos e a queda da inflação também vão ajudar no resultado final do PIB", diz Solimeo. Em contrapartida, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de impedir a confecção de camisetas, bonés, faixas e outros materiais de campanha deve diminuir os gastos ligados às eleições. Investimentos – Os investimentos também tendem a crescer neste ano e empurrar o PIB um pouco mais para cima. "Os dados do primeiro trimestre prenunciam um bom ano para o quesito", diz o coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural (GAC) do Ipea, Fábio Giambiagi. Nos três primeiros meses, o investimento cresceu 9% e a projeção para o ano foi ampliada de 5,8% para 7,8%. Os motivos desse avanço, segundo o

coordenador, são a "superação do trauma de crise política"; o dinamismo na construção civil; os gastos no ano eleitoral; e a redução dos juros. Como má notícia, o PIB agrícola deve diminuir o ritmo de expansão. O Ipea reviu para baixo sua previsão, de 3,3% para 2,5% no crescimento do setor. As causas apontadas são a queda do dólar em relação ao real; a forte estiagem no Sul do País e problemas com o financiamento da safra 2006/2007. "O PIB agrícola só não deve cair porque o segmento está comprando insumos importados mais baratos e ainda há demanda forte por commodities no exterior, o que compensa as perdas com o câmbio", explica Jason Vieira. Para o PIB industrial, o Ipea revisou o crescimento de 4,8% para 5,3%. No setor composto pelos serviços, a estimativa aumentou de 2,5% para 2,7%. Gestão – Apesar das perspectivas de o indicador de riquezas ser positivo, o Brasil não cresce no mesmo ritmo de outros países emergentes (veja texto abaixo). Para que isso ocorra, seria necessário uma melhor gestão dos gastos públicos. É a opinião unânime entre os economistas. "A arrecadação continua a crescer, mesmo sem nenhum novo tributo. Isso porque os órgãos fiscais e a Receita Federal modificam suas interpretações a todo o momento e prejudicam os empresários", relata Solimeo. "Nós precisamos de fundamentos econômicos sólidos e não os temos. Só atraímos capital externo porque os indicadores são positivos e não porque temos programas estruturais adequados", diz Vieira. Juros – Na opinião do economista, seria preciso que os juros baixassem ainda mais, de forma que o crédito e os investimentos fossem impulsionados; que os gargalos de infraestrutura fossem resolvidos, com ou sem a parceria da iniciativa privada, e que se criasse uma política educacional que impulsionasse o País. "As nações que avançaram na última década, como Córeia do Sul e Irlanda do Norte, foram as que investiram maciçamente em educação", afirma Vieira. Já para Solimeo, o governo precisa reduzir os gastos públicos, de qualquer maneira, para alavancar o crescimento do País, já que o povo não suporta mais pagar imposto. "Do jeito que andam as coisas, o governo não conseguirá atingir a meta de superávit primário (dinheiro poupado para o pagamento de dívidas), o que prejudica o desempenho do PIB e a imagem do País", lamenta. Fernanda Pressinott

País é a décima economia do mundo, mas já foi bem melhor.

E

mbora os economistas tenham aumentado as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para este ano, a taxa de crescimento do País em comparação a outras nações emergentes é pífia. Da mesma forma, o indicador é medíocre se relacionado à média de crescimento mundial. Em 2005, por exemplo, o PIB brasileiro avançou 2,3%, abaixo da média mundial, que foi de 4,3%; dos países desenvolvidos, de 2,5%; e muito aquém da média dos emergentes, 6,4%. "Com a maior taxa de juros do planeta, crise política,

alta da dívida pública e problemas estruturais, o Brasil perdeu o maior momento de liqüidez internacional e passou o ano na contramão de todas as nações", afirma o economista- chefe da GRC Visão, Jason Vieira. Assim, diz ele, somente graças à alta valorização do real frente ao dólar, o País ficou na 10ª posição da economia mundial, mas já ocupou o 8º lugar entre as maiores. Se comparado aos outros membros do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), consideradas as nações com maior potencial de crescimento para os próximos

anos, o País novamente ficou no "pé do ranking". A China liderou o grupo, com crescimento de 9,9% do PIB em 2005 sobre o ano anterior, seguida da Índia, com 7,1%, e Rússia, com 6,4%. "A situação é preocupante, porque no ano passado não vivemos crises externas. E se isso ocorrer neste ano ou no próximo, como será?", questiona Vieira. "Quando se compara o desempenho do PIB brasileiro com o de outros países, não há o que comemorar", finaliza o professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Rogério Mori. (FP)

Tiago Queiroz/AE

Vendas paradas. Nada de comissão

Brasil em campo, lojas às moscas.

E

nquanto os brasileiros ainda comemoravam a goleada da seleção sobre o Japão na última quintafeira na Copa do Mundo, os varejistas da capital paulista sofriam abruptas quedas nas vendas. Como já havia ocorrido durante os outros dois jogos do Brasil, com exceção de bares e restaurantes, o resto do comércio ficou às moscas durante o jogo. Segundo pesquisa feita pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), os negócios caíram 30%, na média, em relação ao dia anterior. A comparação não foi feita com a quinta-feira, dia 15, devido ao feriado de Corpus Christi. "Até o meio-dia, as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que medem as compras a prazo, tiveram alta de 6,5%. Ou seja, houve certa antecipação das pes-

soas às compras. Depois disso, só queda", disse o diretor do instituto, Marcel Solimeo. De acordo com as estatísticas, às 15 horas – uma hora antes do início da partida – o movimento caiu 13%. Até às 16 horas, a retração já chegava aos 74%. Mas o pico ocorreu mesmo durante o jogo, das 16 às 18 horas, quando as vendas despencaram 95%. Depois da partida e até às 21 horas, a queda permaneceu em 54%. "No primeiro jogo, entre Brasil e Croácia, no dia 13 de junho, a baixa durante a disputa chegou a 97%. Na partida contra o Japão, todos já sabiam que o País estava classificado, por isso a queda foi um pouco menor. Quanto maior a importância do jogo, menores as vendas", avaliou Solimeo. Alívio – Para ele, o comércio poderá respirar mais aliviado na próxima partida, amanhã, contra Gana. "Por ser ao meio-

dia, os varejistas terão a tarde inteira para recuperar as vendas. Certamente o prejuízo será menor", previu. A mesma esperança tem a gerente da loja de presentes Market Place Tenman-Ya, Lucy Ichihara. O estabelecimento viu suas vendas diminuírem, em média, 15%, desde o início da Copa do Mundo. "No horário do jogo entre Brasil e Japão, fechamos as portas, pois não havia ninguém nas ruas", disse. Segundo ela, 14 funcionários assistiram ao jogo no local e voltaram ao expediente após o término da partida. "Eles trabalharam até às 19 horas, pois qualquer venda faz diferença nesse momento." Segundo Lucy, as quedas têm variado entre 30% e 40% quando a seleção brasileira está em campo. "Mas, por pior que seja para o comércio, é compreensível. O Brasil é pura emoção", disse. Ana Laura Diniz


SP: LIXO ELEITORAL?

Jonne Roriz/AE

Antes de votar na próxima eleição, decida: você quer a sua cidade poluída e suja pela propaganda eleitoral, como na foto de 2004 (acima)? O Rio, por exemplo, fechou um acordo político que o preserva da feiúra dos cartazes, santinhos e pichações. Leia em Cidades/1 e 2, e vote na urna eletrônica, que está em www.dcomercio.com.br Ano 81 - Nº 22.155

São Paulo, segunda-feira 26 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h25

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

CBFNews/Divulgação

Nicolas Asfouri/AFP

Pedalando no piscinão

Felipão no grito

Robinho (foto) faz fisioterapia. O drama do jogador, que deu alma à Seleção, preocupa os torcedores. E o técnico Parreira continua fazendo mistério: vai escalar que time para o jogo de amanhã contra Gana?

Portugal despacha a Holanda e chega às quartas, comandado pelo invicto Felipe Scolari (foto).

Pablo de Sousa

Apu Gomes/Folha Imagem

Hoje na Copa Itália x Austrália 12h

Suíça x Ucrânia 16h

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 22º C. Mínima 10º C.

Levantou poeira! O jipe T4 da Troller é um companheiro de desafios. E levantou poeira em nosso teste. Veja também: o carro que decide se quer gás, gasolina ou álcool; e o Pálio elétrico.

Tricanato em busca do vice para Serra O ex-presidente FHC e os candidatos Serra e Alckmin desconstruíram Lula na convenção dominical do PSDB. Chamaram-no de "mentiroso" e a Mercadante, seu candidato em SP, de "pau-mandado". Os tucanos adiaram o vice de Serra para negociar mais com o PMDB, que embaralha a eleição com Quércia. Pág. 3


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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de junho de 2006

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PROJETO ENTRA EM OPERAÇÃO EM 2007

mil empresas brasileiras participarão do programa a partir de janeiro do próximo ano.

Patrícia Cruz/LUZ

PROGRAMA DECRETA FIM DO ENVIO DE PAPÉIS PARA O FISCO Primeira etapa do projeto-piloto vai abranger 19 das maiores empresas do País

U

m grupo de 19 grandes empresas vai testar, a partir de agosto, um programa piloto que colocará fim ao uso do papel no fornecimento de informações contábeis e fiscais para a Receita Federal e os fiscos dos estados e municípios. O projeto entrará em pleno funcionamento em janeiro de 2007 para as 10 mil maiores empresas do País, que respondem por aproximadamente 80% da arrecadação total de tributos do Brasil. Depois, será aos poucos estendi-

do para as demais empresas. Implantação – O protocolo de cooperação para a implementação do programa piloto foi assinado na sexta-feira pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. Entre as empresas que vão participar dessa primeira etapa, estão a Kaiser, o Banco do Brasil, Ford, General Motors, Gerdau, Siemens, Souza Cruz, Toyota e Telefônica. A contabilidade das empresas – inclusive os livros-caixa, demonstrações financeiras e balancetes – e a escrituração

fiscal (envio de declarações aos fiscos) será feita de forma digital. Os documentos eletrônicos serão padronizados para todas as administrações tributárias e enviados a um único banco de dados – o Sistema Público de Escrituração Eletrônica. Esse banco de dados será acessado pelos fiscos federal, estaduais e municipais. Segundo o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, o fim do papel nas declarações vai reduzir o custo de armazenamento das informações, simplificar e tornar mais ágil o

O fim do papel representa redução de custos, diz Jorge Rachid

relacionamento das empresas com as administrações. Por outro lado, o fisco ganha com maior controle na fiscalização. "Para as empresas sérias

as vantagens são enormes. O ganho é grande na padronização e eliminação do papel, reduzindo o que elas chamam de custo Brasil de armazenamen-

to das informações", disse o coordenador de Fiscalização da Receita, Marcelo Fisch. De acordo com ele, atualmente, as empresas são obrigadas a enviar a mesma informação para vários órgãos e com padrões diferentes de linguagem e documentação. "A relação entre o fisco e o contribuinte vai mudar totalmente. A necessidade de enviar um fiscal para dentro da empresa para olhar a sua contabilidade praticamente deixará de existir", disse o coordenador. Programa piloto – Os documentos eletrônicos terão certificação digital para garantir a autoria e validade jurídica dos atos. Um programa piloto já começou a ser testado em abril para o uso da nota fiscal eletrônica, que também fará parte do Sistema Público de Escrituração Eletrônica. Com a nota eletrônica, a mercadoria transportada de uma localidade para outra não precisa parar nos diversos postos fiscais e diminui o risco do chamado "passeio de notas falsas". (AE)

ATAS

CONVOCAÇÃO

EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 053/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Contratação de empresa especializada para serviços de seguros de veículos. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 05/07/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 09:00 horas do dia 10/07/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 09:30 horas às10:30 horas do dia 10/07/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 020/2006- FAMESP PROCESSO Nº 583/2006 - FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 26 de junho de 2006 até o dia 06 de julho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/pregao.htm, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 020/2006-FAMESP, PROCESSO Nº 583/2006 - FAMESP, que tem como objetivo a Aquisição de Carne Bovina (Músculo, Patinho, Noix e Lagarto), para a Seção Técnica de Nutrição e Dietética do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, conforme Especificações Contidas no Anexo II do Edital. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 07 de julho de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supracitado. Botucatu, 24 de junho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice-Presidente - FAMESP

Fundação Hélio Augusto de Souza - FUNDHAS HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO Pregão Presencial n° 4/299/2006 – Objeto: Aquisição de cartuchos de tinta – reposição ao estoque. O Presidente da FUNDHAS homologa o processo licitatório pela importância total de R$ 5.845,90 à empresa Artec Comercial Ltda. e de R$ 24.172,00 à Guimarães & Marques Suprimentos para Informática Ltda. São José dos Campos, 14 de junho de 2006.

AUTORIZAÇÃO DE CONTRATAÇÃO DIRETA POR INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO E RATIFICAÇÃO Processo de compra n° 424/06. Contratante: Fundação Hélio Augusto de Souza – FUNDHAS. Contratada: Miyahara Apoio a Projetos Ltda. – ME. Valor: R$ 1.600,00. Objeto: Treinamento “Instrumentalização contra violência doméstica em crianças e adolescentes” aos profissionais do Programa Aquarela. Vigência do contrato: 3 meses. Fundamento legal: Inexigibilidade de Licitação conforme art. 25, II, da Lei Federal 8.666/93 e alterações. Informações: Rua Santarém, 560 – Parque Industrial – São José dos Campos – SP, Setor Compras/Licitações, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 16h30, de 2ª a 6ª feira. São José dos Campos, 19 de junho de 2006.

AVISO DE REVOGAÇÃO DE LICITAÇÃO Concorrência n° 1/446/2006 – Objeto: Contratação de empresa para fornecimento de refeições diárias, em sistema self service e em embalagens individuais, aos adolescentes da FUNDHAS. O Presidente da FUNDHAS, de acordo com a previsão do art. 49, caput, Lei Federal 8.666/93 e alterações, decide revogar a presente licitação. São José dos Campos, 23 de junho de 2006. Hiromiti Yoshioka - Presidente

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Presencial nº 014/06 Objeto: Aquisição de combustível. Edital disponível no site: www.guaratingueta.sp.gov.br. Local sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75, Centro-Guaratinguetá. Data da sessão: 10-07-06, às 09:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 5,00.

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - LEILÃO Nº 004/2006 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 17516/2005 Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se encontra aberta a licitação na modalidade de LEILÃO, do tipo maior preço por lote, tendo como objeto a alienação de bens móveis e utensílios domésticos que integram o prédio do novo Paço Municipal de São Carlos - SP., conforme descrição e nas quantidades constantes no Anexo I que acompanha o edital do leilão. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da Prefeitura Municipal de São Carlos, situada à Rua Major José Inácio, nº 1973, Centro, fone 3307-4272, a partir do dia 23/06/ 06 até o dia 11/06/06, no horário das 9:00h ás 12:00h e 14:00h ás 17:00h. Os envelopes contendo as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 do dia 11/07/06, quando após o recebimento, iniciar-se-á o Leilão - São Carlos, 22/06/06 - Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações. FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR EDITAL DE PREGÃO Nº 019/2006- FAMESP PROCESSO Nº 567/2006 - FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 24 de junho à 10 de julho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680 – ramal 111 - FAX (0xx14) 3882-1885 – ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações, o Edital do Pregão nº 019/2006-FAMESP, Processo nº 567/2006-FAMESP, que tem como objetivo a Contratação de empresa especializada para prestação de serviços de vigilância/segurança patrimonial em área pertencente à FAMESP. Será realizada visita para esclarecimentos técnicos e administrativos no dia 11 de julho de 2006 às 09:00 horas, na FAMESP. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 20 de julho de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras da FAMESP, no endereço supra citado. Botucatu, 14 de junho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice-Presidente - FAMESP

COMUNICADO

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 054/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de blocos de concreto. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 05/07/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 10:00 horas do dia 10/07/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 13:00 horas às 14:00 horas do dia 10/07/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 055/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Contratação de empresa especializada na prestação de serviços de vigilância patrimonial para atuar nas escolas, creches e dependências da Secretaria da Educação. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 04/07/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 09:00 horas do dia 07/ 07/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 10:00 horas às 11:00 horas do dia 07/07/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 056/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de cestas básicas. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 05/07/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 09:00 horas do dia 11/07/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 10:00 horas às 10:30 horas do dia 11/07/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web. www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

SECRETARIA MUNICIPAL ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMPRAS ABERTURAS DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: CONCORRÊNCIA DE PREÇOS Nº 20/2006. Objeto: Alienação de imóvel, visando a instalação de empresas em alguns ramos de atividade no Distrito Industrial “Dr. Ulysses da Silveira Guimarães”, neste Município, p/ construção de estabelecimento industrial, comercial e de serviços. Limite p/entrega dos envelopes 26/07/2006 às 16:00h e abertura dia 27/07/2006 às 08:30h. MODALIDADE: CONCORRÊNCIA DE PREÇOS Nº 21/2006. Objeto: Alienação de imóvel, visando a instalação de empresas em alguns ramos de atividade no Distrito Industrial “Dr. Carlos de Arnaldo e Silva”, neste Município, p/ construção de estabelecimento industrial, comercial e de serviços. Limite p/ entrega dos envelopes 27/07/2006 às 16:00h e abertura dia 28/07/2006 às 08:30h. MODALIDADE: CONCORRÊNCIA DE PREÇOS Nº 22/2006. Objeto: Alienação de bens móveis inservíveis (veículos, sucata). Limite p/entrega dos envelopes 31/07/2006 às 16:00h e abertura dia 01/ 08/2006 às 08:30h. MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL Nº 70/2006. Objeto: Contratação de empresa especializada na prestação de serviços técnicos, com fornecimento, instalação, manutenção, suporte e operação de equipamentos para o projeto denominado “Rede Metropolitana”. Data de processamento do pregão: 07/ 07/2006 às 08:30 h.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 23 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Ipiranga Comercial Química S.A. - Requerido: Astra Ind. e Comércio de Produtos Químicos Ltda. - Av. Rouxinol, 84 - 2ª Vara de Falências Requerente: Marcílio Aparecido dos Santos Almeida - Requerido: Nutri Bread Comércio de Produtos Alimentícios Ltda. - Rua Manoel da Luz Drumond, 581 - 2ª Vara de Falências Requerente: SPP Agaprint Industrial Comercial Ltda. - Requerido: Celuplastic Indústria e Comércio Ltda. - Rua General Carlos de Paula Chaves, 97 - 1ª Vara de Falências Requerente: Auto Peças Caracol Ltda. -

Requerido: Auto Mecânica General Ltda. - Rua Arnaldo Cintra, 242 2ª Vara de Falências Requerente: Premium Distribuidora de Insumos para Impressão Ltda. - Requerido: Laser Ink do Brasil Ltda. Rua Cônego Sangirard, 52 - 1ª Vara de Falências Requerente: PP Comércio de Suprimentos para Informática Ltda. - Requerido: Laser Ink do Brasil Ltda. - Rua Cônego Sangirard, 52 - 1ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerido: Tracto Cosméticos Ltda. - Av. Direitos Humanos, 548 - 2ª Vara de Falências


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

GÁS OU COMBUSTÍVEL LÍQUIDO?

O próprio carro "pensa" e decide O grande diferencial do Siena Tetrafuel é a inexistência de um botão de escolha no painel. O sistema define o que é melhor.

No porta-malas, os dois cilindros de GNV

Para o taxista, o modelo vai custar R$ 31.376

Divulgação

ALZIRA RODRIGUES

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ão cabe ao motorista a decisão de usar GNV (gás natural veicular) ou combustível líquido (gasolina ou álcool). O próprio sistema define o que é mais conveniente em função das condições de uso do veículo. Esse é o grande diferencial do Siena 1.4 Tetrafuel, que a Fiat começa a vender na segunda quinzena de julho. Não há uma chave no painel, como acontece no Astra tricombustível, para se optar pelo combustível. É tudo automático. Com direção hidráulica, travas e vidros elétricos, o novo modelo vai custar R$ 41,9 mil, cerca de R$ 4 mil a mais que a configuração bicombustível do Siena. Para o taxista, que tem incentivos fiscais, As vendas do Tetrafuel começam na segunda quinzena de junho sairá por R$ 31.376. Quando o motor é alimentado por gás, há uma perda de Com o Siena Tetrafuel a Fiat visa prioritariamente o 12 cv (68 cv contra 80 cv com gasolina/álcool). atendimento a taxistas e frotistas, profissionais que, no Mas como a central eletrônica define qual o geral, rodam cerca de 140 a 150 km/dia. "O preço vai combustível a ser utilizado, fica difícil notar ficar próximo ao valor do carro convencional somado mudança de rendimento. O gás é automa- ao da adaptação ao gás, com a vantagem de que é um ticamente substituído quando o motorista pisa produto com garantia de fábrica", comenta o diretor mais fundo ou o carro é mais exigido (uma comercial Lélio Ramos. A princípio, a empresa projeta subida, por exemplo), o que garante ao veículo vendas anuais em torno de 3 mil unidades. um bom desempenho. Dispositivo de alívio - Os componentes do sistema de Segurança - Desenvolvido pela Magneti Ma- gás natural instalados no veículo foram construídos e relli, o novo sistema Tetrafuel embute me- testados para não apresentar vazamentos. Se acontecer, canismos de segurança passiva que evitam por exemplo, de uma tubulação se romper, há um danos maiores em caso de acidente, testados mecanismo que interrompe a alimentação de GNV. O inclusive em provas de crash-test e testes de sistema também é dotado de dispositivo de alívio. Caso fogo. O nome tetrafuel foi escolhido porque ocorra sobrepressão, ele permite o vazamento de GNV permite rodar não só com álcool, gás e a nossa para a atmosfera e, em caso de colisão, bloqueia a gasolina, mas também com a gasolina pura alimentação do gás. Esse bloqueio, segundo a montadora, vendida no exterior. é comandado pelo interruptor inercial de combustível.


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segunda-feira, 26 de junho de 2006

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Cidades PREFEITURA QUER ELEIÇÃO LIMPA Os candidatos serão cobrados a fechar um acordo de não-poluição. Guilherme Afif Domingos, presidente licenciado da ACSP

O secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, avisa que a Prefeitura agirá com rigor contra a poluição visual eleitoral. O desembargador Paulo Henrique Barbosa Pereira, presidente do TRE, órgão responsável pela aplicação da legislação eleitoral no estado, disse que a postura da Prefeitura é louvável. O presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, propõe um pacto de não-poluição entre os candidatos.

Mônica Zarattini/AE - 06/10/2004

Milton Mansilha/Luz - 31/05/2006

Davi Franzon e Ivan Ventura

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ma cidade limpa, sem poluição visual eleitoral. Mais do que um recado, essa é a postura que a Prefeitura de São Paulo vai adotar em relação a placas, outdoors, cartazes, faixas ou qualquer outro tipo de propaganda eleitoral externa em área pública feita por candidatos nas eleições de outubro. Amparado na determinação do prefeito Gilberto Kassab de manter a cidade livre da poluição visual, o secretário municipal de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, informou ao Diário do Comércio que a política de tolerância zero com a sujeira em São Paulo vai se estender ao período eleitoral. Qualquer propaganda irregular de candidatos será não apenas combatida, mas removida. Essa decisão, segundo Matarazzo, se cristalizou durante encontro realizado na última terça-feira com representantes da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Na ocasião, o presidente licenciado da ACSP e pré-candidato do PFL a um cargo majoritário, Guilherme Afif Domingos, sugeriu a Matarazzo a extensão do programa Cidade Limpa à propaganda eleitoral. Segundo Afif, sua proposta visa a restringir o uso dos espaços públicos durante as eleições, principalmente a guerra das faixas. "Algo precisa ser feito. O sujeito coloca uma faixa pela manhã. A Prefeitura tira essa faixa. Quando chega a tarde, outra faixa já ocupa o lugar deixado. A propaganda eleitoral irregular também polui o visual da cidade e algo precisa ser feito", afirmou Guilherme Afif. Acordo – Ele destacou que a Prefeitura deve agir em conjunto com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), responsável legal por toda a fiscalização do cumprimento da legislação eleitoral, que compreende as campanhas e a divulgação dos partidos e candidatos. "Depois das convenções de julho, os candidatos serão cobrados a fechar um acordo de não-poluição. Esse será o passo principal contra a poluição visual eleitoral", afirmou Afif. Louvável – O desembargador Paulo Henrique Barbosa Pereira, presidente do TRE, afirmou que a decisão da Prefeitura em preservar a cidade

Raimundo Pacco/Folha Imagem - 20/06/2006

A Prefeitura terá tolerância zero com a poluição visual eleitoral, como a que sujou a cidade na eleição de 2004 (acima). Andrea Matarazzo (acima, à esq.) disse que não permitirá abusos. O prefeito Kassab é autor de projeto radical contra a poluição visual.

da poluição visual é louvável e que o Tribunal agradecerá a colaboração na coibição da propaganda eleitoral irregular. Barbosa lembrou, contudo, que o poder de polícia eleitoral

é uma prerrogativa da Justiça Eleitoral, que fiscalizará e coibirá a propaganda irregular conforme as normas estabelecidas na legislação federal.

No Rio –Em 2004, o Rio de Janeiro viveu uma experiência bem-sucedida de campanha eleitoral limpa, mais especificamente durante a disputa para os cargos de prefeito e de vereador. Logo após as convenções de 2004, os partidos e seus candidatos selaram um pacto de não-poluição. Os resultados foram positivos e a mesma postura será adotada agora. A experiência do Rio mostrou que, além de mais baratas, campanhas eleitorais limpas são simpáticas aos eleitores, já que a cidade não sofre com toneladas e toneladas de material eleitoral que entope bueiros e bocas-de-lobo. A decisão da Prefeitura paulistana de combater a poluição

visual eleitoral tem como base o projeto de lei Cidade Limpa. Encaminhado à Câmara Municipal no último dia 8, ele proíbe quase toda publicidade veiculada por placas e outdoors. Serão permitidos apenas os anúncios indicativos, ou seja, os que contêm o nome e a logomarca da empresa, em área máxima de 4 m². O projeto passará por duas votações, audiências públicas e,

por fim, irá à aprovação do prefeito Gilberto Kassab. Com essa medida, tida como radical até por Kassab, a Prefeitura quer transferir a publicidade para o mobiliário urbano, como pontos de ônibus e relógios – e, mesmo assim, com regras específicas. Na página seguinte, mais sobre poluição visual eleitoral

Jonne Roriz/AE - 30/09/2004

Durante a campanha eleitoral de 2004, a cidade foi presa fácil da sujeira promovida pelos candidatos, como a que tomou a passarela acima, na zona sul.


segunda-feira, 26 de junho de 2006

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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SITUAÇÃO DA VARIG COMPLICA COM FIM DO LEILÃO

Aumento da renda média real do trabalhador pode ser sinal de novo crescimento econômico

SÓCIOS AMERICANOS DA VOLO, INTERESSADA NA COMPRA DA EMPRESA, CHEGAM AO PAÍS ATÉ SEXTA-FEIRA.

Semana pode ser decisiva para Varig Marco Antonio Cavalcanti/Agência O Globo

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crise da Varig piorou no final de semana com a anulação, pela Justiça do Rio, no sábado, do leilão da companhia, depois que o Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) não efetuou o depósito de US$ 75 milhões referentes ao sinal que oficializaria a compra da empresa pelo grupo formado por associações de funcionários. Com o leilão invalidado, vários vôos voltaram a ser cancelados ontem em todo o País e o futuro da Varig retorna às mãos da Justiça, que começa a avaliar ainda nesta segunda-feira qual a melhor solução a partir de agora. O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara de Justiça Empresarial do Rio de Janeiro, informou que existem três alternativas: a decretação da falência da companhia, um novo leilão ou a convocação de uma assembléia de credores para avaliar novas propostas de compra. Como a feita pela VariLog, a ex-subsidiária de transporte de carga e de logística da Varig, que ofereceu cerca de US$ 500 milhões pela operação integral da empresa aérea. A proposta da VariLog fora apresentada em dezembro do ano passado. As chances de ela ser aceita aumentaram depois que, na noite da última sextafeira, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou, após seis meses de análise, a

Aeroporto Antonio Carlos Jobim, no Rio: passageiros ainda enfrentam problemas com redução dos vôos

IPCA-15 Combustíveis e alimentos fizeram o índice do IBGE captar deflação de 0,15% em junho.

Ó RBITA

IPC-S Índice semanal de inflação da FGV apurou queda de 0,42% na terceira semana de junho.

ACORDO COM A ARGENTINA

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PORTUGAL

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previsibilidade econômica", explicou o secretário de Desenvolvimento da Produção, Antonio Sérgio Mello. "Achamos que em dois anos as variáveis econômicas dos dois países

estarão mais claras para definirmos as bases do livre comércio", afirmou. "A meta é, sem dúvida, o livre comércio. Estamos construindo as condições para isso", completou. (AE)

GM E DELPHI DEMITEM 40 MIL EM PDV

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fábrica da General Motors Corp. (GM) em Portugal será fechada em 31 de outubro, a menos que o governo encontre um jeito da tornar a produção viável no país, afirmou Gerald Johnson, diretor da GM Europa, de acordo com o Jornal de Notícias português. Johnson disse que a GM tem adiado a decisão porque o governo português havia pedido mais tempo para encontrar uma solução. (AE)

erca de 40 mil trabalhadores que ganham por hora nos Estados Unidos aceitaram o plano de demissão voluntária e aposentadoria antecipada oferecido pela General Motors e pela Delphi, superando as expectativas. Por volta de 30 mil funcionários da GM, ou quase um quarto da força de trabalho da empresa, aceitaram a proposta. Dez mil trabalhadores da Delphi, ex-unidade de peças

da GM que pediu falência, concordaram com a oferta, disse um representante da United Auto Workers, um sindicato local. O número de funcionários que aceitam incentivos de aposentadoria antecipada para sair da empresa tem sido observado como indicador do sucesso dos esforços de recuperação da GM. A expectativa dos analistas é de que a empresa registre economia significativa com o programa. (Reuters)

LARANJA

RENDA

CALOTE

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s contratos futuros do suco de laranja negociados em Nova York avançaram para nova máxima de 15 anos na última sexta-feira, com grandes compras de fundos. As aquisições foram impulsionadas em parte pelo tempo seco na Flórida e por temores de que mais tempestades atinjam o cinturão produtor na atual temporada de furacões do Atlântico, afirmaram analistas de mercado. Tempestades e doenças já prejudicaram as lavouras americanas. (Reuters) A TÉ LOGO

jeção de recursos de curto prazo, em valores que poderão variar de US$ 20 milhões a US$ 35 milhões. Desse montante, cerca de dois terços seguiriam para recuperação de parte dos 16 aviões que estão parados para manutenção. O fundo Matlin também vem mantendo conversas com empresas de leasing de aviões e terá de colocar em dia os aluguéis para garantir a reincorporação de parte dos mais de 20 equipamentos parados por decisão judicial. Deterioração – A situação da Varig hoje é bem mais crítica do que em agosto do ano passado, quando o Matlin manifestou interesse pela companhia. Na época, o chinês Lap Chan, um dos sócios do Matlin, previa um prazo de cinco a sete anos para recuperar a Varig. "A situação se deteriorou bastante, mas a marca ainda é muito forte", diz o executivo. Em entrevista na sexta-feira à noite, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, afirmou que nesta semana a companhia fará contato com o juiz da Corte de Falências de Nova York, Robert Drain, "para dar um posicionamento acerca da nova negociação". A expectativa das empresas de leasing é de que o juiz norte-americano prorrogue, mais uma vez, a liminar que protege a Varig do arresto de 25 aviões, e que expira nesta quarta-feira. (DC/AE)

Mais um dia de vôos cancelados Divulgação/Renault

rasil e Argentina finalizaram na última sexta-feira os termos do novo acordo automotivo bilateral, que passa a vigorar em 1º de julho. Foi adiada a definição de data para o livre comércio de automóveis e autopeças , como queriam os argentinos. O acordo foi considerado de transição e terá validade de dois anos. "A conjuntura econômica não dá clareza para definir uma política de longo prazo, por isso os países optaram por estabelecer uma política de transição para que haja maior

operação de transferência da VariLog para a Volo do Brasil, que representa o fundo de investimentos norte-americano Matlin Patterson e mais três empresários brasileiros. A concretização da proposta estava condicionada à aprovação pela Anac da compra da VarigLog pela Volo. No Brasil – Os donos do fundo Matlin Patterson, os sócios americanos da Volo, chegam esta semana ao Brasil, para negociar, no Rio, a proposta de aquisição, que enfrenta resistência do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), contrário à venda para a VariLog por achar que a presença do Matlin fere a lei que limita em 20% a participação estrangeira em empresas aéreas. Segundo um executivo próximo à negociação, a Volo/VarigLog pretende entrar com cautela na Varig, pois está consciente de que a decisão da Anac poderá ser contestada. "Há uma dura batalha pela frente ainda", diz o executivo. A disputa deve ganhar contornos políticos. Senadores de oposição pretendem convocar, para maiores explicações, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o diretor-geral da Anac, Milton Zuanazzi, o diretor do Snea, Anchieta Hélcias, e representantes da Volo. A confirmação da VarigLog como potencial investidora na Varig abre espaço para uma in-

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expansão de 7,7% da renda média real do trabalhador em maio em relação a igual mês do ano passado, apurada pela Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seis capitais, demonstra que o País parece ter ingressado num ciclo de crescimento econômico acentuado, "mas que ainda necessita ser mais acelerado". A opinião é do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos. (AE)

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inadimplência das empresas de serviços públicos (hospitais, metrôs, trens e escolas) com as concessionárias de energia elétrica aumentou 64,6% nos últimos três anos, de 19,5% para 32,1% do faturamento, segundo a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). No período, as demais classes de consumo, exceto a industrial, seguiram movimento contrário e reduziram seus índices de falta de pagamento. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Em dez anos, espiões da Receita mandaram cerca de 600 para a cadeia

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Pequenas empresas aéreas também cobiçam o espólio da Varig

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Juros altos limitam crescimento da indústria a 2,4% no semestre

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o início da noite de ontem, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que a Varig retomou os vôos de Londres. Uma boa notícia em um dia que foi pautado por vários cancelamentos. Entre as 10 horas e às 11h30 do domingo, a empresa chegou a anunciar o cancelamento de 69 vôos em todo o território nacional. Desses, 11 tinham por destino o Exterior. De acordo com levantamento da Infraero, um partiria de Curitiba com destino a Santa Cruz de La Sierra e outro decolaria de Foz do Iguaçu para Assunção. Três partiriam do Aeroporto Internacional de Galeão, no Rio de Janeiro, com destino a Buenos Aires, Montevidéu, e Santiago. Os seis restantes decolariam do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em Cumbica, na cidade de São Paulo, para Santiago, Miami, Assunção, Santa Cruz de La Sierra e Caracas. Os cancelamentos de vôos começaram no

final de semana passado e são resultado da redução da frota de aviões da companhia. Por meio de uma nota distribuída na semana passada, a Varig garantia as viagens para Frankfurt, Londres, Buenos Aires, Lima, Santa Cruz de La Sierra, Santiago do Chile e Caracas. Também estariam man-

tidos os destinos de Rio de Janeiro nos aeroportos de Santos Dumont e Tom Jobim; São Paulo, em Congonhas e Guarulhos; incluindo a ponte aérea, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Manaus, Foz do Iguaçu, Curitiba, Porto Alegre, Fernando de Noronha, Florianópolis, Macapá e Brasília. (AE)


São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

DCARRO

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PROTÓTIPO Divulgação

Sem poluição, sem barulho Fiat inicia testes com Palio Elétrico, que atinge velocidade máxima de 110 km/h e tem autonomia em percurso urbano de 120 quilômetros. A recarga demora 8 horas.

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lém de não poluir, o veículo também não faz barulho. É o Palio Elétrico, protótipo que a Fiat estará testando nos próximos dois anos para poder oferecer uma nova alternativa de produto "ecologicamente correto" ao mercado brasileiro. Para desenvolve-lo, a montadora firmou parceria com a Itaipu Hidrelétrica, empresas de tecnologia, como a suíça KWO, e também instituições de pesquisa. Com potência de 15 Kw (20 cv) e torque máximo de 50 Nm (5,1 kgm), seu motor é alimentado por uma bateria de níquel, situada no fundo do porta-malas. O modelo é fácil de dirigir, possuindo apenas acelerador e freio. O Palio Elétrico atinge velocidade máxima de 110 km/h e tem autonomia em percurso urbano de 120 quilômetros. Na estrada, o rendimento é um pouco menor. A recarga é relativamente lenta, totalizando 8 horas em tomada trifásica de 220 volts.

Energia 100% limpa - O protótipo, apresentado no Brazil Classics Fiat Show, encontro de automóveis antigos realizado em Araxá, Minas Gerais, entre os últimos dias 15 e 18, será alvo de estudos para o desenvolvimento de um carro absolutamente ecológico, com emissão zero de poluentes e, praticamente, sem ruídos. Para a montadora, o Brasil é o ambiente ideal para o desenvolvimento de um veículo com esse tipo de tecnologia, já que grande parte da eletricidade gerada no País vem de hidrelétricas, ou seja, uma energia limpa e muito barata.

Alterações - Externamente, o Palio Elétrico praticamente não tem diferenças em relação ao modelo convencional.

O mesmo já não acontece internamente. A alavanca de câmbio é substituída por outra do tipo “joystick” com três posições: Drive, Neutro e Ré. O console central ganha um display para monitoramento do comportamento da bateria com informações sobre carga, tensão, temperatura e corrente. Célula de combustível - Também visando contribuir para a melhor qualidade do ar, a Michelin acaba de apresentar o Hy-Light, um veículo movido por célula de combustível que não polui. O modelo foi mostrado no Michelin Challenge Bibendum 2006 – evento que aconteceu em Paris, na França, este mês e teve como objetivo mostrar novas fontes de energia “limpas”, com foco principalmente no setor automobilístico. O Hy-Light, segundo a Michelin, não emite gases poluentes, apenas vapor. A célula de combustível utilizada no automóvel é alimentada por hidrogênio comprimido e oxigênio armazenado em tanques. Os dois gases são produzidos a partir de luz do sol e água em um compartimento específico, formado por painéis solares ligados por um gancho em uma unidade elétrica. Toda a energia que faz o automóvel se mover é provida de recursos renováveis. A eletricidade gerada pela célula de combustível é distribuída para todas as partes do motor do veículo por meio de um sistema eletrônico. Em princípio, estas inovações até podem parecer muito futuristas. Mas o HyLight promete servir de base para o desenvolvimento de projetos que venham a envolver produção em série. O modelo pesa apenas 850 kg e tem ca-

Os testes do Palio Elétrico, feitos em parceria com a Itaipu Hidrelétrica, devem durar dois anos

O Michelin Hy-Light não emite gases poluentes. Libera, apenas, vapor.

pacidade para quatro pessoas. Possui todo o conforto e segurança dos melhores veículos atualmente disponíveis no mercado, acelerando de 0 a 100 km/h em menos de 12 segundos. Sua velocidade máxima é de 130 km/h. A suspensão é elétrica e a tração é dianteira.

De acordo com os responsáveis pelo projeto, desenvolvido pela Michelin em parceria com o tradicional instituto de pesquisa Paul Scherrer, da Suíça, muitas das tecnologias aplicadas no Hy-Light poderão chegar ao mercado mundial em cerca de dez anos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 26 de junho de 2006

Este foi o jogo da minha vida. Estou encantado com a dedicação dos meus jogadores." Luiz Felipe Scolari, técnico de Portugal

Tentamos jogar com dez contra dez, mas a cada minuto havia uma falta. É lamentável." Marco van Basten, técnico da Holanda

NA BOLA E NA RAÇA F

oi uma vitória heróica, emocionante, cheia de catimba e emoção. Portugal venceu a Holanda por 1 a 0, ontem, em Nuremberg, com uma atuação igual às que consagraram seu técnico, Luiz Felipe Scolari, nos tempos de futebol brasileiro, e se classificou para enfrentar a Inglaterra nas quartas-definal, assegurando a melhor campanha da Seleção Portuguesa desde o terceiro lugar obtido em 1966, na Inglaterra. "Foi uma partida muito intensa, típica de uma Libertadores contra times argentinos, com muita luta. Os dois times tiveram muitas oportunidades, e aproveitamos melhor as nossas. Soubemos trabalhar melhor a situação do jogo. Acho que a vitória foi merecida", disse Felipão. É verdade que a Holanda começou melhor, com forte marcação na saída de bola portuguesa. O time de Van Basten, mesmo sem o artilheiro Van Nistelrooy, chegou fácil ao gol de Ricardo e finalizou três vezes em cinco minutos. A seleção portuguesa vivia de lampejos de Deco, que chegou a dar três chapéus em seguida, e Figo, que aplicou um drible sensacional em Ooijer. Os craques fizeram a diferença: Deco tabelou com Cristiano Ronaldo e lançou Pauleta. O atacante parou a bola para Maniche, que driblou um adversário e bateu forte para marcar o único gol da partida. Depois, a Holanda acelerou o ritmo, e Portugal perdeu Cristiano Ronaldo, machucado, que deu lugar a Simão. O clima esquentou no fim do primeiro tempo, quando Costinha deu uma entrada dura em Ooijer. Reservas e comis-

Valery Hache/AFP

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Jerry Lampen/Reuters

Nicolas Asfouri/AFP

Maniche marcou o gol da vitória de Portugal contra a Holanda, num jogo que teve muita confusão e quatro expulsões

são técnica dos dois times quase invadiram o gramado, e o juiz não puniu o português. Questão de tempo: minutos depois, Costinha pôs a mão na bola e foi expulso. No intervalo, Felipão trocou Pauleta por Petit para proteger a zaga. Os holandeses voltaram com tudo e acertaram três chutes em cinco minutos - um deles, de Cocu, acertou o travessão do goleiro Ricardo. E a coisa pegou fogo num ataque de Portugal. Figo reclamou de uma falta de Van Bronckhorst em Deco e acertou uma cabeçada em Van Bommel. Os dois levaram cartão amarelo. Pouco depois, o capitão português levou uma cotovelada de Boulahrouz, que foi expulso. Começou o tumulto, com tapas, empurrões e Felipão tentando

afastar seus jogadores da briga - a um metro de seu banco. Mais alguns minutos. mais confusão: Portugal teve um contra-ataque interrompido para o atendimento médico a seu zagueiro Ricardo Carvalho. No reinício, o holandês Heitinga não devolvou a bola e levou uma pancada de Deco, que merecia a expulsão mas só levou o cartão amarelo, apesar dos protestos dos holandeses. O vermelho, o luso-brasileiro receberia logo depois, por retardar o jogo. Os dois times perderam novas chances até que a partida fosse encerrada, aos 52 minutos - não antes de outro cartão vermelho, para o holandês Van Bronckhorst. Depois do jogo, Felipão não quis falar sobre a Inglaterra, jogo ao qual Portugal chegará re-

mendado - sem Deco e Costinha, titulares absolutos no meio-de-campo. "Vamos assistir aos jogos deles e avaliar o adversário. Tenho 21 jogadores que posso usar e a armação do time vai depender de como eles estiverem", disse o técnico, que não sabe, por exemplo, o estado de Cristiano Ronaldo, que saiu com um enorme hematoma na coxa, após uma pancada. "O médico acredita que eu posso jogar", apressouse em dizer o atacante. Felipão venceu a Inglaterra de Eriksson duas vezes em quartas-de-final: 2 a 1 com o Brasil, na Copa de 2002, e nos pênaltis, após empate por 2 a 2, com Portugal, na Eurocopa de 2004. Mas não se deslumbra com a vantagem. "Não existe isso de técnico contra técnico,

apenas o confronto entre uma equipe e outra. Admiro o trabalho de Eriksson e gostaria de ter a capacidade dele", disse Felipão, que não comentou o convite feito para assumir a Seleção Inglesa após a Copa - recusado por ele e aceito pelo atual assistente de Eriksson, Steve McClaren. "Sou um técnico à moda antiga e cumpro os meus contratos até o fim. Fico honrado com o convite da Inglaterra, mas só converso sobre uma mudança quando não tiver mais um contrato." O técnico da Holanda, Marco van Basten, lamentou a atuação do árbitro russo Valentin Ivanov, que, para ele, prejudicou sua equipe. "É uma pena que um árbitro de uma partida tão importante como essa tome decisões assim."

PORTUGAL 1 Ricardo; Miguel, Fernando Meira, Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Maniche, Costinha, Deco e Figo (Tiago 39/2); Cristiano Ronaldo (Simão 34/1) e Pauleta (Petit 1/2). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

HOLANDA 0 Van der Sar; Boulahrouz, Ooijer, Mathijsen (Van der Vaart 11/2) e Van Bronckhorst; Cocu (Vennegoor of Hesselink 39/2), Van Bommel (Heitinga 22/2) e Sneijder; Van Persie, Kuyt e Robben. Técnico: Marco Van Basten. Local: Franken-Stadion, em Nuremberg. Árbitro: Valentin Ivanov (RUS). Gol: Maniche 23/1. Cartões amarelos: Van Bommel 2/1, Maniche 20/1, Petit 5/2, Figo 15/2, Sneidjer 28/2, Van Der Vaart 29/2, Ricardo 31/2 e Nuno Valente 31/2. Cartões vermelhos: Costinha 46/1, Boulahrouz 18/2, Deco 33/2 e Van Bronckhorst 50/2.

God save Beckham

ontra o Equador, ontem, a Inglaterra sentiu muito a falta de Owen, o atacante que não disputará mais nenhuma partida na Copa por causa de uma lesão no joelho direito. Mas tinha Beckham. E foi graças a um gol de falta marcado por ele que o time garantiu sua presença nas quartas-de-final, onde enfrentará Portugal, em Gelsenkirchen, no sábado. Na estréia inglesa na Copa, o gol contra de Gamarra saiu de um cruzamento de Beckham. De seus pés, também, originou-se o lance do primeiro gol na difícil partida contra Trinidad e Tobago, vencida pela Inglaterra por 2 a 0 e marcado por Crouch. Ontem, Beckham, que sentiu uma indisposição e chegou a vomitar em campo, decidiu ele mesmo o jogo.

Jaime Razuri/AFP

Mais uma vez, o gol da vitória por 1 a 0, sobre o Equador, sai dos pés do principal jogador da Inglaterra, em cobrança de falta que valeu a passagem às quartas-de-final.

Esgotado fisicamente, mas feliz, o capitão inglês disse, ao ser substituído por Lennon já no final da partida, que seu gol de falta havia sido pedido pelo brasileiro Roberto Carlos, companheiro de Real Madrid. “Ele me mandou uma mensagem dizendo: 'Faça um gol de falta para mim'." Segundo ele, Rooney também o havia incentivado antes do jogo. “Você vai fazer um gol hoje”, teria dito o atacante inglês. Para Beckham, a dificuldade em bater uma equipe teoricamente mais fraca, como o Equador, é algo que faz parte do próprio temperamento do povo inglês. “Não gostamos de fazer as coisas do jeito mais fácil se elas podem ficar mais difíceis”, disse. Sabemos que podemos jogar melhor, mas estamos felizes com mais essa vitória”, completou.

Mesmo estando fortemente debilitado por causa do calor, Beckham aproveitou a ocasião para responder a seus desafetos: “É muito bom calar a boca dos críticos. Eu sei muito bem lidar com a crítica e provei que todos eles estavam errados”. As declarações foram uma resposta a aqueles que, durante a semana, pediram sua saída do time. Pressionado, até o técnico Sven-Göran Eriksson chegou a dizer que poderia colocar Beckham no banco, já que “não é casado com ele” e que “nenhum jogador é insubstituível”. Ontem, porém, após a partida, Eriksson elogiou o jogador: “Em determinados momentos, ele é o melhor do mundo”, chegou a exagerar. Beckham se disse “extremamente feliz por ter feito o gol da classificação”, mas admitiu que a Inglaterra voltou a jogar

mal. “Foi um jogo feio, mas eu não ligo. O importante é continuar vencendo.” Já o técnico Eriksson saiu satisfeito de campo. “Poderíamos ter feito mais gols, mas estamos classificados sem jogar tudo o que podemos. Isso, sem dúvida, é muito bom”, atestou. Embora eliminados pelos ingleses, os equatorianos deixam a Copa de cabeça erguida, cientes de que o principal objetivo (a classificação para as oitavas-de-final em um grupo que, além da anfitriã Alemanha, tinha também a Polônia e a Costa Rica) já havia sido atingido. Além disso, o Equador chegou a chutar uma bola no travessão inglês, com Carlos Tenório, aos 10 minutos de jogo. “Este é só o segundo Mundial do Equador. Mesmo assim, conseguimos a classificação e jogamos de igual para

igual com a Inglaterra”, comentou o técnico, o colombiano Luis Fernando Suárez. O treinador perdeu o jogo, mas não a fé. Durante a entrevista coletiva após a partida, Suárez tirou do bolso um rosário, dado pelo filho Alejandro há três anos e meio, quando estava desempregado e “vivia uma época complicada”. O técnico creditou à fé no amuleto sua sorte no Mundial. “Foi uma experiência fantástica participar de uma Copa do Mundo.” Suárez disse que ainda não sabe se permanecerá na Seleção Equatoriana. A Federação local já manifestou o interesse de renovar o contrato do técnico por mais quatro anos. “Preciso descansar um pouco, esquecer o futebol por algumas semanas, e depois, com calma, decidir meu futuro”, disse.

INGLATERRA 1 Robinson; Hargreaves, Ferdinand, Terry e Ashley Cole; Carrick, Beckham (Lennon 42/2), Lampard, Gerrard (Downing 47/2) e Joe Cole (Carragher 32/2); Rooney. Técnico: Sven-Goran Eriksson.

EQUADOR 0 Mora; De la Cruz, Hurtado, Espinoza e Reasco; Méndez, Edwin Tenorio (Lara 24/2), Castillo e Valencia; Delgado e Carlos Tenorio (Kaviedes 17/2). Técnico: Luis Fernando Suárez. Local: Gottlieb-DaimlerStadion, em Stuttgart. Árbitro: Frank De Bleeckere (BEL). Gol: Beckham 15/2. Cartões amarelos: Terry 18/1, Valencia 24/1, Carlos Tenorio 37/1, De la Cruz 22/2, Robinson 33/2 e Carragher 37/2.


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Ambiente Compor tamento Poluição Urbanismo

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segunda-feira, 26 de junho de 2006

PAULISTANO APÓIA IDÉIA, MAS DUVIDA DE RESULTADOS

Os eleitores poderão encaminhar denúncias para a Central de Atendimento ao Eleitor, do TRE.

ELEITOR DIZ NÃO A CANDIDATO SUJÃO Paulistanos aprovam a idéia de fiscalização intensa e acham que candidatos sujões deveriam ser multados. Políticos defendem a aplicação das normas vigentes.

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Alex Silva/AE - 28/07/2004

andidatos e políticos sem pretensões na próxima eleição, e também eleitores, opinaram sobre a maneira como a propaganda eleitoral deve ser conduzida em São Paulo. Enquanto políticos defendem uma fiscalização rígida, mas dentro das normas eleitorais vigentes, a população quer uma cidade limpa e, de preferência, sem a distribuição dos 'santinhos" nem panfletagens em postes e muros. Na Câmara Municipal de São Paulo o tema não chega a ser uma unanimidade. O vereador Antonio Carlos Rodrigues (PL), que não será candidato nas próximas eleições, disse que o assunto foge da alçada da Prefeitura. No entanto, o parlamentar propôs uma solução: "O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) é soberano, mas a Prefeitura poderia emprestar alguns fiscais ao tribunal". Rodrigues ressaltou a diferença entre o número de fiscais e de colégios eleitorais da cidade. "São 700 fiscais e mais de 30 mil pontos de fiscalização. Precisaríamos Campanha de 2004: avenida forrada de cartazes da então candidata Marta Suplicy. Sem fiscalização, poluição visual aumenta. Paulo Pampolin/Hype de um estádio inteiro com agentes municipais", comparou. Outro vereador, Claudinho de Souza (PSDB), que também não é candidato, disse que usar o serviço dos fiscais da Prefeitura não seria a solução ideal. "Alguns poderiam ter ligações com os partidos políticos e fariam vistas grossas a um determinado candidato. Mas é legítimo por parte do Executivo cobrar uma fiscalização do TRE". Claudinho disse que muitas leis não são cumpridas, entre elas as leis eleitorais. "Será uma campanha marcada por denúncias de eleitores por conta disso. Espero que o TRE faça cumprir a lei", afirmou. Montoro: "É legítimo a Prefeitura exigir fiscalização" Para Guilherme Afif Domingos, presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e pré-candidato do PFL a um cargo majoritário, a propaganda eleitoral irregular também polui o visual da cidade. "Algo precisa ser feito", disse ele. Fim – Postulante a uma cadeira de deputado federal em outubro, Carlos Alberto Bezerra Júnior (PSDB) é favorável a uma fiscalização enérgica e, consequentemente, ao fim da panfletagem desenfreada. "Há candidatos sem propostas para a cidade e que usam esse artifício para tentar ganhar as eleições. Com menos publicidade eleitoral restariam os bons candidatos, Claudinho não quer a ajuda dos fiscais da Prefeitura Afif: "Propaganda eleitoral irregular polui a cidade" aqueles com propostas para a população". Segundo ele, a distribuição de santinhos (não no ra, pois trata-se de um assunto de inteira res- na próxima eleição. "Vai ser assim: às 6h retiram dia das eleições) é um recurso eleitoral que aju- ponsabilidade do Tribunal Regional Eleitoral". a propaganda irregular, mas às 10h volta tudo. da o cidadão a escolher um candidato, suas proAntonio Goulart (PMDB), único vereador da E, assim, a cidade vai ficar suja mais uma vez. postas e fixar seu número eleitoral. Capital candidato ao Senado, é favorável à fis- Não adianta nada", afirmou. Candidato a deputado estadual, o vereador calização, mas disse que não existem fiscais suJá o garagista José Edson Pereira, de 37 anos, é Ricardo Montoro (PSDB) acha legítimo a Prefei- ficientes para a execução desse trabalho. "O que favorável ao rigor anunciado pela Prefeitura. "É tura executar uma fiscalização enérgica contra a as pessoas podem fazer é denunciar os candida- bom que todos fiquem de olho nos políticos supoluição visual eleitoral. Disse, contudo, que o tos que sujarem a cidade ao Tribunal Regional jões. Mas tenho certeza de que a fiscalização só ideal seria seguir o exemplo dos candidatos ca- Eleitoral". As denúncias podem ser feitas pela vai acontecer nas áreas nobres da cidade. A periocas. "Os partidos políticos fizeram um acor- Central de Atendimento ao Eleitor do TRE-SP, riferia ficará suja mais uma vez", afirmou. do de não sujar a cidade com santinhos, faixas e pelo telefone 6858-2100. A advogada Maria Clara Lomar, de 34 anos, outros tipos de propagandas. Poderíamos seImunda - E a opinião dos eleitores sobre o fim não acredita que haverá uma ampla fiscalizaguir esse exemplo de campanha limpa. da sujeira eleitoral na Capital? "É louvável a me- ção dos órgãos responsáveis. "Espero que, peApesar de apoiar o combate à sujeira provo- dida anunciada pela Prefeitura, mas a cidade lo menos, o TRE e a Prefeitura consigam reacada pela propaganda dos candidatos, Monto- vai ficar imunda de novo, tenho certeza", afir- lizar uma fiscalização abrangente. O ideal sero endossou as palavras de Antonio Carlos Ro- mou o motorista Luís Carlos da Silva Reis, de 58 ria multar todos os políticos sujões, sem nedrigues . "O assunto foge da alçada da Prefeitu- anos. Segundo ele, a fiscalização de nada servirá nhuma exceção", disse.(DF e IV)

Fotos de Milton Mansilha/Luz

Maria Clara quer multa para os políticos sujões

José Edson: "Só haverá fiscalização em área nobre"

Luís Carlos acredita que nada mudará neste ano


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Empresas Nacional Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Guia do Sescon pode ser retirado em entidades de classe ou acessado no site www.dcomercio.com.br

FRAUDE NO ECF GERA MULTA DE R$ 6,9 MIL

FABRICANTES DE TELEVISORES SÃO ACIONADOS NA JUSTIÇA POR CONSUMIDORES INSATISFEITOS

TV DE PLASMA: IMAGEM QUESTIONADA Newton Santos/Hype

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abricantes de TV de plasma estão sendo alvo de pelo menos três ações judiciais movidas por entidades de defesa do consumidor. Proprietários reclamam da qualidade da imagem desses televisores. A Comissão de Defesa do Consumidor da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) conseguiu liminar contra as empresas Samsung, Phillips, Panasonic, Gradiente e Sony. Já a Associação Nacional de Defesa da Cidadania e do Consumidor (Anadec) entrou com medidas judiciais contra a Philips e a LG, pedindo inclusive a devolução do dinheiro pago pelos televisores. Mas as empresas já começaram a tomar providências. A principal reclamação dos consumidores é de que a imagem da TV de plasma não ocupa a tela inteira do aparelho, exceto quando ela é usada para exibição de DVDs ou de imagens recebidas por satélite. "Comprei minha TV de plasma na semana retrasada, antes de começar a Copa, mas a imagem sem o DVD não é perfeita. Fica um pouco esticada", reclamou o consumidor Deny Rovaron. Além disso, quando a imagem não ocupa a tela inteira, as faixas que ficam em preto acabam manchando o plasma. "O problema é que nem propagandas nem manuais explicam isso, além de não esclarecerem que a definição da TV de plasma não será perfeita até que o País tenha

Rovaron: insatisfação

sistema digital", afirmou Adriana Lacaz, coordenadora jurídica da Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj. Devido ao grande número de reclamações, a comissão entrou com uma ação civil pública na Justiça e pediu que os fabricantes informem que, sem DVD ou sistema digital, a imagem perde a qualidade. Também solicitou a suspensão de publicidade enganosa destes produtos. Já a ação civil pública da Anadec pediu aos fabricantes para receberem os televisores de volta e devolverem o dinheiro corrigido ao consumidor. A juíza Márcia Cunha, da 2ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, deferiu a liminar pedida pela comissão da Alerj. A juíza considerou que os pontos de revenda dos aparelhos exibem sempre imagens perfeitas por reproduzirem imagens gravadas em DVD. "O perigo do dano apresenta-se diante do fato

Alex Ribeiro

de o consumidor adquirir aparelho de TV visando desfrutar melhor imagem, mas terminar frustrado com a compra, diante da má qualidade da imagem e dos danos que o aparelho sofre com a incompatibilidade técnica", concluiu a juíza. Já nas ações da Anadec, os juízes declararam que vão postergar a análise do pedido de liminar até receberem a contestação das fabricantes. A advogada da Anadec, Ana Lúcia Bianco, lembrou ainda que a ação civil pública é um tipo de medida cuja decisão afeta todos os consumidores brasileiros. Fabricantes – A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) reconheceu que a exibição de imagens no formato da TV de plasma (16 x 9) não é possível no sistema analógico de transmissão. Na última terça-feira, a entidade criou dois grupos de trabalho para aperfeiçoar as informações que devem ser repassadas aos consumidores. "Os fabricantes, sempre no foco de atender os consumidores, farão todos os esforços para solucionar possíveis problemas", declarou a entidade, em nota. Já a Gradiente afirmou que seus televisores são compatíveis tanto com as transmissões analógicas como com as transmissões digitais. "A qualidade de imagem está relacionada à qualidade do sinal da transmissão", explicou. A empresa ainda não foi oficialmente intimada pelo Poder Judiciário. Laura Ignacio

Gato por lebre: imagem de uma TV de plasma é perfeita quando retransmitida por aparelho de DVD

Aparelhos vendem 400% mais

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s televisores de LCD e plasma conquistam cada vez mais o espaço dos aparelhos convencionais. Em 2005 foram vendidas 58 mil unidades, o que representou um crescimento de 400% na comparação com 2004. Os televisores de plasma e de LCD entraram no mercado

brasileiro em 2002, quando atingiram a marca de 2,1 mil aparelhos vendidos. Em 2003, esse volume subiu para 2,4 mil unidades e, em 2004, registrou um incremento de 379%, com a venda de 11,5 mil aparelhos no período. Os televisores de plasma são os aparelhos com tela plana, fina e que usam uma

lâmina de vidro que comprime um gás. Nesse sistema, um sinal enviado a um pixel transforma o gás em plasma, que produz a luz, compondo a imagem. Já os televisores com a tecnologia LCD são semelhantes aos de plasma, com a substituição do gás dentro do aparelho por células de cristal líquido. (LI)

Brasil e Japão: acordo para TV digital

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epois de seis meses de negociações, Brasil e Japão chegaram a um acordo sobre o Termo de Compromisso a ser firmado entre os países para a adoção do padrão japonês de TV digital no Brasil. O anúncio oficial está previsto para a próxima quinta-feira, quando serão assinados, em cerimônia no Palácio do Planalto, o texto do acordo e o decreto presidencial com as regras de transição do sistema analógico para o digital. A escolha do padrão japonês representa uma vitória do ministro das Comunicações, Hélio Costa, que se empenhou para que fosse a tecnologia nipônica, e agrada às emissoras de TV, que terão preservado o atual modelo de negócios.

O governo estudava também os padrões europeu e americano, mas nos últimos três meses as negociações convergiram para o japonês. A tendência tornou-se mais evidente com a ida a Tóquio, em abril, de uma delegação de ministros brasileiros, quando foi assinado entre os dois lados um memorando de entendimentos, detalhado agora no Termo de Compromisso. Transição — Segundo uma fonte do governo brasileiro, o decreto presidencial terá 15 artigos e trará as diretrizes para a introdução do sistema. A idéia é de que as emissoras tenham um prazo máximo de 18 meses para iniciar as transmissões em sinal digital. As empresas informaram que pretendem

começar a operar comercialmente, nas principais capitais, em prazo de seis meses após a definição do modelo oficial. A transição total para o novo sistema, porém, levará dez anos. O acordo com o governo de Tóquio prevê a criação de um sistema nipo-brasileiro, que será uma variação do padrão japonês. Segundo o representante do padrão japonês de TV dig i t a l n o B r a s i l , Ya s u t o s h i Miyoshi, o modelo nipo-brasileiro deve incorporar inovações tecnológicas desenvolvidas no Brasil. No entanto, ainda serão realizados estudos sobre a viabilidade dessas tecnologias. "Vamos avaliar todas as inovações tecnológicas para o sistema que o Brasil deseja adotar", afirmou. (AE)

Sescon lança guia de prazos para a guarda de documentos

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inco, dez, 20, 30 anos ou eternamente? Por quanto tempo devo guardar os documentos de minha empresa? Em meio a tanta burocracia e excesso de papéis, essa é uma dúvida muito comum entre os empresários. Para esclarecê-la, o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP) lançou o Guia de Prazos e Multas. A publicação traz informações valiosas sobre o tempo para a guarda e manutenção de livros e documentos fiscais, além do valor das multas que são aplicadas por erro ou falta de apresentação de obrigações acessórias. "Além do contador, o empresário precisa estar atento a esse mundo complexo que envolve multas pesadíssimas", afirma o vicepresidente do Sescon-SP, José Maria Chapina Alcazar. Segundo Alcazar, as multas por falta ou atraso na entrega do Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços (Sintegra), que exige arquivos magnéticos sobre entradas e saídas de mercadorias e vendas no varejo, são altíssimas. "Elas podem chegar a 2% de todas as transações da empresa," calcula. Erros no preenchimento das obrigações po-

Divulgação

Alcazar, vice-presidente do Sescon: entendendo o complexo mundo empresarial

dem significar multa de 5% do valor das operações. Se forem constatadas fraudes no Emissor de Cupom Fiscal (ECF), o empresário será punido com pagamento de multa de até 500 Ufesps (Unidades Fiscal do Estado de São Paulo), ou R$ 6.965. De acordo com o guia, o prazo para a guarda de livros e documentos fiscais varia conforme a modalidade de lançamento, podendo chegar a dez anos. Os cupons fiscais, por exemplo, devem ser mantidos por cinco anos. Entre os documentos que devem ser guardados para sempre estão os li-

vros diários de escrituração fiscal e comercial. Alerta – O juiz Alexandre Alves Lazzarini, da 1ª Vara de Recuperações Judiciais e Falências de São Paulo, lembra que muitas empresas têm tido a falência decretada pelo fato de não apresentarem documentos exigidos para se dar entrada num processo de recuperação judicial, como o livro de escrituração. "A maioria dos empresários acha que basta guardar por cinco anos." Para os documentos previdenciários, o prazo também é de dez anos. Mas quando há cobrança administrativa ou judicial, eles devem ser preservados por tempo indeterminado. Já os prazos de documentos trabalhistas variam de dois anos, no caso do termo de rescisão do contrato de trabalho, a tempo indeterminado, para livros de registro de empregados. Foram editados 22 mil exemplares do guia, que será distribuído em entidades de classe, como Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP). Suas informações podem ser acessadas os sites do Diário do Comércio (www.dcomercio.com.br) ou do Sescon-SP (www.sescon.org.br). Adriana David


DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

OFF-ROAD

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No "fora de estrada" é que o jipe T4 da empresa brasileira Troller mostra todo o seu desempenho e faz "levantar poeira"

DCARRO

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O motor eletrônico NGD 3.0 turbodiesel de quatro cilindros e injeção direta de combustível (common rail), da MWM-International, alcança a potência máxima de 163 cavalos

Bancos de couro, CD Player Siemens-VDO, travas e vidros elétricos são alguns dos mimos do Troller T4

Troller, o gnomo brasileiro Pablo de Sousa

A Troller Veículos Especiais é a única montadora de automóveis 100% brasileira. A empresa produz a picape Pantanal e tem como seu carro-chefe o jipe T4. Um legítimo fora de estrada. ANDERSON CAVALCANTE

T

roller vem da palavra inglesa "troll", que significa gnomos, personagens de lendas escandinavas, protetores dos visitantes das florestas e montanhas daquela região do norte da Europa. Para a montadora a referência "evoca a similaridade entre o gnomo e o Troller T4, pela confiabilidade do veículo em terrenos difíceis. E causa encanto aos amantes das aventuras off-road, que reconhecem no jipe o companheiro para vencer desafios". Deixando a "magia" de lado, ao olhar para o Troller T4 e sentar ao seu volante, já se percebe sua diferença de vários carros de passeio que se esforçam para passar a "imagem" de veículo offroad. O jipe brasileiro vende a "necessidade" de se aventurar por caminhos difíceis. Afinal, por mais que sua aparência imponha respeito na cidade, é longe dela que ele sente-se mais à vontade.

Personalização, mas sem perfeição - Fabricado em pequena escala, o T4 é um veículo que oferece a sensação de exclusividade ao comprador, que pode definir cores da carroceria e capota (rígida ou lona), além de escolher os acessórios para deixar o jipe com a sua cara. Com formas diferentes, medidas generosas e uma visibilidade que não está entre as mais privilegiadas, o veículo recebe críticas até de experientes manobristas como Valterio de Lima Vasconcelos , que reclamou: "a direção não esterça e os retrovisores não mostram a real distância do veículo ou da parede atrás". Esta impressão é justificada e apoiada pelo "trilheiro" Wladir de Castro Ferraz Filho, que além de confirmar que a visibilidade do T4 "não é das melhores", alerta para a necessidade de manter as mãos bem posicionadas no volante e com bastante firmeza. "Ao terminar uma curva não se assuste, o volante praticamente não volta. Isso é causado pelas características do pneu, que além de ser de uso

Pneus largos e com desenho agressivo

Facilidade para transpor obstáculos

misto é bastante largo (Scorpion LT 255/75R15). O volante do T4 também passa a sensação de folga, o engate da alavanca do câmbio é um pouco desajeitado, lembrando o Jeep Willys e os pedais apresentam duas dificuldades: acelerador e freio ficam muito próximos e o último, junto com a embreagem, são um pouco duros. Mas ao colocar o T4 na terra tudo muda, pois para essa turma, "quanto pior, melhor".

Entrando na trilha - Wladir já fez muitas trilhas com seu antigo Toyota Bandeirante que o acompanhou durante anos. Hoje, prefere deixar seu atual 4x4 na garagem e enfrentar seu prazeroso desafio montado em uma "duas rodas". Wladir testou as habilidades do T4 nas estreitas estradas de terra de Itapecirica da Serra, distante 33 km da capital. Bastaram 100 metros de terra e o piloto já vibrava: "Agora sim! Maravilha!". Como o T4,

Wladir já estava se sentindo em casa e rapidamente se entrosou com o jipe. Superou erosões, pedras, lama e subidas acentuadas com certa tranquilidade. O único obstáculo onde não deu para testar o Troller foi no lago, com profundidade superior a dois metros. Mas a montadora garante que o T4 atravessa locais com até 80 centímetros de água, sem snorkel (tubo instalado desde a entrada do filtro de ar até a altura do teto para evitar a entrada de água no motor). Com o aumento das dificuldades dos obstáculos a primeira providência foi acionar a tração 4x4 com a mudança de posição de botão no painel. Utilizar a reduzida, exige um pouco mais de trabalho: é preciso girar os cubos das rodas dianteiras. "A roda livre foi usada para reduzir o nível de ruídos, melhorar o consumo e diminuir o desgaste de pneus e outros equipamentos", explica o supervisor de produtos da Troller, Roberto Kooji Suda. No mais, as características fora de estrada do nosso jipe gnomo são surpreendentes: ângulo de entrada de 56º e de saída de 47º, que mostram a aptidão do veículo para entrar e sair de obstáculos sem bater componentes da suspensão ou pára-choques no chão e inclinação lateral de 45º que é o máximo que o veículo pode ficar sem risco de tombar.

Mais cavalos, menos poluição - Desde o segundo semestre de 2005, o Troller T4 usa motor diesel eletrônico, pela exigência de redução de poluentes pela legislação ambiental. Ele recebeu o NGD 3.0 turbodiesel de quatro cilindros e injeção direta de combustível (common rail), da MWMInternational, com 163 cv a 3.800 giros e torque de 38,7 kgfm, entre 1.600 e 2.200 rpm. A Troller não divulga dados de desempenho, mas garante que a motorização eletrônica reduziu a emissão de poluentes, efetivou um menor consumo de combustível e diminuiu o nível de ruídos. "Este motor é a principal arma deste jipe. É surpreendente sua força, mesmo em um carro pesado como o T4 (1.850 Kg), e esse desempenho faz com que o proprietário não tenha dó de colocar o jipe na trilha", afirma Wladir. A Troller tem cerca de 8 mil veículos rodando pelo Brasil e produz, em média, 100 veículos por mês. O T4, que já vem equipado com ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros elétricos e rodas de alumínio, é vendido a partir de R$ 80.960. "O carro tem um grande motor, estabilidade, ótimo freio e direção. Mas com esse preço dá para comprar um Mitsubishi L200, zero-quilômetro, com melhor fabricação e acabamento", encerra Wladir.

Comando no painel: botão giratório que seleciona eletricamente os modos de tração 4x2, 4x4 e 4x4 reduzida


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 26 de junho de 2006

Internacional

Aos que querem reconstruir nosso país, nós apresentamos um ramo de oliva. Nuri al-Maliki, primeiro-ministro iraquiano

PALESTINOS CAVAM TÚNEL, MATAM DOIS SOLDADOS ISRAELENSES E SEQÜESTRAM UM TERCEIRO

ISRAEL AMEAÇA INVADIR GAZA Ofensiva americana deixa 47 mortos no Afeganistão

Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

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A

s forças de coalizão lideradas pelos Estados Unidos anunciaram ter matado cerca de 45 militantes e perdido dois de seus soldados em combates no sul do Afeganistão, enquanto o presidente Hamid Karzai pedia uma coordenação maior entre as tropas estrangeiras e os líderes tribais nas operações antiterrorismo. Uma televisão paquistanesa divulgou o que seria uma fita de áudio do líder taleban mulá Omar afirmando que as tropas dos EUA não conseguirão resolver os problemas do Afeganistão. Mas um suposto porta-voz da milícia fundamentalista negou a autenticidade da gravação. Na província de Nuristan, leste do Afeganistão, cinco trabalhadores humanitários afegãos, entre eles dois médicos e um empregado de uma organização sueca, foram seqüestrados. A polícia e tropas afegãs tentavam localizá-los. Forças lideradas pelos EUA promovem a maior ofensiva já realizada contra o Taleban no sul do Afeganistão desde a derrubada da milícia em 2001. Estimados 250 militantes teriam sido mortos desde o início da ofensiva, em 15 de junho. O Comando dos EUA não divulgou imediatamente a nacionalidade dos dois soldados estrangeiros mortos nos últimos combates. A paquistanesa Geo TV anunciou que a gravação do mulá Omar havia sido feita recentemente numa reunião de líderes talebans na província sulista de Helmand. "Eles não podem resolver o problema do Afeganistão com base em sua sabedoria e pensamento", diz a voz, numa referência ao atual governo afegão e às forças dos EUA. O orador garante que o Taleban controla grandes partes do país. Entretanto, o porta-voz Mohammed Hanif, que faz anúncios em nome do Taleban, afirmou que a gravação não foi divulgada pelo grupo, e que mulá Omar não participou de um encontro de comandantes taleban em Helmand. "A fita foi preparada pelo pessoal da tevê", disse. A Geo TV garantiu que recebeu a fita por e-mail de fontes confiáveis e que a voz é do mulá Omar. Se autêntica, seria a primeira gravação de Omar desde julho de 2005, quando ele jurou que o Taleban continuaria a lutar até a expulsão das forças estrangeiras do país. Numa entrevista à rede CNN, Karzai disse que se Omar está "realmente no comando", ele deveria sair de seu esconderijo e "enfrentar o perigo a que está expondo centenas de jovens no Afeganistão e no Paquistão". "É preciso coragem para fazer o que ele fala, e ele não a tem", desafiou Karzai. Omar liderou o Taleban na captura de Cabul em 1996, assumindo o governo do Afeganistão. Depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA, tropas lideradas pelos americanos invadiram o Afeganistão e derrubaram o Taleban. (AE)

Palestino segura foto de um dos dois soldados mortos no ataque realizado contra as forças israelenses

Premiê busca reconciliação com rebeldes iraquianos Ali Abbas/Reuters

ilitantes palestinos lançaram ontem da Faixa de Gaza sua primeira ofensiva mortífera contra Israel desde o ano passado, matando dois soldados israelenses e seqüestrando um terceiro. Dois militantes também morreram na ofensiva. A infiltração em um posto militar, por meio de um túnel cavado sob a cerca que separa Gaza do território israelense, elevou a seu ponto mais alto as tensões na área desde que Israel completou sua retirada de Gaza em setembro, após mais de 38 anos de ocupação. Os líderes israelenses ordenaram ao Exército que prepare planos para uma "dura resposta", que poderia incluir ataques à infra-estrutura civil e possivelmente líderes eleitos do Hamas, que lidera o governo palestino. Os ministros israelenses, no entanto, decidiram adiar por dois dias qualquer ação militar para permitir conversações pelos canais diplomáticos para tentar resgatar o soldado seqüestrado, disse uma fonte política. O braço armado do movimento Hamas e os Comitês de Resistência Popular assumiram a responsabilidade pela ofensiva, que foi lançada após recentes ataques aéreos de Israel que mataram 14 civis palestinos. "Esta operação é uma resposta natural aos crimes de Israel, às mortes de mulheres e crianças e os assassinatos de dois líderes (militantes)", disse o porta-voz do Hamas Sami Abu Zuhri. Um porta-voz das Brigadas Ezedine al-Qassam, do Hamas, não confirmou se o grupo está com o soldado seqüestrado.

"Este foi um ataque terrorista do Hamas muito grave", disse o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, antes de uma reunião a portas fechadas com seus ministros. "Israel considera que a Autoridade Palestina liderada pelo presidente Abu Mazen (Mahmud Abbas) e o governo palestino são responsáveis pelo incidente, com todas suas implicações", afirmou. As forças de Israel entraram na Faixa de Gaza para procurar o soldado seqüestrado, Gilad Shalit, de 19 anos. Em um comunicado, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, condenou o ataque e disse que a ofensiva, que ocorreu perto da passagem de Kerem Shalom, "violou o consenso nacional". Ele também pediu aos líderes árabes e europeus que "impeçam Israel de explorar o ataque para lançar uma agressão em larga escala contra a Faixa de Gaza". Abbas se reuniu ontem à noite com o primeiro-ministro Ismail Hanyieh, membro do Hamas, para discutir sobre o seqüestro do soldado. Um porta-voz do Exército israelense disse que entre sete e oito homens armados se infiltraram através de um túnel e se dividiram em três grupos. Um deles atacou um veículo blindado que estava vazio, o outro lançou granadas contra um tanque e o terceiro fez vários disparos. "Depois eles voltaram a Gaza. Temos dois mortos três feridos e um soldado desaparecido", disse o porta-voz. "Até onde sabemos, o soldado está vivo", disse mais tarde em uma entrevista o chefe de pessoal do Exército de Israel, Dann Halutz. (AE)

Reuters

Nuri al-Maliki (esq.): plano de reconciliação não estabelece prazo para a retirada das forças americanas

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primeiro -ministro iraquiano, Nuri alMaliki, apresentou ontem um plano de reconciliação nacional de 24 pontos, oferecendo anistia aos rebeldes que renunciarem à violência, mas não mataram soldados americanos ou iraquianos. O plano de Maliki não ofereceu detalhes importantes, mas apresentou instruções específicas para a polícia e o Exército iraquianos assumirem rapidamente o controle para segurança do país. O plano também não deu prazo para a retirada das forças americanas e da coalizão. No entanto, funcionários em Washington informaram ao The New York Times que o general George W. Casey Jr., comandan-

te das forças americanas no Iraque, criou um plano para reduzir a presença americana no país árabe até o fim de 2007. "Aos que querem reconstruir nosso país, nós apresentamos um ramo de oliva", disse Maliki em meio a aplausos dos deputados. "E aos que insistem nas matanças e no terrorismo, nós apresentamos um punho com o poder da lei para proteger nosso país e povo." Maliki, no poder há pouco mais de um mês, disse que era realista sobre as dificuldades do caminho a seguir. "Sabemos que há uma legião de pessoas que têm trilhado o caminho do mal e continuarão com seus atos criminosos", disse. Pelo menos 30 pessoas foram mortas ontem em todo o Iraque em

vários ataques rebeldes. O Parlamento debaterá esta semana o plano, que deve enfrentar considerável oposição entre os políticos radicais sunitas e xiitas. O documento apresentado por Maliki propõe, entre outras coisas, anistia para os presos que não estão envolvidos em atos de terrorismo, crimes de guerra ou contra a humanidade; prevenção às violações aos direitos humanos, reforma de prisões e punição aos responsáveis por tortura; discussões com as forças internacionais para estabelecer um mecanismo que impeça violações dos direitos humanos contra civis; e compensação para vítimas de terrorismo, violações dos direitos humanos e operações militares. (AE)

300 milhões de pessoas nos EUA população dos Estados Unidos está próxima de A chegar a 300 milhões de pessoas até o final deste ano. As previsões apontam para que este "bebê marco" seja hispânico. Porém, ninguém saberá ao certo, tendo em vista que a data e o horário serão apenas estimados. A expectativa se baseia no fato de que latinos – imigrantes e aqueles nascidos no país – impulsionam o crescimento da população, levando em conta o aumento de quase metade no último ano – mais do que qualquer outro grupo étnico ou racial.

Ó RBITA Enquanto isso, não hispânicos, que respondem por dois terços da população, tiveram um aumento inferior a um quinto. Quando, em 1967, a população chegou a 200 milhões de pessoas, não havia dados sobre norteamericanos hispânicos. O primeiro esforço para tanto

ocorreu no censo de 1970, porém, seu resultado foi duvidoso. O Censo Bureau contou cerca de 9,6 milhões de latinos, um pouco menos do que 5% da população, mas sua agência reconheceu que este número poderia ser maior. Em 1967, havia menos de 10 milhões de pessoas nos Estados Unidos que haviam nascido em outros países; menos de um em cada 20. Atualmente, são 36 milhões de imigrantes, cerca de um em cada oito. Até a manhã de ontem havia 299.058.932 pessoas nos EUA. (AE)

Imagens divulgadas pela web mostram a morte de diplomatas

Al-Qaeda executa russos

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m grupo ligado à Al-Qaeda divulgou ontem num site da internet um vídeo mostrando a execução de três dos quatro funcionários da Embaixada russa seqüestrados no começo do mês em Bagdá. Um texto acompanhando as imagens assinado pelo Conselho Consultivo (Shura) dos Combatentes Sagrados (Mujahedin), uma organização que abriga sete grupos insurgentes, incluindo a Al-Qaeda no Iraque, anunciou que os quatro reféns russos foram mortos. O vídeo de um minuto e meio divulgado num site da internet freqüentemente usado por grupos militantes islâmicos mostra dois homens com os olhos vendados sendo decapitados e o terceiro, baleado. Nas imagens, dois homens vestidos de preto e usando máscara de esqui preta gritam "Deus é Grande!" antes de decapitar o primeiro homem. Então um mi-

litante aparece ao lado do corpo decapitado da segundo vítima numa poça de sangue, com a cabeça colocada em cima do corpo. As imagens estão marcadas com o logotipo da Al-Qaeda. "O veredicto de Deus foi executado contra os diplomatas russos. Em vingança pela tortura, matança e expulsão de nossos irmãos e irmãs pelo governo infiel da Rússia", diz a nota. Os quatro funcionários da embaixada russa haviam sido seqüestrados, em 3 de junho, após um ataque contra o carro em que viajavam, no bairro Mansour, em Bagdá. Um quinto russo morreu durante a agressão. Entre os cativos estavam o terceiro-secretário da embaixada, Fyodor Zaitsev, e três outros membros da missão. No começo das imagens, os quatro homens aparecem juntos, falando em russo. Então há o corte para os assassinatos. O grupo exigia a retirada das tropas da Rússia da Chechênia. (AE)


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Urbanismo Compor tamento Distritais Administração

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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"Há mais de 30 anos a Penha precisa de mudanças e investimentos. Marco Antonio Jorge, superintendente da Distrital Penha

DOIS BAIRROS PROPÕEM ALTERAÇÕES

PENHA DISCUTE O PLANO DIRETOR Fotos de Milton Mansilha/Luz

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Distrital Penha da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoveu uma reunião ordinária para tratar da revisão do Plano Diretor Regional. Foram debatidas possíveis soluções para revitalizar e modernizar o bairro, assim como os pontos do plano que causam mais polêmicas na comunidade. Estiveram presentes representantes da Secretaria Municipal de Planejamento do Município, da Subprefeitura da Penha, do Fórum Urbanístico da Penha (Fuspe), políticos e integrantes da Associação Viva a Penha. Segundo o superintendente da Distrital Penha, Marco Antonio Jorge, moradores e comerciantes do bairro sofrem constantemente com as falhas provenientes da falta de planejamento urbano. "Há mais de 30 anos a Penha precisa de mudanças e investimentos por parte do poder público. Por ser bicentenário, além do fato de Nossa Senhora da Penha ser a padroeira da cidade, o bairro, com certeza, merece mais atenção governamental", afirmou. Descaso - Para o coordenador do Fuspe, Reinaldo Martinez, o cenário atual da Penha teve origem há 20 anos. Para ele, o bairro sofre com a falta de investimentos em novos empreendimentos imobiliários, universidades, hospitais e vias de acesso. "Nesse tempo houve o fechamento de indústrias, desativação da estação ferroviária e o bloqueio de vias de acesso por causa da construção do metrô. A Penha virou um bairro ilhado, principalmente devido à má legislação de uso e ocupação do solo", disse. O coordenador acredita que não há vontade política para se investir no bairro, já que, em sua opinião, a subprefeitura tem dinheiro. "O último grande empreendimento do bairro foi o shopping, aberto em 1992", lembrou. A sua opinião é

A vereadora Myryam Athie reforçou que a Penha tinha como característica um forte comércio e que, agora, sofre com o abandono

O coordenador do Fuspe, Reinaldo Martinez, afirmou que o bairro ficou ilhado, principalmente devido à má legislação de uso e ocupação do solo

compartilhada pela vereadora Myryam Athie. Para ela, há muitos anos a Penha tinha como característica um forte comércio e, atualmente, o bairro sofre com o abandono. "Não é possível ver os imóveis históricos do bairro se deteriorando. Desde o final de 2004, quando da aprovação do Plano Diretor, nada foi feito. A Penha não precisa de revitalização, mas sim de reurbanização. Não é uma questão de zoneamento, mas de sobrevivência do bairro", disse. Propostas - As principais propostas do Fuspe, segundo Martinez, envolvem a participação da comunidade nas decisões a respeito de possíveis alterações no Plano Diretor; construção de obras viárias que integrem a Penha aos bairros vizinhos; aumento da atratividade comercial e industrial; reurbanização; criação de faculdades e hospitais públicos em prédios ociosos; e desenvolvimento de eixos imobiliários, entre outros pontos. Segundo o coordenador de urbanismo da Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla), André Luís Gonçalves, a opção de diminuir as zonas industriais partiu da própria comunidade penhense. "Muitas das propostas de zoneamento para o bairro

Mooca também avalia

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Distrital Mooca também promoveu um debate sobre o Plano Diretor Regional com representantes da subprefeitura e de entidades de classe do bairro. O principal objetivo da reunião foi discutir melhorias no Plano Diretor, que será enviado pela Subprefeitura da Mooca à Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla), e, em setembro, encaminhado para a Câmara. Para o superintendente da Distrital Mooca, Antonio Viotto Netto, a proposta prioritária é a construção de um parque em um terreno, de 30 mil metros quadrados, que atualmente passa por processo de descontaminação do solo. Na área funcionava um posto de combustível. "A Mooca é um dos bairros mais carentes em áreas verdes. Felizmente a população e as entidades do bairro estão nos apoiando nessa empreisurgiram do mercado imobiliário, e não da subprefeitura", explicou. Apesar disso, Marco Antonio Jorge pretende continuar lutando pelas mudanças que acha pertinentes no Plano Diretor. "Sem medir esforços", disse. As subprefeituras têm até o final de setembro para encaminhar à Câmara Municipal as alterações para a revisão do Plano Diretor. André Alves

tada", disse. Além da construção do parque, Viotto está empenhado em continuar mobilizando a comunidade para o projeto de revitalização da rua da Mooca, entre a avenida Paes de Barros e a rua Borges Figueiredo. Prioridades - A engenheira urbanística da Subprefeitura da Mooca, Érica Tataranni, concorda com a construção de áreas verdes. Mas, para ela, a Mooca tem outras prioridades, principalmente as relacionadas com as vias de acesso. "Iremos apresentar um projeto para ligar o bairro à região madeireira do Gasômetro, além da construção de um cruzamento em desnível entre a avenida Salim Farah Maluf e a Celso Garcia, para eliminar o semáforo", afirmou. "É importante também rever as classificações das ruas, já que esse ponto interfere no funcionamento do comércio local", concluiu Érica. (AA)

Hoje I Distritais - Reunião do

conselho das sedes distritais da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Às 17h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11º andar, na sala Tadashi Sakurai (1, 2 e 3). I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de salão beleza do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 18h.

Amanhã I Lapa - A distrital promove

mais um Café com Negócios. Às 8h30. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de bufês e eventos do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 19h. I São Miguel - A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h.

Quarta I CPU – Reunião da Comissão

de Política Urbana (CPU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), com palestra do Secretário Municipal de Planejamento, Francisco Vidal Luna, sobre a Lei de Zoneamento, o Plano Diretor da cidade de São Paulo e a região conhecida como Cracolândia. Às 12h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/12º andar, no Espaço Nobre de Recepções e Eventos. I FJE - Reunião do Fórum de Jovens Empreendedores da Associação Comercial de São Paulo (FJE/ACSP) coordenada pelo vice-presidente Júlio César Bueno. Às 17h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/9º andar - Plenária. I Centro - A distrital promove a palestra gratuita Automação Comercial - Proporcionar ao público alvo as condições necessárias para que se atualize com as mudanças do ECF - Emissor de Cupom Fiscal. Às 18h.

GIr Agendas da Associação e das distritais I Pirituba - A distrital, em

parceria com a Caixa Econômica Federal (CEF), promove jantar de negócios com a palestra Movimento da Sociedade Contra a Carga Tributária e Movimento Quero Mais Brasil, coordenada por Antonio Marangon, presidente do Sescon-SP e da Jucesp. Às 19h. I Santo Amaro - A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h. I Ipiranga – A distrital promove a palestra Educação Financeira - Projeto Educar da Bolsa de Valores de São Paulo, coordenada pelo consultor da Bovespa Carlos Alberto Barbosa da Silva. Às 19h30. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo

André Luís Gonçalves, coordenador de urbanismo da Secretaria Municipal de Planejamento, ouviu as reivindicações da comunidade

Marco Antonio Jorge, superintendente da distrital, pediu providências e disse que a Penha precisa de mais atenção governamental

setorial de lojas de móveis e colchões do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h.

Quinta I São Miguel - A distrital

promove Café com Negócios. Às 8h30. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de escolas particulares do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 9h. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de automecânicas do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 9h. I Lapa - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de escolas infantis do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Júnior. Às 18h. I Penha - A distrital promove Happy hour com Negócios. Às 19h30.


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

MERCADO/AUTOINFORME

Bons negócios com usados Modelos com mais de cinco anos desvalorizam bem menos do que os seminovos. Mas é preciso verificar bem o estado do carro antes de comprar.

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uando sai da concessionária, o carro já começa a desvalorizar. Isso é normal e acontece com qualquer produto, de qualquer marca. Porém, no mercado de automóveis usados acontece uma coisa interessante. A depreciação nos primeiros cinco anos é bem maior do que a verificada entre os modelos com mais tempo de uso. A partir de um certo período, a queda de preço segue em ritmo bem mais lento. Conclusão: comprar carro que já está rodando há mais de cinco anos pode ser um bom negócio do ponto de vista financeiro, pois o cliente terá a garantia de que o preço de revenda não será muito abaixo do valor que pagou para adquirí-lo. Mercado dividido - Estudo da Agência AutoInforme, com base nos números da Molicar, concluiu que essa estabilização do valor do veículo a partir de um certo tempo de uso cria uma espécie de divisão no mercado, com condições bem distintas entre os seminovos e os mais antigos. O que se vê, na prática, é que a depreciação dos carros é menor a cada ano. Os fabricados em 2005, por exemplo, tiveram uma queda de preço de 7,7% nos últimos seis meses, índice que foi de

7,3% no caso dos modelos 2004. Os de 2003 tiveram uma desvalorização ainda menor, de 5,2%, enquanto os carros produzidos de 2001 para trás, depreciaram em um ritmo bem mais lento do que o verificado na evolução do preço dos mais novos. O modelo 2001, por exemplo, teve queda de 2,5% este ano, enquanto os veículos produzidos em 2000 foram desvalorizados em 1,9% e os de 1999 em apenas 1%. Varejo - De acordo com José Antônio Careta, proprietário da Careta Veículos, em Vila Velha, no Espírito Santo, é preciso tomar cuidado ao comprar carros usados mais velhos. "Um veículo do ano 1999 comprado hoje, por exemplo, pode valer a mesma coisa no ano que vem, mas isso depende muito do seu estado de conservação", explica. O lojista recomenda verificar com atenção as condições de uso do carro e pedir desconto caso tenha que fazer um conserto importante. " Se o sujeito comprar um veículo ‘surrado’, o preço que ele paga acaba não compensando, por causa do gasto que vai ter posteriormente com a sua manutenção", lembra Antônio Careta.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

segunda-feira, 26 de junho de 2006

RESENHA

INTERNACIONAL DEMOCRATAS, REPUBLICANOS E ISRAEL

Novos fatos na política externa podem alterar profundamente as relações entre os Estados Unidos e Israel. democratas sobre o Iraque ou a dos republicanos sobre o Irã? Uma quarta controvérsia envolvendo o Oriente Médio, embora relegada a um segundo plano neste momento, tem um peso eleitoral bem maior: o conflito árabeisraelense. É um tópico perene, que ajuda a definir os dois partidos. A ligação entre EUA e Israel é a mais especial das "relações especiais" da atualidade e também uma relação de família na política internacional. Em diversas áreas — política externa, cooperação estratégica, acordos econômicos, vínculos acadêmicos, laços religiosos, e intervenção mútua nas respectivas políticas internas — os dois países mostram um relacionamento raro, se não único. Sua influência chega até as questões locais; como nota um artigo de 1994 da New Yorker, às vezes “parece que o Oriente Médio — ou, em todo caso, Israel — é um distrito de Nova York”.

E EMOÇÃO

Esperar, esperar, esperar... ROBERTO FENDT

P

érola do ministro da Defesa, Waldir Pires, dando uma solução para os problemas dos passageiros de vôos cancelados da Varig: "Que ele volta para casa e aguarde um pouco. É só um conselho de amigo, de uma pessoa mais velha, que já conhece 50 mil situações mais difíceis que essa, de estar na sua própria cidade, estar com uma passagem da Varig e não viajar". Extraordinário conselho. Talvez o passageiro que protestava queria fazer exatamente o que aconselhou o ministro: voltar para casa. Ou será que na Varig só se vende passagem de ida? Aguardar um pouco. Como "pouco", se a empresa vem sendo falida pelos gestores há décadas, sob as barbas das autoridades de vários governos? Se agora mesmo, já em seus estertores, a solução do problema vem se arrastando há meses? É natural que para uma pessoa mais velha alguns meses sejam instantes. Mas será também natural para todos os passageiros que, de boa fé, compraram o bilhete e queriam apenas exercer o direito de viajar? Mesmo com relação a situações mais difíceis que ser impedido de viajar, não tem razão o ministro. É claro que em situação mais difícil estamos todos, passageiros da Varig ou não, com a roubalheira promovida pelo governo de que S.Exa. faz parte – e cujo rombo seremos chamados a cobrir com novos impostos. Em situação mais difícil estão os proprietários de terra, já que nunca, em nenhum governo desse país, se invadiu impunemente tantas propriedades como no governo de S.Exa. Em situação realmente difícil estão também os que precisam se deslocar pelas estradas brasileiras, abandonadas e esburacadas, pelo governo que mais fez para destruir a infra-estrutura do País. Poderia continuar a arrolar as situações mais difíceis que ficar em casa. Não é preciso ter vi-

TRECHOS DO COMENTÁRIO DE DANIEL PIPES PUBLICADO PELO NEW YORK SUN E TAMBÉM DIPONÍVEL EM WWW.MIDIASEMMASCARA.COM.BR

N os EUA, judeus votarão nos republicanos.

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, declarou à imprensa que não vai tratar do problema de juros em clima emocional. Trata-se de afirmação de um técnico financeiro com trânsito por cargos executivos no Brasil e nos EUA, o que tem muito valor em qualquer currículo honroso. Mas se há uma área da atividade humana que transita especialmente em clima emocional, essa área é a econômica. Tenho escrito e dito várias vezes que a área econômica é mais esperta e volúvel que um passarinho. Basta um rumor de algumas autoridades do governo num almoço despreocupado para cair a Bolsa e provocar dor de cabeça no brilhante presidente bursátil Raymundo Magliano Filho. Foi, de resto, uma figura análoga que o conhecidíssimo megainvestidor George Soros criou: uma borboleta que agite as asas em Hong Kong repercute em São Paulo e se insinua na Bolsa.

O

Céllus

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JUROS

Desde o surgimento do Estado judeu em 1948, democratas e republicanos inverteram suas posições a respeito de Israel. A tendência atual parece intensificar-se dia a dia, com a resultante separação entre judeus e árabes muçulmanos na política americana. Isso me leva a crer que muçulmanos, árabes e outros grupos hostis a Israel votarão em número sempre maior nos democratas, assim como mais e mais judeus e simpatizantes do Estado de Israel votarão nos republicanos. Por esse prisma, vale ressaltar que os muçulmanos americanos consideram-se em plena competição com os judeus; para Muqtedar Khan, do Brookings Institute, logo os muçulmanos “não só terão condições de superar em votos, como ainda de predominar sobre o lobby judaico e a maioria dos outros lobbies étnicos”. Tais desdobramentos podem alterar profundamente as relações entre os Estados Unidos e Israel. A velha política interpartidária ficará no passado, substituída por mudanças de rumo mais decisivas sempre que a Casa Branca sair das mãos de um partido para as do outro. Israel só terá a perder com o fim desse consenso.

vido muito. Jovens com maior capacidade – seja por graça divina ou por esforço próprio – estão sendo discriminados no acesso à universidade, pela cor da pele. Todos, moços e velhos, permanecem sob a ameaça permanente deste governo de censurar manifestações culturais. Tem razão S.Exa.: há 50 mil situações piores que receber como conselho de um ministro de Estado a sugestão de ir para casa e esperar até que o governo solucione um problema que ele mesmo criou.

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sse é o cerne da questão. Se o mercado de aviação civil não fosse controlado pelo governo, não haveria motivo para o ministro ser incomodado pelas perguntas dos jornalistas – que procuram respostas às perguntas dos passageiros frustrados. Se o mercado fosse livre, a culpa por ficar em casa seria dos próprios passageiros. Esses deveriam ter escolhido uma empresa mais séria, que não lhes vendesse o que não poderia entregar. O desinteresse dos passageiros em averiguar se estavam ou não comprando gato por lebre seria a única causa do problema. Ocorre que existe uma agência regulatória, a Anac, mantida com os impostos achacados dos contribuintes, que tem por função acompanhar o desempenho das empresas privadas de aviação civil. Por que a agência não viu que a empresa caminhava rapidamente para a falência? Além disso, se existe uma agência regulatória que deveria cuidar do assunto, o que o Ministério da Defesa tem a ver com o caso? Serão os passageiros esbulhados uma ameaça à soberania nacional? De acordo com o ministro o melhor a fazer é ir para casa e esperar. O que, de resto, já estamos fazendo com relação às outras 49.999 situações mais difíceis que esta – como a impunidade face à roubalheira que grassa solta no País.

P or que a Anac não viu que a Varig caminhava rapidamente para a falência?

Cortar para crescer

Samuel Aranda/AFP

Oriente Médio terá com certeza uma importância sem precedentes nas eleições que renovarão parte do Congresso americano em menos de seis meses. Três temas movimentam o debate: os rumos da guerra do Iraque, a resposta adequada às ambições nucleares do Irã e o aumento repentino do preço do combustível. Apesar de relevantes, são questões transitórias, e os eleitores vão decidir com base nessas circunstâncias e sem diferenças claramente estabelecidas entre os dois partidos principais. Qual é, afinal, a posição dos

JOÃO DE SCANTIMBURGO

ARNALDO MADEIRA

A

carga tributária brasileira é uma das mais elevadas do mundo. Não obstante, os serviços prestados pelo Estado, em geral, primam pela mais absoluta precariedade. Basta ir a uma repartição pública para atestar o que acaba de ser escrito. O cidadão é obrigado a enfrentar filas quilométricas, suportar cara feia de funcionários, tolerar respostas enviesadas e toda a sorte de constrangimentos. Perde tempo, dinheiro, paciência. E o que é pior: muitos crêem que esta é uma situação que jamais será revertida em benefício da sociedade. Ledo engano. Ela não só pode como deve ser alterada. No Estado de São Paulo, aliás, ela já está sendo. Até o início do ano, por exemplo, o cidadão que precisava de um Atestado de Antecedente Criminal (AAC) era obrigado a comprar um formulário próprio, preenchê-lo e encaminhálo a uma delegacia de polícia. Depois, tinha que esperar um tempo – em média 48 horas –, retornar ao local e retirá-lo. Desde janeiro, qualquer pessoa pode obter uma cópia imediata do documento, sem qualquer ônus, via internet. O que não demora mais que poucos segundos. Os usuários dos postos fixos e móveis do Poupatempo – serviço que conta com a aprovação da quase totalidade dos usuários – já conhecem bem as vantagens do que se convencionou chamar de "governo eletrônico".

Nos últimos anos – de janeiro de 1995 a março de 2006 –, as gestões Covas/Alckmin não pouparam esforços nem verbas no sentido de tornar a máquina mais racional e eficiente. Para tanto, elas se valeram dos inúmeros recursos oferecidos pela tecnologia da informação, sem descuidar dos investimentos na qualificação profissional dos servidores, em especial dos que atuam na "ponta", no atendimento direto ao público. Em dois anos (2004/2005), mais de 65 mil funcionários públicos passaram por cursos de capacitação.

A

tecnologia da informação permite ao Estado reduzir sensivelmente os custos dos serviços e obras pagos pelos cidadãos, além de facilitar sua vida. Um exemplo: de janeiro de 2003 a janeiro de 2006, a economia resultante das compras eletrônicas e dos pregões presenciais foi de mais de R$ 3 bilhões. De cada cem ambulâncias adquiridas pelo governo do Estado, 24 têm "custo zero", graças ao aumento da concorrência e da conseqüente redução de preços. A atualização do cadastro de serviços terceirizados, igualmente, fez com que o valor dos contratos recuasse de forma expressiva. Respeito ao cidadão. É disso que se trata. ARNALDO MADEIRA É VICE-LÍDER DO PSDB NA CÂMARA FEDERAL DEP.ARNALDOMADEIRA@UOL.COM.BR

C ompras eletrônicas e leilões economizaram em SP mais de R$ 3 bilhões

Juros e emoção não se divorciam. A área econômica é mais esperta e volúvel que um passarinho. ão tenho dúvida que o banqueiro Henrique Meirelles está de acordo comigo, mas tem que dourar a pílula, principalmente em questão de juros, para não criar embaraços que atormente ainda mais do que já feito à classe empresarial. Todos nós que lidamos com problemas econômicos, e suas seqüelas e influências próximas e remotas, sabemos o que não falta nessa área é, exatamente, emoção, seja procedente dos círculos políticos e administrativos da Nação, seja criado dentro da própria esfera financeira. E esse motivo não ignora Henrique Meirelles. É isso o que tenho a dizer sobre os juros, que continuam altos, sobretudo na economia do Brasil, glosando a declaração do presidente do Banco Central. Em suma, juros e emoção não se divorciam.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

segunda-feira, 26 de junho de 2006

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

A luta dos monstros ue tal descansar por uns instantes do caos político nacional, contemplando o caos intelectual do mundo? Quem sabe um breve rodeio pela confusão alheia não acabará esclarecendo um pouco a confusão local? Semanas atrás, a TV educativa estatal americana PBS, fazendo eco a uma declaração conjunta de 67 sociedades científicas, proclamou que "praticamente todos os cientistas do mundo acreditam na teoria da evolução". Poucos dias depois, seiscentos cientistas, pertencentes a essas sociedades e a outras tantas, divulgaram um manifesto dizendo que não acreditavam nessa teoria de maneira alguma. O debate, evidentemente, já não é mais científico: é político, é ideológico. Carl Schmitt definia o reino da política como aquele campo de conflitos em que nenhuma arbitragem racional é possível, só restando a cada um dos contendores reunir os "amigos" contra os "inimigos". O número de partidários de cada corrente e a manifesta inexistência de critérios de arbitragem aceitos por ambos os lados mostram que a disputa de evolucionistas e anti-evolucionistas é política, nada mais que política. No confronto, a vantagem institucional está com os primeiros. Eles dominam a maior parte dos órgãos de pesquisa e ensino, têm o apoio dos governos e o respaldo da grande mídia. Os segundos, em minoria, têm uma militância mais ativa e vêm logrando abrir espaços que, trinta anos atrás, pareciam definitivamente conquistados pelo adversário. Mas ainda estão longe de obter o que mais querem: que suas objeções sejam ensinadas nas escolas, junto com os argumentos evolucionistas. Se a evolução fosse uma teoria científica, seu próprio ensino abrangeria necessariamente o estudo dessas objeções. Mas os evolucionistas não se contentam com isso: querem que sua doutrina seja universalmente proclamada um "fato", uma verdade terminal cuja contestação, em nada ajudando o progresso do conhecimento, deve ser suprimida como uma provocação intolerável, uma heresia, um crime. Intelectualmente, os anti-evolucionistas têm um trunfo notável. Ao contrário do que sucede na arte militar, onde a batalha defensiva é mais fácil do que a ofensiva, nos confrontos de doutrinas o atacante entra em campo com vantagem: contra qualquer teoria que pretenda ter autoridade explicativa universal, um único exemplum in contrarium, devidamente confirmado, é de uma força explosiva ilimitada – e contra o evolucionismo esses exemplos são tantos quantas as formas intermediárias, infinitas em princípio, faltantes para provar a evolução contínua de uma única espécie animal. Durante quase um século o evolucionismo conseguiu escapar dessa dificuldade letal por meio de dois expedientes: forjar criaturas intermediárias, vendendo-as como provas científicas, e alegar a inexistência de teorias concorrentes. Mas, com o primeiro desses truques, expôs-se ao ridículo, e com o segundo atraiu inevitavelmente a objeção de que o

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desconhecimento da verdade não é um argumento válido em favor da mentira. Enquanto se mantiveram numa posição puramente crítica, os inimigos do evolucionismo podiam se considerar intelectualmente invencíveis, mas isso não os satisfazia, porque a crítica não tem sobre a psicologia das massas o poder sugestivo que têm as crenças afirmativas, mesmo falsas. Enquanto o anti-evolucionismo se refugiava na torre-demarfim das superioridades incompreendidas, seu adversário, incapaz de fornecer em seu próprio favor senão indícios que eram invariavelmente impugnados por outros indícios, conseguia no entanto um sucesso estrondoso como "concepção do mundo", como mito fundador do moderno Estado leigo – seja comunista ou democrático. À medida que dinossauros e antropóides emergiam dos livros de paleontologia para os filmes de ficção científica, a imaginação popular tornou-se decisivamente "evolucionista", e tanto mais satisfeita com a sua visão mitológica quanto mais persuadida de falar em nome da "ciência" e não da mera "fé" (no sentido mais vulgar e estereotipado destes termos). Um dia, cansados de buscar no isolamento um abrigo contra os risos fáceis do populacho, os antievolucionistas decidiram trocar a certeza intelectual da crítica pela construção de um mito científico reativo, que hoje opõem ao evolucionismo sob o título de "design inteligente". Segundo essa doutrina, o universo é coerente e harmônico demais para ter-se formado pela mera conjunção fortuita de causas físicas: deve haver uma intenção, um propósito consciente por trás de tudo. Tanto quanto o próprio evolucionismo, o design inteligente não é uma teoria científica: é uma concepção do mundo, que mistura a elementos de argumentação científica requintada o atrativo nostálgico da fé religiosa, do mesmo modo que o evolucionismo mistura pedaços de boa ciência com o apelo quase irresistível do ódio anti-religioso, portador de ofertas sedutoras como a liberação sexual, o casamento gay, a satisfação de todas as exigências do feminismo enragé e a distribuição estatal de drogas para os aficionados. Quando Darwin ainda não existia nem como espermatozóide, Immanuel Kant já havia notado que toda teoria evolutiva das espécies animais esbarraria no problema das séries infinitas, insolúvel por definição. Os evolucionistas não perceberam isso até hoje, mas não estão nem aí. Para o seu nível de exigência intelectual, esse problema é demasiado "metafísico". Não por coincidência, a doutrina de seus adversários também tropeça num problema "metafísico" para o qual eles não estão nem ligando. É que nenhuma coleta de indícios físicos, por mais vasta e meticulosa, pode provar a existência de um "sentido" por trás do que quer que seja. Se existe um Deus criador infinitamente perfeito, bondoso e inteligente, Ele não pode ter transmitido à criação senão uma parcela ínfima das Suas perfeições: o exame do tecido do cosmos reve-

lará sempre tantos indícios de ordem e harmonia quanto de desordem e absurdidade. Ainda que os primeiros sejam, em princípio, superiores em número, a prova final disso requereria o conhecimento quantitativo integral de todos os fatos cósmicos sem exceção. O "significado" está sempre para além da estrutura material do significante. Se isso acontece na linguagem humana, não há razão para que seja diferente na linguagem divina. O significado de um livro, por exemplo, não pode ser alcançado pela análise físico-química do papel e da tinta, pela medição do seu formato ou pelo desenho geométrico das letras. Ele não está "no" livro: está na mente do autor e do leitor, unidos pela posse comum de procedimentos de codificação e decodificação. O sentido é, por definição, "transcendente". Não pode ser apreendido pelo conhecimento anatômico, fisiológico ou fí-

Criando seu próprio mito científico, os críticos do evolucionismo abdicaram da autoridade intelectual para poder concorrer com o adversário no seu próprio terreno. Não resta dúvida de que com isso conseguiram espaço na mídia, atenção de governos e algumas vitórias judiciais modestas mas promissoras. Se isso ajudar a quebrar a carapaça dogmática de uma doutrina que pretende continuar científica sem admitir discussão científica, o resultado pode ser proveitoso. Mas, se for para reduzir o sentido do cosmos a um elemento do próprio cosmos, então o efeito último da empreitada será levar a humanidade para mais longe de Deus do que jamais poderia levá-la o materialismo puro e simples. Proclamar a divindade da imanência seria encerrar definitivamente a humanidade na prisão cósmica, seria fechar a porta dos céus. A seriedade aparente do debate

Quando Darwin ainda não existia nem como espermatozóide, Kant já havia notado que toda teoria evolutiva das espécies animais esbarraria no problema das séries infinitas, insolúvel por definição. sico-químico da imanência. O significado do cosmos está para além do cosmos, para além do espaço e do tempo. Longe de poder ser demonstrado pela ordem racional da natureza ou da história, ele tem de ser pressuposto para que a idéia mesma dessa ordem racional se torne pensável. O filosofo americano Glenn Hughes, nesse livro maravilhoso que é Transcendence and History (University of Missouri Press, 2003), observa que, sem a idéia de um Deus transcendente, a própria concepção de uma unidade da espécie humana – para não falar da unidade da história – seria inalcançável por falta de um molde superior unificante. O curso integral da história não pode provar ou desprovar Deus, mas sem Deus não teríamos a visão de um curso integral da história. O design inteligente não pode provar Deus porque Deus não pode ser espremido para dentro do corpo imanente do cosmos. Por mais sinais da Sua presença que se observem no universo, eles nunca provarão nada, pela simples razão de que estarão sempre misturados a sinais da Sua ausência e incomensurabilidade. Sto. Tomás já havia observado que a relação entre o conhecimento do mundo e o conhecimento de Deus não é lógica, mas analógica. A analogia é uma síntese ordenada de semelhanças e diferenças. Para que o design inteligente provasse Deus, seria preciso que as semelhanças engolissem as diferenças. O céu e a terra podem "celebrar" a glória de Deus, mas não podem contê-la em si materialmente ao ponto de tornar possível prová-la em laboratório.

entre os evolucionistas e os adeptos do design inteligente revela, na intelectualidade acadêmica mundial – para não falar da mídia "cultural" –, uma assustadora incapacidade para a análise filosófica e uma confiança excessiva na autoridade da "ciência" como árbitro final de todas as disputas humanas. Que é uma "ciência", afinal? É um esforço contínuo e sistemático de reduzir a uns quantos princípios explicativos comuns, por meio de procedimentos de verificação consensualmente admitidos, os fenômenos observados dentro de um campo de realidade recortado segundo o que, de início – e antes de que se pudesse ter qualquer prova disso –, parecia ser a esfera de validade possível desses mesmos princípios. Resultado: quando a observação empírica não confirma os princípios, quase nunca se pode estar seguro de que não virão a fazê-lo amanhã ou depois; quando confirma, é muito difícil garantir que o campo não foi recortado de propósito para produzir artificialmente esse efeito. Na melhor das hipóteses, uma boa descoberta científica é um meio-termo sensato entre uma aposta no escuro e uma profecia auto-realizável. Buscar esse meio-termo é um desafio que está acima das forças de qualquer ciência em particular e transcende os limites de toda "metodologia científica" usual. Depende inteiramente da análise filosófica, para a qual a maioria dos cientistas de ofício não recebe qualquer treinamento apreciável. Sem o filtro dessa análise, a "ciência" não é uma atividade intelectualmente muito séria. Com ele, ela é freqüentemente obrigada

a admitir que seu trabalho consiste num estudo cada vez mais preciso de objetos cada vez mais hipotéticos, evanescentes e inapreensíveis. Se pessoas dedicadas a um empreendimento tão incerto aparecem de repente enrijecidas em suas posições e inflamadas em suas crenças como se fossem teólogos medievais a disparar anátemas recíprocos, isso se explica pela mesma causa psicológica que incendiava as disputas medievais. Um teólogo do século XII, como um cientista de hoje, não era um simples buscador de conhecimento: era ao mesmo tempo o representante do establishment, do poder cultural supremo. O poder não discute, não dialetiza: afirma e dá ordens. Dizer que ele reprime as contradições é pouco: ele nega a existência delas. Seu ideal é tornarse indiscernível da estrutura da realidade, personificar a força do inevitável, a lei da natureza ou a vontade de Deus. Quando o homem incumbido disso é um intelectual, um letrado, logo ele se vê prisioneiro de um conflito interior dilacerante. De um lado, a consciência que ele tem das ambigüidades, das contradições, das perguntas insolúveis. De outro, a necessidade de fingir em público uma certeza inabalável. O dilema é geralmente resolvido pelo expediente neurotizante de exagerar histericamente a ostentação de certeza. Teólogos defendendo aos gritos hipóteses que só poderiam ser confirmadas por uma nova revelação divina faziam exatamente o mesmo que os zelotes evolucionistas fazem hoje, ao demitir da profissão acadêmica o adversário propugnador de uma objeção para a qual sabem perfeitamente que não têm nenhuma resposta definitiva. Transpondo o debate da esfera racional para as decisões de autoridade, encontram uma solução política para um problema que, na origem, era intelectual e científico. A brutalidade crescente das proclamações dogmáticas evolucionistas não é mera coincidência: ela vem junto com a instauração progressiva de uma Nova Ordem global cujo discurso legitimador é eminentemente de ordem "científica". Prepotência globalista e autoritarismo científico são uma só e mesma coisa. A pretensão ao poder mundial absoluto tem de passar pelo desafio preliminar de dar à profissão científica uma autoridade final comparável à dos concílios. Por exemplo, é preciso impor à população a mentira idiota de que a falta de provas científicas de alguma coisa é prova cabal da inexistência dessa coisa. Esse preceito, para se sustentar de pé, exige a anuência geral a dois axiomas psicóticos: (1) a ciência já sabe tudo; (2) nada do que ela vier a descobrir amanhã pode impugnar o que ela diz hoje. A autoridade da ciência para afirmar a inexistência do que ela desconhece baseia-se na negação radical do próprio conceito de ciência, mas isso não impede que o apelo a essa autoridade tenha, na perspectiva do establishment global, uma validade jurídica inapelável. Quando um sujeito vai para a cadeia por ter dito que o homossexualismo é doença, a lei que o pune é inteiramente baseada no pressuposto de

que, não havendo provas científicas do que ele diz, ele não tem o direito de conjeturar em voz alta que essas provas possam vir a ser encontradas amanhã ou depois. A situação torna-se ainda mais desesperadoramente absurda quando a autoridade da ignorância científica é alegada como prova de algo que, por definição, está excluído do campo de investigação dessa mesma ciência. A embriologia, por exemplo, confessa não ter como distinguir entre um feto humano e um feto de chimpanzé aos três meses de gestação. Isso prova uma limitação da ciência embriológica, e não do potencial que homens e chimpanzés, já desde o início da gestação, têm para continuar a desenvolver-se e diferenciar-se depois de encerrado o processo embriológico, isto é, depois de saírem da alçada da embriologia. Não obstante, a autoridade da embriologia é usada como prova de que abortar um feto humano até os três meses não é mais grave do que fazer o mesmo com um macaquinho da mesma idade – com a diferença de que provocar o aborto de um macaquinho dá cadeia, sem que se possa alegar nem mesmo que ele é um feto humano de três meses, descartável como uma camisinha usada. Mutatis mutandis, a antropologia exclui do seu campo o estudo das diferenças de valor entre as várias culturas, mas sua autoridade é em seguida usada pelos relativistas e multiculturalistas como prova de que essas diferenças não existem. Em suma: cada ciência fica tanto mais habilitada a emitir sentenças finais no debate público quanto mais o assunto do debate é alheio ao seu domínio de estudos. Entre os anos 20 e 60 do século XX, as discussões entre evolucionistas e anti-evolucionistas eram polidas como qualquer outra discussão acadêmica, contrastando com as inflamadas disputas científico-teológicas oitocentistas. A Nova Ordem mundial, na sua ambição de suprimir as tradições religiosas ou subjugá-las a uma nova religião de cunho gnóstico improvisada por planejadores sociais, adotou o evolucionismo como uma de suas principais armas de ataque. Daí que o debate, subitamente politizado, tenha se tornado ainda mais feroz do que era no século XIX. Mas nem tudo é ordem e coerência no projeto globalista. Sua afeição nominal ao compromisso democrático dá margem a que os inimigos do evolucionismo também se organizem politicamente para impor a vigência do seu próprio mito. A luta formidável dos poderes mitológicos repete a imagem bíblica de Leviatã e Behemoth, o crocodilo da rebelião que se agita no fundo das águas e o hipopótamo da ordem divina que o esmaga sob seus pés. Na Bíblia, Deus aponta de longe as duas criaturas ao perplexo Jó, advertindo-lhe que ambos são monstros temíveis. Se confinado no interior da alma, o conflito espiritual poderia levar à sabedoria. Materializado sob a forma dos poderes políticos que se entrechocam no cenário da história, torna-se fonte de sofrimento e obscuridade sem fim.


segunda-feira, 26 de junho de 2006

Tr i b u t o s Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Hoje está sobrando moeda forte no País. Guido Mantega, ministro da Fazenda

MINERAÇÃO CRESCE COMDEMANDA DA CHINA

Pablo de Souza/Luz – 30/8/05

BANCOS DISPUTAM CONTAS DE FUNCIONÁRIOS DO ESTADO O Santander Banespa adota campanha agressiva e milionária para fidelizar os funcionários públicos que, a partir de 1º de janeiro de 2007, passarão a receber seus salários no concorrente Nossa Caixa. Carlos Monteiro, presidente da Nossa Caixa: banco quer ser o único para os clientes que chegam em janeiro

em especial o imobiliário. Um excelente negócio, portanto, se pudesse durar para sempre. Acontece que, na transferência do controle do Banespa para uma instituição privada, o governo federal, para agregar mais valor ao banco estatal, preparou um edital de venda que previa a manutenção do pagamento do salário desses funcionários no banco recémprivatizado por sete anos, contados da venda da instituição. O prazo vence em dezembro deste ano. Mas para o banco do grupo espanhol, o revés veio no ano passado, quando um decreto do governo determinou que, na virada de 2006, a folha de pagamento dos funcionários do estado passe a ser 100% administrada pela Nossa Caixa. É essa a pedra que entrou no sapato do Santander. Fidelização – Definida a questão de quem tomará conta da folha salarial, resta aos dois bancos brigar pela fidelização dos funcionários públicos. O Santander Banespa tem o desafio de convencer seus atuais clientes a manterem seus depósitos e aplicações na instituição, mesmo tendo seus salários pagos no concorrente. "Não espero reter 100% desses clientes, mas temos feito um

esforço muito grande para mostrar que a história do Banespa tem tudo a ver com a história do servidor estadual. Conhecemos esses clientes como nenhum outro banco. Aqui, eles têm canais de atendimento específicos, vantagens nas

AÇÕES Grandes empresas em alta na bolsa

O

mercado de renda variável brasileiro aguarda os impactos dos ajuste nas bolsas mundiais. O consenso entre os analistas é de que novos aumentos nos juros dos Estados Unidos provocarão mais uma rodada de volatilidade, o que já assusta os investidores brasileiros, principalmente os de pequeno e médio portes. Nesse cenário, a dica dos consultores é a pulverização dos investimentos em fundos com ações de empresas consideradas mais sólidas e "seguras". Papéis dos setores de mineração, metalurgia, energia e financeiro são vistos como uma boa opção, tanto no médio como no curto prazos, por causa de sua ligação direta com as maiores empresas estatais e privadas brasileiras. No caso do setor de energia, o consultor financeiro Marco Soares indica os papéis da Petrobras. Soares afirmou que a empresa adotou uma estratégia de expandir suas atividades no exterior, que não foi afetada pela crise da estatização do gás natural boliviano. No Brasil, a estatal disputa diretamente com grandes distribuidoras americanas e européias.

Outro ponto favorável à compra dos papéis da empresa foi o lucro líquido registrado nos primeiros três meses deste ano: R$ 6,68 bilhões, com aumento de 33% em relação a igual período do ano passado. Para o exercício de 2006, segundo Soares, a expectativa é de que a empresa tenha um resultado líquido de R$ 35 bilhões. "Esses números, somados aos investimentos na bacia de Santos, colocam a Petrobras como uma boa opção em um cenário conturbado para o mercado de renda variável." Vale — Entre as mineradoras, o destaque fica com a Companhia Vale do Rio Doce. Sua posição tem como fator determinante a parcela de 24% no mercado mundial. Analistas citam o forte crescimento das receitas da Vale. O destaque fica por conta das exportações de minério de ferro, pois a alta demanda do produto nas economias desenvolvidas e em desenvolvimento, como a China e a Índia, impulsionou os negócios da companhia. Olhando para um cenário de curto prazo, analistas indicam os papéis do Bradesco. Os pontos positivos do banco são a grande participação na con-

cessão de crédito e a presença em todo o País por meio do Banco Postal, que aumenta a base de clientes. "A estratégia de crescimento por meio de aquisições, como as dos bancos Cidade, BBV, do Estado do Maranhão e da financeira Zogbi, coloca o Bradesco como uma boa opção de compra." Davi Franzon

concessões de serviços, além de juros menores na compra de vários produtos", diz Carmen Martinez Briongos, superintendente-executiva do Santander. Segundo ela, 860 mil servidores públicos clientes são alvo do Programa Amigo. Mas

quando o assunto é a briga com a Nossa Caixa o banco diz que não se manifesta a respeito. Já a Nossa Caixa precisa evitar que os funcionários públicos que terão seus salários pagos na instituição a partir de janeiro, estimados pelo banco em 620 mil, se transformem em clientes de um dia só no mês – o dia do recebimento de seus salários Terá de convencê-los a manter o dinheiro na instituição, seja na forma de conta corrente ou de investimentos. "Fizemos uma pesquisa que mostrou que a maioria das pessoas tem um único banco. Assim, vamos trabalhar para que esses clientes que chegarão em 2007 façam da Nossa Caixa seu único banco, ou ao menos seu principal banco", diz Carlos Eduardo Monteiro, presidente da Nossa Caixa. Ganho – A incorporação dessas contas dá à Nossa Caixa a oportunidade de dobrar sua carteira de crédito, na avaliação do economista Alberto Mathias, presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad). Especialmente no crédito consignado. Hoje, o valor médio desse empréstimo feito pelo banco a funcionários públicos é de R$ 4,5 mil. Se a instituição do

governo do estado conseguir emprestar esse valor a todos os 620 mil novos clientes estimados pelo banco, isso representaria um acréscimo de R$ 2 bilhões em crédito para o banco. Segundo Carlos Monteiro, a migração representará um acréscimo de 12% na carteira de clientes da Nossa Caixa. No primeiro trimestre de 2006, a Nossa Caixa teve uma receita de R$ 814 milhões com operações de crédito. O Santander, R$ 632 milhões. O banco estadual registrou no período R$ 1,7 bilhão em depósitos à vista; o do grupo espanhol, R$ 2,8 bilhões. O banco presidido por Carlos Monteiro tem patrimônio de R$ 2,5 bilhões, enquanto o administrado por Gabriel Jaramillo, presidente do Santander Banespa no Brasil, R$ 5,4 bilhões. A briga tem tudo para ser acirrada. E aí entram os aspectos positivos dessa disputa: as vantagens que os funcionários públicos ganham. Para atraí-los, Santander e Nossa Caixa ampliaram os prazos dos empréstimos, baixaram juros do crédito e reduziram ou isentaram esses clientes das taxas pagas por quem não é funcionário do Estado. Roseli Lopes

Mantega: turbulências só até agosto

O

ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na última sextafeira que as turbulências nos mercados internacionais, decorrentes das incertezas quanto ao rumo das taxas de juros nos Estados Unidos, permanecerão no máximo até o próximo mês de agosto. De acordo com ele, o Brasil nunca esteve tão bem preparado para lidar com momentos de crise no cenário externo, repetindo um discurso que tem sido comum entre os integrantes da equipe econômica. "O Brasil hoje está demonstrando uma grande capacidade de resistência à turbulência internacional. É uma situação inédita no País", afirmou Mantega em entrevista depois de palestra em evento sobre tecnologia no setor bancário.

Os mercados financeiros globais estão ariscos desde meados de maio diante da possibilidade de que o aperto monetário nos Estados Unidos seja maior e mais prolongado do que o esperado. Juros maiores na maior economia do mundo reduzem a atratividade de in-

vestimentos em emergentes. "Hoje produzimos superávit comercial e saldo positivo em transações correntes. Isso significa que está sobrando moeda forte no País. E quando há um período de turbulência, sofrem mais os países que têm falta de dólar." (Reuters)

Factoring

DC

A

té o próximo mês de outubro, o Santander Banespa, do g ru p o e s p a n h o l Santander, terá distribuído, por sorteio, 46 carros zero-quilômetro que custarão ao banco algo em torno de R$ 1,4 milhão, mais 24 aparelhos de DVD entre seus clientes funcionários públicos do Estado de São Paulo. Em setembro, também premiará esses mesmos clientes, igualmente por sorteio, com uma casa no valor de R$ 50 mil e ainda, no mês seguinte, com R$ 24 mil na forma de um título de previdência privada. Tudo como parte do Programa Amigo, uma ação milionária que descortina a briga da instituição com a Nossa Caixa, banco do governo paulista, pela fidelidade do cliente funcionário público estadual. Quando o Banespa foi comprado pelo Santander, em 2000, o grupo espanhol levou para casa uma boa fatia da folha de pagamento dos funcionários públicos do estado, ativos e inativos. Um cliente ideal, considerando-se que dificilmente perde o emprego e tem uma renda mensal significativa para compra de produtos financeiros estratégicos para os bancos, como o crédito,

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de junho de 2006

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Política

Nunca vendi esperança para entregar ilusões. Nunca mudei de lado nem de cara. José Serra

O PARTIDO AINDA QUER NEGOCIAR UM NOME PARA COMPOR A CHAPA, DE PREFERÊNCIA ALGUÉM DO PMDB.

PSDB CONFIRMA SERRA. SEM O VICE. Evelson de Freitas / AE

IRONIAS Eles (o presidente Lula e o PT) ficam cacarejando sobre os ovos dos outros. Fernando Henrique Cardoso

Tiroteio: depois de consagrar a candidatura de Serra, convencionais concentraram o fogo no governo Lula. Evelson de Freitas / AE

N

a quinta conven- é preciso saber governar e ter ção estadual do experiência para isso. São PauPSDB de São Pau- lo não é um brinquedo para lo, ontem, marca- amadores. Um governador de da por fortes críticas ao gover- São Paulo não pode querer peno do presidente Luiz Inácio gar carona, nem andar na gaLula da Silva, foi oficializada a rupa de ninguém. Não é, nem candidatura de José Serra ao pode ser, nem aprendiz nem governo de São Paulo com pau-mandado", disse, sendo 99,36% dos votos (2.166). O interrompido por aplausos. partido porém, não definiu Na seqüência, afirmou que quem será o vice de Serra e de- os discursos políticos do PT secidiu prosseguir nas negocia- riam falsos e fantasiosos. "Os ções em busca de um nome de petistas, os vestais do templo outro partido. Os tucanos da moralidade, se defendem p re t e n d e m i n s i s t i r c o m o das acusações dizendo que toPMDB, que lançou no sábado dos os políticos são iguais. Isso a c a n d i d a t u r a d e O re s t e s é tão falso como uma nota de Quércia para o Estado. Os três reais. Nunca confundimos partidos têm até o dia 30 para governo e partido. Nossa escafechar as chapas. la de valores é outra", disse o Em 57 minutos seguidos de candidato tucano. discursos, as principais lideInimigo – De acordo com o ranças tucanos se revezaram candidato ao governo estano palco montado na Assem- dual, o PSDB não adota a políbléia Legislativa de São Paulo tica de eliminação do inimigo. para atacar o governo Lula. "Nós vamos nos defender ataSerra e Geraldo Alckmin, o cando, mas nossa arma é o voto candidato à Presidência da Re- popular", disse, voltando a respública, e o ex-presidente Fer- saltar que rejeita o uso da mánando Henrique Cardoso des- quina pública, o desmando, a tacaram as denúncias de cor- desonestidade e a corrupção. rupção no goverPara Serra, o no federal. que o Brasil ne"A atual polític e s s i t a n o m oca é atrasada mento é de uma porque tem uma Não existe Fundeb, política nacional visão patrimode desenvolviassim como não existe mento. A intennialista", disse Alckmin referin- a transposição do rio ção do candidado-se a progra- São Francisco, o Fome to, se chegar ao m a s d e s a ú d e , Zero e tantos outros. governo, é a criar educação e de as- O que existe é mentira uma agência de sistência social. desenvolvimen"Não existe Fun- reiterada. E aprendi to para impulsiodeb, assim como com o meu pai n a r o i n v e s t in ã o e x i s t e a que mentira tem mento privado. transposição do perna curta. "O Brasil não porio São Francisde ser competitiGeraldo Alckmin vo sem ter um Esco, o Fome Zero e tantos outros. O tado de São Pauque existe é mentira reiterada. lo robusto", disse. Ele também E aprendi com o meu pai que propôs um "alívio" nos imposmentira tem perna curta e esse tos, como forma de elevar a arpartido (o PT) que se dizia pro- recadação e contribuir para a gressista é atrasado nos so- criação de mais empregos. nhos, nos métodos. Seu maior Ao final, Serra disse que a diatraso é de natureza política." ferença entre PT e PSDB é que o Promessas – Estrela do dia, tucano, pássaro símbolo do José Serra separou parte do seu partido, "não gosta de lama". E discurso de quase 30 minutos arrematou com a comparação: para fazer promessas de cam- "O tucano voa e sempre está panha. Disse que, se eleito, vai próximo do amarelo das flores buscar a redução de impostos e do azul do céu, que são as coestaduais e priorizar as áreas res do nosso partido." Participaram também do da Educação e da Segurança no seu governo. evento, que coincidiu com o Serra seguiu a mesma linha aniversário de 18 anos do dos outros tucanos, destacan- PSDB, o governador Claudio do em seu discurso a falta de Lembo e o prefeito Gilberto coerência do governo Lula em Kassab, ambos do PFL. Serra, relação aos ideais do passado e Alckmin e o ex-presidente Ferao que vem fazendo. "Nunca nando Henrique Cardoso chevendi esperança para entregar garam juntos ao prédio da Asilusões. Nunca mudei de lado, sembléia cercados por segunem de cara. Dizem que tenho ranças e por uma claque moncara feia, mal-humorada, mas tada pelo partido. Houve tenho uma cara só", enfatizou. confusão e empurra-empurra Sem citar seu principal ad- quando os três subiram ao palversário - o candidato do PT ao co, com casos de pessoas emPalácio dos Bandeirantes, purradas contra a parede. À Aloizio Mercadante -, o ex- exceção do ex-governador, prefeito afirmou: "Para gover- que respondeu à algumas pernar São Paulo não é preciso guntas, Serra e FHC deixaram apenas achar que pode gover- o local e só falaram mais tarde nar. É preciso ganhar a eleição, com a imprensa.(Agências)

FHC, na chegada da reunião tucana: sem medo de comparações de gestões.

O

ex-presidente Fernando Henrique Card o s o a p ro v e i t o u a convenção estadual do partido para retomar as duras críticas ao PT e ao presidente Lula que vêm sendo feitas pelo PSDB durante a campanha. Ele chamou o governo Lula de "corrupto" e "incompetente" e insinuou que suas obras e sua gestão estão sendo claramente copiadas. "Eles (Lula e o PT) ficam cacarejando sobre os ovos dos outros", ironizou Fernando Henrique, em sua crítica. FHC disse não temer uma comparação entre suas duas gestões à frente do Palácio do Planalto e o primeiro mandato de Lula. De acordo com ele, o governo atual só ganharia num ponto: "Há muita corrupção e escândalos". " Eg oc en tr is mo " – Sempre em tom de ironia, o ex-presidente disse esperar uma resposta dos eleitores para o "egocentrismo" de Lula. "A esperança foi corroída pelo cupim da corrupção, dos escândalos e da afronta à democracia", afirmou. "E (também) por esse 'Eu, eu, eu'... Vamos ver o que vai acontecer com esse 'eu, eu, eu' nas urnas." O ex-presidente disse ainda

que seu sucessor fala muito e atua pouco. "Chega de basófia, chega de garganta, que esse presidente fala muito, mas quando tem que fazer, deixa para os outros", atacou. Na comparação entre as duas gestões, o ex-presidente ressaltou a promessa de Lula durante a campanha à Presidência, de criar dez milhões de empregos. Segundo Fernando Henrique, foram criados quatro milhões e, a maioria, na informalidade. Ele ressaltou que a taxa de 10% do desemprego não foi reduzida. "E na Saúde?", perguntou, respondendo que nada foi feito, só tendo sido observado escândalos e acusações de desvios por parte dos integrantes do governo. FHC ironizou, ainda, o fato de ninguém saber o nome do atual ministro da Saúde, "nem mesmo Lula", referindo-se a José Agenor Álvares da Silva. O ex-presidente comentou ainda que os programas sociais, que apenas aliviam a pobreza, deverão ser mantidos, mas que Geraldo Alckmin, como presidente vai erradicar a pobreza. "Chega de garganta. O Lula tem garganta. Sabe falar, mas não fazer", finalizou. (Agências)


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de junho de 2006

A categoria trabalha 56 horas semanais. A média do País são 44 horas. Ricardo Patah, sindicalista

PROPOSTA PROÍBE ABERTURA EM FERIADOS

CENTRAIS SINDICAIS ENCAMINHAM AO MINISTÉRIO DO TRABALHO PROPOSTA QUE VALERÁ EM TODO O PAÍS

COMÉRCIO AOS DOMINGOS AMEAÇADO

C

entrais sindicais en- ciais aos domingos existe des- partamento de saúde mental caminharam ao Mi- de 1997, quando medidas pro- do sindicato no ano passado. nistério do Trabalho visórias foram editadas autoriEm São Paulo, a lei municiproposta que pode zando essa prática. Em 2001, o pal nº 13.473 permitiu a abertutornar obrigatória a realização apanhado das MPs publicadas ra das lojas aos domingos mede convenções anuais para de- até então foi convertido na Lei diante acordo entre empregacidir se os estabelecimentos 10.101. Embora essa lei esteja dos e empresas. Foi decidida a comerciais abrirão ou não aos atrelada às legislações traba- abertura do comércio, com a domingos. A proposta foi en- lhistas, representantes dos co- garantia ao funcionário do dicaminhada como uma suges- merciários dizem que o que é reito de receber R$ 15 por horatão de Medida Provisória para determinado por ela não livra extra. A exemplo do texto ena Lei Federal nº 10.101, que ho- os trabalhadores do setor de viado para Brasília, em São je garante a abertura do comér- jornadas semanais excessivas. Paulo o funcionário pode ser "Só em grandes cidades são convocado para trabalhar socio aos domingos mantendo a observância de leis trabalhis- respeitados acordos entre pa- mente em dois domingos por tas e municipais. Sindicalistas trões e empregados. É preciso mês, tendo o direito de descanso ao longo da querem evitar abusos na carga semana. "O problema é horária semanal de trabalho dos que, sem a obrigatoriedade das comerciários. O documento convenções, propõe que a hora propostas como trabalhada no doessas não pasmingo deve ser sam nos legislaremunerada com, tivos de todas as no mínimo, 100% cidades", diz do pago pela hora Nilton Neco, trabalhada em presidente do Sindicato dos dias normais. Fica estabelecido Comerciários de Porto Alegre. a i n d a q u e c a d a Integrantes do Ministério do Trabalho receberam a proposta comerciário deve Para o diretor trabalhar no máximo dois do- humanizar o trabalho. Nossa do Instituto de Economia Gasmingos por mês, tendo a ga- categoria já trabalha 56 horas tão Vidigal, da Associação Corantia de repouso semanal semanais, quando a média do mercial de São Paulo (ACSP), compensatório. Se a medida País é de 44 horas por semana", Marcel Solimeo, o trabalhador for aprovada, fica proibida, afirma Ricardo Patah, presi- tem de ter a carga horária de incondicionalmente, a aber- dente do Sindicato dos Comer- trabalho respeitada e ter o ditura do varejo e atacado em ciários de São Paulo. reito de receber os benefícios feriados. O descumprimento Excesso – O excesso de carga adicionais e horas-extras. Mas de quaisquer um dos pontos horária, segundo José Alves fechar as lojas aos domingos m e n c i o n a d o s a c a r r e t a r á Paixão, presidente do Sindica- pode trazer prejuízos econômulta de R$ 10 mil. to dos Comerciários de Belo micos para as empresas e tamA polêmica sobre a abertura Horizonte, levou 5,4 mil profis- bém para os profissionais. Renato Carbonari Ibelli dos estabelecimentos comer- sionais a fazer exames no de-

Fotos: Andrea Felizolla/LUZ

Cerca de 300 sindicalistas participaram de debate sobre a regulamentação do trabalho aos domingos

A loja By Design (à esq.), que fica na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, registrou queda nas vendas de 15% em relação ao ano passado

Só promoções salvam moveleiros

P

or conta das fracas vendas das lojas especializadas em móveis, muitas delas optaram por fazer promoções, mudar o visual ou mesmo manter um relacionamento mais próximo com o cliente. Descontos consideráveis pipocam aqui e ali, mas o consumidor ainda hesita em comprar. Nas ruas, o clima é de pesquisa, e muitos vendedores esperam, de braços cruzados, o cliente chegar. Em 2004, o setor faturou R$ 12,5 bilhões, soma que caiu para R$ 12 bilhões no ano passado. A expectativa era de que o faturamento aumentasse 15% em 2006, mas, até agora, está ocorrendo justamente o contrário. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), os lucros devem ficar ainda menores. "As pessoas têm comprado muitos eletrodomésticos nas grandes redes e, por isso, não sobra dinheiro para que elas invistam em móveis", afirmou o presidente da Abimóvel, Domingos Sávio Rigoni. Segundo ele, metade dos móveis vendidos no País provêm das grandes redes especializadas: Casas Bahia, Marabraz, Lojas Cem, Ponto Frio, Lojas Colombo e Magazine Luíza. "O consumidor comum já não tem poder aquisitivo para comprar mobiliário de melhor qualidade, então recorre a essas lojas que oferecem preços populares, mas pecam na

D'Oreil: à espera dos clientes

qualidade", disse Rigoni. Um mesmo tipo de armário, sem que se leve em conta o material com que ele foi fabricado, pode ser adquirido nesses grandes magazines por até um quarto do preço oferecido por lojas menores. "Os pequenos comerciantes estão morrendo. Nos últimos três anos, 30% deles fecharam as portas." As promoções se intensificam nas regiões especializadas em decoração, como é o caso da Rua Teodoro Sampaio. "Estamos trocando todo o nosso show room, com descontos de 50% para os fregueses", disse a gerente da Copele, Emília Satto. "E mudando do estilo clássico para o contemporâneo para ver se atraímos novos consumidores." Pelas redondezas, muitos pontos-de-vendas oferecem bons descontos a quem

quer comprar. As promoções de móveis são realizadas o ano todo, mas se acentuam quando as vendas caem. "É uma maneira de tentar salvar nosso faturamento", disse Emília. Os lojistas do setor esperam que as vendas melhorem no segundo semestre, como costuma ocorrer todos os anos. "Até o mês de maio, o consumidor prioriza gastos com férias e material escolar", afirmou Rigoni. "Depois de julho, as vendas tendem a crescer 20%." Preços altos – "Mesmo com os descontos, os preços estão acima das possibilidades do consumidor comum e estamos passeando por aqui em busca de pechinchas", disse o médico Renato Almeida, enquanto fazia pesquisa nas lojas. A Rua Gabriel Monteiro, região de lojas de decoração de luxo, também não tem recebido muitos compradores. "Em comparação com as vendas de 2005, elas caíram 15%", disse a vendedora da By Design, Sandra Correia. "Mas não fazemos promoção como meio de atrair o freguês." Com público da classe AA e AB, a estratégia da loja é enviar malas-diretas aos clientes e participar de eventos da área para anunciar as novidades recém-chegadas do exterior. "Fizemos um grande estoque esperando o cliente chegar, mas isso ainda não aconteceu", disse o proprietário da Armazém, Frederico D’Oreil. Sonaira San Pedro

Hering: franquias aqui e no exterior

A

Cia. Hering, há 126 anos em atividade, aposta nas franquias para expandir sua atuação no mercado nacional. Segundo o superintendente comercial da empresa, Ronaldo Loos, a rede tem uma fila de espera de 60 pessoas interessadas em ter uma franquia da marca. Atualmente, a companhia possui 147 lojas Hering no Brasil, três na Arábia Saudita e dez na América Latina. A marca PUC, pertencente ao grupo,

detém 43 unidades brasileiras e duas na Arábia Saudita. "No segundo semestre deverão ser abertas mais 20 lojas da grife Hering", declara Loos. Para ser proprietário de uma franquia da companhia, o interessado terá de desembolsar entre R$ 100 mil e R$ 500 mil. Apesar de reclamar da concorrência desleal dos produtos da China – que são mais baratos do que os fabricados no Brasil – e da informalidade, Loos diz que o faturamento da

Hering será 25% maior este ano em relação ao resultado de 2005. "Uma prova de que os negócios vão bem é o crescente número de funcionários da empresa. No ano passado, eram 560 trabalhadores. Hoje, já estamos com 800 pessoas", diz o superintendente. No segundo trimestre deste ano, as vendas cresceram 30% em relação a igual período de 2005. "Apostamos no preço justo, aliado à qualidade." Neide Martingo


São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

DCARRO

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MERCADO/AUTOINFORME Pablo de Sousa - 27/04/2006

Civic já é o sétimo no ranking Balanço parcial de junho mostra crescimento do modelo da Honda. O Idea passou na frente do Fit.

s vendas do novo Civic continuam aceleradas. Depois de ficar entre os dez primeiros no ranking de vendas de maio, o carro da Honda surpreende mais uma vez e sobe para o sétimo lugar no balanço da primeira quinzena útil de junho, com a venda de 2.056 unidades. Nessa categoria de sedãs médios, o Vectra continua perdendo terreno. O carro da Chevrolet não consegue manter o bom desempenho da época do lançamento, quando foi líder do segmento, e agora segue atrás também do Toyota Corolla, que está na 12ª posição, com 1.383 unidades. O Vectra vendeu apenas 1.017 e está na 17ª colocação. No topo do ranking, poucas novidades. O Gol segue firme na liderança com o Palio em segundo e o Celta em terceiro. O Fiat Mille ocupa a quarta colocação e o Corsa sedã está em quinto, vindo a seguir o Volkswagen Fox. Outro modelo que vem tendo ótimo desempenho é o C3 da Citroën. Na prévia

A

do mês, o modelo vendeu 1.020 unidades e está em 16º lugar no ranking nacional. Entre os carros novos do mercado, o Fusion é o grande destaque. O carro da Ford somou 546 unidades na primeira quinzena, ficando à frente do Polo sedã, Astra sedã, Focus sedã e Renault Mégane. Por outro lado o SpaceFox vem decepcionando. Com 609 unidades comercializadas no período o modelo não confirma as previsões da Volkswagen e está vendendo menos que a Parati. Outro carro que se destaca é o Idea que pela primeira vez ultrapassou o Honda Fit. O modelo da Fiat totalizou venda de 1.124 unidades, posicionando em 17º lugar. O da montadora japonesa aparece na seqüência, com 1.078. Mercado - O desempenho de vendas do setor automobilístico continua em ritmo forte. Na primeira metade de junho foram comercializados 73.633 carros e comerciais leves, conforme dados do Renavam divulgados pela Fenabrave, resultado

André Penner - 30/09/2005

O Honda Civic continua surpreendendo, assim com o Fiat Idea, que na primeira quinzena de junho vendeu mais que o Fit, da Honda.

1,27% maior que o da primeira quinzena de maio. Em relação ao mesmo período de junho do ano passado, o crescimento é de 8,87%. Como normalmente as vendas dos últimos 15 dias são melhores do que no início do mês, poderemos ter um novo recorde da indústria. Somando o mercado total, com caminhões e ônibus, as montadoras bra-

sileiras venderam 77.574 unidades na primeira quinzena, o que representou alta de 0,58% em relação ao mesmo período de maio e de 8,14% na comparação com os primeiros 15 dias do mesmo mês do ano passado. A participação dos bicombustíveis no mercado de carros e comerciais leves cresceu de 75,8% para 76,7%.


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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de junho de 2006

PETISTAS NEGOCIAM COLIGAÇÃO COM PSB EM SÃO PAULO

CONVENÇÃO CONFIRMA NÁDIA CAMPEÃO COMO VICE DE MERCADANTE

PT E PCdoB, JUNTOS EM SP.

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PT e o PCdoB fecharam a coligação para as eleições ao governo do Estado de São Paulo. O candidato do PT, Aloizio Mercadante, terá como vice na chapa a presidente estadual do PCdoB e ex-secretária de Esportes da capital, Nádia Campeão, segundo aprovação da convenção estadual do partido realizada ontem. O PT já contava com o PL e negocia alianças com o PSB e legendas menores. "A Nádia tem uma longa trajetória política e será a primeira vez que teremos uma mulher na composição da chapa", afirmou Mercadante. "Ela valoriza a participação da mulher na política e é campeã até no nome", brincou. No palanque, o petista salientou que o PT e o PCdoB têm mais de 30 anos de convivência e militância política e que, por isso, a união dos dois partidos será fundamental para a campanha. "O partido tem uma relação estratégica para o PT em todos os momentos", disse. Segundo Nádia, o partido já havia optado por integrar a chapa petista no Estado, mas sem definir um nome. "Com o convi-

Lawrence Bodnar/Diário SP/Agência O Globo

te de Mercadante, a nós só resta aceitar com muita satisfação e muita honra." Ela explicou que sua indicação como vice de Mercadante é importante pela exposição que a legenda ganha na mídia e a conversão disso em votos. "É claro que ser vice dá maior visibilidade. Ajuda na projeção. E o PCdoB busca ficar próximo dos 5% (de votos) exigidos pela cláusula de barreira." Críticas – A tônica da convenção ficou por conta da reeleição de Lula e de duros ataques às gestões tucanas. Até um livreto de 22 páginas foi publicado pelo Comitê Estadual do PCdoB para atacar o PSDB. Sob o título de O retrocesso de São Paulo durante o governo tucano, era vendido por militantes a R$ 2. "São Paulo está cansado destes dois partidos (PSDB e PFL)", disse Mercadante, citando problemas como a crise de segurança. O candidato petista voltou a dizer que dos 12 anos de governo do PSDB em São Paulo (Mário Covas e Geraldo Alckmin), em 10 o Estado apresentou taxas de crescimento inferiores a de outras unidades do País. "São Paulo tem que voltar a ser a locomotiva do Brasil." (AE)

MENSALEIROS

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cusados de envolvimento no mensalão, 11 dos 19 deputados federais ligados ao esquema querem ficar na vida política e vão encarar o julgamento das urnas em outubro. Lançam oficialmente, nos próximos dias, suas candidaturas, após o término das convenções. Dos 19 envolvidos, só três decidiram abandonar a vida pública: Roberto Brant (PFLMG), Carlos Rodrigues (sem partido-RJ) e Wanderval Santos (PL-SP). Três estão impedidos de concorrer até 2015 por terem sido cassados: José Dirceu (PTSP), Roberto Jefferson (PTB-RJ) e Pedro Corrêa (PP-PE). O caso mais peculiar é o de Brant, que entraria na sexta disputa e com chances reais de re-

eleição. Com uma base de 96 mil votos, decidiu desistir da vida política em protesto às acusações. "Passei por processo injusto. Não me vejo mais útil politicamente, pois em toda discussão polêmica que eu entrar vai ter sempre alguém querendo me desqualificar por ser um dos deputados do mensalão." Seu caso é uma exceção. A maior parte dos deputados acusados diz não ter constrangimento em pedir voto. Para os cassados, virar cabo eleitoral foi a única saída. Petistas ligados a Dirceu garantem que ele terá papel intelectual nas campanhas. Jefferson tentará eleger a filha Cristiane Jefferson Brasil, e Corrêa trabalha pela eleição do filho, Fábio Corrêa Neto. (AE)

Nádia Campeão, entre o companheiro de partido Aldo Rebelo e o parceiro de chapa Aloizio Mercandate: 'campeã até no nome'.

LULA QUER MAIS TEMPO NA TV COM APOIO DE PSB E PCdoB Antônio Cruz/ABr

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governo e a p re sid en te vantagem de colarem as suas Luiz Inácio Lula da campanhas na presidencial. Silva trabalha " E s p e ro recom a possibilisolver essa pendade de ganhar dência até terçamais três minutos no seu profeira. Estou tragrama eleitoral Lula: candidatura confirmada. balhando para no rádio e na fazer a coligaTV, pois é quase certo que fará ção", disse Eduardo Campos. coligação com o PSB e o PCdoB. No PCdoB há o mesmo empeNo sábado, depois da conven- nho pela aliança com Lula. ção do PT, em Brasília, Lula fez Programas – Os atuais proapelos aos presidentes dos dois gramas sociais do governo, citapartidos para que apóiem sua dos por Lula em seu primeiro candidatura à reeleição. Ouviu discurso como candidato, serão deles a garantia de que vão se o carro-chefe da campanha. Ele empenhar para fazer aliança. prometeu um novo “superávit Os argumentos do presidente social” e prioridade para a edunão se limitaram ao tempo do cação, mas o programa não terá programa eleitoral. Lula disse novas ações sociais do alcance aos presidentes do PSB, deputa- do Bolsa Família, por exemplo, do Eduardo Campos (PE), e do e a palavra de ordem é aprimoPCdoB, Renato Rabelo, que a rá-las. A maior promessa será a aliança formal teria um sentido de um crescimento econômico simbólico ao agregar à sua cha- maior – embora no Palácio do pa dois partidos da esquerda. E Planalto e no PT o tema seja conprometeu que terão forte in- duzido com cautela, sem fixafluência em seu programa de ção de metas. (Agências)

FORRÓ M

esmo com a perspectiva de vitória de Lula nas próximas eleições, a maioria dos militantes do PT parecia pouco à vontade na festa de encerramento da convenção para o lançamento da candidatura de Lula, na noite de sábado, no Minas Tênis Clube. Os poucos líderes do partido, que ficaram em Brasília para participar do chamado Forró do PT, não escondiam o desânimo de passar a noite de São João na capital do

País e não no Nordeste, onde há uma grande festa. "Preferia estar em Pernambuco. Mas pediram para a gente ficar e eu fiquei", disse o ex-ministro da Saúde Humberto Costa. Candidato ao governo de Pernambuco, Costa, mesmo aborrecido, ensaiou alguns passos, com a senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA), na pista quase vazia. A festa começou por volta das 23h e duas horas depois já estava se esvaziando. (AG)

A DEFINIÇÃO DAS CANDIDATURAS ermina esta semana o prazo para a definição dos candidatos a presidente, governador, senador e deputados, bem como o fechamento das coligações pelos partidos políticos para as eleições que serão realizadas em outubro próximo. A partir de 6 de julho será permitida a realização de comícios e de propaganda eleitoral por meio de alto-falantes ou amplificadores de voz. A publicidade na televisão e no rádio começa em 15 de agosto. A seguir os principais eventos previstos para a semana:

T

Hoje O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de jantar em comemoração aos 50 anos da indústria automobilísG

tica, no clube Monte Líbano, em São Paulo. G O Tribunal Superior Eleitoral realiza audiência pública para rever as regras dos programas eleitorais, financiamento de campanha e calendário das eleições. Amanhã Oito assuntos trancam a pauta da Câmara, quatro medidas provisórias e quatro projetos de lei em regime de urgência. O presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), marcou sessão deliberativa para após o jogo da seleção, às 16h. G Tradicional festa junina para políticos realizada em Brasília pelo senador José Jorge (PFL-PE), candidato a vicepresidente na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB). G

Quarta-feira G O presidente Lula viaja para Contagem, em Minas Gerais, onde participa de evento do Bolsa-Família. Depois, segue para Ouro Branco, no mesmo Estado, para participar da comemoração dos 20 anos da Gerdau Açominas. G O PSB realiza convenção nacional em Brasília para definição de candidaturas e coligações. Deve dar apoio informal ao presidente Lula. G A CPI dos Sanguessugas realiza sua primeira reunião de trabalho, após ser instalada na semana passada. Quinta-feira G O PC do B realiza em Brasília a convenção nacional, quando deve anunciar aliança com a candidatura do presidente Lula.

Sexta-feira Termina o prazo para a definição de candidatos e coligações pelos partidos. G

Na semana O Senado pode votar a medida provisória que eleva o salário mínimo de R$ 300 para R$ 350 e concede o benefício aos aposentados, incluído pela oposição na Câmara. Os senadores governistas da Casa avaliam que será difícil derrubar a concessão do aumento para os aposentados. G O Congresso já pode votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Enquanto não é aprovada, Câmara e Senado não podem entrar em recesso parlamentar. (Reuters) G

São Paulo está cansado destes dois partidos (PSDB e PFL). Aloizio Mercadante

Eymar Mascaro

Abuso de poder

C

omo candidato já validado em convenção, o presidente Lula não poderá continuar usufruindo das benesses do cargo para fazer a campanha à reeleição. O presidente, por exemplo, está impedido por lei de participar de inaugurações de obras, nem pode usar o avião do governo em campanha. Mas, a lei permite que o candidato à reeleição vistorie obras e realizações do governo. Sofismando, Lula diz que não inaugurará obras, mas que continuará viajando para visitar suas realizações, a exemplo do que Fernando Henrique fez em 1998. A oposição, contudo, promete recorrer à Justiça Eleitoral para impedir o petista de usar a máquina do Estado na campanha. Os recursos serão encaminhados ao Tribunal Superior Eleitoral pelos advogados da coligação PSDB/PFL, toda vez que os dois partidos sentirem que Lula descumpriu a legislação.

COMO ESTÁ

ESPERANÇA

Lula foi indicado candidato pelo PT no instante em que lidera as pesquisas. O petista está com 48% de índice de intenção de voto, contra 19% de Geraldo Alckmin, segundo a última pesquisa do Ibope feita para a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Certo, mesmo, o PT só tem acertada uma coligação, com o minúsculo PRB. O partido, no entanto, ainda especula na expectativa de atrair o apoio formal do PSB. Os socialistas marcaram convenção para o dia 28 e já avisaram que desejam apoiar o PT apenas informalmente.

TENDÊNCIA Mas, a previsão é que Alckmin possa reagir até agosto devido ao seu aparecimento nos programas de TV do PSDB e de suas mensagens que serão divulgadas nos programas do PFL. Alckmin acha que pode superar a vantagem de Lula até o início da campanha gratuita na televisão, em 15 de agosto.

ATAQUE Para tirar a diferença que beneficia o candidato do PT, Alckmin precisa reagir sobretudo no Nordeste. É nesta região que Lula leva ampla vantagem. O tucano espera avançar no Nordeste assim que for mais conhecido do eleitor. Há Estados na região em que Alckmin tem 12% de intenção de voto contra 50% do petista.

PREJUDICADO Sem coligações, Lula vai depender quase que exclusivamente do tempo de campanha do PT na televisão. Pelos cálculos atuais, o PRB vai dispor de menos de 1 minuto de campanha no rádio e tevê. É possível que Lula tenha à disposição metade do tempo de TV de Alckmin.

VETO A oposição se prepara para novos ataques a Lula, caso o presidente venha a confirmar a informação de que estaria disposto a vetar o projeto que estende a empregadas domésticas os direitos do FGTS. A palavra de ordem entre opositores é a mesma: sangrar Lula nos seus pontos mais polêmicos.

REAÇÃO Alckmin está sendo aconselhado a reagir também em dois Estados importantes, Rio e Minas. Nos dois centros Lula leva vantagem nas pesquisas. O caso de Minas é preocupante, porque o Estado é governado pelo tucano Aécio Neves, que tem mais de 70% de índice de aprovação.

NA FRENTE As consultas que estão sendo feitas por telefone indicam que Geraldo Alckmin voltou a liderar as pesquisas em São Paulo. Isto é, o tucano recuperou o terreno que havia perdido para o petista. Foi a melhor notícia que o PSDB recebeu na semana.

NEUTRALIDADE O PMDB estadual está anunciando que se manterá neutro em São Paulo, isto é, não faz restrição a nenhum dos presidenciáveis, mas, também, não apóia nenhum deles. O PMDB é um partido que está estruturado em todo o Estado, mas prefere manter a neutralidade.

ACENO PT e PSDB, porém, continuam correndo atrás do apoio dos diretórios estaduais do PMDB. Os peemedebistas não terão candidato a presidente. O partido está rachado entre Lula e Alckmin, como confirma o presidente Michel Temer.

MEXE-MEXE A candidatura de Orestes Quércia ao governo paulista mexe no quadro da sucessão. A primeira dúvida que surge é saber se a eleição de José Serra se dará ainda no 1º turno, como estão prevendo as pesquisas. Acredita-se que com a entrada do peemedebista em cena a decisão fique para o 2º turno.

2º TURNO Está escrito: se não for decidida no 1º turno, a eleição em São Paulo garante antecipadamente a passagem de Serra para o 2º turno. Resta saber quem seria seu adversário. No momento, o 2º colocado nas pesquisas é Aloizio Mercadante, do PT. Quércia acha que tira votos de Serra e que será o adversário do tucano.

PÉ NO CHÃO Mercadante reinicia as viagens pelo interior do Estado, após permanecer na capital cuidando das alianças do partido. O petista agora tem de pensar em dois adversários, porque sua passagem para o 2º turno passa a ser ameaçada pela candidatura de Quércia.


DIÁRIO DO COMÉRCIO Nunca vendi esperança para entregar ilusões. Nunca mudei de lado, nem de cara. Dizem que tenho cara feia, malhumorada, mas tenho uma cara só. José Serra, candidato ao governo paulista, ao criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta convenção estadual do PSDB, realizada ontem em São Paulo.

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

JUNHO

2 -.LOGO

26 Em 1819, a criação da bicicleta é oficialmente registrada, embora modelos primitivos datem de 1790.

C IÊNCIA E M

C A R T A Z

VISUAIS

Brasil fabrica moscas Biofábrica montada na Bahia produz mosca estéril para combater praga da fruta

P

arece até piada de padaria, mas o Brasil está prestes a se tornar um grande produtor de moscas. Pretende até colocar o inseto na pauta de exportações para o próximo ano. A fábrica já está funcionando, em Juazeiro, na Bahia, com uma produção que deverá chegar a 200 milhões de moscas por semana até 2007. E os fruticultores brasileiros não poderiam estar mais felizes com isso. A espécie que está sendo produzida é a Ceratitis capitata, ou mosca do Mediterrâneo, uma das principais pragas da fruticultura no mundo. Ela é a identidade secreta do inoportuno bicho da goiaba – assim

como do bicho da maçã, da uva, do pêssego, da manga e de qualquer outra fruta na qual a mosca consiga depositar seus ovos. A presença das larvas inviabiliza a comercialização, causando grandes prejuízos aos agricultores. Por que, então, produzir ainda mais delas? Trata-se de uma curiosa estratégia de controle biológico. Os insetos (todos machos) produzidos em Juazeiro saem do criadouro com um importante defeito de fabricação: por fora, são idênticos a qualquer outra Ceratitis capitata, mas, por dentro, são completamente estéreis. Quando liberados na natureza, funcionam como verdadeiras "moscas de

Tróia": copulam normalmente com as fêmeas, mas os ovos que são depositados nas frutas não se transformam em larvas. "É como se fosse um inseticida vivo, porque o macho procura naturalmente a fêmea", diz o diretor-presidente da Moscamed Brasil e professor aposentado de genética da Universidade de São Paulo, Aldo Malavasi. A biofábrica, financiada em grande parte pelos Ministérios da Ciência e Tecnologia, Agricultura e Integração Nacional, está em operação desde março, mas ainda aguarda a presença das respectivas autoridades para ser oficialmente inaugurada. A produção atual é de 3 milhões de moscas por semana. (AE)

Ronaldo talvez não seja supersticioso. Por via das dúvidas, decidiu usar até o fim da participação do Brasil na Copa o par de chuteiras amarelas que estreou na vitória contra o Japão. Paulo Amorim/AE

Pinturas do paulista José Antonio da Silva (na foto, auto-retrato). Renot Escritório de Arte. Alameda Ministro da Rocha Azevedo, 1327. Telefone: 3083-5933. Das 11h às 20h. Entrada franca. B RAZIL COM Z

'Tia Petrobras', a imperialista - de nacionalizar as usinas, garante o jornal. E o motivo para isso é a geração de empregos. No total, diz o Miami Herald, o Brasil investiu US$ 15,1 bilhões na América do Sul entre 2004 e 2005, cinco vezes mais do que entre 1994 e 2004. As companhias brasileiras empregam 42 mil pessoas em 48 países. Os especialistas entrevistados pelo jornal dizem que não há ideal nacionalista, nem na Bolívia nem no Equador, que possa competir com a realidade do emprego.

DANÇANDO O VIRA – Portugueses comemoraram nas ruas de Lisboa a vitória da seleção comandada pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari sobre a Holanda, por 1 a 0, neste domingo, em Nuremberg, pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo. Gol foi marcado numa bela jogada de Maniche, que abriu o marcador aos 22 minutos do primeiro tempo.

Ganso, o pai dos pássaros pássaros modernos, viveu há cerca de 110 milhões de anos, na Ásia, e seria o elo perdido na evolução das aves. Sua descoberta também sugere que os pássaros se originaram de ambientes aquáticos: detalhes de seus pés e pernas indicam que o animal mergulhava com relativa destreza.

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

www.sciencemag.org

O antigo número de telefone de auxílio à lista já não é mais tão necessário, já que o serviço virou site na internet e oferece uma busca organizada e prática. O serviço permite encontrar endereços, telefones, fornecedores de diversos ramos, empresas, assinantes de vários estados do país e também em alguns outros países. Além disso, o site também ajuda a localizar CEPs e códigos postais. O sistema de busca é rápido, mas exige o preenchimento de alguns dados.

www.hammacher.com/ publish/10894.asp

www.auxilioalista.com.br

A circulação nas águas próximas à costa da Antártida pode ser um dos meios essenciais do planeta para regular os níveis de dióxido de carbono na atmosfera, de acordo com pesquisadores da Universidade de Princeton, nos EUA. Segundo eles, as águas no Oceano Antártico, abaixo dos 60 graus de latitude sul, absorvem o dióxido de carbono do ar. O gás é o principal produto da poluição nas cidades. A análise, publicada na revista Nature, mostra ainda que em função dessa absorção, o Oceano Antártico pode ser uma linha de defesa do planeta contra os crescentes níveis de gases de efeito estufa.

A febre Hello Kitty, que a cada temporada se renova no Japão, ganhou um novo produto: um MP3 e WMA Player. Apesar de ter apenas as funções básicas, o aparelho tem algumas vantagens: é pequeno, pesa apenas 26 gramas, tem visor LCD que mostra o que você está ouvindo e tem design divertido, com pernas e braços funcionando como botões. www.sanrio.co.jp/

O chute perfeito

Yshikazu Tzuno/AFP

Torsten Blackwood/AFP

studo realizado na Universidade de Brunel, no Reino Unido, mostra que é possível usar a física para fazer o gol perfeito. Para os pesquisadores da universidade – que publicaram os resultados do estudo na revista Sports Biomechanics, da Sociedade Internacional de Biomecânica Esportiva – os melhores chutes são os de longa distância e se os jogadores, além da habilidade prática, desenvolverem conhecimentos das regras de balística usadas no lançamento de projéteis, a chance de se tornarem artilheiros - não por acaso - pode aumentar. A física ensina que, no disparo de projéteis, o ângulo ideal de lançamento é de 45 graus em relação ao solo. O mesmo acontece com mísseis disparados de

E

A TÉ LOGO

C IÊNCIA

Para dentes saudáveis, açaí terra firme e até balas de canhão. Mas na Copa, essa regra deve ser outra. Segundo os estudiosos, que calcularam os ângulos dos melhores chutes feitos de fora da área pela seleção da Inglaterra nos últimos anos, o ângulos ideal em campo varia de 20 a 35 graus. A diferença, segundo eles, deve-se à estrutura do corpo humano, para o qual é muito mais

fácil aplicar uma força elevada a bola em ângulos menores. Dessa forma, a velocidade de lançamento é maior e a bola leva alguns décimos de segundo a menos para chegar ao gol. A medida do tempo pode ser imperceptível para a torcida, mas pode fazer grande diferença na percepção que o goleiro tem da bola. www.twu.edu/biom/isbs/sb.htm

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Estudo mostra que qualidade do ensino continua ruim na América Latina Empresas instalam lixeiras ilegais e vendem propaganda em São Paulo

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Caríssima - cerca de US$ 2 mil –, esta adega em mogno comporta oito garrafas de vinho e mantêm a bebida na temperatura ideal. Mas sua característica fundamental é o sistema anti-oxidação para quatro garrafas ao mesmo tempo. O vinho é aberto e servido sem risco de oxidar.

Oceano Antártico limpa a atmosfera

english/welcome.html

L

Telefones em todo o mundo

M EIO AMBIENTE

B IOMECÂNICA

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Vinho com aroma e sabor intactos

Morreu ontem, às 5h50, no Hospital Alberto Einstein, em São Paulo, Guita Mindlin, mulher do empresário José Mindlin. A causa da morte, aos 89 anos, foi falência múltipla de órgãos. O velório foi no próprio hospital e o enterro no Cemitério Israelita de Vila Mariana. Guita completaria 90 anos no dia 2 de agosto. Nascida em 1916, tinha 20 anos quando conheceu seu futuro marido na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, ela caloura, ele formando. Dois anos depois casaram-se. (AE)

Hello Kitty para ouvir

A RQUEOLOGIA

Um grupo de cientistas chineses e norte-americanos encontrou na cidade de Changma, na China, os fósseis do que qualificam como o "pai" da linhagem que deu origem aos pássaros modernos em um estudo publicado na revista Science. O Gansus yumenensis, a mais antiga ave pré-histórica já conhecida da linhagem Ornithurae, que inclui

Morre Guita Mindlin, aos 89 anos

T ECNOLOGIA

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O jornal norte-americano Miami Herald publicou no fim de semana uma análise sobre a atuação das empresas brasileiras no mercado latino-americano e concluiu: o imperialismo na região tem a marca BR em verde e amarelo. A influência das empresas brasileiras, em especial a Petrobras, o "Tio Sam" tupiniquim, não foi abalada nem mesmo pela radical decisão de Evo Morales onde a companhia de energia brasileira tem controle majoritário da exploração dos campos de gás

P ERSONALIDADE

Acidente com o cantor sertanejo Daniel deixa dois mortos no interior de São Paulo

Um trabalho desenvolvido na Universidade Federal do pará (UFPA) comprovou que o açaí é um alimento pode ajudar nos tratamentos odontológicos. De cor forte, o alimento transfere seus pigmentos para os dentes, colorindo-os especialmente nos pontos em que se concentra a placa bacteriana. Essa qualidade fez com que os pesquisadores desenvolvessem um corante para a placa, natural, que ajuda os dentistas na limpeza dos dentes. Em substituição a corantes sintéticos já existentes no mercado, o corante de açaí é 90% mais eficaz e não causa nenhum tipo de efeito colateral.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Indicadores Econômicos

7

3,60

por cento é a taxa acumulada no ano pelo índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, até sexta-feira.

23/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 21/06/2006 21/06/2006 21/06/2006 21/06/2006 21/06/2006

P.L. do Fundo 5.609.020,45 1.382.947,70 5.786.631,76 3.594.624,44 1.051.419,14

Valor da Cota Subordinada 1.098,276203 1.034,622184 1.003,380186 1.056,387501 1.021,422738

% rent.-mês 1,0414 0,9176 -6,2005 2,2363 1,9779

% ano 12,4165 3,4622 0,3380 5,6388 2,1423

Valor da Cota Sênior 0 1.046,247649 1.055,625318 0 0

% rent. - mês 0,1969 0,7720 -

% ano 4,6248 5,5625 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

PROJETOS Divulgação

A criatividade dos estudantes Na FEI, oito trabalhos mostram desde UTI ambulante até caminhões, passando por automóveis, minivans e outros veículos. Confira. em de quase tudo nos trabalhos desenvolvidos pelos alunos da FEI. Automóveis, utilitários, caminhões, esportivos. A Storm, por exemplo, é uma picape cabine dupla com tração inteligente, que, por meio da comunicação entre seus sistemas eletrônicos, permite tracionar só as rodas necessárias para andar em qualquer terreno. Outro projeto é a Conny, minivan arrojada e robusta, desenhada para proporcionar boa performance com menor consumo de combustível possível. A transmissão continuamente variável garante, segundo os estudantes, acelerações e retomadas até 10% mais efetivas comparadas com a transmissão manual. No País só existem veículos de resgate

T

adaptados. Isto motivou o grupo Storm, a picape do grupo de trabalhos a criar o Minute, para esta utilização ou socorros médicos. Os estudantes Caminhonete utilitária de transporte de propõem que seja também uma UTI. carga para tráfego urbano e fora de esO caminhão do grupo de trabalho é o trada, a Rama tem como público-alvo NCVUC, dimensionado especialmente usuários de frotas e empreendedores rupara o trânsito da cidade. Com ca- rais. Sua capacidade de carga vai até 1.300 racterísticas dinâmicas de um veículo kg e utiliza motor diesel. tipo urbano de carga, com a capacidade O Suna, veículo de passeio para uso de um comercial leve, possui suspensão urbano, busca baixo custo, bom desempneumática e motor eletrônico com penho e segurança. Tem o sistema Isofix, baixa emissão de poluentes. não disponível no Brasil, desenhado para O Probe Racing é o esportivo, especial instalar cadeiras de bebês nos carros. para as Mil Milhas. Ele tem suspensão Pesando apenas 886 kg, o Urban Vei é o projetada em função dos pneus aumen- pequeno de baixo custo, incorporando tando seu desempenho em curvas, ace- modernas tecnologias. É uma opção para leração e frenagem, além de motor e competir com veículos como Uno Mille, transmissão remodelados. Palio e Celta no futuro.

DCARRO POR AÍ

RECALL I: NISSAN XTERRA E FRONTIER

A

Nissan está convocando clientes que compraram veículos XTerra e Frontier fabricados no Brasil entre 2002 e 2004, com os seguintes números finais de chassis: Frontier, de 2J302212 a 4J496833, Xterra, de 3J377560 a 4J418246. Com uso severo pode haver desgaste prematuro da bandeja inferior da suspensão dianteira e ruído incomum, vibração da direção e, em caso de persistência no uso, rompimento da bandeja inferior comprometendo a condução do veículo.

RECALL 2: MOTOS HONDA BIZ

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s proprietários dos modelos C100 Biz e Biz 125, com numeração de chassis relacionada abaixo, devem comparecer para recall, onde será feita análise e substituição da coluna de direção: Biz: 125 KS ano 2005 9C2JA04106R007424 a R007523, e 9C2JA04106R809334 a R810437 Biz 125 ES ano 2005 9C2JA04206R010923 a R011112, e 9C2JA04206R814222 a R815751 C100 Biz ano 2005 9C2HA07005R050856 e 9C2HA07005R050927 a R052672


Pablo de Sousa

Nº 126 São Paulo, 26 de junho de 2006

DCARR

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Divulgação

Texto de quatro a sete linhas irregular

Chega ao mercado brasileiro a sexta geração do Camry, sedã de luxo da Toyota que vai custar, em São Paulo, R$ 163 mil. A Fiat começa a vender na segunda quinzena de julho o Siena 1.4 Tetrafuel, que utiliza tanto combustível líquido como GNV.

TROLLER T4

ESTE SIM É UM OFF-ROAD

PÁGINAS 6 E 7


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de junho de 2006

DOISPONTOS -77

A

Cidade limpa de cartazes Monalisa Lins/AE

om referência à matéria publicada no DC de 21/06, sobre a ação da Prefeitura contra anúncios da mídia exterior, instalados irregularmente, gostaríamos de fazer alguns comentários. São Paulo enfrenta dois graves problemas que contribuem com a poluição visual: o desrespeito à legislação e a falta de fiscalização. A Central de Outdoor sempre lutou e continuará lutando pela regularização da mídia exterior, sem jamais admitir um projeto de lei como este do Cidade Limpa e tolerância zero para a mídia exterior, o qual propõe o extermínio de uma atividade econômica na cidade de São Paulo. A ação realizada na

C

Av. Giovanni Gronchi, baseada na legislação vigente, é tudo que o setor espera da municipalidade, isto é, se existe uma lei, que ela seja cumprida. Há quanto tempo as peças irregulares estavam ali instaladas? O poder de fiscalizar e punir, o poder de polícia, o poder de remover as peças publicitárias é exclusivo da Prefeitura. Através do Sepex-Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior celebramos um acordo com a Secretaria das Subprefeituras, em janeiro de 2006, para regularizarmos 54 vias da cidade de São Paulo, até o início de abril. O setor, através do Sepex, possui uma proposta de continuar com estas ações de regularização, através de um convênio com a

prefeitura, buscando adequar todas as instalações à atual legislação. Entretanto, antes de termos uma resposta concreta da Secretaria das Subprefeituras, fomos surpreendidos com o projeto de lei encaminhado pelo prefeito à Câmara Municipal. Na cidade de São Paulo devem existir hoje cerca de 7.000 quadros de outdoor (4.200 de empresas afiliadas à Central de Outdoor) e mais outras 7 a 8 mil peças de diferentes produtos da mídia exterior, como os painéis front-light, triedros, empenas cegas de edifícios, painéis eletrônicos, etc... O número de anúncios na cidade deve girar em torno de 15 mil peças. Sabemos que existem excessos

A Prefeitura quer acabar com os 15 mil painéis espalhados pela cidade, ou só proibir os irregulares?

e que eles devem ser coibidos, porém, somente com o diálogo poderemos atingir os resultados almejados - pela municipalidade e o empresariado. Ganharão todos: a cidade, que terá a mídia exterior organizada; o município, que terá um maior controle sobre as peças regularmente instaladas; as empresas de mídia, que terão suas peças valorizadas e os munícipes, que serão impactados com as mensagens dos anunciantes e continuarão a girar a cadeia econômica que movimenta uma das maiores cidades do mundo. LUIZ ROBERTO F. VALENTE FILHO É DIRETOR DA CENTRAL DE OUTDOOR LRVALENTE@EXIBICAO.COM.BR

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Vôo cego A CLT vai proteger os funcionários da Varig?

ANTONIO DELFIM NETTO

A CONTA DO APAGÃO a edição de Carta Capital da última semana (21/06, na coluna Sextante) citei a estimativa feita pela Fundação Getúlio Vargas no segundo trimestre de 2001, que antecipava uma redução no crescimento do PIB entre 2% e 2,5% naquele ano por conta do apagão energético que "surpreendeu" o governo FHC, já em seu segundo mandato. Comentei que, no nível do PIB nominal atual, significou uma perda de 50 bilhões de dólares, devido simplesmente ao abandono do planejamento no setor energético brasileiro.

N

Com uma taxa de inflação abaixo da meta de 4,5%, certamente 2006 será um de melhores dos últimos 12 anos ssa "barbeiragem administrativa" sem igual, além do custo fantástico naquele ano, ainda deixou como herança para a sociedade brasileira uma conta extra de 10 bilhões de dólares do chamado "imposto apagão"! Ao todo são 60 bilhões de dólares, uma fatura que, trocada em miúdos, corresponde a uma cobrança de 320 Reais que o governo FHC pendurou na conta de cada um dos 186 milhões de brasileiros. Na verdade, a confirmação do estrago do "apagão" (que causou uma certa comoção na alta tucanagem esta semana) apareceu apenas incidentalmente no comentário, cujo tema principal foi a divulgação dos dados do IBGE sobre a atividade econômica no primeiro trimestre de 2006, mostrando uma inversão da tendência de crescimento do PIB que deve continuar e pode chegar ao final do ano em torno de 4%.

Odival Reis/Agência o Globo

E

om as notícias veiculadas sobre a recuperação judicial da Varig, um tema ainda pouco discutido judicialmente veio à baila: o arrematante de empresa, estabelecimento ou meio produtivo de uma empresa em fase de recuperação judicial assume o passivo trabalhista? A lei atual trouxe novidades quanto à proteção ao crédito trabalhista, reduzindo tal proteção na prática, contrariando todos os pareceres e opiniões ouvidas já na época do projeto de lei de Associações de Magistrados, Ministério Público e advogados da área trabalhista. A matéria não é incontroversa e o artigo 83 da Lei 11101/05, que limita a um teto o privilégio do crédito trabalhista, é objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN 3424-3). Esse fato demonstra que um dispositivo legal pode ter várias interpretações, qual futuramente criarão uma jurisprudência dominante, que eventualmente se transformará em uma súmula do tribunal competente, mas até lá as partes transitarão num ambiente não plenamente seguro do ponto de vista jurídico. Assim, é quanto a possibilidade do arrematante de empresa assumir ou não os débitos trabalhistas e previdenciários. Muitas interpretações começam a surgir. E essa é uma divergência quase que anunciada, pois as opiniões sobre proteção ao crédito trabalhista exaradas no momento do projeto de lei não foram consideradas para a edição da lei. A primeira interpretação publicada é a do juiz da 8a. Vara Empresarial do Rio de Janeiro, assegurando que o arrematante da Varig não assumiria o passivo previdenciário e trabalhista; no entanto, há opiniões divergentes, fundamentadas na própria lei de recuperação judicial e na legislação trabalhista, uma vez que a própria Lei 11101 tem tratamento diverso sobre assunção de ônus no caso de recuperação judicial e no caso de falência. Temos duas situações jurídicas divergentes dentro da mesma lei, cada qual aplicável a uma situação; a primeira, quando a empresa está em

C

G O juiz da 8a Vara Empresarial do Rio assegurou que o arrematante da Varig não assumiria o passivo previdenciário e trabalhista. Há opiniões divergentes, fundamentadas na própria lei de recuperação judicial e na legislação trabalhista. G É praticamente certo, salvo interpretações divergentes, que há a sucessão trabalhista prevista nos artigos 10 e 448 da CLT.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

tabela abaixo compara o crescimento dos últimos quatro trimestres contra os quatro trimestres imediatamente anteriores. O que se comemora é a inflexão da taxa de aumento do PIB, ainda que pequena (de 2,3% para 2,4%). As informações fornecidas pela taxa de crescimento do primeiro trimestre de 2006, contra o último trimestre de 2005, (1,4%) são confortadoras.

recuperação judicial, a segunda quando do deferimento da falência. No primeiro momento há a sucessão trabalhista, no segundo não, exclusivamente pelo disposto na lei. Essa interpretação não decorre tão somente do artigo 60 da Lei 11101, mas dos artigos 10 e 448 da CLT. Independentemente da foram de arrematação de ativo da empresa em recuperação judicial, o arrematante assumirá o passivo trabalhista e ainda assumirá, na realidade, não só o passivo declarado na ação de recuperação, mas o passivo oriundo dos contratos de trabalho que absorver. ssim, é praticamente certo, salvo interpretações divergentes em casos específicos, que há a sucessão trabalhista prevista nos artigos 10 e 448 da CLT em caso de arrematação ou qualquer forma de aquisição de propriedade de empresa, estabelecimento ou unidade produtiva de empresa sob recuperação judicial. Deve-se considerar, não entanto, que a Justiça competente para julgar tais caos é a Justiça do Trabalho, que aplicará o Direito do Trabalho com seus princípios de proteção ao hipossuficiente e utilização da norma mais favorável ao empregado em caso de conflito de normas. No entanto, o que essa situação toda demonstra é que mais uma vez os legisladores brasileiros analisaram um dos lados da questão normatizada e não todas as implicações daí decorrentes. Com isso criaram uma situação jurídica nova, conflitante com dispositivos legais não derrogados. Para solução do problema impõe-se uma análise cuidadosa e a alteração das leis aplicáveis, seja a Lei 11101, seja a CLT, para dar segurança ao procedimento de recuperação judicial sem esquecer a proteção dos empregados, os mais prejudicados pela nova legislação, que ficam, quase sem possibilidade de recebimento de seus créditos – todos de natureza alimentar.

A

MARIA LUCIA CIAMPA BENHAME PUGLISI É ADVOGADA WWW.BENHAMETRESRIOS.COM.BR

m geral, quando aumenta o crescimento no primeiro trimestre, o ano termina com maior crescimento. Os anos onde "pressão e temperatura" variaram muito estão bem caracterizados: 1992, o "impeachment" do Collor; 1994, o entusiasmo com o plano Real; 1999, a liberação cambial depois de produzir 100 bilhões de déficits em contacorrente; em 2001, incidentalmente, o "apagão de FHC" e 2002 a confusão causada na sucessão presidencial, quando se propagou que o Brasil iria virar Argentina.

E

om base nessas informações, se a produção industrial crescer entre 6% e 7%, poderemos ter um crescimento anual na média do intervalo de 3,5% a 5%, ou seja, ligeiramente superior a 4%. Com uma taxa de inflação abaixo da "meta" de 4,5%, certamente 2006 será um de melhores de quantos temos vivido nos últimos 12 anos.

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ANTONIO DELFIM NETTO, EXMINISTRO DA FAZENDA, É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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Finanças Empresas Comércio Exterior Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de junho de 2006

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URUGUAI AMEAÇA DEIXAR BLOCO ECONÔMICO

milhões de dólares foram exportados até maio, do Brasil para o Uruguai.

Fotos: Paulo Pampolim/Hype

EMBAIXADOR PEDE INTEGRAÇÃO ENTRE BRASIL E URUGUAI O brasileiro José Eduardo Felício, que assume o cargo em agosto, está pedindo apoio a entidades como a SP Chamber of Commerce para ajudá-lo a promover o comércio entre as nações vizinhas integrantes do Mercosul

O

novo embaixador do Brasil designado para o Uruguai, José Eduardo Martins Felício, acredita que a integração regional não pode ser apenas comercial, mas também política e cultural. "Para dar certo, o Brasil e seus parceiros devem crescer juntos", disse Felício na quarta-feira passada, ao encontrar-se com Alfredo Cotait Neto, coordenador da São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O embaixador, que assumirá o cargo em Montevidéu, a capital do Mercosul, no início de agosto próximo, busca a participação do setor privado da economia brasileira para aprofundar a integração, não apenas pela exportação, mas também promovendo importações e investimentos locais. "Por isso estou visitando entidades (como a ACSP) e empresas com interesse no Uruguai", adiantou. Nesse sentido, acrescentou

Felício: cooperação pode crescer

o embaixador e sub-secretário geral do Itamaraty para a América Latina, já manteve contatos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Petrobras no Rio de Janeiro, e empresas de Porto Alegre que trabalham com produtos vindos do Uruguai, sobretudo produtos da indústria química, para a produção de

tintas e calçados no Brasil. "Possuímos muitos exemplos de cooperação que podem ser ampliados", afirmou. Portas abertas – O embaixador Felício relatou a Cotait Neto seus objetivos na embaixada. Além do natural trabalho político entre os dois governos, espera estimular as transações comerciais bilateriais. "Não somos empresários, mas achamos que o governo pode abrir algumas portas (na área comercial)", enfatizou. E insistiu que a integração regional passa, necessariamente, por um maior equilíbrio nas transações comerciais entre Brasil e seus parceiros, no caso específico, o Uruguai. Cotait Neto mostrou que a SP Chamber aposta no comércio exterior como "uma via de duas mãos". Nesse sentido, fez uma apresentação das ações promovidas pela ACSP, e que são divulgadas pelo Diário do Comércio, para inserir as pequenas e médias empresas no comércio

Felício (à esq.) encontra Cotait, da SP Chamber, para discutir ações conjuntas entre governo e entidade

internacional, ou seja, na área exportadora e importadora. Lembrou das parcerias mantidas com o governo do Estado de São Paulo, com o apoio do Itamaraty, nas várias missões de negócios já articuladas pela SP Chamber. Cotait Neto reconheceu a importância estratégica, política e comercial do Uruguai e informou o embaixador – solicitando desde já sua participação nesse esforço – da missão empresarial que a SP Chamber promoverá, de 2 a 9 de agosto próximo, para o Chile, Argentina e Uruguai. Acrescentou que o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, poderá prestigiar o evento, como fez em outras oportunidades. Finalmente, Cotait Neto colocou a SP Chamber à disposição do novo embaixador, que respondeu prontamente: "O senhor tem um aliado em Montevidéu". Sergio Leopoldo Rodrigues

País não deve deixar o Mercosul divulgação

Uruguai deve permanecer no Mercosul, mesmo com o impasse diplomático que vem enfrentando com a Argentina, integrante do bloco, por causa da construção de fábricas de celulose na cidade fronteiriça de Fray Bentos, no Uruguai, às margens do Rio da Prata, que divide os dois países. A afirmação é de especialistas em relações internacionais que acreditam que a ameaça de deixar o bloco não passa de especulação de alguns setores da economia uruguaia, que pressionam o governo para estreitar seu acordo bilateral com os Estados Unidos. Os empresários defendem que os EUA, além de serem um mercado promissor, podem suprir uma defasagem da balança comercial do Uruguai por conta da entrada excessiva de produtos brasileiros no país. "O Brasil está invadindo as prateleiras uruguaias mesmo com produtos que são o foco de exportação do país, como laticínios, carne e arroz, o que é visto como um desrespeito aos objetivos do Mercosul", afirmou Moisés Marques, professor de Relações Internacionais da Fundação Escola de Sociologia de São Paulo (Fesp-SP). Outro fator que levou a classe empresarial a aumentar seu interesse pelo acordo com os norte-americanos é a representatividade dos EUA na balança co-

O

O

&

oportunidades

SP Chamber prepara missão para América do Sul hile, Argentina e Uruguai serão o alvo da próxima missão empresarial organizada pela São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A viagem está programada para agosto. A delegação partirá de São Paulo no dia 2, para encontros comerciais inicialmente no Chile (dias 3 e 4), deslocandose em seguida para Buenos Aires (onde haverá um final de semana livre), e com encontros empresariais nos dias 7 e 8. A etapa final da viagem será em Montevidéu, nos dias 8 e 9. Inscrições – Já estão abertas

C

as inscrições para os empresários paulistas que desejarem integrar a delegação. De outra parte, estão sendo contatadas as entidades que recepcionarão a comitiva e cuidarão do agendamento das reuniões nos três países a serem visitados. A atual secretária de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Maria Helena de Castro, deverá participar da missão comercial. Mais informações e inscrições na SP Chamber of Commerce, pelos telefones (11) 3244-3127 ou 3244-3182, com Carla ou Glória.

Italianos vêm para a Fispal Empresa Especial da Câmara de Comércio de Milão para as Atividades Internacionais (Promos) está liderando uma delegação empresarial italiana que participará de rodada de negócios com companhias brasileiras durante a Fispal Food, que será realizada de 17 a 20 de julho. Além de exportação para o Brasil, as empresas visitantes têm interesse em avaliar outras possibilidades de acordos bilaterais. Os encontros serão previamente agendados, para ocorrerem nos dias 18 e 19 de julho, no American Business Opportunities - Pavilhão Oeste Stand 10, do Parque Anhembi, durante a Fispal ou, caso seja desejado, em outro local, a ser definido segundo a conveniência dos participantes. Empresas – As empresas italianas que compõem a missão no setor de queijos são Bonget-

A

Marques: produtos brasileiros invadiram as prateleiras uruguaias, o que é um desrespeito ao Mercosul

mercial uruguaia. Enquanto o Mercosul responde por 20% das exportações do país, os EUA, sozinhos, atingem 25% da participação. "A relação comercial entre os dois países foi mais acentuada com a exportação de carne. Mas o governo sabe que não conseguirá barganha em outros acordos se não estiver dentro do Mercosul", disse Ana Maria Stuart, professora da Universidade de Franca e pesquisadora do Centro de Estudos de Cultu-

ra Contemporânea (Cedec) . Para a professora, o anúncio da possível saída do Uruguai do Mercosul foi uma "manobra política" do presidente Tabaré Vázquez, para ter maior participação nas decisões do bloco. "As grandes decisões do Mercosul são chanceladas basicamente pelo Brasil e Argentina", acrescentou. Balança comercial – O Brasil acumulou até maio um superávit de US$ 125,8 milhões nas

transações comerciais com o Uruguai. As exportações brasileiras para o país vizinho ultrapassam os US$ 344 milhões, enquanto as importações chegaram a US$ 219 milhões. Os principais produtos vindos do Uruguai para cá são tecidos de lã, carne bovina, laticínios e vinho. Já as mercadorias brasileiras mais vendidas no Uruguai são manufaturados, celulares, automóveis e carne suína. Márcia Rodrigues

Amorim é contra acordo bilateral ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu na sexta-feira o Mercosul e reiterou a advertência de que seus membros não podem firmar acordos bilaterais fora da união, como ameaçam fazer os sócios menores do bloco. As normas do Mercosul

N gócios

proíbem seus membros de assinar tratados de livre-comércio de maneira individual, e a intenção explicitada por Paraguai e Uruguai tem despertado inquietação em Brasil e Argentina. "Não se pode ser membro de um bloco e ter tratados em separado", disse Amorim, que visitou o Uru-

guai e se reuniu com o presidente Tabaré Vázquez. Desde sua criação, em 1991, as disputas entre os membros do Mercosul têm sido frequentes. Os países menores acusam Brasil e Argentina de não atender suas demandas. Nesse contexto, o Uruguai decidiu criar uma comissão

com os EUA para ampliar o comércio bilateral. A negociação gerou um impasse entre o ministro da Economia uruguaio, Danilo Astori, que assegura ser uma prévia para um tratado de livre-comércio, e o chanceler do país, Reinaldo Gargano, que nega essa possibilidade. (Reuters)

ta Formaggi e Cooperativa Produttori di Latte e Formaggi. Na área de óleos e conservas, Marina Colonna; na de doces: Pasticceria Morandin Rolando; Tegoleria Artigianale Valdaostana e Alpenzu. No segmento de pães e biscoitos, Panetteria Giorgi e Grissinificio Calvi. No ramo de salames, Salumificio Maison Bertolin. Em especiarias e vinagres: Via Delle Indie e Corfruits Cooperativa. No setor de vinhos e destilados: St Roch; Maison Vigneronne; La Kiuva: vinhos de Val D’Aosta; Cooperative de L’Enfer; Douce Vallee: vinhos de Val D’Aosta; Cave Cooperatives de Donnas; Le Cretes; Savio e Cave Du Vin Blanc de Morgex. E café: Artari. O agendamento das reuniões pode ser feito pelos telefones (11) 3179-0132, 0133 e 0136, com André ou Patrícia.

PAÍSES QUE DESEJAM EXPORTAR PARA O BRASIL POLÔNIA 125 - Artigos para casa e presentes finos de aço inoxidável 126 - Leite em pó 127 - Pirofosfato; nitrato de magnésio para adubo PAQUISTÃO 128 - Arroz, roupas de cama, fios de algodão, tecidos de algodão, artigos

de couro, artigos esportivos, instrumentos cirúrgicos BANGLADESH 129 - Confecção, camisetas, pólos, camisas, chapéus de malha, pulôveres, agasalhos, casacos, twin sets, uniformes, meias, calças, saias, pijamas, camisolas, lingerie.

PAÍSES QUE DESEJAM IMPORTAR DO BRASIL ARMÊNIA 130 - Têxteis, alimentos, equipamentos cirúrgicos, artigos para cozinha, brinquedos e jogos, armações para óculos, equipamentos

de comunicação, computadores, instrumentos musicais, artigos de papelaria, eletro-eletrônicos ÍNDIA 131 - Açúcar cristal e não-refinado

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

D C A R R O 11

IMPORTADO Divulgação

A sexta geração do Toyota Camry O modelo foi totalmente reformulado, apresentando novo design e interior mais amplo. Em São Paulo, custa R$ 163.072.

A

Toyota acaba de lançar no mercado brasileiro a sexta geração do Camry. O modelo traz novidades no chassi, na carroceria e também nas condições de dirigibilidade. Em São Paulo, o preço sugerido do sedã de luxo da marca japonesa é de R$ 163.072. A nova geração apresenta um desenho externo mais imponente, com pára-lamas envolventes e sólidos. Os faróis dianteiros, de Xenon, dão um aspecto esportivo ao modelo, reforçado com o desenho das rodas de liga leve de 16 polegadas, equipadas com pneus de medidas 215/60. Com motor V6 de 3.5 litros e 24 válvulas, que desenvolve uma potência máxima de 284 cv a 6.200 rpm e um torque de 35 kgf.m a 4.700 rpm, o novo Camry coloca-se como o sedã mais potente da categoria. Tem câmbio automático de 6 marchas com comando seqüencial (Shiftronic) e

controle eletrônico (Super ECT). Entre outras novidades, o novo Camry tem um sistema eletrônico que integra o motor com a transmissão e desta maneira regula o controle ao arrancar, ao acelerar e no momento de mudar de marchas. Interior - Seu habitáculo é mais amplo que o do modelo anterior, graças ao deslocamento das colunas dianteiras, a

A forma das luzes traseiras estendese para as laterais e invade os páralamas

uma maior distância entreeixos e a uma cabine mais larga. O desenho do painel de instrumentos foi dividido em duas seções, para acentuar a amplitude do espaço interior. O porta-malas também ficou maior, num total de 504 litros. Para garantir maior conforto aos usuários, foram incorporados ao modelo equipamentos de última geração, tais como o novo climatizador automático com regulagem independente para o motorista e para os passageiros, que possui o sistema de purificação de ar Plasmacluster. O Camry vem com novo sistema de Áudio AM/FM, com um toca-discos de seis CDs, juntamente com seis alto-falantes. O aparelho permite ao usuário desfrutar de todos os benefícios adicionais oferecidos pelo leitor de MP3 e WMA (Windows Media Audio). Os dois bancos dianteiros do no Camry possuem ajuste elétrico e incluem também aquecimento, a fim de garantir o máximo de conforto em épocas de baixas temperaturas. Os assentos traseiros são tripartidos (40/20/40) e os encostos das laterais inclinam de forma independente em um ângulo de 8° a fim de proporcionar maior conforto. Essa versão conta também com uma

A frente ganhou novo desenho, com pára-lamas envolventes e faróis de Xenon. O painel de instrumentos foi dividido em duas seções.

tampa de acesso ao porta-malas para que ele possa ser utilizado facilmente a partir do interior do veículo. Detalhes técnicos - O sistema de suspensão do novo sedã de luxo da Toyota é do tipo independente nas quatro rodas. A direção, do tipo coroa e pinhão, é assistida hidraulicamente e possui um sistema progressivo que permite uma resposta melhor a todo momento. O veículo dispõe, ainda, de um computador de bordo cujo display digital está localizado dentro do quadrante do velocímetro. O instrumento oferece dados instantâneos e precisos, tais como temperatura externa, autonomia, média de consumo e de velocidade e odômetros parciais.


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

Paz no trânsito, para todos

É

ÍNDICE LANÇAMENTO - 4 Fiat apresenta o Siena 1.4 Tetrafuel, que também utiliza gás.

SEM POLUIÇÃO - 5 Empresas investem em carros elétricos com emissão zero de gases.

BRASILEIRO - 6 e 7 Troller T4: um legítimo fora de estrada.

MERCADO - 8 Carros com mais de cinco anos de uso sofrem menor desvalorização.

LANÇAMENTO - 11 O novo Camry da Toyota já está à venda no Brasil por R$ 163 mil.

AGENDA 15 e 16 de julho

O Jeep Clube do Brasil promove, em Atibaia, a 17ª edição do Raid de Inverno. Inscrições no site www.jeepclube.com.br até 10 de julho (R$ 150, piloto e navegador, e R$ 75 para o Zequinha).

16 de julho

O 3º Encontro MotoeCia Classic espera reunir mais de 500 motos das décadas de 20 a 70. O evento acontece a partir das 8h no Pateo do Colégio, região central de São Paulo, e a entrada será gratuita.

difícil encontrar um motorista, principalmente nas grandes cidades, que nunca tenha tido problemas com uma motocicleta no trânsito. Afinal, na pressa em realizar seu trabalho, muitos entregadores, os chamados motoboys, acabam se envolvendo em acidentes. As conseqüências dessa “costura” diária entre filas de automóveis acabam provocando problemas que vão desde a simples irritação do motorista de automóvel até acidentes fatais. Apenas na cidade de São Paulo, 270 motoqueiros morreram em acidentes em 2005, média de quase um por dia (40% a mais do que em 2004, segundo a CET). São números que sobem ano após ano, sem que nenhuma providência seja tomada. É mais do que necessário acabar com essa guerra no trânsito. Não se trata aqui de defender os motoboys. Mas alguém já conseguiu imaginar se esse serviço fosse extinto? Como ficaria a dinâmica da economia, dos negócios e até do lazer - cito aqui os famosos entregadores de pizza? Certamente os prestadores de serviços levariam muito tempo para desenvolver novos métodos de entrega eficientes e rápidos. Não adianta tirar o bode da sala e declarar guerra aos motoboys. O que é necessário é estabelecer regras específicas

para evitar esse confronto e aumentar a segurança dos profissionais. Hoje, em São Paulo, há 170 mil motoqueiros que atendem a 2,5 mil empresas. Desse total, pouco mais de 13 mil têm registro em carteira. Há os maus motociclistas? Sim, assim como há os maus motoristas. Mas enquanto houver esse clima de guerra, todos sairão perdendo. É preciso pensar na segurança do motociclista, impondo fiscalização e legislação rigorosas para quem desobedece normas, como o uso do capacete e o peso máximo de carga. É também necessário fiscalizar as empresas de entrega e os autônomos, para evitar jornada excessiva, que obriga os motociclistas a andarem cada vez mais rápido para cumprir as entregas, e educação no trânsito. A fiscalização também é muito importante. Pela lei, as motos estão sujeitas às mesmas regras e punições impostas aos carros. Se o motoqueiro “costura” é porque não há uma fiscalização que impeça a disputa por um pedaço no asfalto. Enquanto não houver essa consciência, a guerra não vai terminar. E todos sairão perdendo: motoristas, motociclistas e pedestres.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto

Alexandre Levorin, gerente da Unidade de Negócio Moto da Pneus Levorin

Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de junho de 2006

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No mata-mata, qualquer vacilo significa eliminação. O principal é redobrar a concentração." Zé Roberto

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nquanto os colegas treinavam, observados por dezenas de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas do mundo, Robinho estava na piscina do Castelo Lerbach, onde a Seleção está concentrada para o jogo de amanhã, em Dortmund, contra Gana. Seria ótimo programa para aliviar o calor do domingo em Bergisch Gladbach, mas Robinho não estava na água por diversão. Ficou na piscina para fazer relaxamento da musculatura, acompanhado do fisioterapeuta Odir de Souza. A contusão na coxa direita, sofrida ao chutar uma bola no treino de sábado, tirou-o dos trabalhos com Parreira ontem e, possivelmente, do jogo de amanhã. Decepcionado, Robinho conversou com os pais, Marina e Gilvan, a namorada, Vivian, e o empresário, Wagner Ribeiro, por telefone, inconformado com o drama que está vivendo às vésperas de um jogo decisivo de Copa do Mundo, justamente no momento em que parecia ter conquistado a posição de titular. Sentiu-se ainda mais triste ontem. No sábado, apesar das dores na perna direita, o atleta achou que se recuperaria depois de uma boa noite de sono. Não foi, porém, o que ocorreu. Acordou ainda com dores e percebeu que será difícl enfrentar Gana. "Ele sente dor na hora de flexionar a perna direita", detalhou José Luiz Runco, chefe do departamento médico da Seleção. Robinho passou o domingo fazendo tratamento com gelo e exercícios em aparelhos, além do relaxamento na piscina. E, hoje, irá a uma clínica, provavelmente em Colônia, para submeter-se a um exame de ressonância magnética que dará a verdadeira extensão da lesão na coxa - "no músculo do chute", como definiu o médico

numa conversa com os jornalistas. "Ele está chateado, muito abatido, principalmente por causa de um momento especial como esse da Copa do Mundo", contou o volante Zé Roberto. "Todos ficaram tristes. Neste momento, nós temos de dar força ao Robinho" - acrescentou outro volante, Emerson. "Nós o avaliamos antes do treino, ele teve melhora, mas ainda sente dor", revelou o doutor Runco, que tratou de dar alguma esperança aos torcedores neste domingo, ao informar que ainda não descarta a possibilidade de Robinho atuar na partida de amanhã. O médico prefere esperar os exames desta segunda antes de qualquer decisão, mas pessoas ligadas ao jogador garantem que ele está fora do jogo contra Gana. "Tenho 20 anos de futebol,

Em meio ao mistério, o Brasil tem uma dupla certeza: Ronaldinho e Ronaldo vão enfrentar Gana

não há como ele se recuperar a tempo", entregou o lateralesquerdo Roberto Carlos. A estratégia do técnico Carlos Alberto Parreira de fazer mistério sobre a escalação ganhou, assim, um novo ingrediente. Embora ele não tenha confirmado, quase toda a imprensa esportiva dava como certa a permanência de Robinho ao lado de Ronaldo no ataque. Após a lesão do jogador, as dúvidas se multiplicaram: há quem ache que Adriano ganhará mais uma oportunidade e quem dê como certo a entrada de Juninho Pernambucano como meia, ao lado de Kaká, indo Ronaldinho Gaúcho para o ataque. O mistério mexe com os jogadores, mesmo os mais experientes e acostumados à pressão. Enquanto uns acham que pode ser positivo criar mais

confusão para os adversários, outros se mostram apreensivos. "A apreensão existe porque todos querem jogar. Eu me sentiria mais à vontade se soubesse quem vai jogar, mas temos de respeitar a opinião de Parreira se ele acha que é melhor fazer esse mistério", disse Zé Roberto, titular nos dois primeiros jogos, que entrou no segundo tempo contra o Japão. Desde aquele jogo, Parreira decidiu informar qual é o time titular apenas no dia da partida, diferentemente do que vinha fazendo na fase de preparação da equipe. Ele mesmo afirmou, antes de chegar à Alemanha, que já tinha sua equipe titular em mente desde o fim do ano passado. O mistério pode ser positivo para "deixar os jogadores ligados", diz Roberto Carlos. "Essa é uma situação nova na Seleção. Pode ser bom para causar uma certa inquietação emotiva nos jogadores. Claro, se o técnico nos disser com um dia de antecedência quem jogará, também seria bom, até para que possamos dormir tranqüilos", comenta o lateral, acostumado a viver suspense igual no Real Madrid. Emerson, da Juventus, conta que esse suspense não ocorre em seu clube e que o time que treina é, normalmente, o que

joga como titular. Ele pode até perder a posição para Gilberto Silva, outro destaque na vitória sobre os japoneses, mas garante que não se abaterá se for colocado no banco. Na verdade, nem todos receberam bem a notícia de que não jogariam contra o Japão. Adriano, que foi substituído por Robinho, deixou de falar com a imprensa desde então e anda de cara fechada. "Ele sempre chegou a um time sabendo que ia jogar. Como isso mudou na Seleção, pode ser que a notícia o tenha pegado de surpresa", disse Zé Roberto. Juan é mais diplomático: "Sabemos que qualquer um pode entrar sem afetar qualidade do time." E também mais pragmático: "O importante é que sabemos o esquema que jogamos. Os nomes são detalhes". Em meio a tantas dúvidas, Ronaldo é só certeza. Sabe que estará em campo - tendo, como parceiro de ataque, Robinho ou Adriano ou Ronaldinho Gaúcho, outro titular intocável que só não sabe ainda em que posição vai jogar. Embora não seja muito chegado à superstição, Ronaldo já decidiu usar até o fim da participação do Brasil na Copa o par de chuteiras amarelas que estreou na vitória contra o Japão. O calçado lhe trouxe sorte, pois nessa partida marcou seus dois primeiros gols na competição, igualou recorde histórico de Gerd Müller e foi escolhido como melhor em campo. Sem contar que lhe caiu confortavelmente nos pés. Bolhas? Nem pensar: "As chuteiras são do mesmo modelo que tenho usado", revelou ontem. "Mudou a cor, mas o amarelo me deu sorte e fico com ela até o fim." Nem tudo é só mistério e drama no Castelo Lerbarch, em Bergisch Gladbach. Arte sobre foto de Eduardo Nicolau/AE


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DCARRO

São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

SONHO Divulgação

O Interlagos Berlineta 2006 O carro ficou bonito e trouxe de volta a imagem do Interlagos. Agora é ver se ele sai do computador.

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enhum dos dois chegou a ver o carro andar pelas ruas, muito menos correr em Interlagos, fazendo curvas de lado, ou "voando" na hoje desativada reta oposta, o "retão", pilotado do por Bird Clemente, um dos pilotosshow da Willys nos anos 60, ou Emerson Fittipaldi e José Carlos Pace. Mesmo assim, João Paulo Cunha Melo, 22 anos, e Felipe Guimarães, 23 anos, escolheram o Willys Interlagos, como tema de trabalho de graduação, do curso de Design Industrial, do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. O tema do trabalho era o esporte, conforme conta João Paulo, o mais novo da dupla. Então ambos resolveram entrar na onda retrô, que vem fazendo tanto sucesso nos Estados Unidos, onde a Ford

reabilitou a imagem do Mustang e do Thunderbird. Com essa idéia na cabeça chegaram ao Interlagos, depois de pensar no Puma e no Karmann Ghia. Entre os Interlagos, o destaque ficou, claro, para sua estrela maior, a Berlineta, o irmão esportivo do trio que apresentava um cupê e um conversível. Todos com mecânica Renault, que era a usada pela Willys em seus produtos de pequeno porte na época, como as linhas Dauphine e Gordini, este último, na versão 1093, também presente às pistas naquela década de ouro do automobilismo de competição no Brasil, quando as fábricas existentes, como Simca, Volkswagen e Willys Overland investiam no setor. Render em 3D - Por enquanto, a linha Luiz Prado/LUZ - 03/05/2006

O Interlagos original mostra que os estudantes conseguiram manter o que de melhor ele tinha, seu ar agressivo e nitidamente esportivo

Na traseira, talvez a maior modificação, mas sem perder o "espírito" do carro

Interlagos 2006, como os estudantes a chamam, está apenas no computador, no formato "Render 3D" e numa maquete, da Berlineta, na proporção 1/8, que sofreu um pequeno acidente, danificando seu espelho retrovisor. Mas

João Paulo e Felipe têm sonhos para tornar real e dirigível o seu trabalho de conclusão do curso. Para isso eles vão tentar contato com a Renault do Brasil, já que toda a mecânica do carro, montado sobre chassi tubular, foi projetada para ser do Mégane, o mais moderno carro que a montadora francesa produz no Brasil. Eles usaram recursos modernos de projeto, como softwares para modelos tridimensionais, e buscaram, sempre, preservar as proporções, as formas básicas e a "alma" do Interlagos, cujo nome é uma homenagem ao autódromo brasileiro mais famoso internacionalmente. Os estudantes atualizaram os conceitos de construção, ergonomia e, principalmente, de segurança dos veículos. Esportividade garantida - A escolha foi baseada na idéia original de Jean Rédélé, criador do Renault Alpine: "oferecer ao público um veículo esportivo de preço acessível". E, segundo os estudantes, com motor e câmbio transversais, montados entreeixos, 142HP e uma construção extremamente leve, seu famoso “espírito esportivo” estará garantido. Os estudantes também argumentam que "a releitura de modelos clássicos tem se mostrado um importante instrumento de venda, por atingir público diferenciado cultural e economicamente. Lançamentos de grandes montadoras como o Volkswagen New Beetle, Mini Cooper, Ford GT 40, Ford Mustang, Chevrolet Camaro e Dodge Challenger, mostram a dimensão deste público". Pouco mais de 800 carros produzidos entre 1964 e 1966 contam a história do Willys Interlagos, que se confunde com a do automobilismo no País, empolgante nos anos 60, com autódromos sempre lotados e provas emocionantes.


São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 26 de junho de 2006

A Itália é favorita. Mas, contra a Coréia, ela também era favorita.” Guus Hiddink, técnico da Austrália

ITÁLIA SOB PRESSÃO paSse livre Roberto Benevides

Patrick Hertzog/AFP

O

favoritismo absoluto e a pressão de não jogar fora a chance de superar adversários sem tradição nas oitavas e quartas-de-final poderão pesar hoje sobre os ombros da Itália do técnico Marcello Lippi, que enfrenta a Austrália em Kaiserslautern, ao meio-dia (horário de Brasília). Ontem, em sua última entrevista antes da partida, quando lhe disseram que os australianos consideram a Itália favorita, o técnico reagiu com uma alfinetada em Guus Hiddink, o holandês que dirige o rival: “Isso é uma esperteza da parte deles. A Coréia usou esse discurso há quatro anos e agora querem repetilo“. Na época, Hiddink era o técnico da Coréia do Sul, e acabou eliminando a Itália. Quando questionado se fisicamente a Itália é inferior à Austrália, Lippi respondeu: “Vamos jogar futebol, não correr uma maratona”. O técnico sabe que toda a Itália espera ver o time pelo menos nas semifinais diante do caminho pouco espinhoso que o destino reservou aos seus comandados. Escapar do confronto com o Brasil e pegar a Austrália nas oitavas-de-final foi uma bênção. E em seguida enfrentar Suíça ou Ucrânia nas quartas é melhor do que a encomenda. Não tirar proveito disso seria uma tragédia. “Quanto mais pensarmos que nosso caminho é fácil,

Robinho ou Juninho

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icou ainda mais difícil adivinhar o time que Parreira mandará a campo amanhã, em Dortmund, para enfrentar Gana. Aliás, como revelou em bela entrevista a Alberto Helena publicada no "Diário de S. Paulo" e no portal IG, nem o técnico decidiu ainda a escalação. O próprio Parreira estimulou os exercícios de adivinhação desde que fez cinco mudanças na equipe e o Brasil, finalmente, mostrou nos 4 a 1 sobre o Japão o futebol que ainda estava devendo nesta Copa de tantos devedores. Muitos estavam torcendo para que ele mantivesse a nova formação, outros apostavam que voltaria o time das duas primeiras rodadas, alguns ainda acham que Juninho Pernambucano não mais sairá do meio-de-campo, mas só havia uma unanimidade entre torcedores, críticos e palpiteiros: Robinho entrou, desde o começo daqueles 4 a 1, para ficar até o fim da Copa. Há lógica em tal unanimidade, pois a troca de Adriano por Robinho não é uma condenação técnica ao goleador da Inter, mas apenas a constatação de que não é viável taticamente a escalação de dois centroavantes. A contusão de Robinho reforça as chances de Juninho ficar no time - não na vaga de Emerson ou de Zé Roberto, como pedem os incautos que não enxergaram o buraco no lado direito da defesa contra o Japão, mas na meia, em dupla com Kaká, indo Ronaldinho Gaúcho fazer companhia a Ronaldo no ataque. A Seleção ganharia força e consistência defensiva no meio-de-campo sem perder criatividade e daria a Kaká e Ronaldinho um pouco mais de liberdade. Talvez seja o que ainda falta ao Brasil na Alemanha.

Contra a franca-atiradora Austrália, a Azzurra do atacante Totti e do técnico Marcello Lippi terá de atacar

mais difícil ele será. A Argentina sofreu contra o México, a Inglaterra suou para passar pelo Equador... A Austrália é compacta, forte e sabe jogar no erro do adversário. Não existe mais

Davi contra Golias no futebol”, disse Lippi. Os australianos sonham repetir o sucesso alcançado pelos Estados Unidos contra os mesmos italianos, no empate

de 1 a 1. “Os norte-americanos pressionaram a saída de bola da Itália e criaram muitos problemas para eles. Podemos fazer o mesmo”, disse o zagueiro australiano Neill.

FAÇANHA

SONHO

Depois de levar Portugal às quartas-de-final, com a vitória sobre a Holanda por 1 a 0, Felipão falou aos jornalistas: "O meu contrato termina em 31 de julho e não quero pensar nisso até lá. Queremos uma façanha maior do que em 1966."

Maior jogador da história de Gana, embora nunca tenha disputado uma Copa, Abedi Pelé sonha: "O mundo espera e quer os brasileiros ganhem, mas eu espero que aconteça a maior surpresa da Copa" em Dortmund, claro.

Correndo por fora

A

Sergei Supinsky/AFP

partida menos badalada das oitavasde-final da Copa do Mundo acontece hoje, às 16h (horário de Brasília), em Colônia. A Ucrânia do craque Schevchenko e do técnico Oleg Blokhin enfrenta a Suíça do atacante Frei, pelo direito de encontrar italianos ou australianos nas quartasde-final. Os suíços, que terminaram surpreendentemente em primeiro lugar no Grupo G, à frente da França, ainda não sofreram gols no Mundial, mas têm problemas para o jogo de amanhã. O zagueiro Philippe Senderos, do Arsenal, da Inglaterra, considerado uma das principais revelações do país nos últimos anos e autor do primeiro gol na vitória por 2 a 0 contra a Coréia do Sul que garantiu a vaga na fase final, sofreu uma contusão no ombro e não deve se recuperar a tempo de voltar a jogar na Copa. Seu provável substituto deve ser o novato Djourou, de 19 anos. Em compensação, o atacante Daniel Gygax, que não disputou o último jogo,estará disponível.

copa na tv

Wolfgang Rattay/Reuters

Fernando Cesarotti

ONDA EM VERDE E... VERMELHO

G

alvão Bueno já havia anunciado sábado, na transmissão de Argentina x México: "Amanhã tem Portugal contra a Holanda, é dia de torcer para o Felipão!" Dito e feito: não só na Globo, onde a coisa era escandalosa, mas em praticamente todos os canais, o que se viu foi uma volta ao tempo em que o Brasil era uma colônia portuguesa e todos tínhamos o dever de torcer pela pátria-mãe (justa exceção à ESPN Brasil, onde a dupla João Palomino-Paulo Vinícius Coelho apresentou o jogo com a devida imparcialidade). Se agüentar a onda verde e amarela já é difícil, torcida em dose dupla é ainda pior. É claro que uma partida com o grau de emoção que teve o jogo entre Portugal e Holanda torna inevitável a simpatia por um dos times - o que está batendo mais, o que está perdendo, o que está apanhando, à escolha. Mas isso cabe apenas ao torcedor: o narrador e o comentarista devem ser imparciais, isentos. É o mínimo de profissionalismo que se exige do cargo. O pior é que isso deve durar enquanto Portugal estiver na Copa - ou "até as semifinais, quando Portugal enfrentar o Brasil", já avisou Galvão. Por isso, é bom já se preparar, porque sábado tem Portugal x Inglaterra.

Ucrânia de Schevchenko e Suíça de Frei enfrentam-se hoje. Quem ganhar joga com Itália ou Austrália

Na Ucrânia, o atacante Andriy Shevchenko disse que a equipe está pronta para seguir na competição e esquecer a péssima partida contra a Tunísia, na última sexta. A vitória

por 1 a 0 só veio graças a um pênalti duvidoso anotado pelo paraguaio Carlos Amarilla e cobrado pelo próprio Schevchenko, que não acredita que bater a Suíça será mais fácil do

Bruno Senna vence ole position e vitória de ponta a ponta: se o alemão. Giancarlo Fisichella ficou em outra na F-3 inglesa quarto, seguido por Felipe Massa, Jarno Trulli, Nick Heidfeld e David Coulthard.

MUNDIAL DE CONSTRUTORES: 1. Renault, 121; 2. Ferrari, 87; 3. McLaren, 65; 4. Honda, 29; 5. BMW Sauber, 19; 6. Toyota, 11; 7; Williams, 10; 8. Red Bull, 9.

runo Senna venceu uma prova e terminou em quinto lugar em outra, que acabou vencida por Oliver Jarvis, na rodada dupla da Fórmula 3 inglesa, ontem, em Mondello Park, na Irlanda. Com os resultados, o sobrinho de Ayrton Senna chegou a 108 pontos e diminuiu para cinco a diferença que o separa do líder Mike Conway, que obteve um segundo e um terceiro lugares. "Não foi fácil. O Conway estava rápido e me deu trabalho para segurá-lo", explicou Bruno, sobre a primeira prova. A próxima etapa da F-3 inglesa será no dia 15 de julho, em Snetterton. Uma semana antes, no entanto, Bruno participa do tradicional Festival de Goodwood com a Lotus-Renault 95T que levou o tio Ayrton Senna a sua primeira vitória na F-1, no GP de Portugal de 1985.

A REGRA É CLARA

EU AVISEI Portugal acabava de ficar com nove jogadores. PVC: "Felipão pode tirar o Figo, que está sem pernas, e colocar o Tiago, que sabe conduzir a bola". Um minuto depois, o quarto árbitro ergue a placa: entra Tiago, sai Figo.

O regulamento da Copa cita a prorrogação no artigo 17 e não fala que o placar recomeça do zero. Os caracteres da Globo mostravam "Argentina 2 x 1 México". E Arnaldo César Coelho disse que era "questão de interpretação" dizer se o jogo estava 1 a 0 ou 2 a 1. Não é: tanto o jogo estava 2 a 1 que a própria Globo voltou atrás e mudou seu placar.

A ESPN Brasil iniciou uma nova série de programas: "Os Jogadores", com perfis de craques que estão na Copa.

L

MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Alonso (ESP/Renault), 84; 2. M. Schumacher (ALE/Ferrari), 59; 3. Raikkonen (FIN/ McLaren), 39; 4. Fisichella (ITA/ Renault), 37; 5. 6. Massa (BRA/Ferrari), 28; 6. Montoya (COL/ McLaren), 26; 7. Button (ING/ Honda), 16; 8. Barrichello (BRA/Honda), 13; 9. Heidfeld (ALE/BMW Sauber), 12; 10. R. Schumacher (ALE/Toyota), e Coulthard (ESC/Red Bull), 8; 12. Villeneuve (CAN/BMW Sauber), 7; 13. Webber (AUS/ Williams), 6; 14. Rosberg (ALE/ Williams), 4; 15. Trulli (ITA/Toyota), 3; 16. Klien (AUT/Red Bull), 1.

B

Não se trata de telepatia ou comunicação direta com Felipão, mas de preparação adequada para o trabalho. Pena que seja uma exceção.

L

Fernando Alonso manteve a rotina das três corridas anteriores e venceu com tranqüilidade o GP do Canadá, aumentando para 25 pontos sua vantagem sobre o alemão Michael Schumacher - que ainda conseguiu o segundo lugar na última volta, quando ganhou a posição de Kimi Raikkonen, que errou e saiu da pista. "Alonso, que nunca havia vencido na América do Norte e bateu em Montreal no ano passado, manteve a frieza mesmo com Raikkonen colado em sua traseira durante o início da corrida. O finlandês teve problemas na sua primeira parada nos boxes, quando a equipe suou para trocar um pneu traseiro, retomou contato no fim, depois da entrada do safety car, mas não conseguiu ameaçar Alonso e ainda deu de bandeja o segundo lugar para Schumacher. "Graças ao safety car tudo deu certo'', dis-

SEM ADIVINHAÇÃO

que seria enfrentar a França. “Todas as equipes que chegam às oitavas-de-final são fortes, mas se jogarmos com o coração e tivermos o apoio da torcida poderemos avançar”, disse.

Fórmula Alonso

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*Com Agência Estado e Reuters

Hoje, dois episódios valem a pena: Mascherano e Beckham. Começa às 13h, um após o outro, na ESPN2.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 26 de junho de 2006

3 Vai ser uma partida muito esperada porque são duas grandes equipes. As duas irão se respeitar muito.” José Pekerman, técnico argentino

Não temos medo, sim respeito. Somos capazes de alcançar as semifinais.” Klinsmann, técnico alemão

O GRANDE DUELO DAS QUARTAS

Ina Fassbender/Reuters

Jochen Luebke/AFP

A Copa do Mundo coloca frente a frente, na sexta-feira, em Berlim, dois campeões do mundo, que brigam por uma vaga nas semifinais: a Argentina do herói Maxi Rodríguez, autor do gol que derrubou o México na prorrogação; e a Alemanha da dupla de atacantes Klose e Podolski, que não deu chance para a Suécia. Patrik Sotolasz/AFP

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lemanha e Argentina fazem, na próxima sexta-feira, em Berlim, um duelo pelas quartas-de-final da Copa do Mundo digno da decisão do maior evento futebolístico do planeta — decisão que a dupla, inclusive, já protagonizou duas vezes, com vitória argentina em 1986 e alemã em 1990. As duas seleções abriram as oitavas-de-final, no sábado, em grande estilo. Pela manhã, a Alemanha não tomou conhecimento da Suécia, abrindo uma vantagem de 2 a 0 ainda no primeiro tempo que permaneceu até o fim. O destaque ficou para sua dupla de atacantes: se Podolski marcou os dois gols, Klose participou decisivamente de ambos, com assistências a seu companheiro. À tarde, a Argentina sofreu para passar pelo México. Saiu perdendo por 1 a 0 e conseguiu empatar ainda no primeiro tempo, mas, no segundo, não teve competência para chegar

a outro gol. O jogo foi para a prorrogação, quando o herói Maxi Rodríguez matou a bola no peito e sem deixá-la cair, de fora da área, mesmo sem ângulo, fez o gol que valeu a classificação argentina. Nesse período que antecede o duelo, os alemães parecem querer fazer as honras da casa, atribuindo o favoritismo ao adversário. “Sem dúvida, a Argentina é a equipe mais forte, mas em suas últimas atuações, contra Holanda (0 a 0) e México (2 a 1), mostrou não ser invencível”, analisou o auxiliar técnico e ex-jogador da Seleção Alemã Oliver Bierhoff. “Messi é um dos melhores jogadores de sua idade que já vi em campo. Ninguém era tão maravilhoso com 19 anos, nem Pelé ou Maradona”, exagerou o presidente do conselho de direção do Bayern de Munique e também ex-craque alemão, Karl-Heinz Rummenigge. Já o capitão Ballack disse que não teme nenhum rival nesta

Fim de primeira fase

A

primeira fase da Copa do Mundo terminou na sexta-feira, com os jogos da última rodada dos Grupos G e H e a classificação das últimas duas entre as 16 equipes que chegaram às oitavas-de-final. Em Kaiserslautern, às 11 da manhã (horário de Brasília), a Espanha jogou com muitos reservas, pois já estava classificada. Mesmo assim, fez 1 a 0 na Arábia Saudita e garantiu o primeiro lugar do Grupo H, com aproveitamento de 100% dos pontos. Com isso, os espanhóis ganharam o direito de enfrentar a França (segunda colocada do Grupo H), amanhã, em Hannover. No outro jogo do Grupo H, em Berlim, a Ucrânia ganhou da Coréia do Sul por 1 a 0, com um gol de pênalti cobrado por Shevchenko, e ficou em segundo lugar. Hoje, os ucranianos

enfrentam a Suíça (primeira do Grupo G) em Colônia. A classificação mais difícil desta última rodada foi a da França, que no último jogo da fase precisava derrotar Togo, em Colônia, às 16 horas de Brasília, por pelo menos dois gols de diferença para não depender do resultado de Suíça e Coréia do Sul, que se enfrentavam no mesmo horário em Hannover. Os franceses acabaram alcançando seu objetivo, com dois gols marcados no segundo tempo. Já a Coréia do Sul teria que derrotar a Suíça para ficar com uma das vagas do Grupo H, mas acabou perdendo por 2 a 0. Os suíços encerraram a primeira fase em primeiro lugar no Grupo G e ostentando uma façanha: foram os únicos entre as 32 seleções participantes que ainda não sofreram nenhum gol na competição.

Copa, incluindo o próximo: “Junto com a Argentina, fomos de longe os que deixaram a melhor impressão. Não temos por que esconder isso”. O atacante Podolski opinou: “Preferimos ter seleções de tradição como adversárias que outras mais fracas”. Com uma ligeira contusão no pé direito, Ballack não participou do treino leve realizado ontem. Empolgado por ter marcado o gol salvador da Argentina no

tempo extra do jogo contra o México, o meia Maxi Rodríguez disse após a vitória: “Estamos bem e podemos ganhar de qualquer um”. Maxi Rodríguez aproveitou para comentar o golaço que marcou: “Foi incrível, um lindo gol marcado numa partida muito complicada. A princípio, não pensava em pegá-la (a bola, após passe de Sorín) porque vinha um pouco alta. Mas, mesmo assim, consegui dominá-la e pegar com jeito. Tive sorte que a bola tenha entrado”. O técnico José Pekerman começou a montar seu time para o jogo de sexta-feira ontem, com problemas. O zagueiro Burdisso, que não enfrentou o México, é de novo dúvida. Em seu lugar, podem atuar Coloccini, Cufré ou Scaloni, embora tenha jogado muito mal contra o México. Pekerman trouxe o time de volta a Nuremberg, quartel-general dos argentinos desde o início da Copa, onde terá cinco dias de trabalho.

TOGO 0

SUÍÇA 2

ARÁBIA SAUDITA 0

UCRÂNIA 1

Agassa; Tchangai, Abalo, Nibombe e Forson; Aziawonou, Salifou, Senaya, Mamam (Olufade 14/2) e Adebayor (Dossevi 30/2); Kader. Técnico: Otto Pfister.

Zuberbuehler; Spycher, Senderos (Djourou 8/2), Mueller e Degen; Wicky (Behrami 43/2), Vogel, Cabanas e Barnetta; Frei e Yakin (Margairaz 26/2). Técnico: Koebi Kuhn.

Zaid; Dokhi, Sulimani (Massad 36/2), Al Montashari e Tukar; Kariri, Noor, Khathran e Aziz (Al Temyat 13/1); Al Jaber (Al Hawsawi 23/2) e Al Harthi. Técnico: Marcos Paquetá.

Shovkovsky; Tymoschuk, Sviderskiy, Rusol e Nesmachny; Gusev, Shelayev, Kalinichenko (Gusin 30/2) e Rebrov ( Vorobei 10/2); Shevchenko (Milevsky 43/2) e Voronin. Técnico: Oleg Blokhin.

FRANÇA 2 Barthez; Sagnol, Thuram, Gallas e Silvestre; Makelele, Vieira (Diarra 36/2), Malouda (Wiltord 29/2) e Ribery (Govou 32/2); Trezeguet e Henry. Técnico: Raymond Domenech. Local: Rhein Energie, em Colônia. Árbitro: Jorge Larrionda (URU). Gols: Vieira 10/2 e Henry 16/2. Cartões amarelos: Makelele 30/1, Aziawonou 38/1, Mamam 44/1 e Salifou 43/2.

CORÉIA DO SUL 0 Lee Woon-jae; Lee Young-pyo (Ahn 18/2), Choi, Kim Jin-kyu e Kim Dong-jin; Lee Ho, Park Jisung e Kim Nam-il; Lee Chunsoo, Cho e Park Chu-Young (Seol 21/2). Técnico: Dick Advocaat. Local: Niedersachenstadion, em Hanover. Árbitro: Horácio Elizondo (ARG). Gols: Senderos 23/1 e Frei 32/2. Cartões amarelos: Park ChuYoung 23/1, Kim Jin-kyu 37/1, Senderos 43/1, Yakin 10/2, Wicky 24/2, Choi 33/2, Ahn 33/2, Lee Chun-Soo 35/2, Spycher 37/2 e Djourou 45/2.

ALEMANHA 2 Lehmann; Friedrich, Metzelder, Mertesacker e Lahm; Schneider, Frings (Kehl 40/2), Ballack e Schweinsteiger (Borowski 27/2); Podolski (Neuville 29/2) e Klose. Técnico: Juergen Klinsmann.

SUÉCIA 0 Isaksson; Mellberg, Lucic, Edman e Alexandersson; Linderoth, Ljungberg, Jonson ( Withelmsson 7/2) e Kallstrom (Hansson 39/1); Ibrahimovic (Allback 27/2) e Larsson. Técnico: Lars Lagerback. Local: Allianz Arena, em Munique. Árbitro: Carlos Eugênio Simon (BRA). Gols: Podolski 4/1 e Podolski 12/1. Cartões amarelos: Frings 27/1, Jonson 3/2 e Allback 33/2. Cartão vermelho: Lucic 35/1.

ESPANHA 1

ARGENTINA 2 Abbondanzieri; Scaloni, Ayala, Heinze e Sorín; Maxi Rodríguez, Mascherano, Cambiasso (Aimar 31/2) e Riquelme; Saviola (Messi 41/2) e Crespo (Tevez 30/2). Técnico: Jose Pekerman.

MÉXICO 1 Sánchez; Salcido, Rafa Márquez, Osório e Mario Méndez; Castro, Pardo (Torrado 38/1), Morales (Zinha 29/2) e Andrés Guardado (Pineda 21/2); Fonseca e Borgetti. Técnico: Ricardo Lavolpe. Local: Zentralstadion, em Leipzig. Árbitro: Massimo Busacca (SUI). Gols: Rafa Márquez 6/1, Crespo 10/1, Maxi Rodríguez 8/1P. Cartões amarelos: Heinze 46/1, Rafa Márquez 25/2, Castro 37/2, Sorín 12/1P, Torrado 3/2P e Fonseca 4/2P.

TUNÍSIA 0

Cañizares; Salgado, Juanito, Marchena e López; Albelda, Iniesta e Fábregas (Xavi 21/2); Joaquín, Reyes (Torres 25/2) e Raúl (Villa 1/2). Técnico: Luis Aragonés.

Boumnijel; Trabelsi, Jaidi, Haggui e Ayari; Namouchi, Mnari, Chedli (Santos 34/2) e Nafti (Gohdbahne 46/2); Bouazizi (Ben Saada 34/2) e Jaziri. Técnico: Roger Lemerre.

Local: Fritz Walter Stadion, em Kaiserslautern. Árbitro: Coffi Codjia (BEN). Gol: Juanito 36/1. Cartões amarelos: Al Jaber 27/1, Albelda 30/1, Reyes 35/1, Marchena 30/2 e Al Temyat 32/2.

Local: Estádio Olímpico, em Berlim. Árbitro: Carlos Amarilla (PAR). Gol: Shevchenko (pênalti) 25/2. Cartões amarelos: Sviderskiy 18/1, Bouazizi 43/1, Shelayev 2/2, Tymoschuk 16/2, Rusol 20/2 e Jaidi 45/2. Cartão vermelho: Jaziri 46/1.


Analistas prevêem uma faxina que pode significar uma mudança de até 62% na Câmara dos Deputados. Só que isso não significa melhorar a qualidade parlamentar. Sergio Kapustan Paulo Pampolin/Digna Imagem-25/08/03

Evandro Monteiro/Digna Imagem-05/10/04

Madeira: em defesa das listas. Edson Santos/Ag.Câmara-25/10/05

Izar: "Os corruptos se adaptam". Amaury de Souza: "O País deveria adotar o voto distrital misto".

Câmara, as mudanças na legislação são insuficientes por não acabar com as campanhas milionárias. "Como controlar, por exemplo, a compra de cabos eleitorais, muito comum em época de eleição?", questiona. Izar reconhece que, apesar da repercussão dos escândalos, ele está pessimista. "Até

hoje todas as renovações na Câmara foram para pior porque as campanhas são desiguais, principalmente no aspecto financeiro. E agora não será diferente. Os corruptos vão se adaptar rapidamente à nova lei, com certeza". Amaury de Souza, cientista político e sócio da MCM Con-

Cardozo: o PT pediu a punição dos culpados.

dente da República com o objetivo de formar uma grande bancada tanto na Câmara quanto no Senado. PSDB e PFL, os maiores opositores do PT, devem crescer entre 5% e 15% pois se beneficiaram da crise política. Entre os médios partidos há uma certa divisão. Os votos do PTB, PL e PP, de centro-direita, devem migrar para o PMDB, PFL e PSDB. PDT e PSB devem herdar os votos do PT. Em relação às pequenas siglas PC do B, PPS, PSol e

PV, a expectativa é de crescimento, mas esses partidos correm o risco de desaparecer se não atingirem a cláusula de barreira (5% dos votos válidos no País, sendo que pelo menos 2% dos votos em nove Estados). O deputado federal Ricardo Izar descarta a possibilidade de o PTB minguar. No seu entendimento, a crise do mensalão beneficiou o PTB. Segundo Izar, as denúncias do ex-deputado federal Roberto Jefferson, que abalaram sobretudo o PT, contam a favor do partido. O deputado petista José Eduardo Martins Cardozo, que não foi atingido pelas denúncias, diz que é possível mudar o quadro. Um dos trunfos é a candidatura Lula. "A crise hoje é grave, mas há tempo para mostrar que o PT defendeu a punição de quem errou".

sultores Associados, declara que é impossível eliminar totalmente o caixa dois. "Ele vai continuar existindo aqui e em qualquer lugar do mundo". No seu entendimento, para melhorar a qualidade do parlamento, o País deveria adotar o voto distrital misto, em que o eleitor elege o representante de sua região. No Brasil, o candidato é livre para fazer campanha onde quiser. Para o cientista político, isso impede o eleitor de fiscalizar o candidato depois de eleito. "Sem a reforma eleitoral, fica difícil melhorar a qualidade do Congresso. Com o voto distrital, o eleitor saberá qual o deputado que o representa, e exigir melhor qualidade da representação e até pedir a sua cassação (re ca l l). Em resumo: é preciso aumentar o poder do eleitor sobre o seu representante", defende ele.

Político experiente, o deputado federal Arnaldo Madeira (PSDB-SP) acrescenta a adoção de listas partidárias. Ao invés de votar em um candidato, o eleitor poderia votar numa lista indicada pelo partido. "Sem mudar a legislação, a tendência é de a Câmara piorar", resume o tucano. Sem memória – Outro fato levantado por deputados e especialistas para descartar a renovação qualitativa é a histórica falta de memória do parte do eleitorado, especialmente o de baixa escolaridade. Especula-se em Brasília que boa parte dos 11 mensaleiros absolvidos em plenário deve se reeleger. Entre eles, os petistas João Paulo Cunha (Osasco) e Luiz Carlos da Silva (Santo André), Professor Luizinho. A justificativa é que os dois possuem bases eleitorais sólidas. Há quatro anos, o Congresso Nacional viveu uma situação parecida. Os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFLBA), Jader Barbalho (PMDBPA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF) renunciaram ao mandato em 2001 para escapar da cassação por falta de decoro em 2001 e no seguinte voltaram ao Congresso por vontade das urnas. ACM e José Roberto envolveram-se no escândalo da violação do painel eletrônico do Senado. Jader Barbalho foi denunciado por corrupção no caso do desvio de recursos

/09/0 4 Celso Ju nior/A E-14

A CÂMARA DEVE SE RENOVAR. MAS PODE PIORAR.

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem-22/08/05

s denúncias de corrupção na Câmara devem beneficiar o PMDB, maior partido do País, e punir o PT, segundo projeção da Arko Advice. De acordo com o levantamento, o PT deverá perder de 20% a 30% das cadeiras, em relação às eleições de 2002. Na avaliação da consultoria, o eleitorado preservou Lula e puniu o PT. Outro problema é a perda de apoio de sindicatos e entidades de classe. Segundo o departamento, ao assumir a presidência, o PT foi obrigado a mudar o seu discurso e fazer reformas, como a da Previdência, criticada pelos aposentados que apóiam Lula. No PMDB, a estimativa é de eleger de 80 a 110 deputados. Em 2002, a sigla elegeu 75 e hoje soma 81 parlamentares. Os peemedebistas não lançaram candidato a presi-

Entidades como a OAB e a CNBB trabalharão para melhorar a Câmara. Antonio Augusto de Queiroz, diretor do Diap

ANTIGOS VÍCIOS SE PERPETUAM

QUEM GANHA E QUEM PERDE NO FUTURO CENÁRIO

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Sergio Lima/Folha Imagem-17/02/02

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Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e a consultoria Arko Advice estão prevendo uma ampla e profunda limpeza nas eleições de outubro para a Câmara dos Deputados (513 parlamentares): até 62% de renovação. Pelas análises, o mensalão (pagamento de propina a deputados da base governista), a máfia das sangessugas (esquema que fraudava licitações para a compra de ambulâncias), a paralisação das votações e a eleição de Severino Cavalcanti (para a presidência) decepcionaram o eleitorado. A renovação deve alterar o jogo de forças no parlamento. O índice de 62% é próximo ao da eleição de 1990, primeiro ano do governo Collor em que o Congresso aprovou o confisco da poupança, e bem abaixo da eleição de 2002 – 46% – quando o PT gozava de grande prestígio por sua conduta ética. Segundo o Diap e a Arko Advice, PT, PL, PTB e PP – os chamados partidos do mensalão – devem encolher. PMDB, PSDB, PFL, PPS, PDT e PSB devem herdar esses votos (veja a tabela abaixo). Antonio Augusto de Queiroz, diretor de documentação do Diap, afirma que além da insatisfação popular, a expectativa é de que o eleitor escolha melhores candidatos. No seu entendimento, foram tomadas medidas para moralizar as campanhas, como o combate à compra de voto (a Justiça vai punir o infrator com mais rapidez) e a proibição de showmícios e de brindes. Essas medidas foram tomadas depois de denúncias de caixa dois em campanhas do PT e PSDB. O diretor informa que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) farão também campanhas no País em prol do voto consciente. "Haverá um trabalho ostensivo dessas entidades para melhorar a Câmara", garante Queiroz. Cientistas políticos e deputados concordam em parte com Queiroz. Eles lembram que historicamente a renovação na Câmara é de 40% a 60%. A maior discordância é na qualidade da renovação. Há um temor de que a futura legislatura seja pior que a atual. A justificativa é que o processo eleitoral é o mesmo de eleições passadas, em que o caixa dois e as máquinas partidárias que alavancam candidaturas, tornam o processo desigual. De acordo com o deputado Ricardo Izar (PTB-SP), presidente da Comissão de Ética da

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Congresso Planalto Eleições CPI

Roosewelt Pinheiro/ABr

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Memória curta: os senadores Antonio Carlos Magalhães, Jader Barbalho e José Roberto Arruda, que renunciaram aos mandatos por conta de denúncias graves, voltaram à cena pelas urnas.

do Banpará. ACM elegeu-se novamente senador. Jader Barbalho e José Roberto elegeram-se deputados na câmara federal. Para o cientista político Cesar Romero Jacob, da PUC do Rio de Janeiro, esses exemplos não podem ser esquecidos. Ele entende que é prematuro afirmar que o eleitor limpará a Câmara em outubro. "Não há dúvida de que as pessoas que foram objeto de investigação terão dificuldades, mas o eleitorado, principalmente aquele dos grotões, fica à mercê dos mecanismos de sempre. Pode-se afirmar que se houver a renovação não será diferente do que já existe. Ou seja, o eleitor vai trocar seis por meia dúzia", conclui Jacob.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

terça-feira, 27 de junho de 2006

LENTE DE

AUMENTO OS JUROS NOS EUA E O CRESCIMENTO MUNDIAL

A economia brasileira sofrerá pouco. Os principais obstáculos ao crescimento de nosso país são de natureza doméstica. conseqüências para a economia brasileira? De maneira simplificada, o que temos hoje é um quadro adverso de inflação corrente, cujo ritmo de crescimento supera o limite do tolerável pelos atuais dirigentes do Fed, mas de atividade convergindo para o potencial e juro real, provavelmente, pouco acima do patamar considerado neutro. De qualquer modo, como já se disse, para traçar prognósticos de política monetária, não basta olhar o estado da economia. Fazse preciso levar em conta, também, as preferências do banqueiro central. Quais as conseqüências de Fed Funds Rate a 5,5%? É difícil negar que elevação adicional da taxa real de juro americana terminará contribuindo, de certa maneira, para acentuar o arrefecimento da atividade econômica nos EUA. Note-se, porém, que o ritmo de crescimento da produtividade continua bom. Isto permite supor

PAULO SAAB

M

uita coisa de errado que acontece no Brasil decorre da falta da educação em geral. Falta no País - e isso é histórico, faz parte de um processo (anti) cultural que carregamos - a educação no sentido da alfabetização e sua evolução, e da educação no sentido do conhecimento, da carga de informações em cada brasileiro. A população brasileira em sua maioria, os dados indicam isso, é formada por pessoas com um mínimo grau de instrução, ou nenhum, e com uma desinformação sobre a vida do Brasil bastante acentuada. Estamos em ano de eleição e se o leitor perguntar à sua volta para que serve um deputado federal ou um senador da República, como faço em palestras, verá que a maioria desconhece as funções. Projete isso num nível de público geral, país afora. Falo com presidentes de empresas, diretores, alta gerência e a resposta que ouço quase sempre é: "Servem para fazer leis". E a partir daí nada mais específico. Se o cidadão melhor qualificado do Brasil não sabe, como querer que a massa possa ter discernimento, avaliar e votar com um mínimo de conhecimento de causa? E, no restante, como querer que a massa saiba discernir entre o certo e errado, o bem e o mau, se o grau de informações de que dispõe para discernir é precário? Falta educação no Brasil em todos os níveis e isso favorece os grupos políticos e de poder mal intencionados. Está aí o atual governo federal,

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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stamos em ano eleitoral, com renovação dos Executivos e Legislativos da União e dos Estados. É algo mais forte e determinante para a alegria do nosso povo do que a Copa do Mundo. Mas a linguagem do esporte é fácil, emotiva. A da vida pública é complicada, enrustida - de propósito, penso eu, porque as elites não investem na educação da massa. Massa educada (em todos os sentidos) pensa, discerne, observa, julga, vota com consciência. A falta da educação no Brasil deveria merecer melhor atenção de toda a sociedade. A falta da educação é tanta que nem sabemos o quanto somos otários por sustentar - da forma como somos escorchados - os grupos (ia dizer bandos, mas não sei se o leitor concordaria) que dominam o poder público no País. Nos tomam o suor de nosso trabalho na forma de arrecadação (impostos, tarifas, taxas, etc.) e nos devolvem em humilhação, escárnio, desfaçatez. Viva a Seleção Brasileira!

F alta educação no Brasil e isso favorece os mal intencionados. Viva a Seleção!

Internet ameaçada RODRIGO ALBERTO CORREIA DA SILVA

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TRECHOS DO ARTIGO DE OPINIÃO DA MCM CONSULTORES WWW. MCM - MCM .COM.BR

O crescimento mundial descolou dos EUA

revelando aos olhos de quem consegue analisar o quanto de dano está sendo causado ao País em nome de se fazer o melhor para os "pobres". Pobres de nós, os que pagamos as contas dos gastos que eles fazem em proveito próprio. A falta da educação para melhorar o nível do pensamento e do conhecimento nacional sobrecarrega a parcela da população que arca com o ônus de produzir e arrecadar.

velocidade com que um web site carrega no seu computador depende de alguns fatores. Entre eles a velocidade de processamento do seu computador; a velocidade de processamento do computador que você está acessando; a velocidade de seu acesso à internet, download etc; e, a velocidade de upload do provedor de conteúdo ou de serviços que você está acessando, ou seja, a velocidade com que ele te manda estes dados. Dos mencionados fatores, apenas um está sob seu controle, a velocidade do seu computador. Outro deles está sob o controle do provedor de conteúdo ou serviços, ou seja, a velocidade dos servidores que hospedam o site, que são os fatores relacionados à velocidade de processamento. Já os fatores remanescentes, relativos à velocidade de transmissão de dados, estão, apenas em parte, sob o controle dos diretamente interessados na velocidade da operação, porque a velocidade de transmissão depende da banda contratada para o tráfego de dados. Por sua vez, esta é contratada das empresas de telefonia ou televisão a cabo. O volume de dados trafegado pela rede é influenciado, fortemente, pelo número de acessos simultâneos ao site, que é também uma função do sucesso da “empresa.com”, dona do website, perante sua audiência. No geral, não existe, atualmente, um problema exagerado de lentidão de carregamento dos sites da internet, até porque, quanto mais sucesso tiver a empresa proprietária do site, mais receita obterá. Conseqüentemente, acabará contratando mais banda das empresas de telefonia ou de TV a cabo para suportar o aumento de tráfego de dados. Diante desse quadro, que gera incontáveis negócios, e por sua vez, lucros, as empresas de telefonia estão vendo tudo florescer sobre o tráfego em suas caras redes de transmissão, e estão lucrando muito pouco com isto. Nos Estados Unidos já existem claros sinais de que há uma intenção das empresas provedoras de buscarem se apropriar de uma parte desta receita gerada com serviços adicionados à telecomunicação. Para tanto, ofereceriam às “empresas.com” um serviço em que teriam vantagens de velocidade no carregamento de seus sites, independentemente da disponibilidade de banda em ambas as pontas para esta comunicação. Porém, com tal tomada de decisão, a livre concorrência na internet estará minada com prejuízos imediatos para as pequenas empresas de internet e um grande prejuízo, no médio e longo prazo para o consumidor, pois a diminuição da concorrência levará a uma redução do ritmo de inova-

ção da internet, e a aumentos no preço de serviços e custo de anúncios na rede. No Brasil, os serviços de telecomunicação são serviços públicos e devem atender aos princípios da continuidade, igualdade e universalidade, o que por si só seria suficiente para barrar qualquer atitude voltada a oferecer vantagens desiguais na prestação de um serviço de telecomunicação. Além da proteção geral oferecida pelo Cade, das atitudes que possam prejudicar a livre concorrência estabelecida na Lei 8.884/94, a própria Lei Geral de Telecomunicações, que criou a Anatel, e regula os serviços de telecomunicação no Brasil, repete o respeito geral à livre concorrência, em seu artigo 7º, parágrafo 3º. O mercado de telecomunicações tem proteção específica na parte da norma que trata das regras comuns ao serviço de telecomunicação, conforme estabelece o artigo 70 da já mencionada lei.

A

Lei Geral de Telecomunicações garante, em seu artigo 3º, o direito do usuário do serviço de telecomunicação, de não ser discriminado na prestação do serviço de telecomunicação e o acesso a este serviço nos padrões de qualidade e regularidade adequados. Os serviços de comunicação de dados oferecidos sob outorgas da Anatel de licenças de Serviços de Comunicação Multimídia, gozam de maior liberdade de contratação e fixação de preços em relação aos serviços prestados em regime público de concessão, como o de Telefonia Fixa Comutada. Entretanto, estes serviços devem atender aos princípios gerais da Lei Geral de Telecomunicações já indicados e não gozam da liberdade total reservada às atividades puramente privadas, embora sejam prestados sob um regime mais brando de autorizações, denominado regime privado, pela Lei Geral de Telecomunicações, pois não deixam de ser serviços públicos do ponto de vista constitucional e objetivo. Para os serviços de telecomunicações prestados em regime privado, a Lei Geral de Telecomunicações determina que deve ser mantido o equilíbrio entre prestadores e usuários dos serviços, em seu artigo 27 V, e que embora a fixação dos preços seja livre, será reprimida pela Anatel qualquer prática de abuso de poder econômico ou prejudicial à competição. Por tudo isto nos parece que no Brasil a Anatel e a sociedade têm todos os meios para garantir a livre concorrência na internet. Resta, somente, ver se os instrumentos serão utilizados. RODRIGO ALBERTO CORREIA DA SILVA É SÓCIO-TITULAR DO CORREIA DA SILVA ADVOGADOS

A Anatel e a sociedade têm os meios para garantir a concorrência na internet

O GOVERNO Céllus

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A falta da educação

que o aperto monetário acabará produzindo convergência da taxa de expansão do PIB para algo entre 3,0% e 3,5% ao ano. Por conseguinte, o cenário é de desaceleração, e não de recessão. Os mais céticos, porém, podem argumentar que desaceleração nos EUA poderá contaminar o desempenho do resto do mundo, visto que a economia americana representa mais de 25% da produção mundial. Apesar de tal afirmação conter certa dose de verdade, a realidade dos dados mostra que, nos últimos anos, o crescimento mundial temse descolado da performance norteamericana. No linguajar estatístico, a correlação simples entre as duas taxas de crescimento tem diminuído, consideravelmente. No tocante a efeitos sobre o Brasil, é inegável que juro externo mais elevado tende a produzir oscilações nãotriviais, e certa mudança de patamar, de preços de ativos domésticos. Contudo, na medida em que o ritmo de expansão da economia mundial não experimente alteração substancial, a economia brasileira sofrerá pouco. Correndo o risco de parecer repetitivo, os principais obstáculos ao crescimento de nosso país são de natureza doméstica.

Joel Nito/AFP

esde que assumiu o comando do Banco Central da maior economia do mundo, em janeiro deste ano, Ben Bernanke tem tido certa dificuldade de comunicação com os mercados. Somente em palestras mais recentes acabou revelando clara preocupação com o quadro inflacionário corrente e com a modesta piora das expectativas de inflação de médio e longo prazo. Admitindo-se que a taxa básica de juro nos Estados Unidos chegue, realmente, a 5,5% ao ano, que podemos esperar em termos de crescimento mundial e de

JOÃO DE SCANTIMBURGO NA ELEIÇÃO enho escrito que qualquer candidato com o poder de usar a máquina administrativa para o seu sucesso eleitoral não hesitará em lançar mão dela. Atualmente, por acaso histórico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é quem pode usar desse poder. Repito que ele o faz, como o faria qualquer outro candidato em seu lugar; o candidato usa apenas da faculdade que lhe foi atribuída para permanecer mais quatro anos na direção suprema do Estado. É o que não viram, no momento oportuno, os pré-candidatos. Assim sendo, o candidato Lula terá no Bolsa-Família e no aumento dos servidores a garantia da sua reeleição, a menos que haja uma improvável virada do eleitorado. Não me causa nenhuma surpresa o que está havendo com Luiz Inácio Lula da Silva, ainda que declarasse que não se serviria da máquina administrativa em seu

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A estrutura política brasileira está reclamando, com urgência, uma reforma de alto à baixo. benefício. Eleição é isso mesmo; pode quem tem na mão mais fatores de êxito e sabe usá-los para o fim de eleger-se. Repito, portanto, que vejo no páreo presidencial com mais possibilidades de êxito o presidente Lula, pelos meios de que dispõe para fazer a sua campanha com as franquias legais em seu favor. stão com a razão, portanto, todos os políticos e os pensadores da ciência política que dizem que a estrutura política brasileira está reclamando, com urgência, uma reforma de alto à baixo, afim de que venha a existir no Brasil, embora com grande atraso, uma realidade política com a qual concorde a opinião pública, devidamente alertada. Fala-se dessa reforma política há muitos anos, desde o Estado Nacional de Getúlio Vargas e do ministro Francisco Campos, doutrinador político do Estado Nacional. O governo na eleição é esse que está favorecendo o candidato-presidente na reeleição, no exato cumprimento da lei, embora o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o tenha considerado na infração da Lei.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de junho de 2006

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SAI ACORDO BILATERAL COM ARGENTINA

de junho de 2008 é quando expira o acordo assinado com os argentinos

A FORTE DEMANDA POR PRODUTOS IMPORTADOS DEVE COMPROMETER O SALDO ACUMULADO NO MÊS

IMPORTAÇÕES DERRUBAM SUPERÁVIT O 515 Divulgação

forte crescimento das importações continua afetando o resultado do superávit da balança comercial. Na quarta semana de junho, o saldo foi de US$ 515 milhões, o menor resultado semanal no mês. Faltando apenas uma semana para o fim de junho, o superávit acumulado no mês é de US$ 2,48 bilhões. Em junho de 2005, o saldo havia sido de US$ 4,034 bilhões. Para que a marca de junho do ano passado fosse igualada seria preciso que a balança registrasse superávit de R$ 1,55 bilhão na última semana, o que é pouco provável. As importações somaram US$ 1,983 bilhão na quarta semana, atingindo US$ 5,808 bilhões no mês. A média diária das importações foi de US$ 396,6 milhões na semana, o maior valor registrado em junho. No mês, a média é de US$ 329,4 milhões por dia, número 29,4% maior que em junho do ano passado e 10,2% maior que em maio último. As exportações na semana foram de US$ 2,498 bilhões, acumulando US$ 8,288 bilhões no mês. A média diária do mês, de US$ 518 milhões, mostra crescimento de 11,7% em relação a junho do ano passado e de 10,9% na comparação com maio. No acumulado do ano, as

milhões de dólares é o resultado do superávit da balança comercial na quarta semana de junho, o menor do mês.

exportações atingiram o total de US$ 57,754 bilhões e as importações, US$ 39,810 bilhões, com saldo positivo de US$ 17,944 bilhões. O superávit no ano continua menor que o registrado no mesmo período de 2005, quando somava US$ 18,970 bilhões. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o crescimento das importações foi puxado pelas compras de siderúrgicos, cobre, combustíveis e lubrificantes, automóveis e partes. Do lado das exportações, os embarques de semimanufaturados e manufaturados sustentam o aumento das vendas enquanto as exportações de básicos em junho registram queda de 1% em relação a

junho de 2005. No grupo de semimanufaturados, subiram principalmente as exportações de catodos de cobre, açúcar e zinco em bruto e ouro em forma semimanufaturada. Nos manufaturados, aumentaram os embarques de tubos de ferro fundido, aviões, açúcar refinado, polímeros plásticos, chassis com motor e motores para veículos. G a s o du t o s – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem a aprovação de empréstimo de US$ 279 milhões para financiar o exportador brasileiro de bens e serviços de engenharia e construção que ganhar a licitação, em curso na Argentina, para ampliação de gasodutos nos sistemas operados pela Transportadora de Gás do Norte (TGN) e Transportadora de Gás Del Sur (TGS), naquele país. De acordo com a assessoria da instituição, os bens e serviços brasileiros que forem financiados se destinarão a investimentos realizados pela empresa Albanesi, uma das maiores comercializadoras de gás natural da Argentina. Ela responde por 12% do total de gás consumido naquele país, por 18% do mercado de grandes clientes e por 4,5% do transporte. (Agências)

Indústria dobra vendas externas

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peso das exportações foi crescente no desempenho da indústria brasileira entre 1996 e 2004, com forte influência no faturamento, no Produto Interno Bruto (PIB) e na geração de empregos e de massa de salários do setor. A participação das vendas externas no faturamento das empresas industriais dobrou no período, passando de 10,8% em 1996 para 20,4% em 2004. Os dados foram revelados na Pesquisa Industrial Anual (PIA 2004), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"As exportações foram fundamentais no bom desempenho da indústria, especialmente em 2004", avaliou o chefe da coordenação de indústria do instituto, Silvio Sales. Mas, para José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a realidade mostrada pela pesquisa está se deteriorando rapidamente em 2006. Segundo o IBGE, o crescimento das exportações na receita industrial foi realidade em todos os portes de negócios. Entre as grandes empresas, a participação das vendas exter-

nas subiu de 13,3% em 1996 para 24,8% em 2004; nas médias, de 9,4% para 13,5% e nas pequenas, de 3,6% para 8,6%. A importância das exportações no PIB industrial refletese no ganho de participação das empresas de alto grau de abertura às exportações (mais de 30% do faturamento resultante das vendas externas), cuja fatia no PIB da indústria cresceu de 17% para 28,8% de 1996 a 2004. E elevaram a fatia no número de ocupados do setor de 17,2% para 20,7% e na massa de salários, de 16,1% para 22,7%. (AE)

SP ainda lidera produção nacional

O

Estado de São Paulo confirmou a liderança no ranking nacional da indústria brasileira, embora sua participação tenha se reduzido de 46,3%, em 2000, para 41,1%, em 2004, no total do País. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Anual (PIA 2004), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto consolidou informações a respeito da linha de produção de cerca de 26 mil unidades industriais, que representam 82% das vendas de toda a indústria nacional. O segmento de automóveis

de cilindrada maior que 1500 c³ e menor que 3000 c³ foi o que mais se destacou no período, registrando um valor maior de vendas, de R$ 13 bilhões. São Paulo também confirmou ser o estado líder nas exportações, participando com 32,2% do total das vendas industriais para o mercado externo no ano de 2004. Neste ano, o principal produto exportado foram os aviões. Também nessa análise, o estado perdeu participação, passando de 35,9% em 2000 para 32,3% em 2004, no total de exportações da indústria. Já o Rio de Janeiro foi o esta-

do que mais ganhou participação nas exportações brasileiras: em 2000, respondia por 3,3%; e, em 2004, por 7,3%. Segundo o IBGE, o avanço pode ser explicado pelo bom desempenho nas exportações de óleo bruto de petróleo, que no ano de 2000 contribuíram com 8,6% das exportações fluminenses, e em 2004 passaram a representar 31,9% do total. A pesquisa confirmou também uma trajetória de concentração da participação das grandes empresas no valor total das exportações no País: 74,1%, em 1996; 76,4%, em 2000; e 80,8%, em 2004. (ABr)

Pequeno varejo fatura 5,3% mais

O

faturamento real das micros e pequenas empresas varejistas paulistas cresceu 5,3% em abril em relação a igual período do ano passado. De acordo com a Pesquisa Conjuntural do Pequeno Varejo (PCPV), divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), o resultado demonstrou desaceleração de 2,3 pontos percentuais em relação ao aumento de 7,6% verificado entre os meses de março de 2006 e 2005. Nos primeiros quatro meses deste ano em relação a igual período do ano passado, a alta foi de 7,8%. A pesquisa é feita com base em dados de 600 empresas de todo o estado.

Segundo o presidente da Fecomercio-SP, Abram Szajman, a redução no ritmo de crescimento era prevista em razão da fraca base de comparação. Segmentos — A pesquisa apurou que três grupos apresentaram expansão no faturamento e quatro tiveram recuo. O melhor resultado do período ficou com o segmento de alimentos e bebidas, que cresceu 16,1% sobre o abril de 2005 e acumulou alta de 13,1% neste ano. De acordo com a Fecomercio-SP, o grupo se beneficiou do crescimento do rendimento médio real do consumidor. Também tiveram bons desempenhos os grupos de vestuário, tecidos e calçados e de móveis e decorações.

Entre os setores com resultado negativo, o destaque de abril foram os materiais de construção, com baixa de 19,8% sobre igual mês de 2005 e redução de 11,9% no primeiro quadrimestre. Conforme análise da Fecomercio-SP, a expectativa é a de que o segmento possa reagir se forem verificados aumentos no volume de crédito para construção e reformas de imóveis para a população de baixa renda. No grupo autopeças e acessórios, o faturamento real caiu 14,2% em abril, resultado que levou o segmento a registrar, no acumulado de 2006, declínio de 15,9% em relação mesmo período de 2005, o mais expressivo entre os grupos. (AE)

Mais uma vez, argentinos conseguiram impedir a implementação do livre comércio automotivo com o Brasil

Brasil e Argentina têm novo acordo

O

Brasil e a Argentina assinaram ontem o acordo que regulará o comércio bilateral do setor automotivo nos próximos dois anos. Mais uma vez, os argentinos conseguiram vencer a queda de braço na mesa das negociações, e pela terceira vez em meia década, impedir a implementação do livre comércio automotivo, que ficou adiado por tempo indeterminado. O acordo foi assinado na capital Buenos Aires pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Luiz Fernando Furlan, e pela ministra da Economia da Argentina, Felisa Miceli. O acordo expira em 30 de junho de 2008. Até lá, os governos devem estabelecer as regras que o substituirão, para que os acertos sejam mais "perenes" e, assim, garantir mais segurança aos investidores. Furlan aproveitou a ocasião para expor ao governo de Néstor Kirchner a necessidade de que a Argentina elimine as barreiras que impõe desde meados de 2004 aos eletrodomésticos brasileiros, no episódio que ficou conhecido como "a guerra das geladeiras".

Vidal Cavalcante/AE – 03/01/05

Furlan quer fim das barreiras

Proteção — Graças ao acordo automotivo, a Argentina poderá vender mais automóveis ao Brasil e, de quebra, garantirá mais proteção para suas indústrias de autopeças. O presidente Kirchner celebrou o novo pacto. "Acreditamos firmemente que devemos deixar aquela luta surda pela liderança regional, que acontecia em tempos passados, para passar a construir uma fortaleza conjunta de rumos na região", afirmou o presidente. De acordo com Kirchner, o acordo "permitirá consolidar as indústrias automotivas do Brasil e da Argentina, mas especialmente a da Argentina".

O novo tratado será "transitório". Até expirar, o comércio será regulado por um "flex" (coeficiente de desvio sobre as exportações realizadas) entre o Brasil e a Argentina. O "flex" atual, de 2,6, será substituído pelo de 1,95. Dessa forma, por US$ 1 bilhão em automóveis exportados pela Argentina para o Brasil (ou viceversa), o país poderá importar US$ 1,95 bilhão sem pagar tarifas de importação. Com o flex de 2,6 que estava vigorando, as empresas argentinas sofriam a concorrência brasileira, já que as montadoras instaladas no Brasil vendiam mais para o mercado argentino do que o contrário. O acordo deixa de fora a discussão sobre o desconto de 40% na importação de autopeças provenientes de países de fora do Mercosul. O governo Kirchner opunha-se a esse desconto (que interessa às montadoras brasileiras), já que alega que essa medida prejudicaria as indústrias argentinas que fabricam autopeças. Os dois países combinaram que até o dia 31 de dezembro deste ano definirão uma política comum para o segmento. (AE)

PIB chinês deverá crescer 10%

O

P ro d u t o I n t e r n o Bruto (PIB) da China deverá registrar uma expansão de 10% em 2006. A previsão foi feita por Zhou Xiaochuan, presidente do Banco Popular da China, durante a reunião anual de bancos centrais promovida pelo Bank for International Settlementes (BIS), na Suíça. Ao mesmo tempo, outra liderança de peso do banco central chinês, Yu Yongding, afirmou que o governo central deverá elevar acentuadamente o valor do yuan, a moeda nacional, em 2007. Já o vice-ministro da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Bi Shengquan, anunciou que o superávit no comércio exterior do país poderá chegar a US$ 130 bilhões neste ano. Numa clara sinalização de que o governo central não pretende – ou não pode – diminuir o atual compasso econômico nacional, Zhou previu que o PIB chinês deverá crescer acima de 10% neste segundo trimestre e manter um ritmo semelhante até o final do ano. "Devemos crescer 10% o ano inteiro", declarou ele à agência de notícias Nova China.

Zhu também afirmou, ao lembrar os recentes aumentos de 0,27% na taxa básica anual de juros (5,85%) e de 0,5% na taxa anual de depósitos bancários (8%) – anunciados respectivamente nos meses de abril e junho –, que o banco central chinês tende a promover um gradual aperto no sistema financeiro. Corre-corre – Enquanto o presidente do BC fazia seus comentários na Basiléia, Yu Yongding, peso-pesado do comitê de política monetária do banco, provocou um corre-corre nos bastidores ao declarar que a China promoverá uma elevação de "alto grau" do yuan em 2007. De acordo com analistas ouvidos pelo China Securities Journal, a elevação "gradual do yuan é inevitável em médio prazo" em função das crescentes pressões internacionais e da premente necessidade de se corrigirem os desequilíbrios estruturais da gigante economia chinesa. "Nossa economia continua voltada ao comércio exterior e excessivamente dependente dos investimentos em ativos fixos", declarou o economista Lin Yifu, professor de economia da Univer-

sidade de Beijing, ao frisar que os investimentos em ativos fixos poderão chegar a 48% do PIB em 2006. Pressões – As pressões internacionais em prol da valorização da moeda chinesa deverão mesmo se acentuar neste ano. Conforme a poderosa Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o saldo do comércio exterior nacional deverá ficar entre US$ 120 e US$ 130 bilhões em 2006. Mas, apesar dos estonteantes números, a imprensa oficial ainda aborda timidamente a questão do superaquecimento econômico. "O governo chinês permanece atento ao fenômeno e se empenhará em manter a saudável expansão de sua economia", afirmou reportagem veiculada pela Rádio Internacional da China. O setor automotivo, um dos segmentos qualificados como "superaquecido" pelo próprio governo, continua acelerando. De acordo com a emissora, o mercado absorveu 2,97 milhões de veículos nos primeiros cinco meses deste ano, contra as 3,05 milhões de unidades produzidas no mesmo período pelas montadoras. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de junho de 2006

Política

3 O PT se comporta como amigo do PSB, mas não como companheiro. Deputado Alexandre Cardoso (PSB-RS)

ALÉM DE PERDER UM APOIO PROVÁVEL, PETISTAS TAMBÉM NÃO TÊM GARANTIAS DA ALIANÇA COMO PC DO B. Fotos: Ricardo Stucker/ABr

PSB DECIDE NÃO DAR MAIS APOIO AO PT Ressentidos, deputados socialistas resolveram sair em busca de garantia para a cláusula de barreira

Lula sabia: informação sobre a desistência do PSB foi transmitida durante a convenção petista, no último sábado, que lançou sua candidatura.

ENTRE GAÚCHOS, LULA É O PREFERIDO. presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a preferência dos eleitores gaúchos com 39%, enquanto o tucano Geraldo Alckmin obtém 26% das intenções de voto. O resultado é da pesquisa Ibope divulgada ontem pelo jornal Zero Hora e realizada antes de o presidente Lula ter anunciado sua candidatura à reeleição, o que ocorreu no último sábado. Os demais candidatos incluídos na enquete no Rio Grande do Sul contabilizam menos de 10%. A candidata do PSol, Heloísa Helena, tem 8%. Enéas, do Prona, que desistiu de concorrer depois que o levantamento foi feito,

O

aparece com 6%. Cristovam Entre os que disseram o Buarque (PDT) tem apenas nome de sua preferência, 1% dos votos. Lula foi o mais mencionado, Num possível 2º turno, Lula com 25% das intenções de e Alckmin votos, seguido aparecem de Alckmin, tecnicamente com 11%. empatados entre O presidente os gaúchos, com apresenta 42% e 39%, também o mais respectivamente. alto índice de Dúvida – Na rejeição entre os dos votos dos pesquisa pesquisados: eleitores gaúchos espontânea, na 37% disseram são para o qual os que não entrevistados votariam nele. presidente Lula, não recebem um Senado – A segundo o Ibope. cartão com os mesma nomes dos sondagem candidatos, identificou as 49% dos entrevistados intenções de voto para a vaga revelaram não saber em quem ao Senado. Pedro Simon vão votar, ou não opinaram. (PMDB), que busca a

39%

KIRCHNER APÓIA REELEIÇÃO

m entrevista ao jornal argentino, La Nación, publicada ontem, o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, manifestou apoio à candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não tenho nenhuma dúvida de que isto (a integração do Mercosul) vai consolidar o segundo mandato de Lula, algo esperado pela maioria dos argentinos", afirmou. O apoio de Kirchner, contudo, é visto por analistas políticos como resultado de um apoio mútuo, consolidado nos últimos anos. Na verdade, explicam, seria uma retribuição cordial ao apoio dado por Lula em 2003, quando o então candidato do partido peronista vi-

E

Amigos: declaração elogia Lula.

sitou o recém-eleito presidente petista em Brasília. Na ocasião, Lula desejou "boa sorte" a Kirchner, numa demonstração indireta, porém clara, de sua real preferência pelo presidenciável argentino nas eleições do país vizinho. O presidente Kirchner sustentou que o eventual segundo mandato de Lula é o que "espe-

ra a maioria dos argentinos", o que incorpora a sua própria torcida. A relação de Kirchner e Lula, contudo, passou por altos e baixos, com brigas, intrigas e ameaças de ruptura. Kirchner teve, a princípio, meses de lua-de-mel com Lula, mas o idílio durou pouco. Em fins de 2003 já estava melindrado pela falta de apoio nas negociações com o FMI. Em julho de 2004, Kirchner desferiu uma ofensiva comercial contra produtos brasileiros, além de torpedear as candidaturas brasileiras a organismos internacionais. Mas, desde 2005, o bicho-papão da política externa argentina passou a ser o Uruguai e tudo ficou bem. (Agências)

PROPAGANDA DEVE DIMINUIR

m dos grandes problemas que o PT tem pela frente nessas eleições o espaço a ser ocupado na mídia - começa a ganhar dimensões preocupantes. Sem o apoio do PSB e ainda sem saber se vai contar com o PC do B, o presidente Lula poderá perder um considerável tempo de exposição, o que significa mais munição para o principal adversário – o ex-governador paulista Geraldo Alckmin. O problema é de ordem matemática. A aliança com o PFL assegurou a Alckmin um total de 9 minutos e 2 segundos para sua campanha de rádio e TV, que será levada ao ar a partir de 15 de agosto. Até agora, Lula tem apenas 5 minutos e

U

44 segundos para falar ao eleitorado. Esse tempo não leva em consideração o período complementar que é distribuído igualmente para cada candidato. Para o PT, a dificuldade em consolidar as coligações tem sido bem maior do que previam os estrategistas do partido. Eles têm em conta que o PRB, do vice José Alencar, embora possa render votos pela repetição de uma dobradinha que deu certo na eleição passada, não agrega tempo à campanha do petista. Acontece que o partido foi criado neste ano e ainda não conta com tempo próprio de TV. Mesmo diante desse quadro, o ministro Tarso Genro,

das Relações Institucionais, disse ontem que não é a propaganda política no rádio e na TV que irá definir as eleições, ao contrário do que tem sido ditona campanha do principal adversário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin. Segundo ele, o PT seguirá em outra rota, concentrado esforços na campanha de rua e nos discursos comparativos de gestão com o governo do expresidente Fernando Henrique Cardoso. "O tempo de tevê é importante, evidentemente, mas não é só isso que irá definir o resultado das urnas", afirmou o ministro. (Agências)

reeleição, tem 42% na estimulada e 8% na espontânea. Miguel Rossetto (PT) aparece em segundo lugar, com 7% na estimulada e 1% na espontânea. O Ibope ouviu 1.008 eleitores de 16 anos ou mais, em 61 municípios do Estado do Rio Grande do Sul, entre os dias 19 e 22 de junho. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa, divulgada pelo jornal Zero Hora e RBS TV, foi encomendada pela Televisão Gaúcha S.A. e registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o número 044386/2006. (Reuters)

Encontros, almoços, jantares, reuniões... nada disso adiantou para que a aproximação do PT com o PSB prosperasse. Sem conseguir esconder dissabores e ressentimentos, o PSB informou ontem que uma aliança formal não vai sair mesmo, ainda que o partido possa dar apoio informal à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva daqui até outubro. Tanto que o partido nem vai mais realizar a convenção nacional que estava programada para esta quarta-feira. Está tudo cancelado. O anúncio da desistência de uma coligação só foi feito ontem, embora o próprio candidato petista já soubesse dessa decisão desde o último sábado, ao final da reunião da Executiva Nacional do PSB. Seus participantes foram praticamente unânimes em descartar uma união formal das legendas por entender que ela não traria os benefícios esperados. E Lula foi informado em seguida, quando participava da convenção nacional do PT, que lançou oficialmente a sua própria candidatura. Queixumes – "Não haveria razão para colocarmos em risco a existência do partido se não fazemos parte da chapa majoritária, se o PT não fez

u m m í n i m o e s f o rç o p e l a s alianças regionais", lamentou ontem o vice-presidente do PSB, deputado Beto Albuquerque (RS), ao responsabilizar diretamente o PT pelo fracasso nas negociações. "Ficou claro que se não cuidarmos da nossa vida, ninguém mais fará por nós". Visivelmente aborrecido, o deputado disse que "o PT se comporta como amigo do PSB, mas não como companheiro". Já o líder do PSB na Câmara, deputado Alexandre Cardoso (RJ), que era favorável a aliança formal, entende que o PT até se esforçou para firmar a aliança, mas a questão era que a direção do partido temia não alcançar a cláusula de barreira, que obriga os partidos a conquistar 5% dos votos nacionalmente, sendo 2% deles em nove Estados. "Poderíamos até conseguir, mas se não conseguíssemos como iríamos explicar depois para a comunidade?", perguntava. Ao perder o apoio do PSB e sem confirmação de que terá uma coligação formal com o PC do B, Lula passaria a contar apenas com o PRB em sua chapa. Na prática, a saída do PSB significa a perda de um minuto e 48 segundos no horário eleitoral gratuito na rádio e na tevê. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de junho de 2006

Indicadores Econômicos

5

55,62

por cento foi a variação das ações da Varig PN no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

26/06/2 006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 21/06/2006 22/06/2006 21/06/2006 22/06/2006 21/06/2006

P.L. do Fundo 5.609.020,45 1.384.279,09 5.795.862,78 3.601.734,79 1.051.419,14

Valor da Cota Subordinada 1.098,276203 1.035,844810 1.005,089722 1.058,477090 1.021,422738

% rent.-mês 1,0414 1,0368 -6,0407 2,4386 1,9779

% ano 12,4165 3,5845 0,5090 5,8477 2,1423

Valor da Cota Sênior 0 1.046,839366 1.056,275486 0 0

% rent. - mês 0,8539 0,9341 -

% ano 4,6839 5,6275 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


6

Tr i b u t o s Finanças Agronegócio Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de junho de 2006

TÉCNICOS DA RÚSSIA VIRÃO INSPECIONAR GADO BRASILEIRO

O Fundo Nacional de Apoio à Cafeicultura financiou 1/3 da publicidade do governo na Alemanha.

Henry Milleo/AE

FRIGORÍFICOS APOSTAM NA VOLTA DAS EXPORTAÇÕES DE CARNE Visita de técnicos da Rússia ao Mato Grosso do Sul e Paraná e a venda para nações emergentes animam os produtores brasileiros de carne bovina, que esperam o fim do embargo ao produto nacional.

F

rigoríficos se animam com perspectivas de normalização das exportações de carne bovina nos próximos meses, após embargos de 60 países por conta da febre aftosa. Os primeiros focos da doença foram descobertos no final do ano passado nos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná. O Frigorífico Bertin, maior exportador de carne do Brasil, por exemplo, espera que as vendas para outros países aumentem até 20% se comparadas ao ano passado. Se confirmado, esse resultado será superior aos 15% de incremento obtidos em 2005, quando a empresa faturou US$ 681 milhões com exportações. Mesmo com todo o otimismo da Bertin, a previsão para o setor é menor. A Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec) é mais conservadora e estima aumento nas exportações de cerca de 12%, o que vai contabilizar US$ 3,5 bilhões neste ano ante US$ 3,148 bilhões em 2005. História – Passados mais de oito meses da descoberta dos primeiros focos de febre aftosa no Brasil, quase 20 países ainda não voltaram a importar carne do País normalmente. A Rússia, maior cliente brasileiro e principal centro de atenção dos produtores, mandará técnicos para verificar as condições sanitárias no Paraná e Mato Grosso do Sul no próximo mês. Posteriormente, vai decidir se acaba ou não com o

embargo à carne bovina. Em 2005, o país asiático importou US$ 555 milhões em carne bovina ao natural do Brasil. Desde janeiro deste ano, no entanto, comprou 35% menos do que no mesmo período do ano passado. O Chile, quarto maior importador de carne do Brasil, com US$ 140 milhões em 2005, decidiu, na semana

12

por cento é a perspectiva de aumento nas exportações de carne brasileira neste ano, que devem somar US$ 3,5 bilhões. passada, voltar a comprar o produto brasileiro. O retorno dos chilenos estimula o setor. Para o presidente do Sindicato da Indústria do Frio (Sindifrio), Edivar Vilela Queiroz, proprietário do frigorífico Minerva, logo a situação vai se normalizar. "O mundo todo gosta de carne. O Brasil tem bom rebanho a oferecer", diz ele, lembrando que, mesmo com a aftosa, o País foi o maior exportador mundial no ano passado, vendendo US$ 3,148 bilhões, con-

forme dados da Abiec. Diversificação – Independentemente da posição brasileira no ranking mundial de exportações, os produtores tiveram muitas perdas e, para compensá-las, têm aumentado as vendas para países emergentes, cuja população está com mais poder de consumo. Exemplos são o Egito, atualmente o segundo mercado mundial para carnes, e a Bulgária. A Bulgária, inclusive, comprou 60% a mais de carne bovina de janeiro a maio deste ano em relação a 2005. O Frigorífico Bertin aposta no aumento do consumo mundial e na venda de itens com maior valor agregado para os 80 países com que negocia. Vacina – Segundo dados da Central de Selagem de Vacinas (CSV), órgão que centraliza a distribuição de vacinas no País, as vendas de remédios contra a febre aftosa cresceram 52% em relação à campanha do ano passado. Já foram vendidas 78 milhões de doses. Porém, com o aumento da demanda, houve aumento nos preços. A vacina para aftosa subiu cerca de 4% em relação a 2005. A expectativa do Ministério da Agricultura é de que sejam vacinados 95% do rebanho brasileiro, composto por 202,5 milhões de cabeças . "Os produtores e governo estão mais cautelosos com a vacinação. A fiscalização será mais caprichada", afirma Edivar Queiroz, do Sindifrio. Adriana David

Governo aproveita Copa para mostrar potencial brasileiro

O

governo quer aproveitar o grande fluxo de turistas que está passando pela Alemanha durante a Copa do Mundo para divulgar o agronegócio nacional. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, apresentou ontem a primeira campanha institucional de promoção do agronegócio brasileiro, que está sendo adotada aqui e em outros países. Desde o dia 29 de maio até o dia 12 de julho, produtos brasileiros como café, hortaliças e frutas estão expostos em pilares e painéis luminosos na capital alemã, Berlim, e na cidade de Munique. Há peças publicitárias em 125 pilares e em 36 placas do metrô das duas cidades. Também são realizadas sessões de degustação de alimentos nacionais nos eventos da Copa da Cultura, promovida pelo Ministério da Cultura. Além do café, hortaliças e das frutas, os produtos mais beneficiados com a campanha são as carnes, o etanol e a soja. "Nós queremos promover o agronegócio brasileiro, mostrar a qualidade do nosso produto, a sua sustentabilidade e a competência do produtor também em agregar valor", afirmou o ministro.

"Nosso objetivo é mostrar uma imagem positiva do agropecuarista nacional, que é muito atacado na Europa em função de se considerar o Brasil, pelo seu potencial produtivo, uma ameça a outros países em termos de comércio internacional", disse Telma Gondo, coordenadora-geral do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio. Ações de marketing – Dentro do programa de promoção comercial do agronegócio brasileiro na Alemanha está prevista uma entrevista coletiva para a imprensa alemã, na Embaixada do Brasil em Berlim, no dia 7 de julho. Nos dias 10 e 11, também em Berlim, Rodrigues participa do "Encontro Econômico Brasil-Alemanha", promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK), quando receberá o Prêmio Personalidade BrasilAlemanha 2006. No dia 12, haverá o seminário "Agronegócio como Propulsor do Desenvolvimento Mundial", na Bolsa de Valores de Frankfurt. Para ajudar o grande público a conhecer o potencial brasileiro, o ministério também veicula dois anúncios sobre o agronegócio nacional na edição de julho da

Benonias Cardoso/Folha Imagem

revista de bordo da companhia aérea Lufthansa. Gastos – Os gastos com a campanha estão estimados em R$ 1,35 milhão. O Fundo Nacional de Apoio à Cafeicultura (Funcafé) financiou um terço da campanha e o setor privado vai promover as sessões de degustação. No total, o governo gastou R$ 900 mil em toda a estratégia de marketing. Na solenidade de ontem, Roberto Rodrigues, comentou o livro "Sabores da Terra Brasil", elaborado pelo Ministério da Agricultura. A publicação traça um panorama sobre a alimentação brasileira e conta a história da cozinha tradicional do País e das principais culturas e criações de animais. O livro também traz receitas típicas brasileiras, como a moqueca capixaba, a carne-desol dos estados nordestinos e o c h u r r a s c o c o m a r ro z d e carreteiro, prato típico do Rio Grande do Sul. Como parte das ações de marketing do Ministério da Agricultura, o livro será distribuído na Alemanha. São 146 páginas escritas em inglês e português, ilustradas com fotos de alimentos brasileiros e dos principais pontos turísticos. A tiragem inicial é de 5 mil exemplares. (ABr)

Dalma Curcio/Folha Imagem

No alto, produtores do Paraná vacinam gado contra febre aftosa. Embargo fez cair faturamento dos produtores em 2005.

Ministério da Agricultura lança livro sobre comércio mundial

O

ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, lançou ontem o anuário "Intercâmbio Comercial do Agronegócio". Produzido pela Coordenação Geral de Organização para Exportação (Cgoe), da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), a publicação contém informações, análises, gráficos e tabelas sobre o

desempenho do setor nos últimos anos. Também mostra o comércio do Brasil com os seus 30 principais parceiros na agropecuária. Crescimento – De acordo com o anuário, as exportações agrícolas brasileiras cresceram a uma taxa anual média de 18,8% entre 2000 e 2004, mais do que o dobro do comércio agrícola mundial, que aumentou 9,1% ao ano no mesmo período, segundo a Organização Mundial do

Comércio (OMC). Com 5 mil exemplares, a publicação terá distribuição gratuita dirigida para os principais órgãos públicos e entidades privadas que atuam no setor do agronegócio. Em breve, o anuário também poderá ser consultado no site do Ministério (www.agricultura.gov.br). Por enquanto, informações podem ser obtidas pelo endereço eletrônico cgoe@agricultura.gov.br (ABr)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nicholas Roberts/AFP

A idéia de acumular riqueza é algo natural, por esta razão, quando alguém pode administrá-la melhor do que você mesmo, dê para quem o faça. Por isso a entreguei aos Gates. Do investidor norte-americano Warren Buffett, o segundo homem mais rico do mundo, ao doar US$ 30,7 bilhões a obras humanitárias da Fundação Bill e Melinda Gates, do primeiro homem mais rico do mundo.

terça-feira, 27 de junho de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

JUN H O

2 -.LOGO

27

Nascim ento do e Guimar scritor João ã e s Rosa (1908-1 967), au tor de Grande S er t ã o : Veredas

L ITERATURA C IÊNCIA

Conversas com o travesseiro Pesquisadores japoneses do Instituto japonês de Pesquisas do Sono criaram um travesseiro que dá conselhos aos insones. O travesseiro analisa os hábitos dos usuários e, em função de sua avaliação, faz até 40 recomendações distintas para o paciente resolva seu problema. Além disso, o travesseiro é equipado com detectores que captam os movimentos da cabeça e do corpo para calcular o número de horas de sono reparador. "Se

você dorme mal durante algumas noites, o travesseiro pode sugerir, por exemplo: 'Por que não tenta relaxar esta noite com um bom banho?', explica Naomi Adachi, vice-presidente da empresa Lofty, que já comercializa a invenção. Depois de algumas noites de sono reconfortante, o travesseiro incentiva: "você dormiu muito bem, continue assim". www.gizmodo.com/gadgets/gadgets/ loftys-useless-sleepanalyzingpillow-180669.php

E UA Mario Tama/AFP

Harry Potter vai morrer? Autora da série lança dúvidas sobre futuro do protagonista no último livro

A

autora J.K. Rowling revelou que pelo menos dois personagens vão morrer no sétimo e último livro de sua série best-seller sobre Harry Potter. Mas ela tomou o cuidado de não dizer quais personagens serão. A série Harry Potter já vendeu estimadas 300 milhões de cópias em todo o mundo. "O capítulo final está muito bem escondido, embora já tenha mudado um pouquinho", disse a escritora em entrevista transmitida ontem pela emissora britânica Channel 4. "Um personagem foi salvo, mas tenho

que admitir que vão morrer dois que eu não pretendia inicialmente que morressem." Quando lhe foi pedido que fosse mais precisa, ela acrescentou: "Não, não vou dizer mais, porque não quero receber cartas de repúdio nem outras coisas". Rowling explicou que compreende o desejo de alguns autores de matar o personagem principal ao final de uma série bem-sucedida. "Nunca senti a tentação de matar Harry antes do final do sétimo livro, porque sempre planejei sete livros, e é por ess e c a m i n h o q u e q u e ro s eguir", disse. "Mas compreen-

do muito bem a mentalidade de um autor que pensa 'vou matar esses personagens porque assim não poderá haver sequências não escritas pelo autor ... então a história vai acabar comigo, e depois que eu estiver morto e enterrado, ninguém vai poder trazer o personagem de volta'". Rowling, 40 anos, escreveu a primeira aventura de Harry Potter quando era mãe solteira e estava desempregada. Desde então, porém, ela já se tornou uma das escritoras mais ricas da história, com uma fortuna pessoal estimada em mais de US$ 1 bilhão. (Reuters)

A organização Aldeias Infantis SOS – que tem como garotopropaganda o brasileiro Juninho Pernambucano – leiloará pela internet um livro com os autógrafos dos 736 jogadores inscritos no Mundial da Alemanha. www.aldeiasinfantis.org.br

E GITO

O mistério do sarcófago Uma missão arqueológica egípcia encontrou mais dois sarcófagos perto das pirâmides de Gizé. Estes sarcófagos, revelados ontem à imprensa pelas autoridades egípcias, datam da 26ª Dinastia (664-252 antes de Cristo) e estão localizados ao sul das pirâmides. No primeiro sarcófago, de 2 metros de comprimento e 70 centímetros de largura, aparecem hieróglifos que representam a Osíris, rei dos mortos e o deus do Sol, Rá, segundo o comunicado. Mas o que provocou alvoroço entre os cientistas foi a descoberta de uma múmia no segundo sacórfago, que traz o nome de Neb Ra Khatow. Este personagem, até o momento, é desconhecido dos especialistas em antigüidade. B RAZIL COM Z

Miro Kuzmanovic/Reuters

L

Irmã Dorothy não é passado

Godspeed, réplica de um dos navios do século 17 que chegaram aos EUA com colonos britânicos, próximo à Estátua da Liberdade. O país iniciou as comemorações dos 400 anos com 18 meses de antecedência.

S AÚDE

Sinais de Alzheimer

E M

provavelmente é verdade. Mas os pesquisadores ficaram acreditam que em mais de um terço dos casos, aglomerados de proteína e outros sinais de degeneração seriam marcas do mal de Alzheimer. O trabalho, publicado hoje na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia discute também as teorias de que um alto nível educacional ou atividades como palavras cruzadas e leitura podem ajudar a evitar a doença.

L

Uma pesquisa científica descobriu que num número relativamente grande de casos, pequenos lapsos embaraçosos atribuídos à idade, como esquecer uma conversa mantida há pouco tempo ou ter um branco na hora de lembrar o nome de alguém, podem ser sinais do mal de Alzheimer. Cientistas de Chicago chegaram a essa conclusão depois de realizar autópsias no cérebro de 134 idosos que pareciam ser mentalmente normais, exceto por uma sutil perda de memória. Lapsos de memória geralmente são relevados como parte normal do processo de envelhecimento e, na maioria dos casos, isso

A LEMANHA

D ESIG

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AFP

Pregado

C A R T A Z

VIOLÃO

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m objet o n i n g u para o qual ém dá a n revelar o r a t e n ç ã o , m ep m cultura uito sobre p o d e aíses, s e o jei to de v divers ive o idéia d s p a í s e s . E s s r de efendid aéa ap ners Ga d Char elos designy e Yo q u e re av un pregad iram mais d Ziv, e o g o s o u res de roupa, 300 novos, antimetal, d m a d e i e plástico, ra, bam muito m bu e ais.

Yamandu Costa, o maior virtuose do violão no Brasil, em recital solo, no qual recria clássicos da MPB. Entre eles, Carinhoso, de Pixinguinha, e Interrogando, de João Pernambuco. Teatro Popular do Sesc. Avenida Paulista, 1313. Telefone: 3146-7405. 20h. R$ 15.

s à coleç

ão Caçada ao urso chega ao fim Bruno, o urso selvagem que fugiu dos Alpes italianos e terminou na Alemanha, foi baleado e morto por caçadores autorizados pelo governo ontem. O episódio coloca fim à perseguição iniciada há cerca de um mês. Bruno é o primeiro urso selvagem avistado na Alemanha desde 1835. A saga do urso fujão ganhou destaque nos jornais europeus, competindo com as notícias da Copa. Bruno fazia parte de um programa de reintrodução de ursos selvagens no norte da Itália, mas ele escapou, passou pela Áustria e foi parar na Alemanha. No caminho, matou ovelhas e coelhos e alcançou colméias de abelha para alimentar-se de mel.

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Informações jurídicas

O inventor Raymond Kurzweill levou anos para aperfeiçoar este aparelho que pode ser muito útil para os cegos. O K-NFB Reader tira fotos digitais de placas, menus, jornais, etc, e depois lê o texto em voz sintetizada. O processador reconhece o texto escrito e converte em som, e é capaz de guardar milhares de páginas. Pode ser encomendado por cerca de US$ 3.500 no site.

Notícias, biblioteca virtual, revistas, eventos, guia de profissionais, vídeos e legislação são alguns dos serviços do site Direito do Estado. O objetivo do site é ampliar o acesso a informações jurídicas a todos os cidadãos e também oferecer material para profissionais do direito. Em inglês e português, o site também traz informações sobre cursos na área de direito e tem uma seção de links com diversos serviços de utilidade. www.direitodoestado.com.br

L OTERIAS

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

A cantora pop Madonna cancela os dois shows da turnê Confessions Tour ao Brasil Sociedade Brasileira de Pediatria aponta benefícios da amamentação após os 6 meses

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Leitura com voz sintetizada

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www.knfbreader.com

VITÓRIA – Torcedor comemorou a vitória da Itália sobre a Austrália, ontem, circulando por Frankfurt a bordo do seu Cinquecento, da Fiat, típico veículo italiano. O modelo da foto é dos anos 60 e 70.

O jornal norte-americano Miami Herald publicou ontem um artigo relembrando o caso da missonária Dorothy Stang, que no dia 7 de junho teria completado 75 anos, mas foi brutalmente assassinada na Amazônia há pouco mais de um ano. A irmã Dorothy passou 39 anos de sua vida na região, e foi assassinada por matadores contratados. O artigo condenava a impunidade no País, especialmente no caso de irmã Dorothy. Apesar de alguns envolvidos terem sido presos, o caso ainda não foi concluído. O Miami Herald também criticou o sistema legal brasileiro, que toleraria os desmandos de "poderosos proprietários de terra que ordenaram a morte da irmã".

Estudo mostra que idioma materno influencia modo de calcular de ocidentais e orientais

Concurso 144 da LOTOFÁCIL Por problemas técnicos no site da Caixa Econômica Federal (CEF), os números sorteados não foram divulgados ontem. Confira o resultado do concurso em: www.caixa.com.br


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de junho de 2006

DOISPONTOS -77

A Copa maltratada do MLST

E

Levar esses fatos ao conhecimento dos cidadãos não é algo que se faz por espírito de emulação. Ao revés, é um direito do cidadão correto, íntegro e cumpridor de suas obrigações para com o Estado, conhecer, também ao vivo, o que vândalos fazem. Sendo socióloga e, por isso, tendo conhecimento teórico do funcionamento das sociedades humanas, Dona Suzana Maranhão sabe que o vandalismo perpetrado pelo seu esposo e pelo grupo

que liderou extrapolaram os limites estabelecidos pelas leis que disciplinam as relações sociais e salvaguardam as instituições públicas. Como pessoa esclarecida sabe também que o que seu esposo fez não é o caminho adequado para reivindicações. Atos de vandalismo, e com eles ser conivente, são uma afronta à dignidade de todos os brasileiros. Manter a administração de um país se faz com a arrecadação tributária.

Quem não sabe disso? Os incontáveis tributos aí estão, criados para tanto. Paga-os o brasileiro contribuinte, o brasileiro que trabalha de sol a sol, pelo menos cinco dias por semana. O dinheiro da economia familiar é obtido com muito suor e não como benesse dos poderes públicos, quer direta, quer indiretamente. O que foi depredado por essa horda de bárbaros, foi o patrimônio público para cuja aquisição e formação a grande maioria daqueles cidadãos brasileiros,

credito

Suzana Maranhão quer ampliar o prejuízo: uma verba para o MLST assistir aos jogos da Copa

Sérgio Dutti/AE

m entrevista aos jornais, a "socióloga" Suzana de Brito Maranhão reclama dos "maus tratos" a que estariam sendo submetidos seu marido, Bruno Maranhão, e os demais 42 integrantes do MLST, todos presos em Brasília. Além disso, quer que eles sejam agraciados com uma televisão para que possam assistir os jogos de futebol da Copa. Ora, os brasileiros viram e ouviram pela televisão o que o marido de Dona Suzana e seus companheiros fizeram nas dependências da Câmara dos Deputados. E pelo visto e ouvido, ficou demonstrado à sociedade que o que aconteceu não foi uma coisa de momento, repentina, mas, sim, atos de vandalismo programados e preparados com antecedência para que acontecesse o que aconteceu: a depredação de bens públicos e feridos.

estes real e verdadeiramente solidários, contribuíram com o suor de um trabalho honesto e dignificante. Assim, como socióloga, Dona Suzana de Brito Maranhão não deveria ter permanecido calada sobre os maus tratos para com as coisas públicas perpetrados pelos companheiros do MLST, liderados e sob o comando de seu esposo. E pelo que fizeram, o grupo revelou ser extremamente perigoso. E pelo perigo que representam para a sociedade estão detidos onde devem desfrutar da companhia de seus iguais. A propósito, os vândalos não foram levados para um spa. A TV que a socióloga postula para os companheiros e amigos de seu esposo é uma daquelas que foram destruídas no assalto à Câmara... PEDRO LUÍS DE CAMPOS VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

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Dom Menas Um homem sem pecados é candidato a rei.

mestres e discípulos, originando mau aproveitamento do tempo escolar, sobretudo no nível médio; G enriquecimento, complexificação da cultura e dos conhecimentos e a ¨¨barbárie do especialismo¨ (Ortega y Gasset); G desaparição de grandes pedagogos como Anísio Teixeira, Lourenço ENEDICTO Filho, Fernando de ERRI DE ARROS Azevedo e Noemy Silveira Rudolfer, com QUE PODE prestígio para liderar a implantação no País de SER FEITO avançadas políticas e práticas educacionais que DUCAÇÃO têm revolucionado não só o ensino como inco proposições o desenvolvimento (3 polêmicas e de vários povos e nações; G a crescente heterodoxas e 2 solucionáticas): subordinação do sistema escolar a um ideologismo A educação escolar é que supre as falhas e um processo que se deficiências do ensino inicia pela alfabetização: público com remendos o ensino da leitura demagógicos que e da escrita, instrumentos desvirtuam a avaliação do básicos da linguagem – os ensino, a seleção pelo quais, juntamente com o mérito dos estudantes, tais cálculo, são a base de toda como, no primário, as aquisição posterior do promoções independentes conhecimento que integra de aprendizado, a herança cultural do os sistemas de cotas e a homem.(Subsidiariamente destinação privilegiada de pela transmissão de recursos financeiros para o conhecimentos gerais ensino universitário em elementares.) detrimento dos níveis básicos.

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Um extraordinário acontecimento do nosso tempo foram os milagres educacionais na Espanha, Coréia e Irlanda. G a alfabetização é essencialmente um processo de repetição para decoração e reprodução de símbolos e suas relações; G esse ensino é uma técnica de treinamento extremamente simples que pode ser adquirida rápida e facilmente por pessoas sem maiores qualificações; G as crianças são capazes de se alfabetizarem sozinhas, dispensando escolas e professores; G como em qualquer processo humano, o emprego de mestres vocacionados e especializados na profissão produz resultados mais rápidos e de melhor qualidade.

O processo educacional 2 é um sistema integrado e contínuo de aprendizado amais, em tempo algum, este país teve um presidente – e jamais terá, espero – como Luis Inácio Lula da Silva: o nosso Dom Menas, Primeiro e Único. E olhem que pelo Palácio do Planalto tem passado uma gente medonha, de arrepiar incrédulos. Collor de Mello e Jango são apenas os exemplos mais evidentes da ruindade a que parecemos condenados. Jânio da Silva Quadros forma o tripé de ouro. O brasileiro é antes de tudo um forte. Ou, quem sabe?, um tolo. Dom Menas está convencido de que veio ao mundo para mudar a história. O fato de se ter definido como um homem sem pecados dá a dimensão exata da sua falta de senso. Como é possível que alguém, com os amigos que ele possui e mima, dizer tamanho disparate? Lula não quer um segundo mandato: quer um terceiro, um quarto, um quinto. Lula é candidato a rei. Para chegar lá, vale tudo, sobretudo mentir muito, mentir sempre, mentir sem parar. Eis aí um homem que mente. Um candidato a rei que se fez vassalo da mentira absoluta. Certo jornalismo não gosta deste tipo de conversa. Fica arrepiado quando se mostra a falta de compostura do presidente, que usa e abusa dos recursos públicos para fazer campanha. Sobe nas tamancas quando se diz que Sua Majestade é um bronco mentiroso, que se presta ao papel de inaugurar promessas, como se elas fossem realidade. Prefere endossar a tese de que, por aqui, sempre se roubou muito, de que a vida sempre foi assim mesmo, que o PT é só mais uma quadrilha no mer-

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G Lula é candidato

a rei. Para chegar lá vale tudo, sobretudo mentir muito, mentir sempre, mentir sem parar. Um candidato a rei que se fez vassalo da mentira absoluta. G Sua Alteza está como sempre esteve, desde 1º de janeiro de 2003: com o bloco na rua, em busca de um novo mandato, torrando dinheiro público como se o ervanário lhe pertencesse.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

cado eleitoral. Não é verdade. Mas, ainda que verdade fosse, onde está escrito que o erro de Pedro torna Paulo inimputável? que foi feito do Plano Nacional de Segurança? O que foi feito dos cinco presídios de segurança máxima, que acabaram em apenas um, sem equipamentos, incompleto? O que foi feito do Primeiro Emprego? O que foi feito do programa nacional de inclusão digital? O que foi feito das reformas da Previdência Social, Tributária, Fiscal, Política, entre outras? O que foi feito de tantas promessas de Dom Menas? Sua Alteza está como sempre esteve, desde 1º de janeiro de 2003: com o bloco na rua, em busca de um novo mandato, torrando dinheiro público como se o ervanário lhe pertencesse. Dom Menas, caso se reeleja, terá pela frente uma tarefa precípua: arrumar logo, logo, quem se disponha a fazer o papel outrora desempenhado por Zé Dirceu, Delúbio Soares, Silvinho Pereira, José Genoino, João Paulo Cunha e tantos outros. Não terá dificuldades em achar os novos parceiros. A musa do mensalão – a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) –, por sua vez, não há de rejeitar uma nova dança. Dom Menas ri do povo. Que o aplaude. Querem bis?

O

ORLANDO SILVEIRA É JORNALISTA ORLANDOSILVEIRA@UOL.COM.BR

escalonado para níveis progressivamente mais elevados de conhecimento - isto supõe adequada aquisição de conhecimentos proporcionada pelos níveis inferiores de ensino. O sistema educacional brasileiro vem se 3 deteriorando em todos os níveis, sobretudo nas escolas públicas, notadamente nas três últimas décadas e em progressão geométrica na atualidade, devido a numerosas causas. As principais são: G anomia e indisciplina social, dificultando o relacionamento entre

O "capital humano", 4 representado essencialmente pela saúde e educação da população é a principal riqueza das nações e précondição de seu contínuo desenvolvimento. G um dos mais extraordinários acontecimentos históricoculturais do nosso tempo foram os "milagres educacionais" ocorridos na Espanha, Coréia e Irlanda, que em menos de duas gerações, ao alterar a qualidade de seu capital humano, resolveram problemas gerais de atrasos seculares. G os modernos recursos da tecnologia da comunicação, sobretudo a TV, a informática e a Net ainda estão rudimentarmente aplicados ao ensino. Um projeto nacional 5 prioritário de Educação, que visasse sua utilização intensiva, poderia em prazo mais curto do que duas gerações não só aprimorar o ensino e o problema escolar brasileiro, como dar solução mais simples, mais rápida e mais efetiva a todo um conjunto de dificuldades econômicas e sociais que hoje se buscam por outros meios. G seria necessário por evento nacional conscientizar o País sobre os métodos e resultados dos "milagres educacionais" já realizados; G programas de TV e sites da Net, telões e CDs G e a simples distribuição de jogos de cubos alfabéticos poderiam suprir com maior facilidade e amplitude as atuais deficiências de nossas escolas e nosso ensino. BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM. BR

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4

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de junho de 2006

A lei foi bastante cruel em relação aos artistas. Os músicos não têm culpa disso que aconteceu (o caixa dois). Belise Ribeiro, cantora

TSE PROMETE TODAS AS RESPOSTAS ATÉ 5 DE JULHO.

GROSSI E MELLO DIVERGEM SOBRE REAJUSTE DE SERVIDORES PÚBLICOS Dida Sampaio/AE

Eymar Mascaro

O Sul é a meta

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andidato à presidência pela coligação PSDB/PFL, Geraldo Alckmin se esforça para atrair o apoio dos governadores do PMDB dos Estados do Sul, Germano Rigotto (RS), Roberto Requião (PR) e Luís Henrique (SC). Mas, não está fácil. Apesar de suas conversas amistosas com Lula e Alckmin, Rigotto garante que seu palanque não será de nenhum presidenciável, enquanto Requião ameaça aderir ao movimento pró-PT na região. Alckmin vai investir em sua campanha no Sul na esperança de equilibrar o jogo eleitoral com Lula. Avançando no Sul, o tucano diminui a diferença que favorece o petista no Nordeste. Mas, para ter êxito no Sul, Alckmin necessitaria de contar, sobretudo, com o apoio dos governadores do PMDB. A meta de Alckmin é encostar em Lula nas pesquisas até o início da campanha gratuita no rádio e TV, em 15 de agosto.

Ministro José Gerardo Grossi, do TSE, durante audiência pública para tirar dúvidas sobre a minirreforma eleitoral, em Brasília.

DIVISÃO

NEM O TSE SABE AS REGRAS DA CAMPANHA ELEITORAL

À

s vésperas do início da campanha eleitoral ainda há muitas dúvidas de partidos e candidatos quanto ao real alcance das novas regras eleitorais, aprovadas pelo Congresso e validadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições deste ano. Ontem, representantes de partidos e da Ordem dos Advogados Brasil (OAB) participaram de audiência pública com o ministro do TSE, José Gerardo Grossi. As dúvidas foram explicitadas e Grossi avisou que as respostas devem ser dadas pelo tribunal antes do início da campanha eleitoral, ou seja, até 5 de julho. Em nome da OAB, o advogado e ex-ministro do TSE, Fernando Neves, pediu que o tribunal esclareça a expressão "eventos assemelhados" incluída no artigo que proíbe o showmício. Outras dúvidas,

como o tipo de uniforme que a equipe do candidato poderá usar (já que a distribuição de camisetas está proibida) ficaram sem resposta. Até o momento, mais de 40 consultas foram apresentadas. E o TSE só começou a responder parte destas dúvidas. Manteve a proibição do uso de outdoors, mas liberou as placas de até quatro metros quadrados. Permitiu também o uso de bandeiras e adesivos nos carros e de bonecos infláveis como forma de divulgação da campanha, desde que não atrapalhem o trânsito. Indefinido – A audiência pública foi realizada pelo TSE a pedido do PT, mas não proporcionou os esclarecimentos necessários porque a resolução que tratará diretamente da propaganda eleitoral sequer foi votada pelo tribunal. O ministro César Asfor Rocha pediu vista, argumentando que

ARTISTAS PROTESTAM EM AUDIÊNCIA COM O MINISTRO Proibição de showmícios gera insatisfação

A

rtistas do Distrito Federal, aproveitaram a audiência com o ministro do TSE, José Gerardo Grossi, para protestar contra a proibição dos showmícios, prevista na minirreforma eleitoral. Eles afirmam que os artistas têm três períodos importantes para ganhar um salário extra — o carnaval, o reveillon e as eleições — e que não é justo que sejam punidos pelo uso de caixa dois nas campanhas políticas. Por meio de cartazes, afirmaram que o artista regional não pode ser acusado de ser o responsável pelo caixa dois. "Todo povo brasileiro é a favor da moralização

das eleições, mas quem vai pagar a conta pela proibição é o artista. A classe artística está sendo apenada. Estamos nos sentindo cassados, castrados, porque alguns maus políticos fizeram essa lambança", protestou Cacá Silva, afirmando que só no período militar houve esse tipo de proibição. A cantora Belise Ribeiro também protestou contra a determinação. "A lei foi bastante cruel em relação aos artistas. Os músicos não têm culpa disso que aconteceu, em relação ao caixa dois. Nós estávamos exercendo a nossa profissão, alegrando os showmícios", disse. (AOG)

as penalidades a que estarão sujeitos os infratores da lei não estavam explicitadas no texto. O ministro Grossi chegou a dizer que o TSE poderá rever a decisão relativa à proibição de outdoors, que ficou restrita à questão da metragem. Uma das dúvidas era a possibilidade de afixar várias placas, de quatro metros quadrados, num mesmo muro ou no comitê eleitoral. " O TSE irá responder, mas a meu juízo, a colocação de placas em seqüência me parece anúncio de fraude" , disse Grossi. Na audiência, alguns advogados apresentaram dúvidas e sugestões sobre a proibição e criminalização da boca-de-urna na antevéspera da eleição e uso de linguagem de sinais e legenda para deficientes auditivos nos programas eleitorais de TV. Assessores de partidos também fizeram perguntas sobre o registro dos gastos da

campanha, como pagamento de lanches. Segundo o ministro, se o dinheiro saiu da conta, o candidato tem que justificar o uso, mas pode-se somar as retiradas para fazer as notas. Grossi x Mello– Grossi divergiu do presidente da Corte, ministro Marco Aurélio Mello, na interpretação sobre a legalidade do reajuste concedido pelo governo a seis categorias de funcionários públicos. Segundo ele, o TSE analisou apenas prazos quando, na semana passada, respondeu à polêmica sobre conceder ou não a revisão geral de salários com índices superiores à inflação. O TSE concluiu que, desde 4 de abril, estão proibidas as revisões. Havia uma dúvida sobre se a proibição começava em abril ou em julho. As últimas sessões do TSE no semestre serão nos próximos dias 28 e 30. Em julho há férias forenses. (Agências)

GOVERNO QUER PAZ COM MARCO AURÉLIO MELLO

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iante das críticas de uso da máquina na campanha à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou a equipe jurídica da Casa Civil a elaborar uma portaria com regras de conduta para o governo durante o processo eleitoral. A estratégia, discutida em reunião da coordenação política na manhã de ontem, é tentar mudar a imagem de um governo que faria viagens e realizaria eventos públicos só para ganhar o voto dos grotões. Lula quer minimizar a repercussão das censuras até mesmo de juízes eleitorais às ações e visitas aos grotões e bairros da periferia das capitais. Durante a reunião, ele encarregou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Tarso Genro, procurar hoje o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, para demonstrar a disposição do governo em "colaborar" na fiscalização. Diálogo – Na semana passada, Mello disse ser antiético, em ano eleitoral, os reajustes concedidos pela administração federal a seis categorias de funcionários públicos federais. A ordem de Lula aos ministros é buscar o diálogo com o Judiciário. Márcio Thomaz Bastos disse que o Poder Executivo "não vai inventar" nada sobre a conduta do presidente na campanha eleitoral. "Já

existem várias normas. Nossa idéia é consolidar tudo de maneira lógica e coordenada para que ninguém se perca num cipoal de leis nem faça trapalhadas", afirmou. O ministro da Justiça observou ainda que as normas valem tanto para o presidente Lula como para os funcionários públicos. Desacato – Sobre as posições rígidas tomadas recentemente por Mello, Genro foi diplomático. Ele disse que Mello faz um trabalho "correto". " O diálogo não é para fazer com que ele mude de idéia, mas, sim, para mostrar que temos respeito por suas decisões e, quando não concordarmos com elas, as instâncias do Judiciário vão resolver. A posição do governo não pode ser tomada como desacato à sua autoridade nem como crítica à sua visão", argumentou. Genro referia-se à contestação feita pelo Poder Executivo à decisão do presidente do Tribunal Superior, que considerou ilegais os reajustes salariais acima de inflação concedidos a funcionários depois de 4 de abril. Amanhã, o governo deve editar pelo menos mais quatro medidas provisórias reajustando o salário de várias categorias do funcionalismo público federal. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, informou que uma delas englobará várias carreiras, enquanto as demais beneficiarão os militares, as funções jurídicas da administração federal e a Polícia Federal. (AE)

Enquanto estiver concentrando parte da campanha no Sul do País, Alckmin despacha o vice José Jorge para caitituar o voto nordestino. A palavra de ordem entre tucanos e pefelistas é não perder tempo. É preciso crescer nas pesquisas e provocar a queda de Lula.

MALHAÇÃO Prevalece na oposição a tese do PFL, de que é necessário destruir a imagem de Lula custe o que custar, denunciando as mazelas que existem no governo. A oposição vai continuar batendo firme no presidente, associando os escândalos de corrupção à figura de Lula.

ATAQUES Os principais ataques ao petista continuarão sendo feitos pelo PFL, ficando reservada a Alckmin a tarefa de se apresentar como o candidato das reformas que o País necessita. Alckmin usará a TV para se apresentar e se tornar mais conhecido dos eleitores.

DISPUTA A coligação PSDB/PFL continua brigando com o PT para amarrar o apoio da maioria dos diretórios estaduais do PMDB. Mas, o PMDB está rachado ao meio. A previsão do presidente Michel Temer é que Lula e Alckmin herdarão metade do partido cada um.

FUTURO O PMDB pode ter o vicepresidente da República se Lula ganhar a eleição. O petista quer que José Alencar se filie ao PMDB depois das eleições. Detalhe: Alencar já pertenceu ao PMDB. A segunda opção é levar José Alencar para o PSB, também em caso de vitória de Lula.

FORTALECIMENTO Ao escolher José Alencar para vice, Lula fortaleceu sua posição em Minas, Estado em que já está bem cotado nas pesquisas, apesar do seu governador Aécio Neves pertencer ao PSDB. Alencar continua com prestígio entre o empresariado mineiro e pode ajudar a estabilizar a posição de Lula no Estado.

INFORMAL Apesar dos esforços do PT, Lula deve receber apenas o apoio informal do PSB. Os socialistas não

querem se amarrar com nenhuma outra legenda. Preferem ficar livres para composições nos Estados e vencer o obstáculo da cláusula de barreira.

TEMPO Sem o apoio formal do PSB, o candidato do PT vai perder 2 minutos de campanha no rádio e televisão. Coligando-se apenas como PRB, o PT deve dispor de 6 minutos de campanha na televisão, contra 9 minutos e 30 segundos do PSDB. É este prejuízo que Lula tenta evitar.

POBREZA A campanha de Lula será feita na base da promessa de que, se reeleito, o petista olhará para os mais pobres, adotando políticas de caráter social, como o BolsaFamília. O petista revive Getúlio Vargas e diz que é o "pai dos pobres". Lula vai continuar fazendo comparação do seu governo com o de FHC.

REFORMAS Geraldo Alckmin e Lula tem algo em comum: ambos estão prometendo efetuar a reforma política, que todos os candidatos juram defender. Alckmin avança o sinal e promete, inclusive, jogar na rua uma campanha em favor do parlamentarismo, que já foi votado em dois plebiscitos (1963 e 1993).

DOIS TURNOS Até no PT a previsão é a de que a eleição presidencial será decidida apenas no 2º turno. Os petistas, e em particular Lula, admitem que Alckmin crescerá nas pesquisas assim que começar a campanha na televisão. Por isso, Lula diz que não quer saber de salto alto no partido.

IMPORTÂNCIA Ficou decidido na convenção estadual do PSDB, que homologou a candidatura de José Serra a governador, que o partido fará coligação com o PFL nas eleições proporcionais, o que aumenta a chance do partido de eleger boas bancadas de deputado estadual e federal. Aprovou também a indicação do candidato ao Senado pelo PFL, que deve ser o empresário e presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos.

DÁ VOTO A virtual campanha de Afif Domingos ao Senado deve ser feita aliada à campanha de José Serra ao governado do Estado. Líder empresarial, a candidatura Afif vai trazer votos para Serra. Atualmente, Serra lidera as pesquisas e há indícios de que pode ganhar a eleição já no 1º turno.


terça-feira, 27 de junho de 2006

Congresso Planalto CPMI Eleições

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CRONOGRAMA DE TRABALHO SERÁ DEFINIDO AMANHÃ

CPMI é uma comissão de investigação. O direito de defesa deve ser exercido em outro momento. Deputado Antônio Carlos Biscaia

CERCA DE 40 PARLAMENTARES SERÃO INVESTIGADOS POR ENVOLVIMENTO COM A MÁFIA DAS AMBULÂNCIAS.

SANGUESSUGAS: 30 NOVOS INQUÉRITOS. Adriano Machado/AE

A

MAIS QUATRO MPs PARA REAJUSTE DE SALÁRIOS Governo contraria, de novo, decisão do TSE.

C

Biscaia e Lando com Ellen Gracie: visita à ministra para pedir que STF possa compartilhar dados com a CPMI.

COPA O jogo do Brasil contra Gana paralisa a Câmara e dá folga aos senadores.

Ó RBITA

NEGATIVA Orestes Quércia garante: não vai recuar pelo PSDB. "Mas podem indicar meu vice..."

Eliaria Andrade/ Diário de SP/Ag.O Globo

MERCADANTE: 'PAU-MANDADO É...'

O

senador Aloizio Mercadante (PTSP), candidato ao governo paulista pelo PT, reagiu às declarações de seu adversário na disputa, o tucano José Serra, de que estaria pegando "carona" na candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. "Toda a minha trajetória política esteve ligada ao presidente Lula, antes mesmo de existir o PT", disse. "Um governador de São Paulo não pode querer pegar carona, nem andar na garupa de ninguém. Não é e não pode ser nem aprendiz, nem paumandado". Mercadante disse que as críticas mostram a "preocupação crescente"

com a sua candidatura. "Carona quem pegou foi ele na eleição da Prefeitura. Pegou uma carona e usou a cidade como trampolim pros seus projetos pessoais. Prometeu que não ia renunciar, assinou uma carta, registrou no Cartório e não cumpriu a palavra e nem a assinatura", disse.

Serra deixou a prefeitura de São Paulo no dia 30 de março para disputar o governo paulista pelo PSDB. "Pau-mandado e aprendiz é o prefeito (Gilberto Kassab, do PFL) que ele deixou na capital e que nunca seria eleito prefeito de São Paulo", continuou Mercadante. (Agências)

MLST

SENADO

VALÉRIO

Tribunal Regional Federal da 1 ª Região, em Brasília, negou ontem habeas-corpus para a soltura de 41 militantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) presos pela invasão e depredação de instalações da Câmara, no último dia 6. O pedido foi feito pela Defensoria Pública, que alegou ilegalidades no ato da prisão, não comunicada à Justiça no prazo legal, além da não-individualização da culpa de cada manifestante no episódio.

PSDB e o PFL fecharam ontem um acordo que confirmou a candidatura de Guilherme Afif Domingos para o Senado paulista. Tucanos e pefelistas ainda esperam um entendimento com o PMDB para a vaga de vice na chapa de José Serra ao governo estadual, apesar do lançamento da candidatura de Orestes Quércia no sábado.

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Leo Rodrigues/Hype

ontrariando decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o governo deve editar amanhã pelo menos mais quatro medidas provisórias (MPs) reajustando o salário de várias categorias do funcionalismo público federal. O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, informou que uma das MPs englobará várias carreiras, enquanto as demais beneficiarão os militares, as funções jurídicas da administração federal e a Polícia Federal (PF). Até agora, o Poder Executivo baixou uma medida em favor dos funcionários do Banco Central (BC) e dos professores, entre outras classes. De acordo com Bernardo, a Advocacia-Geral da União (AGU) entende que as MPs não ferem a legislação eleitoral porque prevêem a reestruturação dessas carreiras e não uma "revisão geral" de salários acima da inflação – como é proibido. Bernardo diz que a avaliação do Supremo Tribunal Federal (STF) e da ProcuradoriaGeral da República é similar à da AGU – a única coisa que está vetada pela Lei Eleitoral é um reajuste linear, igual para todos os funcionários públicos, superior aos 4,5% de inflação projetada para 2006. Na semana passada, assessores do Executivo manifestaram preocupação de que a interpretação do TSE fosse usada pela oposição para atacar, judicialmente, a candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora com aumentos diferenciados, o pacote de bondades é tão abrangente (beneficia 95% do funcionalismo) que fere o espírito da lei – impedir o uso eleitoral dos reajustes. Com a edição de apenas uma MP até agora, essa abrangência não estaria configurada, apesar da medida ter sido publicada em prazo inferior aos 180 anteriores da eleição. É por isso que o governo ainda não fechou exatamente quais categorias e quantos servidores serão beneficiados pelo pacote. Uma das negociações em aberto é com os gestores públicos e os auditores fiscais da Receita Federal, que estão em greve. Se a proposta em favor dessas categorias for fechada, deve fazer parte de uma MP da chamada "elite do funcionalismo", que reúne ainda as carreiras jurídicas e a PF, além do BC. (AE)

O

empresário Marcos Valério Fernandes de Souza pediu um habeas-corpus no Supremo Tribunal Federal para que seja dispensado de prestar depoimento amanhã na Polícia Federal (PF) sobre as suspeitas de pagamento de 'mesadas' a parlamentares. Além de Valério, também pediram habeas-corpus as ex-funcionárias dele, Simone Vasconcelos e Geiza Dias Santos. A convocação foi tomada a pedido do procurador-geral, Antonio Fernando de Souza.

P roc u r a d o r ia - G e- relatório final. Tenho certeza ral da República vai que a CPMI chegará ao resultapedir ainda esta se- do esperado", disse Biscaia. mana ao Supremo Provas – Para Amir Lando, Tribunal Federal (STF) a aber- a visita aos três órgãos foi imtura de novos inquéritos contra portante porque já existem cerca de 30 deputados federais muitos elementos para embasuspeitos de envolvimento sar a investigação parlamencom a máfia dos sanguessugas, tar. "O emaranhado de prodesarticulada pela Polícia Fe- vas, ao que parece, já é sufideral, informou ontem o presi- ciente para dar um grande dente da recém-instalada Co- impulso à investigação." missão Parlamentar Mista de Gilmar Mendes não estava Inquérito (CPMI) dos Sangues- ontem no Supremo, mas deve suga, deputado Antônio Car- receber amanhã Biscaia e Lanlos Biscaia (PT-RJ). O Supremo do. O relator da comissão afirjá investiga 15 parlamentares mou que, mesmo que não tenha acusados de envolvimento no acesso a toda documentação, a esquema de desvio de recursos CPMI cumprirá seu papel. do Orçamento da União com a A Corregedoria da Câmara já compra de ambulâncias super- tem em mãos um relatório sigifaturadas por meio de emen- loso com fortes indícios de envolvimento de 40 parlamentadas parlamentares. " O p r o c u r ares com a máfia dor-geral (Antôdos sanguessunio Fernando de gas. O documenSouza) nos disse to foi enviado que fará cerca de para a Procura30 novos pedi- O emaranhado de doria-Geral da dos de investi- provas, ao que República. gações. O númeA Corregedoparece, já é suficiente ria chegou a esro exato não foi dito, mas será para dar um grande ses nomes a partir de uma triaem torno disso", impulso à disse Biscaia. gem feita nas lisinvestigação. tas produzidas A ProcuradoSenador Amir Lando, com todas as inria confirmou relator da CPMI formações sobre que pedirá novas investigações a atuação da mácontra deputados em inquéritos fia disponíveis até o momento. individuais, mas não informou Foram cruzados os dados de quando enviará a solicitação dois livros-caixas apreendidos, nem quantos deputados serão. de uma lista de senhas exclusiO presidente da CPMI afir- vas de parlamentares cedidas mou que o relatório final da aos líderes da organização e das comissão revelará os nomes emendas assinadas pelos parlados deputados envolvidos no mentares citados e as licitações escândalo, protegidos até vencidas pela Planam e outras aqui pelo segredo de Justiça empresas de Darci José Vedoin, decretado pelo ministro do apontado pela polícia como o Supremo Gilmar Mendes. Bis- chefe dos sanguessugas. caia informou ainda que os A CPMI terá uma reunião parlamentares não deverão administrativa amanhã, quanser ouvidos na CPMI, que tem do será definido seu cronograsó 60 dias para concluir as in- ma de trabalhos. Segundo Bisvestigações, mas apenas num caia, provavelmente nas duas possível processo de cassação primeiras semanas de julho, de mandato. "A CPMI é uma deverão ocorrer audiências e comissão de investigação. O depoimentos. (Agências) direito de defesa deve ser exercido em outro momento, em que os deputados vão defender os seus mandatos." Peregrinação – O presidente e o relator da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), fizeram ontem uma peregrinação pelas instituições que também investigam o caso. Além da Procuradoria-Geral, estiveram com o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, e com a presidente do STF, ministra Ellen Gracie, para pedir que a CPMI tenha acesso aos documentos da investigação. Os parlamentares não receberam qualquer garantia de acesso a esses dados, mas deixaram o Supremo confiantes. "As investigações nessas instituições já estão muito avançadas. Vamos ouvir todos os depoimentos nas duas primeiras semanas de julho e trabalhar no


terça-feira, 27 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Informática

O BANCO 24 HORAS AGORA CABE NO BOLSO O acesso a praticamente todos os serviços bancários via telefone celular já é realidade no Brasil; o Ciab 2006 mostrou que o setor investe forte em tecnologia para garantir a segurança das transações em todos os níveis, a satisfação dos clientes e a inclusão social Rachel Melamet

que poderia ser melhor do que Entretanto, segundo Márcio Cypriano, resolver todos os problemas "o Banco Central recebe em média mil rebancários –checar saldos e ex- clamações por mês contra os bancos. Para tratos, pagar contas, realizar investimen- um setor que atende 30 milhões de pestos– sem sair de casa ou do escritório, en- soas nas agências por mês, isso é pouco". frentar filas e perder tempo e paciência? SeInsônia – Numa das mais concorridas ria poder fazer tudo isso com segurança, a sessões do Ciab 2006, CIOs de grandes insqualquer hora e em qualquer lugar, certo? tituições financeiras revelaram quais os Para alegria dos correntistas dos bancos problemas da área de TI que conseguem tique operam no Brasil, essa realidade está rar seu sono. Laércio Albino Cezar, vicecada vez mais perto. Algumas instituições presidente do Bradesco, afirmou que a quefinanceiras já oferecem aos clientes solu- da de sistema é o problema que mais lhe ções móveis via celular que causa insônia e o tira do sério. equivalem a ter um caixa ele- Milton Mansilha / Luz "Deixar milhares de usuários trônico 24 horas à disposição sem acesso aos nossos sistemas, no próprio bolso. Os telefosem poder atendê-los em suas nes móveis só não fornecem necessidades, é terrível", disse. dinheiro em espécie, mas já Clarice Coppetti, da Caixa podem substituí-lo, através Econômica Federal, considera a da tecnologia que permite gestão das equipes internas de pagar contas em lojas digiTI é um grande problema: tando uma senha no celular. "Num mercado crescente como Muitas dessas novidades o nosso, com a demanda por foram mostradas na semaprofissionais em alta, reter o tana passada em São Paulo, lento é uma dificuldade, princidurante o Ciab 2006 - XVI Joedson Alves / AE palmente num banco público. E Congresso e Exposição de nós temos perdidos grandes taTecnologia da Informação lentos, que fazem muita falta." das Instituições Financeiras Já Manoel Gimenez Ruy, do –que este ano teve como teBanco do Brasil, e Renato ma "A Sociedade Virtual". Cuocco, vice-presidente exeO setor bancário nacional cutivo de Recursos Operaciopretende gastar R$ 19,6 binais do Itaú, acham que os forlhões em tecnologia em necedores de tecnologia nem 2006, um valor 11% superior sempre se comportam a conaos investimentos feitos no tento quando há problemas: Márcio Cypriano e ano passado. Desse total, R$ "O mercado brasileiro atingiu Clarice Coppetti 5,3 bilhões devem ser aplium alto grau de maturidade na cados em novas tecnologias, área de TI, mas o problema é enquanto R$ 14,3 bilhões correspondem a quando o fornecedor de tecnologia diz, despesas com a tecnologia já existente, in- quando ocorre algo, que está solidário cocluindo manutenção e reposição de má- nosco", irritou-se Cuocco. quinas e equipamentos. O banco do futuro – Na mesa redonda Os números foram revelados durante o "Visão 2020 de lideranças de TI", executivos evento pelo presidente da Federação Brasi- deram a sua versão de como será a agência leira de Bancos (Febraban), Márcio Cypria- bancária do futuro. Eles imaginam que será no. O nível de automação bancária no Bra- um ambiente tecnológico totalmente sem sil, de acordo com Cypriano, que também é fios, que vai consumir grandes investimenpresidente do Bradesco, supera o de mui- tos e terá alto custo de manutenção, com tos países desenvolvidos, que inclusive im- grande nível de automatização e uma portam soluções brasileiras para o setor. quantidade reduzida de funcionários. Um bom exemplo, segundo o executivo, A agência futurista será principalmente é o número de caixas eletrônicos. O país é o um ponto de negócios, muito mais do que terceiro no mundo em número de ATMs, as atuais agências. Fisicamente, será menor com 142 mil unidades, atrás apenas dos e prestará serviços diferenciados, de acorEUA e Japão. Na relação número de pontos do com futuras necessidades dos clientes. de auto-atendimento para cada milhão de O cliente mandará – A preocupação com habitantes, o Brasil tem 768 caixas eletrôni- o cliente e sua satisfação será o principal alcos por milhão de cidadãos, enquanto que vo do mercado financeiro nos próximos a França dispõe de 703 e a Itália, de 682. anos, que deverá ser dominado por mega À distância – A prevenção de fraudes ele- bancos globais e por provedores especialitrônicas consome cerca de 10% dos investi- zados em serviços financeiros. A conclusão mentos em TI, incluídos os investimentos é do estudo "O Paradoxo da Indústria Banem cartões com chip e certificação digital. cária em 2015", realizado pela IBM Global De acordo com a Febraban, os bancos per- Business Services, divisão de consultoria da deram R$ 300 milhões em 2005 com roubos IBM, e apresentado durante a mesa redone fraudes virtuais ou em caixas eletrônicos. da "O presente e o futuro da TI nos bancos. "É um tipo de investimento que precisa O estudo aponta as cinco principais tenser constantemente feito", observou Cy- dências que determinarão o sucesso do sepriano, lembrando que nos EUA as per- tor bancário até 2015: os clientes definirão das chegam a US$ 1,8 bilhão. Se observa- as novas regras do jogo; os bancos univerdo o volume total de transações, as perdas sais e instituições de nicho prosperarão; a não parecem tão absurdas: no Brasil, 85% mudança na composição da força de tradas operações bancárias são feitas através balho exigirá novas abordagens; os encarde acesso remoto –via caixas eletrônicos, gos regulatórios aumentarão; e a tecnolotelefone ou web. As agências respondem gia será aperfeiçoada continuamente. por somente 15% do atendimento. Leia mais sobre o Ciab nas próximas páginas

1 Deixar milhares de usuários sem acesso aos nossos sistemas, sem poder atendê-los em suas necessidades, é terrível Laércio Albino Cezar, Bradesco


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de junho de 2006

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14,5

por cento ao ano deve ser a taxa básica de juros brasileira no fim do ano, de acordo com analistas.

DE ACORDO COM O BANCO CENTRAL, TAXA PARA CONSUMIDOR É A MAIS BAIXA DA SÉRIE HISTÓRICA

JUROS NO MENOR NÍVEL DESDE 1994

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consumidor está pagando menos juros e tendo um prazo mais longo para quitar os empréstimos obtidos na rede bancária. Em maio, pelo quarto mês consecutivo, as taxas de juros caíram tanto para pessoas físicas como para jurídicas. De acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), a taxa média para as pessoas físicas estava em 56,1% ao ano, nível mais baixo da série estatística, iniciada em julho de 1994. Em relação a abril, a queda foi de 1,7 ponto percentual. O BC detectou que nos primeiros 12 dias de junho houve pequena elevação nas taxas dos financiamentos para pessoas físicas. Mesmo assim, o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes, garantiu que a tendência é de baixa. "As taxas de juros ainda têm espaço para cair", disse. Segundo Lopes, só agora a queda da taxa básica de juros, a Selic, que vem sendo promovida desde setembro do ano passado pelo BC, começa a aparecer mais nitidamente na rede bancária. Além do crédito mais barato, os clientes estão sendo beneficiados com mais dinheiro à disposição para os financiamentos e maior prazo de pagamento. O saldo dos empréstimos do chamado crédito livre – recursos que os bancos podem destinar para qualquer segmento – saltou de um total

Milton Mansilha/LUZ

Joedson Alves/AE – 30/1/06

Lopes, do BC: tendência de queda

de R$ 431,16 bilhões em abril para R$ 443,95 bilhões em maio. Esse volume de crédito representou 22,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o percentual mais alto da série histórica desse indicador, que começou no mês de junho de 2000. Calote — Em maio, os brasileiros tiveram mais prazo para pagar as compras. O consumidor pessoa física obteve prazo médio de 328 dias para quitar dívidas — o período mais longo desde julho de 2001. Mas também a inadimplência, segundo o BC, cresceu entre abril e maio. Ela é a mais alta desde 2003, tanto para pessoas físicas como para jurídicas. Em maio, 2,4% do crédito concedido às pessoas jurídicas e 7,6% dos financiamentos às pessoas físicas estavam em atraso por mais de 90 dias. De acordo com Lopes, esses números devem

ser analisados com cuidado. Na sua avaliação, a inadimplência foi maior porque também foi mais elevado o volume de crédito à disposição. A redução dos juros, no caso das pessoas jurídicas, foi de 0,9 ponto percentual em maio, com taxa média de 29,7% ao ano. A queda foi acompanhada da diminuição do spread bancário (diferença entre o que o banco paga para captar o dinheiro de um cliente e a taxa que cobra para emprestar). Copa — O "efeito Copa" já apareceu nos números do crédito em maio, de acordo com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Em relatório baseado na pesquisa do BC, a entidade atribuiu à demanda por aparelhos como televisores o salto em um nicho específico de empréstimos. Os dados da Febraban mostram que as concessões de crédito para pessoas físicas para financiamentos de bens duráveis aumentaram 40,2% em relação ao mês anterior. No total, foram emprestados R$ 1,7 bilhão nessa linha, de um total de R$ 44,2 bilhões em financiamentos para pessoas físicas liberados no mês passado. As taxas nos empréstimos para bens duráveis ficaram em 58,1% ao ano, em média, com ligeiro recuo em relação aos 59,4% de abril. Consideradas todas as modalidades, o juro médio caiu e atingiu o menor nível desde 2002, refletindo os cortes na Selic. (Agências)

Previdência arrecada R$ 9,57 bi

A

arrecadação líquida da Previdência Social em maio alcançou a marca de R$ 9,573 bilhões, valor considerado recorde histórico pelo secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, desconsiderando-se os meses de dezembro, em que a arrecadação sobe em virtude do 13º salário. Com esse resultado, a arrecadação líquida foi 13,8% superior à verificada em maio de 2005 e 3% maior que a registrada em abril passado. No ano, a arrecadação soma R$ 45,715 bilhões, aumento real de 8,4% em relação aos cinco primeiros meses de 2005. Considerando a parte da arrecadação da Contribuição

Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) que, por lei deve ser destinada à Previdência Social, a receita líquida em maio subiu para um total de R$ 10,223 bilhões, expansão de 12,9% ante maio de 2005 e de 2,3% em comparação a abril de 2006. No ano, até maio, a receita foi a R$ 49,012 bilhões, expansão real de 12% sobre igual período de 2005. Despesas — De acordo com Schwarzer, também foram recordes as receitas correntes da Previdência, que totalizaram, em maio, R$ 9,648 bilhões, o que representou um crescimento de 12,3% em comparação com maio de 2005 e de 2,5% em relação a abril de 2006.

O secretário da Previdência disse que o aumento da arrecadação em maio reflete o crescimento do mercado de trabalho, a maior eficiência na gestão e, também, em menor magnitude, o aumento do teto sobre o qual incidem as contribuições para a Previdência. Em maio, as despesas com benefícios previdenciários totalizaram R$ 12,884 bilhões, um aumento real de 19,1% em relação a maio de 2005 e de 8,2% na comparação com abril de 2006. No acumulado do ano, as despesas com benefícios da Previdência somaram R$ 61,593 bilhões, expansão real de 10,6% ante igual período do ano passado. (AE)

São Paulo é a 34ª cidade mais cara

S

ão Paulo e Rio de Janeiro subiram muito no ranking das 144 cidades mais caras do mundo, de acordo com um relatório da Mercer Human Resource Consulting divulgado ontem. São Paulo, que ocupava a 119ª posição no ano passado, subiu para o 34º lugar na lista atual, enquanto o Rio de Janeiro passou da 124ª posição para a 40ª posição. "O forte crescimento do real brasileiro em comparação com o dólar americano impulsionou fortemente São Paulo e Rio de Janeiro no ranking, como resultado de um crescimento econômico positivo e investimento estrangeiro", informa o relatório, divulgado no site da Mercer. O novo estudo coloca São Paulo perto de cidades como Miami (30ª posição), Chicago (38ª) e Estocolmo (36ª colocação). O município do Rio de Janeiro, por sua vez, é considerado mais caro que Amsterdã (41ª) e Jacarta (48º lugar). O ranking da Mercer, empresa que se considera líder mundial em recursos humanos e informações financei-

ras relacionadas, chamado Cost of Living Survey (Levantamento de Custo de Vida), avalia 144 cidades, medindo o custo comparado de 200 itens, como transporte, moradia e alimentação. "Observamos mudanças significativas nos rankings de custo de vida durante os últimos anos, refletindo um mercado global em transformação", afirmou Rebecca Powers, consultora da Mercer. "Para muitas empresas, pode ser mais caro agora enviar empregados para traba-

lhar na Rússia ou na Coréia do que para lugares como Japão ou Suíça, freqüentemente vistos como destinos mais caros", acrescentou. Nova líder — Com um custo de vida 25% superior ao de Nova York, Moscou, capital da Rússia, de acordo com o levantamento, é a cidade mais cara do mundo (posição antes ocupada por Tóquio), seguida de Londres. O estudo atribui 100 pontos a Nova York, escolhida como referência, e posiciona as outras em comparação à cidade dos Estados Unidos. A capital russa subiu três posições de 2005 para 2006, recebendo 123,9 pontos, e ultrapassando Seul, com 121,7 pontos, e Tóquio, desta vez com 119,1 pontos no total. Hong Kong subiu cinco posições e Londres caiu duas, junto com Osaka, que caiu da quarta para a sexta colocação. Genebra também desceu de posição, ficando em sétimo lugar, segundo o estudo. A capital do Paraguai, Assunção, continuou sendo a cidade mais barata do ranking, com 43,5 pontos. (AG)

Painel eletrônico instalado no prédio da ACSP monitora a arrecadação tributária

Impostômetro: R$ 400 bi atingidos 25 dias mais cedo

A

arrecadação tributária brasileira atingiu nesta manhã a marca de R$ 400 bilhões com 25 dias de antecedência em relação ao ano passado. Em 2005, o mesmo montante foi alcançado no dia 22 de julho, segundo os dados do Impostômetro, ferramenta eletrônica que registra, em tempo real, a arrecadação de impostos pela União, estados e municípios desde o primeiro dia de 2006. Isso significa que os cofres públicos estão recebendo 10,16% na comparação com o mesmo dia em 2005, quando R$ 363 bilhões foram arrecadados. A média diária de receita tributária desde o início do ano é de R$ 2,220 bilhões, ante R$ 2,010 bilhões no ano passado. Instalado na fachada do prédio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na região central, o Impostômetro também está disponível no site www.impostometro.com.br. O

painel eletrônico foi uma das primeiras ferramentas de conscientização tributária criadas pela ACSP em parceria com o Instituto Brasileiro de P l a n e j a m e n t o Tr i b u t á r i o (IBPT), no ano passado. As outras foram a Calculadora do Imposto (ww w.c alc ul ado radoimposto.com.br) e o Feirão do Imposto (www.feiraodoimposto.com.br), que mostram a representatividade dos impostos sobre o rendimento do trabalhador, patrimônio e consumo de produtos e serviços. Movimento – No início deste ano, a ACSP encabeçou, junto com outras entidades de classe, o movimento De Olho no Imposto. Além de conscientizar a população, a campanha, que percorreu várias cidades brasileiras desde o início do ano, teve como meta colher 1,5 milhão de assinaturas para o envio de um projeto de lei popular que torne obrigatório discriminar, na nota ou

cupom fiscal, o percentual de tributos incidentes nos produtos e serviços, conforme previsto no artigo 150, parágrafo 5º da Constituição Federal. Balanço – Após o encerramento da campanha, o saldo foi de R$ 1,564 milhão de assinaturas. As listas com as adesões foram enviadas ao Senado Federal no dia 31 de maio. Embora finalizada a campanha, as pessoas continuam mandando as assinaturas para a ACSP e acessando o site www.deolhonoimposto.com.br . Desde o início deste mês, já foram cerca de 25 mil visitas, ante quase 32 mil em maio. Cópias para assinatura também continuam sendo baixadas pela internet. Em maio, foram 11 mil e, em junho, quase 8 mil. "Isso mostra que as pessoas se sensibilizaram com a questão", afirmou o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial, Marcel Solimeo. Adriana David

Caem projeções para a inflação

O

mercado financeiro reduziu suas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano de 4,17% para 4,04%, conforme pesquisa divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Feito semanalmente, o levantamento registra uma série de quatro reduções seguidas das estimativas para a inflação de 2006.

A nova queda deixou a previsão do mercado mais abaixo de meta central de 4,5%, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A queda da expectativa de inflação tem sido puxada pela redução dos preços do álcool combustível e dos alimentos ao natural. Com o cenário tranqüilo para a inflação, o mercado manteve a aposta de que a ta-

xa de juros será cortada em mais 0,5 ponto percentual na reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom). Com isso, a taxa passaria dos atuais 15,25% para 14,75% ao ano. Depois disso, o Copom reduziria os juros em mais 0,25 ponto e a taxa terminaria 2006 em 14,5% ao ano – o menor percentual desde a criação do Copom, em 1996. (AE)


Ano 81 - Nº 22.156

São Paulo, terça-feira 27 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h35

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

ATAQUE AO PCC: 13 MORTOS

A gangue de 22 do PCC tinha a missão de matar até 15 agentes penitenciários no ABC. Mas antes do 1° tiro, a polícia surgiu. No tiroteio, morreram 10 e mais 3, na fuga. Cinco foram presos, 4 escaparam. Um policial ficou ferido. "Eles declararam essa guerra", disse um delegado. A Polícia soube do novo ataque do PCC por escuta e infiltrados. Cidades/1

Do camburão ao Palácio Os corpos ainda eram recolhidos (foto) quando o secretário Saulo Abreu (abaixo) os explicou à imprensa no Palácio. Foi "mobilização preventiva". Niels Andreas/AE

Diego Padgurchi/Folha Imagem

ATAQUE DA SELEÇÃO. OU MORTE

Ronaldinho Gaúcho (foto), no treino de ontem, cerrou os punhos e cobrou pênaltis com fúria. Como ele, Kaká, Juan... Qual será o time? Mistério. Seja qual for, o grito de guerra de Parreira é um só, bola na rede de Gana ou adeus hexa. "Agora, é tudo ou nada!" Luludi/LUZ

Vestindo a Copa Nossos fotógrafos clicam a Copa. Cidades/2 Ernesto Rodrigues/AE

ATAQUE DO LEÃO: R$ 400 BI O BANCO DE BOLSO Acesso a serviços pelo celular já é realidade no Brasil. Informática HOJE Parcialmente nublado Máxima 17º C. Mínima 10º C.

AMANHÃ Nublado Máxima 14º C. Mínima 9º C.

O Leão já engoliu R$ 400 bilhões desde o início do ano até hoje. Está faminto: devorou a caça 25 dias mais rápido do que no ano passado. A média é de R$ 2,220 bilhões por dia. Assuste-se: Economia/1

DC

Milton Mansilha/LUZ

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6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Convergência Lançamentos Automação Te l e f o n i a

SEGURANÇA E MOBILIDADE FORAM DESTAQUES NO CIAB 2006

Banco do Brasil lança em julho, no Japão, um serviço que permite realizar todas as operações bancárias, incluindo transferências, utilizando o telefone celular. O passo seguinte é estender o serviço para Portugal. O banco móvel do BB começou a funcionar no Brasil em abril e, de acordo com Manoel Gimenes Ruy, vice-presidente de tecnologia e logística do BB, já é acessado por cerca de 400 mil clientes do banco, responsáveis por 1,3 milhão de transações mensais. O número ainda é pequeno se comparado aos nove milhões de usuários cadastrados no internet banking do BB –o uso dessa modalidade cresceu 217% no país nos últimos cinco anos–, mas diante do pouco tempo de lançamento, já dá para comemorar, afirma Gimenes. Num país com 92,4 milhões de assinantes de celulares (dados de maio/2006 divulgados pela Anatel), o potencial de negócios é gigantesco. Segundo projeções do Gartner Group, a base mundial de celulares deve chegar a 2,9 bilhões de aparelhos até 2009. O instituto de pesquisa estima ainda que, nos próximos anos, cerca de 40% da população mundial terão um terminal móvel. Como o BB tem 300 mil clientes no exterior, a idéia é levar o serviço para países onde o banco tenha operações de varejo. Só no Japão são 110 mil clientes, que usam os serviços principalmente para mandar dinheiro para o Brasil. "A partir de julho, isso poderá ser feito via celular", observa Gimenes. Em Portugal, o BB tem 25 mil clientes. A tecnologia para permitir que tudo que é feito no banco através da internet –consultar saldos e extratos, pagar contas e até fazer uma transferência eletrônica direta (TED)– pudesse ser feito também via celular foi desenvolvida pelo próprio BB e consumiu R$ 1 milhão. "Hoje, 99% dos celulares do país estão aptos para acessar o produto", diz ele. Por enquanto, o BB não tem concorrente entre os grandes bancos brasileiros. Para Laércio Albino Cezar, diretor de TI do Bradesco, a adoção da novidade ainda depende da fixação do hábito entre os clientes e de uma melhor resolução das questões de segurança. "Será a terceira geração do relacionamento dos bancos com os clientes, mas ainda vai demorar algum tempo", afirmou o executivo. Renato Cuocco, diretor de TI do Itaú, fez coro: "Ainda precisa evoluir mais. A própria internet demorou para pegar". "Alô, aqui é o ATM" – O estande da operadora de celulares TIM chamou a atenção no Ciab, confirmando a tendência da convergência entre a automação bancária e as telecomunicações. A operadora mostrou o mobile banking que já está sendo usado pelos clientes do BankBoston, e também o Validador de Cheques, para aprovação de cheques via celular, além do sistema de broadcasting da Agência Estado que dá acesso a informações financeiras, bolsas de valores e cotações. Os serviços foram demonstrados em apare-

Nós só vemos a ponta do iceberg de um grande processo tecnológico quando vamos, tranqüilamente, a uma casa lotérica e preenchemos um volante da Mega-Sena ou da Quina. Por trás dessa simples aposta, gira um universo gigantesco de tecnologia espalhado por todo o país –mais especificamente, em mais de 3.600 municípios dos 5.500 que o Brasil tem. Estamos falando de 25 mil computadores (chamados TFLs, ou terminais financeiros lotéricos) instalados em nove mil casas lotéricas. Somente no ano passado, esses terminais geraram 3,3 bilhões de movimentações, entre apostas nas loterias diversas e outros serviços (pagamentos de contas, recargas de celular etc.). Aproximadamente 2,2 bilhões dessas movimentação eram referentes a apostas. O recorde num único dia foi de 20 milhões de

terça-feira, 27 de junho de 2006

Segurança biométrica e banco móvel são as grandes novidades para os clientes Soluções que usam a face, a palma da mão e as digitais para identificar os clientes e os serviços via celular são as tendências do setor bancário nacional, que atingiu em 2005 a marca de 95,1 milhões de contas correntes Fotos: Divulgação

Novidades do Ciab, a partir do alto: ATM Universal da Itautec; SmartHome, a caneta digital da ATM Wireless Security; e o BlackBerry 8700 que suporta o serviço de broadcasting via TIM

400

lhos da Nokia, Blackberry e Qtek. Outro produto que atraiu a atenção foi o ATM Wireless Security, um serviço de alerta remoto para máquinas de auto-atendimento que permite monitorar eventos não-autorizados (intrusos, arrombamentos, roubos) mesmo que a luz e a linha telefônica do equipamento sejam cortados. Através de um chip e usando a rede GSM da TIM, o ATM "telefona" para um local designado, que pode ser a polícia ou a segurança do banco. Uma caneta digital para uso dos repositores de dinheiro nos caixas complementa a solução, enviando uma mensagem de que uma operação acaba de ser efetuada e permitindo que a folha de serviço preenchida seja imediatamente visualizada via web num PC. Biometria – As tecnologias de segurança baseadas em biometria fizeram sucesso nos estandes do Bradesco e da Itautec. O Bradesco mostrou as primeiras máquinas de auto-atendimento da Rede Dia&Noite que utilizam o sistema Palm Secure, desenvolvido pela Fujitsu, para reconhecimento do cliente. Funciona como um scanner que captura a imagem do padrão vascular da palma da mão, que servirá de senha complementar para o usuário toda vez que acessar a máquina. Já a Itautec decidiu apostar em processos de segurança menos invasivos, como reconhecimento da face em três dimensões (3D) e também dispositivos para identificação por rádio-frequência (RFID). Os produtos fazem parte da plataforma Security Way, sistema de gerenciamento de controle de acesso a diversos ambientes físicos, como ATMs, salas e portas giratórias que tanto incomodam os clientes. Acessibilidade – Um dos grandes destaques da exposição foi o ATM Universal da Itautec, totalmente adaptado para portadores de necessidades especiais. O equipamento possui dispositivos com alturas entre 80 cm e 120 cm, para facilitar o acesso de usuários de cadeiras de rodas. Para os portadores de deficiência visual, oferece comunicação em braile, marcadores para orientação do teclado e instruções sonoras –como "digite a sua senha"– audíveis apenas para o deficiente visual, através de fone de ouvido. Dois em um – A Nonus do Brasil, uma das maiores fabricantes nacionais de leitores de cheques e de código de barras do país, aproveitou o Ciab 2006 para lançar o primeiro leit o r " d o i s e m u m " d o m e rc a d o . O SmartHome possibilita a leitura de smart cards e código de barras em um único equipamento, e pode ser utilizado na internet e home banking, proporcionando maior segurança às operações financeiras via web. Direcionado para as instituições financeiras e correntistas, o SmartHome é adaptável à linguagem dos sistemas de todos os bancos do país e de fácil instalação nos PCs domésticos, bastando conectar um cabo ao computador e instalar o software. O produto deve chegar ao mercado final por R$ 100.

Caixa Econômica assume todo o sistema das lotéricas transações. E agora a Caixa vai tirar do controle da Gtech todo esse universo de bits e bytes e assumir tudo sozinha, como manda o figurino de segurança no mundo bancário da TI. Aliás, desde 2003 isso está sendo planejado. A vice-presidente de tecnologia do banco, Clarice Coppetti, comanda um processo mastodôntico de reformulação tanto do processamento geral, interno, dos serviços, quanto da troca de máquinas nas próprias casas lotéricas. Para o usuário, não vai mudar muita coisa. Para os operadores da casa lotérica, no entanto, tudo mudou. O novo terminal bolado pela Caixa é bastante moderno, com uma tela baseada no toque

em botões virtuais. É muito fácil operar: de um lado, botões designando cada tipo de pagamento e serviços diversos; de outro botões para as loterias. Basta ao operador tocar em um, digitar os números/opções feitas pelo apostador e mandar registrar. Simples assim. Se for uma teimosinha, então, a máquina tem um leitor prontinho para registrá-la em segundos. Aliás, por falar em segundos, o tempo de operação de uma aposta ou transação deverá cair pela metade (de oito para quatro segundos, em média). E tudo isso, explica Clarice, movido a duas coisas: uma xícara e um pingüim. Isto é, a linguagem de programação Java e o sistema operacional de código-fonte

mil clientes acessam o banco móvel do Banco do Brasil

aberto Linux. "Todas as máquinas funcionam com Linux embutido, numa distribuição Debian que a própria equipe de tecnologia da Caixa personalizou", conta, orgulhosa, Clarice. "E decidimos trabalhar com o Java por ser uma plataforma robusta, padrão e facilmente portável, ainda mais que vamos trabalhar em rede usando o protocolo TCP/IP, o da internet. Com todas as medidas de segurança implementadas. Com criptografia, por exemplo." O banco não poupou esforços. Só na parte de loterias, além de licitações para o desenvolvimento das soluções, a Caixa gastou sozinha R$ 100 milhões. Não é para menos. O sistema arrecada bi-

Rachel Melamet

lhões de reais todo ano. Só no ano passado, foram R$ 4,3 bilhões arrecadados com as loterias (boa parte repassada a Ministério dos Esportes, INSS, fundos do governo para a cultura e construção de penitenciárias, Comitê Olímpico Brasileiro e um longo etc) e R$ 90 bilhões com os outros serviços. E só a migração da base histórica de tecnologia da Caixa consumiu quase dois terabytes. Até agora já foram instaladas dez mil máquinas em 3.616 casas lotéricas no país. Para trocar as 25 mil máquinas de todas as nove mil lotéricas, vai demorar um pouquinho. O prazo termina no dia 14 de agosto. "São 27 mil pessoas para treinar, e nem sempre a aceitação da troca é imediata. Houve operadores tocando a tela touchscreen com a caneta, por medo de sujá-la com os dedos" conta Clarice. "Mas vamos cumprir o prazo". (Agência O Globo)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

terça-feira, 27 de junho de 2006

RETIFICAÇÃO

BALANÇO FIBRA REALTY S.A.

CNPJ nº 06.943.044/0001-31

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO Srs. Acionistas: Em cumprimento às disposições legais e estatutárias, apresentamos a V.Sas., as demonstrações financeiras da Fibra Realty S.A. dos exercícios encerrados em 31/12/2005 e 2004. São Paulo, 26/06/2006 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DOS EXERCÍCIOS FINDOS BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2004 (em milhares de reais) EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2004 (em milhares de reais) Controladora Consolidado Controladora Consolidado Controladora Consolidado PASSIVO 2005 2004 2005 2004 ATIVO 2005 2004 2005 2004 2004 2005 2004 2005 Circulante ................................ 1.695 – 3.738 1 Circulante ................................ 17.446 3.586 28.744 10.066 Receita de Venda de Imóveis .... 4.805 – 11.145 – Fornecedores ............................ 29 – 723 – Disponível ................................ 2.542 526 4.059 1.389 Receita de Prestação de Serviços 45 – 45 – Obrigações Trabalhistas............ 68 – 68 – Promitentes Compradores Receita Operacional Bruta ........ 4.850 – 11.190 – Obrigações Fiscais .................... 127 – 222 1 Deduções .................................. (186) – (444) – de Imóveis .............................. 6.155 – 9.904 – Contas Correntes - Consórcios .. 14 – 14 – Receita Operacional Líquida...... 4.664 – 10.746 – Imóveis Destinados à Venda...... 6.417 2.825 12.325 8.530 Adiantamentos de Clientes ........ – – 779 – Custo dos Imóveis Vendidos .... (1.771) – (3.288) – Credores por Aquis. de Terrenos 144 – 632 – Dividendos a Receber................ 173 – – – Lucro Bruto ................................ 2.893 – 7.458 – Outras Contas a Pagar .............. 1.313 – 1.300 – Contas Correntes - Consórcios .. 963 – 963 – Despesas Operacionais .......... (1.040) (40) (3.047) (40) Exigível a Longo Prazo ............ 19 – 3.906 3.971 Outros Créditos ........................ 1.196 235 1.493 147 Comerciais .............................. (416) – (1.999) – Outros Débitos .......................... 19 – 19 6 Realizável a Longo Prazo ........ 239 10 17.367 38 Administrativas ........................ (615) (15) (1.052) (15) Adiantamento de Clientes.......... – – – 174 Outras...................................... (9) (25) 4 (25) Promitentes Compradores Credores por Aquis. de Terrenos – – 3.887 3.791 Resultados Financeiros Líquidos (59) – 134 – de Imóveis .............................. – – 16.825 – Resultado de Exerc. Futuros .. 3.991 – 17.957 – Receita (Desp.) Não Operacional 2.131 – (361) – Receitas de Vendas .................. 6.155 – 26.729 – Despesas a Apropriar ................ 239 – 542 28 Lucro (Prej.) antes do IR (–) Custo Dif. de Unid. Vendidas (2.164) – (8.772) – Outros Créditos ........................ – 10 – 10 e da Contr. Social sobre o Lucro 3.925 (40) 4.184 (40) Patrimônio Líquido.................. 20.989 6.970 20.989 6.970 Permanente.............................. 9.009 3.374 479 838 IR e Contr. Social sobre o Lucro.. (185) 10 (444) 10 Capital Social ............................ 17.379 7.001 17.379 7.001 Investimentos ............................ 9.007 3.374 – – 3.740 (30) 3.740 (30) Capital a Integralizar .................. – (1) – (1) Lucro (Prejuízo) do Exercício.. Imobilizado ................................ 2 – 2 – Reserva de Capital .................... 181 – 181 – DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS Diferido...................................... – – 477 838 Lucros (Prejuízos) Acumulados 3.429 (30) 3.429 (30) EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2004 (em milhares de reais) Controladora Consolidado Total do Passivo ...................... 26.694 6.970 46.590 10.942 Total do Ativo .......................... 26.694 6.970 46.590 10.942 2005 2004 2005 2004 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DE 31/12/2004 A 31/12/2005 Origens dos Recursos ............ 15.537 6.970 31.912 10.941 RAMO DE ATIVIDADE: INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS (em milhares de reais) Lucro Líquido do Exercício ........ 3.740 (30) 3.740 (30) Controladora Consolidado Controladora Consolidado Controladora Consolidado Controladora Consolidado Rec. (Desp.) que ñ Af. o Cap. Circ. 11.797 7.000 28.171 10.971 Discriminação Cap. Social Cap. Social Res. Capital Res. Capital Luc. Acumul. Luc. Acumul. Total Total Aumento de Capital Próprio .... 10.379 7.000 10.379 7.000 Saldo em 31/12/2004 ............ 7.000 7.000 – – (30) (30) 6.970 6.970 Ajustes de Exercícios Anteriores (99) – (99) – Integralização em Dinheiro...... 10.379 10.379 – – – – 10.379 10.379 Aumento no Exigível a LP ........ 4.010 – 17.892 3.971 Constituição da Reserva Legal – – 181 181 – – 181 181 Equivalência Patrimonial ........ (2.493) – – – Resultado do Exercício .......... – – – – 3.559 3.559 3.559 3.559 Aplicações de Recursos ........ 3.372 3.384 16.970 876 Ajustes de Períodos Anteriores – – – – (99) (99) (99) (99) Acréscimos de Investimentos .... 3.140 3.374 – – Saldo em 31/12/2005 ............ 17.379 17.379 181 181 3.430 3.430 20.989 20.989 Acréscimo do Imob. Técnico ...... 2 – 2 – NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2004 Acréscimo do Diferido................ – – (361) 839 (todos os valores estão expressos em milhares de reais, exceto quando indicado) Acréscimo do Realizável a LP .... 230 10 17.330 37 1. Contexto operacional: A Fibra Realty S.A. e suas controladas têm por 5. Imóveis destin. à venda: Repres. por: Controladora Consolidado Aumento (Dimin.) no Cap. Circ. 12.165 3.586 14.942 10.065 2005 2004 2005 2004 Variações no Capital Circulante atividade a incorporação de imóveis residenciais e comerciais e a participaAtivo Circulante .................... 13.860 3.586 18.678 10.066 621 1.371 621 1.371 ção em outras sociedades ou fundos de investimento imobiliário como acio- Ville Belle ................................................ No Fim do Exercício................ 17.446 3.586 28.744 10.066 136 1.454 136 1.454 nista ou quotista. 2. Apresentação das demonstrações financeiras e Vivere ...................................................... No Início do Exercício ............ 3.586 – 10.066 – 93 – 93 – principais práticas contábeis: As demonstrações contábeis foram prepa- Abagiba .................................................. Passivo Circulante ................ 1.695 – 3.737 1 145 – 145 – radas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, as quais in- Major Dantas .......................................... No Fim do Exercício................ 1.695 – 3.738 1 Emilio Carlos .......................................... 105 – 105 – cluem os critérios estabelecidos pela INSRF nº 84/79 e posteriores alteraNo Início do Exercício ............ – – 1 – – 5.317 – ções, sendo as seguintes as principais: a) Aplicações financeiras: As apli- Taquari .................................................... 5.317 Aumento (Dimin.) no Cap. Circ. 12.165 3.586 14.942 10.065 Tutóia ...................................................... – – 2.024 2.859 cações financeiras estão avaliadas ao custo, acrescido dos rendimentos Rio II Park ................................................ – – 3.884 2.846 Realty. 10. Fornecedores: Repres. por: Controladora Consolidado auferidos até a data do balanço e não excedem o seu valor de mercado. Total de imóveis destinados à venda .. 6.417 2.825 12.325 8.530 2005 2004 2005 2004 b) Promitentes compradores de imóveis: Representam direitos a receRefere-se à nossa participação nos custos incorridos e fração ideal do ter29 – 29 – ber de clientes pela venda de unidades imobiliárias e foram atualizados por reno das unidades em construção que não estavam comercializadas e ter- Fornecedores - Fibra Realty S.A. ............ Fornec. - Tutóia Empr. Imobiliário S.A. (*) – – 140 – índices pactuados em cada contrato. c) Imóveis destinados à venda: De- renos para futuras incorporações. 6. Outros créditos: Representados por: Fornecedores - Rio II Park (*) .................. – – 554 – monstrado pelo valor de custos pagos ou incorridos, incluído o terreno e a Controladora Consolidado Total dos fornecedores ........................ 29 – 723 – construção, até a data do balanço, e não supera o valor de mercado. 2005 2004 2005 2004 (*) Nos empreendimentos constituídos em SPE´s, as informações acima d) Passivo circulante e exigível a longo prazo: São demonstrados pelos Contas a receber- Terreno Ville Belle ...... 700 – 700 – (Consolidado) são proporcionais à participação da Fibra Realty S.A. nestas valores conhecidos e calculáveis acrescidos, quando aplicável, dos corres- Contas a receber- Terreno Vivere ............ 351 – 351 – sociedades. 11. Outras contas a pagar: A Fibra Realty foi contratada pela pondentes encargos incorridos. e) Resultado de exercícios futuros: Adiantamentos Rio II Park ...................... 131 195 – – Fibra Companhia Securitizadora de Créditos Imobiliários, pela Nova Itaim Composto pela receita de vendas, os custos de terreno e de construção das Adiantamentos Rio II/G.P. 2000 .............. – – 424 – Ltda. e pelo Banco Fibra S.A. para prestar serviços de cobrança e gestão 14 40 18 147 unidades vendidas, que são apropriados ao resultado de acordo com a re- Outros .................................................... dos recursos oriundos da venda de unidades do empreendimento denomiTotal de outros créditos ........................ 1.196 235 1.493 147 lação proporcional entre o valor recebido e o preço total de venda das uninado Cullinan. Dessa forma, o montante de R$1.313 registrado nessa dades. f) Imposto de renda e contribuição social: As bases de cálculo do Os saldos de Contas a receber - Terreno refere-se a valores a receber do conta em 31 de dezembro de 2005, refere-se aos recursos oriundos dessa imposto de renda e da contribuição social são apuradas de acordo com os sócio Goldfarb Incorporações e Construções Ltda., pelos terrenos em que cobrança, que serão repassados para a Fibra Companhia Securitizadora de critérios estabelecidos pela legislação fiscal vigente. g) Investimentos: As estão sendo construídos os empreendimentos Vivere e Ville Belle. O saldo Créditos Imobiliários e os demais sócios no empreendimento. Não há datas participações societárias são avaliadas pelo método da equivalência patri- da conta Adiantamentos Rio II Park refere-se a valores adiantados para a fixas para o repasse desses valores, que acontecem de acordo com solicitamonial. Os ágios sobre investimentos são amortizados pelo percentual de construção do empreendimento, no qual a Fibra Realty participa em ção dos sócios do empreendimento. 12. Credores por aquisição de terre88,14%. 7. Contas correntes - Consórcios: Representados por: nos: Representados por: Controladora Consolidado andamento da obra. 3. Disponível: Representado por: Controladora Consolidado 2005 2004 2005 2004 Controladora Consolidado 2005 2004 2005 2004 Curto prazo - RTSPE Empr. Part. Ltda. .... 144 – 144 – 2005 2004 2005 2004 Ville Belle ................................................ 610 – 610 – Curto prazo - Rio II Park (*) ...................... – – 488 – Caixa ...................................................... – – 7 – Longo prazo - Rio II Park (*) .................... – – 3.487 2.750 Vivere .................................................... 234 – 234 – Bancos .................................................... 736 526 875 1.389 Longo prazo - Tutóia (**) .......................... – – 400 1.041 Major Dantas .......................................... 52 – 52 – Aplicações financeiras ............................ 1.807 – 3.177 – Total ...................................................... 144 – 4.519 3.791 Abagiba .................................................. 8 – 8 – Total disponível .................................... 2.542 526 4.059 1.389 (*) Refere-se a nossa participação nas contas a pagar por aquisição do terEmilio Carlos .......................................... 19 – 19 – Do total do disponível de R$2.542, R$1.313 referem-se a valores a serem Eugênio de Mello .................................... reno onde está sendo construído o empreendimento. (**) Refere-se a nossa 40 – 40 – repassados para a Fibra Companhia Securitizadora de Créditos Imobiliá- Total de contas correntes - Consórcios participação no pagamento de terreno vinculado à opção de permuta com 963 – 963 – rios, a Nova Itaim Ltda. e o Banco Fibra S.A. em razão da prestação de ser- 8. Desp. a apropriar: Representados por: Controladora Consolidado unidade do respectivo empreendimento. 13. Resultado de exercícios futuros: Composto pela receita de vendas, os custos de terreno e de consviços de cobrança e gestão dos recursos oriundos da venda de unidades 2005 2004 2005 2004 trução das unidades vendidas, que são apropriados ao resultado de acordo 125 – 125 – do empreendimento denominado Cullinan, descrito na Nota 11. Ville Belle ................................................ com a relação proporcional entre o valor recebido e o preço total de venda 114 – 114 – 4. Promitentes compradores de imóveis curto prazo e longo prazo: Vivere ...................................................... das unidades. 14. Capital social: O capital social está representado por Tutóia ...................................................... – – 203 – Representados por: Controladora Consolidado 17.378.581 ações ordinárias nominativas. Em 31 de dezembro de 2005, o Rio II Park ................................................ – – 100 28 2005 2004 2005 2004 capital social estava assim dividido: Quantidade Total das despesas a apropriar ............ 239 – 542 28 Curto prazo - Ville Belle ............................ 2.963 – 2.963 – de Ações Valor Representado por gastos pré-operacionais com lançamentos imobiliários e Acionista Curto prazo - Vivere ................................ 3.192 – 3.192 – Elizabeth S.A. Indústria Têxtil .................... 14.199.950 14.200 empreendimentos em fase de carência (cláusula suspensiva), sendo amorCurto prazo - Tutóia ................................ – – 1.895 – Cia. Sulriograndense de Imóveis ................ 3.178.531 3.179 tizados com base na efetiva realização do produto das vendas a partir do Curto prazo - Rio II Park .......................... – – 1.854 – 90 – término do respectivo período de carência. 9. Investimentos: Representa- Taquari Participações S.A. ........................ Longo prazo - Tutóia ................................ – – 3.812 – Eliezer Steinbruch ...................................... 2 – dos por: Controladora Consolidado Longo prazo - Rio II Park .......................... – – 13.013 – Jacks Rabinovich ...................................... 2 – 2005 2004 2005 2004 Total dos promitentes compradores de Benjamin Steinbruch .................................. 2 – Tutóia Empreend. Imobiliário S.A. .......... 3.419 200 – – imóveis de curto prazo e longo prazo 6.155 – 26.729 – Ricardo Steinbruch .................................... 2 – Tutóia Empreend. Imobiliário S.A. - Ágio .. 477 3.174 – – Refere-se à nossa participação nos saldos devedores das unidades Rio II Park ................................................ Clarice Steinbruch ...................................... 2 – 5.111 – – – vendidas do empreendimento, atualizados de acordo com os índices Diferido.................................................... Total .......................................................... 17.378.581 17.379 – – 477 838 Aos acionistas está assegurado um dividendo mínimo correspondente a dos respectivos contratos, como segue: a) Até a entrega das chaves: Total dos investimentos ........................ 9.007 3.374 477 838 o saldo devedor é corrigido pela variação do Índice Nacional de As sociedades investidas Tutóia Empreendimento Imobiliário S.A. e Rio II 25% do lucro líquido, ajustado nos termos da legislação em vigor e deduzido Construção Civil - INCC - M, calculado pela Fundação Getúlio Vargas - Park Empreendimento Imobiliário S.A. têm como propósito específico a das destinações determinadas pela Assembléia Geral. Os acionistas da FGV; e b) Após a entrega das chaves: a correção é feita com realização de empreendimentos imobiliários relativos à construção e à co- Fibra Realty optaram por não distribuir dividendos aos acionistas. base no IGP-M, acrescida de juros de 12% ao ano (tabela“Price”). mercialização de imóveis residenciais, sob modalidade similar à Fibra 15. Instrumentos financeiros: Os valores contábeis dos ativos e passivos financeiros estão apresentados pelos valores contratados a receber ou a Eduardo Pimenta Ferreira Machado Lucas Vieira pagar e não divergem dos seus valores de mercado. A Sociedade não Diretor Superintendente Contador CRC 1SP 176.443/O-9 - CPF 106.204.938-10 possui operações de derivativos.

Processo: Pregão Eletrônico nº 056/06 Objeto: Aquisição de cestas básicas RETIFICAÇÃO: ONDE LÊ-SE: Data de credenciamento para Pregão: até 23h59m do dia 05/ 07/2006: LEIA-SE: Data de credenciamento para Pregão: até 23h59m do dia 06/07/2006.

LICITAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

SECRETARIA MUNICIPAL ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMPRAS ABERTURA DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL N. 71/2006. Objeto: Contratação de empresa para prestação de serviços de portaria e zeladoria dos próprios municipais. Data de processamento do pregão: 10/07/2006 às 08:30 h.

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ATAS Puerto Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS

ATA DAS ASSEMBLÉIAS GERAIS EXTRAORDINÁRIA E ORDINÁRIA DA MERCANTIL DO BRASIL FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS – CNPJ Nº 33.040.601/000l-87 - COMPANHIA ABERTA – NIRE 31300049655 1 - Local, data e hora: Sede social, na Rua Rio de Janeiro, 654 - 5º andar, em Belo Horizonte, Minas Gerais, 26 de abril de 2006, 10:00 (dez) horas. 2 - Presenças: Acionistas representando mais de 2/3 (dois terços) do capital social com direito a voto, estando também presentes o Sr. Milton de Araújo, membro do Conselho de Administração, o Sr. José Aloísio Martins Alves, membro do Conselho Fiscal, e os Srs. Heuser Coelho Ribeiro e Adilson Marcelo dos Santos Júnior, representantes de Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes, empresa responsável pela auditoria da sociedade. 3 - Mesa: Presidente: Marco Antônio Marques Cardoso - Secretário: Leonardo de Mello Simão. 4 - Convocação: Edital publicado nas páginas 52, 47 e 69 do "Minas Gerais", edições de 11, 12 e 13/04/2006, nas páginas 18, 8 e 4 do "Diário do Comércio de Minas Gerais", edições de 11, 12 e 13/04/2006 e nas páginas 10, 2 e 2 do "Diário do Comércio de São Paulo", edições de 11, 12 e 13/04/2006. 5 - Lavratura da Ata: De acordo com o § 1º do artigo 130 da Lei 6.404/76. 6 - Ficarão arquivados na sede social, autenticados pela mesa, todos os documentos referidos nesta ata. 7 - Deliberações: Em Assembléia Geral Extraordinária: Foi aprovada a proposta do Conselho de Administração, com parecer favorável do Conselho Fiscal, para elevação do capital social de R$43.512.000,00 para R$49.392.000,00, mediante capitalização, no montante de R$5.880.000,00, sendo R$5.106.633,92 de "Reservas Estatutárias para Aumento de Capital” – Art. 37 – III - § 2º do Estatuto e R$773.366,08 na modalidade “Reservas Estatutárias para Aumento de Capital”, sem alteração do número de ações, passando o artigo 5º do Estatuto Social a vigorar com a seguinte redação: “Art. 5º - O capital social da Sociedade é de R$49.392.000,00 (quarenta e nove milhões, trezentos e noventa e dois mil reais), dividido em 117.600.000 (cento e dezessete milhões e seiscentas mil) ações escriturais, sendo 66.469.565 (sessenta e seis milhões, quatrocentas e sessenta e nove mil, quinhentas e sessenta e cinco) ações ordinárias e 51.130.435 (cinqüenta e um milhões, cento e trinta mil, quatrocentas e trinta e cinco) ações preferenciais, todas do valor nominal de R$0,42 (quarenta e dois centavos de real) cada uma.” Em Assembléia Geral Ordinária: I - Foram aprovadas, sem reservas, abstendo-se de votar os legalmente impedidos, as contas dos administradores referentes ao exercício encerrado em 31/12/2005, bem como as propostas dos órgãos da administração para a distribuição de juros sobre capital próprio, já pagos, tendo sido as demonstrações financeiras publicadas da seguinte forma: a) aquelas referentes ao primeiro semestre de 2005 nas páginas 36, 37, 38 e 39 do "Minas Gerais" e nas páginas 3, 4 e 5 do "Diário do Comércio", edições de 01/09/2005. b) As demonstrações relativas ao exercício encerrado em 31/12/2005, inclusive relatório da Administração e parecer dos auditores independentes, nas páginas 117, 118, 119 e 120 do "Minas Gerais" e nas páginas 6, 7 e 8 do "Diário do Comércio de Minas Gerais", edições de 24/03/2006, e sob a forma de extrato, na página 10 do "Diário do Comércio de São Paulo", edição de 31/03/2006. II - Preenchendo as condições previstas na Resolução nº 3.041, de 28 de novembro de 2002, do Conselho Monetário Nacional, foram eleitos para membros do Conselho Fiscal, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2007, os senhores a seguir relacionados: Efetivo: José Aloísio Martins Alves, brasileiro, casado, produtor rural, residente e domiciliado em Belo Horizonte-MG, na Rua Benjamin Jacob, 397/901, Bairro Gutierrez, CEP 30430-290, C.I. nº M-94779-SSPMG e CPF 011.357.086-49; Suplente: Virgílio Horácio de Paiva Abreu, brasileiro, solteiro, engenheiro, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua Curitiba, 2.114, Lourdes, CEP 30170-122, C.I. nº M-1.999.541 - SSPMG e CPF nº 006.678.466-20; Efetivo: José Wilson Vieira Santa Barbara, brasileiro, casado, empresário, residente e domiciliado em Belo Horizonte-MG, na Rua Tito Botelho Martins, 15/200, Bairro São Bento, CEP 30360-080, C.I. nº 2.976.011-SSPMG e CPF 071.729.826-49; Suplente: Paulo Emidio Moreira, brasileiro, casado, produtor rural, residente e domiciliado em Itaúna-MG, na Avenida Getúlio Vargas, 775/602, Centro, CEP 35680-037, C.I. nº M-94.830-SSPMG e CPF 000.043.756-53; Efetivo: Maria Teresa Netto Borges, brasileira, solteira, contadora, residente e domiciliada nesta Capital, na Rua Gonçalves Dias, 907/103 – Funcionários, CEP 30140-091, C.I. nº MG-204.379 – SSPMG e CPF 094.458.206-06; Suplente: Joaquim Carneiro Gomes, brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado em São Paulo – SP, na Rua Barão de Capanema, 281/2º andar, Jardins, CEP 01411-011, C.I. nº 9411 – OAB/MG e CPF nº 000.547.636-49. III - Foi estabelecida em R$400.000,00 a remuneração global dos administradores para o exercício de 2006, ficando o Conselho de Administração autorizado a fixar os honorários dos seus membros e dos Diretores, dentro daquele total. Foi também fixada a remuneração dos membros efetivos do Conselho Fiscal em 1/10 (um décimo) daquela que, em média, receber cada Diretor, não computada a participação nos lucros, sendo o valor respectivo pago mensalmente, e, para cada membro suplente, a metade da remuneração acima, a ser paga da mesma forma. OBS.: Os membros do Conselho Fiscal, Maria Teresa Netto Borges e Joaquim Carneiro Gomes, foram eleitos por votação em separado pelos acionistas preferencialistas por 5.016.419 votos. Nada mais havendo a tratar, foram encerradas as Assembléias, das quais, para constar, lavrou-se esta ata que, após lida e aprovada, vai por todos os acionistas presentes assinada. Belo Horizonte, 26 de abril de 2006. Leonardo de Mello Simão - Secretário; Marco Antônio Marques Cardoso - Presidente; Luiz Henrique Andrade de Araújo; Milton de Araújo; José Aloísio Martins Alves; Gregório Mancebo Rodriguez por si e por Sérgio Eduardo Ferreira Rodarte; Marco Antônio Andrade de Araújo; Athaíde Vieira dos Santos; Anísio Eimar Rosa, por si e seus representados constantes no Livro de Presenças; José Ribeiro Vianna Neto; Luiz Carlos de Araújo; , Milton de Araújo e Athaide Vieira dos Santos, pelo Banco Mercantil do Brasil S.A., Heuser Coelho Ribeiro e Adilson Marcelo dos Santos Júnior, por Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes. CONFERE COM O ORIGINAL LAVRADO NO LIVRO PRÓPRIO MERCANTIL DO BRASIL FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS. Athaíde Vieira dos Santos - Diretor Mauricio de Faria Araujo Diretor-Presidente. Atestamos que este documento foi submetido a exame do Banco Central do Brasil em processo regular e a manifestação a respeito dos atos praticados consta de carta emitida à parte. Departamento de Organização do Sistema Financeiro Gerência Técnica em Belo Horizonte. Emílio Martins e Galvão - Analista. Junta Comercial do Estado de Minas Gerais. Certifico o registro sob o nº.: 3550618. Data: 16/06/2006. Protocolo: 062029452. Mercantil do Brasil Financeira S/A - Crédito, Financiamento e Investimentos. Marcos Tito - Presidente. Marinely de Paula Bomfim - Secretária Geral.

CNPJ 05.409.330/0001-59 NIRE 35300313356 EXTRATO DA ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA DE 28.4.2006 Instalação: 28.4.2006, às 18:30 horas, na sede social e com presença total. Mesa: Presidente: Dr. Mario Luiz Amabile; Secretário: Dr. Eduardo Mazzilli de Vassimon. Deliberações: aprovadas as contas dos administradores e as demonstrações financeiras do exercício de 2005, inclusive a absorção dos prejuízos acumulados e a retenção do saldo remanescente do lucro líquido, no montante de R$ 37.916.020,75, na conta de Lucros Acumulados, em função da não realização financeira desses lucros. Quórum das Deliberações: unanimidade. Formalidades Legais: ata lavrada em livro próprio e arquivada conforme seguinte CERTIDÃO: “Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de São Paulo: certifico o registro sob nº 147.530/06-4, em 31.5.2006. (a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.”. Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro S.A.

CNPJ n. 60.518.222/0001-22 Ata da Assembléia Geral Ordinária realizada em 5 de abril de 2006 Aos 05/04/2006, às 10:00 hs, na sede social à Av. Paulista, n.º 37 – 11º andar, nesta Capital, reuniramse, em AGO, os senhores acionistas do Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro S.A., representando a totalidade do capital social, conforme se verifica das assinaturas inseridas no livro de “Presença dos Acionistas”. Por aclamação dos senhores acionistas, assumiu a presidência dos trabalhos o Sr. Hajime Uchida, que convidou o acionista Sr. Taku Matsumoto para servir de Secretário. Constituída assim a mesa dos trabalhos, disse o Sr. Presidente que fora dispensada a publicação dos editais de convocação pela imprensa, nos termos do § 4º, do art. 124, da Lei nº 6.404/76 e declarou instalada a Assembléia. Prosseguindo, determinou o Sr. Presidente que se procedesse à leitura da ordem do dia, já de conhecimento de todos os senhores acionistas e constante dos seguintes assuntos: (a) discussão e aprovação do Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial, Demonstrações dos Lucros Acumulados, Demonstrações do Resultado do Exercício, Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos, relativos ao exercício de 2005, e o respectivo parecer dos senhores auditores independentes; (b) eleição dos membros da Diretoria para o biênio 2006/2007, com fixação de seus honorários; e (c) outros assuntos de interesse social. Terminada a leitura, o Sr. Presidente passou imediatamente a tratar das matérias constantes da ordem do dia, submetendo à apreciação da Assembléia o Relatório da Diretoria, as contas sociais e o parecer dos auditores independentes, documentos esses devidamente publicados no “Diário Oficial do Estado de São Paulo” e no “Diário do Comércio” desta capital, em edições de 28.03.06. Examinados e discutidos pelos senhores acionistas, bem como prestados satisfatoriamente todos os esclarecimentos solicitados, finalmente, postos em votação, tais documentos mereceram aprovação unânime. Retomando a palavra, disse o Sr. Presidente que cabia à Assembléia proceder à eleição dos membros da Diretoria para o biênio 2006/2007, fixando-lhes os honorários. Por proposta, então, do acionista Sumitomo Mitsui Banking Corporation, devidamente representado por seu bastante procurador, foram reeleitos para o biênio 2006/2007 os seguintes membros: Sr. Toshiro Kubota, japonês, casado, banqueiro, RNE V430524-5 e CPF 231.855.838-84, domiciliado e residente nesta Capital à Al. Casa Branca, 909, Cerqueira César, CEP 01408-001, para o cargo de Diretor-Presidente; Sr. Masaki Matsuoka, japonês, casado, banqueiro, domiciliado e residente nesta Capital à Rua José Maria Lisboa, nº 509, Jardim Paulista, CEP 01403-000, RNE V374619-V e CPF nº 230.364.168-38, para o cargo de Diretor Vice-Presidente; Sr. Takumi Kamijo, brasileiro, casado, banqueiro, domiciliado e residente nesta capital à Rua Dr. Oscar Monteiro de Barros, nº 328, Vila Suzana, CEP 05641-010, RG nº 3.710.325 e CPF 200.705.198-20, para o cargo de Diretor; Sr. Hitoshi Suyama, japonês, casado, banqueiro, domiciliado e residente nesta capital à Al. Lorena, nº 509, Jardim Paulista, CEP 01424-000, RNE V285319-2 e CPF 222.120.628-26, para o cargo de Diretor; Roberto Isamu Ono, brasileiro, casado, adm. de empresas, domiciliado e residente nesta capital à Rua Guajurus, 68, Jardim São Paulo, CEP 02045070, RG nº 8.620.516 SSP/SP e CPF 659.281.728-34, sendo-lhes fixada remuneração mensal de R$ 160.000,00. Por proposta, igualmente, do acionista Sumitomo Mitsui Banking Corporation, representado por seu bastante procurador, a Assembléia deliberou por unanimidade de votos que todos os diretores eleitos para o biênio 2006/2007 preenchem os requisitos exigidos na Resolução 3041, de 28.11.2002, do Conselho Monetário Nacional, alterada pela Res. 3141, de 27.11.2003 e da Circular 3172 de 30.12.2002, do Banco Central do Brasil, alterada pela Circular 3218, de 08.01.2004 e pela Circular 3311, de 02.02.2006. Nada mais havendo a tratar nem discutir, após agradecer a presença e a colaboração dos senhores acionistas, o Sr. Presidente encerrou a sessão, determinando que se lavrasse a presente ata, que depois de lida, conferida e achada em ordem, vai assinada pela mesa e pelos senhores membros acionistas, para constar e produzir os efeitos legais colimados. aa. Hajime Uchida, Presidente - Taku Matsumoto, Secretário - Sumitomo Mitsui Banking Corporation (a) Hajime Uchida Procurador - Hajime Uchida - Taku Matsumoto. Esta é cópia autêntica da Ata de AGO do Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro S.A., realizada em 05/04/2006. São Paulo, 05/04/2006. Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro S.A. Hitoshi Suyama - Diretor, Takumi Kamijo - Diretor. Jucesp sob nº 167.317/06-4 em 21/06/2006. Christiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 26 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: GRON-BPO Consultoria S/C Ltda. - Requerida: Gazeta Mercantil S.A. - Av. Doutor Cardoso de Melo, 1666 – 10º andar – conj. 101 - 01ª Vara de Falências Requerente: Ferraço Ind. e Com. Ltda. - Requerido: Etecon Estruturas Metálicas e Construções Ltda. - Rua Secundino Domingues, 623 - 02ª Vara de Falências Requerente: Microservice Tecnologia Digital da Amazônia Ltda. - Requerido: ECAB Comercial e Importadora Ltda. - Rua Elba, 1053 – casa 1 - 02ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de junho de 2006

Cidades

1 Tentaram metralhar nossas guarnições e houve revide. A polícia está em alerta total. Cláudio Lembo, governador de São Paulo

POLÍCIA MATA 13 DO PCC Com a ajuda de escutas e informantes, Polícia Civil descobre plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para matar agentes penitenciários. Treze supostos integrantes da facção criminosa foram mortos durante operação realizada na madrugada de ontem em São Bernardo. Cinco pessoas foram presas.

U

ma operação da Polícia Civil resultou na morte de 13 supostos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) na manhã de ontem em São Bernardo do Campo e em Diadema, na Grande São Paulo. Por meio de escutas telefônicas e de informantes infiltrados na facção criminosa, a polícia descobriu que os bandidos planejavam matar de 5 a 15 agentes penitenciários do Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Bernardo. Composto por pelo menos 22 homens e mulheres, o grupo que executaria o crime foi surpreendido por policiais que vigiavam tudo. Houve tiroteio. Dez dos criminosos foram mortos em São Bernardo. Outros três morreram em Diadema, quando tentavam fugir. Cinco criminosos foram presos, quatro conseguiram fugir e um policial ficou ferido. "Eles é que declararam essa guerra", disse o delegado Marco Antônio Paula Santos, da Seccional de São Bernardo, responsável pela ação. O massacre de agentes, frustrado pela polícia, fazia parte da estratégia do PCC de enfrentar o Estado, iniciada em maio, quando a facção fez centenas de ataques, matando 42 policiais e 5 civis. Havia 15 dias que os policiais detectaram a preparação do ataque. Eles sabiam que os integrantes do PCC de Diadema e de São Bernardo haviam recebido uma ordem dos líderes presos da facção: o massacre tinha de ocorrer num prazo de dez dias. Quem não atendesse a convocação morreria. Ao todo, 70 policiais participaram da operação. Nela, morreram dois líderes do PCC na região. Márcio José dos Santos, o Marcinho, piloto (como são chamados os gerentes) do PCC em Diadema, e Adriano Wilson da Silva, o Boy, o piloto de São Bernardo. Além de Renata Melo Dias, que, segundo a polícia, deu a ordem do ataque por telefone, foram presas Adriana Pereira Damasceno e Simone dos Anjos. As três participaram do levantamento das informações para o planejamento do ataque. Também foram presos Edgar Nogueira dos Santos e Marlos José de Souza Rosa, que davam cobertura para a ação. Anúncio – "Tentaram metralhar nossas guarnições e houve revide. A polícia está em alerta total", disse o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL). Ele divulgou a notícia durante cerimônia no Palácio dos Bandeirantes e surpreendeu até o secretário da Segurança Pública, Saulo Abreu, que não tinha detalhes da operação.

Fotos de Claudinei Plaza/DGABC

Lembo confirmou que a polícia viveu momentos de tensão na semana passada, quando o PCC ameaçou fazer ataques durante o jogo do Brasil contra o Japão, na quinta-feira. Ele disse que a polícia vem fazendo escutas telefônicas para se antecipar ao PCC. Lembrou rapidez com que o que os criminosos estão sendo governador de São tratados com "o rigor da lei" Paulo, Cláudio Lembo nos presídios e a entrada de ce(PFL), divulgou o lulares está sendo coibida. confronto no ABC pegou Apuração – O Ministério de surpresa o secretário de Público Estadual (MPE) vai inSegurança Pública, Saulo vestigar as 13 mortes de suposAbreu, que, como outros tos integrantes do PCC. Os do primeiro escalão do procedimentos de apuração governo, esteve no palácio devem ser os mesmos adotapara um evento que dos nas outras 123 mortes de oficializava convênios com civis em confronto com a polía Prefeitura. Após a cia e que ocorreram no período entrevista do governador, de 12 a 20 de maio, em que a Saulo, que já havia facção criminosa fez uma onda deixado o local, teve de de ataques à polícia. Boletins voltar para conversar com de ocorrência (BOs), laudos os jornalistas. necroscópicos e abertura de inMais tranqüilo do que quéritos devem ser alguns dos durante a crise de maio, ele documentos requisitados nos tratou de minimizar o próximos dias. impacto das declarações A comissão especial do Conde Lembo, dizendo que só selho Estadual de Defesa do houve "tentativa de Direito da Pessoa Humana desestabilizar o sistema e (Condepe) também deve infragilizar a população". Ao cluir os casos na lista de mortes que Lembo admitiu ser a serem investigadas. Dois de uma "nova onda", Saulo seus integrantes receberam inpreferiu chamar "nova formações de possíveis excesfase". "É questão de sos na ação policial. "Falam de terminologia", disse. execuções, com tiros de cima Embora cuidadoso nas para baixo", contou o integranpalavras, ele acabou te da Comissão de Direitos Hucontradizendo Lembo ao manos da seccional paulista da negar que tenha havido Ordem dos Advogados do ameaça de ataques no jogo Brasil (OAB) Lúcio França. do Brasil: "Dentre as Laudos – O coordenador do hipóteses, poderia ser, Movimento Nacional dos Direientão, fizemos mobilização tos Humanos Ariel de Castro preventiva." (AE) Alves, estranhou o grande nú- Adriana Damasceno teria participado do levantamento das informações para o planejamento do ataque Pedro Mendes Souza/Diário SP/Agência O Globo mero de mortes em uma única ação. "Isso mostra a ineficiência da polícia que em vez de prender, mata." Até agora, a comissão só teve acesso aos laudos necroscópicos de 126 vítimas de arma de fogo na semana de ataques do Viatura policial atingida por disparo durante prisões em São Bernardo P C C , e m maio. Os documentos estão sendo analisados pelo perito crimin a l R i c a rd o Molina. "Já temos uma estimativa de que 70% desses laudos têm alguma característica de execução", disse o perito. (AE) Armas e munição apreendidas na operação desenvolvida pela Polícia Civil no ABC Ao todo, 70 policiais participaram da operação, descoberta há 15 dias

Governador surpreende até secretário

A

Niels Andreas/AE

Saulo Abreu não confirmou possível atentado no dia do jogo do Brasil

Mulheres davam ordens por celular azia cinco dias que a polícia esperava pelos criminosos em frente dos Centros de Detenção Provisória (CDPs) do ABC. A entrada e saída dos funcionários era monitorada pelos investigadores. Na região, policiais procuravam os envolvidos no plano. Os investigadores sabiam que os bandidos estavam atrás de armas e munição, além de carros para serem usados na ação. Mulheres passaram a vigiar os quatro CDPs da região do ABC para descobrir a rotina das prisões e dos agentes, como os pontos de ônibus usados pelas funcionários. "Eles iam matar de 5 a 15 agentes de cada CDP", disse o delegado Marco Antônio Paula Santos.

F

O grupo fez reuniões para acertar o papel de cada um no ataque. "Nenhum deles podia desligar o celular. A ordem dos chefes foi matar quem deixasse o celular na caixa postal", afirmou o delegado. "Matar ou morrer" – Na madrugada, os integrantes do PCC deixaram suas casas e foram para o ponto de encontro, próximo a um ponto de ônibus, na rua Samuel Aizemberg, a cerca de 600 metros da entrada do CDP de São Bernardo. Um deles se despediu da mulher dizendo que se não voltasse até as 8h era porque tinha morrido. Outro disse em um telefonema que saia para "matar ou morrer". Eles não sabiam que o local estava cercado por policiais, a

maioria disfarçada, desde as 3h. Foi às 5h30 que os integrantes do PCC começaram a chegar – havia quatro mulheres entre eles. Estavam em seis carros e um caminhão e pararam os veículos na Samuel Aizemberg. Ficaram em dois postos de gasolina no ponto de ônibus usado pelos agentes prisionais e na porta do CDP, vigiada pelas mulheres. Esperavam pela troca de turno dos funcionários, que começa às 6h, com a chegada dos que vão entrar. Às 7h, saíram os três primeiros do turno da noite. "Esses vão ser os três primeiros", disse por telefone aos seus comparsas Renata de Melo Dias, uma das mulheres do grupo. Foi quando os policiais agi-

ram. Seis dos acusados foram mortos no posto de gasolina diante do ponto de ônibus. Dois morreram no ponto. Um nono suspeito foi morto em outro posto de gasolina. Quatro dos bandidos fugiram num carro e foram cercados em Diadema. Três morreram e um fugiu. Outros dois apanharam outro automóvel e foram para o centro de São Bernardo. Em novo tiroteio, um deles foi morto e outro preso. Dois dos bandidos escaparam em um caminhão. Diante do presídio, foram presos três mulheres e um homem. Entre os mortos havia 12 homens e uma mulher. Foram apreendidos sete revólveres, sete pistolas e uma espingarda, além de 16 celulares. (AE)


terça-feira, 27 de junho de 2006

Automação Te l e f o n i a Inovação Convergência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

O M-CASH PRESERVA A PRIVACIDADE DO CLIENTE DO BANCO

Mais um serviço do celular: pagar suas compras! Zé Lúcio Cardim telefone celular acaba de ganhar mais uma função: fazer pagamentos em lojas. A rede de bancos HSBC já disponibiliza a tecnologia M-Cash, que permite ao usuário, apenas digitando uma senha no seu telefone celular, autorizar débitos em sua conta corrente para efetuar pagamentos em lojas credenciadas. Ainda em período de testes, a partir do dia 1º de agosto o serviço se estenderá aos correntistas do banco. A tecnologia é simples: o cliente cadastra uma senha unicamente para essa função, faz a compra e escolhe o M-Cash como forma de pagamento. Em até 10 segundos, ele recebe uma ligação em seu celular na qual, por viva voz, é solicitado que digite a senha no teclado do celular. Imediatamente –desde que exista saldo suficiente– a transação é autorizada. "É muito seguro e prático", garante Arno Brandes, diretor do produto M-Cash no HSBC. Algumas das facilidades apontadas por Brandes estão ligadas ao fato do usuário não precisar, necessariamente, carregar dinheiro, cheque ou cartões. Tudo pode ser feito apenas pelo telefone celular. "Um garoto pode comprar seu tênis no shopping, por exemplo, e, na hora de pagar, pedir que o pagamento seja autorizado pelo celular do pai, no escritório", explica o diretor. "É muito mais seguro e tranqüilo para os pais do que colocar 300 ou 400 reais nas mãos de uma criança." Outro benefício é a privacidade. O usuário não divulgará seu número de cartão ou qualquer informação pessoal, apenas o número do seu celular. Outra vantagem do M-Cash diz respeito aos custos do serviço. Não há qualquer tipo de cobrança para o usuário. Nem mesmo a ligação do celular que autoriza o pagamento, que é feita pela processadora. Do lado do lojista, existe uma

tarifa, classificada por Arno Brandes como "incomparavelmente menor em relação às cobranças atuais de outras formas de pagamentos". "Não existe o aluguel de máquinas, por exemplo", diz ele. "O serviço pode ser acessado de qualquer maneira, desde o sorveteiro que está num parque com o seu celular, até lojas maiores, com conexão direta, por internet. Qualquer comunicação é possível, com exceção do tambor...", brinca Brandes. Até o dia 31 de julho o serviço funcionará em fase de testes, restrito aos 27 mil funcionários do HSBC. A partir do dia 1º de agosto, o sistema MCash estará acessível a todos os clientes do banco. Inicialmente, o M-Cash trabalhará apenas com vendas pela internet, com as empresas Americanas.com, Sacks e Philips. O objetivo do HSBC é expandir o serviço para grandes redes varejistas e mesmo para pequenos estabelecimentos comerciais. "O cliente poderá pedir comida em casa e autorizar o pagamento em sua conta corrente pelo celular", explica Arno Brandes. A expectativa de especialistas é que, até 2010, operações por celular respondam por 10% das operações bancárias. A M-Cash é a empresa responsável pela plataforma de pagamentos que permite o uso de telefones celulares em compras e pagamentos. O MCash HSBC, desenvolvida em parceria com o banco, é a primeira aplicação da empresa e resultado de tecnologia trazida de Israel. E por um período que o executivo do HSBC não revela, há contrato de exclusividade para o produto. "Prefiro não dizer para não deixar os outros bancos prontos para baterem na porta da M-Cash no dia seguinte do fim do contrato", diverte-se Brandes, confiante no sucesso do novo produto.

3 Qualquer comunicação é possível, com exceção do tambor... Arno Brandes, HSBC

O pagamento por celular em quatro passos

1

O cliente faz a c o m p r a n o rmalmente no site do lojista associado, escolhe a forma de pagamento MCash, e informa o número de seu celular (previamente cadastrado no banco).

2

O lojista envia a solicitação ao sistema MCash informando loja, valor e número do celular. O M-Cash faz uma ligação para o celular do cliente e solicita, via voz, sua senha. O comprador digita a senha e confirma a compra.

3

O M-Cash pede ao banco a solicitação de transferência da conta do usuário para a conta do lojista. Conferida a senha, o banco verifica o saldo, efetua a transferência e informa o M-Cash.

4

O M-Cash informa ao usuário e ao lojista que a transação bancária foi realizada com sucesso, e a compra é finalizada.


terça-feira, 27 de junho de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina na quinta-feira decreto para implantação da TV digital no Brasil.

VARIGLOG OFERECEU US$ 485 MILHÕES PELA VARIG

JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO DÁ PRAZO ATÉ AMANHÃ PARA A VARIGLOG DETALHAR OFERTA DE COMPRA

VARIG RECEBE INJEÇÃO DE R$ 8 MILHÕES Tasso Marcelo/AE

O Companhia aérea está operando apenas com 30 aeronaves e cancelou até às 17 horas de ontem 136 vôos em todo o País

DEFLAÇÃO Cinco capitais do País apresentaram deflação no IPC-S, da FGV, na terceira semana de junho.

Ó RBITA

TELEFONIA A partir deste sábado, 32 cidades do País terão o acesso a telefone fixo pré-pago.

Eduardo Nicolau/AE - 21/03/2001

MORRE ALCIDES DOS SANTOS DINIZ

O

COMBUSTÍVEIS

O

índice de nãoconformidade do álcool e do diesel em maio foi o menor desde 2001, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), indicando que houve uma melhora na qualidade desses combustíveis. Já o nível de não-conformidade da gasolina ficou estável em maio em relação aos meses anteriores e é o melhor em cinco anos. (Reuters) A TÉ LOGO

novo leilão. Segundo ele, para acelerar o processo de avaliação da oferta, a VarigLog teria de alterar a proposta apresentada, principalmente quanto à continuidade das operações da Varig endividada, e adaptá-la ao plano original de recuperação. O plano de recuperação judicial dividiu a Varig em Varig Operacional, para ser alienada, e Varig Relacionamento, que herdou as dívidas de mais de R$ 7 bilhões da empresa. Pela oferta, a VarigLog ficaria com 90% das ações da empresa de aviação enquanto os restantes 10% seriam divididos igualmente entre a Varig Relacionamento e o conjunto dos empregados. Fiore esclareceu que será avaliado se o percentual é suficiente para garantir a sobrevivência da companhia endividada. Dívidas – A Varig vem reduzindo suas operações devido a dívidas com empresas de leasing, que exigiram que aeronaves ficassem em terra por questões de segurança. Conforme Fiore, a intenção da VarigLog é negociar com as empresas de leasing para liberar mais aviões para operação. Ele confirmou ainda a proposta de US$ 485

milhões para a compra da Varig Operacional e a injeção de US$ 20 milhões para mantê-la operando até um novo leilão que, acredita, "será realizado o mais rapidamente possível". Decisão – Uma decisão do desembargador Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, divulgada, ontem, derrubou mais um obstáculo para a compra da VarigLog pela Volo do Brasil. O desembargador concedeu uma liminar dispensando as empresas de reapresentarem à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) documentos que já teriam sido encaminhados anteriormente ao extinto Departamento de Aviação Civil (DAC). Essa era uma pré-condição para que a VarigLog pudesse efetuar a compra da Varig. No entanto, determinou que a Volo encaminhe em 15 dias outros documentos que ainda não foram apresentados ao órgão. A Varig já acumulou uma dívida de R$ 1,2 milhão com as demais empresas aéreas brasileiras nos últimos dez dias. A dívida se refere ao transporte de passageiros com bilhetes da Varig cujos vôos foram cancelados. (Agências)

Sindicato contesta venda

O concessionária de automóveis. Seus negócios eram administrados por uma holding, a ASD. Abilio Diniz recebeu o comando das empresas do pai após a saída de Alcides. Em 1994, após uma recomposição acionária, com a saída de outros irmãos, Abilio se tornou o maior acionista.

Há pouco mais de um mês, Valentim dos Santos Diniz transferiu aos seus filhos, em partes iguais, ações preferenciais de sua propriedade. As ações que foram para os herdeiros representam 14,38% do capital social total e 25,59% das ações preferenciais em circulação. (AE)

FUSÃO ARCELOR-MITTAL AJUDA BRASIL

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acordo para a compra da Arcelor pelo grupo indiano Mittal, que formará um gigante com 10% da produção mundial de aço, deve ter um impacto positivo para o mercado brasileiro de siderurgia. A avaliação é de analistas, que acreditam que a consolidação promovida pela operação será positiva para todo o setor siderúrgico. No Brasil, a

Arcelor controla a Arcelor Brasil, formada pela fusão de três grandes siderúgicas nacionais em dezembro do no ano passado: a Belgo Mineira, em Minas Gerais; a Companhia Siderúrgica Tubarão (CST), no Espírito Santo; e a Vega do Sul, de Santa Catarina. A empresa produz 11 milhões de toneladas de aço por ano. A Arcelor-Mittal passa a ter produção de 114 milhões de toneladas por ano. (AG)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Fundação de Bill Gates recebe doação de US$ 30,7 bilhões de Warren Buffett

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Crise da Volks será debatida na Câmara dos Deputados amanhã

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Metade dos trabalhadores do planeta vivem com menos de US$ 2 por dia

Sindicato Nacional d a s E m p r e s a s A éreas (Snea) entrará nos próximos dias com mandado de segurança contra a decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de aprovar a venda da Varig Log para a Volo do Brasil. A aprovação era uma précondição para que os novos sócios da VarigLog confirmassem a proposta de US$ 485 mi-

lhões de compra da Varig. O Snea aguarda a publicação no Diário Oficial da União da ata da reunião da última sexta-feira, na qual a diretoria colegiada da Anac aprovou a transferência das ações da Varig Log para a Volo. O Snea é contra a venda da VarigLog para a Volo por entender que a operação fere a lei que limita em 20% a participação de estrangeiros em empresas aéreas

brasileiras. A Volo tem como sócios três empresários brasileiros e mais o fundo americano Matlin Patterson. De acordo com advogados do Snea, a ação contra a decisão da Anac deve se centrar em questões processuais. O sindicato argumenta que não teve tempo para analisar a documentação e, por lei, deveria se manifestar sobre o processo antes de a Anac tomar uma decisão. (AE)

Ações da companhia aérea disparam na Bolsa de Valores

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s ações da Varig dispararam na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ontem, com investidores esperando a decisão do juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, sobre o futuro da companhia aérea – um novo leilão ou a falência da empresa. Até o início da tarde de ontem, os papéis da companhia aérea avançavam aproximadamente 56,29% e chegaram a ser negociados por cerca de R$ 2,36, enquanto o Ibovespa (principal indicador da bolsa) registrava variação positiva de cerca de 0,02%. Na máxima do dia, as ações chegaram a decolar em torno de 69,5%. O volume financeiro com os papéis foi em torno de R$ 16 milhões, em linha com o giro de papéis como Itaúsa e Gerdau. (Reuters)

Factoring

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empresário Alcides dos Santos Diniz (foto), integrante da diretoria do Grupo Pão de Açúcar até 1988, morreu ontem, aos 63 anos de idade. Irmão de Abilio Diniz, presidente do conselho de administração do grupo, Alcides estava se tratando de câncer e era o segundo dos seis filhos de Valentim dos Santos Diniz, fundador do Pão de Açúcar. Ele administrava seus bens e estava afastado da companhia desde que vendeu sua parte nas ações, após desavenças familiares. Com a venda, Alcides recebeu US$ 120 milhões, além de uma rede de lanchonetes e uma

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu adiar até amanhã o prazo para que a VarigLog detalhe a proposta apresentada na semana passada para a compra da Varig. De acordo com a Justiça do Rio, a ex-subsidiária da Varig depositou cerca de R$ 8 milhões (US$ 3,5 milhões) para cobrir despesas correntes da companhia aérea. No total, a VarigLog se comprometeu a depositar US$ 20 milhões. Enquanto a proposta é detalhada, a VarigLog negociará com credores e empresas de leasing um prazo maior para repactuação da dívida. A VarigLog encaminhou na semana passada uma oferta de compra da Varig estimada em US$ 485 milhões, depois que a Justiça rejeitou a proposta dos trabalhadores (Grupo TGV), que não depositou a primeira parcela da compra, referente ao único lance feito em leilão realizado no último dia 8. O consultor da Delloite, Luiz Alberto Fiore, explicou que o depósito de R$ 8 milhões referese a um contrato firmado entre a VarigLog e a Varig para manter as operações da empresa até um

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


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Ambiente Urbanismo Compor tamento Polícia

Luludi/Luz

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 27 de junho de 2006

A onda de patriotismo chega às camisetas, lenços e outros adereços.

EM DIA DE JOGO, VERDE-AMARELO INVADE AS RUAS

Luludi/Luz

Luludi/Luz

Luludi/Luz

Verde-amarelo na camiseta, no lenço, com calça, saia ou paletó. Sem grandes preocupações, paulistanos inventam moda na hora de esperar e festejar as vitórias do Brasil na Copa da Alemanha.

COPA DITA MODA NAS RUAS DA CIDADE Nos dias de jogo do Brasil, como hoje, paulistanos saem às ruas vestidos de verde-amarelo: seja no lenço, na camiseta, no brinco ou na pulseira. Newton Santos/Hype

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m dias de jogos do Brasil, como hoje, contra Gana, a capital (e o resto do País) se veste de verde e amarelo. Trabalhadores, estudantes, jovens, idosos e crianças saem às ruas sempre carregando um adereço nas cores do País. Os mais discretos preferem camisetas verdes, amarelas ou azuis. Já os menos tímidos apelam para os brincos grandes, lenços amarrados na cabeça e até para as perucas nada convencionais. Apitos, chapéus estilizados e sacolas entram na passarela da Copa. Além do setor de confecção, as lojas de decoração também entraram na onda do patriotismo. Pode-se comprar toalhas de mesa, de banho, almofadas, lençóis e colchas com bandeiras nacionais estilizadas. A Seleção Brasileira, por sinal, é referência também fora do País. Nas lojas da Alemanha e de outras cidades da Europa as camisetas mais vendidas são as amarelinhas. As vitrines exibem produtos brasileiros para todos os gostos e torcedores de outros países também usam a camiseta da Seleção canarinho.

Trânsito sem esquema especial hoje

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Típicas torcedoras brasileiras: no dia no jogo Brasil e Japão elas desfilaram na avenida Paulista com camiseta, chapéu estilizado e apito Newton Santos/Hype

Newton Santos/Hype

Newton Santos/Hype

Mais discreta, a jovem prefere homenagear o Brasil no pulso Newton Santos/Hype

Até a estátua viva, na Paulista, aderiu ao clima de comemoração Newton Santos/Hype

Luludi/Luz

As cores da Bandeira Nacional subiram à cabeça do torcedor Luludi/Luz

Newton Santos/Hype

Sacola, brincos nada discretos e outros adereços. Moda verde-amarela nas ruas pouco antes do jogo da última quinta-feira.

De paletó, gravata e peruca nas cores do Brasil. Torcedores nem ligam para a combinação de tons na hora de vibrar pela Seleção Brasileira.

O ciclista veste uniforme nas cores do País e não esquece de decorar o seu triciclo com a Bandeira Nacional

arcado para o meiodia, na hora do almoço, o jogo do Brasil não deve causar transtornos adicionais ao trânsito hoje. Ao contrário das partidas da primeira fase da Copa, não haverá antecipação do horário de rush na cidade. O Metrô, a Companhia de Tr e n s M e t r o p o l i t a n o s (CPTM) e a São Paulo Transporte (SPTrans), empresa que gerencia o sistema de ônibus urbano, decidiram não adotar esquemas especiais e vão operar com as frotas normais. Segundo a SPTrans, haverá 65% da frota em circulação ao meio-dia, ou seja, 9.750 ônibus. Corredores e terminais serão monitorados para que, em qualquer eventualidade, seja possível reforçar a frota rapidamente. No Metrô, no mesmo horário, serão 65 trens operando nas três linhas do sistema. A CPTM estima que o movimento seja normal e manterá apenas trens extras em prontidão em suas linhas. Nem mesmo os funcionários públicos vão ganhar o dia de folga. Os servidores municipais serão dispensados às 11h, mas terão de retornar ao trabalho às 15h, conforme decreto do prefeito Gilberto Kassab. Hospitais e prontos-socorros ficarão abertos durante a partida. Nas escolas públicas, caberá aos coordenadores organizar esquemas adequados. Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), as agências bancárias fecham as portas das 11h30 às 14h30 e voltam a atender os clientes até as 16h, na região metropolitana. A maior parte das lojas de rua e nos shoppings vai abrir em horário normal, fechar para o jogo e reabrir logo depois. O Mercado Municipal vai funcionar normalmente. A Prefeitura informou que haverá quatro telões à disposição no local para que ninguém fique sem torcer pelo Brasil. No intervalo do jogo, uma roda de samba promete animar os torcedores e, durante a partida, serão feitos sorteios de bolas de futebol e kitsc o p a . O M e rc a d ã o f i c a na rua Cantareira, 306, no Centro. (Agências)


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Automação Inovação Lançamentos Convergência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Os novos drives são préformatados e podem ser desconectados a qualquer momento Hernán Ricardo Moreno, Iomega

TODOS ARQUIVOS DA EMPRESA PODEM SER LEVADOS NUM HD EXTERNO

HD externo é opção para evitar upgrade constante de PC e laptop Além de garantir a portabilidade e a segurança dos arquivos, o uso de drives externos de alta capacidade é uma alternativa de economia para empresas e profissionais liberais, que podem ampliar a capacidade de armazenamento sem fazer upgrades ou trocar de equipamento toda vez que o disco rígido fica lotado

disco rígido do seu desktop ou notebook está lotado. Hora de fazer um upgrade ou trocar por outro modelo de maior capacidade, certo? Nem sempre. Já existe alternativa para este problema constante, especialmente para pequenas empresas ou profissionais liberais que não possuem servidor próprio para efetuar backup de arquivos. Os HDDs (Hard Disk Drives), ou HDs externos, como são mais conhecidos, não só ampliam a capacidade de armazenamento dos computadores sem que seja preciso trocar ou modificar o interior da máquina, como acabam resolvendo outros problemas –como a portabilidade e a segurança dos dados. Encerrado o expediente, basta desconectar o HDD e, dependendo da capacidade escolhida, ele pode ser levado para casa no bolso ou na pasta. Já acostumados aos pen drives, onde a informação é mensurada em Megabytes, os executivos agora usufruem da vantagem de levar para casa ou em viagens todos os arquivos da empresa, centenas de Gigaby-

terça-feira, 27 de junho de 2006

Fotos: Divulgação

Acima, HD externo da Iomega Silver Series, que pode ter capacidade de 320 GB ou 500 GB; à esq., uma das opções de HD externo da LaCie oferecido através da ControleNet

tes compactados em pequenas caixas que podem ser conectadas a qualquer PC que possua uma porta USB. As observações são de Hernán Ricardo Moreno, gerente de Vendas para a América Latina da norte-americana Iomega, pioneira no mercado de drives externos. Ele esteve no Brasil –que, junto com o México, responde por cerca de 65% das vendas da empresa na América Latina– para apresentar novos HDDs com capacidades diferenciadas, "uma exigência dos nossos clientes". Pequeno porém "grande" – Com dezenas de modelos de armazenagem que cobrem desde os mini pen drives até HDDs de 1 Terabyte, a Iomega começa a vender no país dois equipamentos da versão 3.5 da Silver Series, com 320 GB e 500 GB de capacidade. Ambos são plug and play via portas USB 1.1 e 2.0 e de fácil operação: "Os novos drives são pré-formatados e podem ser desconectados a qualquer momento sem que seja preciso executar nenhuma operação no computador, e isso não causa dano aos arquivos armazenados que estive-

rem em execução", explica Hernán Moreno. O Silver Series de 500 GB tem o equivalente em espaço aos HDs internos de 6,2 computadores com 80 GB, compactados numa caixinha de 18 cm de comprimento por 11 cm de largura e 3 cm de altura, com peso de apenas 1,2 kg. Dentro dele é possível guardar 2 milhões de fotos, 9.250 horas de música ou 750 horas de vídeos. A versão de 320 GB tem as mesmas dimensões externas e capacidade para armazenar 1.200.000 fotos, 5.920 horas de música ou 80 horas de vídeos. Ambos têm taxa de transferência de alta velocidade –480 Mbits por segundo– e velocidade de rotação de 7.200 RPM. Esses HDDs Silver Series custam R$ 1.470 (320 GB) e R$ 2.794 (500 GB) e já estão disponíveis através dos distribuidores da Iomega. Concorrência francesa – Há 15 anos no mercado mundial de tecnologia, a francesa LaCie atua principalmente no nicho dos periféricos para PCs e Macintosh e se destaca pela preocupação com o design dos produtos. Os drives externos da LaCie são vendi-

dos no Brasil através de acordo com a distribuidora ControleNet. O mais recente lançamento da empresa é o HD externo SATA de 250 GB. Com uma taxa de transferência de 1,5 Gbits por segundo, o Serial ATA (SATA - Serial Advanced Technology Attachment) é a tecnologia mais rápida para conectar periféricos ao computador, permitindo um aumento de performance. Mais rápido que os drives com conexão interna IDE (ATA) e SCSI ou externos USB 2.0 e Firewire, este HDD armazena 250 GB de dados, pesa 1,5 kg e guarda o equivalente a 6.475 horas de músicas, um milhão de fotos ou 125 horas de vídeo. Acompanha uma interface PCI que possibilita conexão no PC, inclui utilitários LaCie RAID 0/1 para configuração de múltiplos drives e sua operação é silenciosa. Com padrão visual alumínio, o HD d2 SATA LaCie 250 GB está disponível na ControleNet por R$ 1.699. Rachel Melamet Mais informações: www.iomega.com , www.controle.net e www.lacie.com.

Fotos: Divulgação

Balanças eletrônicas, pontos avançados da onda de automação Hoje, quase nenhum comerciante usa balanças mecânicas; o próximo passo é envolver as eletrônicas na automação da loja

A linha Platina Network, da Filizola: impressora incorporada, teclado de acesso direto, maior capacidade de memória e de processamento, visor com duas linhas; há modelos para 15 ou para 30 quilos

Luiz Carlos de Assis

A linha Toledo Prix 5 Voice tem quatro versões de balanças; a Prix 5 Voice oferece a opção MP3 Player

A Toledo Check-out 30 Kg é primeira balança eletrônica para a área check-out do mercado com capacidade de 30 kg

A Filizola CS-B pesa e calcula o preço final e opera com baterias de autonomia para 140 horas; sua melhor qualidade é a mobilidade

arece tão comum que ninguém nem nota mais: o consumidor escolhe seus produtos, entrega para pesagem em uma balança como as da linha CS da Filizola ou Prix da Toledo e sai com uma embalagem e etiqueta na qual se lê o peso correto, o preço por quilo e o valor da compra. De dez anos para cá a automação comercial tomou conta de padarias, açougues, supermercados, rotisseries, peixarias, restaurantes e até feiras-livres. As balanças eletrônicas são um dos pontos avançados dessa onda de automação que os comerciantes apreciam e pela qual agradecem. É o primeiro passo de todo comerciante, quando entrar no novo mundo da eletrônica. Primeiro de tudo, em geral, o comerciante descobre a balança que usa circuitos para mostrar peso e cálculo do preço. Depois, vêm a conexão com o banco de dados do estabelecimento para definição do preço centralizado, e a impressão automática. Ainda mais tarde, a conexão sem fio. Tradicional empresa brasileira –foi fundada em 1886 e dona da primeira fábrica balanças do país (1920)–, a Filizola preocupa-se com a tecnologia. É a informática que ajuda a pesar, calcular o preço, etiquetar e memorizar informações. Hoje, os produtos eletrônicos são o carro-chefe da empresa. Da simples BP, que faz uma pesagem rápida e simples (capacidade de até 3 quilos) à CS-B, que pesa e calcula automaticamente o preço final e opera com baterias, a Filizola oferece produtos que podem ser configurados pelo comerciantes e conectadas a redes internas –mesmo sem fio– e a impressoras matriciais ou térmicas. "Os comerciantes passaram a se preocupar com qualidade e redução de custos", diz Alessandre Camusso, gerente de canais da Filizola. As balanças de hoje são tão sofisticadas como as da linha Platina Flash, da Filizola, que oferece recursos Instant Load e Ultra Memory. O Instant Load permite carga de dados do servidor mesmo quando em operação; Ultra Memory é o que designa armazenamento expansível para 5 mil a mais de 5 mil informações de produtos. Esses recursos facilitam ainda mais a pesagem e a rotulagem. Ou como a Prix 5 Voice, da Toledo, lançada no ano passado, que oferece a opção MP3 Player. Assim, é possível reproduzir jingles, mensagens promocionais, nomes de produtos e ações de crosselling. Esses recursos possibilitam a divulgação de promoções e, desta forma, funcionam como uma mídia direta de baixo custo para incrementar as vendas. "No momento em que o consumidor está pesando seus produtos no setor de hortifrutis, por exemplo, a balança pode alertar sobre uma promoção na área de pães e doces ou na de açougue. Também pode auxiliar na comercialização de produtos relacionados entre si (crosselling): na hora da pesagem de uma picanha, a balança pode anunciar informações sobre cerveja ou carvão. Além disso, cada produto pode ser identificado com jingles e mensagens do fornecedor", explica Mario Pandolfo, gerente nacional de vendas da Toledo. Já a balança de 30 quilos, também da Toledo, foi especialmente projetada para trabalhar em aplicações de uso intenso, suporta o fluxo de mercadorias de vários tipos e tamanhos e, ao mesmo tempo, mantém alto nível de precisão nas pesagens. "O equipamento substitui a versão anterior de 15 kg e aumenta a amplitude de uso", diz Pandolfo. "Por integrar as funções de pesagem e leitura de código de barras, a balança agiliza o atendimento aos consumidores e intensifica a eficiência dos operadores do caixa." O display permite leituras fáceis e exibe mensagens de alerta na ocorrência de erros operacionais e eventuais falhas indicadas por um sistema de auto-diagnóstico.


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terça-feira, 27 de junho de 2006

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É um sonho levantar a taça um dia, como fez o Cafu em 2002.” Kaká, candidatando-se a capitão da Seleção no futuro

Vanderlei AlmeidaAFP

Por mais mistério que Parreira faça sobre o time que enfrentará Gana, Nélson de Jesus Silva, o Dida, será o goleiro e maior garantia do Brasil nos jogos mata-mata.

N

JESUS E MAIS 10

élson de Jesus Silva, o Dida, é um nome certo na escalação do Brasil que Carlos Alberto Parreira só vai anunciar poucas horas antes do jogo contra Gana, em Dortmund, ao meio-dia (horário brasileiro). Dida foi destaque do rachão de ontem, em Bergisch Gladbach, atuando como um legítimo centroavante. Autor de três gols no treino recreativo, Dida retorna hoje ao trabalho de evitá-los. Titular indiscutível de Parreira, o goleiro passa a ser, a partir deste jogo das oitavasde-final, uma peça fundamental na luta pelo hexa. Se não levar nenhum gol até o fim da Copa, o Brasil terá praticamente garantido o título. É claro que ninguém espera uma sucessão de 0 a 0 nos quatro jogos que restam até a final do dia 9 de julho, todos com prorrogação de 30 minutos se

houver mesmo empate nos 90 minutos regulamentares, mas, em tal caso, a decisão iria para os pênaltis, especialidade do baiano Dida. Com a camisa 1 da Seleção, Dida defendeu seis de oito pênaltis marcados contra ele. Caladão, quase tímido, em entrevista ao jornalista Ricardo Gonzalez, do Globo, abriu o jogo: - Costumo estudar o jeito que os adversários batem, e isso ajuda, mas muita coisa se decide na hora de bater. Para surpresa de muitos que reclamam de sua relutância em dar entrevistas, até ensaiou um pequeno manual do pegador de pênaltis: 1 ) É preciso olhar nos olhos dele, saber se está nervoso. Isso dá confiança ao goleiro. 2) Se for um zagueiro, vai chutar forte. 3) Se for um meia, certamente vai colocar.

4) Atacante é mais difícil, pois está acostumado a tirar a bola do goleiro. É claro que Parreira tem toda razão de confiar no respeitável retrospecto do seu goleiro, mas a preocupação do técnico, já contra os ganenses, é com a concentração de todo o time: "Daqui para frente, não tem mais como errar. Agora é tudo ou nada", disse ontem o técnico, insistindo várias vezes na lembrança de que a Copa entrou em regime de mata-mata e, portanto, todos os jogos, daqui em diante, são decisivos. Ontem, o técnico colocou o time para treinar cobranças de pênaltis. De 65 cobranças, os jogadores acertaram 45. Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Zé Roberto, Ricardinho, Gilberto Silva e Juan tiveram os melhores desempenhos, mas não se tire da lista a conclusão de que todos estão escalados para enfrentar Gana.

O técnico insiste no mistério, embora outros nomes, além de Dida, sejam certos - Cafu, Lúcio, Juan, Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo, pelo menos. Sem o craque Essien, suspenso, Ratomir Dujkovic tem menos dúvidas para escalar Gana, que deve jogar com Kingston; Pantsil, Mensah, Shilla e Mohammed; Boateng, Muntari, Eric Addo (ou Draman) e Appiah; Asamoah Gyan e Pimpong. É uma seleção que tem o respeito de Parreira: "Pela primeira vez nesta Copa, toparemos com um rival que tem jogo de cintura. É um time veloz, agressivo e vai jogar contra a gente como franco-atirador." O respeito ao adversário não abala a autoconfiança, porém: "Nossa programação prevê chegarmos até a final, no dia 9 de julho. Se Deus ajudar." Haverá de ajudar. Afinal, Jesus é brasileiro.

almanaque

BRASIL Celso Unzelte

Brasil costuma se dar bem

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as sete vezes em que disputou jogos eliminatórios pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo, o Brasil perdeu apenas duas. Curiosamente, em ambas a competição se realizava na Itália. A primeira derrota foi para a Espanha, por 3 a 1, em 1934. A segunda para a Argentina, 1 a 0, gol de Caniggia, em 1990. Em todas as outras ocasiões, a Seleção conseguiu a classificação para as quartasde-final. Em 1938, na França, o adversário era a Polônia, e

deu Brasil: 6 a 5, na prorrogação, após empate por 3 a 3 no tempo normal. Em 1986, os poloneses apareceram outra vez no caminho dos brasileiros. E foram novamente derrotados por 4 a 0. O rival das oitavas na vitoriosa campanha do Tetra, em 1994, foram os Estados Unidos. Com um gol de Bebeto, o Brasil ganhou por 1 a 0. Na França, em 1998, o Brasil superou o Chile com goleada (4 a 1). Quando foi Penta, na Coréia e no Japão, o rival foi a Bélgica, derrotada por 2 a 0.


terça-feira, 27 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


DIÁRIO DIÁRIO DO DO COMÉRCIO COMÉRCIO

88 -.INTERNACIONAL

Yannis Behrakis/Reuters

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Cada vez que perdia alguma coisa, seu temperamento mudava e ficava agressiva. Da camareira Gaby sobre a modelo britânica Naomi Campbell

Internacional

Tanques do exército israelense foram alinhados ontem na fronteira de Israel e a Faixa de Gaza: empenho pela libertação de soldado capturado no fim de semana Mohammed Abed/AFP

TODA A FORÇA NA FRONTEIRA COM GAZA Israel exige libertação de soldado capturado por militantes palestinos no domingo. Primeiro-ministro fala em dura resposta.

Parentes de palestinos presos em Israel protestam em frente ao Parlamento Palestino na Faixa de Gaza

Jewel Samad/AFP

DIREITOS CIVIS Os arquivos do líder negro Martin Luther King foram vendidos à Universidade Morehouse (Atlanta)

DROGAS A Venezuela decidiu limitar as atividades da Agência Antidrogas dos EUA no país

Ó RBITA

PATRIOT

RELIGIÃO

O

A

Japão e os EUA Unidos concordaram no envio, pela primeira vez, de mísseis de interceptação Patriot para bases americanas no território japonês. O acordo foi fechado em meio a temores sobre um possível teste de míssil intercontinental da Coréia do Norte. O presidente George W. Bush (foto à dir.) disse ontem que a Coréia deve esclarecer quais são suas intenções com o lançamento desse míssil.

Larry Downing/Reuters

srael enviou ontem soldados para a fronteira com Gaza para preparar o que o primeiro-ministro Ehud Olmert chamou de "uma ampla operação" contra militantes palestinos depois da captura de um soldado israelense. Ao mesmo tempo, diplomatas israelenses e palestinos buscavam todos os meios disponíveis para tentar a libertação do cabo Gilad Shalit, um franco-israelense capturado num ataque palestino contra militares de Israel no domingo. Em discurso feito durante uma conferência sobre turismo, Olmert afirmou que "a paciência de Israel está se esgotando" e disse considerar toda a cúpula palestina responsável pela segurança de Shalit. Operação ampla - "Dei ordens a nossos comandantes militares para que preparem o Exército para uma ampla operação para atacar líderes terroristas e todos os envolvidos. Uma coisa deve ficar clara: ninguém ficará imune", disse. Numa sessão fechada do Parlamento, Olmert também teria afirmado que não negociaria com os captores de Shalit, seqüestrado na manhã de domingo por militantes dos Comitês de Resistência Popular que infiltraram-se em Israel e atacaram um posto militar. Três militantes palestinos e dois soldados israelenses morreram no episódio. Shalit é o primeiro militar israelense capturado por militantes palestinos em 12 anos. Hamas - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, conversava ontem com mediadores egípcios, árabes e ocidentais com o objetivo de localizar o soldado israelense. Por sua vez, Ghazi Hamad, porta-voz do grupo islâmico Hamas disse ter informações de que Shalit está vivo e pediu a seus captores que não o machuquem. Ao ameaçar com uma ampla ofensiva e responsabilizar toda a Autoridade Nacional Palestina (ANP), Olmert deixa implícita a possibilidade de Israel voltar a atacar o Hamas, atual partido governista. O Hamas aderiu a um cessar-fogo e não promove ataques contra Israel desde fevereiro de 2005, quando passou a dedicar-se ao processo político interno, o que culminou em sua vitória nas eleições gerais de janeiro último. Hamad, o porta-voz, disse que o Hamas está trabalhando ao lado de Abbas e do Egito para resolver o assunto. "Nosso interesse é evitar qualquer tipo de confronto ou derramamento de sangue", afirmou o porta-voz do grupo islâmico. Familiares do soldado Shalit romperam o silêncio ontem. Eles pediram aos captores que o tratem humanamente e disseram sentir saudade do jovem soldado. Palestinos presos - Na Cidade de Gaza, dezenas de familiares dos cerca de 8.000 palestinos detidos em Israel saíram às ruas para pedir aos c a p t o re s q u e m a n t e n h a m Shalit até que o governo israelense aceite uma libertação em larga escala de palestinos mantidos em suas prisões, em especial todas as mulheres e crianças palestinas com menos de 18 anos. Esta é a primeira demanda dos guerrilheiros desde a captura do militar israelense de 19 anos. O pedido foi assinado pelo braço militar do Hamas, a Brigada de Saladdin e o Exército do Islã. Os dois últimos grupos são facções dos Comitês de Resistência Popular (CRP), e têm fortes ligações com o Hamas. Segundo o ministro palestino para assuntos de prisioneiros, Wasfi Kibha, Israel mantém em suas prisões 150 mulheres e 360 crianças com menos de 16 anos. AE/AP

terça-feira, terça-feira,27 27de dejunho junhode de2006 2006

PROGRESS

A RENÚNCIA NO TIMOR

M

ari Alkatiri (foto) renunciou ontem ao cargo de primeiro-ministro de Timor Leste, ato que resultou em grande comemoração popular e aumentou as esperanças de que se encerre um período de meses de paralisia política e violência no país. Alkatiri ofereceu-se para ajudar a formar um governo interino para conduzir o Timor a eleições em 2007.

nave de carga Progress, da Rússia, carregando três toneladas de comida, água e equipamento, ligou-se à Estação Espacial Internacional (ISS) sem dificuldades informou um porta-voz do Controle de Missão. A nave havia sido lançada do Cosmódromo de Baikonur, no Casaquistão, sábado. Ela é guiada por controle remoto e piloto automático. AE/AP

pesar de o presidente boliviano Evo Morales ter dado por encerrada uma acalorada discussão sobre supostas tentativas de seu governo de acabar com a liberdade e o ensino religiosos, a polêmica continua. "Jamais pensamos em abolir a religião como matéria escolar", disse Morales ontem, em Tarabuco, 488 quilômetros de La Paz, um dia depois de ter se reunido com a hierarquia da Igreja Católica. AE/AP

IRAQUE

CENSURA

elo menos 15 pessoas morreram e 56 ficaram feridas na explosão de uma bomba em Hillah, cidade de maioria xiita perto da ancestral Babilônia, a 90 quilômetros de Bagdá. Já em Baquba, bastião insurgente sunita, uma bicicleta-bomba explodiu num mercado matando quatro pessoas. Sobreviventes gritaram "abaixo a polícia" e jogaram pedras para expressar sua ira com a falta de segurança.

mídia chinesa poderá receber multas de US$ 6 mil a US$ 12 mil por noticiar situações de emergência, como distúrbios ou desastres naturais, sem autorização oficial, informou ontem o Diário da Juventude de Pequim. A proposta foi apresentada ao Congresso em meio aos esforços do presidente Hu Jintao de reforçar o controle do governo sobre a mídia.

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Lançamentos Automação Convergência Varejo Hi-tech

semana passada foi agitada para o mercado de tecnologia. Ocorreu em São Paulo, no Expo Center Transamérica, o Ciab 2006, principal evento da Febraban - Federação Brasileira dos Bancos. O tema principal deste ano foi "A Sociedade Virtual" e trouxe informações importantes para quem quer se firmar como fornecedor para um dos principais setores da economia brasileira, que detém aproximadamente 20% do PIB nacional. Foi mostrado que o outsourcing –terceirização de serviços– nos bancos, que anda com a velocidade de internet discada por aqui, tende a ganhar ritmo e é uma boa oportunidade para as empresas prestadoras de serviços. A presença de Lars Gustavsson, principal executivo mundial da área de tecnologia do ABN Amro, que detém atualmente o maior processo de terceirização do setor financeiro mundial, pode ser o impulso que faltava para que esse panorama venha a mudar. A operação do banco holandês transferiu a maior parte das demandas de TI do banco para as empresas norte-americanas IBM e Accenture, além das indianas Tata Consultancy Services (TCS), Infosys Technologies e Patni Computer Systems, que incluem contratos válidos por cinco anos e somam aproximadamente 1,8 bilhão de euros, o equivalente a mais de dois bilhões de dólares, ou quase seis bilhões de reais. O CRM –Custom Relationship Management, ou Gestão de Relacionamento com o Cliente– demonstrou mais uma vez que este ainda não é seu ano. Apesar da presença do "papa" global nesse assunto, o americano Bryan Foss, teve baixa receptividade entre os congressistas e pelo jeito os bancos estão contentes com a forma com

terça-feira, 27 de junho de 2006

Até o final de 2006, as quatro mil agências do Banco do Brasil irão utilizar plataforma Linux nas estações de trabalho

NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, A ECONOMIA É DE R$ 10 MILHÕES/ANO

BB e CEF economizam mais de R$ 100 milhões com Linux Dois dos maiores bancos estatais do país aderem ao software livre e prevêem economia considerável em programas Guido Orlando Júnior

q u e s e r e l acionam com sua clientela. Já os assuntos inovação, com a palestra "Inovação: desafios e impactos da inovação colaborativa" e marketing virtual com "Marketing.Ponto.Com" tiveram, espaço garantido e excelente receptividade junto ao público. Software Livre – Porém, um dos destaques do evento foram os casos de sucesso apresentados pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal que vêm, ao longo dos últimos cinco anos, apostando na tecnologia de software de padrão aberto, mais especificamente

Linux. Até o final de 2006, por exemplo, todas as quatro mil agências do Banco do Brasil irão utilizar plataforma Linux nas estações de trabalho, o que deve gerar uma economia de mais de R$ 100 milhões com gastos em software nos próximos anos. Antes dessa migração o BB utilizava como sistemas operacionais o já descontinuado OS/2 da IBM, mas isso não foi primordial para a mudança, segundo Manoel Gime-

nes R u y, C I O d o banco: "Nossa nova estratégia está baseada na independência de fornecedor e maior controle e evolução do ambiente operacional em todo banco. Vale lembrar que a plataforma OS/2 garantiu quase uma década de estabilidade e garantia de continuidade da operação das nossas agências nos mais remotos pontos", salienta o executivo. Para a escolha da versão de Linux a ser utilizada foram avaliadas Mandriva, Suse, Red Hat e Debian. Números da economia – A economia que vem sendo conseguida

e as que são projetadas, porém, não são baseadas somente com Linux, mas com várias versões de software aberto. Gimenes Ruy detalha os n ú m e ro s d a s e g u i n t e f o r m a : R$ 24,6 milhões para os servidores; R$ 18,8 milhões nas substituições de produtos proprietários em estações de trabalho; R$ 24,6 milhões nas estações de trabalho com a substituição do OS/2 por Linux e R$ 28,8 milhões com a mesma mudança em cerca de 40 mil terminais de auto-atendimento espalhados por todo país. A economia anual, segundo projeção do executivo, será a seguinte: adoção de Linux, redução e centralização de servidores, R$ 43,7 milhões; gerenciamento de banco de dados, R$ 2,6 milhões e com a adoção do OpenOffice (site de programas semelhante ao MS Office da Microsoft), R$ 7,07 milhões, totalizando R$ 53,36 milhões. Quanto ao parque de máquinas, o BB possui hoje 90 mil computadores pessoais. Desses, já foram substituídos e modernizados 60 mil, com configuração mínima de 512Kb de memória RAM e maior poder de processamento. Os servidores somam cinco mil e quinhentos e não irão necessitar de atualização ou substituição devido a adoção do Linux. Quanto à Caixa Econômica Federal, a substituição vem ocorrendo nos terminais lotéricos de todo o país e é prevista uma economia anual de R$ 10 milhões ao ano. Os bancos privados certamente estão de olho nesses dois casos e um executivo de um dos maiores bancos estrangeiros instalado no país proferiu a seguinte observação: "Não sabemos até quando iremos agüentar pagar anualmente por licenças de software proprietário". gojunior@voit.com.br

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Notebooks da HP têm reconhecimento biométrico Líder do mercado de laptops, empresa está ampliando a sua linha de produtos móveis corporativos

les são como cães fiéis. Se não receberem o toque singular do dedo do dono ou das pessoas por ele autorizadas, os novos notebooks corporativos lançados pela HP Brasil simplesmente não carregam o sistema operacional, mantendo dados e arquivos em total segurança. Líder do mercado nacional de notebooks, com 24% de market share no primeiro trimestre de 2006, de acordo com dados da IDC, a HP Brasil está ampliando sua linha de produtos móveis para empresas. Desenvolvida para profissionais que viajam com freqüência, a série HP Compaq nc2400 apresenta equipamentos que pesam menos de 1,5 kg. Dois modelos, o nx6310 e o nx 6320, são fabricados no Brasil. Alguns dos novos laptops são os primeiros da HP equipados com a plataforma Intel Centrino Duo, que alia alto desempenho a uma inovadora capacidade de gerenciamento de energia, para minimizar os custos operacionais. Todos têm soluções de mobilidade, desde os modelos ultraleves até os portáteis de alto desempenho, que se equiparam aos computadores de mesa em velocidade e funcionalidade. A nova linha inclui um Tablet PC, da série 4400, cujas vendas ainda não decola-

Notebook HP Compaq nc2400, com tela widescreen de 12,1 polegadas, peso inferior a 1,5 kg e espessura de menos de uma polegada

ram no Brasil devido ao alto custo do produto –R$ 8.199– segundo Renata Gaspar, diretora do grupo de computação pessoal para empresas da HP Brasil. Segurança – Os novos notebooks da HP oferecem a mais recente versão do HP Professional Innovations, um conjunto de recursos de hardware e soluções de software que inclui tecnologias de segurança como biometria integrada (reconhecimento do usuário pela impressão digital) e a proteção ao disco rígido HP Mobile Data Protection System 3D. O módulo de segurança TPM, embutido na maioria dos modelos, oferece criptografia avançada de dados, credenciais e e-mail, ajudando a proteger as informações sensíveis, em caso de perda ou roubo do notebook. A tecnologia In-Mold Lamination, evita que o gabinete seja arranhado e que as letras das teclas se apaguem –o que garante que o notebook tenha um aspecto de novo por muito mais tempo, além do teclado à prova de líquidos. A capacidade do disco rígido expansível começa em 40 GB e a memória RAM pode ir de 256MB a 1 GB. Os preços variam entre R$ 2.799 (nx6310) e R$ 9.199 –nx9420, com tela widescreen de 17 polegadas. Rachel Melamet Mais informações: www.hp.com.br

Projetos buscam computador mais barato omente 14,3% da população mundial tem acesso à internet, segundo o Relatório da Economia da Informação 2005, da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Para continuarem crescendo, as empresas de tecnologia resolveram se voltar para esse mercado de excluídos, criando computadores mais baratos. "O mercado brasileiro é muito focado em preço", afirmou o analista Reinaldo Sakis, da consultoria IDC. A AMD, segunda maior fabricante de processadores do mundo, participa do projeto Um Laptop por Criança, liderado por Nicholas Negroponte, fundador do Media Lab, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), ao lado da Brightstar, Google, Marvell, News Corp., Nortel e Red Hat. Como reação, a Intel lançou seu próprio projeto de compu-

tador portátil educacional e barato, chamado Classmate PC. As duas máquinas devem ser vendidas diretamente para governos, para serem aplicadas na educação. "Os mercados emergentes têm necessidades diferentes dos mercados maduros", disse Wanda Linguevis, gerente de Iniciativa para Novas Plataformas da Intel. "O preço é uma variante importante para a inclusão, mas existem outras, como a educação " O Centro de Desenvolvimento da Intel no Brasil tem como foco desenvolver tecnologia para estudantes e as classes C e D urbanas. O Classmate PC deve ser lançado no Brasil no começo de 2006. "Ele será lançado em quatro mercados. O Brasil e o México são dois deles." A Intel não divulgou qual será a configuração da máquina, que poderá rodar versões Windows ou Linux. O objetivo é que ele saia por menos de US$ 400. (AE)

Inclusão digital é muito mais que permitir acesso à internet I Colóquio Latino-Americano Sobre Inclusão Digital, realizado na semana passada no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), em Campinas, São Paulo contou com a participação de especialistas do Brasil, Argentina, Colômbia, Angola e Chile. O evento foi coordenado pelo diretor do CPqD, Ricardo Benetton Martins. Pelo menos 150 pessoas se inscreveram. Martins comentou que o evento pretendia tornar mais abrangente uma discussão que costuma ser regionalizada. "Há várias iniciativas, quase sempre verticais. Os recursos acabam diluídos em vários ministérios, setores, e as ações são apenas parcialmente efetivas. Falta uma política pública horizontal." O coordenador defendeu que inclusão digital não é só permitir o acesso à internet, mas garantir condições de usufruto. Segundo ele, não é possível sustentar o acesso se o indivíduo não perceber o que vai ganhar com isso. "É uma questão educacional, cultural, de capacidade de compreensão". Dificuldades – O aspecto cultural e o econômico são as principais dificuldades

para a inclusão. "Há famílias que não podem gastar mais que R$ 15 por mês em comunicação", citou. Ele considerou difícil acreditar que a inclusão digital será resolvida no país em pouco tempo. Martins argumentou, entretanto, que o processo tem de ser iniciado para que o país escape do ciclo vicioso em que "a qualidade de vida é cada vez mais excludente e, quanto menos a pessoa pode, menos acesso terá às novas tecnologias de informação". Ele também afirmou que o valor do profissional está cada vez mais atrelado à sua cultura digital. "Se nada for feito, se o caminho continuar complicado, as pessoas estarão cada vez mais esquecidas". Entre as alternativas, Martins citou a educação e o acesso à internet nas escolas. Para ele, todos os alunos do ensino fundamental devem ter acesso à internet de forma realista. "Não se trata de colocar um computador na escola para os professores, mas para todos os 50 milhões de estudantes. Se eles tiverem uma formação adequada e forem capacitados a usar a web, em uma geração o país reduzirá a falta de inclusão". (AE)


terça-feira, 27 de junho de 2006

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70%

A DESINFORMAÇÃO É UM RISCO PARA A ADOÇÃO DOS RFIDS

dos americanos se dizem preocupados com a invasão de suas vidas privadas através de novas tecnologias digitais

Fotos: Divulgação

Consumidores se preocupam com espionagem através de RFIDs

As etiquetas inteligentes, que usam a tecnologia RFID, preocupam os consumidores em todo o mundo

É importante para as empresas desenvolver políticas que conquistem a confiança do consumidor em relação às novas tecnologias Sergio Kulpas tecnologia de etiquetas com microtransmissores de rádio (RFIDs), que já tem uma década de desenvolvimento, promete ser uma das maiores revoluções para o setor de varejo e para a cadeia de suprimentos, em escala mundial. Mas o grande senão é o crescente temor por parte dos consumidores de que os transmissores quase invisíveis permaneçam ativos após a compra, enviando sinais para bancos de dados remotos. É claro que muitas dessas preocupações não têm base técnica: há muita desinformação a respeito da tecnologia, mas é justamente esse grau de desinformação que representa o maior risco para a adoção global dos RFIDs. Nos Estados Unidos, maior campo de prova da tecnologia dos RFIDs, notícias recentes sobre espionagem dos cidadãos por parte do governo têm contribuído para aumentar a desconfiança das pessoas. Um relatório publicado na edição de junho da influente revista "Consumer Reports" mostrou que a indústria decidiu ignorar a questão da privacidade, esperando que as pessoas percam o interesse sobre o tema. É uma premissa muito perigosa, porque está claro que os consumidores não vão ficar menos preocupados com o tema, muito pelo contrário.

A descoberta de que agências governamentais norte-americanas estavam espionando chamadas telefônicas, e-mails e até violando o sigilo bancário de milhares de cidadãos só jogou mais lenha na fornalha de preocupações sobre segurança e privacidade que rodeiam a adoção dos RFIDs em larga escala. Uma pesquisa da firma Roy Morgan International indicou que 70% se dizem preocupados com a invasão de suas vidas privadas através de novas tecnologias digitais. O percentual é o mais alto entre 20 países pesquisados pela Roy Morgan. Os desenvolvedores de RFIDs devem obrigatoriamente criar um programa adequado para abordar as relações com os consumidores, do ponto de vista da segurança e proteção aos dados pessoais. As empresas devem "conhecer o consumidor", no sentido de respeitar sua preocupação a respeito de como (e por quem) seus dados pessoais serão usados. Os desenvolvedores devem estar cientes que muitos usuários finais dos RFIDs terceirizam o gerenciamento de dados, inclusive as informações pessoais de seus clientes. Apesar de ser permitida pela legislação de privacidade de muitos países, essa terceirização eleva o risco para os comerciantes, em termos legais, políticos e de reputa-

Atualmente, existem muitas normas separadas regulamentando a proteção desses dados, de acordo com o setor ou empresa. Dados bancários, informações médicas, dados sobre chamadas telefônicas, aluguel de vídeos etc., todos possuem suas próprias normas de proteção. Se um provedor de soluções de RFIDs deseja oferecer serviços em uma área ou empresa específica, ele deve oferecer proteções compatíveis com as normas previstas para aquele setor ou empresa. A percepção atual dos consumidores nos EUA e em vários países europeus é que as empresas e corporações têm poder excessivo e será difícil fazer valer os direitos de impedir que os dados do consumidor sejam violados e comercializados, além dos limites razoáveis da atividade comercial. Mesmo que essa suposição esteja incorreta ou distorcida (muitos analistas da indústria dizem que é uma visão exagerada da questão), afastar essas suspeitas é a máxima prioridade para os varejistas que queiram fazer esse salto tecnológico. Afinal de contas, em um sistema capitalista, os consumidores detêm o poder de fato e podem simplesmente optar por não consumir em ambientes suspeitos de violar sua vida privada.

ção. Os consumidores estão atentos às notícias sobre violações de segurança e roubos de dados pessoais que afetaram várias empresas recentemente, inclusive organizações de grande porte como bancos, seguradoras e operadoras de cartão de crédito. As empresas devem ficar atentas a essas falhas e erros, e aprender lições com eles. Os fabricantes devem estabelecer uma comunicação ampla com os usuários finais dos RFIDs, que são os varejistas. As informações associadas aos microtransmissores nas etiquetas devem ter normas estritas de proteção aos dados pessoais do consumidor. Melhor ainda, dados pessoais não devem ser coletados pelos varejistas, a não ser que sejam estritamente necessários para a transação comercial. Os criadores de soluções comerciais com RFIDs devem estar conscientes a respeito dessas preocupações e problemas, e devem encontrar maneiras de abordá-los. Devem inclusive criar planos de contingência, para os casos onde ocorram falhas inesperadas. É essencial para todos envolvidos na implementação da tecnologia dos RFIDs (fabricantes, provedores de soluções e varejistas) um acompanhamento rigoroso da evolução da legislação de proteção aos dados pessoais.

sergiokulpas@gmail.com

I LOVE YOU VOLTA 2 O vírus se propaga por e-mails com o título I Love You. Em suas mensagens, o Win32.Bagle convida o destinatário abrir o arquivo secreto, fornecendo-lhe uma senha.

I LOVE YOU VOLTA 1 Várias empresas de segurança, entre as quais a Panda, Sophos e Kaspersky Lab detectaram uma nova versão do vírus Win32.Bagle, popularmente conhecido como "I Love You".

Ó RBITA Divulgação

Internet Archive ampliado Internet Archive, ambicioso projeto que pretende preservar a memória da internet começou em 1996, com o arquivamento de sites web de todo o mundo. Milhares deles não existem mais, porém ainda podem ser acessados pela Wayback Machine, espécie de máquina do tempo com mais de 300 terabytes de dados –o que corresponde a mais de 30 bilhões de páginas–, que estão guardados em 400 servidores instalados no subsolo do prédio número 37 do Presídio National Park, em São Francisco, na Califórnia. O acervo do IA cresce à razão de 12 terabytes por mês (120 milhões de páginas) e, a cada seis semanas, os pesquisadores do Internet Archive coletam uma amostra do que aparece de novo na internet. Agora, Brewster Kahle, 41 anos, engenheiro formado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) quer ampliar substancialmente o espaço do IA, incluindo coleções de livros, músicas e programas de televisão digitais. (JM)

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Site relacionado: http:://www.internetarchive.org

Calendário da Copa Panda Software, empresa de segurança, está oferecendo aos internautas um calendário da Copa totalmente interativo. O programinha, livre de qualquer código malicioso, fica residente no sistema mostrando pequenos avisos toda vez que acontece algum gol ou noticia relevante durante as partidas do Mundial. Não só isso, mas também todos os dados relacionados ao torneio, como dia e hora dos jogos, classificação dos grupos, teletipo com notícias atualizadas e um link para acessar o antivírus da Panda. Tudo grátis. (JM)

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Site relacionado: http://www.pandasoftware. es/promociones/calendario/

Bill Gates vê conteúdo pirata! Reprodução

ois não é que Bill Gates, o baluarte da antipirataria, passeia sem remorso por sites de vídeo como o You Tube e vê material pirateado, em especial os de humor e de shows de basquete do Harlem Globetrotters? A revelação foi feita durante recente entrevista concedida por Gates ao "Wall Street Journal". Perguntado pelo repórter se o material do You Tube não é roubado, o co-fundador da Microsoft, em princípio, desconversou, mas no final acabou admitindo que sim. Sem ficar vermelho.

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Situações reais, cenas virtuais

João Magalhães Site relacionado: http://www.youtube.com

Divulgação

Contra o iPod fabricante de player digital Sandisk está agitando fóruns e comunidades online com sua campanha de marketing viral. Batizada de "iDont" ela critica o absolutismo de algumas empresas de tecnologia, como a Apple, que quer impor a compra do toca-MP3 iPod a todo custo, afirmando, por exemplo, que ele só funciona com músicas de sua loja virtual iTunes. Pôsteres e selos com imagens de um burro sob o título iFollow, estão chegando aos blogs e sites mais populares de São Francisco, Los Angeles, Nova York e Londres, convidando os internautas a visitar o iDont.com para obter mais informações sobre a campanha. O assunto já é um grande destaque em cerca de 28 milhões de blogs rastreados pelo Blogpulse. (JM)

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Site relacionado: http://www.idont.com

maginou você estar presenciando in loco em cenas da Guerra Civil Americana? O projeto VirtuSphere que está sendo desenvolvido nos laboratórios de Interface Humana da Universidade de Washington poderá realizar a proeza. Segundo conta Daniel Terdiman, articulista do Cnet News, que realizou a experiência, você, com roupas, especiais, é colocado dentro de uma esfera que a cada movimento lhe apresenta uma situação do mundo real em 3D. Por enquanto, a VirtuSphere está preparada para treinar soldados, simulando combates em tempo real. No futuro, será um instrumento útil nos campos da medicina, educação e arquitetura. (JM)

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Site relacionado: http://www.virtusphere.net/index.html


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terça-feira, 27 de junho de 2006

A PRO 815 VEM COM DOIS MONITORES DE CRISTAL LÍQUIDO

A PRO 815 não é reflex, mas sua resposta até lembra esse tipo de câmera devido aos recursos manuais

Fotos: Divulgação

X-Men 3: lute ao lado dos heróis

X-Men 3 Distribuição: Electronic Arts Telefone: (11) 5506-0232 Configuração mínima do sistema: Windows 2000 ou XP, processador Pentium III 1.2 GHz, 256 MB de memória RAM, 3 GB de espaço mínimo no disco rígido, unidade de CD-ROM 16X, placa aceleradora de hardware 3D de 64 MB e placa de som de 16 bits, ambas compatíveis com o DirectX 9.0c Faixa etária: 16 anos Idioma: software em inglês, manual em português Preço sugerido: R$ 99,90

Game leva o jogador a situações anteriores às do filme e explica o comportamento de diversos personagens Fábio Pelegrini

À medida que o jogo evolui, os personagens encaram mais vilões e situações difíceis em batalhas para conquistar a paz mundial que se desenrolam em cenários repletos de detalhes gráficos de ambientes que podem ser facilmente destruídos tanto por bandidos quanto pelos mocinhos

s mutantes voltam a invadir o seu computador em uma das mais empolgantes aventuras dos super-heróis: o X-Men 3. Apesar de o jogo acompanhar o lançamento do aguardado terceiro capítulo da saga cinematográfica, de mesmo título, o game proporciona uma experiência diferente. A história dessa aventura, escrita por Zak Penn, o coargumentista do filme, faz o jogador vivenciar os eventos que acontecem momentos antes do início do novo filme. O jogador poderá dominar a força, agilidade e os poderes de três importantes membros da equipe dos mutantes: Wolverine, Iceman (Homem de gelo) e Nightcrawler (Noturno), em frenéticas batalhas para manter a paz mundial. Estamos diante de um jogo que traz alternativas diferentes de combate, com uma abordagem distinta para cada personagem durante as missões. Wolverine, por exemplo, luta contra agentes da Hydra, no Lago Alkalai. Suas garras afiadas são excelentes para destruir tudo o que está a sua frente. O Homem de Gelo tem em suas mãos uma fria e precisa arma de longo alcance. Sua estratégia de combate é justamente a de acertar seus oponentes com projéteis de gelo, muito diferente do Wolverine, que prefere o combate corpo a corpo. Outra característica do "cabeça fresca" é a de poder deslizar sobre uma pista de gelo criada por ele, alcançando altas velocidades. Já o Nightcrawler é um misterioso e interessante personagem. Suas habilidades, assim como no filme, são a de se teletransportar de uma área para outra e se esconder –o que é muito útil em combates ou quando é necessário fugir. Aliás, para fuga o Noturno pode usar de poderes bem parecidos com o de andar pelas paredes. Para desaparecer da frente de seus inimigos, o nosso herói usa a tática de se esconder nas sombras –uma barra chamada shadow dá o poder ao personagem, evitando, assim, que ele seja descoberto. Mesmo controlando diretamente os três personagens mencionados, outros poderão aparecer para dar uma forcinha, como a Tempestade, com as suas rajadas elétricas dos raios controlados por ela; o Colossus, com sua extrema força e o Ciclope, com a sua visão quente. Unindo essas forças do bem, as lutas se transformam em disputas fenomenais, princi-

palmente em fases de ação furtiva e missões em alta velocidade, correndo contra o tempo. Os amantes de RPG também poderão conferir alguns elementos de estratégia, principalmente escolhendo atributos para a melhora dos personagens ao longo da campanha –dependendo da dificuldade escolhida, o jogador poderá ganhar pontos que lhe dão direito a determinadas melhorias, como aumentar a barra de energia, força e outros poderes únicos. O sistema é bem simples e inteligente, já que ficamos mais poderosos à medida que enfrentamos maiores inimigos. Falando em inimigo, a luta aqui não é nada fácil. É possível ir além do universo X-Men enfrentando vilões implacáveis e explorando lugares épicos nesta aventura cheia de ação, mas o jogador enfrentará inimigos conhecidos dos filmes como Pyro, Magneto e Dentes de Sabre, além de gigantes Sentinelas. A qualidade gráfica nos traz cenários ricos em detalhes e muitos ambientes, alguns bem conhecidos, como a Estátua da Liberdade; outros nem tanto, como complexos tecnológicos, fábricas e bases –alguns objetos do ambiente também podem ser destruídos. No quesito sonoro, o destaque fica por conta da dublagem. Foram utilizadas as vozes de alguns atores do filme, como a do ator Patrick Stuart, que faz o papel do Professor Xavier, e Hugh Jackman, que interpreta o forte Wolverine. Muitas melodias do filme também podem se ouvidas durante a sua missão. Defeitos – É claro que nem tudo são flores. O X-Men 3 deixa muito a desejar em alguns pontos, como por exemplo não dar a possibilidade de jogos multiplayer, trazer jogabilidade difícil e cansativa, além de uma baixa exploração dos golpes dos personagens. Os efeitos de câmeras muitas vezes atrapalham mais a sua visão do que ajudam, principalmente durante a sua localização no cenário. É uma pena também não podermos trocar de personagens durante as missões: é necessário concluir a toda partida para realizar a troca. Tudo bem que na soma geral o jogo é bem equilibrado: traz ação, aventura e boas cenas, além de um bom som e excelentes gráficos. Além disso, é normal sempre esperarmos mais de jogos que envolvam super-heróis tão antigos e famosos. Sendo assim, o game consegue trazer aquilo que todos gostam em uma boa medida: emoção, fantasia e combates intensos. Para os fãs dos X-Mens mais uma chance de viver esse mundo de aventura. Fotos: Ana Maria Guariglia

Samsung PRO 815: a digital dos exageros Durante os testes, equipamento provou na prática que até pode ser utilizado profissionalmente já que garante ótimos resultados, principalmente nos retratos sociais Ana Maria Guariglia

ocê já viu uma digital com dois monitores de cristal líquido? Trata-se de um recurso da PRO 815 (R$ 2.755), criada pela Samsung. O monitor traseiro de 3,5 polegadas (7 x 5,8 cm) foi desenhado para tirar fotos, revê-las e observar os ajustes da máquina. O monitor superior tem 1,44 polegadas (3 x 1,5 cm) e mostra as mesmas informações do maior, menos as fotos tiradas. No entanto, pode ser usado para fotografar quando a câmera é colocada à altura da cintura. É uma novidade da tecnologia digital só presente na PRO 815 e em alguns equipamentos tradicionais, como a Nikon F dos anos 60, em que se retirava a parte superior e as imagens apareciam no campo de focalização do cristal despolido. Modelos de formato médio como Hasselblad também permitem fotografar dessa forma com filme convencional 220. O recurso das duas telas é mais uma perfumaria digital? Ninguém arrisca responder, mas sem dúvidas o pequeno monitor auxilia fotografar em algumas situações como as de reportagens sociais. O exagero da câmera não fica só nos monitores. Ela vem equipada com objetiva óptica de um corpo só com distância focal entre 28-420 mm, da grande angular para a tele, com magnificência total de 15 vezes em 27 passos. Esse tipo de lente, integrando duas esféricas, não é comum. Normalmente, objetivas que incorporam zoom têm magnificência de 6 a 8 vezes, passando por objetivas 35 mm, 50 mm, 100 mm, assim por diante. Na da PRO 815, há pelo menos, três vantagens: a construção com a óptica alemã Scheneider Kreuznach de alta definição, ter várias distâncias focais em só corpo de objetiva e seu peso le-

ve que não influi no peso geral da câmera, de 900 gr. Para funcionamento preciso, a objetiva se harmoniza por inteiro com o sensor CCD de leitura das imagens, fornecendo fotos de ótima qualidade como constatamos. A capacidade de resolução é de 8,3 MP (3.264 X 2.448 pixels), tendo outras opções, até a mais baixa de 640 X 480 pixels. A PRO 815 não é câmera reflex –que usa sistema de espelhos para fotografar–, mas sua resposta até lembra esse tipo de câmera devido aos recursos manuais, atendendo as necessidades dos profissionais e dos chamados amadores avançados. Você pode regular a exposição (abertura e velocidade) por meio do dual jog e a regulagem aparece traseiro e no monitor superior. O foco manual e as aproximações com zoom são realizados sem problemas, ajustando os anéis respectivos na objetiva. Já o foco automático possui uma trava para que não seja perdido em determinadas cenas, como as de velocidade, por exemplo. O sistema macro para fotos de pequenos objetos também é selecionado pelo dual jog com duas opções, e ainda há o super macro, com o mínimo de 3 cm, selecionado ao girar um anel apropriado na objetiva. O modo de exibição de fotos usa o monitor maior e ficam bem visíveis. Mostra 25 miniaturas e você escolhe o modo de apresentação. A digital também possui histograma para verificação e ajustes entre os claros e escuros da imagem, além da grade que ajuda na composição. Outro recurso é o flash na parte superior da máquina. É do tipo saltador (pop up), com alcance em torno de 7 m e seis funções: para prioridade de abertura e velocidade,

para evitar olhos vermelhos, manual e também para evitar olhos vermelhos e desligado, aceitando flash externo. Os videoclipes são produzidos com som estéreo, utilizando os recursos do zoom e um comando pode transformar em fotos as imagens do filme. A PRO 815 não possui memória interna e utiliza cartão CompactFlash –acompanha a câmera o de 64 Megabytes. Vem com bateria de Lítio-ion e sua carga permite tirar cerca de 500 fotos, conforme diz o manual. Para conhecer a digital dos exageros, fizemos testes clicando retratos com objetiva entre 100 e 150 mm combinada com o flash automático. Os registros foram conseguidos em um evento no Museu da Imagem e do Som (SP), na inauguração da sala permanente do compositor paulista Adoniran Barbosa. A PRO 815 se mostrou perfeita para retratos sociais, com alternância no uso dos monitores e do visor óptico. Nada mudou, ao contrário, essas disposições ampliaram as possibilidades de explorar as imagens, a partir da análise do primeiro plano e em relação aos elementos de fundo. Isso permitiu destacar o retratado e, ao mesmo tempo, originar molduras. Entre poses e instantâneos, os resultados evidenciaram que o equipamento pode ser utilizado profissionalmente e com ótimos resultados. Para saber mais: www.samsungcamera.com.br Onde comprar: www.etronics.com.br

Os retratados na festa do Museu da Imagem e do Som (SP), a partir do alto: Zuza Homem de Melo, compositor; Graça Seligman, diretora do MIS; Maureen Bissiliat, fotógrafa; e Ricardo Ohtake, arquiteto


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terça-feira, 27 de junho de 2006

Para nosso bem, espero que esta seja a última partida de Zidane.” Raul, da Espanha Tony Gentile/Reuters

França terá Zidane contra a Espanha

paSse livre

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Não basta vencer

França terá a volta do meia Zinedine Zidane para tentar derrotar a Espanha, às 16 horas de hoje (horário de Brasília), em Hannover, e se classificar para as quartasde-final da Copa do Mundo. Às vésperas da aposentadoria (caso a França seja desclassificada, deverá ser seu último jogo), o capitão do time é a maior esperança. Suspenso, Zidane não enfrentou Togo, na vitória por 2 a 0 que garantiu os Bleus na seqüência da Copa. “Será um jogo difícil, mas estamos confiantes e melhorando a cada partida”, comentou o técnico Raymond Domenech. “Estamos preparados, pois nossos dois últimos jogos já foram eliminatórios. Para nós, a pressão continua a mesma.” Uma das armas dos franceses pode ser o excesso de confiança do adversário, já que o técnico espanhol, Luís Aragonés, disse estar certo de que seu time vai se classificar. “Eles podem estar confiantes, mas o mais difícil está por vir para eles”, ameaçou o lateral-esquerdo francês Eric Abidal, que retorna de suspensão. No entanto, as malas de Luís Aragonés continuam abertas na concentração espanhola, em Kamen. “Sou um otimista. Tivemos boas equipes como a de 1962, mas a atual possui uma qualidade muito grande”, disse o treinador espanhol, que confirmou ontem a presença do atacante Raúl na equipe titular. Ele também escalou Fábregas no lugar do brasileiro naturalizado espanhol Marcos Senna no meiode-campo. Raúl é o xodó do badalado time do Real Madrid, mas ainda não conseguiu liderar a Espanha em uma grande conquista. No dia de seu 29.º aniversário, o atacante não só promete derrotar a França como acredita que a Seleção Espanhola vai se credenciar como uma das favoritas ao título da Copa da Alemanha. “Vamos provar nosso valor”, disse o jogador, que completa 99 jogos com a camisa da “Fúria”. O técnico espanhol faz questão de elogiar o time francês e torce para que o adversário também faça uma grande partida. “Gosto de enfrentar os melhores. Só assim conseguimos alcançar grandes feitos.” A preocupação de Aragonés é fazer com que o time mantenha o máximo possível a posse de bola. “Se deixarmos, o meio-de-campo francês vai tocar a bola o tempo todo”, disse o treinador, que elogiou bastante o trabalho do volante adversário Makelele. “É ele quem faz toda a orientação de sua equipe.” O volante Xabi Alonso concorda com seu técnico: “Gostamos de jogar com a posse de bola. Não podemos cometer erros”, disse o jogador do Liverpool, que alerta para o excesso de euforia da equipe. “É preciso ter o controle desde o início. Não podemos dar chance para que a França domine a partida.” Pascal Pavani/AFP

O Aos 47 do segundo tempo, Grosso cai na área australiana. E o juiz marca a penalidade a favor da Itália

PÊNALTI SALVADOR

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dia 26 de junho poderia ter entrado para a história como a data em que a carreira de Totti chegou ao fim na Seleção Italiana. Ele só entrou aos 29 minutos do segundo tempo de um jogo complicadíssimo contra a Austrália, que tinha um homem a mais desde os cinco minutos da segunda etapa. Aos 48 minutos, Totti cobrou com convicção o pênalti que garantiu a vitória por 1 a 0 e a vaga para as quartas-de-final da Copa do Mundo. “Fui massacrado antes desse jogo, chegaram a escrever que eu era um meio jogador. Agora, depois desses 15 minutos, talvez vocês se convençam de que sou um jogador inteiro”, desabafou. A Itália foi melhor no primeiro tempo, mesmo sem ser brilhante. Foram quatro chances para os italianos e apenas uma para a Austrália, num chute de Chipperfield. No segundo, aos cinco minutos, Materazzi foi expulso, e o jogo mudou. A Austrália passou a acreditar na classificação. Até que, aos 47 minutos, Grosso entrou na área e cavou um pênalti. O goleiro Buffon virou de costas, sem coragem de ver o chute. Depois, o técnico Mar-

cello Lippi revelaria que, no banco, temeram que Totti tentasse cobrar colocado, com efeito, como às vezes costuma fazer. Mas dessa vez o camisa 10 mudou de idéia na última hora e chutou forte, no ângulo direito, sacramentando a classificação italiana. Era seu primeiro gol numa Copa do Mundo, o gol de sua redenção. E que foi dedicado ao filhinho Cristian, homenageado na comemoração com o dedo na boca, imitando uma chupeta. “Foi um trabalho incrível, estou realmente satisfeito. Os jogadores mostraram ter muito coração, muito caráter e grande qualidade”, comemorou o técnico Lippi. “No segundo tempo, ficamos com dez homens e sofremos. Mas, no final, Grosso fez uma jogada soberba, invadiu a área e foi derrubado. O pênalti foi claríssimo”, disse. Já o técnico da Seleção Australiana, o holandês Guus Hiddink, que em 2002 havia eliminado a Itália treinando a Coréia do Sul, lamentou a marcação do pênalti. “Foi um nocaute no último minuto. Apesar do pênalti ser duvidoso tenho convicção de que houve um choque normal entre os dois jogadores (o austra-

ITÁLIA 1 Buffon; Zambrotta, Cannavaro, Materazzi e Grosso; Gattuso, Pirlo, Perrotta e Del Piero (Totti); Toni (Barzagli) e Gilardino (Iaquinta). Técnico: Marcello Lippi.

AUSTRÁLIA 0 Schwarzer;, Bresciano, Neill, Moore e Chipperfield; Culina, Grella, Cahill, Wilkshire e Sterjovski (Aloisi); Viduka. Técnico: Guus Hiddink. Local: Fritz Walter Stadion, em Kaiserslautern. Árbitro: Luis Medina Cantalejo (ESP). Gol: Totti 50/2. Cartões amarelos: Grella 23/1, Grosso 29/1, Cahill 4/2, Wilkshire 26/2, Gattuso 44/2 e Zambrotta 46/2. Cartão vermelho: Materazzi 5/2.

liano Neill e o italiano Grosso). Naturalmente, estou decepcionado pela derrota, mas orgulhoso do belo Mundial que a Austrália fez. Tivemos a chance de avançar, mas a Itália foi mais feliz”, avaliou.

Ucrânia, por exclusão Patrik Stollarz/AFP

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Shovkovskyi pegou dois pênaltis e ajudou a levar a Ucrânia às quartas

O astro Shevchenko mais uma vez deixou a desejar: pouco produziu com a bola rolando e perdeu seu pênalti. Depois, disse que a equipe ainda sentiu o peso da fracassada estréia, quando levou 4 a 0 da Espanha. "Sofremos muito, mas agora estamos muito felizes e oferecemos esta vitória para todos os ucranianos", disse, admitindo a limitação de sua equipe. "Não temos os maiores jogadores do mundo, mas compensamos isso com muito sacrifício e garra." O técnico Oleg Blokhin contemporizou o erro de seu capitão. "Estou satisfeito com o que ele apresentou. Não interessa quem fez os gols, a vitória é de toda a equipe", disse o ex-jogador. Para ele, vencer um jogo tão nivelado é como sair vivo de uma brincadeira de roletarussa. "Ambas poderiam ter vencido. Nós só tivemos mais sorte. Precisamos ser mais competentes para vencer a Itália", atestou o técnico.

SUÍÇA 0 (0) Zuberbuehler; Magnin, Djourou (Grichting 34/1), Mueller e Vogel; Cabanas, Wicky, Barnetta e Philipp Degen; Yakin (Streller 19/2) e Frei (Lustrinelli 12/2P). Técnico: Koebi Kuhn.

UCRÂNIA 0 (3) Shovkovsk yi; Nesmachnyi, Vashchuk, Shelayev e Gusev; Voronin (Milevskiy 6/2P), Gusin, Tymoshchuk e Kalinichenko (Rotan 30/2); Vorobey (Rebrov 4/1P) e Shevchenko. Técnico: Oleg Blokhin. Local: World Cup Stadion, em Colônia. Árbitro: Benito Archundia (MEX). Cartões amarelos: Barnetta 14/2. Nos pênaltis: Suíça 0 x 3 Ucrânia (Milevskiy, Rebrov e Gusev). Perderam: Streller, Barnetta e Cabanas (Suíça); Shevchenko (Ucrânia)

DIAGNÓSTICO

CASTIGO

Segundo o médico José Luís Runco, "Robinho sofreu um edema no terço superior do músculo reto anterior da coxa direita, sem ruptura de fibras." O craque simplifica o diagnostico do doutor: "Foi uma lesãozinha leve."

A Seleção Brasileira foi ontem mesmo para Dortmund, mas o fisioterapeuta Luiz Alberto Rosan ficou no Castelo Lerbach cuidando de Robinho. Os dois vão ver Brasil x Gana pela televisão.

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv CAPITÃO EM DÚVIDA

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inda bem que hoje a seleção joga ao meio-dia. É menos tempo para que os tele-torcedores sejam bombardeados com suposições, comentários, análises, críticas e até eventuais "barrigas" a respeito da escalação da Seleção para a partida contra Gana. Os dias de jogos do Brasil são os piores para a TV e os demais meios de comunicação. Os jogadores se entocam desde a tarde do dia anterior e, na ausência de novidades, entrevistas, reportagens, sobra espaço para a opinião - na falta do "é isso", "foi aquilo", "haverá esse", entram o "acho que", o "talvez" e o pior de todos, o "se fosse eu". Uma das vítimas recentes é o capitão Cafu, condenado como se fosse um ancião no leito de morte, depois da entrada da "panacéia" Cicinho no jogo contra o Japão. Não que ser criticado seja algo novo para Cafu, que desde cedo aprendeu a conviver com as acusações de que não sabia cruzar, nem marcar, tampouco chutar a gol - ele próprio fez piada com isso outro dia, dizendo que agora só restava aos críticos dizer que ele estava velho. E foi o que aconteceu nos últimos dias: o coro das mesasredondas pediu em uníssono a saída do "veterano" Cafu do time titular, em praticamente todas as emissoras de TV. É o mesmo coro que há quatro anos o saudava como o capitão do penta. O que cantará esse coro no dia 9 de julho, em Berlim, se Cafu levantar novamente a taça?

METAMORFOSE

PONTO GLOBAL

Nesse caso, Cafu certamente se beneficiará da mesma incoerência que marca o tratamento dado ao "nosso Felipão", que nos tempos de Grêmio era "retranqueiro", "bruto", "truculento"... O problema não é a mudança de opinião, mas a veemência na defesa de verdades puramente pessoais. Se os comentaristas se ativessem mais aos fatos e menos ao blablablá, o telespectador sairia mais satisfeito e, sem dúvida, melhor informado.

Parreira detestou a leitura labial levada ao ar no Fantástico. Reclamou de invasão de privacidade e disse que a Globo errou na leitura, como havia errado em 94, quando ele foi flagrado discutindo com Müller. Se ele não gostou, o público certamente adorou - ou você nunca quis saber o que nossos craques falam em campo? Eis uma prova de que boas idéias e um pouco de esforço valem muito mais a pena do que ficar no simples falatório.

Como no meio da festa ninguém vê o jogo do Brasil direito, a chance é apelar para as reprises na TV fechada.

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um jogo de baixo nível técnico e pouca capacidade ofensiva, venceu o menos pior: a Ucrânia teve mais competência e bateu a Suíça por 3 a 0, nos pênaltis, depois de 120 arrastados minutos, em Colônia. Os ucranianos agora vão enfrentar a Itália nas quartas-de-final - o jogo será sexta, em Hamburgo, às 16 h (de Brasília). Curiosamente, na hora dos pênaltis venceu a equipe que teve a pior pontaria com a bola rolando: em 10 finalizações, a Ucrânia acertou apenas duas vezes a meta do suíço Pascal Zuberbuehler, que se despede da Copa sem sofrer um gol sequer - a equipe entra para o rol das equipes eliminadas sem derrota, pois empatou sem gols com a França e venceu Togo e Coréia, ambos por 2 a 0. Zuberbuehler chegou a 390 minutos sem levar gols - mas terá de voltar em 2010 para tentar alcançar o recorde do italiano Walter Zenga, 517 minutos sem ser vazado em 1990. Mas nos pênaltis o goleirão suíço pouco fez - defendeu a primeira cobrança adversária, de Shevchenko, mas não conseguiu nada contra Milevisky, Rebrov e Gusev. Já o ucraniano Oleksandr Shovkovskyi defendeu as penalidades cobradas por Streller e Cabanas e viu Barnetta chutar na trave. Acabou premiado pela Fifa como o melhor jogador em campo. "Simplesmente tentei fazer o melhor, como tinha feito durante o jogo", disse o camisa 1, que fez 8 defesas em 16 chutes suíços durante o jogo.

mistério continua. Parreira vai anunciar a escalação do Brasil pouco antes do jogo em Dortmund. Qualquer que seja o time, porém, o Brasil tem a obrigação de vencer Gana com absoluta autoridade para enterrar a desconfiança da torcida e mostrar ao público alemão que está na briga pelo título. Os primeiros jogos das oitavas servem de alerta à Seleção que chegou à Alemanha ungida pelo favoritismo universal, frustrou as expectativas nas duas primeiras vitórias e começou a recuperar o prestígio nos 4 a 1 sobre o Japão. Os favoritos estão vencendo, mas a bola está sofrendo. Abrindo o mata-mata, no sábado, a rapaziada de Jürgen Klinsmann exibiu futebol de campeã nos 2 a 0 sobre a Suécia. Em seguida, sem muito brilho, mas com lampejos de bom futebol, a Argentina precisou de 120 minutos para fazer 2 a 1 no México. No domingo, a Inglaterra venceu os assustados equatorianos por 1 a 0 graças apenas a uma falta bem cobrada por Beckham. Portugal bisou o placar na guerra campal com os holandeses, com um belo gol do volante Maniche, mas mostrou mais disposição para a briga do que bom futebol. Ontem, outro 1 a 0 - da Itália sobre a Austrália, na cobrança de um pênalti muito duvidoso já nos descontos do jogo. O pior de tudo, porém, foi o 0 a 0 entre Ucrânia e Suíça em 120 minutos. Na decisão por pênaltis, a Ucrânia fez três, a Suíça perdeu todos. Está na hora de mostrar aos alemães que há mais de uma seleção na briga pelo título. Que tal o Brasil fazer isso, logo mais, contra os ganenses?

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Zidane é a esperança francesa

Roberto Benevides

Anote os horários: 18h na ESPN 2, 18h, 21h e 22h30 no Sportv 2, 0h30 na ESPN Brasil. Só não vê quem não quer.


terça-feira, 27de junho de 2006

Compor tamento Urbanismo Te m p e r a t u r a Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 A frente fria veio da Argentina e favoreceu a entrada de uma massa intensa de ar frio.

A SEMANA FICARÁ AINDA MAIS GELADA

FRIO AINDA SERÁ INTENSO HOJE Previsão é de temperaturas baixas na capital e na região sul do País. Pode nevar nas serras de Santa Catarina e do Rio Grande. Tempo deve melhorar no fim de semana.

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s paulistanos que preparem seus agasalhos. Na capital paulista o frio deverá ser rigoroso entre hoje e amanhã, com temperaturas que não ultrapassarão os 17 graus, com mínima em torno de 9 graus. Ontem, choveu forte pela manhã e pelo menos seis pontos de alagamento foram registrados na cidade, complicando o trânsito. Em Campos do Jordão, no Vale do Paraíba, município mais frio do Estado de São Paulo, as temperaturas também estarão baixas, entre 4 graus e 13 graus. No restante do País, a semana que começou com chuva e mudança climática deve ficar ainda mais gelada nas regiões Sul e Sudeste. A frente fria vinda da Argentina favoreceu a entrada de uma massa intensa de ar frio, provocando a queda das temperaturas. "Quando a frente fria avança muito rápido pode provocar rajadas de vento e chuvas, como ocorreu nesta segunda-feira (ontem)", explicou o meteorologista do Centro de Previsão do Tempo (Cpetc) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Giovanni Dolif. Para hoje, há possibilidade de geada na região Sul, no Sul do Mato Grosso e no Oeste de

Polícia Militar vai cuidar do Obelisco

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epois de brigas judiciais por causa da reforma, o Monumento ao Soldado Constitucionalista de 32 - o Obelisco do Ibirapuera - é alvo de nova polêmica. Governo e Prefeitura decidiram que o Município vai repassar à Polícia Militar a gestão e a manutenção do Obelisco e da praça ao redor. Só que a Sociedade dos Veteranos de 32 - MMDC - afirma que é dela o direito da administração. O acordo, que será assinado na quinta-feira, prevê que o Estado restaure o monumento, obra que custaria R$ 5 milhões. Na primeira fase, o governo vai liberar pequena verba, suficiente apenas para reparos de emergência. (AE)

Filipe Araújo/AE

São Paulo. Segundo o pesquisador, há ainda pequena possibilidade de neve nas serras gaúcha e catarinense. Em São Joaquim (SC) as máximas não passarão os 8 graus e as mínimas deverão ficar 2 graus abaixo de zero. Ventania – Por causa do ciclone extratropical, associado à frente fria, ventos fortes foram registrados ontem nas regiões Sul e Sudeste, com trovoadas e chuvas. No Vale do Paraíba, a ventania provocou o destelhamento do galpão de eventos da igreja São Judas Tadeu em Taubaté, a 128 quilômetros da capital. O vento levou as telhas, os caibros e até a iluminação. "Foi um grande susto. O curioso é que exatamente há 24 anos, no dia 26 de junho, aconteceu a mesma coisa", lamentou a religiosa da igreja, irmã Hulda. Em São José dos Campos, a 90 quilômetros de São Paulo, houve destelhamento de uma casa, queda de árvores e alagamento no Jardim Satélite. Por causa do mau tempo a travessia de balsa entre os municípios litorâneos de Ilhabela e São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, ficou interrompida por quatro horas. Sorocaba – Uma chuva forte, com rajadas de ventos, interrompeu uma estiagem de 64

Acompanhada de queda de temperatura e de ventos, a tempestade deixou o céu da capital escuro ontem. Na foto, vista do viaduto Pedroso.

dias e causou estragos ontem pela manhã em Sorocaba, a 92 km de São Paulo. Houve queda de árvores nos bairros Wanel Ville, Jardim Simus e Ipatinga. Grande parte da zona

norte ficou temporariamente sem energia. Porto Alegre – A chegada de uma massa de ar polar vai esfriar as madrugadas do Rio Grande do Sul nesta semana. Depois das chuvas e ventanias da noite de domingo, quando a queda de árvores e postes deixou milhares de residências sem energia elétrica na Grande Porto Alegre e na região central do Estado, a temperatura já começou a cair ontem. A mínima registrada pelo 8º Distrito de Meteorologia foi de 5,5 graus em Cambará do Sul, nos Campos de Cima da Serra. Mas o vento, com rajadas de até 50 quilômetros por hora, fez com que a sensação térmica fosse bem inferior à marcação dos termômetros. Em Porto Alegre, ao amanhecer o dia de ontem, a sensação térmica era de 3 graus enquanto a temperatura se aproximava de 12 graus. As tendências detectadas pelo 8º Distrito de Meteorologia indicam que hoje as temperaturas devem variar entre 3 graus e 15 graus; entre 1 grau negativo e 17 graus amanhã, entre 1 grau e 20 graus na quinta-feira e entre 3 graus e 23 graus na sexta-feira. Há perspectiva de geada amanhã e na quinta-feira, chuva em áreas isoladas das regiões leste e nordeste hoje e nordeste na sextafeira. Nos demais dias e nas demais regiões, o tempo permanecerá parcialmente nublado, sem precipitações. (Agências)

SP SEM RADARES MÓVEIS

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om 5,5 milhões de veíc u l o s n a s ru a s , S ã o Paulo ficará sem os radares móveis a partir desta semana. Os 40 equipamentos que monitoram a velocidade sairão de circulação até que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) consiga fazer uma nova licitação para recontratar o serviço. Os radares eram revezados em 290 determinados pela CET e flagravam, em média, 40 mil autuações mensais. Em 2005 foram arrecadados R$ 90 milhões – 26% do total recebido com multas (R$ 347 milhões). Agora, a fiscalização fica por conta de 40 radares fixos, 100 lombadas eletrôni-

cas e dos fiscais. Em 2005, a administração arrecadou com multas R$ 343,6 milhões. Para este ano a previsão era de R$ 550 milhões. Com a licitação parada, a chegada de novos equipamentos deve atrasar e fica ameaçada a estimativa de aumentar em R$ 200 milhões a arrecadação. O contrato com o Consórcio Monitor acabou ontem. Uma auditoria da CET detectou que as quatro empresas que gerenciavam os radares móveis operavam com 35 equipamentos – cinco a menos do que estabelecido em contrato – e não respeitaram os pontos de operação estabelecidos. (AE)

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407


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Compor tamento Ambiente Poluição visual Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PREFEITURA QUER ACABAR COM SUJEIRA ELEITORAL

terça-feira, 27 de junho de 2006

Em alguns muros da capital ainda é possível encontrar pichações das eleições de 2004.

Fotos de Andrea Felizolla/Luz

Passarela Ciccillo Matarazzo, em bem frente ao Detran-SP: faixa demonstra o apoio da cidade de São Caetano a José Serra. Ao lado dela, saudações de Walter Barelli e Cláudio Demambro.

COMEÇOU A SUJEIRA Ainda não há campanha explícita de candidatos, mas os partidos já começaram a espalhar suas faixas. Prefeitura promete tolerância zero contra políticos sujões. Ivan Ventura

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andidatos e partidos políticos já começaram a espalhar suas placas e faixas por ruas e avenidas de São Paulo. Essa postura, no entanto, vai na contramão de determinações da Prefeitura em sua campanha por uma cidade mais limpa. No início deste mês, o prefeito Gilberto Kassab encaminhou à Câmara Municipal um projeto de lei (chamado Cidade Limpa) que pretende acabar com a poluição visual na cidade. Além disso, na semana passada, foi noticiado que a Prefeitura adotará a prática de tolerância zero também contra políticos sujões que pretendem se eleger em outubro deste ano. Com o objetivo de observar se os políticos já iniciaram a campanha que pode deixar a cidade imunda, a reportagem do Diário do Comércio percorreu ontem diversas ruas e avenidas à procura de faixas de candidatos. Mesmosemencontrar uma faixa que expusesse explicitamente a candidatura de determinado político (com número eleitoral e pedido de votos), havia aquelas que apoiavam ou agradeciam a aliados, convencionais e autoridades (o PSDB fez convenção regional no último domingo). Muitas delas citavam o nome de prováveis candidatos nas eleições. Na avenida 23 de Maio, por exemplo, havia faixas em agradecimento aos participantes das convenções tucanas e até uma em apoio ao exprefeito José Serra (PSDB), agora candidato ao governo do Estado de São Paulo. Na passarela Ciccillo Matarazzo (em frente ao Detran-SP) foram encontradas três, mas uma delas chamava mais a atenção. Nela estava escrito "São Caetano é Serra" em nome do PSDB. Ainda na 23 de Maio, dessa vez na altura da rua Pedro de Toledo, havia faixas do deputado federal Walter Barelli, saudando convencionais tucanos que se reuniram em convenção no fim

Mais poluição visual: faixas em viaduto da 23 de Maio (esquerda) e também no Centro, em frente à Câmara Municipal (direita)

de semana. Ao lado, uma de Cláudio Demambro – vereador pelo PSDB em São Caetano do Sul. Faixas dos dois políticos também podiam ser vistas na passarela em frente ao Detran. Mais faixas – Na esquina das ruas Afonso de Freitas e Coronel Oscar Porto, no Paraíso, mais uma faixa com agradecimentos: "Convenção Nacional do Partido Social Liberal (PSL). Saudamos os aliados, convencionais e autoridades". Quem assina a publicidade é o presidente do partido, o ex-deputado federal Luciano Caldas Bivar – conhecido como o Eurico Miranda do Nordeste, fama que ele ganhou por atuar na direção do Sport Clube Recife. Até em frente à Câmara, no viaduto Jacareí, no Centro, havia uma faixa: "Que Deus ilumine

a família progressista" assinada por Renato Crespo do Partido Progressista (PP). Pichações - A cidade de São Paulo, no entanto, não têm apenas placas e faixas recentes. Ainda podem ser vistos muros pichados em campanhas passadas. Na esquina das ruas Dona Maria Quitéria com Sussuaruna, na Vila Nair, zona sul, há um muro pichado com o nome de Olivio Pitta (PT) e o número 13.313. Detalhe: a pichação ocorreu entre os meses de julho e setembro de 2004. Pitta, que administrou o estádio do Pacaembu entre 2001 a 2004 (durante a gestão da então prefeita Marta Suplicy), não conseguiu se eleger vereador por São Paulo. No tradicional bairro italiano da Mooca, foi encontrado o maior número de pichações de ex-

candidatos a vereador nas eleições de 2004. Somente na rua Dianópolis eram duas: a de Paulinho (PP) e o número 11.333 e a de Zé Índio (PDT). Na rua Vitoantonio Del Vecchio, o nome de Marcelo Eivazian, também do PDT. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) explicou ontem que faixas e placas com palavras como "saúda" e "apoio", são permitidas, mas estão sujeitas a análise de um juiz eleitoral. Os muros pichados são permitidos somente em imóveis particulares e com a autorização do dono. O presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, reiterou ontem a necessidade de um pacto político por uma campanha eleitoral limpa, a exemplo do que já ocorre no Rio de Janeiro.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Estilo Nacional Tr i b u t o s Finanças

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ermina na próxima sexta-feira o prazo para adesão ao Programa de Parcelamento Incentivado (PPI), conhecido como Refis municipal paulistano. Até a última quinta-feira, só pela internet, o programa registrou a adesão de cerca de 20 mil contribuintes, o que corresponde a R$ 413,5 milhões em tributos em atraso. O total da dívida com a Prefeitura é de cerca de R$ 30 bilhões. A Prefeitura de São Bernardo do Campo segue os passos de São Paulo e lança no dia 7 de julho seu Programa Especial de Parcelamento (PEP). No Refis paulistano, só os débitos vencidos até o dia 31 de dezembro de 2004 podem ser aceitos. Também podem ser incluídos saldos de parcelamento em andamento – exceto os originários de pedidos homologados pelo Refis – e débitos não tributários, exceto

quarta-feira, 28 de junho de 2006

DÍVIDAS DOS CONTRIBUINTES SOMAM R$ 30 BILHÕES

PREFEITURA DE SP JÁ REGISTROU 20 MIL CONTRIBUINTES DEVEDORES

REFIS: ADESÃO ATÉ SEXTA multas de trânsito, multas contratuais e indenizatórias. Mesmo para quem discute a dívida na Justiça, pode valer a pena aderir ao PPI. "Há empresas com impostos em aberto desde 1987 que estão discutindo a legalidade do débito. Nesse caso, se a pessoa acredita que vai perder e que mais cedo ou mais tarde terá de pagar o atrasado, o melhor é aderir", recomenda a advogada Viviane Ferraz Guerra, do escritório Peixoto e Cury Advogados. Isso porque quem adere tem desconto de 100% dos juros de mora e de 75% da multa no pagamento à vista, e de 50% da multa na quitação parcelada.

O valor mínimo da parcela para pessoas físicas é de R$ 50 e para as pessoas jurídicas, de R$ 500. O pagamento pode ser feito em parcela única, em até 12 vezes com taxa de juros de 1% ao mês e correção monetária, ou em até 120 prestações (só para empresas) com acréscimo de juros (Selic) e correção monetária. Segundo a advogada, a maioria dos empresários opta pelo parcelamento em até 12 parcelas para fugir da Selic. São Bernardo — Em São Bernardo do Campo, o PPE permitirá o parcelamento de impostos e taxas municipais vencidos até 31 de dezembro de 2005, até mesmo multas de

trânsito, que poderão ser pagas em até oito prestações. Pelo PPE, se o pagamento for à vista, o contribuinte tem direito à isenção de 100% da multa e dos juros. Para quem for pagar em parcelas, quanto maior o número de prestações, menor o desconto. Se o parcelamento for em até 6 vezes, o desconto é de 90% da multa e 95% dos juros. Já se o parcelamento for em até 72 prestações (o máximo), serão abatidos 40% da multa e 70% dos juros. "Hoje o que mais pesa no bolso do empresário são os juros. Com o PPE, a empresa que deixou de pagar tributos por ter tido dificuldade financeira,

terá a grande chance de ficar em dia com a Prefeitura", disse o secretário de Finanças de São Bernardo, Marcos Cintra. Além de facilitar a vida do contribuinte, o objetivo do programa criado em São Bernardo é recuperar aproximadamente 10% da arrecadação perdida nos primeiros meses do ano. "Esperamos garantir cerca de R$ 80 milhões para os cofres públicos por meio da PPE", afirmou Cintra. Sem desconto – Nas outras cidades da Grande São Paulo não há desconto de multa ou juros nos programas de parcelamento. Para o secretário de Finanças de Embu, Fernando

O que mais pesa no bolso do empresário é o juro. Marcos Cintra, secretário de São Bernardo

Amâncio de Camargo, isentar o contribuinte de multa ou juros é "estimular o mau pagador". Com um programa, a Prefeitura de Embu pretende recuperar R$ 9 milhões. Na semana passada, o município de Santo André prorrogou o prazo de adesão a um programa, nos mesmos moldes, do dia 31 de outubro para 31 de dezembro. "Somando a arrecadação normal com a receita obtida no parcelamento esperamos recuperar, neste ano, R$ 1,5 milhão por mês da dívida ativa", afirmou o secretário de Finanças da cidade, Antônio Carlos Granado. Já em Diadema, de acordo com Wilson Augusto, diretor do Departamento de Rendas da Secretaria de Finanças do município, a expectativa é de arrecadar, em 2006, por volta de R$ 16 milhões, dos quais 35% pelo parcelamento. Laura Ignacio

ATAS

BALANÇO Obrascon Huarte Lain S.A. do Brasil

CNPJ/MF nº 05.539.471/0001-96 Relatório da Diretoria Senhores Acionistas: Em atendimento aos preceitos legais e estatutários, vimos submeter a aprovação de V.Sas., o Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2005 e 2004, ficando essa Diretoria ao vosso inteiro dispor para maiores esclarecimentos. São Paulo-SP, 24 de abril de 2006. A Diretoria Balanços Patrimoniais levantados em 31 de dezembro de 2005 e de 2004 (Em R$ mil) Passivo e Patrimônio Líquido 2005 2004 Ativo 2005 2004 Circulante Circulante Obrigações fiscais 35 – Caixa e bancos 12 11 Outras contas a pagar 6 18 Aplicações financeiras 192 1.071 Total do circulante 41 18 Impostos a recuperar 38 137 Patrimônio Líquido Outros créditos – 1 Capital social 200 200 Total do circulante 242 1.220 Reserva legal 40 40 Lucros (prejuízos) acumulados (39) 962 Total do patrimônio líquido 201 1.202 Total do Passivo e Patrimônio Líquido 242 1.220 Total do Ativo 242 1.220 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido para os das Demonstrações Financeiras – As demonstrações financeiras estão exercícios findos em 31 de dezembro de 2005 e de 2004 (Em R$ mil) sendo apresentadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. 3. Principais Práticas Contábeis – a) Aplicações financeiras: São Capital Reserva Lucros (prej.) demonstradas pelo valor de aplicação, acrescido dos rendimentos auferidos social legal acumulados Total até as datas dos balanços. b) Imposto de renda e contribuição social: São Saldos em 31/12/2003 200 40 888 1.128 apurados dentro dos critérios estabelecidos pela legislação fiscal vigente. Lucro líquido do exercício – – 74 74 4. Aplicações Financeiras – São representadas por títulos compostos por Saldos em 31/12/2004 200 40 962 1.202 Distribuição de dividendos – – (962) (962) Certificado de Depósito Interbancário – CDI de instituições financeiras de Prejuízo líquido do exercício – – (39) (39) primeira linha, que investem em títulos também de primeira linha, e estão livres para uso imediato da Sociedade. Saldos em 31/12/2005 200 40 (39) 201 5. Impostos a Recuperar – São representados por: 2005 2004 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras IRRF sobre aplicações financeiras 38 20 Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras para os exercícios IRPJ – 78 findos em de 31 de dezembro de 2005 e de 2004 (Em R$ mil) Contribuição social – 26 – 11 1. Contexto Operacional – A Sociedade foi constituída em 5 de fevereiro COFINS – 2 de 2003 tendo como objetivo: a) O estudo, a concessão, a construção e a Outros 38 137 exploração de toda espécie de obras, públicas ou privadas, sem nenhum Total 2005 tipo de limitação, podendo concorrer para a sua contratação através de 6. Obrigações Fiscais – São representadas por: 22 concorrências, leilões e procedimentos legais que assim forem estabele- Imposto de renda 13 cidos. b) A aquisição por compra, retomada ou concessão e a exploração Contribuição social Total 35 e venda de terrenos, minas, pedreiras, aproveitamento de águas, oficinas, indústrias ou atividades de serviços de qualquer tipo ou classe correlatas 7. Patrimônio Líquido – O capital social em 31 de dezembro de 2005 e ao ramo da construção. c) A construção, exploração, limpeza e higienização de 2004 é representado por 200.000 ações no valor unitário de R$1,00. A e venda de todo tipo de moradia, apartamentos, urbanizações, edifícios e Obrascon Huarte Lain S.A. da Espanha detém 100,00% das ações. Durante escritórios, utilizando, para tal feito, toda a espécie de atividades principais, o exercício de 2005, a Sociedade distribuiu dividendos de R$962. 8. Instrusecundárias ou acessórias que tenham relação com o objeto de construção. mentos Financeiros – Os valores de mercado dos instrumentos financeiros Devido ao término de suas obras no exercício de 2004, os funcionários da em 31/12/2005 e de 2004 não diferem substancialmente daqueles reconheciSociedade foram transferidos para a OHL Brasil Ltda. Em 31 de dezembro dos nas demonstrações financeiras. Em 31/12/2005 e de 2004, não existiam de 2005 e de 2004, não existiam obras em andamento. 2. Apresentação operações com instrumentos financeiros na forma de derivativos. Parecer dos Auditores Independentes Aos Administradores e Acionistas da Obrascon Huarte Lain S.A. do Brasil São Paulo-SP 1. Examinamos os balanços patrimoniais da Obrascon Huarte Lain S.A. do Brasil (“Sociedade”), levantados em 31 de dezembro de 2005 e de 2004, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as

normas brasileiras de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Sociedade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela Administração da Sociedade, bem como da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. 3. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras referidas no parágrafo 1 representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Obrascon Huarte Lain

ATA

Demonstrações do Resultado para os Exercícios findos em 31 de dezembro de 2005 e de 2004 (Em R$ mil) 2005 2004 Receita de Prestação de Serviços – 1.223 Impostos – (156) Receita Líquida de Serviços – 1.067 Custo dos serviços prestados – (360) Lucro Bruto – 707 Receitas (Despesas) Operacionais Despesas administrativas (52) (737) Despesas tributárias (141) (16) Resultado financeiro líquido 189 162 Resultado Antes dos Efeitos Tributários (4) 116 Imposto de Renda e Contribuição Social (35) (42) (Prejuízo) Lucro Líquido do Exercício (39) 74 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2005 e de 2004 (Em R$ mil) Origens de Recursos 2005 2004 Das operações: Lucro líquido do exercício – 74 Item que não afeta o capital circulante líquidoValor residual do imobilizado baixado – 12 Recursos gerados nas operações – 86 Aplicações de Recursos Nas operaçõesPrejuízo líquido do exercício 39 – Outras aplicações: Distribuição de dividendos 962 – Adições ao imobilizado – 10 Total das aplicações 1.001 10 (Redução) Aumento do Capital Circulante Líquido (1.001) 76 Representada por Capital circulante inicial 1.202 1.126 Capital circulante final 201 1.202 (Redução) Aumento do Capital Circulante Líquido (1.001) 76 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras

Felipe Ezquerra Plasencia Representante Legal Rodney Monteiro Meles – Contador – CRC 1SP132.178/O-5 S.A. do Brasil em 31 de dezembro de 2005 e de 2004, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. 4. As demonstrações financeiras para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2005 e de 2004 foram preparadas no pressuposto na continuidade normal das operações. São Paulo, 24 de abril de 2006 Deloitte Touche Tohmatsu Walter Dalsasso Auditores Independentes Contador CRC 2 SP 011609/O-8 CRC 1 SP 0775516/O-9

COMUNICADOS

LICITAÇÃO Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto

Abertura de Licitação SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL N. 72/2006. Objeto: Contratação de empresa para prestação de serviços de condução de veículos automotores categoria D, operador de máquina pesada, operador de patrol operador de trator e serviço de zeladoria nos próprios municipais. Data de processamento do pregão: 11/07/2006 às 08:30 h.

EDITAL FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PREGÃO Nº 023/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 159/2006-FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇO 016/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 28 de junho 2006 a 14 de julho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/n, Distrito de Rubião Júnior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PREGÃO Nº 023/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 159/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a aquisição de Catéter Diagnóstico - vários tipos etc... de acordo com o anexo II do edital, para a Seção de Hemodinâmica do Hospital Estadual BAURU, conforme especificações constantes do anexo II. As amostras deverão ser entregues até o dia 14 de julho de 2006 às 15:00 horas. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 27 de julho de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 28 de junho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice-Presidente - FAMESP

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CONVOCAÇÕES

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 27 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Delfim Comércio e Indústria Ltda. - Requerido: Pra Natal Comércio e Representações Ltda. - Rua Florêncio de Abreu, 669 – conj. 2 01ª Vara de Falências Requerente: Edalbrás Participações e

Empreendimentos Ltda. - Requerente: Stromboli Importadora e Exportadora Ltda. - Requerida: Magna Terra Agropecuária Ltda. - Av. Morumbi, 859 - 02ª Vara de Falências


quarta-feira, 28 de junho de 2006

Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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LULA ASSINA AMANHÃ LEI COM REGRAS PARA TV DIGITAL

Comerciantes têm até 20 de outubro para começar a vender o pãozinho francês por quilo.

DISTRIBUIDORAS VÃO PAGAR MAIS PELO GÁS BOLIVIANO. POR ORA, AUMENTO NÃO ATINGE O CONSUMIDOR.

REAJUSTADO EM 6% O PREÇO DO GÁS Michel Filho/Ag. O Globo

A

Militares bolivianos ocuparam a Petrobras, na Bolívia, depois de anúncio da nacionalização do gás e petróleo, em maio

DESACELERAÇÃO A queda nos preços do álcool e dos alimentos continuou a causar deflação em SP.

Ó RBITA

UNIVISION Maior TV em espanhol nos EUA é vendida por US$ 12,3 bilhões para Haim Saban.

Evaristo Sá/AFP Photo – 22/5/06

TV DIGITAL JÁ TEM TEXTO FINAL

ACORDO

O

órgão regulador do mercado de ações americano afirmou que o Morgan Stanley aceitou pagar US$ 10 milhões para fechar um acordo sobre a acusação de ter fracassado em manter procedimentos adequados para evitar o mau uso de informação privilegiada. (Reuters)

MICROSOFT

U

m grupo de quatro pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) será recebido hoje pelo fundador da Microsoft, Bill Gates, nos Estados Unidos. Eles estão entre os finalistas de uma disputa patrocinada pela empresa, “The Imagine Cup”. (DC) A TÉ LOGO

dente da Associação Brasileira das Distribuidoras de Gás Canalizado, Romero Oliveira. É o quinto reajuste no preço do gás importado desde setembro do ano passado, quando a Petrobras eliminou os descontos que vinha concedendo às distribuidoras havia dois anos. Desta vez a alta foi de 10% na Bolívia, mas apenas 6% serão repassados às distribuidoras porque a parcela ref e re n t e a o t r a n s p o r t e , d e US$ 1,7 por milhão de BTU (British Temperature Unity, Unidade Inglesa de Temperatura) não foi alterada. Desde setembro, o combustível acumula alta superior a 50%. Petróleo – Todos os aumentos refletem a alta da cotação do petróleo nos últimos meses, já que Petrobras e o governo boliviano ainda não iniciaram as discussões sobre a revisão do contrato. Uma primeira reunião nesse sentido deve ser realizada ainda nesta semana em La Paz. A expectativa é de que técnicos da estatal brasileira se encontrem com representantes de sua congênere boliviana, a YPFB, dando início ao prazo de 45 dias previsto em contrato para as partes che-

guem a um acordo. Caso contrário, a questão pode ir à arbitragem internacional. Gasoduto – Em reunião realizada nesta terça-feira em Caracas, os ministros da área de energia do Brasil, Venezuela, Argentina e Bolívia decidiram criar um grupo de trabalho que analisará a viabilidade de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) transnacional para gerir os estudos relacionados ao projeto do gasoduto de integração que uniria a Venezuela, o Brasil e a Argentina, o chamado Gasoduto do Sul. Os ministros também decidiram cancelar a reunião prevista para agosto, na qual os estudos técnicos que estão sendo realizados sobre o projeto seriam apresentados aos presidentes dos quatro países. Fontes ligadas ao projeto do gasoduto informaram que os estudos deverão ser mostrados aos presidentes mais perto do fim do ano. Os ministros decidiram também criar uma comissão permanente de técnicos dos quatro países, com sede na Venezuela, que terá a missão de apresentar uma proposta de projeto de engenharia para o gasoduto em 60 dias. (AE)

Argentina também aceita aumento

O

Comitê de Desenvolvimento da TV digital, formado por nove ministros, referendou ontem o texto final do decreto que será assinado amanhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com as regras de transição do sistema analógico para o digital de televisão. Segundo uma fonte que participa das discussões, o decreto tem 15 artigos e estabelece que será adotado o padrão japonês de TV digital, com inovações tecnológicas desenvolvidas no Brasil. Mas o decreto não especifica as inovações.

Petrobras confirmou ontem que aumentará cerca de 6% o preço do gás boliviano vendido às distribuidoras brasileiras de gás canalizado no dia 1º de julho. Segundo a empresa, o reajuste cumpre os termos do contrato com a Bolívia, que prevê revisões dos preços a cada três meses, com base na variação do preço do petróleo. Os estados atingidos serão Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O repasse ao consumidor, porém, depende da legislação de cada estado. Em São Paulo, por exemplo, as distribuidoras devem fazer o repasse apenas nas datas de aniversário de concessão, informou a Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE). Ou seja, em dezembro para a GasBrasiliano e em maio do ano que vem para a Comgás e a GasNatural. Já a Sulgás, do Rio Grande do Sul, repassará, em julho, 4,5% para os segmentos industrial e veicular e 7,5% para comércio e residências. "O reajuste era esperado e já está previsto nas contas das distribuidoras", disse o presi-

A

A transmissão em sistema analógico continuará ainda por dez anos, mas as emissoras terão sete anos para transmitir em sinal digital em todo território brasileiro. As empresas terão um prazo de seis

meses para apresentar projeto de viabilidade técnica para a conversão do sinal analógico em digital e até 18 meses para começar a operar comercialmente a TV digital no mercado brasileiro. (AE)

SIDERURGIA: MAIS FUSÕES À VISTA

A

aquisição da Arcelor pela Mittal Steel deve acelerar a consolidação na siderurgia mundial. Entre os nomes mais mencionados na Europa como alvos de fusão estão o grupo angloholandês Corus e a siderúrgica alemã ThyssenKrupp. Mas as

aquisições podem começar ainda mais cedo na Ásia, onde a demanda está crescendo muito. A Arcelor-Mittal vai controlar aproximadamente 10% do mercado mundial de aço e será maior do que as concorrentes números dois e três (Nippon Steel e Posco). (Reuters)

KIRCHNER: CONSTRUÇÃO CRESCE 23,9%

A

atividade de construção na Argentina cresceu 23,9% na comparação com igual mês do ano passado e acelerou seu ritmo de expansão, informou ontem o presidente do país, Néstor Kirchner. O indicador mostrou melhora de 2% em maio

contra abril. De acordo com Kirchner, o indicador, na medição dessazonalizada, registrou o maior patamar desde 1993, quando começou a apuração dos dados. O setor de construção é importante para o país porque gera grande quantidade de empregos diretos. (Reuters)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Cenário econômico positivo dá vantagens para o Brasil

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Gigantes da telefonia querem web exclusiva para celulares

L

Seis grupos depositaram garantias para o leilão da Cteep

Argentina aceitou pagar quase 50% a mais pelo gás natural que compra da Bolívia, acordo que será inócuo no curto prazo, mas que terminará, na opinião de analistas, encarecendo o custo local do combustível, justamente em um período em que o país sofre com escassez de oferta no mercado. O presidente argentino Néstor Kirchner receberá amanhã em Buenos Aires seu colega boliviano Evo Morales para assinar um acordo que envolve o aumento do preço do gás e, em troca, garantias de fornecimento do combustível.

A Argentina disse em maio que não subiria o preço doméstico do gás natural por causa da nacionalização decretada por Morales. As tarifas cobradas de consumidores domésticos e empresas estão congeladas há alguns anos no país. Mas ainda não está claro se o Estado absorverá o custo do aumento ou se a alta recairá sobre outros itens da cadeia. "De algum lado a diferença será paga. Se os consumidores residenciais e industriais não pagarem em suas contas, haverá um menor superávit fiscal", disse o ex-secretário de Energia Daniel Montamat.

Com o acordo, o preço do gás natural subirá de US$ 3,4 para US$ 5 por milhão de BTU (a unidade-padrão do produto no mercado), confirmou, na última segunda-feira, o embaixador boliviano em Buenos Aires, Roger Ortiz Mercado. Hoje, a Argentina importa 5,5 milhões de metros cúbicos diários de gás da Bolívia — cerca de 5% do consumo do país. O acordo elevaria as compras em cerca de 20 milhões de metros cúbicos diários. Os dois países também têm planos para construir um gasoduto que passaria pelo nordeste argentino. (Reuters)


quarta-feira, 28 de junho de 2006

Ambiente Urbanismo To r c i d a Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CIDADE VIVEU ONTEM DIA COM CARA DE FERIADO

Muita gente também assistiu ao jogo em telões colocados em frente à Bolsa de Valores.

Fotos: Alex Ribeiro/DC

Um palhaço com cara de Ronaldinho, um índio sem tribo, um carnavalesco improvisado e um pierrô estilizado. A cidade viu ontem, no Anhangabaú, a cara de brasileiros de todos os cantos do País. Em verde-amarelo.

AS CARAS DO BRASIL Mais de 15 mil pessoas foram ao Anhangabaú acompanhar a vitória do Brasil sobre Gana. Vestidos de verde-amarelo, os torcedores começaram a chegar logo cedo, às 8h. A cidade viveu dia com jeito de feriado.

E

Compenetrados, os torcedores se reuniram em frente ao telão e não deixaram de torcer até o fim da partida. A concentração era total.

m clima de festa e com muita euforia, aproximadamente 15 mil torcedores, segundo estimativas da Polícia Militar, lotaram ontem o vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo, para assistir no telão gigante o jogo entre Brasil e Gana pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo da Alemanha. O Brasil venceu a partida por 3 a 0 e agora está nas quartas-de-final. Os torcedores começaram a chegar ao local bem cedo, por volta das 8h. O público de ontem, no entanto, foi menor do que o o registrado nos jogos anteriores, já que muita gente não foi dispensada do trabalho, pois a partida começou às 12h. Na semana passada, no jogo Brasil e Japão, 20 mil acompanharam o jogo no vale do Anhangabaú. Feriado – O clima era de feriado desde o início da manhã. As principais avenidas da cidade ficaram vazias. Às 9h30, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrava 26 quilômetros de congestionamento na capital, quando a

Bandeira Nacional no vale do Anhangabaú, no Centro, onde 15 mil assistiram o jogo contra Gana

média para o horário é de 81 quilômetros. Às 12h30, o índice de congestionamento na cidade era de apenas um quilômetro, sem nenhum ponto de trânsito complicado na cidade, segundo a CET. Mesmo depois do jogo pouca coisa mudou. Às 18h havia uma lentidão de 4

quilômetros. A média para o horário é de 55 quilômetros. Antes das 11h, a maioria das bancas do Mercado Central se preparavam para fechar. Na rua 25 de Março, vendedores de buzinas e cornetas fizeram a festa. Na direção da praça Antônio Prado, no centro da cida-

de, já havia gente se acomodando para acompanhar o jogo em frente ao prédio da Bolsa de Valores, onde dois telões foram montados, mas a maioria caminhava em direção ao vale do Anhangabaú. Na Câmara, a sessão de ontem foi cancelada, devendo ser remarcada. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quarta-feira, 28 de junho de 2006

RESENHA

NACIONAL

TRIBUTO OU CONFISCO?

O

A volúpia pelos recursos da sociedade engendrou um sistema que deixa os contribuintes sem defesa sobre as pessoas físicas e jurídicas aumentou 21,32% e 39,97%, respectivamente, fazendo a arrecadação destes tributos saltar de R$ 1,2 bilhão para 1,6 bilhão num único mês. Numa perspectiva de médio prazo, e analisando a evolução de outros tributos, fica mais evidente o avanço sobre o contribuinte. Recentemente foi divulgada a variação da arrecadação dos tributos federais ligados ao consumo (Imposto sobre Importação, IPI, IOF, CPMF, Cofins e PIS/PASEP). A arrecadação pulou de R$ 33 bilhões, em 1997, para R$ 63 bilhões, em 2006, um crescimento de 89%. Com isso, os impostos federais sobre o consumo já representam mais de 20% do PIB brasileiro. As autoridades fiscais não reconhecem, entretanto, nenhuma violência contra o contribuinte. Atribuem o aumento da arrecadação ao crescimento da economia ou ao combate à sonegação. A primeira explicação não se sustenta um minuto. O PIB brasileiro simplesmente não

cresceu 89% em 9 anos, quando se compara com o que aconteceu com a tributação sobre o consumo. Muito menos cresceu quase 40% em apenas um ano, comparável ao incremento do Imposto de Renda sobre Pessoas Jurídicas. Então, o que explica o aumento de arrecadação? A derrama que o brasileiro vem sofrendo desde o começo dos anos 90 tem como causa o sistema tributário. A barafunda jurídica em que se transformou a arrecadação de impostos não tem precedente. Ela cria um ambiente de completa incerteza para os contribuintes, pois são milhares de diplomas legais – muitos contraditórios – que precisam ser observados. Além disso, essas mesmas normas também sofrem interpretações pelos próprios órgãos de arrecadação ou, então, pelos tribunais. Por isso, hoje, não existe uma única pessoa capaz de dizer com segurança quais são os direitos e obrigações dos contribuintes. As burocracias das receitas federal, estaduais e municipais têm os cidadãos e as empresas à sua mercê. Fazem simplesmente o que querem. A volúpia governamental pelos recursos da sociedade engendrou um sistema que deixa os contribuintes sem defesa. Este sistema tributário antiético é que permite a crescente arrecadação de impostos. Não é uma economia paralisada há quase três décadas que alimenta a crescente burocracia estatal. Menos ainda supostas melhorias no sistema de arrecadação. As forças políticas que nas duas últimas décadas dominam o cenário são as responsáveis por tal estado de coisas. Assustador, no entanto, é constatar que em outubro próximo o cidadão terá poucas escolhas capazes de trazer as mudanças necessárias. TRECHOS DO EDITORIAL DE CÂNDIDO PRUNES NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

A arrecadação pulou de R$ 33 bi para R$ 63 bi

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Bob Jungmann@dcomercio.com.br (rjungmann@dcomercio.com.br) , Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046

JOÃO DE SCANTIMBURGO A GERAÇÃO TV Céllus

aumento da arrecadação de tributos no Brasil deixou de chamar a atenção. Parece um fato normal que os cidadãos e as empresas de um país pobre como o Brasil tenham que entregar para a burocracia estatal 40% da sua renda. A cada mês que passa maiores parcelas da renda da sociedade são transferidas para os tesouros da União, estados e municípios. O fato tem merecido apenas as páginas internas dos jornais, apesar da eloqüência dos números. Os dados divulgados são assustadores e escandalosos, ao mesmo tempo. Entre maio de 2005 e maio de 2006, segundo dados da própria Secretaria da Receita Federal, o Imposto de Renda

O que devemos ao PT BENEDICTO FERRI DE BARROS

C

omo declarou em Paris ao confessar o uso de Caixa 2 na sua eleição, dando como explicação que isso não era invenção de seu partido, mas prática institucionalizada da política nacional, essa é a primeira dívida que o povo brasileiro tem para com o chefe do petismo: a comunicação da nojeira conhecida de todos os que fazem política no País e somente ignorada pelos cidadãos-contribuintes-eleitores que os elegem e pagam por isso. Realidade que em mais de uma ocasião foi reiterada pelos próceres petistas. Esta, entretanto, é apenas uma contribuição indireta, vaga e difusa, mal compreendida e ainda não digerida pela cidadania brasileira. Há outras, muito mais importantes. Devemos ao PT a explicitação de que na política o uso da palavra Ética pode significar um palavrão pornográfico para encobrir o máximo de indecência, acobertando até roubos e crimes. E que os indiciados pelas comissões de investigação e de Ética do Congresso (cujos elevadíssimos custos são pagos por nós) podem ser corporativamente absolvidos por seus pares, ou iguais, que votam secretamente, escondidos de seus representados. Devemos ao PT a evidência de que trânsfugas ou banidos da vida política conservam contudo seu pleno direito de voltar, serem re-eleitos e permanecer nela a despeito dos erros, desmandos e crimes cometidos. Devemos ao PT a demonstração ainda mais espantosa, de que a despeito de um completo

desgoverno o País é capaz de sobreviver e continuar a se desenvolver pela atividade privada de seus cidadãos, como se a economia não tivesse nada que ver com a política, embora esta seja capaz de impedi-la de crescer conforme as possibilidades e necessidades do povo e do País. Muito mais que tudo isso, devemos, porém ao PT o extraordinário avanço na consciência política e cívica dos cidadãos-eleitores-contribuintes, de que o preço da liberdade, como repetia Eduardo Gomes citando consagrado axioma político, é a eterna vigilância dos cidadãos com referência aos atos de seus representantes e autoridades – como se viu no caso Nildo, modesto caseiro, cuja coragem simples e disposição de "dizer a verdade até morrer", bastou para derrubar uma das mais poderosas figuras do PT.

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que o PT fica nos devendo é a explicação de como, apesar de tudo isso que deixou às claras, ainda insiste em permanecer no desgoverno, arrebentando para isso as finanças públicas mediante o estouro de verbas, os desbundes distributivistas, a compra por atacado de votos dos cidadãos menos esclarecidos com dinheiro dos cidadãos-contribuintes. Para nada falar do seu ministro da Justiça que se omite nos seus deveres constitucionais de tomar medidas adequadas contra os atos subversivos e terroristas perpetrados pelo ilegal MST em todo o território nacional.

O PT fica nos devendo uma explicação de como ainda insiste no desgoverno

Insegurança tributária KIYOSHI HARADA

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ecente decisão da 1ª Turma do STF fixou o entendimento de que a Lei nº 9.430/96 revogou a isenção dada pela Lei Complementar nº 70/91 a favor das sociedades prestadoras de serviços legalmente regulamentadas (sociedades de advogados, de economistas, de médicos etc.). Assim entendeu, porque não estando a Cofins no elenco da matéria reservada à lei complementar, a LC teria a mesma categoria de uma lei ordinária sendo, portanto, passível de revogação por esta última espécie normativa. A decisão está calcada em pronunciamentos de juristas da mais alta expressão e qualificação, citando-se posição contrária de apenas um jurista de igual quilate, o Prof. Manoel Gonçalves Ferreira Filho. Dessa forma, após 15 (quinze) anos de vigência ininterrupta da isenção, indiferente à suposta revogação pelo art. 56 da Lei nº 9.430/96, por força da Súmula 276 do STJ, repentinamente, o STF, por uma de suas Turmas, decidiu que aquela isenção não subsiste, a partir do advento da Lei nº 9.430/96 gerando a possibilidade concreta de o Fisco buscar retroativamente a arrecadação do tributo. Ora, isso é ferir de morte o princípio da segurança jurídica (art. 5º, caput da CF) protegido pela cláusula pétrea, que o torna insuscetível de supressão até por Emendas (art. 60, § 4º, IV da CF). E mais, pedindo excusas pelo extrapolamento do campo jurídico, diríamos que não há como impedir o natural sentimento de traição, que brota do fundo do coração daqueles que acreditaram na estabilidade das leis e das instituições. Na verdade, não havia e nem há questão constitucional que merecesse a derrogação da Súmula 276 do STJ. Absolutamente corretos estavam os eminentes ministros Carlos Velloso e Joaquim Barbosa, quando indeferiram a medida liminar pleiteada pela Fazenda no bojo das Reclamações ns. 2475 e 2517, respectivamente, sob o acertado fundamento de que a questão envolve apenas matéria infra-constitucional. Afinal, pergunta-se, qual o dispositivo constitucional afrontado? Se a lei complementar só se identifica pelo quorum absoluto para sua aprovação, não importa saber se determinada matéria está ou não sob reserva de lei complementar. Somente uma outra lei, que tenha sido aprovada pelo mesmo

processo legislativo, poderá alterá-la ou revogá-la, na precisa lição de Manoel Gonçalves Ferreira Filho. É a aplicação pura e simples do princípio geral de direito. Nesse sentido, o art. 2º da LICC, que é de 1942, merece uma leitura atualizada. Daí porque, desde que estabelecido, por lei, o prazo de pagamento de tributos, não se concebe sua modificação por decreto a pretexto de que tal matéria não se encontra sob o princípio da reserva legal, previsto no art. 150, I da CF, cujo conteúdo acha-se melhor explicitado no art. 97 do CTN, onde se incluem, além da proibição de instituir ou majorar tributos sem lei, as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários. Isso só seria possível em face da expressa delegação legislativa, como ocorre com a lei paulistana do IPTU, onde, mantida a faculdade de pagamento em parcela única com desconto, o Decreto poderá fixar o número de parcelas e os respectivos prazos de vencimentos.

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oncluindo, parece-nos insustentável, data vênia, à luz da ordem jurídica global, a tese da revogação da LC nº 70/91, que instituiu a Cofins, na parte que excluiu da tributação as sociedade de profissionais liberais. Entendimento em contrário implicaria: a) o reconhecimento de que existe uma definição constitucional de lei complementar do ponto de vista material e ela, na verdade, não existe; b) o reconhecimento de que a definição do fato gerador da contribuição social, matéria que se insere no âmbito de "normas gerais", de competência da lei complementar (art. 146, III da CF) pode ser alterada pela lei ordinária; c) o reconhecimento de que a Constituição exauriu o rol de enumeração de matérias reservadas à lei complementar; d) o reconhecimento de que não é dado ao legislador conferir maior estabilidade nas relações jurídicas e aumentar a segurança jurídica, na disciplina de determinada matéria, revestindo a formalidade de lei complementar, onde a Constituição não exige essa formalidade, apesar de inexistir vedação nesse sentido. KIYOSHI HARADA É PRESIDENTE DO CENTRO DE PESQUISAS E ESTUDOS JURÍDICOS KIYOSHI@HARADAADVOGADOS.COM.BR

D ecisão do STF não analisou a isenção da Cofins sob todos os ângulos

oloquei-me diante da televisão para assistir ao jogo Brasil e Japão e pude acompanhar a sucessão dos apresentadores e comentaristas que entrevistavam, antes do jogo, moças bonitas e jovens entusiasmados. Devo confessar que gostei de ver o desfile de tantas moças bonitas, convidadas ao acaso ou não, e também os jovens, que me pareceram de bom aspecto, o que muito nos desvanece por se tratar da Geração TV. Têm os franceses o hábito de denominar as suas gerações de jovens conforme algum nome de prestígio no firmamento das letras, da economia e da política. Aqui eu pretendo chamá-la de Geração TV, essa que eu vi na pré-apresentação do match tão esperado. O que é a Geração TV? É a enorme faixa etária da juventude esportiva e televisiva que vai incorporando vários elementos e personalidades similares uns com os outros.

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Essa geração deveria se espraiar pelo Brasil, mas ainda registramos deprimente faixa abaixo do nível de pobreza. ssa geração deveria se espraiar pelo Brasil, mas, infelizmente, ainda registramos pelo IBGE deprimente faixa etária abaixo do nível de pobreza, sobretudo nas grandes cidades. São Paulo se distanciou pelo seu ímpeto dinâmico na industrialização, no comércio, nos serviços, na educação e em outras áreas menores. É uma prenda que nos foi dada, atuais paulistas, pelos percursores do arranco do desenvolvimento que se realizou neste predominado Estado. A Geração TV, que é bonita, que pode ser mais bonita ainda e que promete nas escolas que freqüentam o apoio do Poder Público bem organizado, dá aos jovens carentes, escolas públicas de bom ensino. Fiquei contente ao conhecer pela televisão, antes do jogo, essa Geração TV, e espero ter tempo de vida ainda para vê-la brilhar nas várias posições econômicas, políticas e intelectuais que oferecem a todos os que se preparam para ganhar, com o trabalho e com a inteligência, a vida nos grandes embates que se oferecem para as idades mais moças.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Finanças Empresas Tr i b u t o s Nacional

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quarta-feira, 28 de junho de 2006

GREVE DE AUDITORES DA RECEITA ENTRA NO 58º DIA

O problema da má utilização dos recursos arrecadados se reflete negativamente na economia. José Augusto Gomes, bancário

IMPOSTÔMETRO ATINGIU ONTEM A CIFRA DE R$ 400 BILHÕES E, MAIS UMA VEZ, CAUSOU INDIGNAÇÃO

CAMPEÃO DE IMPOSTOS, ALÉM DO FUTEBOL Paulo Pampolim/Hype

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esmo apressados por conta do jogo do Brasil com Gana, ontem, trabalhadores que passaram em frente ao Impostômetro, instalado na fachada da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), por volta das 7h30, perceberam que o taxímetro do fisco – que mede a arrecadação tributária da União,

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estados e municípios – havia atingido a cifra de R$ 400 bilhões desde o início de 2006. "Esse é o país que mais cobra impostos e menos reverte em serviços. Não somos campeões apenas em futebol", criticou a bancária Luciana Garbin. O instrutor de informática Adilson Bonan questionou o montante. "Será que é isso mesmo? Se for, para onde vai todo

esse dinheiro? Porque eu não percebo os benefícios", disse, ao mencionar que, para ir até a empresa em que dá aulas de informática, passa quase todas as manhãs pela Praça da Sé, por volta das 8 horas, e olha com espanto a quantidade de mendigos que dormem no local. Para o instrutor, a alta incidência de impostos sobre os salários contribui para que mui-

tos de seus colegas apenas sobrevivam. Segundo ele, são poucos os que trabalham com carteira assinada, já que, com o mesmo valor pago aos celetistas, os empresários podem contratar duas pessoas. "Gostaria que o Brasil fosse campeão entre os países que cobram menos impostos e não só no futebol, pois a pesada carga tributária se reflete na economia do dia-adia, e a Copa só incentiva o comércio a cada quatro anos." Para a advogada Edilaine Manfred, assim como a maioria que viu o Impostômetro chegar a R$ 400 bilhões, o problema da alta arrecadação é a falta de retorno em forma de serviços públicos eficientes. Para reverter esse jogo, segundo ela, é preciso transparência tributária, menos impostos e corrupção e conscientização para votar melhor. "A gente t e m d e t o rc e r p e l o B r a s i l fazendo o nosso dever de votar direito nestas eleições", afirmou a advogada. Para o bancário José Augusto Gomes Vieira, o problema da má utilização dos recursos arrecadados é provocado pelo governo e se reflete negativamente na economia. "Há muita politicagem envolvida." Já o gerente de cobrança Eduardo Fernandes acredita que o brasileiro é acomodado. Para ele, falta atitude e conscientização do povo de que o País tem uma das cargas tributárias mais altas do mundo. "Não lutamos pelos nossos direitos", disse. Fernandes também acredita que a redução da carga tributária se refletiria favoravelmente na economia brasileira. "Have-

Luciana Garbin, bancária: Brasil é o que mais cobra tributos

Para a advogada Edilaine Manfred, falta retorno em serviços públicos

ria mais empregos e oportunidades de trabalho, o que provocaria o aumento no poder de compra. Mas, do jeito que está, é abusivo", reclamou. Falta emprego – A falta de oportunidades de emprego para a população é sentida pelo gari Edvan de Sousa. Ele passa todos os dias em frente ao Impostômetro, mas ainda não se acostumou com a velocidade dos números da arreca-

dação tributária. Olha e não acredita. "É muito dinheiro. Não sei o que o governo faz, pois hospital é uma calamidade total. Já demorei quatro horas para ser atendido." O gari criticou também a falta de investimentos na educação que, segundo ele, é a esperança para garantir um registro na carteira. "Assim, o Brasil não vai para a frente", disse. Adriana David

Greve: Rachid convoca reunião de emergência agravamento da greve dos auditores fiscais, que já prejudica a produção da indústria nacional, obrigou ontem o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, a convocar uma reunião de emergência com todos os superintendentes regionais do órgão. Perto de completar 60 dias no dia 2, a paralisação dos auditores ganhou força depois que o governo apresentou uma proposta salarial considerada insatisfatória pela categoria. Os servidores correm contra o tempo para conseguir um acordo favorável, porque no próximo dia 30 termina o prazo para o governo conceder reajuste salarial antes das próximas eleições. Ontem, em rápida entrevista na saída do Ministério da Fazenda, o ministro Guido Mantega considerou

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normal "um pouco de excitação" por parte dos funcionários públicos em torno dos reajustes salariais, devido ao prazo da legislação eleitoral. E prometeu que até o final da semana as questões salariais estarão resolvidas, sem indicar, no entanto, que providências o governo vai tomar para conter os movimentos grevistas. Cargos – De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), delegados e inspetores que ocupam posições de chefia já começaram a entregar os cargos. Até agora, esse movimento estava ocorrendo somente entre os auditores com cargos que recebem comissão. A greve também recebeu, nos últimos dias, novas adesões. Auditores que trabalham no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, pararam suas ati-

vidades por tempo indeterminado. Os profissionais do Porto de Santos iniciaram paralisação de 96 horas. No porto, são liberados em média 3 mil contêineres por dia. O Unafisco calcula que seriam necessários 16 dias para zerar a carga represada em Santos nesses quatro dias de paralisação. "A situação é crítica. Os delegados e inspetores estão se movimentando. A confiança que eles depositavam no governo acabou", disse o presidente do Unafisco, Carlos André Nogueira, sobre a proposta do governo, apresentada na semana passada. "O Planalto está insensível com a carreira e os transtornos provocados pela paralisação", completou. A proposta para o reajuste salarial será avaliada hoje, em assembléia nacional que será realizada em todo o País. (AE)

Produção ameaçada de parar General Motors do Brasil pode paralisar as atividades de suas fábricas no País por causa da falta de peças importadas para a produção. Lotes de componentes vindos principalmente da Europa estão retidos nos portos em decorrência da greve dos fiscais da Receita Federal. Os modelos mais afetados são Vectra, Zafira e Astra, que têm índice maior de componentes trazidos do exterior. "Temos peças para operar até quarta-feira, depois disso, se nada mudar, teremos de parar", disse o presidente da montadora, Ray Young. O mesmo problema enfrenta a DaimlerChrysler, dona da marca Mercedes-Benz, que também só tem estoques de

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componentes importados para operar até hoje. A montadora de caminhões e ônibus em São Bernardo do Campo, no Grande ABC paulista, já chegou a parar no dia 5, por meio período. A empresa só está operando nesta semana porque conseguiu liberar uma carga de peças vindas da Alemanha na última sexta-feira. Tesouro – Também estão de braços cruzados, desde a última sexta-feira, os funcionários do Tesouro Nacional. A paralisação já afeta as operações de venda de títulos públicos e ameaça comprometer o pagamento de salários do funcionalismo federal e as transferências de recursos da União para estados e municípios. Por causa da greve, que atinge cerca de

90% dos funcionários da instituição, o Tesouro anunciou, ontem, que não realizaria alguns leilões de títulos NTN-B, atrelados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), nesta semana, e também não venderá títulos por meio do Tesouro Direto – o sistema de vendas de papéis para pessoa física por meio da internet. O secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Paulo Valle, informou que, para garantir pelo menos parcialmente as operações de rolagem da dívida interna, a instituição criou um "plano de contingência", envolvendo os coordenadores e coordenadores-gerais, que, por possuírem cargos de chefia na instituição, não estão participando da greve. (AE)


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Estamos em uma sociedade que eleva muros e a saída para combater isso é trabalhar em rede Rogério Amato

REUNIÃO FOI UMA PREPARAÇÃO PARA ENCONTROS E JORNADAS QUE ACONTECERÃO EM 231 MUNICÍPIOS

Encontro tece ação da Rede Social SP Fotos: Leonardo Rodrigues / Hype

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Rede Social São caba e Santos. Lá, os resultados Paulo deu na últi- foram positivos e a expectativa é ma quarta-feira a de que este desempenho se repilargada em suas ati- ta em outras cidades, apesar das vidades para conectar o setor dificuldades de implantação produtivo, governo e organiza- em conseqüência do ano eleitoções não governamentais com o ral e da Copa do Mundo. objetivo de identificar profissioMetodologia de trabalho – O nais, técnicos e líderes que coordenador geral de projetos atuam na capital e fazer com da Rede Social São Paulo, Wilque trabalhem juntos para fazer liam Harry Valentini, descreveu valer o Estatuto da Criança e do como os agentes trabalharão: Adolescente (ECA). A Reunião nos encontros de diagnóstico do Comitê Regional para Mobi- que ocorrerão entre amanhã e 7 lização de Parceiros Regionais de julho, os agentes que trabada Capital foi uma preparação lham com crianças e adolescenpara os 30 encontros de diag- tes identificarão os problemas nóstico e as 120 jornadas de for- q u e e n f re n t a m . A l é m d a s mação que acontecerão em 231 ONGs, participarão duas submunicípios até setembro. prefeituras e membros da secreCompareceram, na semana taria municipal de Educação de passada, representantes de to- forma a identificar as deficiêndos os setores envolvidos como cias e dificuldades na execução empresários, funcionários de do ECA e para mobilizar e senórgãos públicos como secreta- sibilizar os membros tanto de rias de assistência órgãos oficiais social, educação e quanto de entisaúde, entre oudades indepentros, além de ordentes. ganizações não Eles escolhegovernamentais. rão cinco atribuO tom de otitos ideais para a m i s m o e e n t uatuação destes siasmo do enconagentes e discutro foi dado pelo tirão os impactos secretário estacausados na sodual de Assistênciedade pela falcia Social Rogério ta que estes itens Amato. Para ele, acarretam. A se"temos que fazer guir, elaborarão o que fazemos desafios e proacreditando no postas para coloque fazemos. Escar suas sugestamos em uma tões em prática. sociedade que Avaliação – eleva muros e a No final do ensaída para comcontro da semabater isso é trabana passada houlhar em rede. Na ve uma avaliare d e , c a d a u m ção que analisou tem uma função a rede de contaRogério Amato e complementar à tos estabelecida. José Augusto Muller de todos os partiValentini coorparticiparam do evento cipantes. Nindenou a reunião guém está nesta do grupo de entisala por acaso. dades governaEste é um momento histórico mentais. Ele explicou que "criaque vai se repetir em todas as ci- remos um sistema de mailing dades do estado e em todos os para mobilizar as pessoas. bairros da capital". Quanto mais agentes ajudarem Já na entrada, os participantes as pessoas a se envolver, mais foram identificados de acordo conseguiremos atingir a meta com o setor em que atuam e, de tirar a criança e o adolescente posteriormente, dividiram-se da situação de risco", disse. em grupos para desenvolver a Para a coordenadora do Funtarefa de definir novos parceiros do das Nações Unidas para a Inque possam atuar na identifica- fância (Unicef), Cenise Monte ção dos problemas e na formu- Vicente, o encontro e a atuação lação de soluções. da Rede Social São Paulo são Na cerimônia de abertura, uma grande oportunidade para um dos membros do comitê defender crianças e adolescengestor da Rede Social, José Au- tes. "Acredito na resiliência, que gusto Muller, ressaltou a voca- é a capacidade de enfrentar sição de São Paulo para liderar o tuações difíceis. Estamos sendo movimento e lembrou que ele chamados para formar um grucomeçou nos municípios pau- po resiliente", concluiu. listas de Mogi das Cruzes, SoroPaula Cunha

O objetivo dos participantes da reunião é garantir o cumprimento de todas as recomendações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

Reciclagem ganha feira em São Paulo Expo Sucata contará com 20 expositores e também terá palestras

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mercado de reciclagem está crescendo e se profissionalizando: há meio milhão de catadores de sucata e material reciclável em todo o país, o setor faturou US$ 3,5 bilhões e reaproveitou mais de 5,5 milhões de toneladas de sucatas produzidas nas residências em todo o Brasil, segundo dados da editora Reciclagem Moderna. Em razão de números tão expressivos, o setor ganha a sua primeira feira. O evento acontecerá em São Paulo nos dias 31 de agosto e 1º de setembro. Batizado Expo Sucata - Feira e Congresso Internacional de Negócios da Indústria de Reciclagem, contará com 20 expositores. Seu organizador, Adriano Assi, explica que a feira será exclusivamente direcionada aos profissionais de reciclagem, como proprietários de usinas e ferros-velhos. A expectativa é de que 400 pessoas compareçam às pales-

tras e convenções e duas mil circulem pela feira. Temas como a cotação dos principais itens da indústria de reciclagem, como sobras de metais, por exemplo, e os grandes consumidores destes materiais, como a China e a Índia, serão discutidos. Legislação – Além de se concentrar nos negócios decorrentes da atividade de reciclagem, o evento contará também com advogados que se especializaram no setor. O objetivo é conscientizar os empresários que possuem unidades de reciclagem sobre as leis que regem a atividade. "Este é o primeiro estágio da cadeia produtiva e ele não pode mais ser ignorado porque trata-se de uma questão de sobrevivência para o planeta já que as matérias-primas estão se esgotando. Por isso, o evento é importante tanto para a indústria quanto para os comerciantes", conclui Assi. (PC)

ANIVERSÁRIO A Avape completa 24 anos e lança rede para atuar em todo o país em defesa dos excepcionais

ALFABETIZAÇÃO O projeto Alfabetizar, da Fundação Orsa, está com as inscrições abertas. Tel (11) 41288880 ramal 8915

Ó RBITA

HOSPITAL

JÓIAS

evar a realidade da rotina estressante de um hospital aos internautas é o objetivo do projeto Humanizando Relações. Ele foi criado pela ONG ImageMagica e mostra as impressões da equipe que visita diversos hospitais de capitais de todo o Brasil. Ao acessar o site www. humanizandorelacoes.com.br, o internauta tem acesso a entrevistas com pessoas que participaram das atividades, como aquelas em que médicos e pacientes recebem câmeras digitais e captam a sua visão pessoal do dia-a-dia nestes locais. Haverá exposições ao longo do ano.

Mostra/ Acessórios, que acontecerá de 5 a 7 de julho em São Paulo, reúne alguns expositores que trabalham com ONGs e com portadores de necessidades especiais. Um exemplo, são as Jóias da Chama, elaboradas com prata e pérola por voluntários e mães de excepcionais da Sociedade de Assistência ao Excepcional para garantir uma fonte de renda e criar possibilidade de expansão do número de pessoas atendidas. Para isso capacitaram mães e voluntários para a confecção das peças. São jóias exclusivas, confeccionadas com materiais nobres, como prata 925, pedras preciosas, corais e pérolas. Já a artista plástica Cristina Peixoto mostrará bijuterias de crochê feitas com fios de cobre e bordados de pedrarias do Grupo Operários da Arte.

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Divulgação

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Política

O Brasil não depende mais do FMI, do sorriso do presidente americano, o Brasil depende só de nós. Luiz Inácio Lula da Silva

PRESIDENTE CREDITA O 'SUCESSO' DE SUA POLÍTICA ECONÔMICA A ESPECIALISTAS FORA DOS QUADROS DO PT André Dusek/AE

LULA DIZ QUE SEU GOVERNO 'ARRUMOU A CASA'.

VOX POPULI REGISTRA PESQUISA NO TSE

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Instituto Vox Populi registrou na última segunda-feira, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma pesquisa de intenção de votos para presidente da República nas eleições de 2006. No entanto, segundo a lei eleitoral, a sondagem, contratada pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (ANTC), só poderá ser divulgada a partir do próximo sábado. A lei determina que os institutos façam o registro do levantamento no TSE no prazo de até cinco dias antes do anúncio dos resultados. O Vox Populi ouviu um universo de 2 mil pessoas no Distrito Federal e na maioria dos Estados brasileiros, com exceção de Roraima e Amapá, entre os dias 22 e 24 deste mês. A margem de erro da sondagem é de 2,2 pontos porcentuais, para mais ou para menos. De acordo com a única pesquisa registrada pelo instituto em 2006, realizada no final de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderava em todos os cenários de primeiro turno com ampla vantagem. Liderança – Numa eventual disputa sem um candidato do PMDB, Lula atingiu nada menos que 49% das intenções voto, seguido pelo candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, com 23%; pela senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) com 6%; pelo deputado federal Enéas Carneiro (Prona-SP), com 2%; pelo deputado Roberto Freire, com 1%; e pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), também com 1%. (AE)

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa na 1º Conferência Nacional de Economia solidária, em Brasília.

PRESIDENTE COMBINA POLÍTICA E FUTEBOL

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m texto publicado na página do jornal The New York Times dos Estados Unidos, na internet, o jornalista Larry Rohter, correspondente do diário no Brasil, afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, achou a maneira perfeita de combinar as duas paixões - a política e o futebol - para responder aos ataques dos adversários. "Quando a oposição reclama da incompetência e corrupção de seu governo, ele responde associando sua pessoa ao popular e bemsucedido time nacional", afirma. Rohter cita uma frase de Lula: "Como no futebol, nós não vamos chorar pelos gols que não fizemos ontem." Segundo o jornalista, "poucos são tão astutos

como mr.da Silva", que usa de metáforas futebolísticas freqüentemente para explicar as ações. Rohter menciona o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, segundo ele, é "um intelectual, sociólogo que fala cinco línguas, tem Ph.D, escreveu vários livros e nunca pareceu convincente quando tentava simular interesse pelo jogo". O jornalista, que fez a polêmica reportagem, há alguns anos, citando o suposto gosto do presidente por bebidas alcoólicas, lembrou ainda, no texto publicado na página do "New York Times", a saiajusta ocorrida entre Lula e o jogador Ronaldo, da seleção brasileira. Na ocasião de uma conferência com a seleção, o presidente sugeriu que ele estaria acima do peso e o jogador respondeu que não era gordo, assim como o petista não bebia muito. Brasil x Gana – Depois de assistir a vitória da seleção brasileira de futebol

por 3 a 0 sobre Gana, no cinema do Palácio Alvorada, Lula aconselhou os jogadores do Brasil na Copa do Mundo a terem "muita humildade, muita serenidade e não perder a cabeça nunca". "Vi todos os jogos possíveis e o Brasil tende a melhorar", observou o presidente, que avalia que a seleção só jogou 70% do que é capaz. Ele se disse mais satisfeito com o desempenho da defesa brasileira do que com o do ataque. Citou nominalmente o goleiro Dida e o central Lúcio, "que joga bem e não cometeu faltas". Em contrapartida, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká ainda não jogaram tudo o que sabem, na avaliação de Lula. "Como brasileiro, eu já estou realizado, satisfeito, porque a preocupação não é do Brasil, é dos nossos adversários", afirmou. Lula assistiu ao jogo de ontem acompanhado de dona Marisa, do vice-presidente José Alencar e de 21 ministros. (Agências)

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que seu governo foi o responsável por ter colocado nos eixos a "desarranjada" economia brasileira e ter feito com que o País não dependesse mais do Fundo Monetário Internacional (FMI) nem do "sorriso do presidente americano". "O Brasil que nós pegamos era assim, era uma coisa meio desarranjada, alguns achavam até que o Brasil estava quebrado. O que aconteceu? Aconteceu que nós conseguimos arrumar a casa", disse Lula em discurso de tom eleitoral na abertura da 1ª Conferência Nacional de Economia Solidária, em Brasília. De improviso, Lula destacou como ações do governo, os pagamentos das dívidas com o FMI e com o Clube de Paris. "Economistas sérios como Paul Singer e Maria da Conceição Tavares achavam que a gente ia ter muita dificuldade; alguns achavam até que o Brasil estava quebrado", acrescentou. "Às vezes, eu dizia para eles: 'Vocês dizem que são meus amigos e acham que o Brasil está quebrado, mas querem que eu seja presidente da República? Eu vou ser presidente para quê?'" Lula afirmou que só conseguiu "arrumar" a economia por procurar especialistas de fora dos quadros do PT e suge-

riu que, num eventual segundo mandato, manterá longe da linha de frente da política econômica nomes tradicionais do partido, como o candidato a governador de São Paulo Aloizio Mercadante, o candidato à reeleição a senador Eduardo Suplicy, o professor Paulo Nogueira Batista, além de Conceição e Singer. O presidente ressaltou que o governo cumpriu e continuará cumprindo compromissos internacionais firmados no governo anterior. "Quando a gente casa com a viúva tem de herdar os filhos também. A gente não pode só querer ficar com a mulher e não ficar com os filhos, ou a mulher ficar com o marido e não com os filhos. A gente tem que casar com o conjunto das alegrias e dos problemas também", completou. Lula lembrou que seu governo conseguiu saldar a dívida com o FMI e débitos da moratória, declarada no governo José Sarney, em mais uma sequência de comparações veladas: "O Brasil não depende mais do FMI, do sorriso do presidente americano, o Brasil depende só de nós". Na solenidade, o presidente da Cooperativa Geral COOP, Miro Nobre Barrios, também discursou em tom de campanha. "O senhor (Lula) pode contar com essa grande parcela de pessoas, na reeleição", disse Barrios. (Agências)

CONTRA ABUSO DE PODER...

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes a p re s e n t a r a m , s e p a r a d amente, defesa em representação movida contra eles pelo PSDB por alegado abuso de poder político e de autoridade. A representação foi ajuizada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último dia 13 e, na mesma data, teve o pedido de liminar negado pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Cesar Asfor Rocha. O PSDB pediu abertura de investigação judicial eleitoral para apurar propaganda eleitoral antecipada em favor de Lula. O partido argumentou que o presidente estaria fazendo "proselitismo" da sua gestão, quando inaugurou, no dia 6, ao lado de Ciro, obras em duas cidades cearenses: o início da construção da ferrovia

Transnordestina, em Missão Velha, e uma estação de piscicultura em Nova Jaguaribara. Como punição, o partido pediu a inelegibilidade de Lula. Infração – Os tucanos alegaram ter ocorrido infração da Lei das Eleições, que autoriza a propaganda eleitoral apenas após o dia 5 de julho e proíbe, aos agentes públicos, condutas que possam afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nas eleições. A lei também caracteriza, como abuso de autoridade, a alegada desobediência ao princípio da impessoalidade. Em relação a Ciro, o PSDB destacou trechos do discurso do ex-ministro, que, "em campanha eleitoral inegável, perpetrou comparação entre gov e r n o s , p a r a p ro m o v e r o atual", afirmando que "o modelo ideológico que dominou o Brasil por oito anos antes de Vossa Excelência tomar posse, presidente da República,

não permitia que essa obra fosse realizada". A defesa de Lula, apresentada pelo advogado-geral da União, Álvaro Augusto Ribeiro Costa, impugna o prazo de ajuizamento da representação, protocolada sete dias após as cerimônias no Ceará. Para Costa, o prazo seria, seg u n d o j u r i s p ru d ê n c i a d o TSE, de cinco dias. O nãocumprimento do prazo acarretaria a extinção do processo sem julgamento de mérito. O advogado-geral também argumenta que a inexistência de registro de candidatura de Lula, à época dos fatos, inviabiliza o ajuizamento de investigação judicial eleitoral para apurar desvios ou abusos "em benefício de candidato". Assim, pede que o TSE julgue improcedente a investigação judicial, "ante a ausência de ilicitude na conduta do presidente da República". (Agências)

... E ATAQUE A JORNALISTAS.

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presidente Lula também prestou informações ao Supremo Tribunal Federal (STF), ontem, na interpelação judicial apresentada por Diogo Mainardi, colunista da revista Veja. O motivo da ação movida pelo colunista é uma entrevista concedida por Lula a jornalistas brasileiros em viagem oficial a Viena. De acordo com a ação, o presidente teria declarado: "Não sei se o jornalista que escreve uma matéria daquelas tem a dignidade de

dizer que é jornalista. Poderia dizer que é bandido, mau caráter, malfeitor, mentiroso". Na defesa do presidente, a Advocacia-Geral da União (AGU) diz que a ação é descabida e pede seu arquivamento. A AGU argumenta que Mainardi, em seu pedido, diz ser apenas participante da matéria jornalística, ao lado de outro colega, e não se disse ofendido por Lula. De acordo com a AGU, o sentimento de ofensa é "exigência legal expressa para a

definição clara da sua legitimidade processual cuja falta recomenda o pronto indeferimento do pedido". O AGU afirma ainda que a manifestação atribuída ao presidente Lula, como reconheceria o próprio jornalista ao empregar a expressão "dubiedade das acusações", nada explicou com relação à autoria do texto, apenas se referiu ao conteúdo "delituoso da matéria contra o qual reagiu". No momento, a ação está nas mãos do ministro Gilmar Mendes. (Agências)

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quarta-feira, 28 de junho de 2006

Tr i b u t o s Estilo Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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REUNIÃO DO CMN DISCUTE JUROS DE LONGO PRAZO

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bilhões de reais foi o valor total envolvido na oferta de ações ordinárias do Banco do Brasil (BB).

CAUTELA FOI A PALAVRA DE ORDEM NA VÉSPERA DO INÍCIO DA REUNIÃO DO BANCO CENTRAL DOS EUA

MERCADOS MUNDIAIS À ESPERA DO FED

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a véspera do início da reunião de junho do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) em que será discutida a taxa de juros do país, cautela foi a palavra de ordem dos mercados mundiais. Com a expectativa de nova rodada de elevação das taxas americanas, a tendência nas bolsas de valores foi de baixa generalizada. Não houve nervosismo, mas perderam pontos os mercados acionários na Europa e nos Estados Unidos, e o Brasil não ficou de fora do movimento. Além de ver confirmados os prognósticos de mais uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa americana, os analistas em todo o mundo aguardam o comunicado que o Fed divulga logo após a reunião. No documento, esperam encontrar sinais sobre a trajetória futura dos juros americanos. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o reduzido pregão de ontem (os negócios pararam durante o

jogo do Brasil na Copa do Mundo) com queda de 0,74%. O Ibovespa, seu principal indicador, ficou em 34.376 pontos. "Os mercados financeiros ainda vivem uma fase de correção muito forte por causa dos juros nos Estados Unidos. Por isso, até o final desta semana pelo menos, não devemos ter altas muito significativas", avaliou o responsável pela área de Renda Variável do Banif Primus Banco de Investimento, Nami Neneas. Segundo ele, se no comunicado do Fed houver indicação de que a taxa não chegará aos 6% em agosto, o mercado deve voltar a se animar. "Além disso, internamente, temos a expectativa de bons resultados de empresas nos balanços do segundo trimestre do ano, que começam a sair em breve." No exterior — O mau desempenho do mercado americano de ações influenciou negativamente a Bovespa ontem. Na Bolsa de Valores de Nova York o índice Dow Jones perdeu 1,09%, enquanto o Nasdaq

caiu 1,57%. Na Europa também predominaram as quedas: Londres (-0,5%), Paris (-0,6%), Frankfurt (-1%), Milão (-0,41%) e Madri (-0,55%). Dólar — O jogo da seleção brasileira de futebol na Copa reduziu não só a duração da sessão mas também o volume de negócios no mercado de câmbio nacional ontem, de acordo com operadores. Depois de operar em leve baixa na primeira etapa de negócios – encerrada excepcionalmente às 11h30 –, o dólar comercial terminou o dia com avanço de 0,22%, cotado a R$ 2,237. "A piora dos mercados externos na parte da tarde determinou a alta da moeda americana", afirmou o gerente de Câmbio da corretora Novação, José Roberto Carreira. Segundo ele, a apenas 20 minutos do encerramento das operações, o volume de negócios registrados no segmento interbancário era de US$ 700 milhões, giro bastante inferior à média diária de quase US$ 2 bilhões registrada neste ano. (Agências)

BB: ações saem a R$ 43,5 s pequenos investidores que reservaram ações do Banco do Brasil (BB) serão atendidos na totalidade. Isso significa que deverão ficar com cerca de 30% de toda a oferta pública preparada pelo governo, bem acima do mínimo de 20% estipulado inicialmente. O negócio, avaliam os especialistas, é interessante porque o preço dos papéis foi fixado em R$ 43,50 a unidade, abaixo até mesmo do valor negociado ontem na Bolsa de Valores (Bovespa), de R$ 45,98. No ano, o papel chegou a ultrapassar o patamar dos R$ 67. "Quem comprou fez um bom negócio porque o potencial de valorização é grande. A perspectiva do banco e do setor como um todo é boa", disse o diretor de investimentos da Prosper Gestão, Júlio Martins. As turbulências no mercado, trazidas pelo cenário externo, acabaram segurando melhores preços na oferta, embora tenham sido levantados cer-

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ca de R$ 2 bilhões pelo BB. Foram colocados a venda 5,5% do capital total do banco, ou o equivalente a 45,4 milhões de ações. Pelo projeto original, seriam oferecidos 7,5% do capital , mas a parcela que viria do Tesouro (2% do total) acabou ficando de fora da operação. Ao todo, estima-se que aproximadamente 50 mil pequenos investidores fizeram as reservas de compra dos papéis do BB, com valor médio de R$ 12 mil. O prazo para a reserva terminou no último dia 23. Rateio — Já para os grandes investidores, como fundos de pensão e estrangeiros, haverá rateio: eles só poderão ficar com 65% do que reservaram. O interesse de fora foi grande, sobretudo de investidores americanos e europeus. A definição final da quantidade de ações com que cada interessado ficará sai em 27 de julho. Ainda deverão ser vendidas no mercado aproximadamente 7 milhões de ações do BB em ofertas adicionais que

serão comandadas pelos bancos coordenadores da operação. Metade é da Previ e o restante, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A nova oferta, no entanto, será restrita aos investidores institucionais e servirá apenas para regular os preços dos papéis até o fim da operação. A expectativa é de que todos esses lotes sejam absorvidos, levando o free float (quantidade de ações negociadas no mercado) do banco a superar 13%. Hoje, ele está em cerca de 7%. O objetivo do BB, ao realizar a oferta, é aderir ao Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que exige maior grau de transparência e mínimo de 25% de free float. Hoje, em cerimônia na bolsa paulista, o banco assinará a adesão ao Novo Mercado e terá três anos para se adequar às exigências. Uma nova oferta, no entanto, somente poderá ocorrer seis meses após o encerramento da atual. (AG)

Mantega vê chance de a TJLP cair dentes do Banco do Brasil, Rossano Maranhão, e da Caixa Econômica Federal (CEF), Maria Fernanda Ramos Coelho, para fazer um balanço da oferta de crédito no Brasil. O ministro afirmou que está preparando "uma consolidação do panorama do crédito no Brasil" nos últimos seis meses.

Segundo o ministro, o governo adotou, nos últimos anos, várias medidas, criando linhas de financiamento que incluíram as classes C e E da população. "Houve a 'bancarização' de milhões de brasileiros, que aconteceu nos últimos anos. Isso ativou também os pequenos negócios." (Agências)

Factoring

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ntidades ligadas à indústria defenderam ontem forte redução na taxa básica de juro aplicada em financiamentos de projetos de investimentos no Brasil, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), cobrada nos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ela está em 8,15% ao ano e será analisada em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) marcada para esta quinta-feira. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ter "leve suspeita" de que a tendência é de redução. Além de Mantega, formam o CMN o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. A Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib) pede corte de 1,25 ponto percentual na TJLP. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) acredita que as condições econômicas permitem que a TJLP recue para 7%. A TJLP ficou em 9,75% ao ano entre abril de 2004 e dezembro do ano passado. No primeiro trimestre deste ano, a taxa foi de 9%. Desde abril ela está em 8,15% ao ano. Crédito — Mantega encontrou-se ontem com os presi-

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

Yuri Gripas/Reuters

Novo secretário quer economia americana competitiva

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secretário nomeado para o Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, disse ontem que, se for confirmado pelo Senado, vai trabalhar para manter a posição competitiva na economia global. Em texto preparado para sua audiência de nomeação no Comitê Financeiro do Senado, Paulson declarou que buscará trabalhar "em conjunto com outros colegas do gabinete para proteger as políticas e ações que propiciam mercados abertos e igualitários". "Se for confirmado, vou focar intensivamente em como os Estados Unidos poderão manter e fortalecer sua posição competitiva", disse. Paulson era o executivochefe do Goldman Sachs antes de ser escolhido para substituir John Snow no Tesouro. O presidente do Comitê Financeiro do Senado, Charles Grassley, disse que quer uma ação rápida para a efetivação de Paulson, pois Snow planeja deixar o cargo já no próximo dia 3. Paulson afirmou também que está confiante de que o presidente do Federal Reser-

Henry Paulson, ex-Goldman Sachs, deve assumir Tesouro dos EUA

ve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, fará "o que for correto" para manter a estabilidade de preços. Indicadores — Dados importantes da economia norte-americana foram divulgados ontem. As vendas nas redes varejistas do país subiram 2% nas quatro primeiras semanas de junho em comparação a igual período do

mês anterior, informou a pesquisa Redbook. A elevação foi maior que a esperada. Já o índice de confiança do consumidor americano de junho subiu para 105,7, de um nível revisado para 104,7 em maio. Os economistas previam alta do índice para 104 no período. O dado de confiança original de maio foi 103,2. (Agências)


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de junho de 2006

Após os países de lingua latina, seguiremos para a Rússia, China e Índia. Manoel Müller, da Abedesign

VARIGLOG TEME NOVA ASSEMBLÉIA

EMPRESA ENTREGARÁ HOJE NOVA OFERTA DE COMPRA DA VARIG PARA A JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO

VARIGLOG: NOVA PROPOSTA PARA O TJ Fábio Motta/AE

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VarigLog entregará hoje ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro uma nova proposta de aquisição da Varig, com pelo menos parte das modificações solicitadas pelo administrador judicial, a consultoria Deloitte. As modificações visam a adaptar a proposta da VarigLog ao Plano de Recuperação Judicial, aprovado em assembléia de credores em dezembro. Com isso, tenta-se evitar que a proposta tenha de passar pelo crivo de uma nova assembléia de credores. Além de retardar o processo, pois a assembléia precisa ser convocada com antecedência, a apreciação da proposta pelos credores aumentaria os riscos de anular o negócio. Isso porque a associação Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) – que, por meio da NV Participações, fez uma oferta pela empresa no leilão judicial mas não conseguiu apresentar o dinheiro para honrar a proposta – tem mandato para representar os trabalhadores na assembléia e poderia votar contra. Entre as modificações que foram solicitadas pela Deloitte está a inclusão de instrumentos que garantam a continuidade da Varig velha, rebatizada de Varig Relacionamento, que não seria adquirida pela VarigLog. A VarigLog fez uma oferta de cerca de US$ 485 milhões pela Varig Operações, que inclui as linhas domésticas e internacionais, enquanto a Varig velha herdaria as dívi-

das, os trabalhadores e ficaria com a emissão de passagens. Caso não haja necessidade de convocação de assembléia de credores, o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo caso, poderá convocar novo leilão. Nesse caso, seria estabelecido um prazo para o surgimento de outra proposta por preço melhor. Se isso ocorrer, a VarigLog terá a oportunidade de cobrir a oferta ou desistir do negócio.

300 funcionários já foram contratados pela VarigLog, mas sindicalistas temem o corte de 3 mil profissionais Leasing – Além de trabalhar nas modificações do plano, a direção da VarigLog reuniu-se ontem com empresas de aluguéis de aeronaves. A companhia negocia com os arrendadores cujos aviões já se encontram parados por decisão judicial, sob ameaça de arresto, como é o caso da ILFC, GATX e Boeing. Além de tentar reincorporar à frota parte dos cerca de 20 aviões parados, a VarigLog quer evitar o endurecimento da postura das empresas de

leasing na audiência prevista para hoje com o juiz Robert Drain, da Corte de Falências de Nova York. Segundo fontes ligadas às empresas de leasing, pelo menos uma, a ILFC, estaria decidida a não fornecer mais aviões para a Varig. Cortes – A VarigLog já admitiu cerca de 300 funcionários desde que foi comprada pela Volo. Na Varig, os sindicatos temem quase 3 mil cortes com a concretização da proposta de venda. "Estamos dispostos a discutir a proposta por ser a única com condições de salvar a Varig", afirmou a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Graziella Baggio. A companhia aérea cancelou quase a metade dos vôos que estavam programados para o período entre a zero hora e o final da manhã de ontem. Segundo dados parciais da Infraero, estatal que administra os aeroportos brasileiros, ficaram no chão 95 de 191 vôos previstos até as 11 horas, o que re p re s e n t o u u m a t a x a d e 49,7% de cancelamentos no período. Foram 79 vôos nacionais e 16 internacionais. Em carta encaminhada à Varig, a Infraero propôs à companhia aérea que, a partir de sexta-feira, comece a repassar 30% do valor das taxas de embarque recolhidas dos passageiros. Os outros 70% serão acertados a cada 15 dias. Se a proposta for aceita, a Varig deverá recolher sexta-feira cerca de R$ 175 mil à Infraero. (AE)

A Varig cancelou 79 vôos nacionais e 16 internacionais entre zero hora e 11 horas da manhã de ontem

Gol e OceanAir: novas rotas uas concorrentes da Varig, a Gol e a OceanAir, põem juntas mais cinco novos aviões para voar nesta semana. Com a paralisação gradual da Varig, criou-se uma oportunidade para outras empresas aéreas. Apesar de reafirmarem que a decisão de ampliar a frota em uso nada tem a ver com a crise da maior companhia aérea do País, o ajuste do mercado por conta da saída da Varig já está ocorrendo.

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A partir de hoje, a OceanAir põe mais três Fokker MK 28 ou Fokker 100 para voar. Com isso, dobra a frota de jatos em operação. As novas aeronaves vão fazer trajetos que ligam as principais capitais do Nordeste ao Sul do País, passando pelo aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Até agora, as rotas entre as capitais do Nordeste eram regionais. Isto é, não tinham ligação com o Sudeste ou com o Sul do Brasil. "Pretendemos mais que do-

brar o faturamento com as novas rotas em 30 dias", diz o diretor comercial da OceanAir, Renato Pascowitch. Ele conta que a empresa enviou mais pedidos à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para voar para novos destinos. A Gol pôs mais dois aviões Boeing 737 em operação. Com isso, a frota em uso da companhia soma 50 aeronaves. No início do ano, a empresa tinha 42 aviões em uso, e a meta é ter 62 até dezembro. (AE)

Design para estrangeiro ver Milton Mansilha/LUZ

Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) vai investir R$ 2 milhões na promoção do design brasileiro no mercado internacional. O anúncio foi feito ontem pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e pelo presidente da agência, Juan Quirós, durante a I Bienal Brasileira de Design, em São Paulo. O recurso será injetado no setor pela Associação Brasileira das Empresas de Design (Abedesign), que assinou um convênio de cooperação técnica com a agência, para alavancar a exportação em US$ 3,2 milhões até março de 2007. Com a parceria, foi criado o Programa Brasign, que será o condutor da promoção do setor no mercado externo. Entre as metas do programa estão a ampliação em 30% do número de empresas exportadoras e a participação do setor de forma mais ativa em feiras internacionais, missões e congressos. Para Furlan, trabalhar a imagem do País, de suas empresas e, principalmente, de seus produtos, é essencial para se ter competitividade no mercado externo. "Não dá para ser competitivo no mercado externo sem ter uma boa imagem. Precisamos mostrar que o Brasil é mais do que samba, café e Pelé e que nossos produtos têm alto valor agregado, além de tecnologia de ponta", disse. Balança comercial – O ministro Furlan disse, também, que o governo já esperava um superávit comercial menor neste ano por conta do maior peso das importações no fluxo de comércio do País. "O Brasil não precisa de um superávit comercial anual de US$ 45 bilhões. A perda registrada nos últimos seis meses é normal." Furlan admitiu que as exportações de setores como o calçadista, o automotivo e o moveleiro estão registrando

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Luiz Fernando Furlan e Juan Quirós: apoio ao design brasileiro

queda por causa da valorização do real frente ao dólar, mas não sinalizou qualquer mudança na política monetária. Na última segunda-feira, o ministro esteve na cidade de Franca para anunciar investimentos da ordem de R$ 25,7 milhões nos próximos 12 meses para o setor de calçados. Segundo ele, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) se comprometeu a realizar atividades promocionais, como a participação em feiras internacionais e a realização de eventos com compradores do exterior. "Também insistimos na importância de o setor investir no design dos produtos para serem mais atraentes no mercado externo", afirmou o presidente da Apex, Juan Quirós. Para o presidente da Abedesign, Manoel Müller, a assinatura do convênio para o setor trará bons resultados para a economia do País. "O design, assim, como o cinema, a publicidade ou a indústria de software, se configura como um setor capaz de gerar recursos e divisas para o País." De acordo com o presidente da Abedesign, as primeiras ações promocionais do Brasign ficarão concentradas nos países de língua latina. "Assim que começarmos a ter resultados nesses países, seguiremos para os grandes emergentes, como Rússia, Índia e China."

Estudo – A Associação dos Designers de Produto (ADP) já concluiu a primeira parte de uma série de estudos que vai realizar sobre o impacto do design no desempenho das empresas brasileiras nos mais variados setores da economia. A avaliação, que começou com o setor de equipamentos médico-odonto-hospitalares, mostrou que, em um universo de 400 empresas que compõem o segmento, 87% investem em design para serem mais competitivas no mercado. E que 95% conseguiram aumentar sua representatividade com esse tipo de investimento. A pesquisa revelou que 77% das empresas que investem em design garantem que tiveram aumento em sua margem de lucro. De acordo com o estudo, 80% delas acreditam que houve um reflexo positivo no seu faturamento. Para 85% das empresas, o investimento também chegou a elevar sua participação no mercado. Os próximos setores pesquisados serão o da construção civil, automobilístico, móveis, equipamentos esportivos, moda e acessórios, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, utilidades domésticas, embalagens e máquinas e equipamentos semelhantes. A previsão é de que o mapeamento de todos esses segmentos seja concluído até o mês de janeiro de 2007. Márcia Rodrigues


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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de junho de 2006

Eles (os petistas) ficam com o farol voltado para o passado, isso é um equívoco. Geraldo Alckmin (PSDB)

REGRAS DE CAMPANHA INDEFINIDAS

TUCANO REAGE AO EMBATE VERBAL DEFLAGRADO POR LULA E FHC Vivi Zanata/AE

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que sua campanha não será pautada pelo PT, numa referência ao embate travado entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. "Vou fazer uma campanha propositiva e não vou ser pautado pelo PT", reiterou, após o final do jogo que classificou a seleção brasileira para as quartas-de-final da Copa do Mundo da Alemanha. De acordo com Alckmin, a estratégia é mostrar suas realizações no governo de São Paulo e o que o PT não fez no governo federal. "O governo FHC será defendido das críticas injust a s d o P T, p o i s c r i t i c a r o antecessor é uma política atrasada", emendou. O candidato refutou que a defesa do governo FHC possa lhe trazer algum problema. "Não vejo problemas em defender o governo FHC", afirmou. O tucano rebateu as afirmações feitas pelo presidente Lula de que pegou o País com a economia "desarranjada". "Ao contrário, ele (Lula) herdou os benefícios do Plano Real", rebateu. Alckmin disse ainda que o ex-presidente Fernando Henrique "fará o que quiser" em sua campanha. "Eles (os petistas) ficam com o farol voltado para o passado, isso é um equívoco", disse. Pesq uisas– Alckmin afirmou também que está satisfeito com os resultados das últimas pesquisas de intenção de voto, que, segundo ele, mostram, por exemplo, a recuperação de sua candidatura no Estado de São Paulo. Ele valorizou a aliança em torno de sua candidatura e o tempo maior de campanha na TV em relação a Lula. Segundo o ex-governa-

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Eymar Mascaro

Armadilha

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o invés de Geraldo Alckmin, Lula está chamando Fernando Henrique Cardoso para a briga. Tratase de um lance inteligente: se puder, o candidato petista vai polarizar os atritos com o ex-presidente, ignorando Alckmin. Mas, o núcleo que cuida do marketing do PSDB já deve ter percebido a manobra do petista e deve alertar FHC para não entrar na onda de Lula. O candidato do PT vai fazer sua campanha estabelecendo a comparação de seu governo com as duas gestões de FHC. Vai continuar dizendo que realizou mais em 40 meses no cargo do que o ex-presidente em oito anos. O objetivo de Lula é que FHC caia na armadilha saindo a campo para responder às provocações. Quem, na verdade, deve polarizar com Lula é Alckmin, ensinam os estrategistas de campanhas eleitorais.

Alckmin e a esposa Lu comemoram a vitória do Brasil sobre Gana no diretório estadual do PSDB, em São Paulo.

'NÃO VOU SER PAUTADO PELO PT', DIZ ALCKMIN. dor, seu nome já começa a ganhar embalo nas pesquisas. "Estamos supercontentes, porque acabou de sair uma pesquisa aqui no Estado de São Paulo revelando que temos 11 pontos na frente no primeiro turno, que significam 3 milhões de votos a mais. Temos 13 pontos na frente na simulação de 2º turno", disse, sem citar a fonte. Comitê de campanha – Distante da Esplanada dos Ministérios, o comitê central do candidato tucano à Presidência da

República vai funcionar inicialmente com uma estrutura enxuta que será ampliada em função das necessidades da campanha eleitoral. "Vamos montar um esquema leve, barato e moderno", afirmou o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), que integra também o Conselho Político da campanha. A coordenação geral ficará com o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), auxiliado pelo senador Heráclito Fortes (PFL-PI). O senador tucano tem acesso direto ao candidato

e, além do setor administrativo, vai opinar também sobre a agenda política. Sob o comando de Sérgio Guerra estarão vinculados o coordenador do programa de governo, João Carlos Meirelles, e os consultores jurídicos Ricardo Penteado e José Eduardo Alckmin. A agenda do candidato, que será coordenada pelo engenheiro e assessor de Alckmin no governo paulista, Felipe Sigollo, passará pelo crivo do coordenador geral. (AE)

FORÇA-TAREFA NO TSE PARA SANAR AS DÚVIDAS s vésperas de entrar em recesso por causa das férias forenses, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) intensificará nesta semana as sessões de julgamento na tentativa de sanar de vez as dúvidas de partidos e candidatos sobre as novas regras da campanha eleitoral. É provável que sessões extraordinárias sejam convocadas na próxima semana para concluir antes do período mais intenso da campanha a análise das consultas. Os ministros do TSE terão de definir a aplicação das regras, aprovadas pelo Congresso. A nova legislação eleitoral proíbe showmícios e distribuição de brindes. O TSE terá de resolver, por exemplo, se é possível apresentar em comícios espetáculos gravados em DVD, contratar DJs e trio elétrico e vender camisetas ao invés de distribuí-las gratuitamente. Brindes – O deputado federal Agnelo Queiroz (PCdoBDF), candidato ao governo do Distrito Federal, fez uma consulta ao tribunal sobre a possibilidade ou não de distribuição de biobrindes, como raízes, folhas e sementes de plantas regionais das regiões Norte e Nordeste do País. Já o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), por exemplo, quer saber se podem ser transferidos recursos da União e dos Estados para a realização de festas municipais durante o período eleitoral. Na sessão em que analisou recentemente os pontos da minirreforma eleitoral, o TSE sinalizou que deverá ser rigoroso na análise dos pedidos. Naquela ocasião, a maioria

Como prestar contas de imóveis cedidos gratuitamente ? Os comícios podem ter música de fundo? Posso vender camisetas do meu candidato? São algumas questões que o TSE terá de resolver até 5 de julho. dos ministros concluiu que boa parte das proibições já deveria vigorar na eleição deste ano. Eles também confirmaram que os candidatos e partidos terão de prestar contas pela internet no período de 6 de agosto a 6 de setembro. Reeleição – Hoje à noite o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deverá ter algumas respostas que poderão orientar o seu comportamento na campanha. Está programado no TSE um julgamento em que será definido se o governo federal poderá fazer algumas propagandas institucionais durante os três meses que antecedem as eleições. Para garantir a igualdade de condições entre

os candidatos, a legislação proíbe esse tipo de publicidade no período eleitoral. Mas prevê exceções, como em casos de urgência e de calamidade. O governo quer autorização para divulgar, por exemplo, uma campanha contra queimadas, o programa de saúde bucal Brasil Sorridente, o projeto Rondon, um canal de atendimento da Previdência Social e um prêmio para professores. Su ge st õe s – Atendendo a pedido do ministro Gerardo Grossi, do TSE, alguns partidos fizeram sugestões de mudanças. Com relação à prestação de contas, o PT indicou a inclusão, na minuta da Instrução 102, de dispositivo que

MINISTRO DO TSE RECEBE HOJE TARSO GENRO

Thomaz Bastos, serão debatidas as normas que deverão reger daqui para frente, a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição. O objetivo é evitar que a imagem de Lula seja desgastada por críticas feitas por outros partidos sobre o uso da máquina e a aparição em eventos públicos com fins eleitoreiros. O governo quer saber exatamente como deve fazer a diferenciação entre a programação do presidente e do candidato.

O

encontro do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, inicialmente previsto para ontem , foi transferido e será realizado hoje, às 18 horas. No encontro, que contará com a participação do ministro da Justiça, Márcio

dispense o preenchimento do endereço e telefone do doador no recibo eleitoral sempre que a doação for feita por depósito identificado ou transferência eletrônica, tendo em vista que a Receita Federal dispõe desses dados mediante identificação do CPF. Sobre propaganda, o PT sugeriu a inclusão de dispositivo na minuta de Instrução 107. Esse inciso, no artigo 8º, iria assegurar aos partidos políticos e às coligações o direito, independentemente de licença da autoridade pública e de pagamento de qualquer contribuição, de comercializar material de divulgação institucional, desde que não contenha nome e número de candidato, nem do cargo que disputa. Dúvida – O PFL pediu esclarecimentos sobre prestação de contas "com relação a imóveis cedidos, gratuitamente, para instalação de comitês". E pergunta se "a utilização do veículo do candidato deve ser objeto de prestação de contas, como valor estimável do aluguel para a campanha". A deputada Maria José da Conceição Maninha, vice-líder do PSol na Câmara, eleita pelo Distrito Federal, formalizou ao TSE documento contendo sugestões como a liberação do uso de bandeiras, camisetas, botons, chaveiros, bonés, adesivos de candidatos e partidos pelos eleitores, no dia da votação. E pediu que sejam criados instrumentos para fiscalização da contratação de cabos eleitorais, "tais como credenciais junto aos Tribunais Eleitorais Regionais e limites de contratação". (Agências)

VOTOS

DECISÃO

Lembram os marqueteiros da coligação PSDB/PFL que quem precisa de voto é Alckmin e não FHC. Portanto, quem deve comprar a briga com o petista é o candidato e não o ex-presidente. É preciso, portanto, travar a língua de FHC. Mas o ex- presidente quer que Alckmin aceite o jogo das comparações.

PT e PSDB fazem cálculos diferentes. Os petistas acham que a eleição será definida ainda no 1º turno, mas os tucanos apostam que a decisão virá somente no 2º turno. Os tucanos estão confiando no crescimento da candidatura da senadora Heloísa Helena (PSol).

NÚMEROS O candidato do PT está armado de estatísticas informando que seu governo realizou, até agora, mais do que as duas administrações de FHC. O ex-presidente considera falsas as informações de Lula e diz que o governo do PT ganha do dele só no campo da corrupção.

ATAQUE O PSDB vai aproveitar a campanha na televisão para comprovar que Lula herdou vários projetos de FHC, entre os quais e talvez o mais importante no campo social, o Bolsa Família. O que Lula fez, segundo os tucanos, foi ampliar o atendimento na transferência de renda às famílias mais pobres.

ADESÃO Geraldo Alckmin garante que terá o apoio do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique. O tucano agora corre atrás de outros dois governadores do Sul do País: Germano Rigotto (RS) e Roberto Requião (PR). Alckmin investe no Sul para diminuir a diferença em favor de Lula.

CAMPANHA Até que os dados sejam comprovados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tucanos e pefelistas anunciam que Alckmin deverá ter mais de três minutos de tempo de campanha na televisão do que Lula. O tucano, que diz que o petista está isolado, vai dispor de 9 minutos e 30 segundos na TV, contra 6 minutos do petista.

PERDA Lula perdeu 2 minutos na TV com a não-coligação (formal) com o PSB. Os socialistas devem apoiar o petista, mas só informalmente. O apoio informal, segundo a legislação, não permite a transferência de tempo de campanha na televisão ao candidato.

MINÚSCULO Até agora, o PT acertou a coligação com o nanico PRB (dos evangélicos) e, ainda ontem, estava na dependência para fechar acordo também com o PC do B. Por pouco Alckmin não somou alguns minutinhos ao seu tempo na TV, caso conseguisse o apoio formal do PPS.

TRABALHISTAS Além de Heloísa Helena, os tucanos admitem que Cristovam Buarque (PDT) também vai subir nas pesquisas. Atualmente, Heloísa Helena tem entre 6% e 8% de índice de intenção de voto e Cristovam Buarque patina no 1%. Mas o cálculo no PSDB é que os dois, somados, cheguem a 20% dos votos.

DIFERENÇA Na campanha presidencial de 2002 a decisão só ocorreu no 2º turno porque os candidatos Ciro Gomes e Anthony Garotinho alcançaram 29,7% dos votos. Quase 10% a mais da previsão de votos de Heloísa Helena e Cristovam Buarque.

2º TURNO Em suas andanças pelo interior do Estado, Orestes Quércia tem garantido que passa para o 2º turno. O peemedebista acha que vai crescer e ultrapassar Aloizio Mercadante, segundo colocado nas pesquisas. Quércia viaja para cabalar o apoio também de prefeitos de outros partidos.

NEGATIVA Orestes Quércia volta a negar que vai desistir de sua candidatura para apoiar José Serra (PSDB). O ex-governador confirma que continua sendo procurado por tucanos para abandonar a candidatura e indicar o vice na chapa do PSDB. Em tempo: Serra tem prazo até o dia 30 de junho para escolher seu vice.

SENADO A candidatura do empresário Guilherme Afif Domingos ao Senado será lançada hoje pelo PFL na sede do partido (rua Boa Vista), ao meio-dia. Afif disputa o Senado na coligação PFL/PSDB. Sua candidatura fortalece a campanha de José Serra ao governo do Estado. Na eleição de deputado federal que disputou, Afif se elegeu com mais de 500 mil votos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

quarta-feira, 28 de junho de 2006

Logo Logo 28

Não chorem por Gana (...) Acho que amanhã a história será diferente.

JUNHO

www.dcomercio.com.br/logo/

Do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, ontem, após a derrota da seleção de seu país pelo Brasil.

Em 1914, o assassinato do arquiduque da Áustria Franz Ferdinand (1863-1914) e sua mulher Sophia é o estopim da Primeira Guerra Mundial.

T ABAGISMO C A R T A Z

Akademie Für Alte Musik Berlin (foto). Conjunto de câmara formado em 1982 na então Berlim Oriental, especializado nos períodos renascentista e barroco. No programa, Haydn. Teatro Cultura Artística. Rua Nestor Pestana, 196. Telefone: 32583616. R$ 80 a R$ 170. 21h.

Fumaça que mata

Á

reas separadas para fumantes em locais públicos não protegem verdadeiramente os não-fumantes dos malefícios de respirar a fumaça de tabaco de outras pessoas, diz um relatório do chefe do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos. Cerca de 126 milhões de nãofumantes são expostos à fumaça de outras pessoas, o que o chefe da Saúde Pública, Richard Carmona, chama repetidamente de "fumo involuntário", que coloca as pessoas em risco crescente de morte por

câncer de pulmão, doenças cardíacas e outros distúrbios. Além disso, não há nível seguro de exposição à fumaça de outra pessoa, declara o relatório divulgado nesta terça-feira uma conclusão que, com certeza, dará mais energia aos já crescentes esforços para a proibição do cigarro em lugares públicos em toda a nação. Quatorze Estados criaram o que são consideradas leis abrangentes de proibição do cigarro em locais de trabalho, que incluem restaurantes e bares. Mas o secretário está especialmente preocupado com as

crianças, que não podem escapar do vício de seus pais em busca de ar puro: mais de uma em cada cinco crianças é fumante passiva em casa, onde as proibições contra o fumo em locais do trabalho não valem Essas crianças correm um risco maior de sofrer Síndrome da Morte Súbita Infantil (Sids); infecções pulmonares como pneumonia; infecções de ouvido; e asma. "O debate acabou. A ciência é clara. Fumar passivamente não apenas incomoda, é uma séria ameaça à saúde", disse Carmona. (AE)

Enquanto no Brasil tudo pára pelo Mundial, em Brazil, município de 8 mil habitantes do estado de Indiana, nos EUA, sequer a nação onde se disputa a Copa é conhecida. No município, produtor de milho e feijão, nenhuma TV estava ligada na transmissão do jogo Brasil X Gana ontem.

C OMPUTAÇÃO Bruno Miranda/Folha Imagem

O que os humanos pensam Cientistas do Massachussets Institute of Technology, dos EUA, e da Cambridge University, no Reino Unido desenvolveram - e vão apresentar ao público a partir de 6 de julho, na Royal Science Exhibition, na Inglaterra computadores capazes de ler mentes. A partir das expressões faciais, o computador "emocionalmente ciente" analisa as possíveis idéias por elas representadas. Os visitantes da feira de ciências serão convidados a se submeter aos computadores, a fim

B RAZIL COM Z Valéry Hache/AFP

Estudo realizado nos EUA mostra que fumo passivo também mata

MÚSICA

E M

de que os aparelhos armazenem o maior número possível de variações de expressões faciais, o que tornará a leitura de mentes mais precisa. Alegria, raiva e outras 18 expressões já são conhecidas pelos computadores, que foram "treinados" pelos próprios cientistas. Os inventores da "máquina de ler mentes" esperam que a invenção tenha aplicações como ajudar na escolha do melhor momento para se vender algo ou ajudar a compreender pessoas com autismo.

Apelidos para todos A rede alemã Deutsche Welle aproveitou o gancho e fez ontem uma matéria sobre os apelidos brasileiros. "Todo mundo parece ter um apelido", diz a matéria. Presidentes, políticos, cantores, atores e até as palavras ganham novas formas. O fenômeno chama a atenção na Copa porque a maioria dos jogadores das demais seleções é chamada pelo sobrenome. No caso do Brasil, são variações - ou inusitadas palavras - que substituem o primeiro nome. Kaká (Ricardo), Cafu (Marcos Evangelista) e Dida (Nelson Jesus) são os exemplos, além de Pelé (Edson Arantes), é claro. Mas, para formar um apelido, diz a DW, basta acrescentar o sufixo "-inho/a". O diminutivo reina absoluto dentro e fora de campo, como Juninho, Ronaldinho, Cicinho, Ricardinho (na foto com Kaká). Á FRICA

Subsistência em extinção

C INEMA

Octogenário das telas

A RGENTINA

Malvinas para angariar votos Irritado com o anúncio feito pelo Secretário de Defesa britânico, Tom Watson, de que a Grã-Bretanha realizará em 2006 grandes celebrações pelo 25º aniversário da vitória inglesa na Guerra das Malvinas, o presidente Néstor Kirchner decidiu deflagrar uma dura ofensiva diplomática para reaver as ilhas. As Malvinas, que estão sob controle britânico desde 1833, vinham sendo, até o momento, objeto de negociações suaves com a Grã-Bretanha. Mas agora, Kirchner vai apelar para um

tom mais agressivo inclusive para atrair a emotividade dos argentinos na forma de votos para sua reeleição. Ele iniciou uma campanha em organismos internacionais, especialmente a ONU, para que intervenham nas negociações. No ano passado, a Argentina enviou 15 protestos por ações da Grã-Bretanha nas ilhas, tais como a emissão de licenças para explorações de minério no arquipélago e a manutenção da imensa base aeronaval que Londres mantém no lugar.

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Secador de sapatos com raios UV

As empresas e as leis

Além da comida r condicionado, falta de sono e abandono do fumo podem estar na raiz de muitos casos de obesidade, sugere artigo publicado ontem no International Journal of Obesity. O estudo, realizado por 20 cientistas dos EUA, Canadá e Itália aponta as dez causas mais inusitadas para a obesidade. Os cientistas analisaram mais de 100 estudos sobre causas ou agravantes da obesidade e identificaram itens como gravidez tardia, casamento entre obesos, e até a saudável atitude de parar de fumar. Alguns críticos, entretanto, questionam a lista de "dez explicações alternativas" para a obesidade. "Eu colocaria isso na categoria de "distrações calóricas": "Vamos fazer qualquer coisa para as pessoas pararem de se preocupar em comer menos e fazer mais exercício", disse Marion Nestlè, nutricionista e crítica da indústria de alimentos. "E não vamos dizer nada para as empresas de alimentação sobre práticas de marketing desonestas e de manipulações".

A

S AÚDE

Coração e depressão Pelo menos 50% das pessoas internadas para cirurgias ou outros tratamentos para a desobstrução de artérias do coração desenvolvem depressão, mostra estudo publicado hoje no Journal of the American Medical Association. Segundo os médicos, essa depressão é causada pelo estresse de enfrentar uma doença grave, ou talvez por danos microscópicos provocados no cérebro pela própria cirurgia. A depressão aparece em uma de cada cinco pessoas com doença coronária, e em uma de três com enfarte. Além disso, a depressão eleva o risco de problemas do coração. L OTERIAS Concurso 465 da DUPLA-SENA Primeiro Sorteio 19

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Segundo Sorteio

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo: 04

Mercado de créditos de carbono atrai estrangeiros para projetos de energia limpa no País Pesquisadores criam, no Brasil, óvulos e espermatozóides a partir de células-tronco

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C IÊNCIA

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O UV Shoe Dryer tem uma aparência definitivamente futurista. Segundo o fabricante, o aparelho gera um fluxo de ar quente a 40 graus, e emite luz ultravioleta para matar bactérias. Custa cerca de 40 libras no site.

PROJETO EPITELIAL – Este é o nome do grupo formado por 4 homens e 2 mulheres que tem como objetivo mostrar que o povo brasileiro pára para ver os jogos da Copa, mas nunca para discutir temas importantes como educação, política e saúde. Ontem, os seis integrantes do grupo saíram nus pela avenida Paulista durante o jogo do Brasil em protesto ao fanatismo brasileiro.

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O portal Direito e Negócios traz leis, códigos e estatutos que regulam a atuação comercial no País nos diversos setores da economia. Informações sobre marcas, patentes, multas, direito do consumidor, Constituição Federal, Ministério Público e cartórios de todo o País também podem ser encontradas no site, que traz ainda modelos de documentos, dicionário de expressões jurídicas, informações econômicas e financeiras, dados sobre tempo, trânsito e estradas...

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O ator e diretor Mel Brooks completa hoje 80 anos. Brooks foi o ganhador do Oscar de melhor roteiro original em 1968 pelo filme Primavera de Hitler, em que o Führer vira tema de opereta. O roteiro de Brooks, que virou também show da Broadway, foi recentemente readaptado no filme Os Produtores), além de diversas indicações para o Oscar. Com Woody Allen ele forma a dupla de representantes mais ilustres do humor judaico de Nova York.

Mais de 70% dos africanos dependem dos recursos naturais em seu entorno para sua subsistência, mas os danos causados à terra e às fontes de água até agora podem causar desastres econômicos caso não seja dada uma alta prioridade à proteção do meio ambiente, alertou ontem a Organização das Nações Unidas (ONU). A ecologia da África também está ameaçada pelo aquecimento global, por organismos alterados geneticamente, por espécies de outros continentes e pelo aumento do uso de produtos químicos.

Vocalista do Guns N´Roses é preso em Estocolmo por briga com segurança de hotel

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Concurso 1618 da QUINA 11

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de junho de 2006

Indicadores Econômicos

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0,27

por cento foi o aumento do dólar comercial ontem. A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 2,238 para venda.

27/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 23/06/2006 23/06/2006 23/06/2006 23/06/2006 21/06/2006

P.L. do Fundo 5.666.296,34 1.384.996,68 5.804.303,16 3.608.888,65 1.051.419,14

Valor da Cota Subordinada 1.109,491128 1.036,355065 1.006,646965 1.060,579465 1.021,422738

% rent.-mês 2,0732 1,0866 -5,8951 2,6420 1,9779

% ano 13,5644 3,6355 0,6647 6,0579 2,1423

Valor da Cota Sênior 0 1.047,431019 1.056,925690 0 0

% rent. - mês 0,9109 0,9962 -

% ano 4,7431 5,6926 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


quarta-feira, 28 de junho de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

EM SP, PT PROCURA UM TESOUREIRO E PSDB UM VICE.

As votações não estão acontecendo por falta de acordo (entre os partidos), não por falta de quórum. Aldo Rebelo, presidente da Câmara

CANDIDATO PETISTA AO GOVERNO DE SÃO PAULO FALA SOBRE ALIANÇAS E ATACA ADVERSÁRIO TUCANO Niels Andreas/AE

MERCADANTE, A FAVOR DA REFORMA POLÍTICA.

Ó RBITA

CHINAGLIA

deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), exlíder do PT na Câmara, está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas de São Paulo desde sexta-feira, após ter sofrido um acidente de carro na noite da última quinta-feira, na Rodovia Castello Branco. Segundo boletim médico divulgado ontem pelo Incor, o estado clínico dele é "estável e evolui satisfatoriamente". Chinaglia teve múltiplas fraturas na bacia e em três costelas, e derrame pleural hemorrágico (hemotórax) de pequenas proporções, que foi tratado. O deputado do PT de São Paulo está sob observação na UTI e respira sem auxílio de aparelhos.

O

VOTAÇÕES presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), culpou a falta de entendimento entre governo e oposição pela paralisia nas votações e não o jogo do Brasil, que parou a Casa por alguma horas. Aldo disse que a Copa do Mundo é realizada na Alemanha e que não havia motivo para não ter sessão na Câmara ontem, mas admitiu que muitos deputados reclamaram da sessão extraordinária após o jogo. "As votações estão acontecendo por falta de acordo (entre os partidos), não por falta de quórum." Segundo ele, o esforço agora é para chegar a um acordo e levar a matéria a plenário.

O

PDT senador Jefferson Peres (PDT-AM) será o vice na chapa encabeçada pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) à presidência. O acerto foi fechado ontem, em consultas feitas entre os integrantes da executiva do partido. A entrada de Peres na chapa alivia as tensões dentro do PDT, onde uma ala se opunha à candidatura do ex-ministro da Educação do governo Lula. Em Belo Horizonte, Cristovam disse que teme que Lula caia em uma "tentação autoritária" num eventual segundo mandato. O "medo" é que Lula, sem maioria no Parlamento, fale direto com o povo, ignorando o Congresso.

O

O Na Associação do Bem-Estar dos Moradores do Jardim Vila Nova, Mercadante comemora gol do Brasil.

F

ichas na mesa, as principais apostas sobre o nome do vice que vai compor a chapa do tucano José Serra (foto) na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes se concentram basicamente em três nomes: Sidney Beraldo, presidente estadual do partido; Alberto Goldman, deputado federal; e Carlos Panunzio, também deputado. Mas o próprio Serra tem toda a liberdade para escolher, o que inclui buscar opções até em outros partidos, desde que o abandono de uma chapa puro-sangue possa ampliar a sua margem de votos - que é majoritária, até agora, em todas as pesquisas realizadas. A informação foi dada ontem pela Executiva Estadual do PSDB, a quem competiria oficialmente a escolha. A idéia é ganhar a eleição já no primeiro turno - o que se tornou incerto desde a súbita apresentação da candidatura de Orestes Quércia pelo PMDB, na semana passada. Liberdade – A rigor, o candidato tucano já trabalha sob essa liberdade desde sextafeira passada, mas só ontem foi feita a comunicação oficial de que o partido lhe concedera autonomia e poder para a indicação de seu vice. A decisão explicaria, assim, o adiamento do anúncio por parte de Serra durante a

SERRA TEM CARTA BRANCA PARA VICE Executiva do PSDB liberou o candidato para escolher quem bem quiser Mônica Zaratini / AE

convenção do partido. Livre da pressão partidária, ele ganha tempo para costurar uma eventual aliança "externa" e a possibilidade de escapar das críticas de uma decisão solitária, o que já foi objeto de reparos até pelo candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. Ambos se reuniram no domingo, após a convenção,

para aparar arestas e avaliar as vantagens de uma escolha pessoal, tendo em vista a ampliação de eleitores. Contido, Alckmin não fez nenhuma insinuação, como se imaginava, em torno do nome do presidente estadual do partido, Sidney Beraldo. O comentário prevalente no ninho tucano é o de que Beraldo e o deputado federal Alberto Goldman são os mais cotados para vice, embora assessores do deputado Antonio Carlos Pannunzio assegurem que o seu nome venha sendo cogitado. A formação de uma chapa puro-sangue é aguardada com expectativa por boa parte da Executiva, e não se descarta a hipótese de que seus integrantes possam apresentar uma lista à Serra, para facilitar a sua escolha. No entanto, na tentativa de ampliar sua aliança, Serra reuniu-se ontem com o prefeito de São Bernardo do Campo, Willian Dib, e com o presidente estadual do PSB, Márcio França. Serra sondava sobre as possibilidades de uma composição formal, que para França são pequenas. Ontem, o governador Claudio Lembo também disse que seu partido, o PFL, "preserva a possibilidade de veto" de tucanos para o vice de Serra. (Agências)

CGU VAI AJUDAR CPMI

A

Controladoria Geral da União (CGU) pretende ajudar nas investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, que vai apurar denúncias de fraude em compra de ambulâncias, por meio de emendas ao Orçamento da União. Após reunião com o controlador-geral da União, ministro Jorge Hage, o senador Amir Lando (PMDB-RO), relator da comissão, disse que a CGU vai enviar ainda hoje uma série de

documentos para auxiliar nos trabalhos da CPMI. "A palavra é cooperação, participação e auxílio e o encontro foi muito importante porque as investigações iniciaram-se na CGU em 2004, quando perceberam gastos excessivos na compra de ambulâncias para alguns municípios e acionaram a Polícia Federal", afirmou Lando. Hoje, Lando e o presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), têm um encontro com o ministro

Gilmar Mendes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), para tratar do sigilo dos processos. Habeas-corpus – A Justiça concedeu na segunda-feria habeas-corpus a mais sete dos 54 presos acusados de participar da quadrilha dos sanguessugas. A Justiça já havia mandado soltar 17 pessoas. Entre os presos estão servidores públicos, empresários e assessores parlamentares que atuavam em prefeituras, no Ministério da Saúde e no Congresso. (Agências)

candidato ao governo do Estado pelo PT, senador Aloizio Mercadante, disse ontem que, com a cláusula de barreira, "dos 30 partidos que estão aí, vão sobrar cinco ou seis no máximo depois dessa eleição". "Hoje, o Congresso Nacional é um espelho em que a nação não consegue projetar a sua imagem", avaliou, pregando uma profunda reforma política nos próximos anos. "Nós precisamos consolidar partidos mais representativos, mais ideológicos, mais programáticos para que haja melhor governabilidade democrática no Brasil." Mercadante assistiu ao jogo do Brasil na Associação do Bem-Estar dos Moradores do Jardim Vila Nova, na zona leste da capital, ao lado da mulher, Regina, e de sua vice na chapa, Nádia Campeão (PCdoB). Não perdeu a oportunidade de alfinetar os tucanos. "Eu tenho sempre procurado estar nos diversos cantos da cidade. É uma forma também de chamar a atenção para os problemas sociais graves que São Paulo tem", disse. "Enquanto a gente está fazendo campanha, visitando a cidade, andando pelo Estado, a outra candidatura acha que está tudo resolvido. É bom assim. Eles de sapato alto e a gente amassando barro." Votos – O candidato petista afirmou que não teme perder votos para Orestes Quércia (PMDB) na eleição e que chegará no 2º turno da disputa. "Uma vaga já está garantida, que é a minha", disse. Para ele, prova de que Quércia ameaça os tucanos e não a ele está na luta do

PSDB para ter o PMDB como aliado na disputa em São Paulo. "Por que ficaram correndo o tempo todo atrás e estão até agora tentando inviabilizar a candidatura do PMDB? É evidente que (o Quércia) tira votos (de Serra)", provocou. Mercadante voltou a afirmar que todas as candidaturas majoritárias em São Paulo nascem como candidatura de oposição ao PSDB e o PFL e por isso demonstra confiança: "Vamos estar todos no 2º turno". Mas demonstrou um certo constrangimento quando questionado sobre uma futura aliança com o PP, partido do ex-prefeito Paulo Maluf. Aliança – "Isso está fora de nossas opções por alianças", disse, restringindo a pergunta para o cenário do 1º turno. Mercadante confirmou que o PSB não deve se aliar ao PT nem na esfera nacional, nem na estadual, por causa da cláusula de barreira. O senador disse ainda não saber quem seria o tesoureiro das campanhas petistas esse ano e afirmou que está difícil encontrar quem aceite o cargo com as atuais restrições porque ser tesoureiro "é uma tarefa muito ingrata para qualquer cidadão hoje". "É um problema muito difícil para qualquer um que se prontifique a essa tarefa." Ele avaliou que haverá uma melhora qualitativa na campanha com as exigências impostas pela justiça eleitoral, como a de proibir showmícios e a distribuição de brindes, além de obrigar a declarar os gastos na internet. "Precisamos resolver definitivamente uma reforma política mais profunda", concluiu. (AE)


PINGAFOGO Prós e contras o governo de Dom Menas

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de junho de 2006

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Achei maravilhoso o texto de Orlando Silveira de ontem ("Dom Menas"), como também do texto sobre o Bussunda. Ele fala de maneira objetiva, explicita o que se passa neste país e a grande maioria não percebe. Estou divulgando essas matérias para meu círculo de amigos, pois acredito que quanto mais pessoas ficarem cientes do que se passa em nosso governo, mais chances teremos de mudar. Estou em busca da lista dos políticos citados nas diversas CPIs - como sempre, não condenam ninguém-, pois pretendo fazer um trabalho de divulgação antes das eleições, para que as pessoas tenham consciência na hora de votar. Se esta lista estiver disponível em algum lugar, me informem onde posso ter acesso da forma mais rápida. CLAUDETE MARTINS RIBEIRO,

DOISPONTOS -77

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Com a publicação do texto Dom Menas no jornal de ontem, está clara para mim a intenção deste jornal em denegrir a imagem de um governo que não segue os principíos norteadores da elite dirigente. Mesmo assim vocês deveriam prever que nem todos leitores são parte da elite que dirige este país há 500 anos; aliás, saqueia este país há 500 anos. Vejam no último governo a "venda" do patrimônio público e os valores envolvidos, só isto cala indiscutivelmente a boca daqueles que acusam o Governo Lula de ladrão. Ou vocês querem discutir isso ? Acho que não, pois na mesma página publicam o artigo de um escritor que diz que houve privilégio na destinação de recursos para o ensino universitário (populações não-favorecidas, diga-se de passagem). Quem diz isso é um idiota reacionário, que não deve ser levado em conta. MARTHA T. ASSUNÇÃO É

RESIARTE, COMERCIO DE OBJETOS DE DECORAÇÃO,

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CLAUDETE.MR@HOTMAIL.COM

MARTHATAS@UOL.COM.BR

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

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Ronaldo, Robinho ou equipe? odas as vezes que nossa seleção de futebol entra em campo vivemos um clima de debate, discussão e aprendizagem nacional. Experimentamos os sentimentos mais diversos, ao vermos nossos craques e técnicos tentando se organizar para vencer uma partida, um campeonato. A grande maioria procura entender, justificar, criticar, enfim, opinar sobre a melhor maneira de garantir a nossa posição mundial neste esporte. Porém, agora que estamos partindo para o hexa, poderíamos rever alguns fundamentos importantes para a prática deste esporte, que outras áreas do conhecimento já nos possibilitaram conhecer. Por exemplo, do ponto de vista da formação, do G Gerentes de funcionamento e do gerenciamento de equipes empresas e líderes de futebol, nossas convicções e práticas ainda dei- em organizações xam a desejar. A primeira delas é óbvia: não sabe- é que poderiam mos o que é uma equipe, ou no mínimo temos fazer palestras aos uma compreensão um pouco equivocada do que técnicos de futebol é, e como funciona uma equipe. Se não, vejamos: e não o contrário. - Ainda cremos que a soma de excelentes talentos individuais é uma equipe; estes mesmos talentos deverão nos safar das dificuldades à partir G Descobrimos de um gesto de genialidade e heroísmo, ou seja, tarde que relações na hora H eles devem salvar a equipe. E se não es- mal resolvidas, tiverem nos seus melhores dias? Ronaldo que o vaidades diga, pois o Robinho já está sendo preparado para exageradas, cumprir esta ingrata missão; ausência de - Demoramos em reconhecer uma característi- conforto ca fundamental que só as verdadeiras equipes psicológico, possuem: a sinergia, ou seja, a capacidade da podem levar a equipe produzir um resultado melhor do que o rachas internos melhor resultado que um integrante possa conse- e a desastres guir individualmente; em campo. - Descobrimos tarde que relações interpessoais mal resolvidas, vaidades exageradas, ausência de conforto psicológico, clima de disputas dentro de G Não sabemos o uma equipe pode levar a rachas internos, e a de- que é uma equipe. Ainda cremos sastres em campo; - Acreditamos em mitos, como: em equipe que que a soma de está ganhando não se mexe, conflitos internos são excelentes malignos e não devem fazem parte do cotidiano talentos da equipe, as equipes de trabalho são como uma individuais família, o confinamento de adultos leva à sua in- é "a equipe". tegração, a integração no lazer promove a integração no trabalho, etc., crenças que em outras áreas onde as equipes também funcionam já foram, há muito tempo, “jogadas para escanteio”; - O investimento no conteúdo (capacitação técnica, conhecimento de ferramentas de trabalho etc.) é muito maior do que o investimento no processo de trabalho das equipes (administração interna de conflitos, ajustes interpessoais, modos Mande seu comentário de atuação estratégicos e táticos), comprovando para doispontos@ que talvez não conhecemos ou não damos a dedcomercio.com.br

PAULO SAAB DOS MALANDROS VIGENTES iz o Aurélio: malandro, adj. Preguiçoso. S. m. 1. Vadio, preguiços. 2. Gatuno, ladrão. 3. Patife, tratante. malandragem, s. f. 1. Ato ou dito de malandro. 2. Súcia de malandros." As definições são duras, fortes, mas de um modo geral a "cultura" nacional idolatra a malandragem e os malandros. Desde o locutor ufanista que brada: "É a velha malandragem brasileira" quando algum jogador de

D

desfaçatez com que se faz isso hoje em dia é tanta que o presidente da República, guardião supremo (na teoria) da Constituição e da legalidade no País tem sido um loquaz estimulador de sua infrigência. Depois de usufruir por meses dos benefícios do cargo em proveito próprio, fazendo campanha eleitoral com recursos públicos, negando a recandidatura ao posto, Lula assume o que todos já sabiam, não quer deixar de estar presidente e se utiliza de vícios culturais do país, os quais ajuda a arraigar. Agora que a lei eleitoral proíbe que ele explore

A

Reprodução

Seleção brasileira mostra que tem talentos individuais, mas precisa rever o trabalho em equipe

seguir tentando driblar a legalidade, a moral, a ética, o certo, para obter vantagem pessoal. Reflete a propaganda, agindo assim, esse vício de ignorância cultural, cujo exemplo parte de cima, vindo dos governantes e políticos. Qual deles não é um emérito propagador do "levar vantagem", do "jeitinho brasileiro?".

A melhor saída é todos aprenderem a malandragem. Certo?

Céllus

T

vida importância a esta variável imprescindível do desempenho das equipes: seu processo de trabalho, sua forma de obter resultados; - Nossa concepção de liderança externa (no caso o técnico) e interna (o capitão) também precisa ser revista, pois a força que depositamos na função e no desempenho do líder interno, mostra que sua atuação deve superar a da própria equipe que ele lidera, ou seja, novamente a crença de que um, e somente um indivíduo, deve dar vida a uma equipe que dentro do campo mostra que não funciona bem; - Com o líder externo parece que as coisas são semelhantes: acreditamos na sua soberania em determinar e decidir o que é melhor para a equipe, pois ele detém os requisitos que consideramos fundamental para exercer esta posição - experiência, e conhecimento técnico; - Ainda em relação ao líder externo, parece que para nós ele deve ser uma autoridade - e não um coach como dizem os americanos - recaindo sobre seus ombros o peso da derrota, ou os louros da vitória que ele divide com a equipe por uma questão de estilo pessoal. Enfim, a capacidade e o talento individuais, dos nossos atletas em jogar bola são inegáveis (porque afinal só se falava no Ronaldo, o Fenômeno em 2002?) e os resultados também. No entanto, poderiam ser muito melhores (quem consegue esquecer 1998?) se o futebol se espelhasse em outras áreas de trabalho, onde estas lições já foram aprendidas, e nos brindasse com um pouco mais de competência na gestão de pessoas e de equipes. Dito de outra forma, gerentes de empresas e líderes em organizações, por exemplo, é que poderiam fazer palestras aos técnicos de futebol e não ao contrário como tem freqüentemente acontecido. LUIS FELIPE CORTONI É PROFESSOR DA FUNDAÇÃO VANZOLINI WWW.LCZCONSULTORIA.COM.BR

forma desleal passa a perna no adversário ou engana o árbitro da partida, ou quando o comercial de televisão faz as traves correrem de lado para a bola do adversário não entrar, afrontando as regras do jogo. Gerson, um dos maiores nomes do futebol brasileiro de todos os tempos, artífice da conquista de 70 no México com lançamentos perfeitos de 30 a 40 metros, ficou negativamente famoso porque fez propaganda de um cigarro (Vila Rica, se não me falha a memória e nem sei se existe ainda) dizendo que era preciso levar vantagem em tudo, certo? Foi vítima de um texto publicitário, como o atual, das traves se mexendo, mas revelando o quanto de fato se cultua esse malfadado "jeitinho brasileiro" que nada mais é do que alguém obter vantagem sobre alguém de forma ilegítima ou ilegal. propaganda brasileira, que tem a seu favor o mérito de um código de auto-regulamentação, peca ao não contribuir para a melhor formação educacional de nossa ignorante massa. Ao contrário, a estimula a

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o erário em favor pessoal, alega o presidente que não vai mais inaugurar obras mas vistoriá-las, certamente dando gargalhadas de seu jeitinho de burlar a lei. que mais me preocupa é a anestesia aparentemente geral, imbecilizante e capaz de manter na inércia os brasileiros que pensam, diante da evolução, da institucionalização da malandragem como mérito nacional. Sempre que me refiro à ignorância nacional me questiono para ver se há algum tipo de preconceito embutido. Pode até haver um preconceito contra a própria ignorância, mas decorre do inconformismo de como a sociedade brasileira, seus políticos e governantes, falam da educação como meta sabendo que não agirão, porque com ela eles sairão de cena: o brasileiro saberá pensar, discernir e agir. Talvez a saída seja todos aprenderem a ser malandros. Nivelaria o País por baixo, mas haveria mais igualdade.

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PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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Nacional Tr i b u t o s Estilo Finanças

Fotos: Newton Santos/Hype

Os modelos de lareira mais tradicionais usam lenha para o aquecimento. No entanto, o mercado oferece modelos a gás (foto) e elétricos.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de junho de 2006

O pacote de lenha tradicional custa R$ 15. A lenha ecológica é 15% mais barata.

LAREIRA A LENHA CUSTA ATÉ R$ 20 MIL

LUXO

LAREIRA

CONFORTO & STATUS Paulo Pampolim/Hype

Brasileiros se rendem à nova moda uita gente pode imaginar que as lareiras não seduzem os brasileiros, já que este é um país tropical. Mas, ao contrário, elas são muito utilizadas para aquecer os ambientes, compor a decoração e unir a família. Além disso, são usadas como símbolo de status. Quando o radialista Geraldo de Souza comprou a casa em que mora, o imóvel não tinha lareira. Mas ele não pensou duas vezes e gastou R$ 2,5 mil na instalação de uma versão a lenha. Apesar de tê-la usado poucas vezes, Souza não se arrepende. "Moro na zona norte, onde faz muito frio", diz. "A lareira dá trabalho para limpar e acender, mas a família gosta muito, porque vamos ao parque recolher madeira para fazer o fogo, e depois ficamos todos reunidos conversando", diz o radialista. Já o empresário Paulo Moreira usa a lareira sempre que pode. Ele fez a instalação há pouco mais de um ano na casa em que mora no bairro do Morumbi, zona sul da cidade. O

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investimento foi de R$ 12 mil. "Optei por um sistema que aquece os dois andares do imóvel, que acabou ficando mais valorizado", acredita. Opções Para quem decide ter uma lareira, o mercado oferece várias opções: a lenha, a gás ou elétrica. É possível mandar fazer ou comprá-la pronta. A gerente da Calorarte, empresa especializada em lareiras, Susana Fornero, destaca um modelo que funciona a lenha, mas é também um recuperador e irradiador de calor. O preço fica entre R$ 5 mil e R$ 20 mil. "O brasileiro se preocupa com a calefação do ambiente. E não é só a classe A que prioriza a instalação. Os moradores de Aldeia da Serra, Tamboré, Granja Viana e de condomínios próximos a São Paulo também se interessam", detalha. A L C Z L a re i r a s o f e re c e equipamentos a gás – 70% dos modelos são de fabricação própria e 30% importados dos Estados Unidos. "A facilidade é que as lareiras a gás não fazem sujeira, porque não precisam de madeira e não têm cha-

miné", afirma o gerente de vendas Luiz Augusto Sanches Chocair. O preço desse tipo varia de R$ 1,5 a R$ 7 mil. "Os imóveis com lareira são mais valorizados ", diz. Decoração No quesito decoração, elas também fazem sucesso. A arquiteta Lia Carbonari criou lareiras para as edições de 2005 e 2006 da Casa Cor, uma das maiores mostras de decoração do País – uma em casa de campo e outra dentro de um espelho d’água. Ambas são a gás. Para ela, a lareira chega a substituir a televisão, já que tem cores, ruídos e movimento. "É inevitável ficar olhando o fogo. Com a expansão da rede de gás encanado na cidade, ficou mais fácil implantar a lareira nos ambientes", afirma. Porém, se for em um apartamento é preciso instalar um duto da cozinha para o ambiente em que será colocada a lareira. A arquiteta descarta o uso da lareira elétrica devido ao gasto de energia. "O consumo é alto, equivalente ao do ferro de passar roupas."

Além da questão estética e de status, o comportamento da população vem ajudando o mercado de lareiras. "As pessoas querem ficar mais em casa, com os amigos; por isso um ambiente aconchegante agrada tanto", afirma o designer de interiores Gilberto Cioni, do escritório Olegário de Sá e Gilberto Cioni. Porém, para não fazer feio diante dos amigos e da sociedade, a arquiteta Yara Santucci Barreto, da Arco Arquitetura, diz que é preciso ter bom senso. "Uma casa de campo tem tudo a ver com lareira. Mas em um imóvel no litoral não faz sentido. A presença da lareira não pode ser apenas decorativa", afirma. Quem escolhe o modelo tradicional encontra madeira com relativa facilidade em supermercados ou postos de gasolina. O pacote com 12 quilos sai, em média, por R$ 15. Os consumidores encontram também a lenha ecológica, feita com restos de madeiras descartados pelas madeireiras, que custa, em média, 15% menos.

Paulo Pampolim/Hype

Neide Martingo

Divulgação

No alto, a família de Geraldo de Souza. Acima, detalhe de sua lareira.

Sala exposta na Casa Cor, com lareira a gás, criada pela arquiteta Lia Carbonari

Chocair fabrica e importa produtos dos Estados Unidos

Mercado oferece vários modelos aos consumidores

Detalhe do acendedor automático para os novos modelos

Chocair: lareiras a gás são melhores porque não fazem sujeira


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 28 de junho de 2006

Não haverá negociações, nem barganha, nem acordos. Ehud Olmert, primeiro-ministro de Israel

Internacional ISRAEL INVADE GAZA

EXÉRCITO ISRAELENSE BOMBARDEIA PONTES E ESTAÇÕES DE ENERGIA E COMEÇA A INVADIR TERRITÓRIO Fotos: Yannis Behrakis/Reuters

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srael invadiu na madru- Shalit. São 313 adolescentes e gada desta quarta-feira 95 mulheres. O governo israe(pelo horário local) a Fai- lense negou que esteja negoxa de Gaza para resgatar ciando com os grupos palestio soldado Guilad Shilat, cap- nos e reiterou a declaração do turado por militantes palesti- primeiro-ministro Ehud Olnos que no domingo atacaram met de que não se submeterá um posto do Exército israelen- "à chantagem dos terroristas". se, perto da fronteira com esse Em seu site, o Hamas destacou território. Esse é o primeiro que há um canal de comunicagrande ataque terrestre israe- ção com Israel sobre a libertalense contra a região desde ção de prisioneiros em troca que o país retirou, em setem- de Shalit. Militares israelenses bro, suas tropas e colônias ju- disseram, extra-oficialmente, daicas de Gaza. Pouco depois, que uma equipe de negociaos grupos palestinos que cap- ções foi ativada. turaram o soldado ameaçaO grupo Comitês de Resisram matá-lo se tência Popular, Israel não puser envolvido na fim à ofensiva. captura, inforTropas e tanmou ontem que ques invadiram Shalit está em o território pela Israel "um lugar seguárea de Rafah, não se ro" e anunciou no sul, depois ter seqüestrado submeterá que a aviação u m c o l o n o j ub o m b a r d e o u à chantagem deu na Cisjordâtrês pontes que dos terroristas nia, fato que está conectam o norEhud Olmet, sendo investite ao sul do terriprimeiro-ministro gado pela polítório para impede Israel cia israelense. dir que os miliUm colono de 18 tantes removesanos está desasem Shilat para parecido desde domingo. o norte. O setor de inteligência israelense acreEx pl os ão - A explosão de dita que Shalit esteja no sul, um carro perto da residência perto de Rafah. oficial do presidente da AutoA aviação também disparou ridade Nacional Palestina, mísseis contra estações de Mahmoud Abbas, em Gaza, energia elétrica, deixando às provocou a morte de um miliescuras amplas áreas costeiras. tante do Hamas ontem. Dois Essa central distribui eletrici- pedestres ficaram feridos. Sedade proveniente de Israel pa- guranças identificaram a vítira 70% do território, disseram ma como um jovem de 21 anos funcionários do governo pa- filiado ao braço armado do Halestino. mas. Segundo testemunhas, o Os três grupos que o captu- carro foi atacado por um avião raram, incluindo a ala militar israelense. O Exército de Israel, do Hamas, exigem que Israel que costuma admitir quando solte todas as mulheres e me- promove ações contra suposnores de 18 anos presos em tos militantes palestinos, netroca de informações sobre gou envolvimento. (AE/AP)

Tanques israelenses avançam pelos campos da fronteira de Gaza, onde tropas do Exército se concentraram para a invasão do território

Soldados israelenses minutos antes da invasão: o objetivo da ação foi impedir que palestinos removam soldado capturado no domingo Namir Noor-Eldeen/Reuters

VÊNUS ados enviados pela sonda Venus Express, a Agência Espacial Européia (ESA), confirmam a presença de um enorme vértice atmosférico com "dois olhos" no pólo sul do planeta Vênus. As informações que permitiram essa conclusão foram recolhidas durante a primeira órbita da sonda ao redor do planeta, que teve início em 11 de abril e durou nove dias. Nessa órbita de captura, a distância da Venus Express em relação à superfície venusiana oscilou entre 359.000 km e 400 km.

D Ó RBITA SADDAM A Justiça iraquiana retomará o julgamento de Saddam Hussein em 21 de agosto

NAOMI, A PATROA m silêncio, com óculos escuros e usando um vestido preto bem justo, Naomi Campbell esteve ontem em uma sala de audiências de Manhattan para responder acusações de ter golpeado uma de suas empregadas com um telefone celular. Policiais disseram que seria bem possível a realização de um acordo entre a celebrada modelo e sua empregada. A verdadeira ação ocorreu fora dos tribunais, onde cerca de 50 fotógrafos e cinegrafistas esperavam a top model para registrar seu comparecimento diante da juíza Evelyn Laporte. Naomi, sua pequena comitiva e o advogado David Breitbart permaneceram entrincheirados dentro do

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tribunal durante uns cinco minutos, até que um automóvel chegou e os levou para longe dos jornalistas. A defesa aceitou um recesso para um possível acordo de culpa e a juíza Laporte ordenou a todos que voltem ao tribunal em 27 de setembro. Naomi, de 36 anos, não falou durante a breve audiência. Em 31 de março, ela chegou a ser presa por ter supostamente jogado o celular em uma de suas funcionárias ao notar que uma de suas calças havia sumido. A modelo disse que as alegações são "totalmente falsas". Mas sua empregada, Ana Scolavino, foi atendida no Hospital Lenox Hill com uma lesão na cabeça após o incidente. (AE/AP)

PARAGUAI ex-presidente paraguaio Luis Gonzáles Macchi, que governou o país de 1999 a 2003 apelou ontem, em Assunção, da sentença de seis anos de prisão recebida por ele pelo desvio de US$ 16 milhões de bancos privados quebrados para contas nos Estados Unidos. O advogado do ex-presidente Macchi – seu irmão José Ignacio – disse que o caso mostrou juízes e promotores empenhados na "criação de provas". (AE/AP)

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FUGA DA VIOLÊNCIA erca de 150.000 iraquianos abandonaram ou se viram forçados a abandonar suas casas desde o início da escalada da violência sectária provocada pelo ataque a bomba contra uma mesquita xiita quatro meses atrás, informaram as Nações Unidas. O escritório da ONU em Bagdá afirmou que agora são cerca de 1,3 milhão de deslocados internos no Iraque, cerca de 5% da população de 25 milhões. Ontem, um militante suicida conduziu um carrobomba até um posto de gasolina em Kirkuk, no norte do país, e desencadeou uma

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explosão que provocou a morte de mais três pessoas e feriu 17, informou a polícia local. Quinze carros foram incendiados na explosão, prosseguiu o coronel de polícia Adel Abdullah. A Missão de Assistência da ONU no Iraque expressou preocupação com a onda de violência. Xiitas e sunitas em todo o país começaram a abandonar vizinhanças mistas depois de receberem ameaças, ou serem vítimas da violência de grupos rivais. Cerca de 3.200 famílias abandonaram a cidade de Ramadi nas últimas duas semanas devido a operações militares dos Estados Unidos.


Yannis Behrakis/Reuters

Leão já devorou R$ 400 bilhões Mesmo os apressados para ver o jogo contra Gana que passaram ontem diante do Impostômetro (foto) instalado na fachada da ACSP, por volta das 7h30, perceberam que o taxímetro do Fisco havia atingido R$ 400 bilhões. A reação foi de indignação. Eco/4

Israel invade Gaza Inter/ 4

Paulo Pampolin/Hype

Ano 81 - Nº 22.157

São Paulo, quarta-feira 28 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h30

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

La revanche

MEXPORT/AFP

MEXPORT/Omar Martinez/AFP

Ronaldo fulminou Gana no começo dos 3 a 0. Zidane comandou reação contra a Espanha: 3 a 1. Em 1998, o francês humilhou o Fenômeno. Em 2002, Ronaldo levou o título e a França, humilhada, sequer chegou às oitavas. Em 2006, os dois galáticos do Real Madrid vão encontrar-se de novo, para o tudo ou nada. Confiantes, os torcedores da Super Bleu não admitem derrota contra a nossa Seleção, sábado. Em São Paulo, ganeses assistiram juntos ao fim de um sonho, enquanto no Anhangabaú 15 mil vibraram, coloridos de Brasil. Para os supermercados, a Copa é só lucro; mas os HOJE Parcialmente nublado lojistas de rua sofreram no bolso; ontem vendas caíram Máxima 20º C. Mínima 9º C. AMANHÃ até 90%. Analista, o correspondente Larry Rohter, do NYT, Parcialmente nublado Máxima 22º C. Mínima 10º C. escreveu na web que Lula achou a maneira perfeita de combinar política e futebol para contra-atacar adversários. E artigo de Luis Felipe Cortoni mostra que a Seleção tem talentos individuais, mas deve rever o trabalho em equipe. Leia em: Copa; Cidades/2 e 3; Economia/1; Política/3 e Dois Pontos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de junho de 2006

1 Restaurantes da cidade aproveitam a ânsia dos consumidores por gols e comemoração

INDEPENDENTE DOS RESULTADOS NOS GRAMADOS, SUPERMERCADOS FATURAM COM O MUNDIAL

SUPERMERCADOS COMEMORAM COPA Andrea Felizolla/LUZ

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ipocas, salsichas, refrigerantes, salgadinhos e cerveja estão e n t re o s p ro d u t o s mais vendidos pelos supermercados nos dias dos jogos do Brasil. Ontem, com a partida contra Gana marcada para o meio-dia, o varejo concentrou seus esforços na parte da manhã, sabendo que o grande movimento ocorreria perto do horário do jogo. O consumidor, em geral, faz as comprar na última hora, explicou Marina Levoto, gerente do Pão de Açúcar da Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, no Jardim Paulista. A orientação era para que todos os funcionários estivessem a postos. Nos jogos anteriores do Brasil, itens como salgadinhos e cervejas sumiram em minutos das prateleiras, em todas as lojas, segundo o Pão de Açúcar. A venda de batatas fritas, por exemplo, chegou a triplicar. Perfil – As terças-feiras, segundo Marina, são dias de bom movimento na loja da Brigadeiro. O tíquete médio é alto, embalado pelas compras do mês. Ontem, um pouco antes das 10 horas, a freqüência estava "um pouco acima do normal", mas com tíquete médio mais baixo que o das terças-feiras quando não há jogo. Uma espiada nos carrinhos mostrava o que Marina já adiantara, com base na experiência. Ontem, as pessoas buscavam pipocas – de estourar e de microondas –, salgadinhos, ingredientes para lanches e petiscos variados.

Cícera: só salgadinhos e lanches

O consumo da cerveja, geralmente impulsionado pelos jogos perdia, aparentemente, para o de refrigerantes. O horário do jogo inviabilizou a dispensa do trabalho, onde, em geral, não se pode consumir bebida alcoólica. To r ce d o r – Cesário Aleixo era uma exceção. As compras que ele fazia para embalar a torcida do escritório em que trabalha com cerca de 30 pessoas também incluiam a cervejinha, ao lado de itens como salgadinhos, pipoca, guaraná e frios para os lanches. Funcionário do escritório central de uma construtora, Aleixo apostava no resultado de três a um para o Brasil, que lhe daria a vitória – e R$ 260 – no bolão feito entre os colegas de trabalho. Délio de Almeida, dono de uma produtora de vídeo, também se abasteceu no supermercado na manhã de ontem por conta da Copa do Mundo.

Nos jogos anteriores ele dispensou a equipe. Ontem, no entanto, seus 25 funcionários só pararam para assistir ao jogo. Bebidas alcoólicas foram descartadas em prol das salsichas para lanche e carnes que prometiam um churrasco. Já a empresária Cícera Santos dava preferência à pipoca de microondas e aos lanches prontos. Prestadora de serviços para a área de seguros, ela também aboliu o álcool das comemorações entre os colegas. Sazonalidade – Segundo dados divulgados pela assessoria de imprensa do Pão de Açúcar, nos dias em que o Brasil entrou no gramado, a venda de cervejas cresceu 25%. No caso das carnes, o aumento foi pontual, de 45% no domingo em que a seleção mandou os australianos para casa. Para Manuel Henrique Farias Ramos, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo, não se pode assegurar que a venda de carne cresça durante os jogos do Brasil. Ele lembrou que pesquisas realizadas pelo setor apontam que o crescimento do consumo de carne está, geralmente, associado ao aumento do poder aquisitivo dos trabalhadores que têm seus rendimentos atrelados ao salário mínimo. No caso das bebidas não-alcoólicas, a associação do setor (Abir) estima obter vendas 5 % m a i o re s n o s m e s e s d e junho e julho, sobre igual período exercício de 2005. Fátima Lourenço

Aleixo não faturou o bolão, mas sua comemoração incluiu até cervejinha no meio do expediente. Andrea Felizolla/LUZ

Jogo em horário de almoço expandido alterou a costumeira agitação da Rua 25 de Março, tradicional pólo de consumo popular de SP.

Varejo sofre mais uma derrota

Milton Mansilha/LUZ

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Na 1900, a combinação de gols e pizzas alegrou os proprietários

Executivos comemoram no Itaim

Bares e restaurantes no lucro

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uem passou pelas ruas de São Paulo ontem durante o horário de almoço encontrou uma típica "cidade-fantasma". O motivo: jogo do Brasil. Com os olhos grudados na televisão, os torcedores reuniram-se em bares e restaurantes para torcer pela classificação da seleção canarinho. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SP), Joaquim Almeida, a freqüência nesses estabelecimentos da cidade foi 20% maior do que o normal. "Os grandes beneficiados foram os estabelecimentos próximos aos escritórios", disse Almeida. Enquanto a bola rolava, as TVs do Café Girondino, na Rua Boa Vista, eram as mais concorridas da região. "O jeito foi dobrar o horário de almoço, já que tudo pára nessa hora", disse o advogado Dinei Ramos. Executivos – No Itaim Bibi, zona sul de São Paulo, o restaurante Sagrado Bar nunca esteve tão movimentado. Uma hora antes de o jogo começar, o corre-corre dos funcionários já demonstrava a loucura que seria durante a partida. "Todos os lugares estão reservados, e ainda tem gente querendo almoçar", comemorou o gerente João Nascimento. O restaurante, que diariamente atende entre 200 e 260 pessoas, ontem recebeu 220 de uma só vez.

Kátia, Cecília e as cores do Brasil

Executivos torciam vestidos com ternos e gravatas impecáveis. Nem o gol de Ronaldo foi capaz de desarrumá-los. Tudo acaba em pizza – Mesmo em uma cidade grande como São Paulo, é difícil encontrar uma pizzaria aberta durante o dia. Mas nada que um jogo da seleção brasileira não mude. Ontem, a Pizzaria 1900, na Vila Mariana, estava cheia de torcedores apaixonados pela receita tipicamente italiana. Diferente do restaurante do Itaim, o público ali presente era mais familiar. Segundo o gerente Alberto Cavalcante, transmitir os jogos da seleção foi uma idéia que deu certo. "Como nunca abrimos no almoço, o que vier, é lucro." Para a Copa do Mun-

do, a 1900 fechou pacotes de R$ 40 para os homens e R$ 35 para as mulheres. "O projeto incluiu pizza à vontade, chopp e caipirinha", explicou ele. Fanática por futebol, Jacy Denoce levou filha e netos para torcer no local. "Criança ama pizza, então, juntamos o útil ao mais que agradável." Petiscos – O Bar Pedaço da Vila, na Vila Madalena, estava lotado durante o horário do almoço. Para o sócio-proprietário da casa, Reinaldo Elias, ver o empreendimento cheio em plena terça-feira é novidade. "Abrimos só porque tinha jogo, e deu certo. O telão instalado durante esta Copa do Mundo foi um bom investimento", disse um feliz Elias. No fundo do bar, uma dupla chamava a atenção. Devidamente uniformizadas com camiseta e óculos do Brasil, Cecília Maria e Kátia Engracia eram pura alegria. Quando Zé Roberto fez o terceiro gol para a seleção brasileira, as amigas se abraçaram. "Eu já sabia! Esse ano não tem para ninguém. O povo brasileiro precisa dessa felicidade", disse a torcedora. Entre uma garfada e outra, garçons e clientes se confraternizavam esperançosos. Ao final, o Brasil estava classificado para as quartas-de-final, e os donos de bares e restaurantes têm motivos para comemorar. Vanessa Rosal

vitória da seleção brasileira sobre o time de Gana empolgou a torcida, mas não entusiasmou o comércio de rua ontem. Mais uma vez, os lojistas da região central da cidade – que baixaram suas portas por volta de 11h30 e só retornaram depois das 14h30 – registraram queda de até 90% nas vendas. Para a gerente da loja Festas e Fantasias, Geovanise Marques, embora o movimento tenha caído ontem, a classificação do time brasileiro ainda aquecerá as vendas por um bom tempo. "Enquanto o Brasil permanecer na Copa, o pessoal vai continuar comprando. No início, vendemos muitos produtos para decoração. Agora, o que mais sai são cornetas e buzinas", comentou. Mesmo depois das 14h30, na região da Rua 25 de Março, muitas lojas ainda estavam com as portas fechadas ou entreabertas. Alguns vendedores permaneciam de braços

Oliveira reduziu a equipe

cruzados à espera de clientes. Segundo o gerente da Karisma, loja de bijuterias localizada na ladeira Porto Geral, os funcionários só voltaram ao trabalho para cumprir horário, pois não havia expectativa de venda. "Em dias normais, nosso pico ocorre entre 11h30 e 14h30. Hoje, o dia foi perdido. O movimento foi de apenas

10% do habitual", disse. A vendedora Alessandra Aparecida Bispo Ramos confirmou o quadro ruim. "Se vendi R$ 200 foi muito. Normalmente, não vendo menos de R$ 5 mil." Os funcionários da Armarinhos Fernando, como de costume, iniciaram a jornada de trabalho às 7 horas. Ontem, por causa do jogo, foram liberados às 11 horas. Até então, segundo o gerente da loja, Jeferson Garcia Leite, o movimento também foi muito fraco. "Nossas vendas caíram cerca de 70%. Acredito que o pessoal preferiu não sair de casa", afirmou. "Pior é que o resto do dia vai ser o mesmo marasmo." Para o gerente da Conexão, loja de roupas na Rua São Bento, Leandro de Oliveira, a esperança era de que o movimento aumentasse após as 18 horas. "Reduzimos o quadro de funcionários. Normalmente, temos oito. Hoje, apenas quatro", informou. Maristela Orlowski


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de junho de 2006

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Apesar de termos feito um gol no início, erramos passes demais. Isso não pode se repetir.” Cafu

Roberto Schmidt/AFP

almanaque

BRASIL Celso Unzelte

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inda não foi a exibição de gala que todo o mundo espera do Brasil, mas os 3 a 0 sobre Gana mostraram, em Dortmund, uma equipe mais solta do que nos dois primeiros jogos da Copa e, principalmente, mais equilibrada em todas as suas linhas, apesar de uma certa dificuldade para impor o ritmo no meio-decampo. Acima de tudo, o resultado garantiu a classificação para as quartas-de-final, pelas quais o time entra em campo novamente no sábado, para enfrentar a França, em Frankfurt. Como comentaria depois o próprio técnico Carlos Alberto Parreira, não foi uma vitória tranqüila. O Brasil entrou em campo com a mesma (e contestada) escalação dos dois primeiros jogos, contra Croácia e Austrália. Logo em um dos primeiros lances, Kaká encontrou Ronaldo entrando livre pelo meio da zaga rival. Assim o astro marcou seu 15º gol em Copas do Mundo, superando o alemão Gerd Müller, autor de 14 entre os Mundiais de 1970 e 1974. Aos 12, em lance muito parecido, quem apareceu livre diante do goleiro foi Adriano. Mas, ao contrário de seu companheiro de ataque, em vez de marcar, foi ao chão, pedindo pênalti. E só ganhou cartão amarelo.

Brasil x França, pela 4ª vez

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Ronaldo, aos 5 minutos do primeiro tempo: após o drible no goleiro Kingson, um toque leve na bola para fazer 1 a 0 Ina Fassbender/Reuters

N

o resto do primeiro tempo foi Gana quem continuou com maior posse de bola. Mesmo sem pontaria, os africanos insistiam no ataque, e só não chegaram a empatar após uma cobrança de escanteio porque Dida, milagrosamente, salvou com o pé a cabeçada certeira de Mensah. Na hora em que o sufoco mais aumentava, o Brasil arrumou mais um contra-ataque. Foi novamente Kaká quem passou a bola para Cafu cruzar. Adriano, mesmo impedido, mandou para o gol. Foi o de número 200 do Brasil na história das Copas do Mundo, marca que nenhum outro país alcançou até hoje. Por conta daquele lance, Ratomir Dujkovic, o técnico sérvio de Gana, ironizou: “O juiz podia vestir camisa amarela”. E acabou expulso do jogo. Com o resultado a seu favor, o Brasil tinha tudo para voltar mais tranqüilo no segundo tempo. Porém não foi bem isso o que aconteceu.

BRASIL 3 Adriano, aos 46 minutos do primeiro tempo: impedido, desvia de raspão a bola cruzada por Cafu e faz 2 a 0 Albert Gea/Reuters

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ana seguiu insistindo, chutando muito, obrigando Dida a aparecer bem pelo menos mais duas vezes, e até terminou com maior percentual de posse de bola (52% a 48%). Mas faltavam talento, principalmente na hora da conclusão, e qualidade. Coisas que o Brasil tem de sobra. Aos 34 minutos, Juninho Pernambucano, que havia entrado no lugar de Adriano, cruzou e Mensah cabeceou forte, só que dessa vez contra seu próprio gol, e obrigou o goleiro a uma defesa assustada. Para piorar as coisas para os africanos, quando faltavam dez minutos, Asamoah foi expulso, por simular pênalti. Dali para a frente, o Brasil só teve um trabalho: o de fechar a conta com um belo gol de Zé Roberto, que se livrou do goleiro depois de receber lançamento longo de Ricardinho. Nos minutos finais, Ronaldo, Cafu e Juan ainda tiveram chance de aumentar, mas pararam no goleiro. E nesses 3 a 0 que mantêm acesa a chama do hexa.

as quartas-de-final desta Copa do Mundo, o Brasil enfrentará a França pela quarta vez pela competição. A mais recente foi na final de 1998, em que os franceses, jogando em casa, ganharam por 3 a 0 e conquistaram seu único título mundial. Antes daquela partida, brasileiros e franceses haviam se encontrado em dois outros jogos decisivos de Copas. Em 1958, nas semifinais, o Brasil despachou a França com goleada: 5 a 2. Em 1986, pelas quartas-de-final da Copa do México, os franceses deram o troco. Após empate por 1 a 1 (com Zico perdendo um pênalti no segundo tempo), a decisão foi para as penalidades máximas. Os franceses ganharam (4 a 3) e foram às semifinais. . Ontem, contra Gana, Ronaldo chegou ao 15º gol, superando o alemão Gerd Müller como maior artilheiro em Copas. . Adriano marcou o gol 200 do Brasil na história da competição. . Cafu completou 19 jogos em Mundiais, isolando-se como o recordista brasileiro.

Dida; Cafu, Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Emerson (Gilberto Silva 1/2), Zé Roberto, Kaká (Ricardinho 38/2) e Ronaldinho Gaúcho; Adriano (Juninho Pernambucano 16/2) e Ronaldo. Técnico: Carlos Alberto Parreira.

GANA 0 Kingson; Pantsil, Mensah, Shilla e Pappoe; Muntari, Addo (Boateng 15/2), Draman e Appiah; Amoah (Tachie-Mensah 25/2) e Asamoah Gyan. Técnico: Ratomir Dujkovic.

Zé Roberto, aos 39 minutos do segundo tempo: balãozinho em Kingson e o toque sutil para fechar o placar em 3 a 0

Local: Westfalenstadion, em Dortmund. Árbitro: Lubos Michel (ESQ). Gols: Ronaldo 5/1, Adriano 46/1 e Zé Roberto 39/2. Cartões amarelos: Appiah 7/1, Muntari 11/1, Adriano 13/1, Pantsil 29/1, Addo 38/1 e Juan 44/1. Cartão vermelho: Asamoah Gyan 36/2.


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quarta-feira, 28 de junho de 2006

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Cidades POLÍCIA DE SP ENTRA EM ALERTA TOTAL A Polícia Civil monitora autores de homicídios eventualmente em liberdade, pois muitos teriam dívidas com o PCC.

Alertada para o risco de retaliação do PCC, com novos ataques a unidades, a polícia paulista reforçou os cuidados com a segurança individual e de suas instalações

O

s comandos das polícias Civil e Militar reforçaram ontem o alerta total nas unidades policiais da capital e do interior do Estado de São Paulo para prevenir uma possível reação do crime organizado à morte de 13 supostos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), na segunda-feira. A Polícia Civil surpreendeu um grupo de criminosos que teria sido incumbido de matar agentes penitenciários na Grande São Paulo e na ação morreram 10 suspeitos em São Bernardo do Campo e três em Diadema. Os policiais foram alertados para o risco de retaliação, com novos ataques a unidades policiais, como as que ocorreram em maio. A recomendação reforça os cuidados com a segurança individual, como o porte de armas e munição, coletes à prova de bala e de outros equipamentos de proteção. Também pede que seja evitado o uso de celular para comunicação estratégica, pois os bandidos estariam usando a mesma arma da polícia (a interceptação de conversas telefônicas) para programar ações. Nas bases operacionais, a orientação é para que a segurança seja feita de forma pouco ostensiva para não alarmar a população. "Interdição de acessos, como houve naquele período, só em último caso", disse um oficial da PM que pediu para não ser identificado. Segundo ele, apesar de a operação na Grande São Paulo ter sido feita pela Polícia Civil, os policiais militares também seriam alvos de uma possível vingança. "Se houver, nossos homens estarão preparados", disse. Na série de ataques de maio, segundo ele, a polícia foi surpreendida, pois jamais havia sido enfrentada daquela forma. O oficial revelou que os comandos têm estimulado os policiais a não deixarem de usar a farda no trajeto para casa ou a caminho do trabalho, apesar de eventual risco. Seria uma forma de mostrar destemor e ganhar a confiança da população. As novas ordens incluíram um reforço no patrulhamento noturno, principalmente nas imediações de presídios. A Polícia Civil foi incumbida de monitorar autores de homicídios eventualmente em liberdade, pois muitos estariam em dívida com o PCC. Pelas normas da organização, o "filiado" que pratica crimes sem ser autorizado, fica em dívida com a facção. No caso de homicídio, a dívida é de R$ 200 mil. A forma de paga-

Hélvio Romero/AE

Mesmo sem porte, agentes andam armados

A

Distrito Policial da Capital teve sua segurança reforçada durante a madrugada de ontem por homens e viaturas da Polícia Militar e Polícia Civil

mento mais usual é cumprir uma "missão", que pode ser um ataque à polícia. Segundo o oficial da PM, outra ordem diz respeito às denúncias que chegam da população. "É para verificar tudo, com cuidado para não cair em armadilhas". Na segunda-feira à tarde, por exemplo, uma base da PM de Osasco, na Grande São Paulo, recebeu a informação sobre a movimentação de cargas num depósito em área comercial. "Parecia algo improvável, pois era horário comercial e os veículos estavam na rua", contou o policial. Na abordagem, a polícia descobriu que as cargas de pneus e açúcar de três caminhões eram roubadas e seis pessoas foram presas. Ataques – O PCC planejava atacar agentes penitenciários em prisões de Presidente Prudente, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. As informações foram colhidas pelos próprios agentes do sistema paulista. Por causa das ameaças permanentes, os mais de 20 mil agentes do Estado estão tomando medidas para evitar serem surpreendidos pelos criminosos. O principal cuidado é se expor o mínimo possível, evitar festas, não permanecer em bares e alterar a rotina. Sob tensão permanente, a categoria avalia a possibilidade de retomar a greve, que durou uma semana e foi interrompida no dia 1º de junho. "A luta é para melhorar as condições de trabalho, mas, por enquanto, nada foi feito. Podemos retomar

Daniel Kfouri/Folha Imagem

Frase afixada em mural da Delegacia Seccional de São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista

o movimento a qualquer momento", afirmou um agente. O estado de alerta se alastrou também para os policiais. Um cabo da PM que atua na região de Pirituba, no 4º Batalhão, na zona norte de São Paulo, saiu de casa cedo ontem e permaneceu todo o dia fora por causa dos ataques de segunda-feira. Ele tem dois filhos, de 14 e 6 anos, e mora perto de uma favela onde as pontos-de-venda de drogas são dominados pelo PCC. "Voltamos a ficar em alerta e nesses momentos sempre procura-

mos evitar ao máximo expor nossos familiares", disse. Ele contou que a tropa, longe de celebrar a ação de segundafeira, ficou mais apreensiva por temer eventuais vinganças. Como aprenderam com os ataques de maio, estão mais preparados para evitar as armadilhas. O serviço de inteligência da PM passou a relatar ao pelotão o nome e a foto de suspeitos de pertencerem às facções nas respectivas regiões em que cada grupo atua. "Mas as maiores precauções precisam ser tomadas em casa. Meu

filho, por exemplo, parou de sair de casa à noite", disse. O juiz-corregedor da Vara de Execuções Penais de São Bernardo do Campo (SP), Luís Geraldo Santana Lanfredi, decretou ontem segredo de Justiça no caso dos 13 suspeitos mortos pela polícia no ABC, na segunda-feira. Segundo a polícia, os mortos eram soldados do PCC, cumpriam ordens vindas dos presídios e preparavam um ataque a agentes penitenciários do Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Bernardo. (AE)

morte de 13 homens ligados ao PCC deixou mais t e n s o o c l i m a e n t re o s agentes penitenciários das prisões do interior de São Paulo. O medo é de que a facção retalhe a morte de seus integrantes com novos ataques. Para se defender de um possível atentado, muitos agentes optaram por andar armados no trajeto entre a casa e o trabalho. Esse é o momento em que eles correm mais perigo de ser atacados. Por isso, mesmo sabendo que podem ser presos, pois o porte ainda é proibido, decidiram correr o risco. "Eles preferem correr o risco de serem enquadrados num crime inafiançável a ficar expostos a um atentado. É o medo que fala mais alto", diz Renato Foshina, diretor regional do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sinfuspesp). Segundo ele, a entidade tem conhecimento da situação. "São muitos os que possuem armas, mas não temos o que fazer porque sabemos das dificuldades enfrentadas por eles", disse Foshina. Reação - "A gente sofre ameaças e não dá para ficar sem fazer nada", afirma O.R.S., que trabalha numa prisão do oeste paulista, sobre o fato de andar com um revólver. Os agentes paulistas não podem portar armas porque o Estatuto do Desarmamento, que libera o uso de armas para eles, ainda não foi regulamentado no Estado. Os mortos – O nome dos mortos pela polícia, anteontem: Adriano Wilson da Silva, o Boy (apontado como um dos líderes da a ç ã o ) ; We l l i n g t o n d e Araújo Carvalho; Mário Tavares, o Magoo; Ana Paula Souza; Marcelo Alves dos Santos; Edson Dantas da Silva, o Caixa; Nilton Pereira da Silva, o Niltinho; Evilson Rodrigues da Silva, Eduardo de Oliveira dos Santos, o Du; Gilberto Inácio Ferreira, o J u b a ; M á rc i o J o s é d o s Santos, o Marcinho; Francisco de Assis Leite, o De Assis; e Fernando de Almeida, o Fedô. (AE)

Marcos Fernandes/Luz - 05/04/2005

LDO DEVE SER VOTADA AMANHÃ Ivan Ventura s vereadores devem votar amanhã, em segunda votação, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do município. O objetivo da LDO é apontar, durante a elaboração do orçamento da Prefeitura para 2006, as obras e investimentos prioritários. Depois de aprovada, os vereadores saem para o recesso parlamentar de julho. A LDO, certamente, provocará polêmicas. Isso porque o substitutivo do projeto, do vereador Paulo Fiorillo (PT), prevê pelo menos três artigos com prováveis chances de discussões acaloradas no plenário. Um deles é o 4º, que obriga a Prefeitura a regionalizar a proposta orçamentária, enumerando os gastos previstos para cada região da cidade. Nos gastos da região do Ipi-

O

ranga, por exemplo, deverá aparecer o dinheiro para o setor administrativo, investimentos na região e serviços de manutenção que o bairro terá ao longo do ano. O valor será submetido a audiências públicas nas subprefeituras. Emenda – O artigo 14 também poderá atrasar a votação. Ele refere-se ao remanejamento do dinheiro de uma secretaria para outra. Segundo a proposta, a suplementação vinda de outra unidade só poderá acontecer com aprovação dos vereadores. A idéia é retirar a autonomia do Executivo.

Um exemplo desse remanejamento aconteceu no início do ano. A Prefeitura anunciou a falta de dinheiro para transportes e retirou parte da verba de outras secretarias para suprir essa necessidade. O procedimento seria proibido caso a emenda já estivesse aprovada. Para o vereador Francisco Chagas, membro da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, o objetivo das duas emendas é vigiar e cobrar as promessas de obras que aparecem no orçamento. "A regionalização e o impedimento de remanejamento são formas de obrigar o Executivo a planejar melhor a lei orçamentária". P r e c a tó r i o - Um terceira emenda sugere que, quando a Prefeitura apresentar um superávit ao fim de um ano, 25% do valor seja destinado a pagamento de dívidas fundadas (compromissos superiores a

12 meses, contraídos para atender desequilíbrio orçamentário ou financiamento de obras e serviços). A emenda prevê ainda 15% para o pagamento de precatórios alimentares (dívidas com funcionários públicos). A Prefeitura já é obrigada a repassar 13% para servidores em caso de superávit. A dívida com o funcionalismo existe desde 1998 e essa seria a emenda " luz no fim do túnel". Pois se, como em 2005, a Prefeitura tiver uma sobra de caixa em torno de mais de R$ 400 milhões, os servidores poderiam voltar a sonhar em resgatar esse dinheiro. Ao que parece, apenas o PSDB e PFL são contra esses artigos. Os petistas, com 12 vereadores e os membros do Centrão, com 17, deverão votar favoravelmente as alterações da proposta.

Vereador Fiorillo (PT) é o autor do projeto substitutivo que poderá provocar polêmica na Câmara. Existem três artigos que prometem discussões acaloradas entre os vereadores.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de junho de 2006

Quem falava que Vieira e Zidane não deveriam mais jogar terá de calar a boca." Raymond Domenech, técnico da França AFP

paSse livre Roberto Benevides

Brasil 100%

M

Vieira deu o passe para o gol de empate contra a Espanha, marcou o gol da virada e foi escolhido como o melhor em campo na vitória por 3 a 1

É A FRANÇA A

França ressuscitou. Depois de uma primeira fase medíocre, os "Bleus" venceram ontem a Espanha por 3 a 1, com autoridade de quem já tem um título mundial diante que uma seleção que vinha jogando bonito (a Espanha fez a melhor campanha entre as 32 seleções da primeira fase), estava invicta desde 2004, mas sentiu o peso de 56 anos sem estar entre os quatro primeiros de uma Copa do Mundo. O jogo começou com uma Espanha e diferente daquela que começou bem o Mundial, com Raúl como titular no lugar de Luis Garcia. O domínio inicial foi confirmado aos 28 minutos, quando David Villa, de pênalti, abriu o placar. Aos poucos, porém, a França foi se encontrando. E teve sorte de contar com o volante Patrick Vieira em noite inspirada. Foi dele o passe para Ribery empatar aos 41 minutos, quando a Espanha pressionava em busca do segundo gol. No segundo tempo houve poucas chances de gol, muito equilíbrio e excesso de trombadas. Uma delas decidiu a partida. Henry tentou tomar a bo-

la de Puyol, que parou como uma parede na frente do artilheiro francês. "A falta não existiu", esperneou o técnico espanhol, Luis Aragonés. O fato é que o árbitro italiano Roberto Rosseti marcou a infração, Zidane cobrou, a zaga espanhola desviou, Vieira enfiou a cabeça e virou o jogo. Então a Espanha, incompetente para criar boas oportunidades durante todo o segundo tempo - e já sem Raúl, sem preparo físico para suportar os 90 minutos -, partiu para o popular "abafa", em busca do gol que levaria o jogo para a prorrogação. E a França tomou uma bola, Zidane recebeu o passe, invadiu a área, driblou Puyol e bateu no contra pé de Casillas. Um golaço para fechar o placar em 3 a 1. Aragonés, que se dizia confiante na classificação e chegou a criticar a preparação da Seleção Brasileira, por só enfrentar "equipes fracas", admitiu que sua equipe não soube administrar o jogo enquanto liderava o placar. "Foi um jogo muito equilibrado. Quem sabe se tivéssemos aproveitado algumas oportunidades que criamos no primeiro tempo e para-

do Ribéry, o jogo seria bem mais fácil pra nós", explicou. Nem mesmo o alegado erro do juiz, que provocou o segundo gol francês, foi motivo de reclamação para o técnico. "Não serve de desculpa para nossas falhas defensivas. Mantivemos o nível de bom futebol que vínhamos apresentando, mas o primeiro gol francês nos abateu um pouco." O técnico da França, Raymond Domenech, que vinha sendo muito criticado em seu país pelo esquema defensivo que implantou na seleção Henry mais uma vez foi o único atacante, e ainda deu lugar a Wiltord, que entrou para fechar o meio-de-campo depois da virada -, disse que a experiência de seu elenco foi vital para a vitória. "Somos uma equipe de velhos, sabemos como ser pacientes, e seguiremos avançando", ironizou, otimista. "Tem alguma coisa de excepcional esperando por nós, emoções únicas", explicou. Já Aragonés, que se recusou a falar sobre seu futuro à frente da "Fúria", não foi lá muito elogioso para com seus algozes, apesar de citar seus "grandes jogadores". "Dou os parabéns

ESPANHA 1 Casillas; Ramos, Pablo, Puyol e Pernia; Xabi Alonso, Fabregas, Xavi (Marcos Senna 27/2) e Raul (Garcia 9/2); Villa (Joaquin 9/2) e Torres. Técnico: Luís Aragonés.

FRANÇA 3 Barthez; Sagnol, Thuram, Gallas e Abidal; Makelele, Vieira, Malouda (Govou 29/2) e Zidane; Henry (Wiltord 43/2) e Ribery. Técnico: Raymond Domenech. Local: AWD Arena, em Hanover. Árbitro: Roberto Rosetti (ITA). Gols: Villa 28/1, Ribery 41/1, Vieira 38/2 e Zidane 47/2. Cartões amarelos: Vieira 23/2, Puyol 37/2, Ribery 42/2 e Zidane 46/2.

para os franceses pela superação que mostraram em campo, mas não acho que tenham feito uma partida melhor do que a nossa. O placar final não foi justo, mas mata-mata é assim mesmo", resignou-se.

Zidane está de volta Ruben Sprich/Reuters

D

O MELHOR

PRESENTE

O alemão Gerd Müller, que era o recordista de gols em Copas do Mundo, enche a bola do sucessor, o brasileiro Ronaldo: - Não foi uma surpresa. Na minha opinião, ele é o melhor e mais completo atacante da atualidade.

Cafu também bateu um recorde: fez sua 19ª partida em Copas do Mundo, ultrapassando Dunga e Taffarel, que atuaram 18 vezes. No dia do aniversário de 16 anos de seu filho Wellington, chegou à sua 16ª vitória.

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv Fernando Cesarotti

DESCULPE POR NADA

F

oi uma das melhores idéias de pauta desta Copa do lado de fora de campo: usar deficientes auditivos, especialistas em leitura labial, para decifrar o que Carlos Alberto Parreira sussurra no banco de reservas. Mas Parreira não gostou. E a Globo, que veiculou a reportagem no Fantástico, pediu desculpas. Na voz de Fátima Bernardes, o pedido formal, por escrito. Desculpas por quê? Por trabalhar e fazer bom jornalismo? Ou medo de perder as boas relações com a CBF? A notória proximidade da Globo com a entidade foi motivo de reclamação da concorrência no dia em que Ronaldo foi para o hospital, e a notícia foi confirmada apenas à 1h na Alemanha, 20h no Brasil, horário próximo ao Jornal Nacional. Se foi isso, é uma pena. Porque a Globo tem uma grande equipe, em quantidade e qualidade, e não precisa "ficar de bem" com a CBF para fazer a melhor cobertura brasileira da Copa. Esse beija-mão era desnecessário e só dá motivo para o choro dos concorrentes.

BOCA SANTA

OUTRO LADO

A Espanha vencia por 1 a 0 e Henry ficara impedido pela enésima vez no primeiro tempo. Cléber Machado, na Globo: "A França, com esses lançamentos, não vai chegar a lugar algum." Queimou a língua: um minuto depois, lançamento em profundidade para Ribery e gol da França.

Segundo tempo do mesmo jogo. Zidane ajeita a bola para cobrar falta para a França. Milton Leite, no Sportv: "Fazer um gol agora é praticamente matar o jogo". Zidane cobrou, escorou e Vieira matou a Espanha.

Um gol e um cruzamento decisivos: Zidane calou os espanhóis, adiou a aposentadoria e reencontra o Brasil

O Waldstadion verá no sábado um duelo de dois amigos e companheiros de Real Madrid que se encontram após uma péssima temporada no clube Ronaldo perdeu vários jogos por contusão, foi vaiado e reclamou que não é tratado com carinho pelos torcedores. Zidane só não caiu na mesma ladainha porque, depois que anunciou sua retirada, só ou-

viu aplausos, embora também tenha ficado longe de mostrar seu melhor futebol. Agora, os homens que decidiram as últimas duas Copas se duelam por uma vaga nas semifinais. Em comum, três prêmios de melhor do mundo para cada um (96, 97 e 2002 para Ronaldo; 98, 2000 e 2003 para Zidane) e, mais que a vontade, a necessidade de brilhar.

Fim do jogo do Brasil contra Gana, Galvão pergunta para Falcão e Casagrande: "Melhor com Adriano ou melhor com Juninho Pernambucano?" Os comentaristas são unânimes em apontar o meia, e nem sequer veiculam a hipótese de escalar o camisa 23, que até dias atrás era considerado a salvação da lavoura.

Na primeira folga depois de 19 dias seguidos de futebol, o Sportv promete, às 13h30, o "Balanço da Copa".

L

beça e liderou a França na vitória por 3 a 0 que lhe garantiu seu único título mundial. "Aquilo está na memória dos franceses", disse o craque, que sabe, contudo, que o sucesso daquela ocasião não garante a vitória no duelo de sábado. "As quartas-de-final precisam ser disputadas. Nós estamos felizes pela classificação e estaremos preparados."

E ROBINHO?

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ica para os torcedores brasileiros que estarão sábado em Frankfurt para o jogo contra a França: não provocar o careca de camisa 10. Os espanhóis fizeram isso ontem em Hannover e vão demorar para esquecer o dia em que brincaram com Zinedine Zidane e pagaram com a eliminação de sua seleção de mais uma Copa do Mundo. Ele subiu ao gramado para o aquecimento e foi saudado com gritos de "Adeus, Zidane" e "Sua hora chegou". Duas horas, um cruzamento certeiro e um gol depois, ele deu sua resposta. "Hoje foi um dia para comemorar. Os espanhóis deixaram o jogo muito difícil para nós. A aventura continua. Nós estávamos muito preparados para essa partida", disse Zidane, que completou 34 anos na semana passada, no dia em que, suspenso, viu das arquibancadas, de terno, sua equipe bater Togo por 2 a 0 e se classificar para as oitavas-de-final - e de quebra lhe dar mais alguns dias de trabalho, já que ele anunciou sua aposentadoria para depois da Copa. Assim, Zidane pode se despedir da Copa do Mundo justamente contra o Brasil, contra quem brilhou em 1998, no Stade de France, diante de milhares de torcedores ensandecidos. Zidane fez dois gols de ca-

uita gente está reclamando, a começar por Parreira, e certamente ainda não vimos o futebol dos sonhos nos 3 a 0 sobre Gana, mas só a Alemanha jogou mais do que o Brasil nas oitavas-de-final. Em compensação, não fez três gols nem tem uma defesa como a nossa, que conta com Dida, Lúcio e Juan em estado de graça. O Brasil não pratica o futebol mais fluente da Copa, mas continua com 100% de aproveitamento, tem o ataque mais positivo e a defesa menos vazada. Em Dortmund, a Seleção começou no ataque. Os ganenses não se intimidaram. Pelo contrário, com a marcação adiantada e os zagueiros em linha, queriam mandar no jogo. Foi a desgraça deles. Aos 6, Kaká lançou Ronaldo, que atravessou em liberdade o território ganense, tirou o goleiro Kingson do caminho e rolou a bola para fazer 1 a 0. Gana não se abateu e o Brasil, por incrível que pareça, trocou o jogou de passes por lançamentos longos e sem direção. Pouco depois de Dida salvar com o pé direito uma cabeçada de Mensah, o Brasil chegou a 2 a 0 num contra-ataque finalizado por Adriano, em impedimento. Ficou cômodo o segundo tempo, que os ganenses dominaram em vão. O time finaliza pouco e mal. Em outro contra-ataque, já no finzinho, Zé Roberto fez 3 a 0. O placar talvez seja exagerado como expressão do que aconteceu em campo, mas a vitória foi justa e indiscutível. Pode vir a França de Zidane. O Brasil é favorito depois de comprovar, em Dortmund, que entrou de fato na Copa do Mundo e tem tudo para ser o rival da Alemanha (ou da Argentina) no dia 9 de julho.

Dá para comparar com o "Gols da Copa", às 15h, na ESPN Brasil. E logo depois, emenda com VT de Brasil x Gana.


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Ambiente Polícia To r c i d a Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 28 de junho de 2006

Toda a África vai torcer pelo Brasil. Admiramos o futebol brasileiro. Johnson Edwin, torcedor ganês

GANESES AGORA VÃO TORCER PARA O BRASIL

20 QUE VALEM POR 200 Ganeses que vivem em São Paulo se reuniram ontem para ver o jogo. Apesar de poucos, mostraram alegria e esperança do tamanho de uma nação. Clarice Chiquetto

E

les eram vinte, no meio de quase cinqüenta jornalistas e familiares do cônsulhonorário de Gana em São Paulo. Mas faziam barulho como se fossem 200. Durante o jogo entre Brasil e Gana, a pequena comunidade ganesa da capital, quase toda presente à casa do cônsul Herbert Levy Filho, entoou cânticos em anka, língua nativa local, torceu, xingou, aplaudiu o gol adversário e até rezou. Afinal, tudo era festa, independentemente do vencedor. No início do jogo, entretanto, não admitiam que poderiam torcer pelo Brasil. Acreditavam que seu time derrotaria os pentacampeões e passaria para as quartas-de-final. A maioria dos palpites apontava 1x0 ou 2x1 para o time africano. "O Brasil já ganhou demais, tem que dar chance a Gana", disse o tradutor Misbau Abdul Rauf, que mora há três anos em Mauá, na região do ABC, e é casado com uma brasileira. Rauf acabou vindo para o Brasil – indiretamente – por causa do próprio futebol. Esteve na América Latina pela primeira vez em 1993 como membro da comissão técnica que acompanhou um time juvenil de seu país a um campeonato no Equador. Ficou encantado com o continente e decidiu conhecer melhor os outros países da região. Descobriu o Brasil e não quis mais ir embora. "O povo é hospitaleiro, tem ligação com o africano por causa dos escravos e o clima é excelente", justifica. Apesar de todo esse encanto pelo país do futebol, o tradutor tinha um motivo especial para torcer por seu país: quando fazia parte da comissão técnica, conviveu bastante tempo com alguns atletas que hoje formam o time principal, como o meio-campista Muntari. A torcida contra o Brasil, porém, durou pouco. Bastou o belo gol de Ronaldo, aos cinco minutos de jogo, para que o time canarinho recebesse aplausos. Seguidos de uma explicação: "se o Brasil jogar bonito merece nossa torcida". Não foi o que aconteceu – o Brasil parou de atacar e se fechou na defesa, errando passes e deixando Gana com mais posse de bola. Os ganeses, então, voltaram a torcer anima-

Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype

damente para seu país e a reclamar do juiz. O gol duvidoso de Adriano serviu para instigá-los. Frases como "vamos virar para 3 x 2", "Gana está jogando mais" e "o resultado é injusto", foram ouvidas no fim do primeiro tempo. Apesar das reclamações, os sorridentes ganeses não deixaram de cantar e de declarar amor pelo Brasil no intervalo. No começo do segundo tempo, uma cena inusitada – pelo menos para nós, brasileiros. Muçulmano, o ganês Musah Ahmed, um dos mais concentrados, deixou de assistir os primeiros 15 minutos para rezar no quintal ao lado de um par de chuteiras e de uma bandeira de Gana. "Rezo cinco vezes ao dia, mesmo que precise interromper o futebol. Aproveitei para pedir sorte para Gana. Vamos ganhar de 3 x 2", disse o turista, no Brasil há duas semanas. A previsão de Ahmed, para azar dos ganeses, estava errada e quem fez o terceiro gol foi o Brasil, com Zé Roberto. A essa altura, os ganeses já haviam deixado de acreditar na vitória e, apesar de esperarem com ansiedade o gol de honra de Gana e reclamarem do juiz, se declararam satisfeitos e disseram que agora torcerão pelo Brasil. "Não só nós, mas toda a África. Admiramos o futebol brasileiro", disse Johnson Edwin, com uma bandeira de cada país nos ombros. Michael Moses, que veio para o Brasil estudar português há quase seis anos e decidiu ficar para sempre – está casado com uma brasileira e tem dois filhos – tentou explicar a dimensão do que significou este jogo para os ganeses: "Nunca pensei que veria um jogo de Gana contra o Brasil na vida, ainda mais na Copa. E, ainda por cima, jogamos de igual para igual com os melhores do mundo. Foi um sonho realizado", disse, com um sorriso enorme, prevendo que Gana vai surpreender o mundo na próxima Copa, que será realizada no continente africano.

Márcio Fernandes/AE

Ganeses torceram com muita vontade para seu país, ontem, mas não perderam a alegria com a derrota. Agora, vão apoiar a Seleção Brasileira. Na foto do alto, ganeses que vivem em São Paulo com a bandeira do país africano. Acima, à esquerda, o muçulmano Musah Ahmed ora ao lado da bandeira e de um par de chuteiras. Mesmo com a derrota e sendo minoria na casa do cônsul, a torcida ganesa não perdeu a alegria, garantindo que tudo será diferente em 2010, quando a Copa será realizada no continente africano.

Em São Paulo, clima de feriadão esvaziou as ruas

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Uma marginal Tietê inacreditavelmente livre de congestionamentos: cena paulistana rara, só possível em dia de jogo da Seleção Brasileira

jogo era só ao meiodia, mas foi como se São Paulo tivesse decretado feriado, pelo menos nas ruas. À tarde, o maior congestionamento foi às 18h: 4 quilômetros de lentidão. A média para o horário é 54 quilômetros E foi assim dia todo. Segundo o coordenador da Central de Operações da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Tadashi Miyake, o índice surpreendeu até os especialistas. "Estávamos esperando picos normais do fim da tarde." Para se ter uma idéia, no feriado do dia 15, a CET registrou pico de 4 quilômetros. Pela manhã, o pico de lentidão foi de 36 quilômetros às 9h – a média é 90 quilômetros. Havia pouca gente nas ruas e o trânsito fluía bem onde normalmente há congestionamento, como as marginais do Tietê e do Pinheiros. "Isso pode ter acontecido porque muitas

empresas não abriram, assim como algumas escolas", explicou Miyake. A coordenadora editorial Maria Cecília Coutinho trabalhou, mas os três filhos ficaram em casa. "Os dois mais velhos haviam sido dispensados às 10h e decidiram não sair. E a mais nova, que estuda à tarde, não teve aula", contou. A mudança na rotina só não trouxe grandes problemas porque o marido de Maria Cecília também estava em casa por causa do jogo. "Se ele estivesse trabalhando, eu não teria onde deixar a mais nova, de 6 anos." Mas algumas escolas mantiveram as aulas. A Carlitos, no Pacaembu, pôs um telão numa sala. "Hoje (ontem) era período integral, então servimos um almoço coletivo e depois assistimos ao jogo. Foi bacana, os alunos curtiram muito", disse Simone Zaterka, diretora da escola. (AE)


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quarta-feira, 28 de junho de 2006

3 A França é técnica e muito perigosa. Conheço o futebol francês.” Juninho Pernambucano

Esse é jogo para macho, para quem tem culhões. A Argentina é assim.” Tevez, da Argentina

SÓ RESTAM OITO Começam na sexta-feira as quartas-de-final da Copa do Mundo. Dos seis campeões mundiais ainda na briga, quatro se enfrentam já nesta fase: Alemanha x Argentina e Brasil x França. A Inglaterra pega Portugal de Felipão e a Itália é favorita contra a Ucrânia de Shevchenko

Oleg Popov/Reuters

Enrique Macarian/Reuters

Kieran Doherty/Reuters

Ruben Sprich/Reuters

Alemanha x Argentina Inglaterra x Portugal (Sexta-feira, 12 h)

A

Alemanha do goleador Podolski e a Argentina do craque Messi abrem as quartas-de-final jogando em Berlim. Na Alemanha, o meia Ballack, capitão da equipe, e o atacante Klose, artilheiro da Copa com 4 gols, não participaram do treinamento de ontem, mas a comissão técnica alemã tratou rapidamente de informar que os dois jogam na sexta-feira. Ambos estariam realizando um trabalho de musculação sem bola. “Eu quero começar jogando, porque sei o tipo de jogador que sou. Sei que tenho capacidade para isso”, disse ontem o argentino Tevez, pedindo um lugar no time ao técnico José Peker-

Patrik Stollarz/AFP

Oleg Popov/Reuters

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man. “Não sei se vou jogar, mas se soubesse não diria. É um desrespeito ao treinador. O que sei é que na Copa América comecei no banco e terminei jogando. Posso jogar, sim, tenho qualidade para isso”, completou. O craque Messi, outro que ainda não conseguiu garantir um lugar na equipe, disse que não teme enfrentar os donos da casa. “Eu gosto quando estou de visitante. É nessas horas que o jogador argentino se torna mais duro, cresce em campo.” Para Messi, se a decisão for para os pênaltis o fato será encarado como “algo normal”. “Mas nem gostaria que chegasse a isso. Gostaria de vencer antes”, afirmou.

(Sábado, 12 h)

O

próprio meia Joe Cole admitiu ontem: a Inglaterra anda devendo futebol. Sábado, contra Portugal, em Gelsenkirchen, poderá ser a última oportunidade para pagar essa dívida. “Claro que a gente vai precisar jogar melhor para vencê-los”, afirmou Cole. “Mas é importante ressaltar que ainda não saímos atrás no placar em nenhum jogo e ganhamos três dos quatro que disputamos.” Isso graças, em grande parte, a David Beckham, de cujos pés saiu a maioria dos gols ingleses. Portugal, cujo jogador mais eficiente vem sendo Maniche, terá desfalques. Deco e CostiAFP

nha foram expulsos contra a Holanda e Cristiano Ronaldo sente uma contusão. O técnico Luiz Felipe Scolari deverá lançar mão de Simão Sabrosa, seu décimo segundo titular. “Minha missão é estar sempre em condições para entrar quando o mestre precisar”, afirmou o meia do Benfica, de 26 anos, referindo-se com respeito ao treinador brasileiro. Com sua entrada, Figo deve atuar mais no meio-de-campo, armando as jogadas. Simão ficará à frente pelo lado direito. “Tenho facilidade de jogar pelos dois lados. Aonde for preciso eu entro”, disse o jogador, que marcou um dos gols na vitória por 2 a 1 sobre o México no último jogo da primeira fase. Ruben Sprich/Reuters

Itália x Ucrânia

Brasil x França

(Sexta-feira, 16 h)

(Sábado, 16 h)

rocuram-se atacantes. Mesmo classificada para enfrentar a Ucrânia em Hamburgo pelas quartas-de-final da Copa, a Itália do goleiro Buffon não está satisfeita com o rendimento dos jogadores que tem para este setor. Desde os amistosos de preparação na Suíça até a partida de segundafeira, contra a Austrália, nenhum dos seis jogadores da posição que foram convocados teve uma atuação de encher os olhos da torcida. Totti, Del Piero, Gilardino, Toni, Iaquinta e Inzaghi são as opções ofensivas que o técnico Marcello Lippi trouxe para a Alemanha. O técnico já testou várias combinações, mas ainda

não ficou plenamente satisfeito com nenhuma. A grande decepção até agora é Toni, artilheiro do Campeonato Italiano pela Fiorentina com 31 gols, mas que não balançou a rede na Copa nem nos amistosos. “Uma hora o nosso ataque vai ter que começar a funcionar”, diz Marcello Lippi, mais torcendo do que acreditando nisso. Quanto à Ucrânia, pretende tirar proveito de entrar em campo como franco-atiradora. “A tarefa fica um pouco mais fácil, porque ninguém esperava que estaríamos aqui”, disse o atacante Shevchenko, o melhor jogador do time. “Já que não esperavam mais de nós, nos sentimos livres, sem pressões.”

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s donos dos últimos três títulos mundiais vão decidir uma vaga no Waldstadion, em Frankfurt, estádio que traz boas recordações para o Brasil: foi lá que a Seleção conquistou a Copa das Confederações de 2005 com um espetáculo e a goleada de 4 a 1 diante da Argentina. Para Ronaldinho Gaúcho, que já jogou na França, pelo PSG, os brasileiros terão de entrar à toda. "Não podemos dar chance de contra-ataque e temos de ter atenção com as bolas paradas", afirmou o jogador, dando a ficha completa do rival, que contra a Espanha marcou dois gols em jogadas de velocidade - uma delas com o

meia Ribery, que vem jogando ao lado de Henry como atacante) - e um em bola alta. O lateral Roberto Carlos, que teve má atuação contra a França na final de 1998, joga em causa própria e elogia a experiência dos rivais. "Eles têm experiência e jogadores de 32 e 33 anos, que no futebol moderno, são fundamentais para um equilíbrio numa equipe", disse o jogador, ele próprio aos 33 anos. Já Ronaldo, que naquela final jogou baleado por uma convulsão sofrida horas antes, disse que o jogo deve ser encarado como uma final e prefere nem pensar na decisão de oito anos atrás. "Nem me lembro de 98", garante.


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quarta-feira, 28 de junho de 2006

Calei a boca de muitos críticos que não vêem o bom trabalho que a gente faz." Zé Roberto

É difícil fazer história, custa muito, tem de fazer muito sacrifício." Ronaldo

O COBRADOR E

nfrentar a França nas quartas-de-final da Copa não será uma revanche para o técnico Carlos Alberto Parreira. Assim que ficou definido o confronto, ele tratou de exaltar a qualidade do adversário e do jogo do sábado em Frankfurt, evitando comparações com o que aconteceu na decisão de 1998, quando os franceses bateram o Brasil por 3 a 0). - Não existe clima de revanche, aqui não se pensa nisso. Vamos jogar outra partida decisiva, como foi a de Gana. Brasil x França tem tudo para ser um grande jogo. O técnico brasileiro elogiou ainda bastante os 3 a 1 dos franceses sobre os espanhóis: - Gostei do jogo, foi bonito, de bom futebol. A França mostrou que cresceu de produção em um momento importante da competição, em que todo jo-

go é decisivo. Mereceu a vitória, jogou melhor. A maior preocupação de Parreira, depois dos 3 a 0 sobre Gana, é com a Seleção Brasileira. Cobrador, não passou a mão na cabeça de seus craques depois da vitória em Dortmund. Muito pelo contrário. O sentimento do treinador, após colocar no bolso a vaga para as quartas-de-final da Copa, foi muito mais de alívio do que de entusiasmo. Os erros de passes, que fizeram com que Gana tivesse maior posse de bola que o Brasil (52% contra 48%), deixaram Parreira irritado Mais: Ronaldinho Gaúcho queimou ontem o que lhe restava de fichas. Não jogou quase nada e está na mira de Parreira. Outro já estaria esquentando o banco. - O que eu achei do Ronaldinho Gaúcho? Razoável, apenas razoável. Pode melhorar,

assim como o time e como todos os outros - disse, seco, quando perguntado se o melhor do mundo não deveria estar jogando mais. Como sempre, Parreira evitou dar pistas a respeito de mudanças que possa eventualmente fazer no time que começará jogando contra a França. Mas repetiu que "mudar durante uma competição nunca é bom", o que pode significar que o time será praticamente o mesmo - inclusive com Adriano, que marcou mais um gol quando era um dos piores jogadores em campo. A única dúvida de Parreira está na posição de primeiro volante. A contusão (leve) de Emerson pode ser a desculpa de que ele precisava para colocar Gilberto Silva como titular sem provocar uma reação dos veteranos do time. Para justificar a maior posse

de bola por parte de Gana, Parreira lançou mão de frases que, como palestrante, cansa de dizer a executivos: - Confundimos velocidade com pressa. Por isso, erramos tantos passes. Quando se tem velocidade, o jogo flui, gira, é organizado. Quando se tem pressa, acontece o que aconteceu: demos chances ao rival de complicar nossa vida. A vitória por 3 a 0, segundo ele, foi "ilusória" e deve ser, em boa parte, creditada à bela atuação de Dida: - Eles adiantaram os zagueiros até a intermediária e forçaram nossos erros. Demos muita bola de graça para Gana. Não podemos repetir este erro no futuro. Quando tivemos calma e tocamos a bola, jogamos o nosso verdadeiro futebol. É preciso ter nervos de aço, equilíbrio, e jogar sério para sermos campeões de novo.

Pius Utomi Ekpei/AFP

Valery Hache/AFP

Volta, Robinho!

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Parreira cobrou muito do time após os 3 a 0 sobre Gana, espera que Ronaldinho volte a jogar o que sabe e credita a Dida boa parte dos méritos na classificação para as quartas-de-final

obinho tem um adversário mais complicado o que Gana ou França: o tempo. Ele será reavaliado hoje pelos médicos da Seleção, e se não sentir mais dores na coxa direita, poderá treinar junto com os companheiros, que não terão folga: movimentação normal para os reservas, inclusive Juninho, Ricardinho e Gilberto Silva, que entraram no segundo tempo, e treino leve para os titulares. Como Parreira já disse que precisa de jogadores que estarão 100% fisicamen-

te, Robinho só deve ter chances de pegar a França se conseguir treinar hoje e amanhã. De primeira opção para mudar o time, se transformou em interrogação. Ontem, Robinho não foi a Dortmund. Acompanhou o jogo das oitavas-de-final contra Gana pela TV, enquanto realizava tratamento com o fisioterapeuta Luiz Rosan. Medicado com antiinflamatórios, o jogador faz aplicação de gelo no local da contusão - que não é grave, como atestou o médico José Luiz Runco.

Histórias de uma despedida

E

dwin Fosu torceu para o Brasil na final da Copa de 1994. Viu pela televisão o pênalti do Romário bater na trave antes de entrar e tapou os olhos com a mão. Fosu gosta da camisa da Seleção Brasileira, dos tênis Adidas e dos bonés de rapper. Alex Appiah, que é um negro muito forte, estudou Tecnologia da Informação na Universidade de Gana. Um dia ele foi passear em Londres e não quis mais voltar. A família de Ben Ampomah gasta quase todo o orçamento com comida. Quando sobra algum, ele e seus irmãos consomem outras coisas. Seus irmãos compram roupas em barracas nas ruas de Accra, a capital. Não existem shoppings em Accra. Ampomah não comprou nada nos últimos dois anos. Juntou dinheiro para vir à Alemanha ver a Copa. Se Kwesi Obeng pudesse morrer e voltar outra pessoa, ele gostaria de voltar Kofi Annan, que nasceu em Gana. Kingsley Agyapone anda com a foto da mulher no descanso de tela do celular. Gosta dos seus olhos e das suas pernas grossas. Não gosta de ser perguntado sobre mulheres.

Roberto Schmidt/AFP

O meia Derek Boateng despede-se da Alemanha em Dortmund: time e torcida ganenses estão voltando para casa nesta quarta-feira

A maior alegria da vida de Kofi Agyei foi ver a seleção sub-17 de Gana ser campeã do mundo. Agyei tem amigos brasileiros em Munique. Eles são de São Paulo. Agyei acha que São Paulo é a cidade mais bonita do Brasil. Abdul Darru comeu muito fufu quando era criança. De

vez em quando, comia em um fast food. Hoje, Darru mora em Frankfurt. Ele acha que todo o mundo sabe o que é "fufu". K. Sarpong gostava dos Beatles. Agora, ele gosta só de "hiplife", mistura de rap com "highlife", uma música típica da África. Os amigos de Sarpong, que já tem a barba bran-

ca, gostam mais de reggae. Prince Oduro sempre usou Ray Ban falsificado. Seu grande herói chama-se Kwame Nkrumah. Nkrumah participou da independência de Gana e foi o primeiro presidente do país. Quando era pequeno, Prince Oduro pensava que Martin Luther King e Kwame Nkrumah

eram a mesma pessoa. A vez que Yakubu Iddritu ficou mais triste na vida foi quando a sua mãe, uma empresária, morreu. Iddritu acredita em Deus e acha que existe vida após a morte. Ele é católico. Ken Edusei não mudaria nada em sua aparência. Edu-

sei não é uma pessoa bonita. Mas ele está feliz desse jeito. Além do quê, não tem médico para fazer cirurgia cosmética em Gana. Lá só existe um padrão físico invejável: quanto mais alto você for, melhor você é. Edusei é baixinho. Isaee Aneah Jr. mora em Accra e nunca trabalhou. Gastou US$ 3,5 mil para vir à Copa. O pai de Aneah, o seu Isaee, pagou tudo. Nicolas Kofi possui barriga de chope, um chapéu de Gana e uma sacola de plástico. Ele gosta de bunda de mulher, e por isso prefere as africanas. Nicolas Kofi aprendeu uma única palavra em português: bunda. Richard Kingson viu o Ronaldo na sua frente. Mas não viu quando o Ronaldo passou. Depois, ele viu o Adriano, mas não dava tempo de fazer mais nada. Kingson nem viu o Zé Roberto passar. Kingson é goleiro. Asamoah Gyan joga na linha. Ele chutou uma vez, Dida pegou no cantinho. Ele chutou de novo, Dida pegou de novo. Mais um pouco e Asamoah entrava para a história. Asamoah foi expulso no final. Esse povo todo está voltando para casa nesta quarta-feira. Fred Melo Paiva/AE


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quinta-feira, 29 de junho de 2006

Investir na loja, receita para crescer Investir de forma inteligente e racional nos pontos de venda representa a sobrevivência do negócio. Mas convém considerar este composto varejista: produto, preço, promoção, pessoal treinado, ponto e “presentation” Luiz Guerrero

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setor de serviços e equipamentos para o varejo movim e n t a R $ 1 0 b ilhões por ano, de acordo com dados da Abiesv, Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo. A quantia representa a décima parte do faturamento anual do comércio varejista, mas o setor tem vocação para crescer bem mais que isso na opinião do presidente da entidade, Marcos Andrade: “É preciso crescer”, diz ele, dono da maior fornecedora de manequins da América Latina, a Expor Manequins (veja quadro). “Os varejistas precisam investir de maneira inteligente e racional nos seus pontos de venda, pois isso representa a sobrevivência do próprio negócio. E para auxiliar nesta iniciativa, eles podem contar com uma indústria de equipamentos e de serviço de primeiro nível”. Alguns desses serviços estão contemplados nesta edição especial. Andrade entende que não há mais espaço para amadorismo nesse tipo de comércio - e esse ponto de vista, como se verá, é compartilhado por todos os consultores ouvidos nesta reportagem. “O varejo é a porta de entrada para os empreendedores e nem sempre quem entra está preparado para administrar o negócio de maneira eficiente”, observa Andrade. “Por isso é fundamental buscar os serviços de

especialistas no ramo.” A Abiesv, criada em 2003, reúne 47 empresas focadas exclusivamente no fornecimento de equipamentos e serviços para o varejo. “É um setor que se destaca entre os melhores do mundo e tende a se expandir cada vez mais”, afirma. Entre alguns dos objetivos da Abiesv, a redução da carga tributária para o setor industrial é prioritário. Segundo sondagem da associação, este mercado vem sendo atendido por apenas um terço dos especialistas, uma vez que a tendência do varejista é procurar os serviços de quem está mais próximo dele: “Nem sempre o mesmo serralheiro que faz o portão da casa do comerciante tem a expertise para construir um estande para a loja, sob o risco de danificar o produto exposto por causa, por exemplo, do chumbo na tinta. Há técnicos qualificados para tanto: especialistas que vão pesquisar as necessidades do varejista e entregar um produto adequado para destacar a mercadoria”, compara Andrade. A mesma lógica serve para os serviços - de advogados voltados para a área a recrutadores de pessoal. Um dos grandes problemas do comércio varejista, no entender de Juracy Parente, coordenador do Centro de Excelência em Varejo da Fundação Getúlio Vargas-SP e um dos mais respeitados consultores da área do País, é a formação de vendedores: “A equipe varejista não é focada nos produ-

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tos que vende. Poucos vendedores, gerentes e muitas vezes os próprios donos do negócio, sabem, por exemplo, informar ao cliente qual o tipo de tênis mais adequado para cada atividade esportiva. Falta treinamento especializado, falta interesse do comerciante e, mais que isso, falta cultura de venda varejista”. Para Parente, a situação é uma das heranças maléficas do período de inflação, quando a maior preocupação do comércio era

o preço da mercadoria. Autor do livro “Varejo no Brasil” (Editora Atlas, 2000), considerado a bíblia do setor, Parente afirma que, de maneira geral, o comércio ainda não acordou para as necessidades do consumidor: “Hoje o comprador, especialmente os de renda mais baixa, está mais bem informado e, por isso, mais exigente: quer um padrão de atendimento que muitos vendedores não conseguem dar por absoluta falta

de treinamento”. Em contrapartida, o especialista vê progressos em alguns setores de serviço: “A área de visual merchandising, responsável pela criação de uma identidade para a loja, encontra-se em franco desenvolvimento”, enumera Parente. Ele observa que os resultados têm sido positivos, pois é pelos olhos que a grande maioria dos consumidores é fisgada: “E o importante é que, junto com os profissionais de visual merchandising, vem florescendo uma forte indústria de equipamentos”. O fenômeno não atinge apenas os centros tradicionais de comércio, mas encontra-se em plena ascensão na região Norte e Nordeste do País, conforme observa a consultora Patrícia Rodrigues, uma das especialistas em visual merchandising, vinte anos trabalhando no ramo: “O comércio daquela região cresceu muito, mas de maneira desordenada, e hoje o que noto é a grande preocupação do varejista em organizar seu negócio com assessoria profissional”. Não é a mesma preocupação dos comerciantes das regiões economicamente mais desenvolvidas, segundo Patrícia: “Por aqui ainda existe muita improvisação que acaba frustrando o lojista”. A preocupação faz sentido. Dados do “Point-Of-Purchase Advertising International (Popai)”, instituto americano presente em 26 países e dedicado ao merchandising em

pontos de venda, concluem que 85% dos brasileiros decidem suas compras dentro da loja. “É preciso tornar o ponto de venda atraente para que o consumidor sinta curiosidade e prazer ao visitar o local. E, principalmente, para que ele permaneça o maior tempo possível dentro da loja”, explica Patrícia. Mas não apenas isso. O bom atendimento recebido por funcionários treinados é, segundo a consultora, uma das chaves para o sucesso do negócio: “Pesquisas afirmam que investimentos em marketing e publicidade geram ao varejo uma taxa de retorno de 14%, enquanto as indicações de clientes satisfeitos com o atendimento e com a compra são responsáveis por 64% de retorno”, observa. Os 22% de retorno restantes são creditados à tradição do estabelecimento. “São as lojas que noss o s p a i s c o s t u m a v a m f reqüentar”, informa Patrícia. O composto varejista, observa Juracy Parente, pode ser definido por seis “P”: produto, preço, promoção, pessoal treinado, ponto e “presentation”. Marcos Andrade completa: “O lojista deve ter em mente que seu estabelecimento não é uma paisagem e q u e p re c i s a s e r re n o v a d o constantemente”. Em média, a vitrina deve ser renovada a cada quinze dias e a cada cinco anos é preciso mudar o layout do ambiente. Há profissionais para atender a todas essas necessidades. Confira neste caderno.

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Chefe de reportagem Arthur Rosa Reporteres Adriana Sekulic Ivan Ventura Luiz Guerrero

Maristela Orlowski Vanessa Rosal Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo Ilustração Abê Céllus Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

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4 -.ESPECIAL

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Na sedução da vitrine, o segredo das boas vendas A vitrine é responsável por 40% das vendas diretas. Capriche e contrate profissionais, que sabem colocar objetos em cena, o modo de iluminar, tudo. É preciso renovar e inovar sempre, com criatividade

Marcelo Min/AFG

Fátima Lourenço, do Senac: “Uma vitrine bem preparada facilita a venda, cria interesse nas pessoas que estão somente passando em frente e desperta o desejo de compra"

Vanessa Rosal

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u e m n u n c a c o mprou por impulso ou porque sentiu atração pela criatividade de uma vitrine? Está mais do que comprovado: quando bem montadas, elas seduzem o público e vendem mais do que se pode imaginar. Para o comércio, representam o primeiro contato visual, um forte apelo, que pode decidir a entrada do cliente na loja - ou na loja concorrente. Segundo a professora e consultora de vitrinismo do Servi-

ço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Fátima Lourenço, a ferramenta é responsável por 40% das vendas diretas. Ela diz que uma vitrine bem preparada "facilita a venda, cria interesse nas pessoas que estão somente passando em frente e desperta o desejo de compra". Os chamados vitrinistas, também conhecidos por outros nomes, como programador visual ou designer de vitrine, estão começando a aparecer com uma freqüência cada vez maior no mercado de trabalho. A maioria destes profis-

sionais se concentra no Estado de São Paulo, berço dos primeiros shoppings do País. Desde a década de 80, Fátima monta vitrines na capital paulista. Apesar de a profissão existir há mais de 50 anos, a professora acredita que muita gente ainda não sabe da importância dela para os bons negócios: "Por achar o serviço caro, muitas vezes o próprio vendedor ou o gerente montam a vitrine sem a ajuda de um profissional qualificado. Nesse caso, o conhecimento é fundamental para que o resultado seja satisfatório".

Outro problema, segundo a professora, é quando o comércio não vende o que gostaria de vender e acaba não contratando um vitrinista para cortar os gastos: "É um grande erro agir dessa forma, pois não se trata de um gasto e sim de um investimento que trará grandes retornos". Uma montagem pode custar de R$ 300 a R$ 4.500, dependendo do tamanho do serviço e das necessidades de cada lojista. Diferenças Para derrubar a barreira existente entre o lojista e a importância da vitrine, é necessário

que o comércio entenda o trabalho desses profissionais. Fátima explica que há inúmeros casos que precisam ser analisados antes de montar uma vitrine: "Numa cidade como São Paulo, encontramos diferentes tipos de lojas, em lugares inusitados, que vão desde a tradicional 25 de Março até shoppings mais refinados". Para cada caso, há uma solução. "Geralmente as lojas de ruas deixam manequins na calçada. É uma forma popular de chamar a atenção, mas que não se deve fazer em shopping". Há o problema da poluição visual: "Aí encontramos uma grande polêmica. Uma quantidade grande de produtos e informações como preços e formas de pagamento na vitrine pode prejudicar o visual. Mas dessa forma muita gente entra na loja porque lê e percebe que tem condições de pagar pelo produto". Dicas Fátima destaca alguns pontos importantes para quem deseja montar uma vitrine sedutora e eficiente. Deve-se considerar, por exemplo, que o olhar do observador percorre uma altura média de 1,40 a 1,60 metros do chão. Esta é a área que recebe maior interesse do cliente, onde se concentram os produtos expostos e peças de comunicação visual, como banners, displays e cartazes. A iluminação também é es-

sencial. Manter a vitrine bem iluminada, pois lâmpadas de luz natural não alteram as cores e dão destaque ao produto. A composição merece cuidados especiais: "Ela deve ser simétrica ou assimétrica, dependendo da localização da loja, seja em ruas ou centros comerciais". Fátima explica que há maneiras de montar uma vitrine para chamar a atenção de pessoas que passam de carro pelas ruas, por exemplo. E a cor dos produtos deve formar um visual bonito, combinando com o fundo e com os elementos decorativos: "Mas os objetos de cena não devem chamar a atenção demais para não ofuscar o 'personagem principal', que é o produto". Algumas atitudes não são recomendadas para formar uma boa vitrine. Animais de verdade, religião e futebol não são uma boa idéia para vender: "São situações que devem ser evitadas. O importante é abrir um leque de clientes e não priorizar um corintiano ou são-paulino, por exemplo. Isso acaba criando antipatia de grupos diferentes". Segundo ela, um bom trabalho de vitrine resume-se na atualização e renovação constante dos atrativos da loja: "Vivemos um momento em que tudo cansa muito facilmente. Por isso é preciso renovar e inovar sempre, com muita criatividade".


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6 -.ESPECIAL

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Marcelo Min/AFG

Na vitrine da loja Keams, no Brás, troca de tema a cada 45 dias para causar mais impacto. Ao lado, o cenário de época da Mirage e a explicação de Lak Son: “Com tanta concorrência, temos de ter um diferencial"

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O sucesso pode vir com um cenário teatral É preciso fazer a diferença no momento de montar a vitrine, ser mais criativo, apelar para a emoção - e assim vencer a concorrência ao lado. Tudo vale para atrair o consumidor que passa do lado de fora a prática, a teoria se confirma: as v e n d a s a u m e nt a m c o n s i d e r avelmente quando uma vitrine é bem montada. Algumas lojas na região do Brás, em São Paulo, parecem ter aprendido bem a lição. Com apenas uma volta no quarteirão, entre as ruas Oriente e Júlio Ribeiro, por exemplo, pode-se apreciar um verdadeiro teatro no comércio de rua. As vitrines exibem cenários de época, plumas, acessórios e manequins de todos os tipos e cores. Tudo para chamar a atenção de quem passa na frente. "Com tanta concorrência, temos de ter um diferencial", explica o proprietário da loja

Mirage, Lak Son. Especializada em moda feminina, a loja existe há quatro anos e é gerenciada por mãe e filho na rua Júlio Ribeiro: "Desde o começo percebemos que a vitrine era muito importante para atrair os clientes". Segundo Son, a troca de tema é realizada quatro vezes por ano, seguindo as estações, e também durante o Natal: "Mas as roupas e acessórios são trocados a cada dois dias, para que os clientes que passam nas ruas saibam das novidades". Para deixar a vitrine um luxo, o proprietário contrata os serviços de um vitrinista que cobra entre R$ 1000 e R$ 2000, dependendo da montagem e do tema escolhido.

Atualmente a Mirage exibe uma vitrine de época, com quadros antigos e um fundo com cores marrom e bege. Entre os manequins, uma bandeja com um lindo jogo de chás se destaca. O cenário faz lembrar das finas tardes onde elegantes senhoras se encontravam para jogar conversa fora, na década de 60: "Cada vez que mudamos a vitrine percebemos um grande aumento nas vendas. A próxima troca acontecerá em breve. Para o verão, escolhemos cores claras". Idéias Próximo à loja Mirage, na esquina com da Júlio Ribeiro, outra vitrine vira o centro das atenções de quem passa na cal-

çada. Percebendo a influência de uma bonita montagem para a exposição dos produtos, a proprietária da loja Keams, Tereza Kayo, decidiu trocar o tema a cada 45 dias: "Causa mais impacto". S e g u n d o e l a , a t ro c a d e idéias com o vitrinista é fundamental para o sucesso: "Eu digo o que penso, e ele monta, seguindo a tendência das cores do período. Sempre que trocamos de vitrine, aumentamos as vendas". A proprietária da loja na rua Miller não revela números, mas garante que, apesar do valor alto cobrado pelo vitrinista, compensa no final das contas. E é um colírio para os olhos. Atualmente, quem passar em frente à Keams poderá conferir uma vitrine montada com as cores vermelho e branco, plumas, e lindos manequins, escolhidos a dedo por Tereza. Um charme.

Atacadistas Em meio ao comércio de rua do Brás, destaque para um pólo de moda, que lembra um shopping center. A diferença são as vendas, feitas somente no atacado. Mas a beleza da decoração das lojas não fica atrás. Uma vitrine parece brigar com a outra, querendo chamar mais a atenção. A Gup's Jeans, por exemplo, possui uma vitrine externa, visível aos olhos de quem passa na rua, e outra interna, onde os curiosos podem apreciar mais tranqüilamente roupas e acessórios femininos. Os manequins, todos com perucas e bem arrumados, são a porta de entrada para os bons negócios. Segundo a gerente da loja, Margareth Brogiato, durante o ano são feitas apenas duas trocas de vitrines, além do Natal: "Mas as roupas trocamos diariamente, para não cansar as pessoas".

Dois tipos de clientes entram na Gup's Jeans - aqueles que já vêm com a intenção de comprar e outros que entram porque se encantaram com a vitrine: "Tudo que é novo e bonito chama a atenção". Mercado Para quem trabalha no ramo, ser vitrinista é sempre buscar atualização e estar atento às mudanças que ocorrem no mundo. Observar, gostar de pessoas e acompanhar as tendências de moda são características deste profissional. Segundo o vitrinista Gustavo Frederico Almeida, a criatividade tem grande importância para o resultado final. "Porém, é preciso ter os pés no chão para saber negociar e reunir sob um mesmo foco de importância questões importantes como o orçamento previsto para aquela vitrine, as expectativas do lojista para o trabalho, bem como conhecer muito o produto e público alvo da loja". Segundo Almeida, as vendas do comércio estão fracas em função da Copa do Mundo. Hoje o segmento do varejo aquecido é o de carnes, cervejas e plástico: "As vendas não vão bem, o que desestimula o empresário/ lojista a investir em projetos mais elaborados de vitrines". Um bom profissional se forma a partir de diversos cursos que escolha fazer. No Brasil, alguns que podem dar embasamento para um bom vitrinista são cenografia, moda e arquitetura. O Senac possui um curso específico de vitrinismo, com aulas práticas e boas turmas o ano todo. Ao concluir o curso, o aluno recebe o certificado de Qualificação Profissional em Vitrinismo, com validade nacional. Mais informações no site www.sp.senac.br . (VR)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

ESPECIAL - 5


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Bonecos com jeito de gente. E como vendem Os manequins mudam como as pessoas. Hoje se pode vê-los bronzeados atrás das vitrines; ou de cavanhaque, brincos, piercing e até tatuagem. É nele que o consumidor se mira para comprar

Marcelo Min/AFG

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státicos por detrás das vitrines, misteriosos às vezes, convidativos, uma nova moda em cada estação, os manequins molduram as vitrines para vender produtos colocados em seus corpos de mentira. Basta o cliente olhar, simpatizar com o boneco e as chances de comprar naquele lugar aumentam consideravelmente. Com o tempo, os fabricantes de manequins começaram a perceber a importância de transformar o produto cada vez mais parecido com o ser humano. Antigamente, as lojas expunham bonecos quadradões, sem se preocupar com traços e curvas. Mas isto mudou e agora os bonecos estão cada vez mais modernos. "Antigamente tínhamos manequins com seios pequenos. Com a cirurgia plástica em alta, começamos a fabricar bonecas com seios maiores. A pessoa, quando vai comprar, geralmente se coloca no lugar do manequim e se imagina vestindo aquela roupa", revela o diretor da Expor Manequins, Marcos Andrade. Há no mercado manequins bronzeados, para divulgar roupas de praia; e também com cavanhaque, brincos, piercing e até tatuagem. Tudo para aproximar mais o consumidor: "Para cada público-alvo há uma solução". A Expor Manequins desenvolveu um material especial para a confecção dos manequins que dispensa a necessidade de manutenção. Fabricados com uma espécie de plásticos de engenharia, eles não precisam de retoques na pintura com o passar do tempo: "Além dos atacadistas,

Cláudio Roberto, da Equipaloja: manequim também entra na moda, como as pessoas: "São apenas bonecos, imóveis, mas fazem toda a diferença para o comércio"

muitos varejistas estão investindo nesses bonecos para se destacar no mercado", afirma o diretor da empresa. Quem quiser conhecer melhor os bonecos com jeito de gente da Expor Manequins, pode dar uma passadinha por lojas como Polo Ralph Lauren e Tommy Hilfiger: "Tentamos sempre oferecer ao mercado produtos inovadores". A Expor também é re s p o n s á v e l p e l o s m a n equins da Daslu, da Dzarm, da Forum e da Lacoste. De tudo, um pouco Com o slogan "Dê um banho de loja na sua loja", a Equipaloja completou quinze anos em 2006 com motivos para comemorar. De acordo com o proprietário Cláudio Roberto do Nascimento, 80% do seu público-alvo são lojistas de confecção, bijuteria e sapatos. Os outros 20% são consumidores finais, que buscam cabides, prateleiras e biombos: "Vendemos mais no último semestre de cada ano. É o período em que as lojas começam a pensar no Natal". Nascimento comercializa também manequins inteiros, e bustos, que custam a partir de R$ 15. Geralmente, os bonecos de plástico custam R$ 100 e os fabricados com fibra de vidro R$ 300: "Outra coisa que vende muito são as perucas. A tendência são os manequins com cabeleira. Loiros, morenos, ruivos, tem de tudo, um pouco". As perucas custam de R$ 15 a R$ 300. Segundo ele, o manequim também entra na moda, como as pessoas: "São apenas bonecos, imóveis, mas fazem toda a diferença para o comércio". (VR)

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erto de 35% do faturamento da Expor Manequins, estimado em R$ 15 milhões para este ano, vem das exportações. “Fornecemos para algumas das principais redes internacionais de varejo”, informa Marcos Andrade, presidente da empresa. Entre os clientes estão marcas como Tommy Hilfger e a JLO, da cantora americana Jennifer Lopez. A Expor Manequins, fundada em 1969 em São Paulo, expandiu os negócios de exportação a partir de 2000, a ponto de ser criado um departamento específico. As ligações são atendidas por uma secretária eletrônica em português, inglês e espanhol. “Em todo o mundo manequins são peças fundamentais para a venda”, explica Andrade. No começo dos anos 1970, o pai do empresário, Vilemonde Garcia, percorria a rua Augusta, então centro fervilhante do comércio de São Paulo, com mostras de manequins. Pedia ao lojista peças de roupas encalhadas, vestia o manequim e o instalava na vitrine. “Em poucos dias a peça era vendida. E meu pai saía da loja com novas encomendas”. Foi assim que a empresa prosperou. Mas dos antigos manequins estáticos, feitos de resina e quase sem feições usados na época, pouco resta. As peças atuais são fabricadas com resina especial e podem simular os mais variados movimentos. São os manequins com atitude. “ P o d e m re p re s e n t a r, p o r exemplo, a ação de um skatista ou de um jogador de futebol”, informa Andrada. São as peças mais pedidas, embora a empresa ainda se dedique ao fabrico de manequins tradicionais. O preço médio de uma peça, cuja feitura pode levar

Manequins brasileiros expostos em todo o mundo A Expor Manequins, de São Paulo, vende suas peças pelo mundo. Os modelos, hoje feitos com resina especial, podem simular os mais variados movimentos - são os manequins com atitude. E cada país tem sua peculiaridade Marcelo Min/AFG

As peças atuais são fabricadas com resina especial e podem simular os mais variados movimentos. São os manequins com atitude

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até 30 dias, é de R$ 800. E como está presente em todos os continentes, teve de adaptar suas peças para atender aos usos e costumes locais. Alguns exemplos: “Para as lojas da África do Sul, desenvolvemos uma cor específica para as peças, um negro com tonalidade chocolate porque esse é o padrão de beleza do país”, conta Andrade. No Japão, os manequins de adolescentes têm porte de adultos e na Holanda a estatura das peças é maior para poder vestir as roupas vendidas no comércio local. E nos países muçulmanos, os manequins não podem ter cabeça, uma proibição relatada no Alcorão. Esse tipo de exigência é prontamente atendido pela empresa. O grande problema das exportações, segundo Andrade, é a falta de infra-estrutura e a alta carga tributária do País: “Somos onerados em demasia na produção e a infraestrutura logística no País ainda é um grande entrave para os exportadores”. Ele conta que já teve de esperar dois meses pela liberação de um contêiner para despachar sua remessa: “Quando tentamos mandar por avião, para poder cumprir os prazos exigidos pelo cliente, entramos em nova fila porque todo o espaço nos aviões estava tomado por produtos perecíveis, atum vindo do Chile”. Ele ainda cita a demora para liberar a mercadoria e as greves na Polícia Federal: “Sem falar na cotação do dólar, que acaba derrubando nossas margens”. (LG) Serviço Expor Manequins Fone 3887-3205 Na internet: www.expormanequins. com.br


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ESPECIAL - 9

Marcelo Min/AFG

O risco do improviso e o destaque da inovação Construção e reforma de estabelecimentos comerciais devem ser conduzidos por especialistas. Improvisação leva ao prejuízo. Como diz um profissional, “em uma obra comercial é que se separam os homens dos garotos”

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a construção e na reforma do estabelecimento, a improvisação resulta em prejuízo. Sempre. “Não se deve contratar quem não tem experiência nesse tipo de empreitada”, recomenda o engenheiro José Antônio Favaro, da Saeng Engenharia. “O ritmo de quem constrói casas é diferente daquele exigido pelo comércio, em que é essencial trabalhar com rapidez e precisão”. Os materiais usados no comércio também são distintos e devem ser manipulados por especialistas. As estruturas, explica Favaro, são metálicas e não de concreto, por exigirem menos tempo de fixação: “A cura do concreto leva tempo e tempo é precioso”. Silvio José Lopes, da empreiteira José Lopes, criada há 30 anos, exagera: “Em uma obra comercial, muitas vezes realizada à noite, é que se separam os homens dos garotos, tamanha a dificuldade na execução do serviço”. O trabalho noturno é exigência dos shoppings e de algumas ruas comerciais para que a rotina das compras durante o dia não seja afetada. Como comparação, explica Lopes, o tempo médio de uma construção residencial de 300 metros quadrados é de oito meses, em média: “Uma loja de 150 metros quadrados não pode levar mais de 60 dias para ficar pronta para funcionar”. O preço, a depender do acabamento, varia de construtor para construtor. José Antônio afirma que, em relação a uma obra residencial, a comercial sempre é mais cara: “É que uma loja exige alguns equipamentos dispensáveis em uma residência, como a instalação de aparelhos de ar-condicionado, dispositivos antiincêndio e móveis mais requintados feitos sob medida”. O engenheiro destaca outro fator que contribui para a elevação dos preços: as grandes novidades do setor de materiais de construção chegam primeiro ao comércio. Só depois ficam

disponíveis para as residências: “E deve ser assim porque as lojas precisam se destacar pela inovação. E o que é novo é sempre mais caro”. O orçamento da José Lopes, que contempla apenas construção civil, costuma ser mais em conta para o comércio. “Tomando-se como referência um padrão de nível médio, pode-se estabelecer o preço de R$ 650 por metro quadrado em um imóvel residencial e de R$ 400 em um estabelecimento comercial”, detalha Silvio. Ele recomenda que, ao contratar um empreiteiro, o lojista examine detalhadamente o contrato de prestação de serviço, tome informações sobre a empresa com a checagem de todos os requisitos junto à Prefeitura e exija garantia no contrato. “Normalmente a garantia é de cinco anos, período em que a empreiteira se compromete a reparar qualquer problema na construção”. José Antônio diz que, em uma construção que segue todos os rigores necessários, dificilmente surgirão problemas: “E caso surja algum, é importante ter em mente que existe a própria garantia dos fornecedores de materiais, do piso à fiação elétrica: eles costumam trocar ou reparar o que porventura apresente defeito sem custo algum para o lojista”. Há 18 anos no ramo de construção para o comércio, a Saeng trabalha com grandes redes e pequenos lojistas. E seu sócio-proprietário nota que o padrão nesse tipo de construção elevou-se muito nos últimos anos. “Aos poucos os varejistas estão percebendo que para atrair clientes é preciso ter um estabelecimento com ótima apresentação. E isso vale tanto para uma grife de alto luxo quanto para o comércio popular”. (LG) Serviço Saeng Engenharia Fone 3815-6833 Na internet: www.saeng.com.br Empreiteira José Lopes Fone 3271-3991 Na internet: www.joselopes.com.br

O engenheiro José Antônio Favaro recomenda: nada de improvisação na hora de construir ou reformar um comércio. É muito diferente da obra de uma residência


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Marcelo Min/AFG

Uma boa iluminação é fundamental numa loja, dizem especialistas. Lâmpadas adequadas e boa ventilação são determinantes para o conforto do consumidor e dos vendedores. Como no caso desta loja da Bayard

Luzes atraem lucros para seu negócio A iluminação pode fazer toda a diferença e atrair novos consumidores. Preste atenção neste item ao montar ou reformar sua loja, pois há iluminação apropriada para o comércio de rua e as lojas de shoppings

A

iluminação da loja, afirmam consultores como Patrícia Rodrigues, faz a diferença entre um ambiente acolhedor e um espaço, digamos, apagado, sem qualquer atrativo para o cliente. “O uso de lâmpadas adequadas para cada tipo de finalidade e a boa ventilação no recinto são determinantes para o conforto do consumidor e dos vendedores”, opina Gustavo Casagrande, arquiteto e projetista da Companhia de Iluminação, de São Paulo: “E isso influencia fortemente nas vendas, conforme nos informam nossos clientes”. Entre outras funções, a iluminação serve para destacar o produto em exposição. Ainda há pouca preocupação dos lojistas com esse detalhe, o tema só agora começa a ser contemplado em algumas universidades e a oferta de especialistas voltados para o comércio varejista limita-se a alguns escritórios de arquitetura e de engenharia. A Companhia de Iluminação, criada em 1989 e que tem como alguns

dos clientes a rede Bayard e o Pão de Açúcar, é uma dessas empresas focada para os pontos de venda. “Os projetos residenciais ocupam apenas 40% de nossas atividades”, informa Casagrande. Patrícia Rodrigues lembra que as cadeias de lojas internacionais, em que a decoração segue padrões rigorosos, trouxeram a cultura para o País. “Mas ainda assim tivemos de fazer algumas adaptações para que o sistema usado no Hemisfério Norte

funcionasse abaixo da linha do Equador”, explica Casagrande. As lâmpadas usadas pelas lojas da Europa e dos Estados Unidos irradiam mais calor e realçam as cores com mais intensidade. Aqui, a solução não funciona. O tipo de lâmpada ideal para o comércio, explica o técnico, são as de vapor metálico

que, a depender da intensidade, custam de R$ 60 a R$ 200 a unidade. São mais caras que as convencionais, mas economizam de 60% a 70% de energia e duram dez vezes mais. Para cada finalidade, existe um tipo específico: “Repare nas gôndolas de alimentos das lojas Pão de Açúcar e perceba que, por conta da iluminação específica, os produtos exibem sua cor natural, sem distorções”. Há ainda iluminação apropriada para o comércio de rua e para as lojas de shoppings: “ Tr a b al h a m o s c o m p a r â m etros técnicos, mas há muito de feeling do técnico em um projeto”. Não há preço fixo para o projeto e instalação. Mas podese calcular um percentual em torno de 3% a 5% sobre o custo total de uma reforma, e aí não se incluem dutos e fiação, mas apenas as lâmpadas e luminárias. (LG) Serviço Companhia de Iluminação Fone 3871-2031 Na internet: w w w . c i a d e i l u m i n acao.com.br


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ESPECIAL - 11

Não vacile com a segurança, é perigoso Cautela é fundamental neste quesito. Portanto, proteja-se com o que há de mais avançado para enfrentar os bandidos. Soluções integradas controlam melhor o acesso para garantir a segurança de todos Milton Mansilha/LUZ

Marcelo Min/AFG

Maristela Orlowski

Denise Adams/AFG

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Ricardo Yagi, da Id-Tech (no alto, à esquerda), Marcelo Necho, da Graber, e José Caetano, da Haganá (acima). Ao lado, sistemas de identificação da face, palma da mão e digitais

Fotos: Marcelo Min/AFG

ão adianta fechar os olhos: os bandidos aprimoram suas táticas a cada dia. Por outro lado, as tecnologias utilizadas em segurança também avançam a passos largos. Assim como as residências, os estabelecimentos comerciais, principalmente os grandes condomínios, estão buscando soluções integradas para controlar melhor o acesso de usuários e visitantes e garantir a segurança de todos. De acordo com Ricardo Yagi, presidente da Id-Tech - empresa especialista em consultoria e desenvolvimento de soluções para controle de acesso físico e lógico através de tecnologias biométricas - a biometria, uma tecnologia que permite a identificação de uma pessoa por meio do exame de suas características físicas (como voz, formato do rosto, íris e digital) e comportamentais (a maneira de assinar é o mais comum), está em ascensão no País: "Cada situação exige uma aplicação diferente, e cada aplicação uma tecnologia biométrica adequada. A mais inovadora é a Palm Vein, que reconhece as características biométricas através do fluxo sanguíneo nas veias da palma da mão da pessoa". Segundo Yagi, no Japão o Palm Vein já foi instalado em 40 bancos, como o Tokio-Mitsubishi, por exemplo, algumas bibliotecas, universidades e condomínios. Aqui no Brasil a inovação está chegando rápido nas instituições financeiras e promete acabar com as inúmeras senhas bancárias. "O Bradesco já tem planos de implantar 50 caixas automáticos com essa tecnologia no próximo semestre. As características biométricas do cliente podem ser gravadas no chip do smart card ou no próprio banco de dados do banco. A vantagem é que ela é precisa, 30% mais barata que a tecnologia de reconhecimento de íris, serve para uso massivo e impossível de ser forjada". Dentre as outras tecnologias biométricas estão a impressão digital (a mais utilizada), o reconhecimento de face, de voz e de íris, e a dinâmica da assinatura. Conforme explica Yagi, um sistema de reconhecimento de face tem maior precisão e velocidade que o reconhecimento de íris. No primeiro caso, é possível identificar uma pessoa dentro de um banco de dados com 700 mil imagens em um segundo. No caso da íris, no mesmo período de tempo, o sistema analisa 300 mil imagens: "Cada tecnologia tem uma certa limitação. A da face, por exemplo, pode sofrer in-

fluências de luz, movimento e angulação". Porta de entrada A insegurança está por todos os lados. Para o diretor de Tecnologias e Novos Negócios da Fort Knox - empresa especializada em segurança patrimonial -, Edgard de Souza Leite Neto, os principais problemas enfrentados hoje pelos condomínios são a vulnerabilidade da portaria, o despreparo da mão-de-obra, a falta de manutenção dos equipamentos e a inexistência de monitoramento externo: “A portaria é o primeiro alvo dos assaltan-

tes. Ao dominar o porteiro, é possível controlar a entrada e saída dos moradores e, desta forma, dar continuidade ao funcionamento das atividades da portaria como se nada estivesse ocorrendo. Não à toa, os assaltos a condomínios chegam a durar quatro horas”. Para resolver essa questão, a empresa lançou recentemente o serviço de Portaria Digital. O projeto integra equipamentos de última geração, que inclui sistema digital de vídeo, voz e telecomandos, que permitem à Central de Monitoramento da Fort

Knox ver e ouvir tudo o que ocorre nos pontos estratégicos dos prédios e interagir com estes em tempo real. Pela Central é possível, por exemplo, controlar alarmes, iluminação, portas e portões. O sistema identifica qualquer tentativa de intrusão ou mesmo de rendição da portaria e a Central de Monitoramento é alertada imediatamente, permitindo o rápido acionamento da Polícia Militar em caso de assalto. Todo o sistema de monitoramento digital utiliza a transmissão de dados via web, cujo

acesso é fornecido por grandes provedores de banda larga. Como opcional, a Fort Knox oferece também o sistema de transmissão de dados “wireless” (sem fio) via tecnologia GSM/GPRS, que garante mais segurança para a operação. No caso dos condomínios comerciais, a regra é a mesma, segundo o diretor-comercial do Grupo Haganá, José Antônio Caetano: "Recomendamos que a recepção seja toda informatizada e que o lugar tenha uma sala de segurança blindada para o monitoramento desta recepção. Muitas vezes há

monitoramento, mas não há um segurança para intermediar casos de riscos". Para ele, o segmento empresarial - que, hoje, corresponde a 30% da sua carteira de clientes - deve crescer ainda mais. "O mercado de segurança vem crescendo nos últimos anos em média 10%. Nós fomos além disso, com 25%", conta o diretor-comercial da empresa, que presta serviços para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e para a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio). Veículos No monitoramento e rastreamento de veículos, a tecnologia também acompanha. Atualmente já é possível acompanhar o itinerário de automóveis e cargas de casa ou do escritório através da Internet. Os sistemas GPS (Sistema de Posicionamento Global), que recebe os sinais do veículo via satélite e os envia à Central de Monitoramento, e GSM (Sistema Global para Comunicação Móvel), que fornece a posição do carro via celular a cada cinco minutos, são os mais eficazes, conforme explica o diretor da Graber Rastreamento - uma divisão da Graber, empresa há mais de vinte anos no mercado de segurança -, Marcelo Nache. "Até quatro anos atrás o rastreamento de veículos era um serviço caro. Hoje já está ao alcance de todos", comenta Nache. Rastrear e monitorar 24 horas um carro de passeio, por exemplo, pode custar entre R$ 50 e R$ 120 por mês. Frotas de caminhões são rastreados por R$ 150 a R$ 500, dependendo do pacote de serviços e sistemas. "Somente o equipamento sai por R$ 500. Mas isso pode reduzir em até R$ 200 o preço do seguro", acrescenta o diretor da Graber. O serviço de rastreamento traz ainda outros benefícios que, juntos, reduzem os riscos do motorista, do veículo ou da carga. Cobertura em todo território nacional, apoio aéreo, botão do pânico, balcão de socorro 24 horas, atendimento personalizado, treinamento anti-seqüestro, relatório logístico, investigação preventiva em caso de sinistro, análise de risco de rotas e planos de viagens são alguns deles. A empresa está comemorando o sucesso do serviço. Somente o Estado de São Paulo engloba 50% do mercado. E a estimativa é de crescimento. "O mercado está conhecendo o produto e o preço, mais acessível. Acreditamos que vamos crescer entre 50% e 60% ainda nos próximos quatro anos", informa Necho, que revela ter uma carteira com mais de 50 mil clientes em todo o País.


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12 -.ESPECIAL Milton Mansilha/LUZ

quinta-feira, 29 de junho de 2006 Anna Carolina Negri/AFG

Deficientes formam um nicho diferenciado, com alta capacidade e poder aquisitivo para consumir, mas poucos comerciantes de rua perceberam. Sandra Perito (acima): “O segredo é ter redundância de informação”

S

Mais respeito com este consumidor, o deficiente A Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida está tentando conscientizar comerciantes de que é preciso tornar mais fácil a vida desse tipo de consumidor. Mas ainda encontra resistências air de casa para fazer compras pode se tornar uma tarefa fácil e prazerosa para uns, um tormento para outros. Pessoas que sofrem de algum tipo de deficiência (motora, visual ou auditiva) ou possuem dificuldade de locomoção (como idosos e obesos, por exemplo) - que somam hoje três milhões de habitantes somente na cidade de São Paulo - são as mais prejudicadas quando o quesito é acessibilidade a lugares públicos e comerciais. Para a secretária Mara Gabrilli, da Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, da Prefeitura de São Paulo, essas pessoas formam um nicho diferenciado no mercado, com alta capacidade e poder aquisitivo para consumir: “Enquanto os lojistas de rua não perceberem isso, os deficientes ficarão restritos a fazer compras em shoppings, onde há melhores condições de acessibilidade”. As ações para promover a conscientização entre os comerciantes da importância da adequação de seus estabelecimentos às normas de acessibilidade estão vindo de todos os lados. A Secretaria, com apoio do Conselho de Ruas Comerciais da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), está promovendo uma série de mutirões. “Fizemos um na rua João Cachoeira, no Itaim, onde as calçadas já são acessíveis. Fomos conversar de loja em loja. Algumas se adequaram, como a Alô Bebê,

Milton Mansilha/LUZ

por exemplo, que colocou uma rampa de acesso onde havia somente um degrau; outras ainda não”, informa Mara. Nem todos os comerciantes entraram no clima. Mara conta que algumas grandes redes localizadas na João Cachoeira, que têm condições financeiras de efetuar as adequações necessárias, nada fizeram até agora. “Acho que eles não nos levaram a sério”, diz a secretária, que testou pessoalmente as calçadas da via: “Como não me mexo do pescoço para baixo, dependendo da calçada, alguém tem de me segurar para estabilizar meu tronco. Isso não foi preciso na João Cachoeira. Por lá, só falta colocar, em alguns lugares o piso podotátil (para alertar deficientes visuais) e, nos totens de orientação, o mapa tátil”, complementa a secretária. A iniciativa não ficará nisso. O objetivo é estender a visita às 18 ruas que compõe o Conselho do Fecomercio: “A próxima será a Mateo Bei, em São Mateus. Já fomos procurados também pelos representantes dos lojistas das ruas Oscar Freire, Oriente e Augusta”. De acordo com Mara, para ade-

quar o estabelecimento comercial ao público que possui limitações é necessário disponibilizar, além da rampa de acesso, uma porta de entrada mais larga, um mobiliário específico e caixas mais baixos, por exemplo. “Não vamos exigir tudo isso de um pequeno lojista, que tem pouco capital para investir. Exigimos o básico”.

Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo, Ruy Pedro de Moraes Nazarian, "a turma está começando a se conscientizar e a fazer as modificações nos estabelecimentos. Sempre recomendamos aos lojistas que façam rampas, adaptem os banheiros e implantem etiquetas em braille".

Adequação plena Para a arquiteta e d i re t o ra - p res i d en t e do Instituto Brasil Acessível, Sandra Perito, o primeiro passo para promover o direito a esse tipo de consumidor de circul a r i n d e p e n d e n t emente é oferecer acesso urbano, com calçadas padronizadas, rampas e transporte: “Mas da calçada para dentro da loja ainda há muito que fazer. Os estabelecimentos também precisam se adequar a todo e qualquer tipo de limitação. É necessário dar as condições necessárias plenas e de modo igualitário para que os consumidores possam circular independentemente. Uma rampa de acesso no fundo da loja não resolve o problema, só traz mais desconforto e segregação”. Fator importante, segundo explica a arquiteta, é neutralizar obstáculos que possam causar acidentes ou trazer risco de segurança ao consumidor, seja ele um deficiente motor, auditivo ou visual: “Qualquer coisa que possa ser um risco para ele deve se sinalizado”. Contraste de cores e texturas diferentes auxiliam pessoas com baixa visão, problema muito mais comum que a ce-

gueira propriamente dita. Isso pode ser usado em vitrines e degraus, por exemplo. Um aviso luminoso, além do sonoro, auxilia pessoas deficientes auditivas. “O segredo é ter redundância de informação”. De acordo com Sandra, a tendência é produzir espaços adequados ou modificar os já existentes: “Quem não fizer isso vai descartar e perder esse consumidor, que se torna uma parcela cada vez mais crescente da população. Hoje, diferente do passado, os idosos são mais ativos e gostam de sair. Não podemos deixar os lugares desconfortáveis para esse grupo. É uma mudança cultural que tem que entrar na cabeça das pessoas”. Para ela, cada lojista tem de se preocupar em fazer a sua parte para atenuar a situação geral: “Tudo que é adaptado acaba fazendo a diferença. Temos de informar e conscientizar a população sobre as causas e conseqüências da impossibilidade do livre acesso e uso dos ambientes, bem como o que deve ser feito a respeito”. Normas Segundo o arquiteto Luiz Marcos Cintra, do Instituto Paradigma, todo espaço novo ou a ser modificado precisam atender às normas de acessibilidade. A NBR 9050, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), fixa os padrões e critérios que visam a propiciar às pessoas portadoras de deficiência condições adequadas e seguras de acessibilidade autônoma a edificações, espaço, mobiliários e equipamentos. Além disso, estabelecimentos com circulação superior a cem pessoas por dia devem atender a esses padrões, segundo as Leis Municipais 11.345/93, 11.424/93 e 12.815/99 e os Decretos 37.649/98, 38.443/99 e 45.122/04. Cintra, que faz diagnósticos de espaços específicos para receber pessoas com limitações e prescreve as adaptações necessárias, explica que a norma contempla alguns detalhes, mas não tem nada específico para estabelecimentos comerciais: "Não basta aplicar a norma, é preciso entender, interpretar e questionar, pois há muito a ser melhorado. São Paulo já caminhou um pouco, mas o Brasil é grande. É questão de tempo". (MO)


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Indicadores Econômicos

2,79

reais foi o fechamento da cotação do Euro para venda ontem, de acordo com o Banco Central.

28/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 26/06/2006 26/06/2006 26/06/2006 26/06/2006 26/06/2006

P.L. do Fundo 5.669.204,63 1.333.401,59 5.807.356,62 9.609.122,10 1.055.148,89

Valor da Cota Subordinada 1.110,060587 1.036,928948 1.007,166566 1.060,648071 1.025,046080

% rent.-mês 2,1255 1,1426 -5,8466 2,6487 2,3397

% ano 13,6227 3,6929 0,7167 6,0648 2,5046

Valor da Cota Sênior 0 1.048,023038 1.057,576278 0 0

% rent. - mês 0,9679 1,0584 -

% ano 4,8023 5,7576 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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Finanças Empresas Empreendedores Nacional

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Bar do Sacha é um sucesso na Vila Madalena e está sempre cheio nos finais de semana.

PRIMEIRO BAR TINHA 30 METROS QUADRADOS

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

Pernambucano vence a fome e monta vários bares em SP Isaías da Silva, o Sacha, tem hoje quatro bares, duas lanchonetes e um restaurante

P LETREIRO

A

dona do Jacaré, restaurante no qual o garçom Isaías Bernardo da Silva trabalhou, perguntou quem queria fazer um curso de barman. "Ninguém quis, só eu", lembra. Mal sabia que daí nasceria o famoso apelido. Um dos garçons começou a chamá-lo de Sacha, por causa do barman do clássico Casablanca. Sacha não gostou muito, mas como o nome pegou, ele acabou se acostumando. Na hora de abrir o bar, perguntou a alguns clientes sobre qual nome deveria colocar, e todos responderam que teria que ser Bar do Sacha, é lógico. (KS)

SEGREDO

A

proveitar todas as oportunidades e acreditar no que faz é importante para as coisas darem certo, diz Isaías Bernardo da Silva, o Sacha. "Além disso, minha família é evangélica. Todos oram por mim. E sou corajoso, não tenho medo de nada. Quem tem medo acaba brecando a própria vida." Ele também conserva suas amizades. "Devo muito ao bairro da Vila Madalena e aos amigos que sempre me ajudaram", admite. "O sucesso não me subiu à cabeça e por isso continuo entre os que me ajudaram", diz. (KS)

PEDRA

P

ara Isaías Bernardo da Silva, o Sacha, a época mais difícil foi quando o pai faliu, ainda em Pernambuco. "Tive que parar de estudar e fui trabalhar de servente em construção. Tinha que fazer algo, ir à luta." Os estudos, que foram interrompidos nessa época, quando ele estava na sexta série do antigo ginásio, estão nos planos de Sacha. "Já fui atrás várias vezes, mas falta tempo", confessa. Apesar do sucesso em seus quatro bares, duas lanchonetes e um restaurante, ele não se acha um bom administrador. "Preciso fazer uns cursos", afirma. (KS)

ara quem já passou f o m e , h o j e o p e rnambucano Isaías Bernardo da Silva, mais conhecido por Sacha, está muito bem. Afinal, tem quatro bares, duas lanchonetes e um restaurante. O mais famoso é o Bar do Sacha, que fica na Vila Madalena e assa quatro toneladas de costela por mês para seus clientes. Mas tem também a lanchonete Sacha's Dog e a Choperia do Sacha, as duas no mesmo bairro. Existe ainda o Sachinha, na Vila Beatriz, um simpático bairro ao lado do burburinho da Vila Madalena. E duas lanchonetes dentro de unidades da Universidade Paulista (Unip). Além disso, o empresário comemora o lançamento do mais novo filhote, o Sacha Grill, atrás da Igreja da Cruz Torta, em Pinheiros. Natural de Paulista, cidade a 20 km de Recife, Sacha, como milhões de outros nordestinos, veio para São Paulo procurar emprego depois que a fábrica de bolsas que o pai tinha na capital pernambucana faliu. "A gente não era rico, mas vivia bem. Eu estudava em colégio particular", conta. Com o fechamento da fábrica, foi-se a escola boa e até a comida do prato sumiu. O pai começou a falar em se matar, o que assustou o filho. "Tinha que fazer alguma coisa. Depois de meu pai, eu era o único homem da família", lembra Sacha, que tem quatro irmãs. Em São Paulo, foi morar com um tio, que lhe arrumou emprego como balconista na mesma lanchonete em que trabalhava, a Stop Dog. Depois foi para o New Dog e mais tarde para o Oregon, todas lanchonetes famosas da capital. Todo mês, Sacha mandava um pouco de dinheiro para os pais e sonhava em ter seu próprio negócio. Em 1993, ele foi parar no Jacaré Grill, um reduto tradicional na Vila Madalena, e a vida começou a mudar. Noites no chão "A Claudinha e a Paulinha, duas clientes do Jacaré que eram minhas amigas, abriram um brechó e me chamaram para fazer uns drinks no dia da inauguração", conta. "Aí, a gente abriu um bar, o Super Bacana, que deu mais certo que o brechó", lembra. Sacha diz que, na época, trabalhou muito e chegou a dormir no chão. O lugar emplacou, mas seis meses depois as amigas o trocaram por um novo sócio e até mudaram as fechaduras do bar para impedi-lo de entrar. Como o contrato entre eles era apenas verbal, o pernambucano diz que saiu com uma mão

na frente e a outra atrás. M a i s t a r d e , o u t r o a m igo/cliente apresentou Sacha ao dono de um estacionamento e lava-rápido, no Bom Retiro. No lugar, havia espaço suficiente para montar um bar. Sacha arrendou o lugar, começou a fazer uns grelhados e a atrair clientes. Vendo isso, o dono do estabelecimento dobrou o valor do aluguel. Como o empreendedor não conseguia pagar, fechou o bar e voltou para o Jacaré Grill. Predestinação Porém parecia que o destino do pernambucano já estava traçado. A esposa do churrasqueiro do Jacaré trabalhava em um pequeno café, distante apenas alguns quarteirões, e ficou sabendo que os patrões queriam passar o ponto. Magrão, o churrasqueiro, contou a novidade a Sacha, que não deu muita importância. "Eu disse que não queria saber de nada e que ia voltar para o Recife e vender lanche na praia." Apesar de decepcionado com tudo o que lhe aconteceu, Sacha acabou indo falar com o casal que tocava o café. E concordou em ficar com o lugar. Nos primeiros três meses, pagaria só o aluguel – de R$ 500. Depois, além do aluguel, daria outros R$ 500 ao casal. Acordo fechado, no dia 15 de julho de 1996, Sacha abriu o Bar do Sacha. Entretanto, o casal mudou de idéia e desistiu de alugar o espaço, pois resolveu vendê-lo. O preço era de R$ 18 mil parcelados, com uma entrada de R$ 4,5 mil. Uma cliente do Jacaré, que de paquera virou namorada de Sacha, insistiu em lhe emprestar o dinheiro da entrada. Marketing A propaganda boca-a-boca levou clientes ao novo endereço das costelas, na Vila Madalena. A churrasqueira ficava na calçada porque o lugar era "minúsculo", apenas 30 metros quadrados. Atualmente, são 300 metros quadrados com capacidade para 220 pessoas sentadas. Silvia, a namorada de Sacha, nunca viu a cor dos R$ 4,5 mil que emprestou. Em compensação, eles se casaram e são pais do Thiago, de um ano e nove meses. E do Jardim Ângela, bairro pobre da zona sul de São Paulo, onde morou quando chegou de Pernambuco, Sacha mudou com a família para a Vila Madalena. O pai, as irmãs e até os quatro cunhados viraram sócios das casas. No último empreendimento, o Sacha Grill, foram investidos R$ 120 mil. Nada mal para quem passou até fome.

Vista interna do bar na Vila Madalena

Kety Shapazian

EMPREENDEDORES Sacha pensou em voltar para Recife e vender sanduíche, mas acabou montando uma rede de bares

Fachada do Bar do Sacha, um sucesso entre os amantes de carnes grelhadas, principalmente costelas

Churrasqueiro do Sacha

Costela com mandioca cozida, vinagrete, maionese e caipirinha

CABECEIRA

Jogos empresariais: lúdicos, não tolos

A

palavra de ordem no que se refere ao treinamento de funcionários atualmente é o role-playing ou jogos empresariais. Baseado nos role-playing games (RPG), o método tem por objetivo preparar colaboradores para os desafios do dia-adia usando teatro, jogos, gincanas e música como estratégia para motivar as equipes. Tanto que a consultora de empresas Yvette Datner decidiu

reunir em Jogos para educação empresarial (Editora Ágora) 32 jogos dirigidos à saúde organizacional, grupal e relacional. As atividades, segundo ela, são sérias, mas não sisudas; lúdicas, porém não podem ser consideradas meras brincadeiras. Os temas propostos ajudam a desenvolver competências pessoais e reduzir conflitos, e a formar lideranças. Dora Carvalho

Divulgação


MINISTRO DA AGRICULTURA DIZ QUE "CUMPRIU SUA MISSÃO"

Saiu de maduro

O ministro Roberto Rodrigues plantou nove objetivos em seu discurso de posse, há 3,5 anos. Colheu-os todos, "cumpriu a missão", e está saindo do governo Lula, em quem não votou. Não foram a mulher, doente, nem mais uma rusga política, como se espalhou em Brasília. Contra juros e câmbio ele nada pôde fazer, mas sua permanência como ministro "evitou o pior" para a agricultura. Será difícil para Lula enfrentar a prenunciada crise agrícola sem Rodrigues, ou negociar o apoio da bancada ruralista à sua reeleição. Leia em Política, páginas 3 e 8 Givaldo Barbosa/Agência O Globo

Ano 81 - Nº 22.158

São Paulo, quinta-feira 29 de junho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Serra já tem vice: Goldman

Edição concluída às 23h50

Página 4

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Divulgação

Marcelo Min/AFG

CADERNO ESPECIAL

Inverno, verão e festas Tem até Bumbódromo (foto). Embarque no Boa Viagem Antonio Scorza/AFP

De volta aos treinos, com carinho. De leve, Robinho treinou e ganhou beijo de Giovana (foto), filha de Juninho Pernambucano. Ricardo Bakker/Diário de S. Paulo/Agência O Globo

HOJE Nublado com chuva Máxima 20º C. Mínima 9º C.

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 22º C. Mínima 10º C.

Foi o dia mais frio. E vem mais Chegou a 10,1 graus em São Paulo (foto). Previsão é de queda em todo o estado. Cidades/5

DC

Marco Andrade, fabricante de manequins para exportação

www.finanfactor.com Pabx (11)

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Cidades

1 Estamos trabalhando para que a parte de obra pesada fique pronta até setembro. Jorge Bayerlein, engenheiro

TÃO PERTO, MAS TÃO LONGE Divulgação

Dez anos depois de iniciado, o Expresso Tiradentes (ex-Fura-Fila e ex-Paulistão) se aproxima da conclusão de sua primeira fase. Até janeiro, a Prefeitura quer entregar os primeiros 8 quilômetros de um total de 31,8 quilômetros previstos. Quase R$ 700 milhões já foram gastos. Até o fim do projeto, cerca de R$ 1 bilhão terá sido aplicado. Fernando Vieira

D

ez anos depois de seu anúncio, de duas mudanças de nome, de gerar muita sujeira, de promover um grande prejuízo comercial, de causar confusão no trânsito com interdições em um dos principais eixos viários da capital e quase R$ 700 milhões em investimentos, a primeira fase de uma das obras mais desacreditadas de São Paulo entra em sua reta final: o Expresso Tiradentes, nome atual do ex-Paulistão (gestão de Marta Suplicy, 2000/2004) e ex-Fura-Fila (de Celso Pitta, 1996/2000). A inauguração do novo sistema de transporte está prevista para janeiro de 2007. No início da atividade comercial, o transporte de passageiros ocorrerá apenas nos trechos 1 e 2 (entre o Parque Dom Pedro II, no Centro, e o Terminal Sacomã, na zona Sul). Os dois trechos somam oito quilômetros de corredor, dos quais três construídos em nível e cinco em via elevada. No primeiro trimestre do ano que vem, 15 ônibus estarão em circulação. Estações – Embora o projeto contemple dez estações ao longo desse trajeto, somente quatro serão construídas nos próximos seis meses para a inauguração. São elas: Parque Dom Pedro II, Ana Neri, Clube Atlético Ypiranga e rua do Grito, além da conclusão dos terminais Mercado Municipal e Sacomã. Estima-se que cerca de 15 mil pessoas poderão ser beneficiadas pela utilização do Expresso Tiradentes por hora/pico, segundo a SPTrans. Mais do que uma alternativa de transporte para os paulistanos, a inauguração dos dois trechos pode representar também um novo marco para a capital. Do alto dos 17 metros da pista sustentada por pilastras, a paisagem é um convite. Nada de belas montanhas ou do mar, é verdade. Mas o passageiro poderá apreciar da janela do ônibus uma vista aérea de bairros paulistanos como a Mooca e o Ipiranga, de um ângulo até então inédito em São Paulo – talvez possível apenas da sacada dos apartamentos que se multiplicam no Alto da Mooca. Paisagismo – Além disso, com projeto paisagístico de Ruy Ohtake, a cicatriz urbana em que se transformou o exFura-fila poderá dar lugar a um novo cartão postal paulistano, com iluminação especial e jardins sob suas imponentes colunas. Uma amostra desse ideal começa a tomar forma em um pequeno espaço entre duas pilastras, ainda num local escondido da visão da população, num trecho interditado da avenida do Estado, próximo ao Clube Atlético Ypiranga. Hoje, o cenário da obra contrasta com a imagem de abandono exibida durante todo o ano passado. O movimento de operários e máquinas estende-se por toda a via elevada sobre 136

pilares. Mais de mil homens chegam a se revezar em turnos e funções. Grande parte da estrutura começa a receber serviços de acabamento, já que a pista por onde vão circular os veículos está pronta. Em outros pontos, ainda num estágio anterior, uma manta geotêxtil – equipamento técnico aplicado por sete dias para evitar rachaduras na camada final de 10 centímetros de concreto do pavimento rígido – recobre longas distâncias do piso, como um carpete negro. Após sua retirada, a pista também estará pronta. Recursos – A intensificação dos trabalhos nos últimos quatro meses veio com a liberação de R$ 75 milhões do Os trechos 1 e 2 do Expresso Tiradentes, onde os ônibus circularão a 17 metros do chão, entrarão em funcionamento em janeiro de 2007 governo federal. Desse total, Andrea Felizolla/Luz R$ 53 milhões Fotos de Luiz Prado/Luz já foram utilizados, sendo que o restante está comprometido com a obra nos próximos dois meses. Por isso, em julho, mais R$ 75 milhões devem ser liberados pelo governo federal, por meio do Ministério das Cidades. Jorge Bayerlein (esq.), engenheiro da SPTrans, disse que os testes com ônibus devem começar em outubro. No momento, mais de mil homens se revezam na obra. A Prefeitura entrará com outros R$ 25 milhões, segundo Eduardo Valentim, assessor da diretoria de projetos especiais da SPTrans. Com os recursos garantidos, o ritmo da obra vai se manter acelerado, segundo o engenheiro Jorge Bayerlein, gerente-geral de execução de obras para projetos especiais da SPTrans. “Estamos trabalhando para que a parte pesada dos trabalhos fique pronta até setembro. Em seguida, faremos os ajustes Somente quatro estações serão construídas nos próximos seis meses complementares necessários”, disse Bayerlein. Operação – A partir de outubro, ele afirma que os trechos 1 e 2 do Expresso Tiradentes devem entrar em fase de operação assistida. Nessa etapa não haverá transporte de passageiros. Será destinada apenas ao treinamento das equipes que vão operar o sistema, aos testes de sinalização ao longo das pistas, aos ensaios de situações de emergência, aos testes de escadas rolantes e elevadores e à circulação experimental dos ônibus. Serão testados dois tipos de veículos: modelos híbridos e Do alto do Expresso, os usuários terão uma bela vista da cidade os movidos a diesel. Ambos já estão em adaptação para recursos: R$ 100 milhões do Nesta semana, a Prefeitura circular no sistema, com governo federal. Em 2008, a firmou convênio com o plataforma baixa de piso, previsão é de que a Prefeitura governo do Estado para a visando a garantir a destine mais R$ 170 milhões à execução do trecho 3 da obra, acessibilidade de portadores obra. Tanto os recursos numa extensão de 2,8 de necessidades especiais. federais como os municipais quilômetros, entre a rua Um outro modelo a gás está serão aplicados na execução Brigadeiro Jordão até a em desenvolvimento por uma estação Rui Roxo, na Vila dos trechos 4 e 5, da Vila empresa italiana e poderá ser Prudente até o terminal Prudente. integrado ao sistema no Tiradentes, numa extensão de 2008 – Nesse trecho, o futuro. Inicialmente, o projeto governo do Estado se 21 quilômetros, concluindo o previa o uso de veículos compromete a investir R$ 165 Expresso Tiradentes. Para a guiados por trilhos. Depois, a requalificação das ruas num milhões. Esse valor também implantação de tróleibus. Mas será utilizado na raio de 250 m do Expresso, a as duas propostas foram Prefeitura já negocia a requalificação do Parque descartadas por limitar a liberação de R$ 180 milhões Dom Pedro II. Para 2007, está mobilidade do sistema. Serão apenas oito km de corredor: três em nível e cinco em via elevada junto ao governo do Estado. acertado um novo aporte de


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Presos advogados suspeitos de ligação com facção criminosa

O

s advogados Eduardo Diamante, Libânia Catarina Fernandes Costa e Valéria Dommous foram presos ontem em Presidente Prudente e Presidente Venceslau, no interior do estado, sob a suspeita de participação no Primeiro Comando da Capital (PCC). Eles são acusados de levar celulares para presos e de retransmitir ordens da cúpula da facção criminosa, isolada em dois presídios. Entre elas está a que detonou a última série de rebeliões nos presídios entre os dias 16 e 17. Segundo o Ministério Público, a ordem era destruir os presídios. Isso só não ocorreu por causa da ação da Tropa de Choque, que invadiu as penitenciárias e libertou os reféns. Assinado por seis promotores, o pedido de prisão temporária, por cinco dias, dos advogados foi atendido pela Justiça. A acusação contra eles é formação de quadrilha. Entre os clientes dos advogados estão os principais líderes do PCC: Júlio Cesar Guedes, o Julinho Carambola, Edílson Borges Nogueira o Biroska, Orlando Mota Júnior, o Macarrão, e Marcos Camacho, o Marcola. Diamante, por exemplo, trabalharia par Marcola. Segundo a polícia, partiu de Biroska a ordem para matar carcereiros de São Bernardo que resultou na morte, pela polícia, de 13 supostos integrantes da facção. A prisão dos advogados faz parte de ação da força-tarefa formada por Ministério Público, Polícia Civil e Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para investigar advogados que auxiliam o PCC. No dia 22, a polícia interceptou mensagem em que a facção determina a contratação de gravatas (advogados) para que eles servir de pombo-correio. Um promotor da região de Prudente disse que há a possibilidade de novas prisões. "A prisão desses advogados vai ser um baque para o PCC." Valéria foi presa às 6h30 em casa, onde funciona seu escritório, em Presidente Prudente. Foram apreendidos dois computadores e 220 gramas de maconha. Bomba – Uma bomba de gás lacrimogêneo foi encontrada terça-feira à noite em um dos banheiros masculinos do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. A polícia foi comunicada sobre o fato e acionou uma equipe do Esquadrão Antibombas do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra). Os peritos trabalharam por mais de duas horas para retirar a bomba do local e desativá-la. (AE)

Compor tamento Urbanismo Poluição visual Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de junho de 2006

SETOR IMOBILIÁRIO VAI ESTUDAR ALTERNATIVAS

Propaganda por meio de outdoors e mídia eletrônica rende só R$ 3 milhões por ano aos cofres públicos, disse o prefeito Kassab.

Paulo Pampolin/Hype

KASSAB REITERA AÇÃO CONTRA OUTDOORS Prefeito declara, mais uma vez, tolerância zero à poluição visual ilegal na cidade Davi Franzon

Andrea Felizolla/Luz/29/9/2005

O

prefeito Gilberto Kassab voltou a defender ontem seu projeto de tolerância zero com a poluição visual em São Paulo, durante encontro do Grupo de Líderes Empresariais (Lide). Kassab reconheceu que, em relação ao combate à propaganda ilegal, adotou uma postura radical e irreversível. "O radicalismo é necessário neste caso, pois sem essa postura nada será feito", afirmou o prefeito. Kassab explicou aos empresários que a propaganda por meio de outdoors, mídia eletrônica ou outros modelos rende somente R$ 3 milhões por ano aos cofres públicos, valor baixo se comparado ao resultado de todo o material espalhado por prédios, muros e postes da capital paulista. "Estive com o governador Cláudio Lembo e ele perguntou a minha opinião sobre a instalação de painéis à beira da marginal Tietê. Mesmo com um retorno financeiro positivo, coloquei a questão da poluição visual como fator principal na hora de tomar a decisão de não apoiar os painéis", disse. Kassab defendeu a extensão da tolerância zero também à poluição visual gerada pela propaganda eleitoral. O resultado das campanhas é um rastro de sujeira e poluição espalhado por toda cidade. Alternativas – No encontro, o presidente do Secovi (Sindicato da Habitação), Romeu Chap-Chap, foi questionado pelo empresário João Dória Junior sobre a propaganda imobiliária, principalmente aquela relacionada à distribuição de panfletos nos semáforos da capital paulista. Chap-Chap afirmou que o setor e a entidade estudarão al-

Luna e Cotait: "Nosso objetivo é simplificar a lei e corrigir erros

Prefeitura quer revisão da Lei de Zoneamento Em reunião com a Comissão de Política Urbana da ACSP, secretário de Planejamento disse que até outubro enviará à Câmara projeto de revisão do Zoneamento. A ACSP também encaminhará proposta. Sergio Leopoldo Rodrigues

O

Poluição visual: Kassab reconheceu que sua posição é radical

ternativas para a publicidade referente aos projetos imobiliários da cidade. Pedágios – Além da propaganda, Gilberto Kassab defendeu a implantação de pedágios nas marginais Tietê e Pinheiros. O prefeito explicou aos empresários, principalmente aos do setor de logística, contrários ao pedagiamento, que a cobrança seria feita somente no trecho ampliado das duas vias, o que daria ao usuário a opção de decidir se pagaria ou não. "Pedimos alternativas ao governo do Estado, uma delas é o

pedagiamento, sim", afirmou o prefeito de São Paulo. Gilberto Kassab também defendeu o pedagiamento do Rodoanel. Para o prefeito, a cobrança será a única forma de financiar a finalização do projeto, já que o Governo Federal não repassa sua parte da verba e o Estado não tem caixa para custear toda a obra. "Sem o pedágio, o Rodoanel ficará pronto só daqui a trinta ou quarenta anos", disse Kassab. Leia a opinião da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) no editorial "Poluição visual: hora de buscar o diálogo".

Câmara aprova substitutivo da LDO Ivan Ventura

F

oi aprovado ontem, na Câmara Municipal de São Paulo, o substitutivo do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2007. A proposta foi submetida a votação simbólica, com votos favoráveis de vereadores do Centrão e do PT. Contrária às alterações, apenas a bancada do PSDB. O

objetivo da LDO é apontar, durante a elaboração do orçamento da Prefeitura para 2006, as obras e os investimentos prioritários. O projeto, que agora vai para a sanção do prefeito, inclui três artigos polêmicos: o 4º, que obriga a Prefeitura a regionalizar a proposta orçamentária, enumerando os gastos previstos para cada região; e o 14º, que se refere ao remanejamento do

dinheiro de uma secretaria para outra, que só poderá acontecer com aprovação dos vereadores. Por último, a terceira emenda sugere que, quando a Prefeitura apresentar superávit ao fim de um ano, 25% do valor seja destinado ao pagamento de dívidas fundadas (compromissos superiores a 12 meses, contraídos para atender desequilíbrio orçamentário ou financiamento de obras e serviços).

secretário Municipal de Planejamento de São Paulo (Sempla), Francisco Vidal Luna, anunciou ontem que pretende enviar, até outubro, à Câmara Municipal, um projeto único de revisão da Lei de Zoneamento (de 2004) e dos Planos Diretores (de 2002). Contudo, ele acredita que o debate e a possível aprovação da matéria deverão ocorrer em 2007. Luna disse, durante reunião da Comissão de Política Urbana (CPU), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que espera uma discussão despolitizada do tema. "Nosso objetivo é a simplificação da lei, para esclarecer questões ininteligíveis e corrigir erros que atrapalham o bom funcionamento da cidade", afirmou. Ante o anseio de mudanças rápidas dos empresários, urbanistas e representantes das 15 Sedes Distritais da ACSP, que participam da CPU, Luna foi cauteloso: "Estamos indo no sentido da simplificação para reduzir o engessamento que as leis impuseram". Para ele, é temerário tentar impor agora uma ampla reforma da Lei de Zoneamento (LZ) e dos Planos Diretores (PDs). "Mudanças radicais poderão não passar na Câmara", alertou. Propostas já – O coordenador da CPU, Alfredo Cotait Neto, disse que a ACSP já consolida informações detalhadas levantadas pelas Distritais em suas regiões, para levar ao secretário, em agosto, uma proposta de mudança para a LZ e para os

PDs. "Ela se diferencia das que serão apresentadas por outras entidades porque tem uma visão geral e não setorial das alterações necessárias", explicou. Um resumo dessa agenda já foi entregue por Cotait Neto ontem mesmo ao secretário da Sempla. Esse trabalho antecipa alguns caminhos necessários para dinamizar a rede hídrica, a rede viária, a estrutura de transportes coletivos, pólos de centralidade, operações urbanas, áreas de intervenção urbana, além, é claro, de mudanças na lei do uso e ocupação do solo (macrozonas e zoneamento). Os superintendentes e representantes das Sedes Distritais de Santo Amaro, Butantã, Jabaquara, Mooca e Penha também apresentaram ao secretário um esboço de suas sugestões para melhorar a cidade, obtidas junto aos líderes de entidades e empresários de suas regiões. Ivan Lorena Vitale, da Distrital Penha, por exemplo, informou que já vem trabalhando em sintonia com a subprefeitura do bairro para apurar ações mais urgentes. Alfredo Cotait Neto concluiu que a presença do secretário e da diretora de Urbanismo da Sempla, Nilza Maria de Toledo Antenor, amplia um importante canal de comunicação da ACSP com a Prefeitura. "Realmente, essas mudanças irão melhorar a vida e dinamizar a economia desta cidade", enfatizou Nilza Antenor. Ela relatou algumas propostas de "flexibilização" da LZ e PDs "que fazem restrições excessivas, algumas, inclusive, impossíveis de serem aplicadas na prática".


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quinta-feira, 29 de junho de 2006

Ganharam por 3 a 0 e não gostaram? Então, quero vencer todos os jogos dessa forma.” Raymond Domenech, técnico da França

Antonio Scorza/AFP

R

obinho está de volta. Mas ainda não é ao posto de titular da Seleção, que teve na partida contra o Japão, e que possivelmente ocuparia contra Gana se não tivesse sofrido uma lesão muscular na coxa direita. Por enquanto, o retorno do camisa 23 se limitou ao campo do SSG 90 Stadion, em Bernisch Gladbach, num treino específico com bola que realizou sob a observação do médico da Seleção, José Luiz Runco, e do preparador físico Paulo Paixão. Correu, chutou, fez embaixadas e mostrou que está recuperado da contusão. E, segundo ele, à disposição para ser escalado contra a França, sábado, em Frankfurt, pelas quartas-de-final da Copa. Com Robinho, a alegria está pronta para voltar à Seleção Brasileira - a escolha agora é de Parreira, porque, se depender de Robinho... "Estou me preparando, vou continuar fazendo fisioterapia e no sábado vou estar 100%, à disposição. Se for escalado para jogar, ótimo. Se tiver que ficar no banco, sem problema nenhum", disse o atacante, repetindo o discurso ensaiado desde o início da Copa. Sobre a atuação do Brasil contra Gana, Robinho foi diplomático em seu elogio com ressalvas. "Acho que a Seleção jogou bem, mas é claro que ainda tem muito o que melhorar. Acredito que vai jogar melhor contra a França, que é um adversário à altura do nosso futebol", disse o atacante, que viu o jogo no Castelo Lerbach, concentração da Seleção, enquanto fazia fisioterapia. Sorridente, Robinho contou que já chegou a conversar com Zidane sobre a decisão da Copa de 98. Ouviu gozações do camisa 10 francês e confessou sua admiração: "Lembro que fiquei muito triste com aqueles gols do Zidane, e nunca ia esperar que um dia ele fosse virar meu amigo." Brincou que quer ver o "amigão" pendurar as chuteiras - ele já anunciou que deixará o futebol depois da Copa. "Espero que o Zidane possa encerrar sua carreira agora, contra o Brasil." E, por sua esperança a respeito da partida, pode-se ver que quer contaminar a equipe com sua alegria, mesmo que fique no banco. "Espero que predomine o futebol-arte. Com certeza, o jogo vai ser decidido na técnica." A felicidade de Robinho, dias depois de ter ficado com medo de ser cortado - "Na hora em que me machuquei achei que pudesse ser algo grave, já

3

Robinho treinou, correu, chutou a bola e já se colocou à disposição de Carlos Alberto Parreira para enfrentar a França no sábado. O craque que é desejo quase unânime da torcida foi responsável pelos momentos felizes num dia em que Kaká e Emerson assustaram a comissão técnica

que eu nunca tinha sofrido uma contusão, mas o doutor Runco logo me tranqüilizou" -, contrastou com o clima no treino da Seleção, que teve apenas os goleiros e os reservas - os titulares contra Gana ficaram no castelo em trabalho de recuperação muscular, depois da dura partida contra os africanos. Mais do que isso, foi um contraponto ao susto que a comissão técnica levou ao ver que três jogadores - Lúcio, Emerson e Kaká - acordaram com dores. Lúcio se recuperou e logo seu nome saiu da lista de "jogadores no Departamento Médico" que figura no site da CBF. Mas os dois jogadores do meio-de-campo por lá permaneceram. Segundo José Luiz Runco, Emerson e Kaká sofreram pequenas lesões parecidas, nos ligamentos do joelho direito, uma região que dói na hora dos chutes - culpa de pancadas e choques durante o jogo contra Gana. Runco demorou a dizer se os dois corriam risco de ficar de fora do jogo contra a França, mas acabou admitindo que, se o jogo fosse hoje, os dois estariam fora. "Estamos trabalhando para que joguem no sábado, mas é difícil antecipar, devemos aguardar mais um pouco", disse. Robinho contou que é comum entre os jogadores, quando há alguém machucado, que o resto do elenco bombardeie o médico com perguntas sobre a saúde do colega. Foi assim no seu caso, e já está sendo agora. "A gente espera que os dois possam estar de volta o mais rápido possível", afirmou. Entre os reservas, ouviu-se muito respeito ao rival de sábado. "Eles não são apenas Zidane. É um time solidário, batalhador, em que todos os jogadores se ajudam e são titulares em grandes equipes", alertou Juninho Pernambucano, ídolo do Lyon, pentacampeão da França. "Com a vitória sobre a Espanha, pegaram mais moral", faz coro Fred, companheiro de Juninho e Cris e também dos rivais Coupet, Wiltord, Malouda, Abidal e Govou. Do lado de lá, a postura de respeito com o adversário é semelhante. "O Brasil é o favorito há 40 anos", exagerou o técnico Raymond Domenech, que elogiou Juninho - "Ele é apenas um dos craques que o Brasil possui" - e desprezou o passado recente de vitórias contra o Brasil. "Não são os mesmos times, as épocas são distintas. Isso serve para a imprensa promover a partida. É numa situação totalmente diferente, não penso nessas coisas", disse.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quinta-feira, 29 de junho de 2006

LENTE DE

AUMENTO

INADIMPLÊNCIA COMEÇA A INCOMODAR

A

O cenário mais provável é que as condições de solvência das pessoas físicas não cresçam muito além dos 8% alcançados em meados de 2002 maio, considerando dados dessazonalizados, o que representou o décimo mês de alta consecutiva. Além disto, a taxa atual encontra-se em um nível 0,8 ponto porcentual acima da média histórica do indicador, que começa em janeiro de 2001. No caso das pessoas jurídicas, a inadimplência também apresentou certa elevação em maio, embora continue em níveis historicamente baixos. Em maio, a taxa foi de 2,5%, considerando

BLUE CHIPS

ajuste sazonal, nível razoavelmente inferior à média histórica, que é de 2,7%. Embora se reconheça que os últimos resultados de inadimplência começam a incomodar, ainda consideramos que o cenário mais provável é que as condições de solvência das pessoas físicas não se elevem muito além dos 8% alçados em meados de 2002. Isto se dá porque, em primeiro lugar, os indicadores de emprego e, especialmente, de renda real têm mostrado evolução favorável nos últimos meses, sendo que para 2006 como um todo a projeção é de crescimento relativamente vigoroso, de 5%. Em segundo lugar, persiste uma tendência de alongamento de prazos das concessões e de diminuição dos juros ao tomador final, o que reduz o fluxo de gastos com amortizações. De acordo com o BC, o prazo médio do saldo de crédito para pessoas físicas passou de 313 dias no último trimestre de 2005 para 328 dias em maio. Para o último trimestre deste ano a expectativa é que o prazo médio ultrapasse 340 dias. Já a taxa média de empréstimo a pessoas físicas passou de 60,5% ao ano no último trimestre de 2005 para 56,1% ao ano em maio.

Poluição visual: hora de buscar o diálogo

COMENTÁRIO DE ADRIANO PITOLI, DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA.

S aldo negativo vem crescendo há dez meses

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

O

prefeito Gilberto Kassab enviou à Câmara Municipal projeto de lei que "dispõe sobre a ordenação dos elementos que compõem a paisagem urbana do município de São Paulo". Partindo do argumento, correto, de que existe uma poluição visual excessiva na cidade e de que é impossível fiscalizar a aplicação da legislação atual, o que é incorreto e injustificável, o projeto de lei apresenta uma radicalização, tanto com relação às restrições impostas, como pelo curto prazo, para as empresas se ajustarem. A proposta não leva em conta a existência de um grande número de empresas organizadas que desenvolvem uma atividade legítima, respeitam a legislação, e prestam serviços fundamentais ao desenvolvimento da economia de mercado. Ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, a matéria não se refere apenas aos outdoors, banners e faixas, mas afeta praticamente a todas as atividades, na medida em que restringe drasticamente todas as formas de identificação dos estabelecimentos, sejam comerciais, industriais ou instituições financeiras. Se aprovado, todos os anúncios especiais autorizados e indicativos já licenciados deverão se adequar ao disposto na lei no prazo máximo de 60 dias, sob pena da aplicação imediata dos artigos 40 e 43 (cancelamento da licença do anúncio e multa inicial no valor de R$ 10.000,00). Com isso, se aprovado o projeto, as empresas em geral terão um prazo exíguo, no máximo dois meses, para se adaptarem às novas regras, embora, em muitos casos, seja necessário até modificar a fachada dos prédios para atender às exigências do projeto.

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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izia o meu saudoso chefe, Assis Chateaubriand, que o Rio de Janeiro tinha três pessoas poderosas: o ministro da Guerra, D. Hélder Câmara e o presidente do Banco do Brasil. O banco foi usado pela política dominante várias vezes, chegando, mesmo a dar origem ao suicídio de um presidente, Getúlio Vargas. Temos agora outro Banco do Brasil, o que oferece pela Bolsa de Valores ações ao grande, médio e pequeno investidor. É só falar o nome do banco para suscitar o apoio risonho dos investidores que desejam tornar-se ativos investidores. Essa é a grande notícia que o Banco do Brasil dá ao País, com a certeza absoluta do sucesso do lançamento. A Bolsa têm demonstrado que seu balcão é ainda um meio seguro de proteger economias pessoais ou empresariais, devidamente manobradas por perito-conselheiros, que sabem como ganhar dinheiro no seu recinto.

D

Céllus

alta da inadimplência de pessoas físicas junto ao sistema financeiro, que vem sendo verificada desde meados do segundo semestre de 2005, ainda não mostra nenhum sinal de acomodação. Embora fosse esperada certa elevação pelas instituições financeiras, dado o forte ritmo de expansão do crédito para pessoas físicas, o nível atual começa a incomodar. De acordo com o balanço do mercado financeiro, divulgado pelo Banco Central, a proporção de saldo em atraso superior a 90 dias alcançou 7,63% em

JOÃO DE SCANTIMBURGO

A

caótica situação de poluição visual da cidade resulta, na maior parte, da falta de fiscalização, embora o aprimoramento da legislação atual também possa contribuir para melhorar a imagem da cidade. Essa proposta não foi debatida previamente com os diversos segmentos interessados e reflete uma visão intervencionista, que quer moldar a metrópole a um modelo idealista que não leva em conta a realidade. Não há dúvida de que é preciso uma intervenção radical para melhorar o visual da cidade, a qual, no entanto, não deve se limitar apenas em relação à

questão da mídia exterior - luminosos, placas, logotipos, etc. -, mas, também, no tocante às pichações, aos ambulantes, à sujeira, bem como à precária iluminação de alguns locais. É preciso ter presente que mesmo essa proposta drástica de restrições à mídia exterior não resolveria o problema da poluição visual sem rigorosa fiscalização e a retirada de toda publicidade ilegal. Pelo contrário. Isso poderia estimular as práticas ilegais, na medida em que se reduziriam as alternativas de comunicação visual, especialmente para as empresas de menor porte.

N

ão há justificativa para omissão que tem prevalecido no tocante à fiscalização, uma vez que as empresas pagam taxas para a colocação da publicidade ou de seus indicativos. Se toda publicidade ilegal for retirada já se estará dando um grande passo para melhorar o visual da cidade. Da mesma forma, se for aplicada efetivamente a legislação no tocante aos ambulantes, e forem punidos os pichadores, se estaria dando um grande passo para mudar a fisionomia da cidade. Paralelamente, se deveria estimular os proprietários dos prédios pichados para promoverem a limpeza e a pintura dos mesmos, mudando a face de algumas regiões.

S

eria oportuno que, antes mesmo da Câmara começar a discutir o projeto do Executivo, se promovesse amplo debate da proposta, buscando encontrar o equilíbrio entre os diversos interesses envolvidos. O objetivo de "acabar com a poluição visual da cidade" não significa, necessariamente, proibir ou restringir drasticamente a mídia externa, mas apenas discipliná-la e fiscalizá-la com rigor. Muitas cidades estrangeiras mostram que os luminosos podem contribuir para melhorar a iluminação de determinados locais, tornando-os pontos de atração. A Associação Comercial de São Paulo apóia o objetivo da melhora do visual da cidade, mas considera necessário um debate amplo que procure conciliar os aspectos estéticos com as necessidades empresariais, preservando as empresas que trabalham dentro da legislação e os empregos que elas oferecem.

A proposta do prefeito Kassab não foi debatida com os interessados

Temos agora outro Banco do Brasil, o que oferece pela Bolsa de Valores ações ao grande, médio e pequeno investidor. m grande lançamento como esse vai atrair muitos investidores, sobretudo, creio eu, os pequenos, que não são muito seguros das possibilidades permanentes oferecidas pela Bolsa e que agora têm um grande dono de blue chips, oferecida a quem possui suficiente poupança ou soma de dinheiro para investimento em ações de grande categoria. Evidentemente, o Banco do Brasil continuará sendo como foi desde o Império, um banco oficial que abriu à participação particular, a fim de atrair para o seu capital os investidores de qualquer tipo, que querem ser também responsáveis pelos financiamentos e aplicações. Em suma, pelo rendimento das ações como grande propulsor do desenvolvimento brasileiro. É esse o assunto que me trouxe à companhia dos meus leitores, aos quais dou aqui a minha palavra sobre as ações do Banco do Brasil, ações blue chips, como gostam de dizer os corretores quando têm essa cor acionária nas mãos, porque valem muito.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Congresso Planalto Agricultura CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de junho de 2006

DEMISSÃO PODE ABALAR A CANDIDATURA DE LULA

Foi um pedido nosso para que ele deixasse o cargo. O ministro estava sendo desprestigiado pelo governo e não poderia manchar sua biografia. Ronaldo Caiado (PFL-GO)

DEMISSÃO DO MINISTRO DA AGRICULTURA ABRE ESPAÇO PARA RURALISTAS ATACAREM O GOVERNO LULA Beto Barata/AE

RURALISTAS COMEMORAM A SAÍDA DE RODRIGUES

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epresentantes do setor agrícola e parlamentares da bancad a r u r a l i s t a a t r ibuem o pedido de demissão do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, a divergências entre as políticas que ele defendia para o setor e a orientação do Ministério da Fazenda. O deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO) disse que foi a própria bancada ruralista que sugeriu ao ministro o pedido de demissão. "Foi um pedido nosso para que ele deixasse o cargo. O ministro estava sendo desprestigiado pelo governo e não poderia manchar sua biografia", disse. "Com certeza ele saiu por estar insatisfeito com o governo que não prioriza a agricultura", avaliou o presidente da bancada ruralista na Câmara, deputado Dilceu Sperafico (PP-PR). Na avaliação de Duarte Nogueira, deputado estadual pelo PSDB e ex-secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Rodrigues foi vítima do "total descompromisso" do governo com o setor que representa um terço do Produto Interno Bruto (PIB).

O presidente da Organização das Cooperativas de São Paulo (Ocesp), Edivaldo Del Grande, disse que já estava na hora de Roberto Rodrigues deixar o governo. Segundo ele, o ministro nunca teve o apoio necessário para a "sobrevivência" do agronegócio no País. Lula sai manchado – A demissão do ministro poderá refletir, eleitoralmente, contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O apoio a Lula, que era pouco entre os produtores, pode minguar", afirmou o senador Jonas Pinheiro (PFL-MT), um dos principais interlocutores do ministro da Agricultura no Legislativo. "O agronegócio está em luto. Quem vai nos defender?", indagou Pinheiro. Para o senador, Alckmin poderá capitalizar, eleitoralmente, com essa crise, conquistando apoio entre os produtores. "O ponto de apoio do agronegócio junto ao governo era o ministro Rodrigues", completou. Alckmin ganha – Mesmo antes do anúncio da demissão, proprietários rurais buscavam no candidato da coligação PSDB-PFL a presidente uma alternativa diante do descontentamento com o Poder Exe-

cutivo. Um grupo de ruralistas marcou uma reunião com Geraldo Alckmin esta semana. Liberados – Insatisfeita com as ações do Palácio do Planalto, a bancada ruralista queria endurecer os ataques contra Lula, mas convivia com o constrangimento de "ter de bater em Rodrigues" para poder desestabilizar a Presidência da República. "Os ruralistas estão liberados para agir", anunciou com satisfação o deputado Abelardo Lupion (PFL-PR). "É o ministro certo no governo errado. A gente percebe claramente, o viés ideológico do governo. O governo apóia outros setores, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), os assentamentos. Rodrigues representava o setor produtivo empresarial", afirmou o deputado Waldemir Moka (PMDB-MT). Márcio Cypriano, presidente do Bradesco e da Federação Brasileira dos Bancos, lamentou a saída de Rodrigues. O empresário espera que o governo mantenha um homem "da área" na pasta da Agricultura e não utilize o ministério como "moeda" de negociação política. (Agências)

Roberto Rodrigues antes de entrevista coletiva para anunciar sua demissão do Ministério da Agricultura

AGRONEGÓCIO: PIOR CRISE EM 40 ANOS

Tiago Queiroz/AE - 12/10/05

Ministro durante visita a um dos focos de aftosa, em Eldorado (MT), no ano passado.

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saída do ministro da Agricultura, Roberto R o d r i g u e s , o c o r re num momento em que o agronegócio brasileiro enfrenta a maior crise dos últimos 40 anos, em função da perda de renda desde 2004, estimada pelo governo em R$ 30 bilhões. A quebra de safra provocada pela estiagem e a desvalorização cambial, que derrubou o preço da soja na moeda brasileira, explicam em parte as dificuldades atuais. Os agricultores estão indefinidos em relação ao plantio da próxima safra. As estimativas são de que em algumas regiões do Mato Grosso ainda restem mais de 30% da safra de soja a ser comercializada. As medidas de apoio anunciadas pelo governo não se tornaram realidade, pois algumas ainda carecem de regulamentação do Ministério da Fazenda. Atuação – A grande briga de Roberto Rodrigues foi por recursos, para custear as atividades da pasta e para financiar os produtores. Uma das principais dificuldades foi em relação à Defesa Sanitária, pois os cortes no orçamento feitos pelo Ministério da Fazenda reduziram os recursos disponíveis para a atividade. O sinal mais claro de que faltava dinheiro para a Defesa foi a descoberta de 41 focos de febre aftosa no rebanho bovino do Mato Grosso do Sul e no Paraná, no ano passado. Antes disso, já no seu primeiro ano a frente do Ministério, Rodrigues teve que conviver com um foco da doença no Pará, que não é uma região tradicional de pecuária. Brigas – Ainda na briga por recursos, Rodrigues se viu numa polêmica ao ter dito a parlamentares do Nordeste que o então ministro do Planejamento, Guido Mantega, era "vagabundo". Na época, ele negociava junto ao Planejamento uma solução para a greve dos fiscais agropecuários. Outra briga foi para que a iniciativa privada fosse ouvida nas discussões para a liberalização comercial mundial. Rodrigues criou uma câmara para discutir o assunto, o que desagradou o Itamaraty. O então ministro também enfrentou resistências na luta pela reformulação da Lei de Biossegurança (que define regras para experimentos e sementes transgênicas, além de pesquisas com células tronco). Ele conseguiu que a lei fosse reformulada, mas deixou claro que as decisões da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança estavam demorando: "Há 500 projetos não resolvidos", disse. (AE)

UM MINISTRO TÉCNICO E BEM QUISTO

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ntes de tomar posse como ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues disse que aceitava participar do governo porque acreditava no presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, afirmou que "pela primeira vez a agricultura tinha prioridade na administração federal". Além de ser um líder bem quisto do agronegócio na iniciativa privada (cultiva grãos e cana-de-açúcar), Rodrigues teve amplo apoio do Congresso Nacional. Quando questionado se entraria para a política, dizia que seu único partido era o do cooperativismo. E justamente por não ter vínculos partidários, transitou com liberdade entre os parlamentares. Roberto Rodrigues foi um dos primeiros ministros confirmados pelo presidente Lula e se encaixava, assim como Luiz Fernando Furlan, do Comércio Exterior e Desenvolvimento, na reduzida cota dos chamados "ministros técnicos" do governo. Tra j et ór i a– Nascido em Cordeirópolis, interior paulista, em 12 de agosto de 1942, Rodrigues se formou em Engenharia Agronômica pela

Esalq-USP, em 1965, realizando, posteriormente, cursos de aperfeiçoamento em administração rural. Ele publicou livros e vários estudos sobre cooperativismo, economia rural e agricultura. Já presidiu a Associação Brasileira de Agribusiness e a Sociedade Rural Brasileira, tendo também ocupado o cargo de Secretário de Agricultura do Estado de São Paulo. Foi Presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, da Organização Internacional de Cooperativas Agrícolas e da Aliança Cooperativa Internacional. Como titular da pasta da Agricultura (2003-2006), desfrutou dos recordes de exportação do setor logo no início do mandato, mas depois enfrentou dificuldades como o embargo imposto por mais de 50 países à carne brasileira devido à febre aftosa e os protestos de produtores, que bloquearam estradas. Durante o governo, sempre participou das negociações da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio, buscando uma maior abertura dos mercados agrícolas nos países desenvolvidos. (Reuters/AE)

ALCKMIN REFORÇA: FALTOU O APOIO DE LULA

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candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, aproveitou o pedido de demissão do ministro da Agricultura Roberto Rodrigues para desferir críticas contra a política agrícola do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Chegamos a uma agricultura que é a mais competitiva dos trópicos, mas com um conjunto de problemas que vão desde a taxa de juros, passando pela falta de infraestrutura até problemas sanitários", disse Alckmin ao chegar ao Senado. Alckmin atribuiu o pedido de demissão do ministro à falta de "apoio necessário" para o enfrentamento dos problemas vividos pelo setor agrícola bra-

sileiro. "Voltamos a ter febre aftosa no País que é o maior exportador de carne do mundo", criticou, referindo-se à epidemia que atingiu rebanhos em alguns estados brasileiros " É preciso agir rápido mas, infelizmente, não foi o que ocorreu. Embora o Brasil tenha tido um ministro de Agricultura que conhece o agronegócio, que é respeitado internacionalmente, ele não teve o apoio necessário para conseguir enfrentar as dificuldades", avaliou Alckmin. Ele recusou-se a comentar as críticas do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para quem o ajuste fiscal promovido por Alckmin em São Paulo resumia-se ao corte de salários e de investimentos. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO A Rússia agradecerá a todos os amigos que possam dar informações sobre os criminosos. Do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que ontem ordenou ao serviço secreto do país que “encontre e mate” os responsáveis pelo assassinato de quatro diplomatas russos, no Iraque.

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

JUNHO

2 -.LOGO

29 Três anos da morte da atriz norte-americana Katharine Hepburn (1907-2003)

A GRONEGÓCIO E GITO

Clones de Bandido

Tumba sem múmia no Vale dos Reis Depois das expectativas sobre a primeira tumba descoberta no Vale dos Reis em mais de 80 anos, arqueólogos egípcios concluíram ontem os trabalhos sem encontrar nenhuma múmia. A notícia, entretanto, não foi uma decepção. Ao abrir o último dos sete sarcófagos encontrados no local, eles encontraram material de embalsamamento e dezenas de colares de flores trançadas, além de artefatos religiosos. "Isto é ainda melhor que achar uma múmia. É um tesouro que nos informará sobre as plantas e ervas religiosas usadas pelos antigos egípcios, o que eles vestiam e como

embalsamavam os mortos", disse a curadora-chefe Nadia Lokma. Escavada na rocha, a tumba foi descoberta acidentalmente no ano passado, por arqueólogos americanos que trabalhavam na tumba vizinha de Amenmeses, um faraó da 19ª dinastia. A descoberta desta tumba - que tem cerca de 3 mil anos - em 2005 quebrou a crença de que nada mais haveria a escavar no Vale dos Reis, a região próxima à cidade de Luxor que era usada como cemitério para faraós, rainhas e nobres do período entre 1500 a.C. e 1000 a.C.. A última tumba descoberta lá havia sido a de Tutancâmon, em 1922.

T ECNOLOGIA Robert Sorbo/Reuters

'Cópias' de uma celebridade, obtidas de embriões congelados, valem R$ 30 mil

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um procedimento aplicado pela primeira vez na América Latina, as vacas industriais 2390, 798, 43540 pariram há uma semana quatro clones (entre eles, gêmeos) do touro Bandido a partir de embriões congelados. Bandido é celebridade no mundo country e foi um dos "protagonistas" da novela América, da Globo. Mais dois clones também foram gerados usando o método convencional, com embriões frescos. Eles nasceram no início do mês. Todos foram produzidos na mesma época. De acordo com o veterinário José Carlos Ereno Júnior, diretor da In Vitro - parceira da americana Cyagra -,

empresa responsável pelo processo, os embriões ficaram congelados por 15 dias. Ereno Júnior acompanhou o processo desde a transferência dos embriões até o nascimento. A parte da vitrificação foi feita por uma equipe dos Estados Unidos em Mogi Mirim, no interior de São Paulo. Os seis animais nasceram perfeitos. A célula para fazer a clonagem foi retirada da epiderme de Bandido. Seu núcleo, com o DNA do touro famoso, substituiu o núcleo de óvulos, a mesma técnica usada para produzir a ovelha Dolly. A expectativa era de que 15 embriões fossem gerados, mas o resultado foi o dobro. "Como não tinha receptora, criopre-

servamos os outros 15, para não jogar fora", conta Ereno. E deu certo. Todos os 15 embriões congelados foram transferidos e quatro nasceram, um índice de sucesso alto comparado a outros casos de clonagem. Para a especialista em reprodução animal Anneliese Traldi, da Universidade de São Paulo (USP), o nascimento dos quatro clones é motivo de comemoração, pois o procedimento apresenta uma taxa elevada de fracasso normalmente. "Esse foi um grande passo para a ciência, pois além dos clones nascidos serem absolutamente normais, são oriundos de embriões criopreservados" diz. O primeiro clone nascido custará R$ 60 mil; os demais, R$ 30 mil cada. (AE)

Para a cervajaria Erzquell Brauerei Bielstein, na pequena cidade de Wiehl, a Copa do Mundo só trouxe lucros. Criada há 106 anos, a cervejaria é a maior na região de Colônia e incrementou em 20% a produção para atender aos torcedores. Pascal Pavani/AFP

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Bill Gates recebe do brasileiro Ivan Cardim a demonstração de um software que ajuda no cuidado de pacientes em estado crítico. O software concorre a um prêmio na Microsoft Imagine Cup.

S AÚDE

Vitamina B não ajuda a memória

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é se a redução da homocisteína pode evitar esses problemas. A pesquisa testou os efeitos dessas substâncias em 276 pessoas saudáveis de 65 anos ou mais e que tinham níveis relativamente altos de homocisteína. Metade dos voluntários recebeu pílulas com 1.000 microgramas de folato, 500 microgramas de B12 e 10 miligramas de B6. A outra metade, pílulas inertes. Os níveis de homocisteína caíram no primeiro grupo, mas a função cognitiva, avaliada por diversos testes, se manteve a mesma em ambas as turmas.

TOUR DE FRANCE – O goleiro Fabien Barthez (à direita) e o jogador Willy Sagnol, da seleção francesa, passeiam de bicicleta pelos jardins do Schlosshotel, onde estão hospedados, em Arzen, na Alemanha, no dia de folga após o mata-mata contra a Espanha. A França enfrenta o Brasil em Frankfurt no sábado.

B RAZIL COM Z

Observatório ancestral jornal norte-americano Chicago Tribune publicou ontem uma reportagem sobre a descoberta, por arqueólogos brasileiros, de um conjunto de blocos de pedras nas proximidades da Vila de Calçoene, no Amapá, que podem ser os vestígios de um observatório astronômico de vários séculos atrás. O observatório indicaria que os povos indígenas que habitavam a região tinham técnicas sofisticadas de observação das estrelas e do sol. Os 127 blocos são espaçados em intervalos regulares em torno de um monte. No dia o mais curto do ano - dezembro 21 - a sombra de um dos blocos, que é ajustado em um ângulo específico, desaparece. ajustado em um ângulo, desaparece.

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A nova geração de aparelhos digitais permite coisas assim: uma caneta que funciona como gravador, rádio FM e MP3-player. Segundo o fabricante, o produto é à prova d'água e de impactos. Custa US$ 48,00 no site. http://usb.brando.com.hk/

O site Planeta Bebê traz informações importantes sobre planejamento familiar, gravidez, amamentação, exames do prénatal, parto e ciclo reprodutivo. O portal reúne uma série de assuntos divididos em quatro tópicos: Mulher (para antes da gravidez), Gestante (durante os nove meses de espera), Bebê (dicas sobre os primeiros meses de vida) e Comunidade (que traz fóruns e bate-papos com especialistas, artigos e até um álbum de fotos para os papais corujas).

prod_detail.php?prod_id=00122

www.planetabebe.com.br

A TÉ LOGO

Fórmula ajuda a prever câncer Cientistas da Universidade de Edimburgo criaram uma fórmula simples que pode ajudar a descobrir quais pacientes de câncer de cólon têm certos genes ruins. A informação ajudará a definir o melhor tratamento e identificar parentes que corram o risco de desenvolver a doença. A fórmula está na internet e combina fatores como idade, sexo do paciente e características do câncer, como a localização do tumor, e fornece um número para a probabilidade de o mal ter sido causado por mutações hereditárias.

A rainha Elizabeth II revelou ontem publicamente o estado de suas finanças. Os números mostram que a rainha custa apenas 62 centavos de libra (ou 90 centavos de euro) para cada súdito britânico, o que representa a metade do preço de um café em Londres. Este é o valor dos gastos totais da rainha Elizabeth (37,4 milhões de libras) dividido por todos os britânicos durante os últimos 12 meses. Apesar de baratinha, a rainha representou um aumento real de custo anual para os britânicos de 4,2% em relação ao ano anterior. C HINA

Sobrevivente no próprio enterro Um chinês sobreviveu após ficar por três horas enterrado, segundo o jornal China Daily. Liang Jinshi, de 40 anos, foi enterrado em Tengxian. Depois da cerimônia, sua esposa voltou ao túmulo e escutou sua voz. Ela avisou os parentes e o corpo foi exumado. Para surpresa e alegria da família, Liang estava vivo. Analistas médicos afirmam que se trata de um caso de catalepsia, estado nervoso patológico no qual as sensações são interrompidas e o corpo é imobilizado em qualquer postura. L OTERIAS Concurso 632 da LOTOMANIA 03

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Arquitetos apresentam novo projeto da Torre da Liberdade, que substituirá o WTC Instituto inaugura laboratório para pesquisas com células-tronco no Rio de Janeiro

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Para 'marinheiros de primeira viagem'

plexa", disse a arqueóloga disse Mariana Petry Cabral ao Chicago Tribune. Os pesquisadores acreditam que o observatório tenha sido construído no local há cerca de dois mil anos. Recentemente, arqueólogos de Lima, no Peru, anunciaram a descoberta do que, acreditase, foi o mais antigo observatório astronômico da América Latina, com algo em torno de 4.200 anos, que também se alinha com o pôr-do-sol em 21 de dezembro. Segundo especialistas da Universidade de Calgary ouvidos pelo jornal, esses observatórios para a compreensão das culturas précolombianas, porque objetos celestes, estrelas e constelações têm papel fundamental na mitologia e cosmologia dos povos amazônicos.

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Caneta quatro em um

Segundo os cientistas, é justamente esse alinhamento do bloco com o solstício de inverno que os faz acreditar que o local era um obervatório astronômico. Os arqueólogos do Instituto Científico e Técnico do Amapá afirmam que, embora os antropólogos sempre soubessem que os conhecimentos das populações indíg e n a s s o b re a s t ro n o m i a eram bastante sofisticados, a descoberta de uma estrutura física dá uma nova dimensão do conhecimento desenvolvido pelos povos pré-colombianos, "transformando este tipo do conhecimento em um monumento; a transformação de algo efêmero em algo concreto poderia indicar a existência de uma população maior e de uma organização social mais com-

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F AVORITOS

C IÊNCIA

A rainha que vale meio cafezinho

VISUAIS

G @DGET DU JOUR

A empresa Google inicia nesta semana os testes de um novo serviço: uma plataforma que permitirá ao internauta administrar operações financeiras e fazer o pagamento online de compras feitas pela internet ou por celulares, por exemplo. O serviço, batizado como GBuy, tem como objetivo concorrer com o semelhante PayPal, uma parceria entre o Yahoo e o eBay. O GBuy pode ser a nova tentativa da Google, que oferece vários serviços virtuais, de expandir suas operações de comércio eletrônico businessto-consumer (B2C).

G RÃ-BRETANHA

C A R T A Z

O Futebol na Arte Naïf. Obras de treze artistas para lembrar o espírito da Copa. Entre as assinaturas, a de Agostinho Machado, com o óleo sobre tela Morumbi (foto). Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 141. Telefone: 5080-3000. 9h às 21h. Grátis.

Google para pagamentos

www.nejm.org

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Pílulas de folato e de vitamina B não ajudam a melhorar a memória de pessoas idosas, mostrou recente estudo realizado na Universidade de Otago, na Nova Zelândia. Publicado ontem no New England Journal of Medicine, o estudo mostra que o folato e a vitamina B reduzem a homocisteína, uma substância que pode enrijecer as artérias. Por isso, as pessoas que consomem esses nutrientes correriam maior risco de desenvolver problemas cardíacos, Alzheimer e outras formas de demência. O que os cientistas buscam descobrir agora

I NTERNET

Revoltadas com a discriminação, mulheres exigem igualdade em prêmios de Wimbledon

Concurso 776 da MEGA-SENA 03

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PINGA- H FOGO

Prossegue a discussão sobre o governo de Dom Menas, o candidato a rei.

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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DOISPONTOS -77

A voz dos súditos

á uma categoria profissional que me intriga: a dos auto-intitulados educadores. O que leva uma parte deles a ter um analfabeto por opção, como o presidente da República, em elevada conta talvez explique, em boa medida, a miséria do ensino brasileiro, público e privado. Não ignoro o esforço de muitos educadores. Assim como não ignoro que, em geral, eles são mal remunerados. O que, a rigor, não justifica nada. Não é porque um médico ganha pouco que ele tem o direito de ser incompetente. O mesmo vale para os demais profissionais. Por que eu escrevo isso? Porque uma

"mestra" em educação – a comprovar a tese de que a ignorância e a intolerância são os bens mais fartamente distribuídos neste mundo – mandou uma carta a este jornal protestando contra textos nele publicados, inclusive contra um deles, Dom Menas, assinado por este escriba. Para a mestra, quem não reza pela sua cartilha petista é um "idiota reacionário". Ora, ora: idiota é idiota. Ponto. Não vejo em quê um "idiota progressista" seja melhor que um "idiota reacionário". Mas vamos ao que, de fato, importa. A educadora faz parte dos que comungam desta praga nacional, o pensamento politicamente correto. É uma gente que não resiste à tentação de privatizar os pobres, em benefício de uma causa furada, quando não em

favor próprio. Dizer que, neste país, "há 500 anos", se rouba é conversa tipicamente petista. Muitos deles – isso é público e notório – tiraram as mãos da graxa para enfiar os pés na lama. Antes, eles se diziam diferentes de "tudo que está aí". Hoje, o que mais querem, a começar por Dom Menas, é aparecer na fotografia como se fossem iguais aos outros, com a diferença, a seu favor, de que a causa nobre justifica os meios dos quais se valem. Sem qualquer pudor. A mestra fala de investimentos em Educação, atendimento de populações nãofavorecidas. Em que mundo vive esta senhora? Dom Menas distribui esmolas em quantidades. É fato. A um sujeito como ele não poderia mesmo ocorrer idéia

melhor. E ele conta com o aplauso de uma certa igreja da libertação – muito embora vá às urnas com o apoio de um partido sob o comando de bispos mais chegados ao pragmatismo do cofre cheio que a teses republicanas. ual foi, na Educação, a grande reforma de Dom Menas? A reforma universitária não saiu do papel. Acostumado a comprar consciências venais, o governo sequer conseguiu aprovar o Fundeb. Tenho certeza de que esta senhora não lê jornais. Este Diário do Comércio lhe caiu às mãos por acaso. Ou, o que é pior, a mestra é vassala convicta de uma causa para lá de equivocada.

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ORLANDO SILVEIRA É JORNALISTA ORLANDOSILVEIRA@UOL. COM.BR

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Criança sem infância

Paulo Pampolin/Digna Imagem

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A INDÚSTRIA DO BEM m amigo inventou uma expressão genial: a “indústria do bem”. Trata-se da atividade a que empresas e ONGs se entregam, de auto-atribuir-se publicamente qualidades excelsas, de modo a projetar a impressão de que seus atos seriam decididos tendo em vista o bem comum e dotados de toda uma série de atributos, todos eles altamente positivos. Há por aí dezenas de empresas de assessoria e de ONGs que se

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Como existe na sociedade uma boa-vontade de princípio em relação às ONGs, elas tendem a atrair picaretas. dedicam a auxiliar empresas nos segredos da auto-referência elogiosa e seus benefícios mercadológicos. É fácil reconhecer a operação dessa indústria do bem. A primeira e mais óbvia peculiaridade é o emprego de expressões tanto mais altissonantes quanto menos significativas. Por exemplo, há no ar um anúncio do Banco do Brasil em que uma atriz diz assim: “Você reparou que todo mundo está falando de responsabilidade sócioambiental”? O que é que isso significa, exatamente? Nada, é claro. É só cascata.

Os mesmos brinquedos, para adultos e crianças

s manchetes dos cadernos de negócios G A garotada está têm sido preocupantes para os profissio- ficando adulta nais de licenciamento e fabricantes de mais cedo. brinquedos. Deixa de lado Reproduzindo o New York Times, o Estadão uma das fases abriu manchete “Indústria de brinquedos se ren- mais importantes de à eletrônica nos EUA”; outros veículos anun- da vida, ciam “Infância está mais curta e cria novos hábirenunciando aos tos de consumo”, enquanto na internet sites alarbrinquedos com deiam “São os mesmos brinquedos para adultos e amigos e à vida em crianças”. O avanço desenfreado da tecnologia, com a su- turma para se per-oferta pela mídia, está levando as crianças da isolar frente à tela faixa de 8 a 12 anos a abandonar os brinquedos do computador. próprios de sua idade, para ingressar no mundo da informática. No lugar dos carrinhos para me- G Que nossos ninos e bonecas para meninas, as crianças estão brinquedeiros não sendo induzidas a escolher câmeras de vídeo di- se perturbem com gitais, players de MP3, celulares e outras enge- essa tendência, nhocas tecnológicas. pois com o tempo A garotada na fase pré-adolescente está fican- ela se incorporará do adulta mais cedo, sem perceber que neste salto aos brinquedos deixa de lado uma das fases mais importantes da clássicos de todos vida das pessoas e renuncia aos brinquedos com amigos e à vida em turma, para se isolar frente à os tempos. tela do computador. Lição de casa se faz pouco com estudo, análise ou leitura de livros. Basta acessar um canal de informações e o copiômetro funciona para apresentar o trabalho escolar. O velho decoreba da tabuada e matemática (que acaba sendo lembrado a vida toda) foi substituído pela consulta à máquina, Quando se gasta R$ 88,00 numa loja e se entrega duas notas de R$ 50,00, a caixa usa a calculadora para fazer a conta Mande seu comentário do troco de R$ 12,00, incapaz de fazer a operação para doispontos@ dcomercio.com.br de cabeça.

CLÁUDIO WEBER ABRAMO

A pesquisa Mudanças na Sociedade Brasileira nos Últimos Anos, levantamento conduzido pela agência Ogilvy, mostrou que 63% das crianças querem como presente jogos eletrônicos, TV e internet e consomem como adultos produtos que se destinam originalmente aos mais velhos. Os grandes fabricantes do mundo estão se rendendo a esta evidência. A LeapFrog,que desenvolve e produz brinquedos educativos, vai lançar um celular de cerca de US$ 100 para crianças maiores de 6 anos; a Hasbro, uma câmera digital (US$ 79) para meninos e meninas de 8 anos ou mais; a Disney (até a Disney?) lança um player de musica (US$ 49). A Mattel ao lado da Barbie, oferta aos pequenos consumidores câmera de vídeo (US$ 79), usando um software simples e ainda celulares para meninos e meninas de 8 a 14 anos. ue nossos brinquedeiros não se perturbem com essa tendência atual, pois com o tempo ela se incorporará aos brinquedos clássicos de todos os tempos. A história do mundo nos mostra a toda hora como se dá esse processo de inclusão. O ser humano está sempre à procura de mais conhecimento, mas não joga fora o que já acumulou. Isso faz parte do progresso, uma geração se sobrepondo à anterior com mais saber. Temos de estar sempre conectados às inovações de nosso tempo, adaptando-as às nossas necessidades. Não pergunte para onde caminha a humanidade. Pergunte para onde caminha a infância, a comunidade do futuro.

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WILMA BONFÁ, DIRETORA DA CABON LICENSING WILMA@CABON.COM.BR

stá se tornando impossível andar na rua sem deparar com armarinhos “socialmente responsáveis”, cursos de aromaterapia “com preocupação ética” e por aí vai, ao longo de um vocabulário que, variadamente, inclui “inclusão”, “sustentabilidade”, “sinergia”, “holístico”; às vezes aparece um “empoderamento”, e sempre, mas sempre, a palavra “parceria”. ONGs, em particular, dão-se a liberdades realmente infernais. O mais comum é que o sujeito se apresente a uma audência e comece assim: “Como representante da sociedade civil...”. Ora, o camaradinha é representante de uma ONG que, na melhor das hipóteses, conta com

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talvez vinte associados, e que, não raro, é representante de algum interesse nem sempre explicitado. “Representante da sociedade civil” é o sujeito eleito, por pior que ele seja. Diretor ou presidente de ONG decerto não “representa” sociedade nenhuma. NGs são afetadas por um problema adicional, a que poucas pessoas prestam atenção. Como existe na sociedade uma boa-vontade de princípio em relação a elas, e como tais organizações não costumam ser submetidas a alguma espécie de controle (“social” ou de outro tipo), tendem a atrair picaretas. Ou será que se imagina que picaretas escolhem o caminho mais difícil? A quantidade de ONGs existentes no País não é conhecida. A última contagem do IBGE, de dois ou três anos atrás, dava conta de cerca de 500 mil. Nos últimos dois anos, houve uma explosão de criação de Organizações Sociais de Interesse Público (as OSCIPSs), pois é mais fácil ao Estado firmar parcerias com estas do que convênios tradicionais com organizações de outro tipo. Como resultado, hoje o número deve andar pela casa das 750 mil. Há municípios em que a prefeitura firma uma parceria com uma OSCIP para que esta conduza todos os negócios da administração. Dirigida pelo concunhado do papagaio do prefeito, não é difícil imaginar o resultado desse tipo de operação para os cofres públicos.

O

videntemente, muitíssimas ONGs são sérias e trabalham direito. Mas uma quantidade preocupante tem comportamento no mínimo duvidoso. O Tribunal de Contas da União e a ControladoriaGeral da União têm apontado problemas com ONGs que usam dinheiro público, e têm alertado para a necessidade de se estabeleceram melhores mecanismos para a transferência e o controle desses recursos. A “indústria do bem” alimenta-se da ingenuidade de um público que se acostumou e foi acostumado (especialmente pela publicidade) a tomar palavras e imagens como relevantes e desonsiderar como irrelevante a materialidade concreta. Não é fenômeno diferente daquele que, na área política, alimenta a demagogia. Contra a “indústria do bem”, seja ela praticada por empresas, por políticos ou por ONGs, só o ceticismo pode valer. Mas essa é uma mercadoria que escasseia.

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CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de junho de 2006

TURISMO - 1 Divulgação

AVENTURE-SE NA MATA DE BERTIOGA

Ivete Sangalo em Barcelona: dia 12/7

Declarado Patrimônio Humanidade pela Unesco, o Parque das Neblinas convida a percorrer trilhas e observar a natureza. Pág. 4

FESTIVAIS

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Fotos: Divulgação

É temporada de arte e cultura

Dança moderna num palco em Barcelona (no topo, à esq.) ou dança popular no Bumbódromo de Parintins (no topo, à dir.)? Em Edimburgo (à esq.), o agito é na rua, assim como na mineira Ouro Preto (acima e abaixo). Avignon (no pé, à esq.) celebra julho com apresentações circenses e teatro. Já em Bragança Paulista (fotos abaixo, à esq.), tudo gira em torno das oficinas de fotografia, artes plásticas e moda, com professores de renome como o estilista Ronaldo Fraga

espetáculos de dança, teatro, exposições, apresentações folclóricas... Até o fim de agosto, a Europa é palco de diversos eventos em celebração ao verão – de Barcelona a Edimburgo. No Brasil, as férias de inverno também são motivo de festa – perto de São Paulo e até na Amazônia. Confira! Págs. 2 e 3

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S hows,

Newton Santos/Digna Imagem

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quinta-feira, 29 de junho de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ESPECIAL - 3


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de junho de 2006

ESPECIAL - 13

Ivan Ventura

O

projeto de lei do prefeito Gilberto Kassab chamado "Cidade Limpa", uma proibição a quase toda publicidade na cidade, começará a ser discutido pelos vereadores da Câmara Municipal de São Paulo somente após as eleições de outubro próximo. A polêmica proposta foi protocolada no dia 8 de junho, mas até o último dia 20 ainda não tramitava na Casa (para dar início a discussão, o PL deverá ser lido durante sessão plenária e só depois será encaminhado às comissões responsáveis em analisar o projeto). Além disso, o prefeito Gilberto Kassab não recomendou aos vereadores que o projeto seja votado em regime de urgência. Entre os vereadores, o texto original da proposta ainda causa muita polêmica. As bancadas estão divididas pela aprovação do projeto e já pensam em apresentar emendas ou até substitutivos ao PL. Circula nos bastidores da Câmara que o momento político não é propício para a votação polêmica: o debate em torno da proposta poderia causar desgastes nas campanhas dos candidatos saídos da Câmara nas próximas eleições. Para virar lei, o projeto precisa passar por duas votações, audiências públicas para, finalmente, seguir para sanção de Kassab. De maneira geral, de acordo com a proposta que o prefeito chamou de tolerância zero com a poluição visual na cidade, não serão permitidos anúncios publicitários nos imóveis da cidade de São Paulo (sejam eles públicos, privados, edificados ou não). Se aprovada, a nova lei proibirá a instalação de outdoors, backlights e frontlights (outdoors iluminados), os totens, os bonecos infláveis (muito comum em postos de gasolina) ou qualquer outro tipo de dispositivo que contenha mensagem publicitária. O PL cita ainda a publicidade nas fachadas dos prédios ou nas empenas cegas (uma das faces de um edifício, geralmente sem janelas). Veículos (inclusive ônibus e táxis), motocicletas, bicicletas, trailers e carretas também não poderão carregar mensagens publicitárias. A estratégia é transferir a mídia exterior para o chamado mobiliário urbano, como abrigos de transporte coletivo, relógios (tempo, temperatura e poluição) e lixeiras. Por conta disso, abre-se a possibilidade de concessão, através de concorrência pública, do fornecimento, da instalação, e da manutenção do mobiliário urbano a empresas privadas. Dessa forma, a Prefeitura promete manter o controle do uso do espaço público em relação à publicidade. Com esse controle da publicidade no município, os comércios em geral só poderão colocar os chamados anúncios indicativos, que visam identificar, no próprio local, os estabelecimentos ou profissionais que dele fazem uso. Na prática, as placas deverão exibir apenas o nome e logomarca da empresa - e não poderão exceder área de 4 m² por imóvel. Além disso, a altura da placa não poderá ultrapassar 5 metros, contados a partir do chão do estabelecimento. Todos os pedidos de colocação de publicidade continuarão sendo encaminhados à Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) da Prefeitura, que os analisará para expedir o Cadastro de Anúncios (Cadan).

Tolerância zero contra a poluição visual da cidade O prefeito Gilberto Kassab quer eliminar a poluição visual da cidade e deixá-la limpa como Barcelona ou Chicago. Mas seu projeto é polêmico e só deve ser analisado pela Câmara depois das eleições de outubro Andrea Felizolla/LUZ

Newton Santos/Hype

O prefeito Gilberto Kassab (à direita) chama seu projeto de tolerância zero contra a poluição visual na cidade - não serão permitidos anúncios publicitários nos imóveis em São Paulo (sejam eles públicos, privados, edificados ou não). Como é muito polêmico, a Câmara vai deixar para depois das eleições

Exceções O projeto de lei, no entanto, abre exceções para tipos específicos de anúncios indicativos, possibilitando a instalação de duas ou mais placas no mesmo local. É o caso dos totens ou estruturas tubulares, sendo que o conjunto (estrutura e anúncio) não poderá ultrapassar os mesmos 4 m², não exceder os 5 metros de altura e só será permitido dentro do terreno do estabelecimento. Estão incluídos nas exceções os imóveis maiores de 5 mil m², que poderão ter um anúncio indicativo e ainda uma placa que oriente sobre o acesso ao estacionamento do local, como os shopping centers e hotéis. Ficam fora das restrições os chamados anúncios especiais, que deverão obedecer a deter-

minações específicas de órgãos competentes. São as placas com finalidades cultural, educativa e eleitoral. Já os anúncios imobiliários (as placas de aluga-se ou vende-se), pela proposta, não deverão ultrapassar 1 m² de área, por imóvel. Elas deverão ficar dentro do terreno. Por fim, fi-

cam livres de proibição as pinturas das fachadas dos estabelecimentos e os dizeres que foram cunhados ou gravados nas paredes, faixas ou cartazes de eventos culturais (desde que não ultrapassem 10% da área total da fachada), placas ou mensagens, ou placas dos governos estadual, muni-

cipal ou federal (mesmo que apareça o nome de uma empresa privada), além de adesivos com bandeiras de cartões de crédito ou débito (sem ultrapassar 0,30 m²) e indicações de empresas de segurança (sem exceder 0,30 m²). Pelo projeto de lei, ficam permitidos os nomes ou logo-

marcas de hotéis, mesmo que estejam ao longo da lateral ou na fachada do estabelecimento. Em caso de dúvida, o proprietário do hotel deverá solicitar uma análise prévia à CPPU. No dia da entrega da proposta à Câmara, a diretora do órgão, Regina Monteiro, explicou o motivo de excluir os nomes dos hotéis na nova lei: "Tudo é uma questão de referência na cidade. E os hotéis são umas das primeiras referências para quem visita o município". Por fim, as multas para quem descumprir a lei serão altas: R$ 10 mil por anúncio irregular, mais R$ 1 mil para cada m2 que exceder a área estabelecida. Radical O prefeito Gilberto Kassab reconheceu que o projeto de lei do Executivo é radical e disse que São Paulo deve seguir os exemplos de Chicago (EUA) e Barcelona (Espanha), cidades que praticamente extinguiram a publicidade nas ruas: "Eu sei que o projeto é radical, mas é emblemático. É polêmico, mas necessário para a cidade". Em defesa do projeto, o prefeito chegou até a pedir a colaboração de vereadores petistas (que fazem oposição ao governo) pela aprovação: "Dirijo-me à bancada do PT e, principalmente, ao líder, o vereador Arselino Tatto. Peço que aprovem o projeto pelo interesse da cidade. A situação da poluição visual é caótica e precisa ser resolvida com rapidez". Para os vereadores petistas, o momento é de analisar a proposta minuciosamente para só depois concluir se é necessário um substitutivo ou a obstrução da proposta. Quanto à fiscalização, o prefeito admitiu problemas, mas disse que conta com a ajuda da população: "Com a aprovação da proibição, esperamos contar com a fiscalização de mais de 11 milhões de pessoas. Elas ajudarão a Prefeitura a combater a propaganda irregular". No fim do encontro na Câmara, o prefeito dirigiu-se aos comerciantes que usam a publicidade em seus estabelecimentos e às empresas ligadas ao setor: "Não se trata de uma afronta a nenhum setor. Espero a compreensão de todos, pois a medida tem como objetivo o fim da poluição visual". Para o vereador Roberto Trípoli, a medida é como um sonho que está prestes a ser realizado: "É o sonho de mudar o conceito de publicidade em São Paulo". Fim Representantes do setor publicitário, no entanto, acreditam que a medida poderá provocar a extinção de uma categoria profissional, com demissões em massa no setor. "É um projeto totalmente absurdo. Hoje o setor tem 5 mil empregos diretos e 15 mil indiretos. Com esse projeto, se aprovado, empresas de publicidade fecharão suas portas", reclama Luiz Roberto Valente Filho, diretor da Central de Outdoor Seccional São Paulo, órgão que representa as maiores empresas do segmento. A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura de São Paulo (AsBEA) comemoram a criação do projeto, um resgate a valorização do trabalho desses profissionais.


Suplemento Especial / São Paulo, quinta-feira 29 de junho de 2006

Cresça: dê um banho de loja em seu negócio

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a boa vitrine aos cuidados com a iluminação ou a segurança, tudo conta para fazer o seu negócio crescer sempre. Neste caderno especial, o Diário do Comércio mostra como se monta uma vitrine com elegância e qualidade, passando pelos manequins. A construção ou a reforma merecem um zelo especial, assim como a segurança e o cuidado que se deve dedicar a consumidores especiais, os deficientes físicos. Além da discussão em torno do projeto do prefeito Gilberto Kassab, que pretende a tolerância zero contra a poluição visual da cidade. Na foto, Marcos Andrade, da Expor, e seus manequins de exportação

Marcelo Min/AFG


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Política

3 Esse vazamento acabou me desarmando, pois sequer a minha equipe sabia. Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura

AO DEIXAR O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, ROBERTO RODRIGUES EXPLICA QUE JÁ FEZ O QUE TINHA A FAZER. Beto Barata/AE

RODRIGUES DIZ QUE CUMPRIU SUA MISSÃO. E SAI.

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o comunicar, de maneira inesperada, a sua saída do quadro ministerial do governo Lula, o engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues foi direto ao ponto: considera cumprida a sua missão à frente da pasta da Agricultura. Simples assim. Desmanchava deste modo, na entrevista coletiva que deu na tarde de ontem, as várias especulações sobre a súbita interrupção de seu mandato que brotavam fora e dentro do campo, e floresciam, em especial, no terreno da oposição. Com a determinação de quem mostrava o que havia podido colher desde que assumiu o Ministério, Rodrigues releu nove pontos do seu discurso de posse que, segundo ele, eram os seus objetivos à frente do ministério. Entre eles estão a intensificação da relação do Ministério com setores de classe, a promoção comercial dos produtos agrícolas, o melhoramento do mecanismo de estocagem de produtos, a certificação para a rastreabilidade e a recomposição dos estoques públicos e ainda a legislação sobre seguro rural. Além desses pontos, Rodri-

O que é relevante e que eu quero mostrar a vocês é que o meu discurso de posse foi inteiramente atendido. Roberto Rodrigues, exministro da Adricultura, ao deixar o cargo.

gues disse que fazia parte de sua filosofia, desde que entrou no governo, dar à agricultura uma participação mais efetiva nas negociações internacionais, e isso de fato aconteceu. "O que é relevante e que eu quero mostrar a vocês é que o meu discurso de posse foi inteiramente atendido", disse o ministro, em tom de prestação de contas do que havia proposto realizar no setor. O desligamento de Rodrigues não foi uma surpresa para o presidente Lula como foi para todo mundo. O ministro afirmou que comunicou ao presidente os motivos de seu desligamento do governo e

que ele sabia de tudo desde terça-feira à noite. Desmentindo rumores – Ele fez também questão de destacar que "não existe componente político" na sua saída do governo. Lembrou não ter ligação partidária e desmentiu, dessa forma, rumores de que sua demissão poderia ter motivos eleitorais. Ele também negou que sua saída tenha sido motivada por problemas de saúde em sua família. "O problema de saúde que existe na minha família é muito mais velho do que a minha presença no Ministério. Eu vim para cá com ele", retrucou. Os comentários eram de que Rodrigues teria realmente pedido demissão porque o estado de saúde de sua mulher, Heloísa, teria se agravado. O ministro também contou que, no jantar de ontem com o presidente Lula, ficou acertado um novo encontro para amanhã, quando seria discutida sua saída. No entanto, disse o ministro, a notícia de que sairia do cargo acabou sendo ventilada pela imprensa. "Esse vazamento acabou me desarmando, pois sequer a minha equipe sabia", disse. Por

O ministro desmentiu que sua saída tivesse outra razão a não ser a sensação de dever cumprido.

isso, na manhã de ontem, Rodrigues participou de um café da manhã para divulgar os alimentos orgânicos, sem ainda demonstrar sinais de que estava demissionário. Cargo à disposição – Questionado sobre os boatos de que teria pedido demissão outras vezes, em momentos de crise, Rodrigues admitiu que ofereceu o cargo ao presidente Lula para deixá-lo à vontade em quatro ocasiões quando era necessário um rearranjo político no governo, mas negou que tenha pedido demissão de fato. O ministro reconheceu que nos últimos dois anos a agricultura passou por momentos difíceis, mas afirmou ter tido apoio de outros ministérios para "equacionar a crise". "O

pacote é importante, mas não resolve o problema do setor. Fizemos o que era possível." Rodrigues afirmou que o Plano de Safra anunciado recentemente foi positivo: o governo conseguiu reduzir o custo dos financiamentos, oferecendo empréstimos com juros mais baixos. "Os últimos dois anos foram duríssimos, de muito desgaste para o setor" Pelo menos dois nomes são cotados para assumir a pasta, segundo parlamentares da bancada ruralista que estiveram com Rodrigues. Um deles é o secretário-executivo, Luís Carlos Guedes Pinto, já familiarizado com as questões de reforma agrária, experiência adquirida no período em que exerceu o cargo de presidente

da Associação Brasileira de Reforma Agrária. Ele tem também ligações com o ex-ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano, atualmente assessor especial de Lula. Guedes garante que não recebeu qualquer convite. Outro nome é o do secretário de Política Agrícola, Ivan Wedekin, um técnico de carreira. Na área política, no entanto, ontem mesmo circularam boatos de que Lula teria oferecido a pasta ao PMDB, na estratégia de confirmar o fechamento de alianças regionais. O senador José Sarney (PMDB-AP), um dos principais interlocutores de Lula no partido, garantiu que esse boato era mera especulação. (Agências) Leia mais sobre o assunto na pág. 8


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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de junho de 2006

TUCANOS REPETEM FÓRMULA PURO-SANGUE DE 1994

ENFIM, PSDB SE DECIDE. E OPTA POR CHAPA PURA PARA O GOVERNO DE SP. Diógenes Santos/Ag. Câmara/24-01-2006

SERRA ESCOLHE GOLDMAN PARA VICE

O

PSDB terá chapa pura na disputa ao governo de São Paulo. Após uma intensa negociação com o PMDB, sem sucesso, a executiva estadual do PSDB confirmou ontem o nome do deputado tucano Alberto Goldman como vice na chapa liderada pelo ex-prefeito José Serra. Com toda a liberdade para escolher seu companheiro de chapa, Serra até ontem trabalhava com mais dois nomes além de Goldman: Sidney Beraldo, presidente estadual do partido, e o deputado Carlos Panunzio. A dificuldade em bater o martelo se deu porque, segundo interlocutores, Serra

tentou o quanto pôde fazer com que o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) mudasse de idéia e aceitasse indicar um nome do PMDB para fazer dupla na disputa ao Palácio dos Bandeirantes. PMDB – O ex-prefeito optou pela chapa pura, depois que não conseguiu atrair os peemedebistas para uma coligação estadual. Serra tentou até que a vaga de vice ficasse com o próprio Quércia, mas este, preterido por dirigente tucanos, preferiu ser lançar concorrente de Serra na disputa pelo governo paulista. A oficialização do nome de

Eymar Mascaro

Chapa forte

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Deputado tucano comemora decisão: 'Agora, já estou em campanha'.

Goldman foi vista como uma vitória pessoal de Serra, que defendia a possibilidade de chapa puro-sangue caso não conseguisse apoio dos peemedebistas no Estado. "A executiva acolheu a sugestão de Serra. Agora, já estou em campanha", disse Goldman, que ontem almoçou com o exprefeito e à noite participou do encontro da executiva estadual do partido. Repeteco – A sigla vai repetir a fórmula adotada na eleição de 1994, quando o então candidato Mário Covas escolheu o seu vice , o deputado tucano federal Geraldo Alckmin.

"Vamos seguir o modelo Mário Covas. A escolha do vice é uma escolha pessoal do candidato", comentou o deputado federal Mendes Thame, vice-presidente do partido, no começo do mês. O modelo Covas foi rompido em 2002 por Alckmin quando coligou-se com o PFL, tendo indicado o candidato a vice Cláudio Lembo. Um candidato a vice do mesmo partido deverá facilitar os planos do candidato do PSDB a governador de São Paulo em 2010. Caso seja eleito, Serra será um dos nomes mais cotados para concorrer à Presidência da República. Neste caso, deixará um tucano no comando do Estado. (Agências)

chapa encabeçada por José Serra ao governo de São Paulo, pela coligação PSDB/PFL, sai fortalecida com o lançamento, hoje, da candidatura de Guilherme Afif Domingos ao Senado. Os dois farão campanha juntos. Afif é um líder empresarial que abre as portas para a entrada de Serra numa área muitas vezes refratária ao tucano. Afif vai enfrentar um adversário carismático, Eduardo Suplicy (PT), candidato à reeleição. Por ser o único candidato até agora, Suplicy está bem pontuado nas pesquisas. A missão de Afif é difícil, mas não é impossível. Como presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), cargo do qual se licenciou para ser candidato, Afif foi um dos condutores da bem sucedida campanha de combate à forma como o governo cobra os impostos do contribuinte. Com a licença de Afif, a ACSP passou a ser presidida interinamente por outro líder empresarial, Alencar Burti.

DIFICULDADE Afif Domingos sabe que enfrentará uma campanha repleta de obstáculos: vai duelar com um adversário difícil, um candidato tradicional no Estado. Afif já passou pelo teste das urnas, disputou uma vez a eleição para deputado federal e se elegeu com mais de 500 mil votos.

Gustavo Miranda/Agência O Globo

ALIADO A TUCANOS, AFIF QUER O SENADO.

Antonio Ermírio de Moraes (PTB) e Paulo Maluf (PDS). Acabou virando o jogo e ganhou a eleição.

CRESCIMENTO Boa informação para tucanos e pefelistas: Geraldo Alckmin teria crescido nas pesquisas, diminuindo a vantagem aberta por Lula. Além do crescimento do tucano, Lula teria sofrido uma significativa queda. A mudança teria ocorrido em função da aparição de Alckmin nos programas de televisão do PSDB.

DIMINUIÇÃO

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o topo do mecanismo sanguessugas", observou. E o para conscientizar o terceiro ponto será a pregação cidadão sobre os im- por uma reforma política, com postos que paga, que criou e ali- a adoção do voto distrital. mentou nos últimos 15 anos, a Disputa – Ele sabe que vai partir da Associação Comercial enfrentar uma eleição difícil de São Paulo, o empresário contra o atual senador EduarGuilherme Afif Domingos do Suplicy (PT) e diz que vai (PFL) será lançado hoje candi- apresentar suas propostas sem dato ao Senado em aliança com fazer ataques ao rival. Relemo candidato ao governo esta- bra a campanha de 1989, quandual José Serra (PSDB). Afif, do usou a gestualidade de surque foi candidato à presidência dos-mudos para vender o borem 1989 e chegou a ter 8% da dão "juntos chegaremos lá" e diz que é possível preferência quan- Andrea Felizolla/LUZ/07-06-2005 do Lula tinha 10%, explicar ao eleitorado a racionalise retirou da polítidade do gasto púca há 16 anos e agoblico e a necessira volta sobraçandade de consciendo o discurso da tização para racionalidade do fiscalizar o trajeto gasto público. do bolo tributário. Ele não acha o teAfif antecipou ma árido – pelo contrário, diz que é que fará uma campanha "casada" facílimo explicar a questão ao eleitor. com Serra – e os Na campanha, pretende dizer dois, com Alckmin. Sabe que que o cidadão paga impostos partirá de um dígito da prefequando faz qualquer compra, rência popular, enquanto Suplimas não se dá conta. "O dinheiro cy já tem perto de 50% e que 70% vai lá pra cima, para um lugar do eleitorado não o conhece ."É que o eleitor não conhece e que por isso que vou ter muita marnão consegue vigiar. Por isso ele gem para crescer", garante, sacobra resultados do município, lientando que sempre teve bom que fica apenas com 15% do bo- desempenho na televisão. Mas seu principal trunfo é lo", explica. "O prefeito tem de fazer muito com pouco, en- trazer para a chapa a simpatia quanto Lula faz pouco com do pequeno e do microempremuito, com enorme desperdício sário paulista, um contingente de 2 milhões de empreendedoe muita corrupção", disse. Ele sustenta que o Brasil res que mobilizam 8 milhões de "ainda não fez a lição de casa" e votos. Além disso, falará tamlembra a falta de uma reforma bém para os profissionais libeprofunda da Previdência. O rais que defendeu na campasegundo ponto que ele vai ata- nha contra a Medida Provisócar na campanha será descen- ria 232, que o governo Lula editralização e eficácia do gasto tou para tentar aumentar a público. "O gasto público cen- carta tributária dos prestadotralizado cria uma multidão de res de serviço. (AE)

O gasto público centralizado cria uma multidão de sanguessugas. Guilherme Afif Domingos

LIDERANÇA

Ministros Marco Aurélio, Thomaz Bastos e Tarso Genro: instruções para Lula.

ELEIÇÕES: 3 REGRAS PARA O GOVERNO.

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ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, informou ontem que o governo editou três instruções a serem seguidas pelos agentes públicos, alertando para algumas condutas vedadas no período eleitoral. Ele se encontrou com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, e o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, para conversar sobre as normas que deverão reger a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agora como candidato à reeleição. A partir de sábado, a administração federal não poderá veicular publicidade institucional.

Assinada pelo chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, a Instrução 3 determina a suspensão, no período eleitoral, da veiculação, exibição, exposição ou distribuição de peças de publicidade institucional. Placas de obras deverão ser retiradas ou cobertas e as páginas oficiais na internet também deverão ser modificadas. Além da norma sobre propaganda, foram publicadas uma instrução do Tesouro, sobre transferência de recursos, e outra do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com regras de conduta para os funcionários públicos nos meses pré-eleições. (AE)

SANGUESSUGAS CPMI MARCA DEPOIMENTOS

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m sua primeira reunião de trabalho ontem, a CPMI dos Sanguessugas aprovou quebras de sigilo, agendou depoimentos e elegeu seu vice-presidente, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Poupou os 27 assessores e ex-assessores de parlamentares envolvidos com a compra superfaturada de ambulâncias com dinheiro do Ministério da Saúde O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) entregou ao relator da CPMI, senador Amir Lando (PMDB-RO), cópia de documentos que estão em poder do Ministério Público Federal em Cuiabá, como do livro-caixa da Planam, empresa envolvida no esquema de fraude.

O presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia (PR-RJ), disse não saber como terão acesso ao material entregue por Gabeira, uma vez que o processo corre em sigilo, por determinação do STF. Durante a reunião, a CPMI aprovou requerimentos convocando seis pessoas para depor, entre elas a ex-assessora especial do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino, e o empresário Darci Vedoin, dono da Planam, empresa acusada de coordenar o esquema. A comissão aprovou a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de Vedoin, de Maria da Penha e das empresas, a Planam e a Santa Maria Comércio. (AG)

José Serra continua na liderança das pesquisas. Se a eleição fosse hoje, o exprefeito poderia se eleger governador ainda no 1º turno. Serra vem alcançando nas pesquisas cerca de 50% de índice de intenção de voto, mais do que a soma de votos dos outros candidatos.

AMEAÇA Por enquanto, o candidato que aparece em 2º lugar nas pesquisas ao governo paulista é Aloizio Mercadante, do PT. Mercadante ainda não ameaça a liderança do tucano e Serra está convencido de que pode "matar" a eleição já no 1º turno.

ENTRADA O que pode prejudicar os planos de Serra é a candidatura de Orestes Quércia, pelo PMDB. Nas últimas pesquisas, Quércia aparece como a 3ª opção do eleitor e o ex-governador acredita que pode crescer até agosto. O peemedebista diz que vai disputar o 2º turno com Serra.

2º TURNO A candidatura de Quércia pode impedir que a eleição de governador em São Paulo seja decidida no 1º turno, como sonha José Serra. É por isso que o tucano continua insistindo para Quércia desistir da candidatura. Ele chegou a deixar a vaga de vice aberta para a indicação de Quércia, mas o PSDB avisou que não aceitaria o candidato e que queria uma chapa puro sangue.

EXEMPLO Quércia sonha alto. O exgovernador cita o exemplo da campanha de governador de 1986. Ele estava em 4º lugar, perdia para Eduardo Suplicy (PT),

A diferença em favor de Lula teria sido reduzida pela metade. As últimas pesquisas indicavam que o petista tinha mais de 20 pontos na frente do tucano. Detalhe: Alckmin aposta que vai encostar em Lula até o início da campanha gratuita na televisão, em 15 de agosto.

APOIO O crescimento nas pesquisas pode ajudar Alckmin a conquistar o apoio informal de mais diretórios estaduais do PMDB. Em tempo: o tucano disputa com o petista o apoio da maioria dos diretórios peemedebistas. Portanto, Lula e Alckmin correm atrás de um PMDB rachado ao meio.

FATOR MINAS Alckmin decidiu intensificar a campanha em Minas Gerais, importante reduto eleitoral. Minas deu o vice de Lula, José Alencar (PRB). As pesquisas têm indicado liderança de Lula na região, apesar do governador Aécio Neves pertencer ao PSDB. Alckmin e Aécio cumprirão juntos uma agenda de campanha no Estado.

CONFUSÃO O medo encuca Lula. O petista está preocupado com as regras eleitorais. Está com medo de desobedecê-las durante a campanha. O presidente quer saber o que pode fazer e o que não pode fazer no cargo. Por isso enviou emissários para conversar com ministros do TSE.

PARALELO No encontro com a cúpula do PT, Lula reafirmou que vai continuar estabelecendo a comparação do seu governo com as duas gestões de Fernando Henrique Cardoso. O presidente gostou da reação do seu antecessor e acha que o tucano bicou a isca. Lula quer convencer o eleitor de que realizou mais em 40 meses no cargo do que FHC em oito anos.


quinta-feira, 29 de junho de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 "O Zé Alencar é muito querido, ele ficará mais aqui (em Minas Gerais)" Presidente Lula

LULA SE QUEIXA, ALCKMIN COMEMORA.

André Dusek / AE

Dida Sampaio / AE

ALCKMIN COMEMORA ESTRATÉGIA ADVERSÁRIA "Estou achando isso ótimo, uma maravilha", festejou.

A

ssim como boa parte do PSDB, o candidato à presidência da República pela coligação PSDB/PFL, Geraldo Alckmin, disse ontem à noite que considera equivocada a estratégia do presidente Lula de bater no governo de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, mas ao mesmo tempo comemorou essa estratégia. "Estou achando isso ótimo, uma maravilha", afirmou. "Ele (Lula) está me chamando para dançar, está me ajudando, ao polarizar o debate antes do tempo. O problema do Lula não sou eu. É o Fernando Henrique. Isso é ótimo", festejou, durante uma festa de São João promovida anteontem pelo seu candidato a vice, senador José Jorge (PFL-PE). Na avaliação de Alckmin, com essa estratégia ele está sendo poupado. O tucano deixou claro que não pretende polemizar com ninguém do governo Lula, nem mesmo relembrar episódios dos escândalos que envolveram os exministros Antonio Palocci (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil). "No meu debate, não tem terceiros. É com Lula", afirmou Alckmin, desafiador.

Lula, em Minas Gerais, ontem: "Só não propuseram meu impeachment porque não tinham apoio popular"

LULA DIZ QUE ESTÁ SENDO AGREDIDO Alckmin: "No meu debate, não tem terceiros. É com Lula".

Alckmin, que chegou à festa de José Jorge por volta das 22 horas, circulou muito à vontade entre os cerca de 200 convidados. Depois de ensaiar um forró no palco onde se apresentava um grupo de Caruaru (PE), Alckmin demorou-se em diversas rodas de pessoas, demonstrando otimismo diante de notícias recebidas de que pesquisas já realizadas nos Estados, como Rio Grande do Sul, Paraná e Minas, apontam crescimento de sua candidatura, o que ele espera que se refletirá também na próxima pesquisa nacional. Alckmin comeu cachorro quente de "boi ralado" (carne moída) e tapioca e tomou refrigerante. (AE)

O QUE ACHAM OS EMPRESÁRIOS

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o encontro do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), cerca de 200 executivos responderam, ontem, a uma pesquisa sobre o seu candidato à Presidência e quem será o vencedor. Resultado: 91% votarão em Alckmin; 5% em Lula e 4% outro candidato. Mas 55% dão como certa e vitória petista.

"Eles ultrapassaram as raias do razoável", reclama.

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m tom de conversa reservada com líderes do PMDB de Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou na tarde de ontem da "violenta" campanha travada pelo PFL e PSDB com o Palácio do Planalto. Sem mencionar os nomes do tucano Geraldo Alckmin e do pefelista José Jorge, que formam a chapa adversária, Lula criticou a conduta dos dois candidatos na mídia e na propaganda gratuita na televisão. "Eles ultrapassaram as raias do razoável, com agressões pes-

soais", disse o presidente, segundo relato do ex-prefeito de Juiz de Fora, Tarcísio Delgado. "Só não propuseram o meu impeachment porque não tinham apoio popular." Ao pedir a unidade do PT e do PMDB em Minas, Lula chamou de "querido companheiro" o ex-governador Newton Cardoso, que no passado foi acusado pelos petistas por práticas de corrupção. O presidente fez um apelo aos peemedebistas para firmar, em convenção prevista para hoje, uma coligação com o PT. Os petistas indicam Nilmário Miranda como candidato a governador, e o PMDB os candidatos a vice e ao Senado. Disputa – Cardoso, o exprefeito de Uberlândia, Zaire Rezende e o ex-presidente Itamar Franco disputam o voto dos delegados para ser indicado senador. Itamar não participou do encontro ontem com Lula, alegando que tinha confirmado presença anteriormente em um evento com o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), em Juiz de Fora.

Lula assegurou ao PMDB que cada ministro mineiro ficará responsável por uma área do "mapa" do Estado, dividindo a responsabilidade de arrancar votos em todas as regiões. O presidente programou um grande comício em Belo Horizonte, com data ainda não definida. Na última eleição presidencial, em 2002 ele participou de sete comícios em Minas Gerais. Agenda reduzida – Desta vez, a presença do candidato Lula será limitada. A alternativa, segundo explicou, é designar o vice-presidente, José Alencar, que repetirá com ele a dobradinha da eleição de 2002, a viajar mais pelo interior do Estado. "O Zé Alencar é muito querido, ele ficará mais aqui", antecipou. (AE)


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2 -.TURISMO

De festivais inéditos relacionados com a Copa, na Alemanha, a encontros movidos a música eletrônica, na Espanha, as ruas e praças do Velho Continente viram palco de diversas festividades quando chega a estação do calor

Por Lygia Rebello

quinta-feira, 29 de junho de 2006

A Europa ferve com os eventos de verão...

Fotos: Divulgação/Christophe Raynaud de Lage

BARCELONA (Espanha)

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om a proximidade do verão no Hemisfério Norte a Espanha começa a esquentar suas ruas com vários festivais e atividades ao ar livre. E a mais badalada de suas cidades não podia ficar de fora da folia. Entre os inúmeros eventos que invadem Barcelona entre junho e agosto, dois merecem destaque: o Sònar-13° Festival de Música Avanzada y Arte Multimedia de Barcelona, que atrai amantes da música eletrônica do mundo todo, e o Barcelona Festival Grec, que reúne várias formas de arte, como 19 peças teatrais, 26 shows

musicais (incluindo um de Marcelo D2 e outro de Ivete Sangalo no dia 12 de julho) e seis espetáculos de dança, além de rodas de conversação com artistas envolvidos no festival. O primeiro, apesar de ter sido na semana passada, merece menção para ser colocado um lembrete da agenda, e o segundo, mais extenso, começou no domingo e vai até 5 de agosto. Mais informações pelos sites www.sonar.es e www.barcelonafestival.com/06/intro.htm.

Divulgação

AVIGNON (França)

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famoso evento multicultural da charmosa cidade francesa também está comemorando a sua 60º edição. Ele se compara ao famoso Festival de Edimburgo, na Escócia, em variedade de atrações. Neste ano, terá cerca de 48 diferentes tipos de eventos – de mostra de cinema,

apresentações circenses e de teatro, workshops, mímica, literatura – entre os dias 6 e 27/7. Mais informações pelo site www.festival-avignon.com.

COLÔNIA (Alemanha)

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m tempos de Copa do Mundo, a cidade famosa por sua imponente Catedral é palco de 32 dias ininterruptos de muito futebol e eventos culturais. Desde o último dia 9 até o dia 9 de julho, contabilizam-se 5.400 horas de jogos e comentários que são transmitidos em telões gigantes, além de 7.600 atividades e 1.600 artistas dos países que estão participando do mundial se apresentando nas praças do belo centro histórico de Colônia. O festival inédito, batizado de "La Ola Colonia", espera atrair ao todo 500 mil pessoas, entre elas no mínimo 5 mil brasileiros. Os organizadores prometeram atividades das 11h

TOSCANA (Itália)

da manhã às 11h da noite, principalmente em dois pontos da cidade: no Kölner Heumarkt e no Roncalliplatz (perto da Catedral). Entre os destaques na programação estão apresentações de música e dança das culturas africana, mexicana e coreana e noite especial de jazz. Até mesmo o ministro brasileiro Gilberto Gil e a cantora Daniela Mercury já deram a ar da graça (com shows) nesta que é considerada uma das maiores festas da Alemanha neste verão. Mais informações pelo site www.stadtkoeln.de/fifawm2006/wmstadt/fan_fest/.

Divulgação

Divulgação/Keith Prowse

Divulgação/Grant Pritchard

EDIMBURGO (Escócia)

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ntre os dias 5 e 20/8, a bela região da Toscana será invadida não só dos típicos campos de girassóis – comuns nessa época do ano – mas também de concertos e óperas,

exposições de arte, degustações de vinhos, festivais gastronômicos e palestras. É a quarta edição do Toscan Sun Festival, cuja direção artística é de Frances Mayes, autora do livro "Sob o Sol de Toscana", que ganhou as telas do cinema em 2003. O Teatro Signorelli, Piazza Signorelli, na Cortona, e Fortezza Chefe de reportagem Medicea, em Arezzo, serão Arthur Rosa palco de artistas consagrados Editor de Fotografia Masao Goto como Antonio Pappano, Editor de Arte regendo a Chamber José Coelho Orchestra of the Royal Diagramação Opera House. Lino Fernandes

Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Ilustração Antonella Salem Jair Soares e Abê antonellasalem@uol.com.br Gerente Comercial Sub-editora Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Lygia Rebello Impressão S/A O Estado de S. Paulo lygiarebello@uol.com.br www.dcomercio.com.br

Mais informações no site www.tuscansunfestival.com. No Brasil, ingressos com a Keith Prowse, site www.keithprowse.com.br.

odo mundo sabe que há seis décadas a capital da Escócia se transforma numa grande festa quando chega esta época do ano, mas o que poucos sabem é que nas cerca de três semanas de celebrações ocorrem não um, mas sete festivais. E este ano as apresentações de teatro, dança e óperas devem ser ainda mais especiais por causa da celebração do 60º aniversário do Festival Internacional de Edimburgo (de 13/8 a 13/9) e do Festival Fringe de Edimburgo (de 6 a 28/8). Há ainda o Festival Internacional de Jazz and Blues (de 28/7 a 6/8), o Festival Military Tattoo (de 4 a 26/8) – uma apresentação atrás do Castelo de Edimburgo –, o Festival Internacional de Literatura (de 12 a 28/8), o Festival Internacional de Cinema (de 14 a 27/8), e o Mela Edinburgh (2 e 3/9) – que envolve música, artes, artesanato, moda e gastronomia.

Mais informações pelo site www.edinburghfestivals.co.uk.


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quinta-feira, 29 de junho de 2006

1 Paulistanos tiram dos armários e das lojas as roupas mais pesadas para suportar o frio

Newton Santos/Hype

BRASILEIROS COMPRAM MENOS, MAS PAGAM MAIS POR PRODUTOS O Brasil é o segundo país mais caro para se viver na América do Sul. Se algum visitante de fora se locomovesse entre as nações e comprasse rigorosamente a mesma cesta de bens e serviços, gastaria o maior valor no Chile e o menor no Paraguai e na Bolívia. A má distribuição de renda brasileira, associada à herança inflacionária que estabilizou os preços em alta, são alguns dos vilões nacionais.

A chegada de uma massa polar esfriou a cidade e os consumidores foram às lojas em busca de negócios

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Brasil é o sexto colocado em consumo familiar em um grupo de dez países da América do Sul e o segundo mais caro para se viver na região. Argentinos, chilenos, uruguaios, venezuelanos e peruanos gastam mais, per capita, do que brasileiros. Os resultados fazem parte de estudo, realizado em 2005, do Programa de Comparação Internacional, desenvolvido pelo Banco Mundial (Bird). A fraca distribuição de renda e os preços, que estacionaram num nível alto, apesar da estabilização da economia desde os anos de 1990, inibem o gasto familiar, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1996, o País era o quarto colocado no ranking de consumo. "Uma combinação de três importantes variáveis explica a posição do Brasil no ranking. É um país populoso, o maior da região, com o nível de preços elevados e com o padrão de distribuição de renda que não permite que uma parte dessa população tenha acesso ao mercado (de consumo)", declarou o presidente do IBGE, Eduardo Nunes Pereira. Fatores conjunturais também influenciam o desempenho. Um deles é o juro alto, que conteve aumentos de preços, mas enfraqueceu o consumo. Nunes Pereira explicou que a contribuição da política monetária "para impedir que o nível de preço continuasse subindo" foi positiva, mas "para alcançar seu objetivo também procura conter a demanda". Os dados da pesquisa divulgada ontem foram coletados em 2005. Apenas no fim desse ano os juros começaram a cair. Para fazer comparações entre os países, foi usada metodologia chamada paridade de poder de compra, que evita a conversão de valores para o dólar e as distorções da flutua-

Scarpellini espera vender mais

ção do câmbio nos resultados. Os resultados da pesquisa mostram que o consumo familiar per capita brasileiro está 9,5% abaixo da média da região. Já o argentino supera a média em 61,3%, o chileno, em 48%, o uruguaio, em 43,5% e o venezuelano, em 8,7%. O gasto peruano é 1,2% maior que o brasileiro, mas 8,4% abaixo da média registrada na região. Em 1996, o Brasil figurava na sexta colocação do ranking de gastos familiares, mas os organizadores da pesquisa alertam que é preciso uma série mais longa e pesquisas mais freqüentes para permitir comparações com o passado. Inflação – "Tivemos 30 anos de inflação muito alta no Brasil, passamos por um processo inflacionário violentíssimo. Só recentemente, há dez anos, a inflação passou a estar sob controle. Mas isso não implicou queda de preços, que se estabilizaram num patamar elevado", disse Nunes Pereira. Segundo ele, a Argentina lidera o ranking de gastos per capita porque os preços são menores – chegaram a cair com a recessão econômica – e o país tem uma distribuição de renda melhor que a do Brasil. Conforme o presidente do IBGE, mesmo a existência de regiões de baixa renda no País, como o Nordeste, acaba redu-

zindo a média brasileira. Ele afirmou também que a Venezuela, por exemplo, obteve grande receita no ano passado, quando a cotação do barril do petróleo chegou a US$ 60. "Isso abarrota o país de dinheiro, torna a moeda mais forte em comparação às moedas internacionais. Se os preços internos não sobem, cada venezuelano pode comprar mais porque os preços dos produtos que virão a comprar serão menores, principalmente os derivados, como é o caso da gasolina", afirmou. Diferente do Brasil, que usa as cotações internacionais como referência para os preços de derivados, a Venezuela não repassa ao mercado interno as variações externas. No caso da economia peruana, Nunes disse que a distribuição de renda não é tão díspare da brasileira. A diferença está nos valores praticados: o nível de preços na economia peruana é 25% menor do que no Brasil. "Assim, as pessoas com a mesma faixa de renda aqui e no Peru têm diferenças na aquisição de produtos, porque aqui as mercadorias têm preços mais altos. Medicamentos, material de transporte e eletrodoméstico no Brasil custam mais do que lá", afirmou, citando a herança inflacionária brasileira. (AE)

População adia aquisições

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cearense Adriano Barbosa, 22 anos, está há dois dos três anos desde que chegou no Rio tentando comprar uma televisão de 14 polegadas. O aparelho custa R$ 500, valor R$ 100 maior que o salário de R$ 400 de atendente de restaurante. Ele disse que "está tudo muito caro", contou que não sobra nada do salário para economizar e acredita que concretizará este ano o projeto, por crediário. "A gente consegue", afirmou. Barbosa é apenas mais um trabalhador com projetos de consumo difíceis de realizar porque os produtos são caros e a renda, baixa. A pesquisa do Banco Mundial (Bird) mostra que no Brasil são mais caros do que em outros países sul-americanos eletrodomésticos, remédios, livros e serviços de telefonia. Já o café e a conta do restaurante são mais baratos aqui do que na região – as com-

parações por produtos serão divulgadas em setembro. Não é apenas isso. Os preços de educação e saúde são 26,2% mais caros que na região, vestuário e calçados, 13,9%, habitação e serviços, 32,8%, transporte, 17,8%, energia, gás e outros combustíveis, 35,6%. Já os preços médios deste grupo de energia são quatro vezes mais caros do que na Venezuela. Nenhum dos consumidores entrevistados ontem conhecia os resultados da pesquisa. Tinham, entretanto, a mesma visão sobre o custo de vida. "É preciso baixar os preços para as pessoas conseguirem comprar mais", dizia a atuária Maristela Cardoso, 29 anos. Ela recebe R$ 1 mil mensais e pesquisava preços de eletrodomésticos. "Remédio é caríssimo. Uso muito remédio, é uma loucura", contava a psicanalista Magda Biassutti, cuja renda familiar gira em

torno de R$ 5,8 mil. Ela acredita que faz parte de "uma minoria", a classe média, mas contou que, na prática, compra pouco livro, quase não sai mais para jantar fora e controla à risca os gastos da famílias, que inclui dois filhos. Questionado sobre a diferença de preços contra o Brasil em alguns produtos, muitas vezes fabricados no País e exportados para os vizinhos, o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Nunes Pereira, citou a carga tributária, que é alta na economia brasileira, e o fato de que a escala de fabricação menor aumenta o custo de produção. "Os outros, que até compram de nós, têm vantagem comparativa de comprar sem carga tributária. Mas o emprego é gerado no nosso País", argumentou. De forma geral, produtos exportados são livre de tributos. (AE)

Lojistas devem manter promoções para queimar as peças de inverno

Frio aquece varejo popular em SP

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queda da temperatura nos dois últimos dias animou o comércio paulistano. Embora o varejo venha liqüidando seus estoques de inverno antes mesmo do início da estação, os lojistas estão confiantes no aquecimento das vendas, pelo menos nos próximos dias ou enquanto perdurar o clima gelado. O comércio popular, que vende peças de menor custo, saiu na frente nas vendas. E, nas lojas do centro da cidade, muitos consumidores observavam as vitrines em busca de boas oportunidades. "O frio veio na terça-feira à tarde e ontem mesmo já deu para sentir o resultado nas vendas", disse o gerente da loja popular Torra-Torra, Gilson Francisco de Jesus. Segundo ele, na segunda-feira, o dia foi morno, sem muito movimento na loja. "Até dispensamos os funcionários uma hora e meia mais cedo", comentou.

Ontem, por outro lado, o movimento de clientes procurando por peças mais pesadas – como moletons e jaquetas –, além de cobertores e edredons, aumentou consideravelmente. "Se o tempo continuar assim até o começo do mês, quando sai o pagamento dos salários, vai ser melhor ainda", previu um dos funcionários da loja. A dona de casa Luciana Paes dos Santos aproveitou a chegada do frio para comprar agasalhos para suas duas filhas, Franciele e Bianca, de cinco e quatro anos, respectivamente. "Como o frio chegou e elas estão mesmo precisando de roupas, vou aproveitar o preço e levar dois moletons com capuz para cada uma", disse. A dona de casa Sara Ponciano de Souza concorda que os preços estão atraentes. "Realmente, o preço não está muito fora do alcance. Quero uma jaqueta, mas ainda estou procurando por um modelo que me

agrade", comentou Sara. Crise – Embora o frio esteja aí, não são todos os lojistas que já sentiram os bons ventos. Para o proprietário da loja de moda feminina Simulassão, localizada no centro da cidade, Antônio Scarpellini, o comércio em geral está sofrendo uma crise desde o começo do ano. Há 60 dias trabalhando com a linha de inverno e há 20 com o desconto de 40% na segunda peça, a loja não está alcançando os mesmos resultados obtidos no ano passado. "Nossas vendas caíram 25% em relação ao mesmo período do de 2005", disse. "Geralmente fazemos liqüidação em cima das sobras. Agora, não. Estamos liqüidando dentro da estação para ver se conseguimos compensar os custos. Se o frio continuar, vai ser a nossa salvação", afirmou o empresário, que atua há 25 anos no segmento de confecção. Maristela Orlowski

Confiança na economia fica estável

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pós quatro meses em queda expressiva, a confiança do consumidor apresentou sinais de estabilidade em junho, demonstrando forte incerteza do brasileiro quanto ao futuro. É o que mostra o resultado do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de junho, que caiu 0,1%, segundo informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A queda de maio havia sido de 2,3%. A pequena variação de junho sobre o resultado do mês anterior remeteu para a avaliação de estabilidade. O ICC abrange 2 mil domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1 e 22 de junho. O indicador, mensal, é sempre calculado com base em cinco perguntas da "Sondagem das Expectativas do Consumidor", apurada pela entidade desde outubro de 2002. Na avaliação do economista da FGV Aluísio Campelo, o consumidor ainda não está sentindo os efeitos da "lenta e gradual" recuperação econômica, principalmente no mercado de trabalho. Esse cenário não permite que o brasileiro enxergue claramente as perspectivas para o segundo semestre, o que conduz a uma situação de "confiança estável". Porém, a estabilidade pode

ser o primeiro passo para iniciar um ciclo de recuperação, na análise de Campelo. "Na comparação com maio, o cenário em junho é menos ruim na confiança do consumidor. Para subir de novo, o ICC tem que parar de cair, o que parece estar acontecendo", afirmou. Segundo o economista, ocorreu uma espécie de "equi-

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por cento dos consumidores classificam como ruim a atual situação econômica das cidades em que vivem

líbrio de forças" entre o indicador que trata da situação atual e o que trata da expectativa. Enquanto o primeiro registrou melhora, o segundo sinalizou pessimismo do consumidor. Ele lembrou que o ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual, que subiu 1,1%, e o Índice de Ex-

pectativas, que teve queda de 0,8%, ambos de junho ante maio. "O resultado dos índices deu para equilibrar", enfatizou o economista da FGV. Entre os destaques de melhora, está a redução, de 48% para 46%, no percentual de pesquisados que classificam como ruim a situação econômica atual na cidade em que vivem. Já nos resultados de piora das expectativas, houve aumento de 32,8% para 34,8% na parcela dos entrevistados que se dizem dispostos a comprar menos bens duráveis nos próximos seis meses. Eleições – O quadro eleitoral este ano pode impedir que o ICC reinicie um ciclo de resultados de elevação, no segundo semestre. De acordo com Campelo, em ano de eleições, já existe um certo "grau de incerteza", devido à indefinição sobre qual candidato sairia vencedor. Porém, tendo em vista as crises anteriores no cenário político, não é impossível que o anúncio de fatos novos possa gerar turbulências – o que derrubaria a confiança do brasileiro. "O quadro eleitoral pode afetar a confiança do consumidor este ano, se houver alguma crise, algum fato novo no cenário político (nos próximos meses)", afirmou. (AE)


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quinta-feira, 29 de junho de 2006

... E o Brasil espanta o frio com muita festa Divulgação

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TURISMO - 3

Em julho, o País se agita com manifestações populares no Norte e inúmeras celebrações culturais no Sudeste, com direito a gastronomia, história, teatro, oficinas de arte e muita música Divulgação

VASSOURAS (Rio de Janeiro)

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OURO PRETO (Minas Gerais)

ma parceria entre as prefeituras de Ouro Preto e Mariana e a Universidade Federal de Ouro Preto rendeu a essa histórica região mineira dias de pura cultura no mês de julho. Entre 8 e 23/7, ocorre na região o Festival de Inverno de Ouro Preto – Fórum das Artes 2006, sob o tema "Festas e Manifestações Populares" e a bênção da "madrinha" do evento, a Sinhá Olympia – figura querida e singular da história das duas cidades. A programação, que ainda não está totalmente fechada, contará com exposições de artes plásticas, apresentações

teatrais e show musicais. Nestes últimos, já confirmaram presença Lobão (9/7), Renato Borghetti (12/7), Los Hermanos (13/7), Zélia Duncan (15/7), Tom Zé (22/7), Demônios da Garoa (23/7), entre outros. O forte do evento também são as 64 oficinas, de música, artes visuais, artes cênicas, patrimônio, infantojuvenil e de até culinária.

charmosa cidade ao sul do Estado do Rio de Janeiro, famosa por seus casarões e fazendas em estilo colonial dos tempos áureos do plantio do café, celebra, durante 15 dias, o Festival do Vale do Café. Misturando manifestações culturais que vão do erudito ao popular, reúne concertos, shows (Paulinho Mosca, Chico César e Léo Galdeman já confirmados), apresentações folclóricas e eventos gastronômicos. Neste último, estão programados um Cardápio dos Barões – inspirado no original oferecido à Princesa Isabel e ao Conde d’Eu –, um curso de culinária com café, o lançamento da cerveja Senai Café, chás-concertos, piqueniques e festival de sobremesas inspirada na música de Mozart. O evento vai de 15 a 30/7 em Vassouras e arredores. Mais informações pelo site www.festivalvaledocafe.com.

Mais informações pelo site www.festivaldeinverno.ufop.br.

PARINTINS (Amazonas)

Divulgação/Ana Urban

BRAGANÇA (São Paulo)

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espirar arte em meio à tranqüilidade de uma fazenda do interior de São Paulo. É essa a proposta do Festival de Arte Serrinha, que está na sua quinta edição. A apenas uma hora de carro da capital, a centenária fazenda que dá nome ao evento promove três semanas de oficinas de artes plásticas, música, teatro, cinema, moda, dança, vídeo e fotografia. Entre os professores, nomes consagrados, como os estilistas Jum Nakao e Ronaldo Fraga, o pintor Dudi Maia Rosa, o artista plástico Carlos Fajardo, a cantora Na Ozzetti e o fotógrafo Caio Reisewitz. De 8 a 30/7, haverá ainda caminhadas, atividades corporais e alpinismo. Nos fins de semana, numa antiga leiteira de um sítio vizinho, o Galpão Busca Vida, estão programados shows para animar as noites frias, que durante a semana são preenchidas com debates à beira da fogueira e sessões de cinema. Por ali, as apresentações musicais de Nação Zumbi (8/7), Arnaldo Antunes (15/7), Junio Barreto (22/7) e Adriana Porto (29/7) serão regadas a pizza e cachaça da melhor qualidade.

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omeça amanhã e vai até domingo o embate mais animado do Norte do País. Na sua 41ª edição, o Festival Folclórico de Parintins invade a Amazônia com as cores azul e vermelho, carros alegóricos e fantasias remetendo à simbologia indígena. Os bois-bumbás Caprichoso (azul, dito da elite) e Garantido (vermelho, conhecido como "do povão") defendem suas cores numa gigantesca festa, na arena do Bumbódromo, para mais de Divulgação

Mais informações e inscrições no www.festivaldearteserrinha.com.br.

Divulgação

PETRÓPOLIS (Rio de Janeiro)

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elo sexto ano consecutivo, a região serrana do Rio volta a ser invadida no mês de julho por uma onda de música de qualidade. É o Festival de Inverno de Petrópolis, que garante 29 dias – de 1º a 29/7 – de grandes atrações musicais. Na programação: de MPB a jazz e música clássica, além de uma rica lista de espetáculos teatrais e de balé e apresentações de corais. Workshops, palestras, filmes e rodas de choro e samba de raiz ao cair da noite também estão incluídos entre os atrativos principais. Algumas estrelas do evento? Leny Andrade, Sebastião Tapajós, Blas Riviera, Bibi Ferreira, Blues Etílicos e Quarteto Alemão de Fauré. Mais informações pelo site wwwdellarte.com.br/festival.

35 mil espectadores por noite e mais de 100 mil pessoas por edição. Oficializado desde 1996, o festival registrou 25 vitórias do Garantido contra 16 do Caprichoso e para este ano recebeu um investimento de R$ 5 milhões. Tudo para garantir a animação no coração da mata, a 420 quilômetros de Manaus. Mais informações pelo site www.parintins.com.br.


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Tr i b u t o s Empresas Nacional Empreendedores

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quinta-feira, 29 de junho de 2006

BRASIL X FRANÇA: ACSP PREVÊ QUEDA NAS VENDAS DO COMÉRCIO

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COPA ENFRAQUECE C VENDAS DO COMÉRCIO EM SP

compras no período da tarde. "Contra a Croácia e o Japão, os jogos começaram às 16 horas. O horário foi benéfico para quem quis fazer compras na parte da manhã. Então, as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito

Pesquisa da Associação Comercial de São Paulo constatou queda de 33,7% nas vendas do comércio na última terça-feira, quando o Brasil jogou com Gana

pontos percentuais foi a queda das vendas no comércio paulista ao meio-dia de terça-feira, quando começou o jogo do Brasil

ATA LPS Brasil - Consultoria de Imóveis S/A - Em Constituição Extrato da Ata da Assembléia Geral de Constituição da Sociedade Anônima realizada em 22 de maio de 2006 Data, Hora e Local: 22.05.2006, às 10hs., R. Estados Unidos, 1971, SP/SP. Presença: determinar a orientação e as medidas necessárias ao seu andamento; c) elaborar o orçamento totalidade do capital, subscritores: (i) Rosediamond LLC, empresa com sede no, 2711 anual da Cia.; d) representar a Cia., de conformidade com as atribuições ditadas por este Centerville Road, Suíte 400, Wilmington Delaware 19808, tendo como representantes legais Estatuto Social e pela Assembléia Geral; e) redigir o balanço geral das contas do exercício, Edward Jorge Christianini e Marcos Bulle Lopes; (ii) Marcos Bulle Lopes, brasileiro, propor a distribuição dos resultados e elaborar o relatório a ser apresentado à Assembléia casado, empresário, RG nº 6.864.866 - SSP/SP, CPF/MF nº 022.765.058-18, residente em SP/SP; Geral. Art. 11: Observado o disposto nos parágrafos abaixo, a Cia. será representada pelos Mesa: Presidente: Marcos Bulle Lopes; Secretário: Edward Jorge Christianini. Deliberações Diretores para a prática dos seguintes atos: (a) administração, gestão e supervisão dos negócios Aprovadas: (i) Subscrição e integralização do capital social em moeda corrente nacional, da Cia., de acordo com as diretrizes determinadas pela Assembléia Geral; (b) correspondências conforme Boletim de Subscrição: Rosediamond LLC, subscreve 9.860 ações ON, sem valor gerais da Cia.; (c) celebração de contratos, acordos e assunção de obrigações em nome da nominal e Marcos Bulle Lopes subscreve 140 ações ON, sem valor nominal e, efetivado o Cia.; (d) representação da Cia., ativa e passiva, judicial e extrajudicialmente, perante quaisquer depósito; (ii) Estatuto Social, constituída a LPS Brasil - Consultoria de Imóveis S/A; (iii) terceiros, qualquer órgão público ou autoridade federal, estadual ou municipal, assim como Eleição da Diretoria, com mandato de 3 anos, até a AGO a realizar-se em 22.05.2009: Diretor autarquias governamentais, sociedades de economia mista, entidades paraestatais, e de Presidente, Marcos Bulle Lopes, já qualificado; Diretor Vice-Presidente, Francisco qualquer instituição de crédito; (e) realização de transações bancárias com qualquer instituição Lopes Neto, brasileiro, casado, engenheiro, RG nº 6.953.679-SSP/SP e CPF/MF nº 033.846.848- financeira, abertura e fechamento de contas correntes, emissão e endosso de cheques, emissão 00, e Diretor Jurídico, Edward Jorge Christianini, brasileiro, casado, advogado, OAB/SP de duplicatas; (f) aprovação e fixação das instruções internas e regras da Cia., observadas as nº 36.367, RG nº 4578780-SSP/SP, CPF/MF nº 185.019.078-04, residentes em SP/SP. Os Diretores, decisões da Assembléia Geral a este respeito; (g) contratação e demissão de profissionais ou declaram que não estão incursos em quaisquer crimes previstos em lei que os impeçam de empregados; (h) outorga de procurações em nome da Cia.. § Primeiro: Para os atos de exercer atividades mercantis; (iv) Fixada em R$ 500.000,00 a remuneração global anual para indicados no item (c), acima, a Cia. será representada pela assinatura conjunta de quaisquer a Diretoria, ficando a distribuição a ser feita em reunião do órgão; (v) Não instalação do 2 (dois) Diretores, sendo um deles o Diretor Presidente. Para os demais atos, a Cia. poderá ser Conselho Fiscal no exercício. Encerramento: Nada mais havendo, lavrou-se a ata. São Paulo, representada pela assinatura conjunta de dois Diretores, ou ainda por procurador constituído 22.05.2006. Mesa: Marcos Bulle Lopes - Presidente, Edward Jorge Christianini - de acordo com o Parágrafo 2º abaixo, juntamente com um diretor. § Segundo:As procurações Secretário. Acionistas: Rosediamond LLC, Edward Jorge Christianini e Marcos Bulle Lopes, da Cia. deverão ser assinadas em conjunto por quaisquer 2 Diretores, especificarão os poderes Marcos Bulle Lopes. Diretores Eleitos: Marcos Bulle Lopes, Edward Jorge Christianini, concedidos e terão prazo de validade que não excederá 30 dias contados da data da próxima Francisco Lopes Neto. Adv.: Mauricio Curvelo de Almeida Prado - OAB/SP 130.900. JUCESP Assembléia Geral Ordinária realizada. Esta regra do prazo de validade não será aplicada às sob o NIRE nº 35300331494 em 05.06.2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral. procurações ad judicia, para defesa dos interesses da Cia. em juízo ou em procedimentos Estatuto Social - Denominação, Sede e Foro Jurídico-Art. 1º: Sob a denominação de administrativos, que serão outorgadas por prazo indefinido. § Terceiro: Em atos a serem LPS Brasil - Consultoria de Imóveis S/A. (“Cia.”),fica constituída uma SociedadeAnônima, realizados fora do município da sede social, a Cia. poderá fazer-se representar, isoladamente, que será regida pelas disposições deste Estatuto Social e da legislação aplicável, com sede e por um procurador especialmente designado e com poderes específicos, constituído conforme foro em São Paulo/SP, na R. Estados Unidos, 1971. § Único: A Cia. poderá, por deliberação da Parágrafo 2º deste Art.. Assembléias Gerais-Art. 12: A Assembléia Geral é o órgão soberano Diretoria, abrir e encerrar filiais, escritórios, agências e estabelecimentos em qualquer parte da Cia. e reunir-se-á, ordinariamente, dentro dos quatro meses seguintes ao encerramento do do território nacional e no exterior. Objeto Social-Art. 2º: A Cia. terá por objeto a exercício social, e extraordinariamente, sempre que houver necessidade e assim for regularmente intermediação de imóveis, consultoria imobiliária, bem como a participação em outras convocada. § Único: A Assembléia Geral será instalada e presidida por qualquer dos Diretores, empresas. Duração-Art. 3º: A Cia. existirá por prazo indeterminado. Capital Social-Art. ou ainda por qualquer Acionista aclamado pela maioria dos presentes, cabendo ao Presidente 4º: O capital social da Cia. é de R$ 10.000,00, representado por 10.000 ações ordinárias a escolha do Secretário. Art. 13: AAssembléia Geral será convocada por qualquer dos Diretores nominativas, sem valor nominal. § Primeiro: As ações poderão ser representadas por cautelas através de anúncios publicados pela imprensa, como manda a lei, e deles devem constar a ou títulos múltiplos, na forma da lei. § Segundo:As cautelas ou títulos múltiplos representativos ordem do dia, ainda que sumariamente, e o dia, a hora e o local da reunião. Art. 14: É das ações deverão ser assinados por quaisquer 2 Diretores ou por 2 procuradores com poderes necessária a aprovação de acionistas que representem, no mínimo, 51% de ações constantes especiais, observado o disposto no Art. 24 da Lei 6.404/76. § Terceiro: Cada ação conferirá do livro de presença de acionistas e que tenham direito a voto para deliberar a respeito das direito a um voto nas deliberações da Assembléia Geral. § Quarto: Os acionistas poderão seguintes matérias: (a) eleição dos membros da Diretoria; (b) criação de ações preferenciais obter, a qualquer tempo, o desdobramento ou o agrupamento de certificados representativos ou aumento de classe existente sem guardar proporção com as demais, salvo se já previstos de ações, pagando os custos de tais operações. Art. 5º: Nos casos de aumento de capital, os ou autorizados pelo Estatuto; (c) criação de partes beneficiárias; (d) alteração do dividendo acionistas terão preferência na subscrição de novas ações, na proporção das que já possuírem. obrigatório; (e) mudança do objeto da Cia.; (f) incorporação da Cia. em outra, sua fusão ou O direito de preferência à subscrição de novas ações deverá ser exercido no prazo fixado pela cisão; (g) dissolução da Cia. ou cessação do estado de liquidação; (h) redução ou aumento Assembléia Geral, o qual não poderá ser inferior a 30 dias, a partir da primeira publicação do do capital social; (i) modificação do Estatuto Social; (j) emissão de debêntures conversíveis respectivo aviso aos acionistas. Administração e Representação-Art. 6º: A Cia. será em ações; (k) constituição de ônus e/ou garantias reais sobre bens do ativo da Cia.; (l) exame administrada e representada por uma Diretoria composta por até 3 (três) membros residentes e aprovação das demonstrações financeiras, bem como deliberação acerca da destinação dos no país, acionistas ou não, eleitos e destituíveis pela Assembléia Geral. Os Diretores terão as lucros. Art. 15: Uma vez convocada a Assembléia Geral, ficarão suspensas as transferências seguintes designações: “Diretor Presidente”, “Diretor Vice-Presidente” e “Diretor Jurídico”. § de ações, até que a mesma se realize ou que seja declarada sem efeito a sua convocação. Primeiro: Os Diretores terão mandato de 3 anos, permitida a reeleição. Os Diretores Conselho Fiscal-Art. 16: A Cia. terá um Conselho Fiscal, não permanente, composto de, no permanecerão em seus cargos até que seus sucessores sejam empossados. § Segundo: Os mínimo, 3, e no máximo 5 (cinco) membros, além de suplentes em igual número, acionistas ou Diretores serão investidos em seus cargos mediante assinatura do termo de posse no Livro de não, residentes no país, somente funcionando quando solicitado por acionistas, na forma da Atas de Reuniões de Diretoria, independentemente de prestação de caução ou de outra garantia lei. § Único: Para seu eventual funcionamento, o Conselho Fiscal terá a composição, os de gestão. § Terceiro: Os Diretores receberão a remuneração que for determinada pela requisitos, a remuneração e a competência que a lei lhe confere. Exercício Social, Lucros e Assembléia Geral que os eleger. § Quarto: A empresa será representada perante ao CRECI sua Distribuição-Art. 17: O exercício social encerrar-se-á em 31 de dezembro de cada ano, pelo diretor Marcos Bulle Lopes, habilitado com registro no CRECI sob nº 39.479 nos assuntos data em que serão preparados o Balanço Patrimonial e as Demonstrações de Resultados. § referentes a intermediação de venda de imóveis. Art. 7º: A Diretoria reunir-se-á na sede Primeiro: O lucro líquido apurado terá a seguinte destinação: a) 5% para a constituição do social, ou em qualquer das filiais, sempre que convocada na forma deste Estatuto. § Primeiro: Fundo de Reserva Legal, observado o disposto no art. 193 da Lei nº 6404/76; e b) o saldo terá As reuniões de Diretoria deverão ser instaladas com a presença da maioria dos Diretores em a destinação que lhe for dada pela Assembléia Geral, por proposta da administração. § exercício, e serão convocadas com antecedência mínima de 5 dias, salvo casos de urgência, Segundo: Também de acordo com a decisão dos acionistas em Assembléia Geral, poderá ser em que a convocação poderá ser feita sem a antecedência indicada.As resoluções da Diretoria implementado o pagamento de Juros sobre Capital Próprio, sendo que o valor pago a este serão tomadas por maioria de votos. § Segundo: Das reuniões da Diretoria serão lavradas título poderá ser considerado como distribuição de dividendos pela Cia.. § Terceiro: A Diretoria atas em livro próprio. Art. 8º: Os Diretores, além do disposto nos artigos 9º, 10 e 11 abaixo, poderá preparar balanços intermediários e distribuir lucros com base em referidos documentos. terão as seguintes atribuições: (a) Diretor Presidente: convocar e presidir a Assembléia Dissolução e Liquidação-Art. 18: No caso de dissolução ou liquidação da Cia., serão Geral, quando julgar conveniente, ou no caso do Art. 132 da Lei 6.404/76; (b) Diretor Vice- observadas as disposições legais aplicáveis, competindo à Assembléia determinar o modo Presidente: zelar pelo equilíbrio financeiro da Cia., aplicando os seus haveres de acordo pelo qual deva ser processada, bem como nomear o liqüidante e o Conselho Fiscal que deverá com as definições da Assembléia Geral; substituir o Diretor Presidente em seus eventuais funcionar nesse período. Cessão e Transferência de Ações - Art. 19: As ações da Cia. não impedimentos, exercendo a função daquele cumulativamente com as suas funções; (c) Diretor poderão ser transferidas, alienadas ou cedidas, de qualquer forma, por um dos acionistas, sem Jurídico: auxiliar o Diretor Presidente no exercício de suas funções, quando necessário; anteriormente ser dado o direito de preferência de compra aos outros acionistas, substituir o Diretor Presidente e o Diretor Vice-Presidente em seus eventuais impedimentos, proporcionalmente às ações já possuídas, na forma do parágrafo único, infra. § Único: Caso exercendo as funções daqueles cumulativamente com as suas funções; manter em ordem os um acionista deseje transferir ou dispor de todas ou de parte de suas ações em favor de arquivos, livros, documentos e correspondências da Cia.. Art. 9º: Nos limites de representação terceiros, deverá oferecê-las, em primeiro lugar, aos demais acionistas da Cia..Tal oferta deverá da Cia. fixados pelo Art. 11 e seus parágrafos, os Diretores ficarão investidos das atribuições e ser feita por carta registrada, mediante apresentação de recibo, devendo ser efetivamente dos poderes que a lei lhes confere para assegurar o funcionamento regular da Cia. e orientação considerada a partir da data de seu recebimento. O acionista, recebendo a oferta, terá o prazo de geral de seus negócios, exceção feita às deliberações que, pelo presente Estatuto Social e pela 30 dias para exercer seu direito de aquisição ou para recusar a oferta, sendo o silêncio interpretado lei, forem privativas da Assembléia Geral de Acionistas. § Único: Será vedado aos Diretores e como recusa. Caso o(s) acionista(s) não queira(m) exercer seu direito de aquisição, total ou à Diretoria usar a denominação social em negócios estranhos aos interesses da Cia., conflitantes parcialmente,poderá o acionista vendedor oferecê-las,após o prazo de 30 dias supra mencionado, ou concorrentes com os objetivos sociais. Art. 10: Compete aos Diretores: a) zelar pelo a terceiros, desde que em condições iguais às ofertadas aos demais acionistas. Art. 20: As partes cumprimento da lei e deste Estatuto Social; b) reunir-se ordinariamente uma vez por mês e, elegem o Foro da Comarca de São Paulo/SP, como o competente para dirimir as controvérsias extraordinariamente, quando necessário, a fim de tomar conhecimento dos negócios sociais e resultantes do presente instrumento, com renúncia a qualquer outro, ainda que privilegiado.

omo já havia ocorrido nos jogos anteriores do Brasil na Copa do Mundo, o comércio varejista de São Paulo voltou a registrar queda antes, durante e depois da goleada da seleção de Parreira sobre Gana, por 3 a 0, na última terçafeira. Segundo pesquisa feita pelo economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), mais uma vez os consumidores fugiram das lojas por causa da partida. Em comparação à terça-feira da semana passada (20 de junho), as vendas tiveram uma queda de 33,7%. Quando o jogo começou, ao meio-dia, a queda foi ainda mais significativa: de 95,7%. Na estréia do Brasil no mundial, no último dia 13, contra a Croácia, a retração durante o jogo chegou a 97%. Na partida contra o Japão, no dia 22, a queda foi de 94,7%. De acordo com Solimeo, havia uma expectativa no setor de que o horário da partida beneficiaria os consumidores que quisessem fazer suas

95,7

(SCPC), que medem as compras a prazo no comércio, tiveram alta. O fato prova que os consumidores anteciparam suas compras. Desta vez, a pesquisa da Associação Comercial constatou que não houve antecipação. As pessoas não foram às compras antes do jogo e preferiram

foi o percentual dos cheques sem fundo colocados no mercado em maio, segundo a Serasa

ficar em casa depois da partida. Portanto, não houve recuperação das vendas", afirmou o diretor do instituto. Mais queda – No próximo sábado, o Brasil enfrenta a França, às 16 horas. Marcel Solimeo, mais uma vez, prevê queda nas vendas. "A tarde dos sábados é o melhor período para as compras no varejo n o s s u p e r m e rc a d o s e n o s shopping centers. Espera-se que o movimento aumente no período da manhã, mas não o suficiente para compensar as perdas do período da tarde". E não foi só o comércio varejista na capital paulista que sofreu queda significativa nas vendas por causa do jogo do Brasil. O Armarinhos Fernando, que tem como forte o comércio atacadista, também registrou prejuízos devido à ausência de clientes nos dias de jogos da seleção. "Tivemos uma diminuição de 60% nas vendas. Perdemos consumidores tanto do atacado como do varejo", informou o gerente de marketing da empresa, Márcio Eduardo Gavranic. Wladimir Miranda

Crédito puxa inadimplência

A

inadimplência das empresas cresceu 18,3% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado. É o que mostra pesquisa divulgada ontem pela Serasa. Em relação a abril, houve uma alta de 16,6%. Entre janeiro e maio, o aumento foi de 14,5% na comparação com os primeiros cinco meses do ano passado. Na avaliação da Serasa, as variações de alta em relação a maio de 2005 e ao acumulado do ano passado resultaram do aumento do crédito, do alto custo financeiro e da valorização do real. "A recuperação do mercado doméstico está fortemente ancorada no crédito, que está cada vez mais competitivo, o que torna complicado o repasse dos elevados custos financeiros às transações", justificaram os técnicos da entida-

de. Quanto à comparação mensal, a Serasa justificou que o maior número de dias úteis (22), em maio de 2006, foi o grande fator responsável pelo

18,3 por cento foi a alta do índice de inadimplência das empresas no mês de maio, segundo levantamento da Serasa

acréscimo de registros de inadimplência, em relação a abril, que teve 18 dias úteis. Destacou ainda que o crescimento

da inadimplência das pessoas físicas também causa impacto na inadimplência das empresas, sobretudo daquelas que concedem crédito sem metodologia adequada. Ra nkin g – A Serasa informou que, entre as modalidades pesquisadas, os títulos protestados mantiveram a liderança no ranking da inadimplência, com maior participação (40,4%) entre as empresas, ante 40,9% do mesmo mês do ano passado, e com valor médio de R$ 1.379,89 das anotações negativas no final dos primeiros cinco meses de 2006. O segundo índice em representatividade das pessoas jurídicas está relacionado aos cheques sem fundos, que aumentaram de 39,2%, em maio de 2005, para 39,9%, no mês passado, com valor médio de R$ 1.260,82. (AE)

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FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 28 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Ferraz e Gardelli Ltda. - ME Requerida: Aerial Communication Publicidade e Promoções Ltda. - Rua Bernardino de Campos, 318 - conj. 21 - 01ª Vara de Falências Requerente: Sulpolar Transportes e Logística Ltda.

- Requerida: Construtora Triunfo S.A. - Rua Olimpíadas, 205 – 14º andar - 02ª Vara de Falências Requerente: TCP Transportes Pesados Ltda. Requerida: Construtora Triunfo S.A. - Rua Olimpíadas, 205 - 02ª Vara de Falências

EDITAL PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO REDESIGNAÇÃO DE DATA DE PROCESSAMENTO DE PREGÃO MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL N. 072/2006. Objeto: Contratação de empresa para prestação de serviços de condução de veículos automotores categoria D, operador de máquina pesada, operador de patrol, operador de trator e serviço de zeladoria. Data de processamento do pregão: 12/07/2006 às 13:30 h.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Fotos: Divulgação/AE

Pelas trilhas do Parque das Neblinas

Nos caminhos da mata recuperada, boas surpresas: piscinas naturais, várias espécies de pássaros e orquídeas raras. Para completar, o conhecimento de especialistas Por Antônio Paulo Pavone

P

assear pelas trilhas da floresta, sentir o perfume das flores tropicais e ouvir o sussurrar das águas cristalinas das nascentes do Rio Itatinga é a receita para renovar as energias preparada pelos guias do Parque das Neblinas, em Bertioga, na divisa com Mogi das Cruzes. Eles estão lá para mostrar os mistérios e belezas de um pedacinho preservado da Mata Atlântica. Espécies raras, como a menor orquídea do mundo, ilustram a importância do lugar. Na mata fechada, no coração da reserva, existem animais em extinção como a onça parda e a anta e aves como o macuco, o inhambú-guaçu, a acauã e o gavião carijó. E lá já foram catalogadas duas novas espécies de anfíbios e uma de formiga. A reserva ocupa 2,8 mil hectares de terras num platô situado no alto da Serra do Mar. A área já foi explorada e desmatada. Nas trilhas locais, é possível observar, além de fauna e flora, os antigos fornos de carvão, onde toda a mata nativa era transformada em cinzas. Em 1988 foi iniciado o projeto de revitalização. As terras, hoje protegidas pelo parque, pertenciam à Fazenda Sertão dos Freires, propriedade da Suzano Papel e Celulose. E o Instituto Ecofuturo é responsável pelo manejo da região. Vizinho ao Parque Estadual da Serra do Mar, faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e é considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Trekking – O turismo ecológico é praticado nas diversas trilhas que margeiam as nascentes do caudaloso Itatinga, rio que se estende por mais de 30 km serra abaixo até desaguar no Rio Itapanhaú. A Trilha da Cachoeira leva até a Cascata do Sertão. Dá para ver o chão de areia branca e fofa mesmo nas partes mais fundas da piscina natural, que che-

ga a quatro metros de profundidade. O banho é gelado, mas vale. Os platôs rochosos às margens convidam ao descanso. No final da Trilha do Brejo, um circuito de arvorismo de 100 m de extensão leva até o Centro de Visitantes. Na Trilha das Antas, com 1.700 m, o destaque é uma passarela suspensa acima do rio. Já a Trilha de Itatinga, é a mais longa, com 1.800 m de caminhada, só de ida. Começa no parque e segue até uma barragem que armazena água do rio. No mirante, a paisagem é de tirar o fôlego: enxerga-se uma boa extensão do litoral norte. Acompanhados de monitores ou pesquisadores, os visitantes têm nos trekkings uma lição completa sobre a Mata Atlântica. No Centro de Visitantes, onde ocorre uma apresentação sobre o parque antes das atividades, tudo é feito com material reciclado: desde as cadeiras até o teto e os objetos de decoração. Desenvolvimento sustentável – O distrito de Taiaçupeba, com 8 mil habitantes, é a comunidade mais próxima do parque. Cresce junto com o projeto de proteção ao meio ambiente. O Instituto Ecofuturo utiliza-se de serviços prestados por moradores e ajuda a conscientizá-los sobre a importância da preservação. Sandro Custódio da Silva, o Sandrão, é um exemplo disso. Costumava caçar na região desde os 11 anos. Depois que começou a trabalhar no parque, mudou sua atitude. "Já matei anta, capivara, macuco. Hoje, eu só caço com o olhar", diz. Para os praticantes do birdwatching (observação de

Em meio à neblina que dá nome ao parque, os visitantes caminham por passarelas suspensas na Trilha das Antas Antônio Paulo Pavone

pássaros), o Parque das Neblinas é um pequeno paraíso. São 229 espécies, sendo que 18 delas só encontradas lá. As águas limpas atraem bichos como a lontra, uma entre as 23 espécies de mamíferos catalogados na reserva. E mais: 48 das 309 espécies de árvores locais têm potencial para uso medicinal. Eucaliptos – Cerca de 50% do território é coberto por velhos eucaliptos, que já se associaram à mata e adquiriram a aparência de árvores nativas, repletas de bromélias e orquídeas. "Hoje os eucaliptos já se integraram à Mata Atlântica. A sombra que eles fazem ajuda na regeneração da mata nativa, que ocupa cada vez mais espaço", diz Guilherme Rocha Dias, porta-voz do Parque das Neblinas. A flora é riquíssima. As orquídeas hipnotizam: são 94 espécies catalogadas. E algumas se mostram apenas para os mais observadores. É o caso da menor orquídea do mundo. As dimensões da barbosella miersii são as de uma cabeça de alfinete, mas se observada com uma lupa, revela todos os detalhes de uma orquídea convencional. Massuji Kaiasima, pesquisador que identificou a espécie no local, é o responsável pelo programa de observação de orquídeas – mais uma opção de passeio original em meio à natureza. (Colaborou Bruna Veloso)

Na sede do parque, tudo é reclicado – das cadeiras ao teto –, seguindo a política de consciência ecológica

RAIO X COMO CHEGAR O Parque das Neblinas fica em Bertioga, mas o acesso é feito via Taiaçupeba, distrito de Mogi das Cruzes. Saindo de São Paulo, siga pela Rodovia Ayrton Senna até a saída 44, para Mogi. Após passar pela cidade, siga pela Mogi-Bertioga até o trevo para Taiaçupeba. Na cidade, passe pela praça da igreja, pela oficina da Sabesp e siga pela estrada de terra. Após passar o aqueduto da Sabesp e a ponte de madeira, é só descer à direita. ONDE DORMIR Não há hotéis nas proximidades, mas há chácaras para alu-

guel em Taiaçupeba e Vargem Grande. A chácara do Sandro Custódio da Silva, a 12 km do parque, fica em Vargem Grande e abriga até 72 pessoas. O aluguel é feito para no mínimo 20 pessoas e a diária do local sai por R$ 200. Tel. (11) 4724-0546. ONDE COMER É possível agendar um almoço no parque. Tradicionalmente, é feita uma pizzada, com a massa artesanal confeccionada pelo senhor Mário, morador de Taiaçupeba. Vanda, sua esposa, é responsável pelo café da manhã e lanche de trilha, com pães, bolos e outras delícias caseiras. Quem quiser,

pode, ainda, visitar o restaurante do casal em Taiaçupeba, o Ponto 20. Tel. (11) 4724-0510. AVENTURE-SE Parque das Neblinas: o fe re ce vários roteiros. Podem ser feitas trilhas simples, expedições com pesquisadores, observação científica de orquídeas, programas de vivência, entre outros. O valor é a partir de R$ 30 por pessoa. É proibida a entrada de animais. Tel. (11) 4724-0556/ 0555. Freeway Brasil: tel. (11) 50880999, site www.freeway.tur.br. Organiza visitas ao parque a partir de São Paulo, incluindo o programa de plantio de mudas.

O caudaloso Itapanhaú percorre toda a região e permite o descanso à beira-rio e revigorantes banhos

Holiday Inn Parque Anhembi triplica a área de eventos

H

á dois anos, quando o Holiday Inn entre o mezanino e o piso inferior, com Parque Anhembi (tel. 11/2107-8844, capacidade total de 1,1 mil pessoas www.hipa.com.br) abriu suas portas simultaneamente. No mezanino, fica o bem ao lado do Complexo Anhembi, restaurante Kiró, que além de ser uma opção de maior centro de eventos da América Latina, tudo segundo restaurante do hotel, foi fechado com o que se imaginava era que este grande hotel grandes janelas e persianas e serve como um seria um suporte para as feiras e megaeventos espaço diferenciado. No mesmo andar, está uma realizados no complexo. Dessa maneira, toda a das salas grandes (215 m²), que pode ser infra-estrutura foi dedicada aos apartamentos modulada em duas e é acompanhada por mais (780 unidades), restaurante e serviço dois espaços de apoio. Ainda no mezanino, foram para atender a uma grande demanda de montadas quatro salas para pequenas reuniões. hóspede de uma só vez. Divisões – No piso inferior, onde já estavam as Porém, no fim do mês cinco salas, foi inaugurado Divulgação/Panrotas passado o hotel inaugurou um grande espaço, também sua nova área de eventos, modulado em dois menores, triplicando o espaço com terraço. dedicado a estes. O O Holiday Inn Parque empreendimento, que antes Anhembi conta ainda com possuía cinco salas para uma cozinha industrial com pequenas reuniões, com um capacidade para servir mais total de 400 m², passa a ter de 2 mil refeições diárias, no cerca de 1,2 mil m², e um restaurante Camauê, que total de 16 salas, incluindo também foi ampliado. "Até o duas grandes e moduláveis, fim do ano vamos inaugurar o restaurante Kiró (aberto um grande salão de Novo espaço: 1,2 mil m² e 16 salas somente para eventos) e convenções para 1,5 mil espaços de apoio e pequenas reuniões. pessoas", prometeu o gerente geral do Holiday Demanda – "Nascemos para suprir as Inn Anhembi, Airton Dornelas. necessidades de uma demanda de hóspedes A expansão do centro de convenções foi gerada pelas feiras e grandes eventos realizados resultado de uma pesquisa no mercado paulista. no Anhembi. Porém, percebemos que existe a "Nosso levantamento indicou carência de centros possibilidade de não dependermos somente de convenções na zona norte. Apesar de haver destes acontecimentos, captando nosso próprio muita oferta de espaço para grandes feiras com o público corporativo", explicou a diretora de Complexo Anhembi e o Expo Center Norte, Vendas e Marketing do hotel, Daniela Pereira. faltava um centro de convenções que desse Concordando com a diretora estava o presidente apoio aos eventos realizados nestes locais ou que da São Paulo Turismo, Caio Luiz de Carvalho. "Está pudesse atender às necessidades das empresas curada a única ferida que este hotel tinha, que era da região", concluiu Daniela. "A expectativa é de a de imaginar que por estar perto do Anhembi que a receita do hotel com o novo espaço cresça não deveria apostar nos espaços para eventos. em mais de 100%", completou Dornelas. Hoje, este hotel já é uma realidade dentro do Mais informações sobre o Panrotas Corporativo difícil cenário da hotelaria paulistana." no site www.panrotas.com.br. Assinaturas O novo centro de eventos, que recebeu pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, investimentos de R$ 1,2 milhão, está dividido e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


quinta-feira, 29 de junho de 2006

Tr i b u t o s Finanças Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3

VENDAS DE MÓVEIS NO BRASIL CAÍRAM 4% EM 2005

Ao contrário do Brasil, Argentina ainda não tem uma definição sobre o padrão de TV digital.

EM LEILÃO REALIZADO ONTEM, INTERCONEXIÓN ELÉCTRICA PAGOU US$ 1,9 BILHÃO PELA ESTATAL PAULISTA

COLOMBIANOS ARREMATAM CTEEP Clayton de Souza/AE

D

Executivos da empresa colombiana batem o martelo depois do leilão: interesse no mercado brasileiro

TAM Companhia aérea vai comprar 37 aviões da Airbus e substituir 22 Fokker 100.

Ó RBITA

ENERGIA Mantidos os tributos, tarifa de energia elétrica deverá aumentar 20% até 2015.

Ricardo Stuckert/Presidência da República

GERDAU COMPRA SIDERPERÚ

A

Gerdau, do empresário Jorge Gerdau (na foto ontem, ao lado de Lula) confirmou, em comunicado, a compra de 50% mais uma ação do capital da Empresa Siderúrgica Del Perú S.A. (Siderperú), por US$ 60,6 milhões, em leilão público realizado pela Agência de Promoção de Investimentos Privados do Peru (ProInversión). O valor será pago à vista pela Gerdau, que assumirá, ainda, uma dívida líquida de US$ 102 milhões. Localizada na cidade de Chimbote, a Siderperú produz de aços planos e

MÓVEIS

A

s exportações de móveis caíram 11,5% nos cinco primeiros meses deste ano em relação a igual período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário (Abimóvel). Em 2005, o crescimento externo do setor foi de 5,3%, resultado considerado "pífio" em relação aos três anos anteriores, quando as vendas praticamente dobraram de valor e volume. Para agravar o quadro, as vendas para o mercado interno recuaram 4% no ano passado. O setor enfrenta a concorrência chinesa. (AE)

CRISE NO CAMPO

A

crise financeira que o setor agropecuário brasileiro enfrenta atualmente, com uma dívida entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões, poderá comprometer a expansão da oferta no País e, conseqüentemente, gerar uma pressão inflacionária adicional no País. A análise é do economista Fábio Silveira, da RC Consultoria, que elaborou o estudo "Simplificando o Agronegócio". (AE) A TÉ LOGO

e p o i s d e q u a t ro meses e vários adiamentos no cronograma de privatização, a Companhia de Transmissão Paulista (CTEEP), controlada pelo governo do Estado de São Paulo, foi vendida ontem para a empresa colombiana Interconexión Eléctrica, ISA, por R$ 1,19 bilhão, representando um ágio de 57,69% sobre o preço mínimo fixado. No total, o governo deve receber R$ 1,4 bilhão, incluindo a oferta de ações aos funcionários, de R$ 215 milhões. Com a compra, a ISA passará a deter 50,1% do capital total da CTEEP. Apenas duas empresas fizeram lances em envelope fechado. Além da ISA, a brasileira Terna Participações, do grupo italiano Terna SPA, ofereceu R$ 1,05 bilhão pela estatal. Outras quatro empresas habilitadas — CPFL Energia, Alusa, Brascan e Pactual Transmissão — não apresentaram proposta. Na noite de anteontem, a CPFL e a Brascan chegaram a mover ação judicial na tentativa de suspender o leilão. Incertezas — Desde a última sexta-feira, alguns investidores vinham fazendo pressão para que o governo de São Paulo adiasse o leilão em razão

de incertezas causadas por várias ações judiciais, em especial uma suposta dívida de R$ 6 bilhões originada da Paulipetro, empresa criada pelo ex-governador Paulo Maluf para prospectar petróleo em São Paulo, cuja operação teria resultado em prejuízos. Com a experiência de quem participou de todas as privati-

57,7

por cento foi o ágio sobre o preço mínimo oferecido pelo grupo colombiano no leilão de privatização da CTEEP realizado ontem na Bovespa. zações do setor elétrico paulista, o secretário de Energia e Saneamento do Estado de São Paulo, Mauro Arce, disse não ter se surpreendido com a ausência de lances de empresas que sempre se declararam interessadas na CTEEP, como é o caso da CPFL. "Todos os seis concorrentes habilitados esta-

vam presentes, o que significa que tinham interesse, mas esperavam fazer um lance próximo ao preço mínimo e perceberam que não conseguiriam ganhar desta forma", disse. O comprador — As incertezas causadas pelas ações judiciais não abalaram a colombiana ISA, que demonstrou agressividade e muita determinação em entrar no setor de transmissão no Brasil. Com sede na Colômbia, a empresa está presente no Peru, na Bolívia, no Equador e na Venezuela e agora tem por meta aumentar sua participação na América do Sul, tendo no Brasil um mercado estratégico. "Pagamos o preço justo pela CTEEP e fomos agressivos porque acreditamos no potencial do mercado brasileiro", disse Cezar Ramirez, gerente de Estratégia Corporativa da ISA. Suas contas são simples: o Brasil precisa implantar 20 mil quilômetros de linhas de transmissão até 2012 e essa será uma oportunidade enorme para as empresas do setor. Especializada em transmissão, a ISA está atenta para as janelas que surgirem e já garantiu que participará do próximo leilão de trechos novos, a ser realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). (AE)

Divulgação/Itaipu

longos, com vendas anuais de 360 mil toneladas de produtos acabados. A empresa opera um altoforno, uma unidade de redução direta, outra com dois fornos elétricos e

dois conversores LD e três laminações. Aproximadamente 20% das vendas estão representadas por aços planos e os demais 80% por aços longos. (Agências)

IMPORTAÇÕES DE MÁQUINAS EM ALTA

A

s importações de máquinas e equipamentos mecânicos superaram as exportações no acumulado dos cinco primeiros meses de 2006, segundo balanço divulgado ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e

Equipamentos (Abimaq). Entre os meses de janeiro e maio, as compras do País no exterior totalizaram US$ 3,822 bilhões, enquanto as vendas alcançaram US$ 3,740 bilhões, o que representou déficit comercial de US$ 82,58 milhões. (AE)

AMORIM: PREÇO DA ABERTURA É ALTO

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ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem que nem tudo será "amarrado" nas negociações sobre os capítulos agrícola e industrial da Rodada Doha da Organização Mundial do

HIDRELÉTRICA

A

Centrais Elétricas do Rio Jordão (Elejor), empresa subsidiária da Companhia Paranaense de Energia (Copel), inaugurou ontem a Usina Hidrelétrica de Fundão, que passa a gerar 120 MW. Ela está localizada entre os municípios de Pinhão e Foz do Jordão, no Paraná, e faz parte do Complexo Energético do Rio Jordão. Os investimentos no complexo superam a casa dos R$ 500 milhões. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Lula sanciona isenção de IR para estrangeiros

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Vence na sexta-feira prazo para empresa declarar o IR

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Duplicação das BRs 116 e 324 na Bahia no PPP

Comércio (OMC), que começarão amanhã. Resumiu, em tom queixoso, que o preço exigido por Washington para redução nos subsídios concedidos a seus agricultores é mais alto do que o G-20 pretende pagar. (AE)

De acordo com o governo paraguaio, que é sócio do Brasil, dívida da usina chega a US$ 19,1 bilhões

Paraguai quer vender dívida de Itaipu

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presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, proporá a seu colega venezuelano Hugo Chávez que arremate parte da dívida de Itaipu para permitir que o Paraguai — e o Brasil, seu sócio na hidrelétrica — possam investir mais em obras sociais e de infra-estrutura. A dívida de Itaipu é de US$ 19,1 bilhões, segundo o governo paraguaio, e seu principal credor é a estatal Eletrobrás. A proposta, segundo Duarte Frutos, será feita no próximo mês, quando os presidentes dos países membros do Mercosul se reunirão em Caracas pa-

ra formalizar a adesão da Venezuela ao bloco econômico. "Se Chávez comprou R$ 21 bilhões em bônus da dívida pública da Argentina, por que não pode fazer o mesmo por nós?", perguntou o presidente, segundo o jornal ABC Color, de Assunção. A reunião de cúpula do Mercosul está marcada para o dia 4 de julho. A transferência da dívida para os venezuelanos, ressalvou o presidente paraguaio, somente poderá ocorrer se, além da concordância de Chávez, o governo brasileiro der o sinal verde para a operação. Pelos cálculos de Nicanor, bas-

taria que a Venezuela assumisse US$ 3 bilhões da dívida para que o Paraguai dispusesse de US$ 120 milhões mensais para obras de infra-estrutura. Taxa imoral — De acordo com o jornal, o presidente paraguaio classificou de "imoral" a taxa de juros anual de 12% imposta pela Eletrobrás à dívida de Itaipu. Esta é a primeira manifestação pública de Duarte sobre a dívida de Itaipu desde que o ABC Color iniciou campanha exigindo que o governo renegocie o tratado jurídico da hidrelétrica, assinado em 1973 sob os governos militares dos dois países. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Se conseguirmos impor o nosso jogo, os alemães vão sofrer.” Saviola, da Argentina

ARGENTINA NA MIRA paSse livre Markus Gilliar/Reuters

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urante entrevista coletiva concedida ontem, o atacante Miroslav Klose, da Alemanha, deu o tom do grau de confiança da sua equipe para a partida contra a Argentina, sexta-feira, em Berlim, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo. “Eu considerava a Argentina a maior favorita para ganhar o título antes do início do Mundial. No entanto, agora eles tiveram a infelicidade de pegar a Alemanha, que está melhor”, disse o jogador, atual artilheiro do torneio com quatro gols. Confiante também no futebol que apresentou até o momento — além dos gols, Klose já deu três assistências para companheiros —, ele avisou que não tem mais medo dos zagueiros adversários. “São eles que têm de se preocupar comigo. No estado em que me encontro, não tenho que me esconder de nenhum zagueiro rival”, desafiou. Ontem, os jogadores da Alemanha estiveram em um campo de treinamento de tiro com arco no Blau-Weiss Tennis Club, em Berlim, onde

Roberto Benevides

Que tal um bis?

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O atacante alemão Miroslav Klose treina tiro com arco e avisa: “O azar dos argentinos foi nos enfrentar”

arriscaram alguns tiros orientados pelo técnico do selecionado alemão desse esporte, Martin Frederick. Os argentinos, no entanto, também se preocupam com pontaria. “O segredo para a Argentina vencer é atacar a de-

fesa da Alemanha, formada pelos zagueiros Christoph Metzelder e Per Mertesacker, pontos fracos da seleção", afirmou ontem o técnico Carlos Billardo, que esteve à frente da Argentina por sete anos, de 1983 a 1990, e ganhou a Copa

de 1986. “É difícil eleger um favorito para esta partida”, acredita. “A Argentina vinha melhor, mas teve dificuldades para vencer o México nas oitavasde-final (2 a 1 na prorrogação). Então, ambas estão no mesmo nível, com 50% de chance.”

Beckham x catimba Eddie Keogh/Reuters

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om o possível retorno do lateral-direito Gary Neville, que treinou normalmente ontem, o astro da Inglaterra, David Beckham, escapou de ser improvisado na posição pelo técnico Sven-Goran Eriksson. Assim, o jogador, que se tornou o primeiro inglês a marcar gols em três Copas do Mundo (1998, 2002 e 2006), deverá permanecer no meio de campo na partida de sábado, contra Portugal, em Gelsenkirchen, pelas quartas-de-final. Neville, do Machester United, sofreu uma contusão na panturrilha direita na estréia do “English Team”, contra o Paraguai, e não voltou mais a jogar. Como Eriksson não levou outro lateral-direito, Hargreaves e Carragher foram as opções utilizadas até agora, mas o treinador pensava até em escalar Beckham na posição e colocar o jovem Lennon no meio-de-campo. “Acredito que Neville poderá estar de volta no sábado, mas ainda vamos confirmar isso nos treinos de quinta e sexta”, disse o técnico da Inglater-

VIOLÊNCIA

ENTUSIASMO

Os números são da Fifa, somados os quatro jogos de cada equipe das quartasde-final: Portugal é o campeão da violência - com 78 faltas. O Brasil é o que menos bate. Fez 53 faltas, 20 a menos que a França, nosso próximo adversário.

De Joseph Blatter, presidente da Fifa: "Klose, Frings e o resto do time parecem estar literalmente arrebatados por uma onda de entusiasmo. Essa equipe é tipicamente alemã: motivada e competitiva, está em alta."

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv Fernando Cesarotti

LEMBRARAM DE MIM

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Violência portuguesa contra a Holanda assustou a Inglaterra, que deverá manter seu maior craque na meia

ra. “Se houver algum risco ele não vai jogar”, completou. Além do possível desfalque, o que mais preocupa os ingleses é a catimba portuguesa. Eriksson disse que alertou seus jogadores, em especial o goleiro Robinson e os zaguei-

ros Carragher e Terry, que levaram cartão amarelo contra o Equador e podem ser suspensos, para não caírem nas provocações de Portugal. A violência e o excesso de cartões na vitória portuguesa contra a Holanda (foram quatro expul-

sões) impressionaram o técnico e os jogadores da Inglaterra. “Os cartões estão aparecendo muito rápido”, diz o zagueiro Ferdinand. “Fica difícil jogar se o árbitro pára a partida a cada 30 segundos”, completou Hargreaves.

Nesta, só na próxima Patrick Hertzog/AFP

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rimeiro dia de Copa sem futebol. Pior: em dia seguinte a um jogo do Brasil, quando os titulares ficam entocados no hotel e os reservas têm de dar a cara a tapa - ou a boca ao microfone. Mineiro, por exemplo, deve ter parado pela primeira vez para falar na tal zona mista, que é menos mista do que zona nos dias normais. Apontado como a salvação da Seleção, Robinho salvou o dia das emissoras de TV. As imagens de seu primeiro treino com bola depois da contusão, e de sua coletiva domiraram a telinha, tomaram conta das infinitas mesas-redondas e devolveram Robinho à ordem do dia. Um dia antes, nas horas seguintes ao jogo, em todos os canais se reclamava da imobilidade de um ataque com Ronaldo e Adriano, do avanço que seria a entrada de Juninho - ou mesmo de Ricardinho -, mas ninguém se lembrava que até se machucar, no sábado, Robinho era a panacéia de todos os problemas da Seleção. Hoje Robinho volta a treinar com o elenco e Parreira deve dar entrevista, mas dificilmente revelará se escala o camisa 23 ou se mantém o agora execrado Adriano. E, em mais um dia sem bola rolando, haja palpites sobre as vantagens da entrada de Robinho no lugar de Adriano. Papo demais para futebol de menos. Ainda bem que sexta-feira tem jogo.

MAIS DO MESMO

NOVIDADE ZERO

Reencontrar a França traz à tona as lembranças ainda frescas de 98. Mas a memória curta das TVs resume a história do duelo a isso - ou, vá lá, aos outros jogos por Copas, em 58 e 86. Esta coluna gostaria de ver imagems de outros jogos como o golaço de Roberto Carlos em 97, a derrota na Copa das Confederações de 2001, que ajudou a derrubar Leão, ou - é pedir demais? o amistoso de 1981, quando a seleção de Zico e Sócrates, numa excursão que encantou a Europa, deu de 3 a 1 nos Bleus.

Todos os reservas responderam ontem à pergunta: "O que você estava fazendo na final de 98?". Todas as emissoras os mostraram dizendo: "Eu vi o jogo, fiquei triste". Como ninguém falou: "Não vi o jogo, detesto futebol" ou "Fiquei feliz da vida", os repórteres devem tentar de novo hoje, com os titulares

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que foi titular nos quatro jogos da “Azzurra” na Copa. Nesta quarta, ao analisar a ausência de um goleador no time (os seis gols da Itália na competição foram feitos por seis jogadores diferentes), o zagueiro Nesta deu uma opinião que soou como uma dica

do que pode acontecer contra a Ucrânia. “Inzaghi marcou no único jogo em que entrou”, disse Nesta, elogiando o desempenho de seu companheiro de clube. “Todos aqui têm vontade de jogar, mas me parece que ele tem um pouco mais que os outros.”

Se o negócio é recordar 98, vale rever o episódio francês de "Glória, Suor e Lágrimas", que a ESPN 2 reprisa hoje às 17H

Enquanto a bola não volta a rolar, os canais altertnativos vão de reprise. No Sportv Copa, é um jogo após o outro. As partidas começam às horas pares, sem programação: é uma questão de sorte no uso do controle remoto.

Zagueiro da Itália está vetado para o jogo das quartas, com a Ucrânia, mas ainda sonha com a semifinal

dendo por 2 a 0 para a Islândia. E não será no jogo desta sextafeira, contra a Ucrânia, em Hamburgo, que ele quebrará essa tradição. É dada como certa a volta de Totti no lugar de Del Piero, mas a maior novidade deve ser a ida para o banco de Gilardino, o único atacante

LEMBRANÇA RUIM

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ogo no início da partida contra a República Checa, ainda pela primeira fase da Copa, o zagueiro Nesta, do Milan e da Seleção Italiana, sofreu uma lesão muscular na coxa direita. Por conta disso, ele não pôde jogar contra a Austrália e também está vetado para o confronto com os ucranianos, pelas quartas-de-final, na sexta. No entanto, Nesta ainda alimenta esperanças de voltar já na semifinal, caso a Itália se classifique. Nesta seria, então, nesta Copa do Mundo, o mesmo que o grande Franco Baresi foi em 1994. “Baresi voltou de contusão na final e não conseguiu ser campeão”, lembra. “Espero que comigo o final da história seja diferente.” Em 1994, Baresi sofreu uma lesão no joelho na segunda partida, no dia 23 de junho, contra a Noruega, e voltou a campo na final do dia 17 de julho, vencida pelo Brasil nos pênaltis. O técnico Marcello Lippi nunca repetiu a escalação do time nas 26 partidas em que dirigiu a Itália desde 8 de agosto de 2004, quando estreou per-

á vinha se desenhando, desde que se definiram os confrontos das oitavas-de-final, o quadro que as quartas tornaram mais viável: as semifinais desta Copa do Mundo podem ser uma exclusivíssima festa da elite do futebol, reunindo apenas seleções campeãs , algo que aconteceu somente em 1970 e 1990. Duas das quatro vagas já são de campeões: Alemanha ou Argentina numa, Brasil ou França na outra. As outras duas estarão em disputa entre um campeão e um emergente recém-aceito no clube dos oito: a favoritíssima Itália contra a Ucrânia, amanhã, e a Inglaterra, levemente favorita, contra Portugal, no sábado. Há chances de, mesmo desfigurada por muitos desfalques, a seleção do nosso Felipão passar uma rasteira na Inglaterra - que muitas vezes dá chabu na hora de soltar fogos. Descontada a torcida brasileira por Felipão e seus gajos, seria muito interessante uma semifinal exclusiva de campeões, embora não seja garantia de bom futebol. Na Copa de 70, os jogos das semifinais foram Itália 4 x 3 Alemanha (resultado ao fim da prorrogação, depois de 1 a 1 no tempo normal) e Brasil 3 x 1 Uruguai. Dois grandes jogos. Em 90, a Argentina derrotou a anfitriã Itália e a Alemanha bateu a Inglaterra pelo mesmíssimo resultado: 4 a 3, nos pênaltis (depois de 1 a 1 nos 90 minutos, placar que não se alterou na prorrogação). Dois jogos apenas razoáveis. Vale lembrar que, nos quatro jogos semifinais de 70 e 90, somente o Brasil venceu no tempo normal. E não esqueçamos que, há 36 anos, os uruguaios eram o nosso tabu. Como é a França agora, ainda nas quartas. Que tal um bis?


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Finanças Nacional Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de junho de 2006

VARIG JÁ RECEBEU US$ 4,3 MILHÕES DA VARIGLOG

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bilhões de reais é o valor atual da dívida da Varig com a União e com a Previdência Social.

JUSTIÇA DO RIO DÁ MAIS TEMPO PARA QUE A EMPRESA POSSA DAR DETALHES DA PROPOSTA DE COMPRA

24 HORAS: NOVO PRAZO PARA A VARIGLOG

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juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig, deu mais 24 horas de prazo para que a VarigLog detalhe sua proposta de aquisição da ex-controladora. Por meio de comunicado, Ayoub informou que assim que receber os esclarecimentos vai repassá-los ao administrador judicial da Varig, a consultoria Deloitte, e ao Ministério Público do Rio. Só depois disso é que a Justiça do Rio deve dar seu parecer sobre o futuro da companhia. Entre as possibilidades, estão a falência, um novo leilão ou assembléia de credores para avaliar a oferta da VarigLog. A decisão da Justiça sobre os próximos passos da Varig deveria ter sido divulgada na última segunda-feira, mas a Deloitte pediu mais esclarecimentos sobre a oferta. O administrador judicial da empresa quer a garantia de continuidade de operações da Varig antiga, que ficaria com 5% das ações da Varig e herdaria os passivos da companhia. Na avaliação da Deloitte e da Justiça, a Varig antiga não poderia ser apenas uma empresa criada para ficar com dívidas. A VarigLog, que planeja desembolsar cerca de US$ 500 milhões para comprar a Va-

Maurício Lima/AFP PHOTO

rig, entregou ontem à Justiça do Rio a primeira etapa do detalhamento de seu plano de aquisição. Mas, segundo uma fonte, a exigência da Justiça de garantir a operação da Varig antiga poderia inviabilizar o investimento, porque essa seria uma forma de administrar os passivos. Uma liminar obtida pela Fazenda determinou que o dinheiro arrecadado no leilão seja usado para pagar dívidas com a União e com a Previdência, cerca de R$ 3,5 bilhões. Como a proposta da VarigLog equivale a R$ 1,1 bilhão, não haveria como amortizar dívidas com os demais credores estatais e privados. A VarigLog depositou ontem US$ 300 mil para despesas emergenciais da Varig, principalmente combustível e arrendamento de aviões. Desde segunda-feira, a ex-subsidiária já emprestou US$ 4,3 milhões. Encolhimento – A Varig encolheu pela metade sua malha de rotas, que tinha 46 destinos, para continuar operando nesse período de indefinição. A companhia comunicou formalmente à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a suspensão de 21 rotas. O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, disse que foram mantidas, no plano de emergência, as 25 ro-

tas mais rentáveis. O enxugamento será mantido, pelo menos, até o dia 3 de julho, quando a Varig deve reavaliar a questão. De acordo com a legislação do setor, quando uma companhia aérea deixa de operar uma rota por mais de 30 dias, a concessão é retomada pelo governo para ser redistribuída. C o mp r o va n t e s – Os usuários da Varig no exterior com dificuldade de embarcar em vôos de outras empresas para voltar ao Brasil estão sendo orientados pelos Procons a guardar notas de alimentação e hospedagem para cobrar ressarcimento da Varig. Embora a situação financeira da empresa se agrave a cada dia, essa é uma das orientações passadas aos Procons estaduais pela Agência Nacional de Aviação Civil. Os transtornos de cancelamentos de vôos prosseguiram ontem. Segundo a Infraero, 68,3% dos vôos programados deixaram de ser feitos. O balanço das decolagens até o fim da tarde mostrou que a maior taxa de cancelamentos, 72,2%, foi registrada entre as viagens internacionais. Dos 3 6 v ô o s p re v i s t o s , 2 6 n ã o ocorreram. Entre os vôos nacionais, de 255 programados, 173 não saíram do chão. (AE)

A VarigLog, ex-divisão de transporte de cargas da Varig, deve entregar amanhã mais documentos para o TJ

Juiz dos EUA amplia prazo Juiz da Corte de Falências de Nova Yo r k , R o b e r t Drain, decidiu ontem manter a liminar que protege a Varig do arresto de aeronaves e execução de dívidas até 21 de julho. Ele, no entanto, autorizou os credores que quiserem receber suas aeronaves antes desse prazo a oficializar o pedido ao advogado da Varig nos Estados Unidos, Rick Antonoff, que terá dez dias para devolver os aviões e peças. A audiência de ontem havia

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sido marcada para que o juiz avaliasse o processo de venda da aérea brasileira. Na prática, a manutenção da liminar até julho impede o arresto forçado das aeronaves ou execução de dívidas anteriores a junho de 2005. Contudo, está liberado aos credores retomar peças e aeronaves após dez dias do envio oficial de uma carta a Antonoff solicitando o retorno delas. Dessa forma, a Varig teria um tempo hábil de dez dias para resolver seus compromissos mais imediatos e em respeito

aos passageiros. Execução de títulos – Já o departamento de operações aéreas de Los Angeles informou ao juiz Robert Drain que executará contra a Varig títulos no valor de US$ 344 mil relativos a dívidas de operações no aeroporto internacional local, segundo acordo realizado em 29 de agosto de 2002. De acordo com o juiz da Corte de Falências de Nova York, a manutenção da liminar até 21 de julho não se aplica à execução dessa dívida. (AE)

Desfile da Bad Boy apresentou a coleção da marca para os compradores da 27ª Fit, na capital paulista

Euforia no setor têxtil mirim Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

pesar de também reclamar do dólar desfavorável às exportações e da concorrência imposta pelos produtos da China, os fabricantes de roupas para crianças e adolescentes vêm registrando números positivos. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit), o faturamento do segmento em 2004 foi de US$ 2,1 bilhões – um crescimento de 10% em relação ao resultado de 2003, de US$ 1,9 bilhão. Em 2005, a soma atingiu US$ 2,4 bilhões, uma alta de 14% em comparação a 2004. Para estimular os negócios no setor, segue até domingo, em São Paulo, a 27ª Fit 0/16, evento destinado aos lojistas do mercado de moda infantojuvenil. Entre as 180 grifes que vão participar do evento está a Bad Boy, que prevê um aumento de 15% nas vendas durante a feira em relação à edição de 2005. "O setor se beneficia pela vontade que os pais têm de comprar para as crianças. Muitos preferem adquirir peças para os filhos do que para eles próprios", afirma a proprietária da BigBlue, a master licenciadora da Bad Boy para o Brasil, Nair Afonso Martinez. Segundo o sócio-diretor da Venntture, empresa que comercializa os produtos infanto-juvenis da grife no País, Paulo Sérgio Turquiai Luca, a expectativa é de que em quatro dias de feira sejam vendidas 25 mil peças, o que representa 10% do total produzido para a coleção primavera-verão. "As crianças crescem e perdem roupas que não podem ser usadas na estação seguinte. Além disso, os pais e mães querem ver os pequenos bem arrumados", diz Lu-

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Grife Bad Boy: vendas em alta

ca, que espera que o faturamento de 2006 seja 20% maior do que o alcançado em 2005. Copa do Mundo – A gerente administrativa da GMT, Roberta Moreira Lima, também tem boas expectativas em relação ao setor e à Fit. "Participar do evento significa fazer mais contatos com clientes e com representantes. Conseguiremos chegar a pessoas de regiões importantes, como Sudeste e Nordeste, já que a empresa fica em Londrina, no Paraná. "Não acredito que o faturamento obtido durante a feira seja maior do que o registrado em 2005 em razão da Copa do Mundo. A atenção de todos está voltada para o jogo do Brasil, no sábado, penúltimo dia do evento", analisa Roberta. Ela prevê um crescimento de até 30% nas vendas no primeiro semestre do ano, em relação ao mesmo período de 2005. "A GMT representa no Brasil personagens da Mattel, como a a Barbie e os Hot Wheels. A concorrência com os produtos da China é grande, já que são itens de menor qualidade e boa aparência. Mas não registramos perdas", diz a gerente.

A Bonnemini participa da Fit há quatro anos. A expectativa da responsável pela grife, Sumaya Ayache, é de que os negócios cresçam 20% em relação à edição da feira realizada em janeiro deste ano. Sumaya diz que as exportações ficaram mais difíceis em razão da valorização do real. Mesmo assim, além de não registrar queda nas vendas externas, a Bonnemini poderá ter aumento de faturamento de 20% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período de 2005. Balanço – Para o diretor da Interfeiras Eventos – organizadora da Fit – Humberto Rebonato, o crescimento pode ser explicado com o investimento dos empresários. "As companhias compraram máquinas e priorizaram a tecnologia. Em 2004, o segmento infantil foi responsável por 15% de tudo o que foi produzido na cadeia têxtil, com a fabricação de 900 milhões de peças. As meninas consomem 70% do total produzido, confirmando a tendência dos lojistas em expor muito mais itens femininos nas vitrines", diz Rebonato. Segundo ele, são esperados aproximadamente 15 mil visitantes nos quatro dias de feira, 15% a mais do que na edição de 2005. O faturamento pode chegar a R$ 160 milhões, resultado 10% maior do que o alcançado no evento do ano passado. Para Rebonato, as peças de maior qualidade são as mais procuradas. "Nossos visitantes atendem o público de classe A, que freqüenta shopping center." A 27ª Fit 0/16 está sendo realizada no pavilhão vermelho do Expo Center Norte, na capital paulista. Mais informações no site www.fit016.com.br Neide Martingo


quinta-feira, 29 de junho de 2006

Ambiente Urbanismo Clima Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 A temperatura mínima pode chegar a 2 graus hoje, no Estado de São Paulo, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.

NO SUL, AS TEMPERATURAS FORAM NEGATIVAS

FRIO BATE RECORDE E CONTINUA HOJE Temperatura foi a mais fria do ano na capital, chegando a 10,1 graus. Em Campos do Jordão, os termômetros marcaram 1,8 grau. Hoje o sol aparece timidamente. Hélvio Romero/AE

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Termômetro marcou 11 graus na noite de terça no viaduto do Chá

des a temperatura poderá ser ainda inferior. Amanhã, o tempo não muda, mas o frio começa a diminuir a partir do interior. No sábado, instabilidades que chegam do sul do Brasil provocam chuva à tarde no sul e no oeste paulista. O sol aparece entre muitas nuvens na faixa leste e, no domingo, volta a chover à tarde na Grande São Paulo e no litoral. Na capital, a máxima prevista até o fim desta semana é de 23 graus, no sábado. No sul – Entre o fim da noite de terça-feira e madrugada de ontem a temperatura chegou a 3 graus negativos e foram registradas pequenas quedas de neve em Urupema e Urubici, em Santa Catarina. Geou forte em São Joaquim. O meteorologista Maurici Monteiro, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina, explicou que, embora tenham sido registradas temperaturas de 3 graus negativos, faltou umidade no ar para que houvesse neve abundante. "As temperaturas vão se manter baixas, mas não há expectativa de novas ocorrências", explicou. A noite de terça foi a mais fria do ano em Florianópolis, com registro de 7,9 graus. O principal alerta da meteorologia é para o mar agitado, com ondas altas e possibilidade de ressaca. Com a entrada de uma nova frente fria, no fim de semana, estão sendo esperadas chuvas mais fortes, o que pode aliviar a estiagem. A madrugada de ontem também foi a mais fria no Rio Grande do Sul. Em Cambará do Sul, nos Campos de Cima da Serra, houve geada moderada e os termômetros marcaram 0,4 grau negativo, segundo boletim do 8º Distrito de Meteorologia. Em Bom Jesus, a temperatura caiu até zero grau e a geada foi forte. Também ocorreram geadas moderadas em Passo Fundo e Santana do Livramento. A previsão do 8º Distrito de Meteorologia para os próximos dias indica elevação gradativa da temperatura no Rio Grande, com variações de 3 a 19 graus hoje e 5 a 22 graus amanhã. No sábado, a temperatura ficará entre 7 graus e 24 graus. A nebulosidade tende a aumentar. Há perspectiva de

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

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SETE MORTOS EM RECIFE écnicos da Defesa Civil começaram a analisar ontem as condições dos imóveis vizinhos ao prédio de três andares que desabou, na noite de terça, no centro de Recife. Sete pessoas morreram e outras sete ficaram feridas. A fachada do prédio, que permaneceu intacta, ainda corre risco de desabar. Oito imóveis próximos foram interditados. Localizado na rua Velha, no bairro Boa Vista, o prédio

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s temperaturas continuam baixas em todo o Estado hoje. A temperatura mínima pode chegar a 2 graus, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O ar polar vindo do sul do País entrou com força no sudeste e derrubou a temperatura na capital, que teve ontem o dia mais frio do ano. A mínima foi de 10,1 graus e a máxima, 15,1 graus. A mínima anterior, 10,7 graus, foi registrada em 4 de maio na estação do Inmet no Mirante de Santana, na zona norte. No Estado, a mínima foi registrada em Campos do Jordão, com 1,8 grau. Segundo o meteorologista da empresa Climatempo André Madeira, hoje o sol aparece de vez em quando, entre muitas nuvens. Ocorrerão chuviscos ao amanhecer e ao anoitecer no leste, entre a região metropolitana e as praias, por causa do vento frio e úmido que sopra do mar, aumentando a sensação térmica de frio. O sol vai predominar no interior, com mínima de 12 e máxima de 23 graus. Na capital, as temperaturas irão variar de 9 a 20 graus, no litoral, de 15 a 22, e em Campos do Jordão, de 4 a 16 graus. Em algumas localida-

estava vazio, mas, ao cair, atingiu um armazém e duas casas. Morreram quatro adultos e três crianças. A última vítima localizada, às 8h de ontem, foi Maria do Socorro Fonseca, de 62 anos. Os outros mortos são Emerson Gonçalves da Silva, de 43, Roseneide Santos de Andrade, de 24, Leandro Ramos Gonçalves, de 21, uma menina de 4 anos e dois garotos , um de três anos e outro de seis meses.

Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407

pancadas de chuva no norte e no leste do estado hoje e no litoral, amanhã. No Rio – A frente fria estacionada sobre o Rio de Janeiro provocou chuvas, ventos fortes e ressaca no litoral do estado, com ondas que chegaram a três metros de altura. Elas danificaram o deck do Mirante do Leblon, na zona sul do Rio. A água também invadiu o calçadão do Arpoador, em Ipanema. Dezesseis pescadores tiveram que ser resgatados pelos bombeiros na Barra. A madrugada de ontem foi a mais fria do ano no estado, segundo o Inmet. Os termômetros registraram 13,4 graus no Alto da Boa Vista, zona norte do Rio. No Pico das Agulhas Negras, em Itatiaia, houve geada e a temperatura chegou a cinco graus negativos durante a madrugada. Em Niterói, no Grande Rio, o vento com velocidade entre 30 e 40 quilômetros por hora le-

vou grande quantidade de areia das praias de São Francisco e Charitas para as pistas da avenida Quintino Bocaiúva, que ficou parcialmente interditada. Pingüins – A mudança na corrente marítima arrastou três pingüins para o litoral do Rio. Um deles recebeu o apelido de sesquicentenário, em homenagem aos 150 anos de fundação do Corpo de Bombeiros, comemorado no domingo. Ele foi encontrado no posto 4 da praia da Barra. Os pingüins foram levados para o zoológico de Niterói, onde receberam os primeiros cuidados. O mar revolto deu trabalho aos bombeiros. Dezesseis pescadores se arriscaram em pedras na Barra e foram resgatados. "O mar cresce e eles não têm como sair. Colocam a vida em risco", explicou o comandante do Estado Maior do Corpo de Bombeiros, coronel Marcos Aurélio Silva. (AE)

Marcos Fernandes/Luz

Scantimburgo lançará obra sobre regime presidencial americano

João de Scantimburgo recebe homenagem

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acadêmico João de Scantimburgo, das academias Brasileira de Letras (ABL) e Paulista de Letras (APL), foi homenageado ontem em almoço de confraternização promovido pelas entidades no Buffet Palace, na capital. Aos 91 anos, João de Scantimburgo, diretorresponsável do Diário do Comércio, já escreveu dezenas de livros e ainda esbanja disposição para

lançar mais um. "Trata-se de uma publicação sobre a influência do regime presidencial americano em outros países", disse. Segundo ele, o sistema de governo implantado nos Estados Unidos não deveria servir de exemplo para ninguém. "Infelizmente, Brasil e o resto da América do Sul copiaram o presidencialismo deles. Em nenhum país funcionou até hoje", concluiu.


quinta-feira, 29 de junho de 2006

Finanças Empresas Tr i b u t o s Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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DURATEX ADERIU À NOTA FISCAL ELETRÔNICA DO FISCO

9,06

mil é o número de notas fiscais eletrônicas já emitidas por prestadores de serviços em São Paulo.

PREFEITURA REALIZA PALESTRAS E USA SITE PARA ESCLARECER USO DA NOVA NOTA FISCAL

NOTA ELETRÔNICA CONFUNDE EMPRESA

senta uma invasão de privacidade e acha que os usuários terão muito trabalho pela frente. O auditor da Prefeitura rebateu a crítica, ao afirmar que não é essa a intenção do fisco, que vem defendendo as teses da redução da carga tributária individual e de maior controle da fiscalização. Em meio a tantas dúvidas e reclamações, a Prefeitura decidiu realizar seminários todas as quartas-feiras do mês de julho. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também está programando eventos para esclarecer dúvidas dos empresários nas distritais no próximo mês. Funcionamento – A emissão do documento eletrônico será obrigatória a partir do segundo semestre deste ano pa-

ra todos os prestadores de serviços instalados na capital que faturaram mais de R$ 240 mil em 2005, com exceção dos profissionais autônomos e sociedades uniprofissionais, como advogados, contadores e engenheiros. Estes recolhem um valor fixo anualmente. As demais empresas podem optar ou não pelo uso do documento. Até as 19 horas de ontem, a Prefeitura já havia recebido, em seu site, o cadastro de 45 prestadores de serviços interessados em emitir a nova nota fiscal, como o Crowne Plaza, Hospital São Luiz, Sao Parking Congonhas, Duratex e Hines do Brasil. Juntas, essas empresas já emitiram 9.066 notas digitais. "Ao ingressar no sistema, as empresas estão se diferenciando. É bom para os negócios", disse o auditor. Pelo site, os contadores e contribuintes poderão consultar as notas emitidas e recebidas, as canceladas, o ISS recolhido e o pendente. Já os tomadores de serviços poderão verificar o valor de seus créditos para serem usados no abatimento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). O auditor informou que a partir do momento que o prestador emitir a nota eletrônica, não poderá voltar a usar o papel. "Quem recolhe o imposto por estimativa e optar pela nova nota vai recolher pelo movimento econômico", explicou. Adriana David

Prefeitura vai devolver ISS retido

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s prestadoras de serviços com sede fora do município de São Paulo que não se cadastraram na Prefeitura podem conseguir a restituição do Imposto sobre Serviços (ISS) retido pelos tomadores. A devolução do imposto foi formalizada pela Portaria n° 60/2006 da Secretaria de Finanças do Município de São Paulo. Os pedidos de restituição do imposto deverão ser protocolados pelo tomador de serviços, acompanhados de diversos documentos, como cópia autenticada da nota fiscal sobre a qual houve a retenção, autorização do prestador, cópia simples do CNPJ e do comprovante de recolhimento do ISS retido. "Depois, o tomador tem que repassar a restituição para o prestador mas, dependendo do valor, a devolução pode demorar", alertou o advogado Paulo Sigaud, do Felsberg Advogados. Confusão – Na opinião de especialistas, o texto da portaria que acaba de ser publicada é genérico e confuso. Para o tributarista Kiyoshi Harada, ex-procurador-chefe do mu-

Marcos Fernandes/Digna Imagem (18/07/03)

Harada: fisco reconhece erro na lei

nicípio, a devolução do imposto retido para os prestadores não cadastrados significa que a Prefeitura reconheceu que a lei que trata do cadastramento gera bitributação. "É a mesma coisa que a segurança pública determinar a prisão de todos os que estiverem em situação suspeita e depois, conforme for comprovando a inocência das pessoas, ir expedindo alvarás de soltura", comparou o tributarista. Já o vice-presidente da Federação de Serviços do Estado de São Paulo (Fesesp), Luigi Nese, acredita que a porta-

ria revoga a lei. "Parece que a Prefeitura está exigindo uma burocracia indevida por admitir que havia instituído uma lei indevida", criticou. Para ele, a nova norma deve, inclusive, fazer com que o Judiciário reconsidere as liminares obtidas contra o cadastro pelos contribuintes e que foram cassadas, como a da Confederação Nacional de Serviços (CNS) e do Sindicato das Empresas de Processamento de Dados e Serviços de Informática do Estado de São Paulo (Seprosp). A Secretaria de Finanças contabiliza quase 20 mil prestadores de serviços cadastrados. A obrigatoriedade de fazer o cadastramento foi implantada pelo fisco como forma de reduzir os prejuízos anuais de cerca de R$ 100 milhões aos cofres da Prefeitura, provocados por prestadores de serviços que atuam na capital, mas possuem sede de fachada em municípios vizinhos. Do total da arrecadação prevista para 2006 (R$ 140 milhões), o ISS deve responder por R$ 102 milhões. Laura Ignacio

MP aumenta custo para contratar domésticas

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ode ficar mais caro para a classe média contratar empregadas domésticas. A Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite a Medida Provisória nº 224, que permite ao empregador descontar do Imposto de Renda (IR) a contribuição previdenciária referente ao salário do empregado. Pelo texto aprovado, o contratante poderá abater até o limite de 12% de um salário mínimo. Mas, o que seria um incentivo para a formalização desse tipo de emprego, como queria o governo quando editou a Medida Provisória, acabou criando uma despesa adicional. Isso porque, ao mesmo tempo em que permitiu o desconto, a Câmara dos Deputados tornou obrigatório para os patrões o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em favor do empregado. Pelo texto aprovado pela Câmara, o desconto do IR para os domésticos voltou a ser permitido apenas para um empregado. Os senadores haviam alterado o projeto para incluir dois empregados no benefício. No entanto, numa casa em que o casal faz declaração de IR separadamente, cada um com seu CPF, cada declarante poderá fazer o desconto da contribuição previdenciária de um empregado. Sanção – A MP, que já foi aprovada pelo Senado Federal, segue agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O líder interino do governo na Câmara Federal, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), não sabe ainda se o presidente vai vetar ou não es-

sa parte do texto. O parlamentar teme que o incentivo criado pelo governo para que milhares de empregados domésticos passassem a ter a carteira assinada acabe sendo anulado pela obrigatoriedade do pagamento do FGTS. O recolhimento ao fundo corresponde a 8% do salário do empregado e, de acordo com o projeto aprovado ontem, os empregados domésticos também passam a ter direito à multa de 40% do saldo acumulado no FGTS nos casos de demissão sem justa causa. Contradição – "A meta era produzir um incentivo mas, se

são criadas novas obrigações, temos de ver se o incentivo permanece", disse o líder. Na opinião do deputado, há uma contradição entre permitir o desconto da contribuição previdenciária no IR e tornar obrigatório o recolhimento do FGTS. A MP chegou à Câmara com 10 emendas aprovadas pelo Senado. Mediante acordo, a Casa manteve cinco emendas, entre elas a que reduz a zero o imposto de renda para a compra de aviões e a que permite a renegociação das dívidas de crédito rural pelos pequenos agricultores do Nordeste e da Amazônia. (AE)

Factoring

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otado com cerca de 300 contabilistas, o auditório do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP) tornou-se pequeno, ontem, para tantas dúvidas e críticas à recém-implantada Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) no município de São Paulo. Durante e após a apresentação do novo sistema, o auditor fiscal tributário municipal José Luiz Patta foi bombardeado com perguntas dos participantes, que aproveitaram a ocasião para reclamar do novo documento. Entre as inúmeras indagações, os contadores queriam saber se cada filial de uma empresa seria obrigada a ter sua própria senha para acessar o sistema. Outra dúvida levantada se refere à nota fiscal conjugada, emitida por concessionárias que recolhem tanto o Imposto sobre Serviços (ISS) como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Segundo o auditor , a parte de serviços será feita eletronicamente e a do ICMS continuará em papel. Ele também orientou os contadores a verificar a lista de perguntas e respostas no site www.prefeitura.sp.gov.br/nfe. Polêmica – A nota fiscal eletrônica está gerando polêmica no universo contábil desde que entrou em vigor para 38 prestadores de serviços, no dia 7 de junho. O contador Jorge de Assis, por exemplo, acha que a novidade repre-

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Internacional

A captura e os ataques do Hamas no fim de semana precipitaram os atuais acontecimento em Gaza. Tony Snow, secretário de imprensa da Casa Branca

ISRAEL AMPLIA OFENSIVA EM GAZA. E MANDA RECADO PARA A SÍRIA. Após destruição de pontes e de estação de energia, universidade foi atingida por míssil. Caças sobrevoaram casa de presidente sírio. Samuel Aranda/AFP

Uma das três pontes bombardeadas ontem por aviões israelenses nas proximidades da Faixa de Gaza em ação contra seqüestro de soldado por militantes palestinos

PALESTINOS DENUNCIAM ATAQUES A ESTRUTURAS CIVIS

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Yannis Behrakis/Reuters

Soldado israelense carrega artilharia nas proximidades da fronteira, na Faixa de Gaza

presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, denunciou ontem que a invasão da Faixa de Gaza pelo Exército de Israel representa, além de uma punição coletiva, um crime contra a humanidade. "O presidente considera punição coletiva e um crime contra a humanidade a agressão que teve como alvo infraestruturas civis do território palestino", dizia um comunicado divulgado pelo gabinete de Abbas. A Operação Chuvas de Verão, iniciada nas primeiras horas de hoje (ontem) para resgatar o soldado israelense Gilad Shalit, "obstrui os esforços para a sua libertação", prosseguiu Abbas. O soldado

MONTENEGRO Assembléia Geral A aprovou ontem a admissão da recém-criada República de Montenegro como o 192º membro da Organização das Nações Unidas (ONU). A resolução foi aprovada por aclamação pelos outros 191 membros da ONU. Logo depois, o presidente da Assembléia Geral, Jan Eliasson, solicitou ao chefe de protocolo do organismo que acompanhasse a delegação montenegrina até seus assentos na assembléia. A admissão de Montenegro na ONU ocorre apenas pouco mais de um mês depois que seus cidadãos aprovaram a independência do país da Sérvia. O referendo, realizado em 30 de maio, foi seguido de uma declaração oficial de independência por parte da Sérvia, em 3 de junho. (AE/AP)

foi capturado por militantes palestinos no domingo. O p re s i d e n t e p e d i u a o s membros do Quarteto União Européia (UE) Estados Unidos, Rússia e Organização das Nações Unidas (ONU) - uma intervenção para forçar Israel a retirar suas tropas do território Palestino litorâneo. Mahmoud Abbas convocou os membros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) na Cidade de Gaza para estudar a situação no território. Energia – O bombardeio da estação de energia elétrica da Faixa de Gaza, na manhã de quarta-feira (pelo horário local), deixou quase dois terços do 1,3 milhão de habitantes do território palestino sem

eletricidade, segundo a direção da empresa responsável. Segundo a direção da usina, serão necessários de três a seis meses para substituir as turbinas destruídas, a um custo de cerca de US$ 15 milhões. Só então a eletricidade será plenamente restabelecida no território. "A situação é crítica e requer ajustes rápidos", disse o diretor Walid Sayel. Sem energia para mover as bombas, o abastecimento de água foi reduzido e a estação de tratamento de água está fechada. Com medo, os palestinos correram para estocar provisões, o que provocou escassez de produtos e aumento de preços. "É difícil até achar uma vela nas lojas", comentou um morador. (AE/AP)

David Moir/Reuters

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srael intensificou ontem sua ofensiva militar na Faixa de Gaza e capturou na região de Ramallah, na Cisjordânia, ministros e deputados da Autoridade Nacional Palestina, que desde março é governada pelo grupo radical islâmico Hamas. Entre os detidos estão o vice-primeiro-ministro Nasser Shaer, dois ministros e quatro deputados. A ofensiva militar contra o governo do Hamas é parte da pressão para a libertação do soldado israelense Guilad Shalit, capturado domingo por um comando ligado a três grupos extremistas palestinos, entre os quais a ala militar do Hamas. O primeiro-ministro Ehud Olmert enfatizou que está disposto a adotar "medidas extremas", mas não pretende retomar o controle do território, do qual Israel se retirou em setembro após 38 anos de ocupação. Para soltar Shalit, os extremistas exigem que sejam libertadas as 95 mulheres e 313 menores de idade palestinos presos em Israel. A crise se agravou na madrugada desta quinta-feira (pelo horário local) com o anúncio de militantes palestinos de que executaram o colono judeu Eliahu Asheri, de 18 anos, em retaliação pela invasão israelense em Gaza. Extremistas dizem ter em seu poder um outro israelense, Noah Moskovitch, de 62 anos, que está desaparecido. O governo palestino, liderado pelo Hamas, vinha tentando na segunda-feira, sem sucesso, mediar a libertação do soldado. O próprio vice-ministro Nasser Shaer foi um dos que apelaram aos radicais para soltarem Shalit. No entanto, depois da invasão e bombardeio da Estamos Faixa de Gaza, decididos a o governo palestino uniuadotar se ontem aos medidas grupos envolextremas v i d o s n o s epara que q ü e s t ro , d efendendo a Gilad volte troca de Shalit Ehud por outros priOlmert sioneiros. Depois da advertência de Olmert, as Forças Armadas deslancharam ofensivas terrestres no norte e sul da Faixa de Gaza, bombardeios e sobrevôos sobre o território, rompendo a barreira do som. De madrugada, a aviação israelense destruiu pontes que conectam o norte ao sul da Faixa de Gaza e bombardeou a usina de eletricidade, para evitar que os militantes transferissem Shalit para outra área. Na madrugada desta quinta-feira (pelo horário local) a Universidade Islâmica de Gaza foi atingida por um míssil. Não houve feridos. Israel ainda indicou que pode atacar a Síria, por dar guarida a líderes do Hamas. Quatro caças israelenses voaram ontem em baixa altitude sobre o palácio de verão do presidente sírio, Bashar Assad, perto da cidade de Latakia, no Mar Mediterrâneo, quebrando a barreira do som. A mídia israelense informou que Assad estava no local, mas a TV síria mostrou-o recebendo autoridades libanesas e jordanianas em Damasco. De acordo com a imprensa estatal síria, a Força Aérea do país disparou contra os jatos, forçando-os a deixar a área. Essa investida em território sírio está relacionada com a operação em Gaza porque Israel acusa o líder do grupo radical islâmico Hamas no exílio, Khaled Meshal, de ter ordenado a operação que resultou na captura do soldado. Meshal vive em Damasco, sob proteção do governo, mas desde domingo não aparece em público, possivelmente para evitar ser assassinado, já que um ministro israelense disse que ele é um alvo. (AE/AP)

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Ó RBITA

TEMPESTADES

SUJOU

William Thomas Cain/AFP

elo menos P onze pessoas já morreram na região nordeste da Pensilvânia devido à elevação do nível do rio Susquehanna. Autoridades do Estado ordenaram ontem que cerca de 200.000 pessoas nas proximidades de Wilkes-Barr abandonassem suas casas. Ontem de manhã, a polícia e grupos de resgates retiraram os residentes de 500 apartamentos e 700 casas na cidade de Rockville, Maryland, devido a enchente do lago Needwood. Cerca de 100 pessoas se recusaram a sair. Se o dique do lago ruir, as águas poderão alagar algumas áreas que estão a mais de 6 metros de altura.

O

DEFESA DOS ANIMAIS – A atriz americana Pamela Anderson vista ontem pela vitrine da loja da estilista Stella McCartney, em Londres, no lançamento de campanha contra o uso de pele de animais na moda.

ex-cantor do grupo Culture Club, Boy George, foi condenado nos Estados Unidos a pagar cinco dias de serviço no Departamento de Saneamento Básico de Nova York. O cantor, de 45 anos, se declarou culpado, em março, por fazer chamada à polícia sobre um suposto roubo em seu apartamento em M anhattan, que resultou ser falso. A polícia encontrou foi cocaína no local.


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Nacional Empreendedores Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de junho de 2006

AÇÕES DO BB ENTRARAM NO NOVO MERCADO

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pontos percentuais é hoje o intervalo de tolerância para a meta de inflação perseguida pelo BC

NA VISÃO DE ANALISTAS, PROGNÓSTICO REFORÇA CAUTELA NA CONDUÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA

BC PROJETA INFLAÇÃO DE 5,2% EM 2007 Ed Ferreira/AE – 30/6/04

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relatório trimestral de inflação do Banco Central (BC) divulgado ontem reforçou a visão dos analistas de que o banco será cauteloso, daqui por diante, no processo de redução da taxa básica (Selic). Segundo o documento, a projeção para a inflação em 2007 no chamado cenário de mercado – em que o BC considera as previsões de juros e câmbio adotadas pelas instituições financeiras – ficou em 5,2%. Embora tenha caído 0,2 ponto percentual em relação ao relatório de março, a estimativa ainda está acima da meta de 4,5% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o próximo ano. O diretor de Política Econômica do BC, Afonso Bevilaqua, evitou avaliar o efeito que a projeção terá sobre os próximos passos da política monetária, que, a partir de agora, fazem muito mais efeito em 2007 do que neste ano. "Temos de esperar as próximas reuniões do Copom", disse, referindo-se ao Comitê de Política Monetária. Para a economista-chefe do banco Mellon Global Investments Brasil, Solange Srour, o documento mostra um cenário "benigno" para a inflação futura, o que permite a continuidade da queda nos juros. "Há espaço para a queda no juro continuar, mas está claro que será utilizado com parcimônia."

Para Sérgio Vale, da consultoria MB Associados, apesar de ter ficado acima da meta, o cenário de mercado para 2007 é a boa notícia do relatório, pois recuou ante as projeções de março. "Isso significa que, mesmo em um cenário de queda no juro, a perspectiva para a inflação é positiva e torna factível a continuidade do afrouxamento da política monetária", disse Vale, que projeta a Selic em 14,5% no fim do ano.

4,5 por cento é a meta para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o próximo ano. Nas estimativas para 2006, a mudança mais significativa no relatório de inflação foi a redução de 4,6% para 4,3% na projeção para o IPCA no cenário de mercado, ficando abaixo da meta de 4,5% para o ano. No cenário de referência, a projeção subiu ligeiramente de 3,7% para 3,8%. Para Bevilaqua, o fato de as projeções estarem abaixo da meta não significa que o BC

errou a mão e cortou menos do que poderia a taxa de juros básica. "A inflação é afetada por fatores transitórios. Nosso objetivo é manter a inflação ao longo do tempo ao redor da meta. Ficar abaixo dela é um avanço institucional, já que nos últimos anos sempre ficamos acima", afirmou. Mudança — Segundo o diretor do BC, a estabilidade da economia e a resistência a choques externos podem abrir espaço para que o governo diminua o intervalo de tolerância do cumprimento da meta de inflação. A mudança, disse Beviláqua, terá de ser feita após uma observação cuidadosa do comportamento da economia ao longo de cinco a dez anos. O intervalo de tolerância hoje é de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Bevilaqua lembrou que, até 2005, a administração federal trabalhava com uma margem maior, de 2,5 pontos. "Já fizemos alguma redução." Em outros países que adotam um regime de metas de inflação parecido com o brasileiro, o intervalo de tolerância chega a apenas um ponto percentual. O diretor do BC também quer que a meta continue avaliada com base num "índice cheio" de inflação e não nos chamados núcleos. A afirmação foi uma resposta a alguns dos críticos do sistema de metas adotado no Brasil. (AE)

Objetivo do BC é manter a inflação perto das metas ao longo do tempo, de acordo com o diretor Bevilaqua Elza Fiúza/ABr

Lula prevê queda da TJLP e vê "momento mágico no País"

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Tesouro comemora rating secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, comemorou ontem a decisão da agência de classificação de risco Fitch de melhorar a nota do Brasil relativa à dívida soberana em moeda estrangeira de longo prazo. A classificação subiu de "BB-" para "BB". Segundo ele, além de refletir os bons resultados da economia, a elevação mostrou que o Brasil foi pouco afetado pelas recentes turbulências no mercado internacional. "A decisão da Fitch é muito importante especialmente porque, nos últimos dois meses, tivemos volatilidade no mercado externo e não fomos imunes a ela. No entanto, a volatilidade não contaminou o

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horizonte econômico real. As reservas continuam elevadas e conseguimos fazer uma recompra de dívida externa", disse. "A decisão corrobora a visão de que o Brasil não é mais um país ao sabor dos rumores do mercado", acrescentou. O secretário disse que o aumento do rating deixa o País mais próximo do grau de investimento (nota dada a países nos quais as agências recomendam investir), mas não quis arriscar quando isso ocorrerá. "Toda melhora nos aproxima do grau de investimento. Não fazemos especulações sobre quando isso ocorrerá, mas estamos trabalhando para mostrar nossa estratégia de melhorar o perfil da dívida pública", destacou Kawall.

A elevação do rating fez o risco-País despencar ontem. No fim da tarde, a queda era de 3,73%, para 258 pontos. O risco-País ou risco-Brasil, medido pelo EMBI+ Brasil, um dos principais termômetros da confiança dos investidores na economia, é calculado pelo banco JP Morgan Chase. Também no fim da tarde, no mercado secundário de títulos da dívida externa brasileira, o Global 40 avançava 0,52%, negociado a 121,88% de seu valor de face. Por sua vez, o Global 18 ou A-Bond (Amortizing Bond ou Bônus de Amortização), considerado o segundo título mais representativo do índice do JP Morgan, apresentava avanço de 0,85%, para 104,25% do valor. (AG)

CAF libera US$ 1,85 bilhão Corporação Andina de Fomento (CAF) anunciou ontem a aprovação de um total de US$ 1,851 bilhão para financiar uma série de projetos e garantir empréstimos em sete países latino-americanos. Os beneficiados são Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, informou a CAF em nota. Os dois projetos previstos para o Brasil envolvem cerca de US$ 133 milhões. O primeiro refere-se a US$ 100 milhões para a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) e o outro, que soma US$ 32,6 milhões, será destinado ao financiamento parcial da pri-

meira fase do Programa de Integração Regional do Estado de Santa Catarina. O maior montante foi concedido à Venezuela, que receberá US$ 850 milhões, para três operações: US$ 400 milhões para programas de habitação, outros US$ 400 milhões para transporte coletivo e US$ 50 milhões como garantia parcial de crédito à Electricidad de Caracas, a maior empresa privada do setor no país. Fonte de recursos — O presidente-executivo da CAF, Enrique García, disse que as aprovações ratificam o organismo como a principal fonte de financiamento multilateral para a Venezuela, país que obteve

empréstimos de US$ 3,484 bilhões entre 2001 e 2005. A CAF informou também que aprovou US$ 475 milhões para duas operações de gestão pública no Equador. No caso do Peru, a entidade liberou US$ 211 milhões para duas garantias parciais de crédito. Para a Argentina, o aporte total de US$ 80 milhões servirá para um projeto de pavimentação. O organismo multilateral aprovou US$ 60 milhões para a Colômbia e US$ 42 milhões para a Bolívia. A CAF é uma instituição financeira multilateral composta por 17 países da América Latina, Caribe e Europa e 16 bancos privados da região andina. (Reuters)

Senado dos EUA aprova Paulson para o Tesouro

Goldman Sachs, para ser o 74º secretário do Tesouro do país. A votação no Senado ocorreu poucas horas depois de o Comitê de Finanças da casa ter aprovado, também por unanimidade, a indicação de Paulson e um dia depois da sabatina no comitê. O Senado acelerou o trâmite

da aprovação de Paulson porque o atual secretário, John Snow, pretende deixar o cargo até a próxima segunda-feira. Paulson disse ontem ao Congresso americano que o déficit em conta corrente do país é um problema global que precisa de uma solução também global. (Agências)

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Senado dos Estados Unidos aprovou ontem, por unanimidade, a indicação de Henry M. Paulson, exexecutivo-chefe do

Para Maranhão, presidente do BB, venda de ações foi um sucesso

BB: oferta no futuro depende de demanda

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presidente do Banco do Brasil (BB), Rossano Maranhão, disse ontem que uma nova oferta pública de ações da instituição financeira, para atender às exigências do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), dependerá do momento adequado da bolsa e do desejo dos acionistas. Com a oferta finalizada anteontem e o exercício dos bônus de subscrição a ser concluído neste mês, o free float (volume de ações em circulação no mercado financeiro) do BB passará a 15%. O Novo Mercado da Bovespa, porém, exige percentual de 25%. O banco terá três anos para se adaptar à exigência. Na futura oferta pública, devem ser vendedores o Tesouro Nacional e o fundo de pensão dos funcionários do BB (Previ). Apesar de ter vendido parte dos papéis na oferta atual, a Previ ainda detém 12% do capital do banco. O Tesouro venderia uma pequena fatia de ações na operação concluída na última terça-feira, mas desistiu por questões operacionais, pois precisava fazer uma licitação para contratar um banco coordenador, o que atrasaria a oferta pública. Valor de mercado — Durante a cerimônia de adesão do BB ao Novo Mercado, Maranhão destacou que a estatal será a companhia de maior valor

nesse segmento da Bovespa. Ele disse que a venda de ações foi um "sucesso", apesar do momento adverso do mercado de capitais. "Isso mostra que a placa Banco do Brasil é forte e que o País merece o respeito dos investidores." O ingresso no Novo Mercado é realizado no momento em que a empresa comemora 100 anos de presença na bolsa de valores. O presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, disse que a operação do BB é a maior do mercado e deve servir de exemplo para outros empresários. "A preocupação do banco em vender ações para o investidor pessoa física demonstra o forte caráter democrático da operação." Ganhos — A venda das ações da tesouraria do BB na oferta pública renderá à instituição cerca de R$ 500 milhões. De acordo com fontes do mercado, o montante terá impacto direto no capital do BB, sem passar pelo resultado. Com esse valor, o banco deve elevar seu Índice da Basiléia (importante indicador do mercado bancário), que, em março, estava em 18,3%. A expectativa é de que atinja 19%. As ações que participaram da oferta foram adquiridas pelo banco em meados de 2002 por cerca de R$ 11 a unidade – bem menos que o valor de R$ 43,50 do fechamento da operação. (Agências)

izendo que o Brasil vive hoje um "momento mágico", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva previu ontem que a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), usada nos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vai cair. O nível dessa taxa deve estar na pauta da reunião de hoje do Conselho Monetário Nacional (CMN). "Estamos vivendo um momento mágico no Brasil porque a economia está sóbria, os juros estão baixando, a TJLP vai cair outra vez e isso vai significar aumento de investimento e de emprego", disse o presidente, em discurso na comemoração de 20 anos da Gerdau Açominas. Lula não foi o primeiro a prever uma queda na TJLP. Na última terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, integrante do CMN, já disse ter uma "leve suspeita" de que a tendência é de queda. O conselho é formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central. A taxa está em 8,15% anuais. A fixação da meta de inflação de 2008 também será discutida no encontro de hoje. Voltando a dizer que "o século 21 vai ser do Brasil", o presidente ressaltou o impulso recente da indústria nacional. "Há pouco tempo o Brasil não produzia um vagão sequer, importava tudo da China". Hoje, uma fábrica sozinha tem 7 mil vagões de encomenda. O século 19 foi da Europa, o século 20, dos EUA, e este século tem de ser nosso", afirmou, otimista, o presidente. "Não temos por que não transformar estes primeiros anos do século 21 no século do Brasil, para que a gente se transforme em uma nação desenvolvida, geradora de conhecimento e que possa distribuir sua riqueza de forma mais justa." (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 29 de junho de 2006

Para sindicato, o que a cidade precisa é de fiscais O Sindicato das Empresas de Publicidade Externa do Estado de São Paulo critica o projeto do prefeito, argumenta que ele elimina o conceito de que a publicidade é a alma do negócio. Por isso defende uma fiscalização rigorosa Mario Tama/Getty Images/AFP

As empresas de publicidade externa estão preparadas para fornecer um cenário como este, de Nova York. Com o projeto do prefeito, muda tudo: em vez de luminosidade, o medo do desemprego

Adriana Sekulic

C

om mais de 30 mil empregos diretos e 90 mil indiretos em todo o Estado de São Paulo, o setor de mídia externa, responsável pela criação e produção de material de comunicação visual para o comércio e serviços em geral,

movimenta cerca de R$ 400 milhões ao ano. O mercado encontra-se em pleno crescimento, porém poderá enfrentar um grande desafio pela frente: o de se adaptar às novas exigências impostas pelo projeto de lei que proíbe qualquer tipo de publicidade exterior na cidade de São Paulo, com

exceção do mobiliário urbano. “A lei é um exagero e extremamente restritiva. Praticamente não vai sobrar um só anúncio ou uma só placa de fachada na cidade. Será a extinção da mídia exterior”, reclama Júlio Albieri Neto, presidente do Sindicato das Empresas de Publicidade Externa do

Estado de São Paulo. A velha máxima de que a publicidade é a alma de qualquer negócio pode estar com os dias contatos, pelo menos com relação à publicidade externa. Segundo Albieri, a nova lei, se aprovada, vai afetar a economia da cidade: “Além da grande quantidade de

empregos, as empresas que prestam serviço de finalização de fachadas e publicidade externa são fundamentais para o crescimento das vendas”. Hoje, o Sepex conta com aproximadamente mil empresas de comunicação externa regularizadas e espalhadas pelo Estado, a maior parte oficinas de pequeno porte, nas quais trabalham no máximo seis funcionários. Só no que se refere à produção de material para fachadas (luminosos, placas, faixas de promoção, placas de sinalização, entre outros), o setor movimenta de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões/ano. A atual lei que trata da fiscalização da publicidade externa na cidade de São Paulo teve sua última regulamentação no dia 17 de junho desse ano. O novo projeto de lei aguarda votação na Câmara Municipal num momento em as empresas estão se adaptando às exigências previstas na lei 13.525/2003, em vigor. O próprio sindicato vem realizando um levantamento

para saber quantas estão trabalhando conforme a legislação. Para Albieri, a retirada da publicidade irregular já seria suficiente para deixar a cidade de São Paulo mais limpa, mas necessitaria de uma fiscalização mais rigorosa: “Nós somos partidários da fiscalização de acordo com a legislação atual e a multar quem estiver irregular”. No ano passado, segundo ele, as próprias empresas de comunicação visual gastaram R$ 49 milhões para fiscalizar a publicidade irregular na Capital, trabalho que deveria ter sido feito pela própria Prefeitura. Este ano, o orçamento da Prefeitura de São Paulo para fiscalização, de acordo com o Sepex, é de R$ 57 milhões: “Basta saber se esse valor será aplicado para fiscalizar a publicidade irregular”. Na avaliação de Albieri, a administração de São Paulo deveria tomar como exemplo outras metrópoles como Nova Iorque e Tóquio, que adotaram uma fiscalização eficaz sem acabar com uma atividade que é legítima e geradora de emprego e renda.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 29 de junho de 2006

ESPECIAL - 15

Fotos: Denise Adams/AFG

Valentim Sola, da Publitas: “Temos tecnologia de sobra para fabricar qualquer luminoso que existe na Times Square”. Ao lado, uma placa de quatro metros, que o projeto estabelece como o máximo para a cidade

A

As empresas de mídia ainda preferem uma “cidade luminosa” Grandes empresas procuram desenvolver o trabalho de comunicação visual com bom gosto e dentro da lei. Contra o projeto do prefeito, argumentam: “Uma cidade luminosa deprime menos as pessoas”

Base 1, empresa especializada em m í d i a e x t e r i o r, tem como carrochefe de sua linha de produtos os materiais para fachadas. Há nove anos no mercado, ela fornece faixas, bunners, luminosos, letreiros, painéis, backligths e frontlignts para clientes de todo o ABC paulista e da Capital. De acordo com o diretor-comercial Rodrigo Gomes Cardoso, o custo para finalizar a comunicação visual de um comércio ou serviço depende do tamanho, do material utilizado e do local onde será fixado. O mínimo necessário para qualquer comércio ou serviço que deseja aparecer, segundo ele, é uma fachada bem feita. Para uma finalização mais completa ele cita a colocação de um totem (bandeira) com a marca da empresa, placas de sinalização direcional que permitam o fácil acesso dos clientes (entrada, saída, estacionamento, entre outros) e, no caso de lanchonetes, os sinalizadores de produtos (os cardápios). Para Cardoso, o mercado de mídia externa depende fundamentalmente da criatividade dos profissionais que desenvolvem o produto: “São produtos desenvolvidos manualmente e que precisam ter design e identidade com o ramo de atuação do cliente. Bom gosto é fundamental para fazer um trabalho de qualidade”. Cardoso explica que todo os projetos executados pela Base 1 estão dentro das normas solicitadas pela atual legislação “Temos a preocupação de orientar nossos clientes neste sentido, evitando a poluição visual e trabalhando favor da exploração da marca”. Outra empresa, a Publitas Luminosos Ltda, fabricante de material de comunicação interna e externa, possui mais de 60 grandes clientes só na cidade de São Paulo. Na sua lista de clientela estão nomes como Mc Donald´s, Shell, Bradesco, Itaú, Unibanco, Aplee Bees, Outback, Friday´s e Burger King. Além da fabricação, a Publitas, assim como a maioria das empresas do ramo, trabalha por meio de contrato de locação, responsável pela instalação e manutenção dos painéis e pelo custo da energia elétrica. A empresa, desde 1960 no mer-

cado, possui negócios por todo o País e na América Latina. Inovações Segundo Valentim G. B Sola, presidente da Publitas, o setor tem sido responsável por muitas inovações no mercado de mídia externa, interna e finalização comercial: “Hoje o País tem tecnologia de sobra para produzir material de altíssima qualidade. Podemos fabricar qualquer luminoso que existe na Times Square, em Nova Iorque”. As fachadas comerciais e toda a finalização comercial, segundo Sola, geralmente são feitas à base de alumínio, chapa de

aço, lona ou acrílico. Os chamados Letters, letreiros luminosos bastante utilizados em topos de prédios, também podem ser utilizados em fachadas ou no interior dos estabelecimentos. Importados, principalmente, da Coréia, EUA, Japão, Alemanha e Itália, os Letters são o que existe de mais avançado em tecnologia e a vantagem desse tipo de material é que eles são associados a um serviço de utilidade pública como o de informar as horas e a temperatura: “Este tipo de comunicação é institucional e de muito prestígio. É uma forma de fortalecimento da marca”.

Sola afirma que praticamente todos os seus clientes na cidade de São Paulo estão adequados a atual legislação e a nova lei que pretendem aprovar acabaria com a ativi-

dade. Para ele, os materiais de péssima qualidade e as empresas irregulares é que comprometem o visual da cidade: “Uma cidade luminosa deprime menos as pessoas. O

que tem de haver é uma intensificação da fiscalização. Se todos trabalharem dentro da legalidade, é possível resolver o problema da poluição visual”. (AS)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

16 -.ESPECIAL

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Newton Santos/Hype

No Sindilojas, serviços variados e bons preços O sindicato dos lojistas oferece vários serviços, como assistência jurídica ou de RH. Processos trabalhistas, por exemplo, saem muito mais em conta. Mas o melhor mesmo é evitar a informalidade

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Sindilojas Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo -, entidade que congrega trinta mil afiliados e cerca de cinco mil associados, oferece assistência jurídica, consultoria contábil e serviços de RH a preços menores que os do mercado, segundo o gerente de produtos e de marketing Eduardo Sylvestre. O serviço mais procurado, diz Sylvestre, é o jurídico: o departamento recebe, em média, 50 consultas por dia: “Geralmente casos relacionados a processos trabalhistas, Código de Defesa do Consumidor e dúvidas em relação aos contratos de aluguel”. Pelo acompanhamento de um processo trabalhista, cujo valor da causa seja menor de R$ 12 mil, o Sindilojas cobra dos afiliados R$ 300: “Os advogados particulares cobram em média 20% do valor da causa”. As consultas jurídicas são gratuitas. A anuidade do Sindilojas é de R$ 100 a R$ 176, dependendo do porte do estabelecimento. O departamento de RH atua basicamente no encaminhamento de funcionários a serem contratados pelas lojas. “Existem casos de solicitação de funcionários para início

imediato - e esse é o caso mais comum: o interessado fornece o perfil de quem busca e o RH encaminha os candidatos para seleção do lojista”. Mas há quem exija funcionários especializados e, para estes, a entidade fornece cursos específicos que podem levar de seis a sete dias. Os preços para esse tipo de serviço variam de R$ 100 para a seleção imediata a R$ 200 para o processo seletivo. “Tem boa procura, mas a prática mais comum entre os lojistas é a de colocar um aviso de ‘precisa-se’ na vitrine”, afirma Sylvestre. Ele observa que grande parte dos estabelecimentos age na informalidade: “Notamos que nem todos se preocupam em dar as necessárias garantias trabalhistas aos seus funcionários ou em respeitar o salário-mínimo dos lojistas (R$ 558,31). Isso para não falar na falta de interesse em manter o pessoal atualizado por meio de cursos e treinamentos”. O risco, afirma Sylvestre, é grande: “Um processo trabalhista pode decretar a falência do negócio”. (LG) Serviço Sindilojas Fone 6858-8400 Na internet: www.lojistas.org.br

O Sindilojas recomenda seriedade com os funcionários, embora boa parte do comércio prefira a informalidade: "Um processo trabalhista pode decretar a falência do negócio"


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

RESENHA

NACIONAL

SI NON È VERO, È BENE TROVATO

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Comparado a Delubio, Okamotto, Silvinho LandRover, Duda e José Dirceu, Lulla é o mais ético dos brasileiros Pressionado pela dívidas da obra da igreja, o bispo, consternado, aquiesceu e marcou o sermão para o domingo seguinte, com a presença do presidente. Iniciado o sermão, o bispo falou que era absolutamente antiético que o filho do presidente, o Lullinha, tivesse realizado um negócio de alguns milhões de dólares com uma concessionária de serviços

JOÃO DE SCANTIMBURGO

públicos, como é o caso da Telemar. Em seguida, referindo-se ao escândalo do mensalão, argumentou: "Ora, é impossível que Lulla não soubesse de nada porque ele é o virtual presidente do PT e nada passa sem a sua aprovação. É absolutamente antiético comprar o voto dos deputados para compor maioria em votações na Câmara. É antiético – porque trata da aposentadoria futura de trabalhadores – eleger sindicalistas e outros despreparados para gerenciar fundos de pensão e fundações de empresas estatais. No plano pessoal, é antiético usar um avião da FAB para transportar de São Paulo para Brasília e retornar 14 amiguinhos de Lullinha. É antiético dizer até a véspera que não sabia se iria candidatar-se à reeleição e que podia fazer inaugurações e gastar as maiores verbas de publicidade, virtualmente credenciando-se como o descobridor do petróleo no Brasil e responsável pela sua pretensa auto-suficiência." "Mas, se comparado a Delubio Soares, ao Okamotto, a Silvinho ‘LandRover’ Pereira, João Paulo Cunha, Duda Mendonça e José Dirceu, Lulla é o mais ético dos brasileiros." Si non è vero, è bene trovato...

RENÚNCIA DE MINISTRO

Céllus

onta-se que o presidente Lulla foi procurado por um bispo de recém-inaugurada igreja no Brasil, pleiteando que o governo autorizasse doação, a exemplo do que acontece com várias ONGs e alguns dos ditos movimentos sociais. Ao ouvir as alegações do bispo de que a Igreja era um movimento social e que não haveria problema em incluí-la na listagem de beneficiários, Lulla teria colocado uma condição: "A doação só será aprovada se, na sua principal paróquia, o chefe de sua igreja disser em alto e bom som que ‘Lula é o mais ético dos brasileiros’."

A importância do voto PAULO SAAB

A

cada eleição se consolida o processo institucional da democracia brasileira. O envolvimento dos jovens estudantes do ensino médio nesse processo de fortalecimento de nossa liberdade é fundamental para seu aprimoramento evolutivo. O Instituto da Cidadania Brasil e seus parceiros, no poder público e na iniciativa privada, além das universidades e escolas da rede pública e particular, vão realizar novamente este ano mais um seminário "A Importância do voto", onde esses alunos, que estão chegando à fase adulta, votarão pela primeira vez. Destinado a fornecer aos estudantes e novos eleitores os fundamentos básicos da democracia, dos partidos políticos, do próprio poder público e da representatividade contida em nossas instituições libertárias, o seminário visa também, como já fez em eleições anteriores, motivar os brasileiros das novas gerações a entender melhor esse ambiente político e administrativo do País, para se sentirem estimulados a participar e darem sua cota consciente e de conteúdo de colaboração para a melhoria da vida do Brasil. A presença dos alunos das escolas públicas e particulares do ensino médio do Estado de São Paulo em salas de aulas, com professores universitários de instituições de renome, como PUC, FGV, FAAP, representantes graduados do Governo do Estado, do Tribunal Regional Elei-

COMENTÁRIO DE ARTHUR CHAGAS DINIZ PUBLICADO NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

toral, da Assembléia Legislativa e da iniciativa privada, além de membros dos partidos políticos, já é por si só um importante acontecimento, na diversidade de informações, orientações e subsídios para a formação da opinião mais esclarecida de cada participante. É da formação, da informação, do conhecimento, da análise crítica, que sai o discernimento que se pretende elevar nestes seminários, a cada vez que a tecla da urna eletrônica é acionada no País.

N

as eleições anteriores o grau de interesse e o senso crítico dos estudantes deram o tom nos debates com os representantes dos partidos políticos, após o encerramento da parte didática do seminário. Alunos que chegaram desmotivados, decepcionados, renovaram suas disposição ao conhecer como funciona a democracia e ficaram motivados a participar da vida do País através do conhecimento obtido e das ações a serem desenvolvidas em prol da melhoria da qualidade dos participantes da vida pública no País. Iniciativas de educação, no sentido de dar condições aos brasileiros de discernir, questionar, participar, devem ser apoiadas, difundidas e reproduzidas, porque representam um sopro de ar puro, uma oxigenação para o futuro das próprias instituições democráticas.

O envolvimento dos estudantes no fortalecimento da liberdade é fundamental

Só o grito de gol não basta ANTONIO MARANGON

Dida Sampaio/AE

E É impossível que Lulla não soubesse de nada

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nquanto a bola rola nos campos da Alemanha, conseguindo o fenômeno de parar nações e provocar delírios em povos de diversas raças, línguas e cor, passo a refletir sobre a tremenda força do futebol. Aqui no Brasil, contemplo o poder contido nos pés de 11 jogadores, que em sua maioria reside e defende camisas de times europeus, levando mais de 180 milhões ao mundo das ilusões, onde o importante é o momento do grito de gol. Um grito proposital, que certamente está calando outros gritos, reais e necessários ao desenvolvimento do País. O grito que está contido é o do desemprego, da educação, da segurança, da falta de oportunidades para desenvolver negócios e gerar renda, da enorme carga tributária que inibe qualquer ação de empreendedorismo. Exemplo "gritante": no dia 27 de junho, quando a bola caiu em campo, ao meio-dia, o País já tinha atingido, às 7 horas da manhã, a marca recorde de R$ 400 bilhões de arrecadação em impostos, no período de janeiro a junho, quando em 2005 esse número foi atingido somente em 22 de julho, segundo dados do Impostômetro, mecanismo exposto no prédio da Associação Comercial de São Paulo, com o fim de despertar a consciência da população. Traduzindo em miúdos: conforme o Impostômetro, cada brasileiro pagou em média, nos últimos seis meses, R$ 59 milhões de impostos ao mês, R$ 98 milhões por hora, R$ 1,5 bilhão por minuto e R$ 25 mil por segundo. Todos os brasileiros? Certamente não. Existem aqueles que vivem da miserável mesada do governo, com as insignificantes cifras de R$ 100,00 do Bolsa-Família e demais programas sociais. Verdade é que a grande maioria dos brasileiros sobrevive com subempregos ou pequenos negócios, na informalidade, sem chances sociais de ascender a uma posição melhor, sem futuro para si mesmo e para sua família. Estranhamente, por essas e outras razões, quando o Hino Nacional ecoou, marcando a estréia da seleção brasileira na Copa do Mundo, no último dia 13, ao invés de orgulho senti tristeza e vergonha. Vergonha porque este momen-

to não traduz a realidade brasileira. Falta ao povo euforia e mobilização para cobrar resultados das CPIs dos Bingos, dos Sanguessugas e tantas outras que sorrateiramente saíram de cena. Faltam ações que exijam do governo os benefícios devidos à Nação. Faltam informação, coerência e unidade cívica! O País está em crise política, mas vamos deixar a bola correr. Depois de definido o campeão, quando a realidade bater à porta, estaremos já em um cenário de eleições, quando os que não foram punidos por suas irresponsabilidades com o dinheiro público concorrerão aos mesmos cargos, pleiteando os mesmos lugares, onde só envergonharam a Nação. Importante analisar uma pesquisa nacional divulgada recentemente pela Fundação Perseu Abramo, vinculada ao Partido dos Trabalhadores, diga-se, ao próprio presidente Lula, que constatou que 39% dos brasileiros consideram que o atual governo foi o que teve mais casos de corrupção depois da gestão de Fernando Collor de Mello (71%). A mesma pesquisa aponta que para metade das pessoas ouvidas Lula sabia que o seu partido deu dinheiro para deputados no Congresso. Só 29% acham que ele não sabia. Outros 19% disseram não ter conhecimento se Lula sabia ou não. Escassos 2% dos entrevistados acreditam que o PT não deu dinheiro a deputados.

I

nfelizmente, tal pesquisa foi divulgada em plena Copa do Mundo, no início da fase de decisão, com o cidadão/torcedor disperso nas notícias que envolvem o seu dia-a-dia, o do governo e o futuro. Mais triste ainda é constatar que o expressivo percentual de pessoas informadas sobre as denúncias de corrupção (69%) estão passivas diante de todos os escândalos que envolvem a atual gestão. Onde está o grito por ética, responsabilidade social, a correta utilização dos recursos públicos ou pelos direitos legítimos do cidadão? Que o grito de gol saia de nossas gargantas para comemorar o Hexa, mas que não silencie o grito da consciência na hora de escolher aqueles que irão comandar esta Nação pelos próximos quatro anos. ANTONIO MARANGON É PRESIDENTE DO SESCON-SP

Q ue saia o grito de gol, mas que ele não silencie o grito da consciência

saída de um ministro da Agricultura, como no atual caso de Roberto Rodrigues, não é a saída convencional de outro ministro. Vamos à situação do Ministério da Agricultura para justificar a queda de Roberto Rodrigues. Desde Fernando Costa, que saiu carregado pela morte, o ministério não tinha um titular com tanta atividade, que transformou a Pasta num bloco de utilidade permanente, atuando junto com o ministro Luiz Fernando Furlan na expansão das exportações. Era sabido que o Ministério da Agricultura não tinha importância alguma, indo para lá, geralmente, candidatos ao ócio e não ao negócio. Foi o convite à Roberto Rodrigues que transformou o ministério de lago plácido em ariete de combate, ao intensificar as exportações de medíocres quantias em dólares de formidável magnitude. Foi uma virada de vida extraordinária para os ministros Luiz Fernando Furlan e Roberto Rodrigues.

A

Não sai um ministro da Agricultura. Sai um grande operador da área exportadora. A perda é essa. que num país como o Brasil, grande produtor de matérias-primas, deveria ser o Ministério da Agricultura, há muito não era assim visto, nem exigido. Quem restaurou o ministério e deu-lhe um sentido ativo foi Roberto Rodrigues, com seu conhecimento do negócio, com sua capacidade de ação, em suma, com seu tirocínio, provando que se pode fazer o Ministério da Agricultura com força incomparável, para obtermos uma posição digna entre as nações exportadoras do mundo, situação na qual já nos encontramos. Perdeu-se um ministro de grandes qualidades, comprovadas na gestão ministerial e perdidas antes mesmo que o presidente Lula exercesse as pressões eleitoreiras que embaraçariam as atividades técnicas da Pasta. Não sai um ministro, sai um grande operador da área exportadora. A perda é essa.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

Antes, diziam que a Itália tinha um novo estilo de jogar. Agora, viramos o pior time do mundo." Marcelo Lippi, técnico da Itália Adrian Dennys/AFP

JEITO DE FINAL paSse livre A Dia de Ronaldinho Marcus Brandt/AFP Thomas Lohnes/AFP

Rooney e Neville devem jogar

Sangue, suor e lágrimas

E

m entrevista ao ex-jogador Leonardo para a BBC, de Londres, o técnico brasileiro de Portugal, Luiz Felipe Scolari, explicou assim sua decisão de não aceitar o convite para treinar a Inglaterra, justamente o adversário dos portugueses no jogo de sábado, ao meio-dia (horário brasileiro), em Gelsenkirchen: “Eu não poderia aceitar ser técnico de outro país antes de uma Copa do Mundo em que eu represento Portugal. Imagine se eu tiver que enfrentar a Inglaterra durante a Copa do Mundo, como direi ao meus jogadores para darem sangue por Portugal?” Pois chegou a hora de os dois lados darem sangue, e também suor e lágrimas, como nas palavras cunhadas pelo ex-prim e i ro - m i n i s t ro b r i t â n i c o Winston Churchill durante a Segunda Guerra Mundial. Do lado português, o veterano Figo terá a chance de se consagrar definitivamente como o maior jogador de seu país em todos os tempos, igualando o feito do moçambicano Eusébio, que levou Portugal às semifinais da Copa de 1966, na Inglaterra. O atacante Cristiano Ronaldo deve voltar ao time, pois está praticamente recuperado da contusão na coxa direita, que o retirou ainda no primeiro tempo do confronto com a Holanda, pelas oitavasde-final. Nas vagas de Costinha e Deco, expulsos contra a Holanda, devem entrar Petit e Simão ou Tiago. Na Inglaterra, o lateral-direito Gary Neville, recuperado de uma lesão na panturrilha direita que o afastou dos três últimos jogos na Copa, também volta. E disse que sabe como parar Cristiano Ronaldo, seu companheiro no Manchester United: “Contra um jogador rápido e habilidoso como ele, o segredo é não dar espaço. Tenho que ficar colado para que ele sequer receba a bola e comece a correr”. O técnico da Inglaterra, Sven-Goran Eriksson, só vai divulgar a escalação uma hora antes do jogo, mas o astro Wayne Rooney deve ser mantido como único atacante.

Nicolas Asfouri/AFP

Roberto Benevides

P

elo que andam falando os jogadores, dá a impressão de que a Seleção já vive, desde ontem, aquela ansiedade característica dos dias anteriores aos grandes jogos - como certamente será o confronto de amanhã com a França. É um bom sinal, que os brasileiros só haviam emitido antes da partida de estréia, voltando a uma quietude levemente conformista após o 1 a 0 na Croácia. Um certo grau de ansiedade é fator de mobilização dos grandes atletas - e não só no futebol. Significa um mergulho antecipado nas possibilidades que o desafio lhes abre, uma viagem intuitiva às circunstâncias do jogo, a concentração nos objetivos que cada um tem de alcançar. Grandes craques como Didi, Pelé e Gérson faziam dessa ansiedade a carga energética que os multiplicava em campo. Não se podia querer que a fina flor do futebol mundial experimentasse tal ansiedade antes de encarar australianos, japoneses ou ganenses. Contra os franceses, é diferente. Finalmente, o Brasil disputará em campos alemães o seu primeiro clássico. Lembra-se da Copa das Confederações, lá mesmo, há um ano? Foi só contra a Alemanha, na semifinal, e a Argentina, na final, que o futebol brasileiro floresceu. Pois é o que podemos esperar contra os franceses, em Frankfurt. Um jogo teoricamente equilibrado é a grande chance de um craque desequilibrá-lo na prática. Foi que fez Zinedine Zidane naquele 12 de julho de 1998 tristemente inesquecível para nós. Na verdade, foi a primeira grande atuação do craque francês naquela Copa. Precisava mais? Tomara que não precisemos esperar tanto para que Ronaldinho Gaúcho desabroche. Por que não amanhã?

Thomas Lohnes/AFP

Alemanha de Podolski x Argentina de Maxi, o duelo mais esperado

dessa pressão. "Nós vamos enfrentar todo um país e não apenas um time de futebol, mas estamos preparados para isso", disse o atacante Saviola. Pekerman fez questão de elogiar publicamente Riquelme, que só teve uma boa atuação, contra a Sérvia - dia em que, no entanto, todo o time brilhou, incluindo o contestado Maxi Rodríguez, que fez dois gols e é cada vez mais titular depois do golaço marcado

na prorrogação, contra o México. "Riquelme está fazendo um excelente Mundial. Está em um nível alto. O que é preciso saber é que é difícil entender seu futebol", disse Pekerman, que trabalha com o jogador desde as seleções de base. O técnico recorre ao passado para mostrar que acredita na chance de bater os anfitriões. "Vejo sinais das seleções campeãs de 1978 e de 1986 nesses jogadores que estão aqui".

Favoritíssima Patrick Hertzog/AFP

N

A Itália de Totti joga com toda a pressão pela vitória diante da Ucrânia de Shevchenko, chamada de "última zebra" da Copa Christian Charisius/Reuters

PROFESSOR

Aumenta a esperança no hexa: o Rei Pelé está com pressentimento de que o Brasil não será campeão na Alemanha. De todas as previsões que fez em Copas do Mundo, Pelé só acertou a de que o Equador seria uma boa surpresa nesta.

Enquanto o videogame ocupa o tempo da maior parte dos jogadores, o jovem Robinho tem aproveitado as muitas horas de folga na concentração da Seleção para dar aulas ao veterano Emerson. De cavaquinho.

*Com Agência Estado e Reuters

copa na tv Fernando Cesarotti

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA

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fa, hoje tem jogo de novo! Dois dias sem futebol, em plena Copa do Mundo, é muita coisa para quem estava no pique de dois, três ou até quatro jogos por dia. Não foi fácil voltar à triste realidade em que os treinos táticos de Parreira são o ápice do dia. O treino estava tão chocho que a ESPN Brasil nem o passou na íntegra, dando espaço a um programa de reportagens. E como o técnico da Seleção não deu entrevista, o principal assunto - Qual será o time do Brasil que joga contra a França? - ficou restrito às diletas mesas redondas e suas intermináveis discussões: sai Adriano? Entra Robinho? E o Kaká, vai se recuperar? O Juninho Pernambucano joga melhor nessa ou naquela posição? E o Cafu, não está velho? Mas hoje tudo volta ao normal - ou não, já que no domingo e na segunda novamente não tem jogo. E como já e o começo do fim (depois de Brasil x França só haverá mais quatro partidas), é bom aproveitar bem, com direito a VTs de todos os jogos no sonolento domingão. Só na ESPN Brasil dá para rever duas vezes o jogo do Brasil, às 8h e às 16h. Os demais podem ser vistos nos canais alternativos - é só calibrar bem o controle remoto.

PURA EMOÇÃO Um dos momentos de maior emoção na TV ontem foi no segundo bloco do Globo Esporte, quando Glenda Kozlowski foi chamada ao vivo do treino da Seleção, quando Zé Roberto cobrava um pênalti. E a carismática Glenda teve o seu dia de Galvão: "Lá vai Zé Roberto, ajeitou, Dida no gol... e é gol" Pelo menos ela economizou o grito de gol.

QUE LOUCURA No domingo à noite, uma boa opção é o "Loucos por Copa", às 23h, na ESPN Brasil. Além de boas histórias sobre os colocada em 2002 - foi analisada com respeito por Lippi, que elogiou o poder de reação após a pífia estréia (levaram de 4 a 0 da Espanha) e disse que o time vai além de Shevchenko. De seu lado, o atacante disse que, em campo, esquecerá os amigos que fez em sete anos de Milan, clube que trocou pelo Chelsea pouco antes da Copa.

"Fui muito feliz e sou grato à Itália, mas lá dentro serão meus inimigos", avisou Shevchenko. O técnico Oleg Blokhin, por sua vez, disse não entender as críticas feitas a sua seleção. "Chamam nosso futebol de modesto e prático, mas eu gosto do que estamos apresentando. Nós estamos nas quartas-de-final."

confrontos das semifinais, o programa terá um bloco especial sobre os recordes do Brasil. Você vai poder rever, por exemplo, o gol 150 da Seleção em Copas.

OUTRA VISÃO Para saber como os argentinos vão encarar o resultado do jogo de hoje contra a anfitriã Alemanha (esta coluna aposta na vitória deles), confira na ESPN International, à meia-noite de hoje, o Sportscenter Latinoamericano. Vale pelos comentários de Quique Wolff, que já foi jogador e defendeu os hermanos na Copa de 1974.

Se você perder os jogos de hoje, o Sportv Copa reprisará ambos durante a madrugada, das 18h às 6h do sábado.

L

enhum dos campeões mundiais que disputa as quartas-de-final é tão favorito como a Itália, que enfrenta hoje a Ucrânia, às 16 horas (de Brasília), em Hamburgo, e tem os olhos do mundo apontados para si: se vencer, não terá cumprido mais do que a obrigação; se perder, dará espaço para a "última zebra da Copa" ou "nova Croácia", como a Ucrânia já foi chamada em referência à possivel chegada às semifinais em seu primeiro Mundial - em 98, essa honra coube aos croatas, que nas quartas bateram a Alemanha. O técnico Marcelo Lippi não confirmou a escalação, mas certamente mexerá mais uma vez na formação tática da equipe - não repetiu a escalação em nenhum jogo até agora. De novo deve optar por apenas dois jogadores ofensivos, com a volta de Totti, que contra a Austrália entrou no segundo tempo para marcar o gol da vitória, num contestado pênalti, e a entrada do meia Camoranesi, que jogará aberto pela direita - mas com a responsabilidade de marcar - para cruzar bolas em direção a Toni, artilheiro do Campeonato Italiano, com 31 gols, mas que até agora passou em branco na Alemanha. "O que me deixa otimista é que alguns jogadores importantes estão subindo de produção. Totti ganhou muito ânimo depois do gol contra a Austrália e Toni esteve muito ativo naquela partida, apenas com um pouco de azar nas conclusões", disse ontem o técnico. A Ucrânia, que até agora não mostrou nem sombra do que se esperava - foi a primeira seleção européia a se classificar nas Eliminatórias, num grupo que tinha a Grécia, campeã da Eurocopa, e a Turquia, terceira

SINAL TROCADO

L

Figo: para entrar na história

lemanha e Argentina abrem hoje as quartas-de-final de final da Copa do Mundo, às 12 horas (de Brasílila), em Berlim. E o palco da final, no dia 9 de julho, faz jus às duas equipes que mais encantaram na Copa até agora - a Alemanha pela evolução mostrada desde a estréia, nos 4 a 2 sobre a Costa Rica, até a boa vitória sobre a Suécia nas oitavas, e a Argentina pela atuação mais brilhante num só jogo, a goleada por 6 a 0 diante de Sérvia e Montenegro. A principal aposta do técnico Jürgen Klinsmann se mantém no ataque, formado por Klose, o artilheiro da Copa, com quatro gols, e Podolski, um dos vices, com três. Já o argentino José Pekerman deposita suas fichas no meia Riquelme, que, para os críticos, ainda deve uma atuação à altura da camisa 10 que enverga. Os alemães sabem que jogam por todo um país, cada vez mais empolgado pelas vitórias e por ver que os demais favoritos - incluindo o Brasil não demonstram um futebol de encher os olhos. "Desde a unificação do país, em 1990, nunca vi o povo tão feliz como agora", disse Klinsmann, Por causa disso, o auxiliar Joachim Löw reservou alguns minutos da manhã de ontem para conversar individualmente com os atletas. "Temos de estar preparados para encarar essa torcida. Sabemos que as pessoas estarão no estádio e também em todas as ruas torcendo por nós, mas isso não pode entrar em campo", alerta atacante Klose. Os argentinos entram em campo, contudo, conscientes

E para começar a se reacostumar com a realidade pósCopa, um programa é o GP dos EUA, domingo, às 14h.


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sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

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Política

É necessário que o plano do novo governo estipule claramente metas e meios ousados de crescimento, de investimento e de geração de empregos. Carta do PCdoB ao PT

PROMESSA DO CANDIDATO LULA: MANDATO DE CINCO ANOS PARA O PRESIDENTE, SEM REELEIÇÃO. J.F. Diório/AE

LULA NÃO FEZ A REFORMA POLÍTICA. E AGORA LAMENTA.

O PAZ E AMOR – Em sua primeira visita como presidente ao Palácio dos Bandeirantes, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu uma trégua política. O governador Claudio Lembo concordou: "Guardem o dia de hoje. Pessoas de partidos diferentes, de situações políticas diferentes, de mundos diferentes, mas que acreditam na sociedade, no Estado brasileiro e, por isso, estão integradas, unidas", afirmou o pefelista.

PCdoB CONFIRMA APOIO AO PT

C

om críticas ao modelo econômico do governo, o PCdoB aprovou ontem o apoio formal à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mantendo a aliança que vem desde 1989, primeira campanha do petista à eleição. Mesmo sem conseguir contornar problemas com o PT em alguns Estados, o PCdoB considerou a coligação nacional uma prioridade do partido. Lula, principal beneficiado, não foi à convenção do PCdoB que formalizou o apoio. Ele enviou uma carta agradecendo a "fidelidade da

amizade nas horas mais difíceis que passamos nestes duros tempos de provação". Presentes na convenção, os ministros do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias; dos Esportes, Orlando Silva, e do Trabalho, Luiz Marinho, discursaram afirmando que essa será uma campanha eleitoral "dura", "implacável". Mesmo com problemas nos Estados, o PCdoB optou pelo apoio ao PT. "Foi um apoio político", argumentou o presidente da sigla, Renato Rabelo. "Lula expressa o sentimento do povo, democrático e de liberdade, fundamentais na concepção

política do PCdoB". Ainda assim, o partido divulgou um documento cheio de críticas ao modelo econômico. "É necessário que o plano do novo governo estipule claramente metas e meios ousados de crescimento, de investimento e de geração de empregos", diz o documento. Para isso, propõe a diminuição das taxas de juros, a redução dos superávits primários, o fortalecimento do mercado interno e a atratividade para o investimento privado, nacional e estrangeiro voltados à infra-estrutura, à produção e ao desenvolvimento. (AE)

Gervásio Baptista / ABr

TCE NÃO IMPEDE FILIPPI, DIZ BERZOINI

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presidente nacional do PT e coordenador da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), afirmou ontem que os pareceres desfavoráveis das contas da prefeitura de Diadema, dados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) no período em que o petista José de Filippi Júnior comandava a cidade, não impedirão sua indicação para a tesouraria da campanha presidencial. Para Berzoini, a indicação do tesoureiro independe deste fato. "É bom separar o que é atividade de prefeito, que está sempre à disposição da apreciação dos órgãos de controle, da atividade para qual ele está

Filippi: acima das contestações do TCE, defende o presidente do PT.

sendo convidado, de arrecadação de campanha, que nada tem a ver com a atividade administrativa", ressaltou, durante o Seminário Internacional sobre Financiamento de Campanha, realizado na sede da legenda em São Paulo e do qual participou. De acordo com o presidente do PT, ocupantes de cargos executivos são constantemente confrontados por tribunais

de contas, o que não necessariamente significa que recursos públicos foram mal utilizados. "Temos total confiança no Filippi e sabemos que todos os prefeitos, secretários, ministros e governadores estão sujeitos aos controles dos tribunais e, eventualmente, a conta pode não ser aprovada no momento e, posteriormente, se verificar que não há problema algum", finalizou. (AE)

ALCKMIN: MAIS ACUSAÇÕES.

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ela primeira vez em visita a Roraima, o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, acusou o principal adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de cometer crime eleitoral ao usar ato público para pedir votos. O tucano se referiu à participação de Lula, na quarta-feira, em evento em Contagem (MG). "Ele (Lula) pediu votos descaradamente. Falou literalmente que a história iria registrar, assegurar mais quatro anos para consolidar essa política (de programas sociais)'. O evento todo foi campanha, com direito a camiseta, faixa e

claque", anotou Alckmin. Aproveitando a deixa do petista, que hoje esteve em São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes - até março, ocupado por Alckmin -, o tucano disse que o governo de Lula faz propaganda enganosa. Durante os seis anos em que foi governador, lembrou, nunca Lula esteve no Bandeirantes. "Ir, não tem o menor problema. Mas fazer propaganda enganosa, não dá", afirmou. Um dia depois do anúncio da demissão do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, Alckmin também lamentou o desligamento de um homem, segundo ele,

qualificado e preparado. Para o ex-governador, a saída de Rodrigues representa "o ápice" da crise que atinge o setor agrícola. "Ele fará falta ao governo". Ao participar da convenção do PSDB em Boa Vista, que homologou a candidatura do governador Ottomar Pinto à reeleição, Alckmin também rebateu as declarações feitas ontem por Lula em relação a possíveis mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). "Antes de mudar a lei, é preciso aprender a respeitar as leis. Lula não as respeita e, agora, apenas arranja mais uma desculpa para não fazer o que prometeu. (AE)

presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que, se reeleito, vai lutar por uma reforma política já no primeiro semestre do ano que vem. Entre as propostas, vai defender o fim da reeleição para presidente da República e o mandato de cinco anos em vez de quatro, como hoje. "Eu me arrependo muito de não ter feito a reforma política logo no começo do governo", disse Lula durante um encontro com a cúpula do PCdo B. "O presidente disse que uma das lacunas de seu governo foi não ter tomado a iniciativa da reforma. Ele tem consciência disso hoje. Por isso, vai fazer todo o esforço para as mudanças no início do governo, se reeleito", afirmou o líder do PCdoB na Câmara, Renildo Calheiros (PE). O fim da reeleição para presidente da República exigirá uma emenda constitucional, o que significa que Lula terá de ter a seu lado pelo menos três quintos (308 deputados e 49 senadores) da Câmara e do Senado. A idéia do presidente é retomar parte do texto original do artigo 82 da Constituição de 1988: "O mandato do presidente da República é de cinco anos, vedada a reeleição para o período subseqüente, e terá início em 1º de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição". Esse texto foi modificado pela emenda constitucional de revisão número 5, de 1994, depois da desastrada administração de Fernando Collor de Mello, que cumpriu apenas dois anos e sete meses de mandato. Ele foi afastado em 2 de outubro de 1992, quando o Senado deu início ao julgamento de seu processo por crime de responsabilidade, e teve o mandato e os direitos

Eu me arrependo muito de não ter feito a reforma política logo no começo do governo. Luiz Inácio Lula da Silva

Ele (Lula) tem consciência hoje. Por isso vai fazer todo o esforço para as mudanças no início do governo, se reeleito. Renildo Calheiros (PCdoB - PE) políticos cassados em 29 de dezembro do mesmo ano. Governadores – Quanto aos governadores e prefeitos, a intenção do presidente Lula é manter os quatro anos de mandato para eles, como hoje e como estava previsto no texto original da Constituição de 1988. Um ministro de Lula afirmou que o presidente deixará para o Congresso decidir se os governadores e os prefeitos terão ou não direito a mais um mandato seguido. Lula quer ainda a votação da fidelidade partidária e do fi-

nanciamento público de campanha. As duas mudanças não precisam de emenda constitucional. Podem ser feitas por leis ordinárias. Os textos já estão prontos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), aguardando a hora de seguirem para o plenário. "Quando a Câmara decidir votar, está tudo pronto", disse o deputado Rubens Otoni (PT-GO), relator da proposta na CCJ. O texto de Otoni a respeito da fidelidade partidária é flexível. Obedecerá o prazo de filiação ao partido. Os parlamentares é que decidirão se a exigência será de no mínimo três ou quatro anos. Portanto, se aprovada a fidelidade, só poderão disputar a eleição aqueles que cumprirem o prazo determinado. As mudanças de partido serão submetidas a prazos. Quanto ao financiamento público de campanha, o presidente Lula defende a idéia de que é uma forma de acabar com o caixa 2 dos partidos. O mesmo caixa 2 que o PT praticou em larga escala e que foi responsável pelo mensalão, o maior escândalo político dos últimos tempos. M Ps – Ontem o governo anunciou a edição de seis medidas provisórias e um decreto que concedem reajuste a 34 segmentos de carreiras do Executivo, beneficiando 1,56 milhão de servidores. O reajuste terá impacto de R$ 5,5 bilhões no orçamento deste ano e de R$ 10,8 bilhões no de 2007. A decisão de editar as MPs contraria o entendimento do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, de que aumentos às vésperas das eleições são ilegais. Como ultrapassa em R$ 400 milhões os R$ 5,1 bilhões previstos no orçamento deste ano, o governo terá que enviar um projeto de suplementação ao Congresso. (Agências)


sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

STJ nega habeas e manda Suzane de volta à prisão

O

s ministros da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiram ontem cassar a liminar que havia sido concedida pelo ministro Nilson Naves, em maio, que mantinha em prisão domiciliar Suzane von Richthofen. Diante da decisão, ela já voltou a ocupar uma vaga no sistema penitenciário do Estado. De acordo com a sentença, os ministros decidiram, por três votos a um, negar o pedido de habeas corpus movido pela defesa da jovem, que pretendia garantir a ela o benefício da liberdade provisória. Suzane é acusada de ter planejado e participado da morte dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em outubro de 2002, no Brooklin, zona sul da capital. Os irmãos Christian e Daniel Cravinhos – que era namorado de Suzane à época do crime – também são acusados e permanecem presos. Os advogados de defesa de Suzane solicitaram, também ontem, ao 1º Tribunal do Júri de São Paulo, no Fórum Barra Funda, que sua cliente fosse encaminhada ao Centro de Ressocialização de Rio Claro, no interior de São Paulo, onde ela já esteve presa. Os advogados informaram ao juiz Alberto Anderson Filho que Suzane se apresentaria espontaneamente e seguiria para a cidade de Rio Claro. Por volta das 20h30, o Ministério Público, informava que Suzane já havia chegado àquela cidade. Ela deve ficar presa até seu julgamento, marcado par ao dia 17, ou até novas decisões judiciais que a favoreçam. A jovem foi levada pelo seu tutor e advogado Denivaldo Barni, já que se fossem esperar pelos trâmites legais ela só poderia ir hoje, após comunicação do juiz ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A defesa já informou que irá recorrer da decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que Suzane volte à prisão domiciliar. O juiz Alberto Anderson também decidiu que o desmembramento do julgamento, pedido pela defesa de Suzane, só poderá acontecer durante o sorteio dos jurados, . Ela será julgada junto com os Cravinhos. (Agências)

Ambiente Compor tamento Urbanismo Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

AS DUAS CIDADES ESTÃO DISPOSTAS A AJUDAR

STF solta acusado de mandar matar irmã Dorothy

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Justiça ordenou ontem a libertação do fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, um dos acusados de ordenar a morte da freira americana Dorothy Stang em 2005, na Amazônia. O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu um recurso de habeas corpus ao acusado, o que permitirá que o fazendeiro aguarde julgamento em liberdade. Os membros do STF qualificaram, por três votos a dois, como ilegal a ordem de detenção provisória que impedia o acusado de aguardar o processo em liberdade. Regivaldo Pereira Galvão foi acusado, junto com o também fazendeiro Vitalmiro Brutos de Moura, de criar um fundo para financiar ataques a camponeses e ativistas que contrariavam os interesses dos latifundiários no Pará. Dois homens foram condenados em fevereiro de 2005 pelo assassinado da missionária, assim como um fazendeiro que serviu de intermediário entre os homicidas e os autores intelectuais do crime. O autor dos seis disparos, Rayfran das Neves Sales, que confessou o crime, foi condenado a 27 anos de prisão, enquanto seu cúmplice, Clodoaldo Carlos Batista, que o acompanhou desarmado no ataque, vai cumprir pena de 17 anos. O fazendeiro Amair Feijoli da Cunha, que admitiu ser o intermediário do crime, foi condenado a 18 anos de prisão. Regivaldo Pereira Galvão será julgado por um júri popular, mas poderá esperar a audiência em liberdade porque, segundo a sentença ditada pelo tribunal, sua prisão provisória não pode ser justificada como resposta a uma "sede coletiva de vingança". Stang, de 73 anos, foi assassinada na zona rural de Anapu, no Pará, onde liderava um projeto para assentar sem-terra. A freira defendeu por décadas os camponeses sem-terra do Pará, assim como o exploração sustentável da Amazônia. Segundo diferentes denúncias, a religiosa havia sido ameaçada de morte várias vezes por fazendeiros, madeireiros e latifundiários. Seu assassinato provocou indignação em todo o País. (Agências)

É preciso envolver o governo, as entidades privadas e a comunidade. Carl Weisbrod, da Alliance For Downtown New York

SÃO PAULO PODE APRENDER COM LONDRES E NOVA YORK Para recuperar o Centro, governo e sociedade poderiam conhecer e aplicar idéias usadas em outras cidades Clarice Chiquetto

Ciete Silverio/AE - 29/11/2004

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sar o exemplo de outras cidades com problemas semelhantes foi o que Londres fez para melhorar sua região central. E é o que poderia fazer São Paulo, tomando por base a própria capital inglesa, além de outras, como Nova York, para revitalizar o centro histórico e comercial. A sugestão vem dos próprios responsáveis pelas mudanças realizadas nestas duas cidades, que estão dispostos a começar um intercâmbio de informações e experiências para ajudar a metrópole paulista. Patrícia Brown, presidente d a C e n t r a l L o n d o n P a r tnership, e Carl Weisbrod, fundador da Alliance For Downtown New York, estiveram, na última quarta-feira, em São Paulo, participando do projeto Aula São Paulo, da Secretaria Municipal de Relações Internacionais, para contar como foram feitas as mudanças em suas cidades. Ambos têm uma certeza: a melhor forma de revitalizar o centro de grandes cidades é por meio de Parcerias Público Privadas. "É preciso envolver o governo, as entidades privadas e a comunidade. Todos têm de estar interessados em desenvolver e defender a região", disse Weisbrod. Resultados – A revitalização em Nova York começou há cerca de 15 anos e mostra resultados consideráveis, como a redução dos moradores de rua de 50 mil para três mil – sendo que a grande maioria sempre viveu na região central. Em Londres as mudanças são mais recentes, mas alguns resultados já podem ser sentidos. Um deles é a redução de 30% do tráfego no centro, graças ao pedágio urbano – tema discutido com freqüência em São Paulo. Objeto de polêmica quando foi implantado, fez com que o uso de bicicletas aumentasse 200% em cinco anos e atualmente é aprovado pela

Trânsito caótico: pedágio urbano e o uso de bicicletas poderiam reduzir o número de veículos nas ruas Fotos de Andrea Felizolla/Luz

maioria da população. "Foi difícil, mas mudamos a forma de pensar e as atitudes dos moradores a respeito do que querem para a cidade", explicou Patrícia, ressaltando que diversas ruas centrais foram transformadas em exclusivas para pedestres. Pedágio – O urbanista Cândido Malta é um dos maiores defensores da implantação do pedágio em São Paulo. Segundo ele, junto com a cobrança deveria começar a funcionar um novo sistema de transporte, composto por microônibus com ar-condicionado, que seriam de 60% a 100% mais caros do que os ônibus comuns, para atrair a classe média – que, então, deixaria o carro em casa. "Santos, Porto Alegre e Rio de Janeiro já têm este tipo de transporte e o resultado é muito positivo", diz. Malta ressalta que este sistema pode começar a qualquer momento, já que não precisa de investimentos públicos ou licitações. "A Lei do Plano de Transporte do Município prevê que as próprias concessionárias atuais sejam convidadas para colocar os microônibus em funcionamento", explica. Para Malta, o pedágio também contribuiria com a expansão do metrô, já que a tarifa arrecadada poderia ser aplicada na construção de novas linhas. Outras ações realizadas em Londres foram, por exemplo, a criação de praças e a instalação de muitos bancos, para que as pessoas tenham vontade de permanecer no local por um período longo – e, consequen-

Patrícia: experiência londrina

Carl Weisbrod veio de Nova York

temente, além de passearem, consumam e contribuam com a economia da região. Em Nova York, incentivos fiscais e a isenção de aluguéis possibilitaram a ida de muitas empresas para o centro, que se dispuseram a ser aliadas do governo para manter a região bonita. "Todas têm interesse

em manter o local valorizado. Contribuem com recursos para a limpeza e também para a segurança e, junto com o governo, estudam projetos para a retirada dos ambulantes", disse Weisbrod. Por enquanto, a solução vista como mais adequada é a criação de locais específicos onde os vendedores de rua poderiam se instalar, todos licenciados, como o projeto dos "popcentros" que já é discutido por aqui. Gratuitos – A implantação de ônibus gratuitos nas principais ruas centrais, a realização de eventos e feiras na região e o incentivo à classe média para morar nos locais revitalizados estão entre outras ações da prefeitura nova-iorquina e das empresas responsáveis. Para o superintendente da Associação Viva o Centro, Marco Ramos de Almeida, a maioria destes projetos não é novidade e já foi discutida em São Paulo. O que falta aqui, diz, é vontade política. "Os governantes precisam ter interesse em ser parceiros e trabalhar em conjunto com as entidades privadas. Hoje o que existe é a doação de espaços públicos para empresas", diz. "Tomara que palestras como estas aconteçam mais vezes e sirvam de exemplo para os governos", sentencia.


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Nacional Empresas Finanças Imóveis

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TJLP É A MAIS BAIXA DESDE 1995

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reais foi a cotação do dólar ontem para a venda, a menor desde 18 de maio deste ano.

PARA INTEGRANTES DO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL, CENÁRIO É POSITIVO, MAS É PRECISO CAUTELA

JURO DE LONGO PRAZO CAI PARA 7,5% Amanda Loureiro/AE

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Conselho Monetário Nacional (CMN) baixou a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 8,15% para 7,5% ao ano. "A inflação está sob controle e o risco-País continua baixo. A decisão do CMN consolida um cenário favorável à continuidade do ciclo de crescimento iniciado em 2004", disse o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca. Segundo o BNDES, essa é a mais baixa TJLP desde que a taxa foi criada, há 11 anos. A primeira taxa, divulgada em 1995, era de 26,01%. A TJLP é utilizada pelo BNDES para financiar projetos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, lembrou que essa é uma das menores taxas de juros de longo prazo já estabelecidas no País e que a redução é importante para incentivar os as empresas a investir. "Temos que ter investimentos crescendo sempre acima da expansão do Produto Interno Bruto (PIB) para ganhar oferta futura e evitar pressões inflacionárias", disse Mantega. O ministro comemorou o fato de as taxas de investimento estarem em alta. Ele achou positiva a divulgação feita ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que o volume investido neste ano é de 20,4% do PIB. O ministro da Fazenda afirmou ainda que prevê uma expansão no volume de investimentos neste ano entre 5% e 6%. Ele espera também uma

alta de 4% no PIB em 2006. Inflação – O ministro da Fazenda anunciou também que o Conselho Monetário Nacional decidiu manter a meta de inflação para 2008 em 4,5% ao ano, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Mantega disse que a decisão foi tomada porque o governo entende que a política de combate à inflação está sendo muito bem-sucedida no Brasil. "A inflação neste ano está dentro da meta e até

4,5%

é a meta de inflação para 2008 estipulada pelo Conselho Monetário Nacional. O nível é o mesmo que foi definido para o próximo ano. mesmo abaixo do centro. As políticas monetária e fiscal têm sucesso pleno e é extremamente importante que a meta seja mantida", afirmou. A meta de inflação de 2007, que já havia sido anunciada, foi confirmada em 4,5% pelo CMN. Mantega também afirmou que a inflação hoje no Brasil não corrói mais os salários dos trabalhadores e não perturba empresários que querem fazer investimentos. No entanto, ele destacou que ela ainda

está num nível moderado e que a definição da meta de 2008 em 4,5% não quer dizer que o País não vá alcançar patamares inferiores a esse. Sem ousadia – Acompanhado do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que integram o CMN, Mantega insistiu que o estabelecimento de metas de inflação menores seria arriscado, já que no passado o Brasil não conseguiu atingir alvos mais audaciosos, com reflexo na política monetária e no crescimento da economia. "Nós não queremos repetir esse erro", enfatizou. O presidente do Banco Central, por sua vez, comentou que o regime de metas de inflação implantado no Brasil em 1999 precisa consolidar sua credibilidade junto a agentes econômicos e sociedade, antes da definição de uma meta de longo prazo, como ocorre em outros países. "Nós sabemos que a meta brasileira e o intervalo de tolerância estão um pouco acima dos nossos maiores parceiros comerciais. Por isso é que não anunciamos ainda uma meta de longo prazo. A prioridade hoje é consolidar o regime de metas de inflação", explicou Meirelles. O economista da Consultoria Tendências Roberto Padovani disse que a queda da taxa foi, de certa forma, surpreendente, já que as condições que normalmente influenciam essa decisão "estavam relativamente piores do que na última (reunião do CMN)". (AE)

Preços agrícolas pressionam IGP-M

A

inflação medida pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) quase dobrou de maio para junho, passando de 0,38% para 0,75% no período. Usado para reajustar preços de aluguel e de energia elétrica, o indicador foi pressionado pela disparada nos preços dos produtos agrícolas (de 0,29% para 1,8%) e industriais (de 0,47% para 0,9%) no atacado. Mas, para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que anunciou ontem o índice, a aceleração é passageira, influenciada por fatores sazonais, e não deve prosseguir em julho. O período de coleta de preços para o IGP-M de junho foi do dia 21 de maio a 20 de junho. Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, com o au-

mento de preços nos setores agrícola e industrial, os valores no atacado subiram 1,11%, sobre alta anterior de 0,43% – o maior nível em quase dois anos. "A inflação do atacado, por ser a de maior peso, foi a que mais contribuiu para a aceleração do IGP-M", disse. Cana-de-açúcar – No setor agrícola, os destaques ficaram por conta das altas de preço da cana-de-açúcar (11,01%) e soja em grão (6,34%). "Somente esses dois produtos responderam por praticamente a metade da inflação no atacado em junho", disse. Já o setor industrial foi influenciado por dois fatores: a alta do dólar e elevações nos preços dos metais, influenciadas por reajustes no mercado internacional. Um dos exemplos mais fortes é a aceleração no preço do cobre

eletrolítico (de 16,13% para 30,95%), de maio para junho. No mesmo período, os preços de ferro, aço e derivados no atacado também subiram com uma maior intensidade (de 1,18% para 1,53%). Além do impacto da alta de preços no atacado, o IGP-M sofreu a influência da elevação de preços na construção civil, com alta de 1,45% em junho, ante 0,81% no mês anterior. A inflação no setor foi impulsionada por reajustes nos preços de mão-de-obra em São Paulo. A taxa do IGP-M poderia ter sido ainda mais alta, mas foi contida pelos preços do varejo, que caíram 0,44% em junho, graças à queda nos valores dos alimentos (1,86%). Até junho, o IGP-M acumula elevações de 1,4% no ano e de 0,86% nos últimos 12 meses. (AE)

Ativos do Brasil voltam a ser atraentes

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pós enfrentarem mais de um mês de fortes ajustes, os ativos de alguns países emergentes voltam a atrair os investidores. Esse movimento é ainda marcado por uma forte cautela diante dos rumos da inflação e juros nos Estados Unidos, que segue ampliando a aversão ao risco nos mercados mundiais e que poderá se agravar dependendo dos futuros indicadores da economia norteamericana. A boa notícia para o Brasil é que nesse processo cada vez mais seletivo seus ativos estão listados entre os mais atraentes, o que já está se refletindo na recuperação do real e na boa performance da bolsa de valores do País. Estrategistas em Nova York e Londres têm observado nos últimos dias um movimento mais sustentado de demanda pela moeda brasileira, que foi

reforçado pelo up g ra d e de "BB-" para "BB" da nota soberana do País anunciado pela agência de risco Fitch Ratings. Economia mundial – Os analistas do setor de estudos do banco espanhol Cajá Madrid observam que o crescimento econômico mundial continua sendo um fator chave no sentimento dos investidores. Os sinais de forte atividade na China e a recuperação econômica no Japão e Europa deram fôlego nos últimos dias às suas respectivas áreas de influência. E como o preço das matérias-primas está vinculado ao crescimento, sua boa performance favorece os países exportadores de commodities, como os latino-americanos e a Rússia. "Neste momento, está claro que o processo de restrição de liquidez segue generalizando-se e, como os sinais de crescimento na economia

mundial, são positivos. Os investidores já começam a discriminar os países segundo seus fundamentos internos", afirmaram os analistas do Cajá Madrid. "O Brasil está se diferenciando positivamente e isso fica comprovado pelo comportamento de seus mercados e pela elevação de seu rating anunciada pela Fitch." Segundo o economista do HSBC Phillip Poole, em termos de moedas, Polônia, Indonésia e Brasil têm potencial de ganhos no prazo mais longo diante da combinação de seus yields e taxas de câmbio. E o economista sênior do Dresdner Kleinwort, Nuno Camara, avalia que o Brasil começa a se consolidar como um dos portos seguros para os investidores expostos aos emergentes. "Nossa previsão é de que o dólar feche neste ano cotado a R$ 2,10", afirmou o analista. (AE)

O presidente do BC, Henrique Meirelles (à dir.), e os ministros Guido Mantega e Paulo Bernardo na reunião do CMN Mario Tama/AFP PHOTO

Aumento da taxa de juro básica norte-americana mexeu com os ânimos dos operadores de Wall Street

Mercados se animam com posição mais branda do Fed

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interpretação de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) será mais brando na política monetária, com base no comunicado de sua reunião de ontem, em que elevou o juro básico americano em 0,25 ponto percentual, beneficiou muito o mercado de juros: os investidores aplicaram em contratos mais longos. Pouco depois da reunião do BC norte-americano, as taxas projetadas atingiram a mínima do dia. "O ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos está chegando ao fim, se é que já não chegou", arriscou um operador. Os investidores continuarão a acompanhar atentamente a evolução da economia americana, mas o grau de ansiedade será menor, no mínimo até a próxima reunião do Federal Reserve. Os investidores, incluindo os estrangeiros, reassumiram posições que haviam sido zeradas no auge da turbulência. Mas, antes da di-

vulgação da ata do Fed, o resultado do leilão de títulos LTNs e NTNs-F do Tesouro Nacional já indicava um maior apetite por risco prefixado. O Tesouro vendeu 5,5 milhões de LTNs e 300 mil NTNs-F com taxas mais baixas que nos últimos leilões. A demanda foi considerada boa. Bolsa – Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o contrato de juro de janeiro de 2008 projetou taxa de 15,24% ao ano, ante 15,4% na véspera; o de janeiro de 2009 fechou em 15,6% (15,80%), e o de janeiro de 2007, em 14,61% (14,73%). Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o alívio com a ata do Fed foi grande, embora a elevação do juro básico para 5,25% ao ano já fosse tida como certa. Com a valorização de 4,74%, o Ibovespa (principal indicador da bolsa paulista) acumula queda de 0,12% em junho e alta de 9,06% em 2006. O movimento financeiro ficou em R$ 2,363 bilhões. O grande destaque do dia foi

a valorização de 10,26% de TIM Par ON. A empresa deverá aprovar amanhã uma reorganização societária. Eletrobrás ON disparou 9,47%, enquanto Bradesco PN teve forte alta de 8,80%. A maior queda do Ibovespa foi de Telemig Par, que recuou 1,03%. Dólar – O dólar comercial encerrou os negócios ontem em queda de 2,03% e foi cotado a R$ 2,175 para venda, no menor nível desde 18 de maio deste ano e acompanhando a reação externa à decisão do Fed, de elevar a taxa de juros básica do país. O risco-País, termômetro que mede o índice de confiança dos investidores na economia brasileira terminou o dia em 244 pontos-base. No mercado internacional, as bolsas norte-americanas operaram forte alta. A economia dos Estados Unidos avançou 5,6% somente nos primeiros três meses do ano, segundo dados revisados anunciados ontem. (Agências)

Taxa básica sobe para 5,25% nos EUA

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Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) elevou sua taxa de juro básica pela 17ª vez consecutiva em 25 pontos-base, mas sinalizou um recuo de seu pré-comprometimento de aumentos adicionais do juro, sugerindo que poderá fazer uma pausa em sua campanha de aperto monetário se as leituras de inflação apaziguarem. Confirmando as expectativas do mercado, o Comitê Fed e r a l d e M e rc a d o A b e r t o (Fomc) elevou a taxa dos Fed Funds em 25 pontos-base, para 5,25%, seu nível mais elevado desde março de 2001.

Nessa reunião, apenas dez dos potenciais 12 membros do Fomc votaram, uma vez que Roger Ferguson, vicepresidente do Fed, renunciou em abril e o diretor Mark Olson pretende deixar a instituição em breve. A diretoria do Fed aprovou também um aumento de 25 pontos-base na simbólica taxa de redesconto, para 6,25%. "Embora a moderação no crescimento da demanda agregada ajude a limitar as pressões de inflação ao longo do tempo, o Comitê julga que algum risco de inflação permanece", diz o comunicado do Federal Reserve.

O Fed deletou de seu comunicado de maio a frase em que diz que "alguma firmeza adicional da política ainda pode ser necessária para lidar com os riscos de inflação", sugerindo que outro aumento no juro não é algo fechado. "A extensão e momento de qualquer firmeza que possa ser necessária vai depender da evolução da perspectiva tanto para a inflação quanto do crescimento econômico, conforme subentendido nas próximas informações", diz a nota do Fed. Mas o banco repetiu que as expectativas de inflação permanecem contidas. (AE)


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Congresso Planalto Agricultura CPI

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sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

LULA MANOBROU A SAÍDA DE RODRIGUES, DIZEM RURALISTAS

LEGENDAS ANUNCIAM QUE LEVARÃO O CASO À JUSTIÇA ELEITORAL.

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PSDB e o PFL vão contestar na Justiça Eleitoral o uso do cadastro do Bolsa Família na campanha do presidente Lula. A exemplo do que fez a prefeita de Contagem, Marília Campos, aliados de Lula estão convidando pessoas favorecidas pelo programa para os eventos a que ele comparece. A utilização desses nomes para formar a claque de apoio ao petista também teria ocorrido na convenção que homologou a candidatura Lula à reeleição, no sábado passado. Candidato a vice na chapa do tucano Geraldo Alckmin, o senador José Jorge (PFL-PE) lembrou que a lei proíbe o uso de cadastros em poder do Estado para fazer política. "O cadastro não é de Lula, é do governo, e está, portanto, incluído na mesma linha da proibição da máquina pública", alertou. Para o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), a iniciativa se junta a outras adotadas pelo presidente em oposição ao que determina a legislação. "Não é possível ele continuar, diariamente, cometendo crimes contra a Justiça", acusou. Antero acredita que não se trata de um procedimento de pessoa desavisada, mas sim de uma tática para jogar a população contra os poderes Judiciário e Legislativo. "Jogo de cena" – O senador aponta como evidências o fato de Lula propagar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o aumento de servidores públicos e quando ele culpa o Congresso pela não aprovação do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvi-

Justiça e parecer bonzinho". Na avaliação dos senadores, "Lula já ultrapassou todos os limites". Segundo Antero, cabe agora ao TSE agir para impedir que o uso de estratégias e me-

didas desvirtuadas terminem por comprometer a transparência e lisura das eleições. Objetivo alcançado – O programa Bolsa Família conseguiu atingir a meta de 11,1 milhões de famílias beneficiadas. O anúncio foi feito na tarde de ontem, em entrevista coletiva, pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. Segundo ele, a meta foi atingida com a atualização do Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal, a inclusão de novas famílias e auditorias realizadas pelo Ministério. "Essa meta foi rigorosamente alcançada dentro de critérios técnicos e éticos, dentro das diretrizes que orientam o Bolsa Família a partir da lei que instituiu o programa", afirmou Patrus. Correções – Na entrevista, Patrus informou que foram cancelados 51 mil benefícios irregulares e bloqueados 562 suspeitos de algum tipo de irregularidade. De acordo com ele, os bloqueios e cancelamentos ocorreram por causa da saída de beneficiários, duplicidade de cadastros e mudança da situação econômica da família. Para ser incluída no programa, a família deve ter renda per capita de até R$ 120. Para 2007, o ministro disse que espera a ampliação e consolidação das políticas de ações complementares do Bolsa Família, como programas de geração de renda, capacitação profissional e inclusão digital. "Falamos aqui de políticas que permitam às famílias conquistar sua independência e autonomia financeira", afirmou. (Agências)

SANGUESSUGAS

Controladoria Geral da União envia relatório com a análise das compras

Co n t ro l a do r i a- G e ra l da União (CGU) enviou ontem um relatório para a CPMI dos Sanguessugas com a análise da compra de ambulâncias UTIs móveis em 119 municípios, que foram fiscalizados a partir de sorteio. Estes são os primeiros documentos encaminhados oficialmente à comissão de inquérito, que começou a funcionar esta semana e deve apresentar um relatório parcial em 60 dias. O relatório é dividido em duas partes: a primeira delas

dados. Em maio deste ano, a Polícia Federal deflagrou a Operação Sanguessuga com base em fiscalizações feitas pela CGU. Atualmente, a CGU faz auditorias periódicas no Ministério da Saúde para tentar identificar as fragilidades administrativas que facilitaram a execução das fraudes. O relatório final da CPMI dos Sanguessugas será elaborado com base nos documentos e investigações já feitos pela Polícia Federal, o Ministério Público e a Controladoria. (AE)

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PSDB E PFL CONTRA O BOLSA FAMÍLIA Partidos reclamam que o programa vem sendo usado como peça de campanha, o que não seria permitido pela lei. Givaldo Barbosa / Ag.O Globo

Ananias: "Meta foi alcançada dentro de critérios técnicos e éticos".

mento da Educação Básica). "Na verdade, é jogo de cena, Lula mente porque ele mesmo não quer nenhuma dessas medidas", atacou. "O que ele quer é jogar a população contra a

trata de 77 municípios, onde se verificaram irregularidades na aquisição de ambulâncias por prefeituras. O segundo volume do relatório faz uma análise preliminar de 42 municípios envolvidos com a chamada máfia dos sanguessugas. A relação de 119 municípios atualiza a lista anteriormente divulgada pela CGU, que totalizava 77 cidades. Panos quentes – Em nota divulgada ontem, a Controladoria ressaltou que "o levantamento não indica necessaria-

mente que há envolvimento, em todos os casos, com o mesmo esquema fraudulento de compra de ambulâncias revelado pela Operação Sanguessuga". Além do relatório com a análise em 119 municípios, a CGU também vai encaminhar à CPI o estudo feito em cerca de três mil prestações de contas de convênios firmados entre cidades e o Ministério da Saúde para as aquisições. Dois auditores da Controladoria vão trabalhar na CPMI para ajudar no cruzamento de

RURALISTAS MUDAM O DISCURSO bancada ruralista está convencida de que a saída do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, foi uma manobra para abrir espaço para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa usar o posto para pôr políticos em vez de técnicos. Apesar disso, até a noite de ontem o nome mais cotado para ocupar o ministério era justamente o de um técnico: Luís Carlos Guedes Pinto, engenheiro agrônomo e atual secretárioexecutivo do ministério. Guedes teve o nome citado ontem pela manhã, na reunião da coordenação política do governo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o substituto "natural" de Rodrigues. Enfraquecidos com a queda de Rodrigues, os ruralistas temem que a vaga seja oferecida para o PMDB ou o PP, dois partidos que deverão dar sustentação ao governo em caso de reeleição do presidente Lula. Com um histórico de recentes problemas de saúde e sem apoio político, o ministro interino, Luís Carlos Guedes Pinto, seria mantido apenas até o final das eleições,

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Gervásio Baptista/ ABr - 28/06/06

quando seria substituído por um nome indicado em uma negociação política. "Isso é que o que falou muito no plenário", admitiu o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), um dos integrantes da bancada ruralista. A mesma desconfiança tem o deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO). Ele repetiu o argumento de que o ministro foi obrigado a sair e que sequer avisou seus assessores, como é de praxe nesses casos. Na sua avaliação, isso aconteceu pela necessidade que tinha o governo de ver o ministério desocupado para usá-lo na barganha política. "Lula usou Roberto Rodrigues quando precisou e agora resolveu descartá-lo", acusou o deputado. Dança das cadeiras – A pasta seria trocada por apoio ao governo Lula em seu segundo mandato. O PMDB seria o maior beneficiário da mudança ministerial. Mesmo que não houvesse um benefício direto, existia antes

mesmo da saída de Rodrigues, a especulação do PP ceder o Ministério das Cidades para o PMDB em troca do Ministério da Agricultura. O presidente em exercício do PP, Nélio Dias, que é pecuarista, negou a possibilidade da troca e defendeu a indicação de um técnico para o ministério. "O novo ministro tem que ser técnico, como aconteceu com os anteriores", disse. Para ele, a solução menos traumática para o setor no momento seria a manutenção de Guedes até o final do governo. Dentro do governo, havia ontem a avaliação de que Roberto Rodrigues teria se precipitado ao antecipar em seis meses seu desligamento do cargo (ele só sairia em dezembro deste ano). No entanto, de acordo com pessoas próximas ao ministro, sua posição é irreversível, mesmo se o presidente Lula pedir que ele continue na pasta. A expectativa é de que, após a reunião entre Lula e Rodrigues, seja anunciado o

nome do novo ministro da Agricultura. Ontem, um dia depois de anunciar sua saída, Rodrigues limpou a mesa e as gavetas de seu gabinete e foi pessoalmente às sedes da Embrapa e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) se despedir dos funcionários. O ministro estava abatido . A assessores garantiu que Lula jamais o convidou para subir em um palanque. Embora todos avaliem que sua saída vai provocar um impacto político negativo para a campanha de Lula, ele assegurou repetidas vezes que sua demissão não teve qualquer influência política. Disse que desistiu de ficar à frente do ministério, por não conseguir emplacar medidas consideradas imprescindíveis para o setor agropecuário, como a redução de tributos. Para o líder em exercício do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), se a oposição aproveitar a saída de Rodrigues, mostrando-o como alguém insatisfeito na função, vai se arrepender. " Se a estratégia for esta, o pessoal da oposição cometeu um erro feio", disse. (Agências)

Lula usou Roberto Rodrigues quando precisou e agora resolveu descartá-lo. Ronaldo Caiado (PFL-GO)

Eymar Mascaro

Palanque duplo

C

om o lançamento da candidatura do líder empresarial Guilherme Afif Domingos (PFL) ao Senado, Geraldo Alckmin vai dispor de um segundo palanque para deslanchar sua campanha em São Paulo. O fato é importante porque o Estado representa o maior colégio eleitoral do País com cerca de 25 milhões de votos. Votam aproximadamente 125 milhões de pessoas, o que significa que 1/5 do eleitorado brasileiro está concentrado em São Paulo. Alckmin quer alimentar sua campanha no Estado para sustentar uma liderança que volta a ter nas pesquisas entre eleitores paulistas. Nada melhor para o candidato tucano do que usufruir de dois palanques: o primeiro é o do candidato a governador José Serra. A candidatura de Afif Domingos foi lançada ontem na sede do PFL, com a participação das principais lideranças dos partidos aliados e do candidato ao governo estadual José Serra.

FESTA

MENSAGEM

Pesquisas recebidas pelo PSDB indicam que Alckmin se recuperou em São Paulo. Atribui-se o crescimento de sua candidatura no Estado à sua aparição nos programas de TV do partido. Agora o candidato precisa gerenciar sua posição de liderança.

ESPECIAL

O tucano quer aproveitar a campanha na televisão para divulgar o que conseguiu realizar como governador de São Paulo e ainda levar a mensagem do que pretende fazer se for eleito presidente. Nota-se que Geraldo Alckmin quer tirar FHC do foco da campanha.

O candidato tucano quer dedicar especial atenção também em Minas. Trata-se de um Estado que apesar de ser governado pelo tucano Aécio Neves, conta com a liderança de Lula nas pesquisas. A chapa de Lula se fortaleceu em Minas com a escolha de José Alencar como vice. Detalhe: Alencar é um próspero empresário mineiro.

O PSDB quer evitar que a campanha assuma o caráter do que já passou. Os tucanos acham que se houver comparações entre os governos de Lula e FHC, saem perdendo, como já revelaram as pesquisas. É por isso que Alckmin quer trazer a campanha para o presente e para o futuro.

PASSADO

PROBLEMA

TEMPO

A luzinha amarela foi acesa pelo tucanato no Rio. Alckmin enfrenta problema no Estado porque o prefeito César Maia, apesar de ser do PFL, não fechou com a candidatura do deputado Eduardo Paes (PSDB) a governador. César Maia resolveu apoiar a candidatura de Denise Frossard (PPS) ao governo estadual.

Está confirmado que Lula vai perder 2 minutos por dia de campanha gratuita na televisão com a nãocoligação do PT com o PSB. Os socialistas não querem saber de apoio formal ao petista porque precisam fazer composições diferentes nos Estados para vencer a cláusula de barreira.

VANTAGEM Informa-se entre tucanos que duas pesquisas foram concluídas em âmbito nacional, a Vox Populi e o Datafolha. O tititi garante que Alckmin cresceu, mas continua perdendo para Lula no Nordeste. Para reduzir a diferença o tucano espera subir nos Estados do Sul e Sudeste.

GOVERNADORES Os governadores dos três Estados do Sul, Germano Rigotto (RS), Roberto Requião (PR) e Luiz Henrique (SC), são do PMDB. Portanto, são cobiçados por Lula e Alckmin. O tucano admite que já conseguiu o apoio de Luiz Henrique e agora corre atrás dos outros dois.

NAMORO PT e PSDB continuam assediando o PMDB. Como não podem contar com o apoio formal do partido, petistas e tucanos querem amarrar acordos com os diretórios estaduais do PMDB. A previsão é que o PMDB elegerá numerosas bancadas para a Câmara dos Deputados e assembléias legislativas.

BICADA Geraldo Alckmin decidiu não cair na armadilha de Lula, isto é, não vai aceitar que o petista faça a campanha comparando o seu governo com as duas administrações de FHC. Alckmin aceita, sim, fazer a comparação do governo de Lula com a sua administração em São Paulo.

ACUSAÇÃO Aloizio Mercadante insiste em denunciar que José Serra quer se eleger governador para usar o cargo como trampolim para sua eventual candidatura ao Planalto em 2010. Em tempo: Serra e Aécio Neves são considerados os principais presidenciáveis para as eleições daqui a quatro anos.

PURO SANGUE A certeza de que José Serra será candidato a presidente em 2010 é tanta que tem provocado brigas no PSDB pela escolha do candidato a vice na sua chapa. Os tucanos não quiseram entregar o vice a nenhum outro partido porque estão convictos de que Serra já ganhou a eleição. Prevaleceu a indicação do deputado Alberto Goldman.

REELEIÇÃO Quem já está em ritmo de candidato à reeleição (em 2008) é o prefeito Gilberto Kassab (PFL). O prefeito pretende intensificar um programa social que atenda de preferência os bairros da periferia da cidade para se tornar mais conhecido dos eleitores.


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Internacional

Yannis Behrakis/Reuters

Apelo para os líderes israelenses e palestinos que busquem de maneira responsável a solução negociada do conflito. Papa Bento XVI

Mohammed Salem/Reuters

ISRAEL PRESSIONA HAMAS

Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Seguranças palestinos vigiam passagem aberta no muro entre a Faixa de Gaza e o Egito. Nas fotos acima, artilharia israelense lança disparos contra áreas palestinas como forma de pressionar o governo do Hamas.

Apesar de adiar a ação militar prevista para hoje na Faixa de Gaza, Israel bombardeou o Ministério do Interior Palestino e capturou mais de 60 membros do Hamas, incluindo membros do governo palestino, como o vice-primeiro-ministro, 9 ministros, 2 prefeitos e 20 deputados.

I

srael adiou uma ampla ofensiva militar prevista para ontem no norte da Faixa de Gaza, depois que mediadores do Egito pediram mais tempo para negociar com militantes palestinos a libertação do cabo Guilad Shilat, segundo fontes extra-oficiais israelenses. Mas Israel manteve a pressão sobre o Hamas, bombardeando mais de dez alvos do grupo na Faixa de Gaza. No fim da noite, a aviação disparou um míssil contra a sede do Ministério do Interior, escritórios do Hamas e da facção Fatah. Atacou ainda uma suposta oficina de fabricação de armas e um campo de treinamento militar. Também teria sido bombardeada a central que distribui energia para todo o norte do território, ferindo três pessoas. O Exército israelense negou, porém, ter feito esse ataque. Quase dois terços da Faixa de Gaza já estavam sem eletricidade desde quarta-feira, após um ataque à usina de energia de Gaza. Ontem, o Grupo dos Oito, que reúne os países mais industrializados do mundo, exigiu que os radicais palestinos soltem Shilat e pediu contenção a Israel. Publicamente, os EUA, principais aliados de Israel, apenas fizeram um apelo por moderação ao país. Mas um funcionário do primeiro escalão do Departamento de Estado americano revelou que a Casa Branca pediu a Israel que "aja com cautela", alertando que ações duras em Gaza podem ampliar o apoio dos palestinos ao Hamas e elevar a tensão na região. Os egípcios disseram que o Hamas havia concordado com a entrega do soldado, mas sob condições. Isso indica novo impasse, uma vez que o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, rejeita qualquer concessão para obter a libertação de Shalit. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, líder do partido Fatah, se reuniu em Gaza com o primeiro-ministro Ismail Haniye, do Hamas, em busca de uma saída para a questão da captura do soldado, que agravou a crise político-econômica palestina. Sem recursos para governar por causa de um

boicote internacional a seu governo, Haniye está agora sem gabinete, já que vários ministros foram presos e os demais estão escondidos. Os três grupos que capturaram Shilat no domingo, entre os quais a ala militar do Hamas, exigem a libertação de 95 mulheres e 313 menores palestinos presos em Israel. Segundo indicações da Autoridade Palestina, Shalit é mantido em cativeiro no campo de refugiados de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. Em suas operações contra o Hamas, o Exército israelense capturou ontem, na Cisjordânia, mais de 60 membros do grupo, incluindo integrantes do governo, como o vice-primeiro-ministro palestino, 9 ministros, 2 prefeitos e 20 deputados. Também foram detidos vários líderes locais. A chanceler de Israel, Tzipi Livni, disse que todos são suspeitos de atividades terroristas. Com a suspensão da invasão do norte de Gaza, extremistas palestinos lançaram foguetes contra Israel, tendo como alvo a cidade de Sderot. Não houve feridos. Hamas – O braço militar do Hamas foi uma das três facções palestinas que atacaram no domingo um posto militar em Israel, entrando por um túnel cavado desde a Faixa de Gaza. Essa ação expôs a divisão do Hamas entre radicais e moderados, acentuada depois que o grupo venceu as eleições parlamentares de janeiro e assumiu em março o governo palestino (a presidência continua com Abbas, do Fatah). Na segunda-feira, um dia depois da captura do soldado, o Hamas e o Fatah anunciaram que haviam chegado a um acordo sobre o chamado Plano dos Prisioneiros, elaborado por palestinos detidos em Israel. O documento prevê a criação do Estado palestino nos territórios ocupados por Israel em 1967 (Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental). Apesar de esse entendimento ser um reconhecimento implícito da existência de Israel, os dirigentes do Hamas enfatizaram que em nenhum momento faziam referência ao Estado judeu, apenas estavam aceitando um Estado palestino provisório. (AE/AP)

Revolta domina os árabes revolta tomou conta dos árabes de todo o Oriente Médio ontem por causa da mais recente ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, mas foram os governos locais que arcaram com o ônus, acusados por seus opositores de impotência por não ajudarem os palestinos sitiados pelas forças de Israel. Temendo uma onda de refugiados, o Egito impôs um toque de recolher na região de fronteira com Gaza depois de palestinos terem detonado uma mina para abrir um buraco em um muro na fronteira para tentar cruzar para o lado egípcio. Soldados do Exército do Egito alinharam-se em seu lado da fronteira enquanto policiais palestinos efetuavam disparos para o alto para impedir que o buraco no muro fosse usado pela população local. Autoridades egípcias estão em contato direto com o líder político do grupo radical islâmico Hamas, Khaled Meshal, para que tente facilitar a libertação de um soldado israelense capturado por militantes dos Comitês de Resistência Popular. Um assessor do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) Mahmoud Abbas, comentou que autoridades egípcias e o presidente da Síria,

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Bashar Assad, entraram em contato pessoalmente com Meshal, mas ainda não houve resultado. Meshal pediu aos líderes árabes que entraram em contato com ele que ajudem a conter "os massacres israelenses", dizia um comunicado divulgado por seu gabinete. A ofensiva israelense encurralou os governos de países árabes com boas relações com o Ocidente, como a Jordânia, o Egito e a Arábia Saudita. Eles receberam friamente o governo do Hamas, eleito pelos palestinos no início do ano, e pouco fizeram para contornar o boicote imposto pelo Ocidente à ANP depois da ascensão do grupo radical islâmico ao poder. Agora,

esses governos enfrentam a percepção generalizada entre os árabes de que eles abandonaram os palestinos. "Não ouvimos nem um sussurro de vocês", denunciou Mohammed Mahdi Akef, líder da Irmandade Muçulmana, em referência aos líderes árabes. "Vocês não fornecem remédios, leite nem outros produtos de primeira necessidade ao povo sitiado da Palestina. Vocês são hesitantes com relação ao governo eleito livremente por eles, pois temem a disseminação do vírus da liberdade por seus próprios pastos", prosseguiu Akef. A Irmandade programou para hoje uma onda de protestos contra Israel. (AE/AP)

Thaier al-Sudani/Reuters

HOLANDA

BUSH

FOX

primeiro-ministro da Holanda, Jan Peter Balkenende, dissolveu ontem seu governo de coalizão, por ter ficado sem maioria. Os deputados não querem que a ministra da Imigração, Rita Verdonk, permaneça no cargo. A crise começou quando Verdonk cassou a nacionalidade holandesa da deputada Ayaan Hirsi Ali, de origem somali, que apresentou falsas informações ao pedir asilo político em 1992.

Corte Suprema dos EUA censurou ontem o governo do presidente George Bush, que teria excedido sua autoridade ao ordenar julgamentos militares de prisioneiros de Guantánamo por crimes de guerra. O parecer foi escrito pelo juiz John Paul Stevens. A decisão ocorreu no caso do julgamento de Salim Ahmed Hamdan, um iemenita que trabalhou como guardacostas e motorista do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden.

presidente mexicano Vicente Fox disse ontem que deixa o governo do país com uma economia "mais sólida" do que em 2000, quando assumiu o cargo, e uma dívida externa reduzida de US$ 65 bilhões para US$ 50 bilhões. Nas eleições deste domingo, Fox apoia o conservador Felipe Calderón.

O

A

Ó RBITA NICARÁGUA O candidato sandinista Daniel Ortega é o primeiro na corrida presidencial, com 23% das intenções de voto, mas ainda está longe de vencer no primeiro turno, segundo pesquisa Gallup

O SEGURANÇA REFORÇADA – Mais de 320 novos policiais iraquianos celebram sua formatura em Bagdá. No programa de treinamento, uma disciplina inédita no país: direitos humanos.


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Indicadores Econômicos

7

7,50

por cento é a nova Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) determinada ontem pela Conselho Monetário Nacional (CMN).

29/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 27/06/2006 27/06/2006 27/06/2006 27/06/2006 27/06/2006

P.L. do Fundo 5.774.133,97 1.334.115,84 5.834.525,55 9.610.094,22 1.056.425,54

Valor da Cota Subordinada 1.111,025778 1.037,469299 1.012,331122 1.060,755373 1.026,286308

% rent.-mês 2,2143 1,1953 -5,3638 2,6590 2,4635

% ano 13,7215 3,7469 1,2331 6,0755 2,6286

Valor da Cota Sênior 0 1.048,615391 1.058,227287 0 0

% rent. - mês 1,0250 1,1206 -

% ano 4,8615 5,8227 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

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Finanças Empresas Imóveis Nacional

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Prédios da região do Vale do Anhangabaú têm, em média, 40 anos. Na área da Praça da República, 30 anos.

CENTRO TEM 200 LINHAS DE ÔNIBUS

REGIÃO OFERECE OPORTUNIDADE PARA QUEM ESTÁ EM BUSCA DE INFRA-ESTRUTURA, TRANSPORTE E SERVIÇOS

CENTRO: BOM LUGAR PARA MORAR Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

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esmo com boa ção gradual da região. Além infra-estrutura, disso, o custo-benefício de mogrande oferta de rar aqui não tem igual", diz. transporte púInfra-estrutura – De fato, blico e de serviços e registran- para quem trabalha na região, do índices de crimes violentos as distâncias entre emprego e abaixo da média da cidade, o residência podem ser percorriCentro de São Paulo ainda ofe- das à pé, uma vez que a área do rece imóveis de alto padrão a Centro, composta pela Sé e Repreços que chegam a ser a me- pública, tem pouco mais de tade dos encontrados em ou- quatro quilômetros quadratros bons bairros da capital. Na dos. Se a distância a vencer é Avenida São Luís, por exem- maior, há a oferta de mais de plo, o valor médio do metro 200 linhas de ônibus que conquadrado para apartamentos vergem para os dois grandes residenciais é de R$ 1,2 mil. No terminais do bairro, o BandeiJardins, imóveis com o mesmo ras e o Parque Dom Pedro. Há padrão e idade custam cerca ainda sete estações de metrô. de R$ 3 mil o metro quadrado. O Centro também é bem suOs preços relativamente bai- prido de bons bares, restauxos do Centro são explicados rantes e supermercados. "Se pelo abandono experimenta- quero comer um lanche, vou do pela região a partir da déca- ao Bar Estadão. Se quero algo da de 1970, quando novos pó- mais elaborado, vou ao La Caslos econômicos, como a Aveni- serole. Há uma farmácia emda Paulista e a baixo do prédio Faria Lima, coem que moro e, se preciso de uma meçaram a roubar a cena. Só repadaria, só atracentemente provesso a rua e chegramas de revigo à Palma D' Outalização do ro. Se não achar o setor público e que quero na paprivado têm dedaria vou até a volvido o glaCasa Godinho. mour à região. Tem tudo no Centro", diz Lui. Para quem pretende acomUm futuro morador da região panhar de dentro a renovação central é Marco do Centro, opAntônio Ramos ções interessande Almeida, sutes podem ser perintendente encontradas na geral da AssociaRua 7 de Abril, O preço (dos ção Viva o Cenonde prédios ret ro . E l e e s t á s e formados pelo apartamentos) instalando em um apartamento processo de re- acompanha a trofit podem ser valorização gradual de 135 metros quadrados no encontrados por da região. E o custoR$ 2,2 mil o meEdifício São Nibenefício de morar colau, na Praça tro útil. Na Rua Guaianases, o aqui não tem igual. da República. metro quadrado Almeida diz Lui Tanaka de apartamenter levado um tos que passaram pelo mesmo ano para achar o imóvel, o que processo sai por R$ 782. é comum. Ao contrário do que No Largo do Arouche, Ave- muitos imaginam, não é tão fánida São João e na Amaral cil encontrar espaço vago para Gurgel, prédios mais antigos, morar no Centro. O distrito Rede 30 anos em média, são boas pública, por exemplo, tem ceropções para a classe média, se- ca de dois quilômetros quadragundo Luiz Paulo Pompéia, dos e abriga mais de 200 habidiretor da Empresa Brasileira tantes por metro quadrado, de Estudos de Patrimônio sendo a segunda área mais ( E m b r a e s p ) . D e a c o r d o adensada da cidade. "O local com ele, os preços do metro tem ótima infra-estrutura, é caquadrado nessa região variam da vez mais limpo, iluminado de R$ 600 a R$ 1 mil. e bonito, e continua barato, faO Centro, no entanto, está tores que dificultam encontrar longe de passar por um boom local para morar", diz . imobiliário. Por isso é recoRenovação – A legislação mendável ter paciência na ho- atual e o patrimônio histórico ra de procurar um imóvel. Mas dificultam a renovação do é possível fazer bons negócios, Centro, dizem os especialistas como fez Lui Carolina Carva- do setor. E, como o mercado lho Tanaka, que há 5 anos com- imobiliário é imediatista, não prou um apartamento de 65 aparecem novos empreendimetros quadrados no Edifício mentos. Almeida se diz favoráViadutos, localizado na Praça vel à desapropriação de áreas General Carneiro Lopes, em que hoje abrigam prédios defrente à Câmara Municipal. gradados, como no Vale do Ela pagou R$ 52 mil. Hoje, afir- Anhangabaú e na região da ma, o imóvel vale R$ 70 mil. "O Cracolândia. Nesses locais, há preço acompanha a valoriza- muitos imóveis invadidos, ou

Edifício Viadutos, na Praça General Carneiro Lopes, sofre alta valorização nos últimos anos

abandonados, que possuem titularidades antigas ou numerosos proprietários, o que torna demorado o processo de compra e venda. "A desapropriação agilizaria a renovação da região", acredita Almeida. Retrofit – Enquanto a desapropriação não vem, o mercado imobiliário tem buscado alternativas para expandir as ofertas na região. O processo de retrofit é a principal aposta. Por esse método, um prédio é

totalmente reciclado por dentro, tem parte elétrica, janelas e outros itens trocados, mas as estruturas principais e as fachadas, muitas vezes tombadas, não são mexidas. Prédios que passam por esse processo ficam mais caros. Na Rua 7 de Abril, por exemplo, onde cinco prédios passaram pelo retrofit, um apartamento de um dormitório e área útil de 49 metros, custa R$ 100 mil. Segundo Eduardo Della

Prédios acompanham revitalização

Manna, diretor de Legislação Urbana do Sindicato da Habitação (Secovi), a grande barreira para o setor imobiliário crescer no Centro é a impossibilidade de adequar as reformas necessárias para renovar os imóveis de mais de 40 anos da região. O problema, diz, é o atual Código de Obras. Como exemplo, o diretor cita a tentativa de transformar um antigo hotel em prédio residencial. A idéia esbarrou no código por-

que estruturalmente não haveria como fazer elevadores descerem ao subsolo, onde seria instalada uma lavanderia coletiva. "A legislação exige que o elevador chegue até a lavanderia. O que propomos, há mais de um ano, é que as obras no Centro passem pelo acompanhamento de uma comissão, que verifique cada caso, e que o Código de Obras deixe de ser referência na região", diz. Renato Carbonari Ibelli


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

LAZER - 1

UIP/Divulgação

SERES DE 4 RODAS Lúcia Helena de Camargo

T

No alto, Relâmpago McQueen (esq.) e Mate, o velho guincho com sotaque caipira. Acima, Sally, a saudosista

odo mundo conhece alguém que trata o próprio carro como filho: lava, enxuga, acaricia e fica consternado se seu xodó sofre algum machucado, ainda que só um arranhão. A animação Carros, que estréia no Brasil nesta sextafeira, dia 30, vai agradar particularmente esses apaixonados pelos seres de quatro rodas, que aqui comem, dormem, namoram, são bons ou maus, vivendo em um mundo sem humanos. O astro é o carrinho vermelho Relâmpago McQueen (no original com a voz de Owen Wilson e dublado por Marcelo Garcia na versão brasileira), corredor estreante cujo objetivo é vencer o Grande Prêmio da Copa Pistão. Por motivos variados ele acaba se perdendo na estrada e chega a Radiator Springs, uma pacata cidade às margens da legendária rodovia Rota 66. O município teve seus dias de riqueza décadas atrás, mas a economia ruiu depois da construção da estrada interestadual, que desviou a rota dos viajantes. “Naquela época, os carros não queriam ganhar tempo, mas aproveitar o tempo”, diz Sally, uma Porsche 2002 (dublada em inglês por Bonnie Hunt e, em português, por Priscila Fantin), moradora local saudosista, resumindo em uma frase

a idéia do filme, que fala ao coração de quem sente prazer em dirigir. Carros é essencialmente americano. Não soaria autêntico se feito na Europa, onde não há o mesmo entusiasmo por automóveis. Mas faz todo o sentido nos EUA, país com a maior frota mundial de veículos. E encontra adeptos no Brasil. A trama procura mostrar os sentimentos debaixo de cada lataria. Assim, quando McQueen – para os amigos, Mack – é obrigado a consertar a estrada que estragou, acaba por descobrir valores que vão além da vontade de vencer corridas. O diretor, John Lasseter, filho de um funcionário da General Motors, declarou no lançamento do filme nos EUA, há duas semanas, que o longa homenageia algumas de suas paixões: a Rota 66 “antes da chegada das highways", a animação e os carros de corrida. "Em uma veia tenho óleo de carros e, na outra, desenhos animados", brincou. Vencedor de prêmios Oscar por Toy Stor y, Toy Story 2 e Vida de Inseto, esse californiano é um dos gênios criativos da Pixar, comprada há dois meses pela Disney por US$ 7 bilhões, depois de provar ser o único estúdio da Hollywood atual capaz de fazer sucesso com animações feitas em computador. A produção de Carros custou US$ 120 milhões. A bilheteria mundial até esta semana já supera os US$ 181 milhões (US$ 159 milhões apenas nos EUA). Mas será difícil que a aventura no mundo automobilístico bata a marca dos seis longas

anteriores, Toy Story (1995), Vida de Inseto (1998), Toy Story 2 (1999), Monstros S.A. (2001), Procurando Nemo (2003) e Os Incríveis (2004), que juntos arrecadaram mais de US$ 3,2 bilhões. Embora não tão inspirado quanto os anteriores, o longa tem ótimas sacadas, como as moscas em forma de fusquinhas azuis, e personagens interessantes, como Doc Hudson (um Hudson Hornet 1951, com muitas lições a ensinar, na voz de Paul Newman e, aqui, Daniel Filho); Mate, o velho reboque com sotaque caipira, que nomeia Mack seu melhor amigo, dublado por Larry the Cable Guy, e em português por Mario Jorge. Além das divertidas citações dos outros filmes da Pixar na seqüência final do drive-in. O visual é excelente, dos detalhes dos carros à torre de pneus que imita o famoso monumento inclinado em Piza, ou a cachoeira que enfeita a paisagem de Radiator Springs. Algumas coisas não fazem sentido, como o sinal de trânsito recémconsertado que pára de funcionar sem motivo aparente, quando Mack vai embora. Mas, bem, quem liga? Esta é uma história sobre carros falantes. Um lembrete: fique na sala de projeção até o final dos créditos, se quiser ver a engraçada cena adicional.

OUTRAS ESTRÉIAS Europa Filmes/Divulgação

No alto, Aniston e Vaughn. E Fanny Valette (acima) em A Pequena Jerusalém

Carros (Cars). Estados Unidos, 2006, 116 minutos. Direção de John Lasseter.

Carros, o livro

P

ara saber detalhes sobre os personagens e a história, a dica é o livro Carros: Curiosidades Sobre o Filme e os Personagens. Escrito por Simon Jowet e traduzido para o português por Patricia Nina Chaves, a obra conta tintim por tintim o que acontece no filme Carros, além de trazer as especificações técnicas de cada um dos veículos que "atuam" na nova animação da Disney/Pixar. No livro ficamos sabendo que Relâmpago McQueen, o arrojado protagonista, tem motor V-8 turbinado de alta compressão, alcança 322 quilômetros por hora e seus pneus andam com câmeras da marca Lightyear (lembra alguma marca?). O vilão Chick Hicks tem as mesmas especificações, só um pouquinho menos potente, o que o leva a trapacear. Já o colega de Mack, O Rei, possui motor 426 Hemi. A suspensão de Mate tem sérios problemas, mas seus espelhos retrovisores são muito confiáveis, já que ele se orgulha de ser o melhor motorista de ré do mundo. Há ainda detalhes sobre os borracheiros Luigui e Guido, o Jipe Xerife, o caminhão de bombeiros Ruivão e a Kombi hippie Fill More, entre outros carros. Editora Caramelo, 2006, 48 páginas, R$ 39,90. (LHC)

Luigui (amarelo), o dono da borracharia de Radiator Springs, e seu ajudante Guido: o sonho da dupla é trabalhar com carros de corrida

Fotos: Editora Caramelo/Reprodução

Com visual excelente, Carros, novo longa-metragem de animação dos estúdios Disney/Pixar, fala ao coração de quem sente prazer em dirigir

CINEMA

Fotos: Buena Vista/Divulgação

S

eparados pelo Casamento (The Break-Up, Estados Unidos, 2005, 103 minutos). A simpática Brooke, interpretada pela atriz Jennifer Aniston (Friends e Por um Sentido na Vida) trabalha como funcionária de uma galeria de arte. No papel do divertido Gary está Vince Vaughn (Penetras Bons de Bico). A dupla de atores faz o par romântico de Separados pelo Casamento, que estréia nesta sexta feira nos cinemas brasileiros. Na história, com pitadas de humor negro, os dois dividem o mesmo teto. A união estende-se por dois anos. Esse é o tempo exato em que os bons momentos sobrevivem. As diferenças entre os dois são enormes. A dupla tem essa consciência, mas vai em busca dos conselhos dos amigos de ambas as partes. Depois que a rotina toma conta e a paixão acaba, o fim do relacionamento é inevitável. É a partir daí que a confusão começa. Como em todo rompimento, as divisões típicas dos pertences não ficam de fora. E o apartamento partilhado pelos dois entra no jogo. O problema é que nem um nem outro quer abrir mão do imóvel. Para que ninguém saia perdendo, o casal soluciona o caso entrando em acordo. Os dois aceitam continuar morando juntos, contanto que cada um tenha seu próprio espaço bem definido. E dentro de um clima pacífico. Mas o tempo de tranqüilidade dura pouco. Cada um, à sua maneira, começa a inventar planos para infernizar a vida do outro. A comédia romântica é dirigida por Peyton Reed.

A

Pequena Jerusalém (La Petite Jerusalém, França, 2005, 99 minutos). O título do filme faz referência ao apelido dado a um subúrbio de Paris, no bairro de Sarcelles. O local é habitado pela primeira geração de imigrantes judeus. No longa-metragem, Laura (Fanny Valette) tem 18 anos. A adolescente é tímida e dedicada. Ela oscila entre sua educação religiosa e seus estudos de filosofia. É por meio do curso que ela tem uma outra visão de mundo. Mathilde (Elsa Zylberstein) faz o papel da irmã mais velha que tenta dar nova vida ao casamento. Laura faz parte de uma família judaica. Quando Laura se aproxima de Djamel (Hedi Tillette de Clermont-Tonnerre), um imigrante ilegal muçulmano, suas idéias começam a tomar outros rumos. As primeiras emoções amorosas, despertadas pelo imigrante, perturbam as convicções de Laura. Enquanto isso, a mãe das duas guarda consigo uma grande melancolia pelo luto do marido e outras lembranças. Ela está sempre um pouco deslocada. E como acontece frequentemente com os primogênitos, Mathilde assume o papel de chefe de família desde o desaparecimento do pai. No meio dos conflitos travados entre judeus e muçulmanos, a manifestação da sexualidade e da liberdade feminina surge dentro da pequena família judaica. A diretora, Karin Aboud, foi premiada por seus curtas-metragens anteriores ao longa.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

1 O País está crescendo exatamente porque o setor produtivo está investindo. Guido Mantega ministro da Fazenda

PRIMEIRO TRIMESTRE

PIB DO PAÍS ATINGE R$ 478,9 BI Taxa de investimentos, de 20,4%, no primeiro trimestre foi a maior para o período nos últimos cinco anos no País, segundo o IBGE.

CARGA TRIBUTÁRIA SOMA 40,69% Arrecadação de R$ 194,87 bilhões foi 7,8% maior que no primeiro trimestre do ano passado, puxada principalmente pelo desempenho do ICMS

A

t a x a d e i n v e s t i- efetiva, controlar os gastos cormento do País che- rentes. Aí será possível aug o u a 2 0 , 4 % d o mentar o investimento público Produto Interno em infra-estrutura. Enquanto Bruto (PIB) no primeiro tri- não tiver isso, não tem como mestre deste ano, a maior taxa aumentar a competitividade e para o mesmo período desde reduzir custo, além de juros 2001 (20,6%). No ano passado, mais baixos", disse Valle. a taxa ficou na média em No primeiro trimestre, o in19,9%. O crescimento dos in- vestimento somou R$ 97,7 bivestimentos puxou o avanço lhões – R$ 10,2 bilhões acima da economia nos primeiros do mesmo período de 2005. três meses, que somou R$ 478,9 As demais parcelas do PIB, bilhões, segundo divulgou on- pela ótica da demanda, foram tem o Instituto Brasileiro de as seguintes: consumo das faGeografia e Estatística (IBGE). mílias, R$ 277,8 bilhões; consuEnquanto a expansão da mo do governo, R$ 84,6 bieconomia brasileira foi de lhões; exportações de bens e 3,4% no trimestre, isolada- serviços, R$ 74,8 bilhões; e immente os investimentos avan- portação de bens e serviços, çaram 9% ante o primeiro tri- R$ 58,8 bilhões. mestre de 2005. "O investimenSetores – A indústria movito avançou mais do que o PIB. mentou R$ 168,6 bilhões; agroIsso puxou a expansão da eco- pecuária, R$ 34,7 bilhões e sernomia no período", explicou a viços, R$ 248,3 bilhões. Do vatécnica do IBGE Maria Laura lor total do PIB divulgado onMuanis. Segundo ela, alguns tem, R$ 54,2 bilhões foram dos motivos para o avanço dos impostos sobre produtos. investimentos são o ano eleitoDe forma geral, o peso dos ral, programas como o de recu- setores ficou quase estabilizaperação das estradas e a taxa do. Uma estimativa do Institude juros meto de Estudos nor. Ontem, o p a r a o D eInstituto tams e n v o l v im e n t o I nbém divulgou os valores do dustrial (Iedi) indica PIB, além da taxa de invesque o peso da timento. indústria na por cento é a Ipea – Na economia projeção para o c om pa ra çã o cresceu de 36,9% para com o último crescimento do trimestre do 37,3%, e de PIB brasileiro em serviços, de ano passado, o PIB cresceu 54,4% para 2006, de acordo 55%, favore1,4% em tercom o Ipea mos reais cidos pelo avanço da (descontada a inflação). Para massa de sao segundo trimestre deste ano, lários. Já o peso relativo da o Instituto de Pesquisa Econô- agropecuária encolheu de mica Aplicada (Ipea) prevê 8,7% para 7,7%. O IBGE calcula uma leve desaceleração do esses pesos apenas com o recrescimento (1,2% sobre o pe- sultado fechado de cada ano. Consumo – Além do invesríodo anterior) e projeta um avanço de 3,8% do PIB no acu- timento, o crescimento do PIB no trimestre também foi puxamulado do ano. Justamente o desempenho do pelo consumo das famílias, no primeiro trimestre fez o que subiu 4% sobre o mesmo Ipea aumentar a projeção de período de 2005. Como o conavanço dos investimentos de sumo cresceu, sobra menos pa5,8% para 7,8% em 2006, fe- ra poupar na economia, afirchando o ano numa taxa de mou Maria Laura. Isso explica 20,5% sobre o PIB. por que a taxa de poupança reNa avaliação do economista cuou de 22,4% no início do ano da MB Associados, Sérgio Val- passado para 21,6% no primeile, é preciso cautela na análise ro trimestre deste ano. do investimento. "Mesmo tenAinda segundo os dados do do este percentual relativa- IBGE, a capacidade de finanmente bom, não é suficiente ciamento da economia (compara crescer a taxas mais eleva- parável ao superávit em conta das", disse. Valle lembra que o corrente) foi de R$ 3,6 bilhões – crescimento da construção re- abaixo dos R$ 7,2 bilhões em flete mais projetos residenciais 2005. A redução, segundo o do que obras de infra-estrutu- IBGE, foi causada pelo encora ou de fábricas. Para o PIB lhimento do saldo externo de crescer acima de 4%, o País pre- bens e serviços e pelo aumento cisaria de uma taxa de investi- de envio de receitas de lucros e mento "de pelo menos 25% do dividendos ao exterior. O aumento mais forte das importaPIB", afirmou o economista. "Para uma taxa de investi- ções do que das exportações mento mais ambiciosa, preci- reduziu o saldo externo de sa-se fazer uma reforma fiscal bens e serviços. (AE)

A

carga tributária brasileira no prim e i ro t r i m e s t re deste ano atingiu a casa de 40,69% dos R$ 478,9 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que calculou a carga fiscal, o número é um pouco menor que o alcançado no mesmo período de 2005, que foi de 41,23%. A arrecadação tributária no primeiro trimestre de 2006, porém, foi maior que em iguais meses do ano passado. Somou R$ 194,87 bilhões, ante R$ 180,67 bilhões em 2005. "Apesar da redução do percentual, a arrecadação aumentou 7,8%, muito mais que a inflação", analisou o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo. Segundo ele, a queda da participação da carga ocorreu porque o PIB no primeiro trimestre de 2005, de R$ 438,22 bilhões, foi inferior ao de igual período de 2006. "Mas a tributação ainda é excessiva." O presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, com-

Monalisa Lins/AE

3,8

Investimento em alta

O

ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou ontem os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostraram que a taxa de investimento está em 20,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, o País está crescendo exatamente porque o setor produtivo está investindo. O ministro disse ainda que, além da economia crescer 4% ou 4,5% neste ano, o investi-

mento deve subir 5%. "Sou mais conservador que o Banco Central. Estou apostando no maior nível de investimentos, 5%, 6% ou 7%. Será um patamar muito positivo", afirmou, ao ser lembrado de que o Banco Central espera alta superior a 6% de investimento neste ano. Segundo Mantega, a idéia do governo é que o País chegue a níveis de investimento de 22%, 23% ou 24% do PIB. A taxa anunciada pelo IBGE é a maior desde 2001. (AG)

partilha da mesma opinião. "Embora tenha tido percentual reduzido no primeiro trimestre, a carga tributária continua sendo um entrave para o crescimento do País. O índice de arrecadação da União, estados e municípios continua com muita substância", disse. Nos primeiros três meses deste ano, R$ 130 bilhões vieram dos tributos federais, R$ 53,24 bilhões dos impostos estaduais e R$ 11,24 bilhões, dos municipais. Do total de R$ 180,67 bilhões arrecadados, R$ 120,96 bilhões foram recolhidos pela União; R$ 49,44 bilhões, pelos estados e R$ 10,27 bilhões, pelos municípios. O tributo que gerou mais receita para os cofres públicos foi o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com R$ 40,47 bilhões, ante R$ 36,59 bilhões nos primeiros meses de 2005. O IBPT também calculou quanto de tributos os brasileiros pagaram, em média, por dia (R$ 2,165 bilhões), hora (R$ 90,219 milhões), minuto (R$ 1,503 milhão), segundo (R$ 25,060 mil) e per capita (R$ 1,058 mil) entre os meses de janeiro a março de 2006. Adriana David

SUPERÁVIT Governo fecha maio com R$ 2,8 bilhões

O

As reformas de infra-estrutura foram destaque entre os investimentos

Economia dos EUA acelera como em 2003

O

Departamento do Comércio dos Estados Unidos revisou para 5,6% o crescimento do PIB do primeiro trimestre naquele país, confirmando as previsões. Na revisão anterior, o crescimento apontado tinha sido de 5,3%. O desempenho da economia norte-americana no período foi bem mais vigoroso do que a expansão de 1,7% do quarto trimestre de 2005 e corresponde ao ritmo mais acelerado desde que a economia cresceu 7,2% no terceiro trimestre de 2003. O índice de preços para gastos com consumo pessoal (PCE) subiu 2% na revisão final do PIB do primeiro trimestre, divulgada pelo Departamento do Comércio. A variação é a mesma da

feita na prévia anterior. O núcleo do PCE, que exclui variações de preços nos segmentos de alimentos e energia, também não foi revisado e a alta se manteve em 2%. No quarto trimestre, o PCE cheio subiu 2,9% e o núcleo, 2,4%. Já o índice de preços para compras domésticas brutas, que avalia os preços pagos pelos residentes, subiu à taxa de 2,6%, revisado em baixa de aumento previamente estimado em 2,8% e para abaixo da elevação de 3,7% registrada no quarto trimestre. O índice de preços em cadeia nos Estados Unidos subiu à taxa de 3,1% no primeiro trimestre, revisado para baixo da taxa de 3,3% anterior e abaixo da taxa de 3,5% do quarto trimestre. (AE)

governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) apresentou em maio superávit primário de R$ 2,816 bilhões, valor de 3,7% maior que o realizado em maio do ano passado (R$ 2,715 bilhões), mas 80% menor que os R$ 14,683 bilhões registrados em abril de 2006. Do resultado de maio, o Tesouro Nacional contribuiu com um superávit de R$ 6,139 bilhões, a Previdência Social apresentou déficit de R$ 3,311 bilhões e o Banco Central, um déficit de R$ 11,5 milhões De janeiro a maio deste ano, o governo central acumula superávit de R$ 32,253 bilhões, o equivalente a 3,99% do Produto Interno Bruto (PIB). De janeiro a maio de 2005, o superávit do governo central acumulado foi de R$ 32,444 bilhões, equivalente a 4,32% do PIB. No período, o Tesouro apresentou superávit de R$ 48,08 bilhões; a Previdência, um déficit de R$ 15,818 bilhões e o BC, um déficit de R$ 18,2 milhões. Em nota distribuída à imprensa, o Tesouro Nacional, atribuiu a queda de 80% do superávit primário do governo central de maio em relação ao de abril ao efeito sazonal. É que em abril foi registrado o pagamento da primeira cota ou cota única do Imposto de Renda da Pessoa Física de 2006, o recolhimento trimestral do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição sobre Lucro Líquido, além do recebimento de royalties pela exploração de petróleo e gás natural. Além disso, explicou o Tesouro, as transferências a estados e municípios aumentaram em função da concentração de arrecadação dos tributos parti-

lhados no terceiro decêndio de abril, com o correspondente repasse verificado em maio. O Tesouro informou ainda que foi verificado aumento nas despesas discricionárias e computado nas contas o impacto do reajuste do salário mínimo nos benefícios previdenciários e assistências. Despesas – As despesas do Tesouro Nacional no mês de maio totalizaram R$ 17,8 bilhões, o que representou um aumento de R$ 2,7 bilhões (18,1%) em relação a abril. Segundo documento divulgado pela Secretaria do Tesouro, a maior parte se refere a despesas de custeio e capital (R$ 2,5 bilhões). Entre as despesas discricionárias (não obrigatórias), os principais aumentos ocorreram nos ministérios da Saúde, do Desenvolvimento Agrário, do Desenvolvimento Social, da Defesa, Educação e Ciência e Tecnologia. As despesas com subsídios e subvenções cresceram R$ 277,3 milhões em relação a abril. Os gastos com benefícios assistenciais (LOAS) aumentaram R$ 141,6 milhões, ou 16,3% em relação a abril, refletindo, segundo o Tesouro, o aumento do salário mínimo. No ano, as despesas acumuladas do Tesouro Nacional elevaram-se em R$ 11,3 bilhões (15,4%), o que significa crescimento acima do projetado para o PIB nominal estimado para o período, que é de 7,4%. As despesas do governo federal com pagamento de pessoal e encargos sociais tiveram crescimento de R$ 4,7 bilhões (13,1%), enquanto os gastos de custeio e capital subiram aproximadamente R$ 6,6 bilhões (17,8%) no período. (AE)


Quércia se junta a Maluf ao escolher Átilla

Afif lançado ao Senado no time anti-mensalão

Agora é oficial: Orestes Quércia (PMDB) disputa o governo de SP tendo por vice - surpresa! - o vereador Átilla Russomano, do PP de Paulo Maluf.

Afif Domingos (PFL) entrou no time de Geraldo Alckmin e José Serra (PSDB), "representando o respeito ao dinheiro público". A escolha foi consensual.

Átilla (dir), Quércia e, para o Senado, Alda. Pág./8

Afif, Serra, Goldman e o governador Lembo. Pág./8 Valéria Gonçalves/AE

Ano 81 - Nº 22.159

Luludi/LUZ

Sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Datafolha: Alckmin vai a 29%

Edição concluída às 23h50

Página 8

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Mauricio Lima/AFP

Eduardo Nicolau/AE

FOME DE BOLA SEDE DE PODER

Ronaldo (foto) comeu a bola contra Gana e promete replay contra a França, sábado às 16h. Firme, avisa: "A Seleção está preparada para tudo!" E o cauteloso, Zidane, algoz de 1998, admite: "Tenho boas recordações do Brasil. Eles são favoritos. Mas..."

Lula revelou ontem qual será a sua 1ª preocupação, se reeleito: acabar com a reeleição e ampliar o mandato presidencial para 5 anos. Uma "lacuna" de seu governo, ele admitiu, foi não ter feito a reforma política. Se a fizesse, não poderia reeleger-se. Pág./3

PIB chega a R$ 478,9 bi. 40,69% são impostos

STJ manda Suzane de volta à prisão

O peso da carga fiscal é um pouco menor do que a de 2005. A arrecadação do primeiro trimestre de 2006, porém, chegou a R$ 194,87 bi ante R$ 180,67 bi do mesmo período de 2005. "Tributação ainda é excessiva", diz Marcel Solimeo, do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP. Eco/1

Superior Tribunal de Justiça cassa liminar que autorizava Suzane a aguardar julgamento em prisão domiciliar.

STF solta acusado de mandar matar irmã Dorothy Supremo Tribunal Federal concede habeas corpus a fazendeiro, que aguardará julgamento em liberdade. Cidades/5

Image.net/Divulgação

Um não à sujeira eleitoral 93% dos internautas contra a propaganda que enfeia a cidade. Cidades/1 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 22º C. Mínima 10º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 10º C.

Largada para as férias São seres de quatro rodas: divertidos, aventureiros. Carros (foto) abre a temporada de férias na cidade, para entreter pais e filhos. Mas a edição desta

semana vai além do cinema. Promete mais a quem não viajar em julho. Exposições, livros, DVDs. E um encontro com a música de Nelson Freire. DCultura


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

MÚSICA Leny Andrade chega com o CD Lua do Arpoador. Nelson Freire em concerto e mais: Johnny Alf Arquivo DC/Reproduções

Fotos: Reprodução

Lua do Arpoador: ela com sua voz; ele com seu violão; os dois com o samba e o jazz na alma

Nelson (acima) é o que é, foge dos holofotes; detesta marketing. João Moreira Sales

CELEBRIDADE

ESTILISTA

As estrelas cariocas Aquiles Rique Reis

A

carioca Leny Andrade é uma das maiores cantoras brasileiras. Por estranhos desígnios, que costumam interferir na vida artística de muitos músicos, sua genialidade não alça vôos que a levem aos ouvidos de um grande número de amantes da boa música. Essa intérprete destacada do primeiro time da música brasileira viveu por muito tempo no exterior, até voltar ao Brasil para se dedicar à música – sua razão de viver. Leny Andrade iniciou sua carreira como crooner da orquestra de Dick Farney e cantando em boates no Beco das Garrafas, em cujos palcos se iniciou a Bossa Nova. Após gravar vários discos, foi buscar em Romero Lubambo o suporte para uma parceria que se mostrou extremamente rica em criatividade e pródiga em musicalidade. Lubambo, outro carioca que hoje integra o Trio da Paz, com o baixista Nilson Matta e o baterista Duduka Fonseca, é outro que se foi para os EUA buscando ares mais amenos para sua arte. Leny Andrade e Romero Lubambo estão nas lojas com o CD Lua do Arpoador (Biscoito Fino). Ela com sua voz; ele com seu violão; os dois com o samba e o jazz pulsando na alma. Ambos virtuosos. Ela com sua marca registrada: os scats vocais suingados, ele com o som cristalino das cordas do violão. O CD começa com No Pedaço (Moacyr Luz e Sérgio Natureza), um samba de andamento ligeiro, no qual Leny, logo de cara, dá mostras de que seus agudos estão límpidos e de que sua marca registrada se fará prazerosamente presente. Seguese Desenredo (G.R.E.S. Unidos do Pau Brasil) (Ivan Lins e Gonzaguinha). Se na primeira música Leny deu provas de a quantas anda o seu agudo, nesta demonstra igualmente que seus graves vão muito bem, obrigada. Mas é com o clássico bossanovista Influência do Jazz (Carlos Lyra) que Lua do Arpoador deslancha. Com andamento acelerado, o samba permite que o ouvinte perceba uma Leny absolutamente à vontade em meio aos acordes tocados virtuosamente por Romero Lubambo. Seu scat improvisado é mágico, como mágica é a voz que canta. O intermezzo criado por Lubambo é soberbo de tão limpo, de

tão sonoro, de tão parceiro que é daquela a quem acompanha reverentemente. Toninho Horta diz presente com Aqui, Oh!. (Ele que é talvez o mais discreto sócio do Clube da Esquina, deve ter sua genialidade tão destacada como a dos outros integrantes do grupo – Milton Nascimento, Lô e Marcio Borges, Flavio Venturini e Beto Guedes). Durval Ferreira e Regina Werneck compuseram a linda Beijo Distraído. Tem também Toots Thileman, com Bluesette; sem letra, sua melodia jazzística permite, mais uma vez, que Leny deite e role na improvisação feita para demonstrar que música é com ela mesma. Lubambo dá show no intermezzo tocado genialmente. (O cara tem a mão direita supimpa, que dá a impressão de haver uma banda tocando. Ele se vale de dinâmicas eficientes para empolgar; rasqueia as cordas para atiçar; cria harmônicos para dar à música tons mais suaves; para cada música há uma solução mágica... Enfim, toca muito, o cara!). Na faixa oito tem Quando você não vem, bonito samba de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza. Vem depois o samba rasgado de Moacyr Luz e Aldir Blanc, Mandingueiro, para o qual Lubambo criou uma levada inesperada e bela. O ouvinte já está levitando quando começam Violão Vadio (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), um clássico definitivo da música popular brasileira cuja interpretação de Leny e Lubambo o torna ainda mais indiscutivelmente categórico, e Triste (Tom Jobim), que inicia com um diálogo acelerado entre a voz e o violão, como se discutissem aquilo que deveria ser dito a quem os ouve. Nas duas, a extensão vocal de Leny se mostra por inteiro. Mais que nunca, sua voz revela uma senhora cantora. O CD encerra com Lua do Arpoador (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza), música suave como o disco (que disco admirável, meu Deus!), bela como a voz de Leny Andrade e inspirada como o violão de Romero Lubambo.

Afinação humilde. Pela música.

N

Errol Garner (foto) é o pianista da alegria, da festa. Nelson Freire

Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, editora A Girafa. Parceria com Romero Lubambo se mostrou rica em termos criativos e musicais

Divulgação

Alf: nas raízes da bossa nova

ANTOLÓGICO

Johnny Alf, tangendo a bossa nova

J

ohnny Alf, pianista, vocalista, compositor, pensador da música, é o cerne da bossa nova. Todo crítico, ensaísta, musicólogo ou historiador atento e justo ressalta este fato. Lógico que para modelar a bossa nova e disseminá-la, outros nomes se inscrevem, entre eles, é lógico, Tom Jobim, João Donato, Sérgio Mendes. Se Johnny Alf está no Olimpo, lá colocado pe-

los estudiosos, na mídia a situação é outra. Sempre foi um relegado. Passou momentos (ou longas fases) de total isolamento. Agora, aos 77 anos, parece desenhar-se uma recuperação desse erro. Porque o pioneiro Johnny Alf está com agenda lotada de shows. Neste final de semana, por exemplo, apresenta-se em um recital em que dão canja Cauby Peixoto e Leny An-

drade. No repertório, músicas do CD Mais Um Som, lançado originalmente no Japão. Alf (sutil como Nat King Cole, embalado como Dick Farney, vigoroso como Errol Garner, sem jamais imitálos) relembra, personalíssimo, peças antológicas: Eu e a Brisa e Rapaz de Bem. Tetaro Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93. Telefone: (11) 3871-7700. Sábado (1º), 21h. domingo (2), 18h. R$ 20.

ão é má vontade nem esnobismo. É timidez, mesmo. Depois de completar a participação em algum concerto ou de fazer um recital solo, Nelson Freire retira-se para a coxia, passos miúdos, rápidos. Demora a voltar ao palco. Resiste ao bis. Quando o concede à platéia (sempre calorosa), é para tocar fragmentos de peças muito conhecidas. Daquelas que ele interpreta até dormindo. Ou, mais comum, a Melodia para Flauta e Cordas, da ópera Orfeu e Eurídice, do alemão Gluck (1714-1787), transcrita para piano pelo pedagogo italiano Sgambatti (18411914) e imortalizada por Guiomar Novaes, a mais ilustre pianista brasileira, guru de Freire. Esse traço de personalidade é documentado com sublime delicadeza no filme Nelson Freire, obra maior de João Moreira Salles (2004), editado agora em DVD. Cena, aliás, que poderá repetir-se nesta sexta e sábado, na Sala São Paulo, onde Nelson vai tocar Concerto Nº 2 para Piano em Sol Menor, Op. 16, acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), sob a regência de John Neschling. "Nelson é a timidez personificada", testemunha Moreira Salles. Que conseguiu, apesar da têmpera de

Nelson, realizar um filme íntegro, informativo. "Nelson é o que é, foge dos holofotes, detesta marketing", descreve o cineasta. Sucesso de público e na mídia, a Osesp é o cartaz erudito mais concorrido do País. Imagine em dia de Nelson Freire! Para os dois concertos, os ingressos que ainda sobram são disputados a peso de ouro. Quem, no entanto, não tiver a sorte de assisti-los pode bem compensar a frustração. Sim, porque o filme está à disposição nas lojas do ramo e garante uma bela sessão de arte. É DVD aberto a todas as regiões, tem 102 minutos e está editado em dois discos. Neles, Nelson aparece em seu cotidiano, faz declarações de admiração a Guiomar Novaes, admite invejar o virtuosismo de Errol Garner , jazzman extraordinário ("Errol é o símbolo da alegria, da festa"); toca ao lado de sua amiga Martha Argerich; ironiza a imprensa francesa; relembra fatos da infância. E, principalmente, exibe-se nas salas de concerto mais imponentes do mundo. Além do DVD, há na praça gravações antológicas de Nelson. Em solos, com Argerich e acompanhado pela orquestra do Gewandhau de Leipzig, em espetáculo gravado em concertos gravados em 2005 e 2006, ao vivo. Os CDs Chopin: Sonata para Piano nº 3 e Estudos Op. 25 Chopin: Estudos Op.10; Barcarolle Op. 60 e Sonata Nº 2 Schumann: Carnaval; Papillons; Kinderszenen e Arabeske. Brahms: Concertos Nº 1 em Ré Menor Op. 15 e Nº 2 em Mi Bemol Maior Op 83. Ao Vivo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (1980), onde se destacam peças de Albéniz e Rachmaninov. Bartók: Concerto para Dois Pianos, Percussão e Orquestra. Com Martha Argerih e Orquestra do Concertgebouw de Amsterdam, sob a batura de David Zinman. (MMJ) Concerto Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/n. Telefone: (11) 3337-5414. Sexta (30) e sábado (1º), 21h. R$ 25 a R$ 79.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

LAZER - 3

CINEMA Na tela, a prosa bruta de Bukowski. Nas locadoras e lojas, clássicos e o melhor das séries de TV Fotos: Divulgação

Califórnia Filmes/Divulgação

UIP/Divulgação

CLÁSSICOS

Na tela, o confronto existencialista entre o ser e o nada

ESTRÉIA

Perdeu aquele grande filme quando foi exibido no cinema? Use as férias para vê-los em casa

AURA RUDE Longa Factotum exibe trajetória de Charles Bukowski, movido a álcool, desesperança e maus modos

Rita Alves

Europa Filmes/Divulgação

Geraldo Mayrink

Friends: agora lançamentos dos melhores episódios das temporadas

King Kong (alto) e O Segredo de Brokeback Mountain, de Ang Lee

F O mistério é o mote em Lost

E

Nip/Tuck: plásticas e violência

SÉRIES Lúcia Helena de Camargo

nfim, férias. É hora de sair para passear, visitar exposições, ir ao cinema ou tirar umas horas do dia para relaxar na frente da TV. Uma pedida é ver ou rever as séries favoritas, muitas disponíveis em formato DVD para locação ou compra. Amigos em NY Friends, um dos seriados mais populares de todos os tempos, acabou depois de dez temporadas, todas já lançadas no Brasil em DVD. Os fãs mais ardorosos possuem a coleção completa, claro, mas para quem não quis ou não pôde comprar cada caixa a R$ 100, em média, estão chegando agora as edições dos melhores episódios de cada temporada, escolhidos com base na opinião do público e dos criadores da série. Mais acessíveis, são vendidos por R$ 19,90. O último a chegar nas lojas é O Melhor de Friends: Os Cinco Melhores Episódios - 4ª Temporada (Best of Friends - Season 4, Estados Unidos, 2006). Com um total de 118 minutos, traz o sexteto novaiorquino Jennifer Aniston, Lisa Kudrow, Courteney Cox Arquette, Matthew Perry, Matt Leblanc e David Schwimmer nos episódios Aquele com a Água-Viva; Aquela em que Chandler Passa dos Limites; Aquele com a Pornografia de Graça; Aquele do Vestido Novo da Rachel e Aquele do Pior Padrinho de Todos os Tempos. Já em pré-venda nos sites, no dia 14 de julho chega ao mercado O Melhor de Friends - 5ª Temporada. Warner Home Video. Novos Sherlocks Sangue e vísceras expostas, além de investigação científica que levam à descoberta de criminosos. Essas as atrações na série CSI, que exibe uma versão contemporânea dos métodos de Sherlock Holmes, o mais famoso detetive particular da história. A caixa mais recente a chegar às lojas e locadoras é CSI: Crime Scene Investigation: 4ª Temporada - Vol. 3 - Triplo. Ao contrário da maioria das séries, esta é lançada pela distribuidora dividida em três volumes. O time de cientistas forenses de Las Vegas liderados por Grisson (William Petersen) aqui aparece em sete episódios nos três discos. Entre eles, Mau Até os Ossos, Saindo dos Trilhos, Jogo da Morte e XX. Como material extra, vem os documentários Construção de um Episódio: Produção e Construção de um Episódio: Pós-Produção. A caixa com os primeiros episódios da 5ª temporada chegam em agosto. Playarte. R$ 99,90.

Mistério da ilha Lost: 1ª Temporada Completa (Lost, Estados Unidos, 2006) vem em sete DVDs com um total de 1028 minutos de gravações. O enigma é o principal mote nessa série, que conseguiu picos de audiência na TV paga no Brasil e foi a grande vencedora do Globo de Ouro 2006 na categoria Melhor Série Drama. Ao lado dos protagonistas, Matthew Fox, Dominic Monaghan e Evangeline Lilly, muitos outros personagens, em um total de 48 pessoas, estão presos em uma misteriosa ilha, na qual travam batalhas diárias pela sobrevivência. A caixa inclui mais de seis horas de material especial e vídeos extras no disco sete. A recomendação é para maiores de 18 anos. Disney Video, R$ 154,90. Estética reformada Quem gosta da série Nip/Tuck curte tramas fortes, relacionamentos nada convencionais e cenas às vezes escabrosas, como rostos e corpos desfigurados, além de disputas amorosas e de poder, sexo violento e muito dinheiro. Exibido pelo canal pago Fox, chegou às lojas recentemente Nip/ Tuck - 2ª Temporada Completa (Nip/Tuck Season 2, Estados Unidos, 2006), com todos os 16 episódios da segunda temporada, divididos em seis DVDs, com as aventuras dos cirurgiões plásticos Christian Troy (Julian Mcmahon) e Sean McNamara (Dylan Walsh), sempre envolvidos em algo além de reformas estéticas. Eles não desistem da disputa pela mulher, Júlia, mas os dois médicos nesta segunda temporada acabam enveredando por obscuras e estranhas subtramas: Troy cai de amores por uma deficiente visual e McNamara envolve-se com uma atriz pornô. A caixa vem com 757 minutos de gravações e é recomendada apenas para maiores de 16 anos. Warner Home Video, R$ 129,90.

CSI: time de cientistas forenses

érias também são perfeitas para assistir em casa o que não foi visto no cinema. A lista de DVDs pode ser grande, porque todo gênero é bem aceito: aventura, romance, drama, documentário. Para começar flutue no clássico Cantando na Chuva (1952). Para quem já viu, assisti-lo novamente nunca é demais. O musical, dirigido por Stanley Donen e pelo protagonista Genne Kelly, é uma sátira aos primeiros tempos do cinema e mostra a inesquecível e encantadora performance de Genne Kelly dançando na chuva no meio da rua. A cena é uma das mais famosas e belas do cinema. Kong - Imagens marcantes também fazem parte de King Kong. O gigante macaco teve seu último filme escrito e dirigido por Peter Jackson. Quem interpretou a musa da fera foi Naomi Watts (21 Gramas). A versão é a mais longa de todas e impressiona pelos efeitos especiais. A história de amor impossível foi premiada no Oscar 2006 por melhor efeito visual, melhor mixagem e edição de som. Outra obra vencedora de oito prêmios Oscar é Amadeus (1984), do diretor Milos Forman. A vida e obra de Mozart, o famoso gênio da música clássica, traz Tom Hulce no papel do músico e F. Murray Abraham como Antonio Salieri. É uma grande oportunidade

nal. O longa-metragem trata do período em que o jovem Che Guevara viaja de moto pela América do Sul com seu amigo Alberto Granado (Rodrigo de la Serna). A viagem, feita em 1952, dura oito meses e foi feita antes do personagem principal se tornar um dos ícones da Revolução Cubana. G alinhas - Os fãs de animação, além das opções em cartaz nos cinemas, podem conferir outros bons títulos disponíveis nas locadoras. Um deles é A Fuga da Galinhas (2000). Divertida e inteligente, a produção dirigida por Peter Lord e Nick Park, mostra o desespero das galinhas de uma fazenda bolando planos para fugir da panela. Diversão garantida terá também quem assistir nessas férias O Homem que Copiava(2002). A comédia romântica traz Lázaro Ramos vivendo o apaixonado André, que, depois de cair de paixão pela vendedora Silvia (Leandra Leal), tenta de todas as formas uma aproximação e, para isso busca conseguir R$ 38 para uma suposta compra. Pedro Cardoso, Luana Piovani e Paulo José também estão no elenco. Os apaixonados pelo jazz não têm do que reclamar quando o assunto é DVD. Billie Holiday também pode ser vista na telinha. O terceiro título da série Masters of American Music, Lady Day, traz entrevistas com grandes cantoras influenciadas pela diva, Buck

O

lado mais triste e sórdido da vida aparece em Fac totum, esquisito a partir do título, assim mesmo em latim, tirado do romance e trechos de outros três entre os 45 volumes publicados pelo notório Charles Bukowski. Notório e notável por ter sido uma figuraça. Já foi adaptado até para história em quadrinhos, além de ter inspirado um filme famoso, Crônica de um Amor Louco, de Marco Ferreri, com a bela cantante Ornella Muti. Nascido na Alemanha mas vivendo nos Estados Unidos desde os três anos, Bukowski era movido a álcool, desesperança e maus modos. Adorava a sujeira física e gente à margem da vida. Não tinha nenhum senso de humor, embora seus leitores o achem engraçado, e menos ainda compaixão pela raça humana. Quando morreu em 1994, aos 74 anos, arrebanhara uma legião de admiradores de sua prosa bruta e o compararam até a Henry Miller, que também não esperava nada da vida, mas tinha uma prosa refinada. Escritores à beira do abismo são sempre muito aplaudidos, principalmente quando erguem, como Bukowski, a bandeira da liberdade sem fronteiras. O filme dirigido por um norueguês, Bert Hamer, dá uma idéia do mundo em que Bukowski quis viver, bem à sua maneira. Trata da perambulação de um certo Henry (Matt Dillon) entre seu trabalho em fábricas e armazéns, mesas de bar, quartos de hotéis baratos e duas mulheres, Jan (Lili Taylor) e Laura (Marisa Tomei). Henry faz tudo o que quer: beber, jogar nos cavalos, fornicar

e escrever sem sucesso. Uma vez se aproxima dos pais mas nada acontece entre eles, além de provocar um clima gelado e azedo, e em outra abre a garrafa numa entrevista para arrumar mais um emprego, sendo expulso quase a tapas do local. No entanto, ele jamais parece bêbado nem sofre com a rejeição dos pais ou pelo emprego perdido. Pouco se lhe dá. Não ri, não chora e sua cara é uma máscara imutável e petrificada, apontando para lugar nenhum no horizonte. Esta ausência de sentimentos visiveis é que fez a aura rude de Bukowski e, de certa forma, empresta uma personalidade ao filme, que revela no diretor não só um admirador dele como também um homem de coragem . Por enfrentar uma história tão descarnada e afrontar a indústria de entretenimento com uma narrativa desprovida de elementos espetaculares ao gosto do público, como pancadrias, beijos românticos, tiroteios ou assassinatos. É desagradável de ver na tela este confronto existencialista entre o ser e o nada, com a supremacia deste contra aquele, mas no mundo, no qual os personagens não acreditam, há gosto – no caso, desgosto – para tudo. Bukowski e Hamer jamais aprovariam esta ou qualquer outra recomendação, mas para quem está enjoado de filmes comuns Factotumaté que merece alguma consideração do respeitável público. Factotum (EUA/Noruega, 2005, 93 minutos). Direção de Bent Hamer. Com Matt Dillon, Marisa Tomei, Lily Taylor.

BUKOWSKI C

harles Bukowski nasceu na Alemanha, em 1920. Aos três anos, mudou-se com a família para Los Angeles, EUA. Lá viveu durante cinco décadas. Escreveu o primeiro conto em 1944. Aos 35 anos, o primeiro poema. O último romance, violento, pessimista, claustrofóbico, é Pulp (de 1994). Morreu em 1994, aos 73 anos. Entre suas obras, destacam-se Cartas na Rua (1971); Factotum (1975); Mulheres (1978); Misto Quente (1982). Em todos, o ambiente escuro e denso (descrito pelo crítico Geraldo Mayrink ao falar de Factotum) é a marca registrada. O próprio autor descreve a si próprio e se desenha (ao lado) como um beberrão contumaz e autodestrutivo.

O musical de Allen; clássico com Alan Ladd; os anjos de dirigido por Michael Curtis e Billie Holiday

para saber mais sobre Wolfgang Amadeus Mozart, cujos 250 anos vêm sendo lembrados em 2006. O longa é daqueles filmes que fazem bem aos olhos e, especialmente, aos ouvidos. Fora das salas de cinema há pouco tempo, outra boa dica é O Segredo de Brokeback Mountain (2005), protagonizado por Jake Gyllenhaal e Heath Ledger. Dirigido por Ang Lee (O Tigre e o Dragão) conta a história de dois jovens que se conhecem no verão de 1963 e, depois de passarem um tempo trabalhando em uma montanha isolada, acabam se apaixonando. O amor proibido entre os dois caubóis gays deu o que falar. E agora pode ser visto em casa. Country - Quem também viveu um romance nas telas foi Joaquim Phoenix, interpretando o cantor Johnny Cash, em Johnny e June. Além de contar a história do amor do músico pela cantora June Carter (Reese Witherspoon), o filme mostra a vida de Cash, desde a entrada em um pequeno estúdio em 1955 até o estrelato. Mas não foram só músicos que tiveram a vida retratada no cinema. Che Guevara também teve uma pequena parte da sua história exibida na telona. Foi em Diários de Motocicleta (2004), dirigido pelo brasileiro Walter Salles (Central do Brasil). Para o papel de Che o escolhido foi o ator Gael Garcia Ber-

Clayton e com o último parceiro de Holiday, o pianista Mal Waldron. Cenas de performances históricas com maiores sucessos da cantora fazem parte do DVD. Homenagem - Um filme de Woody Allen também não pode faltar na lista. É o musical Todos Dizem Eu Te Amo (1996). Nele, o diretor faz uma bela e divertida homenagem aos musicais. Personagens comuns fazem parte do filme e a mania de cantar nas horas mais impróprias é hábito entre eles. O problema é que nem todos nasceram com vocação para o canto... Belas interpretações são vistas em Os Brutos Também Amam (1953), um clássico do cinema americano. Alan Ladd, Jean Arthur e Van Heflin estão no elenco do faroeste dirigido por Georges Stevens. A trama mostra Shane em defesa de uma família humilde que passa a ser ameaçada por um barão do gado. E como os clássicos são sempre bons de ver, a dica final é para Anjos de Cara Suja (1938). O filme, dirigido por Michael Curtis (Casablanca) é parte da Coleção Gângsteres e traz a dupla de amigos James Cagney e Pat O'Brien em seu sexto trabalho. Mais informações em www.dcomercio.com.br

CICLO DO JAPÃO CCBB/Divulgação

N

o mês em que o Dia da Imigração Japonesa (18 de junho) é celebrado, o Centro Cultural Banco do Brasil exibe a mostra Japão Pop - O Cinema Japonês. Até o dia 16 de julho serão apresentadas 11 produções recentes e inéditas. Com um leque diversificado de temas, o

expectador terá a oportunidade de conferir um imenso documentário sobre o mundo nipônico. O Centro Cultural Banco do Brasil fica na Rua Álvares Penteado, 112, Centro, tel.: (11) 3113-3651. Veja a programação completa da mostra em www.dcomercio.com.br.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

COMUNICADO

sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

CONVOCAÇÕES

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: Adiamento - PREGÃO - nº 14/0694/06/05 Comunicamos o adiamento da sessão de processamento do Pregão Presencial n.º 14/0694/06/05, cujo objeto é a Aquisição de Estações de Trabalho Completas e Estabilizadores, para o dia 07-07-2006 às 09:30 horas, que será realizada no Auditório da SEDE DA FDE, Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo/SP.

BALANÇOS UNITED PARCEL SERVICE CO., Balanço Patrimonial em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 (R$) ATIVOS 2005 2004 Circulante: Caixa e bancos 2.415.352,32 918.239,43 Contas a receber de clientes 2.641.353,72 2.907.795,91 Adiantamentos 21.876,66 29.946,38 Total dos ativos circulantes 5.078.582,70 3.855.981,72 Realizável a longo prazo Créditos com pessoas jurídicas ligadas 62.172.990,97 48.965.759,99 Total do realizável a longo prazo 62.172.990,97 48.965.759,99 Imobilizado 62.388,22 46.449,96 Total do Ativo 67.313.961,89 52.868.191,67 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Passivo circulante: Fornecedores 885.109,05 1.090.526,96 Obrigações fiscais e sociais a recolher 107.811,73 131.879,88 Provisões trabalhistas 202.252,81 245.420,05 Outros passivos circulantes 292.814,88 265.566,49 Total do passivo circulante 1.487.988,47 1.733.393,38 Patrimônio líquido: Capital social 13.500,00 13.500,00 Lucros ou prejuízos acumulados 65.812.473,42 51.121.298,29 Total do patrimônio líquido 65.825.973,42 51.134.798,29 Total do Passivo 67.313.961,89 52.868.191,67

CNPJ nº 04.865.628/0001-00 Demonstração de Resultados em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 (R$) 2004 2005 Receita 27.275.094,50 38.200.504,43 Despesas operacionais: Despesas de vendas 10.297.066,83 13.793.990,80 Salários, encargos e benefícios 2.022.812,14 2.144.782,02 Despesas administrativas 209.681,16 178.757,10 12.529.560,13 16.117.529,92 Lucro operacional 14.745.534,37 22.082.974,51 Outras receitas e (despesas): Despesas tributárias (44.927,85) (47.067,77) Despesas de juros (76,89) Perdas de capital (9.354,50) Lucro antes dos impostos 14.691.175,13 22.035.906,74 Imposto de renda e contribuição social Lucro líquido 14.691.175,13 22.035.906,74 Quantidade ações do capital 1.350.000 1.350.000 Lucro básico por ação 10,88 16,32

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 (R$) 2004 Origens 2005 Lucro líquido do exercício 14.691.175,13 22.035.906,74 Depreciações do exercício 16.019,24 5.428,89 Valor residual do ativo permanente baixado 9.354,50 14.716.548,87 22.041.335,63 Aplicações: Aquisições para o imobilizado 41.312,00 33.313,47 Aumento do realizável a longo prazo 13.207.230,98 21.686.804,14 13.248.542,98 21.720.117,61 Aumento do capital circulante líquido 1.468.005,89 321.218,02 Variação do ativo circulante 1.222.600,98 721.470,49 Variação do passivo circulante (245.404,91) 400.252,47 1.468.005,89 321.218,02

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 (R$) Capital Realizado Autorizado Lucros Totais Capital Social Capital a Realizar Acumulados 2005 2004 Saldos em 31/12/2004: 13.500,00 51.121.298,29 51.134.798,29 29.098.891,55 Lucro líquido do exercício: 14.691.175,13 14.691.175,13 22.035.906,74 Saldos em 31/12/2005: 13.500,00 65.812.473,42 65.825.973,42 51.134.798,29 Diretoria Procurador Responsável Procurador Responsável Técnico Contábil NADIR MORENO Milena Hama WAGNER SIMÕES DE OLIVEIRA – 1SP183154/O-6

EDITAIS Fundação Hélio Augusto de Souza - FUNDHAS AVISO DE DEFINIÇÃO DA DATA DE ABERTURA Pregão Presencial n° 5/296/2006 – Objeto: Aquisição de materiais para pintura predial (tintas, verniz, etc.) - Reposição ao estoque. O Presidente da FUNDHAS informa aos interessados que a abertura da presente licitação dar-se-á no dia 06/07/2006, às 9h, na Sala de Licitações. Todas as cláusulas e condições do Edital permanecem inalteradas. São José dos Campos, 29 de junho de 2006 Hiromiti Yoshioka - Presidente

UNITED PARCEL SERVICE, INC. Balanço Patrimonial Consolidado em 31 de Dezembro (em milhões de dólares, exceto por número de ações) ATIVOS 2005 2004 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO DOS ACIONISTAS 2005 Circulante: 2004 Disponível e equivalentes 1,369 739 Passivo circulante: Valores mobiliários negociáveis e Vencimentos de débitos a longo prazo e investimos a curto prazo 1,672 4,458 títulos de crédito 821 1,187 Contas a receber, líquido 5,95 5,156 Contas a pagar 2,352 2,312 Recebíveis financeiros, líquido 411 524 Salários a pagar e encargos 1,324 1,197 Imposto de renda a receber 371 Dividendos a pagar 364 315 Imposto de renda diferido 475 392 Imposto de renda a pagar 180 79 Outros ativos circulantes 1,126 965 Outros passivos circulantes 1,752 1,439 Total dos ativos circulantes 11,003 12,605 Total do passivo circulante 6,793 6,529 Bens, Instalações e equipamentos - preço de Dívidas de longo prazo 3,159 3,261 Benefício obrigatório acumulado por custo, líquido de depreciação acumulada e amortização de $ 14,268 e $ 13,505 aposentadoria, líquido 1,704 1,470 em 2005 e 2004 15,289 13,973 Impostos diferidos, créditos e outras obrigações 6,682 5,450 Custos previdenciários pagos antecipadamente 3,932 3,222 Patrimônio líquido dos acionistas: Fundo de comércio 2,549 1,255 Ações preferenciais, sem valor nominal 200 ações Ativos intangíveis, líquido 684 669 autorizadas, nenhuma emitida Outros ativos 1,765 Ações ordinárias Classe A, com valor nominal de 1,364 $ 0.01 por ação, 4.600 ações autorizadas, 454 35,222 33,088 e 515 emitidas em 2005 e 2004 5 5 Relatório dos Auditores Independentes Ações ordinárias Classe B, valor nominal de $ 0.01 Conselho de Administração e Acionistas por ação, 5.600 ações autorizadas, 646 e 614 United Parcel Service, Inc. ações emitidas em 2005 e 2004 6 6 Atlanta, Geórgia Capital social integralizado adicional 417 Auditamos os balanços patrimoniais consolidados em anexo da Lucros acumulados 17,037 16,192 United Parcel Service, Inc. e suas subsidiárias (a “Sociedade”) datado Prejuízos acumulados (164) (242) de 31 de dezembro de 2005 e 2004, bem como as demonstrações de Obrigações de remuneração deferidas 161 169 rendimentos consolidadas correlatas, patrimônio líquido e fluxos de 17,045 16,547 caixa para cada um dos três anos no período findo em 31 de Menos: ações em tesouraria, preço de custo dezembro de 2005. (3 ação em 2005 e 2004) (161) (169) Essas demonstrações financeiras são de responsabilidade da Total do patrimônio líquido 16,884 16,378 administração da Sociedade. Nossa responsabilidade é emitir 35,222 33,088 um parecer sobre tais demonstrações financeiras com base em apresentam de forma justa em todos os aspectos substanciais a nossa auditoria. posição financeira da United Parcel Ser vice, Inc. e suas Realizamos nossas auditorias de acordo com as normas do Conselho subsidiárias em 31 de dezembro de 2005 e 2004, bem como os de Supervisão Contábil de Empresas Públicas (Estados Unidos). resultados das suas operações e seus fluxos de caixa para cada Essas normas exigem que planejemos e realizemos a auditoria de um dos três anos do período findo em 31 de dezembro de 205, em forma a obter garantia razoável sobre se as demonstrações financeiras conformidade com os princípios contábeis geralmente aceitos nos estão livres de erros substanciais. Uma auditoria inclui o exame, em Estados Unidos da América. caráter de teste, e evidências que comprovam os valores e Conforme descrito na Nota 1 das demonstrações financeiras divulgações das demonstrações financeiras. Uma auditoria inclui consolidas, a Sociedade começou a aplicar prospectivamente as ainda avaliação dos princípios contábeis utilizados e estimativas disposições da Declaração de Normas Contábeis Financeiras nº 123, significativas feita pela administração, bem como avaliação da “Contabilidade para Compensação Baseada em Ações”, a partir de 1 apresentação geral das demonstrações financeiras. Acreditamos que de janeiro de 2003. nossa auditoria fornece uma base razoável para o nosso parecer. Auditamos ainda, de acordo com as normas do Conselho de Em nosso parecer, tais demonstrações financeiras consolidadas

Demonstração de Resultados Consolidados em 31 de Dezembro (em milhões de dólares, exceto valores por ação) 2005 2004 Receita 42,581 36,582 Despesas operacionais: Obrigações e benefícios 22,517 20,823 Outros 13,921 10,770 36,438 31,593 Lucro operacional 6,143 4,989 Outras receitas e (despesas): Rendimento de aplicações financeiras 104 82 Despesas com juros sobe aplicações (172) (149) Rendimento com resgate de dívidas de longo prazo Reversão tributária (68) (67) Rendimentos anteriores à tributação do imposto de renda e efeito cumulativo das mudanças nos princípios contábeis 6,075 4,922 Impostos sobre os rendimentos 2,205 1,589 Rendimentos anteriores ao efetio cumulativo das mudanças nos princípios contábeis 3,870 3,333 Efeito cumulativo das mudanças nos princípios contábeis, valor líquido do imposto Rendimento líquido 3,870 3,333 Rendimentos básicos por ações antes do efeito cumulativo das mudanças nos princípios contábeis 3,48 2,95 Rendimentos básicos por ações 3,48 2,95 Rendimentos diluídos por ações antes do efeito cumulativo das mudanças nos princípios contábeis 3,47 2,93 Rendimentos diluídos por ações 3,47 2,93

ATAS

Técnico Contábil WAGNER SIMÕES DE OLIVEIRA - 1SP183154/O-6 Supervisão Contábil de Empresas Públicas (Estados Unidos), a vigência do controle interno da Sociedade sobre o relatório financeiro de 31 de dezembro de 2005, com base nos critérios estabelecidos no Controle Interno – Estrutura Integrada, emitido pelo Comitê de Organizações Patrocinadoras da Comissão Treadway, e nosso relatório datado de 14 de março de 2006 expressou um parecer não qualificado sobre a avaliação da administração da vigência do controle interno da Sociedade sobre o relatório financeiro e um parecer não qualificado sobre a vigência do controle interno da Sociedade sobre o relatório financeiro. Deloitte & Touche LLP Atlanta, Geórgia 14 de março de 2006.

Financeira Alfa S.A. - Crédito, Financiamento e Investimentos

Brasilwagen Comércio de Veículos S.A.

CNPJ nº 49.707.557/0001-56 Relatório da Diretoria Aos Srs. Acionistas: Conforme disposições legais e estatutárias, apresentamos as Demonstrações Financeiras, Notas Explicativas e Parecer dos Auditores Independentes, referentes ao exercício findo em 31/12/2005. A Diretoria Demonstração do Resultado dos Exercícios Balanço Patrimonial em 31/12 (Em R$ mil) Ativo 2005 2004 Passivo 2005 2004 Findos em 31/12 (Em R$ mil) 2005 2004 Circulante ...................................................... 30.034 17.557 Circulante ...................................................... 46.050 33.484 Receita Operacional Bruta .............................. 300.454 215.029 Fornecedores ................................................ 4.247 4.295 Devoluções e impostos sobre vendas ................ (10.192) (7.288) Disponibilidades ............................................ 559 649 Empréstimos e financiamentos...................... 22.467 10.890 Receita Operacional Líquida............................ 290.262 207.741 Contas a receber .......................................... 9.077 4.229 Obrigações sociais ........................................ 1.447 760 Custo das mercadorias e serviços vendidos........ (271.221) (189.504) Estoques ...................................................... 33.359 25.203 Obrigações fiscais ........................................ 260 426 Lucro bruto ...................................................... 19.041 18.237 Impostos a recuperar .................................... 446 436 Impostos parcelados .................................... 1.159 1.070 (Despesas)/Receitas Operacionais .............. (16.205) (15.630) Participação Fundo Apolo .............................. 1.868 1.557 Outras contas a pagar.................................... 454 116 Com vendas .................................................... (9.430) (7.858) Adiantamentos a fornecedores ...................... 365 284 Exigível a Longo Prazo .................................. 14.846 16.518 Gerais e administrativas .................................. (20.487) (15.611) Despesas do exercício seguinte .................... 283 310 Partes relacionadas ...................................... 4.900 6.265 Financeiras, líquido .......................................... (3.274) (3.275) Empréstimos com outras empresas .............. 187 70 Outros ativos circulantes................................ 93 816 Resultado de equivalência patrimonial ............ 239 176 Impostos parcelados .................................... 8.936 9.360 Realizável a Longo Prazo .............................. 839 816 Outras receitas operacionais ............................ 16.747 10.938 Provisão para contingências.......................... 823 823 Lucro Operacional ............................................ 2.836 2.607 Partes relacionadas ...................................... 583 583 Patrimônio Líquido ........................................ 12.755 10.244 Resultado não operacional ................................ 358 215 Depósitos judiciais ........................................ 232 229 Capital social ................................................ 10.500 10.500 Lucro antes do IR e da contribuição social .......... 3.194 2.822 Outros créditos .............................................. 24 4 Reserva de capital ........................................ 151 151 Imposto de renda ................................................ (496) (463) Permanente.................................................... 10.746 10.019 Reserva de lucros .......................................... 172 172 Contribuição social ............................................ (187) (175) Investimentos ................................................ 1.693 1.454 Reserva de reavaliação ................................ 2.392 2.447 Lucro Líquido do Exercício .............................. 2.511 2.184 Imobilizado .................................................... 9.053 8.565 Prejuízos acumulados .................................. (460) (3.026) Dem. das Origens e Aplicações de Recursos dos Exercícios Findos Total do Ativo.................................................. 57.635 44.319 Total do Passivo ............................................ 57.635 44.319 em 31/12 (Em R$ mil) 2005 2004 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido dos Exercícios Findos em 31/12 (Em R$ mil) Origens de Recursos ........................................ 3.371 7.258 Lucro líquido do exercício ................................ 2.511 2.184 Res. de Capital Res. de Lucros Reserva de Prejuízos Ajustes: Depreciação ...................................... 553 504 Capital Incentivos Fiscais Reserva Legal Reavaliação Acumulados Total Valor residual do ativo permanente baixado.... 546 620 Saldo em 31 de Dezembro de 2003 ........................ 10.500 151 172 2.502 (5.265) 8.060 Resultado de equivalência patrimonial .......... (239) (176) Realização da reserva de reavaliação ...................... – – – (55) 55 – Lucro líquido ajustado ........................................ 3.371 3.132 Lucro líquido do exercício ........................................ – – – – 2.184 2.184 De Terceiros ...................................................... – 4.126 Saldo em 31 de Dezembro de 2004 ........................ 10.500 151 172 2.447 (3.026) 10.244 Aumento do exigível a longo prazo.................... – 4.126 Realização da reserva de reavaliação ...................... – – – (55) 55 – Aplicações de Recursos .................................. 3.282 1.315 Lucro líquido do exercício ........................................ – – – – 2.511 2.511 Aquisição de ativo imobilizado .......................... 1.587 1.040 Saldo em 31 de Dezembro de 2005 ........................ 10.500 151 172 2.392 (460) 12.755 Aumento do realizável a longo prazo ................ 23 275 Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis em 31/12 (Em R$ mil) Redução do exigível a longo prazo.................... 1.672 – 1 - Contexto Operacional: A Empresa tem por objeto a compra, venda e A apuração do valor dos investimentos em controladas em 31 de dezembro Aumento no Capital Circulante Líquido .......... 89 5.943 Brasilwagen distribuição de automóveis, utilitários e outros veículos motorizados, novos de 2005 é assim apresentada: Variação do Capital Circulante Administradora Nac. Brasilwagen Auto e usados, a comercialização de peças e acessórios e a prestação de serviAtivo Circulante .............................................. 12.566 8.276 Consórcio S/C Ltda. Locadora S/C Ltda. ços de manutenção e reparos de veículos em geral. 2 - Apresentação das No fim do período .......................................... 46.050 33.484 2005 2004 2005 2004 Demonstrações Contábeis: As demonstrações contábeis são elaboradas No início do período ........................................ 33.484 25.208 2.269 2.269 1.064 1.064 Passivo Circulante ........................................ (12.477) (2.333) de conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil e são apre- Capital social .................... No fim do período .......................................... 30.034 17.557 sentadas com a observância das disposições da Lei das Sociedades por Quant. de cotas .................. 2.269.000 2.269.000 1.064.267 1.064.267 No início do período ........................................ 17.557 15.224 680.700 680.700 204.126 204.126 Ações. 3 - Principais Práticas Contábeis: a) Apuração do resultado: O Quant. de cotas possuídas Aumento no Capital Circulante Líquido .......... 89 5.943 30,00% 30,00% 19,18% 19,18% resultado é apurado pelo regime de competência. b) Ativo circulante e rea- Percentual de participação b) Composição: R$ 2.887 2.071 1.777 1.807 lizável a longo prazo: Os estoques são valorizados da seguinte forma: Veí- Patrimônio líquido .............. Competência Principal Encargos Total 816 502 (35) 132 culos Novos e Usados: ao custo de aquisição; Peças e Acessórios: ao custo Resultado do exercício ...... COFINS............................ Mar/00 a Out/01 6.012 2.891 8.903 622 471 347 322 médio de compra, inferiores aos preços de mercado ou aos valores líquidos Valor contábil invest. inicial PIS.................................... Mar/00 a Out/01 1.215 583 1.798 244 151 (6) 25 de realização. Os demais ativos são apresentados ao valor de realização, Equivalência patrimonial.... (+) Atualização................ – 1.724 1.724 866 622 341 347 incluindo, quando aplicável, os rendimentos e as variações monetárias au- Valor do invest. ajustado .... (–) Pagamentos em 2004 (1.070) (98) (1.168) 2005 2004 feridos. c) Permanente: Investimentos: Os investimentos em controladas 7 - Imobilizado: (–) Pagamentos em 2005 (981) (181) (1.162) Tx.Anual de Deprec. Valor Valor são avaliados de acordo com o método da equivalência patrimonial. Os de5.176 4.919 10.095 Deprec. % Custo Acum. Líquido Líquido mais investimentos são demonstrados ao custo de aquisição, acrescido de Classificação no Balanço Patrimonial: – 4.267 – 4.267 4.267 correção monetária até 31 de dezembro de 1995. Imobilizado: O imobiliza- Terrenos ........................ Passivo Circulante.......... 1.159 4 6.694 (3.879) 2.815 3.083 do é demonstrado ao custo de aquisição e reavaliação, acrescido de corre- Edifícios ........................ Exigível a longo prazo .... 8.936 10 1.019 (501) 518 567 ção monetária até 31 de dezembro de 1995. As depreciações são calcula- Máquinas e equip. .......... 10.095 10 568 (517) 51 6 das de acordo com o método linear, a taxas que levam em consideração a Móveis e utensílios ........ 10 - Provisão para Contingências: 2005 2004 10 170 (33) 137 56 vida útil-estimada dos bens. d) Passivo circulante e exigível a longo pra- Instalações .................... Contingências fiscais .............................................. 424 424 20 e 25 792 (237) 555 324 zo: São demonstrados por valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, Veículos e motos ............ Contingências trabalhistas ...................................... 399 399 20 553 (468) 85 25 823 823 quando aplicável, dos correspondentes encargos e variações monetárias Equip. de informática ...... Leasing - Valor residual .. – 377 – 377 4 a) Contingências fiscais: Referem-se as contribuições - PIS s/ ICMS, PIS ou cambiais incorridos. e COFINS - que estão sendo contestadas judicialmente. b) Contingências Direito de uso - telefone .. – 212 – 212 212 4 - Estoques: 2005 2004 trabalhistas: Referentes a questões trabalhistas em andamento, as quais Outros bens .................... – 49 (13) 36 21 Veículos novos ........................................................ 17.963 16.509 são acompanhadas por advogados contratados. 14.701 (5.648) 9.053 8.565 Veículos usados ...................................................... 11.076 5.419 11 - Parcelas Relacionadas: Realizável a L.P. Exigível a L.P. 8 - Empréstimos e Financiamentos Peças, acessórios e combustíveis............................ 4.320 3.275 2005 2004 2005 2004 Tx. Média Juros Vencíveis 33.359 25.203 Mútuos com pessoas ligadas............ 222 222 – – Em moeda nacional ao Mês % até 2005 2004 5 - Impostos a Recuperar: 2005 2004 Mútuos com empresas ligadas Banco Volkswagen S.A. .. – mar/06 18.687 10.890 Imposto sobre Circulação de Mercadorias - ICMS .... 313 – HBW Adm. e Part. S.A. .................... 65 65 – – Banco Safra S.A. ............ 1,54% mar/06 2.693 – Imposto de renda a compensar ................................ – 137 Motobras ........................................ 296 296 – – Saldo devedor mantido Contribuição social a compensar.............................. 133 299 SP Japan Motors Distr. de Veíc. Ltda. – – 956 1.907 em conta corrente ............ – – 1.087 – 446 436 Wave Car Distrib. de Veíc. Ltda. ...... – – 2.270 2.692 – – 22.467 10.890 6 - Investimentos 2005 2004 Brasilwagen Auto Locadora ............ – – 1.674 1.666 9 - Imposto Parcelados: A Empresa aderiu ao Pedido de Parcelamento Investimentos em empresas controladas Brasilwagen 583 583 4.900 6.265 Especial (PAES), instituído pela Lei 10.684/03, relativos a impostos e contri- 12 - Capital Social: O Capital Social, subscrito e totalmente integralizado, é Administradora Nacional de Consórcio S/C Ltda..... 866 622 buições, anteriormente questionados judicialmente. Após a adesão a Em- representado por 2.536.781.000 ações ordinárias nominativas, sem valor Brasilwagen Auto Locadora S/C Ltda. ...................... 341 347 presa apresentou aos Órgãos competentes os respectivos pedidos de de- nominal. 13 - Outras Receitas Operacionais: ........ 1.207 969 2005 2004 sistência das ações. São as seguintes as informações sobre o parcelamen- Bonificações ............................................................ 7.741 5.497 Outros investimentos .............................................. 486 485 to: a) Prazo de pagamento: 120 meses (agosto/2003 a julho de 2013); Comissões recebidas .............................................. 5.955 3.441 1.693 1.454 Outras receitas operacionais.................................... 3.051 2.000 A Diretoria Armando Gonçalves - Téc. Cont. - CRC - 1SP 104.424/O-9 16.747 10.938 Parecer dos Auditores Independentes 14 - Seguros: A Empresa mantém cobertura de seguros contra incêndio e Essas demonstrações contábeis, foram examinadas por Auditores Independentes - Boucinhas & Campos + SOTECONTI - Auditores Independentes riscos diversos em montantes suficientes para assegurar a reposição dos S/C - CRC 2SP005528/O-2. Carlos Caputo - Contador - CRC 1SP175056/O-0, cujo parecer foi emitido em 24/03/2006 sem ressalva. bens e a continuidade das operações em caso de sinistros.

Brasilwagen Brasilwagen

(Sociedade Anônima de Capital Aberto) C.N.P.J. nº 17.167.412/0001-13 - NIRE 35 3 0004818 1 Ata das Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária Data: 29 de março de 2006. Horário: 09:30 horas, Assembléia Geral Ordinária e em seguida Assembléia Geral Extraordinária. Local: Sede social, Alameda Santos, 466, 4º andar, São Paulo-SP. Presença: 1) acionistas titulares de ações ordinárias, representando mais de 2/3 do capital social, com direito de voto; 2) auditoria externa independente, KPMG Auditores Independentes, CRC 2SP014428/O-6, representada por Zenko Nakassato, CRC 1SP160769/O-0. Mesa: Humberto Mourão de Carvalho - Presidente. Augusto Esteves de Lima Junior - Secretário. Christophe Yvan François Cadier - Secretário. Sumário - Documentos Lidos: 1. editais de convocação: no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no Diário do Comércio, ambos de 14, 15 e 16/03/2006; 2. aviso a que se refere o artigo 133 da Lei de Sociedades por Ações: no Diário Oficial do Estado de São Paulo de 23, 24 e 25/02/2006 e no Diário do Comércio de 23, 24 e 27/02/2006; 3. relatório anual da administração, balanço patrimonial encerrado em 31/12/2005, e demais peças das demonstrações financeiras, acompanhadas dos pareceres dos auditores independentes: Diário Oficial do Estado de São Paulo e Diário do Comércio de 09/03/2006; 4. proposta da Diretoria, com pareceres favoráveis do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, arquivados na sede social. Deliberações Tomadas por Votação Unânime em Assembléia Geral Ordinária: 1. com abstenção dos legalmente impedidos, aprovou o Relatório Anual da Administração, o balanço patrimonial e demais peças das demonstrações financeiras do exercício encerrado em 31/12/2005, a destinação do lucro líquido do exercício, os pareceres dos auditores independentes e do Conselho Fiscal, com as indicações constantes dos itens seguintes; 2. ratificou a distribuição de juros sobre o capital próprio, relativos ao primeiro e ao segundo semestres de 2005; 3. declarou que a Assembléia Geral Extraordinária, a reunir-se em seguida, deliberará sobre a eliminação do excesso de reservas legal e estatutária em relação ao capital social; 4. com abstenção dos interessados e da acionista Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil - PREVI, decidiu, na forma do Estatuto Social, atribuir aos administradores a participação de até 22 milésimos do lucro líquido ajustado, relativo ao último exercício, cabendo ao Conselho de Administração deliberar sobre a forma de distribuição dessa verba entre os seus membros e os da Diretoria; 5. com abstenção dos interessados e da acionista Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil - PREVI e atendendo aos preceitos estatutários, fixou em até R$ 225.000,00 (duzentos e vinte e cinco mil reais), em média mensal, livre do imposto de renda na fonte, a remuneração global do Conselho de Administração e da Diretoria, nos termos do Estatuto Social, cabendo ao primeiro desses órgãos deliberar sobre a forma de distribuição dessa verba entre os seus membros e os da Diretoria. Essa verba vigorará a partir de março corrente, inclusive, e poderá ser reajustada de acordo com os índices da inflação. Poderá a empresa proporcionar aos seus administradores transporte individual e, para alguns, também segurança, a critério do Conselho de Administração; 6. acolheu pedido de acionistas e deliberou instalar o Conselho Fiscal, cujos membros terão mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2007. Foram então eleitos, por indicação dos acionistas que pediram a instalação do Conselho Fiscal, como membro Efetivo, por reeleição, o Sr. Luiz Alberto de Castro Falleiros (CPF nº 024.351.768-80 - RG nº 6.855.739 SSP-SP), brasileiro, casado, economista, residente e domiciliado em Sorocaba - SP, na Rua José Oliveira Lamberti, 103, e como membro Suplente, por eleição, o Sr. Frederico Santana Sampaio (CPF nº 532.166.445-53 - RG nº 1.104.439 - SSP-SE), brasileiro, solteiro, economista, residente e domiciliado nesta Capital, com endereço comercial na Avenida Paulista, 1450 - 7º andar. Os demais acionistas reelegeram então para integrar referido órgão: Efetivos Dr. Luiz Alves Paes de Barros (CPF nº 272.014.578-53 - RG nº 3.472.461 SSPSP), brasileiro, separado judicialmente, economista, residente e domiciliado em São Paulo - SP, na Alameda Franca, 1.433, apto. 61; Dr. Rubens Barletta (CPF nº 397.909.328-04 - RG nº 3.540.429 - SSP-SP), brasileiro, separado judicialmente, advogado, residente e domiciliado em São Paulo-SP, na Rua Raul Pompéia, 775, apto. 121, Dr. Waldir Gonçalves Bastos (CPF 011.169.407-87 - RG nº 2.406.358 - IFP-RJ), brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado em São Paulo - SP, na Alameda Campinas, 967, apto. 62; e Dr. Luiz Gonzaga Ramos Schubert (CPF nº 080.501.128-53 - RG 2.560.033 - SSP-SP), brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Alameda Jaú, 88, apto. 114 e como respectivos Suplentes Dr. Victório Amoroso (CPF nº 018.326.038-49 - RG nº 1.217.507-SP), brasileiro, viúvo, advogado, residente e domiciliado em Guaratinguetá (SP), na Rua Domingos Rodrigues Alves, 390; Sr. Carlos Fernandes (CPF 011.397.206-78 - RG M-104.937 - SSP-MG), brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado em São Paulo - SP, na Rua Pamplona, 391, apto. 124, e o Sr. José Celso Pereira Coelho, (CPF 000.446.793-00 - RG nº 3.189.109 - SSP-SP), brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado em São Paulo - SP, na Rua Conselheiro Brotero, 1208, apto. 94, e o Sr. Aníbal de Oliveira Pena (CPF nº 001.023.004-10 - RG nº 2.942.153 - SSP-RJ), brasileiro, casado, bancário, residente e domiciliado em Belo Horizonte (MG), na Rua Antonio de Albuquerque, 1604, apto. 601; 7. decidiu que cada membro do Conselho Fiscal perceberá, quando em exercício, a remuneração mensal mínima prevista em lei; 8. os administradores ora reeleitos e eleitos não estão incursos em crime algum que vede a exploração de atividade empresarial, nos moldes do Código Civil, artigo 1.011 - § 1º. Deliberações Tomadas por Votação Unânime em Assembléia Geral Extraordinária: 1. com abstenção da acionista Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil - PREVI, aprovou a elevação do capital social em mais R$ 18.000.000,00, sem emissão de novas ações, mediante incorporação de igual valor, a ser retirado da conta “Reservas Estatutárias - Reserva para Aumento de Capital”, visando a eliminar o excesso a que se refere o parágrafo 3º do artigo 29 do Estatuto Social, tal como indicado na proposta da Diretoria e nos pareceres do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, reformando o artigo 5º, “caput”, do Estatuto Social, que passa a ser redigido da seguinte forma: “Artigo 5º - O capital social é de R$ 160.000.000,00 (cento e sessenta milhões de reais), dividido em 105.765.903 (cento e cinco milhões, setecentas e sessenta e cinco mil, novecentas e três) ações escriturais, sem valor nominal, das quais 59.439.005 (cinqüenta e nove milhões, quatrocentas e trinta e nove mil, e cinco) ordinárias e 46.326.898 (quarenta e seis milhões, trezentas e vinte e seis mil, oitocentas e noventa e oito) preferenciais, inconversíveis em ordinárias.”; 2. autorizou a publicação desta ata nos termos dos parágrafos primeiro e segundo do artigo 130 da Lei de Sociedades por Ações. Lida e aprovada, vai esta assinada pelos presentes. São Paulo, 29 de março de 2006. Humberto Mourão de Carvalho Presidente da Mesa; Augusto Esteves de Lima Jr. - Secretário; Christophe Yvan François Cadier Secretário. Certidão: Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 170.302/06-4 em 28/06/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.


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Cidades

Sergio Barzaghi/Diário SP/Agência O Globo

A Lei é inadequada às características históricas da cidade de São Paulo. Nota divulgada pelo Sepex

O projeto do Executivo, apresentado à Câmara Municipal pelo prefeito no dia 8 de junho, praticamente acaba com a publicidade na cidade. Atinge propaganda veiculada por outdoors, placas, banners etc.

EMPRESAS FARÃO CAMPANHA PRÓ PUBLICIDADE

Empresários e representantes do setor de propaganda se reuniram ontem e rejeitaram, por unanimidade, o projeto de lei do Executivo que praticamente acaba com a publicidade na capital. Eles pretendem veicular uma campanha de esclarecimento nos meios de comunicação e apresentar um substitutivo.

Andrea Felizolla/Luz

Ivan Ventura

U

ma ampla campanha de divulgação nos meios de comunicação e visitas aos vereadores na Câmara Municipal. Essas foram as decisões tomadas durante reunião de diversas entidades ligadas ao setor de publicidade, realizada na manhã de ontem no Sindicato das Empresas de Mídia Exterior de São Paulo (Sepex). O objetivo era discutir o impacto do projeto de lei Cidade Limpa, número 379/2006, do prefeito Gilberto Kassab, que praticamente extingue a propaganda em ruas e avenidas da cidade. Ao fim do encontro, os representantes comentaram que a idéia da campanha de divulgação – que poderá ser veiculada já em agosto – será mostrar à população que é possível melhorar o visual da cidade sem acabar com a mídia exterior. Um substitutivo ao projeto já esta sendo elaborado. Fórum – Estiveram presentes no chamado Fórum das Entidades em Defesa da Mídia Exterior, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), representado pelo economista Marcel Solimeo; o presidente do Sepex, Julio Albieri; o vicepresidente do Sindicato dos Publicitários de São Paulo, Moacir Antonio Maiochi; e Rubens Damato, da Federação Nacional das Empresas de Publicidade Exterior, entre outras entidades. Ficou também praticamente acertada a criação de um grupo que atuará contra o atual projeto de lei, podendo, inclusive, contar com um possível apoio da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Representando a Câmara Municipal, compareceu à reunião o vereador Dalton Silvano (PSDB). As entidades foram unânimes ao afirmar que "a Lei é inadequada às características históricas da cidade de São Paulo e não promove benefício algum à sociedade e à economia do município", conforme nota divulgada pela Sepex. O documento

dizia também que a medida "fere os legítimos interesses de todas as partes envolvidas no segmento de mídia exterior". Debate – Solimeo, que também é diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, revelou que a ACSP quer debater amplamente o assunto com o Legislativo Municipal, encontrando assim uma outra solução para a poluição visual, sem acabar com a publicidade. A posição da ACSP sobre o tema foi colocada no editorial Poluição visual: hora de buscar o diálogo, publicado na edição de ontem do Diário do Comércio. Colocou-se ainda a possibilidade de um abaixo-assinado contra o PL. O documento poderia ser entregue ao Executivo e ao Legislativo. Por fim, Solimeo apontou os ambulantes como outra forma de poluição visual que a Prefeitura deveria combater com mais afinco. O vereador tucano e publicitário Dalton Silvano, que pertence à base governista da Câmara (formada por parlamentares do PFL e PSDB), se colocou contrário à proposta, pelo menos da maneira como foi protocolada. Ele disse que conversou com o prefeito Gilberto Kassab sobre o assunto. "Falei que a proposta não terá o meu voto se continuar desse jeito. Cheguei a realizar uma consulta informal com os 54 colegas parlamentares e o resultado não foi animador". Pelas contas de Silvano, menos de 28 vereadores votariam pelo arquivamento do projeto – esse é o número mínimo para uma decisão da Câmara, a favor ou contra uma proposta do Executivo. "Devemos nos organizar e divulgar a nossa insatisfação nos meios de comunicação e também aos vereadores". Silvano e os representantes das entidades e empresas discutiram maneiras para se obter a aprovação de um substitutivo ao projeto – que está sendo elaborado pelo Sepex. Ficou decidida também a formação de grupos que deverão abordar os vereadores, um a um, para expor as opiniões do setor. "Mostramos que estamos realizando uma grande mobi-

Marcel Solimeo (esquerda) disse que a ACSP quer debater amplamente o assunto com os vereadores Luiz Prado/Luz - 06/04/2006

O prefeito Gilberto Kassab já admitiu que sua proposta é radical

lização entre as entidades envolvidas na mídia exterior com um único objetivo: evitar a aprovação do projeto que deverá acabar com a publicidade nas ruas e avenidas da cidade",

disse o presidente do Sepex, Julio Albieri. Exemplos – Os empresários deram exemplos de cidades que têm mídia exterior organizada, sem causar poluição vi-

sual. Albieri citou Chicago e Barcelona, os mesmos exemplos lembrados por Kassab no dia da entrega do projeto de lei à Câmara. "O prefeito falou sobre essas duas cidades, mas sabemos que elas possuem publicidade sim, nos mobiliários urbanos e também nos imóveis particulares". Todas as sugestões apresentadas ontem serão estudadas durante o recesso parlamentar de julho na Câmara. Em agosto, as idéias deverão ser colocadas em prática, inclusive com a adoção de um slogan para a campanha publicitária. Tempo extra - Um possível fôlego para as entidades do setor publicitário no sentido se articular contra a proposta está sendo estudado por Silvano.

Segundo o vereador, existe a questão da renúncia fiscal do Executivo, que será concretizada em caso de aprovação do projeto. "No orçamento deste ano (aprovado em dezembro de 2005) estão previstos cerca de R$ 57 milhões de pagamento pelo Cadastro de Anúncios (Cadan). Nós vamos analisar o assunto profundamente, mas a Prefeitura não pode deixar de receber esse dinheiro, já que é sabido que as contas públicas estão apertadas", afirmou o parlamentar. Silvano ainda salientou que, caso a Prefeitura concretize essa renúncia fiscal, ela deverá dizer de que forma irá repor esse dinheiro. Uma segunda razão para a não votação do PL ainda este ano é que o projeto só deverá ser discutido após as eleições de outubro. A proposta foi protocolada no dia 8 de junho, mas ainda não tramita pelas comissões permanentes da Câmara Municipal. Isso deverá acontecer nas primeiras sessões do mês de agosto, depois do recesso parlamentar, que começa na segunda-feira. Para o diretor da Seccional São Paulo da Central de Outdoors, Luiz Roberto Ferreira Valente Filho, a Prefeitura deveria padronizar a mídia externa na cidade. "Padronizando, a capital seria organizada de uma forma melhor e ficaria bonita do mesmo jeito". Solimeo, por sua vez, comentou que metrópoles com propagandas luminosas ficam mais bonitas. "Como as luzes que que existem em Paris e Tóquio, entre outras cidades do mundo", concluiu.

Não ao político sujão

N

ão à sujeira eleitoral promovida por candidatos e partidos políticos. Foi isso que revelou a primeira prévia da enquete Você é a favor da propaganda eleitoral nas ruas (cartazes, faixas e p an fl et os )? , realizada pelo Diário do Comércio. A consulta revelou que 93,81% dos que responde-

ram à pergunta não querem sujeira eleitoral. Apenas 6,19% foram favoráveis a cartazes e outros tipos de publicidade dos candidatos nas próximas eleições. Ainda é possível opinar sobre o assunto. Para isso basta acessar o endereço elet r ô n i c o w w w. d c o m e rcio.com.br. (IV)


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Polícia Compor tamento Patrimônio Urbanismo

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INICIADO EM 1947, O OBELISCO FOI CONCLUÍDO EM 1960

Estamos começando o marco zero do Obelisco. Claudio Lembo, governador

Agliberto Lima/AE - 22/08/2005

O Obelisco do Ibirapuera é um dos ícones de São Paulo. Sua construção teve início em 1947. A obra foi concluída em 1960 e desde então vem passando por sucessivas fases de deterioração.

UM OBELISCO DE R$ 5 MILHÕES O maior monumento de São Paulo será restaurado pelo governo do Estado com verba orçamentária. Empresas privadas estão convidadas a participar do projeto. Marcos Fernandes/Luz

Rejane Tamoto

O

monumento que simboliza a luta pela Constituição, o Obelisco do Ibirapuera (que inclui o Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 1932) será restaurado com verba de R$ 5 milhões do governo do Estado. Os recursos serão utilizados também na conclusão de setores que não tiveram sua construção finalizada, conforme a planta original. "Vamos iniciar obras de preservação e concluir o que não foi terminado, como o piso de algumas áreas do interior do monumento feitas em concreto", afirmou o governador Claudio Lembo, na manhã de ontem. A data de início das obras ainda não foi definida, já que um novo projeto de restauro será elaborado. "Estamos começando o marco zero do Obelisco". Com obras iniciadas em 1947, em mármore travertino, o Obelisco foi concluído em 1960. Desde então, passa por um processo de deterioração

de sua estrutura, com rachaduras, infiltrações e trepidações por conta de obras viárias. "Vamos analisar as fundações do Obelisco porque há problemas com a trepidação que o complexo de túneis exerce sob o monumento", afirmou Claudio Lembo. Segundo Paulo Emendabili Souza Barros de Carvalhosa, neto de Galileu Emendabili, arquiteto e escultor que projetou o Obelisco, a situação do monumento é crítica. "A cripta (que fica entre o Obelisco e o Mausoléu) corre o risco de desabar. As intervenções precisam ser realizadas com urgência", disse. O anúncio do restauro foi feito durante a assinatura de um convênio entre Estado e Prefeitura, que transferiu a gestão, administração, conservação e preservação do monumento (antes de responsabilidade da Sociedade dos Veteranos de 32) para o governo estadual e para a Polícia Militar. A Prefeitura cuidará da conservação da praça, execução e manutenção do paisagismo, limpeza e mobiliário.

Na cripta, a escultura em homenagem ao Herói Jacente

Polêmica - O governador Claudio Lembo afirmou que além de utilizar recursos do orçamento do Estado, contará com a ajuda da Secretaria de Cultura para a captação de patrocínio via Lei Rouanet, de incentivo à cultura. Decreto publicado hoje no Diário Oficial regulamenta o ingresso de entidades interessadas em apoiar a restauração. "A princípio, o orçamento é do Estado. Solicitarei análises da Secretaria do Planejamento e da Companhia Paulista de Obras. O Estado precisa assumir a res-

ponsabilidade, mas o apoio da iniciativa privada é bem-vindo", disse. O uso de recursos de patrocinadores para a restauração do Obelisco é um tema polêmico para os familiares do arquiteto Galileu Emendabili. Sua filha, Fiammetta Emendabili Loureiro Gama, ressaltou durante o ato que não quer ver banners ou propagandas sobre o monumento. O neto do escultor, Paulo Emendabili, disse que o convênio assinado ontem é resultado de uma ação na Justiça, em-

preendida pela família em 2004, contra patrocinadores que usaram o espaço, mas não concluíram a restauração. "O Condephaat aprovou um projeto de restauração em 2002, ao custo de R$ 2,5 milhões, que não foi executado. Os patrocinadores usaram o Obelisco como um veículo de propaganda, sem a contrapartida da restauração. Requeremos a transferência da administração para o governo, para que o monumento não sirva a interesses privados. Propaganda, só depois do restauro". História - O Obelisco é um monumento que simboliza a luta pela Constituição, durante a Revolução Constitucionalista de 9 de julho de 1932. Nessa data, todo o monumento é aberto para visitação pública. Segundo Paulo Emendabili, o Obelisco como um todo é baseado em relações numéricas da cabala judaica, que remetem à data histórica. Da base sobre a sepultura até o topo, o Obelisco tem 81 metros de altura, cuja raiz quadrada é nove. A base maior do tra-

pézio, no chão em frente ao monumento, mede nove metros. Na base menor, são sete metros. A largura da cripta é de 32 metros. "Basta olhar o perfil da planta para ver que as dimensões 32, 9 e 7 correspondem ao ano, dia e mês da revolução". O formato do Obelisco é o de uma espada. Sob sua base e no centro da cripta há a escultura que representa o Herói Jacente. Na cripta estão as cinzas dos estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (MMDC), mortos durante a revolução, e de outros 750 combatentes. "O Obelisco é uma espada por fora. Por dentro é um canhão. De onde está o herói, olhando para a base, vê-se um enorme projétil de canhão cívico. O herói que está circundado pelo exército constitucionalista não está morto, apenas repousa. Se houver violação da Constituição e tirania novamente, o soldado se levanta, chama suas fileiras e aciona o canhão. Essa é a simbologia", disse o neto do escultor.


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Finanças Tr i b u t o s Comércio Exterior Empresas

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DOHA EMPACA E OMC NÃO AVANÇA NAS NEGOCIAÇÕES

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por cento é quanto querem os países emergentes em redução de tarifas

IMPASSE ENTRE AS POSIÇÕES EUROPÉIAS E NORTE-AMERICANAS PODE INVIABILIZAR OS ACORDOS

MÁ VONTADE PARALISA RODADA DOHA

O

s Estados Unidos e a União Européia acusaram-se mutuamente ontem de má vontade para fazer concessões que permitam a concretização do acordo global de comércio enquanto ainda há tempo. Para o chanceler brasileiro, Celso Amorim, integranteschave da Organização Mundial do Comércio (OMC) parecem até mais inflexíveis que antes, apesar do apelo de Pascal Lamy, chefe da Organização, num tom de "agora ou nunca" para o esperado acordo. "Tenho a impressão de que as distâncias até aumentaram, ou pelo menos ficaram mais rígidas", disse Amorim a repórteres. Cerca de 60 ministros, um terço dos membros da OMC, estão reunidos em Genebra na tentativa de fechar um acordo de comércio agrícola e de bens manufaturados, áreas centrais para a Rodada de Doha. Dúvida – Sem um pacto que reduza os subsídios e as tarifas de importação sobre bens agrícolas e industriais, a Rodada não poderá ser concluída neste ano. O encontro de Doha era considerado uma chance de impulsionar a economia global e tirar milhões de pessoas da pobreza. Seu fracasso pode elevar ainda mais as pressões protecionistas, já advertiram autoridades envolvidas. Os Estados Unidos não manifestaram nenhuma disposição em melhorar suas propostas sobre os subsídios agrícolas, e a posição da UE não corta

tantas tarifas como o esperado pelos norte-americanos. Decisão –"Todos nós sabemos que a Agenda de Desenvolvimento de Doha está chegando a um ponto decisivo", disse o comissário de Comércio europeu, Peter Mandelson. "Não faremos progressos se os negociadores continuarem entrincheirados como estão", lamentou. Mandelson disse que Bruxelas está disposta – se os outros também fizerem concessões – a "se aproximar" das propostas apresentadas pelo

Os integrantes-chave da Organização Mundial do Comércio estão parecendo até mais inflexíveis do que eram antes. Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores do Brasil G20, o grupo de países em desenvolvimento, consideradas por Pascal Lamy como um possível meio-termo. O G20, liderado por Brasil e Índia, sugeriu que os países ricos façam cortes médios de 54% em suas tarifas de importação de produtos agrícolas. Mas os Estados Unidos afirmam que a posição do grupo quanto ao corte de tarifas para os países desenvolvidos é muito branda, já que é proposto

um corte de 66%. A intenção atual da União Européia é de uma redução de 39%. Não ao G20 – "Aproximar-se da proposta do G20 não vai liberar fluxos comerciais suficientes", disse uma importante fonte norte-americana da área a repórteres. Mas a ministra do Comércio da França, Christine Lagarde, cujo país é o maior defensor das proteções para os agricultores da UE, disse que Bruxelas já foi longe o bastante e negou que Mandelson tenha autoridade para fazer cortes adicionais nas tarifas. Sob a condição de permanecer anônima, a autoridade norte-americana disse que Washington vai esperar que os outros países aceitem suas sugestões para abrir o mercado agrícola, em vez de fazer novas concessões para cortar seus subsídios domésticos. Mas o ministro indiano do Comércio e da Indústria, Kamal Nath, advertiu que, se os Estados Unidos não indicarem que pretendem mudar sua posição quanto aos subsídios, as negociações fracassarão. "Vou ligar para meu agente de viagens para marcar o vôo para casa", disse quando questionado sobre o que aconteceria se os norte-americanos não apresentarem nada de novo. A OMC precisa concluir a Rodada – que também inclui serviços e várias outras áreas – até o fim do ano, porque depois disso a Presidência dos Estados Unidos não terá mais poderes para negociar. (Reuters)

Evelson de Freitas/AE

Jean Pierre/AFP

Lamy acha aceitável proposta dos emergentes

Amorim vê aumentar resistência dos mais ricos

Descartado índice de redução

O

grupo G10, de países importadores de alimentos, declarou ontem que estava "fora de questão" usar como base, para qualquer acordo global de comércio agrícola, a proposta de países em desenvolvimento de reduzir as tarifas de importação agrícola em 54%. Ministros de um terço dos países integrantes da Organização Mundial do Comércio (OMC) estão em Genebra para buscar uma solução para as negociações destinadas a reduzir tarifas e subsídios em produtos agrícolas, que estão travadas. O diretor geral da OMC, Pascal Lamy, afirmou na quarta-feira que esperava um acordo entre países baseado num

plano do G20, grupo de países em desenvolvimento liderado pelo Brasil e a Índia. "A redução média na proposta do G20 vai além do que é aceitável para nós. Não é um lugar adequado para se começar a busca por uma zona de aterrissagem", disse Joseph Deiss, ministro da Economia da Suíça, em entrevista. Shoichi Nakagawa, ministro da Agricultura do Japão, disse que a idéia de Lamy estava "fora de questão." A Rodada de Doha de negociações foi lançada em 2001 com o objetivo de tirar milhões da pobreza e impulsionar a economia global. Nações mais pobres têm insistido que primeiramente um acordo deve

ser atingido em agricultura para que depois sejam oferecidas concessões aos países ricos na área de bens industriais e serviços, por exemplo. Deiss afirmou que o G10 estava trabalhando com uma proposta da União Européia relacionada ao tratamento de produtos agrícolas considerados sensíveis politicamente. "O G10 e a UE desenvolveram abordagem comum no tratamento de produtos sensíveis. Esta proposta ainda terá de ser trabalhada, mas esperamos que logo seja possível chegar a uma proposta final e trazê-la para as sessões de negociação intensiva que começaram hoje", afirmou à imprensa o ministro suíço. (Reuters)


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4 -.LAZER

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SABOR DE COPA Folia de cardápios e telas de plasma

Anatomia da Phylloxera

Fotos: Divulgação

José Guilherme Ferreira

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Restaurante Anturius, no Hotel Transamérica, oferece serviço e menu cinco estrelas

GASTRONOMIA

CAVIAR E CHAMPANHE NO BRUNCH Lúcia Helena de Camargo

J

ogo do Brasil na tela de plasma e cardápio cinco estrelas. Essa é a fórmula no restaurante Anturius, do Hotel Transamérica São Paulo. Antes de começar a partida, pode-se pedir, no piano-bar, a entrada: uma salada da horta e queijo de cabra marinado ao molho de ervas finas e coulis de tomate (R$ 22) ou carpaccio de filé ao molho de rúcula, folhas roxas e ciboulette (R$ 24). Depois talvez seja o caso de acomodar-se em uma mesa no restaurante Anturius, perto de uma televisão com boa imagem. É possível ver a partida toda ali mesmo, enquanto almoça. E optando pelo brunch, ter acesso à mesa de pães, bolos, tortas, chás e cafés. Iniciado o embate, é hora de pedir uma taça de espumante ou o drinquecortesia e atacar a mesa de frios – mussarela temperada, sardela, berinjela e abobrinha, batatinha marinada, homus, patês e pães diversos, lula, maris-

cos, caviar, ostras frescas, presunto parma e queijos, muitos queijos. Enquanto os Ronaldos tentam provar em campo para o mundo inteiro que merecem toda a badalação que os rodeia, não faz mal desviar os olhos da tela e ir novamente ao bufê, para aproveitar carré de cordeiro, coelho ao molho de mostarda, banquet de vitela, robalo, galetos, bouef Borguignon, pato com laranja, mignon de porco com ameixa, paleta de javali e outras carnes, reservando lugar no prato para os acompanhamentos: arroz e batatas cozidas ou fritas, assadas, gratinadas, feijão, tutu, espaguete, fetuccine e diversas massas recheadas. Se preferir o serviço à la carte, os pratos do menu podem ser risoto de tomate e sálvia (R$ 24); de funghi (R$ 32) ou de frutos do mar (R$ 34, além de farfalle ao creme de salmão de-

fumado (R$ 28); pannette ao creme de limão, tomate e ciboulette (R$ 22) ou espaguete ao camarão, alho confit e tomilho fresco (R$ 28). O time brasileiro não lavou a alma ganhando de 7 a 0? Bem, nada como um bom doce para levantar os ânimos. Opções: petit gateau de chocolate acompanhado de sorvete de creme (R$ 16); salada de frutas tropicais com sorvete de creme e cerejas amarena (R$ 10). Além dessas, há a enorme mesa com muffins, frutas, quindins, cocadas e outros doces caseiros, crepe com cobertura de chocolate, doce de leite ou frutas vermelhas. Pela folia gastronômica paga-se R$ 98 por pessoa, nisso incluso o bufê, a mesa de sucos e uma taça de espumante nacional ou um coquetel Família. E café expresso no final. É grátis para crianças com até cinco anos; aquelas com idade en-

tre 6 a 12 anos pagam metade. Devem ficar atentos os não fumantes, porque a área mais bonita do restaurante, com vista para os jardins e a piscina, é reservada aos que acendem seus cigarros durante a refeição. Quem decidir continuar a tarde na casa, pode emendar no happy hour, que começa às 18h30 (ou no final do jogo), estendendo-se até 20h30, no sistema com "Double Drink" – ao pedir um drink, o segundo é de graça. Os pratos da cozinha comandada pelo chef Christophe Chabro são impecáveis. Embora todos os clientes recebam na entrada um kit torcida, com bandeira brasileira e enfeite para cabeça, o melhor ali é mesmo a comida. Anturius, Hotel Transamérica São Paulo - Av. Nações Unidas, 18.591. Telefones para reservas: (11) 5693-4925 e 5693-4856. Toll free: 08000-126060.

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

spersão de água benta do santuário de Lourdes sobre os vinhedos, procissões entre as vinhas, poderosas injeções de veneno no solo, cordões de plantas malcheirosas para afastar a praga, pulverização com cinzas de Pompéia, retirada de raízes com geringonças medievais, fogueiras... Os vitivinicultores franceses se valeram de todas as "soluções" (ou as elocubraram) para salvar seus vinhedos a partir da segunda metade do século XIX, quando viram suas plantas, inicialmente no Médoc e Burgundy e depois no país inteiro, literalmente mirrar. Foram décadas de luta, depois do alerta: os vilões eram microscópicos pulgões amarelos, de hábitos misteriosos, "especializados" em atacar as raízes das videiras. Os botânicos penaram para encontrar respostas na mesma velocidade com que os bichinhos passaram a maltratar o orgulho francês e rapidamente vinhedos de toda

http://berr ygrape.oregonstate.edu/fruitgrowing/grapes/phybiol.htm http://www.arlindo-correia.com/060904.html

ADEGA

DA UVA À GARRAFA Sérgio de Paula Santos

C

ontinuamos a série sobre vinhos alemães, em referência ao País que sedia a Copa do Mundo. Aqui, algumas informações para entender mais sobre a origem e a arte e servir os vinhos de diferentes estirpes. Que idade pode alcançar Uma Tafelwein alemão, vinho de mesa simples, já é agradável após algumas semanas de engarrafamento, mas pode-se também deixá-lo estocado por um ou dois anos, o que lhe fará muito bem. Se você deseja estocar vinho, sempre se recomenda experimentar uma garrafa antes de comprar uma caixa. Também é recomendável de tempos em tempos experimentar os vinhos estocados, para que não fiquem velhos demais. Como conservar

Bar Amsterdam: charme na Melo Alves, cada vez mais ponto de almoços caseiros e happy hours charmosos

Menu do dia na lousa, bolinho de bacalhau com cerveja gelada, discreto balcão de serviço, além do lounge e da saleta, que podem ser reservados para festas e coquetéis, pelo mínimo de R$ 20 por pessoa

Os vinhos secos sempre antecedem os suaves e doces. Os leves sempre antecedem os mais encorpados. Ao final, deve ser servido um vinho leve até o encerramento do evento. Vinhos brancos

DISPUTAS DE BOLA PARA PLATÉIA SELETA Armando Serra Negra

T

oldinho listado em branco e vermelho, algumas mesinhas na calçada – ao lado do melhor bolinho de arroz de São Paulo (Diário do Comércio de 26 de maio) – dois degraus levam ao hall de entrada do Amsterdam, barzinho elegante com preços normais, completando sua segunda Copa de sua vida. Mesmo no ambiente intimista, pelas duas telas de plasma de 42 polegadas os jogadores realizarão as melhores – e piores – disputas de bola, para uma seleta e compacta platéia. No batente, um belo relógio náutico de múltiplas funções – bússola, barômetro e termômetro – alude a duas gran-

O armazenamento ideal de vinhos é em lugares frescos, escuros e levemente úmidos, de preferência a uma temperatura estável de 8°C a 12°C, ou, no caso de haver também tintos, de 10°C a 15°C. Os vinhos não suportam calor e luz, e nem devem ser colocados junto a alimentos ou outros que tenham odor forte, já que os vinhos respiram através da rolha e têm a tendência de absorver odores. O vinho sempre deveria ser estocado deitado, para que a rolha permaneça úmida e elástica. Somente vinhos com tampas de metal podem ser guardados em pé. A degustação Um incomparável prazer

HAPPY HOUR

des vocações holandesas, além das tranças douradas das meninas, tamancos de madeira e moinhos de vento: o design, e a grande expansão de seu pequeno território, consolidando formidáveis economia e comércio através da navegação global. Por exemplo: em expansão, os holandeses fundaram em 1626 a cidade de Nova Amsterdam, numa ilha da América do Norte chamada Manahatoe (Manhattan) pelos aborígenes; já em poder dos ingleses em 1664, foi rebatizada Nova York. Nas ilhas ABC (Aruba, Bonaire, Curaçau) a moeda corrente ainda é o florim.. Tudo muito simpático, como o de-

senho ampliado feito por um garçon mostrando a rua Melo Alves, cada vez mais ponto de almoços caseiros e happy hours charmosos. Cores tom sobre tom; ao fundo, em meio caminho ao discreto balcão de serviço, ampla escada, madeira nobre, corrimão branco, leva ao andar de cima. O mezanino não é tão pequeno como parece. Um lounge, confortáveis sofás, poltronas, mesinhas de centro, objetos pop anos de 1950, 60, 70, 80, 90, antecede a saleta privativa com uma mesa para 12 pessoas, excelente em reuniões formais e informais. "O lounge e a saleta, 35 pessoas sentadas, podem ser reser-

vados para festas e coquetéis, desembolsando um mínimo de R$ 20 por pessoa", acena João Augusto, um dos proprietários. Ele sugere uma dose de novidade: a vodka importada Russkiy Razmer (R$ 13) acompanhando satay tailandês (cinco espetinhos de frango com molho agridoce, R$ 16). Um dos países baixos (abaixo do nível do mar), a terminação dam no nome de algumas cidades significa dique. Portanto, vá ao Amsterdam... e o indique! Amsterdam - Rua Dr. Melo Alves, 506, Jardins, telefone: (11) 3061-1676.

a Europa. A batalha dos cientistas contra a Phylloxera Vastatrix é mostrada de um ângulo inédito em The Botanist and the Vitner – How wine was saved for the world (Algonquin Books of Chapel Hill, 2005), do jornalista inglês Christy Campbell. Uma pesquisa nos jornais de época traz à cena vozes exaltadas, heterodoxas e até mesmo ponderadas dos protagonistas dessa história, com destaque para o grito dos cientistas. O botânico Jules Planchon, que hoje tem até estátua em Montpellier, era da turma que entendeu que a Phylloxera viajou "a bordo" de mudas americanas, de Nova York para a França, endereçada a um comerciante de vinhos que as plantou. E tentou mostrar como a vinha que trouxe o inimigo poderia salvar os vinhedos europeus.

Os vinhos secos, ácidos, acompanham bem refeições à base de peixes fritos com ou sem molhos leves, caldeiradas, miúdo e queijos de paladar forte. Já os vinhos secos, encorpados, são apropriados para acompanhar sopas, peixes ao vapor com ou sem molhos aromáticos, carnes brancas e vermelhas com molhos à base de creme de leite, verduras não muito temperadas, massas, queijos leves, omeletes, pato, ganso e peru. Os levemente suaves, florais, acompanham bem carnes de porco, vitela, frango com molho de creme de leite e sobremesas doces.

Vinhos encorpados Aqueles de aroma acentuado, acompanham ragouts bem temperados, assados com molhos picantes, faisão, galinha de angola, coelho e queijos de sabor acentuado. Já os secos com finesse e acidez elegante vão bem com peixes ao molho leve, faisão, galinha de angola, coelho, cordeiro, peru, pato, ganso, marreco, tortas e queijos de sabor acentuado. Elegantes Os vinhos elegantes, de alta qualidade e doçura natural, são servidos principalmente como aperitivo. Tintos e rosados Os vinhos secos, de acidez marcante, encorpados, combinam bem com tortas salgadas, peixe frito ou assado, carne de porco, vitela, frango ou assado ou boi com molhos de sua própria carne, assados mal-passados, carne de boi com molho de creme-de-leite, peru, ganso e pato, massas, miúdos e queijos leves. Florais, suaves Vão bem com carne de boi ao molho de creme-de-leite e com sobremesa à base de frutas. Encorpados, aveludados Aqueles com retrogosto marcante, combinam muito bem com carne de boi ao molho de creme-de-leite, cervo, além de pratos com carne de javali, lebre, carneiro, cordeiro e sobremesas à base de frutas. Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.


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Atualmente, a melhor definição de futebol é Brasil.” Thuram, da França

Marcos Delgado/AE

Felix Ordonez/Reuters

Novamente com o prestígio em alta, depois de marcar três dos dez gols brasileiros, Ronaldo indica a Ronaldinho Gaúcho o caminho para vencer a França de Zidane, que lhe tomou o título na decisão da Copa de 1998

A

Seleção Brasileira já está desde ontem em Frankfurt, onde vai enfrentar amanhã, às 16 horas (horário brasileiro), a França, pelas quartasde-final, e aposta em seu mais badalado jogador para finalmente convencer os críticos de que está na Alemanha para confirmar o favoritismo universal que lhe era atribuído antes da Copa do Mundo. Eleito o maior jogador do mundo nos dois últimos anos, Ronaldinho Gaúcho ainda não deslanchou na Copa, mas é defendido pelos companheiros, a começar do capitão Cafu: - Não vejo fase ruim. Ele está dando vários passes importantes. Isso é jogar com inteligência. O craque Ronaldinho parece concordar com o capitão, não só em benefício próprio: - Contra Gana, mostramos que sabemos ganhar os jogos. Este é um Brasil maduro. Sabemos como jogar as partidas e marcar os gols quando precisamos. Por isso, está confiante: - A França é uma seleção que conhecemos bem e não vai nos surpreender. Eu não estava naquela equipe de 1998, mas os que estiveram ali nos contaram o que aconteceu. Agora, não será a mesma coisa. Indiretamente, o camisa 10 dá razão ao técnico Carlos Al-

berto Parreira, que voltou a fazer mistério sobre a escalação do Brasil para o jogo de amanhã, mas tem sempre optado por uma equipe experiente. Diz Ronaldinho: - As equipes com tradição em Mundiais são as que continuam na Copa. Muitas partidas equilibradas são decididas pela camisa e pela tradição. Muitas vezes, é importante ter um jogador veterano, que ganhou um Mundial e sabe como conquistá-lo novamente. A análise racional não tira de todo o sonho do craque, apesar da ressalva cuidadosa: - Gostaria de marcar um gol nesta Copa, mas isso não é uma obsessão. Minha função na equipe é outra. Faço o que o treinador me pede. Estou aqui para ajudar o Brasil a ganhar o Mundial. Cafu, o mais experiente de todos e candidato a disputar a quarta final sucessiva de uma Copa do Mundo, endossa o discurso de que, mais importante do que os desempenhos individuais, é a conquista coletiva. Um dos três titulares do Brasil que atuaram na decisão de 98, diz que a palavra "revanche" está fora do vocabulário da Seleção Brasileira: - São duas ocasiões completamente diferentes e a maioria dos jogadores que estão aqui nem estava lá. Se ficarmos pensando em levar algum senti-

mento de vingança para dentro do campo, vamos ser os prejudicados. Tem razão, mas o astral da Seleção mudou desde que na terça-feira ficou definido que o rival nas quartas-de-final seria o algoz da decisão de 1998. Não importa se são remanescentes daquele 12 de julho - como ele, Roberto Carlos e Ronaldo, titulares, ou Dida, Emerson e Zé Roberto, que estavam no banco de reservas ou se vieram depois; há consenso de que o encontro será um dos pontos altos desta Copa. O zagueiro Juan, que tem formado dupla impecável com Lúcio, reconhece: - A motivação é muito grande em partidas como essa. A responsabilidade é igual para as duas equipes. É diferente do que aconteceu no jogo com Gana, por exemplo, em que tínhamos 95% de obrigação de vencer. Fica até mais fácil jogar na situação em que vamos pegar a França. O raciocínio tem o apoio de Zé Roberto. O volante foi eleito pela Fifa o melhor em campo nos jogos contra Austrália e Gana e quer ganhar o prêmio pela terceira vez. Ele admite que o confronto mexe com o grupo e aumentou a adrenalina depois das quatro apresentações contra rivais de menor expressão: - Dá vontade de entrar logo

em campo. Fica aquela expectativa de que chegue logo o sábado. "São dois grandes times, que têm história, mas também não tem como evitar lembranças de 98. Quem jogou aquela decisão não esquece e quem ficou de fora também sabe como é importante jogar bem. A revanche pesa, o peso da camisa de les Bleus ta mbé m. Todos ficam mais concentrados, mais atentos, como o volante Gilberto Silva, que está na boca de espera para começar como titular, no lugar de Emerson, e segue trilha de Juan e Zé Roberto ao prever o que pode acontecer no Waldstadion: - No mínimo, um bom jogo. São dois times que jogam e deixam jogar. O artilheiro Ronaldo, que era o mais cobrado jogador brasileiro antes de marcar contra Gana seu terceiro gol na Copa, também aposta numa grande exibição contra a França de seu amigo e rival Zidane, mas encurta a conversa: - O Brasil está preparado para tudo! Zidane, que ontem sentiu dores e não treinou, é igualmente lacônico e eloqüente: - Tenho boas recordações do Brasil. Agora, eles são favoritos, mas vamos ver o que acontece em campo. A resposta pode estar nos pés de Ronaldinho Gaúcho.

almanaque

BRASIL Celso Unzelte

Brasil dá sorte nas quartas

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m 17 Copas do Mundo, nas nove vezes em que foi submetido a um jogo eliminatório pelas quartas-de-final, o Brasil conseguiu a classificação para as semifinais em sete. Nas demais Copas, ou o time foi eliminado antes dessa fase (casos de 1930, 1934, 1966 e 1990) ou não havia jogo eliminatório pelas quartas, com as seleções enfrentando-se dentro de grupos a partir da segunda fase (1950, 1974, 1978 e 1982). O Brasil foi eliminado nas quartas-de-final em apenas duas oportunidades: diante da Hungria de Puskas, na Copa da Suíça, em 1954, quando perdeu por 4 a 2; e contra a própria França, no Mundial do México, em 1986, ao perder por 4 a 3, nos pênaltis, após empate no tempo normal e na prorrogação por 1 a 1. Nas quartas-de-final da primeira Copa disputada na

França, em 1938, Brasil e Tchecoslováquia empataram em 1 a 1. Houve então a necessidade de um jogo extra, vencido pelos brasileiros por 2 a 1. Na Suécia, em 1958, a vítima do Brasil futuro campeão mundial pela primeira vezfoi o País de Gales, derrotado nas quartas-de-final com um gol solitário do então menino Pelé (tinha apenas 17 anos). Quatro anos depois, na campanha do bi, no Chile, o Brasil de Garrincha derrubou nas quartas a Inglaterra: 3 a 1. Quando foi tri, no México, em 1970, a Seleção Brasileira fez 4 a 2 no Peru, do técnico e ex-craque brasileiro Waldir Pereira, o Didi. Nas últimas três Copas do Mundo, o Brasil passou por todas as quartas-de-final: fez 3 a 2 na Holanda, em 1994; também 3 a 2 na Dinamarca, em 1998; e 2 a 1 na Inglaterra, de virada, em 2002.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

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sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

DEPÓSITOS DA VARIGLOG TOTALIZAM R$ 5,5 MILHÕES

Em maio de 2006, o crédito ao setor privado atingiu 31% do Produto Interno Bruto (PIB).

MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DARÁ HOJE PARECER SOBRE A OFERTA DE COMPRA DA VARIGLOG

MP DO RIO DECIDE FUTURO DA VARIG Filipe Araujo/AE

O

futuro da Varig está agora nas mãos do Ministério Público do Rio e do administrador judicial da companhia, a consultoria Deloitte. Hoje, por volta do meiodia, eles devem dar seu parecer à Justiça do Rio sobre a proposta de cerca de US$ 500 milhões para comprar a empresa, feita pela VarigLog. Ontem, a exsubsidiária de transporte de cargas entregou os detalhamentos de sua oferta ao juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig, que vai divulgar a próxima etapa da reestruturação da empresa com base na avaliação do MP e da Deloitte. A proposta da Varig Log é de US$ 485 milhões, mais US$ 20 milhões para a Varig poder pagar despesas emergenciais, como fornecimento de combustível e arrendamento de aeronaves, até a realização de um novo leilão. Desde segundafeira, a ex-subsidiária depositou US$ 5,5 milhões para esse fim. Ontem, foram depositados US$ 200 mil. Na segunda-

feira, foram emprestados US$ 3,5 milhões. No dia seguinte, mais US$ 1,5 milhão para pagar os funcionários. Na quarta-feira, foram outros US$ 300 mil. Ten dênc ias – Segundo o promotor de Justiça do MP do Rio, Gustavo Lunz, a tendência é a de convocação de assembléia de credores para analisar a proposta, que numa análise prévia contém mudanças em relação ao plano de reestruturação da empresa que consta da recuperação judicial e que já foi aprovado pelos detentores de crédito da Varig. Entre algumas das modificações estaria a destinação de parte do investimento pela aquisição da Varig na chamada "antiga Varig", que herdaria passivos e ficaria com 5% da empresa resultante da reestruturação. "Nossa proposta sempre esteve adequada à Lei de Recuperação. Apenas não estavam esclarecidos alguns pontos", afirmou o advogado Leonardo Viveiros, do escritório Xavier, Bernardes, Bragança, que representa a VarigLog.

A comissão de juízes responsável pela recuperação judicial da Varig deveria ter dado um parecer sobre a oferta da VarigLog na última segundafeira. No entanto, o prazo foi adiado duas vezes porque tanto a Justiça como a Deloitte pediram esclarecimentos sobre a proposta. "Não houve mudanças, só esclarecimentos", acrescentou Viveiros. Uma das principais dúvidas é sobre a continuidade de operações da "antiga Varig". Para a Justiça, porém, uma empresa não pode ser criada apenas para guardar débitos, conforme plano de recuperação judicial aprovado pelos credores da companhia. Para a VarigLog, informaram fontes, essa exigência foi interpretada como uma forma de ela administrar as dívidas da Varig. Vôos – De acordo com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), a Varig cancelou, entre 0 hora até a tarde de ontem, 62% dos 275 vôos internacionais e domésticos programados para o período. (AE)

A VarigLog fez ontem mais um depósito de US$ 200 mil para manter as operações da Varig

GOL Companhia aérea obtém financiamento de US$ 50 milhões do Banco Mundial.

Celular pode abolir uso de cartões Milton Mansilha/LUZ

A

s tradicionais máquinas que realizam operações de pagamento com cartão já podem ser substituídas por um celular convencional. A empresa de administração de benefícios Wappa lançou o serviço POS (do inglês Point of Sale, ou ponto de venda) Mobile Wappa que, por enquanto, pode ser acessado por um celular da marca LG. A operadora por trás da transmissão dos dados é a Vivo. Teoricamente, a tecnologia permitiria a substituição dos plásticos do mercado, mas isso demandaria negociações com os bancos que, mesmo o diretor-presidente da Wappa, Luiz Peduti, considera complexas. No começo, o serviço tem mais chance de ganhar público em casos pontuais, como restau-

Luiz Peduti: benefícios pelo celular

rantes, empresas de táxi ou postos de combustíveis. O passo seguinte, segundo Peduti, será a entrada no mercado dos cartões chamados de private la-

COMUNICADO Virtual Administração de Bens Próprios Ltda., inscrita no CNPJ sob nº 01.780.962/0001-73, vem informar que vai reduzir seu capital social de R$ 2.857.700,00 para R$ 2.354.700,00, efetivando uma redução de R$ 503.000,00 conforme alteração contratual assinada em 27/06/2006, empresa registrada na JUCESP sob nire nº 35.218.659.171, tudo conforme artigo 1084, Parágrafo II do código civil de 2002.

EDITAIS FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR

EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS PREGÃO Nº 020/2006- FAMESP/HEB PROCESSO Nº 131/2006 - FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇOS Nº 013/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados até o dia 03 de julho a 17 de julho de 2006 , das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital Estadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS - PREGÃO Nº 020/2006- FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 131/2006 - FAMESP/HEB - REGISTRO DE PREÇOS Nº 013/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo o Fornecimento mensal por um período de 12 meses, de REAGENTES para TP com ISI no máximo de 1,2 - TTPA, Fibrinogênio, substratos cromogênicos (proteína C, S, Antitrombina, etc ... com concessão de uso gratuito, de um equipamento Coagulômetro, etc, para a Seção de Laboratórios de Análises Clínicas do Hospital Estadual Bauru. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 18 de julho de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 27 de junho de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente FAMESP GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº40/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2936/5900/2006. OBJETO: PÃO TIPO “BISNAGUINHA”. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 14 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº41/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2934/5900/2006. OBJETO: PÃO TIPO “HOT DOG”. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 14 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº42/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2935/5900/2006. OBJETO: PÃO TIPO “HAMBURGUER”. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 18 de julho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº43/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 2878/5900/2006. OBJETO: SELETA DE LEGUMES EM CONSERVA. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 18 de julho de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 29 de junho de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

Publicidade Legal - 3244-3643

Renato Carbonari Ibelli

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Argentina assinou ontem um acordo com o governo boliviano que aumenta em quase 50% o preço do gás que importa do país andino. O pacto entre os presidentes Néstor Kirchner e Evo Morales (foto) foi selado durante uma reunião antes do início de um ato político em Buenos Aires. A Argentina importará a partir de 15 de julho até 31 de dezembro gás boliviano a US$ 5 por milhão de BTUs. Antes do fim deste ano, os dois países deverão definir uma fórmula para calcular o valor da importação que será aplicada a partir de 1º de janeiro de 2007.

PETRÓLEO

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s contratos futuros de petróleo fecharam acima de US$ 73,00 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), pela primeira vez em duas semanas, com os futuros de gasolina subindo para máximas que não eram vistas desde a passagem do furacão Rita no Golfo do México, em 2005, segundo traders e analistas. "A gasolina abriu caminho como se deve nesta época do ano", disse Phil Flynn, analista da Alaron Trading em Chicago. (Reuters)

VAREJO EM ALTA

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faturamento real do varejo na região metropolitana de São Paulo mostrou em maio crescimento significativo pelo segundo mês consecutivo. De acordo com a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), o setor encerrou o mês passado com aumento de 5,2% ante o mesmo período de 2005. (AE) A TÉ LOGO

O acordo, com duração de 20 anos, também prevê que a Argentina amplie os volumes que compra da Bolívia até um máximo de 27,7 milhões de metros cúbicos por dia. Atualmente, a Argentina importa 5,5 milhões de

metros cúbicos por dia – de um total de 7,7 milhões que está habilitada a adquirir –, mas necessitará de 20 milhões de metros cúbicos adicionais para poder avançar com a construção de um gasoduto que abastecerá o nordeste do país. (Reuters)

PETROBRAS NEGOCIA AUMENTO

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epresentantes da Petrobras e da estatal boliviana YPFB se reuniram ontem em La Paz para discutir a proposta de aumento do preço do gás importado pelo Brasil. A Bolívia quer fixar uma base de 7,5 dólares por milhão de BTU. Segundo o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, a reunião não foi definitiva. Um novo encontro será marcado para daqui a 10 dias em Santa Cruz de La Sierra, onde a companhia brasileira apresentará sua avaliação sobre a proposta boliviana.

O diretor da Petrobras não quis revelar o valor proposto pela YPFB e voltou a afirmar que não há espaço para aumentos. "O mercado brasileiro de gás está equilibrado, sem gordura", afirmou Sauer. "Ainda mais depois do aumento previsto para 1º de julho", concluiu, referindo-se à revisão trimestral dos preços prevista no contrato com a Bolívia, que deve provocar uma alta de 10% no valor pago pela estatal brasileira. Após esse primeiro encontro, Petrobras e YPFB têm 45 dias para chegar a um consenso. (AE)

LEILÃO ARRECADA R$ 10,6 BILHÕES

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Agência Nacional do Petróleo (ANP) arrecadou ontem R$ 10,6 milhões no segundo leilão de áreas inativas, conhecidas como "campos maduros". São jazidas que já foram exploradas pela Petrobras e depois tiveram a produção suspensa. Os investimentos previstos nestes campos são de R$ 24 milhões, a partir do volume de Programa de Trabalho Inicial (PTI),

apresentado pelas empresas. Das 55 empresas habilitadas, 31 apresentaram ofertas e 9 arremataram áreas. Os valores envolvidos na disputa superam o da primeira rodada de áreas inativas, realizada no ano passado, e que obteve R$ 3 milhões em bônus de assinatura e R$ 6 milhões em investimentos programados. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Associação Comercial obtém liminar para Receita Federal liberar mercadoria Polícia Federal prende diretores da Sundown por sonegação

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Publicidade Comercial - 3244-3344

Marcos Brindicci/Reuters

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Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

GÁS: ACORDO ENTRE VIZINHOS

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Requerente: Gerdau Aços Longos S.A. - Requerido: Til Engenharia e Comércio Ltda. - Alameda Jurupis, 1005 - 01ª Vara de Falências

bel , ou de marca própria. Funcionamento – O celular funciona como um POS móvel, mas que dispensa o cartão. O telefone móvel com essa tecnologia é concedido pela Vivo para o estabelecimento comercial interessado em regime de comodato. Não há aluguel ou custo com manutenção. Por celular requisitado, a operadora cobra do estabelecimento R$ 74,90 mensais, que custeiam o pacote de dados oferecido. O estabelecimento interessado deve solicitar à Wappa a viabilização do serviço. O pacote de transmissão de dados oferecido pela Vivo possui 2 Mb, suficiente para 20 mil transações. A Tim e a Claro devem entrar nesse mercado nos próximos meses. A exemplo do que ocorre com os estabelecimentos que aceitam pagamento com cartões Smart VR ou Visa Vale, o comércio que viabilizar o serviço POS Mobile Wappa dependerá, principalmente, das empresas que oferecerem esse benefício aos funcionários. Dessa maneira, os trabalhadores recebem uma senha, que é digitada no celular do restaurante e, assim, pagam a refeição. Desse mesmo celular, o cliente pode consultar saldo dos créditos e extrato. "A vantagem para o comerciante é a redução de custo. Um equipamento de POS que utiliza linha fixa custa cerca de US$ 200 para ser instalado. Um POS móvel não sai por menos de US$ 600 ", diz Peduti. O lojista também não fica sujeito a taxas cobradas pelas operadoras de cartão de crédito e débito. O celular que substitui o POS móvel foi inicialmente programado para pagamento de benefícios, mas a Wappa informa que ele é compatível com outros serviços, que podem ser habilitados no futuro, como recarga de celular prépago. A expectativa da empresa é chegar a 500 empresasclientes e 30 mil estabelecimentos cadastrados para usar o serviço em um ano. A Wappa já disponibiliza tecnologia que permite que o pagamento em restaurantes e empresas de táxi possa ser feito por meio do celular de quem usou tais serviços. Atualmente, há 90 milhões de celulares em operação no Brasil, frente aos cerca de 5 milhões de equipamentos de POS, o que mostra o potencial do mercado vislumbrado pela Wappa.

Ó RBITA

TAM Três pneus de um avião da TAM estouraram durante pouso em Macapá (AP).

Governo cria nova linha de crédito para financiar produtores agrícolas


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sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

LAZER - 5

TEATRO E MAIS Clarices em ode à experiência, um circo diferente e concertos na telinha Divulgação

Clarice Lispector (esq.) e elenco no placo: idosas resgatam passagens da infância e expõem suas paixões, desejos e temores

TV

Música e história Regina Ricca

N

AS CLARICES DE CLARICE Sérgio Roveri

A

s inquietações, os dilemas existenciais e o tom confessional que costumam caracterizar a obra da escritora Clarice Lispector prestamse novamente à carpintaria teatral. Inspirado no livro A Descoberta do Mundo, de 1984, o espetáculo Clarices, da Cia. Teatral As Garças, que estréia hoje no Centro Cultural São Paulo, pretende somar mais uma característica às três acima citadas: o exercício da memória. Em cena, três personagens idosas resgatam, em meio aos afazeres do cotidiano, passagens da infância e ainda expõem a público suas paixões, desejos e temores.

O livro A Descoberta do Mundo, que reúne crônicas publicadas pela autora entre os anos de 1960 e 70, serviu perfeitamente à adaptação, pois tanto a diretora do espetáculo (Viven Buckup) como as três atrizes (Eliana Bolanho, Juliana Gontijo e Daniela Schitini) não estavam atrás de uma história linear, e sim de textos que pudessem revelar o multifacetado pensamento de Lispector. “Por meio de fragmentos de crônicas, romances e depoimentos da própria autora, nós criamos um universo inspirado na sua escrita, mas não determinado por uma única obra sua”, diz Daniela Schitini, que também assina o roteiro do

espetáculo. “As três personagens podem ser vistas como facetas da própria Clarice, mas também são figuras distintas e independentes”. Clarices não é um espetáculo saudosista e nem pretende situar no passado os melhores momentos da vida das três velhinhas – quer apenas extrair um pouco de sabedoria das experiências pregressas e mostrar que elas não podem ser vistas desvinculadas do presente. “As personagens não julgam o passado e nem existe um tom de frustração e arrependimento nas suas palavras. As velhas são como uma inspiração, mulheres que já viveram uma vida toda, mas continuam plenas

de vontades e desejos”, diz a atriz. “Elas apenas constatam e vivenciam sentimentos trazidos por suas lembranças com muita delicadeza e leveza também. O espetáculo, mesmo quando fala do passado, está sempre ocorrendo no presente. A própria caracterização das atrizes é feita de maneira muito sutil, e se preocupa muito mais com a postura e o espírito dessas mulheres que tentamos alcançar”. Clarices, estréia hoje na Sala Paulo Emílio Salles Gomes do Centro Cultural São Paulo, Rua Vergueiro, 1000, tel.: (11) 3883-3400. Sexta e sábado às 21h e domingo às 20h. Ingressos a R$ 10.

Divulgação

Circo Roda Brasil: instalado no pátio do Memorial da América Latina, estréia no dia 14 com o espetáculo Stapafúrdyo, com a promessa de sacudir a poeira do picadeiro

o meio da maratona futebolística deste domingo, dia 2 de julho, uma pausa para os ouvidos. Na tela da TV Cultura, a música erudita ganha destaque com dois programas especiais. Ao meio-dia, conheça os bastidores da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e dos profissionais que fazem a grandeza desse conjunto sinfônico no programa Por Dentro da Orquestra. A apresentadora Estela Ribeiro entrevista músicos da Osesp que falam sobre o dia-a-dia deles na espetacular Sala São Paulo, a sede da orquestra. O inspetor da Osesp, o supervisor técnico, a coordenadora do Centro de Documentação Musical (que cuida das partituras da orques-

tra) e o diretor-artístico e regente titular, maestro John Neschling, também contam sobre seus respectivos trabalhos. O programa vai exibir ainda trechos da ópera Otello, de Verdi. No início da madrugada, à meia-noite e meia, o programa For tíssimo Concertos da Osesp, apresentado pelo maestro John Neschling, exibe concerto gravado na Sala São Paulo em maio, no qual apresentou as obras Fogos de Artifício, op. 4, de Igor Stravinsky; Concerto para violino em lá menor, op. 48, de Alfredo Casella, com participação do spalla da Osesp, o violinista Emmanuele Baldini; e Os Planetas, de Gustav Holst (foto). A regência é do maestro belga Ronald Zollmann.

A ditadura argentina

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m filme que marcou a ‘retomada’ do cinema argentino e que deve ser visto ou revisto entra em cartaz nesta terça, dia 4 de julho, às 22h, no Telecine Cult. Trata-se de A História Oficial (1985), direção de Luís Puenzo, drama político que denuncia a ditadura militar argentina de 1976 a 1982. A produção não só garantiu a Palma de Ouro de melhor atriz à magnífica Norma Aleandro no Festival de Can-

nes como faturou o Oscar e o Globo de Ouro de filme estrangeiro. O filme narra a história de Alicia e o marido, que vivem tranqüilamente com a filha adotiva na Buenos Aires dos anos de 1980. Até o dia que Alicia reencontra uma velha amiga recém-chegada do exílio, toma conhecimento da cruel realidade do regime militar argentino e passa a questionar todas as suas certezas e verdades.

Divulgação

STAPAFÚRDYO CIRCO

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e o assunto é circo, todas as atenções estão voltadas, neste momento, para a chegada de Saltimbanco, o espetáculo com que o Cirque du Soleil faz sua estréia em território nacional, no mês de agosto. Antes da chegada da trupe canadense, no entanto, dois grupos paulistanos, os Parlapatões e Pia Fraus, uniram forças para criar o Circo Roda Brasil, cuja lona bege e azul acaba de ser montada no pátio do Memorial da América Latina. Stapafúrdyo, o primeiro espetáculo do novo circo, estréia no próximo dia 14, no auge das férias, com a promessa de sacudir a poeira do picadeiro. Os números acrobáticos, que exibem visual contemporâneo e são acompanhados por música ao vivo, são a principal aposta dos organizadores. "Os ensaios estão sendo feitos no Circo Escola Picadeiro. Estamos nos preparando para que haja muito vigor físico nas apresentações", diz Hugo Possolo, responsável pelo roteiro e direção de Stapafúrdyo. O roteiro do espetáculo também abriu espaço para números com animais, mas não exatamente os de pêlo e osso. Ou alguém já viu, num circo

tradicional, um giravaca (cruzamento de vaca com girafa) no picadeiro? Ou ainda alguns poucos exemplares de porcoletas (cruzamento de porcos com borboletas)? Estas divertidas aberrações serão representadas por grandes bichos infláveis. O tradicional número dos poodles amestrados também está na agenda, mas novamente bonecos entram no lugar dos cãezinhos de verdade. Vinte artistas, além dos parlapatões Hugo Possolo, Raul Barretto, Claudinei Brandão e Henrique Stroeter, vão se revezar nos números de saltos acrobáticos, cama-elástica, lira, faixas e quadrantes. A música do espetáculo, composta por André Abujamra, vai ser executada ao vivo pela Banda Trombada, composta por três integrantes. A tenda do circo, que terminou de ser montada na terça feira, tem 32 metros de diâmetro e capacidade para abrigar até 700 espectadores por sessão. E uma novidade: não existe nenhum mastro interno para suportar a estrutura do circo. Segundo Possolo, a ausência do mastro vai melhorar a visibilidade da platéia e ainda permitir que

Bebida e turismo

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Parlapatões uniram-se ao Pia Fraus para criar o espetáculo

os artistas tenham mais liberdade em suas evoluções. A receita de Stapafúrdyo, amparada nos palhaços dos Parlapatões e nos bonecos gigantes criados pela companhia Pia Fraus, parte do princípio de que errar é humano, principalmente no picadeiro. Dito isso, os palhaços, de acordo com Possolo, estarão muito mais à vontade para realizar seus números em um cenário que traz ima-

gens feitas em grafites – geralmente tipos urbanos retratados em forma de caricatura. (SR) Stapafúrdyo, espetáculo do Circo Roda Brasil, estréia dia 14 de julho, sexta-feira. Memorial da América Latina, Rua Auro Soares de Moura Andrade, 664, entrada pelo portão 9. Sexta às 21h, sábados e domingos às 17h e 20h. Ingressos a R$ 20.

Falcão, artífice do Brasil nos anos de 1980. Integrante da Seleção de Telê, ao lado de Zico, Sócrates...

DOCUMENTO

HISTÓRIA DA COPA

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DVD, duplo, best-seller em tempos de Copa, é um show de gols, grandes jogadas e nostalgia. Sob o título de Fifa Fever, foi lançado para celebrar 100 anos da entidade mundial (Federação Internacional de Futebol Association), editado pela Focus Filmes. Registra, em fragmentos surpreendentes, a história de 17 mundiais organizados pela Fifa, desde 1930 até 2002. Com narração original em inglês (em português, na voz de Orlando Duarte), revive, por exemplo, a final de 1930, em que Uruguai (sede) vence Argentina (4 a 2). Na seqüência, mostra Itália e Tchecoslováquia (Itália campeã, 2 a 1), em 1934 e, de novo a Itália,

em 1938, já sob a tensão da Segunda Guerra Mundial. (Itália 4, Hungria 2). O desfile de astros é espetacular. Beckenbauer, Baresi, Bellini, Jair Rosa Pinto, Barbosa, Maradona, Cruyjff, Careca, Sócrates, Didi, Pelé, Zizinho, Falcão, Carlos Alberto Torres, Tostão, Gérson, Charlton, Domingos da Guia, Leônidas, Eusébio (o comandante português que destroçou o Brasil na Copa de 1966); Garrincha (espetacular, em 1962, no México, em que o Brasil não teve Pelé na decisão), Gullit, talento holandês nos anos de 1980, Jairzinho, um foguete em 1970; o grande goleiro inglês Banks; Kemps, Júnior, Zito, Kopa; a Hungria fantástica de 1954; Klinsmann, artilheiro,

hoje técnico da seleção alemã. Enfim, é uma colagem (com finalização bem realizada) para ver e rever muitas vezes. Futebol arte existe, sim.

rimeira produção original do Discovery Travel & Living feita na América Latina, a série Drinques e Cidades, programa que une turismo com dicas sobre bebidas exóticas, ganha novos episódios a partir desta quarta, dia 5 de julho, às 21h. No programa de estréia, a apresentadora Laura Azcurra vai à cidade de Lima, no Peru, e percorre as ruas do boêmio bairro de Barranco, onde prova bebidas muito especiais, como a chicha tradicional. Já perto do centro da cidade, no Hotel Bolívar, confere como o sommelier José Bracamonte cria delícias com variedades de gim. À noite, em San Isidro, Laura experi-

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s pais podem se assustar com a sigla MMORPG, mas desde setembro seus filhos já sabem o que é um massively multiplayer online role playing game. E foi nesse mês que chegou ao Brasil o primeiro jogo de aventura pela internet com milhares de participantes, o viciante Ragnarok, criado na Coréia do Sul em 2002. Fenômeno jogado hoje por 17 milhões de pessoas ao redor do mundo, ganha também animação produzida com esmero pelos japoneses. Vale a pena acompanhar no Cartoon (TVA), segunda (3), às 22h. (MMJ)

menta exóticos licores da selva em Malabar. No programa de quarta dia 12, Laura vai à Fazenda Santa Teresa, na Venezuela, para provar o rum, uma das bebidas mais típicas do país. Em Caracas, vai ao bairro Las Mercedes e visita o famoso Café Atlantique e o Tarantín de Valentina. Na zona do Hatillo, troca impressões com quem entende de bebida e prova o pitoresco ponche de creme e o refrescante papelón com limón (melado com limão). Os passeios de Laura são acompanhados por personalidades de cada país, como chefs, jornalistas e artistas, que explicam o significado de cada bebida e cada lugar.


8 -.POLÍTICA

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 30 de junho, sábado sexta-feira, e domingo, 130ede 2 de junho, julhosábado de 2006 e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

ITAMAR PERDE VAGA NO PMDB PARA GOVERNO DE MINAS

Somos o anti-mensalão. José Serra

COM A PRESENÇA DE TUCANOS, PFL CELEBRA A CANDIDATURA DE AFIF DOMINGOS AO SENADO. Luludi/LUZ

O TIME PSDB-PFL ESTÁ MONTADO Partidos coligados garantem que chapa foi fruto de consenso e que haverá sintonia fina entre os discursos das campanhas estadual e nacional.

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coligação PSDB, PFL, PPS e PTB está fechada e já deu ontem a largada para a disputa do governo do Estado de São Paulo, com José Serra e Alberto Goldman (ambos do PSDB) e Guilherme Afif Domingos (PFL), para a disputa majoritária, respectivamente, de governador, vice e senador. "O time está montado", repetiram os três em coro. Na festa do PFL de lançamento da campanha de Afif Domingos, presença maciça da liderança tucana. A ausência do candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, foi prontamente justificada pelo coordenador de sua campanha, o ex-secretário João Carlos de Souza Meirelles: "Alckmin já havia agendado uma viagem para Roraima". Os líderes máximos do PFL, o governador Cláudio Lembo, o prefeito Gilberto Kassab e o presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Rodrigo Garcia, falaram em unidade para garantir a vitória: "Vou percorrer, como cidadão, o Estado todo por Afif e Serra", disse Lembo. Os pefelistas garantiram que não perderam com a chapa-pura tucana. "A chapa foi fruto do entendimento", disse Lembo. "O importante agora é ganharmos o governo", acrescentou Kassab. E Afif adiantou: "Desde o começo coloquei meu nome à disposição do PFL para uma vaga na disputa majoritária. Portanto, quando se entra numa campanha, o soldado não escolhe a trincheira".

Campanha nacional – A festa de lançamento da campanha de Afif para o Senado, por São Paulo, foi marcada por um discurso político nacional. Os representantes dos quatro partidos da coligação deixaram claro que haverá sintonia fina entre a campanha paulista e a nacional. "Nossa campanha é a de ( Gerald o) Alckmin", disse Serra, argumentando que o peso econômico e político de São Paulo justificam essa posição. "São Paulo não vai bem se o Brasil não for, embora esteja-

Coloquei meu nome à disposição do PFL para uma vaga na disputa majoritária. Portanto, quando se entra numa campanha, o soldado não escolhe a trincheira. Afif Domingos mos crescendo mais que a média nacional", disse alfinetando o candidato do PT, Aloizio Mercadante, que tem pregado o contrário em sua campanha. "A assessoria diz uma coisa e o sujeito fala errado", ironizou. Serra falou em ética na gestão pública: "Somos o antimensalão". Ele enfatizou a importância na lealdade das relações, citando Lembo, Kassab, Afif e Goldman. E concluiu: "Com companheiros assim es-

Guilherme Afif Domingos, José Serra, Alberto Goldman e Cláudio Lembo, em evento do PFL em São Paulo: só faltou o presidenciável Alckmin.

tamos muito fortalecidos". Serra também salientou a "longa experiência" de Guilherme Afif na vida política como deputado constituinte mais votado do País, sua atuação em entidades de classe e competência nas campanhas em defesa da população, das pequenas empresas e do contribuinte: "Ele representa o respeito ao dinheiro público". Para Lembo, Afif saberá levar a defesa dos interesses de São Paulo no Senado, "até agora restrita ao senador Romeu Tuma (PFL-SP)". Kassab e Alberto Goldman repetiram sobre a escolha de Afif: "Nada poderia ser melhor para São Paulo". Consenso – O candidato ao Senado disse que a chapa foi fruto do consenso e que "terá unidade na linha de ação durante a campanha". Ele lembrou que São Paulo tem peso importante no quadro político nacional, sobretudo, pela sua cultura empreendedora que garante uma enorme mobilidade social, a ponto de um trabalhador ter se tornado presidente da República. "E nós representaremos essa visão", enfatizou. "Vamos levar essa mensagem na nossa linha de frente", acrescentou. O lançamento da campanha de Afif ao Senado reuniu ainda o ex-ministro Paulo Renato (PSDB), os vice-prefeitos pefelistas de Mogi das Cruzes e Campinas, respectivamente Marco Aurélio Bertaiolli e Guilherme Campos, além de políticos do PTB e PPS. Sérgio Leopoldo Rodrigues

CAI A VANTAGEM DE LULA, DIZEM PESQUISAS.

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e acordo com o Datafolha, a diferença entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o candidato tucano Geraldo Alckmin caiu de 23 pontos percentuais para 17 na disputa pelo Palácio do Planalto. Segundo informações divulgadas no blog de Reinaldo Azevedo, que serão publicadas hoje no jornal Folha de S. Paulo, Alckmin saltou de 22% para 29%, e Lula oscilou de 45% para 46%. A pesquisa anterior do Datafolha foi feita nos dias 24 e 25 de maio; o campo desta foi realizado entre quartafeira e ontem. Em outro blog – de Ricardo Noblat – foram divulgados os resultados colhidos pelo Instituto Vox Populi. A enquete revelou números bastante próximos. Segundo o instituto caiu de 19 pontos percentuais para 8 a

Valéria Gonçalves/AE

F

oi oficializada ontem a candidatura ao Governo do Estado de Orestes Quércia (PMDB) e com uma surpresa: o vice de sua chapa será o vereador paulistano Átilla Russomano do Partido Progressista (PP) , o mesmo do ex-prefeito Paulo Maluf (candidato a uma vaga na Câmara Federal). O nome do progressista foi confirmado durante reunião da Executiva Estadual do PMDB, com a presença de lideranças estaduais do PP. A confirmação do nome para vice de Quércia foi uma surpresa para o próprio Russomano. "Não acreditei quando especularam o meu nome a vice de Quércia pela primeira vez. Quando finalmente fui oficializado foi uma surpresa muito agradável", disse. Mais surpreendente ainda foi a forma como foi oficializado o nome do vereador. "Soube que o Partido Progressista enviou diversos nomes para a apreciação de Orestes Quércia. No fim, eu acabei sendo o escolhido e nem esperava por isso". Sem ataques – Sobre a disputa política em outubro, o vereador contou que a coligação PMDB e PP não deverá se pautar por ataques a administração de Geraldo Alckmin ou a saída prematura de José Serra da prefeitura do município. "Deveremos discutir apenas planos de governo. Essa postura nós iremos deixar para o PT", disse.

Quércia, na reunião do PMDB: Russomano recebeu a indicação com surpresa.

Seu nome era o menos esperado. Os candidatos à vaga de vice mais cotados eram o do exprefeito de Santos Beto Mansur e o do empresário (e amigo de Paulo Maluf) Jorge Yunes. O vereador é irmão do deputado federal Celso Russomano (PP), político que se consagrou como apresentador de quadros de defensoria dos direitos do consumidor na tevê e no rádio. Quando foi eleito a uma das cadeiras do Legislativo Municipal, Russomano prometeu criar o Procon municipal. A proposta virou realidade, mas a idéia mudou de mãos e de nome: veio em forma de projeto de lei do executivo e chama-se Conselho Municipal Fiscal.

PACTO ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, defendeu ontem, no Rio, a necessidade de um "pacto" com a oposição e afirmou que o ponto de partida do próximo governo precisa ser a reforma política para que o País faça outras mudanças, "seja quem for o presidente da República". Genro afirmou que o eventual "acordo político" deve prever a criação de metas e agendas para outros temas, como inflação, crescimento econômico, reforma do Estado e políticas sociais, com prioridade para a educação. "É possível fazer um grande acordo político para que as forças políticas se dividam em torno desses pontos", disse. O eventual pacto foi defendido também pelo presidente da OAB, Roberto Busato, e pelo candidato a vice-presidente na chapa do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), Jefferson Peres (PDT-AM).

pontos percentuais era a diferença no 2º turno entre Lula e Alckmin na última enquete do Vox Populi. Agora, é de 8. pela metade. Era de 26 pontos percentuais (Lula, 49%; Alckmin, 23%). Agora, é de 13 pontos percentuais (Lula, 45%; Alckmin, 32%). Na pesquisa espontânea, onde se pergunta em qual candidato ele votaria se a eleição fosse hoje, Lula manteve o que tinha antes – 35% das intenções de voto. Alckmin, porém, cresceu de 12% para 17%.

Plano de governo – Sob re um plano de governo, o vereador contou que isso ainda será discutido. "Lógico que iremos pontuar questões como a saúde, educação e segurança pública. Mas só na semana que vem é que conversarei com Quércia para discutir as nossas metas para São Paulo", disse Russomano. Para o Senado, foi definido o nome da ex-secretária do Menor e ex-deputada Alda Marcoantonio. O empresário Hans Jorge Craus foi indicado primeiro suplente e o presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil, Antônio Neto, para segundo suplente. Ivan Ventura com Agências

CAMPANHA

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vantagem de Lula sobre o candidato tucano Geraldo Alckmin na simulação de segundo turno. Os resultados da nova pesquisa serão publicados neste fim de semana pela revista Carta Capital. A última enquete saiu há três semanas. Na simulação do primeiro turno, de acordo com o Vox Populi, a vantagem de Lula sobre Alckmin também caiu

QUÉRCIA TERÁ VEREADOR DO PP COMO VICE

Ó RBITA

TUMULTO convenção estadual do PMDB, em Belo Horizonte, foi marcada por tumulto, que deixou três pessoas feridas. Na convenção, o exgovernador de Minas Gerais, Newton Cardoso, foi escolhido como candidato ao Senado, vencendo por uma grande margem de votos o ex-presidente Itamar Franco. Cardoso obteve quase 70% dos votos dos convencionais – foram exatos 390 contra 141 do ex-presidente. A vitória de Cardoso representa um forte indicativo de aliança entre PT e PMDB na sucessão estadual.

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s principais candi-

datos a governador de São Paulo estarão em ritmo de campanha neste fim de semana, com agendas concentradas no interior do Estado. O candidato Aloizio Mercadante (PT) visitará hoje as cidades de São José do Rio Preto, Araçatuba, Birigüi e Tupã para se reunir com os militantes petistas locais e conceder duas coletivas. Já o candidato Orestes Quércia (PMDB) estará em Franca amanhã, onde fará uma reunião de trabalho com líderes da região. Somente o ex-prefeito de São Paulo José Serra (PSDB) ainda não tem compromissos de campanha fixados para o fim de semana.


sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

Imóveis Tr i b u t o s Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Num prazo de sete anos, a TV digital estará funcionando em todas as cidades do Brasil.

NA GLOBO, SÃO PAULO E RIO ESTRÉIAM SINAL DIGITAL

SETOR DE SERVIÇOS PERDE NA JUSTIÇA O DIREITO DE NÃO PAGAR CONTRIBUIÇÃO AO SISTEMAS

VOLTAM AS TAXAS PARA O SESC E SENAC Leonardo Rodrigues/Digna Imagem (19/04/05)

A

s empresas prestadoras de serviços associadas à Federação de Serviços do Estado de São Paulo (Fesesp) terão de voltar a pagar as contribuições ao Serviço Social do Comércio do Estado de São Paulo (Sesc-SP) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em breve. Isso porque os desembargadores Márcio Moraes, Carlos Muta e Sílvio Gemaque, da 3° Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), rejeitaram os embargos de declaração da entidade, que haviam suspendido a exigência das duas contribuições. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que administra os dois tributos, poderá voltar a cobrá-los a partir da publicação da decisão judicial, o que, de acordo com a assessora jurídica do Sesc, não deve demorar. "Como trata-se de um passivo de sete anos, é bom as empresas já começarem a se preparar para a cobrança", avi-

Luigi Nese: cobrança vale desde 2001

sa a advogada do Sesc, Carla Bertucci Barbieri. Na opinião do vice-presidente da Fesesp, Luigi Nese, a cobrança só poderá ser feita a partir de 2001 e não 1999, quando começou a batalha judicial envolvendo os prestadores de serviços. "Isso porque tributos só podem ser exigidos num

Marcos Peron/Virtual Photo

prazo de cinco anos por causa da decadência", afirma Nese. Briga – Em 1999, a Fesesp entrou com um mandado de segurança coletivo contra as contribuições e obteve uma liminar. Em seguida, o Sesc/Senac entrou com recurso – que foi julgado após cinco anos – e conseguiu reverter a decisão. Inconformada, a Fesesp entrou com embargos de declaração pedindo a suspensão da exigência das contribuições até que os recursos fossem julgados. A suspensão foi deferida. "Com o julgamento dos embargos, as empresas deverão voltar a pagar as contribuições", explica Carla. Resta à Fesesp esperar o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A entidade alega que o setor não se beneficia em nada com o pagamento das contribuições ao Sesc/Senac. "Só o comércio se beneficia. Além disso, a Constituição Federal não estabelece essa obrigatoriedade", diz Nese. Laura Ignacio

Linha de produção de uma metalúrgica que produz peças e estruturas para grandes indústrias

Sobe o nível de atividade industrial

Abimaq ganha na Justiça direito de liberar produtos

Jamil Bittar/Reuters

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Lula fecha com japoneses acordo para implantação da TV digital no País

TV digital terá padrão japonês presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem o decreto que implanta a TV digital no Brasil. A nova tecnologia estará disponível primeiro nas capitais e no Distrito Federal. No prazo de sete anos, ela deve estar em funcionamento em todo o País. O Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBDTVT) vai ser baseado no padrão de sinais japonês (ISDB-T), porém incorporando inovações tecnológicas brasileiras. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), que representa mais de 300 emissoras de radiodifusão no Brasil, José Inácio Pisani, o regime de transição da televisão brasileira para o sistema digital, baseado

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no padrão de tecnologia japonês, tem vantagens em relação aos modelos europeu e americano, adotados por outros países, principalmente quando se trata de mobilidade. Para Pisani, o novo modelo – que está sendo chamado de nipo-brasileiro – vai garantir a boa qualidade de transmissão. Segundo ele, o Brasil tem hoje o privilégio de deter uma massa significativa de conhecimento no setor de transmissão de conteúdo gratuito pelo ar. "O padrão japonês era o mais adequado para a situação brasileira porque garante ao cidadão a perenidade do modelo existente. Esta geração e as que a sucederão terão a certeza de que continuarão recebendo a melhor televisão do mundo, produzida aqui no Brasil, no melhor padrão

País se isola, diz técnico escolha pela tecnologia japonesa para a TV digital (ISDB) "isola o Brasil dos demais países do Mercosul". A opinião é do engenheiro Eduardo Bayo, gerente-técnico de um dos principais canais de televisão da Argentina, Canal 13. "Será pouco provável que nosso país ou os outros vizinhos acompanhem o Brasil em seu sistema", afirmou. Tanto na Argentina como no Chile, "as discussões estão avançadas e as normas mais consideradas são norteamericana e européia". A opinião de Bayo é parecida com a do embaixador argentino no Brasil, Juan Pablo Lohlé, que publicou um artigo opinando que, "se cada um opta por uma

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norma, estaremos mostrando uma visão diluída de nosso processo de integração". Na Argentina, o sistema japonês parece não ter grandes defensores. O Canal 13 transmite os jogos da Copa do Mundo pelo sistema digital dos Estados Unidos, assim como sua concorrente, a Telefe (Canal 13). Com a maioria de seu capital argentino, o Canal 13 vem utilizando a norma americana desde 1998, quando o governo de Carlos Menem determinou, por decreto, que essa seria a tecnologia da TV digital argentina. A Telefe, do grupo Telefónica, da Espanha, também havia adotado o sistema dos Estados Unidos, em suas transmissões digitais. (AE)

de qualidade existente, de forma livre e gratuita em alta definição", comemorou o presidente da Abert. Ao ser questionado sobre as críticas de que o sistema europeu seria mais democrático, Pisani destacou que, com essa escolha, o Brasil correria o risco de não ter toda a cadeia de valor focada em um modelo de radiodifusão que abrangesse desde a alta definição até a mobilidade. Segundo ele, as emissoras de rádio e televisão estimam um prazo de dez anos para a transição completa do sistema atual para o digital. De acordo com o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, São Paulo e Rio de Janeiro serão as primeiras cidades a receber o sinal digitalizado da emissora. (AG)

de comparação. Na verdade, continuou o diretor da Fiesp, as condições para a demanda interna estão positivas, com aumento da renda, do crédito e das despesas públicas. No entanto, o que explica o desempenho fraco da indústria nos últimos dois meses é que, apesar das condições positivas para o consumo, parte considerável dos gastos vai para o exterior, na forma de importação. Até maio, as compras externas subiram cerca de 22%, muito acima da variação das exportações, de 13%. Os dois movimentos, de alta das importações e de desaceleração das exportações, ocorrem por conta do real valorizado e atingem em cheio o vigor da produção industrial, que já teme a substituição da produção local por bens comprados no mercado externo, como é o caso dos têxteis e calçados, intensivos em mão-de-obra. De janeiro a maio, as importações do setor têxtil cresceram 30% e as exportações, 6%. "O câmbio traça contornos trágicos para esse segmento. E se essa taxa cambial prevalecer, as duas lâminas da tesoura vão continuar se fechando para diversos setores", disse Francini. (AE)

Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) obteve uma liminar que permite aos seus associados liberarem suas operações de comércio exterior, independente da greve dos auditores fiscais da Receita Federal. A decisão foi assinada pelo juiz da 13ª Vara Cível, Wilson Zahuy Filho. Segundo o advogado da Abimaq, Nivado Ary Nogueira, a liminar alcança todos os portos e alfândegas do Estado de São Paulo, onde se concentram 78% dos associados da entidade no Brasil. A consultoria jurídica-tributária da Abimaq entrou com mandados de segurança coletivo para possibilitar, também, o desembaraço das importações e exportações no Estado do Paraná. A mesma medida judicial será adotada nos Estados do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro e em outras localidades onde os fabricantes de máquinas encontrem problemas na liberação de seus produtos. (DC)

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Factoring

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Indicador do Nível de Atividade (INA), elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), registrou alta de 2,7% em maio em relação a abril, com ajuste sazonal. Sem ajuste, a elevação foi de 7,3%. Em relação a maio de 2005, o INA teve incremento de 9,3%. O total de vendas reais da indústria cresceu 16,7% em maio sobre abril e 30,7% na comparação com maio de 2005. O nível de utilização de capacidade instalada, no mês passado, cresceu para 82,8%, contra 79,7% em abril de 2006 e 81,1% em maio do ano passado. Apesar dos números positivos, o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp, Paulo Francini, revisou de 5% para 4% a projeção de crescimento da produção industrial para este ano. O motivo: o impacto negativo do mercado de câmbio nas exportações e nas importações. Tendência – Mesmo com a alta de 8% no acumulado do ano até maio, a média de dois meses do INA para abril e maio é positiva em 0,7%, inferior à média de fevereiro/março, de 1,48%, que também ficou abaixo da média móvel de 2,13% dos dois meses formados por dezembro/05 e janeiro/06. "Fica claro que a tendência é de estabilização do crescimento da produção em patamares inferiores aos três primeiros meses do ano", disse Francini. Em abril, os números foram especialmente negativos porque o mês teve apenas 18 dias úteis. Maio, de certa forma, compensou as perdas de abril e cresceu sobre uma base fraca

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.LAZER

sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

FÉRIAS Quem escolheu ficar na capital pode unir diversão e cultura, indo a mostras ou lendo livros Fotos: Divulgação

Reproduções

Lições de Fernando Pessoa em Dias Melhores: poemas e biografia

LIVROS Romances, chocolate e baunilha como símbolos do amor, a devoção por São Judas Tadeu e a Mata Atlântica explicada

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Arthur Lescher no Instituto Tomie Ohtake: rastros de carretéis gigantes; e urna funerária em Por Ti América

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EXPOSIÇÕES

tão esperado período de férias chegou. E junto com ele, um ritmo menos acelerado toma conta de São Paulo. É em meio a esse clima convidativo da cidade que a palavra-chave do momento reina: passear. Quem escolheu ficar na capital pode aproveitar o tempo unindo diversão e cultura. Agora é o momento para conhecer aquela mostra que não pôde ser vista nas últimas semanas. Alguns centros culturais, além das exposições em cartaz, incluíram em sua programação novas atividades durante o período das férias. É o caso do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) que, além das oficinas que tratam do meio ambiente e as visitas educativas sobre a instituição, oferece neste mês a oficina, Fachadas e Avessos. O tema central do debate é a importância da aparência física nos dias atuais. O local abriga ainda a mostra Por Ti América que fica em cartaz até o dia 16 de julho. A exposição sobre arte e cultura pré-colombiana reúne objetos rituais, jóias, marcos e relíquias de 52 povos. São 250 peças originárias de seis países, incluindo o Brasil. Outra boa pedida para estimular a imaginação é a exposição de Arthur Lescher, recém-inaugurada no Instituto Tomie Ohtake. O artista aproveitou a arquitetura do local para apresentar três robustas instalações em lugares diferentes. Uma delas, Daqui para mais além, ocupa 130 metros quadrados da instituição e mostra rastros sobre um grande retângulo de saibro deixados por dois carretéis gigantes com fios de metal enrolados. O visitante que passar pelo instituto, também pode conferir mais duas mostras: Do corpo a paisagem e Tomie Othake – Apresentações Geométricas. A partir de domingo, a Galeria Vermelho, no Pacaembu, começa a segunda edição da Verbo, mostra de performances, vídeos e instalações que reunirá atrações do Brasil e do mundo. Artistas das artes visuais e do corpo desenvolverão trabalhos ligados à performance. O evento, em cartaz de 2 a 7 julho, pode servir para esquentar o início das férias. E se a ida até o Parque do Ibirapuera é um dos programas indispensáveis nas férias, a Oca não pode ficar de fora. É lá que está 1ª Bienal Brasileira de Design com cerca de 600 peças de design de produto e comunicação. Rui Barbo-

Rita Alves sa e Santos Dumont (tema de outra exposição no Museu da Casa Brasileira), são homenageados na mostra pelo pioneirismo das idéias. Além dos brasileiros, outra homenageada é a francesa Charlotte Perriand (1903-1999), que assinou vários interiores de projetos do arquiteto franco-suíço Le Corbusier (1887-1965). Depois da Bienal, o passeio pelo Ibirapuera não termina. A trilha pode continuar seguindo a rota da arte. O parque ainda tem o Museu de Arte Moderna (MAM) e o Museu Afro Brasil com outras boas alternativas, o último com três exposições: A Imagem do Som de Dorival Caymmi, José de Guimarães e Carybé. Outras dezenas de mostras estão em cartaz na cidade. Para trilhar esse caminho, que não é curto, é preciso tempo e disposição. E nada melhor do que aproveitar os dias de férias para dar os primeiros passos e seguir.

ias Melhores... para Sempre! 31 lições do grande poeta Fernando Pessoa para cada dia do mês. Ateliê Editorial/Canal do Livro, 72 páginas, R$ 23. O objetivo principal do livro é aproximar o leitor jovem do poeta Fernando Pessoa. Imagens ilustrativas das situações vividas pelos jovens acompanham cada poema de Pessoa. O fim do livro traz também uma biografia do poeta, famoso por seus heterônimos. A Casa do Santo & O Santo de Casa. Rodolfo Witzig Guttilla. Landy Editora. Coleção Novos Caminhos, 224 páginas, R$ 15. Um dos santos mais populares do Brasil, São Judas Tadeu, foi biografado sociologicamente pelo antropólogo Rodolfo Witzig Guttilla. A obra fala da devoção pelo santo, nascida em 1940 no bairro do Jabaquara, em São Paulo e como ela se expandiu por outras cidades do País. Baunilha e Chocolate. Sveva Casati Modignani. Tradução de Joana Angélica d'Ávila Melo. Editora Record, 490 páginas, R$ 57,90. A autora faz uma comparação do chocolate e a baunilha com o amor: um constraste de cores e sabores que combinam perfeitamente. E com isso, fala do romance entre Penélope e Andrea, juntos há 18 anos e pais de três filhos que durante uma crise resolvem se separar. Reflexão, nostalgia, cenas cotidianas e humor fazem parte da história. A autora é um dos nomes mais populares da ficção italiana.

ENDEREÇOS

CCBB: R. Álvares Penteado, 112, Centro, tel.: 31133651; Instituto Tomie Ohtake: R. dos Coropés, 88, Pinheiros, tel.: 2245-1900; Galeria Vermelho: R. Minas Gerais, 350, tel.: 32572033; Museu Afro Brasil: Parque do Ibirapuera, tel.: 5579-0593.

Mostra Aproximações Geométricas (acima), em cartaz até 20 de agosto. Na Oca, dentro do Parque Ibirapuera, 1ª Bienal Brasileira de Design

Veja em www.dcomercio.com.br outras dicas de leitura como O Castelo dos Destinos Cruzados, do escritor italiano Italo Calvino (foto)

Mata Atlântica – vinte razões para amá-la. Regina Helena de Paiva Ramos. Musa Editora, 104 páginas, R$ 69. O livro reúne informações sobre vinte espécies de árvores da floresta com a maior biodiversidade do planeta, a Mata Atlântica. As páginas são ilustradas com fotografias tiradas pela própria autora e revelam curiosidades e características das árvores que percorrem a mata. Zim – Uma Aventura no Sul da África. Vitor Gomes Pinto. Editora Conex, 368 páginas, R$ 49. Uma promessa para a cura da Aids, disputa pelo poder, seqüestros, assassinatos fazem parte da misteriosa trama de Zim. Tudo começa com o seqüestro de um brasileiro representante de vendas de uma empresa londrina. Gerente também é gente. André B. Barcaui. Um romance sobre Gerência de Projetos. Editora Brasport, 220 páginas, R$ 42. Leonardo Flick é o protagonista que abre mão da visão técnica para apresentar os desafios reais presentes no cotidiano de um gerente de projetos, desde a sua escolha para o cargo até a conclusão do seu primeiro trabalho. Uma história do Corpo na Idade M é d i a. Jacques Lê Goff e Nicolas Troung. Tradução de Marcos Flamínio Peres. Editora Civilização Brasileira, 210 páginas, R$ 33,90. Uma das principais tensões criadas na Idade Média é aquela entre o corpo e a alma. O livro mostra de que maneira o mundo, que não é outro senão o nosso, cria conceitos e limites para si mesmo. (RA)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO Até agora a seleção brasileira me decepciona, mas na frente são terríveis. Mas me dêem o Ronaldo. Gordo, bêbado ou em coma, o quero sempre em minha equipe. Do ex-craque argentino Diego Maradona, que está na Alemanha trabalhando para uma emissora espanhola. Maradona disse que pode virar técnico.

sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

Logo Logo 30 www.dcomercio.com.br/logo/

JUNHO Recolhimento de ISS, Cofins/ PIS-Pasep, IRPJ, Carnê-leão e IPI Dia do Caminhoneiro

L INGUAGEM T RÂNSITO

O fim do 'homem'

Celular ao volante, perigo constante Pessoas que falam ao telefone celular enquanto dirigem, mesmo usando acessórios que liberam as mãos, são tão incapacitados quanto motoristas bêbados. A conclusão é de uma pesquisa realizada na Universidade de Utah, EUA. "Se os legisladores realmente querem combater a distração ao volante, devem tornar ilegal falar ao telefone celular enquanto se dirige", disse Frank Drews, psicólogo que participou do estudo, publicado na revista Human Factors: The Journal of the

Human Factors and Ergonomics Society. No estudo, 40 voluntários foram colocados num simulador de direção em situações diversas: sem distração, usando o celular, usando o telefone com acessórios que deixavam as mãos livres e intoxicados com um nível de 0,08 por cento de álcool no sangue (limite legal nos Estados Unidos), depois de beber vodca com suco de laranja. Três participantes bateram na traseira do carro da frente. Todos estavam falando ao celular e nenhum estava bêbado.

F RANÇA Franck Fife/AFP

Projeto aprovado na Câmara dos Deputados restringe uso de termos masculinos

P

rojeto aprovado pela Câmara dos Deputados e encaminhado para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva proíbe o uso de palavras masculinas, em documentos oficiais, para designações coletivas que incluam mulheres. Caso a lei seja sancionada, o termo "brasileiros" usado para designar o conjunto da população terá de ser substituído por "brasileiros e brasileiras". A palavra "homem" não poderá mais ser usada quando abranger pessoas do sexo masculino e feminino, como quando é aplicada em substituição a "ser

humano" ou "humanidade". A deputada Iara Bernardi (PT-SP), autora do projeto, acredita que o presidente Lula sancionará a lei que, no seu entender, contribuirá para a igualdade "real" entre mulheres e homens. "A reconstrução da linguagem é inevitável para criar uma nova consciência na população", justificou. Quando sancionada, a lei vai exigir que todas as disposições normativas sejam redigidas observando os preceitos da "linguagem inclusiva". O projeto estabelece, num dos dispositivos, como será a mudança: quando a palavra "homem" se

referir a pessoas de ambos os sexos, deverá ser substituída por "homem e mulher". Pelas mulheres – Foi de Iara o projeto que tornou crime o assédio sexual. Em 2004, a deputada conseguiu a aprovação de uma lei que retirou termos preconceituosos do Código Penal brasileiro, como a referência a "mulher honesta" e "mulher virgem" nos artigos que tratavam de crimes sexuais. Conseguiu também a extinção do artigo que considerava crime o adultério. Para Iara, a lei vai contribuir para fortalecer os movimentos de mulheres em todo o País. (AE)

C HINA

Televisão em primeiro lugar O jornal Beijing Daily divulgou ontem o caso inusitado de um chinês que, vítima de um incêndio em casa, não poupou esforços para salvar seu aparelho de TV. Sua preocupação, segundo o jornal, era ter um aparelho para continuar assistindo à Copa do Mundo. O incêndio teria começado por volta das 3h, horário local, poucos minutos antes do início da partida entre Espanha e França. Enquanto ele salvava a TV, sua mulher ficou encarregada de pegar os dois filhos do casal. Todos a salvo, ele tratou de buscar uma tomada para ver o jogo. B RAZIL COM Z

Por duas semanas consecutivas, a expressão "World Cup 2006" é a mais procurada no site de buscas Google, em todo o mundo, segundo o serviço Zeitgeist, que faz o ranking dos termos mais buscados no Google.

A britânica BBC News publicou uma longa reportagem sobre o novo meio de locomoção dos policiais em Belém, no Pará: búfalos. Os animais, diz a reportagem, parecem bem mais calmos e amigáveis do que os policiais em cima deles. Mas a escolha dos búfalos não tem o objetivo de impressionar: eles são efetivamente úteis, alcançam terrenos em que nenhum carro seria capaz de chegar e ainda ajudam a desatolar carros na lama. "A partir de agora vou apreciar ainda mais a mozarela de búfala e jamais pedirei um bife de búfalo num restaurante", diz o repórter, depois do contato com esses animais.

Ronen Zvulun/Reuters

L

Dois dias antes do início oficial do Tour de France, a mais famosa competição ciclística do mundo, um acrobata mostra suas habilidades na cerimônia de apresentação do evento, em Estrasburgo.

S AÚDE

Baixinhos suando a camisa

E M

pequeno peso a animais de pelúcia e outros brinquedos poderia ajudar as crianças a entrar em forma. "Isso não vai resolver o problema de obesidade", disse John Ozmun, um professor que realizou o estudo com o estudante Lee Robbins. "Mas tem potencial para fazer uma contribuição positiva". Alguns especialistas alertam que as crianças poderiam se machucar tentando levantar peso demais muito cedo, e disseram que é preferível mais atividade a brinquedos mais pesados.

A LEMANHA

L

Pesquisadores da Universidade de Indiana, nos EUA, alertaram que uma das formas de ajudar as crianças a queimar calorias é oferecer a elas brinquedos mais pesados. A obesidade infantil já é problema de saúde pública nos EUA e os pesquisadores, na tentativa de analisar o problema, descobriram que dez crianças entre 6 e 8 anos queimaram mais calorias e tiveram índices maiores de batimentos cardíacos e respiração quando moveram blocos de brinquedo de 1,35 kg, ao invés de blocos sem peso. Eles acreditam que adicionar um

PELADA – Em clima de quartas de final da Copa do Mundo, alguns soldados israelenses aproveitam uma folga, em momento de acirramento do conflito no Oriente Médio, com ações de Israel contra a Palestina e a Síria, para jogar uma pelada em Nir Yizhaq, nas proximidades da Faixa de Gaza.

C A R T A Z

CINEMA O filme O Anjo Assassino (1967), de Dionísio Azevedo. Mostra dedicada a atuações de Raul Cortez (foto). Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000. Telefone 3277-3611. 16h. Grátis.

B IODIVERSIDADE

Vida invisível s folhas das árvores da mata atlântica podem abrigar até 13 milhões de espécies desconhecidas de bactérias. A estimativa vem de um estudo feito por cientistas brasileiros que fizeram o inventário da biodiversidade de bactérias da filosfera - o ecossistema formado pela superfície das folhas. A pesquisa foi centrada em três espécies de árvores: catuaba, catiguá-vermelho e gabiroba. Amostras da comunidade microbiana das folhas de cada uma foram coletadas e "peneiradas" geneticamente para estimar o número de espécies de bactérias presentes. Os resultados variaram de 95 a 671 espécies por amostra, com apenas 0,5% de semelhança entre os três tipos de árvores. "Para nossa surpresa, observamos que cada planta abrigava uma

A

Veja a programação do fim de semana no DCultura

Faça você mesmo, versão virtual

O EdgeWing é uma pequena peça plástica que cria um suporte para o pulso na hora de usar o mouse. Não é um gadget muito glamuroso, mas tem uma grande vantagem: funciona. É confortável para trabalhar e pode evitar problemas musculares. O preço também é atraente: cerca de US$ 10 no site.

Um site que ensina você a fazer de tudo, de reformas a pequenas manutenções em casa, jardinagem e decoração, encanamentos e ligações elétricas. Assim é o Faz Fácil, que ainda traz notícias, links, informações sobre o clima e dicas para compra de acessórios para a casa e material de construção. Além de tudo isso, o site traz ainda informações sobre saúde, cultura, música, cidadania, mapas e até telefones. Um verdadeiro quebra-galho virtual.

www.edgewings.com

www.fazfacil.com.br

Porquinho da sorte Um leitão chamado Finale e pintado de branco e preto cores do uniforme da seleção alemã, acompanhará a seleção da Alemanha ao longo da Copa. O leitão foi entregue ao técnico alemão pelo presidente da Federação de Criadores de Gado, Gerd Sonnleitner, ao da Federação Alemã de Futebol (DFB), Theo Zwanziger, e apoiará a seleção de Klinsmann no jogo contra a Argentina, seguindo com a equipe em caso de classificação. O porco é um símbolo de sorte na Alemanha. Quando uma pessoa tem um golpe de sorte, o qualifica como "schwein" ("porco", em alemão). T URISMO

Capital dos números Capital da gastronomia, do turismo de negócios, dos congressos, dos estudos ou dos movimentos religiosos. Dados da São Paulo Turismo (SPTuris), divulgados pela Equipotel - feira de negócios na área de hospedagem, alimentação e turismo - a cidade de São Paulo é tudo isso e toda essa diversidade resultou, no ano passado, num movimento de R$ 2,6 bilhões em faturamento com hospedagem, pacotes turísticos e eventos. No total, no ano passado, mais de 4 milhões de pessoas visitaram a cidade. www.equipotel.com.br

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L OTERIAS

Intelectuais assinam manifesto contra projeto de cotas e Estatuto da Igualdade Racial Programa de inclusão de estudantes carentes da USP, criado há um mês, causa polêmica

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Apoio ergonômico para o punho

moléculas, as bactérias e outros microrganismos têm um papel ecológico crucial dentro da floresta. Não estão "sentadas" na superfície das folhas por acaso. Os pesquisadores querem entender agora como esses micróbios da filosfera contribuem para a troca de gases do efeito estufa pelas folhas, para o processamento de nutrientes e para a própria sobrevivência dos vegetais. "Na agricultura, é sabido que a alteração da composição de bactérias da flora pode favorecer o desenvolvimento de organismos patogênicos. Na floresta, essas relações também ocorrem, certamente", afirma Lambais. "As bactérias estão interagindo intimamente com as plantas para garantir sua sobrevivência no ambiente". A pesquisa está na edição de hoje da revista Science.

L

F AVORITOS

comunidade completamente diferente de bactérias", conta o pesquisador Marcio Lambais, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba. Além disso, quase todas as bactérias coletadas (97%) eram de espécies ainda não catalogadas pela ciência. Se os resultados das três espécies de árvores forem extrapolados para as 20 mil espécies de plantas superiores que ocorrem na mata atlântica, isso significaria que há entre 2 milhões e 13 milhões de espécies desconhecidas de bactérias espalhadas pelo bioma - apenas na superfície das folhas. "Temos que preservar isso de alguma forma", afirma Lambais. Além do alto potencial biotecnológico para a descoberta de novas

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G @DGET DU JOUR

Montadores de búfalos

Cineasta argentino Fabián Bielinski, diretor do filme Nove Rainhas, morre em São Paulo

Concurso 1619 da QUINA 06

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70

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Hélvio Romero/AE

José Vicente da Silva Filho

Ex-secretário nacional da Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho luta há muito tempo contra a idéia de que o combate ao crime deve ser feito unicamente com policiamento. Não existe panacéia para esta doença, costuma repetir. Quem disser também que para reduzir os alarmantes índices de criminalidade basta decretar a lei seca nos bares, também estará sendo parcial. Comentando no texto abaixo os resultados de uma pesquisa sobre Diadema, feita pelo Instituto Fernand Braudel (e disponível no site www.braudel.org.br/novo), ele destaca o impacto de ações preventivas, que deveriam ser corriqueiras numa prefeitura, para recuperar o espaço público. E lembra: a Constituição estabelece que segurança pública é dever estadual e que a prefeitura também é instância de estado. Logo, pode dividir tarefas com o Executivo estadual, articulando suas ações com iniciativas complementares de âmbito federal, estadual ou da própria cidade.

André Porto/Folha Imagem

Aqui, agora Como as prefeituras podem contribuir com a segurança pública

G Segurança

pública não se faz apenas com policiamento. Deve ser menos politizada partidariamente, mais integrada e considerar cada vez mais as peculiaridades locais. G Os chefes da

polícia podem ajudar nesse processo, mas o apoio do prefeito é fundamental para o desenvolvimento de múltiplas ações de prevenção e redução dos crimes. G Combater tudo

o que estimula a degradação do espaço público: regular bares clandestinos e a venda de bebidas alcoólicas, fiscalizar a higiene, os hotéis, os ambulantes, os desmanches, etc.

ão há solução simples e milagrosa para problemas complexos como é o caso da segurança pública nas médias e grandes cidades. Implantar uma "lei seca" como a grande solução é pouco mais que uma ilusão. A prática paulista tem mostrado que soluções antes impensáveis são possíveis, tanto do ponto de vista do estado como das iniciativas municipais. Por que não integrar recursos, ações e soluções para o problema? É bom lembrar que o artigo 144 da Constituição Federal estabelece que segurança pública é dever estadual e que a prefeitura também é instância de estado. E que segurança pública não se faz apenas com policiamento, admitindo um conjunto salutar de outras iniciativas que podem concorrer na redução do problema. Como já vimos, mas é bom enfatizar, a administração municipal pode contribuir com a segurança pública em dois grandes grupos de programas: 1. Exercendo seu poder de regulamentação e fiscalização para cuidar da ordem pública: regular eventos, fiscalizar desmanches, regular a venda de bebidas alcoólicas e bares clandestinos, fiscalizar a higiene e a regularidade de hotéis que dão suporte à prostituição das ruas, reparar a desordem em geral (pixações, ambulantes que obstruem as calçadas, lixo espalhado pelas ruas, ruídos excessivos de bares e danceterias). A desordem, problema particularmente relacionado com a ação municipal, é poderoso fator criminógeno porque afasta os cidadãos de suas áreas públicas, estimula a degradação continuada do espaço público e propicia ambiente receptivo à delinqüência. Conviria que o conjunto de ações, incluindo programas sociais e educacionais de prevenção, passasse por entendimentos com a polícia estadual, que reúne as principais condições – por sua experiência e por seus bancos de dados - para diagnosticar o perfil do crime - onde, como, quando, quem - e articular ações de redução e prevenção da violência. 2. Desenvolvendo e coordenando um amplo programa de prevenção através de providências sociais, educacionais e assistenciais nas áreas e nos segmentos mais críticos da população, inclusive articulando suas ações com iniciativas complementares de âmbito federal, estadual e da própria sociedade.

N

ão se pode mais imaginar que possa haver sensível redução e controle da violência sem uma estrutura cooperativa eficiente entre estado, prefeitura, organizações sociais não-governamentais e as lideranças empresariais e comunitárias locais. A necessária convergência, combinação e sinergia dos múltiplos recursos e esforços devem superar as controvérsias quanto a competências legais, estrat é g i c a s e a d m i n i s t r a t i v a s d o s d i f e re n t e s centros de poder.

N Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 30 de junho, sábado e domingo, 1 e 2 de julho de 2006

A segurança, como resultado do esforço conjunto, deverá ser menos politizada partidariamente, mais integrada e considerar cada vez mais as peculiaridades locais (características dos problemas e recursos). A liderança do prefeito seria fundamental no processo de mobilização de entidades e pessoas, do município e do Estado, de diferentes poderes (policiais civis e militares, juízes e promotores que atuam na cidade, setores que cuidam de menores infratores, áreas de atendimento social do Estado) e da própria sociedade. Os chefes locais da polícia podem ajudar nesse processo, mas o apoio das autoridades municipais seria fundamental para o desenvolvimento da cooperativa de múltiplas ações de prevenção e redução dos crimes em cada cidade, principalmente nas de maior população e problemas. redução e prevenção da violência demandam, além da ação da polícia, um complexo de providências sociais, educacionais e assistenciais que devem ser desenvolvidas tanto pelos prefeitos, quanto pelo Estado e também pela sociedade. Essas providências só apresentam resultados palpáveis se forem intencionalmente planejadas e coordenadas em seu conjunto de decisões e ações. Os principais responsáveis, perante os munícipes, pelo atendimento de suas necessidades de segurança, devem exercer esse papel integrador de análise dos problemas, alavancagem de recursos, elaboração e implantação de programas de ação para a busca efetiva de resultados. Espera-se que cada estado, ao elaborar seu plano estadual de segurança pública, estabeleça diretrizes que orientem a formulação de programas de redução e prevenção da violência para as regiões e também para as cidades. E que dê mais eficácia ao aparato policial e direcione-o para se envolver com os problemas locais, partilhando seus dados e seu desempenho, além de participar no planejamento integrado das ações de prevenção da violência. E, sobretudo, gere expectativas, comprometimentos e condições de produzir os resultados favoráveis que a sociedade espera de suas instituições públicas. Apesar de alguns problemas, não deixa de ser interessante a celeuma que hoje existe no estado de São Paulo: por que a violência caiu? Os acadêmicos estão aturdidos e a imprensa parece ainda não acreditar pelo pouco crédito que tem dado ao assunto. Afinal, o estado registrou 10.953 assassinatos em 2003 e em 2005 foram 3.677 mortos a menos. Essa notícia é ótima. Podem até culpar a polícia.

A

JOSÉ VICENTE DA SILVA FILHO, PESQUISADOR ASSOCIADO DO INSTITUTO FERNAND BRAUDEL, É CORONEL DA RESERVA DA PM/SP. FOI CONSULTOR DO BANCO MUNDIAL E SECRETÁRIO NACIONAL DA SEGURANÇA PÚBLICA.

DOISPONTOS -77

u poderia aqui tapar a boca de quem gosta de falar mal mostrando que nunca antes neçe país a Educação foi tão bem educada, o Saneamento foi tão saneado, a Segurança Pública foi tão segura, a Economia tão econômica. E alguém aí já viu em outro lugar do mundo os sem-terra invadirem o Ministério da Fazenda para fazer reforma agrária, sem qualquer repressão, como se aquele prédio fosse um latifúndio improdutivo ? Bem, vai ver que era mesmo, o ministro era o Pallochio. É poçivel encher páginas e páginas de benesses e benfeitorias que o Lulla consegue fazer com aquela miséria de graninha que entregamos para Elle quase à força e com todo mau humor do mundo. Mas agora até os mais empedernidos corações vão compreender o sacrifício que Elle está disposto a fazer pelo noço bem geral. Como desde primeiro de janeiro de 2003 o país inteiro, segundo as pesquisas mais honradas, mais de cento e vinte e três por cento dos eleitores, exige que Lulla sacrifique sua vida, saúde, felicidade pessoal e familiar a um segundo mandato, coisa que até sábado passado até os vírus da gripe aviária lá na Coréia sabiam que Elle não queria - para o bem de todos e felicidade geral da nassão - Elle resolveu dar o tão esperado Çim, é candidato, o que ninguém çabia nem esperava que fosse.

E

NEIL FERREIRA O DIA DO OTÁRIO oi dia 27, terça-feira. Mais ou menos às sete e meia da manhã, completamos o pagamento de 400 bilhões em impostos para o Lulla só neste ano. Poderia, também, ter sido no dia 14, quando pagamos PIS e Cofins; dia 15 foi feriado e quando acontece isso o Lulla cobra antes. Poderia ter sido em qualquer outro dia da semana, do mês, do ano, o Otário tem seu dia garantido no calendário nacional. Todo dia, qualquer dia, é Dia do Otário, que paga e não bufa.

F

Algum otário aí ainda tem a cara-de-pau de se queixar dos quatrocentos bilhõesinhos de impostinhos? Mas aqui entre nós, que ninguém nos ouça, bufar seria a maior das injustiças. Com esse troquinho que entregamos ao governo, na maior má vontade, o Noço Guia faz milagres que a gente teima em não reconhecer. Na sua imensa çabedoria, Elle nos dá de mão beijada uma das melhores Çaúdes do mundo, como Elle mesmo declarou em recente discurso de auto-elogio. E quem por pura sacanagem duvidar do que Elle disse, pode ir verificar nos moderníssimos e super bem equipados postos do SUS que vai levar a verdade no meio da cara. uem me dá aqui o privilégio de ser lido, deve ser uma pessoa de classe média e tem um carro. Pois então caia de joelhos e levante as mãos para Brasília ou para o ABC, onde Elle às vezes mora, ou para os Céus, onde Elle certamente estará voando no AeroLulla para ir inaugurar alguma coisa que ainda nem existe. Você tem uma das melhores redes de estradas federais do mundo. (A melhor prova disso é que o Lulla só anda de avião.) É claro, também, que tem gente mal humorada que só vê buraco na sua frente, mas você há de convir que gente desse tipo nós encontramos em qualquer lugar do planeta, até na Suécia.

Q

as é claro que para sacrificarse de novo pelo bem no povo, Elle precisava de uma certa segurança, de um certo cacife. O governo d'Elle financia o MST com mesada e cesta básica. E eles ficam lá longe, invadindo fazendas, deixando as cidades em paz, onde estão os votos das classes C, D e E, e todo mundo fica contente, menos é claro uma minoria de "latifundiários", que fazem parte da zelites improdutivas e sugadoras do suor dos pobres. E, jogada de mestre que deixou a oposição sem fala, com a Bolsa-Esmola está fazendo a mais clara, pública e anunciada compra de entre vinte e vinte quatro milhões de votos, numa histórica exploração da pobreza para fins reeleitorais. Claro que com o salário mínimo a 350,00, que já está desorganizando mais ainda a Previdência, e com o "aumento" do funcionalismo público que provocou o protesto do TSE, a fatura está praticamente fechada. Isso para termos a luz do Noço Guia Celestial por mais quatro aninhos. Algum otário aí ainda tem a cara-de-pau de se queixar dos quatrocentos bilhõesinhos de impostinhos?

M

NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

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